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Tipos de Posicionament os Cirúrgicos Unidade Temática: Posicionamento do Cliente Cirúrgico Instituto Politécnico de Setúbal – Escola Superior de Saúde Pós-Graduação em Enfermagem Perioperatória Outubro, 2011

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Tipos de Posicionamentos Cirúrgicos

Unidade Temática: Posicionamento do

Cliente Cirúrgico

Instituto Politécnico de Setúbal – Escola Superior de SaúdePós-Graduação em Enfermagem Perioperatória

Outubro, 2011

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Posicionamentos Cirúrgicos Os posicionamentos cirúrgicos podem

ser diversos;

Cada um tem especificidades próprias e factores de risco associados.

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Posicionamentos Cirúrgicos Têm como objectivos:

- Providenciar uma óptima exposição e acesso ao local de cirurgia;

- Manter o alinhamento corporal;- Permitir uma óptima função circulatória e

respiratória;- Permitir um fácil acesso para administração de

fluidos e fármacos;- Não comprometer as estruturas neuromusculares e

vasculares e integridade cutânea;- Permitir o máximo de conforto ao doente,

promovendo o seu bem-estar e segurança;- Permitir conforto à equipa cirúrgica.

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AESOP, 2006

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Decúbito Dorsal Pressupõe que o doente fique deitado

de costas sobre a marquesa operatória; Mantenha o alinhamento da cabeça com

o tronco, Membros superiores podem estar ao

longo do corpo ou em abdução, com uma amplitude inferior a 90º

Membros inferiores ligeiramente afastados e estendidos.

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Decúbito Dorsal

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Zonas de Pressão:1. Occipital2. Olecrâneo3. Sacro4. Escapular5. Calcâneos6. Tubelosidade

Isquial

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Estratégias de Segurança:a. Protecções nos

calacanhresb. Faixas de segurançac. Almofada por baixo

dos joelhos (+/- 15º flexão)

d. Apoio de braço almofadado

e. Cabeça apoiada em almofada ou soga

a

edc

bb

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Como variantes ao Decúbito dorsal existem: a posição de Trendelenburg (ou

proclive); a posição de Anti-Trendelenburg; a posição de litotomia.

Cada um destes posicionamentos exige materiais específicos para garantir a segurança do doente e evitar a ocorrência de quedas e lesões.

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Trendelenburg

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a

e

bc

d

Neste decúbito os membros inferiores devem estar ligeiramente flectidos com os pés mais baixos que os joelhos, para favorecer o retorno venoso e evitar alterações da circulação.

Estratégias de Segurança:a. Cabeça apoiada em

almofada ou sogab. Faixa de segurançac. Ombreirasd. Braços imobilizados, no

apoio de braço, com faixas de segurança ou ao longo do corpo

e. Apoio dos calcanhares e pés

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Litotomia

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Neste decúbito, a parte superior da doente é posicionada como no decúbito dorsal.

As pernas devem estar elevadas em abdução e mantidas com equipamento específico (p.ex: perneiras).

É necessário uma identificação prévia da existência de próteses de anca ou joelho e história de fracturas recentes.

Estratégias de Segurança:• Validar se o doente tem a

região sagrada na berma do marquesa antes de iniciar o posicionamento.

• As pernas devem ser mobilizadas por duas pessoas ao mesmo tempo.

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Decúbito Ventral O doente fica deitado com o ventre

sobre a marquesa operatória, a cabeça pode estar lateralizada sobre um apoio/almofada para garantir o alinhamento da coluna cervical com o resto do corpo.

Os membros superiores podem estar apoiados ou longo do corpo ou em abdução com os ombros, cotovelos em flexão e os membros inferiores ligeiramente afastados e estendidos.

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Decúbito Ventral O doente deve ser deslocado em bloco e

de forma suave para a posição de ventral. Os braços devem estar ao longo do corpo

durante a mobilização. Os rolos de gel devem apoiar

longitudinalmente ao longo do tórax (do acrómio às cristas ilíacas) ou transversalmente (nas regiões supramamária e supra-púbica).

Verificar a inexistência de compressão mamária e genital.

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Decúbito Ventral

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Zonas de Pressão:1. Cotovelos2. Ouvidos, olhos e nariz3. Mamas4. Cristas ilíacas5. Órgãos sexuais6. Rótula7. Dedos dos pés8. Escapular

Estratégias de Segurança:a. Soga para a cabeça em

forma de dónut ou outra adequada

b. Faixas de segurançac. Rolos de gel para apoiar

o tronco d. Soga nos cotovelose. Almofada nas pernas e

pésf. Zona mamária e genital

sem compressão

ae

d

cb

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f

e

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Decúbito Lateral O doente fica deitado de lado na marques,

com a cabeça e a coluna cervical apoiadas e alinhadas com o resto do corpo.

Os membros superiores são colocados semi-flectidos em frente à face e os membros inferiores flectidos.

Para estabilizar o tronco podem ser utilizadas faixas de segurança, apoios fixos à marquesa, apoios entre os membros e entre estes e a marquesa.

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Decúbito Lateral

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Zonas de Pressão:1. Ouvidos2. Acrómio3. Cotovelo4. Trocânter5. Côndilos médio e

lateral fémur6. Maléolos mediano e

lateral7. Calcanhares

Estratégias de Segurança:a. Soga para a cabeça e

pavilhão auricular protegido

b. Membros superiores no apoio almofadado próprio

c. Almofada entre as pernas e perna de baixo flectida

d. Faixas de segurançae. Rolo de gel por baixo da

axila do membro superior que fica junto à marquesa

a

e

d

c

b

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Posição Ortotraumatológica A marquesa ortopédica permite colocar o

doente numa posição adequada para cirurgias de ortopedia e traumatologia onde há necessidade de exercer força de tracção horizontal.

Este posicionamento possibilita o acesso circunferencial à perna do doente.

Este posicionamento possibilita a utilização de Rx e fluroscopia intra-operatória.

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Posição Ortotraumatológica O doente é posicionado em decúbito

dorsal, com a perna lesada presa num dispositivo semelhante a uma bota, que possibilita os movimentos de rotação e tracção. A perna sã fica assente num apoio, ficando mais elevada.

De acordo com a cirurgia podem utilizar-se vários dispositivos auxiliares do posicionamento e na manutenção da segurança do mesmo.

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Posição Ortotraumatológica

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Estratégias de Segurança:a. Soga ou almofada para

a cabeçab. Apoio de braço

almofadado ou arcoc. Faixa de segurançad. Apoio de períneo(entre-

coxas) almofadado ou protegido e avaliar a não existência de pressão excessiva nos genitais e períneo.

e. Apoio de perna almofadado e com faixa de segurança ou ligadura para envolver o membro)

f. Perneira ou Bota de tracção (almofadar o pé sujeito a tracção)

a

e fd

c

b

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Posicionamento para Craneotomia O doente é posicionado em decúbito dorsal,

lateral ou ventral de acordo com a abordagem cirúrgica, mantendo as mesmas recomendações de segurança.

A cabeça é segura com o fixador Mayfield.

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Posicionamento para Craneotomia A cabeça é fixa com três pinos de metal,

que perfuram o crânio e, depois de travado, o fixador está seguro à marquesa.

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O Enfermeiro Perioperatório tem de: Conhecer os antecedentes do cliente (história cirúrgica anterior,

existência de lesões/limitações articulares, presenças de próteses cirúrgicas);

Compreender a anatomia e fisiologia da pessoa e as influências da anestesia e do posicionamento cirúrgico nessas duas dimensões;

Planificar todo o processo de posicionamento cirúrgico:- permitindo uma actuação em equipa com movimentos

organizados, eficientes e coordenados;- seleccionar os equipamentos essenciais ao posicionamento

e certificar-se da sua presença na sala operatória antes de iniciar o posicionamento cirúrgico;

- garantir os recursos humanos necessários para a realização de um posicionamento seguro para o cliente e para os profissionais.

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O Enfermeiro Perioperatório tem de: Colaborar no posicionamento cirúrgico:

- Respeitar o alinhamento corporal do doente;- Actuar nas zonas de pressão;- Reduzir a fricção, tracção e pressão;- Verificar as proeminências ósseas;- Seleccionar os equipamentos auxiliares no

posicionamento de acordo com o doente e a cirurgia a realizar;

- Transportar e posicionar o doente com o número adequado de profissionais e equipamentos, para prevenir a ocorrências de lesões músculo-esqueléticas nos profissionais.

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O Enfermeiro Perioperatório tem de: Elaborar os registos de enfermagem, no sentido

de salvaguardar a qualidade dos cuidados perioperatórios. Os registos de enfermagem sobre os posicionamentos cirúrgicos devem ser completos e referir os equipamentos de segurança utilizados.

Registar as intercorrências, para possibilitar o acompanhamento da situação do doente e reflectir sobre a necessidade de implementar medidas preventivas.

Pesquisar para conhecer as melhores práticas.

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Referências Bibliográficas AESOP – Enfermagem Perioperatória: da filosofia à prática de

cuidados. Lisboa: Lusodidacta, 2006. 356p. ISBN: 972-8930-16-X. CARINHAS, Mª José – Mecânica Corporal. Unidade Curricular:

Enfermagem Perioperatória II: Pós-graduação de Enfermagem Perioperatória: IPS, 2011. 26p.

CARINHAS, Mª José – Posicionamentos em Ortopedia. Unidade Curricular: Enfermagem Perioperatória II: Pós-graduação de Enfermagem Perioperatória: IPS, 2011. 21p.

FULLER, Joanna Kotcher – Surgical Technology: Principles and Practice. 5th ed. Saunders Elsevier. 2010. ISBN 978-1-4160-6035-2.

HUGHES, Suzanne; MARDELL, Andy – Oxford Handbook of Perioperative Pratice. Oxford University Press, 2009. ISBN 978-0-19-923964-1.

LOPES, Camila e GALVÃO, Cristina – Surgical Positioning: Evidence for nursing care. [versão electrónica]. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 18:2 (Mar-Abr. 2010) p. 287-294. [em linha]. Consultado em 2 de Ago. 2011. Disponível na www: <URL: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n2/21.pdf. 22

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Trabalho elaborado por:Daniela Filipa Freitas Dias

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