TIPOS DE REDEÇÃO

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TIPOS DE REDEÇÃO

Existem três tipos de redação descritivo, narrativo e dissertativo a primeira coisa a fazer em uma redação, é escolher o tipo de redação que você vai escrever.

REDAÇÃO DESCRITIVA

"(é a representação de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem)."

Descrever é mostrar com palavras, ao leitor, seres, cenas, paisagens e objetos que os olhos vêem, é, pois, pintar com a linguagem um quadro, cujas cores devem ganhar vida sob a forma de palavras, tornando a realidade sempre mais expressiva.

Podemos obter tudo isto se o aluno ou o escritor, por esforço próprio, colorir as pessoas, os objetos, o ambiente com visão nova, transformando o familiar em incomum e o incomum em familiar, despertando a emoção experimentada ao completá-los.

Uma boa descrição não é aquela em que se retrata o objeto visto no momento, mas a que alerta e estimula as mais variadas sensações: tato, olfato, visão, audição, gosto, forma, cor e movimento que permitem a impressão global.

Quanto à estrutura - toda descrição deve apresentar1 - introdução - visão global do objeto.2 - desenvolvimento - explanação da visão global, abrangendo: - minúsculas ou pormenorização.- comparação ou analogias.3 - conclusão - nem sempre obrigatória, mas sempre exigida pelos professores nas escolas de 1º e 2º graus e nos exames vestibulares.4- Recursos expressivos

estilo - captação sensorial.Sintaxe - períodos coordenados;

- períodos subordinados;- adjuntos adverbiais de lugar e tempoa) substantivos concretos / sensoriais: - descrição objetivab) substantivos abstratos / psicológicos: - descrição subjetiva;c) adjetivos e locuções adjetivas;d) adjetivos pospostos;e) adjetivos antepostos;

Morfologia f) verbos dinâmicos (movimento ou ação);

g) verbos de estado (verbo de ligação);h) locuções verbaisi) tempo verbal, geralmente presente ou pretérito imperfeitoj) do indicativo. Raro pretérito perfeito.

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EXEMPLO DE REDAÇÃO DESCRITIVA:

O grande homem da fé cristã

Considerado símbolo de fé, amor e perseverança, Jesus Cristo pode ser tomado como um dos maiores revolucionários que o mundo já conheceu. Ele provou a uma sociedade hipócrita e primitiva que um homem não se faz de seus matérias, mas do seu valor moral.

Em sua tênue expressão facial, Jesus sempre tinha um belo sorrido resplandecente. Seu carisma e simplicidade atraíram para si diversos seguidores, bem como inimigos. Ele propôs uma nova filosofia de vida, baseada no amor ao próximo, o que constratou com as leis do povo judeu, as quais se baseavam no ódio aos inimigos.

A sua crescente popularidade foi notável, principalmente entre as camadas mais pobres daquela sociedade, que o viam como um messias e adotaram suas palavras como religião. Nascia aí o Cristianismo, que em princípio fora duramente reprimido pelo governo romano, o qual dominava, naquela época, a Palestina. Indo de encontro aos interesses de Roma, e atraindo para si cada vez mais seguidores, mesmo fora daquela região, Jesus Cristo findou sua vida por meio da mais extrema penalidade que poderia ser aplicada a um réu: a crucificação.

Adjetivar Jesus Cristo grandiosamente tornar-se-ia uma forte digressão, todavia deve-se por no devido relevo o grande legado deixado por ele pra as religiões cristãs. Por seus constantes exemplos de amor ao próximo, de humildade e simplicidade, Cristo pode ser tido como modelo de perfeição mortal entre os homens.

Diógenes D´Arce Cardoso Luna

REDAÇÃO NARRATIVA

Narrar é relatar fato, acontecimento, circunstâncias, situação real ou fictícia, decorrentes das ações conflitantes e sucessivas entre forças físicas, morais, sociais e intelectuais que se opõem: personagem e personagem, personagem e natureza.

Narrar é contar um ou mais fatos que ocorreram com determinados personagens, em um local e tempo definidos. É contar uma estória, que pode ser real ou imaginária.

O tipo de narradora) o narrador em 1º pessoa - é aquele que participa da ação, ou seja, ou melhor, que se inclui na narrativa. Trata-se de narrador personagem.b) o narrador em 3ª pessoa - é aquele que não participa da ação, ou seja, ou melhor, não se inclui na narrativa.

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Temos então o narrador-observador Devemos ressaltar uma composição narrativa estruturada da seguinte maneira.1. introdução - apresentação sucinta dos elementos da trama. Pode ser uma descrição, uma idéia pessoal ou geral, na qual se estabelece espaço e tempo. Deve ser breve.2. complicação - transição entre a apresentação e o clímax. É o desenvolvimento da história com todos os incidentes secundários.3. clímax contém toda tensão. É o suspense antes do desenlace.4. desfecho - é a soma da introdução e da complicação. A tensão é desfeita e esclarecida. Deve ser sobremaneira objetiva. Não é concebível a inclusão de novas personagens com a intenção de explicar.5. Recursos expressivos :a) estilo - descrição pormenorizada de lugar e personagens.b) sintaxe - períodos subordinados.

  a) períodos coordenados  b) adjuntos adverbiais de lugar e de tempo  c) substantivos concretos  d) substantivos abstratos

e) verbos de ação  f) presente (discurso direto)

 g) pretérito imperfeito (discurso indireto, indireto livre de descrições)

  h) pretérito perfeito

Exemplo de Redação Narrativa:

O dia que virou um dia

Os primeiros raios de sol, brandos como um leve toque, anunciam um novo dia de uma preguiçosa segunda-feira. Maria acorda, ingere algum pão e café, despede-se da família e se põe a caminhar em direção ao ponto de ônibus. Não tão longe dela, José executa as mesmas ações, porém, não se sabe se desperdiçou os mesmos momentos de adeus.

Maria cumpre mais uma jornada de trabalho e, cansada, roga a volta a casa. Entra então, em um lotação, cujos passageiros a rotina á a fez conhecer. José, bandido inveterado, passa o mesmo dia a caminhar, tramar e agir. Todavia, finda-se a data para ele também e, não estando satisfeito com as finanças adquiridas, envolve-se em dantescos pensamentos.

Vem lá o transporte com Maria. O mesmo é avistado pelo marginal, que logo conclui seu plano iminente de execução. E o faz. O aceno com a mão indica ao motorista que pare o veículo e o deixe entrar. As vistas de Maria mudam imediatamente de direção e cruzam-

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se com as de José. Este segue, como quem mede os passos, ao encontro daquela. Fita-lhe mais uma vez os olhos e estende-lhe os braços. Aquelas magras mãos tocam a moça e, brutalmente, puxam-na para o mais perto de si: tem uma refém.

José anunciou o assalto e obrigou o condutor a parar o cano. Endiabrado, mostra a sua arma e faz com que Maria a sinta na nuca. O tumulto chama, com brevidade, a atenção do povo e, consequentemente a da polícia. E nesta hora que começam algumas negociações. Com prontidão chega a imprensa, que transforma José em o José. bem como Maria em a Maria.

Passadas já muitas horas, o bandido põe em prática um novo plano: tentar sair do ônibus com a sua refém. Ouve-se um tiro, que atinge Maria. Vendo que iria ser baleado, José dispara mais três tiros de sua arma, que ferem mortalmente as costas da moça. O criminoso é dominado e posto na viatura, onde sorrateiramente morre. A defunta vira manchete, heroína. Passa-se uma semana e aquela foi apenas mais uma segunda-feira em uma grande metrópole.

Diógenes D’arce C. de Lima

REDAÇÃO DISSERTATIVA

A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relações de causa-conseqüência e pontos favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.

Partes de uma dissertação

A Introdução constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas.

O desenvolvimento é a segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.

Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente.

A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e conseqüências ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a base da dissertação. Causa, conseqüência, pró, contra são todos tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto.

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A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é:

Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente

ao tema e à sociedade brasileira atual.A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da

técnica adotada:

3 argumentos - um parágrafo explica cada um dos argumentos causas e conseqüências - podem estar distribuídas em 2 ou 3

parágrafos. Ou agrupam-se causas e conseqüências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma conseqüência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos.

prós e contras - são as mesmas opções da técnica de causas e conseqüências, substituídas por prós e contras

abordagem histórica - compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e conseqüências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de que não se tenha certeza.

abordagem comparativa - usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as duas ao mesmo tempo.

É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-lo.

Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode-se apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.

A conclusão representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em torno de 5 linhas.

Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema apresentado.

Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua. Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para

finalizar, conclui-se que, enfim...

EXEMPLO DE REDAÇÃO DISSERTATIVA:

Medo de inadimplência nos cartões de crédito tem base(Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo - 22/6/2010)

Os bancos brasileiros começam a se preocupar com o uso de cartões de crédito pela nova classe média, considerando que um afrouxamento do crescimento pode desencadear uma onda de inadimplência. A preocupação

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é largamente justificada, porém as instituições financeiras deveriam reconhecer que, em grande parte, são responsáveis por essa eventualidade.

Durante muito tempo os bancos procuraram difundir o uso de cartões de crédito levando em conta que os ganhos que auferiam das empresas comerciais que aceitavam o pagamento com cartão permitiam assumir o risco da inadimplência dos portadores de cartão. A oferta foi realizada sem levar em conta a capacidade financeira dos clientes, e nem todos tinham conta no banco emissor do cartão. Felizmente, houve um acordo entre os bancos para que emitissem cartão só quando fossem realmente pedidos.

No entanto, com o alargamento das classes C e D, os bancos foram solicitados a emitir novos cartões sem verificar a capacidade financeira dos seus titulares. E mais: utilizaram não apenas o atrativo do "pagamento mínimo", como inventaram o crédito rotativo para estimular os titulares dos cartões a recorrer a empréstimos vinculados aos cartões, chegando, em caso de atrasos, a cobrar juros de 238,30%, taxa muito maior do que a do cheque especial (181,30%), que já era muito elevada diante do crédito pessoal, com taxa de 42,9%.

E não esqueçamos de que esse aumento da emissão de cartões de crédito ocorreu quando o crédito consignado se ampliava e que a política de casa própria baixada pelo governo se traduz por um endividamento de prazo muito longo, em que o mutuário fará tudo para não perder o imóvel adquirido, que é a garantia para a instituição financeira.

Além disso, os bancos aceitaram que as lojas oferecessem pagamentos a prazo longo, muitas vezes com a garantia dos cartões de crédito.

Neste contexto, pode-se entender a preocupação dos bancos com a possibilidade futura de uma explosão de inadimplência, quando se considera que só no mês de abril se registraram 224,4 milhões de operações com cartões de crédito.

Caberia aos bancos mostrarem-se mais cautelosos na distribuição de cartões, fixando um limite de financiamento para eles. Seria bom, também, que estudassem a possibilidade de eliminar o "pagamento mínimo", que é um convite ao endividamento, e recusassem operações com prazos de pagamentos de mais de três meses.