Tomás de Alencar

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Tomás de Alencar JOANA RODRIGUES, Nº7, 11ºB

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Tomás

de

Alencar

JOANA RODRIGUES, Nº7, 11ºB

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Quem foi?

Ele apresentou Maria Monforte a Pedro;

Representa o Romantismo, na 2º

geração da família Maia;

É o Poeta das “Vozes de Aurora”, o

Estilista de “Elvira”, o Dramaturgo do

“Segredo do Comendador”;

Amigo de Carlos da Maia;

Posteriormente, na 3º geração,

surge como um o símbolo do

ultrarromantismo;

Falso moralista

Incoerente.

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Caracterização Psicológica

Era calvo, em toda a sua pessoa "havia alguma coisa de antiquado, de artificial e de

lúgubre". Simboliza o romantismo piegas.

Era camarada, inseparável e íntimo de Pedro da Maia

Eça serve-se desta personagem para construir discussões de escola, entre naturalistas

e românticos, numa versão caricatural da Questão Coimbrã.

Não tem defeitos e possui um coração grande e generoso. É um gentleman e um

patriota à moda antiga. É o poeta do ultrarromantismo.

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1º aparecimento

Surge no Cap. I quando Pedro vê pela 1ª vez Maria Monforte:

“… Mas um rapaz alto, macilento, de bigodes negros, vestido de

negro, que fumava encostado à outra ombreira, numa pose de tédio…”

“E o Alencar, depois de passar os dedos magros pelos anéis da

cabeleira e pelas pontas do bigode…”

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Menções

É por uma carta dele que Afonso da Maia toma conhecimento de que Mª

Monforte se encontra em Paris

É também ele que informa que Mª Monforte tinha um retrato duma

criança que diz a Alencar ser da filha, que morreu em Londres.

Tanto Alencar como Afonso da Maia partem do princípio de que se trata

da filha mais velha. Afonso da Maia presume assim que a neta morreu.

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Jantar no Hotel Central

« Ega exclamou: “Saúde ao poeta!”

E apareceu um indivíduo muito alto (…), com uma face

escaveirada, olhos encovados, e sob o nariz aquilino, longos

espessos, românticos bigodes grisalhos (…)

Era ele! O ilustre cantor das Vozes de Aurora, o estilista de Elvira, o

dramaturgo do Segredo do Comendador. »

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Alencar diz a origem do nome de

Carlos

« - Teu pai – dizia ele – o meu Pedro, queria-te pôr o nome de Afonso (…) Mas tua mãe

(…) teimou em que havias de ser Carlos. E justamente por causa de um romance que eu

lhe emprestara. (…) Era um romance sobre o último Stuart, aquelo belo tipo do príncipe

Carlos Eduardo (…)Consultou-me, consultava-me sempre sempre, nesse tempo eu era

alguém (…). Enfim, voltei-me para tua mãe, e disse-lhe, palavras textuais: “Ponha-lhe o

nome de Carlos Eduardo (…) que é o verdadeiro nome para o frontispício de um

poema, para a fama de um heroísmo ou para o lábio de uma mulher!” »

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Segundo o ponto de vista de Alencar – que é o ponto de vista do

Romantismo -, as senhoras poderiam ler literatura romântica sem corar, o que

não acontecia com a literatura realista e naturalista que alimentava o gosto

por pintar ambientes sórdidos e analisar situações escabrosas.

Por isso refere que, nesses tempos, não havia “a pústula e o pus”, referindo-se

ao Realismo e ao Naturalismo.

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Discussão entre Ega e Alencar

No final do jantar, Ega recita com entusiasmo poemas de um

poeta moderno, Simão Craveiro.

Alencar que detestava Craveiro, o homem da “Ideia Nova”, o

“Paladino do Realismo”, condenou esses versos e ficou

visivelmente transtornado.

(Capitulo VI)

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« Alencar passou a mão pela testa lívida, e com o olho cavo fito no outro, a voz

rouca e lenta:

- Olha, João da Ega, (…) Todos esses epigramas, esses dichotes lorpas do raquítico, e

dos que o admiram, passam-me pelos pés como enxurro de cloaca… O que faço é

arregaçar as calças! (…) Mais nada, meu Ega (…)

E arregaçou-as realmente (…)

- Pois quando encontrares enxurros desses – gritou-lhe o Ega – agacha-te e bebe-os!

Dão-te sangue e força ao lirismo!

Mas Alencar, sem o ouvir, berrava para os outros (…) »

Excertos da discussão

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« (…) – Não se esborracham assim crânios – disse de lá o Ega num tom frio de

troça.

Alencar voltou para ele um face medonha (…) todo ele tremia:

- Esborrachava-lho, sim, esborrachava, João da Ega! (…) – Mas não

quero, rapazes! Dentro daquele crânio só há excremento, vómito, pus, matéria

verde, e se lhos esborrachasse, porque lho esborrachava, rapazes, todo o miolo

podre saía, empestava a cidade, tínhamos o cólera! Irra! Tínhamos a peste! »

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« (…) – Com efeito, não vale a pena ninguém zangar-se por causa desse Craveirote

de Ideia Nova (…) que se não lembra que a porca da irmã é um meretriz de doze

vinténs em Marco de Canaveses!

- Não, isso agora é de mais, pulha! – gritou Ega, arremessando-se, de punhos

fechados.

(…) E, de entre os braços de Cohen, Ega berrava, já rouco:

- Esse pulha, esse covarde… Deixe-me, Cohen! Não, isso hei-de esbofeteá-lo!... A D.

Ana Craveiro, uma santa!... Esse caluniador… Não, isso hei-de esganá-lo. »

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« O autor de Elvira (…) exclamou que entre ele e o Ega não devia ficar uma

nuvem! Tinha-se excedido (…) E ali declarava bem alto que D. Ana Craveiro era

uma santa!

(…) Abraçaram-se. Alencar jurou que ainda na véspera, em casa de D. Joana

Coutinho, ele dissera que não conhecia ninguém mais cintilante que o Ega! Ega

afirmou logo que em poemas nenhuns corria, como nos do Alencar, uma tão bela

veia lírica. Apertaram-se outra vez, com palmadas pelos ombros. Trataram-se de

irmãos na arte, trataram-se de génios. »

Reconciliação entre Ega e Alencar