TRABALHO DE TRABALHO DE ARTES: ARTES:

Missão Artística Francesa Missão Artística Francesa no Brasilno Brasil

Aluna: Alessandra Negrini Dalla BarbaAluna: Alessandra Negrini Dalla BarbaSérie: 3ºMKSérie: 3ºMKProfª VeraProfª Vera

Londrina – PRLondrina – PR20082008

Início do século XIXInício do século XIX O início do século XIX no Brasil é marcado pela O início do século XIX no Brasil é marcado pela

chegada da família real portuguesa, que fugia do chegada da família real portuguesa, que fugia do conflito entre França e Inglaterra.conflito entre França e Inglaterra.

D. João VI começou uma série de reformas D. João VI começou uma série de reformas administrativas, sócio-econômicas e culturais no país, administrativas, sócio-econômicas e culturais no país,

criando as primeiras fábricas e instituições.criando as primeiras fábricas e instituições. A partir de então, o Brasil começa a receber forte A partir de então, o Brasil começa a receber forte

influência da cultura européia. Essa tendência influência da cultura européia. Essa tendência europeizante da cultura da colônia se afirma ainda europeizante da cultura da colônia se afirma ainda mais com a chegada da Missão Artística Francesa, mais com a chegada da Missão Artística Francesa,

oito anos após a vinda da família real.oito anos após a vinda da família real.

Missão Artística FrancesaMissão Artística Francesa

A Missão Artística Francesa chegou ao Brasil em A Missão Artística Francesa chegou ao Brasil em 1816, chefiada por Joachin Lebreton. Dela faziam 1816, chefiada por Joachin Lebreton. Dela faziam

parte, entre outros artistas, Nicolas-Antoine parte, entre outros artistas, Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e Auguste-Henri-Taunay, Jean-Baptiste Debret e Auguste-Henri-

Victor Grandjean de Montigny.Victor Grandjean de Montigny. Esse grupo organizou a Escola Real das Ciências, Esse grupo organizou a Escola Real das Ciências,

Artes e Ofícios, que, após ter recebido diversos Artes e Ofícios, que, após ter recebido diversos nomes, passou a ser chamada, em 1826, de nomes, passou a ser chamada, em 1826, de

Imperial Academia e Escola de Belas-Artes.Imperial Academia e Escola de Belas-Artes.

1ª Geração1ª Geração

Jean-Baptiste DebretJean-Baptiste Debret (1768-1830)(1768-1830)

Jean-Baptiste DebretJean-Baptiste Debret Debret é certamente o artista da Missão Artística Debret é certamente o artista da Missão Artística Francesa mais conhecido pelos brasileiros, pois seus Francesa mais conhecido pelos brasileiros, pois seus trabalhos, que documentam a vida no Brasil durante trabalhos, que documentam a vida no Brasil durante

o século XIX, são muito reproduzidos nos livros o século XIX, são muito reproduzidos nos livros escolares.escolares.

Em 1791, Debret já era um artista premiado na Em 1791, Debret já era um artista premiado na Europa e, nos primeiros anos do século XIX, recebia Europa e, nos primeiros anos do século XIX, recebia

encomendas da corte francesa para pintar quadros encomendas da corte francesa para pintar quadros com temas relacionados ao Imperador Napoleão. Em com temas relacionados ao Imperador Napoleão. Em 1816, tendo decidido viajar, veio para o Brasil, aqui 1816, tendo decidido viajar, veio para o Brasil, aqui

permanecendo até 1831.permanecendo até 1831.

A obra que realizou no Brasil foi imensa: A obra que realizou no Brasil foi imensa: retratos da família real, não esquecendo de retratos da família real, não esquecendo de

destacar a forte presença dos escravos, destacar a forte presença dos escravos, pinturas de cenário para o Teatro São João e pinturas de cenário para o Teatro São João e trabalhos de ornamentação da cidade do Rio trabalhos de ornamentação da cidade do Rio

de Janeiro para festas públicas e oficiais, de Janeiro para festas públicas e oficiais, como para as solenidades da aclamação de como para as solenidades da aclamação de

Dom João VI. Foi também professor de Dom João VI. Foi também professor de Pintura Histórica da Academia de Belas-Pintura Histórica da Academia de Belas-

Artes e realizador da primeira exposição de Artes e realizador da primeira exposição de arte no Brasil, inaugurada em 2 de dezembro arte no Brasil, inaugurada em 2 de dezembro

de 1829.de 1829.

Viagem Pitoresca e Histórica Viagem Pitoresca e Histórica pelo Brasilpelo Brasil

O francês Jean-Baptiste Debret esteve no Brasil O francês Jean-Baptiste Debret esteve no Brasil entre 1816 e 1831, quando elaborou uma série entre 1816 e 1831, quando elaborou uma série

de "pranchas"(desenhos) que foram inseridas na de "pranchas"(desenhos) que foram inseridas na sua obra Voyage Pitoresque et Historique au sua obra Voyage Pitoresque et Historique au

Brésil (Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil), Brésil (Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil), organizada e escrita depois de seu retorno para a organizada e escrita depois de seu retorno para a

França. A publicação ocorreu em Paris, em França. A publicação ocorreu em Paris, em 1834, por Firmin Didot Frères. 1834, por Firmin Didot Frères.

Na sua volta à França, muitos amigos o Na sua volta à França, muitos amigos o incentivaram a lançar uma obra literária incentivaram a lançar uma obra literária

relatando sua viagem, tomando como base seus relatando sua viagem, tomando como base seus desenhos e notas feitos no Brasil. Para viabilizar desenhos e notas feitos no Brasil. Para viabilizar

a publicação, o francês elaborou textos que a publicação, o francês elaborou textos que complementavam as imagens. complementavam as imagens.

Debret afirma nos seus escritos que desejava "compor uma Debret afirma nos seus escritos que desejava "compor uma verdadeira obra histórica brasileira, em que se desenvolve verdadeira obra histórica brasileira, em que se desenvolve progressivamente uma civilização que já honra esse povo, progressivamente uma civilização que já honra esse povo,

naturalmente dotado das mais preciosas qualidades, o bastante naturalmente dotado das mais preciosas qualidades, o bastante para merecer um paralelo vantajoso com as nações mais para merecer um paralelo vantajoso com as nações mais

brilhantes do antigo continente". Para o artista, suas pinturas e brilhantes do antigo continente". Para o artista, suas pinturas e notas deveriam ser bastante impessoais, não registrando suas notas deveriam ser bastante impessoais, não registrando suas

impressões, devendo, portanto, retratar a natureza e a realidade impressões, devendo, portanto, retratar a natureza e a realidade como verdadeiros documentos históricos e cosmográficos. como verdadeiros documentos históricos e cosmográficos.

Voyage Pitoresque et Historique au Brésil foi traduzida para o Voyage Pitoresque et Historique au Brésil foi traduzida para o português por Sérgio Milliet em meados do século XX e é português por Sérgio Milliet em meados do século XX e é composta por três tomos. O primeiro apresenta os índios e composta por três tomos. O primeiro apresenta os índios e aspectos da mata e de outras formações vegetais nativas; o aspectos da mata e de outras formações vegetais nativas; o

segundo volume concentra-se nos escravos negros, no pequeno segundo volume concentra-se nos escravos negros, no pequeno trabalho urbano e nos artesãos e nas práticas agrícolas da trabalho urbano e nos artesãos e nas práticas agrícolas da

época; o terceiro trata de cenas do cotidiano, das manifestações época; o terceiro trata de cenas do cotidiano, das manifestações culturais como as festas e as tradições populares. culturais como as festas e as tradições populares.

Primeiro Primeiro Volume Volume

← Família de um Chefe Camacã preparando-se para uma festa

Bugres, Provínciade Santa Catarina →

Neste primeiro volume, ele procurou retratar a Neste primeiro volume, ele procurou retratar a vida dos índios no Brasil e os locais em que vida dos índios no Brasil e os locais em que estes viviam, principalmente as matas. Ele estes viviam, principalmente as matas. Ele

retratou com muita fidelidade as pessoas e os retratou com muita fidelidade as pessoas e os lugares, detalhando cada planta, roupa, objeto lugares, detalhando cada planta, roupa, objeto ou qualquer outra coisa que representou em ou qualquer outra coisa que representou em

sua obra. Dentro desse volume, além das sua obra. Dentro desse volume, além das várias obras, ele colocou alguns desenhos dos várias obras, ele colocou alguns desenhos dos objetos indígenas, suas casas, e até mesmo a objetos indígenas, suas casas, e até mesmo a aparência de alguns selvagens. Este primeiro aparência de alguns selvagens. Este primeiro

volume foi uma espécie de descrição dos volume foi uma espécie de descrição dos índios que viviam no Brasil na época.índios que viviam no Brasil na época.

Cabanas indígenasCabeças de diferentes

tribos selvagens

Segundo Segundo Volume Volume

← Mercado da Rua do Valongo

Sapataria →

No segundo volume, Debret retratou a No segundo volume, Debret retratou a cidade do Rio de Janeiro e as pessoas que cidade do Rio de Janeiro e as pessoas que ali vivam, principalmente os negros. Ele ali vivam, principalmente os negros. Ele

inicia mostrando a vista do Rio de Janeiro e inicia mostrando a vista do Rio de Janeiro e depois começa a mostrar a sociedade, depois começa a mostrar a sociedade, sempre com enfoque nos escravos. Há sempre com enfoque nos escravos. Há

obras retratando o que os negros faziam, obras retratando o que os negros faziam, qual era sua aparência e como os brancos qual era sua aparência e como os brancos

os tratavam, sempre representando os tratavam, sempre representando fielmente a realidade, com todos os fielmente a realidade, com todos os

detalhes que esta possui.detalhes que esta possui.

Vista geral da cidade do Rio de Janeiro tomada da enseada da Praia Grande

Escravas negras de diferentes nações

Terceiro Terceiro Volume Volume

Coroação de Dom Pedro, Imperador do Brasil

Folia do Divino

No terceiro volume, o artista retratou No terceiro volume, o artista retratou principalmente as festas, ainda mostrando a principalmente as festas, ainda mostrando a

participação dos negros na sociedade e como participação dos negros na sociedade e como era grande a influência da igreja sobre a era grande a influência da igreja sobre a

sociedade daquela época. Neste volume ele sociedade daquela época. Neste volume ele também retratou muito a nobreza, também retratou muito a nobreza,

representando a coroação de alguns representando a coroação de alguns imperadores e as vestimentas dos oficiais do imperadores e as vestimentas dos oficiais do exército. Este volume foi uma descrição do exército. Este volume foi uma descrição do Rio de Janeiro de modo geral, levando em Rio de Janeiro de modo geral, levando em

consideração todas as classes sociais, criando, consideração todas as classes sociais, criando, dessa forma, um retrato do Brasil.dessa forma, um retrato do Brasil.

Uniformes militares

Casamento de negros escravos de uma casa rica - Enterro de um

negrinho

2ª Geração2ª Geração

Pedro AmPedro Améérico de Figueiredo e rico de Figueiredo e MeloMelo

(1843-1905)(1843-1905)

Pedro AmPedro Améérico de Figueiredo e Melorico de Figueiredo e Melo Pedro AmPedro Améérico de Figueiredo e Melo nasceu em rico de Figueiredo e Melo nasceu em

Areia, Estado da Paraíba. Com apenas 10 anos, Areia, Estado da Paraíba. Com apenas 10 anos, foi escolhido como desenhista da missão foi escolhido como desenhista da missão

científica do naturalista francês Louis Jacques científica do naturalista francês Louis Jacques Brunet, para estudar a flora e da fauna do Brunet, para estudar a flora e da fauna do

Nordeste do Brasil. Em 1854 passou a morar no Nordeste do Brasil. Em 1854 passou a morar no Rio de Janeiro, onde freqüentou o Colégio Pedro Rio de Janeiro, onde freqüentou o Colégio Pedro II e, depois, a Academia de Belas-Artes. Entre II e, depois, a Academia de Belas-Artes. Entre os anos de 1859 e 1864 estudou na Escola de os anos de 1859 e 1864 estudou na Escola de

Belas-Artes de Paris, sob o patrocínio de Dom Belas-Artes de Paris, sob o patrocínio de Dom Pedro II. Sua pintura abrangeu temas bíblicos e Pedro II. Sua pintura abrangeu temas bíblicos e

históricos, mas também realizou imponentes históricos, mas também realizou imponentes retratos.retratos.

Na capital francesa, cursou filosofia e literatura na Na capital francesa, cursou filosofia e literatura na Universidade Sorbonne, além de iniciar o estudo Universidade Sorbonne, além de iniciar o estudo da física no Instituto Ganot. Também escreveu da física no Instituto Ganot. Também escreveu

poemas, estudos e romances. Seu ensaio sobre a poemas, estudos e romances. Seu ensaio sobre a "Refutação da Vida de Jesus por Renan" valeu-lhe "Refutação da Vida de Jesus por Renan" valeu-lhe

a comenda papal da Ordem do Santo Sepulcro. a comenda papal da Ordem do Santo Sepulcro. Entre suas obras literárias e filosóficas, destacam-Entre suas obras literárias e filosóficas, destacam-

se "A Reforma da Academia de Belas Artes de se "A Reforma da Academia de Belas Artes de Paris", "Discursos sobre a Estética e Ciência e os Paris", "Discursos sobre a Estética e Ciência e os

Sistemas“. Obteve o doutorado em ciências físicas Sistemas“. Obteve o doutorado em ciências físicas em Bruxelas, na Bélgica. Antes de voltar ao em Bruxelas, na Bélgica. Antes de voltar ao

Brasil, passou por Lisboa, onde se casou com a Brasil, passou por Lisboa, onde se casou com a filha do Conde de Porto Alegre. No Rio, tornou-filha do Conde de Porto Alegre. No Rio, tornou-se professor de desenho da Academia Imperial de se professor de desenho da Academia Imperial de

Belas Artes. A seguir, ganhou a cátedra de Belas Artes. A seguir, ganhou a cátedra de história da arte, estética e arqueologia .história da arte, estética e arqueologia .

O quadro O Grito do Ipiranga, atualmente no Museu O quadro O Grito do Ipiranga, atualmente no Museu Paulista, é a obra mais divulgada de Pedro Américo. Paulista, é a obra mais divulgada de Pedro Américo. Trata-se de uma enorme tela retangular que mostra Trata-se de uma enorme tela retangular que mostra

Dom Pedro I proclamando a Independência do Dom Pedro I proclamando a Independência do Brasil. Atrás dele estão seus acompanhantes: à Brasil. Atrás dele estão seus acompanhantes: à

direita e à frente do grupo principal, num grande direita e à frente do grupo principal, num grande semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; à semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; à

esquerda, e em contraponto aos cavaleiros, está um esquerda, e em contraponto aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por um homem do campo longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena curioso. Movimento e impotência que olha a cena curioso. Movimento e impotência fazem do gesto de Dom Pedro I, na concepção do fazem do gesto de Dom Pedro I, na concepção do pintor, um movimento privilegiado da História do pintor, um movimento privilegiado da História do

Brasil.Brasil.

Independência ou Morte – O Grito do Ipiranga (1888)

A pintura de Pedro Américo é, sem dúvida, acadêmica A pintura de Pedro Américo é, sem dúvida, acadêmica e ligada ao Neoclassicismo. Mesmo tendo estado na e ligada ao Neoclassicismo. Mesmo tendo estado na

Europa numa época em que já começavam as Europa numa época em que já começavam as manifestações impressionistas, sua produção manteve-manifestações impressionistas, sua produção manteve-se fiel aos princípios da Imperial Academia de Belas-se fiel aos princípios da Imperial Academia de Belas-

Artes.Artes. Seus quadros mais conhecidos são Batalha do Avaí, O Seus quadros mais conhecidos são Batalha do Avaí, O

Grito do Ipiranga, Judith e Holofernes, Rabequista Grito do Ipiranga, Judith e Holofernes, Rabequista Árabe, Tirandentes esquartejado. A Batalha do Avaí, Árabe, Tirandentes esquartejado. A Batalha do Avaí,

segundo Cardoso de Oliveira, seu biógrafo, é segundo Cardoso de Oliveira, seu biógrafo, é considerada uma das mais notáveis obras-primas da considerada uma das mais notáveis obras-primas da arte mundial. Com 48 metros quadrados, a pintura arte mundial. Com 48 metros quadrados, a pintura

representa a batalha da guerra do Paraguai. Os representa a batalha da guerra do Paraguai. Os personagens de maior destaque na cena são o Duque de personagens de maior destaque na cena são o Duque de Caxias e o general Osório, este no momento em que é Caxias e o general Osório, este no momento em que é

atingido por um tiro na boca.atingido por um tiro na boca.

Eleito deputado na Assembléia Constituinte Eleito deputado na Assembléia Constituinte de 1890, apresentou projetos de interesse de 1890, apresentou projetos de interesse cultural. Em 1900, em Florença, pintou cultural. Em 1900, em Florença, pintou

"Paz e Concórdia", a grande tela alegórica "Paz e Concórdia", a grande tela alegórica que foi seu último trabalho e está exposta no que foi seu último trabalho e está exposta no

Palácio do Itamarati, em Brasília.Palácio do Itamarati, em Brasília. Américo foi um dos mais famosos artistas Américo foi um dos mais famosos artistas de sua época e é um dos principais nomes da de sua época e é um dos principais nomes da

pintura histórica brasileira. Morreu em pintura histórica brasileira. Morreu em Florença, aos 62 anos, e foi enterrado na Florença, aos 62 anos, e foi enterrado na Paraíba, a pedido do governo do estado.Paraíba, a pedido do governo do estado.

Batalha do Avaí (1872-1877)

Rabequista Árabe (1884)

Pax et Concordia – Paz e Concórdia (1895)

3ª Geração3ª Geração

João Zeferino da CostaJoão Zeferino da Costa (1840-1916)(1840-1916)

Em 1857 ingressou na Academia Imperial de Belas Artes Em 1857 ingressou na Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), onde se destacou como aluno de Victor Meirelles.(AIBA), onde se destacou como aluno de Victor Meirelles.

Participou das exposições da AIBA, nos quais obteve as Participou das exposições da AIBA, nos quais obteve as seguintes premiações: medalha de prata em 1859, medalha seguintes premiações: medalha de prata em 1859, medalha

de ouro em 1860, grande medalha de prata em 1866 e de ouro em 1860, grande medalha de prata em 1866 e prêmio de viagem à Europa em 1868, com o qual viajou prêmio de viagem à Europa em 1868, com o qual viajou

para Roma. para Roma. A 19 de julho de 1868 estava em Roma, matriculando-se A 19 de julho de 1868 estava em Roma, matriculando-se

logo depois na classe de Cesare Mariani na Academia de logo depois na classe de Cesare Mariani na Academia de São Lucas. Mariani, antigo aluno de Tomasso Minardi, São Lucas. Mariani, antigo aluno de Tomasso Minardi,

gozava de boa reputação como pintor de história e como gozava de boa reputação como pintor de história e como decorador de igrejas, e foi quem certamente incutiu em decorador de igrejas, e foi quem certamente incutiu em

Zeferino o amor ao assunto sacro e às grandes decorações Zeferino o amor ao assunto sacro e às grandes decorações religiosas em que mais tarde se notabilizaria. Durante seu religiosas em que mais tarde se notabilizaria. Durante seu curso em Roma, Zeferino ganhou dois primeiros prêmios curso em Roma, Zeferino ganhou dois primeiros prêmios

em pintura histórica e de nu. Foi durante essa longa em pintura histórica e de nu. Foi durante essa longa permanência na Europa que o artista brasileiro produziu permanência na Europa que o artista brasileiro produziu

algumas de suas obras mais importantes, como A Caridade, algumas de suas obras mais importantes, como A Caridade, O óbolo da viúva e A Pompeana.O óbolo da viúva e A Pompeana.

Retornando em 1877 ao Brasil, Retornando em 1877 ao Brasil, substituiu temporariamente Victor substituiu temporariamente Victor Meirelles na cadeira de Pintura histórica na AIBA. Meirelles na cadeira de Pintura histórica na AIBA. Zeferino foi Zeferino foi

nomeado professor da Academianomeado professor da Academia, lecionando nas cadeiras de , lecionando nas cadeiras de desenho, de pintura de paisagem e de desenho de modelo vivo, já na desenho, de pintura de paisagem e de desenho de modelo vivo, já na então chamada Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). então chamada Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Zeferino Zeferino

manteve-se nesta profissão praticamente até o fim de sua vida, manteve-se nesta profissão praticamente até o fim de sua vida, mostrando-se de grande dedicação e contribuindo para o mostrando-se de grande dedicação e contribuindo para o

aprimoramento de inúmeros artistas.aprimoramento de inúmeros artistas. Uma das grandes oportunidades de sua carreira artística se Uma das grandes oportunidades de sua carreira artística se

apresentou quando, concluída a construção da Igreja da Candelária, apresentou quando, concluída a construção da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, com a adição da nova cúpula desenhada por no Rio de Janeiro, com a adição da nova cúpula desenhada por

Daniel Pedro Ferro Cardoso, pensou-se em decorá-la com pinturas Daniel Pedro Ferro Cardoso, pensou-se em decorá-la com pinturas que evocassem o milagre ocorrido, séculos antes, a Antônio Martins que evocassem o milagre ocorrido, séculos antes, a Antônio Martins

de Palma e Leonor Gonçalves. De início, a idéia era confiar a de Palma e Leonor Gonçalves. De início, a idéia era confiar a decoração a pintores italianos, mas, por sugestão do próprio Dom decoração a pintores italianos, mas, por sugestão do próprio Dom

Pedro II, foi a tarefa entregue a Zeferino da Costa. Realizando Pedro II, foi a tarefa entregue a Zeferino da Costa. Realizando também as decorações para o teto da capela-mor, Zeferino fixou, nos também as decorações para o teto da capela-mor, Zeferino fixou, nos seis imensos painéis que ornamentam a nave da igreja, a história do seis imensos painéis que ornamentam a nave da igreja, a história do milagre. Nos trabalhos decorativos da Candelária, Zeferino contou milagre. Nos trabalhos decorativos da Candelária, Zeferino contou

com a colaboração de diversos de seus ex-alunos da Academia.com a colaboração de diversos de seus ex-alunos da Academia.

Teto da cúpula da Igreja da Candelária

Em seis imensos painéis fixou Zeferino a história do Em seis imensos painéis fixou Zeferino a história do milagre: A Partida de Palma, A Tempestade, A Chegada ao milagre: A Partida de Palma, A Tempestade, A Chegada ao Rio de Janeiro, A Inauguração da Capela, O Lançamento da Rio de Janeiro, A Inauguração da Capela, O Lançamento da

Pedra Fundamental da Igreja e A Sagração Solene, Pedra Fundamental da Igreja e A Sagração Solene, estendendo-se o trabalho (no qual teve a colaboração de estendendo-se o trabalho (no qual teve a colaboração de

diversos alunos, como Castagneto e Oscar Pereira da Silva) diversos alunos, como Castagneto e Oscar Pereira da Silva) de 1880 a 1883. de 1880 a 1883.

Comentando tal obra, afirmou Araújo Viana: “A Comentando tal obra, afirmou Araújo Viana: “A composição, em seu conjunto, não tem rival no Rio de composição, em seu conjunto, não tem rival no Rio de

Janeiro, quanto à magnitude dos assuntos tratados com uma Janeiro, quanto à magnitude dos assuntos tratados com uma técnica admirável, quanto às reconstituições arqueológicas técnica admirável, quanto às reconstituições arqueológicas constantes dos painéis das naves, quanto às dificuldades de constantes dos painéis das naves, quanto às dificuldades de perspectiva vencidas nas concavidades ou curvaturas dos perspectiva vencidas nas concavidades ou curvaturas dos tetos, naturalmente por estudos prévios em cartões, onde tetos, naturalmente por estudos prévios em cartões, onde Zeferino da Costa seguiu à risca as lições dos mestres da Zeferino da Costa seguiu à risca as lições dos mestres da

pintura histórica.”pintura histórica.”

Do ponto de vista artístico, e vista como um todo, Do ponto de vista artístico, e vista como um todo, a pintura de Zeferino da Costa parece-nos fria e a pintura de Zeferino da Costa parece-nos fria e sem vibração. Como tantos pintores da época, sem vibração. Como tantos pintores da época,

Zeferino concedeu toda a prioridade à forma, ao Zeferino concedeu toda a prioridade à forma, ao desenho, negligenciando a cor e a textura. O desenho, negligenciando a cor e a textura. O

resultado é uma obra tecnicamente correta, na boa resultado é uma obra tecnicamente correta, na boa tradição européia, mas a que falta emoção. tradição européia, mas a que falta emoção.

Nas grandes decorações da Candelária portou-se Nas grandes decorações da Candelária portou-se com a costumeira perícia, resolvendo grandes com a costumeira perícia, resolvendo grandes

espaços com auxílio de um desenho sólido e de espaços com auxílio de um desenho sólido e de discreta palheta; mas não foi propriamente dotado discreta palheta; mas não foi propriamente dotado

de sentimento para a pintura religiosa. de sentimento para a pintura religiosa.

A Caridade

FONTESFONTES http://www.pitoresco.com.brhttp://www.pitoresco.com.br http://www.bibvirt.futuro.usp.brhttp://www.bibvirt.futuro.usp.br http://www.dezenovevinte.nethttp://www.dezenovevinte.net http://www.google.com.brhttp://www.google.com.br http://www.yahoo.com.brhttp://www.yahoo.com.br http://www.e-biografias.nethttp://www.e-biografias.net http://pt.wikipedia.orghttp://pt.wikipedia.org Livro História da Arte – Graça ProençaLivro História da Arte – Graça Proença