Trabalho de Metodologia - Mesa Redonda
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FAINC - FACULDADES INTEGRADAS CORAÇÃO DE JESUSPlanejamento e Gerenciamento de Sistemas de Informação
Andréia de AlmeidaAngélica Ilacqua Maragliano
Anna Natália B. N. PAZCarolina Malange
Érica MendesFabiana Guimarães
ABORTO: QUAL O ASPECTO RELIOGIOSO, LEGAL, POLÍTICO, CIENTÍFICO E ÉTICO?
Santo André2011
Andréia de AlmeidaAngélica Ilacqua Maragliano
Anna Natália B. N. PAZCarolina Malange
Érica MendesFabiana Guimarães
ABORTO: QUAL O ASPECTO RELIOGIOSO, LEGAL, POLÍTICO, CIENTÍFICO E ÉTICO?
Trabalho apresentado à disciplina de Sistema de Informação sob a Ótica da Metodologia Científica do curso de Pós Graduação em Planejamento e Gerenciamento de Sistemas de Informação.
Santo André2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................04
2. ASPECTO RELIGIOSO...................................................................................05
2.1 Espiritismo.........................................................................................................05
2.2 Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – Mórmons.................... 05
2.3 Judaísmo............................................................................................................ 05
2.4 Islamismo.......................................................................................................... 06
2.5 Testemunhas de Jeová....................................................................................... 06
2.6 Catolicismo........................................................................................................ 07
2.7 Igreja Presbiteriana............................................................................................ 07
2.8 Umbanda e Candomblé..................................................................................... 08
2.9 Igreja Adventista do Sétimo Dia....................................................................... 08
2.10 Assembleia de Deus........................................................................................ 08
2.11 Igreja Batista................................................................................................... 09
2.12 Budismo.......................................................................................................... 09
2.13 Seicho-No-Ie................................................................................................... 09
2.14 Hare Krishna................................................................................................... 10
3. ASPECTO LEGAL........................................................................................... 11
3.1 Visão jurídica.................................................................................................... 11
4. ASPECTO POLÍTICO..................................................................................... 13
4.1 Curiosidade....................................................................................................... 14
5. ASPECTO CIENTÍFICO................................................................................. 16
5.1 Visão genética................................................................................................... 16
5.2 Visão embriológica........................................................................................... 16
5.3 Visão neurológica.............................................................................................. 16
5.4 Visão ecológica ............................................................................................. 17
5.5 Visão metabólica............................................................................................... 17
6. ASPECTO ÉTICO.............................................................................................18
7. CONCLUSÃO................................................................................................ 20
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................. 21
1. INTRODUÇÃO
Na mesa redonda será apresentado o tema Aborto. Aborda a análise sob os aspectos: religioso, legal, político, científico e ético.
No aspecto religioso a argumentação contra o aborto se deduz da fé na dignidade de toda pessoa, criada à imagem e semelhança de Deus e na vocação do homem à fraternidade universal por um amor, respeito e justiça. As leis de Deus são soberanas e o aborto não se enquadrará nos processos morais.
De acordo com aspecto jurídico, o aborto é considerado como crime e pode levar a prisão. As leis são baseadas no Código Penal Brasileiro para que possa tomar as medidas cabíveis para cada ato decidido.
Sob o aspecto político, muito pouco debatido, apresenta-se a legalização do aborto, como uma questão de saúde pública em todos os aspectos – físicos, psicológicos.
Será discutido no aspecto científico sobre o início da vida, quando começamos a existir e a responsabilidade do médico como aquele que protege e cuida da vida humana.
A importância do aspecto ético na sociedade como promotora da vida, criando condições econômicas, sociais, culturais para o desenvolvimento integral das pessoas.
2. ASPECTO RELIGIOSO
2.1 Espiritismo
O Espiritismo é contra o aborto, salvo quando for para salvar a mãe, se ela
estiver em risco de vida. Nada acontece por acaso; por isso uma gravidez não
deve ser interrompida em nome da beleza, da estética, da justiça dos homens
ou simplesmente porque alguém o quer. O livro arbítrio de hoje traz
arrastamentos para amanhã, como os efeitos de hoje são consequências das
ações de ontem.
O aborto provocado gera consequências negativas para aquele que tomar a
decisão, seja homem ou mulher, porque se nós temos o direito à vida, o feto
que é um humano, em formação, o tem também.
(Federação Espírita do Estado de São Paulo - Moacyr Petrone)
2.2 Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – Mórmons
Os métodos anticoncepcionais são amplamente usados pelos adeptos da
nossa igreja. Mas o que a igreja deseja é que se tenham bastante filhos,
porque quanto mais filho, mais corpos haverão para os espíritos que estão
esperando estes corpos para virem a Terra e se tornarem filhos do nosso Pai
celestial. O aborto para nós é crime hediondo e que não aceitamos de forma
alguma. É atentar contra a própria vida.
(Sede Nacional – SP - Antônio Fernandes)
2.3 Judaísmo
Nós somos contra o aborto porque estamos matando uma vida em potencial.
Ninguém tem o direito de eliminar uma vida em potencial. Nós não somos os
donos da vida, mas somente Deus. Mas legalmente é permitido quando se
trata de salvar a vida da mulher ou em caso de estupro. O aborto é legalmente
viável, porém moralmente restrito. Legalmente viável porque não é um
assassinato como é para a Igreja Católica, por exemplo, ou nossos irmãos
cristãos. Não é um assassinato porque ainda não é um ser vivo, só começa a
vida para nós judeus depois dos nove meses, quando sai do útero da mãe.
Então, não sendo um assassinato, em condições muito especiais ou radicais,
mas a princípio somos contra o aborto. Em relação aos anticoncepcionais
somos a favor, uma vez que a procriação não é o único mandamento. O sexo
no contexto do amor é um relacionamento muito legítimo. Os rabinos encaram
o sexo como algo nobre desde que haja respeito e amor.
(Congregação Israelita Paulista - SP - Rabino Henri Sobel - Rabino Henri
Sobel)
2.4 Islamismo
O Islam é igual as outras religiões, portanto, condena e ilícita o aborto e só
aceita quando a gravidez é risco de vida para a mãe, e a opinião do Islam
sobre os métodos anticoncepcionais é a favor desde que isso seja para o bem
da família e de acordo com o casal.
(Sociedade Beneficente Muçulmana - SP – Sheick Rabi Al Ababi)
2.5 Testemunhas de Jeová
Seguindo a orientação bíblica, as Testemunhas de Jeová consideram a vida
uma dádiva de Deus, algo sagrado. O aborto é uma prática que não se
enquadra nesta descrição. Jeová mostra que considera até mesmo a vida de
uma criança por nascer como preciosa e sagrada (Êxodo 21: 22-25). Na lei
dada ao antigo Israel, provocar a morte de um nascituro era punido com a pena
de morte, assim como ocorria no caso de um adulto.
A prática de métodos anticoncepcionais que simplesmente impeçam a
fecundação do óvulo como o uso de pílulas anticoncepcionais e camisinhas,
pode ser conscienciosamente aplicada, cabendo a cada casal decidir qual o
método mais apropriado e se será aplicado. No entanto, a utilização de
métodos que impeçam a continuidade do processo de desenvolvimento de um
óvulo já fecundado, como certos tipos de DIU e "pílulas do dia seguinte" entram
exatamente na mesma classificação do aborto, e, portanto, não seria correto
utilizá-los.
(Congregação Vila Ema – SP - As informações foram apresentadas
pelo serviço de informações das Testemunhas de Jeová)
2.6 Catolicismo
O homem se constitui pela união da alma e do espírito, a um óvulo e a um
espermatozoide, com os seus genes próprios, que o tornam um indivíduo
diferente de todos os outros. A alma (elevada gratuitamente à comunhão com
Deus) vivifica a matéria-prima (óvulo e espermatozoide) e com esta matéria
forma um ser individual. Logo com sua personalidade inconfundível,
insubstituível.
A esse novo ser humano deve ser reconhecido os seus direitos de pessoa, o
embrião deverá ser defendido em sua integridade. Por isso a igreja condena o
aborto do óvulo fecundado. A igreja aprova os métodos naturais de regulação
da fertilidade, ou seja, a planificação familiar, que considera "fidedignos e
efetivos" até mesmo nos casos de ciclos ovarianos verdadeiramente
irregulares. Esta perspectiva oferece uma compreensão da diferença moral
essencial entre aqueles métodos anticoncepcionais que interrompem
artificialmente um processo que, por sua natureza, está aberto à vida, e os
outros métodos naturais fundamentados num conhecimento cada vez mais
aprofundado dos ritmos biológicos do corpo humano, que consideram a
sexualidade inseparável da comunhão das pessoas e do dom da vida.
(Pastoral da Juventude da CNBB – SP - Padre Carmine Mosca)
2.7 Igreja Presbiteriana
Nós somos contra o aborto, desde que o aborto seja praticado por futilidades,
exemplo, a mulher não quer ter estria, barriga flácida, etc.
Agora, a mulher foi estuprada e isto não foi da sua vontade. Ela tem o direito de
jogar pra fora, pois o filho é fruto de amor, pois o filho antes de ser concebido
no sexo este é concebido no cérebro. Não aceitamos aquele filho que é
concebido com uma faca ou revólver na sua cabeça.
Somos a favor do aborto ainda quando este pode causar a morte ou danos à
mãe. E não temos nada contra os métodos anticoncepcionais.
(Igreja Presbiteriana Vila Mariana – SP - Reverendo Eudes Coelho Silva)
2.8 Umbanda e Candomblé
A Umbanda e o Candomblé só aceitam o aborto como recurso último para
preservar a vida da gestante, e em alguns casos excepcionais já estabelecidos
pelos legisladores. Mas temos adeptos que são contra pois tudo é uma questão
de opinião. Quanto aos métodos anticoncepcionais, são aceitos naturalmente.
(Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo João Baptista Menezes
Ladessa)
2.9 Igreja Adventista do Sétimo Dia
Somos contra o aborto. Porque desde o momento da existência da vida, ou
seja, a fecundação do óvulo, somente a Deus pertence o poder de tirá-la. A
vida pertence a Deus.
E sobre os métodos anticoncepcionais, somos totalmente a favor destes desde
que estes eliminem a fecundação (abortivos) e não após esta.
Deus deu-nos a inteligência para sabermos tomar conta deste planeta,
portanto, educando o povo poderíamos ensinar ao mesmo povo o controle da
natalidade.
(Igreja Adventista do Brooklin - SP - Pastor Elton Bravo)
2. 10 Assembleia de Deus
Não somos a favor do aborto, e cremos que, se uma pessoa não tem
condições de criar muitos filhos, existem várias maneiras de evitar. Mas se já
está gerado o feto, não podemos nem temos o direito de interromper a
gestação.
(Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Liberdade - SP - Pastor Jorge Luiz M.
Pontes)
2.11 Igreja Batista
Quanto aos métodos anticoncepcionais não há nada contra. Quanto ao aborto
há controvérsias. Se for abortar por não querer ter a criança, isso é condenado.
Mas, caso haja risco de vida para a mãe ou a criança ainda há muita
controvérsia. Eu não tenho uma posição definida.
(Igreja Batista do Morumbi - SP - Pastor André Fontana)
2.12 Budismo
O aborto que ocorre naturalmente é considerado um fato normal e natural,
assim como o nascimento. Porém, o aborto provocado é considerado um crime
pelos budistas, pois contraria o primeiro mandamento que é "NÃO MATAR". O
aborto provocado não é um fato natural da vida, mas sim um crime, tanto de
quem o pratica profissionalmente (médico ou enfermeira) como de quem o
consente.
Poderiam surgir muitas "desculpas" ou explicações sobre os motivos, mas
independente de tudo isso, é considerado um crime ocasionado pela ignorância
e o egoísmo do ser humano.
(Ass. Religiosa Nambei Honganji Brasil Betsuin - SP - Monge José Roberto
Neves)
2.13 Seicho-No-Ie
A vida começa com a concepção e vai moldando todo o corpo. Portanto, a
interrupção forçada em qualquer estágio é um ato covarde que corresponde a
tirar a vida de uma criatura. Já o uso de métodos anticoncepcionais, embora
não tire a vida de uma criança, impede que se dê oportunidade para concepção
de novas crianças e, nesse sentido, é também condenável, principalmente o
dispositivo intrauterino, DIU, considerado abortivo. A Seicho-No-Ie recomenda
que o planejamento familiar seja feito através de métodos anticoncepcionais
naturais.
(Seicho-No-Ie do Brasil – SP - Olimpio Kitahara / Wilson de Lima e Silva)
2.14 Hare Krishna
Contra, e muito contra em qualquer caso. Ninguém tem direito de tirar uma
vida, o que as pessoas não entendem é que tudo é controlado por uma força
maior e que cada um tem seu karma, nada é por acaso! A Bíblia diz: "Não
matarás..." e um de nossos princípios é não comer carne, o que inclui cometer
violência, não só com animais como para seres humanos também.
(Templo São Paulo - Jagannatha Dasa / Nayana Hare Krishna)
3. ASPECTO LEGAL
3.1 Visão jurídica
O aborto é considerado crime no Brasil.
São criminosos o médico e a mãe que o praticam.
Código Penal Brasileiro:
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior se a gestante não é maior
de quatorze anos, se é alienada ou débil mental ou se o consentimento é
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de
um terço se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas
se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico quando:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante.
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Em abril de 2004, o Supremo Tribunal Federal concedeu liminar à
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS)autorizando a
interrupção da gestação de feto anencefálico, sem a necessidade de alvará
judicial. No mesmo ano, a liminar foi cassada e a Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental (ADPF), apresentada pela CNTS, ainda não foi
votada.
Existem centenas de projetos em votação na câmara para legalização do
aborto visto que os abortos clandestinos causam muitas mortes.
4. ASPECTO POLÍTICO
O PSOL – Partido Socialismo Liberdade defende a legalização do aborto. A
base da defesa é a de que o direito ao aborto precisa ser tratado pela
sociedade como uma questão de saúde pública. Para garantir o pleno acesso
ao aborto seguro, o Estado precisa oferecer (em todos os aspectos – físicos,
psicológicos, etc.) o mesmo:
a) Política de saúde pública com atendimento digno e integral às necessidades
da mulher em todas as fases de sua vida e não apenas na fase reprodutiva;
b) Política de educação sexual com acesso a contraceptivos gratuitos e de fácil
acesso;
c) Aborto gratuito a partir da 1º menstruação sem limites de idade;
d) Acompanhamento psicológico e social a todas as mulheres que optarem
pela interrupção involuntária da gravidez;
e) Lutar pela ampliação do acesso a pílula do dia seguinte
f) Contra a exigência do BO para realização de abortos decorrentes de estupro;
que o laudo médico de qualquer violência contra a mulher sirva como
instrumento para a formalização do BO com fins de investigação criminal a ser
efetuado no próprio hospital. Para garantir essa formalização, lutar pela
realização de plantões policiais específicos para o registro de violência contra a
mulher.
A legalização do aborto é uma bandeira histórica do movimento de mulheres.
Sua proibição é responsável por milhares de mortes de mulheres em todo o
Brasil, em especial de mulheres pobres e de negras.
Hoje existem vários métodos contraceptivos, mas sua eficácia não é 100%
comprovada. Se uma mulher que usa um método engravida ou se acontece um
acidente, a mulher tem todo direito sobre seu corpo de optar em não ter este
filho, uma vez que não foi planejado.
Pois o que seria mais importante: ela não ter este filho pelos motivos pessoais
dela como condição financeira desfavorável, ou falta de preparo psicológico e
não ter problema futuros? Ou ela ter este filho e rejeitá-lo após seu
nascimento?
Existem vários casos de mães que após o filho nascer o abandonam, ou jogam
na lata do lixo; ou mesmo convivendo com ele o rejeitam sua infância e
adolescência toda. Isso gera na criança vários problemas psicológicos e até
mesmo uma revolta contra a mãe e contra a vida que alguns levam de extrema
miséria, buscando culpar a mãe pelo seu nascimento nestas condições. A
estes casos de rejeição dá-se o nome de Abortado Vivo.
É importante lembrar que o estado brasileiro deve ser laico e que é somente às
mulheres em que cabe decidir sobre fazer ou não um aborto de acordo com
suas convicções religiosas, não diante de uma imposição do Estado.
A mesma lei brasileira, que proibe o aborto no Brasil, permite plenamente que a
interrupção de gravidez seja realizada em países que o permite. É comum
pessoas com bom poder aquisitivo viajar para a Europa fazerem interrupção de
gravidez. Desta forma a lei brasileira é considerada por muitos injustos, pois
quem tem dinheiro, faz com segurança em outros países, quem não tem corre
todo risco.
A curetagem pós-aborto foi à cirurgia mais realizada entre 1995 e 2007 de
acordo com pesquisa realizada pelo Instituto do Coração.
No ano passado de acordo com o SUS 686 mulheres foram internadas com
complicações pós-aborto. Sendo essas mulheres bem pobres e que usaram
práticas medievais como agulhas de tricô que perfuram útero, bexiga e
intestino.
No Brasil o aborto clandestino é a 4ª causa de morte, e por ano 360 mulheres
morrem em nosso país.
A legalização do aborto é uma questão realmente de saúde pública,
democracia e liberdade sexual.
4.1 Curiosidade
Na província de Tochigi, norte do Japão. Cidade de Nasu-Shiobara, distrito de
Nishi Nasuno existe um templo bem antigo e de orientação budista.
Pequeno santuário que presta homenagem e lembrança à alma das crianças.
Templo que busca a paz espiritual para os abortados (de causa natural ou
não). A crença local considera que um espírito abortado passa por grande
sofrimento, já que não pôde existir e cumprir sua missão terrena.
Uma das mais conhecidas divindades japonesas é o Mizuko Jizo. Mizuko
significa filho das águas (ou seja, o líquido amniótico) e Jizo, útero da terra.
Esta divindade que liberta as crianças do tormento de não poderem ter nascido
ou que orienta as crianças falecidas, pois partiram muito cedo e precisam de
orientação no mundo espiritual, então cada mãe que perdeu um filho (por
aborto ou morte prematura) presta homenagem à alma dos pequenos que se
foram.
Os pais também participam das homenagens. Nas tabuletas de madeira, uma
oração budista pela alma das crianças. Muitos levam brinquedos, doces, coisas
que as crianças gostam para que elas não se sintam tristes do outro lado da
vida.
A mentora espiritual deste templo é a Deusa Kannon; Deusa da compaixão e
misericórdia (para trazer o perdão à alma de quem praticou o aborto). Kannon
é considerada como a grande mãe do mundo. A mãe que a todos ama que a
todos perdoa e purifica. O amor universal e sem restrições. Que perdoa a mãe
que provocou o aborto conscientemente. E que planta nela uma semente de
amor e compaixão, para que não venha mais a realizá-lo.
No templo realizam-se cerimonias diversas, cuja finalidade é reverenciar e
preparar a alma dos pequenos para a outra existência.
Nas cerimônias ensina-se que ninguém deve julgar nenhuma mulher que
praticou um aborto conscientemente, pois ninguém sabe o que cada mulher
viveu e sentiu para cometer um ato sério desses. A finalidade é o perdão e
compaixão, nunca julgamento.
5. ASPECTO CIENTÍFICO
Ao considerarmos o aborto a interrupção de uma vida, duas questões se
coloca: que vida é essa e onde ela começa.
Não existir uma resposta clara acerca de quando a vida humana começa.
Citaremos algumas das visões cientificas sobre a questão.
5.1 Visão genética
A vida humana começa na fertilização, quando espermatozoide e óvulo se
encontram e combinam seus genes para formar um indivíduo com um conjunto
genético único. Assim é criado um novo indivíduo, um ser humano com direitos
iguais aos de qualquer outro.
5.2 Visão embriológica
A vida começa na 3ª semana de gravidez, quando é estabelecida a
individualidade humana. Isso porque até 12 dias após a fecundação o embrião
ainda é capaz de se dividir e dar origem a duas ou mais pessoas. A teoria da
fecundação como início de vida sofre um abalo quando se leva em
consideração que o embrião pode dar origem a dois ou mais embriões até 14
ou 15 dias após a fertilização. Como uma pessoa pode surgir na fecundação se
depois ela se transforma em 2 ou 3 indivíduos? É essa ideia que justifica o uso
da pílula do dia seguinte e contraceptivos administrados nas duas primeiras
semanas de gravidez.
5.3 Visão neurológica
O mesmo princípio da morte vale para a vida. Ou seja, se a vida termina
quando cessa a atividade elétrica no cérebro, ela começa quando o feto
apresenta atividade cerebral igual à de uma pessoa. O problema é que essa
data não é consensual. Alguns cientistas dizem haver esses sinais cerebrais já
na 8ª semana. Outros, na 20ª.
5.4 Visão ecológica
A capacidade de sobreviver fora do útero é que faz do feto um ser
independente e determina o início da vida. Médicos consideram que um bebê
prematuro só se mantém vivo se tiver pulmões prontos, o que acontece entre a
20ª e a 24ª semana de gravidez. Foi o critério adotado pela Suprema Corte dos
EUA na decisão que autorizou o direito do aborto.
5.5 Visão metabólica
Afirma que a discussão sobre o começo da vida humana é irrelevante, uma vez
que não existe um momento único no qual a vida tem início. Para essa
corrente, espermatozoides e óvulos são tão vivos quanto qualquer pessoa.
Além disso, o desenvolvimento de uma criança é um processo contínuo e não
deve ter um marco inaugural.
“A pergunta pertinente não é quando começa a vida, mas quando começa uma
vida relevante do ponto de vista ético”. Um embrião num tubo de ensaio é
apenas uma possibilidade de vida, porém carrega toda a informação genética
necessária para a formação de um indivíduo.
6. ASPECTO ÉTICO
A ética é um fenômeno social, onde a reflexão moral é necessariamente um
resultado de opiniões compartilhadas sobre o que se deseja ou sobre o que se
vai fazer em virtude da sociedade.
É óbvio, portanto, que o debate ético exige uma atitude pluralista, "unindo os
indivíduos em torno de um projeto comum, levando-os a dividir pressuposições
e valores, mas sem dividir necessariamente as razões últimas da adoção
desses valores ou pressupostos". (DALLARI, 1995).
O aborto é um caso típico onde as posições quanto ao fundamento ético são
inconciliáveis, pois, para alguns se trata do direito à vida, para outros é
evidente que envolve o direito da mulher ao seu próprio corpo, e existem ainda,
os que estão convencidos de que a malformação grave deve ser eliminada a
qualquer preço porque a sociedade tem o direito de ser constituída por
indivíduos capazes de sobreviver em uma relação que envolve valores éticos,
morais e sociais.
Diante do dilema entre moralidade prescrita pela sociedade atual, realidade
concreta de existência e qualidade de vida a oferecer para a criança que
estava sendo geradas, as mulheres tentam conciliar suas convicções e valores
com a decisão tomada, manipulando e transformando o significado da conduta
adotada de modo a que assumisse o caráter de solução única para um beco
sem saída.(PEDROSA I. L.; GARCIA, T.R., 2000)
Quando se aborda a questão ética nem mesmo os médicos estão imunes ao
conflito dos valores fundamentais, pois não existe um critério comum à
humanidade.
Segundo LOUREIRO e VIEIRA (2004), a sociedade atual pede aos médicos
que sejam sua própria consciência nas questões de reprodução humana.
Entretanto, eles têm as mesmas limitações do meio a que pertencem e as
mesmas ambiguidades, e estão tolhidos pela hipocrisia dos costumes. Até
pouco tempo, o aborto não podia ser discutido nas casas, nem nos meios de
comunicação, nem mesmo nas escolas de medicina.
BIONDO (2002), ainda acrescenta que o aborto é uma questão que envolve
problemas éticos e de saúde publica, tanto no Brasil como no mundo.
Há uma grande discussão que envolve o tema "aborto", e o consenso deste
está muito longe de chegar há um denominador comum, pois os costumes,
valores éticos, morais e sociais são extremamente variáveis, quando se fala de
circunstâncias que envolvem as questões do aborto e suas complicações,
embora a sociedade se divida em opiniões entre o que é aceitável e o que
julgam inaceitáveis.
7. CONCLUSÃO
Na elaboração do tema o Aborto quais os aspectos: religioso, legal,
científico, político e ético, para o debate da Mesa Redonda, foram
percebidos o quão é delicado.
Depois da apresentação do tema foi percebida a dificuldade de adotar uma
posição bem definida.
Não há qualquer dúvida, quanto aos direitos da mulher sobre o seu corpo, mas,
não quanto à vida.
O que pode ser feito são os esclarecimentos e as orientações em relação ao
aborto.
É necessário tratar do assunto com mais seriedade.
Para finalizar, nem todas as pessoas têm ou aceitam a mesma ideia, mas
todos tem o direito de pensar diferente.
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BIONDO, Sandra. Argumentações filosóficas em favor da despenalização do aborto. Universidade Católica de Pernambuco. Ano 02, n.01, p. 83, jan./jun. 2002.
BRASIL. Código Penal. Disponível em: <http://www.dji.com.br/codigos/1940_dl_002848_cp/cp.htm>. Acesso em 04 mai 2011.
DALLARI, Sueli Gandolfi. Aborto um problema ético na saúde pública. Disponível em:<http://www.portalmedico.org.br/revista/bio1v2/abortprob.html>.Acesso em: 02 mai.2011, 18:52:30.
EDEUS.ORG. Pesquisa: o que as religiões, doutrinas ou suas denominações pensam sobre o aborto? Disponível em: <http://www.edeus.org>. Acesso em: 02 maio 2011.
FREITAS, Angela . Aborto: guia para profissionais de comunicação. Coordenadora Paula Viana; Colaboração Beatriz Galli [et. al.]. Recife: Grupo Curumim, 2011
MUTO, Eliza; NARLOCH, Leandro. Vida: O primeiro instante. Superinteressante, São Paulo, n. 219, p. 56-64, nov. 2005
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ROSA, Carlos Alberto Pessoa. É justo, sob o ponto de vista moral, interromper uma gravidez? Disponivel em: <http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult1698u34.jhtm>. Acesso em: 03/05/2011
SAMPAIO, Plínio Arruda. O problema do aborto na opinião de Plínio. Disponível em <http://psol50.org.br/blog/2010/08/16/o-problema-do-aborto-na-opiniao-de-plinio/.html>. Acesso em: 4 maio 2011
SEGRE M. Considerações Éticas sobre o Início da Vida: aborto, reprodução assistida e clonagem de seres humanos. In: SEGRE, M. (org). A Questão ética e a saúde humana. São Paulo: Atheneu, 2006.