Trabalho de Segurança Quase Final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CURSO DE ENGENHARIA SEGURANÇA INDUSTRIAL BRENDA RAMALHO FALCONE PEREIRA NEVES DIEGO DA SILVA AMORIM LAYS RAIANNE AZEVEDO DA COSTA DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO EM CANTEIROS DE OBRAS JOÃO PESSOA

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Transcript of Trabalho de Segurança Quase Final

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CURSO DE ENGENHARIA

SEGURANÇA INDUSTRIAL

BRENDA RAMALHO FALCONE PEREIRA NEVES

DIEGO DA SILVA AMORIM

LAYS RAIANNE AZEVEDO DA COSTA

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

E HIGIENE DO TRABALHO EM

CANTEIROS DE OBRAS

JOÃO PESSOA

AGOSTO DE 2014

BRENDA RAMALHO FALCONE PEREIRA NEVES

DIEGO DA SILVA AMORIM

LAYS RAIANNE AZEVEDO DA COSTA

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

E HIGIENE DO TRABALHO EM

CANTEIROS DE OBRAS

Trabalho acadêmico final realizado para a conclusão da disciplina de Segurança Industrial do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal da Paraíba em João Pessoa.

Professor orientador: Prof. Dra. Maria Bernadete Fernandes Vieira de Melo

JOÃO PESSOA - PB

AGOSTO DE 2014

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Sistema empresa construtora............................................................................... 17

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Logomarca da empresa .......................................................................................

Centro de Arte e Cultura.......................................................................................................

Estágio atual da obra verificado in loco..............................................................

17

19

22

Figura 5 Mesa para refeições............................................................................................. 22

Figura 6 Pia do refeitório.................................................................................................. 23

Figura 7 Piso da cozinha, aparelho de refrigeração e parede............................................. 23

Figura 8 Passarela para transposição de desníveis............................................................ 25

Figura 9 Guarda-corpo..................................................................................................... 26

Figura 10 Fosso do elevador .............................................................................................

Figura 11 Guarda- corpo no segundo pavimento ..............................................................

Figura 12 Guarda – corpo: Elevador .................................................................................

Figura 13 Instalações elétricas ...........................................................................................

Figura 14 Concretagem realizada durante a visita ............................................................

Tabela 01 Quantitativo dos pontos observados na NR – 18 de acordo com o checklistn .

Figura 15 Gráfico – quantidade de itens em não conformidade..........................................

Figura 16 Total de itens em não conformidade com a NR – 18 ........................................

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 17

2

3

4

IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR ESCOLHIDO PARA O TRABALHO..........

DIAGNÓSTICO...........................................................................................................................

CONCLUSÃO....................................................................................................

17

19

22

5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................... 22

6 APÊNDICE I

7 APÊNDICE II

1 – INTRODUÇÃO

Construção civil é o termo que engloba a confecção de obras

como casas, edifícios, pontes, barragens, fundações de máquinas, estradas,aeroportos e

outras infraestruturas, onde participam arquitetos e engenheiros civis em colaboração

com técnicos de outras disciplinas. Para a arquitetura e a engenharia, construção é a

execução do projeto anteriormente, seja uma edificação, obras públicas, casas, etc,

consiste em executar todas as etapas do projeto da fundação ao acabamento e em

construir o que consta em projeto, respeitando as técnicas construtivas e as normas

técnicas vigentes.

A indústria da construção civil, mesmo sendo um dos mais antigos setores de

atividades do mundo, continua sendo uma das que mais tem contribuído com o

desenvolvimento do país, dado que emprega um elevado número de pessoas e é um dos

maiores articuladores dos setores que produzem insumos, equipamentos e serviços para

utilização em seu processo de produção. Além disso, é um dos setores mais importantes

para a economia nacional, pois tem elevada participação na formação bruta de capital e

na geração do Produto Interno Bruto. No Brasil, é um responde por cerca de 10% do

PIB, e, considerando o déficit habitacional brasileiro, é um mercado bastante promissor,

que reage rapidamente em épocas de crescimento nacional.

Diferente dos demais setores de produção brasileiro ou mundial, a exemplo da

produção de automóveis, a industrial têxtil, siderurgia, etc, a indústria da construção

civil tem a principal característica de ser nômade, ou seja, a sua fábrica de montagem é

projetada a cada novo produto. Além disso, diferencia-se das demais por seu produto ser

um bem imóvel, que após construído permanece de pé por muito tempo e que tem uma

vida útil bastante elevada, quando comparada com os produtos das indústrias acima

citadas.

A construção, mais que um produto, define-se como um projeto que se

desenvolve em três fases: concepção, organização e execução; processando-se em todas

estas fases, definições e escolhas que relevantes para a gestão e organização do canteiro

de obras e que se modificam a cada novo projeto.

A definição técnica relativa ao produto e sua implantação acontecem no domínio

da concepção, na fase de organização processa-se a elaboração dos cadernos de

encargos e a negociação de propostas para a execução do projeto, e é na fase de

execução que se realizam os trabalhos que culminam no produto final. Considera-se que

a indústria da construção civil é marcada pela incerteza, devido as alterações rotineiras

que acontecem em seus projetos, e nos canteiros, as flutuações que ocorrem nos

empregos (por ser dependente do crescimento nacional), a não-padronização das

técnicas de produção – que se modificam a cada novo projeto-, a multiplicidade de

trabalhadores que operam em sua “fábrica”, suas severas condições de trabalho – que

constantemente expõem seus trabalhadores a riscos (até mais que os outros setores) e a

sua grande dependência da mão-de-obra humano, que em outros setores já pode ser

substituído, quase que em sua totalidade, pela automação.

É interessante mencionar que a indústria civil possui um campo de atuação

bastante amplo, que como já falado no início dessa exposição, engloba não só a

construção de casas, mas também, de pontes, barragens, viadutos, etc. Por este motivo, é

subdividida em subsetores, dos quais citamos: Subsetor de edificações, cuja principal

atividade é a construção de casas, edifícios, etc., além da execução dos serviços

complementares e de manutenção de edificações; subsetor da construção pesada, cuja

especialidade é a construção de infraestrutura viária, urbana e industrial, obras

estruturais, obras de arte e de saneamento, barragens, hidroelétricas e usinas atômicas. E

por fim, montagem industrial, que envolve a montagem de estruturas para a instalação

de indústrias, de sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e de

sistemas de telecomunicações.

Sabe-se hoje que as construtoras são as empresas responsáveis pela execução das

obras do setor da construção; sabe-se também que estas empresas possuem, em sua

gestão organizacional, um grande número de pessoas x profissionais. Abaixo será

apresentado um gráfico em que são apresentados os principais componentes do sistema

Empresa – Construtora.

Empresa construtora

SF

SP

SM

SG

Sindicatos

Condições econômicas gerais do PaísGoverno: Políticas, Legislação e Fiscalização

Cultura Concorrentes

Figura 01: Sistema Empresa Construtora

Falando-se agora de como acontece o processo produtivo na construção civil,

inicia-se mencionando que ele acontece nos canteiros de obra. Cada canteiro é projetado

a cada novo produto e é desfeito, quando o mesmo é concluído. Este mesmo processo

produtivo é composto de várias etapas, onde em cada uma delas é visto um ativo uso da

força de trabalho de operários, que são contratados diretamente pela própria empresa

responsável pelos serviços ou etapas do processo construtivo (terceirização). Como

exemplo de processo produtivo mencionamos um obra de edificação, quevo é composto

por: Locação da obra, Fundações, Estruturas, Alvenaria de vedação, Instalações

(Hidráulicas e Elétricas), Impermeabilização, Esquadrias, Revestimentos (internos e

externos), Pintura, Limpeza

Como exposto acima, A indústria da construção civil é um dos mais críticos com

em relação à Segurança e Saúde no Trabalho, dado o grande numero de acidentes de

trabalho e doenças ocupacionais, que em geral, são causadas por atos inseguros ou

condições inseguras. Cada acidente de trabalho traz muitas perdas, para a vítima, que

pode ficar impossibilitada total ou parcialmente de desempenhar suas atividades

normais, para a sua família, que pode ter grandes perdas financeiras, para a empresa,

que pode ter prejuízos econômicos e sociais e para a sociedade, dado o aumento no

número de incapacitados e de dependentes da previdência social. Na construção civil a

Segurança e Saúde no Trabalho devem ser planejadas desde a etapa do projeto, através

de um programa voltado para a prevenção e que promova a integração entre a

segurança, o projeto e a execução da obra, Este programa de prevenção de riscos tem

como base os seguintes princípios: Evidenciar riscos, Combater os riscos na origem do

problema, Avaliar e controlar os riscos que não possam ser evitados, Adaptar o trabalho

ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de trabalho, bem

como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de produção,

tendo em vista atenuar o trabalho monótono e reduzir os efeitos destes sobre a saúde, ter

em conta o estágio de evolução técnica, substituir o que é perigoso pelo que é isento de

perigo ou menos perigoso, planificar a prevenção com um sistema coerente que integre

a técnica, a organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a

influência dos fatores ambientais no trabalho e além de dar instruções adequadas ao

trabalhador, no sentido de prepará-lo e treiná-lo para as diversas situações adversas,

com as quais poderá conviver no exercício de suas funções laborais.

Diante de tudo que foi exposto acima, este trabalho tem como principal objetivo

apresentar a análise feita em uma obra localizada na Universidade Federal da Paraíba,

neste caso, o Centro de Arte e Cultura da UFPB, no que diz respeito a alguns itens

presentes na NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da

Construção. O trabalho iniciou-se com a elaboração de um check-list, com base em

itens presentes na norma mencionada; em seguida, a obra foi selecionada e visitada.

Após a visita, foi possível verificar, através do check-list, os itens que estavam ou não

presentes na obra, ou melhor, aqueles que estavam ou não em consonância ou não com

a NR-18. E desta forma, foi possível avaliar “o grau de comprometimento” dos

trabalhadores x empresa no que se refere as condições de saúde e segurança do trabalho

necessárias.

O trabalho se divide em apresentação da empresa e obra, apresentação do

diagnóstico da obra - em comparação com as condições de segurança impostas pela NR-

18-, apresentação dos resultados, com uma análise geral dos itens que obedeceram as

condições determinadas na obra, e, em anexo, a entrevista feita com o gestor da obra em

questão e o check-list elaborado pelo grupo, que foram nossos instrumentos de trabalho,

principalmente, por terem nos dado condições de fazer a análise que será exposta a

seguir.

2 IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR ESCOLHIDO PARA O TRABALHO

A SG Incorporação, Construção e Planejamento LTDA é uma empresa que está

no mercado paraibano desde 2005 e já tem executadas mais de 30 obras. Possui 60

funcionários ao total, incluindo os setores operacionais e administrativos. Assim, ela é

caracterizada como uma emp

resa de pequeno porte, segundo a classificação do Serviço Brasileiro de Apoio às

micro e pequenas empresas, quanto ao número de trabalhadores.

Atua no subsetor de edificações, principalmente em construção de edifícios,

participando frequentemente de pequenas obras e reformas públicas, por meio de

processos licitatórios. Atualmente a empresa tem três obras em andamento, todas na

Paraíba, sendo duas na região metropolitana de João Pessoa e a outra em Lagoa Seca,

no interior do estado.

Figura 2: Logomarca da empresa

A obra que foi objeto deste estudo é a construção do Centro de Arte e Cultura da

Universidade Federal da Paraíba. Localizada no campus I, ao lado do prédio da reitoria,

com aproximadamente 12 mil metros quadrados de área construída. A edificação é

composta por dois pavimentos, térreo e subsolo. Ela vai abrigar em seu interior um

teatro com 1200 lugares, equipado para eventos, como colações de grau e apresentações

artísticas, além de cinema, salas de convenções museu e pinacoteca. O grande destaque

da obra, segundo o engenheiro responsável, está na coberta, um tipo de estrutura viga-

pilar em arcos que sustentam as lajes alveolares pré-moldadas. Na figura XX, pode-se

ver uma imagem renderizada do projeto da edificação.

Figura 3: Centro de Arte e Cultura – Arcevo da empresa

O projeto é de autoria do arquiteto professor. Claudino Lins e foi orçada,

inicialmente custando o montante de R$ 10.059.274,09, quantia a ser custeada pelos

quatro bancos que operam no Campus I da UFPB, como uma espécie de contrapartida

devido à presença das agências no interior da universidade.

Nos últimos meses, a obra esteve parada. No momento do diagnóstico, as obras

haviam sido retomadas há pouco tempo. No dia da visita ao canteiro, 31 de agosto de

2014, estava sendo executada a concretagem de um piso, conforme se pode ver na

figura XX. A obra encontra-se no estágio final de estruturas, concomitantemente

seguindo as etapas de instalação das alvenarias de vedação. Durante a investigação,

trabalhavam 20 funcionários, de acordo com o que o engenheiro da obra falou em

entrevista (Apêndice I), e esse número é o que será considerado no estudo, visto que a

obra possui relevante rotatividade de funcionários, pois a construtora contrata

funcionários extras para serviços especializados conforme necessidade. Por exemplo, o

engenheiro informou que em breve eles contratarão mais vinte carpinteiros para a

próxima etapa. Entretanto, o estudo se detém a um diagnóstico momentâneo.

Figura 04: Estágio atual da obra verificado in loco – Arcevo dos autores

3 – DIAGNÓSTICO

3.1 – Descrição da situação encontrada no canteiro de obras comparando com a NR 18.

3.1.1 – Programa de Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção - PCMAT

A obra em questão apresentava PCMAT; que estava presente na obra e foi

apresentado a nossa equipe. Verificou-se que o Programa analisado se constituía de um

memorial sobre as condições de trabalho - levando-se em consideração os riscos

inerentes as atividades executas -, de um projeto de execução das proteções coletivas, de

um item com as especificações técnicas das proteções individuais e coletivas a serem

usadas na obra, além de um layout com a alocação dos principais espaços relativos a

área de vivencia – considerando o posicionamento dos demais itens da obra -, e seus

respectivos dimensionamentos.

Quando perguntado em entrevista, o gestor da obra afirmou que a empresa

mostrava-se bastante preocupada com a implementação das várias medidas ligadas a

saúde e segurança de seus trabalhadores, que possuía um engenheiro de segurança,

responsável por elaborar o PCMAT, além de um técnico, que constantemente

acompanhavam a execução das medidas previstas no Programa. Além disso, afirmou

que, periodicamente, eram realizadas formações e palestras com os trabalhadores da

obra, a fim de prepará-los e treiná-los, no que diz respeito aos riscos presentes no

canteiro.

Desta forma, observa-se que quanto ao PCMAT, a obra em questão está em

consonância com o que foi previsto na NR-18.

3.1.2 Área de vivencia

Verificou-se que a obra em questão possuía área de vivencia, que era constituída

por instalações sanitárias, alojamentos, local para refeições, cozinha e lavanderia.

Com relação às instalações sanitárias, viu-se que estavam em bom estado de

conservação e higiene, possuíam portas de acesso – mantendo o resguardo conveniente

do ambiente -, possuíam paredes em azulejo – que permitiam a fácil lavagem e

higienização do espaço -, apresentavam pisos cimentados, com superfícies irregulares -

que dificultavam a lavagem destes -, não apresentação quaisquer comunicação com os

espaços destinados às refeições, possuíam iluminação artificial e aberturas nas

alvenarias - que contribuíam com a ventilação e conforto térmico do ambiente-,

possuíam um pé-direito em altura confortável – que não ofereciam qualquer resistência

a livre circulação dos trabalhadores -, e estavam localizados próximos aos respectivos

postos de trabalho.

Para o local de refeições, viu-se que apresentavam paredes resistentes, de

alvenaria e que permitiam o correto isolamento durante as refeições dos trabalhadores,

apresentavam pisos cimentados, com superfícies irregulares - que dificultavam a

lavagem destes-, possuíam cobertura protegendo das intempéries-, apresentava espaço

de forma a garantir o atendimento de todos os trabalhadores nos horários das refeições

(ver figura 1)-, possuíam iluminação artificial e aberturas nas alvenarias- que

contribuíam com a ventilação e conforto térmico do ambiente-, possuía uma pia para a

lavagem dos utensílios e alimentos utilizados (ver figura 2), possuía mesa de madeira

com assentos em forma de banco - que se mostravam suficientes para acomodar todos

os trabalhadores e consequentes usuários do ambiente-, não possuía local com tampa

para deposição de detritos, estava situado ao lado dos alojamentos e em um local de

fácil acesso por parte dos usuários, estava isolado do local onde as instalações sanitárias

foram acomodadas, apresentava um pé-direito confortável e estava diretamente ligado à

cozinha do canteiro.

Para a cozinha, observou-se que era adjacente ao local das refeições e

apresentava ventilação natural e boa iluminação, possuía paredes de alvenaria,

construídas em tijolo cerâmico convencional e pintadas com cal, um piso cimentado,

com superfície irregular (ver figura 3) e com pouca facilidade para a limpeza, uma

cobertura em telha fibrocimento - pouco resistente ao fogo-, iluminação artificial - com

lâmpada convencional -, cujas fiações não estavam em boa estado de conservação e nem

devidamente protegidas, apresentava pia para lavagem dos alimentos e utensílios, local

para a devida refrigeração dos alimentos, mas não possuía recipiente com tampa para a

coleta do lixo, que era recolhido diariamente em sacos plásticos e levado para a coleta.

Quando perguntado sobre como era feita a coleta do lixo, o mestre da obra informou

que o mesmo era retirado da obra e destinado ao local de lixo comum da UFPB, em

caçambas ao lado da biblioteca central.

Desta forma, conclui-se que os únicos itens observados – no que diz respeito a

área de vivência -, que não estavam em consonância com a NR- 18 foram aqueles

referentes a independência de banheiros para homens e mulher – que pode, neste caso,

ser justificada pela ausência de mulheres na obra em questão-, ausência de área de lazer,

ausência de piso de cerâmica – que se apresentava cimentando e dificultando a limpeza

tanto na cozinha, quanto no banheiro -, além da ausência de depósito com tampa para

eliminação dos detritos, tanto na cozinha quanto na área das refeições; além disso,

verificou-se também que o material da cobertura dos espaços observados não era

resistente ao fogo e que faltava a devida manutenção das instalações elétricas, que se

apresentaram desprotegidas, e,

em alguns casos, em contato com a

umidade.

Figura 05: Mesa para refeições. Observa-se também as paredes de alvenaria e o

piso cimentado irregular.

Figura 06: Pia do refeitório

Figura 07: Piso da cozinha, aparelho de refrigeração e parede.

3.1.3 – Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas

Não foi possível analisar os pontos devidos à segurança do trabalho nas

escavações, fundações e desmontes das rochas, já que a obra está bem avançada e

entrando em fase de acabamento.

3.1.4 – Escadas e rampas

Para as escadas e rampas, pouco se pode ser observado, visto que todos esses

itens referentes à obra em questão já estavam concluídos. Sobre o item em questão,

observou-se que a obra possuía rampas provisórias de uso coletivo – em bom estado de

conservação e bem dimensionado para o uso dos funcionários -, e que a transposição de

todos os pisos com diferença de nível superior a 0,40 metros estava sendo feito por meio

destas (ver figura 4); além disso, viu-se que a obra em questão não possuía escada de

mão, dado que todos os trabalhos em altura foram realizados com o auxílio de

andaimes.

Sobre os andaimes, as respectivas considerações se encontram no item 3.1.7

deste relatório.

Desta forma, considerando-se os itens do check-list, que foram analisados na

obra, verificou-se que os mesmo estavam em consonância com a NR-18.

Figura 08: Passarela para transposição de desníveis

3.1.6 – Movimentação e transporte de materiais e pessoas

Sobre este item, também se observou muito pouco, dado que a obra em questão

estava em fase de concretagem e não apresentava nenhum equipamento de

movimentação de carga no momento da visita.

Com relação aos itens observados, e presentes na obra, pode-se dizer que não

existiam sinalizações nos locais de movimentação de carga - onde também existiam

circulação de pessoas-, e que as aberturas da obra facilitavam a possível entrada e saída

dos equipamentos de movimentação de pessoas e cargas.

Com isso, viu-se que os únicos itens presentes no check-list, que foram

observados na obra e não estavam em consonância com a NR-18 foram aqueles

referentes à ausência de sinalização nos locais em comum a pessoas e transportes de

carga.

3.1.5 – Medidas de Proteção contra quedas de alturas

Quanto à proteção contra quedas de alturas observou-se na visita que existia a

instalação de proteção coletiva como guarda corpo (ver Figura 5) ao redor da construção

nos pavimentos elevados, mas em alguns casos não estavam seguramente fixados além

de não apresentar uma malha uniforme em sua extensão- presença de buracos-, as

aberturas no piso não possuíam fechamento provisório resistente, no fosso do elevador

no último pavimento havia tábuas soltas de madeira que não tapavam toda extensão da

abertura e um guarda corpo constituído praticamente apenas de rede, sem nenhuma

forma mais resistente, que não estava seguramente fixado (ver Figura 6); os vãos de

acesso às caixas dos elevadores possuíam um fechamento com boa altura, de madeira e

rede, mas a rede não estava em bom estado – havia buracos- e o guarda corpo não

estava bem fixado (ver Figura 08).

Desta forma, observa-se que quanto às medidas de proteção contra alturas, a

obra em questão, apresenta pontos que não estão em consonância com o que foi previsto

na NR-18.

Figura 09:- Guarda-corpo Figura 10: Fosso do elevador

Figura 11: Guarda- corpo no segundo Figura 12: Guarda – corpo

pavimento elevadores

3.1.7 – Andaimes

No dia de nossa visita não foram vistos trabalhos em andaimes na obra, mas

pudemos observar que não estavam em bom estado de conservação - enferrujados-, não

possuíam identificação quanto ao fabricante do mesmo, os andaimes possuíam encaixes,

mas com as travas em más condições devido à ferrugem, e considerando que os

trabalhadores estavam operando no lugar que os andaimes se encontravam, eles não

estavam operando em uma base sólida, já que o piso cimentado apresenta muitas

irregularidades, além disso, os andaimes não apresentavam um sistema de guarda-corpo,

rodapés e dispositivos de segurança.

Desta forma, observa-se que quanto aos andaimes, a obra em questão apresenta

vários pontos que não estão em consonância com o que foi previsto na NR-18.

Figura 13: Andaimes presentes na obra

3.1.8- Instalações elétricas

Sobre as instalações elétricas nada pode ser evidenciado, dado que não foi

verificada a manutenção de nenhuma instalação no momento da visita, e este foi o único

item de análise no nosso check-list.

3.1.9 – Equipamentos de proteção individual

Pelo que pudemos observar sobre os equipamentos de proteção individual, eles

são fornecidos gratuitamente aos trabalhadores e se encontravam em bom estado de

conservação, e na concretagem que estava sendo feita durante a nossa visita, todos os

trabalhadores utilizavam corretamente os EPI’s.

Desta forma, quanto aos equipamentos de proteção individual, pelo que foi

observado, na obra em questão está em consonância com o que foi previsto na NR-18.

Figura 14: Concretagem realizada durante a visita

3.1.10 – Proteção contra incêndios

Com relação aos itens de proteção contra incêndios, verificou-se que na obra em

questão não possuía nenhum tipo de alarme, extintores ou qualquer tipo de sinalização

referente ao item em evidencia. Viu-se também que a obra não possuía nenhum tipo de

armazém para materiais inflamáveis (no momento da visita não foi observado nenhum

tipo de material inflamável) e que não foi dado qualquer tipo de treinamento aos

operários da obra acerca do assunto.

Desta forma, verificou-se que dos itens referentes à proteção contra incêndios,

que estavam presentes no nosso check-list e que foram analisados na obra, nenhum

deles estava em consonância com a NR-18.

3.1.11 – Ordem e Limpeza

O canteiro de obras se apresentava organizado, limpo e desimpedido nas vias de

circulação, passagens e escadarias, e quanto aos lixos da obra como restos de comida da

cozinha e lixos de banheiro, segundo o mestre de obra, são recolhidos diariamente e

colocados em um local propício para serem levados pela Universidade.

Desta forma, observa-se que quanto à ordem e limpeza do canteiro de obras, a

obra está em consonância com o que foi previsto na NR-18.

3.1.12 – Gestão dos RCD’s

Com relação aos resíduos de construção e demolição, quando perguntado em

entrevista, o gestor nos afirmou que a gestão dos RCD’s da obra é feita através de coleta

em caçambas de entulho e recolhimento por parte de uma empresa especializada.

Segundo ele, a empresa possui cadastro com a empresa (o nome não nos foi informado),

mas ele não sabe qual é o destino dado aos restos de construção por parte da empresa

em questão.

3.2- Descrições dos Pontos Críticos

Sendo os pontos críticos situações com grave eminência de risco que podem

gerar um acidente fatal ou incapacidade permanente, na obra visitada o principal ponto

crítico foi à questão dos fossos dos elevadores, e de alguns guarda-corpos, que não

apresentavam proteção adequada para garantir a segurança dos trabalhadores, além do

estado de conservação dos andaimes, que não estavam em condições de dar estabilidade

ao trabalho sobre ele e que também não apresentavam proteções como guarda-corpo,

rodapé e dispositivo de segurança.

3.3 – Descrição da situação encontrada com Relação aos RCD’s

Conforme descrito no item 3.1.12 deste relatório, a gestão de Resíduos sólidos é

feita através do recolhimento por meio de caçambas, que em seguida é levada por uma

empresa especializada, que possui cadastro na prefeitura.

Quanto ao lixo “comum” do canteiro, viu-se que este é recolhido diariamente da

obra e levado para o mesmo local onde todo o lixo da UFPB é depositada.

Aparentemente, a obra estava bem limpa e organizada, apresentava poucos entulhos ou

restos de materiais e nenhum tipo de mau cheiro.

4 CONCLUSÃO

A partir dos itens que foram observados durante a visita ao canteiro de obras, de

acordo com a NR – 18, surgiu um panorama quantitativo e qualitativo sobre a situação

do ambiente de trabalho diagnosticado. Os sub-itens elencados no check-list presente no

Apêndice II foram contabilizados de maneira que se tenha o quantitativo total de pontos

que foram analisados e, entre estes, quais estão em situação de não conformidade pelo

que é previsto em Norma. Tais pontos encontrados foram tachados em amarelo no

Apêndice 02.

Item de observação na NR

18

Em não

conformidade

Em

conformidade

Total de itens

abordados

PCMAT 0 3 3

Àrea de Vivência 9 32 41

Escadas, rampas e

passarelas

0 3 3

Proteção contra quedas 2 2 4

Transporte e movimentação

de mat. e pessoas

1 0 1

Andaimes 5 0 5

Instalações elétricas 0 1 1

EPI’s 0 1 1

Proteção contra incêndios 2 0 2

Ordem e limpeza 0 2 2

Gestão dos RCD’s 2 1 3

TOTAL 21 45 66

Tabela 01: Quantitativo dos pontos observados na NR – 18 de acordo com o checklist

A tabela 01 mostra o número de pontos da norma observados em cada item e,

entre eles, quais estão em não conformidade com a NR – 18. As situações marcadas

com “nada consta” não foram contabilizadas. No gráfico de barras a seguir, há a síntese

dos dados encontrados na tabela anterior, de modo que se pode ter ideia da magnitude

de pontos que estão não conformes em relação ao total avaliado naquele item.

0%20%40%60%80%

100%

Em conformidadeEm não conformidade

Figura 15: Gráfico – Relação percentual de pontos em não conformidade

A posse dos dados acima permite a identificação dos pontos nos quais há riscos

no ambiente do canteiro de obras, assim sabendo quais setores estão mais

comprometidos, assim como saber quais vem cumprindo todas as exigências

estabelecidas.

Numa abordagem mais generalista, ao todo a equipe avaliou 66 itens –

desconsiderando os “nada consta” – dos quais 21 estavam não conformes com a NR 18.

Sendo assim, no gráfico de pizza abaixo se percebe que 32% dos itens observados estão

em uma situação inadequada.

32%

68%

Em não conformidadeEm conformidade

Figura 16: Total de itens em não conformidade com a NR - 18

Os 21 itens que não atenderam as exigências estabelecidas podem ser

distribuídos entre os itens presentes no gráfico da figura abaixo. Essa informação

quantitativa é bastante útil para determinar qual cenário da obra precisa de atenção mais

imediata.

9

21

5

2 2

Área de VivênciaProteção contra quedasTransporte e movimentação de mat. e pessoasAndaimesProteção contra incêndiosGestão dos RCD’s

Figura 17: Distribuição dos pontos de não conformidade entre os itens da NR 18

Os conceitos de segurança do trabalho não são apenas para fins didáticos, são

fundamentais na vida profissional dos engenheiros. A disciplina de Segurança Industrial

serviu de alicerce para a formação do caráter prevencionista que nós devemos possuir,

permitindo-nos compreender desde a identificação dos riscos do trabalho, atuando no

controle, até conhecendo na prática a legislação que regulamenta as ações de higiene e

de segurança no trabalho na construção civil. Ao fim do trabalho, ficou claro que a

disciplina cumpriu com o seu objetivo de complementas nossa formação no que diz

respeito às questões de segurança do trabalho.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2013. Disponível em <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080814295F16D0142ED4E86CE4DCB/NR-18%20(atualizada%202013)%20(sem%2024%20meses).pdf> Acesso em 07 de agosto de 2014.