Trabalho UNOPAR Educação Inclusiva

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Educação Inclusiva na abordagem

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Introduo.No que concerne educao dos sujeitos com necessidades especiais, a revoluo copernicana da educao brasileira se deu a partir da virada do foco a ser trabalhado. Emtermos gerais, desde os anos finais do sculo XXI, so as instituies de ensino regular que devem se adequar, estruturalmente e didaticamente, a permanncia dos educandos com necessidades especiais1A partir de agora usarei a sigla ENEs.

, sempre fundamentada numa proposta de incluso, e no de segregao como de outrora, visando um convvio natural entre toda a comunidade escolar.Sob esta perspectiva, o presente texto abordar sucintamente o trajeto poltico pedaggico da educao inclusiva brasileira baseada em propostas internacionais. Tambm se faz necessrio, em consonncia ao que foi supracitado, uma abordagem dialgica sobre a funo social da escola em seu papel pedaggico inclusivo.

Educao Inclusiva: O Papel Social da Escola como Atenuante da Excluso Social dos Indivduos com Necessidades Especiais.Como proposta fundante da educao inclusiva do sculo XX e XXI, foi atravs da proposta contida naDeclarao de Salamancada UNESCO, em 1984, que os ENEs puderam frequentar escolas regulares juntamente com outros sujeitos em formao, tanto no ensino regular quanto na EJA. Antes disso, a chamada educao especial funcionava como um sistema pedaggico a parte do restante da educao nacional, colocando o ENEs dentro de um insuficiente vis pedaggico, valorizando o tratamento mdico e psicolgico sob uma falsa concepo educacional que limitava a capacidade cognitiva dos ENEs.Atravs de um ponto de vista pedaggico de anlise e estmulos comportamentais, foi apenas em 1970 que surgiu uma proposta educacional que garantiria, ainda que apenas paralelamente ao ensino regular, o acesso pedaggico dos ENEs. Nota-se aqui uma primeiramudana significativa: a partir de agora o foco das polticas educacionais especial se direcionava em corrigir a insuficincia do sistema na recepo dos ENEs, e no, como nos anos anteriores, em tentar adequar cognitivamente o indivduo s instituiesde ensino equidistantes em sua funo social.Por conseguinte, na dcada de 80, foi que surgiu uma proposta de integrar os ENE's aos espaes pedaggicos regulares, proporcionando um nivelamento no que tange satividades escolares, at mesmo dos portadores de deficincias mais srias. Um ponto relevante que justamente atravs da interao dos ENE's com os demais educandos que se desencadeiam processos cognitivos favorveis; ou seja, conceitualizao, leitura e escrita progridem entre os ENE's.No tocante s aes prticas, garantida e justificada pela LDB, a educao inclusiva prope propriamente a adaptao estrutural e pessoal para a recepo dos ENEs, visando a eliminao de empecilhos que comprometam o processo pedaggico conjunto entre todos os atores das instituies de ensino. Segundo a Diretrizes Nacionais para a Educao Especial na Educao Bsica(MEC-SEESP, 2001), a incluso se define como:

[] uma reestruturao do sistema educacional, ou seja, uma mudana estrutural no ensino regular, cujo objetivo e fazer com que a escola se torne inclusiva, um espao democrtico e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distino de raa, classe, gnero ou caractersticas pessoais. (p. 40)

Ainda sob o vis da incluso pedaggica, s queagora se distanciando no que se refere apenas aos ENE's, se faz necessrio abordar tambm o papel social da escola como atenuante das injustias socioculturais atravs do respeito e resgate das diferentes disposies cognitivas no acidentais de cada educando. Em outras palavras, dentro da prxis pedaggica, tanto no amplo como no estrito espectro, que se dar um nivelamento de oportunidades e aprimoramento do ensino dentro do espao escolar, atravs de aes que vo desde planejamentos da gesto at asposturas dos educadores diante da pluralidade relativa s realidades sociais e familiares de cada educando e suas respectivas inclinaes cognitivas.Assim sendo, a escola deve permanecer como um ambiente que estimule a autonomia, atravs de uma orientao pedaggica que sensibilize toda a comunidade escolar; como por exemplo, trabalhando didaticamente situaes problemas, hipotticas ou no, que sempre dialoguem com a realidade pertencente a cada sujeito, relativas por exemplo ao trabalho e a religio do prprio aluno e de seus familiares e da sua comunidade. Nesse contexto, uma prxis pedaggica que envolva todos os educadores e educandos numa conscientizao anti-ideolgica desencadeia naturalmente a principal funo social da escola, qual seja, a de estimulante da diversidade, sejam estas cognitivas, atravs tanto de uma postura docente de receptibilidade das diferentes ideias dos alunos, quanto da diversidade tnica e de aptides fsicas. Em suma, a partir desta concepo de orientao educacional que se formariam valoreslocais que sero trabalhados e consultados dentro do processo estimulante da natural e acidental diversidade cognitiva, tanto pelos educandos quantos pelos gestores e docentes.Outra consequncia relevante no que concerne ao humanismo pedaggico dentro das escolas que, de acordo com essa proposta receptiva da pluralidade de ideias dos educandos, haveria um natural enfretamento da hierarquia autoritria to presente na educao brasileira. Sobre essa hierarquia, tanto a diversidade impossibilitada quanto as desigualdades sociais so reproduzidas. Sobre a reproduo das desigualdades, podemos dialogar com a ideia central da sociologia da educao do francs Pierre Bordieau, onde defendera que a escola, distintamente de como vista originalmente, funcionava como reprodutora das desigualdades sociais. Essa viso pessimista de Bourdieau, baseada em fatos prximos ao seu tempo, colocara a escola pblica como rgo legitimador de privilgios sociais, vendo os educandos apenas como sujeitos individualistas e no levando em considerao as atitudes e comportamentos originados em cada realidade circundante de significaes culturais e suas consequentes aspiraes, profissionais e cognitivas. Sobre a escola como justificadora das desigualdades sociais, Boudieau defendera que:

provvel, por um efeito de inercia cultural, que continuamos tomando o sistema escolar como um fator de mobilidade social, segundo a ideologia da escola libertadora, quando, ao contrrio, tudo tende a mostrar queele um dos fatores mais eficazes de conservao social, pois fornece a aparncia de legitimidade s desigualdades sociais (BORDIEAU, 1998, p. 141)

Diante disso, podemos notar que o socilogo francs defendia que, na prtica, os educandos tinham suasaspiraes moldadas foradamente pelos ditames hierrquicos das polticas pedaggicas, sem a conscincia de permanecerem s margens da sociedade. E nesse ponto sintomtico que se deve, a partir de um diagnstico da prxis pedaggica cultural igualitria e polticas educacionais inclusivas, combater as desigualdades social dos sujeitos, sejam estes em situao de risco ou a margens da sociedade, sejam estes os ENEs.

ConclusoComo podemos notar, apesar do envolvimento necessrio, mas no suficiente, em tudo o que se compete a esfera poltico-pedaggica, na atitude do educador lidando diretamente com os educandos que se possibilita uma proposta real de educao inclusiva. Atravs de estmulo de geraes de ideias, numa constante atitude dialgica e dialtica colocando o educando no apenas comocoadjuvante, mas principalmente, como protagonista do processo pedaggico que envolve toda a comunidade escolar. Na prtica, com uma simples atitude de ouvir o alunado, sempre confrontando suas ideias com o objetivo principal de coorden-las ao encontro do aprimoramento lgico argumentativo que se desencadeia um clima natural de aceitao da pluralidade cultural e de capacidades dentro dos ambientes escolares. J que esse modo de abordagem dentro das escolasfazem com que cada realidade seja compartilhada, e respeitada, por todos os componentes do processo educativo, evitando a partir disto, a desigualdade, o preconceito e a falta de conexo afetiva entre os educadores e os educandos, principalmente entre os educandos com dificuldade de aprendizagem e sociabilidade, assim como os ENEs.Sumariamente, a sociedade como um todo se beneficiaria com uma proposta educacional baseada na incluso, j que toda as resistncias culturais e dos que possuem necessidades especiais se atenuariam.E para finalizar, ao meu ver,aconsequnciamais importanteda educao inclusivaa convico de cada jovem e adulto de pertencer e ter um papel social a desempenhar dentro de cada comunidade, aldeia,tribo e, em primeiro lugar, na sociedade.