traulito-5
-
Upload
fernandobreda -
Category
Documents
-
view
30 -
download
2
description
Transcript of traulito-5
-
TRAULITO #5
Abril de 2012
Uma publicao da Companhia do Lato IS
SN 2
179-
1163
Z Celso rev Roda Viva
Martin Gonalves e o
teatro da Bahia
Meninos do Candombl
Homenagem a
Fernando Peixoto
-
2
NOTA EDITORIAL
Traulito -
-
-
ao Teatro para a Cidade de So Paulo.
-
bre a pea Roda Viva
-
-
-
Educao nos terreiros e como
a escola se relaciona com crianas de candom-
bl
-
Vintm
do Lato.
EXPEDIENTE
Distribuio gratuita
Edio
Co-edio
Projeto grfico e diagramao
Produo
Imagem da capa
O inspetor geral de
Colaborao nesta edio
Agradecimentos
Apoio
Impresso grfica
Tiragem
Edio eletrnica
Contatos da publicao
r
-
Luiz
Gust
avo
Cru
z
ES
PE
CI
AL
-
O TEMPO RODOU NUM INSTANTEEntrev ista com Z Cel so Mar t inez CorraPor Nina Hotimsky
Esta conversa sobre o espetculo foi realizada no dia 05 de outubro de 2011 como parte de uma pesquisa de iniciao cientfica realizada na Universidade de So Paulo, sob orientao de Srgio de Carvalho. A pea, de 1968, voltou ao debate, recentemente, desde que seu autor Chico Buarque de Holanda proibiu sua encenao.
Bob S
ousa
-
5
Nina Hotimsky Roda Viva?
Z Celso Martinez Corra Roda
Viva
-
Roda Viva
O Rei da Vela
-
a
terra estava em transe
-
Nina
Corra
Nina
Corra
-
Nina
Corra -
produo de Roda Viva
O Rei da Vela
-
beatnik
-
Nina
Corra
Bonnie & Clyde
Nina
Corra
Canta: Voc pensa que eu sou / Um boneco de papel / Voc quer
fazer de mim / O que Caim fez com Abel/ Tantan PanPan!
-
Faz gestos -
-
-
Cantarola a cano, demonstrando o tom
Segue cantando Sugere que eu
complete a letra].
Nina Eu paro e percebo que ele espera que eu
continue cantando. Canto
Corra
Nina
Corra Cantando junto
-
-
-
-
Roda Viva
quatro pessoas.
Corra
Corra backing vocal...
Nina
Corra -
backing.
Roda Viva
-
por O Rei da Vela Roda Viva
O Rei da Vela O Rei da Vela
O Rei da Vela
Roda Viva
As Ba-
cantes
-
-
-
Roda Viva
Nina
Corra
Nina
Corra
-
Canta
Nina
Corra -
-
[Canta].
Nina
Corra
Nina
Corra
-
As Bacantes
Roda Viva
Nina
Roda Viva.
Corra -
Pequenos Burgueses
Prometeu Acorrentado
Prometeu Acorrentado e as-
Roda Viva.
Nina Galileu Galilei -
Roda Viva?
Galileu Galilei
A imagem do Chico ficou muito identificada com os grupos da esquerda careta.
Uma coisa extremamente necessria no teatro uma excitabilidade.
-
Corra
Galileu
Galileu
[assopra, para sugerir a abertura] -
Roda Viva
Nina Roda Viva?
Corra
Galileu
Roda Viva Galileu Roda
Viva
Nina Roda Viva?
Corra -
sussurra) -
-
Nina
Corra
-
Nina
Roda Viva -
-
Corra -
-
-
Roda Viva.
Nina
Corra
Roda Viva
-
Eu pude reconhecer a importncia histrica do , quase csmica.
Essa relao de oprimido e opressor, de teatro do oprimido, eu despacho.
Ace
rvo d
a Bib
liote
ca J
enny
Kla
bin
Segall -
Muse
u L
asa
r Segall -
IBRAM
.
-
Nina -
Corra -
Nina
Corra
Nina
Corra
-
-
-
-
Nina
Corra -
-
a pera do Malandro
pea Gota dgua -Roda
Viva-
Nina
sobre Roda Viva.Corra
Roda VivaFeira Paulista de Opinio
Feira Paulista de Opinio Roda Viva -
-
TodomundoEveryman. o Todomundo Todo-
mundo Chorus Line. No Chorus Line
trabalhei depois de Roda Vivamainstream
-
As trs irms
Macumba Urbana Antropfaga
Roda Viva -
Nina
Corra
-
Os censores s olhavam para os olhos do Chico.
Eu sou acusado pelos comunistas de ter provocado o AI-5.
-
Me contam, no sei se verdade, que o pessoal chegou para bater no pessoal da
.(Depoimento de Chico Buarque
de Hollanda sobre .)
Roda Viva
show business.
artista popular, pop star
roda viva e
Roda Viva
Feira Paulista de Opinio
Roda Viva.
Feira de Opinio,
Roda Viva
Roda
Viva
show business
Trecho extrado do documentrio
olume
6: Chico Buarque: Bastidores.
[Batuca]:
[Ba-
tuca]:
-
Nina Roda Viva
-
Corra
Nina
Corra -
Nina
Corra
Vestido de Noiva O Rei da Vela
Roda Viva -
Roda Viva
Macumba
Urbana Antropfoga
Nina
Corra
-
10
IMAGENS DE UM ESPETCULOPor Nina Hotimsky
, de Chico Buarque, encenao de Z Celso, 1968.
Arqu
ivo
Edga
r Le
uenr
oth
AE
L
UNIC
AM
P.
(Povo esfarrapado entra em procisso entoando o canto religioso).
CORO - AleluiaFalta feijo na nossa cuiaFalta urna pro meu votoDevotoAleluuuuuuuia.
Arqu
ivo
Edga
r Le
uenr
oth
AE
L
UNIC
AM
P.
(Povo transforma-se em
garotas-propaganda. Elas
avanam sobre a plateia
aos gr itos: comprem!
comprem! ).ANJO DA GUARDA (Entrando).Quase, quase, mais um quase eSers apresentadorMas vamos passar faseMais complexa, a do cantor.Sim, j sei, vais me dizer
Que s rouco e no tens vozMas a voz, queres saber? o de menos, c pra ns.
(As meninas iam de lngua na plateia. Ficavam deitadas no cho mostrando a lngua para a plateia, fazendo mil malabar ismos.1)
1 Zelo, msico e assistente de direo musi-
cal da pea.
HOL
LANDA
, Ch
ico
Buar
que
de.
Roda V
iva.
Rio
de J
anei
ro:
Edit
ora
Sabi
, 1
968.
ANJO (Conf idencial).Mas no se esquea, hem? Sou seu anjo da guarda, s quero o seu bem... Quanto aos lucros, bem, dos seus lucros levo s 20%, como de praxe entre os anjos. A
cerv
o da
Bib
liote
ca J
enny
Kla
bin
Sega
ll -
Mus
eu L
asar
Seg
all -
IBR
AM
.
Marlia Pra (na montagem paulistana) como Juliana
(Luz em Juliana com tr ic na mo; fundo musical passa a
desaf io de v iola caipira). ANJO Quem est a?
JULIANA Juliana do Benedito. E voc quem ?
Que faz aqui?O que quer?
ANJO (Aproximando-se)Vim aqui para tudo mudar
(...) Seu mar ido vai trocarDe cara, de nome e v ida.
-
11
KATZ,
Ren
ina
e H
AM
BU
RGER
, Am
lia
(org
). F
lvi
o I
mpr
io.
So
Pau
lo:
Edit
ora
da
Univ
ers
idad
e de
So
Pau
lo,
1999.
(Fundo de rgo e de outras vozes rezando o Credo).ANJO - Creia na televisoE em sua luzinha vermelha(...) a luz eterna da glr ia.
Ace
rvo d
a Bib
liote
ca J
enny
Kla
bin
Segal
l -
Muse
u L
asa
r Segal
l -
IBRAM
.
ANJO O novo dolo! O gnio! Para delr io de
todos, o Rei! Ben Silver!
de Chico Buarque de
Hollanda. Editora Sabi, 1968.
-
12
KATZ,
Ren
ina
e H
AM
BU
RGER
, Am
lia
(org
). F
lvi
o I
mpr
io.
So
Pau
lo:
Edit
ora
da
Univ
ers
idad
e de
So
Pau
lo,
1999.
(Ao f im do Ie-ie-ie, Benedito, Anjo, Capeta e IBOPE sentam-se em roda, passando o dinheiro de mo em mo, cantando o Caxang).
BENEDITO Vejamos : pr mim, v iagens internacionaisUma cober tura e um casaro bem chiqueMuitas amantes, ha-ha-ha... que mais?Ah! Pro Man um alambique...E po para o povo.
(Fui recolhendo o imaginr io catlico em torno
de um santo que eu no sei por qu eu achava
que t inha a cara de cantor de i-i-i que era o
menino de Praga, So Bom Jesus de Praga.2)
2 Flvio Imprio em cenaH
OLL
ANDA,
Chic
o B
uar
que
de.
Roda
Viv
a.
Rio
de
Janeir
o:
Edit
ora
Sabi
, 1968.
(Cada vez mais selvagens, os mendigos comeam a despir Benedito; r itmo de macumba para o canto religioso).
CORO - AleluiaJ tem feijo na nossa cuias o nosso salvadorSenhorAleluuuuiiiaaaa
(No auge da selvager ia d-se o cor te simultneo de luz e som).
(Ben Silver (...) conduzido por grotescas
car icaturas das macacas de auditr io, que no f im
do pr imeiro ato o levam embora, deitado sobre uma
cruz de madeira, nu, cansado sob o peso do prpr io
sucesso.3)
O Estado de So Paulo. .
-
Fonte
: htt
p:/
/um
asz
ona.
blo
gsp
ot.
com
.br
Heleno Prestes, Antnio
Pedro e Marieta Severo
(Luz f raca sobre Benedito e Juliana).
BENEDITO (cantando)(...) S v im te convencerQue eu vim pra no morrerDe tanto te esperarEu quero te contarDas chuvas que apanheiDas noites que vareiNo escuro a te buscar(...)
JULIANA (em contracanto)Vem, meu menino vadioVem, sem mentir pra vocVem, mas vem sem fantasia(...)
(O casal abraa-se at ser interrompido pela entrada sbita da cmera de TV, acompanhada pela musiquinha-pref ixo).
HOLL
ANDA,
Chic
o B
uar
que
de.
Rod
a Vi
va.
Rio
de
Janeir
o:
Edit
ora
Sabi
, 1968.
BENEDITO Como para o bem de todos e felic idade geral da nao.Digo ao povo que morro.POVO Que morra, que morra, que moorra.
(Rufar de tambor; Benedito toma a direo de um automvel; estrondo; Benedito cai fulminado).
Arq
uiv
o M
ult
imeio
s C
entr
o C
ult
ura
l So
Pau
lo.
Capa do programa da pea,
quando em So Paulo
POVO - AleluiaFoi-se o feijo da nossa cuiaFoi por ns um sacr if c ioOssos do of c ioAleluuuuia.(O povo amontoa-se sobre o corpo de Benedito para devor-lo).
Nina Hotimsky atriz do Coletivo de Galochas e pesquisadora de teatro.
-
Este comentrio crtico foi publicado por Yan Michalski no
, Caderno B, pgina 2, em 30 de janeiro de 1968.
---
mise en scne
-
-
-
Roda-Viva -
Roda-Viva
--
Roda-Viva
-
--
--
dade de sua partitura de Morte e Vida Severina
--
-
-
--
-
Onde a Roda se torna quadrada
--
-
-
-
-
--
---
--
--
Roda-Viva
-
-
-
---
-
-
--
---
-
Roda-Viva
--
-
-
Roda-Viva
Blackout Blackout -
Roda-Viva podero ter
Roda-Viva --
Um novo elogio: cafona -
-
slides tout court
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Uma questo culinria-
Roda-Viva
--
-Roda-Viva -
-Roda-Viva
Yan Michalski, ator e diretor de origem polonesa. Foi crtico de teatro do
entre os anos de 1963 e 1982 e fundador da Casa de Arte das Laranjeiras (CAL) do Rio de Janeiro.
Autor dos livros: e . Utilizamos aqui a transcrio do original pertencente
ao acervo da Biblioteca Jenny Klabin Segal, Museu Lasar Segall, IBRAM.
A VOZ ATIVA DE RODA VIVA
A participao qual o espectador violentamente forado falsa, arbitrria.
-
15
Por Jussilene Santana
Martim Gonalves,
Estado,
-
-
-
-
-
Bodas de Sangue,
-
-
-
M A R T I M G O N A LV E SAce
rvo M
art
im G
ona
lves/
Ace
rvo H
ebe
Gona
lves.
-
Pluft, o Fantasminha e O Boi e o Burro
no Caminho de BelmDesejo, de
A Casa de Bernarda Alba, dipo-Rei,
-
,
-
ngela
-
-
O Moo Bom e Obediente,
O Jornal
-
-
-
pera dos Trs Tostes,
Calgula,
A pera, Calgula.
-
As Trs Peas Modernas JaponesasO Crime de Han O Tambor de Damasco e Sotoba Komashi,
Cena de A pera dos Trs Tostes.
-
doutorado Martim Gonalves Uma Escola de Teatro contra A Provncia, de
--
xir
Dan-
as e Teatro Popular no Brasil
-
diretor dos Dirios Associados
-Associados, A Tarde, por
-
Bonitinha, mas Ordinria,
Queridinho, As Criadas,
O Globo,
O Balco
-
-
Jussilene Santana atriz, pesquisadora e co-fundadora do grupo Teatro NU.
Mais informaoes sobre o grupo: www.teatronu.com.
EIC
HBAU
ER,
Hlio e
VEL
OSO,
Ded.
Art
e na
Bah
ia.
Sal
vador:
Corr
upio
, 1991.
-
Por Stela Guedes Caputo
-
--
-
-
-
Educao nos terreiros e como a
escola se relaciona com crianas de can-
dombl
pesquisa.
--
-1
-
--
-
-
-
1
-
-
Lendas de
Exu -
-
-
-
-
--
-
-
Stela Guedes Caputo jornalista,
pesquisadora e autora do livro
.
A DISCRIMINAO DE CRIANAS DE CANDOMBL NAS ESCOLAS
Stela
Guedes
Cap
uto
Foto atual de Tauana.
-
Este depoimento escrito por Fernando Peixoto foi publicado no nmero zero da revista , em 1997. Na ocasio, ele esteve prximo da Companhia do Lato, durante o projeto
Pesquisa em Teatro Dialtico, que inaugurou as atividades do grupo no Teatro de Arena. Foi Fer-nando Peixoto quem cedeu ao grupo uma cpia anotada de de Brecht, utilizada na
pesquisa de Ensaio sobre o Lato, espetculo que batizou o coletivo de artistas.
-
-
-
Brecht Vida e Obra
--
-
-
-
Brecht: Uma Introduo ao Teatro Dialtico-
-
Fernando Peixoto foi ator, encenador, militante poltico, jornalista e pesquisador de teatro. Foi um dos mais impor-tantes artistas do teatro brasileiro moderno, transitando entre os principais grupos de pesquisa da dcada de 1960
e contribuindo para sua politizao. Integrou o Teatro Oficina e um dos principais responsveis pela difu-so da obra de Brecht no Brasil a partir da segunda metade dos anos 60. Escreveu, entre outros, os li-
vros: , organizou a produo crti-ca de Yan Michalsi, publicada sob o ttulo
-
20
Fernando Peixoto deixa a sala de conferncia, onde se realizava um encontro de teatro. Do lado de fora, junto mesinha
do caf, ele diz em meio a farelos: Vim mastigar uma bolacha de gua e sal, a conversa est muito abstrata l dentro.