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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO – UNIFMU CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA AERÓBIA E TÉCNICA EM NADADORES DE 9-10 ANOS DE IDADE. RODRIGO RANGEL RIZZO N* 36 4* ANO – 1424B TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LAÉRCIO ELIAS PEREIRA VALÉRIA SANTOS DE ALMEIDA SÃO PAULO, 17 DE SETEMBRO DE 2003.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO – UNIFMU

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA AERÓBIA E TÉCNICA EM NADADORES DE 9-10 ANOS DE IDADE.

RODRIGO RANGEL RIZZO N* 36

4* ANO – 1424B

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LAÉRCIO ELIAS PEREIRA

VALÉRIA SANTOS DE ALMEIDA

SÃO PAULO, 17 DE SETEMBRO DE 2003.

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SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO 01 1.1. Definição do Problema 01 1.2. Justificativa 01 1.3. Objetivo 01 II. REVISÃO LITERÁRIA 02 2.1. Característica da Criança de 9-10 Anos 02 2.1. Característica da Natação para Criança 03 2.2.1. Treinamento Desportivo 05 2.2.2. Treinamento Desportivo para Crianças 06 2.3.1. Treinamento de Resistência geral 07 2.3.2. Treinamento de Resistência para Crianças 08 2.4.1. Treinamento Técnico Geral 09 2.4.2. Treinamento de Técnica para Crianças 09 2.5. Treinamento de Natação para Crianças 09 2.6. Treinamento de Resistência Aeróbia em Natação 10 2.7. Treinamento Técnico 11 III. METODOLOGIA 12 3.1.Amostra 12 3.2. Procedimentos 3.3. Análise de Dados 12 IV. RESULTADOS 13 V. DISCUSÃO 14 VI. CONCLUSÃO 16 VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17 VIII. ANEXO 19

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I - INTRODUÇÃO 1.1 - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Os especialistas em pediatria observam que as crianças tanto funcional quanto estruturalmente não são miniaturas dos adultos. São fatores importantes para a performance física, e neuromuscular. Sabemos que o treinamento em crianças é complicado por vários motivos, como crescimento, maturação e outros. Na natação como em outros esportes o Treinamento pode ser dividido em várias formas e linhas de pensamentos tendo por finalidade alcançar o melhor do atleta no tempo exato e não antes ou depois do seu período fisiológico adequado, ou seja, não alcançar o ápice ou alcança-lo antes do tempo e ter um declive na “performance” daí em diante em seu treinamento; com isso põe-se em dúvida na natação a seguinte linha de treinamento, trabalhar uma resistência aeróbia em âmbito geral ou trabalhar a técnica do nado em si trabalhado pensando em melhorar sua técnica de nado e sua consciência de seu próprio nado. 1.2 - JUSTIFICATIVA

A natação, um dos esportes mais praticados no Brasil, tem no meio ambiente em que é desenvolvida seu maior ponto de diferenciação das outras modalidades esportivas. Sua evolução nos últimos anos se deve principalmente a contribuição das ciências do esporte na melhora do desempenho , existindo numerosos estudos que tentaram cada vez mais descrever com profundidade as solicitações gerais e especificas desse esporte. Como o treinamento infantil ou de crianças é um treino complicado e escasso em literatura ou pesquisas, esse trabalho tem o intuito de melhorar ou esclarecer mais os trabalhos com treinamento infantil de natação que o autor e outros técnicos e professores tem em preparar e não conseguir obter a melhor linha de treinamento para cada idade. O treinamento de natação envolvendo crianças requer considerações relevantes ao processo de crescimento e desenvolvimento. Para que o treinamento possa ser desenvolvido de uma maneira eficaz deve ser fundamentado em dados de desenvolvimento biológico e antropométrico muito mais do que a idade cronológica. 1.3 – OBJETIVO:

Este presente estudo teve como objetivo de comparar a “performance”em treinamento de resistência aeróbica e técnica em nadadores de 9 a 10 anos de idade.

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II. REVISÃO LITERÁRIA 2. CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA DE 9-10 ANOS Existem quatro fases distintas relacionadas com o crescimento humano: Fase 1: crescimento intra-uterino; que vai da concepção ao nascimento. Fase 2: primeira infância; que vai do nascimento a aproximadamente 2 anos de idade. Fase 3: segunda infância ou intermediária; que vai do período de equilíbrio e crescimento uniforme em que o acréscimo anual de peso de mantém no mesmo nível, até o início de uma nova fase de crescimento acelerado. Fase 4: adolescência; que vai da fase final do crescimento até a fase adulta .(MARCONDES, 1978).

Segundo TANI (1988) o desenvolvimento, caracteriza-se como um processo ordenado e seqüencial, no qual, alguns aspectos merecem destaque. Em primeiro lugar, o aspecto de que a seqüência é a mesma para todas as crianças e apenas a velocidade da progressão varia. Em segundo lugar, o aspecto da existência de uma interdependência entre o que se está desenvolvendo as mudanças futuras decorrente ao longo da infância. Quando se fala em desenvolvimento é preciso constatar que há três tipos: o primeiro é o normal, onde a idade cronológica (anos) e a idade biológica (maturação) coincidem. O segundo é o precoce (acelerado), no qual, o desenrolar das fases é acelerado em um ou em vários anos na criança (WEINECK, 1989). Neste processo de desenvolvimento, outro aspecto importante é o estado maturacional em que a criança se encontra. E que considera o resultado de um mecanismo biológico, endógeno (interno) e regulatório (DAMASCENO, 1992). De acordo com ASTRAND (1992) , o sistema proprioceptivo, sistema visual e sistema vestibular, desenvolvem-se precocemente ao longo da vida, porém não antes dos oito anos de idade. BOILEAU (1989) apresenta que os sistemas metabólicos não se encontram completamente maduros. O estudo de MATSUDO (1989) apresentou que a maturação da potência aeróbia ocorre bem anterior que a potência anaeróbia. Outro estudo, SOUZA (1990) apresentou que nadadores de dez anos possuem uma maturação biológica avançada para a idade. Na idade dos 9-10 anos, compreende-se a fase intermediária na qual é caracterizada por um crescimento relativamente constante. Para WEINECK (1989) esse nível de idade é considerado a melhor idade de aprendizagem, em que há uma melhora na força que é relativamente maior do que comparado ao acréscimo de peso e altura, permitindo assim que a criança possua um domínio corporal já elevado. O desenvolvimento motor da criança de 9-10 anos está intimamente ligado as experiências motoras adquiridas anteriormente, colaborando para a natação como atividade desportiva;

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existindo diferenças no ritmo de desenvolvimento e determinantes genéticos que aparecem como grandes responsáveis pelo surgimento de talentos infantis (TANI, (1988).

BOEME (1988) afirma que existem quatro fases no processo do desenvolvimento motor: fase dos movimentos reflexos que se inicia no útero e vai até o primeiro ano; fase dos movimentos rudimentares que se estende do primeiro ao segundo ano; fase dos movimentos fundamentais do segundo ao sétimo ano de idade e fase dos movimentos relacionados com o esporte. Nesta última fase, que engloba a idade dos 9-10 anos, ainda sofre outras divisões. Esta fase dos movimentos relacionados com o esporte caracteriza-se como uma etapa de aperfeiçoamento dos movimentos fundamentais, na qual, as habilidades motoras são refinadas, combinadas e elaboradas. Existem três divisões em estágios neste período: geral ou transitório (sete ou dez anos) e de habilidade motoras especializadas ) acima de quatorze anos). No estágio geral transitório, dos sete aos dez anos, a criança começa a combinar e aplicar habilidades motoras fundamentais para o futuro desempenho nas habilidades relacionadas com o esporte. Segundo a seqüência de desenvolvimento motor de TANI (1988), a faixa etária dos sete aos doze anos é caracterizada por combinações de movimentos fundamentais. MEINEL (1984) indica que há um rápido aumento da habilidade de aprendizagem motora das crianças, que se torna bem evidente no nono e no décimo ano de vida.As crianças aprendem cada vez mais a compreender sua capacidade de rendimento correspondente as tarefas de movimentos e reagem cada vez mais as correções de seus movimentos.

Na idade dos nove aos dez anos aparece um marcante aumento do nível de aprendizagem motora. Os movimentos são mais precisos, contudo não podem ser executados com grande velocidade ou força. Os movimentos das extremidades são melhores, porém, voltados para um trabalho de coordenação geral. A criança desta idade apresenta uma grande capacidade de aprendizagem. No entanto, é necessário diferenciar capacidade (a pontecialidade) e prontidão ( estar apto neste momento) da aprendizagem. O perfil motor alcança um alto nível, mas não deve ser considerado o ponto máximo das possibilidades motoras (BECA, (1989). WEINECK (1991) caracteriza como a melhor fase de aprendizagem motora a faixa etária dos sete aos dez anos. BECA (1989) propõe que seja realizado um importante trabalho generalizado na infância, a fim de proporcionar uma riqueza de movimentos que possibilitará, mais tarde, uma aprendizagem mais eficiente de uma técnica desportiva. 2.1.CARACTERÍSTICAS DA NATAÇÃO PARA CRIANÇAS DAMASCENO (1992) propõe que a natação pode possuir um alto potencial para o desenvolvimento psicomotor. Segundo MARCONDES (1991) a natação como atividade física é um auxiliar importante para o aprimoramento do crescimento e desenvolvimento da criança, nos seus aspectos morfofisiopsicológicos, e de uma maneira mais abrangente, a atividade física contribuindo para o desenvolvimento de :

a) Qualidades puramente físicas como força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e velocidade;

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b) Qualidade físico-psíquicas, como capacidade de concentração e relaxamento, bem como coordenação:

c) Qualidades psíquicas, como força de vontade , disciplina, domínio de si mesmo, coragem, confiança, solidariedade e respeito às leis;

Ainda a atividade física pode ser vista por dois aspectos. Em primeiro lugar, a atividade física não programada, direcionada às crianças saudáveis e que diz respeito a todas as idades. Em segundo lugar, considera-se a atividade física programada, e assim chamada prática esportiva, na qual será estudada mais profundamente em termos de treinamento esportivo, e esta prática será analisada de acordo com a modalidade de natação (COUNSILMAN 1984). Em natação existem quatro modalidades de nado que são praticadas em competições:

1. O NADO CRAWL, em todas as provas, longas ou curtas, de nado livre. 2. O NADO BORBOLETA, em toas as provas de nado borboleta. 3. O NADO DE COSTAS, em toas as provas de nado de costas. 4. O NADO DE PEITO, em todas as provas de nado de peito

COUNSILMAN (1984) sugere alguns objetivos para grupos de nadadores.

1. Proporcionar oportunidades para o desenvolvimento social e emocional; 2. Facilitar um objetivo físico, recreativo, saudável e digno; 3. Dar oportunidade ao aprendizado da arte e da perícia desportivas e despertar nos

nadadores a consciência do espírito de equipe; 4. Proporcionar oportunidades educativas; 5. Buscar oportunidades para aprender os hábitos que levam à manutenção de uma boa

saúde; 6. Proporcionar a preparação e a competição de todos os que as desejem; 7. Buscar uma base ampla de nadadores peritos.

Tais objetivos são alcançados por meio de: Práticas e orientações nas reuniões de modo adequado, supervisionado e organizado, havendo oportunidade para que a equipe não se limite somente a nadar; Tipos adequados de práticas e de reuniões a nível dos conhecimentos práticos e da perícia das diversas idades e capacidades das equipes e dos indivíduos; Preparação ministrada por pessoas competentes, com experiência de preparação em escolas e universidades, inscritas como membros de alguma associação de técnicos; Instrução dirigida durante as práticas e reuniões; e oportunidades de educação literária em escolas ou universidades; Costumes sadios, à medida em que vão sendo aprendidos diretamente das adequadas técnicas de preparação e, de modo indireto, das instruções didáticas, do plano de exercícios,das palestras e das demonstrações; Oportunidades de preparação facilitadas por clubes, colégios, comissões recreativas, etc; oportunidades de competir proporcionadas por:

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1) provas competitivas; 2) provas inter-clubes; 3) associações privadas; 4) provas recreativas da cidade; 5) provas colegiais; 6) provas; de modo que ninguém fique sem ter oportunidade de praticar ou de competir; Práticas competentemente organizadas e oportunidades competitivas, com as tensões Reduzidas ao mínimo, para o desenvolvimento equilibrado e para o contínuo progresso sensível dos nadadores. 2.2.1 TREINAMENTO DESPORTIVO

HOLLMANN E HETTINGER (1989) definiu treinamento como uma repetição sistemática de tensões musculares pré-definidas, com reflexos de adaptações morfológicas e funcionais, com a finalidade de aumentar a performance ( comportamento observável e temporário da realização bem sucedida ou melhor possível de uma tarefa). TUBINO (1980) propõe princípios científicos do treinamento desportivo:

1) Princípio da individualidade biológica: coloca-se as diferenças entre as pessoas, determinando que o processo de preparação desportiva obedece características físicas e psíquicas individuais dos atletas;

2) Principio da adaptação: sustenta a íntima ligação do treinamento desportivo com o fenômeno do stress, no qual , se deve tomar cuidado com a intensidade das cargas de treinamento;

3) Princípio da sobrecarga; este, segundo os diferentes estímulos aplicados provocam desgastes que são repostos após o término de um trabalho, assim,ocorrendo a primeira fase de adaptação, pois o organismo se torna capaz de restituir sozinho as energias perdidas nos desgastes e ainda se preparar para uma carga mais forte de trabalho. E, para que haja evolução será necessário uma ótima ligação entre as cargas e as pausas entre as sessões de treinamento;

4) Princípio da continuidade: baseia-se na continuidade da sequência do treinamento da modalidade eleita, sistematizando o trabalho e não permitindo a quebra da continuidade, previstas na periodização de processo de treinamento;

5) Princípio da interdependência volume-intensidade: coloca em destaque a relação entre o volume (quantidade) e a intensidade (qualificação) no trabalho, respeitando a fase do treinamento.

WEINECK(1989) ainda apresenta o Princípio da carga crescente que se caracteriza

como um aumento de volume e intensidade no decorrer do processo de treinamento ( o aumento do volume é geralmente realizado antes da elevação da intensidade); o Princípio da carga periódica que coloca a importância da alternância entre a elevação do volume e a redução da intensidade que deve ser submetida a modificações periódicas; o Princípio da carga Variável que corresponde a alternância justa e a sucessão exata de cargas, com diferentes características que permitam em ganho na intensidade do treinamento, assim, o Principio

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do estímulo de carga eficaz para o treinamento coloca a necessidade que tem o estímulo, em superar em determinado limiar para alcançar em acréscimo na performance. Segundo NAHAS (1991) dentre os princípios científicos do treinamento desportivo, deve-se destacar o Princípio da especificidade onde as atividades devem solicitar grupos musculares envolvidos e o sistema energético da modalidade específica, então, a forma mais eficaz de treinar uma modalidade, é praticar os movimentos da própria modalidade (NAHAS, (1991).

Para melhor desempenho no esporte, o treinamento depende de princípios que darão a base para que se possa organizar e distribuir o treino desportivo. De acordo com os princípios citados, outros fatores estão relacionados com o treinamento, WEINECK (1991) relata que a capacidade de desempenho desportivo depende de: características da personalidade (habilidades intelectuais, características morais e psíquicas), fatores constitucionais e de saúde, características e habilidades técnico-táticas e de fatores de desempenho físicos condicionados e coordenativos ( resistência, força, mobilidade,agilidade). Em um treino desportivo, objetiva-se conseguir alcançar as potencialidades específicas através de uma preparação planificada. Então, deve-se atingir o seu máximo desde que sejam desenvolvidas de forma gradual e dentro de determinados períodos de tempo. A meta a se atingir durante um treino é alcançar o melhor resultado individual (FREITAG,(1977). Com relação a uma prescrição de treinamento, este deve ser antecedido de uma avaliação médica funcional e deve indicar o tipo de exercício, a intensidade, a frequência e a duração das sessões.(GAYA,1979). Segundo FREITAG (1977), o desenvolvimento físico e as condições de treinamento, tornam-se decisivos para um trabalho de longa duração. Assim o treino pode ser determinado pelos seguintes fatos:

1. ter em conta as estruturas da idade ( nunca forçar psíquica e fisiologicamente); 2. O treino tem de ser muito variado; 3. Apesar da orientação do treinado, o desportista deve ter bastante autonomia; 4. Devem-se ter em conta os processos da dinâmica de grupo; o desportista não deve

treinar sozinho, já que em grupo é mais fácil suportar o cansaço e o aumento de intensidade;

5. O treino em grupo deverá, tanto quanto possível, ter em conta as características pessoais de cada um e ser planificado sistematicamente;

6. Deve-se ter um bloco de notas, o qual permite o controle do rendimento e do treino; 7. Devem executar-se testes, a fim de pôr à prova o efeito de determinados processos do

treino nos diferentes períodos do mesmo. 2.2.2. TREINAMENTO DESPORTIVO PARA CRIANÇAS

Um programa de treinamento para crianças deve ser bem planejado e organizado, de forma a possibilitar o sucesso em competições futuras. Isso ocorrerá pois a criança irá ser submetida a um treinamento a longo prazo, planejando e organizando da forma mais adequada possível, o tempo necessário para alcançar a lata performance (ERICKSEN E FERREIRA, 1993).

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O treinamento das criança deve abranger um processo de longo prazo, contínuo e

sistemático de exercícios. Tanto os conteúdos, métodos e objetivos, diferem em muitos aspectos daqueles aplicados nos adultos. A criança não é um adulto em miniatura, suas características diferem em muitos aspectos como, com relação ao treinamento físico (WEINECK,1989).Para TANI (1989), as crianças são menos aptas para performances físicas do que os adultos. Segundo BENTO (1989)o treino para crianças orienta-se na formação geral de base, não se trataria ainda de um treino orientado para o rendimento desportivo mas sim de um tipo especial de ensino para crianças com talento motor geral. O objetivo de: Melhorar as qualidades corporais gerais, isto é, a base do rendimento motor geral; Preparar para o treino sistemático do rendimento desportivo; O processo de especialização numa modalidade desportiva começaria apenas na fase do treino das bases de rendimento desportivo, caracterizando-se por um direcionamento crescente para as particularidades da modalidade desportiva. Nesta pesquisa, o treinamento desportivo foi restringido, aos aspectos de resistência aeróbica geral e de técnica desportiva para melhor análise. 2.3.1 TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA GERAL Entende-se por resistência generalizada, a capacidade de resistência ao desempenho de mobilização de uma massa muscular maior do que 1/7 até 1/6 do total da musculatura esquelética (HOLLMANN e HETTINGER, 1989). O treinamento de resistência aeróbica geral deve ser elaborado de forma a proporcionar uma sobrecarga cardiovascular suficiente para estimular aumentos no volume de ejeção e no débito cardíaco. Essa sobrecarga central deve ser realizada com os grupos musculares apropriados, procurando aumentar a circulação local dentro dos músculos. Isto engloba o princípio da especificidade aplicado ao treinamento aeróbico (MCARDLE e col., 1992 ). GAYA (1979) caracteriza este tipo de resistência como um trabalho de fraca intensidade e longa duração, com uma freqüência cardíaca entre 130 e 140 batimentos por minuto, é um trabalho de base que objetiva uma formação para uma condição específica. Para WEINECK (1991) a resistência aeróbica geral divide-se em três:

1) Resistência Aeróbica Geral de Curta Duração:apresenta uma exigência de duração de carga de dois até de dez minutos. Esta resistência não depende exclusivamente da capacidade aeróbica, com cerca de dois minutos da duração da carga, há uma requisição tanto de energia aeróbica quanto anaeróbia, que neste ponto se mantém em equilíbrio. Ao passar o tempo, pesa cada vez mais a capacidade metabólica aeróbia. Com o aumento da duração do trabalho a taxa percentual da absorção máxima de oxigênio diminui.

2) Resistência Aeróbia Geral de Média Duração: envolve uma duração da carga de dez a trinta minutos. Neste período a obtenção da energia é mais aeróbia, e como fonte de energia utiliza-se quase que exclusivamente a glicose.HOLLMANN e HETTINGER

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(1989) complementam afirmando que a duração de carga é longa demais para que o valor da capacidade máxima de absorção de oxigênio, por minuto, pudesse ser alcançado plenamente.

3) Resistência Aeróbia Geral de Longa Duração: contém períodos acima de trinta minutos. Concentra-se esforços contínuos por mais de trinta minutos de duração. Um fator limitante do desempenho, é a reserva de glicogênio muscular, esforços de intensidade elevada de resistência aeróbia geral de tal duração, reduzem o depósito de glicogênio. Outro fator limitante é a capacidade cardiopulmonar.

O treinamento aeróbio deve ser elaborado de forma a aprimorar tanto a função circulatória, quanto a capacidade metabólica de músculos específicos. As adaptações periféricas podem exercer um efeito profundo sobre o aprimoramento do desempenho na área dos exercícios (MCARDLE e col, 1992). Uma resistência aeróbia geral insuficientemente desenvolvida, não apenas restringe a eficácia do treinamento, como também causa uma fadiga precoce, reduzindo o tempo de exercício, impossibilitando a aplicação de um programa de treinamento eficaz (WEINECK, 1989). 2.3.2. TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA AERÓBIA PARA CRIANÇAS

WEINECK (1991) propõe que no treinamento de resistência para crianças deve utilizar o princípio da carga individualmente diferenciada, que deve ser executado com intensidade média e sob condições aeróbias, pois são úteis para o organismo da criança do que exercícios de caráter anaeróbio.

Na resistência aeróbia geral (faixa etária 9-10 anos) evidencia-se uma preferência pelo método de treinamento de carga contínua, com velocidade o mais regular possível, já que aqui, a capacidade de desempenho é utilizada de forma mais econômica (WEINECK, 1989; ZAKHAROV, 1992; WEINECK, 1991; GAYA, 1979; FREITAG, 1977).

Não se pode deixar de lado, quando se fala de capacidade de resistência, o nível de maturação biológica da criança que influi no treinamento. As limitações do sistema cardiovascular da criança, acontece por uma menor quantidade de hemoglobina (ASTRAND, 1992), um menor débito sistólico e uma menor reserva de carboidratos (ARAUJO, 1980).Com relação ao consumo máximo de oxigênio, WEINECK (1991) apresenta-o como sendo uma representação bruta da capacidade de resistência, GUEDES (1995) considera a possibilidade do consumo máximo de oxigênio. Em crianças, não se caracterizar como um indicador suficiente para detectar as modificações no metabolismo aeróbio

Segundo ASTRAND (1992) há uma estreita relação entre o consumo máximo de oxigênio e quilograma de peso. Relata que há uma baixa potência aeróbia por Kg de peso em crianças quando comparados com adultos. Segundo SHEPHARD (1995) se um programa adequado de resistência é preservado por doze semanas ou mais, o consumo máximo de oxigênio da criança é aumentada em torno de 15% e a principal base para esse aumento parece ser o volume sistólico. Para BOILEAU (1989) é possível melhorar a performance em crianças sem evidência de melhora no metabolismo aeróbio, sugerindo que o treino de resistência possa promover uma melhora no desenvolvimento das habilidades motoras e biomecânicas, que também pode ocorrer no treinamento anaeróbio.

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2.4.1 TREINAMENTO TÉCNICO GERAL

MATVEEV (1997) entende como treinamento de técnica, a preparação técnica do atleta, o conjunto de ensinamentos que lhes são ministrados a cerca do movimento e da ação que constituem o meio adequado à prossecução da competição desportiva ou a execução dos treinos. Segundo ZECH citado WEINECK (1989): “Entende-se por técnica esportiva os processos desenvolvidos, geralmente pela prática, para resolver mais racional e economicamente um problema motor determinado. A técnica de uma modalidade esportiva corresponde a um certo tipo motor ideal que, mesmo conservando seus caracteres motores , pode sofrer uma modificação que corresponde aos dados individuais “. (p.195). Ainda BARBANTI (1997) define a técnica como sendo um processo de movimentos, atitudes e posições gerais do indivíduo, que se realizam com uma utilidade determinada. É uma seqüência de movimentos baseados na Física na Biomecânica. No processo de preparação técnica especial, o atleta assimila a técnica do desporto em causa, ou seja, aprende as leis biomecânicas do movimento e as ações relativas ao objeto da especialização desportiva e assimila praticamente os correspondentes hábitos motores, elevando-os até ao mais alto nível de aperfeiçoamento possível. Conjuntamente com tudo isto, no treino desportivo, e a ele interligado, leva-se a preparação geral (MATVEEV, 1997). A preparação técnica objetiva aprender a técnica esportiva de forma racional, é um processo a longo prazo, sem interrupções. Ela deve ser sempre aperfeiçoada. A coordenação, a habilidade e o equilíbrio são bases motoras para uma melhoria da técnica. A técnica depende muito da condição de preparação física. Ela pode ser melhor assimilada quando as condições físicas são boas (BARBANTI, 1997). 2.4.2. TREINAMENTO TÉCNICO PARA CRIANÇAS O treinamento técnico para crianças está intimamente relacionado com o nível de desenvolvimento motor em que a criança está inserida. Segundo WEINECK (1989) o treinamento técnico, em crianças de sete aos dez anos, está relacionado a boa capacidade de aprendizagem motora, que deve ser utilizada para aumentar o repertório motor e a experiência motora. Nesta fase deve ser utilizado o processo de treinamento a longo prazo, portanto, praticar um treinamento de técnica para uma formação de base e virar uma longevidade de treinamento. De acordo com WEINECK (1991) o treinamento da técnica ( desempenho motor) deve estar em primeiro plano no processo de treinamento. 2.5.TREINAMENTO DE NATAÇÃO PARA CRIANÇAS O treinamento de natação envolvendo crianças requer considerações relevantes ao processo de crescimento e desenvolvimento. Para que o treinamento possa ser desenvolvido de uma maneira eficaz, deve ser fundamentado em dados de desenvolvimento biológico e antropométrico muito mais do que na idade cronológica. Isto é verdade, principalmente no

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que se refere a capacidade dos sistemas energéticos, potência muscular e dimensões corporais da criança ( ERICKSEN 1993). Na iniciação do treinamento desportiva da natação, deve-se levar em conta alguns aspectos:

a) Trabalham-se bases para o desenvolvimento das capacidades do rendimento desportivo:

b) O treinamento está orientado para um processo de elevação de volume de treino; c) As capacidades físicas serão desenvolvidas através de métodos generalizados; d) Tenta-se consolidar e orientar o aprendizado de técnicas de nado consideradas

fundamentais, bem como, uma ampliação das bases motoras das crianças. Utilizam-se fundamentos de realização de provas e experiências em competição ( ERICKSEN e 1993).Em relação à natação e conforme a idade e as possibilidades de cada um, são válidos os seguintes princípios para o treino:

1. Nadar trajetos não demasiado longos; 2. Variar as tarefas; 3. Aprender primeiro a técnica; 4. Mais tarde aumentar o volume e 5. Só então a intensidade.

Segundo ERCKSEN (1993) em natação, através de uma preparação sistemática, um atleta leva em torno de cinco a sete anos de treinamento regular para alcançar resultados significantes. DARIDO e FARINHA (1995) apresentam algumas considerações a respeito do treino desportivo para crianças:

- que seja dada a devida atenção aos problemas causados pela sobrecarga de treinamentos, e que seja evitado, no trabalho fora da piscina, musculação em idades precoces;

- que os técnicos respeitem os limites e a individualidade dos seus atletas;

- que os técnicos evitem utilizar “modelos prontos”para o treinamento dos seus atletas, uma vez que cada indivíduo é um único ser;

- que a quantidade (carga) e a intensidade do treinamento, sejam administradas, ao longo do tempo, evitando-se o ïmediatismo”.

- Que a busca de rendimento seja resultante de auto motivações e não de pressões exteriores.

2.6.TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA AERÓBIA EM NATAÇÃO LIPAROTTI (1996) defende a necessidade de treinamento do sistema aeróbio como base para o desenvolvimento da saúde, sugerindo que através do aumento do consumo máximo de oxigênio há uma diminuição em doenças como: obesidade, diabetes, asma, hipertensão, miopatias e depressões, especialmente as legadas ao sistema cardiovascular. No sistema cardiovascular existem alterações no volume sistólico, que por ser menor, tem que ser

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compensado por uma freqüência cardíaca maior e no débito cardíaco (LIPAROTTI, 1996). A criança treinada possui um maior débito cardíaco máximo ( ARAUJO, 1980). Segundo LIPAROTTI (1996) existem, no sistema cardiovascular, alterações no volume sistólico (VS) , por ser menor, tem que ser compensado por uma FC maior, e no débito cardíaco (DC). As crianças exibem uma circulação denominada hipocinética, que é definida por um débito cardíaco sempre menor que o do adulto em relação a qualquer VO2; em atividades sub-máximas, o fluxo sanguíneo e uma diferença artério-venosa maior compensariam um menor DC. Estas limitações provocam desconforto e fadiga precoce nas crianças e estas, naturalmente, tendem a realizar um maior número de pausas em suas atividades físicas. LIPAROTTI (1996) não encontraram diferenças significativas no consumo máximo de oxigênio de crianças submetidas a trabalhos contínuos. De acordo com ERICKSEN (1993) para a idade dos oito aos dez anos, é necessário um treinamento básico de resistência aeróbia geral. 2.7. TREINAMENTO TÉCNICO O treinamento de técnica para crianças nadadoras segue os mesmos cuidados e organizações do treinamento técnico anteriormente citado. Em natação, a criança de 9-10 anos, necessita de uma maior treinabilidade de técnica . Assim, ERICKSEN (1993) priorizam o treinamento de técnica do nado como sendo responsável por 50% do treinamento em geral.

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III. METODOLOGIA 3.1.AMOSTRA Esta pesquisa teve como amostra 10 crianças na faixa etária de 9-10 anos do sexo masculino, praticantes de um treinamento de natação competitiva da academia “Planet Sport” tendo uma freqüência de três treinos semanais de quarenta e cinco minutos a uma hora. Tendo a performance ou rendimentos similares na prova de 50 metros nado livre. 3.2.PROCEDIMENTOS Foram formados dois grupos de 05 crianças, Um grupo de 05 crianças realizaria treinamentos visando resistência aeróbia. Tendo um treinamento que propunha a utilização de um principio de carga individual diferenciada, que deve ser executado com intensidade media e sob condições aeróbias, pois são mais úteis para o organismo da criança O outro grupo de técnica de nado.Entendendo como treinamento de técnica, a preparação técnica do atleta, o conjunto de ensinamentos que lhes são ministrados a cerca do movimento e da ação que constituem o meio adequado a prossecução da competição desportiva ou a execução dos treinos.

Ambos realizariam o mesmo número de treinos e metragem durante esse período de base e especifico em cada treinamento. E depois de um meses de uso desse protocolo de treinamentos as crianças seriam submetidas a uma prova de 50 metros nado livre para observar os tempos, freqüência cardíaca e percepção de esforço obtidos. 3.3.ANÁLISE DE DADOS Foi calculado a média, o desvio padrão e “test t student” com nível de significância p< 0,05 em provas de 50 metros nado livre.

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IV- RESULTADOS

Tabela 1. Valores de média e desvio padrão do tempo, freqüência cardíaca (fc) e percepção de esforço (pse) de crianças após o treinamento de técnica e resistência aeróbia. ___________________________________________________________________ Técnica R. aeróbia ___________________________________________________________________ Tempo 61,00* ± 2.09 64.8 ± 1.32 FC 198.4 ± 2.15 183.8 * ± 3.42 PSE 16.6 ± 1.01 14.2* ± 1.16 * P<0.05 Com relação ao tempo os alunos que participaram do grupo de técnica obtiveram melhores resultados, mas os alunos que participaram do grupo de resistência aeróbia em contra partida obtiveram melhores resultados tanto na freqüência cardíaca quanto no teste de percepção de esforço.

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V. DISCUSSÃO De acordo com este estudo, verificou-se que o desenvolvimento da criança relacionado ao desporto, depende de algumas considerações referentes ao desenvolvimento motor da criança de 9-10 anos de idade.

WEINECK (1989) E MEINEL (1984) relatam que, essas crianças, possuem um rápido aumento da habilidade de aprendizagem motora, caracterizando-se assim como a melhor fase de aprendizagem.

Ainda BECA (1989) descreve que os movimentos da criança são mais precisos, mas, contudo, não podem ser executados com grande velocidade ou força.

Segundo GALLAHUE in BÖEME (1988); evidencia que dos 7-10 anos de idade, a criança começa a aplicar e a combinar habilidades motoras. Então, pode-se entender que a criança nesta faixa de idade, possui apenas característica de aprendizado dos movimentos especializados, e a destreza, relacionada ao esporte só será alcançada em idade de 14 anos, pois até esta idade a criança deverá vivenciar várias experiências, de diversas formas e somente nesta idade é que ela poderá optar pelo esporte que lhe agradará mais, assim, decidindo leva-lo a nível de competição ou não.

BARBANTI (1989) também concorda com Böhme , caracterizando que seja realizado na infância um trabalho generalizado propiciando uma riqueza de movimentos e possibilitando que mais tarde alcance uma aprendizagem mais eficiente da técnica.

No que diz respeito aos sistemas metabólicos da criança, BOILEAU (1989) apresenta que estes não se encontram totalmente maturos, isto é, a criança de 9-10 anos ainda não possui seu sistema aeróbio completamente desenvolvido, já MATSUDO (1989), em seu estudo, comprovou que a potência aeróbia em crianças se desenvolve anteriormente a potência anaeróbia.

Decorrente a estes dados ficou evidenciado que a criança ainda não possui condições para que se possa promover uma elevação na capacidade de resistência que ficam limitados pela idade. SOUZA (1990) apresenta, que alguns nadadores de 10 anos possuem uma maturação destes sistemas mais avançada para a idade, então pode-se entender que a maioria das crianças, de 9-10 anos, possuem seus sistemas metabólicos ainda em desenvolvimento, apesar de haver crianças precoces.

Então pode-se considerar que a criança de 9-10 anos encontra-se em fase de desenvolvimento e a especialização precoce pode acarretar desvios no processo e na seqüência de desenvolvimento da criança. Segundo Fédération Internacionale de Médecine Sportive (1997) um número cada vez maior de lesões por sobrecarga está registrado em crianças que praticam esportes organizados.

Com isso entende-se que nadadores da categoria 9-10 anos (mirim), irão alcançar seu alto rendimento por volta dos 17 anos. Enfatizando o objetivo do presente estudo, que não é avaliar o treinamento precoce em crianças, mas sim, reunir informações acerca da relação entre treinamento de resistência aeróbia geral e treinamento de técnica em nadadores, de 9-10 anos de idade, afim de se estabelecer a melhor forma de integrar estes dois componentes na busca de uma maximização dos resultados do trabalho a longo prazo.

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Verificou-se que a natação possui categorias em competições que englobam esta faixa de idade. Assim; existindo uma preparação (treinamento) voltado, para estas competições.

Com relação ao treinamento de resistência aeróbia geral ERICKSEN e FERREIRA (1993), LIPAROTTI (1996) e ARAUJO (1980), defendem a necessidade de um treinamento básico do sistema aeróbio geral, que através do aumento do consumo máximo de oxigênio há uma diminuição em depressões cardiovasculares. Ainda; apresentam que estas limitações provocadas pela idade (devido ao desenvolvimento desta capacidade) as crianças apresentam desconforto, uma fadiga precoce e, naturalmente, tendem a realizar um maior número de pausas em suas atividades. Assim; a criança ainda não possui seu sistema aeróbio totalmente maturo, mas a treinabilidade deste pode apresentar resultados significativos como no estudo de SHEPHARD (1995), na qual, o consumo máximo de oxigênio foi elevado.

BOILEAU (1989) apresenta que é possível a performance em crianças sem evidenciar a melhora no metabolismo aeróbio, sugerindo que o treino de resistência promove uma melhora nas habilidades motoras relacionadas à técnicas desportivas.

ERICKSEN e COSTA (1993) fazem citações de que em treinamento de crianças de 9-10 anos, se deve enfatizar um maior treinamento de técnica do nado e o treinamento de resistência aeróbia encontra-se em segundo lugar

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VI. CONCLUSÃO

Embora as limitações decorrentes da idade possam restringir o treinamento de nadadores 9-10 anos, encontrou-se que há uma relação de funcionalidade entre o treinamento aeróbio e o treinamento técnico. Sendo que a capacidade aeróbia deve servir de base para o treinamento da técnica em natação, pois a criança nesta idade conseguirá maiores benefícios perante um treinamento de técnica, tornando assim mais importante este trabalho, visando uma longevidade de treinamento.

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VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5. BENTO J O . A Criança no Treino e Desporto de Rendimento. Kinesis. 1989.:9-35

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Idade Adulta. MOTRIZ. 1995; 1: 59-69.

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12. Federation Internacionale de Medicine Sportive.Treinamento Físico excessivo em crianças e adolescentes. Revista bras.méd. esporte.1997; 3.

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15. GUEDES D P. Influência da Pratica da atividade física crianças e adolescentes uma abordagem morfológica e funcional.Revista da Associação de Professores de ed.Física de Londrina.1995; 10.

16. HOLLMANN W, HETTINGER T H. Medicina de Esporte. São Paulo; Monele.1989.

17. LIPPAROTTI J R. Controle dos Trabalhos Aeróbicos em Natação.

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18. MCARDDLE W D, KATCH F I, KATCH U L. Fisiologia do Exercicio, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A.1991.

19. MARCONDES E. Fatores Ambientais do Crescimento da Criança. RBCDH.1984; 1

20. MATSUDO U K. Amadurecimento da Potencia Aeróbica e Anaeróbica em Escolares

pré-pubertários, pubertários e adolescentes. Bienal de Ciências do esporte. 1989.

21. MATVEEV L P. Treinamento Desportivo. São Paulo:PHORTE,1997.:17-24.

22. MEINEL K. Motricidade II, O Desenvolvimento Motor do Ser Humano. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S/A, 1984, :302-324.

23. NAHAS M S. A Especificidade dos Efeitos de Treinamento. Revista Brasileira de

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24. SHEPARD J R. Testes Motores Aeróbicos em Crianças Pré- Puberes. Revista da Associação dos Prof. De Ed. Física de Londrina. 1995; 10.

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27. TUBINO M J . Metodologia Cientifica do Treinamento Desportivo. São Paulo ;

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28. VELASCO C G. Natação Segundo a Motricidade. Rio de Janeiro; SPRINT.1994; : 35-36

29. WEINECK J. Biologia do Esporte. São Paulo; Manole, 1989, :31-47

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sport.1992 :100-107

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VIII. ANEXO

TREINAMENTO RESISTÊNCIA A- 300 CRAWL 200 – 25CRAWL – 25 ESTILO 3X 50CRAWL DESCANSO 30 SEGUNDOS 150 PER CRAWL 200 BR – 25CRAWL-25ESTILO 100 25COSTAS-25PEITO TOTAL-1.100 B- 200 CRAWL 100 ESTILO 3X100 CRAWL DESCANSO 45 SEGUNDOS 2X100 BRAÇO CRAWL DESCANSO 20 SEGUNDOS 100 PERNA 25CRAWL-25 ESTILO 100 CRAWL PROGRESSIVO A CADA 25METROS TOTAL-1.100 C- 150 CRAWL 100 ESTILO 150 CRAWL 200 25CRAWL-25 100% DESCANSO 30 SEGUNDOS 100 PERNA CRAWL 200CRAWL 100 PERNA CRAWL 100 SOLTO TOTAL-1.100 D- 300 CRAWL 6X50 CRAWL A CADA 1MINUNTO E 15 SEGUNDOS 200 ESTILO 100 PERNA CRAWL 3X50 CRAWL 100% DESCANSO 1MINUTO 200 ESTILO

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TOTAL 1.250 TÉCNICA A- 300 CRAWL 200 CRAWL–25BRAÇO DIREITO 25BRAÇO ESQUERDO 4X50 PERNA CRAWL 200 CRAWL PEGADA. DUPLA 100 ESTILO 100 25CRAWL-25ESTILO TOTAL-1.100 B- 200 CRAWL 100 BRAÇO CRAWL 200 25ESTILO-25CRAWL TOCA O OMBRO

100 CRAWL CORRETIVOS 100 PERNA CRAWL

100 CRAWL 200 25CRAWL-25ESTILO TOTAL 1.000 C- 100 CRAWL 100 ESTILO 100 CRAWL 200 CRAWL RASPANDO DEDOS NA ÁGUA 100 PERNA CRAWL 3X100 CRAWL CORRETIVOS 10- SAÍDAS 10- VIRADAS 100 SOLTO TOTAL-1.000 D- 200 CRAWL 100 ESTILO 100 CRAWL TOCA O OMBRO 100 CRAWL PEGADA DUPLA 100 PERNA CRAWL 4X50 ALTERNADO DESCANSO1 MINUTO -PEG.DUPLA

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-CR 200 EST ILO 100 SOLTO TOTAL-1.100

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