Trovas de Delcy Rodrigues Canalles e José Lucas de Barros ... · 3 2016 União Brasileira de...

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2016

União Brasileira de TrovadoresPorto Alegre - RS

Coleção

Terra e Céu

Trovas de

Delcy Rodrigues Canallese

José Lucas de Barros

LXXXII

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Rua Otto Niemeyer, 2460 - CEP 91910-001 Bairro CavalhadaFones: 0**51 3243 8400SITE: www.ubtportoalegre.com.brE-mail: [email protected]ório do Registro Especial n° 6.405Fundada em 08 de março de 1969.

União Brasileira de TrovadoresSeção de Porto Alegre

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Para bem comemorar o centenário de nasci-mento de Luiz Otávio, idealizador e fundador damaior entidade congregadora de cultores do gê-nero poético TROVA do mundo, a seção de Por-to Alegre da mesma criou a coleção “LUIZ OTÁ-VIO É CEM”, com o intuito de editar cem livrosde trovas até o final do ano.

E agora, em cima disso, uma outra, comple-mentando-a: “TERRA E CÉU”. Ou seja, os trova-dores vivos homenagearão os falecidos, seusamigos, com a edição de um livro duplo, com tro-vas de um e de outro.

A ideia é sempre a mesma, mudou um pouqui-nho a forma. E, com certeza, teremos uma por-ção de belos livros, uns virtuais, outros físicos,mas serão sempre livros. Dessa forma, lavra-semais um tento nesta busca incansável, nesta ver-dadeira cruzada de que os trovadores brasilei-

Palavras Iniciais

ros participam, qual seja a de ver, um dia,este gênero poético devidamente valoriza-

do e divulgado, inclusive pelachamada grande mídia.

Flávio Roberto StefaniPresidente

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DIRETORIA - GESTÃO 2015/2016

Presidente: FLÁVIO ROBERTO STEFANIVice-Presidente de Administração:LISETE JOHNSONVice-Presidente de Cultura: SONIA LINDEMAYERVice-Presidente de Relações Públicas: CLÁUDIO DERLISILVEIRAVice-Presidente de Finanças: DORALICE GOMES DA ROSASuplente de Diretoria:JOSOEVERTON LOPES

União Brasileira deTrovadores - Seção de

Porto Alegre

Conselho Municipal(Titulares)

MÍLTON SOUZADELCY CANALLESCLÊNIO BORGES

Conselho Municipal(Suplentes)

NEOLY DE OLIVEIRA VARGASJANAÍNA SCARDUA BONATTOJANETE VARGAS

Secretária: SONIA LINDEDMAYERAssessor de Imprensa: SÉRGIO BECKERAssessora Especial: ANGELA PONSICoord. Do Juventrova: LÚCIA BARCELOS

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Delcy RodriguesCanalles

Delcy Rodirigues Canal-les nasceu em Pedro Osó-rio / RS, em 16/05/31.Filha de Sophia Irene Ro-drigues Canalles e AvelinoCanalles.Divorciada.Trêsfilhos.Nove netos.Cincobisnetos.Bacharel em Pe-dagogia e Licenciada emDidática pela Faculdade deFilosofia,Ciências e Letrasde Ijuí/RS.Bacharel em Ci-ências Políticas e Sociaispela Faculdade de CruzAlta/RS.Participa de dois Dicionários: “Direc-tory of International Writters“, nos EstadosUnidos e “Dicionário de Poetas Contemporâne-os“, no Brasil.

Pertence a inúmeras Instituições Culturais,no Brasil e três no exterior. Participa de mui-tas Antologias. É detentora de algumas deze-nas de troféus, obtidos em concursos de Poesiae Trovas, no Brasil, em Portugal , Argentina e

República Dominicana. Possui po-esias e trovas ( vertidas para oitaliano, pelo Prof. Claudino Bos-catto), no Centro Cultural de Ve-neto, na Itália;

Pertence a Academia de Le-tras de Camboriú/SC e a Acade-

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mia de Trovas do Rio Grande doNorte e Academia Paranaensede Poesia de Curitiba, como Só-cia Correspondente.

Publicou:“Revista “ com 33 acrósticos

às suas paraninfandas .(1968)”Símbolos Rio-grandenses”em co-autoria com

Beatriz Ribeiro,(1976)“Trovas” (1976) e “Trovas Dois” (1978)“Tênis de Sextilhas” em co-autoria com sua

irmã Gislaine Canales;(2005)“Acrósticos” (2008)“Diálogos em Trovas I”,com José Luca de Barros“Diálogos em Trovas II”, com José Lucas de

Barros“Diálogos em trovas III”, com José Lucas de

Barros“Quando Dois Rios se Encontram” com José

Lucas de Barros(2008)“Diálogo em Septilhas” com José Lucas de

Barros(2009“Sexteto em Sextilhas” com mais 5 poetas

:A.A.de Assis,Ademar Macedo,Prof. Garcia,Gislaine Canales e José Lucas(2009)

“Doze em Ritmo de Sextilhas” com mais 11poetas: A A de Assis/PR; Elisabeth Sousa Cruz/RJ;Francisco Garcia/RN;Gislaine Canales/SC;Hélio Pedro de Sousa/RN;Milton Sousa/

RS;José Ouverney/SP;ArlindoTadeu Hagen/MG;Thalma Tava-res/SP;Vanda Fagundes Quei-roz/PR,José Lucas de Barros/RN.

Seu hobby é corresponder-se com poetas e trovadores.

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Era uma santa em verdade,mais santa que outra qualquer,a mulher, hoje, saudade,que foi mais mãe que mulher!

O minuano apressadocruza as varas da cancelae entra, meio enregelado,pelas frinchas da janela!

Cheguei tropeando a magia,vim cavalgando a ilusãoe “apeei“ com galhardianas coxilhas da afeição!

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Cavalgando o “Minuano”eu sigo, em frente, risonho,sou “tropeirista aragano”,que monta o vento do sonho!

Miséria... Fome... Pobrezatraçam, da Pátria, o perfil,que rolam pranto e tristezapelas faces do Brasil!

Quando se perde o respeito,seja do jeito que for,se mata o próprio direito,se impõe a morte do amor!

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Em meus sonhos de criançadesejei pescar a Luae pus anzóis de esperançanas poças de água da rua!

Ser o chão em que tu pisas,era tudo o que eu queriae a melhor das poetisaspara cantar-te em poesia!

Em vez do vício, a virtudee, da revolta, a harmonia,quisera que a Juventudese drogasse de poesia!

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Mãe Preta, como eu queriate dar um lindo troféu:negro seio de Poesia,jorrando trovas do céu!

Ilusão não vás embora,não me deixes, por favor,tu me devolves a aurorano meu ocaso de amor!

Ame a paz! Combata a guerra!Faça o bem, seja a quem for!Preserve o “Planeta Terra”,usando as armas do amor!

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Amigo é aquele sujeitoque torna o outro feliz,que o ama sem preconceito,que faz o bem e não diz!

Tinha portas de poesiae janelas de luar,essa morada que, um dia,deixou meu amor entrar!

A criança que eu traziadentro de mim, escondida,hoje, vive na poesia,chorando restos de vida!

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Minha tristeza é tão grande,que escondê-la, não consigo,onde quer que eu vá ou ande,ela sempre vai comigo!

Eu vejo Deus na magiados versos simples que teço.Deus é rima, amor, poesia,é fim, é meio, é começo!

Pelos caminhos sem fimque a vida me fez trilhar,fiquei perdida de mim,sem conseguir me encontrar!

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Um sentimento divinoconstatei, quando um mendigo,repartiu com um menino,o pão que tinha consigo!

Não me queixo do destino,nem das dores que padeço;se as mágoas, eu não domino,por certo, é porque as mereço!

Jogo redes de ternurae, na espera, então, me ponho...Pesco peixes de venturano lago verde do sonho!

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Vejo no espelho dos anos(tempo de dores e fugas)a imagem dos desenganosrefletida em minhas rugas!

Eu vivo sonhando aurorasapesar da alma sofrida...A penumbra das demorastarda o Sol na minha vida!

Tanto o amanhã, eu temia,que o ontem vendo-me assim,no Teatro da Ironiafez, hoje, um trapo de mim!

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Muitas vezes eu me ponhoa sonhar... e, num segundo,nas asas desse meu sonho,eu viajo pelo mundo!

Insônia, tu me consolasnestas noites de invernia,pois deitas comigo e rolasna minha cama vazia!

É quase uma eternidadeo tempo, quando demoras,pois esta minha ansiedaderetarda o passo das horas!

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Meu universo traduzminhas angústias sem fim...Sou como um cego sem luz,perdida dentro de mim!

Não desejo que a neblinaofusque a minha visão!Eu quero o Sol que ilumina,que desfaz a cerração!

Cem vezes, tu repetisteque me amavas loucamente...Cem vezes, tu me mentistee, cem vezes, eu fui crente!

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Quisera que a paz mundialatingisse os universose as guerras, no seu final,fossem de rimas e versos!

Violência... Morte... Guerraaparecem em destaque,desde que Bush, na Terra,mandou invadir o Iraque!

Pra afastar o terrorismosó uma certeza se faz:basta implodir o egoísmo,lançando bombas de paz!

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Sonho um mundo diferente,sem drogas, dor, amargura,onde os homens simplesmente,só se droguem de ternura!

No meu mundo de magia,tudo é possível e, assim,eu vivo, na fantasia,o que a vida nega a mim.

O meu cansaço é enormee a minha angústia é sem fim,até a esperança dorme,perdida dentro de mim!

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Quisera ser um pintor,um Da Vinci bem fiel,pras noites do nosso amor,eternizar no pincel!

Plantei sementes de trovasnos pagos por onde andei, e as amizades são provasdas trovas que, então, plantei!

Quando a tristeza angustiae a incerteza tira a calma,faço versos... e a poesiatoma conta de minha alma!

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Eu quisera que a honradezfosse apanágio do homeme se impusesse, de vez,sobre os vícios que o consomem!

Como o sangue dos farrapos,o gostoso chimarrãocorre nas veias dos guapos,e alimenta aTradição!

Sou negro de pele escurae disso tenho ciência ...Nunca vi cor na ternura,nem vi tez na consciência!

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Não haja devastaçãono teu solo tão fecundo!Amazônia, esse teu chãoé o chão melhor que há no mundo!

No meu mundo de utopia,vivo momentos risonhos,pois, na minha fantasia,torno reais os meus sonhos!

Tramar o bem ninguém trama,por isso eu quero propor:-Transformar o mal do drama,no bem da trama do amor!

A mensagem foi pequena:-Não me esperes, por favor!Não chorei. Não vale a pena,chorar por um falso amor!

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Dos arreios faço cama,se anoitece na coxilha,e o céu belezas derramanesta minha alma andarilha!

Como fiel sentinela,quero-quero aqui dos pagos,tu és pintura na telados campos dos meus afagos!

A renúncia é uma virtudeque, em verdade, purifica,tão rara na “Juventude“e, na “Velhice”, tão rica!

Sou trovadora assumida,que, em seu trovar, se renova,fazendo trovas à vida,vivendo em razão da trova!

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José Lucasde Barros

José Lucas de Barros(Zé Lucas) nasceu nomunicípio de Condado -PB (12/03/1934), masbatizou-se e registrou-se civilmente em SerraNegra do Norte - RN.Ensinou Português (línguae literatura) mais de dezanos, em escolas de ní-vel médio (Caicó e Assu- RN). Foi advogado,poeta, trovador e pes-quisador de literaturapopular. É Presidente da Academia de Trovasdo Rio Grande do Norte, Presidente da Associ-ação Estadual de Poetas Populares - RN e mem-bro da União Brasileira de Trovadores, seçãode Natal/R

Obras:Publicou Cantigas de Meu

Destino (trovas),Repentes eDesafio (pesquisa) e Caminhada(poesias). Nordeste (pesquisa),No Balanço da Canoa (trovas esonetilhos) e Pelas Trilhas doMeu Chão (poesias).

26Editou em parceria com

Delcy Canalles: Diálogo emTrovas I, Trovas II e Tro-vas III. Quando dois rios seencontram. Do Potengi aoGuaíba. Sexteto em Sextilhasem parceria com Delcy Canalles e mais quatropoetas.Tem diversos outros livros, com varia-das parcerias.

Aposentou-se como auditor do Banco do Brasilem 1988. Morava em Natal - RN, na Traves-sa Alda Ramalho Pereira, 1010 - Tirol - CEP59 014 605. Mas residiu, desde 1988, naPraia de Pirangi do Norte, município de Parna-mirim – RN0

Do primeiro matrimônio, com Celestina Ba-tista de Faria Barros, teve cinco filhos: Tar-cília Carmina, Maria Sayonara, Flávia Maria,Bartira Maria e Álvaro Joaquim e tem 11netos.

Em 2007, contraiu segundas núpcias comRosileide Izídrio Lopes de Barros.

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Sei que deste mundo lindovou sair, só não sei quando,mas quero morrer dormindopara entrar, no céu, sonhando!

Sem ter da mulher o afeto,não tenho felicidade.Homem nenhum é completo,quando lhe falta a metade.

Tive o mundo como ofertae o mundo jamais foi meu ? ...Aguardo a resposta certaque a vida nunca me deu!

A menina seminua,prosa, disse ao detetive:-Eu não me queixo da rua,mas do lar que nunca tive!

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Tente suportar a dorcom a frieza do faquir,chore, se preciso for,mas deixe a vida sorrir!

Deus sabe, mas não diz ondese encontra a chave perdidado mistério, que se escondedo outro lado da vida.

Aquele que fez a fonte,o frio, a chuva e o calor,fez entre nós uma pontepara a passagem do amor.

Agora entendo o porquêda tristeza da favela.A sorte é cega e não vêos que mais precisam dela!

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Trova, meu pombo-correio,voa longe, por favor!Dize, ao mundo, que inda creiona paz, que brota do amor!

Em cada trova que faço,dotada de imagem rica,vai, de minha alma, um pedaçoque o coração metrifica!

Tua voz, terna e macia,sob o calor dos lençóis,tinha a doce melodiade um canto de rouxinóis.

A inspiração não me veiotrazer um verso feliz,mas, em teus olhos, eu leioa trova que não te fiz!

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Como este mundo é perfeito!Se a natureza é agredida,seu pranto, em chuva, desfeito,enche os caminhos da vida!

Veja Deus na Natureza,olhe como a vida é boa!Enfim, não deixe a belezado sonho esvair-se à toa!

Lindo craque do vergel,como exímio voador,o colibri suga o mel,sem deixar rastro na flor.

Eu respondi ao banqueiro,que me atendia enfadonho:Sou pobre e não tens dinheiropara comprar o meu sonho!

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Quero a paz de uma oiticicaque abriga as aves da serra,porque nada justificaa estupidez de uma guerra!

Na trova, de longe venho,e, apesar de toda a lida,inda me falta o desenhoda trova de minha vida!

Todo teatro de arenaé um coração palpitante,que vibra ao ritmo da cena,na emoção de cada instante!

Por ser poeta e boêmio,bendigo a Deus numa prece,porque a inspiração é o prêmiomelhor, que a vida oferece.

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A longa idade não cansaquem segue a idade florida,desenhada na lembrança,que vem da aurora da vida.

Pobre canário indefeso,na gaiola, sem um ninho!Mas deveria estar preso,quem prendeu o passarinho!

Meu Teatro, quanta glóriabalança teu estandarte,nesses cem anos de históriade amor, traduzida em arte!

No rancho que me agasalhanão tenho dias tristonhos;deito na esteira de palhae a musa me embala os sonhos!

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A espera mais desejadatem a mulher que engravida:Nove meses mais pesada,feliz o resto da vida!

Esperei tua passagem,mas mudaste de avenida,e eu perdi a tua imagemnos quatro cantos da vida!

Aquele singelo enredode amor, ensaiado a sós,foi o mais belo segredoque a vida pôs entre nós!

Longe do teu endereço,sem notícia e sem afago,a vida me cobra um preçoque, em cinco vidas, não pago!

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Ela, em lágrimas, me veio,e minha casa era sua ...Mas, hoje, nem a passeio,pisa o chão de minha rua!

Se aos pintores falta tintaque eternize a juventude,feliz quem, na vida, pintaum retrato da virtude!

Sem ter o “clone” a belezado amor que embala os casais,torce as leis da naturezae engendra seres sem pais!

A ciência, sem suspeita,será no mundo aplaudida,se a clonagem só for feitaem benefício da vida.

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Em momentos mais risonhos,sei que já fiz trova linda,mas a trova dos meus sonhosnão pude fazer ainda! ...

Há tempo sem teus afagos,deixa-me lavar as dores,nos dois pequeninos lagosde teus olhos sedutores!

Aquela noite ao teu ladoe o sabor do beijo teu,são relíquias do passadoque passou, mas não morreu.

Não dou medalha a valente,gosto de herói sonhador,que se entrega livremente,ao laço estreito do amor.

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Uma coisa que renovaminha ingênua fantasia,é sentir que minha trovachegou lá onde eu queria!

Enquanto a vida me brinda,fazer versos é meu lema,pois a vida é bem mais lindana beleza de um poema !

Quando escuto as baquianasem deslumbrantes matinas,sinto que há coisas humanasque até parecem divinas.

Quero que a mágoa se amoitelonge do nosso vivere os sonhos belos da noitenão morram no amanhecer.

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Somos dois rios dispersos,um no Norte, outro no Sul,mas a cor dos nossos versosvem do mesmo céu azul!

As rimas, versos, poesias,tudo que, enfim, nos renova,nós temos todos os dias,na partitura da trova.

Vive o povo do Brasilnas mãos de líderes maus,que vão, de ardil em ardil,levando o país ao caos!

Como dádiva divina,a trova percorre o espaço.Sinto que Deus me ilumina em cada trova que faço.

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Edição: Jornalista Milton Souza([email protected])

(51) 9987 7648

Agência Texto CertoAvenida Flores da Cunha, 1643 - Sala 12

Cachoeirinha - RS - CEP 94 910 002

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Contato com Delcy Canalles:[email protected]

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