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  • Curso de Iniciao Docncia na EducaoProssional e Tecnolgica

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    222ComunicaoProssionale Tecnologia da InformaoComunicaoProssionale Tecnologia da InformaoComunicaoProssionale Tecnologia da InformaoComunicaoProssionale Tecnologia da Informao

  • CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Robson Braga de AndradePresidente

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI

    Conselho Nacional

    Robson Braga de AndradePresidente

    SENAI Departamento Nacional

    Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor Geral Interino

    Regina Maria de Ftima TorresDiretora de Operaes

    FEDERAO DAS INDSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    Eduardo Eugenio Gouva VieiraPresidente

    Augusto Franco AlencarDiretor Geral do Sistema FIRJAN

    Maria Lcia TellesDiretora Regional do SENAI-RJ

    Andra Marinho de Souza FrancoDiretora de Educao

  • S474p SENAI.DN

    Pr-docente: curso de iniciao docncia na educaoprofissional e tecnolgica / SENAI.DN. 2. ed. Braslia : [s.n.], 2011.

    153p. ( Comunicao Profissional e Tecnologias da Informao, 2 ) 1. Comunicao profissional. I. Ttulo

    CDD 374

    SENAIServio Nacional deAprendizagem IndustrialDepartamento Nacional

    SedeSetor Bancrio NorteQuadra 1 - Bloco CEdifcio Roberto Simonsen70040-903 - Braslia - DFTel.: (61) 3317-9544Fax: (61) 3317-9550http://www.senai.br

    SENAI-RJGPR - Gerncia de Projetos em EducaoRua Mariz e Barros, 678 - Tijuca20270-903 - Rio de Janeiro - RJ

    2011 - Curso de Iniciao Docncia na Educao Profissional e Tecnolgica - Pr-Docente - Educao a Distncia

    Este material foi produzido pelo SENAI-RJ em parceria com o SENAI-DN a partir das referncias contidas no perfil profissional e no plano de curso do Programa de Iniciao Docncia na Educao Profissional e Tecnolgica.

    SENAI-DNUnidade de Educao Profissional e Tecnolgica - UNIEP

    Sistema FIRJANDiviso de Normas e Documentao - Biblioteca

    SENAI - DNUnidade de Educao Profissional e Tecnolgica - UNIEP

    Paulo Rech Gerente-Executivo Maria Eliane Franco Monteiro AzevedoGerente de Educao Profissional Jocyleide de Lima e Silva Gestora do Programa de Formao Profissional com Base em Competncia

    SENAI - RJGerncia de Projetos em Educao - GPR

    Luis ArrudaGerente

    Maria Serrate Tostes LeiteNcleo de Desenvolvimento de Recursos Didticos

    Equipe Tcnica

    Educs Sistemas Gerenciais e Educacionais LtdaPesquisa e Elaborao de Contedo

    Jane Duarte dos SantosLeila Maria Riboura de OliveiraReviso Tcnico-pedaggica

    Maria Elisa Katz MagallanesAnderson Mansera RosaProjeto Grfico

    Scripton Sistemas Gerenciais e Educacionais LtdaDiagramao e Editorao

  • SUMRIO

    UNIDADE CUrrICUlAr II ComUNICAo ProfISSIoNAl E TECNologIAS

    DA INformAo

    APrESENTAo

    CAPTUlo I fUNDAmENToS DA ComUNICAo

    1- fundamentos da Comunicao Bsica.................................................................

    2- Interpretao de Textos Tcnicos..........................................................................

    3- Tcnicas de Inteleo de Textos............................................................................

    4- Texto Dissertativo...................................................................................................

    5- Documentao Tcnica..........................................................................................

    CAPTUlo II TCNICAS DE ComUNICAo

    1- Tcnicas de Apresentao......................................................................................

    2- Tcnicas de Argumentao....................................................................................

    3- Tcnicas de Negociao.........................................................................................

    4- Tcnicas de Conduo de reunies......................................................................

    5- Projetos e Trabalhos de Pesquisa...........................................................................

    CAPTUlo III TECNologIA APlICADA EDUCAo

    1- ferramentas de Informtica....................................................................................

    2- Internet.....................................................................................................................

    3- Ambiente Virtual de Aprendizagem .......................................................................

    rESPoSTAS DAS ATIVIDADES

    rEfErNCIAS BIBlIogrfICAS

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  • A comunicao a interao entre as diversas pessoas, que podem ser de um mesmo grupo ou de diferentes grupos sociais. troca de informaes, de ideias e se constitui num processo tal que, mantendo os indivduos em contato permanente e em variadas situaes, propicia o desenvolvimento individual e coletivo desse grupo. E, se o scu-lo XXI proporciona ao ser humano maior facilidade de comunicao atravs das novas tecnologias, cabe ao docente apropriar-se dos meios disponveis para que a aula seja o espao em que a distncia entre o saber produzido socialmente e o saber aprendido seja diminuda. E para que isso acontea, necessrio que o processo de ensino e aprendi-zagem seja uma verdadeira situao de comunicao entre os sujeitos do ato educativo.

    Nesse contexto, saber se comunicar envolve aspectos das relaes humanas, das trocas de experincias e saberes numa construo coletiva do conhecimento, das negociaes, das tcnicas de comunicao e apresentao, das metodologias educacionais, dos m-todos de estudo e pesquisa, alm do conhecimento das TIC aplicveis.

    Portanto, nesta unidade voc ir rever alguns fundamentos da Comunicao que so b-sicos para qualquer profissional.

    No primeiro captulo, estudaremos um pouco da lngua Portuguesa aplicada ao dia a dia e a instrumentalizao e leitura de textos tcnicos, tabelas e grficos, documentos tcnicos, como os relatrios, por exemplo; anlise, interpretao e inteleco de textos. Tambm veremos definio, estrutura e aplicao do texto dissertativo.

    No segundo captulo, algumas tcnicas de comunicao, incluindo apresentao, nego-ciao e conduo de reunies, e ainda um estudo sobre pesquisa.

    o terceiro captulo dedica-se tecnologia aplicada educao, com as ferramentas de informtica, de internet e os ambientes virtuais de aprendizagem.

    Este o objetivo desta unidade: desenvolver sua capacidade de comunicao oral e es-crita, com clareza e objetividade, lembrando sempre que o processo de aprendizagem dos indivduos permanente e se constri sobre o que j se sabe. E, se a nova era exige um profissional atento ao seu tempo, com atitudes de constante aperfeioamento, a for-mao continuada deve tambm oferecer condies instrumentais de acesso s novas linguagens para que este perceba a leitura e a escrita como meios de informao e fruio.

    Bons estudos!

    Unidade Curricular IIComunicao Profissional e Tecnologias da Informao

    Fundamentos da Comunicao

    Tecnologia Aplicada Educao

    Tcnicas de Comunicao

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    1. FUNDAMENTOS DA COMUNICAO BSICA

    Lngua Portuguesa Aplicada

    A comunicao escrita , sem dvida, fundamental para a comunicao hu-mana no dia a dia, pois atravs da lngua escrita, expressam-se a cultura e a organizao social dos povos nas sociedades grafocntricas. A descoberta da escrita possibilitou ao ser humano registrar a histria de pessoas, lugares e civilizaes e foi o marco que referendou a diviso do perodo da Pr-Histria (anterior escrita) com a Histria (posterior escrita).

    Portanto, um texto, para manter seu carter universal, precisa estar escrito com adequao s normas vigentes, pois a lngua escrita conservadora. Como j conhecemos e usamos a lngua escrita em nossas atividades, vamos entender como fica a lngua Portuguesa aps o Novo Acordo ortogrfico.

    Na linguagem, clareza tudo.Confcio, filsofo chins (551 479 a.C)

    PARA SABER MAIS

    o Novo Acordo ortogrfico foi criado em 1990 para unificar a ortografia em todos os pases de lngua portuguesa. foi promulgado pelo Decreto 6.583/2008, em vigor desde ja-neiro de 2009 no Brasil. Possui um perodo de transio que vigora at dezembro de 2012, ou seja, quando essa forma passar a ser oficial.

    ++ ++++

    No mundo contemporneo, em todas as profisses, reconhece-se a impor-tncia do profissional que, alm de saber falar bem, sabe escrever correta-mente, pois, atravs da escrita, o ser humano se faz ouvir sem ser interrom-pido. Alm de permitir uma reflexo sobre o que foi escrito e comunicado, o registro escrito permanece no tempo, independentemente de seu autor. graas escrita, o ser humano passou a ter histria, multiplicou seus conhe-cimentos, ideias e crenas, utilizando o texto escrito como instrumento de comunicao, de educao, ideao, lazer e arte.

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    O Acordo Ortogrfico

    o Acordo ortogrfico mudou a maneira de escrever o nosso portugus brasi-leiro. As aulas de ortografia e acentuao nas escolas no so as mesmas. Por essa razo, vamos estudar neste mdulo as principais mudanas que nos traz o Acordo ortogrfico da lngua Portuguesa, pois a sala de aula, como um am-biente de aprendizagem, desenvolve e possibilita variadas situaes de leitura e escrita. Para tanto, precisamos estar atualizados.

    Veremos as principais mudanas:

    Uso do Trema

    o trema, que servia para destacar a pronncia do u nas combinaes que, qui, gue e gui, foi abolido!

    A partir de agora, escreve-se: aguentar; alcaguetar, ambiguidade, biln-gue, cinquenta, consequncia, eloquente, enxgue, equestre, frequentar, linguia etc.

    Ditongos Abertos

    Ditongo, s para lembrar, o encontro de uma vogal mais uma semivogal ou de uma semivogal mais uma vogal pronunciadas em uma s slaba.

    o acento agudo dos ditongos abertos nas palavras paroxtonas (em que a penl-tima slaba tnica) foi eliminado. Assim, o certo agora escrever: assembleia, boleia, epopeia, ideia, paranoia.

    Ele mantido em nomes prprios estrangeiros e em suas derivaes, como Mller e mlleriano, por exemplo.

    As palavras oxtonas (nas quais a ltima slaba tnica) terminadas em i, u e i continuam com seus acentos: chapu, heri, corri, cu, vu, lenis, papis, ilhus.

    Hiatos

    Quando as vogais se encontram em slabas diferentes, embora estejam em sequncia, temos um hiato.

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    Na nova ortografia, os acentos circunflexos foram eliminados nos seguintes casos de hiato:

    oo abenoo, enjoo, magoo, perdoo, voo. ee creem, deem, leem, preveem, veem.

    Nada mudou em relao ao acento circunflexo para sinalizar o plural dos ver-bos ter e vir e seus derivados: eles vm, eles intervm, eles tm, eles retm.

    Acento Diferencial

    os acentos que diferenciavam duas palavras de significados diferentes deixam de existir nos seguintes casos:

    Para (verbo) de para (preposio);Pelo (substantivo) de pelo (preposio);Polo (substantivo) de polo (preposio).

    Agora, ambas as formas so grafadas da mesma forma, sem o acento agudo que as diferenciava. ou seja, o que antes se escrevia Ele pra para ver, agora se escreve Ele para para ver. Cabe ao usurio perceber, por conta prpria, a funo sinttica dos termos e distingui-los.

    facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/frma.

    Frma (substantivo = frma de bolo) diferencia-se de forma (verbo formar = Brasil forma novo governo.) e forma (substantivo = A nossa forma de gover-no republicana. ou Esta a forma que ela tem de agir).

    Sem o acento, a frase Esta frma forma dessa forma ficaria difcil de entender.

    mas h excees:

    Pde (verbo poder no passado) conserva o acento para se distinguir de pode (verbo poder no presente). Afinal, sem isso iramos nos perder no tempo.

    Pr (verbo) tambm mantm o acento, para diferenciar de por (preposio).

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    Acentuao de U e I Tnicos

    A letra U no ser mais acentuada em slabas que, qui, gue, gui dos verbos como arguir, apaziguar, averiguar. Assim temos apazigue (ao invs de apazi-ge), argui (ao invs de argi), averigue (ao invs de averige). Pode-se tam-bm acentuar esses verbos desta forma: apazgue, avergue, argu.

    J as palavras paroxtonas que tm o I ou U tnicos precedidas por ditongos no sero mais acentuadas. Desta forma, passamos a escrever: feiura (em vez de feira) e baiuca (ao invs de baica). Contudo, no se aplica essa regra em palavras oxtonas, permanecendo o acento para Piau, tuiui.

    Uso Do E e do I

    Antes de slabas tnicas de palavras com radical -E, escreve-se a palavra de-rivada com I, como no caso dos adjetivos e substantivos em que entram os sufixos iano e iense.

    Assim se escreve: acriano (natural do Acre); torriense (natural de Torres) e aoriano (natural dos Aores).

    O Uso do Hfen

    o nosso microondas agora micro-ondas. Pensou que o hfen tinha sido banido? No bem assim. Este pequeno trao foi empregado para evitar o conflito das duas vogais, separando-as, mas vem provocando uma grande confu-so nas pessoas.

    No entanto, auto-escola e infra-estrutura agora so autoescola e infraestrutura.Curiosa ficou a grafia de PArAQUEDAS. Antes do Acordo, escrevia-se com o acento agudo no primeiro elemento (pra) e com hfen (pra-quedas). Ago-ra devemos suprimir o acento e unir tudo em PARAQUEDAS.

    E a, voc pensa logicamente em... parachoque, ErrADo! o problema que isso no vale para outras situaes anlogas. o pra-lama, o pra-choque e o pra-brisa de ontem perderam o acento no pra, mas mantiveram o hfen em PARA-LAMA, PARA-CHOQUE e PARA-BRISA. Complicado, no?

    Letras K, W, Y

    isso mesmo, as letras outrora banidas de nosso alfabeto voltaram. Temos ago-ra 26 letras. As letras K, W e Y usadas em siglas e em palavras de origem estran-geira passam a se integrar novamente em nosso vocabulrio. Agora, podemos escrever kilowatt e kilobyte sem ter que substituir o K pelo QU por exemplo.

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    Agora, vamos questo ANTISSoCIAl. Sim, sem hfen e com dois esses. o hfen existia antes do Acordo no pre-fixo anti quando a palavra posterior iniciava-se por -h, -r ou -s. Assim, escrevia-se anti-social. Agora uma s palavra: ANTISSOCIAL.

    o mesmo raciocnio se estende a outros prefixos, quando antecederem as le-tras -s e -r. Portanto, agora se escreve semissoberania e semisselvagem, ar-quirrival, contrarregra, contrassenso, ultrassom, entre outros casos.

    o co-autor virou COAUTOR no mais separado por hfen, co-responsvel pas-sou a ser CORRESPONSVEL, alm de perder um hfen dobrou o erre e co-herdeiro perdeu o hfen e o h. Espera-se que ele no perca a herana tambm!

    o caso mais diferente aquele que julgado com outros rus: o CORRU ou a CORR!

    Para resumir o que vimos, vamos apresentar um quadro geral do uso do hfen:

    PREfIxOS

    LEtRA InIcIAL dO SEgUndO tERMOVogal igual final do

    prefixoVogal h r s b m n outras

    aero, agro, alvi, ante, anti, arqui, auto, contra, des, eletro, entre, extra, foto, geo, hidro, in, infra, intra, macro, maxi, mega, micro, mini, moto, multi, nano, neo, pluri, poli, pro-to, pseudo, retro, semi, sobre, socio, supra, tele, tri, ultra, vaso, video.

    * *

    circum, panciber, hiper, inter, supersob, submalco, realm, aquem, bem, ex, ps, pr, pr, recm, sem, vice.

    CUIDADO!CO ANTISSOCIAL

    Assustado (a) com as mudanas? Com o tempo nos acostumamos.

    Aplicao com HfenJunta-se Com hfen

    Junta-se SEm hfen{

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    1 No se usa hfen quando o segundo termo perdeu o h original: desumano e inbil.2 Usa-se o hfen quando formar com a outra palavra um adjetivo ou substantivo.3 Quando a pronncia for fechada (pos, pre, pro), liga-se sem hfen a outro termo: preencher, proposto.

    H excees: preaquecer, predeterminar, preestabelecer, preexistir.

    * ATENO: Quando a pronncia exigir, dobram-se o r e o s do segundo termo.Fonte: www.abril.com.br

    Regras Bsicas de Acentuao

    Vamos rever na tabela a seguir, algumas regras bsicas de acentuao, antes e depois do Novo Acordo ortogrfico:

    tIPO dE PALAvRA OU SLABA

    QUAndO AcEntUAR

    cOMO ERAM AntES dO AcORdO

    ORtOgRfIcO

    cOMO fIcARAM APS O AcORdO

    Proparoxtonas sempre simptica, lcido, slido, cmodo

    Continua tudo igual ao que era antes da nova

    ortografia.

    Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronncia

    da regio: acadmico, fe-nmeno (Brasil) acadmi-co, fenmeno (Portugal).

    Paroxtonas

    Se terminadas em: r, X, N, l, I, IS, Um,

    UNS, US, PS, , S, o,

    oS; ditongo oral, seguido ou no de S

    fcil, txi, tnis, hfen, prton,

    lbum(ns), vrus, carter, ltex, bceps, m, rfs, bno, rfos, crie, rdu-

    os, plen, den.

    Continua tudo igual. Observe:

    1) Terminadas em ENS no levam acento: hifens,

    polens.

    2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se

    houver variao de pronn-cia: smen, fmur (Brasil);

    ou smen, fmur (Portugal).

    3) No ponha acento nos prefixos paroxtonos que terminam em R nem nos que terminam em I: inter-helnico, super-homem,

    anti-heri, semi-internato.

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    tIPO dE PALAvRA OU SLABA

    QUAndO AcEntUAR

    cOMO ERAM AntES dO AcORdO

    ORtOgRfIcO

    cOMO fIcARAM APS O AcORdO

    Oxtonas

    Se terminadas em: r, X, N, l, I, IS, Um,

    UNS, US, PS, , S, o,

    oS; ditongo oral, seguido ou no de S

    vatap, igarap, av, avs, refm, para-

    bns

    Continua tudo igual. Observe:

    1) terminadas em I, IS, U, US no levam acento: tatu,

    morumbi, abacaxi.

    2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variao de pro-

    nncia: beb, pur (Brasil); beb, pur (Portugal).

    Monosslabos tnicos

    (so oxtonas tambm)

    terminados em A, AS, E,

    ES, o,oS

    d, p, ps, m, ms, v, l, j, f, p, ps, d, ms,

    rs, rs, n, cs, d, ns, p, ps, v-la.

    Continua tudo igual.

    e em palavras oxtonas e

    paroxtonas

    e levam acento se estiverem

    sozinhos na slaba (hiato)

    sada, sade, mido, a, Arajo, Esa, lus, Ita, bas,

    Piau

    1. Se o i e u forem segui-dos de s, a regra se man-tm: balastre, egosmo,

    bas, jacus.

    2. No se acentuam i e u se depois vier nh: rainha,

    tainha, moinho.

    3. Esta regra nova: nas paroxtonas, o i e u no sero mais acentuados se vierem depois de um

    ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha

    (saia pequena), cheiinho (cheio).

    4. mas, se, nas oxtonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haver acento: tuiui, Piau, tei.

    Ditongos abertos em palavras paroxtonas

    EI, oI, idia, colmia, bia

    Esta regra desapareceu (para palavras paroxtonas).

    Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. observe: h casos em

    que a palavra se enqua-drar em outra regra de

    acentuao. Por exemplo: continer, mier, destrier sero acentuados porque

    terminam em r

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    QUAndO AcEntUAR

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    Ditongos abertos em palavras

    oxtonas

    IS, U(S), I(S)

    papis, heri, heris, trofu, cu, mi

    (moer)

    Continua tudo igual

    (mas, cuidado: somente para palavras oxtonas

    com uma ou mais slabas).

    Verbos arguir e redarguir

    (agora sem trema)

    arguir e redar-guir usavam

    acento agudo em algumas pessoas do

    indicativo, do subjuntivo e

    do imperativo afirmativo.

    Esta regra desapareceu.

    os verbos arguir e redar-guir perderam o acento agudo em vrias formas

    (rizotnicas): eu arguo (fale: ar-g-o,

    mas no acentue); ele ar-gui (fale: ar-gi), mas no

    acentue.

    Verbos termina-dos em guar, quar

    e quir

    aguarenxaguar, averiguar, apaziguar,

    delinquir, obli-quar usavam acento agudo em algumas pessoas do

    indicativo, do subjuntivo e

    do imperativo afirmativo.

    Esta regra sofreu altera-o. Observe:

    Quando o verbo admitir duas pronncias diferen-

    tes, usando a ou i tnicos, a acentuamos estas vo-

    gais: eu guo, eles guam e enxguam a roupa (a

    tnico); eu delnquo, eles delnquem ( tnico).

    tu apazguas as brigas; apazguem os grevistas.

    Se a tnica, na pronncia, cair sobre o u, ele no ser

    acentuado: Eu averiguo (diga averi-g-o, mas no acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-g-o, mas

    no acentue).

    o, ee vo, zo, enjo, vem

    Esta regra desapareceu.

    Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo.

    Verbos ter e vir

    na terceira pessoa do plural do

    presente do indicativo

    Continua tudo igual.

    Ele vem aqui; eles vm aqui.Eles tm sede; ela tem sede.

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    Unidade Curricular II - Comunicao Profissional e Tecnologias da Informao

    tIPO dE PALAvRA OU SLABA

    QUAndO AcEntUAR

    cOMO ERAM AntES dO AcORdO

    ORtOgRfIcO

    cOMO fIcARAM APS O AcORdO

    Derivados de ter e vir (obter, manter,

    intervir)

    na terceira pessoa do

    singular levam acento agudo;

    na terceira pessoa do

    plural do pre-sente levam circunflexo

    Continua tudo igual.

    Acento diferencial

    Esta regra desapareceu, exceto para os verbos:

    PODER (diferena entre passado e presente. Ele no pde ir ontem, mas

    pode ir hoje.

    PR (diferena com a preposio por):

    Vamos por um caminho novo, ento vamos pr

    casacos;

    TER e VIR e seus com-postos (ver acima).

    Observe:1) Perdem o acento as

    palavras compostas com o verbo PARAR:

    Para-raios, para-choque.

    2) FRMA (de bolo): o acento ser opcional; se

    possvel, deve-se evit-lo: Eis aqui a forma para pu-dim, cuja forma de paga-

    mento parcelada.

    Trema (O trema no acento grfico). Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do portugus: linguia, averiguei, delinquente, tranquilo, lingustico.

    Exceto as de lngua estrangeira: gnter, gisele Bndchen, mleriano.

    mrcia lgia guidin, doutora em letras pela USP, ensasta e editora. Especial para a Pgina 3 Pedagogia & Comunicao. fonte: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u7.jhtm, acesso em 22/11/2010.

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    Crase

    Crase a juno da preposio a exigida pela palavra que a precede com o artigo definido feminino a. Usa-se o acento grave para marcar a crase. Vamos a algumas regras prticas sobre o uso da crase:

    Ocorre a crase sempre que, ao se substituir a palavra feminina por uma masculina, aparece a combinao ao.

    Exemplo:

    a) Amanh iremos ao colgio. (preposio a exigida pela regncia do verbo ir+ o artigo definido masculino o = ao).

    b) Amanh iremos escola. (preposio a + o artigo a = )

    AtIvIdAdE

    marque as palavras que recebem acento grfico (agudo ou circunflexo):

    ( ) canape ( ) rape ( ) moleque ( ) estada( ) folego ( ) estilo ( ) tecnica ( ) saida( ) assistem ( ) voo ( ) queijo ( ) papel( ) junior ( ) predio ( ) boia ( ) papeis( ) boleia ( ) estadio ( ) quimica ( ) informatica( ) restante ( ) veem ( ) trave

    [Confira a resposta no final desta unidade]

    Para verificar a ocorrncia do artigo a, transforma-se a palavra (a res-peito da qual haja dvida) em sujeito de uma orao qualquer:

    Exemplo:

    Iremos todos a Braslia (?) ou Iremos todos Braslia (?)

    Se usarmos a palavra Braslia como sujeito: Braslia (e no A Braslia) um patrimnio da humanidade. logo: Iremos todos a Braslia. observe que nomes de cidade no admitem, em geral, qualquer artigo. Porm modificados por adjunto adnominal, passam a admiti-lo.

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    Exemplo:

    retornarei a Curitiba no prximo ano (refere-se prpria cidade).

    retornarei Curitiba de Poty lazzarotto (no sentido do estilo de um local).

    Usa-se o acento grave sobre o a quando ele equivale a para a, na, pela, com a:

    Exemplo:

    ofereci ajuda coordenadora = ofereci ajuda para a coordenadora.

    Mas:

    ofereci ajuda a ela = ofereci ajuda para ela. Neste caso, o a no craseado.

    dIcA

    Decorrente da regra geral a frmula mnemnica abaixo:

    Se vou A e volto DA, crase h. Exemplo: Se vou biblioteca e volto da biblioteca.

    Se vou A e volto DE, crase para qu? Exemplo: Se vou a goinia e volto de goinia.

    AtIvIdAdE

    A leitura e o estudo aprofundado da lngua portuguesa sempre sero im-portantes para nossa comunicao e valorizao pessoal e profissional. o seu desafio pesquisar sempre sobre o que escreve e ensina. Por isso, ve-rifique seu vocabulrio tcnico tambm ao escrever. V ao dicionrio sem-pre que tiver dvida. Por falar nisso, como se escreve, com o novo acordo, o antigo UlTrA-Som ?

    [Confira a resposta no final desta unidade]

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    dIcA

    Um ponto importante: os editores de texto, como o Word, possuem corre-tores ortogrficos que sinalizam os possveis erros de grafia (sublinhados em vermelho) e de concordncia (sublinhados em verde), sendo que mui-tas palavras so corrigidas automaticamente. Portanto, verifique se o seu corretor est atualizado conforme o novo Acordo, de modo a evitar que seu texto sofra alteraes automticas ou voc seja induzido a cometer erros que iro prejudicar a qualidade de seu trabalho.

    Em funo disso, vamos falar um pouco mais sobre ortografia.

    AtIvIdAdE

    Como se escreve?

    marque a ou b para a grafia correta:

    1- (a) impecilho (b) empecilho 6- (a) previlgio (b) privilgio

    2- (a) advogado (b) adevogado 7- (a) probrema (b) problema

    3- (a) cabeleireiro (b) cabelereiro 8- (a) discutir (b) descutir

    4- (a) freiada (b) freada 9- (a) onrado (b) honrado

    5- (a) desprivinido (b) desprevenido 10- (a) projeto (b) progeto

    [Confira a resposta no final desta unidade]

    Ortografia

    Trata-se da parte da fonologia que estuda a correta grafia das palavras.

    A maneira mais simples, prtica e objetiva de se escrever corretamente ler, bastante, textos de boa qualidade para familiarizar-se com as palavras escritas. mas, acima de tudo ler textos de boa qualidade. Ao estudar o contedo de sua disciplina especfica, procure livros e textos de bons autores, recomendados e reconhecidos, pois estes tm maior compromisso em escrever bem, alm de passar por reviso ortogrfica. leia tambm jornais, livros, revistas... mas, fundamentalmente, preocupe-se com a qualidade do que est escrito. E, en-to, absorva as palavras, sua forma, como esto dispostas no texto, como se harmonizam entre si, pois, quanto mais contato com o texto escrito, mais as palavras iro fluir, de forma a lev-lo a escrever com mais clareza, coerncia e coeso.

    Conhecer regras til, mas nem sempre o melhor caminho, no s em virtude das inmeras excees que apresentam, como tambm dos conheci-mentos de etimologia que exigem.

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    Dvidas tambm ocorrem quando nos deparamos com formas variantes de se escrever.

    Formas Variantes

    formas variantes so formas duplas ou mltiplas, equivalentes, onde ambas esto corretas para se referir a uma mesma coisa.

    Tais variantes morfolgicas ocorrem em virtude da incerteza na fixao da forma definitiva. A tendncia, contudo, fixar-se uma s forma, com esquecimento da outra ou das outras.

    Algumas formas variantes que coexistem na nossa lngua so:

    catorze e quatorze

    abdome e abdmen

    cociente e quociente

    cota e quota

    percentagem e porcentagem

    enfarte e infarto

    loiro e louro

    seo e seco

    No se deve confundir formas variantes com as palavras homnimas e parnimas.

    Palavras Homnimas e Parnimas

    As homnimas so aquelas que possuem grafia ou pronncia igual.

    Exemplo: sesso (reunio) seo (diviso, corte) cesso (ato de ceder).

    Almoo (substantivo) e Almoo (verbo).

    As palavras parnimas so aquelas que possuem grafia e pronncia parecidas.

    Exemplo: comprimento (extenso) cumprimento (saudao)

    Despercebido (no notado) desapercebido (despreparado)

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    Alguns exemplos de palavras homnimas e parnimas de nossa lngua so:

    fonte: SACCoNI, 2008.

    PALAvRAS HOMnIMAS SIgnIfIcAdO

    acento tom de voz, sinal grfico

    assento lugar de sentar-se

    caar apanhar animais ou aves

    cassar negar

    calo calas curtas

    cauo fiana, garantia

    calda xarope

    cauda rabo

    censo pesquisa

    senso raciocnio, juzo

    cerrar fechar

    serrar cortar com serra

    PALAvRAS PARnIMAS SIgnIfIcAdO

    conjetura suposio, hiptese

    conjuntura situao, circunstncia

    despensa lugar para guardar gneros

    dispensa iseno, licena

    emergir vir tona

    imergir mergulhar

    inflao desvalorizao do dinheiro, expanso

    infrao violao, transgresso

    lista relao, rol

    listra linha, risco

    mandado ordem judicial

    mandato perodo de misso poltica

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    Norma Culta e Norma Popular

    Cada variedade da lngua , em princpio, um cdigo, com seus elementos e regras, por maior que seja a semelhana entre esses cdigos. Porm, no to simples como pos-sa parecer, primeira vista, a tarefa de isolar e descrever tais variedades, porque no h fronteiras rgidas entre elas.

    oliveira (2003)

    Se hoje as pessoas se comunicam cada vez mais atravs da internet, em que es-crevem mensagens para os amigos o tempo todo, tambm dispem de outros gneros textuais em comunicaes formais, via correio eletrnico, como memoran-dos, ofcios e cartas. Portanto, um bom profissional, em qualquer rea, precisa co-nhecer bem a lngua padro e escrever de forma a elaborar textos concisos e bem estruturados que retratem de forma clara seu objetivo, ponto de vista ou inteno.

    Altera-se assim a funo da educao formal e impe-se a necessidade de formar professores para uma sociedade impregnada de palavra escrita. A de-mocratizao da leitura e dos seus suportes verificvel considerao de que diferentes classes sociais tm acesso a um jornal popular, veem televiso, leem a orao dos cultos religiosos, poemas nos nibus, em camisetas, re-cebem propagandas nas caladas. Tal democratizao auxilia o domnio do cdigo e supre uma funo inicialmente desempenhada pela escola. Cabe ento ao professor (...) habilit-los a exercer amplamente a condio que de-corre do fato de terem se apropriado da leitura e da escrita. Face pluralidade de estmulos escritos, o professor precisa instrumentalizar o estudante a explo-rar as diferentes possibilidades de dialogar com os textos, o que implica utilizar a palavra lida/escrita para refletir e interagir com diferentes prticas sociais de cultura, entre as quais se insere a leitura.

    filipouski (2006)

    PARA SABER MAIS

    A lngua se reproduz atravs da fala e esta reflete uma situao individual. os indivduos sofrem influncias da regio onde vivem, do meio social a que pertencem, do ambiente cultural em que trocam experincias, da profisso que exercem, do tempo e, quando se expressam, sua maneira de falar reflete essas influncias. H, assim, em uma nica lngua, dife-rentes nveis de fala.

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    Norma Culta, Erudita ou Formal

    quando h preocupao do falante em usar a lngua que segue as regras da gramtica oficial, que determina como se deve falar num contexto culto formal. Exemplo: Vou namor-lo.

    Na escrita, a lngua formal predomina nos diversos gneros de textos. a lngua cuidada que deve ser usada no ambiente de trabalho, escolar etc.

    Norma Comum ou Popular

    o uso informal que se faz da lngua, motivado principalmente pelos meios de comunicao de massa. Exemplo: Vou namorar com ele.

    H ainda normas ou padres regionais e profissionais. Cada profisso tem seu vocabulrio especfico: jarges tcnicos, cientficos, esportivos, polticos, reli-giosos e outros.

    Um indivduo naturalmente convive com vrios tipos de normas ou jarges e faz o uso conforme sua necessidade e circunstncia.

    PARA SABER MAIS

    A lngua padro [...], a variedade culta formal do idioma. H quem tome o termo norma culta, indevidamente, como sinnimo de lngua padro. ocor-re que a lngua culta, isto , a das pessoas com nvel elevado de instruo, pode ser formal ou informal. A lngua padro a culta, sim, mas limitada sua vertente formal. , pois, necessrio distinguir os dois conceitos.

    lngua culta um termo mais amplo que lngua padro, uma vez que abrange no s o padro, que suprarregional, mas tambm as varieda-des cultas informais de cada regio. Entendam-se como cultos os dialetos sociais das pessoas acima de determinado grau de escolaridade. Desse modo o termo adquire objetividade e nos desvencilhamos do rano de preconceito de que est impregnado.

    A lngua culta informal, portanto, no padro. A variedade padro da lngua lidera um conjunto de cdigos que se influenciam mutuamente, a saber: (a) as variedades orais cultas informais das diversas reas geo-grficas; (b) a lngua escrita culta informal (c) as variedades literrias do idioma, que se baseiam no padro, mas, no caso do Brasil, nem sempre correspondem fielmente a ele.

    Helnio fonseca de oliveira (HTTP://www.filologia.org.br , acesso em 22/11/2010)

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    o registro informal mostra que o emissor se preocupa mais com o contedo, com as ideias ou sentimentos do que com a maneira de falar, que descontra-da. o uso que o indivduo faz da lngua reflete, portanto, suas experincias e constitui seu estilo. Estilo a maneira individual de usar a lngua.

    o registro informal escrito ocorre em situaes pessoais, em comunicaes afetivas e/ou desprovidas de formalidade.

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    2. INTERPRETAO DE TEXTOS TCNICOS

    Todo o processo de leitura e interpretao de textos passa por trs fases:

    Sensorial Emocional Intelectual

    A primeira leitura que se faz de qualquer texto SENSORIAL. Ao olhar ou pegar a publicao, o leitor trata-a como um objeto em si: observa sua apresentao, o projeto grfico e a sensao ttil que desperta. Essa atitude um elemento importante do nosso relacionamento com a realidade escrita e pode ser ob-servada em jornais, revistas e livros, atravs de suas cores, projetos grficos e outras formas apelativas aos nossos sentidos, que procuram atrair o interesse do comprador.

    Quando se trata de um texto tcnico, a leitura sensorial ser receptiva na medida em que verificamos estar ele com um projeto grfico sbrio, simples e objetivo, estruturado conforme padres, normas ou convenes de cunho profissional, contendo textos objetivos e ilustraes (imagens, grficos e ta-belas) que os complementam.

    leitura sensorial, costuma seguir-se a chamada leitura EMOCIONAL. quan-do passamos ao conhecimento do texto propriamente dito, percorrendo pgi-nas e travando contato com o contedo. A leitura, ento, nos produz emoes do tipo gostei / no gostei, sem maiores pretenses analticas: uma expe-rincia descompromissada, da qual participam nosso gosto e nossa formao.

    A leitura emocional costuma ser criticada, sendo muitas vezes chamada de superficial e alienante. Essa avaliao, para um texto literrio subjetiva, o que significa que nem sempre verdadeira, pois a leitura de entretenimento pode levar-nos a um universo cujas relaes nos apresentam uma realidade diferente da nossa, capaz de nos conduzir, sem grandes floreios intelectuais, a pensar sobre nosso mundo, oferecendo-nos um elenco de informaes e ideias que reforam os valores sociais dominantes.

    No caso dos textos tcnicos, essa leitura emocional relaciona-se com a familia-ridade e compreenso que inicialmente tivemos do texto, em funo da profun-didade das abordagens e argumentaes, do mtodo utilizado e do universo de dados e contedos apresentados, que, associados nossa formao cientfica e profundidade de conhecimento do tema, leva-nos a julg-los quanto sua importncia tcnica para a cincia ou aplicao prtica.

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    Tanto a leitura sensorial quanto a emocional fornecem subsdios importantes para a realizao de um terceiro tipo de leitura: a INTELECTUAL. Ela comea por um conceito de anlise que procura detectar a organizao do texto e seus propsitos juntamente com a informao transmitida e a estruturao do texto, percebendo como ele constitui uma unidade e como as partes se relacionam para formar essa unidade. ou seja, fazer uma leitura satisfatria.

    os textos tcnicos desafiam a leitura intelectual, colocando-a em conformidade com padres cientficos, visto que requerem uma abordagem crtica permanen-te, pois apresentam sempre traos que indicam as intenes de quem escreve e publica. Desta forma, a leitura intelectual de um texto tcnico implica uma atitude crtica fundamentada, voltada no s para a compreenso do contedo tcnico do texto, mas principalmente de quem o produziu.

    os textos tcnicos so encontrados em:

    Normas

    Procedimentos tcnicos

    manuais

    Instrues de trabalho

    Projetos

    relatrios

    Dissertaes e teses

    Comunicaes em congressos

    Publicaes

    PARA SABER MAIS

    importante lembrar que, no texto tcnico, as trs partes que constituem o texto dissertativo so sempre bem identificadas:

    A introduo - que situa o leitor dentro do assunto que ser trabalhado.

    o desenvolvimento - que constitui o corpo do texto.

    A concluso - que o desfecho conclusivo derivado naturalmente das duas partes anteriores.

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    Grficos e Tabelas

    grficos e tabelas so formas de comunicao no verbal que esto asso-ciados a registros estatsticos (do latim status, que significa estado, situao), entendidos assim, por muito tempo como aqueles relacionados cincia dos negcios do Estado. Isso porque, na antiguidade, os governos tinham interesse de registrar o nmero de habitantes, de nascimentos, de bitos, e tambm de estimar as riquezas individual e social. Uma das finalidades era conhecer o nmero de guerreiros que eventualmente estariam disponveis para a guerra. outro objetivo era cobrar imposto.

    PARA SABER MAIS

    William Playfair (1759-1823), um economista poltico ingls, e J. H. lambert (1728-1777), um cientista e matemtico suo-alemo, geralmente so lem-brados como os criadores dos mtodos grficos modernos. florence Nightingale (1820-1910), a pioneira da enferma-gem moderna, tambm criou muitas tcnicas de grficos estatsticos e os utilizou em projetos para melhorar a qua-lidade dos tratamentos mdicos e a pesquisa na medicina.

    ++ ++++

    os grficos se apresentam como uma ferramenta cultural que pode ampliar a capacidade humana no tratamento de informaes quantitativas e no estabele-cimento de relaes entre elas e os fatos a eles relacionados.

    A disposio grfica deve (Tufte, 1983):

    mostrar dados. Induzir o leitor a pensar na substncia e no na metodologia, projeto

    grfico, tecnologia de produo grfica ou qualquer outra coisa. Evitar distorcer o que os dados tm a dizer. Apresentar muitos nmeros em um pequeno espao. Tornar grandes conjuntos de dados coerentes. Encorajar a vista a comparar diferentes conjuntos de dados. revelar os dados em diferentes nveis de detalhe, desde uma viso bem

    ampla at uma estrutura refinada. Servir a um objetivo claro e razovel: descrio, explorao, tabulao ou

    decorao. Estar intimamente integrada s descries estatsticas e verbais em um

    conjunto de dados.

    assista ao vdeo 01 no seu dvd

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    Tais princpios so aplicados a todos os grficos.

    No contexto da mdia impressa, os grficos so cotidianamente utilizados para descrever e informar aspectos de diversas notcias, constituindo-se em mais um argumento.Nesta perspectiva, so utilizados diversos recursos tecnolgicos que interferem de alguma maneira nas formas de apresentao do grfico, com vistas a influenciar os leitores sobre determinados aspectos das informaes.

    Quem abre uma planilha Excel se depara, na faixa de opes Inserir, com diversos tipos de grficos e formas de apresentao, o que per-mite no s sua construo, mas tambm dar-lhes esttica, tornando-os interessantes e de fcil compreenso.

    Dos tipos de grficos mais utilizados nas organizaes, trs se destacam: gr-ficos de tendncias, grficos de barras e grficos de pizza.

    Grfico de Tendncia

    os grficos de tendncia conectam pontos, que representam pares de dados numricos, mostrando como uma varivel do par funo da outra, como no exemplo abaixo.

    Grfico - Nmero efetivo de partidos nas eleies para a CD (1982-2006)

    fonte: leex (http://www.ucam.edu.br/leex/)

    Como a amplitude do faturamento anual depende do ano em que medido, algumas vezes nos referimos a ele como uma varivel dependente. o ano chamado de varivel independente porque seu valor no depende de outra varivel. Por conveno, variveis independentes so apresentadas no eixo ho-rizontal e as dependentes no vertical.

    Em outro exemplo, que mostra a Evolu-o do Nmero de Inscritos no ENEm Brasil 1998-2005, pode-se observar que h uma tendncia cres cente no au-mento do nmero de alunos ins critos no ENEm, denotando um crescimento

    fonte: mEC

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    elevado em 2005 quando algumas universidades passaram a utilizar o exame como critrio de seleo, em substituio ao exame vestibular.

    Grfico de Barras

    Tambm relatam a relao entre pares de variveis, mas, diferentemente dos grficos de tendncias, uma das variveis no precisa ser numrica. Na figura a seguir, por exemplo, o grfico do desempenho mdio dos estudantes nas provas do ENEm mostra a relao entre o desempenho dos alunos por tipo de prova (objetiva e redao), por sexo (masculino e feminino) e tambm em funo do ano de concluso do ensino mdio (egressos antes de 2005 e os concluintes de 2005). observe que as variveis independentes no so numri-cas e tambm abordam diversas situaes em um mesmo tipo de grfico.

    Grfico - Desempenho Mdio no Enem Brasil 2005

    Podemos observar que os alunos se saram melhor na prova de redao e que os egressos antes de 2005 conseguiram um resultado ligeiramente melhor que os concluintes neste ano (Experincia maior? mais tempo de estudo? Queda na qualidade do ensino? Tais hipteses devem ser estudadas ou comentadas), e que o pblico masculino saiu-se melhor na prova objetiva, enquanto que o feminino mostrou-se superior em redao (Por que ser?).

    Grfico de Pizza

    Utilizados para mostrar visualmente em que propores as diversas classes de um fenmeno que est sendo estudado compem o todo. A figura abaixo, extrada da Sondagem Conjuntural n 7 - realizada pelo BNDES- Desco/AoI base: junho/2010, mostra as propores do faturamento dos principais equi-pamentos de transporte no 2 trimestre de 2010.

    observa-se que, neste caso, fizemos uma associao a um fato no aponta-do no grfico para analisar ou entender o que os nmeros esto nos dizendo. ou seja, os grficos de tendncias nos permitem fazer uma srie de indaga-es e chegar a concluses na medida em que conhecemos e analisamos fatos e variveis a eles relacionadas. Assim sendo, poderemos dizer que, a se manterem as tendncias aqui demonstradas, nos anos seguintes espera-se um nmero cada vez maior de alunos participando das provas do ENEm.

    fonte: mEC

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    observa-se que, no universo dos equipamentos de transporte (100%) desta-cam-se as vendas de carrocerias (31,8%) e de nibus (18,4%), seguidas de caminhes semipesados (13,2%).

    dIcA

    Diante dos tipos de grficos apresentados, verificamos que:

    grficos de tendncias so bons para mostrar direes, evolues his-tricas e fazer projees.

    grficos de barras so teis nas comparaes entre categorias.

    grficos de pizzas so ideais para mostrar propores.

    Agora, observe os grficos a seguir, sobre a questo dos bitos em acidentes de trnsito. So grficos combinados, onde figuram barras e linhas de tendncias.

    Enquanto o da esquerda mostra nmeros absolutos, o da direita mostra n-meros relativos, o que nos leva a interpretaes diferentes. Se em um no vemos resultados animadores quanto ao nmero de bitos, demonstrando ten-dncias quase estveis, no outro verificamos uma queda espantosa. Afinal, este

    fonte: http://www.portal.saude.gov.br, acesso em: 01 de setembro de 2010.

    fonte: Sondagem Conjuntural n 7 - realizada pelo BNDES- Desco/AoI base: junho/2010

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    considera que, apesar do grande aumento do nmero de veculos, o nmero de bitos no cresceu nesta proporo, ao contrrio, diminuiu e mostra uma tendncia decrescente acentuada nesse sentido.

    Isto prova que uma mesma questo pode ser apresentada de formas dife-rentes, sob ticas distintas e que a estatstica merece ser analisada com cautela e ateno, para no haver interpretaes precipitadas e anlises superficiais.

    Crescer 10% um dado relativo. Evoluir de 100 para 110 bem diferente de 1.000 para 1.100. Ambos mostram a mesma evoluo relativa, mas o segundo cresceu 100, contra apenas 10 do primeiro. Em termos absolutos h uma gran-de diferena, pois isso denota esforos diferentes de crescimento.

    Tabelas

    Alm dos grficos, o uso de tabelas um eficiente recurso utilizado na comuni-cao informativa e comparativa de dados, em textos e relatrios.

    So utilizadas quando h diversos elementos a serem avaliados em relao a variveis independentes, permitindo registrar resultados e dados (variveis de-pendentes) de forma organizada e visualmente fcil de ser analisada.

    Uma tabela possui trs reas principais:

    Variveisindependentes

    Elemento considerado

    Variveis dependentes

    As variveis independentes figuram, por conveno, no cabealho das co-lunas (ttulos), enquanto que cada varivel dependente figura no corpo, na clula correspondente linha de seu respectivo elemento e coluna de sua varivel independente.

    Saber utilizar e analisar os dados estatsticos muito importante para quem vai apresentar resultados. A estatstica pode ser utilizada tanto contra como a favor, basta a nossa capacidade e conhecimento para saber interpretar e trabalhar com valores absolutos ou relativos, conforme a nossa convenincia.

    As tabelas podem ser estticas ou dinmicas. As estticas simplesmente in-formam os dados e no respondem s inseres ou alteraes de dados novos. Elas podem ser criadas atravs do editor de texto. J as dinmicas respondem automaticamente s alteraes dos dados, mediante regras e frmulas previamente definidas, requerendo o uso de planilha eletrnica.

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    AtIvIdAdE

    Exercite seus conhecimentos em Informtica e transforme em tabela um texto de sua rea profissional que contenha dados ou orientaes e que possa ser resumido numa tabela. Voc poder condensar informaes atravs desse recurso.

    [Esta atividade no ser corrigida, mas muito importante para ampliar seu conhecimento]

    observe a tabela abaixo. Note que o analista apresentou a seguir sua anlise, o que no esgota suas possibilidades, j que a tabela pode sofrer vrias in-terpretaes, conforme o conhecimento e a capacidade de quem a analisar.

    Este um ponto importante na utilizao de grficos e tabelas. Eles produzem interpretaes diversas, conforme o perfil de quem os analisa e, portanto, quan-to mais se sabe a respeito do assunto em questo e quanto maior a capacidade de observao e anlise, mais informaes teremos.

    extrada da Sondagem Conjuntural n 7 - realizada pelo BNDES- Desco/AoI base: junho/2010

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    3. TCNICAS DE INTELECO DE TEXTOS

    Anlise Textual

    Anlise textual a leitura visando obter uma viso do todo, dirimindo todas as dvidas possveis, e alcanar melhor compreenso do texto.

    Inicialmente o leitor deve ler o texto do comeo ao fim, com o propsito de ter uma primeira apresentao do pensamento do autor. Neste momento no h necessidade da leitura ser profunda, trata-se apenas dos primeiros contatos com o texto. Devem ser feitas anotaes de palavras desconhecidas, pontos no entendidos e todas as dvidas que impeam a compreenso da mensa-gem do autor nesta primeira anlise.

    Se h palavras que no foram compreendidas, fundamental que seja feito o uso do dicionrio. Essa pesquisa pode ser feita atravs de livros-dicionrios ou atravs da internet, pelos dicio-nrios on line. Em ambos os recursos a palavra procurada pode ter vrios sig-nificados, que viro separados por nmero. Nesse caso, necessrio perceber qual das palavras melhor se enquadra no contexto da leitura que se est fazendo.

    Existem textos que possuem glossrio, um vocabulrio apresentado geralmen-te ao final da leitura com o objetivo de explicar as palavras menos usuais que aparecem no texto.

    A significao no est na palavra nem na alma do fa-lante nem na do interlocutor. Ela o efeito da interao locutor receptor. S a corrente da comunicao verbal fornece palavra a luz da sua significao.

    Bakhtin

    dIcA

    Dicionrios online:

    http://michaelis.uol.com.br/http://www.dicionariodoaurelio.com/http://www.clubedoprofessor.com.br/traduz/

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    Aps a leitura inicial e o esclarecimento das dvidas assinaladas, o leitor deve passar para uma nova etapa: preparar um esquema provisrio do que foi estu-dado, que facilitar a interpretao das ideias e/ou fenmenos, na tentativa de descobrir concluses a que o autor chegou.

    Assim, podemos concluir que a anlise textual:

    Anlise Temtica

    o momento em que vamos captar e compreender a mensagem do autor. Trata-se da compreenso e apreenso do texto, que inclui: ideias, problemas, proces-sos de raciocnio e comparaes. Nesta etapa devemos perceber:

    o tema do texto.

    o problema.

    A ideia central e as secundrias do texto.

    Em geral, isto feito junto com o esquema do texto. Nele, voc ir indicar cada um dos itens acima, reconstruindo o raciocnio do autor. o raciocnio a estrutu-ra lgica do texto, bem como o conjunto de ideias encadeadas, em que o autor demonstra sua posio ou tese.

    Anlise Interpretativa

    Interpretar, segundo Severino (2000, p. 52), tomar uma posio prpria a res-peito das idias enunciadas, superar a estrita mensagem do texto, ler nas en-trelinhas, forar o autor a um dilogo, explorar toda a fecundidade das ideias expostas, cotej-las com outras, enfim, dialogar com o autor.

    D uma viso de conjunto do texto.

    Permite buscar esclarecimentos sobre o autor, fatos, doutrinas e autores citados no texto, bem como do vocabulrio.

    Possibilita fazer um esquema do texto.

    o esquema um registro dos pontos principais de um determinado conte-do. No h normas para elaborao do esquema, ele deve ser um registro til para voc, por isso, voc quem deve definir a melhor maneira de faz-lo.

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    A anlise interpretativa onde faremos a interpretao da mensagem do autor. fundamental nesta etapa:

    Situar o texto no contexto da vida e obra do autor.

    Identificar os pressupostos dos quais o autor parte, suas teorias, corren-tes de pensamento s quais ele se filia, seus paradigmas etc.

    Criticar o texto com relao sua coerncia, validade, originalidade, profundidade e alcance.

    importante ter acumulado algumas leituras anteriores sobre o tema em ques-to para fazer uma anlise interpretativa do texto.

    POntUAndO

    Para ler e entender bem um texto importante alcanar dois nveis de lei-tura: o primeiro a leitura informativa e de reconhecimento, o segundo a leitura interpretativa.

    A primeira trata do contato inicial com o novo texto. Desta leitura prvia extraem informaes sobre o contedo abordado e possvel perceber algumas questes como assunto, tipo de texto e linguagem. Em seguida, vamos para o nvel de interpretao.

    Durante a interpretao propriamente dita, cabe dar destaque a algumas palavras-chave, passagens importantes, bem como resumir a ideia central do pargrafo. Este procedimento agua a memria visual, contribuindo para o entendimento.

    importante salientar que, embora a interpretao seja subjetiva, h li-mites. o leitor deve se preocupar em captar a essncia do texto, a fim de responder s interpretaes consideradas como pertinentes.

    Quando se trata de textos literrios, preciso perceber a ligao daquele texto com outro tipo de cultura e manifestaes de arte da poca em que o autor viveu. Se no houver essa percepo dos momentos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida.

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    Ao concluir todas as etapas de leitura, o leitor encontra-se em condies de se tornar um leitor autor, com mais conhecimento. De forma crtica, participa do texto e poder acrescentar aspectos que a anlise do texto apresentou e fazer novas colocaes.

    dIcA

    Com relao a exerccios de interpretao, importante notar que em al-guns h palavras como no, exceto, errada e respectivamente que podem induzir ao erro na escolha da resposta certa. muitas vezes, nas questes de interpretao, trabalha-se com o conceito de mais adequa-da, ou seja, a que responde melhor ao questionamento proposto. Dessa forma, uma resposta pode estar correta para responder pergunta, mas pode haver uma alternativa mais completa.

    outro recurso que leva muitos alunos a errarem em exerccios de interpre-tao a descontextualizao, ou seja, apresentar um fragmento do texto transcrito para ser a base de anlise. Por isso, nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que parea ser perda de tempo. leia a frase anterior e a pos-terior para perceber o sentido global proposto pelo autor. Desta maneira a resposta ser mais consciente e segura.

    Estrutura Semntica do Texto

    Textum, em latim, particpio do verbo tecer, significa tecido. Dessa palavra ori-ginou-se textus, que gerou em Portugus texto. Portanto, de certa forma, es-tamos falando de tecer frases, oraes, perodos, pargrafos... Uma tessitura de ideias, argumentos, fatos e relatos.

    Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e bem organi-zadas atravs de pargrafos. Essa organizao serve para dividir o texto pelos seus principais assuntos. Convencionalmente, ele indicado atravs da mu-dana de linha e um espaamento da margem esquerda. o texto deve tambm possuir elementos introdutrios, desenvolvimento e uma concluso.

    Todos os textos bem escritos, principalmente os dissertativos, apresentam no primeiro pargrafo uma maneira de introduzir o assunto (introduo), que ser desenvolvido com argumentaes, exemplos, citaes, etc. nos pargrafos in-termedirios (desenvolvimento) e no ltimo pargrafo, concluir o raciocnio (concluso).

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    Uma descrio chamada de esttica quando no envolve ao. Ex. Uma senhora magra e baixa, rvore de galhos grossos e sinuosos.

    A descrio dinmica quando apresenta um conjunto de aes conco-mitantes, isto , um conjunto de aes que acontecem todas ao mesmo tempo, como em uma fotografia.

    os textos estruturam-se em funo de uma ideia central ou tema que, por sua vez, apoia-se em ideias secundrias, ou subtemas. os subtemas organizam-se para desenvolver, apoiar, explicar, exemplificar, justificar o tema ou os outros subtemas.

    Contudo, existem diferentes maneiras de apresentar um texto. falaremos aqui de texto narrativo, de texto descritivo e de texto dissertativo. Cada um desses textos possui caractersticas prprias.

    Texto Descritivo

    Descrever explicar o que se viu e observou. pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente.

    o emissor percebe e transmite a realidade atravs da sua percepo, fazendo uso de recursos lingusticos, de maneira que o receptor a identifi-que. A caracterizao essencial, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos nos textos descritivos.

    o ato descritivo se diferencia do narrativo, fundamentalmente, por no se pre-ocupar com a sequncia das aes, com a sucesso dos momentos e com o desenrolar do tempo. A descrio encara um ou mais objetos, um ou mais per-sonagens, uma ou vrias aes, em um determinado momento, em um mesmo instante e em uma mesma frao da linha cronolgica.

    H duas descries: descrio denotativa e descrio conotativa.

    Descrio denotativa - Quando a linguagem representativa do objeto dire-ta, objetiva e sem metforas ou outras figuras literrias. informao bruta com o nico objetivo de informar. a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remdios, em um manual de instrues etc.

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    Exemplo de descrio denotativa:

    BOLO DE ARROZ

    Ingredientes:

    3 xcaras de arroz 1 colher (sopa) de manteiga 1 gema

    1 frango desfiado1 cebola picada 1colher (sopa) de molho ingls 1colher (sopa) de farinha de trigo 1 xcara de creme de leite salsa picadinha

    Prepare o arroz branco, bem solto. Ao mesmo tempo, refogue o frango desfiado ao molho, bem temperado e saboroso. reserve. Quando o arroz estiver pronto, junte a gema, a manteiga, coloque numa forma de buraco e leve ao forno. No caldo que sobrou do frango, junte a cebola, o molho ingls, a farinha de trigo e leve ao fogo para engrossar.

    retire do fogo e junte o creme de leite. Vire o arroz, j assado, num prato. Coloque o frango no meio e despeje por cima o molho. Sirva quente.

    Descrio conotativa - Quando ocorre emprego de palavras tomadas em sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto, muitas vezes em sentido potico, fazendo comparaes. os provrbios ou ditos populares so exemplos da linguagem de uso conotativo.

    fonte: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/denotacaoeconotacao.html, acesso em 22/11/2010.

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    Ingredientes:

    2 conflitos de geraes 4 esperanas perdidas 3 litros de sangue fervido 5 sonhos erticos 2 canes dos Beatles

    Dissolva os sonhos erticos nos dois litros de sangue fervido e deixe gelar seu corao.

    leve a mistura ao fogo, adicionando dois conflitos de geraes s esperanas perdidas.

    Corte tudo em pedacinhos e repita com as canes dos beatles o mesmo processo usado com os sonhos erticos, mas desta vez deixe ferver um pouco mais e mexa at dissolver.

    Parte do sangue pode ser substitudo por suco de groselha, mas os resultados no sero os mesmos.

    Sirva o poema simples ou com iluses.

    Exemplo de descrio conotativa:

    RECEITA

    muitas vezes os textos, quer literrios, quer cientficos, no se limitam a ser puramente descritivos, narrativos ou dissertativos. Um texto pode conter aspectos descritivos, narrativos e dissertativos ao mesmo tempo. Por isso, para classific-lo como narrao, descrio ou dissertao, procure obser-var qual o componente que mais predomina.

    fonte: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/denotacaoeconotacao.html, acesso em 22/11/2010.

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    Texto Narrativo

    Narrar contar uma histria (real ou fictcia). o fato narrado apresenta uma sequncia de aes envolvendo personagens no tempo e no espao.

    So elementos bsicos da narrao: enredo (ao), personagem, tem-po e espao.

    So exemplos de narrativas a novela, o romance, o conto, ou uma crnica; uma notcia de jornal, uma piada, um poema, uma letra de msica, uma histria em quadrinhos, desde que apresentem uma sucesso de acontecimentos, de fatos.

    Veja a seguir um exemplo de texto narrativo:

    o narrador ou enunciador, a voz que conta a histria, pode apresentar-se de trs diferentes formas com relao aos acontecimentos que narra:

    Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que narrador-par-ticipante. Isto constitui o foco narrativo da 1 pessoa. Qualquer referncia primeira pessoa (eu, ns, meu, nosso...) mostra ao leitor que o narrador est dentro da histria e que uma das personagens (principal ou secundria).

    Exemplo:

    Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capito Rodrigo Cambar entrara na vida de Santa F. Um dia chegou a cavalo, vindo nin-gum sabia de onde, com o chapu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabea de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavio que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar l pelo meio da casa dos trinta, montava num alazo, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dlm militar azul, com gola vermelha e botes de metal.

    (Um certo capito rodrigo rico Verssimo)

    (...) Meu filho foi pai de um filho, que recebeu tambm o nome de Tibicuera e cresceu na taba nossa sombra. Passei a amar meu neto como amava meu filho. Era uma cadeia de afeio, de compreenso, de camaradagem. Contei a meu filho o que o paj me disse aquela noite em sua oca a respei-to do tempo, da morte e da eterna mocidade. E o resultado disso estar eu hoje aqui, depois de mais de quatrocentos anos, sem saber se durante todos esses quatro sculos eu fui apenas uma pessoa ou uma sria de pes-soas do mesmo sangue, com o mesmo esprito.

    (As aventuras de Tibicuera rico Verssimo)

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    H o narrador que est fora da histria. Serve de intermedirio entre o fato e o leitor. o foco narrativo da 3 pessoa. Ele no uma das personagens, mas tem a capacidade de enxergar o que passa dentro da personagem, no seu espao interno, ntimo, psicolgico ou sentimental. chamado de nar-rador onisciente (que sabe tudo).

    Exemplo:

    E o narrador-observador, que tambm se coloca fora da histria, tambm no uma das personagens, mas desconhece o que acontece no mundo interno da personagem. Como se estivesse observando de longe.

    Exemplo:

    Tipos de discurso

    Na narrativa, podemos ver trs diferentes tipos de discurso: Discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre.

    Discurso direto:

    a reproduo de maneira direta da fala dos personagens. o narrador interrom-pe a narrativa, pe os personagens em cena e cede-lhes a palavra. o narrador reproduz a fala de tal modo que o leitor ouve exatamente as mesmas palavras que o personagem proferiu.

    Exemplo:

    Joo atravessa a rua pensando em encontrar-se com ela.

    Joo atravessava a rua e parecia preocupado com alguma coisa, talvez estivesse pensando em procur-la.

    Disse ento o juiz:

    - O ru inocente.

    o discurso direto possui algumas caractersticas como:

    - Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;

    - Uso dos seguintes sinais de pontuao: dois-pontos, travesso e vrgula.

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    Discurso indireto:

    o discurso reproduzido pelo narrador com suas prprias palavras, reproduz o que escutou ou leu de outra pessoa.

    No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuao e usamos conjunes: que, se, como etc.

    Exemplo:

    Discurso indireto livre:

    No discurso indireto no h dilogo, os personagens no falam diretamente, h um intrprete deles, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Estabe-lece-se um elo psicolgico entre narrador e personagem, de tal modo que no possvel precisar com certeza se aquelas palavras ou pensamentos so do narrador, do personagem ou de ambos.

    Exemplo:

    O juiz disse que o ru era inocente.

    PARA SABER MAIS

    Pode-se encontrar tambm o dilogo ou discurso direto sem sinais gr-ficos como travesso ou aspas:

    Ela pediu: Paulo, venha c.

    ++ ++++

    Sinh Vitria falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase ex-travagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrana! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando.

    (Vidas secas Graciliano Ramos)

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    Assista ao filme o Carteiro e o Poeta que conta a histria de mrio ruo-pollo, um cidado de poucas letras, que conseguiu um emprego de carteiro para um nico destinatrio, o famoso escritor Pablo Neruda, exilado. Descu-bra como mrio aprendeu e se apaixonou pela leitura e escrita.

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    Introduo: apresentao da ideia ou o ponto de vista a ser de-fendido; essas ideias devem ser apresentadas de forma sinttica, pois no desenvolvimento que sero detalhadas.

    Desenvolvimento ou argumentao: momento em que se de-senvolve o ponto de vista com o propsito de convencer o leitor. necessrio usar slidas argumentaes, citar exemplos, recorrer opinio de especialistas, fornecer dados, etc. Deve-se atentar para no deixar de abordar nenhum item proposto na introduo.

    Concluso: momento em que se d um fecho ao texto, coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados.

    4. TEXTO DISSERTATIvO

    A dissertao um texto que se caracteriza pela defesa de ideias, de pontos de vista ou pelo questionamento acerca de um determinado assunto.

    Normalmente, para expor com maior clareza esses pontos de vista, costuma-se dividir a dissertao em trs partes:

    Esquema

    fazer um esquema para compreenso e interpretao de textos muito impor-tante. o mesmo acontece ao se produzir um texto, fundamental que argumen-tos e ideias estejam bem esquematizadas a fim de evitar fuga do tema, falta de objetividade, ausncia de ligao entre as partes, alm de outros problemas que podem ser responsveis pela produo de um texto ruim, sem nexo e no compreensvel. Contudo, atente-se para o fato de que cada dissertao, depen-dendo do tema e da argumentao, pede um esquema.

    o esquema, no caso de textos dissertativos, um guia que estabelecemos para ser seguido, no qual colocamos de forma sucinta ou de maneira simples o roteiro para a elaborao do texto. A partir desse esquema, faz-se um rascunho que d forma redao.

    Deve-se dividir o esquema nas partes que compem a redao. Neste caso, uma redao dissertativa, o esquema deve apresentar as trs partes da disser-tao: introduo, desenvolvimento e concluso.

    muito importante que o tema proposto seja compreendido e seguido na elaborao do esquema, pois de nada adianta um timo esquema se ele no estiver adequado ao tema.

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    Na introduo coloca-se a tese que se vai defender; no desenvolvimento, pa-lavras que resumam os argumentos que sero apresentados para sustentar a tese; na concluso, palavras que representem o desfecho que ser dado.

    Veja a seguir um exemplo de esquema com ideias j hierarquizadas:

    A partir do exemplo dado, v-se que na introduo consta que o autor contra a pena de morte, porque ela no resolve o problema do crescente aumento da criminalidade no pas.

    No desenvolvimento, utilizam-se os argumentos de que todas as pessoas tm direito vida, consagrado pelas religies; nos pases em que ela existe, citan-do os Estados Unidos como exemplo, a criminalidade no diminuiu; sempre possvel haver um erro judicial que leve a matar um inocente; no caso brasileiro, ela seria aplicada na maioria das vezes nas pessoas de origem mais humilde, que no podem pagar bons advogados; e, finalmente, de que a tradio jurdica brasileira consagra o direito vida e repudia a pena de morte.

    Como concluso, retoma-se a tese insistindo na ineficcia desse tipo de pena e indicando outras solues para resolver o problema da criminalidade, como a erradicao da pobreza.

    Tema: A pena de morte - contra ou a favor?

    Introduo: Contra, pois no resolve.

    Argumentos:

    Todos tm direito vida religio. Exemplos em outros pases EUA. No caso de erro judicirio. Classe popular. Tradio.

    Concluso: Ineficaz; soluo: erradicao da pobreza.

    Quando se faz um esquema do desenvolvimento, comum surgirem vrias ideias. registre todas, mesmo que mais tarde voc no venha a utiliz-las. Ao terminar, ordene as palavras, selecione as melhores e coloque-as em ordem de importncia. A esse processo damos o nome de hierarquizao das ideias.

    assista ao vdeo 02 no seu dvd

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    dIcA

    Embora parea fcil expor ideias de forma organizada, respeitando os li-mites e parmetros da introduo, do desenvolvimento e da concluso, aqui vo algumas orientaes bsicas para ajudar na construo de sua dissertao:

    No se inclua na redao; no cite fatos particulares; evite a 1 pessoa do plural e citaes como eu acho que, na minha opinio.

    Seu texto pode ser expositivo (com informaes), argumentativo (com argumentos) ou ainda expositivo e argumentativo. Em todos, as ideias devem ser bem desenvolvidas e bem fundamentadas.

    Evite que seu texto expositivo ou argumentativo seja urna sequncia de afirmaes vagas, sem justificativa e sem evidncias.

    Atente-se para o uso de expresses vagas ou com significado amplo.

    Evite expresses com juzos de valor sem carga informativa, imprecisos e subjetivos.

    Evite uso de palavras como coisa e algo, grias, vcios da lingua-gem oral, bem como o uso de etc. e abreviaes.

    observe se no h repetio de ideias, falta de clareza, construes sem nexo, conjunes mal empregadas, ausncia de ligao entre as ideias nas frases e nos pargrafos entre si e fuga do tema proposto.

    Caso tenha sido feita uma pergunta na introduo ou no corpo do tex-to, verifique se a argumentao responde pergunta.

    Verifique se os argumentos so convincentes: fatos notrios ou his-tricos, conhecimentos geogrficos, cifras aproximadas, pesquisas e informaes adquiridas atravs de leituras e fontes culturais diversas.

    observe se h no texto pargrafos prolixos ou muito curtos, bem como perodos muito fragmentados, que resultam numa construo primria.

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    AtIvIdAdE

    No trecho abaixo, que palavras poderiam ser retiradas, por serem des-necessrias e comprometerem a elegncia do texto?

    Perceba que ao retir-las, no podem comprometer o sentido.

    Eu tinha um alicate, assim, que s vendo, encabado de plstico ama-relo, na escurido fosforecia; meio tipo assim de ao alemo; usei oito anos quase todo dia. Da, quando voc perde uma ferrramenta...

    Domingos Pellegrini Jr. (In: MORICONI, talo (organizador). Os cem melhores contos brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001)

    [Confira a resposta no final desta unidade]

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    5. DOCUMENTAO TCNICA

    Elaborao de Relatrios Tcnicos

    Escreva o que voc faz, faa como est escrito.

    Esta a mxima presente em todas as organizaes modernas, por se cons-tituir no princpio fundamental que rege as certificaes tcnicas de todos os sistemas de gesto, tais como:

    Sistema de gesto da Qualidade (ISo 9001).

    Sistema de gesto Ambiental (ISo 14001).

    Sistema de Segurana e medicina do Trabalho (oHSAS 18001).

    Sistema de Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle ou HACCP (Ha-zard Analysis and Critical Control Points Sistema aplicvel segurana ali-mentar e farmacutica).

    Sistema de responsabilidade Social (NBr 16001), e ainda normas e proce-dimentos legais.

    Escrever o que voc faz prende-se estrutura de polticas, normas e pro-cedimentos, organizados em manuais, que renem informaes sobre o qu, quando, como e quem deve fazer, garantindo organizao, e no s pesso-as a ela pertencentes (empregados, prestadores de servios, fornecedores e afins), o domnio do conhecimento de seus processos na produo de produtos e realizao de servios.

    Fazer o que est escrito significa planejar (Plan), executar (Do), controlar (Check) e agir de forma corretiva ou preventiva (Action), de acordo com os pa-dres formais estabelecidos (escritos). Trata-se de registrar e evidenciar todas as etapas do processo, produzindo evidncias objetivas de que o trabalho foi realizado em estrita obedincia s normas estabelecidas.

    PARA SABER MAIS

    Ciclo PDCA ( Plan, Do, Check e Action)Concebido por Shewhard e difundido por Deming como fundamental para o Sistema da Qualidade.

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    Tais evidncias objetivas so atestadas atravs de observaes de auditores e inspetores do ambiente fsico e do comportamento das pessoas em seus pos-tos de trabalhos (verifica-se: a utilizao de materiais e ferramentas adequadas senso de utilidade; arrumao e limpeza do ambiente de trabalho sensos de ordenao e limpeza; estabelecimento de padres organizacionais do am-biente senso de padronizao ou normalizao; manuteno do ambiente conforme tais padres senso de autodisciplina ou hbito); realizaes de medies, ensaios e testes, e, principalmente, anlises de registros documen-tados, onde se verifica a conformidade de tudo isso com as boas prticas reco-mendadas e normas estabelecidas.

    A profuso de relatrios tcnicos emitidos em uma indstria, por exemplo, exige objetividade em sua concepo, para que possam ser rapidamente elaborados e analisados. Desta forma, aqueles que se integram s rotinas devem ser padro-nizados e convertidos em formulrios (impressos ou eletrnicos), com campos pr-estabelecidos, de forma a orientar a execuo dos trabalhos e a contemplar todos os pontos a serem relatados e facilitar seu preenchimento.

    Poderemos, assim, dividir os relatrios tcnicos em trs grupos, conforme a frequncia com que so emitidos:

    Relatrios tcnicos de texto livre cujo autor no segue regras pr-estabe-lecidas e possui plena liberdade de execuo, podendo faz-lo de forma dis-sertativa ou utilizando-se de tcnicas de apresentao, como o Power Point.

    Relatrios tcnicos de contedo obrigatrio cujo autor se obriga a seguir procedimentos rgidos, com contedos, formas e sequncia de apresenta-o pr-definidos em normas.

    Relatrio tcnico padronizado apresentados em formulrios impressos ou eletrnicos.

    PARA SABER MAIS

    Princpio dos 5 S, oriundo da metodologia japonesa que contempla, respectivamente, os termos originais: Seiri (), Seiton (), Seiso (), Seiketsu () e Shitsuke ().

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    Dentre as evidncias objetivas documentadas, so os relatrios tcni-cos os mais utilizados. Atravs deles, so registradas as ocorrncias de atos e fatos, os resultados obtidos em ensaios e testes, alm das aes corretivas e preventivas adotadas ou a adotar ao longo do processo.

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    PR-DOCENTEPR-DOCENTE

    Tais grupos no so necessariamente estanques. Um relatrio tcnico de texto livre pode utilizar-se de formulrios ou seguir parcialmente pro-cedimentos obrigatrios, mantendo a liberdade e as opes do autor em sua elaborao.

    Como texto escrito, os relatrios tcnicos sofrem o processo de leitura senso-rial, emocional e intelectual, requerendo boa apresentao, desenvolvimento claro e objetivo, e contedo compatvel com seus propsitos.

    Devem ser tambm observadas as trs partes: introduo, desenvolvimento e concluso.

    Na parte introdutria, podem constar os objetivos do trabalho (relatrios de: inspeo, visita tcnica, auditoria, ocorrncia, testes e ensaios, percia, avalia-o...); os antecedentes, entendidos como tais as normas, procedimentos, cui-dados especiais e metodologias aplicadas; as hipteses ou premissas, resul-tados esperados ou que se deseja comprovar, e o perfil do autor. Desta forma, a introduo pode ser dividida em partes que possam tornar a leitura mais sim-ples e o uso de tpicos recomendado quando houver um rol de informaes a serem prestadas.

    Exemplo de Parte Introdutria:

    Ttulo: Relatrio de Inspeo. Objetivo: Ensaio no destrutivo por lquido penetrante em tubos de ao com

    costura. Requisitante: Eng Beltrano Supervisor de Produo. Obra: CBD. Procedimentos:

    Conforme procedimento de inspeo n B 100. Uso do kit de aerossis da marca Dry Check, com lquido penetrante

    vermelho. Recomendaes de Segurana, Meio Ambiente e Sade Ocupacional- SMS:

    Uso de luvas de ltex e mscara descartvel, alm dos EPI exigidos na rea.

    Resultado esperado: Solda da costura isenta de trincas em toda a extenso do tubo.

    Inspetor: Fulano de Tal tcnico de inspeo Certificao ABENDI n 000.

    o desenvolvimento descreve os procedimentos adotados, as condies de tra-balho e os resultados aferidos durante a execuo dos trabalhos, incluindo as fundamentaes que levaram o autor s concluses apresentadas a seguir.

    No desenvolvimento, alm da parte textual, podem ser utilizados registros de testes, fotos, imagens, desenhos, grficos, tabelas e qualquer outra forma ne-cessria para documentar e fundamentar os trabalhos.

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    Exemplo:

    Procedimento adotado: Seguido o procedimento recomendado. Foram inspecionados 5 tubos de 24x 12 m individualmente identifica-

    dos por marcas de puncionagem. Os cordes de solda que apresentaram escrias foram limpos com es-

    cova de ao, sendo que em algumas reas foi requerido o esmerilha-mento da superfcie para uma perfeita limpeza.

    Tubo com marcao Lt 206 com difcil acesso, sem condies de exe-cuo do teste.

    Resultados encontrados:

    Anlise dos Testes:

    Tubo lt 204: a trinca revelada, numa extenso de 3,4 cm, requer uma ao corretiva por parte da Produo. Segundo o Eng Beltrano, su-pervisor da rea, ser feita a remoo com eletrodo de carvo e o re-trabalho seguir o procedimento padro de soldagem. foi aberto o formulrio de No Conformidade para fins de registro da ocorrncia e posterior anlise crtica do fato no Comit da Qualidade.

    Tubo lt 206: A existncia de tubos empilhados sobre este impossibili-tou sua inspeo. foi requerida ao Eng Beltrano a remoo dos tubos que impediam o acesso ao cordo de solda a ser inspecionado. ficou definido que as providncias seriam tomadas e que a inspeo ser requerida juntamente com a do lt 204.

    o testes aplicados nos Tubos lt 202, lt 203 e lt 205 no revelaram trincas.

    tUBO OBSERvAO RESULtAdO

    lt 202 Sem revelao de trincas AProVADo

    lt 203 Sem revelao de trincas AProVADo

    lt 204Trinca observada na emenda de solda, sendo demarcada em amarelo

    ADoTArAo CorrETIVA

    lt 205 Sem revelao de trincas AProVADo

    lt 206Sem condies de execuo do teste. reposicionar o tubo para nova inspeo.

    INSPEoNo rEAlIZADA

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    A fase conclusiva deve ser sucinta e resumir os resultados obtidos e as reco-mendaes, quando cabveis.

    Exemplo:

    Concluso:

    Tubos lt 202, lt 203 e lt 205 foram AProVADoS. Tubo lt 204 apresentou No CoNformIDADE e dever entrar em pro-

    cesso de Ao CorrETIVA. Tubo lt 206 no foi inspecionado.

    o relatrio dever ser datado e ter as assinaturas do Inspetor fulano e do Eng Beltrano.

    o exemplo dado foi de um relatrio de texto livre, j que no foi regido por qual-quer norma ou procedimento formal.

    Alm disso, nem todos os relatrios tcnicos so to simples assim, como no exemplo.

    relatrios de auditoria e periciais, por exemplo, envolvem juzo de valor, afetan-do interesses pessoais, econmicos e at societrios, devendo ser muito bem documentados e fundamentados para que produzam os efeitos desejados, o que obriga a utilizao combinada de formulrios, folhas de coletas de dados, questionrios, grficos, imagens... Alm da adoo de critrios e padres de referncia reconhecidos e acreditados para a aplicao de metodologias ou procedimentos tcnicos na execuo dos servios. Assim, eles geralmente se-guem os princpios dos relatrios mistos, compostos por relatrios do tipo pa-dronizado, formulrios e por um conjunto de ferramentas auxiliares utilizadas na coleta, divulgao e avaliao de dados.

    Imaginem um canteiro de obras para a construo de um aqueduto, onde centenas de quilmetros de tubos so inspecionados. claro que, neste caso, no se pode adotar o texto livre para o relatrio de inspeo. ou se padroniza uma forma de elabor-lo ou, o que melhor, adota-se um formulrio prprio para tal.

    observe que este foi um relatrio escrito para quem conhece os procedimen-tos do ensaio por lquido penetrante e, portanto, no caberia qualquer expli-cao detalhada sobre o mtodo. o foco do relatrio foi o registro de fatos e dados que geraram a aprovao de trs tubos, a necessidade de uma ao corretiva em outro e a impossibilidade de inspecionar um deles e fim! Tudo escrito em frases curtas, objetivas e claras. A rpida leitura das concluses informa o que de interesse das partes envolvidas. o que basta.

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    Ferramentas

    Para atender ao princpio da objetividade que rege os relatrios tcnicos, foram criadas diversas ferramentas teis, dentre as quais se destacam:

    Elaborao de formulrios. folha de coleta de dados. Diagrama de causa e efeito. Tabelas e grficos (j abordados anteriormente).

    Formulrios e Folhas de Coletas de Dados

    Podem ser apresentados em mdia impressa ou eletrnica. mas, independente-mente de sua forma, ambos seguem o mesmo raciocnio para sua concepo.

    Portanto, antes de comear a fazer o desenho, importante pensar:

    Nas possibilidades que devem ser consideradas.

    Nas informaes e dados a serem registrados.

    Nas quantidades de registros a serem colhidos por atividade.

    Nas assinaturas dos envolvidos.

    Na forma de colher os dados.

    Em como sero processados e arquivados e por quanto tempo e como fi-caro arquivado (o que implica na qualidade do papel, cor e formato, alm da posio dos campos utilizados no arquivamento, como data, nmero do relatrio, ou outro qualquer).

    Pensar em um bom ttulo e, se necessrio, subttulo, alm do logotipo da sua organizao importante para dar identidade a seu formulrio ou folha de coleta de dados.

    A elaborao de formulrios ou de folhas de coleta de dados funo de analista da rea de organizao e mtodos, um profissional preparado para isso; mas os recursos hoje disponibilizados pela informtica nos per-mitem criar alguns com razovel qualidade, desde que saibamos utilizar os recursos do software e, principalmente, quando sabemos bem o que queremos.

    observe que cada campo deve ser planejado de modo a poder ser pre-enchido normalmente, ou seja, deve ser dimensionado para caber tudo o que deve ser informado. No se trata s da esttica, mas tambm de sua funcionalidade tanto na hora de preencher quanto na hora de consultar o relatrio arquivado.

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    PARA SABER MAIS

    Ao contrrio do relatrio livre anteriormente apresentado, no formulrio no foi necessrio colocar algumas das informaes que no texto livre foram includas. Tampouco h espao para fotos. Alm disso, a conclu-so est na coluna resultado, que o que importa no relatrio. Isto porque estamos falando de um trabalho operacional repetitivo, onde as pessoas logo se familiarizaro com o formato do relatrio e, portanto, tambm no h necessidade de que os nomes dos campos sejam des-tacados. A nfase no contedo!

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    AtIvIdAdE

    Aproveite que voc estudou o assunto agora e experimente fazer um relatrio tcnico de acordo com o modelo dado. uma boa maneira de treinar e es-colher entre um relatrio tcnico de texto livre ou um relatrio tcnico de con-tedo obrigatrio. Se escolher este ltimo, que tal criar seu prprio modelo?

    [Esta atividade no ser corrigida, mas muito importante para ampliar seu conhecimento]

    Folha de Coleta de Dados

    outra ferramenta muito utilizada na elaborao de relatrios tcnicos e pode ser apresentada em trs tipos diferentes:

    Folhas de verificao onde so feitos registros simples, cujos resultados podem ser prontamente verificados no prprio formulrio. o registro final, unindo os pontos plotados, de um grfico.

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    Folhas de dados difere das folhas de verificao pelo fato delas reunirem dados e anotaes que iro requerer processamento. Sua apresentao assemelha-se a uma tabela.

    Lista de verificao Tambm chamada de Check list. Trata-se de uma relao de itens a serem verificados em um processo, de forma a que todos os aspectos sejam lembrados.

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    Tais formulrios so excelentes ferramentas no desenvolvimento dos trabalhos e tornam-se