UNIDADE 4 Teoria Da Burocracia

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A Teoria da Burocracia • Conceitos Básicos • Características Básicas das Organizações Burocráticas • Disfunções da Burocracia • Visão Crítica do Modelo Burocrático Weberiano • Burocracia e Ambiente Ênfase na Organização Max Weber Robert K. Merton Philip Selznick Alvin W. Gouldner Richard Hall

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A Teoria da Burocracia

• Conceitos Básicos

 • Características Básicas das

Organizações Burocráticas

 • Disfunções da Burocracia

 • Visão Crítica do Modelo

Burocrático Weberiano

 • Burocracia e Ambiente –

Novos Modelos

Ênfase na OrganizaçãoÊnfase na

Organização

• Max Weber• Robert K. Merton• Philip Selznick• Alvin W. Gouldner• Richard Hall

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A Teoria da Burocracia

Conceitos Básicos

A Teoria da Burocracia foi inspirada na obra de Max Weber (1864-1920), sociólogo, que pertenceu a uma geração de professores liberais alemães.

Estudou e publicou extensa bibliografia sobre as grandes organizações dando a elas o nome de burocracia. Considerou o século XX como o século das organizações burocráticas que constituíram a base do sistema de produção capitalista, racional e legal, caracterizando uma nova era na história da humanidade.

Weber estudou as organizações do ponto de vista do estruturalismo, preocupando-se basicamente com a sua racionalidade, ou seja, analisando de que forma as organizações utilizavam os recursos e meios existentes para atingir de forma otimizada os objetivos pretendidos.

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A Teoria da Burocracia

Conceitos Básicos

No sentido da racionalidade, o modelo burocrático é classificado como uma forma de organização humana que pretende alcançar a eficiência por meio da utilização racional dos recursos existentes. O ato de racionalizar as organizações é realizado pelos administradores A racionalidade organizacional representa uma das três formas básicas da racionalidade da sociedade moderna, existindo também a racionalidade econômica, caracterizada pelo capitalismo e a racionalidade científica, caracterizada pelas tecnologias.

O trabalho de Weber sobre burocracia permaneceu não reconhecido nos Estados Unidos até os anos 1940, como aconteceu com Fayol e outros.

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Conceitos Básicos

O impacto do modelo burocrático de administração sobre as organizações é tão grande que, apesar das significativas alterações sofridas pelas empresas nos últimos anos, a grande maioria delas utilizam, em graus diferenciados, princípios do modelo, tornando-se importante o desenvolvimento de uma visão crítica a respeito dos aspectos positivos e negativos da utilização do mesmo, bem como o conhecimento das disfunções decorrentes da aplicação inadequada de seus princípios . Apesar das organizações em geral não possuírem um modelo puro de burocracia, muitas delas aproximam-se bastante do modelo ideal estudado por Weber, como por exemplo o Estado Moderno, a Igreja, o Exército, as Escolas e as Associações, entre outras.

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Estrutura da Autoridade

Uma das concepções básicas de Weber é a sua teoria da autoridade,

diferentemente da estrutura de poder e de persuasão. Para Weber, a essência da autoridade é que as ordens ou decisões são obedecidas voluntariamente, porque a fonte de onde elas emanam é considerada legítima e porque envolve a prévia suspensão do julgamento da sua natureza.

A autoridade do indivíduo, numa burocracia, repousa no cargo e não na pessoa que o ocupa, caracterizando-se por:

• Implicar obediência voluntária (não por coação);• Ser legítima e legal;• Implicar “suspensão antecipada do julgamento pelo subordinado da ordem recebida;• Ser induzida pelo grupo. 

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Tipos de Sociedade e de Autoridade

Sociedade tradicional: onde predominam características patriarcais e patrimonialistas. Ex: família, clã, monarquias.

Autoridade tradicional: é pessoal e seus limites são fixados pelos costumes. Pode ser transmitida por herança de pai para filho. Tende a ser conservadora e as mudanças geralmente implicam em rompimento violento com as tradições estabelecidas. O líder tradicional comanda em virtude de seu status de sucessor ou herdeiro.  A legitimação do poder ocorre pela crença no passado eterno - "as coisas sempre foram feitas assim". Ex: autoridade exercida por donos de empresas familiares mais fechadas, ou por funcionários antigos que participaram, no passado, de momentos de sucesso da empresa e cuja identidade se confunde com a própria identidade da empresa. 

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A Teoria da Burocracia

Tipos de Sociedade e de Autoridade

Sociedade carismática: onde predominam características personalísticas. Ex: grupos revolucionários e facções radicais de partidos políticos.

Autoridade carismática: ocorre em função de uma qualidade extraordinária e indefinível de uma pessoa. A autoridade não é racional, não é herdada ou delegada. Tende a ser instável e arbitrária.   A legitimação do poder ocorre por influência da personalidade do líder e em função da crença e da valorização da característica extraordinária, ou seja, o líder carismático mantém o poder enquanto seus seguidores reconhecerem nele forças diferenciadas das qualidades humanas normais. Ex: líderes políticos, líderes revolucionários, líderes sindicalistas, capitão de uma fábrica, heróis, etc 

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Tipos de Sociedade e de Autoridade

Sociedade legal, racional ou burocrática: onde predominam normas impessoais e legais. Ex: Sociedade contemporânea.

Autoridade legal, racional ou burocrática: Baseia-se no estabelecimento de leis, normas e regras racionais, impessoais e formais. O indivíduo que detém autoridade exerce o comando seguindo leis e regulamentos racionalmente estabelecidos, e não de acordo com sua vontade.  A legitimação do poder se dá em função da crença na justiça das regras, leis e normas previamente estabelecidas e o poder é exercido dentro dos limites fixados por elas. Desta forma os níveis hierárquicos estabelecem a estrutura de poder, quanto mais alto na hierarquia maior o poder do cargo. As relações dos indivíduos são estabelecidas por regras impessoais e escritas, definidas de forma racional, com os direitos e deveres de cada posição.

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Características Básicas das Organizações Burocráticas

1 - Caráter racional das normas e regulamentos  As organizações burocráticas caracterizam-se pela sua racionalidade porque buscam utilizar da forma mais eficiente os recursos disponíveis para atingir os objetivos definidos, neste sentido, as regras e normas pretendem ser coerentes com os objetivos visados. 

2 - Caráter legal das normas e regulamentos  As organizações burocráticas são legais porque estão estruturadas e organizadas em leis, regras e normas preestabelecidas, conferindo aos cargos, autoridade e poder de mando sobre os subordinados. Neste sentido a autoridade burocrática baseia-se no Direito.

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Características Básicas das Organizações Burocráticas

3 - Caráter formal das normas e regulamentos As organizações burocráticas são formais porque seu funcionamento não depende da vontade individual e espontânea de seus participantes. Funcionam baseadas num sistema de normas racionais, detalhando antecipadamente como as coisas devem ser feitas e como a organização deve funcionar, por meio de estatutos, regulamentos e regimentos. Com a formalidade das normas, do planejamento e execução das atividades busca-se tornar mais fácil o controle por parte dos administradores, já que existem mecanismos de comparação do que se espera que o funcionário execute (a norma formal) com o que ele efetivamente executou (resultados alcançados). Por outro lado, fica claro para os subordinados o que se espera que eles façam diante de uma determinada situação.  

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Características Básicas das Organizações Burocráticas

4 - Divisão racional do trabalho As organizações burocráticas caracterizam-se pela autoridade, pela divisão racional do trabalho e da responsabilidade dos cargos e funções existentes.  Desta forma, cada indivíduo, cada área e cada departamento possui atribuições, competências e limites de ações bem definidos.  Com isso pretende-se que não ocorra conflito de mando, duplicidade de ações e interferência nas competências alheias, o que prejudicaria a racionalidade e o funcionamento da estrutura existente. Neste sentido, o poder dos funcionários é impessoal e deriva do cargo. A obediência ao superior também é impessoal e deriva do respeito à hierarquia e não necessariamente à pertinência da ordem dada.

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Disfunções da Burocracia

Robert K. Merton (1952) fez um estudo das conseqüências imprevistas e indesejadas que afetam as organizações burocráticas levando-as à imperfeição e à ineficiência. A estas conseqüências indesejadas Merton deu o nome de disfunções da burocracia:

• Seguir normas e regulamentos passam a ser os objetivos finais dos funcionários e da organização. Ficando o cliente relegado a segundo plano.  

• Adoção de regras como justificativa para limitar a amplitude do trabalho a ser executado, tornando-o rígido, inflexível e incapaz de responder de forma eficiente as demandas não previstas de trabalho. O funcionário perde a iniciativa e criatividade.

• Acomodação ao cargo e resistência à mudanças, em virtude da previsibilidade causada pela normatização.  

• Bloqueio e restrição nas comunicações, em virtude do excesso de formalidade nas comunicações e do rigor na divisão hierárquica.

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Visão Crítica do Modelo Weberiano

As organizações modernas exigem posturas diferenciadas da rigidez e da impessoalidade burocrática. A característica central dos novos modelos baseia-se na cooperação, na potencialidade criadora do homem e até no desejo permanente de criação, característica que na prática constitui-se em poderosa arma de transformação organizacional.   Posturas rígidas e conservadoras com relação ao comportamento tendem a engessar as organizações, não permitindo que as mesmas possam se adaptar às mudanças ambientais.   De um modo geral, podemos dizer que o modelo weberiano analisa a burocracia como um sistema fechado e estável, que não considera os aspectos do comportamento informal. Neste sentido, a rigidez do modelo burocrático não permite a adaptação da organização às exigências dos clientes, à mudanças ambientais e também às exigências internas de seus participantes.

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A Teoria da Burocracia

Burocracia e Ambiente – Novos Modelos

Modelo burocrático proposto por Philip Selznick – 1942 Em 1942, Philip Selnick realizou estudos na empresa Tennessee Valley Authority (TVA), onde procurou demonstrar a flexibilidade e a adaptação da burocracia às necessidades específicas de seus clientes, bem como, a possibilidade da burocracia permitir maior autonomia de ação por parte de seus funcionários.  

Selnick observou que, para que a TVA obtivesse aceitação local de seus serviços, a mesma foi obrigada a alterar drasticamente os seus objetivos e melhorar a sua estruturação interna, adaptando-se ao atendimento das necessidades dos clientes.

Segundo o autor, a organização burocrática deve agir como uma estrutura social adaptativa para que possa atender adequadamente às demandas ambientais e às necessidades dos clientes.

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A Teoria da Burocracia

Burocracia e Ambiente – Novos Modelos

Modelo burocrático proposto por Philip Selznick (cont.) Segundo Selznick, quanto mais instável for o ambiente externo e quanto menores as possibilidades informais de interação interna, maiores serão as tensões e os dilemas da organização.  Desta forma, as burocracias devem buscar uma dinâmica de adaptação através da criação de mecanismos de interação com o ambiente externo. Por outro lado, devem estar constantemente revendo seus objetivos no sentido de adaptá-los às necessidades do ambiente. O processo de adaptação e de transformação das estruturas deve ser algo permanente, objetivando-se uma maior eficiência interna no processo de atendimento aos clientes.

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A Teoria da Burocracia

Burocracia e Ambiente – Novos Modelos

Graus de Burocratização - Alvin Gouldner Alvin W. Gouldner, realizou pesquisas numa fábrica de gesso (1948 –1951) e constatou que não existe uma única forma de se estabelecer um modelo burocrático dentro de uma organização, mas sim várias possibilidades, resultantes dos graus diferentes de aplicação dos princípios do modelo.  Para Gouldner, as regras burocráticas têm a função principal de diminuir as tensões provocadas pela supervisão cerrada exercida pelos supervisores em relação aos seus subordinados, e conclui: Quanto maior a exigência de controles, maior a necessidade de imposição de regras burocráticas que definam o que pode ou não ser feito e que regulam as relações de trabalho.  

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A Teoria da Burocracia

Burocracia e Ambiente – Novos Modelos

Graus de Burocratização - Alvin Gouldner (cont.) 

Para Gouldner, o processo burocrático constitui-se num ciclo instável de regras estabelecidas para controlar rigidamente o comportamento, o que provoca tensões, desmotivação e conflitos, o que, por sua vez, leva a um acirramento dos controles e assim por diante, tornando a organização um sistema instável. 

Neste sentido o sistema burocrático pode ter vários tipos de modelos que oscilam entre o excesso de burocratização num extremo e a ausência de princípios burocráticos no outro extremo.  

O desafio do administrador seria encontrar o grau adequado de utilização dos princípios burocráticos, levando em consideração fatores como a cultura da organização, as crenças e valores individuais, a motivação humana, as tecnologias empregadas e o ambiente, entre outros.  

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A Teoria da Burocracia

Burocracia e Ambiente – Novos Modelos

Dimensões da Burocracia - Richard Hall (1962)

Hall destacou a existência de seis dimensões básicas de uma determinada estrutura organizacional burocrática: 

Formalização: indica o grau em que as normas, regras, procedimentos e comunicações são registrados por escrito em manuais, e documentos. Quanto maior e mais detalhado o número de registros, maior o grau de formalização.  

Padronização: indica o grau em que as rotinas ( de trabalho, cargos e funções) são padronizadas. Quanto mais padronizado o trabalho, maior o grau de padronização.  

Especialização: indica o grau em que o trabalho é dividido dentro da organização. Quanto mais dividido for o trabalho, maior será o grau de especialização.

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A Teoria da Burocracia

Burocracia e Ambiente – Novos Modelos

Dimensões da Burocracia - Richard Hall (cont.)

Hierarquização: indica o grau em que é definido a sistema de hierarquia de autoridade. Quanto maior o número e mais detalhado forem os níveis hierárquicos, maior o grau de hierarquização.   Centralização: indica o grau de concentração de autoridade no processo de tomada de decisão. Quanto mais no topo da pirâmide hierárquica estiver localizada a autoridade para a tomada de decisão, maior será o grau de centralização.   Impessoalidade: indica o grau em que as relações pessoais ocorrem apenas em função do cargo ou da hierarquia. Quanto mais a relação ocorrer em função do cargo, maior será o grau de impessoalidade existente.

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A Teoria da Burocracia

O Desafio do Administrador

O Desafio do Administrador  O desafio para o administrador é o de utilizar adequadamente as várias dimensões, tendo em mente que graus elevados de burocratização conduzem à rigidez e à inflexibilidade e graus insuficientes de burocratização conduzem à desorganização e à indisciplina. .

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A Teoria da Burocracia

Comparação entre as Teorias Clássicas

TaylorAdministração Científica

FayolTeoria Administrativa

WeberTeoria da Burocracia

• Treinamento em regras e rotinas• “Uma melhor maneira de fazer”• Motivação financeira• Divisão do trabalho• Busca de eficiência eprodutividade

• Definição de funções administrativas

• Divisão do trabalho

• Hierarquia

• Autoridade

• Equidade

• Sistema de regras

• Impessoalidade

• Divisão do trabalho

• Hierarquia

• Estrutura definida de autoridade

• Racionalidade

Não considera as necessidades sociais

Foco no empregado Foco na estrutura Foco na organização

Não considera o ambiente externo

Rigidez e Lentidãonas decisões