unimed espaço vida 2009 - 2010

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INFORME COMERCIAL | 23 de setembro de 2009 É a gota d`água Este é o primeiro de oito cadernos sobre atitudes que geram bem-estar e mais quali- dade de vida. Consciência ambiental não é o primeiro tema à toa. O planeta tem-se ressentido da nossa falta de ação. Por que você não toma uma atitude? Talvez essa seja uma resposta bem particular. Para ajudar na busca dela, conversamos com quem rompeu essa dificuldade de agir e tentamos explicar aqui o que se encontra do lado de lá – o lugar dos que compraram a briga e fazem sua parte, por menor que pareça.

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Oito cadernos sobre saúde patorcinados pela Unimed - RS e publicados no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

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INFORME COMERCIAL | 23 de setembro de 2009

É agotad̀ água

Este

é o primeiro de

oito cadernos sobre atitudes

que geram bem-estar e mais quali-

dade de vida. Consciência ambiental não

é o primeiro tema à toa. O planeta tem-se

ressentido da nossa falta de ação. Por que você

não toma uma atitude? Talvez essa seja uma

resposta bem particular. Para ajudar na busca

dela, conversamos com quem rompeu essa

dificuldade de agir e tentamos explicar aqui

o que se encontra do lado de lá – o lugar

dos que compraram a briga e fazem

sua parte, por menor que

pareça.

Cuidar do meio ambiente

faz bem à saúde

INFORME COMERCIAL | 23 de setembro de 2009

Ninguém duvida de que é preciso rever hábitos se a intenção é amenizar os estragos na natureza. Mas

não basta esta consciência. É preciso agir de tal forma que a satisfação pessoal se transforme no

motor de uma mudança cultural.

Espalhe> Corre pelo twitter uma campanha de assinaturas virtuais (www.sealthedeal2009.org), pressionando por decisões concretas em dezembro, em Copenhagen (Dinamarca), durante a Conferência do Clima organizada pelas Nações Unidas.

Toda segunda quarta-feira do

mês, Hideaki Iijima limpa o Par-

que da Aclimação, em São Paulo.

O empresário japonês, que adotou

o Brasil para morar, administra a

rede paulista de salões de beleza

Soho e integra a ONG Zeladoria do

Planeta (www.zpb.org).

No sábado passado, dia 19, a

praia do Porto da Barra, em Sal-

vador, recebeu o Coastal Clean up

Day – o dia mundial de limpeza de

praias. Lá estava Lisiane Braga,

voluntária do Greenpeace e pre-

sidente do Instituto RAM de Ree-

ducação Ambiental, que ajudou a

organizar o evento na Bahia.

Em Espumoso, no Rio Grande

do Sul, desde que o médico Carlos

Mânica se envolveu num projeto

de gerenciamento de resíduos, o

tratamento do seu lixo particular,

em casa, nunca mais foi o mesmo.

Perto ou longe, de modo gran-

dioso ou sem grandes pretensões,

não faltam exemplos de atitudes

em benefício da saúde do planeta.

Basta olhar em volta e vasculhar

ONGs pela Internet. O contrário

também persiste, infelizmente e

para o espanto geral: ou você já

deixou de flagrar gente jogando

bagana de cigarro no chão ou

lixo pela janela do carro? O que

diferencia essas pessoas das ci-

tadas no início desse texto? Não

é apenas a falta de consciência

ambiental.

A conscientização (consciên-

cia + ação) ajudou Iijima, Lisiane e

Mânica a darem o primeiro passo.

O que os fez continuar foi o fato de

encontrarem valor e resultados

naquilo que executam, de modo a

se sentirem recompensados.

“No início, o Parque da Aclima-

ção era muito sujo. Com o tempo,

foi ficando mais limpo. O exemplo

que damos sensibiliza os tran-

seuntes, que passam a sujar me-

nos. O senhor Iijima faz isso por-

que ama o Brasil que o acolheu.

A Zeladoria do Planeta convida a

todos que amam este país e este

planeta a espalharem esse movi-

mento de limpeza física e mental”,

conclama Hiroaki Kokudai, secre-

tário da organização.

“Sinto o maior prazer no que

faço. Sinto-me útil e realizada.

Acredito que todos nós devería-

mos contribuir com a coletividade

de alguma forma, até para justifi-

car o direito que tivemos de estar

aqui. É uma relação de troca com

benefícios mútuos. Talvez seja cô-

modo acordar, ir ao trabalho, vol-

tar e dormir, mas até que ponto

isto é vida em sua plenitude? Nos-

sa capacidade construtiva é tão

mais ampla! Por que então não

ter uma atitude extra e fazer algo

mais?”, pergunta Lisiane.

“Para mim, está evidente que

cuidar do ambiente é um gesto de

inteligência humana”, diz Mânica.

Ambiente e saúde estão interligados

O aumento de casos de alergias

e o retorno agressivo de infecções

antes controladas estão associa-

das ao desequilíbrio ambiental.

“Não dá para separar meio ambien-

te e saúde. Estão interligados”, afir-

ma o doutor Carlos Mânica, vice-

presidente da Unimed Alto Jacuí.

Otorrinolaringologista, ele ga-

rante: “Na década de 50, apenas

5% da população mundial mani-

festava alergias. Hoje, pesquisas

apontam 40% a 50% da popula-

ção. Grande parte dessas alergias

está associada ao estilo de vida”.

Conforme Mânica, em grandes ci-

dades, onde a concentração de po-

luição é maior, as pessoas têm três

vezes mais alergias.

Os transtornos de saúde decor-

rentes do impacto de ações nega-

tivas sobre o planeta não param

por aí. “Quando tínhamos estações

mais bem definidas, quem apre-

sentava rinite ficava assim uma

parte do ano; hoje em dia não. A

pessoa fica mal o ano inteiro, por-

que o clima está diferente”, exem-

plifica o doutor.

O custo é bem caro: para o bolso

(no gasto com remédios), na produ-

tividade (ausências no trabalho),

no sono, no humor. Sem falar nas

doenças infecciosas que levaram

décadas para serem controladas.

A ocorrência da dengue e da febre

amarela está ligada à proliferação

de mosquitos.

“Temos de minimizar esses

efeitos de alguma forma. O setor

de saúde, sozinho, não tem con-

dições”, pede Mânica, para quem

ações concretas em prol do am-

biente refletirão na saúde das pes-

soas a longo prazo.

Desde 2006, a Unimed Alto Ja-

cuí mantém um programa que dá o

destino correto a resíduos tóxicos,

como pilhas, baterias de celulares,

medicamentos vencidos, agulhas e

seringas descartáveis. O objetivo é

evitar a contaminação de rios e ar

com metais pesados ou o CO2 libe-

rado de queimadas. “A gente que-

ria fazer algo que envolvesse toda

a comunidade”, explica. A campa-

nha conseguiu: até agora, quase

1,4 mil litros de resíduos tiveram o

destino certo na região.

Leia mais sobre a iniciativa em www.unimedespacovida.com.br

Acostume-se com

os selos verdes

> Pesquise e saiba identificar o que dizem os selos nos produtos. E, claro, antes disso: prefira produtos cuja embalagem traz informações sobre sua origem. É a sua garantia. Atenção para diferenciar selos colocados pelos próprios fabricantes e os independentes, que certificam o produto de algo. Exemplos: o Ecocert (www.ecocert.com.br) certifica alimentos orgânicos e cosméticos naturais ou orgânicos; o Procel (www.eletrobras.gov.br/procel) certifica equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos.

> Não use a privada de lixeira. A cada descarga sem necessidade, é água tratada desperdiçada. As bacias sanitárias com caixa acoplada gastam, em média, 12 litros de água a cada vez que a descarga é acionada.

> Um buraco de 2mm em um cano desperdiça até 3.200 litros de água em um dia. Portanto, elimine vazamentos.

> Uma torneira pingando pouco mais de uma gota por segundo, em média, pode desperdiçar em um dia 46 litros

d´água. Evite o pinga-pinga.

> Para manter a calçada limpa, é suficiente varrê-la, para que usar mangueira? Cada vez que a mangueira fica ligada por 15 minutos são perdidos 279 litros de água.

> Não deixe a porta da geladeira aberta desnecessariamente nem por muito tempo, pois isso faz com que o frio “escape” e exige mais trabalho do motor para baixar a temperatura interna novamente.

> Evite acender lâmpadas durante o dia. Abra a janela e aproveite ao máximo a luz natural.

> Não use o ferro elétrico ou aquecedores nos horários em que muitos outros aparelhos estejam ligados, pois há sobrecarrega da rede elétrica.

> Evite mercadorias com muitas embalagens. Afinal, o que importa mesmo não é o que você está comprando? O resto vai virar lixo.

O que fazer?

Sim, ter atitude na vida faz muito bem à saúde. Toda atitude é um caminho que se

abre, é uma direção que se toma. Abandonamos a inércia e isso faz avançar, desenvolver os relacionamentos, quaisquer que sejam: pais e filho, na carreira, no aspecto afetivo.

Luciane Falcão, psicanalista

Atitude:os benefícios de agirmos

INFORME COMERCIAL | 23 de setembro de 2009

Disposições

pessoais e

influência

do meio

determinam a

capacidade de

tomar atitudes

pensando no

bem comum.

Deixe-se

contaminar.

Concentre-

se na área

que mais lhe

comove ou que

mais combina

com você e

encontre lá

alguma forma

de colaborar

com um mundo

mais cheio de

atitudes verdes.

Fechar a torneira, reduzir o

tempo do banho, separar o lixo, con-

sumir menos. As recomendações

ouvidas por aí são constrangedo-

ramente simples. Por que não se

popularizam, espontaneamente,

como ações reais?

Porque é preciso ter atitude.

Quem adere de vez a hábitos de

vida mais “verdes” ainda está perto

da excentricidade, mesmo diante

de tantas evidências de que o pla-

neta sofre, concorda a psicanalista

Luciane Falcão, diretora da Socie-

dade Psicanalítica de Porto Alegre.

É preciso ter atitude para agir con-

forme pregam as cartilhas em prol

da preservação do ambiente. “A

pessoa tem de se expor, e aí pode

surgir um receio de crítica”, afirma.

Ter atitude é exposição sim.

Qual o preço? Vale a pena? As res-

postas dessas duas perguntas têm

a ver, para a maioria das pessoas –

considerando que o individualismo

ainda é soberano ao “bem comum”

– com o quanto se é atingido direta-

mente pela consequência da não-

atitude. “Esses problemas ambien-

tais estão cada vez mais próximos

da gente. Quando o desconforto

nos atinge, quando pressiona ou

dói, então agimos”, explica Luciane.

É desse mesmo jeito que nas-

cem as primeiras atitudes, lá na

infância, para atender às mais bási-

cas necessidades. “É possível perce-

ber direitinho bebês com mais atitu-

de e outros com menos. Parte dessa

capacidade de ter atitude vem des-

de o nascimento”, diz Luciane.

Um exemplo simples: o bebê sen-

te fome, isso o incomoda, ele toma

uma atitude, que pode ser chorar a

plenos pulmões ou esperar mais um

pouco. O leite aparece e, conforme

o comportamento adotado, está

feita uma ligação entre sua atitude

e a resposta do meio. “Ao longo dos

três primeiros anos da criança, esse

jogo vai se incrementando”, afirma.

Inicialmente, o “jogo” é com a mãe,

e o jeito de ela agir vai influenciar

a capacidade da criança de tomar

atitudes ao longo da vida. Esse jogo

está associado à construção da au-

tonomia e da confiança.

“Tem de haver um investimen-

to equilibrado. Se reforça pouco, a

criança tende a se fechar, numa po-

sição de espera, não se sente capaz.

De outra forma, se investe demais,

cria um reizinho, a quem todos

devem estar disponíveis e ele não

precisa tomar atitude nenhuma de

fato”, compara ela. A forma como

os adultos respondem à criança

nesses momentos tem forte in-

fluência sobre como ela entende

os resultados de suas iniciativas.

O prazer sentido com o resultado de

uma atitude é determinante para

se usar (ou não) a energia de que se

dispõe para mais atitudes na vida.

Qual a medida, então? Depende

do tamanho do desconforto. “Se

você tem a vontade de tomar uma

atitude e não consegue, está infeliz,

bem, o que está impedindo? Às ve-

zes, descobrimos sozinhos, às vezes

com amigos e familiares ou com a

ajuda de um profissional”, sugere

Luciane.

Esses aspectos individuais são

importantes, mas não são únicos

para determinar nossa (falta de) ati-

tude. A educação e a cultura em que

se está inserido interferem. Nesse

sentido, fica fácil entender por que

se vê crianças bastante à vontade

com atitudes pró-ambiente – muito

mais do que seus avós. Mérito das

campanhas e da lenta mas funda-

mental mudança cultural.

Quanto mais “aceita” e aprova-

da pelo meio é a atitude, mais fácil é

tomá-la. Pioneirismos são para pou-

cos. “Uma atitude pioneira requer

confiança, convicção, percepção

apurada de uma necessidade do

meio. Requer sensibilidade”, explica

Luciane. “A gente precisa dessas pes-

soas que levantam bandeiras, mas

tem muita gente também que faz

coisas em benefício de outros sem

alarde”. relembra. A progressão de

consciência para ação só se repete

quando o resultado gera satisfação.

“Nesse sentido, atitudes que fazem o

bem para o outro tocam na linha do

afeto”, diz Luciane. E aí não se trata

de pensar só nas consequências de

suas atitudes mas de se “viciar” em

recompensas revigorantes.

> Evite acender lâmpadas durante o dia. Abra a janela e aproveite ao máximo a luz natural.

> Não use o ferro elétrico ou aquecedores nos horários em que muitos outros aparelhos estejam ligados, pois há sobrecarrega da rede elétrica.

> Evite mercadorias com muitas embalagens. Afinal, o que importa mesmo não é o que você está comprando? O resto vai virar lixo.

> Não se desfaça de um alimento inteiro só porque parte dele estragou. Tire as partes estragadas, lave, corte o que se mantém em bom estado e consuma logo.

> Amasse latinhas de alumínio, garrafas plásticas (sem as tampas) e outros tipos de lixo, para que eles ocupem menos espaço.

> Isole o lixo seco do molhado e colabore com a coleta seletiva.

Fonte: www.akatu.org.br

Sim, ter atitude na vida faz muito bem à saúde. Toda atitude é um caminho que se

abre, é uma direção que se toma. Abandonamos a inércia e isso faz avançar, desenvolver os relacionamentos, quaisquer que sejam: pais e filho, na carreira, no aspecto afetivo.

Luciane Falcão, psicanalista

INFORME COMERCIAL | 23 de setembro de 2009

Lixo no lugar certo e frutas no quintal

123 /9/2009

consciência ambiental & atitude

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

516/12/2009

controle emocional & serenidade

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

Unimed pelo Rio Grande

Seja agindo diretamente no seu cotidiano imediato ou

alcançando – literalmente – o quintal da casa das pesso-

as, a Unimed-RS acumula exemplos de responsabilida-

de ambiental. São iniciativas que envolveram a comu-

nidade local e fazem refletir sobre a necessidade de

mudar comportamentos quando o assunto é pre-

servação da vida.

Na Unimed Erechim, a campanha “Descarte

de Medicamentos – Destino Ambientalmente

Correto” despertou a população para os riscos

de permitir o contato de remédios vencidos ou

sobras com o esgoto ou lixo doméstico.

“Diversas pesquisas comprovaram que a

água que consumimos contém traços de me-

dicamentos mesmo após o tratamento, o que

pode se tornar extremamente danoso a longo

prazo”, explica o Dr. Alcides Mandelli Stumpf.

A Unimed Erechim também distribuiu ma-

terial gráfico educativo sobre a importância do

descarte adequado desses produtos.

Colaboradores e pacientes diabéticos, hiper-

tensos e obesos da Unimed Alegrete descobriram

as vantagens de colher frutos e hortaliças direto

do pé. O projeto incentivou a comunidade a montar

pomar e horta no quintal de casa. Resultado: mais

saúde e economia.

Durante a campanha, foram distribuídas 50 mudas

de laranjeiras, bergamoteiras, pessegueiros e videiras. O

projeto envolveu ainda a adoção de dois canteiros no calça-

dão da cidade. “Envolvemos 61 pessoas na ideia. Os resultados,

embora subjetivos, virão com o tempo”, afirma a enfermeira Denise

Franco Bravo, uma das responsáveis pela iniciativa.

Mais saúde e economia: cultivo de hortaliças e árvores frutíferas em Alegrete

www.unimedespacovida.com.br

Conheça mais detalhes do projeto Unimed Espaço Vida,

que inclui a produção deste e de mais sete cadernos, acessando o endereço

corpo são mente sã

Beber água em jejum faz bem?

> Dr. Carlos Mânica responde:

Sim! Um copo de água, ao acordar, é

suficiente para dar início a uma série de

atividades, colocando a corpo a “funcionar”.

Durante o sono, não ingerimos líquido, o corpo

desidrata, portanto, é muito bom começar o dia

atendendo à mais básica de suas necessidades.

Células hidratadas fazem tudo funcionar melhor:

rins, intestino, circulação... Além disso, durante o

sono, acumulamos ácido no estômago, e a água

com PH neutro reduz essa concentração.

Sorria mais

Um sorriso pode “quebrar o gelo”.

Aprendemos a sorrir porque isso facilita nossa

aproximação e interação com as outras pessoas.

Rir ajuda a controlar os sentimentos negativos,

como insegurança e hostilidade, e a reduzir

conflitos. Tudo isso contribui para a diminuição

dos níveis de estresse no dia-a-dia.

Por sua capacidade de aliviar as tensões,

o ato de sorrir pode

prolongar o nosso tempo

de vida, nos ajudando

a ser mais saudáveis.

Estudos científicos

mostram que quem usa

o humor para lidar com

situações desagradáveis

e desafiadoras tem um

sistema imunológico

mais forte.

Sorrir também expande os vasos sanguíneos,

melhorando a circulação. Uma prolongada

e gostosa sessão de gargalhadas estimula

órgãos e músculos. Essas transformações

físicas levam nosso cérebro a liberar endorfinas,

neurotransmissores associados às sensações

de prazer e satisfação. Assim, a ciência vem

confirmando que quem ri é mais feliz!

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

esta edição próximas edições

7 dos municípios brasileiros

têm programas de coleta

seletiva. O desafio não

é somente a adesão das

pessoas, mas os modos

de gerir o negócio, ainda

muito oneroso.

Conforme dados do Cempre

(associação pelo Compromisso

Empresarial para Reciclagem –

www.cempre.org.br), apenas

Uma gostosa sessão de gargalhadasestimula órgãose músculos.Quem ri émais feliz

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o s t e x t o s d e a u t o a j u d a q u e c i r c u l a m p o r a í

%

7 27/1/2010

atividades físicas & superação de desafios

817/2/2010

maturidade feliz & respeito

INFORME COMERCIAL | 14 de outubro de 2009

A correntepelo bem

No

segundo dos oito

cadernos especiais sobre atitudes

que geram bem-estar e mais qualidade de

vida, as informações sobre doação de órgãos e

tecidos no Brasil servem como um convite para se

pensar a prática da generosidade. Mais do que ser capaz

de desapegar-se de algo, o exercício dessa virtude requer

sensibilidade, a percepção daquilo que o outro está preci-

sando. Mesmo que não se acerte de primeira, a tentativa

é catalisadora. Acredite na corrente do bem.

Uma decisão que

salva vidas

INFORME COMERCIAL | 14 de outubro de 2009

Quem espera por órgãos para se curar de uma doença ou melhorar a qualidade de sua vida espera, antes de qualquer coisa, por uma decisão sua. A de ser ou não

doador. Fale sobre o assunto em casa, com familiares

Mais do que abrir legalmente o

caminho para a doação de órgãos

e tecidos, ao incentivar que se

converse em casa, com familiares,

sobre a decisão de ser ou não do-

ador, as campanhas sobre o tema

no Brasil tentam fortalecer um

dos pilares fundamentais para o

funcionamento ideal do sistema:

a educação, a busca por informa-

ções corretas e a sua propagação.

Em caso de morte encefálica,

conforme legislação vigente no

país, é a decisão da família que

prevalece. Por isso, é tão impor-

tante informar em casa se a inten-

ção é ser doador.

“A morte encefálica é uma mor-

te trágica. Em algumas horas a pes-

soa estava bem e agora não está

mais. A família fica desnorteada.

Se alguém lembra na hora que a

pessoa falou de sua intenção, fica

mais fácil”, explica o doutor Valter

Duro Garcia, presidente da Asso-

ciação Brasileira de Transplante de

Órgãos (ABTO).

Com a autorização, a Central

de Notificação, Captação e Distri-

buição de Órgãos Estadual avisa

as equipes de transplante para

irem ao hospital remover os órgãos

e levá-los ao local onde será reali-

zado o transplante. A Central é que

seleciona os receptores.

Conversar em casa sobre o as-

sunto também faz com que se bus-

quem esclarecimentos. “Se você

não entende bem o que é a morte

encefálica, se não refletiu sobre a

visão de sua religião sobre o tema,

se não sabe como funciona o tra-

balho médico nessas horas... en-

fim, essas condições influenciam

o momento de a família decidir”,

afirma Garcia. “Um terço da popu-

lação brasileira não é doadora. É

muito alto”, lamenta ele, citando

pesquisa recente.

Além da educação das pessoas,

a organização interna dos hospi-

tais é outro dos dois pilares frágeis

do sistema, composto por quatro

pilares (legislação, financiamento,

educação e organização hospitalar),

segundo Garcia. “No que se refere a

financiamento e legislação, podemos

melhorar, mas não são, atualmente,

impeditivos”, informa ele. As realida-

des hospitalares, principalmente no

que diz respeito à logística, são muito

díspares. “Estamos trabalhando mui-

to para reverter isso”, garante o presi-

dente da ABTO.

Afora a questão estrutural, a per-

cepção da associação é de que uma

maior humanização do atendimento

hospitalar, nesse delicado momento,

também tem peso. “A família está em

choque, chega ao local, não consegue

entrar, o parente está na UTI e, de re-

pente, vem a notícia de morte. É uma

situação muito delicada. É preciso

uma humanização geral, desde o por-

teiro”, diz Garcia.

Para 2010, estão planejados

cursos de aperfeiçoamento para

aqueles que atuam nas equipes de

transplantes, em especial para os

profissionais destacados para con-

versar com a família.

“Nessa conversa, nunca força-

mos. Focamos no positivo, na pos-

sibilidade de dar um sentido maior

a uma tragédia, de aquela morte

poder salvar uma vida. O perfil do

entrevistador é importante”, explica

o presidente.

As campanhas incentivando a

doação de órgãos têm procurado

mostrar a reciprocidade da decisão

pela doação. O foco é “um dia você

também pode precisar”. Esse enfo-

que está baseado em estatísticas:

segundo Garcia, há três vezes mais

chance de se ingressar numa lista de

espera por doação do que se tornar

doador por morte encefálica.

Tire suas dúvidas

Quem pode doarCom exceção de quem tem doença infecciosa ativa ou câncer, qualquer pessoa pode ser doadora. Fumantes não são doadores de pulmões.

O que pode ser doadoVivos, podemos doar um rim, parte do fígado, do pulmão, do pâncreas, medula óssea e sangue. No caso de doador falecido, com a permissão da família, podem ser transplantados coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, córneas, pele, ossos e válvulas cardíacas.A morte cerebral permite a doação de órgãos e tecidos. A morte cardíaca, apenas a de tecidos.

O que é morte cerebralÉ quando o cérebro para de funcionar. O órgão deixa de receber sangue e não executa mais suas funções vitais.

Constatação de morte cerebral segue procedimento rigorosoPelo menos dois médicos, um deles neurologista, precisam comprovar a morte encefálica. São realizadas duas sessões de exames clínicos, no intervalo de seis horas. Além disso, é preciso a comprovação por um exame de imagem.

E então, decidiu sobre doar ou não doar seus órgãos?

Avise sua família, seus amigos, seus colegas sobre sua decisão. Não precisa deixar nada escrito, nem registrado. Até pode, mas se sua família contrariar o que está escrito, vai valer a decisão dela. Deixar clara sua vontade tende a ser suficiente para ajudar os familiares nesse momento tão delicado.Para doações em vida, você precisa ter mais de 18 anos e o receptor ser cônjuge ou parente consanguíneo - sem parentesco, é necessária autorização judicial.

Medula ósseaO procedimento para se tornar doador é fazer parte de um cadastro, mediante retirada de sangue. Uma pequena amostra possibilitará a verificação da compatibilidade genética de doador e receptor. Crianças e também gestantes podem doar. Na capital gaúcha, é a Santa Casa que faz o cadastro. Lembre-se de levar seus documentos.

SangueA doação de sangue pode ser feita em qualquer hemocentro. O doador deve apresentar boa saúde, ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos, entre outros critérios.

Fonte: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos - ABTO

RS: o desafio de

reverter queda> O Brasil registrou aumento de 20% na taxa de doadores efetivos no primeiro semestre de 2009. A alta foi obtida em 14 Estados. O Rio Grande do Sul apresentou queda. “A estagnação que o país sofreu em 2007, pela qual o Estado passou ileso, parece ter chegado agora aqui. Mas estamos trabalhando e a situação pode ser revertida até o final do ano”, afirma Valter Duro Garcia, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

BR: Crescimento

após “apagão”> Em 2007, um desestímulo, um afrouxamento do trabalho gerou o chamado “apagão” dos transplantes. Desde então, o Brasil vem se recuperando, através de campanhas e medidas de ajustes. Em dois anos, a taxa de doadores efetivos cresceu 53%.

Fonte: Registro Brasileiro de

Transplantes (RBT)

Estenda a mão> Comentar em casa, para amigos e/ou familiares, a intenção de ser doador é uma das recomendações das entidades ligadas ao tema.Aproveitando a força das redes sociais, a ABTO foi além. Criou um selo que pode ser inserido na foto do perfil de redes como blog, Flickr, facebook, orkut, Ning e twitter. No site www.abto.org.br/estendaamao/, é possível ainda enviar um email para familiares e amigos, anunciando a intenção de ser doador ou apenas para divulgar a causa.

Efeitodominó

Relacionar a disposição de

doar órgãos com o exercício da

generosidade não é difícil. Mas a

força dessa relação pode ir além

de constatações óbvias – como a

de que, por exemplo, mais de 20

pessoas podem ser beneficiadas a

partir de um único doador; ou ain-

da considerar o alívio que essas vi-

das salvas causará a familiares e a

amigos do doente, como num jogo

de dominó.

Questionado sobre o exercício

da generosidade, o professor e te-

rapeuta Pablo Mendes, doutoran-

do em filosofia, lembrou de citar

o filme “A Corrente do Bem” (Pay It

Forward, 2000), que aborda o efei-

to positivo, e em cascata, de fazer

o bem ao próximo. Sua lembrança

está associada à construção de um

ambiente, de uma atmosfera de ge-

nerosidade – evidentemente mais

saudável e revigorante do que um

cenário carente dessa virtude.

“Podemos pensar que a genero-

sidade, como forma de qualidade

de vida, é uma opção para quem

deseja ser feliz e percebe que, se

conhecendo melhor e compreen-

dendo com mais propriedade o

mundo a sua volta, pode certamen-

te contribuir mais e obter a paz, a

felicidade desejada. Alguém que

constata que a generosidade pode

sim mudar para melhor o mundo a

sua volta. Afinal, não saímos ilesos

de nenhum relacionamento, pois

aquilo que somos afeta as pesso-

as a nossa volta, como também o

modo de ser destas pessoas nos

afeta”, explica ele.

As atitudes que o filme expõe

não partem de uma necessidade

evidente ou urgente – na pressão

de uma catástrofe, como uma

grande enchente, por exemplo, por-

que nesse caso estaria mais para

solidariedade. “A generosidade in-

depende da quantidade que se dá,

mas do estado do doador. Dá-se

apenas porque se gosta de dar, sem

quaisquer outras finalidades ou

razões” , ensina Mendes. Nem são

isoladas, por mais generosas que

possam ser ações individuais. No

filme, estabelecer elos é parte do

jogo e, o mais importante: o bem fei-

to pelo outro ou para o outro é uma

atitude motivada por certa dose de

idealismo.

Práticas generosas têm algo de

idealismo, de fé no bem – tanto que

o professor recorre à ética aristo-

télica para comentar sobre o tema

aqui proposto. “Ética é a conduta

que designa as concepções morais

nas quais um ser humano se apóia,

nutre fé. Na obra Ética a Nicômaco,

Aristóteles elenca a generosidade

entre as virtudes relacionadas ao

bem viver. Para ele, o homem tem

um único objetivo a ser perseguido:

o bem, que conduz à felicidade”,

afirma.

Clarisa Wolff Garcez, 61 anos,

professora aposentada, é volun-

tária na ONG Via Vida, em Porto

Alegre. Sim, Clarisa já avisou sua fa-

mília que é doadora, mas não é por

esse gesto que está citada aqui. Seu

relato traz elementos que lembram

a “corrente” do filme e também

atestam os benefícios que ela pró-

pria experimenta, como explicou o

professor.

Clarisa dedica conhecimento,

experiência, energia e parte de seu

tempo a evitar que crianças trans-

plantadas ou em lista de espera

por órgãos percam completamente

o contato com a escola. A Via Vida

mantém uma pousada para receber

pacientes – e lá há uma sala de aula.

A professora não segue um pro-

grama de conteúdo. Seus alunos

são crianças que vêm de longe, com

realidades escolares diferentes. En-

tão, depois de um contato com a

escola de origem, identifica-se uma

dificuldade que pode ser trabalha-

da, algo que estava incomodando.

“A ideia é aliviar, ajudar, de modo

que possam seguir os dias mais

tranquilos. Teve o caso do menino

que voltou pra sua cidade dizendo

“eu tenho câncer, mas sei inglês!”.

Entende?”, conta a professora, que

faz esse tipo de trabalho há 10 anos

no Hospital da Criança Santo Antô-

nio e há quatro na ONG.

“Sempre gostei de educação e

de trabalhar com crianças. Na vida

profissional, tive casos de alunos

doentes e eu ia ao hospital, isso me

despertou. Quando me aposentei,

não queria ficar parada”, explica.

Também ocorre de os pacientes

da Via VIda assistirem a aulas em

escolas próximas à ONG. A situa-

ção é bastante diferenciada para

a escola, em função de possíveis

ausências e ajustes de realidades

pedagógicas. Mas é possível. No ano

passado, a presença de uma pacien-

te baiana em uma escola da capital

gaúcha motivou a instituição a tra-

balhar o tema da doação de órgãos

em uma ampla campanha entre os

alunos. Uma reação inesperada, em

cascata (ou corrente!?) e extrema-

mente positiva.

“Posso dizer que foi depois de

aposentada que atingi a plena sa-

tisfação profissional. Esse trabalho

é uma via de duas mãos: sentimos

uma satisfação imensa ao ver que

nossa ação melhorou alguma coisa

na vida do outro”, diz a professora.

Veja, na íntegra, o artigo do professor Pablo

Mendes em www.unimedespacovida.com.br

INFORME COMERCIAL | 14 de outubro de 2009

Em 16 de dezembro de 2005, minha

filha de 18 anos saiu de casa para fazer um exame da faculdade. Logo depois, foi internada com aneurisma cerebral. No dia seguinte, meu sobrinho me perguntava se eu gostaria que ela doasse seus órgãos. Um choque percorreu meu corpo e lembrei que esse era um grande desejo dela.

Foram retirados coração, rins, fígado, pulmões, veias, córneas, tudo. Sei que ela salvou muitas vidas. Penso na alegria de tantas pessoas quando souberam que seriam salvas. No dia 18, eu enterrava todos os meus sonhos como mãe, mas desenterrava em mim a alegria de ser um ser humano.

Trechos do depoimento de Célia Regina Carpinell no site www.adote.org.br

INFORME COMERCIAL | 14 de outubro de 2009

Campanhas cadastram doadores de medula

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

516/12/2009

controle emocional & serenidade

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

Unimed pelo Rio Grande

No dia 17 de novembro, em parceria com o Hemocentro de

Porto Alegre e o Hemovale, de Lajeado, a Unimed Vales do Ta-

quari e Rio Pardo (VTRP) convida toda a comunidade da re-

gião a se tornar doadora de medula óssea.

Na data, ocorrerá a coleta de amostra sanguínea dos

voluntários. Até lá, os interessados podem fazer um pré-

cadastro no site www.unimedvtrp.com.br.

“Sabemos que a demanda por doadores é grande, e

que tem muita gente disposta a doar. A Unimed está se

dispondo a servir de ponte entre os potenciais doado-

res e o cadastro nacional, pois o serviço não é oferecido

no interior do Estado”, afirma o presidente da Unimed

VTRP, o cardiologista Carlos Antonio da Luz Rech. “Nos-

sa expectativa é cadastrar, no mínimo, 300 pessoas”,

conclui. O cadastro gerado será encaminhado ao Re-

gistro de Doadores de Medula do Instituto Nacional

do Câncer (INCA). A iniciativa buscará também desmis-

tificar a doação, levando informação à comunidade.

O transplante de medula óssea é alternativa de

tratamento para algumas doenças que afetam as cé-

lulas do sangue. A medula óssea “doente” é substituída

por células saudáveis, as do doador.

Iniciativa semelhante é feita há dois anos pela Uni-

med Litoral Sul, que compreende Santa Vitória do Pal-

mar, Rio Grande, Chuí e São José do Norte. Em parceria

com o Hemocentro de Pelotas, campanhas (foto) mobili-

zam a comunidade com sucesso. Nas duas ocasiões, em

2008 e em 2009, sempre em agosto, as metas foram alcan-

çadas, ou seja, se atingiu o número máximo de cadastros

de que a estrutura montada dispunha. “A solidariedade das

pessoas é surpreendente. O pessoal que mora nas ilhas vêm

de ônibus de excursão para participar. Fizemos uma divulga-

ção intensa. A Unimed virou referência na região, para quem

procura informação sobre a doação de medula” conta Luciana

Pacheco, da Comunicação da Unimed Litoral Sul.

Comunidade mobilizada no Litoral Sul

www.unimedespacovida.com.br

Conheça mais detalhes do projeto Unimed Espaço Vida,

que inclui a produção deste e de mais sete cadernos, acessando o endereço

corpo são mente sã

Água com açúcar acalma?

> O Dr. Saul Katz, médico cooperado da Unimed Pelotas, responde:

Não há nada na literatura médica que ateste

ou conteste cientificamente a qualidade sedativa

da água açucarada. Entretanto, oferecida com

atenção, carinho e com palavras reconfortantes

pode, surpreendentemente, atingir o seu objetivo.

É superstição ou crença em supostos

resultados disseminada e muito utilizada na

população leiga em medicina. Às vezes, pode se

constituir em uma “doce” maneira de aguardar

que a crise passe enquanto o médico, quando

chamado, não chega.

Deixe ir, solte

Muitas vezes, em nossa vida, nos apegamos a

algo, seja uma pessoa, um objeto, uma situação

ou um lugar. Esse apego pode estar relacionado

a um medo muito primitivo que carregamos

conosco: o medo do abandono. Estamos

programados para viver em grupo e nada nos

assusta tanto quanto a idéia da solidão.

Uma forma de tentarmos evitar a solidão

é nos mantendo conectados com tudo o que é

conhecido e familiar. A mudança, o novo, coloca

nosso cérebro em alerta, pois mudar implica

risco de perda. Tememos

a mudança porque não

queremos perder aquilo

que nos dá, ou nos deu,

conforto e segurança.

Sentir-se inseguro é

sentir-se só.

Ao mesmo tempo que

nossa segurança está

associada à estabilidade das coisas familiares,

nosso crescimento emocional depende de novas

experiências. A transformação exige o abandono

do que não nos serve mais, seja uma roupa ou

um relacionamento.

Quando nos desapegamos de algo, criamos

espaço em nossas mentes para o novo. É

assim que nos abrimos para as experiências

transformadoras, aquelas que nos ensinam que

somos capazes de sentir, pensar e realizar coisas

que nunca imaginamos antes. A plenitude da

vida reside em sermos tudo o que podemos ser, e

cada experiência vivida nos aproxima mais disso.

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

edição anterior esta edição próximas edições

2.099de órgãos no país,

conforme dados do

Ministério da Saúde. Em

2008, no mesmo período, foram

Entre janeiro e junho

de 2009, foram feitos

Quando nos desapegamos de algo, criamos espaço para o novo

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o s t e x t o s d e a u t o a j u d a q u e c i r c u l a m p o r a í

transplantes

7 27/1/2010

atividades físicas & superação de desafios

817/2/2010

maturidade feliz & respeito

1.688

123 /9/2009

consciência ambiental & atitude

Ricardo Chaves

AN

S –

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70

87

INFORME COMERCIAL | 4 de novembro de 2009

É horade parar

O

chefe incomoda, o

trânsito perturba, o vizinho irri-

ta, a fila do supermercado acaba com

sua paciência na sexta-feira à noite. Sim, você

sabe o nome disso: estresse. Difícil é entender por

que a folga no final de semana não será suficiente

para atenuar. Opa! É hora de parar. O terceiro dos oito

cadernos Unimed Espaço Vida sobre atitudes que ge-

ram bem-estar e mais qualidade de vida convida os

leitores a decifrar a mensagem que está por trás do

estresse. A sensação de esgotamento é um sinto-

ma de quê? Vamos lá: busque o ar puro, respire

fundo e confie que, depois de uma auto-aná-

lise sincera e corajosa, a vida pode sur-

preendê-lo. Prevenção faz bem

à saúde.

Menos estresse,

mais saúde

INFORME COMERCIAL | 4 de novembro de 2009

Uma rotina livre de pressões ajuda a prevenir doenças. Mas isso você sabe.

Esse texto pode estressá-lo.

Se você já sabe o que é estresse,

esse amontoado de frases será

perda de tempo. E a falta de tem-

po, para tudo hoje em dia, não

só explica em parte por que es-

tamos todos estressados como

justifica o pedido: pule esse texto

e vá direto para o da página ao

lado. Quem sabe aquele ali o sur-

preenda e, tomara, o desestresse.

Ei, você ainda está aqui?! Ok,

então vamos falar sobre o que

você provavelmente já sabe.

Dificuldade em relaxar, em

ter prazer, dores de cabeça, des-

confortos musculares, insônia,

cansaço, irritação ou apatia: sim,

estamos falando de estresse. Mo-

tivo: o tema do terceiro caderno

Unimed Espaço Vida é prevenção

de estresse. Estar de olho no ní-

vel de esgotamento diário é uma

das maneiras eficazes de evitar

as doenças.

“O estresse pode ser causa-

dor e/ou agravador de uma série

de doenças, que vão da asma às

doenças dermatológicas, pas-

sando pelas alérgicas e imuno-

lógicas”, resumem as doutoras

Elizabeth Fagundes e Cibele Lu-

cas. Uma certa dose de estresse

– o eustress – é necessária para

lidar com situações que o orga-

nismo interpreta como perigo. A

descarga de agentes hormonais

de intensa ação orgânica, como a

adrenalina e os corticóides, per-

mite que se encare a adversidade

de igual para igual. É o nosso cor-

po preparado para a defesa.

O problema é quando essa

ativação orgânica nunca cessa,

ou seja, torna-se crônica. Quem

tem lesão na camada interna das

artérias coronárias provocada

por obesidade, fumo, colesterol

elevado, lembram as doutoras

Elizabeth e Cibele, está sujeito a

vários riscos quando sob perma-

nente bombardeio dos hormô-

nios citados, tais como arritmia,

angina e ataque cardíaco.

Psicólogo e psicoterapeuta,

Leonardo Araujo confirma: o es-

tresse excessivo é uma grande

fonte de doenças, dentre as mais

comuns, as cardiovasculares.

“Estudos recentes da Escola de

Medicina da Universidade da Ca-

lifórnia concluíram que a libera-

ção de cortisol em pessoas com

estresse crônico leva à diminui-

ção da telomerase, uma enzima

que controla o envelhecimento

das células. Ou seja, quem sofre

de estresse crônico envelhece

mais cedo e adoece mais”, acres-

centa.

A essa altura, o corpo e o com-

portamento do estressado já deu

outros sinais: enxaquecas, dores

nas costas e nuca, hipertensão,

alta sensibilidade, depressão,

apatia, nervosismo e... (complete

você mesmo!). Até aqui, tudo en-

tendido sobre o poder arrasador

da condição de estresse perma-

nente. Psiquiatra e psicoterapeu-

ta, o doutor Vitor Rodrigues, refle-

tindo sobre esse conceito usado

amplamente para tudo hoje em

dia, vai além e abre caminho para

pularmos para o texto ao lado.

“O estresse, por definição, é uma

reação, e não um fator que pro-

voque algo”, afirma. Portanto, se

quisermos evitar o estresse, pre-

cisamos focar no que exatamen-

te está disparando os hormônios

– ou seja, no modo como reagi-

mos às adversidades.

“Alguém que perde um ente

querido pode reagir de diversas

maneiras. Basta pensarmos na

diferença entre perder um proge-

nitor ou um filho. Em cada caso,

é uma tarefa do psiquismo muito

complexa e dá uma boa ideia da

complexidade que é deixar-ser

abater ou não pelo estresse”.

Sinais de esgotamento

> Dores de cabeça frequentes e dificuldade de desacelerar.

> Problemas gastrointestinais e tensão muscular, principalmente costas e nuca.

> Sensação de irritabilidade por motivos mínimos ou que antes não chamavam tanto sua atenção.

> Uma longa noite de sono não é suficiente para renovar a energia – pelo contrário, é difícil até pegar no sono.

> Alterações na memória. Esquece coisas simples de lembrar ou “apaga” gestos ou ações que acabou de fazer, exemplo: chegou na esquina e não lembra se chaveou a porta ao sair de casa.

> Produtividade em queda – seja no trabalho ou nas atividades pessoais.

> Dias de folga ou férias não mudam a sensação de cansaço.

> Se há identificação com as descrições acima, seu grau de estresse já está interferindo na relação com as outras pessoas.

Otimismo,seu grande aliado

Para desestressar, uma histo-

rinha. Dois irmãos gêmeos estão

de aniversário. O mais pessimista

ganha uma Ferrari, e o mais oti-

mista, uma lata cheia de estrume

de cavalo. Como eles reagem? O

pessimista: “Ih, e agora? Como vou

manter esse carro? Não vou ter di-

nheiro... que dor de cabeça!”. O oti-

mista: “Ganhei um cavalo, alguém

viu ele por aí?”.

Ginecologista e obstetra, es-

pecialista em Medicina do Sexo

e presidente (2000/2002) da Asso-

ciação Brasileira de Medicina Psi-

cossomática (ABMP), José Carlos

Riechelmann é quem lembrou dos

gêmeos ao ser questionado sobre

as consequências de atitudes oti-

mistas ou pessimistas.

O que isso tem a ver com preven-

ção de doenças e estresse? Muito.

“A vida não é fácil, nem difícil,

ela é desafiadora, e o que a tor-

na uma coisa ou outra é o nosso

olhar sobre ela”, afirma ele. Essa

percepção do entorno, se entende

na conversa com Riechelmann,

passa intimamente pela relação

que temos com o corpo – nosso

primeiro universo, que registra as

impressões do mundo e que traz,

desde a infância, uma história e

um jeito de lidar com esse mundo.

“Não se é pessimista ou otimis-

ta simplesmente porque se quer.

Este poder ou não poder ser não

é apenas um ato de desejo cons-

ciente. Está relacionado com toda

uma história de vida”, acrescenta

o psiquiatra e psicoterapeuta Vi-

tor Rodrigues, lembrando da força

das vivências primitivas e infantis

na determinação da personali-

dade de cada um ao comentar a

complexidade deste tema.

O corpo que acusa dores e mau

funcionamento em razão de uma

vida estressante está permanen-

temente “enviando” informações

ao inconsciente. Algumas delas

rompem uma “barreira” e chegam

ao consciente; outras não. Segun-

do Riechelmann, questões cultu-

rais e o modo como aprendemos

a lidar com o corpo determinam

a permeabilidade dessa barrei-

ra. Tal sintonia, ou capacidade

de “ouvir” o próprio corpo, é fun-

damental quando pensamos em

prevenção. Mas o médico aponta

para uma sintonia ainda mais fina.

“Quem desde criança tem uma

boa relação com seu corpo, respei-

ta a condição evolutiva natural,

vê o corpo como algo bonito, bom,

prazeroso, e isso está ligado a vi-

ver a sexualidade com naturalida-

de, mantendo um grau não exa-

gerado de repressão, sem culpa,

essa pessoa tende a ser um adulto

de bem com a vida. O otimista é al-

guém assim”, explica. E continua:

“Alguém que, ao contrário,

não construiu uma relação amiga

e tranquila com o próprio corpo

acredita que ele incomoda o mun-

do inteiro. Então, precisa controlá-

lo. Ao interferir no ritmo natural,

entra em briga, cria dificuldades

para o corpo. Uma hora, então, ele

vai apresentar defeito”. É comum,

lembra ele, pessoas muito tensas

e controladoras apresentarem,

por exemplo, constipação intesti-

nal e é claro que isso vai se refletir

na rotina da vida. “Vê a palavra

enfezado... cheio de fezes. Em ge-

ral, o enfezado vai reagir de for-

ma mau-humorada, pessimista”,

associa.

A questão parece ser: a vida é

estressante ou o modo como você

lida com ela é que é?

O doutor Rodrigues se pergun-

ta: “O que é ser otimista? O que é

ser pessimista? Ser otimista é não

fazer plano de saúde porque uma

força superior não me trará doen-

ças? E ser pessimista é fazer três

planos? Se for uma questão de es-

colha da postura diante da vida,

eu prefiro o realismo”.

Para Riechelmann, o otimis-

mo, o bom humor é ter uma espe-

rança inabalável, no sentido de

entender que os problemas exis-

tem sim, mas há saídas, e a cada

dia podemos caminhar um pouco

em direção a elas. “Esperança, de

esperar. O contrário: desesperar.

O estressado em geral é um de-

sesperado, não?”. E, para entender

por que alguns esperam o melhor

mais do que outros, o médico

mergulha de novo na infância e

avisa que isso passa também pelo

modo que a mãe compreendeu as

necessidades e as frustrações da

criança. “O acolhimento, um colo

amoroso, isso desenvolve a espe-

rança”, afirma.

Ok, e podemos mudar? É pos-

sível deixar de ser pessimista ou

aprimorar nossa esperança na

vida? Sim, é.

Riechelmann comenta: “Num

primeiro momento, não escolhe-

mos essa condição. Imitamos al-

guém, ou os pais, ou o que vemos

no entorno. Você vai vivendo da-

quele jeito até porque só conhece

aquele. Até que se começa a fazer

uma autocrítica. A consciência de

que pode ser diferente é o primeiro

passo. Você pode se reprogramar”.

O que provoca a autocrítica? O

convívio com pessoas que levam

a vida de um jeito “diferente”, por

um lado; e, por outro, a sensação

de que algo não vai bem – que

pode ser percebida sutilmente,

se você se dá bem com seu corpo,

ou percebida de modo drástico,

ou seja, por meio de uma doença.

Nesse caso, o estresse é um aviso.

E, diante dele, com qual dos gême-

os você se parece?

INFORME COMERCIAL | 4 de novembro de 2009

Encarar os revezes com uma disposição positiva pode não resolver tudo, mas evita uma cilada: aumentar o problema.

“Hábitos saudáveis de vida, aliados a

uma visão otimista do mundo, são fórmulas de longevidade e saúde.”

Leonardo Araujo, psicólogo e psicoterapeuta

> Produtividade em queda – seja no trabalho ou nas atividades pessoais.

> Dias de folga ou férias não mudam a sensação de cansaço.

> Se há identificação com as descrições acima, seu grau de estresse já está interferindo na relação com as outras pessoas.

O que fazer

> Seja franco consigo mesmo e aceite que é preciso rever sua rotina.O que anda bem? O que foi negligenciado?

> Tente reformular sua vida, procurando reduzir as áreas geradoras de estresse. Quem sabe mais espaço para o lazer, para as atividades de que gosta e “andam esquecidas”?

> Procure ajude psicoterápica. A principal atitude ainda é ref etir sobre o modo de viver e de trabalhar com as vivências e as emoções que a vida nos proporciona.

> E o mais importante: não se estresse para resolver o estresse. Procure ajuda, se necessário. Estabeleça ações possíveis, realizáveis. E não precisa ser no plural. Pode ser UMA atitude. Depois de conquistada, tente outra. E depois outra... outra... outra...

Veja mais detalhes em

www.unimedespacovida.com.br

Fique atento> Um bom termômetro do quanto você – por inteiro, corpo e mente –está bem é a sua capacidade de sentir prazer. Os prazeres corporaismesmo, sensoriais, de ouvir uma boa música a uma boa noite de sono, a capacidade de ficar quieto e de bem consigo mesmo, o prazer de relaxar, meditar, de saborear a comida e o do sexo.

Ricardo Chaves

INFORME COMERCIAL | 4 de novembro de 2009

Informação correta e autoestima elevada

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

516/12/2009

controle emocional & serenidade

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

Unimed pelo Rio Grande

Viver em dia com a

saúde é cada vez menos

contornar doenças ou

administrar remédios

e muito mais adotar

comportamentos

preventivos. Estimular

as pessoas a refletir

sobre a qualidade de

suas vidas e, a partir

disso, conscientemente,

mudar hábitos são os

principais objetivos de

iniciativas em regiões

atendidas pela Unimed.

A Unimed Planalto

Médio apostou em informação. Por

quatro vezes este ano, reuniu uma equipe

multidisciplinar para oferecer ao público

em geral orientações sobre alimentação

saudável, saúde da mulher e do homem.

Os visitantes puderam verificar a pressão

arterial e o cálculo de índice de massa

corpórea, além de experimentar atividades

como ioga, massagem, exercícios físicos e

recreativos.

As quatro edições reuniram mais de 1,3

mil pessoas. Segundo o médico Vanderlei

Magalhães da Silveira, “tivemos uma ótima

receptividade da comunidade. As pessoas se

mostravam participativas,solicitando uma

maior periodicidade dos eventos”.

Na Região da Campanha, a Unimed local

também traz uma significativa iniciativa

quando a intenção é prevenir males. Há dois

anos um projeto de Musicoterapia, por uma

hora semanal, em Bagé, promove mudanças

na vida de idosos. Segundo a musicoterapeuta

Ana Maria Delabary, o programa é eficaz no

tratamento, na prevenção e na reabilitação

em diversas patologias. Os relatórios mostram

evolução em termos de socialização, com reflexos

na forma como eles se relacionam entre si e

consigo mesmos, ou seja, autoestima. “Há benefícios

na comunicação, expressão, memória e nas áreas

emocional e motora. A indicação para participar do

programa geralmente é feita pelos médicos cooperados.

Interessados podem buscar mais informações na sede da

Unimed Região da Campanha, em Bagé.

Musicoterapia melhora a memória de idosos

www.unimedespacovida.com.br

Conheça mais detalhes do projeto Unimed Espaço Vida,

que inclui a produção deste e de mais sete cadernos, acessando o endereço

corpo são mente sã

Quem canta seus males espanta?

Por quê?

> Ana Maria Delabary, musicoterapeuta,

responde:

Sim. Sons, ritmos e letras são estímulos

naturais. Um som que dá prazer em ouvir

promove uma sensação positiva geral,

fundamental para a promoção de mudanças

internas.

Através da música, o ser humano é capaz

de expressar seus sentimentos de tal maneira

que consegue se desfazer de uma série de más

sensações. O corpo é o instrumento de que

dispomos para nos comunicar. É por meio dele

que jogamos fora os sentimentos negativos

acumulados.

Além disso, cantar está relacionado à

respiração. Quando “consertamos” a respiração,

para cantar, também ajudamos a controlar as

emoções. O princípio da musicoterapia é usar a

música e seus elementos (som, ritmo, melodia e

harmonia) como ferramentas para desenvolver

potenciais ou restabelecer o funcionamento do

organismo.

Respire!

Respirar é essencial para o transporte de

oxigênio e nutrientes no corpo, que é feito pela

corrente sangüínea. O que garante a estimulação

elétrica das células corporais e o adequado

funcionamento do organismo. Mais: respirar

atua no controle do fluxo do fluido linfático,

que contém os glóbulos brancos do sangue, os

protetores do organismo..

Assim, respirar contribui para uma corrente

sangüínea saudável e sistemas linfático e

imunológico eficientes, ou seja, condições de

saúde que fortalecem mente e corpo. É por isso

que uma má respiração pode estar associada à

tensão muscular, estresse, ansiedade e mesmo

depressão.

Todos nascemos sabendo respirar

adequadamente, então, por que desaprendemos?

A respiração reflete, em grande parte, nossas

emoções, podendo ser influenciada consciente

ou inconscientemente por elas. Sentir-se

inseguro ou reprimido

altera negativamente

a forma de respirar e a

postura corporal. Em

situações de excitação,

respiramos mais

rápido. Sob o medo, a

respiração pode se tornar

insuficiente. Em ambos os

casos, ocorre tensão muscular.

Um corpo tenso respira mal e potencializa

as sensações desagradáveis. É importante ficar

atento às alterações físicas e emocionais que

geram sofrimento. O ato de respirar pode ser

uma ferramenta muito útil na busca do bem-

estar físico e mental. Quem respira mais e melhor

ajuda a criar um ciclo virtuoso que oxigena as

células do corpo e nutre as emoções positivas.

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

edições anteriores esta edição próximas edições

A respiração reflete, em grande parte, nossasemoções

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

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atividades físicas & superação de desafios

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maturidade feliz & respeito

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consciência ambiental & atitude

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Como você “desestressa”? Conte em www.unimedespacovida.com.br

“Gosto dos encontros da musicoterapia porque fico mais tranquila.”Pedrolina Barreto, 66 anos

INFORME COMERCIAL | 25 de novembro de 2009

Contatoimediato

À primeira

vista, para uma criança crescer

saudável, basta seguir um “manual”, que

em geral é a soma de prover as necessidades

básicas e fazer os estímulos adequados. Na prática,

um detalhe faz toda a diferença: a qualidade do conta-

to entre quem cuida e quem é cuidado. O quarto dos oito

cadernos Unimed Espaço Vida faz uma visita ao universo

infantil, a fim de frisar que o mais determinante para um

crescimento saudável e feliz é a quantidade de amor que a

criança recebe. Carinho faz bem à saúde. A recíproca será

verdadeira. Quem cuida de uma criança tem a chance

de (re)ver o mundo numa nova perspectiva. Porque

volta a brincar. Das atitudes capazes de gerar

bem-estar, esta é provavelmente a mais

divertida. Entenda por quê.

Cuidar de criança

não é brinquedo

INFORME COMERCIAL | 25 de novembro de 2009

Os pequenos exigem vigia permanente,

mas a maior proteção (ainda) é o amor.

Em www.unimedespacovida.com.br, você encontra um detalhado relatório sobre o

“mundo do zero aos três anos”, preparado pelo pediatra Ademar Edgar Trein

Atenção para:

> Cintos de segurança, em quaisquer

equipamentos, são para serem usados. E

corretamente.

> Janelas devem receber grades ou redes

de proteção. A forma de abri-las deve ficar

longe do alcance das crianças.

> Nas práticas esportivas, preocupe-se

em comprar equipamentos de proteção

compatíveis, como capacete e joelheiras.

> Proteja áreas de risco em casa, tais como

jardim com piscinas, armários com produtos

químicos (desinfetantes, alvejantes, álcool,

sabões, detergentes, cloro), depósitos com

ferramentas.

> Evite móveis baixos ou de fácil acesso por

crianças junto a janelas ou sacadas.

> Baldes cheios, tanques e bacias também

oferecem risco.

> Redobre o cuidado com velas, isqueiros,

lampiões.

> Evite brinquedos com correntes, cordas,

fitas ou barbantes, com extremidades afiadas

ou pontudas.

> Cubra tomadas com protetores e revise

a instalação da casa, em busca de fios

desencapados.

> Para bebês, cobertores pesados ou

travesseiros muito fofos representam perigo,

assim como fios soltos, cordas de venezianas,

lençóis, cortinas e sacos plásticos.

> Mais crescidas, o perigo passa a ser as

brincadeiras de se esconder em armários ou

locais com pouca ventilação.

Fontes: pediatras Nilso Zaffari (Unimed Erechim) e

Ademar Edgar Trein (Unimed Vale do Sinos)

Prevenção de acidentesPrecaução é palavra de ordem

> Nunca deixe uma criança sozinha sobre trocadores, sofá, cama, cadeira etc, assim como em piscinas, mar, lagos.> Nunca permita o uso de andadores próximo de escadas.> Nunca deixe uma criança cuidando de outra criança.> Nunca mantenha perto da criança objetos pequenos, que ela possa inadvertidamente aspirar ou engolir.> Nunca espalhe medicamentos pela casa. Eles devem ser guardados em local de acesso exclusivo de adultos.> Nunca cozinhe próximo dos pequenos. Mantenha a criança longe da cozinha e do fogão.

Os cartazetes acima, reunidos pelo pediatra Ademar Edgar Trein, fazem parte de uma campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria em 1999

Totalmente dependente da mãe ao nas-

cer, o bebê vai crescendo, e novas preocu-

pações vão surgindo para quem cuida dele.

Afinal, conquistar independência significa

que a criança tem de experimentar o mun-

do e aí... Basta uma rápida olhada nesta

página mesmo, em que cartazes resumem

alguns dos riscos presentes na vida infan-

til. Asfixia, quedas, queimaduras, intoxica-

ções, afogamento e manuseio de objetos e

brinquedos: por todos os lados, ameaças e,

portanto, a necessidade de um adulto vigi-

lante.

Mesmo que seja uma tarefa gigantesca

garantir as necessidades básicas de uma

criança e ainda ficar em estado de alerta

permanente para evitar tantos possíveis

acidentes, cuidar dos pequenos é mais do

que isso. O determinante para uma infância

feliz, garantem os pediatras acostumados

a acompanhar a evolução das crianças, é a

força afetiva com que se faz tudo isso.

“É preciso zelo no sentido de amor. Essa

necessidade sempre existiu, mas cada vez

mais descobrimos a importância de uma in-

fância acompanhada com carinho e amor.

Porque isso vai deixar a criança segura.

Então, não adianta só ela ter acesso a con-

forto material. É amor no sentido pleno da

palavra o que ela precisa e assim vai retri-

buir à sociedade quando adulta”, explica o

pediatra Nilso Zaffari.

O ritmo de desenvolvimento e cresci-

mento depende da herança genética, do

temperamento da criança, dos estímulos

que recebe, entre outros fatores. Segundo

o pediatra Ademar Edgar Trein, pais e fa-

miliares têm um papel fundamental nisso,

cuidando para não exigir desempenhos

incompatíveis com a fase em que ela se

encontra. Mas o doutor Ademar também

sublinha a dimensão afetiva:

“Estímulos corretos, nos momentos cer-

tos, acompanhados de amor, afeto, carinho

e compreensão, contribuirão para o pleno

desenvolvimento do potencial da criança,

fazendo com que se transforme em um

adulto mais sadio, feliz e socialmente útil”,

afirma.

O incentivo ao parto natural, ao contato

imediato do recém-nascido com a mãe e à

amamentação é uma tendência que busca

contemplar a dimensão afetiva a que se re-

ferem os pediatras. “O parto normal é o pri-

meiro ato de amor. O contato imediato com

a mãe também. O bebê não conhece outra

pessoa a não ser a mãe. Quando o coloca-

mos junto ao corpo dela, ele não se sente

só. Daí em diante, o vínculo se dá através

da amamentação”, descreve Zaffari.

Depois?

Depois, é o brincar. “Brincar é o ato de vi-

ver de uma criança, é o prazer dela”, resume

o pediatra. Você lembra quando brincava?

Uma criança na família faz essa pequena

revolução: os adultos voltam a brincar – e

sentem prazer nisso (entenda o motivo dis-

so na página ao lado).

Por que brincarfaz bem à saúde (até do adulto)

Cuidar de criança é brinquedo

sim! Brincar é uma experiência

fundamental na infância. Os

adultos que compartilham

desses momentos ganham

também. Quando brincamos,

somos mais humanos do que

nunca, garante a professora

Tânia Fortuna, especialista*

no assunto. São dela os

comentários abaixo.

Porque é generosoO adulto que para e se volta para a in-

fância, dos filhos, dos netos, sobrinhos, en-

fim, e passa a conhecer a cultura deles, os

desenhos animados, as coisas que eles sa-

boreiam, o que apreciam, a gíria, a lingua-

gem com amigos, está sendo generoso. Mas

a brincadeira é também generosa com este

adulto ao acolhê-lo e dar-lhe a chance de

entrar em contato com o novo, com a espe-

rança, com a possibilidade de mundo rein-

ventado. Cada ser que nasce carrega em si

a perspectiva do novo, da mudança. Essa é

a riqueza. O contato com novas gerações é

o contato com o que está por vir, com aqui-

lo que pode ser recriado, “recreado”.

Porque conectaA brincadeira tem o poder de integrar

nosso eu: quando brincamos, entramos

em contato com nossos sentimentos, de-

sejos, impulsos e temores, bem como com

nossas capacidades e conhecimentos. Tais

componentes do nosso eu, muitos deles

contraditórios ou francamente antagô-

nicos, coexistem através da brincadeira.

Além disso, entramos em contato com tudo

o que não é eu, ou seja, o mundo material,

o ambiente, os outros e seus sentimentos,

atos e pensamentos. Também entramos em

contato com o passado (nossa bagagem e a

dos outros), com o presente (a brincadeira é

feita de imediatez) e com o futuro (porque

pode nos ligar ao que não existe, “é de men-

tirinha”).

É ser mais criativo e...A brincadeira se baseia na criação, na

invenção de novos possíveis, na transfor-

mação do que não é em algo que pode vir

a ser: brincando, posso ser qualquer coisa,

enfrentar e viver qualquer coisa, até mes-

mo aquilo que nem sei o que é e aquilo que

sequer existe. Esta é a base para a criação:

a instituição do novo; algo que não existe,

passa a existir - ao menos mentalmente e,

assim, quem sabe, abre caminho para que

venha a existir de fato.

... menos individualistaA brincadeira requer o outro, mesmo

quando ela é solitária - neste caso, é como

se houvesse um outro dentro de nós. Temos

que reconhecer o outro na sua diferença e

na sua singularidade. Até quando a brinca-

deira é predatória e altamente competitiva

e quando nela predomina o egocentrismo,

o fato de exigir um outro para se desenvol-

ver faz com que ela instaure as condições

para que se admita a existência de algo

além de mim, algo que é alguém de quem

eu preciso, tanto quanto este alguém pre-

cisa de mim.

Brincar aliviaUma das informações mais importantes

que a brincadeira nos dá de quem brinca é a

gestão da angústia. Quando diante de uma

realidade difícil de aceitar inventamos uma

outra, ao mesmo tempo que protegemos o

ego de alguma coisa muito dura, muito afli-

tiva e muito exigente. Um exemplo de ges-

tão da angústia, em criança bem pequena,

é quando ela brinca de se esconder atrás de

uma fralda, fecha o olhinho e abre, fecha e

abre, e cada vez que abre aqueles olhinhos,

o alívio, alegria de reencontrar aquela figu-

ra da qual ela vinha brincando de se escon-

der. Por instantes, ela dominou a angústia

de perder e experimentou a alegria de recu-

perar. Mais velha, ela constrói aquela super

torre com todas aquelas peças, admira e...

derruba! Derruba tudo para começar tudo

de novo. É a alegria em ver o processo todo

e se descobrir capaz de fazer e de gerir seu

impulso destrutivo.

Brincar desenvolve Se observamos as sinapses que ocor-

rem durante a brincadeira, as conexões

que nossos neurônios fazem enquanto es-

tamos brincando, principalmente nos pri-

meiros cinco anos de vida, vamos ver que

elas são mais frequentes e numerosas em

certas regiões do cérebro, particularmente,

no cerebelo, na base do cérebro, zona esta

responsável pelo equilibrio dinâmico, pela

nossa destreza motora. Então, uma crian-

ça que brinca, especialmente atividades

motoras, está estimulando seu cérebro a se

desenvolver em níveis de complexidade e

com mais diligência e destreza do que uma

outra criança que não pratica atividades

lúdicas. Outro fator pelo qual é importante

brincar é que as crianças entram no mun-

do da simbolização: uma coisa passa a ser

como se fosse outra, sem ser a coisa em si. É

uma revolução para o ser humano. Abre as

portas para o desenvolvimento da lingua-

gem, para o raciocínio abstrato mais tarde,

para capacidade de representação do sen-

tido mais amplo.

* Tânia Ramos Fortuna é Pedagoga, Especialista em Piaget, Mestre em Psicologia Educacional, professora de Psicologia

da Educação da Faculdade de Educação da UFRGS e coordenadora geral do Programa de Extensão Universitária

Quem quer Brincar?, da UFRGS. Não deixe de conferir outros comentários dela em www.unimedespacovida.com.br,

sobre crianças e brinquedos.

INFORME COMERCIAL | 25 de novembro de 2009

Mário Brasil

INFORME COMERCIAL | 25 de novembro de 2009

Zelar pela infância é cuidar de nosso futuro

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

516/12/2009

controle emocional & serenidade

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

123 /9/2009

consciência ambiental & atitude

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

Unimed pelo Rio Grande

Infância cuidada é garantia de adultos mais saudáveis e

felizes. Cientes dessa relação e de sua responsabilidade social,

colaboradores da Unimed Missões e da Unimed Centro-RS

reagiram.

Em Santo Ângelo, a adoção da creche Cantinho da

Alegria ajuda a mudar para melhor a perspectiva de

aproximadamente 100 crianças. E de suas famílias também.

“A creche hoje é uma escola, com lactário, atendimento

odontológico, pediátrico, berçário... A gente mudou o perfil

daquelas crianças. Hoje, usufruem de uma estrutura que

lhes permite mamar, engatinhar até a alfabetização, num

dos recantos mais pobres da cidade”, conta Luís Claudio

Madureira, presidente da Unimed Missões.

Em 2007, ao constatarem que um projeto que

dependia de verba federal ainda não tinha saído do

papel, os colaboradores propuseram uma parceria. Além

de colaborar com trabalho voluntário de médicos, a

cooperativa se comprometeu a buscar ajuda no comércio

local para subsidiar todo o material de construção.

A prefeitura doou o terreno e a mão-de-obra para a

construção.

Também conscientes de seu papel na sociedade,

os colaboradores da Unimed Centro-RS se mobilizam

num trabalho semelhante desde 2003, na Creche Sonho

Encantado, em Cachoeira do Sul. Auxílio financeiro,

atendimento odontológico, atividades de aprendizado,

saúde, lazer, higiene pessoal e socialização estão entre as

ações. O trabalho está consolidado e rendendo frutos. Agora

é a vez dos pequenos transformarem o entorno: o projeto

Plantando Vidas, que consiste no plantio de mudas de árvores

nativas, é um exemplo. Crianças crescendo com consciência

ambiental vão devolver ao mundo a aposta que fizeram nelas.

Adoção de creche muda

a vida de crianças em

Santo Ângelo

www.unimedespacovida.com.br

Conheça mais detalhes do projeto Unimed Espaço Vida,

que inclui a produção deste e de mais sete cadernos, acessando o endereço

corpo são mente sã

O que é a sensação

de nó na garganta?

> Dr. Carlos Mânica (Unimed Alto Jacuí),

otorrinolaringologista, responde:

Essa sensação de aperto, sufoco no gogó, que

sentimos de vez em quando, é geralmente causada

por questões emocionais, como ansiedade, medo

e depressão. Costuma se manifestar como uma

sufocação passageira e pode vir acompanhada

de outros sintomas físicos, como dor no peito,

taquicardia (palpitações) e suores excessivos. Tudo

isso é causado pela liberação do hormônio cortisol

no sangue. O sintoma normalmente é aliviado pelo

choro ou pela ingestão de algum alimento líquido

ou sólido.

Mas existem outras causas físicas associadas.

Com os avanços tecnológicos recentes, foram

descobertas outras doenças associadas a

esses sintomas, como a doença do refluxo

gastroesofágico, que é o retorno de alimentos do

estômago até a garganta. Essa sensação ainda

pode estar ligada ao aumento das amígdalas e de

outros órgãos nessa região, como a tireóide, e à

disfunções na deglutição.

Por isso, caso você sinta com frequência essa

sensação e ela aparentemente não esteja ligada a

questões emocionais, é melhor procurar um médico.

Aprenda algo novo a cada dia

Nada envenena tanto a nossa

criatividade e nossa espontaneidade

quanto a rotina. Contudo, apesar das

obrigações rotineiras da vida, sempre é

possível buscar desafios que podem trazer

mais prazer e emoção à vida cotidiana.

Como? Oferecendo à nossa mente um

repertório mais amplo de experiências, e

isso se faz aprendendo coisas novas.

Nosso cérebro é ligeiramente

“promíscuo”: ele gosta de novidades ou

de aprender novos modos de fazer velhas

coisas. O desafio cognitivo e emocional

gerado pelo esforço da aprendizagem

quebra a rotina, estimulando novas

conexões no nível

neuronal e fortalecendo

a capacidade de

aprendizado.

A estimulação dos

sentidos desencadeada

pelo aprendizado promove

no cérebro a liberação de

neurotransmissores associados ao prazer,

como a dopamina. A “aquisição” do novo,

seja uma ideia ou uma habilidade, promove

bem-estar. A associação entre prazer e bem-

estar contribui para a felicidade. Além disso,

conhecer é libertador!

Quando conhecemos algo, descobrimos

a real importância que isso pode ter, ou não,

em nossa vida. Assim, deixamos de aceitar

passivamente receitas prontas. Conhecer

nos ajuda a questionar e a escolher.

Aquele que não se dedica a conhecer, não

faz escolhas, apenas aceita o que lhe é

oferecido sem sequer saber se está fazendo

a melhor opção.

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

edições anteriores esta edição próximas edições

74%Conforme relatório no site da Unicef, as vacinas

infantis nunca estiveram tão disponíveis. Por

conta disso, entre 2000 e 2007, caiu

o número de mortes por sarampo.

A aquisição do novo, de uma ideia ou uma habilidade, promove bem-estar

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o s t e x t o s d e a u t o a j u d a q u e c i r c u l a m p o r a í

7 27/1/2010

atividades físicas & superação de desafios

817/2/2010

maturidade feliz & respeito

AN

S –

36

70

87

INFORME COMERCIAL | 16 de dezembro de 2009

Tempo de acreditar

Nos

próximos dias, a

correria de um ano inteiro pode

virar caos. Quando nos damos conta, Natal

ou Ano Novo é amanhã, e o tempo ficou curto para

cumprir todas as exigências típicas dessas festas. Por

isso, nas noites de confraternização pode faltar ânimo para

fazer o mais esperado: relaxar. Até aqui, nenhuma novidade.

No ano passado, foi a mesma coisa e você jurou que da próxima

vez seria diferente. Hoje é dia 16, ainda dá tempo. O quinto cader-

no da série Atitudes que geram bem-estar cita as ansiedades dessa

época para lembrar a importância de confiar. Em nós, nos outros,

na vida. Não há nenhuma fórmula milagrosa aqui. Há, sim,

duas dicas, uma para o corpo e outra para a alma: acalme-

se, respirando melhor, e compartilhe afeto com aqueles

em quem confia. Assim, nas festas, os sorrisos sairão

mais leves. Rir faz bem à saúde; imagine entre

aqueles de quem gostamos e em

quem confiamos?!

Ceias, presentes, prazos, caos.

Relaxe...

INFORME COMERCIAL | 16 de dezembro de 2009

São inúmeras as possibilidades de sorrisos e risos nas noites de Natal e Réveillon. Mas quantos

serão genuínos e conscientes?

Dezembro parece nos cobrar a

felicidade, e até isso vira um fardo.

Porque represa sentimentos acer-

ca de fatos e situações (boas e não

tão boas) de um ano inteiro, essa

é uma época que testa nossa con-

fiança na vida. Apenas confiantes,

poderemos sorrir (rir, gargalhar...)

com mais verdade.

“É uma relação direta: se senti-

mos confiança, somos otimistas a

respeito da vida e desenvolvemos

o senso de humor”, explica Alda

Oliveira, psiquiatra e psicanalista

da Sociedade Psicanalítica de Por-

to Alegre.

Se confiar e sorrir se retroali-

mentam num espiral de bem-estar,

então só precisamos chegar lá. Ou

seja, preparar corpo e mente para

a confiança e o otimismo fazerem

a festa – literalmente! Só que isso

não é tão fácil nessa época, e os

motivos são significativos, confor-

me diagnósticos abaixo.

“No fim de ano, muitas pesso-

as estão carregadas de ansieda-

de e angústia. O período natalino

tem um significado de integração

familiar, evocamos pessoas signi-

ficativas, agora ausentes, por fa-

lecimento ou separações, que em

épocas passadas partilhavam de

nossa mesa. Só esse fato pode ge-

rar culpas, saudades e depressão”,

afirma David Zimerman, médico

psicanalista, membro da Associa-

ção Brasileira de Medicina Psicos-

somática (ABMP).

Alda complementa:

“Num pano de fundo, algo mais

importante se move: é a passagem

do tempo, com tudo que deixamos

para trás e que não volta mais. A

percepção do envelhecimento, do

qual ninguém escapa, e da morte”.

Ansiedades e angústias es-

pantam sorrisos. Justamente por

isso estragam a festa e a nossa

saúde. “Um estado muito ansioso

pode provocar desconforto físico

e, inclusive, alguma forte soma-

tização”, alerta David. “Emoções

que não se expressam pelas lá-

grimas, choram através de outros

órgãos”, diz ele. Além disso, um

estado depressivo repercute no

sistema imunológico, de modo

que, com uma imunologia mais

fragilizada, os vírus oportunistas

podem provocar múltiplas doen-

ças infecciosas. O oposto também

é verdadeiro: um estado de felici-

dade contribui fortemente para

um bem-estar geral, no organismo

e no psiquismo.

Se desejamos sorrisos genuí-

nos nas festas de final de ano, pre-

cisamos oxigenar mente, corpo e

espírito. Em outras palavras, rela-

xar – missão bastante individual,

é verdade, para a qual, no entanto,

há uma dica universal bastante

simples: respire melhor.

“As emoções afetam nossa res-

piração, sendo um exemplo a sus-

pensão dela em um grande susto,

ou sua aceleração e arritmia em

um surto de ódio. O interessante

é que o contrário também é ver-

dadeiro: a respiração afeta as

emoções. Isso é fundamental. Pro-

duzindo voluntariamente um pa-

drão respiratório, reproduzimos

um padrão emocional. Uma respi-

ração completa e profunda produ-

zirá uma sensação de plenitude e

força”, garante o instrutor de ioga

Thomaz Müller.

É dele a sequência ao lado.

Tente ali.

Depois, quem sabe a sereni-

dade não abre espaço para a con-

fiança e os sorrisos?

Em situações de confronto e pressão, manter uma respiração completa e consciente é a chave para a estabilidade emocional, afirma o instrutor de ioga

Thomaz Müller. A respiração completa consiste em utilizar

as partes baixa, média e alta dos pulmões.

Através dela, é possível dobrar a capacidade respiratória,

produzindo maior vitalidade por causa do aumento da oxigenação celular.

Resultado: bem-estar. Tente.

> Coloque as mãos em seu abdômen. Toda vez que inspirar, projete-o para fora. E toda vez que expirar, retraia o abdômen para dentro.

> Grave esta regra: ar para dentro, barriga para fora; ar para fora, barriga para dentro. Esta é a respiração baixa, abdominal, que utiliza intensamente a musculatura do diafragma e é responsável por 60% de nossa capacidade respiratória.

Ficou difícil?

Respire!

...confie esorria com vontade

INFORME COMERCIAL | 16 de dezembro de 2009

Se o desafio é superar eventuais ansiedades e angústias de final de ano e irradiar sorrisos, risos e gargalhadas conscientes e genuínos, então, dezembro testa nossa confiança. Em nós, nos outros e

no desconhecido. Os quatro pontos abaixo ajudam a refletir sobre nossa capacidade de confiar.

> Como se firmaConfiança é um sentimento que se desenvolve ao longo de um relacionamento no qual somos correspondidos pelo outro de modo satisfatório. À medida em que repetimos a busca, e o outro corresponde, demonstrando que nos percebeu de forma realista, nos sentimos seguros, e um dos sentimentos que nasce dessa interação é a confiança. Por outro lado, se somos mal entendidos, nos sentimos inseguros e vamos desconfiar.Ao longo da vida, podemos desenvolvê-la em relacionamentos com pessoas (da família, da sociedade, da escola, amigos) ou com objetos, atividades. Mas também desenvolvemos a confiança em nossas capacidades através das atividades que exercemos sozinhos, a começar pelos nossos brinquedos quando crianças, depois com os livros, com nosso material de trabalhoou lazer.

> E se estiver faltandoSe for uma insegurança leve, os bons relacionamentos ao longo da vida podem ir restaurando a confiança. Porém, confiar se torna mais difícil para uma pessoa cujos relacionamentos geraram decepções. A experiência de ser, por exemplo, traído gera defesas que se instalam e passam a funcionar como um escudo, uma máscara que, ao mesmo tempo, revela e protege da dor. Talvez essa pessoa necessite passar por um terapeuta, um analista, alguém que vai estar ali, no dia e na hora combinados, disposto a criar um ambiente seguro onde ela possa soltar a máscara e fazer crescer a confiança.

> Por que é importanteA vida em si depende da existência de relacionamentos confiáveis. Alguém confiável significa que há bondade no mundo e dentro de nós. E que podemos sonhar e planejar a realização. Confiança e serenidade são sentimentos que indicam saúde: que os recursos pessoais receberam cuidados suficientes do meio ambiente e desabrocharam.

Fonte: Alda Oliveira, psiquiatra e psicanalista da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, e David Zimerman, médico

psicanalista, membro da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP)

> Como surgeA capacidade de confiar se desenvolve através do relacionamento com outra pessoa e daí vai ser interiorizada formando a autoconfiança. Confiança nos outros e autoconfiança dependem uma da outra. No início da vida são confianças diferentes, porque o adulto tem mais experiência e pode garantir melhor os cuidados necessários à manutençào da vida do bebê. A formação dos “núcleos básicos de confiança” começa, de fato, nos vínculos que se vão estabelecendo entre os pais e o bebê.

Na medida em que o desenvolvimento da criança avança, ela vai se tornando

capaz de se cuidar e cada vez, mais pode confiar em si mesma, em

suas capacidades. A partir desse momento, as confianças em

si e no outro devem se equiparar.

> A próxima etapa é a respiração

média, 30% de nossa capacidade.

Coloque as palmas das mãos em suas

costelas, com o dedo médio de cada

mão se tocando no centro do peito.

> Pressione levemente as costelas

com as palmas das mãos. Toda vez

que inspirar, procure afastar as costelas

lateralmente e você verá que os dedos se

afastam. Quando for expirar, suas costelas se

aproximam e seus dedos se tocam novamente.

> A terceira é a respiração alta, que fazemos

todos os dias. É aproximadamente 10% de nossa

capacidade. Inspire elevando o peito, expire

baixando-o.

> Agora, junte as três fases, sem as mãos: inspire

projetando o abdômen para fora, afaste as costelas

e eleve o peito. Em seguida, expire, primeiro

descendo o peito, em seguida aproxime as costelas

e por fim retraia o abdômen para dentro.

> E, então, como se sente?

Ficou difícil?

Respire!

INFORME COMERCIAL | 16 de dezembro de 2009

Está sobrandosorriso (e saúde)

516/12/2009

controle emocional & serenidade

123 /9/2009

consciência ambiental & atitude

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

Unimed pelo Rio Grande

Se alguém tem dúvidas de que rir faz bem à saúde, precisa

acompanhar uma das visitas dos colaboradores da Federação

Unimed/RS às crianças abrigadas no Lar de São José, em

Porto Alegre. Entre as algariadas anfitriãs e os visitantes

voluntários, muitos sorrisos. E, a cada encontro, energia

renovada dos dois lados.

O projeto de voluntariado, que revitaliza os

colaboradores da empresa, foi criando em 2006. Cada

colaborador tem 4h10min mensais para realizar

trabalhos nas instituições parceiras da Unimed/RS. O Lar

de São José é uma delas.

Conforme relato de professoras e coordenadoras, a

iniciativa foi lentamente mudando o comportamento

das crianças, que estão mais tranquilas, disciplinadas

e carinhosas. São 26 pequenos, com idades de seis a 10

anos. Ganhos saudáveis do lado de quem se dispõe a

trabalhar pelo outro também:

“O carinho que elas nos dão é imenso”. “Elas

ficam loucas de felicidade quando chegamos às

segundas-feiras”, conta a voluntária Ana Junqueira,

18 anos. Bruna Santos, coordenadora do trabalho de

voluntariado, explica:

“A dedicação ao trabalho voluntário é um exercício

de autoconhecimento e aprendizado. O crescimento

pessoal e profissional do colaborador que pratica

o voluntariado é visível. O grupo está crescendo e

tornando-se cada vez mais organizado, começamos a

trabalhar com planos de ação para as atividades. Para

2010, estão previstas a criação de Oficinas de Música e

Literatura”.

A sensibilização de colaboradores tem crescido e,

este ano, a festa de Natal será uma tarde no Parquinho da

Redenção, com direito a brinquedos liberados e lanche. Tudo

graças às doações em dinheiro dos colaboradores. A expectativa

de uma tarde alegre e feliz é tão grande entre os voluntários

como entre as crianças. Vão sobrar sorrisos no passeio – doses

consistentes de saúde necessárias a qualquer idade.

Crianças estão mais tranquilas, disciplinadase carinhosas

www.unimedespacovida.com.br

Conheça mais detalhes do projeto Unimed Espaço Vida,

que inclui a produção deste e de mais sete cadernos, acessando o endereço

corpo são mente sã

Dormir depois do almoço faz bem?

> Dr. Paulo Henkin, nutrólogo da Unimed Porto

Alegre, responde:

Sim, faz bem à saúde. A sesta ou cochilo após

o almoço tem sido algo de interesse da Medicina.

Há muitos estudos que correlacionam este

hábito com benefícios para a saúde – inclusive

fazendo relação entre uma menor prevalência de

doenças cardiovasculares entre as populações

que têm o hábito de sestiar.

Um melhor desempenho intelectual e físico

também é observado. Recentemente, algumas

pesquisas se dedicaram a analisar qual o tempo

ideal que deve durar esta sesta: foi concluído que

os maiores benefícios foram observados entre

as pessoas com hábito de sestiar por mais ou

menos 30 minutos diariamente. As explicações

sobre os motivos destes benefícios ainda são

pouco conhecidos.

Faça as pazes com o passado

Costumamos acreditar que as

lembranças são imutáveis. Contudo,

a ciência tem demonstrado que o que

pensamos, fazemos e sentimos se associa a

várias reações fisiológicas e neuroquímicas.

Esse processo envolve a capacidade dos

neurônios de se transformarem, de se

adaptarem ao contexto da experiência.

O que lembramos, portanto, é fruto

das circunstâncias e de como reagimos a

elas, fazendo com que sentimentos, ações

e pensamentos alterem o funcionamento

do sistema nervoso. Logo, as memórias

não são amostras fiéis de fatos reais mas

construções, modificadas de acordo com o

momento e a situação na

qual as invocamos.

Ou seja, a história de

nossa vida é recriada toda

vez que a lembramos. Isso

ocorre porque experiências

novas geram ativações

que contribuem para que

os neurônios formem novas conexões.

Novas conexões possibilitam à nossa mente

dar novos significados e sentidos ao que

vivemos, seja no presente, seja no passado.

Quando nos atemos apenas ao que

é ruim na vida, passado e presente são

interpretados negativamente. Fazer as

pazes com o passado – focando no que deu

certo, no que funcionou, no que foi bom – é

uma forma de reconstruí-lo positivamente.

Quando buscamos o que é positivo no

passado, damos novo sentido ao presente e

criamos possibilidades para o futuro.

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

edições anteriores esta edição próximas edições

70

Os números variam, até porque depende

do tipo de sorriso ou da intensidade do

riso. Há textos que informam: sorrir/rir

movimenta de 12 a mais de

músculos. Na dúvida, capriche

e estipule a sua própria

contagem!

A história denossa vida é recriada toda vez que a lembramos

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o s t e x t o s d e a u t o a j u d a q u e c i r c u l a m p o r a í

7 27/1/2010

atividades físicas & superação de desafios

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

817/2/2010

maturidade feliz & respeito

AN

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ulga

ção

Uni

med

INFORME COMERCIAL | 6 de janeiro de 2010

Preferência pela vida

Na série de ca-

dernos Unimed Espaço Vida,

já foram sugeridas cinco atitudes

capazes de gerar bem-estar: a primeira, a

própria capacidade de tomar uma atitude; a

segunda, ser generoso; a terceira, ser otimista; a

quarta, brincar mais; e a quinta, demonstrar sereni-

dade. Cinco desafios lançados. Qual deles é o mais di-

fícil de pôr em prática? Nesta edição, a sexta, a Unimed

toca num dos problemas sociais mais graves da atuali-

dade: o caos do trânsito. Os especialistas aconselham:

dirija na defensiva. Mas a reflexão vai além e convida:

seja gentil. Em geral, ficamos “chocados” quando

alguém consegue ser. Então, choque alguém.

Uma pessoa por dia. E teste se, enquanto

ajuda a espantar o caos, você não é

recompensado por uma sensação

de bem-estar.

Direção gentil.Hein? Numa hora dessas?

Direção opressiva:

multar não é tudo

INFORME COMERCIAL | 6 de janeiro de 2010

Um trânsito mais saudável vai além do que se aprende na auto-escola ou do que tenta garantir a legislação

CHECK LIST

AutocríticAos itens abaixo são para sua reflexão. considerar as ideias bobas ou relevantes diz muito sobre seu comportamento no volante (e na vida).

> Você acredita que a condição do trânsito é um problema seu ou apenas do outro?

> Você acha que as ruas são lugares de competição ou de convivência pacífica?

> Ao perceber um pedestre atravessando na faixa de segurança, você para o veículo que está dirigindo (moto, carro, bicicleta...)?

> O motorista do carro ao lado acelera e pede passagem para entrar na via em que você trafega. Você dá a preferência ou acelera também?

> O ônibus precisa atravessar a via para entrar no corredor. Você reduz a velocidade e dá passagem para o coletivo ou acha que ele está se valendo do seu tamanho para passar na sua frente?

> Manter uma distância de pelo menos 25 metros do veículo da frente.

> É responsabilidade do motorista que todos usem o cinto dentro do carro. Em caso de choque, o corpo de uma criança, por exemplo, projetado pela inércia, pode matar os ocupantes da frente.

> A 90km/h, anda-se 25m/s. O tempo de reação das pessoas gira em torno de 0,65s. Ou seja, até perceber um risco no trânsito e reagir (frear), o carro já percorreu 17 metros aproximadamente.

> Em caso de má visibilidade em função de mau tempo, o motorista deve se guiar pela linha branca que demarca o início do acostamento, dirigindo próximo dela. > Forçar ultrapassagem não é uma atitude defensiva. Repense a necessidade.

> Seu autómovel precisa ser seguro. Mantenha a revisão em dia e os pneus em bom estado. Os itens obrigatórios têm de estar funcionando.

> Ajustar o encosto da cabeça na mesma altura dela. Ponha a mão sobre a cabeça e veja se o topo do encosto está na mesma linha.

O que é direção defensiva?

Direção defensiva é não se arriscar. É evitar, em vez de remediar, já que pode não haver tempo para isso. Segundo o médico ilson Schirmbeck, especialista em Medicina do trânsito, atitudes simples podem fazer uma grande diferença na hora de evitar acidentes:

Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié! é uma canção do

Pato Fu que começa assim: “As pessoas têm

que acreditar / Em forças invisíveis pra fazer

o bem / Tudo que se vê não é suficiente / E

a gente sempre invoca o nome de alguém”.

Para fazer o bem no trânsito, você pre-

cisa acreditar no quê? A possibilidade mais

provável é esta: que um pardal, um agente

de fiscalização ou um radar móvel vai mul-

tá-lo se flagrá-lo descumprindo a lei.

Coordenador da Assessoria de Educação

para o Trânsito (Asset) da Empresa Pública

de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto

Alegre, José Nilson Padilha Bueno cita um

exemplo simples: você usa o cinto de segu-

rança porque teme ser multado ou porque

acredita que ele é um item imprescindível

de segurança?

Para Bueno, se o objetivo é um trânsito

mais saudável, três eixos precisam estar em

harmonia: a engenharia (boa sinalização,

vias seguras), a educação dos motoristas

(formação de valores) e a fiscalização da lei.

“Em Toronto, no Canadá, o motorista infra-

tor acompanha seu carro ser prensado. Na

Alemanha, se o dono do bar não informar a

fiscalização que um cliente bebeu demais e

pegou o carro, também é punido. A fiscaliza-

ção precisa ser rígida. Mas aí vem a questão:

multar educa?”, questiona Bueno.

De fato, nem tudo de que o trânsito pre-

cisa para ter um “clima” melhor está na lei. E

aí fala mais alto a educação (ou os valores)

de quem está atrás do volante. A educação,

o nível de estresse, a noção de cidadania e

mais uma porção de variáveis que podem

(ou não) determinar como você se comporta

quando está dirigindo um veículo, seja um

automóvel, uma moto, uma bicicleta, uma

carroça, um cavalo, um carrinho de mão.

“Nosso desafio é fazer com que as pessoas

vejam o trânsito como um problema social.

As pessoas investem fortunas em seguran-

ça. Mas acham que o trânsito é um proble-

ma do outro e não seu. No entanto, morre

mais gente no trânsito do que por casos de

violência”, diz Bueno.

Tomar a melhor atitude no trânsito –

que, segundo os especialistas, é a defensiva

– não se garante apenas na auto-escola ou

conhecendo a legislação. Ambas as fontes

são básicas, mas na vida real, longe dos

agentes de fiscalização ou dos pardais, vai

valer aquilo que você acredita que deve e

pode fazer.

Especialista em Medicina do Trânsito,

o doutor Ilson Schirmbeck aponta a falta

de disciplina do brasileiro: “Temos conheci-

mento e informação, mas na hora de aplicar

não temos disciplina”.

Bueno, acostumado a campanhas edu-

cativas no trânsito, vai além: “Não estamos

falando de motoristas educados, mas de

pessoas educadas. Se você não é educado

na vida, não será no trânsito”.

O “problema” de fazer o bem, ou dirigir

na defensiva, é que, em geral, as pessoas

consideram que ser gentil as torna bobas,

“fracotes” ou “diminuídas” diante dos ou-

tros, ou diante daquela camionete ou da-

quele superesportivo que está pedindo

passagem, que cortou a sua frente ou que se

adiantou para pegar a mesma vaga de esta-

cionamento na qual você estava de olho.

“O carro virou o rabo de pavão do ho-

mem. É usado para se mostrar, para com-

petir com o outro”, explica Bueno. Para ele e

para o doutor Schirmbeck, não é à toa que a

maior parte das mortes no trânsito envolve

jovens, que se sentem onipotentes e querem

se exibir. “O jovem acha que pode tudo”, la-

menta o médico, com mais de 50 anos de ex-

periência no atendimento de acidentes.

Mas, voltando ao início desse texto, por

que você agiria pelo bem comum no trân-

sito?

A resposta tem relação com o que você

sente ao se comportar de um jeito ou de ou-

tro. E de como os outros vêem você ao fazer

uma coisa ou outra. A aprovação ou desa-

provação social tem peso.

Precisamos de uma recompensa moral,

ética para propagar o bem. Numa sociedade

em que esses valores, a rigor, se desvaloriza-

ram, essa recompensa tem de ser íntima.

Sua consciência, seu guia. Senão, chegamos

a um beco sem saída.

A mesma música do Pato Fu citada diz o

seguinte, em outro trecho: “Quem tem a paz

como meta / quem quer um pouco de paz /

Que tire o reboque que espeta / O carro de

quem vem atrás”.

Direção gentil.Hein? Numa hora dessas?

INFORME COMERCIAL | 6 de janeiro de 2010

É preciso convicção para interromper o círculo vicioso de hostilidades e egoísmo que se espalha por estradas e ruas

CHECK LIST

AutocríticAos itens abaixo são para sua reflexão. considerar as ideias bobas ou relevantes diz muito sobre seu comportamento no volante (e na vida).

> Você acredita que a condição do trânsito é um problema seu ou apenas do outro?

> Você acha que as ruas são lugares de competição ou de convivência pacífica?

> Ao perceber um pedestre atravessando na faixa de segurança, você para o veículo que está dirigindo (moto, carro, bicicleta...)?

> O motorista do carro ao lado acelera e pede passagem para entrar na via em que você trafega. Você dá a preferência ou acelera também?

> O ônibus precisa atravessar a via para entrar no corredor. Você reduz a velocidade e dá passagem para o coletivo ou acha que ele está se valendo do seu tamanho para passar na sua frente?

> Quando transporta crianças, faz dentro da

lei ou acha que se ela se comportar no banco de trás não

haverá problemas? (veja em www.unimedespacovida.com.br o que a

legislação diz sobre transporte de crianças)

> Você faz questão que as pessoas em seu carro usem o cinto de segurança também no banco de trás?

> A buzina é uma extensão de sua boca? Usa como xingamento ou apenas para alertar algum risco a pedestres ou a outro veículo?

> Motocicletas e bicicletas são tratadas como veículos (que são) ou você considera que são algo menor, que atrapalha o trânsito?

> Você usa o cinto por segurança ou porque teme ser multado?

> Como motociclista ou ciclista, você respeita a sinalização ou acha que a legislação serve só para automóveis?

Fonte: Assessoria de Educação para o Trânsito (Asset) da Empresa Pública de Transpote

e Circulação (EPTC), de Porto Alegre

Uma grande intersecção em círculo.

A placa com setas em movimento concên-

trico representa bem por que motivo é tão

difícil exercer atitudes gentis no trânsito

– ou mesmo fora dele. Quando o ambiente

ou a cultura (ou ambos) reforçam atitudes

agressivas ou egoístas, forma-se um círcu-

lo vicioso, no qual atos questionáveis pelo

bom senso se explicam em função dos

atos dos outros.

Saída à esquerda? Saída à direita?

Sempre há. Mas é preciso convicção para

interromper o giro que não leva ninguém

a lugar algum.

“Iniciativas como esse caderno e cam-

panhas têm esse valor, o de fazer as pes-

soas refletirem sobre a importância da

retomada dos valores humanos”, analisa

Ruggero Levy, psicanalista e diretor do

Instituto de Psicanálise da Sociedade Psi-

canalítica de Porto Alegre.

Entre os territórios em que o ser huma-

no transita, está o das pulsões de vida e

de morte. A pulsão de vida explica os im-

pulsos amorosos, a prática do bem, com a

gente mesmo e com os outros. A pulsão de

morte está associada à agressividade, aos

impulsos destrutivos. De novo: com a gen-

te mesmo e com os outros.

“No ambiente cultural atual, o indiví-

duo se sente muito pressionado por vários

fatores hostis, como o excesso de violên-

cia, a vida sacrificada, sofrida. Embora

não se justifique, dá para entender que no

anonimato do trânsito se expressem ten-

dências mais agressivas, que existem em

estado latente”, explica Levy.

Ainda a agravar o status de caos desse

círculo vicioso de atitudes nada gentis no

trânsito, está um outro território inerente

à condição humana: a medida de nosso

narcisismo e de nossa preocupação com

o outro. Onde acaba a preocupação com

a gente mesmo - necessária, fundamental

para a autoestima - para dar lugar ao res-

peito e à consideração pelo outro - neces-

sária, fundamental para o convívio social?

“Essa oscilação também tem a ver com

uma série de fatores, entre os quais, pes-

soais, sociais, familiares... Imersos numa

cultura que estimula o narcisismo, de des-

confiança, de que levar vantagem sempre

é o melhor, dá para entender porque des-

considerar o outro motorista é uma ati-

tude que prevalece no trânsito”, afirma o

psicanalista.

Mas por que interromper o movimento

que gira sempre para o lado do hostil e do

narcisismo? Aí, entramos no território das

sutilezas - para o qual é preciso mais sen-

sibilidade e tempo (cadê?) de percepção.

O círculo vicioso hostil não é bom para

ninguém. E não se trata de uma reprova-

ção externa, ou invocar o nome de alguém,

como diz a música citada no início do tex-

to ao lado.

“Sempre que a gente agride ou trata

mal alguém, há um sentimento que nos

atormenta, que é a culpa. Agora, toda

vez que praticamos uma ação reparado-

ra, amorosa, a gente sente algo positivo,

uma gratificação, um bem-estar”, garante

o doutor Levy. “Porque todos nós temos,

dentro de nós, os indivíduos normais, uma

instância moral, que reprova a agressão e

aprova a atitude amorosa, em geral. Por-

que a gente se sente em paz”, afirma ele. E

acrescenta: “É a nossa consciência moral,

presente em indivíduos normais, exceto

em psicopatas”.

O psicanalista lembra que estamos

comentando situações gerais, e que há

exceções, para o bem e para o mal. Aí, pen-

samos nas pessoas que, apesar de tudo,

passam ao largo do círculo vicioso e são

gentis e amorosas. Como se explicam? Ou

você não fica chocado quando alguém é

gentil no trânsito?

“Há uma tendência predominante,

mas há inúmeras microculturas, famílias

e nichos que valorizam outros princípios.

A família tende a ser o elemento central, o

ambiente em que o sujeito forma seu cará-

ter, seus valores”, diz Levy.

Se nos sentirmos valorizados por uma

atitude, vamos repeti-la. Vira um ciclo

vicioso benigno. E nem precisa de muita

explicação para entender que uma vida

menos hostil, com atitudes mais gentis,

faz bem para a saúde.

INFORME COMERCIAL | 6 de janeiro de 2010

Trânsito: espaço de convivência pacífica

516/12/2009

controle emocional & serenidade

123 /9/2009

consciência ambiental & atitude

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

Unimed pelo Rio Grande

Coordenador da Assessoria de Educação para o

Trânsito (Asset) da Empresa Pública de Transpote

Coletivo (EPTC), de Porto Alegre, José Nilson Padilha

Bueno garante: em escolas, os projetos de educação

para o trânsito só funcionam se houver um

comprometimento da comunidade.

Foi nisso que se baseou uma iniciativa

do Espaço Vida da Unimed Vale do Caí. Em

2006 e 2008, em parceria com a prefeitura,

através da Secretaria de Educação, e com a

Brigada Militar, sete escolas de Montenegro

desenvolveram atividades que visavam à

formação de um motorista mais educado.

“Nesses dois anos, não temos indicativos

dos resultados dessa iniciativa, mas

acreditamos que apostar nos jovens tem

um retorno mais consistente do que tentar

mudar antigos motoristas, que já têm seus

vícios”, afirma o coordenador do projeto no

Espaço Vida, doutor Dirceu Mauch.

O intervalo de um ano entre uma

edição e outra do projeto ocorreu para

que houvesse uma renovação entre os

alunos do Ensino Médio, público alvo da

campanha. Palestras, atividades dirigidas

por professores, modalidades de concurso e

pesquisas estavam entre as ações propostas

nas escolas. O trabalho durou todo o ano letivo.

Envolveu familiares também. O entorno das

escolas recebeu sinalização, demonstrando a

preocupação com ações efetivas. Em 2008, as

palestras foram proferidas no teatro da cidade.

Em 2009, a iniciativa foi premiada pela Associação

Comercial de Montenegro.

Campanha envolveu toda a comunidade

www.unimedespacovida.com.br

Conheça mais detalhes do projeto Unimed Espaço Vida,

que inclui a produção deste e de mais sete cadernos, acessando o endereço

corpo são mente sã

Andar de pés descalços no piso frio

faz mal?

> Doutor Ademar Edgar Trein, pediatra Unimed

Vale do Sinos, responde:

Não, não faz mal. Inclusive, em pediatria

recomendamos que a criança ande descalça, na

grama, na areia... O contato direto com o chão,

o movimento dos dedos nessas condições, a

pressão, tudo isso ajuda a formar a curvatura do

pé. Coisa que os sapatos dificultam. Para criança,

andar descalça ajuda a dar firmeza, ajuda no

desenvolvimento dela. Evidentemente, não vamos

fazê-la andar no asfalto quente, claro.

O que devemos evitar, em adultos ou crianças,

é o contraste de temperatura. A menos que nossa

imunidade esteja em desequilíbrio. Estando o

meio interno em equilíbrio, o chão frio não é

risco. O que causa doença é a presença de vírus,

bactérias ou fungo. Se não há isso, o corpo não

fica doente.

A ideia de que chão frio é prejudicial vem de

antigamente. Os antigos diziam que podia dar

caxumba e que, no caso dos meninos, “recolhia”,

ou seja, eles teriam uma infecção nos testículos.

Sabemos que em países frios as pessoas se

jogam em águas congeladas, como na Sibéria,

para comemorar algo e nada acontece. São

hábitos.

Mude, e o mundo

muda em volta de você

Ao longo da história humana, a busca

por uma vida plena sempre foi motivo de

reflexões e, no passado, a Filosofia descrevia

a conquista da felicidade como resultado das

nossas posturas éticas, das nossas práticas

na vida. O mundo seria tão bom quanto

nossas ações! Hoje, parece que estamos

perdendo essa dimensão ética e, cada vez

mais, os fins justificam os meios.

Quando priorizamos apenas o que nos

traz mais vantagens imediatas, mesmo que

não seja bom, adequado, justo, aceitável

etc, abrimos espaço para a insatisfação.

Pois, ao mesmo tempo

que conseguimos separar

racionalmente o que deve

ser feito do que pode ser

feito, não conseguimos

fazer isso afetivamente.

É assim que perdemos o

equilíbrio interno.

Cada vez que violamos

nossos princípios, crenças e sonhos em

troca de satisfação imediata, entramos

em conflito afetivo. Isso pode nem ser

percebido conscientemente, mas age dentro

de nós, gerando ansiedade, medo, dúvida,

ressentimento, culpa e preocupação, nos

levando a uma constante insatisfação com

nós mesmos e a vida que levamos… É um

ciclo vicioso.

Por mais alto que nossos desejos e

necessidades gritem, não podemos satisfazê-

los sem levar em consideração as suas

consequências sobre nós mesmos e os

outros. Como os filósofos da Antiguidade nos

ensinaram, o mundo é um reflexo daqueles

que o habitam. E a nossa felicidade tem a

dimensão e a qualidade do que fazemos no

mundo que ajudamos a construir.

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

edições anteriores esta edição próximas edições

80749

Em uma colisão a

uma criança de 10kg é projetada

com um peso aproximado de

Quando violamos nossos princípios, crenças e sonhos, entramos em conflito

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

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7 27/1/2010

atividades físicas & superação de desafios

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

817/2/2010

maturidade feliz & respeito

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kg

Preferência pela vida

Com o

horário de verão, as

tardes são mais longas. Parques,

praças e academias lotam. O clima e a

vontade de perder os quilinhos de inverno são

estímulos. Mas e quando tudo isso cessar? No penúl-

timo caderno Unimed Espaço Vida – Atitudes que geram

bem-estar, o tema é a importância da prática regular de

atividades físicas. Preguiça, falta de tempo e nenhuma afi-

nidade com o trio camiseta, tênis e boné são as desculpas.

Na tentativa de derrubar uma a uma, ampliar a reflexão

sobre o tema e associá-lo a uma mudança real de

atitude, este caderno fala também sobre o prazer

de encarar desafios, de encorajar-se. É uma

intimação - afinal, o motivo é nobre:

praticar exercícios faz bem à

saúde.

INFORME COMERCIAL | 27 de janeiro de 2010

A caminho

da mudança

Com o

horário de verão, as

tardes são mais longas. Parques,

praças e academias lotam. O clima e a

vontade de perder os quilinhos de inverno são

estímulos. Mas e quando tudo isso cessar? No penúl-

timo caderno Unimed Espaço Vida – Atitudes que geram

bem-estar, o tema é a importância da prática regular de

atividades físicas. Preguiça, falta de tempo e nenhuma afi-

nidade com o trio camiseta, tênis e boné são as desculpas.

Na tentativa de derrubar uma a uma, ampliar a reflexão

sobre o tema e associá-lo a uma mudança real de

atitude, este caderno fala também sobre o prazer

de encarar desafios, de encorajar-se. É uma

intimação - afinal, o motivo é nobre:

praticar exercícios faz bem à

saúde.

Aiaiai... a preguiça

está vencendo?

INFORME COMERCIAL | 27 de janeiro de 2010

Razões para abandonar a comodidade e incluir de vez uma hora de atividade física orientada pelo menos três vezes na

semana não faltam. Desculpas também não.

> Prazer gera prazerO fundamental é que o exercício seja adequado às condições biológicas do indivíduo e cause prazer. Não se comprometa com uma atividade que não tem nada a ver com você. Depois de iniciada, o corpo ajuda. Há liberação de endorfinas, verdadeiros “tranquilizantes” naturais, que provocam prazer.

> Vai experimentandoNão existe uma “tabela” de carga de exercíciosfísicos adequada, porque há diferenças etárias, de condicionamento fisico-atlético, enfermidades co-existentes e predisposição individual. Uma recomendação padrão é de que as pessoas pratiquem exercícios aeróbicos (e em geral se fala em caminhada) por 40-50 minutos, no mínimo de 3 a 4 vezes por semana, sem carregar pesos, com roupas e calçados adequados, com controle médico e o acompanhamento de um profissional capacitado.

> Divirta-se tentandoNão existe uma atividade ideal, e nem uma é melhor do que a outra. Procure algum exercício que combine com seu estilo de vida. Se já tentou a caminhada e não foi adiante, não insista. Tente outra coisa. E outra. E outra...

> Monte uma estratégia,com começo, meio e fimPara emergir da cama ou do sofá, trace um objetivo. “Hoje, só hoje, vou ...”. Para o durante, convoque um amigo ou amiga que já pratica atividade - ele/ela será seu motivador. Um exemplo bem-sucedido é o do neurologista Norton Goulart, que começou a caminhar estimulado pela pela mulher Miriam. Até então, se perguntava: qual a graça disso? “Hoje, caminho mais do que ela”, revela ele, que transmitiu o hábito para as filhas. E, no final, recompense-se: um banho especial, uma massagem, um prato saudável, uma bebida refrescante.

> Que tal?Para quem busca novos contatos sociais, são recomendados os esportes coletivos,como vôlei, basquete, futebol ou grupos de caminhadas ou corridas. Para os mais introvertidos, a natação é uma boa ideia. A musculação é um exercício fundamental para quem busca uma melhora funcional para as atividades cotidianas. A dança é uma excelente sugestão para quem busca divertimento, e as lutas marciais aliviam tensões psíquicas e ajudam no desenvolvimento do raciocínio, do autocontrole e da confiança.

> AtençãoEvite caminhadas ou corridas em beira de estradas. O risco de acidente é alto, apontam estatísticas.

> Diminui a capacidade cardiorrespiratória, gera instabilidade das articulações e a fragilidade muscular, contribuindo para um processo de degeneração, dificultando, assim, o funcionamento natural do corpo.

> Está relacionado a diabetes, estresse, obesidade abdominal, osteoporose e artroses. Também agrava quadros de depressão e ansiedade.

> É considerado fator primário para a ocorrência de doenças do coração, como a cardiopatia isquêmica e a hipertensão arterial.

O repertório de desculpas é vasto,

mas o foco aqui cai sobre três das mais

difíceis de contornar: sinto preguiça, me

falta tempo e não gosto.

Antes de derrubar esses três pretex-

tos um a um, aqui vai um resumo daqui-

lo que você já sabe. As facilidades mo-

dernas reduziram muito a necessidade

de mínimos esforços físicos, e a falta de

atividades que ponham o corpo para se

mexer inteiramente gerou um problema:

nos acostumamos ao sedentarismo.

“São muitos e perigosos os riscos do

sedentarismo, desde a maior prevalên-

cia de enfermidades cardiovasculares,

como a cardiopatia isquêmica e a hiper-

tensão arterial, até o desenvolvimento

das enfermidades cronico-degenerati-

vas, tais como a osteoporose e as artro-

ses, passando pelos quadros de ansie-

dade e depressão, mais comuns e mais

graves nas pessoas sedentárias”, alerta

o cardiologista Luiz Fernando Hormain.

“A insuficiência de movimentos dimi-

nui a capacidade cardíaca e respirató-

ria, gera instabilidade das articulações

e a fragilidade muscular”, afirma Luis

Teixeira Rocha, orientador físico.

Acostumar-se com o sedentarismo,

portanto, é um risco. E é justamente o

costume que derruba a primeira descul-

pa, a preguiça. Bem que tentamos en-

contrar um motivo neuroquímico para

explicar por que é tão difícil começar,

mas, segundo o neurologista Norton

Goulart, não tem nada a ver. “Conside-

rando uma pessoa normal, saudável,

sem nenhuma patologia que afete sua

disposição, a preguiça não se explica

fisiologicamente. Está associada ao cos-

tume, aos hábitos, que vêm de família

ou estão relacionados ao meio em que

se vive, até mesmo o clima. E hábitos são

coisas arraigadas, difíceis de mudar”,

explica ele. Ou seja, preguiça é falta de

estímulo.

Desculpa 2: falta tempo. Ah, com cer-

teza falta. Mas falta para tudo hoje em

dia, e a vida precisa continuar. E o que

você faz? Prioriza, escolhe o que vai fa-

zer e o que não vai. Lembrou da agenda?

Inclua lá sua uma hora de atividade físi-

ca três vezes por semana. O doutor Gou-

lart faz isso há 30 anos. “A gente inclui na

agenda trabalhar, tomar banho, comer,

se divertir. Tem de pôr uma atividade

também. E não negociar aquele horá-

rio”, ensina ele. Tente pensar de uma ou-

tra forma: há outras coisas que fazemos

na vida que não são exatamente praze-

rosas. E, no entanto, fazemos. Por quê?

Não espere ter de “baixar o coleste-

rol” para cumprir o compromisso sem

culpa. Não é luxo cuidar do corpo, é ne-

cessidade. “Eu não sei se a caminhada

me faz mais bem emocional ou físico”,

incentiva Norton, já abrindo caminho

para derrubar a desculpa 3.

“Não gosto”. Gosta, sim. Aqui, a pro-

va está nos processos neuroquímicos

desencadeados pela atividade física. “As

endorfinas liberadas são estimulantes

naturais, causam uma sensação de feli-

cidade, alívio, semelhante a antidepres-

sivos e sem os efeitos colaterais destes”,

explica o neurologista. Se os mecanis-

mos cerebrais não explicam a preguiça,

o contrário sim. As sensações agradáveis

recém descritas evitam que uma pessoa

que tenha conquistado o hábito de se

mexer volte a ser sedentária. “Depois de

incluir o hábito por seis meses a um ano,

não se larga mais. Sente-se falta”, garan-

te o médico.

Se o seu corpo vai, naturalmente,

gostar daquela horinha de exercícios, lhe

resta caprichar no entorno. Esse é o pon-

to: gostar do entorno. A escolha da ativi-

dade, o local de prática, a companhia, a

roupa que se usa, a hora destinada, o cli-

ma – tudo interfere naquele “não gosto”.

Construa um entorno prazeroso, faça

o que está a seu alcance para mudar

o contexto, investigue! Além de ser em

nome de uma boa causa, é um excelente

exercício de auto-conhecimento. Porque

do resto as endorfinas se encarregam.

Resumindo: não tem nada de errado

com você, só é preciso mudar. Mas mudar

não é fácil. Em alguns casos, pode ter con-

tornos heróicos! Por isso, o texto da próxi-

ma página.

O principal erro é se submeter a uma grande carga de exercícios de forma brusca, sem

avaliação médica, correndo riscos, desde uma simples distensão muscular até um infarto

do miocárdio. O exercício físico exige planejamento e segurança. O benefício está na

regularidade. A descontinuidade faz com que se perca condicionamento, com os

mesmos riscos do sedentarismo.Luiz Fernando Hormain, médico cardiologista da Unimed Litoral Sul

Fontes: Luis Teixeira Rocha, orientador físico, Luiz Fernando Hormain, médico cardiologista da Unimed Litoral Sul,

e Norton Goulart, neurologista da Unimed Santa Rosa

Os riscos do sedentarismo

Então... comece a se mexer

Vamos lá,enfrente, com coragem!

INFORME COMERCIAL | 27 de janeiro de 2010

A liberação de neurotransmissores como a endorfina e a dopamina gera prazer e, a partir de um determinado momento, evita que se

abandone a atividade física regular. Mas é preciso começar.

O principal erro é se submeter a uma grande carga de exercícios de forma brusca, sem

avaliação médica, correndo riscos, desde uma simples distensão muscular até um infarto

do miocárdio. O exercício físico exige planejamento e segurança. O benefício está na

regularidade. A descontinuidade faz com que se perca condicionamento, com os

mesmos riscos do sedentarismo.Luiz Fernando Hormain, médico cardiologista da Unimed Litoral Sul

Superação é a palavra de ordem nos primeiros meses.

Assim, adotar definitivamente uma atividade física regu-

lar fica muito próximo de um... ato heróico!

Coragem para começar mesmo estando

muito acima do peso, mesmo se sentindo um

peixe fora d’água. Coragem para deixar o car-

ro em casa e caminhar ou pedalar até o trabalho.

Coragem para acordar mais cedo e encaixar uma hora de

suor antes do trabalho. Coragem para vestir um abrigo e

sair na chuva mesmo. Coragem para, quem sabe, se ins-

crever em uma competição. Enfim, não importa o objeti-

vo. Desafie-se. Prove de sua coragem. Por quê? Porque faz

bem à saúde. Duvida? Leia abaixo motivos para acreditar.

1Superar metas revela nosso potencialComo saber do que somos capazes se não somos de-

safiados a testar nossos limites? As dificuldades que

encontramos ajudam a revelar forças desconhecidas,

mostram o quanto precisamos melhorar e aprender para

nos tornarmos a pessoa que desejamos ser. Transformar-

se requer mudança, ruptura, renovação. Encontrar um

obstáculo no caminho dos nossos planos é a única manei-

ra de nos forçarmos a abrir mão de velhos hábitos e de ve-

lhas crenças. O obstáculo entre nós e o nosso real desejo

é capaz de revelar o potencial para a superação. Quando

o obstáculo parece ser maior do que as forças, devemos

parar e avaliar o porquê de percebermos as coisas dessa

maneira. Há muitas formas de transpor uma barreira, e

nem todas as pessoas encontram as mesmas soluções no

mesmo tempo, pois o que funciona para um não funciona

para todos.

2Encorajar-se causa prazerO desafio nos força a avaliar o que realmente é im-

portante para nossa vida. Quando algo é realmente

importante para nós, descobrimos que somos capazes do

impensável. A ausência de desafios faz com que tudo na

vida pareça igual; é como se a certeza de que os aconteci-

mentos se darão de uma determinada forma nos levasse a

uma espécie de letargia motivacional. Não dá para disper-

diçar energia e tempo com o que não é significativo para a

nossa vida. Aí reside o prazer da superação. Quando ven-

cemos um desafio, nos sentimos mais coerentes, mais de

acordo com os nossos desejos e motivações. Reconhecer o

valor de uma ação nossa dá significado à vida que estamos

vivendo, sentir que estamos dispostos a lutar pelo que que-

remos gera coragem e confiança, e isso dá muito prazer!

3Conquistas repercutemem outras áreasQuando atingimos uma meta e/ou vencemos um

desafio, em qualquer área da vida, nos sentimos mais

confiantes. A superação sempre exige que desenvolva-

mos, ou aperfeiçoemos, uma habilidade. Ou seja, supe-

ração sempre está associada à transformação. Não é

possível atingir uma meta, alcançar um objetivo sem

mudarmos algo em nossa forma de fazer, pensar e sen-

tir. Por isso o efeito positivo obtido com a superação,

numa área qualquer da vida, desencadeia todo um

processo de reavaliação da autopercepção, levando a

nos vermos como mais capazes. Tudo isso melhora a

autoestima e nos predispõe a nos sentirmos mais mo-

tivados a correr riscos, a tentar coisas que nunca fize-

mos antes, ou a ir mais longe e mais fundo naquilo que

já fazemos.

4Autoconhecimentodomina receiosA coragem tem a ver com autoconfiança, logo, bai-

xa auto-estima e pouca confiança na própria capacidade

tendem a nos fazer hesitar frente ao desafio. Em função

disso, o medo do fracasso leva muita gente a hesitar.

Quando nos lançamos no enfrentamento de um desafio,

é fundamental considerar a possibilidade do insucesso, e

se preparar para lidar com ele, caso ocorra. A pessoa que

se sente insegura, pouco confiante, não suporta pensar

no fracasso. Isso acontece porque ela se vê como tão in-

capaz que não consegue pensar nisso como oportunida-

de de aprendizado e de correção das próprias limitações.

Esse tipo de visão gera muita ansiedade, fortalecendo o

medo, que ganha força e leva à paralisação. Seguramen-

te, enfrentar o medo de fracassar requer coragem! Um

outro medo que também paralisa é o do sucesso. A pos-

sibilidade do sucesso gera medo porque, ao sermos bem-

sucedidos, criamos expectativas mais altas, sobre nós e

sobre os nossos feitos.

Quanto mais consciência temos do que sentimos,

pensamos e queremos, mais chances temos de identifi-

car o que realmente importa, e o desejo é um dos grandes

“gatilhos” para a expressão da coragem. É fundamental

desejarmos muito aquilo que buscamos. Há muitas for-

mas de ser corajoso, e a maioria delas não envolve feitos

extraordinários, força descomunal ou grandes malaba-

rismos, mas exige uma enorme dose de disposição para

agir de acordo com o próprio coração.

Fonte: Angelita Viana Corrêa Scardua é Mestre em Psicologia Social pela USP/SP,

Especialista em Psicologia Junguiana (PUC), pós-graduada em Neurociências e

Comportamento (USP). Leia entrevista completa em www.unimedespacovida.com.br

INFORME COMERCIAL | 27 de janeiro de 2010

Mais amigos e mais qualidade de vida

516/12/2009

controle emocional & serenidade

123 /9/2009

consciência ambiental & atitude

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

Unimed pelo Rio Grande

Caminhar. Quem duvida dos benefícios que um dos mais

básicos movimentos de que o corpo humano é capaz de

promover precisa conhecer duas iniciativas do Espaço Vida

Unimed – uma no Cassino e outra em Porto Alegre.

Regularmente, e com acompanhamento de educadores

físicos, um grupo que encarou o compromisso com

a qualidade de vida se reúne para oxigenar corpo e

mente. Enfermeiros e instrutores atestam avanços

no condicionamento físico de quem não conseguia

caminhar uma quadra sem se sentir cansado, além

de perdas de peso e melhora na autoestima dos

participantes. Milagre? Não. Determinação. O resto

o corpo faz, reagindo quimica e fisiologicamente.

Segundo a técnica de Enfermagem Raquel

Martins, a atividade reduz o estresse e a

ansiedade: “E reduz as chances de depressão,

além de melhorar a circulação sanguínea e

fortalecer o músculo cardíaco”, afirma. Os

participantes reconhecem que a atividade

dá prazer, por ser em grupo, motivação, por

causa dos efeitos positivos, e segurança, por ser

orientada.

Em Porto Alegre, a caminhada ocorre nas

terças e quintas-feiras, às 9h e às 18h15min, no

Parque Farroupilha. As inscrições são gratuitas

e seguem abertas para novos participantes. No

Cassino, a atividade ocorre na beira da praia até

11 de fevereiro, todas as terças, quintas e sábados,

com saída às 8h30min, da frente da Passarela.

O projeto é mantido o ano inteiro, apenas no

verão se transfere para beira-mar – renovando

o cenário e a motivação. Atualmente, cerca de 70

pessoas participam da iniciativa que ocorre pelo quarto

ano consecutivo. A caminhada é aberta à comunidade,

conta com o suporte do serviço SOS, ambulância e equipe

médica com enfermagem.

Atividade é orientada por educador físico

www.unimedespacovida.com.br

Conheça mais detalhes do projeto Unimed Espaço Vida,

que inclui a produção deste e de mais sete cadernos, acessando o endereço

corpo são mente sã

Por que esfregamos/levamos a mão

a um machucado/batida, como se

quisesse fazer passar a dor?

“Quando ocorre um estímulo doloroso em

alguma região do corpo, como, por exemplo

queimadura, picada de um alfinete, batida ou

outro, é desencadeado um reflexo que provoca a

contração dos músculos do local afetado, fazendo

com que o membro seja afastado e retirado do

estímulo. Este reflexo é chamado “reflexo da

dor” e sua intensidade e o tipo de movimento

gerado por ele vão depender do nervo que é

estimulado”, explica a médica Monia Di Lara

Dias, anestesiologista e clínica médica. “Por este

motivo retiramos rapidamente a mão quando em

contato com uma superfície quente, e levamos

reflexamente a outra mão na tentativa de afastar

o estímulo doloroso”, afirma ela.

Segundo o neurologista Norton Goulart, além

desse gesto instintivo de proteção, levar a mão ao

local de um traumatismo pode aplacar a sensação

de dor. “Não levamos a mão exatamente no

ponto onde bateu. Tocamos ao redor e exercemos

pressão na pele do entorno. O ponto da batida

acumula substâncias, seja sangue, seja líquido

inflamatório. A dor é causada por esse aumento

de pressão local. Quando levamos a mão ao redor

e pressionamos a pele, aumentamos o volume,

abrimos mais espaço/área para aquele acúmulo,

aliviando a pressão que ele está provocando no

local, que é o que está fazendo doer”.

edições anteriores esta edição próxima edição

2,6Conforme a

Organização

Mundial da Saúde,

pelo menos

de pessoas morrem

anualmente por excesso

de peso ou obesidade.

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o s t e x t o s d e a u t o a j u d a q u e c i r c u l a m p o r a í

7 27/1/2010

atividades físicas & superação de desafios

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

817/2/2010

maturidade feliz & respeito

AN

S –

36

70

87

Div

ulga

ção

Uni

med

milhões

Você é o que você come

Na espécie humana, o ato de se

alimentar está tão associado às emoções

como qualquer outra atividade que nos

pareça essencial à sobrevivência, seja fazer

sexo ou trabalhar. Para nós, o alimento se

associa ao que entendemos por estilo de

vida, identidade, personalidade. Por isso,

muitas vezes, a escolha de um alimento

pode expressar o que sentimos.

Quando sentimentos associados à

raiva e ao estresse povoam nossa mente, o

cérebro ativa mecanismos muito primitivos

de proteção e defesa, capazes de despertar

reações primárias de ataque como rasgar

e morder. Já quando estamos ansiosos, nos

tornamos dispersos e

inquietos; o ato repetitivo

de levar pequenas porções

à boca nos ajuda a manter o

foco. É aí que entra em cena

o desejo por comidas como

pipoca, chips, salgadinhos, castanhas etc.

Alimentos com cores e formas variadas

podem ser a opção de quem está entediado.

A repetição exasperante dos mesmos

estímulos, dia após dia, destrói os neurônios.

A tendência é que tentemos combater o fastio

com a comida. Açúcar, gordura e carboidrato

tendem a ser a escolha alimentar de 10 entre

10 pessoas com algum tipo de carência afetiva.

Pessoas carentes se sentem desmotivadas

e, por isso, podem se sentir compelidas a

buscar energia em alimentos calóricos como

chocolate e massas.

Seja qual for a sua escolha alimentar,

procure diversificá-la. Ao experimentarmos

diferentes alimentos, exercitamos nossa

capacidade de adaptação, estimulamos

nosso cérebro, renovando nosso potencial

de aprendizagem. Tente, também, prestar

atenção aos efeitos que o alimento tem sobre

o seu bem-estar emocional. Afinal, o ato de

comer deve oferecer prazer e satisfação tanto

para o corpo quanto para a mente!

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

Seja qual for a sua escolha alimentar, diversifique!

Viver bem, nãoimporta a idade

Embora pareça, à pri-

meira vista, este não é exatamente

um caderno sobre terceira idade – expressão,

aliás, que mais atrapalha do que ajuda. E, se todos os

sete cadernos anteriores foram, a rigor, sobre viver, este úl-

timo é sobre um pouco mais do que isso. É sobre conviver. Mais

do que conviver com a diferença imposta pelo abismo que o tempo

pode abrir entre duas ou mais gerações, abordar a terceira idade é

um pretexto para falar do exercício da convivência com a gente mes-

mo, com o que fizemos, fomos, com o que esperávamos ser, com nossas

expectativas e nossa realidade. Um dia, esse “cara-a-cara” chega. E aí

parece que todas as virtudes e sentimentos abordados nos sete cader-

nos anteriores se revalorizam, ganham maior importância. O oita-

vo e último caderno da série Unimed Espaço Vida – Atitudes que

geram bem-estar, curiosamente, abraça todos os anteriores.

E talvez não haja representação mais apropriada para o

conjunto deles do que o semblante de um senhor ou

de uma senhora cheio de sabedoria, serenida-

de, dignidade e vivacidade.

INFORME COMERCIAL | 17 de fevereiro de 2010

Viver bem, nãoimporta a idade

Aceite a

metamorfose e...

INFORME COMERCIAL | 17 de fevereiro de 2010

Esqueça o que você acha que é a terceira idade. Por você e por aqueles que viveram mais do que você. Acolha o que é... diferente!

Não por acaso o tema da página ao lado é respeito.

> Estabeleça firmes objetivos presentes e futurosA aproximação do final de um ciclo, em qualquer circunstância, nos remete a uma dimensão muito maior em termos de reflexão e inventário das ações ao longo do caminho, bem como nos coloca em contato com sentimentos com os quais não temos parâmetros. O resultado (profissional, financeiro e afetivo) poderá ser próximo ou muito afastado do que consideraríamos como sendo o adequado ou motivo de nossa busca; entre as ações e reações da trajetória de uma vida, restarão vivências que poderão ser mais ou menos marcantes, cujos reflexos se farão sentir, certamente, no momento em que a reflexão encontrar seu tempo para acontecer, com mais ênfase na terceira idade.

> Estimule a memóriaA manutenção da memória é fundamental para que se preserve a independência na idade avançada. Os estudos demonstram que manter diversos focos de interesse, aprendizado e leitura é um fator de longevidade para a memória, mas existem vários outros ligados a um estilo de vida saudável. Por isso, a estimulação através da leitura, de exercícios de memória, palavras cruzadas e jogos como xadrez são bem-vindos. Valer-se de dispositivos eletrônicos para isso ainda funciona como forma de interação com os mais novos, ativando o cérebro e promovendo bem-estar, pela convivência. Evitar o estresse e tratar a depressão também são fundamentais para o estado da memória.

> Alimente-se de forma saudável e controle fatores de risco, como excesso de peso, diabetes, fumo e álcool Frutas, verduras, legumes, peixe e uma boa hidratação são indispensáveis para uma saúde equilibrada. Nunca é tarde para se começar a buscar o equilíbrio na alimentação, mas os resultados serão melhores quanto mais precoces e adequados forem os cuidados.Somos resultado também daquilo que ingerimos. A alimentação adequada tem relação direta com prevenção de doenças, como obesidade, diabetes e a hipertensão arterial.

> Faça atividades físicas regularesAs atividades aeróbicas ao ar livre são mais indicadas, ainda que alguns exercícios isométricos (musculação) possam ser

interessantes para a manutenção do vigor físico.A natação, por ser de baixo impacto, é uma das práticas mais adotadas na terceira idade, assim como a dança.No universo da atividade física, o limite não é o modelo estabelecido, mas, sim, o sentir-se bem, e isso depende de cada indivíduo. Assim, não deveríamos nos surpeender com os saltos de pára-quedas, prática de windsurf, dentre outras atividades que possam ser executadas também por idosos.Por que: melhora o sono e traz benefícios cardiovasculares e uma melhor condição de recuperação do organismo, assim como propicia maior proteção à ocorrência de estresse.O sedentarismo, por sua vez, está associado à ocorrência de obesidade e problemas cardiovasculares, por exemplo, e na terceira idade está relacionado à ocorrência de osteoporose.

> Mantenha relações afetivas e sexuais saudáveisConserte, perdoe. Relações saudáveis são fonte de agradáveis lembranças. Os idosos que desfrutam de uma boa relação afetiva, em geral, costumam sofrer menos eventos depressivos, que podem ter como fator contribuinte o isolamento e a rigidez afetiva.Sexo é parte fisiologicamente ativa no ser humano e não há contra-indicações para que seja praticado em qualquer idade, a não ser que se interponham doenças que alterem a sua prática. A geriatria desenvolve-se com enorme potencial para propiciar cada vez mais qualidade e menores restrições a um novo estilo de vida escolhido pelo idoso, associada às modernas soluções na área da ginecologia e da andrologia/urulogia. O sexo pode ser visto como uma maratona, ou seja, todos percorrem o caminho, competindo cada um na sua categoria.

> Trate a questão material como meio facilitador, mas busque a compreensão da espiritualidadeO que hoje nos faz feliz, talvez, após alguns anos, “não tenha mais lugar” no nosso cotidiano. A mente terá que se adaptar à nova realidade com algumas limitações. A espiritualidade abre caminho para a melhor compreensão do que está à frente no processo de envelhecimento, enquanto a materialidade nos impõe sérias limitações.

Este não é um texto sobre a terceira

idade. É sobre a inevitável passagem do

tempo e sobre o quanto a consciência

das implicações disso influencia a qua-

lidade da vida que se leva (em qualquer

idade).

Implicações como as seguintes: pro-

blemas cardiovasculares (insuficiência

cardíaca, cardiopatia isquêmica), pro-

blemas neurológicos (alterações da me-

mória, doenças como Alzheimer, AVC,

entre outras), diminuição da capacidade

visual, do paladar, olfato, tato, aumento

do risco de osteoporose e osteoartrose,

rugas, pele flácida, perda de massa mus-

cular. Esse cenário nada animador está,

sim, relacionado ao processo de enve-

lhecimento. Mas há inúmeros fatores

capazes de determiná-los. A má notícia:

por mais que nos apliquemos no contrá-

rio, não temos controle sobre todos, até

porque não agem isolados, mas combi-

nados de forma diversa.

A boa notícia: a Medicina avança

de forma consistente para atenuar ou

contornar limitações do corpo humano

provocadas pela passagem do tempo e,

além disso, tem comprovado que a má

notícia acima está perdendo força. Sim,

falamos da eficiência e da sofisticação

de uma atitude simples: a prevenção.

“As limitações fazem parte da vida e

do processo de envelhecimento huma-

no, no entanto, não podem ser sinônimo

de restrição, de incapacidade. Tais limi-

tações têm base nas etapas pregressas

que transcorreram sem muito cuidado.

Não há dúvida de que a prevenção é o

melhor caminho e a manutenção de ati-

vidades laborais, intelectuais e físicas

trarão bons frutos a todos”, afirma o mé-

dico Cloer Vescia Alves.

Seguir uma “cartilha” preventiva, no

entanto, não basta. Até porque cada pes-

soa tem sua história e suas particularida-

des: nem tudo que vale para uma funcio-

nará com a outra. Nossa capacidade de

esbanjar saúde e vigor por mais tempo

tem relação direta não só com as esco-

lhas que fazemos e os hábitos que adota-

mos preventivamente, mas com a consci-

ência com que isso é feito. É a intenção e

como nos percebemos diante da vida que

manterão acesa a vontade de viver.

“A idade é algo biológico e fisiológico,

não existe um padrão de sinais ou sinto-

mas que determinem matematicamente

o início da chamada terceira idade. O

que mais interfere no “tempo” é a manei-

ra de pensar e agir. Existem jovens velhos

e idosos jovens. Claro que o organismo se

manifesta lentamente com modificações

claras de envelhecimento, mas o critério

básico é a personalidade e a maneira de

ver a vida.” , afirma a especialista em ge-

riatria Ana Amélia Cipriani Dias.

“A medicina estética se encarrega de

produzir intermináveis soluções para mi-

nimizar o impacto dos anos na face, nos

cabelos, enfim. O corpo poderá se manter

em condições interessantes; no entanto,

a mente e o espírito necessitam estar li-

vres para voar, trazendo, a partir deste

desprendimento, a afirmação de um es-

tado mais de escolha do que um modelo

a ser seguido”, complementa Cloer.

Fontes: Ana Amélia Cipriani Dias, especialista em Geriatria (Unimed Nordeste/RS), médico Cloer Vescia Alves, gestor de Desenvolvimento

Humano da Federação Unimed/RS, e Eliane Gomes Andara Beuren, pós-graduada em Geriatria (Unimed Vale do Sinos)

Atitudes premiadas com o tempo

Médicos apontam atitudes que, tomadas o quanto antes, são dicas de ouro para uma vida longa e mais feliz. Afinal, vale mais acrescentar anos à vida ou vida aos anos?

É preciso agirInserindo-se como agente capaz de promover e auxiliar no que propõe este ca-

derno, a Unimed está iniciando um projeto ambicioso em todo o Estado. Nos últi-

mos dias, 25 gestores mergulharam em cursos de capacitação, tomando contato

com novos protocolos, ferramentas e indicadores construídos para que permitam

ações práticas de promoção em saúde e prevenção de fatores de risco e de doenças.

O projeto, que soma teoria e acompanhamento permanente de resultados, inclui

ações institucionais que visem a mudanças de atitudes na sociedade.

“A grande premissa é a detecção precoce de fatores que possam comprometer a

saúde das pessoas, de modo que, atacados e monitorados, garantam, lá na frente,

na terceira idade, uma melhor condição de saúde”, explica Cloer Alves, gestor de

Desenvolvimento Humano da Federação Unimed/RS.

...aproveitecada fase da vida

INFORME COMERCIAL | 17 de fevereiro de 2010

Respeite os mais velhos. Quem nunca ouviu essa frase? Em tom solene, com o dedo indicador em riste, uma ordem de cima para baixo, sem maiores explicações. E como parece ser difícil cumprir “ordens” sem entender o porquê.

Mas e se dissecarmos a frase? Será que ela não fica

mais palatável? Mais carregada de sentido? Mais desafian-

te? E seu propósito mais recompensador? Eis a proposta

deste texto: rejuvenescer essa frase tão velhinha.

O primeiro passo é repensar o que é o respeito, de modo

a perceber o que há de refrescante nele – sim, porque se pen-

sou em algo rígido, opressivo e mudo, pare! Caminho errado.

Dificilmente o respeito será recrutado se não acolher-

mos a diferença. Basta uma olhada ao redor para com-

provar que, na atualidade, pipocam as diferenças: as cha-

madas minorias ganharam voz, há uma abertura – tímida

em alguns momentos, exagerada em outros – para o que é

diferente. Pronto, sem saída: se você, jovem ou mais velho,

aprecia essa diversidade e se dispõe a preservá-la porque

sente que o mundo será melhor assim, então, sua capaci-

dade de respeitar será necessária. E isso pode ser difícil. Vai

desistir? Professor e terapeuta, Pablo Mendes, doutorando

em filosofia, reflete:

“Ser diferente é inevitável! Nossa época deixa latente

este fato. Por isso, dialogar e respeitar as diferenças nunca

foi postura tão pertinente como é agora. Mas exercer o res-

peito torna-se tarefa difícil quando estamos lidando com

aquilo que nos incomoda, contraria, foge da jurisdição dos

nossos hábitos e costumes, mesmo que tal questão alheia

não seja atitude ilegal ou nociva a ninguém. Ser nobre de

princípios e ações em momentos bons, totalmente favorá-

veis a nós é tarefa fácil. Difícil é fazer despertar a arte do

respeito nos momentos em que somos afetados negativa-

mente por aquilo que toca fundo em nossas fraquezas e

intolerâncias.”

Para o professor, o respeito transforma. “O respeito

agrega. É elemento essencial nas relações, pois sem ele

não há como dialogar, compartilhar, trocar”, afirma. Não

se trata de impor essa ou aquela verdade, mas de construir

uma terceira: “Jamais saímos ilesos de um relacionamento.

Aquilo que nós somos afeta, contagia os outros a nossa

volta. A cada diálogo e relação com respeito às diferenças,

surgem novas ideias, pensamentos oriundos das mudan-

ças sociais, do movimento contínuo da existência, da histó-

ria. O respeito proporciona sempre a descoberta”, conclui.

O segundo passo: agora, é entender o que são “os mais

velhos”. O que pensam, o que querem, do que gostam, do

que riem, do que choram e por quê? Quanto mais afasta-

do de “pré” conceitos sobre essa fase da vida, mais

legítima será a tentativa de respeito. Pense em um

exemplo simples: é comum ver um jovem casal, pres-

tes a ter o primeiro filho, mergulhar em sites e livros

que explicam a infância. Com os mais velhos, dá

para perguntar direto (não que buscar informação

seja ruim). É mais fácil respeitar o que admiramos.

E é bom lembrar: para “lá” todos iremos. “A maio-

ria das pessoas, principalmente os jovens, não tem

nenhuma noção do envelhecer, como se isso fosse

“só para os outros, para mim não”. Se conhecemos

bem todas as etapas da vida, se nos preparamos

para as mesmas, a terceira idade se torna algo na-

tural ao ser humano”, diz a geriatra Ana Amélia Ci-

priani Dias.

Além disso, conhecer essa fase da vida propicia a

empatia, o que abre caminho para o respeito, a gen-

tileza, o melhor convívio. “Ter consideração é a ca-

pacidade de se colocar no lugar do outro e ver o que

ele precisa, o que sente e o que ele já fez. Nesse caso,

gratidão também: quem tem capacidade de gratidão

pelo que o mais velho já proporcionou, ao natural o

respeita”, analisa Ruggero Levy, psicanalista e diretor

do Instituto de Psicanálise da Sociedade Psicanalítica

de Porto Alegre.

Para tudo o que foi dito até aqui, não fica errado

pensar numa outra frase: respeite os mais novos. Mas,

a rigor, a questão aqui não deveria ser uma disputa:

respeite os mais velhos x respeite os mais novos. A dis-

puta existe e é, até certo ponto, necessária.

“O conflito de gerações é inevitável e ele sempre

se renova. O jovem, no auge de seu entusiasmo, tende a

querer desprezar o que é mais velho. Isso depende de um

trabalho de amadurecimento, aprendizagem, da desilusão

consigo mesmo, para reconhecer o valor de quem já viveu

mais”, lembra Ruggero Levy.

Professor Mendes concorda: “tanto os mais velhos

quanto os mais novos devem praticar o respeito. Pois o

“antigo” contido na experiência das pessoas longevas com-

põem alicerces fundamentais para a formação humana.

Nesse sentido é inegável o quanto as pessoas longevas têm

a ensinar às pessoas mais jovens, assim como a recíproca é

verdadeira. Pois a atualidade, o tempo presente dependerá

sempre do antigo e do novo combinados”.

A questão parece ser então, antes de mais nada, uma in-

tenção, um meio, sem importar a quem: respeite. Respeitemo-

nos. Sem dedo em riste, mas lado a lado, seja qual for a idade.

“Ao praticarmos este respeito às diferenças, ou pelo

menos tentarmos com vontade e entusiasmo, ganhamos

a preciosa oportunidade de aprender com nossos próprios

erros e também com os erros alheios”, afirma Mendes.

INFORME COMERCIAL | 17 de fevereiro de 2010

A melhor idade: uma conquista diária

516/12/2009

controle emocional & serenidade

123 /9/2009

consciência ambiental & atitude

214/10/2009

doação de órgãos & generosidade

34/11/2009

prevenção do estresse & bom humor

425/11/2009

cuidados na infância & o brincar

Unimed pelo Rio Grande

Na Serra, as Academias da Melhor Idade (Amei) têm

proporcionado a senhores e senhoras os benefícios da prática

regular de atividades físicas ao ar livre, de forma orientada e

prazeirosa.

A primeira Amei da região entrou em funcionamento

em setembro de 2008, no Parque Getúlio Vargas (dos

Macaquinhos), para proporcionar a pessoas com mais

de 45 anos um circuito de atividades físicas formado

por 10 aparelhos dispostos ao ar livre, aberto à

comunidade. A Unimed Nordeste-RS – por meio de

seu departamento de Responsabilidade Social e de

Medicina Preventiva – e a Prefeitura Municipal –

representada pelas secretarias da Saúde, do Meio

Ambiente e do Esporte e Lazer – assinam o projeto.

Depois disso, foram inauguradas outras

cinco unidades, também em parceria com as

respectivas prefeituras: três em Caxias do Sul (no

Parque Cinquentenário e nos bairros Desvio Rizzo

e Galópolis), uma em Nova Roma do Sul (ao lado

do Campo Municipal) e outra em Farroupilha (no

Parque dos Pinheiros).

A proposta, que é um convite a uma vida

não apenas longeva, mas com qualidade e

bem-estar, tem conquistado cada vez mais

adeptos. Os participantes recebem orientações de

profissionais qualificados, como o tempo ideal em

cada série de exercícios, além de corrigir posturas,

sanar dúvidas, aferir pressão arterial e controlar os

sinais vitais. Nos demais horários do dia – e aos fins

de semana –, os aparelhos

podem ser utilizados por

pessoas de qualquer idade.

Segundo os

idealizadores das Ameis,

entre os efeitos, estão

a maior mobilidade

das articulações, o

fortalecimento dos grupos

musculares e a decorrente

melhora da flexibilidade

e da coordenação

motora, que propicia um

aumento da capacidade

cardiorrespiratória.

Prática de exercícios variados ao ar livre

www.unimedespacovida.com.br

Leia mais sobre o trabalho de medicina preventiva da Unimed RS em

corpo são mente sã

Por que grávidas têm desejos?

> Francisco Pilla, ginecologista e obstetra, presidente da Unimed Vale do Sinos, responde:

Os desejos são reais mesmo e derivam de, pelo

menos, dois aspectos. Um deles é o metabólico.

A gravidez altera significativamente o estado

do metabolismo feminino, e a mulher sente

necessidades, inclusive a de comer mais. E isso

pode se traduzir em variar o cardápio, até o ponto

de querer experimentar algo fora do comum. Há

vezes que isso está relacionado a alguma carência

vitamínica, e não está descartada a investigação

junto ao obstetra.

Mas o aspecto mais importante é o

psicológico. Uma certa ansiedade faz parte

do quadro. A mulher fica preocupada consigo,

com o estado de saúde do bebê, pensa se tudo

vai dar certo, as complicações possíveis... O

lado emocional se altera, e ansiedade também

influencia o apetite.

É importante salientar que há de se ter bom

senso quanto aos desejos, no sentido de não

se descuidar dos componentes nutricionais

realmente necessários à mulher e ao bebê e,

principalmente, de evitar sobrepeso.

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6514

Segundo o IBGE, em

2050 o percentual

de maiores de da população

brasileira será igual

ao de jovens com até

D i c a s d e s a ú d e e s c o n d i d a s n o c o t i d i a n o

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7 27/1/2010

atividades físicas & superação de desafios

66 /1/2010

direção defensiva & gentileza

817/2/2010

maturidade feliz & respeito

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36

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87

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Ninguém é responsável

por sua felicidade

Você é feliz? Se não o é, o que falta para

que você possa alcançar a tão sonhada

felicidade: amor, dinheiro, amigos, trabalho...?

Se você não se considera uma pessoa feliz, é

muito provável que, assim como outros não

felizes, acredite que a felicidade depende de

algo que você não tem.

Os estudos sobre a felicidade têm

revelado que fatores como riqueza, beleza,

juventude e sucesso não tornam as pessoas

mais felizes. Tanto é que a psicologia da

felicidade vem identificando pessoas que

se consideram felizes entre pobres e ricos,

jovens e velhos, escolarizados

e analfabetos, anônimos e

célebres, saudáveis e doentes.

Mas, se a felicidade é possível

nas mais variadas condições

de existência, então por que

alguns são felizes e outros não?

Basicamente, o que distingue os

felizes dos não felizes é a confiança na

capacidade de conduzir a própria vida.

Sentir-se responsável pelas próprias escolhas,

dispondo-se a assumir as consequências

disso, estimula o desenvolvimento de

potencialidades como o otimismo, a

criatividade, a coragem, a fé, a auto-iniciativa,

a tolerância e a autocrítica. Tais características

são fundamentais para a experiência da

felicidade; e, o melhor de tudo, é que elas não

dependem de ninguém, só da gente!

Assim, quando nos sentimos capazes de

lutar contra as adversidades e de saborear

nossas conquistas temos muito mais chances

de sermos felizes do que quando esperamos

encontrar a felicidade num evento específico.

Afinal, toda vida tem seus altos e baixos, e se

soubermos aprender a viver melhor com cada um

deles descobrimos que a felicidade é a vida inteira,

pois, o momento ruim nos ensina a valorizar o

bom, e este nos fortalece para enfrentar aquele.

> Fonte: Angelita Corrêa Scardua, mestre em Psicologia Social pela USP/SP, Especialista em Psicologia Junguiana (PUCSP), pós-graduada em Neurociências e Comportamento (USP)

Por que algunssão felizes eoutros não?