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1 UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE-UNIARP CURSO DE PEDAGOGIA EMANOELI ZOTTO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PAPEL DOS PAIS FRENTE AO BULLYING DENTRO DO ÂMBITO ESCOLAR. CAÇADOR, SC 2011

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UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE-UNIARP CURSO DE PEDAGOGIA

EMANOELI ZOTTO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PAPEL DOS PAIS FRENTE AO BULLYING DENTRO DO

ÂMBITO ESCOLAR.

CAÇADOR, SC 2011

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EMANOELI ZOTTO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PAPEL DOS PAIS FRENTE AO BULLYING DENTRO DO

ÂMBITO ESCOLAR.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência para obtenção do titulo de licenciado em Pedagogia, no curso ministrado na Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP, Caçador, sob orientação do professor MS. Paulo Gonçalves.

CAÇADOR, SC 2011

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PAPEL DOS PAIS FRENTE AO BULLYING DENTRO DO ÂMBITO

ESCOLAR.

EMANOELI ZOTTO

Este trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao processo de avaliação para obtenção do titulo de:

LICENCIADA EM PEDAGOGIA

E aprovada em sua versão final em............./.........../..........., atendendo às normas da legislação vigente da Universidade do Alto Vale e Coordenação do Curso de pedagogia. __________________________________

Paulo Roberto Gonçalves Coordenador do curso

_______________________________ Paulo Roberto Gonçalves

Orientador TCC

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente ao meu esforço e dedicação e a minha família que me apoiou para a

concretização deste sonho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por sempre se fazer presente

em minha vida me dano muita força, coragem e fé.

Aos meus pais Geny e Altivir, que me apoiaram estando

sempre ao meu lado.

A minha irmã Tânia que sempre me ajudou sem medir

esforços.

Ao meu marido Michael que veio trazer mais cor e alegria a minha vida.

Ao meu orientador Paulo e a todos os professores que de

alguma forma contribuíram para meu crescimento, me

apoiando e orientando.

E a todos que acreditaram e torceram por mim.

Muito obrigado.

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RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso tem o propósito de analisar a nossa

formação enquanto profissionais da educação. Durante quatro anos tivemos a

oportunidade de ter o conhecimento sobre as diversas área das ciências que

contribuem para o desenvolvimento do ser humano, a pedagogia traz-nos o

entendimento de como podemos desenvolver o trabalho desde a alfabetização

na educação infantil, passando pelos anos iniciais e também como

trabalharmos com a alfabetização de jovens e adultos e especialmente com as

pessoas com deficiência através da educação especial. Prepara-nos para

conhecermos melhor a gestão escolar. Durante o Curso muitos assuntos e

problemas foram levantados. Escolhemos para nos aprofundar o tema: Papel

dos pais frente ao bullying dentro do âmbito escolar. O bullying escolar

compreende todas as ações nas quais há o desejo consciente de maltratar

outra(s) pessoa(s) que está em posição desigual de poder, causando intenso

sofrimento e tensão. Portanto pretendeu investigar o fenômeno bullying, suas

características e manifestações, bem como a percepção que os pais têm

acerca do problema. A pesquisa de âmbito qualitativa foi realizada com os pais

em uma escola municipal situada no município de Caçador, onde procurou

identificar a ação e conhecimento dos pais frente à prática do bullying, onde

então ficaram evidenciadas do convívio familiar. Nota-se também o grande

desconhecimento enfrentado por parte dos pais, onde muitos demonstram

dificuldade de identificar o problema e criar estratégias para ajudar ou prevenir

seus filhos. Portanto destaca-se a importância dos pais estarem atentos a este

tipo de agressão, participando mais da vida escolar de seu(s) filhos e de

programas de prevenção e combate ao bullying.

Palavras chave: bullying, pais, pedagogia, formação de docentes.

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ABSTRAT

This finishing course paperwork has the purpose of analysing our breeding as education experts. During four years we had the opportunity of having the knowledge about several science areas that contribute to human development, pedagogy give us the understanding of how we can do the work since children’s breeding, passing by starting years and how to work with young people and adults’ literacy too and specially with disabled people trough the special breeding. It prepares us to know better the school management. During the course lots of issues were raised. We chose to know better the theme: parents’ responsibility front of Bullying in school scope. School Bullying includes all of actions in what there is the conscious wish of abusing other people that are in an unequal status of power causing intense pain and stress. So it intended to investigate Bullying phenomenon, its features and manifestations, as the parents’ sense about the problem. This qualitative framework was done in a town school’s parents in Caçador, where it intended to identify the parents action and knowledge front of Bullying practice where were evidenced from family life. We can realize the great ignorance faced by the students’ parents, where lots of them showed difficulties to identify the problem and make strategies to help or advert their children. So it stands out the importance of these parents stay watching to this kind of attack, participating more frequently of their children school life and Bullying prevention and combat programs.

Keywords: bullying, parents, pedagogy, formation of teacher.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................9

1 O CURSO DE PEDAGOGIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES.............................12

1.1 CONTRIBUIÇÃO DE PENSADORES PARA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

…………………………………………………………………………………………18

1.1.1 Paulo Freire..............................................................................................18

1.1.2 Jean Piaget...............................................................................................19

1.1.3 Jonh Dewey..............................................................................................20

1.1.4 Lev Vygostsky...........................................................................................21

1.2 A PEDOGOGIA E O ESTUDO SOBRE BULLYING....................................23

1.3 O PAPEL DA PEDAGOGIA EM RELAÇÃO AO BULLYING.......................24

1.3.1 Formas de Bullying...................................................................................26

1.3.2 Cyber Bullying...........................................................................................27

1.3.3 Histórico do Bullying.................................................................................27

1.4 A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E O BULLYING...........................................29

1.5 O RELACIONAMENTO ENTRE OS PROFESSORES E OS PAIS.............30

1.6 A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO SOBRE BULLYING PARA A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO..........................................................................32

CONCLUSÃO....................................................................................................36

REFERÊNCIAS.................................................................................................37

ANEXOS............................................................................................................39

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INTRODUÇÃO O curso de pedagogia durante esses quatro anos nos ofereceu a

oportunidade de ensino e nos habilitou a trabalhar em diversas áreas como a

educação infantil, series iniciais, gestão escolar, educação de jovens e adultos

e educação especial. Durante o Curso muitos assuntos e problemas foram

abordados, escolhemos para aprofundar mais sobre o tema a presente

pesquisa: Papel dos pais frente ao bullying dentro do âmbito escolar um estudo

sobre o conhecimento e ação dos pais diante deste fenômeno, portanto esta

pesquisa tem como objetivo averiguar o conceito dos pais em relação ao

fenômeno, e a importância da prevenção no combate ao bullying no cotidiano

escolar e familiar.

O bullying começou a ser estudado através de uma pesquisa do

professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, na Noruega (1978 a 1993)

e com a campanha nacional antibullying nas escolas norueguesas. Hoje o

bullying é um problema mundial que vem se disseminando largamente nos

últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado no Brasil.

Define-se como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e

repetidas, que ocorrem sem um motivo evidente, adotado por um ou mais

alunos contra outros, causando sentimentos negativos como raiva, angústia,

sofrimento e em alguns casos queda do rendimento escolar.

Segundo (Fante. 2005)

O bullying escolar se resume em insultos, intimidações, apelidos constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuações em grupo que hostilizam e ridicularizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, ocasionando danos na aprendizagem.

Entretanto, esse fenômeno, por sua característica peculiar, no Brasil,

ainda carece de estudos mais aprofundados, visto que a maioria dos

pesquisadores da violência escolar tem dado mais atenção á violência

generalizada que acontece nas escolas.

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Ainda que tratem da violência interpessoal, os pesquisadores não dão a

devida atenção aquelas que são infligidas intencionalmente e repetidamente

contra a mesma vitima por uma serie de descriminações; por etnia, religião,

comportamento, sexualidade, entre outras, causando o desinteresse e

afastamento da vida escolar e isolamento ou agressividade dentro da

sociedade em que se está inserido.

Assim como a disciplina e um conjunto de regras que devem ser

obedecidas para o êxito do aprendizado escolar, pois faz parte de uma

qualidade do relacionamento humano entre o corpo docente e o aluno em uma

sala de aula e conseqüentemente na escola.

Neste sentido é imprescindível que se tenha consciência da importância

de a escola buscar soluções plausíveis contra o problema, assim como um

entendimento da educação de adquirir conhecimento a cerca do fenômeno

para poder fazer a distinção entre agressões causais ou atos de indisciplina do

bullying para que possam então interferir neste processo propiciando um

ambiente real de aprendizado.

Levanta-se com esta pesquisa a seguinte questão: O bullying é um

conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir

com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar

características próprias, dentre elas talvez a mais grave a de causar traumas

as vitima envolvidas.

Mas muitas vezes com todas essas informações muitos pais ainda não

conseguem perceber que seus próprios filhos estão sendo vítimas do bullying.

Dessa forma se questiona, porque ainda muitas famílias encontram

dificuldades em identificar e trabalhar o bullying com seu(s) filho(s)?

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Envolvimento da família com o ambiente escolar é de extrema

importância para assim pais, alunos e instituição buscar soluções e melhorias

para combater juntos este fenômeno.

Assim através desta pesquisa busca se estudar o papel dos pais na

prevenção e no combate ao bullying, analisando os conceitos através dos

dados levantados a partir do questionário aplicado aos pais para obtenção de

informações que sejam relevantes ao seu dia a dia dentro do âmbito escolar e

familiar, averiguando se os pais convivem ou identificam o bullying em seu

cotidiano e quais são suas condutas em relação ao combate do mesmo e

principalmente buscar da coleta de informações através da visão dos pais

diante do fenômeno bullying.

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1. O CURSO DE PEDAGOGIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES

O curso de graduação em Pedagogia teve grande contribuição durante

esse quatro anos onde tivemos a oportunidade de ter o conhecimento sobre as

diversas área das ciências que contribuem para o desenvolvimento do ser

humano além facilitar na escolha do tema em questão, pois o ser humano,

enquanto ser vivo constrói se a cada dia e assim vai dominando cada vez mais

o seu espaço. Somente através da formação continuada o professor estará se

construindo como educador.

Portanto as disciplinas ofertadas durante este período foram importantes

na elaboração deste trabalho, pois algumas como a Sociologia da Educação

que se busca o conhecimento acerca da consciência critica, filosófica e

científica da sociedade entendendo os processos de construção do

conhecimento, onde buscamos entender fatores que contribuíssem para a

construção do trabalho.

A atividade educacional está sempre atrelada à função social da escola.

Os valores sociais estão se transformando, seguindo as exigências da

sociedade que a abriga.

Freire fala sobre a responsabilidade ética do professor: O preparo do

professor (a) deve coincidir com sua retidão ética. (1996, p.18) Deve mostrar

com sua postura crítica. Embora a imparcialidade nunca seja totalmente

atingida, o cuidado ao avaliar a atitude de outrem, sem deixar que nossa visão

pessoal interfira. É enriquecedor para o aluno perceber as diferentes formas de

compreender os fatos, os posicionamentos adotados problemas e na busca de

soluções. Mas que sintam o respeito e a lealdade dos professores ao

analisarem e criticarem as posturas dos demais. A presença de cada um no

mundo deve ser consciente e responsável, por isso precisamos agir com ética.

Ao ensinar é preciso seguir alguns critérios que Freire estabelece no

livro Pedagogia da Autonomia: ensinar exige rigorosidade metódica (1996,

p.30), não basta apenas ensinar conteúdos, é preciso que se dê ao aluno a

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criticidade, a capacidade de pensar e pensar certo. Quem ensina a pensar

certo só poderá fazê-lo se tiver essa habilidade desenvolvida em si mesmo. O

bom professor ensina seus alunos a conhecerem e usarem este conhecimento

para intervir no mundo, transformando o num mundo melhor para si e para os

outros.

Ensinar exige pesquisa (1996, p.30), e para Freire pensar certo implica o

respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação bem

como o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando.

Muitas das decisões tomadas pelo professor não dependem da didática

ou do que os livros trazem escritos; depende exclusivamente da capacidade de

discernir entre o que é correto, o bom senso do professor o faz optar por isso e

não por aquilo. Mas para isso, é essencial que o professor esteja sempre em

processo de formação continuada.

O professor recebe uma formação acadêmica inicial que lhe permite

atuar, mas a cada dia surgem novos desafios à sua função. Sendo assim,

somente através da constante busca de aperfeiçoamento, de atualização e,

principalmente da construção de uma identidade de educador em uma

sociedade tão conturbada, em que a infância e a juventude estão cercadas de

estímulos, tornando a escola um espaço desinteressante aos olhos dos alunos.

As disciplinas como, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia da

Aprendizagem, Fundamentos da Psicopedagoga, Aprendizagem e

Procedimentos forneceram ferramentas sobre as fases do desenvolvimento, e

suas dimensões físicas, cognitiva, social e emocional, estudando as múltiplas

formas de expressão. Analisando os processos no cotidiano da escola, a

importância da interação entre professor e aluno, o desempenho e expectativa

de ambos, o relacionamento afetivo como determinantes de valores

pedagógicos e morais.

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Assim através do estudo da analise do tema de pesquisa foi possível

buscar entendimento tendo como base as teorias aprendidas através dessas

disciplinas, pois o bullying e um fenômeno que atinge principalmente a auto-

estima, pois as vitimas do bullying em estudos possuem uma personalidade

extremamente afetiva, repleta de sensibilidade, empatia e senso moral em

relação aos demais. Então fatores como afetividade, e conhecimento das fases

de desenvolvimento são essências para então distinguir durante o cotidiano

escolar as características próprias da idade se os comportamentos

apresentados fazem parte do comportamento esperado, se tal individuo

comporta - se e interage com os demais. É de suma importância para o

pedagogo reconhecer comportamentos que de alguma maneira excluem o

aluno, para isso e necessário buscar base nos conhecimento aprendido

durante o curso e principalmente buscar qualidade de ensino, através da boa

interação com o grupo, o educador é o mediador desse processo onde então

cabe a ele propiciar um ambiente real de aprendizagem.

Assim cabe ao professor buscar recursos enriquecedores para sua área

de atuação. Em estágios supervisionados de observação e regência associei à

doutrina apreendida em sala de aula, reconhecendo o cotidiano de uma escola,

e as partes envolvidas neste contexto.

Portanto precisamos passar por vários processos, entre eles adquirir

base nas teorias pedagógicas, entender as metodologias que fazem parte

desta natureza, adquirindo conhecimento a cerca do universo pedagógico.

Sendo de extrema importância ressaltar que todas as disciplinas

ofertadas de alguma maneira contribuíram para aquisição de conhecimentos,

entendo que desta forma cabe então ao docente buscar base para construção

de sua formação.

Dessa forma é preciso haver planejamento de nossas ações, definição

de metas, cujos resultados dependerão dos objetivos previamente definidos.

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Estes conceitos então trabalhados nas disciplinas como Didática e

Planejamento Educacional, Fundamentos da Avaliação, Planejamento e

Organização Educacional, Gestão de Pessoas na Educação, Tecnologia e

Educação, Gestão em Instituições Escolares e não Escolares. Proporcionaram

a base sobre a práxis pedagógica enquanto postura dialética abrindo-se para o

entendimento significativo de mundo, o que refletirá em ações e interferências

significativas na formação do pedagogo.

Identificar o processo avaliativo na escola analisando os critérios e

métodos de avaliação. Contextualização histórica das propostas de aferição de

resultados à aprendizagem do educando. Critérios de avaliação escolar sob o

prisma legal conforme LDB – Lei de Diretrizes e Base. Proposta de avaliação

nas diversas correntes e linhas pedagógicas. A avaliação enquanto processo

de formação e reelaboração da práxis pedagógica, além da necessidade com a

familiarização e utilização dos computadores, visando proporcionar ao aluno

familiarização com as novas tecnologias e tendências da informática.

Para os educadores, planejar é fundamental para o sucesso e a

qualidade do ensino. A formação efetiva só se dá quando nos organizamos e

nos comprometemos com os cumprimentos dos objetivos educacionais que

deve ser o da formação integral do aluno, reconhecendo-o como um ser de

necessidades específicas.

É fundamental que o pedagogo tenha a consciência de não estar neutro

no mundo, mas entender-se como um agente de transformação social,

sabendo se posicionar de maneira crítica frente às questões

Esta mudança de percepção, que se dá na Problematização de uma realidade concreta, no entrechoque de suas contradições, implica um novo enfrentamento do homem com sua realidade. Implica admirá-la em sua totalidade: vê-la de “dentro” e, desse “interior”, separá-la em suas partes e voltar a admirá-la, ganhando assim, uma visão mais crítica e profunda da sua situação na realidade que não condiciona. (FREIRE, 1983)

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A necessidade de aprimoramento na formação nos leva a pesquisar e

analisar com cautela os conflitos, pois ao terminar o curso o mundo do trabalho

olhará o aluno como um profissional e vai exigir dele uma formação eficiente.

Suas atitudes serão cobradas frente à sua formação

Dessa forma indaga – se sobre a relação dos conhecimentos adquiridos

e a atuação profissional, onde então se buscou recursos como estágios para

enriquecimento nessas áreas.

Portanto foram desenvolvidos trabalhos de observação na Educação

Infantil e Anos Iniciais. Além da regência em ambas as áreas, a observação em

Gestão Escolar também foi um critério exigido pela Instituição, procedimento

este que veio a contribuir para minha formação, esclarecendo dúvidas em

relação á atuação dos profissionais nos cargos e funções ocupados dentro do

âmbito escolar, além de adquirir conhecimentos acerca da importância da

legislação a qual faz parte.

A própria sala de aula é um lugar de gestão e, principalmente de aprendizagem da gestão democrática, não só da escola, mas da vida. Exercitar a gestão democrática na escola é uma forma de ensinar e aprender (LUCKESI, 2007).

A educação é a atividade mediadora pela qual a sociedade prepara

seus membros para nela viverem, ou seja, a educação produz o homem que a

classe hegemônica entende como necessário a cada local e época, de acordo

com o processo de transformação gestado no tempo e no espaço. E, quando

se trata da Educação que objetiva a formação profissional de um pedagogo, os

alunos já estão aprendendo na própria consecução do curso de Pedagogia,

assim como não existe trabalho sem técnica, também não existe processo de

ensino-aprendizagem sem pedagogia.

Durante a realização do estágio, tivemos a oportunidade de conhecer

um trabalho de orientação com os pais dos alunos, abordando o assunto

bullying, o que gerou grande interesse em desenvolver um trabalho direcionado

na área familiar, pois observei a falta de conhecimento a cerca do fenômeno

por parte dos pais, onde muitos até então desconheciam as causas e

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conseqüência do bullying. Onde então julguei necessário realizar um

instrumento de pesquisa buscando o conhecimento e ação dos pais em relação

ao tema.

Ainda alguns pontos negativos fizeram parte deste curso, como a

dificuldade e acessibilidade para a realização dos estágios obrigatórios, pois

tinha se uma demanda grande de acadêmicos para poucas escolas dificultando

a autorização para execução dos estágios. Outro ponto negativo foi à

disposição da grade ofertada, onde acredito que Gestão Escolar, Metodologia

da Pesquisa e Produção Textual, teriam sido mais bem aproveitadas se

estivessem em fases anteriores, nos orientando para execução dos trabalhos e

realização dos estágios.

Neste processo, também sentimos a grande necessidade de se ter um

núcleo de Pedagogia junto ao curso, principalmente agindo como um facilitador

junto as escolar nos dando suporte para a realização dos estágios,

enriquecendo as pesquisas realizadas nesta área.

Durante este período e mesmo diante de algumas dificuldades

enfrentadas, foi possível apreender novos conhecimentos, no entanto o

acadêmico deve sempre estar em busca de aprimoramento, na área da

aprendizagem.

Assim ressalto a grande importância que o curso teve em minha vida

acadêmica, como também para o desenvolvimento e estudo da pesquisa, pois

me deu suporte para aquisição do conhecimento, período este que teve grande

relevância para minha vida profissional, onde a vivência do trabalho permite

assimilar vários elementos ensinados teoricamente.

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1.1. CONTRIBUIÇÃO DE PENSADORES PARA FORMAÇÃO DO

PEDAGOGO

1.1.1 Paulo Freire

Nascido em 1921, no Recife formou-se advogados em 1959, mas nunca

exerceu a profissão. O ensino era sua paixão. Exilado após o golpe militar de

1964, foi para o Chile onde escreveu pedagogia do Oprimido em 1968. livro

que tornou conhecido mundialmente. Morreu em 1997 em São Paulo cidade da

qual foi secretário de educação em 1968.

Mais do que um educador, Paulo Freire foi pensador. Para ele não havia

educação neutra. O processo educativo seria uma ação que resultaria em

relação de domínio ou liberdade entre as pessoas. De um lado, estaria à

burguesia e, do outro, os operários. Uma pedagogia que libertasse as pessoas

oprimidas deveria passar por um intenso dialogo entre professores e alunos.

Paulo Freire se ocupa ao que chama de educação bancária. Esse tipo

de ensino se caracteriza pela presença de um professor depositante e um

aluno depositário da educação, antes de ensinar uma pessoa a ler as palavras

era preciso ensiná-la a ler o mundo. Essa é a essências de suas idéias.

Seu método consiste numa proposta para a alfabetização de adultos,

que criticava o sistema tradicional que utiliza a cartilha como ferramenta central

da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo

método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa

que comumente se denomina como linguagem de cartilha.

O método Paulo Freire é classificado em:

1. Etapa de Tematização: momento da tomada de consciência do mundo,

através da analise dos significados sociais dos temas e palavras.

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2. Etapa de problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o

aluno a superar a visão mágica e a crítica do mundo, para uma postura

conscientizada.

Para Freire (2001 p.22) é preciso por fim a educação bancária, em que

o professor deposita em seus os conhecimentos que possui.

1.1.2 Jean Piaget

Nascido na suíça em 1896 numa família rica e culta, aos sete anos já se

interessava por estudos científicos. Biólogo de formação estudou filosofia e

doutorou-se em ciências naturais aos vinte e dois anos, e 1923 lançou a

linguagem e o pensamento da criança, o primeiro de seu sessenta livros.

Faleceu na Suíça em1980.

Inicialmente Piaget trabalhou com dois psicólogos franceses, que

tentaram elaborar um instrumento para medir a inteligência das crianças que

freqüentavam as escolas francesas. Tal instrumento foi o primeiro teste

destinado a fornecer a idade metal de um individuo a ate hoje utilizado, depois

de ter sofrido sucessivas adaptações. Ao analisar as resposta erradas das

crianças, salientando que estas só erravam porque as resposta eram

analisadas a partir do ponto de vista do adulto, então Piaget concebeu que a

criança possui uma lógica de funcionamento mental que difere qualitativamente

da lógica do funcionamento mental do adulto. Propôs-se consequentemente a

investir como, através das quais mecanismos, a lógica infantil se transforma em

lógica adulta. Nessa investigação Piaget partiu de uma concepção de

organismo vivo e o meio ambiente.

Para teoria piagentina o conhecimento se constrói através da

experiência. Para Piaget, a forma de raciocinar e de aprender da criança passa

por estágios sensório-motor, em que a ação envolve os órgãos sensoriais e os

reflexos neurológicos básicos e o pensamento se dá somente sobre as coisas

presentes na ação que envolve, para o pré operatório. Nessa etapa a criança

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se torna capaz de fazer uma coisa e imaginar outra. Outra progressão se dá

por volta dos cinco anos. Quando ela passa para estagio operacional concreto.

Aqui conseguem refletir sobre o universo das coisas e dos fenômenos e para

concluir um raciocínio, leva em considerações as relações entre os objetos.

Finalmente por volta dos doze anos chegamos ao estágio formal. O

adolescente pode pensar em coisas completamente abstratas. Sem necessitar

da relação direta com o concreto.

1.1.3 John Dewey

Nascido em 20 de outubro de 1859 em Burlington, no estado de

Vermont. Era filho de Lucina Stermesia Rich e de Archibald Sprague Dewey.

Estudou na universidade de Vermont e em sua formação sofreu forte

influenciade teoria da evolução. A partir da idéia de seleção natural Dewey

passou a perceber a importância da interação entre os homens e o meio-

ambiente no que tange a questão de psicologia e epistemologia (Teoria do

conhecimento).

Faleceu 01 de junho de1952 em Nova York. Cursou três graus de ensino

na sua cidade natal, fez doutorado em filosofia na universidade Johns.

Ao obter a sua titulação de doutor no ano de 1884, Dewey aceitou

convite para dar aulas na Universidade de Michigam, onde ficou por dez anos.

Nesse período acabou produzindo suas primeiras obras: Psychology

(1887) e Novos e no ano de 1894, Tufts e Dewey foram para a recém-

inaugurada Universidade de Chicago. Essa experiência foi fundamentada para

as obras do educador, pois permitiram que ele superasse seu pensamento

idealista e adotasse uma linha mais pratica e empírica baseada na Teoria do

Conhecimento que estava de acordo com a Escola Americana do Pensamento,

de base pragmáticas.

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Jonh Dewey é um dos mais influentes pensadores na área da educação

contemporânea, posicionou-se a favor do conceito de Escola Ativa, na qual o

aluno tinha que ter iniciativa, original e agir de forma cooperativa.

Dewey acreditava que escola que atuavam dentro de um linha de

obediência e submissão não eram afetiva quanto ao processo de ensino-

aprendizagem. Seus trabalhos alinhavam- se com o pensamento liberal norte-

americano e influenciou vários países, inclusive o movimento da Escola Nova

no Brasil. Entre seus conceitos destacam-se idéias como a defesa da escola

pública, a legitimidade do poder político e a necessidade de autogoverno dos

estudantes. Apesar de ter estudado durante um longo período as influencias

filosóficas do realismo escocês durante a sua formação universitária, Dewey

procurava referências mais amplas. Depois de se formar em 1879, Dewey

lecionou por dois anos em escolas de ensino médio (High Schools no sistema

norte-americano), período durante o qual consolidou a idéia de que deveria

trabalhar com filosofia.

1.1. 4 Lev Vygostsky

Foi um psicólogo bielo-russo descoberto nos meios acadêmicos

ocidentais depois da sua morte, causada por tuberculose, aos 37 anos.

Pensador importante foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento

intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais.

O pensador teve uma produção intelectual intensa. Formato em direito,

também fez cursos de medicina, historia e filosofia. Por motivos políticos suas

obras foram censuradas e chegaram ao ocidente apenas nos anos 60, no

Brasil só no inicio da década de 80.

Para Vygostsky, os signos, a linguagem simbólica desenvolvida pela

espécie humana, têm um papel similar ao dos instrumentos: tanto os

instrumentos de trabalho quanto os signos são construções da mente humana,

que estabelecem uma relação de medicação entre o homem e a realidade. Por

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esta similaridade. Vygostsky denominava os signos de instrumentos

simbólicos, com especial atenção à linguagem, que para ele configurava-se um

sistema simbólico fundamental em todos os grupos humanos e elaborados nos

cursos da historia social.

A linguagem é uma espécie de cabo de vassoura muito especial, capaz

de transformar decisivamente os rumos de nossa atividade. Quando

aprendemos a linguagem específica do nosso meio sociocultural,

transformamos radicalmente os rumos de nosso próprio desenvolvimento.

Assim, podemos ver como a visão de Vygostsky dá importância à dimensão

social, interpessoal, na construção do sujeito psicológico.

As suas pesquisas sobre aprendizagem tiveram na sua maior parte

enfoque na pedagogia. Os processos de desenvolvimento chamaram a

atenção de Vygotsky, que sempre procurou o aparecimento de novas formas

de aprendizagem a elementos construtivos.

Na área educacional, a influência de Vygotsky também vem crescendo

cada vez mais, dando origem a experiências mais diversas. Não existe um

método Vygotsky. Como Piaget, o psicólogo bielo-russo é mais uma fonte de

inspiração do que um guia para os pedagogos.

As obras de Vygotsky incluem alguns conceitos que se tornaram

incontornáveis na área do desenvolvimento da aprendizagem. Um dos

conceitos mais importantes é o de Zona de desenvolvimento proximal, que se

relaciona com a diferença entre o que a criança consegue realizar sozinha e

aquilo que, embora não consiga realizar sozinha, é capaz de aprender e fazer

com a ajuda de uma pessoa mais experiente (adultos, criança mais velha ou

com maior facilidade de aprendizado, etc). A zona de desenvolvimento

proximal é, portanto, tudo o que a criança pode adquirir em termos intelectuais

quando lhe é dado o suporte educacional devido. Este conceito será

posteriormente desenvolvido por Jerone Bruner, sendo hoje vulgarmente

designado por etapa de desenvolvimento. Outra contribuição vygotskiana de

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relevo foi a relação que estabelece entre pensamento e linguagem de

desenvolvimento no seu livro Pensamento e Linguagem.

O conceito de síntese também pode ser encontrado largamente na sua

obra. O autor define a síntese não apenas como a soma ou a justaposição de

dois ou mais elementos, e sim como a emergência de um produto totalmente

novo gerado a partir da interação entre elementos anteriores.

1.2 A PEDAGOGIA E O ESTUDO SOBRE BULLYING

Na atualidade, com bastante freqüência somos alertados para situações

de violência que ocorrem nas escolas. Este fato não é novo, mas tem

despertado a atenção e interesse por parte dos próprios alunos, pais,

profissionais da educação e da saúde, e da comunidade em geral. As agora

conhecidas e divulgadas conseqüências e efeitos negativos destes

comportamentos para o desenvolvimento e para a saúde mental dos

envolvidos e para todo o público em geral, talvez seja uma das possíveis

causas da preocupação e de um olhar mais crítico acerca deste assunto.

Segundo (Abramovay & Rua. 2004)

Mesmo que a violência nas escolas não se expresse em grandes números e apesar de não ser no ambiente escolar que acontecem os eventos mais violentos da sociedade ainda assim, este é um fenômeno preocupante tanto pelas seqüelas que diretamente inflige aos atores participantes e testemunhas como pelo que contribui para rupturas. Com a idéia da escola como lugar de conhecimento, de formação do ser e da educação, como veículo por excelência do exercício e aprendizagem, da ética e da comunicação por diálogo e, portanto, antítese da violência.

Entretanto, quando pensamos em violência escolar, logo nos vêm em

mente cenas de alunos trocando xingamento, socos, chutes; ou então, grupos

de alunos ou ex-alunos destruindo o patrimônio, munidos de armas ou drogas,

comprometendo a integridade da vida escolar. Neste contexto, queremos

chamar a atenção para um modo de violência – não menos cruel, nem menos

24

incidente – que está presente em todas as escolas sejam elas da rede pública

ou privada e envolve significante número de alunos. Trata-se do Fenômeno

Bullying, que é o conjunto de atitudes agressivas repetitivas, que não tem

motivação aparente, perpretadas por um aluno ou grupo contra outro,

causando sofrimento e angústia e dor. É toda a forma de violência através de

atitudes agressivas e está presente em todas as escolas.

Crianças e adolescentes com perfil psicopático costumam realizar

intimidações (assédio psicológico) contra pessoas pertencentes aos seus

grupos sociais. E quando isso ocorre no ambiente escolar, pode caracterizar a

ocorrência do fenômeno denominado Bullying.

Segundo (Silva 2008 pg.35).

Bullying pode ser definido como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente adotada por um ou mais alunos contra outros. Os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão e prazer, cujas “brincadeiras” têm como propósito maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar, causando dor, angústia e sofrimento às suas vítimas. O líder do grupo agressor costuma ser o indivíduo que apresenta características compatíveis com a personalidade psicopática.

1.3 O PAPEL DA PEDAGOGIA EM RELAÇÃO AO BULLYING

O termo Bullying tem origem na palavra inglesa “Bully”, que por sua vez

significa brigão, valentão, tirano. Sendo assim Bullying como verbo denota

ameaçar, intimidar, ridicularizar.

Segundo Fante (2005, p.27):

Bullying: palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar uma outra pessoa e colocá-la sob tensão; termo que conceitua os comportamentos agressivos e antisociais.

25

Em muitos países registra-se a difusão entre adolescentes de

comportamentos ligados á agressividade e uma crescente dificuldade de

intervenção por parte dos educadores, que não sabem, em sua maioria, como

responder a isso a não ser usando métodos ineficazes. Embora o fenômeno

seja limitado em suas formas mais extremas, em especial ações de vandalismo

e violência, há outras formas que tendem a desenvolver-se em faixas mais

amplas da juventude e que preocupam por sua capacidade de reproduzir-se.

São o caso dos comportamentos ligados as transgressões freqüentes e

á falta de respeito às regras familiares, aos episódios de intimidação nas

escolas, as atitudes de incomunicabilidade e de rebeldias nos confrontos com o

mundo dos alunos.

Comumente, quando tratamos do tema violência escolar, imaginamos

uma gama de situações em que alunos discutem, brigam e se amontoam se

ferem e logo algum adulto interfere para separar os briguentos.

Porém, aliada á violência explícita, outra forma deve despertar a atenção

dos profissionais de educação; referimo-nos ao Bullying, violência que se

apresenta de forma velada, por meio de um conjunto de comportamentos

cruéis, intimidadores e repetitivos, por um período prolongado contra uma

mesma vítimas, e cujo poder destrutivo é perigoso á comunidade escolar e a

sociedade como um todo, pelos danos causados ao psiquismo dos envolvidos.

O Bullying se manifesta através de insultos, intimidações, apelidos

cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, tomar

pertences, meter medo, atuação de grupos que hostilizam , ridicularizam e

infernizam a vida de outros alunos, levando-os á exclusão, além de danos

físicos, morais e materiais, é um comportamento cruel e intrínseco das relações

interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de

diversão e prazer, através de brincadeiras que disfarçam o propósitos de

maltratar e intimidar.

26

De acordo com Silva, (2010 p.22):

Algumas atitudes podem se configurar em formas diretas ou indiretas de pratica o bullying. Porém, dificilmente a vítima recebe apenas um tipo de maus-tratos; normalmente, os comportamentos desrespeitosos dos bulies (agressores) costumam vir em “bando”. Essas versatilidades de atitudes maldosas contribui não somente para a exclusão social da vítima, como também para muitos casos de evasão escolar e pode se expressar das mais variadas formas.

Essas modalidades de agressão se verificam desde a escola primária,

por meio de comportamentos que mostram uma predisposição psicológica a

intolerância e a impulsividade e espalham gradualmente até ciclos escolares

mais avançados, estruturando-se em modalidades comportamentais que forjam

a personalidades de quem (agressor ou vítimas) é mais influenciável ou tem

menos recursos culturais ou familiares de autocontrole. Isso cria para os mais

fracos problemas no plano individual e predispõe os mais desfavorecidos

socialmente a um futuro perigoso, voltado para a delinqüência juvenil.

1.3.1 Formas de Bullying

Verbal: insultar, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos

pejorativos, fazer piadas ofensivas, zoar;

Físico e Material: bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar,

roubar, furtar ou destruir os pertences da vitima, atirar objetos contra as

vitimas;

Psicológico e moral: irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar, ignorar,

desprezar ou fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar, chantagear e intimidar,

tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetes entre os colegas, de

caráter ofensivo, fazer intrigas e ou fofocas;

Virtual (cyber bullying): dar apelidos virtualmente, anonimamente

inventar mentiras, espalhar rumores, boatos e insultos sobre outros estudantes

via internet, criação de perfil falso, fazendo se passar por outra pessoa,

27

comentários racistas, preconceituosos, sexistas de forma desrespeitosa,

acompanhamentos de fotos tiradas da vítima, que são divulgadas em sites

diversos, transformadas em animações no youtube, invasão do e-mail pessoal

pelos bullies, que passam a enviar mensagens difamatórias e caluniosas a

outras pessoas, como se própria vítima fosse responsável por isso.

1.3.2 Cyber bullying

Facilidade com que os jovens se comunicam pela internet nos trouxe o

cyber bullying. Através das salas de bate-papo virtual, blogs, páginas na

internet, e-mails e outras ferramentas, as imagens e os vídeos das vítimas são

expostos.

O cyber bullying acontece quando pela internet, alguém publica fotos, apelidos, gozações, difamações, e outros tipos de chacotas referentes a uma pessoa da qual queira fazer tais agressões a ponto de humilhar a vítima.(CAMARGO, 2009,p. 52).

O agressor através da internet tem o poder de espalhar de forma rápida

tais agressões, apenas publicados de forma mais fácil e ligeira e hoje se tornou

o meio pelo qual, inúmeras pessoas se comunicam.

1.3.3 Histórico do bullying

Segundo Fante (2005), o bullying é um fenômeno mundial tão antigo

quanto á própria escola. Seu estudo sistemático começou por volta da década

de 70 na Suécia. Mas foi Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen,

na Noruega, quem desenvolveu os primeiros critérios para detectar o problema

de forma específica, permitindo diferenciá-lo de outras possíveis interpretações

como incidentes, gozações ou brincadeiras próprias da idade.

O tema violência escolar, no Brasil ainda á pouco estudado. É nos anos

90 que a violência escolar passa a ser observada nas interações dos grupos de

alunos e a violência nas escolas passa a ser considerada questão de

28

segurança, a partir daí começaram a surgir, em varias partes dos pais, estudos

sobre a violência no ambiente escolar.

É importante mencionar que:

No Brasil, o bullying ainda é pouco comentado e estudando, motivo pelo qual não existem indicadores que nos forneçam uma visão global para que possamos compará-lo aos demais paises. O que se sabe é que em relação à Europa, no que se referem os estudos e tratamento desses comportamentos, estamos com pelo menos quinze anos de atraso. (FANTE, 2005, p.46)

Até 2003, dos autores que retravam a violência escolar, nenhuma

menção ao termo bullying foi encontrada. Somente a partir de 2005, que se

encontram algumas referências ao bullying e sua especificidade.

Aqui no Brasil muitas escolas inda não conhecem o que é o bullying e

tratam tais atitudes agressivas como brincadeiras normais entre os jovens e

crianças daquela determinada idade. O bullying é manifestado em caráter

sigiloso. As agressões ocorrem de forma secreta, escondida daqueles que

poderiam intermediar a situação.

Os espaços escolares mais propícios para o fenômeno bullying seriam

os pátios durante o recreio; os banheiros femininos e masculinos; os vestiários;

as quadras poli-esportivas; o refeitório; o portão da escola (durante a entrada e

saída de alunos); e as salas de aula durante a troca de professores ou quando

este esta escrevendo no quadro.

Praticamente todas as vitima não contam a seus professores sobre as

agressões sofridas por elas. Isso ocorre porque as crianças geralmente não

confiam neles o suficiente para pedirem ajuda e em segundo lugar, por

acharem que a situação ficara pior caso os agressores venham a descobrir que

foram entregues para seus professores.

Os professores, os educando, enfim, os profissionais ligados à educação

precisam ter a consciência e o conhecimento sobre o fenômeno para partirem

29

em busca de ações que os ajudem a agir contra essas situações de agressão

caracterizadas como bullying.

Segundo Camargo (2009 p.42):

É necessário que a escola busque a partir de livros e profissionais especializados, informações para combater o bullying. Sem esta conscientização, a escola deixará de identificar o fenômeno possibilitando o seu crescimento.

1.4 A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E O BULLYING

A escola pode ser pensada como o meio do caminho entre a família e a

sociedade.

Neste delicado lugar, tanto a família quanto à sociedade lançam olhares

e exigências à escola. No que se refere à família, é necessário dizer que a

historiografia brasileira nos leva a concluir que não existe um modelo de família

e sim uma infinidade de modelos familiares, com traços em comum, mas

também guardando singularidades. É possível dizer que cada família possui

uma identidade própria, trata-se na verdade, como afirmam vários autores, de

um agrupamento humano em constante evolução, constituído com o intuito

básico de prover a subsistência de seus integrantes e protegê-los.

Estão presentes dessa maneira, sentimentos pertinentes ao cotidiano de

qualquer agrupamento como amor, ódio, ciúme, inveja, entre outros. Em

relação às expectativas da família com relação à escola com seus filhos

encontram-se várias fantasias familiares como o desejo de que a instituição

escolar “eduque” o filho naquilo que a família não se julga capaz, como, por

exemplo, limite e sexualidade; e que ele seja preparado para obter êxito

profissional e financeiro via de regra ingressando em uma boa universidade.

A sociedade procura ter na escola uma instituição normativa que trate de transmitir a cultura, incluindo além dos conteúdos acadêmicos, os elementos éticos e estruturais. É apartir daí que se constrói o currículo manifesto (escrito em seus estatutos) e o currículo latente (o dia-a-dia). (OUTEIRAL apud SIQUEIRA, 2010, P.01).

30

Ao lado da família, a escola permanece sendo um espaço de formação

que deve, para tanto, repensar a sua ação formadora, preocupando-se em

formar seus educadores para que os mesmos reúnam recursos que os

permitam lidar com os conflitos inerentes ao cotidiano escolar. É, portanto, na

escola, refletindo sobre o que há para ser ensinado às crianças sobre a

metodologia que pode tornar mais coesa a ação do conjunto docente, que a

escola poderá encontrar saídas legítimas à superação dos problemas morais e

éticos que assolam o seu dia-a-dia.

A escola como instituição busca através de seu ensino, que seus alunos

possam assumir a responsabilidade por este mundo, como diz Arendt (apud

Castro, 2010):

Ultrapassa os desejos individuais e esta responsabilidade só poderá

advir, através do enlaçamento entre conhecimento, e ação, entre o saber e as

atitudes, entre os interesses individuais e sociais. A escola como um novo

modelo, irá ampliar o mundo dos alunos, convidando-os a olhar suas

experiências com outra lente, que não a familiar, o que alterará os significados

já conhecidos. A escola pública tem mais fortemente, então, a responsabilidade

da apresentação de conceitos e conteúdos herdados de nossa cultura, pois

muitas crianças só terão acesso a esta herança, através de sua passagem pela

escola, que deve então, abrir caminhos de acesso à cultura de maneira

igualitária para todos e neste sentido, lutar contra os privilégios de uma classe

social. Todo educador enquanto mediador do vínculo entre aluno e a cultura,

entre a escola e a família, está mergulhados e comprometidos nesta rede de

interesses dos dominantes e dos dominados.

1.5 O RELACIONAMENTO ENTRE OS PROFESSORES E PAIS

Compartilhar com os adultos o crescimento e a educação de uma

criança envolve a prática de uma dinâmica relacional complexa. A criança,

como objeto comum de cuidados e atenções, mas também de experiências e

avaliações, e fonte de um estágio, não é uma simples ampliação, mas uma

31

reformulação. Com freqüência, instala-se, nos momentos de passagem, uma

crise que pode afetar visivelmente a conduta da criança.

Conforme Ferreira (2000) é importante o reconhecimento afetivo do

bebê com toda a sua família, sendo fundamental para o trabalho do professor,

pois poderá tirar proveito desse desenvolvimento prévio, que inspira segurança

e tranqüilidade para dar continuidade ao trabalho pedagógico, com maior

qualidade. Tipo particular ou experiência fatores entre os adultos em seus

relacionamentos, ou seja, dos próprios pais (pai e mãe) ou então, pais e avós,

ou parentes, ou ainda pais e babás ou educadores de creche.

Do ponto de vista cultural, quem cuida da criança pequena, não sendo

um dos pais, é tradicionalmente considerado como uma figura substituída da

mãe e do professor, papéis que recebem, no relacionamento com a criança,

tarefas e funções precisas.

Na experiência de muitos anos nas creches, procurou-se fugir dessa

alternativa obrigatória, identificando na educadora, uma figura profissional

capaz de relacionar-se com a criança sem limitar a mãe e sem refugiar-se na

tarefa do professor, inadequada e insuficiente diante da criança pequena.

Assim, a creche não foi somente um observatório especial para se

estudar a evolução da criança em um contexto social amplo, mas foi com

passar do tempo, a elaboração de uma especificidade própria na atenção

colocada sobre os aspectos relacionai, na educação da criança.

O percussor não foi simplesmente nem linear, e da ênfase sobre

relacionamento adulto-criança foi possível colocar em pratica outro ponto

central; o do relacionamento entre adultos que compartilham os cuidados da

criança.

Atualmente este mais claro o caráter crucial que o relacionamento

educadores-pais possui sobre a evolução da imagem e da idéia de creche e

sobre o significado do profissionalismo da educadora. Também é evidente que

32

esse é um dos aspectos mais problemáticos e difíceis da vida da creche e um

dos pontos onde mais se solicitam um trabalho de reflexão e pesquisa.

Todavia, junto com a evolução da imagem, profissional das educadoras,

e com a identificação desse profissionalismo especifico da creche, cada uma

como competência na gestão de relacionamento entre adultos, e entre as

crianças, como o espaço para enfrentar o aspecto. A complexidade do

relacionamento com os pais ampliou-se notavelmente nos últimos tempos, pois

ate então, era um problema implícito e um tanto escondido, vivenciado, mas

não mencionado, hoje se tornou para os professores, objeto sobre o qual parte

suas reflexões, que exigem resoluções imediatas.

O projeto de inserção (adaptação) centrado não somente na graduação,

mas também na presença do pai junto a criança, evidenciou o quanto era

decisivo o estabelecimento de uma eficaz comunicação para os três e o quanto

era complexa e difícil a compreensão entre adultos nesta situação critica. O

instaurar-se de um bom relacionamento entre adultos é reconhecido como

passagem obrigatório para uma inserção da criança.

Assim o relacionamento educadora/pai, como fenômeno que

compreende antes de tudo experiências vividas, emoções conflito e dinâmicas

interativas complexas, hoje pode ser analisada suscitando defesas menos

fortes.

1.6 A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO SOBRE BULLYING PARA

A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

O trabalho de campo dessa pesquisa foi desenvolvido numa abordagem

qualitativa, onde com o questionário possibilitou conversar com os pais e

observar até onde vai o conhecimento deles em relação à vida escolar dos

seu(s) filho(s).

33

Os dados para essa pesquisa foram obtidos através de observações

realizadas pela pesquisadora e por questionários respondidos pelos pais

participantes.

O principal objetivo deste estudo é analisar a ação dos pais na

prevenção do bullying e se suas ações podem prevenir o bullying. Desta forma,

a pesquisa foi realizada com 08 pais de uma escola municipal localizada no

município de Caçador.

Neste contexto, constatou-se que a prática do bullying é algo corriqueiro

na escola, entretanto mesmo com trabalhos, como palestras e dinâmicas

realizadas pela escola, ainda sim os pais em resposta a coleta de dados

demonstram em algumas questões dúvidas, anseios e conflitos em relação ao

bullying. Os pais apresentam muitas confusões, por ser um assunto novo e de

muitas configurações, ainda não se encontra nas pesquisas soluções imediatas

para este problema que gera muitos transtornos. Os caminhos apontados até o

momento são os programas de esclarecimento visando combater a prática do

fenômeno.

Com base na análise dos dados obtidos na pesquisa de campo foi

possível averiguar a grande necessidade de se propiciar aos pais outras

reflexões, bem mais profundas, para repensar também suas próprias atitudes.

Embora todos os pesquisados tenham afirmado que estão atentos e

sabem do que se trata o bullying, ainda sim, tem dificuldade de lidar com a

verdadeira causa desse fenômeno, pois é na família que a criança aprende ou

deveria aprender a relacionar-se com as pessoas, respeitar e valorizar as

diferenças individuais.

Conclui-se desta forma que um dos fatores que gera dificuldade de

aprendizado pode estar relacionado ao bullying, pois este fenômeno age

diretamente na autoestima de quem é foco de agressão, causando muitas

vezes o surgimento de doenças psicossomáticas que irão interferir diretamente

no sucesso de seu aprendizado.

34

.Ainda por meio da pesquisa observou se que a escola se preocupa em

despejar uma enorme gama de conteúdos com o objetivo de preparar os

alunos para a competição de um mundo globalizado, onde só se torna

vencedor aquele que for o melhor, o mais preparado para o mercado de

trabalho. Por outro lado, os alunos percebem que tudo que lhes é ensinado vai

se desmoronando diante da realidade que enfrentam, cotidianamente, fora do

espaço escolar.

Assim não se pode duvidar de que a insatisfação, a falta de perspectiva

e a desesperança quanto ao futuro resultem em uma enorme confluência de

sentimentos, muitas vezes expressos na agressividade.

É recomendável, portanto, que se criem nas escolas, programas de

ajuda e combate a este modo de agressão de forma simples e objetiva, para

que assim, se consiga auxiliar o indivíduo que padece com o bullying.

Logo se considera alcançado o objetivo desta pesquisa que a relação

da família e a rede escolar, ainda se encontrão confusas, não demonstrando

clareza na conduta diante das manifestações do bullying.

Durante o desenvolvimento deste trabalho o bullying ganhou grande

repercussão devido as suas características e violência nas escolas, onde então

se aprovou uma Lei 14.651/2009 dentro do Estado de Santa Catarina. Esta Lei

visa que todas as escolas criem programas de combate e prevenção do

fenômeno. Estes programas devem ter base na mesma, onde a Comissão de

Prevenção á Violência Escolar, da Secretaria Estadual de Educação,

encaminha documento intitulado Orientações Básica para Prevenção da

Violência Escolar, elaborado com o objetivo de garantir uma base significativa á

construção de ações, no âmbito escolar, visando à prevenção, redução e

erradicação do fenômeno da violência.

Finalizando, destaca-se a importância que o curso em graduação em

Pedagogia trouxe pra a realização deste trabalho, salienta-se ainda que os

35

profissionais de educação devam realizar mais programas de prevenção e

combate ao bullying, como capacitações, palestras, dinâmicas incentivando

seus colegas, alunos e pais a participarem.

Estes caminhos por enquanto estão centrados na consolidação e

conscientização social de alguns valores imprescindíveis da vida em

sociedade, no qual o respeito mútuo, a ética e a cidadania se mostram como

ferramentas de conscientização.

36

CONCLUSÃO

A graduação de pedagogia durante seus quatro anos nos permitiu

através de seus estudos entender e absorver o conhecimento sobre as áreas

da ciência que contribuem para o desenvolvimento do ser humano, o curso nos

habilitou a trabalhar em diversas áreas da educação, abrindo-nos um leque de

oportunidades de aprofundamento de conhecimento graça a suas variadas

áreas.

Durante o curso muitos assuntos foram abordados, na sua grande

maioria obtivemos a oportunidade de assimilar teoria e prática em virtude dos

estágios, sendo este um instrumento de grande importância para formação

pedagógica do professor.

Em uma dessas oportunidades de estágio, foi escolhido o tema: o papel

dos pais frente ao bullying dentro do âmbito escolar, onde fomos a campo por

meio de questionários entrevistar os pais para obter dados, afim de saber ate

onde vai o conhecimento dos pais sobre a vida escolar de seus filhos.

Percebe-se que ainda muitos pais têm dificuldade de identificar o

bullying, na sua grande maioria achando se tratar de brincadeiras infantis e

inocentes, sendo que na verdade se trata de um fenômeno mundial que acaba

prejudicando a vida escolar e ferindo a auto estima do educando.

Bullying, portanto, é uma situação de agressão física e/ou psicológica ocorrida de forma intencional, repetida, sem motivo aparente que justifique tal atitude, gerando uma conseqüência. (CAMARGO, 2009 pg.20)

Pode-se concluir que o bullying está cada vez mais presente nas

escolas, e percebe-se também a deficiência na falta de incentivo das escolas

em relação a participação dos país na vida escolar de seus filhos, que por

muitas vezes não levam a sério os problemas provenientes de situações dadas

como normais, sem saber na verdade que a relação afetiva entre país e filhos

será de suma importância para a formação do caráter do indivíduo.

37

REFERÊNCIAS:

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HTTP://www.educaional.com.br/falecom/psicologa_bd.asp?codtexto=590. Acesso em

15 de dez.2010.

SOUZA, Mauricio de. Turma da Mônica em: Estatuto da Criança e do adolescente. 2006

CASTRO, Edmilson de. Família e Escola: O caos Institucional e a crise da modernidade. Disponível em: <http://clm.com.br/espaco/info9aa/1.html >.Acessado em: 20.12.2010 SIQUEIRA, Anriet. Educação e processo. Disponível em: <http://www.eaprender.com/conexao.asp?rgl31pagss1.matéria.> Acessado em: 20.12.2010. CAMARGO, Caroline Giannoni. Brincadeiras que fazem chorar: Introdução ao fenômeno Bullying. Campinas, P: All Print editora, 2009 PRESTES,N.A. Supervisão em educação.3. ed São Paulo: Moraes,1989.

ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. Violência nas Escolas.

Brasília:

UNIESCO. Instituto Ayrton Senna. UNDIME, 2004.

FANTE, Cléo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e

educar para a paz. 2. ed. Campinas, SP: Verus Editora, 2005.

38

____________. “Bullying” instala fobia entre alunos. Disponível em:

<http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=276053>. Acesso em:

25.09.2010. GALERIA

____________. Brincadeiras Perversas. Revista Mente & Cérebro. Fevereiro,

2008.

GADOTTI, Moacir.org. Paulo Freire uma bibliografia. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo e Freire; Brasília, DF; UNESCO, 1996

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estudantes. Jornal de Pediatria - Vol. 81, Nº5 (Supl), 2005.

PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Editora Forense

Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

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VIGOTSKY. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo:

livraria Martins Fontes Editora Ltda, 2000

39

ANEXO

LEI 14.651, DE 12 DE JANEIRO DE 2009

Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o Programa de Combate ao

Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária nas escolas

públicas e privadas do Estado de Santa Catarina.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA,

Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa

decreta e eu sanciono a seguinte Lei.

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o Programa de Combate ao

Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas públicas

e privadas, no Estado de Santa Catarina.

Parágrafo único. Entende-se por bullying atitudes agressivas, intencionais e

repetitivas, adotadas por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos contra outro(s),

sem motivação evidente, causando dor, angústia e sofrimento e, executadas em

uma relação desigual de poder, o que possibilita a vitimização.

Art. 2º O bullying pode ser evidenciado através de atitudes de intimidação,

humilhação e discriminação, entre as quais:

I - insultos pessoais;

II - apelidos pejorativos;

III - ataques físicos;

IV - grafitagens depreciativas;

V - expressões ameaçadoras e preconceituosas;

VI - isolamento social;

VII - ameaças; e

VIII - pilhérias.

40

Art. 3º O bullying pode ser classificado de acordo com as ações praticadas:

I - verbal: apelidar, falar mal, insultar;

II - moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;

III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

IV - psicológico: ignorar, excluir, perseguir, amedrontar, aterrorizar,

intimidar, dominar, tiranizar, chantagear e manipular;

V - material: destroçar, estragar, furtar, roubar os pertences;

VI - físico: empurrar, socar, chutar, beliscar, bater;

VII - virtual: divulgar imagens, criar comunidades, enviar mensagens,

invadir a privacidade.

Art. 4º Para a implementação deste Programa, a unidade escolar criará uma equipe

multidisciplinar, com a participação de docentes, alunos, pais e voluntários, para a

promoção de atividades didáticas, informativas, de orientação e prevenção.

Art. 5º São objetivos do Programa:

I - prevenir e combater a prática de bullying nas escolas;

II - capacitar docentes e equipe pedagógica para a implementação das

ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - incluir, no Regimento Escolar, após ampla discussão no Conselho de

Escola, regras normativas contra o bullying;

IV - esclarecer sobre os aspectos éticos e legais que envolvem o

bullying; V - observar, analisar e identificar eventuais praticantes e vítimas de

bullying nas escolas;

VI - discernir, de forma clara e objetiva, o que é brincadeira e o que é

bullying;

VII - desenvolver campanhas educativas, informativas e de

conscientização com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e áudio-

visual;

VIII - valorizar as individualidades, canalizando as diferenças para a

melhoria da auto-estima dos estudantes;

41

IX - integrar a comunidade, as organizações da sociedade e os meios de

comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying;

X - coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e qualquer outro

comportamento de intimidação, constrangimento ou violência;

XI - realizar debates e reflexões a respeito do assunto, com

ensinamentos que visem à convivência harmônica na escola;

XII - promover um ambiente escolar seguro e sadio, incentivando a

tolerância e o respeito mútuo;

XIII - propor dinâmicas de integração entre alunos e professores;

XIV - estimular a amizade, a tolerância, o respeito às diferenças

individuais, a solidariedade, a cooperação e o companheirismo no ambiente

escolar;

XV - orientar pais e familiares sobre como proceder diante da prática de

bullying; e:

XVI - auxiliar vítimas e agressores.

Art. 6º Compete à unidade escolar aprovar um plano de ações para a implantação

das medidas previstas no Programa e integrá-lo ao Projeto Político Pedagógico.

Art. 7º Fica autorizada a realização de convênios e parcerias para a garantia do

cumprimento dos objetivos do Programa.

Art. 8º A escola poderá encaminhar vítimas e agressores aos serviços de assistência

médica, social, psicológica e jurídica, que poderão ser oferecidos por meio de

parcerias e convênios.

Art. 9º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias a contar

da data de sua publicação.

Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.