UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE - UNIARP …extranet.uniarp.edu.br/pedagogia/TCC/TCCs...

30
0 UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE - UNIARP CURSO DE PEDAGOGIA FABIANA RODRIGUES MOSCHETTA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS CAÇADOR 2011

Transcript of UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE - UNIARP …extranet.uniarp.edu.br/pedagogia/TCC/TCCs...

0

UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE - UNIARP CURSO DE PEDAGOGIA

FABIANA RODRIGUES MOSCHETTA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS

CAÇADOR 2011

1

FABIANA RODRIGUES MOSCHETTA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como exigência para a obtenção do título de Licenciada em Pedagogia, ministrado pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP - Caçador, sob orientação do professor MS. Paulo Gonçalves.

CAÇADOR 2011

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelas oportunidades que me foi dada

na vida, agradeço a ele por todas as fases por quais passei, principalmente as

difíceis, pois foram elas a essência da matéria prima para o meu aprendizado.

Agradeço a minha família, por estar ao meu lado me ajudando e

vivenciando comigo passo a passo na realização deste trabalho, meu muito

obrigado pela paciência e pelo apoio nos momentos mais difíceis.

Agradeço aos professores que se dedicaram e foram incansáveis em

transmitir conhecimentos ao longo desses quatro anos, nos oportunizaram e

incentivaram a concretizar o grande objetivo, a conclusão do curso.

3

RESUMO

O referente trabalho de conclusão do curso tem por objetivo instigar uma

reflexão a respeito das áreas de atuação do pedagogo. Como a pedagogia

trata-se de uma ciência de educação humanizada, os trabalhos pedagógicos

podem ser desenvolvidos em espaços não escolares, como em empresas, pois

o pedagogo é um profissional necessário em todas as instâncias em que há

ensino e aprendizagem, ampliando assim o campo de atuação. O pedagogo,

sempre se caracterizou como um profissional voltado para a área educacional.

Percebendo as grandes mudanças que vem ocorrendo na sociedade, hoje se

faz necessário que os profissionais de pedagogia tenham uma visão mais

ampla que vai além dos muros escolares. Não se trata de negar a atuação do

pedagogo como docente, mas sim acrescentar em seu campo de trabalho

outras oportunidades tão importantes quanto. Este trabalho estará no primeiro

momento contextualizando através de uma pesquisa bibliográfica a formação

do pedagogo seguindo então para a atuação do pedagogo em um ambiente

não escolar, caracterizando a ação deste profissional, com uma formação

crítico reflexiva desenvolvendo suas funções com as atribuições de sua

formação em um ambiente empresarial.

Palavras-chaves: Formação Profissional, Atuação do Pedagogo, Pedagogia

Empresarial.

4

ABSTRACT

The work regarding completion of the course aims to instill a reflection on the

areas of the pedagogue. Como pedagogy it is a humane science education,

teaching jobs can be developed in non-school, like companies, because the

teacher is a professional needed in all instances where there is teaching and

learning, thus enlarging the field. The schoolmaster always characterized as a

professional facing the education sector. Realizing the great changes that have

occurred in society today it is necessary that the teaching professionals have a

broader vision that goes beyond the school walls. This is not to deny the role of

the teacher as a teacher, but to add in your field of work as important as other

opportunities. This work is the first time in contextualizing through a literature

review of teacher training to then follow the actions of the teacher in a non-

school environment, characterizing the action of professional training with a

critical reflective performing its functions with the duties of his training a

business environment.

Keywords: Training, Role of the Educator, Education Business.

5

SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................. 6

REFERÊNCIAL TEÓRICO..................................................................... 8

1FORMAÇÃO DO PEDAGOGO………................................................... 8

1.1PEDAGOGIA NAS ÁREAS DE CONHECIMENTO................................ 12

1.2O EDUCADOR DO SECULO XXI........................................................... 14

1.3PEDAGOGIA UNIARP – UMA BREVE REFLEXÃO DA FORMAÇÃO

PEDAGOGICA………………………………………………………………………

16

1.4A PEDAGOGIA E A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM EMPRESAS….. 19

1.5 PROCESSO DE APRENDIZAGEM DENTRO DA EMPRESA……….. 22

1.6 CONTRIBUIÇÃO DA PEDAGOGIA EMPRESARIAL PARA O

PEDAGOGO E PARA A SOCIEDADE…………………………………………...

24

1.6.1 A Visão das empresas de Caçador quanto a contratação de

pedagogos em suas organizações……………………………………………….

25

CONCLUSÃO………………………………………………………………………. 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................

30

6

INTRODUÇÃO

Desde sempre, o pedagogo tem se caracterizado como o profissional

responsável pela docência e especialidades na educação, tais como: Direção,

Coordenação e Supervisão, entre outras atividades específicas da escola.

Dificilmente, encontra-se o profissional da educação desvinculado da escola

propriamente dita e inserido em outras atividades, como empresas.

Considerando as mudanças ocorridas na sociedade, faz-se importante

contemplar a possibilidade de atuação desses profissionais em outros setores

do trabalho. Essas transformações estão nos levando a um novo modelo, de

organização e de sociedade.

Este trabalho teve como objetivo inicial, propor um estudo bibliográfico

da ampla área de atuação do pedagogo, tendo como premissa a Pedagogia

empresarial. Mas diante as leituras feitas, houve uma necessidade de ir a

campo, entender qual o entendimento e perspectiva das empresas quanto a

contratação deste profissional em seu quadro de funcionários.

O interesse por esse tema surgiu á partir da percepção de que a

pedagogia por se tratar de uma ciência de educação, ela pode contribuir

também como condutor de processos relacionados a construção do saber, pois

a ação educativa esta presente em todos os setores da sociedade.

Haja vista as diversas possibilidades deste profissional contribuir no

desenvolvimento da sociedade.

Conforme Libâneo (2007 p. 38-39) afirma:

O Curso de pedagogia deve formar o pedagogo strictu sensu, isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio- educativas do tipo formal e não-formal e informal, decorrente de novas realidades, novas tecnologias, novos atores sociais (...) não apenas na gestão, supervisão e coordenação pedagógicas em escolas, como também na pesquisa, na administração nos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais,, nas empresas, nas várias estâncias de educação de adultos, nos serviços de psicopedagoga e orientação educacional...

Diante disso surge nas organizações uma grande oportunidade para

profissionais que saibam lidar com estratégias de ensino - aprendizagem,

treinamentos, palestras motivacionais entre outras atividades levando para as

empresas uma proposta neste sentido, de atuação em recursos humanos.

7

1. FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

Os pedagogos são instigados a terem como premissa o entendimento de

que o curso de Pedagogia compõe uma área que estuda as manifestações da

Educação na sociedade, usando como fundamento as bases da nova formação

tanto no campo de conhecimento humano, quanto teórico e metodológico do

ensino e da educação.

Há uma série de questões que dizem respeito às atribuições desse

curso examinando as funções conferidas ao pedagogo, o que fica perceptível é

a necessidade de uma busca contínua do que ele é como profissional, suas

funções e o campo que se pode atuar. O pedagogo, por vezes, é visto como

um especialista ou mesmo técnico da educação, como um estudioso da

Educação ou ainda também como professor fundamental ou das séries iniciais.

No contexto atual temos a existência de uma nova formação do

pedagogo, graças à nova representação curricular do curso de pedagogia e

consequentemente transformação do perfil do profissional. As mudanças que

estão acontecendo no campo educacional levam os profissionais da Educação,

bem como as instituições de ensino, a refletir sobre seus atos educativos e seu

comprometimento com a sociedade. Assim, podemos retomar a idéia de que

esses fatos tendem a impulsionar nos currículos dos cursos de licenciatura

uma reconstrução, revelando com maior transparência a contínua necessidade

de uma adaptação ao momento de globalização da sociedade que nos exige

qualificação, busca contínua de conhecimento e procura de novos espaços de

atuação ao do pedagogo.

A nova formação abre um leque de oportunidades para os acadêmicos

em diferentes áreas o que amplia sua atuação no mercado de trabalho.

Podemos aqui colocar a Pedagogia Hospitalar que se enquadra nesses novos

campos de atuação para efetuar seu trabalho tanto em domicílio quanto no

hospital, para prestar assistência as crianças e jovens a poder continuar às

atividades educacionais, mesmo não estando dentro de uma sala de aula. É

uma classe que foi implantada nos hospitais para que a criança ou jovem

doente seja integrada a nova condição tão logo quanto possível, privilegiando

8

um ambiente deixando suave e acolhedor, sem perder o contato com o mundo

externo, dando ênfase e privilégios às relações familiares e sociais.

Existe também o pedagogo empresarial que, nestes tempos em que as

empresas e organizações das mais variadas vertentes precisam de

profissionais mais bem preparados para atender expectativas e demandas,

aparece como um instrumento a mais para o desenvolvimento dentro das

organizações que rumam buscar notoriedade pela qualidade de seus serviços.

O pedagogo encaminha o profissional às tarefas que este se adaptou

melhor, avaliando e dando melhor aproveitamento nas atividades

desenvolvidas, pois, sendo ele o pedagogo o profissional que ajusta às falhas,

diante de novas situações é preciso pensar estrategicamente, é ser

conhecedor de vários perfis psicológicos e ao mesmo tempo em que transmite

conhecimento treinando e delegando. Ele também é especialista em conduzir

mudanças de comportamentos em direção aos objetivos da educação e

aprendizagem.

A administração Escolar, que pode ser apontado como um campo muito

aberto também ao pedagogo é o campo onde o administrador escolar trabalha

em conjunto com alunos e professores das instituições educacionais,

assessorando o progresso do currículo, organizando as práticas pedagógicas,

é legal e administrativamente responsável pela instituição, em suma tem a

mesma função de diretor. Sendo a administração escolar uma especialidade do

pedagogo, podendo ainda buscar mais qualificação além do que a grade

curricular dispõe.

Esses são alguns dos campos abertos ao pedagogo de hoje que pode

escolher uma área ou mais de uma para trabalhar bastando que lhe pareça

mais compatível com seu perfil, objetivos e ainda lecionar em sala, que ainda é

o que os futuros pedagogos mais almejam.

A Pedagogia deve formar um profissional qualificado para atuar em

vários campos educativos para atender demandas socio-educativas do tipo

formal, não formal e informal, decorrentes de novas realidades, tecnologias,

novos espaços sociais, ampliação das formas de lazer, mudanças nos ritmos

de vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças

profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental, não apenas

na gestão, supervisão e coordenação pedagógica de escolas, como também

9

na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento

educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais,

nas empresas, nas várias instâncias de educação, na requalificação

profissional, etc. Essa caracterização do pedagogo faz-se necessária, tendo

em vista distingui-lo do profissional docente, já que todos os professores

poderiam considerar-se pedagogos.

O pedagogo deve exercer um trabalho específico de atuação

pedagógica em um amplo leque de práticas educativas, considerando

entretanto que sua formação na graduação deve privilegiar a competência

pedagógica, a formação do educador voltada para o contexto específico da

instituição escolar, entendida esta como um centro irradiador de cultura que

necessita estar em permanente intercâmbio com outras agências educativas

não-escolares como as formas de intervenção educativa urbana, os meio de

comunicação, os movimentos sociais, as instituições culturais e de lazer, os

centros de difusão de informação de variada natureza, de modo a assumir sua

função reoordenadora e reestruturada nos vários espaços sociais.

A escola, assim considerada, constitui-se num espaço de síntese, de

aglutinação e integração entre as diferentes agências educativas e a as

práticas de aprendizagem escolar. A escola, hoje, necessita ser um lócus de

construção e produção de cultura em constante intercâmbio com o meio social

envolvente, constituindo-se em contexto de aprendizagem e de reflexão

permanentes, exigindo portanto um profissional educador dirigente com um

novo perfil.

Faz-se necessário uma valorização da atividade pedagógica em sentido

mais amplo, na qual o docente está incluído, pois não é mais possível

desconhecer a sociedade pedagógica que está instituída no mundo inteiro.

Conforme afirma Libâneo (1999, p.33)

quem quer que deseje continuar a ser chamado de “educador”, não pode ignorar a importância hoje dos processos educativos extraescolares, especialmente os comunicacionais, nos quais está implicada de corpo inteiro a pedagogia.

Podemos considerar que a Pedagogia, como prática de educação

intencional, busca investigar os fatores que contribuem para a construção do

10

ser humano como membro de uma sociedade bem como preocupando-se com

os processos e meios dessa formação.

Libâneo (2001 p.25-26) ressalta que existem duas características

fundamentais do ato educativo intencional:

(...) primeira, precisamente a de ser uma – atividade humana intencional; segunda, a de ser uma prática social. No primeiro caso,sendo a educação uma relação de influências entre pessoas há sempre uma intervenção voltada para fins desejáveis do processo deformação, conforme opções do educador quanto à concepção de homem e sociedade; ou seja, existe sempre uma intencionalidade educativa, implicando escolhas, valores, compromissos éticos. No segundo caso, a educação é um fenômeno social, ou melhor, uma prática social que só pode ser compreendida no quadro do funcionamento geral da sociedade da qual faz parte.

Isso quer dizer que as práticas educativas não se dão de forma isolada

das relações sociais que caracterizam a estrutura econômica e política de uma

sociedade, mesmo estando subordinadas a interesses sociais, econômicos,

políticos e ideológicos de grupos e classes sociais. Sendo assim, ao investigar

questões pertinentes à formação humana e práticas educativas

correspondentes, a Pedagogia começa perguntando que interesses estão por

detrás das propostas educacionais. Precisamente por isso, a ação pedagógica,

dá uma direção e um rumo às praticas educativas, conforme esses interesses.

O processo educativo se viabiliza, neste sentido, como prática social podendo

ser dirigido pedagogicamente. Em outras palavras, é o caráter pedagógico que

introduz o elemento diferencial nos processos educativos que se manifestam

em situações históricas e sociais concretas. Nas palavras de Libâneo (1998

p.32) “... sobretudo pelo fato de a prática educativa desenvolver-se no seio de

relações entre grupos e classes sociais.” Em resumo, é a mediação

pedagógica que irá determinar finalidades sócio-políticas e formas de

intervenção organizativa e metodológica do ato educativo.

11

1.1 PEDAGOGIA NAS ÁREAS DE CONHECIMENTO

Segundo Luckesi as relações entre filosofia e educação parecem

naturais. Enquanto a educação trabalha o desenvolvimento das novas

gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e como devem

ser ou se desenvolver as gerações e a sociedade. É a filosofia que exige

postura do educador.

Por isso Luckesi (1990 p. 32-33) diz:

Nas relações entre filosofia e educação só existem realmente duas opções: ou se pensa e se reflete sobre o que se faz e assim se realiza uma ação educativa consciente; ou não se reflete criticamente e opaca o existente na cultura da vida do dia-a-dia – e assim se realiza uma ação educativa com baixo nível de consciência. [...] Filosofia e educação, pois, estão vinculadas no tempo e no espaço. Não há como fugir dessa ‘fatalidade’ da nossa existência. Assim sendo, parece-nos ser mais válido e mais rico, para nós e para a vida humana, fazer esta junção de uma maneira consciente, como bem cabe a qualquer ser humano.

A propósito do ser humano, vale complementar que os objetivos

educacionais devem sempre compreender a constituição de sujeitos

conscientes, críticos e responsáveis.

Nesta concepção, a educação se delineia a partir de uma posição

filosófica definida. Convém compreender as relações entre educação e

sociedade, ou seja, o papel ou a função da educação em relação à sociedade,

para a realização de uma educação comprometida com esta sociedade.

Compreende-se o homem pela sua cultura, por meio do trabalho, com o qual

transforma a natureza e a si mesmo, e que pelo aperfeiçoamento das suas

atividades, é possível mediante a educação, como fator fundamental, a

humanização e a socialização. Compreendo educar como um processo

contínuo, que visa a alcançar na pessoa aquilo que ela possui de mais

humano, isto é, sua intelectualidade, sua afetividade e seus hábitos, para levá-

la à realização de um ideal, perseguido pela sociedade em que se encontra

inserida.

Quanto a sua natureza, a educação não é simples transmissão da

herança dos antepassados, porém, é processo pelo qual também se torna

12

possível a gestação do novo e a ruptura com o velho. Isso ocorre de maneira

variável, conforme são as sociedades, estáveis ou dinâmicas. Para Libâneo

(2002), educar é conduzir de um estado para outro, é modificar numa certa

direção o que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode ser definido

como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível

inter-pessoal, como no nível da influência do meio. Interação essa que se

configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos, visando

provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta

própria ação exercida.

Outros dois conceitos que vale a pena ser pensado são de educação e

ensino, não há como separar, pois como se poderia educar alguém sem

informá-lo sobre o mundo em que vive? A informação, sempre é

pretensamente tida como neutra, está carregada de valores.

Sendo a pedagogia um campo de conhecimento interdisciplinar, tem

contribuições de vários campos de conhecimentos, especialmente das Ciências

Humanas. Nesse sentido a disciplina Sociologia da Educação, caracterizada

como um olhar sociológico sobre o fato educativo contribui e da uma base para

fundamentar diversas disciplinas que compõem o currículo do curso e para a

compreensão da realidade educacional no contexto da sociedade.

Diversos autores (TURA, 2001� SILVA, 2003� SOUZA, 2003) discutem o

papel que Sociologia da Educação para uma compreensão crítica da realidade

social, política, econômica e cultura na qual a escola e a educação estão

inseridas e contribui para uma formação de educadores com uma visão crítica

que possa formar indivíduos para compreenderem e transformarem a realidade

onde vivem.

A educação entendida como uma prática social que busca formar

indivíduos para a vida em sociedade deve proporcionar uma visão que os

permita uma compreensão da sociedade em todas as suas dimensões. Embora

o campo de conhecimento da Sociologia não garanta o compromisso de

promover uma educação crítica transformadora, pela sua especificidade de

analisar a sociedade sob vários olhares que as diversas perspectivas analíticas

ensejam já possibilita uma ampliação da compreensão da realidade social e da

educação como um fenômeno fundamental na transmissão da herança cultural,

13

dos modos de vida, das ideologias, na formação para o trabalho que guarda

uma estreita relação com a realidade em cada contexto histórico.

1.2 O EDUCADOR DO SECULO XXI

A nova educação deve buscar todas as dimensões do ser humano, deve

promover um desequilíbrio nos sistemas existentes, acelerando uma nova

visão de mundo. O ser humano deve encaminhar-se para o conhecimento de si

como unidade múltipla que se direciona dentro da diversidade da espécie

humana, e essa constatação leva em suas multiplicidades a procura de novas

formas de explorar o conhecimento em sua essência, para um novo mundo.

Paulo Freire era um grande conhecedor da ação educativa e entendia

perfeitamente bem como a rigorosidade ética deveria permear o processo

educativo, por isso ela não pode ser renegada a segundo plano. Assim, tanto o

preparo científico como a ética deve estar aliada ao bom profissional de ensino;

desse modo, não haverá mal-estar pessoal e profissional.

Paulo Freire (1996 pg. 13) afirma:

“Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.”

Para Paulo Freire existe saberes necessários à prática educativa, os

quais podem ser lidos, argumentados e refletidos.

•••• Ensinar exige rigorosidade metódica: significa dar condições ao

educando em aprender criticamente, que sejam criadores,

instigadores, inquietos, curiosos, humildes e persistentes; desse

modo, não devemos estar certos de nossas certezas;

•••• Ensinar exige pesquisa: significa que todo professor ou professora é

um pesquisador; pois o que faz um bom professor ou uma boa

professora é a constante atualização, seu aprimoramento; visto que

14

somos seres históricos e que fazemos história constantemente num

mundo onde o conhecimento também tem sua historicidade;

•••• Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos: significa que o

professor ou a professora deve mostrar ao seu aluno que sua

experiência influencia a maneira como ele aprende os conteúdos

instituídos e, faz com que ele possa refletir e agir sobre sua

realidade, a fim de transformá-la;

•••• Ensinar exige criticidade: significa que o professor ou a professora

deve ser crítico em sua prática; como age, como leva seu aluno a

produzir seu conhecimento;

•••• Ensinar exige estética e ética: significa que o professor ou a

professora deve estar comprometido com os resultados de sua ação

pedagógica, visando a melhoria da qualidade de vida do aluno;

•••• Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo: significa

que o professor ou a professora tem o dever de dar exemplo, de falar

o que realmente faz, de contribuir para o crescimento da cidadania;

•••• Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma

de discriminação: significa que o professor ou a professora deve

estar livre de qualquer pré-conceito, de rejeitar qualquer proposta

que não seja válida para seus alunos;

•••• Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática: significa que o

professor ou a professora deve estar atento a sua prática de hoje e

de ontem para que possa melhorar a próxima prática;

•••• Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural:

significa que o professor ou a professora deve assumir-se como ser

pensante, histórico, social, transformador, criador, realizador de

sonhos, capaz de reconhecer o outro, capaz de ter raiva e capaz de

amar.

Esses são os saberes necessários à uma boa prática educativa, à uma

prática com responsabilidade e com comprometimento tanto dos resultados

como da qualificação profissional de cada educador ou educadora.

15

Paulo Freire (1996 pg. 17) afirma que:

O que importa, na formação docente, não é a repetição mecânica do gesto, este ou aquele, mas a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser “educado”, vai gerando a coragem. ”Nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e de outro, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. Conhecer não é de fato adivinhar, mas tem algo que ver de vez em quando com adivinhar, com intuir.

1.3 PEDAGOGIA UNIARP – UMA BREVE REFLEXÃO DA FORMAÇÃO

PEDAGOGICA

Falar sobre a formação do pedagogo é reviver uma história de um

objetivo traçado quatro anos atrás quando fizemos a opção pelo curso.

Involuntariamente começamos a pensar e analisar criticamente sobre a nossa

formação. Sabendo que não seria uma tarefa fácil, procuramos absorver

conhecimentos suficientes dentro das disciplinas que, subsidiassem quando

estivéssemos em sala de aula. Porém ainda não havíamos percebido o

caminho amplo que a pedagogia nos daria para escolha.

As disciplinas neste contexto foram ilustrando uma idéia mais ampla e

globalizada no entendimento do ato pedagógico e da ação educativa, ficou

claro que a educação ocorre na família, no trabalho, na rua, nos meios de

comunicação e na política.

Nesta perspectiva entendemos que a formação do pedagogo deverá

estar pautada em um profissional qualificado e atuante no atendimento as

demandas sócio-educativas, assistindo as novas realidades sociais. Diante

deste entendimento pudemos observar a pedagogia assumindo modalidades e

práticas educativas nos quais os estágios nos oportunizaram a vivenciar.

No espaço escolar está à relação direta professor – aluno, onde a

atuação do pedagogo desempenha um trabalho mediado em métodos, técnicas

com base nos conhecimentos adquiridos na graduação, vinculando as áreas do

conhecimento pedagógico ao trabalho em sala de aula.

16

Não sendo uma tarefa fácil, nesta posição o profissional de educação

deve buscar ser competente, compromissado com seu trabalho, com uma

visão ampla, capacidade de pensar, planejar o seu processo, baseando - se

nas áreas importantes de conhecimento, sociologia, filosofia, psicologia e

didática etc.

Na disciplina de Psicología da Aprendizagem, podemos afirmar que a

aprendizagem é uma mudança de comportamento resultante de experiencias

vividas no nosso dia-a-dia. Nesta disciplina tivemos um conhecimento amplo da

metodologia descoberta e aplicada por Paulo Freire que foi responsável por

alfabetizar e desenvolver o senso crítico na mente de muitos aprendizes.

Em Didática, aprendemos que o processo didático pedagógico encontra-

se em constante reformulação e aprimoramento, ligado basicamente ao ato de

ensinar e as dificuldades da aprendizagem, acreditamos assim que este

processo jamais chegará ao ponto de tornar-se acabado, pois mesmo

reformulando-se dia-a-dia sempre encontremos situações passíveis de

mudanças.

O termo filosofia da educação aponta para um tipo de saber que, de um

modo amplo, é aquele acumulado na discussão sobre campo educacional, ele

também justifica a pedagogia e conseqüentemente a educação através dos

valores, fins e razão., onde abrange no mínimo dois aspectos principais: os

processos e as influencias sociais envolvidas na atividade educativa, em

especial na escola; a aplicação dos conhecimentos e descobertas da sociologia

a atividade educativa. Sendo assim a sociologia estuda a sociedade humana,

sua estrutura básica, a coesão e a desintegração dos grupos, ou seja, a

transformação da vida social.

No campo organizacional, tivemos a oportunidade de conhecer a área

de atuação do pedagogo na gestão escolar: direção, coordenação, secretaria,

biblioteca e orientações. O processo de gestão escolar é um espaço importante

na produção de um contexto favorável a aprendizagem dos alunos e demais

pessoas que formam a comunidade escolar. É preciso repensar a escola, a fim

de produzir uma escola capacitada, capaz de enfrentar com sucesso os

desafios que a sociedade hoje impõe.

17

É de suma importância que a escola tenha um PPP (processo político

pedagógico) bem elaborado e aproveitado, pois a pratica do mesmo subsidiará

a uma boa gestão escolar. É o PPP que define a escola, resume as normas e

principalmente traça as metas e os objetivos a serem alcançados.

O Projeto Político Pedagógico enquanto organização do trabalho da

escola como um todo, está diretamente ligado a princípios que são: igualdade

de condições de trabalho para os professores, para acesso e permanência na

escola dos alunos, qualidade de ensino, gestão democrática, liberdade e

valorização do magistério, por isso que é fundamental sua aplicabilidade.

Esses pontos são fundamentais para a escola e a comunidade, pois é na

manutenção dos mesmos que formamos cidadãos, por isso a gestão escolar

deve ter olhar especial não somente nos aspectos cotidianos ou materiais. A

gestão de uma escola que quer ter qualidade de ensino, não deve achar uma

tarefa fácil, pelo contrário, é uma tarefa árdua que deve sempre estar em

reflexão coletiva com os membros da escola e comunidade. Primeiramente os

gestores devem ter em mente que dividindo a gestão ou partilhando idéias

entre todos, a escola cria sua identidade própria e também resolve os

problemas pertinentes daquela comunidade, dando assim, lugar para que

gerações futuras também possam desfrutar desse método democrático, por

isso que acreditar que todos nós possamos entender esses processos,

principalmente vindo de uma gestão escolar é o pontapé inicial para a ação

coletiva na escola.

Enfim chega a escolha pelo tema do trabalho de conclusão de curso,

primeiramente esclarecemos questões pertinentes a atuação do pedagogo em

ambiente escolar, o qual era o primeiro foco, pelo fato de não trabalhar na área

da educação naturalmente veio uma reflexão sobre a ampla área de atuação

do pedagogo. Diante disso os objetivos pautaran-se em verificar a existencia

de pedagogos atuando em recursos huimanos de empresas, partindo assim a

elaboração do meu projeto de pesquisa com o tema Pedagogia empresarial.

18

1.4 A PEDAGOGIA E A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM EMPRESAS

Mediante as grandes transformações ocorridas no mundo torna-se

necessário que se faça discussões e que se pense na pedagogia como uma

área mais ampla. Entre as mudanças destacamos a que ampliou o campo de

trabalho do Pedagogo, fazendo com este pense a “Educação” além dos muros

das escolas.

Nesta nova perspectiva o pedagogo terá que entender que, Educação

não é única, e sim que podemos encontrar vários tipos de educação como a

formal, informal, não-formal sendo que podem ocorrer em diferentes espaços

como escolar, hospitalar, empresarial entre outros. O olhar que se tem sobre a

educação concebida como aquela que prepara o indivíduo para a sociedade,

treinando-os e moldando-os de acordo com que se espera da escola, nesta

perspectiva deve-se olhar educação como humanizadora do homem, ou seja,

precisa-se entender a educação em um sentido mais amplo, que envolva a

formação humana tanto no aspecto físico, moral, intelectual. É neste contexto

que surge o tema Pedagogia Empresarial.

Pode-se começar pensando sobre o que vem a ser Pedagogia, de

acordo com Libâneo é uma área do conhecimento que investiga a realidade

educativa no geral e no particular, onde a ciência pedagógica pode postular

para si, isto é, ramos de estudos próprios dedicados aos vários âmbitos da

prática educativa, complementados com a contribuição das demais ciências da

educação,ou seja, a atuação do pedagogo é ampla e vai além de aplicação de

técnicas que apenas visam a estabelecer políticas educacionais no contexto

escolar.

Segundo Libâneo (2007. p. 58)

Há uma diversidade de prática educativa na sociedade, e em todas elas, desde que se configurem intencional, está presente a ação pedagógica. A contemporaneidade mostra uma “sociedade pedagógica” (Beillorot, 1985), revelando amplos campos de atuação pedagógica. A partir de indicações desse autor, podem-se definir para o pedagogo duas esferas de ação educativa: escolar e extra-escolar.

19

O pedagogo exercia suas atividades basicamente em espaço escolar,

porém, principalmente a partir da década de 70, com as dificuldades

apresentadas por trabalhadores dentro das empresas, que mostravam que a

escola formal não estava mais conseguindo atender as perspectivas do

mercado, começou então o processo de formação profissional no próprio local

de trabalho e passou a ser de grande relevância proporcionando uma demanda

grande de treinamentos.

A educação sofreu mudanças em seu conceito, deixou de ser restrita ao

processo ensino aprendizagem em espaços escolares formais, saindo do

ambiente escolar partindo para diferentes e diversos segmentos.

Como a pedagogia tem o objeto a Educação, o pedagogo aparece como

sendo o melhor profissional para atuar neste campo, mas para isso seria

obviamente necessário haver mudanças na formação deste profissional, que

não estava preparado para atuar dentro das empresas, já que o público não é

mais crianças ou adolescentes e sim pessoas adultas. Mas, as transformações

em relação o curso de Pedagogia ocorrem de forma lenta, a tal ponto que as

verdadeiras mudanças ocorreram há pouco tempo e continuam acontecendo.

É, neste novo horizonte, que, surge a Pedagogia Empresarial, ainda

bastante complexa mesmo para docentes do curso de Pedagogia. Busca-se

com isto, informações e conhecimentos sobre o tema, ainda pouco

encontrados nas literaturas que tem como objeto a educação.

Acreditamos que o pedagogo dentro desse novo horizonte, em que está

inserido, deverá procurar mais conhecimento em fontes além da pedagogia,

como na área de administração, psicologia, filosofia, para ter acesso a

conhecimentos importantes que deverão ser utilizados no espaço empresarial.

A pedagogia nos ensina ter um olhar humano, aprender nos conhecer e

querer também conhecer o outro, nos ensina a planejar, a organizar planos, a

sistematizar, a fomentar e elaborar projetos, pontos estes positivos que

ajudaram o pedagogo na empresa.

Ao observar uma Empresa percebe-se que como a Pedagogia o seu

processo caminha em direção à realização de ideais e objetivos definidos, e

como a pedagogia a relação se dá entre seres humanos também, portanto, a

necessidade de se trabalhar a pessoa de forma integral, buscando mudanças

20

se necessárias no comportamento deste ser humano e não olhá-la como uma

peça dentro da empresa.

Esse processo de mudança provocada, no comportamento das pessoas

em direção a um objetivo, chama-se aprendizagem e aprendizagem é a

especialidade da Pedagogia e do Pedagogo.

Uma questão importante para a formação e a atuação do Pedagogo

Empresarial diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no

contexto organizacional, tendo em vista que toda sua atuação está pautada na

dimensão humana.

As políticas de Recursos Humanos, por si só, não garantem mudanças

ou comprometimentos mais ou menos efetivos; tem no elemento humano o seu

ponto-chave. A maneira de agir desse novo profissional precisa ocorrer de

forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão.

O papel do pedagogo existe também longe da escola, entretanto a

busca de uma identidade profissional fica clara à medida que o educador

integra diferentes enfoques existentes no processo metodológico, prático,

tendo como suporte o conhecimento na área da educação, como também a

possibilidade de interagir e colaborar para o desenvolvimento do indivíduo na

sua área de atuação profissional.

Segundo LIBÂNEO,(2007, p.116)

É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o entendimento de que as práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida social não se restringindo, portanto, à escola e muito menos a docência, embora estas devam ser a referência da formação do pedagogo escolar. Sendo assim o campo de atuação do profissional formado em pedagogia é tão vasto quanto são as práticas educativas na sociedade. Em todo lugar onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma pedagogia.”

Além de uma visão humanística, pode-se dizer que, dentro de uma

organização, o papel do pedagogo também tem seu lado específico, ou seja,

ele planeja, coordena, executa e avalia programas e projetos educacionais

dentro da empresa.

O pedagogo acompanhará todo o desenvolvimento do funcionário, ou

seja, o seu desempenho, direcionando-o para o caminho que este devera

seguir dentro da empresa, facilitando, enquanto agente provocador de

mudança de mentalidade e de cultura.

21

Sua capacidade em lidar com a comunicação e com a aprendizagem faz

com que ele conduza as pessoas e direcione suas verdadeiras funções, não

implicando a mudança de seu comportamento, mas ajudando o funcionário a

descobrir seu verdadeiro potencial, para que possa desempenhar sua função

de acordo com as necessidades de cada organização.

1.5 PROCESSO DE APRENDIZAGEM DENTRO DA EMPRESA

O ser humano desde que nasce entra num processo de aprendizagem,

seja na família, na escola, na rua, na empresa ou outros lugares. Por isso,

podemos pensar que seria inconcebível o homem sem aprendizagem, em

qualquer âmbito de sua vida o homem deve está inserido em um ambiente de

aprendizagem permanente.

Neste contexto, é que aparece a figura do Pedagogo Empresarial,

visando além de melhorar a qualidade de prestação de serviços, melhorar a

vida pessoal do individuo, começando abrir espaço para que este profissional

possa, de maneira consciente e competente, proporcionar um ambiente que se

esteja solucionando problemas, elaborando projetos, formulando hipóteses,

visando à melhoria dos processos instituídos na empresa, garantindo a

qualidade do atendimento, contribuindo para instalação da cultura institucional

da formação continuada dos empregados.

O Pedagogo poderá atuar na empresa produzindo e difundindo

conhecimento, assim, exercendo o seu papel de educador.

No processo de aprendizagem nas empresas o pedagogo empresarial,

deve ter a habilidade, o olhar, a consciência de que está desenvolvendo

trabalho com seres humanos e não com objetos, lembrando que são seres

humanos adultos, que precisam torna-se parte ativa neste processo.

Ao desenvolver projetos de aprendizagem deve-se levar em

consideração a real necessidade do individuo, o que realmente ele necessita e

não o que o pedagogo acha melhor para a pessoa ou só para a empresa.

22

A atenção do Pedagogo Empresarial, à Educação Integral, isto é, ao

processo de influenciar e sugestionar positivamente os funcionários em todos

os aspectos da sua personalidade vai proporcionar o desenvolvimento da

produtividade pessoal nas mais diversas atividades. Portanto, deve demonstrar

com o seu trabalho prático, na empresa, os efeitos benéficos da adoção das

várias atividades educativas.

Segundo RIBEIRO (2003, p. 10)

O Pedagogo Empresarial precisa de uma formação filosófica, humanística e técnica sólida a fim de desenvolver a capacidade de atuação junto aos recursos humanos da empresa. Via de regra sua formação inclui disciplinas como: Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e Simulações Empresariais, Administração do Conhecimento, Ética nas Organizações, Comportamento Humano nas organizações, Cultura e Mudança Nas Organizações, Educação e Dinâmica de Grupos, Relações Interpessoais nas Organizações, Desenvolvimento organizacional e Avaliação do Desempenho.

O pedagogo deve buscar este novo horizonte, esse novo espaço, tendo

a consciência e a certeza de seu papel dentro da empresa, pois acredito que

tem a ganhar com a existência de outros espaços de atuação para o pedagogo,

fora do espaço escolar e a contribuição que o mesmo pode trazer às empresas

que se preocupam com os seres humanos presentes nestes espaços.

Nenhuma atividade é puramente administrativa, nem burocrática, nem

social, nem técnica, nem pedagógica. Neste trabalho, são apresentadas

separadamente apenas para fins didáticos.

Dentre as atividades pedagógicas, podemos mencionar as atividades

relacionadas ao ensinar-aprender, envolvendo os funcionários da empresa.

Sobre esta questão, não é de hoje que as escolas têm sido solicitadas para dar

conta das qualificações básicas dos trabalhadores.

A aprendizagem, a qualificação e o conhecimento nos tornam seres

humanos livres e reflexivos, e capazes de ter uma visão além de obstáculos

muitas vezes colocados por nós mesmos. O indivíduo, após passar por um

processo de aquisição de um determinado conhecimento, jamais terá uma

visão de antes, adquirindo novos conhecimentos.

E com certeza, contribuirá para o seu desenvolvimento e,

consequentemente, um avanço maior da empresa para a qual trabalha. É

necessário inovar, motivar e buscar sempre algo novo, diferente, pois é

23

evidente a existência de cobrança do mercado de trabalho, principalmente por

profissionais qualificados, habilitados e com energia para exercer o seu cargo

adequadamente, com serenidade e autonomia.

Um Pedagogo reflexivo e atuante deve ter como base o projeto

pedagógico no qual ele, ao elaborar, executar, acompanhar e avaliar irá buscar

maneiras de realização de uma prática educativa de qualidade e reflexiva aos

trabalhadores, que muitas vezes, não sabem o “porquê” de estarem inseridos

em uma sala de aula no seu ambiente de trabalho, que por razões da ordem

capitalista, significa buscar aumentar a competitividade através do aumento

dos conhecimentos, ou informações de seus colaboradores, o que não deixa

de ser um caminho para o desenvolvimento do país e uma possível melhoria

da qualidade de vida de todos.

1.6 CONTRIBUIÇÃO DA PEDAGOGIA EMPRESARIAL PARA

O PEDAGOGO E PARA A SOCIEDADE

Em decorrência dos fatores políticos, técnicos, sociais e econômicos,

houve a necessidade das instituições de ensino repensar a educação para o

desenvolvimento das pessoas no contexto empresarial, que devido à grande

competição no mercado, exige profissionais qualificados e capacitados para

atender às exigências do mundo moderno e em constante transformação.

Todas essas transformações nos levam a um novo paradigma que exige

uma nova organização da economia e da sociedade em que capacidade e

experiência do indivíduo é fator determinante de competitividade na atual

sociedade mundial, sendo necessário que as instituições de ensino e os

demais envolvidos, nesse processo, modifiquem sua postura em relação à

educação.

Diante do mercado produtivo, torna-se indispensável que o profissional

da educação assuma um espaço de forma efetiva no interior das organizações,

elaborando e consolidando planos, projetos e ações que visem a contribuir

para melhorar a atuação dos funcionários, abrindo espaços para aprimorar o

desempenho da empresa. Os avanços tecnológicos são condições essenciais

24

para as empresas sobreviverem e competirem nesse mercado. O pedagogo é,

portanto, um profissional apto para exercer suas funções dentro de práticas e

processos educativos que propiciem a capacitação e o desenvolvimento das

pessoas envolvidas em uma organização. Uma das tarefas do pedagogo

empresarial é o de ser intermediário nas ações educacionais da administração

em um processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Ele

também enfrenta na empresa o desafio de contrabalançar os efeitos

desequilibradores da especialização profissional limitada. No entanto, devem

demonstrar com muita criatividade e com seu trabalho prático, na empresa, os

efeitos benéficos da adoção das várias atividades educativas. A atuação desse

profissional é ampla e vai além de aplicação de técnicas que apenas visam a

estabelecer políticas educacionais no contexto escolar. Neste novo cenário de

educação em espaços não escolares, vem confirmando-se a existência de uma

nova percepção empresarial da importância de treinamento e desenvolvimento

através da formação continuada como as práticas de recursos humanos.

O profissional da educação pode atuar em vários setores das empresas,

inclusive na área administrativa e de recursos humanos, pois apresenta

capacidade para desenvolver um trabalho de ensino-aprendizagem,

promovendo a capacitação dos funcionários e do ambiente organizacional.

1.6.1 A Visão das empresas de Caçador quanto a contratação

de pedagogos em suas organizações

No decorrer da pesquisa bibliográfica foi constatado que a área de

atuação de um profissional de pedagogia esta cada vez mais se expandindo no

mercado de trabalho, onde o pedagogo vem desempenhando funções além

dos muros das escolas, nas empresas por exemplo, onde a atuação se dá mais

especificamente nas áreas de Recursos Humanos, sendo assim levantou-se

um questionamento, as empresas da Cidade de Caçador, tem essa visão de

contratação de pedagogos?

Com a intenção de coletar dados para a pesquisa, foi realizado

primeiramente um estudo bibliográfico para melhor entendimento no que diz

25

respeito a pedagogia empresarial. A seguir desenvolveu-se uma pesquisa em

uma Empresa de Celulose e Papel, em outra Empresa de recrutamento de

pessoas.

Na elaboração do questionário foram consideradas duas dimensões uma

preocupada em entender o conhecimento do gestor da empresa, no tema

Pedagogia empresarial bem como a possibilidade deste profissional atuar no

quadro de funcionários do RH da empresa, e a outra dimensão foi analisar

dentro de uma empresa de recrutamento se existe a procura deste perfil para

desenvolver trabalho na área.

O resultado colhido na pesquisa mostrou o desconhecimento por parte

das empresas das funções que um pedagogo tem competência para exercer

fora de sala de aula, foi possível constatar que não é comum aqui em nossa

cidade a contratação de Pedagogos em empresas que não seja no ramo

educacional, ou seja, escolas, ao contrário, existe pedagogos contratados mas

exercendo funções que não dizem respeito a área, sendo assim não

contemplam a pedagogia.

As duas empresas entrevistadas foram unânimes em afirmar que há

uma necessidade de divulgação da atuação do profissional de pedagogia, para

que as próprias organizações empresariais possam conhecê-las melhor e

assim abrir vagas para Pedagogos dentro do seu quadro de funcionários, isto

oportunizará abertura do mercado de trabalho para este profissional

No meu ponto de vista o que falta para a valorização do pedagogo no mercado

de trabalho é a sua auto-valorização, e isso tem que partir do próprio

profissional, conscientizar-se da sua importância para a sociedade como um

todo. A construção do conhecimento se torna natural com a inserção do

trabalho deste profissional, seja nas escolas ou no ambiente organizacional.

Muita procura de conhecimento, cursos de aperfeiçoamento e atitudes mais

ativas se tornam necessárias por parte dos pedagogos, a primeira delas é

visualizar as várias oportunidades fora dos muros das escolas e, ocupar o

espaço que, pela formação, é do pedagogo.

Nas empresas teria realmente bastante espaço para o profissional da

Pedagogia.

Diversificar o campo de atuação do pedagogo significa valorizar o seu

papel na sociedade, pois sabemos que existe, de certa forma, uma

26

desvalorização desse profissional. A sociedade ainda vê o pedagogo inserido

somente no sistema educacional formal. Essa idéia está impregnada, mas

precisa ser substituída. O pedagogo precisa ter espaço também, em outras

áreas do mercado de trabalho.

27

CONCLUSÃO

A sociedade busca hoje um novo perfil de educador, aquele que

consegue desmistificar o processo de ensino-aprendizagem e que está

disposto a aceitá-lo como inacabado, que tem humildade para modificar sua

prática pedagógica para melhorá-la e está condicionado justificar sua presença

no mundo, o qual interage nas construções sociais, culturais e históricas para

assim, poder transformá-las. Aventurar-se no mundo do saber; respeitando a

autonomia e dignidade sendo tolerante com as dificuldades, facilitando a

superação da mesma. Cabe ainda, ao novo educador gostar do que faz e fazê-

lo com amor, saber que aprender é uma aventura criadora, é construir, é

reconstruir, é mudar, é transformar.

As novas tendências sociais e os novos rumos impostos pela era da

informação influenciam diretamente a educação e o conhecimento, levando a

Pedagogia a ultrapassar a docência fazendo crescer cada vez mais o conceito

de educação, decorrente da complexidade da sociedade e da diversificação

das atividades educativas, e isso não poderia deixar de afetar a Pedagogia,

tomada como teoria e prática da educação.

Atualmente, as organizações buscam trabalhadores criativos, analíticos,

com habilidades para resolução de problemas, tomada de decisões e com

ampla capacidade para trabalhar em equipe. E o profissional em educação

através do pedagogo empresarial poderá colaborar com a empresa

desenvolvendo projetos educacionais, selecionando e planejando cursos de

aperfeiçoamento e capacitação dos funcionários.

Mas para que isso ocorra é necessário que as organizações abram

espaço para estes profissionais demonstrarem que a sua atuação visa a

melhorar a qualidade da prestação de serviços, garantindo melhores condições

no atendimento aos clientes, como também aos funcionários, contribuindo para

a instalação da cultura institucional da formação continuada dos empregados.

Verifica-se, portanto, que a formação pedagógica repassa toda a

sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal, abrangendo esferas mais

amplas da educação formal, informal e não-formal. A Pedagogia tem um

28

campo de conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, um

campo bastante vasto, porque a educação ocorre no trabalho, na família, na

rua,na fábrica, nos meios de comunicação e na política.

29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, P.Pedagogia da autonomia; saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz eTerra, 1996. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê?. 4ª. ed. São Paulo: Cortez Editora, 1999, 2007. LIBÂNEO, J. C.; PIMENTA, S. G. Formação dos profissionais da educação – visão crítica e perspectivas de mudança. Educação e Sociedade, Campinas, n. 68. LUCKESI,Cipriano. Filosofia da Educação. Série Formação do Professor. São Paulo:Cortez, 1990. RIBEIRO, A. E. do A. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. Rio de Janeiro: Wak, 2003. <http://www.webartigos.com/articles/14896/1/A-PEDAGOGIA-EMPRESARIAL-E-AS-PRATICAS-PEDAGOGICAS-DENTRO-DA-EMPRESA/pagina1.html> Acesso em 10 de Setembro de 2011. <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-pedagogo-empresarial-atuando-em-espacos-nao-escolares/14164/> Acesso em 23 de Setembro de 2011. <http://www.infoescola.com/profissoes/pedagogia-empresarial/>Acesso em 15 de Outubro de 2011.