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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Fidelização do cliente Por: Beatriz Langone de Sena Rio de Janeiro /RJ 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Fidelização do cliente

Por: Beatriz Langone de Sena

Rio de Janeiro /RJ

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Fidelização do cliente

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Empresarial.

Por: Beatriz Langone de Sena

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Dedico esta monografia a meus

familiares, aos colegas de curso, aos

professores e a todos aqueles que direta

ou indiretamente contribuíram para esta

conquista.

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RESUMO

Esta monografia objetivou analisar a importância do atendimento ao cliente no mundo globalizado. O estudo se justifica e se faz relevante, pois a mudança é a marca característica da atualidade. Na área comercial, vendas no varejo, a mudança é conquistar e encantar o cliente, prestar-lhe o melhor atendimento possível. Portanto, precisa-se conhecer o cliente para atender suas reais necessidades. Para tal, a empresa deve investir constantemente no seu profissional de vendas. O novo profissional deve aproveitar o contato que ele tem com o cliente e conhecer seu perfil, procurar conhecer seu emocional para poder conduzir da melhor maneira a operação comercial. Representar o cliente significa estar no lugar dele. Acredita-se que os programas de vendas que têm como objetivo fidelizar clientes necessitam gerenciar relacionamentos de forma individualizada. Isto só é viável quando a empresa valoriza a manutenção da base de dados dos clientes ativos. Palavras-chave: Atendimento; Globalização; Competitividade; Relacionamentos

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ABSTRACT

This monograph objectified to analyze the importance of the attendance to the customer in the global world. The study if it justifies and if it makes excellent, therefore the change is the characteristic mark of the present time. In the commercial area, sails in the retail, the change is to conquer and to enchant the customer, to give the best possible attendance to it. Therefore, it is needed to know the customer to take care of its real necessities. For such, the company must invest constantly in its professional of sails. The new professional must use to advantage the contact that it has with the customer and to know its profile, to look for to know its emotional one to be able to lead in the best way the commercial transaction. To represent the customer means to be in the place of it. One gives credit that the programs of vendas that they have as objective to conquer customers they need to manage relationships of individual form. This is only viable when the company values the maintenance of the database of the active customers. Key words: Attendance; Globalization; Competitiveness; Relationships

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 06

1 FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES .................................................................... 09

1.1 Serviços e o relacionamento com o cliente .......................................... 17

1.2 Estratégias de fidelização de clientes .................................................. 19

1.3 Marketing one to one .......................................................................... 22

1.4 Comportamento do consumidor ........................................................... 24

1.5 A excelência em serviços .................................................................... 29

2 ESTRATÉGIAS PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES ................................. 34

2.1 Valor para o cliente ............................................................................. 37

2.1.1 Atendimento do pessoal de vendas .............................................. 40

2.1.2 Qualidade e avaliação dos serviços ............................................. 41

2.1.3 Habilidade dos Vendedores ......................................................... 42

3 ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS E OBTENÇÃO DE VANTAGEM

COMPETITIVA ........................................................................................... 47

CONCLUSÃO ............................................................................................... 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 61

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INTRODUÇÃO

Com o advento da globalização do mercado, as empresas estão

sentindo a necessidade de redobrar a atenção para com os clientes, que por

sua vez, estão cada vez mais exigentes. A cada dia, surgem novas tecnologias

assim como surgem também, novos tipos de produtos e serviços. Nesse

sentido, estabelecer estratégias que assegurem a fidelização e a lealdade dos

clientes se faz cada vez mais importante.

A monografia ora apresentada aborda a importância do atendimento

ao cliente em um contexto globalizado no qual os desafios de mercado exigem

que as empresas adotem uma postura estratégica com relação aos negócios.

As técnicas de segmentação de mercado, bem como as de

posicionamento de produtos serão aqui sumariadas, demonstrando as principais

práticas utilizadas para conquistar e encantar clientes.

Pretende-se, ainda fazer uma abordagem acerca da nova postura dos

profissionais que atuam diretamente junto ao cliente, os novos conceitos e a

nova maneira de relação entre empresas, vendedores e clientes.

Nesse sentido, esta monografia objetiva analisar a importância do

atendimento ao cliente no mundo globalizado.

O estudo se justifica e se faz relevante, pois a mudança é a marca

característica da atualidade. Na área comercial, vendas no varejo, a mudança é

conquistar e encantar o cliente, prestar-lhe o melhor atendimento possível.

Portanto, precisa-se conhecer o cliente para atender suas reais necessidades.

Para tal, a empresa deve investir constantemente no seu profissional de vendas.

Vivemos uma época em que os consumidores exigem cada vez mais

produtos e serviços individualizados e as empresas disputam cada vez mais

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novos clientes, agregando valores para conquistar e fidelizar clientes antigos.

Assim, programas que visam atingir simultaneamente estes dois aspectos

acabam gerando grande vantagem competitiva.

Assim, de acordo com Rocha e Christensen (1999, p.61), o mercado

busca um profissional com novo perfil e que seja capaz de: “representar seu

cliente perante a empresa; representar sua empresa perante o cliente;

coordenar as atividades de apoio”.

O novo profissional deve aproveitar o contato que ele tem com o

cliente e conhecer seu perfil, procurar conhecer seu emocional para poder

conduzir da melhor maneira a operação comercial. Representar o cliente

significa estar no lugar dele.

Acredita-se que os programas de vendas que têm como objetivo fidelizar

clientes necessitam gerenciar relacionamentos de forma individualizada. Isto só é

viável quando a empresa valoriza a manutenção da base de dados dos clientes

ativos.

Acredita-se, ainda que a autonomia no gerenciamento do programa de

relacionamento relaciona-se intimamente com a identidade do negócio.

À medida que as empresas varejistas investem em fidelização, a visão da

empresa se modifica. Os programas de relacionamento passam a assumir o papel

principal do empreendimento.

O Marketing de Relacionamento objetiva estimular a lealdade através

da humanização do contato com os clientes, agora realizado em qualquer fase

da negociação, mesmo no estágio do pós-vendas.

Promover o relacionamento com os clientes deve fazer parte da

cultura e missão das empresas varejistas, pois acredita-se que a

competitividade em marketing depende fundamentalmente da qualidade e da

intensidade do relacionamento da empresa com os consumidores.

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Para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se pela pesquisa

bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de

referências teóricas publicadas, buscando conhecer e analisar as contribuições

culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto,

tema ou problema.

O presente estudo será dividido em 5 etapas, a saber: (a)

levantamento do referencial teórico; (b) seleção do referencial teórico

apropriado a presente investigação; (c) leitura crítico-analítica do referencial

selecionado; (d) organização dos dados levantados e (e) elaboração do relatório

final.

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1 FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

Conceituar o cliente tem sido uma tarefa que muitas empresas

acreditam saber com eficiência, mas essa tarefa não se apresenta com toda

essa facilidade que se imagina, assim uma conceituação muito simples (e,

portanto, interessante), é a apresentada por Moura (1997, p.57): “Clientes são

todos aqueles que adquirem e fazem uso dos produtos das empresas”.

Através deste conceito pode-se inferir, então, que todos os

consumidores de produtos e serviços oferecidos por qualquer empresa são

considerados considerados clientes.

A satisfação e a fidelização de clientes viabiliza um fluxo de caixa

contínuo no futuro.

Segundo Reicheld e Sasser (1990, p.66),

[...] um aumento da fidelidade do cliente em 5% pode aumentar os

lucros de um negócio em 100%, visto que clientes satisfeitos compram

os produtos de uma empresa mais freqüentemente e em maior

quantidade. De modo geral, clientes satisfeitos são menos sensíveis a

preços e são propensos a gastar mais com produtos provados e

testados.

Segundo Porter (1991, p.74) “as empresas precisam melhorar a forma de

atendimento”. O cliente, quando é bem atendido volta e traz consigo outros clientes.

Isso precisa estar muito claro para os empresários. Na nova ordem mundial,

comandada pelo setor de serviços, o atendimento passará a ser, cada vez mais, o

fator decisivo para que uma empresa tenha sucesso com seus clientes - ou

simplesmente desapareça do mercado.

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Define-se marketing como “um processo social e gerencial pelo qual

indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação,

oferta e troca de produtos de valor com outros” (KOTLER, 1998, p.37).

Para Kotler (1998, p.63), “o Marketing de Relacionamento envolve todas

as etapas que a empresa assume para conhecer os clientes e atendê-los melhor,

tendo como tarefa criar forte lealdade”.

Neste sentido, o Marketing de Relacionamento objetiva manter a lealdade

à marca através da otimização do relacionamento com os clientes, tanto realizado no

processo de venda como também no pós-venda.

Nos últimos anos, várias mudanças têm ocorrido com relação ao

comportamento e exigências dos consumidores que se refletiram na

administração de marketing, impulsionadas pelo “poder e pela

disseminação onipresente da tecnologia”, obrigando as organizações a

mudarem sua forma de atuação, com base em estratégias voltadas

para o cliente, para conseguir acompanhar essa evolução. Essa nova

forma obriga as organizações a passarem por transformações

fundamentais de crenças e de valores (MCKENNA, 1999, p.1).

O conceito de Marketing de Relacionamento passou a ser mais relevante

a partir de 1990. Este conceito surgiu de uma necessidade, ditada pelo mercado:

que fossem reformulados a relação entre empresa e consumidor.

Devido ao grande número de informações disponíveis e o aumento da

concorrência no mercado busca-se fazer com que os consumidores ocupem posição

privilegiada no processo de compra/venda. Os consumidores passam a determinar

o significado de valor, controlando desta forma, o relacionamento com a empresa.

Segundo Vavra (1992) quando o mercado se abre para a

concorrência, as empresas devem cortejar rapidamente seus clientes para eles

permanecerem fiéis. Essas empresas expressaram uma nova disposição em

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modificar seu produto de modo a atender as exigências dos clientes, procurando

estabelecer uma real interação empresa-cliente, onde o cliente interage com a

empresa, expondo suas necessidades e assim ajudando a empresa a lançar

novos produtos.

As empresas, hoje, para se tornarem competitivas e manter-se no

mercado devem adotar condutas calcadas na seriedade, justiça e na priorização da

integridade e dos direitos das pessoas com quem relacionam.

Numa definição bem geral, “como disciplina ou campo de

conhecimento humano, ética se refere a teoria ou estudos sistemáticos sobre a

prática moral” (SINGER, 1994, p.135). Dessa forma ela analisa e critica os

fundamentos e princípios que orientam ou justificam determinados sistemas e

conjunto de valores morais. É, em outras palavras, a ciência da conduta, a

teoria do comportamento moral dos homens em sociedade.

Nickels e Wood (apud KOTLER, 1998) tratam o marketing de

relacionamento como um processo de estabelecer e manter relacionamento de

longo prazo mutuamente benéficos entre organizações e clientes, empregados e

outros grupos de interesse, ou seja, enfatiza a continuidade nas transações de

troca entre as partes, formando um elo de fortalecimento e compromisso entre a

empresa e seus stakeholders.

Kotler (1998) conceitua o marketing de relacionamento como sendo a

prática da construção de relações satisfatórias no longo prazo com alguns

atores chave – consumidores, fornecedores e distribuidores – para reter sua

preferência e manter suas relações comerciais, afirmando ainda que as

empresas inteligentes devem tentar desenvolver confiança e relacionamentos

do tipo “ganha-ganha” com consumidores, distribuidores, revendedores e

fornecedores. O resultado esperado com a prática do marketing de

relacionamento é a construção de um ativo exclusivo da empresa chamado

“rede de marketing”.

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Segundo Kotler (1998) uma rede de marketing é formada pela

empresa e todos os interessados que a apóiam: consumidores, fornecedores,

funcionários, distribuidores, varejistas, agências de propaganda, cientistas

universitários e outros com quem se estruturam, relacionamentos comerciais

mutuamente rentáveis.

Outro ponto a ressaltar é a importância e o reconhecimento, que as

empresas passaram a dedicar a sua equipe de vendas.

A conquista de um cliente depende cada vez mais do poder de

persuasão do vendedor, por isso a empresa deve priorizar as recompensas ao

pessoal responsável pelo atendimento, disponibilizar aperfeiçoamento e

reciclagem constantes, desenvolver políticas de incentivo salariais e de carreira,

valorizar o trabalho em equipe e a iniciativa individual, a fim de que se otimize o

processo de relacionamento.

O marketing de relacionamento é baseado na premissa de que os

clientes importantes precisam receber atenção contínua. Os

vendedores que trabalham com clientes-chave devem fazer mais do

que visitas para recolhimento de pedidos, devendo também visitá-los

em outras ocasiões, receber e fazer sugestões, ou seja, deve estar

inserido na vida da empresa e dos clientes. Esse processo de interação

continuada de pós-venda é uma parte muito importante do pós-

marketing e é tão necessária quanto a venda, se uma organização

deseja contar com oportunidades continuadas de negócios com o

mesmo cliente no futuro (VAVRA, 1992, p.66).

A nova forma de atuação caracteriza-se por maior diversidade de

produtos e serviços, mercados segmentados, distinção pouco nítida entre

produtos, ciclo de vida dos produtos acelerados, distribuição em fluxo constante,

mídia tradicional incapaz de comunicar mensagens claras, reestruturação e

diminuição de organizações e ambiente de negócios imprevisíveis. Isso exige

uma nova abordagem de relacionamento com o cliente.

Para McKenna (1999, p.105),

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O marketing de relações é essencial ao desenvolvimento de liderança,

fidelidade do consumidor e rápida aceitação de novos produtos e serviços

no mercado. A criação de relações sólidas e duradouras é uma tarefa

árdua, de difícil manutenção. Mas, acredita-se que, em um mundo onde o

cliente tem tantas opções, mesmo em segmentos limitados, uma relação

pessoal é a única forma de manter a fidelidade do cliente.

Disso decorre a percepção, pelas empresas, da importância da

retenção de seus clientes ativos, face à concorrência cada vez mais acirrada, o

que transforma em desafio a responsabilidade de reter o cliente ativo.

A fidelização de clientes tem sido tratada como prioridade pelas empresas,

já que a crise e as mudanças de paradigmas vêm impondo reduções nos

investimentos em marketing e, como conseqüência, em campanhas de venda para

aquisição de novos clientes. Além disso, a retenção de clientes já conquistados

propicia melhor resultado financeiro e a garantia de lucros crescentes.

A conquista de novos clientes está cada vez mais difícil. O marketing

de relacionamento constitui-se, assim em uma alternativa de marketing de

massa, que orienta a empresa no sentido de tratar seus clientes individualmente

e desenvolver com eles um relacionamento duradouro.

Com o marketing de relacionamento forma-se, assim,

[...] uma rede de marketing composta pela empresa e os stakeholders

(consumidores, funcionários, fornecedores, distribuidores, varejista,

agências de propaganda, cientistas universitários e outros), cuja

principal tarefa seria a de criar forte lealdade dos consumidores

(KOTLER, 1998, p.59).

Diversas são as denominações dadas aos programas de retenção de

clientes, tais como: pós-marketing, marketing direto, marketing de

relacionamento, marketing um a um, database marketing, entre outros. No

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entanto, tais denominações possuem o mesmo significado e objetivo, ou seja, a

retenção de clientes e o consequente aumento de suas compras na empresa.

Quando a empresa utiliza-se do marketing de relacionamento os

resultados conseguidos pela empresa são extremamente positivos para

a empresa, junto a clientes de vida longa, que envolvem altos custos

de transação; clientes que pertencem à categoria dos compradores que

escolhem quem possa lhes oferecer boa assistência técnica a longo

prazo e que detenha o “estado da arte” em termos de tecnologia

(KOTLER, 1998, p.610).

Ações, funções e características da empresa que desagradam o

consumidor devem ser excluídas a fim de que se estabeleça de forma clara os

objetivos da empresa e a fim de que o relacionamento com os clientes, passe

por uma avaliação contínua.

Para compreender a forma como os produtos e serviços oferecidos

aos clientes são utilizados deve ser feita uma análise detalhada do

comportamento do consumidor.

As empresas que estão em constante relacionamento com seu

público-alvo preocupam-se com questões tais como: qualidade de vida e

assuntos de interesse do cliente.

Face ao exposto depreende-se que empreendedores estratégicos são

aqueles que procuram entender os hábitos e gostos do consumidor e têm

responsabilidade no processo de criação e entrega de valor da empresa, pois

iniciativas mal orientadas provocam no cliente reações que põem em perigo a

reputação de marketing de relacionamento, colocando em dúvida a viabilidade

da disciplina de marketing como um todo.

A revisão literária sobre o marketing de relacionamento exposta nos

parágrafos anteriores permite identificar que os pré-requisitos para a construção

do marketing de relacionamento, referem-se à identificação dos grupos de

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clientes mais lucrativos e dos fatores e grau de lealdade dos grupos de clientes-

chave, considerando atitudes e comportamentos.

Para se tornarem competitivas em um mercado que está em constante

mudança, as empresas necessitam posicionar-se dinamicamente no mercado,

que procurando interagir com o cliente.

Um posicionamento dinâmico constitui-se em um processo que

engloba três dimensões: produto, mercado e a empresa.

A primeira dimensão – do produto – refere-se a como a empresa

deseja colocar seu produto no mercado competitivo, sendo

aconselhável dar atenção especial a fatores intangíveis do

posicionamento, que constituem a chave para a construção de relações

com os consumidores.

Na segunda dimensão – a do mercado –, o produto tem de ganhar o

reconhecimento do mercado e a credibilidade junto aos consumidores

como um produto “vencedor”. Para isso, as empresas necessitam

conhecer e identificar os principais participantes da infra-estrutura do

setor e trabalhar intimamente com eles.

Na terceira dimensão, o estágio final do processo, as empresas têm de

procurar um posicionamento para si mesmas. Esse posicionamento

depende de seu sucesso financeiro, pois empresas com problemas

financeiros são obrigadas a reconstruir sua posição no mercado, já que

os consumidores relutam em comprar produtos de empresas com

problemas (MCKENNA,1999, p.50).

Segundo McKenna (1999, p.51) “o posicionamento dinâmico traça uma

linha comum em todas as partes da empresa, conectando-as ao mercado”.

Do exposto depreende-se que uma empresa bem conceituada no

mercado poderá ter maior facilidade na seleção de seu pessoal e, com

profissionais mais qualificados, poderá estar mais apta a enfrentar a

concorrência.

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A empresa possui, ainda vantagens no setor financeiro, pois encontra

maior facilidade de realizar negociações, pois as instituições financeiras visam

empresas com bom posicionamento financeiro.

Um relacionamento eficaz com o cliente é requisito para a fidelização

do mesmo. Esta fidelização é classificada em cinco estágios no que diz respeito

a uma escala de lealdade, estágios estes que incentivam o cliente a atingir o

estágio seguinte até que comece a divulgar a empresa.

Os cinco estágios, bem como suas características, são:

Cliente potencial - É aquele que pode conhecer seu negócio, mas nunca

comprou nada de você. É necessário saber como atrair esse cliente a

efetivar uma compra. Não quer dizer que o cliente está sempre em busca

de variedade de produtos e preço. Ele deve ser cativado de maneira

inteligente.

Cliente pesquisado - É aquele que vai testar seu estabelecimento. A

primeira impressão será decisiva para sua elevação ao estágio de cliente

eventual. É necessário convencê-lo de que o valor agregado de seus

produtos é mais relevante que o preço. Por meio de pesquisa realizada,

constatou-se que a maioria dos clientes buscam confiança, não preço. O

importante é saber como conquistar essa confiança desde o primeiro

momento e torná-lo um divulgador de seu negócio.

Cliente eventual - É aquele que compra de você por algum motivo – bons

sentimentos, boa sensação, solução de problemas. Porém, se um cliente

compra simplesmente porque encontrou um bom preço, se a relação com

esse cliente não foi valorizada, você poderá perdê-lo amanhã para um

concorrente que apresente preço menor. É necessário saber o que o

cliente precisa e, para isso, é preciso ouvi-lo. Satisfazendo suas

necessidades, você não só efetua uma venda, mas também conquista um

cliente, que poderá tornar-se assíduo.

Cliente assíduo - O cliente torna-se assíduo quando ele se sente

importante. Para tal, é necessário uma dedicação ao cliente e saber

surpreendê-lo. Dessa forma, tais clientes devem ser recompensados e

tratados de maneira especial, sendo recompensados de forma diferente.

Cliente divulgador - É aquele cliente satisfeito que recomenda seu produto

ou serviço a outras pessoas, sendo capaz de testemunhar sobre o

tratamento recebido. Porém, ao atingir esse nível, o cliente divulgador não

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deve ser esquecido. Mais do que nunca, deve ser bem tratado e

recompensado, criando-se talvez programas de fidelidade e

relacionamento constantes para que todo o trabalho não seja perdido

(RAPHEL, 1999, p.72).

Visando a fidelização de clientes, foram desenvolvidas várias

ferramentas e metodologias, com diferentes estágios de sucesso.

Observa-se que quando esses são iniciados, não devem ser

interrompidos, pois despertam a sensação de se pertencer a um grupo e geram

para as empresas, vantagens como a identificação dos clientes, a criação de

promoções dirigidas, a comercialização de produtos e de serviços a um menor

custo, a presença de fonte interna rápida e fácil de pesquisa de mercado, o

incentivo à utilização do produto ou do serviço adquirido.

A escolha das estratégias para atender cada segmento deve seguir os

princípios da diferenciação, procurando agregar o maior valor possível aos

diversos públicos-alvo identificados no processo da segmentação. Quanto

maiores os diferenciais, maiores as vantagens competitivas.

1.1 Serviços e o relacionamento com o cliente

O segmento de prestação de serviços constitui-se em um dos

principais responsáveis pela satisfação obtida pelo cliente levando em

consideração o fator tempo, lugar e posse.

Para Semenik e Bamossy (1995, p.605):

Os serviços freqüentemente podem representar a base da diferenciação

seja através de disponibilidade de crediário, entrega, instalação, layaway

(somente após o pagamento das parcelas é que o cliente retira o produto),

alterações e vendedores. Assim, com o crescimento dos serviços, como

elemento de diferenciação competitiva, os varejistas têm que optar entre se

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equiparar ou superar a capacidade de serviços dos concorrentes ou perder

sua participação de mercado.

Pode-se destacar como exemplos de serviços utilizados no varejo:

Aceitação de cartões de crédito, entregas em domicílio, alteração de

mercadoria, demonstração das mercadorias, embalagem das mercadorias,

horário de funcionamento estendido, facilidades para cuidar de crianças,

vestuário, facilidades para compradores com necessidades especiais

(deficientes físicos, tradutores, entre outros), sinalização especial para

identificação das mercadorias, crédito, áreas de recreação para crianças,

demonstrações sobre como usar a mercadoria, recursos para clientes com

necessidades especiais de produtos, salas de descanso, serviços de reparo,

garantias, privilégios para clientes fiéis.

Os programas que têm como objetivo fidelizar clientes necessitam

gerenciar relacionamentos de forma individualizada. Isto só é viável quando a

empresa valoriza a manutenção da base de dados dos clientes ativos.

Pode-se afirmar que a autonomia no gerenciamento do programa de

relacionamento relaciona-se intimamente com a identidade do negócio.

À medida que as empresas varejistas investem em fidelização, a visão da

empresa se modifica. Os programas de relacionamento passam a assumir o papel

principal do empreendimento.

É importante destacar que a imagem da marca leva em considera também

a percepção dos clientes. Para aumentar o nível de fidelização com uma

determinada marca é preciso que a empresa relacione-se adequadamente com os

seus clientes fidelizados. Para que a fidelidade seja forte é necessário que os

clientes fieis sejam recompensados com benefícios diferenciados.

De acordo com Ângelo e Giagrande (1999, p.66), este “é um dos conceitos

do marketing intelligence, que visa direcionar os esforços com foco bem definido”.

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1.2 Estratégias de fidelização de clientes

As transformações que ocorrem nas pessoas conduzem à

necessidade de treinamento, substituição, transferências, desenvolvimento e

avaliação.

Os avanços tecnológicos são reflexos da evolução dos

conhecimentos, através das novas formas de realizar os trabalhos. Também nos

sistemas podem ocorrer mudanças no que diz respeito às responsabilidades

estabelecidas, nas hierarquias de autoridades, processo de descentralização,

estabelecimento de comunicações, realização de procedimentos, instruções,

dentre outros.

No que se refere ao princípio da maior eficiência, eficácia e

efetividade, o planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar

as deficiências.

As mudanças organizacionais devem ser culturais, visando englobar

todas as dimensões. Deve iniciar-se pela identidade, quando se define uma

visão prospectiva, direcionada aos interesses dos usuários, desejável, viável e

estimulante.

Objetivando tornar viável essa visão, surge a necessidade de analisar

os ambientes interno e externo, para que, através do estabelecimento de

estratégias, metas e objetivos a serem atingidos a longo, médio e curto prazos,

as mudanças possam ocorrer de forma efetiva e previsível com o decorrer do

tempo.

Existem muitas literaturas com definições de vantagem competitiva, e

com indicações de estratégias que levariam a empresa a uma vantagem

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competitiva, porem o grande desafio é como aliar a estrutura da organização a

estas definições e estratégias elaboradas.

Serra (2003), comenta que as empresas de hoje, já não almejam

somente o retorno financeiro, mais buscam formas de verem seus negócios

auto-sustentáveis a longo prazo, por reconhecerem que somente estabelecendo

metas de crescimento, e de lucro, em um mercado onde as evoluções

tecnológicas são constantes, já não são suficiente para garantir não é o

suficiente para garantir a efetividade da empresa.

Para Porter (1996), a vantagem competitiva está relacionada com a

capacidade ou circunstância que confere à organização uma vantagem relativa

sobre suas rivais, ou seja, uma margem sobre seus concorrentes, esta margem

é obtida através da escolha e utilização da estratégia adequada a cada

situação.

O desenvolvimento de vantagens competitivas passa por tomadas de

decisões que podem afetar o desempenho interno e a imagem da empresa

perante a sociedade e neste sentido Serra (2003, p.6) alerta que “é fundamental

procurar compreender bem a área de negócios na qual a organização está

inserida”, pois acredita que a vantagem competitiva não pode ser assegurada

por medidas como redução indiscriminada de preços, como forma de garantir

uma fatia considerável do mercado, aquisição de outras organizações, cujo

objetivo seja a expansão dos negócios. A vantagem competitiva deve ser obtida

através do relacionamento com o cliente.

Faz-se necessário entender que na elaboração de um processo de

estabelecimento da posição de uma organização, em relação a seus

concorrentes, é de fundamental importância a identificação dos critérios

utilizados pelos clientes, na escolha entre várias organizações, pois os clientes

valorizam produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades e

expectativas.

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Na competição entre empresas o estabelecimento de alguns critérios

os quais podem ser denominados de ganhadores de serviços, qualificadores e

perdedores de serviços, serão decisivos na preferência do cliente pelos

produtos ou serviços ofertados pela organização, e conseqüentemente para

estabelecimento de uma vantagem competitiva.

A organização precisa reconhecer as suas competências essenciais e

complementares, para facilitar o desenvolvimento de um processo de escolha

da estratégia correta.

Para Porter (1996), as competências são complementares estão

relacionadas com as operações de serviços e dizem respeito ao controle

exercido sobre os serviços considerado complementares que podem representar

diferenciação se melhorarem a qualidade percebida e acrescentarem valor ao

mesmo.

Levando, portanto, em consideração a valorização da base de

conhecimentos internos da organização. E as competências essenciais,

segundo Oliveira Júnior (1999, p.29) “são entendidas como os conjuntos de

conhecimentos que diferenciam uma empresa estrategicamente”, estas se

desenvolvem em áreas específicas agregando a interação entre recursos

humanos, tecnológicos e estruturais e são aquelas que representam a fonte de

vantagem competitiva para a organização.

Levy (1986) revela que a qualidade de uma empresa só se justifica se

seu objetivo maior fosse levado em consideração: desenvolver bens ou serviços

com uma qualidade que pudesse ser percebida pelo público-alvo, que

agregasse valor ao que ele adquiria, com vantagens não só para a empresa,

mas também para esse público.

Nesse sentido, o maior desafio de uma empresa é saber como

aumentar a satisfação do cliente face à concorrência em um ambiente de

negócios em constante transformação.

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As exigências de qualidade de um serviço e, conseqüentemente, da

forma como é prestado este serviço, são definidas de acordo com as exigências

específicas do cliente em relação a este serviço e ao seu desempenho.

Desta forma, a satisfação do cliente passa a ser conceituada como a

medida de qualidade da relação entre a empresa e o consumidor final. Ela deve

ser seguida como um padrão que deve ser cumprido pelo fornecedor do

produto, o qual deve orientar-se também pelas expectativas e exigências

específicas do mercado.

1.3 Marketing one to one

O mercado tem sofrido diversas modificações nos últimos anos devido

à introdução da tecnologia da informação, a melhoria dos sistemas logísticos e a

internacionalização de mercados.

Tais modificações têm levado as empresas a questionar suas

estratégias para manter relacionamentos e assegurar a competitividade,

conduzindo a um novo padrão de medida de eficiência: não mais objetiva-se

aumentar a participação no mercado medido por categoria de produto, pois os

programas one to one logram êxito medindo a satisfação cliente a cliente.

O marketing tradicional tem por objetivo buscar mais clientes para

produtos específicos, enquanto o marketing one to one, objetiva disponibilizar

mais produtos e serviços para os seus clientes.

A empresa que trabalha com o marketing tradicional gerencia produtos

e a empresa one to one gerencia clientes.

De acordo com Peppers e Rogers (2001, p.10) “o processo de

implementação de um programa de marketing one to one pode ser pensado

como uma série de quatro passos básicos: identifique seus clientes; diferencie

seus clientes; interaja com seus clientes; personalize”.

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Outro fator importante no marketing individualizado é a capacidade de

identificação da ocorrência de eventos que apontam as transformações nas

necessidades dos consumidores, participando, assim mais de forma mais ativa

da vida de cada cliente.

O lucro e o crescimento decorrem da lealdade do cliente, e esta

lealdade é produto direto da sua satisfação. Esta, por sua vez, sofre influência

do valor dos serviços prestados, que é gerado pela satisfação, pela lealdade e

pela produtividade dos funcionários. A satisfação dos funcionários resulta da

qualidade dos serviços de apoio e das políticas que permitem que esses

funcionários entreguem resultados aos clientes.

No passado, a qualidade e a tecnologia eram fatores que

determinavam o sucesso de uma empresa, servindo de diferenciais entre os

produtos. Atualmente essa concepção não assegura o sucesso de uma

empresa, apesar de ser importante.

A essência do marketing one to one é que os clientes diferentes sejam

tratados de forma diferente, pois os clientes são diferentes, e quando ignora-se

essas diferenças, a empresa tende a perder popularidade, abrindo margens

para o crescimento da concorrência (PEPPERS; ROGERS, 2001).

Essa diferenciação deve basear-se no valor que o cliente tem para a

organização, bem como as diferentes necessidades que cada um apresenta nas

diferentes situações em que ele se relaciona com a empresa.

Clientes especiais devem ser tratados de forma especial, tendo

atendidas suas vontades e necessidades.

De acordo com Peppers e Rogers (2001, p.18) “o ser humano é infiel

por natureza, pelo menos como consumidor, sempre querendo experimentar

novos serviços e produtos”. Daí decorre a importância de tratar-se de forma

especial os clientes especiais.

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Apesar de existir enfoques diferenciados dos autores, no que diz respeito

aos objetivos das ações de marketing de relacionamento, todas possuem um

objetivo comum, que é conquistar novos consumidores e aumentar o lucro da

empresa.

Influenciar a tomada de decisão do consumidor é um fator que, com toda

certeza alavanca o processo de vendas. Sendo assim, o objetivo do Marketing de

Relacionamento é criar vantagens direcionadas aos consumidores para garantir um

retorno a longo prazo, compensador.

Em um programa de relacionamento, o foco a ser priorizado são os

clientes constantes, embora os clientes ocasionais não possam ser deixados de

lado, pois também geram receitas significativas.

1.4 Comportamento do consumidor

A estratégia de relacionamento é o processo contínuo de identificação

e criação de novos valores e o compartilhamento de seus benefícios com

clientes individuais durante um longo período de vida. Essas estratégias

derivam os princípios de marketing que definem-se como o processo onde são

identificadas e satisfeitas as necessidades do cliente de um modo superior em

termos de competitividade, visando atingir os objetivos da empresa.

Segundo Berry (1992), tudo começou com a utilização da estratégia de

valor, isto é, quanto um cliente é importante para a empresa e o quanto eles

podem ganhar juntos. Dessa forma, a principal condição para que exista este

tipo de marketing é a aproximação, por parte da organização, com os clientes

escolhidos, sendo este requisito o grande diferencial na estratégia de valor.

Na opinião de Gordon (2000, p.101) “o relacionamento, neste caso,

constitui uma alavanca de valor empresa-cliente”. Outro aspecto importante do

marketing de relacionamento é a fuga da concorrência por preço e a existência de

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competitividade pela criação de valor no foco do cliente. Neste caso, o produto da

empresa ganha uma nova concepção, muito mais inteligente, em termos de

arquitetura, da oferta de produtos e serviços básicos, com qualidade assegurada,

bem como a inclusão de serviços inovadores que são prestados ao cliente.

O marketing de relacionamento utiliza uma combinação de quatro fatores

que são: a tecnologia da informação através dos meios de comunicação mais

modernos; o conhecimento de seus clientes e fornecedores por meio de

cadastramento automatizado de informações estratégicas e diferenciadas e a

experiência que adquiriu ao longo deste relacionamento com eles.

Ao se praticar marketing de relacionamento utilizando os fatores acima

citados, a empresa descobre ainda ricas oportunidades que se tornam em vantagem

competitiva sustentável.

Por muito tempo as empresas produziam bens e serviços com o

objetivo único de lucro, não importando serviços de pós-venda, atenção

individualizada ao cliente, nem elaboração de levantamentos sobre a satisfação

dos mesmos. Os produtos eram criados e a partir daí, seu compromisso era

com as finalidades e recursos internos da empresa. O cliente, na lista de

prioridades, com certeza não ocupava o primeiro lugar.

Para iniciar e manter posições duradouras no mercado, as empresas

necessitam criar relações fortes com clientes, fornecedores, distribuidores,

revendedores, pessoas influentes no setor e membros da comunidade

financeira, objetivando tirar proveito da infra-estrutura, pessoas e empresa-

chave que contribuem para o desenvolvimento do setor, ou seja, os

stakeholders.

No que diz respeito ao conceito de Responsabilidade Social da Empresa,

o público alvo não é apenas o cliente, mas também os stakeholders (todos os

indivíduos e organizações que direta ou indiretamente sofrem influências das ações

praticadas por uma organização).

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Nesse sentido, há uma nova perspectiva, chamada de modelo dos

interessados na organização (Stakeholders) que sugere que as corporações

estejam a serviço da sociedade maior. Esta abordagem apregoa que:

[...] as exigências sobre organizações empresariais crescem

continuamente, o que inclui uma variedade mais ampla de grupos que

não eram tradicionalmente definidos como parte do interesse imediato

da organização. Esses grupos são chamados de interessados ou

Stakeholders. Num sentido estrito, são grupos ou pessoas

identificáveis, de que uma organização depende para sobreviver:

acionistas, funcionários, clientes, fornecedores, e entidades

governamentais (PORTER, 1991, p.133).

O resultado obtido com esta nova postura de trabalho é a utilização

dos recursos humanos e materiais de uma forma mais produtiva, a organização

passa a praticar princípios de conduta aceitos e obtêm lucro razoável.

Neste sentido, o marketing passa a ser visto como um conjunto de

ações inteligentes que fazem clientes menos sensíveis a preço, pois

atendimento, qualidade e presteza, passam a ser itens mais significativos que o

preço em si.

Um meio adequado para ampliar essa maximização da satisfação do

consumidor é ampliar o grau de conhecimento de seu comportamento,

configurando-se hoje, uma importante ferramenta do marketing estratégico.

Kotler (1998, p.56) define a estratégia de marketing como:

[...] um conjunto de objetivos, políticas e normas que guiam o esforço

de marketing da empresa no correr do tempo – seu nível, mix e

alocação, em parte de forma independente, e em parte como resposta

a mudanças nas condições competitivas e ambientais.

Ainda na opinião de Kotler (1998, p.57), para que a estratégia empresarial

possa produzir resultados duradouros, é importante que ela se inspire em uma visão

estratégica do futuro da organização. A visão estratégica inclui:

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i) ideologia básica que define uma identidade consistente que transcende

os ciclos de vida do mercado, avanços tecnológicos, modas gerenciais e

líderes individuais; ii) futuro visionário que envolve a escolha de um

propósito audacioso para a organização, que possa inspirar todos os seus

membros e que possa ser por eles visualizado.

Nesse cenário, variável importante para consolidar o marketing estratégico

é o entendimento de como o consumidor se comporta frente às ações

mercadológicas.

Segundo Blackwell (2003, p.99), “o comportamento do cliente é definido

como as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens de consumo

que resultam em decisões e ações, como comprar e utilizar produtos e serviços,

bem como pagar por eles”. A definição proposta de comportamento do cliente inclui

várias atividades e muitos papéis que as pessoas podem assumir.

Uma transação de mercado requer, pelo menos, três papéis

desempenhados pelos clientes: comprar um produto; pagar por ele e usá-lo ou

consumi-lo. O usuário é a pessoa que efetivamente consome ou utiliza o produto ou

recebe os benefícios do serviço. O pagante é a pessoa que financia a compra e o

comprador é aquele que participa da obtenção do produto no mercado.

Para Bogmann (2000, p.76), “vivemos numa era supercompetitiva e as

exigências dos consumidores aumentam incessantemente”. Antes, bastava oferecer-

lhes bons produtos e preços razoáveis, atualmente, as expectativas são muito mais

altas, uma vez que os consumidores também querem qualidade.

O primeiro aspecto que os varejistas devem entender é que precisa

colocar o foco no cliente. Em segundo lugar, mas não menos importante, é aprender

a integrar-se a uma cadeia de fornecimento que não só satisfaça o cliente, mas que

o surpreenda. E isso inclui, além dos preços dos produtos, a atenção dos

funcionários e a personalidade da marca ou da loja.

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Blackwell (2003) considera que uma marca se constrói sobre três “Ps”:

promessa, personalidade e proteção. Para desenvolver a promessa, o ponto de

partida é entender o mercado objetivo e os atributos mais desenvolvidos por esse

mercado. A personalidade de uma marca é, conceitualmente, semelhante à

personalidade de um indivíduo.

Algumas pessoas atraem as demais, geram um ambiente agradável a seu

redor e todos querem ficar perto delas. A proteção está vinculada a uma espécie de

segurança; uma garantia de que o cliente não desperdiçará seu tempo nem seu

dinheiro.

De acordo com Gordon (2000, p.116),

[...] na primeira metade do século XX, a questão era aumentar a eficiência

na fabricação, na segunda metade, a preocupação passou a ser a

eficiência da cadeia de distribuição, e, nos tempos atuais, as empresas que

liderarão as cadeias de fornecimento serão aquelas capazes de assimilar

conhecimento sobre o consumidor e o mercado, comunicar esse

conhecimento aos outros membros da cadeia, adotar e promover as

iniciativas de marketing e organizar os objetivos em toda a cadeia.

Um outro aspecto a ser observado refere-se ao estilo de vida do

consumidor. Estilo de vida é um conceito popular para compreender, dentre

outros, o comportamento do consumidor referente à moda em geral, talvez

porque seja mais contemporâneo do que personalidade e mais abrangente do

que valores. O marketing de estilo de vida tenta relacionar um produto,

geralmente através de publicidade, às experiências quotidianas do mercado-

alvo.

Na opinião de Bogmann (2000, p.78), “personalidade é definida como

respostas consistentes aos estímulos ambientais”.

As abordagens mais novas do uso da personalidade incluem

personalidade da marca e tentativas mais recentes de relacionar personalidade

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aos elementos de tomada de decisão do consumidor e processamento de

informação, tal como a necessidade de cognição. A solução prática para

problemas de mix de marketing geralmente envolve olhar medidas múltiplas de

características individuais.

Além da personalidade e estilo de vida, tais medidas incluem recursos

econômicos como dinheiro e tempo, assim como medidas demográficas como

idade ou natureza do domicílio. Todas estas variáveis podem interagir com a

situação de uso para o produto e/ou serviço e o conteúdo destas informações é

estratégico para o desempenho organizacional.

1.5 A excelência em serviços

A qualidade do serviço é um fenômeno tão complexo, que torna necessário

um estudo mais detalhado. Na realidade, os clientes percebem a qualidade como um

conceito muito mais amplo, que vai além da qualidade técnica do produto. Se um

produto ou serviço for muito bom tecnicamente, muito bem produzido, porém o

tratamento do funcionário ou vendedor perante o cliente for inadequado ou

insatisfatório, a qualidade percebida pelo cliente não será boa. Portanto, as

empresas devem definir a qualidade de seus produtos da mesma forma que fazem

os seus clientes, isto é, as empresas devem se colocar no lugar dos seus clientes.

Em se tratando de prestação de serviços, evidencia-se uma real

necessidade de aplicação de marketing na área de serviços, pois o setor tem

sofrido importantes transformações. Isso exige dos empresários o conhecimento

e sensibilidade para colocar no mercado o serviço adequado, conforme

expectativas dos clientes a dada situação mercadológica.

Serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por

um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem.

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No geral, as classificações podem considerar o tocante a grupos de

serviços, esforço de compra do consumidor, durabilidade e intangibilidade.

Todas as classificações são esforços para agrupar serviços de forma a

encontrar um aspecto comum entre os vários grupos existentes, facilitando o

processo de análise das implicações mercadológicas.

As características específicas do setor de serviços fazem com que sua

gestão seja complexa, devido à necessidade relações interpessoais e à

intangibilidade do serviço.

O comprador de serviços seleciona os fornecedores valendo-se de

certos critérios que julga imprescindível para os objetivos da empresa.

Igualmente, esses são alguns itens que podem ser do conhecimento dos

mercadólogos da área de serviços, de acordo com Lãs Casas (2000):

1. Competência técnica;

2. Reputação da empresa;

3. Qualidade do trabalho desenvolvido;

4. Experiência na indústria;

5. Prestação de serviço mais ampla;

6. Experiência da equipe de auditoria;

7. Outros.

Whiteley (1992) afirma que apenas satisfazer o cliente, não é

suficiente, sendo necessário, ainda, encantá-lo. Conclui-se pela necessidade de

ouvir o cliente, implementando ações para satisfazê-lo, conquistando, desta

maneira sua lealdade.

Outro ponto relevante é que o consumidor está exigindo cada vez mais

da qualidade dos produtos e serviços, devido à grande oferta de serviços

disponíveis, assim como de prestadores, vem aumentando nos últimos anos.

Porém, para lidar com essas situações existem incontáveis instrumentos à

disposição dos profissionais envolvidos com tais atividades. As empresas,

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independentemente do setor de atuação, nunca tiveram tanto acesso à

tecnologia para conhecer seus clientes e aprender a se relacionar com eles.

Os produtos estão se tornando cada vez mais parecidos, dessa forma,

o que vai fazer a diferença é o serviço, contudo, não se pode esquecer que

prestar um bom serviço é muito difícil e o preço que as organizações pagam

quando não conseguem satisfazer a seus clientes é muito alto, pois no mercado

altamente competitivo é ele quem vai determinar se, no final das contas, o

negócio ou a empresa sobrevive ou não.

Deve-se levar em consideração que quando um cliente deixa de

contratar os serviços de uma determinada empresa pelo fato do serviço

prestado não ter respondido às expectativas, conquistá-lo novamente é mais

difícil e dispendioso, comparando-se com a viabilidade de conquistar-se novos

clientes.

No entendimento de Cobra (2000), para fazer frente à crescente

globalização da economia, é preciso que as empresas revejam sua posição no

mercado para que possam se tornar competitivas. A competitividade será

garantida, agregando-se valor aos serviços ou melhorando o atendimento aos

clientes.

Cobra (2000) conclui dizendo que por melhor que seja a reputação de

uma empresa, esta deve estar sempre buscando agregar valor aos seus

serviços visando a uma satisfação cada vez maior de seus clientes.

Segundo Bateson e Hoffman (2001), a qualidade de serviço proporciona

uma maneira de obter sucesso entre serviços concorrentes, principalmente quando

várias empresas que fornecem serviços quase idênticos concorrem em uma

determinada área, estabelecer qualidade de serviço pode ser a única maneira de se

diferenciar.

Ao discutir a gestão da qualidade em serviços, Monteiro (2000, p.31)

afirma que “qualidade é o nível de excelência que a empresa escolheu alcançar

para satisfazer sua clientela-alvo; é, ao mesmo tempo, a medida em que ela se

conforma a esse nível”.

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O marketing de serviços necessita de considerações especiais para sua

comercialização. Não basta que um prestador de serviços tenha de decidir a respeito

das características dos serviços que irá comercializar, tais como qualidade, marcas,

embalagem etc. Um administrador do setor deverá, também, considerar e decidir

como essa atividade será desempenhada, onde e por quem será oferecida ao

mercado.

Para isso, o administrador deverá decidir também sobre os quatro Ps dos

serviços: perfil, processos, procedimentos e pessoas (GRONROOS, 1995).

•••• Perfil – refere-se ao estabelecimento em que acontecerá a prestação

de serviços. Inclui toda a comunicação visual de uma loja ou escritório,

como também limpeza, disposição de móveis, layout etc. O perfil é um

componente de comunicação de muita importância.

•••• Processos – Uma empresa de serviços deve pensar também como

administrará o processo de prestação de serviços. Quando alguém

entre em uma empresa, vai interagir com vários aspectos da

organização e, portanto, esse processo deverá permitir que os

serviços sejam desempenhados de forma organizada e com qualidade,

favorecendo a satisfação da clientela.

•••• Procedimentos – a qualidade do contato dos funcionários com os

clientes é fundamental. Um bom processo só é completo se o nível de

contato com os clientes for satisfatório. Os procedimentos referem-se

ao atendimento, ou ao “momento da verdade”. Os clientes percebem

uma boa ou má prestação de serviços, em grande parte, pela

qualidade do contato pessoal com os funcionários de uma empresa.

•••• Pessoas – a maior parte dos investimentos na área de serviços é na

mão-de-obra. As empresas que prestam serviços necessitam

comercializar atos, ações, desempenho. Para comercializar

desempenho, há necessidade de se treinar os vendedores, gerentes e

demais funcionários. Entretanto, para treinar também há necessidade

de se contratar as pessoas certas. O pessoal de uma organização é

muito importante para a qualidade da prestação de serviços.

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Indivíduos de boa aparência e bem treinados comunicam uma

preocupação da administração em atender bem seus clientes.

No campo dos serviços, as novas tecnologias operacionais, um

comportamento mais exigente advindo do cliente, situações econômicas e

políticas limitadoras, além de outras pressões ambiente externo, têm exigido

dos gestores organizacionais criatividade e constante aperfeiçoamento de seu

quadro de funcionários objetivando a adaptação às novas formas de gestão que

mostram-se melhor sucedidas.

Ao lado dos fatores anteriormente citados, os setores de serviços

também estão unindo-se a outros setores da economia como diferencial

competitivo a fim de serem capazes de oferecer mais valor aos clientes.

Para Berrigan (1994, p. 75), um dos principais desafios do marketing

do século 21 é a própria comunicação.

Segundo Rosseti (1993, p.143), “as empresas precisam se preocupar em

atender seus clientes muito bem. Aliás, deve ser a coisa mais bem feita dentro da

organização.” A preocupação com o bem-estar do cliente precisa ser obsessiva. Ele

precisa lembrar que, ao fazer negócios com sua empresa, obtém "algo mais". Aquilo

que vai fazer com que ele se sinta encantado com a sua empresa.

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2 ESTRATÉGIAS PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

Segundo Parente (2000, p.15) “o Varejo vem assumindo uma

importância crescente no panorama empresarial no Brasil e no mundo”. Noticias

sobre varejo aparecem quase diariamente nos cadernos econômicos dos

principais jornais brasileiros. Com o acelerado ritmo de consolidação que vem

caracterizando as atividades varejistas brasileiras, um número crescente de

varejistas aparece na relação das maiores empresas do Brasil. À medida que as

empresas varejistas se expandem, passam a adotar avançadas tecnologias de

informação e de gestão, e desempenham papel cada vez mais importante na

modernização do sistema de distribuição e da economia brasileira.

Ao longo das ultimas décadas, as instituições varejistas vem atravessando

um intenso ritmo de transformação.

O que se pode esperar no varejo brasileiro para as próximas décadas?

Certamente, muitos dos atuais formatos de lojas deixarão de existir milhares de

empresas varejistas desaparecerão e muitas outras surgirão. Qual será o impacto do

varejo virtual no desempenho e nos resultados dos atuais modelos de loja? Essa é

uma questão que vem absorvendo a atenção dos varejistas em todo o mundo;

contudo, ainda não se conseguiu avaliar adequadamente todas as implicações do

advento desse formato varejista. “O varejo é certamente uma das atividades

empresariais que vem atravessando às modificações do ambiente tecnológico,

econômico e social em que está inserido” (PARENTE, 2000, p.15).

Quando se fala em varejo, logo surge na mente a imagem de uma loja;

porém, as atividades varejistas podem ser realizadas também pelo telefone,

pelo correio, pela internet, e também na casa do consumidor. Quando

fabricantes e atacadistas vendem diretamente para o consumidor final, estão

também desempenhando atividades de varejo, porem não são considerados

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como varejo, pois essa não é sua principal fonte de receita. O varejista difere do

atacadista, pois o atacado consiste no processo de venda para clientes

institucionais que compram produtos e serviços para revendê-los ou como

insumo para suas atividades empresariais.

O varejista faz parte dos sistemas de distribuição entre o produtor e o

consumidor, desempenhando um papel de intermediário, funcionando como um

elo de ligação entre o nível do consumo e o nível do atacado ou da produção.

Os varejistas compram, recebem e estocam produtos de fabricantes ou

atacadistas para oferecer aos consumidores a conveniência de tempo e lugar

para a aquisição de produtos. Apesar de exercerem uma função de

intermediários, assumem cada vez mais um papel pró-ativo na identificação das

necessidades do consumidor e na definição do que deverá ser produzido para

atender as expectativas do mercado.

A empresa deverá dedicar cada vez mais esforços para satisfazer

seus clientes. Tecnologias de banco de dados estão possibilitando que os

varejistas desenvolvam um relacionamento mais individualizado e duradouro

com seus consumidores, procurando atender a suas necessidades, mediante

procedimentos de micro segmentação, cultivando assim a fidelidade dos

clientes.

Os consumidores estão também desejosos de receber respostas mais

eficientes dos varejistas, e mostram-se receptivos a estabelecer relações mais

continuas, apoiadas na confiança e na qualidade dos serviços.

O mercado consumidor brasileiro vem atravessando profundas mudanças:

aumenta o poder de consumo nas cidades do “interior”, cresce a importância

econômica das regiões Norte e Centro-Oeste, diminui a participação dos jovens e

aumenta a participação do segmento da terceira idade, a população mais velha

adota estilo de vida mais jovial, cresce o numero de domicílios com uma só pessoa,

melhora o padrão educacional da população, aumenta o numero de mulheres no

mercado de trabalho, consumidores prestam mais atenção à saúde, à alimentação e

ao condicionamento físico.

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Segundo Parente (2000, p.51):

As atividades de planejamento são essenciais a sobrevivência de qualquer

empresa. O planejamento serve para antecipar e organizar as atividades

para alcançar um objetivo. O planejamento estratégico envolve a

determinação de intenções e objetivos de longo prazo, a definição de

diretrizes estratégicas e o planejamento tático envolvendo as atividades de

marketing no curto prazo.

Para as empresas sintonizadas com o mercado, o planejamento

estratégico consiste no processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste

adequado entre os recursos, talentos e objetivos da empresa e as oportunidades e

ameaças de um ambiente varejista sempre mutante.

O objetivo do planejamento estratégico é direcionar a empresa para atingir

os objetivos de lucro e de crescimento.

O conjunto de variáveis que compõem o esforço de marketing do varejista

é conhecido como o “composto de marketing do varejista”, ou simplesmente como

“composto varejista”, e engloba todos os fatores controláveis que o varejista articula

(linha de produtos, preços, promoções, apresentação, pessoal e ponto-de-venda)

para conquistar as preferências dos consumidores. Para facilitar a ordenação desses

fatores, diversos estudiosos de varejo tem desenvolvido diferentes formas de

classificação.

Neste estudo, se adotará a classificação dos 6 P’s, conforme apresentado

por Mason et al (apud PARENTE, 2000, p.61)

O planejamento estratégico pode também ser considerado um processo

para buscar respostas a perguntas fundamentais, que ajudam tanto

indivíduos como empresas a definirem seu posicionamento e objetivos, a

ordenarem prioridades e atividades para alcanças as metas traçadas

(PARENTE, 2000, p.51).

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O processo de planejamento estratégico em uma organização varejista

percorre várias etapas. Esse processo inicia-se com a definição da missão geral, das

metas e objetivos da empresa. Realiza-se então uma análise interna dos pontos

fortes e fracos da empresa, e uma análise externa, com a identificação da ameaças

e oportunidades. Com base nessa análise, selecionam-se os mercados onde atuar e

desenvolve-se o posicionamento estratégico que estabelece como a empresa se

diferenciará para servir os segmentos de mercado escolhidos. Vem então a fase do

detalhamento estratégico e de sua implementação por meio das táticas, quando o

varejista deverá concentrar-se nas operações, no acompanhamento e na

reavaliação dos resultados.

Tabela 1 – Composto varejista – os 6 P’s

P – Mix de Produtos Variedade da linha, Qualidade, Serviços

P – Preços Preços, Crédito, Beneficio/Custo

P – Promoção Propaganda, Ofertas, Sinalização

P – aPresentação Lojas, Departamentalização, Planograma

P – Pessoal Atendimento, Rapidez, Serviços

P – Ponto Localização, Acesso, Visibilidade

Fonte: Parente (2000, p.61)

2.1 Valor para o cliente

Valor é um conceito fundamental para entender o comportamento do

consumidor.

No Brasil, verifica-se que o significado da palavra valor é menos intuitivo do

que a palavra volue em países de língua inglesa. A expressão good value

tem um significado muito mais definido do que o equivalente português

bom valor. Freqüentemente, ouve-se a expressão good value, quando se

pergunta a consumidores de língua inglesa por que eles preferem comprar

em certas lojas. Por essa expressão, o consumidor está sugerindo que

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aquela alternativa de compra vale a pena, pois a loja oferece uma favorável

relação beneficio/custo para seus clientes (PARENTE, 2000, p.63).

No Brasil, apesar de não termos uma expressão equivalente ao good

value, os consumidores no processo de escolha comparam explicita ou

implicitamente o conjunto de benefícios (Ex.: atendimento, variedade, conforto) que

recebe em uma loja em relação a seus custos (preços do produtos, condições de

pagamento).

“Valor”, portanto, pode ser expresso, segundo Parente (2000, p.63) por

meio da função:

VALOR = BENEFÍCIO/CUSTO

O conceito de valor é importante para explicar o comportamento e as

preferências do consumidor para certa loja. Não são isoladamente o preço ou os

benefícios que uma loja oferece que irão determinar a preferência do consumidor,

mas a relação entre essas duas variáveis.

Alguns segmentos acham que “Vale a Pena” optar por uma loja que

oferece um conjunto menor de benefícios em troca de custos menores. Em outros

casos, os consumidores preferem alternativas que ofereçam mais serviços e

benefícios, mesmo sabendo que estão pagando preços mais altos.

Kotler (1998, p.34) define bem esse processo, afirmando:

Os clientes estimam qual alternativa irá lhes proporcionar o maior “valor”.

Os clientes são maximizadores de valor, e agem dentro do repertório de

alternativas, limitados pela sua mobilidade, conhecimento, custos e renda.

Eles formam uma expectativa de valor que determina seu comportamento.

O grau em que essas expectativas são atendidas define tanto sua

satisfação como sua possibilidade de recompra.

A satisfação do consumidor para certa loja aumenta à medida que se

amplia a percepção do valor para essa alternativa. A concorrência entre varejistas

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que disputam o mesmo mercado está centrada em torno desse conceito e, para isso,

cada concorrente desenvolve diferentes esforços para conseguir ampliar a

satisfação do consumidor.

Um varejista poderá ampliar o valor por meio de várias alternativas:

[...] variedade mais ampla e com menos faltas; melhor qualidade dos

produtos; melhor atendimento; melhores instalações, como

estacionamento, ar condicionado, escadas rolantes; reduzir os custos, por

preços mais baixos, maior número de promoções, melhores facilidades de

crédito; simultaneamente aumentar os benefícios e reduzir os custos

(PARENTE, 2000, p.64).

Segundo Parente (2000, p.271):

Os serviços e o atendimento englobam todas as atividades que

apresentam um relacionamento pessoal entre o varejista e o consumidor.

Quando são desempenhados de forma adequada, o varejista consegue

desenvolver relações delongo prazo, para manter a fidelidade do

consumidor. Independentemente de que tipo de loja, a qualidade do

relacionamento pessoal com os consumidores será um fator fundamental

de diferenciação e de vantagem competitiva.

Para sobreviverem no século XXI, os varejistas devem diferenciar-se,

satisfazendo às necessidades de seus consumidores melhor do que seus

concorrentes. Para isso, as empresas precisarão desenvolver o varejo de

relacionamento procurando construir relações de longo prazo com clientes leais,

prometendo e efetivamente oferecendo produtos de alta qualidade, complementados

com bons serviços, informações que facilitem o processo de compra e preços justos.

Esses serviços devem atender às expectativas dos consumidores e excede-las. Há

uma concordância geral de que a estratégia básica para criar essa vantagem

competitiva é a entrega de serviços de alta qualidade.

O desenvolvimento do atendimento é um empreendimento de longo prazo,

no qual os resultados exigem um enorme e permanente esforço.

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Diferentemente de muitos outros aspectos do composto varejista, a

melhoria dos serviços e do atendimento exige profundas mudanças de paradigmas

de direção da empresa, inclusive quanto à política e à filosofia de recursos humanos.

Uma empresa não conseguirá prestar bons serviços aos clientes sem uma saudável

política de recursos humanos. É muito verdadeira a conhecida recomendação que

se costuma dar em programas de treinamento em atendimento. “Trate seus

funcionários como você gostaria que eles tratassem seu melhor cliente”.

Duas razoes devem motivar os varejistas a implementar procedimentos

operacionais que efetivamente produzam bons serviços e bom atendimento ao

consumidor. Primeira, custa cinco vezes mais atrais um novo consumidor do que

gerar vendas adicionais a consumidores existentes. Segunda, consumidores

insatisfeitos propagam mais suas experiências desagradáveis do que o fazem os

consumidores satisfeitos sobre suas experiências favoráveis.

Uma loja que apresenta produtos de alta qualidade reforçara sua imagem

de prestigio ao oferecer a seus clientes uma linha completa de serviços. Por outro

lado, uma loja com política de preços baixos confirmará sua imagem de economia ao

oferecer uma loja com instalações despojadas e uma limitada, porém atenciosa,

gama de serviços.

Em geral, os varejistas de sucesso dedicam grande ênfase ao padrão dos

serviços aos consumidores, pois reconhecem que a melhoria deste fator consiste em

grande oportunidade para obter vantagens competitivas em relação aos outros

concorrentes.

2.1.1 Atendimento do pessoal de vendas

A cordialidade, boa vontade e competência são atributos essenciais de

todos os funcionários que mantém uma interação com os consumidores, não importa

se a loja adota o sistema de auto-serviço ou de atendimento personalizado. As

empresas podem adotar três estilos de atendimento.

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Intenso e Pessoal – É o atendimento que ocorre em lojas especializadas,

como as joalherias, óticas, lojas de confecções, nas quais a presença e a

intensa interação entre o pessoal de vendas e os consumidores são fatores

essenciais para que uma transação se desenvolva. Nesses varejistas, os

produtos não estão diretamente acessíveis aos consumidores, exigindo

assim a participação do pessoal de vendas da loja para mostrar e

descrever os produtos (PARENTE, 2000, p.279).

2.1.2 Qualidade e avaliação dos serviços

O que provoca a satisfação ou a insatisfação do consumidor? Uma das

explicações mais aceitas estabelece que a satisfação do consumidor resulta da

diferença entre suas expectativas e sua percepção sobre a realidade. Assim, falta de

produtos, demora no caixa, falta de atenção dos funcionários geram insatisfação,

pois contrariam as expectativas dos consumidores.

Os serviços que são rotineiramente oferecidos já passam a fazer parte da

expectativa dos consumidores e vão deixando de ser motivo de satisfação. Por outro

lado, muita satisfação ocorre quando a qualidade dos serviços recebidos supera as

expectativas.

De acordo com Parente (2000, p.282):

Á medida que o varejo apresenta melhores serviços, os consumidores

elevam seu nível de expectativa. A mecânica que determina a satisfação

do ser humano demonstra que a melhora nos serviços dos varejistas

provoca um aumento no nível de exigências e expectativas dos

consumidores. Por seu lado, o aumento dessas expectativas estimula que

os varejistas continuem em seu esforço continuo de aperfeiçoamento.

Quando os consumidores obtêm melhor tratamento, esperam ser ainda

mais bem tratados. É por reconhecer esse processo que se começa a

afirmar que não é mais suficiente satisfazer o cliente, mas encanta-lo, ou

seja, superar suas expectativas.

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2.1.3 Habilidade dos Vendedores

A habilidade da comunicação pessoal é a base para todo processo de

venda pessoal, no qual ocorre a troca de idéias e interesses entre o vendedor e o

comprador.

De acordo com Parente (2000, p.286), os seguintes atributos e habilidades

contribuem para o sucesso do vendedor:

Comunicabilidade – facilidade na comunicação pessoal. É a base para

processo de vendas pessoal;

Aparência pessoal – roupas limpas, cabelo penteado, bom hálito e sorriso

simpático;

Personalidade – sociabilidade, sinceridade, honestidade, confiabilidade,

gosto por pessoas, disposição para o trabalho e para ajudar, criatividade,

entusiasmo;

Conhecimento – conhecer bem o produto que vende, fazer com que o

consumidor perceba que é um especialista;

Atitude – atitude positiva para si mesmo, para sua capacidade profissional,

para os produtos que vende, para a loja, para o cliente;

Saber ouvir – demonstrar empatia, atenção e interesse no cliente observá-

lo, manter contato visual, perceber suas emoções. Saber fazer perguntas

para esclarecer;

Similaridade – pessoas com maior similaridade em geral se comunicam

mais facilmente. Assim, lojas de produtos sofisticados devem ter

vendedores sofisticados, lojas de produtos para equitação, vendedores que

entendem desta modalidade esportiva;

Adaptabilidade – adequar a linguagem, perceber necessidades, adaptar

métodos de vendas, manter sua identidade.

A estratégia de fidelização de clientes não pode basear-se somente em

"programas de fidelidade".

Os programas de marketing, muitas vezes, constituem-se em esforços

isolados de fidelização, o que muitas vezes não é suficiente. A prioridade de toda

empresa deve ser preparar-se para garantir os produtos, os serviços e o

atendimento em todos os canais de comunicação.

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De acordo com Cristina Moutella (2006):

Isso é fidelização estratégica: o esforço de habilitar toda a empresa para

reter seus clientes ao longo do tempo. Os programas de fidelidade são

ações de fidelização tática, visando incrementar o valor dos negócios

proporcionados por cada cliente, direcionando os esforços para os

segmentos mais importantes da carteira de clientes (Disponível em:

<http://www.gerenciadordevendas.com.br/gerenciador/empresa/servicos/art

igos/artigo_011.htm> Acesso: 19 nov 2006).

Segundo Porter (1991, p.75), “a fidelização deve ser um compromisso de

toda a empresa.” Focalizar o relacionamento com seus clientes deve fazer parte da

cultura organizacional e da missão da empresa. Reter e fidelizar clientes deve ser

encarado como fator de sobrevivência.

Fidelizar não é gerenciar produtos, e sim, gerenciar clientes. Empresas

que não encontram-se preparadas para relacionar-se com seus clientes, os vê como

adversários. Não possuindo controle da situação, acabam desconfiando de seus

clientes, o que gera um clima de desentendimentos. Mas por que isso ocorre?

De acordo com Berrigan (1994, p.92):

[...] os funcionários não têm acesso às informações; os funcionários

não possuem autonomia para tomar decisões que resolvamos

problemas dos clientes; os funcionários não são motivados a tomar

decisões em favor do cliente; não existe um ambiente propício para

a colaboração do cliente; não há comprometimento dos funcionários

no relacionamento com os clientes; não há interesse dos funcionários

na satisfação dos clientes.

Cristina Moutella (2006) propõe o seguinte questionamento:

Quantas vezes ouve-se respostas como "o senhor vai ter que ligar

para um outro número", "não é com o nosso departamento",

"infelizmente eu não posso fazer nada" ou "eu sou só o gerente"?

Se um funcionário acredita ser "somente o gerente", então também vê

o cliente como "somente um cliente". Essas situações parecem

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absurdas, mas a responsabilidade não é somente dos funcionários.

Eles não foram treinados para ver o cliente como a garantia de seu

salário no final do mês, muito menos para recebê-lo como

influenciador direto da sobrevivência e do sucesso da empresa.

Mas os funcionários desejam fazer tudo direito e pensam que estão

fazendo, já que assim foram estabelecidas suas regras (ou nenhuma regra)

de relacionamento com os clientes. As empresas que receiam dar a seus

funcionários autonomia de decisão, não têm confiança em sua capacidade

de decidir com responsabilidade e ponderação. Mas é nos "momentos da

verdade" (qualquer momento em que um funcionário de uma empresa

entra em contato com um cliente) que o papel dos funcionários é de

extremo valor. Eles precisam ser habilitados a agir em prol do cliente,

precisam ser investidos de responsabilidade e autoridade para agir como

se a empresa fosse deles. E isso só se consegue com treinamento

(Disponível em: <http://www.gerenciadordevendas.com.br/gerenciador/

empresa/servicos/artigos/artigo_011.htm> Acesso: 19 nov 2006).

Para Levy (1992, p.118), “se uma empresa quer garantir a fidelidade de

seus clientes, precisa valorizar e fidelizar seus clientes internos.”

Os funcionários devem estar conscientes, motivados, envolvidos e

integrados aos valores e metas da empresa e devem estar conscientes também das

necessidades do cliente.

De acordo com Cristina Moutella (2006)

A inovação de uma empresa depende dos riscos assumidos por seus

funcionários. Uma empresa em sintonia com seus clientes, ousa, inova e

não tem medo de ser diferente.

Programas de capacitação e motivação de funcionários, principalmente

aqueles que se relacionam diretamente com os clientes, são

imprescindíveis para a fidelização. Quando um cliente entra em contato

com um funcionário da empresa, sua percepção é de que está falando com

a empresa e não com o funcionário. O cliente espera que o funcionário se

comporte em nome da empresa, não como alguém que não é

comprometido com o que faz (Disponível em:

<http://www.gerenciadordevendas.com.br/gerenciador/empresa/servicos/art

igos/artigo_011.htm> Acesso: 19 nov 2006).

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Se a empresa como um todo não empenhar-se na identificação e

construção de relacionamentos estratégicos, os seus colaboradores também não se

empenharão. Tomar decisões em conjunto é essencial para obter-se bons

resultados.

Do exposto depreende-se que a prioridade de uma empresa deve ser

construir relacionamentos, sempre incentivando o trabalho em equipe.

Em uma empresa, ninguém é uma ilha. Independentemente do tipo de

serviço a ser prestado ao cliente, há sempre o envolvimento de mais de um

setor da empresa. Para solucionar problemas de clientes freqüentemente

estão envolvidos vários funcionários. O comprometimento deve ser de

todos e o padrão de atendimento deve ser único. Se isso não ocorre, o

cliente não percebe a empresa como digna de confiança. Sem confiança,

está vulnerável às ações da concorrência (MOUTELLA, 2006. Disponível

em: <http://www.gerenciadordevendas.com.br/gerenciador/empresa/

servicos/artigos/artigo_011.htm> Acesso: 19 nov 2006).

A atual conjuntura brasileira aliada às mudanças que estão

ocorrendo no comportamento do consumidor ou cliente, quanto aos seus desejos,

necessidades e expectativas, exige uma nova abordagem para o Marketing.

Segundo Porter (1991, p.76), “organizar internamente a empresa para

focar o cliente não é um destino, mas uma viagem; um trabalho constante e

permanente, de melhoria contínua.”

É preciso encontrar os pontos fortes e fracos da empresa, corrigir os erros

e reforçar os pontos positivos. Assim estará capacitado, para iniciar, sem pontos

obscuros, um programa de fidelização.

Baseando-se na realidade de mercado e na posição da empresa em

relação à concorrência, estabelecem-se os objetivos de marketing a serem

alcançados.

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Segundo Rapp e Collins (1994, p.15), existem diferentes tipos de clientes

leais:

a) Lealdade a loja: o consumidor sabem em loja encontra o produto que lhe

agrada e, encontrado esse produto novamente na mesma loja, a fidelidade

é reforçada, isso aumenta a probabilidade de ele querer repetir a compra

no mesmo local, esse tipo de fidelidade se relaciona com o desejo do

consumido de reduzir riscos na hora da compra, pois tem um histórico de

sucesso.

b) Lealdade à marca: ser leal nesse sentido significa buscar uma marca

específica. É redutor de riscos para detergentes, xampus, comida enlatada,

pois o cliente já consumiu e sebe o que irá encontrar. É muito utilizada para

produtos de alto risco percebido.

De acordo com MacKenna (1996, p.122), “devido a globalização e o

aumento da concorrência, o consumidor acaba tendo a sua disposição uma

variedade enorme de tudo”. Com isso a fidelidade à marca está agonizando, já que

os consumidores estão dispostos a experimentar novas marcas.

Para Rapp e Collins (1994, p.19):

[...] as marcas não desaparecerão, mas é preciso que as empresas se

esforcem para encontrar maneiras de acrescentar valor ao produto ou

serviço, sem acrescentar custo à produção, cortar possíveis desperdícios

de propaganda e promoção e melhorar substancialmente a comunicação

com os principais clientes em potencial e clientes atuais.

É preciso estabelecer relações sólidas com os clientes para envolvê-los,

mantendo-se assim a fidelidade.

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3 ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS E OBTENÇÃO DE VANTAGEM

COMPETITIVA

Resumidamente pode-se dizer que o atendimento deve ser constituído

basicamente de atenção, interesse, desejo e ação, que podem ser estendido

para a consciência, o conhecimento/demonstração, identificação, vontade,

preferência, decisão, ação, satisfação, etc., fatores que criam uma empatia

entre o consumidor e a Empresa.

Segundo Mintzberg e Quinn (2001, p.19):

Não existe uma única definição universalmente aceita para o termo

“estratégia” Alguns autores e gerentes usam o termo de maneira

diferente; por exemplo, alguns incluem metas e objetivos como parte

da estratégia enquanto outros fazem firme distinção entre eles.

Levando-se em consideração que cada empresa possui suas

características próprias, a não definição de um conceito único e universal de

estratégia amplia as possibilidades do planejamento estratégico das empresas

de telecomunicações ser uma ferramenta de grande aplicabilidade,

independentemente do porte ou localização da Empresa.

Serra (2003, p.6) levanta a seguinte questão: “O que uma organização

deve fazer para alcançar o sucesso? Ela precisa ser capaz de otimizar recursos

e atividades, assim como criar um modelo competitivo que a permita superar os

rivais”. O autor considera a resposta ao questionamento muito simplista, ao

levar em consideração a atual dinâmica do mercado onde, as mudanças são

constantes, lavadas por uma oferta cada vez maior de produtos e serviços,

oferecendo melhores atendimentos, utilidades e confortos que os atuais.

Assim, o autor considera que a resposta seria encontrada na

vantagem competitiva, que é o “Resultado necessário do conjunto de recursos e

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das qualidades para uma empresa alcançar um desempenho superior ao de

seus concorrentes” (SERRA 2003, p.5).

Serra (2003), comenta que as empresas de hoje, já não almejam

somente o retorno financeiro, mais buscam formas de verem seus negócios

auto-sustentáveis a longo prazo, por reconhecerem que somente estabelecendo

metas de crescimento, e de lucro, em um mercado onde as evoluções

tecnológicas são constantes , já não são suficiente para garantir não é o

suficiente para garantir a efetividade da empresa.

Para Porter (1991), a vantagem competitiva está relacionada com a

capacidade ou circunstância que confere à organização uma vantagem relativa

sobre suas rivais, ou seja, uma margem sobre seus concorrentes, esta margem

é obtida através da escolha e utilização da estratégia adequada a cada

situação.

O desenvolvimento de vantagens competitivas passa por tomadas de

decisões que podem afetar o desempenho interno e a imagem da empresa

perante a sociedade e neste sentido é fundamental que as empresas procurem

compreender bem a área de negócios na qual a organização está inserida, pois

a vantagem competitiva não pode ser assegurada por medidas como redução

indiscriminada de preços, como forma de garantir uma fatia considerável do

mercado, aquisição de outras organizações, cujo objetivo seja a expansão dos

negócios.

Faz-se necessário entender que na elaboração de um processo de

estabelecimento da posição de uma organização, em relação a seus

concorrentes, é de fundamental importância a identificação dos critérios

utilizados pelos clientes, na escolha entre várias organizações, pois os clientes

valorizam produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades e

expectativas.

Na competição entre empresas o estabelecimento de alguns critérios

os quais podem ser denominados de ganhadores de serviços, qualificadores e

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perdedores de serviços, serão decisivos na preferência do cliente pelos

produtos ou serviços ofertados pela organização, e conseqüentemente para

estabelecimento de uma vantagem competitiva.

As empresas precisam reconhecer as suas competências essenciais e

complementares, para facilitar o desenvolvimento de um processo de escolha

da estratégia correta.

Para Porter (1991), as competências complementares estão

relacionadas com as operações de serviços e dizem respeito ao controle

exercido sobre os serviços considerados complementares que podem

representar diferenciação se melhorarem a qualidade percebida e

acrescentarem valor ao mesmo, levando, portanto, em consideração a

valorização da base de conhecimentos internos da organização.

As competências essenciais, segundo Oliveira (1995, p.29) “são

entendidas como os conjuntos de conhecimentos que diferenciam uma empresa

estrategicamente”, estas se desenvolvem em áreas específicas agregando a

interação entre recursos humanos, tecnológicos e estruturais e são aquelas que

representam a fonte de vantagem competitiva para a organização.

A vantagem competitiva entre as empresas será viabilizada, se

houver, um aproveitamento adequado dos recursos humanos, tecnológicos e

estruturais, por parte da organização, levando em consideração as inovações, e

uma compreensão e participação de todos, bem como desenvolver um foco para

seu negócio, pois é impossível fazer tudo para todos, e sim procurar fazer o

que faz de forma melhor.

O escopo de segmentação de mercado significa a focalização de

negócio a cada segmento de mercado em que a empresa atua, com ênfase nos

segmentos mais significativos para a empresa em relação à concorrência.

O escopo geográfico define as áreas principais nas quais a empresa

deve concentrar o forte de sua atuação e nas quais deverá estar apta a atuar

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com vantagens em relação a concorrência. O escopo da atuação setorial

permite a uma organização ter uma perfeita identificação com o ramo de

negócios em que ela atua.

O mundo demanda informações globais e, cada vez mais, busca a

colaboração e troca de informações entre diferentes órgãos da empresa e também

entre empresas. O diferencial competitivo da empresa é o conhecimento que ela tem

para oferecer ao cliente. É necessário ter sempre presentes os fatores envolvidos na

captura da informação, com enfoque no seu valor informativo.

A incerteza do futuro, talvez seja a maior ameaça que uma empresa

de telefonia possa ter, no entanto a possibilidade de transformação desta

ameaça em oportunidade, pode fazer a grande diferença entre o sucesso e

insucesso de uma empresa, conseguido através das mais variadas técnicas

utilizadas na administração moderna, que se faz valer de ferramentas como

análise da indústria a partir de trabalhos de Porter nos anos 80, e

estabelecimento de cenário.

A análise estrutural de indústrias feita por Porter (1991, p.3) reforça

como ponto de partida o entendimento das influencias das forças que

determinam a rentabilidade da indústria, quando faz o seguinte posicionamento :

Em qual quer indústria, seja ela doméstica ou internacional, produza um

produto ou serviço, as regras da concorrência estão englobadas em

cinco forças competitivas: a entrada de novos concorrentes, a ameaça

de substitutos, o poder de negociação de compradores, o poder de

negociação dos fornecedores e a rivalidades entre os concorrentes

existentes.

O autor defende o fortalecimento destas forças de uma forma coletiva,

como caminho para uma empresa conseguir os melhores retornos possíveis

sobre o capital investido, visto que, a influencia das cinco forças na

rentabilidade se faz através das pressões que as mesmas exercem sobre os

preços, os custos e os investimentos necessário das empresas em uma

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indústria, esclarece ainda, que o vigor de uma indústria varia a medida que a

mesma evolui, e que a rentabilidade não são semelhantes entre indústrias.

Para melhor entendimento, apresenta-se a figura 1, ilustrando as cinco

forças competitivas que determinam a rentabilidade da indústria.

Figura 1 – As cinco forças competitivas

FORNECEDORES

Poder de negociação dos fornecedores

COMPRADORES

Poder de negociação dos compradores

SUBSTITUTOS

Ameaças de produtos ou serviços substitutos

ENTRANTES

Ameaças de novos entrantes

CONCORRENTES NA INDÚSTRIA

Rivalidade entre as Empresas Existentes

Fonte: Adaptado de Porter (1991)

Segundo Porter (1991, p.3) “a ênfase da estratégia competitiva está na

estrutura da indústria e na análise do concorrente em vários meios industriais”.

Portanto para este autor, as regras de concorrência estão contidas em

cinco forças: Rivalidade entre os concorrentes do setor; Poder de barganha dos

fornecedores; Barreiras a entradas a novos concorrentes; Poder de barganha

dos compradores; Ameaças determinadas por substitutos.

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Nas reflexões de Serra (2003, p.74), o modelo das cinco forças

possibilita realizar uma análise do grau de atratividade do setor.

Este modelo identifica cinco conjuntos de forças competitivas que

afetam a concorrência. Serra (2003) afirma que as forças competitivas de

Porter receberam variáveis adicionais ou foram rearranjadas destacando a de

Adam Brandenburger e Barry Nalebuf. Destacando o papel dos

complementares, Serra (2003, p. 80) aponta uma sexta força, qual seja:

“Complementadores são, entidades ou pessoas dos quais os clientes e

fornecedores de um determinado setor transacionam, comprando, vendendo ou

provendo algo que complemente sua atividade ou produto”.

McGee e Prussak (1994, p.32) destaca: “O gráfico de Porter fornece

uma base muito mais analítica e fundamentada em princípios para a definição e

avaliação de estratégia competitiva do que modelos anteriores”, mas chama a

atenção que o modelo exige uma demanda maior de informações nas mais

variadas formas e fontes, o autor defende que a informação tenha uma

valorização igual aos outros ativos da empresa.

Quanto à análise externa da empresa, segundo Oliveira (2001, p.85),

esta “[...] tem por finalidade estudar a relação entre a empresa e seu ambiente

em termos de oportunidades e ameaças, bem como a sua atual posição

produto-mercado e, prospectiva, quanto A sua posição produto-mercado

desejado no futuro”.

Oliveira afirma que:

A análise ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e

forças do ambiente, às relações entre eles ao longo do tempo e seus

efeitos ou potenciais efeitos sobre a empresa, sendo baseado em

percepções das áreas em que as decisões estratégicas da empresa

deverão ser tomadas (OLIVEIRA, 2001, p.87).

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Pela eterna dinâmica do mercado, e por ser as empresas de telefonia

fixa e móvel um sistema aberto, enfatiza-se a necessidade da não criação de

uma única alternativa, mas do maior número possível, para combater as

incertezas do futuro. Ao mesmo tempo ver os cenários como caminhos que

levem a um reflexão das evoluções do ambiente, e os impactos que as mesmas

terão sobre a organização, e como estes cenários poderão auxiliar nas decisões

na conquista de uma vantagem competitiva.

A não garantia de certeza e a diferenciação de cenário para previsão,

objetivo e visão, fica claro em Serra (2003, p.62): “Cenário não é previsão, nem

objetivo ou visão, e não garante a certeza. Construir cenários é imaginar

possíveis futuros, modelos do que pode vim acontecer.”

Serra Negra (2003) elabora um processo de formulação de cenários a

partir das seguintes etapas: identificar o foco ou decisão-chave; identificar as

forças motrizes; classificar as focas motrizes em função de relevância: incerteza

critica; selecionar os cenários básicos; desenvolver os cenários; estabelecer os

indicadores para os cenários.

Para melhor compreensão entre as etapas na elaboração de cenários

e a seqüência do desenvolvimento, observaremos a figura 2 que explica as

etapas para a elaboração de cenários.

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Figura 2 – Etapas para a elaboração de cenários

Fonte: Serra Negra (2004, p.64)

Na avaliação interna de uma empresa segundo Serra (2003, p.87),

[...] os fatores da organização estão relacionados com as suas forças

(que pode estar relacionada com uma competência central) e as suas

fraquezas; analisá-las significa avaliar o status da empresa em

relação aos aspectos ambientais externos,que são oportunidades e

ameaças.

Serra (2003, p.88) considera que “força é algo que a empresa faça

bem ou constitua uma característica que aumente a sua competitividade” e

como fraqueza “tudo que não se encontra nas forças, é algo que falta à

empresa, que ela executa mal que ponha em desvantagem em relação à

Identificar o foco

Ou a decisão -

chave

Identificar as

Força motrizes

Selecionar os

Cenários básicos Classificar as

forças

Estabelecer os

Indicadores para

os cenários

Desenvolver

os cenários

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concorrência” na análise SWOT destaca os seguintes aspectos a serem

considerados:

Quadro 2 – Análise SWOT

Forças

Estratégia poderosa

Forte condição financeira

Marca, imagem ou reputação (forte)

Líder de mercado reconhecido

Tecnologia própria

Vantagem de custo

Muita propaganda

Talento para inovação

Bom serviço ao cliente

Melhor qualidade ao produto

Alianças ou parcerias

Fraquezas

Falta de estratégia

Instalações obsoletas

Balanço ruim

Custos mais altos que os

concorrentes

Falta de habilidades importantes

Lucros reduzidos

Problemas operacionais

Atraso em P & D

Linha estreita de produtos

Falta de talento em marketing

Fonte: Serra (2003)

Face ao exposto depreende-se que o ponto de partida para a

avaliação das forças e fraquezas das empresas, deve ser a consideração pelos

responsáveis do planejamento, das seguintes funções empresarial: recursos

humanos; finanças; marketing; produção; tecnologia da informação; pesquisa e

desenvolvimento.

As empresas, ao fazer a análise interna da empresa, devem se ater

além dos pontos fortes e pontos fracos, a existência de pontos neutros, que de

acordo com Oliveira (2001, p.69) são frutos da indeterminação, de benefícios ou

prejuízos de uma determinada atividade existente na empresa, uma vez que a

empresa é um sistema, e como tal deve ser considerado todas as suas partes,

assim o autor define pontos neutros como: “é uma variável identificada pela

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empresa. Porem, no momento, não existem critérios e parâmetros de avaliação

para a sua classificação como ponto forte ou fraco.”

Oliveira (2001), reafirma a importância da empresa ser conduzida para

realização de suas atividades através do que ela sabe melhor fazer, mas

também considera importante que a empresa não deve abandonar, a realização

de atividades, onde ela seja menos capaz, pois, a partir do reconhecimento de

suas fraquezas, se torna mais fácil ser desenvolvido um processo corretivo.

Destaca ainda que alem da elaboração do estudo dos pontos forte, fracos

neutros da empresa, a importância de um estudo dos principais concorrentes

na relação produto-mercado, e os seguintes fatores importantes na análise

interna da empresa: produto de linha; novos produtos; promoção;

comercialização; sistema de informação; estrutura organizacional; tecnologia;

suprimentos; parque industrial; recursos humanos; estilo de administração;

resultados empresariais; recursos financeiros/finanças; controle, e imagem

institucional.

A visão das dimensões dos quatros aspectos da SWOT, segundo

Serra (2003) estão sumariadas no quadro a seguir:

Quadro 3 – Dimensões dos quatro aspectos da SWOT

Positiva ou alavancadora

Negativa ou problemática

Venerabilidade

Limitação

Relação entre as forças e as oportunidades

Relação entre as fraquezas e as ameaças

Relação entre as forças e ameaças

Fraquezas e oportunidades

Fonte: Serra (2003)

Para Oliveira (2001, p.194) “a formulação da estratégia é um dos

aspectos mais importantes que o executivo enfrenta no processo de elaboração

do planejamento estratégico”

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Assim, recomenda-se a consideração dos seguintes aspectos na

formulação de estratégia pelas empresas a fim de que obtenham vantagem

competitiva:

• a empresa, com seus recursos, seus pontos fortes, fracos ou neutros,

bem como sua missão, os seus propósitos, objetivos, desafios, e

políticas;

• o ambiente, em sua constante mutação, com suas oportunidades e

ameaças;

• a integração entre a empresa e seu ambiente visando à melhor

adequação possível, estando inserido neste aspecto e amplitude de

visão dos proprietários da empresa.

Antes de se desenvolver uma nova estratégia para a empresa, é

recomendado que os executivos façam uma avaliação e montem um sistema

de informação que seja possível fazer uma avaliação dos resultados

alcançados pela empresa, com referencias aos objetivos e desafios

estabelecidos pela organização, e que os mesmos sejam comparados com os

dos concorrentes, visando uma situação comparativa de mercado.

Oliveira (2001, p.195), considera que o registro da atuação passada

pode ser realizado em termos de: dimensão e taxa de crescimento; participação

no mercado; retorno do investimento e negócios quanto a risco/recompensa;

capacidade de sobrevivência, outros parâmetros que podem ser utilizados de

forma adequada pela alta administração e principalmente, análise da satisfação

do cliente com relação aos serviços prestados pela empresa.

Clientes satisfeitos, tendem a tornar-se clientes fiéis.

De acordo com Lovelock e Wright (2002, p.150):

[...] a palavra “fidelidade”, em um contexto empresarial, tem sido usada

para descrever a vontade de um cliente de continuar prestigiando uma

empresa durante um período prolongado de tempo, comprando e utilizando

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seus bens e serviços em uma base repetida e preferivelmente exclusiva, e

recomendando voluntariamente os produtos da empresa a amigos e

colegas.

Para que obtenha-se a fidelização do cliente, o mesmo deve perceber que

a mercadoria comprada ou o serviço contratado supera suas expectativas. Portanto,

neste novo cenário, o que importa realmente é satisfazer às necessidades dos

clientes, necessidades estas, que estão em constante processo de transformação.

Toda a ação de planejamento da empresa, deve, portanto, estar direcionada à

conquista e retenção de clientes.

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CONCLUSÃO

No passado, os clientes tinham como objetivo a satisfação de suas

necessidades específicas, conseqüentemente o relacionamento entre a empresa e

os clientes era passageiro. Atualmente, os clientes estão exigindo cada vez mais e

as empresas estão sendo levadas a superar as expectativas. Além disso, o cliente

tem muitas opções de compra, devido à acirrada competitividade e nota-se reduzida,

também, a fidelidade à marca e mudanças no seu estilo de vida, o que provoca uma

demanda maior por conveniência, levando as empresas a buscar a otimização do

seu atendimento, personalizando o atendimento e a comunicação.

Uma empresa se torna competitiva quando diferencia seus preços ou

apresenta significativas melhorias nos seus produtos e serviços em torno de

determinado público-alvo.

O relacionamento construído pela empresa junto aos clientes através de

uma gradativa conquista, demonstra que existem vários fatores que determinam a

estabilidade financeira da empresa, tendo-se sempre em mente que a fidelidade é

prioritária.

Faz-se necessário o reconhecimento de que o valor do cliente é maior do

que o valor de sua compra, o que dá a certeza do seu retorno ao longo do tempo, e

que, por outro lado, a aquisição do cliente é bem mais cara do que a sua

manutenção, voltando, assim, a fidelidade a ser um requisito de grande relevância.

O cliente precisa ser conquistado, e quando a empresa constrói esse

relacionamento visando também o lado emocional, a fidelidade torna-se efetiva.

Faz-se importante ressaltar que o cliente precisa ser conquistado no dia-a-dia.

As empresas devem agregar valores a todos os aspectos de sua

experiência com o cliente, o preço deixa de ser a principal consideração, tornando-

se mais um item de uma proposta de valor muito mais abrangente, o que faz com

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que a concorrência tenha mais dificuldade de atingir esse cliente, que se torna mais

tolerante e que passa a manter um relacionamento contínuo com a empresa.

No que diz respeito às empresas que apresentam produtos e serviços

similares, nesse sentido a grande vantagem da fidelização de clientes é a

capacidade de fazer a diferença em um ambiente onde tudo é igual. As empresas

precisam proporcionar ao consumidor razões concretas para escolher a sua marca

em detrimento das outras. Tudo isso com a vantagem de se poder monitorar o

resultado financeiro de todo o esforço feito.

Conclui-se que o foco das empresas deve ser a construção de

relacionamentos, tendo como compromisso o incentivo ao trabalho em grupo e ao

esforço da equipe. Em uma empresa, ninguém pode agir sozinho.

Independentemente do tipo de serviço a ser prestado ao cliente, há sempre o

envolvimento de mais de um setor da empresa. Para solucionar problemas de

clientes freqüentemente estão envolvidos vários funcionários. O comprometimento

deve ser de todos e o padrão de atendimento deve ser único. Se isso não ocorre, o

cliente não percebe a empresa como digna de confiança. Sem confiança, está

vulnerável às ações da concorrência.

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