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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A ATUAÇÃO DO DESIGNER INSTRUCIONAL: O SEU TRABALHO E COMO DESENVOLVER AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS Por: Camilla Macedo Araújo Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A ATUAÇÃO DO DESIGNER INSTRUCIONAL: O SEU

TRABALHO E COMO DESENVOLVER AS COMPETÊNCIAS

NECESSÁRIAS

Por: Camilla Macedo Araújo

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A ATUAÇÃO DO DESIGNER INSTRUCIONAL: O SEU

TRABALHO E COMO DESENVOLVER AS COMPETÊNCIAS

NECESSÁRIAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Tecnologia

Educacional.

Por: Camilla Macedo Araújo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço principalmente a Deus e

também a minha família e ao meu

namorado, que estão sempre

presentes em todos os momentos da

minha vida.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta Monografia a todos que

torcem pela minha vitória: a Deus, por me

proteger e me iluminar em todas as horas;

aos meus pais, pelo apoio e incentivo, e

aos amigos que compartilham os bons e

maus momentos ao meu lado.

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RESUMO

A Educação a Distância (EAD) se expande com a evolução da internet e

o Designer Instrucional (DI) passa a ter uma maior evidência no mercado de

trabalho. Como este profissional ganha espaço com a expansão da Educação

a Distância, espera-se – com este trabalho – evidenciar a importância do seu

trabalho para que os cursos oferecidos tenham qualidade e proporcionem o

aprendizado de todos os envolvidos. Para isto, serão explicadas informações

importantes acerca da Educação a Distância, do trabalho do Designer

Instrucional e do desenvolvimento das competências necessárias a um bom DI.

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METODOLOGIA

O trabalho será desenvolvido com base em livros, artigos, textos e

pesquisas publicadas sobre a educação a distância e o trabalho do Designer

Instrucional. Considerando a bibliografia não muito extensa sobre o assunto,

serão bastante utilizados textos dispostos em sites que abordam o assunto e

informações publicadas em ferramentas de interação utilizadas pelos

profissionais da área (como fóruns, por exemplo).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I: Compreendendo a Educação a Distância 12

CAPÍTULO II: O trabalho do Designer Instrucional 23

CAPÍTULO III: Designer Instrucional: perfil, competências

necessárias e como desenvolvê-las 33

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 45

REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS 59

ÍNDICE 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

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INTRODUÇÃO

A presente monografia apresenta o tema “Uma melhor compreensão

do trabalho do Designer Instrucional e do desenvolvimento de suas

competências” e traz o seguinte questionamento: em uma área em expansão e

– agora – em maior evidência no mercado de trabalho brasileiro, quais são as

competências necessárias para que o Designer Instrucional realize seu

trabalho na educação a distância da melhor maneira possível?

Como princípio da discussão, serão apresentados dados e explicações

sobre como se encontra a educação a distância no Brasil. De acordo com os

resultados do Censo EAD, o Brasil apresenta uma larga expansão da

educação a distância, com uma melhora significativa na questão da evasão.

Fredric Litto – presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância

(ABED) –, na abertura do Congresso Internacional ABED de Educação a

Distância, realizado em 27 de outubro de 2010, afirmou que o índice de evasão

nos cursos de EAD é de 18,5%, enquanto que no presencial o índice é bem

maior.

O grande desafio neste cenário de crescimento é oferecer cursos a

distância com qualidade. Tais cursos são uma maneira de tornar a educação

mais acessível, fazendo com que uma maior parcela da população possa ter

acesso a educação de forma contextualizada ao mundo atual. Nesta realidade,

os cursos a distância têm um grande desafio pela frente, pois necessitam

continuar a sua expansão respeitando sempre o princípio de que o aluno é o

sujeito do seu próprio aprendizado, sendo necessário incentivá-lo na busca do

seu próprio conhecimento e crescimento.

Para que este desafio seja alcançado, é notória a necessidade de se

capacitar os profissionais que atuam na elaboração e implantação desta

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modalidade de ensino, principalmente na realidade tecnológica atual. Por meio

de uma mão-de-obra qualificada, possibilita-se a oferta de cursos que tenham

qualidade e alcancem os objetivos pré-estabelecidos em sua concepção. Caso

contrário, os cursos oferecidos passam a ter uma qualidade bem abaixo do

esperado e os alunos não alcançam a formação esperada.

Todo o trabalho de desenvolvimento, implementação e avaliação de um

curso a distância é complexo, já que a aprendizagem é planejada e, ao mesmo

tempo, é necessário incentivar o aluno pela busca de seu crescimento. Neste

cenário, encontram-se presentes importantes profissionais, que serão de

grande valia para que os cursos efetivamente aconteçam. Destaca-se, nesta

nova realidade, o Designer Instrucional (DI), profissional que atua praticamente

em todas as etapas de planejamento, elaboração e implementação de um

curso a distância, em especial dos cursos online.

O trabalho do DI envolve todo o planejamento do ensino-

aprendizagem. Porém, é importante destacar que este profissional não surgiu

agora. O Designer Instrucional também atua na educação presencial, onde

acontece a transposição pedagógica de conteúdos em seus materiais

didáticos. Porém, é com a expansão da EAD e principalmente de cursos online

– evidenciados pelos inúmeros recursos da Web 2.0 (onde conhecimentos são

compartilhados e construídos em conjunto) – que a sua atuação fica mais em

voga, pois é nesta área que o DI irá atuar de forma efetiva. É válido destacar,

inclusive, que a educação a distancia também vem a complementar e

enriquecer a educação presencial. Por isso, o enfoque deste trabalho será o

trabalho do DI na educação a distância, com destaque para a EAD nos dias

atuais, de expansão de cursos online.

Conforme exposto, o Designer Instrucional planeja, desenvolve e aplica

recursos pré-estabelecidos para que se promova a aprendizagem. Pode-se

notar que todo o trabalho desenvolvido pelo DI exige um conhecimento amplo,

que envolve diversas áreas de conhecimento. Como ponto-chave, é necessário

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verificar as competências necessárias a fim de desenvolvê-las. O International

Board of Standards for Training, Performance and Instruction publicou uma lista

das competências necessárias ao Designer Instrucional, que será aqui exposta

e abordada. Tais competências são interdisciplinares, havendo também um

conhecimento prático do exercício da profissão.

A formação do Designer Instrucional, portanto, precisa ser adequada a

fim de que as suas competências sejam desenvolvidas e o seu trabalho possa

ser executado da melhor forma possível, possibilitando que os cursos tenham

qualidade. Com base nesta necessidade, já existem diversos cursos de

qualificação e alguns de especialização no mercado. Porém, a área ainda se

encontra em expansão e nem todos que trabalham como DI apresentam uma

formação tão específica. São muitos os assuntos relacionados à área que

precisam ser abordados e até mesmo a bibliografia sobre a área ainda não é

muito extensa.

Considerando as informações até aqui colocadas, espera-se com este

trabalho elucidar um pouco mais as questões sobre o trabalho do DI e o

desenvolvimento de suas competências. No decorrer do texto, será

evidenciada a importância do trabalho do DI para o sucesso de um curso a

distância, independente do contexto – seja no meio corporativo,

universitário, etc.

Sendo assim, são objetivos deste trabalho:

• Apresentar um panorama da Educação a Distância no Brasil, informando

conceitos importantes relacionados a área nos dias de hoje.

• Conceituar como é o trabalho do DI e o perfil deste profissional.

• Conceituar as competências necessárias ao DI e analisar as formas de

desenvolvê-las, enfatizando a importância disto para o sucesso da EAD.

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Para que estas questões possam ser aqui discutidas, serão

apresentados conceitos teóricos de profissionais da área, informações de

bibliografia especializada e dados divulgados sobre o tema, assim como

explicações pertinentes a área de EAD e ao Designer Instrucional. Sendo

assim, todo o conteúdo desenvolvido estará estruturado da forma exposta a

seguir.

O capítulo inicial tratará das questões pertinentes a educação a

distância no Brasil e as profissões que possibilitam a sua realização. Será

tratada a EAD como um todo, com a explicação de conceitos e termos

utilizados na área, reforçando o aparecimento dos cursos online, tão utilizados

na educação a distância hoje. Com o conteúdo apresentado, espera-se

apresentar um resumo da área e os profissionais que possibilitam o seu

funcionamento. Desta forma, todos os conteúdos apresentados no trabalho se

tornarão claros para os leitores em geral.

O capítulo seguinte falará sobre o trabalho do Designer Instrucional.

Primeiro, serão apresentadas informações sobre o trabalho do DI – o que é e

como é realizado. De forma resumida, serão evidenciados dados primordiais

para o entendimento do que é o DI e qual é o perfil deste profissional.

Após essa abordagem, no capítulo seguinte, serão apresentadas as

competências necessárias para o exercício da profissão. Primeiro, será

explicada o que é competência, com base em teóricos conceituados. Em

seguida, serão apresentadas as competências necessárias ao DI e como é

possível desenvolvê-las.

Desta maneira, espera-se esclarecer um pouco as questões referentes

ao Designer Instrucional e, também, acrescentar para o enriquecimento dos

conteúdos relacionados ao tema, complementando discussões já existentes. É

válido ressaltar – mais uma vez – que a bibliografia e os conteúdos sobre o

tema, em língua portuguesa, ainda não são muito extensos.

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CAPÍTULO I

COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Como ponto principal para a compreensão das informações referentes a

educação a distância, é primordial que se compreenda o conceito desta

modalidade de ensino. Conceito tal que não se encontra compreendido da

mesma maneira por todos os estudiosos. Existem algumas definições para a

modalidade e aqui serão evidenciadas algumas delas.

José Manual Moran, famoso estudioso do assunto, define EAD como:

Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem,

mediado por tecnologias, no qual professores e alunos estão

separados espacial e/ou temporalmente. Apesar de não estarem

juntos, de maneira presencial, eles podem estar conectados,

interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a

Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a

televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias

semelhantes.

Fonte: site www.escolanet.com.br, acessado em Dezembro de 2010.

Já o Ministério da Educação do Brasil (MEC), que tem uma Secretaria

de Educação a Distância, apresenta em seu portal a seguinte definição:

Educação a distância é a modalidade educacional na qual alunos e

professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso,

faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e

comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação

específica e pode ser implantada na educação básica (educação de

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jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na

educação superior.

Fonte: www.mec.gov.br, acessado em Dezembro de 2010.

Ainda existem outras definições de diversos estudiosos do assunto.

Gonçalves, por exemplo, define EAD sem mencionar a possibilidade de

interação entre alunos, recorrente na educação online – que se utiliza dos

recursos da internet:

Um processo de comunicação em duas vias – professor/aluno,

aluno/professor – separados por uma distância geográfica durante a

maior parte do processo de aprendizagem, utilizando algum tipo de

tecnologia para facilitar o processo educacional, bem como permitir a

distribuição do conteúdo na educação superior.

(GONÇALVES, apud Pimenta, 2007, p. 26)

A fim de simplificar, Carmem Maia e João Mattar resumem as

definições, aproveitando o que elas têm em comum. Ambos definiram a

Educação a Distância como “uma modalidade de educação em que

professores e alunos estão separados, planejada por instituições que utiliza

diversas tecnologias de comunicação.” Desta maneira, é correto afirmar que –

diferentemente da educação presencial – o encontro físico entre os alunos e

professores não é pré-requisito para que a ação de ensino/aprendizagem

efetivamente aconteça.

Entretanto, pode acontecer EAD em cursos praticamente embasados

por encontros presenciais. Pode ser, inclusive, que sejam exigidos pela

legislação os encontros presenciais, dependendo do curso em questão. Assim,

se um número considerável de encontros presenciais forem previstos, chama-

se de ensino semipresencial. Cada um tem as suas vantagens e desvantagens,

devendo ser utilizados para realidades educacionais específicas. É necessário

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avaliar, para cada realidade educacional, qual seria a forma mais adequada

para se atingir aos objetivos pré-estabelecidos. Com todos esses cuidados,

várias vantagens passam a ser apresentadas.

Uma das grandes vantagens da EAD é proporcionar que o aluno

organize os seus estudos de uma forma que melhor lhe atenda, já que ele pode

estudar no tempo que lhe for mais adequado. No mundo atual, em que as

pessoas cada vez têm menos tempo e a tecnologia já faz parte do dia a dia,

esta é uma qualidade considerável. Além disto, o ensino a distância evoluiu

juntamente com os avanços tecnológicos. Com a internet e os atuais recursos

da web 2.0, torna-se possível a interação entre alunos e professores. O diálogo

e a troca, portanto, proporcionam que a construção e transformação de

conhecimentos aconteçam entre os envolvidos no processo de ensino-

aprendizagem. Com certeza, ferramentas como chats, fóruns, blogs, entre

outros, vêm a aprimorar todos os recursos da EAD. Estes são recursos muito

utilizados em cursos online.

De acordo com Wilson Azevedo, a Internet proporciona:

“... possibilidade de interagir coletivamente a distância em lugares

diversos e sem hora marcada “assincronicamente”, como dizem os

especialistas. Dessa forma, vis Internet, podemos aprender uns com

os outros e ensinar uns aos outros, interagindo ...”

(AZEVEDO, apud Maia e Mattar, 2008, p. 18).

Marco Silva, profissional muito respeitado na área educacional que

aborda conceitos importantes, fala sobre educação online:

“... é uma demanda da sociedade da informação, isto é do novo

contexto socioeconômico-tecnológico”, (...) “cuja característica geral

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não está mais centralizada na produção fabril ou da mídia de massa,

mas na informação digitalizada como nova infra-estrutura básica,

como novo modelo de produção”

(SILVA, 2003a, p. 11)

Entretanto, é possível que aconteça educação a distância de inúmeras

outras formas. A EAD existe há muito tempo e, apesar de hoje estar mais em

evidência devido aos novos recursos tecnológicos, ela existe especialmente

desde a época em que começou a acontecer o ensino por correspondência.

E, como o tema deste trabalho envolve o trabalho do Designer Instrucional

na EAD – com enfoque na realidade atual – é importante que seja apresentado

todo este histórico para uma melhor compreensão do processo. Apesar de

enfocarmos no papel do DI na EAD atual, o seu papel existe desde que a

educação a distância passou a existir, conforme já foi dito anteriormente.

1.1 A EAD ontem e hoje: o que se espera do futuro e o que é necessário?

O histórico da Educação a Distância no Brasil e no mundo aconteceram em

ritmos diferentes. Com certeza, não é correto afirmar que a EAD só existe

agora, pois atualmente ela está apenas em evidência devido ao

desenvolvimento e à expansão da educação online, que possibilita inúmeras

vantagens inimagináveis há um tempo. A fim de apresentar como se deu esta

evolução, será apresentado um breve texto resumindo como se deu a história

da EAD. Para este breve resumo, foram utilizados dados expostos em Maia e

Mattar.

Falando em termos mundiais, a primeira geração dos cursos a distância

são os feitos por correspondência por volta do século XIX.

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Já a segunda geração foi marcada pelas mídias, como a televisão e o

telefone. Neste período, surgem as Universidades Abertas. Seguindo definição

de Maia e Mattar, as universidades abertas são outro modelo de EAD para o

ensino superior, originando a expressão Open and Distance Learning.

A terceira geração é distinguida pelo uso de computadores e tecnologias de

multimídia. Além disso, esta fase – segundo Maia e Mattar – é reconhecida

pelo desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, em

especial com o desenvolvimento da Internet.

Atualmente, a EAD encontra-se em processo de expansão, sendo

largamente utilizada por indivíduos em todo o mundo. Isso acontece no âmbito

formal e informal, em universidades e em empresas. Nestas últimas, inclusive,

a EAD vem a atender uma demanda de formação continuada do trabalhador e

já é utilizada há mais tempo do que na educação formal.

É preciso levar em conta uma profunda transformação que está

ocorrendo na érea empresarial: enquanto a produção tradicional

podia se contentar com um educador pouco formado, sendo a

educação vista como “bandaid social” que permitia falar em

“igualdade de chances à partida”,hoje, o setor empresarial moderno

passa a precisar crescentemente da educação para o seu próprio

desenvolvimento .

(DOWBOR, 2001, p.35).

Já no Brasil, a história da EAD aconteceu de forma diferente. Os cursos

por correspondência também foram oferecidos, mas a televisão e outras mídias

aqui foram usadas com mais esmero. Porém, a oferta de universidades abertas

ainda está caminhando a passos lentos, diferentemente do que já aconteceu

no mundo. É primordial destacar que a educação a distância encontra-se em

expansão no Brasil, com um número cada vez maior de alunos matriculados e

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de uma diminuição da resistência por parte das pessoas, conforme foi

evidenciado logo ao início da introdução deste trabalho com dados divulgados

pela ABED.

A seguir, com base em informações dispostas no site do Senac Paraná,

encontram-se dados marcantes da EAD no Brasil até o ano de 2000. O Senac,

desde o início e até os dias atuais, oferece inúmeros cursos feitos a distância.

Posteriormente, serão colocadas informações sobre a EAD nos dias de hoje e

o que se espera para o futuro.

Fonte: Esquema construído com dados retirados de http://www.pr.senac.br/EAD, acessado em

Dezembro de 2010.

Nos últimos anos, principalmente com a Internet e os recursos da web

2.0, o ensino a distância vem se expandindo e sendo mais aceito no Brasil e no

mundo. Porém, muitas vezes esses novos recursos tecnológicos não são

usados de forma adequada, comprometendo o processo de ensino-

aprendizagem e influenciando diretamente na qualidade dos cursos oferecidos.

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A prática pedagógica com uso do computador (Internet) pressupõe

aprender sobre o computador, com o computador e como o professor

e o aluno se sentem em relação à tecnologia. Há a necessidade de

uma postura crítica diante da tecnologia na educação, diante da

relação entre tecnologia e educação.

(LEITE, apud l Freire (org.), 2008, p.73).

E esta preocupação com a prática pedagógica nem sempre acontece.

Como, neste momento do trabalho, serão tratadas questões da EAD no Brasil,

é importante destacarmos – mais uma vez – que hoje a EAD vem sendo

amplamente utilizada e, na educação formal, há uma preocupação evidente em

verificar a qualidade dos cursos oferecidos.

O momento, portanto, é de expansão e – ao mesmo tempo – de

preocupação com a qualidade, com o controle dos cursos a fim de que se

evitem cursos de péssima qualidade, que só visam ao lucro. E a educação a

distância no contexto atual – online –, para ter qualidade, depende de inúmeros

fatores. Wilson Azevedo, em seu texto, afirma que é preciso um aluno que

saiba ser um aluno online, um professor que saiba atuar a distância e,

principalmente, investimento.

O momento atual exige investimentos pesados em PEOPLEWARE,

isto é, em recursos humanos para a educação online. Nosso país

ocupa posição de destaque no campo da infra-estrutura de

comunicação de dados para suporte a projetos de Educação a

Distância via Internet. Temos empresas que hoje exportam software

para educação online para o mundo inteiro. Mas ainda estamos muito

aquém de nossas necessidades em peopleware, em professores e

alunos capazes de ensinar e aprender online. Esta é a maior

dificuldade enfrentada hoje no desenvolvimento de programas de

educação online. Não faltam máquinas, não faltam programas, não

faltam conexões. E onde falta, é só comprar e instalar. Não é caro,

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pelo contrário, é cada vez mais barato. O que falta mesmo é gente

capacitada e especializada em educação online.

É por isto que não podemos nos iludir com falsas promessas: EAD

online DE QUALIDADE não é nem tão barato e nem tão lucrativo

quanto muitos imaginam.

Fonte: Panorama atual da Educação a Distância no Brasil – Wilson

Azevedo – disponível no site www.escolanet.com.br, acessado em

Dezembro de 2010.

É primordial, portanto, que sejam feitos investimentos para que os

profissionais envolvidos na elaboração e implementação dos cursos a distância

tenham a formação adequada para executar o trabalho da melhor forma.

1.2 Profissionais envolvidos na EAD dos dias atuais

Com o advento da educação a distância que se utiliza dos recursos da

web 2.0 – educação online –, vários “novos” profissionais e profissionais

“reinventados” surgiram no mercado. A equipe para elaboração dos cursos

amplamente utilizados na educação a distância é multidisciplinar, sendo

composta por profissionais de diversas áreas.

Dentre os profissionais, evidenciam-se alguns na lista abaixo:

• Conteudista ou especialista: apresenta o conteúdo teórico do curso a ser

elaborado;

• Designer Gráfico: elabora a identidade visual a ser utilizada, respeitando

as informações e pressupostos do curso;

• Programadores: executam a parte de programação do curso, tais como

jogos interativos, etc.;

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• Roteirista: faz o design didático das partes do curso com base nas

unidades de aprendizagem e objetivos previamente definidos no

planejamento;

• Copidesque: profissional responsável por fazer a revisão lingüística do

material, considerando as especificidades do projeto: um curso online,

por exemplo, tem uma linguagem específica, dialógica;

• Tutor: quem acompanha diretamente o processo de ensino-

aprendizagem dos alunos, normalmente professores especialistas da

área;

• Designer Instrucional: coordena o processo de elaboração, desenhando

os recursos que serão utilizados no curso através de uma análise da

realidade educacional. Profissional que é o tema deste presente

trabalho.

Dependendo do projeto, esta equipe poderá ser composta por outros

profissionais. Cada projeto poderá ter um tipo de curso e este poderá exigir

outros profissionais envolvidos, como um especialista em uma ferramenta

de autoria específica.

Independente das particularidades, como a EAD está em expansão, o

mercado voltado para esta área também cresce, conforme afirma Andréa

Schoch, Designer Instrucional que atua em uma empresa paraense de

educação corporativa a distância:

A Educação a distância de forma geral vem crescendo e se tornando

uma excelente opção para os profissionais que pensam em ingressar

neste mercado. Já temos milhares de pessoas que aderiram a esta

modalidade de educação e a tendência é de que os números

aumentem cada vez mais.

Fonte: www.hagah.com.br, acessado em Dezembro de 2010.

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É importante que todos esses profissionais estejam perfeitamente

alinhados e capacitados para trabalhar com educação, preocupando-se em

atingir aos objetivos de cada curso. Porém, nem todos os profissionais que

trabalham na área têm uma formação ou perfil adequado para atuarem neste

campo. Marco Silva já reconheceu esta falta de capacitação como um dos

motivos de precariedade de algumas instituições que ele visitou entre 2004 e

2006 a fim de verificar a qualidade dos cursos:

Uma é a ausência de formação de professores para as

especificidades da modalidade a distância, de modo a evitar

transposições mecânicas do presencial petrificado na pedagogia da

transmissão e na avaliação da aprendizagem baseada em exames

pontuais e em quantificação.

Fonte: Entrevista da Revista Científica de Educação a Distância,

disponível no site http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br, acessado

em Dezembro de 2010.

Muitas vezes, coloca-se – por exemplo - um professor para elaborar um

curso a distância ou mesmo ministrá-lo e ele, sem nenhuma capacitação para

atuar na educação a distância, exerce um trabalho ruim e não torna o processo

de ensino-aprendizagem algo prazeroso em que o aluno possa realmente

aprender.

Logo, é primordial que haja uma capacitação dos profissionais para que

estes atuem na educação a distância. Não é só este fator que irá garantir um

ensino de qualidade, mas com certeza vai viabilizar uma qualidade melhor dos

cursos oferecidos. Toda a equipe deve estar ciente de que elementos devem

ser considerados para a composição de um curso, como interatividade,

hipertexto, dentre outros. O aluno, portanto, deverá interagir com o que lhe é

apresentado, decifrando as associações feitas e construindo as suas próprias

considerações. Desta maneira, segundo Fiorentini (2003), o estudante cria

novas conexões, que façam mais sentido para ele, ao escolher seu percurso.

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Porém, a escolha dos percursos oferecidos na EAD não devem ser aleatórias,

pois isto torna o modelo meramente informativo e reprodutor de

conhecimentos.

E neste contexto, em que é notória a necessidade de existir uma

interação entre aluno e professores, o Designer Instrucional tem um papel

muito importante, pois ele irá “desenhar” para que o curso possa ser interativo,

considerando o conceito de interação definido por Marco Silva, em seu livro

Sala de Aula Interativa, ou seja, coloca-se o conteúdo de forma reflexiva,

estimulando a intervenção do aluno. É o Designer Instrucional que está a frente

da equipe, orientando os profissionais para o alcance de uma melhor solução

para a realidade educacional colocada. O Designer Instrucional, portanto, é

uma figura de extrema importância para que um curso a distância aconteça. E

é no capítulo seguinte deste presente trabalho que esta afirmação será

efetivamente corroborada.

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CAPÍTULO II

O TRABALHO DO DESIGNER INSTRUCIONAL

Para elucidar como é o trabalho do Designer Instrucional, mostra-se

primordial definir o que é design instrucional:

Definimos design instrucional como a ação intencional e sistemática de

ensino que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a aplicação

de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos

educacionais em situações didáticas específicas, a fim de promover,a

partir dos princípios de aprendizagem e instrução conhecidos, a

aprendizagem humana. Em outras palavras, definimos design

instrucional como o processo (conjunto de atividades) de identificar um

problema de aprendizagem e desenhar, implementar e avaliar uma

solução para esse problema.

(FILATRO, 2008, p.3)

Pode-se afirmar, conforme afirma Andréa Filatro, que o profissional de

design instrucional é o Designer Instrucional, o responsável por projetar

soluções para problemas educacionais específicos. Segundo Ramal (apud

PIMENTA), o instructional designer é o estudioso dos processos mentais, que

sabe elaborar e testar hipóteses sobre as melhores formas de construção da

árvore de competências, conteúdos e habilidades de cada aluno.

A fim de tornar As definições anteriores ainda mais claras, pode-se

afirmar que o Designer Instrucional é quem faz a transposição pedagógica de

determinado conteúdo, considerando os objetivos pré-estabelecidos a fim de

que o aprendizado seja alcançado.

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Para se chegar à atuação do Designer Instrucional nos dias de hoje,

houve uma evolução no decorrer do tempo. Conforme já exposto, o DI não atua

somente na educação a distância. Para estudiosos da área, a origem do DI na

educação mundial se deu na segunda guerra mundial, quando era necessário

treinar os soldados para manusearem os armamentos e atuarem de forma

adequada. E, desde esta época até a atualidade – com a educação online,

aconteceram alguns fatos marcantes. No esquema a seguir, evidenciam-se

alguns pontos deste histórico.

(FILATRO, 2008, p.7)

Já no Brasil, o desenvolvimento foi realmente colocado em foco com as

novas tecnologias e formas de se comunicar. É válido ressaltar que a profissão

foi regulamentada há poucos anos no Brasil, conforme foi disposto na

introdução deste trabalho. Apesar da profissão não ser recente, só agora ela

vem ganhando espaço, sendo reconhecida no mercado de trabalho e discutida

por profissionais da área. Na Confederação Brasileira de Ocupações, o termo

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principal é Designer Educacional, com sinônimos como Desenhista

Instrucional, Designer Instrucional e Projetista Instrucional. E, corroborando as

definições dadas por Andréa Filatro, definiu-se como descrição sumária da

família em que se encontra a ocupação (programadores, avaliadores e

orientadores de ensino):

Implementam, avaliam, coordenam e planejam o desenvolvimento de

projetos pedagógicos/instrucionais nas modalidades de ensino

presencial e/ou a distância, aplicando metodologias e técnicas para

facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Atuam em cursos

acadêmicos e/ou corporativos em todos os níveis de ensino para

atender as necessidades dos alunos, acompanhando e avaliando os

processos educacionais. Viabilizam o trabalho coletivo, criando e

organizando mecanismos de participação em programas e projetos

educacionais, facilitando o processo comunicativo entre a comunidade

escolar e as associações a ela vinculadas.

Fonte: www.mtecbo.gov.br, acessado em Dezembro de 2010.

E, apesar de no Brasil a profissão ser reconhecida há pouco tempo, já

se considera a sua importância para a educação a distância online. Apesar de

também atuar no ensino presencial, é realmente com a EAD – principalmente a

educação online – que o DI vem a se estabelecer no mercado de trabalho.

No início da expansão da educação online, era muito comum que o

próprio especialista (também tutor e especialista) elaborasse o curso online. As

profissões apresentadas no capítulo anterior não eram muito definidas. Porém,

hoje – com a preocupação da melhora da qualidade e o reconhecimento da

educação online como uma forma eficaz de educar – os papéis dos

profissionais vêm se definindo de uma melhor maneira. Esta afirmação é

corroborada principalmente pelo reconhecimento da importância do Designer

Instrucional.

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26

Distancia-se o papel de elaborar os cursos a distância do profissional

que irá conduzir o curso e evidencia-se a necessidade da atuação do DI para

que determinado processo tenha sucesso. Isto foi comprovado por pesquisa

realizada pelo portal E-learning Brasil.

A pesquisa, que foi aplicada a 110 organizações, buscou a opinião dos

participantes sobre a atuação do instrutor exercendo a função do Designer

Instrucional. Destaca-se que a maior parte das instituições pesquisadas eram

da região Sudeste (54%) e do setor de educação (40%). Dentre as várias

perguntas feitas, destacam-se algumas:

Ser especialista em um determinado assunto significa necessariamente estar apto a projetar e

desenvolver matérias online?

Como sua organização vê o profissional de Designer Instrucional?

Fonte: http://www.elearningbrasil.com.br, acessado em novembro de 2010.

Com base nessas informações, pode-se constatar que o papel do DI

está completamente atrelado ao desenho, desenvolvimento e implementação

de cursos a distância online. Com o seu complexo trabalho, o Designer

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Instrucional já se estabelece para o mercado como peça-chave para que um

curso em educação a distância online possa obter os melhores resultados.

A fim de que se compreenda melhor todo o processo do trabalho do

Designer Instrucional, estão explicadas – a seguir – as etapas do seu trabalho.

2.1 Etapas do trabalho

Para que o trabalho do Designer Instrucional efetivamente aconteça, é

necessário que haja um fluxo com as etapas envolvidas. Existe uma idéia de

processo largamente aceita, que é o ISD (Instructional System Design – design

de sistemas instrucionais), também conhecida como Addie (analysis,design,

development, implementation e evaluation – análise, design, desenvolvimento,

implementação e avaliação). A seguir, estão devidamente colocadas estas

etapas, de acordo com o entendimento das explicações de Andrea Filatro,

única estudiosa do assunto a publicar livros que tratam especificamente sobre

DI no Brasil.

Na Análise, nota-se o cenário em que determinado curso deverá

acontecer. Neste momento, verifica-se o problema que se espera solucionar

através de uma análise das necessidades e do perfil do público-alvo. O

Designer Instrucional reúne inúmeros dados sobre o contexto em que o curso

será desenvolvido, verificando as necessidades de aprendizagem, a

caracterização do alunos, as restrições e traçando as soluções conforme

objetivos propostos.

Com a solução definida na análise da realidade colocada, vem o

momento de se planejar e desenhar a solução proposta. Nesta etapa de

Design , planejam-se as unidades de aprendizagem com todos os conteúdos a

serem trabalhados, definindo-se as estratégias, mídias e ferramentas que

serão utilizadas. Este processo normalmente é organizado em uma matriz, que

pode ser disposta de outra forma, conforme as necessidades e a realidade

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analisada pelo DI. Um exemplo de matriz encontra-se disposto abaixo.

Entretanto, não necessariamente deve-se utilizar esta matriz. As informações

podem ser dispostas de outra forma, conforme as necessidades e a realidade

analisada pelo DI.

(FILATRO, 2008, p.45)

As especificações de cada unidade de aprendizagem normalmente são

normalmente são feitas por meio de roteiros e storyboards. Estes produtos são

elaborados conforme os recursos disponíveis. Hoje, encontram-se algumas

ferramentas de autoria que facilitam a construção de cursos, como o Quick

Lesson´s, por exemplo. Entretanto, é comum que se desenvolva o storyboard

em PowerPoint, por exemplo, para que outros profissionais da equipe –

designer gráfico, ilustrador, programador – desenvolvam o curso em programas

específicos. Isto variará conforme cada projeto e cliente atendido. É válido

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ressaltar, entretanto, que o DI deve garantir a qualidade dos produtos

desenvolvidos nesta fase, o sotryboard – por exemplo – deve estar atendendo

aos objetivos propostos na matriz e a disposição das informações deve estar

de forma coerente e coesa, visando sempre à construção do conhecimento por

parte dos alunos.

Já no Desenvolvimento, acontecem a produção e adaptação de todos

os recursos e materiais previstos para o curso. Este momento pode ser

realizado internamente ou ser terceirizado. É aqui onde os gastos com o

orçamento costumam ser maiores, já que os profissionais que foram previstos

executam o seu trabalho. O Designer Instrucional acompanha todo o processo

de produção do material a fim de que o trabalho desenvolvido pela equipe

atenda aos objetivos pré-estabelecidos durante a etapa de análise. Os

profissionais devem estar perfeitamente alinhados para que não haja nenhum

ruído na comunicação que comprometa o resultado final. A etapa de

desenvolvimento é primordial para que se alcance a satisfação dos envolvidos

durante a próxima etapa. Se algum recurso didático previsto para determinado

curso não funciona corretamente, apresentando problemas de programação ou

mesmo uma linguagem inadequada, a qualidade do curso fica comprometida e

os objetivos deixam de ser alcançados.

Após o desenvolvimento, acontece a situação didática – ou seja – todo o

curso é de fato implementado conforme os procedimentos previstos na

proposta. Esta fase de Implementação é dividida em subfases: publicação e

execução. Primeiro, as unidades de aprendizagem são publicadas e são feitas

as configurações necessárias para que o curso efetivamente aconteça. O DI,

neste momento, precisa assegurar que aconteça a interação entre todos os

envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Caso aconteça algum

problema nesta fase, o DI deverá estar apto a solucioná-lo junto aos

profissionais da equipe envolvidos com esta etapa. Neste momento, procura-se

sempre verificar se o andamento das atividades propostas está acontecendo

conforme o esperado, tendo como preocupação a satisfação dos alunos. Estes

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devem ser sempre estimulados a construir os seus próprios conhecimentos,

como seres ativos no processo de ensino-aprendizagem. O tutor, nos cursos

online, são primordiais nesta construção.

Já a etapa de Avaliação acontece desde o início do projeto. Em todas

as etapas, o Designer Instrucional deve acompanhar a fim de verificar a

qualidade dos produtos de cada fase. Até mesmo nas etapas anteriores

explicadas, tornou-se possível perceber que o DI está sempre presente

acompanhando e avaliando a produção. Avalia-se, portanto, do início ao final.

Entretanto, na última etapa, é possível verificar se o processo de ensino-

aprendizagem aconteceu conforme o esperado e se o curso atendeu às

expectativas. Com esta avaliação geral, o DI consegue verificar os pontos que

precisam ser melhorados e onde aconteceram possíveis falhas. Esta é uma

avaliação do curso em si.

Além da avaliação do curso em si, avalia-se também se o aluno

alcançou os objetivos propostos. O tipo de avaliação a ser utilizada está

diretamente ligada ao tipo de abordagem, de curso, de objetivos traçados.

Essas informações também serão importantes para que o DI possa realizar a

avaliação final do curso. Com base nelas, é possível perceber em que

momentos os alunos tiveram maior dificuldade, analisando os motivos e

verificando as soluções possíveis. Assim, se existirem turmas posteriores de

um mesmo curso, os problemas já detectados serão minimizados.

Além de todas essas etapas, o Designer Instrucional também é um

gestor, conforme foi evidenciado logo ao início do presente trabalho. Ele deverá

verificar cada recurso e ação previstos nas etapas de seu trabalho,

considerando sempre o escopo do projeto educacional, o tempo e os custos.

Anexo a este trabalho, encontra-se um exemplo de projeto educacional que

apresenta as etapas de Design Instrucional bem colocadas, conforme as

explicações anteriormente explicadas sobre o assunto. No anexo, estarão

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colocadas – inclusive – tabelas com orçamento previsto para cada etapa do

projeto em questão.

Corroborando todo este entendimento das idéias definidas por Filatro,

existem ainda outros estudiosos:

O designer instrucional tem atribuições como planejar o

conteúdo, executar o curso e, até avaliar o aluno. Esses

processos atualmente são realizados por profissionais que têm

uma formação predominantemente tecnológica e não tem

pedagógica.

(KENSKI apud Aquino, p.10).

Todavia, existem profissionais que defendem que o Designer

Instrucional é apenas parte da gestão:

Entre as tarefas da gestão da aprendizagem está a concepção

do desenho pedagógico do curso, e consequentemente, a

escolha das mídias educativas e de comunicação, síncrona e

assíncrona, que serão colocadas à disposição de estudantes e

docentes, professores e/ou tutores, uma vez que são utilizados

para proporcionar diferentes modos de interação entre

estudantes, docentes e equipe pedagógica.

(SARTORI, p. 28)

Considerando essas informações, é válido destacar – portanto – que

todas as etapas dispostas neste trabalho são adequadas e até mesmo revistas

conforme as especificidades de cada projeto educacional. Quando o DI atua

em uma organização, por exemplo, ele poderá até mesmo trabalhar conforme

um outro processo e, conforme o trecho citado anteriormente, poderá ser parte

do processo. De qualquer forma, não invalida nada do que foi dito até aqui.

Destaca-se, apenas, que o modelo apresentado não é rígido e também não é

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usado por toda e qualquer organização em que o DI poderá atuar. No mercado

de trabalho, esta distinção de uma organização para outra se torna ainda mais

clara. Determinadas organizações podem exigir determinados conhecimentos

que outras não exigem.

Por conta de toda esta complexidade e da expansão da educação a

distância no Brasil, é primordial que se compreenda bem o perfil do Designer

Instrucional, o que o mercado de trabalho tem exigido nos processos seletivos

para DI, os conhecimentos necessários e as competências a serem

desenvolvidas ao exercício de sua profissão.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 8 INTRODUÇÃO A presente monografia apresenta o tema “Uma melhor compreensão do trabalho do Designer Instrucional e do desenvolvimento

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CAPÍTULO III

DESIGNER INSTRUCIONAL: PERFIL, COMPETÊNCIAS

NECESSÁRIAS E COMO DESENVOLVÊ-LAS

Considerando toda a informação até aqui colocada, fica clara a

complexidade do trabalho do DI. Baseando-se nas informações dispostas,

percebe-se que o DI deve ter um perfil de gestor, precisa conhecer bem os

recursos tecnológicos e – principalmente – ter um amplo conhecimento

didático-pedagógico. São recorrentes, inclusive, discussões entre profissionais

da área sobre o Perfil do DI e a necessidade dele ser um educador.

3.1 O Perfil do Designer Instrucional

Existem inúmeros sites e comunidades em que profissionais da área

trocam conhecimentos a fim de conhecerem melhor a área e os rumos que ela

poderá tomar nos próximos anos. No site Rede Brasil E-learning, dentre os

inúmeros tópicos discutidos, um se encaixa perfeitamente à presente discussão

deste trabalho: o perfil do DI e o seu reconhecimento no mercado de trabalho .

A Designer Instrucional Ana Paula Marcheti Ferraz iniciou o tópico com o

seguinte questionamento:

Trabalho com DI há muito tempo, inclusive minha tese de doutorado foi

nessa direção associada à material instrucional.

Considerando a importância desse profissional e agregando a algumas

discussões em que participei no 15 CIAED - congresso internacional da

ABED de EAD - gostaria de saber qual o perfil (graduação, pós,

habilidade e competência) vcs acreditam ser imprescindível para esse

atividade. É um profissional altamente procurado pelo mercado, mas

tbm extremamente difícil de contratar por competência, habilidade e

titulação (considerando a atuação em IES).

Fonte: http://www.redebrasilelearning.com.br, acessado em novembro

de 2010.

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Várias foram as respostas de profissionais da área sobre o assunto.

Alguns profissionais pontuaram a dificuldade de se encontrar um bom DI no

mercado e outros citaram um hábito comum na área: homeoffice.

Atualmente é um tanto complicado encontrarmos profissionais de DI,

principalmente onde estou, pois estamos em busca de um profissional

para esta área em nossa empresa e não encontramos ainda. Pois

alguns têm algumas competências e em outros faltam outras.

Inclusive, caso conheçam pessoas interessadas nesta área estamos

em busca aqui em Goiás.

Fonte: http://www.redebrasilelearning.com.br, acessado em novembro

de 2010. Declaração de Lidiane Monteiro de Abreu.

... acredito muito no trabalho gerido por produção e no

homeoffice. Eu, por exemplo, produzo muito mais hoje,

trabalhando em casa, do que quando estava em uma empresa.

Dentre as vantagens, destaco as 4h que perdia no deslocamento,

pois hoje as direciono para meus estudos, o que não conseguia

antes, e também para meus serviços quando a demanda é grande

e o prazo curto...

Fonte: http://www.redebrasilelearning.com.br, acessado em novembro

de 2010. Declaração de Gabriela Souza.

Torna-se evidente, portanto, que o mercado para o Designer Instrucional

cresce e os profissionais da área preocupam-se com esta expansão e

banalização da profissão. De fato, não se pode colocar qualquer profissional

para atuar como Designer Instrucional. Por ser um profissional multifacetado e

que utiliza conhecimentos de diversas áreas, o Designer Instrucional precisa

estar apto a atuar em diferentes campos, encontrando soluções educacionais

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em diversos contextos. Porém, para que isto aconteça, é primordial que o

profissional tenha um perfil adequado a esta importante função e procure

desenvolver as competências necessárias ao exercício de sua profissão. Não

existe uma determinação quanto à formação do Designer Instrucional.

“... parece ser consenso que para exercer a função não basta ter

uma formação em educação...”

Fonte: http://www.revistadirigida.com.br/home, acessado em novembro

de 2010.

Com base nas declarações, fica claro – portanto – que o perfil do DI é

bem diversificado, não existindo – por exemplo – um curso superior que

determine se determinado profissional poderá, ou não, atuar como Designer

Instrucional. Entretanto, é primordial que as competências necessárias a um

bom DI sejam desenvolvidas para que o profissional possa ter qualidade a fim

de ser inserido no mercado de trabalho.

3.2 Competências necessárias e como desenvolvê-las

Para iniciar este tópico, é necessário que se compreenda o conceito de

competência. Philippe Perrenoud, famoso sociólogo suíço, declarou:

Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos

cognitivos (saberes, capacidades, informações etc) para solucionar

com pertinência e eficácia uma série de situações.

Fonte: Parte da entrevista disponível no site http://www.unige.ch,

acessado em Janeiro de 2010.

E, no ambiente corporativo atual, a competência é vista de forma muito

significativa:

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A competência passa a estar no princípio da organização do

trabalho, no lugar da qualificação/profissão. (...) Significa dizer

que uma gestão fundada na competência encerra a idéia de que

um assalariado deve se submeter a uma validação permanente,

dando constantemente provas de sua adequação ao posto, de seu

direito a uma promoção ou a uma mobilidade promocional

(RAMOS, 2001, p. 194).

Desta maneira, é importante que fique claro quais são os “recursos

cognitivos” necessários ao Designer Instrucional para que ele execute o seu

trabalho e esteja apto a desenvolver a sua função. São muitas as discussões

acerca do assunto, já que agora que o assunto está em evidência no Brasil até

mesmo pela regulamentação da profissão. Entretanto, serão aqui evidenciadas

competências já desenhadas para a profissão.

Apesar da atual evidência, já foi visto que o profissional de Designer

Instrucional existe desde que é feita a transposição pedagógica de conteúdos

para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de pessoas. Desta forma, as

competências do Designer Instrucional já foram descritas desde 1986 e, em

2002, elas foram revisadas pelo International Board of Standards for Training

(IBSTPI).

Segundo Hermelina P. Romiszowski, especialista no assunto, o IBSTPI

é uma comissão internacional que estuda e publica listas de competências e

padrões que se espera de profissionais nas áreas de Educação,

Desenvolvimento de Recursos Humanos e Tecnologias Educacionais. Por isto,

é primordial que sejam apresentadas as competências listadas pelo IBSTPI.

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Competências do designer instrucional listadas pelo IBSTPI

Fundamentos da profissão

1. Comunica-se efetivamente, por meio visual, oral e escrito.

2. Aplicar pesquisas e teorias atualizadas à prática do design instrucional.

3. Atualizar e melhorar habilidades, atitudes e conhecimentos referentes ao

design instrucional e as suas áreas relacionadas.

4. Aplicar habilidades básicas de pesquisa em projetos de design instrucional.

5. Identificar e resolver problemas éticos e legais que surjam no trabalho de

design instrucional.

Planejamento e análise

6. Conduzir um levantamento de necessidades.

7. Projetar um currículo ou programa.

8. Identificar e descrever as características da população-alvo.

9. Analisar as características do ambiente de aprendizagem.

10. Analisar as características de tecnologias existentes e emergentes e seus

usos em um ambiente instrucional.

11. Refletir sobre os elementos críticos de uma situação-problema antes das

decisões finais sobre as soluções e suas estratégias de implementação.

Design e Desenvolvimento

12. Selecionar, modificar, ou criar um modelo apropriado de design e

desenvolvimento para um determinado projeto.

13. Selecionar e usar uma variedade de técnicas para definir e sequenciar o

conteúdo e as estratégias instrucionais.

14. Selecionar ou modificar materiais instrucionais existentes.

15. Desenvolver os materiais instrucionais.

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16. Projetar atividades de ensino que reflitam uma compreensão da diversidade

dos alunos como indivíduos ou grupos.

17. Avaliar a instrução e seu impacto.

Implementação e Gestão

18. Planejar e gerenciar projetos de design instructional.

19. Promover colaboração, parcerias e bons relacionamentos entre os

participantes de um projeto de design instrucional.

20. Aplicar habilidades administrativas na gestão do design instrucional.

21. Projetar ações de gestão de sistemas instrucionais.

22. Planejar a implentação eficaz dos produtos e programas instrucionais.

Fonte: Tradução das competências disponíveis em www.ibstpi.org/competencies. Para o

auxílio, foram também consultadas as traduções feitas por Filatro – em seu livro – e por H

Hermelina P. Romiszowski em texto divulgado pela ABED.

Na tradução de Andréa Filatro, não foram expostas quais competências

são essenciais e quais são de nível avançado. O nível “Essencial” apresenta

as competências mínimas para o bom exercício da profissão. Já o nível

“Avançado” apresenta as competências que são mais especializadas e

normalmente desenvolvida ao longo da trajetória profissional do DI. São vistas

como competências essenciais as numeradas como 1, 3, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13,

14, 15, 16, 17 e 22. As demais são vistas como competências de nível

avançado.

Como ficou bem observado, a lista apresenta inúmeras competências.

Todavia, a lista não é inflexível. Determinado profissional pode precisar mais de

algumas competências para um projeto e de outras para outro projeto. Cabe ao

profissional procupar-se sempre com o seu aperfeiçoamento a fim de que

acompanhe o ritmo acelerado das novas tecnologias.

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Além disso, as instituições que trabalham com educação e precisam ter

Designers Instrucionais em sua equipe devem se preocupar com a qualificação

deste profissional. É importante que sejam estabelecidos critérios de seleção

específicos para a verificação das competências do DI. As empresas devem

selecionar o DI com base nas competências necessárias para o cargo,

considerando a realidade e exigências do trabalho.

Porém, nem sempre isso acontece. Por se tratar de uma profissão há

pouco tempo regulamentada no Brasil, muitas questões ainda se encontram

obscuras. Conforme já foi exposto, os profissionais da área demonstram

preocupação com a formação do profissional e o reconhecimento do próprio

mercado de trabalho para as capacitações oferecidas.

Porém, esta realidade deve ser alterada a fim de que os DIs se

preocupem cada vez mais com o desenvolvimento de suas competências por

meio de cursos e especializações. Como o seu trabalho é complexo e as

competências envolvem áreas de conhecimento diferentes (ciências humanas,

da informação e de administração), não se pode pensar em deixar de lado uma

formação continuada. Assim como acontece com médicos, engenheiros e

contadores, o Designer Instrucional também precisa se qualificar até mesmo

para solidificar a sua qualificação e demonstrar para o mercado de trabalho que

a sua qualificação é primordial para o exercício de sua profissão.

Caso o Designer Instrucional selecionado não esteja apto a desenvolver

a função, automaticamente a qualidade dos cursos oferecidos será afetada. É

primordial, portanto, que as empresas saibam selecionar os profissionais. Isto

deverá ser feito, inclusive, considerando a missão e valores da instituição. Na

FGV online, por exemplo, foi realizada uma interessante pesquisa com o

objetivo de identificar as competências exigidas pela instituição para a atuação

do Designer Instrucional. Dentre os inúmeros resultados interessantes,

destaca-se a política da instituição de formar os seus profissionais

internamente.

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O número reduzido de profissionais do design instrucional no mundo

em geral e, particularmente, na realidade brasileira, aliado ao fato de

não haver no mercado uma instituição que qualifique esse tipo de

profissional (Spector e La Teja (2001, apudROMISZOWSKI, 2001),

justifica o investimento do Programa FGV Online na formação em

serviço (on the job), tendo em vista habilitar os designers educativos a

desempenharem suas funções, de forma mais produtiva e com maior

qualidade.

Fonte:

htttp://etic2008.files.wordpress.com/2008/11/unesamirianmaia.pdf,

acessado em Janeiro de 2010.

Esta informação é bem interessante, pois demonstra a preocupação da

instituição com a formação dos DIs que fazem parte dos seus recursos. Além

da formação do DI para o mercado, é importante também que as instituições

tenham uma preocupação de contextualizar o DI na realidade da empresa,

capacitando-o para um melhor exercício das suas ações.

Porém, cabe ao DI preocupar-se continuamente com o desenvolvimento

de suas competências. A seguir, estão dispostos alguns dos cursos existentes

no Brasil e como a maior parte deles são conduzidos.

3.3 Cursos existentes no Brasil

No Brasil, existem cursos de Designer Instrucional com diferentes

objetivos. Porém – de uma maneira geral - os cursos voltados para o

desenvolvimento do Designer Instrucional, preocupam-se com as dimensões

pedagógicas, tecnológica, comunicacional e organizacional. Além da teoria, é

normal que se preocupem com a prática.

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É válido ressaltar que a maior parte dos cursos são voltados para EAD

online. Como a área está em evidência com a expansão da educação online, é

comum que sejam oferecidos mais cursos para esta modalidade. Entretanto, o

DI também deve ser capacitado para atuar em outras modalidades, pois é

importante que seja um profissional completo. E é claro que, assim como

acontece com as demais áreas, a experiência faz com que práticas sejam

desenvolvidas e o profissional fique cada vez mais qualificado.

Dentre os cursos voltados para o DI já existentes, destacam-se os

cursos descritos adiante.

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO

Pós-Graduação Lato Sensu em Design Instrucional para Educação online

Universidade Federal de Juiz de Fora / Site Educacional

Carga horária: 360 horas

Pós-Graduação Lato Sensu em Design Instrucional para EAD virtual

Universidade Federal de Itajubá / Universidade Aberta do Brasil

Carga horária: 360 horas

Pós-Graduação Lato Sensu em Design Instrucional: Aprendizagem em

Ambientes Virtuais

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Carga horária: 360 horas

CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO OU QUALIFICAÇÃO

Curso livre TPDI — Teoria e Prática do Design Instrucional

Carga horária: 30 horas

Curso livre à distância em design instrucional para cursos online

Instituição ofertante: X-Orion

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Carga horária: 120 horas

Inúmeros cursos voltados ao Designer Instrucional (EAD virtual, mídia

impressa, móvel etc)

Instituto Brasileiro de Designer Instrucional

É importante que o Designer Instrucional pesquise os cursos oferecidos

no mercado para se especializar conforme as suas necessidades. É bem

comum que os cursos se preocupem em desenvolver as competências

dispostas na lista presente nas páginas anteriores, mas não é uma regra. É

preciso que sejam pesquisados os objetivos e a metodologia do curso, pois

cada um apresenta as suas especificidades. O IBDIN, por exemplo, oferece

cursos que não se limitam apenas ao Designer Instrucional para E-learning. E,

em seu curso para EAD virtual, foca-se em todo o desenvolvimento de um

curso online, desde a sua concepção até a fase final, aliando-se conceitos

teóricos à prática.

No decorrer do tempo, espera-se que esteja ainda mais clara a

necessidade do DI estudar e se especializar. Não é por que há ausência de

uma formação específica que o designer instrucional deve apenas ter

experiência e aprender em seu cotidiano, durante o trabalho. Assim como nas

demais profissões, a experiência é importante mas a formação e o

entendimento da área são fundamentais.

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CONCLUSÃO

Conforme visto no decorrer deste trabalho, a Educação a Distância hoje

se encontra em expansão com os cursos online, largamente oferecidos devido

a utilização em massa da Internet e dos recursos da Web 2.0. Neste contexto,

são inúmeros os profissionais que ganham espaço no mercado de trabalho

para o desenvolvimento desses cursos. Dentre esses inúmeros profissionais,

destaca-se o Designer Instrucional. Este passa a ser reconhecido como um

profissional de extrema importância para que os cursos a distância tenham

qualidade e possam proporcionar a construção de conhecimentos entre os

envolvidos.

Para que um curso online efetivamente aconteça, a equipe envolvida

deve estar perfeitamente alinhada e é o DI quem irá fazer este trabalho. Este

profissional, inclusive, desenhará todo o processo de ensino-aprendizagem,

considerando que o aluno é um ser ativo durante todo o percurso para se

alcançar o aprendizado. Por isso, é correto afirmar que o DI é peça-chave para

que a educação a distância atualmente mais utilizada – EAD online – atenda

aos objetivos de um processo de aprendizagem eficiente e eficaz.

Porém, ainda são recentes os estudos no Brasil sobre o Designer

Instrucional e o seu campo de atuação. Mesmo sabendo que ele existe há

tempos, conforme já exposto, atualmente que se fala um pouco mais sobre o

DI. Destaca-se, nesta área, a Professora Dr. Andréa Filatro, dentre outros

estudiosos que abordam o assunto mas não publicaram livros específicos

sobre a área. É válido ressaltar que mesmo com a bibliografia não muito

extensa, fica evidente que o DI precisa estar apto para desenvolver o seu

trabalho. Se o DI atua de forma inadequada, consequentemente os cursos

oferecidos terão sua qualidade afetada.

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Sendo assim, mesmo com bibliografia não muito extensa sobre a área e

uma quantidade ainda pequena de cursos oferecidos, o Designer Instrucional

deve procurar estudar a fim de desenvolver as suas competências. O mercado

de trabalho, mesmo que a passos não muito largos, virá a reconhecer um DI

qualificado e outro que apenas tem experiência, mas não se forma

continuadamente. Assim, não será qualquer um que poderá atuar como

Designer Instrucional, assim como acontece em outras profissões. Um

arquiteto não pode ser médico ou vice-versa, pois cada um teve uma formação

especializada para este fim. Se até mesmo na educação presencial já se

discutem, há anos, a qualidade do ensino e a forma dos professores atuarem

em sala de aula, na educação a distância (hoje quase sempre online) não pode

ser diferente. Independente de ser a distância ou presencial, é EDUCAÇÃO e

precisa ter a sua importância devidamente reconhecida.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Exemplo de Pré-Projeto Elaborado com base nas etapas do trabalho do Designer Instrucional

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ANEXO 1

Exemplo de Pré-Projeto Elaborado com base nas etapas do trabalho do Designer Instrucional

Universidade Cândido Mendes

Pré-projeto “Curso de Aperfeiçoamento Profissional em Vendas”

Por

Camilla Macedo Araújo

Aluna da disciplina Projetos Tecnológicos em Educação.

Professora: Carly Machado

Abril de 2010

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL EM VENDAS

Apresentação

Curso de Aperfeiçoamento Profissional em Vendas, com duração total de 80

horas, que se desenvolverá a partir de situações vivenciadas pelos próprios

vendedores de loja moda jovem. O curso terá interface online e offline.

Público-alvo

60 vendedores de loja moda jovem.

Objetivos

• Demonstrar situações vivenciadas no ambiente de trabalho a fim de

desenvolver competências necessárias a um bom vendedor.

• Estimular a troca de experiências entre os vendedores para construir

novos conhecimentos.

• Fazer com que os vendedores se sintam motivados, tendo a certeza de

que são peças fundamentais para o sucesso da empresa.

Justificativa

O mercado competitivo dos dias atuais exige profissionais de vendas cada vez

mais capacitados para atender melhor aos seus clientes e alcançar melhores

resultados. No caso do mercado voltado para moda jovem, esse profissional

precisa estar atento com o perfil do cliente, conhecer bem o seu produto e

aplicar corretamente as teorias de como executar boas vendas. Para isso, é

primordial que esse vendedor seja treinado a fim de corresponder aos objetivos

da empresa.

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Para essa capacitação profissional, é primordial que se esteja atento ao uso de

novas tecnologias educacionais, que são eficazes no desenvolvimento de

soluções adequadas a diferentes contextos no mercado de trabalho.

Atualmente, o uso da tecnologia na capacitação profissional é algo recorrente

nas empresas, pois viabiliza uma formação adequada dos profissionais, além

de atender aos objetivos pré-estabelecidos de cada organização. Essa

evolução na forma de capacitar, portanto, não pode ser deixada de lado.

Considerando que os vendedores de loja moda jovem, geralmente, são

estudantes, o curso realizado em CD e com atividades previstas em site de

relacionamentos mostra-se muito adequado à demanda. Eles não teriam muito

tempo para atividades presenciais, uma vez que trabalham e estudam, e ainda

existe a grande vantagem do computador e das suas ferramentas fazerem

parte do seu cotidiano. Por meio do CD, os vendedores estudariam o conteúdo

sempre considerando o conhecimento que eles já possuem. E, no site de

relacionamentos, trocariam experiências e construiriam novos conhecimentos

com um mediador responsável.

Metodologia

Para que todo o curso fosse devidamente elaborado, foi necessário entender o

público-alvo do curso, tornando-se indispensável uma análise do perfil e da

realidade desse público-alvo na empresa. Para isso, realizou-se uma

sondagem com o objetivo de identificar as necessidades educacionais e avaliar

as restrições do público. Essa análise foi feita pelo profissional especializado

na área – o Designer Instrucional. Através de uma visita a três lojas, situadas

em uma mesma região do Rio de Janeiro, o Designer Instrucional entendeu um

pouco do dia a dia dos vendedores e do que eles julgam serem limitações a

boa realização do trabalho. Isso foi feito através de rápidas conversas com os

vendedores e da observação de algumas situações.

Identificadas as necessidades, tornou-se possível desenhar todo o curso a ser

aplicado aos vendedores da loja de moda jovem, considerando sempre a

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necessidade de se alcançar os objetivos propostos. Conforme já foi dito, o

curso será desenvolvido a partir de interfaces offline e online.

Será entregue um CD para cada vendedor, onde eles conhecerão o conteúdo

teórico do curso, sempre o associando à prática. A maior parte das unidades

será introduzida por uma situação-problema vivenciada pelos vendedores e, a

partir dessa situação, serão apresentados os conteúdos necessários para que

eles reflitam e saibam como determinada teoria interferirá positivamente no seu

trabalho diário.

Ao final de todas as unidades - após a leitura do conteúdo, a realização das

atividades previstas no próprio CD e reflexão quanto à situação-problema

apresentada -, o treinando será direcionado à comunidade do site de

relacionamentos. Essa comunidade será devidamente administrada por um

tutor.

A fim de que o curso atinja os objetivos, cada unidade de aprendizagem tem os

objetivos, papéis, atividades, duração/período, ferramentas, conteúdos e

avaliação muito bem definidos.

É válido ressaltar que dois desses elementos são comuns a todas as unidades:

papéis de aprendizagem e ferramentas. Como papéis de aprendizagem em

todas as unidades, têm-se os vendedores e o tutor, que são os responsáveis

pelo andamento do curso. E como ferramentas necessárias para a realização

das unidades, os vendedores devem ter disponíveis um computador com

acesso à Internet e cadastro no site de relacionamentos. A seguir, encontram-

se todos os demais elementos devidamente explicados em cada unidade de

aprendizagem.

Introdução

Objetivos

Compreensão da proposta do curso a fim de que todo o percurso do curso

aconteça conforme o planejado.

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Atividades

O treinando realizará as seguintes atividades previstas no CD:

• Leitura do conteúdo da Introdução.

No site de relacionamentos, o treinando publicará no tópico “Introdução –

expectativa do curso” o que ele espera do curso. E no tópico “Introdução –

dúvidas”, publicará dúvidas quanto à realização do curso.

Duração e período

5 horas / 3 dias

Conteúdos

• Apresentação do curso.

• Explicação sobre as atividades propostas.

• Enfoque na importância do treinamento para o aperfeiçoamento

profissional do participante e, consequentemente, para o sucesso da

empresa.

Avaliação

Fórum de dúvidas.

Unidade I - O que você sabe sobre a empresa?

Objetivos

Construir novos conhecimentos sobre a empresa a fim de que o trabalho seja

executado da melhor forma possível.

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Atividades

O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:

• Assistir à animação com a situação apresentada.

• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários.

No site de relacionamentos, o treinando publicará possíveis dúvidas no tópico

"Dúvidas - Unidade II".

Duração e período

8 horas / 5 dias

Conteúdos

• A história.

• O estilo da loja.

• Quando mudam as coleções e como conhecer os produtos de cada

coleção.

• Pontos de venda.

• Formas de Pagamento.

Avaliação

Ao final da Unidade, haverá um Quiz de perguntas e respostas, com feedback

automático.

Fórum de dúvidas.

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Unidade II - Uma equipe de sucesso

Objetivos

A partir do conteúdo, avaliar a situação-problema e apresentar a solução.

Atividades

O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:

• Assistir à animação com a situação apresentada.

• Refletir, após o conteúdo apresentado, como a situação deveria ser

solucionada.

O treinando visitará o site de relacionamentos e realizará a atividade lá

proposta pelo tutor.

Duração e período

8h / 5 dias

Conteúdos

• Dicas para uma boa relação com todos da equipe.

• Como contribuir para manter um excelente ambiente de trabalho.

• Ética Profissional.

• Como lidar com possíveis problemas que podem ocorrer no dia a dia.

Avaliação O tutor publicará, no tópico "Unidade II - Uma equipe de sucesso", algumas

soluções para a situação apresentada.

Todos os treinandos deverão escolher a opção mais adequada, justificando

conforme o conteúdo apresentado.

• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários

com feedback automático.

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Unidade III - Você e o cliente: uma relação de parceria

Objetivos

A partir do conteúdo da unidade, avaliar a situação-problema e apresentar a

solução.

Atividades

O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:

• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários

com feedbacks automáticos.

• Refletir, após o conteúdo apresentado, como a situação deveria ser

solucionada.

Duração e período

8h / 5 dias

Conteúdos

• Conceitos básicos de regras de atendimento.

• Comportamentos e atitudes que favorecem o atendimento.

• Como se comunicar bem

• Formas de abordar o cliente de acordo com o perfil.

Avaliação Apresentação da solução para a situação-problema no tópico "Unidade III -

Você e o cliente: uma relação de parceria".

Unidade IV - Táticas para uma negociação eficaz

Objetivos

A partir do conteúdo da unidade e das experiências publicadas no site de

relacionamentos, construir e compartilhar conhecimentos.

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Atividades

O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:

• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários

com feedbacks automáticos.

Ir até o site de relacionamentos e publicar, no tópico “Unidade III – Você e o

cliente: uma relação de parceria”, a resposta para a atividade proposta pelo

tutor.

Duração e período

8h / 5 dias

Conteúdos

• Táticas para uma venda eficaz.

• Como negociar de acordo com os diferentes estilos dos clientes.

• Como exaltar a marca e os produtos de forma adequada.

Avaliação

Ao final da leitura da unidade, o treinando deverá publicar uma experiência boa

e outra ruim que ele tenha vivenciado. Quanto à situação ruim, o treinando

deverá dizer como a negociação poderia ser eficaz.

Unidade V - Trocando idéias

Objetivos

Relacionar todo o conteúdo visto com experiências já vivenciadas no dia a dia.

Atividades

No CD, O treinando será apresentado a um breve resumo do conteúdo visto no

curso.

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O treinando será, então, direcionado ao site de relacionamentos, onde

publicará, no tópico “Unidade V - Trocando idéias” , como todo o conteúdo visto

ajudará no dia a dia. E, quando o tutor abrir o tópico “Considerações Finais”,

cada treinando deverá publicar se as expectativas quanto ao curso foram

atendidas.

Duração e período

10h / 5 dias

Conteúdos

• Resumo

• Relato

• Troca de experiências

Avaliação

Avaliação efetuada de acordo com as publicações feitas nos tópicos "Unidade

V - Trocando Idéias" e no tópico "considerações finais".

Com esse desenho do curso, a etapa de desenvolvimento será devidamente

executada. Nesta etapa, os materiais previstos no curso – telas com co

conteúdo e comunidade do site de relacionamentos devidamente criada –

serão produzidos e testados. É válido ressaltar que o conteúdo teórico do curso

será entregue pela empresa para o andamento do trabalho.

Assim, segue-se para a próxima etapa: implementação. Nesta etapa, o tutor

será capacitado para atender aos treinandos (vendedores) da forma planejada

e para administrar corretamente a comunidade. Em seguida, os CDs serão

gravados e entregues aos vendedores e as unidades de aprendizagem serão

devidamente executadas.

Com essa implementação, a etapa de avaliação será executada. Nessa etapa,

haverá um acompanhamento da execução do curso a fim de avaliar se o curso

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está atendendo aos objetivos propostos. Em um item adiante, essa avaliação

será devidamente explicada.

A seguir, você encontrará:

• o cronograma com o prazo de cada uma das etapas – análise,

desenvolvimento, implementação e avaliação;

• a equipe prevista para executar o trabalho;

• a avaliação do projeto;

• o orçamento.

Cronograma

Equipe

Designer Instrucional

Fará a análise contextual, logo ao início do projeto. Na fase de

desenvolvimento, testará o CD a fim de verificar a sua funcionalidade. Na etapa

de implementação, capacitará o tutor na proposta do curso e acompanhará a

execução do curso, a fim de detectar possíveis problemas e solucioná-los. Na

etapa de avaliação, fará uma avaliação final do curso e revisará os pontos

críticos do projeto.

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Roteirista

Receberá o conteúdo teórico do curso e, com as diretrizes do projeto, fará o

tratamento pedagógico do conteúdo, roteirizando todas as telas.

Designer Gráfico

Criará a identidade visual do projeto. E, através da roteirização do curso, criará

todas as telas – com as atividades propostas – a serem utilizadas no CD.

Auxiliar Técnico

Realizará a gravação das telas em um CD.

Tutor

Administrará de forma adequada a comunidade do site de relacionamentos,

executando as seguintes ações:

• autorizar como participantes apenas os participantes do treinamento;

• abrir os tópicos de discussão no momento previsto no CD, ou seja, ao

final de cada unidade do curso;

• controlar todas as discussões, intermediando-as e sempre esclarecendo

dúvidas ou entendimentos equivocados;

• estimular a troca de experiências e construção de conhecimentos;

• valorizar o trabalho do profissional.

Avaliação do Projeto

A avaliação do Projeto consiste em verificar se os objetivos propostos foram

devidamente alcançados.

O Projeto será avaliado durante a sua execução, a fim de corrigir possíveis

equívocos, e ao seu final.

Durante a execução, será verificado se o andamento do curso está ocorrendo

conforme o esperado a fim de ajustar problemas que surjam. O Designer

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Instrucional verificará, continuamente, a comunidade do site de

relacionamentos e fará uma avaliação do andamento das atividades. Será

verificado se o tutor está fazendo um bom controle, se as atividades propostas

estão sendo efetuadas e se os treinandos mostram-se participativos. Abaixo,

estão expostos os indicadores que nortearão essa avaliação:

- Número de postagens

- Número de postagens em que há interação/troca entre os treinandos

- Número de intervenções do tutor

- Tempo de demora para intervenção do tutor

Ao final do curso, serão verificados os depoimentos do aluno quanto ao curso,

a fim de verificar se o curso satisfez a necessidade dos vendedores. Essa

avaliação será efetuada através dos depoimentos colocados no tópico

“Considerações Finais” da comunidade do site de relacionamentos.

Orçamento

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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online reúne professores de diversas partes do Brasil e é reconhecido pelo

MEC. www.universia.com.br/html/materia/materia_gdij.html.

AZEVEDO, Wilson. Panorama atual da Educação a Distância no Brasil.

www.escolanet.com.br

CALDEIRA, Luana Matheus Caldeira. Desenho Instrucional:a construção do

diálogo na Educação a Distância.

www.periodicos.udesc.br/index.php/udescvirtual/article/viewFile/1925/1483.

DOWBOR, L. Tecnologias do conhecimento: os desafios da educação. 2001.

HTTP://dowbor.org/tecnconhec.asp.

FILATRO, Andrea. Design Instrucional na Prática. São Paulo: Pearson, 2008.

FILATRO, Andrea. Design Instrucional contextualizado. São Paulo: Editora

Senac São Paulo, 2007.

FIORENTINI, L. M. R.; MORAES, R de A. (orgs.). Linguagens e interatividade

na educação a distância. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

FREIRE, Wendel. Tecnologia e Educação: as mídias na prática docente. Rio de

Janeiro: Wak Editora, 2008.

MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC DA EAD: A educação a distância hoje.

São Paulo: Pearson, 2008.

MAIA, Mirian. Competências do Designer Educativo paraatuar em cursos on-

line. htttp://etic2008.files.wordpress.com/2008/11/unesamirianmaia.pdf.

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60

MORAN, José Manual. O que é Educação a Distância? www.escolanet.com.br.

PIMENTA, S. R.. Avaliação do design de telas dos cursos a distância do FGV

Online: um estudo de caso à luz da ergonomia e da usabilidade. Tese de

Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Design. Pontifícia Universidade

Católica – PUC, Rio de Janeiro, 2007.

ROMISZOWSKI, Hermelina P. Tradução das competências do Designer

Instrucional divulgadas pelo IBSTPI.

SANTOS, E. O. dos. Articulação de saberes na EAD online: por uma rede

interdisciplinar e interativa de conhecimentos em ambientes virtuais de

aprendizagem. In: SILVA, Marco. (Org.). Educação online. São Paulo: Loyola,

2003.

SILVA, Marco. Sala de aula interativa . Rio de Janeiro: Quartet, 2000.

www.mec.gov.br. Secretaria de Educação a Distância.

www.pr.senac.br/EAD. Sobre EAD - Histórico.

www.mtecbo.gov.br. Classificação Brasileira de Ocupações.

www.abed.com.br. Censo EAD - Congresso Internacional ABED de Educação

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www.hagah.com.br. Mercado de trabalho em EAD atrai novos talentos.

www.revistapaideia.unimesvirtual.com.br. Entrevista da Revista Científica de

Educação a Distância.

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61

www.elearningbrasil.com.br. Pesquisa intitulada “O instrutor em sala de aula é

um bom designer instrucional?”.

]

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 12

1.1 – A EAD ontem e hoje: o que se espera do futuro

e o que é necessário? Busca do Saber 15

1.2 – Profissionais envolvido na EAD dos dias atuais 19

CAPÍTULO II

O TRABALHO DO DESIGNER INSTRUCIONAL 23

2.1 – Etapas do trabalho 27

CAPÍTULO III

DESIGNER INSTRUCIONAL: PERFIL, COMPETÊNCIAS

NECESSÁRIAS E COMO DESENVOLVÊ-LAS

3.1 – O perfil do Designer Instrucional 33

3.2 – Competências necessárias e como desenvolvê-las 35

3.3 – Cursos existentes no Brasil 40

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59

ÍNDICE 62

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: