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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … HELENA ERTHAL VIANA.pdf · Resumo ... nas idéias...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
UM BREVE ESTUDO ESTRATÉGICO
Por: Heloisa Helena Erthal Viana
Orientador: Adélia Araújo
Rio de Janeiro
2006
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
UM BREVE ESTUDO ESTRATÉGICO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Comunicação Empresarial.
Por: Heloisa Helena Erthal Viana
Prof. Orientador: Adélia Prado
Rio de Janeiro
2006
3
SUMÁRIO
Resumo .............................................................................................. pág. 4
Metodologia ......................................................................................... pág. 5
Introdução ........................................................................................... pág. 7
Cap. I: Comunicação Empresarial - breve histórico de sua evolução.. pág. 9
Cap. II: Comunicação Empresarial – Conceitos e Ações de Comunicação
Integrada e seus modelos eficientes...................................................pág. 15
Cap. III: Jornalistas, Assessores de Comunicação e Relações-Públicas –
uma troca de serviços......................................................................... pág. 24
Conclusão ...........................................................................................pág. 28
Bibliografia ......................................................................................... pág. 30
4
RESUMO
A Comunicação Corporativa é considerada uma ferramenta fundamental
para o desenvolvimento e o crescimento de qualquer organização, e representa
um elo entre a empresa e o mercado.
Dessa forma, é necessário consciência, tanto da organização, quanto da
assessoria de imprensa, que será a responsável pela imagem da empresa
mediante mídia e mercado, para que se possa criar uma imagem forte, incisiva,
sem máculas, capaz de transformar a entidade em exemplo de sucesso e de
respeitabilidade de produtos.
Uma comunicação eficiente traz resultados que podem ser medidos até
no faturamento da empresa. Por isso, é preciso que haja uma mão dupla:
informações que circulem pela empresa, de forma livre, direta, clara, para que
chegue as mãos de assessor, se transforme em notícia, pelos seguimentos da
mídia, e retorne para a entidade em forma de lucro e credibilidade.
A Comunicação Empresarial é a maneira mais eficiente de agregar valor
ao serviço que se presta, para dentro e fora da empresa.
Um plano de comunicação resulta do profundo conhecimento da
empresa e de sua realidade de negócio, conjugado à criatividade e ao domínio
das modernas técnicas da comunicação.
Portanto, o plano de comunicação deve conter soluções para enfrentar
os desafios impostos pelo cenário competitivo, e fazer disto base para o
sucesso desta empreitada.
5
METODOLOGIA
Este trabalho tem como objetivo compreender de forma prática o
trabalho de uma assessoria de imprensa.
Para isso, o caminho utilizado para a pesquisa será um breve estudo
estratégico sobre o trabalho do assessor e a busca de ferramentas para
projetar o produto de seu cliente. Vamos desenvolver um rápido estudo de
casos sobre a utilização da comunicação empresarial desde seu surgimento
até os dias atuais, e focar em exemplos de sucesso realizados por empresas
de comunicação.
De início, vamos elaborar um pequeno resumo dos primórdios da
Comunicação Empresarial (1903 até década de 60), e a partir daí, seguiremos
dando ênfase dos anos 90 até 2005.
Nossa meta será apresentar o que é comunicação empresarial e sua
importância para o sucesso das empresas nos dias de hoje, pegando carona
nas idéias de Philip Kotler, Paulo Nassar, Margarida Kunsch, Nara Damante,
Cláudio Amaral, Sonia Pessoa, entre outros, para mostrar que a comunicação
empresarial e organizacional vai além do conceito adotado pela maioria dos
estudiosos e está ligada tanto à competitividade da empresa quanto à sua
sobrevivência.
Por isso, temos como base a seguinte pergunta: Como saber quando a
comunicação empresarial se torna ferramenta de apoio na divulgação do
cliente?
Podemos responder a essa pergunta, hipoteticamente, quando
argumentamos que a entidade resolve acreditar no cliente, e com isso tenta
tornar seu produto humanizado, acessível ao público. Quando desenvolve uma
6
estratégia ou produto que faz com que seu público se identifique com a
empresa, e se torne seu objeto de desejo. Quando consegue agregar as idéias
de seu cliente às idéias e ao comportamento do público em geral, tornando-se
confiável.
7
INTRODUÇÃO
A Comunicação Empresarial ou organizacional há muito ultrapassou a
definição apresentada por Kotler em Marketing para o século XXI, onde fala
que “as relações públicas disseminam notícias favoráveis sobre a empresa e
fazem ‘controle de danos’ das notícias não favoráveis. E agem como clientes
internos e defendem publicamente melhores políticas e práticas na empresa”.
(KOTLER, 1999)
As relações públicas de hoje, vão além deste conceito adotado pelo
autor, e se mostram intimamente ligadas aos conceitos de competitividade e
sobrevivência da empresa.
Este trabalho visa mostrar esta realidade, através de modelos de
comunicação já observados pela Professora e Especialista em Gestão
Estratégica de Marketing Sônia Pessoa (2001), de empresas que já atingiram
seus objetivos: conversar com o público alvo e se fazer entender.
Apesar de conter um tema genérico e abrangente, optamos em
desenvolver este ensaio pela linha de demonstração de um histórico do
desenvolvimento da comunicação empresarial mundial, mesclada de modelos
de sucesso, onde as empresas conseguiram atingir seu público mediante uma
estratégia diferenciada e eficiente.
Para isso, já no primeiro capítulo, desenvolvemos um singelo resumo,
destinado a compreensão mais ampla dos primórdios da comunicação
empresarial, desde seu primeiro relações públicas, o americano Ive Lee,
passando pelo desenvolvimento da atividade através das décadas, sem com
isso, deixar de citar o primeiro RP brasileiro, e o crescimento da profissão no
país.
8
No segundo capítulo, está a síntese do trabalho em si, e relata
conceitos e modelos da comunicação integrada, citando exemplos de sucesso,
sem deixar de lado os conceitos desenvolvidos por teóricos renomados no
assunto, que servem como fonte inspiradora de estudo.
O terceiro e último capítulo tenta mostrar a relação entre jornalistas e
assessores, relação esta que sempre foi considerada delicada, e ainda hoje
gera polêmicas. Vamos mostrar como esses profissionais de mídia podem ter
uma relação cordial, paralela e cooperada, sem com isso comprometer a ética
profissional.
A Comunicação Empresarial é vital para o sucesso das organizações
diante da economia internacionalizada dos dias de hoje. É uma ciência de
contornos e princípios próprios, e, dessa forma, as empresas que implementam
seu sistema têm responsabilidades enquanto entidade, para com sua
estruturalização e desenvolvjmento interno.
Empresas que pretendem sobreviver no mercado e crescer, devem
adotar uma atitude transparente diante de seus públicos, efetuando a
divulgação de sua cultura, valores e projetos através da Comunicação
Empresarial.
"A comunicação empresarial evoluiu de seu estágio embrionário, em
que se definia como mero acessório, para assumir, agora, uma função
relevante na política negocial das empresas. Deixa, portanto, de ser atividade
que se descarta ou se relega a segundo plano, em momentos de crise e de
carência de recursos, para se firmar como insumo estratégico, de que uma
empresa ou entidade lança mão para idealizar clientes, sensibilizar
multiplicadores de opinião ou interagir com a comunidade". (BUENO, 2000)
9
CAPÍTULO I
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
BREVE HISTÓRICO DE SUA EVOLUÇÃO
Foi no início do século XX, nos Estados Unidos, onde ocorreram as
primeiras ações de Comunicação Empresarial. O ano era 1906, e o jornalista
Ivy Lee, em Nova Iorque, resolveu ampliar seu campo de trabalho e montar o
primeiro escritório de Relações Públicas (também conhecido como RP) do
mundo. (PESSOA, 2001)
A decisão de Lee foi visionária e muito rentável: concentrar esforços
para recuperar a credibilidade do empresário John D. Rockfeller, acusado de
combater impiedosamente as pequenas e médias organizações. A formar de
administrar de Rockfeller, que girava em torno do lucro a qualquer preço, havia
se tornado uma ameaça à sua reputação.
A idéia de Lee (apud. PESSOA, 2001) foi garimpar a publicação de
notícias sobre a empresa nos espaços editoriais, sem com isso pagar pelo
espaço publicitário, posto que não eram chamadas, e sim, notas a respeito do
comportamento do empresário.
O jornalista teria adotado uma carta de princípios, como no modelo a
seguir: “Este não é um serviço de Assessoria secreto. Todo o nosso trabalho é
feito às claras. Nós pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isto não é um
gerenciamento de anúncios. Se acharem que o nosso assunto ficaria melhor na
seção comercial, não o use. Nosso assunto é exato. Mas detalhes, sobre
qualquer questão, serão dados oportunamente e qualquer diretor de jornal
interessado será auxiliado,com o maior prazer, na verificação direta de
qualquer declaração de fato. Em resumo,nosso plano é divulgar
prontamente,para o bem das empresas e das instituições públicas, com
10
absoluta franqueza, à Assessoria e ao público dos Estados Unidos,
informações relativas a assuntos de valor e de interesse para o público”.
(AMARAL, 1999)
Este trabalho para Rockfeller se transformou num case de sucesso – a
imagem pública do cliente mudou, Mas essa mudança não se deve apenas ao
fato de divulgar matérias na imprensa, como também, por uma série de ações
e atitudes traçadas por Lee que vão desde a dispensa de guarda-costas
(mostrando assim, um cidadão comum, gente-como-a-gente) até a colaboração
com o Congresso Americano (na apuração de denúncias contra ele próprio!), e
a criação de fundações de interesse público. Foi assim que surgiu a Fundação
Rockfeller, uma das organizações de cidadania corporativa, um Empresa
Cidadã, responsável socialmente.
Lee morreu em 1935, quando gerenciava as relações públicas da
Chrysler.
O Referencial Histórico das Relações Públicas por décadas:
(apud. PESSOA, 2000 e DUARTE, 2001)
Décadas de 40 e 50
As relações públicas ganharam o mundo a partir da experiência
americana. Chegou ao Canadá e à França nos anos 40, e na década seguinte
em países como a Holanda, a Inglaterra, a Noruega, a Itália, a Bélgica, a
Suécia, e a Finlândia.
Em 1958, a Alemanha iniciou os seus serviços de assessoria.
Foi também nesta época que o Brasil conheceu os trabalhos de
Relações Públicas e de Comunicação Empresarial, graças a instalação de
indústrias e de agências de publicidade vindas dos Estados Unidos. Eram os
anos JK, e seu famoso lema “fazer 50 anos em 5”.
11
A chegada de montadoras de veículos, como a Ford, e a
industrialização do mercado brasileiro, impulsionou a atividade e criou novos
profissionais. Rolim Valença é o considerado o primeiro RP do país. O
resultado foi a abertura da primeira agência de Relações Públicas do Brasil, a
AAB.
“A atuação de jornalistas em divulgação
institucional no Brasil não é recente. Ainda na primeira
metade do século, era comum a presença de jornalistas
em gabinetes de divulgação de órgãos públicos,
geralmente chamados setores de relações públicas,
distribuindo textos para a imprensa, muitas vezes num
jogo em que o profissional ganhava destaque no emprego
público por ter seu nome presente nos jornais e facilitava
o trânsito das matérias do próprio órgão nas redações. Já
relatos a respeito da implantação da atividade de
assessoria na forma similar à atual dão conta que sua
origem está relacionada à instalação de indústrias
multinacionais automobilísticas, ao final dos anos 50.
Desde então, a evolução em termos de seu uso como
técnica de informação à sociedade e instrumento para
formação de imagem das organizações perante esta
mesma sociedade e como mercado de trabalho para os
jornalistas fez com que atingisse um estágio que talvez
seja único no mundo.” (DUARTE, 2000)
Década de 60
A General Electric (GE) é considerada uma das pioneiras em
Comunicação Corporativa, pois na década de 60, implantou uma série de
debates entre os executivos da empresa e os intelectuais da época a respeito
do assunto. Além de estimular o pensamento estratégico dos executivos, a GE
também tornava pública a opinião da empresa.
12
A partir da segunda metade da década de 1960, a área Relações
Públicas conquistou espaço definitivo no Brasil, surgindo, a partir deste
momento, uma simbólica disputa entre profissionais de Jornalismo e RP.
As duas atividades, que deveriam ser complementares, se tornaram
motivo de concorrência. Em 68 foi regulamentada a profissão de RP, e em 69,
a regulamentação do profissional de jornalismo.
"A prematura regulamentação da atividade de
relações públicas, ainda na década de 60, tornaria ainda
mais natural a consolidação do termo assessoria de
imprensa para indicar os departamentos nas empresas
públicas e privadas que contavam com jornalistas. No
âmbito da agenda dos veículos de comunicação, o
interesse pelas organizações públicas e privadas parece
ter aumentado com a implantação do regime militar. A
censura fizera com que os assuntos políticos fossem
esvaziados. Como conseqüência, temas econômicos
passaram a ser o escoadouro natural nas redações,
embora houvesse um esforço muito grande para evitar
´promover´ o nome de empresas. Naquela época, ainda
assim, uma empresa somente seria citada nos jornais se
´figurasse no cadastro dos anunciantes do jornal´.”
(DUARTE,2000)
A essa altura, muitos jornalistas já experimentavam trocar as redações
dos tablóides pela agilidade das assessorias. O salário dos assessores
também era um bom motivo, pois era mais atrativo financeiramente.
A união dos profissionais do setor deu origem à Aberje – Associação
Brasileira dos Editores de Revistas e Jornais de Empresas – em 1967.
13
Décadas de 70 e 80
Na busca de novas opções de trabalho, jornalistas, assessores e
relações-públicas encontraram um mercado aberto nas empresas privadas.
Essas companias estavam à procura de profissionais capazes não apenas de
abrir espaço para divulgação nas redações, como também para elaborar
produtos de Comunicação Empresarial como jornais internos, revistas, e vídeos
institucionais.
“No fim da década de 1970, com a aproximação do
ocaso do regime militar, começa a acabar também a fase
em que era mais importante ter bom trânsito junto às
autoridades do que se preocupar com comunicação. (...)
O ressurgimento da democracia, da liberdade da
imprensa e o prenúncio de maior exigência quanto aos
direitos sociais e dos consumidores, faz as empresas
perceberem a necessidade de se comunicar diretamente
com a sociedade. Elas deixam o amadorismo e começam
a buscar profissionais para estabelecer um bom
relacionamento com a imprensa”. (DUARTE, 2000)
Em 87, a entidade passou a ser conhecida como Associação Brasileira
de Comunicação Empresarial, uma adaptação às exigências do mercado e
uma evolução das empresas que, por ela representadas, experimentaram nas
décadas de 70 e 80.
“A partir da década de 1980, o mercado das
assessorias passou a ser encarado como uma opção de
emprego importante e natural para os profissionais de
veículos de comunicação. Isso tudo fez com que as
assessorias de imprensa não apenas comecem a se
desenvolver de fato, como se consolidem”. (DUARTE,
2000)
14
Nessas décadas, praticar a Comunicação Empresarial como estratégia
de gestão foi uma das atitudes levada a sério por empresas como a Rhodia,
uma das pioneiras, na década de 80, na adoção da política conhecida como
“portas abertas” (ou open doors).
Outro bom exemplo de Comunicação Interna eficiente, é a Rede Accor
Brasil, que hoje tem 28 anos de um trabalho de valorização de pessoal, em que
os funcionários são porta-vozes dos negócios. O resultado dessas atitudes:
mais de 1400 contratos assinados e mais de 350 propostas de melhoria dos
processos internos estabelecidos. (PESSOA, 2001)
Década de 90
Na década de 90, apenas 25% dos gastos totais de promoção em mídia
de massa foram direcionados para propaganda, percentual significativamente
menor do que nas décadas anteriores. (VIANA, 2001)
No entanto, o avanço da inserção de jornalistas na área de
Comunicação Empresarial e institucional foi tão grande que se tornou o
principal campo de atuação do jornalista no Brasil. O Sindicato dos Jornalistas
Profissionais de Brasília calculava, já em 1993, que metade dos 25 mil
jornalistas brasileiros estavam "direta ou indiretamente relacionados com as
assessorias, consultorias e planejamento de comunicação”. (DUARTE, 2000)
Segundo Kotler (1995), “As relações públicas podem ter um forte
impacto sobre a percepção do público, por um custo muito inferior ao da
propaganda. A empresa não paga por espaço ou tempo na mídia; paga para
que uma equipe de relações públicas desenvolva e divulgue informações e
gerencie eventos. Se a empresa desenvolve uma história interessante, essa
história pode ser escolhida por várias mídias diferentes, tendo o mesmo efeito
que uma propaganda de milhões de dólares. E teria mais credibilidade do que
a propaganda. Os resultados do trabalho de RP podem ser fantásticos”.
15
CAPÍTULO II
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
CONCEITOS E AÇÕES DE COMUNICAÇÃO
INTEGRADA E SEUS MODELOS EFICIENTES
A Comunicação Integrada tem sido adotada por muitas empresas que
querem desenvolver ações e planejá-las em conjunto.
Para trabalhar a imagem do cliente é necessário um plano estratégico.
Dessa forma, deve-se realizar um diagnóstico da empresa. Cada planejamento
deve ser exclusivo, porque cada empresa apresenta seu próprio processo de
Comunicação. Quando se fala em organização, refere-se também a entidades
e instituições públicas e privadas.
Em comunicação, compreende-se o termo organização por tudo aquilo
que pode ser utilizado para o cliente sem desprezar as particularidades de
cada um. Dessa forma, procura-se o desenvolvimento de ferramentas de
assessoria e marketing adaptáveis, tais como: Assessoria de Imprensa,
Comunicação Interna, Produção de Publicações Corporativas, Mala Direta,
Realização de Eventos, Publicidade e Propaganda, dentre outras.
Essas ações ocorrem de acordo com a demanda e o público-alvo de
cada cliente, levando em conta a ética e a conduta da instituição. Ações
isoladas resultam em produtos finais dispersos e de pequeno alcance. Os
variados canais da comunicação pessoal e impessoal serão utilizados em
busca de uma “Comunicação Ideal” para cada filosofia empresarial. O
entendimento deste cenário oferece à Comunicação Empresarial tanto uma
chance de afirmação como um desafio à atividade: enredar a comunicação
aos objetivos estratégicos da organização, aproximar seus clientes, e atuar de
forma integrada com outras funções da empresa.
16
“A empresa vem descobrindo que pode aumentar
suas ligações com a comunidade, exercendo o papel de
patrocinadora, produtora ou mesmo completando a ação
do governo através da realização de benefícios públicos
nas áreas de saúde, de educação e de lazer, da arte e da
cultura de modo geral. Em uma organização, quando o
objetivo é informar, a tonalidade de sua comunicação
deve destinar-se a criar uma atmosfera racional e prática.
A melhor maneira de implantar esse modelo racional é
através de um clima de serena credibilidade”. (BATISTA,
2000)
Exemplo inusitado e de qualidade
Amir Klink é o navegador mais conhecido do país, mas poucos sabem
que, além de aventureiro, é formado em Economia e pós-graduado em
Administração.
Klink é referência não apenas pela capacidade de idealizar e planejar,
como também de aliar seus conhecimentos teóricos à prática do esporte. Por
sua capacitação, integra uma lista de palestrantes disputados por grandes
empresas brasileiras, que buscam passar a executivos e funcionários uma
visão de mundo e de negócios que mescle ousadia, determinação e
capacidade de administrar problemas e crises, seja em equipe ou
isoladamente.
Em uma das análises sobre a comunicação entre pessoas, Klink critica o
fato de que alguns executivos de empresas de informática passem quatro
horas por dia respondendo a mensagens eletrônicas. Em contraposição a
evolução tecnológica da comunicação, ele aponta o antigo contato face a face:
“(...) temos que criar meios de selecionar a comunicação. Um dos meios mais
antigos e mais eficazes de Comunicação é a presença, o contato físico, duas
17
pessoas conversando em uma mesa de bar.(...) No mundo de hoje, mais
importante que o número de contatos, é a qualidade que eles têm. Isso fica
cada vez mais evidente à medida que as possibilidades tecnológicas de
Comunicação ultrapassam a capacidade física de Comunicação do indivíduo”.
(KLINK, 2000)
2.1 - Modelos Eficientes e Funcionais
O modelo tradicional para desenvolvimento de uma Comunicação
eficiente que, de acordo com Kotler (1998), tem nove elementos fundamentais:
1.Emissor – quem emite a mensagem para a outra parte; 2.Codificação – o
processo de transformar o pensamento em forma simbólica; 3.Mensagem – o
conjunto de símbolos que o emissor transmite; 4.Mídia – os canais de
Comunicação através dos quais a mensagem passa do emissor ao receptor;
5.Decodificação – o processo pelo qual o receptor confere significado aos
símbolos transmitidos pelo emissor; 6.Receptor – a parte que recebe a
mensagem emitida pela outra parte; 7.Resposta – as reações do receptor após
ter sido exposto à mensagem; 8.Feed Back – a parte da resposta do receptor
que retorna ao emissor; 9.Ruído – distorção ou estática nãoplanejada durante
o processo de Comunicação, que resulta em uma mensagem chegando ao
receptor diferentemente da forma como foi enviada pelo emissor.
Sem um destes elementos, o processo de comunicação flerta com
problemas difíceis de serem diagnosticados, e que podem trazer sérios
prejuízos aos objetivos da empresa.
A identificação do público alvo é um passo elementar para uma
comunicação eficiente. Para isso, é preciso traçar o perfil desse público:
número de pessoas a serem atingidas, divisão por região, se houver nível de
escolaridade, relacionamento desse público com a organização, anseios e
reivindicações desse público. Daí, define-se a resposta desejada pelo cliente.
18
Foi também de Kotler quem definiu o ambiente de Marketing da
empresa, que inclui sete tipos de público, considerando-se público como
qualquer grupo de pessoas com interesse na empresa ou que cause impacto
na capacidade da empresa de atingir os seus objetivos: públicos financeiros,
públicos de mídia, públicos governamentais, grupos de interesse,
públicos locais, público geral e públicos internos.
No entanto, é preciso cuidado com o meio de comunicação a ser
escolhido de acordo com o público que se pretende atingir. Para uma empresa
que tem empregados
com níveis de escolaridade diferenciados, atuando em setores que vão desde a
produção até a diretoria, será necessária uma análise dos melhores veículos a
serem utilizados. A linguagem utilizada para quem trabalha na produção não
será a mesma usada para os diretores, acionistas ou outros públicos
financeiros, por exemplo.
O Vira-Latas
A revista em quadrinhos O Vira Lata, escrita por Paulo Garfunkel (1999)
e ilustrada por Líbero Malavoglia é um exemplo da comunicação direta e
objetiva, que surte o efeito desejado.
O gibi foi lançado no programa voluntário desenvolvido pelo médico
Drauzio Varella na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru.
O desafio era falar de dois tabus do mundo moderno - sexo e drogas -
para uma população encarcerada, que vive à margem da sociedade. O nome
da publicação buscou a identificação com aquele leitor, levando-se em
consideração a maneira como os próprios presidiários se referem uns aos
outros ou se sentem na cadeia. A gíria das celas ganhou as páginas do meio
de comunicação.
19
O Vira Lata optou por frases curtas, diretas, fáceis de assimilar e de
efeito rápido. Em uma das edições os autores abordaram as maneiras de
contágio da Aids e as atitudes cotidianas que não representam risco algum à
saúde. Em meio às ilustrações de puro realismo da cadeia – relações sexuais
entre homem e mulher, sexo anal entre homens e injeção de drogas nas veias -
as frases seguintes davam o tom da campanha que alertou os presidiários para
os perigos de se contrair a doença:
Aids assim pega:
Aids passa do homem pra mulher.
Aids passa da mulher pro homem.
Aids passa prá lá e passa prá cá.
Vírus não reconhece macheza.
Quem toma baque na veia vai pegar o vírus. Se não é
hoje, vai ser amanhã ou daqui a seis meses.
(VARELLA, 1999)
Neste caso, as frases curtas e as ilustrações foram suficientes para que
a mensagem chegasse do emissor (equipe de saúde) até o receptor
(população carcerária). As ações a seguir do gibi foram a concientização dos
presos para com a higiene pessoal (tomar banho), a saúde (alimentação), e a
confraternização (manifestar carinho e solidariedade aos companheiros
doentes).
2.2 - De Unilateral para Bilateral (apud. KUNSCH, 1997)
Por muito tempo, a comunicação funcionou de forma unilateral. O
emissor elaborava suas mensagens, utilizava os veículos de Comunicação e
pouco se preocupava com o resultado do processo. O receptor era passivo e
não participava de maneira efetiva da comunicação.
A situação, já se pode dizer, é bastante diferente. O emissor deve estar
atento e aberto às opiniões, críticas e sugestões do receptor para que a
organização atenda as necessidades e desejos de seu público-alvo, sempre
20
com coerência, atitude que se tem tornado palavra-chave no processo de
Comunicação Corporativa.
A Comunicação só é eficiente em mão dupla. Dessa forma, o retorno
obtido dos receptores é precioso para avaliar não só a eficácia da
comunicação, como também a imagem que se tem da empresa.
Veja alguns modelos de relações públicas na visão da estudiosa do
assunto, Margarida Kunsch, divulgado pelo site da Aberj:
O primeiro modelo: é o que podemos chamar de
agência/assessoria de imprensa, ou publicidade,
‘divulgação jornalística’ – a publicity no modo
norteamericano de ver as coisas. Visa publicar notícias
sobre a organização e despertar atenção na mídia.
O segundo modelo: caracteriza-se como modelo
jornalístico que dissemina informações objetivas por meio
da mídia em geral e meios específicos. Pode ser
chamado ‘difusão de informações’ ou informações ao
público.
O terceiro modelo: é o ‘assimétrico de duas mãos’ e inclui
o uso da pesquisa e outros métodos de Comunicação.
Utiliza esses instrumentos para criar mensagens
persuasivas e manipular os públicos.
O quarto modelo: é o ‘simétrico de duas mãos’ e
representa a visão mais moderna de Relações Públicas.
Ele busca um equilíbrio entre os interesses da
organização e os de seus respectivos públicos. Baseia-se
em pesquisas e utiliza a Comunicação para administrar
conflitos. Melhora o entendimento com os públicos
21
estratégicos e dá mais ênfase aos públicos prioritários do
que à mídia. (KUNSCH, 1997)
A Comunicação no modelo simétrico não faz parte de muitas
organizações, mas pode se tornar meta para muitas delas. Apurar os
resultados da comunicação é tarefa árdua, que deve ser realizada
permanentemente, pois o meio empresarial está sujeito a mudanças diárias ou
até mesmo, em momentos de crise, horárias.
Sobre o público interno, ele é certamente um dos que têm maior crédito
ao falar a respeito da organização. Por isso é muito importante que ele esteja
sempre bem informado sobre as notícias da empresa.
. A comunicação empresarial é a maneira mais eficiente de agregar valor
ao serviço que se presta, para dentro e fora da empresa.Um plano de
comunicação resulta do profundo conhecimento da empresa e de sua realidade
de negócio, conjugado à criatividade e ao domínio das modernas técnicas da
comunicação. Portanto, o plano de comunicação deve conter soluções para
enfrentar os desafios impostos pelo cenário competitivo.
2.3 - A Assessoria na Comunicação Estratégica
A assessoria de imprensa e a produção de publicações jornalísticas
empresariais são atividades que podem ser incluídas no campo da
comunicação organizacional, onde cada atividade tem seu papel específico e
interage com as demais no chamado "composto de comunicação" (KUNSCH,
1997).
Nele, não há trabalho isolado de comunicação, mas uma integração
natural de subsistemas que compõem a organização. Segundo Gaudêncio
Torquato (1997), “a comunicação empresarial sistêmica dá unidade a um
conceito de empresa, harmonizando interesses, evitando a fragmentação do
22
sistema, promovendo, internamente, sinergia negocial e, externamente,
comportamentos e atividades favoráveis à organização".
Tanto Torquato quanto Kunsch apontam a necessidade, nessas
empresas, de um sistema de comunicação reunindo atividades mercadológicas
e institucionais. Neste modelo, é exigido um profissional com novo perfil,
menos especializado e com visão global da empresa e seus objetivos.
"Estamos entrando numa era em que o
profissional de comunicação empresarial deixa de ser um
mero executor de políticas para se transformar num
elemento formulador de estratégias. (...) Hoje, dele
requer-se muito mais do que apenas um bom trabalho de
divulgação e coordenação de contatos com a imprensa ou
comunidades" (TORQUATO, 1997).
A comunicação empresarial passa a ser percebida pelo empresário
como instrumento fundamental, não apenas para viabilizar uma imagem
favorável da empresa, mas para assegurar o sucesso da organização, inclusive
no apoio aos objetivos mercadológicos, mesmo que de forma indireta.
Dessa forma, para administrar a comunicação, ignoram-se a formação e
habilidades específicas de cada profissional, e busca-se alguém com "boas
noções sobre marketing e administração, uma visão ampla da empresa em que
trabalha, como ela funciona e, principalmente, saber como pode ajudar a
empresa a realizar lucro" (TORQUATO, 1997).
É um mercado cada vez mais à disposição do profissional de
jornalismo, mesmo que suas atividades de cunho teórico estejam vinculadas às
relações-públicas, à administração ou ao marketing. Na verdade, o jornalista
passa a ocupar este espaço ao assumir não apenas atividades típicas e
limitadas à assessoria de imprensa, mas a partir do alargamento de sua visão
de comunicação.O jornalista, em muitos casos, passa a coordenar toda a
comunicação da empresa. Em termos de posicionamento profissional, deixa de
23
executar assessoria de imprensa ou a produção de publicações empresariais,
para pensar estrategicamente a comunicação.
O papel estratégico de administração dos processos de comunicação
nas entidades aparece, então, pela visão ampliada do todo, após uma longa
aprendizagem baseada na experiência e no interesse pessoal do empresário
ou pelo nível de exigência imposto pelo mercado. O profissional de
comunicação empresarial deve ter capacidade de identificar e trabalhar com
cenários do ambiente interno e externo, e ter domínio sistêmico sobre todas as
áreas de comunicação.
A dinâmica e as exigências do mercado estão cada vez mais fluídas, e
por isso mesmo, limitar o campo de atuação de um processo corporativo de
comunicação interna pode ser um erro estratégico para os profissionais de
qualquer área. A capacidade de posicionar a atividade como Comunicação
Estratégica e não apenas por organização de eventos, atendimento ao público,
assessoria de imprensa ou jornalismo empresarial é fundamental para quem
quiser expandir seus horizontes profissionais.
"Pelas novas demandas, o assessor de imprensa
deixou de ser apenas um emissor de releases,
despontando, hoje, como um produtor ou mesmo um
executivo de informações e um intérprete do
macroambiente". (BUENO, 1995)
24
CAPÍTULO III
JORNALISTAS, ASSESSORES DE COMUNICAÇÃO E
RELAÇÕES-PÚBLICAS – UMA TROCA DE SERVIÇOS
A troca de serviços, ou permuta pela publicação de matérias, juntamente
com as regalias oferecidas a jornalistas e veículos de comunicação, ficaram
populares e conhecidas como “jabás”.
O jornalista Francisco Viana, em seu livro De Cara com a Mídia, deixa
impressões claras sobre esse procedimento: “Regalias aos jornalistas e aos
veículos de Comunicação só trazem dividendos negativos. Claro que há quem
goste, mas faz parte das exceções, não da regra. Em casos de viagens,
brindes e presentes, o importante é estabelecer regras claras e separar a
amabilidade e a cortesia da concessão de vantagens pessoais, do
comprometimento profissional e da cooptação”. (VIANA, 2001)
A aceitabilidade por profissionais do mercado tradicional, os jornalistas
de redação, que o jornalista atuasse em assessorias ainda com o título de
jornalista, garantiu que a profissão crescesse e abocanhasse a fatia do
mercado destinado aos relações-públicas. Este quadro seria diferente se
houvesse um forte sentimento profissional contrário a esta especialização, ou
seja, que a maioria dos profissionais considerasse reprovável esta atuação.
Surgiu, assim, o duplo emprego jornalístico, onde jornalistas de jornais
faziam pequenos trabalhos para empresas, na tentativa de melhores salários. E
isto se tornou eticamente aceito, pois era regulamentado, e assim sendo, se
tornou legítima aa atuação do jornalista em organizações.
No Brasil, por estranho que possa parecer a profissionais de outros
países, a assessoria de imprensa, uma função típica de relações públicas,
ganhou ares e título de jornalista. Mais do que aceita, a presença do
profissional em assessorias de imprensa foi até estimulada pelas redações.
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Os jornalistas perceberam nas assessorias um grande mercado de
trabalho a ser explorado na ausência de vagas nas redações, e competiram por
ele. Como conhecem muito bem os mecanismos de funcionamento das
redações e os interesses da mídia, não foi difícil obter melhores resultados
nesta atividade, e colocar o mercador a seu favor.
A solidariedade profissional entre jornalistas de ambos os lados, como
um bom corporativismo, teve bastante influência na derrocada das relações-
públicas.
Com a profissionalização das empresas de consultoria em Comunicação
e dos departamentos que cuidam do setor em organizações públicas e
privadas, assim como das redações dos veículos de comunicação, o Brasil tem
apresentado “alguns dos mais rematados sistemas de Comunicação
organizacional do planeta, dando-se ao luxo de exibir alguns de seus produtos
aos olhos do mundo como exemplos de excelência técnica”, como citou o
publicitário Gaudêncio Torquato num artigo direcionado ao site da Aberj.
(TORQUATO, 1997)
Em um cenário extremamente competitivo, em que os consumidores e
cidadãos atentos e exigentes estão dispostos até mesmo a boicotar produtos e
serviços que não estejam de acordo com a sua filosofia de vida, os seus
princípios éticos e as preocupações político-sociais, deve ser lembrado que “a
Comunicação Empresarial não pode ser considerada apenas uma definição de
dicionário. Ou seja, simplesmente comum conjunto de métodos e técnicas de
Comunicação dentro da empresa dirigida ao público interno (funcionários) e ao
público externo (clientes, fornecedores, consumidores, etc). Até porque
definições como essas precisam ser sempre revistas em função das mudanças
da sociedade e do ambiente empresarial”. (NASSAR e FIGUEIREDO, 1995)
Não há dúvidas que a imprensa executa uma disputa oculta, ou explícita,
dependendo do assunto, pela informação. Mas, rivalidades a parte, as
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pesquisas são explícitas (apud. CARMONA, ALBUQUERQUE e MACIEL,
2002) e mostram que o setor de assessoria de imprensa é o que paga o melhor
piso salarial e o que abre mais vagas no mercado de trabalho. Além disso, as
redações cada vez mais utilizam as assessorias como fonte de informações.
"As assessorias, por pertencerem majoritariamente
a jornalistas, acabam por adotar um padrão ético de
atuação próprio desta profissão. E esses profissionais,
embora não tenham formação adequada ao exercício de
assessor, têm compromisso ético e consciência sobre a
importância e o impacto da informação junto à opinião
pública". (DUARTE, 2000)
A condição de que o assessor de imprensa somente apresenta os fatos
a partir do ponto de vista da organização ou do assessorado é fato claro no
jogo de relações e aceito pela mídia, a quem cabe o papel de agir
criticamente, investigar e filtrar as informações recebidas.
Assim, a prática de assessoria de imprensa na Comunicação
Corporativa pode ter uma vantagem técnica e ética, afinal, produz informação
assumidamente posicionada, mas verdadeira, posto que ‘vestem a camisa” do
cliente. Dessa forma, a empresa estaria um passo a frente dos veículos de
comunicação de massa, que se postulam como imparciais e objetivos, mas que
veiculam, em variadas circunstâncias, informações adaptadas à sua linha
editorial e interesses. O problema, assim, passaria a ser mais relacionado à
falta de crítica e à acomodação do jornalista do veículo, que usa o farto
material das assessorias, do que propriamente da atuação do assessor de
imprensa.
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3.1 - Facilidades de Agregar uma Imagem Positiva
Entramos, então, na questão da facilidade.Torna-se mais fácil ao
repórter obter o release e uma declaração oficial do que investigar o assunto, o
que demandaria tempo e uma equipe maior nas redações. A informação via
release é sempre informação e fatalmente verdadeira.
Caberá ao veículo fazer a filtragem, devido ao enorme número de
releases enviados pelas mais diversas assessorias, e dar a sua abordagem
editorial própria, utilizando-se do próprio texto do assessor. Se os veículos de
comunicação agem por meio da seleção de assuntos de seu interesse, é
natural que o assessor de imprensa tente pautá-los a partir do ponto de vista
de quem lhe paga.
Dessa forma, a assessoria de imprensa é um instrumento estratégico
fundamental para qualquer empresa que visa penetra maciçamente no
mercado, já que sua boa atuação aumenta a visibilidade pública da
organização por meio da mídia.
Assim, a imagem da organização agregará segurança e credibilidade. O
cidadão, na ausência de outros mediadores sociais, acredita naquela
informação. E porque não iria?
Quanto maior a importância do veículo de comunicação ou editoria, mais
qualificado deve ser o assessor. Em veículos de comunicação de menor
importância é possível obter espaço editorial mais facilmente. No contato com
os grandes veículos é que a habilidade, o relacionamento, a técnica e a
experiência do assessor de imprensa se tornam ainda mais fundamentais, pois
a seleção é mais rigorosa. A filtragem por parte dos veículos tende a eliminar o
produto não-jornalístico ou que contenha informações de má qualidade. Aí está
a real vantagem do assessor-jornalista para o assessor-rp: saber exatamente o
que a redação vai querer.
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CONCLUSÃO
Embora o processo de comunicação seja imprescindível para qualquer
organização social, o fato de existir uma Comunicação Empresarial formalizada
não garante que todos os problemas da empresa sejam resolvidos.
Concentrando o foco sobre o aspecto relacional da comunicação nas
organizações - interna ou externa – observamos que seu processo sofre
interferências e condicionamentos. Para as empresas sobreviverem aos
desafios é necessário a adoção de uma estrutura de comunicação
personalizada e integrada, vinculada ao processo de decisão e incorporação de
novos valores, processos de gestão, e relacionamento com a sociedade. Neste
plano, pode-se incluir a responsabilidade social, fator básico para uma empresa
de novo milênio.
Evidentemente, a relação entre uma organização e sua assessoria de
imprensa parte de alguns princípios fundamentais. É necessário que haja
compreensão de ambas as partes, sobre os papéis que estas desempenham
na sociedade e, sobretudo, na dinâmica que pauta a inserção de cada uma
delas no mercado.
Organizações e assessorias devem atuar como parceiras, buscando
disseminar informações que possam conduzir ao desenvolvimento e ao
exercício da cidadania. (DUARTE, 2000)
As empresas devem buscar um relacionamento sadio, transparente e
profissional com a mídia. Seu trabalho de interação deve envolver seu público-
alvo, os objetivos internos da organização, e a comunidade. A Comunicação
Empresarial integrada serve como mediadora, para facilitar este trabalho de
integração, destacando atividades e realizações que contribuem para moldar
uma imagem positiva da entidade.
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Dar as costas para esta parceria – comunicação + empresa + público-
alvo - significa não estar preparado para o futuro. A sociedade da informação
exige que as organizações desenvolvam a interatividade. Cultivar esta parceria
é estratégico e fortalecer dos negócios.
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