UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores...

44
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Por: Nídia Eline Mattos Pariz Rodrigues Orientador Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Niterói 2010

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores...

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DO ORIENTADOR

EDUCACIONAL FRENTE ÀS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

Por: Nídia Eline Mattos Pariz Rodrigues

Orientador

Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Niterói

2010

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DO ORIENTADOR

EDUCACIONAL FRENTE ÀS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional e Pedagógica.

Por: .Nídia Eline Mattos Pariz Rodrigues

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

3

AGRADECIMENTOS

À Deus pela saúde, força e coragem.

Aos amigos e ao meu querido esposo

pelo apoio e companheirismo.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

4

DEDICATÓRIA

Aos meus pais que sempre acreditaram e

investiram na minha educação.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

5

RESUMO

O crescente número de alunos que apresentam dificuldades de

aprendizagem, tem despertado diferentes teorias que se propõem a explicar

como a criança aprende, mas nem sempre explicam por que alguns alunos

aprendem rapidamente e outros não. (CARVALHO,2007).

As dificuldades de aprendizagem é uma das mais inquietantes

problemáticas no âmbito educacional, e o Orientador Educacional sendo um

profissional que facilita as relações dentro da escola, pode intervir e assegurar

que a relação professor-aluno, seja uma relação de sucesso no processo

ensino aprendizagem.

O processo de aprendizagem é um processo complexo e dinâmico, e é

neste contexto educacional que procuramos explorar as mais variadas formas

de prática da Orientação Educacional, que visa estimular o aluno a ir

desenvolvendo suas potencialidades, na medida em que ele se torne mais

crítico e consciente de seu papel na sociedade. (GRINSPUN,2008)

Palavras chave: Dificuldade de aprendizagem, Orientação Educacional

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

6

METODOLOGIA

Este estudo foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas com

diversas abordagens sobre o tema proposto, não tendo a intenção de obter

uma conclusão e sim uma reflexão sobre o papel da Orientação educacional

frente às dificuldades de aprendizagem no âmbito escolar, promovendo

intervenções, junto aos professores e toda comunidade escolar, na busca do

sucesso escolar.

Nos detemos mais especificamente nas dificuldades de aprendizagem,

a relação da família neste processo e o papel do Orientador educacional como

mediador do conflito existente nesta caminhada de construção da

aprendizagem.

O estudo apresenta-se acerca do tema de forma clara e objetiva, com

uso de citações de diversos autores, como: Grinspun, Relvas, Olivier, etc,

promovendo uma reflexão ampla sobre o papel do Orientador Educacional

frente às dificuldades de aprendizagem.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - CONCEITO DE APRENDIZAGEM

09

CAPÍTULO II - FAMÍLIA E APRENDIZAGEM 20

CAPÍTULO III – RELETINDO O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

26

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 38

WEGRAFIA 42

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

8

INTRODUÇÃO

Conforme ALMEIDA (2009), o maior problema da educação hoje é

justamente a dificuldade, ou as dificuldades, em relação à leitura e à escrita em

crianças em idade escolar. A leitura e a escrita possibilitam a formação do

sujeito e um dos maiores objetivos da educação é dar a cada um a

possibilidade de ser aquilo que ele puder ser.

Este trabalho pretende analisar as dificuldades de aprendizagem e

promover um espaço de reflexão do papel do Orientador Educacional frente a

estas dificuldades e oportunizar espaços de intervenções para que o aluno

desenvolva suas potencialidades e suas habilidades.

Dividimos estas questões em três capítulos como apresentamos a

seguir:

No Capítulo I- Abordamos o conceito de aprendizagem e como se dá

este processo tão significativo na vida do educando e destacamos algumas

dificuldades de aprendizagem presentes no meio escolar .

No Capítulo II- Destacamos o papel da família no processo de

aprendizagem e o que pode contribuir para minimizar esta trajetória de

construção do sujeito aprendente.

No Capítulo III- Destacamos a importância da trajetória histórica da

Orientação Educacional. Promovemos uma reflexão sobre o papel do

Orientador educacional, frente as dificuldade de aprendizagem e possíveis

intervenções no processo de ensino e aprendizagem.

CAPÍTULO I

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

9

CONCEITO DE APRENDIZAGEM

”Quanto mais penso sobre a prática educativa, reconhecendo a responsabilidade que ela exige de nós, tanto mais me convenço do dever nosso de lutar no sentido de que ela seja realmente respeitada.”

Paulo Freire

Ao tratar do conceito de aprendizagem, podemos perceber que nas

últimas décadas, pesquisas sobre Psicologia e Educação, nos fornecem

algumas idéias de como os alunos aprendem e o que realmente significa

aprendizagem.

As crianças são naturalmente dispostas a aprender desde cedo, com

inclinações positivas para usar as informações obtidas. Sendo assim, muito

dessa aprendizagem é automotivada. Mas não podemos esquecer que outras

pessoas desempenham papéis significativos no desenvolvimento da

aprendizagem da criança. A família, os colegas, os professores, todos ajudam

a guiar esta aprendizagem. Além disso, a televisão, os filmes, os jogos, são

importantes elementos que influenciam a aprendizagem das crianças.

“O ser humano é marcado por essa necessidade essencial de construir a sua compreensão da realidade e a sua forma de atuação nela, porque não nascemos, como animais, com inscrições instintivas que nos preparam para enfrentar a inserção e ação no mundo (...) o bicho homem, na sua dependência extrema ao nascer, inicia então uma trajetória de aprendizagens até a morte.” (GROSSI,1996, p.69)

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

10

Sendo a aprendizagem um processo que ocorre desde o princípio da

vida, fica difícil encontrar uma definição de aprendizagem que abranja tudo que

está envolvido no processo de aprender.

O professor deve levar em consideração que as pessoas são únicas e

organizar situações diversas de ensino/aprendizagem ao ministrar suas aulas,

proporcionando um ambiente adequado e próprio para que o aluno possa

aprender.

“É fato que diversas dificuldades de aprendizagem poderão ser resolvidas ou amenizadas quando os educadores tiverem seus olhares focalizados na promoção do desenvolvimento dos diversos estímulos neurais que se expõem de forma que se compreendam os processos e os princípios das estruturas do cérebro, conhecendo e identificando áreas funcionais, visando estabelecer rotas alternativas para aquisição da aprendizagem.” (RELVAS, 2007, p.34)

Podemos dar inúmeras definições para aprendizagem. Uma delas, de

Oliveira (2001), é a seguinte: “A aprendizagem é parte normal de nossas

vidas, tão óbvia que quase não nos damos conta de sua importância”. Outra,

mais diretamente relacionada com a aprendizagem no trabalho, conforme

Oliveira, diz que:

“A aprendizagem depende de fatores gerais e de fatores específicos. Dentre os fatores gerais incluímos as capacidades orgânicas, inatas e as características gerais do ambiente onde as pessoas aprendem. Os fatores específicos referem-se a condições concretas e estruturadas para promover a aprendizagem - como a educação formal e escolar, por exemplo.”(OLIVEIRA, 2001, p.77).

É importante que se entenda como se dá este processo de aprender.

De acordo com Relvas (2009), “para entender o mecanismo de aprender, é

preciso saber um pouco sobre o funcionamento do sistema nervoso central, o

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

11

organizador dos nossos comportamentos. Cada tipo de habilidade ou

comportamento pode ser bem relacionado a certas áreas do cérebro em

particular. Assim, há áreas habilitadas a interpretar estímulos que levam à

percepção visual e auditiva, à compreensão e à capacidade lingüística, à

cognição, ao planejamento de ações futuras, inclusive de movimento, e assim

por diante.”

Observa-se que a partir das pesquisas sobre o funcionamento do

cérebro, podemos compreender o processo de aprender, que individualmente

percorre caminhos diferentes. Estudos na área da Neurociência, podem

esclarecer o funcionamento do processo de aprendizagem, acarretando

avanços consistentes e significativos.

“...do processo neuropsicológico da aprendizagem, é necessário lembrar-se de que a evolução do sistema nervoso inicia-se na concepção e termina na idade adulta e que o desenvolvimento psicomotor do indivíduo já é observado na vida intra-uterina, com o aparecimento entre o quarto e o quinto mês de gestação, na etapa bulbo-espinhal, dos primeiros reflexos proprioceptivos do feto (...)” ( SAAD, Tânia, apud Fórum,2006,p. 39)

No contexto da sala de aula observamos claramente quais são os

alunos que apresentam dificuldades de compreensão. É neste momento que

devemos pensar maneiras de desenvolver suas potencialidades e habilidades.

“É preciso enxergar aluno e suas variadas formas de aprender, não como algo

isolado de suas interações, mas, perceber a família e a escola como co-

responsáveis pela ampliação deste mundo em formação.”(PORTELLA,2008)

Conforme Relvas, o educador que tiver em sua classe um ou mais

alunos, apresentando lentidão no processo de aprender estará diante da

desafiadora tarefa de ajudá-los a se adaptarem à escola.

Por conseguinte, fazem-se necessários:

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

12

-utilizar-se de experiências concretas para aprender;

-estímulos e motivação para aprender;

-elogios e recompensa, individual ou em grupo;

-atenção individual.

Para isso, o educador deverá seguir alguns princípios:

-aceitá-lo como é;

-ser paciente;

-apresentar sugestões positivas;

-dar-lhe segurança, deixando-o perceber por palavras e ações que pode

estar confiante;

-procurar descobrir suas aptidões, pois as deficiências já são do seu

conhecimento;

-ele tem mais semelhanças que diferenças com seus companheiros que

aprendem depressa.

Independentemente dos critérios de agrupamento da escola, o

educador deve preparar-se para encontrar sua classe diversificada, ajustando

os trabalhos à classe para permitir o desenvolvimento máximo das aptidões de

cada um.”

É importante compreender o modo como as pessoas aprendem e as

condições necessárias para a aprendizagem, bem como identificar o papel do

professor, nesse processo. As teorias da aprendizagem buscam reconhecer a

dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, partindo do

reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a relação

entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento.(RENATO, web).

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

13

Na tabela abaixo se encontram resumidas as características de

algumas das principais teorias de aprendizagem que vale destacar neste

estudo.(RENATO)

Teorias de aprendizagem Características

Epistemologia Genética de

Piaget

Ponto central: estrutura cognitiva do

sujeito. As estruturas cognitivas mudam

através dos processos de adaptação:

assimilação e acomodação. A assimilação

envolve a interpretação de eventos em

termos de estruturas cognitivas existentes,

enquanto que a acomodação se refere à

mudança da estrutura cognitiva para

compreender o meio.

Teoria Construtivista

de Bruner

O aprendizado é um processo ativo,

baseado em seus conhecimentos prévios

e os que estão sendo estudados. O

aprendiz filtra e transforma a nova

informação, infere hipóteses e toma

decisões. Aprendiz é participante ativo no

processo de aquisição de conhecimento.

Instrução relacionada a contextos e

experiências pessoais.

Teoria sócio-cultural

de Vygotsky

Desenvolvimento cognitivo é limitado a

um determinado potencial para cada

intervalo de idade (ZPD); o indivíduo deve

estar inserido em um grupo social e

aprende o que seu grupo produz; o

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

14

conhecimento surge primeiro no grupo,

para só depois ser interiorizado. A

aprendizagem ocorre no relacionamento

do aluno com o professor e com os

outros.

Gestaltismo

Enfatiza a percepção ao invés da

resposta. A resposta é considerada como

o sinal de que a aprendizagem ocorreu e

não como parte integral do processo. Não

enfatiza a seqüência estímulo-resposta,

mas o contexto ou campo no qual o

estímulo ocorre e o insight tem origem,

quando a relação entre estímulo e o

campo é percebida pelo aprendiz.

Teoria da Inclusão

(D. Ausubel)

O fator mais importante de aprendizagem

é o que o aluno já sabe. Para ocorrer a

aprendizagem, conceitos relevantes e

inclusivos devem estar claros e

disponíveis na estrutura cognitiva do

indivíduo. A aprendizagem ocorre quando

uma nova informação ancora-se em

conceitos ou proposições relevantes

preexistentes.

Aprendizado experimental

( C. Rogers)

Deve-se buscar sempre o aprendizado

experimental, pois as pessoas aprendem

melhor aquilo que é necessário. O

interesse e a motivação são essenciais

para o aprendizado bem sucedido.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

15

Enfatiza a importância do aspecto

interacional do aprendizado. O professor e

o aluno aparecem como os co-

responsáveis pela aprendizagem.

Inteligências múltiplas

( Gardner)

No processo de ensino, deve-se procurar

identificar as inteligências mais marcantes

em cada aprendiz e tentar explorá-las para

atingir o objeto final, que é o aprendizado

de determinado conteúdo

1.1- Dificuldades de aprendizagem

É crescente o número de crianças que não tem um ritmo de

aprendizagem proporcional às suas capacidades. Estas crianças têm

dificuldades de adaptação à escola e de manter vivo o desejo e o prazer de

aprender.

Cada pessoa desenvolve um estilo próprio de aprender, isto é, de

buscar, receber e transformar informações em conhecimentos que poderão (ou

não) ser utilizado em ocasiões apropriadas. (PORTELLA, 2008, p.102)

Em idade escolar a capacidade de aprendizagem é uma das primeiras

a ficar afetada e a criança vai construindo a imagem que faz de si com base

no que vê e no que ouve dos adultos que a rodeiam, ficando com sua auto-

estima comprometida.

Descobrir e estimular as potencialidades do aluno, é um bom caminho

para o enriquecimento do processo da aprendizagem, criando atividades que

estejam adaptadas a individualidade do aluno, partindo do que ele já sabe, de

suas potencialidades e não de suas dificuldades.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

16

“ Com respeito à aprendizagem deve-se considerar cada fase do desenvolvimento neuropsicomotor como se fosse única e não passagem para a seguinte, ou seja, aprender é como subir uma escada- só se chega ao terceiro degrau depois de dominar o primeiro e o segundo.” ( SAAD, Tânia, apud Fórum, 2006,p.42)

Conforme Relvas, a presença de uma dificuldade não implica

necessariamente ao transtorno, que se traduz por um conjunto de sinais

sintomatológicos que provocam uma série de perturbações no aprender da

criança, interferindo no processo de aquisição e manutenção de informações

de uma forma acentuada.

As dificuldades de aprendizagem podem ser causadas por problemas

passageiros, como, por exemplo, um conteúdo escolar, que nem sempre

oferece à criança condições adequadas para o sucesso. Nessa categoria,

incluem-se as dificuldades que a criança pode apresentar em algum momento

da vida, como a separação dos pais ou perda de alguém, trazendo então

problemas psicológicos/comportamental, falta de motivação e baixa auto-

estima. As dificuldades de aprendizagem podem ser secundárias para outros

quadros avaliados, tais como: alterações das funções sensoriais, doenças

crônicas, transtornos psiquiátricos, deficiência mental e doenças neurológicas.

As doenças neurológicas mais freqüentes que causam dificuldades de

aprendizagem são a paralisia cerebral e o transtorno de déficit de atenção/

hiperatividade.(RELVAS, 2008, p. 52 e 53)

Segundo Olivier,(2008) as dificuldades de aprendizagem são várias,

mas vamos apresentar as mais comuns.

1- Disgrafia: Desordem de integração visual-motora (não há

coordenação entre os dois)

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

17

É a dificuldade ou ausência na aquisição da escrita. O indivíduo fala,

lê, mas não consegue transmitir informações visuais ao sistema motor.

Resumindo: lê, mas não escreve, além de, possivelmente, ter graves

problemas motores de equilíbrio.

Na maioria dos casos está ligado a distúrbios neurológicos. E

necessita de tratamento e de acompanhamento neurológico e

psicopedagógico, em conjunto. Apresenta-se com algumas características, são

elas: Fala e lê, mas não encontra padrões motores para a escrita de letras,

números e palavras; não possui senso de direção, falta-lhe equilíbrio; pode

soletrar oralmente, mas não consegue expressar idéias, por meio de símbolos

visuais , pois não consegue escrever.

2- Disortografia: Dificuldades na expressão da linguagem escrita,

revelada por fraseologia incorretamente construída e/ou por palavras escritas

de forma errada, associada geralmente a atrasos na compreensão e/ou na

expressão da linguagem escrita.

Tem sido definida erroneamente como letra feia ou letra de médico. A

disortografia, mais complexa, necessita de exames e de testes específicos

para detectar a causa e os melhores tratamentos.

3- Desordem de déficit de atenção (DDA): Não deve ser confundida

com Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade, pois este deve ser

tratado pela psiquiatria. O DDA, geralmente não tem ligação com disfunções

neurológicas e caracteriza-se por baixo desempenho escolar, deficiência ou

ausência de memória ou ainda, tendo um aprendizado satisfatório, o indivíduo

pode ser disperso, desatendo, e meio alienado ou alternando hiperatividade

com alienação.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

18

4- Limitrofia: Anomalia do sistema nervoso causado por anoxia

perinatal ou síndrome não identificada. Caracteriza-se por dificuldades de

concentração, falta de equilíbrio e/ou coordenação motora, problemas de

articulação para a fala e dificuldades na aquisição de leitura.

5- Dislalia: Má pronuncia das palavras, omitindo ou acrescentando

fonemas, trocando um fonema por outro ou distorcendo-os, ou ainda trocando

sílabas. Os sintomas consistem em omissão, substituição, acréscimo ou

deformação dos fonemas.

Pode ser causada por hereditariedade, imitação ou alterações

emocionais. Até os quatro anos, os erros na linguagem são considerados

normais. Depois dessa fase, se a criança continuar falando errado, precisará

passar por exames específicos para detectar as causas e os possíveis

tratamentos.

A criança com dificuldades de aprendizagem tem uma linha desigual

em seu desenvolvimento. Podemos observar de modo geral que os problemas

estão mais localizados nos campos da conduta e aprendizagem, dos seguintes

tipos: atividade motora, atenção, área matemática, área verbal, emoções,

memória; percepção e sociabilidade.

Morales(1999,p.53), destaca que nós professores, seremos eficazes

na medida em que levarmos em conta essas necessidades do aluno. Essas

não podem reduzir-se a necessidade de ser aprovado na matéria; é algo mais

profundamente humano.

Não basta saber quais são as dificuldades de aprendizagem e como

elas se processam, se não mudamos a relação professor-aluno e as

intervenções necessárias para cada dificuldade.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

19

“Os alunos devem sentir-se livres para errar e aprender com seus erros. O sentir-se livres se traduz aqui por ausência de medo, de angústia... Aprender com os próprios erros é importante para o crescimento pessoal, seja emocional, social ou cognitivo” (MORALES, 1999, p.56)

Professores podem ser os mais importantes no processo de

identificação e descoberta desses problemas, porém não possuem formação

específica para fazer diagnósticos, que devem ser feitos por médicos,

psicólogos e psicopedagogos. O papel do professor se restringe em observar o

aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais

motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade

de descobrir as suas potencialidades.( BARROS, Jussara, Brasil Escola)

CAPÍTULO II

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM

“A identidade do sujeito é um produto das relações com os outros. Neste sentido todo indivíduo está povoado de outros grupos interno na sua história” (GROSSI ,1992, p.60)

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

20

A família tem um papel importantíssimo no desenvolvimento do sujeito,

principalmente no que diz respeito à afetividade, condição necessária ao

crescimento integral da criança.

A família deve identificar o mais precocemente possível o

comportamento da criança e estar atento a um conjunto de sinais, alguns deles

já abordados anteriormente, que tem importância relevante na identificação

das dificuldades de aprendizagem. Devem observar se a criança apresenta

problemas quanto a organização, coordenação motora; linguagem falada ou

escrita; atenção e concentração; memória e seu comportamento social, tudo

isso levando-se em conta a faixa etária que se encontra.

A vida familiar é uma das primeiras experiências significativas de vida

do indivíduo. “Portanto, o vínculo entre ensinante (pais) e aprendente (filho) é ,

fundamental para a aprendizagem, dentro de um espaço onde haja confiança,

respeito e estima.”( PORTELLA, 2008, p.83)

Bianchini (2001) registra a possibilidade de ampliar a inter-relação e a

interação entre a família, a escola e filho/aluno, na ação educativa. Acredita

que o fortalecimento da união desses dois grupos culturais ajudará a promoção

da aprendizagem dos filhos/alunos. (BIANCHINI,2001,apud PORTELLA, 2008,

p.92)

Novas configurações familiares estão surgindo, e devem ser vistas,

observadas e consideradas por nós profissionais, para que possamos dar

andamento aos nossos atendimentos, considerando sempre o todo. E sendo

assim, é por isso que estamos falando em família, pois um paciente nunca

chega só a nossos consultórios, com ele, chegam, também, a sua história e a

história de sua família.” (PORTELLA, 2008)

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

21

“ Esse desejo de aprender e conhecer é permeado pela curiosidade epistemológica, (...) apresentam dificuldades de aprendizagem que contam na sua história familiar com crenças e segredos que obstacularizam o livre acesso ao saber pelo fato de serem mantenedores do sintoma.(PORTELLA,2008,p.8)

A família compreende a importância da aprendizagem escolar, mas,

muitas vezes se sentem limitados em relação a educação de seus filhos.

“É preciso conhecer os pais, onde e como vivem e identificar os saberes que vêm de casa, mas a escola não pode abdicar do seu papel: o trabalho formal e sistemático com o conhecimento. “Pais não são professores. O conteúdo escolar é uma tarefa docente”, enfatiza Ana Polônia. ( NOVA ESCOLA, setembro,2009, p. 104)

O sujeito começa a existir muito antes do seu nascimento biológico,

começa a existir no inconsciente de seus pais, e em especial de sua mãe. Os

pais não podendo ajudar os filhos, involuntariamente contribuem para a não

aprendizagem, mas na verdade, precisam de orientação e apoio, através da

equipe da escola, com o acompanhamento e os devidos encaminhamentos.

Para Claudino Piletti, em seu livro Didática Geral :

“ A família por exemplo, é o primeiro elemento social que influi na educação. Sem a família a criança não tem condições de subsistir. Tal necessidade não é apenas de sobrevivência física, mas também psicológica, intelectual, moral e espiritual. A família, no entanto, encontra uma série de problemas, na sua missão de educar. A falta de preparo de muitos pais para exercer integralmente essa função é o principal problema.”(1989,p.17)

Cada um de nós desempenha na vida uma enorme variedade de

papéis que dependem de nossas relações dentro do sistema familiar,

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

22

desencadeando sucesso ou insucesso em nossas ações. “Minuchim (1990)

afirma que o homem não é um ser isolado e sim um membro ativo e reativo de

grupos sociais” (GROSSI,1992,apud PORTELLA,2008)

A família deve exercer grande influência nas ações praticadas pelas

crianças, pois entendemos que é de sua responsabilidade construir valores e

limites. Ocorre que vemos famílias cuja realidade familiar é sem preparo, não

encarando suas funções com a responsabilidade necessária.

A família precisa compreender que ela é muito importante no processo

de ensino aprendizagem, devendo participar da vida escolar dos filhos. Ela é a

base para que o filho participe deste processo educativo, facilitando seu

desenvolvimento e vencendo suas dificuldades.

Segundo Vygotsky, o primeiro contato da criança com novas

atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto” (

Vygotsky, apud NOVA ESCOLA-Edição especial,nº 19, p.93)

Até o século XVIII, a separação de tarefas entre escola e família era

clara: a primeira cuidava daquilo que a época se chamava “instrução”, que na

prática era a transmissão de conteúdos, e a segunda se dedicava à

“educação” o que significava o ensinamento de valores, hábitos e atitudes.”

(NOVA ESCOLA, Agosto/Setembro 2009 p.31)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 em seu artigo 1º,

estabelece que a educação abrange todos os processos formativos

(família, trabalho, movimentos sociais, organizações da sociedade,

manifestações culturais). Já no artigo 2°, estabelece que a educação é dever

da família e do Estado; deve ser baseada nos princípios de liberdade e nos

ideais de solidariedade; e deve proporcionar uma preparação plena para a

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

23

cidadania e o trabalho. O artigo 12, estabelece os deveres da escola; o 13, os

deveres do professor, e o 14, a gestão democrática da escola.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei 8.069, de 13/07/1990,

também trata do assunto, nos artigos 53 a 58 (direitos a educação; deveres do

Estado; deveres dos pais; atuação do Conselho Tutelar; política de inclusão;

contexto sociocultural).

“ Durante anos, a escola e a família foram as duas instituições responsáveis pela educação e formação de novas gerações. Hoje isso não é possível. A família está passando por grandes transformações e, muitas vezes, delegam sua função educativa tradicional a outros agentes como a televisão ou a própria escola...” (PORTELLA,2008,p.91)

Conforme os Indicadores da Qualidade na Educação, 2006, p.7,

podemos destacar aqui exemplos de como os pais podem exercer sua

responsabilidade de auxiliar seus filhos:

-Estabelecer o mesmo horário todos os dias para que a criança possa

fazer os seus deveres.

-Sempre perguntar a criança se há tarefas de casa para serem

executadas;

-Estar pronto a ajudar é importante, mesmo que seja para dizer “isso

eu não sei também, mas vamos ver se a professora ou alguém pode ajudar”;

-Ajudar, mas nunca fazer a tarefa de casa;

-Olhar sempre os cadernos junto com a criança;

-Valorizar a produção dos filhos, elogiar o capricho, a organização e a

criatividade.

-ler para e com as crianças;

-prestar atenção (mesmo!) quando os filhos mostram algo que fizeram

-ler com as crianças os textos que fazem parte do dia-a-dia da família

(bulas de remédio, pedaços de jornal, receitas de culinária,etc);

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

24

-ler livros infantis em casa estimula o interesse. Livros são caros, mas

de vez em quando se compra um presentinho. Esse presente pode ser

também um livro infantil;

-levar os filhos na biblioteca pública.

“Também a escola participa e produz narrativas sobre necessidades da família, apontando e expressando dificuldades encontradas pela criança ao longo de seus ciclos de vida e ajudando ou não na superação de seus problemas, no enfretamento das relações entre perdas e dificuldades de aprendizagem.”(PORTELLA,2008,p.103)

A família tem se manifestado em relação a dificuldade de leitura e

escrita de seus filhos por dizer não entender, visto a criança passar grande

parte de sua vida dentro da instituição “Escola”, e esta não corresponder à

expectativa, criando assim um quadro de ansiedade e insatisfação.

Em determinadas famílias a criança é impedida a pensar, escolher,

negar, questionar e isto reflete negativamente na aprendizagem do sujeito em

suas pesquisas escolares, na interpretação de textos, na elaboração de

redações, e até mesmo em decisões a serem tomadas em

grupos.(SAMPAIO,2009, p.70)

Pouco ou nada adianta responsabilizar os pais que às vezes, possuem

pouco esclarecimento sobre a importância da aprendizagem da leitura e da

escrita. No entanto, a maioria das famílias compreende a importância da

aprendizagem escolar e querem dar aos filhos oportunidades que eles não

tiveram.

O papel do orientador com relação à família não é apontar desajustes

ou procurar os pais apenas para tecer longas reclamações sobre o

comportamento do filho e, sim procurar caminhos, junto com a família, para

que o espaço escolar seja favorável ao aluno. Não cabe ao orientador a tarefa

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

25

de diagnosticar problemas e/ou dificuldades emocionais ou psicológicas e,

sim, que volte seu trabalho para os aspectos saudáveis dos alunos.

(Educação em Revista,2008,p.111)

“É importante ressaltar que o termo diagnosticar é somente utilizado para área médica, não sendo correto usar em Educação.” (RELVAS,2009,p.52)

CAPÍTULO III

REFLETINDO O PAPEL DO ORIENTADOR

EDUCACIONAL

“(...) o Orientador é antes de tudo um educador...”

(SAVIANI,1980,p.193)

O papel do Orientador Educacional ao longo de sua trajetória tem tido

diferentes significados. Aquele que muitas vezes era visto como o que

resolveria todos os problemas da escola; que conhecia todos os alunos

problemas, agora veste uma nova roupagem, voltando-se à construção do

cidadão além dos espaços educativos, efetivando sua prática na realidade

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

26

brasileira. Assis (1994) apresenta a importância do papel da Orientação

Educacional como co-responsável pela aprendizagem dos alunos (Educação

em Revista, 2008 ,p.106)

O que se pode observar na prática é que o educando ocupava posição

secundária no processo educacional. O sucesso era produto da eficiência do

professor, enquanto o fracasso ocorria por conta da falta de aplicação do

aluno. Todo crédito no ensino era aberto ao professor e todo débito, ao

educando. (NÉRICI, 1974, apud PORTO ,2009,p.47). Somente no início do

século XX, é que a vida social do educando começou a ser olhada como um

aspecto importante para o sucesso do processo educativo. Desde então

passou a ter-se um olhar também diferenciado para o professor, sendo

percebido como um ser falível. O aluno passa a ser visto como aquele que

tem diferenças individuais e que pode apresentar carências e dificuldades,

necessitando de compreensão e orientação.(PORTO, 2009, p.47 e 48)

O Orientador Educacional exerce o papel de mediador e articulador de

diferentes campos do conhecimento, buscando ajudar a Instituição através da

interdisciplinaridade, numa perspectiva de colaboração na construção dos

valores e identificando a questão ética como necessárias ao desenvolvimento

do indivíduo. (GRISPUN, 2008,p.14)

Grispun (2008,p.93-95) destaca ainda que “o Orientador Educacional

(OE) assume muitos papéis diante das perspectivas da nova escola: papel

integrador, mediador e principalmente um papel de interdisciplinaridade entre o

saber e o fazer, entre o ter e o ser, entre o querer e o poder.” Este profissional

tem muitas contribuições no ambiente escolar:

o “A OE ajuda mas não impõe, propõe, provoca, instiga;

o A OE apóia as iniciativas de mudança, confia no grupo, pesquisa a

própria prática;

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

27

o A OE dá voz aos alunos através de sua linguagem e de suas

expressões; cria espaços para que esta voz seja ouvida e

entendida;[grifo do autor]

o A OE estabelece um bom relacionamento com os demais

protagonistas da escola; discute a questão de vínculos; promove a

reflexão com e dos alunos;

o A OE organiza reuniões que podem ser momentos de: partilha de

dúvidas, angústias; troca de experiências; descobertas;

sistematização da própria prática; estudos e pesquisa; discussão

de temas da atualidade; revisão de normas/critérios;

organização de eventos; participação em fóruns internos e

externos; discussão de temáticas da escola; organização de

atividades complementares ao projeto pedagógico; criação de

alternativas para vencer obstáculos / dificuldades etc .” [grifo

nosso]

As raízes da Orientação Educacional encontram-se na Orientação

Profissional praticada nos Estados Unidos por volta de 1930, momento que

havia a necessidade de orientar os jovens para o mercado de trabalho.

“O tempo da escola se insere no tempo do tempo da vida. Não podemos separá-los, mas podemos perceber os seus significados de forma diferente. Mas o sujeito da história será sempre o mesmo. Ajudar a compreendê-lo é tarefa da escola”. (GRISPUN,2008,p. 69)

O trabalho da Orientação Profissional que era realizado com testes

psicológicos de inteligência, personalidade e de interesses, sendo estes ainda

realizados por empresas, passa a ser solicitado nas escolas, com a finalidade

de orientar os educandos, isto significa que a finalidade que ele cumpre

através de sua ação é uma finalidade educativa.

“Quero um mundo em que meus filhos cresçam, como pessoas que aceitam e se respeitam, aceitando e

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

28

respeitando outros em um estado de convivência em que os outros aceitam e respeitam a partir do aceitar-se e respeitar a si mesmos.”(MATURANA, apud PORTO,2009, p.19)

O papel do Orientador Educacional deve ser o de mediador entre o

aluno e as situações de caráter didático-pedagógico e as situações sócio

culturais e este têm recebido várias denominações e exercido várias funções

(Educação em Revista, 2008, p.103)

Segundo Iavelberg, a Orientação Educacional tem um compromisso de

auxiliar a escola em sua função socializadora, criando ou reformulando ações

pedagógico-educacionais e favorecendo a articulação de valores que resultem

em atitudes éticas no âmbito do convívio social.

O Orientador Educacional antes tido como responsável por encaminhar

os estudantes considerados “problema” a psicólogos, hoje tem uma nova

função, pois trabalha para intermediar os conflitos escolares e ajudar os

professores a lidar com alunos com dificuldades. (IAVELBERG, Nova

Escola,março 2009)

A História da Educação Nacional foi construída por todos nós, na

medida em que educação, trabalho e cidadania, foram conceitos

compreendidos de forma integral, e que não existem uma sem as outras,

cabendo a cada um de nós uma parcela de responsabilidade.

(PORTO,2009,p.19 e 20)

A história percorrida pela profissionalização do Orientador Educacional

foi longa e ainda permanece em constante luta pelo seu espaço como

profissional participante e mediador neste espaço de construção de

aprendizagem chamado “ESCOLA” .

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

29

“Na instituição escolar, o orientador é um dos profissionais da equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação a eles; com a escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis.” (NOVA ESCOLA, edição 160, março,2003)

As leis educacionais brasileiras nº 4024/61 e nº 5692/71, tornam

obrigatória a orientação educacional nas escolas. Esta última declara no art.

10, que: será instituída obrigatoriamente as Orientações Educacionais,

incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com os professores, a

família e a comunidade”. Com isso, pretendia-se preparar trabalhadores para

atender os interesses e as necessidades empresariais, justificando o

desenvolvimento econômico.

A Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, LDBEN nº 9394/96

não faz referência específica à Orientação Educacional, é apenas mencionada

em vários artigos, principalmente no art. 39, segundo o qual “a educação

profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência

e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a

vida produtiva.”

“O papel do orientador educacional na dimensão contextualizada diz respeito, basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-a para dentro da escola, no sentido da melhor promoção do seu desenvolvimento...” (GRINSPUN, 2008,p.29)

Conforme Grispun, a Orientação Educacional passou por diversos

períodos históricos, que devemos destacar:

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

30

O Período implementador- de 1920 a 1941

A Orientação aparece timidamente no cenário brasileiro educacional,

dando ênfase aos trabalhos de seleção e escolha profissional.

Período institucional- de 1942 a 1960

Aqui começa toda a exigência legal da Orientação nas escolas, ficando

este período subdividido em funcional e instrumental. Há o esforço do

Ministério da Educação e Cultura para dinamizar os cursos que cuidavam da

formação dos orientadores educacionais.

Período transformador- de 1961 a 1970

Surge a Lei nº 4024/61, caracterizando a Orientação Educacional

como educativa, e até a profissionalização dos que atuam nesta área, através

da Lei nº 5540/48.

Período disciplinador - de 1971 a 1980

Neste período a Orientação Educaional estava sujeita à

obrigatoriedade da Lei 5692/71, onde estava determinado o aconselhamento

vocacional. Os Orientadores começam a questionar a sua prática pedagógica,

buscando encontrar o seu real papel. O decreto nº 72846/73, que regulamenta

a lei que trata do exercício profissional da Orientação Educacional.

Período questionador - década de 1980

A partir de 1980, os pressupostos teóricos começam a ser repensados

e rediscutidos. O Orientador começa a participar das questões curriculares,

como objetivos, procedimentos, critérios de avaliação, demonstrando sua

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

31

preocupação com os alunos e o processo de aprendizagem. (Educação em

Revista, 2008, p.5)

Período Orientador- a partir de 1990

A Orientação Educacional volta-se para a formação da identidade do

cidadão, comprometido com seu tempo e sua gente, sendo trabalhada a

subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo.

Grispun (1994) diz que o período “orientador”, a partir da década de 90

foi cheio de incertezas e questionamentos. Não se sabia se a nova LDB traria

ou não menções ao Orientador Educacional em seu texto. (GRISPUN, apud

Educação em Revista,2008,p.107)

A Orientação Educacional atualmente tem uma dimensão mais

pedagógica, atuando como resgatadores de uma ação mais efetiva e de

qualidade para todos. São parceiros inseparáveis na prática docente, atuando

na construção do currículo, onde todos estão comprometidos com o processo

e os resultados.

É nessa perspectiva que o Orientador juntamente com os professores

delinearão um currículo que atenda a todos. Quando falamos em “todos”,

estamos falando também daqueles que tem dificuldade de aprendizagem, que

necessitam tanto quanto os outros, de uma educação mais justa, mais

solidária e democrática. Assim Orientador Educacional juntamente com a

escola cumprirá seus objetivos e finalidades na formação do cidadão.

“Outro dado significativo para o papel do Orientador Educacional é compreender onde os problemas, conflitos, razões, emoções surgem na escola (...)”(, 2008, p.84)

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

32

Segundo Catarina Iavelberg, um dos principais papéis do Orientador

Educacional é fazer uma escuta atenta das relações interpessoais construídas

no cotidiano, ajudando a revelar o currículo oculto que se produz e reproduz

nos diversos ambiente de aprendizagem. A atuação dele porém, se

potencializa quando está integrada ao trabalho da equipe pedagógica. (Nova

Escola Gestão Escolar ,nº 3, 2009,p. 54)

3.1- Orientação educacional - Possíveis intervenções

“...O Orientador Educacional é percebido e percebe-se como um profissional que tem como função precípua, atuar com os educandos.” (PORTO,2009,p.53)

A aprendizagem deve ser vista como um processo complexo e global,

no qual a teoria e prática não se dissociam, no qual caminham juntos o

conhecimento da realidade e a intervenção nela”. (Salto pra o Futuro, 2000) .

O número de crianças que manifestam dificuldades de aprendizagem durante

a vida escolar tem sido crescente, preocupando os diversos profissionais

envolvidos com esta atividade exclusiva do ser humano. Com o advento da

globalização, as nações passaram a ser valorizadas, entre outros aspectos,

pela capacidade de aprender ou captar informações. Somos o que

aprendemos e valemos pela nossa possibilidade de adaptação de utilização

da informação obtida. ( Saad, Tânia , apud FORUM, 2006,p. 39)

A sala de aula é um espaço de construção cotidiana, onde os

professores e alunos interagem, mediados pelo conhecimento. É um espaço

desafiador e instigante, de resistência e negociação, a sala de aula é

reveladora dos nossos conflitos, dos nossos erros e acertos e da dificuldade

que temos diante da não-aprendizagem.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

33

A escola encontra-se dominada pela questão da crise educacional.

Importa agora considerar o modo como tem vindo a ser resolvidas as tensões

internas da crise educativa.(GARCIA, 2001,p.23).Quando surgem dificuldades

de aprendizagem em um primeiro momento, a escola raramente assume

algum tipo de responsabilidade. Em geral, não considera a possibilidade de

uma inadequação no currículo, no sistema de avaliação, na metodologia, falha

no vínculo entre professor e aluno, ou uma falha na comunicação entre os

membros da escola. (SAMPAIO, 2009,p. 61)

No entanto para atingir eficácia do processo educativo deve-se

promover o desenvolvimento deste professor, orientá-lo e assisti-lo na

promoção de um ambiente escolar e processo educativo significativo. Sendo

assim, a Orientação Educacional e toda sua equipe têm a função de

coordenar e orientar todos os esforços no sentido de que a escola, como um

todo,produza os melhores resultados possíveis no sentido de atendimento às

necessidades dos educandos e promoção do seu desenvolvimento

integral.(LÜCK, 1982)

Ao Orientador não cabe somente apontar os conflitos, mas ajudar os

alunos, na escola, na construção do conhecimento, favorecendo seu

desenvolvimento no nível social e individual. A atuação deste profissional

pode ajudar no bom andamento da escola, quando ele observa e analisa os

contextos no espaço escolar, buscando sempre contato com alunos, pais,

professores; todos os envolvidos neste processo, inserindo-se na participação

e realização do que propõe o projeto político e pedagógico da escola.

Segundo Vigostky, o desenvolvimento do ser humano em determinado grupo cultural ocorre primeiro no nível social e depois no individual (apud GRISPUN,2008,p.152)

Os alunos com dificuldades de aprendizagem possuem um ritmo

diferenciado, com um raciocínio lógico matemático lento, dificuldade na leitura

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

34

e escrita, pouco entrosamento com os colegas, demonstrando às vezes

comportamentos agressivos, falta de interesse e concentração nas atividades

propostas pelo docente, dificuldade em aceitar regras, limites e em memorizar

seqüências e fatos.

A aprendizagem não é um processo individual, ou seja, não depende

só do esforço de quem aprende, mas sim de um processo coletivo. Sendo

assim, não podemos relacionar o problema simplesmente ao aluno.

“ O processo educativo será significativo quanto maior for a qualidade do relacionamento entre professor e aluno. O conhecimento, as habilidades e as atitudes do professor em relação ao aluno, alvo de sua motivação, tornam o processo educativo eficaz” (LÜCK, apud PORTO, p.52)

Algumas dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a

causas pedagógicas, ou seja, quando técnicas, métodos e ações educacionais

não estão condizentes com o potencial das crianças, e este quadro vai se

acumulando e a criança fica sem conhecimentos de base, pois a seqüência de

didática já se perdeu. (ALMEIDA, 2009, p.11)

O Orientador educacional juntamente com o professor, deve refletir

sobre a estrutura curricular que está sendo oferecida e a compatibilidade deste

com as estruturas cognitivas, afetivas e sociais do aluno.

“O papel do professor constitui-se, basicamente, em ajudar o educando a aprender em todos os aspectos, isto é, na aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes, valores, ideais ou qualquer tipo de aprendizagem ainda não desenvolvida e julgada importante e necessária para o educando tanto pessoal como socialmente”. (REEDER,1943, apud LÜCK, 1982, p.13)

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

35

O Orientador pode através de reuniões com os alunos, fazer

discussões em grupo, elaborando jornal escolar ou jornal mural. Criação de

grupos interessados em música, poesia, política, etc. Todo este trabalho deve

estar integrado aos professores, que estarão em sua prática de sala de aula,

oportunizando espaços de construção do conhecimento, dando condições

necessárias para o aluno buscar, discutir, pensar, refletir, problematizar,

vencendo suas dificuldades.

O Orientador competente é aquele que sabe qual é seu papel na

efetivação do projeto político pedagógico da escola. “É entre os profissionais

da escola um dos que deve estar mais atento e mais capacitado a reconhecer

e a proporcionar momentos que facilitem o sentir, o pensar e o fazer

conscientes, a fim de que possam ser, simultaneamente, sentir-se, pensar-se e

fazer-se.”(PORTO, p.65)

Conforme Grinspun (1998) citado por PORTO (2009,p.73),“é

necessário que o Orientador seja capaz de:

§ Discutir com a equipe e na equipe, o currículo e o processo de

ensino-aprendizagem frente à realidade sócio-econômica da

clientela;

§ Analisar com a equipe as contradições da escola e as diferentes

relações que exerçam influências na aprendizagem;

§ Contribuir efetivamente para a melhoria do ensino e das

condições de aprendizagem na escola;

§ Estruturar o seu trabalho a partir da análise e da crítica da

realidade social, política e econômica do país;

§ Fundamentar cientificamente sua ação, buscando novas teorias

a partir de sua prática.” [grifo nosso]

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

36

Garcia, ressalta que o orientador competente é o profissional que se

apresenta como sendo o responsável pela ponte escola-família-comunidade

sendo o facilitador dessas relações.

CONCLUSÃO

A orientação educacional em toda sua trajetória histórica demonstrou

que o educando e sua formação integral, era uma das razões do desempenho

de sua função.

Múltiplas são as razões por que se faz necessária a Orientação

Educacional hoje em todas as nossas escolas, ela deve estar integrada aos

planejamentos pedagógicos da escola, promovendo reais possibilidades de

mudanças, através de reuniões semanais com o objetivo de mapear as

dificuldades e problemas, e propor soluções. Incluir e trabalhar a história e

culturas diversas através de atividades que os próprios alunos vivenciem e

discutam, trazendo um enfrentamento das desigualdades e um bom convívio

social. As atividades devem propor convivência humana, com vistas ao

respeito a diversidade que em todo lugar existe, levando ao mútuo

enriquecimento.

Não é tarefa fácil, expressar o conceito de dificuldades de

aprendizagem, mas conceituar o papel da Orientação educacional neste

processo fica melhor compreendido quando o vemos, como aquele que em

parceria com escola- família-comunidade realiza planos adequados ajustando

o aluno ao meio escolar e a vida social. Grispun, enfatiza que “a Orientação

educacional está cada vez mais comprometida com educação, no sentido de

favorecer, promover, os meios necessários para que se efetive uma educação

de qualidade, em todos os níveis e modalidades de ensino (...) seu trabalho é

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

37

estimular o aluno a ir desenvolvendo suas potencialidades, na medida em que

ele se torne mais crítico e consciente de seu papel na sociedade”

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de-. Dificuldade de aprendizagem em leitura e

escrita: método fônico para tratamento-Rio de Janeiro: Wak Ed,2009.

__________________________- A produção de textos nas séries iniciais:

desenvolvendo as competências da escrita- Rio de Janeiro: Wak ed, , 5ª

edição. 2009

BRASIL, Ministério da Educação. Ensino Fundamental de nove anos:

Orientações para inclusão da criança de seis anos de idade/ organização

do documento: Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Robeiro

do nascimento. Brasília: FNDE, Estação Gráfica, p. 99,2006

_____________________________. PDE: Plano de Desenvolvimento da

Educação: Prova Brasil: ensino fundamental: matrizes de referência,

tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep,. p.4,2008

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares

nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais/ Secretaria

de Educação Fundamental- Brasília: MEC/SEF,.p.60, 1997

CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a prática e a

teoria.Petrópolis: Vozes, 2005.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

38

DESLANDES, Suely Ferreira- Livro das Famílias: Conversando sobre a vida

e sobre os filhos- Rio de Janeiro: Ministério da Saúde/ Sociedade Brasileira

de Pediatria, 2005.

FORUM- Instituto Nacional de Educação de Surdos- INES, vol. 13( jan/jun)

Rio de Janeiro,2006

FREIRE, Paulo- Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e terra.

1992.

____________- Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa- São Paulo: paz e Terra, 1996.

GARCIA, Regina Leite, FILHO, Aristeo Leite- Em defesa da educação

infantil- Rio de Janeiro: Ed. DP&A, 2001

GOMES, Antonio Augusto, SILVA, Ceris Salete Ribas da, BREGUNCI, Maria

das Graças, et al.- Alfabetização e Linguagem- Fascículo 1 - Capacidades

Lingüísticas: Alfabetização e Letramento- Ministério da Educação-

Secretaria de Educação Básica.

GRINSPUN, Miriam P. S. Zippin- A orientação educacional: conflito de

paradigmas e alternativas para a escola- 3ª edição- São Paulo: Cortez,2006

____________________________- A prática dos orientadores

educacionais- 6ª edição – São Paulo : Cortez, 2008

____________________________- Supervisão e Orientação educacional:

Perspectivas de integração na escola 4ª edição- São Paulo: Cortez, 2008

GROSSI, Esther Pillar, FREIRE, Madalena org.-Paixão de aprender-

Petrópolis, RJ: ED. Vozes,1992

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

39

IAVELBERG, Catarina, abril 2009-http://revistaescola.abril.com.br/gestao-

escolar/orientador-ducacional/curriculo-oculto- (acesso em 06/02/2010)

INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO: Dimensão ensino e aprendizagem da leitura e da escrita / Ação Educativa,SEB/MEC (coordenadores)- São Paulo: Ação Educativa,2006

LAROSA, Marco Antonio e Fernando Arduini Ayres- Como produzir uma

monografia, 7ª edição- Rio de Janeiro, 2008

LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação- 9.394/96

LÜCK, Heloisa- Ação Integrada- Administração, Supervisão e Orientação

Educacional, 2ª edição, Ed. Vozes,1982.

MAIA, Eny Marisa e GARCIA, Regina Leite- Uma Orientação educacional

nova para uma nova escola, São Paulo, RP: Edições Loyola, 1984

MARANHÃO, Diva Nereida Marques Machado- Ensinar Brincando: a

aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. 4ª edição –Rio de

janeiro:? Wak Editora,2007

MORALES, Pedro- A relação professor-aluno? o que é, como se faz- São

Paulo, Edições Loyola,1999.

NOVA ESCOLA- GESTÃO ESCOLAR- Ano 1- nº 3- Agosto/Setembro 2009

p.54

________________ - Ano XXIV- nº 225- Setembro 2009 p.104

_________________- GRANDES PENSADORES- Edição especial nº 19-

Julho,2008, p.93

OLIVEIRA, João Batista Araújo e- Aprender e ensinar-São Paulo:Global, 3ª

edição,2001.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

40

___________________________- Alfabetização de crianças e

adultos:novos parâmetros- Belo Horizonte: Alfa Educativa,2004

___________________________- ABC do Alfabetizador -4ª edição, Editora

Alfa Educativa, 2006.

OLIVIER, Lou - Distúrbios de aprendizagem e de comportamento – Rio de

Janeiro: Wak editora,2008

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAL: introdução aos parâmetros

curriculares nacionais/ Secretaria de Educação Fundamental- Brasília:

MEC/SEF, 1997.

PILETTI,Claudino. Didática Geral. São Paulo: Ática, 1989.

PORTELLA, Fabiani, FRANCESCHINI, Ingrid Schöeder, TURKENICZ,

Abraham et al. -Família e aprendizagem: uma relação necessária- 2ª ed-

Rio de janeiro: Wak Ed,2008.

PORTO, Olívia – Orientação educacional; teoria, prática e ação- Rio de

Janeiro: Wak editora, 2009.

RELVAS, Marta Pires- Neurociência e educação: potencialidades dos

gêneros humanos na sala de aula-Rio de Janeiro: Wak editora, 2009

____________________- Neurociências e transtornos de aprendizagem:

as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva-– 2ª edição- Rio de

Janeiro : Wak Editora, 2008

SALTO PARA O FUTURO: Um olhar sobre a escola/ Secretaria de Educação

a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000.

SAMPAIO, Simaia- Dificuldades de Aprendizagem: a psicopedagogia na

relação sujeito, família e escola- Rio de Janeiro: Wak Editora,2009.

SAVIANI, Dermeval - Educação: Do senso comum à consciência

filosófica- São Paulo: Cortez Editora: Autores Associados,1980.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

41

TEIXEIRA, Gustavo- Transtornos comportamentais na Infância e

Adolescência- Editora Rubio Ltda- 2006

WEBGRAFIA

BRASIL ESCOLA- http//www.brasilescola.com/educação/dificuldades-aprendi

zagem (acesso em 03/10/2009)

PROCAMPUS-http// www.procampus.com.br-ensino_orientação_atribuições.

(06/02/2010)

RENATO-http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicações/trabalhos/RenatoMaterial/

teorias.( acesso em 19/02/2010)

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 9

Conceito de Aprendizagem

1.1 – Dificuldades de aprendizagem 15

CAPÍTULO II 20

Família e aprendizagem

CAPÍTULO III 26

Refletindo o papel do Orientador Educacional

3.1- Dificuldade de aprendizagem- Possíveis intervenções 33

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 38

WEBGRAFIA 42

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

43

ÍNDICE 43

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “A aprendizagem depende de fatores gerais e ... experiências pessoais. Teoria sócio-cultural de ... responsáveis pela

44

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DO

ORIENTADOR FRENTE AS DIFICULADES DE APRENDIZAGEM

Autor: NIDIA ELINE MATTOS PARIZ RODRIGUES

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: