UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO …3 AGRADECIMENTOS A Deus pela graça e força...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL DO
ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AMBIENTE
ESCOLAR
Por: JAQUELINE LEONIDA DA SILVA
Orientadora
Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
NO AMBIENTE ESCOLAR
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Orientador Educacional e
Pedagógico
3
AGRADECIMENTOS
A Deus pela graça e força que se renova
a cada dia na minha vida
À minha orientadora neste projeto, Profª.
Drª.Mônica Melo, pelo e orientação
Enriquecedora acreditando na realização
deste.
Ao Instituto a Vez do Mestre e todo o
corpo docente da Pós Graduação em
Orientação Educacional e Pedagógica do
campus Méier, por tornarem essa
pesquisa possível através da qualificação
e reflexões em sala de aula.
Aos amigos, colegas de curso, irmãos
de sangue e fé, que contribuíram direta
e indiretamente para concretização deste
trabalho e por toda nossa convivência.
Ao meu esposo, pois sem seu apoio,
amor e paciência não teria chegado até
aqui.
.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho
primeiramente a Deus
Pois sem ele nada seria possível.
Ao meu pai Pedagogo
José Alexandre da Silva, e
minha mãe Maria Leonida que sempre me
incentivaram a estudar e ser
“guerreira” na busca de
realizações de sonhos.
Ao meu digníssimo esposo
Romildo Marques que esteve lado a lado
acompanhando a minha trajetória na
realização deste trabalho,
com suas palavras positivas e
paciência em entender
as muitas horas que precisei estar
no computador .
RESUMO
5
O Orientador Educacional é um profissional que tem suas ações voltadas para
o pleno andamento das atividades escolares, promovendo relações
interpessoais positivas, contribuindo para um ambiente harmonioso e
enriquecedor ao que tange objetivos comuns a todos. No ambiente escolar é
de suma importância habilidades interpessoais no sentido de promover
relações positivas, uma vez que, a escola é um lugar de construção do saber,
interação social, sobretudo um lugar de compromisso ético e democrático.
Neste sentido se faz necessário que o Orientador Educacional na arte de
mediar, propor, direcionar seja capaz de no exercício de sua função de ser
sensível, flexível para a diversidade cultural por intermédio do olhar holístico,
ouvir atento, falar autêntico, podendo assim fazer a diferença no cotidiano
escolar sem perder a essência de trabalho em equipe com harmonia e
respeito.
METODOLOGIA
6
Por meio de estudos e leituras realizadas sobre a função do Orientador
Educacional, a presente pesquisa tem como foco principal discutir a
importância do relacionamento interpessoal do Orientador Educacional com os
atores escolares, salientar as competências e habilidades sociais necessárias
e caracterizar o papel do profissional como importante articulador no cotidiano
escolar.
A presente pesquisa trata—se de uma pesquisa bibliográfica tendo
como principais autores utilizados: Carnegie (2003), Grispun (2002), Porto
(2009). Estes autores destacam-se pelo conteúdo de suas obras e contribuição
na área educacional especificamente no campo da Orientação Educacional e
no campo das relações humanas no caso de Carnegie (2003).
A pesquisa foi dividida em três capítulos principais: O primeiro deles traz
as atribuições na função de Orientador Educacional com vistas na forma da lei.
O segundo capítulo traça as habilidades sociais necessárias para o bom
andamento da função com foco nas relações interpessoais a serem
construídas no ambiente escolar. O terceiro capítulo sintetiza atribuições
primordiais fazendo uma analogia do Orientador Educacional como “Maestro”
dessa sinfônica chamada escola.
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO..................................................................................................08
CAPÍTULO I
AS ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR
EDUCACIONAL................................................................................................10
CAPÍTULO II -
O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR:
ALGUMAS REFLEXÕES DE HABILIDADES PARA PROMOVER RELAÇÕES
INTERPESSOAIS POSITIVAS
.........................................................................15
CAPÍTULO III –
ORIENTADOR EDUCACIONAL: UM “MAESTRO” NA BUSCA DA
HARMONIA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA
ESCOLA...........................................................................................................18
CONCLUSÃO 47
ANEXOS 40
BIBLIOGRAFIA 55
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
INTRODUÇÃO
Vivemos atualmente um contexto escolar multissocial, multicultural, um
espaço heterogêneo onde se torna imprescindível valorizar e entender sua
8
totalidade, e assim saber articular os processos de construção do saber, bem
como a constante reorganização de funções e atribuições dos sujeitos
envolvidos.
Nesta perceptiva o trabalho do Orientador Educacional se difere do
professor em sala de aula, no sentido de ações projetadas no coletivo para
andamento pleno das atividades no cotidiano escolar.
No capitulo I desta pesquisa vamos abordar as atribuições desse
profissional, suas funções na contribuição de resultados satisfatórios no
cotidiano escolar, entretanto as relações interpessoais nos apontam
fundamentalmente de grande relevância no sentido de favorecer resultados no
processo de aprendizagem.
A presente pesquisa nos dá margem a refletir sobre a importância dos
relacionamentos interpessoais no ambiente escolar, em específico do
Orientador Educacional.
Os autores CARNEGIE (2003), GRISPUN (2002), PORTO (2009), são
de grande valia no que se refere a nossa reflexão do conteúdo encontrado pelo
processo dessa pesquisa.
E refletindo sobre a temática o Orientador Educacional e habilidades
que promovam relações interpessoais positivas, no capitulo II vamos traçar as
competências e habilidades sociais que contribuem para sua prática, algumas
delas como: elogiar, incentivar, dar feedback, manter contato visual e outras
habilidades sociais, favorecem o estabelecimento e manutenção de uma
relação de confiança, uma vez que o Orientador media, propõe, promove
intervenções pedagógicas no compromisso ético de contribuir com a
construção de uma escola democrática, reflexiva e cidadã.
O interesse pessoal a este tema se detém ao fato de relatos de colegas
que no ambiente escolar vivenciaram situações no campo do relacionamento
humano que interferiram de certa forma no desenvolvimento harmonizo da
equipe pedagógica. O espaço escolar é um ambiente privilegiado para a
9
interação social, pois envolve desenvolvimento de hábitos e atitudes de
convívio, bem como de cooperação e respeito humano
As atitudes do Orientador Educacional serão de “maestro”, dessa
forma o capitulo III dessa pesquisa reintera as atitudes primordiais do
Orientador Educacional na busca orquestrada das relações, numa perspectiva
positiva de liderança, fomentada na valorização da diversidade cultural e da
construção da confiança mútua, com vistas á organização das idéias e á
construção e implementação de projetos comuns no grupo.
O Orientador Educacional precisa de atitudes que gerem o compromisso
e envolvimento de todos, para Porto: “ A nova proposta do Orientador
Educacional é levar a comunidade escolar a refletir sobre sentir/ sentir-se,
pensar/ pensar-se, fazer/fazer-se, transformar/transforma-se e contagiar as
pessoas á sua volta, na escola e na comunidade com esta sua nova postura
(PORTO, 2009, p.68).
O Orientador Educacional possivelmente enfrentará opiniões opostas,
tensões e desentendimento. Neste sentido, o profissional vai além de ser
alguém focado no desempenho de sua equipe pedagógica, e sim um
profissional que promove relações interpessoais positivas, que tem o
comportamento empático, que contribui para um clima institucional de
crescimento constante e harmonia pessoal para com todos os envolvidos.
Quando a equipe Pedagógica não tem confiança no seu Orientador mantêm-se
numa postura defensiva as idéias colocadas, há falta de envolvimento e
compromisso.
Se buscarmos em meia esta pesquisa ações que um orientador não
pode realizar em suas práticas, com certeza começaríamos destacando formas
negativas no relacionamento interpessoal de um orientador, pois as formas
como se estabelece as relações no ambiente de trabalho são um referencial de
conduta e postura profissional. Nosso foco na presente pesquisa é descrever
ações positivas para promover simultaneamente o sentir, pensar e fazer.
10
Assim, situar as questões das relações interpessoais no ambiente
escolar significa entender a complexidade multicultural, multissocial por onde
esse orientador transita.
CAPÍTULO I
AS ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
A prática do Orientador deverá valorizar a criatividade, respeitar o
simbólico, permitir o sonho, recuperar a poesia. O conhecimento não exclui o sentimento, o desejo e a paixão. Precisamos encontrar em cada um de
nós esse espaço e, simplesmente, deixá-lo existir. (PORTO, 2009 p. 74)
11
O ambiente escolar se compõe com diversos atores, entre eles:
professores, inspetor, coordenador, direção e Orientador Educacional.
Dentre as funções de cada um, o que compete ao Orientador Educacional
nos dias de hoje? Refiro-me aos dias de hoje, porque o ambiente escolar
passa por questões históricas e, consequentemente funções e atribuições
dos atores envolvidos passaram por inúmeras transformações no ambiente
escolar e na forma da lei.
As práticas do Orientador educacional estão vinculadas ás questões
pedagógicas e ao compromisso ético na escola, assim sendo o Orientador
Educacional é essencialmente o profissional que faz a mediação dos
processos de aprendizagem no compromisso de garantir a qualidade do
ensino, tendo como princípio um olhar holístico em suas ações com
professores, alunos, família e demais profissionais da escola.
GRINSPUN (1998) sustenta que:
... é necessário que o orientador educacional seja capaz de:
• Discutir com a equipe e na equipe, o currículo e o
processo de ensino aprendizagem frente á realidade
socioeconômica da clientela;
• Analisar com a equipe as contradições da escola e as
diferentes relações que exerçam influência na
aprendizagem;
• Contribuir efetivamente para a melhoria do ensino e das
condições de aprendizagem na escola;
• Estruturar o seu trabalho a partir da análise e da crítica
da realidade social e econômica do país.
12
• Fundamentar cientificamente sua ação, buscando novas
teorias a partir de sua prática. (GRINSPUN, 1998, p.32)
Neste sentido o Orientador Educacional deve ter uma ampla visão sobre o
trabalho da escola, buscando sempre alternativas de atuação que contribuem
para a construção de uma escola democrática, reflexiva e cidadã.
Cabe ao Orientador Educacional levar o corpo docente a reflexões de
suas práticas, rompendo com o enrijecimento do sistema, posicionando assim
o profissional de educação em suas responsabilidades. Faz parte de sua
práxis pedagógica acolher, provocar, mediar, interagir, zelando sempre pela
harmonia do grupo e entusiasmo.
Ao iniciar o Capitulo I da presente pesquisa, destacamos na forma de
epígrafe o que PORTO (2009) traz como referência profissional do Orientador
num sentido amplo de atuação, sendo o profissional que pode além de mediar,
tocar e levar a reflexões mais profundas no seu orientado:
... a Orientação Educacional fundamenta-se no
reconhecimento das diferenças individuais e no
reconhecimento de que o ser humano, em qualquer momento
de sua vida, pode apresentar carências e dificuldades,
necessitando, pois de compreensão, ajuda e orientação.
(PORTO, 2009, p. 48)
Entender o trabalho do Orientador Educacional no ambiente escolar é revelar
os vários papéis que se fundem entre habilidades, técnicas humanas e
conceituais.
A autora GRINSPUN em seu livro: Supervisão e Orientação
Educacional/ perspectivas de integração na escola (2008); defende os
especialistas em educação; Todos no ambiente escolar são extremamente
importantes, porém a autora destaca um posicionamento em defesa do
Orientador Educacional visando argumentar porque as escolas precisam
13
desses profissionais. Para isso listrou doze razões que considera de grande
valia para ação de profissionais especialista, como o do Orientador
Educacional:
a) A complexidade da vida moderna que trouxe para
escola também uma complexidade específica além de
sua própria finalidade.
b) A problemática dos conflitos sociais, dos dilemas que
têm na escola – ás vezes – como único lugar para
resolvermos ou atenuarmos a problemática existente.
c) Os novos conhecimentos e os meios para aquisição
desses conhecimentos e saberes dispostos na
sociedade.
d) A necessidade de fazermos a formação voltada para um
sujeito social e não apenas dotar um individuo de uma
formação escolar e sim, como afirma Freitag, devemos
ajudar o individuo na usa formação como cidadão.
e) A educação tem princípios e valores na sua própria
dimensão teleológica e, portanto precisa ser percebida
não como um rol de disciplinas e programas, mas como
uma instituição que tem uma filosofia própria e
específica.
f) A dimensão da escola com uma dinâmica própria que
precisa ser conhecida, compartilhada e entendida em
termos de sua cultura escolar.
g) A questão dos currículos em que dois dados são
significativos: a interdisciplinaridade e a
contextualização.
h) O projeto político pedagógico da escola.
i) As relações pedagógicas que ocorrem no interior da
escola e nas suas implicações com os outros fatores da
sociedade.
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j) A construção do conhecimento aliada á construção de
valores e atitudes.
k) A discussão dos dados colocados na sociedade em
especial a questão do trabalho.
l) A dimensão da subjetividade fazendo com que individuo
tenha condições de receber e vivenciar além de
aspectos cognitivos e aspectos afetivos/emocionais
necessários á formação como pessoa.
(GRISPUN, 2008, p. 149)
As razões levantadas pela autora GRINSPUN (2008) ajudam a entender e
dinâmica a escola, onde os professores são importantes, porém precisam de
especialistas como Orientadores Educacionais para mediar e tentar ajudar,
propiciar, meios e condições para melhor formação dos alunos, enquanto
pessoa humana.
1.1 – NA FORMA DA LEI
O papel do Orientador na história perpassa por adequadações em suas
funções, inicialmente visto de forma simplista e pouco acadêmica, como sendo
um serviço auxiliar da escola, outras vezes a profissão foi uma espécie de
correlatos do que hoje conhecemos como Orientação Vocacional.
Para PORTO (2009):
Com a implantação da nova LDB/96, pretende-se resgatar a
importância da Orientação Educacional no processo educativo
atual que visa “(...) ao pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho” (TÌTULO II, art 1º, Lei nº 9.394, de 20/10/96)
15
Assim a profissão vem sendo valorizada e ao longo da história se
posicionando em meia técnica, estudos acadêmicos e associações de
profissionais na área. Vale ressaltar o que diz a nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nº 9.394/96, art. 64 p. 18 a seguir:
A formação profissional e educação para Administração,
planejamento, inspeção e orientação educacional para
educação básica será feita em curso de graduação em
pedagogia ou em nível de pós-graduação, A critério da
instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base
comum nacional.
Somente pode intitular-se Orientador Educacional como tal, exercer a
profissão no Brasil, quem for legalmente habilitado de acordo com a Lei
5564/68, que "Provê sobre o exercício da profissão de Orientador
Educacional", e o Decreto 72846/73, que "Regulamenta a Lei 5564/68" (ver
anexo 1)
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe
confere o artigo 81, item III, da Constituição, Decreta:
Art. 1º Constitui o objeto da Orientação Educacional a
assistência ao educando, individualmente ou em grupo, no
âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento
integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e
integrando os elementos que exercem influência em sua
formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.
Art. 2º O exercício da profissão de Orientador Educacional é
privativo:
I - Dos licenciados em pedagogia, habilitados em orientação
educacional, possuidores de diplomas expedidos por
estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.
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II - Dos portadores de diplomas ou certificados de orientador
educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados
por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente
credenciados pelo Conselho Federal de Educação.
III - Dos diplomados em orientação educacional por escolas
estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da
legislação em vigor.
São notórios os avanços obtidos na forma da lei, atualmente ser
Orientador Educacional e Pedagógico é ter formação e consequentemente ser
um profissional gabaritado para exercer tal função.
Fica restrito o cargo apenas diplomados em Pedagogia (com
habilitações para a função) ou especializados através de curso de Pos
Graduação, isso significa também que a graduação pode até ser em qualquer
área da educação, porém a pós graduação deve ser especificamente em
Orientação Educacional e Pedagógica.
Enquanto realizei a Pós Graduação em Orientação Educacional e
Pedagógica na Universidade Cândido Mendes – Instituto A Vez do Mestre,
percebi que grande parte de meus colegas não tinham como formação a
Pedagogia como eu, uma vez que sempre pensei que esta especialização
destinava-se apenas ao campo da área pedagógica. Assim ao longo dos meus
estudos e vivências aprendi que aqueles meus colegas formados em Letras,
História, Geografia, galgavam no mercado de trabalho a função de Orientador
e para tal precisavam cursar a pos graduação em questão. Muitos concursos
foram abertos para vagas de Orientador educacional, sem requisitos para a
graduação, mas os candidatos deveriam ser pós graduados em Orientação
Educacional e Pedagógica.
Atualmente as Graduações em Pedagogia estão habilitando para
exercício docente em: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação
para Jovens e Adultos, no meu caso, por exemplo, que conclui em 2007 o
17
curso de Pedagogia pela UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro.
Como minha graduação não tem abrangência para as áreas de
Orientação, Administração e Supervisão escolar, tal foi meu interesse na
realização de mais uma etapa profissional e investimento na formação
continuada.
Na forma da lei em relação as atribuições, cada escola tem seu
regimento interno, seu Projeto Político Pedagógico e consequentemente o
Orientador Educacional deverá exercer de acordo com as concepções
pedagógica da escola. É possível de uma escola para outra encontrar
diferentes focos de ação do Orientador, há escolas de portes maiores que
dispões de dois profissionais o Orientador Pedagógico e o Orientador
Educacional, sendo um voltado para o atendimento a famílias e organização
institucional e outro focado nos alunos e professores com o olhar no
ensino/aprendizagem.
Não é difícil também deparamos com escola onde o profissional
Orientador Educacional acumule em suas funções todo um trabalho de
coordenação e atendimento a famílias, alunos e professores.
A Lei nº 5.564, de 21/12/1968, regulamentada pelo Decreto nº 72.846,
de 26/09/1973 nos artigos 8º e 9º, define mais especificamente, em âmbito
nacional, as atribuições do orientador educacional a seguir:
Art. 8º São atribuições privativas do Orientador
Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do
Serviço de Orientação Educacional em nível de:
1 - Escola;
2 - Comunidade.
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do
Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço
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Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de
Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando,
incorporando-o ao processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões
e habilidades do educando.
e) Coordenar o processo de informação educacional e
profissional com vista à orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações
necessárias ao conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos,
encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem
assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação
Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica
do ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação
Educacional.
Assim cada escola estará delimitando a ação do Orientador Educacional
de acordo com a equipe e atribuições estabelecidas ante ao quadro de
profissionais que compõe a Equipe Multidisciplinar, na lei dispomos de uma
abrangente atribuição do Orientador Educacional, sendo possível este
profissional atender uma gama de esferas e departamentos na escola.
As esferas de participação do Orientador Educacional no ambiente
escolar estão descritas na mesma lei citada no artigo a seguir:
Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as
seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das características
básicas da comunidade;
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b) Participar no processo de caracterização da clientela
escolar;
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da
escola;
d) Participar na composição caracterização e
acompanhamento de turmas e grupos;
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos
alunos;
f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos
estagiários;
g) Participar no processo de integração escola-família-
comunidade;
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação
Educacional.
O Orientador Educacional pode ser visto como uma função das mais
simples no ambiente escolar, porém é sem sombra de dúvida uma das funções
mais complexas no sentido de dicotomias existentes na relação teoria e prática
da profissão.
Em nossa cidade Rio de Janeiro, dispomos da ASFOE (Associação
Fluminense de Orientadores Educacionais) órgão este que nasceu da
necessidade de debates a cerca da prática de Orientação no ambiente escolar,
ademais oportunizar o aprimoramento da função por meio de encontros,
seminários, oficinas e cursos.
A Associação Fluminense de Orientadores Educacionais tem como
presidente na sua Diretoria a Profª Mirian Paura S. Zipin Grinspun muito
recomendada no meio acadêmico e citada na presente pesquisa pela grande
contribuição através de livros a respeito do assunto Orientação Educacional e
Pedagógica.
Segundo o site da associação supracitada recomenda filiação no intuito
de fortalecer a profissão contribuindo com a formação do Conselho Estadual
aumentando o número de filiados a Federação Nacional.
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Observamos assim uma organização estrutural com vistas para
formação continuada e práticas a serem realizadas visando a valorização do
profissional no ambiente escolar. Para tanto anexamos na presente pesquisa o
código de ética da Associação Fluminense dos Orientadores Educacionais que
estabelece normas de conduta profissional para Orientadores Educacionais
para todo o Brasil.
CAPITULO II
O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR:
ALGUMAS REFLEXÕES DE HABILIDADES PARA PROMOVER
RELAÇÕES INTERPESSOAIS POSITIVAS
O espaço escolar é um ambiente privilegiado para a interação social, pois
envolve desenvolvimento de hábitos e atitudes de convívio, bem como de
cooperação e respeito humano, fomentada na valorização da diversidade
21
cultural e da construção da confiança mútua, com vistas á organização das
idéias e á construção e implementação de projetos comuns no grupo:
...mas por efetiva consciência profissional, o orientador
tem espaço próprio junto aos demais protagonistas da escola
para um trabalho pedagógico integrado, compreendendo
criticamente as relações que se estabelecem no processo
educacional. (GRINSPUN, 2002, p.28)
O Orientador Educacional no desempenho de suas atividades no ambiente
escolar, essencialmente deve ser um profissional com competências sociais e
habilidades sociais.
As habilidades sociais estão inteiramente ligadas às relações interpessoais,
a forma como desenvolvemos relacionamentos bem sucedidos, alguns autores
da temática abordam critérios a serem estabelecidos no campo da interação
social e olhar ao outro:
Em termos de efetividade, é possível atribuir competência
social aos desempenhos interpessoais que atendem aos
critérios de: a)consecução dos objetivos da interação; b)
manutenção ou melhora da auto-estima; c)manutenção e/ou
melhora da qualidade da relação; d)maior equilíbrio dos
ganhos e perdas entre os parceiros da interação; e)respeito e
ampliação dos direitos humanos básicos.
(DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2001, p. 34)
Diante das perspectivas de relacionamento interpessoal atitudes como:
incentivar, dar feedback (retro-informação), manter contato visual, saber ouvir,
ser empático, resultam numa relação de confiança e valorizam a integridade da
pessoa humana. Quando a equipe Pedagógica não tem confiança no seu
Orientador o relacionamento e as atividades ficam um tanto comprometidas.
Ouvindo relato de experiências neste sentido, pude perceber o quanto se faz
necessário que aquele que se mantêm num cargo de liderança como
22
Orientador Educacional, precisa priorizar relacionamentos saudáveis para o
envolvimento e compromisso de todos e conseqüentemente relações de
confiança para resultados significativos no processo educacional:
Um dos papéis do Orientador educacional é justamente
estar muito atento ás relações. O principal aspecto de uma
relação é a inexistência de obstáculo entre os dos pólos de
comunicação: o falante e o ouvinte. (PORTO, 2009, p. 64)
Na existência de conflitos não há formulas para resoluções corretas,
porém ouvir as partes envolvidas e tentar amenizar o problema é uma
alternativa de se chegar a um denominador comum. Além do mais é
imprescindível que a comunicação estabeleça-se de forma clara, objetiva e
motivacional para harmonia do grupo:
Pode-se definir empatia como a capacidade de compreender
e sentir o que alguém pensa e sente em uma situação de
demanda afetiva, comunicando-lhe adequadamente tal
compreensão. (DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2001, p. 34)
Assim, ao sentir uma atitude de empatia por parte do Orientador
Educacional, o professor, o pai de aluno, o aluno, o funcionário, o gestor ou
outro ator presente no cotidiano escolar se sentirá mais encorajado a se abrir e
a explorar as dimensões significativas de sua situação-problema:
O Orientador Educacional deve procurar se envolver com
a comunidade, resgatando sua realidade socioeconômica-
cultural como meio de contribuir para a adequação
curricular, tendo em vista a transformação da escola e da
sociedade. (...) A Orientação deve trabalhar com um
planejamento participativo, sempre voltado para uma
concepção crítica. Um diálogo entre as comunidades das
disciplinas teóricas e das disciplinas práticas permitirá a busca
dessa concepção crítica (GRINSPUN, 2002. p. 109)
23
Como trabalhar em equipe, na sociedade com pais e responsáveis,
entendendo e se fazendo entender no meio de uma diversidade de pessoas,
temperamentos, comportamentos, crenças?
A autora Felá Moscovici define a competência interpessoal nos sujeitos
da seguinte forma:
Competência interpessoal, portanto, é resultante da
percepção acurada realísticas das situações interpessoais e de
habilidades específicas comportamentais que conduzem a
conseqüências significativas no relacionamento duradouro,
autêntico e satisfatório para as pessoas envolvidas.
(MOSCOVICI, 2009, p. 74)
Competência interpessoal não é algo que nasce conosco, e sim uma
capacidade que desenvolvemos ao longo de nossas relações ou treinamentos.
Para ser um bom o Orientador Educacional destaco a capacidade de se
relacionar com o outro, pois a profissão é de liderança e está inserida no
campo das ciências humanas, e tal é a importância de aprofundarmos nesta
temática que a presente pesquisa é de suma importância para todos aqueles
que são ou pretendem serem Orientadores Educacionais.
Assim sendo, vale ressaltar através de PORTO (2009) sobre o
orientador educacional e a importância de suas mediações no ambiente
escolar:
O Orientador Educacional é – entre os profissionais da
escola – um dos que deve estar mais atento e mais capacitado
a reconhecer e a proporcionar momentos que facilitem o sentir,
o pensar e o fazer conscientes, a fim de que possam ser,
simultaneamente, sentir-se, pensar-se e fazer-se.
(PORTO,2009, p.64)
Estar reconhecendo e proporcionando um ambiente agradável para o
bom andamento do trabalho são atitudes permanentes no fazer e olhar
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pedagógico de um orientador. “Antes de abordar o assunto, faça a si mesmo a
pergunta: Como poderei fazer com que ele queira isto?”
(CARNEGIE, 2003, p. 81)
O reconhecer está em reexaminar competências, se auto avaliar, uma
vez que, no ambiente escolar não há rotinas, pois todos os dias têm um
desafio novo, tem algo novo a fazer e realizar, as pessoas e o ambiente sofrem
constantes modificações, motivações e até desmotivações.
2.1 A ARTE DE SE RELACIONAR
Verificamos a importância do Orientador Educacional no ambiente
escolar, suas ações em seu dia a dia, e a essencial formação que deve ter.
Porém paralelo a todo este contexto existem outros valores e questões
imbuídas na formação da nossa personalidade.
Certa vez comprei um livro muito bom, e de certa forma bem requisitado
na área de educação, adquiri o livro pela importância da temática e por ter sido
indicado por uma professora. Realmente o livro era muito bom, o que me fez
querer participar de uma palestra a qual autora iria ministrar. Para minha
surpresa o livro e a forma da escrita eram excelentes, mais a autora não tinha
uma boa oratória, sua palestra foi desestimulante uma vez que apesar de todo
o conhecimento, era percebível sua insegurança ao falar em público.
Mencionei este exemplo, porque é possível que um Orientador Educacional
tenha boa formação, mas tenha dificuldades em se relacionar, mediar conflitos,
ou tenha temperamentos próprios de sua personalidade que influencia de
forma negativa em suas práticas, pois é preciso capacidade de lidar com
segurança os desafios do ambiente escolar:
Cada qual tem maneira diferente de reagir às
frustrações e de adaptar-se a ambientes e situações novas.
E Justamente isso compõe a personalidade que pode
ser definida como um conjunto de características que
determinam a nossa maneira de ser, bem como a de nos
adaptarmos ao ambiente. (WELL, 2009, p 19)
25
Nossas características pessoais, no sentido de como levamos a vida
tem impacto direto em nosso desenvolvimento profissional, nossas posturas no
campo do relacionamento interpessoal podem ser um fator determinante para
o nosso também crescimento profissional.
Enquanto definia a temática da presente pesquisa ouvi um relato curioso
de uma colega (professora) sobre sua orientadora educacional, uma
profissional cheia de capacidade, inteligência, porém insegura em suas
decisões o que a atrapalhava consideravelmente; Seus posicionamentos
inseguros afetavam diretamente suas relações no ambiente escolar, o
resultado foi que a profissional foi dispensada de sua função: O êxito na vida
depende não só da inteligência mais ainda do temperamento e do caráter.
(WEIL, 2009, p.22)
A arte de saber se relacionar com o outro, os procedimentos para agir
corretamente mediante as circunstâncias que nos fogem do controle, fazem
parte de um amadurecimento pessoal e consequentemente profissional.
Ninguém nasce pronto, é com vivências, experiências, treinamento é que
vamos moldando-se e amadurecendo.
As escolas visam profissionais gabaritados e aptos para as funções, há
quem diga que os donos de Instituições privadas estão mais preocupados com
lucros, tratando assim a escola como empresa, o ensino como produto inicial e
o aluno que passou no vestibular como produto final, sendo este o resultado
dos anos investidos naquela escola, gerando um bom conceito diante da
sociedade.
Uma escola de sucesso com certeza é uma escola que tem uma equipe
pedagógica forte, uma equipe madura e de laços de amizade fortes, é possível
que uma equipe pedagógica que não seja unida, seja comprometida na sua
organização e conseqüentemente fragilizada e vulnerável em seus resultados:
O Orientador educacional é uma figura muito exposta e
muito solicitada no quadro da escola. Por isso, há a
necessidade da constante “vigília” de seus atos e palavras. No
26
âmbito do indivíduo, os significados produzidos historicamente
pelo grupo social adquirem um “sentido pessoal”, ou seja, a
palavra se relaciona com a realidade, com a própria vida e com
os motivos de cada indivíduo. (PORTO, 2009, p 65)
A equipe pedagógica será direcionada pelo Orientador
Educacional, cabe a este profissional buscar a união de sua equipe, laços
fortes e relações humanas equilibradas de maneira tal que a equipe trabalhe
como equipe e o ambiente se torne prazeroso e harmonioso, requisitos estes
fundamentais para o ambiente escolar em nossos dias.
Evitar constantes críticas, buscar sempre o equilíbrio em nossas ações,
pois durante o caminhar vamos inevitavelmente nos deparar com o que não
concordamos, e muitas das vezes é preciso ser flexível na tentativa de ajudar e
também tentar entender o outro:
A crítica é fútil, porque coloca um homem na defensiva, e
comumente, faz com que ele se esforce para justificar-se. A
crítica é perigosa, porque fere o preciso orgulho do indivíduo,
alcança o seu senso de importância e gera o ressentimento.
(CARNEGIE, 2003, p. 48)
Saber se relacionar com o outro é uma arte no sentido de que temos
que buscar um equilíbrio, uma maturidade, e desenvolver em nós verdadeiras
técnicas fundamentais para lidar com as pessoas:
Se você e eu quisermos evitar amanhã um ressentimento
que poderá prolongar-se por décadas e durar até a morte,
sejamos indulgentes e não critiquemos, pois assunto nenhum
justifica a crítica.
Quando tratarmos com pessoas, lembremos-nos sempre
de que não estamos tratando com criatura de lógicas. Estamos
tratando com criaturas emotivas, criaturas suscetíveis às
observações norteadas pelo orgulho e pela vaidade.
(CARNEGIE, 2003 p.. 57)
27
Às vezes não percebemos mais sem querer machucamos,
deixamos feridas, por gestos, palavras que só trazem sentimentos de
indiferença. O Orientador Educacional conforme já mencionamos é aquele que
propõe e não impõe, é aquele que conduz e que toca o coração através de
reflexões na tentativa de fazer o outro olhar para dentro dele mesmo:
Em lugar de condenar os outros, procuremos compreendê-los.
Procuremos descobrir por que fazem o que fazem. Essa atitude
é muito mais benéfica e intrigante do que criticar; e gera
simpatia, tolerância e bondade. Conhecer tudo é perdoar tudo.
(CARNEGIE, 2003 p. 61)
Haverá sempre uma saída diferente da crítica, haverá sempre uma ação
melhor do que a condenação, e a gente sempre pode mais, além do que só se
queixar:
Uma das virtudes mais negligenciada no nosso dia-a-dia é a
valorização. Ás vezes, por algum motivo, descuidamos de fazer
um elogio.... (CARNEGIE, 2003 p. 750)
Reconhecer no outro um bom trabalho realizado, tecer elogios a
iniciativas, agradecer pelo apoio, contribuem para auto-estima da pessoa,
fazendo-o importante no ambiente escolar. Estar de bem com a vida e a auto
estima bem trabalhada geram motivações, e no ambiente escolar motivação é
algo que não pode faltar, o Orientador Educacional precisa estar atento ao
nível motivacional de sua equipe:
Se muitas pessoas vivem tão desejosas de consideração, que
chegam a se tornar desequilibradas mentalmente para
conseguir o seu intento imagine que milagre poderá realizar
dando ás pessoas uma apreciação honesta deste aspecto da
insanidade. (CARNEGIE, 2003 p. 68)
28
Elogiar é uma atitude importante para auto-estima, não existe nada
melhor do que você ser reconhecido no trabalho, na família, no lugar onde
você vive.
Quando uma criança nos mostra um desenho e em seguida elogiarmos
dizendo: “Que lindo! Parabéns!”, com certeza isso será um excelente estimulo
para essa mesma criança confeccionar um novo desenho para apresentar.
Nós precisamos de estímulos, motivações durante toda nossa vida, e
um viés condutor para isso é apreciação de atos, palavras, gestos que
contribuem para auto estima e nos permite sermos mais seguros e sensatos.
O autor (CARNEGIE, 2003, p. 305) em seu livro: Como fazer amigos e
influenciar pessoas, traça algumas atitudes que contribuem para que as
pessoas sintam satisfeitas com suas ações:
O líder eficiente deve manter em mente o seguinte
roteiro caso tenha a intenção de modificar atitudes ou
comportamentos:
1 – Seja sincero. Não prometa nada que não possa
cumprir. Esqueça-se dos benefícios a seu próprio favor e
concentre-se nos benefícios dos demais;
2 – Saiba exatamente o que deseja que a outra pessoa
faça;
3 – Seja simpático. Pergunte a si mesmo o que a outra
pessoa realmente quer;
4 – Reflita sobre os benefícios que a outra pessoa
receberá fazendo o que você sugere;
5 – Faça com que esses benefícios venham ao encontro
dos desejos da outra pessoa;
6 – Quando der sua ordem, formule-a de modo que a
outra pessoa a entenda como benéfica para ela.
29
O Orientador Educacional é um líder, e como tal deve cercar-se de
posicionamentos éticos e atitude que tragam o respeito dos demais colegas e
resultados satisfatórios em suas práticas profissionais.
Muitas das vezes as ações implementadas de um líder - Orientador
Educacional torna-se para o outro uma interferência vista como um incômodo.
Quando estivermos com a razão, procuremos convencer os
outros aos poucos e com toda a habilidade, conquistando-os
assim a pensar como nós; quando estivermos errados – e isso
acontecerá, surpreendentemente, muitas vezes, se nos
julgarmos com honestidade – reconheçamos nossos erros sem
demora e com entusiasmo. Essa técnica não produzirá apenas
resultados surpreendentes, mas, acredite ou não, é muito mais
interessante, em certas circunstâncias, do que uma pessoa
tentar justificar os seus erros.
Lembre-se do provérbio: “Pela luta, você jamais conseguirá
muito, mas, pela condescendência, conseguira sempre mais do
que espera”. (CARNEGIE, 2003, p 194)
É preciso equilíbrio e respeito nas relações humanas entre suas
verdades e as verdades do outro, e toda Instituição de Ensino tem suas
concepções pedagógicas, o Orientador Educacional deve lembrar que se faz
necessário um alinhamento de valores, princípios com os objetivos
organizacionais no intuito de envolver as pessoas diminuindo assim níveis de
tensões no ambiente de trabalho.
30
CAPÍTULO III
ORIENTADOR EDUCACIONAL: UM “MAESTRO” NA BUSCA DA
HARMONIA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA
Lembre-se de que o homem com o qual estiver falando está uma centena de vezes mais interessado em si mesmo, nos seus problemas e vontades, do que em você e seus problemas. (CARNEGIE, 2003 p. 144)
No ambiente escolar o Orientador Educacional trabalha em conjunto
com alguns profissionais específicos tais como: Coordenador Pedagógico,
Supervisor Pedagógico e Diretor (a) da Escola, quando as funções estão bem
definidas e cada um consciente de suas atribuições, ninguém interfere no
trabalho do outro, a equipe pedagógica torna-se um referencial importante na
escola, o que chamamos de Equipe Pedagógica Multidisciplinar:
A equipe de Orientação deve trabalhar integrada com a
Supervisão Educacional, tendo reuniões semanais para estudo
de casos, elaboração de estratégias pra a equipe docente e o
corpo descente. Nestas reuniões, é imprescindível a presença
da Direção da Escola, que, em muitas vezes, dependendo do
tamanho da escola, não tem conhecimento dos problemas que
ocorrem no dia-a-dia da Escola. (PORTO, 2009, p. 130)
31
A integração da Equipe multidisciplinar e o apoio da direção da escola
resultam num trabalho dinâmico no ambiente escolar.
As habilidades sociais do Orientador Educacional servirão para
“reger” esta orquestra chamada escola, onde o “Maestro” se encontra na
qualidade de Orientador aquele que direciona a sinfonia.
Tudo precisa estar em harmonia, cada detalhe, cada instrumento, e ao
mesmo tempo, em que cada um deve ter o compromisso em sua função, todos
devem também observar e atender de forma empática os comandos, os
compassos, os direcionamentos e regência do “maestro” – Orientador
Educacional no ambiente escolar.
É sempre esperado do “maestro” uma atuação coerente e ética pautada
em domínio e conhecimento: Não há ação humana que não pressuponha uma
concepção de ser humano e que não seja ética. A ética é uma dimensão
implícita em todos os nossos atos.”(PORTO, 2009, p. 76)
O fazer profissional deve estar embasado, na fundamentação teórica,
nas ferramentas pedagógicas, posicionando-se como ensinante e aprendente.
Cabe em suas práticas romper com o enrijecimento do sistema de maneira
ética imbuído em suas responsabilidades:
O Orientador é aquele que discute as questões da cultura
escolar promovendo meios/estratégias para que sua realidade
não se cristalize em verdades intransponíveis, mas se
articule com prováveis verdades vividas no dia-a-dia da
organização escolar
(GRINSPUN, 2002. p. 112)
São de grande relevância por parte do Orientador o incentivo, a
motivação, revendo constantemente as perspectivas do grupo na escola, suas
singularidades na promoção de momentos de reflexão para o desenvolvimento
de habilidades sociais entre si.
32
O sucesso de uma apresentação sinfônica não depende único e
exclusivamente do Maestro, mais sim do conjunto de músicos, instrumentos e
também maestro:
Em suma, é necessário ampliar sua visão sobre o trabalho
na escola, buscando sempre alternativas de atuação,
concluindo pela necessidade de atuar no contexto, difícil de
delimitar, porém aponta para o orientador a importância de ver
a escola como um todo, interna e externamente, inserida em
uma comunidade específica para a qual deve estar aberta.
(PORTO, 2009, p. 73)
O Orientador Educacional, sobretudo deve manter uma relação
saudável com todos em seu ambiente escolar, construir conforme a epígrafe
mencionada neste capítulo, relacionamentos que tragam felicidade e ao longo
da vida maturidade.
A Revista Nova Escola (Edição 220/ Março 2009) na versão on line,
discute a temática: “O Orientador Educacional: O mediador da escola” o artigo
traz reflexões à cerca das atribuições do Orientador Educacional pontuando
exatamente a temática da presente pesquisa enfatizando que: “Para ter
sucesso, precisa construir uma relação de confiança que permita administrar
os diferentes pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações.”
Se o Orientador Educacional não focar em sua função na escola, pode
ser atropelado com um turbilhão de outros afazeres que não são pertinentes as
suas atribuições, ficando um mero “mediador de conflitos” sendo sempre
solicitado para apagar os “incêndios diários” nas relações professor/aluno ou
aluno/aluno.
O artigo acima mencionado discute que o sucesso na função está
também nas relações que se estabelecem no ambiente escolar: “Garantir a
integração dos atores educacionais e avaliar o processo evita a
dispersão”
33
Neste sentido nossa orquestra chamada escola tem diferentes
peculiaridades, fatores que motivam e desafios que nos encorajam a
prosseguir, um instrumento não é igual ao outro mais todos precisam tocar a
mesma melodia pra harmonia de uma apresentação.
Todos precisam entrar no ritmo certo e ter olhar atento aos objetivos
Institucionais, pode parecer fácil, mais na prática sabemos a quanto uma
orquestra ensaia para uma apresentação perfeita e com aplausos no final.
A escola tem em média 200 dias letivos, um trajeto considerável em
busca de processos satisfatórios, aprovações, conquistas, aquisição do
conhecimento, conseqüência de trabalho de toda uma equipe onde cada um é
protagonista de sua própria história seja ela de êxito ou não.
Para isso O Orientador Educacional durante este período vem
conduzindo, vem mediando, propondo no intuito de todos em comum acordo,
tocar a mesma “nota” mesmo que em diferentes instrumentos, mas, tocar de
maneira responsável e comprometido com o resultado de um esforço de um
grupo sob a orientação de um maestro: O Orientador Educacional.
Todo e qualquer planejamento ou plano de ação da
Orientação Educacional deve estar atrelada ao Projeto
Político Pedagógico da Escola, pois este é a identidade da
Escola. O trabalho do orientador Educacional deve ser
atrelado a toda equipe escolar. (PORTO, 2009, p. 129)
Pouco foi mencionado nesta pesquisa sobre o Projeto Político
Pedagógico e Regimento interno da escola, pois estes documentos são de
suma importância, uma vez que delimitam ações e implementam regulamentos
de toda Instituição educacional, neste sentido os documentos aqui citados são
de grande valia na atuação do Orientador Educacional, pois delimita à medida
que traça também o funcionamento da unidade escolar:
Deve-se ampliar a visão sobre o trabalho na escola,
buscando alternativas de atuação, concluindo pela
34
necessidade de atuar no contexto, difícil de delimitar, porém
aponta para o orientador a importância de ver a escola como
um todo, interna e externamente, inserida em uma comunidade
específica para a qual deve estar aberta. (PORTO, 2009, p. 66)
Neste sentido se faz necessário um olhar apurado para os objetivos da
instituição escolar, pois cada unidade tem uma linha pedagógica ao qual
segue; Uma filosofia de educação, um conceito e ação para as situações
apresentadas durante o ano letivo.
O Orientador Educacional em suas primeiras ações no ambiente escolar
são de leitura e reflexão do Projeto Político Pedagógico e Regimento Interno,
pois suas ações deverão ser respaldadas no que diz estes documentos.
Antes de tudo, o Orientador Educacional precisa saber e conhecer seu
campo de trabalho e a cultura escolar da instituição, cada escola se posiciona
de uma forma, cada direção tem sua corrente pedagógicas e diretrizes a serem
seguidas.
A prática não vem desvinculada de uma teoria. Nesta
concepção contextualizada, são necessários fundamentos
teóricos que alicercem esta construção do conhecimento, do
pensamento e a linguagem do nosso aluno. O Orientador
Educacional tem de se juntar aos demais profissionais da
educação e, dentro de suas especialidades, favorecer as
relações entre o desenvolvimento e o aprendizado, entre o
desenvolvimento e seu ambiente sociocultural.
(PORTO, 2009, p 131)
Além de estar em sintonia com a identidade escolar e sua cultura
mediante ao Projeto Político Pedagógico e Regimento interno, se faz
necessário a atenção na formação continuada, o ambiente escolar deve ter
clima de aprendizado não só para o aluno e sim professores e atores
envolvidos, contribuindo para o amadurecimento do grupo e profissionalismo
em cada função e atribuição realizada.
35
Reuniões de estudos, conselhos de classe, dinâmicas de grupo, são
ações que contribuem para aproximação e união da equipe, o profissional deve
sentir prazer em estar trabalhando naquela escola, a motivação é essencial, e
conquistada num processo dia a dia através de pequenos detalhes que fazem
toda a diferença.
O Orientador Educacional vai tecendo, unindo os pontos, construindo
pontes, informando, indagando, complementando na tentativa de alinhar os
objetivos da instituição escolar ao processo de aquisição do conhecimento.
É preciso assumir a responsabilidade na direção da
educação, procurando desnudar a manipulação real e os mitos
da sociedade. Assim age o professor libertador, nas palavras
de Freire. E nesse sentido, o orientador educacional pode criar
oportunidades de debates e trocas de experiências na escola.
Afinal, a boa educação é aquela que produz homens críticos,
conscientes da realidade onde vivem e atuam.
(PORTO, 2009, p. 71)
A auto-estima, motivação são de extrema importância, uma escola que
não proporciona a troca, onde seus objetivos organizacionais não estão bem
definidos, é possível que a ação do Orientador Educacional se perca ou sua
atuação fique comprometida à medida que cada um faz o que bem entende,
tocando seu instrumento da maneira que acha que deve tocar, sem se
preocupar com ritmo, melodia da composição, ou direcionamento do “maestro”
o Orientador Educacional.
36
CONCLUSÃO
Na presente pesquisa podemos refletir o que vai além da função de
Orientador Educacional e no campo de suas competências profissionais, nos
deparamos com a função social na escola que é valorizar e entender a
globalidade humana, a partir dos aspectos cognitivos, afetivos, culturais e
comportamentais.
Assim, situar no âmbito educacional questões de relacionamento
interpessoal significa entender a complexidade desse ambiente multicultural
onde esse Orientador Educacional transita. Buscar um olhar mediador entre as
esferas de gestão, atores da escola e comunidade no sentido mais amplo, são
desafios permanentes no cotidiano.
Además, a presente pesquisa compreende o papel relevante do
Orientador Educacional na “orquestração” num contexto em que está presente
a diversidade de atores envolvido, como suas culturas, visões de mundo,
história de vida, funções políticas sociais e outros marcadores de identidade.
Entretanto refletimos o papel do Orientador Educacional no contexto de
suas relações interpessoais, tanto em relação ao seu desempenho junto á
equipe pedagógica quanto ao exercício específico de suas funções no
cotidiano escolar.
Outrossim, fica imprescindível a importância de construir bons
relacionamentos no ambiente escolar, sendo um fator determinante para
realização de suas atribuições. Entender e se fazer entender numa perspectiva
empática é saudável para harmonia do grupo e resultados satisfatórios nos
objetivos traçados pela instituição educacional.
Acredito que a confiança é um fator central para o desenvolvimento das
relações positivas na escola e em qualquer organização, e com o tempo vamos
aos poucos nos tornando confiáveis e seguros em nossas ações a medida que
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as relações interpessoais nos garantem também segurança e são fortalecidas
dia a dia.
Intermediar, propor, direcionar, encaminhar por intermédio do olhar
atento, ouvir, falar autêntico, podem fazer a diferença no cotidiano de nossas
relações no ambiente escolar.
Foi possível nessa pesquisa refletir também sobre o que a lei determina
a cerca de quem pode ser Orientador Educacional no Brasil, sobretudo de que
formas esta categoria tem se organizado na valorização do profissional através
de associações.
Vislumbramos a complexidade da função de Orientador Educacional
caracterizada de formas diferentes em cada escola, formas estas no campo de
suas atribuições. Entretanto sem duvida alguma, são de relevância o preparo
profissional no desenvolvimento de habilidades no manejo com o grupo ao
qual se trabalha, sobretudo, na dimensão subjetiva de cada um.
O Orientador Educacional causa impressões e às vezes inquietações no
outro de acordo com os rumos a priori traçados em seus objetivos; Investindo
na união do grupo, expandindo a troca de conhecimento, o compartilhar, a
experiência verbalizada, ultrapassam o pré-julgamento quebrando um ciclo as
vezes que se forma de “fofocas” e “ranços” no ambiente escolar. Assim a
singularidade é reconhecida e respeitada.
O pensar diferente do grupo não obstrui o processo, pelo contrário,
assegura o debate permitindo tomada de consciência de diferenças existentes,
dificuldades, voracidades, competições e exigências, provocando reflexões e
análise, o que garante resoluções em comum acordo, respeito e fortalecimento
do grupo.
Não nos detemos na presente pesquisa em ações negativas, mais
pontuamos gradativamente atitudes que geram estima e contribuem para as
práticas de um Orientador Educacional, porém podemos citar nesta conclusão
que é preciso cuidado com o uso de técnicas no/em grupo, técnicas que
38
discriminam, humilham, expõe ou ridicularizam, pois tais práticas causam
desequilíbrio no grupo causando sentimentos de receio e medo. Esta vivência
pode romper com elo de confiança do grupo e colocar em risco a credibilidade
do Orientador Educacional quebrando assim o clima de transparência e
integração fundamentais para o ambiente escolar.
Em suma concluímos assim que o profissional: Orientador Educacional
é muito importante no ambiente escolar, e precisa de aptidões no campo
técnico, no embasamento teórico e em especial no trato com as pessoas, no
que chamamos durante toda essa pesquisa de ”Bons relacionamentos
interpessoais” Pois em nosso dia a dia nos deparamos com uma gama de
pessoas e temperamentos diferentes um dos outro. O Orientador Educacional
precisa de ética, equilíbrio, flexibilidade, e empatia além de, outros subsídios
coerentes de uma pessoa educada e sensível ao olhar diferente do outro.
ANEXOS
DECRETO Nº 72.846, DE 26 DE SETEMBRO DE 1973.
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Regulamenta a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968, que provê sobre o
exercício da profissão de orientador educacional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o
artigo 81, item III, da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao
educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus,
visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade,
ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua
formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.
Art. 2º O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:
I - Dos licenciados em pedagogia, habilitados em orientação educacional,
possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior
oficiais ou reconhecidos.
II - Dos portadores de diplomas ou certificados de orientador educacional
obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais
ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de
Educação.
III - Dos diplomados em orientação educacional por escolas estrangeiras, cujos
títulos sejam revalidados na forma da legislação em vigor.
Art. 3º É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador
Educacional:
I - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº
5.692-71, na forma do art. 63, da Lei nº 4.024-61, em todo o ensino 1º e 2º
graus.
II - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº
5.692-71 na forma do artigo 64, da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961,
até a 4º série do ensino de 1º grau.
Art. 4º Os profissionais, de que tratam os artigos anteriores, somente poderão
exercer a profissão após satisfazerem os seguintes requisitos:
I - Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura;
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II - Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e
Cultura.
Art. 5º A Profissão de Orientador Educacional, observadas as condições
previstas neste regulamento, se exerce na órbita pública ou privada, por meio
de planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e
acompanhamento relativos às atividades de orientação educacional, bem
como por meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no
seu campo profissional.
Art. 6º Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o
artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional,
devidamente registrado na forma desse regulamento.
Art. 7º É obrigatório a citação do número do registro de Orientador Educacional
em todos os documentos que levam sua assinatura.
Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de
Orientação Educacional em nível de:
1 - Escola;
2 - Comunidade.
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de
Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e
Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais,
Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao
processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades
do educando.
e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à
orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao
conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a
outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
41
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional,
satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das características básicas da
comunidade;
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;
d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e
grupos;
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;
f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários;
g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.
Art. 10. No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister
qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial,
que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5.564,
de 21 de dezembro de 1968 e deste regulamento.
Art. 11. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.
Brasília, 26 de setembro de 1973; 152º da Independência e 85º da República.
EMÍLIO G. MÉDICI
Confúcio Pamplona
CÓDIGO DE ÉTICA
O presente Código de Ética estabelece normas de conduta profissional para os Orientadores Educacionais fluminenses (e para os Orientadores Educacionais dos demais estados brasileiros, se assim o desejarem). Somente pode intitular-se Orientador Educacional e, como tal, exercer a profissão, no Brasil, quem for
42
legalmente habilitado de acordo com a Lei 5564/68, que "Provê sobre o exercício da profissão de Orientador Educacional", e o Decreto 72846/73, que "Regulamenta a Lei 5564/68".
Título I
Das responsabilidades gerais
Capítulo I
Dos deveres fundamentais
Art. 1° - São deveres fundamentais do Orientador Educacional:
a - conhecer a lei que cria a profissão e o decreto que a regulamenta para agir conforme sua determinação;.
b - exercer suas funções com competência para que fique claro qual o seu papel e qual o seu espaço na escola;
c - desempenhar suas funções com elevado padrão de responsabilidade, equilíbrio, honestidade e entusiasmo;
d - procurar, em suas atividades profissionais, mostrar-se dinâmico, organizado, aberto ao diálogo;
e - atualizar-se constantemente, através de leituras, pesquisas, participação em eventos educacionais e contato com outros Orientadores Educacionais;
f - ter uma filosofia de vida que inspire segurança e firmeza em todos aqueles com quem se relaciona profissionalmente;
g - respeitar os códigos sociais e expectativas morais da comunidade em que trabalha;
h - buscar, incorporar e/ou aprimorar qualidades pessoais como: ser discreto, saber ouvir, saber falar, questionar, pesquisar, para melhor autodomínio e segurança profissional.
i - vivenciar comportamentos e atitudes que o caracterizem como uma pessoa confiável, apta a receber informações confidenciais,
j - guardar sigilo sobre fatos e situações que envolvam seu cliente.
Capítulo II
Dos Impedimentos
Art. 2° - Ao Orientador Educacional é vedado:
43
a - visar fins lucrativos no encaminhamento de orientados a outros profissionais;
b - atender casos em que esteja emocionalmente envolvido;
c - oferecer aconselhamento através da imprensa;
d - atender particularmente casos que podem ser atendidos na instituição onde trabalha;
e - favorecer, de qualquer forma quem exerça ilegalmente a profissão de Orientador Educacional;
f - Assumir atribuições de outros profissionais, prejudicando o cumprimento de suas próprias funções.
Titulo II
Da atividade Profissional
Art. 3° - O Orientador Educacional, em seu trabalho, tem como alvo o aluno, considerando-o como um ser bío-psico-social, educando-o para a vida.
§ l ° - Dentro desta visão, toma a si a incumbência da Orientação Vocacional, considerada como um processo, acompanhando o aluno desde seu ingresso na escola e não permitindo que se considere como Orientação Vocacional apenas as atividades normalmente propostas como tal no último ano do Ensino Médio.
§ 2° - O aconselhamento pode e deve ser uma das atividades do Orientador Educacional, desde que respeitadas as condições mínimas necessárias:
a - atendimento particular (sem outras pessoas presentes);
b - local apropriado;
c - por iniciativa do cliente ou do Orientador Educacional;
d - não seja por telefone, nem por carta, nem através de terceiros, nem pela internei.
§ 3° - Para atingir seu alvo, o Orientador Educacional trabalha integrado aos demais profissionais, olhando-o dentro do todo mas não deixando de prestar-lhe o atendimento individual, sempre que necessário,
Capítulo I
Orientador Educacional e equipe
Art. 4° - Para um trabalho integrado, é indispensável ao Orientador Educacional:
a- definir seu papel dentro da equipe, como quem sabe o que faz, com uma proposta clara de trabalho, aberto ao dialogo e à cooperação;
44
b - conhecer bem suas atribuições, a fim de ser respeitado e respeitar os limites de cada um, tentando sempre conseguir a coesão do grupo, dentro de uma visão ética;
c - ter sempre em vista a construção dos valores sociais, através de projetos, envolvendo a comunidade escolar no seu todo;
d - estabelecer e/ou reforçar a parceria com os professores e com todo o setor pedagógico, colocando-se como um dos agentes da transmissão do conhecimento que leva à aprendizagem dos conteúdos das diferentes disciplinas.
Capítulo II
Atendimento Individual
Art. 5° - Para o trabalho individual, é preciso:
a - valorizar a vivência do aluno;
b - respeitar as individualidades;
c - ter consciência de que a educação promove o desenvolvimento do indivíduo e a formação do cidadão;
d - procurar agir com justiça, coerência, responsabilidade, discrição e diálogo, oferecendo ao aluno um referencial de apoio para o traçado dos próprios comportamentos.
Título III
Ética na Orientação Educacional: valores e comportamentos
Capítulo I
O Orientador Educacional diante de si mesmo
Art. 6° - O Orientador Educacional está sendo ético quando:
a - for capaz de entender e questionar a própria ética;
b - agir com clareza, seriedade, cumprindo sempre suas funções, sem fugir às responsabilidades;
c - tiver um olhar critico diante dos fatos;
d - demonstrar respeito a si mesmo, ao outro e ao trabalho.
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Capítulo II
Orientador Educacional/escola/família/comunidade
Art. 7° - Para a eficácia e eficiência do trabalho junto e com a comunidade escolar, o Orientador Educacional precisa:
a - buscar o comprometimento de toda a equipe escolar para atingirem os mesmos objetivos, respeitando os limites de cada área;
b - saber ouvir;
c - saber o quê, quando e como falar (diálogo);
d - respeitar a todos enquanto pessoas;
e - estimular o entendimento grupal;
f - intervir sem invadir.
Art. 8° - Para uma parceria na educação, o Orientador Educacional precisa buscar a família e á comunidade, trazendo-as para a escola.
Art. 9° - A instituição em que trabalha deve ter respeitadas suas posições filosóficas, políticas e religiosas.
Art. 10 - Em sua ética profissional, o Orientador Educacional realiza seu trabalho em conformidade com as normas propostas pela instituição e conhecidas no ato da admissão.
Capítulo III
Orientador Educacional/Orientação Educacional
Art. 11-0 Orientador Educacional deve filiar-se à entidade de classe existente para juntar suas forças à de seus pares na busca dos interesses da profissão.
Art. 12 – Deve, igualmente, respeitar os órgãos representativos de sua classe, zelando pêlos seus direitos e prestando-lhes colaboração.
Art. 13 - Segundo a ética, o Orientador Educacional deve comunicar à entidade de classe competente os casos de exercício ilegal da profissão ou de conduta profissional em desacordo com este Código.
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Título IV
Das disposições gerais
Art. 14 - É dever dos professores de Orientação Educacional transmitir os preceitos deste Código de Ética a seus alunos.
Art. 15 - Este Código de Ética entrará em vigor após sua publicação no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro.
Vassouras,
Comissão Responsável pela elaboração:
Elaine Ana dos Santos Pereira Ferreira
Luciene Carvalho de Castro
Coordenação:
Helena de Almeida Cadorin
BIBLIOGRAFIA
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DEL PRETTE, Z. & DEL PRETTE, A. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho e grupo. Petrópolis: Editora Vozes, 2001. FALCONE, Eliane. “Habilidades sociais e ajustamento: o desenvolvimento da empatia”. In: Kerbauy, Rachel et al. (orgs.). Sobre comportamento e cognição: conceitos, pesquisa e aplicação, a ênfase no ensinar, na emoção e no questionamento clínico. Santo André: SET, 2000, v.5. GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002 GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. Supervisão e Orientação Educacional: perspectivas de integração na escola/ 4º ed. Ampl. – São Paulo, 2008 MOSCOVICI, F. Desenvolvimento interpessoal – treinamento em grupo 17 edição. Rio de Janeiro – José Olympio, 2009. PORTO, OLIVIA. “Orientação Educacional: Teoria, prática e ação” Rio de Janeiro: Wak Ed, 2009. SANCHES,Cida. “Orientação dirigida a adolescentes”. São Paulo: Arte & Ciência, 1998 WEILL, PIERRE. A Criança, o lar e a escola – 25 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2009
WEBGRAFIA
http://www.asfoe.com.br/php/ acesso dia 26/11/2010 http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/orientador-educacional/mediador-escola-427372.shtml acesso dia 02/12/2010
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ÍNDICE
FOLHA DE
ROSTO.................................................................................................02
AGRADECIMENTOS............................................................................................
..03
DEDICATÓRIA......................................................................................................
...04
RESUMO..............................................................................................................
.....05
METODOLOGIA...................................................................................................
....06
INTRODUÇÃO...........................................................................................................08
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CAPÍTULO I AS ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL.......................................................................................................11
1.1 – NA FORMA DA LEI..............................................................................14
CAPÍTULO II - O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR: ALGUMAS REFLEXÕES DE HABILIDADES PARA PROMOVER RELAÇÕES INTERPESSOAIS POSITIVAS ............................................................................21
2.1 – A ARTE DE SE RELACIONAR........................................................24 .
CAPÍTULO III – ORIENTADOR EDUCACIONAL: UM “MAESTRO” NA BUSCA DA HARMONIA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA...................................................................................................................31
CONCLUSÃO.......................................................................................................
....35
ANEXOS...............................................................................................................
....40
Lei nº
5.564.................................................................................................40
Código de Ética
/ASFOE..........................................................................43
BIBLIOGRAFIA
........................................................................................................46
WEBGRAFIA........................................................................................................
....47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
.....................................................................................49