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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CAROLINA GONÇALVES MUTAFI ROGÉRIO MITSUO ODORIZE IKEMATU ESTEREÓTIPOS DO PSICÓLOGO EM MOGI DAS CRUZES Mogi das Cruzes, SP 2008

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CAROLINA GONÇALVES MUTAFI

ROGÉRIO MITSUO ODORIZE IKEMATU

ESTEREÓTIPOS DO PSICÓLOGO EM MOGI DAS CRUZES

Mogi das Cruzes, SP 2008

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CAROLINA GONÇALVES MUTAFI

ROGÉRIO MITSUO ODORIZE IKEMATU

ESTEREÓTIPOS DO PSICÓLOGO EM MOGI DAS CRUZES

Orientador: Prof. Ms. Gabriel Tarragô Santos

Mogi das Cruzes, SP 2008

Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao curso de Psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes comoparte dos requisitos para a conclusão docurso.

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CAROLINA GONÇALVES MUTAFI

ROGÉRIO MITSUO ODORIZE IKEMATU

ESTEREÓTIPOS DO PSICÓLOGO EM MOGI DAS CRUZES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a conclusão do curso.

BANCA EXAMINADORA

Prof. ____________________________________________________________

Instituição _________________________ Assinatura _____________________

Prof. ____________________________________________________________

Instituição __________________________ Assinatura ____________________

Prof. ____________________________________________________________

Instituição __________________________ Assinatura ____________________

Trabalho apresentado e aprovado em _____ de _________________ de ___

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DEDICATÓRIA

Carolina Gonçalves Mutafi

Dedico este trabalho aos meus amigos, aos meus colegas de classe, que por tantas

vezes partilharam o sentimento estranho de ser um estranho para o outro.

Rogério Mitsuo Odorize Ikematu

Dedico este trabalho a Miudiskelly, amiga que tão precocemente partiu e,

principalmente, a Zaratustra, que me ensinou a ler palavras que não estão escritas.

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AGRADECIMENTOS À profª Dra. Lídia Natália Dobrianskyj Weber, da Universidade Federal do Paraná,

pela atenção e generosidade em autorizar a utilização de seu questionário desenvolvido para

pesquisas realizadas em sua cidade, citada neste trabalho, cujo teor foi minimamente

modificado para a presente aplicação.

Ao Prof. Jefferson Baptista Macedo por desmistificar o trabalho científico e,

principalmente, fazer acontecer em papel o que só estava em nossas mentes.

Ao Prof. Luís Humberto Sivieri por seu olhar crítico, observações e ajuda

despretensiosa.

Aos nossos próximos, aos nossos colegas de classe pelo interesse, troca de

informações e livros e paciência para nos ouvir.

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“... quanto menos sincero é o homem,

mais puramente intelectual a idéia será, uma vez que, nesse caso, não estará

contaminada por nenhuma das necessidades, dos desejos ou dos

preconceitos dele”

(Oscar Wilde – O retrato de Dorian Gray)

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RESUMO

MUTAFI, Carolina Gonçalves; IKEMATU, Rogério Mitsuo Odorize. Estereótipos do Psicólogo em Mogi das Cruzes. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso. Mogi das Cruzes. Universidade de Mogi das Cruzes. 2008

A partir de uma breve revisão de conceitos sobre representações sociais, estereótipo, formas de estudos dos mesmos, alguns estudos sobre o psicólogo e sua imagem e auto-imagem, o presente estudo teve por objetivo verificar os estereótipos associados ao psicólogo em Mogi das Cruzes, entre universitários e não-universitários por meio de um questionário adaptado de WEBER (2002). Foram participantes 100 moradores dessa cidade, onde observou-se que as imagens encontradas têm diferenças sutis em relação à escolaridade, está mais associada à prática clínica, sem, contudo, findar-se nela e que quando estimulados por determinadas questões, a visão que se tem da profissão é mais próxima da realidade, não havendo assim, um estereótipo, fortemente ligado a preconceito, que se previa na hipótese inicial.

PALAVRAS-CHAVE: representação social; Psicologia; profissional da saúde.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição e porcentagem de respostas focando QUEM é o psicólogo na pergunta Você saberia dizer quem é e o que faz o psicólogo?...........................................

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Tabela 2 – Distribuição e porcentagem de respostas focando O QUE FAZ o psicólogo na pergunta Você saberia dizer quem é e o que faz o psicólogo?......................................

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Tabela 3 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas referentes objeto de trabalho do psicólogo.........................................................................................................

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Tabela 4 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas focando COM QUEM o psicólogo trabalha na pergunta: Para você, com quem ou com o que o psicólogo trabalha?............................................................................................................................

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Tabela 5 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas para a pergunta: Você conhece alguém que já procurou um psicólogo?..................................................................

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Tabela 6 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas para a pergunta: Quais os locais que o psicólogo pode trabalhar?.............................................................................

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Tabela 7 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas das afirmações de 7 a 17. 20

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 1

2. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 2

2.1. ESTEREÓTIPO........................................................................................................ 4

2.2. O PSICÓLOGO........................................................................................................ 5

2.3. ALGUNS ESTUDOS SOBRE O ESTEREÓTIPO PROFISSIONAL..................... 7

3. MÉTODO.......................................................................................................................... 10

3.1. PARTICIPANTES................................................................................................... 10

3.2. MATERIAL/INSTRUMENTO................................................................................. 10

3.3. PROCEDIMENTO.................................................................................................... 11

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................... 12

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES...................................................................................... 23

REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 25

ANEXOS............................................................................................................................... 27

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1. APRESENTAÇÃO

Em 1879 Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório experimental de psicologia,

em Leipzig (Alemanha), abrindo as portas então para uma psicologia observável e

mensurável.

A Psicologia é reconhecida legalmente no Brasil como profissão desde 1962, oitenta e

três anos depois da criação do primeiro laboratório experimental de psicologia, e desde então

tem estado nas mais diversas áreas, como clínicas, escolas, hospitais, instituições de

recuperação de jovens infratores, centros de detenção, psicotécnicos, empresas, órgãos

públicos, consultorias, centros desportivos etc.

A profissão é regulamentada, tem legislação própria, possui código de ética e está

sempre passando por revisões, como os testes psicológicos que têm sua validade e precisão

revistas a cada 10 anos. O Conselho Federal de Psicologia promove congressos e encontros

nacionais e regionais, além de haver diversas instituições legais especializadas em cursos de

atualização.

A cidade de Mogi das Cruzes comporta duas Universidades que atendem aos

parâmetros de graduação: bacharéis e licenciados em Psicologia e psicólogos (formação

plena). Possui professores especialistas, mestres, doutores, pesquisadores e profissionais que

dedicam cinco anos na formação de seus alunos.

Contudo, apesar do profissional de Psicologia ser reconhecido há 45 anos, como

estudantes, muitas vezes, ouve-se comentários deturpados a respeito da profissão, tais como:

“isto é coisa de doido”, “psicólogo é para quem não tem amigos” ou ainda “para quem não

tem o que fazer com o seu dinheiro”, “não estou louco para ir para o psicólogo”.

Não sabemos - pelo menos nesta cidade - se estes comentários são predominantes ou

não, se representam à opinião de uma maioria significativa ou de uma minoria, e se existe de

fato uma imagem negativa do psicólogo.

A importância desta pesquisa relaciona-se à verificação destas questões em Mogi das

Cruzes, cidade na qual estamos nos graduando em Psicologia, cujo resultado tem a humilde

tentativa de esboçar como seremos vistos enquanto psicólogos.

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2. INTRODUÇÃO

Todos os dias nos deparamos com pessoas diferentes em idéias, concepções,

interesses, religiões, postura política (ou apolítica), classes sócio econômicas distintas,

acessos diferentes a educação (quando há acesso) entre outras particularidades, se quisermos

ir mais além, basta abrir qualquer página da Word Wide Web, de qualquer país, e então

encontramos com uma diversidade enorme. O ser humano, como ser social, dentro desta

diversidade passa por um processo de identificação entre os semelhantes, e estes interagem,

exercem participações, trocam experiências, mantêm normas de convivência, compartilham

valores, interesses e outros objetivos comuns, a estas características LAKATOS e MARCONI

(2006), utilizando conceitos de FICHTER, constroem uma concepção de grupo, que o próprio

autor define como:

Uma coletividade identificável, estruturada, contínua, de pessoas sociais que desempenham papéis recíprocos, segundo determinadas normas, interesses e valores sociais, para a consecução de objetivos comuns (FICHTER, 1973:140).

Segundo o mesmo autor, a sociedade é constituída pelo maior número de pessoas que

agem conjuntamente para suprir suas necessidades sociais e participam de uma cultura

comum. Segundo este conceito pode-se distinguir sociedade de grupos, por este ser um

segmento da sociedade e porque a cultura da sociedade é muito mais ampla que de

determinado grupo ou pessoa (FICHTER, 1973)

A escolha ou identificação de conjuntos de conceitos, afirmações e explicações desses

grupos são as representações sociais, dentro do senso comum, como conversas informais que

grupos utilizam em sua comunicação diária, e que, terminam por constituir o pensamento em

um ambiente onde se desenvolve a vida cotidiana (MOSCOVICI, 1976 apud, SÁ 1995).

Podemos observar a concepção de GOMES (2004), sobre representação social:

A representação social, enquanto objeto de estudo da Psicologia Social, permite a articulação do social e do psicológico, tornando-se um instrumento de compreensão e de transformação da realidade (GOMES, 1994:130).

Ainda sob a visão do autor, as representações são determinadas pelos interesses dos

grupos que as forjam, e que as lutas de representações apresentam uma importância muito

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grande para compreendermos os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor,

seus valores e suas concepções.

Uma discussão pode ser feita entre alguns autores quanto à origem das representações

sociais, para Durkheim a imagem já esta criada, as pessoas tem uma postura passiva diante

dela:

As formas coletivas de agir e pensar tem uma realidade fora dos indivíduos que, em cada momento, conformam-se a elas. São coisas que têm existência própria. O individuo as encontra formada e nada pode fazer para que sejam ou não diferentes do que são (DURKHEIM, 1956 apud HERZLICH, 2005).

Em trabalho posterior, o autor mantém o ponto de vista do saber longamente

acumulado, porém, o homem aparece em algum momento como construtor da representação

social:

São produto de uma imensa cooperação que se estende não apenas no espaço, mas no tempo; para fazê-las, uma multidão de espíritos diversos associaram, misturaram, combinaram suas idéias e sentimentos; longas séries de gerações acumularam aqui sua ciência e saber (DURKHEIM, 1978 apud SÁ, 1995)

SÁ (1995) acredita que os conceitos durkheimianos eram muito abrangentes,

incorporando uma gama muito ampla e heterogênia de conhecimentos, e, baseado nos

conceitos de Moscovici, coloca as representações sociais como algo presente na sociedade de

ordem política, científica e humana que não tiveram tempo suficiente para se solidificar em

tradições imutáveis, sendo algo mais contemporâneo e comum. Para GUERRA (PEREIRA,

2002 apud GUERRA, 2002), essas representações sociais são instaladas por pessoas que,

primeiramente, imaginam e definem o mundo, e depois, o observam, ou seja, o individuo cria

uma imagem, definição que vai de encontro ao pensamento de Moscovici.

As representações sociais podem ser positivas ou negativas, dependendo de como o

grupo dirige o olhar, se o indivíduo está se referindo ao grupo ao qual pertence ou se a outro.

Segundo GUERRA (PEREIRA, 2002 apud GUERRA, 2002) existe uma tendência

sistemática na autovalorização e na valorização do próprio grupo, concomitantemente a uma

desvalorização do outro, mas não há consenso de como ou por que isso ocorre. Para indicar

esta ação discriminatória, com característica de desvalorização, utilizamos o conceito de

Estereótipo.

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2.1 ESTEREÓTIPO

O dicionário da Língua Portuguesa de Houaiss, tem por definição a concepção de

conceitos não específicos, apresenta estereótipo como:

[Verbete]: s.m. 3.1 Esse próprio padrão geralmente formado de idéias pré-concebidas e alimentado pela falta de conhecimento real sobre o assunto em questão. 3.2 Idéia ou convicção classificatória pré-concebida sobre alguém ou algo, resultante de expectativa, hábitos de julgamento ou falsas generalizações. cf. preconceito. (HOUAISS, 2001:1252)

Para ROLAND e PAROT (1991) em seu dicionário de Psicologia, sob a ótica da

Psicologia Social, o estereótipo é uma espécie de crença ou representação, simplificadora e

rígida, partilhada pelos membros da sociedade, relativo a pessoas, grupos ou instituições

Afirmam ainda que o estereótipo depende do preconceito existente, tem característica cultural

e unificador, as características atribuídas a um grupo são realçadas, ignorando-se as demais

características que formam o grupo, além de ignorar as diferenças e nuanças.

Aproximando-se deste conceito, PEREIRA; FERREIRA; MARTINS e CUPERTINO,

(2002) descreve estereótipo como uma fotografia na cabeça do percebedor, onde

aconteceriam todos os processos discriminatórios descritos por ROLAND e PAROT (1991).

O trabalho de LAKATOS e MARCONI (2006) segue também uma definição semelhante aos

dos dois dicionários

Construções mentais falsas, imagens e idéias de conteúdo alógico que estabelece critérios socialmente falsificados (LAKATOS e MARCONI, 2006:108)

Formas e instrumentos de investigação do estereótipo vêm mudando de acordo com a

evolução conceitual do mesmo. Num primeiro momento, usando como definição de que o

estereotipo é uma crença compartilhada comuns aos percebedores, o método se voltava

para coleta do conteúdo deste estereótipo, principalmente, por meio de auto-relato

(PEREIRA; FERREIRA; MARTINS e CUPERTINO, 2002), estuda-se a produção

simbólica mediante observação, analisando o conteúdo (SOUZA FILHO, 1995), depois,

inicia-se a diferenciação entre conceito de estereótipo e o processo de formação do mesmo,

a estereotipização, ou seja, quais as características que compõem este estereótipo e como

ele é formado, sendo assim, o método, concomitantemente ao auto-relato, passa a ser

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experimental. Houve uma hegemonia no uso do método experimental, porém, o auto-relato

não deixou de ser utilizado e nem perdeu importância. As pesquisas contemporâneas visam

à utilização das duas técnicas, visto a complexidade do assunto (PEREIRA; FERREIRA;

MARTINS e CUPERTINO, 2002)

Um estudo experimental muito interessante sobre a representação social e os

estereótipos sugere a existência de uma zona muda de representações como variável

independente a ser considerada neste tipo de pesquisa. Muitas vezes não expomos o que

pensamos por se tratar de conteúdo não bem visto socialmente, alguns elementos são contra-

normativos, ou seja, são cognições ou crenças que não são expressas em condições normais

pelo sujeito, pois, podem entrar em conflito com valores morais ou normas de determinado

grupo (MENIN, 2006).

Foram desenvolvidas duas técnicas com o intuito de fazer revelar esses conteúdos que

estão sob a zona muda. A primeira é a de substituição, onde o indivíduo entrevistado responde

as questões de dois modos: primeiro de acordo com suas opiniões pessoais e depois como as

pessoas do seu grupo em geral responderiam; a segunda técnica é a descontextualização

normativa, que consiste em manipular o receptor das respostas do sujeito, exemplificando, o

entrevistador pode num dado momento pertencer ao grupo estudado (um estudante Letras

perguntando sobre professores de Letras a estudantes deste curso) ou em outro momento

pertencer a um grupo distante deste (um estudante engenharia perguntando sobre professores

de Letras a estudantes deste curso.) (MENIN, 2006).

2.2 O PSICÓLOGO

O psicólogo, ao longo de sua formação tende a escolher uma linha de trabalho que

direcionará profundamente seu modo ver o homem e, conseqüentemente, sua atuação. Dentro

das correntes psicodinâmicas, existenciais fenomenológicas e comportamentais cognitivas,

encontram-se posturas diferentes de trabalho, contudo, a atuação e o fazer de qualquer

psicólogo deve seguir, antes de tudo, a legislação vigente em seu país.

A profissão do Psicólogo foi regulamentada pelo decreto lei de nº 4.119 de agosto de

1962, ou seja, 46 anos atrás (tendo como referência o ano de 2008), o decreto lei de nº 53.464,

promulgado dois anos mais tarde, este definia a situação de transição de quem poderia ser

considerado Psicólogo até a data de sua promulgação, como, por exemplo, quem já estivesse

há mais de 5 anos como psicólogo, psicologista ou psicotécnico (BRASIL, 1964).

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Regulamentava as Instituições autorizadas à formação acadêmica e as intitulações:

bacharelado, licenciatura e formação plena. A mesma legislação define as funções do

psicólogo em seu artigo 4º:

Art. 4º- São funções do psicólogo: 1) Utilizar métodos e técnicas psicológicas com o objetivo de:

a) diagnóstico psicológico; b) orientação e seleção profissional; c) orientação psicopedagógica; d) solução de problemas de ajustamento.

2) Dirigir serviços de Psicologia em órgãos e estabelecimentos públicos, autárquicos, paraestatais, de economia mista e particulares. 3) Ensinar as cadeiras ou disciplinas de Psicologia nos vários níveis de ensino, observadas as demais exigências da legislação em vigor. 4) Supervisionar profissionais e alunos em trabalhos teóricos e práticos de Psicologia. 5) Assessorar, tecnicamente, órgãos e estabelecimentos públicos, autárquicos, paraestatais, de economia mista e particulares. 6) Realizar perícias e emitir pareceres sobre a matéria de Psicologia. (BRASIL, 1964)

O Conselho Federal de Psicologia disponibiliza detalhadamente uma gama de atribuições ao psicólogo, de acordo com diversas áreas, como: clínica, do trabalho (ou organizacional), do trânsito, da educação, jurídica, do esporte e social (CFP, 1992)

Procede ao estudo e análise dos processos intrapessoais e das relações interpessoais, possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e de grupo, no âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se dêem estas relações. Aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o objetivo de identificar e intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em sua história pessoal, familiar e social, vinculando-as também a condições políticas, históricas e culturais. O Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano (CFP, 1992).

O CFP deixa claro que a atuação do psicólogo deve promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano. O mesmo também esclarece sobre onde deve ocorrer à práxis do psicólogo

O psicólogo desempenha suas funções e tarefas profissionais individualmente e em equipes multiprofissionais, em instituições privadas ou públicas, em organizações sociais formais ou informais, atuando em: hospitais, ambulatórios, centros e postos de saúde, consultórios, creches, escolas, associações comunitárias, empresas, sindicatos, fundações, varas da criança e do adolescente, varas de família, sistema penitenciário, associações profissionais e/ou esportivas, clínicas especializadas, psicotécnicos, núcleos rurais e nas demais áreas onde as questões

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concernentes à profissão se façam presentes e sua atuação seja pertinente (CFP, 1992).

Depois destes dois documentos, não houve nenhuma outra legislação que versasse

sobre o exercício do psicólogo de modo generalizado, as leis, normas, códigos e decretos

falam de especificidades, como por exemplo, a atuação do psicólogo via internet, normas e

procedimentos de uso de testes psicológicos etc.

2.3. ALGUNS ESTUDOS SOBRE O ESTEREÓTIPO

PROFISSIONAL

Outros profissionais também realizaram pesquisas sobre estereótipo de suas

categorias, BELLODI (2004) verificou estereótipos de clínico e cirurgião; o que os residentes

de um programa de Clínica médica e Cirurgia pensavam sobre as duas especialidades

médicas. Ainda na área da saúde, foi realizada em uma Universidade de Ribeirão Preto uma

pesquisa sobre a imagem social do Enfermeiro entrevistando alunos dos cursos de Psicologia,

Odontologia, Enfermagem e Medicina (SOUZA, 2000).

ILARI (2006) realizou um estudo entre universitários de Campinas para verificar a

relação entre o papel da música e a atração interpessoal, e durante a pesquisa encontrou

estereótipos relacionados a gêneros musicais influenciando indiretamente nas escolhas

pessoais dos sujeitos.

Direcionado a outro ângulo da questão do estereotipo está a pesquisa de ROCHA

(2007), bastante importante porque trata de como a comunicação de massa expõe o

profissional e a área da Psicologia, a autora analisou as edições da Revista Veja de agosto de

2004 a agosto de 2005, chegando à conclusão que dentre os profissionais chamados para

opinar nas matérias da revista, o psicólogo, seguido do psicanalista é o mais convidado a

participar, dando explicações psicológicas ou opinando sobre os mais diversos temas.

BOCK (1995) analisou o discurso de 11 psicólogos, com mais de oito anos de

profissão, em um estudo verificando a representação que o psicólogo fazia de si mesmo, a

representação da profissão e outras representações, como, por exemplo, a ciência. Na análise

feita em relação à Psicologia, chegou-se a conclusão que a ciência é importante e abrangente,

contudo, a sua prática não atinge a todos, existe um fazer pequeno, especificamente sobre a

representação de si mesmo, o psicólogo parece ser um profissional da vida. Uma profissão de

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ajuda. Segundo a autora, essa auto-visão ocorre devida sua formação, a universidade expõe

uma diversidade pequena de modelos de atuação.

Dos estudos encontrados, o de WEBER (2002), é o que melhor representa a intenção

da presente pesquisa, embora, não se tratando de uma réplica da mesma. WEBER (2002)

realizou um estudo na cidade de Curitiba em 1990 com o intuito de verificar o estereótipo do

psicólogo e da Psicologia. Doze anos depois, a pesquisa foi replicada na mesma cidade e

comparada à primeira. Os sujeitos eram pessoas de ambos os sexos, “leigas” em psicologia e

entrevistados de maneira randômica, parte no dia 27 de agosto de 2002, data em que se

comemora o dia do psicólogo, em uma rua movimentada de Curitiba, e parte respondeu ao

questionário disponibilizado em postos de saúde da cidade.

Descobriu-se, na pesquisa de 2002, sobre estereótipo da Psicologia que 43% dos

entrevistados identificam a Psicologia como um estudo ou conhecimento; 37,5% disseram que

seu objeto de estudo são as pessoas/ ser humano/ personalidade; e, sobre o estereótipo do

psicólogo que 53% identificam-no como um profissional/ terapeuta/ orientador; 55%

responderam que este ajuda/ orienta/ conversa com as pessoas; 35,7% afirmaram já ter

procurado um psicólogo e 75,8% conhecem alguém que já procurou um psicólogo, e os

motivos que mais levam a procurá-lo são relacionados à família/relacionamentos (21%) e

depressão/tristeza (21%). Quanto aos locais associados à imagem do psicólogo, 57,8% se

referiram a vários lugares, como escola, clínica e empresa, mas ainda com um grande

números de respostas voltada especificamente para clínicas e hospitais (34,8%) (WEBER,

2002)

A maioria (mais de 90%) discorda das afirmações que uma pessoa só deve procurar

um psicólogo se tiver problemas mentais; que ninguém precisa de um psicólogo; que este

serve somente para loucos; que uma criança dificilmente precisa de um psicólogo, e sim de

umas boas palmadas; e, concorda que uma pessoa pode procurar um psicólogo quando

precisar de ajuda em seus problemas; se estiver com problemas de comportamento; se estiver

com problemas de vício, depressão, estresse etc.; se precisar de ajuda e não encontrar na

família, amigos; e, que o psicólogo pode ajudar os pais a educarem melhor seus filhos.

(WEBER, 2002). A autora, na introdução de seu trabalho, expõe que muitas vezes a visão

estereotipada é do psicólogo, ou seja, muitas vezes o profissional de psicologia acredita ser

visto de uma maneira pela população, e nem sempre isto ocorre na realidade, pois, em sua

análise, conclui que, ainda que haja uma visão equivocada e limitada, fortemente associada à

prática clínica, os resultados mostraram uma evolução do conceito em relação às pesquisas de

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1990 e 2002, houve uma aproximação maior entre a imagem e realidade da profissão e da

ciência (WEBER, 2002).

A presente pesquisa tem como objetivo identificar estereótipos do psicólogo

entre universitários e não universitários pertencentes a diversas classes sociais moradores de

Mogi das Cruzes e mais especificamente: 1) Identificar campos de atuação profissional ao

qual o estereótipo é mais associado; 2) Identificar a relação entre o grau de escolaridade e

estereótipo de psicólogo apresentado; 3) Identificar características diversas associadas ao

profissional de psicologia; e 4) Verificar se o estereótipo apresentado se aproxima da

realidade do profissional de Psicologia.

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3. MÉTODO

3.1. Participantes

Participaram da pesquisa 100 pessoas1 de ambos os sexos, com idade entre 18 e 60

anos, de diversas classes econômicas, moradores da cidade de Mogi das Cruzes, divididos em

dois grupos de 50 indivíduos, o grupo A de não-universitários, sendo considerados

participantes desde indivíduos não alfabetizados até os que possuíam segundo grau completo,

e grupo B de universitários, sendo considerados neste grupo estudantes do ensino superior e

graduados.

3.2. Material/instrumento

O material utilizado para coleta de dados foi um questionário baseado na pesquisa de

WEBER (2002), com a retirada de uma questão fechada, a exclusão de uma questão aberta,

(porém, utilizou-se do seu conteúdo), a modificação de uma questão aberta e o acréscimo de

duas novas questões para a presente pesquisa, totalizando seis perguntas abertas e onze

fechadas.

A questão aberta Você pode dizer o que é a Psicologia para você foi retirada e

modificada por Para você, com quem ou com o quê o psicólogo trabalha? pelo motivo de

reforçar a palavra psicólogo; e, não entrar no mérito de possíveis crenças a cerca da

Psicologia, sem, contudo, perder o objetivo da questão, encontrar a natureza e o objeto de

estudo da Psicologia. Outra questão modificada foi Você já procurou um psicólogo? e

substituída por Você já procurou serviços de um psicólogo? para especificar o contato direto

com o psicólogo, uma vez que procurar um psicólogo pode ser feito de várias maneiras, como

lista telefônica ou em sites de Psicologia, por exemplo, bem como não necessariamente para

solicitar serviços.

Foi retirada a questão fechada Uma criança dificilmente precisa de um psicólogo,

precisa de umas boas palmadas por ser uma afirmação muito forte e que talvez tendencione

parte das respostas.

As duas perguntas acrescentadas foram, respectivamente, uma na sessão aberta Se

não, já houve alguma situação em que pensou em procurar um psicólogo e não procurou?

Poderia dizer o motivo de não ter procurado? e, a outra, nas questões fechadas Psicólogo fica

1 Weber (2002) entrevistou 400 sujeitos em seu trabalho, a presente pesquisa utilizará um número quatro vezes menor, pois acreditamos não haver perdas estatísticas, considerando que, segundo dados do IBGE (2007), a população da cidade de Mogi das Cruzes é 4,8 vezes menor que a da cidade de Curitiba.

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analisando outras pessoas o tempo todo. A primeira foi acrescentada para completar a

questão 3, por ser um dado a mais do porquê as pessoas não procuram psicólogo se houver a

necessidade desse profissional, e a segunda por ser uma frase freqüente enquanto estudantes

de Psicologia e que há intenção de verificar se mais pessoas partilham deste pensamento.

3.3. Procedimento

As entrevistas foram realizadas de forma randômica, em sábados dos meses de julho,

agosto, setembro e outubro de 2008, na Rua Doutor Deodato Wertheimer, mais

especificamente no espaço popularmente conhecido como Praça da Marisa, no centro de

Mogi das Cruzes, por ser um local comercial, com fluxo intenso de pessoas de diversas

escolaridades e classes sócio-econômicas.

Na aplicação do questionário, o planejamento inicial era que não houvesse

identificação como estudantes de Psicologia, mantendo uma posição neutra, com o objetivo

de não influenciar as respostas dos entrevistados, e assim utilizar a técnica de

descontextualização normativa, desenvolvida por MENIN (2006) e exemplificada na

introdução deste trabalho. Contudo, houve uma dificuldade muito grande de conseguir

voluntários para a pesquisa, por motivos diversos, desde o medo do entrevistado achar que

estava participando de venda de cartões de crédito e promoções de cursos até campanhas pré-

eleitorais, houve rejeição ainda maior quando solicitado o número de RG para o termo de

consentimento livre e esclarecido. A solução para este contratempo foi o uso do crachá da

Clínica de Psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes e pedir aos participantes

colaboração para um trabalho de faculdade, e então a coleta de dados pôde ser concluída.

Percebeu-se que desta forma a aceitação foi maior, e que, mesmo com a identificação da

Universidade e do curso, a maioria dos entrevistados não lia o crachá e perguntava (próximo

do final do questionário ou no final do mesmo) se os aplicadores eram estudantes de

Psicologia, de modo que não se pode afirmar se houve ou não uma real reprodução da técnica

de MENIN (2006).

Foram feitas 129 entrevistas, sendo que destas 29 foram descartadas: 16 pessoas

assinaram o termo de consentimento livre, porém, não quiseram fornecer o número de RG; 6

não eram moradores de Mogi das Cruzes; 4 tinham idade superior a 60 anos; 1 tinha muita

dificuldade de entender a Língua Portuguesa, embora morasse no Brasil há mais de 30 anos e,

por fim, dois foram retirados aleatoriamente por excederem 100 entrevistas. O método

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escolhido foi o quantitativo que, segundo SOUZA FILHO (1995) permite distinguir, de modo

seguro, as representações de um grupo em relação às de outro.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das cem entrevistas válidas, 56% eram mulheres, 44% eram homens, a amostra da

população foi dividida em dois grupos, o grupo A, de não universitários e o grupo B. No

primeiro grupo 62% eram mulheres e 38% eram homens; todos alfabetizados, 4% estudaram

até a 5ª série do Ensino Fundamental, 18% até a 8º série do Ensino Fundamental (antigo

primeiro grau), 10% não completaram o Ensino Médio, e 68% concluíram o Ensino Médio

(antigo segundo grau).

O grupo B foi composto por universitários e graduados das áreas de humanas, exatas e

biológicas, porém, nenhum era estudante ou graduado em Psicologia, os entrevistados que

fizeram pós-graduação ou mestrado foram classificados como graduados. Neste grupo, 50%

eram mulheres, 50% eram homens, 68% estavam cursando nível superior, variando entre 2º e

5º anistas, 30% eram graduados e 2% trancaram ou desistiram do ensino superior.

A primeira questão do questionário refere-se a duas dimensões distintas: a primeira

trata de qual é a definição do psicólogo e a segunda, da sua prática.

Tabela 1 – Distribuição e porcentagem de respostas focando QUEM é o psicólogo na pergunta Você saberia dizer quem é e o que faz o psicólogo?

Grupo A Grupo B F. % F %

Não respondeu 29 58 26 52 Não sabe 9 18 2 4 Profissional 6 12 9 18 Pessoa 2 4 8 16 Estudioso da ciência 2 4 0 0 Auxiliar do psiquiatra 1 2 0 0 Conselheiro 1 2 3 6 Tipo de médico 0 0 2 4

Total 50 100 50 100

A Tabela 1 um revela que a maioria dos entrevistados não respondeu o que é um

psicólogo, sendo 58% no grupo A e 52% no grupo B. No grupo A; 18% não sabem dizer

quem é o psicólogo, 12 % referem-se ao psicólogo como um profissional; 4% como pessoa;

4% estudioso da ciência; auxiliar do psiquiatra e conselheiro, ambos com 2%. O grupo B

tem 18% de referência como sendo o psicólogo um profissional, 16% como pessoa, 6% como

conselheiro; 4% não sabem dizer; e, 4% que o psicólogo é um tipo de médico.

Para análise estatística foi realizado o teste do qui-quadrado, observando-se, no grupo

A, um χ ̥² = 104,88 (χc² = 14,07, nível de significância 0,05 e n.g.l 7) concluindo-se que existe

uma diferença estatisticamente significante, rejeitando-se a hipótese nula. No grupo de

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universitários (B), observa-se o mesmo fenômeno, apresentando-se um χ ̥² = 84,08 ((χc² =

14,07, nível de significância 0,05 e n.g.l 7). E, para o total dos grupos, novamente um existe

uma diferença estatisticamente significante como se vê nos dados: χ ̥² = 179,68 (χc² = 14,07,

nível de significância 0,05 e n.g.l 7). Realizado a correlação de Spearman é possível afirmar

que há correlação significante entre os grupos, porém, negativa observando-se o ro = -1,36 (rc =

0,63 e N = 8)

A segunda dimensão desta mesma pergunta versa sobre sua atuação, houve respostas

muito diferentes, chegando a 16 categorias, que foram posteriormente agregadas a categorias

maiores, como, por exemplo, a resposta ajuda, que teve por ramificações: ajuda no

autoconhecimento, ajuda a pessoa expressar melhor seus sentimentos, ajuda nos problemas

emocionais. A classificação Outro se refere a “atua”, porém, não foi claro de que forma atua,

no seu fazer de psicólogo.

Tabela 2 – Distribuição e porcentagem de respostas focando O QUE FAZ o psicólogo na pergunta Você saberia dizer quem é e o que faz o psicólogo?

Grupo A Grupo B F. % F %

Não sabe 12 24 4 8 Ajuda 9 18 18 36 Orienta 8 16 8 16 Avalia/analisa 7 14 7 14 Trata de problemas mentais 6 12 0 0 Estuda comportamento, mente, pensamentos etc. 4 8 4 8 Ouve 2 4 1 2 Cuida 1 2 3 6 Outros 1 2 2 4 Não respondeu 0 0 1 2 Desvenda personalidade 0 0 2 4 Total 50 100 50 100

No grupo A, 24% não souberam responder o que faz o psicólogo; 18 % dos

entrevistados dispõem o fazer do psicólogo como ajuda; 16% disseram que o mesmo orienta;

14%, que avalia e analisa; 12% que trata de problemas mentais; 4% o descreveram como

ouvinte e; com 2%, que o psicólogo cuida, 2% não responderam claramente (outros). Para o

grupo de universitários, grupo B, 36% consideraram que o psicólogo ajuda; 16% que orienta;

14% disseram que este avalia e analisa; 8% que não sabe; 8 % que estuda comportamento,

mente, pensamento etc.; também com 8% que não responderam; 6% associam a prática ao

cuidado; para 4% o psicólogo desvenda a personalidade e 4% não responderam claramente.

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A análise estatística desta amostra, com o teste do qui-quadrado, observou-se para o

grupo A um χ ̥² = 37,12 (χc² = 19,68, nível de significância 0,05 e n.g.l 10) concluindo-se,

embora com uma discrepância menor que a da tabela anterior, existe diferença

estatisticamente significante. Com uma diferença um pouco mais acentuada, a hipótese nula

também é descartada no grupo de B, χ ̥² = 57,36 (χc² = 19,68, nível de significância 0,05 e

n.g.l 10). A diferença se repete no global dos dois grupos, pois o χ ̥² = 73,36 (χc² = 19,68,

nível de significância 0,05 e n.g.l 10). Os grupos não têm correlação em suas respostas, pois,

ro = -2,54 (rc = 0,55 e N = 11).

A segunda questão do instrumento utilizado - Para você, com quem ou com o que o

psicólogo trabalha? - também se divide em duas análises.

Como outros, as respostas obtidas foram: deficiente mental, informações, pesquisas e

técnicas; para saúde/patologia, os participantes responderam depressão e estresse.

Tabela 3 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas referentes objeto de trabalho do psicólogo.

Grupo A Grupo B F. % F %

Não respondeu 11 22 17 34 Mente/ inconsciente/ personalidade/ intimo do indivíduo 11 22 8 16 Não sabe 11 22 3 6 Problemas mentais/distúrbios/traumas/drogradição 7 14 2 4 Emoções/sentimentos/relacionamentos 4 8 3 6 Comportamento 3 6 12 24 Saúde/ patologias 3 6 1 2 Outros 0 0 4 8 Total 50 100 50 100

Nos dois grupos a maioria dos participantes não respondeu com o que o psicólogo

trabalha, sendo 22% no grupo de não universitários e 34% no grupo de universitários. No

grupo B, comportamento teve 24% das respostas; mente, inconsciente, personalidade e intimo

do individuo, 16%; relacionamentos um total de 6%; outros 6% não souberam; problemas

mentais 4%; patologias 2% e outros, 8%. No grupo A, 22% descreveram mente, inconsciente,

personalidade e íntimo do indivíduo; 14% problemas mentais; 8% emoções; e igualmente

com 6%, comportamento e patologias.

Como se nota na Tabela 3 existe uma diferença considerável entre as categorias, o que

é confirmado estatisticamente no grupo A, no grupo B e na análise geral, como se observa em

A: χ ̥² = 21,36 (χc² = 14,07, nível de significância 0,05 e n.g.l 7) concluindo-se, embora com

uma discrepância menor que a da tabela anterior, existe diferença estatisticamente

significante; em B, χ ̥² = 35,76 (χc² = 14,07, nível de significância 0,05 e n.g.l 7) e, no geral,

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χ ̥² = 38,24 (χc² = 14,07, nível de significância 0,05 e n.g.l 7). Não houve correlação, uma vez

que o ro = -5,21 (rc = 0,63 e N = 8).

O outro foco desta pergunta, referente à para quem o psicólogo trabalha, teve

respostas dentro do previsto, com apenas uma peculiaridade.

Tabela 4 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas focando COM QUEM o psicólogo trabalha na pergunta: Para você, com quem ou com o que o psicólogo trabalha? Grupo A Grupo B F. % F % Não respondeu 23 46 14 28 Pessoas 22 44 32 64 Crianças 2 4 0 0 Quem precisar 2 4 0 0 Grupos ou indivíduos 1 2 1 2 Paciente 0 0 2 4 Pessoas e animais 0 0 1 2 Total 50 100 50 100

Na tabela 4, 46% não responderam ou não sabem com quem o psicólogo trabalha;

44% dos participantes do grupo A responderam pessoas; igualmente com 4% aparece

crianças e quem precisar; e, com 2% grupos ou indivíduos. Para 64% do grupo B, o

psicólogo trabalha com pessoas; 28% não responderam ou não souberam; 4% utilizaram o

termo paciente; com 2% de respostas, grupos ou indivíduos, e, pessoas ou animais.

No teste de Spearman, o ro = -4,21 (rc = 0,66 e N = 7) não se encontrou correlação

estatística ente os grupos A e B.

Ainda na tabela 4 se repete a mesmo variação das tabelas anteriores - a existência da

diferença estatisticamente comprovada pelo teste do qui-quadrado, demonstrando que não há

homogeneidade nas respostas dos grupos A e B e nem na soma das respostas dos dois grupos,

como se comprovam os dados: para o Grupo A um χ ̥² = 93,08 (χc² = 12,59, nível de

significância 0,05 e n.g.l 6); em B, χ ̥² = 121,64 (χc² = 12,59, nível de significância 0,05 e

n.g.l 6) e, na total dos grupos, χ ̥² = 201,14 (χc² = 12,59, nível de significância 0,05 e n.g.l 6).

A terceira pergunta aberta Você já procurou um psicólogo? Você se importaria em

dizer, brevemente, o motivo? estava correlacionada à quarta questão, se o participante

respondesse não, responderia a próxima pergunta. Houve uma maior incidência de Não nos

dois grupos, no grupo de não universitários 76% nunca procuraram um psicólogo e no grupo

de universitários 86%, nos que responderam Sim, 24% no grupo A e 14% no grupo B, os

motivos apresentados foram falecimento na família, patologias (depressão, estresse, TOC,

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hiperatividade e síndrome do pânico), autoconhecimento e dificuldades de relacionamentos

(familiares, amigos e amoroso).

Figura 1 – Motivos apresentados pelos participantes do Grupo A que responderam Sim à pergunta Você já procurou um psicólogo? Você se importaria em dizer, brevemente, o motivo?

Na Figura 1, específica do Grupo A, 42% das pessoas não expuseram o motivo pelo

qual procuraram um psicólogo; 33% justificaram patologias; 17% falecimento na família e

8% recuperação das drogas.

Figura 2 – Motivos apresentados pelos participantes do Grupo B que responderam Sim à pergunta Você já procurou um psicólogo? Você se importaria em dizer, brevemente, o motivo?

Os dados da segunda figura, considerando apenas as respostas do grupo B,

demonstram que 38% dos entrevistados justificaram dificuldades de relacionamento; 25%

patologias; 25% não especificaram ou não quiseram dizer o motivo; e, 12% procuraram um

psicólogo para autoconhecimento.

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Para quem disse nunca ter procurado um psicólogo na questão anterior, respondeu à

pergunta Se não, já houve alguma situação em que pensou em procurar um psicólogo e não

procurou? Poderia dizer o motivo de não ter procurado? No grupo A, 23,68% dos

entrevistados responderam sim, e 76,32% nunca pensaram em procurar este profissional. No

grupo B, a diferença é um pouco menor, 44,19% já procuraram e 53,49% não o fizeram.

Dentre os motivos apresentados, dúvidas em relação ao profissional referem-se a não acreditar

no profissional, receio de se abrir com um estranho, não saber como procurar ou não ter

referência sobre a qualidade de seu atendimento; em relação a patologias, foram citadas

depressão e estresse; e, em relação à orientação médica, refere-se a dietas de emagrecimento

muito rígidas, sendo o psicólogo indicado para ajudar no tratamento.

Figura 3 – Motivos apresentados pelos participantes do Grupo A que responderam Sim à pergunta Se não (questão anterior), já houve alguma situação em que pensou em procurar um psicólogo e não procurou? Poderia dizer o motivo de não ter procurado?

Não quiseram especificar o motivo, 23% dos entrevistados; as patologias foram as

mais citadas com 22% de incidência, e com 11% apresentaram-se dúvidas em relação ao

profissional, dificuldades de relacionamento, dificuldades de ordem sexual e orientação

médica por busca de um psicólogo.

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Figura 4 – Motivos apresentados pelos participantes do Grupo B que responderam Sim à pergunta Se não (questão anterior), já houve alguma situação em que pensou em procurar um psicólogo e não procurou? Poderia dizer o motivo de não ter procurado?

Entre os universitários que já pensaram em procurar um psicólogo e não o fizeram,

21% apresentaram como motivo dúvidas em relação ao profissional; 21% não especificaram o

motivo; 16% tinham dificuldades de relacionamento; 16% indicaram alguma patologia; 11%

como busca de autoconhecimento; e 5% para orientação vocacional, frustração profissional e

por achar que este é um tratamento caro (sic).

A penúltima pergunta aberta Você conhece alguém que já procurou um psicólogo? a

grande maioria, dos dois grupos conhece, 70% no grupo A responderam que sim e 78% no

grupo B. No grupo A 30% não conhecem, e, em B 20% responderam que não conhecem e 2%

não responderam. Como se vê claramente na tabela:

Tabela 5 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas para a pergunta: Você conhece alguém que já procurou um psicólogo?

Grupo A Grupo B F. % F %

Sim 35 70 39 78 Não Não respondeu

15 0

30 0

10 1

20 2

Total 50 100 50 100 A sexta e última questão da sessão aberta refere-se aos locais que o psicólogo pode

trabalhar, esta é a única pergunta em que o número de respostas é superior ao número de

participantes, pois muitos deram mais de uma resposta, outros apenas uma e a intenção era

saber quais os locais eram mais lembrados pelo grupo, quais deles eram mais mencionados

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em suas falas. Como outros foram citadas a casa do paciente, praça pública, ONGs,

consultório médico, asilos e planos de saúde; para serviços públicos foram citados casa de

recuperação, serviço social, policia, fórum, presídio, FEBEM, prefeitura e instituições

públicas (sem especificação).

Tabela 6 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas para a pergunta: Quais os locais que o psicólogo pode trabalhar? Grupo A Grupo B F. % F % Clinica/consultório 26 23,85 37 28,24 Hospital 24 22,02 28 21,37 Empresa/Recursos Humanos 13 11,93 28 21,37 Escola/Universidades 11 10,09 21 16,03 Serviços Públicos 10 9,17 7 5,34 Posto de saúde 9 8,26 2 1,53 Outros 8 7,34 4 3,05 Não sabe 4 3,67 1 0,76 Não respondeu 3 2,75 0 0,00 Esporte 1 0,92 0 0,00 Diversos 0 0,00 3 2,29 Total 109 100 131 100

A clínica particular ou consultório foi mais lembrado por ambos os grupos, 23,85% no

grupo A e 28,24% no grupo B. Os não universitários elencaram hospital com 22,02%;

empresa, 11,93%; escolas e universidades com 10,09%; serviços públicos com 9,17%; posto

de saúde, 8,26%; para outros 7,34%; para esporte 0,92%, não responderam 2,75% e não

sabem, 3,67%. O segundo grupo respondeu com maior freqüência hospitais (depois de

clínicas) com incidência de 21,37%; com a mesma porcentagem foi citado empresas/ recursos

humanos; escolas e universidades tiveram 16,03% das respostas; 5,34% lembraram dos

serviços públicos, 3,05% categorizaram outros; 1,53%, postos de saúde, e, 076% não sabem.

Como no questionário de WEBER (2002), esta pesquisa também contém uma segunda

parte, fechada e com 3 opções de resposta – concordo, discordo e não sei - para 11

afirmações.

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Tabela 7 – Tabela de freqüência e porcentagem das respostas das às afirmações de 7 a 17. Grupo A Grupo B

Questões Concorda Discorda Não sabe Concorda Discorda Não sabe

F % F % F % F % F % F %

07. Uma pessoa somente deve procurar 10 20 40 80 0 0 2 4 47 94 1 2 um psicólogo se tiver problemas mentais 08. Uma pessoa pode procurar um psicólogo 48 96 1 2 1 1,49 45 90 4 8 1 2 quando precisar de ajuda em seus problemas 09. Uma pessoa pode procurar um psicólogo 40 80 9 18 1 1,49 45 90 3 6 2 4 quando estiver com problemas de comportamento 10. Uma pessoa pode procurar um psicólogo 41 82 8 16 1 1,49 43 86 5 10 2 4 quando estiver com problemas como vícios, depressão, estresse e etc. 11. Ninguém precisa procurar um psicólogo 0 0 50 100 0 0 1 2 48 96 1 2 12. Uma pessoa pode procurar um psicólogo 40 80 7 14 3 4,48 45 90 3 6 2 4 se quiser se conhecer melhor 13. Uma pessoa pode procurar um psicólogo 49 98 0 0 1 1,49 48 96 1 2 1 2 se precisar de ajuda e não encontrar na família ou nos amigos 14. Todos devem consultar um psicólogo 23 46 23 46 4 5,97 23 46 21 42 6 12 15. Psicólogo é aquele que somente trata 2 4 48 96 0 0 1 2 49 98 0 0 de loucos 16. O psicólogo pode ajudar os pais a 42 84 7 14 1 1,49 41 82 7 14 2 4 Educarem melhor seus filhos 17. Psicólogo fica analisando outras pessoas 25 50 23 46, 2 2,99 18 36 25 50 7 14

o tempo todo

Existe uma dominância, igual ou maior a 80%, nos dois grupos em relação às

questões: uma pessoa pode procurar um psicólogo quando precisar de ajuda em seus

problemas; uma pessoa pode procurar um psicólogo quando estiver com problemas de

comportamento; uma pessoa pode procurar um psicólogo quando estiver com problemas

como vícios, depressão, estresse e etc.; uma pessoa pode procurar um psicólogo se quiser se

conhecer melhor; uma pessoa pode procurar um psicólogo se precisar de ajuda e não

encontrar na família ou nos amigos, e, o psicólogo pode ajudar os pais a educarem melhor

seus filhos.

Os dois grupos discordam com porcentagem igual ou maior a 80% nas questões: uma

pessoa somente deve procurar um psicólogo se tiver problemas mentais; ninguém precisa

procurar um psicólogo, e; psicólogo é aquele que somente trata de loucos.

Somente duas afirmações têm opinião mais dividida, a de número 14, todos devem

consultar um psicólogo tem no grupo A 46% de sujeitos que concordam, 46% que discordam

e 5,97% que não sabem; no grupo B 46% concordam, 42% discordam e 12% não sabem. A

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afirmação de número 17, psicólogo fica analisando outras pessoas o tempo todo, teve no

grupo A 50% dos indivíduos entrevistados que concordam, 46% que discordam e 2,99% que

não sabem, já no grupo B 36% concordam, 50% discordam e 14% não sabem.

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5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES Por meio da análise dos dados obtidos, foi possível refletir sobre a representação

social do psicólogo e de seus procedimentos, sua ação.

Para o Grupo A, observou-se que o psicólogo aparece como um profissional que

ajuda, orienta, avalia, analisa. Seu objeto de estudo caracterizou-se como a mente, o

inconsciente, a personalidade o íntimo. Tal conceito que se aproxima muito à imagem de um

psicanalista, que adentra seu mundo, descobre seus desejos mais íntimos, mas que auxilia e

orienta nas dificuldades. A grande maioria dos entrevistados nunca procurou e não procuraria

serviços de psicólogos.

Para o Grupo B, observou-se que o psicólogo ainda é um profissional que ajuda

orienta, avalia, analisa, mas que além de trabalhar com a mente, com o inconsciente, com a

personalidade e com o íntimo, trabalha com o comportamento, mostrando o profissional como

auxiliar em questões de atitudes. Pode-se propor uma possível transição da idéia do objeto de

estudo do psicólogo para uma visão mais científica ou, ao menos, uma visão menos

psicanalítica (que compreenderia o inconsciente, a personalidade). A grande maioria dos

entrevistados não procurou serviços de um psicólogo (como no grupo A), mas a freqüência de

entrevistados que procurariam os serviços de um psicólogo foi maior, o que reforça a idéia de

uma representação diferente do profissional psicólogo em relação ao grupo de não

universitários, indicando um possível processo de alteração da representação social do

profissional psicólogo.

Houve uma alta freqüência de entrevistados que conhecem pessoas que já foram ao

psicólogo concomitantemente a uma baixa freqüência destas mesmas pessoas de ir ou pensar

em procurar este profissional, o que causa estranheza, se poucas pessoas vão, mas conhecem

pelo menos uma pessoa que já procurou um psicólogo, isso levanta algumas questões como:

será que esse ‘outro alguém’ não é o próprio entrevistado? Será que a abordagem de rua

permitiu a abertura para uma resposta mais clara? Seria interessante introduzir uma questão

que medisse o grau de proximidade e/ou parentesco deste alguém conhecido e a imagem que

o entrevistado teve em relação ao profissional.

De um modo geral, tanto universitários quanto não-universitários tiveram freqüências

maiores (se não a primeira, a segunda referência) ao fazer do psicólogo como ajuda e o

trabalho de BOCK (1995) revelou que a imagem que o psicólogo tem de si está fortemente

associada à ajuda. Portanto, pode-se dizer que a representação social do público está de

acordo com a representação social que profissional faz de si.

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Comparando os resultados das questões da sessão fechada do questionário de WEBER

(2002) nota-se uma semelhança muito grande, inclusive de porcentagem de respostas entre a

pesquisa curitibana e a pesquisa mogiana, ou seja, não houve mudança significativa da

imagem verificada por meio das questões fechadas, com exceção da pergunta de nº 14 (Todos

devem consultar um psicólogo) em que a amostra mogiana ficou mais dividida se concorda

ou discorda (de ambos os grupos) do que a amostra de Curitiba. Durante a aplicação do

questionário, muitas entrevistas se contradiziam entre a sessão aberta e a fechada, chegando

ao ponto do entrevistado, algumas vezes, solicitar a mudança de alguma resposta dada

anteriormente.

Nas perguntas sobre a identidade do psicólogo (quem é), qual a sua atividade (o que

faz), qual o objeto do seu trabalho (com o que trabalha) e quem é seu público (com quem

trabalha), tanto no grupo A quanto no grupo B houve uma incidência grande de respostas

como não sei ou participantes que não responderam, talvez isso tenha sido uma falha do

aplicador, uma vez que o sujeito respondia a uma dimensão da pergunta e deixava de

responder a outra, ou, talvez teria sido melhor aumentar o número de respostas abertas, desde

de que cada uma tratasse de apenas uma dimensão do conhecimento verificado, os

entrevistados não sabiam definir o psicólogo, mas sabem onde encontrá-lo (tabela nº 6).

Um dado interessante é que muitos entrevistados respondiam as perguntas e seguida

olhavam esperando uma resposta de ‘correto ou incorreto’, expressando mais em tom de

questionamento do que necessariamente de afirmação, ao qual respondido para que desse sua

opinião livremente. No final de várias entrevistas houve um pedido de feedback, as pessoas

queriam saber se o que haviam respondido correspondia com a realidade.

Em relação aos locais que o psicólogo pode trabalhar, muitos entrevistados citaram

mais de três locais, os dois mais lembrados estão associados à saúde, sendo estes a clínica e o

hospital, e, também com boa parcela de resposta estão à empresa e a escola/universidade, em

ambos os grupos.

Dentre os entrevistados com mais de 60 anos, três entrevistas merecem especial

atenção, uma senhora de 73 anos estava cursando seu primeiro curso de nível superior e tinha

uma visão muito aproximada da realidade profissional do psicólogo; um senhor de 70 se

emocionou muito com o trabalho, segundo relatou, sua filha não conseguiu desvincular sua

vida pessoal da vida de seus pacientes, não suportando a carga emocional, suicidou-se muito

jovem; por fim, outro senhor de 70 anos, com uma das menores escolaridades, também

possuía conceitos muito claros sobre o papel do psicólogo, participava de um grupo de

neuróticos anônimos e contou em detalhes como o trabalho da psicóloga e da terapia em

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grupo o ajudou a “recuperar sua paz”. Com esta entrevista em particular, e com as diferenças

encontradas nas sessões aberta e fechada, ficou a vontade, e por que não a realização, de

elaborar uma pesquisa com estereótipos que utilizasse como método a análise do discurso,

com a hipótese de que esta opção de coleta de dados traga mais conteúdos do que o método

quantitativo, talvez possam reduzir o não dizer e o não saber, como tantas vezes as pessoas

sabem algo e não sabem explicar como o interlocutor ‘espera’ ouvir.

Devido à dificuldade de conseguir um volume igual de voluntários distribuídos nos

dois grupos, ao invés de pesquisa randômica, esta poderia ter sido feita com grupos focais,

buscar os participantes em escolas, de acordo com as escolaridades categorizadas.

Um procedimento que poderia auxiliar em alguns esclarecimentos seria separar por

idades os participantes (que foram ou não a um psicólogo) para comparar a representação

social do profissional psicólogo através das gerações, verificando desta forma se há alteração

de conceito.

Entre observações e sugestões, conclui-se que a representação social do psicólogo em

Mogi das Cruzes apresenta diferenças sutis em relação à escolaridade, está mais associada à

prática clínica, sem contudo, findar-se nela e que quando estimulados pelas questões

fechadas, a visão que se tem da profissão é mais próxima da realidade, não havendo assim,

um estereótipo, fortemente ligado a preconceito, que se supunha na justificativa deste

trabalho.

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REFERÊNCIAS

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ROCHA, Adriana Cristina. A Psicologia de acordo com o relato de um meio de comunicação em massa. São Paulo (p. 80). Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Prós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. [online] Disponível em: http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4883, 2007 ROLAND, D.; PAROT, F. at al. Dicionário de Psicologia. São Paulo: Ática. 1991. SPINK, Mary Jane (Org.) O conhecimento no cotidiano – As representações sociais na perspectiva da psicologia social. In: BOCK, Ana Mercês Bahia. Eu caçador de mim: pensando a profissão do psicólogo. São Paulo: Brasiliense, 1995. ______. In: SÁ, Celso Pereira de. Representações sociais: o conceito e o estado atual da teoria. São Paulo: Brasiliense, 1995 ______. In: SOUZA FILHO, Edson Alves de. Análise das representações sociais. São Paulo: Brasiliense, 1995. SOUSA, Fátima Aparecida Emm Faleiros. Percepção social do enfermeiro. Rev.latino-am. enfermagem, v 8, 1, 31-34, 2000. Weber, Lidia Natália Dobrianskyj, PAVEI, Camila Addison; BISCAIA, Pedro Imagem social do psicólogo e da psicologia para a população de Curitiba: 12 anos depois. Psicologia Argumento, 23(40), 19-30, 2005.

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ANEXOS

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Questionário

Nome: _________________________ Idade: ______ Mora em Mogi? _____ Escolaridade:

Sem instrução acadêmica (analfabeto) Até a 4ª série Até a 8ª série 2º grau incompleto

2º grau completo Superior incompleto (desistiu/trancou) Superior incompleto cursando __ ano Superior completo

1. Você saberia dizer quem é e o que faz o psicólogo? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2. Para você, com quem ou com o que o psicólogo trabalha? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. Você já procurou serviços de um psicólogo? Você se importaria em dizer, brevemente, o motivo? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. Se não, já houve alguma situação em que pensou em procurar um psicólogo e não procurou?

Poderia dizer o motivo de não ter procurado? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. Você conhece alguém que já procurou um psicólogo? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. Quais os locais que o psicólogo pode trabalhar? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Questões fechadas:

C* D N/S7 Uma pessoa somente deve procurar um psicólogo se tiver problemas mentais

8 Uma pessoa pode procurar um psicólogo quando precisar de ajuda em seus problemas

9 Uma pessoa pode procurar um psicólogo quando estiver com problemas de comportamento

10 Uma pessoa pode procurar um psicólogo quando estiver com problemas como vícios, depressão, estresse e etc.

11 Ninguém precisa procurar um psicólogo

12 Uma pessoa pode procurar um psicólogo se quiser se conhecer melhor

13 Uma pessoa pode procurar um psicólogo se precisar de ajuda e não encontrar na família ou amigos

14 Todos devem consultar um psicólogo

15 Psicólogo é aquele que somente trata de loucos

16 O psicólogo pode ajudar os pais a educarem melhor seus filhos

17 Psicólogo fica analisando outras pessoas o tempo todo * legenda para o aplicador:

C: Concordo. D: Discordo. N/S: Não sei.

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A presente pesquisa, para a qual estamos solicitando a sua participação voluntária, intitula-se

Estereótipos do Psicólogo em Mogi das Cruzes, é desenvolvida pelos alunos Carolina Gonçalves

Mutafi, RGM 42140, e Rogério Mitsuo Odorize Ikematu, RGM 41393, do Curso de Psicologia da

Universidade Mogi das Cruzes, e conta com a orientação do Prof. Gabriel Tarragô Santos. Seu

objetivo geral é identificar estereótipos do psicólogo entre universitários e não universitários

pertencentes a diversas classes sociais moradores de Mogi das Cruzes. Garantimos sigilo absoluto

quanto aos dados pessoais do participante, e só resultados globais serão publicados em trabalhos

científicos. Também é assegurado ao participante desistir de sua participação quando o desejar,

podendo ter acesso aos dados globais atualizados durante o período de pesquisa. Os dados serão

coletados individualmente por meio de um questionário baseado na pesquisa “Imagem social do

psicólogo e da Psicologia para a população de Curitiba: 12 anos depois” Weber (2002), em um único

encontro com o participante. Não há benefício direto para o participante, contudo, com esses dados

será possível futuramente dispor de informações que contribuirão à ciência e à sociedade como um

todo, a partir dos resultados obtidos na pesquisa.

A presente pesquisa não terá qualquer custo ao voluntário participante, não havendo também,

qualquer compensação financeira relacionada à participação do mesmo.

Para maiores informações e esclarecimentos poderá entrar em contato com os pesquisadores

Carolina Gonçalves Mutafi pelo telefone (11) 3427-9005, preferencialmente pelo e-mail:

[email protected], Rogério Mitsuo Odorize Ikematu pelo telefone 4797-2125, e, para a sua

segurança, poderá entrar em contato também com o Comitê de Ética em Pesquisa da UMC.

Esse documento será assinado em duas vias, sendo uma para os pesquisadores e outra para os

voluntários da pesquisa.

Atenciosamente, agradecemos a participação.

_________________________________________ ______________________________________Carolina Gonçalves Mutafi RG: 43.523.829-2 End.: Rua Arcílio Rizzi, 20, Bl D, apto 41 D Cezar de Souza - Mogi das Cruzes – SP ____________________________________ Rogério Mitsuo Odorize Ikematu RG: 40.397.828-2 End.: Rua Maria Lunardi Gaggioli, 361 Cezar de Souza - Mogi das Cruzes – SP

Orientador: Prof. Ms. Gabriel Tarragô Santos RG: 50.438.990-7 End.: Rua Otto Unger, 677 – Apto. 203 B Centro - Mogi das Cruzes - SP Comitê de Ética em Pesquisa - UMC: UMC - Tel.: 4798-7085 / Prédio II – sala 21-19

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“Acredito ter sito suficientemente informado a respeito das informações que li ou que

foram lidas por mim, descrevendo o estudo.

Conversei com os pesquisadores sobre a minha decisão em participar e esclareci

minhas dúvidas. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os

procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos

permanentes. Ficou clara também que minha participação é isenta de despesas.

Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu

consentimento a qualquer hora, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou

perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. A minha assinatura neste Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE dará autorização ao patrocinador do estudo, ao

Comitê de Ética e a organização governamental de saúde de utilizarem os dados obtidos

quando se fizer necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, sempre preservando a minha

privacidade.

Concordo em participar da pesquisa intitulada Estereótipos do Psicólogo em Mogi das

Cruzes, mantidas todas as condições especificadas neste documento.

Assino o documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse”

Mogi das Cruzes, ____ de __________ de 200_. ___________________________________________________ Assinatura

Nome completo______________________________________

RG.:_____________________