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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES PAULA ERICA MIURA PRISCILA YOKO MIURA TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM SINTOMAS REUMÁTICOS Mogi das Cruzes, SP 2013

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES PAULA ERICA MIURA

PRISCILA YOKO MIURA

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM SINTOMAS REUMÁTICOS

Mogi das Cruzes, SP 2013

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES PAULA ERICA MIURA

PRISCILA YOKO MIURA

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM SINTOMAS REUMÁTICOS

Monografia apresentada ao programa de pós - graduação da UMC – Universidade

de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em Acupuntura.

Orientadores: Profª Bernadete Nunes Stolai e Prof. Luiz Bernardo Leonelli

Mogi das Cruzes, SP 2013

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PAULA ERICA MIURA PRISCILA YOKO MIURA

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM SINTOMAS

REUMÁTICOS

Monografia apresentada ao programa de pós - graduação da UMC – Universidade

de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em Acupuntura. Aprovado em................................................

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Profª. Bernadete Nunes Stolai Universidade de Mogi das Cruzes – UMC

___________________________________________________________________

Prof. Luiz Bernardo Leonelli

Universidade de Mogi das Cruzes – UMC

___________________________________________________________________

Prof. Convidado

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AGRADECIMENTOS

À Deus... meu Pai sempre presente e leal.

À minha mãe... que sempre foi meu chão, incentivo e exemplo.

Aos professores Bernadete, Luiz Alfredo, Luiz Leonelli e Romana, que

proporcionaram o conhecimento de uma outra visão da Medicina e da vida.

Aos vários pensadores que me acompanharam em forma de livros e artigos.

Às amizades que fiz durante esse processo, pelo companheirismo, aprendizado e

solidariedade.

Ao Prof. Leonelli, pela paciência e atenção para a orientação deste trabalho.

Aos pacientes, pela confiança e esperança que depositaram em nós.

MUITO OBRIGADA!

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“ Cada momento de beleza vivido e amado, por mais efêmero que seja, é uma

experiência completa que está destinada à eternidade. Um único momento de

beleza e de amor justifica uma vida inteira”

(Rubem Alves)

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RESUMO

Dentre as Doenças Reumáticas, está a Fibromialgia, que pode ser definida como uma Síndrome Reumática, caracterizada por dor musculoesquelética difusa e crônica e sítios dolorosos específicos, conhecidos como tender points, sensíveis à palpação. À cerca das muitas manifestações clínicas da Fibromialgia, muitos pacientes sofrem de distúrbios de humor, onde há um aumento da prevalência de diagnóstico de Depressão, com sintomas tão intensos que pode interferir de forma muito significativa na vida deste portador, ocasionando um impacto negativo na qualidade de vida. Por isso, é muito importante que este receba todas as orientações e tratamento adequado, para o alívio do sintoma e a recuperação do equilíbrio mental e emocional. Entre os tratamentos disponíveis, as terapias alternativas e complementares são muito utilizadas, dentre essas terapias encontra-se a Acupuntura, que visa o equilíbrio do corpo, tratando o indivíduo de uma maneira global, enfocando corpo e mente e aumentando seu bem-estar físico e mental, pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos. Diante disso, a finalidade deste estudo é verificar a eficácia da Acupuntura na melhoria dos sintomas da Fibromialgia, principalmente no que diz respeito à dor e à Depressão. Para o auxílio desta revisão bibliográfica, foi realizado um levantamento de artigos científicos nas bases de dados da Medline, Pubmed, Bireme, entre outros, e em livros, revistas e internet. Os artigos que foram selecionados para esta pesquisa são estudos de controles randomizados e revisões sistemáticas de diversos autores, com opiniões variadas. Mas na avaliação dos resultados como um todo, pode-se afirmar que a Acupuntura mostrou-se promissora na redução dos sintomas da dor e Depressão e que apresenta um grande potencial de uso na amenização destes sintomas. Palavras-chave: Acupuntura, tratamento, fibromialgia, depressão.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................8

2 METODOLOGIA...................................................................10

3 FIBROMIALGIA....................................................................11

3. 1 HISTÓRICO.....................................................................................12

3. 2 ETIOPATIA SOB O PONTO DE VISTA OCIDENTAL....................13

3. 3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS........................................................15

3. 4 DIAGNÓSTICO................................................................................17

3. 5 TRATAMENTO................................................................................20

3. 5. 1 Tratamento Farmacológico..........................................................................21

3. 5. 2 Tratamento não Farmacológico...................................................................23

3. 5. 2. 1 Exercícios Terapéuticos..............................................................................23

3. 5. 2. 2 Hidrocinesioterapia......................................................................................23

3. 5. 2. 3 Termoterapia...............................................................................................24

4 ACUPUNTURA.....................................................................25

4. 1 HISTÓRICO.....................................................................................26

4. 2 BASES FILOSÓFICAS DA ACUPUNTURA TRADICIONAL.........27

4. 3 ACUPONTOS E MERIDIANOS.......................................................29

4. 4 DIAGNÓSTICO................................................................................31

5 A DOENÇA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA.......32

6 TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA PELA ACUPUNTURA..34

6. 1 CANAIS DE ENERGIA CURIOSOS................................................35

6. 2 CINCO ELEMENTOS......................................................................37

6. 3 TEORIA ZANG FU...........................................................................38

7 EFICÁCIA DA ACUPUNTURA NA FIBROMIALGIA...........40

8 CONCLUSÃO.......................................................................46

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1 INTRODUÇÃO

´ De acordo com o Ministério da Saúde, as Doenças Reumáticas são a

segunda causa de gastos com auxílio-saúde no país. Dentre as Doenças

Reumáticas, está a Fibromialgia (FM). A Fibromialgia é uma Síndrome Reumática

caracterizada por dor musculoesquelética difusa e crônica e sítios dolorosos

específicos (tender points) à palpação (WOLFE et al., 1990). Não é um fato

desconhecido que muitos pacientes com Fibromialgia sofrem de distúrbios de

humor. Assim como em outras condições crônicas, há um aumento da prevalência

de diagnóstico de Depressão nesses pacientes (PROVENZA et al., 2004), com

sintomas tão intensos que interferem na atividade diária levando a uma perda de

função, causando um impacto negativo na qualidade de vida (FREITAS et al., 2004).

Estudos mostram que 30% a 40% dos pacientes com FM apresentam Depressão no

momento do diagnóstico e quase 60% no decorrer das suas vidas.

Diante disso, é importante ressaltar que dentro das muitas manifestações

clínicas da Fibromialgia, a Depressão é uma das manifestações que pode interferir

de forma significativa na vida deste portador, sendo importante que este receba

todas as orientações e tratamento adequado, para a remissão do sintoma e a

recuperação da funcionalidade nas esferas mental e emocional (PROVENZA et al.,

2004).

Os distúrbios depressivos complicam o curso de qualquer doença através de

uma variedade de mecanismos possíveis: aumentando a sensação de dor,

impossibilitando a adesão ao tratamento, diminuindo o suporte social e

desregulando os sistemas humoral e imunológico. Pacientes com doenças crônicas

que estão depressivos mostram maior incapacidade que aqueles não depressivos

(BERBER et al., 2005).

Entre os tratamentos disponíveis, as terapias alternativas e complementares

são muito utilizadas, com a procura chegando a 98% dos portadores em países

desenvolvidos, como nos Estados Unidos da América (TAKIGUCHI et al., 2008).

Dentre essas terapias encontra-se a Acupuntura, que visa o equilíbrio do

corpo por meio do estímulo em pontos de acúmulo de energia ao longo de linhas

corporais conhecidas como meridianos de Acupuntura. Essa modalidade

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terapêutica, faz com que a energia que estava bloqueada volte a fluir normalmente,

reequilibrando o organismo como um todo (WANG et al., 2008).

De acordo com Silva (2006), está provado que a Acupuntura, através do seu

método, tem um efeito bioelétrico que age no sistema nervoso, causando a liberação

de neurotransmissores, levando o organismo a um equilíbrio e a cura de inúmeras

doenças, como por exemplo, a Depressão e problemas relacionadas à dor. Vectore

(2005, p. 36) complementa tal afirmação ao dizer que, através de estudos, a

Acupuntura tem mostrado que é capaz de modificar neuroquimicamente o sistema

límbico, área relacionada às emoções, aumentando e equilibrando o nível de

serotonina, substância envolvida na dor, Depressão e ansiedade, causando

consequentemente um aumento da liberação de substâncias analgésicas e anti-

inflamatórias, sendo dessa forma, indicada para o tratamento de quadros como

Depressão.

A Acupuntura tem-se revelado promissora no tratamento da FM, com estudos

a observarem um efeito global positivo e diminuição da sintomatologia na FM. Esses

estudos sugerem que a Acupuntura pode ser eficaz no tratamento dos sintomas na

FM, como diminuição da dor e melhoria da capacidade funcional (PORTER et al.,

2010).

Neste contexto, objetivou-se, com esta pesquisa, avaliar a eficácia da

Acupuntura no tratamento da Depressão em sintomas reumáticos: um fator que

interfere na qualidade de vida do portador de FM, e avaliar também a eficácia na

melhora dos sintomas da dor, demonstrando deste modo a eficiência desta técnica

para que possamos utilizá-los em benefício da melhora da qualidade de vida,

proporcionando mais conforto e bem estar aos pacientes que apresentam esta

patologia.

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2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, onde foi realizado um

levantamento de artigos científicos, nas bases de dados da Pubmed, Medline,

Bireme, Lilacs e Scielo, e em livros, revistas e internet, buscando conhecer as

contribuições culturais ou científicas sobre a FM, dando preferência aos temas que

enfatizavam a eficácia da Acupuntura no tratamento da FM. A busca foi conduzida

utilizando as palavras-chave: Depressão, Tratamento, Fibromialgia, Acupuntura e

seus similares na língua inglesa e espanhola.

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3 FIBROMIALGIA

A palavra Fibromialgia deriva do latim fibro (tecido fibroso, ligamentos,

tendões e fáscias), do prefixo grego mio (tecido muscular), algia, originário do grego

algos (dor) e ia (condição), ou seja, condição de dor que emana de tendões,

ligamentos e músculos. Como é um conjunto de sintomas e sinais, a denominação

mais adequada para nominá-la é síndrome fibromiálgica (SFM) (KAZIYAMA et al.,

2001, p. 210 ).

A Fibromialgia é uma síndrome caracterizada pela ocorrência de dor músculo

esquelético difusa, crônica, não inflamatória, com sensação de edema em tecidos

moles e sensibilidade exacerbada à palpação de pontos dolorosos e sensíveis, em

pelo menos 11 dos 18 pontos, chamados de tender points (VITORINO et al., 2004;

JACOB et al., 2005; TAKIGUCHI et al., 2008).

Sintomas associados frequentes são Depressão, ansiedade, distúrbios do

sono, cefaléia, parestesias que não correspondem a nenhuma topografia, olhos e

bocas secas, fenômeno de Raynaud, tonturas, palpitações, cólon irritável, rigidez

articular, rigidez matinal, sensação subjetiva de inchaço nas extremidades, síndrome

uretral feminina, tensão pré-menstrual, entre outros. As características da dor do

fibromiálgico são a base da incapacitação funcional que acompanha a doença, e são

consideradas como um dos grandes estressores que afetam o ritmo de vida destes

doentes gerando um grande impacto na qualidade de vida (TAKIGUCHI et al., 2008;

GÓIS et al., 2006; VITORINO et al., 2004). Após a osteoartrite é o diagnóstico mais

frequente na prática reumatológica (JACOB et al., 2005). Quando comparada à

outras doenças reumatológicas, a Fibromialgia apresenta os maiores níveis de dor,

incapacidade funcional e estresse psicoafetivo (HAWLEY, WOLFE, 1991; WHITE et

al., 1999).

Segundo Wolfe et al. (1995), a frequência da SFM é de 2% na população

geral, ocorre predominantemente no sexo feminino com uma incidência de 6 para 1,

somente de 5% a 20% dos pacientes são do sexo masculino, atinge

preferencialmente indivíduos da raça branca e os sintoma têm início na faixa etária

entre 29 a 37 anos, sendo a idade de seu diagnóstico, entre 34 a 57 anos

(VITORINO et al., 2004; GÓIS et al., 2006).

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Pela pesquisa do consenso brasileiro de Fibromialgia, os portadores desta

síndrome, utilizam-se de mais terapias analgésicas e procuram os serviços médicos

e de diagnóstico com maior frequência que a população normal. Dessa forma, nos

EUA seus custos de saúde anuais chegam a U$ 9.573,00 por paciente,

representando gastos 3 a 5 vezes maiores do que a população em geral. Uma

parcela considerável destes custos pode ser economizada quando o paciente tem

seu diagnóstico realizado e é tratado corretamente, evitando exames

complementares desnecessários e medicamentos inúteis para o seu tratamento

(HEYMANN et al., 2010).

3. 1 HISTÓRICO

Historicamente a Fibromialgia ou reumatismo tecidual, como era chamado

pelos autores alemães, é conhecido por mais de 150 anos. Em 1850, Froriep

observou que doentes com reumatismo apresentavam pontos endurados

musculares dolorosos à palpação. Em 1904, Gowers definiu o termo Fibrosite para

cognominar as síndromes dolorosas musculares regionais, pois pensava-se que

fosse devido às alterações inflamatórias na estrutura fibrosa dos mesmos

(VILLANUEVA et al., 2004).

Outros autores identificaram nestes doentes aumento da sensibilidade ao

toque, ausência de inflamação localizada ou sistêmica, ocorrência de fadiga e

anormalidades do sono. O termo fibrosite, foi entretanto, durante décadas,

empregado de modo indiscriminado para descrever diversas anormalidades músculo

esqueléticas, algumas com fisiopatologia definida, como as polimiosites e a neurite

braquial e outras menos definidas como reumatismo psicogênico ou síndromes

decorrentes de tensão. A suspeita de hiperplasia inflamatória do tecido conectivo no

músculo que justificou a terminologia “fibrosite” nunca foi confirmada (KAZIYAMA et

al., 2001).

Em 1977, Smythe e Moldofsky reconheceram a condição caracterizada por

dor generalizada e presença de pontos dolorosos múltiplos palpáveis em várias

regiões do corpo, em doentes com anormalidades do estágio IV do sono.

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Observaram que a indução das alterações específicas do estágio IV do sono em

indivíduos normais geravam sintomas e dolorimento muscular consistentes com os

da SFM (KAZIYAMA et al., 2001).

Em 1981, Yunus et al. propuseram o termo Fibromialgia para denominar

fibrosite, pois nesta entidade não há inflamação tecidual, apenas dor muscular

difusa, relacionadas a outras anormalidades do sistema nervosos central

(KAZIYAMA et al., 2001). Este termo vem sendo adotado pela maioria dos autores e

entidades, como a American Medical Association e o American College of

Rheumatology (ACR), que reconheceram a Fibromialgia como síndrome distinta e

possuem uma definição oficial (LARIOS et al., 2005).

Em 1990, foi estabelecido os critérios diagnósticos pelo Colégio Americano de

Reumatologia, o que permitiria por fim, estabelecer um diagnóstico mais certeiro

(VILLANUEVA et al., 2004).

3. 2 ETIOPATIA SOB O PONTO DE VISTA OCIDENTAL

Apesar desta síndrome ser muito antiga e de inúmeras pesquisas sobre sua

relação com distúrbios neurológicos e/ou químicos, sua etiologia ainda é

desconhecida, provavelmente, como em outras síndromes, deve ser multifatorial,

onde vários fatores interagem, como por exemplo, a genética, fatores neurormonais,

fatores psicológicos, sono não restaurador, meio ambiente, podendo estar associada

também com outras doenças reumatológicas (TAKIGUCHI et al., 2008 ; VITORINO

et al., 2004; JACOB et al., 2005). Algumas teorias foram propostas e rejeitadas, na

tentativa de explicar a sua natureza. De acordo com Barsky Melo e Marques,

existem indivíduos que não manifestam alterações fisiopatológicas de modo a

justificar os sintomas da SFM e, por isso, não são frequentemente considerados

doentes, embora apresentem dor musculoesquelética. É o caso de alguns pacientes

portadores de Fibromialgia, que apesar dos seus exames laboratoriais e de imagem

mostrarem-se normais, sentem-se doentes, necessitando de tratamento clínico,

apoio psicológico e recondicionamento aeróbico, pela interferência dos sintomas da

SFM em sua qualidade de vida (IGNACHEWSKI et al., 2004).

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Atualmente, a teoria mais aceita diz que se trata de uma síndrome de

amplificação dolorosa com alteração no processamento da nocicepção em nível de

Sistema Nervoso Central, o que sugere a presença da diminuição do limiar de dor

(STAUD, 2004; MARQUES et al., 2007). Os achados mais consistentes diz respeito

aos neurotransmissores relacionados à dor, tanto inibitórios quanto excitatórios. As

aminas biogênicas, serotonina e noreprinefrina, que são inibidores da dor, estão em

concentrações reduzidas em pacientes com FM, enquanto que a substância P, que

é um neurotransmissor excitatório à dor, parece estar em maior quantidade no fluído

cerebroespinal. Estas alterações poderiam justificar também outros sintomas da

síndrome como perturbações do sono, Depressão e fadiga central (IGNACHEWSKI

et al., 2004).

A outra hipótese seria um funcionamento diminuído do eixo hipotálamo-

pituitária-adrenal. Esse distúrbio funcional do sistema neuroendócrino caracteriza-se

por uma alteração da resposta ao estresse, causada por modificações dos padrões

de liberação de corticotropina e tireotropina, e também por uma redução nas

concentrações circulantes do hormônio do crescimento (GH) e do fator de

crescimento insulínico (IGF-1). Tais alterações do eixo-hipotálamo-pituitária-adrenal

parecem ser secundárias aos distúrbios do sono, pois a modificação do estágio 4 do

sono pode inibir a secreção do GH (que apresenta ação anabolizante sobre o tecido

muscular), observado clinicamente como baixa reparação dos microtraumas do

tecido muscular (IGNACHEWSKI et al., 2004).

Outra teoria relacionada à sintomatologia da FM está ligada às possíveis

alterações metabólicas no sistema musculoesquelético. Estudando a pressão de

oxigênio nos músculos trapézio e braquiorradial, Lund et al. (1986) relataram que

pacientes com SFM apresentavam deficiência de oxigenação nos locais dos tender

points. O estudo das alterações da microcirculação, potenciais causadoras da

hipóxia tecidual, foi proposto por Yunus et al. (1989) e Kalyan-Raman et al. (1984)

que observaram, nesses casos, a presença de edema focal, rupturas nas fibras tipo

I, atrofia das fibras tipo II, necrose das miofibrilas, anormalidades mitocondriais e

projeções papilares do sarcolema, além de variações de conteúdos lipídicos e

glicogênio no músculo. Os distúrbios decorrentes da insuficiência de oxigenação dos

tecidos muscular e conjuntivo levariam à redução no potencial energético do tecido

muscular, o que pareceu explicar a fadiga diante de esforços físicos em

fibromiálgicos. Desse modo, a fadiga ocorreria por conta da menor capacidade de

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esforço, originado do fato de as fibras musculares estarem submetidas à hipóxia, a

qual promoveria espasmos musculares, dificuldade de relaxamento das fibras e dor

(IGNACHEWSKI et al., 2004).

Apesar das diversas teorias à respeito de sua etiologia, nenhuma dessas

hipóteses está totalmente definida, não existindo um consenso sobre a causa e o

tratamento da FM. Vivendo essa realidade, o paciente cria sentimentos de

vulnerabilidade e desamparo, iniciando uma série de processos emocionais,

incluindo a Depressão do humor. Esse fato pode afetar negativamente o contexto

familiar, social e profissional a que o paciente está inserido. Essa complexa

associação entre os fatores físicos, emocionais e sociais aos quais estão expostas

as pessoas com FM, evidencia uma possível influência da síndrome sobre o humor

(BRANDT et al., 2011).

3. 3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Nos artigos que relatam a Fibromialgia, observa-se um núcleo central de

manifestações clínicas que são primordiais para o diagnóstico, e outras

manifestações que frequentemente são relatadas em associação com as primeiras,

mas que não são condições essenciais para o diagnóstico final desta síndrome

(MENDONÇA et al., 2001). O sintoma presente em todos os pacientes é a dor difusa

e crônica, envolvendo o esqueleto axial e periférico. Em geral, os pacientes têm

dificuldade para localizar a dor, muitas vezes apontando sítios peri-articulares, sem

especificar se a origem é muscular, óssea ou articular. O caráter da dor é bastante

variável, podendo ser queimação, pontada, peso, “tipo cansaço” ou como uma

contusão. É comum a referência de agravamento pelo frio, umidade, mudança

climática, tensão emocional ou por esforço físico (PROVENZA et al., 2004).

As manifestações secundárias são fadiga, sono não-restaurador e rigidez

matinal, podendo estes três sintomas ser considerados quase característicos da

síndrome pela sua ocorrência em mais de três quartos dos indivíduos

diagnosticados. Também são observadas outras condições secundárias menos

frequentes, como síndrome do cólon irritável, cafaléias, palpitações, queixas

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cognitivas (principalmente problemas de memória e dificuldade de concentração) e

incapacidade funcional significativa (BREDARIOL et al., 2008).

Ainda podem ocorrer em indivíduos fibromiálgicos, diversas manifestações

semelhantes àquelas apresentadas por indivíduos que sofrem de distúrbios do

humor, como dor difusa geralmente acompanhada de angústia e ansiedade;

distúrbios do sono, do apetite e da libido; e também queixas de vertigens, fadiga e

desânimo. Entre os quadros de dor crônica, a Fibromialgia é a que mais se aproxima

da Depressão, devendo-se lembrar que a dor crônica pode levar a transtornos

emocionais e do comportamento (e vice-versa), ficando difícil decidir se fatores

psicológicos são causas ou efeitos desta síndrome (CARVALHO et al., 2001, p.

248).

A Depressão está entre as comorbidades psiquiátricas mais frequentes em

pacientes com FM, com prevalência de 20% - 80%. De fato, pacientes com FM têm

aproximadamente cinco vezes mais chance de apresentar Depressão que indivíduos

saudáveis. Mesmo sem um diagnóstico formal, sintomas depressivos acometem

cerca de 40% desses pacientes. Os sintomas depressivos comprometem a

qualidade de vida dos pacientes com FM por aumentar a sensação de dor e a

percepção da incapacidade funcional. De fato, a Depressão apresenta-se como

preditor independente para a variação do desempenho físico nesses pacientes.

Assim, fatores que tornam os sintomas depressivos mais intensos devem ser

controlados, para garantir melhora na qualidade de vida de pacientes com FM

(HOMANN et al., 2012).

De acordo com Provenza et al. (2004), esta síndrome costuma ser polimorfa,

exigindo uma anamnese cuidadosa e exames físicos detalhados. Uma proporção

dos pacientes relata que a dor é inicialmente mais localizada em uma determinada

região, principalmente na coluna cervical, envolvendo ou não o trapézio, outras

vezes inicia-se com uma cervicobraquialgia ou uma cervicodorsalgia. Já uma outra

parte dos pacientes alega que o quadro doloroso inicia-se de maneira difusa,

afetando segmentos da coluna vertebral, membros superiores e inferiores.

As manifestações clínicas da Fibromialgia exibem uma constelação tão

variada de sintomas que formam um quadro característico, dificilmente simulado por

outras condições (SILVA et al., 1997).

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3. 4 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da SFM é eminentemente clínico, não havendo alterações

laboratoriais específicas. As provas de atividades inflamatórias são normais, bem

como os exames de imagem (WEIDEBACH, 2002). É através da exclusão de outras

patologias e das queixas de dores difusas juntas com a sensibilidade aumentada

nos pontos específicos que se chega ao diagnóstico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

REUMATOLOGIA, 2000).

Em 1990, o Colégio Americano de Reumatologia (ACR), representado por

Wolf e colaboradores (1990), definiu os critérios oficiais de diagnóstico para a

classificação da Fibromialgia (WOLFE et al., 1990). Estes critérios continuam a ser

utilizados mundialmente e incluem os seguintes itens:

1. Uma história de dor generalizada por pelo menos três meses. A dor é considerada

generalizada quando todos os seguintes sintomas estão presentes: dor no lado

esquerdo e direito do corpo, abaixo da cintura e acima da cintura. Além disso, deve

haver dor axial (coluna cervical ou parte anterior do peito ou coluna torácica ou

lombar).

2. Dor (com indivíduo relatando “dor” e não apenas sensibilidade) em 11 de 18

pontos sensíveis quando submetidos à pressão digital envolvendo 4kgf de pressão.

As localizações são todas bilaterais e estão situadas na região:

suboccipitais, na inserção do músculo suboccipital; cervical baixo, atrás do terço

inferior do músculo esternocleidomastóideo, correspondendo ao ligamento

intertransverso de C5-C7; trapézio, ponto médio da borda superior; supra-

espinhoso, acima da espinha da escápula e próximo a borda medial, na origem do

músculo supra-espinhoso; segunda junção costocondral, lateral à junção, na

origem do músculo peitoral maior; epicôndilo lateral, 2 cm distal ao epicôndilo;

glúteo, no quadrante superior externo da nádega, na porção anterior do músculo

glúteo médio; trocantérico, posterior à proeminência do trocanter; joelho, no coxim

gorduroso, na linha medial do joelho (WOLFE et al., 1990).

Na figura 1, estão localizados os pontos dolorosos à palpação para o

diagnóstico da Fibromialgia.

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Figura 1 – Localização dos 18 pontos dolorosos (tender points) no corpo humano.

Fonte: MARQUES et al., 2007, p. 3.

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Para a pesquisa dos pontos sensíveis deve-se manter o paciente sentado

sobre a mesa de exame, questionando-o sobre a sensação dolorosa. Durante a

avaliação, alguns recursos instrumentais podem ser utilizados, como: o dolorímetro

ou algômetro, dispositivo que determina a intensidade de pressão por área,

fornecendo dados mais objetivos, importantes em pesquisas controladas. Na rotina

clínica, a pesquisa dos pontos dolorosos por meio de digitopressão é comparada à

avaliação feita com o dolorímetro, em termos da positividade dos pontos, no entanto,

não fornece dados quanto ao limiar de pressão a partir do qual um ponto pode ser

considerado positivo (CHAITOW, 2002, p. 103; KNOPLICH, 2001, p. 54).

Na prática clínica, nem todos os pacientes apresentam 11 pontos dolorosos

ou dor generalizada como estabelecido pelo ACR, mas podem apresentar outros

sinais característicos de FM. Estes pacientes podem ser diagnosticados como

apresentando uma FM incompleta e tratados como sendo portadores de FM. De

acordo com alguns autores, a presença de 5 pontos dolorosos associados a 3

critérios menores como alteração do sono, fadiga, dores de cabeça, entre outros, é

suficiente para o diagnóstico (JACOB et al., 2005).

Outros achados do exame físico incluem o espasmo muscular localizado,

referidos como nódulos, a sensibilidade cutânea ao pregueamento (alodínia) ou

dermografismo, após compressão local. A sensibilidade ao frio também pode estar

presente e manifestar-se como “cútis marmorata” em especial nos membros

inferiores (WOLFE et al., 1990).

Não existem exames subsidiários, tanto de laboratório como de imagem, que

tenham utilidade diagnóstica para a síndrome, exceto quando outras enfermidades

estiverem presentes concomitantemente. No diagnóstico diferencial, as seguintes

condições devem ser lembradas (PROVENZA et al., 2004):

a. Síndrome da dor miofascial;

b. Reumatismo extra-articular afetando várias áreas;

c. Polimialgia reumática e artrite de células gigantes;

d. Polimiosites e dermatopolimiosites;

e. Miopatias endócrinas - hipotiroidismo, hipertiroidismo, hiperparatiroidismo,

insuficiência adrenal;

f. Miopatia metabólica por álcool;

g. Neoplasias;

h. Doença de Parkinson;

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i. Efeito colateral de drogas - corticosteróide, cimetidina, estatina, fibratos, drogas

ilícitas.

Dentre todas as enfermidades que necessitam de diagnóstico diferencial com

a Fibromialgia, a síndrome da dor miofascial deve estar em destaque devido a sua

maior semelhança clínica com a Fibromialgia. Esta é uma síndrome de dor regional.

Apresenta área localizada de dor chamada de trigger points, que algumas vezes é

acompanhada, pela palpação da musculatura, de nódulos fibróticos ou bandas

musculares tensas. Apresenta também zona referencial de dor profunda

característica, que é agravada pela palpação dos trigger points e que deve ser

completamente extensiva e localizada em uma considerável distância desses pontos

(PROVENZA et al., 2004).

O critério de resposta dolorosa em pelo menos 11 desses 18 pontos, são

recomendados como proposta de classificação, mas não devem ser considerados

como essencial para o diagnóstico (PROVENZA et al., 2004), pois o critério da ACR

enfocam somente a dor e não incluem os outros sintomas da Fibromialgia, portanto,

estes critérios juntamente com a exclusão de outros diagnósticos diferenciais são as

ferramentas mais utilizadas para o diagnóstico da Fibromialgia (NFP, 2006).

3. 5 TRATAMENTO

O tratamento de pacientes com Fibromialgia deve levar em consideração a

condição heterogênea e polissintomática da doença.

A Fibromialgia permanece ainda voltada às manifestações clínicas, com

medidas farmacológicas e não farmacológicas. A eficácia do tratamento depende da

correta utilização de agentes farmacológicos, ainda que os resultados sejam mais

efetivos quando associados à outras modalidades terapêuticas.

Muitos estudos apontam o tratamento multidisciplinar como uma opção muito

válida, já que se consegue melhorar a qualidade de vida e a adaptação psicológica

de forma muito importante, sobretudo a médio e longo prazo.

O tratamento tem como objetivo o alívio da dor, a melhora da qualidade do

sono, a manutenção ou restabelecimento do equilíbrio emocional, a melhora do

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condicionamento físico e da fadiga (PROVENZA et al., 2004; VILLANUEVA et al.,

2004).

3. 5. 1 Tratamento Farmacológico

O tratamento farmacológico da Fibromialgia é realizado de forma

individualizada, podendo-se utilizar antidepressivos, moduladores dos canais de

cálcio, relaxantes musculares e/ou analgésicos, entre outros fármacos.

Para Paula (2007), a farmacoterapia para os pacientes com Fibromialgia é

mais bem sucedida quando são utilizadas drogas com atuação no sistema nervoso

central. Os antidepressivos, os miorrelaxantes e os anticonvulsivantes modulam a

dor ao atuarem sobre neuromediadores como a serotonina, a substância P e a

noradrenalina.

Provenza et al. (2004) descreve que o tratamento medicamentoso mais

indicado para a Fibromialgia é o uso de antidepressivos tricíclicos. Os

antidepressivos tricíclicos agem regulando as fases do sono, especialmente as não

REM, diminuindo a quantidade de ondas alfa de vigília; aumentando a duração da

fase 4 do sono não-REM ao mesmo tempo, REM, melhorando os distúrbios de sono.

Também agem alterando o metabolismo da serotonina e noradrenalina nos

nociceptores periféricos e mecano-receptores, inibindo a captação de serotonina

pelas plaquetas, promovendo analgesia central, potencializando o efeito analgésico

dos opióides endógenos (endorfinas) e diminuindo as alterações de humor. A

medicação de escolha para iniciar o tratamento dos pacientes com Fibromialgia é a

amitriptilina na dose 25mg, ministrada normalmente de 2 a 4 horas antes de deitar.

No estudo realizado por Chao (2010), ele relata que a amitriptilina é eficaz em

alguns, parece ser mais efetiva em associação com inibidores seletivos de

recaptação da serotonina. O Tramadol em combinação com o Paracetamol tem

demostrado ser útil no tratamento da dor em pacientes com FM. A eficácia da

utilização da lidocaína para aliviar a dor é confusa. Há algumas evidências de que os

antagonistas do N-metil-aspartato (NMDA), como ketamina e dextrometorfano,

podem aliviar a dor. Estudos recentes apontam o uso de pregabalina, gabapentina e

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duloxetina. Porém, estes fármacos possuem efeitos secundários que podem causar

intolerância.

O Consenso Brasileiro de Fibromialgia (2010), descreve que dentre os

compostos tricíclicos, a amitriptilina, e entre os relaxantes musculares, a

ciclobenzaprina, reduzem a dor e frequentemente melhoram a capacidade funcional.

A nortriptilina também foi recomendada (HEYMANN et al., 2010).

Entre os inibidores seletivos de recaptação da serotonina, houve consenso de

que a fluoxetina em altas doses (acima de 40mg) também reduz a dor e

frequentemente melhora a capacidade funcional. O uso de inibidores da recaptação

da serotonina, como a fluoxetina, em combinação com tricíclicos também está

recomendado. Dentre os antidepressivos que bloqueiam a recaptação da serotonina

e da noradrenalina, a duloxetina e o milnaciprano foram recomendados por

reduzirem a dor e frequentemente melhorarem a capacidade funcional dos pacientes

(HEYMANN et al., 2010).

A moclobemida, um antidepressivo inibidor da monoamina oxidase (MAO),

(uma enzima envolvida no metabolismo da serotonina), promove o aumento da

disponibilidade da serotonina através da inibição dessa enzina MAO, que é

responsável pela degradação desse neurotransmissor intracelular, foi recomendada

no tratamento da Fibromialgia por reduzir a dor e frequentemente melhorar a

capacidade funcional (RANG et al., 1997, p. 161; HEYMANN et al., 2010).

O medicamento antiparkinsoniano pramipexol também foi recomendado para

o tratamento para reduzir a dor, sendo especialmente indicado na presença de

distúrbios do sono como a síndrome das pernas inquietas (HEYMANN et al., 2010).

O mesmo autor refere que analgésicos simples e os opiáceos leves também

podem ser considerados para o tratamento. O tramadol foi recomendado para o

tratamento da dor na Fibromialgia. Sua associação ao paracetamol foi considerada

efetiva. A tropisetrona também foi recomendada para a dor na Fibromialgia.

Dentre os neuromoduladores, a gabapentina e a pregabalina foram

recomendadas. Esta última foi considerada eficaz em reduzir a dor dos pacientes

com Fibromialgia. A zopiclona e o zolpidem foram recomendados para o tratamento

dos distúrbios do sono da Fibromialgia (HEYMANN et al., 2010).

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3. 5. 2 Tratamento não Farmacológico

O tratamento não farmacológico da Fibromialgia é realizado, na maioria dos

casos, pela educação do paciente e atividade física aeróbica supervisionada (BRAZ

et al., 2011).

3. 5. 2. 1 Exercícios Terapêuticos

O intuito de qualquer programa de exercício terapêutico, de uma maneira em

geral, é a aquisição de movimento e função livres de sintomas. Em pacientes com

FM, os exercícios relaxam a musculatura, melhorando a circulação, nutrição e dor.

Das diversas modalidades de exercícios existentes, as mais utilizadas são o

alongamento e fortalecimento muscular, devendo ser adotados intensidade distintas

conforme o estágio em que o paciente se encontra (KISNER, 1998, p. 376).

Em primeiro lugar, o programa de exercício deve ser iniciado pelas técnicas

de alongamento muscular, haja vista que esses pacientes possuem baixa tolerância

aos exercícios resistidos (aqueles realizados contra alguma forma de resistência

graduável à contração muscular) e sensação subjetiva de fraqueza muscular. O

alongamento visa recuperar progressivamente o comprimento dos músculos com

redução da tensão e aumento da flexibilidade, permitindo movimentos mais

coordenados e eficientes (MARQUES et al., 1994).

3. 5. 2. 2 Hidrocinesioterapia

A hidrocinesioterapia, geralmente praticada em água aquecida entre 32º C e

34º C, é fortemente indicada para o tratamento da Fibromialgia (CAMPION, 2000, p.

118). Dentre os principais efeitos terapêuticos da água estão a promoção do

relaxamento muscular pela redução da tensão, a diminuição dos espasmos

musculares pela temperatura aquecida da água e a redução da sensibilidade à dor.

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Durante a imersão, os estímulos sensoriais competem com os estímulos dolorosos,

interrompendo o ciclo da dor. Outro importante efeito terapêutico é o aumento da

facilidade na execução dos movimentos articulares. A flutuação na água contrapõe-

se à gravidade aliviando o peso corporal e reduzindo as forças de compressão sobre

as articulações (BATES, 1998, p. 223).

O objetivo principal da hidrocinesioterapia no tratamento da Fibromialgia é

aumentar a tolerância do indivíduo ao exercício e o nível de resistência física,

melhorando o condicionamento geral. À medida que o condicionamento melhora, a

intensidade dos sintomas como dores após esforço e fraqueza muscular, diminuem

(BATES, 1998, p. 223).

3. 5. 2. 3 Termoterapia

Para utilização do aquecimento nos tecidos são utilizados recursos

terapêuticos que produzem calor superficial e profundo. O calor superficial atinge

uma profundidade de um a dois centímetros, já o profundo, atinge de dois a cinco

centímetros. O aumento de fluxo sanguíneo decorrente do aquecimento superficial

resulta em vasodilatação na área que está sendo aquecida e em tecidos distantes.

Esta resposta é determinada pelas ações combinadas dos reflexos nos axônios

locais e na medula espinhal, sendo liberadas pelos tecidos locais prostaglandinas e

histaminas decorrentes da elevação da temperatura. O aumento da temperatura não

eleva somente o fluxo sanguíneo, mas o aumento do oxigênio circulante e dos

nutrientes, consequentemente elevando o metabolismo celular. Quando estas

células não têm demanda suficiente de oxigênio e nutrientes, ocorrem a falência

celular (ANDREWS, 2000, p. 428).

No aquecimento a temperatura aumentada promove analgesia e

consequentemente relaxamento muscular e extensibilidade aos tecidos, reduzindo

assim a força necessária para alongar os tecidos contráteis e não contráteis

(KISNER, 1998, p. 411).

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4 ACUPUNTURA

Lundeberg (1993) define Acupuntura como uma terapia reflexa, em que o

estímulo de uma área age sobre outra(s). Para este fim, utiliza principalmente o

estímulo nociceptivo. Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam

agulha e puncionar, respectivamente, a Acupuntura visa à terapia e cura das

enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de

agulhas em pontos específicos chamados acupontos.

As agulhas de Acupuntura são instrumentos utilizados para estimulação dos

pontos de Acupuntura. Ela consiste de três partes: cabeça (cabo), corpo e ponta. A

cabeça é geralmente feita de cobre ou de alumínio; enquanto o corpo,

preferencialmente deve ser feito de material diferente, por exemplo, aço inoxidável

ou prata, ouro, ferro, alumínio, a fim de induzir a formação de diferença de potencial

elétrico entre o cabo e a ponta da agulha. A maioria das agulhas de Acupuntura tem

seus cabos envoltos por fio metálico, conferindo-lhe efeito solenóide, que aumenta o

potencial elétrico. Obedecendo ao princípio da íntima relação entre energia e

matéria, é composta de matéria (aço inoxidável) e energia (cargas elétricas). A

agulha – matéria serve para incorporar a energia, funcionando como veículo desta,

enquanto durar a inserção da agulha de Acupuntura no corpo. A polaridade do meio

ambiente e os estímulos locais ou a distância subsequente (vibração, calor, ímã,

imposição da mão), que agem sobre a agulha de Acupuntura, atuam como

transmissores dos estímulos, polarizando a agulha (YAMAMURA, 2001, p. 635).

Durante as últimas décadas, a Acupuntura se tornou cada vez mais popular e

parcialmente aceita em muitos países ocidentais, principalmente como técnica de

alívio da dor. Vários fatores contribuíram para essa popularidade, tais como muitos

relatos de alívio de dor aguda e crônica, a compreensão de alguns mecanismos de

ação e o interesse nas culturas do Extremo Oriente e em seu misticismo. O fato mais

importante para sua aceitação parcial na área da saúde foi o acúmulo de resultados

da aplicação dos métodos científicos na avaliação de seus efeitos. Isso começou

nos anos 50, na China, com estudos da analgesia durante cirurgias (HOPWOOD et

al., 2001, p. 79).

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Estudos mostraram que 50% a 80% dos casos de diferentes síndromes

dolorosas, respondem ao tratamento para a dor com Acupuntura. A resposta inicial

ocorre com estimulações da terminação nervosa sensitiva primária no interior do

músculo, que envia mensagem à medula espinal e daí ao córtex. Atualmente a

Acupuntura tem sido indicada como tratamento alternativo para redução dos

sintomas álgicos na FM (LIANZA, 2001, p. 303).

4. 1 HISTÓRICO

É difícil apontar a idade exata da Acupuntura, mas os historiadores acreditam

que ela surgiu há mais de sete mil anos, na China. A primeira menção sobre

Acupuntura foi encontrada em textos como “hoang ti nei king su wen”, ou seja,

“Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo”, e também o Ling Su, que

inclui uma explanação mais detalhada do uso da Acupuntura num capítulo intitulado

Xiao Zen Jie Pien. O Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo foi gerado

em torno de 4.000 a. C., porém só foi escrito por volta do ano 300 a. C. Apesar de

ser um livro escrito há tanto tempo, mantém seus conceitos usados até hoje, devido

ao seu avançado conhecimento. Já descrevia a circulação do sangue “...o sangue

circula pelos vasos, como num círculo, e jamais para durante a vida, o coração

regulariza o curso do sangue no corpo...” o ocidente só descobriu isto em 1619, por

sir Willian Harvey, ou seja, centenas de anos após a Acupuntura já existir (FREIRES

et al., 2004).

O primeiro registro da Acupuntura no Ocidente data de 1810, em Paris. Os

americanos conheceram a técnica em 1971, quando James Reston, um jornalista do

New York Times, foi à China e teve de fazer uma cirurgia de apêndice de

emergência. A anestesia foi feita com Acupuntura, e a notícia das “agulhas

milagrosas” correu a América. Nos últimos 50 anos, novas formas de estimulação,

como a eletroacupuntura e a Acupuntura a laser, foram criadas. Em 1977, o médico

Ronald Melzack, que ganhou o prêmio Nobel por seu trabalho na área de tratamento

de dor, correlacionou os pontos que os cientistas ocidentais vinham estudando com

os pontos de Acupuntura chinesa (MORI, 2006, p. 28).

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Segundo Mori (2006, p. 28), a Acupuntura foi trazida ao Japão junto com o

budismo (Era Nara), e difundiu-se rapidamente durante a Era Ado. Várias correntes

tóricas e práticas desenvolveram-se, entre elas as bem conhecidas Irie, Mubun e

Sugiyama. A Acupuntura chegou ao Brasil pelas mãos e agulhas dos imigrantes

orientais e em 1961 foi fundada a Associação Brasileira de Acupuntura (ABA).

4. 2 BASES FILOSÓFICAS DA ACUPUNTURA TRADICIONAL

A Medicina Tradicional Chinesa bem como a Acupuntura tem como base o

Taoísmo e conceitos filosóficos que incluem a Teoria do Yin e Yang, Teoria Zang-Fu

e a Teoria dos Cinco Elementos. A Acupuntura compreende o ser humano como um

todo e parte integrante do universo e composto de energias. O Tao é considerado a

Via, Caminho, Energia Original (DULCETTI, 2001, p. 11). Desta energia original

surgem duas formas de energia que são ao mesmo tempo opostas e

complementares denominadas Yin e Yang (CORDEIRO, 2001, p.8).

O Yang representa a energia celeste, movimento, tem papel ativo, dinâmico e

o Yin representa a energia terrestre, passivo e estático. Como são complementares,

o Yin contém o Yang e o Yang contém o Yin, ambos interagem, transformando-se

num ciclo ritmado, conhecido como Tai Chin (DULCETTI, 2001, p. 11).

Para Maciocia (1996, p. 5), da interação dessas energias resulta o

desenvolvimento de todos os fenômenos do universo, sendo que cada fenômeno

pode pertencer ao Yin ou ao Yang, mas sempre conterá a semente do estágio

oposto em si mesmo.

A Teoria Zang – Fu expressa a visão da Medicina Tradicional Chinesa do

organismo integrado e composto por uma rede energética, onde os órgãos internos

são analisados por seu aspecto anatômico, suas emoções, atividades mentais,

órgãos dos sentidos, cores, sabores e demais correspondentes (MACIOCIA, 1996,

p. 77).

Os órgãos internos são regiões onde existe um aumento das energias e de

grande atividade funcional Yin e Yang. Os Zang correspondem aos órgãos, são de

natureza Yin, mais sólidos e internos, absorvem as energias e as acumula. São

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representados pelo Pulmão, Coração, Fígado, Baço-Pâncreas, Rim e Circulação-

Sexo, este último não está associado a um órgão específico, mas envolve ação

sobre a energia Yin e a função geniturinária (DULCETTI, 2001, p. 66).

Os Fu correspondem às vísceras e são de natureza Yang, ocos, possuem

lúmen, transformam e transmitem as energias. São representados pelo Intestino

Grosso, Intestino Delgado, Vesícula Biliar, Estômago, Bexiga e Triplo Aquecedor,

este tem ação sobre a energia Yang e as funções respiratórias, cardíacas e

digestivas.

A Teoria dos Cinco Elementos é de grande importância para a Acupuntura e

está interligada com a Teoria Yin e Yang e Zang-Fu. Os Cinco Elementos não se

referem aos elementos materiais, mas sim à forças e tendências, eles são: Madeira,

Fogo, Terra, Metal e Água (SUSSMANN, 2005, p. 55).

De acordo com Dulcetti (2001, p. 41), a idéia do movimento cíclico das

energias Yin e Yang originaram o sistema dos cinco elementos. O elemento Madeira

significa romper e simboliza o início do Yang e a estação primavera; o Fogo significa

ejetar sendo o Yang máximo, está relacionado ao verão; o elemento Terra contém

todos os elementos e está na interestação; o Metal corresponde ao início do Yin e

ao outono, e por fim, o elemento Água simboliza o Yin máximo e o inverno.

Os Cinco Elementos têm uma relação de interdependência gerando um

estado de constante movimento. Cada elemento correlaciona a uma função

(órgão/víscera) e o equilíbrio desse ciclo é realizado pelo ciclo de geração e de

dominância. Por consequência, o equilíbrio de cada função depende do equilíbrio

das outras funções.

A Teoria dos Cinco Elementos também associa a cada elemento fatores como

cores, sabores, emoções, sentimentos, características fisiológicas, dentre outros.

Portanto, para a MTC e por extensão a Acupuntura, as teorias do Yin e Yang,

dos Cinco Elementos e do Zang-Fu estão interligadas e preconizam a

interdependência do ser humano com a natureza e são amplamente verificadas e

experimentadas na prática clínica.

Todas as teorias são utilizadas para, de maneira filosófica, explicarem os

processos patogênicos e curativos através do reequilíbrio da Energia Vital (Qi), com

a manutenção dos 12 canais de energias bilaterais e dois canais unilaterais

existentes no corpo humano (WEN, 1995, p. 94).

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4. 3 ACUPONTOS E MERIDIANOS

Os pontos de Acupuntura ou acupontos podem ser denominados de pontos

da energia vital e se trata de uma região da pele de grande concentração energética.

O dicionário da MTC define acupontos como “pontos situados na superfície do

corpo, onde as energias dos órgãos internos e dos meridianos fluem” (DULCETTI,

2001, p. 138). É uma região da pele em que é grande a concentração de

terminações nervosas sensoriais. Essa região está em relação íntima com nervos,

vasos sanguíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares. Sua estimulação

possibilita acesso direto ao SNC. Estudos morfofuncionais identificaram plexos

nervosos, elementos vasculares e feixes musculares, como sendo os mais prováveis

sítios receptores dos acupontos. Além disso, os acupontos possuem propriedades

elétricas diversas das áreas adjacentes: condutância elevada, menor resistência,

padrões de campo organizados e diferenças de potencial elétrico. Por isso, são

denominados pontos de baixa resistência elétrica da pele (PBRP) e podem ser

localizados na superfície da pele através de um localizador de pontos. A combinação

das características descritas tornam o ponto de Acupuntura extremamente reativo ao

pequeno estímulo causado pela inserção da agulha (SCOGNAMILLO et al., 2001).

Os acupontos formam os meridianos que são canais energéticos específicos

por onde circula o Qi (AUTEROCHE, 1992, p. 116). Segundo Sussmann (2005, p.

64), o Qi, termo chinês melhor traduzido como energia, é responsável pela vida e

saúde do organismo.

Em 1975, no Congresso Mundial de Acupuntura no Japão, foi estabelecida

uma nomenclatura internacional para os pontos de Acupuntura com base na escola

de Soulié. Esta nomenclatura é seguida por muitos países, inclusive no Brasil. A

partir de então, os pontos são identificados pela abreviatura do meridiano e o

número de sequência, ou seja, IG4 é o quarto ponto do meridiano do Intestino

Grosso (DULCETTI, 2001, p. 36).

Os principais meridianos são responsáveis pela grande circulação de energia

(Quadro 1) e recebem o nome do órgão ou víscera que representam. Cada

meridiano Yin está conectado a um órgão Yin e cada meridiano Yang está

conectado a uma víscera Yang formando no total 6 pares de meridianos.

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Quadro 1: os 12 principais meridianos do corpo.

Meridiano Yin

Meridiano Yang

Fígado (F)

Vesícula Biliar (VB)

Coração (C)

Intestino Delgado (ID)

Baço-Pâncreas (BP)

Estômago (E)

Pulmão (P)

Intestino Grosso (IG)

Rim (R)

Bexiga (B)

Circulação-Sexo (CS)

Triplo Aquecedor (TA)

Fonte: Maciocia (2007, p. 87).

De acordo com Sussmann (2005, p. 101), além dos meridianos principais

existem dois meridianos ímpares de extraordinária importância que formam a

pequena circulação: o Vaso Concepção e o Vaso Governador, que percorrem a face

anterior e a face posterior do corpo respectivamente.

Existem também os meridianos secundários que ligam os meridianos entre si

e tem conexão a toda região por onde circula as energias. São classificados em

meridianos curiosos ou vasos maravilhosos; de passagem; distintos ou colaterais e

meridianos ligamentários ou tendino-musculares (CORDEIRO, 2001, p. 65).

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4. 4 DIAGNÓSTICO

Na visão da Medicina Tradicional Chinesa, a saúde é considerada como um

equilíbrio energético e a enfermidade aconteceria com o desequilíbrio das energias.

As doenças podem ser causadas por fatores exógenos como as energias perversas

(calor, umidade, secura, frio ou vento) ou por fatores endógenos como desequilíbrios

nutricionais e psíquicos (SUSSMANN, 2005, p. 8).

O diagnóstico na MTC não é um simples agrupamento de sintomas, é

necessário reconhecer os desequilíbrios energéticos analisando o indivíduo como

um todo. Para isso, existem quatro etapas importantes: a anamnese; a inspeção;

audição e olfação; e palpação (MACIOCIA, 2007, p. 233).

Na anamnese devem-se interrogar os aspectos da doença atual,

sintomatologias, local, início, causa, duração, frequência, lateralidade, entre outros.

É necessário investigar também, antecedentes pessoais e familiares, hábitos

alimentares, desejos e aversões, qualidade do sono, aspectos psicológicos, sonhos,

transpiração, sede, dentre outros fatores. O interrogatório deve ser realizado de

forma tranquila, não induzindo respostas e procurando chegar ao diagnóstico

tradicional ou energético, seguindo a classificação do Yin e Yang, dos Cinco

Elementos e dos Zang-Fu (PIN, 1993, p. 206).

Na inspeção, é importante observar o paciente analisando o aspecto da face,

postura, tom da fala, respiração, bem como avaliando os microssistemas dos olhos,

língua e dentes. A língua é muito inspecionada durante o diagnóstico pelos

acupunturistas chineses.

Na audição e olfação, ouvir atentamente as queixas e sentir odores

apresentados pelo paciente.

Na palpação devem-se buscar pontos ou regiões dolorosas. Nesta etapa é

imprescindível realizar o exame do pulso radial, pois ele fornece subsídios preciosos

para detectar os distúrbios energéticos, permitindo uma terapêutica eficaz que visa

restabelecer o equilíbrio, sem contar que existe uma relação entre a posição do

pulso e os diferentes meridianos do organismo, podendo desta forma, indicar a

situação do meridiano no indivíduo naquele momento. O método consiste em palpar

três seguimentos da artéria radial situada no meridiano do Pulmão em ambos os

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pulsos, avaliando os três níveis: superficial, médio e profundo, comparando-os com

os pulsos da mão direita e esquerda (CORDEIRO, 2001, p. 99; WEN, 1995, p. 162).

O diagnóstico pelo pulso contribui para o conhecimento do equilíbrio

energético Yin – Yang e da condição energética, informando sobre os excessos e

deficiências dos meridianos (SUSSMANN, 2005, p. 319).

Além das etapas importantes de diagnóstico, o acupunturista pode contar

sempre que necessário com outras técnicas como exames laboratoriais,

radioterapias, entre outros (CORDEIRO, 2001, p. 99). Realizados os procedimentos

de diagnósticos, o profissional acupunturista terá informações necessários para

iniciar a terapia.

4. 5 A DOENÇA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A saúde é vista pela MTC como o estado de equilíbrio energético no

organismo e a doença são gerados pelo desequilíbrio das energias (ROSS, 1994, p.

5).

Para a Medicina Chinesa, o corpo é constituído de Matéria e Energia. Existem

as energias que o homem absorve através da respiração (Energia Celeste), através

da alimentação (Energia Terrestre), que juntas constituem a energia Essencial e que

esta, juntamente com a Energia Ancestral, vão constituir a Energia Nutridora e a

Energia Defensiva. O equilíbrio destas Energias, de uma maneira geral, é o

responsável pela saúde do indivíduo. Quando há o desequilíbrio ou um excesso de

Energia Celeste, considerados os fatores de adoecimento, o indivíduo adoece

(CORDEIRO, 2001, p. 74; WEN, 1995, p. 110).

As doenças na MTC podem ser causadas por fatores exógenos e endógenos.

As chamadas energias perversas são alterações climáticas celestes que quando

penetram no organismo podem alterar a circulação energética e provocam as

doenças (SUSSMANN, 2005, p. 76).

Segundo Dulcetti (2001, p. 69), as “energias perversas” funcionam como fator

etiológico externo segundo a visão da medicina oriental e são classificadas como:

vento, calor, fogo, umidade, secura e frio. Existem também outros fatores mistos

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como traumas físicos (acidentes, vacinações, etc). As causas endógenas são

perturbações psíquicas causadas pelas cinco emoções (raiva, euforia, preocupação,

tristeza e medo).

Tanto os fatores exógenos quanto os fatores endógenos e mistos perturbam a

energia do organismo alterando-a e para promover o equilíbrio é necessário regular

a circulação energética utilizando os pontos de regulação na Acupuntura

(SUSSMANN, 2005, p. 76).

As pessoas reagem aos distúrbios energéticos distintamente, por isso, a

avaliação é realizada de forma individual e integralmente, sendo assim, para cada

indivíduo, o seu tratamento (DULCETTI, 2001, p. 71).

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5 TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA PELA ACUPUNTURA

A Fibromialgia é uma síndrome que tem como queixa principal a dor muscular

difusa com presença de pontos dolorosos em determinadas regiões, acompanhada

de fadiga, parestesias, distúrbios do sono, dentre outros sintomas (WOLFE et al.,

1990).

O tratamento baseado na Acupuntura Tradicional Chinesa não visa tratar uma

doença específica como é conhecida na Medicina Ocidental. A doença pela MTC é

definida como desequilíbrio energético e a finalidade da Acupuntura é restabelecer a

circulação de energia ao nível dos meridianos, órgãos e vísceras, levando o

organismo à harmonia e bem-estar (YAMAMURA, 1993, p. 10).

A Medicina Chinesa classifica a Fibromialgia dentro de um grupo de

síndromes considerados síndromes Bi, que são definidos como obstrução,

estagnação energético ou penetração de energias perversas como o vento, frio e

umidade, nos canais de energia principais, tendinomusculares e secundários,

acometendo as articulações dos membros superiores e inferiores e a coluna

vertebral, causando um bloqueio na circulação de Qi e Xue nessas articulações,

levando a estagnação de Qi e de energia perversa. Como formas de manifestações

clínicas, estas estagnações manifestam-se como dor, inchaço, sensação de peso,

parestesias, adormecimento ou mesmo fraqueza muscular nos membros superiores

e inferiores, bem como dos músculos paravertebrais. As manifestações clínicas da

síndrome Bi, dependem do tipo de energia perversa que provoca o bloqueio e a

estagnação na circulação do Qi. Segundo a MTC, estas síndromes correspondem

ao quadro clínico de dor músculo esquelética crônica, progressiva, com ataques

repetidos. Elas são caracterizadas de acordo com o fator patogênico dos tipos vento

(Feng), frio (Han), umidade (Shi) e calor (Re) (SILVA, 2004; MARTÍNEZ, 2008).

Segundo Araújo (2006), a síndrome da obstrução dolorosa é um problema

dos meridianos em lugar dos órgãos internos, onde a dor e a sensibilidade são

causadas por obstrução na circulação de Qi e Xue nos meridianos, por ação exterior

do vento, frio ou umidade.

O objetivo do tratamento consiste em expelir os fatores patogênicos que

invadiram os meridianos e eliminar a estagnação local resultante do Qi e Xue nos

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meridianos. Como estão presentes os três fatores patogênicos que são o vento, frio

e umidade, o objetivo do tratamento consistem em expelir o vento, dispersar o frio e

eliminar a umidade (ARAÚJO, 2006).

Porém, para Hirakui (2007), todo o processo patológico das dores viscerais e

periféricas é devido à alteração do equilíbrio entre o Yin e o Yang. Então, antes de

iniciar o tratamento destas algias, deve-se harmonizar o Yin e o Yang. Para tanto,

frequentemente, se utiliza pontos de Acupuntura que fazem a ligação entre Yin e

Yang, exterior e interior, alto e baixo, sendo que estas são adquiridas utilizando os

quatro pontos: E36, F3, IG4, IG11.

5. 1 CANAIS DE ENERGIA CURIOSOS

Na visão da MTC, as dores tendino-musculares, articulares e peri-articulares

são consideradas de característica Yang, pelo fato de se localizarem na parte

exterior do corpo. A Fibromialgia, caracterizada pela presença de pontos dolorosos

(tender points), espalhados pelo corpo, sugere tratar-se de uma condição energética

relacionada com alterações globais de toda a energia Yang do corpo, que ascende,

podendo então, provocar distúrbios do sono; além do mais, o quadro da Fibromialgia

é crônico (YAMAMURA, 1993, p. 558).

Yamamura et al. (1996) correlacionam o quadro clínico da FM com a

patologia dos Canais de Energia Curiosos Yang Qiao Mai e Yin Qiao Mai, da MTC. A

FM é considerada de característica Yang quando os distúrbios se referem ao Canal

de Energia Curioso Yang Qiao Mai, ou de característica Yin, quando os distúrbios se

referem ao Canal de Energia Curioso Yin Qiao Mai, ou sejam decorrentes de vazio

de Yin e falso calor (CANTARELLI, 2001, p. 17).

Como parte da síndrome do Qiao Mai, a Fibromialgia se caracteriza, por

apresentar dores músculo-esqueléticas difusas, articulares, periarticulares,

tendinosas e musculares, manifestando-se de maneira crônica, acompanhadas por

diversos sintomas subjetivos e disfunções orgânicas. A maioria dos pacientes

portadores de Fibromialgia apresenta sintoma típico de sono não reparador,

contraturas musculares matinais, fadiga persistente no decorrer do dia, dores que

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pioram com os esforços físicos e quadros depressivos e ansiosos, além de sintomas

relacionados ao cólon irritável, parestesias, sensação de inchaço nas extremidades,

cefaléia tensional, tensão pré-menstrual, dismenorréia, síndrome uretral feminina,

fenômeno de Raynaud, dor facial e Síndrome do Túnel do carpo, estando em

relação com o canal Du-Mai que recebe energia de todos os canais Yang,

denominado “Yang do corpo” que une a parte alta com a baixa do corpo

(YAMAMURA, 1993, p. 559).

O principal sinal do ataque do Yang Qiao Mai é a insônia, na qual estão

englobados os distúrbios de sono, insônia, sono agitado, sono entrecortado e sono

não reparador, sendo que se relaciona com a Síndrome da Fibromialgia (INADA,

2000, p. 58).

Devido os sintomas da Fibromialgia se assemelhar com os sintomas da

disfunção desses canais, a fadiga persistente e a origem dos pontos dolorosos

(tender points) são explicados, pela MTC, como sendo manifestação do falso calor

oriundo da deficiência do Shen – Rins, (fadiga persistente), e sintomas de caráter

Yang (dores difusas pelo sistema músculo esquelético, sono não reparador,

ansiedade). Associa-se a essa deficiência do Shen – Rins a agressão pelo frio

(dores que pioram com o frio e a umidade, acompanhadas por sensação de inchaço

nas extremidades e intolerância ao frio). O sono não reparador é provocado,

segundo a MTC, pelo excesso de Yang que atinge o canal curioso Yang Qiao Mai

(YAMAMURA, 1993, p. 559).

O aparecimento de ponto dolorosos miofasciais é explicado, segundo a teoria

dos Jing lou (canais e colaterais), pela presença de Qi perverso calor ou umidade –

calor, nos canais de energia.

Para Yamamura (2001, p. 553), as dores crônicas dos órgãos internos

atingem a essência dos órgão acometidos e com o passar do tempo, atacam o Rim

causando a deficiência do Qi, principalmente do Rim Yang. Graças a esta alteração,

o calor orgânico que veicula o canal de energia curioso Yin Qiao Mai torna-se

deficiente e manifesta-se com desânimo e fadiga. Também graças a esta

deficiência, o calor orgânico não chega ao encéfalo através do ponto B1, causando

sonolência e Depressão. O déficit do calor orgânico causa a deficiência de Yang no

sistema músculo-esquelético, causando a plenitude Yin, devido a isso ocorrem as

dores desse sistema.

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Na Fibromialgia existem dois sistemas de Qiao comprometidos, o Yang Qiao

ou Yin Qiao, de acordo com a natureza, se Yang ou Yin. Se for Yang, tratar Yang

Qiao Mai/Du Mai, com pontos de abertura e fechamento, respectivamente B62 e

ID3; se for Yin, tratar Yin Qiao Mai/Ren Mai com pontos de abertura e fechamento,

respectivamente R6 e P7 (INADA, 2000, p. 58). Cantarelli (2001, p. 17) descreve

que é importante tonificar o órgão deficiente, ou seja, o Shen dos Rins.

O tratamento da FM de característica Yang é realizado punctuando o ponto

B62, do canal de energia principal da Bexiga, constitui o ponto de abertura do canal

Yang Qiao Mai que situa 1 tsun distalmente à ponta do maléolo lateral, numa

profundidade de 1 tsun. Este ponto possui uma ação específica sobre a patologia

dos membros e dermatoses. A seguir os pontos sintomáticos, tais como: VG2, B43,

B40 e, por fim ID3, para constituir o sistema “anfitrião – hóspede” (FREITAS et al.,

2004).

Para a abertura do canal de energia Yin Qiao Mai, deve-se punctuar em

primeiro o ponto R6, do canal de energia principal dos Rins, que se situa numa

reentrância óssea localizada a 1 tsun distal à margem inferior do maléolo medial,

numa profundidade de 8 a 12mm. Este ponto possui ação específica sobre

sonolência excessiva. A seguir deve-se punctuar os pontos E36, R3, R4, IG2 e por

fim, o ponto P7 seu associado (FREITAS et al., 2004).

De acordo com Yamamura (2001, p. 560), o tratamento deve ser realizado

nos pontos: R6, para fortalecer o Yin Qiao Mai e o P7 para o Ren Mai; com moxa no

VG4, B23, B52 E VC4; e com moxa no B13, B42, B14, B43, B15 e B44 para

fortalecer o fogo ministerial. Para o tratamento do Yang Qiao Mai, utilizar B62 e ID3

para fortalece-lo, e para melhorar o Shen, usar moxa no B23, VG4, B52, B22, VC4,

VC6 e puncionar R3.

5. 2 OS CINCO ELEMENTOS

O tratamento também pode ser realizado com a utilização da teoria dos cinco.

Através dos sintomas e síndromes no diagnóstico. A aplicação da teoria dos cinco

elementos está na classificação em diferentes categorias como emoção humana e

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fenômenos naturais externos do corpo como as condições climáticas (FREITAS et

al., 2004).

Na SFM são afetados em maior ou menor grau, os órgãos correspondentes

aos cinco elementos e podemos estabelecer uma hipótese sobre a causa

desencadeante: um traumatismo ou um ataque importante de vento-frio-umidade

quando a energia vital está debilitada por deficiência de Xue, Qi, Yang ou Yin,

consequências de esgotamento, estresse, entre outros, aparece a síndrome bi

(vento-frio-umidade) generalizado e localizado, principalmente nos canais tendino-

musculares, com o desequilíbrio de todos os órgãos Zang-Fu (HIRAKUI, 2007).

No caso da FM destacamos uma desarmonização principal no excesso de

Fígado (Zang-muscular e tendão) e deficiência de Rins (Fu-ossos). Através do

tratamento feito pela teoria dos cinco elementos observamos também com o ciclo de

dominação que o Fígado, Coração, Rim, Pulmão, necessitam de tratamento

simultaneamente (FREITAS et al., 2004).

Um dano no Fígado pode influenciar também o Coração e acontece que a

dominação da mãe atinge o filho pode influenciar o Pulmão, pode influenciar os

Rins, o que resulta em a dominação do filho atinge a mãe (FREITAS et al., 2004).

Portanto, temos que reforçar a Terra para produzir Metal, umedecer a Água

para manter a Madeira irrigada, sustentar a Terra para conter a Madeira e fortificar a

Água para conter o Fogo (FREITAS et al., 2004).

Água em deficiência, tonificar a mãe Rim que é o Pulmão + Rim + Baço.

Fígado em excesso, sedar o filho que é Coração + Fígado. Fígado em excesso, o

Rim não consegue guardar energia essencial (FREITAS et al., 2004).

5. 3 TEORIA ZANG-FU

De acordo com Dulcetti (2001, p. 119), na Teoria do Zang-Fu cada órgão está

ligado ao seu meridiano e ao seu elemento respectivo, e suas condições energéticas

de excesso ou deficiência são refletidas no pulso radial.

Para cada função – meridiano existe um conjunto de sintomas associados

que deverão ser relacionados com o quadro clínico do paciente.

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Correlacionando a Teoria Zang-Fu com a do Cinco Elementos, o meridiano do

Fígado corresponde ao elemento Madeira e está ligado a agilidade muscular, sendo

os músculos e tendões as estruturas fisiológicas governada por esta função. O

excesso do Fígado está relacionado aos sintomas de dores musculares e nos

tendões, cefaléia, distúrbio do sono e psíquicos (DLUCETTI, 2001, p. 120). Sendo

esta sintomatologia presentes na SFM, supõe-se que pacientes fibromiálgicos

apresentem excesso de Fígado.

De acordo com os sintomas da insuficiência do Baço-Pâncreas como fadiga,

debilidade, Depressão, entre outros (DULCETTI, 2001, p. 127), entende-se que a

deficiência do BP também esteja associada à Fibromialgia.

Os excessos e deficiências dos meridianos verificados através do exame do

pulso e das etapas do diagnóstico são essenciais para um bom tratamento, pois são

através dessas informações que serão utilizadas as regras para restabelecer o

equilíbrio energético e selecionar os pontos a serem estimulados.

Além dos pontos de regulação energética, existem os pontos sintomáticos

que também deverão complementar o tratamento (CANTARELLI, 2001, p. 24).

Portanto, selecionando o Vaso Maravilhoso, os pontos de regulação

energética e os pontos sintomáticos, o profissional poderá iniciar a sessão de

Acupuntura seguindo sempre a sequência cronológica das punturas. O número de

sessões e a frequência dependerão da resposta do paciente ao tratamento

(CANTARELLI, 2001, p. 24).

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6 EFICÁCIA DA ACUPUNTURA NA FIBROMIALGIA

São muito os estudos que se relatam sobre a eficácia da Acupuntura no

tratamento da FM. Porém, nas revisões sistemática e nos estudos controlados

randomizados publicadas, ainda não há um consenso neste tema.

Abaixo são apresentados algumas conclusões de alguns artigos acerca da

eficácia da Acupuntura na FM.

Guimarães et al. (1989), selecionou 25 voluntários adultos, sem antecedentes

psiquiátricos ou neurológicos, que não faziam uso de nenhum tipo de medicamentos

há pelo menos seis meses, com queixas de ansiedade e Depressão, pertinente aos

sintomas reumáticos da FM. Os voluntários foram submetidos a 20 sessões de

Acupuntura, duas vezes por semana, por um período de 10 semanas. Utilizaram-se

os pontos CS6, VC17, Yintang, VC12, VG20, E36, BP6, IG4, IG11 e F3. Teve como

resultado, uma diminuição tanto dos sintomas da ansiedade como os da Depressão,

devido às modificações psicofisiológicas causadas nos voluntários.

Um outro estudo dirigido por Gallagher et al. (2001), avaliou de forma

randomizada mulheres com Depressão maior tratadas com Acupuntura por oito

semanas e seguidas por seis meses. Como resultado, os referidos autores relataram

que a Acupuntura produziu menor taxa de resposta em episódios depressivos e

recorrência da Depressão, de forma similar a outros tratamentos instituídos nestas

contingências.

Em pesquisa realizada por Vectore (2005), destaca-se que a Acupuntura é

capaz de modificar neuroquimicamente o sistema límbico, área relacionada às

emoções. Isso ocorre por meio do estímulo dos terminais nervosos, no momento da

inserção das agulhas, o que determina o aumento da produção de serotonina e

endorfina no SNC, que agem como um analgésico, sendo dessa forma, indicada

para o tratamento de quadros como Depressão.

No tratamento da Depressão pela Acupuntura, os pontos do meridiano Du

(Vaso Governador) são frequentemente selecionados para fortalecer o cérebro e

acalmar o Fígado, regulando as emoções. Lu Mei et al. (2003, p. 15 apud ZHANG et

al., 2011, p. 26) investigaram alguns dos pontos mais frequentemente usados, VG-

20, Yintang, EX-CP1, PC-6, Shenmen e BP-6. Desde o início dos anos 1980, Luo

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Hechun et al. (2000, p. 806 apud ZHANG et al., 2011, p. 26) têm aplicado

eletroacupunctura nos pontos DU-20 e Yintang para o tratamento da Depressão e

verificaram que os seus efeitos são semelhantes aos da amitriptilina; no entanto, a

eletroacupunctura revelou ser mais eficaz do que este antidepressivo no tratamento

da ansiedade e nos distúrbios cognitivos. Han Cui et al. (2002, p. 512 apud ZHANG

et al., 2011, p. 26) avaliaram os efeitos curativos e os efeitos secundários da

eletroacupunctura e da mepacrine na Depressão, tendo concluído que ambas as

terapêuticas são muito eficazes, embora a eletroacupuntura se tenha revelado mais

adequada nos pacientes com queixas múltiplas, com elevados níveis de ansiedade,

de idade avançada e de constituição fraca ou sensível. Li Deping et al. (2005, p. 22

apud ZHANG et al., 2011, p. 27) utilizam a Acupuntura nos pontos VC-12, VC-10,

VC-6 e VC-4 no tratamento da Depressão e constataram que o seu efeito era

equivalente ao da amitriptilina. Huang Yong et al. (2004, p. 151 apud ZHANG et al.,

2011, p. 27) usam Acupuntura craniana na linha central do vertex, linha média frontal

e na primeira linha lateral frontal, para tratar a Depressão, obtendo resultados

terapêuticos evidentes e sem efeitos secundários.

Em relação à eficácia da Acupuntura na melhora da dor, sono e qualidade de

vida nos portadores fibromiálgicos, Takiguchi et al. (2008) realizou um ensaio clínico

randomizado com 20 mulheres, com diagnóstico de FM. Elas foram divididas em

dois grupos: o grupo A recebeu a Acupuntura segundo a MTC e o grupo B teve a

inserção de agulhas nos tender points base do occipital, trapézio, supraespinhoso e

epicôndilo lateral. Os grupos receberam Acupuntura uma vez por semana, durante 8

semanas, com inserção de oito agulhas por 25 minutos. Os resultados apontam para

melhora nos dois grupos, porém com melhora acentuada no grupo B, submetido à

Acupuntura nos tender points. No grupo A, houve melhora significante do sono, e no

grupo B, na dor (inclusive com diminuição da dor em pontos distantes dos

puncionados), limiar de dor nos tender points, no sono, cansaço matinal, ansiedade

e Depressão.

Em um estudo realizado para pesquisar se os métodos típicos da Acupuntura,

como a inserção e a estimulação de agulhas e a frequência de tratamento eram

causas importantes na melhora dos sintomas da Fibromialgia, Harris et al. (2005)

randomizaram 114 participantes para um dos quatro grupos de tratamento: inserção

da agulha fora dos pontos sem estimulação, inserção de agulhas em locais

tradicionais como estimulação manual, agulhas inseridas em locais que não são

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pontos de Acupuntura com estimulação e agulhas em locais tradicionais sem

estimulação, com as agulhas permanecidas por 20 minutos. Todos os grupos foram

submetidos ao tratamento uma vez por semana por 3 semanas, com continuidade

de duas vezes por semana por 3 semanas e por fim 3 vezes por semana durante 3

semanas, totalizando 18 sessões. Os pontos utilizados para o tratamento foram: IG-

4, IG-11, VG-20, F-3, VB-43, BP-6, E-36 e Shenmen auricular. No decorrer do

tratamento houve perda de amostra de 33% (38 indivíduos). Os autores perceberam

que 25% - 35 dos indivíduos tiveram melhoras nos aspectos da dor e humor, sem

que isso dependesse do estímulo correto da agulha ou do local de inserção. Não

houve diferença entre o grupo que teve manipulação das agulhas e o que não teve,

sugerindo que neste caso, a manipulação da agulha não teve importância na terapia.

Observaram também que o efeito analgésico oferecido com o tratamento realizado

três vezes por semana foi bem melhor do que no tratamento semanal, concluindo

então que houve melhora dos sintomas da FM tanto em relação à dor e humor, com

a inserção das agulhas de Acupuntura, mas sem resultados específicos em relação

aos locais de inserção ou estímulos manuais aplicados nas agulhas.

Na revisão sistemática sobre Medicina Complementar ou Alternativa utilizadas

no tratamento da FM, Porter et al. (2010) verificaram nos estudos de Acupuntura um

efeito global positivo e uma diminuição da sintomatologia em 10 dos 11 estudos.

Sendo assim, os 10 estudos com sucesso sugerem que a Acupuntura pode ser

eficaz no tratamento da sintomatologia da FM.

Em 2010, Itoh e Kitakoji, cuidaram de 16 pacientes com FM que foram

randomizados em dois grupos. O grupo A recebeu 5 sessões de Acupuntura uma

vez por semana durante 30 minutos, após 5 semanas de um período controle onde

realizaram exames clínicos e tratamento padrão uma ou duas vezes por semana,

com um especialista em FM. O grupo B recebeu 10 sessões de Acupuntura uma vez

por semana durante 30 minutos. No tratamento foi utilizada eletroacupuntura em

pontos -gatilhos. Os pacientes recebiam 15 minutos de eletroacupuntura em que

quatro pares de eletrodos eram fixados nos antebraços e pernas, associados a uma

corrente de 4 Hz, da qual a intensidade foi determinada pela percepção do paciente

e aumentada até que se atingisse uma contração muscular visível. Ao fim dos 15

minutos, foram realizadas inserções nos pontos-gatilhos, até o número de 10 pontos,

em que as agulhas permaneciam por 15 minutos. A profundidade da inserção foi

determinada de acordo com a sensação do paciente. Os pontos foram escolhidos de

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acordo com os sintomas do paciente e padrão de dor. Os músculos mais tratados

nesta sessão foram: esternocleidomastóideo, trapézio, peitoral maior, quadrado

lombar, eretor da espinha, glúteo médio, isquiotibiais. Ao final das 5 primeiras

semanas de tratamento, os autores encontraram uma diferença significativa entre os

dois grupos. Os pacientes do grupo B que estavam recebendo o tratamento com

Acupuntura, apresentaram uma grande melhora dos sintomas e na qualidade de

vida, em comparação ao grupo A, que estava recebendo o tratamento padrão. Nas

últimas 5 semanas de pesquisa, o grupo A, que começou a receber o tratamento

com Acupuntura, também apresentou uma diminuição dos sintomas e melhora da

qualidade de vida, atingindo níveis de escore mais parecidos aos do grupo B. O

estudo apresentou resultados a sugerir que o protocolo de tratamento proposto é

eficiente para amenizar a dor desses pacientes e ainda sugere que a utilização do

tratamento padrão como grupo de controle, pode ser o método ideal para avaliar a

eficácia da Acupuntura na FM. No entanto, como o tamanho da amostra utilizada foi

relativamente pequena, estudos futuros de maior escala são necessários para

confirmar os achados.

Duncan; White e Rahman (2007), realizaram um ensaio para observar os

benefícios e a aceitabilidade que a Acupuntura poderia proporcionar aos pacientes

de uma clínica de cuidados terciários. Foram oferecidos a 24 pacientes, 8 sessões

de tratamento ao longo de oito semanas. No tratamento foi utilizada inserção manual

nos pontos - gatilhos, de acordo com a localização das áreas dolorosas em cada

paciente. Uma inserção mais superficial foi realizada, no menor número possível de

pontos, tendo como limite o máximo de 10 agulhas, pois os autores acreditam que

os pacientes fibromiálgicos são muito sensíveis ao agulhamento, que produz neles

um grande aumento de fluxo sanguíneo cutâneo e muscular, o que causaria nesses

indivíduos a mesma sensação de uma inserção mais profunda, intramuscular, em

pessoas saudáveis. Os resultados foram coletados em 5 momentos: imediatamente

antes do início do tratamento, ao término das oito semanas de Acupuntura, e, após 6

semanas, três meses e seis meses ao final das sessões. No decorrer do tratamento,

houve perda de amostra e apenas 14 pessoas concluíram o estudo. Desses, cerca

de 1/3 apresentou pelo menos 20% de redução dos sintomas, considerada uma

melhora clinicamente relevante, sendo que dois desses pacientes obtiveram uma

melhora acima de 50%. Contudo, como não havia um grupo controle, não se pode

afirmar se essa resposta obtida em alguns pacientes seria um efeito específico da

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técnica de inserção utilizada. Como conclusão, os autores relataram que a

Acupuntura parece oferecer melhora dos sintomas em alguns pacientes

fibromiálgicos que não obtiveram resposta a outros tratamentos e sugerem que

novos estudos devem ser realizados para confirmar os achados.

Para determinar se a Acupuntura alivia a dor na FM, Assefi et al. (2005),

realizaram um estudo randomizado, placebo controlado. Foram escolhidos 100

adultos com FM, que receberam o programa de tratamento projetado para tratar a

patologia, ou um dos três tipos de placebo propostos. Os tipos de placebo

selecionados foram: pontos de Acupuntura para tratar uma condição não

relacionada (menstruação irregular), inserção de agulhas fora dos pontos e inserção

simulada da agulha, sendo a sessão duas vezes por semana, durante 12 semanas,

realizados por oito acupunturistas, em seus consultórios particulares. No grupo que

recebeu tratamento para FM foram utilizados os seguintes pontos: IG-11, BP-9, VC-

12, E-25, R-7, TA-5, Yintang, B-43, B-44, B-17, B-18, B-20 e B-22. No grupo que

recebeu tratamento para menstruação irregular, os pontos P-7, BP-10, VC-3, R-5 e

F-2 foram utilizadas. Em todos os grupos que receberam a inserção de agulhas, as

mesmas foram mantidas em profundidade padrão, durante 30 minutos em cada

ponto. As medidas de resultados foram realizadas na primeira, quarta, oitava e

décima segunda semanas de tratamento, e três e seis meses após sua finalização.

Para obter os resultados, foram agrupados os três simulados controles para

compará-los ao grupo que recebeu o tratamento para FM. No decorrer do

tratamento, houve perda de amostra e apenas 96 pacientes finalizaram o estudo. Os

autores concluíram que a Acupuntura não foi melhor que a simulada na diminuição

da dor na FM. Possíveis explicações deve-se ao fato de uma resposta inespecífica à

presença do acupunturista ou ao ambiente relaxante da clínica, uma resposta

psicológica a participação num ensaio clínico ou flutuações na história natural da

doença. Se houvesse a presença de um grupo controle de cuidados habituais, teria

auxiliado a diferenciar entre estas três possibilidades. Os autores sugerem que o

agulhamento simulado é tão eficaz quanto a Acupuntura real, e que a ressonância

magnética funcional revelou que a estimulação de pontos de Acupuntura ou pontos

falsos diminui a ativação de áreas corticais do cérebro que estão relacionadas com o

processo de sinais de dor. Os autores evidenciam que conduzir um estudo cego de

Acupuntura é um enorme desafio, pois é praticamente impossível deixar os

acupunturistas cegos para os tratamentos que estão realizando e que a prescrição

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da Acupuntura em pontos fixos pode ter interferido nesse resultado final, em que

essa prática difere do que ocorre na prática diária, onde o tratamento é

personalizado. Como não existe um padrão-ouro para seleção de pontos para a FM,

a escolha foi realizada de acordo com a experiência dos autores, que pode diferir da

de outros. Em conclusão, os autores não acharam indícios de que a Acupuntura

alivia a dor em pacientes fibromiálgicos.

Middlekauff (2004), conduziu um estudo com 30 pacientes portadores de

insuficiência cardíaca e foram divididos em 3 grupos de 10 pacientes: o primeiro foi

submetido a Acupuntura verdadeira, o segundo em Acupuntura com pontos falsos e

o terceiro foi levado a acreditar que estavam recebendo mas na realidade não

estavam sendo agulhados. Todos os pacientes foram submetidos a estresse mental

(fazer contas de cabeça ou por testes de conflito cor-palavra). A atividade nervosa

simpática era medida por microneurografia do nervo fibular, em repouso e durante o

estresse mental, antes e após a Acupuntura (verdadeira ou falsa). Constatou-se com

a experiência que a atividade simpática aumentava aproximadamente 25% com o

estresse mental e que este aumento era inibido somente com a Acupuntura

verdadeira, não havendo inibição simpática no grupo que recebeu Acupuntura em

pontos falsos e no grupo em que não houve utilização de agulhas.

A maior parte dos estudos realizados demonstraram grandes limitações, pois

a maioria das revisões sistemáticas são restritas a áreas novas de pesquisa como a

Medicina Alternativa que inclui a Acupuntura, revelando a falta de estudos

controlados e randomizados, o que torna difícil determinar a sua verdadeira eficácia

no que diz respeito ao tratamento da Acupuntura na Depressão em sintomas

reumáticos.

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7 CONCLUSÃO

Através da presente pesquisa, na avaliação dos resultados como um todo, é

possível afirmar que a Acupuntura mostrou-se promissora na redução dos sintomas

de Ansiedade e Depressão, pela diminuição dos parâmetros físicos e psicológicos

da SFM, a indicar que esta ferramenta apresenta grande potencial em seu

tratamento de dor e Depressão físicos e psicológicos da SFM, psicológicos e

fisiológicos dos voluntários, a indicar que esta ferramenta apresenta grande

potencial de uso no tratamento da Depressão, que é um dos sintomas da FM. Em

relação às dores reumáticas, os resultados foram positivos e sugerem que a

Acupuntura, especialmente com inserção de agulhas nos tender points, promove

maior analgesia, com menor impacto da FM no âmbito cotidiano e melhora na

qualidade de vida e do sono em indivíduos fibromiálgicos. Embora a literatura deixe

clara a associação entre FM e alterações no humor, ainda se observa a carência de

estudos e não existem trabalhos suficientes no que tange ao tratamento da

Acupuntura na Depressão em sintomas reumáticos, sendo necessário um número

maior de evidências neste contexto, principalmente mediante ensaios clínicos

controlados e randomizados.

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