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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS - LINHA DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA EM COMÉRCIO EXTERIOR FERNANDA WILPERT SALVARO OS REFLEXOS DO APAGÃO LOGÍSTICO NO PORTO DE SANTOS SOB A ÓTICA DOS AGENTES INTERVENIENTES E AS CONSEQUÊNCIAS JUNTO AOS ARMADORES NO ANO DE 2010 CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2011

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS - LINHA DE FORMAÇÃO

ESPECÍFICA EM COMÉRCIO EXTERIOR

FERNANDA WILPERT SALVARO

OS REFLEXOS DO APAGÃO LOGÍSTICO NO PORTO DE SANTOS

SOB A ÓTICA DOS AGENTES INTERVENIENTES E AS

CONSEQUÊNCIAS JUNTO AOS ARMADORES NO ANO DE 2010

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2011

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FERNANDA WILPERT SALVARO

OS REFLEXOS DO APAGÃO LOGÍSTICO NO PORTO DE SANTOS

SOB A ÓTICA DOS AGENTES INTERVENIENTES E AS

CONSEQUÊNCIAS JUNTO AOS ARMADORES NO ANO DE 2010

Monografia apresentada para obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas, no curso de Administração com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador: Prof. Júlio César Zilli, Especialista.

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2011

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FERNANDA WILPERT SALVARO

OS REFLEXOS DO APAGÃO LOGÍSTICO NO PORTO DE SANTOS

SOB A ÓTICA DOS AGENTES INTERVENIENTES E AS

CONSEQUÊNCIAS JUNTO AOS ARMADORES NO ANO DE 2010

Monografia aprovada pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel em Administração de Empresas, no Curso de Administração com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Criciúma, 28 de Novembro de 2011

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Prof. Júlio César Zilli - Especialista - UNESC - Orientador

______________________________________________

Prof. Eduardo Preis – Especialista - UNESC

______________________________________________

Prof. Evaldo Lourenço de Lima – Especialista - UNESC

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de pesquisa aos meus pais,

Rita de Cássia e Olivio Salvaro, pela confiança e

apoio em mim depositados, bem como pelo

companheirismo e compreensão durante todo o

processo de minha formação.

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AGRADECIMENTOS

Chegando ao fim de mais uma etapa de minha vida, cabe aqui os meus

sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma contribuíram e me

encorajaram para a conclusão desta graduação. Compete os meus agradecimentos:

A Deus, pelo dom da vida, pela sua presença constante em meu viver, por

me guiar em todas as minhas decisões e me ajudar a superar todos os desafios,

permitindo-me a trilhar o caminho do conhecimento.

A minha família, que representa a base da qual sustenta minha vida, pela

confiança e pelo incentivo a enfrentar os obstáculos que surgem ao longo do

percurso, não somente como aluna, mas também como cidadã.

Agradeço ao meu namorado, Jadner Pierini, pelo amor, compreensão,

paciência e incentivo, que dão sentido a minha vida. Obrigada por ter acreditado em

mim, por ter enxugado as minhas lágrimas e me abraçado, nos momentos em que

me senti incapaz.

Agradeço em especial a minha querida mãe, pelo seu amor infinito, pelas

horas em que ficou ao meu lado, não me deixando desistir e me mostrando que com

fé e dedicação sou capaz de chegar aonde almejo. Alguém que não é somente uma

mãe, mas, sobretudo, uma amiga com quem divido momentos marcantes em minha

vida. Sendo assim, só me resta agradecer, pelo carinho, amizade, paciência e

principalmente pelos seus ensinamentos.

Não poderia deixar de mencionar o espírito colaborativo de muitos

colegas e amigos, pessoas importantes em cada momento de minha vida, que

incluem também meus colegas de classe, com que tive o prazer de trocar

experiências, conhecimentos e expressar opiniões diversas sobre assuntos na área

de comércio exterior.

A todos os meus amigos, pessoas que sempre acreditaram no meu

potencial, em especial a Bruna Bonetti, Camila Salvaro, Felipe Cacciatori, Geísa

Ignácio, Jussara Gonçalves, Renata Dias, Leonardo Pacheco e Thaise Policarpo,

por terem me acompanhado nesta jornada, por terem me escutado nos momentos

de aflição. É inenarrável a minha admiração por todas estas pessoas, das quais me

orgulho em poder conviver, afinal são serem únicos, dignos de respeito e muito

orgulho.

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A todos os professores que contribuíram decisivamente para a minha

formação superior, os quais não mediram esforços para me manter em contato com

a realidade, onde buscaram o melhor direcionamento para a execução da profissão

de administração, sobretudo com dignidade e ética.

Ao meu orientador e padrinho da classe, professor Júlio César Zilli, um

profissional de imenso conhecimento, o qual durante a minha vida acadêmica me

conduziu com muita dedicação ao crescimento e a aprendizagem.

A Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, ao Departamento

do Curso de Administração com linha específica em Comércio Exterior e aos demais

docentes que ao decorrer do curso, auxiliaram de alguma forma para que a minha

formação fosse possível.

Aos profissionais dos terminais de cargas, despachantes aduaneiros e

operadores portuários que me recepcionaram no Porto de Santos, transmitindo-me

inúmeras informações inerentes ao porto, assim como, aos armadores, pela

colaboração em transmitir dados por meio dos questionários, viabilizando a coletas

de importantes informações, para a conclusão deste estudo.

Aos profissionais da Intertile Representações Comerciais, especialmente

ao Sr. Genezio Sorato, bem como da Cecrisa Revestimentos Cerâmicos S.A., por

todos os ensinamentos e oportunidades concedidas.

Sobretudo, desejo agradecer todos os que, de alguma forma,

contribuíram para que eu chegasse até aqui.

Muito obrigada!

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“Comece fazendo o que é necessário, depois o

que é possível, e de repente você estará fazendo

o impossível”.

São Francisco de Assis.

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RESUMO

SALVARO, Fernanda Wilpert. Os reflexos do Apagão Logístico no Porto de Santos sob a ótica dos agentes intervenientes e as consequências junto aos armadores no ano de 2010. 2011. 193 p. Monografia do Curso de Administração com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Criciúma.

O sistema portuário brasileiro é responsável pela viabilidade da sistemática de movimentação de cargas, contudo o crescimento do setor portuário tem se deparado com gargalos logísticos, administrativos e operacionais, onde tais limitações comprometem a eficácia dos portos e o próprio desenvolvimento do país. O Porto de Santos destaca-se como o principal porto da América Latina, contudo o mesmo também é afetado pela infra-estrutura insuficiente diante da demanda mundial e do crescimento do Brasil. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo principal analisar os reflexos do Apagão Logístico no Porto de Santos sob a ótica dos agentes intervenientes e as consequências junto aos armadores no ano de 2010. Para que os objetivos fossem alcançados, o estudo sustentou-se em um embasamento teórico obtido por meio da pesquisa bibliográfica, bem como através de duas pesquisas do tipo descritiva ou de campo, sendo a primeira uma visita in loco no Porto de Santos e a segunda correspondente a aplicação de um questionário junto aos armadores operantes no Porto de Santos. Sendo assim, o estudo contou com a abordagem qualitativa, a qual está presente nas entrevistas do tipo não-estruturada e focalizada, as quais foram aplicadas junto aos agentes operantes no porto em estudo, assim como através das perguntas abertas que integraram o questionário de pesquisa. Por conseguinte, a pesquisa quantitativa encontra-se no levantamento de dados obtidos com a aplicação do instrumento de coleta de dados. Tais procedimentos possibilitaram o alcance dos objetivos: a) conhecer a infra-estrutura do Porto de Santos por intermédio de uma visita in loco no complexo portuário; b) Identificar a origem e os reflexos do Apagão Logístico sob a ótica dos agentes intervenientes no Porto de Santos; c) Identificar os armadores operantes no Porto de Santos; d) Apresentar a relação dos armadores com o Porto de Santos; e) Identificar as consequências do Apagão Logístico ocorrido no Porto de Santos junto aos armadores; f) Identificar as medidas tomadas pelos armadores diante do Apagão Logístico; g) Apresentar sugestões com base na coleta de dados efetuada com a pesquisa in loco no porto em estudo e também com a pesquisa aplicada junto aos armadores. Isto posto, detectou-se que a grande maioria dos agentes intervenientes e armadores foram afetados pelo Apagão Logístico de várias formas, dentre elas destacam-se: elevados custos financeiros, redução nos embarques, aumento de no show, atraso nas rotas marítimas, omissão do Porto de Santos e desconfortos comerciais. Conforme análise realizada, sugere-se desenvolver e realizar medidas estratégicas que visem investimentos de melhorias ao porto, as quais estejam em conformidade com as principais deficiências apontadas pelos agentes que integram a cadeia logística. Palavras-chave: Logística Internacional. Estrutura Portuária. Apagão Logístico. Porto de Santos. Armadores.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Aspectos operacionais de comércio exterior. ................................................ 26

Figura 2: Evolução das exportações 2001-2010. ......................................................... 30

Figura 3: Evolução das exportações 2011-2010. ......................................................... 32

Quadro 1: Parâmetros de classificação dos navios. ..................................................... 47

Figura 4: Especificações básicas do contêiner. ............................................................ 54

Quadro 2: Tipos de contêineres. .................................................................................. 55

Figura 5: Fluxo do contêiner vazio. .............................................................................. 57

Figura 6: Fatores que intervêm no custo do seguro. .................................................... 59

Quadro 3: Incoterms 2011. ........................................................................................... 64

Quadro 4: Órgãos de gestão portuária. ........................................................................ 74

Figura 7: Principais Portos Brasileiros. ......................................................................... 75

Quadro 5: Sindicatos que integram o sistema portuário. .............................................. 79

Quadro 6: Atividades dos operadores portuários. ........................................................ 79

Figura 8: Vista aérea do Porto de Santos. ................................................................... 82

Quadro 7: Vias de acesso ao Porto de Santos............................................................. 83

Figura 9: Natureza da movimentação das cargas em 2010. ........................................ 85

Figura 10: Acesso ao Porto de Santos. ........................................................................ 86

Quadro 8: Operadores operantes no Porto de Santos. ................................................ 88

Figura 11: 20 maiores armadores do mundo. ............................................................... 89

Figura 12: Rotas com destino e origem no Porto de Santos. ....................................... 90

Figura 13: Museu do Café – Santos. .......................................................................... 102

Figura 14: Evolução da administração do Porto de Santos. ....................................... 103

Figura 15: Navio atracado em um dos 59 berços disponíveis no Porto de Santos. ... 104

Figura 16: Navio acompanhado por um prático. ......................................................... 104

Figura 17: Receita Federal de Santos. ....................................................................... 105

Figura 18: Lancha da Receita Federal, em alto mar de Guarujá. ............................... 105

Figura 19: Navio em bacia de evolução. .................................................................... 106

Figura 20: Vias de acesso paralelas rodo ferroviárias. ............................................... 106

Figura 21: Terminais abandonados localizados ao fundo da imagem. ....................... 107

Figura 22: Via de acesso ferroviário. .......................................................................... 108

Figura 23: Navio em processo de operação. .............................................................. 108

Figura 24: Navio da Maersk Line operando na Libra Terminais. ................................ 109

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Figura 25: Navio da CSAV operando na Libra Terminais. .......................................... 110

Figura 26: Navio operando no terminal da Santos Brasil no Porto de Santos. ........... 111

Figura 27: Vista aérea dos contêineres no terminal da Santos Brasil. ....................... 111

Figura 28: Açúcar a granel armazenado em um dos terminais do Porto de Santos. .. 113

Figura 29: Lentidão no trânsito de caminhões no Porto de Santos. ........................... 114

Figura 30: Visão na praia do Guarujá dos navios parados. ........................................ 114

Figura 31: Trabalhadores arrumam sacos de açúcar para serem embarcados por

um guindaste. .............................................................................................................. 115

Figura 32: Estivadores organizam pilha de sacos de açúcar em um caminhão para

serem embarcados. ..................................................................................................... 115

Figura 33: Guindaste no Porto de Santos embarca açúcar em sacos num navio

atracado no cais. ......................................................................................................... 116

Figura 34: Caminhoneiros parados em congestionamento rodoviário. ...................... 117

Figura 35: Estivadores organizam sacarias de açúcar. .............................................. 118

Figura 36: Protótipo do primeiro cais coberto do mundo. ........................................... 120

Figura 37: Nacionalidade dos armadores. .................................................................. 123

Figura 38: Parcerias e serviços de joint services com demais armadores. ................ 124

Figura 39: Empresas parceiras dos armadores que realizam joint services. ............. 125

Figura 40: Tempo de atuação dos armadores no Porto de Santos. ........................... 127

Figura 41: Utilização de terminais retroportuários. ..................................................... 128

Figura 42: Ramo de atuação dos armadores. ............................................................ 129

Figura 43: Mercados atendidos. ................................................................................. 130

Figura 44: Frequência operacional dos navios. .......................................................... 131

Figura 45: Volume de movimentação de cargas. ....................................................... 132

Figura 46: Principais produtos movimentados............................................................ 134

Figura 47: Modos de acondicionamento das mercadorias. ........................................ 135

Figura 48: Dificuldades nas operações. ..................................................................... 137

Figura 49: Influências que determinam o incremento de linhas de navegação. ......... 138

Figura 50: Armadores afetados pelo Apagão Logístico. ............................................. 140

Figura 51: Consequências do Apagão Logístico. ....................................................... 141

Figura 52: Aplicação de No Show. ............................................................................. 143

Figura 53: Paralisação de navios. .............................................................................. 144

Figura 54: Tipos de navios e a redução nas operações. ............................................ 145

Figura 55: Custo total gerado pelas embarcações paralisadas. ................................. 146

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Figura 56: Declínio das movimentações de cargas. ................................................... 147

Figura 57: Perdas financeiras. .................................................................................... 149

Figura 58: Cobrança de taxas adicionais. .................................................................. 150

Figura 59: Transmissão dos custos gerados. ............................................................. 151

Figura 60: Renegociação de fretes. ........................................................................... 152

Figura 61: Alternativas elaboradas para o escoamento de cargas. ............................ 154

Figura 62: Novas rotas marítimas. ............................................................................. 156

Figura 63: Porto de Santos e ações em prol de melhorias. ........................................ 158

Figura 64: Grau de necessidade para o desenvolvimento do porto. .......................... 160

Figura 65: Causas oriundas do Apagão Logístico. ..................................................... 163

Quadro 9: Relação dos armadores com o Porto de Santos. ...................................... 165

Quadro 10: Apagão Logístico e as consequências junto aos armadores. .................. 168

Quadro 11: Medidas adotados pelos armadores diante do Apagão Logístico. .......... 171

Figura 66: Etapas do Apagão Logístico. .................................................................... 177

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Nacionalidade dos armadores. ................................................................... 123

Tabela 2: Parcerias de joint services com demais armadores. ................................... 124

Tabela 3: Empresas parceiras dos armadores que realizam joint services. ............... 125

Tabela 4: Tempo de atuação dos armadores no Porto de Santos. ............................. 126

Tabela 5: Utilização de terminais retroportuários. ....................................................... 128

Tabela 6: Ramo de atuação dos armadores. .............................................................. 129

Tabela 7: Mercados atendidos. ................................................................................... 130

Tabela 8: Frequência operacional dos navios. ........................................................... 131

Tabela 9: Volume de movimentação de cargas. ......................................................... 132

Tabela 10: Principais produtos movimentados. .......................................................... 133

Tabela 11: Modos de acondicionamento das mercadorias. ........................................ 135

Tabela 12: Influências que determinam o incremento de linhas de navegação. ........ 138

Tabela 13: Armadores afetados pelo Apagão Logístico. ............................................ 140

Tabela 14: Consequências do Apagão Logístico. ....................................................... 141

Tabela 15: Aplicação de No Show. ............................................................................. 143

Tabela 16: Paralisação de navios. .............................................................................. 144

Tabela 17: Quantidade de navios paralisados. ........................................................... 144

Tabela 18: Tipos de navios e a redução nas operações. ........................................... 145

Tabela 19: Custo total gerado pelas embarcações paralisadas. ................................ 146

Tabela 20: Declínio das movimentações de cargas. .................................................. 147

Tabela 21: Perdas financeiras. ................................................................................... 148

Tabela 22: Cobrança de taxas adicionais. .................................................................. 150

Tabela 23: Transmissão dos custos gerados. ............................................................ 151

Tabela 24: Renegociação de fretes. ........................................................................... 152

Tabela 25: Alternativas elaboradas para o escoamento de cargas. ........................... 154

Tabela 26: Novas rotas marítimas. ............................................................................. 156

Tabela 27: Porto de Santos e ações em prol de melhorias. ....................................... 158

Tabela 28: Melhorias apontadas pelos armadores. .................................................... 159

Tabela 29: Grau de necessidade para o desenvolvimento do porto. .......................... 159

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários

AP - Autoridade Portuária

APO - Área do Porto Organizada

BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo

CCI - Câmara de Comércio Internacional

CAP - Conselho de Autoridade Portuária

CDS - Campanhia Docas de Santos

CFR - Cost and Freight

CIF - Cost, Insurance and Freight

CPT - Carriage Paid To

CIP - Carriage and Insurance Paid to

CODESP - Companhia Docas do Estado de São Paulo

DAT - Delivered At Terminal

DAP - Delivered At Place

DDP - Delivered Duty Paid

EA - Entreposto Aduaneiro

EADI - Estação Aduaneira de Interior

EI - Entreposto Industrial

EXW - Ex Works

FAS - Free Alongside Ship

FCA - Free Carrier

FEU - Forty-foot equivalent unit

FOB - Free on Board

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

IATA - International Air Transport Association

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

ICC – International Chamber of Commerce

INCOTERM - International Commercial Terms

ISPS - Código de Segurança da Organização Marítima Internacional

ISO - Organização Internacional de Padronização

MERCOSUL - Mercado Comum do Sul

MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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MHC - Mobile Harbor Crane

NVOCC – Non-Vessel Owning (Operating) Common Carrier

OGMO - Órgão Gestor de Mão-de-obra

OP - Operador Portuário

OTM - Operador de Transporte Multimodal

PIB - Produto Interno Bruto

PAC - Programa de Aceleramento do Crescimento

PETROBRÁS - Petróleo Brasileiro S/A

PORTOBRAS - Empresa de Portos do Brasil S/A

PROAPS - Programa de Arrendamentos

RTG - Transtainer ou Rubber Tyred Ganty Cran

SECEX - Secretaria de Comércio Exterior

SINDAMAR - Sindicato das Agências de Navegação

SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior

SRF - Secretaria da Receita Federal

SPN - Sistema Portuário Nacional

TECON SANTOS - Terminal de Contêineres do Porto de Santos

TEU - Twenty Feet or Equivalent Unit

TM - Tribunal Marinho

TRA - Terminal Retroportuário Alfandegado

USD - United States Dollar

ULCS - Ultra large container ship

UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense

VLCS - Very large container ship

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 18

1.1 TEMA ...................................................................................................................... 20

1.2 PROBLEMA ............................................................................................................ 20

1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 22

1.3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 22

1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 22

1.4 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 25

2.1 GLOBALIZAÇÃO E O PANORAMA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO . 25

2.2 EXPORTAÇÃO ....................................................................................................... 28

2.3 IMPORTAÇÃO ........................................................................................................ 30

2.4 LOGÍSTICA ............................................................................................................. 33

2.4.1 Origem e evolução da logística ......................................................................... 34

2.4.2 Logística como ferramenta estratégica ............................................................ 36

2.4.3 Logística de Transporte Internacional .............................................................. 37

2.5 OPERAÇÕES ESPECIAIS DE TRANSPORTE ...................................................... 38

2.5.1 Unimodalidade .................................................................................................... 39

2.5.2 Intermodalidade .................................................................................................. 39

2.5.3 Multimodalidade ................................................................................................. 40

2.5.4 Transbordo no Transporte ................................................................................ 41

2.6 MODAL MARÍTIMO ................................................................................................ 42

2.6.1 Navegação de cabotagem ................................................................................. 45

2.6.2 Navegação de longo curso ................................................................................ 45

2.7 NAVIO ..................................................................................................................... 46

2.7.1 Navios de Carga Geral ...................................................................................... 47

2.7.2 Navios Portas-Contêineres ou Full Contêineres ............................................. 48

2.7.3 Navios Roll-on / Roll-off ..................................................................................... 48

2.7.4 Navios Granel Líquido ou Tanque .................................................................... 49

2.7.5 Navios Granel Sólido ......................................................................................... 49

2.7.6 Navios Químicos ................................................................................................ 49

2.7.7 Navios Gaseiros ................................................................................................. 50

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2.7.8 Navios Ore-Oil .................................................................................................... 50

2.7.9 Navios Rail-on/Rail-off ou Float-on/Float-off ................................................... 50

2.7.10 Navios auxiliares .............................................................................................. 50

2.8 EMBALAGEM ......................................................................................................... 51

2.8.1 Unitização ........................................................................................................... 53

2.8.2 Contêiner ............................................................................................................. 54

2.8.2.1 Logística do Contêiner .................................................................................... 56

2.9 SEGURO INTERNACIONAL DE CARGAS ............................................................ 58

2.9.1 Principais elementos envolvidos no contrato de seguro ............................... 59

2.9.2 Causas oriundas de perdas e avarias das mercadorias ................................. 60

2.9.3 Aquisição de seguro, suas apólices e cláusulas ............................................ 61

2.10 TERMOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO – INCOTERMS 2010 .................. 62

2.11 AGENTES INTERVENIENTES NO TRANSPORTE MARÍTIMO .......................... 64

2.11.1 Armador ............................................................................................................ 65

2.11.2 Agência Marítima .............................................................................................. 66

2.11.3 Despachante aduaneiro e Comissária de despachos ................................... 66

2.11.4 O Cargo Broker ................................................................................................. 67

2.11.5 O Freight Forwarder (Transitário de Carga) ................................................... 67

2.11.6 Non Vessel Operating Common Carrier – NVOCC ........................................ 68

2.12 ZONAS ADUANEIRAS ........................................................................................ 69

2.12.1 Zona Primária ................................................................................................... 69

2.12.2 Zona Secundária............................................................................................... 69

2.12.3 Recintos e Terminais Alfandegados ............................................................... 69

2.13 PORTOS ............................................................................................................... 71

2.13.1 Evolução dos Portos no Brasil ....................................................................... 72

2.13.2 Gestão e operações portuárias ....................................................................... 73

2.14 SISTEMA PORTUÁRIO NACIONAL .................................................................... 74

2.14.1 Equipamentos Portuários e sua Movimentação ............................................ 76

2.14.1.1 Stacker ou Reachstacker .............................................................................. 77

2.14.1.2 Transtainer ou Rubber Tyred Ganty Crane – RTG...................................... 77

2.14.1.3 Straddle Carriers ........................................................................................... 78

2.14.1.4 Portainer ......................................................................................................... 78

2.14.2 Serviços Portuários.......................................................................................... 78

2.15 PORTO DE SANTOS E SUA HISTÓRIA .............................................................. 80

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2.15.1 Infra-estrutura física do Porto de Santos ....................................................... 82

2.15.2 Administração do Porto de Santos ................................................................. 83

2.15.3 O Porto de Santos no ano de 2010 ................................................................. 84

2.15.4 Cenário Atual .................................................................................................... 86

2.16 ARMADORES OPERANTES NO PORTO DE SANTOS ...................................... 87

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 91

3.2.1 Abordagem Quantitativa .................................................................................. 94

3.2.2 Abordagem Qualitativa ..................................................................................... 95

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................... 95

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................................. 97

3.5 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA PESQUISA ........................................... 99

4 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA ............................................................................... 100

4.1 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA REALIZADA NO PORTO DE SANTOS ............. 100

4.1.1 Panorama geral do Porto de Santos ............................................................... 101

4.1.2 Terminal de cargas Santos Brasil ................................................................... 110

4.1.3 Apagão Logístico no Porto de Santos ............................................................ 113

4.1.4 Medidas e projetos para a modernização do Porto de Santos ..................... 119

4.2 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA ENTRE ARMADORES E O PORTO .................. 121

4.2.1 Relação dos armadores com o Porto de Santos ........................................... 122

4.2.1.1 Nacionalidade dos armadores ..................................................................... 122

4.2.1.2 Parcerias de joint services com demais armadores .................................. 124

4.2.1.3 Tempo de atuação dos armadores no Porto de Santos ............................. 126

4.2.1.4 Utilização de Terminais Retroportuários ..................................................... 127

4.2.1.5 Ramo de atuação dos armadores ................................................................ 128

4.2.1.6 Mercados atendidos ...................................................................................... 129

4.2.1.7 Frequência operacional dos navios ............................................................. 131

4.2.1.8 Volume de movimentação de cargas ........................................................... 132

4.2.1.9 Principais produtos movimentados............................................................. 133

4.2.1.10 Modos de acondicionamento das mercadorias ........................................ 134

4.2.1.11 Dificuldades nas operações ....................................................................... 136

4.2.1.12 Influências que determinam o incremento de linhas de navegação ....... 138

4.2.2 Apagão Logístico e as consequências junto aos Armadores ...................... 139

4.2.2.1 Armadores afetados pelo Apagão Logístico .............................................. 139

4.2.2.2 Consequências do Apagão Logístico .......................................................... 140

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4.2.2.3 Aplicação de No Show (reservas de praça não confirmadas) ................... 142

4.2.2.4 Paralisação de navios ................................................................................... 143

4.2.2.5 Tipos de navios e a redução nas operações .............................................. 145

4.2.2.6 Custo total gerado pelas embarcações paralisadas .................................. 146

4.2.2.7 Declínio das movimentações de cargas ...................................................... 147

4.2.2.8 Perdas financeiras......................................................................................... 148

4.2.2.9 Cobrança de taxas adicionais ...................................................................... 149

4.2.2.10 Transmissão dos custos gerados.............................................................. 150

4.2.2.11 Renegociação de fretes .............................................................................. 152

4.2.3 Medidas adotados pelos armadores diante do Apagão Logístico ............... 153

4.2.3.1 Alternativas elaboradas para o escoamento de cargas ............................. 153

4.2.3.2 Consequências aos portos catarinenses .................................................... 155

4.2.3.4 Novas rotas marítimas .................................................................................. 156

4.2.3.5 Implantação de um novo porto na faixa litorânea em São Paulo .............. 157

4.2.3.6 Porto de Santos e ações em prol de melhorias .......................................... 158

4.2.3.7 Grau de necessidade para o desenvolvimento do porto ........................... 159

4.2.3.8 Sugestões apontadas pelos armadores otimização do Porto de Santos . 160

4.3 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS ............................................................... 161

4.3.1 Análise da pesquisa realizada no Porto de Santos ....................................... 162

4.3.2 Análise da pesquisa realizada entre Armadores X Porto de Santos ........... 164

4.3.2.1 Relação dos armadores com o Porto de Santos ........................................ 164

4.3.2.2 Apagão Logístico e as consequências junto aos armadores ................... 167

4.3.2.3 Medidas adotados pelos armadores diante do Apagão Logístico ............ 170

5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 174

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 183

APÊNDICE .................................................................................................................. 188

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1 INTRODUÇÃO

Com a intensificação da globalização verifica-se a necessidade de

abordagens específicas nas relações mundiais, objetivando reduzir as distâncias

entre países, interligando as culturas e integrando as nações em um único modelo

econômico. Neste processo, a competitividade torna-se cada vez mais acirrada entre

as organizações, que visam realizar suas atividades a um custo menor e por meios

mais eficientes do que as suas concorrentes (ROCHA, 2001).

As organizações necessitam encontrar um diferencial, que tenha como

objetivo fazer com que estas destaquem-se no seu ramo de atuação, ou com o único

intuito de manterem-se competitivas no mercado, otimizando a qualidade de seus

serviços e visando a satisfação de seus clientes, através da obtenção de lucros e

maximização adequada dos resultados.

Enquadrados nesta nova conjuntura internacional, os shippers1 vêm se

utilizando de procedimentos logísticos como uma ferramenta estratégica, onde a

aplicação de um sistema integrado permite com que as organizações aperfeiçoem

suas operações através da administração do tempo, permitindo assim, a redução de

custos e o aumento da competitividade dos produtos a nível mundial. Desta forma, a

logística apresenta-se como um fator determinante, do qual as empresas tanto

carecem para ofertar benefícios aos clientes no âmbito de sua competência (KEEDI,

2004).

Cabe ressaltar que os altos custos logísticos no Brasil apresentam-se com

um dos maiores entraves para comercialização internacional, entretanto, a adoção

de uma cadeia logística eficiente poderá ser responsável pela minimização dos

custos de transporte, possibilitando assim, agregar valor ao produto.

O transporte marítimo faz parte desta cadeia de valores, por ser o mais

utilizado internacionalmente, uma vez que possui maior capacidade individual e por

ofertar tarifas de frete mais atrativas do que aquelas oferecidas por outros modais de

transporte. Logo, as conexões entre o modal marítimo e o sistema portuário

propendem à eficácia no processo de troca de bens, produtos e serviços (KEEDI,

2008).

1 SHIPPER: Trata-se do responsável pelo embarque da mercadoria no meio de transporte, que na maioria dos

casos, é o próprio exportador e quem contratou o transporte com o armador (VASQUEZ, 2001).

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Tendo o Porto de Santos como foco deste estudo, compete destacar que

este se apresenta como o principal porto da América Latina, movimentando mais de

um quarto do valor dos produtos negociados pelo Brasil no mercado internacional.

Sua influência é refletida na indústria, na agroindústria e na agricultura do Estado de

São Paulo e de grande parte das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e países do

MERCOSUL (PORTO DE SANTOS, 2011).

Apesar da relevância deste porto no âmbito nacional e internacional,

observa-se uma deficiência nas operações logísticas do mesmo, principalmente no

que se refere à eficácia no escoamento de mercadorias. Por este motivo, os

procedimentos para embarque de cargas no Porto de Santos são 56% menos

eficientes que os principais portos mundiais. Além disso, o volume de movimentação

de cargas neste porto teve seu auge no ano 2010, principalmente em razão do

aumento da safra de açúcar (PEREIRA, 2010).

As exportações de açúcar bateram recordes, em virtude da quebra da

safra na Índia e em demais países de menor expressão, porém que contribuem para

a demanda mundial. Apesar da ascensão de embarques o porto não acompanhou a

demanda vigente, esta deficiência resultante da falta de infra-estrutura para operar

em dias de chuva ocasionou o Apagão Logístico, o que repercutiu em um

congestionamento de aproximadamente 116 navios aguardando atracação,

enquanto em dias normais esse número não ultrapassara 10 embarcações

(PEREIRA, 2010).

Diante do exposto, o estudo dos reflexos do Apagão Logístico do Porto de

Santos junto aos armadores no ano de 2010, tem por objetivo a análise do complexo

portuário, seguido de suas operações logísticas, vias de acesso, dificuldades

enfrentadas pelos armadores durante o referido apagão e outros aspectos

relacionados ao comércio exterior.

A estrutura da pesquisa inicialmente é composta pela delimitação do

tema, a situação problema da pesquisa, evidenciando-se também o objetivo geral e

os objetivos específicos do estudo, bem como a justificativa que ressalta sua

importância. Estes elementos servem como norteadores condutores, dos quais

buscou-se os passos para a realização da pesquisa.

O segundo momento é caracterizado pela finalidade de contextualizar o

assunto abordado, por meio do embasamento teórico de dados e literaturas

específicas relacionadas ao alcance dos objetivos propostos. Destarte, o segundo

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capítulo é basicamente composto por informações acerca do comércio internacional

e suas operações, bem como sobre o modal de transporte marítimo, Incoterms,

agentes intervenientes no modal marítimo, zonas aduaneiras, sistema portuário

nacional, em especial sobre Santos e os armadores operantes neste porto.

O terceiro capítulo compreende os procedimentos metodológicos

empregados no presente estudo, através deste, foi delineado a sistemática do

estudo, por meio da definição do tipo de pesquisa, sua abordagem, a amostra e a

população apreendida, os instrumentos para a coleta de dados e por fim a

caracterização do ambiente de pesquisa.

Especialmente no quarto capítulo, apresenta-se a análise geral da

experiência e os dados obtidos através da realização da pesquisa de campo. Ainda

neste capítulo, é apresentada a tabulação dos dados, por meio de tabelas e gráficos,

bem como abordada a análise dos resultados originados da pesquisa.

No capítulo cinco tem-se a conclusão, onde será abordado as visões da

acadêmica pesquisadora, bem como, sugestões de melhorias, diante dos dados e

informações obtidos.

1.1 TEMA

Os reflexos do Apagão Logístico no Porto de Santos sob a ótica dos

agentes intervenientes e as consequências junto aos armadores no ano de 2010.

1.2 PROBLEMA

Com o aumento do desenvolvimento econômico e a mudança na

concepção dos consumidores em relação aos serviços e produtos, surge fortemente

a importância das organizações buscarem a ampliação de parcerias comerciais,

principalmente no mercado externo (LOPEZ; GAMA, 2005).

As relações comerciais no domínio internacional contribuem para a

competitividade e modernização das organizações, que por consequência criam

novos desafios aos portos, os quais buscam constantemente por tecnologias que os

tornem mais modernos e aptos a atenderem as necessidades das empresas

(WERNECK, 2007).

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Dentre os portos do território nacional, Santos possui o maior complexo

portuário da América Latina, movimentando 27% do comércio exterior brasileiro,

45% do mercado de consumo e 49% da produção nacional. Desta forma, a área de

seus negócios centraliza grande maioria da produção agrícola de exportação e os

mais importantes pólos industriais do Brasil (PORTO DE SANTOS, 2011).

Por se tratar do maior porto brasileiro, as transações internacionais de

Santos vêm crescendo velozmente. Desta forma, no ano de 2010, após a crise

financeira ocorrida nos anos de 2008 e 2009, o número de importações e

exportações cresceu consideravelmente, onde a movimentação de contêineres

registrou um marco de 1.762.205 unidades no referido ano, ou seja, 19,8% acima do

constatado em igual período no ano de 2009 (PORTO DE SANTOS, 2011).

Apesar da constante modernização do porto, com o aumento do

volume de cargas, sua infra-estrutura faz-se insuficiente diante de sua grande

demanda, uma vez que esta realidade está presente desde os últimos cinco anos,

tendo seu ápice em 2010, com o aumento da safra de grãos e principalmente de

açúcar. Com isso, o porto passou por um congestionamento em alto mar, o que

resultou no Apagão Logístico (PEREIRA, 2010).

Diante desta situação emerge-se ao seguinte questionamento: Quais as

consequências do Apagão Logístico no Porto de Santos sob a ótica dos

agentes intervenientes e as consequências junto aos armadores no ano de

2010?

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar os reflexos do Apagão Logístico no Porto de Santos sob a ótica

dos agentes intervenientes e as consequências junto aos armadores no ano de

2010.

1.3.2 Objetivos Específicos

a) Conhecer a infra-estrutura do Porto de Santos por intermédio de uma

visita in loco no complexo portuário;

b) Identificar a origem e os reflexos do Apagão Logístico sob a ótica dos

agentes intervenientes no Porto de Santos;

c) Identificar os armadores operantes no Porto de Santos;

d) Apresentar a relação dos armadores com o Porto de Santos;

e) Identificar as consequências do Apagão Logístico ocorrido no Porto

de Santos junto aos armadores;

f) Identificar a medidas tomadas pelos armadores diante do Apagão

Logístico ocorrido no Porto de Santos;

g) Apresentar sugestões com base na coleta de dados efetuada com a

pesquisa in loco no porto em estudo e também com a pesquisa

aplicada junto aos armadores.

1.4 JUSTIFICATIVA

Apesar da grande representatividade que Santos apresentou na Balança

Comercial no ano de 2010, neste mesmo ano o porto foi marcado por uma imensa

fila de navios à espera de autorização para atracar, a qual totalizou um

congestionamento de 116 embarcações em alto mar. O denominado Apagão

Logístico foi principalmente marcado pela exportação recorde de açúcar e pelo

elevado percentual de chuva no período, aliadas a falta de infra-estrutura para

operar em dias de precipitação atmosférica (THOMAS, 2010).

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O apagão marítimo causou um estrangulamento nas operações tanto por

mar quanto por terra, esta última refere-se a quantidade de tempo que os caminhões

carregados com açúcar ou a granel demoraram para entrarem no gate, isto é, o

portão de entrada do porto, sendo, pelo menos, o triplo se comparado com dias

normais.

A ineficiência para a movimentação de cargas com condições climáticas

desfavoráveis, a falta de infra-estrutura viária, a baixa utilização do sistema

ferroviário, a escassez de trabalhadores, entre outros fatores, fazem do complexo

portuário de Santos um objeto de estudo, o qual visa a promoção de melhorias

contínuas, por meio do aperfeiçoamento e maximização das operações logísticas.

As empresas exportadoras e importadoras, como integrantes da cadeia

logística também foram afetadas pelo Apagão Logístico, uma vez que muitos dos

schedule, isso quer dizer que as programações de embarques e desembarques não

foram cumpridos, pela omissão de Santos como rota marítima dos armadores. Em

muitos casos, as empresas não conseguiram estar com suas mercadorias no porto

nos dead lines determinados, ou seja, no prazo-limite para entrega da carga para

embarque, em virtude do congestionamento rodoviário, bem como pela falta de

janelas de atracação para disponibilização de contêineres vazios.

Além de shippers e consignees2, despachantes, agentes de cargas e

demais órgãos e instituições foram afetados. Contudo, o armador, como proprietário

do navio, também foi um dos grandes prejudicados, tendo em vista que o custo

diário de uma embarcação sem operar varia de U$ 20.000 a U$ 90.000 (PEREIRA,

2010).

Diante da importância do Porto de Santos para o comércio internacional

no Brasil, surge o interesse em analisar as consequências geradas pelo Apagão

Logístico ocorrido no ano de 2010 no referido complexo portuário, bem como suas

consequências aos armadores, uma vez que esta encontra-se inserida no universo

profissional que mantêm relação comercial com os armadores em sua atividade

profissional, e se utiliza do Porto de Santos para escoamento das mercadorias.

2 Consignee: Pessoa física ou jurídica que pressupõe-se como proprietário da carga transportada,

sendo assim este é indicado no conhecimento de embarque e tem o direito de reclamar ao

transportador (VASQUEZ, 2001).

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Sendo o Porto de Santos a principal rota dos armadores que operam no

Brasil, a relevância do presente estudo fundamenta-se na importância de identificar

os impactos gerados aos armadores a respeito do porto, e a partir destes apresentar

alternativas para o escoamento de mercadorias, aliadas a melhorias de acesso e

operações no embarque e desembarque de cargas, no intuito de prevenir episódios

semelhantes ao ocorrido no ano de 2010.

Esta pesquisa também se apresenta como instrumento sugestivo à

maximização das operações logísticas do porto, recurso este, que se utilizado,

poderá possibilitar o fomento da balança comercial através da ascensão do fluxo de

exportações, gerando vantagens econômicas ao Brasil e trazendo por consequência

maior empregabilidade e moeda estrangeira.

Acresce que o estudo faz-se relevante em seu aspecto teórico, pois visa

contribuir como instrumento de pesquisa no ramo da ciência social aplicada,

especificamente sobre o comércio exterior e em especial sobre o Porto de Santos,

pelo fato de existirem poucas publicações no acervo bibliográfico da Universidade do

Extremo Sul Catarinense - UNESC, assim como em outras bases de dados

disponíveis acerca do maior porto da América Latina.

Além disso, o estudo contribuirá com a sociedade, pois servirá como

material de apoio e referencial bibliográfico para acadêmicos e demais membros da

comunidade que desejarem adquirir maiores conhecimentos acerca do assunto

abordado, bem como auxiliará como fonte para pesquisadores que desenvolverão

futuros estudos.

Torna-se oportuna a abordagem deste tema pela acadêmica

pesquisadora, uma vez que o estudo possibilitou a expansão do conhecimento da

mesma, que para a contextualização deste, aplicou o aprendizado adquirido durante

o curso de graduação, especialmente nas matérias de sistemática prática,

sistemática de exportação e importação.

Sendo assim, a viabilidade da realização do estudo torna-se possível,

uma vez que a pesquisadora teve acesso aos dados do referido porto, sobretudo

junto aos agentes intervenientes no comércio exterior, ou seja, teve disponibilidade

de tempo e de recursos para a realização da pesquisa in loco, assim como, acesso à

materiais de pesquisa, localizados na biblioteca central da universidade, bem como,

em bases de dados online que constituíram a fundamentação teórica.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica visa a contextualização de estudos científicos,

encontrados em livros, teses, dissertações, resumos, artigos, entre outros materiais

já publicados por autores que abordaram assuntos catalogados com o tema em

pauta, ou ainda, que estão relacionados com o problema da pesquisa (VERGARA,

2009).

Além do acervo disponível em livros, a pesquisa também foi

fundamentada com base no Portal de Periódicos Capes, na Biblioteca Digital de

Teses e Dissertações, disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Informação em

Ciência e Tecnologia – IBICT, assim como, em bibliotecas digitais de Universidades

Federais, entre outras bases de dados acadêmicas.

Portanto, o presente capítulo tem como objetivo realizar o embasamento

teórico do estudo, por meio de explanações e abordagens de assuntos a ele

pertinentes.

2.1 GLOBALIZAÇÃO E O PANORAMA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

O avanço tecnológico alcançado no século XX resultou em uma série

de transformações estruturais em todo o mundo. O fenômeno causador de tais

mudanças culturais, econômicas, sociais e políticas foi denominado globalização.

Sua história está dividida em três estágios, sendo eles: mercantilista, industrial e

contemporâneo (ROCHA, 2001).

A primeira etapa quebrou barreiras do mundo financeiro, através do

surgimento do capitalismo, da expansão das rotas marítimas e da colonização do

continente americano e africano. A segunda etapa causou fortes mudanças nas

formas tradicionais de negociação, as quais foram resultantes da revolução industrial

e das duas grandes guerras mundiais. A última fase refere-se a que estamos

vivendo atualmente, que é distinguida pelo veloz desenvolvimento econômico

mundial, a alteração dos processos produtivos, a busca por inovações tecnológicas

e a preocupação com a preservação do meio ambiente (ROCHA, 2001).

Com a atual conjuntura da globalização, o intercâmbio entre os países e a

integração entre parceiros comerciais são influenciados pela troca de bens e

benefícios entre os envolvidos nesta sistemática (KEEDI, 2007).

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Segundo Keedi (2007, p. 22) “Diversificação de mercado significa, não

apenas, diluir seus riscos e ter mais países compradores, mas um aumento na

quantidade de empresas compradoras, com consequente aumento na quantidade

vendida e na produção realizada”.

Perante a importância do comércio exterior nas relações comerciais,

observa-se que desde o mundo primitivo, o homem jamais encontrou em um único

lugar a oferta completa de suas necessidades de consumo, sendo assim, o

deslocamento de bens e serviços de outros lugares em busca do seu próprio

sustento sempre fez-se necessário (KEEDI, 2007).

Em tempos atuais, as circunstâncias são as mesmas, pois são regidas

pela incapacidade dos países fabricarem todos os tipos de produtos e prestarem

todos os tipos de serviços, seja por fatores naturais, climáticos, tecnológicos, entre

outros. Diante destes aspectos, torna-se inviável determinadas nações cultivarem

certos commodites e fabricarem muitos produtos com a mesma eficiência do que

aquela alcançada em certos países a um custo menor (KEEDI, 2007).

Acresce que, tanto a abundância quanto a falta são fatores para a

realização de comércio exterior. Desta forma, as empresas são sujeitadas a alinhar

suas estratégias de manufatura às estratégias de competitividade mundial, através

da centralização de seus objetivos. Mesmo quando as organizações estão

enquadradas unicamente dentro do território nacional, faz-se necessária a

reorganização de seus planos produtivos, culturais, ambientais, comerciais e

financeiros, a fim de se manterem saudáveis no mercado (ROCHA, 2001).

Segundo Werneck (2007), com a nova visão dos clientes em relação ao

comércio exterior, quatro elementos para as operações de importação e exportação

precisam estar em sintonia, conforme mostra na Figura 1:

Figura 1: Aspectos operacionais de comércio exterior. Fonte: Adaptado de Werneck (2007).

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Diante do exposto, cabe destacar que, para a maximização de um

processo de compra ou venda com o mercado internacional, é necessário que as

operações negociais, logísticas, cambiais e fiscais estejam integradas, uma vez que

o sucesso final, depende da harmonia do fluxo do trabalho, durante a realização da

operação (WERNECK, 2007).

Perante o atual panorama global, o crescimento e o sucesso de uma

organização está cada vez mais relacionado a sua inserção no mercado

internacional. Por consequência, somente se desenvolverão e se manterão no

mercado as corporações e os profissionais com capacidades e competências para

acompanhar as mudanças diárias, por meio de uma visão crítica da realidade

empresarial e da aplicação de uma adequada gestão estratégica dos negócios

internacionais (SILVA, 2005).

Logo, observa-se que a globalização funciona como um sistema de mão

dupla, de um lado possibilita o desenvolvimento das organizações e de outro permite

a ampliação da concorrência com empresas estrangeiras, dentro do próprio território

nacional (SILVA, 2005).

Especificamente no Brasil, a globalização teve seu verdadeiro ápice

com a abertura dos portos e aeroportos ao comércio estrangeiro, na década de 90, o

que consistiu na integração da economia nacional com a internacional. Esta

unificação permitiu o acesso a novas tecnologias, por meio de produtos importados

mais modernos e com qualidade mais elevada que os nacionais. Tal fenômeno

capitalista levou as organizações a buscarem alternativas para a modernização de

todos seus referidos setores, objetivando disponibilizar no mercado interno e externo

produtos com um custo mais baixo e com melhores condições, visando desta forma,

a busca da superação das expectativas dos consumidores (KEEDI, 2004).

Principalmente na última década, as empresas brasileiras vêm sendo

marcadas pela sua internacionalização, conforme MDIC (2011, p.01),

No primeiro semestre do ano de 2011, o comércio exterior brasileiro registrou corrente de comércio recorde de USD 223,6 bilhões, com ampliação de 30,1% sobre o mesmo período de 2010, quando atingiu USD 170,5 bilhões. O saldo comercial atingiu USD 12,97 bilhões em janeiro-junho de 2011, significando ampliação de 64,4% sobre o consignado no primeiro semestre de 2010, de USD 7,9 bilhões [...]

Estes expressivos crescimentos indicam a solidez da inserção do Brasil

no comércio internacional. Um dos principais motivos de tal desenvolvimento está

relacionado a busca pela minimização de riscos relacionados a saturação do

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mercado doméstico, uma vez que este, diminui o número de oportunidade lucrativas.

Destaca-se que uma das desvantagens de estar focado em um único mercado está

relacionada a problemas que poderão ocorrer na medida em que a economia

nacional sofrer abalos com crises inesperadas ou mudanças políticas e econômicas

(SILVA, 2005).

Em suma, somente sobrevive quem se adapta ao jogo imposto pela

modernização mundial e enfrenta os desafios de transformações imputados pela

globalização. Portanto, a internacionalização proporciona ganhos relacionados ao

aumento do conhecimento tecnológico e acesso aos mais sofisticados clientes

(NOSÉ JUNIOR, 2005).

2.2 EXPORTAÇÃO

Exportar é uma medida estratégica, que visa explorar as oportunidades no

comércio exterior. Seu processo é realizado por meio da saída de bens, produtos e

serviços além das fronteiras do país de origem. Engloba-se no quesito bens e

produtos, as mercadorias tangíveis, enquanto que nos serviços incluem-se os

seguintes subsídios: suporte, consultoria, treinamento, conhecimento, turismo entre

outras atividades econômicas, cujo bem não é uma construção ou produto físico

(KEEDI 2008).

Diante do contexto histórico, cabe enfatizar que, as perspectivas da

exportação começaram com o período colonial, onde as estratégias do mercado

internacional possuíam um caráter exploratório. Seu volume foi pouco notável até

1990, quando Fernando Collor de Mello tomou posse do governo e criou um plano,

que possibilitou a intensificação das relações comerciais, a quebra das barreiras

tarifárias e disponibilizou incentivos fiscais. Porém, o comércio exterior brasileiro

mostrou uma maior evolução no período pós-1999, com a reversão inicial de um

déficit3 para um considerável superávit4 na balança comercial (FLIGENSPAN, 2009).

Conforme a evolução histórica da exportação, as organizações

depararam-se com as vantagens deste processo. Assim, Keedi (2008, p.22) expõe

os benefícios de uma empresa exportar,

3 Déficit: Termo utilizado quando o total das importações supera o número das exportações

(FLISGENSPAN, 2009) 4 Superávit: Refere-se ao excedente resultante da execução orçamentárias, que gerou mais

exportações do que importações (FLISGENSPAN, 2009)

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A importância da exportação está na diversificação de mercados, deixando de atuar apenas no mercado interno e passando a atuar nos mercados estrangeiros, aumentando o seu leque de compradores e, em consequência, reduzindo seus riscos de crise de mercado, como redução de preços, redução de consumo, mudança de hábitos e política governamental.

Portanto, a atividade exportadora conduz as organizações ao seu

desenvolvimento e a sua modernização. A conquista de novos mercados, o ingresso

de divisas e a geração de emprego e renda, são fatores contribuintes para a

competitividade das empresas. Portanto, tem-se como resultado, um saldo

qualitativo, o qual reflete em benefícios para ingresso das empresas no mercado

internacional, bem como, para a preservação destas em suas posições no mercado

interno (LOPEZ; GAMA, 2005).

Outrossim, a exportação de bens pode ser realizada de duas maneiras,

sendo elas direta e indireta. A direta implica quando o próprio fabricante realiza a

exportação, desta forma, a mercadoria será faturada em seu próprio nome e a

documentação de embarque confeccionada em seu domínio, este processo também

poderá ser realizado por meio de pessoas ou organizações que atuam como

agentes de exportação (KEEDI, 2008).

Logo, a exportação indireta trata-se de uma alternativa disponível para as

corporações que possuem interesse em internacionalizar-se, porém não possuem

experiência suficiente para fazê-la de forma autônoma. Desta forma, o processo de

exportação será realizado por empresas brasileiras, que adquirem produtos a fim de

exportá-los (KEEDI, 2008).

Cabe destacar que, para fabricar e comercializar um produto no mercado

interno é imprescindível um grande desempenho, no entanto, para vender à outras

nações envolve um empenho ainda maior. Afinal, para exercer a função de

comercializar no exterior, é necessário conhecer a cultura do país em que se está

inserindo e se adaptar a ela, por meio do aperfeiçoamento dos processos

administrativos, produtivos e organizacionais (LOPEZ; GAMA, 2005).

Desta forma, é notório que a atividade exportadora incentiva as empresas

a desenvolverem uma nova visão, que por consequência, torna-se inevitável a

diversificação de mercados e a readequação das técnicas de gestão. Estes e outros

fatores contribuem para a competitividade das empresas, refletindo em benefícios no

seu plano comercial (LOPEZ; GAMA, 2005).

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O panorama do comércio exterior brasileiro vem demonstrando

considerável crescimento desde o início do século XXI, a Figura 2 evidencia o

desenvolvimento das exportações brasileiras:

Figura 2: Evolução das exportações 2001-2010. Fonte: SECEX; MDIC (2011, p.07).

Diante do exposto, cabe ressaltar que as exportações brasileiras

cresceram 250,6% no período de 1999 a 2010, apesar da redução no ano de 2009,

devido a incidência da crise hipotecária mundial. Ademais, no ano de 2010 em

relação a 2009 as vendas externas tiveram um aumento de 32,0%, comprovando a

recuperação nacional, após a crise econômica global (MDIC, 2011).

No primeiro semestre de 2011, as exportações apresentaram crescimento

de 31,6% em igual período de 2010. Em relação aos principais tipos das

mercadorias exportadas, as vendas de produtos primários cresceram 44,0%, os

semimanufaturados expandiram 29,6% e os manufaturados aumentaram 19,1%.

Portanto, o grupo que compõe os produtos industrializados resultou em mais da

metade do exportado, o que comprova que o Brasil vem se industrializando com o

passar dos anos (MDIC, 2011).

2.3 IMPORTAÇÃO

A importação consiste na entrada de mercadorias e serviços estrangeiros

dentro do território nacional. Esta atividade está diretamente relacionada à

necessidade ou escassez de determinados produtos dentro da nação de um país.

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Da mesma forma que a exportação, a importação de bens pode ser

realizada de forma direta e indireta, variando conforme conveniência, possibilidade,

entre outros fatores que englobam o processo de transferência de mercadorias

(KEEDI, 2004).

No que se refere ao contexto histórico de importação, destaca-se que,

somente em 1988 o Brasil iniciou um processo de abertura comercial, através da

implantação de uma nova política de comércio exterior, a qual teve como principal

objetivo a inclusão do país dentro do mercado internacional. Por meio da visão de

redução da proteção das indústrias domésticas, algumas medidas foram

desenvolvidas, sendo elas: abolição das barreiras não-tarifárias, redução das

alíquotas de imposto de importação, eliminação de regimes especiais, entre outros

procedimentos que restringiam a entrada de produtos estrangeiros no Brasil

(VIEIRA, 2010).

Com a queda do nível de proteção da indústria nacional e com as novas

diretrizes e facilidades de importação estabelecidas pela Era Collor, muitas

empresas, no início da abertura econômica não estavam devidamente preparadas

para enfrentar a concorrência dos produtos importados. Desta forma, aquelas que

não se adaptaram com o desenvolvimento global, deixaram de ampliar seu parque

produtivo e de possuir produtos competitivos no mercado (VIEIRA, 2010).

Diante do exposto, aquelas empresas que não se adaptaram ao sistema

imposto pela importação deixaram de se beneficiar de muitas vantagens, sendo

algumas delas (KEEDI, 2008):

a) Diversificação de mercados e de produtos;

b) Redução de custos e aumento da competição interna;

c) Aumento de tecnologia e modernização;

d) Matéria-prima competitiva e de qualidade;

e) Aquisição de insumos não existentes no mercado interno;

f) Menor dependência dos distribuidores locais;

g) Abertura de novas fontes de financiamento;

h) Aperfeiçoamento gerencial da empresa.

Diante do relatado, entende-se que o processo de compra no exterior

propicia o intercâmbio entre os países, denominado mercado mundial. Com isso, as

transações internacionais, por meio da concorrência global, favorecem e estimulam

a aquisição de bens de tecnologia avançada, bem como a modernização dos

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processos industriais a médio e longo prazo. Possibilitando assim, a incidência de

fornecedores alternativos, que poderão oferecer produtos e serviços a preços mais

competitivos, com características diferenciadas e de melhor qualidade (KEEDI,

2008).

Portanto, a importação visa permitir ao país a obtenção daqueles

produtos que ele não possui condições para proptose ou por não possuir interesse

em fabricá-lo, de modo a suprir eventuais falhas em sua estruturação econômica.

Através deste recurso, o país proporciona à sua população o alcance desses

produtos aparentemente distantes. Também deve ser levado em consideração que,

a importação pode abrir portas para a exportação, tendo em vista que as relações

comerciais são uma via de mão dupla (KEEDI, 2004).

As empresas com visão estratégica vêm gradativamente utilizando-se das

importações como forma de se desenvolverem localmente, por meio da aquisição de

bens de capital de tecnologia avançada, insumos industriais e matérias-primas de

alta qualidade e com custos inferiores aos praticados no território nacional (VIEIRA,

2010).

Assim, o nível das importações é crescente, conforme mostra a Figura 3:

Figura 3: Evolução das importações 2011-2010. Fonte: SECEX; MDIC (2011, p.08).

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Apesar da redução das importações em 2009, gerada pela crise global, a

balança comercial brasileira vem sendo motivada pelo considerável aumento das

importações. No ano de 2010 as importações apresentaram crescimento de 42,2%,

enquanto as exportações 32,0%. Já no primeiro semestre de 2011 as importações

indicaram crescimento de 29,6% em relação a 2010, representando a progressiva

inserção brasileira na compra de produtos e serviços importados (MDIC, 2011).

Neste mesmo quesito, a aquisição de matérias-primas e produtos

intermediários correspondem a 45,4% do total das importações, comprovando que a

pauta brasileira é relacionada a atividade produtiva (MDIC, 2011).

2.4 LOGÍSTICA

Logística é o componente do processo da cadeia de suprimentos que

coordena, gerencia e planeja estrategicamente tanto a aquisição quanto a

movimentação de mercadorias de forma eficaz. Também faz parte deste sistema

integrado, a expedição, a armazenagem e o fluxo de informações correlatas entre o

ponto de origem e o ponto de destino. Portanto, a logística visa atender às

necessidades dos consumidores, de modo a maximizar as lucratividades da

organização e por consequência oferecer produtos de qualidade com custos

competitivos aos clientes (FARIA; COSTA, 2005).

Ainda sobre logística integrada, de acordo Gomes e Ribeiro (2004, p. 7) “é

o relacionamento entre fornecedor, suprimentos, produção, distribuição e cliente,

havendo um fluxo de materiais e outro de informações.” Desta forma, a solução da

logística unificada é aquela que atende com eficácia os processos previstos e com o

menor custo total possível.

Conforme Keedi (2004, p. 24), a logística é de suma importância ao mercado internacional,

O comércio exterior está estruturado em muitas variáveis, sendo uma delas de valor fundamental, o transporte de bens vendidos, comprados ou trocados. Através dos modais de transporte, aliados a diversas outras variáveis como armazenagem, movimentação, tempo, qualidade, preço, etc., realiza-se a transferência desses bens de seu ponto de origem até o seu ponto de destino, atividade hoje largamente conhecida como logística

de transporte.

Diante do exposto, ressalta-se que a concepção atual de logística

abrange um campo de atividades de atuação extremamente amplo. Por estar

presente nas mais diversas áreas, esta ferramenta vêm tornando-se o principal

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enfoque dos gestores na atualidade. Seu papel está diretamente relacionado na

redução de custos e de tempo de entrega, que por consequência, é um dos mais

importantes meios responsáveis por agregar valor aos produtos, ou seja, em

aumentar a acessibilidade da mercadoria, no tempo esperado pelo consumidor

(ROCHA, 2001).

Dentre os campos de atuação da logística, Vieira (2003) define dois tipos

de processos:

1) Logística de suprimentos: Conjunto de operações condizentes à

administração do fluxo de mercadorias e sua cadeia integrada logística,

o qual abrange as atividades de compra, transporte, armazenamento e

estoque;

2) Logística de distribuição: Distinguida pela transferência de produtos

acabados para os locais de distribuição ou venda, envolvendo o

armazenamento destes materiais, fracionamento em lotes de venda e

transporte.

Portanto, independentemente se a logística for de suprimentos ou de

distribuição, a sua demanda provém da necessidade de mover bens e distribuí-los.

Sendo assim, a função de integração entre fornecedores e consumidores é

acumulativa, desde que se preze a racionalização e a integração das partes

envolvidas no processo (VEIRA, 2003).

2.4.1 Origem e evolução da logística

Dentro do contexto histórico, a logística teve seus primeiros indícios na

Grécia Antiga, em meados do século XIII, com o distanciamento da localização das

guerras e batalhas. Desta forma, era necessário encontrar um meio para o

abastecimento das tropas, com armamentos, alimentos e medicamentos, além do

estabelecimento do acampamento (NOVAES, 2007).

Neste domínio, a logística surgiu como uma ferramenta de contribuição

aos combates militares, onde os agentes logísticos atuavam como gerenciadores e

gestores de suprimentos, cuja principal função era providenciar o deslocamento de

suplementos e gerir a viabilidade de abastecimento, conforme a necessidade das

tropas e de sua estratégia (NOVAES, 2007).

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Contudo, com o passar dos anos, a logística começou a dar sinais que

evidenciavam que a sua atuação também estava presente no mundo empresarial.

Um grande marco em sua evolução aconteceu após a Segunda Guerra Mundial,

fase em que ocorreu um substancial crescimento tecnológico, onde a logística se

sustentou no aumento significativo do consumo dos mais variados tipos de

mercadorias (GOMES; RIBEIRO, 2004).

Convém destacar que, nesta época, a fase logística foi denominada de

segmentada, pois como a tecnologia não era igual a dos dias atuais, o controle de

todas as atividades era realizado manualmente. Nestas atividades abrangiam desde

aspectos internos, relacionados ao controle dos produtos em estoque, até os

externos, por meio do abastecimento dos consumidores finais (NOVAES, 2007).

O período da logística segmentada teve seu fim nos anos 70, quando a

logística entrou em uma fase denominada de integração rígida. Neste período,

buscava-se a integração de todas as áreas que compunham a empresa, entretanto,

a logística ainda estava em uma fase muito imutável e inicial, uma vez que, no

andamento dos processos não eram realizadas correções, tampouco mudanças, e

por este motivo foi denominada de rígida (NOVAES, 2007).

Passando esse período, surge uma fase chamada de integração flexível,

onde a logística começa a ser desenvolvida e direcionada pela busca da satisfação

dos que fazem parte das operações que integram seu processo. Deste modo, esta

etapa foi marcada pela integração dinâmica e flexível entre os agentes da cadeia de

suprimentos, tanto de forma interna, por meio da utilização de sistemas de

informação, visando aprimorar a integração entre as áreas, quanto de maneira

externa, através de fornecedores e clientes (NOVAES, 2007).

Com a etapa da integração sendo aprimorada, surge a fase do foco no

cliente, onde as corporações passaram a realizar as operações logísticas visando à

satisfação dos consumidores. Assim, se as expectativas de um consumidor em

relação ao desempenho de um fornecedor forem atendidas ou superadas, significa

que o cliente estará satisfeito. Logo, o processo logístico alcança seu objetivo atual,

de modo a gerar satisfação aos clientes de forma ágil e eficiente, no intuito de não

perder o mercado para a concorrência (GOMES; RIBEIRO, 2004).

Na atual conjuntura da economia mundial, a distribuição de bens e

serviços tem se tornado o principal enfoque dos gestores contemporâneos, onde sua

importância vem aumentando a medida em que as empresas passam a ter

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consciência do seu valor no contexto empresarial. Também é importante destacar a

relevância do controle dos custos originários do fluxo de mercadorias, que vai desde

a matéria-prima em sua forma primária, até a entrega do produto final ao

consumidor. Em paralelo, devem ser tomadas medidas quanto a qualidade da

embalagem dos produtos, bem como, a proteção ao meio ambiente (LUDOVICO,

2007).

Diante do exposto, é importante salientar que, a atividade logística é um

sistema que visa garantir agilidade, minimizar custos e tempo de entrega. Com a

necessidade da eficácia destas atividades, as empresas necessitam readequar seus

sistemas de controle gerencial, e assim surge a logística como parte integrante deste

processo de reestruturação, devido que suas atividades influenciam no resultado

final, uma vez que compõem uma parte significativa dos demais custos de um

produto (ROCHA, 2007).

Com a nova dinâmica comercial, foram quebrados paradigmas de que a

logística é a apenas um meio de transporte. A missão atual da logística é a de

auxiliar as empresas a melhorar seu nível de serviço, por meio do estudo dos

vínculos existentes entre os elos da cadeia logística, isso significa, torná-los mais

eficientes em termos de qualidade e de custos, e por fim significa sobreviver

rentavelmente na era da satisfação dos clientes (ROCHA, 2007).

2.4.2 Logística como ferramenta estratégica

Como resultado da integração mundial, o principal desafio para a gestão

empresarial tem se conservado na busca por proporcionar ao comprador algo além

do que simplesmente a entrega do produto. Para a realização íntegra de uma

transação comercial, é de soberana importância que as organizações estejam

precavidas quanto a cadeia de suprimentos, nesse sentido, a logística apresenta-se

um componente imprescindível na obtenção de melhorias na cadeia de valor

(NOVAES, 2007).

O emprego da logística de maneira apropriada, proporciona o diferencial

competitivo que as organizações tanto carecem para manterem-se vivas no

mercado. Diferencial este, que resume-se em alcançar a satisfação dos clientes e

melhorar o coeficiente de atendimento e dos serviços prestados aos mesmos

(NOVAES, 2007).

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Logo, para conquistar novos mercados é necessário estar preparado para

contrapor com rapidez, agilidade e eficácia às mudanças por ele impostas,

realizando as atividades logísticas a um custo menor e de forma mais eficiente,

desta forma, a logística auxilia as empresas agregar valor a um produto. Neste

domínio, presume-se que a logística pode ser o carro-chefe para uma estratégia

empresarial de sucesso, promovendo uma multiplicidade de formas para diferenciar

a corporação da sua concorrência (ROCHA, 2001).

Contudo, é necessário também, que as empresas conheçam

corretamente as exigências que se fazem necessárias para a realização de cada

procedimento aduaneiro e de cada regime aduaneiro especial. Pois, cada vez mais,

a competitividade esbarra-se na falta do conhecimento integral dos processos, isto é,

de todas as operações e problemas relacionados à aduana e ao despacho das

mercadorias (ROCHA, 2001).

Em síntese, o êxito da união das atividades logísticas, depende da

combinação de tarefas e esforços relacionados à gestão empresarial, bem como,

das variáveis do mercado. O parâmetro que rege todo esse processo envolve ações

que visam cumprir com os prazos estipulados durante o processo de negociação

tanto com o consumidor tanto quanto o fornecedor. Para o sucesso final, é

necessária a realização das seguintes atividades: perfeita execução e entrosamento

entre todos os setores da empresa, elaboração de planejamentos voltados para

maximização da cadeia de distribuição, redução de custos e a satisfação do cliente

(NOVAES, 2007).

2.4.3 Logística de Transporte Internacional

A logística de transporte é contemplada como o translado de uma carga

desde o local de origem até o local de destino, sendo que esta atividade executa

grande parcela para a concretização das relações comerciais. Por outro lado, a

logística de transporte internacional é o ramo da logística, cujo objetivo principal é

aperfeiçoar a importância dos sistemas logísticos externos que vinculam o produtor

aos seus parceiros da rede industrial, como: fornecedores, transportadores e

operadores (VIEIRA, 2003).

Para uma logística de transporte estruturada adequadamente, é

necessário que a mesma esteja baseada em importantes variáveis, como:

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armazenagem, movimentação, tempo, qualidade, preço entre outros fatores, que

representem lucratividade ou prejuízo para a organização, tanto na importação

quanto na exportação. Para isso, é preciso a escolha correta quanto ao modal de

transporte e suas operações, entre os disponíveis e viáveis, visando alcançar os

objetivos indicados com sucesso (KEEDI, 2004).

Para o sucesso de um processo logístico, o fornecedor necessita buscar o

aperfeiçoamento constante de todos os processos que compõem a cadeia de

distribuição. Portanto, a busca pela satisfação e a confiança entre as partes

envolvidas na negociação sempre devem estarem presentes, a fim de se destacar

da concorrência (LUDOVICO, 2007).

Embora a logística de transporte tenha poucas décadas de efetiva

aplicação prática, através de equipamentos e instrumentos modernos, esta pode ser

considerada como uma atividade milenar, uma vez que o translado de uma

mercadoria desde o ponto de origem até o ponto de destino, com melhor custo,

tempo e qualidade, sempre foi uma meta concreta e seguida pela procura constante

de custos competitivos (KEEDI, 2004).

Através do tempo, o homem buscou sucessivamente meios para melhorar

os sistemas de transporte. Enquanto esse processo ocorria em terra e no ar, o

homem explorava também as possibilidades do transporte aquaviário, tendo em seu

início dado por um simples tronco de árvore (KEEDI, 2004).

A evolução desse novo modal foi lenta, porém contínua, e com o passar

dos anos, o homem foi aprimorando as primitivas jangadas, onde deixaram de ser

barcos impulsionados pela força humana e passaram a serem movidos por remos e

pela força dos ventos. Isto permitiu a ligação de países, e se deu o nascimento do

transporte marítimo internacional, o que possibilita melhorias e opções na logística

internacional (KEEDI, 2004).

2.5 OPERAÇÕES ESPECIAIS DE TRANSPORTE

A escolha da modalidade da operação de transporte a ser realizada em

um processo de importação ou exportação necessita de conhecimentos acerca das

quatro opções disponíveis: unimodalidade, intermodalidade, multimodalidade e

transbordo, uma vez que o êxito de uma cadeia logística reflete em custos

reduzidos, maior produtividade e menor tempo de entrega (SILVA, 2005).

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2.5.1 Unimodalidade

A unimodalidade consiste no emprego da utilização de apenas um modal

de transporte, para realizar o translado da mercadoria desde a origem até o destino.

É frequente a utilização deste meio para o transporte de mercadoria entre países

fronteiriços, no mesmo continente ou entre continente vizinhos, ainda que se transite

por um terceiro país (KEEDI, 2008).

O tipo de transporte mais comum na operação de unimodalidade é o

terrestre, isto é, rodoviário ou ferroviário. Um dos seus principais benefícios está

relacionado à capacidade do transporte coletar a mercadoria no local designado pelo

cliente, sem o mesmo ter que levar a carga até o meio de transporte, como

geralmente acontece com a modalidade marítima (KEEDI, 2008).

2.5.2 Intermodalidade

O transporte intermodal consiste na operação em que a mercadoria é

conduzida por mais de uma modalidade de transporte, a partir da origem até a

entrega no local designado. A contratação do transporte ocorre de forma

independente entre cada um dos modais envolvidos, sendo que, a responsabilidade

de cada transportador também é de maneira autônoma, isto é, suas obrigações

incidem somente quando a carga estiver sob sua tutela. Neste caso, a emissão do

conhecimento de embarque é realizada isoladamente para cada um dos segmentos

utilizados durante o trajeto (KEEDI, 2008).

Cabe ressaltar que, a intermodalidade é uma operação comum para

destinos onde não há disponibilidade de transporte por um único modal. Desta

forma, a utilização desta operação também é proveniente de interesse logístico,

quando este meio de transporte se apresenta mais benéfico do que o modo

unimodal, seja por tempo de trânsito ou por diferença de custo (RODRIGUES, 2004).

Em suma, este modal possui como principal objetivo a obtenção da

agilidade e qualidade na remessa e recebimento de produtos de um país a outro,

estando aliado a um baixo custo. A sua operação pode ser realizada pelos próprios

embarcadores, ou por meio de transitários de carga, neste caso, no conhecimento

de transporte, o proprietário da carga aparece como o embarcador, ou também,

denominado shipper (KEEDI, 2008).

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2.5.3 Multimodalidade

A multimodalidade é um instrumento utilizado pela logística, que possui

caráter sistêmico ao longo de seu percurso. Nesta operação de transporte, são

utilizadas duas ou mais modalidades de transporte, onde é confeccionado um único

contrato de transporte, de maneira indivisível e inviolável, o qual possui como

objetivo, o transporte de mercadorias de um ponto ao outro (KEEDI, 2008).

Este tipo de transporte é realizado por meio de um Operador de

Transporte Multimodal - OTM, este pode ser qualquer empresa que se proponha a

assumir a responsabilidade por um transporte total, desde a origem até o destino

final. Este operador é considerado um agente que estabelece o elo entre o

embarcador e os modais de transporte (KEEDI, 2008).

Nesta operação, o conhecimento de embarque é emitido pelo OTM,

cabendo a ele a responsabilidade pela segurança e pelas possibilidades de avarias

e danos acontecerem com as cargas. Para a realização da operação de

multimodalidade, é necessário que antes se efetue o processo de intermodalidade,

portanto, o OTM contrata os diferentes modais que se farão presentes no processo

logístico. Sendo assim, cada modal de transporte utilizado na operação emite um

contrato específico, que é destinado ao operador de transporte multimodal, e este,

por sua vez, emite apenas um conhecimento de transporte para o embarcador,

concretizando assim, o processo multimodal (LOPEZ, 2000).

Isso quer dizer que, no caso de ocorrer qualquer tipo de problema com a

mercadoria, o OTM responderá sozinho pela mesma, perante o embarcador que o

contratou. Assim, por ser o único responsável, este terá o dever e o direito de

recorrer contra os embarcadores que o mesmo subcontratou. Desta forma, o dono

da carga mantém relação unicamente com um transportador, e não com todos que

de alguma maneira fazem parte da cadeia logística (KEEDI, 2008).

Ademais desta vantagem, cabe ressaltar que, o poder de barganha que o

OTM possui perante os armadores, transportes, armazéns, entre outros operadores

logísticos é extremamente superior comparado com pequenos importadores e

exportadores. Por consequência, o OTM possui a possibilidade de negociar junto

aos subcontratados, melhores condições para seus clientes e até mesmo,

repassando ou dividindo os ganhos com estes (KEEDI, 2008).

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Portanto, no transporte multimodal, várias vantagens podem ser

apontadas, pois é possível enviar e receber uma considerável quantidade de

mercadoria, de maneira rápida, com maior segurança e com redução de riscos, tanto

na embalagem quanto na própria carga. Outra vantagem a ser considerada é a

redução nos custos no frete, uma vez que existe a possibilidade de consolidação de

várias cargas em um mesmo veículo transportador, sendo possível o transporte de

diversos tipos de mercadorias ao mesmo tempo (LOPEZ; GAMA, 2005).

2.5.4 Transbordo no Transporte

O transbordo é caracterizado pela utilização de um único modal de

transporte desde o ponto de origem até o ponto de destino, devendo este ser

empregado por mais de uma vez. Em uma operação logística somente será

considerado transbordo quando a modalidade utilizada é a mesma durante todo o

percurso, e ainda é emitido apenas um conhecimento de embarque para todo o

processo (KEEDI, 2008).

Ressalta-se ainda que, não é considerado transbordo quando são

realizadas operações entre veículos distintos, mesmo que sejam do mesmo modal.

Tampouco quando o embarcador recebe mais de um conhecimento de transporte,

pois neste caso o que ocorre é uma operação de intermodalidade ou

multimodalidade (LOPEZ; GAMA, 2005).

Dentro do mesmo contexto, destaca-se que, nem sempre, o transporte em

dois veículos do mesmo modal caracteriza transbordo, uma vez que existe uma

condição para a operação ser considerada. Esta condição está relacionada a

cobertura de dois ou mais percursos com o mesmo documento, ou seja, no

conhecimento de transporte é mencionado o nome do veículo inicial, contudo,

quando a carga chega no destino, a mesma encontrar-se-á em outro veículo, porém

estará coberta por um único documento para todo o trajeto (KEEDI, 2008).

Deste mesmo modo, se ocorrer troca de veículos, mesmo que seja do

mesmo modal, deve ser emitido um conhecimento de embarque para cada trecho

percorrido, sendo assim, não é considerado transbordo. Neste caso, serão

simplesmente dois transportes consecutivos e independentes entre si, que juntos

integram a totalidade do percurso (KEEDI, 2008).

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2.6 MODAL MARÍTIMO

O modal de transporte marítimo caracteriza-se pela navegação realizada

através de mares ou oceanos, visando o transporte de cargas de um local ao outro,

dentro da esfera global e por meio de vias marítimas. Este modal corresponde a

90% das cargas movimentadas no cenário internacional, sendo assim, é o principal e

mais importante meio de transporte utilizado no comércio exterior (KEEDI, 2008).

Não obstante, para que este meio de transporte se tornasse o sinônimo

de logística internacional, foram necessários inúmeros procedimentos de

reestruturação com o passar dos anos, como a adaptação da forma física, assim

como, procedimentos logísticos e operacionais de acordo com as novas exigências

impostas pelo mercado (WERNECK, 2007).

Dentro do contexto histórico, nos anos 60, a necessidade de uma grande

quantidade de trabalhadores tanto a bordo quanto em terra, era proveniente da

carência de equipamentos modernos, uma vez que estes eram extremamente

limitados. Neste período, o tempo de navegação era muito grande, pois as

embarcações possuíam uma velocidade aproximada de 10 nós5 (RODRIGUES,

2004).

A nova ordem mundial acarretou no fim dos anos 90 em outro grande

marco na era portuária, onde vários portos foram privatizados, uma vez que as

organizações que ganharam as concessões investiram fortemente nos complexos

portuários, aumentando assim, a eficiência de todo o sistema logístico (THOMAS,

2010).

Em contraste com a década de 60, o século XXI conta com operações

portuárias que apresentam maior rapidez e agilidade, estas são provenientes da

utilização de mecanismos e equipamentos que permitem a movimentação de

grandes volumes de cargas. Assim, a quantidade de operadores envolvidos foi

reduzida e os navios ganharam velocidade, superando 25 nós6 (RODRIGUES,

2004).

5 10 nós: unidade de medida de velocidade equivalente a milha náutica, 10 nós correspondem a

18,52 quilômetros/hora (RODRIGUES, 2004).

6 25 nós: quantidade de unidade de medida de velocidade equivalente a 46,30 quilômetros/hora

(RODRIGUES, 2004).

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Com o avanço tecnológico e a modernização física acarretada pelo modal

marítimo no decorrer dos séculos, impactos expressivos ocorreram nas áreas

relacionadas ao transporte internacional. Por consequência, houve a necessidade da

implantação de reformas no sistema portuário e em sua infra-estrutura, a fim de

adequá-los aos novos modelos dessa ordem mundial, propendendo a conexão

integrada entre o modal marítimo e o segmento portuário, visto que um depende do

outro para existir (SILVA; PORTO, 2003).

Em síntese, esta modalidade de transporte tem uma grande capacidade

na movimentação de diversos tipos de produtos ao mesmo tempo, bem como,

permite a atuação de grandes embarcações em diferentes portos. Tendo por objetivo

a máxima agilidade, qualidade e eficácia no envio e recebimento de mercadorias de

vários países, seja em processos de importação ou de exportação (FARIA; COSTA,

2005).

Por certo, os serviços disponibilizados pelas empresas de navegação

ampliaram o foco de suas negociações, visando não atender mais unicamente o

transporte porto a porto, mas desenvolver meios para transporte que envolva toda a

cadeia logística, integrando assim, suas atividades junto às empresas logísticas

(RODRIGUES, 2004).

O transporte marítimo apresenta uma série de vantagens em comparação

com os demais modais existentes. Diante desta afirmação, Silva e Porto (2003)

destacam alguns destes benefícios:

a) Capacidade: transportar grande volume de mercadorias ao mesmo

tempo, possibilitando maior agilidade;

b) Competitividade: tarifas de frete competitivas, relacionadas aos

demais modais disponíveis;

c) Flexibilidade de carga: qualquer tipo de produto pode ser

transportado para qualquer parte do mundo, independente do lugar e

da distância;

d) Continuidade das operações: mesmo com condições climáticas e de

tempo desfavoráveis, as operações marítimas têm a tendência de

continuar sendo executadas, pois são facilmente realizadas quando as

cargas estão conteinerizadas.

Portanto, na transferência de mercadorias pelo modal de transporte

marítimo, encontram-se vantagens relacionadas à economia enérgica, uma vez que

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admite a realização do transporte e a utilização do modal, com o mínimo de energia

possível. Outra relevante constatação é a redução em escala dos custos envolvidos,

pois quanto maior o lote de carga transportada, menor serão os custos com o

transporte (RODRIGUES, 2004).

Segundo Silva e Porto (2003), apesar das vantagens da utilização do

transporte marítimo, algumas desvantagens também são apresentadas em seu

processo logístico, tais como:

a) Acessibilidade: pelo fato da grande maioria dos portos estarem

distantes dos pontos de produção, exige-se a utilização de transbordo,

ou seja, um outro tipo de transporte para levar a carga até o porto, o

que poderá ocasionar em riscos e avarias as mercadorias, além de

retardar a entrega ao cliente final;

b) Custo de embalagem: É necessário adequar as embalagens de

acordo com a natureza da mercadoria, em virtude do seu manuseio,

resultando assim, em custos mais elevados na aquisição de

embalagens que proporcionem maior segurança ao produto;

c) Velocidade: apesar de ser o meio mais utilizado, também é o mais

lento, fazendo-se necessário um prazo maior na entregue de produtos.

d) Frequência de serviços: não disponibiliza de amplas possibilidades

de escolha de serviços, o que pode gerar custos de armazenagem das

mercadorias em terminais localizados dentro do porto;

e) Congestionamento dos portos: um grande entrave enfrentado pelas

empresas, pois com os constantes congestionamentos ocorridos, as

cargas na maioria das vezes não são entregues nos prazos pré-

definidos, comprometendo assim, os programas de tráfego e

agregação de custos.

A navegação marítima pode ser realizada apenas dentro de um país ou

entre duas ou mais nações, podendo assim, ser continental ou intercontinental.

Portanto, o transporte marítimo possui um importante aspecto relacionado ao

percurso efetuado por intermédio de um transportador, ou seja, para que o processo

de envio de produtos seja realizado, é necessário estruturas portuárias adequadas,

para tal realização (KEEDI, 2004).

Cabe ressaltar que, as navegações tanto de cabotagem quanto de longo

curso, possuem um papel essencial para o comércio exterior, uma vez que através

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de suas rotas, é possível enviar e receber produtos das mais diversas regiões,

independente da distância e do tempo de trânsito entre estados ou países. Desta

forma, a conquista de clientes em novos mercados permite que as fronteiras sejam

ultrapassadas (SERPIÃO JR.; MAGNOLI, 2006).

2.6.1 Navegação de cabotagem

A navegação de cabotagem ocorre no transporte de cargas entre os

portos do próprio território nacional, não excedendo para portos de países terceiros.

Quando essa navegação ocorre, envolve-se mar e rio ou mar e lago (KEEDI, 2008).

Cabe ainda frisar que, a cabotagem refere-se a movimentação entre um

porto costeiro e um fluvial, no entanto, em casos entre dois portos fluviais será

destacada como navegação de interior. Já em navegações costeiras onde abrangem

dois ou mais países denomina-se cabotagem internacional (VIEIRA, 2003).

2.6.2 Navegação de longo curso

Trata-se do nome dado à navegação que une países e continentes,

havendo envolvimento de pelo menos duas nações. Portanto, a navegação é

efetivada pelo comércio marítimo entre portos nacionais e internacionais

(WERNECK, 2007).

Da mesma forma que ocorre na cabotagem, quando são envolvidos rio ou

lago, esse tipo de navegação continua sendo de longo curso e não muda para fluvial

ou lacustre. Independente se o veículo transportador opera com serviços de linha

regular ou irregular, será considerada navegação de longo curso (KEEDI, 2008).

Ainda conforme Keedi (2008) existe diferenças de navegação com cunho

regular e irregular, sendo elas:

a) Linhas regulares: são aquelas que continuamente apresentam o

mesmo itinerário, ou seja, o navio pratica o transporte em determinada

rota, contínua ao longo do tempo, com horários previstos e com escalas

fixas em portos predeterminados. As condições de transporte são

estabelecidas unilateralmente pelas companhias marítimas ou por

conferências de frete, por meio da aplicação das condições determinadas

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pelas tarifas de frete, bem como, pelas cláusulas do conhecimento de

embarque marítimo.

b) Linhas não regulares: Não obedecem a disciplina de horários, datas e

locais estabelecidos, ou seja, é aquela em que as embarcações não

navegam em rota fixada, sendo esta linha regulada entre o embarcador e

o armador conforme oportunidades geradas em cada porto.

Além das linhas regulares e não regulares, há o navio Tramp, que trata-se

do nome dado para a embarcação com disponibilidade para embarque imediato, no

porto a ser estabelecido. Ainda existe, o fretamento pelo embarcador da carga, onde

o armador fornece o navio totalmente equipado a disposição do afretador, durante o

período de tempo necessário às operações. Este procedimento, geralmente ocorre

para cargas a granel, conforme necessidade específica da safra de determinado

produto (KEEDI, 2004).

Os contratos de fretamento do navio são formalizados por meio docharter

party, que trata-se de um documento onde estão constituídas as cláusulas

acordadas entre o fretador e afretador, ou ainda, em casos de mais de um afretador,

integra os deveres e obrigações de cada uma das partes envolvidas (KEEDI, 2008).

2.7 NAVIO

O veículo transportador do modal marítimo é o navio, este pode

apresentar-se nos mais variados tipos, tamanhos e características. Sua estrutura

está diretamente relacionada com a natureza e a forma física da mercadoria

transportada. Uma embarcação possui uma vasta capacidade de transporte de

grande volume de cargas, sejam sólidas, líquidas e granéis, sejam elas

conteinerizadas, unitizadas, cargas soltas ou embaladas, ou da maneira optada

pelos intervenientes, a fim de atender necessidades específicas (KEEDI, 2004).

Os reflexos da atual dinâmica do comércio exterior também estão

relacionados ao veículo transportador, afinal com a gama de produtos disponíveis no

mercado, os veículos precisam se adequar a sua necessidade. O seu objetivo visa

enviar e receber produtos com eficácia e com o mínimo de riscos (RODRIGUES,

2004).

Quanto a sua estrutura, sua parte frontal é chamada de proa, enquanto a

parte de traz é nomeada de popa, sua lateral direita é chamada de bombordo (port

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side), e a lateral esquerda é denominada de boreste ou estibordo (starboard side).

As embarcações apresentam velocidades variáveis, as quais atingem até 25 knots,

sendo que cada knot representa uma milha náutica internacional, equivalente a

1.852 metros, segundo a convenção internacional adotada em 1929 (KEEDI, 2008).

A classificação dada ao navio pela sociedade classificadora é proveniente

de suas características de construção, reparação e manutenção. No Quadro 1

constam os principais parâmetros de classificação dos navios (SILVA; PORTO,

2003).

Comprimento Distância entre as extremidades da embarcação, isto é, de proa a popa

Calado Extensão vertical entre a parte baixa do navio e o plano de flutuação

Tonelagem Líquida Peso máximo de mercadoria que o navio pode comportar

Cubagem total Soma da cubagem correspondente a todos os espaços destinados ao armazenamento de carga

Cubagem para fardos

Descontam-se os espaços não aproveitáveis

Quadro 1: Parâmetros de classificação dos navios. Fonte: Adaptado de Silva e Porto (2003).

Portanto, qualquer navio que desempenhe uma atividade comercial,

possui uma classificação, que é a consequência de sua edificação. Com o objetivo

do melhor aproveitamento dos espaços, as embarcações contam com porões e com

convés ou decks, que se referem aos locais onde a mercadoria também pode ser

transportadora, de acordo com a sua natureza (SILVA; PORTO, 2003).

Para o bom desempenho da logística de transporte, existem vários tipos

de navios que operam no transporte internacional de mercadorias, eles são

classificados de acordo com o tipo da carga a ser transportada (KEEDI, 2008). A

seguir serão expostos os tipos de embarcações utilizadas no âmbito internacional.

2.7.1 Navios de Carga Geral

Também chamados de navios cargueiros, são utilizados para o transporte

de cargas soltas. Dentro de seus porões e decks, geralmente as cargas são

transportadas em pequenos lotes, através de sacarias, caixas, veículos

encaixotados ou sobre rodas, bobinas de celulose, vergalhões, barris, entre outros

vários tipos de produtos. Têm a possibilidade de consolidar diversos tipos de cargas

ao mesmo transporte, ou seja, pode ser destinada tanto ao transporte de carga seca

(dry cargo) ou frigorífica (reefer cargo) (SILVA; PORTO, 2003).

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Possuem como característica em sua estrutura, aberturas em formato de

retângulo em seu principal convés, bem como, cobertas de carga chamadas

escotilhas, que estão localizadas no meio do navio, onde a mercadoria é embarcada

para ser estivada nos porões ou cobertas. Desta forma, a carga é alçada do cais

para a bordo do navio, ou em operação contrária, pelos guindastes ou demais

equipamentos da própria embarcação ou da existente no porto. Nos dias atuais, a

maioria dos veículos com estas características transformaram-se em navios Portas-

Contêineres (KEEDI, 2004).

Conforme Nobre (2006), os navios de carga geral são classificados

conforme a capacidade de transportar TEUs, que trata-se da unidade de medida

para contêineres de 20 pés, sendo assim, é classificado de quatro maneiras, sendo

elas:

a) Panamax: até 3.999 TEUs;

b) Pós-Panamax: acima de 4.000 TEUs;

c) VLCS (Very large container ship): acima de 7.000 TEUs;

d) ULCS (Ultra large container ship): acima de 10.000 TEUs.

2.7.2 Navios Portas-Contêineres ou Full Contêineres

São dedicados unicamente para o transporte de mercadorias

conteinerizadas, desta forma, utilizam contêineres para diversos tipos de carga. Sua

estrutura é composta por slots, que são as posições onde são depositados os

contêineres, ou seja, estas embarcações possuem separações internas em formato

de células, onde os contêineres se encaixam, facilitando a estivagem dos

contêineres, onde podem ser alocados tanto nos porões quanto no convés principal.

Sendo assim, estes navios não transportam cargas soltas, tampouco possuem

porões ou decks para isso, entretanto, detém o maior volume de cargas (KEEDI,

2004).

2.7.3 Navios Roll-on / Roll-off

São embarcações com capacidade de transportar veículos, carretas,

trailers e reboques, visam facilitar o carregamento de cargas de diferentes

naturezas. Empregam procedimentos de movimentação horizontal, dispondo de

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rampas móveis, situadas na proa, popa ou nas laterais do navio, onde estão ligadas

ao cais, nestes locais a carga desloca-se para seu embarque ou desembarque,

possuindo ou não força motorizada própria. Em seu interior existem garagens

equipadas com elevadores ou rampas interligadas as várias superfícies dos

conveses (VIEIRA, 2003).

2.7.4 Navios Granel Líquido ou Tanque

Tratam-se de navios que transportam produtos líquidos a granel em

tanques, possuem porões em formato convexo, sem divisões para o transporte de

carga a granel sólida. Contam com um sistema de bombeamento interno, que visam

a conservação dos produtos transportados. É ideal para o transporte de produtos

refinados tais como: álcool, diesel, gasolina, querosene, petróleo bruto, entre outros

(RODRIGUES, 2004).

2.7.5 Navios Granel Sólido

Veículos apropriados para o transporte de grande volume de carga a

granel, caracterizam-se por possuírem porões adequados ao armazenamento da

mercadoria. São embarcações de baixo custo operacional e possuem velocidade

reduzida, onde são caracterizadas por seu longo convés principal, pois o único

destaque são os porões. Sua estrutura é destinada para o transporte de cargas a

granel, como: milho, trigo, soja, minério de ferro, entre outros produtos (SILVA;

PORTO, 2003).

2.7.6 Navios Químicos

Possuem características similares ao gaseiros, contudo transportam

cargas químicas de produtos específicos, como: soda cáustica, enxofre líquido,

ácido fosfórico, entre outros produtos de natureza química (ABRETI, 2011).

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2.7.7 Navios Gaseiros

São navios designados para o transporte de gases liquefeitos. Acima do

seu convés principal apresentam tanques de formato circular (ABRETI, 2011).

2.7.8 Navios Ore-Oil

Específicos para transportar minério e derivados de petróleo, ou seja,

cargas combinadas. Por apresentar em sua estrutura porões e tanques separados,

contam com a capacidade de transportar grandes volumes de cargas em longas

distâncias, entretanto, estas embarcações apresentam serviços lentos na descarga,

em virtude do elevado número de mercadorias para serem manuseadas

(RODRIGUES, 2004).

2.7.9 Navios Rail-on/Rail-off ou Float-on/Float-off

São navios destinados ao transporte de vagões ferroviários, barcaças e

barcos (RODRIGUES, 2004).

2.7.10 Navios auxiliares

Segundo ABRETI (2011), são veículos transportes utilizados para manter

a integridade do navio e para garantir sua segurança, são eles:

a) Navios draga: possuem como função limpar lodos e areias do fundo

marinho;

b) Navios faróis: funcionam como aviso a um banco de areia, rochas ou

a um canal de navegação;

c) Navios quebra-gelo: são potentes e por isso possuem como função a

quebra de gelo nos mares gelados de modo a abrir um corredor que

permita a passagem das embarcações;

d) Navios rebocadores: são pequenas embarcações e robustas,

equipadas com motores potentes, concebidas para auxiliar nas

manobras em portos, e em alguns caso, em alto-mar.

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Segundo Silva e Porto (2003), os navios se dividem por categorias,

conforme a natureza da carga transportada, ou seja, sua embalagem, forma de

movimentação e estivagem, sendo que, cada embarcação deve possuir as seguintes

características:

a) Nome do navio: necessário para sua identificação;

b) Natureza jurídica: visa a fiscalização econômica;

c) Individualização: registro no Tribunal Marítimo – TM;

d) Classificação: tipo de navio;

e) Nacionalidade: Método da construção, da propriedade e da

composição da equipagem;

f) Perda da nacionalidade: Capturado pelo inimigo, confiscado ou

vendido no exterior;

g) Bandeira: indica em que país está registrado, bem como, a legislação

que o mesmo é regido;

h) Ano de Construção: disponibiliza a idade da embarcação, sendo

importante para fins de seguro, uma vez que quando o navio possui

mais de 15 anos, o seguro torna-se mais elevado.

2.8 EMBALAGEM

Embalar um produto consiste em dar forma para sua apresentação,

proteção, movimentação e utilização. Este procedimento tem por objetivo permitir

sua comercialização e manuseio durante seu ciclo de vida. Portanto, a função básica

de uma embalagem é a de constituir uma quantidade de mercadoria por unidade de

volume, o que é realizado através do confinamento do produto em um determinado

espaço (SILVA; PORTO, 2003).

Em síntese, a embalagem poderá alterar o formato original do produto,

uma vez que é um fator determinante para a comercialização e transporte de um

produto, como por exemplo, os gases. Já em outras situações, a embalagem

também pode incorporar-se ao produto, sendo desconjuntada deste somente no

momento de seu uso (SILVA; PORTO, 2003).

Enquanto embalar significa proteger a mercadoria no transporte,

armazenar trata-se de gerenciar eficazmente o espaço de um local apropriado e

seguro, possibilitando que os produtos sejam movimentados de forma rápida e fácil.

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Este procedimento é realizado por meio de técnicas compatíveis às suas respectivas

peculiaridades, de forma a preservar a sua integridade física e entregando-a a quem

é de direito, no prazo correto (RODRIGUES, 2004).

Cabe mencionar que as embalagens dividem-se em dois tipos, uma de

natureza física e outra comercial. A física possui como função proteger o produto em

seu transporte e manuseio, a fim de evitar sua deterioração e perda de valor, ou

seja, conservar a mesma qualidade no destino de quando possuía na origem. Já a

embalagem de natureza comercial visa possibilitar, facilitar ou induzir o seu consumo

(SILVA; PORTO, 2003).

Independente do tipo de embalagem, elas possuem como função o

consumo, transporte e comercialização. Entretanto, para sua conservação, as

embalagens devem ser arejadas, isoladas termicamente ou ambientalmente,

havendo também embalagens que permitem o controle da temperatura da carga.

(RODRIGUES, 2004).

Portanto, o controle de qualidade da embalagem deve ser rigorosamente

controlado, uma vez que, são vários os motivos para esta necessidade, dentre eles

destacam-se as exigências do mercado externo, tanto a respeito do aspecto de

execução da legislação dos países importadores, bem como, no que refere-se a

adaptação da aparência externa da mercadoria, visando a imagem do país no

âmbito internacional. A via de regra também enquadra-se neste contexto, uma vez

que os produtos devem ser embalados pelos comercializadores, com o intuito de

prevenir avarias durante o transporte, movimentação, armazenagem,

comercialização e consumo (GARCIA, 2004).

Quanto aos métodos de embalagem, as mercadorias podem ser

envolvidas por dois tipos: embalagem primária, de prateleira ou para consumo, ou

secundária, de acondicionamento ou de transporte. Conforme Werneck (2007), os

dois tipos de embalagens são:

1) Embalagem primária: Têm por função envolver os produtos para

exposição, isto é, atrair o interesse do consumidor final, visando

agregar valor no preço do produto, uma vez que possui finalidade

estética. Este tipo de embalagem possibilita a conservação e a

qualidade de seu conteúdo e ainda pode conter informações que

devem ostentar produtor ou importador, quantidade de mercadoria,

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composição, especificações técnicas, entre outros fatores conforme

legislação do país.

2) Embalagem secundária: Destinada a proteger e unitizar a mercadoria

em sua embalagem primária, viabilizando o transporte e a

armazenagem. Também é caracterizada por ser um elemento

facilitador do transporte de mercadorias, pois além de auxiliar no seu

transporte, coopera na identificação do produto para fins de tributação,

fiscalização e uso nos meios de transporte. O contêiner é um exemplo

deste tipo de embalagem, pois permite proteção dos produtos contra

roubos e avarias.

2.8.1 Unitização

A unitização de cargas incide na preparação da mercadoria para o

transporte, através do agrupamento de um conjunto de mercadorias em uma única

unidade, de maneira a facilitar o transporte da carga, de armazenagem e com o

intuito de reduzir riscos de perdas e furtos. Esta unidade de coesão deve ser

composta de dimensões padronizadas, o que facilita as operações mecânicas, como

o armazenamento e a movimentação da carga (WERNECK, 2007).

Portanto, a unitização não constitui propriamente uma embalagem, uma

vez que, é um acessório para o deslocamento de uma carga, não integrando o

produto ou o conjunto de mercadorias armazenadas. Ao escolher a forma de

unitização, devem ser analisados aspectos relacionados à conservação da carga,

bem como, sua forma de distribuição e comercialização (WERNECK, 2007).

Conforme Lopez e Gama (2005), destacam-se três formas de unitização,

por serem as mais utilizadas:

1) Amarração ou Cintamento: a pré-linhagem da mercadoria é realizada

pelo seu envolvimento por redes especiais, chamadas de slings, ou

ainda, podem ser feitas através de cintas com alças apropriadas à

movimentação por içamento.

2) Paletização: consiste na utilização de plataformas de madeiras ou na

utilização de estrados fixados sobre vigas, onde as cargas são

alocadas e fixadas por meio de cintas, permitindo assim, a entrada do

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uso de cargos de empilhadeira, o que facilita a movimentação das

mercadorias.

3) Conteinerização: também conhecido como ovação ou estufagem,

trata-se da colocação das cargas, sejam soltas, paletizada ou a granel,

dentro um contêiner. A matéria deste recipiente é específica para

suportar o seu uso repetitivo, a qual permite o carregamento e

descarregamento adequado as movimentações mecânicas entre os

diversos modais de transportes.

2.8.2 Contêiner

No Brasil, os contêineres são chamados de cofres de carga, eles são

constituídos de material robusto de seção transversal e seu tamanho é padronizado

de acordo normas da ISO, que refere-se a uma Organização Internacional de

Padronização. São geralmente referenciados pelas suas dimensões longitudinais de

10, 20 e 40 pés de comprimento, largura de 8 pés e altura de 8 ou 8,6 pés. Os

contêineres de 20 pés são denominados também pela inicial TEU (twenty-foot

equivalent unit) e os de 40 pés por FEU (forty-foot equivalent unit) (SILVA; PORTO,

2003).

Esta embalagem de transporte é constituída de material resistente, a fim

de proporcionar o transporte de cargas de mercadorias, com segurança, agilidade,

inviolabilidade e rapidez. O contêiner é identificado com a marca do proprietário,

local de registro, número, tamanho, tipo, bem como definição de espaço e o peso

máximo em que o mesmo pode comportar (NOBRE, 2006).

Na Figura 4 estão listadas as principais especificações do contêiner:

Figura 4: Especificações básicas do contêiner. Fonte: Adaptado de Nobre (2006).

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Neste sentido, o uso do contêiner está tão difundido que os modais estão

adaptando-se a ele, não somente pela ampliação da frota de embarcações, mas

também pelo aumento das dimensões dos navios, que expandiram até 33% nos

últimos anos, possibilitando assim, o transporte de maior número de volumes por

viagem (NOBRE, 2006).

Segundo Silva e Porto (2003) as três principais vantagens comparativas

relacionadas ao uso do contêiner são:

1) Maior proteção para a carga: por ser rígido, impermeável e seguro;

2) Economia da embalagem: por ser duradoura;

3) Rapidez no transporte: pela facilidade de transferência.

Atualmente, estima-se que aproximadamente 80% das mercadorias que

circulam pelo mundo são passíveis de serem transportadas dentro de contêineres,

sendo provável que este número se amplie cada vez mais, uma vez que esta

embalagem já conquistou espaço na atual economia, e por isso, existe um tipo de

contêiner específico à natureza de cada carga (NOBRE, 2006).

Conforme Silva e Porto (2003), os principais tipos de contêineres são:

Quadro 2: Tipos de contêineres. Fonte: Adaptado de Silva e Porto (2003).

Carga seca geral

É o tipo de contêiner mais utilizado, por possuir maiores condições de concentração de cargas, de retorno e de continuidade. Além de carga seca, pode transportar carga úmida, líquida ou em granel, desde que esteja convenientemente acondicionada.

Teto removível Específico para cargas pesadas, tais como: maquinários, bobinas, pranchas de madeira, entre outros, que são movidas por guindastes ou pontes rolantes.

Aberto Não possuem teto, tampouco paredes, possuem uma simples plataforma com colunas nos cantos, a fim de permitir o empilhamento.

Granel É dotado de tampas para carregamento pelo teto e descarregamento pela parte inferior da extremidade.

Ventilado Pode ser equipado com ventilados ou unicamente possuir janelas que possibilitem a ventilação natural, para proteger contra a entrada de chuva.

Isolado termicamente

É revestido com paredes isolantes térmicas, utilizado para cargas sensíveis a variações brutas de temperatura, tais como alimentos. Geralmente é pintado da cor branca refletiva, visando reduzir o efeito de insolação.

Frigorífico É isolado termicamente, bem como, equipado com sistema de refrigeração forçada.

Tanque Constituído de material metálico ou plástico, para o transporte de carga líquida.

Flutuante Movimentado por empurradores acoplados em comboio até o navio, em que são içados. Destina-se a realizar conjução entre a navegação marítima e fluvial.

Especial Para transporte de carros, animais, etc.

Aéreo É o contêiner normalizado pela Iata (Int Air Transportation Association), cujo formato se adapta as limitações do espaço físico dos aviões.

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Ao observar o Quadro 2 fica evidente que, com a universalização, os

cofres de cargas foram se adaptando aos tipos de natureza das cargas, a fim de

facilitar a ovação e a proteção das mercadorias, conforme suas particularidades.

Neste sentido, fez-se necessária a normalização de suas dimensões, características

de resistência, dispositivos de fixação, equipamentos de movimentação, marcação e

classificação. Essa padronização tornou-se imprescindível para permitir a utilização

do contêiner igualmente em diversas embarcações, assim como, em outros modais

de transporte (SILVA; PORTO, 2003).

2.8.2.1 Logística do Contêiner

Em razão do contêiner se tratar de um ativo básico para a movimentação

de cargas, faz-se necessário aprimorar constantemente o gerenciamento do seu

ciclo de utilização. Para a realização do seu controle, estes cofres de cargas

possuem identificação, por meios de siglas que constituem entidades de

mensuração, isto é, uniformes e com rotas marítimas próprias (NOBRE, 2006).

Costa (2006, p. 66) expõe sobre a logística dos cofres de cargas:

A logística de contêineres vazio em cada porto é planejada de modo a atender a demanda e balancear o porto, minimizando os custos de estoque, movimentação, transporte e aluguel. Esta logística também deve considerar as limitações de capacidades dos terminais de contêineres vazios e a disponibilidade de contêineres nas empresas de leasing.

Visando exemplificar o exposto, Costa (2006) apresenta-se na Figura

5, de forma simplificada, os principais fluxos que envolvem a movimentação de

contêineres em um porto.

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Figura 5: Fluxo do contêiner vazio. Fonte: Costa (2006 p. 66).

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2.9 SEGURO INTERNACIONAL DE CARGAS

O seguro de cargas é uma operação de natureza comercial, onde o

segurado e o segurador acordam através de um contrato, que possuem como

objetivo o seguro de uma mercadoria, geralmente ocorre durante a operação de

transporte. Portanto, assegurar uma mercadoria é uma importante atividade, não

somente para o comércio internacional, mas para qualquer área que visa a proteção

de um bem. Mediante a compra de um seguro, é possível a realização de um

comércio exterior mais seguro e com menos perdas inesperadas (SILVA; PORTO,

2003).

Acresce que, o seguro é uma maneira de prevenção de perdas de um

bem ou serviço, onde é realizada contra um possível risco. Sendo assim, sua

finalidade é a de dar ao responsável pela mercadoria uma garantia financeira, sobre

o eventual acontecimento de avarias, geralmente ocorridos durante o transporte, isto

é, em caso de ocorrer algum dano, o segurado irá receber a quantia acordada entre

as partes envolvidas (KEEDI, 2004).

Diante do exposto, cabe destacar que uma das principais preocupações

de um exportador deverá ser relacionada a aquisição de um seguro, que assuma

além dos riscos no transporte internacional, também os riscos internos, uma vez que

a mercadoria também está sujeita a danos dentro do território nacional. Portanto, a

abrangência do seguro deve ser completa, isto é, deve cobrir até o momento em que

a responsabilidade da mercadoria é transferida ao consignatário (MALUF, 2000).

Dentre as diversas abrangências de seguro de transportes, existem as

que possuem maiores ou menores riscos, as quais são variáveis de acordo com a

cadeia de distribuição, ou seja, quanto mais complexa e ampla a cadeia logística,

maiores serão os riscos. A definição do grau de complexibilidade destes riscos é

estipulada pelo mercado de seguros, que envolve o translado no transporte marítimo

e o complexo portuário, onde a carga poderá ficar por determinado período exposta

na zona primária do porto (SILVA; PORTO, 2003).

A seguir, apresenta-se os fatores relacionados à definição das partes

envolvidas em um contrato de seguro, os tipos de perdas e por fim, as coberturas

mais comuns que são utilizadas em seguros internacionais de cargas.

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2.9.1 Principais elementos envolvidos no contrato de seguro

As partes envolvidas diretamente na contratação de um seguro são:

contratante, seguradora e corretora. O contratante também pode ser chamado de

estipulante, ou seja, do dono da carga, este contrata uma operação de seguro para

seus bens contra algum risco. A asseguradora refere-se a empresa que assume o

risco diante do seu contratando e por fim, a corretora, é a mediadora do pacto

realizado entre o contratante e a seguradora (KEEDI, 2008).

Além dos três indivíduos supramencionados fazerem parte integrante de

um contrato de seguro, os elementos protagonistas envolvidos nesta atividade são:

a carga ou objeto assegurado, os veículos de transporte, os interesses envolvidos e

terceiros (KEEDI, 2008).

Segundo Silva e Porto (2003), um contrato está conjugado em três partes:

a) Valor do seguro: é preciso conhecer o momento do prêmio do seguro,

de modo que o risco seja coberto, não comprometendo a margem de

lucro;

b) Prêmio: proporcional ao valor do objeto e inversamente proporcional à

possibilidade do acontecimento de riscos;

c) Cláusulas de validade e exclusão: estão atreladas as avarias de

mercadorias.

A partir de tais afirmações, compete destacar que, existem vários

elementos que intervêm no custo de um seguro, conforme Figura 6 (SILVA; PORTO,

2003).

Figura 6: Fatores que intervêm no custo do seguro. Fonte: Adaptado de Silva e Porto (2003).

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Em regra, o seguro passa a valer a partir do momento que a carga deixar

o cais do porto para integrar o navio, e encerra quando for depositada em terra no

porto de destino. Outra cláusula padrão está relacionada ao prazo estipulado para o

tempo de permanência do navio atracado no porto de origem, já o tempo que se

pode aguardar no destino final é de trinta dias. Essa corresponde a uma regra geral,

o que não impede que contratos adicionais sejam realizados entre as partes

envolvidas, para a extensão de sua validade (SILVA; PORTO, 2003).

2.9.2 Causas oriundas de perdas e avarias das mercadorias

As perdas consistem na diferença entre o inventário contábil e o físico,

estas perdas são oriundas de duas causas, que são as causas fortuitas e as causas

evitáveis. As que se referem as causas acidentais ou fortuitas são inerentes à

operação de distribuição, sendo que, sua incidência não poderá ser evitada, uma

vez que são exemplos de dilúvios de natureza geral, furacões e ciclones (MALUF,

2000).

Enquanto as causas evitáveis estão catalogadas em um planejamento, as

quais se têm conhecimento prévio, bem como, meios técnicos para evitá-las, isto é,

a possibilidade de prevenção de danos indesejáveis, por meio da utilização de

embalagens de boa qualidade, unitização compatível com a natureza da carga,

manuseio e estiva adequados, armazenagem coerente, entre outros fatores

(MALUF, 2000).

Diante do exposto, Keedi (2008), destaca que os tipos de perdas ou

avarias se apresentam de três formas:

1) Perda total ou constitutiva: distinguida pelo dano total ou parcial da

carga durante o processo de transporte, este tipo inclui todas as

despesas pertinentes, desde a saída até a chegada da mercadoria em

seu destino final;

2) Avaria grossa ou comum: é a perda voluntária, a qual abrange vários

objetos, isto é, em um momento de perigo, o capitão deve proteger

todos os interesses em estão em jogo, visando amparar ou reduzir as

perdas dos membros envolvidas e seus referidos objetos, assim como,

minimizar os danos acarretados com a própria embarcação;

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3) Avaria particular ou simples: ocorre unicamente com uma das partes

integrantes, ou seja, ao embarcador ou ao transportador. O membro

afetado arca com os custos e prejuízos inerentes ao objeto avariado,

porém, poderá recorrer contra aquele que incidiu o estrago, sendo ele

fortuito ou voluntário.

2.9.3 Aquisição de seguro, suas apólices e cláusulas

No momento da contratação do seguro, o titular da mercadoria deverá

fornecer todas as informações necessárias ao segurador, para que a partir destas,

possam ser avaliados todos os riscos envolvidos, os quais devem ser discutidos

entre as partes envolvidas, a fim da definição das coberturas a serem realizadas.

Cabe destacar a importância do Incoterm em uma negociação, considerando que o

mesmo determina que a obrigação do vendedor abrange unicamente a cobertura

mínima, desta forma, se o comprador optar com uma cobertura mais ampla, este

deve acordar juntamente com o vendedor (KEEDI, 2004).

Após a decisão de abrangência do seguro, esta é declarada através de

uma apólice de seguro. Silva e Porto (2003, p. 138) afirmam que “[...] é o documento

que evidencia o contrato de seguro de carga e relaciona as condições e

características dos bens segurados (carga).” A apólice de seguro internacional pode

ser feita de duas formas:

1) Apólice específica ou avulsa: é emitida para cobrir embarques

individuais, geralmente é utilizada por empresas que realizam

operações esporádicas de transporte.

2) Apólice aberta ou a averbar: utilizada para cobrir uma série de

embarques, incluindo embarques a serem realizados no futuro, este

tipo é recomendado para empresas que realizam embarques

assíduos. Nesta apólice a cada embarque realizado é dado

conhecimento a seguradora, através de um documento chamado de

averbação, que pode ser diário, quinzenal ou mensal, enquanto o

prêmio de seguro é arrecadado mensalmente.

Cabe enfatizar que, os seguros de transportes poderão apresentar alguns

tipos de coberturas, como: básica, adicional ou especial. A básica é indispensável

para a contratação do seguro, uma vez que, sem esta o seguro não poderá ser

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contratado, já a cobertura adicional é utilizada para cobrir riscos adicionais, os quais

não estão inclusos na cobertura básica e por fim, a especial cobre riscos oriundos de

guerras ou greves (MALUF, 2000).

Neste sentido, Silva e Porto (2003), afirmam que as coberturas

apresentam três tipos de cláusulas, conforme especificados a seguir:

1) Cláusula A: cobre todos os riscos de perdas ou danos, salvo os que

estão incluídos nas cláusulas B e C.

2) Cláusula B: cobre a infiltração de água na mercadoria, ou de qualquer

volume caído da bordo do veículo transportador, o qual se desprendeu

durante carga ou descarga do veículo transportador.

3) Cláusula C: cobre explosão, veículo encalhado, naufragado, capotado,

descarrilhado, colisão, incêndio, desembarque em porto auxiliar e

sacrifício por avaria geral.

Excluem-se das cláusulas supracitadas, riscos de guerras e greve, visto

que cada um deles possui cláusulas próprias.

2.10 TERMOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO – INCOTERMS 2010

Para o sucesso de uma compra ou venda internacional, é preciso

formular, preparar e administrar quatro regras básicas, que são: compra, venda,

transporte e pagamento. Para que tais regras atinjam os objetivos planejados, faz-se

necessário eleger o Incoterm a ser aplicado na negociação, pois é através deste que

se estabelecem os deveres e obrigações do vendedor e comprador (LOPEZ, 2000).

Para Maluf (2000, p.59), os Incoterms - International Commercial

Terms consistem em, “[..] um conjunto padrão de definições, regras e práticas

neutras que servem para definir, dentro de um contrato de compra e venda

internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e importador.”

Os termos internacionais de comércio determinam as obrigações e

direitos das partes envolvidas na negociação, no que diz respeito a fretes, seguros,

movimentação das cargas, liberação nas alfândegas e obtenção de documentos,

possibilitando assim, uma maior segurança na comercialização. Portanto, estes

termos estabelecem os elementos que irão compor o preço da mercadoria e indicam

também, quais documentos precisam ser apresentados do vendedor ao comprador,

como prova do cumprimento da entrega da mercadoria (VENTURA, 2010).

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Dentro de sua conjuntura histórica, até a década de 20, as negociações

comerciais eram realizadas com base no regulamento padrão dos Estados Unidos,

posteriormente foi realizado um estudo pela Câmara de Comércio Internacional –

CCI, onde identificou-se que o modelo americano geralmente estava sendo

interpretado de diversas maneiras pelos países. Desta forma, com o propósito de

harmonizar as negociações, criou-se os International Commercial Terms –

Incoterms, a fim de promover o mesmo entendimento entre importadores e

exportadores (LUNARDI, 2005).

Portanto, a origem do Incoterm, procede dos anos 30, em Paris, onde

foram criadas regras para administrar conflitos decorrentes de contratos

internacionais. Com a evolução dos meios de transporte, ocorreram algumas

revisões, como em 1976 onde foi incluído o modal aéreo, pois até então as cláusulas

eram válidas somente para o modal marítimo (ICC, 2011).

Com o surgimento da intermodalidade em 1980, também houve uma nova

sistemática de importação e exportação. Finalmente na década de 90, com a nova

era comercial, instituiu-se uma nova revisão, passando a vigorar a partir de janeiro

de 2000, onde recebeu o nome de Incoterms 2000 (ICC, 2011).

Com o constante crescimento das zonas de integração econômica e com

o aumento da comunicação eletrônica entre os países, houve a necessidade de uma

nova adaptação do Incoterms 2000. Sendo assim, em 2010 foi publicada uma nova

versão pela Câmara de Comércio Internacional (International Chamber of Commerce

ICC), o qual entrou em vigor a partir do primeiro dia de janeiro de 2011. Portanto, a

partir desta data, em todos os contratos pertinentes ao foro internacional, deve-se

aplicar o Incoterms 2010 (ICC, 2011).

No Incoterms 2000, os termos eram os seguintes: EXW, FCA, FAS,

FOB, CFR, CIF, CPT,CIP, DES, DEQ, DAF, DDU e DDP e no novo Incoterms passa

a ser composto da seguinte formas: EXW, FCA, FAS, FOB, CFR, CIF, CIP, CPT,

DAT, DAP e DDP. Segundo ICC (2011), a partir do ano de 2011 passaram a vigorar

apenas onze termos internacionais de comércio, os quais são classificados pelos

grupos listados no Quadro 3.

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GRUPO INCOTERMS DESCRIÇÃO

E de Ex, isto é, partida (Mínima obrigação para o exportador)

EXW - Ex Works

Carga entregue ao comprador no estabelecimento do vendedor.

F de Free (Transporte principal não pago pelo exportador

FCA - Free Carrier

Mercadoria entregue a um transportador internacional indicado pelo consignatário

FAS - Free Alongside Ship

FOB - Free on Board

C de Cost ou Carriage (Transporte principal pago pelo exportador)

CFR - Cost and Freight O vendedor contrata o transporte, porém sem assumir riscos por perdas, danos às mercadorias ou custos adicionais, gerados por eventos ocorridos após o embarque e seu despacho.

CIF - Cost, Insurance and Freight

CPT - Carriage Paid To

CIP - Carriage and Insurance Paid to

D de Delivery, ou seja, chegada (Máxima obrigação para o exportador)

DAT - Delivered At Terminal O vendedor se responsabiliza por todos os custos e riscos para colocar a mercadoria no local de destino.

DAP - Delivered At Place

DDP - Delivered Duty Paid

Quadro 3: Incoterms 2011. Fonte: Adaptado de ICC (2011).

Os Incoterms são considerados como o principal conjunto de termos do

comércio exterior, pois é ele quem determina o local exato do fim das

responsabilidades das partes envolvidas em um contrato internacional, isto é, os

deveres e obrigações do vendedor e do consignatário (KEEDI, 2011).

Observa-se ainda que, as organizações recorrem cada vez mais as

potencialidades do mercado internacional, por consequência, quanto mais

consumidores, maior será a perspectiva de comercialização dos seus produtos.

Diante deste contexto, faz-se necessário o perfeito entendimento dos Incoterms, pois

este instrumento é parte integrante de qualquer negociação que envolve o mercado

externo (KEEDI, 2004)

2.11 AGENTES INTERVENIENTES NO TRANSPORTE MARÍTIMO

No modal de transporte marítimo além das negociações entre o

exportador e importador, bem como, o envio e recebimento de mercadorias, existem

alguns importantes agentes que auxiliam nas operações logísticas, operacionais e

administrativas, que por consequência dá-se a concretização da cadeia logística de

transporte de cargas. Portanto, transportar mercadorias significa usufruir dos

serviços prestados pelos agentes intervenientes (KEEDI, 2004).

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A escolha do parceiro logístico implica em diversos fatores: ser um agente

global, disponibilizar de facilidades na realização das atividades que englobam a

cadeia logística, possuir um bom relacionamento com a Receita Federal, ter

sistemas na web que auxiliam os clientes rastrearem sua mercadoria, entre outros

atributos incidem na contratação de um agenciador de cargas (BASSANI, 2006).

2.11.1 Armador

O Armador é definido como uma empresa jurídica, estabelecida e

registrada, o qual possui a função de prestar serviços de transporte marítimo,

através dos sistemas de longo curso ou cabotagem. A criação deste tipo de

organização fundamenta-se no objetivo de explorar rotas marítimas, onde exista um

fluxo comercial significativo de trocas internacionais, o qual possibilite a obtenção de

lucros significativos (SILVA; PORTO, 2003).

Portanto, o armador é uma empresa transportadora, responsável pelo

navio mercante, o qual pode ser próprio ou de terceiros, isso quer dizer que, o

armador não precisa ser necessariamente o proprietário de algum ou de todas as

embarcações que está operando, pois pode utilizar-se de navios fretados de

terceiros, para integrar sua frota (WERNECK, 2007).

Além da possibilidade de um armador fretar navios, ele também pode ser

uma pessoa física e proprietária do navio, o qual deverá responder pela carga desde

o momento em que lhe é entregue pelo embarcador até a entrega ao destinatário. O

local e a data em que a carga é recebida e entregue varia conforme a negociação

realizada entre o armador e o contratante. Compete ao armador a emissão do

conhecimento de embarque, conforme a mercadoria que estiver transportando

(KEEDI, 2008).

Em relação a nacionalidade da embarcação, o armador pode ser de um

país e possuir o navio registrado em outro, desta forma, no momento da busca de

um país, são avaliadas as vantagens fiscais proporcionadas para o registro do navio.

Quando o registro não for o mesmo do país que foi fabricado, o representante direto

do armador dentro da embarcação é o seu comandante, o qual possui o poder de

comandar os integrantes da embarcação, porém, não impede de ter a bordo outros

capitães, desempenhando outras funções (KEEDI, 2008).

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2.11.2 Agência Marítima

A Agência Marítima atua como intermediário entre o armador e o

embarcador ou destinatário de carga, este tipo de empresa representa o armador em

determinados países, estados, cidades ou até mesmo em portos. Portanto, realiza a

ligação entre armadores e empresas, por meio da operação de comercializar os

espaços nos navios para o transporte de cargas (ROCHA, 2001).

Além de atender os interesses dos armadores, a agência marítima atua

como representante legal destes, perante as autoridades legais e órgãos afins.

Também é seu dever preparar a entrada do navio, bem como, recebê-lo no porto e

por fim, agilizar todos os demais trâmites burocráticos que envolvem esta operação,

como os procedimentos legais que envolvam a saída da embarcação (KEEDI, 2008).

Apesar de ser possível, não é comum a negociação do frete diretamente

com o próprio armador. Desta forma, as negociações entre consignatários e

armadores, geralmente são intermediadas pelas agências marítimas, as quais

oferecem um serviço que vai além da venda do frete, uma vez que, disponibilizam ao

cliente serviços de natureza financeira, logística e operacional (RODRIGUES, 2004).

Cabe destacar que, a agência marítima também poderá ser uma empresa

do próprio armador ou simplesmente uma empresa contratada para prestação de

serviços. Todas as necessidades do armador são providenciadas pelo seu agente,

tais como contratos com fornecedores, fornecimentos de água, previsões,

combustível, etc. Portanto, faz-se necessário que a agência conheça o porto em que

opera, bem como, suas condições, para que a embarcação atraque, opere e parta

com segurança (KEEDI, 2008).

2.11.3 Despachante aduaneiro e Comissária de despachos

É uma empresa prestadora de serviços, que atua como representante do

importador ou do exportador. Seu campo de atuação engloba tanto a zona primária,

que abrange portos, aeroportos e pontos de fronteira, quanto a secundária que são

os portos secos. A comissária de despachos possui o encargo de auxiliar os

comerciantes nas operações necessárias para a realização do desembaraço

aduaneiro de mercadorias, a liberação da carga dentro do porto e o carregamento e

descarregamento da carga do navio (SILVA; PORTO, 2003).

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Por sua vez, o despachante aduaneiro é um profissional contratado por

um importador ou exportador, com o objetivo de representá-lo perante a Receita

Federal, mediante processos extremamente burocráticos. Este é responsável pelo

processo de desembaraço da mercadoria, uma vez que, possui seu registro junto a

SRF (WERNECK, 2007).

2.11.4 O Cargo Broker

O Cargo Broker realiza negociações em nome dos exportadores e

importadores, ou seja, atua na prestação de serviços, desempenha as atividades de

reserva de praça, afretamento de navio e realiza a reserva de espaço da

embarcação, visando destinar as cargas de seus clientes (KEEDI, 2004).

A logística integrada de transporte também compete ao cargo broker, uma

vez que este realiza a ligação entre a empresa e o transportador, tanto diretamente

quanto por intermédio de um agente marítimo. Diante disso, cabe destacar que sua

responsabilidade está na reserva de espaços nos navios e não no transporte ou

coleta de cargas, uma vez que estas são funções de outros agentes do comércio

exterior (WERNECK, 2007).

Embora o cargo broker desempenhe funções de transporte, ele se

distingue dos demais agentes, como: despachante, freight forwander, NVOCC, pelo

fato de não realizar o desembaraço da carga no porto. Os cargos brokes dividem-se

em agentes especializados na prestação de serviços referentes a reserva de praça e

afretamento de navios. Desta forma, atuam como elo entre o embarcador e o

armador, e por isso, é considerando um agente habilitado a prestar serviços de

transporte marítimo internacional (SILVA; PORTO, 2003).

2.11.5 O Freight Forwarder (Transitário de Carga)

É um prestador de serviços licenciado a fazer pelo seu cliente um serviço

que envolva uma cadeia logística completa, isto é, desde a retirada da mercadoria

no depósito do exportador até a entrega no armazém do importador. O Freight

Forwarder possui amplo conhecimento logístico, já que, suas atividades vão desde

a venda de espaços dos navios até os procedimentos necessários para que a

mercadoria chegue até o destino final. Em caso de ele não estar em algum país,

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onde seus clientes necessitem de seus serviços, este contrata outros transitários,

com o intuito de realizar a entrega da carga com eficácia (LOPEZ; GAMA, 2005).

Além de ser uma empresa de serviços gerais, o transitário de carga atua

por conta e ordem do embarcador ou consignatário, desta forma, não está apto a

emitir o conhecimento de embarque, uma vez que, o responsável pela carga

transportada é o armador que consta no conhecimento de embarque (KEEDI, 2008).

Portanto, o Freight Forwarder trabalha embasado na intermodalidade,

pois é uma empresa responsável por toda a coordenação da cadeia logística. A

modalidade de entrega geralmente utilizada por este transitário é door to door, ou

house to house, onde a carga é retirada do estabelecimento do vendedor e entregue

no parque fabril do comprador (SILVA; PORTO, 2003).

2.11.6 Non Vessel Operating Common Carrier – NVOCC

O NVOCC é uma empresa transportadora, porém não proprietária do

navio, isto é, um armador sem navio. Este costuma ter acordos com tradicionais

armadores, e com isso, se propõe a realizar o transporte marítimo em suas

embarcações, por meio da compra de espaço de contêineres, a qual é realizada

através de contratos de frete (SILVA; PORTO, 2003).

Cabe destacar que, o NVOCC geralmente trabalha com a condução de

pequenos lotes de mercadorias, sendo conhecido como um consolidador e

desconsolidador de cargas. É de sua responsabilidade a emissão do conhecimento

de embarque para cada um de seus clientes, relativo aos seus referidos lotes. Sendo

que, o armador unicamente emite um conhecimento representativo da carga total

dos espaços dos contêineres comprados (KEEDI, 2008).

Cabe ainda destacar que, é de responsabilidade do NVOCC a unitização

de cargas fracionadas, o qual libera o embarcador de todas as responsabilidades de

unitização, contratação de transporte e demais responsabilidades perante a

mercadoria, a partir do momento em que esta estiver em sua posse (SILVA;

PORTO, 2003).

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2.12 ZONAS ADUANEIRAS

As zonas aduaneiras ou o território aduaneiro abrange todo o território

nacional, ou seja, um país, inclusive o mar territorial, as águas territoriais e o espaço

aéreo correspondente. Segundo Werneck (2007), o território aduaneiro é dividido em

duas zonas: zona primária e zona secundária.

2.12.1 Zona Primária

Refere-se a área que compreende as faixas internas de portos e

aeroportos, recintos alfandegados e locais habilitados na fronteira terrestre, ademais

de outras áreas nas quais são realizadas operações de embarque e desembarque

de mercadorias, sob controle aduaneiro, procedentes ou destinadas ao exterior.

Ressalta-se que, para que a área ou terminal seja caracterizado como alfandegado,

é necessário que o mesmo esteja sob o controle da Receita Federal e do Ministério

da Fazenda, uma vez que estes são responsáveis por controlar a entrada e saída de

mercadorias do país, assim como, desempenha os procedimentos necessários para

nacionalização e desnacionalização destas (WERNECK, 2007).

2.12.2 Zona Secundária

Trata-se da área que abrange o restante do território aduaneiro, isto é,

recintos alfandegados representados pelos entrepostos, depósitos, terminais e

outras unidades destinadas ao armazenamento de mercadorias, tanto importadas

quanto exportadas, para serem movimentadas ou permanecerem sob controle

aduaneiro. A definição de zona secundária também pode ser por exclusão, ou seja,

do território nacional, elimina-se os portos, aeroportos e pontos de fronteira

alfandegados (WERNECK, 2007).

2.12.3 Recintos e Terminais Alfandegados

Os recintos alfandegados são locais ou áreas onde é realizado o

processamento de serviços de controle ou de armazenamento de veículos e cargas,

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as quais entram no país por meio da importação, ou saem por intermédio das

exportações (ROCHA, 2001).

Nestes terminais alfandegados são realizados processos de despacho,

nacionalização e a transferência da modalidade de transporte. Estes recintos são

locais autorizados e sob o controle da Receita Federal do Brasil, uma vez que, é

neles que se centralizam as atividades de controle fiscal. As atividades

supramencionadas podem ser realizadas em zona primária, secundária ou em

outros locais que forem considerados alfandegados (RODRIGUES, 2004).

Segundo Rocha (2001), entre as modalidades de Terminais

Alfandegados, destacam-se dois tipos:

1) Entreposto Aduaneiro - EA: Deverá ser um recinto alfandegado,

administrado pelo poder público, onde a legislação vigorante

unicamente permite as Estações Aduaneiras Interiores. O mesmo

admite tanto na importação quanto na exportação, o depósito de

cargas, em local pré-estabelecido, possibilitando a liberação parcial da

mercadoria sob controle fiscal, onde é realizada a cobrança dos

tributos dos lotes já liberados.

2) Entreposto Industrial - EI: Este regime é aconselhável para indústrias

que precisem de matéria-prima importada para fabricar seu produto e

que exporte uma parcela de sua produção.

De acordo com Rocha (2001, p.126) o regime de entreposto industrial,

[...] permite a determinado estabelecimento de uma indústria importar, com suspensão de tributos, mercadorias que, depois de submetidas a operação de industrialização, deverão destinar-se ao mercado externo, sendo que parte da produção do entreposto industrial poderá destinar-se ao mercado interno.

Desta forma, recomenda-se o regime de entreposto industrial para

empresas que precisem de insumos importados e que exportem parte do que foi

produzido (ROCHA, 2001). A seguir apresenta-se os tipos de terminais.

1) Terminal Retroportuário Alfandegado - TRA: São locais onde são

realizados serviços aduaneiros, sob controle da Secretaria da Receita

Federal - SRF. Estão situados em zona contínua de um porto, ou

ainda em algum estabelecimento integrante do complexo portuário,

que esteja localizado em um perímetro de aproximadamente cinco

quilômetros da zona primária. Nestes terminais são realizados serviços

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operacionais, perante controle aduaneiro, com mercadorias destinadas

a importação ou exportação (ROCHA, 2001).

2) Estação Aduaneira de Interior (EADI): Tratam-se de terminais

alfandegados, onde são desempenhados serviços aduaneiros. Devem

estar localizados em zona secundária, ou seja, áreas distantes do

complexo portuário. Entretanto, estas estações precisam estar

situadas próximas de locais onde existe uma ampla concentração de

cargas, ou seja, portos secos, onde a EADI possibilita a

nacionalização da mercadoria, uma vez que se encontra sob controle

da SRF (RODRIGUES, 2004).

2.13 PORTOS

Os portos são fisicamente compostos por um conjunto de instalações

dedicadas à movimentação de cargas procedentes ou destinadas ao exterior. Vários

equipamentos também fazem parte do complexo portuário, os quais são destinados

a movimentação das cargas, bem como, a uma série de atividades que possibilitem

a função das embarcações (SILVA; PORTO, 2003).

Uma vez implantados, os portos atuam como intermediários na cadeia

logística de distribuição de mercadorias. Suas tarefas contam com uma cadeia de

funções que dependem da interferência de órgãos governamentais, estaduais,

municipais, entre outros. Desta forma, os portos podem ser administrados por meio

do setor público ou privado, ou por ambos (LOPEZ; GAMA, 2005).

Segundo Silva e Porto (2003) com as mudanças no padrão do modal de

transporte marítimo, gerou-se a necessidade de desenvolver o complexo portuário

dotando-se dos seguintes fatores:

a) Novas vias de acesso, como: aérea, ferroviário, rodoviário e marítimo;

b) Aprimoramento constante da infra-estrutura;

c) Maior profundidade do calado;

d) Retro-áreas;

e) Mão-de-obra requalificada;

f) Equipamentos ágeis e modernos para carga e descarga; e

g) Custos competitivos.

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Tais melhorias objetivam atender e suprir às exigências do novo padrão

imposto pela globalização, bem como, visam aproximar a administração do porto aos

seus clientes, já que, no novo panorama mundial, é notável o crescimento da

movimentação de mercadorias no mercado. Desta forma, é necessário oferecer ao

mercado soluções logísticas que visem suprir as carências do setor e proporcionem

maior competitividade às empresas (LOPEZ; GAMA, 2005).

2.13.1 Evolução dos Portos no Brasil

Durante o período colonial no Brasil, constatou-se a necessidade da

abertura de sua economia, em virtude da carência da variedade de produtos em seu

território nacional. Sendo assim, a sua origem passa pela navegação marítima

iniciada no ano de 1808, com a publicação da Carta Régia, que declarava a abertura

dos portos brasileiros às Nações Amigas de Portugal, por consequência

apresentava-se o fim do Pacto Colonial, o qual obrigava que todos os produtos

fossem vistoriados pelas alfândegas de Portugal. Possibilitando assim, o início a

integração internacional e suas respectivas trocas comerciais (SPN, 2011).

Até o ano de 1975, o Departamento Nacional dos Portos e as Vias

Navegáveis representavam a autoridade portuária. Entretanto, com a criação pelo

governo militar da Empresa de Portos do Brasil S.A - PORTOBRÁS, a gestão pelo

sistema nacional portuário foi transferida para este órgão, sendo controladas pelas

Companhias Docas (GIANNETTO; LIMA, 2008).

No ano de 1989, o presidente vigente, Fernando Collor de Mello, extinguiu

a PORTOBRÁS, por meio da Lei Extinção e Dissolução de Entidades da

Administração Publica Federal, visando incentivar a competitividade dos portos

brasileiros. Esta medida foi tomada por meio da modernização da infra-estrutura dos

portos, bem como, através do desenvolvimento das operações portuárias

(GIANNETTO; LIMA, 2008).

Com a nova conjuntura do setor portuário, em 1993 criou-se mais uma

Lei, de nº. 8.630/93 chamada de Lei da Modernização Portuária, a qual determina

diretrizes para fomento do setor, por meio de políticas referentes à administração

portuária. Até o ano da criação da referida lei, a gestão portuária era exclusivamente

das Companhias Docas e do Sindicato dos Trabalhadores Portuários (KEEDI, 2008).

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Portanto, o governo alterou o campo de atuação do setor portuário,

permitindo a entrada da gestão privada, com o intuito de reduzir os custos portuários

e aumentar a eficiência dos serviços, garantindo assim, que as empresas privadas

pudessem explorar os portos brasileiros de maneira comercial, perante a posse de

concessões cedidas pelo governo (KEEDI, 2008).

Tovar e Ferreira (2006) destacam a seguir alguns dos objetivos da Lei da

Modernização dos Portos:

a) Consentir na exploração das operações de movimentação portuária

pelo setor privado;

b) Promover investimentos relacionados a modernização operacional,

através da aquisição de equipamentos modernos;

c) Reduzir o tempo de espera dos navios no território nacional;

d) Incentivar a concorrência entre os terminais e os portos, através da

possibilidade de arrendamento das instalações a empresas privadas; e

e) Ajustar a quantidade e a qualidade de mão-de-obra nas operações, em

conformidade com os novos processos tecnológicos e produtivos.

2.13.2 Gestão e operações portuárias

Com a implantação da Lei no 8630/03 (Lei da Modernização dos Portos),

o Brasil passou por uma evolução de produtividade, resultando em melhorias na

infra-estrutura dos portos e aumentando a capacidade de movimentação de cargas

(TOVAR; FERREIRA, 2006).

Conforme Rodrigues (2004), este novo regulamento refletiu no regime

jurídico da exploração do sistema portuário, o qual passou a ser administrado pelas

seguintes modalidades:

a) Controlados pelo Estado: sua gestão está concentrada nas mãos do

governo, onde este é responsável pelos investimentos e planejamento

político e a administração local é responsável pelas operações

portuárias;

b) Controlados pela administração local: a administração portuária

poderá ser tanto municipal quanto autoridade autônoma local. O órgão

competente poderá ser nomeado pelo governo ou ainda, por

representantes dos interesses envolvidos;

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c) Controlados por empresas privadas: são aqueles portos

administrados por corporações de característica privada, as quais

determinam suas próprias leis e normativas.

Após a implantação da Lei da Modernização dos Portos, acarretou o

surgimento de alguns órgãos de gestão, os quais passaram a trabalhar em prol da

melhoria contínua das operações portuárias. Werneck (2007) especifica no Quadro 4

os órgãos envolvidos nas operações portuárias:

Autoridade Portuária - AP

Compete o dever de conduzir e administrar as instalações portuárias, bem como, a tomada de decisões pertinentes a exploração da infra-estrutura portuária, relacionadas à iniciativa privada, a responsabilidade de prover operadores portuários qualificados, e por consequência, garantir a segurança em todos os serviços operacionais e logísticos. Ainda está a seu cargo, o dever de supervisionar e fiscalizar os procedimentos realizados pelas partes envolvidas nas operações portuárias.

Conselho de Autoridade Portuária -

CAP

Conforme regulamenta a sua constituição, é permitida a existência de unicamente um CAP em uma determinada zona primária. A relação entre o CAP e a AP estabelece a formação da Administração do Porto Organizado - APO. Cabe ao referido conselho, a gestão administrativa entre os distintos seguimentos relacionados à atividade portuária, sendo seguimentos representados pelo: poder público, operadores e trabalhadores portuários e usuários dos serviços portuários. Ainda é de sua competência, disponibilizar aos órgãos envolvidos, os melhores serviços portuários possíveis.

Órgão Gestor de Mão de

Obra - OGMO

Administra a mão-de-obra que trabalha independente no porto. É responsável por prover recursos humanos, por meio de treinamentos, assim como, pela aplicação de penalidades aos operadores, quando irregularidades são cometidas. Elabora ainda, propostas que visem melhorias das operações e de valorização econômica portuária.

Operador Portuário – OP

São pessoas jurídicas, subordinadas da autoridade portuária, que possuem qualificação adequada para executar as funções dentro da estrutura organizada do porto.

Quadro 4: Órgãos de gestão portuária. Fonte: Adaptado de Werneck (2007).

2.14 SISTEMA PORTUÁRIO NACIONAL

O sistema portuário é o principal responsável pela viabilidade de

realização do transporte marítimo, sendo assim, este abrange a grande maioria da

sistemática brasileira de exportação e importação. Entretanto, o crescimento do

setor portuário tem se deparado com gargalos logísticos, administrativos e

operacionais, em virtude da falta de investimentos do setor público (SILVA; PORTO,

2003).

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Desde a vigência da Lei da Modernização dos Portos, parte do sistema

portuário brasileiro é gerido pela iniciativa privada, além do governo oferecer

concessões ao poder público, estadual e municipal (ANTAQ, 2011).

O sistema portuário nacional conta com uma costa litorânea de 8,5 mil

quilômetros de águas navegáveis, o que possibilita a expansão econômica do Brasil,

bem como, favorece o comércio internacional de mercadorias. O Brasil possui um

setor portuário composto por 37 portos, sendo eles marítimos e fluviais (SPN, 2011).

Desse total, 16 são administrados por parte dos governos estaduais e

municipais, os outros 18 são administrados pelas Companhias Docas, isto é,

sociedades de economia mista. Existem ainda, 42 terminais privados e 3 complexos

portuários que operam sob consentimento da iniciativa privada. Destaca-se que, os

portos fluviais e lacustres são de responsabilidade do Ministério dos Transportes

(SPN, 2011).

Na Figura 7, é possível visualizar o mapa dos principais portos brasileiros.

Figura 7: Principais Portos Brasileiros. Fonte: SPN (2011, p.01).

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Dentro da gestão da estrutura portuária do Brasil, a Área do Porto

Organizada – APO, que ampara que os portos sejam compostos por uma infra-

estrutura física, operacional e logística apropriadas, bem como, com capacidade

para o desenvolvimento de atividades de armazenamento e movimentação de

cargas. Desta forma, os portos precisam estar abastecimentos de equipamentos

modernos, pessoal capacitado e com um complexo eficiente para atender as

operações realizadas. Cabe destacar que para ser um porto organizado, as

operações de movimentação precisam estar sob jurisdição de uma autoridade

portuária (KEEDI, 2008).

Apesar de o Brasil ser bem servido de uma costa litorânea, bem como,

por apresentações condições superficialmente positivas relacionadas a infra-

estrutura dos portos, não é considerado o país apropriado para as condições

naturais ideais para a construção de novos portos. É importante destacar que esta

afirmação somente é válida quando leva-se em consideração a tomada de decisão

relacionada a implantação de novos portos, nas estruturas portuárias de ponta

existentes no mercado internacional (LOPEZ, 2000).

A infra-estrutura portuária brasileira apresenta limitações que

comprometem a sua eficácia e por consequência o próprio desenvolvimento do

Brasil. A precariedade dos acessos rodoviários e ferroviários e a falta de dragagem

são considerados um dos principais entraves atuais (TOVAR; FERREIRA, 2006).

2.14.1 Equipamentos Portuários e sua Movimentação

Muitas são as formas pelas quais pode ser realizada a movimentação

de cargas nos portos, dentre elas, destacam-se as seguintes naturezas:

conteinerizada, a granel, individual, paletizada ou unitizada. Desta forma, o

embarque e desembarque das cargas são realizados por meios de inúmeros

equipamentos que compõem a infra-estrutura portuária. Portanto, os portos devem

abastecer-se de equipamentos que objetivem a obtenção de ganhos de

produtividade e tempo, mediante a conexão com os serviços desempenhados no

complexo portuário (KEEDI, 2008).

Dentro da estrutura portuária, cada equipamento possui uma função

específica, uma vez que, a cada um é direcionada uma atividade, em conformidade

com o tipo e a unitização da mercadoria. Temos como exemplo, nos embarques e

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desembarques de cargas, que são utilizados guindastes, esteiras, tubulações,

encanamentos, entre outras ferramentas (KEEDI, 2008).

A seguir, estão listados os equipamentos empregados na movimentação

de contêineres, os quais se enquadram dentro da estrutura portuária brasileira.

2.14.1.1 Stacker ou Reachstacker

Também conhecidos como empilhadeiras de alcance, estes

equipamentos são utilizados em estruturas de médio e pequeno porte, a fim de

realizar a carga e descarga de mercadorias, proporcionando ao terminal flexibilidade

e baixo custo (VIEIRA, 2003).

Keedi (2008, p.87), define as operações realizadas pelo stacker,

[...] é mais versátil quanto à sua movimentação, podendo dirigir-se a qualquer ponto e tendo maior capacidade de empilhamento em altura. Em contraposição, utiliza mais espaço para movimentar-se, necessitando de ruas de cerca de 7 e 13 metros de largura, dependendo da movimentação de containers de 20‟ ou 40‟, já que eles têm comprimento de 6,09 e 12,19 metros de comprimento, reduzindo o espaço para acomodação de containers. Também pode fazer menor número de pilhas em cada espaço entre duas ruas em face da limitação das suas lanças.

Portanto, o Stacker ou Reachstacker corresponde a um equipamento com

capacidade de locomoção, onde permite a movimentação em distintos locais do

porto, possibilitando assim, maior produtividade nos empilhamentos. A única

oposição realizada contra este equipamento refere-se à necessidade de espaço

para sua movimentação, pois afeta as áreas disponíveis para a acomodação dos

contêineres (KEEDI, 2008).

2.14.1.2 Transtainer ou Rubber Tyred Ganty Crane – RTG

Consiste em gruas de pátio, destinadas ao trânsito horizontal de

contêineres, estas são montadas encima de pneus ou linhas férreas, onde os

contêineres são depositados diretamente do caminhão no terminal ou vice-versa.

Sua movimentação é realizada unicamente em linha reta, onde sua capacidade

refere-se a transferência de contêineres de até quatro alturas (VIEIRA, 2003).

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2.14.1.3 Straddle Carriers

São instrumentos aptos a realizarem manobras e a movimentar cargas

em qualquer local da zona primária, através da movimentação dos contêineres

desde o interior da zona primária até o cais, ou em operação inversa. Mesmo com

toda versatilidade, faz-se necessário o descarregamento da carga deste

equipamento no momento do transporte para o portainer (VIEIRA, 2003).

2.14.1.4 Portainer

É definido como um guindaste de cais, utilizado excepcionalmente nos

embarques e desembarques das cargas do navio. Desenvolvido com o intuito de

abranger toda a área do navio, este equipamento caracteriza-se pela sua altura e

por suas longas lanças (KEEDI, 2008).

2.14.2 Serviços Portuários

A importação ou exportação de uma carga realizada através do modal de

transporte marítimo depende da infra-estrutura portuária, devido que a mercadoria

estando dentro do complexo portuário, a mesma passará por uma série de

operações, como: conferência, armazenagem, embarque, arrumação, consolidação,

liberação, entre outras atividades que visam preparar a carga para seu embarque ou

desembarque (WERNECK, 2007).

Toda a movimentação de carga praticada nas dependências do porto dá-

se o nome de operações portuárias. As movimentações de carga a bordo das

embarcações serão realizadas por pessoas cadastradas no Sindicato dos

Trabalhadores Avulsos, bem como, registradas no OGMO (WERNECK, 2007).

O trabalhador avulso se diferencia do operador portuário, pelo fato de não

fazer parte do quadro de funcionários das empresas operadoras portuárias.

Portanto, estes trabalhadores executam a movimentação de mercadorias dentro da

área do porto organizado, com a intermediação do órgão gestor de mão-de-obra

(SILVA; PORTO, 2003).

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De acordo com Silva e Porto (2003), os trabalhadores portuários

desempenham distintas funções, as quais são geridas por vários sindicatos,

conforme apresentado no Quadro 5.

Sindicato dos conferentes

Responsáveis pela entrada e saída da mercadoria do navio

Sindicato dos estivadores Realizam a arrumação e movimentação das cargas dentro da embarcação

Sindicato dos bloquistas Procedem com a peação e despeação de cargas a bordo do navio

Sindicato dos consertadores

Quando faz-se necessário, realizam consertos e reparos de pequena monta nos navios

Sindicato dos vigias Fiscalizam a entrada e saída de pessoas a bordo do navio

Quadro 5: Sindicatos que integram o sistema portuário. Fonte: Adaptado de Silva e Porto (2003).

As atividades realizadas pelos operadores portuários envolvem um

conjunto de ações, as quais se diferem conforme as tarefas aplicadas a cada um

deles. Werneck (2007) destaca os sete tipos no Quadro 6:

Quadro 6: Atividades dos operadores portuários. Fonte: Adaptado de Werneck (2007).

Estiva

É a atividade de movimentação de cargas nos conveses ou porões dos navios, a fim de prepará-las para o embarque ou desembarque. A arrumação, peação e despeação, bem como, o carregamento e descargas das mesmas, também são funções do operador de estiva.

Capatazia

Processo de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público, compreendendo o manuseio da carga, desde o recebimento, transporte, abertura para verificação aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como, o carregamento e a descargas, quando efetuado por equipamentos portuários.

Conferência de carga

O conferente realiza a verificação física das cargas, por meio da contagem dos volumes, verificação do estado das mercadorias, assistência na pesagem, anotação das características e demais serviços relacionados à carga e descarga.

Conserto de carga

Refere-se aos reparos e pequenos consertos realizados para a restauração de embalagens com avarias, como: reembalagem, etiquetagem, marcação nos volumes, remarcação, carimbagem, bem como, abertura de embalagens para vistoria e posterior fechamento.

Trabalhador de bloco

Cabe a este operador conservar os navios mercantes e de tanque, por meio de batimento de ferrugem, pintura, pequenos reparos e demais serviços correlatados.

Vigilância das embarcações:

Relaciona-se ao ato de fiscalizar a movimentação, entrada e saída de pessoas nas dependências dos portos e a bordo dos navios. Também é dever do vigia controlar a movimentação de cargas nas rampas, plataformas, entre outros locais do navio.

Práticos

Profissional credenciado pela Marinha, com grande conhecimento marítimo e náutico e com domínio das vias de acesso a vias hidroviárias, portanto, com o uso de rebocadores, o prático auxilia a realização das manobras de entrada e saída de navios no porto, durante.

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2.15 PORTO DE SANTOS E SUA HISTÓRIA

O marco oficial de inauguração do Porto de Santos deu-se no dia 02 de

fevereiro de 1892, data em que a Companhia Docas de Santos - CDS, entregou à

navegação mundial os primeiros 260m de cais, numa área, que até os dias atuais é

denominada de Valongo. Naquele dia, atracou a primeira embarcação no cais, o

vapor chamado de Nasmith, de bandeira inglesa (PORTO DE SANTOS, 2011).

Juntamente com a inauguração, iniciou uma nova fase para a cidade

santista, uma vez que os velhos trapiches, gradativamente foram sendo substituídos

por aterros e muralhas de pedra, além disso, uma linha férrea de bitola de 1,60m e

novos armazéns de cargas também faziam parte das obras do porto nascente, cujo

passado longínquo iniciara-se com Braz Cubas, componente da expedição

portuguesa de Martim Afonso de Souza, que chegou em território brasileiro em

janeiro de 1531. Surgiu de Braz Cubas a idéia de mudar o porto da baía de Santos

para o seu interior, visando proteção de ataques piratas, contumazes visitantes e

saqueadores do povoado (PORTO DE SANTOS, 2011).

Durante mais de três séculos e meio, o Porto de Santos embora tivesse

tido um crescimento, manteve-se em padrões estáveis, com o mínimo de

modernização e por consequência, muita exigência de trabalho manual. Além disso,

as condições higiênicas e de salubridade tanto do porto quanto da cidade, estavam

comprometidas, propiciando assim, o surgimento de doenças epidêmicas (PORTO

DE SANTOS, 2011).

Com o início das operações da São Paulo Railway, no ano de 1867, por

meio de uma via ferroviária, melhorou substancialmente o sistema de transportes,

estimulando assim, o comércio e o desenvolvimento da região. A cultura e a alta

produtividade do café cresciam velozmente, o que pressionava as autoridades para

a necessidade da modernização do complexo portuário, visando a exportação do

café em maior escala e rapidez (PORTO DE SANTOS, 2011).

Após a concorrência pública, em 12 de julho de 1888, pelo Decreto nº

9.979, o grupo liderado por Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle receber a liberação

para construir e explorar durante 39 anos, posteriormente estendido por mais 90

anos. Visando a construção do porto, os concessionários constituíram a empresa

Gaffrée, Guinle & Cia., sediada no Rio de Janeiro, mais tarde transformada em

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Empresa de Melhoramentos do porto santista e, por fim, na Companhia Docas de

Santos (PORTO DE SANTOS, 2011).

Desta forma, a inauguração do porto de seu no ano de 1892, a partir

desta data o porto não parou de se expandir, passando por todas as fases de

evolução econômica do país, até o período marcado pela ampla utilização dos

contêineres. Açúcar, café, laranja, algodão, adubo, carvão, trigo, sucos cítricos, soja,

veículos, granéis líquidos diversos, em milhões de quilos, fazem parte do dia-a-dia

do porto, que já movimentou um bilhão de toneladas de diversos tipos de

mercadorias, desde o ano de sua fundação até os dias atuais (PORTO DE SANTOS,

2011).

No ano de 1980, com o fim do período legal de concessão da exploração

do porto pela CDS, o Governo Federal instituiu a Companhia Docas do Estado de

São Paulo - CODESP, empresa de economia mista e de capital majoritário da União.

Com a implantação da Lei da Modernização dos portos, de número 8.630/93, o porto

entrou em uma nova fase de exploração, em virtude da abertura de arrendamento

de áreas e instalações à iniciativa privada, mediante licitações públicas. A partir

desta fase o porto passou a crescer gradativamente, resultado da modernização

implantada pelas organizações privadas (PORTO DE SANTOS, 2011).

Nos dias atuais, o Porto de Santos, movimenta anualmente, mais de 60

milhões de toneladas de cargas de inúmeras naturezas, sendo que em 1892 operou

125 mil toneladas. Sendo assim, a sua movimentação equivale a mais de um quarto

do valor dos produtos negociados pelo Brasil, no âmbito internacional, concentrando

mais de 50% do PIB brasileiro. Nos dias atuais, é o maior e mais importante porto da

América Latina, sendo sua influência refletida na indústria, na agroindústria e na

agricultura de São Paulo e nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, assim como, em

países do MERCOSUL (PORTO DE SANTOS, 2011).

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Figura 8: Vista aérea do Porto de Santos. Fonte: Porto de Santos (2011, p.01).

2.15.1 Infra-estrutura física do Porto de Santos

A ampla estrutura do porto conta com uma área total de 7,7 milhões de

m², sendo 3,7 milhões de m² na margem direita e 4,0 milhões m² localizados na

margem esquerda. A distância de cais é de 13 quilômetros e possui um total de 59

berços, sendo 49 públicos e 10 privados. O porto comporta 55 quilômetros de dutos

e 100 quilômetros de linhas férreas. As oscilações de maré são de aproximadamente

1,2 metros e a profundidade do calado chega a 14 metros. Para o armazenamento

de granéis líquidos sua capacidade é de aproximadamente 700 mil m³ e para

granéis sólidos, as instalações suportam acondicionar mais de 2,5 milhões de

toneladas (PORTO DE SANTOS, 2011).

O porto ainda possui uma usina hidrelétrica para o seu próprio

abastecimento, com capacidade de 15 mil kVA, sendo que, o excedente o mesmo

busca junto a uma concessionária regional. Dentro deste mesmo contexto, o

complexo corresponde a mais de um quarto da movimentação da balança comercial

do Brasil (PORTO DE SANTOS, 2011).

Um dos grandes trunfos do Porto de Santos são os seus amplos canais

de acesso, conforme mostra o Quadro 7.

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Modal Vias de acesso Ilustração

Rodovias

Sistema Anchieta - Imigrantes

Rod. Cônego Domênico Rangoni

BR-101 - Rio / Santos

SP- 55 - Rod. P. Manoel da Nóbrega

Ferrovias

M.R.S. Logística

Ferrovia Centro Atlântica - FCA

América Latina Logística – ALL

Aeroportos

Cumbica (Guarulhos - SP)

Viracopos (Campinas - SP)

Base Aérea de Santos (Guarujá - SP)

Dutovia Linhas da Transpetro

Hidrovia Tietê – Paraná

Quadro 7: Vias de acesso ao Porto de Santos. Fonte: Adaptado de Porto de Santos (2011).

O porto conta com uma atualizada malha rodoviária e a rede ferroviária

integradas à hidrovia Tietê – Paraná, compondo assim, o maior sistema de

transporte rodo-ferroviário e hidroviário do território nacional. No espaço aéreo, estão

disponíveis duas opções em um raio de 150 quilômetros. Ademais disso, Santos

refere-se ao único porto brasileiro servido por todas as maiores linhas marítimas

regulares mundiais, disponibilizando transporte para qualquer parte do mundo

(PORTO DE SANTOS, 2011).

2.15.2 Administração do Porto de Santos

Até a inserção da iniciativa portuária, o modelo de gestão era

monopolista, tanto na administração particular, executada pela CDS, quanto na

administração pública, por meio da CODESP, desta forma, os custos portuários

eram pouco competitivos e a eficiência estava comprometida. Porém, com a

publicação da Lei da Modernização dos Portos, a CODESP requalificou os

operadores portuários, uma vez que empresas privadas passaram a realizar as

atividades de embarque e desembarque, desta forma a prestação de serviços foi

desmonopolizada (PORTO DE SANTOS, 2011).

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No ano de 1996, a autoridade portuária, exercida pela CODESP, passou

por um processo de redução de custos. Sendo assim, com a estrutura tarifária

modificada, a competição entre operadores portuários e terminais passou a existir.

Após a implantação do OGMO, proveniente da Lei supramencionada, este órgão

passou a distribuir aos operadores portuários toda a mão-de-obra para as operações

de cargas (PORTO DE SANTOS, 2011).

Sendo assim, os trabalhadores de capatazia, ex-funcionários da

CODESP, somando aproximadamente 2.290, foram transferidos para o OGMO.

Desta forma, a CODESP deixou a atividade operacional e passou a desempenhar o

papel estratégico de administradora e Autoridade Portuária, sendo responsável por

gerir a fiscalização dos contratos de arrendamentos e preparar Santos para um

representativo incremento no fluxo de cargas (PORTO DE SANTOS, 2011).

2.15.3 O Porto de Santos no ano de 2010

No ano de 2010 o porto totalizou o expressivo volume de 96 milhões de

toneladas, 15,4% maior sobre o registrado em 2009 (83,1 milhões de toneladas).

Esse resultado ficou 9,5% acima do que a Autoridade Portuária havia projetado, em

virtude do período de pós recessão na economia mundial (PORTO DE SANTOS,

2011).

O total das importações somou 31,8 milhões de toneladas em 2010, um

crescimento de 33,5% sobre o ano de 2009. Já as exportações, apesar de um

aumento em torno de 8,1%, totalizaram 64,1 de milhões de toneladas. Quanto ao

número de navios atracados, somou 5.748, um aumento de 0,3% em relação a 2009

(PORTO DE SANTOS, 2011).

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De acordo com Porto de Santos (2011), apresenta-se na Figura 9 o

volume total movimentado no ano de 2010:

Figura 9: Natureza da movimentação das cargas em 2010. Fonte: Adaptado de Porto de Santos (2011).

As cargas a granéis sólidos apresentaram o maior desempenho das

movimentações de Santos. Entre os granéis sólidos de exportação destacam-se o

açúcar, que atingiu crescimento de 14,8%, totalizando 19,4 milhões de toneladas e o

milho, com 5,5 milhões de toneladas, com incremento de 56,6%. Na importação as

melhores performances ficaram com o carvão, com 3,6 milhões de toneladas,

representando aumento de 51,0% e o enxofre, com 1,8 milhão toneladas, com

crescimento de 31,0% (PORTO DE SANTOS, 2011).

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Figura 10: Acesso ao Porto de Santos. Fonte: Almeida (2010, p.11).

2.15.4 Cenário Atual

A atuação da Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP no

Porto de Santos vem sendo estruturada a fim de desenvolver a viabilização da

infraestrutura adequada para suprir o crescimento da movimentação de cargas,

sendo assim, as parcerias estabelecidas com o setor privado está possibilitando a

expansão do porto (PORTO DE SANTOS, 2011).

Quanto à movimentação de cargas, o desenvolvimento nos últimos

anos vem sendo escoltado por intenso trabalho de ampliação na modernização da

infra-estrutura, bem como pela busca de estratégias que desenvolvam a

competitividade do porto. O Porto de Santos (2011, p.01) destaca alguns dos

investimentos nos últimos anos:

Destacam-se, também, a infra-estrutura implantada pela NST, para exportação de suco de laranja; do novo terminal da Itamaraty, para granéis sólidos; a ampliação do terminal Tecondi, para contêineres; a incorporação, pela Santos Brasil, do novo berço T-4, para cargas conteinerizadas; a reforma e ampliação do Armazém XXXV, da Libra Terminais, e a progressão da construção dos terminais da BTP, para contêineres e granéis líquidos, e da EMBRAPORT, multipropósito. Cabe mencionar, também, a chegada de novos equipamentos para operação de cargas conteinerizadas para os terminais da Santos Brasil, Libra e Tecondi.

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Em paralelo, faz-se necessário a adoção de ações que viabilizem o

balanceamento da matriz de transportes, fomentando maior emprego do modal de

transporte ferroviário, a fim de responder com eficácia as constantes exigências do

mercado, que aumentam com o passar dos anos. Além disso, para maximizar as

operações portuárias e ampliar a capacidade do porto, é preciso realizar uma

reorganização de espaços, permitindo aos terminais unirem as atividades que

desenvolvem em distintas áreas em um único local, potencializando sua

produtividade (PORTO DE SANTOS, 2011).

Para a concretização das medidas supracitadas, o porto recebe

investimentos constantes. Na competência do setor público, cabe destacar a

dragagem de aprofundamento do calado para 15m e seu alargamento para 220m,

que encontra-se em fase de conclusão. As obras da Avenida Perimetral da margem

e o alargamento da Avenida Santos Dumont são alguns dos empreendimentos em

andamento, que visam melhorar as vias de acessos e por conseguinte, gerando

maior eficácia na movimentação de cargas (PORTO DE SANTOS, 2011).

O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, também possui seu

papel de colaborar para o crescimento do porto, dentro do chamado PAC Copa está

prevista a construção de 1.323 metros de cais entre a curva do armazém 23 e o

armazém 29, permitindo a oferta de 15,4 mil leitos flutuantes (PORTO DE SANTOS,

2011).

Uma das grandes conquistas obtidas pelo Porto de Santos foi a

certificação de um porto seguro. Em 12 de novembro de 2010, após dois anos de

ações eficazes, Santos teve a implantação do Código de Segurança da Organização

Marítima Internacional (ISPS Code). Esta medida assegura que o monitoramento,

fiscalização e controle dos métodos de acesso ao cais público estão enquadradas as

exigências internacionais de segurança portuária.

2.16 ARMADORES OPERANTES NO PORTO DE SANTOS

O bom desempenho da Balança Comercial Brasileira vem estimulando

empresas de logística de transporte a ampliarem a capacidade de atendimento no

país. Desta forma, o Porto de Santos é estratégico para os armadores

internacionais, pois estão presentes em seus terminais, armadores originários de

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todos os continentes com navios de variados tamanhos, afetando no transporte de

contêineres (NOBRE, 2006).

Dentro deste mesmo contexto, o Porto de Santos (2011), é denominado

um porto de negócios, contando com 21 armadores, conforme descritos no Quadro

8.

Aliança Evergreen Maruba

Apl Hamburg-Sud Mol

China Shipping Hanjin Msc

Cma-Cgm Hapag-Lloyd Nyk Line

Cosco K-Line Pil

Costa Container Line Libra Safmarine

Csav Maersk Line Zim

Quadro 8: Operadores operantes no Porto de Santos. Fonte: Adaptado de Porto de Santos (2011).

Os armadores operantes no Porto de Santos estão classificados entre os

maiores do mundo por número de navios e quantidade de TEUs, como é possível

verificar na Figura 11:

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Figura 11: 20 maiores armadores do mundo. Fonte: Adaptado de Nobre (2006).

No Porto de Santos atracam e saem embarcações provenientes de

rotas da Costa Leste Norte Americana e Canadá, Golfo do México, América do Sul,

Norte Europeu, Mediterrâneio, Leste e Oestre da África, Oriente Médio, África do

Sul, Ásia e Oceania (NOBRE, 2006). Na Figura 12, estão especificadas as principais

rotas dos armadores que operam no Porto de Santos.

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Figura12: Rotas com destino e origem no Porto de Santos. Fonte: Nobre (2006, p. 66).

O Porto de Santos por ser o maior movimentador de cargas da

América Latina, é o maior concentrador de cargas e por conseqüência, é rota dos

principais armadores mundiais (PORTO DE SANTOS, 2011).

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No presente capítulo serão abordados os procedimentos metodológicos

adotados para a elaboração deste estudo, onde ficarão evidentes os tipos de

pesquisa utilizados, bem como a abordagem, a população e amostra, o instrumento

de coleta de dados e a caracterização do ambiente da pesquisa.

Conforme Andrade (2005, p.129) “metodologia é o conjunto de métodos

ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”. Portanto,

procedimentos metodológicos são estratégias organizadas de investigação, aliadas

a técnicas gerais e particulares que são empregadas pela ciência a fim de estudar

acerca de um problema centrado, visando assim, encontrar respostas à

questionamentos inerentes aos fenômenos pesquisados (MARTINS; THEÓPHILO,

2009).

A definição dos métodos utilizados neste estudo embasou-se em

publicações de diversos autores, as quais possibilitaram a escolha adequada dos

tipos de pesquisa e suas abordagens, de modo que se enquadrasse com os

objetivos propostos e com a natureza do problema. Portanto, por meio da veracidade

das informações, buscou-se proporcionar um entendimento claro e objetivo do

estudo.

3.1 TIPOS DE PESQUISA

No que refere-se a conceituação de pesquisa, defini-se que corresponde

ao processo coerente e ordenado, que objetiva proporcionar respostas aos

problemas indicados (GIL, 2002).

De tal modo, a pesquisa atua como fonte dinamizadora de conhecimento,

através da elaboração de conceitos inéditos relacionados ao elemento de estudo.

Sendo assim, sua finalidade está relacionada a verificação de problemas teóricos ou

práticos provenientes de dúvidas ou questionamentos, dos quais não se dispõe de

informações ordenadas e suficientes para respondê-los (CERVO, BERVIAN, 2002).

Diante do exposto, é possível findar que pesquisar expressa realizar a

coleta de dados, e por consequência, sistematizar o estudo de maneira descritiva,

exploratória, explicativa ou aplicada (JUNG, 2003).

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Perante as considerações firmadas pelos autores, constatou-se que para

a obtenção eficaz dos objetivos propostos nesta monografia, fez-se necessária a

utilização de dois tipos de pesquisa: bibliográfica e descritiva ou de campo. Portanto,

no delineamento da pesquisa os fins de investigação referem-se a pesquisa

bibliográfica e os meios de investigação correspondem a pesquisa descritiva ou de

campo.

3.1.1 Pesquisa Bibliográfica

Com o objetivo de obter o embasamento teórico para a sustentação do

estudo, foi de suma importância realizar o levantamento de informações através de

pesquisas bibliográficas, que teve como principal finalidade estudar e explorar as

publicações disponíveis sobre o assunto. Para Cervo, Bervian e Silva (2006, p.61) a

pesquisa bibliográfica “constitui o procedimento básico para os estudos

monográficos”.

Lakatos e Marconi (2005, p.185) reforçam a consideração anterior,

mencionando que a pesquisa bibliográfica “não é mera repetição do que já foi dito ou

escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou

abordagem, chegando a conclusões inovadoras.”

Deste modo, trata-se de uma estratégia necessária para conduzir

qualquer pesquisa científica, uma vez que geralmente constitui a primeira etapa do

estudo e trata-se da plataforma teórica do tema. Por conseguinte, este tipo de

pesquisa tem por finalidade conhecer as distintas formas de contribuição científica

acerca de um determinado assunto, por meio de referenciais teóricos publicados em

livros, artigos, teses e dissertações, entre outros (MARTINS; THEÓPHILO, 2009).

A base bibliográfica constada neste estudo foi elaborada utilizando-se

como apoio o acervo da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC por

meio de livros, bem como sites específicos de comércio internacional, logística

internacional, gestão portuária e demais assuntos relacionados com o tema em

estudo.

Com o objetivo de fornecer maior cientificidade ao estudo, foram

consultados artigos científicos extraídos do Portal de Periódicos da CAPES e

também teses e dissertações localizadas na Biblioteca Digital de Teses e

Dissertações do IBICT.

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3.1.2 Pesquisa Descritiva ou de Campo

Em síntese, a pesquisa descritiva ou de campo é fundamentada através

de dados ou fatos obtidos diretamente da própria realidade, ou seja, são

arrecadadas informações do habitat natural do problema e posteriormente são

tabuladas para análise (CERVO; BERVIAN, 2002).

Na concepção de Cervo, Bervian e Silva (2006, p. 61 ) a pesquisa

descrita,

[...] observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas.

O desenvolvimento de uma pesquisa de campo demanda um

planejamento específico para a coleta de dados, composto por um relatório instituído

pelas etapas da pesquisa e pelos resultados obtidos. Desta forma, o levantamento

bibliográfico é uma etapa de suprema importância para a realização da pesquisa em

campo, uma vez que é constituído de subsídios que possibilitam a estruturação dos

questionamentos a serem aplicados durante a pesquisa descritiva (ANDRADE,

2005).

Visando aprofundar a abordagem do tema, a acadêmica pesquisadora

realizou uma visita in loco no complexo portuário em estudo. O objetivo da pesquisa

de campo fundamentou-se em coletar dados e informações da própria realidade do

problema.

A pesquisa de campo foi acompanhada por 5 empresas, as quais

possuem ligação direta com os mais diversos órgãos e agentes intervenientes no

comércio internacional. Desta forma, foi possível conhecer a estrutura portuária de

Santos, bem como a visão de vários interventores do porto a respeito das

consequências geradas pelo Apagão Logístico.

O presente estudo também utilizou-se da pesquisa descritiva ou de

campo, por meio da coleta de informações obtidas através de um questionário

aplicado junto aos armadores operantes no Porto de Santos.

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3.2 ABORDAGEM DA PESQUISA

No que se refere à abordagem da pesquisa, destaca-se a existência de

dois métodos: quantitativo e qualitativo, a diferenciação entre ambos consiste nas

distintas sistemáticas para coleta de dados, uma vez que a natureza do problema

estabelece o método adequado para o estudo proposto (CRESWELL, 2007).

No presente estudo foram utilizados ambos os métodos para a

abordagem da pesquisa, tendo em vista que a união destes direcionou a acadêmica

pesquisadora a responder os objetivos embasados no estudo.

3.2.1 Abordagem Quantitativa

O método de pesquisa quantitativo realiza a obtenção dos dados, por

meio de técnicas e recursos estatísticos. Estas medições numéricas possibilitam

ordenar os dados e estabelecer padrões de comportamentos (SAMPIERI;

COLLADO; LUCIO, 2006).

Creswell (2007, p.35) complementa a citação anterior, descrevendo os

procedimentos da abordagem quantitativa,

[...] é aquela em que o investigador usa primeiramente alegações pós-positivistas para desenvolvimento de conhecimento (ou seja, raciocínio de causa e efeito, redução de variáveis especificas e hipóteses e questões, uso de mensuração, e observação e teste de teorias), emprega estratégias de investigação (como experimentos, levantamentos e coleta de dados, instrumentos predeterminados que geram dados estatísticos).

Diante do exposto, cabe mencionar que a técnica da abordagem

quantitativa utilizada para a obtenção de dados, opiniões e comportamentos é a

aplicação de formulários junto à população em estudo. Portanto, através de métodos

estatísticos, busca-se classificar a relação entre os acontecimentos do problema e a

interpretação correta dos dados (CRESWEL, 2007).

A presente monografia utilizou-se da abordagem quantitativa, uma vez

que possibilitou mensurar e quantificar em percentuais os dados relacionados ao

Porto de Santos e ao Apagão Logístico ocorrido no ano de 2010. Sendo assim, o

método quantitativo está presente na quantificação dos dados obtidos com o

questionário aplicado junto aos armadores operantes no Porto de Santos.

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3.2.2 Abordagem Qualitativa

A abordagem qualitativa emprega os dados coletados para abordar as

questões relacionadas à pesquisa, sem a utilização de métodos numéricos. Seu

propósito incide em descrever a realidade, exatamente como esta é analisada pelos

autores de um sistema social estabelecido (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006).

Diehl e Tatim (2004, p.52) descrevem a abordagem qualitativa,

Os estudos qualitativos podem descrever a complexidade de determinado problema e a interação de certas variáveis, compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de dado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos

Cabe ainda acrescentar que as técnicas qualitativas objetivam realizar

investigações com base em perspectivas construtivistas ou participatórias, isto é, por

meio da interação de determinadas variáveis, como: compreender e classificar

processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições e

sugestões no processo de mudança e formar opiniões para melhorias. Além disso,

esta abordagem possibilita a coleta de dados abertos, nos quais é possível

desenvolver o tema proposto pelo estudo (CRESWELL, 2007).

O método qualitativo faz-se presente nesta monografia, uma vez que a

visita in loco ao Porto de Santos permitiu à acadêmica pesquisadora obter dados

através de registros e entrevistas junto aos agentes e órgãos intervenientes. Esta

abordagem também encontra-se incumbida na aplicação do questionário junto aos

armadores, onde foram realizadas perguntas abertas e fechadas. Portanto, a

aplicação desta abordagem permitiu estabelecer uma correlação entre os dados

obtidos e ao final da pesquisa apresentar sugestões provenientes das análises

realizadas.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Para o desenvolvimento de uma pesquisa científica e posterior conclusão

do estudo, faz-se necessário definir a área e a população a ser empregada no

estudo. Mediante os resultados apurados, é possível obter dados aproximados do

assunto abordado, entretanto faz-se necessário o uso adequado dos procedimentos

metodológicos, a fim de evidenciar a cientificidade do estudo, bem como, a repetição

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do estudo com os mesmos métodos utilizados, sejam alcançados os mesmos

resultados (DIEHL; TATIM, 2004).

Assim sendo, define-se população como sendo o conjunto de todos os

casos que concordam com determinadas especificações, os quais se situam ao

redor das características do problema (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006).

A delimitação da população incide nas 5 empresas entrevistadas durante

a visita in loco no Porto de Santos, bem como consiste nos 21 armadores operantes

no Porto de Santos, que se mostraram ativos no ano de 2010, conforme dados

publicados no site oficial do porto em estudo. Os agentes intervenientes no

complexo portuário de Santos também fazem parte do universo da pesquisa, uma

vez que estes também foram afetados pelo Apagão Logístico.

A amostra refere-se a uma unidade de análise ou um conjunto de

indivíduos, contextos ou fatos, pelos quais se coletam dados, onde na maioria dos

casos a amostra é o próprio universo do estudo. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO,

2006).

Existem dois tipos de amostras, sendo elas: amostra probabilística e

amostra não-probabilística. Na probabilística, todos os elementos do subgrupo da

população possuem a mesma probabilidade de serem escolhidos, já na amostra

não-probabilística, a escolha dos elementos não depende de probabilidade e sim

das características atreladas ao conteúdo da pesquisa (SAMPIERI, COLLADO,

LUCIO; 2006).

Nesta monografia utilizou-se da amostra não probabilística intencional,

tendo em vista que os elementos amostrais eleitos para a aplicação da pesquisa

foram escolhidos por decisão do pesquisador, o qual julgou que os elementos

indicados são representativos para o universo da pesquisa, bem como representam

a população de interesse (MALHOTRA, 2005).

Conforme já exposto anteriormente, no ano de 2010, quando ocorreu o

Apagão Logístico, existiam 21 armadores operantes no porto em estudo. Sendo

estes: Aliança, APL, China Shipping, Cma-Cgm, Cosco, Costa Container Line,

CSAV, Evergreen, Hamburg-Sud, Hanjin, Hapag-Lloyd, K-Line, Libra, Maersk Line,

Maruba, Mol, MSC, NYK Line, PIL,Safmarine e Zim.

Visando aproximar ao máximo os dados da realidade, a acadêmica

pesquisadora optou por aplicar a pesquisa com a população em sua integridade,

sendo assim, a fim de subsidiar a pesquisa, a mesma realizou contato com todos os

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armadores operantes no Porto de Santos, por meio dos seguintes meios: telefone,

pessoalmente e e-mail. Contudo a mesma deparou-se com as situações expostas a

seguir, obtidas diretamente com os próprios armadores.

a) A Costa Container Line não é mais uma empresa independente, uma

vez que foi incorporada pela empresa Hamburg-Sud, com intuito de

apresentar uma identidade unificada no mercado;

b) O armador Maruba foi adquirido pelo governo da República Argentina,

não realizando mais operações no porto santista;

c) A empresa APL também não opera mais no Porto de Santos, como

armador;

d) O armador Libra tornou-se do mesmo grupo da CSAV, uma vez que a

CSAV comprou a Companhia Libra de Navegação;

e) Os armadores Hamburg-Sud e Aliança são pertencentes a um único

grupo;

f) A Safmarine e a Maersk Line são do mesmo grupo, porém atuam

independentemente.

Diante do exposto, entende-se que dos 21 armadores relacionados no

site do Porto de Santos, no ano de 2011 efetivamente 15 empresas operam

independentemente entre si. Desta forma, a amostra foi definida somente em 15

armadores.

Desta forma, os resultados que são expostos a seguir são provenientes

de dados e informações obtidas com 13 armadores que efetivamente responderam

aos questionários aplicados por e-mail ou por entrevista realizada pessoalmente.

Salienta-se que os 2 demais não responderam em virtude de normas de privacidade

imputadas pela política da empresa.

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados utilizou-se tanto de dados primários quanto

secundários. Os dados primários correspondem aqueles coletados pelo próprio

pesquisador, que deu-se através de pesquisas de campo, realização de entrevistas,

aplicação de questionários e observação do universo da pesquisa. Já os dados

secundários satisfazem aqueles que são disponibilizados em referências

bibliográficas, índices e relatórios (DIEHL; TATIM , 2004).

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Com o objetivo de descrever os acontecimentos que ocorreram durante o

Apagão Logístico em 2010, bem como a logística do complexo portuário de Santos,

foram realizadas entrevistas nas mediações do porto, com agentes que foram

afetados pelo Apagão Logístico. É importante destacar que estas entrevistas foram

gravadas, para que as informações não perdessem a cientificidade dos detalhes e

permitindo assim, uma análise mais precisa para a interpretação das informações

coletadas.

Cabe destacar que as entrevistas realizadas foram do tipo não-

estruturada e focalizada, onde a acadêmica pesquisadora no papel de

entrevistadora teve a liberdade de direcionar as entrevistas na diretriz que

considerou adequada. Portanto, utilizou-se roteiro composto de perguntas abertas,

que propenderam a abordar sobre o problema em estudo (LAKATOS; MARCONI,

2005).

Destaca-se que 5 empresas fizeram parte da entrevista em campo no

Porto de Santos, sendo estas elencadas nos seguintes ramos de atuação: agente de

cargas, transitário de mercadorias, despachante aduaneiro, assessoria de comércio

exterior e terminal de cargas.

Ademais da coleta de dados obtida por meio da pesquisa in loco, a

acadêmica pesquisadora utilizou-se de um questionário, o qual foi aplicado junto a

todos os armadores operantes no Porto de Santos. Esta ferramenta de coleta de

dados propiciou a realização da análise e da interpretação dos dados coletados,

visando desta forma, identificar os reflexos do problema do estudo, bem como

constituir sugestões e melhorias para o mesmo.

Os questionários foram integrados por 30 perguntas, sendo 27 fechadas e

3 delas em formato aberto. A distribuição do questionário foi realizada por meio do

envio do documento via e-mail , uma vez que as empresas ficam situadas em outros

estados, principalmente em São Paulo, que refere-se ao local ocorreu o caos

logístico. Contudo, em apenas 1 dos casos a aplicação do questionário foi realizada

pessoalmente, tendo em vista que foi realizada uma reunião junto ao represente

comercial.

Destaca-se ainda que, o alcance das respostas foi obtido através do

auxílio dos responsáveis pela área comercial dos armadores, os quais junto com os

demais departamentos obtiveram as informações necessárias e contestaram os

questionamentos.

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Justifica-se que a utilização do questionário deu-se em razão do mesmo

proporcionar a obtenção de informações com maior facilidade e clareza, bem como

possibilitar que os objetivos sejam alcançados no final do estudo.

Roesch (2009, p.142) define o questionário como um,

[...] instrumento mais utilizado em pesquisa quantitativa, principalmente em pesquisas de grande escala, como as que propõem levantar a opinião política da população ou a preferência do consumidor. O questionário não é apenas um formulário, ou um conjunto de questões listadas sem muita reflexão. O questionário é um instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa [...].

O benefício da utilização deste método está na estruturação e

organização durante a coleta de dados, pois o roteiro garante o alcance de

respostas rápidas e precisas, possibilitam assim, a obtenção de resultados claros e

objetivos (BONI; QUARESMA, 2005).

3.5 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA PESQUISA

A primeira etapa da pesquisa foi realizada in loco no complexo portuário

do Porto de Santos, durante os dias 15 e 16 de agosto de 2011. Cabe destacar que,

atualmente o Porto de Santos movimenta por ano, mais de um quarto do valor dos

produtos comercializados pelo país no âmbito internacional, e por isso é considerado

o maior e mais importante porto da América Latina.

Após a visita ao porto, a acadêmica pesquisadora aplicou um questionário

para levantar informações junto aos armadores operantes em Santos, sendo que

este procedimento foi executado no período de 21 a 30 de setembro de 2011.

Dentre os armadores que integram a pesquisa, estão relacionados os maiores

mundiais, os quais utilizam do maior porto da região da América Central e América

do Sul, para movimentar a economia mundial.

Destaca-se que os planos de coleta de dados, foram fundamentais para o

desenvolvimento do próximo capítulo, o qual corresponde a análise dos dados

coletados, bem como a análise geral dos resultados mais relevantes obtidos com a

realização da pesquisa descritiva ou de campo.

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100

4 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA

Neste capítulo apresentar-se-ão os resultados obtidos com a realização

da pesquisa e por conseqüência, a análise dos dados e das informações coletadas.

É importante destacar que para o enriquecimento do estudo a acadêmica

pesquisadora realizou dois tipos de pesquisa, a fim de fomentar com maior

amplitude os objetivos deste estudo monográfico.

Em um primeiro momento, realizou-se uma pesquisa in loco no complexo

portuário do Porto de Santos, por meio da aplicação de perguntas constantes em um

roteiro pré-estabelecido. Portanto, cabe destacar que na sequência serão relatadas

as informações obtidas durante a visita ao porto, que envolvem assuntos

relacionados a infra-estrutura do mesmo, a experiência vivida no período do Apagão

Logístico, os problemas enfrentados por agentes intervenientes na logística

internacional, os reflexos causados a estes e projetos de melhorias.

Em um segundo momento, a acadêmica pesquisadora utilizou-se da

ferramenta de pesquisa denominada questionário, a qual visou identificar a relação

dos armadores operantes no Porto de Santos com o complexo portuário, as

conseqüências do Apagão Logístico aos armadores e as medidas tomadas pelos

armadores e pelo próprio porto durante e após o apagão marítimo.

4.1 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA REALIZADA NO PORTO DE SANTOS

Nos dias 15 e 16 de agosto de 2011, a acadêmica pesquisadora visitou o

complexo portuário de Santos, bem como efetuou uma pesquisa de campo. O

estudo foi realizado por meio de entrevistas com perguntas pré-estabelecidas, bem

como registradas através de fotos, gravações de áudio e vídeos. Acresce que para

subsidiar a pesquisa, em determinados momentos, a acadêmica pesquisadora

recorreu a informações bibliográficas, a fim de completar os dados fornecidos pelos

entrevistados.

Entre os lugares visitados estão relacionados os seguintes: zona primária

e secundária do porto, corredores de exportação, via de acesso rodoviária e

ferroviária, alfândega e interior do cais portuário.

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Durante a visita ao Porto de Santos, as organizações listadas abaixo

acompanharam a acadêmica pesquisadora em momentos distintos, enquanto

realizou-se entrevistas sobre o foco do estudo:

1. Empresa A - serviços prestados:

a) Procedimentos necessários para exportação e importação;

b) Obtenção do ofício drawback: restituição, isenção e suspensão;

c) Assessoria nas operações de transportes rodoviários;

d) Desembaraço aduaneiro.

2. Empresa B - serviços prestados:

a) Operações nos modais de transporte: marítimo, aéreo e terrestre;

b) Despacho aduaneiro, consolidação e desconsolidação de cargas;

c) Sistema integrado na cadeia Supply Chain.

3. Empresa C - serviços prestados:

a) Serviços de Despacho aduaneiro;

b) Consultoria e assessorial em comércio exterior;

c) Serviços auxiliares de despachante avaliadores e peritos;

4. Empresa D - serviços prestados:

a) Operações portuárias, por meio de três terminais de contêineres;

b) Operações logísticas, através de distribuição integrada aos terminais;

c) Armazenagem alfandegada.

5. Empresa E - serviços prestados:

a) Transporte aéreo, na importação e exportação.

b) Transporte marítimo, desde a coleta até a liberação da carga.

c) Seguro de cargas internacional.

4.1.1 Panorama geral do Porto de Santos

Em um primeiro momento, a entrevista foi procedida enquanto realizou-se

um percurso na cidade-porto, a fim de conhecer um pouco mais da história da

cidade santista, que possui sua economia regida pelo maior porto da América Latina.

Segundo os entrevistados, o Porto de Santos têm sua origem vinculada ao comércio

de café, uma vez que o interior de São Paulo trata-se de uma das regiões onde

possui a maior produção deste produto no território brasileiro.

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No século XIX o café tornou-se o principal produto exportado brasileiro,

sendo assim, o chamado ouro negro pressionou as autoridades para a necessidade

de ampliação e modernização das instalações portuárias. Desta forma, este

processo contribuiu para melhores condições sanitárias, bem como para o

desenvolvimento industrial brasileiro. Desta forma, a fim de conservar a história, a

cidade de Santos conta com o museu do café, conforme é possível observar na

Figura 13.

Figura 13: Museu do Café – Santos. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

A responsável pela construção do cais santista foi a Companhia Docas,

de propriedade da família Guinle, que se deu início em 1889 e teve sua inauguração

três anos após. Porém com a saída desta família e a mudança de governo, o porto

passou a ser administrado pela Companhia Docas de Santos, que teve o poder até

1980, com o fim da concessão de exploração. Sendo assim, o Governo Federal criou

a Companhia Docas de São Paulo - CODESP, empresa de economia mista e de

capital majoritário da União, para administrar o terminal portuário.

Contudo, com o passar dos anos, os equipamentos portuários foram se

degradando, uma vez que não existia uma manutenção periódica, por falta da

liberação de verba do governo, e por consequência o porto passou a sofrer com a

falta de modernização em sua infra-estrutura. Sendo assim, no final dos anos 80

empresas privadas passaram a demonstrar interesse em arrendar áreas do porto,

porém eram impedidas por este ser de poder estatal.

Entretanto, com a implantação da Lei 8630/93 na década de 90, a

CODESP requalificou os operadores portuários e as empresas privadas tiveram

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espaço para investirem no Porto de Santos. Desta forma, terminais privados como:

Tecondi, Rodrimar, Libra e Santos Brasil arrendaram áreas portuárias.

Diante do exposto, a Lei da Modernização dos Portos proporcionou à

superação de grandes desafios, como a reformulação do sistema de gerenciamento

das operações e da mão-de-obra, a eliminação das interferências corporativas e

burocráticas, bem como a modernização de instalações e equipamentos portuários.

Tais avanços foram possíveis graças aos compromissos assumidos pela iniciativa

privada nos contratos de arrendamento. Diante do exposto, na Figura 14 consta a

evolução da gestão do Porto de Santos.

Figura 14: Evolução da administração do Porto de Santos. Fonte: Adaptado de Porto de Santos (2011).

Cabe destacar que, o objetivo da CODESP através da implantação do

Programa de Arrendamentos - PROAPS foi a viabilização do aporte de capital

privado na infra-estrutura do porto, que a partir da década de 90 teve seu complexo

modernizado estando assim, preparado para um aumento substancial no fluxo de

movimentações de cargas e de grande embarcações, de acordo evidencia-se nas

próximas imagens.

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Figura 15: Navio atracado em um dos 59 berços disponíveis no Porto de Santos. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

Figura 16: Navio acompanhado por um prático. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

Os procedimentos de arrendamento de áreas portuárias são realizados

mediante autorização da CODESP e aval da Receita Federal, uma vez que estes

locais são alfandegadas, sendo de responsabilidade da SRF controlar a entrada e

saída de produtos, por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior -

SISCOMEX.

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A base central de controle fiscal localizada-se na cidade de Santos,

contudo a Receita Federal conta com uma equipe que realiza vistorias tanto por terra

quanto por mar, conforme consta nas Figuras a seguir.

Figura 17: Receita Federal de Santos. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

Figura 18: Lancha da Receita Federal, em alto mar de Guarujá. Fonte: Acadêmica pesquisadora, 2011.

Visando maximizar a movimentação de cargas, desde julho de 1997, o

Porto de Santos opera em horário continuado, isto é, 24 horas ininterruptas, em

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quatro turnos de seis horas (PORTO DE SANTOS, 2011). Salienta-se que esta

medida foi de suma importância para atender às necessidades de escoamento

contínuo de cargas, bem como a fim de realizar os processos de embarque e

desembarque em menor tempo, para que os navios possam seguir suas rotas,

conforme observa-se na Figura 19.

Figura 19: Navio em bacia de evolução. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

Apesar dos constantes investimentos e das diversas vias de acesso,

ainda existe a necessidade de unificar os modais de transportes e compartilhar

ações necessárias para que cada um deles atenda ao desenvolvimento indicado

para o Porto.

Figura 20: Vias de acesso paralelas e rodo ferroviárias. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

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Conforme pode ser visto nas imagens anteriores, um dos principais

gargalos do porto são as vias de acesso no modal de transporte rodoviário, uma vez

que as estradas estreitas impossibilitam um fluxo contínuo de veículos. Salienta-se a

existência de muitos terminais de cargas instalados a beira das rodovias, sendo que

muitos destes estão abandonados, uma vez que são de posse da CODESP, isto é,

do poder público.

Figura 21: Terminais abandonados localizados ao fundo da imagem. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

Contudo, o projeto de retirada do pré-sal do mar, vem subsidiando o porto

a desenvolver várias melhorias em sua infra-estrutura e uma delas é a demolição

destes terminais abandonados, que constam na Figura 21 e posteriormente a

construção de um terminal de passageiros, para atender a PETROBRÁS, que

arrendou parte da bacia de Santos.

Além das dificuldades encontradas pelo modal de transporte rodoviário, a

baixa utilização da modalidade ferroviária também é um gargalo logístico que implica

no desenvolvimento do porto, logo evidenciado na imagem a seguir.

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Figura 22: Via de acesso ferroviário. Fonte: Acadêmica Pesquisadora (2011).

Ademais das dificuldades dos modais supracitados, a baixa utilização da

cabotagem também é uma deficiência de Santos e dos demais portos brasileiros.

Cabe destacar uma das vantagens da utilização deste meio, através do

exemplo do principal trecho praticado na cabotagem brasileira, partindo de Santos

até Manaus, onde em uma viagem de uma embarcação de 700 Teu`s , o custo do

combustível representa 5,0% do valor do frete, enquanto numa viagem rodoviária

com o mesmo percurso, corresponde a 23,0% (KEEDI, 2011).

Figura 23: Navio em processo de operação. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

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Na Figura 23 é possível visualizar a ampla capacidade que um navio

possui para transportar mercadorias, quando comparado com um caminhão.

Em suma, a cabotagem é cerca de 20% mais econômica que as demais

modalidades, sendo uma alternativa viável de transporte, não especificamente para

substituir as demais modalidades, mas para reduzir os impactos que o modal

rodoviário tem perante o sistema logístico tendo em vista que com menores custos,

toda a economia sai ganhando (KEEDI, 2011).

No que se refere a infra-estrutura, o Porto de Santos virou faixa de cais,

onde na margem direita conta com os seguintes terminais privados: Libra, Tecondi,

Rodrimar e Deicmar e na margem esquerda a empresa Santos Brasil.

A seguir apresentam-se imagens de navios operando em um dos maiores

terminais privados do Porto de Santos, isto é, Libra Terminais. Este terminal é um

dos líderes de mercado em operações de contêineres, com atuação nos principais

portos do país.

Figura 24: Navio da Maersk Line operando na Libra Terminais. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

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Figura 25: Navio da CSAV operando na Libra Terminais. Fonte: Acadêmica pesquisadora (2011).

4.1.2 Terminal de cargas Santos Brasil

A acadêmica pesquisadora visitou a Santos Brasil, por meio de um

passeio de ônibus por todo o terminal portuário, guiado por uma dos colaboradores

da empresa, assim como, realizou um passeio de lancha a fim de conhecer a parte

interior do porto. Destaca-se que por políticas da empresa, a acadêmica pesquisa

não teve permissão de retirar fotos.

A Santos Brasil trata-se do maior terminal de embarques de contêineres

da América Latina, sendo responsável por movimentar cerca de 22% dos

contêineres no Brasil. A empresa opera o Tecon de Santos, maior terminal de

contêineres da América do Sul, os terminais de contêineres de Imbituba (SC) e Vila

do Conde (PA), além do Terminal de Veículos do Porto de Santos. Os principais

armadores operantes neste terminal são: MSC, Hamburg-sud, Maersk e MSC.

Abaixo é possível visualizar um navio da Aliança, que comprou a

Hamburg-sud, em operação, nos modernos equipamentos da Santos Brasil.

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Figura 26: Navio operando no terminal da Santos Brasil no Porto de Santos. Fonte: Santos Brasil (2011, p. 01).

A empresa é constituída de capital aberto de governança corporativa da

Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA, a Santos Brasil já investiu mais de R$

2,8 bilhões em qualificação de mão-de-obra, tecnologia e modernização na

infraestrutura de seus terminais. A fim de evidenciar sua evolução, em 1997 quando

a empresa iniciou suas atividades a movimentação anual era de 20.000 teu`s e

atualmente supera 1.300.000 teu`s. Abaixo é possível visualizar uma parte do

volume que a Santos Brasil movimenta diariamente.

Figura 27: Vista aérea dos contêineres no terminal da Santos Brasil. Fonte: Santos Brasil (2011, p. 01).

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A empresa conta com um gate de entrada com 10 portões, onde opera de

segunda a sexta-feira, sendo que o carregamento das cargas é realizado todos os

dias em período integral, porém o posicionamento das cargas é feito somente

durante os dias da semana, uma vez que necessita de fiscalização. Salienta-se que,

desde de 2010 foram implantados mais 8 portões de entrada, a fim de agilizar a

rotatividade das cargas.

O Terminal de Contêineres do Porto de Santos – TECON SANTOS é o

maior e mais eficiente terminal de contêineres do país, e por isso conta com uma

moderna infra-estrutura. Abaixo segue as principais características que este terminal

possui Santos Brasil (2011):

a) 1.995 funcionários capacitados;

b) 596 mil m² de área total;

c) Cais acostável com quatro berços que, juntos, somam 980 metros;

d) 2 mil tomadas refeer, para contêineres refrigerados;

e) 12 mil m² de armazéns cobertos;

f) Capacidade de movimentação anual de 2 milhões de Teu`s;

g) 34 RTGs;

h) 22 reach stackers;

i) 14 guindastes PT e 1 MHC;

j) Quatro ramais ferroviários internos;

k) Estrutura para operar navios Super Post Panamax.

A missão da empresa é movimentar com eficácia e produtividades, isto é,

proporcionar qualidade e maximização de serviços aos clientes que possui. Tendo

em vista o objetivo de otimizar a rotatividade, o tempo médio para uma carga ser

embarcada na Santos Brasil é de apenas duas horas.

A fim de agilizar a chegada dos caminhões neste terminal, que localiza-

se a margem esquerda de Santos, foi realizado um comitê para pavimentar e

duplicar a rua do adubo, que dá acesso à Santos Brasil, assim como a retirada das

borracharias a margem da rodovia, que impediam o tráfego constante.

Segundo informações disponibilizadas na entrevista, durante o Apagão

Logístico, apesar da Santos Brasil possuir um dos melhores serviços de operação, a

mesma teve muitos de seus contêineres represados pelos armadores, uma vez que

omitiam o Porto de Santos, desta forma seus terminais ficaram superlotados.

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Como política da empresa o tempo de free time é de 7 dias, desta forma

os contêineres que não puderam ser embarcados e ultrapassaram o tempo livre de

custos concedido pela empresa, tiveram custos de armazenagem e rolagem da

carga, assim como dita a política da empresa.

4.1.3 Apagão Logístico no Porto de Santos

De acordo com os entrevistados, as dificuldades nas vias de acesso

juntamente com a abundância de chuva, a falta de infra-estrutura portuária, a

escassez de trabalhadores qualificados, o aumento das importações, a retomada da

crise financeira incidida no período de 2008 e 2009 e principalmente o aumento nas

exportações de açúcar, causaram em agosto de 2010 em um Apagão Logístico no

Porto de Santos, o qual foi marcado por uma imensa fila de navios aguardando

atracação. Na Figura 28 é possível observar um dos termais de estocagem de

açúcar lotado.

Figura 28: Açúcar a granel armazenado em um dos terminais do Porto de Santos. Fonte: Almeida (2010, p.08).

Tais fatores causam além de caos marítimo, também uma turbulência nas

operações terrestres, tendo em vista que os caminhões carregados demoravam até

2 dias para conseguirem descarregar, conforme visualiza-se na Figura 29,

procedimento este que em dias normais leva apenas algumas horas.

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Figura 29: Lentidão no trânsito de caminhões no Porto de Santos. Fonte: Almeida (2010, p.03).

Segundo informação de um dos entrevistos que consultou a informações

disponibilizadas pela CODESP, o resultado do Apagão Logístico gerou uma fila de

116 navios ancorados em frente às praias de Santos, sendo que mais de um terço

do total eram destinados para o embarque de açúcar.

Cabe destacar que alguns dos entrevistados que localizam-se próximos

ao porto ou em praias vizinhas, conseguiam visualizar o congestionamento a um

perímetro consideravelmente distante do porto, de acordo Figura 31.

Figura 30: Visão na praia do Guarujá dos navios parados. Fonte: Almeida (2010, p.01).

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Os entrevistados afirmaram que as exportações de açúcar do ano de

2011foram pouco consideráveis comparadas com o ano de 2010, quando muitos

países produtores deste açúcar não tiveram uma boa safra, desta forma o Brasil foi o

país que muitos recorreram para suprirem suas necessidades, conforme observa-se

abaixo, a Figura 31 que mostra operador portuário organizando os sacos de açúcar.

Figura 31: Trabalhadores arrumam sacos de açúcar para serem embarcados por um guindaste. Fonte: Almeida (2010, p.13).

No ano do Apagão Logístico a maioria das cargas de açúcar não eram

unitizadas, sendo assim não se podia molhar o produto, uma que o mesmo estava

solto ou em sacarias, sendo assim, qualquer garoa, impedia os navios de serem

operados.

Figura 32: Estivadores organizam pilha de sacos de açúcar em um caminhão. Fonte: Almeida (2010, p.14).

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De acordo informações da maioria dos entrevistados e do presidente do

sindicato das agências de navegação – SINDAMAR, o prejuízo diário causado por

um navio parado, gira em torno de USD 40.000,00 podendo chegar até USD

90.000,00, para grandes embarcações que levam o produto a granel, sendo assim,

os armadores como donos das embarcações foram um dos principais afetados com

o Apagão Logístico. Logo abaixo consta a Figura 33, onde mostra o guindaste com

açúcar realizando operação para carregamento do navio.

Figura 33: Guindaste no Porto de Santos embarca açúcar em sacos num navio atracado no cais. Fonte: Almeida (2010, p.10).

O Apagão Logístico afetou de certa forma a maioria dos órgãos e agentes

intervenientes no comércio exterior. Dentre os entrevistados, foram vários os tipos

de consequências geradas aos mesmos, conforme apresenta-se algumas delas a

seguir:

Houve casos em que se conseguiu cumprir com os dead lines dos navios,

desta foram não gerou custos inerentes armazenagem da mercadoria, entretanto,

após as cargas serem posicionadas para embarque, em virtude de overbooking

muitas das destas foram transferidas para os próximos navios, gerando assim,

custos de detention, referentes a rolagem e a movimentação dos contêineres.

Destaca-se que a maioria dos entrevistados possui grande volume de

embarques referentes cargas de pisos cerâmicos, e por este tipo de mercadoria

possuir um valor baixo de frete e por ter um peso consideravelmente alto, os

armadores davam preferência às cargas que precisavam de refrigeração, como

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congelados, frutas e demais alimentos, deixando os contêineres de cerâmica para o

próximo navio.

Alguns dos entrevistados foram afetados por casos em que navios

ocultaram o Porto de Santos, sendo que alguns destes não possuíam frequência

semanal, levando até semanas para a carga ser embarcada. Sendo assim, mesmo o

despachante cumprindo com todos os prazos pré-estabelecidos, houve custo de

armazenagem, uma vez que o free time para estadia da carga no terminal

ultrapassou ao prazo determinado.

Referente ao congestionamento terrestre, destaca-se que muitas

empresas retiraram o contêiner, estufaram o mesmo em seu parque fabril e ao

carregá-lo ao porto, não conseguiram atender o dead line de carga, em virtude do

caos presente nas vias de acesso. Além disso, o engarrafamento rodoviário gerou

elevado custo de estadia dos caminhões às empresas exportadoras, tendo em vista

que a transportadora as faturou por estarem com seus caminhões parados, logo que

evidencia na Figura 34.

Figura 34: Caminhoneiros parados em congestionamento rodoviário. Fonte: Almeida (2010, p.06).

Nos casos de embarques que precisavam ser realizados com suma

urgência, em que o armador ocultou o Porto de Santos, as cargas eram levadas até

o Porto do Rio de Janeiro, que trata-se do terminal de embarques mais próximo à

Santos, gerando assim, vários tipos custos, como transporte rodoviário de maior

distância, burocracia, transtornos documentais e fiscais, entre outros fatores.

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Segundo um dos entrevistados, houve um caso em que o armador não

embarcou o pedido total e sim somente um lote do processo, causando um caos as

partes envolvidos, bem como custos de demurrage, pelo fato de uma parcela dos

contêineres serem embarcados somente na próxima embarcação.

Teve muitos casos onde os navios não conseguiram atracar na data

programada, gerando retrocesso nas rotas marítimas e por consequência atraso na

entrega na mercadoria ao cliente. Desta forma, todos os portos que faziam parte do

schedulle do navio foram afetados, uma vez que gerou uma grande turbulência na

organização dos portos, bem como custos financeiros, de acordo evidência a seguir.

Figura 35: Estivadores organizam sacarias de açúcar. Fonte: Almeida (2010, p.02).

Dentre uma das medidas estratégias utilizada por muitos agentes de

cargas e despachantes foi não fechar lotes muitos grandes, a fim de evitar riscos e,

por conseguinte custos ainda maiores.

Além das empresas entrevistas e das consequências supracitadas, o

Apagão Logístico gerou vários outros tipos de reflexos aos envolvidos no comércio

exterior, como: importador, exportador, agente de cargas, despachante, Receita

Federal, planners entre outros órgãos intervenientes.

Ademais destes agentes, o armador também foi diretamente afetado por

ter que ficar com suas embarcações paradas, não gerando produtividade. Sendo

assim, visando analisar os reflexos causados aos armadores, a acadêmica

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pesquisadora aplicou um questionário junto aos mesmos, o qual será exposto no

capítulo a seguir.

4.1.4 Medidas e projetos para a modernização do Porto de Santos

Segundo os entrevistados, após o apagão marítimo, os terminais se

equiparam, houve alargamento das vias de acesso, criação de viadutos, bem como

muitas empresas exportadoras estão unitizando as cargas de açúcar em contêiner, a

fim de evitar de não serem embarcadas em virtude de chuvas.

Diante do exposto, visando seu desenvolvimento, o porto conta com

várias ações, dentre elas destacam-se a implantação de avenidas perimetrais nas

margens direita e esquerda do porto, alargamento de vias, dragagens de

manutenção e aprofundamento e projetos de construção e melhorias de berços de

atracação.

As obras da Avenida Perimetral da margem direita apresentam

significativos avanços, com a conclusão de trechos estratégicos para o acesso

viário. Quanto à Avenida Perimetral da margem esquerda, a CODESP assinou em

junho de 2011 o contrato com a CONSTRAN S/A - Construções e Comércio, para a

implantação do empreendimento. Sendo assim, a construção de dois viadutos e uma

rotatória de distribuição dentro da área de acesso aos terminais proporcionará

vantagens logísticas para os terminais santistas, por meio da eliminação dos

conflitos rodo ferroviários.

O aprofundamento de 15 metros para toda a faixa litorânea do porto

encontra-se em sua etapa final, contudo faz-se necessário a manutenção periódica a

fim de manter o calado na profundidade estipulada. Este o serviço vem sendo

realizado com a utilização de dragas de sucção.

Um dos projetos que entrou em vigor de modo oficial em 1º de agosto de

2011, foi o porto sem papel, que permite que as agências marítimas e despachantes

aduaneiros se livrem de uma série de burocracias relacionadas ao sistema de

liberação de cargas. A eliminação do papel na tramitação de documentos, com

garantias legais, permite economia de tempo e espaço, permitindo assim clareza na

cadeia de informações e operações que o sistema disponibiliza. Contudo, um dos

entrevistados salientou que o sistema ainda encontra-se em processo de adaptação.

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Também foi divulgado no mês de abril de 2011, o projeto para o maior

empreendimento logístico em implantação no Brasil envolvendo a multimodalidade,

transporte rodoviário, ferroviário e marítimo e busca vantagens competitivas nas

exportações de açúcar, através da gestão de transporte por excelência

(BARTHOLOMEU, 2011).

O projeto da Rumo Logística, trata-se do maior player mundial de logística

de grãos e açúcar, onde tem a intenção de viabilizar a transferência de 19 milhões

de toneladas de derivados da cana-de-açúcar para o Porto de Santos, os produtos

chegarão ao porto sem realizar a transposição da grande São Paulo, que refere-se a

um dos maiores gargalos logísticos brasileiros. O objetivo do projeto é retirar mais de

mil composições rodoviárias diárias das rodovias paulistas e embarcar os produtos

em quatro composições ferroviárias de 120 vagões (BARTHOLOMEU, 2011).

Também consiste no projeto a instalação de uma cobertura metálica no

Terminal Sul, que cobrirá totalmente o berço de atracação. Além deste, há um

projeto piloto chamado Ecoloading, que se pretende instalar no Terminal Norte uma

cobertura de tecido especial retrátil, a ser acionada em dias de chuva, possibilitando

assim, o embarque contínuo de açúcar. Frisa-se que a proteção será processada por

cabos tensionadores automatizados, que manterão o tecido esticado, visando a

proteção do porão do navio (BARTHOLOMEU, 2011).

Salienta-se que o projeto do primeiro cais coberto do mundo já foi

aprovado, entretanto está aguardando a liberação da CODESP e ANTAQ para

iniciar, uma vez que envolve cifras bilionárias, conforme consta o protótipo abaixo.

Figura 36: Protótipo do primeiro cais coberto do mundo. Fonte: Bartholomeu (2011, p.01).

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Além dos projetos supramencionados, recursos de bilhões de reais estão

sendo disponibilizados pelo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, para o

Porto de Santos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, a fim de solucionar

problemas enfrentados atualmente pelo porto.

Dentre as obras, as mais importantes estão relacionadas ao reforço da

parte do cais de alguns terminais, a construção de novos piers e a ampliação da

capacidade de passageiros. Estas medidas visam aumentar a capacidade de atracar

navios de passageiros, como cruzeiros, assim como o suporte de significativo

trânsito de mercadorias e bagagens.

Segundo os entrevistados, além dos projetos e ações supramencionados

e demais que encontram-se em andamento, faz-se necessário a aplicação de ações

que desenvolvam o planejamento integrado dos agentes públicos e privados

responsáveis modernização da infra-estrutura e acesso ao complexo santista.

Em suma, sua viabilização exigirá uma nova forma de atuação, onde o

conjunto de organizações e instituições públicas, coordenados pela Autoridade

Portuária, estejam com seus interesses alinhados e assumam metas comuns para

responder às expectativas de crescimento da economia brasileira.

4.2 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA ENTRE ARMADORES E O PORTO DE

SANTOS

Nesta etapa será apresentado o questionário, aplicado junto aos

armadores, com o intuito de identificar a relação dos armadores operantes em

Santos com o próprio porto, bem como, verificar se as empresas foram afetadas pelo

Apagão Logístico, quais as consequências que acarretaram e as alternativas

elaboradas para o escoamento de cargas durante o caos no Porto de Santos,

incidido no ano de 2010.

Sendo assim, nesta apresentar-se-ão os dados obtidas com base na

aplicação dos questionários, os quais são compostos de perguntas abertas e

fechadas, realizadas em ordem cronológica de conhecimento.

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122

4.2.1 Relação dos armadores com o Porto de Santos

Nesta primeira etapa da pesquisa, buscou-se identificar o perfil dos

armadores operantes no Porto de Santos e sua relação com o mercado exterior,

bem como com o referido porto. Destaca-se que os questionamentos foram

realizados com base nas seguintes áreas do conhecimento:

a) Nacionalidade dos armadores;

b) Parcerias de joint service com demais armadores;

c) Tempo de atuação dos armadores no Porto de Santos;

d) Utilização de terminais retroportuários;

e) Ramo de atuação dos armadores

f) Mercados atendidos;

g) Frequência operacional dos navios;

h) Volume de movimentação de cargas;

i) Principais produtos movimentados;

j) Modos de acondicionamento das mercadorias;

k) Dificuldades nas operações;

l) Influências que determinam o incremento de linhas de navegação.

4.2.1.1 Nacionalidade dos armadores

A presente questão tem como finalidade identificar a nacionalidade dos

armadores em estudo, uma vez que todos possuem sua origem em países

estrangeiros.

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Tabela 1: Nacionalidade dos armadores.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Alemã 1 8%

Chilena 2 15%

Chinesa 1 8%

Dinamarquesa 1 8%

Francesa 1 8%

Israelense 1 8%

Japonesa 3 23%

Suíça 1 8%

Sul Africana 1 8%

Twainesa 1 8%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 37: Nacionalidade dos armadores. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Ao observar a Figura 37, percebe-se através dos dados coletados que, a

nacionalidade predominante é a Japonesa, a qual corresponde a 3 (23%) dos

armadores que se fazem presentes neste estudo. Em segundo lugar encontra-se a

nacionalidade Chilena com 2 (15%) armadores atuantes. Enquanto que as demais

nacionalidades: Alemã, Chinesa, Dinamarquesa, Francesa, Suíça, Sul Africana,

Israelense e Twainesa, contam com unicamente 1 (8%) armador com atuação no

porto.

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124

4.2.1.2 Parcerias de joint services com demais armadores

A definição de joint services é abordada por Santos e Robles (2007,

p.145),

[..] O produto da prestação do serviço Liner é a venda de espaço em navios e os armadores desenvolvem parcerias com seus concorrentes na busca de um melhor retorno sobre cada operação, ou seja, a cada viagem deverá ser maximizada a receita dentro da capacidade produtiva de cada navio, nascendo aí os joint-services como uma estratégia de mercado e, consequentemente, de marketing [...].

Levando em consideração a parceria entre armadores que atuam no

Porto de Santos, o objetivo neste momento está atrelado a identificação das

companhias de transportes marítimos que se acoplam para prestar serviços de

transporte de cargas.

Tabela 2: Parcerias de joint services com demais armadores.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Não 1 8%

Sim 12 92%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 38: Parcerias e serviços de joint services com demais armadores. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Com base na presente questão, pode-se destacar que 12 (92%) dos

armadores operantes no Porto de Santos realizam serviços de joint services, desta

forma, somente 1 (8%) dos armadores de todos que integram a pesquisa, não

trabalham com este tipo de operação.

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Acresce que, os 12 armadores que afirmaram realizar serviços de joint

services, foram questionados acerca de quais empresas possuem unificação de

serviços de transporte marítimo no porto em estudo. Desta forma, apresenta-se a

seguir a relação das empresas que são parceiras dos armadores que integram esta

pesquisa.

Cabe salientar que por se tratar de uma questão de múltipla escolha, a

frequência foi superior a amostra total.

Tabela 3: Empresas parceiras dos armadores que realizam joint services.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

CCNI 2 7%

Cma Cgm 3 10%

Cosco 1 3%

CSAV 2 7%

Evergreen 1 3%

Hamburg-Sud 5 17%

Hanjin 2 7%

Hapag Lloyd 2 7%

HMM 1 3%

Maersk Line 3 10%

MSC 4 14%

NYK 1 3%

PIL 1 3%

Uasc 1 3%

Wan Hai 1 3%

TOTAL 30 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 39: Empresas parceiras dos armadores que realizam joint services. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

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Tem-se como resultado do levantamento de dados demonstrado na

Figura 39 que, a Hamburg-Sud é o principal armador utilizado para operações de

joint services, uma vez que, dos 12 armadores que participaram da pesquisa, 5

utilizam-se dos serviços deste armador.

Em segundo lugar com maior representatividade, encontra-se a empresa

MSC, onde 4 armadores possuem parceria com a mesma, enquanto que os serviços

da Cma Cgm e da Maersk Line, são utilizados por 3 armadores operantes em

Santos. Por último, cada um dos seguintes armadores: Hanjin, CCNI, CSAV e Hapag

Lloyd realizam unificação de serviços com 2 armadores, e por último a Evergreen,

Cosco, HMM, NYK, PIL, Uasc e Wan Hai possuem parceira com apenas 1 dos

armadores que compõem o estudo monográfico.

Compete destacar que, das empresas parceiras dos armadores que

realizam serviços de joint services totalizam 30 ultrapassando o número total da

amostra, uma vez que esta questão disponibilizou da opção de múltipla escolha.

4.2.1.3 Tempo de atuação dos armadores no Porto de Santos

Estará disposto na tabela e na figura a seguir o tempo de atuação dos

armadores no Porto de Santos, os quais realizam embarques e desembarques de

mercadorias.

Tabela 4: Tempo de atuação dos armadores no Porto de Santos.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA

RELATIVA

De 06 a 10 anos 4 31%

De 11 a 15 anos 2 15%

De 16 a 20 anos 1 8%

De 21 a 25 anos 1 8%

Acima de 26 anos 5 38%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

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Figura 40: Tempo de atuação dos armadores no Porto de Santos. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Do total dos armadores pesquisados, torna-se visível a predominância

dos que atuam no Porto de Santos a mais de 26 anos, sendo estes responsáveis por

representar 5 (38%) armadores do total da pesquisa. Também como uma

representatividade considerável, encontram-se os armadores que estão inseridos no

porto em estudo de 06 a 10 anos, os quais totalizam 4 (31%) armadores.

Os demais armadores estão subdivididos entre: 2 (15%) armadores que

realizam operações de transporte marítimo de 11 a 15 anos, destaca-se que 1 (8%)

encontram-se as companhias que atuam entre de 16 a 20 anos e de 21 a 25 anos.

Subtende-se então que, os armadores abordados nesta pesquisa, em sua

maioria, possuem vultosa experiência de atuação no complexo portuário do Porto de

Santos, visto que, o tempo de desempenho os leva ao aprofundamento do

conhecimento dos procedimentos portuários.

4.2.1.4 Utilização de Terminais Retroportuários

A questão a seguir versa pela identificação dos terminais de cargas que

os armadores possuem maiores relações, isto é, que se utilizam para realizar a

atracação de seus navios, a fim de realizar movimentação de cargas em Santos.

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Tabela 5: Utilização de terminais retroportuários.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA

RELATIVA

Santos-Brasil S.A. 8 36%

Libra Terminais S.A. 7 32%

Tecondi Terminais S.A. 5 23%

Rodrimar S.A. 2 9%

TOTAL 22 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 41: Utilização de terminais retroportuários. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Perante os dados apresentados, nota-se que 8 (36%) armadores utilizam

os serviços da Santos Brasil, 7 (32%) armadores da Libra Terminais, 5 (23%)

terminais oferecidos pelo Tecondi e somente 2 (9%) operam no Rodrimar.

Demonstra-se assim que a maioria das operações são realizadas no maior terminal

de contêineres da América Latina, ou seja, Santos Brasil, uma vez que conta com

uma infra-estrutura moderna e apta para realizar operações de embarques de

desembarques com eficácia.

Destaca-se que por se tratar de uma questão de multiplica escolha

obteve-se o número maior que a amostra definida.

4.2.1.5 Ramo de atuação dos armadores

O escopo da referida questão corresponde à identificação dos segmentos

de atuação dos armadores que compõem a amostra, no porto em estudo, sendo

disponibilizadas as opções de exportação, importação e cabotagem.

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Tabela 6: Ramo de atuação dos armadores.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Exportação 12 48%

Importação 13 52%

TOTAL 25 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 42: Ramo de atuação dos armadores. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante dos dados obtidos na Figura 42, verifica-se que 12 (48%)

armadores realizam serviços de exportação, enquanto a amostra total demonstrou

que desempenha operações de importação. Diante do exposto, entende-se que

somente 1 dos armadores não realiza exportação, enquanto os demais utilizam os 2

ramos.

4.2.1.6 Mercados atendidos

Com esta questão, buscou-se identificar os mercados de destino que as

empresas realizam suas operações de movimentação de cargas oriundas de Santos.

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Tabela 7: Mercados atendidos.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

África 5 9%

América Central 7 13%

América do Norte 6 11%

América do Sul 6 11%

Ásia 12 22%

Europa 9 16%

Oceania 4 7%

Oriente Médio 6 11%

TOTAL 55 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 43: Mercados atendidos. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante dos dados da Figura 43, enfatiza-se que 12 (22%) armadores

destinam suas cargas ao mercado asiático, 9 (16%) armadores mercado ao

europeu, 7 (13%) ao mercado da América Central, 6 (11%) à América do Norte,

também com 11% estão os produtos que são destinados à América do Sul e Oriente

Médio.

Em comparação com a Tabela 6, entende-se que todos os armadores

realizam processos de importação, tendo a Ásia como principal mercado de atuação

das importações e exportações. Destacando assim, a forte relação comercial que o

Brasil possui com a China e demais países do continente asiático.

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4.2.1.7 Frequência operacional dos navios

A seguir apresenta-se a freqüência mensal das operações de navios no

Porto de Santos, sendo uma importante informação para análises posteriores.

Tabela 8: Frequência operacional dos navios.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 44: Frequência operacional dos navios. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

A Figura 44 demonstra que 4 (31%) dos armadores possuem de 06 a 10

navios com operações mensais no Porto de Santos, 3 (23%) armadores possuem

mais de 21 navios operando mensalmente e por fim, em números iguais de 2 (15%)

encontram-se as empresas com serviços que vão desde 01 a 05 anos e de 11 a 20

navios, com intervalo de 5 unidades.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCA RELATIVA

De 01 a 05 navios 2 15%

De 06 a 10 navios 4 31%

De 11 a 15 navios 2 15%

De 16 a 20 navios 2 15%

Acima de 21 navios 3 23%

TOTAL 13 100%

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4.2.1.8 Volume de movimentação de cargas

Avalia-se por meio desta indagação, o volume mensal de teu`s

movimentados mensalmente por cada um dos armadores pesquisados..

Tabela 9: Volume de movimentação de cargas.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

De 0 a 2.000 Teu`s 1 8%

De 2.0001 a 4.000 Teu`s 3 23%

De 4.0001 a 6.000 Teu`s 3 23%

De 8.0001 a 10.000 Teu`s 1 8%

Acima de 10.000 Teu`s 5 38%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 45: Volume de movimentação de cargas. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Quando questionados a respeito do volume mensal de contêineres de 20

pés movimentos em Santos, 5 (38%) armadores afirmaram que movimentam mais

de 10.000,00 por mês, em igual porcentagem encontram-se as empresas que

mobilizam de 2.0001 a 4.000 teu`s e de 4.0002 a 6.000 teu`s e em último grau da

escala e 1 ( 8%) companhia marítima movimenta de 0 a 2.000 teu`s e de 8.0001 a

10.000 teu`s.

Tendo em vista a predominância na opção com maior grau de destaque,

conclui-se que Santos é um porto de grande representatividade para operadores

mundiais, por decorrência de ser o mais porto da América Latina.

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4.2.1.9 Principais produtos movimentados

O levantamento de dados acerca dos principais produtos movimentados,

além de trazer informações acerca da natureza das mercadorias, é importante para

realizar a análise dos influentes do Apagão Logístico, uma vez que segundo o

estudo realizado no complexo portuário, o açúcar foi um dos fatores geradores do

caos.

Tabela 10: Principais produtos movimentados.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Açúcar 12 20,3%

Congelados 9 15,3%

Produtos alimentícios não congelados 8 13,6%

Metal-Mecânica 7 11,9%

Cerâmica 5 8,47%

Tintas e produtos químicos 4 6,77%

Algodão 2 3,38%

Descartáveis plásticos 2 3,38%

Vestuário 2 3,38%

Automóveis 1 1,69%

Couro 1 1,69%

Grãos 1 1,69%

Madeira 1 1,69%

Maquinários 1 1,69%

Papel 1 1,69%

Resinas 1 1,69%

Sucatas 1 1,69%

TOTAL 59 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

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Figura 46: Principais produtos movimentados. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante dos dados apresentados, é possível identificar que o açúcar é o

principal produto movimentado no Porto de Santos, produtos congelados também

apresentam-se relevantes, onde 9 (15,3%) armadores movimentam este produtos e

alimentos não congelados encontra-se com 13,6% do total das movimentações.

Enquanto metal-mecânica, revestimentos cerâmicos, tintas e produtos

químicos possuem representatividade mediana nas movimentações, já com 3,38%

enquadram-se as seguintes mercadorias: algodão, descartáveis plásticos e vestuário

e por fim, com a porcentagem de 1,69% encontram-se automóveis, couro, grãos,

madeira, maquinários, papel, resinas e sucatas, produtos estes indicados pelos

próprios armadores.

Verificou-se então, que o açúcar é movimentado por todos os armadores,

salvo por um deles, comprovando assim, que sua representatividade está atrelada a

um dos principais motivos geradores do Apagão Logístico. Destaca-se que

corresponde a uma questão de múltipla escolha

4.2.1.10 Modos de acondicionamento das mercadorias

A finalidade proposta nesta questão refere-se à identificação dos tipos de

unitização de mercadorias que são praticados para as movimentações de cargas no

Porto de Santos.

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Tabela 11: Modos de acondicionamento das mercadorias.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 47: Modos de acondicionamento das mercadorias. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Quando indagados sobre as maneiras utilizadas para a unitização das

mercadorias no transporte internacional, 13 (72,22%) armadores demonstraram que

movimentam cargas unitizadas por meio de contêineres, 3 (16,66%) movimentam a

granel, 1 (5,55%) cargas paletizadas soltas, bem como 5,55% dos armadores

destacaram movimentar cargas com o modo de acondicionamento geral.

Diante do exposto, ressalta-se que o destaque na demanda por

contêineres está atrelado as suas vantagens, como: aumento da eficiência nas

operações, menores índices de avarias e por consequência, maior agilidade na

entrega.

Salienta-se que este questionamento contou com 18 respostas, que se

justifica pela abertura abonada aos armadores de selecionarem mais de um modo

de acondicionamento de mercadorias, a fim de alcançar resultar mais precisos.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

A granel 3 16,66%

Conteinereizada 13 72,22%

Paletizada (solta) 1 5,55%

Carga geral (sacarias) 1 5,55%

TOTAL 18 100%

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4.2.1.11 Dificuldades nas operações

O diagnóstico exposto a seguir buscou relatar por meio grau de influência,

os principais gargalos enfrentados pelos armadores pesquisados, no que se refere a

estrutura portuária de Santos.

Tabela 11: Dificuldades nas operações.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Baixo calado 6 8,82%

Carência em equipamentos/tecnologia portuária

6 8,82%

Demora nos serviços prestados pela Marinha Mercante

1 1,47%

Demora nos serviços prestados pela Receita Federal do Brasil

6 8,82%

Dificuldades nas operações em dias de chuva

6 8,82%

Escassez dos trabalhadores portuários (estivadores, bloquistas, outros)

1 1,47%

Falta de espaço em zona primária para atracação dos navios

10 14,70%

Falta de espaço em zona secundária para armazenagem dos conteineres

9 13,23%

Fila na triagem de entrada no porto 8 11,76%

Greve dos trabalhadores portuários 3 4,41%

Serviço prestado pela praticagem 1 1,47%

Tempo de movimentação para desembarque no navio

5 7,35%

Tempo de movimentação para embarque no navio

6 8,82%

TOTAL 68 100%

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Figura 48: Dificuldades nas operações. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Observa-se através da Figura 48 que, 10 (14,70%) armadores consideram

a falta de espaço em zona primária para atração dos navios como a maior

dificuldade enfrentada por estes, 9 (13,23%) apontaram a falta de espaço em zona

secundária para armazenagem dos contêineres, a fila na triagem de entrada no

porto foi assinalada por 8 (11,76%) armadores.

Em igual nível apresentado por 6 (8,82%) dos armadores, encontram-se

as seguintes dificuldades: baixo calado, carência em equipamentos e tecnologia

portuária, demora nos serviços prestados pela R.F.B., dificuldades nas operações

em dias de chuva e tempo de movimentação para embarque no navio.

Enquanto que 5 (7,35%) companhias apontam que o extenso tempo de

movimentação para desembarque dos navios refere-se a principal dificuldade, 3

(4,41%) consideram a greve dos trabalhadores portuários como uma grande

dificuldade, já os serviços prestados pela Marinha Mercante foram demarcados por 1

(1,47%), em mesmo patamar encontram-se os seguintes fatores: escassez dos

trabalhadores portuários e os serviços prestados pelos práticos.

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Destaca-se a partir do exposto que, a falta de infra-estrutura física tanto

em zona primária quanto em secundária são os principais gargalos enfrentados

pelos armadores marítimos.

4.2.1.12 Influências que determinam o incremento de linhas de navegação

Diante dos gargalos logísticos apresentados na questão de número 11

(onze), buscou-se identificar as dificuldades enfrentadas pelos armadores no que se

refere as operações de embarque e desembarque, bem como, se estas influenciam

na vinda de mais navios para o Porto de Santos.

Tabela 12: Influências que determinam o incremento de linhas de navegação.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Sim 5 42%

Não 8 67%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 49: Influências que determinam o incremento de linhas de navegação. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Conforme representado na Figura 49, observa-se que 8 (67%) armadores

afirmaram que os gargalos logísticos apresentados no Porto de Santos não

influenciam na vinda de mais navios para o porto, enquanto 5 (42%) asseguraram

que as dificuldades encontradas são empecilhos que tem poder negativo de

influência.

Sendo assim, os 5 armadores que responderam positivamente o presente

questionamento, foram indagados acerca dos motivos influenciadores. Deste modo,

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da amostra total, 2 expuseram que se não ocorrer vultosas melhorias não será

possível receber navios de maior porte e 1 salientou que a vinda de mais navios é

influenciada pela falta de janelas de atração e os 2 demais armadores não

justificaram as razões.

4.2.2 Apagão Logístico e as consequências junto aos Armadores

A segunda etapa do questionário visou identificar os armadores que foram

atingidos pelo Apagão Logístico e as consequências aos mesmos. As questões

estão embasadas nas seguintes ordens cronológicas:

a) Armadores afetados pelo Apagão Logístico

b) Consequências do Apagão Logístico;

c) Aplicação de No Show;

d) Paralisação de navios;

e) Tipos e navios e a redução nas operações;

f) Custo total gerado pelas embarcações paralisadas;

g) Declínio das movimentações de cargas;

h) Perdas financeiras;

i) Cobrança de taxas adicionais;

j) Transmissão dos custos gerados;

k) Renegociação de fretes.

4.2.2.1 Armadores afetados pelo Apagão Logístico

A seguir será exposto um dos questionamentos mais importantes deste

estudo monográfico, uma vez que está diretamente atrelado ao assunto da

pesquisa. Com isso, cabe destacar que o Apagão Logístico ocasionado no ano de

2010 no Porto de Santos, gerou reflexos negativos a muitos dos envolvidos nos

processos da cadeia logística, conforme exposto nas entrevistas in loco no porto.

Tendo em vista que os armadores são um dos principais agentes

envolvidos nas operações, por se tratarem dos proprietários dos navios, buscou-se

identificar na questão a seguir se estes foram afetados pelo respectivo

congestionamento.

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140

Tabela 13: Armadores afetados pelo Apagão Logístico.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 50: Armadores afetados pelo Apagão Logístico. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Tem-se como decorrência do levantamento de dados, bem como

demonstrado na Figura 50 que, 10 (77%) armadores pesquisados foram afetados

pelo Apagão Logístico, enquanto somente 3 (23%) não tiveram reflexos com a

incidência do congestionamento de 116 navios parados aguardando atração,

conforme dados da CODESP.

Portanto, subtende-se que o tema da pesquisa possui relevância, uma

vez que a maioria da amostra definida teve reflexos com a ocorrência do caos,

sucedido tanto por terra quanto por mar.

4.2.2.2 Consequências do Apagão Logístico

O levantamento de dados a respeito das consequências geradas às

empresas possui grande proeminência ao estudo, tendo em vista que este

questionamento corresponde ao título e ao principal pretexto do estudo em tela.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Sim 10 77%

Não 3 23%

TOTAL 13 100%

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141

Tabela 14: Consequências do Apagão Logístico.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 51: Consequências do Apagão Logístico. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Os dados apontam que o atraso nas rotas de navegação juntamente com

os custos causados pelo congestionamento dos navios foram os principais reflexos

causados aos armadores, e por isso, a soma destes dois fatores corresponde a 30%

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Atraso nas rotas de navegação 9 15,00%

Custos causados pelo congestionamento de cargas para embarque

7 11,67%

Custos causados pelo congestionamento de navios

9 15,00%

Custos pelo descumprimento dos dead lines pelos shippers e consignees

5 8,33%

Custos relacionados a omissão do Porto de Santos

7 11,67%

Excesso de tempo para navios realizarem a atracação

7 11,67%

Indisponibilidade de berços para atracação

7 11,67%

Não responderam 3 5,00%

Os navios programados para embarque foram cancelados

4 6,67%

Overbooking 2 3,33%

TOTAL 60 100%

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142

da frequência relativa, com uma porcentagem de 11,67% apresentam-se os

seguintes reflexos: custos causados pelo congestionamento de cargas para

embarque, custos relacionados a omissão do Porto de Santos, excesso de tempo

para navios realizarem a atração e indisponibilidade de berços para atracação.

Os custos causados pelo descumprimento dos dead lines pelos shippers

e consignees possui representatividade de 8,33%, tendo em vista que, em

decorrência do Apagão Logístico muitos navios programados para atracarem no

Porto de Santos foram cancelados, o que representou 6,67% da amostra.

Destaca-se que 3 empresas não responderam o presente

questionamento, uma vez que estas não foram afetadas pelo Apagão Logístico,

entretanto as mesmas continuarão integrando a amostra, uma vez que

contrapuseram perguntam que não estão diretamente relacionadas ao apagão, mas

que compõem o questionário.

Por meio da correlação com a questão de número 11, que diagnosticou

que o principal gargalo enfrentado pelos armadores refere-se à falta de espaço em

zona primária para atracação dos navios, subentende-se que se houvesse uma

infra-estrutura de acordo com a demanda, possivelmente não havia ocasionado um

congestionamento de tamanhas consequências.

Ressalta-se ainda que, a pesquisa foi efetuada com 13 empresas,

entretanto esta pergunta abrangeu um total de 60 respostas, uma vez que permitiu-

se a múltipla seleção de alternativas, em virtude da diversidade das implicações

causadas.

4.2.2.3 Aplicação de No Show (reservas de praça não confirmadas)

Esta questão visa identificar se existiu aumento de no show durante o

período do Apagão Logístico, que durou aproximadamente um mês até os

procedimentos que compõem a cadeia logística serem normalizados.

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143

Tabela 15: Aplicação de No Show.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Sim 7 54%

Não 6 46%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 52: Aplicação de No Show. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Por meio dos dados relatados na Figura 52, ressalta-se que 7 (54%)

componentes da amostra tiveram aumento de no show, sendo que 6 (46%)

entrevistados não foram afetados por esta circunstância.

Diante do exposto, os 7 armadores que alegaram terem tido aumento de

no show, foram questionados a respeito da porcentagem gerada, em relação ao total

das reversas do período. Enfatiza-se que 1 dos armadores informou que 20% das

reservas não foram confirmadas e 1 alegou que a porcentagem foi de 30%, já as

demais empresas não possuíam dados para quantificar esta questão.

4.2.2.4 Paralisação de navios

No contexto das consequências do Apagão Logístico, este ponto tem

como foco identificar se durante o período do caos em Santos os armadores

possuíam navios parados aguardando atracação. Sendo que, nos casos positivos,

buscou-se identificar a quantidade de embarcações envolvidas no congestionamento

marítimo.

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144

Tabela 16: Paralisação de navios.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 53: Paralisação de navios. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Ao observar a Figura 53, pode-se perceber que entre as empresas

pesquisadas, 10 (77%) afirmaram que possuíam navios paralisados aguardando

atracação e 3 (23%) salientaram não possuir, que tratam-se daqueles armadores

que não foram afetados pelo Apagão Logístico.

A fim de fomentar os dados da pesquisa, a parte da amostra que

destacou ter tido embarcações paralisadas, foram interrogadas sobre a quantidade

de navios que estavam enquadrados dentro do caos em análise, conforme

apresenta-se a seguir.

Tabela 17: Quantidade de navios paralisados.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

02 embarcações 1 10%

03 embarcações 1 10%

04 embarcações 3 30%

Sem dados para quantificar 5 50%

TOTAL 10 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Sim 10 77%

Não 3 23%

TOTAL 13 100%

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145

Ressalta-se com base na tabela supra-exporta que, 10% da amostra teve

2 navios parados durante o apagão marítimo, 10% contou com 3 embarcações, 30%

computou 4 navios paralisados e 50% da amostra não disponibilizou destes dados.

4.2.2.5 Tipos de navios e a redução nas operações

Esta categoria possui relação com a questão 16, uma vez que as

respostas positivas desta pergunta serviram para o questionamento atual, o qual

visou analisar os tipos de navios que se teve maior redução nas operações de carga

e descarga.

Tabela 18: Tipos de navios e a redução nas operações.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Carga Geral 1 8%

Porta-contêiner 9 69%

Não responderam 3 23%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 54: Tipos de navios e a redução nas operações. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Salienta-se que, as opções disponibilizadas aos armadores quanto os

tipos de navios que ficaram parados aguardando atracação, foram as seguintes:

graneleiro, tanque, carga geral, porta-contêiner, gaseiro, roro, químico e Ore-Oil.

Contudo, obteve-se um índice de 9 (69%) da utilização de navios portas-

contêiner, 1 (8%) de carga geral e 3 (23%) da amostra não respondeu, tendo em

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146

consideração que correspondem as organizações que informaram não terem sido

afetadas pelo congestionamento.

Sendo assim, confirma-se a relação com a questão de número 10, onde

resultou que, o modo de acondicionamento da maioria das cargas, independentes

da natureza, é conteinerizado.

4.2.2.6 Custo total gerado pelas embarcações paralisadas

Ainda relacionado com os questionamentos expostos anteriormente, este

indicativo visa apresentar as perdas financeiras, isto é, o custo total gerado pelas

consequências do Apagão Logístico.

Tabela 19: Custo total gerado pelas embarcações paralisadas.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

De U$ 51.000,00 a U$ 80.000,00 1 8%

De U$ 81.000,00 a U$ 110.000,00 1 8%

Acima de U$ 171.000,00 3 23%

Não responderam 8 62%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 55: Custo total gerado pelas embarcações paralisadas. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Pode ser observado na figura anterior o custo total gerado pelos navios

paralisados, onde demonstra que 3 (23%) das empresas tiveram prejuízos

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147

superiores a U$ 171.000,00, (1) 8% empresa teve perda de U$ 51.000,00 a U$

80.000,00, também com 8% encontram-se as empresas que tiveram custos que

variaram de U$ 81.000,00 a U$ 110.000,00.

Salienta-se que 8 (62%) entrevistados não responderam o

questionamento, entretanto, cabe destacar que não foram influenciados pelo Apagão

Logístico e os 5 demais não transmitiram os dados, em razão de políticas de

privacidade da empresa.

É possível perceber que o Apagão Logístico teve consequências

significativamente negativas, bem como, elevados custos foram gerados.

4.2.2.7 Declínio das movimentações de cargas

Tem-se como foco neste momento da pesquisa identificar se a

procedência do apagão marítimo influenciou na redução nas movimentações de

cargas em Santos.

Tabela 20: Declínio das movimentações de cargas.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 56: Declínio das movimentações de cargas. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Não houve redução 3 23%

De 1% a 10% 1 8%

De 11% a 20% 3 23%

De 21% a 30% 3 23%

Não responderam 3 23%

TOTAL 13 100%

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Observa-se diante da tabela da Figura 56 que 3 (23%) armadores

informaram que não houve redução nas movimentações de cargas durante o

Apagão Logístico, com esta mesma porcentagem encontram-se as empresas que

demonstraram ter tido diminuição nos seguintes quesitos: de 11% a 20%, bem como

de 21% a 30% e com 1 (8%) armador salientou ter tido perdas de 1% a 10% em

suas movimentações.

O fechamento da frequência relativa dá-se com os 3 (23%) armadores

que não responderam o questionamento, os quais não tiveram os reflexos do

apagão.

Conforme com o que já foi demonstrado nos resultados obtidos no

questionamento 16, em que a maioria informou ter tido navios paralisados

aguardando atracação, desta forma a falta de produtividade ocasionou na redução

das movimentações, uma vez que as embarcações não puderam serem operadas.

4.2.2.8 Perdas financeiras

Na questão a seguir buscou-se identificar o valor total das perdas

financeiras, as quais englobam custos pelos navios paralisados em alto mar e

também atracados no porto, armazenagem, atrasos nas rotas, bunker, redução no

faturamento e custos decorrentes pelo não embarque dentro do cronograma das

mercadorias dos seus clientes, ou seja, exportadores e importadores.

Tabela 21: Perdas financeiras.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Não houve perda 1 8%

De 01 a 10% 2 15%

De 11 a 20% 2 15%

De 31 a 40% 3 23%

Não responderam 5 38%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

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Figura 57: Perdas financeiras. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Conforme relatado nas questões 18 e 19, nota-se que grande maioria dos

armadores tiveram navios parados, os quais geraram custos pelo total das

embarcações sem operação, isto é, sem produtividade, bem como redução nas

movimentações de cargas. Sendo assim, esta questão versa por identificar o valor

total das perdas geradas, englobando as mais variadas consequências, desde

operacionais até comerciais.

A partir da análise da Figura 57, entende-se que 3 (23%) empresas

pesquisadas tiveram perdas de 31% a 40% em relação ao total de seu faturamento,

de 01 a 10% da amostra teve perdas financeiras de 11% a 20%, para 8% não houve

perda e 5 (38%) entrevistados não responderam, sendo que justificaram o não

fornecimento de dados em virtude de normas que compõem a política da

organização.

4.2.2.9 Cobrança de taxas adicionais

A presente questão visa analisar se nos casos em que os armadores

conseguiram atracar seus navios no Porto de Santos, se estes cobraram taxa de

Bunker ou outra taxa portuária, em decorrência dos custos que estes tiveram em

virtude do Apagão Logístico.

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Tabela 22: Cobrança de taxas adicionais.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 58: Cobrança de taxas adicionais. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

De acordo com o levantamento de dados obtidos com o emprego da

pesquisa com os armadores operantes no Porto de Santos, constata-se que 10

(77%) armadores que tiveram custos não transmitiram os mesmos aos seus clientes,

por meio de taxas, já 1 (8%) salientou que repassou os custos gerados adiante e 2

(15%) empresas não responderam esta questão, sendo aquelas empresas que não

foram afetadas pelo Apagão Logístico.

4.2.2.10 Transmissão dos custos gerados

Visando completar a questão anterior, as empresas que não transmitiram

os custos adiante, foram questionadas a respeito do motivo e aquelas que

repassaram para frente foram indagadas acerca das empresas que enviaram os

custos.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Não 10 77%

Sim 1 8%

Não responderam 2 15%

TOTAL 13 100%

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Tabela 23: Transmissão dos custos gerados.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 59: Transmissão dos custos gerados. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Por meio da análise da Figura 59, identifica-se que 7 (46%) armadores

pesquisados não cobraram os custos que tiveram, levando em consideração que

todos foram vítimas do Apagão Logístico, sendo assim cada um arcou com suas

despesas.

Igualmente com a porcentagem de 7% (1) encontram-se as empresas

que assinalaram as seguintes alternativas: os custos gerados foram transmitidos aos

importadores, os custos gerados foram enviados aos exportadores e nos casos das

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Foram transmitidos ao exportador 1 7%

Foram transmitidos ao importador 1 7%

Não, uma vez que todos foram vítimas do Apagão Logístico, cada um arcou

com as suas despesas 7 46%

Nos casos das reservas fechadas com agente de carga, NVOCC ou outro

transitário de carga, os custos foram repassados a estes

1 7%

Não responderam 5 33%

Total: 15 100%

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152

reservas fechadas com agente de carga, NVOCC ou outro transitário de carga, os

custos foram repassados a estes. Destaca-se ainda que, 5 (33%) empresas não

responderam o questionário.

Em suma, esta interrogação conta com uma frequência absoluta de 15

respostas, pois permitiu-se a escolha de múltipla escolha, a fim de atear a pesquisa.

4.2.2.11 Renegociação de fretes

Tendo em consideração que além dos armadores, os clientes destes

também tiveram prejuízos financeiros, assim como muitos dos envolvidos na cadeia

logística, esta etapa da pesquisa propende a identificar se os clientes solicitaram

renegociação dos fretes e despesas de armazenagem em decorrência dos custos do

apagão.

Tabela 24: Renegociação de fretes.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Não 4 31%

Sim 6 46%

Não responderam 3 23%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 60: Renegociação de fretes. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

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De acordo com o levantamento de dados da Figura 60 identifica-se que, 6

(46%) empresas pesquisadas tiveram clientes que solicitaram renegociação dos

fretes, bem como despesas de armazenagem que os mesmos tiveram em virtude do

Apagão Logístico, 4 (31%) armadores contaram com clientes que não solicitaram

negociação dos custos e 3 (23%) armadores não responderam o questionamento

supracitado, sendo aqueles que não foram influenciados pelo caos logístico.

4.2.3 Medidas adotados pelos armadores diante do Apagão Logístico

A terceira etapa do estudo objetivou verificar as medidas tomadas pelos

armadores durante o período do Apagão Logístico. As perguntas foram

desenvolvidas com base nas seguintes aspectos:

1) Alternativas elaboradas para o escoamento de cargas;

2) Consequências aos portos catarinenses;

3) Novas rotas marítimas;

4) Implantação de um novo porto na faixa litorânea de São Paulo;

5) Porto de Santos e as ações em prol de melhorias;

6) Grau de necessidade para o desenvolvimento do porto;

7) Sugestões apontadas pelo armadores para a otimização do Porto.

4.2.3.1 Alternativas elaboradas para o escoamento de cargas

Evidencia-se a seguir as alternativas elaboradas pelas empresas, para o

escoamento das cargas durante o período do Apagão Logístico.

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Tabela 25: Alternativas elaboradas para o escoamento de cargas.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Cancelamento de Santos como rota marítima 6 24%

Cargas dos navios foram transferidas para outros portos 4 16%

Mercadorias deixadas para a próxima embarcação 8 32%

Realizar Joint Service com outra empresa 2 8%

Transferência do navio para outro porto de embarque 2 8%

Não responderam 3 12%

TOTAL 25 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 61: Alternativas elaboradas para o escoamento de cargas. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Quando questionados a respeito das alternativas elaboradas para o

escoamento de cargas, 8 (32%) entrevistados informaram que as cargas foram

deixadas para a próxima embarcação, 6 (24%) cancelaram Santos como rota

marítima, 16% das companhias marítimas transferiram as cargas para outros navios,

2 (8%) realizaram joint services com outras empresas, também com 8% apresentam-

se os pesquisados que transferiram o navio para outro porto de embarque e 3 (12%)

encontram-se aquelas que não responderam a questão.

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4.2.3.2 Consequências aos portos catarinenses

Um dos objetivos da pesquisa se propôs a conhecer os releflexos aos

portos catarinenses, uma vez que a acadêmica pesquisadora é residente deste

estado. Sendo assim, com o intuito de identificar a visão dos armadores, realizou-se

a elaboração de uma pergunta aberta, concebida pela seguinte indagação: Em caso

de ter ocorrido omissão do Porto de Santos por parte do armador, qual(is) foi(ram)

a(s) consequência(s) aos portos do estado de Santa Catarina?

Suprindo a questão acima, 10 empresas efetivamente participaram deste

questionamento, que referem-se aquelas que foram afetadas pelo Apagão Logístico.

Sendo assim, a seguir segue as informações expostos pelos armadores.

a) Aumento de cargas escoadas, isto é, crescimento no volume dos

embarques pelos portos catarinenses;

b) Elevação no número de movimentações;

c) Atraso nas atrações dos navios e em suas operações, em virtude da

reprogramação dos schedulles;

d) Perdas nas janelas de atracação;

e) Cancelamento de escalas para ajuste das programações de embarque;

f) Desconfortos comerciais com os clientes locais;

g) Despesas de armazenagem, bem como de detention e demurrage;

h) Acúmulo de cargas de importação, uma vez que muitas delas eram

descarregadas nestes portos para transbordo;

i) Algumas cargas que necessitavam ser embarcadas com suma

urgência foram carregadas e/ou descarregadas em portos deste

estado;

j) Superlotação das importações, uma vez que muitas cargas foram

descarregadas nestes portos, sendo descarregadas para a subida via

cabotagem para o Porto de Santos;

k) Exportações foram prejudicadas em função da superlotação das

importações;

l) Afetou a atracação dos navios break bulk, transportador de açúcar.

Diante dos dados fornecidos pelos armadores, expõe-se que os portos

catarinenses tiveram diversas consequências, sendo algumas positivas, as quais

fomentaram o desenvolvimento e o aumento das movimentações. Contudo, ao

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156

mesmo tempo, vários fatores geraram impactos negativos, os quais estão

relacionados a atrasos, cancelamentos de e reprogramação dos navios,

superlotação, desconfortos comerciais, entre outros fatores.

4.2.3.4 Novas rotas marítimas

A respectiva questão visa analisar se diante da proveniência do Apagão

Logístico, os armadores procuraram por novas rotas de navegação, a fim de suprir

as deficiências ocasionadas.

Tabela 26: Novas rotas marítimas.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA

Sim 1 8%

Não 10 77%

Não responderam 2 15%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 62: Novas rotas marítimas. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante do exposto, ressalva-se que 10 (77%) empresas não buscaram por

novas rotas de navegação, somente uma das empresas afirmou que uma nova rota

foi utilizada, sendo assim, este armador foi questionado acerca do porto, o qual

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157

salientou ser o Porto de Paranaguá e por fim, 2 (15%) não integraram o referido

questionamento.

4.2.3.5 Implantação de um novo porto na faixa litorânea em São Paulo

Através de uma pergunta no formato aberto, os armadores foram

questionados a respeito de sua visão itinerante ao seguinte questionamento: Santos

é o único porto da faixa litorânea de São Paulo, se houvesse outro porto na região

paulista, a empresa poderia escoar as mercadorias por este, em casos de caos

logístico, como o apagão marítimo. Qual a opinião da empresa?

Do total de 13 empresas participantes, 8 destas responderam a

contestação, onde todas ressaltaram positivamente a alternativa de implantação de

um novo porto, localizado nas proximidades do maior da América Latina, destacando

que refere-se a uma alternativa que necessita ser desenvolvida de forma imediata.

Vale enfatizar que um dos armadores além de acreditar na agilidade que

esta alternativa geraria, aproveitou para exemplificar as vantagens, por meio da

comparação com o mercado de Santa Catarina e Paraná, os quais se completam de

acordo com sua definição, uma vez que, atualmente existem opções de escoamento,

como Itapoá e Navegantes que se tratam de novas opções para o mercado e os

benefícios para os exportadores são nítidos. Esta situação impacta diretamente na

economia da cadeia logística do cliente, os quais possuem a possibilidade por optar

por rotas próximas, economizando assim custos rodoviários, ou situações de

emergência, como as enchentes do Vale do Itajaí em que os exportadores

conseguiram alternativas por São Francisco ou até mesmo o porto de Paranaguá

Outros entrevistados destacaram que além dos gargalos a estrutura de

Santos e a proximidade de São Paulo capital, é fundamental para a operação de

qualquer empresa de navegação, sendo assim outra opção no mesmo estado seria

extremamente importante.

Além da estrutura em si do porto, seria necessário envolver todos os

subsídios que envolvem os processos que de importação e exportação, como

terminais alfandegados, terminais de modo geral, alfândega. Sendo assim, faz-se a

necessidade de realizar um back up, para a escoação dos volumes e melhorar a

qualidade no atendimento dos envolvidos no comércio exterior.

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Os entrevistados para salientaram que todas as possibilidades de tentar

agilizar os embarques e desembarques de mercadorias são bem vindos, entretanto

faz-se necessário realizar a análise dos custos envolvidos e a viabilidade de

implantação.

4.2.3.6 Porto de Santos e ações em prol de melhorias

A presente questão visa analisar a visão dos armadores quanto

providências de melhorias pelos envolvidos no Porto de Santos, após o Apagão

Logístico de 2010.

Tabela 27: Porto de Santos e ações em prol de melhorias.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Sim 5 38%

Não 5 38%

Não responderam 3 23%

Total: 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Figura 63: Porto de Santos e ações em prol de melhorias. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Referente a observação da Figura 63, identifica-se que, com a

porcentagem de 38%, isto é, 5 armadores, encontram-se tanto as empresas que

identificaram que foram tomadas providências após o Apagão Logístico, quanto

aquelas que acreditam que não foram adotadas medidas em prol de melhorias.

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159

Destaca-se que as 5 empresas que afirmaram positivamente esta

questão, foram questionadas a respeito de qual(is) progressos as mesmas

identificaram.

Tabela 28: Melhorias apontadas pelos armadores.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Finalizado berço de atracação do Terminal Tecondi 1

20%

Entregue a obra da Perimetral 1 20%

Construção de novos berços de atracação 1 20%

Criação de novos terminais de cargas 1 20%

Melhorias geral na infra-estrutura do Porto 1 20%

TOTAL 5 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Por meio da apreciação da Tabela 28, constata-se que os dados

cientificam que foram desenvolvidas melhorias no Porto de Santos, sendo estas

provenientes de investimentos por parte da empresas estatais, como os terminais

privados e pelo governo, que possui a CODESP, como administradora do porto.

4.2.3.7 Grau de necessidade para o desenvolvimento do porto

A seguir consta o levantamento de dados que visam identificar a visão

dos armadores quanto a necessidade do desenvolvimento de medidas que

possibiltem melhores no porto.

Tabela 29: Grau de necessidade para o desenvolvimento do porto.

ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

Precisam ser desenvolvidos imediatamente 7 54%

Precisam ser desenvolvidas o mais breve possível 4 31%

Não responderam 2 15%

TOTAL 13 100%

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

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Figura 64: Grau de necessidade para o desenvolvimento do porto. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

As alternativas disponibilizam pelas empresas quanto ao grau de

necessidade para o desenvolvimento de melhorias foram as seguintes, precisam ser

desenvolvidas imediatamente, precisam ser desenvolvidas o mais breve possível,

podem esperar e não precisam ser realizadas.

Conforme é possível visualizar na Figura 64, nenhuma das empresa

respondeu que as melhorias poderiam esperar ou não precisam ser realizadas,

sendo assim, conclui-se que o porto conta com deficiências que precisam ser

reparadas com suma urgência.

4.2.3.8 Sugestões apontadas pelos armadores otimização do Porto de Santos

No intuito de obter informações que possam servir como ferramente para

o processo de maximização do escoamento de cargas embarcadas ou destinadas

ao Porto de Santos, pressupõe-se que para atender com eficácia a demanda, faz-se

necessário vultosos investimentos. Sendo assim, através da visão das empresas se

faz possível identificar as possibilidades de melhorias, tendo em vista que por estes

estarem inseridos na realidade do porto, suas visões são imprescindíveis.

Diante do exposto, as empresas apontaram a necessidade de

investimentos em diversas áreas que integram a estrutura portuária, uma vez que ps

problemas vão além da estrutura portuária, pois as dificuldades envolvem a infra-

estrutura da cidade e da região, que não conseguem acompanhar o crescimento da

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demanda gerada pelo comércio internacional. Sendo assim, destacam-se as

melhorias sugeridas:

a) Abertura de novos berços de atracação;

b) Ampliação das áreas retro-portuárias;

c) Criação e finalização de obras de novos terminais portuários, com

espaço amplo de armazenagem para atender a demanda cada vez

mais crescente;

d) Otimização da logística no entorno do complexo do porto;

e) Investimento em equipamentos modernos para as operações de carga,

descarga e movimentação das mercadorias;

f) Ampliação na zona primária, por meio da construção de novos

terminais de atracação;

g) Sistema de dragagem constante no canal portuário, com a finalidade

de receber navios maiores;

h) Tecnologia de ponta, para que o tempo de operação dos navios

diminua cada vez mais, com isso, exista mais tempo disponível para

navegação e atracação em outros portos;

i) Colocar em prática e acelerar a execução dos inúmeros projetos

desenvolvidos por autoridade locais em Santos;

j) Menos burocracia nos sistema que envolvem os processos;

k) Melhorias na malha rodo-ferroviária para acesso ao porto.

Diante das sugestões apontadas pelas empresas, conclui-se que com o

atual cenário internacional, os portos marítimos são os principais canais para o

desenvolvimento e crescimento da economia de um país, e por isso devem ser

tratado com prioridade total. Ademais, destaca-se a importância de Santos, por se

tratar do maior porto em movimentações, produtividade e faturamento.

4.3 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS

Direcionada a identificação dos reflexos do Apagão Logístico no Porto de

Santos, no ano de 2010, a presente seção busca apresentar os principais resultados

encontrados com a visita in loco no porto em estudo, sob a ótica de algumas

empresas que enquadram-se em segmentos que envolvem o comércio exterior.

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162

Neste capítulo serão detectados e analisados os dados obtidos com a

aplicação do questionário junto aos armadores operantes no Porto de Santos.

Os resultados serão presentados conforme ordem cronológica das etapas

desenvolvidas no decorrer da pesquisa, em primeiro momento serão apresentadas

as informações gerais da visita no complexo portuário e posteriormente as etapas

que fizeram-se presentes na aplicação do questionário.

4.3.1 Análise da pesquisa realizada no Porto de Santos

A visita in loco realizada no complexo portuário, possibilitou o

desenvolvimento de uma análise geral da atual situação da infra-estrutura, podendo

ser observadas questões condizentes as operações portuárias, seus gargalos,

projetos de melhorias e principalmente a visão das empresas entrevistadas a

respeito da origem, do desenvolvimento, das consequências e das medidas tomadas

pelos envolvidos perante a incidência do Apagão Logístico no Porto de Santos.

Visando conhecer vários direcionamentos a respeito do Apagão Logístico,

a acadêmica pesquisadora realizou entrevistas com 5 empresas, as quais estão

enquadradas nos seguintes ramos de atuação: agenciamento de cargas, transitário

de mercadorias, despachante aduaneiro, assessoria ao comércio exterior e terminal

de cargas. Salienta-se que o critério adotado para a eleição das empresas está

relacionado aos distintos ramos de atuação de cada uma delas, bem como

disponibilidade para recepcionar a acadêmica pesquisadora e acompanhá-la nas

zonas primária e secundária do porto.

Conforme dados e informações transmitidas pelos entrevistados

juntamente com subsídios bibliográficos, identificou-se que a união de uma série de

gargalos logísticos, conforme especificados na Figura abaixo, resultaram em um

desequilíbrio nas operações portuárias e por consequência, no denominado Apagão

Logístico.

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163

Figura 65: Causas oriundas do Apagão Logístico. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Um dos principais fatores geradores foi o aumento das exportações de

açúcar, onde muitos países no ano de 2010 não tiveram uma demanda

considerável, sendo assim, a fim de atender suas necessidades, recorreram ao

Brasil, sendo as cargas escoadas principalmente pelo Porto de Santos, uma vez que

refere-se a um dos maiores movimentadores deste tipo de mercadoria.

Como resultado do Apagão Logístico, gerou-se um congestionamento em

alto mar, por meio de uma fila de 116 navios paralisados aguardando atração ou

esperando para serem operados, enquanto por terra, os caminhões demoraram até

dois dias para descarregarem suas cargas, enquanto em dias normais este

procedimento ocorre em poucas horas.

Dentre as consequências geradas pelo Apagão Logístico, destaca-se que

estas afetaram inúmeros órgãos e agentes que integram a cadeia logística de

embarque e desembarque de mercadorias.

Entre os reflexos gerados para transitários de cargas, despachantes

aduaneiros, transportadoras, empresas de assessoria ao comércio exterior,

terminais de cargas, entre outros agentes envolvidos, destaca-se a consequências

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164

junto aos armadores, que referem-se aos proprietários dos navios, onde o prejuízo

diários causado por uma embarcação paralisada, varia de U$ 40.000,00 até U$

90.000,00 para grandes navios.

Sendo assim, o principal foco da pesquisa foi relacionado identificação

das consequências geradas aos armadores, conforme será exposto a segunda

etapa da análise geral dos dados.

4.3.2 Análise da pesquisa realizada entre Armadores X Porto de Santos

Com o objetivo de diagnosticar as consequências que o Apagão Logístico

ocasionou aos armadores operantes no Porto de Santos, buscou-se junto ao site

oficial do porto e constatou-se que em 2011 encontram-se 15 (quinze) armadores

operando independentemente entre si, sendo assim, aplicou-se um questionário

junto a amostra total, obtendo-se os dados pertinentes a 13 (treze) empresas.

Os resultados em questão serão apresentados conforme as etapas que

compuseram o questionário, sendo elas: relação dos armadores com o Porto de

Santos, Apagão Logístico e as consequências junto aos armadores e medidas

adotadas pelos armadores diante do caos logístico.

4.3.2.1 Relação dos armadores com o Porto de Santos

Nesta etapa os questionamentos se voltaram à identificação do perfil dos

armadores e sua relação com o comércio internacional, bem como com o Porto de

Santos. No quadro a seguir apresentam-se as perguntas abordadas nesta etapa, a

resposta com a maior frequência de respostas e a representatividade

correspondente a frequência absoluta de 100%.

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165

Quadro 9: Relação dos armadores com o Porto de Santos. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante do quadro acima e dos demais dados obtidos com a pesquisa,

percebe-se que a bandeira da maioria dos armadores é proveniente do Japão,

destacando o desenvolvimento estratégico e o avanço tecnológico deste país.

Ainda a respeito de medidas estratégicas, destaca-se uma das

ferramentas disponibilizadas aos armadores, denominada joint services, onde 12 das

13 empresas pesquisadas utilizam-se deste serviço, tendo em vista que o mesmo

objetiva gerar mais valor a empresa do que esta conseguiria sozinha, ter acesso a

recursos da parceira, preencher lacunas na capacidade de produção, entre outros

benefícios.

Destaca-se que, 5 dos 13 entrevistados salientaram realizar operações a

mais de 26 anos, tendo em vista que Santos é o maior porto da Brasil e da América

Latina, bem como, por possuir operações desde 1892, quando atracou o vapor

Nasmith, de bandeira inglesa (PORTO DE SANTOS, 2011). Naquela data, os navios

eram atracados em terminais de poder público, porém com a Lei da Modernização

dos Portos na década de 90, as áreas portuárias foram arrendadas por terminais

Questionamentos Resposta de maior

frequência Percentual

1

Qual a nacionalidade da empresa? Japonesa 23%

2

A empresa realiza joint services com outros armadores no Porto de Santos? Qual principal empresa utilizada para este tipo de serviço?

Sim / Hamburg Sud 92%

3

Quantos anos a empresa opera no Porto de Santos? Acima de 26 anos 38%

4

Em quais terminais de cargas a empresa realiza maiores operações?

Santos Brasil 36%

5

Qual o principal ramo de atuação no Porto de Santos? Importação 52%

6

Quais o principal mercado de destino que a empresa realiza operações de movimentação de cargas no Porto de Santos?

Ásia 22%

7

Qual a frequência mensal que operam navios da empresa no Porto de Santos?

De 06 a 10 navios 31%

8

Na utilização de containers (Teu‟s), qual o volume movimentado mensalmente no Porto de Santos?

Acima de 10.000 teu`s 38%

9

Qual os principal produto movimentado no Porto de Santos? Açúcar 20,30%

10

Qual o principal modo de acondicionamento das mercadorias utilizado no Porto de Santos?

Conteinerizada 72,22%

11

Qual a principal dificuldade logística encontrada para operar no Porto de Santos?

Falta de espaço em zona primária para atração de navios

14,70%

12

Diante dos gargalos logísticos, questiona-se: as dificuldades nas operações de embarque e desembarque influenciam na vinda de mais navios para Santos?

Não 67%

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privados, como: Santos-Brasil, Libra, Tecondi, Rodrimar, entre outros. Dentre os

terminais disponíveis, grande parcela, isto é, 8 armadores frisaram que realizam

operações na Santos-Brasil, em virtude deste tratar-se do maior terminal de

contêineres do Brasil.

A partir da análise dos dados, identificou-se que todas as empresas

pesquisadas realizam operações de importações, tendo o continente asiático como

principal mercado das movimentações de cargas, tanto provenientes das

importações quanto das exportações. Infere-se então que, em 2010 “[..] as

exportações encerram com o valor de US$ 201,9 bilhões e as importações de US$

181,6 bilhões. Contudo, [...] em relação a 2009, as exportações apresentaram

crescimento de 32,0% e as importações de 42,2%” (MDIC, 2011, p.1). Sendo assim,

a pesquisa comprova que mesmo as exportações tendo mais representatividade, as

importações possuem maior parcela de crescimento, principalmente de mercadorias

provenientes da China e demais países que integram o continente asiático,

comprovando assim, a forte relação comercial do Brasil com a Ásia.

Destaca-se que, com maior representatividade estão os armadores com

frequência mensal de 06 a 10 embarcações operantes no Porto de Santos. Contudo,

em segundo lugar, com uma considerável parcela de 23%, encontram-se as

empresas que operam acima de 21 navios por mês, sendo assim, analisa-se que os

armadores objetivam maximizar as operações, enviando grande volume de

embarcações, ou menos quantidade navios porém, com maior capacidade e maior

planejamento, sendo este desempenhado pelos planners, a fim de atender com

eficácia a demanda vigente.

Segundo Faria (2001), estima-se que 80% das mercadorias

movimentadas pelos arredores do mundo são passíveis de contêineres, sendo que,

é presumível que este número se amplie gradativamente, tendo em vista que esta

embalagem que conquistou espaço na economia atual, possui um tipo específico

para cada mercadoria, bem como, está tão disseminado que os modais vem se

adaptando aos cofres de carga.

A pesquisa comprova a citação supracitada, uma vez que o principal

modo de acondicionamento das mercadorias são os contêineres, bem como, a maior

parcela dos armadores movimentam acima de 10.000,00 teu`s por mês no Porto de

Santos, sendo esta a alternativa com maior volume dispensada às empresas.

Comprova-se também que, o maior terminal de cargas do Brasil e o mais utilizado

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167

pelos armadores é a Santos-Brasil, onde este é exclusivo e único para a

movimentação de mercadorias acondicionadas em contêineres.

O açúcar apresentou-se como o principal produto movimento no Porto de

Santos, onde 12 armadores movimentam este commodite, desta forma, é possível

comprovar que sua representatividade está diretamente relacionada a um dos

motivos gerados do Apagão Logístico, conforme identificado na pesquisa in loco,

bem como, dados disponibilizados pelo site oficial do Porto de Santos, onde consta

que as cargas a cargas sólidos, característica essa do açúcar, apresentam maior

desempenho das movimentações do porto santista.

Dentre as várias dificuldades apresentadas pelos armadores no que se

refere as operações no Porto de Santos, os armadores destacaram ser o maior

gargalo logístico a falta de espaço em zona primária para atracação dos navios, uma

vez que este motivo está diretamente relacionado a necessidade básica das

empresas pesquisadas.

Desta forma, os participantes foram questionados se as dificuldades nas

operações influenciavam no incremento nas linhas de navegação, assim com maior

destaque estão os armadores que informaram que, tais gargalos não são fatores

influenciados à vinda de mais navios. Analisa-se que a resposta foi esta, uma vez

que apesar das dificuldades encontradas em todos os portos brasileiros, Santos é o

maior porto do Brasil e o único porto do estado de Estado de São Paulo, maior pólo

industrial do país, sendo assim, dos disponíveis, ele é o que disponibiliza da maior e

melhor infra-estrutura.

Sendo assim, em busca de tornar o Porto de Santos mais satisfatório para

os armadores, o quesito ampliação na zona primária deve sair dos projetos e ser

foco para ser desenvolvido na prática.

4.3.2.2 Apagão Logístico e as consequências junto aos armadores

A segunda seção do questionário é composta por perguntas que

objetivam identificar quantos armadores foram afetados pelo Apagão Logístico e as

consequências geradas aos mesmos. No Quadro exposto a seguir apresentam-se

as perguntas abordadas nesta etapa, a resposta com a maior frequência de

respostas e a representatividade correspondente a frequência absoluta de 100%.

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Quadro 10: Apagão Logístico e as consequências junto aos armadores.

Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante dos dados obtidos com a segunda seção da pesquisa, identificou-

se que dos 13 armadores operantes no Porto de Santos, 10 foram afetados pelo

Apagão Logístico. Desta forma, o estudo faz-se relevante, uma vez que a grande

maioria das empresas tiveram reflexos com o tema imputado na pesquisa. Analisa-

se que, em virtude do tamanho do caos gerado no Porto de Santos em 2010, as

principais consequências geradas aos armadores foram relacionadas ao atraso nas

rotas de navegação, bem como custos causados pelo congestionamento dos navios.

Acresce ainda que, com um percentual representativo estão os custos

causados pelo congestionamento de cargas para embarque, custos relacionados a

omissão do Porto de Santos, excesso de tempo para navios realizarem a atração e

indisponibilidade de berços para atracação. Com isso, é possível identificar que os

reflexos estão absolutamente relacionados a perdas financeiras, uma vez que o

custo por uma embarcação sem gerar produtividade é extremamente elevado.

Questionamentos Resposta de maior

frequência Percentual

13

A empresa foi afetada pelo Apagão Logístico? Sim

77%

14

Qual a principal consequência gerada à empresa?

Atraso nas rotas de navegação e Custos

causados pelo congestionamento de

navios

30%

15

Houve aumento de „„No-show‟‟ (reservas de praça não confirmadas) durante o Apagão Logístico?

Sim

54%

16

Durante o Apagão Logístico em 2010, a empresa possuía navios paralisados aguardando atracação no Porto de Santos? Quantos?

Sim / 4 embarcações

77%

17

Qual o tipo de navio teve maior redução em operações de carga e descarga durante o Apagão Logístico.

Porta-Contêiner

69%

118

Custo gerado pelo total das embarcações paralisadas Acima de U$ 171.000,00

23%

19

Durante o período do Apagão Logístico, houve redução nas movimentações de cargas no Porto de Santos?

De 11% 30%

46%

20

Financeiramente, quanto a empresa perdeu com relação ao seu faturamento, com os reflexos do apagão marítimo?

De 31% a 40%

23%

21

Durante o apagão, quando possível atracar, a empresa cobrou sobretaxa de Bunker ou outra taxa portuária, em virtude dos custos gerados?

Não

77%

2 22

Referente aos custos gerados, os mesmos foram repassados adiante?

Não

46,00%

23

Os clientes solicitaram renegociação dos fretes e despesas de armazenagem em decorrência do apagão?

Sim

46,00%

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Além do exposto acima, identificou-se que 7 (54%) armadores tiveram

aumento de No Show durante o Apagão Logístico, isto é, reserva de praça não

confirmada. Sendo que das empresas que contestaram, aquela que alegou a maior

porcentagem de No Show em relação ao total das reservas durante o período do

Apagão Logístico foi de 30%, este elevado percentual está relacionado a

impossibilidade dos exportadores cumprirem com os dead lines estipulados, tendo

em vista o congestionamento rodoviário, a falta de espaço nos terminais de

armazenagem, entre outros fatores que impossibilitaram a entrega da mercadoria.

Ainda no contexto dos reflexos do Apagão Logístico, todos os 10

armadores que afirmaram terem sido afetados, salientaram que tiveram navios

paralisados aguardando atração para operar no Porto de Santos. Sendo assim,

identificou-se que 3 (30%) da amostra afetada, informou que possuía 4 embarcações

entorpecidas. Com isso, constatou-se que, dos navios parados, 9 (69%)

correspondiam a porta-contêiner, comprovando assim que, os navios porta-contêiner

possuem maior representatividade pelo fato dos contêineres terem a capacidade de

armazenar grande parte dos produtos transportados, possibilitando a segurança e

organização das mercadorias, bem como a unitização dos produtos dentro dos

cofres de cargas, os quais propiciam a maximização da capacidade da embarcação,

proveniente do planejamento desenvolvido pelos planners.

Tendo em vista que os armadores como proprietários dos navios foram

responsáveis pelos custos causados, provenientes do tempo em que não foi

possível realizar operações. Desta forma, com maior percentual, isto é, 3 (23%) da

amostra, teve custos superiores a US$ 171.000,00, comprovando as significativas

consequências negativas oriundas por tal fato. Sendo assim, com navios parados,

houve redução nas movimentações de cargas, onde 3 (36%) dos entrevistados

tiveram redução em seus embarques de 11% a 30%, comparados com as

movimentações em períodos normais. Portanto, a incapacidade de produtividade em

conformidade com a demanda, acarretou vários fatores negativos.

Identificou-se ainda que, 3 (23%) armadores tiveram perdas financeiras

de 31% a 40% em relação ao seu faturamento. Analisa-se que, esta porcentagem

relaciona-se aos seguintes fatores: redução das movimentações, navios parados em

alto mar, embarcações atracadas no porto porém com atraso de schedulle, custos

armazenagem, atraso nas rotas, taxas portuárias, entre outros fatores que

impactaram financeiramente as empresas.

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Diante dos custos gerados, visou identificar se os armadores cobraram

sobretaxas aos contratantes, sendo assim, diante das empresas que contestaram,

10 (77%) afirmaram que não transmitiram as despesas aos seus clientes, uma vez

que cada um arcou com as suas despesas. Entende-se desta forma que, por

questões de responsabilidade e consideração, cada uma das partes assumiu os

custos que lhe foram imputados, uma vez que todos foram vítimas do Apagão

Logístico.

Diante dos custos que foram faturados aos clientes, provenientes de

despesas de armazenagem, taxas portuárias, entre outros fatores, identificou-se

que, 6 (46%) armadores receberam reclamações, bem como, solicitações de

renegociação dos fretes por partes de seus clientes. Compreende-se que, como

todos foram vítimas diante de tal situação, inclusive os clientes, onde enquadram-se

tantos importadores quanto exportadores, estes buscaram alternativas para liquidar

suas despesas, independente do real motivo pelo atraso nos embarques.

4.3.2.3 Medidas adotados pelos armadores diante do Apagão Logístico

A terceira etapa do questionário compõe-se de questionamentos que

visam identificar as medidas tomadas pelos armadores durante o período do Apagão

Logístico, bem como, providencias adotadas pelo Porto de Santos. Portanto, na

Quadro a seguir apresentam-se as perguntas abordadas nesta etapa, a resposta

com a maior frequência de respostas e a representatividade correspondente a

frequência absoluta de 100%.

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Quadro 11: Medidas adotados pelos armadores diante do Apagão Logístico. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante do exposto, identificou-se que a principal alternativa elaborada

pelos armadores para escoamento de cargas foi deixar as mercadorias para a

próxima embarcação, também com grande representatividade encontram-se os

armadores que cancelaram o Porto de Santos como rota marítima. Assim, analisa-se

que estas medidas foram adotadas, a fim de evitar que os reflexos fossem ainda

maiores, bem como, causando mais custos financeiros e comerciais.

Tendo em vista os armadores que ocultaram o Porto de Santos como rota

marítima, estes salientaram que os portos catarinenses tiveram consequências,

dentre vários reflexos, destaca-se o crescimento no volume dos embarques, atraso

nas atrações dos navios e em suas operações, em virtude da reprogramação dos

schedulles, exportações foram prejudicadas em função da superlotação das

importações, entre outras decorrências. Desta forma, analisa-se que de um lado

houve um fomento nas movimentações e ao mesmo tempo, impactos negativos que

geraram desconfortos comerciais junto aos clientes.

Questionamentos Resposta com maior

frequência Percentual

24

Quais foram às alternativas elaboradas para o escoamento das cargas durante o Apagão Logístico?

Mercadorias deixadas para a próxima

embarcação 32%

25

Em caso de ter ocorrido omissão do Porto de Santos por parte do armador, qual(is) foi(ram) a(s) consequência(s) aos portos do estado de Santa Catarina?

Elevação no número de embarques Atraso nas atracações Cancelamento de escalas Desconfortos comerciais

26

Com o advento do Apagão Logístico de 2010, a empresa procurou por novas rotas de navegação?

Não 77%

27

Santos é o único porto da faixa litorânea de São Paulo, se houvesse outro porto na região paulista, a empresa poderia escoar as mercadorias por este, em casos de caos logístico, como o apagão marítimo. Qual a opinião da empresa?

Medida que precisa ser tomada imediatamente Além da estrutura física, faz-se necessário envolver os subsídios que envolvem a cadeia logística Verificar viabilidade de implantação

28

Após o Apagão Logístico iniciado em 2010, a empresa observou que Santos tomou providencias em prol de melhorias?

Sim

Não

38%

38%

29

Qual a visão da empresa em relação aos projetos de melhorias para o porto?

Precisam ser desenvolvidos imediatamente

54%

30

Quais sugestões a empresa aponta para otimizar autilização do Porto Santos?

Ampliação das áreas retro-portuárias Otimização da logística no entorno no porto Investimentos em equipamentos Ampliação das zonas primária e secundária

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Dentre as medidas adotadas diante do Apagão Logístico, 10 dos 11

armadores que integraram a pesquisa informaram que não procuraram por novas

rotas de navegação, sendo que o único que buscou, realizou por intermédio do Porto

de Paranaguá, a fim de suprir as deficiências ocasionadas. Destaca-se que, por

tratar-se de um caos temporário não fez-se necessário tomar todos os

procedimentos para atracar em um porto distinto do programado.

A partir da análise que Santos é o único porto de São Paulo, a maior

metrópole brasileira, buscou-se verificar a visão os armadores acerca da

implantação de um novo porto, onde salientaram que acreditam na agilidade que

esta medida geraria, contudo além da estrutura em si, seria necessário desenvolver

estrategicamente todos os subsídios que envolvam além da parte primária, a parte

secundária também, como terminais alfandegados vias de acesso, despachantes

qualificados, entre outros.

Após pesquisas realizadas, identificou-se que o grupo EBX, do

empresário Eike Batista, planejou a construção de um porto em Peruíbe (Porto

Brasil), com área de 53 milhões de metros quadrados onde presume a construção

de uma ilha artificial, distante da costa, onde serão instalados cerca de 15

quilômetros de píeres. A ilha ficaria ligada ao continente por uma estrada, formando

um desenho semelhante à letra T. Entretanto, a obra foi embargada por motivos

ambientais, sendo que nesta área existem uma fração de terras indígenas, gerando

um conflito entre a FUNAI - Fundação Nacional do Índio e o grupo EBX, sendo que

área é das últimas a apresentar restinga contiguamente da Serra do Mar ao Oceano

Atlântico, e a obra traria grandes impactos ambientais e sociais para as cidades da

região (PERUÍBE, 2007).

Durante a visita in loco ao porto, os entrevistados informaram que

houveram medidas de melhorias após o Apagão Logístico, sendo assim buscou-se

realizar uma co-relação com a visão dos armadores, onde metade da amostra que

integrou a pesquisa salientou terem tidos avanços, dentre as vantagens destaca-se

a entrega da obra da Perimetral, construção de novos berço de atracação e

melhorias geral na infra-estrutura portuária. Apesar das medidas citadas, 7 (54%)

armadores afirmaram que faz-se necessário serem desenvolvidas melhorias

imediatamente. Este parágrafo justifica-se pela seguinte frase de Fleury (2007,

p.113) “ [...] o crescimento do país não tem acompanhado o crescimento das

empresas”.

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Por fim, no intuito de obter informações que possam servir como

ferramenta para o processo de maximização dos embarcaques ou desembarques no

Porto de Santos, buscou-se identificar as medidas sugeridas pelos armadores,

dentre as principais estão: abertura de novos berços de atracação, criação e

finalização de obras de novos terminais portuários, com espaço amplo de

armazenagem para atender a demanda cada vez mais crescente, otimização da

logística no entorno do complexo do porto, tecnologia de ponta, para que o tempo de

operação dos navios diminua cada vez mais, com isso, exista mais tempo disponível

para navegação e atracação em outros portos, melhorias na malha rodo-ferroviária

para acesso ao porto, entre vários outras sugestões que visem aumentar as

movimentações, produtividade e faturamento.

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5 CONCLUSÃO

Com o crescimento da interdependência entre as nações, por meio da

globalização, o mercado externo tornou-se imprescindível para as empresas que

pretendem manter seus níveis rentáveis ativos, de modo a buscar novos mercados,

tendo em vista a saturação dos negócios domésticos.

Em uma economia globalizada, a evolução das relações comerciais dá-se

gradativamente, influenciada pelas inovações tecnológicas, o incremento no fluxo

comercial global e a formação de blocos econômicos, a fim dos países fortalecerem-

se no mercado cada vez mais competitivo.

O desenvolvimento nas transações comerciais possui como fator

determinante a modernização dos modais de transporte, de maneira especial o

marítimo, uma vez que corresponde ao principal modal utilizado no trânsito

internacional de mercadorias. Sendo assim, o gerenciamento dos processos

logísticos vem sendo uma ferramenta utilizada pelas empresas, a fim de garantirem

a competitividade no mercado, tendo em vista que a agilidade no prazo de entrega é

uma estratégia que visa a satisfação dos clientes.

Diante do exposto destaca-se que, os portos atuam como elos logísticos

das trocas internacionais, uma vez que disponibilizam de uma infra-estrutura

capacitada para atender o embarque e desembarque de cargas. Desta forma, o

sucesso das operações é medido pelo nível, itensidade e qualidade dos serviços

prestados.

Portanto, a eficácia dos portos depende de uma série de fatores que

precisam ser maximizados constantemente, entre eles destacam-se:

aperfeiçoamento da infra-estrutura, modernização das zonas primárias e secundária,

análise das vias de acesso, equipamentos de ponta, mão-de-obra qualificada, entre

outros.

Contudo, o setor portuário brasileiro apresenta uma série de limitações

que comprometem a sua produtividade e consequentemente o desenvolvimento do

país, visto que, aspectos negativos como elevados custos, atrasos nas entregas e

vias de acesso inapropriadas, acabam onerando as negociações perante a demanda

gerida pelo desenvolvimento do país.

Apesar do Porto de Santos ser o principal porto do Brasil e considerado o

mais relevante da América Latina, sua infra-estrutura faz-se escassa perante a

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demanda vigente. Diante deste contexto, o ano de 2010 foi marcado pelas

exportações recorde de açúcar, o aumento das importações e a retomada da crise

financeira de 2008-2009, o que resultou em um congestionamento marítimo e

rodoviário, este fenômeno foi denominado de Apagão Logístico.

A revisão teórica fundamentada do presente estudo foi embasada em

obras de renomados autores da área de comércio exterior, bem como, em estudos

científicos disponibilizados por bases de dados, entre outros materiais encontrados

em sites relacionados ao tema em pauta.

Visando fomentar o estudo com maior amplitude, realizou-se uma visita in

loco no complexo portuário do Porto de Santos, seguida de entrevistas nas

mediações do porto, realizadas com agentes atuantes nas seguintes áreas:

agenciamento de cargas, transitário de mercadorias, despachante aduaneiro,

assessoria de comércio exterior e terminal de cargas. Destaca-se que estas

empresas foram afetadas pelo Apagão Logístico.

Com base nas informações obtidas na visita de campo, definiu-se o

objetivo geral do presente estudo: Analisar os reflexos do Apagão Logístico do Porto

de Santos sob a ótica dos agentes intervenientes e as consequências junto aos

armadores no ano de 2010.

Destaca-se que a primeira parte do objetivo geral foi alcançada por meio

da visita in loco no Porto de Santos, onde utilizou-se da pesquisa qualitativa, por

meio do desenvolvimento de entrevistas do tipo não-estruturada e focalizada.

Como resultado do Apagão Logístico, ocasionou uma de fila de 116

navios aguardando atracação ou esperando para serem carregados ou

descarregados, também houve um congestionamento rodoviário quilométrico, onde

os caminhões demoraram um período de tempo extremamente superior para

descarregar suas mercadorias, ao ser comparado com dias normais.

A segunda etapa do objetivo geral deu-se com a aplicação de um

questionário composto por perguntas abertas e fechadas, onde a predominância

deu-se em pergunta fechadas. Esta ferramenta possui enfoque qualitativo através

das perguntas abertas, contudo apresenta-se também como quantitativo uma vez

que mensurou e quantificou em percentuais os dados pautados com a aplicação da

ferramenta de coleta de dados supracitada. Salienta-se que o questionário foi

elaborado com base nas informações obtidas com a pesquisa bibliográfica e na

visita in loco no Porto de Santos.

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Desta forma, o desenvolvimento da pesquisa deu-se através do

encaminhamento do questionário via e-mail, bem como por meio da aplicação

realizada pessoalmente. A população da amostra consiste em 15 armadores

atualmente operando no porto em estudo, contudo a amostra incide em 13

empresas que efetivamente participaram da pesquisa. Cabe salientar que a análise

dos dados obtidos foi efetuada levando em consideração o conhecimento adquirido

no processo da revisão teórica.

Visto que 10 (77%) armadores atuantes no Porto de Santos foram

afetados pelo Apagão Logístico, destaca-se a relevância do estudo, onde identificou

que as consequências geradas aos armadores relacionaram-se ao atraso nas rotas

de navegação, bem como em custos originados pelo congestionamento das

embarcações. Portanto, os reflexos estão absolutamente interligados a perdas

financeiras, tendo em vista que o elevado custo por uma embarcação sem gerar

produtividade.

Os objetivos específicos foram elaborados com o intuito de identificar a

repercussão e os reflexos provenientes do Apagão Logístico junto aos armadores

operantes no Porto de Santos. Portanto, foi realizada uma análise com base nos

dados e informações disponibilizados pela amostra.

Contemplando o primeiro objetivo específico, buscou-se: Conhecer a

infra-estrutura do Porto de Santos, por intermédio de uma visita in loco no complexo

portuário. O presente escopo foi alcançado através da pesquisa de campo no porto

em estudo, ocorrida nos dias 15 e 16 de agosto de 2011, onde possibilitou conhecer

a origem, as consequências, as alternativas adotadas e os projetos de melhorias.

O segundo objetivo específico refere-se a: Identificar a origem e os

reflexos do Apagão Logístico sob a ótica dos agentes intervenientes no Porto de

Santos. Destaca-se que, conforme dados e informações obtidos com a visita in loco,

foi possível responder ao presente objetivo, o qual é mensurado através da Figura

66.

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Figura 66: Etapas do Apagão Logístico. Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora.

Diante do exposto, é possível identificar os principais fatores relacionados

a origem, os reflexos do Apagão Logístico e as medidas adotadas pela própria

administração do porto, bem como por empresas e terminais privados após a

incidência do caos logístico.

Contemplando-se o terceiro objetivo específico proposto no estudo, visou-

se Identificar os armadores operantes no Porto de Santos, a fim de obter a definição

da amostra. Este objetivo foi alcançado, uma vez que a acadêmica pesquisadora

apresentou esta informação na fundamentação teórica, onde estão elencados os 21

armadores atuantes, de acordo dados constantes no site oficial do porto em estudo.

Cabe salientar que, na etapa da aplicação dos questionários, optou-se por

aplicá-los com a população em sua integridade, a fim de subsidiar a pesquisa.

Contudo, após contato com todos os armadores relacionados, deparou-se que dos

21 armadores, no ano de 2011 efetivamente 15 possuem operações

interdependentes entre si. Portanto, a amostra foi identificada no número

correspondente as empresas que possuem operações de embarque e desembarque

no ano corrente do desenvolvimento da pesquisa.

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Abrange-se no quarto objetivo específico: Apresentar a relação dos

armadores com o Porto de Santos, onde destaca-se que a contemplação deste

questionamento foi obtida por meio do questionário de pesquisa.

Diante dos dados obtidos, identificou-se que a nacionalidade da maioria

dos armadores é proveniente do Japão, destacando-se o avanço tecnológico desta

bandeira. Sendo que, com grande representatividade encontram-se as empresas

com atuação com mais de 26 anos no Porto de Santos, onde utilizam-se de joint

services, a fim de agregar valor a empresa e preencher as lacunas na capacidade

produtiva. Cabe destacar que todos os armadores realizam operações de

importações, tendo o continente asiático como o principal mercado alvo.

Para atender a demanda vigente, os armadores possuem uma frequência

mensal 15 navios com operações no Porto de Santos, onde a maioria destes são

porta-contêineres, em virtude da capacidade, eficácia e agilidade do transporte, com

isso, são movimentados pela maioria dos armadores mais de 10.000,00 teu`s por

mês, onde o açúcar destaca-se como o principal produto movimentado. Diante das

diversas dificuldades apresentadas pelos armadores no que se refere as operações,

estes enfatizaram que a falta de infra-estrutura na zona primária e secundária é o

principal gargalo. Desta forma, sugere-se que este quesito seja analisado pela

administração do Porto de Santos, a fim de agilizar as operações logísticas.

O quinto objetivo específico infere-se a Identificar as consequências do

Apagão Logístico ocorrido no Porto de Santos junto aos armadores. A abrangência

deste objetivo deu-se através da aplicação do instrumento de coleta de dados, onde

identificou-se que dos 13 armadores operantes no Porto de Santos, 10 tiveram

reflexos negativos com o Apagão Logístico. Sendo que, a principal consequência

refere-se ao atraso nas rotas de navegação, onde repercutiu em elevados custos

financeiros, onde com maior parcela de representatividade estão os armadores com

custos superiores a US$ 171.000,00 e redução de 11% a 30% dos embarques,

quando comparados com as movimentações em períodos normais.

Os navios paralisados aguardando atração foram identificados pela maior

parcela em 4 embarcações, que repercutiu em perdas financeiras de 31% a 40% em

relação ao seu faturamento. Portanto, a capacidade de produtividade em

desconformidade com a demanda vigente, acarretou diversos fatores negativos, os

quais projetos de melhorias já existentes, precisam ser analisados e aplicados na

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prática, para que o maior meio de escoamento da economia internacional

acompanhe a evolução das organizações.

O sexto objetivo específico consiste em: Identificar as medidas tomadas

pelos armadores diante do Apagão Logístico ocorrido no Porto de Santos, onde

também apresenta-se por meio da aplicação do questionário. Dentro deste contexto,

identificou-se que a alternativa com maior frequência constatou que os armadores

deixaram as mercadorias para a próxima embarcação, bem como, cancelaram o

Porto de Santos como rota marítima. Identificou-se assim que, diante das medidas

adotadas houveram reflexos aos portos catarinenses, onde destaca-se o

crescimento no volume dos embarques e o atraso nas atrações das embarcações,

bem como em suas operações.

Ainda nesta etapa, apresenta-se que a metade da amostra salientou que

houveram avanços positivos após a incidência do Apagão Logístico, contudo faz-se

necessário o desenvolvimento de melhorias imediatamente. Diante deste contexto,

buscou-se a visão dos armadores acerca de medidas sugeridas que visem melhorias

na infra-estrutura e nas operações desempenhadas pelo porto, sendo assim, realça-

se a necessidade de implantação de recursos na zona primária e secundária, como

novos berços, terminais retroportuários e vias de acesso, maximização logística na

cadeia logística, entre vários outras propostas que objetivam a agilidade e

produtividade.

O sétimo objetivo específico induze-se a: Apresentar sugestões com base

na coleta de dados efetuada com a pesquisa in loco no porto em estudo e também

com a pesquisa efetuada junto aos armadores, onde provém dos conhecimentos e

análises identificados pela acadêmica pesquisadora com a pesquisa bibliográfica,

bem como com a pesquisa descritiva ou de campo.

Com base na pesquisa realizada, apresenta-se sugestões a serem

adotados pelo Porto de Santos, bem como pelos terminais privados nele atuantes

em prol de melhorias.

a) Realizar investimentos no porto por parte de sua administração e da

iniciativa privada, que estejam em conformidade com as principais

deficiências encontradas pelos agentes que integram a cadeia

logística, tanto na zona primária quanto na secundária;

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b) Abertura de novos berços de atracação e ampliação dos terminais

retro-portuários, a fim de aumentar a capacidade de atracação de

navios, bem como de armazenagem de mercadorias;

c) Ampliação da disponibilidade de equipamentos portuários, por meio de

tecnologia de ponta, a fim de agilizar o embarque e desembarque de

mercadorias, diminuindo assim, o tempo de operação, e propiciando a

vinda de mais embarcações;

d) Quanto as vias de acesso ao porto, faz-se necessário a busca por

soluções que eliminem este gargalo, provocado pelos

congestionamentos ao longo das rodovias que dão acesso a entrada

no porto, sendo que a finalização das obras da Avenida Perimetral,

que já foram iniciadas, contribuirão para redução deste problema.

e) Investimentos constantes na capacitação dos colaboradores do porto,

a fim de agilizar a produtividade na movimentação de cargas;

f) Dragagem contínua no canal portuário, com o intuito de aumentar o

calado e por consequência, possibilitar a atracação de navios

maiores, os quais estão se expandindo com o decorrer do tempo;

g) Implantação do projeto a respeito de um berço de atracação coberto, a

fim possibilitar o embarque de cargas a granel em dias de chuva.

h) Maximização de parcerias entre portos públicos e privados.

Cabe destacar que, as propostas apresentadas anteriormente são

provenientes da visão da acadêmica pesquisadora obtida com o desenvolvimento do

presente estudo. Contudo, salienta-se que referem-se a apenas sugestões, as quais

precisam ser analisadas e verificadas com cautela a fim de verificar a viabilidade de

implantação, no que se refere-se aos impactos políticos, sociais, culturais,

financeiros, entre outros.

Quanto ao alvo desta pesquisa, que refere-se aos agentes intervenientes

e os armadores, recomenda-se algumas sugestões:

a) Estarem atentos as estruturas dos portos, a fim de se adequarem a

estas enquanto novos recursos vem sendo implantados;

b) Sintonia como mercado, uma vez que o processo logístico recebe

influencias de várias áreas e de vários processos;

c) Expedir embarcações conforme o porte que o complexo logístico pode

suportar;

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d) Possuir medidas de precaução, a fim de contar com alternativas ágeis

e preventivas, diante da possibilidade da incidência de um novo

Apagão Logístico.

Diante do exposto, vale a pena destacar que o Porto de Santos possui

grande representatividade no mercado internacional e conta com uma infra-estrutura

em processo de constante modernização. Contudo, as empresas estão crescendo

em um nível que nem o Brasil, tampouco o porto vem conseguindo acompanhar, se

comparado com portos europeus ou chineses, onde a agilidade e a produtividade

são muito maiores.

Não obstante, o estudo realizado respondeu todos os objetivos definidos

na pesquisa, desta forma a acadêmica pesquisadora detectou novas questões

relevantes que podem ser estudadas, dando prosseguimento ao presente trabalho.

Recomenda-se, então, o desenvolvimento de um estudo dos temas

elencados abaixo, aos acadêmicos que buscam graduar-se ou outro tipo de

formação:

a) Analisar a infra-estrutura do Porto de Santos, comparada com os

demais portos brasileiros;

b) Identificar a relação entre o maior porto do Brasil, com os portos

catarinenses;

c) Analisar a capacidade do Porto de Santos para o escoamento de

cargas tanto de importação quanto de exportação;

d) Analisar o nível de satisfação dos armadores operantes no Porto de

Santos, em relação com os demais portos;

e) Comparar a satisfação dos armadores com as operações do Porto de

Santos e de outro porto renomado internacionalmente;

f) Analisar as estratégicas especificas dos armadores utilizadas para a

atuação no Porto de Santos.

Considerando os entraves enfrentados pelos armadores operantes no

Porto de Santos, bem como de acordo com as entrevistas realizadas no complexo

portuário, conclui-se que existe a necessidade de uma maior integração entre os

envolvidos na cadeia logística, a fim de compartilhar ações necessárias para que

cada um deles atenda ao desenvolvimento indicado para o Porto de Santos.

Em suma, o investimento gradativo é uma forma de reciclagem, que

objetiva acompanhar as tendências mundiais e evitar colapsos logísticos. Acredita-

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se que o Porto de Santos possui potencial para estar elencado entre os melhores e

maiores portos mundiais, porém faz-se necessário um constante desenvolvimento

estratégico, levando em consideração sua localização privilegiada, uma vez que

encontra-se situado na maior metrópole brasileiro, bem como aos arredores do

MERCOSUL.

Conclui-se este estudo monográfico, salientando que o desenvolvimento

do estudo foi de grande valia a acadêmica pesquisadora, uma vez possibilitou a

construção do conhecimento aprofundado do mais relevante porto brasileiro, bem

como a leitura de inúmeros estudos científicos inerentes ao comercio exterior, os

quais fazem-se necessários aos profissionais da área que almejam destacaram-se

neste ramo de atuação.

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APÊNDICE

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

Curso de Administração com Habilitação em Comércio Exterior

1ª. Etapa da Pesquisa: Relação Armador x Porto de Santos

1. Qual a nacionalidade da empresa?

( ) Americana ( ) Chilena

( ) Chinesa

( ) Alemã

( ) Belga

( ) Dinamarquesa

( ) Francesa

( ) Japonesa

( ) Suíça

( ) Outra: Qual?

2. A empresa realiza joint service com outros armadores no Porto de Santos?

( ) Não ( ) Sim.

Qual(is) armadore(s)?

3. Quantos anos a empresa opera no Porto de Santos?

( ) De 01 a 05 anos

( ) De 06 a 10 anos

( ) De 11 a 15 anos

( ) De 16 a 20 anos

( ) De 21 a 25 anos

( ) Acima de 26 anos

4. Em quais terminais de cargas a empresa realiza maiores operações?

Por gentileza, use a seguinte escala: 0 = Nenhum; 1 = Pouco; 3= Considerável; 5 = Muito.

( ) Deicmar S.A.

( ) Libra Terminais S.A.

( ) Rodrimar S.A

( ) Santos-Brasil S.A.

( ) Tecondi Terminais S.A.

( ) Outro(s). Qual(is)?

5. Qual o principal ramo de atuação no Porto de Santos?

( ) Cabotagem

( ) Exportação

( ) Importação

( ) Outro: Qual?

6. Quais os principais mercados de destino que a empresa realiza operações de movimentação

Questionário de Pesquisa

O presente questionário integra a pesquisa desenvolvida pela acadêmica Fernanda Wilpert Salvaro e seu professor orientador Júlio Cesar Zilli, que tem por objetivo identificar as consequências do Apagão Logístico do Porto de Santos junto aos armadores no ano de 2010.

Na busca de informações que possibilitem a elaboração do estudo monográfico e a conclusão do curso de Graduação em Comércio Exterior pela UNESC solicita-se a importante colaboração da empresa, por meio da participação nesta pesquisa.

Salienta-se que não será divulgado o nome da organização, uma vez que a pesquisa preza pelo anonimato das informações.

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de cargas no Porto de Santos?

( ) África

( ) Ásia

( ) América Central

( ) América do Norte

( ) América do Sul

( ) Europa

( ) Oceania

( ) Oriente Médio

7. Qual a frequência mensal que operam navios da empresa no Porto de Santos?

( ) De 01 a 05 navios

( ) De 06 a 10 navios

( ) De 11 a 15 navios

( ) De 16 a 20 navios

( ) De 21 a 25 navios

( ) Acima de 26 navios

8. Na utilização de containers (Teu‟s), qual o volume movimentado mensalmente no Porto de Santos?

( ) De 0 a 2.000 Teu‟s

( ) De 2.001 a 4.000 Teu‟s

( ) De 4.001 a 6.000 Teu‟s

( ) de 6.001 a 8.000 Teu‟s

( ) de 8.001 a 10.000 Teu‟s

( ) Acima de 10.001 Teu‟s

9. Quais os principais produtos movimentados no Porto de Santos?

( ) Açúcar

( ) Congelados

( ) Cerâmica

( ) Descartáveis plásticos

( ) Madeira

( ) Metal-Mecânica

( ) Produtos alimentícios não congelados

( ) Tintas e produtos químicos

( ) Vestuário

( ) Outro(s): Qual(is)?

10. Quais os principais modos de acondicionamento das mercadorias utilizado no Porto de Santos?

( ) A granel

( ) Conteinerizada

( ) Paletizada (solta)

( ) Carga geral (sacarias)

( ) Outro(s): Qual(is)?

11. Dentre os itens abaixo selecione as 6 principais dificuldades logísticas encontradas para operar no Porto de Santos:

*Favor considerar 01 para o mais relevante e 6 para o menos relevante.

( ) Baixo calado

( ) Carência em equipamentos/tecnologia portuária

( ) Escassez dos trabalhadores portuários (estivadores, bloquistas, etc...)

( ) Falta de espaço em zona primária para atracação dos navios

( ) Falta de espaço em zona secundária para armazenagem dos conteineres

( ) Dificuldades nas operações em dias de chuva

( ) Greve dos trabalhadores portuários

( ) Fila na triagem de entrada no porto

( ) Serviço prestado pela praticagem

( ) Tempo de movimentação para embarque

no navio

( ) Tempo de movimentação para desembarque no navio

( ) Demora nos serviços prestados pela Receita Federal do Brasil

( ) Demora nos serviços prestados pela Marinha Mercante

12. Diante dos gargalos logísticos, questiona-se: as dificuldades nas operações de embarque e desembarque influenciam na vinda de mais navios para Santos?

( ) Não ( ) Sim. Porquê?

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2ª. Etapa da pesquisa: Consequências do Apagão Logístico no Porto de Santos X Armador

13. A empresa foi afetada pelo Apagão Logístico?

( ) Não ( ) Sim

14. Caso a resposta anterior tenha sido sim, assinale as 6 principais consequências geradas à empresa.

*Favor considerar 01 para o mais relevante e 5 para o menos relevante.

( ) Atraso nas rotas de navegação

( ) Custos causados pelo congestionamento de navios

( ) Custos causados pelo congestionamento de cargas para embarque

( ) Custos relacionados a omissão do Porto de Santos

( ) Custos pelo descumprimento dos dead lines pelos shippers e consignees

( ) Overbooking

( ) Indisponibilidade de berços para atracação

( ) Excesso de tempo para navios realizarem a atracação

( ) Os navios programados para embarque foram cancelados

( ) Outros. Quais?

15. Houve aumento de „„No-show‟‟ (reservas de praça não confirmadas) durante o Apagão Logístico?

( ) Não ( ) Sim. Qual a porcentagem em relação ao total das reservas?

16. Durante o Apagão Logístico em 2010, a empresa possuía navios paralisados aguardando atracação no Porto de Santos?

( ) Não ( ) Sim. Quanto(s)?

17. Se a resposta anterior foi positiva, assinale quais os tipos de navios teve maior redução em operações de carga e descarga durante o Apagão Logístico.

( ) Graneleiro

( ) Tanque

( ) Carga Geral

( ) Porta-conteinêr

( ) Gaseiro

( ) Roro

( ) Químico

( ) Ore-Oil

18. Em caso da empresa ter tido navios parados, qual foi o custo gerado pelo total de embarcações?

( ) De U$ 20.000,00 a U$ 50.000,00

( ) De U$ 51.000,00 a U$ 80.000,00

( ) De U$ 81.000,00 a U$ 110.000,00

( ) De U$ 111.000,00 a U$ 140.000,00

( ) De U$ 141.000,00 a U$ 170.000,00

( ) Acima de U$ 171.000,00

19. Durante o período do Apagão Logístico, houve redução nas movimentações de cargas no Porto de Santos?

( ) Não houve redução

( ) De 01 a 10%

( ) De 11% a 20%

( ) De 21% a 30%

( ) De 31% a 40%

( ) Acima de 41%

20. Financeiramente, quanto a empresa perdeu com relação ao seu faturamento, com os reflexos do apagão marítimo?

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( ) Não houve perda

( ) 01 a 10%

( ) 11 a 20%

( ) 21 a 30%

( ) 31 a 40%

( ) Acima de 41%

21. Durante o apagão, quando possível atracar, a empresa cobrou sobretaxa de Bunker ou outra taxa portuária, em virtude dos custos gerados?

( ) Não

( ) Sim. Qual taxa portuária?

(Por gentileza, preencher a coluna ao lado)

( ) 1 a 10% sobre o valor do frete

( ) 11 a 20% sobre o valor do frete

( ) 21 a 30% sobre o valor do frete

( ) Acima de 31% sobre o valor do frete

22. Referente aos custos gerados, os mesmos foram repassados adiante?

( ) Não, uma vez que todos foram vítimas do Apagão Logístico, cada um arcou com as suas despesas

( ) Nos casos das reservas fechadas com agente de carga, NVOCC ou outro transitário de carga, os custos foram repassados a estes

( ) Foram transmitidos ao exportador

( ) Foram transmitidos ao importador

( ) Outra(s) providência(s) foi(ram) tomada(s).

Qual(is)?

23. Os clientes solicitaram renegociação dos fretes e despesas de armazenagem em decorrência do apagão?

( ) Não ( ) Sim. Qual a porcentagem em relação ao total das reservas fechadas?

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3ª. Etapa da pesquisa: Medidas tomadas pelos armadores X Apagão Logístico

24. Quais foram as alternativas elaboradas para o escoamento das cargas durante o Apagão Logístico?

Por gentileza, use a seguinte escala: 0 = Nenhum; 1 = Pouco; 3= Considerável; 5 = Muito.

( ) Cancelamento de Santos como rota marítima

( ) Cargas dos navios foram transferidas para outros portos

( ) Mercadorias deixadas para a próxima embarcação

( ) Realizar Joint Service com outra empresa

( ) Transferência do navio para outro porto de embarque

( ) Outra(s). Qual(is)?

25. Em caso de ter ocorrido omissão do Porto de Santos por parte do armador, qual(is) foi(ram) a(s) consequência(s) aos portos do estado de Santa Catarina?

26. Com o advento do Apagão Logístico de 2010, a empresa procurou por novas rotas de navegação?

( ) Não ( ) Sim. Qual(is)?

27. Santos é o único porto da faixa litorânea de São Paulo, se houvesse outro porto na região paulista, a empresa poderia escoar as mercadorias por este, em casos de caos logístico, como o apagão marítimo. Qual a opinião da empresa?

28. Após o Apagão Logístico iniciado em 2010, a empresa observou que Santos tomou providencias em prol de melhorias?

( ) Não ( ) Sim. Qual(is)?

29. Qual a visão da empresa em relação aos projetos de melhorias para o porto?

( ) Precisam ser desenvolvidos imediatamente

( ) Precisam ser desenvolvidas o mais breve possível

( ) Podem esperar

( ) Não precisam ser realizados

30. Quais sugestões a empresa aponta para otimizar a utilização do Porto Santos?

Agradeço pela participação e atenção disponibilizada.

Fernanda Wilpert Salvaro

8ª Fase de Comércio Exterior

Aline Duarte e Débora Salvaro

Abril/2011