UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

87
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL HOFFMANN LUCAS FERREIRA LONGO ANÁLISE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIMENTO CERÂMICO EM ÁREAS EXTERNAS Palhoça 2019

Transcript of UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

Page 1: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GABRIEL HOFFMANN

LUCAS FERREIRA LONGO

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIMENTO

CERÂMICO EM ÁREAS EXTERNAS

Palhoça

2019

Page 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

GABRIEL HOFFMANN

LUCAS FERREIRA LONGO

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIMENTO

CERÂMICO EM ÁREAS EXTERNAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Engenharia Civil da Universidade

do Sul de Santa Catarina como requisito

parcial à obtenção do título de Engenheiro

Civil.

Orientador: Prof. Paulo Roberto May, MSc.

Palhoça

2019

Page 3: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

GABRIEL HOFFMANN

LUCAS FERREIRA LONGO

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIMENTO

CERÂMICO EM ÁREAS EXTERNAS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi

julgado adequado à obtenção do título de

Engenheiro Civil e aprovado em sua forma

final pelo Curso de Engenharia Civil da

Universidade do Sul de Santa Catarina.

Page 4: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

Dedicamos este trabalho às nossas famílias e a

Adelia Brighente Longo e Leonido Hoffmann

“In Memorian”.

.

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, o centro das nossas vidas. À Ele rendemos

graças e louvores pelas tantas benções que possuímos.

Em especial aos nossos pais Vilson e Angelo, aqueles que mais que prover nossos

estudos e conforto material, foi aconchego, exemplo e alicerce durante a caminhada. O

apoio, o incentivo, o amor e a compreensão foram indispensáveis para a vida. Nossa

gratidão e nosso amor são imensuráveis e atemporais.

Agradeço às nossas mães Angélica e Deise que nos geraram e sempre

incentivaram. Elas são exemplos de pessoas que correm atrás dos seus sonhos e lutam pela

sua felicidade. À Leonido Hoffmann e Adelia Brighente Longo “In Memorian”, que

demonstraram por nós o maior e mais sincero amor que pudemos presenciar.

Aos nossos irmãos, nossos companheiros, são a certeza de que sempre teremos a

quem recorrer nas dificuldades.

Agradecemos aos nossos amigos, parceiros de vida. Eles fazem nossos dias mais

alegres, nossas vidas mais leves e estão ao nosso lado nos momentos bons e ruins.

Não poderíamos fazer nossos agradecimentos sem lembrar dos amigos da

faculdade.

Ao nosso professor orientador e amigo Paulo Roberto May, que não mediu

esforços para auxiliar na conclusão deste trabalho, nos tranquilizou e dividiu seu

conhecimento conosco.

Agradecemos um ao outro pelo companheirismo neste trabalho, por dividirmos

essa experiência e por servir de inspiração de ser humano e profissional. Estendo esse

agradecimento também aos nossos colegas Gabriel Borges, Matheus Rovani e Leonardo

Scalssavara.

Agradecemos às empresas por permitir a elaboração deste trabalho e fornecimento

dos dados essenciais para a conclusão deste estudo.

Parabenizo e agradeço a todos os professores e a UNISUL, por todo apoio

oferecido e ensinamento compartilhado durante esta caminhada.

Page 6: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

“Ninguém nasce grande, nem cresce sozinho.” (EUGÊNIO RAULINO

KOERICH).

Page 7: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo a análise do processo de colocação

de piso com revestimento cerâmico em áreas externas em empresas de construção da Grande

Florianópolis. Foram analisados os processos de duas empresas, a Empresa UM e Empresa

DOIS. O processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas externas foi

analisado com base nas normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996. As

normas do processo de colocação de piso em áreas externas em vigência, e nas práticas

utilizadas pelas empresas. Os procedimentos utilizados pelas empresas foram mapeados e

descritos através de imagens, do fluxograma dos mesmos, e os principais problemas que

afetam o desempenho final do processo estudado foram colocadas em um quadro comparativo

para análise. Foi possível atender aos objetivos deste trabalho, bem como, criar uma análise

que poderá ser utilizada pelas empresas e por futuros estudos.

Palavras-chave: Revestimento Cerâmico Externo. Processo construtivo revestimento.

Construção Civil.

Page 8: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

ABSTRACT

This Course Conclusion Paper aimed to analyze the process of laying ceramic tile flooring in

outdoor areas in construction companies in Florianópolis Region. The processes of two

companies, Company ONE and Company TWO were analyzed. The process of installing

ceramic coated flooring in outdoor areas was analyzed based on ABNT NBR 9817: 1987 and

ABNT NBR 13753: 1996 standards. The standards of the floor installation process in external

areas ruling, and the practices used by companies. The procedures used by the companies

were mapped and described through images, their flowchart, and the main problems that

affect the final performance of the studied process were placed in a comparative table for

analysis. It was possible to meet the objectives of this work, as well as create an analysis that

can be used by companies and future studies.

Keywords: External Ceramic Coating. Construction process coating. Construction.

Page 9: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Classificação PEI ..................................................................................................... 23

Figura 2 - Norma ABNT NBR 9817/1987 ............................................................................... 26

Figura 3 – Assentamento dos pisos cerâmicos com o auxílio de um martelo de borracha ...... 28

Figura 4 – Assentamento dos pisos cerâmicos e controle do alinhamento das juntas ............. 29

Figura 5 - Norma ABNT NBR 13.753/1996 ............................................................................ 34

Figura 6 - Desempenadeira de aço denteada ............................................................................ 37

Figura 7 - Norma ABNT NBR 15.575-3/2013 ......................................................................... 40

Figura 8 – Partes componentes da Norma ABNT NBR 15.575/2013 ...................................... 40

Figura 9 – Sistema Toyota de Produção ................................................................................... 43

Figura 10 – Modelo tradicional de Processo ............................................................................ 44

Figura 11 - Gestão da Qualidade Total – Masao Umeda ......................................................... 45

Figura 12 – Exemplos de fluxograma....................................................................................... 46

Figura 13 - Fluxograma, apresentando as sete fases do Gerenciamento da Rotina.................. 47

Figura 14 - Ciclo PDCA ........................................................................................................... 48

Figura 15 – O método 5W2H ................................................................................................... 50

Figura 16 – Modo de utilizar o Método 5W2H ........................................................................ 51

Figura 17 - Foto do empreendimento da Empresa DOIS ......................................................... 54

Figura 18 - Revestimento cerâmico imerso .............................................................................. 55

Figura 19 - Colocação dos tacos ............................................................................................... 56

Figura 20 - Apiloamento .......................................................................................................... 56

Figura 21 - Regularização da camada de assentamento ........................................................... 57

Figura 22 - Cimento polvilhado ............................................................................................... 58

Figura 23 - Cimento sendo irrigado .......................................................................................... 58

Figura 24 - Desempenadeira com lado dentado ....................................................................... 59

Figura 25 - Assentamento com o auxílio da marreta de borracha ............................................ 59

Figura 26 - Limpeza inicial ...................................................................................................... 60

Figura 27 - Limpeza inicial ...................................................................................................... 60

Figura 28 - Rejuntamento das peças ......................................................................................... 61

Figura 29 - Fluxograma no Procedimento na Empresa UM ..................................................... 62

Figura 30 - Limpeza da área ..................................................................................................... 63

Figura 31 - Preparação da Argamassa colante.......................................................................... 63

Figura 32 - Argamassa pronta .................................................................................................. 64

Figura 33 - Argamassa aplicada na superfície e na peça .......................................................... 65

Page 10: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

Figura 34 - Piso assentado com ajuda do martelo de borracha ................................................ 65

Figura 35 - Ajuste do nivelamento ........................................................................................... 66

Figura 36 - Cuidado com as juntas ........................................................................................... 66

Figura 37 - Corte dos pisos ....................................................................................................... 67

Figura 38 - Revestimento aplicado na área desejada ................................................................ 68

Figura 39 - Rejuntamento ......................................................................................................... 69

Figura 40 - Processo finalizado ................................................................................................ 69

Figura 41 - Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS .................................................. 70

Page 11: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

QUADROS

Quadro 1 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 71

Quadro 2 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 72

Quadro 3 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 73

Quadro 4 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 74

Page 12: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 14

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 15

1.2 PROBLEMA .................................................................................................................... 15

1.3 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 16

1.3.1 Objetivos Específicos................................................................................................... 16

1.4 LIMITAÇÕES DO TRABALHO .................................................................................... 16

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 17

2 METODOLOGIA ............................................................................................................. 18

3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 21

3.1 REVESTIMENTOS CERÂMICOS ................................................................................ 21

3.2 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS ............................................... 25

3.3 NORMA DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIEMTO CERÂMICO NBR

9817:1987 ................................................................................................................................. 25

3.3.1 Preparação do piso cerâmico - item 4.7 da norma terciária ................................... 26

3.3.2 Condições Específicas – item 5 da norma ................................................................. 26

3.3.3 Camada de Assentamento – item 5.4 da norma ....................................................... 27

3.3.4 Assentamento dos Pisos Cerâmicos – item 5.5 da norma ........................................ 27

3.3.5 Rejuntamento – item 5.6 da norma ........................................................................... 30

3.3.6 Proteção do revestimento cerâmico recém aplicado – item 5.7 da norma ............. 31

3.3.7 Tolerância de execução – item 5.10 da norma .......................................................... 31

3.3.8 Princípios da inspeção – item 6.1 da norma ............................................................. 32

3.3.9 Aderência dos pisos cerâmicos – item 6.5 da norma ................................................ 33

3.3.10 Aceitação e rejeição – item 7 da norma ..................................................................... 33

3.3.11 Execução do Piso Cerâmico ........................................................................................ 33

3.4 NORMA 13.753/1996 ...................................................................................................... 34

3.4.1 Caimentos ..................................................................................................................... 36

3.4.2 Argamassa colante....................................................................................................... 37

3.4.3 Determinação da resistência de aderência de revestimento cerâmico assentados

com argamassa colante ........................................................................................................... 38

3.5 NORMA EM DESEMPENHO ABNT NBR 15.575/2013.............................................. 39

3.6 LEAN CONSTRUCTION ............................................................................................... 42

3.7 GERENCIAMENTO DA ROTINA ................................................................................ 44

Page 13: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

3.7.1 Fluxograma .................................................................................................................. 46

3.7.2 Ciclo PDCA .................................................................................................................. 48

3.7.3 Método 5W2H .............................................................................................................. 49

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO .......................................................................... 52

4.1 PERFIL DAS EMPRESAS.............................................................................................. 52

4.1.1 Empresa UM ................................................................................................................ 52

4.1.2 Empresa DOIS ............................................................................................................. 53

4.2 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................ 53

4.3 ANÁLISE DO PROCEDIMENTO ................................................................................. 54

4.3.1 Análise do Procedimento na Empresa UM ............................................................... 54

4.3.1.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa UM ......................................................... 61

4.3.2 Análise do Procedimento na Empresa DOIS ............................................................ 62

4.3.2.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS ...................................................... 70

4.3.3 Análise Comparativa entre os Procedimentos .......................................................... 71

4.4 CONCLUSÕES DO ESTUDO DE CASO ...................................................................... 75

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 77

5.1 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS ..................................................................... 77

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 78

APÊNDICE A – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA UM, PARTE 1 ...... 81

APÊNDICE A – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA UM, PARTE 2 ...... 82

APÊNDICE A – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA UM, PARTE 3 ...... 83

APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 1 .... 84

APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 2 .... 85

APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 3 .... 86

APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 4 .... 87

Page 14: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

14

1 INTRODUÇÃO

O setor da construção civil é responsável por mais de 9% do Produto Interno

Bruto (PIB), é encarregado por 52,5% da formação bruta de capital fixo do Brasil e emprega

em torno de 13% da potência trabalhista. Sendo assim a construção civil colabora para

melhoria das regiões urbanas desde a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra no século

XVIII, e até hoje em razão das inovações tecnológicas os progressos são surpreendedores.

MOBUSS CONSTRUÇÃO, 2018.

A ação do setor não é só econômica, é também social e ambiental. Na sintonia em

que os profissionais da construção civil ajudam em diversas questões, o déficit de

planejamento muitas vezes somado com a carência de investimentos pode gerar problemas.

Ainda segundo a Mobuss Construção (2018), leis que procedem ao desempenho

dos empreendimentos são ótimas maneiras de padronizar a ação do setor ressaltando

características com concepções indispensáveis para o cliente. A NBR 15575, que trata da

parte de desempenho no ramo da construção civil, cita também a questão da sustentabilidade,

incluindo a durabilidade, manutenção e impactos ecológicos gerados pela obra.

Uma das sedes nacionais do revestimento cerâmico é Santa Catarina,

apresentando por volta de 17 empresas distribuídas em Criciúma, Morro da Fumaça,

Urussanga, Imbituba e Tubarão. Os locais demandam upgrade para produzir e inovar as

formas de organização, fazendo com que o resultado tenha alto valor de mercado e qualidade.

Os polos mundiais da cerâmica são liderados por China, Itália, Espanha e Brasil.

Com o passar dos anos os Europeus focaram em melhorias, modernização e organização. Já o

Brasil busca caminhos para se recuperar, e tem posse muita matéria prima. Sendo assim, o

Brasil é um dos líderes no mercado mundial em consumo, ficando na segunda posição, atrás

da China.

Revestimentos cerâmicos tem grande utilização na parte de acabamento final, por

causa do resultado estético e construtivo gerado por ele, mas demonstra um desperdício de

material e muitas vezes patologias causadas por falhas no material ou na técnica de execução

utilizada.

Apesar da economia estar em crise, os empreendedores do ramo da construção

seguem seguros no período de novembro, embora a produção apresente um déficit, tais como

níveis da atividade de emprego e utilização da capacidade operacional. (CNI, 2018)

Neste Trabalho de Conclusão de Curso foi analisado o processo de execução de

piso com revestimento cerâmico.

Page 15: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

15

1.1 JUSTIFICATIVA

O processo de execução de piso com revestimento cerâmico demanda uma

execução e finalização de acordo com normas da ABNT e das empresas que fornecem os

pisos, mas muitas construtoras ao receber o trabalho das empresas contratadas ou mesmo de

suas equipes, tem encontrado muitas não conformidades nos trabalhos realizados.

Com o advento da Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575/2013, bem como

pelo elevado número de processos de ressarcimento solicitados pelos clientes das

construtoras, tem demandado um nível de responsabilidade pelos trabalhos realizados nas

obras muito maior das construtoras.

Também se percebe que os clientes têm exigido ressarcimento de não

conformidades nos serviços entregues, gerando um grande custo para as construtoras.

Destaca-se que muitas vezes os problemas são percebidos dentro do período de garantia das

obras, o que ocasiona um custo muito maior para a construtora resolver estas demandas.

Assim, é de grande relevância analisar e gerenciar processos de rotina durante a

construção das obras, como por exemplo, o processo em análise neste Trabalho de conclusão

de Curso.

1.2 PROBLEMA

O processo de execução de piso com revestimento cerâmico deveria ser executado

de acordo com normas da ABNT e das empresas que fornecem os pisos, mas muitas vezes

tem-se encontrado discrepância nos procedimentos executados pelas construtoras. Também se

percebe que os clientes têm reclamado de não conformidades nos serviços entregues.

Com base na justificativa e no problema descrito buscou-se analisar o processo de

execução de piso com revestimento cerâmico em áreas externas a fim de responder as

seguintes perguntas:

O processo de execução de piso com revestimento cerâmico em áreas externas

atende as orientações das normas? Quais os procedimentos que devem ser

seguidos para atingir os índices de qualidade esperados? Quais os principais

problemas que afetam o desempenho final do processo?

Page 16: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

16

1.3 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é:

Analisar o processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas

externas.

1.3.1 Objetivos Específicos

- Estudar as normas existentes para o processo de colocação de piso com

revestimento cerâmico em áreas externas;

- Estudar os procedimentos existentes para o processo de colocação de piso com

revestimento cerâmico em áreas externas;

- Analisar os principais problemas que afetam o desempenho final do processo

estudado;

- Descrever as organizações objeto do estudo;

- Descrever ferramentas da qualidade utilizadas no gerenciamento do processo;

- Estudar o processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas

externas dentro da organização;

- Propor, se necessário, melhorias.

1.4 LIMITAÇÕES DO TRABALHO

Por ter sido realizado em organizações específicas, esse estudo de caso diz

respeito à realidade enfrentada por essas organizações, assim os métodos e técnicas em

estudo, novas aplicações, bem como, generalizações merecem um maior aprofundamento para

serem aplicados em outras organizações.

Outra dificuldade está relacionada à compatibilização da terminologia acadêmica

com as práticas da indústria, o que exigiu do autor um esforço para interpretação das

informações recebidas.

Também deve ser considerado o envolvimento pessoal dos autores nos processos

de implantação destes métodos, fator este que sempre terá influência mesmo com todos os

Page 17: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

17

cuidados tomados em buscar uma postura o mais isenta possível na análise e apresentação dos

fatos.

A expansão deste estudo para os demais processos poderá ser realizada em fases

posteriores a conclusão desde Trabalho de Conclusão de Curso.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso foi dividido de forma a facilitar o

entendimento do tema proposto, como segue:

Capítulo 1 – introdução e justificativa, problema, objetivos gerais e

específicos, limitações da pesquisa; estrutura do TCC.

Capítulo 2 – Metodologia.

Capítulo 3 – Fundamentação Teórica.

Capítulo 4 – Perfil da empresa, Apresentação e Discussão dos Resultados.

Conclusão - Conclusões e Recomendações para trabalhos Futuros.

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

18

2 METODOLOGIA

Este trabalho de conclusão de curso é uma pesquisa aplicada, com abordagem

qualitativa, sendo que, em relação ao objetivo ela é explicativa, utilizando-se de

procedimentos documentais e de estudo de caso. As técnicas utilizadas para coleta e análise

de dados foram a Análise documental e a Observação Participante.

De acordo com Lakatos e Marconi (2010, p.65),

Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior

segurança e economia, permite alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e

verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as

decisões do cientista.

Portanto, o embasamento teórico e metodológico existe para dar sustentação ao

trabalho científico.

Esse estudo de caso está buscando analisar o processo de colocação de piso com

revestimento cerâmico em áreas externas, o que permite que seus diversos aspectos estudados

possam ser muito úteis para futuros trabalhadores em diferentes empresas semelhantes.

A análise participante foi à escolhida para reunir os dados deste trabalho, por ser

um tipo de pesquisa que tem por objetivo a participação concreta da pesquisadora com a

comunidade ou grupo. Ela se coloca no grupo a ser pesquisado, fazendo parte dele,

participando de todas as atividades deles. O objetivo é deixar o pesquisador à vontade para

coletar seus dados, e adquirir a confiança do grupo (MARCONI; LAKATOS, 2010).

A ordem de pesquisa empregue nesse trabalho foi estudo de caso realizado por

meio da observação participante, por ser uma das grandes propensões metodológicas nesse

campo da administração, por permitir que se façam levantamentos, observações e

experimentos que possibilitam atingir conhecimento sobre opiniões, atitudes, crenças e

percepções dos indivíduos agentes de todo processo. (TRIVINÕS, 2007).

Foi adotado o procedimento metodológico de estudo de caso, por ter sido feito em

uma organização específica. Uma das importantes utilidades do estudo de caso são a

esclarecimento dos fatos ocorridos em um contexto social, relacionadas com variações

sistemáticas, quando ocorre assim é preciso que mostre em tabelas, quadros ou gráficos com

uma análise que os representam. (FACHIN, 2006).

De acordo com Yin (2001) o grande propósito em estudos de caso, é apresentar

esclarecimentos pelo qual apresente motivos para estabelecer quais decisões serão tomadas

em um conjunto de motivos, quais resultados foram alcançados e quais decisões foram

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

19

tomadas e implementadas. Ao investigarmos um fenômeno se queremos vida real dentro de

um contexto, o estudo de caso é a forma ideal para se pesquisar.

Segundo Gil (2008, p.54) estudo de caso “Consiste no estudo profundo e

exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já

considerados”.

Godoy (1995) expressa que o estudo de caso se fundamenta em analisar

demasiadamente um tipo de pesquisa cuja função é detalhar um ambiente em uma situação

específica. Estudos feitos nas empresas para responder o motivo de ocorrerem as mais

determinadas situações. Os dados de um estudo de caso são reunidos pelo pesquisador por

uma fonte primaria ou secundaria da própria observação do problema ou em entrevistas, os

dados devem ser coletados em pesquisas qualitativas, o que não quer dizer que não possa usar

a pesquisa quantitativa, vai depender muito da situação em que vai ser empregue.

Sempre que alguém estabelece por um estudo de caso não se devem generalizar os

resultados adquiridos, não se pode tirar nenhuma conclusão que extrapole a situação estudada,

logo essa técnica de pesquisa tem uma contribuição limitada para o progresso do

conhecimento. (BERTUCCI, 2009)

Além do estudo de caso foi, também, elaborada uma pesquisa bibliográfica que

segundo Marconi; Lakatos (2010, p.166):

toda a literatura já tornada pública em relação ao tema pesquisado, desde

publicações avulsas, boletins, jornais, periódicos, livros, bases de dados etc. Sua

finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito

ou filmado sobre determinado assunto.

De acordo com Gil (2010, p.29), pesquisa bibliográfica está presente em todas as

pesquisas acadêmicas que são desenvolvidas para dar fundamentação teórica ao trabalho.

Segundo o autor, a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado.

Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como

livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anis de congressos científicos. Todavia,

em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas

passaram a incluir outros tios de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem

como material disponibilizado pela internet.

Essa classificação de pesquisa possibilita que os pesquisadores formulem novas

hipóteses com base no conhecimento já publicado. Barros, et al, (2007, p.85), declara que essa

classificação de pesquisa gera:

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

20

a construção de trabalhos inéditos daqueles que pretendem rever, reanalisar,

interpretar e criticar considerações teóricas, paradigmas e mesmo criar novas

proposições de explicação e compreensão dos fenômenos das mais diferentes áreas

do conhecimento.

Na elaboração dessa pesquisa, também foram empregues documentos de arquivos

privados, que para Lakatos, et al (2010, p.157-158) são chamados de fontes primárias.

Entende-se por documento qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento

(LAKATOS, et al, 2010, p.159).

Para fazer esse estudo foram usados os procedimentos da própria organização.

Foram empregues para tanto, a pesquisa descritiva que de acordo com Gil (2010)

“tem como objetivo primordial a descrição de determinadas características de determinada

população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis”.

Trata-se também de uma pesquisa aplicada, que tem como finalidade dar origem a

conhecimentos e contextualizá-los com a realidade da empresa, de forma a ajudar na solução

de problemas específicos, neste estudo a necessidade de um sistema de gestão de pessoas na

referida empresa. Feita a identificação dessa necessidade, a referida pesquisa é de cunho

empírico e enquadra-se como descritiva.

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

21

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Para que o estudo tenha credibilidade, é importante um forte embasamento

teórico. Através da apresentação de conceitos e opiniões de diferentes autores, é possível

perceber uma opinião em comum e entender melhor como determinados conceitos são

definidos.

Nesse Capítulo os principais conceitos necessários para a compreensão dos

estudos são apresentados.

3.1 REVESTIMENTOS CERÂMICOS

De acordo com Meurer e Santos (2017) revestimento cerâmico é um dos

elementos que se apresentam em edificações, podendo ser aplicado em paredes teto e chão,

assim protegendo as mesmas de intempéries e infiltrações, tendo maior facilidade na limpeza

gerando uma aparência de beleza, e também, deixando o ambiente com acabamento melhor.

O revestimento é um procedimento presente nos projetos, sendo um dos principais

responsáveis pelo acabamento final da obra, devido a sua responsabilidade estética aos

ambientes onde estão sendo-os aplicado.

De acordo com MOBUSS (s/a (a)) os principais tipos de revestimentos são:

Vinil: resistente e de fácil instalação, o vinil se destaca por ser térmico, não faz barulho ao

andar e é antialérgico. Pode ser em formato de manta ou placa, podendo ser aplicado sem

perigo de manchar. Porém, não é recomendado para áreas úmidas, como banheiros, além de

poder ser danificado por móveis pontiagudos.

Madeira: pisos e revestimentos de madeira compõem qualquer ambiente com aconchego e

requinte. Pisos de taco, por exemplo, são hipoalergênicos, atemporais, versáteis e muito

duradouros. No entanto, dentre os problemas estão o tempo de instalação e o preço salgado.

Porcelanato: pode ser achado em vários formatos, texturas e tamanhos. Encaixam em

ambientes externos e internos, servindo para locais de grande presença de água, como

garagens ou banheiros. O maior entrave é que porcelanatos correm o risco de lascar ou

quebrar sob impactos.

Outras opções: tintas e papéis de parede também são revestimentos a serem considerados

para áreas secas. Tijolos e pedras dão um ar mais rústico e são de fácil manutenção, sendo

mais usados em áreas externas.

Page 22: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

22

Já o SIEGE (2019b) diz que os materiais de revestimentos de piso devem ser

pensados para garantir o conforto, a praticidade e o estilo ao ambiente. Sendo ideal quando

conseguem conferir personalidade ao espaço, e sejam de fácil limpeza e manutenção.

Ainda o SIEGE (2019a) classifica os materiais de revestimento para uso em piso

em:

Cerâmica;

Porcelanato;

Laminado;

Cimento queimado;

Piso vinílico;

Tábua corrida;

Taco;

Parquet;

Ardósia;

Mármore;

Granito;

Silestone;

Granilite;

Ladrilho hidráulico; e

Piso de pastilhas.

O piso em cerâmica apresenta alta resistência e fácil limpeza, podendo ser usado

internamente ou externamente. É uma alternativa mais barata do que o porcelanato e ajuda a

manter o ambiente menos quente durante o verão. Devemos observar alguns fatores ao

escolher a cerâmica que será utilizada como: a resistência à abrasão e o coeficiente de atrito.

O primeiro é indicado pelo número do PEI (quanto maior o PEI maior é a resistência da

cerâmica). O coeficiente de atrito define quão escorregadio é o material, o número fica na

embalagem do produto e quanto maior mais rugoso será o piso. SIEGE (2019a)

Segundo o blog Cerbras (2019), Porcelain Enamel Institute – PEI é a sigla que

indica o nome do instituto que organizou as normas quanto a categoria da resistência à

abrasão superficial. O PEI tem por função especificar a categoria da superfície da cerâmica

vinculando-a com a quantidade de circulação que esta pode ser submetida. A classificação do

PEI varia de 0 (zero) a 5 (cinco) quanto menor este número, mais baixa é sua resistência, e

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

23

quanto maior, melhor será a eficiência do piso de suportar intempéries climáticas e a

circulação de indivíduos, como pode ser visto na figura 1.

Figura 1 - Classificação PEI

Fonte: Blog Cerbras (2019).

O porcelanato se destaca pela sua qualidade, resistência e diversidade de

acabamentos. Apresenta diversas texturas que imitam: madeira, cimento, mármore, entre

outras. Pode ser usado em ambientes secos e úmidos, quando for realizada a especificação

para compra é preciso ficar atento a resistência do esmalte indicada pelo PEI. O porcelanato

estruturado e o natural são mais indicados para áreas externas. (SIEGE, 2019a)

Ainda o SIEGE (2019a) diz que o piso laminado é ideal para quem deseja um

acabamento em madeira, mas a um custo mais competitivo, pois este é fabricado a partir de

madeira aglomerada. Não é recomendado seu uso em locais como banheiro, cozinha e

lavanderia, pois ele não pode ser molhado.

O SIEGE (2019a) destaca que para ambientes externos quanto internos, o cimento

queimado é uma opção de baixo custo, e muito utilizada em galpões de fábricas e, hoje

atendendo a novas tendências tem sido cada vez mais usado em casas, dando um ar de

Page 24: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

24

modernidade aos cômodos. Uma de suas vantagens é que, se fabricado de maneira apropriada,

ele é resistente e tem uma boa durabilidade.

Fabricado com resina de PVC, o piso vinílico tem um acabamento que lembra a

madeira, mas com um valor mais barato. Se comparado ao laminado, ele é mais resistente à

água, entretanto seu uso também não é recomendado em locais de alta umidade.

Ainda segundo o SIEGE (2019a) o piso de tábua corrida é feito com madeira

natural, portanto, não é sustentável e apresenta um custo elevado em comparação a aqueles

que simulam o acabamento de madeira, não deve ser molhado.

O taco é outra alternativa de piso de madeira e foi muito utilizado entre as décadas

de 1960 e 1990. O parquet também feito de madeira, sendo que a única diferença do parquet

para os tacos é a maneira como as peças são dispostas.

A durabilidade e o baixo custo são algumas das vantagens do piso de ardósia,

pode ser molhado. Sendo por isso é uma alternativa tanto para áreas internas como externas,

mas é preciso tomar cuidado, pois ele é muito escorregadio.

Indicado para ambientes internos, os pisos de mármore se destacam pela sua

beleza e sofisticação, porém possuem um custo mais elevado. Sendo muito utilizados para

pisos de ambientes distintos. A durabilidade, resistência e beleza são algumas das suas

principais vantagens. SIEGE (2019a)

Produzido através de uma alta tecnologia, o silestone é disponível em várias cores,

espessuras e acabamentos. Apresenta uma alta resistência e durabilidade, e um custo ainda é

muito alto. Utilizado principalmente nos países europeus, o seu uso tem aumentado no Brasil,

sendo utilizado como um substituto de materiais naturais, como o mármore e o granito.

Entretanto, ele é indicado somente para ambientes internos.

O granilite é formado por uma massa de cimento misturada com pequenos

pedaços granito, quartzo, entre outras pedras, existindo dois tipos de acabamento: o polido e o

fulgê. O primeiro é impermeabilizado e mais brilhante, mas é muito escorregadio quando

molhado. Já o segundo acabamento é mais rústico, os pedaços de pedra ficam visíveis, porém

ele é antiderrapante.

Usado tanto para revestimento de paredes quanto para piso, o ladrilho

hidráulico se destaca por cores e estampas variadas. Resistente à água, esse tipo de

revestimento pode ser visto em projetos de banheiros e cozinhas. Entretanto possuem um

custo maior se comparado com materiais similares como o porcelanato e a cerâmica.

Concluindo o estudo do SIEGE (2019a), temos as pastilhas. Elas possuem uma

variedade de cores e possibilidades de combinações. Seu uso mais popular é como

Page 25: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

25

revestimento de piscinas. Entretanto, sua instalação é bem trabalhosa, pois cada pastilhas é

colada uma a uma.

Sendo assim o revestimento cerâmico é um material como qualquer outro, que se

não instalado de maneira correta e com mão de obra especializada pode gerar patologias.

3.2 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS

Os problemas de patologia nos revestimentos podem acontecer por inúmeros

motivos, dos quais grande parte ocorre durante a vida útil do empreendimento, podendo ter

origem nas fases de projeto ou até mesmo na execução do serviço. (MEURER e SANTOS,

2017)

Problemas gerados na fase de projetos podem ser ocasionados devido a falta de

projeto específico definindo as características do revestimento ou até erros de concepção do

projeto. Pode se afirmar que essas causas se devem normalmente pelo déficit de

conhecimento técnico sobre o assunto ou pela não experiência.

Os problemas ocasionados na fase de execução, quase sempre, acontecem pela má

qualificação da mão de obra.

3.3 NORMA DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIEMTO CERÂMICO NBR

9817:1987

Esta norma tem por função demonstrar as condições mínimas exigidas para a

execução, fiscalização e recebimento de piso com revestimento cerâmico, ela se aplica onde

este revestimento for preparado sobre lajes ou lastro de concretos, interna ou externamente da

edificação.

Na figura 2 são apresentadas as informações referentes a Norma ABNT NBR

9817/1987, que constam na ABNT.

Page 26: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

26

Figura 2 - Norma ABNT NBR 9817/1987

Fonte: ABNT, acesso em 15/05/2019.

3.3.1 Preparação do piso cerâmico - item 4.7 da norma terciária

Segundo a norma, antes de realizar o assentamento das peças, estas devem ficar

imersas em água, utilizando recipientes não metálicos, por cerca de 15 minutos ou, no

mínimo, até que não ocorra mais borbulhamento de água de imersão.

Em seguida as peças cerâmicas são retiradas da imersão e precisam ser encostadas

em uma superfície vertical, a fim de escorrer a água em excesso.

A norma afirma ainda que, para realizar a imersão, os pisos devem ser retirados de

diferentes caixas ao mesmo tempo, assim fazendo com que as pequenas variações de

tonalidade, sejam dissipadas após concluído o assentamento (item 4.7.2).

Esta norma cita ainda que os pisos cerâmicos com área superior a 600 cm²,

necessitam ser previamente chapiscado, este chapisco deve ser realizado pelo menos um dia

antes do assentamento.

3.3.2 Condições Específicas – item 5 da norma

A NBR 9817 define que a camada de regularização (item 5.1 da norma) tem a

obrigação de ser utilizada quando a base demonstrar irregularidades excessivas, e em todo

caso que haja o objetivo de obter-se o caimento estabelecido para o piso.

Page 27: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

27

Esta ainda, deve ser empregada como apresto da base para a recepção de uma

camada de separação e, ou até camada de impermeabilização formada por membrana asfáltica

ou membrana de polímeros.

3.3.3 Camada de Assentamento – item 5.4 da norma

A mesma norma define que a camada de assentamento deve-se ser formada de

cimento e areia fina, seca e peneirada, sendo que o traço sugerido em volume de 1:4. Quanto a

quantidade de água a ser utilizada, deve ser de maneira que possibilite boa trabalhabilidade á

argamassa, sendo assim a relação se aproxima de 0,7.

De acordo com a norma, a espessura da camada de assentamento deve estar

concebida em cerca de 15 a 25mm, necessitando polvilhar acima dela entorno de 1,5kg de

cimento por metro quadrado de piso, seguindo estes requisitos a camada polvilhada se

encontrará com espessura por volta de 1mm.

Os pisos cerâmicos a serem assentados deveram estar preliminarmente

umedecidos, e fazendo com que mantenha-se as distancias da juntas de assentamento iguais.

3.3.4 Assentamento dos Pisos Cerâmicos – item 5.5 da norma

Segundo a NBR 9817/1987, este serviço tem a obrigação de ser efetuado sem

interrupções, sendo que se tem a obrigação de ser dado o início pelos cantos mais visível do

ambiente a qual está sendo instalado o revestimento, ou ainda podendo-se começar nas partes

onde serão feitas as juntas de movimentação. Se por eventualidade o assentamento não se

realize sobre a camada de separação, é recomendado verificar o tempo de existência da base

ou da camada de regularização.

A argamassa a ser utilizada no assentamento, tem a obrigação de ser inserida

sobre a camada de separação preliminarmente limpa. A incorporação da argamassa tem que

ser precedida pela saturação com água do substrato e por aplicação de pastas de cimento.

Ainda segundo a norma a camada de assentamento deve ser feita seguindo

técnicas, tendo-se o maior cuidado na colocação das taliscas, (TALISCAS EM OBRA É

“TACOS”), fazendo com que as suas cotas de arrasamento gerem resultados compatíveis com

Page 28: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

28

o caimento determinado, com a altura final esperada para o piso acabado e com a

característica dos pisos cerâmicos que serão utilizados.

A argamassa tem que ser acrescentada em etapas, em espaços compatíveis com a

velocidade a qual a piso cerâmico está sendo instalado, e com tempo de início de pega do

cimento. Caso esteja destinado, na camada de assentamento o uso de armaduras, tem que se

acrescentar a argamassa em duas etapas consecutivas. Intercalando a tela e considerando um

espaçamento de 50mm a 10mm entra a borda da tela e a borda de uma junta de

dessolidarização ou movimentação.

Logo em seguida do desempenamento da argamassa, tem que se aplicar em cima

mesma, cimento polvilhado ou pasta de areia fina feita com pequena antecedência. Este

cimento polvilhado logo após tem a obrigação de ser alisado levemente com colher de

pedreiro até que aconteça o afloramento de umidade.

Figura 3 – Assentamento dos pisos cerâmicos com o auxílio de um martelo de borracha

Fonte: NBR 9817

Primeiramente umedecidos, os pisos cerâmicos, necessitam ser forçados um a um

contra a camada de assentamento, com a ajuda de um martelo de borracha, figura 3.

Na execução do revestimento cerâmico tem que seguir recomendações antevistas

para o piso e a largura estabelecida para juntas de assentamento, quando necessário, utilizar

espaçadores previamente gabaritados. Como sugestão para controlar o alinhamento das juntas,

Page 29: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

29

o emprego de linhas esticadas longitudinalmente e transversal. Como pode ser visto na figura

4.

Figura 4 – Assentamento dos pisos cerâmicos e controle do alinhamento das juntas

Fonte: NBR 9817

Posteriormente a colocação do piso cerâmico em uma área não muito

grandiosa, é recomendado efetuar ao batimento dos mesmos com o emprego de uma

desempenadeira de madeira ou tábua aparelhada. Na execução do batimento, pode-se borrifar

sobre o revestimento recém-colocados uma pequena quantia de água.

Logo após a execução de batimento, deve-se fazer uma limpeza inicial com pano

umedecido com água, não utilizando nenhum produto de limpeza. Sobre revestimentos recém

instalados, não deve ocorrer caminhamento de pessoas ou de qualquer outro tipo de demanda

mecânica, depois da colocação dos pisos cerâmicos em áreas externas, recomenda-se cobrir o

mesmo com uma manta de polietileno, com casacos umedecidos ou até com papelão

umedecido.

Na ocorrência de colocação de pisos cerâmicos com adesivos a base de cimento,

deve-se analisar as seguintes observações:

Os revestimentos cerâmicos não necessitam ser umedecidos previamente,

porem necessitam ser alocados em local sombrio e bem ventilado;

Page 30: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

30

O adesivo à base de cimento precisa ser colocado sobre base completamente

seca e curada;

Para a utilização da argamassa sobre a área na qual será revestida,

recomenda-se o emprego de desempenadeira metálica que tenha uma das

arestas lisa e outra dentada;

Esticar a argamassa utilizando o lado liso da desempenadeira, formando

assim uma base uniforme de 3mm a 4mm, ao longo de uma área não maior

que 1m² ou 2m², devido ao tamanho do revestimento cerâmico;

Logo após, usar a desempenadeira com o lado denteado na superfície da

argamassa, gerando sulcos que contribuirão para o nivelamento e fixação dos

pisos cerâmicos;

Todo piso cerâmico, enxuto e limpo necessita ser colocado sobre a camada de

argamassa, fazendo-o escorregar um tanto, até atingir a posição de

assentamento. Logo após é recomendado ser comprimido manualmente ou

batendo com martelo de borracha, por exemplo;

Quando utilizado adesivos sem cimento, precisam ser empregadas as

instruções do fabricante.

3.3.5 Rejuntamento – item 5.6 da norma

O rejuntamento deve ser feito de maneira constante e sem descontinuação. Sendo

assim, o processo de execução do rejuntamento pode dar-se início após 24 horas da colocação

dos pisos cerâmicos, sendo que anteriormente deve verificar se há existência de algum piso

solto, caso haja o mesmo deve ser trocado de imediato.

Após realizado o rejuntamento, numa área não muito espessa, os pisos devem ser

submetidos a uma limpeza com pano levemente umedecido. Os restos de rejuntes gerados

pela limpeza, necessitam ser retirados com o uso de vassoura com cerdas macias.

O revestimento cerâmico recém rejuntado, não deve receber o caminhamento de

pessoas ou qualquer outro tipo de solicitação mecânica, sendo assim recomenda-se após o

rejuntamento o piso externo cobri-lo com manta de polietileno ou até sacos de estopas

umedecidos, pelo período de pelo menos de três dias.

Page 31: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

31

3.3.6 Proteção do revestimento cerâmico recém aplicado – item 5.7 da norma

O piso cerâmico recém-aplicado, só pode receber a limpeza final após duas

semanas decorridas, no mínimo, da execução do rejuntamento do mesmo. O revestimento tem

que ser escovado com água e detergente neutro, sendo que posteriormente enxaguado

abundantemente.

Quando for necessário, em casos atípicos, pode-se ocorrer a limpeza com uma

solução bem diluída de ácido muriático. Sendo assim, sempre que usar este produto, deve-se

ter uma proteção previamente aos componentes susceptíveis de ataque pelo ácido, podemos

citar como exemplo as bases de batente metálico, soleiras de mármore.

3.3.7 Tolerância de execução – item 5.10 da norma

A cota do piso acabado não pode ter irregularidades maior que 5mm, em relação a

cota definida pelo projeto (item 5.10.1 da norma). Em qualquer acaso a cota do revestimento

feito por pisos cerâmicos poderá ser maior que a cota dos pisos ao adjacentes não laváveis,

formado por tacos de madeira ou carpete.

Os revestimentos que constam em projeto ser em nível, não podem ter desníveis

maiores a L/1000 nem superiores a 5mm, sendo L o comprimento total considerado (item

5.10.2 da norma).

O caimento efetivo não deve ter diferença maior que 0,1% do caimento

determinado no projeto (item 5.10.3 da norma).

Ao averiguar a planeza do piso acabado, é recomendado analisar irregularidades

graduais e irregularidades abruptas (item 5.10.4 da norma).

Irregularidades graduais não podem passar de 3mm, com referência a uma régua

de três metros. Já as irregularidades abruptas não podem ser maiores que 1mm, quando

utilizado uma régua de 0,2m de comprimento. Esta condição imposta é certa para saliência

entre pisos próximos e para desníveis adjacentes a uma junta de dilatação.

Não é recomendado conferir deslocamento maior que 3mm entre as bordas de

revestimentos cerâmicos subjetivamente alinhados, e a borda de uma régua de 2m de

extensão, faceada com pisos cerâmicos extremos (item 5.10.5 da norma).

A espessura das juntas de assentamento, em média, não pode divergir mais que

um (1) mm em relação a espessura constada em projeto.

Page 32: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

32

Conforme constar em projeto, as juntas de dessolidarização devem estar

obedecendo ao que o mesmo exige. A largura da junta não pode ser maior que 2mm quando

comparado com o projeto vigente, obedecendo o limite menor possível de 5mm (item 5.10.6

da norma).

As bordas dos revestimentos instalados na área da junta, tem que estar

rigorosamente alinhados, não sendo aceito diferenças maiores que 2mm, quando utilizado

régua de 2 m de comprimento.

A deslocação horizontal do eixo da junta de movimentação sobre à disposição

mostrada em projeto não pode passar de 20mm sendo que a distorção angular de eixo não

pode passar o ângulo com tangente igual 1:350. Sempre que haver junta de movimentação na

estrutura, a largura e a disposição têm que ser severamente seguidas na junta feita no piso.

3.3.8 Princípios da inspeção – item 6.1 da norma

Na instalação do revestimento tem que ocorrer averiguações em diversas fases:

Conferindo a recepção dos materiais;

De que maneira os insumos estão sendo armazenados;

Elaboração da base e elaboração da camada de impermeabilização, quando

haver;

Dosagem, mistura e prazo de validade das argamassas, sendo que tem a ver

modificações quando houver irregularidades, como heterogeneidade da

mistura, duração exagerada da mistura e aplicação, entre outras;

Disposição do piso cerâmico;

Elaboração das camadas intermediárias, quando houver;

Aplicação e rejuntamento dos revestimentos, constatando as dimensões das

juntas;

Requisitos construtivos das juntas de dessolidarização e de movimentação,

quando haver;

Cotas, alinhamento de juntas, planeza, caimento do piso acabado e

nivelamento; e

Cuidado e limpeza do revestimento recém-colocados.

Page 33: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

33

3.3.9 Aderência dos pisos cerâmicos – item 6.5 da norma

A pega dos revestimentos cerâmicos à argamassa de assentamento, tem que haver

vistorias completa na dimensão total do piso, anteriormente a execução do rejuntamento, não

pode ocorrer som cavo “som oco”, quando batido por dispositivo metálico não lesante.

3.3.10 Aceitação e rejeição – item 7 da norma

Seja qual for a particularidade construtivo imperfeito ou mal feito tem a ver o

conserto das peças. Sendo assim no fragmento reexecutado tem que ocorrer uma nova vistoria

por parte da fiscalização.

3.3.11 Execução do Piso Cerâmico

Segundo a NBR 9817/1987, reforçado por Rhod (2011), a instalação do

revestimento cerâmico só pode dar-se início após concluídos os serviços de

impermeabilização, revestimentos de tetos e paredes, instalação de tubulações embutidas. Um

ponto importante é a realização do teste quanto a sua estanqueidade.

Antes de dar-se início a execução, necessita-se realizar a verificação quanto a

quantidade de pisos cerâmicos presente na obra, para se ter a certeza que existe o suficiente

para a devida execução. A NBR 9817/1987 recomenda ainda que seja prevista uma margem

de sobra de 5% a 10%.

De acordo com a NBR 9817/1987, a instalação do revestimento cerâmico só pode

ocorrer após um período mínimo de cura da base ou da camada de regularização.

Caso não exista nenhum processo específico de cura, o assentamento do material

só pode dar-se início, no mínimo, após quatro semanas da concretagem da base ou duas

semanas após a execução da camada de regularização.

A norma ainda recomenda, na medida do possível, prever a realização do serviço

em condições climáticas diferentes das condições médias verificadas no local da obra. O piso

externo tem a obrigação de ser realizada a sua execução em tempos de estiagem, assim

necessitando proteção da parte recém-acabada de face para incidência direta de chuvas ou

ação da radiação solar.

Page 34: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

34

Sempre que existirem juntas de dilatação na estrutura ou laje, estas devem ser

antevisto também no piso, de maneira que haja relação entre elas.

3.4 NORMA 13.753/1996

Vamos apresentar agora a norma 13.753/1996, que se aplica ao procedimento de

revestimentos de piso internos ou externos com placas cerâmicas e com utilização de

argamassa colante.

Na figura 5 são apresentadas as informações referentes a Norma ABNT NBR

13.753/1996, que constam na ABNT.

Figura 5 - Norma ABNT NBR 13.753/1996

Fonte: ABNT, acesso em 15/05/2019.

Esta Norma estabelece os requisitos para execução, fiscalização e recebimento de

revestimento de pisos externos e internos com placas cerâmicas assentadas com argamassa

colante.

Revestimentos cerâmicos são aqueles colocados diretamente na superfície com

lastro de concreto simples ou armado, laje de concreto armado ou laje mista. Para aplicação

em piscinas ou áreas especiais, analisa-se o caso separadamente, pois a sua base deve resistir

também aos fatores externos (impermeabilização e isolamento térmico). Esta norma não se

aplica para a utilização de pastilhas em áreas externas.

Page 35: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

35

A NBR 13.753/1996 contém uma relação de normas relacionadas, a fim de

prescrever o método correto das etapas que ocorrem antes da colocação do revestimento de

piso:

- NBR 6118:1980 – Projeto e execução de obras de concreto armado –

Procedimento;

- NBR 7211:1983 – Agregado para concreto – Especificação;

- NBR 9817:1987 – Execução de piso com revestimento cerâmico –

Procedimento;

- NBR 11580:1991 – Cimento Portland – Determinação da água da pasta de

consistência normal – Método de ensaio.

A normas citadas estavam em vigor na data da publicação da NBR 13.753/1996,

como toda norma está sujeita a atualizações e revisões, é recomendado aos que forem utilizar

a mesma, verificar a existência de edições mais novas das mesmas.

Para executar a colocação do piso cerâmico, deve haver um planejamento inicial,

anteriormente, analisando se os processos de revestimento de paredes, revestimento de tetos,

fixação de caixilhos, execução da impermeabilização, instalação de tubulações embutidas nos

pisos e ensaio das tubulações existentes quanto à estanqueidade foram finalizados.

Antes do início da execução, é preciso checar se a quantidade de placas cerâmicas

é suficiente, levando em conta sempre as sobras para possíveis cortes, imprevistos ou reparos

futuros. O assentamento das placas cerâmicas só pode ser feito após o período de cura da base

ou contrapiso. Se caso não houver nenhum processo de cura, a colocação das placas pode ser

feita no mínimo 28 dias após a concretagem da base ou 14 dias após a execução do

contrapiso.

O local da colocação de pisos deve ter condições climáticas médias, é

recomendado que seja realizada somente quando a temperatura dos materiais e do ambiente

forem maiores que 5°. No caso de piso externos devem ser colocados em períodos de

estiagem, e a parte já finalizada deve ser protegida de ações climáticas (chuva, sol e vento).

Em ambientes fechados ou cercados por muretas, é recomendado a colocação de

um rodapé de, no mínimo, 70mm em todo o contorno da área do piso colocado, nivelado e

acabado, superposto ao piso e à junta de dessolidarização.

As juntas têm o papel de:

- Compensar a variação das bitolas dos pisos para facilitar o alinhamento;

Page 36: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

36

- Manter um padrão estético e harmônico levando em conta o tamanho das peças e

as dimensões do plano a revestir;

- Acomodar as placas cerâmicas em relação a movimentação;

- Garantir a vedação e o completo preenchimento; e

- Facilitar as possíveis trocas das placas.

Na parte interna, se executa juntas de movimentação quando o ambiente tiver a

área de piso igual ou maior a 32 m² ou quando uma de suas dimensões é maior que 8m.

Já na parte externa ou em ambientes internos expostos a luz e/ou umidade as

juntas de movimentação devem ser realizadas em ambientes com área de piso igual ou maior

que 20 m² ou se uma das dimensões for maior que 4m.

Nos locais onde existem mudanças de material da base ou em locais muito

extensos, eles ficam sujeitos a flexão, podendo interferir no alinhamento ou nível das placas

cerâmicas, por isso devem ser executadas as juntas de movimentação, principalmente nos

locais aonde existe momento fletor máximo. As juntas estruturais são previstas em projeto e

utilizada nas dimensões definidas.

As juntas precisam penetrar até a base, ou até uma camada de impermeabilização,

e devem ser feitas de um material deformável e selada por um selante flexível.

Todo tipo de revestimento cerâmico deve ser escolhido de acordo com a

finalidade a qual o local necessita, levando em conta os fatores que influenciam essa escolha,

como abrasão, absorção de água.

Para o seu uso, as placas cerâmicas devem seguir uma série de recomendações e

cuidados: não podem conter umidade, sua superfície não pode ter a presença de nenhuma

sujeira ou partícula que impeça a sua aderência necessária com a argamassa colante, o modelo

deve estar codificado de acordo com a embalagem para que não haja mudança na tonalidade,

bitola ou classificação em um mesmo ambiente.

3.4.1 Caimentos

O piso para ambientes secos (quartos, salas) deve ter um caimento de no máximo

0,5%. Já nos ambientes que são sujeitos a presença de água (banheiros, cozinha, área de

serviço) deve ter um caimento de no mínimo 0,5% em direção aos ralos, não podendo passar

de 1,5%. Nos boxes dos banheiros ele deve ser de 1,5% a 2,5% também na direção dos ralos.

E para o piso externo sobre uma base de concreto armado com no mínimo 1,0%.

Page 37: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

37

3.4.2 Argamassa colante

O preparo da argamassa colante leva em conta a especificações previstas pelo

fabricante na embalagem, como a quantidade de água para determinada porção de argamassa

colante. No preparo manual, primeiramente adiciona-se a argamassa colante em pó, em

seguida gradativamente a porção de água indicada, para que não crie caroços e ela tenha uma

aparência pastosa, uniforme e aderente. Já na preparação mecânica o processo é inverso, no

misturador adiciona-se a água primeiro e em seguida o pó, até atingir a mesma forma

uniforme.

A argamassa colante tem uma série de aditivos, e para que eles entrem em ação a

mesma deve ter um tempo em minutos de descanso após o preparo, também previsto pelo

fabricante na sua embalagem. A mesma deve ser utilizada no máximo 2h e 30 min após ser

preparada, a adição de água ou qualquer outro aditivo é proibida, e deve ser protegida dos

fatores externos como: sol, vento e chuva.

Figura 6 - Desempenadeira de aço denteada

Fonte: NBR 11753:1996

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

38

Para a sua aplicação, não é necessário umedecer a superfície onde será

aplicada, porém se for um local onde fique exposto ao sol e ao vento é necessária uma pré-

umedecida, sem excesso. Com ajuda de uma desempenadeira de aço denteada a argamassa é

aplicada, figura 6.

A pasta colante precisa ser aplicada na base em uma faixa de aproximadamente

60cm de largura, para cada caso o que determina são as intempéries, se as mesmas forem

agressivas a ponto de gerar uma película no início da secagem sobre os cordões de argamassa,

isso reduz o tempo em aberto da argamassa e diminui a aderência das placas. Para checar essa

aderência, deve-se remover por amostragem uma placa qualquer imediatamente após a sua

aplicação e observar se a argamassa sobre sua superfície está totalmente impregnada.

Ao espalhar a argamassa com ajuda da desempenadeira, apertando-a contra a

superfície do contrapiso a fim de ficar uma camada de aproximadamente 3 a 4mm. Em

seguida usar a parte denteada da desempenadeira com um ângulo de 60 graus, formando os

cordões de argamassa e ajudando a manter o nível para a colocação das placas. A porção que

sobra deste processo deve ser devolvida ao recipiente onde se encontra o restante da massa,

onde a mesma deve ser misturada para seguir com a colocação dos pisos.

Algumas placas podem vir a ter um formato côncavo ou convexo, e também o

contrapiso pode ser irregular, para corrigir essas irregularidades a quantidade de pasta

aplicada deve ser determinada antes do processo, e esses espaços devem ser preenchidos por

completo para que não haja alteração nas tolerâncias.

É descartada a hipótese de aproveitamento da argamassa colante em períodos

diferentes de trabalho, ou até mesmo de dias.

3.4.3 Determinação da resistência de aderência de revestimento cerâmico assentados

com argamassa colante

É um método de ensaio que determina a resistência da aderência dos pisos

aplicados com argamassa colante em obra. É feito pela aplicação de uma tração simples

normal aplicada em uma peça metálica colada a um corpo de prova e esta força é aplicada

com uma determinada velocidade.

As etapas do processo consistem em:

- Instalar o equipamento de tração a peça metálica, e aplicar a carga de maneira

gradativa sem interrupções e com velocidade constante;

Page 39: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

39

- Aplicar o esforço de tração perpendicular ao corpo de prova até a ruptura;

- Anotar a carga de ruptura, na unidade newtons;

- Observar a peça metálica arrancada do corpo de prova, procurando possíveis

falhas na colagem da mesma; e

- Examinar, medir e registrar a área de ruptura.

A resistência de aderência R é expressa com duas casas decimais em “mega

pascais” e calculada através da equação: R = P/A. Onde P é a carga, em newtons, A é a área

da peça em milímetros quadrados.

A ruptura pode ocorrer de diversas formas aleatórias, e deve ser relatada

juntamente com o resultado do ensaio, elas podem ser na interface da placa

cerâmica/argamassa colante, no interior da argamassa colante, na interface da argamassa

colante/substrato, no interior da argamassa do substrato, na interface substrato/base, no

interior da base, na interface da pastilha/cola ou na interface da cola/placa cerâmica.

O relatório de ensaio deve conter a identificação da argamassa de emboço,

identificação da argamassa colante, identificação dos locais da obra onde foram realizados os

ensaios junto com os corpos de prova enumerados, seção dos corpos de prova, característica

dos equipamentos de tração, data e período dos ensaios e os valores de resistência de

aderência dos seis corpos de prova, junto com a forma de ruptura e a percentagem.

3.5 NORMA EM DESEMPENHO ABNT NBR 15.575/2013

De acordo com UGREEN (2019) esta norma de desempenho foi lançada em 2013

pela ABNT com a finalidade de determinar medidas e quesitos qualitativos para construções

residenciais. Sendo assim, a mesma foi desenvolvida após mais de 15 anos de estudos e não é

uma isolada e sim uma sinopse de outras normas como ISO, ANSI, ASTM, além de outras

normas da ABNT.

As figuras 7 e 8 apresentam as informações que constam sobre a NBR

15.575/2013 na ABNT.

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

40

Figura 7 - Norma ABNT NBR 15.575-3/2013

Fonte: ABNT, acesso em 05/06/2019.

Figura 8 – Partes componentes da Norma ABNT NBR 15.575/2013

Fonte: ABNT, acesso em 04/06/2019.

Hoje em dia cada vez é maior o favorecimento dos consumidores com leis e

códigos que os protejam de mercadorias e atividades imperfeitas, temos como exemplo o

Código de Defesa do Consumidor, e com o ramo da construção civil não podia ser distinta,

Page 41: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

41

por isso a Norma de Desempenho foi desenvolvida, para preservar os clientes quanto a

qualidade do produto comprado. (UGREEN, 2019)

Nos dias atuais seguir a Norma de Desempenho é obrigação para todas as

edificações residenciais, não importando qual sistema construtivo foi usado. Caso não seja

seguida corre-se o risco de multas, processos, obrigatoriedade de reparos ou até trocas.

A partir da implantação desta NBR, conforme UGREEN (2019), percebe-se que a

mesma já colaborou para:

Maiores cuidados com os padrões construtivos;

Diminuição da tendência do que se é capaz de julgar uma boa construção;

Compreensão dos profissionais do ramo da construção civil a respeito de

medidas de conforto ambiental;

Operacionalização do Código de defesa do Consumidor, local onde deve-

se buscar caso haja qualquer inconformidade na residência, e;

Diminuição da concorrência predatória entre construtoras que baixavam o

nível de qualidade para ter maiores lucros, gerando uma maior

competitividade no comércio.

O fornecedor de materiais, deve se responsabilizar pelas características de

desempenho de seus produtos em conformidade com a norma. Da mesma maneira que o

projetista se responsabiliza em estabelecer a Vida Útil de Projeto de todo o sistema que

constitui a norma, classificando os produtos, materiais e processos para que sigam as medidas

de desempenho básicas. Sendo assim, todas essas ponderações necessitam estar no projeto

e/ou no memorial de cálculo. (UGREEN, 2019)

A incorporadora deve se responsabilizar no reconhecimento de riscos antevisto,

juntamente com a construtora tem que ser feito o manual de uso, em companhia da operação e

manutenção da edificação.

O cliente também possui responsabilidades, o mesmo deve fazer as manutenções

de acordo com a NBR 5674 e o Manual de uso feito pela construtora/incorporadora.

Conclui UGREEN (2019) que a maior parte das responsabilidades se atribuiu para

os projetistas, sendo assim estes devem ter total conhecimento sobre os padrões de projeto,

especificações e detalhamento construtivo utilizados.

Por tanto, saber todos os dados da Norma de Desempenho é fundamental, seja

qual for o profissional que não só deverá procurar se adaptar as práticas de projeto e

Page 42: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

42

construção atuais, mas também para quem tem o objetivo de começar seus trabalhos, assim

tornando os seus empreendimentos mais habitáveis, eficientes e sustentáveis.

3.6 LEAN CONSTRUCTION

Observa-se que desde os anos 80 no país há uma disposição para utilização de

ferramentas da Gestão da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM). Diversas

empresas no ramo da construção focaram para gerar sistemas de gestão de qualidade com o

foco de melhorar os processos produtivos como também para obter-se a ISO 9000.

Essas ideias nasceram no Japão na década de 50, com base em duas filosofias, o

TQM e o Just-in-Time (JIT). A utilização com sucesso maior ocorreu no Sistema de Produção

da Toyota, no Japão (SHINGO, 1986). Esse sistema teve seu início na indústria automotiva e

após alguns anos nasceu um movimento para aplicar esses conceitos em outras atividades

econômicas.

De acordo com Liker (2005) o diagrama “Casa do STP” é uma das imagens

reconhecidas com facilidade na indústria moderna e reproduz o funcionamento e princípios

empregados no Sistema Toyota de Produção. O diagrama é realizado em aparência de casa

pois trata-se de um sistema estrutural, figura 9.

Então o sistema inicia-se com o objetivo de melhorar a qualidade, minimizar custo

e menor lead time. As duas colunas são feitas pelo Just-in-Time (característica forte e popular

do STP) e a autonomação. No eixo do sistema estão as pessoas, já na parte final existem

vários processos de nivelamento da produção, que tem por função nivelar a programação de

produção em volume e variedade. Qualquer parte da casa só é crítica, mas o indispensável é

modo como os elementos fortalecem uns aos outros. (LIKER, 2005)

Page 43: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

43

Figura 9 – Sistema Toyota de Produção

Fonte: Liker, 2005

Com a carência de preencher a baixa competência e atingir melhores níveis de

gestão produtiva, Koskela em 1992, efetuou estudos que sucederam no princípio do modelo

para gestão de produção na construção civil, assim chamado de Lean Construction, sendo

traduzido para o português como Construção Enxuta.

O Lean Construction tem como alvo incluir um conceito novo e significativo,

para compreender processos produtivos na construção civil. Esses princípios manifestam a

forma que o processo e atividades são retratados (KOSKELA, 1992)

Koskela (1992) considera que na Lean Construction o ambiente produtivo é feito

por procedimentos de conversão e de fluxo de mão de obra, fluxo de materiais, e fluxo de

informações. A coordenação dos procedimentos de fluxo é essencial na busca para o

acréscimo da produtividade da obra e eficiência. O modelo tradicional de processo é

apresentado na figura 10.

Page 44: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

44

Figura 10 – Modelo tradicional de Processo

Fonte: Koskela, 1992.

Por fim, é indispensável aperfeiçoar a gestão no ramo da construção civil. As

vantagens com uso de recursos e corte de desperdícios são claros através da introdução das

ideias, ferramentas e métodos Lean Construction nos empreendimentos.

3.7 GERENCIAMENTO DA ROTINA

O Gerenciamento da Rotina se refere a administração ou o controle do trabalho do

dia-a-dia, gerenciando processos e atividades da organização. Procura uma constante melhoria

dos resultados de uma empresa pela junção de operações (cumprindo os padrões e atuação na

causa dos desvios) e melhorias (alteração dos padrões para melhorar os resultados).

Para Umeda (1995) o Gerenciamento da Rotina é a atividade que o chefe de uma

Unidade Gerencial Básica – UGB desempenha para completar suas responsabilidades:

constatar a situação do trabalho executado no dia-a-dia, adotar as medidas necessárias e

respeitar o nível do resultado desejado. Para Umeda, é o ciclo PDCA praticado para atingir as

metas estabelecidas para UGB, como demonstrado na figura 11.

Page 45: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

45

Figura 11 - Gestão da Qualidade Total – Masao Umeda

Fonte: May, 2018.

Para realizar o sistema de Gerenciamento da Rotina Umeda (1995) segue os

seguintes passos:

Determinar os itens de controle;

Determinar níveis de controle;

Determinar pontos de verificação e modo de verificação;

Determinar o modo de registrar e relatar os resultados; e

Procurar resolvê-los e elaborar um padrão para evitar a reincidência do

mesmo problema.

O Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-dia, é um conjunto de

atividades voltadas para alcançar os objetivos atribuídos a cada processo.

Estas atividades são:

Definir os produtos de cada Unidade Gerencial;

Definir os clientes de cada produto;

Definir os insumos e fornecedores de cada produto;

Identificar as necessidades dos clientes em relação a cada produto,

considerando as dimensões da qualidade;

Elaborar o fluxograma do processo relacionado com cada produto;

Definir os itens de controle para cada processo/produto;

Page 46: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

46

Definir as características de qualidade ou de controle para cada produto;

Definir as metas, valores numéricos ou faixa de valores, para as

características de qualidade de cada produto;

Elaborar a tabela dos itens de controle indicando o 5W2H;

Elaborar os gráficos para a representação dos itens de controle;

Montar os fluxogramas de seus processos (fluxogramas de tarefas);

Identificar claramente os problemas e resolvê-los através do Método de

Análise e Solução de Problemas – MASP; e

Utilizar o Ciclo PDCA de controle visando manter e melhorar.

3.7.1 Fluxograma

Fluxograma é um diagrama usado para representar uma sequência das diferentes

etapas de algum processo. São utilizados símbolos ou desenhos para indicar as etapas, ou

tarefas, de forma que fique claro para um fácil entendimento. Para o desenho do fluxograma

do processo, podemos utilizar vários tipos de figuras ou símbolos para identificar as

atividades desenvolvidas, decisões, etc. Como pode ser visto na figura 12.

Figura 12 – Exemplos de fluxograma

Fonte: May, 2018.

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

47

May (2018) afirma que é de grande importância utilizar os símbolos de “início” e

“fim”, pois com sua representação visual fica mais fácil o entendimento, assim qualquer

pessoa consegue ver onde ele começa e termina. Quando a atividade desenvolver um “loop” a

linha de caminho deve ser conectada com o centro da linha que antecede a atividade que será

realizada a seguir.

Todo fluxo deve ter somente um “início” e um “fim”, caso não tenha é indicado

fazer um conector para o “fim”. As discussões sobre tempo para realização dos processos

também são muito importantes, junto com as etapas de preparação de processo (insumos e

fornecedores, que muitas vezes mostram problemas que geralmente são invisíveis.

Uma de suas maiores utilidades é que permite que todos os integrantes tenham

uma visão completa do processo, e ao mesmo tempo que cada pessoa tenha uma visão melhor

do seu papel na cadeia e que ele tem influência no resultado final do processo.

Outra forma importante de uso de um fluxograma é comparar dois fluxos, um

sobre atividades que estão sendo realizadas, e outro com atividades que deveriam estar sendo

feitas, isso geralmente mostra a origem de alguns problemas. Um exemplo de fluxograma do

Gerenciamento da Rotina é representado na figura 13.

Figura 13 - Fluxograma, apresentando as sete fases do Gerenciamento da Rotina

Fonte: May, 2018.

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

48

3.7.2 Ciclo PDCA

De acordo com May (2018) o Ciclo PDCA foi criado por Walter Shewhart como

um ciclo de análise de melhoria, e sua utilização foi divulgada por Deming como uma

sequência lógica de quatro etapas que se repetem para melhoria e aprendizado constante. Vem

das palavras em inglês: Plan, Do, Check, Action. É uma das ferramentas utilizadas para

analisar, planejar e tomar decisões.

May (2018) afirma que no ciclo PDCA tradicional o “Action” é visto como “ação

corretiva” quando é para ser usado na análise dos problemas. O PDCA como método é bem

mais abrangente e por isso deve ser usado de forma genérica, onde “Action”, deve ser definido

como “agir em função dos resultados”, vendo desta forma, pode ser usado tanto para análise

de problemas, quanto para planejamento, padronização ou ações de melhorias. Como pode ser

visto na figura 14.

Figura 14 - Ciclo PDCA

Fonte: May, 2018.

Segundo Falconi (1996), o Ciclo PDCA segue as seguintes etapas:

1. Planejamento: Estabelecer metas, estabelecer métodos para atingir metas;

2. Execução: Educar e treinar as pessoas no método escolhido, executar o

planejado e coletar dados para a próxima etapa;

Page 49: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

49

3. Verificação: Comparar os resultados obtidos com as metas e;

4. Atuação corretiva: se as metas forem alcançadas, adotar o método utilizado

como padrão, se não foram atingidas as metas, agir sobre as causas do não

atingimento das metas.

Ainda de acordo com May (2018) uma adaptação importante do ciclo PDC, foi

realizada pelo MEG – Modelo de Excelência de Gestão da Fundação Nacional de Qualidade e

nas mais recentes versões da norma ISO 9000. Está adaptação procura demonstrar a

importância do aprendizado e melhoria, desta forma o ciclo passa a ser chamado de PDCL,

onde o “L” vem de learning – aprendizado.

Ainda na visão do autor existem basicamente três formas de aplicação:

1- Situação Nova: definir etapas para transformar uma ideia em realidade,

verificando os resultados. (planejamento e execução da nova situação);

2- Situação conhecida ou de rotina: quando o PDCA é utilizado acompanhar o

ciclo de um processo ou atividade conhecida ou de rotina, sendo que nesta

situação o ciclo inicia no “C - Check”; e

3- Análise de problemas: avaliar o problema para buscar causas e eliminá-las.

3.7.3 Método 5W2H

De acordo com May (2018) um dos primeiros registros sobre o 5W1H aparece no

“Tratado sobre Oratória”, escrito por Marcus Fabius Quintilianus entre os anos 30 e 100 D.C,

que se refere a obras discursivas, a crítica literária e ensinamentos morais. Quintilianus dizia

que para entender do público qualquer tema era necessário 6 perguntas (e respostas):

1. O que?;

2. Quem?;

3. Quando?;

4. Onde?;

5. Por quê? e

6. Como?

Explica May (2018) que quando é acrescentada a questão “quanto custa?” (How

much?) surge o método 5W2H, apresentado na figura 15.

Page 50: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

50

Figura 15 – O método 5W2H

Fonte: May, 2018.

O autor supracitado destaca que existem alguns cuidados a serem tomados a

respeito da aplicação do Método 5W2H, que são explicados a seguir.

Quando se responde a pergunta sobre “Quem?”, deve ser com um nome, uma

pessoa responsável. Evitando sempre citar uma determinada área para a tarefa, caso citar,

deverá ter alguém responsável para assumir a responsabilidade do problema.

O “Quando?” deverá informar um tempo hábil para solução do plano de ação,

definindo seu término, ou período de execução: o prazo final para conclusão (Até Quando?), o

início da implantação (Desde Quando?). Definindo um período claro, uma data, uma fração

de tempo. Não devendo ser utilizadas expressões de tempo do tipo: semana que vem,

imediatamente.

O “Por Quê?” define a motivação para realizar o plano de ação.

O “Quanto?” é muito importante, pois é o motivo para que a área financeira se

comprometa em auxiliar nos recursos necessários. Se o preço para resolver o problema estiver

definido e o preço de não resolvê-lo também, será muito difícil alguém não se responsabilizar

por este prejuízo.

Deve-se tomar um cuidado na aplicação do Método 5W2H, explica ainda o autor,

pois quando é utilizado o método para preencher um Plano de Ação ou para analisar um

problema, as perguntas são diferentes, como se pode ver na figura 16.

Page 51: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

51

Figura 16 – Modo de utilizar o Método 5W2H

Fonte: May, 2018.

Page 52: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

52

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Nesse capítulo inicialmente serão apresentadas as empresas objeto deste estudo,

demonstrando suas principais características, e posteriormente chegando até as áreas de

estudo, apresentando os setores onde os estudos foram realizados. Por fim, será descrito como

foi realizado o processo de análise comparativa do procedimento interno padronizado e o

processo prático de desenvolvimento.

4.1 PERFIL DAS EMPRESAS

Neste estudo vamos trabalhar com duas empresas, de forma a ser possível uma

comparação entre os procedimentos e atividades realizadas nestas empresas. Como não foi

possível obter a autorização das empresas para citação do nome das mesmas, vamos chama-

las de Empresa UM e Empresa DOIS. Assim vamos descrever o perfil destas empresas.

4.1.1 Empresa UM

A empresa UM incorporação e participação Ltda. foi fundada a partir de outra

empresa já tradicional no mercado. A empresa atua no mercado da construção e incorporação

imobiliária e é referência em acabamento e qualidade dos edifícios. São mais de 20

empreendimentos prontos de alto padrão na região da grande Florianópolis e 60 anos de

história da fundação do grupo familiar.

A empresa estudada nesse item tem entorno de 250 á 300 funcionários, podendo

variar, dependendo do cronograma e o estágio da obra, devido à contratação de terceiros para

auxiliar na mão de obra que na maioria dos setores é própria.

A sede da empresa UM fica localizada no Centro de Florianópolis.

Na questão de concreto seu fornecedor principal é a Concrebras, fornecedor de

cimento é a Itambé, rejunte fornecedor principal Eliane, para os revestimentos cerâmicos,

item estudado neste TCC, os maiores fornecedores são a Portobello e a Cerâmica Eliane.

Existem inúmeras construtoras na região competindo, fornecendo produtos

similares ao da empresa estudada, mas com mesmo padrão de acabamento não existem outros

totalmente similares.

Page 53: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

53

4.1.2 Empresa DOIS

A Empresa DOIS é uma empresa familiar que atua no ramo da construção civil

desde o 15 de abril de 1983. Seu fundada é um empreendedor ousado e visionário do ramo, a

construtora segue com um legado de excelência repassado a três gerações entre profissionais

da família.

Destaque pela pontualidade de entregas, a construtora possui marca consolidada,

pautada na confiança e qualidade desde seus primeiros empreendimentos. Desde 1983,

quando iniciou suas atividades, até hoje, já são 59 obras entregues, com empreendimentos em

localizações estratégicas na Grande Florianópolis, totalizando 477.978,22m² em obras

concluídas.

A empresa tem uma trajetória de credibilidade, adquirida ao longo dos anos,

baseada no cuidado e comprometimento com os clientes, onde a tradição e o futuro caminham

juntas para a construção e concretização de muitos sonhos.

A sede da Empresa DOIS Empreendimentos fica localizada no Kobrasol -São

José/SC.

É uma das empresas mais antigas no ramo da construção na região, hoje está com

três obras em execução na Grande Florianópolis e uma em Itapema/SC, totalizando

39.984,58m² de obra sendo executados e 262 unidades. Conta também com aproximadamente

130 funcionários nas obras e 40 no escritório. Os serviços de pintura, elétrica, hidráulica e

outros serviços são realizados por empreiteiras terceirizadas.

Com relação aos fornecedores, buscam manter os mesmos fornecedores devido a

qualidade e o histórico de fornecimento, porém é feita uma consulta de mercado para verificar

os preços e condições disponíveis. Exemplos de fornecedores são, Concrebras para o

concreto, e a Portobello para as cerâmicas em geral.

4.2 ÁREA DE ESTUDO

Na empresa UM foi escolhida como área de estudo na parte externa, na garagem

rotativa do pilotis, do edifício localizado no bairro Campinas, São José - SC. Este edifício

conta com vários condomínios: Mall, Hotel, Park, Corporate, Residence, e Stúdio, sendo

assim o empreendimento é entregue em etapas. O Mall entregue em dezembro de 2018, o

Page 54: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

54

Corporate em junho de 2019, o Residence está previsto para novembro de 2019, e o Stúdio

previsto para maio de 2020.

Na empresa DOIS a área estudada é na área externa destinada a descarte e coleta

de lixo do empreendimento, localizado no Bairro Estreito, Florianópolis/SC, o prédio está em

fase de acabamentos e a entrega está programada para fevereiro de 2020, figura 17.

Figura 17 - Foto do empreendimento da Empresa DOIS

Fonte: Site da empresa, 2019.

4.3 ANÁLISE DO PROCEDIMENTO

Neste item vamos descrever como são realizados os procedimentos nas duas

empresas estudadas, para que seja possível conhecer e analisar os mesmos, de forma a realizar

uma comparação entre a realidade dos procedimentos nas empresas estudas e o prescrito nas

normas.

4.3.1 Análise do Procedimento na Empresa UM

A empresa UM segue as normas regulamentadoras, e na parte da execução de

revestimento em áreas externas não é diferente, segue a norma ABNT NBR 9817:1987.

Segundo a norma ABNT NBR 9817:1987, antes de realizar o assentamento das

peças, estas devem ficar imersas em água, utilizando recipientes não metálicos, por cerca de

Page 55: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

55

15 minutos ou, no mínimo, até que não ocorra mais “borbulhamento” de água de imersão.

(ABNT NBR 9817:1987 -3.3.1). Nesta empresa, as peças são deixadas imersas por 12 horas

em água e em seguida as peças cerâmicas são retiradas da imersão e são encostadas em uma

superfície vertical, para escorrer a água em excesso, conforme mostra a figura 18.

Os pisos (peças) colocados em imersão, são retirados de diferentes caixas ao

mesmo tempo, assim fazendo com que as pequenas variações de tonalidade, sejam dissipadas

após concluído o assentamento.

Figura 18 - Revestimento cerâmico imerso

Fonte: Dos autores, 2019.

Primeiro passo a ser feito para dar-se início a colocação do piso cerâmico, da

maneira ser descrita, é a limpeza do local onde será efetuado o serviço. Após começa a

colocação das taliscas ou “tacos” como popularmente chamado em obra, conforme mostrado

na figura 19.

Este deve ser feito com muito cuidado, pois suas cotas geradas devem obter

resultados compatíveis com o caimento determinado, com altura final esperada para o piso

acabado e com a característica do piso cerâmico na qual será utilizado.

Page 56: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

56

Figura 19 - Colocação dos tacos

Fonte: Dos autores, 2019.

Percebe-se na figura 19 que o colaborador está usando dois pedaços de piso, um

sobre o outro: o primeiro (de baixo) tem a função de demonstrar a cota da camada de

assentamento e o piso de cima, a cota do revestimento acabado.

Figura 20 - Apiloamento

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 57: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

57

Após o feito o “taqueamento”, e antes da incorporação da argamassa é feita a

saturação com água do substrato e por aplicação de pastas de cimento. Em seguida aplica-se a

argamassa é espalhada em uma área não muito espessa, superficialmente, com o auxílio de

uma enxada. Em seguida é realizada o “apiloamento” da camada, conforme mostrado na

figura 20.

Realizado o apiloamento, começa-se a regularizar a camada de assentamento com

o auxílio da régua de alumínio, conforme mostrado na figura 21, não esquecendo de obedecer

às mestras e os tacos.

Figura 21 - Regularização da camada de assentamento

Fonte: Dos autores, 2019.

De acordo com a norma, a espessura da camada de assentamento deve estar

concebida em cerca de 15 a 25mm, necessitando polvilhar acima dela entorno de 1,5kg de

cimento por metro quadrado de piso, seguindo estes requisitos a camada polvilhada se

encontrará com espessura por volta de 1mm. (ABNT NBR 9817:1987 -3.3.3)

Polvilha-se acima da camada de assentamento cimento, figura 22.

Durante o processo não foi possível quantificar a quantidade de cimento utilizada

para “polvilhar”.

Page 58: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

58

Figura 22 - Cimento polvilhado

Fonte: Dos autores (2019).

Logo após feito o polvilhamento, o cimento é irrigado e se passa a

desempenadeira com o lado dentado, conforme a figura 23 e figura 24.

Figura 23 - Cimento sendo irrigado

Fonte: Dos autores (2019).

Page 59: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

59

Figura 24 - Desempenadeira com lado dentado

Fonte: Dos autores (2019).

Com os pisos cerâmicos previamente umedecidos, os mesmos necessitam ser

forçados um a um contra a camada de assentamento, com a ajuda de uma marreta de borracha,

figura 25.

Figura 25 - Assentamento com o auxílio da marreta de borracha

Fonte: Dos autores (2019).

Page 60: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

60

Observa-se o emprego da linha na figura 25, a mesma serve para se ter o controle

do alinhamento das juntas.

Após realizado o batimento dos pisos cerâmicos, é realizado uma limpeza inicial,

conforme mostrado nas figuras 26 e 27, somente com água, sem a utilização de produtos de

limpeza.

Figura 26 - Limpeza inicial

Fonte: Dos autores (2019).

Figura 27 - Limpeza inicial

Fonte: Dos autores (2019).

Page 61: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

61

Após passado no mínimo 24 horas da colocação dos revestimentos cerâmicos,

pode ser realizado o serviço de rejuntamento das peças, conforme mostrado na figura 28. Não

deve ser realizado o “espalhamento” do rejunte numa área muito ampla, pois ele pode secar,

assim ficando difícil de fazer a limpeza para retirar os excessos.

Figura 28 - Rejuntamento das peças

Fonte: Dos autores (2019).

4.3.1.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa UM

O procedimento realizado pela Empresa UM foi analisado e mapeado através de

um fluxograma que apresenta as etapas do processo, e permite entender as relações entre cada

etapa. O fluxograma é apresentado na figura 29 (Detalhes no Apêndice).

Page 62: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

62

Figura 29 - Fluxograma no Procedimento na Empresa UM

Fonte: Dos autores (2019).

4.3.2 Análise do Procedimento na Empresa DOIS

O processo de colocação de piso é feito pelos profissionais capacitados da própria

empresa, onde os ceramistas já recebem a superfície preparada em relação a contrapiso e

caimentos, feitos em etapas anteriores da obra. É realizada uma limpeza na superfície para

não prejudicar a aderência do piso com a base, como demonstrado na figura 30.

Page 63: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

63

Figura 30 - Limpeza da área

Fonte: Dos autores, 2019.

É realizado o preparo da argamassa colante (AC III) com ajuda de um misturador,

figura 31, onde é adicionado a primeiro a água, a quantidade de água é adicionada

visualmente definida pela prática do profissional, e em seguida a quantidade de um saco de pó

de argamassa é designada para o período de serviço, levando em conta que fazem uma

quantidade equivalente a um saco por vez, para que não haja desperdício e a mistura não

seque e tenha que ser descartada.

Figura 31 - Preparação da Argamassa colante

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 64: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

64

Caso a mistura não estiver na consistência desejada ou apresentar grumos é

adicionado água gradativamente até chegar na consistência desejada pelo ceramista, para que

possa ser espalhada sem dificuldades, como apresentado na figura 32.

Figura 32 - Argamassa pronta

Fonte: Dos autores, 2019.

Com ajuda de uma colher de pedreiro e uma desempenadeira denteada, a mistura

de argamassa é aplicada na superfície. A mesma mistura é aplicada no tardoz das peças

cerâmicas utilizando a desempenadeira denteada de 10mm, para serem aplicadas no local.

Tanto na base quanto no tardoz, não seguem um padrão de direções para a aplicação da cola,

como pode ser percebido na figura 33.

Page 65: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

65

Figura 33 - Argamassa aplicada na superfície e na peça

Fonte: Dos autores, 2019.

O assentamento das placas é feito com ajuda de uma marreta de borracha para não

danificar as peças e garantir que a argamassa se espalhe e tenha maior contato com a

superfície aplicada e do piso assentado, figura 35.

Figura 34 - Piso assentado com ajuda do martelo de borracha

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 66: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

66

Após a peça ser colocada no local desejado, é tomado todo o cuidado para que as

peças não fiquem desniveladas, muitas vezes isto ocorre devido a má distribuição da cola ou

até mesmo da irregularidade da base. Quando isso acontece a peça é levantada e a cola é

espalhada com a ajuda de uma colher de pedreiro para que o piso mantenha o nivelamento

correto, veja figura 35.

Figura 35 - Ajuste do nivelamento

Fonte: Dos autores, 2019.

As juntas são uma área que necessita de bastante cuidado, são utilizados

espaçadores para que a distância de uma peça para outra seja sempre a mesma, figura 36.

Também após o piso alinhado e espaçado na sua posição é realizada uma limpeza rápida na

superfície do piso com uma esponja e água limpa.

Figura 36 - Cuidado com as juntas

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 67: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

67

Para as regiões aonde é necessário fazer um corte no piso, para áreas onde não

será necessário utilizar uma placa inteira, ou ainda, onde o corte é feito de um lado ao outro

da peça; é utilizado o cortador manual. Já para cortes menores como as tampas das caixas de

inspeção é utilizada a serra circular, mas respeitando sempre a regularidade nos cortes, como

demonstrado na figura 37.

Figura 37 - Corte dos pisos

Fonte: Dos autores, 2019.

Após a área estar toda revestida, aguarda-se a secagem da argamassa para ser

realizado o rejuntamento das peças, esse período não pode passar de uma semana. Deve-se

tomar sempre cuidado para que não se aplique carga sobre os pisos recém assentados e sem

rejunte, ver figura 38.

Page 68: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

68

Figura 38 - Revestimento aplicado na área desejada

Fonte: Dos autores, 2019.

O preparo da mistura utilizada para o rejunte segue o mesmo padrão da utilizada

na argamassa colante citado anteriormente. Deve-se tomar cuidado para não conter grumos e

chegar a consistência desejada pelo rejuntador. As juntas são limpas com auxílio de uma

vassoura e em seguida são preenchidas com a mistura de rejunte tomando cuidado para não

aplicar em uma área muito extensa para não ocorrer a secagem do mesmo e prejudicar a

qualidade do acabamento, figura 39.

Page 69: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

69

Figura 39 - Rejuntamento

Fonte: Dos autores, 2019.

E assim que o rejunte seca o revestimento está pronto, é realizada uma limpeza

para ajudar em uma conferência final dos pisos afim de corrigir alguma falha no decorrer do

processo, o que não é comum ocorrer na empresa, pois os funcionários têm grande

experiência com o processo, exemplo na figura 40.

Figura 40 - Processo finalizado

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 70: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

70

4.3.2.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS

O procedimento realizado pela Empresa DOIS foi analisado e mapeado através de

um fluxograma que apresenta as etapas do processo, e permite entender as relações entre cada

etapa. O fluxograma é apresentado na figura 41 (Detalhes no Apêndice).

Figura 41 - Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS

Fonte: Dos autores (2019).

Page 71: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

71

4.3.3 Análise Comparativa entre os Procedimentos

Neste item vamos apresentar a comparação entre os procedimentos realizados

pelas empresas em estudo e as Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996,

no quadro 1. Para permitir uma análise conclusiva sobre os procedimentos realizados.

Quadro 1 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996

Continua ...

NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS

Na parte externa ou

em ambientes

internos expostos a

luz e/ou umidade as

juntas de

movimentação devem

ser realizadas em

ambientes com área

de piso igual ou maior

que 20 m² ou se uma

das dimensões for

maior que 4m.

Segue o mesmo padrão

da outra norma.

Na parte externa

são feitas juntas de

movimentação com

área de 25m² (5x5).

Não aplicado.

Cimento polvilhado

logo após ser

espalhado por cima

da camada de

assentamento tem a

obrigação de ser

alisado levemente

com colher de

pedreiro até que

aconteça o

afloramento de

umidade.

A norma não

menciona este tipo de

procedimento

Cimento polvilhado

espalhado por cima

da camada de

assentamento é

umedecido e em

seguida é passado a

desempenadeira

com o lado

dentado.

A norma não se

aplica nesta

situação.

Page 72: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

72

Quadro 2 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996

Continua ...

NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS

Após o revestimento

cerâmico ser

assentado deve-se

fazer uma limpeza

inicial com pano

umedecido com água

na superfície do piso,

não utilizando

nenhum produto de

limpeza. Sobre

revestimentos recém

instalados, não deve

ocorrer

caminhamento de

pessoas ou de

qualquer outro tipo de

demanda mecânica,

depois da colocação

dos pisos cerâmicos

em áreas externas. O

revestimento só pode

ser exposto ao

caminhamento de

pessoas depois de no

mínimo uma semana.

A norma não

menciona quanto a

limpeza da superfície

após o revestimento

instalado, e o

revestimento só deve

ser exposto ao tráfego

de pessoas,

preferencialmente,

depois de transcorridos

sete dias após o

rejuntamento.

Limpeza da

superfície após

término da

colocação da

cerâmica é feita

com uma vassoura

molhada somente

com água e uma

esponja úmida. A

pessoa que está

limpando solicita

demanda mecânica

sobre o

revestimento

instalado.

A norma não cita

essa parte de

realizar uma

limpeza após o

revestimento

assentado, porém a

empresa realiza

esta limpeza com

uma esponja e

água limpa a fim

de retirar a cola

que acaba ficando

entre as juntas

onde será aplicado

o rejunte e também

na superfície.

Como a área

analisada só tem

uma entrada, a

mesma foi fechada

impedindo a

circulação de

pessoas.

Pisos cerâmicos com

área superior a 600

cm², necessitam ser

previamente

chapiscado, este

chapisco deve ser

realizado pelo menos

um dia antes do

assentamento.

A norma não

menciona este tipo de

procedimento

Não é seguida esta

recomendação.

As peças utilizadas

no assentamento

têm 45x45 cm,

totalizando uma

área de 2025 cm².

A norma não se

aplica nesta

situação.

Page 73: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

73

Quadro 3 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996

Continua ...

NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS

A norma não

menciona este tipo de

procedimento

Para placas de

revestimento com área

maior que 900cm²

aplicar cada placa

cerâmica ligeiramente

fora da posição de

modo a cruzar os

cordões do tardoz e do

contrapiso e em

seguida pressioná-la.

arrastando-a até a sua

posição final;

A norma não se

aplica nesta

situação.

A argamassa é

passada de forma

aleatória, não

seguindo um

padrão de direção,

tanto no tardoz

quanto na base de

forma que todos os

cordões não se

cruzam, e nem

sempre os pisos

são colocados fora

de posição e

deslizados a fim de

desfazer os cordões

de argamassa

colante.

As placas cerâmicas

antes de realizar o

assentamento das

peças, estas devem

ficar imersas em

água, utilizando

recipientes não

metálicos, por cerca

de 15 minutos ou, no

mínimo, até que não

ocorra mais

“borbulhamento” de

água de imersão.

A norma não

menciona este tipo de

procedimento.

Nesta empresa, as

peças são deixadas

imersas por 12

horas em água e em

seguida as peças

cerâmicas são

retiradas da imersão

e são encostadas

em uma superfície

vertical, para

escorrer a água em

excesso.

A norma não se

aplica nesta

situação.

A norma não

menciona este tipo de

procedimento

As placas cerâmicas

devem ser assentadas

a seco sobre a

argamassa colante

estendida sobre a base

e sobre o tardoz.

Como a norma que

se assemelha ao

processo não

menciona, não há

comparação.

Piso assentado a

seco após a peça

ser limpa a fim de

retirar qualquer

sujeira que

prejudique a

aderência da

argamassa na peça.

Page 74: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

74

Quadro 4 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as

Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996

Conclusão

NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS

Terminado o serviço

de instalação do

revestimento

cerâmico, com a

superfície já limpa,

recomenda-se cobrir o

mesmo com uma

manta de polietileno,

com casacos

umedecidos ou até

com papelão

umedecido.

Nos casos normais, o

revestimento cerâmico

deve ser protegido

mediante aplicação de

serragem, sacos de

estopa e retalhos de

madeira compensada.

Não é seguida esta

recomendação.

Não é seguida esta

recomendação.

Após realizado o

rejuntamento, numa

área não muito

espessa, os pisos

devem ser submetidos

a uma limpeza com

pano levemente

umedecido.

Deixar a argamassa de

rejuntamento secar

por 15 min a 30 min.

A seguir fazer a

limpeza do

revestimento cerâmico

com uma esponja de

borracha macia, limpa

e úmida. Finalizar a

limpeza com um pano

limpo a saco ou com

estopa de primeira,

limpa e seca.

Os revestimentos

são submetidos a

limpeza numa área

não muita espessa

com uma esponja

levemente

umedecida.

Logo após a

colocação, espera-

se um tempo de

secagem visual,

para realizar a

limpeza utilizando

uma esponja

úmida.

Recomenda-se após o

rejuntamento o piso

externo cobri-lo com

manta de polietileno

ou até sacos de

estopas umedecidos,

pelo período de pelo

menos de três dias.

O piso externo deve

permanecer coberto

com manta de

polietileno ou sacos de

estopa umedecidas,

durante pelo menos

três dias.

Não é seguida essa

recomendação.

Não é seguida essa

recomendação.

Fonte: Dos autores, 2019.

Verificando os procedimentos realizados na empresa UM, para a colocação de

revestimentos cerâmicos na área externa, nota-se que a técnica que está sendo estudada ficam

próximas as das Norma ABNT NBR 9817:1987 seguindo o padrão de não utilizar argamassa

colante, e sim o emprego de cimento polvilhado por cima da camada de assentamento, sendo

que as cerâmicas devem ficar em imersão na água por um determinado tempo.

Page 75: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

75

Analisando o procedimento realizado na empresa DOIS, percebe-se que se

aproxima o método mostrado na Norma ABNT NBR 13753:1996, onde a empresa adota o

padrão de que as peças cerâmicas são assentadas com argamassa colante industrializada, neste

tipo de processo os pisos são assentados a seco.

4.4 CONCLUSÕES DO ESTUDO DE CASO

O processo de colocação da empresa UM se assemelha com a norma 9817:1987 e

o processo da Empresa DOIS se assemelha a norma 13753:1996. Com isso comentaremos a

seguir as principais diferenças dos processos para a norma.

Para o estudo de caso apresentado conclui-se que em relação as juntas de dilatação

a Empresa UM não segue a norma, porém adota um padrão de uma junta a cada 25m². Já na

Empresa DOIS, a área estudada não é maior que 20m², não tendo necessidade de aplicação de

uma junta de movimentação.

Diferente da norma, a Empresa UM utiliza uma desempenadeira para fazer os

cordões sobre a camada de assentamento.

O processo de limpeza realizado após o assentamento das placas como citado na

norma é semelhante ao feito na empresa UM, porém o colaborador acaba ficando em cima de

outras placas recém assentadas para fazê-la, não respeitando os sete (7) dias mencionados na

norma. A outra norma não menciona essa limpeza, porém ela é realizada pela empresa DOIS

progressivamente em relação à produção a fim de evitar a solicitação de demanda mecânica

sobre o piso recém instalado.

Distinto do método mencionado na norma, a empresa UM não realiza o chapisco

antes de assentar as peças.

Em relação ao método de colocação com argamassa colante utilizado na empresa

DOIS, a peça é colocada em seu lugar, não respeitando o deslizamento citado pela norma, e

nem as direções dos cordões de argamassa.

A empresa UM deixa as peças imersas em água por no mínimo 12 horas, diferente

da norma que prescreve 15 minutos. A empresa DOIS aplica o assentamento a seco como a

norma sugere.

Nenhuma das empresas seguem as recomendações citadas nas normas em relação

ao cobrimento para a proteção do revestimento após o serviço de instalação.

Page 76: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

76

Ambas as empresas realizam a limpeza após o rejuntamento para tirar o excesso

de rejunte e dar o acabamento, esperando um tempo de secagem visual.

Ambos os procedimentos não podem ser julgados como errados, apenas processos

de execução que destoam das normas, um dos motivos dessa divergência pode se dar pela

necessidade de manter a produção alta e por esse motivo alguns passos e indicações da norma

passam despercebidos por se tratarem de procedimentos que não são comuns ou não

fiscalizados pela empresa.

Uma melhoria que pode ser feita, é um cuidado maior na parte de limpeza e

isolamento da área que não é seguida de acordo com a norma indica.

Porém o que mais chamou a atenção, são as datas de publicação das normas,

sendo que a mais nova delas tem 23 anos de vigência. O ideal seria uma revisão geral nas

normas, pois alguns dos procedimentos parecem ultrapassados e promovem um desperdício

grande de material.

A norma 13753:1996 fala para cruzar os cordões de cola aplicados no tardoz com

os aplicados na base, porém há relatos de engenheiros que atuam em outras obras, de que a

cola passada na mesma direção nessas duas superfícies geram uma resistência maior segundo

o teste de arrancamento, aparentemente se dá pela melhor liberação do ar contido na hora do

deslizamento da placa.

Para a empresa UM, a sugestão é estudar uma maneira de realizar a limpeza da

superfície após término da colocação da cerâmica sem efetuar demanda mecânica sobre a

peça recém-instalada. Outra sugestão é realizar o chapisco nas peças conforme mencionado na

norma, com isso haverá aumento de aderência entre a peça e o substrato.

Uma sugestão para a empresa DOIS, é realizar um teste de arrancamento e

comparar os sentidos de aplicação da cola para manter um padrão com melhor resistência para

o assentamento.

Outra sugestão seria as empresas adotarem um sistema de cobertura eficaz que

não crie resíduos ou alterações no revestimento recém-instalado.

Page 77: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

77

5 CONCLUSÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo geral a análise do

processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas externas em empresas de

construção da Grande Florianópolis.

As empresas objeto deste estudo foram descritas, somente não foi possível utilizar

seus nomes verdadeiros por solicitação delas. Assim, foram chamadas de Empresa UM e

Empresa DOIS. Já o processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas

externas foi analisado ao decorrer de todo esse trabalho de conclusão de curso.

Para o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso foi necessário o

estudo, análise e compreensão das normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR

13753:1996. As normas do processo de colocação de piso em áreas externas em vigência

foram abordadas e destacadas nos itens 3.3 e 3.4.

Os procedimentos existentes para o processo de colocação de piso com

revestimento cerâmico em áreas externas foram abordados nos itens 4.3.1 e 4.3.2.

Os principais problemas que afetam o desempenho final do processo estudado

foram colocados em um quadro comparativo para análise no item 4.3.4.

As áreas de estudo e o perfil das empresas foram mencionados nos itens 4.1 e 4.2.

As ferramentas da qualidade foram utilizadas no mapeamento dos processos e na

montagem do fluxograma, bem como, serviram como guia para o desenvolvimento deste

TCC.

Os processos de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas externas

dentro da organização foram abordados no item 4.3.

Com isso, é possível afirmar que todos os objetivos foram alcançados.

5.1 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS

Os seguintes aspectos não foram contemplados neste trabalho, e merecem um

aprofundamento para futuros estudos:

Avaliação da implementação do novo procedimento padrão de desenvolvimento

de produto.

Replicar o novo procedimento para os demais segmentos da construção civil.

Avaliar a implementação de novas ferramentas de qualidade na empresa.

Page 78: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

78

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9817: Execução de piso

com revestimento cerâmico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13753: Revestimento de

piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante -

Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações

habitacionais - Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.

BERTUCCI, Janete Lara de Oliveira. Metodologia básica para elaboração de trabalhos de

conclusão de cursos: ênfase na elaboração de TCC de pós-graduação Lato Sensu. São Paulo:

Atlas, 2009.

Blog Cerbras. O que significa a sigla PEI. Disponível em:

http://blog.cerbras.com.br/index.php/o-que-significa-a-sigla-pei/, acesso em 17/09/2019.

CAMPOMAR, Marcos C. Do Uso de “Estudo de Caso” em Pesquisas para Dissertações e

Teses em Administração: Revista de Administração, São Paulo v. 26, nº 3, p. 95 – 97

Julho/Setembro 1991.

FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4. ed. 11 reimpr. São Paulo –

Atlas, 2008.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de

Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 35, 1995.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, EVA Maria. Fundamentos de metodologia

científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 297 p.

MAY, Paulo Roberto. Apostila utilizada como livro de apoio didático a disciplina de

CONTROLE DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL do Curso de Engenharia

Civil da UNISUL Palhoça: Unisul, 2018.

MEURER, Felipe Giassi. SANTOS, Lidiane João dos. Vantagens do Processo Operacional

Padrão no Assentamento de Revestimento Cerâmico Interno pelo Método de Colagem:

Uma Análise Bibliográfica. Trabalho de Conclusão de Curso, defendido no Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, em Tubarão, 20 de junho

de 2017.

MOBUSS. A Importância de um Bom Acabamento Para Sua Obra. E-book. PRENOVA e

MOBUSS construção. Sem ano. (a)

RHOD, Alexandra Barcelos. Manifestações Patológicas em Revestimentos Cerâmicos:

Análise da Frequência da Ocorrência em Áreas Internas de Edifícios em Uso em Porto

Page 79: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

79

Alegre. Trabalho de Conclusão de Curso, defendido no Curso de Engenharia Civil da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, em Porto Alegre, RS, julho de 2011.

SIEGE. 15 Tipos de Piso para Utilizar na Construção Civil. Disponível em:

www.sienge.com.br/ebooks/acabamentos-de-obras/ Acesso em 27 de maio de 2019. (a)

SIEGE. Guia dos Materiais de Acabamento de Obras. E-book. Disponível em:

www.sienge.com.br/ebooks/acabamentos-de-obras/ Acesso em 31 de maio de 2019. (b)

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em

educação. São Paulo: Atlas, 2009.

TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo. Atlas,

1995.

UGREEN. Norma de Desempenho: Um Guia Para Arquitetos, Engenheiros e Designers.

Disponível em: https://www.ugreen.com.br/norma-de-desempenho/ Acesso em 07 junho de

2019.

YIN, R. K. Estudo de Caso – Planejamento e Método. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2001.

Page 80: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

80

APÊNDICE

Page 81: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

81

APÊNDICE A – Fluxograma Procedimento Empresa UM, parte 1

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 82: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

82

APÊNDICE A – Fluxograma Procedimento Empresa UM, parte 2

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 83: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

83

APÊNDICE A – Fluxograma Procedimento Empresa UM, parte 3

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 84: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

84

APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 1

.

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 85: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

85

APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 2

.

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 86: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

86

APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 3

Fonte: Dos autores, 2019.

Page 87: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GABRIEL …

87

APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 4

Fonte: Dos autores, 2019.