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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MÁRCIA KANEGUSUKU ESTUDO FITOQUÍMICO E BIOLÓGICO DE DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO Rubus ENCONTRADAS NA FLORA CATARINENSE Itajaí - 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MÁRCIA KANEGUSUKU

ESTUDO FITOQUÍMICO E BIOLÓGICO DE DUAS ESPÉCIES DO

GÊNERO Rubus ENCONTRADAS NA FLORA CATARINENSE

Itajaí - 2006

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS

MÁRCIA KANEGUSUKU

ESTUDO FITOQUÍMICO E BIOLÓGICO DE DUAS ESPÉCIES DO

GÊNERO Rubus ENCONTRADAS NA FLORA CATARINENSE

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

Orientador: Prof. Dr. Rivaldo Niero

Itajaí, Novembro de 2006.

ESTUDO FITOQUÍMICO E BIOLÓGICO DE DUAS ESPÉCIES DO

GÊNERO Rubus ENCONTRADAS NA FLORA CATARINENSE

Márcia Kanegusuku

‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e Substâncias Bioativas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.’

____________________________________ Rivaldo Niero, Doutor

Orientador

__________________________________________________________ Tânia Mari Bellé Bresolin, Doutora

Coordenadora do Programa Mestrado em Ciências Farmacêuticas

Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:

______________________________________ Prof. Dr. Rivaldo Niero (UNIVALI)

Presidente

______________________________________ Prof. Dr. Jacir Dal Magro (UNOCHAPECÓ)

Membro

______________________________________ Profa. Dra. Adriana Dias Elpo Barbosa (UNIVALI)

Membro

Itajaí (SC), novembro de 2006

AGRADECIMENTOS

À Deus pela vida e mais esta oportunidade de crescimento.

Ao Prof. Rivaldo Niero pela orientação e amizade em mais um trabalho de

pesquisa, por ter acreditado em meu potencial, sendo incentivador, compreensivo e

paciente nos momentos em que houve a necessidade.

À professora Márcia Maria de Souza e seus colaboradores pelos testes

farmacológicos.

Ao professor Alexandre Bella Cruz e colaboradores pelos testes

microbiológicos.

Ao professor Franco Delle Monache pelas análises espectroscópicas.

Aos professores da comissão interna Clóvis Rodrigues e Alexandre Bella Cruz

pelas correções.

Aos professores membros da banca Jacir Dal Magro e Adriana Elpo por terem

aceitado o convite e pelas valiosas sugestões.

Aos professores do Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas.

À Marina pelos testes microbiológicos e principalmente pela amizade e

companheirismo.

Às alunas de iniciação científica Gabriela e Isabela pela colaboração na

pesquisa.

Ao meu amigo e marido Volnei por estarmos juntos amadurecendo e

crescendo nesta maravilhosa jornada da vida.

Ao meu filho Mateus fonte inspiradora para o término de mais esta etapa.

Aos meus pais Paulo e Mioko pelo apoio, incentivo e confiança em todos os

momentos.

Aos meus irmãos Patrícia e Paulo Roberto pelos conselhos e apoio durante o

trabalho e a gravidez.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente, estiveram presentes durante

a realização deste trabalho.

ESTUDO FITOQUÍMICO E BIOLÓGICO DE DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO Rubus ENCONTRADAS NA FLORA CATARINENSE

Márcia Kanegusuku

Nov/2006 Orientador: Rivaldo Niero, Doutor. Área de Concentração: Fitoquímica. Número de Páginas: 69 O gênero Rubus tem se destacado pelo uso popular devido aos frutos que produzem e suas folhas que são usadas com propósito terapêutico para tratar diversas patologias, incluindo diabetes. Algumas espécies têm sido alvo de estudos científicos visando o isolamento e a avaliação do potencial terapêutico. No entanto, sobre as espécies adaptadas no Brasil muito pouco é encontrado na literatura. Desta forma, este trabalho descreve a avaliação fitoquímica e biológica das raízes de R. imperialis e das partes aéreas de R. rosaefolius encontradas na flora catarinense. O material vegetal foi moído, seco a 40 oC e macerado em metanol durante 7 dias. Após evaporação do solvente sobre pressão reduzida, o extrato foi dissolvido numa mistura de metanol:água (9:1) e particionado com solventes de polaridade crescente como hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol. As respectivas frações foram submetidas aos métodos cromatográficos (CC e CCD) e as substâncias puras foram identificadas através das técnicas espectroscópicas usuais (IV, RMN 1H e 13C). Da fração butanólica obtida das raízes de R. imperialis, foi isolado e identificado uma substância denominada de ácido 3-O-metil-4’-metilelágico. Quando testado frente a diferentes microrganismos patogênicos, esta substância apresentou uma concentração inibitória mínima de 200 µg/mL para a bactéria Streptococcus agalactiae. Em relação a R. rosaefolius, as substâncias isoladas foram identificadas como stigmasterol, sitosterol, β sitosterol glicosídeo, ácido tormêntico e o ácido 28-metóxitormêntico. Tanto as frações quanto o ácido 28-metóxitormêntico apresentam um pronunciado dose-dependente efeito antinociceptivo, quando submetido aos testes das contorções abdominais induzidas pelo pelo ácido acético e formalina, em camundongos. Particularmente, no teste das contorções, o ácido 28- metóxitormêntico apresentou uma DI50 e IM de 5,1 (3,6 - 7,1) mg/kg de 64,2% respectivamente. Quando analisada no modelo de dor induzido pela formalina, este ácido apresentou uma DI50 e IM de 9,9 (8,0 -12,3) e 6,3 (5,0 - 7,9) mg/kg e 39,3 e 90,3%, para a primeira e segunda fase, respectivamente. Quando comparado com a aspirina e o paracetamol, dois medicamentos usados na clínica, mostrou-se cerca de 10 vezes mais potente, sugerindo contribuir em parte pelo efeito encontrado para a planta em questão.

Palavras-chave: R. imperialis, R. rosaefolius, ácido 3-O-metil-4’-metilelágico.

PHYTOCHEMICAL AND BIOLOGICAL STUDY OF DIFFERENTS SPECIE OF Rubus GENUS FOUND IN THE CATARINENSE FLORA

Márcia Kanegusuku

Nov/2006

Supervisor: Rivaldo Niero, Doctor. Area of Specialization: Phytochemistry Number of pages: 69

The Rubus genus has been highlighted for popular use, due to its tasty fruits - blackberries. The leaves are used as infusions to treat various pathologies, including diabetes. Some species have been the target of scientific studies aimed at isolating and evaluating their therapeutic potential. However, few studies are found in the literature relating to the species in Brazil. In this aspect, the present work describes the phytochemical and biological results obtained for Rubus imperialis and Rubus rosaefolius, two species found in the flora of Santa Catarina. The plant material was ground, air-dried at 40 oC, and macerated in methanol. After evaporation of the solvent, the MeOH extract was partitioned with solvents of increasing polarity: hexane, dichloromethane, ethyl acetate and butanol. The respective fractions were submitted to chromatographic separation methods (CC and TLC) and the pure compounds were identified using spectroscopic techniques (IV, RMN 1H e 13C). From the butanol fraction obtained from the roots of R. imperialis, a compound was isolated and identified as 3-O-methyl-4'-methylellagic acid. The antimicrobial activity was carried out in different stages of the purification process, suggesting that this compound is probably responsible for the antimicrobial action initially found in the MeOH extract, with Maximal Inhibitory Concentration values of 200mg/mL for the Streptococcus agalactiae bacteria. In relation to the R. rosaefolius, the compounds isolated and identified were stigmasterol, β-sitosterol, β-sitosterol glicosidic, tormentic acid, and 28- methoxytormentic acid. The pharmacological results show that the 28-methoxytormentic acid, when submitted to antinociceptive analysis by the acetic acid-induced abdominal writing test, showed Maximal Inhibition of 64.22 % and ID50 of 5.10 (3.64 -7.14) mg/Kg. When analyzed by the pain-induced formalin test, this compound showed MI of 39.37 and 90.37 %, DI50 of 9.98 (8.08 -12.31) and 6.31(5.07-7.98) mg/Kg proving to be about 10 times more potent than clinically used medicines, such as aspirin and paracetamol.

Key words: Rubus imperialis, R. rosaefolius, 3 –O –methyl-4’-methylellagicacid.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fotografia das partes aéreas de R. imperialis................................... 20

Figura 2 Fotografia das partes aéreas de R. rosaefolius................................. 21

Figura 3 Operações realizadas para isolamento e identificação de

substâncias puras das raízes de R. imperialis...................................

31

Figura 4 Operações realizadas para isolamento e identificação de

substâncias puras das partes aéreas de R. rosaefolius.....................

37

Figura 5 Efeito do extrato hidroalcoólico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius

sobre a dor induzida por ácido acético...............................................

42

Figura 6 Efeito do extrato hidroalcoólico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius

sobre a dor induzida por formalina.....................................................

43

Figura 7 Efeito da fração hexano (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre

a dor induzida por ácido acético.........................................................

43

Figura 8 Efeito da fração hexano (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre

a dor induzida por formalina

44

Figura 9 Efeito da fração de diclorometano (10; 30; 60 mg/kg) de R.

rosaefolius sobre a dor induzida por ácido acético.............................

44

Figura 10 Efeito da fração de diclorometano (10; 30; 60 mg/kg) de R.

rosaefolius sobre a dor induzida por formalina...................................

45

Figura 11 Efeito da fração de acetato de etila (3; 6; 10 mg/kg) de R.

rosaefolius sobre a dor induzida por ácido acético............................

45

Figura 12 Efeito da fração de acetato de etila (3; 6; 10 mg/kg) de R.

rosaefolius sobre a dor induzida por formalina....................................

46

Figura 13 Efeito da fração butanólica (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius

sobre a dor induzida por ácido acético...............................................

46

Figura 14 Efeito da fração butanólica (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius

sobre a dor induzida por formalina.....................................................

47

Figura 15 Efeito do metoxitormêntico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre

a dor induzida por ácido acético........................................................

47

Figura 16 Efeito do metoxitormêntico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre

a dor induzida por formalina...............................................................

48

Figura 17 Espectro de IV de Ri-5, em KBr.......................................................... 62

Figura 18 Espectro RMN 1H (300 MHz) de Ri-5 em piridina-d5.......................... 63

Figura 19 Espectro de RMN 13C (75 MHz) de Ri-5 em piridina-d5...................... 64

Figura 20 Espectro de IV de Rr-1, em KBr......................................................... 66

Figura 21 Espectro de RMN 1H (300 MHz) de Rr-1 entre 1 e 6 ppm, em

piridina-d5...........................................................................................

67

Figura 22 Espectro de RMN 13C (75 MHz) de Rr-1 entre 16 e 42 ppm, em

piridina d5............................................................................................

68

Figura 23 Espectro de RMN 13C (75 MHz) de Rr-1 entre 47 e 180 ppm, em

piridina d5............................................................................................

69

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao

espectro de RMN 1H (300 MHz) de Ri-5 em piridina-d5........................

32

Tabela 2 Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao

espectro de RMN 13C de Ri-5 em piridina-d5.......................................

32

Tabela 3 Atividade antimicrobiana de extratos de diferentes partes de

R.imperialis contra bactérias e fungos..................................................

34

Tabela 4 Atividade antimicrobiana de frações das raízes e R. imperialis contra

bactérias e fungos.................................................................................

34

Tabela 5 Atividade antimicrobiana de substâncias isoladas das raízes de R.

imperilais contra bactérias e fungos.....................................................

35

Tabela 6 Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao

espectro de RMN 1H (300MHz) de Rr-1 em piridina-d5........................

40

Tabela 7 Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao

espectro de RMN 13C de Rr-1 em piridina-d5........................................

40

Tabela 8 Efeito antinociceptivo comparativo entre o Extrato Hidroalcoólico, as

Frações Hexano, Diclorometano, Acetato de Etila, Butanol, o Ácido

28-Metóxitormêntico e fármacos usados como referência no modelo

de dor induzida pelo ácido acético 0,6% em camundongos,

administrados intraperitonialmente.......................................................

49

Tabela 9 Efeito antinociceptivo comparativo entre o Extrato Hidroalcoólico, as

Frações Hexano, Diclorometano, Acetato de Etila, Butanol, o Ácido

28-Metóxitormêntico e fármacos usados como referência no modelo

de dor induzida pela formalina, administrados intraperitonialmente.....

50

LISTA DE ABREVIATURAS

CC Cromatografia em Coluna

CCD Cromatografia em Camada Delgada

CIM Concentração Inibitória Mínima

IV Infra-Vermelho

RMN-1H Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio

RMN-13C Ressonância Magnética Nuclear de Carbono 13

LC50 Concentração letal de 50%

ppm parte por milhão da freqüência aplicada

TMS Tetrametilsilano

UFC Unidade formadora de colônia

Ri Composto relacionado com Rubus imperialis

Rr Composto relacionado com Rubus rosaefolius

FAE Fração Acetato de Etila

FB Fração Butanol

FD Fração Diclorometano

FH Fração Hexano

EH Extrato Hidroalcoólico

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 11

2 OBJETIVOS.................................................................................................. 14

2.1 Objetivo Geral............................................................................................ 14

2.2 Objetivos Específicos.............................................................................. 14

3 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................... 15

3.1 Plantas Medicinais: Aspecto Geral....................................................... 15

3.2 Características químicas e biológicas das espécies do gênero

Rubus............................................................................................................

17

3.2.1 Rubus imperialis........................................................................................ 19

3.2.2 Rubus rosaefolius..................................................................................... 21

4 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 22

4.1 Material botânico.........................................................................……...... 22

4.2 Análise química................................................................................... 22

4.2.1 Obtenção dos extratos.............................................................................. 22

4.2.2 Separação, purificação e identificação dos constituintes químicos.... 22

4.2.3 Reagentes e equipamentos...................................................................... 23

4.3 Análise antimicrobiana............................................................................ 24

4.3.1 Material microbiológico............................................................................ 24

4.3.2 Manuntenção dos microrganismos......................................................... 25

4.3.3 Preparo dos inóculos................................................................................ 26

4.3.4 Determinação da Concentração Inibitória Mínima................................. 26

4.4 Atividade antinociceptiva........................................................................ 27

4.4.1 Modelo das contrações abdominais induzidas pelo ácido acético...... 27

4.4.2 Modelo de dor induzido pela formalina.................................................. 28

4.4.3 Princípios básicos para pesquisa envolvendo o uso de animais........ 29

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 30

5.1 Rubus imperialis................................................................................. 30

5.1.1 Análise química......................................................................................... 30

5.1.2 Análise antimicrobiana............................................................................. 34

5.2 Rubus rosaefolius..................................................................................... 37

5.2.1 Análise química......................................................................................... 38

5.2.2 Atividade antinociceptiva......................................................................... 42

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES............................................................. 51

6.1 Rubus imperialis....................................................................................... 51

6.2 Rubus rosaefolius..................................................................................... 51

REFERÊNCIAS................................................................................................ 53

ANEXO I............................................................................................................ 61

ANEXO II........................................................................................................... 65

11

1 INTRODUÇÃO

Descobrir um novo medicamento é como encontrar uma agulha em um palheiro.

A Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA), calcula que de

cada 10 mil moléculas analisadas com o objetivo de gerar um novo medicamento,

somente cinco evoluem para testes pré-clínicos. Desse total apenas uma é aprovada

e será utilizada como medicamento.

Até obter o registro oficial e poder ser comercializado, o medicamento passa por

uma criteriosa, extensa e dispendiosa série de estudos que atestem sua segurança

e eficácia. Os investimentos para descoberta de uma molécula até sua

transformação em medicamento comercializado superam US$ 800 milhões, ao longo

de um período de estudos e testes clínicos que pode estender-se por até 12 anos

(INTERFARMA, 2003).

Os gastos na descoberta de um novo medicamento são cada vez maiores e

como alternativos, a indústria farmacêutica tem dedicado uma atenção especial aos

medicamentos fitoterápicos, pois se apresentam como medicamentos de menor

custo de pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de uma oportunidade de

diversificação (FERREIRA, 1998). Para as grandes empresas internacionais as

plantas medicinais são fontes de novas estruturas que serão isoladas e

posteriormente sintetizadas para produção em larga escala (ABIFITO, 2003).

A fitoterapia valoriza o fitocomplexo, um conjunto de vários princípios ativos que

atuam sinergicamente. O mecanismo de ação terapêutica é mais lento, e chega a

ser considerado como mais fisiológico e natural (YAMADA, 1998).

No entanto é preciso estar atento à idéia equivocada de que produto natural não

tem efeito colateral, isso leva muitas pessoas a fazer uso das plantas medicinais

sem ao menos saber o que realmente estão consumindo (GIOVANO, 1980). Essas

plantas devem acima de tudo, serem asseguradas quanto à eficácia terapêutica e a

toxicologia ou segurança de uso (GARCIA, 2001).

A utilização de plantas para curar diversos males é tradicionalmente conhecida e

utilizada há centenas de anos pela humanidade. O homem primitivo, ao procurar

plantas para o seu sustento, foi descobrindo plantas com ação tóxica ou medicinal,

formando, assim um conhecimento empírico das ações terapêuticas e tóxicas das

plantas. Sendo assim, indícios do uso de plantas medicinais e tóxicas foram

12

encontrados nas mais antigas civilizações. Contudo, a medicina popular não tinha

em seu uso qualquer comprovação científica (PINTO et al.,2002; BHATTARAM, et

al., 2002).

Até meados do século XX, a pesquisa para o desenvolvimento de novos

fármacos era baseada na síntese química de novas substâncias e no estudo de sua

atividade farmacológica. Contudo, percebeu-se que duas características distinguiam

os produtos de origem natural dos produtos sintetizados: a diversidade molecular e a

função biológica. Como os produtos de origem natural são sintetizados por

organismos vivos, ou seja, a partir do metabolismo dos organismos vivos, espera-se

que tais substâncias tenham maior chance de apresentar alguma atividade biológica.

Esse princípio relativamente simples é a base para um complexo estudo dessas

substâncias e suas atividades sobre os organismos (SANDES et al., 2000).

Neste momento, cabe comentar que as substâncias que geralmente são fontes

de estudo quanto à atividade biológica são aquelas que advêm do metabolismo

secundário das plantas. Outra característica relacionada aos metabólitos

secundários é a variedade na qual são encontrados em cada espécie vegetal

(SANTOS, 2000). A variedade e a complexidade das micromoléculas que constituem

os metabólitos secundários de plantas ainda são inatingíveis por métodos

laboratoriais. Sendo conseqüência de milhões de anos de evolução, como forma de

proteção e resistência às intempéries do clima, poluição e predadores (LESNEY,

2004; CALIXTO, 2003; VIEGAS JÚNIOR et al., 2006).

As plantas medicinais são as responsáveis pela maior parcela de diversidade

química conhecida e registrada na literatura. Tendo em vista esses aspectos,

podemos afirmar que com o aumento da diversidade biológica das espécies

vegetais, aumentam a diversidade de substâncias químicas de origem vegetal que

podem ser obtidas e a probabilidade de identificação de substâncias biologicamente

ativas (HARBORNE, 1988).

Dessa forma o Brasil encontra-se em grande vantagem, possuem a maior

biodiversidade do mundo, com um número estimado entre 10 e 20% do número total

de espécies do planeta. Conta com a mais diversa flora do mundo, com mais de 55

mil espécies descritas 22% do total mundial (GARCIA, 2001). Esse imenso

patrimônio genético, já escasso nos países desenvolvidos, na atualidade significa

valor econômico-estratégico inestimável em várias atividades, mas é no campo do

desenvolvimento de novos medicamentos onde reside sua maior potencialidade.

13

Estima-se que 40% dos medicamentos disponíveis na terapêutica atual foram

desenvolvidos de fontes naturais: 13% de microorganismos, 3% de animais e 25%

de plantas (CALIXTO, 2003).

Neste sentido, é importante estudar plantas principalmente encontrada em

nossa região, de fácil acesso e coleta.

14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar os constituintes químicos presentes nas raízes de R. imperialis e nas

partes aéreas de R. rosaefolius, bem como suas atividades biológicas no intuito de

contribuir com dados científicos para subsídios ao uso na medicina popular.

2.2 Objetivos Específicos

- Isolar através de métodos cromatográficos os constituintes químicos

presentes na fração butanólica das raízes de R. imperialis.

- Isolar através de métodos cromatográficos os constituintes químicos

presentes nas partes aéreas de R. rosaefolius.

- Identificar através de métodos espectroscópicos de IV, RMN 1H e RMN 13C

os constituintes químicos isolados.

- Avaliar a atividade antimicrobiana das frações e compostos isolados das

raízes de R. imperialis através do método de diluição em ágar.

- Avaliar a atividade antinociceptiva de extratos, frações e compostos isolados

de R. rosaefolius no modelo do ácido acético 0,6% e formalina, em

camundongos.

- Comparar os resultados biológicos obtidos com medicamentos usados na

clínica.

15

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Plantas Medicinais: Aspecto Geral

Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) revelam que

aproximadamente 80% ou 4 bilhões de habitantes do globo recorrem à medicina

tradicional como tratamento primário de saúde (YAMADA, 1998). As plantas

medicinais têm se mostrado adequadas para atender as necessidades básicas de

saúde em função da facilidade de acesso, do baixo custo e da compatibilidade com

as tradições populares (BENDAZZOLI, 2000). Possuem a enorme vantagem de

originar medicamentos em menor tempo a um custo inferior se comparado com os

sintéticos, tornando-se mais acessíveis à população em geral (CECHINEL FILHO,

2000).

Nos últimos anos tem-se verificado um grande avanço científico envolvendo os

estudos químicos e farmacológicos de plantas medicinais que visam obter novos

compostos com propriedades terapêuticas (CECHINEL FILHO et al., 1998). O Brasil

possui a maior base universitária e técnica das Américas, excluindo os EUA, e os

cientistas brasileiros publicam nas melhores revistas internacionais (FERREIRA,

1998).

Entretanto no Brasil existe um relativo atraso na corrida pela busca de novos

medicamentos fitoterápicos, ficando inclusive atrás de países menos desenvolvidos

tecnologicamente. Um dos motivos é a falta de uma política definida, permanente e

comprometida com o desenvolvimento da indústria farmacêutica (YUNES et al.,

2001). Existe ainda uma falta de tradição das indústrias farmacêuticas brasileiras em

investir em P&D e isto é mais forte nas indústrias de fitoterápicos, poucas se

destacam mantendo cooperação com universidades, que buscam garantir a

qualidade, eficácia e segurança de seus produtos (SIMÕES et al.,2002).

A utilização das plantas seja como fitoterápico ou como substância protótipo

evidencia a importância da investigação científica para o desenvolvimento de um

medicamento. Tais pesquisas deverão ser direcionadas à valorização e modulação

da atividade farmacológica a ser explorada, garantindo a ação terapêutica, a

segurança de utilização bem como a viabilidade de produção. Desta maneira

16

aponta-se a importância equivalente do conhecimento botânico, fitoquímico,

agronômico, farmacológico, toxicológico e de desenvolvimento de metodologias

analíticas e tecnológicas (SIMÕES et al., 2000; BALUNAS et al., 2005).

Constata-se que a maioria dos fitoterápicos fabricado atualmente pela indústria

brasileira está fundamentada no uso popular das plantas sem nenhuma

comprovação pré-clinica nem clínica, desta forma não podendo competir em termos

nacional e muito menos internacional (YUNES et al., 2001). Em países da Europa os

medicamentos fitoterápicos possuem uma longa tradição, são submetidos a um

rigoroso controle de qualidade há mais de um século, comparável ao dos

medicamentos sintéticos, e por isso receitados com freqüência pelos médicos

(GRUENWALD, 1998).

Atualmente são promovidas várias discussões no Brasil e no mundo, a fim de

regularizar o setor e garantir ao consumidor e a comunidade médica eficácia,

segurança e qualidade do medicamento fitoterápico (SUELMA et al., 2001). A

legislação internacional da produção e comercialização de medicamentos

fitoterápicos não é uniforme, apresentando duas definições dos produtos naturais,

como medicamentos na Alemanha ou como suplementos alimentares no Reino

Unido, EUA e na Holanda (MORETTO, 2000). Entre as medidas tomadas nesse

sentido, está a resolução RDC 17 de 2000/ANVISA que manteve as rígidas regras

quanto à comprovação da eficácia, segurança e qualidade para validação de

fitoterápicos novos, mas passou a ter uma modalidade de registro denominada

“tradicional”. Uma primeira tentativa de valorizar a tradição de uso de uma planta

medicinal, de modo a alcançar um equilíbrio entre critérios exigidos para validar um

medicamento em geral, e as características peculiares de um medicamento

fitoterápico (SIMÕES et al., 2002). E a mais recente é a resolução RDC n° 48, de 16

de março de 2004, que tem como base principal à padronização na produção de

fitoterápicos exigindo reprodutibilidade, representando um controle de qualidade da

matéria-prima vegetal e dos próprios medicamentos (ANVISA, 2004).

17

3.2 Características químicas e biológicas das espécies gênero Rubus

Dentre as famílias de plantas que despertam interesse encontra-se a

Rosaceae que compreende cerca de 100 gêneros com mais de 700 espécies, sendo

que a maioria é encontrada em climas temperados (JOLY, 1991). Na flora brasileira

é representada por 5 gêneros, habitando principalmente o sul do país (JORGE et al.,

1993; AGRIDATA, 2002). O gênero Rubus em especial, tem se destacado pelo usos

populares, muitas das espécies são conhecidas pelos frutos saborosos que

produzem, e suas folhas são usadas em infusos com propósito terapêutico. Muitas

espécies têm sido alvas de vários estudos científicos visando o isolamento de novas

moléculas e avaliação do potencial farmacológico e biológico de extratos e

compostos isolados (PATEL et al., 2004).

Uma das espécies mais comuns é o R. idaeus popularmente chamada de

framboesa, além de seu fruto ser utilizado na culinária, suas folhas são

tradicionalmente utilizadas na forma de chá contra diarréia, estomatites,

conjuntivites, como adstringente e facilitador do parto (NEWALL et al., 1996). Um

estudo realizado com o extrato das folhas, em útero de ratas não-grávidas e

grávidas, apresentou pouco ou nenhum efeito para o primeiro grupo, mas para o

grupo das ratas grávidas tornou as contrações mais regulares e menos freqüentes.

O resultado foi similar para teste em amostras humanas (BAMFORD et al., 1970).

Em outro estudo o extrato das folhas apresentou atividade relaxante em íleo de

cobaia in vitro (ROJAS-VERA et al., 2002). Na espécie R. idaeus também foi

encontrada o ácido elágico, um potente anticarcinogênico (KHANDUJA et al., 1999).

A espécie R. fruticosus ou amora preta tem sido bastante cultivada, é mais

estudada sob o aspecto agronômico de cultivo. No entanto são relatados na

literatura alguns usos medicinais de seus frutos e folhas. Um estudo com o extrato

aquoso das folhas administrado via oral em ratos diabéticos induzidos por

estreptozotocina, apresentou ação efetiva para baixar os níveis de glicose no

sangue (JOUAD et al., 2002).

Também é alvo de estudos uma espécie brasileira a R. brasilensis Mart. outro

tipo de amora comestível. Em roedores, a fração hexano induziu ansiedade revertida

pelo flumazenil, um antagonista de receptor específico GABAA-benzodiazepínico

(NOGUEIRA et al., 1998). Essa mesma fração de hexano em outro trabalho induziu

18

hipnose, teve efeito anticonvulsivante e relaxante muscular em camundongos, e

ainda mostrou que o receptor GABAA-benzodiazepínico pode exercer um importante

papel nos efeitos desta fração (NOGUEIRA et al., 2000).

O extrato aquoso espécie R. coreanus Miq foi testado com um sistema de

cultura de células utilizando um vírus da hepatite B (HVB), verificou-se que o extrato

diminuiu os níveis de DNA HVB viral no meio extracelular e inibiu a secreção de

HBsAg dose dependente. Apresentando desta forma uma possível atividade anti-

HVB (KIM et al., 2001).

Já foram observadas, em várias espécies, atividades antinociceptiva, mais

recentemente, Choi e colaboradores (2003), demonstraram que o fracionamento

biodirecionado do extrato butanólico, permitiu o isolamento de triterpeno ácido 23-

hidroxitormentico-28-O-glicosídeo, denominado de Niga-ichigosideo F1, do qual,

através de hidrólise básica, obteve-se a aglicona derivada do ácido 23-hidroasiático.

Ambos apresentaram importante perfil analgésico e antiinflamatório. No entanto, a

aglicona se mostrou muito mais ativa do que o Niga-ichigosideo F1 (ALANIS et al.,

2003). Foram estudadas as subtâncias niga-ichigosideo F1 e sua aglicona o ácido

23-hidroxitormêntico isolados de Rubus coreanus ambos apresentaram ação

antiinflamatória contra artrite reumatóide e num estudo paralelo mostraram-se

eficientes para reduzir lesões gástricas induzidas em ratos, sugerindo que estas

substâncias são candidatas importantes como antiinflamatórios usados por longo

tempo (NAN, et al., 2006).

Estas substâncias estão presentes também em R. cariifolius, R. choosefalus,

R. allegheniensis e R. imperialis (NIERO et al. 1999; LIU et al., 2001; FLAMINI et al.,

2002; ONO et al., 2003). Alguns triterpenos deste mesmo núcleo estrutural foram

isolados de R. sieboldii. Neste estudo, os ácidos tormêntico e euscáfico,

apresentaram importantes ações antiinflamatórias, inibindo de maneira significativa

as enzimas envolvidas na replicação, principalmente as α e βpolimerase

(MURAKAMI et al., 2002). Assim como os extratos de R hirtus e R sanctus espécies

naturais da Turquia apresentaram atividade antinociceptiva significante

(ERDEMOGLU et al., 2003).

R. umifolius mostrou um significativo efeito hipoglicêmico em ratos com

diabetes induzida (LEMUS, 1999). Já foram isolados dessa planta flavonóides ,

triterpenos e antronas (FLAMINI et al., 2002).

19

Outra propriedade observada nos extratos do gênero Rubus é o potencial

antimicrobiano (RICHARDS et al. 1994). Foi observado em R. ulmifolius atividade

antibacteriana e antifúngica nas frações de fenólis e taninos (PANIZZI et al., 2002).

O extrato metanólico de Rubus chamaemorus apresentou atividade amebicida

(DERDA et al., 2004) e alguns extratos apresentaram atividade anti-bacteriana e

antimicotica (THIEM et al., 2004). Dos extratos das partes aéreas de Rubus

coriifolius foram também isolados além de outras substâncias o niga-ichigosideo F1,

ácido elágico e a epicatequina que foram avaliados quanto a atividade

antiprotozoária contra Entamoeba histolytica e Giardia lambia, a epicatequina foi o

maior responsável pela atividade do extrato sendo comparado a emetina (ALANIS et

al., 2003).

Rubus amabilis é conhecido por seu efeito antiflogístico, analgésico antídoto e

antitumuoral, Chen e colaboradores (2001) estudou os constituintes das partes

aéreas desta planta e identificou pregnanas glicosiladas, lignanas glicosiladas,

triterpernos éster glicosilados e flavonóides glicosilados.

Várias espécies têm apresentado propriedades antitumorais em seus extratos

e compostos isolados, como é o caso de R. crataegifolius no qual o extrato bruto das

raízes apresentou atividade em células de carcinoma mamário humano, como

potente indutor de apoptose e inibidor de DNA topoisomerase I (LEE et al., 2000).

Sendo que desta espécie já foi isolado um triterpeno éster glicosilado (JUNG et al.,

2001). Dois triterpenos isolados de R. sieboldii o ácido tormêntico e o ácido eufásico

apresentaram efeito anti-inflamatório e inibidor de DNA polimerases mamárias

(MURAKAMI et al., 2002).

3.2.1 Rubus imperialis

A espécie R. imperialis (Figura 1) é um arbusto conhecido comumente como

amora-branca, amora do mato e suas folhas são usadas na medicina popular para o

tratamento de diversas patologias, como diabetes, processos inflamatórios e

dolorosos (NIERO et al., 1998; CIRILO, 1993).

Em estudos anteriores feitos em nossos laboratórios, mostraram que alguns

extratos e um triterpeno denominado niga-ichigosideo F1 isolado exerceram uma

20

importante atividade antinociceptiva. Esta substância foi aproximadamente 30 vezes

mais potente do que a aspirina e o paracetamol no teste de contorções abdominais

induzidas pelo ácido acético em camundongos, além de previnir tanto a dor de

origem neurogênica como a dor de origem inflamatória do teste da formalina (NIERO

et al., 2000; 2002). Alguns extratos das partes aéreas, também mostraram-se

bastante efetivos em diminuir os níveis de glicose em ratos hiperglicêmicos,

induzidos por aloxano (NOVAES et al., 2001). No bioensaio de citotoxicidade frente

a Artemia salina a fração acetato de etila das raízes apresentou uma ação

significativa. No entanto, o Niga-ichigosídeo F1 desta fração não teve ação sobre o

microcrustáceo, indicando que devem existir outros compostos responsáveis pela

atividade citotóxica ou ainda pode estar ocorrendo um sinergismo entre mais de um

princípio ativo (KANEGUSUKU, 2001; KANEGUSUKU et al., 2002). Recentemente,

um estudo realizado sobre o mecanismo de ação desta substância mostrou

resultados importantes e sugerem que estão envolvidas tanto no sistema

adrenérgico quanto serotonérgico, não tendo participação evidente do sistema

opióide (ARDENGHI et al., 2006).

Existe uma grande semelhança quanto às características fitoquímicas entre

as várias espécies do gênero Rubus principalmente no que se refere a triterpenos e

elagitaninos (TANAKA et al., 1993). Esse fato pode ser observado quando

analisamos os constituintes químicos encontrados na R. imperialis estudada em

nossos laboratórios. Nessa espécie os compostos identificados, niga-ichigosídeo F1

e ácido tormêntico, foram também identificados na R. alceaefolius (GAN et al.,

1998).

Figura 1 - Fotografia das partes aéreas de R. imperialis

21

3.2.2 Rubus rosaefolius

A espécie R. rosaefolius (Figura 2), é um arbusto de flores brancas de frutos

vermelhos comumente conhecida como amora vermelha, amora do mato ou

framboesa (JORGE et al., 1993). Suas folhas são utilizadas contra cólicas

menstruais, diarréia e inflamação de garganta. Em grande quantidade seus frutos

são laxativos. Na indústria é utilizada como flavorizante e corante (COIMBRA, 1994).

Embora seja muito comum em nossa região, não foram encontradas

publicações científicas dessa planta na literatura, analisando seus constituintes ou

avaliando seu potencial farmacológico e biológico até o momento.

Figura 2 - Fotografia das partes aéreas de R. rosaefolius.

22

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material botânico

As raízes de Rubus imperialis foram coletadas em São Sebastião no

município de Treze de Maio – SC em janeiro de 2000. As partes aéreas de Rubus

rosaefolius foram coletadas no município de São José – SC em janeiro de 2002. As

espécies foram identificadas pelo Prof. Dr Ademir Reis (Departamento de Botânica,

UFSC). Uma exsicata de cada espécie foi depositada no Herbário Barbosa

Rodrigues em Itajaí-SC, sob nº VC Filho 012 e VC Filho 054.

4.2 Análise química

4.2.1 Obtenção dos extratos e frações

O material vegetal seco e triturado foi extraído mediante maceração durante

10 dias em recipiente fechado a temperatura ambiente. O material foi filtrado e

concentrado através da evaporação do líquido extrator à pressão reduzida

(rotavapor). Posteriormente, o extrato foi submetido a um processo de partição

líquido-líquido, sob agitação, com solventes de polaridade crescente, como hexano,

diclorometano, acetato de etila e butanol, para a obtenção das respectivas frações

semi–purificadas (CECHINEL FILHO et al., 1998; NIERO, 2000). Paralelamente foi

obtido um extrato hidroalcoólico de etanol/água (50/50), mediante maceração

durante 10 dias. Após a eliminação do solvente, foi acondicionado em dessecador

sob sílica gel ativada para posterior análise.

23

4.2.2 Separação, purificação e identificação dos constituintes químicos

As frações semi-puras que depois de testadas apresentaram efeito biológico

de interesse, foram submetidas a procedimentos cromatográficos, como

Cromatografia em Coluna (CC) com sílica gel como fase estacionária, eluída com

uma mistura de solventes previamente determinadas por Cromatografia em Camada

Delgada (CCD). As sub-frações obtidas foram reunidas segundo seu perfil

cromatográfico, verificado por CCD. No processo de elucidação estrutural foram

empregados métodos espectroscópicos como Infravermelho (IV), Ressonância

Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H) e Carbono 13 (RMN 13C) (CECHINEL

FILHO; YUNES, 1998).

4.2.3 Reagentes e equipamentos

Os espectros de absorção na região do infravermelho foram obtidos em

espectofotômetro FT-IR-BOMEM modelo M-100 em pastilhas de KBr. As frequências

das absorções foram medidas em centímetros recíprocos (cm-1) na Universidade do

Vale do Itajaí.

Os espectros de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio e Carbono 13

foram obtidos a 300 e a 75 MHz num equipamento Varian XL 300 e os

deslocamentos químicos foram medidos em valores adimencionais (ppm), utilizando-

se TMS como padrão interno de referência. Os espectros foram obtidos gentilmente

pelo Prof. Dr. Franco Delle Monache da Universidade Católica de Sacro

Cuore/Roma.

Nos fracionamentos e separações cromatográficas foi utilizada sílica gel-60

de granulometria 70-230 mesh (0,063-0,20 mm) para colunas convencionais, sílica

do tipo GF254 para cromatografia de camada delgada analítica de 2,5 X 6,0 cm e

placas adquiridas da Merck. Todos os reagentes e solventes utilizados tinham ter

grau analítico P.A. Na cromatografia de camada delgada, as substâncias das

classes dos terpenóides e esteróides foram reveladas por vaporização com solução

de anisaldeído sulfúrico seguido de aquecimento da cromatoplaca durante 5 minutos

24

a 110 oC. As substâncias de características fenólicas foram reveladas através de

vaporização de uma solução de FeCl3 1% e secas a temperatura ambiente. Além

disso, as placas foram visualizadas sob luz ultravioleta nos comprimentos de onda

de 250 e 366nm.

4.3 Atividade antimicrobiana

A ação antimicrobiana dos componentes obtidos de R. imperialis foi

investigada através da determinação da concentração inibitória mínima. Os extratos

metanólico bruto das raízes, folhas e caules; frações hexano, acetato de etila e

butanol das raízes e as substâncias ácido 3-O-metil-4’ metilelágico e o ácido 3-O-

metilelágico-4’-O-α-raminose, foram realizadas através do método de diluição em

ágar. Os testes foram realizados pela equipe do Prof. Dr. Alexandre Bella Cruz, nos

laboratórios de microbiologia da UNIVALI.

4.3.1 Material microbiológico

Os microrganismos utilizados como cepas padrões para a realização dos

ensaios de atividade antimicrobiana foram as bactérias: Bacillus cereus (ATCC

14579), Escherichia coli (ATCC 11775), Salmonella typhimurium (ATCC 14028),

Staphylococcus aureus (ATCC 6538P), Staphylococcus saprophyticus (ATCC

35552) e Streptococcus agalactiae (ATCC 13813), e os fungos Candida albicans

(ATCC 10231) e Aspergillus flavus (ATCC 9170), que foram fornecidos pela

“Fundação Tropical de Pesquisa e Tecnologia André Tosello”, Campinas, SP, e o

fungo Rhizopus sp. (CL 35) que foi fornecido por “Control Lab”, Rio de Janeiro, RJ.

25

4.3.2 Manutenção dos microrganismos

As bactérias foram mantidas em tubos de ensaio contendo ágar nutritivo e

conservados sob refrigeração (4°C) no Laboratório de Pesquisa Microbiologia da

UNIVALI. Os microrganismos foram repicados em intervalos regulares de 15 a 30

dias para manter as colônias viáveis.

Os fungos (leveduriformes e filamentosos) foram mantidos em tubos de

ensaio contendo ágar Sabouraud dextrosado, devidamente identificados e

armazenados. As leveduras foram armazenadas sob refrigeração (4°C) e os fungos

filamentosos sob temperatura ambiente na micoteca do Laboratório de Micologia da

UNIVALI, sendo repicados em intervalos de 15 a 30 dias para manter as colônias

viáveis.

4.3.3 Preparo dos inóculos

Para o preparo dos inóculos bacterianos foram utilizados as bactérias Gram-

positivas Bacillus cereus, Staphylococcus aureus, Staphylococcus saprophyticus e

Streptococcus agalactiae e as Gram-negativas Escherichia coli e Salmonella

typhimurium.

As bactérias foram transferidas do meio nutriente para um tubo contendo

meio de manuntenção Mueller-Hinton (MERCK) e incubada a 37°C por 18-24 horas,

para a ativação da respectiva cultura.

Para o preparo do inóculo foi selecionado de 4 a 5 colônias da bactéria

cultivada em ágar Mueller-Hinton e transferidas para tubo de ensaio com 5 mL de

solução NaCl 0,86% estéril, seguido de homogeneização em agitador de tubos por

15 segundos. A densidade do inóculo foi ajustada por espectrofotometria a 520 nm,

por comparação com a escala de 0,5 de McFarland, obtendo-se concentração de

aproximadamente 1,5 x 108 células/mL. Em cada frasco (meio) com os componentes

da planta foi inoculada uma alça calibrada de 1 ·L equivalente a aproximadamente 1-

5 x 105 células (NCCLS, 1993).

26

Para o inóculo da levedura Cândida albicans, a mesma foi cultivada em ágar

Sabouraud dextrosado pelo menos duas vezes para assegurar pureza e viabilidade

das culturas de 24 a 48 horas a 37°C. Posteriormente foram selecionadas 5 colônias

de leveduras, com aproximadamente 1 mm de diâmetro, as quais foram suspensas

em 5 mL de NaCl 0,85% estéril e homogeneizadas em agitador de tubos por 15

segundos. A densidade do inóculo foi ajustada, por espectrofotometria a 520 nm

para a obtenção de transmitância equivalente `a 95%, obtendo-se uma concentração

final entre 1-5 x 106 células/mL, como descrito por Espinel-Ingroff e Pfaller (1995).

Os fungos filamentosos foram mantidos em ágar Sabouraud à temperatura

ambiente por 7 a 10 dias para obtenção de culturas jovens. Os respectivos inóculos

foram preparados removendo-se os esporos de cada fungo a partir de cultura jovem,

com auxílio de uma alça, transferidos para tubo com água estéril e homogeneizados

em agitador de tubos. A suspensão conidial foi filtrada, para remoção das hifas e

novamente homogeneizada e ajustada para 1,4 x 106 células/mL pela adição de

aproximadamente 2 mL de solução de salina a 0,85% e utilizando um hemocitômetro

para a determinação do número de células, inoculado em cada frasco (meio) uma

alça calibrada de 10 µL (1-5 x 104 células) (LLOP et al., 2000). Após a

homogeneização a turbidez da suspensão conidial foi medida por espectrofotômetro

em 530nm (INGROF – ESPINEL et al., 1992). A leitura da densidade dos inóculos

dos fungos foi realizada em comprimento de onda de 530 nm.

Ajustado o inóculo de acordo com os parâmetros destes métodos,

estabeleceu-se a concentração das leveduras, fungos dermatófitos e bactérias

compreendida em 1 a 5 x 10 UFC/mL, e 1,5 x 10 UFC/mL, respectivamente.

4.3.4 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)

O método consistiu na preparação de diluições sucessivas das amostras a

serem testadas (extrato, fração ou substância) em meios de cultura sólidos, semear

as bactérias ou fungos em estudo, e após incubação, verificar a menor concentração

da amostra que inibiu o crescimento de microrganismo no ensaio.

27

Os valores da CIM foram determinados através da diluição dos componentes

obtidos de R. imperialis em ágar empregando a metodologia descrita por NCCLS

(1993) com modificações. Os extratos, frações e substâncias foram dissolvidas em

solução de dimetil sufóxido (DMSO) e água destilada (1:1), foram adicionados em

séries de 10 frascos com capacidade para 5 mL em diferentes concentrações (1 a 10

µg/mL; 10 a 100 µg/mL ou de 100 a 1000 µg/mL). Em seguida, a cada frasco foi

adicionado 1 mL de meio ágar Mueller-Hinton para as bactérias e 1 mL de ágar

Sabouraud dextrosado para os fungos, seguido de imediata homogeneização da

mistura. Após a solidificação dos respectivos meios de cultura, os microrganismos,

previamente ativados, foram inoculados nas séries correspondentes, sendo então,

incubados a 37°C por 18 a 24 horas para as bactérias e 37°C por 24 a 48 horas para

a levedura, e à temperatura ambiente (25°C) por 5 a 15 dias para os fungos

filamentosos.

Após o período de incubação, foram realizadas leituras da concentração

inibitória mínima através da verificação visual do crescimento microbiano.

Durante os testes foram realizados controles, com os meios de culturas e

solventes utilizados nas solubilizações dos extratos, frações e compostos, a fim de

se verificar seu efeito sobre os microrganismos testados. A concentração final de

DMSO nos ensaios não excedeu 2%. A leitura dos resultados foi considerada válida

somente quando houve crescimento microbiano nos controles.

4.4 Atividade antinociceptiva

Os testes farmacológicos foram realizados pela equipe da Profa Dr. Márcia

Maria de Souza, nos laboratórios de farmacologia da UNIVALI.

4.4.1 Modelo das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético

28

Camundongos “Suíços” machos (25-30 g) foram mantidos sob temperatura

controlada (~23ºC) e iluminação em ciclo de 12 horas com ração e água “ad libitum”.

A resposta nociceptiva foi induzida utilizando-se com ácido acético 0,6%, via

intraperitoneal, que promove contorções abdominais seguido de extensão de uma

das patas posteriores. Os animais foram pré-tratados com os extratos e compostos

isolados (3-10-60 mg/kg) via intraperitoneal 30 minutos antes da injeção de ácido

acético. O grupo controle recebeu volume semelhante de uma solução salina (NaCl

0,9%, 10 mg/kg). Após a injeção do ácido acético, os animais foram colocados em

cilindros de vidros individuais e o número de contorções abdominal foi quantificado

cumulativamente durante um período de 20 minutos. A atividade analgésica foi

então determinada tomando-se como base a inibição do número de contorções

abdominais dos animais pré-tratados com o extrato frações ou compostos,

comparados com o número de contorções abdominais dos animais controle (SOUZA

et al., 2003).

4.4.2 Modelo de dor induzido pela formalina

Camundongos “suíços” machos (25-30 g) foram mantidos sob temperatura

controlada (~23ºC) e iluminação em ciclo de 12 horas com ração e água “ad libitum”.

A resposta nociceptiva foi induzida utilizando-se 20 µL de formalina (2,5%, s.c.) ou

salina. Os animais foram pré-tratados com o extrato, frações (10-30-60 mg/kg) ou

com os compostos isolados (3-6-10 mg/kg) via intraperitoneal, 30 minutos antes.

Foram injetados na região dorsal da pata posterior direita e esquerda do

camundongo 20 µL de formalina (2,5%, s.c.) ou salina, respectivamente. Logo após,

iniciou-se a observação da reação à dor, cronometrando-se durante 30 minutos. O

tempo que o animal permanece lambendo ou mordendo a pata, considerando esse

indicativo de dor. Duas fases de sensibilidade foram observadas nesse modelo, a

primeira fase (dor neurogênica), aparece nos primeiros 5 minutos. e a segunda fase

(dor inflamatória) ocorre entre 15 e 30 minutos após a injeção da formalina,

representando a resposta tônica a dor, acompanhada de uma resposta inflamatória

relacionada à liberação de mediadores químicos (SOUZA et al., 2003).

29

4.4.3 Princípios básicos para pesquisa envolvendo o uso de animais (COBEA,

1991; BRASIL, 1934)

A escolha sempre que possível de métodos alternativos, ou seja, formas de

estudo que não utilizem animais. Quando da utilização de animais em pesquisa deve

estar condicionada à relevância científica e à adequação do método de estudo. Além

disso, o pesquisador deve ser treinado para fazer experimentação em animais, e é

responsável pelo seu bom uso. Neste sentido deve-se utilizar o menor número

possível de animais necessários para obtenção de resultados válidos; o transporte,

as acomodações e o trato dos animais devem ser feitos com o mínimo de estresse,

de forma que seu equilíbrio biológico seja preservado; e os animais que sentiram dor

ou angústia intensa ou crônica, e os que não serão utilizados devem ser sacrificados

por método indolor e que não cause estresse.

30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Rubus imperialis

5.1.1 Análise química

Em estudos anteriores realizados em nossos laboratórios com diferentes

partes desta planta, foi demonstrado que o extrato metanólico das raízes apresentou

melhor perfil antimicrobiano com valores de Concentração Inibitória Mínima de 900,

1200, 800 e 900 µg/mL para as bactérias B. cereus, S. aureus, S. saprophyticus e S.

agalactiae, respectivamente. O fracionamento deste extrato levou as respectivas

frações de hexano (FH), acetato de etila (FAE) e butanol (FB), das quais a FB

apresentou resultados mais relevantes (KANEGUSUKU, 2001; KANEGUSUKU et

al., 2002; BELLA CRUZ et al., 2006). O fracionamento fitoquímico de algumas

frações obtidas das raízes levou ao isolamento e a identificação de quatro

substâncias denominadas de ácido tormêntico e ácido 23-hidroxitormêntico, ácido

24-hidroxitormêntico e um derivado do ácido elágico, identificado como ácido 3-O-

metilelágico-4’-O-α-raminose (BELLA CRUZ et al., 2006).

Dando sequência aos estudos fitoquímicos de R. imperialis e, tendo em vista

os resultados da análise antimicrobiana da fração butanólica, 2,5g foram submetidas

ao procedimento cromatográfico em coluna utilizado o sistema de eluente

clorofórmio/metanol (CHCl3/MeOH) com polaridade crescente sendo coletados em

sub-frações de aproximadamente 10 mL. Posteriormente o solvente dessas sub-

frações foi evaporado e reunido segundo seus perfis cromatográficos verificado por

CCD. As sub-frações foram recromatografados em coluna e sistema de solventes

similar ao descrito acima. As sub-frações 50 a 66 CHCl3/MeOH (85:15)

apresentaram um composto de coloração branca que, após sucessivas

recristalizações em MeOH:/CHCl3 (80:20) se apresentou em forma de um sólido

amorfo, PF=197°C massa de 11mg, denominado inicialmente de Ri-5. Um resumo

das operações realizadas encontra-se na figura 3. Esta substância (Ri-5), foi

31

identificada através de dados espectroscópicos (IV, RMN 1H e 13C) em comparação

com dados encontrados na literatura.

Figura 3 - Operações realizadas para isolamento e identificação de substâncias puras das raízes de R.imperialis. *Dados obtidos de Kanegusuku 2001.

Neste aspecto, espectro de IV, Ri-5 apresentou bandas de absorções de

alguns grupos funcionais característicos como: 3212 cm-1 (OH); 1712 cm-1 (COO);

1699 cm-1 (C=O); 1615 cm-1 (C=C); 1110 cm-1 (unidade heterosídica) (Figura 17,

anexo I).

Analizando-se o espectro de RMN 1H (Figura 18, anexo I) podemos destacar

dois sinais na forma de singletos em δ 8,76 e δ 8,07 ppm típicos de hidrogênio

aromáticos, atribuídos aos hidrogênios (s, H-5’) e (s, H-5), respectivamente. Um

singleto em δ 4,20 ppm característicos de hidrogênios ligados ao grupo metoxila (s,

3-OCH3). Um singleto em 3,60 ppm característico de Hidrogênio de grupo metila

ligado a um anel aromático e atribuído ao grupo metila (4’-CH3).

O espectro de RMN 13C (Figura 19, anexo I) mostra sinais δ 112,32 ppm e

111,85 ppm referentes aos carbonos quaternários (C-1e C-1’) respectivamente.

Teste antimicrobiano (2 a Etapa)

Teste antimicrobiano (3 a Etapa)

Raízes (490g)

Extrato metanólico bruto (84,7g)

Teste antimicrobiano (1 a Etapa)

Hexano (88mg)

Ac. de Etila (4,0g)

Butanol (2,5g)

.

Ri - 5 (31mg)

•Ác. 3-O-metilelágico-4’-O-α-raminose (20mg)

•Ác. Tormêntico; •Ác. 23-hidroxitormêntico; •Ác. 24-hidroxitormêntico.

- Particionamento com solventes de polaridade crescente.

Espectroscopia - IV, RMN 13C, RMN 1H

Cromatografia em Coluna -Eluente: CHCl/MeOH; -Monitorada por CCD.

- Maceração em MeOH por 7 dias. - Evaporação do solvente à pressão reduzida

* *

*

*

32

Assim como o sinal de δ 152,82 ppm referente ao carbono quaternário de (C-4). O

sinal do grupamento metóxi ligado ao C-3 é indicado pelo sinal em δ 61,26 ppm. Já o

sinal em 56,20 ppm foi atribuído ao carbono do grupo metila ligado ao C-4’ Os

demais sinais podem ser observados nas tabelas 1 e 2.

Todos os dados estão de acordo com os encontrados na literatura (RAHMAN

et al., 2001) e permitiram concluir que se trata do ácido 3-O-metil-4’ metilelágico (1).

Tabela 1 - Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao espectro

de RMN 1H (300MHz) de Ri-5 em piridina-d5.

Posição

δδδδ (ppm)

δδδδ (ppm) Literatura a

5

8.07

8,04

5’ 8,73 8,44

7 7.58 7,82

7’ 7,36 7,74

3 – OCH3 4.20 4,16

4’ –CH3 3.60 3,86 a (RAHMAN et al., 2001)

Tabela 2 - Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao espectro

de RMN 13C de Ri-5 em piridina-d5.

Carbono

δδδδ (ppm)

δδδδ (ppm) Literatura a

Carbono

δδδδ (ppm)

δδδδ (ppm) Literatura a

1

112,32 (C)

112,5

1’

111,85 (C)

112,5

2 140,58 (C) 141,0 2’ 141,45 (C) 142,5

3-OCH3 61,26 61,1 3’ 111,93(CH) 112,9

4 152,92 (C) 152,2 4’- CH3 56,20 56,4

5 152,82 (C) 154,2 5’ 111,59(CH) 107,9

O

O

O

O

H 3 C O H

O H H

R H O 4 4' 3'

5'

7'

3

5

7

(1)

33

6 113,23(C) 113,6 6’ 114,20 (C) 113,6

7 159,89 (C) 159,1 7’ 158,87 (C) 159,1 a (RAHMAN et al., 2001)

A ocorrência do ácido elágico e derivados tem sido observado em algumas

espécies do gênero Rubus (HÄKKINEN et al., 1999; MAATTA-RIIHINEN et al., 2004;

GUDEJ et al., 2004). O ácido elágico está presente em muitas frutas e vegetais têm

sido apontado como um dos agentes moleculares que atua na prevenção e

tratamento principalmente do câncer (AGGARWAL et al., 2006; PAIVARINTA et al.,

2006).

Alguns derivados do ácido 3-O-decilelagico e ác. 3,3’-di-O-metilelagico

demonstraram importante efeito quanto ao potencial antimutagênico em

camundongos (SAMART et al.,1986). Da mesma forma, o ácido elágico e o ácido

3,3'-di-O-metilelágico, apresentaram efeito hepatoprotetor quando testados em ratos,

revelando uma importante propriedade antioxidante desses compostos (ITO et al.,

1990).

34

5.1.2. Análise antimicrobiana

Como mencionado anteriormente, na tentativa de direcionar a análise

fitoquímica, estudos anteriores foram realizados com os extratos metanólico de

diferentes partes da planta, bem como as frações semipurificadas. Estes resultados

podem ser observados nas tabelas 3 e 4.

Tabela 3 - Atividade antimicrobiana de extratos de diferentes partes de R. imperialis

contra bactérias e fungos.

CIM (µg/mL)

Extratos MeOH

Bactérias Gram-positiva*

B.c. S.a S.s

S.ag.

Bactérias Gram-negativa* E.c. S.t.

Fungos*

C.a. A.f. R.sp.

Raízes

Folhas

Calules

900 1200 800 900

n.t. 1000 n.t. n.t.

n.t. >2000 n.t. n.t.

1800 >2000

1900 >2000

>2000 >2000

>2000 >2000 >2000

>2000 >2000 >2000

>2000 >2000 >2000

Bacillus cereus (B.c.) Staphylococcus aureus (S.a.); Staphylococcus saprophyticus (S.s.); Escherichia coli (E.c.); Salmonella typhimurium (S.t.); Streptococcus agalactiae (S.ag.); Candida albicans (C.a.); Aspergillus fumigatus (A.f.); Rhizopus sp. (R.sp.); não testado (n.t); Concentração Inibitória Mínima (CIM). *Dados obtidos de Kanegusuku, 2001.

Tabela 4 - Atividade antimicrobiana de frações obtidas das raízes de R. imperialis

contra bactérias e fungos.

CIM (µg/mL)

Frações

Bactérias Gram-positiva*

B.c. S.a S.s S.ag.

Bactérias Gram-negativa* E.c. S.t.

Fungos*

C.a. A.f. R.sp.

Hexano

Ac. de etila

Butanol

n.t. >2000 n.t. n.t.

n.t. 800 n.t. n.t.

500 800 500 500

>2000 >2000

>2000 >2000

>2000 >2000

>2000 >2000 >2000

>2000 >2000 >2000

>2000 >2000 >2000

Bacillus cereus (B.c.) Staphylococcus aureus (S.a.); Staphylococcus saprophyticus (S.s.); Escherichia coli (E.c.); Salmonella typhimurium (S.t.); Streptococcus agalactiae (S.ag.); Candida albicans (C.a.); Aspergillus fumigatus (A.f.); Rhizopus sp. (R.sp.); não testado (n.t); Concentração Mínima Inibitória (CIM). *Dados obtidos de Kanegusuku, 2001.

35

É oportuno observar a importância de um estudo biodirecionado, tendo em

vista que em cada etapa dos testes antimicrobianos, mostraram melhores resultados

para a substância 1 com atividade duas vezes superior do que a fração de partida,

com uma CIM de 200 µg/mL relacionado especificamente a bactéria Gram-positiva

Streptococcus agalactae (Tabela 5).

Tabela 5 - Atividade antimicrobiana de substâncias isoladas das raízes de R.

imperialis contra bactérias e fungos.

CIM (µg/mL)

Substância

Bactérias Gram-positiva B.c. S.a S.s S.ag.

Bactérias Gram-negativa

E.c. S.t.

Fungos C.a. A.f. R.sp.

1

2

>2000 >2000 >2000 200

>2000 >2000 >2000 >2000

>2000 >2000

>2000 >2000

>2000 >2000 >2000

>2000 >2000 >2000

Ác. 3-O-metil-4’metilelágico (1); Ác. 3-O-metilelágico-4’-O-α-raminose (2); Bacillus cereus (B.c.) Staphylococcus aureus (S.a.); Staphylococcus saprophyticus (S.s.); Escherichia coli (E.c.); Salmonella typhimurium (S.t.); Streptococcus agalactiae (S.ag.); Candida albicans (C.a.); Aspergillus fumigatus (A.f.); Rhizopus sp. (R.sp.); Concentração Mínima Inibitória (CIM).

A concentração inibitória de 200 µg/mL alcançada para este composto é

significativa e nos dá subsídios para que através de modificações estruturais, obter

compostos mais potentes do que os utilizados clinicamente. Uma breve comparação

com um composto semelhante isolado anteriormente da fração acetato de etila

mostra que diferenças nas estruturas dos dois compostos levaram a diferentes

resultados sobre ação antimicrobiana. Como pode ser observado na tabela 5, o fato

da substância 2 possuir uma unidade raminose, mostrou-se totalmente inativo frente

aos microrganismos testados. O fragmento de açúcar torna a molécula mais polar e

dificulta a permeabilidade. Por outro lado, o grupo CH3 torna mais apolar e

conseqüentemente pode ultrapassar melhor as barreiras lipofílicas.

R (1) CH3 (2) ORaminose

O

O

O

O

H 3 C O H

O H H

R H O 4 4' 3'

5'

7'

3

5

7

36

Sobre avaliação microbiológica, ainda são poucos os estudos utilizando

derivados do ácido elágico. Pode-se citar um estudo sobre a atividade contra

Staphylococcus aureus do elagitanino denominado punicalagin (MACHADO et al.,

2002) e outro estudo realizado por Rarhman et al. (2001) com três derivados do

ácido elágico revelando atividade contra diferentes bactérias patogênicas.

O ácido 3-O-metil-4’metilelágico sendo um derivado do ácido elágico pertence

ao grupo dos taninos hidrolisáveis. Kilkuskie e colaboradores (1992) observaram que

os taninos complexos mostraram potente atividade contra a replicação do HIV. Outro

estudo revela atividade antibacteriana de vários taninos contra Staphylococcus

aureus (AKIYAMA et.al., 2001). Scalbert (1991) relata que taninos condensados e

hidrolisáveis não apresentam diferenças significantes frente a fungos e bactérias. No

entanto, o efeito da toxicidade relacionado à estrutura molecular é ainda

desconhecido. Por outro lado, o mecanismo antimicrobiano de um tanino pode estar

relacionado à pelo menos três propriedades: ação adristingente, que pode induzir a

complexação com enzimas ou substratos; ações tóxicas, podendo estar relacionada

com a ação nas membranas dos microrganismos e ação de complexação de íons

metálicos (SACALBERT, 1991; CHUNG et al., 1998a; 1998b).

37

5.2 Rubus rosaefolius

5.2.1 Análise química

No intuito de contribuir com a fitoquímica desta espécie, as partes aéreas

(700 g) foram secas, moídas e maceradas em metanol por 10 dias. Em seguida o

solvente foi evaporado em evaporador rotatório sob pressão reduzida,

ressuspendido em 50/50% de metanol/água e particionado utilizando solventes de

polaridade crescente: hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol.

Cada fração separadamente foi submetida a um processo de purificação

através de cromatografia de coluna empacotada com sílica gel 60, utilizando

eluentes de polaridade crescentes previamente selecionados por CCD. As frações

obtidas foram monitoradas por cromatografia de camada delgada. As substâncias

que apresentaram suficiente grau de pureza foram analisados por IV, RMN 13C e 1H

e comparados com dados da literatura. Os procedimentos podem ser resumidos na

figura 4.

Partes aéreas (700g)

Extrato metanólico ( 35,31g )

Hexan o (7,45g)

Diclorometano (4,34g)

Acetato de Etila (1,92g)

Butanol (1,45g)

Rr 52 - 54 (15 mg)

Rr 48 - 58 (18mg)

Rr 1 (100 - 123) ( 18 mg)

Rr 124 - 142 (19 mg)

- Maceração durante 10dias - Evaporação do solvente

- Suspensão em MeOH:H2O (50:50) - Extração líq/líq com diferentes solvente - Evaporação do solvente

- CC - CCD

- CC - CCD - IV, RMN 13C e 1H

38

Figura 4 – Operações realizadas para isolamento e identificação de substâncias puras das partes aéreas de R. rosaefolius.

5.2.1.1 Fração Hexano

7,45 g foram submetidos a uma coluna empacotada com sílica gel 60 (60g) e

eluída com uma mistura de solventes de polaridade crescente (hexano/acetona)

onde foram coletados 120 sub-frações. As de número 52-54 apresentaram-se na

forma de cristais incolores e após um screeming com padrões autênticos eluídos em

diferentes sistemas de solventes foi identificada como sendo uma mistura de

possíveis fitoesteróis denominados de: stigmasterol (3), β-sistosterol (4) e

campesterol (5).

Estruturalmente os fitoesteróides são semelhantes ao colesterol dos

mamíferos um importante componente das membranas celulares e formação de

hormônios sexuais. Estudos clínicos e experimentais demonstraram que a adição de

fitoesteróis na dieta reduz os níveis plasmáticos de colesterol e de LDL-colesterol

(MICTTINEN et al., 2006).

H H

H

HO

H

(5)

H H

H

HO

H

CH3

(3) H H

H

HO

H

CH3

(4)

39

5.2.1.2 Fração Diclorometano

4,34 g desta fração foram submetidos a uma coluna empacotada com sílica

gel 60 (40 g) e eluída com uma mistura de solventes de polaridade crescente

(hexano/acetona) onde foram coletados 250 sub-frações. A sub-fração Rr 100-123

(18 mg) apresentou-se na forma de cristais incolores e ponto de fusão 182°C. Após

screening por CCD e alguns padrões existentes no laboratório, demonstrou não ser

nenhuma das substâncias isoladas anteriormente, sendo denominado de

previamente de Rr-1.

Esta substância apresentou no IV, bandas de absorção em 3450 cm-1

característico de grupamento OH, na região de 2900 cm-1 duas bandas de absorção

atribuídas às ligações CH3 e CH2, um sinal intenso em 1688,5 cm-1 típico de C=O e

de 1500 a 1100 cm-1 sinais característicos de duplas ligações C=C (Figura 20, anexo

II).

No espectro de RMN 1H (Figura 21, anexo II), pode ser observado na região

entre δ 1 a 1,72 ppm sinais característicos de sete metilas atribuídos aos hidrogênios

H-23, H-24, H-25, H-26, H-27, H-29, H-30. Em δ 3,11 ppm um sinal na forma de um

tripleto característico do H-5 e em δ 3,40 ppm um duplo dupleto relacionado ao

hidrogênio H-3. Os singletos de H-18 e H-29 com sinais em δ 3,03 e 1,42 ppm,

mostram ausência de um próton em C-19, sugerindo que existe uma hidroxila ligado

a este carbono (Tabela 6).

Analisando-se o espectro de RMN 13C (Figura 22 e 23, anexo II), observam-se

sinais característicos em δ 125,3 e 139,1 atribuídos aos carbonos (C-12 e C-13); δ

179,7 (C-28); δ 65,9 (C-2); δ 79,1 (C-3); δ 39,3 (C-19); δ 39,2 (C-20).

Um estudo comparando esses sinais como os encontrados em trabalhos de

Sashi (1992), Jang (2005) e Hirai (2000) permitiram concluir que a estrutura do

composto Rr-1, trata-se do triterpeno denominado ácido 28 metóxitormêntico (6). Os

demais dados podem ser observados nas tabelas 6 e 7.

Da mesma forma a subfração Rr 124-142 (19 mg) se apresentou na forma de

cristais amorfos após análise espectroscopica e CCD com padrões autênticos

revelaram ser outro triterpeno denominado de ácido tormêntico (7).

40

Tabela 6 – Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao espectro de RMN 1H (300 MHz) de Rr-1 em piridina-d5.

Posição

δδδδ (ppm)

δδδδ (ppm) Literatura a

Posição

δδδδ (ppm)

δδδδ (ppm) Literatura a

2

4,10

4,22

24

1,09

1,01

3 3,75 3,85 25 0,97 0,93

5 2,60 2,53 26 1,15 1,12

12 5,52 5,60 27 1,63 1,61

18 3,03 3,03 29 1,42 1,42

23 2,60 2,67 30 1,15 1,11

ª(JANG et al., 2005)

Tabela 7 – Valores de deslocamentos químicos comparativos referentes ao espectro de RMN 13C de Rr-1 em piridina-d5.

Posição

δδδδ (ppm)

δδδδ (ppm) Literatura a

Posição

δδδδ (ppm)

δδδδ (ppm) Literaturaa

1

42,2/42,3

42,2

16

24,6

24,4

2 65,9 66,7 17 48,1/47,8 48,3

3 79,1 79,2 18 53,3 53,2

4 38,6 39,3 19 39,3 39,1

5 48,5 48,3 20 39,2 38,5

6 18,3 18,2 21 30,8 30,8

7 33,3/33,0 33,0 22 37,2 36,8

8 40,4 40,0 23 28,4 28,6

9 47,4 47,6 24 22,1 22,0

10 38,5 38,4 25 16,8/16,6 16,5

11 23,9/23,5 23,4 26 17,3/17,2 17,1

12 125,3 125,8 27 23,7 23,9

13 139,1 138,7 28 179,7 178,4

14 42,2/42,3 42,2 29 17,3/17,7 17,1

HO

HOCOOCH3

HO

12

34

5

24 23

25 26 1312

17

28

19

30

29

(6)

HO

HOCOOH

HO

12

34

5

24 23

25 26 1312

17

28

1929

30

(7)

41

15 28,4 28,2 30 21,2 21,7 a (SHASHI et al., 1992)

Muitos triterpenos têm sido encontrados em várias espécies de Rubus α-

amyrin, β-amyrin, campesterol, stigmasterol, β-sitosterol,ácido ursolico, ácido

tormêntico são alguns exemplos mais comuns (DURHAM et al., 1994; GRIFFITHS et

al., 2000; PATEL et al., 2004). São também isolados vários triterpenos inéditos como

o ácido pinfaensis, um triterpeno glicosideo isolado de Rubus pinfaensis usado

popularmente para cicatrização de feridas (DURHAM et al., 1994) e

rubupungenoside A e B, triterpenos dímeros de Rubus pungens utilizado como

antibacteriano, antiinflamatório, agente antitumoral pela medicina popular (WANG et

al., 2000). Foi encontrado um triterpeno éster glicosil chamado de rubussideo A

isolado de Rubus allegheniensis (ONO et al., 2003).

Com relação às atividades biológicas dos triterpenos foram encontrados

efeitos antiinflamatórios (SAFAYHI et al., 1997; DE LAS HERAS et al., 2003),

antineoplásico (STELZER et al., 2003; RAVELO et al., 2004), antimicrobiano

(RAGASA et al., 2005; DE LEON et al., 2005; EL-SEEDI, 2005).

Segundo um estudo realizado por Jung et al. (2005), o ácido tormêntico

apresentou um efeito antinociceptivo pronunciado sendo mais potente que a aspirina

e um significativo efeito antiinflamatório, mostraram ainda que com 3β-hidroxil em

sua estrutura foi mais potente o efeito antinociceptivo e antiinflamatório que o ácido

eufásico com 3α-hidroxil.

5.2.1.3 Fração Acetato de Etila

Esta fração apresentou uma massa de 1,92 g que foi, submetido a uma

coluna empacotada com sílica gel 60 (35 g) e eluída com uma mistura de solventes

de polaridade crescente (clorofórmio/metanol) onde foram coletados 270 sub-

frações. A sub-fração Rr 48-58 (18 mg) após análise espectroscópica e CCD com

padrões autênticos revelaram ser o triterpeno ácido tormêntico (7) isolado também

na fração de clorofórmio.

42

5.2.2 Atividade antinociceptiva

Neste sentido, no intuito de avaliar o potencial farmacológico, a propriedade

antinociceptiva do extrato e diferentes frações e de um composto isolado foi

verificada através de modelos clássicos de dor em camundongos.

Dessa forma, utilizou-se o modelo de contorções abdominais induzidas pelo

ácido acético (0,6%) administrado intraperitonialmente. Este método tem sido

empregado amplamente, uma vez que se trata de um modelo bastante simples e,

pouco específico, permitindo avaliar a atividade antinociceptiva de substâncias que

atuam tanto em nível central como periférico. Já o outro modelo de dor induzida pela

formalina é mais específico, permitindo avaliar dois tipos distintos de dor. A dor de

origem neurogênica (estímulo direto dos neurônios nociceptivos) e a de origem

inflamatória representando a resposta tônica à dor, acompanhada de uma resposta

inflamatória (mediadores químicos da inflamação) (SOUZA et al., 2003).

Analisando-se a figura 5 observa-se que o extrato hidroalcoólico promoveu

uma IM de 97,9% e DI50 2,4 (1,5-6,6) mg/kg quando avaliado no modelo de ácido

acético. Já a figura 6 mostra que o EH promoveu também uma forte ação quando

analisado no modelo da formalina, apresentando IM de 62,8 e 98,8% e DI50 7,0 (4,2-

11,6) e 2,3 (1,2-8,8) mg/kg em ambas as fases da dor, respectivamente.

Figura 5 – Efeito do extrato hidroalcoólico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor

induzida por ácido acético. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (** p < 0,01) quando comparados com o grupo

0

30

60 ControleHidroalcóolico

Tratamento (mg/kg i.p.)

**

C 10

IM = 97.99%

03 06

** **

DI50= < 2mg/Kg

Número de contorções

DI50=< 2 mg/kg DI50 = 2,4 (1,5-6,6) mg/kg

IM= 97,9%

43

controle.

Figura 6 – Efeito do extrato hidroalcoólico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor

Induzida por formalina. A Fase I representa a dor neurogênica e a Fase II corresponde à dor inflamatória. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (* p < 0,05; ** p < 0,01; *** < 0,001) quando comparados com o grupo controle.

Analisando-se a figura 7 observa-se que a fração de hexano promoveu um

efeito com IM de 93,4% e DI50 de 27,3 (22,9-32,5) mg/kg. Por outro lado, quando

analisado no modelo de dor da formalina no FH não causou ação analgésica

significante para primeira (neurogênico) e segunda fase (inflamatória)

respectivamente (Figura 8).

Figura 7 – Efeito da fração hexano (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor induzida

por ácido acético. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (** p < 0,01) quando comparados com o grupo controle.

0

30

60

90

Controle Hidroalcóolico

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 1006

Fase I

03

* **

**

DI50= 7,03(4,24-11,68)mg/KgIM= 62,82 %

Tem

po de Reação

0

75

150

Controle Hidroalcóolico

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 1006

Fase II

03

IM= 98.82%

*** *** ***

DI50 = < 3,0 mg/kg

Tem

po de Reação

DI50= 7,03( 4,24-11,68)mg/kg IM=62,82%

DI50 = 7,0 (4,2-11,6) mg/kg IM = 62,8% DI50 = 2,3 (1,2-8,8) mg/kg

IM = 98,8%

0

30

60ControleHexano

Tratamento (mg/kg i.p.)

**

C 60

IM = 93,44 %

10 30

**

DI50 = 27,33(22,96-32,53)mg/Kg

Número de co

ntorções

DI50 = 27,33 (22,96-32,53) mg/kg IM = 93,44% DI50 = 27,3 (22,9-32,5) mg/kg IM = 93,4%

44

Figura 8 - Efeito da fração hexano (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor induzida

por formalina. A Fase I representa a dor neurogênica e a Fase II corresponde à dor inflamatória. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (* p < 0,05) quando comparados com o grupo controle.

Quando se analisa a fração diclorometano observa-se que esta fração

promoveu dose dependente no número de contorções induzidas pelo ácido acético,

com DI50 21,0 (15,7-28,0) mg/kg e inibição máxima de 88,0% figura 9. Quando

analisada no modelo de dor induzido pela formalina foi observado um efeito

significativo somente na segunda fase de dor apresentando uma DI50 6,4 (4,2-12,7)

mg/kg e inibição máxima de 87,9% (Figura 10).

Figura 9 – Efeito da fração de diclorometano (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a

dor induzida por ácido acético. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (** p < 0,01) quando comparados com o grupo controle.

0

30

60

90Controle

Diclorometano

Tratamento (mg/kg i.p.)

**

C 60

IM = 88 %

10 30

**

**

DI50 = 21,01(15,75-28,04)mg/Kg

Número de co

ntorções

DI50 = 21,0 (15,7-28,0) mg/kg IM = 88%

0

60

120 Controle Hexano

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 6010 30

Fase I

Tem

po de Reação

0

50

100

150

ControleHexano

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 6010 30

Fase II

IM= 63,42 %

*

DI50 = 51,11(16,75-155,90) mg/kg

Tem

po de Reação

DI50 = 51,1 (16,7-155,9) mg/kg IM = 63,4%

45

Figura 10 - Efeito da fração de diclorometano (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor induzida por formalina. A Fase I representa a dor neurogênica e a Fase II corresponde à dor inflamatória. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (** p < 0,01) quando comparados com o grupo controle.

Outro dado importante observa que se analisa a figura 11 a fração acetato de

etila promoveu um forte efeito analgésico com IM de 93,8% e DI50 1,9 (1,3-4,8)

mg/kg no modelo do ácido acético. Da mesma forma quando analisada a ação

analgésica no modelo da formalina observa-se que o efeito concentrou-se na

segunda fase de dor, apresentando IM de 83,5% e DI50 de 6,0 (4,1-8,7) mg/kg como

mostra a figura 12.

Figura 11 - Efeito da fração de acetato de etila (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a

dor induzida por ácido acético. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (** p < 0,01) quando comparados com o grupo controle.

0

25

50 Controle

Acetato de Etila

Tratamento (mg/kg i.p.)

**

C 10

IM = 93,88 %

03 06

** **

DI50 < 3,0 mg/kg

Número de co

ntorções

DI50 = 1,9 (1,3-4,8) mg/kg IM = 93,8%

0

150

300

Controle

Diclorometano

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 6010 30

Fase II

IM= 87,98 %

DI50 = <10mg/Kg

** ****T

empo de Reação

0

60

120 Controle

Diclorometano

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 6010 30

Fase I

Tem

po de Reação

DI50 =< 10mg/kg IM = 87,98% DI50 = 6,4 (4,2-12,7) mg/kg IM = 87,9%

46

Figura 12 - Efeito da fração de acetato de etila (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a

dor induzida por formalina. A Fase I representa a dor neurogênica e a Fase II corresponde à dor inflamatória. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (* p < 0,05) quando comparados com o grupo controle.

Em relação à fração butanol a figura 13 mostra um efeito moderado com IM

de 51,4% e DI50 54,1 (37,0-78,9) mg/kg. Por outro lado, no modelo da formalina não

teve efeito tanto para a primeira como para a segunda fase de dor (Figura 14).

Figura 13 – Efeito da fração butanólica (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor

induzida por ácido acético. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (** p < 0,01) quando comparados com o grupo controle.

0

30

60

90 ControleButanol

Tratamento (mg/kg i.p.)

**

C 60

IM = 51,46 %

10 30

**

DI50= 54,13(37,09-78,98)mg/Kg

Número de co

ntorções

DI50 = 54,1 (37,0-78,9) mg/kg IM = 51,4%

0

50

100 ControleAcetato de etila

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 1006

Fase I

03

IM = 11,72 %

Tem

po de Reação

0

90

180Controle

Acetato de etila

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 1006

Fase II

03

IM = 83,58 %

DI50 = 6,05(4,17- 8,78)

*Tem

po de Reação

DI50 = 6,0 (4,1-8,7) mg/kg IM = 83,5%

IM = 11,7%

47

Figura 14 - Efeito da fração butanólica (10; 30; 60 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor

induzida por formalina. A Fase I representa a dor neurogênica e a Fase II corresponde à dor inflamatória. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média.

Os triterpenos têm se mostrado alvo de vários estudos no que se refere à

atividade biológica. Estudos anteriores em nossos laboratórios mostraram que

triterpenos isolados da espécie Rubus imperialis, niga-ichigosideo F1, 23-

hidroxitormêntico e 24-hidroxitormêntico, apresentaram importantes ações

analgésicas (NIERO, 2000; 2002). Devido à importância e a similaridade destes

triterpenos com o composto isolado o ácido metoxitormêntico foi submetido à análise

antinociceptiva. Quando avaliado no modelo das contorções abdominais induzidas

pelo ácido acético, apresentou uma IM de 64,2% e DI de 5,1 (3,6-7,1) mg/kg. (Figura

15). Da mesma forma, quando analisado no modelo de dor induzido pela formalina,

apresentou uma IM de 39,3 e 90,3 % e DI50 de 9,9 (8,0-12,3) e 6,3 (5,0-7,9) mg/kg,

respectivamente (Figura 16).

Figura 15 – Efeito do ácido metoxitormêntico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor

0

25

50

Controle

Metoxitormêntico

Tratamento (mg/kg i.p.)

**

C 10

DI50 = 5,10(3,64-7,14) mg/Kg

IM = 64,22 %

03 06

**

**

Número de co

ntorções

DI50 = 5,1 (3,6-7,1) mg/kg IM = 64,2%

0

50

100 ControleButanol

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 6010 30

Fase I

Tem

po de Reação

0

100

200 ControleButanol

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 6010 30

Fase II

IM= 48,62 %

Tem

po de Reação

48

induzida por ácido acético. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (** p < 0,01) quando comparados com o grupo controle.

Figura 16 - Efeito do ácido metoxitormêntico (3; 6; 10 mg/kg) de R. rosaefolius sobre a dor induzida por formalina. A Fase I representa a dor neurogênica e a Fase II corresponde à dor inflamatória. Cada coluna representa a média de seis experimentos e as barras verticais indicam os erros padrão da média. Asteriscos indicam diferenças significantes (* p < 0,05; ** p < 0,01; *** < 0,001) quando comparados com o grupo controle.

No intuito de relacionar o efeito encontrado com medicamentos utilizados na

terapêutica, uma análise comparativa foi realizada. Neste aspecto, a tabela 8 mostra

dados extremamente importantes no que se refere ao modelo do ácido acético.

Como pode ser observado, tanto o extrato hidroalcoólico quanto à fração de

acetato de etila apresentam DI50 inferior a 3 mg/kg e IM superior a 93%. Ao

compararmos com o medicamento de referência (aspirina e paracetamol), o 28-

metoxitormêntico testado foi cerca de oito vezes mais eficaz. Outro fato que chama

atenção se refere à fração diclorometano. Embora não tenha sido tão efetiva quanto

às mencionadas acima, a substância isolada desta fração apresentou um efeito

muito significativo neste modelo, com DI50 de 5,1 mg/kg. Da mesma forma, esta

substância foi cerca de três vezes mais potente do que os medicamentos de

referência. Por outro lado, ficou evidente que na fração de acetato de etila deve

conter outras substâncias com grande efeito antinociceptivo.

Quando se analisam os efeitos encontrados no modelo de dor induzido pela

formalina, observa-se um perfil muito semelhante ao ácido acético. Como pode ser

observado na tabela 9, novamente o extrato hidroalcoólico, a fração acetato de etila

0

75

150 Controle Metoxitormêntico

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 1006

Fase I

03

IM = 39,37 %

*

DI50 = 9,98(8,08-12,31)mg/Kg

*

Tem

po de Reação

0

60

120

Controle

Metoxitormêntico

Tratamento (mg/kg i.p.)

C 1006

Fase II

03

IM = 90,37 %

**

DI50 = 6,3(5,07-7,98)mg/Kg

Tem

po de Reação

DI50 = 9,9 (8,0 – 12,3) mg/kg IM = 39,3%

DI50 = 6,3 (5,0 – 7,9) mg/kg IM = 90,3%

49

e diclorometano foram as mais efetivas com DI50 de 6,0; 3,0 e 10,0 mg/kg

respectivamente. Estes resultados são promissores tendo em vista que são muito

inferiores aos encontrados pelos compostos de referência. Outro dado importante se

refere ao efeito encontrado pela substância isolada. Neste modelo mostrou-se

efetivo para inibir tanto na primeira quanto na segunda fase da dor com DI50 de 9,9 e

6,3 mg/kg respectivamente. Novamente se comparados estes valores com os

medicamentos de referência, observa-se que o composto isolado foi cerca de três

vezes mais potente além de ser efetivo em ambas as fases de dor.

Embora esta substância tenha sido isolada em outras espécies vegetais,

nesta espécie está sendo isolado pela primeira vez. Além disso, não foram

encontrados na literatura dados referentes a ensaios farmacológicos sobre atividade

antinociceptiva.

Tabela 8 – Efeito antinociceptivo comparativo entre o Extrato Hidroalcoólico, as Frações Hexano, Diclorometano, Acetato de Etila, Butanol, o Ác. 28-O- Metoxitormêntico e fármacos usados como referência no modelo de dor induzida pelo ácido acético 0,6% em camundongos, administrados intraperitonialmente.

Tratamento

DI50 (mg/kg, i.p.) a

IM (%)b

Extrato Hidroalcoólico

Fração Hexano

2,4 (1,5-6,6)

27,3 (22,9-32,5)

97,9

93,4

Fração Diclorometano 21,0 (15,7-28,0) 88,0

Fração Acetato de Etila 1,9 (1,3-4,8) 93,8

Fração Butanol 54,4 (37,0-78,8) 51,4

28-O-Metoxitormêntico 5,1 (3,6-7,1) 64,2

Aspirina* 24,0 (13,1-43,8) 35,0

Paracetamol* 18,8 (15,7-22,6) 38,0 a 95% Limite de confiança, sendo que cada grupo representa uma média de 6 animais. Valores de p < 0,05 foram considerados indicativos de significância. b Inibição Máxima *(BRESCIANI et al., 2003)

Um dado importante observa-se na tabela 9 tanto a fração diclorometano

quanto o sua substância isolada ácido 28-O-metóxitormêntico tiveram um percentual

de inibição elevada sugerindo que este pode ser o responsável pela atividade

analgésica da fração.

50

Tabela 9 – Efeito antinociceptivo comparativo entre o Extrato Hidroalcoólico, as Frações Hexano, Diclorometano, Acetato de Etila, Butanol, o Ácido 28- Metoxitormêntico e fármacos usados como referência no modelo de dor induzida pela formalina, i.p.

Tratamento

DI50 (mg/kg, i.p.) 1ª Fase

DI50 (mg/kg, i.p.) 2ª Fase

IM (%)b

Fração Hexano

Inativa

51,1 (16,7-155,9)a

NC1

63,42

Fração Diclorometano

Inativa

6,4 (4,2-12,7)a

NC1

87,92

Fração Ac. de Etila

Inativa

6,0 (4,1-8,7)a

11,71

83,52

Fração Butanol

Inativa

Inativa

NC1

NC2

Fração Hidroalcoólico

7,0(4,2-11,6)

2,3 (1,2-8,8)a

62,81

98,22

Ácido metoxitormêntico

9,9(8,0-12,3)

6,3 (5,0-7,9)a

39,31

90,32

Aspirina*

Inativa

18,1 (13,6-24,3)a

NC1

85,02

Paracetamol*

Inativa

22,1 (13,8-37,6)a

NC1

88,02

1 Fase I 2 Fase II a 95% Limite de confiança, sendo que cada grupo representa uma média de 6 animais. Valores de p < 0,05 foram considerados indicativos de significância b Inibição Máxima NC= Não calculada *(BRESCIANI et al., 2003)

51

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

6.1 Rubus imperialis

- Este trabalho possibilitou complementar alguns estudos sobre a fração butanólica

das raízes de R. imperialis identificando um segundo derivado do ácido elágico

responsável em parte pela ação antimicrobiana encontrada inicialmente no extrato

MeOH.

- A substância isolada foi identificada com base de dados espectrais e denominada

de ácido 3-O-metil-4’-metilelágico pode ser o responsável pelo efeito das raízes.

6.2 Rubus rosaefolius

- Na análise fitoquímica das partes aéreas de R. rosaefolius, foram identificados

triterpenos pentacíclicos: o ácido tormêntico e o ácido 28 -O- metoxitormêntico e

três esteróides: stigmasterol, sitosterol e campesterol.

- Nessa espécie pode-se observar a presença de substâncias que também estão

presentes em R. imperialis, o ácido tormêntico e o stigmasterol.

- Os resultados obtidos dos testes de atividade antinociceptiva demonstraram que

os extratos hidroalcoólicos e frações diclorometano, acetato de etila e a

substância isolada apresentaram significante atividade antinociceptiva, sendo

efetivos na nocicepção de origem inflamatória.

- Quando comparado com medicamentos usados clinicamente, a substância foi

cerca de 6 vezes mais potente.

52

- Os resultados sugerem que a substância isolada é responsável em parte pela

ação isolada é responsável em parte pela ação encontrada e que outras

substâncias podem estar contribuindo.

- Sugerem-se modificações estruturais no intuito de melhorar o efeito

antimicrobiano e antinociceptivo.

53

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61

ANEXO I

62

Figura 17 – Espectro de IV de Ri-5 em KBr.

O

O O

O

H 3 C O

H

O H

H

R

H O

4 4'

3' 5'

7'

3 5

7

63

Figura 18 - Espectro RMN 1H (300MHz) de Ri-5 em piridina - d

5.

O

O O

O

H 3 C O

H

O H

H

R

H O

4 4'

3' 5'

7'

3 5

7

64

Figura 19 - Espectro de RMN 13 C (75MHz) de Ri-5 em piridina - d5.

O

O O

O

H 3 C O

H

O H

H

R

H O

4

4'

3' 5'

7'

3

5

7

ANEXO II

66

Figura 20 - Espectro de IV de Rr-1 em KBr.

2325

26

27

17

HO

12 34

5

1213

28

24

19

29

30

HO

HO

H

COOCH3

67

Figura 21 - Espectro de RMN 1H (300 MHz) de Rr-1 entre 1 e 5.6 ppm, em piridina - d5.

2325

26

27

17

HO

12 34

5

1213

28

24

19

29

30

HO

HO

H

COOCH3

68

Figura 22 - Espectro de RMN 13 C (75MHz) de Rr-1 entre 16 e 42 ppm, em piridina - d5.

2325

26

27

17

HO

12 34

5

1213

28

24

19

29

30

HO

HO

H

COOCH3

69

Figura 23 - Espectro de RMN 13 C (75MHz) de Rr 1 entre 47 e 180 ppm, em

piridina - d

5

2325

26

27

17

HO

12 34

5

1213

28

24

19

29

30

HO

HO

H

COOCH3