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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI ALINE DE OLIVEIRA FERNANDES ESTUDO MULTICASO DAS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO Balneário Camboriú 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI

ALINE DE OLIVEIRA FERNANDES

ESTUDO MULTICASO DAS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS

ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

Balneário Camboriú

2008

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ALINE DE OLIVEIRA FERNANDES

ESTUDO MULTICASO DAS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS

ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

Balneário Camboriú

2008

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador : Prof. Dr. James Luiz Venturi.

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ALINE DE OLIVEIRA FERNANDES

ESTUDO MULTICASO DAS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS

ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

Essa monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo curso de Administração – ênfase em Gestão

Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário

Camboriú.

Área de Concentração: Administração

Balneário Camboriú, 27 de novembro de 2008.

_________________________________

Prof. Dr. James Luiz Venturi

Orientador

___________________________________

Prof. MSc. Cristina Melim Petrelli

Avaliadora

___________________________________

Prof. MSc. Lorena Schröder

Avaliadora

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Quem não quer perder a vista da costa,

Nunca conhecerá outros mares.

(Anônimo)

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiária: Aline de Oliveira Fernandes

Área de Estágio: Administração

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Sérgio Augusto Caponi

Professor Orientador: James Luiz Venturi

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Caponi Representações e Comércio Ltda.

Endereço: Rua. 3000 nº. 489 Apto. 301 B

Centro – Balneário Camboriú – SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administração

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Sérgio Augusto Caponi/Gerente Geral

Carimbo do CNPJ da Empresa: 00.470.208-0001/74

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 27 de novembro de 2008.

A Empresa Caponi Representações e Comércio Ltda, pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do

Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pela acadêmica Aline de Oliveira Fernandes.

___________________________________

Responsável pela Empresa

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, em primeiro lugar pela Vida.

Ao professor James Luiz Venturi, pela sua orientação e seu apoio para a elaboração

desta monografia.

A todos os professores pelas excelentes contribuições dadas ao longo do curso.

A coordenação do curso pelo apoio e orientação desta monografia.

Á meus pais pelo apoio oferecido e incentivo ao longo desses anos.

Ao meu namorado Claudemir e grande amigo de todas as horas.

Aos meus colegas de curso que me ajudaram nos momentos de necessidade.

Aos meus amigos pelo companheirismo, apoio e amizade ao longo desses anos.

A empresa Caponi pelo estágio e apoio oferecido.

E enfim, a todas as instituições participantes da pesquisa, Univali, Sinergia e

Unifebe.

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RESUMO

O estudo sobre o empreendedorismo é bastante recente, e teve o foco no meio empresarial. Estudos no âmbito acadêmico, é mais recente ainda, assim, torna-se crucial compreender este processo do desenvolvimento empreendedor entre os universitários. O estudo procurou identificar as características empreendedoras entre os alunos dos cursos de administração da UNIVALI (Balneário Camboriú), UNIFEBE (Brusque) e SINERGIA (Navegantes), tentando verificar se existem ou não diferenças de perfis entre os alunos. Foram investigados 30 alunos, com uso de questionário estruturado, com base no EMPRETEC do SEBRAE. A análise deu-se seguindo as normas metodológicas do instrumento. Identificou-se, por exemplo, que na UNIVALI os alunos são comprometidos e fazem planejamento, já na UNIFEBE, os alunos tendem a ser mais persistentes e exigem qualidade, e por fim no SINERGIA, a principal característica foi o estabelecimento de metas.

Palavras-chaves: Administração. Empreendedor. Características Empreendedoras.

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RESUMEN

El estudio del emprendedurismo es muy reciente y siempre con la idea del negocio. Estudios en el medio académico, todavía es también muy reciente, así, es de veras importante comprender este proceso de desarrollo emprendedor entre los estudiantes de grado universitario. El estudio buscaba identificar las características emprendedoras entre los alumnos de la carera de administración de las siguientes universidades o facultades: UNIVALI (Balneário Camboriú), UNIFEBE (Brusque) y SINERGIA (Navegantes), intentando verificar si existe o no diferencias de perfiles emprendedores entre los alumnos. Fueron investigados 30 alumnos, con utilización de una encuesta estructurada, con base en el EMPRETEC del SEBRAE. El análisis ocurre por las normativas de la metodología del instrumento. Se identificó, por ejemplo, que en la UNIVALI los alumnos son más comprometidos y hacen planeamiento, ya en la UNIFEBE, los alumnos buscan ser mas persistentes y exigen calidad, y por fin en el SINERGIA, la principal característica fue el establecimiento de metas.

Palabras Clave: Administración.Emprendedorismo. Características Emprendedoras.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 O que é Administração ............................................................... 18

Figura 2 Processo de formação e disseminação das teorias da administração .............................................................................

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Estratégias para o conhecimento empreendedor do professor ... 23

Quadro 2 Abordagem convencional x Abordagem empreendedora ........... 25

Quadro 3 Diversas abordagens sobre o empreendedorismo ..................... 30

Quadro 4 Características do empreendedor ............................................... 34

Quadro 5 Características do empreendedor bem-sucedido ....................... 35

Quadro 6 Número de alunos pesquisados .................................................. 49

Quadro 7 Resumo das características empreendedoras ............................ 56

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Características empreendedoras na UNIVALI ............................ 52

Gráfico 2 Características empreendedoras na UNIFEBE ........................... 53

Gráfico 3 Características empreendedoras no SINERGIA ......................... 54

Gráfico 4 Características empreendedoras nas instituições estudadas ..... 55

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 15

1.1 Tema de estágio ...................................................................................... 15

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 15

1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 16

1.4 Justificativa da pesquisa .......................................................................... 16

1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ................................... 18

2.1 Administração .......................................................................................... 18

2.1.1 Universidade Empreendedora ................................................................. 19

2.2 O empreendedorismo .............................................................................. 25

2.2.1 Características e perfil empreendedor ..................................................... 34

2.3 A escola comportamentalista de David McClelland ................................. 40

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA .......................... ....................................... 48

3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 48

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 49

3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 50

3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 51

3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 51

4 RESULTADOS ...................................... .................................................. 52

4.1 Apresentação e análise dos dados ......................................................... 52

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ........................................ 57

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 59

ANEXO A ........................................... ..................................................... 63

ANEXO B ........................................... .....................................................

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema

A busca pelo perfil empreendedor é facilmente perceptível se destacando por

possibilitar aperfeiçoamento contínuo e estratégico nas organizações, tornando-se

importante sua estimulação.

As organizações buscam o profissional com este perfil, pois faz com que a

competitividade aumente e oportuniza a expansão e geração de empregos,

movimentando a economia.

Este fato desencadeia mudança no cenário econômico e aumenta a pressão

sobre as organizações que precisam manter e inovar seus negócios.

O ensino do empreendedorismo apresenta desafios fascinantes e um dos

principais está na necessidade de aplicar ao ensino e as etapas do aprendizado,

aquilo que é o cerne da atividade: a inovação.

Um empreendedor é aquele que faz acontecer, que realiza. Quanto mais

inovador o empreendedor for, mais chance ele terá de realizar um bom negócio para

sua empresa, devendo se conhecer melhor, seus pontos fortes e fracos, trabalhar

em equipe, utilizar o que for necessário, o que ele almeja (metas), buscar novos

projetos para a empresa e convencer as pessoas que esses projetos darão certo.

O empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, mas não só,

deve saber persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, confortável no

futuro.

Além de energia e perseverança, uma grande dose de paixão é necessária

para construir algo a partir do nada e continuar em frente, apesar de obstáculos,

armadilhas.

O empreendedor é alguém que acredita que pode colocar a sorte a seu favor,

por entender que ela é produto do trabalho duro.

1.2 Problema

Existe diferença entre o perfil empreendedor dos alunos de administração nas

Instituições de Ensino Superior (IES) nas cidades de Balneário Camboriú, Brusque e

Navegantes?

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1.3 Objetivo Geral

Verificar possíveis diferenças no perfil empreendedor dos alunos de

administração nas Instituições de Ensino Superior (IES) nas cidades de Balneário

Camboriú, Brusque e Navegantes.

Objetivos Específicos

- Conhecer as características empreendedoras;

- Destacar as características mais proeminentes;

- Destacar as características menos expressivas em cada grupo;

- Destacar características neutras entre os empreendedores.

1.4 Justificativa

A questão para um grande empreendedor é: os objetivos estão bem

definidos? Será que a estratégia está correta? Será que a estratégia pode ser

executada? A sustentabilidade é ainda mais importante para os empreendedores

que desejam construir uma instituição capaz de se renovar através de várias

gerações de tecnologia, empregados e clientes. Inovação requer um esforço

ponderável, requer trabalho duro por parte dos elementos atuantes e capazes, é o

recurso mais carente em qualquer organização.

Para uma empresa ser receptiva, inovadora ao empreendimento, o

desempenho deve ser incluído entre as providências pelas qual essa empresa

realiza seu próprio controle. Somente se avaliar-mos o desempenho empreendedor

de uma empresa, empreendimento se transformará em ação.

Um empreendedor típico reúne-se em uma sala com colaboradores, examina

plantas e projetos, realiza pesquisa em seu computador, mas também desce à linha

de produção, compara manualmente a textura de um tecido ou verifica a

circunferência de uma peça recém saída do torno.

A definição de empreendedor evoluiu com o decorrer do tempo, à medida que

a estrutura econômica mundial mudava e tornava-se mais complexa.

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Desde seu início, na Idade Média, quando era usada para se referir as

ocupações específicas, a noção de empreendedor foi redefinida e ampliada,

passando a incluir conceitos relacionados com a pessoa, em vez de com sua

ocupação.

Os riscos, a inovação e a criação de riqueza são exemplos dos critérios que

foram desenvolvidos à medida que evoluía o estudo da criação de novos negócios.

1.5 Contexto do ambiente de estágio

O estudo ocorreu no âmbito dos cursos de administração da Universidade do

Vale do Itajaí no Campus de Balneário Camboriú (UNIVALI); Centro Universitário de

Brusque (UNIFEBE), e Sistema SINERGIA de Ensino Superior em Navegantes.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Administração

A administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da

direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho

que ocorrem dentro de uma organização. Assim, a administração é imprescindível

para a existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Sem a administração,

as organizações jamais teriam condições de existir e crescer. (CHIAVENATO, 2000)

Para Maximiano (1997, p.16) as palavras-chaves que definem a

administração são: objetivos, decisões e recursos. Sendo assim, “a administração é

o processo de tomar e colocar em práticas decisões sobre objetivos e utilização de

recursos”.

Os autores citados procuram trazer as necessidades da Administração para a

sobrevivência e sucesso das organizações.

A administração também pode ser definida como trabalho com recursos

humanos, financeiros e materiais, para atingir objetivos organizacionais através do

desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar.

Deve-se notar que a finalidade da administração é estabelecer e alcançar o

objetivo, ou objetivos, da organização (veja a figura 1).

Ao fazê-lo, desempenham-se funções de administrador e manipulam-se

recursos humanos (pessoas), recursos financeiros (dinheiro) e recursos materiais

(edifício, equipamento, suprimentos). (MEGGINSON, 1998)

Figura 1: O que é Administração Fonte: Megginson (1998, p.13)

Os conhecimentos administrativos são produzidos pela observação e análise

crítica da experiência prática das organizações e de seus administradores. Há duas

fontes principais desses conhecimentos: a própria experiência prática e os métodos

Administração Planeja Organiza

Lidera Controla

Recursos Humanos,

financeiros e materiais

Para atingir os objetivos

da organização

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científicos. O conhecimento sempre volta para o mundo que o produziu, num

processo de constante elaboração, como procura mostrar a figura 2. (MAXIMIANO,

2005)

FORMAÇÃO DO CONHECIMENTO

Relatos de experiência prática

Métodos científicos de observação e análise

DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO

Educação formal e informal

Contatos pessoais

Livros

Artigos

Treinamento

Figura 2: Processo de formação e disseminação das teorias da administração Fonte: Maximiano (2005, p.10)

Com isso, observa-se a importância do equilíbrio entre teoria e prática, o que

provoca a interação entre o estudo universitário e a ação empreendedora no mundo

dos negócios.

2.1.1 Universidade empreendedora

O conceito de instituição de ensino voltada para o empreendedorismo é

bastante recente, se comparando com o longo caminho histórico das universidades.

De acordo com a Enciclopédia Barsa (1991, p. 290) o conceito da “universidade

moderna originou-se das escolas medievais conhecidas como studia generalia [...]

PRÁTICA Experiência prática de

administradores e organizações

TEORIA • Conhecimentos descritivos • Conhecimentos prescritivos .

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organismo de ensino criado para dar a sacerdotes e monges educação mais

profunda que a recebida nas escolas religiosas”.

Daí em diante, os focos foram mudando para o problema de escoamento da

produção, em seguida para o desenvolvimento da capacidade de vendas (com a

criação da necessidade de compra no consumidor) e, mais recentemente, na

flexibilidade e produtividade, alcançadas mediante uma reengenharia dos sistemas

empresariais e para um novo foco mercadológico que privilegia a qualidade superior

e o valor agregado. (PERTSCH; LAUX, 2003)

Porém, também suscitou uma questão de alta relevância, quanto ao escopo

histórico da universidade:

Deverá ela concentra-se a desenvolver sozinha os conteúdos que ministra, ou, pelo contrário, deverá passar a organizar a distribuição de conteúdos produzidos por muitos outros? [...] deverá ser a Universidade um entre outros atores num mercado cada vez mais povoado, desvalorizando progressivamente o seu papel formal de atribuidora de canudos, ou afirmar-se como o coração de uma nova cadeia de valor do ensino?. (ECOS, 2002, p. 1)

Ecos (2002) completa que o empreendedorismo no ensino da Universidade,

juntou-se recentemente a uma estratégia que visa despertar no aluno e no próprio

docente o espírito empreendedor, transformando o campus não em uma fábrica de

canudos, mas na gestação de quadros empreendedores dentro das organizações

onde se irão empregar por conta própria.

Rodrigues e Tonini (1997) parecem situar o “despertar” da universidade para

o empreendedorismo, como promovedor de vantagens competitivas.

A literatura sobre empreendedorismo na universidade, ainda recente, está

dividida em dois enfoques, segundo Pertsch e Laux (2003): o de universidade

empreendedora e o de universidade formadora de empreendedores.

O primeiro enfoca os esforços da própria entidade, no sentido de tornar seu

esforço empreendedor em vantagem competitiva que destaque em seu meio e

região. Já o segundo refere-se mais objetivamente a um modelo de ensino que visa

a implementar uma visão empreendedora em seus acadêmicos.

Em relação ao ensino do empreendedorismo, é importante observar o que diz

Kanitz (1998), ou seja, o professor tem iniciativa, capacidade de criar, iniciar projetos

e conceber novas idéias, mas possui pouca capacidade de colocar em prática uma

idéia.

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Esta concepção é corroborada por Oliveira Filho (2003), dizendo que falta ao

professor uma seqüência de empregos que lhe permite aprender o que ele

considera necessário para implantar sua empresa. Porém, não quer entregar

gratuitamente seu conhecimento e desconfia do possível investidor, assim seu

conhecimento acaba ficando no âmbito universitário, sem contribuição para a

comunidade.

Para Dolabela (1999, p.35):

Os cursos de administração, com raríssimas exceções, são voltados quase exclusivamente para o gerenciamento de grandes empresas. Por outro lado, muitas das instituições de ensino estão distanciadas dos “sistemas de suporte”: empresas, órgãos governamentais, financiadores e outras, ou seja, entidades das quais os pequenos empreendedores dependem para sobreviver. As relações universidade-empresa, indispensáveis na formação de empreendedores, são ainda incipientes no Brasil.

De acordo com 1Marilia Rocca, o ensino da cadeira de empreendedorismo

nas escolas e universidades do Brasil esta em franca expansão, com isso trazendo

orientações excelentes para as peculiaridades do ambiente de negócios brasileiro. É

um importante passo para a educação de um país que tem tradição na formação de

executivos em detrimento de empreendedores, grandes geradores de emprego e

riqueza. (DORNELAS, 2001)

Afinal, quais as razões para disseminar a cultura empreendedora?; Por que

introduzir a cultura empreendedora em escolas e universidades?; Quais motivos

estão por trás da necessidade de motivar e estimular os jovens a abrir seu próprio

negócio ou ter atitudes empreendedoras na área que escolherem para atuar?; Quais

elementos tornam esta necessidade tão urgente?.

Pesquisas indicam que o empreendedorismo oferece graus elevados de

realização pessoal. Por ser a exteriorização do que se passa no âmago de uma

pessoa, e por receber o empreendedor com todas as suas características pessoais,

a atividade empreendedora faz com que trabalho e prazer andem juntos. Talvez seja

muito difícil encontrar um empreendedor que queira se aposentar ou que espere

ansiosamente pelo final de semana para se desvencilhar do trabalho. Não é raro

encontrar empreendedores que tiram poucas férias. (DOLABELA, 1999)

1 Diretora Geral da Endeavor Brasil.

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De acordo com Dolabela (1999, p.30), é preciso “formar empreendedores e

não empresas”. Tudo leva a crer que o desenvolvimento econômico seja função do

grau de empreendedorismo de uma comunidade. As condições ambientais

favoráveis ao desenvolvimento precisam de empreendedores que as aproveitem e

que, através de sua liderança, capacidade e de seu perfil, disparem e coordenem o

processo de desenvolvimento, cujas raízes estão, sobretudo em valores para

indivíduos e para a sociedade, ou seja, é fator de inovação tecnológica e

crescimento econômico.

O empreendedorismo pode ser ensinado? Segundo Felício Jr. (2002), esta

indagação tem sido fundamental e um levantamento feito entre professores das 15

melhores universidades americanas revela que 93% dos respondentes concordam

com a possibilidade de o empreendedorismo poder ser ensinado.

Discute-se no campo das universidades, diferentes estratégicas de incentivo

ao empreendedorismo. Para Pertsch e Laux (2003) o desenvolvimento e expansão

das universidades dependem de uma atitude empreendedora, ou de um movimento

empreendedor de dentro para fora, lastreado em parcerias devidamente planejadas,

na excelência ou qualidade de seus produtos/serviços e na visão do negócio

educacional como sustentação da educação.

O empreendedorismo é tido, conforme aborda Venturi (2003), como um

comportamento, ou até mesmo uma atitude pessoal para iniciar uma ação ou um

processo, que poderá desenvolver um conjunto de atividades na busca constante de

resultados positivos para si mesmo e criando valor para a organização, na qual está

inserido.

O ensino do empreendedorismo, segundo abordam Ramos e Ferreira (2004),

ainda é carente de maiores estudos que possam subsidiar a formação de

empreendedores. Percebe-se que a educação para o empreendedorismo está se

tornando um item importante na articulação interdisciplinar dos programas

acadêmicos nas universidades, com tendência à expansão propiciada pelo estímulo

oriundo dos agentes sócio-econômicos.

Neste contexto, há que se distinguir dois aspectos básicos:

a) a universidade como agente propiciador do processo de desenvolvimento

sócio-econômico da sociedade;

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b) e o novo desenho organizacional que lhe confere a agilidade e a

flexibilidade necessária ao alto desempenho organizacional desejado.

(RODRIGUES; TONINI, 1997)

Para Oliveira Neto (2003), a característica do futuro profissional, para atender

ao perfil do novo mercado de trabalho, não pode ser alcançado através dos padrões

de ensino verificados hoje na grande maioria das instituições de ensino.

Já para Campus (2002), observa-se o estreitamento do relacionamento da

universidade com sua sociedade circundante, na ampliação do seu objetivo de

ensino superior, para o escopo ampliado que agrega a pesquisa e extensão,

derivando em aproximação entre a academia e a ciência e tecnologia.

Ainda neste sentido, conforme Silva (2002, p. 3), não há como se dissociar,

atualmente, a academia da indústria, pois a aproximação entre as mesmas é

inexorável.

Segundo Dornelas (2001) a capacitação empreendedora já vem sendo

realizada por entidades, escolas e universidades brasileiras, no que se refere à

compreensão do perfil empreendedor, quem é esse indivíduo e como ele se

comporta.

Antunes (2001, p. 113), apresenta uma série de ações que poderão ser

desenvolvidas pela universidade, que serão capazes de oportunizar e ampliar os

conhecimentos empreendedores dos professores, que estão descritos no quadro 1.

Criar espaços específicos para a reflexão da prática pedagógica; Nortear o ensino-aprendizagem através da concepção de mundo, sociedade, homem e universidade que se quer trabalhar e produzir; Definir pontos de partida e de chegada nas estratégias de ensino; Desenvolver uma pratica pedagógica baseada em projetos (investigação desenvolvida em profundidade sobre um tema ou um tópico que se acredita ser interessante conhecer); Transformar a sala de aula, visando o diálogo, a cultura do saber escutar; Vivenciar o trabalho em equipe; Aprender continuamente; Adotar um novo olhar em relação a postura do professor; Ver na ação de educar o ofício do professor empreendedor.

Quadro 1: Estratégias para o conhecimento empreendedor do professor. Fonte: Adaptado de Antunes (2001).

Para Stevenson (2001), o papel da universidade como catalisadora da

formação do empreendedor ganha maior relevância ao se definir que é possível

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desenvolver o espírito empreendedor nos indivíduos aos quais forem dadas certas

condições de aprimorar novas habilidades e potencializar as pré-existentes.

Palmeira (1997) identifica que umas das causas para o crescimento do

empreendedorismo é a existência de formação específica nos meios universitários,

como opção profissional atrativa.

Por outro lado, conforme (PERTSCH; LAUX, 2003), o que se tem visto, com

incidência crescente, é a formação de parcerias entre entidades nacionais e entre

estas e instituições internacionais, no sentido de entabularem propostas de pós-

graduação (notadamente, em nível de especialização, mestrado e doutorado) nas

quais, vias de regra, instituições de menor porte e renome buscam suporte naquelas

já tradicionais nos cursos de extensão, o que tem servido como verdadeiro impulso

para o crescimento da universidade.

Oliveira Neto (2003) diz o seguinte: não se trata de introduzir matéria ou

cursos novos nos programas já existentes, a proposta se volta fundamentalmente

para a maneira de ensinar. É conduzir o educando a questionar mais e a relativizar

os conteúdos, ao invés de fornecer respostas prontas, incentivando o educando a se

desembaraçar sozinho.

Antunes (2001, p. 114), afirma que um dos principais “meios de desenvolver e

ensinar o empreendedorismo aos alunos passa pela aplicação de projetos”, que por

sua vez são fundamentais, pois são intencionais, trabalham a responsabilidade e a

autonomia do aluno, é autêntico, envolve complexidades e resolução de problemas,

percorre por várias fases e etapas, é globalizado e tem sentido, tem significado,

trabalha a organização, provoca a participação e valoriza a compreensão.

Neste caso, para o autor, o papel do professor é colocar-se como um fazedor

de perguntas, levantando dúvidas, estabelecendo enigmas, propondo problemas,

sugerindo desafios.

Gibb (1993) desenvolveu uma diferenciação entre uma abordagem

convencional e uma abordagem empreendedora no ensino do empreendedorismo

nas universidades, conforme o mostra o quadro 2, a seguir.

Abordagem Convencional Abordagem Empreendedora Ênfase no conteúdo que é visto como meta;

Ênfase no processo, aprender a aprender;

Conduzido e dominado pelo instrutor; Propriedade do aprendizado pelo participante; O instrutor repassa o conhecimento; O instrutor como facilitador e educando, os

participantes geram conhecimento;

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Currículo e sessões fortemente programados;

Sessões flexíveis e voltadas para as necessidades;

Objetivos de ensino impostos; Objetivos de ensino negociados; Prioridade para o desempenho; Prioridade para a auto-imagem geradora de

desempenho; Desenvolvimento de conjecturas e do pensamento divergente;

Conjecturas e pensamentos divergentes vistos como parte do processo criativo;

Ênfase no pensamento analítico e linear. Aumento da racionalidade, estratégias holísticas, não lineares e intuitivas.

Quadro 2: Abordagem convencional x Abordagem empreendedora Fonte: Adaptado de Gibb (1993).

Segundo Filion (1991), no campo da educação empreendedora, os elementos

essenciais parecem ser o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, bem

como a habilidade de canalizar energia para os objetivos que o empreendedor quer

atingir.

Percebe-se que cada vez mais as universidades, em especial os cursos de

administração de empresas estão focando esta temática, servindo de referencial

para as demais carreiras como design, turismo, gastronomia, ciências contábeis e

outras.

2.2 O Empreendedorismo

A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer

aquele que assume riscos e começa algo novo. (HISRICH, 1986)

Um primeiro exemplo de empreendedorismo pode ser creditado a Marco Polo,

que tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como empreender,

Marco Polo assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje mais

conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o

capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro

empreendedor assumia papel ativo, correndo todos os riscos físicos e emocionais.

O mundo tem passado por várias transformações em curtos períodos de

tempo, principalmente no século XX, quando foi criado a maioria das invenções que

revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Geralmente essas invenções são frutos

de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de como utilizar coisas já

existentes, mas que ninguém anteriormente ousou olhar de outra maneira. Por trás

dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características

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especiais, que são visionárias, que questionam, que arriscam, que querem algo

diferente, que fazem acontecer, que empreendem. (DORNELAS, 2001)

Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. Uma vez que os empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento e o próprio processo empreendedor devem ser estudados e entendidos. (DORNELAS, 2001 p.19)

A palavra Empreendedorismo surgiu no início do século XVI, na França,

dando nome aos coordenadores de operações militares. Mais tarde, por volta de

1765, ainda na França, o empreendedor era aquele que se associava a proprietários

de terras e trabalhadores assalariados. Nessa época, o termo também designava

construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou arquitetos. Por volta de 1800,

Jean Baptiste Say (1767 – 1832), economista francês, em seu livro Trarado de

Economia Política, caracterizou o empreendedor como o responsável por reunir

todos os fatores de produção e descobrir no valor dos produtos a reorganização de

todo capital que emprega o valor dos salários, os juros, o aluguel que paga, bem

como os lucros que lhe pertencem.

Empreendedorismo para Drucker (1987, p.32 apud TEIXEIRA, 2002):

O empreendedor é freqüentemente definido como aquele que começa o seu próprio, novo e pequeno negócio, que pode ser um administrador profissional, um capitalista, ou uma empresa: o espírito empreendedor é uma característica distinta, seja indivíduo ou de uma instituição.

Para Aquino (1991, p.32 apud TEIXEIRA, 2002):

Vê o empreendedor como um homem de muita iniciativa, personalidade agressiva, eterno farejador de oportunidades, fazedor de negócios e muito trabalhador, porque tudo gira em torno dele tendo, portanto, o mérito de iniciar um empreendimento, de lançar-se no mercado em busca de explorar oportunidades de negócios.

Mas afinal, qual é a melhor definição para empreendedorismo? Muitas são as

definições, mas talvez uma das mais antigas e que talvez melhor reflita o espírito

empreendedor seja a de Joseph Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2001), “O

empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de

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novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela

exploração de novos recursos e materiais”.

Várias definições de empreendedor podem ser encontradas na literatura.

Autores como Ansoff (1981 apud TEIXEIRA, 2002) consideram que ser

empreendedor é ter o desejo de independência que motiva o estabelecimento de

seu próprio negócio. Esta percepção é semelhante à de Resmik (1990 apud

TEIXEIRA, 2002), para quem que os empreendedores fazem as coisas

acontecerem, conseguem resultados e transformam idéias novas ou inovadoras em

operações comerciais reais.

O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações

associadas com a criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o

empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Em

segundo, o empreendedorismo requer a devoção, o comprometimento de tempo e o

esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, o

empreendedorismo requer ousadia, que se assumam riscos calculados, que se

tomem decisões críticas e que não se desanime com as falhas e erros.

(DORNELAS, 2001)

Dessa forma, o conceito de empreendedorismo é importante não apenas na

implantação de novos negócios, mas também nas organizações já consolidadas, já

que trazem inovação e transformam as idéias e projetos em realidade (RANGEL,

2005).

Ser empreendedor significa “ter, acima de tudo, a necessidade de realizar

coisas novas, por em prática as idéias próprias, característica de personalidade e

comportamento”. (DEGEN, 1989)

Rangel (2005, p.116), diz que:

Quando se fala em empreendedor, não devemos pensar somente naquela pessoa que cria a própria empresa, pois também, existe o intra-empreendedor, aquele profissional que, a partir de uma idéia e recebendo liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalha, dedica-se entusiasticamente a transformá-la em um produto de sucesso. Não é necessário deixar a empresa onde trabalha para vivenciar as emoções, riscos e gratificações de uma idéia transformada em realidade.

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Empreendedorismo para Drucker (2005, p.199):

O empreendimento se baseia nos mesmos princípios, tanto se o empreendedor é uma grande instituição existente ou se é um indivíduo que está começando seu novo negócio sozinho.

Kirzner (1973 apud DORNELAS, 2001) tem uma abordagem diferente. Para

esse autor, o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma

posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica

oportunidades na ordem presente. Porém, ambos são enfáticos em afirmar que o

empreendedor é um exímio identificador de oportunidade, sendo um indivíduo

curioso e atento a informações, pois sabe que chances melhoram quando seu

conhecimento aumenta.

Diniz e Pereira (1991 apud TEIXEIRA, 2002) consideram que

empreendedores são “as pessoas que iniciam novas empresas ou os

administradores que orientam seus esforços gerenciais no sentido de melhorar o

funcionamento e resultados de suas organizações”.

Conforme Azevedo (1987 apud TEIXEIRA, 2002), o empreendedor é aquele

indivíduo que tem necessidade e é capaz de desenvolver novos projetos, assume a

responsabilidade de conduzir um negócio próprio, de tal forma que esse

empreendimento funcione e alcance o sucesso.

Na visão de Bernardes (1988 apud TEIXEIRA, 2002), o empreendedor é o

fundador de uma empresa, ou então o que amplia os negócios de uma já existente e

de sua propriedade. Conforme este autor, o empreendedor difere do empresário,

que apenas administra e mantém rentável uma empresa, sem inovar e fazê-la

crescer, mas também sendo possível ser um empresário e empreendedor ao mesmo

tempo.

Então, o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um

negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados.

Em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se, pelo menos, os

seguintes aspectos referentes ao empreendedor: iniciativa para criar um novo

negócio e paixão pelo que faz; utiliza os recursos disponíveis de forma criativa

transformando o ambiente social e econômico onde vive e; aceita assumir riscos e a

possibilidade de fracassar. (DORNELAS, 2001)

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Bookman (2004) relata que o terceiro método para ligar ciência e mercado é

por meio de empreendedorismo. Muitos empreendedores passam por dificuldade

para fazer essa ligação e criar novos empreendimentos. Faltam-lhes habilidades

administrativas, capacidade de marketing ou recursos financeiros. Suas invenções

são quase sempre irrealistas, exigindo significativa modificação para serem

comercializáveis. Alem disso, os empreendedores freqüentemente não sabem como

interagir com todas as entidades necessárias, como bancos, fornecedores, clientes,

investidores de risco, distribuidores e agências de publicidade.

Para Bookman (2004, p.36), empreendedorismo significa:

O empreendedorismo atualmente é o método mais eficiente para ligar ciência e mercado, criando empresas e levando novos produtos e serviços de mercado. Essas atividades empreendedoras afetam de modo significativo a economia de uma área ao construir sua base econômica e gerar empregos. Dado o seu impacto na economia global e no nível de emprego em uma área, é de admirar que o empreendedorismo ainda não tenha se tornado mais central no desenvolvimento econômico.

Drucker (2005), fala que as empresas de hoje, especialmente as de grande

porte, não sobreviverão neste período de rápida mudança e inovação a não ser que

adquiram uma competência empreendedora. As empresas hoje estabelecidas

precisarão mudar, e mudar muito, em qualquer situação. Dentro de vinte e cinco

anos, todo país não comunista desenvolvido industrialmente verá a força de trabalho

operário empregada na fabricação se reduzir para um terço da atual, enquanto a

produção resultante aumentará três ou quatro vezes.

Em muitos casos, a capacidade de empreender necessária só pode provir de

empresas em atividade. Alguns dos gigantes atuais podem bem não sobreviver aos

próximos vinte e cinco anos. Mas sabemos agora que a média empresa está

particularmente bem posicionada para ser um empreendedor e inovador bem

sucedido, desde que ela apenas se organize para administração empreendedora. É

a empresa em operação, a de tamanho médio, não a pequena, que estará mais

capacitada para a liderança empreendedora. Ela possui os recursos necessários,

especialmente os recursos humanos. Ela já adquiriu a competência administrativa e

construiu uma equipe administrativa. Ela tem tanto a oportunidade como a

responsabilidade para a administração empreendedora eficaz. (DRUCKER, 2005)

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Boulton et al (1984) apresenta um quadro temporal identificando a evolução

dos estudos de empreendedorismo e sua passagem por diversas escolas,

apresentados no quadro 3.

Data Autor Característica 1848 Mill Tolerância ao risco. 1917 Weber Origem da autoridade formal. 1934 Schumpeter Inovação, iniciativa. 1954 Sutton Busca de responsabilidade. 1959 Hartman Busca de autoridade formal. 1961 McClelland Corre risco e possui necessidade de realização. 1963 Davids Ambição, desejo de independência,

Responsabilidade e auto confiança. 1964 Pickle Relacionamento humano, habilidade de

comunicação, conhecimento técnico. 1971 Palmer Avaliador de riscos. 1971 Hornaday e Aboud Necessidade de realização, autonomia, inovação,

agressão, poder, reconhecimento, independência . 1973 Winter Necessidade de poder. 1974 Borland Controle interno. 1974 Liles Necessidade de realização. 1977 Gasse Orientado por valores pessoais. 1978 Timmons Auto confiança, orientado por metas, corredor de

riscos moderados, centro de controle, criatividade, inovação.

1980 Sexton Enérgico, ambicioso, revés positivo. 1981 Welsh e White Necessidade de controle, auto confiança, visa a

responsabilidade, corre riscos moderados. 1982 Dunkelberg e Cooper Orientado ao crescimento, profissionalização e

independência. Quadro 3: Diversas abordagens sobre o empreendedorismo Fonte: Boulton at al (1984, p. 357)

O empreendedorismo tem sido muito difundido no Brasil, nos últimos anos,

intensificando-se no final da década de 1990. Após varias tentativas de estabilização

da economia e da imposição advinda do fenômeno da globalização, muitas grandes

empresas brasileiras tiveram que procurar alternativas para aumentar a

competitividade, reduzir os custos e manter-se no mercado. (DORNELAS, 2001)

O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. (DORNELAS, 2001, p.25)

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No início do século XVIII, identificava-se empreendedor como uma pessoa

que assumia riscos numa negociação de compra de serviços ou mercadorias por um

determinado preço com a intenção de revendê-los mais tarde por um preço incerto.

Para Dolabela (1999, p. 29) empreendedorismo “É uma livre tradução que se

faz da palavra entrepreneurship. Designa uma área de grande abrangência e trata

de outros temas, além da criação de empresas: geração do auto-emprego

(trabalhador autônomo); empreendedorismo comunitário (como as comunidades

empreendem); intra-empreendedorismo (o empregado empreendedor); políticas

públicas (políticas governamentais para o setor)”.

O autor retrata uma amplitude considerável de percepções acerca do termo

empreendedorismo que são reais e devem ser consideradas nas discussões sobre o

assunto.

Leite (1998, p. 117) define: “O empreendedor é aquele que faz as coisas

acontecerem, pois além de ser capaz de identificar oportunidades de mercado,

possui uma aguçada sensibilidade financeira e de negócios, para transformar aquela

idéia em um fato econômico em seu benefício. Ele busca tanto atender os desejos

dos seus futuros consumidores como satisfazer as suas necessidades de realização

profissional”.

Nos primeiros anos deste século, Joseph Schumpeter destacou as funções

inovadoras e de promoção de mudanças do empreendedor que, ao combinar

recursos numa maneira nova e original, serve para promover o desenvolvimento e o

crescimento econômico.

Mais recentemente, Albert Shapero (1980), elaborando e estendendo a

definição de Schumpeter, descreveu o empreendedor como sendo alguém que toma

a iniciativa de reunir recursos de uma maneira nova ou para reorganizar recursos de

maneira a gerar uma organização relativamente independente, cujo sucesso é

incerto.

Partindo da definição clássica de Cole de um empreendedor sendo alguém

que decide “começar, manter ou ampliar uma unidade de negócio que visa ao lucro”,

Richard Bruce propôs uma maior extensão da palavra “empreendedor” para incluir

indivíduos envolvidos em organizações já existentes, ao descrever um

empreendedor como sendo qualquer pessoa cujas decisões determinam

diretamente o destino da empresa, quer essa pessoa assuma todo o controle e todo

o risco.

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Segundo Degen (1989, p. 9) “A riqueza de uma nação é medida por sua

capacidade de produzir, em quantidade suficiente, os bens e serviços necessários

ao bem-estar da população. Por este motivo, acreditamos que o melhor recurso de

que dispomos para solucionar os graves problemas sócio-econômicos pelos quais o

Brasil passa é a liberação da criatividade dos empreendedores, através da livre

iniciativa, para produzir esses bens e serviços”.

Este pensamento revela a consistência da criatividade no desenvolvimento

empreendedor. Afinal, para o desenvolvimento de qualquer empreendimento, o

proprietário e seus funcionários devem estar constantemente inovando para buscar

diferentes espaços no mesmo mercado.

O pensamento criativo, para Oech (1995, p. 18), “supõe uma atitude, uma

perspectiva, que leva a procurar idéias, a manipular conhecimento e experiência.

Com essa perspectiva, você tenta diversas abordagens – primeiro uma, depois outra

–, freqüentemente sem chegar a nada. Você usa idéias malucas, bobas e

impraticáveis como trampolins para idéias novas e práticas. Viola normas

ocasionalmente e caça idéias em locais inusitados. Em suma, ao adotar uma

perspectiva criativa, você tanto se abre para novas possibilidades como para

mudança”.

Na linha da criatividade caminha a inovação. O processo de criatividade

inspira a constante inovação para os empreendedores. Drucker (1986, p. 25)

considera que “A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio

pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio

diferente ou um serviço diferente. Ela pode bem ser apresentada como uma

disciplina, ser aprendida e ser praticada”.

“Os empreendedores precisam buscar, com propósito deliberado, as fontes

de inovação, as mudanças e seus sintomas que indicam oportunidades para que

uma inovação tenha êxito. E os empreendedores precisam conhecer e por em

prática os princípios da inovação bem sucedida”.

Uma definição clássica de empreendedor está nas palavras de Filion (1988)

apud LIMA (2001, p. 4): “Um empreendedor é uma pessoa imaginativa caracterizada

pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos”. Esta pessoa mantém um alto

grau de vivacidade de espírito para detectar oportunidades.

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Enquanto ele/ela se mantém aprendendo sobre possíveis oportunidades e se

mantém tomando decisões de risco moderado dirigidas à inovação, continua

desempenhando um papel empreendedor.

Filion (1988) continua afirmando que existe diferença entre o empreendedor e

o proprietário-dirigente de uma empresa, ele diz que “um empreendedor está

principalmente interessado na inovação enquanto o proprietário-dirigente é alguém

que possui e administra”.

Um empreendedor pode ser um proprietário-dirigente e um proprietário-

dirigente pode também ser um empreendedor. Uma pessoa pode ser ainda um ou

outro, dependendo de suas características comportamentais relativas a sua maneira

de lidar com pessoas e com atividades da empresa.

Numa economia de mudanças constantes, não podemos mais entender que

empreendedores possam se caracterizar como os barões de antigamente.

Smith (1979, p. 233) já dizia que “o poder dos grandes barões de antigamente

baseava-se na autoridade que o grande proprietário necessariamente detinha num

tal estado de coisas sobre os seus rendeiros e seguidores”.

Ainda segundo Smith (1979): “os barões eram obrigatoriamente em tempo de

paz os juízes, e em tempo de guerra os chefes militares de todos aqueles que viviam

nos seus domínios. Tinham a possibilidade de manter a ordem e de obrigar ao

cumprimento da lei no interior desses domínios, pois podiam recorrer à força de

todos os habitantes contra aquele que cometesse uma injustiça. Nenhuma outra

pessoa tinha autoridade suficiente para fazer o mesmo, e muito menos o rei”.

Este pensamento é totalmente inadequado para empreendedores que

necessariamente devem ter características de um comportamento mais humano em

relação a seus pares, incluindo funcionários, clientes, fornecedores e outros.

Considerando o enfoque de entrepreneurship, Araújo (1998, p. 67) relata que

“O empreendedor sem dúvida é alguém que assume riscos e inova, mas tendo em

mente um objetivo empresarial preciso – o de iniciar e manter um negócio

independente – sendo o entrepreneurship o processo de criação e desenvolvimento

de negócios autônomos, baseados na inovação sistemática”. Nestes aspectos, o

autor defende que gestão de empresas e empreendedores estão diretamente

relacionados sem poder separá-los.

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Paralelamente a estas concepções, o mesmo autor relata o intrapreneurship

também pode ser considerado como um processo de criação e desenvolvimento de

negócios, mas não independentes, e sim vinculados às médias e grandes empresas.

2.2.1 Características e perfil empreendedor

O empreendedor de sucesso possui características extras. Segundo Dornelas

(2001), além dos atributos que são encontrados nos administradores, os

empreendedores são visionários, indivíduos que fazem à diferença, sabem explorar

as oportunidades, são determinados e altamente dinâmicos, dedicados ao trabalho,

otimistas e apaixonados pelo que fazem, independentes e construtores do próprio

destino, acreditam que o dinheiro é conseqüência do sucesso nos negócios,

possuem liderança incomum, sabem construir uma rede de relacionamentos

externos à empresa, planejam cada passo do negócio, possuem conhecimento,

assumem riscos calculados e criam valor para a sociedade pela qual o

empreendimento encontra-se inserido, em busca de soluções para melhorar a vida

das pessoas.

Para Chiavenato (2004, p. 5) “o empreendedor é a pessoa que consegue

fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino

financeiro e capacidade de identificar oportunidades”.

Segundo Dolabela (1999) no empreendedorismo o ser é mais importante do

que o saber fazer. As características do empreendedor são a referências da

obtenção do sucesso. O fator de sucesso de concentra na pessoa do

empreendedor, que utiliza todo o seu potencial na obtenção do êxito. O quadro 4, a

seguir, apresenta um resumo dos traços do empreendedor.

1. Tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia; 2. Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização; 3. Trabalha sozinho. O processo visionário é individual; 4. Tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos; 5. Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende com os

próprios erros; 6. É capaz de dedicar intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar

resultados; 7. Sabe fixar metas e alcança-las; luta contra padrões impostos; diferencia-se; 8. Tem a capacidade de descobrir nichos; 9. Tem forte intuição; como no esporte, o que importa não é o que sabe, mas o que

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se faz; 10. Tem sempre alto comprometimento; crê no que faz; 11. Sabe buscar, utilizar e controlar recursos; 12. É um sonhador realista: é racional, mas usa também a parte direita do cérebro; 13. Cria um sistema próprio de relações com empregados. È comparado a um “líder

de banda”, que dá liberdade a todos os músicos, mas consegue transformar o conjunto em algo harmônico, seguindo um objetivo;

14. É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo; 15. Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho; 16. Tece “rede de relações” (contatos, amizades) moderadas, mas utilizadas

intensamente como suporte para alcançar seus objetivos; considera a rede de relações internas (com sócios, colaboradores) mais importante que a externa;

17. Conhece muito bem o ramo em que atua; 18. Cultiva a imaginação e aprende a definir visões; 19. Traduz seus pensamentos em ações; 20. Define o que quer aprender (a partir do não-definido) para realizar suas visões.É

pró-ativo: define o que quer e onde quer chegar; depois, busca o conhecimento que lhe permitirá atingir o objetivo;

21. Cria um método próprio de aprendizagem: aprende a partir do que faz emoção e afeto são determinantes para explicar seu interesse. Aprende indefinidamente;

22. Tem alto grau de “internalidade”, que significa a capacidade de influenciar as pessoas com as quais lida e a crença de que conseguirá provocar mudanças nos sistemas em que atua;

23. Assume riscos moderados: gosta do risco, mas faz tudo para minimiza-lo. É inovador e criativo.(Inovação é relacionada ao produto. É diferente da invenção, que pode não dar conseqüência a um produto.);

24. Tem alta tolerância à ambigüidade e à incerteza; 25. Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para

detectar oportunidades de negócios. Quadro 4: Características do empreendedor Fonte: Dolabela (1999, p.71)

Para Dolabela (1999), “o dinheiro é visto pelo empreendedor como uma

medida de desempenho, como um meio para realizar os seus objetivos, mas

raramente como objetivo em si mesmo”. O sucesso está relacionado com o grau de

comprometimento do empreendedor.

Para Pereira e Santos (1995), o empreendedor bem-sucedido é uma pessoa

que possui as características encontradas em qualquer pessoa, o que diferencia é o

grau de intensidade de uma para outra característica e sua personalidade e seus

talentos o conduzem para o sucesso, conseguindo com esta atitude a concretização

dos seus sonhos e objetivos. Características do empreendedor bem-sucedido, a

seguir, no quadro 5.

1. É motivado pelo desejo de realizar; 2. Corre risco viável, possível; 3. Tem capacidade de análise; 4. É igual às outras pessoas quanto à moralidade, que é questão de caráter;

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5. Precisa de liberdade para agir e para definir suas metas e os caminhos para atingi-las;

6. Sabe aonde quer chegar; 7. Confia em si mesmo; 8. Não depende dos outros para agir; sabe, porém, atuar conjuntamente; 9. É tenaz, firme e resistente ao enfrentar dificuldades; 10. É otimista, sem perder o contato com a realidade; 11. É flexível sempre que preciso; 12. Administra suas necessidades e frustrações, sem por elas se deixar dominar; 13. É corajoso; porém, não é temerário; 14. Sabe postergar, deixando para depois a satisfação de suas necessidades; 15. Mantém a automotivação, mesmo em situações difíceis; 16. Aceita e aprende com seus erros e com os erros dos outros; 17. É capaz de recomeçar de novo, se necessário; 18. Mantém a auto-estima, mesmo em situações de fracasso; 19. Tem facilidade e habilidade para as relações interpessoais; 20. É capaz de exercer liderança, de motivar e de orientar outras pessoas com

relação ao trabalho; 21. É criativo, na solução de problemas, de todos os tipos; 22. É capaz de delegar; 23. É capaz de dirigir sua agressividade para a conquista de metas, a solução de

problemas e o enfrentamento das dificuldades; 24. Usa a própria intuição e a de outras pessoas para escolher os melhores

caminhos, corrigir a atuação dele, descobrir lacunas a serem preenchidas no Mercado, para avaliara tendência dos negócios e a variação deste; também a emprega para escolher pessoas, sejam elas sócios, fornecedores ou funcionários;

25. Procura sempre qualidade; 26. Acredita no trabalho como participação e contribuição social; 27. Tem prazer em realizar o trabalho e em observar seu próprio crescimento

empresarial; 28. È capaz de administrar o tempo; 29. Não busca, exclusivamente, posição ou reconhecimento social; 30. É independente, seguro e confiante, na execução de sua atividade profissional; 31. É capaz de desenvolver os recursos de que necessita e de conseguir as

informações que precisa; 32. Tem desejo de poder, como todos têm, consciente ou inconscientemente.

Quadro 5: Características do empreendedor bem-sucedido Fonte : Pereira e Santos (1995, p.46)

A escolha de uma vida bem-sucedida depende da vontade da pessoa.

Conforme Almeida (2001), não é a sorte, a hereditariedade, um curso superior ou até

mesmo o destino o que determina o sucesso de uma pessoa. É a pessoa que decide

acerca do fracasso ou sucesso na sua vida. O pensamento comanda o inconsciente,

que influencia o consciente. O pensamento conduz a ação. Eles geram os

sentimentos que controlam o comportamento.

O empreendedor tem recebido atenção por parte dos estudiosos no assunto,

que procuram uma definição de suas características. Sobre o assunto, Dolabela

(1999) diz que muitos estudos tratam da mesma forma aquele que criou um negócio

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e aquele que apenas gerencia a empresa. Mesmo sem produzir um corpo de

pensamento coeso, científico, as pesquisas têm sido de grande auxílio no ensino de

empreendedorismo. Se ainda não podemos predizer o sucesso de uma pessoa, é

possível, no entanto, apresentar-lhe as características mais comumente encontradas

nos empreendedores de sucesso, para que possa desenvolvê-las e incorpora-las ao

seu próprio repertório vivencial.

O perfil do empreendedor recebe influências regionais significativas. Filion

(1999) destaca que as culturas, as necessidades e os hábitos de uma região

influenciam os comportamentos. Os empreendedores absorvem esses

comportamentos e o resultado reflete-se sobre suas ações nas empresas.

Várias pesquisas têm demonstrado que os empreendedores refletem as

características de período e lugar onde vivem. Mesmo na era da globalização, em

que os empreendedores exercem influência além dos limites de sua região, o

referencial básico de seu relacionamento permanece no âmbito regional.

(DOLABELA, 1999)

Morais (2000, p. 19) destaca que “um empreendedor preparado aciona sua

concorrência, quem é o despreparado é que deve reagir à concorrência. Quando se

está preparado, o espírito acompanha todos os passos”.

No entanto, há livros que têm por objetivo utilizar-se de conselhos e

precauções, com o intuito de alertar sobre as atitudes que induzem à ineficácia.

Robbins (1987) previne que, para uma pessoa adquirir prosperidade e

felicidade é preciso aprender a controlar a frustração. Uma pessoa que fracassa em

determinadas situações pode, com o tempo, perder o hábito de sonhar. A frustração

pode alterar atitudes positivas em negativas, decadentes. Ela destrói a disciplina e

aos poucos o sucesso é substituído pelo fracasso.

Segundo Dornelas (2001), o empreendedor é aquele que consegue detectar

uma oportunidade e a partir dele cria um empreendimento, com o intuito de obter

lucro sobre ele e assume riscos calculados. Os aspectos referentes ao

empreendedor são: iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que realiza;

criatividade na utilização de recursos disponíveis, transformando o ambiente social e

econômico onde atua e aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar.

O processo de empreender envolve a criação de algo novo, de valor. E requer

a devoção pelos negócios, o comprometimento de tempo e a utilização de esforço

necessário para o crescimento do empreendimento. Requer também ousadia

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necessária para assumir riscos calculados, com a superação de possíveis erros ou

falhos. As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser encontradas nas

áreas técnicas, gerenciais e características pessoais.

As habilidades técnicas concentram-se no saber escrever, saber ouvir as

pessoas, captar informações, capacidade oratória, organização, liderança, trabalho

em equipe e possuir conhecimento técnico na sua área de atuação. As habilidades

gerenciais incluem: marketing, administração, finanças, operação, produção, tomada

de decisão, controle das ações da empresa e boa negociação. As características

pessoais envolvem: disciplina, capacidade de correr riscos, inovação, orientação a

mudanças, persistência, liderança visionária.

Além das habilidades características, o empreendedor tem várias

características predominantes, para Leite (2000), é muito difícil definir ou enquadrar

o empreendedor, devido a uma série de atitudes e estratégias adotadas, que não se

encontram em nenhum manual direcionado aos administradores. As tentativas de

classificar os empreendedores é objetivo de estudo de vários estudiosos.

De acordo com Birley e Musyka (2001), os empreendedores recebem

influências de origens diversificadas e variáveis no decorrer do tempo. Eles são

influenciados pela carga genética, pela formação familiar, pelas experiências

profissionais anteriores e pelo ambiente econômico.

As características predominantes dos empreendedores recebem alguns

acréscimos. Segundo Brandão e Neri (2001), os empreendedores possuem a

criatividade mais acentuada do que as demais pessoas, assim como têm a

persistência, o comprometimento, a independência, a eficiência e a iniciativa. Porém,

nada que seja extraordinariamente fora do normal. Estas características estão

presentes em qualquer ser humano. O que difere o empreendedor de sucesso é a

concentração destas qualidades em uma mesma pessoa.

Para Morais (2000), os empreendedores possuem atitudes inteligentes. Eles

aproveitam as oportunidades, não esperam as oportunidades surgirem

repentinamente. Por terem o sucesso como objetivo, eles esperam sempre o melhor

e estão sempre preparados para vencer. Essas pessoas não acreditam em

fracassos, sabem que existem os obstáculos e possuem disposição e coragem para

enfrentá-los. Conseguem ter uma atitude mental direcionada para a realização de

suas vitórias, possuem bons canais de comunicação com a sua equipe, baseados

na confiança recíproca.

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As pesquisas sobre o segredo do sucesso dos empreendedores conduzem as

pessoas a constantes reflexões. Muitos autores se questionam sobre as

características que predominam na pessoa do empreendedor e se elas estão

presentes na maioria das pessoas.

Conforme Inatel (2001) em um estudo acadêmico sobre empreendedorismo

onde ressalta que “o sucesso será conseqüência de determinadas características

comportamentais, presentes em um conjunto de atitudes e valores do indivíduo, que

contribuem para o seu sucesso como empreendedor”.

Um outro estudo realizado pelo Sebrae (2001), diz que o empreendedor

possui como características predominantes à capacidade de assumir riscos,

aproveitar as oportunidades, tomar decisões, conhecimento do ramo, organização,

confiança, iniciativa, liderança, talento, otimismo, visão ambiciosa, independência,

habilidade e visão de mercado. O empreendedor é dono do seu destino e do

caminho percorrido pelo seu empreendimento. O empreendedor procura de alguma

forma atingir o sucesso.

Para Almeida (2001, p.119), o “sucesso é a capacidade de atingir metas,

sejam materiais, sociais ou mentais. Indiferentemente de serem pequenas, grandes,

fáceis, difíceis, simples ou complexas”.

Ele sente prazer ao observar o empreendimento, o desenvolvimento do seu

poder visionário, a capacidade de auxiliar o maior número possível de pessoas e

transformar o meio em que o empreendimento se encontra inserido. O sucesso está

relacionado ao poder de melhorar a vida das pessoas e o poder de transformar o

curso da história. Apesar de ser importante, o dinheiro não é o único objetivo do

empreendedor. As finanças do empreendedor são fatores relevantes, porém não são

suas únicas prioridades.

Segundo De Mori (1998), os empreendedores são pessoas que possuem a

habilidade de trabalhar individual ou coletivamente. São indivíduos que sabem

inovar, as oportunidades de negócios são identificadas ou criadas, extraem o melhor

de seus recursos, disponíveis nas funções de produção. Sua personalidade, a

energia e atenção depositadas nas etapas do desenvolvimento podem garantir o

fracasso ou o sucesso da empresa e do empreendedor.

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2.3 A escola comportamentalista de David McClelland

Considerando as distintas visões empreendedoras, este trabalho contempla a

temática empreendedora abordada por David McClelland que pressupõe o

desenvolvimento de várias características de comportamento presentes nos

empreendedores com maior êxito.

McClelland tem por base a ação de realização do empreendedor e identifica

como as características do comportamento empreendedor o seguinte, a busca de

oportunidades e iniciativa, a persistência, o comprometimento, a exigência de

qualidade e eficiência, correr riscos calculados, o estabelecimento de metas, a busca

de informações, o planejamento e monitoramento sistemático, a persuasão e rede

de contatos, a independência e auto-confiança.

McClelland (1972, p. 61) afirma que “[...] a motivação de realização é

responsável, em parte, pelo crescimento econômico”.

Furham e Lewis (1986, p. 155) dizem que McClelland foi de certa forma o

introdutor das teorias weberianas na psicologia na medida em que agrupou o

conceito da ética protestante do trabalho no conceito de necessidade de realização

e a via como uma dimensão básica da personalidade.

McClelland observou características semelhantes entre os indivíduos com alta

necessidade de realização e aqueles comportamentos dos protestantes, descritos

por Weber, sendo que ambos os casos resultavam em empreendedores mais ativos,

comparativamente a outros grupos (LOPES, 1999, p. 43).

A teoria de McClelland (1961), é fundamentada na psicologia motivacional e é

direcionada por três necessidades básicas:

A primeira refere-se a necessidade de realização, onde o indivíduo tem que

por à prova seus limites, tem de fazer um bom trabalho e que mensura as

realizações pessoais. Pessoas com alta necessidade de realização são aquelas que

procuram mudanças em suas vidas, estabelecem metas realistas e realizáveis e

colocam-se em situações competitivas. Seus estudos comprovaram que a carência

de realização é a primeira identificada entre os empreendedores bem sucedidos. A

necessidade de realização é que impulsiona as pessoas a iniciar e construir um

empreendimento. Leite (2000) comenta ainda que a necessidade de realização

dirige a atenção de um indivíduo para que este execute da melhor forma possível

suas tarefas de forma que possa atingir os seus objetivos e seja eficaz naquilo em

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que se propõe a fazer; o indivíduo não consegue vencer de forma isolada, depende

de parcerias, uma equipe, por exemplo; há um alto nível de motivação (fixação de

um conjunto de níveis moderados; recebimentos de feedback e procuram atender o

máximo com ele; lutar contra a auto-imposição dos padrões); há os fatores

motivacionais que precisam ser trabalhados para que não criem obstáculos na

trajetória do empreendedor (extrema independência e confiança; fixação de altos

padrões de realização; auto-confiança e centralização das atividades).

A segunda trata da necessidade de afiliação e ocorre quando há alguma

evidência sobre a preocupação em estabelecer, manter ou restabelecer relações

emocionais positivas com outras pessoas. Para Leite (2000) é a necessidade de

estar próximo a outras pessoas, a relacionar-se interpessoalmente. Esta, juntamente

com a necessidade de realização é um somatório poderoso de alavancagem dos

objetivos através da interação e cooperação. Uma boa base de afiliação pode ser o

fato decisivo para se evitar o conflito interno e por conseguinte, o desfalecimento do

empreendimento, em outras palavras, um bom relacionamento é a prioridade de

continuidade.

E a terceira aborda a necessidade de poder, caracterizada principalmente

pela forte preocupação em exercer autoridade sobre os outros, de executar ações

poderosas. Também para Leite (2000) esta necessidade é aquela que as pessoas

têm de dominar ou influenciar outras, é a necessidade de estar no topo, de

convencer outros de suas opiniões ou para proporcionar e experimento de fortes

emoções e é a necessidade de influenciar. Há por sua vez, conforme cita Leite

(2002) o lado negativo da necessidade de poder, é quando inibe á formação interna

de equipes empreendedoras e as relações de confronto podem ser o choque entre

autoridade e controle, na disputa entre resolver problemas e atingir objetivos; a

ênfase no ganho, status pessoal, influência e reputação, mais do que nas tarefas e

objetivos; os choques interpessoais percebidos, com os não solucionados conflitos

de personalidade; e a ênfase nos símbolos de status, como salários, títulos,

quantidades de ações, tamanho e espaço de escritório, etc.

McClelland (1972, p. 253) defende que “[...] uma sociedade que tenha um

nível geralmente elevado de realização produzirá um maior número de empresários

ativos, os quais por sua vez, darão origem a um desenvolvimento econômico mais

rápido”.

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McClelland nasceu em 1917, graduado pela Universidade de Wesleyan em

1938, Mestre em Psicologia pela Universidade de Missouri e Doutor também em

Psicologia pela Universidade de Yale em 1941. Ingressou em Harvard em 1956 e na

Universidade de Boston em 1987, onde ficou até sua morte por problemas cardíacos

em 27 de março de 1998. Seu trabalho behaviorista influenciou três gerações de

especialistas em organização e comportamento, segundo Winslow e Solomon

(1987), o que chama a atenção no trabalho de McClelland é a variável

comportamental que o mesmo introduziu no cenário da capacitação empresarial, até

então centrada em processos mecanicistas.

Para esse pesquisador, as pessoas somente atingiriam seus objetivos e o

sucesso desde que estivessem motivadas para isso. Em outras palavras, David

McClelland, nos anos 60, identificou um elemento psicológico crítico nos

empresários de sucesso, denominando de “motivação da realização” ou “impulso de

melhorar”.

No Brasil, várias pesquisas foram realizadas procurando averiguar se os

métodos utilizados por McClelland poderiam ser utilizados na nossa realidade

nacional. A fidedignidade de resultados apontou coeficientes na ordem de 0,964 e

0,961 de igualdade segundo o Sebrae (2001). Considerando que a motivação para

realização é um tema muito além do que a pesquisa de McClelland, um tratamento

mais amplo se torna necessário para os objetivos brasileiros.

O Sebrae (2001), de acordo com a teoria de McClelland, identifica as

características do comportamento empreendedor agrupadas em seis conjuntos: a)

realização; b) planejamento e resolução de problemas; c) maturidade pessoal; d)

influência; e) gestão e controle e d) disponibilidade para os demais.

a) O Conjunto de Realização engloba as seguintes características:

• Iniciativa: atuar antes de ser forçado pelas circunstâncias.

• Busca de oportunidades: reconhecer e saber aproveitar oportunidades novas

ou pouco comuns.

• Persistência: não desistir frente aos obstáculos encontrados.

• Busca de informação: inclinação a valorizar a informação e a buscá-la

pessoalmente para elaborar um plano ou tomar decisões.

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• Preocupação com a alta qualidade do trabalho: interesse por manter altos

níveis de qualidade, não só no seu próprio trabalho, mas no de outras

pessoas também.

• Comprometimento com os contratos de trabalho: forte sentido de

comprometimento pessoal para cumprir contratos de trabalho feitos com

outras pessoas.

• Eficiência: preocupação por reduzir ao mínimo o tempo, o custo e os recursos

necessários para realizar as tarefas.

b) O Conjunto do Planejamento e Resolução de Problemas inclui os seguintes

fatores:

• Planejamento sistemático: uso de análise lógica, para desenvolver planos

específicos para a tomada de decisões.

• Resolução de problemas: habilidade para mudar de estratégia quando

necessário identificar novas soluções para os problemas.

c) O Conjunto da Maturidade Pessoal diz respeito às seguintes características:

• Auto-confiança: acreditar na própria habilidade, eficácia e critérios.

• Perícia: experiência ou capacitação prévia em áreas relacionadas ao próprio

negócio.

• Reconhecimento das próprias limitações: predisposição a admitir as próprias

limitações e a aprender com os próprios erros.

d) O Conjunto da Influência refere-se aos itens relacionados à seguir:

• Persuasão: habilidade de apresentar-se de forma convincente aos demais.

• Uso da estratégia de influência: tendência a pensar e definir formas para

influenciar os demais.

e) O Conjunto da Gestão e Controle baseia-se nos seguintes elementos:

• Agressividade: predisposição a apresentar problemas aos outros de forma

direta, e tomar decisões fortes no papel de oposição.

• Controle: acompanhamento para assegurar-se de que o trabalho dos outros

satisfaz as expectativas relativas a procedimento, planejamento e qualidade.

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f) Já o Conjunto da Disponibilidade para os demais está alicerçado nas seguintes

premissas:

• Credibilidade, integridade e sinceridade: predisposição por manter a

honestidade, a coerência e a integridade das relações com os outros.

• Predisposição para o bem-estar dos empregados: sensibilidade frente aos

problemas e necessidades dos próprios empregados.

• Reconhecimento da importância das relações comerciais: atuar para

desenvolver relações cordiais e uma boa reputação com clientes e outras

pessoas.

O trabalho de pesquisa de McClelland, segundo Lopes (1999) deu-se nos

anos de 1982 e 1984, com suporte da USAID (Agência para o Desenvolvimento

Internacional dos Estados Unidos) em que procurou responder que características

eram chaves para o sucesso do empreendedor.

Esta pesquisa, conforme Cooley (1991) foi reconhecida pela Fundação

Nacional de Ciências dos EUA e outros como um dos poucos esforços sérios para

prover uma base empírica para determinar os comportamentos específicos

associados com empreendedores de sucesso.

A pesquisa baseava-se na aplicação da metodologia de análise de

competências do trabalho – job competence analysis – em que são selecionadas

duas amostras em função de um critério, e se procura determinar que características

levam um grupo a ter um desempenho superior a outro.

“O objetivo do trabalho foi chegar á identificação e à codificação mais objetiva

possível das várias competências, de tal forma que os códigos eram as próprias

descrições dos pensamentos e atos que exemplificavam a competência

(McCLELLAND, 1987, p. 223)”.

Na realidade, o Sebrae (2001), pode adaptar toda a teoria e experiência de

McClelland, resultado da pesquisa realizada nos anos 60 em mais de 30 países, em

três conjuntos principais, assim agrupados:

1) Conjunto de Realização

Busca de Oportunidades e Iniciativa , que inclui:

• Faz coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas circunstâncias.

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• Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços.

• Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter

financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.

Correr Riscos Calculados , que diz respeito à:

• Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.

• Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados.

• Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.

Exigência de Qualidade e Eficiência , que está relacionado à:

• Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido, ou mais barato.

• Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de

excelência.

• Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja

terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente

combinados.

Persistência , conforme citado a seguir:

• Age diante de um obstáculo.

• Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou

superar um obstáculo.

• Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento

de metas e objetivos.

Comprometimento , que se relaciona com:

• Faz um sacrifício pessoal ou dispende um esforço extraordinário para

complementar uma tarefa.

• Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para

terminar um trabalho.

• Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa

vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo.

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2) Conjunto de Planejamento

Busca de Informações , que se refere à:

• Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e

concorrentes.

• Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço.

• Consulta especialista para obter assessoria técnica ou comercial.

Estabelecimento de Metas , ou seja:

• Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que tem significado pessoal.

• Define metas de longo prazo, claras e específicas.

• Estabelece metas de curto prazo, mensuráveis.

Planejamento e Monitoramento Sistemáticos , assim sendo:

• Planeja dividindo tarefas de grande porte em sub tarefas com prazos definidos.

• Constantemente, revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e

mudanças circunstanciais.

• Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.

3) Conjunto de Poder

Persuasão e Rede de Contatos , isto é:

• Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros.

• Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos.

• Age para desenvolver e manter relações comerciais.

Independência e Auto-Confiança , conforme citado:

• Busca autonomia em relação a normas e controles de outros.

• Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados

inicialmente desanimadores.

• Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou

de enfrentar um desafio.

De acordo com o Sebrae (2001) os conjuntos citados têm algumas

características peculiares, que devem ser observadas.

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O conjunto de realização enfoca a aceitação, habilidade e tendência do

participante em tomar a iniciativa e a procurar e alcançar uma maior qualidade,

produtividade, crescimento e lucratividade.

O conjunto de planejamento é desenhado para reforçar as características

associadas ao planejamento e gestão do empreendimento.

Por último, o conjunto de poder é desenhado para melhorar a capacidade dos

participantes para influir ao seu favor sobre resultados de obter a cooperação

necessária, otimizar o uso de redes pessoais, e utilizar melhor as estratégias de

influência e negociação.

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipologia de pesquisa

Do ponto de vista dos objetivos e da abordagem da pesquisa pode-se

classificá-la como pesquisa exploratória e qualitativa.

Segundo Marconi e Lakatos (1990), a pesquisa exploratória procura explorar

um fenômeno, um fato que se deseja ter um conhecimento mais amplo a respeito.

Segundo Oliveira (2002, p.184) “os estudos exploratórios têm como objetivo a

formulação de um problema para efeito de uma pesquisa mais precisa ou, ainda,

para a elaboração de hipóteses”.

Para Andrade (1999), na pesquisa exploratória os fatos são observados,

analisados e interpretados de acordo com as percepções do pesquisador. Esse tipo

de pesquisa pode utilizar instrumentos padronizados para coleta de dados, mas sem

apresentar necessariamente rigor amostral e análise estatística.

A abordagem da pesquisa baseia-se na pesquisa qualitativa, que segundo

Oliveira (2002), procura descrever e analisar fenômenos para melhor conhecer a

realidade estudada, e costuma não usar procedimentos estatísticos. Trata-se de um

método muito usado em pesquisa social.

O presente estudo caracterizou-se como um estudo qualitativo e de acordo

com Oliveira (2002, p.117) “as pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa

possuem a facilidade de poder descrever a complexibilidade de uma determinada

hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e

classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar

contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de

determinado grupo”.

Os dados qualitativos são coletados para se conhecer melhor, aspectos que

não podem ser observados e medidos diretamente. Segundo Aaker, Kumar e Day

(2001, p. 207) “a premissa básica que sustenta os métodos qualitativos é a de que a

organização da pessoa perante um estímulo pouco estruturado indica as percepções

básicas dela em relação ao fenômeno e a sua reação a ele”.

Complementando o mesmo raciocínio, Minayo (1998) afirma que a pesquisa

qualitativa responde a questões muito particulares, o que corresponde a um espaço

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mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser

reduzidos a operacionalização de variáveis.

Como tipo de pesquisa, adotou-se a pesquisa de campo.

Para Barros e Lehfeld (2004), a pesquisa de campo é o investigador na

pesquisa, que assume o papel de observador e explorador, coletando diretamente

os dados no local (campo) em que se deram ou surgiram os fenômenos.

Ainda afirma Oliveira (2003) que a pesquisa de campo permite a obtenção de

dados sobre um fenômeno de interesse.

3.2 Sujeito de estudo

Para o estudo, escolheram-se os alunos do Curso de Administração das

Instituições de Ensino Superior (IES) da UNIVALI, UNIFEBE e SINERGIA.

Em primeiro lugar, entende-se que os alunos de administração estão mais

propensos a empreender, dada a natureza de seu curso.

E as instituições de ensino foram escolhidas pela acessibilidade e por

caracterizarem espaços distintos.

A UNIVALI é uma grande universidade, onde os alunos são provenientes de

diversas cidades e muitos dos alunos não trabalham, já no SINERGIA, a faculdade é

bem pequena, com pessoas do local e de origem açoriana, com influência desta

cultura. Em Brusque, na UNIFEBE, praticamente todos os alunos já trabalham

durante o curso, e sofrem influência da cultura italiana e alemã.

O critério de escolha destas instituições foi a acessibilidade do pesquisador ás

mesmas.

Não foi considerado a AVANTIS em Balneário Camboriú em função de ser

dado preferência à UNIVALI, tampouco a UDESC, por ser em administração pública

e não ter turmas em fim de curso. Excluiu-se também a ASSEVIM em Brusque e as

faculdades de Itajaí, por escolha do pesquisador.

Os alunos escolhidos para participarem da coleta de dados são formandos

dos cursos de administração e que desenvolvem atividades empresariais de cunho

familiar. Veja no quadro 6, o número de alunos pesquisados de cada instituição.

Instituição Período Número de Alunos Amostra

UNIVALI 8º 14 10

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UNIFEBE 8º 17 10

SINERGIA 8º 10 10

Quadro 6 : Número de alunos pesquisados Fonte : Autor

3.3 Instrumentos de pesquisa

A coleta de dados, segundo Marconi e Lakatos (1990, p.30), “é a etapa da

pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas

selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”.

O tipo de pesquisa utilizado foi o questionário estruturado. Para Richardson et

al (1999), num questionário estruturado o pesquisador aplica uma série de questões

aos pesquisados, por escrito, com perguntas fechadas e com um cabeçalho

explicativo.

Para elaborar as perguntas de um questionário, segundo Andrade (1999,

p.131), é indispensável levar em conta que o informante não poderá contar com

explicações adicionais do pesquisador. Por este motivo, as perguntas devem ser

bem claras e objetivas. A preferência deve recair sobre o emprego de perguntas

fechadas, ou seja, as que pedem respostas curtas e previsíveis.

De acordo com Andrade (1999, p.131), “as perguntas fechadas são aquelas

que indicam três ou quatro opções de resposta ou se limitam à resposta afirmativa e

negativa, e já trazem espaços destinados à marcação da escolha”.

O instrumento utilizado para coletar os dados foi o questionário, de acordo

com Marconi e Lakatos (1990, p. 88), “o questionário é um instrumento de coleta de

dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser

respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

O modelo do questionário encontra-se no Anexo A.

Este questionário foi desenvolvido pelo PNUD da ONU e aplicado pelo

SEBRAE no Programa EMPRETEC, é constituído de 55 questões cujas respostas

seguem o escalograma de Likert.

O instrumento busca avaliar as dez características empreendedoras, segundo

a Escola Comportamentalista de David McClelland, conforme abordam Venturi e

Lenzi (2003), sendo:

1. Busca de oportunidade e iniciativa;

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2. Persistência;

3. Comprometimento;

4. Exigência de qualidade e eficiência;

5. Correr riscos calculados;

6. Estabelecimento de metas;

7. Busca de informações;

8. Planejamento e monitoramento sistemático;

9. Persuasão e redes de contato;

10. Independência e auto-confiança.

3.4 Análise e apresentação

A análise dos dados deu-se através do seguinte procedimento:

a) aplicação do questionário com 55 perguntas;

b) cada conjunto de 5 perguntas correspondia a uma característica;

c) ao final da seqüência de análise dos valores apontados (soma /

diminuição), acrescenta-se um valor fixo ponderado;

d) no final, conforme o caso aplica-se um fator de correção;

e) os valores estão em uma escala de 0 a 25 pontos, quanto maior a

pontuação, mais evidenciada fica a característica empreendedora.

f) a análise se dá pelo uso do SPSS pelos dados dos grupos de estudo, após

a digitação individualizada.

O Anexo B, apresentado esclarece este procedimento.

3.5 Limitações da pesquisa

Evidentemente, o ponto principal foi o número reduzido de pessoas

investigadas, dado ao acesso e ao tamanho do questionário.

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4 RESULTADOS

4.1 Apresentação e análise dos dados

O foco do trabalho é a identificação de características distintas entre os

grupos de alunos estudados.

Segue as prerrogativas de Maximiano (1997) e Chiavenato (2000), sobre as

características do administrador.

Entende-se desta forma que para se formar bons administradores, as

características empreendedoras são importantes e que podem de alguma forma

influenciar este profissional na sua carreira.

A fonte básica para se estudar a universidade empreendedora foi de Pertsch

e Laux (2003), ambos os professores da UNIFEBE, em Blumenau, onde foi

desenvolvido uma ampla pesquisa na região sobre esta temática.

Bem como, baseou-se nos estudos de Venturi, Lenzi e Silva (2005), pesquisa

esta realizada na própria UNIVALI.

Para Ramos e Ferreira (2004), o estudo sobre o empreendedor na

universidade é bastante recente, o que demandaria esta verificação.

No primeiro momento, tabulou-se os dados por curso, no Gráfico 1,

apresenta-se os resultados da UNIVALI.

UNIVALI

0 5 10 15 20 25

Busca de oportunidades e iniciativa

Persistência

Comprometimento

Exigência de qualidade e eficiência

Correr riscos calculados

Estabelecimento de metas

Busca de informações

Planejamento e monitoramento sistemático

Persuasão e redes de contato

Independência e auto-confiança

Gráfico 1 : Características empreendedoras na UNIVALI Fonte : Autor

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Neste gráfico observa-se que as características predominantes estão

relacionadas com o planejamento e monitoramento sistemático e o

comprometimento.

Este fato é perceptível, pois os alunos, como são de fora da cidade, precisam

dedicar-se a planejar sua viagem e suas atividades, bem como, comprometer-se

com os resultados, já que existe um ônus financeiro considerável, se relacionarmos

as mensalidades, alimentação, transporte e aluguel.

Como características menos predominantes, tem-se a persuasão e redes de

relacionamento, justificada pelo fato de serem alunos provenientes de outras

localidades e porque em Balneário Camboriú não se observa grande movimento

associativista.

Já a busca de oportunidade e iniciativa pode estar relacionada ao comodismo,

resultado possivelmente de certas facilidades dos alunos em Balneário Camboriú,

oferecidas pelos pais, como apartamento, veículo e custeio.

Evidente que são conjecturas, não pode ser uma afirmativa conclusiva.

As demais características são medianas, influenciadas por diversos aspectos.

Em relação ao Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE), tem-se:

UNIFEBE

0 5 10 15 20 25

Busca de oportunidades e iniciativa

Persistência

Comprometimento

Exigência de qualidade e eficiência

Correr riscos calculados

Estabelecimento de metas

Busca de informações

Planejamento e monitoramento sistemático

Persuasão e redes de contato

Independência e auto-confiança

Gráfico 2 : Características empreendedoras na UNIFEBE Fonte : Autor

Neste caso, observa-se que as duas características predominantes foram a

Persistência a exigência de qualidade e eficiência.

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Não é difícil de compreender este fenômeno em Brusque, em primeiro lugar o

aluno deve ser persistente mesmo, porque praticamente 98% dos alunos do curso

de administração trabalham e as aulas iniciam as 18:30 h, até as 22:00 h, quando

praticamente se encerram as atividades de transporte coletivo.

A cidade é industrial, não tem uma vida noturna significativa, principalmente

durante a semana. Os alunos precisam trabalhar durante todo o dia e irem às aulas

durante o período noturno.

Por outro lado, a exigência de qualidade é fruto possivelmente das políticas

adotadas pelas empresas locais, que são referências no estado e no país, algumas

com grande participação nas exportações.

A falta de planejamento e monitoramento sistemático e a falta de definição de

metas é um ponto a ser analisado, uma hipótese pode ser a dependência nas

relações empresariais familiares.

As demais características são consideradas equilibradas.

Por fim, o estudo abordou os alunos do SINERGIA em Navegantes, e chegou-

se aos seguintes resultados.

SINERGIA

0 5 10 15 20 25

Busca de oportunidades e iniciativa

Persistência

Comprometimento

Exigência de qualidade e eficiência

Correr riscos calculados

Estabelecimento de metas

Busca de informações

Planejamento e monitoramento sistemático

Persuasão e redes de contato

Independência e auto-confiança

Gráfico 3 : Características empreendedoras no SINERGIA Fonte : Autor

No caso do SINERGIA, talvez por ser uma instituição menor, observou-se

poucas características bem definidas, possivelmente, conforme Oliveira Filho (2003),

possivelmente a instituição não apresenta um quadro docente preparado para o

ensino do empreendedorismo.

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A principal característica encontrada foi justamente o estabelecimento de

metas, correr riscos e a independência.

Talvez, por muitas deficiências na região, faz-se necessário estabelecer

metas de desenvolvimento pessoal, bem como assumir riscos, já que a região tem a

influência da pesca, uma atividade de alto risco.

A independência é um fator marcante nas sociedades açorianas, bem mais

estimuladas que nas sociedades de formação italiana e alemã.

Persistência e comprometimento foram as duas característica menos

predominantes, o que merece um estudo mais aprofundado.

Na realidade, são apenas conjecturas, observações fruto da experiência da

pesquisa e observações indiretas.

A análise individual demonstrou que existe sim, características distintas entre

os grupos estudados, e corrobora com os autores Birley e Musika (2001), quando

falam dos fatores que influenciam o comportamento do empreendedor.

Por outro lado, tanto Dolabela (1999) e Filion (1999), comentam sobre as

características dos empreendedores.

Uma imagem comparativa, remete ao gráfico 4.

0 5 10 15 20 25

Busca de oportunidades e iniciativa

Persistência

Comprometimento

Exigência de qualidade e eficiência

Correr riscos calculados

Estabelecimento de metas

Busca de informações

Planejamento e monitoramento sistemático

Persuasão e redes de contato

Independência e auto-confiança

UNIVALI

UNIFEBE

SINERGIA

g

Gráfico 4 : Características empreendedoras nas instituições estudadas Fonte : Autor

Este gráfico é bem explicativo e aponta com clareza, qual grupo apresenta

melhores condições de empreendedorismo, conforme Dornelas (2001) e Drucker

(2005).

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Percebe-se que os alunos da UNIFEBE apresentam uma pequena

superioridade no equilíbrio entre as características empreendedoras, em relação aos

alunos da UNIVALI, seguido pelos alunos do SINERGIA.

Pelo cálculo da média (intervalo entre 0-25 pontos), pode-se afirmar que o

conjunto de características empreendedoras na UNIFEBE é de 19,4 pontos, na

UNIVALI é de 18,9 pontos e no SINERGIA de 17,8 pontos.

Resumidamente, pode-se dizer que:

Instituição Características predominantes Características deficitárias UNIVALI - Planejamento e monitoramento

sistemático - Comprometimento

- Persuasão e redes de relacionamento - Busca de oportunidade e iniciativa

UNIFEBE - Persistência - Exigência de qualidade e eficiência

- Planejamento e monitoramento sistemático - Estabelecimento de metas

SINERGIA - Estabelecimento de metas - Assumir riscos calculados - Independência e auto-confiança

- Persistência - Comprometimento

Quadro 7 : Resumo das características empreendedoras Fonte : Autor

Observa-se claramente neste quadro 7, que cada grupo possui características

distintas, tanto aquelas que são predominantes, como aquelas mais deficitárias.

Nos estudos de Venturi, Lenzi e Silva (2005), estas diferenças podem ser

resultados das políticas adotadas pelas instituições de ensino no que se refere ao

desenvolvimento do empreendedorismo no curso, também pode do próprio perfil dos

alunos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se considerar tanto na fundamentação teórica, quanto através do

questionário aplicado aos acadêmicos de Administração (anexo A) nas

universidades UNIVALI, UNIFEBE e SINERGIA, que as características e o

comportamento empreendedor estão cada vez ocupando um espaço de maior

destaque no âmbito profissional e universitário.

Suas características evidentes destacam-se nas várias relações empresariais

existentes e com exigências cada vez mais atuantes, sendo assim foco de estudos e

abordagens didáticas.

Para alguns, o empreendedor é um indivíduo dotado de características

psicológicas particulares (escola fisiológica), já para outros ele é visto como um

grande administrador dotado de capacidade intuitiva para empreender, organizar e

criar algo novo (inovar).

Outras teorias sobre o assunto também dizem que o empreendedor é aquele

que investe dinheiro em um negócio, sem necessariamente atuar diretamente nele

(escola econômica); ou que o ambiente é o principal responsável pelo

desenvolvimento do empreendedor (escola positivo-funcional) ou que

empreendedores possuem visão de futuro (escola do mapeamento cognitivo).

Por outro lado, entende-se também que empreendedores são motivados pela

realização e que podem desenvolver comportamentos empreendedores, como o

caso da escola comportamentalista de David McClelland.

Neste sentido, seguindo esta escola, o foco principal do trabalho foi a

identificação de características empreendedoras distintas entre os grupos de alunos

estudados, e foi constatado que existem sim diferenças entre os três grupos

pesquisados, ocasionados por alguns fatores.

Através dos autores mencionados, foi observado que as características

empreendedoras são de grande importância e que podem ser também um fator de

determinação na carreira profissional de cada um.

O estudo do empreendedorismo nas universidades pode ser considerado

ainda recente, mas com franca expansão.

O problema desta monografia era identificar se existe diferença entre o perfil

empreendedor dos alunos de administração nas Instituições de Ensino Superior

(IES) nas cidades de Balneário Camboriú, Brusque e Navegantes.

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A resposta a este problema é sim, pois observamos claramente pelos gráficos

e pela análise dos resultados que esta diferença existe.

Da mesma maneira pode-se dizer que o objetivo foi atendido, pois foi possível

verificar possíveis diferenças no perfil empreendedor dos alunos de administração

nas Instituições de Ensino Superior (IES) nas cidades de Balneário Camboriú,

Brusque e Navegantes, conforme apresentado no Quadro 7.

Em relação aos objetivos específicos, pode-se dizer que na região existem

cursos de administração na UNIVALI de Itajaí e Balneário Camboriú, na AVANTIS,

FLC e UDESC em Balneário Camboriú, no FAYAL em Itajaí e no SINERGIA de

Navegantes. Em Brusque encontrou-se administração além da UNIFEBE, na

ASSEVIM/UNIASSELVI e na FATESC.

As características empreendedoras mais proeminentes e menos expressivas

também foram identificadas em cada unidade estudada, bem como as

características neutras, o que responde os objetivos específicos.

A partir desse estudo, poderia se definir o campo do empreendedorismo como

aquele que examina as atividades, características, efeitos sociais e econômicos e os

métodos de suporte usados para facilitar a expressão da atividade empreendedora.

Segundo Filion (1991;1999), para o progresso do campo fala-se da

necessidade de se criar uma nova ciência, a qual ele denominou “empreendedologia

(entreprenelogy)”. Essa por sua vez exigiria ou proporcionaria a formação de um

corpo técnico especializado constituído por “empreendedologistas” nas diversas

disciplinas correlacionas ao campo.

Como sugestões de pesquisa relacionar o empreendedorismo com o

desempenho dos acadêmicos e ampliar o debate com outros cursos.

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ANEXO A

Identificação do Perfil Empreendedor

QUESTIONÁRIO PADRÃO AUTO AVALIAÇÃO DAS CCEs

Responda ao lado de cada frase conforme a seguinte legenda:

1 = nunca / 2 = raras vezes / 3 = algumas vezes / 4 = usualmente / 5 = sempre

1. Esforço–me para realizar as coisas que devem ser feitas. ________ 2. Quando me deparo com um problema difícil, levo muito tempo para encontrar a solução. _______ 3. Termino meu trabalho a tempo. ________ 4. Aborreço–me quando as coisas não são feitas devidamente. ________ 5. Prefiro situações em que posso controlar ao máximo o resultado final. ________ 6. Gosto de pensar no futuro. ________ 7. Quando começo uma tarefa ou projeto novo, coleto todas as informações possíveis antes de dar prosseguimento a ele. ________ 8. Planejo um projeto grande dividindo–o em tarefas mais simples. _________ 9. Consigo que os outros apóiem minhas recomendações. _________ 10. Tenho confiança que posso ser bem–sucedido em qualquer atividade que me proponha executar. ______ 11. Não importa com quem fale, sempre escuto atentamente. ________ 12. Faço as coisas que devem ser feitas sem que os outros tenham de me pedir. _________ 13. Insisto várias vezes para conseguir que as outras pessoas façam o que desejo. ________ 14. Sou fiel às promessas que faço. ________ 15. Meu rendimento no trabalho é melhor do que o das outras pessoas com quem trabalho. ________ 16. Envolvo–me com algo novo só depois de ter feito todo possível para assegurar o seu êxito. _______ 17. Acho uma perda de tempo me preocupar com o que farei da minha vida. ________ 18. Procuro conselhos das pessoas que são especialistas no ramo em que estou atuando. ________ 19. Considero cuidadosamente as vantagens e desvantagens de diferentes alternativas antes de realizar uma tarefa. ________ 20. Não perco muito tempo pensando em como posso influenciar as outras pessoas. _________ 21. Mudo a maneira de pensar se outros discordam energicamente dos meus pontos de vistas. ________ 22. Aborreço-me quando não consigo o que quero. _________ 23. Gosto de desafios e novas oportunidades. _________ 24. Quando algo se interpõe entre o que eu estou tentando fazer, persisto em minha tarefa. _______ 25. Se necessário, não me importo de fazer o trabalho dos outros para cumprir um prazo de entrega. ______ 26. Aborreço-me quando perco tempo. ________ 27. Considero minhas possibilidades de êxito ou fracasso antes de começar atuar. _________ 28. Quanto mais específicas forem minhas expectativas em relação ao que quero obter na vida, maiores serão minhas possibilidades de êxito. ________ 29. Tomo decisões sem perder tempo buscando informações. ________ 30. Trato de levar em conta todos os problemas que podem se apresentar e antecipo o que faria caso sucedam. ________ 31. Conto com pessoas influentes para alcançar minhas metas. ________ 32. Quando estou executando algo difícil e desafiador, tenho confiança em meu sucesso. ________ 33. Tive fracassos no passado. ________ 34. Prefiro executar tarefas que domino perfeitamente e em que me sinto seguro. _________ 35. Quando me deparo com sérias dificuldades, rapidamente passo para outras atividades. ________ 36. Quando estou fazendo um trabalho para outra pessoa, me esforço de forma especial, para que fique satisfeita com o trabalho. _______

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37. Nunca fico totalmente satisfeito com a forma como são feitas as coisas; sempre considero que há uma maneira melhor de fazê-las. ________ 38. Executo tarefas arriscadas. ________ 39. Conto com um plano claro de vida. _______ 40. Quando executo um projeto para alguém, faço muitas perguntas para assegurar–me de que entendi o que quer. _______ 41. Enfrento os problemas na medida em que surgem, em vez de perder tempo antecipando–os. ______ 42. Para alcançar minhas metas, procuro soluções que beneficiem todas as pessoas envolvidas em um problema. ________ 43. O trabalho que realizo é excelente. ________ 44. Em algumas ocasiões obtive vantagens de outras pessoas. _______ 45. Aventuro-me a fazer coisas novas e diferentes das que fiz no passado. _______ 46. Tenho diferentes maneiras de superar obstáculos que se apresentam para a obtenção de minhas metas. ________ 47. Minha família e vida pessoal são mais importantes para mim do que as datas de entregas de trabalho determinadas por mim mesmo. ________ 48. Encontro a maneira mais rápida de terminar os trabalhos, tanto em casa quanto no trabalho. _______ 49. Faço coisas que as outras pessoas consideram arriscadas. _______ 50. Preocupo–me tanto em alcançar minhas metas semanais quanto minhas metas anuais. _______ 51. Conto com várias fontes de informação ao procurar ajuda para a execução de tarefas e projetos. ______ 52. Se determinado método para enfrentar um problema não der certo, recorro a outro. _______ 53. Posso conseguir que pessoas com firmes convicções e opiniões mudem seu modo de pensar. _______ 54. Mantenho–me firme em minhas decisões, mesmo quando as outras pessoas se opõem energicamente. _______ 55. Quando desconheço algo, não hesito em admiti–lo. _______ Preencher todas as questões e entregar.

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ANEXO B

Quadro para Avaliação das características empreende doras

+ + - + + 6 =

1 12 23 34 45 Busca de oportunidades e iniciativa

+ + - + + 6 =

2 13 24 35 46. Persistência

+ + + - + 6 =

3 14 25 36 47 Comprometimento

+ + + + + 6 =

4 15 26 37 48 Exigência de qualidade e eficiência

+ + - + + 0 =

5 16 27 38 49 Correr riscos calculados

- + + + + 6 =

6 17 28 39 50 Estabelecimento de metas

+ - + + + 6 =

7 18 29 40 51 Busca de informações

+ + - + + 6 =

8 19 30 41 52 Planejamento e monitoramento sistemático

- + + + + 6 =

9 20 31 42 53 Persuasão e redes de contato

- + + + + 6 =

10 21 32 43 54 Independência e auto-confiança

- - - + + 18 =

11 22 33 44 55 Fator de correção