UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da...

82
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – GESTÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMPARATIVO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA EMPRESA DVA – VEÍCULOS S/A COM OUTRAS EMPRESAS DO MESMO RAMO DE ATIVIDADE ANTONY ESPÍNDOLA DA SILVA BIGUAÇU (SC), JULHO DE 2008

Transcript of UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da...

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – GESTÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

COMPARATIVO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA EMPRESA DVA – V EÍCULOS S/A

COM OUTRAS EMPRESAS DO MESMO RAMO DE ATIVIDADE

ANTONY ESPÍNDOLA DA SILVA

BIGUAÇU (SC), JULHO DE 2008

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

ANTONY ESPÍNDOLA DA SILVA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

COMPARATIVO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA EMPRESA DVA – V EÍCULOS S/A

COM OUTRAS EMPRESAS DO MESMO RAMO DE ATIVIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis, do Centro de Educação Superior IV Biguaçu, da Universidade do Vale do Itajaí, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof°.: Crisanto Santos Ribeiro

BIGUAÇU (SC), JULHO DE 2008

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

A Deus, o Grande Arquiteto do Universo:

Fonte de luz inspiradora e de graça plena, sem Ele nada eu poderia ter feito!

Aos meus pais:

Pela educação e retidão de caráter que me ensinaram a ter.

À minha mulher:

Pelo amor, paciência, companheirismo e confiança!

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Professor Crisanto Santos Ribeiro, que tornou possível

a realização deste trabalho.

A Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis, Professora Marisa

Luciana Schvabe Morais, pelo apoio incondicional que sempre demonstrou por

mim.

Aos demais Professores da Universidade do Vale do Itajaí pela paciência,

dedicação e empenho que sempre demonstraram em todo o curso.

Aos amigos, poucos, mas sinceros, que me sempre me ajudaram nos

momentos mais difíceis.

Aos meus familiares pelo apoio e por nunca duvidarem da minha

capacidade.

Aos meus Irmãos que sempre me apoiaram e me incentivaram a continuar

lutando de maneira digna, um Tríplice e Fraternal Abraço.

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo demonstrar a importância da Análise das Demonstrações Financeiras aplicado à empresa DVA – Veículos S/A, uma vez que tais análises apresentam-se como importantes ferramentas de gestão. O foco principal baseia-se numa análise comparativa entre a empresa DVA – Veículos S/A com outras empresas do mesmo ramo de atividade, onde os dados para se efetuarem tais comparações foram extraídos da Revista Exame – fonte especializada que publica anualmente análises efetuadas em empresas dos mais variados ramos de atividade, porte e enquadramento fiscal. Ao final deste trabalho, pode-se vislumbrar que a técnica de efetuarem-se comparações entre empresas de mesmo ramo de atividade, setores, segmentos etc., por meio da estratificação de índices-padrão, disponibilizados por fontes especializadas, permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação mercadológica das empresas analisadas. Tais análises além de possuírem um custo operacional muito pequeno, proporcionam aos gestores uma importante ferramenta de gestão, indispensável nos dias atuais onde os mercados estão altamente competitivos e globalizados. Palavras-chave: análise, avaliação, estrutura de capital, demonstração, índice-padrão, liquidez, gerencial, gestor, ramo de atividade, rentabilidade e tendência.

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL........................................................................................ 13

QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO........................................... 17

QUADRO 3 – MODELO DE PADRONIZAÇÃO............................................................................... 25

QUADRO 4 – QUADRO-RESUMO DE ÍNDICES............................................................................ 35

QUADRO 5 – CRITÉRIO DE ANÁLISE COMPARATIVA................................................................ 44

QUADRO 6 – AVALIAÇÃO DE ÍNDICES ........................................................................................ 49

QUADRO 7 – FÓRMULA DOS ÍNDICES ........................................................................................ 54

QUADRO 8 - ORDEM CRESCENTE DE ÍNDICES-PADRÃO 2005 .............................................. 61

QUADRO 9 – ORDEM CRESCENTE DE ÍNDICES-PADRÃO 2006 .............................................. 61

QUADRO 10 - DECIS 2005 ............................................................................................................ 62

QUADRO 11 - DECIS 2006 ............................................................................................................ 62

QUADRO 12 - AVALIAÇÃO DE ÍNDICES ....................................................................................... 63

QUADRO 13 - ÍNDICES-PADRÃO 2005 ......................................................................................... 64

QUADRO 14 - ÍNDICES-PADRÃO 2006 ......................................................................................... 64

QUADRO 15 – AVALIAÇÃO SEGUNDO OS CRITÉRIOS ÍNDICES-PADRÃO 2005 .................... 65

QUADRO 16 – AVALIAÇÃO SEGUNDO OS CRITÉRIOS ÍNDICES-PADRÃO 2006 .................... 65

QUADRO 17 – AVALIAÇÃO DOS CONCEITOS – 2005 E 2006 .................................................... 66

QUADRO 18 – RESUMO DOS CONCEITOS 2005 ........................................................................ 67

QUADRO 19 – RESUMO DOS CONCEITOS 2006 ........................................................................ 67

QUADRO 20 – AVALIAÇÃO DE ÍNDICES FINANCEIROS............................................................. 68

QUADRO 21 - SUMÁRIO DA AVALIAÇÃO BASEADA NOS ÍNDICES-PADRÃO.......................... 69

QUADRO 22 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PERFIL ECONÔMICO-FINANCEIRO ............ 69

QUADRO 23 - PONTOS FORTES E FRACOS / EVOLUÇÃO / LINHA DE TENDÊNCIA ............. 70

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE 2005 A 2007 ......................................................... 50

GRÁFICO 2 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL - 2005............ 55

GRÁFICO 3 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ - 2005 ....................................... 56

GRÁFICO 4 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE RENTABILIDADE - 2005 ........................... 57

GRÁFICO 5 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL - 2006............ 58

GRÁFICO 6 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ - 2006 ....................................... 59

GRÁFICO 7 – DEMONSTRAÇÃO DO ÍNDICES DE RENTABILIDADE - 2006.............................. 60

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8

1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA................................................................................. 9

1.3 OBJETIVO ........................................................................................................... 10

1.3.1 Objetivo geral ..................................... ................................................................ 10

1.3.2 Objetivos específicos.............................. ........................................................... 10

1.4 SUPOSIÇÕES...................................................................................................... 11

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................. 11

2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS............ ........................ 12

2.1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E A LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS... 12

2.1.1 Balanço patrimonial ................................ ........................................................... 13

2.1.1.1 Ativo .................................................................................................................... 16 2.1.1.2 Passivo ............................................................................................................... 16 2.1.1.3 Patrimônio líquido .............................................................................................. 17 2.1.2 Demonstrações do resultado do exercício............ ........................................... 17

2.2 OBJETIVO E CONCEITUAÇÃO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES

FINANCEIRAS................................................................................................................ 19

2.2.1 Condições necessárias para um bom entendimento da a nálise das

demonstrações financeiras .......................... ................................................................ 19

2.2.2 Importância da análise das demonstrações financeira s na gestão empresarial

e na avaliação de tendências ....................... ................................................................ 21

2.2.3 A análise das demonstrações financeiras na contabil idade gerencial .......... 22

2.3 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............ 22

3 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE ......................... ......................................... 24

3.1 PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .............................. 24

3.2 ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES ....................................................................... 26

3.2.1 Descrição dos índices.............................. .......................................................... 27

3.2.2 Avaliação dos índices .............................. .......................................................... 36

3.3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL................................................................. 38

3.4 ÍNDICES-PADRÃO .............................................................................................. 39

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

7

3.4.1 Construção de padrões .............................. ....................................................... 40

3.4.2 Ramos de atividade................................. ........................................................... 41

3.4.3 Utilidade dos índices-padrão....................... ...................................................... 42

3.4.4 Avaliação de índices através de padrões ............ ............................................. 43

4 METODOLOGIA ........................................ .......................................................... 45

4.1 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 45

4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 45

5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 47

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA DVA – VEÍCULOS S/A................................ 47

5.2 ESTUDO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA EMPRESA DVA – VEÍCULOS S/A ... 48

5.3 ESTUDO COMPARATIVO DA EMPRESA DVA – VEÍCULOS S/A COM OUTRAS

DO MESMO RAMO DE ATIVIDADE (CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ÍNDICES-

PADRÃO)........................................................................................................................ 53

5.4 RESULTADO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO COMPARATIVO........................ 71

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................... .................................................. 73

6.1 QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS PROPOSTOS ................................. 73

6.2 LIMITAÇÕES ....................................................................................................... 74

6.3 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 76

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 78

ANEXOS......................................................................................................................... 80

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de curso teve por objetivo demonstrar

que a Análise das Demonstrações Financeiras é um importante instrumento que

os gestores devem utilizar visando otimizar os resultados e criar novas situações

para a empresa.

Tais análises proporcionam à Contabilidade um teor extremamente

analítico, obtendo-se conclusões econômico-financeiras altamente fidedignas.

A análise das demonstrações financeiras, portanto, consubstancia-se em

um relevante instrumento de auxílio para a tomada de decisão, uma vez que o

seu objetivo é transformar dados financeiros em informações de cunho gerencial.

1.1 JUSTIFICATIVA

A análise das demonstrações financeiras proporciona à Contabilidade um

teor mais analítico, obtendo-se conclusões econômicas e financeiras de uma

empresa, através desta análise. Segundo Matarazzo (2007, p. 39), “a análise das

demonstrações visa extrair informações para a tomada de decisão. O perfeito

conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de informações

precisas”.

Para a empresa DVA – Veículos S/A tais análises proporcionam uma maior

eficácia nos controles internos, tornando-se uma importante ferramenta de gestão

à disposição dos acionistas e dirigentes.

Da mesma forma, demonstra a transparência com que os dirigentes tratam

os escassos recursos de mercado, visando à produção de bens e serviços que

atenderão as necessidades de consumo dos consumidores e as exigências do

mercado, em geral.

Na visão do acadêmico, as análises potencializam os controles internos e

oferecem informações importantes para a tomada de decisão.

Assim, o conteúdo e a forma de apresentação das demonstrações vêem a

atender às necessidades da análise das demonstrações financeiras, que são

apuradas nas empresas. São expressões similares: análise de balanços, análise

das demonstrações contábeis, relatórios financeiros.

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

9

Segundo Assaf Neto (2002, p. 48):

A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram à evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa.

Desta forma, pode-se dizer que a análise é um elemento de utilidade,

importantíssimo, nas operações que a empresa vier a fazer como: as operações a

prazo de compra e venda de mercadorias; a avaliação da situação econômico-

financeira e, por fim, a avaliação da eficiência administrativa, efetuando

comparações com concorrentes.

Todas as demonstrações são passíveis de serem analisadas. Dentre as

principais destacam-se: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do

Exercício, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração

de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa e

Demonstração do Valor Adicionado.

O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício são as

principais demonstrações, onde, a primeira é observada em um aspecto

econômico, diferentemente da segunda que demonstra a situação financeira.

Segundo Marion (2002, p. 22):

Para ser feita a análise, deve averiguar se tem a posse de todas as Demonstrações Contábeis (inclusive Notas Explicativas). Também seria desejável ter em mão as Demonstrações Contábeis de três períodos. Com as publicações em colunas comparativas, têm-se de posse de uma única publicação, dois períodos: exercício atual e exercício anterior.

Em compêndio, o problema dessa pesquisa será analisar uma empresa de

capital fechado, tendo como base três períodos. Em contraponto, buscar-se-á

índices-padrão para que se possa efetuar um comparativo desta empresa com

outras do mesmo ramo de atividade.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O presente estudo originou-se da necessidade de se efetuar um

gerenciamento das Informações Financeiras da empresa DVA – Veículos S/A,

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

10

com o intuito de promover a tomada de decisões de maneira precisa e embasada

em dados plausíveis, deixando, assim, de incorrer em erros operacionais e

estratégicos. Segue abaixo a relação dos problemas:

- Existem métodos de se analisar a posição econômico-financeira da

empresa?

- Existem meios de se verificar a eficiência na utilização de recursos?

- Existem meios de se verificar os pontos fortes e fracos, bem como

analisar tendências e perspectivas?

- Existem dados que demonstrem a posição da empresa no mercado em

que atua?

1.3 OBJETIVO

Analisar as demonstrações financeiras da empresa DVA – Veículos S/A.

1.3.1 Objetivo geral

Analisar a posição econômico/financeira da empresa DVA – Veículos S/A,

no período de 2005 a 2007, efetuando-se um comparativo com empresas do

mesmo ramo de atividade.

1.3.2 Objetivos específicos

Para embasar as suposições e concretizar o objetivo geral, pretende-se

atingir as seguintes metas:

• Descrever a estrutura das demonstrações estudadas;

• Apresentar a empresa que será estudada;

• Verificar a situação econômico-financeira da empresa estudada.

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

11

1.4 SUPOSIÇÕES

Com o estudo de caso em questão, buscou-se o aprimoramento das

técnicas gerenciais com a análise das demonstrações financeiras, visando

promover melhorias no desempenho gerencial da empresa, como por exemplo:

- Gerenciamento das informações financeiras;

- Possibilidade de gerenciar os ativos e passivos de maneira otimizada;

- Visualizar o mercado em que atua e a posição em relação às empresas

do mesmo ramo de atividade;

- Acompanhar as tendências e desempenhos financeiros para a empresa

“situar-se” melhor no mercado.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Além desta introdução o trabalho é composto primeiramente pela

evidenciação da metodologia aplicada ao devido entendimento das análises das

demonstrações contábeis.

Após é efetuada a conceituação da estrutura das demonstrações

contábeis, englobando ativo, passivo, patrimônio líquido e demonstração do

resultado do exercício. Destaca-se também, a importância das análises

financeiras na gestão empresarial.

Posteriormente, destacam-se os procedimentos para a análise,

exemplificando e conceituando todos os itens que compõem o referido processo.

Finaliza com o estudo prático das análises das demonstrações financeiras

da empresa DVA – Veículos S/A, onde se efetua o comparativo econômico-

financeiro com outras empresas do mesmo ramo de atividade.

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Neste capítulo, serão descritas todas as estruturas que compõem as

demonstrações contábeis, indispensáveis ao desenvolvimento pleno da análise

das demonstrações financeiras, por meio da utilização dos índices-padrão.

O devido entendimento da estrutura das demonstrações financeiras é

ponto fundamental para a elaboração acurada das análises das empresas.

Especificamente, o processo de análise necessita de conhecimentos

consolidados sobre as diversas formas de contabilização e apuração das

respectivas demonstrações, onde sem tais conhecimentos as conclusões ficam

limitadas a dados subjetivos da empresa. Segundo Assaf Neto (2002, p. 57),

“Essa parte é de fundamental importância para toda a análise de balanços”.

Na seqüência, será dado o embasamento sobre as demonstrações

contábeis que contemplarão o presente estudo de caso, sendo: Balanço

Patrimonial (ativo, passivo e patrimônio líquido), a demonstração de resultado do

exercício, bem como o que preceitua a lei das sociedades anônimas sobre as

análises das demonstrações financeiras.

2.1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E A LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

A Lei n. 6.404/76 regulamenta todo o conjunto de informações que deverão

estar presentes nas diversas demonstrações contábeis a serem divulgadas

anualmente pelas empresas. No caso específico da supracitada lei, restrito,

inicialmente, às sociedades por ações, onde, posteriormente, através do Decreto-

lei n. 1.598/77, estendeu-se a diversos tipos de sociedades sujeitas à tributação

do imposto de renda com base no lucro real.

Ressalta-se que a partir de 28 de dezembro de 2007 a Lei n.º 11.638

alterou e revogou dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da

Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, estendendo-se às sociedades de grande

porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações

financeiras.

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

13

Tais alterações refletem diretamente nas demonstrações aqui estudadas e

demonstradas.

Para o presente estudo de caso os efeitos da Lei n.º 11.638/07 não se

aplicaram, pois as demonstrações aqui apresentadas são anteriores às alterações

da supracitada Lei.

Na seqüência, serão abordados o Balanço Patrimonial e a Demonstração

do Resultado Exercício, devidamente exemplificados.

2.1.1 Balanço patrimonial

O Balanço Patrimonial representa, de maneira estática, a posição

patrimonial e financeira das empresas ao final de determinado exercício social.

Segundo o Fipecafi (2003, pág. 29) “o balanço tem por finalidade

apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data,

representando, portanto, uma posição estática”.

A seguir modelo elaborado de Balanço Patrimonial, de acordo com o que

preceituam os artigos 178 a 182 da Lei das Sociedades por Ações (6.404/76):

BALANÇO PATRIMONIAL EXERCÍCIO FINANCEIRO FINDO EM 31.12.X1

ATIVO EXERCÍCIO ANTERIOR

EXERCÍCIO ATUAL

Disponibilidades

Caixa

Banco-conta corrente

Aplicações financeiras

CRÉDITOS

Clientes

(-) Duplicatas descontadas

(-) Provisão para créditos de liquidação duvidosa

Títulos a receber

Banco conta vinculada

Adiantamentos a terceiros

Adiantamentos a funcionários

Impostos a recuperar

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

14

Investimentos temporários

ESTOQUES

DESPESAS ANTECIPADAS

Prêmio de seguros a apropriar

Encargos financeiros a apropriar

OUTROS VALORES E BENS

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

DIREITOS REALIZÁVEIS APÓS O EXERCÍCIO SEGUINTE

Adiantamentos a terceiros

Impostos a recuperar

Empréstimos compulsórios

PERMANENTE

INVESTIMENTOS

Participações societárias

Obras de arte

IMOBILIZADO

Terrenos

Instalações

Móveis/utensílios

Veículos

(-) Depreciação acumulada

DIFERIDO

Despesas pré-operacionais

Pesquisa de produtos

Gastos de reorganização

(-) Amortização acumulada

SOMA

TOTAL DO ATIVO

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

15

PASSIVO CIRCULANTE

EXERCÍCIO ANTERIOR

EXERCÍCIO ATUAL

Empréstimos e financiamentos

Fornecedores

Obrigações fiscais

Adiantamento de clientes

Ordenados e salários

Encargos sociais

Títulos a pagar

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Empréstimos e financiamentos

Retenções contratuais

Provisão para Imposto de Renda diferido

RESULTADO DE EXERCÍCIOS

FUTUROS

Receitas de exercícios futuros

(-) Custos e despesas correspondentes às receitas

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social

Capital Social

(-) Capital social a integralizar

RESERVAS DE CAPITAL

RESERVA DE REAVALIAÇÃO

RESERVA DE LUCROS

RESERVA LEGAL

RESERVA ESTATUTÁRIA

RESERVA DE LUCROS A REALIZAR

LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

Lucros acumulados

(-) Prejuízos acumulados

(-) Ações em tesouraria

SOMA

TOTAL DO PASSIVO

QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL Fonte: Autor Adaptado: Lei 6.404/76

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

16

Conforme o art. 178 da Lei n. 6.404/76, “no balanço, as contas serão

classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de

modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.

Na dicção do artigo supramencionado, tais informações revelam, através

dos seus diversos grupos de contas, elementos imprescindíveis ao conhecimento

da situação econômica e financeira da empresa, onde possíveis tendências

poderão ser analisadas de maneira clara e objetiva.

Na seqüência será dada a definição para Ativo, Passivo e Patrimônio

Líquido.

2.1.1.1 Ativo

O ativo representa, basicamente, as aplicações de recursos efetuadas pela

empresa, sendo o conjunto de bens e direitos de sua propriedade.

Conforme o Fipecafi (2003, pág. 29) o ativo “compreende as aplicações de

recursos, normalmente em bens e direitos”.

Os bens são representados por máquinas, terrenos, dinheiro (moeda),

estoque, ferramentas, instalações, veículos, obras de arte etc.

Já os direitos são representados por títulos a receber, duplicatas a receber,

contas a receber, ações etc.

2.1.1.2 Passivo

O passivo evidencializa as exigibilidades e obrigações da empresa.

Descreve assim o Fipecafi (2003, pág. 29) o passivo “compreende as

exigibilidades e obrigações”, tais como: contas a pagar, fornecedores de matéria-

prima, impostos a pagar, salários a pagar, financiamentos, empréstimos etc.

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

17

2.1.1.3 Patrimônio líquido

O patrimônio líquido representa a diferença entre o total do Ativo e do

Passivo. Basicamente, evidencia os recursos dos proprietários aplicados na

empresa.

Para o Fipecafi (2003, pág. 29) o patrimônio líquido “representa a diferença

entre o ativo e o passivo, ou seja, o valor líquido da empresa”.

O patrimônio líquido é constituído pelos seguintes subgrupos: capital

social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucro e lucros ou

prejuízos acumulados.

Posteriormente ao devido embasamento do Balanço Patrimonial e a

exemplificação dos grupos de contas que o compõem, segue na seqüência a

conceituação e exemplificação das demonstrações do resultado do exercício.

2.1.2 Demonstrações do resultado do exercício

A demonstração do resultado do exercício apresenta de forma dedutiva as

receitas, despesas, ganhos e perdas, onde defini o lucro ou prejuízo líquido do

exercício social.

Para melhor exemplificação, segue abaixo modelo elaborado para a

demonstração do resultado do exercício:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EXERCÍCIO FINANCEIRO FINDO EM 31.12.X1

EXERCÍCIO ANTERIOR

EXERCÍCIO ATUAL

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Vendas de Produtos

Vendas de Mercadorias

Prestação de Serviços

(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Devoluções de Vendas

Abatimentos

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

(-) CUSTOS DAS VENDAS

Custo dos Produtos Vendidos

Custo das Mercadorias

Custo dos Serviços Prestados

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

18

= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO

(-) DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas Com Vendas

Despesas Administrativas

(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS

Despesas Financeiras

(-) Receitas Financeiras

Variações Monetárias e Cambiais Passivas

(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

(-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

= RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO

RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS

Receitas Não Operacionais

Despesas Não Operacionais

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO

(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES

(-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Fonte: Autor Adaptado: Lei 6.404/76

Nesse sentido Matarazzo (2007, p. 45), entende que:

A Demonstração do Resultado é, pois, o resumo do movimento de certas entradas e saídas no balanço, entre duas datas. Por isso, há autores clássicos americanos que chamam a Demonstração do Resultado de Fluxo (movimento) de Renda.

Desta forma, a demonstração do resultado do exercício caracteriza-se pela

elaboração ordenada das receitas e despesas.

Após o embasamento e exemplificação das demonstrações contábeis,

pode-se proceder com a devida conceituação da análise das demonstrações

financeiras, conforme item subseqüente.

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

19

2.2 OBJETIVO E CONCEITUAÇÃO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A análise das demonstrações financeiras tem o objetivo, primordial, de

fornecer subsídios para a devida tomada de decisão por parte dos acionistas e

dirigentes, extraindo-se informações que demonstrem a saúde econômico-

financeira da empresa sobre as suas atividades operacionais.

Conceitua-se, basicamente, na obtenção de um diagnóstico confiável

acerca das informações demonstradas nos relatórios contábeis.

Assevera Iudícibus (1998, p. 20):

(...) caracterizar a análise de balanços como a “arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso”. Consideramos que a análise de balanços é uma arte, pois, embora existam alguns cálculos razoavelmente formalizados, não existe forma científica ou metodologicamente comprovada de relacionar os índices de maneira a obter um diagnóstico preciso.

Desta forma, a análise das demonstrações financeiras apresenta limitações

quanto às suas avaliações, contudo, é uma importante ferramenta posta à

disposição dos acionistas, dirigentes, gerentes, fornecedores, bancos, clientes

etc.

Ressalta-se que para o devido entendimento da análise das

demonstrações financeiras faz-se necessário conhecer alguns princípios que

norteiam todo o fundamento contábil, conforme se verifica no próximo item.

2.2.1 Condições necessárias para um bom entendiment o da análise das

demonstrações financeiras

Para que haja um perfeito entendimento das vantagens e limitações da

análise das demonstrações financeiras faz-se necessário aos usuários que

tenham um conhecimento básico sobre os denominados Princípios Fundamentais

de Contabilidade.

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

20

Segundo Iudícibus (1998, p. 26):

A formação dos princípios contábeis deve-se preferencialmente a respostas graduais que os contadores foram desenvolvendo, ao longo dos séculos, a problemas e desafios formulados pelas necessidades práticas. Na verdade, muitos princípios representam a “explicação científica” de normas e procedimentos que foram, primeiro, utilizados na prática, para em seguida serem racionalizados em teoria. Tentativas recentes, seguem o caminho inverso, ou seja, procura-se axiomatizar a teoria contábil numa série de premissas básicas bem gerais que somente em seguida serão testadas na prática.

Assim, os Princípios Fundamentais de Contabilidade podem ser

denominados como sendo as premissas básicas sobre os fenômenos econômicos

abrangidos pela contabilidade, devendo ser considerado como praticável, pelo

consenso profissional, e útil.

No Brasil, além da Lei n. 6.404/76 que estabelece que toda escrituração

contábil deva obedecer aos princípios contábeis, também, a CVM regulamenta os

procedimentos acerca destes princípios, emanados da lei societária.

Em resumo, os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam

toda a essência das doutrinas e teorias que concernem à Ciência da

Contabilidade, abrangendo o seu sentido mais amplo, cujo objeto é o Patrimônio

das Entidades. De acordo com a Resolução CFC n. 750 de 29 de dezembro de

1993, são Princípios Fundamentais de Contabilidade:

• Princípio da Entidade;

• Princípio da Continuidade;

• Princípio da Oportunidade;

• Princípio do Registro pelo Valor Original;

• Princípio da Atualização Monetária;

• Princípio da Competência; e

• Princípio da Prudência.

Após a disposição de algumas informações pertinentes ao devido

entendimento das demonstrações financeiras, bem como a citação dos princípios

contábeis, parte-se para um aprofundamento da importância das análises

financeiras, conforme se destaca no próximo item.

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

21

2.2.2 Importância da análise das demonstrações fina nceiras na gestão

empresarial e na avaliação de tendências

As empresas necessitam obter dados operacionais, ou estruturais, que

suportem a comparabilidade no mercado em que se encontram. Tais dados

proporcionam a avaliação de tendências de mercado, onde todos os fatos

registrados tornam-se imprescindíveis para a adequada tomada de decisões.

Correlacionar estes dados registrados através de indicadores financeiros e

consolida-los de maneira analítica, permite a obtenção de parâmetros, de forma

fidedigna, e, portanto, extremamente necessários à gestão das empresas.

Descreve, assim, Iudícibus (1998, p. 20):

(...) as empresas poderão desejar comparar-se não somente com relação a seus concorrentes, mas também fixar uma medida de tendência de longo prazo à qual o comportamento de certo índice deva-se ater.

Desta forma, as empresas podem, com base nos dados adquiridos,

determinar quais os seus pontos fortes e fracos, apresentando subsídios

inerentes a uma eficiente gestão por parte dos empresários.

Corrobora Matarazzo (2007, p. 27):

A política financeira de uma empresa tem reflexo nas demonstrações financeiras e é através da sua análise que se podem conhecer os seus objetivos. O conhecimento de tal informação é de especial relevância quando se trata de demonstrações financeiras de concorrentes. Através da sua análise pode-se descobrir que a política do concorrente é crescer o mais rápido possível para ganhar mercado, ainda que dependendo de capitais de terceiros e com o sacrifício da rentabilidade.

Evidencia-se, assim, que a gestão empresarial está diretamente ligada à

avaliação de tendências de mercado, onde após os processos de análise e

posteriores conclusões sobre a situação econômico-financeira e patrimonial da

empresa, os gestores conseguem estimar o seu futuro, suas limitações e suas

potencialidades.

O próximo item traz a tona como as análises das demonstrações

financeiras podem ser aliadas dos processos gerenciais.

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

22

2.2.3 A análise das demonstrações financeiras na co ntabilidade gerencial

A análise das demonstrações financeiras é uma ferramenta indispensável

para a gestão de empresas.

A Contabilidade Gerencial, basicamente, seria a utilização dos registros e

controles contábeis com o objetivo de gerir uma empresa.

Crepaldi (1998, p. 18), entende que:

Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial.

A gestão de empresas é, portanto, um processo complexo e amplo, que

necessita de uma eficiente e adequada estrutura de informações, aonde a análise

das demonstrações contábeis vem ao encontro da necessidade dos gestores de

aliar as técnicas e benesses da Contabilidade Gerencial aos demonstrativos

adquiridos através destas análises, fornecendo dados suficientemente confiáveis

à tomada de decisões.

Assim, o próximo item vem a identificar toda a importância das análises

financeiras.

2.3 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A análise das demonstrações financeiras é de suma importância para

qualquer empresa que pretende se evoluir. Por meio destas análises podem-se

obter informações importantes sobre a posição econômica e financeira das

empresas, como por exemplo: se a empresa está sendo administrada de maneira

satisfatória, se a empresa possue a capacidade de pagar suas obrigações, se sua

atividade operacional está satisfazendo às expectativas dos proprietários de

capital, entre outros fatores.

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

23

Segundo Assaf Neto (2002, p. 48):

Em verdade, a preocupação do analista centra-se nas demonstrações contábeis da sociedade, das quais extrai suas conclusões a respeito de sua situação econômico-financeira, e toma (ou influencia) decisões com relação a conceder ou não crédito, investir em seu capital acionário, alterar determinada política financeira, avaliar se a empresa está sendo bem administrada, identificar sua capacidade de solvência (estimar se irá falir ou não), avaliar se é uma empresa lucrativa e se tem condições de saldar suas dívidas com recursos gerados internamente etc.

A linguagem utilizada pelas análises deve ser de fácil entendimento,

inexistindo fatores complicadores aos usuários das demonstrações financeiras.

Podem-se utilizar artifícios como tabelas e/ou gráficos para auxiliar a

interpretação dos usuários, facilitando, desta forma, o seu pleno entendimento e

compreensão.

Descreve, assim, Matarazzo (2007, p. 17):

Ao contrario das demonstrações financeiras, os relatórios de análise devem ser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível por qualquer mediano dirigente de empresa, gerente de banco ou gerente de crédito. É claro que isto não acontece com as demonstrações financeiras, que, aliás, não têm nenhuma preocupação nesse sentido. As demonstrações financeiras apresentam-se carregadas de termos técnicos e suas notas explicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a tal ponto que permitem freqüentemente manipulações. Assim, a análise de balanços deve assumir também o papel de tradução dos elementos contidos nas demonstrações financeiras.

Sendo assim, a análise deve se basear no raciocínio científico,

evidenciando, também, a sensibilidade e experiência dos analistas.

A seguir, será efetuada a devida discriminação de todos os procedimentos

necessários às análises das demonstrações financeiras.

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

3 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE

Este capítulo contemplará todos os procedimentos necessários para a

efetiva utilização dos índices-padrão nas análises das demonstrações financeiras.

Serão demonstradas as técnicas com a padronização das informações, bem

como as descrições dos índices que permeiam tais análises.

O procedimento inicial para o diagnóstico de uma empresa inicia-se,

geralmente, com a análise das informações financeiras, onde a finalidade

primordial é determinar quais os pontos críticos, permitindo apresentar um

delineamento das prioridades para a solução de seus problemas.

Para Matarazzo (2007, p. 28):

A análise de balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada; permite estimar seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. É de primordial importância, portanto, para todos que pretendam relacionar-se com uma empresa, quer como fornecedores, financiadores, acionistas e até como empregadores. A procura de um bom emprego deveria sempre começar com a análise financeira da empresa. O que adianta um alto salário inicial se as perspectivas da empresa não são boas?

Já segundo Iudícibus (1998, p. 21):

[...] leva-nos quase inevitavelmente a caracterizar a análise de balanços como a “arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e suas extensões e detalhamentos, se for o caso”.[...]

Por meio das informações adquiridas através da análise financeira pode-

se, ainda, obter informações analíticas e exatas sobre a situação geral da

empresa, a fim de que se possam traçar planos estimando o futuro.

O próximo item faz o delineamento necessário ao início dos processos de

análise, onde se deve efetuar a padronização das demonstrações financeiras.

3.1 PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Ao iniciarem-se os procedimentos para a análise das informações

financeiras, é necessário que se faça a padronização destas informações. Tal

procedimento consiste na crítica apurada das contas envolvidas, que

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

25

possibilitarão a simplificação, comparabilidade, adequação aos objetivos da

análise, precisão na classificação das contas, descoberta de possíveis erros nas

demonstrações financeiras, além de propiciar ao analista uma intimidade capaz

de visualizar detalhes nas informações que de outra forma este não conseguiria.

Segundo Matarazzo (2007, p. 135), “As demonstrações financeiras devem

ser preparadas para a análise, da mesma forma que um paciente vai submeter-se

a exames médicos”.

Para Perez Jr. e Begalli (1999, p. 201):

Para que o cálculo dos índices financeiros seja possível e seus resultados tenham significado, é necessário que tanto as contas do balanço como as da demonstração de resultados sejam “enquadradas” numa forma padronizada que permita comparações.

Visualiza-se a seguir um modelo de padronização que serve aos propósitos

do presente estudo de caso:

BALANÇOS EM: 31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7

BALANÇO PATRIMONIAL

VA AV AH VA AV AH VA AV AH ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO - Disponível - Aplicações Financeiras SOMA OPERACIONAL - Clientes - Estoques SOMA Total do Ativo Circulante REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PERMANENTE - Investimentos - Imobilizado - Diferido Total do Ativo Permanente TOTAL DO ATIVO PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL - Fornecedores - Outras Obrigações SOMA FINANCEIRO - Empréstimos Bancários - Duplicatas Descontadas SOMA Total do Passivo Circulante EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - Empréstimos - Financiamentos Total do Exigível a Longo Prazo CAPITAIS DE TERCEIROS PATRIMÔNIO LÍQUIDO - Capitais e Reservas - Lucros Acumulados Total do Patrimônio Líquido TOTAL DO PASSIVO

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

26

X5

X6

X7

DEMONSTRAÇÃO DO

RESULTADO DO EXERCÍCIO FINDO EM VA AV AH VA AV AH VA AV AH

RECEITA LÍQUIDA ( - ) Custo da Mercadoria Vendida = Lucro Bruto ( - ) Despesas Operacionais (+/-) Outras Receitas/Despesas Operacionais = LUCRO OPERACIONAL (antes dos Resultados Financeiros) ( + ) Receitas Financeiras ( - ) Despesas Financeiras = LUCRO OPERACIONAL ( + ) Resultado Não Operacional = LUCRO ANTES DO IR E CSLL = LUCRO LÍQUIDO

Simbologia: VA = Valores Absolutos; AV = Análise Vertical; AH = Análise Horizontal. QUADRO 3 - MODELO DE PADRONIZAÇÃO Fonte: Matarazzo

Ao analisar-se o modelo de padronização proposto acima, deve-se ater a

distinção feita quanto à segregação das operações em financeiras e operacionais.

Este procedimento se faz necessário para que haja a devida distinção entre as

contas que compõem o Ativo e o Passivo da empresa, bem como se possam

vislumbrar possíveis erros, intencionais ou não, nas demonstrações financeiras.

Na seqüência, serão abordados os procedimento de análise através de

índices, bem como as peculiaridades existentes.

3.2 ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES

Os índices constituem-se da relação do grupamento das contas,

evidenciadas nas Demonstrações Financeiras, e proporcionam dados importantes

acerca da situação econômica e financeira da empresa.

Conforme Perez Jr. e Begalli (1999, p. 200) “índice é a relação entre contas

ou grupos de contas das demonstrações financeiras, que visa evidenciar

determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”.

Já para Matarazzo (2007, p. 147):

Os índices constituem a técnica de análise mais empregada. Muitas vezes, na prática, ou mesmo em alguns livros, confunde-se Análise de Balanços com extração de índices. A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa.

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

27

Deve-se esclarecer, também, que a quantidade de índices varia de acordo

com a profundidade desejada da análise.

Comenta, assim, Matarazzo (2007, p. 148):

[...] a profundidade de análise é variável de usuário para usuário. O fornecedor pode apenas requerer rápidas informações sobre a empresa, a respeito de sua rentabilidade, de seu índice de liquidez. Se esse mesmo fornecedor estiver interessado não em vender mercadoria, mas em adquirir a própria empresa-cliente ou fundi-la com a sua, evidentemente desejará uma análise muito mais profunda.

Corroboram desta forma, Perez Jr. e Begalli (1999, p. 201) “importante não

é o cálculo de grande quantidade de índices, mas de um conjunto de índices que

permita atingir a que se propõe a análise”. E complementam que “[...] a

experiência tem mostrado que se chega a um ponto em que o aumento no

número de índices não traz benefícios na mesma proporção”.

Embora a quantidade de índices seja grande, no presente estudo de caso,

serão necessários apenas 11 índices.

Aspectos importantes, como a situação financeira e econômica, são

revelados pela análise através de índices, disponibilizando, desta forma, dados

sobre a estrutura de capital, índices de liquidez e de rentabilidade.

A seguir, será realizada a descrição detalhada de cada índice que virá a

compor o escopo do estudo aqui proposto.

3.2.1 Descrição dos índices

Os índices financeiros são construídos com o intuito de evidenciar a

relação entre as contas das demonstrações contábeis, conforme já descrito no

item anterior.

Conforme Perez Jr. e Begalli (1999, p. 201):

A determinação dos índices financeiros é realizada por meio do quociente entre contas (parciais ou totais) do balanço patrimonial entre si e entre contas do balanço patrimonial e contas da demonstração de resultados.

Por existir um grande número de índices financeiros é que,

costumeiramente, estes índices são agrupados em categorias principais ou

grupos, denominados de: Estrutura de Capitais, Liquidez e Rentabilidade.

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

28

O grupo Estrutura de Capitais demonstra a posição relativa do capital

próprio da empresa com os capitais de terceiros. Segundo Matarazzo (2007, p.

151), “os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras,

em termos de obtenção e aplicação de recursos”.

Fazem parte do grupo Estrutura de Capitais os seguintes índices:

a) Participação de Capitais de Terceiros

Capitais de Terceiros Fórmula: Patrimônio Líquido

X 100

Indicativo: demonstra quanto a empresa tomou de capitais de terceiros

para cada R$ 100,00 de capital próprio investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Fonte: Matarazzo

Para Matarazzo (2007, p. 154):

O índice de Participação de Capitais de Terceiros relaciona, portanto, as duas grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte da empresa. Também pode ser chamado índice de Grau de Endividamento.

Corrobora Assaf Neto (2002, p. 147) que “o índice pode também ser

definido pela relação somente das dívidas de curto prazo ou de longo prazo com

o patrimônio líquido, revelando o endividamento em função da maturidade do

passivo”.

O índice de Participação de Capitais de Terceiros evidencia, desta forma, a

análise financeira.

b) Composição do Endividamento:

Passivo Circulante Fórmula: Capitais de Terceiros

(PC+ELP)

X 100

Indicativo: demonstra o percentual de obrigações de curto prazo em

relação às obrigações totais, para cada R$ 100,00 de capital próprio

investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Fonte: Matarazzo

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

29

Para Iudícibus (1998, p. 104):

Representa a composição do Endividamento Total ou qual a parcela que se vence a Curto Prazo, no Endividamento Total. A empresa em franca expansão deve procurar financia-la, em grande parte, com endividamento de longo prazo, de forma que, à medida que ela ganhe capacidade operacional adicional a entrada em funcionamento dos novos equipamentos e outros recursos de produção, tenha condições de começar a amortizar suas dívidas.

Este índice demonstra, portanto, a composição da dívida.

c) Imobilização do Patrimônio Líquido:

Ativo Permanente Fórmula: Patrimônio Líquido

X 100

Indicativo: demonstra quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente

para cada R$ 100,00 de capital próprio investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Fonte: Matarazzo

Para Matarazzo (2007, p. 158):

As aplicações dos recursos do Patrimônio Líquido são mutuamente exclusivas do Ativo Permanente e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência, maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante.

Este índice demonstra de forma clara e objetiva que se faz necessário à

empresa obter recursos sem que haja a necessidade de adquirir capitais de

terceiros para financiá-la.

d) Imobilização dos Recursos Não Correntes:

Ativo Permanente

Fórmula: Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo

X 100

Indicativo: demonstra o percentual de Recursos Não Correntes que a

empresa aplicou no Ativo Permanente.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Fonte: Matarazzo

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

30

Assaf Neto (2002, p. 147), entende que “o índice identifica o nível de

imobilização dos recursos permanentes (longo prazo) da empresa, isto é, o

percentual desses recursos que está financiando os ativos permanentes”.

O índice Imobilização de Recursos Não Correntes, “não deve em regra

geral ser superior a 100%”, conforme destaca Matarazzo (2007, p. 160).

O grupo Liquidez evidencia a situação financeira da empresa frente aos

seus compromissos financeiros. Segundo Matarazzo (2007, p. 163/164), “são

índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas,

procuraram medir quão sólida é a base financeira da empresa”.

Fazem parte do grupo Liquidez os seguintes índices:

e) Liquidez Geral

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Fórmula : Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Indicativo: demonstra quanto a empresa possue no Ativo Circulante e

Realizável a Longo Prazo para cada R$ 1,00 de dívida total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Fonte: Matarazzo

Para Assaf Neto (2002, p. 173) “esse indicador revela a liquidez, tanto a

curto prazo como a longo prazo. De cada $ 1,00 que a empresa tem de dívida, o

quanto existe de direitos e haveres no ativo circulante e no realizável a longo

prazo”.

Assevera Iudícibus (1998, p. 102) que “este quociente serve para detectar

a saúde financeira (no que se refere à liquidez) de longo prazo do

empreendimento. [...] o problema dos prazos empobrece o sentido e a utilidade do

quociente, a não ser que seja explicitamente levado em sua devida conta”.

f) Liquidez Corrente

Ativo Circulante

Fórmula : Passivo Circulante

Indicativo: demonstra quanto a empresa possue no Ativo Circulante para

cada R$ 1,00 de Passivo Circulante.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Fonte: Matarazzo

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

31

Para Iudícibus (1998, p. 100):

Este quociente relaciona quantos reais dispomos, imediatamente disponíveis e conversíveis em curto prazo em dinheiro, com relação às dívidas de curto prazo. É um índice muito divulgado e freqüentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa.

Entende Assaf Neto (2002, p. 173) que “quanto maior a liquidez corrente,

mais alta se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades

de capital de giro”.

g) Liquidez Seca

Disponível + Aplicações Financeiras + Clientes de Rápida Conversibilidade em Dinheiro

Fórmula :

Passivo Circulante

Indicativo: demonstra quanto a empresa possue no Ativo Circulante

Líquido para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante (dívidas a curto prazo).

Interpretação: quanto maior, melhor.

Fonte: Matarazzo

Conforme Matarazzo (2007, p. 173):

Este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de excelência da sua situação financeira. De um lado, abaixo de certos limites, obtidos segundo os padrões do ramo, pode indicar alguma dificuldade de liquidez, mas raramente tal conclusão será mantida quando o índice de Liquidez Corrente for satisfatório. De outro lado, o índice de Liquidez Seca conjugado com o índice de Liquidez Corrente é um reforço à conclusão de que a empresa é uma “atleta de liquidez”.

O grupo Rentabilidade caracteriza-se por demonstrar quanto os

investimentos capitais renderam à empresa e está associado, de forma

diretamente proporcional, à maneira como os administradores empregam os

ativos colocados à disposição da empresa.

Fazem parte do grupo Rentabilidade os seguintes índices:

h) Giro do Ativo

Vendas Líquidas

Fórmula : Ativo

Indicativo: demonstra quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de

investimento total.

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

32

Interpretação: quanto maior, melhor.

Fonte: Matarazzo

Entende Iudícibus (1998, p. 109), que:

Este quociente de atividade expressa quantas vezes o ativo “girou” ou se renovou pelas vendas. Pode ser desdobrado numa série de subquocientes, tais como: Vendas/Ativo Circulante, Vendas/Ativo Permanente etc. No numerador, podemos utilizar vendas brutas ou, como variante, vendas líquidas.

E complementa desta forma, Iudícibus (1998, p. 109), que “existe grande

interesse da empresa em vender bastante em relação ao valor do ativo. Quanto

maior o “giro” do ativo pelas vendas, maiores as chances de cobrir as despesas

com uma boa margem de lucro”.

Assevera Matarazzo (2007, p. 176), “esse índice mede o volume de vendas

da empresa em relação ao capital total investido”.

i) Margem Líquida

Lucro Líquido

Fórmula : Vendas Líquida

X 100

Indicativo: demonstra quanto a empresa obtém de lucro para cada R$

100,00 vendidos.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Fonte: Matarazzo

Conforme Santi Filho e Olinquevitch (1993, p. 236):

A rentabilidade das vendas é um indicador da eficiência operacional da empresa. Algumas empresas têm utilizado este índice como indicador global de suas atividades operacionais.

Já para Iudícibus (1998, p. 111) “este quociente, apesar dos esforços

constantes para melhorá-lo, comprimindo despesas e aumentando a eficiência,

apresenta-se baixo ou alto de acordo com o tipo de empreendimento”.

Na Margem Líquida excluem-se do cálculo todas as despesas financeiras,

inclusive o imposto de renda. Desta forma, a Margem Líquida fornece o

percentual de cada unidade monetária de vendas que restou após as deduções

das despesas financeiras e do imposto de renda.

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

33

j) Rentabilidade do Ativo

Lucro Líquido

Fórmula : Ativo

X 100

Indicativo: demonstra quanto a empresa obtém de lucro para cada R$

100,00 de investimento total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Fonte: Matarazzo

Segundo Santi Filho e Olinquevitch (1993, p. 236) ”entende-se por

rentabilidade do ativo total uma medida da eficiência da empresa na utilização de

seus ativos. Este indicador é conhecido também como retorno sobre o

investimento”.

Complementa Matarazzo (2007, p. 179):

Este índice mostra quanto a empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao Ativo. É uma medida do potencial de geração de lucro da parte da empresa. Não é exatamente uma medida de rentabilidade do capital [...], mas uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano.

k) Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Lucro Líquido

Fórmula : Patrimônio Líquido Médio

X 100

Indicativo: demonstra quanto a empresa obtém de lucro para cada R$

100,00 de Capital Próprio investido.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Fonte: Matarazzo

Segundo Matarazzo (2007, p. 181):

O papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Letras de Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos de Investimentos, etc. Com isso pode se avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções.

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

34

Complementam Santi Filho e Olinquevitch (1993, p. 235):

Entende-se por rentabilidade do patrimônio líquido a taxa de lucro obtida sobre o capital próprio. É uma medida da eficiência gerencial na utilização dos recursos próprios e de terceiros, em benefício dos acionistas e proprietários, pois se trata da remuneração do capital próprio.

Para o presente estudo de caso, em específico, este acadêmico baseou-se

nas fórmulas disponibilizadas e utilizadas segundo Matarazzo (2007, p. 152), por

entender que tais fórmulas se adequam melhor às características da empresa

aqui analisada, conforme quadro-resumo dos índices abaixo:

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

35

QUADRO 4 - QUADRO-RESUMO DE ÍNDICES Fonte: Matarazzo

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

36

O quadro acima funciona, portanto, como um resumo altamente objetivo

para o entendimento de todos os índices abordados no presente estudo de caso.

Na seqüência serão expostas as variáveis avaliativas que compõem o

processo de análise das demonstrações.

3.2.2 Avaliação dos índices

Existem atualmente três tipos básicos de avaliações de um índice:

a) Avaliação intrínseca – esta avaliação considera os meandros

interpretativos dos índices de forma a transformar dados subjetivos em objetivos.

Desta forma permite-se avaliar, por exemplo, o índice de Liquidez Corrente de

uma empresa no valor de 1,5 e induzir-se que para cada real de dívida a curto

prazo há R$ 1,5 de investimento a curto prazo. Ressalta Matarazzo (2007, p. 183)

que, “a análise do valor intrínseco de um índice é limitada e só deve ser usada

quando não se dispõe de índices-padrão proporcionados pela análise de um

conjunto de empresas”.

Segundo Perez Jr. e Begalli (1999, p. 202):

É possível, de maneira grosseira, avaliar índices por seu significado intrínseco. Por exemplo, pode-se tentar qualificar a situação financeira de uma empresa com base no índice de liquidez corrente: se apresentar 1,80, sabe-se que para cada unidade monetária de dívida de curto prazo há 1,80 de investimento a curto prazo, portanto, com uma margem de segurança de 80%. O analista poderá também usar seu conhecimento das empresas que tem analisado e concluir, por meio de seu feeling, que o índice oferece segurança.

b) Comparação dos índices no tempo (vários exercícios) – este

comparativo permite vislumbrar a comparação dos índices através da série

histórica da empresa, ou seja, permite aos gestores avaliar o desempenho

econômico e financeiro por meio de comparativos anuais, fornecendo parâmetros

que embasarão a opinião sobre as diversas políticas seguidas, bem como das

tendências registradas. Segundo Matarazzo (2007, p. 184), “é fundamental em

qualquer avaliação que os índices sejam analisados conjuntamente”.

Conforme Perez Jr. e Begalli (1999, p. 202) “a comparação dos índices da

empresa ao longo do tempo pode dar uma idéia das tendências seguidas pela

empresa. No entanto, é necessário analisar esses índices de forma conjunta”.

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

37

c) Comparação com índices-padrão – este comparativo permite

conceituar um índice como ótimo, bom, satisfatório, razoável ou deficiente através

da comparação com padrões. Tais padrões são adquiridos pela definição do

conjunto de elementos a serem analisados e proporcionam um comparativo da

empresa com outras do mesmo ramo de atividade. Por este processo pode-se, ao

final da análise, produzir dados suficientes para a avaliação da empresa perante

os concorrentes. Destaca Matarazzo (2007, p. 184), “não se pode conceber uma

boa análise sem a comparação dos índices da empresa analisada com padrões”.

Segundo Iudícibus (1998, p. 127):

É muito comum, por outro lado, desejar-se comparar os quocientes com os análogos dos concorrentes, em particular dos concorrentes diretos, ou então situar-se em relação à média dos concorrentes. Este desejo é mais do que natural, é uma necessidade a fim de sabermos a posição relativa de nossa empresa no conjunto.

Já para Perez Jr. e Begalli (1999, p. 211):

Os índices-padrões representam elementos úteis para análises macroeconômicas, porque se estuda os índices de todas as empresas de uma economia. Supondo uma série histórica de índices-padrões de alguns anos, pode-se estudar a evolução do endividamento, da liquidez, da rentabilidade dessas empresas ou dos ramos de atividade.

Posteriormente à avaliação e comparação dos índices com padrões, pode-

se realizar uma avaliação individualizada de cada índice e, por conseguinte, uma

avaliação conjunta. Assim, consegue-se obter dados importantes que

demonstram, de forma extremamente contundente, a avaliação da empresa e sua

administração.

Outro ponto importante a destacar, refere-se ao “peso” empregado a cada

índice. Muitos pesquisadores têm tentado encontrar os pesos ideais, mas a

atribuição de pesos possue contornos científicos e altamente intuitivos, por parte

dos analistas.

O próximo item explana sobre a metodologia da análise vertical e

horizontal que auxilia nos processos de análises financeiras, proporcionando

fidedignidade às informações obtidas.

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

38

3.3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

A empregabilidade das análises, tanto a vertical quanto a horizontal,

complementam e fundamentam a dinâmica das demonstrações contábeis, pois

através destas análises podem-se desenvolver comparativos indispensáveis ao

conhecimento da situação da empresa.

Comenta Iudícibus (1998, p. 98) que “as análises horizontal e vertical são

muito importantes como etapa preparatória à análise por quocientes propriamente

dita. [...]”.

Complementa Iudícibus (1998, p. 98):

Conclusões apressadas devem ser evitadas a partir das análises vertical e horizontal, tomadas isolada ou conjuntamente. Somente a apreciação conjunta dos vários quocientes poderá dar uma idéia mais nítida da situação da empresa.

Já para Matarazzo (2007, p. 243):

[...] A Análise Vertical/Horizontal aponta qual o principal credor e como se alterou a participação da cada credor nos últimos dois exercícios. Ou, então, os índices indicam que a empresa teve reduzida sua margem de lucro; a Análise Vertical/Horizontal apontará, por exemplo, que isso se deveu ao crescimento desproporcional das despesas administrativas.

A Análise Vertical baseia-se na obtenção de valores percentuais das

demonstrações financeiras. A partir daí, consegue-se uma apuração concisa da

participação relativa de cada item no seu respectivo grupo. Matarazzo (2007, p.

243) comenta assim sobre a análise vertical, “o percentual de cada conta mostra

sua real importância no conjunto”.

Corrobora Assaf Neto (2002, p. 108):

A análise vertical , é também um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas, com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo.

Já a Análise Horizontal baseia-se na evolução temporal dos valores de

uma mesma conta e permite analisar possíveis tendências de mercado. Conforme

Assaf Neto (2002, p. 100), “a análise horizontal é a comparação que se faz entre

os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios

sociais”.

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

39

Para Matarazzo (2007, p. 245) tal análise “baseia-se na evolução de cada

conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração

anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a

mais antiga da série [...]”.

E asseveram Perez Jr. e Begalli (1999, p. 199):

A análise horizontal enfatiza as modificações ou evoluções em cada conta das demonstrações financeiras em relação a uma demonstração básica, geralmente a mais antiga da série, a fim de caracterizar tendências.

Desta forma, entende-se que as duas análises se complementam e

asseguram uma maior fidedignidade ao processo de análise das informações

financeiras da empresa.

O item seguinte efetuará a devida apreciação sobre a obtenção e

interpretação acerca dos índices-padrão.

3.4 ÍNDICES-PADRÃO

O processo de análise através de índices só adquire consistência e

fidedignidade após realizar-se a comparação com índices-padrão.

Este processo desenrola-se mediante a utilização de diversos

mecanismos, como por exemplo, a estatística, que permite aos analistas obter

conclusões precisas sobre as análises.

Comenta Matarazzo (2007, p. 187) que “quando se usam algumas técnicas

estatísticas, é possível comparar o desempenho de uma empresa com o de 100,

1.000 ou mais empresas”.

Basicamente, o processo comparativo de análise, através de índices-

padrão, desenvolve-se de maneira a confrontar índices de diversas empresas,

contempladas em ramos de atividades específicos.

Para Assaf Neto (2002, p. 246):

Em verdade, para uma adequada avaliação dos índices econômico-financeiros de uma empresa, é indispensável compara-los com os de empresas que atuam no mesmo setor de atividade. Por meio desse processo comparativo é possível definir se uma empresa está mais ou menos líquida em relação a seus concorrentes [...]

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

40

Entende-se, desta forma, que tal avaliação permite diagnosticar de forma

contundente como os mais variados ramos de atividade apresentam-se perante o

mercado.

Comenta, também, Assaf Neto (2002, p. 246):

Revistas especializadas em negócios publicam periodicamente edições especiais em que são apurados os padrões de alguns indicadores econômico-financeiros das empresas (retorno sobre patrimônio líquido, liquidez geral, margem líquida etc.), assim como a evolução de certos valores agregados (receitas de vendas, ativo total, despesas financeiras etc.).

E complementa Assaf Neto (2002, p. 246) que “basicamente, a

determinação dos índices-padrão processa-se pelo cálculo da mediana, ou seja, o

índice do meio da série de valores calculados”.

No presente estudo de caso, em específico, alguns elementos estatísticos

como a mediana , que possibilita a comparação de um elemento com os demais

dando o perfeito conhecimento da sua posição relativa, e os decis , que permitem

distribuir a totalidade dos resultados em fatias de forma a tabular os índices e

distribuí-los de maneira uniforme, farão com que o processo de análise através de

índices-padrão tenha consistência suficiente para assegurar veracidade das

informações adquiridas mediante a utilização das técnicas de análises financeiras.

Após a devida abordagem realizada sobre os índices-padrão, busca-se a

metodologia empregada na obtenção ou construção dos padrões, conforme se

destaca no próximo item.

3.4.1 Construção de padrões

O processo construtivo de tabelas de índices-padrão de determinado ramo

de atividade, deve conter alguns requisitos para que se chegue a uma avaliação

objetiva da empresa.

Inicialmente, devem-se separar as empresas em ramos de atividade e

extrair os índices financeiros a serem comparados. Logo após, deve-se dispor os

índices por ordem crescente de grandeza e adequá-los conforme os decis, onde

os dados serão tabulados.

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

41

Para Matarazzo (2007, p. 193/194):

[...] para obter índices-padrão é obedecida a seqüência de procedimentos abaixo: 1ª) Separam-se as empresas em ramos de atividade. 2º) De cada empresa, dentro de um mesmo ramo, toma-se determinado índice financeiro. 3ª) Os índices assim obtidos são colocados em ordem crescente de grandeza. 4º) Os índices padrão são dados pelos decis.

A exemplificação prática da construção dos padrões e posterior análise de

desempenho será descrita, minuciosamente, no item 5.3, do presente estudo de

caso.

Portanto, a relação dos ramos de atividade deve ser levada em

consideração, conforme será abordado na seqüência.

3.4.2 Ramos de atividade

Para se efetuar uma análise eficientemente objetiva devem-se buscar os

índices de empresas do mesmo ramo de atividade da empresa analisada.

Primeiramente, devem-se estabelecer padrões para o ramo a ser

analisado. Por exemplo, devem-se escolher ramos que permitam realizar uma

comparação otimizada do ponto de vista financeiro, onde as empresas analisadas

possuam semelhanças e possibilitem a extração de dados específicos.

Segundo Perez Jr. e Begalli (1999, p. 210):

A análise das demonstrações contábeis preocupa-se em qualificar os índices extraídos dessas demonstrações. Sua preocupação consiste em encontrar um parâmetro em que possa avaliar os índices das demonstrações financeiras. Ideal é comparar esses índices com os de outras companhias do mesmo ramo de atividade (concorrentes).

Completa Matarazzo (2007, p. 194) que:

Para estabelecer índices-padrão não podem ser tomados, pura e simplesmente, os tradicionais ramos de atividade; é necessário escolher ramos que permitam a melhor comparação possível dos índices de uma empresa com os de outras, ou seja, os ramos devem compreender empresas possivelmente semelhantes do ponto de vista financeiro. Esse é um trabalho extremamente exaustivo.

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

42

Da mesma forma, é necessário que se verifique se o ramo a ser analisado encontra-se ou não em crise, pois desta forma, poderá haver distorções no momento de efetuarem-se as conclusões acerca das análises realizadas.

Também, não se deve esquecer do tamanho da empresa analisada.

Comenta, assim, Matarazzo (2007, p. 195):

[...] Grandes empresas têm características próprias de utilização de crédito, de estocagem, enquanto as pequenas, normalmente, têm outro modus operandi. Por isso, é conveniente estabelecer padrões para pequenas, médias e grandes empresas e, dessa maneira, estudar como se comportam esses diferentes conjuntos.

Finalizando, devem-se seguir alguns passos para a devida constituição de

tabelas de índices-padrão:

a) Definir os ramos de atividade de maneira coerente;

b) Criar subdivisões dentro desses ramos, para que as comparações

tenham nexo;

c) Segregar pequenas, médias e grandes empresas;

d) Calcular o decis, conforme os dados obtidos.

Os índices-padrão inserem-se neste contexto e possuem utilidade

destacada no processo de análise. O próximo item efetuará a devida

exemplificação da sua utilidade.

3.4.3 Utilidade dos índices-padrão

Os índices-padrão possibilitam vislumbrar os indicadores médios de um

grande número de empresas. Mais do que isso, permitem que se possam

estabelecer qualificações do tipo satisfatório, favorável, insuficiente etc., nos mais

variados demonstrativos financeiros da empresa.

Para Matarazzo (2007, p. 195):

Uma vez que os índices-padrão substituem os índices das empresas [...], estudar os índices-padrão significa estudar os índices de todas as empresas. Supondo-se uma séria histórica de índices-padrão, de dez anos, pode-se estudar a evolução de endividamento das empresas, da rentabilidade, da liquidez e de qualquer outro indicador que se desejar.

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

43

Entende-se, também, que os diversos ramos de atividade podem ser

comparados entre si, analisando-se cada ramo de atividade e comparando-se o

desempenho da indústria, comércio e serviços entre si, conforme descreve

Matarazzo (2007, p. 195).

Ressalta Iudícibus (1998, p. 128) que:

Até recentemente, a não ser que a própria empresa colecionasse os balanços das concorrentes e realizasse todas as análises, isto não seria possível. De alguns anos para cá, começaram a surgir publicações periódicas em que é realizado uma espécie de “ranking” das empresas, conforme algum critério e relacionando, inclusive por setor, certos quocientes básicos.

Desta forma, fica evidente a utilidade e importância dos índices-padrão no

contexto econômico-financeiro fornecendo subsídios importantes para as análises

macroeconômicas.

Após a evidenciação da utilidade dos índices-padrão, passa-se para

avaliação, propriamente dita destes itens, conforme será abordado na seqüência.

3.4.4 Avaliação de índices através de padrões

A avaliação dos índices de uma empresa pode ser efetuada por meio da

utilização de tabelas de índices-padrão, onde a mediana e os decis permitem uma

avaliação precisa dos índices.

Segundo Perez Jr. e Begalli (1999, p. 210):

A metodologia de índices-padrões é baseada na estratificação, em ramos de atividade, dos índices de balanços de demonstrações publicadas pelas empresas. Utiliza o conceito estatístico de mediana em virtude de ser o mais preciso. Além da mediana, os índices são divididos em decis.

A mediana dispõe os valores exatamente no meio, onde 50% são

distribuídos antes e depois. Em contraponto a mediana não oferece desvio-

padrão da distribuição de valores.

Os Decis são medidas estatísticas que envolvem o conceito de décimos,

onde se dividem em nove partes.

Descreve desta forma Assaf Neto (2002, p. 247) “[...] o 1º decil será aquele

valor que estiver acima de 10% dos índices e abaixo de 90% dos mesmos; o 2ª

decil, por sua vez, terá 20% dos índices abaixo de si e 80% acima; e assim por

diante”.

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

44

A seguir modelo sugerido para o critério de análise comparativa:

DECIL

ÍNDICE

1ª 2ª

3ª 4ª

MEDIANA

6º 7º

8º 9º

Quanto maior, melhor Insatisfatório Regular Normal Bom Excelente

Quanto menor, melhor Excelente Bom Normal Regular Insatisfatório

QUADRO 5 - CRITÉRIO DE ANÁLISE COMPARATIVA Fonte: Assaf Neto

Para finalizar, não existe um padrão ideal de um índice. O que existe,

realmente, são decis, onde cada decil pode-se entender como um padrão de

comportamento de uma faixa de empresas do ramo.

Mediante a comparação com os padrões, verifica-se em que faixa de

mercado está situada a empresa analisada.

Posteriormente a todo o processo que envolve a conceituação e

exemplificação das análises das demonstrações contábeis através da utilização

de índices-padrão, pode-se, finalmente, passar da teoria para a prática.

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

4 METODOLOGIA

A metodologia utilizada, neste estudo de caso, esteve em concordância

com a análise a apresentada, através de meios adequados com o intuito de atingir

o objetivo, seguindo, sempre, um conjunto de etapas previamente planejadas.

Conforme Cervo e Bervian (1983, p.23), “em seu sentido mais geral, o

método é a ordem que deve impor aos diferentes processos necessários para

atingir um fim dado ou um resultado desejado”.

Já segundo Salomon (1999, p. 152), “o termo pesquisa será genericamente

assumido como trabalho empreendido metodologicamente, quando surge um

problema, para qual se procura a solução adequada dessa natureza científica”.

Desta forma, tal pesquisa foi realizada através de estudo teórico-empírico e

teve início com a pesquisa bibliográfica e documental sobre a importância da

análise de balanços. O tipo de pesquisa apresentado foi o quantitativo, e deu-se

através de dados coletados da empresa DVA – Veículos S/A, no período de 2005

a 2007.

4.1 ESTUDO DE CASO

A empresa DVA – Veículos S/A, objeto do presente estudo, caracteriza-se

pelo comércio varejista de veículos automotores, peças, acessórios, pneus e

implementos para veículos, prestação de serviços de reparação de veículos e

importação destes produtos, bem como a prestação de serviços de intermediação

para compra e venda de veículos para terceiros.

Espera-se, ao final do estudo, apresentar informações e dados que

forneçam subsídios suficientes para um bom gerenciamento das suas operações

futuras, prospecções e tomadas de decisões.

4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente análise teve por objetivo demonstrar a situação da empresa

DVA - Veículos S/A, no seu contexto operacional, nos exercícios financeiros de

2005 a 2007.

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

46

Devido a restrições específicas ao período de 2007, onde os dados a

serem extraídos das fontes especializadas não foram publicados até a finalização

do presente estudo de caso, a análise comparativa contemplou somente os

exercícios de 2005 e 2006.

O estudo de caso foi realizado no período de abril a junho de 2008,

apresentou um comparativo econômico-financeiro entre empresas do mesmo

ramo de atividade e utilizou-se de algumas técnicas procedimentais para a sua

devida estruturação, como por exemplo: planilhas, gráficos, tabelas, fórmulas etc.

Primeiramente, foi efetuada a padronização das demonstrações

financeiras. Como o nome diz, foi realizada uma reclassificação para que contas,

como por exemplo: duplicatas descontadas (conta retificadora do Ativo

Circulante), não venham a distorcer a análise sugerida. Tal procedimento

proporciona uma simplificação do balanço, oferece comparabilidade, adequação,

precisão, além da possibilidade da descoberta de erros nos balanços.

Posteriormente, realizou-se a análise através de índices, que possibilitaram

uma verificação específica sobre cada grupo de contas das demonstrações

contábeis, sendo: análise financeira, econômica e administrativa.

Na Análise Financeira foi observada a capacidade que a empresa tem de

possuir liquidez em determinado período, ou seja, foram analisadas as condições

da empresa em saldar seus compromissos financeiros.

Na Análise Econômica foram realizados estudos financeiros em função de

sua lucratividade, vindo com isso demonstrar o engajamento operacional da

empresa durante o período analisado.

Já na Análise Administrativa foi observada a maneira com a qual a

empresa operacionaliza seus estoques, pagamentos e recebimentos.

Finalizando, foi realizada a análise através da comparação dos resultados

obtidos, acima, com índices-padrão, extraídos de fontes especializadas como

Gazeta Mercantil, Valor Econômico e Revista Exame, por exemplo. Tais índices

proporcionam aos administradores da empresa consistência e objetividade na

comparação com outras empresas do mesmo ramo de atividade. Desta forma foi

efetuada a comparação com padrões, e não somente pela opinião de analistas.

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

5 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso realizou uma análise comparativa, através da

utilização de índices-padrão, entre a DVA – Veículos S/A e empresas do mesmo

ramo de atividade, que proporcionaram o embasamento necessário à finalização

do estudo econômico-financeiro, aqui desenvolvido.

A seguir foi efetuada a caracterização da empresa DVA – Veículos S/A.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA DVA – VEÍCULOS S/A

A empresa DVA – Veículos S/A está classificada como empresa de médio

porte e caracteriza-se pelo comércio varejista de veículos automotores, peças,

acessórios, pneus e implementos para veículos, prestação de serviços de

reparação de veículos e importação destes produtos, bem como a prestação de

serviços de intermediação para compra e venda de veículos para terceiros.

Há 35 anos no mercado, consolida-se, cada vez mais, pela sua invejável

estrutura, tanto física quanto administrativa, além, é claro, pela grandeza das suas

transações comerciais, sendo referência em todo o sul do Brasil como uma das

mais importantes concessionárias autorizadas da Mercedes-Benz.

Situada às margens da BR 101, no bairro Barreiros, em São José/SC,

conta atualmente com cerca de 200 funcionários, distribuídos entre a matriz e

suas nove filiais (espalhadas por todo o litoral catarinense), incluindo-se a DVA

Automóveis Ltda., empresa do grupo Toniolo, Busnello S/A, administrada pelos

gestores da DVA – Veículos S/A, que comercializa as marcas Daimler Chrysler,

Mercedes-Benz e Jeep.

A empresa DVA –Veículos S/A originou-se da expansão das atividades da

empresa Toniolo, Busnello S/A, empresa esta que tem por objeto social a

perfuração de túneis, execução de serviços de terraplanagem, pavimentações,

pontes, obras de arte e construção em geral, bem como a industrialização,

comercialização, importação e exportação de bens minerais, dentre outros.

Podem-se citar algumas das empresas que pertencem à Toniolo, Busnello

S/A:

- Santa Eulália Participações;

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

48

- Savar S/A Veículos;

- Savarauto Ltda.;

- RAVAS Ltda.;

- Savarsul S/A Veículos;

- Lagoa Sul Veículos Ltda.;

- DVA Automóveis Ltda.;

- SavarSud Veículos S/A;

- Consórcio Univias;

- Distribuidora de Combustíveis Savar Ltda.;

- Savar Participações Ltda.;

- Mineradora Barro Alto Ltda.;

- Além, é claro da DVA – Veículos S/A, dentre outras.

Tais informações foram extraídas do site da empresa Toniolo, Busnello

S/A.

O próximo item demonstrará a realização do estudo econômico-financeiro

da empresa DVA – Veículos S/A..

5.2 ESTUDO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA EMPRESA DVA – VEÍCULOS S/A

A partir da análise a ser apresentada, os gestores da empresa DVA –

Veículos S/A poderão obter dados econômico-financeiros suficientes para

prospectar e tomar decisões gerenciais, embasados em informações extraídas do

mercado em que se insere a supracitada empresa.

Desta forma, as informações visam refletir não somente as análises da

empresa DVA – Veículos S/A, mas também efetuar um comparativo desta

empresa com outras que atuam no mesmo ramo de atividade.

Estas informações fornecem a real situação da empresa, objeto do

presente estudo, dentro do contexto mercadológico existente atualmente.

Por motivos de força maior, os gestores da empresa DVA – Veículos S/A

preferem não apresentar ou publicar os demonstrativos financeiros, neste estudo

de caso.

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

49

Assim, os demonstrativos financeiros da empresa, a padronização destas

demonstrações e as análises vertical e horizontal não foram aqui estruturados e

evidenciados, sendo que apenas a obtenção e estruturação dos índices-padrão,

que demonstram a avaliação de desempenho da empresa DVA – Veículos S/A,

serão apresentados.

No quadro abaixo, são apresentados os índices obtidos através das

análises das demonstrações financeiras, da empresa DVA – Veículos S/A, dos

períodos de 2005 a 2007:

DVA - VEÍCULOS S/A Exercícios 2005 / 2006 / 2007

AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES

Estrutura de Capital 2005 2006 2007

Participação de Capitais de Terceiros PC/CT (PC+ELP) 31,31% 22,83% 21,04% Composição do Endividamento PC/CT 99,59% 95,25% 95,78% Imobilização do Patrimônio Líquido AP/PL 58,79% 50,78% 51,36% Imobilização dos Recursos Não Correntes AP/PL + ELP 58,71% 50,23% 50,91%

Liquidez 2005 2006 2007 Liquidez Geral LG 2,32 3,16 3,31 Liquidez Corrente LC 2,26 3,31 3,44 Liquidez Seca LS 1,16 1,61 1,66

Rentabilidade 2005 2006 2007 Giro do Ativo V/AT 0,28 0,24 0,25 Margem Líquida LL/V 54,55% 32,92% 44,31% Rentabilidade do Ativo LL/AT 15,15% 7,89% 11,13% Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL/PL 19,90% 9,69% 13,47%

QUADRO 6 – AVALIAÇÃO DOS INDICES Fonte: Autor

A avaliação de índices, propriamente dita, requer a utilização de duas

técnicas sobre as quais se tratará a frente – Índices-Padrão e Avaliação Conjunta

de Índices.

Entretanto, para que se possa ter uma visão geral dos índices

apresentados pela empresa DVA – Veículos S/A, nos exercícios de 2005 a 2007,

foi elaborado o gráfico abaixo para que se possa obter uma melhor visualização e

entendimento do histórico dos índices da empresa DVA – Veículos S/A:

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

50

Índices - DVA Veículos S/A

13,47

11,13

44,31

0,25

1,66

3,44

3,31

50,91

51,36

95,78

21,04

9,69

7,89

32,92

0,24

1,61

3,31

3,16

50,23

50,78

95,25

22,83

19,90

15,15

54,55

0,28

1,16

2,26

2,32

58,71

58,79

99,59

31,31

LL/PL

LL/AT

LL/V

V/AT

LS

LC

LG

AP/PL + ELP

AP/PL

PC/CT

CT/PL

200520062007

GRÁFICO 1 – AVALIAÇÃO DOS INDICES DE 2005 A 2007 Fonte: Autor

Com base nos dados acima expostos, foram efetuadas as análises dos

índices, onde:

- A empresa DVA – Veículos S/A apresentou um grau de endividamento de

31,31% em 2005, de 22,83% em 2006 e passou para 21,04% em 2007. Isto

significa dizer, do ponto de vista financeiro, que a empresa diminuiu sua

dependência em relação a terceiros, ao longo dos anos;

- A composição do endividamento, mostrar-se extremamente alta.

Apresentou índices em 2005 de 99,59%, passou em 2006 para 95,25%, e ficou

praticamente estável no ano seguinte em 95,78%. Ressalta-se que o principal

motivo do alto grau de endividamento a curto prazo reporta-se à política de

comercialização praticada pela Mercedes-Benz do Brasil Ltda. e aplicada a todas

as concessionárias, aonde o prazo para pagamento dos caminhões é de 24 horas

a partir do faturamento pela fábrica. O mesmo procedimento aplica-se às peças e

acessórios;

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

51

- A imobilização do patrimônio líquido demonstra o quanto a empresa

investiu no Ativo Permanente em relação ao Patrimônio Líquido. Neste caso

houve a diminuição da imobilização do patrimônio líquido de 2005, com

percentual de 58,79%, para 2006, onde este índice ficou em 50,78%, e

apresentou uma pequena alta no ano seguinte, onde este mesmo índice ficou em

51,36%;

- Com relação à imobilização dos recursos não correntes, a empresa

obteve queda nos índices de 2005 (onde apresentou 58,79%) se comparados a

2006 (onde ficou com 50,23%) e um pequeno acréscimo no mesmo período de

2007 (onde obteve 50,91%). Assevera-se que a diferença não imobilizada

destina-se ao Ativo Circulante, diferença esta que se denomina de Capital

Circulante Líquido (CCL);

- Com relação ao índice de liquidez geral, a empresa DVA – Veículos S/A,

obteve 2,32 em 2005, 3,16 em 2006 e chegou a 3,31 em 2007. Isto demonstra,

claramente, que a empresa consegue pagar suas dívidas e ainda dispor de folga

financeira;

- No índice de liquidez corrente a empresa apresentou em 2005 o índice de

2,26, passou para 3,31 em 2006 e obteve 3,44 em 2007. A evidenciação de tal

índice, ao longo dos períodos analisados, corrobora para a identificação de

Capital Circulante Líquido (CCL);

- Já com relação à liquidez seca, demonstra-se no exercício de 2005 um

índice de 1,16, passando para 1,61 em 2006 e chegando a 1,66 em 2007. Este

índice demonstra a ótima situação financeira da empresa;

- No que concerne aos índices de rentabilidade, o giro do ativo da empresa

DVA – Veículos S/A, historicamente, é muito baixo. Em 2005 obteve índice de

0,26, em 2006 este índice caiu para 0,24 e em 2007 passou para 0,25. Como se

sabe o volume de vendas tem relação direta ao montante de investimentos. Por

este motivo presume-se ser uma estratégia da empresa o fato do volume de

vendas ser muito baixo, pois a margem de lucro é extremamente alta, conforme

observado no item seguinte;

- Com relação à margem líquida pode-se dizer que a empresa DVA –

Veículos S/A possue um lucro elevado. No exercício de 2005 este índice

apresentou 54,55%, teve uma queda, significativa, em 2006 onde apresentou

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

52

32,92% e obteve em 2007 um aumento de, aproximadamente, 25,00%, passando

para 44,31%;

- A rentabilidade do ativo demonstra o quanto a empresa obteve de Lucro

Líquido em relação ao Ativo. Neste caso a DVA – Veículos S/A apresentou em

2005 o percentual de 15,15%, com uma considerável queda em 2006 de,

aproximadamente, 92,00%, e um acréscimo em 2007, em relação ao mesmo

período de 2006, de 29,11%, onde apresenta o índice de 11,13%. Evidencia-se,

desta forma, que a empresa teve queda da rentabilidade do Ativo, demonstrando

oscilação do seu poder de capitalização;

- Finalizando, a rentabilidade do patrimônio líquido evidencia qual a taxa de

rendimento do Capital Próprio da empresa. A empresa DVA – Veículos S/A em

2005 apresentou 19,90% de rentabilidade, sendo que no mesmo período de 2006

tal índice decaiu para 9,69%, representando 105,36% de decréscimo. Já em 2007

a empresa conseguiu uma recuperação de 39,00% na rentabilidade do patrimônio

líquido, em relação a 2006, apresentando ao final do exercício financeiro um

índice de 13,47%.

Ao final desta análise, pôde-se constatar que a empresa DVA – Veículos

S/A, isoladamente (sem comparar-se a outras empresas do mesmo ramo de

atividade), mantêm uma considerável folga financeira, com exceção do giro do

ativo, que é compensado com uma excelente margem líquida, ocasionada por

estratégias comerciais muito bem sucedidas até então.

Deve-se, também, destacar o alto grau de endividamento, ocasionado

pelas dívidas de curto prazo. Tais dívidas se originam quase que em sua

totalidade à política de comercialização de veículos e peças promovidos pela

Mercedes-Benz, onde as retiradas de veículos e as aquisições de peças devem

ter pagamentos imediatos e envolvem quantias elevadas.

Num contexto geral, excluindo-se as particularidades inerentes às diversas

políticas aqui envolvidas e levando-se em conta a enorme estrutura física que a

empresa possue e necessita para o bom andamento das suas atividades, pode-se

afirmar que a empresa DVA – Veículos S/A demonstra possuir grande saúde

tanto econômico quanto financeira.

Finalizando, como já comentado anteriormente, a analise dos índices

quando realizada isoladamente, como foi o caso acima, permite chegar-se a

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

53

conclusões subjetivas e sujeitas ao humor do analista. Do contrário, quando tais

índices são analisados e comparados com padrões, estes fornecem consistência

e objetividade para conclusões criteriosas acerca da situação da empresa perante

o mercado em que se situa. Isto será devidamente demonstrado no item seguinte.

5.3 ESTUDO COMPARATIVO DA EMPRESA DVA – VEÍCULOS S/A COM OUTRAS DO MESMO RAMO DE ATIVIDADE (CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ÍNDICES-PADRÃO)

O presente item abordou, efetivamente, a construção e a utilização dos

índices-padrão, indispensáveis ao estudo comparativo, aqui proposto.

A partir do momento em que se sugere efetuar comparações entre

empresas devem-se procurar, antes de tudo, os subsídios necessários para tal

análise.

Parte-se do pressuposto que as empresas produzem demonstrações

financeiras para entidades “externas”, onde estas mesmas entidades calculam os

índices para serem comparados com os de outras empresas. A utilização desta

técnica permite a avaliação de índices de determinada empresa em análise, em

relação aos de outras empresas.

Assim, a extratificação dos índices baseou-se na publicação anual da

Revista Exame - Maiores e Melhores - que relaciona os dados de empresas dos

mais variados ramos de atividades existentes atualmente no Brasil. Tal revista

disponibiliza informações de empresas desde 1973 e possibilita uma enorme

gama de consultas e parâmetros para efetuarem-se comparações entre estas.

Desta forma, selecionaram-se os índices de 20 empresas, classificadas

como empresas de médio porte, caracterizadas pelo comércio varejista de

veículos automotores, peças, acessórios, pneus e implementos para veículos e

prestação de serviços etc.

Há que se ressaltar que, por restrições da própria Revista Exame, os

índices referentes ao exercício de 2007 ainda não se encontravam disponíveis

para acesso. Da mesma forma, a revista não fornece todos os 11 (onze) índices

analisados e comentados anteriormente.

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

54

Apesar destas restrições, a presente análise não sofreu prejuízos, uma vez

que foram analisados os exercícios de 2005 e 2006 e foram contemplados índices

suficientemente importantes para chegar-se a conclusões fidedignas.

Desta forma, apresenta-se a relação de empresas, e seus respectivos

índices, extraídos do banco de dados da Revista Exame, que melhor se

enquadraram ao propósito desta análise, demonstrados graficamente na

seqüência:

Estrutura de Capital Composição do Endividamento PC/CT (PC+ELP) Imobilização do Patrimônio Líquido AP/PL Imobilização Recursos Não Correntes AP/PL + ELP

Liquidez Liquidez Geral LG Liquidez Corrente LC

Rentabilidade Giro do Ativo V/AT Margem Líquida LL/V Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL/PL QUADRO 7 – FÓRMULAS DOS INDICES Fonte: Autor

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

55

Índices de Estrutura de Capital - 2005

0 20 40 60 80 100 120

Vale Com. Veículos S/A

Tenneco Com. Veículos S/A

Takata Veículos S/A

Suécia Veículos S/A

Sinoscar S/A

Sifco S/A

Servopa S/A

Sanape Veículos S/A

Orca Veículos S/A

Nórdica S/A

Master Veículos Ltda.

Ituvel Veículos Ltda.

Itadisa Com. Veículos Ltda.

Green Automóveis Ltda.

Gevisa S/A

DVA – Veículos S/A

Delga Com. Veículos Ltda.

Cuiabá Diesel S/A

Brasilwagen Com. Veíc. S/A

Borlem Veículos S/A

Belcar Veículos S/A

AP/PL+ELP

AP/PL

PC/CT

GRÁFICO 2 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL – 2005 Fonte: Autor Adaptado: Revista Exame

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

56

Índices de Liquidez - 2005

0 1 2 3 4 5

Vale Com. Veículos S/A

Tenneco Com. Veículos S/A

Takata Veículos S/A

Suécia Veículos S/A

Sinoscar S/A

Sifco S/A

Servopa S/A

Sanape Veículos S/A

Orca Veículos S/A

Nórdica S/A

Master Veículos Ltda.

Ituvel Veículos Ltda.

Itadisa Com. Veículos Ltda.

Green Automóveis Ltda.

Gevisa S/A

DVA – Veículos S/A

Delga Com. Veículos Ltda.

Cuiabá Diesel S/A

Brasilwagen Com. Veíc. S/A

Borlem Veículos S/A

Belcar Veículos S/A

LC

LG

GRÁFICO 3 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ – 2005 Fonte: Autor Adaptado: Revista Exame

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

57

Índices de Rentabilidade - 2005

0 20 40 60 80 100 120

Vale Com. Veículos S/A

Tenneco Com. Veículos S/A

Takata Veículos S/A

Suécia Veículos S/A

Sinoscar S/A

Sifco S/A

Servopa S/A

Sanape Veículos S/A

Orca Veículos S/A

Nórdica S/A

Master Veículos Ltda.

Ituvel Veículos Ltda.

Itadisa Com. Veículos Ltda.

Green Automóveis Ltda.

Gevisa S/A

DVA – Veículos S/A

Delga Com. Veículos Ltda.

Cuiabá Diesel S/A

Brasilwagen Com. Veíc. S/A

Borlem Veículos S/A

Belcar Veículos S/A

LL/PL

LL/V

V/AT

GRÁFICO 4 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE RENTABILIDADE - 2005 Fonte: Autor Adaptado: Revista Exame

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

58

Índices de Estrutura de Capital - 2006

0 20 40 60 80 100 120

Vale Com. Veículos S/A

Tenneco Com. Veículos S/A

Takata Veículos S/A

Suécia Veículos S/A

Sinoscar S/A

Sifco S/A

Servopa S/A

Sanape Veículos S/A

Orca Veículos S/A

Nórdica S/A

Master Veículos Ltda.

Ituvel Veículos Ltda.

Itadisa Com. Veículos Ltda.

Green Automóveis Ltda.

Gevisa S/A

DVA – Veículos S/A

Delga Com. Veículos Ltda.

Cuiabá Diesel S/A

Brasilwagen Com. Veíc. S/A

Borlem Veículos S/A

Belcar Veículos S/A

AP/PL+ELP

AP/PL

PC/CT

GRÁFICO 5 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL - 2006 Fonte: Autor Adaptado: Revista Exame

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

59

Índices de Liquidez - 2006

0 1 2 3 4 5

Vale Com. Veículos S/A

Tenneco Com. Veículos S/A

Takata Veículos S/A

Suécia Veículos S/A

Sinoscar S/A

Sifco S/A

Servopa S/A

Sanape Veículos S/A

Orca Veículos S/A

Nórdica S/A

Master Veículos Ltda.

Ituvel Veículos Ltda.

Itadisa Com. Veículos Ltda.

Green Automóveis Ltda.

Gevisa S/A

DVA – Veículos S/A

Delga Com. Veículos Ltda.

Cuiabá Diesel S/A

Brasilwagen Com. Veíc. S/A

Borlem Veículos S/A

Belcar Veículos S/A

LC

LG

GRÁFICO 6 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ - 2006 Fonte: Autor Adaptado: Revista Exame

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

60

Índices de Rentabilidade - 2006

0 10 20 30 40 50

Vale Com. Veículos S/A

Tenneco Com. Veículos S/A

Takata Veículos S/A

Suécia Veículos S/A

Sinoscar S/A

Sifco S/A

Servopa S/A

Sanape Veículos S/A

Orca Veículos S/A

Nórdica S/A

Master Veículos Ltda.

Ituvel Veículos Ltda.

Itadisa Com. Veículos Ltda.

Green Automóveis Ltda.

Gevisa S/A

DVA – Veículos S/A

Delga Com. Veículos Ltda.

Cuiabá Diesel S/A

Brasilwagen Com. Veíc. S/A

Borlem Veículos S/A

Belcar Veículos S/A

LL/PL

LL/V

V/AT

GRÁFICO 7 – DEMONSTRAÇÃO DOS ÍNDICES DE RENTABILIDADE - 2006 Fonte: Autor Adaptado: Revista Exame

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

61

A partir de agora, pode-se efetuar a disposição dos índices obtidos das

empresas e pô-los em ordem crescente de grandeza:

2005 PC/CT AP/PL AP/PL+ELP LG LC V/AT LL/V LL/PL

9,2 27,7 1,2 0,7 1,1 1,5 0,2 8,4 10,0 31,4 3,3 0,9 1,3 1,6 0,4 8,4 15,4 35,6 6,4 0,9 1,4 1,6 0,7 10,0 20,0 40,5 10,4 0,9 1,4 1,7 0,8 12,0 20,7 50,4 11,7 1,0 1,6 1,9 1,3 15,6 22,1 50,6 12,2 1,2 1,7 2,0 2,1 15,7 24,3 51,0 14,7 1,2 1,7 2,3 2,2 16,7 25,8 55,5 20,6 1,3 1,8 2,3 2,3 17,7 26,5 62,1 21,5 1,4 1,9 2,8 2,4 18,2 27,5 64,7 22 1,5 1,9 2,8 3,0 22,0 27,7 65,1 25,1 1,7 2,1 2,9 3,7 22,0 29,0 66,0 27,0 1,8 2,1 3,6 4,7 27,9 31,7 66,6 27,7 1,8 2,1 4,1 5,4 29,2 33,2 67,8 31,2 1,8 2,3 4,3 7,4 31,5 37,6 67,8 34,1 2,3 2,5 4,5 8,6 31,9 40,4 68,9 37,2 2,4 2,6 6,0 10,1 33,3 42,4 77,9 38,8 2,5 2,7 6,1 11,2 33,8 53,5 80,5 54,4 2,7 3,0 7,0 12,7 42,1 53,6 81,6 57,2 3,6 3,1 7,0 15,5 46,2 84,0 85,5 57,5 4,1 4,4 7,8 21,2 99,6

QUADRO 8 – ORDEM CRESCENTE DE ÍNDICES-PADRÃO 2005 Fonte: Autor

2006 PC/CT AP/PL AP/PL+ELP LG LC V/AT LL/V LL/PL

11 21,4 0,1 0,7 0,6 1,0 0,1 2,4 11,6 24,3 0,4 0,7 1,4 1,1 0,2 5,5 17,6 34,4 3,6 1,0 1,5 1,4 0,3 10,9 19,2 40,9 4,6 1,0 1,5 1,6 0,9 11,6 20,5 42,1 6,7 1,0 1,5 1,8 1,2 14,3 20,9 43,9 8,4 1,1 1,6 1,9 1,4 15,2 22,6 44,9 13,1 1,1 1,7 2,1 1,6 15,7 22,7 54,7 16,6 1,3 1,8 2,4 1,8 17,2 23,7 55,0 18,7 1,4 2,1 2,4 3,1 17,9 25,3 57,0 19,0 1,6 2,1 2,7 3,4 18,2 26 57,8 25,1 1,6 2,1 3,1 4,1 20,0

26,5 58,6 26,0 1,7 2,2 3,4 4,2 22,5 27,2 66,0 30,0 1,8 2,3 4,7 8,1 23,5 32,4 66,5 32,5 1,8 2,4 5,3 8,1 25,8 37,3 69,6 33,1 1,8 2,6 5,5 8,7 27,0 42,3 71,0 33,3 1,9 2,7 5,7 9,0 27,6 47,1 74,8 37,5 2,3 3,0 6,1 12,7 32,9 47,5 75,1 40,3 2,5 3,1 6,5 13,0 33,3 51 76,4 47,4 3,0 3,2 6,6 15,4 33,4

104,1 85,6 63,5 4,1 3,3 6,7 23,5 47,6 QUADRO 9 – ORDEM CRESCENTE DE ÍNDICES-PADRÃO 2006 Fonte: Autor

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

62

O próximo passo foi encontrar os decis, cuja definição, já apresentada

anteriormente, se dá através da obtenção do valor que deixa 10% dos elementos

do conjunto abaixo de si e 90% acima.

Neste caso, em especial, como foram tomadas 20 empresas, o cálculo

para a obtenção dos decis foi colocar 2 (dois) elementos abaixo de si e 16

(dezesseis) acima. Por exemplo, citam-se os índices da Composição do

Endividamento de 2005, onde os dois menores acima de 10% (15,4 e 20,0) são

divididos por 2; foi obtido o valor de 17,70; este valor, portanto, é a média entre

15,4 e 20,0 e foi o valor base para o 1º decil. Todos os demais decis, são

calculados com base no mesmo critério.

Assim, adotando-se os procedimentos de cálculo acima, para os demais

decis, apresentam-se os seguintes valores:

2005 DECIS PC/CT AP/PL AP/PL+ELP LG LC V/AT LL/V LL/PL

1º 17,70 38,05 8,40 0,90 1,40 1,65 0,75 11,00 2º 21,40 50,50 11,95 1,10 1,65 1,95 1,70 15,65 3º 25,05 53,25 17,65 1,25 1,75 2,30 2,25 17,20 4º 27,00 63,40 21,75 1,45 1,90 2,80 2,70 20,10 5º 28,35 65,55 26,05 1,75 2,10 3,25 4,20 24,95 6º 32,45 67,20 29,45 1,80 2,20 4,20 6,40 30,35 7º 39,00 68,35 35,65 2,35 2,55 5,25 9,35 32,60 8º 47,95 79,20 46,60 2,60 2,85 6,55 11,95 37,95 9º 68,80 83,55 57,35 3,85 3,75 7,40 18,35 72,90

QUADRO 10 – DECIS 2005 Fonte: Autor

2006 DECIS PC/CT AP/PL AP/PL+ELP LG LC V/AT LL/V LL/PL

1º 18,40 37,65 4,10 1,00 1,50 1,50 0,60 11,25 2º 20,70 43,00 7,55 1,05 1,55 1,85 1,30 14,75 3º 22,65 49,80 14,85 1,20 1,75 2,25 1,70 16,45 4º 24,50 56,00 18,85 1,50 2,10 2,55 3,25 18,05 5º 26,25 58,20 25,55 1,65 2,15 3,25 4,15 21,25 6º 29,80 66,25 31,25 1,80 2,35 5,00 8,10 24,65 7º 39,80 70,30 33,20 1,85 2,65 5,60 8,85 27,30 8º 47,30 74,95 38,90 2,40 3,05 6,30 12,85 33,10 9º 77,55 81,00 55,45 3,55 3,25 6,65 19,45 40,50

QUADRO 11 – DECIS 2006 Fonte: Autor

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

63

Com a obtenção dos índices e o posterior cálculo dos decis, pode-se, a

partir de agora, efetuar a análise propriamente dita.

Nota-se que para se chegar até o ponto inicial da avaliação das

demonstrações financeiras mediante o comparativo econômico-financeiro entre

empresas, há um longo processo que vem a se desenrolar, onde um estudo

minucioso para a obtenção das empresas se faz necessário. Este processo,

apesar de um pouco demorado, oferece embasamento suficiente para a análise,

aqui proposta.

Inicialmente, ao processo avaliativo, são apresentados os dados obtidos

através das análises das demonstrações financeiras, da empresa DVA – Veículos

S/A, dos períodos de 2005 e 2006:

DVA - VEÍCULOS S/A Exercícios 2005 / 2006

AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES Estrutura de Capital 2005 2006

Composição do Endividamento PC/CT (PC+ELP) 99,59% 95,25% Imobilização do Patrimônio Líquido AP/PL 58,79% 50,78% Imobilização dos Recursos Não Correntes AP/PL + ELP 58,71% 50,23%

Liquidez 2005 2006 Liquidez Geral LG 2,32 3,16 Liquidez Corrente LC 2,26 3,31

Rentabilidade 2005 2006 Giro do Ativo V/AT 0,28 0,24 Margem Líquida LL/V 54,55% 32,92% Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL/PL 19,90% 9,69%

QUADRO 12 - AVALIAÇÃO DE ÍNDICES Fonte: Autor

Ressalta-se, mais uma vez, que por algumas restrições o exercício

financeiro de 2007 não foi avaliado, bem como os índices de Participação de

Capitais de Terceiros, Liquidez Seca e Rentabilidade do Ativo não fizeram parte

do presente estudo, por indisponibilidade do banco de dados da Revista Exame.

Na seqüência foi demonstrada a tabela de índices-padrão, devidamente

preenchida com os dados obtidos das empresas, por meio dos cálculos dos decis,

referentes aos exercícios de 2005 e 2006:

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

64

2005 Índices-Padrão

DECIL 2º

DECIL 3º

DECIL 4º

DECIL MEDIANA 6º

DECIL 7º

DECIL 8º

DECIL 9º

DECIL Estrutura

01 - PC/CT 17,70% 21,40% 25,05% 27,00% 28,35% 32,45% 39,00% 47,95% 68,80% 02 - AP/PL 38,05% 50,50% 53,25% 63,40% 65,55% 67,20% 68,35% 79,20% 83,55%

03 - AP/PL + ELP 8,40% 11,95% 17,65% 21,75% 26,05% 29,45% 35,65% 46,60% 57,35% Liquidez 04 - LG 0,90 1,10 1,25 1,45 1,75 1,80 2,35 2,60 3,85 05 - LC 1,40 1,65 1,75 1,90 2,10 2,20 2,55 2,85 3,75

Rentabilidade 06 - V/AT 1,65 1,95 2,30 2,80 3,25 4,20 5,25 6,55 7,40 07 - LL/V 0,75% 1,70% 2,25% 2,70% 4,20% 6,40% 9,35% 11,95% 18,35% 08 - LL/PL 11,00% 15,65% 17,20% 20,10% 24,95% 30,35% 32,60% 37,95% 72,90%

QUADRO 13 - ÍNDICES-PADRÃO 2005 Fonte: Autor

2006 Índices-Padrão

DECIL 2º

DECIL 3º

DECIL 4º

DECIL MEDIANA 6º

DECIL 7º

DECIL 8º

DECIL 9º

DECIL Estrutura

01 - PC/CT 18,40% 20,70% 22,65% 24,50% 26,25% 29,80% 39,80% 47,30% 77,55% 02 - AP/PL 37,65% 43,00% 49,80% 56,00% 58,20% 66,25% 70,30% 74,95% 81,00%

03 - AP/PL + ELP 4,10% 7,55% 14,85% 18,85% 25,55% 31,25% 33,20% 38,90% 55,45% Liquidez 04 - LG 1,00 1,05 1,20 1,50 1,65 1,80 1,85 2,40 3,55 05 - LC 1,50 1,55 1,75 2,10 2,15 2,35 2,65 3,05 3,25

Rentabilidade 06 - V/AT 1,50 1,85 2,25 2,55 3,25 5,00 5,60 6,30 6,65 07 - LL/V 0,60% 1,30% 1,70% 3,25% 4,15% 8,10% 8,85% 12,85% 19,45% 08 - LL/PL 11,25% 14,75% 16,45% 18,05% 21,25% 24,65% 27,30% 33,10% 40,50%

QUADRO 14 - ÍNDICES-PADRÃO 2006 Fonte: Autor

Estas duas tabelas acima representam os índices-padrão do ramo de

atividade da empresa DVA – Veículos S/A. Conforme se observa, os valores em

destaque e em negrito indicam a posição da empresa DVA – Veículos S/A em

relação aos padrões.

A seguir, apresenta-se a posição relativa dos índices da empresa DVA –

Veículos S/A para 2005 e 2006:

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

65

EXERCÍCIO DE 2005

ÍNDICE

VALOR

POSIÇÃO RELATIVA AOS PADRÕES DECIL MAIS PRÓXIMO

PC/CT 99,59% Muito acima do 9º decil 9º AP/PL 58,79% Acima do 3º decil 3º

AP/PL + ELP 58,71% Pouco acima do 9º decil 9º LG 2,32 Pouco acima do 7º decil 7º LC 2,26 Pouco acima do 6º decil 6º

V/AT 0,28 Muito abaixo do 1º decil 1º LL/V 54,55% Muito acima do 9º decil 9º LL/PL 19,90% Pouco abaixo do 4º decil 4º

QUADRO 15 – AVALIAÇÃO SEGUNDO OS CRITÉRIOS ÍNDICES-PADRÃO 2005 Fonte: Autor

EXERCÍCIO DE 2006

ÍNDICE

VALOR

POSIÇÃO RELATIVA AOS PADRÕES DECIL MAIS PRÓXIMO

PC/CT 95,25% Muito acima do 9º decil 9º AP/PL 50,78% Pouco acima do 3º decil 3º

AP/PL + ELP 50,23% Pouco abaixo do 9º decil 9º LG 3,16 Pouco abaixo do 9º decil 9º LC 3,31 Pouco acima do 9º decil 9º

V/AT 0,24 Muito abaixo do 1º decil 1º LL/V 32,92% Muito acima do 9º decil 9º LL/PL 9,69% Pouco abaixo do 1º decil 1º

QUADRO 16 – AVALIAÇÃO SEGUNDO OS CRITÉRIOS ÍNDICES-PADRÃO 2006 Fonte: Autor

O quadro 17, abaixo, permite o entendimento sobre os conceitos e notas

atribuídos segunda a posição relativa dos índices da empresa DVA – Veículos

S/A para 2005 e 2006:

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

P IS O T E T OC o n c e i toN o ta 1 0 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Ín d ic e s - D V A V e íc u lo s S /AP C /C TA P /P L

A P /P L + E L P

P IS O T E T OC o n c e i toN o ta 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0

Ín d ic e s - D V A V e íc u lo s S /AL GL C

V /A TL L /V

L L /P L

P IS O T E T OC o n c e i toN o ta 1 0 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Ín d ic e s - D V A V e íc u lo s S /AP C /C TA P /P L

A P /P L + E L P

P IS O T E T OC o n c e i toN o ta 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0

Ín d ic e s - D V A V e íc u lo s S /AL GL C

V /A TL L /V

L L /P L

B o m Ó tim oP é s s im o D e f ic ie n te F ra c o R a z o á v e l

P é s s im o D e f ic ie n te F ra c o

9 º D E C ILS a t is fa tó r io R a z o á v e l F ra c o D e f ic ie n te P é s s im oM E D IA N A 6 º D E C IL 7 º D E C IL 8 º D E C IL

Ó t im o3 º D E C IL 4 º D E C IL

B o m1 º D E C IL 2 º D E C IL

8 º D E C IL1 º D E C IL 2 º D E C IL 3 º D E C IL 4 º D E C ILQ u a n to m a io r , m e lh o r

9 º D E C ILS a t is fa tó r ioM E D IA N A 6 º D E C IL 7 º D E C IL

7 º D E C IL 8 º D E C IL1 º D E C IL 2 º D E C IL 3 º D E C IL 4 º D E C IL 9 º D E C ILÓ t im o B o m S a t is fa tó r io R a z o á v e l F ra c o D e f ic ie n te P é s s im o

M E D IA N A 6 º D E C IL

1 º D E C IL 2 º D E C IL 3 º D E C IL 4 º D E C IL 9 º D E C ILM E D IA N A 6 º D E C IL 7 º D E C IL 8 º D E C ILB o m Ó tim oR a z o á v e l

E X E R C ÍC IO D E 2 0 0 5

E X E R C ÍC IO D E 2 0 0 6

Q u a n t o m e n o r , m e lh o r

Q u a n t o m e n o r , m e lh o r

S a t is fa tó r io

Q u a n to m a io r , m e lh o r

QUADRO 17 – AVALIAÇÃO DOS CONCEITOS – 2005 E 2006 Fonte: Autor

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

67

Apresenta-se, então, o resumo das notas e dos conceitos dos índices da

empresa DVA – Veículos S/A:

2005 ÍNDICE NOTA / DVA – Veículos S/A CONCEITO PC/CT 0,0 PÉSSIMO AP/PL 6,5 BOM

AP/PL + ELP 0,0 PÉSSIMO LG 7,0 BOM LC 7,0 BOM

V/AT 0,0 PÉSSIMO LL/V 10,0 ÓTIMO

LL/PL 4,0 RAZOÁVEL QUADRO 18 – RESUMO DOS CONCEITOS 2005 Fonte: Autor

2006

ÍNDICE NOTA / DVA – Veículos S/A CONCEITO PC/CT 0,0 PÉSSIMO AP/PL 6,8 BOM

AP/PL + ELP 1,5 DEFICIENTE LG 9,5 ÓTIMO LC 10,0 ÓTIMO

V/AT 0,0 PÉSSIMO LL/V 10,0 ÓTIMO

LL/PL 0,0 PÉSSIMO QUADRO 19 – RESUMO DOS CONCEITOS 2006 Fonte: Autor

Para a seqüência da análise, faz-se necessário a atribuição de pesos aos

índices. A obtenção dos pesos deve ser realizada de maneira científica, com a

análise de empresas insolventes e solventes dentro do ramo de atividade

proposto para a análise, aonde através da análise dos padrões destas empresas

chegam-se aos pesos ideais, com a aplicação de métodos estatísticos próprios.

No caso da análise aqui proposta, a obtenção dos pesos baseou-se no

percentual de participação de cada índice para cada categoria de índices. Apesar

deste método não ser o ideal, faz-se necessário sua utilização, primeiramente,

pelo escasso número de empresas insolventes, dentro do ramo de atividade

analisado, segundo que diversos autores atestam a “estrema” dificuldade em

chegar-se a valores fidedignos e em terceiro ressalta-se o escasso tempo

disponível para realizar uma pesquisa, por menor que fosse, entre as empresas,

para conseguir-se os dados necessários à obtenção dos pesos “ideais” a serem

aplicados neste estudo.

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

68

Desta forma, foram utilizados os pesos disponíveis para o setor comercial

varejista, em geral, não se conseguindo dados analíticos do setor comercial

varejista de veículos automotores.

Dando seqüência à análise, segue abaixo a tabela de avaliação dos

índices econômico-financeiros:

Avaliação de Índices Financeiros 2005 2006

ÍNDICES PESO NOTA PESO X NOTA PESO NOTA PESO X NOTA

PC/CT 0,2 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 AP/PL 0,6 6,5 3,9 0,6 6,8 4,08

AP/PL + ELP 0,2 0,0 0 0,2 1,5 0,3 Nota de Estrutura de Capitais 3,9 4,4

LG 0,5 7,0 3,5 0,5 9,5 4,75 LC 0,5 7,0 3,5 0,5 10,0 5,0

Nota da Liquidez 7,0 9,8 V/AT 0,3 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0 LL/V 0,3 10,0 3,0 0,3 10,0 3,0

LL/PL 0,4 0,0 0,0 0,4 0,0 0,0 Nota da Rentabilidade 3,0 3,0

Avaliação das Categorias de Índices Financeiros

2005 2006 CATEGORIA

PESO NOTA PESO X NOTA PESO NOTA PESO X NOTA

Estr. de Capitais 0,4 3,9 1,6 0,4 4,4 1,8 Liquidez 0,2 7,0 1,4 0,2 9,8 2,0

Rentabilidade 0,4 3,0 1,2 0,4 3,0 1,2 Nota Global 4,2 4,9

Gráfico de Atribuição de Conceitos

Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Conceito Péssimo Deficiente Fraco Razoável Satisfatório Bom Ótimo

Atribuição de Conceitos

2005 2006 Estrutura Deficiente Estrutura Razoável Liquidez Satisfatório Liquidez Ótimo

Rentabilidade Deficiente Rentabilidade Deficiente Global Razoável Global Razoável

QUADRO 20 – AVALIAÇÃO DE ÍNDICES FINANCEIROS Fonte: Autor

Desta forma, permite-se vislumbrar e avaliar, de uma maneira globalizada,

o andamento da empresa entre exercícios financeiros, conforme observado no

quadro 20, acima.

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

69

De certa forma, a apresentação das avaliações pode variar de acordo com

quem as elabora. É necessário ter em mente que o foco principal destas análises

é o de produzir informações para os gestores. Para tanto, quanto mais

informações explícitas, melhor.

Seguindo o roteiro das avaliações, chegaram-se às conclusões obtidas

mediante as aplicações dos métodos de análise.

Neste contexto, apresentaram-se aos gestores interpretações acerca das

conclusões obtidas, evitando-se que estes tenham de interpretar os dados

apresentados.

A empregabilidade de sumários, representações do perfil, pontos fortes e

fracos, evolução, tendência e comentários da empresa analisada, são algumas

das maneiras de se produzir conclusões que possam e devam auxiliar os

gestores nas tomadas de decisões.

Na seqüência, pode-se visualizar a utilização do sumário das avaliações e

a representação do perfil da empresa DVA – Veículos S/A, baseados nos índices-

padrão, obtidos a partir dos quadros 15 e 16:

2005 2006 2005 2006 2005 2006 2005 2006ÓtimoBom

SatisfatórioRazoável

FracoDeficientePéssimo

Sumário das Avaliações

CATEGORIAEstrutura de Capital Liquidez Rentabilidade Global

QUADRO 21 - SUMÁRIO DA AVALIAÇÃO BASEADA NOS ÍNDICES-PADRÃO Fonte: Autor

Péssimo Deficiente Fraco Razoável Satisfatório Bom Ótimo Péssimo Deficiente Fraco Razoável Satisfatório Bom Ótimo

Estrutura

Liquidez

Rentabilidade

Global

Perfil Econômico e Financeiro2005 2006

QUADRO 22 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PERFIL ECONÔMICO-FINANCEIRO Fonte: Autor

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

70

A seguir, destaca-se a interpretação dos pontos fortes e fracos da empresa

DVA – Veículos S/A, onde se conseguem obter os principais pontos positivos e

negativos, apresentados nos comparativos entre os exercícios de 2005 e 2006:

Pontos Fortes e Fracos 2005 2006

Imobilização do Patrimônio Líquido Liquidez Geral Pontos Fortes Margem Líquida Liquidez Corrente

Composição do Endividamento Composição do Endividamento Pontos Fracos

Giro do Ativo Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Já a demonstração da evolução permite o delineamento do comportamento

da empresa durante alguns exercícios financeiros, destacando as principais

melhoras e pioras:

Evolução De 2005 para 2006 Principal melhora Liquidez Geral / Liquidez Corrente

Principal piora Margem Líquida / Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Com relação à avaliação da tendência geral da empresa DVA – Veículos

S/A pode-se visualizar, conforme demonstrativo abaixo, que a empresa apresenta-

se com tendência de crescimento, apesar de estar, aparentemente, estagnada.

Oscilação entre aclive e declive, com tendência a p ermanecer estabilizada, podendo obter uma pequena elevação.

QUADRO 23 - PONTOS FORTES E FRACOS / EVOLUÇÃO / LINHA DE TENDÊNCIA Fonte: Autor

Após todos os processos, anteriormente apresentados, que efetuaram a

avaliação da empresa DVA – Veículos S/A, deve-se apresentar uma espécie de

resumo das análises ou comentários gerais. Este procedimento será aprofundado

no próximo item.

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

71

5.4 RESULTADO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO COMPARATIVO

Após as análises efetuadas nos demonstrativos econômico-financeiros da

empresa DVA – Veículos S/A, onde se utilizaram comparativos referentes aos

demonstrativos de outras empresas do mesmo ramo de atividade da empresa

supracitada, chegam-se aos resultados finais da análise proposta.

A técnica utilizada para alcançar os resultados desejados foi o método de

avaliação de empresas através da utilização de índices-padrão. Tais índices,

como já mencionado anteriormente, foram extraídos de fontes especializadas e

possuem informações fidedignas e com veracidade suficiente para embasar

qualquer processo de análise.

Ao final das análises, pode-se dizer que os resultados pretendidos foram

alcançados, quase que em sua totalidade.

Como fechamento ao estudo proposto, seguem na seqüência os resultados

obtidos com as análises efetuadas, lembrando-se que os embasamentos para as

análises foram efetuados relacionando a empresa DVA – Veículos S/A com outras

do mesmo ramo de atividade:

a) A empresa DVA – Veículos S/A apresenta índices de

endividamento e imobilização muito altos, mas que obtiveram

uma pequena melhora em 2006, se comparados ao mesmo

período de 2005;

b) Da mesma forma, possue suas dívidas, quase que na totalidade,

saldáveis a curto prazo. Grande parte deste resultado deve-se à

política de comercialização de veículos novos e peças da

Mercedes-Benz do Brasil Ltda., que exige pagamentos quase

que imediatos dos produtos faturados para a DVA – Veículos

S/A;

c) Já com relação aos índices de liquidez, a empresa DVA –

Veículos S/A, apresenta resultados muito bons, passando, de

2005 para 2006, de satisfatório para ótimo, respectivamente.

Destacam-se positivamente os índices de Liquidez Corrente em

2006;

Page 74: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

72

d) No que concerne aos índices de rentabilidade, a empresa DVA –

Veículos, de um modo geral, apresenta índices que a posicionam

com deficiência no mercado. Muito desse resultado negativo,

deve-se ao Giro do Ativo, que tanto em 2005 quanto em 2006,

mostra-se muito abaixo do mínimo exigido para o mercado.

Acompanhando o resultado acima, a lucratividade do patrimônio

líquido também demonstra a baixa rentabilidade da empresa,

apresentando índices muito abaixo do normal;

e) Ainda sobre os índices de rentabilidade, destaca-se a enorme

margem líquida que a empresa DVA – Veículos S/A, obtêm sobre

as demais empresas do mercado. Seus números impressionam

pela enorme disparidade (a maior) sobre as demais empresas

analisadas. Isto reflete a política de comercialização da empresa

supracitada, que procura obter uma margem, considerável, sobre

os produtos comercializados, talvez para contrapor a deficiência

do giro do ativo;

f) De maneira geral, a empresa DVA – Veículos S/A, manteve-se

num nível razoável perante o mercado analisado, nos exercícios

de 2005 e 2006. Num computo geral, seus índices aumentaram,

positivamente, de um ano para o outro. Por demonstrar altos

índices de liquidez e margem sobre as vendas, esta empresa

possue tendências de crescimento, em níveis pequenos, mas

com perspectivas muito satisfatórias para o mercado analisado;

Page 75: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se dizer que ao final de toda a estruturação da análise proposta

verifica-se, quanto ao objetivo geral, que as respostas foram alcançadas.

Houve algumas limitações, tanto por parte da obtenção dos dados

necessários quanto por parte de alguns pontos dentro da análise estruturada.

De forma geral, verifica-se a importância da análise das demonstrações

financeiras como importante ferramenta de gestão. Possibilita aos gestores, mais

do que analisar a situação da sua empresa, vislumbrar a posição da empresa

dentro do contexto mercadológico que se insere.

Com relação à DVA – Veículos S/A, objeto do presente estudo, pode-se

afirmar que as análises apresentadas permitiram contextualizar pontos

importantes desta empresa, com relação ao mercado que esta participa.

Apesar de apresentar muitos pontos favoráveis, em relação aos

concorrentes, vislumbram-se alguns pontos cruciais que impedem a empresa

DVA – Veículos S/A de possuir um maior rendimento ao final dos exercícios

financeiros.

Faz-se necessário aos gestores procurarem alterar algumas das políticas

da empresa, para que assim a DVA – Veículos S/A apresente números que

possibilitem uma prospecção maior dentro do mercado em que se situa.

6.1 QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS PROPOSTOS

No que se refere ao alcance dos objetivos propostos, pode-se dizer que o

presente estudo de caso obteve êxito em sua conclusão, pois conseguiu efetuar a

análise da empresa DVA – Veículos S/A, conceituar e exemplificar todo o

processo que se havia proposto, além de produzir informações para efetuar o

comparativo econômico-financeiro da empresa DVA – Veículos S/A com outras do

mesmo ramo de atividade.

Com relação aos problemas detectados na empresa DVA – Veículos S/A,

que podem ter relação com a falta de um gerenciamento mais otimizado das

informações financeiras, pode-se dizer que ao final da análise aqui desenvolvida

os gestores podem obter informações pormenorizadas da empresa, que

Page 76: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

74

possibilitam gerenciar e prospectar ações com o intuito de melhorar a sua

situação econômico-financeira.

Também, o presente estudo atesta que os ativos e passivos da empresa

podem e devem ser mais bem avaliados para promover a diminuição do seu

endividamento de curto prazo e conseguir um aumento da sua rentabilidade.

Já com relação à situação da empresa DVA – Veículos S/A no mercado em

que se insere, a análise através de índices permite diagnosticar muitos

problemas, alguns pontos fortes e fracos da empresa, mas, acima de tudo

permite, efetivamente, demonstrar qual a situação da empresa perante os seus

concorrentes, dentro de um mercado cada vez mais enxuto e globalizado.

A análise das demonstrações financeiras através da utilização de índices-

padrão proporciona, portanto, ao final de todos os diagnósticos apresentados,

acompanhar as tendências de mercado.

Tais tendências permitem avaliar qual o posicionamento da empresa no

mercado e avaliar seus desempenhos financeiros para obter resultados futuros.

Uma dessas tendências é o fato de que hoje as empresas estão cada vez mais

procurando diminuir seus ativos imobilizados e também diminuir suas obrigações

de curto prazo.

Essas duas tendências de mercado, por exemplo, fizeram com que os

resultados obtidos pela DVA – Veículos S/A, ficassem abaixo do que se

imaginava, pois esta empresa possue muitos bens imobilizados e também suas

obrigações de curto prazo perfazem quase que a totalidade das suas obrigações

totais.

Uma mudança em algum desses pontos poderiam alavancar a situação da

empresa para índices acima dos adquiridos com a presente análise financeira.

6.2 LIMITAÇÕES

Apesar de, num computo geral, os objetivos terem sido alcançados, resta

informar que alguns pontos limitantes para o estudo desenvolvido nas

informações financeiras da empresa DVA – Veículos S/A, foram bastante

significativos para “engessar” o estudo proposto.

Page 77: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

75

Inicialmente, cita-se a impossibilidade da publicação das informações

financeiras da empresa DVA – Veículos S/A por seus gestores, ocasionado por

motivos de força maior, que não vem ao caso citar.

Com a impossibilidade da publicação destas informações o processo de

padronização das informações financeiras, bem como as análises vertical e

horizontal não puderam ser realizadas.

Outro ponto limitante a se destacar refere-se ao fato de haver a

indisponibilidade, por parte da Revista Exame, dos dados das empresas do

exercício de 2007. Assim, apenas os exercícios de 2005 e 2006 puderam ser

analisados.

Da mesma forma, e referente à mesma revista, cita-se a indisponibilidade

de todos os índices comentados, analisados e exemplificados no presente estudo

de caso.

Cita-se agora, a limitação encontrada na obtenção de um número maior de

empresas para comporem o rol das empresas analisadas. Muitas empresas,

pertencentes ao mesmo ramo de atividade das demais empresas analisadas,

necessitaram serem deixadas de lado, por não haver dados suficientes para tal

análise ou por encontrarem-se indisponíveis para acesso.

Para finalizar, cita-se o problema encontrado na obtenção de pesos que

representam a importância de cada índice dentro do contexto da metodologia de

avaliação de empresas.

Faz-se necessário ressaltar, a enorme dificuldade para a obtenção de

pesos ideais para cada tipo de análise proposta. Vários autores identificam esta

parte do processo de análise como um dos mais dificultosos, pelo simples motivo

de haver a necessidade de possuir-se, ou produzir-se, um banco de dados para

cada tipo de ramo a ser analisado, que contenham os resultados de empresas

solventes e insolventes. A partir deste ponto é realizado um estudo, com a

aplicação de fórmulas estatísticas, para que se possa obter o peso ideal de cada

índice para cada tipo de ramo a ser analisado.

Vale dizer, que em qualquer tipo de análise haverá algum tipo de limitação

e desde que estas limitações não venham a alterar ou impedir os resultados a

serem obtidos, tais análises possuirão resultados satisfatórios.

Page 78: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

76

Em resumo, apesar de todas as variáveis limitantes que compuseram o

presente estudo de caso, pode-se afirmar que o resultado da análise possue um

teor altamente satisfatório.

6.3 CONCLUSÃO

Finalizando o presente estudo de caso, ressalta-se que os

questionamentos que se propuseram foram, com certas limitações, alcançados.

Buscou-se apresentar aos gestores da empresa DVA – Veículos S/A algumas

soluções para os problemas detectados na empresa.

Alguns problemas como a ausência de análises econômico-financeiras, a

incapacidade de averiguar a eficiência dos recursos empregados pela empresa na

obtenção dos seus resultados, a incapacidade de se obter dados concretos sobre

os pontos fortes e fracos da empresa, a impossibilidade de se poder analisar as

tendências de mercado, além da inexistência de informações que possibilitassem

aos gestores vislumbrar a real posição da empresa DVA – Veículos S/A no

mercado em que se inserem, puderam ser sanados com o presente estudo de

caso.

Todos esses problemas remetem a um simples, mas complexo, ponto; a

falta de ferramentas gerenciais.

Independente da metodologia a ser utilizada para a obtenção de

ferramentas gerenciais, ratifica-se a “extrema” necessidade de buscarem-se,

constantemente, informações fidedignas que proporcionem a tomada de decisões

por parte dos gestores.

Neste caso, a análise das demonstrações financeiras através da utilização

de índices-padrão, efetuando-se o comparativo entre empresas do mesmo ramo

de atividade ou setor, desde que contenham dados suficientes, permite uma

ampla visualização da empresa perante o mercado.

Todas essas informações servem de embasamento para a tomada de

decisões e prospecções mercadológicas, orientando e servindo como uma

espécie de bússola aos gestores.

Page 79: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

77

Do contrário, sem informações pertinentes ou ferramentas de gestão

postas à disposição dos gestores, pode-se chegar a conclusões ou impressões

que não condizem com o mercado.

Em compêndio, o presente estudo de caso apresentou êxito nas suas

conclusões e pôde servir como uma importante ferramenta gerencial aos gestores

da empresa DVA – Veículos S/A.

Atribui-se, assim, o êxito conquistado, única e exclusivamente, à

metodologia de avaliação de empresas baseada na análise das demonstrações

financeiras através da utilização de índices-padrão.

Page 80: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços – um enfoque econôm ico-

financeiro comércio e serviços, industriais, bancos comerciais e múltiplos .

7ª edição. São Paulo: Atlas, 2002.

CERVO, A L.; BERVIAN, P. A Metodologia científica . 4ª edição. São Paulo:

MAKRON, Books, 1996.

CREPALDI, S A. Contabilidade Gerencial, Teoria e Prática . São Paulo: Atlas,

1998.

FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações . 6º edição. São

Paulo: Atlas, 2003.

IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços – análise da liquidez e do endi vidamento,

análise do giro, rentabilidade e alavancagem financ eira . 7ª edição. São Paulo:

Atlas, 1998.

MATARAZZO, D C. Análise financeira de balanços – abordagem básica e

gerencial . 6ª edição. São Paulo: Atlas, 2007.

MARION, J C. Análise das demonstrações contábeis – contabilidade

empresarial. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2002.

PEREZ JR., J H e BEGALLI, G A. Elaboração das Demonstrações Contábeis .

2º edição. São Paulo: Atlas, 1999.

SALOMON, D V. Como fazer uma monografia . 9ª edição. São Paulo: Martins

Fontes, 1999.

Page 81: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

79

SANTI FILHO, A. e OLINQUEVITCH, J L. Análise de balanços para controle

gerencial – enfoque sobre o fluxo de caixa e previs ão de rentabilidade . 3ª

edição. São Paulo: Atlas, 1993.

Documentos Eletrônicos:

BRASIL. Lei n.º 6.404/76. Disponível em <http://www.planalto.gov.br>. Acesso

em: 01 de abril de 2008.

BRASIL. Lei n.º 11.638/07. Disponível em <http://www.planalto.gov.br>. Acesso

em: 15 de maio de 2008.

Toniollo, Busnello S/A. Disponível em <http://tbsa.com.br>. Porto Alegre, Brasil.

Acessado em: 15 de junho de 2008.

Revista Exame. Melhores e maiores. Disponível em

<http://portalexame.abril.com.br/servicos/melhoresemaiores/>. São Paulo, Brasil.

Acessado em: 31 de maio de 2008.

Page 82: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS …siaibib01.univali.br/pdf/Antony Espindola da Silva.pdf · permite chegar-se a conclusões fidedignas sobre a real situação

ANEXO 1

Relação de empresas analisadas no exercício de 2005:

Empresas / Índices PC/CT AP/PL AP/PL+ELP LG LC V/AT LL/V LL/PL Belcar Veículos S/A 10,0 50,4 3,3 1,8 1,9 2,9 3,0 18,2 Borlem Veículos S/A 9,2 81,6 57,2 0,9 2,6 2,0 2,3 31,5

Brasilwagen Com. Veíc. S/A 22,1 67,8 27,7 1,8 1,3 4,1 0,7 12,0 Cuiabá Diesel S/A 53,6 31,4 14,7 2,4 4,4 2,3 2,2 8,4

Delga Com. Veículos Ltda. 37,6 65,1 38,8 0,9 2,1 4,3 2,1 17,7 DVA – Veículos S/A 99,59 58,79 58,71 2,32 2,26 0,28 54,55 19,90

Gevisa S/A 42,4 55,5 12,2 1,7 2,1 1,7 10,1 22,0 Green Automóveis Ltda. 33,2 51,0 20,6 1,2 1,8 1,6 8,6 31,9

Itadisa Com. Veículos Ltda. 26,5 66,0 25,1 2,5 3,0 1,9 12,7 33,3 Ituvel Veículos Ltda. 25,8 62,1 27,0 2,7 3,1 2,8 2,4 16,7

Master Veículos Ltda. 27,7 77,9 31,2 4,1 1,1 7,8 21,2 15,7 Nórdica S/A 20,0 66,6 21,5 1,2 1,4 3,6 0,4 42,1

Orca Veículos S/A 40,4 27,7 11,7 3,6 1,7 7,0 11,2 27,9 Sanape Veículos S/A 20,7 35,6 10,4 1,3 1,7 2,3 7,4 29,2

Servopa S/A 84,0 40,5 6,4 2,3 2,7 7,0 1,3 15,6 Sifco S/A 24,3 64,7 34,1 1,0 1,6 1,5 5,4 46,2

Sinoscar S/A 27,5 50,6 1,2 1,4 1,4 4,5 0,8 8,4 Suécia Veículos S/A 31,7 67,8 22,0 1,8 2,1 6,0 3,7 22,0 Takata Veículos S/A 29,0 80,5 57,5 0,7 1,9 1,6 0,2 10,0

Tenneco Com. Veículos S/A 15,4 85,5 54,4 0,9 2,3 2,8 4,7 99,6 Vale Com. Veículos S/A 53,5 68,9 37,2 1,5 2,5 6,1 15,5 33,8

ANEXO 1 – RELAÇÃO DE EMPRESAS ANALISADAS 2005 Fonte: Autor

ANEXO 2

Relação de empresas analisadas no exercício de 2006:

Empresas / Índices PC/CT AP/PL AP/PL+ELP LG LC V/AT LL/V LL/PL Belcar Veículos S/A 19,2 42,1 6,7 1,8 2,1 2,7 3,1 15,2 Borlem Veículos S/A 11,0 71,0 30,0 1,1 1,7 2,4 3,4 27,0

Brasilwagen Com. Veíc. S/A 20,5 76,4 18,7 1,1 1,4 5,7 0,2 5,5 Cuiabá Diesel S/A 20,9 24,3 3,6 3,0 3,3 2,1 0,3 2,4

Delga Com. Veículos Ltda. 42,3 69,6 26,0 1,0 1,5 3,4 4,1 33,4 DVA – Veículos S/A 95,25 50,78 50,23 3,16 3,31 0,24 32,92 9,69

Gevisa S/A 37,3 44,9 8,4 1,9 1,8 1,1 8,1 17,9 Green Automóveis Ltda. 47,1 40,9 19,0 1,4 2,4 1,4 8,1 23,5

Itadisa Com. Veículos Ltda. 26,5 66,0 25,1 2,5 3,0 1,9 12,7 33,3 Ituvel Veículos Ltda. 23,7 57,8 33,3 1,8 2,7 3,1 13,0 22,5

Master Veículos Ltda. 26,0 57,0 37,5 2,3 2,1 6,5 23,5 18,2 Nórdica S/A 22,7 75,1 40,3 1,0 1,5 4,7 0,9 14,3

Orca Veículos S/A 51,0 21,4 0,4 4,1 3,2 6,6 8,7 15,7 Sanape Veículos S/A 22,6 34,4 16,6 1,3 2,3 1,8 9,0 27,6

Servopa S/A 104,1 54,7 13,1 1,7 2,2 6,1 1,8 20,0 Sifco S/A 32,4 58,6 33,1 0,7 0,6 1,0 0,1 10,9

Sinoscar S/A 17,6 43,9 0,1 1,6 1,5 5,3 1,2 11,6 Suécia Veículos S/A 27,2 55,0 4,6 1,6 1,6 5,5 1,4 17,2 Takata Veículos S/A 11,6 85,6 63,5 0,7 2,1 1,6 1,6 25,8

Tenneco Com. Veículos S/A 25,3 74,8 47,4 1,0 2,6 2,4 4,2 47,6 Vale Com. Veículos S/A 47,5 66,5 32,5 1,8 3,1 6,7 15,4 32,9

ANEXO 2 – RELAÇÃO DE EMPRESAS ANALISADAS 2006 Fonte: Autor