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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EGÉRIA HÖELLER BORGES CONCEPÇÃO DA VESTIMENTA PROFISSIONAL COM ÊNFASE NA ESTÉTICA E ERGONOMIA VISANDO MELHORAR O DESEMPENHO E A IMAGEM DE UM HOTEL RESORT Balneário Camboriú 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

EGÉRIA HÖELLER BORGES

CONCEPÇÃO DA VESTIMENTA PROFISSIONAL COM ÊNFASE NA ESTÉTICA E ERGONOMIA VISANDO MELHORAR O DESEMPENHO E A IMAGEM DE UM

HOTEL RESORT

Balneário Camboriú

2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

EGÉRIA HÖELLER BORGES

CONCEPÇÃO DA VESTIMENTA PROFISSIONAL COM ÊNFASE NA ESTÉTICA E ERGONOMIA VISANDO MELHORAR O DESEMPENHO E A IMAGEM DE UM

HOTEL RESORT

Trabalho de Dissertação apresentado à Universidade do Vale do Itajaí, como instrumento de avaliação em fase de defesa do programa de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria. Orientadora: Doris van de Meene Ruschmann

Balneário Camboriú

2007

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RESUMO

A vestimenta profissional na hotelaria é um tema que diz respeito aos atributos

incutidos no processo de design, mais especificamente do design de moda. Sendo

direcionados para proporcionar visibilidade e produtividade no setor hoteleiro através

da ergonomia, estética e funcionalidade. Este estudo busca analisar a interferência

que o design com seus atributos exerce no ambiente profissional hoteleiro, através

de dois fenômenos contemporâneos: O Turismo e a Moda. Estudando conceitos de

turismo e hotelaria, hospitalidade, design e moda, recursos humanos e marketing,

busca-se chegar no levantamento dos fatores de intervenção e modificação

comportamental que maximizam ou minimizam a eficácia das atividades

operacionais e representativas do setor hoteleiro. Partindo do ponto em que a

harmonia destes contribui para manter e solidificar a boa imagem do hotel e

proporciona um bom nível de satisfação dos colaboradores. Buscamos esta linha de

pesquisa com o intuito de abordar problemas que possam despertar mais estudos

nesta área. Com os resultados obtidos na pesquisa buscou-se categorizar os cargos

dentro de parâmetros ergonômicos e estéticos para então sugerir trajes

adequadamente ambientados com o estudo de caso em questão o hotel Ponta dos

Ganchos Exclusive Resort.

Palavras-chave: Turismo-Hotelaria, Design-Moda, Vestimentas Profissionais.

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ABSTRACT

Professional clothing in hotel management is a theme which relates to the attributes

instilled in the design process, more specifically, fashion design. It focuses on

providing visibility and productivity to the hotel sector, through ergonomics, aesthetics

and functionality. This study seeks to analyze the influence of design and its

attributes, on the professional hotel environment, through two contemporary

phenomena: Tourism and Fashion. Studying concepts of tourism and hotel

management, hospitality, design and fashion, human resources and marketing, the

study seeks to investigate the factors of intervention and behavioral change which

maximize or minimize the effectiveness of the operational and representative

activities of the hotel sector. Based on the point where the harmony of these aspects

helps to maintain and strengthen the good image of the hotel and provides a good

level of satisfaction to the employees, we investigated this line of research in order to

address problems that can stimulate further studies in this area. With the results

obtained in the study, we sought to categorize the jobs within ergonomic and

aesthetic parameters, in order to suggest clothing that would be appropriate for the

case study in question - the hotel Ponta dos Ganchos Exclusive Resort.

Key words: Tourism-Hotel Management. Fashion Design, Professional Clothing.

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Dedico este trabalho a minha filha que

ainda hospedo em meu ventre, ela já

faz parte de mim e acompanhou as

agonias dos passos finais da

realização desta pesquisa.

Dedico também ao meu querido e

amado pai Rogério, que infelizmente

não pode estar junto de mim para

partilhar nosso sonho, porque o

Senhor nosso Deus precisou dele

antes, ao seu lado, mas estou certa de

que ele nunca deixou de olhar por

mim.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me dar força e discernimento para

prosseguir;

À minha querida mãe Olga, que é a maior incentivadora e torcedora dos

feitos de suas filhas;

Às minhas irmãs Vanda e Jândrea, muito mais que irmãs, amigas,

companheiras de uma vida de duras batalhas e graças à Deus muitas vitórias;

Ao meu marido Marcos, pelo amor incondicional, o qual ao entrar em minha

vida já teve como rival meus estudos, mas mesmo assim me apóia e me ajuda em

tudo que faço.

Aos demais familiares que seguiram demonstrando força e compreensão,

em especial à minha cunhada Eliza e prima Márcia pelas suas maravilhosas

contribuições artísticas;

À minha orientadora Dóris, que nos seus ensinamentos com palavras breves

e certeiras não me deixou tropeçar;

A todos os mestres, que se tornaram amigos nessa caminhada rumo ao

conhecimento, em especial à professora Beatriz e ao professor Manuel, que desde o

início acreditaram no sucesso dessa pesquisa;

À todos os amigos e amigas que estiveram ao meu lado nessa trajetória e

que de alguma forma me ajudaram a vencer mais essa etapa em minha vida, em

especial a Elisiane e a Alessandra, que foram peças-chave para o desfecho desse

capítulo chamado: Mestrado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Quadro teórico ....................................................................................... 19

Figura 02: O Sistema Econômico e Turismo .......................................................... 22

Figura 03: Hotelaria – Subsistema do Turismo ....................................................... 23

Figura 04: Organograma de um hotel ..................................................................... 29

Figura 05: Quadro demonstrando a distribuição de cargos na hotelaria ................ 30

Figura 06: Análise Ambiental .................................................................................. 34

Figura 07: Ciclo de vida do produto hoteleiro ......................................................... 34

Figura 08: Criação da Estilista Tânia Maria Batissaco para hotel de São Paulo .... 42

Figura 09: Movimentos articulares da anatomia humana..................... ................... 53

Figura 10: Traje de executiva e/ou Profissional Liberal .......................................... 60

Figura 11: Trajes Operacionais para Hotelaria ....................................................... 61

Figura 12: Uniformes Hotel Unique ........................................................................ 63

Figura 13: Uniformes da Companhia Aérea Gol ..................................................... 65

Figura 14: Uniforme da Companhia Aérea Varig .................................................... 66

Figura 15: Uniformes da Companhia Aérea British Airways ................................... 66

Figura 16: Exemplo de formulário preenchido utilizado como instrumento de coleta

de dados, aplicado durante a pesquisa in loco com o cargo de camareira ............. 75

Figura 17: Recepção do resort ............................................................................... 76

Figura 18: Vista parcial das ilhas ............................................................................ 77

Figura 19: Administrativo Feminino ........................................................................ 79

Figura 20: Camareira e Faxineira ........................................................................... 80

Figura 21: Garçonete ............................................................................................. 81

Figura 22: Administrativo Masculino ....................................................................... 82

Figura 23: Garçom e Serviços Gerais .................................................................... 83

Figura 24: Trajes femininos de inverno idealizados para os cargos de Gerente

Administrativo e Comercial, Guest Relations, Operadoras do Financeiro, Reservas,

Pós-Venda e Governanta ...................................................................................... 105

Figura 25: Traje feminino de verão idealizado para os cargos de Gerente

Administrativo e Comercial, Guest Relations, Operadoras do Financeiro, Reservas,

Pós-Venda e Governanta ...................................................................................... 106

Figura 26: Trajes femininos de inverno idealizados para o cargo de Recepcionista

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............................................................................................................................... 108

Figura 27: Traje feminino de verão idealizado para o cargo de Recepcionista .... 109

Figura 28: Pontos de pressão exercidos pelo pé em estudos biomecânicos com

salto de 2 cm ......................................................................................................... 110

Figura 29: Pontos de pressão exercidos pelo pé em estudos biomecânicos com

salto de 4 cm ......................................................................................................... 110

Figura 30: Pontos de pressão exercidos pelo pé em estudos biomecânicos com

salto de 10 cm........................................................................................................ 111

Figura 31: Trajes femininos de inverno idealizados para o cargo de Garçonete .. 112

Figura 32: Trajes femininos de verão idealizados para o cargo de Garçonete ..... 113

Figura 33: Trajes femininos de inverno idealizados para os cargos de Camareira,

Faxineira, Lavadeira, Passadeira e Roupeira ........................................................ 115

Figura 34: Trajes femininos de verão idealizados para os cargos de Camareira,

Faxineira, Lavadeira, Passadeira e Roupeira ........................................................ 116

Figura 35: Peças adicionais idealizadas para os cargos femininos ...................... 118

Figura 36: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de Gerente de

Hospedagem e Gerente de A & B ......................................................................... 121

Figura 37: Traje masculino de verão idealizado para os cargos de Gerente de

Hospedagem e Gerente de A & B ......................................................................... 122

Figura 38: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de

Recepcionista e Mensageiro ................................................................................. 124

Figura 39: Trajes masculinos de verão idealizados para os cargos de Recepcionista

e Mensageiro ......................................................................................................... 125

Figura 40: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de Maitre,

Garçom, Marinheiro e Barman .............................................................................. 127

Figura 41: Trajes masculinos de verão idealizados para os cargos de Maitre,

Garçom, Marinheiro e Barman .............................................................................. 128

Figura 42: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de Auxiliar de

Serviços Gerais, Almoxarife, Porteiro, Marceneiro ................................................ 131

Figura 43: Traje masculino de verão idealizado para os cargos de Auxiliar de

Serviços Gerais, Almoxarife, Porteiro, Marceneiro ................................................ 132

Figura 44: Peças adicionais idealizadas para os cargos masculinos ................... 134

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

2 METDOLOGIA UTILIZADA NO ESTUDO ........................................................... 14

3 O TURISMO E OS MEIOS DE HOSPEDAGEM .................................................. 18

3.1 A atividade turística ........................................................................................... 20

3.2 O Sistema Turístico (SisTur) ............................................................................. 21

3.3 O elemento humano na hospitalidade ............................................................... 25

3.4 O papel do setor de recursos humanos na administração hoteleira .................. 27

3.5 Noções básicas de marketing no setor hoteleiro ............................................... 33

3.6 O conceito de filosofia corporativa voltado para hotelaria ................................. 35

4 O DESIGN DE MODA E A VESTIMENTA PROFISSIONAL ............................... 37 4.1 As bases conceituais do Design ........................................................................ 37

4.2 Design de vestuário ........................................................................................... 39

4.3 Segmentação de mercado no design de vestuário ........................................... 40

4.4 Ergonomia ......................................................................................................... 50

4.5 Estética .............................................................................................................. 57

4.6 O estado da arte ................................................................................................ 60

5 EXPOSIÇÃO DOS DADOS OBTIDOS COM A PESQUISA DE CAMPO

REALIZADA ............................................................................................................ 68

5.1 Checklist – Memorial descritivo ......................................................................... 69

5.2 Observação in loco e registro fotográfico .......................................................... 75

6 ANÁLISE DA VESTIMENTA PROFISSIONAL DO RESORT PONTA DOS

GANCHOS ............................................................................................................. 84

6.1 Síntese e análise da função técnica .................................................................. 84

6.2 Síntese e análise da função ergonômica ........................................................... 86

6.3 Síntese e análise da função estética ................................................................. 88

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6.4 Síntese e análise da função de marketing ........................................................ 89

7 CADERNO INFORMATIVO E SUGESTÕES PARA CATEGORIZAÇÃO DE

NOVOS TRAJES PROFISSIONAIS DO PONTA DOS GANCHOS EXCLUSIVE

RESORT ................................................................................................................. 91

7.1 Cargos do hotel Ponta dos Ganchos Exclusive Resort ..................................... 92

7.2 Descrição dos cargos ........................................................................................ 93

7.3 Considerações gerais ...................................................................................... 104

7.4 Categorização e Descrição dos Trajes ............................................................ 104

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 136

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 140

APÊNDICES ......................................................................................................... 144

ANEXOS ............................................................................................................... 171

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente o homem da sociedade contemporânea não mantém por muito

tempo um perfil de comportamento, estando em constante evolução, o que leva a

uma busca contínua de realizações nas diversas áreas que permeiam a vida do ser

humano. Esta evolução também está relacionada com inserção cada vez mais cedo

a temáticas antes ignoradas, pela alta tecnologia aplicada à vida cotidiana e a mídia

crítica e agressiva, que chega a todos os níveis sociais, tornando mais acelerado

este processo de evolução e determinando o perfil de homem mais crítico e

exigente. (CALDAS, 2004)

Estas exigências também estão associadas à curiosidade de descobrir o

novo, o diferenciado e o inusitado, enfatizando duas áreas do conhecimento: o

Turismo e o Design. O primeiro porque viagens exercem fascínio e emoção aos

turistas ao conhecerem outras pessoas com seus hábitos e costumes e outros

países com sua fauna e sua flora; o Design por possibilitar as pessoas terem acesso

a produtos para suas casas, ambientes de trabalho, lazer, cultura ou para si

mesmos, que os diferencie dos demais indivíduos e ainda venham agregados de

valores como, estética e funcionalidade. No caso aqui mencionado o design de

moda, mais especificamente o design de vestuário (GOELDNER, 2002).

Dentre as diversas abordagens interdisciplinares que abrangem o turismo,

este tende a ser uma atividade que acarreta impactos à sociedade, sendo assim,

estudado sob o ponto de vista sociológico. Os empresários do trade turístico buscam

atender as necessidades de um consumidor atuante no mundo globalizado,

inserindo neste o processo de design em ambientes de turismo e lazer, como bares,

restaurantes, parques, companhias aéreas, hotéis, etc. (GOELDNER, 2002).

Se observarmos o sistema turístico como um todo, percebemos que este

está subdividido em demais sistemas. A hotelaria é um subsistema do turismo que

interage com outros subsistemas, influenciando e sendo influenciada pelo

desempenho do todo. Esse conjunto maior de subsistemas é parte integrante de

outros sistemas, inclusos em um meio ambiente em constante mutação, constituído

por condicionantes de ordem social, política, cultural, tecnológica, ambiental e

econômica (PETROCCHI, 2002).

Empresários brasileiros do ramo hoteleiro já perceberam a importância da

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uniformização de seu pessoal e as vantagens que ela proporciona. Esta medida

pode aumentar em grande número a segurança, conforto, auto-estima e boa

impressão ao público em relação à imagem da empresa.

Em qualquer produto a estética da embalagem interfere no processo de

decisão do consumidor. O hoteleiro deve ter o cuidado de não “enfeitar” em demasia

o “invólucro” do seu produto, devendo fazê-lo na justa medida. Para Castelli (1994),

a imagem que o hotel possui em termos de serviços e ambiente; material publicitário

e aparência física do hotel como um todo, fazem parte da embalagem do produto

hoteleiro.

Os trajes profissionais são de grande importância para a hotelaria, pois estão

inseridos na aparência física interna do hotel:

Se, ao entrar no hotel, o cliente, após ter visto externamente um hotel atraente, encontrar móveis, decoração, carpetes e uniformes em mau estado, dar-se-á conta de que está sendo enganado, de que não existe correspondência entre o visual externo e o visual interno (CASTELLI, 1994, p. 54).

A roupa profissional não está mais associada ao antiquado, feio e

desconfortável, sendo possível encontrar com facilidade uniformes adequados que

compõe positivamente a imagem da empresa. Vários fatores devem ser levados em

consideração nesta composição como, por exemplo: o uniforme se relacionar com o

cargo ocupado pelo usuário, a localização geográfica do empreendimento hoteleiro e

o conceito que o mesmo quer passar aos seus hóspedes. Outros fatores como

clima, infra-estrutura e tamanho da empresa, também podem ser considerados no

momento da implantação.

Alguns hotéis já chegaram a adotar um mesmo traje por vinte anos, hoje

mudam duas vezes por ano, motivados pela grande oferta disponibilizada pelo

mercado, porém, faz-se necessária saber usá-la. As indústrias têxteis, para atender

esta demanda, contam com os serviços de consultores de moda, locais de venda

específicos dos produtos relacionados ao setor e organização de eventos focados

em trajes profissionais, o chamado mercado “workwear” (MORAES, 2002).

Com relação à concepção destas vestimentas, especificamente na parte que

compreende a ergonomia, a modelagem se mostra como um instrumento

fundamental, pois aborda técnicas pelas quais se possibilita a construção de peças

que representam sensações e formas. Estes elementos associados à pesquisa de

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cores, texturas e tendências mercadológicas, geram características que trazem

modernidade aos trajes de uniformes se devidamente combinados com os

ambientes em que serão inseridos.

Considerando os pressupostos relacionados, foi desenvolvido este estudo

que tem por objetivo principal analisar a interferência que o design (vestuário), com

seus atributos, exerce no ambiente profissional hoteleiro. Quando se fala em

planejamento, ou seja, a gestão de um processo, existem fatores que contribuem

favorável ou desfavoravelmente com o curso e resultados obtidos. Por esse motivo,

no intuito de aprofundar os estudos em pontos-chaves desse processo, a pesquisa

que segue pretendeu:

• Observar a interferência da vestimenta profissional na produtividade e

desempenho operacional;

• Visualizar a relação de sua eficácia com a imagem corporativa do

empreendimento hoteleiro e;

• Propor diretrizes básicas para o planejamento, implantação e padronização do

vestuário no ambiente hoteleiro.

Frente ao questionamento que se refere a uma conexão funcional de eficácia

da vestimenta profissional no trabalho para o colaborador, bem como sua

contribuição para a boa imagem nos empreendimentos hoteleiros, desperta-se um

novo olhar mais crítico e pontual sob este processo.

Assim, constitui-se no problema desta pesquisa identificar os parâmetros a

serem seguidos para projetar trajes que se encaixem no perfil adequado ao cargo

ocupado, interagindo plenamente com o ambiente em que este estará atuando e

trazendo satisfação e bem-estar ao seu usuário. Quando nos referimos ao

“ambiente”, não se faz menção somente ao tripé usuário – traje - ocupação, mas sim

todo o contexto que deve ser analisado num traje profissional como continuidade do

conceito que a empresa em si quer passar aos seus clientes e colaboradores, ou

seja, sua Identidade Corporativa.

Com o crescimento da exigência desse novo mercado consumidor, as

empresas têxteis procuram acompanhar as tendências apresentadas,

desenvolvendo estudos e lançando produtos para serem usados na área da

hotelaria e restaurantes, como Cedro Cachoeira, Santista, Santanense e Santana

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Têxtil que, preocupados com o setor, lançam linhas exclusivas de tecidos especiais

que impedem a proliferação de odores, não amassam, não absorvem substâncias

graxas e tem uma secagem rápida (MORAES, 2002).

O mercado dos tecidos inteligentes e tecnológicos oferece fibras

antialérgicas, antibactericida, antibacteriostática, com propriedades curativas,

hidratantes, proteção solar, entre muitas outras e, cada nicho de confecção, se

utiliza daquela que atende às suas necessidades. A indicação atualmente para a

rede hoteleira são misturas de fibras sintéticas com algodão que reúnem

características direcionadas a aparência, conforto, aspectos higiênicos, resistência e

economia. (MEZZOMO, 2000).

Diante do aprimoramento tecnológico ao qual a indústria têxtil vem

adequando-se, esta pesquisa visa relacionar a gestão de pessoas nos meios de

hospedagem e as vestimentas profissionais, frente a uma mudança de

comportamento operacional, inserindo o design como ferramenta indispensável para

o seu planejamento, galgado por três elementos principais: inovação, funcionalidade

e manufaturabilidade.

O design no vestuário busca proporcionar ao seu usuário bem-estar,

conforto e inclusão social, através de atributos como: forma, solução e beleza,

porém, no decorrer deste estudo e respeitando os objetivos a que se propõe, foi

analisada com profundidade a importância do processo do design nos uniformes da

rede hoteleira (SANTOS, 2000).

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2 METDOLOGIA UTILIZADA NO ESTUDO

Tendo como base os preceitos teóricos referenciados, voltados às áreas da

hotelaria e do design, foram elencadas conceituações e instrumentos metodológicos,

que nortearam a coleta dos dados e o desenvolvimento das análises, pertinentes a

obtenção de respostas correspondentes a finalidade de pesquisa idealizada, sua

aplicabilidade na resolução de problemas específicos (GIL, 1991).

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema e pelo seu cunho de

análise indutivo, trata-se de uma pesquisa qualitativa onde os dados serão coletados

no ambiente natural e o pesquisador é o instrumento-chave da pesquisa. A

interpretação dos fenômenos, e atribuição de significados são básicos no processo

de pesquisa qualitativa, não necessariamente requerendo o uso de métodos e

técnicas estatísticas (GIL, 1991).

Pretendendo-se corresponder aos objetivos propostos da maneira mais

eficaz possível, buscou-se proceder através do método de investigação exploratória

de dados, relacionada com a importância dispensada ao planejamento e inserção de

uniformes em empreendimentos hoteleiros, especificamente um resort.

Como observa Dencker (2001) o estudo exploratório aumenta a familiaridade

do pesquisador com o fenômeno ou ambiente que pretende investigar, servindo de

base para esclarecer ou modificar conceitos. A escolha da pesquisa exploratória

deve-se ao fato de possuir uma natureza introdutória. E no intuito de aumentar o

conhecimento sobre o tema em questão, e assim fundamentar o entendimento

empírico do pesquisador.

Por englobar preceitos metodológicos relevantes, o estudo proposto possui,

igualmente, um caráter explicativo que o enquadra no tipo de pesquisa descritiva,

que possibilita a posterior compilação, classificação e interpretação dos fenômenos

observados (RUDIO, 1997).

Cabe neste ponto lembrar que os pesquisadores assumem os objetivos

definidos e orientam a investigação em função dos meios disponíveis, que servem

de guia e justificativa para os procedimentos assumidos na pesquisa.

Quanto aos procedimentos técnicos, outros métodos auxiliares serão

utilizados, como as pesquisas orais, bibliográficas, documentais e de observação. O

procedimento chamado Levantamento também será utilizado, pois, segundo Gil

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(1991, p. 56), “[...] a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo

comportamento se deseja conhecer”.

Em se tratando de metodologia de design, o bom resultado de um projeto

depende da capacidade técnica e criativa de quem desenvolve. Métodos e técnicas

podem, contudo, auxiliar na organização de tarefas, tornando-as mais claras e

precisas, oferecendo suporte lógico ao desenvolvimento do mesmo (BOMFIM,

1995).

Após sua fabricação, um produto passa por diversas análises e testes de

adequação e percepção do usuário para chegar nas mãos do consumidor. Tendo

como ponto de partida os princípios básicos do design (funcionalidade,

manufaturabilidade e estética), é possível desenvolver uma análise tendo por meio

de tais referenciais (SANTOS, 2000).

A obtenção da excelência na hotelaria por um empreendimento interliga-se à

níveis de harmonia com a satisfação de seus colaboradores, pois estes possibilitarão

a satisfação dos clientes posteriormente. Para averiguar o grau de eficiência dos

trajes de uniforme, conduzimos agora a uma análise do detalhamento técnico,

operacional, estético e sustentável dos mesmos, utilizando os métodos aplicados no

design (SANTOS, 2000).

Na alternativa de se alcançar o pretenso objetivo, visualiza-se tratar essas

questões por meio de um estudo de caso, realizado em uma única empresa

hoteleira. Mais precisamente em um resort de praia do litoral do estado de Santa

Catarina. A escolha por este segmento se deu pela sua abrangência de serviços

oferecidos ao cliente e paralelamente por possuírem em sua maioria quadros

enxutos, organizados e bem distribuídos.

O estudo de caso permanece sendo um dos mais desafiadores meios para

fins de estudos das ciências sociais. A escolha de questões do tipo “como” e “por

que”, levam o pesquisador a ter controle sobre os acontecimentos, focando-se em

fenômenos contemporâneos inseridos num contexto da vida real (YIN, 2003).

No intuito de estudar a vestimenta profissional de um resort sob o enfoque

da ergonomia, da estética e da usabilidade frente às necessidades da sua imagem

corporativa de um empreendimento hoteleiro, implica em conhecer mais a fundo sua

infra-estrutura; composição física e administrativa; cargos e funções; colaboradores

e a percepção do ambiente em que trabalham. Para possibilitar a relação entre a

eficácia do bom funcionamento do hotel com a imagem corporativa apresentada ao

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mercado consumidor, na maioria dos casos, o público-alvo atingido pelos resorts tem

características bem específicas.

Este objeto de estudo (resort) foi escolhido, pois, em levantamento anterior,

foram feitas visitas a outros resorts, localizados tanto no litoral quanto na serra

catarinenses, vindo-se a constatar que, apesar de lugares diferentes, todos

apresentavam necessidades similares, condizentes com suas realidades vivenciadas

no dia-a-dia. Assim, a autora, em comum acordo com sua orientadora, focou o

estudo em apenas um desses resorts, configurando-o como estudo de caso. A

escolha do Ponta dos Ganchos Exclusive Resort não se deu aleatoriamente, mas

baseada na excelência do seu padrão de hospedagem, voltado a uma demanda

exigente, categoria e localização pois, se ele atende a esse público de forma

satisfatória, atende também os demais.

Por tais características, este estudo mostra funções explanatórias, e não

apenas descritivas ou exploratórias de estudo de caso. No entanto, o que se pode

absorver dos resultados da pesquisa, será a padronização de procedimentos e sua

implantação, propiciada pelo planejamento de vestimentas profissionais abrangendo

qualquer empreendimento hoteleiro, independente do porte, do local que se situa ou

de quantos colaboradores possui. Isso demonstra que o estudo de caso pode ser a

base para explanações e generalizações significativas no ramo da hotelaria, em se

tratando de imagem corporativa e otimização operacional da produtividade (YIN,

2003).

Para desenvolver essa pesquisa, buscou-se uma classificação que se

aplicasse aos meios de hospedagem brasileiros, optando-se pelo Guia Quatro

Rodas do Brasil (Campos, 2006), que define como resort e/ou hotéis de lazer

aqueles que possuem o máximo de conforto, localizados em lugares agradáveis e

junto à natureza (o sistema da EMBRATUR não é utilizado na maioria dos hotéis

brasileiros). Por se enquadrar em tal classificação, o objeto de estudo escolhido para

a pesquisa foi o Ponta dos Ganchos Resort, localizado na área central do litoral de

Santa Catarina, na cidade de Governador Celso Ramos.

O procedimento de coleta de dados foi idealizado tendo como ponto central

um diagrama esquemático, baseado em instrumento similar aplicado à área do

design, porém com várias adequações, contido num formato de tabela, onde na

coluna da direita foram listados os aspectos a serem analisados e, nas colunas da

esquerda, os níveis de satisfação que este aspecto deveria alcançar, através de

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17

uma escala semântica de análise de dados. Como mostra o modelo no apêndice A,

o contato com cada colaborador foi especificamente importante para o processo,

pois atuam em setores deferentes com funções e logo com uniformes diferentes,

fazendo-se necessário complementar os dados com algumas questões orais

conforme mostra o roteiro em apêndice B. Outro instrumento aplicado foi a

observação, onde os usuários, inseridos dentro do ambiente de trabalho em seus

postos ocupacionais, foram sutilmente observados, onde suas ações e reações

foram registradas por escrito para análise e enriquecimento dos dados coletados

através do diagrama. Para permitir que todos esses dados fossem coletados, um

dos responsáveis gerais do resort preencheu um termo de consentimento livre e

esclarecido da pesquisa (Apêndice C).

Visando uma melhor compreensão do tema em questão, foi formulado um

checklist - Memorial Descritivo, contido no decorrer deste trabalho, que direcionou a

observação da vestimenta profissional na hotelaria, sob os aspectos do

detalhamento técnico presente na metodologia. Dentre os diversos pontos que

podem ser analisados na projeção de uma roupa profissional para hotelaria, seguem

os aspectos considerados mais importantes para obtenção dos melhores resultados

para a pesquisa em questão, tomando por base os setores e cargos contidos no

empreendimento inserido na amostra estabelecida.

Perante todo o delineamento dado à pesquisa, expresso nos argumentos

descritos anteriormente, este estudo estará estruturado da seguinte forma.

Inicialmente, serão discutidos os referenciais teóricos utilizados como suporte

científico, divididos em duas fases: a primeira refletindo sobre conceitos–chave da

área da hotelaria, sobretudo suas implicações administrativas no setor de recursos

humanos; e a segunda fase a composição de elementos técnicos e conceituais do

design, da moda e do desenvolvimento de vestimentas profissionais.

Em seqüência, serão descritos e analisados os dados coletados fruto da

metodologia de pesquisa adotada, contendo, posteriormente, a proposta de um guia

para a formulação e execução de vestimentas profissionais que se enquadrem nas

necessidades o setor hoteleiro apresenta em relação aos cargos e funções que

possuem.

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3 O TURISMO E OS MEIOS DE HOSPEDAGEM

O quadro teórico idealizado para este estudo e pesquisa, como demonstra a

figura 01, tem a intenção de estabelecer de maneira panorâmica os conceitos e

autores que norteiam a condução dos trabalhos. Em capítulos que seguem no

discorrer da empiria, são discutidos temas para fundamentar os estudos teóricos dos

assuntos que dão base à pesquisa, hotelaria e design & moda.

Dentro do capítulo hotelaria buscou-se, através da conceituação localizar a

hotelaria dentro do sistema turístico, para então estabelecer estudos sobre a

administração hoteleira em alguns aspectos: Recursos Humanos, Organização e

Métodos e Filosofia Corporativa. Sendo o foco a vestimenta profissional, necessitou

buscar áreas que de alguma maneira tem relação com a inserção deste meio de

comunicação visual tão importante dentro do estabelecimento hoteleiro.

Na seqüência o capítulo design & moda necessita desdobrar o sistema de

moda para chegar no segmento de mercado em questão, a vestimenta profissional.

Após fundamentar conceitos e coletar dados em campo, utiliza-se os atributos do

design para analisar as questões pertinentes aos objetivos de pesquisa, que

possuem por fatores determinantes a ergonomia e a estética fomentando a

excelência na produtividade operacional e na imagem corporativa do hotel.

Deste modo, estará sendo abordado os temas propostos, turismo e design &

moda em duas fases, ligadas à luz de um referencial teórico.

Em um primeiro momento, denominado 1ª fase irá referenciar-se o turismo,

através das citações da OMT – Organização Mundial do Turismo (1999) e Goeldner

(2002) intrinsecamente relacionada ao sistema turístico abordado por Petrocchi

(2002) e Barretto (2001), os quais abarcam a hotelaria como um segmento, que

neste trabalho exerce papel primordial, então tratada através de Castelli (1994 e

2001) e Marques (2003). Já como suporte de apoio à esta segmentação, Walker

(2002). Araújo (1994) e Marques (2003) servirão como base para delinear tópicos de

Recursos Humanos e Organização & Métodos, uma vez que, marketing será

discutido via Kotler (2003) que interligara os temas e sub-temas já apontados

anteriormente, sob a teoria da filosofia corporativa, revista por Walker (2002).

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Figura 01: Quadro teórico

Fonte: Elaborado pela autora

Esta abordagem teórica norteará uma melhor compreensão científica sobre

cargos e funções atuantes no ramo da hotelaria, para então discutir à 2ª fase do

trabalho que levará ao entendimento da importância do desenvolvimento das

vestimentas profissionais.

Estes referenciais teóricos, aliados a um estudo de caso auxiliarão para a

construção das fases, que embora distintas estejam inter-relacionadas no processo

de discussão, resultando em uma proposta de vestimentas profissionais que neste

caso específico beneficiará o ramo hoteleiro e conseqüentemente o fenômeno

turístico.

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3.1 A atividade turística

As bases desse estudo estão centradas no turismo e na multidisciplinaridade

na qual se apresenta, em face desta premissa o turismo hoje é tido como o maior

setor do mundo, com um crescimento dinâmico de novas atividades, destinações,

tecnologias e mercados (GOELDNER et al, 2002).

O turismo pode ser definido como a soma de fenômenos e relações

originados da intenção de turistas, empresas, governos locais e comunidades

anfitriãs, no processo de atrair e receber turistas e outros visitantes (GOELDNER et

al, 2002).

De acordo com a Organização Mundial do Turismo, a definição oficialmente

aceita é:

O turismo compreende atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e permanência em lugares diferentes de seu ambiente de residência, por um período de tempo consecutivo ou inferior a um ano com finalidade de lazer, negócios ou outros propósitos OMT (1999, p. 09).

Este conceito vai além de simplesmente “sair de férias”, busca conceituar a

atividade turística que se apresenta como um complexo resultado de inter-relações

entre diferentes fatores, denominado: demanda, oferta, espaço geográfico e

operações de mercado, isto é, o sistema turístico, tendo por função principal facilitar

as inter-relações entre o turista e o mercado operador de turismo (OMT, 1999).

Haja vista, a importância econômica do turismo para o mundo, é necessária

cautela para lidar com o crescimento que visa alcançar a sustentabilidade da

atividade turística. De acordo com dados do World Travel and Tourism Council

(WTTC, 1998) que vem medindo o impacto econômico do turismo desde 1991, as

estimativas mundiais mais recentes projetaram para 1998, geração de US$ 3,6

trilhões em atividades econômicas no setor turístico global e 231 milhões de

empregos (diretos e indiretos). O setor deve crescer até atingir uma atividade

econômica de US$ 8 trilhões e de 328 milhões de empregos (diretos e indiretos) no

ano de 2010 (GOELDNER, 2002).

Os números mostram que o turismo cresceu, sendo uma atividade mundial,

para vários países, o turismo é o maior produto no mercado internacional, estando

entre os três maiores setores, gerando grande força social e econômica no mundo

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(GOELDNER,2002).

O Turismo é um composto de atividades, serviços e setores que proporcionem uma experiência de viagem: estabelecimentos de transporte, hospedagem, alimentação, compras, entretenimento, locais para atividades e outros serviços de hospitalidade disponíveis para indivíduos ou grupos que estejam viajando para longe de onde vivem. Ele engloba todos os prestadores de serviço a visitantes e correlatos. O turismo é a soma de todo o setor mundial de viagens, hotéis, transporte e todos os outros componentes, incluindo promoção, que atende às necessidades e aos desejos dos viajantes. Por fim, turismo é a soma total das despesas turísticas dentro das fronteiras de uma nação ou subdivisão política, ou uma área em torno de uma estrutura de transporte de estados ou nações contíguas. Este conceito econômico leva em consideração a capacidade de multiplicação de renda dessas despesas turísticas (GOELDNER, 2002 p. 23).

Como podemos constatar, várias subdivisões de apoio envolvem o turismo,

uma delas é a hotelaria, que estuda os meios de hospedagem, e de uma certa forma

torna o turismo real, pois a hospedagem caracteriza primordialmente a atividade

turística.

3.2 O Sistema Turístico (SisTur)

Para Marques 2003, a hotelaria é a base de apoio do turismo, sustentando

através de sua estrutura a base fundamental para fomentar o desenvolvimento

turístico. Segundo Barretto 2001, o sistema turístico está intrinsecamente ligado aos

três setores da economia, extraindo assim do primeiro setor os alimentos através da

agricultura, pecuária e extrativismos, no segundo setor que está caracterizado pelas

indústrias de transformação a principal contribuição está na construção civil e no

terceiro e mais expressivo setor da economia para o turismo está a prestação de

serviços.

Como mostra a figura 02, a grande quantidade de serviços turísticos e

hoteleiros que são oferecidos pelo mercado precisam de operadores e atendentes

devidamente qualificados e treinados para atender a demanda, de maneira

excelente.

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Figura 02: O Sistema Econômico e Turismo

Fonte: Adaptado de Barretto, 2001.

Se observarmos o sistema turístico como um todo, percebemos que este

está subdividido em demais sistemas, a hotelaria é um subsistema do turismo, no

entanto interage com as demais partes, assim como é influenciada pelo

desempenho do todo. O sistema turístico em si, como pode ser percebido na figura

3, é parte integrante de outros sistemas maiores, inserido em um meio ambiente em

constante mutação e constituído por condicionantes de ordem social, política,

cultural, tecnológica, ambiental e econômica (PETROCCHI, 2002).

O produto turístico é constituído de três serviços básicos: o transporte, a hospedagem e o atrativo, como lazer ou qualquer outra motivação para viagem. A hotelaria é, então, um dos fatores basilares do turismo (PETROCCHI, 2002 p. 19).

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Figura 03: Hotelaria – Subsistema do Turismo

Fonte: PETROCCHI, 2002, p. 20

Para melhor compreensão da situação da hotelaria dentro do sistema

turístico, buscamos alguns conceitos para embasar este estudo.

A empresa hoteleira para Castelli (2001) caracteriza-se por uma organização

que, mediante pagamento de diárias, oferece alojamento à clientela indiscriminada.

Segundo consta na Home Page do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), é a

pessoa jurídica que explora ou administra meios de hospedagem e que tem em seus

objetivos sociais o exercício de atividade hoteleira.

De acordo com a deliberação normativa nº 433 de 30 de dezembro de 2002

(Anexo A), a diretoria da EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo no uso de

suas atribuições e tendo em vista a competência que foi atribuída pelo inciso X do

artigo 3º da lei nº 8.181, de 28 de março de 1991, resolve que para caracterizar-se

como um meio de hospedagem e de turismo, se precisa satisfazer algumas

condições.

Conforme Art. 1º descrito na Home Page da EMBRATUR:

Os empreendimentos ou estabelecimentos que explorem ou administrem a prestação de serviços de hospedagem em unidades mobiliadas e equipadas (UH) e outros serviços oferecidos aos hóspedes, quais quer que sejam as suas denominações, inclusive os conhecidos como “flat”, apart-hotel e condohotel, estarão sujeitos às normas legais que regem as atividades comerciais ou empresariais, ao cadastramento obrigatório de que trata a Deliberação Normativa nº 416, de 22 de novembro de 2000 e ao Regulamento Geral de Meios de Hospedagem.

Os meios de hospedagem e de turismo, ainda segundo Instituto Brasileiro de

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Turismo, deverão oferecer aos hóspedes, no mínimo, alojamento, para uso

temporário, em Unidades Habitacionais (UH) específicas a esta finalidade; serviços

mínimos necessários aos hóspedes; recepção/portaria para atendimento e controle

permanentes de entrada e saída; guarda de bagagem e objetos de uso pessoal dos

hóspedes, em local apropriado e; conservação, arrumação e limpeza das instalações

e dos equipamentos (CASTELLI, 2001).

O Regulamento dos Meios de Hospedagem da EMBRATUR, define unidade

habitacional (UH), como o espaço que compreende as áreas principais de circulação

comuns do estabelecimento destinado, à utilização pelo hóspede, para bem-estar,

higiene e repouso. Sendo sub-divididas em Apartamentos e Suítes (CASTELLI,

2001).

Diversos são os fatores que compõe as organizações hoteleiras, dentre seus

investimentos estão o capital monetário e o capital humano. Este pode ainda se

subdividir em potencial intelectual e operacional. Observamos a seguir fatores de

importância relevante sobre o capital humano nos empreendimentos hoteleiros.

3.2.1 A Categoria Resort

Segundo o dicionário de língua inglesa Collins Gem, a palavra resort está

relacionada com estância de férias balneária (termas, praia), local freqüentado para

descanso, spa, etc.

Habitantes de cidades maiores se dispunham cada vez mais a passar férias

em lugares que consideravam atraentes e no século XIX, os resorts de luxo foram

desenvolvidos para suprir essa necessidade de viajantes que gostariam de sentir

nas suas férias o prazer de viajar em busca de lugares exóticos (WALKER, 2002).

A maioria dos resorts é baseada nas atrações de lazer na água, tanto as paisagísticas como as disponibilidades de recreação. O hotel tanto pode estar à beira-mar, junto a lagunas ou lagos, como elevado, com vista e acesso fácil para atividades aquáticas (LAWSON, 2003 p 75).

A evolução neste setor da economia é constante, porém desde a década de

70 é sentida uma mudança no conceito que os hotéis querem passar para a

sociedade, refletindo preocupações com o meio ambiente e a necessidade de

atender aos interesses diversificados. A sociedade contemporânea se mostra

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sempre mais exigente em todas as camadas sociais, porém as mais abastadas

trazem um nível alto de bagagem cultural, o que consiste em dinamizar e reciclar os

pacotes ou serviços a serem ofertados (LAWSON, 2003)

É uma tendência global a constante subdivisão dos setores, nos hotéis,

mesmo os de grande porte como os resorts, que buscam especificar serviços e

atender um nicho de mercado restrito, pois ao contrário do que se pensa, a

celeridade da vida contemporânea trás maior fidelização da clientela, mesmo com

vistas a uma concorrência acirrada (LAWSON, 2003)

Um reflexo disso, é a busca pela fidelização do cliente é o fato de alguns

resorts oferecerem propriedades residenciais (condomínio e time sharing, por

exemplo) e opções self-catering somados ao serviço do hotel, ilustrado através do

Plaza Itapema Resort e o Costão do Santinho Resort no litoral de Santa Catarina,

que já estão operando com serviços semelhantes (LAWSON, 2003).

Em tempos mais remotos, a sazonalidade representava um grande problema

para os empreendedores dos resorts, pois muitos funcionavam por temporada, a

contemplar a acessibilidade dos meios de transportes em lugares mais remotos e

também para conciliar o período de férias dos turistas. Iniciado busca, por novas

atividades que propiciassem a sustentação do empreendimento em baixas

temporadas como eventos e conferências, a sazonalidade está, cada vez mais longe

de ser um problema na atualidade, através de tantos serviços opcionais e conceitos

inovadores no ambiente de hospitalidade (WALKER, 2002).

Ao mencionar “novo conceito” de hotel ou resort, estamos entrando num

novo universo, onde profissionais especialistas de renome internacional estão sendo

contratados para dar essa “cara nova” no estabelecimento. A política de adotar esse

novo conceito é uma estratégia para descobrir novos nichos de mercado e alcançar

a vanguarda no setor.

Muitas empresas do setor turístico e hoteleiro estão em busca de novidade

para seus clientes, para sair do convencional e do usual estão investindo em design,

arquitetura, gastronomia, sustentabilidade e principalmente em sensibilidade.

3.3 O elemento humano na hospitalidade

A evolução no setor turístico proporcionou uma expansão espetacular das

empresas hoteleiras, fazendo do elemento humano centro das atividades

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prestadoras de serviço e exigindo dele uma formação especializada para todos os

níveis de ocupação que compõe a estrutura organizacional do hotel.

Levando em consideração o fato, de o progresso tecnológico ter trazido

inovações e aperfeiçoamentos à empresa hoteleira, o elemento humano continua

sendo a peça fundamental, pois dele depende todo o processo de acolhida ao

cliente e, conseqüentemente, a própria rentabilidade da empresa. Isso influenciará

na construção de uma imagem positiva ou negativa, interdependente ao tratamento

que o hóspede receberá, remetendo-se até mesmo, a uma imagem da cidade,

região e do país (CASTELLI, 2001).

Segundo Marques (2003), a maioria dos problemas que ocorrem nos

empreendimentos hoteleiros, está relacionada com o setor pessoal, ocupando assim

a maior parte do tempo e dos esforços do responsável pela gestão de recursos

humanos.

Esta atividade compõe a principal tarefa do gestor, a fim de cumprir a

finalidade a qual se propõe.

A hospitalidade inscreve-se num círculo humano compacto, que amalgama todos os intervenientes: gerência, pessoal e clientela. Somos assim levados a admitir que um gerente experiente precisa dedicar uma atenção especial ao estudo das Relações Humanas (MARQUES, 2003, p. 27).

Não somente as qualidades humanas devem estar em evidência na

formação do profissional especializado, mas também suas limitações e bem-estar

em toda infra-estrutura que envolve seu ambiente de trabalho. O profissional

hoteleiro trata diretamente com público e busca, através da prestação de seus

serviços, a satisfação das necessidades e dos desejos de outros seres humanos,

exigindo engajamento de iniciativa, criatividade e aptidões que entre as físicas,

intelectuais e sociais forjam pessoas com vocação para atuação na hotelaria

(CASTELLI, 2001).

Existe uma diferença considerável nas estruturas dos hotéis considerados de

pequeno, médio ou grande porte. As necessidade e limitações são diferentes e os

elementos que organizam as atividades hoteleiras também obedecem a essa escala

de diferenciação, no entanto, a busca pela qualidade nos bens e serviços prestados

é unânime, a diferença está basicamente no valor investido por cada uma destas

categorias de hotel, na qualificação a aperfeiçoamento estrutural dos setores e seu

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capital humano (CASTELLI, 2001).

O elemento humano sendo considerado base do esquema operacional do

setor hoteleiro deve estar devidamente preparado para assumir integralmente a

empresa, seja ela grande ou pequena. Porém adaptando-se a evolução que esta

empresa sofre com a implementação de novos equipamentos e técnicas de gestão,

por outro lado, este avanço em busca do lucro, não deve vir em detrimento do

complexo psicológico da hospitalidade. Toda mudança causa resistência e esses

avanços devem ocorrer de forma gradativa e sintonizada, para que a eficácia seja

comprovada (CASTELLI, 2001).

3.4 O papel do setor de recursos humanos na administração hoteleira

A responsabilidade de gerenciar recursos humanos é acima de tudo o ato de

gerir pessoas, sendo assim seu foco reside na maneira como suas necessidades,

carências e desejos se encaixam nas necessidades e desejos da empresa de

hospitalidade (WALKER, 2002).

São de longa data os estudos voltados para a área de recursos humanos.

O cuidado em colocar as pessoas certas nas funções certas levou a uma grande melhoria da satisfação e do desempenho no emprego e corroborou a idéia de que um ambiente de trabalho mais humano para os empregados poderia ser um conceito benéfico para toda organização (WALKER, 2002, p. 425).

Nos anos 1920 as áreas de especialização enfatizavam a seleção, as

necessidades de treinamento e o bem-estar do empregado, dava-se atenção

especial à saúde e a segurança no trabalho. Nos dias atuais estes cuidados são

cada vez mais enfatizados e continuam sob a responsabilidade do departamento de

recursos humanos (WALKER, 2002).

Desde os históricos experimentos de Hawthorne, que examinavam os efeitos

da iluminação e ventilação sobre a produtividade, onde os resultados indicavam,

contudo, que os fatores mais importantes que afetavam os níveis de produtividade

eram de preocupação e interesse da gerência por seus trabalhadores. Essas

constatações tornaram-se a base para o movimento de relações humanas, tornando

crescente a valorização dos empregados.

Seguindo esta linha em busca do conforto e ergonomia, em primeira

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instância e estética e sustentabilidade num segundo momento, os estudos voltados

ao design de peças, equipamentos e objetos de todas as naturezas, utilizados nos

ambientes de trabalho, objetivam primordialmente o bem-estar das pessoas visando

maior produtividade no desempenho profissional, o que gera maior lucro para a

empresa.

Atualmente as necessidades das organizações de hospitalidade são

sentidas, de maneira a selecionar pessoas de recursos humanos que se enquadrem

na cultura corporativa da organização. Estes, estarão aptos a cuidar das

necessidades, treinamento, aparência, deveres e obrigações dos funcionários dentro

da empresa, gerando padrões de qualidade. Dentre estas pode ser citada a

uniformização de pessoal, diretamente ligada à apresentação física dos

empregados.

O desempenho do pessoal na hotelaria é preparado com o intuito de

proporcionar ao hóspede o máximo de conforto, discrição e satisfação através da

excelência no atendimento. Isso se dá através da maneira como estão dispostos os

setores e níveis hierárquicos dentro dos empreendimentos de hospitalidade, alguns

profissionais têm contato direto com o hóspede outros não, o ideal é evitar ao

máximo esse contato, pois o mesmo busca tranqüilidade e descanso na sua estada.

3.4.1 Setores, cargos e níveis hierárquicos na hotelaria

A departamentalização ou estruturação de uma empresa é uma técnica

desenvolvida para sistematizar e organizar o campo de trabalho de uma empresa.

Uma forma usual de visualizar como está disposta a hierarquia estrutural da

organização é através de outra técnica chamada de organização de organogramas.

Atribui-se ao termo a definição “departamentalização é o processo de

agrupar atividades em frações organizacionais definidas seguindo um dado critério,

visando a melhor adequação da estrutura organizacional e sua dinâmica de ação”

(ARAÚJO, 1994 p. 157).

Dentro da estrutura organizacional de uma empresa, existe a necessidade

de estabelecer níveis hierárquicos, por diversas razões como aproveitar a

especialização do colaborador, maximizar recursos disponíveis, obter controle

empresarial em diversos aspectos, coordenar de maneira mais eficaz e pontual e

descentralizar. Delegar autoridade e responsabilidade nos dias de hoje consiste em

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um dos maiores desafios dos controladores de sistemas organizacionais, podendo

ainda, citar outros itens como a integração ambiente organização e a redução do

nível de conflito empresarial (ARAÚJO, 1994).

Dentro do setor hoteleiro não é diferente, como exemplifica a figura 04,

através do organograma de um hotel. A descrição e classificação dos cargos de um

estabelecimento hoteleiro devem estar harmoniosamente distribuídas de maneira

que todas as necessidades internas e externas sejam supridas adequadamente.

Figura 04: Organograma de um hotel.

Fonte: MARQUES, 2003, p. 143

Os níveis hierárquicos de uma organização estão distribuídos de uma

maneira genérica em administrativo, tático e operacional. Sendo que o nível

operacional, como o próprio nome já diz, exige do colaborador mais atividades

físicas do que necessariamente mental, geralmente envolvido num processo

metódico e padronizado. O nível tático está numa posição intermediária da estrutura

organizacional, possui alguns pares de subordinados e exige tomada de decisões

mais abrangentes e estratégicas e, no nível administrativo estão centradas as

tomadas de decisões totalmente amplas no sentido de definir os rumos da

organização.

As assessorias administrativas desempenham um papel importante nesse

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nível, pois, a capacidade logística, experiência profissional e o perfil de líder

moderado, fazem toda a diferença ao alcance da excelência na administração.

Para maior compreensão desta hierarquia organizacional, vislumbram-se na

figura 05 os principais setores e suas funções, de acordo com o nível de contato com

o hóspede.

ENTRA EM CONTATO

COM O HÓSPEDE

CARGO

FUNÇÃO Sempre Nunca Raro

Nív

el

Adm

inis

trat

ivo

Diretoria

Estabelece metas que garantem a sobrevivência da empresa a partir do plano

estratégico

X

Gerência

Atinge metas (PDCA); Treina função-

supervisão.

X

Governança

Supervisionar, dirigir e coordenar as

camareiras, providenciando apartamentos limpos e arrumados de acordo com os

padrões do Hotel, para maximizar a satisfação dos hóspedes.

X

Controler de A e B

Controlar e ajustar o custo de A e B com os

padrões e procedimentos do hotel, analisando e verificando notas fiscais requisições, menus

e a própria produção.

X

Chefe

de Cozinha

Supervisionar, coordenar e dirigir as

operações da cozinha do hotel, de acordo com os padrões do mesmo, garantindo uma alimentação da melhor qualidade dentro do

orçamento.

X

Controladoria Fazer uma auditoria minuciosa no

faturamento diário do hotel, mantendo em dia todos os relatórios e boletins de caixa.

X

Nív

el T

átic

o

Finanças

Manter controle sobre os recebimentos e

pagamentos, protegendo o ativo do hotel, de acordo com os padrões do mesmo e

preparando os relatórios para análise da gerência.

X

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31

Marketing

Direcionar as atividades geradoras de vendas

de acordo com o plano de marketing, para maximizar a satisfação do hóspede e a

rentabilidade geral do hotel. Coordenar os serviços e as atividades relacionadas à

função de vendas, de acordo com os padrões e a política do hotel.

X

Recursos Humanos

Atingir as metas operacionais do hotel,

maximizando a produtividade dos funcionários e seu bem-estar, e atingindo os

objetivos do serviço aos hóspedes. Implementar e supervisionar os programas de treinamento e a política e procedimentos na

área de recursos humanos, de acordo com as leis estaduais, federais e com a política do

Hotel.

X

Recepção

Efetuar reservas, atendimento 24 horas,

registro de reclamações, Check-in, Check-out.

X

Mensageiros Dar assistência eficiente e cortez aos

hóspedes durante sua estada.

X

Sala de negócios (Fone/fax/Internet)

Proporcionar ao hóspede uma extensão de seu escritório para que possa fechar seus

negócios através da realização de telefonemas, passagem de fax e uso da

Internet.

X

Rouparia

Manter em ordem os jogos de roupa branca

nos armários da rouparia e entregar, em tempo hábil, a roupa branca e os demais itens

dos apartamentos à governanta ou diretamente ao hóspede.

X

Garagem

Proporcionar um atendimento eficiente e

seguro aos hóspedes quando entram e saem do hotel.

X

Atividades de Lazer,

Relaxamento e Entretenimento.

Proporcionar atendimento de qualidade, dirigindo as atividades da área de lazer,

relaxamento e entretenimento, maximizando a satisfação dos hóspedes.

X

Nív

el O

pera

cion

al

Engenharia

e Marcenaria

Realizar manutenção preventiva e fazer

concertos, quando necessário para manter as áreas sociais e o núcleo interno do hotel de

acordo com os padrões do mesmo.

X

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Água

e eletricidade

Realizar manutenção preventiva e reparos

nos equipamentos da rede elétrica e hidráulica, mantendo os serviços do hotel (ar

condicionado, calefação, energia, refrigeração e saneamento) em perfeitas condições de

funcionamento.

X

Figura 05: Quadro demonstrando a distribuição de cargos na hotelaria

Fonte: Adaptado de Marques (2003)

Como podemos perceber, os diferentes níveis hierárquicos trazem

características peculiares a cada um, mais precisamente no sentido da função

exercida por cada colaborador. Quanto mais complexa mentalmente a tarefa do

colaborador, menos quesitos funcionais serão necessários para compor sua

vestimenta profissional.

Os colaboradores do nível administrativo (presidente e diretores), geralmente

não usam nenhum tipo de uniforme, vestem-se de maneira mais formal ou casual,

dependendo do tamanho e classificação da organização.

No nível tático, os gerentes ou controladores, normalmente estão bem

inseridos nas atividades dinâmicas do hotel, utilizam uma vestimenta profissional

padronizada de acordo com a posição hierárquica em que se encontram, embora

algumas empresas não vêem isso como necessário. Há também as funções

específicas, como chefe de cozinha que irá usar um uniforme de padrão universal de

acordo com sua profissão.

Quando deparamos com o nível operacional, encontramos o setor mais

representativo e desafiador para compor roupas profissionais, uma vez que, o nível

de complexidade mental nas funções é baixo, porém o desempenho físico do

colaborador é irá determinar sua produtividade.

Criar um uniforme adequado à função, ao cargo, ao clima, as características

físicas do colaborador e esteticamente agradável ao usuário e unificado à identidade

visual corporativa vão contribuir para aumentar a produtividade e auto-estima do

colaborador e também como fator positivo com a imagem corporativa do hotel, não

somente ao hóspede, mas a todo o mercado consumidor em potencial.

Essa tarefa é relativamente fácil, desde que se faça uso das corretas

ferramentas para atingir os resultados satisfatórios, e não considerar somente os

atributos do design no planejamento de um projeto como este, mas também do

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marketing, mais precisamente do “mix de marketing”. Termo designado para situar a

empresa em relação aos fatores ou elementos que determinam as operações e o

funcionamento do negócio: ponto-de-venda, produto, preço, promoção, parcerias,

pacotes de vendas, programas e pessoal (WALKER, 2002).

3.5 Noções básicas de marketing no setor hoteleiro

O marketing registra suas origens nas premissas do movimento

mercadológico, no entanto, ao ofertar um determinado produto interessante,

conseqüentemente se obtém algo em troca, sendo esta a forma mais primitiva de

comercialização.

Atualmente, os consumidores apresentam necessidades específicas, porém,

um determinado produto só será encontrado se a forma de divulgação for feita

adequadamente. Citando Kotler (1990, p. 33) “Marketing significa trabalhar com

mercados, os quais, por sua vez, significam a tentativa de realizar as trocas em

potencial com o objetivo de satisfazer às necessidades e os desejos humanos”.

O marketing começa seu trabalho na empresa estabelecendo uma filosofia e

uma missão empresarial, baseados nessa premissa é que estão centrados os rumos

e os interesses da organização.

O produto turístico difere, fundamentalmente, dos produtos industrializados e de comércio. Compões-se de elementos e percepções intangíveis e é sentido pelo consumidor como uma experiência, vivida desde o momento que sai de casa para viajar até o retorno. Um assento no avião ou cama no hotel pode ser um produto individual para produtores, porém, para os turistas, ambos são elementos ou componentes de um produto total (RUSCHMANN, 2002, p.75).

As decisões de marketing normalmente partem de uma análise ambiental,

que consiste num estudo minucioso dos fatores sociais, econômicos, políticos e

tecnológicos capazes de influenciar o setor de hospitalidade, como ilustra a figura 06

(WALKER, 2002).

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Figura 06: Análise Ambiental

Fonte: Walker, 2002 p. 415

Estas influências são sentidas em todos os níveis da organização, somente

a partir desta análise é possível partir para o efetivo planejamento de marketing que

vai envolver pesquisa de mercado, demanda, posicionamento, análise de

concorrência, metas, objetivos e próprio mix de marketing, que poderá ser

exemplificado através do ciclo de vida do produto hoteleiro de acordo com a figura

07.

Figura 07: Ciclo de vida do produto hoteleiro

Fonte: WALKER, 2002, P. 421

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Pode-se dizer que as fases de vida do produto hoteleiro são de certa forma

equilibrada, pois apresenta um período de introdução, crescimento, maturidade e

declínio semelhantes, fazendo com que um produto fique no mercado por tempo

suficiente para sentir o feedback necessário quanto ao nível de aceitação e

satisfação conseguido pelo produto (WALKER, 2002).

3.6 O conceito de filosofia corporativa voltado para hotelaria

A imagem do hotel está diretamente ligada à definição de filosofia

corporativa, o conceito que define esta questão vem mudando sensivelmente nos

últimos tempos, em conseqüência da visão de um gerenciamento mais participativo,

o qual resulta numa maior autonomia dos colaboradores na gestão da empresa. São

perceptíveis resultados como aumento da produtividade e do nível de satisfação

tanto de colaboradores quanto de clientes (WALKER, 2002). Conforme o mesmo

autor (2002, p.460) “A filosofia de uma corporação guarda fortes ligações com a

qualidade de sua liderança e com o processo de gerenciamento de qualidade total”.

O conceito abrange ainda valores cultivados pela organização como

padrões de moral, ética, justiça e equidade. Novos paradigmas vão sendo instituídos

nas corporações de hospitalidade, consistindo numa mudança dos aspectos ligados

à produção para os mais propriamente ligados ao relacionamento com os clientes.

Na contemporaneidade as organizações de sucesso são aquelas que conseguem

compartilhar sua filosofia corporativa com colaboradores e clientes (WALKER, 2002).

O elemento mais importante na manutenção da imagem de uma organização é a prática de tornar a filosofia corporativa parte da vida das pessoas envolvidas com ela. Manter a filosofia viva e atuante é um valor que deve começar a ser cultivado no topo da escala hierárquica e incorporando a cada um de seus níveis, de maneira que as pessoas envolvidas do começo ao fim em todo o processo de gerenciamento se sintam comprometidas com uma única e mesma causa (WALKER, 2002, p. 460).

Da mesma forma, está relacionada diretamente à cultura corporativa de uma

organização, ligada ao grau de importância atribuído ao estilo desta empresa em

vincular-se às pessoas e suas funções, bem como o relacionamento destas entre si,

não importando se é uma empresa de pequeno ou grande porte. Este vínculo

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estende-se na busca de parcerias e fusões, geralmente à empresas alinhadas a

mesma cultura corporativa.

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37

4 O DESIGN DE MODA E A VESTIMENTA PROFISSIONAL

Na seqüência da demonstração do enquadramento que as vestimentas

profissionais possuem perante a relação de cargos e funções na hotelaria, vindo a

refletir na imagem corporativa destes empreendimentos, abordar-se-á como alicerce

complementar do estudo, o processo de concepção da referida vestimenta.

Posteriormente à abordagem da primeira fase dos estudos teóricos voltados

às áreas do turismo e da hotelaria, nesta segunda fase serão expostos elementos

dispostos pelo design, amplamente debatidos por Santos (2000), Meyer (2006) e

Bonfim (1995); levando à uma análise sobre design moda via Treptow (2003),

Feghali & Dwyer (2001) e Palomino (2003); que remeterá ao aprofundamento do

design vestuário discutido por autores como Mesquita (2004) e Caldas (2004).

Esses assuntos destacados, quando interligados, correspondem à

segmentação de mercado, tratada em Cobra (1986,) veio a proporcionar um

respaldo científico para apresentar elementos de suporte sobre: vestimentas

profissionais – Lurie (1997), Catellani (2003); ergonomia – Lida (1997), Gomes Filho

(2003); estética – Mesquita (2004) e identidade visual corporativa.

4.1 As bases conceituais do Design

Quando são abordadas as bases conceituais da área do Design, faz-se

necessário conceituá-lo para visualizar seu alcance nos universos industrial e

comercial, bem como sua abrangência na vida tecnológica e contemporânea na qual

vivemos.

O design é o meio de comunicação pelo qual expressa formas imagináveis,

além de vontades, preferências, gostos, sabores e o prazer de fazer parte de uma

significativa parcela da população global que busca ser diferente, porém, “normal”,

capaz criar seu próprio universo através da criatividade das outras pessoas,

recriando idéias e tornando o complexo, simples e o simples, belo.

Sob outra perspectiva, design é dar novas formas a velhos materiais é tudo

aquilo que é usual, transformando-se em original ao assumir uma nova função.

Design é um fenômeno processador de estilos e novos paradigmas da tecnologia,

da indústria, da ecologia e da vida.

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O design é a área que por excelência transita entre as artes, as engenharias, a comunicação, a administração, a arquitetura, o estilismo, mas que nenhuma delas firma residência ou levanta seus limites. Se quiséssemos estabelecer as linhas que separam ou que organizam o design em relação às áreas mencionadas, talvez jamais obtivéssemos sucesso. Seria como misturar numa vasilha com água diversas tintas de cores diferentes e tentar identificar com exatidão o ponto onde termina uma cor e inicia outra. (MEYER, 2006, p. 11).

Em termos mais acadêmicos e aplicativos podemos definir design como

criação e gestão de produtos tridimensionais, visuais, ou de serviços

especificamente categorizados, na concepção de um objeto final, pronto para ser

adquirido pelo consumidor. A formação do profissional em design (o designer)

implica na criação e gestão do processo, etapas estas intrinsecamente relacionadas

e interdependentes.

O design também se apresenta como uma disciplina centrada no ser

humano, cujo comportamento psico-social passa a ser amplamente estudado,

subdividindo-se em disciplinas que buscam a compreensão dos grupos e sub-grupos

sociais formados por indivíduos.

Dentre as subdivisões presentes no conjunto maior formado pelo design, o

design de moda é responsável por aplicar os atributos citados anteriormente ao

design, simples e puro, direcionado a produtos e serviços de moda. Genericamente

falando são entendidos por produtos de moda peças como aviamentos, acessórios,

calçados, vestuário e jóias. Entre os serviços prestados encontram-se as produções

de eventos, de desfiles, de ensaios fotográficos, de vitrinas, podendo ser

acrescentados outros como o personal styler (FEGHALI e DWYER, 2001).

Dessa forma, segundo Houaiss (2003, p. 356), moda pode ser definida

como: estilo, fenômeno que dita o modo de vestir, viver, falar, etc.

Se, em outras épocas, a moda servia para distinguir e discriminar a inserção

dos indivíduos nas classes sociais, profissões, artes, religião, etc.; hoje, ela (em

parte) não se classifica mais por esses atributos, em função da evolução sentida

pelo ser humano, através de definições de estilo que geralmente não estão mais

relacionadas a classes sociais ou níveis de escolaridade. Atualmente, os estilos

ditados pela moda se interligam com o grau de evolução cultural em que cada

indivíduo se encontra, dentro de uma sociedade atual e globalizada (DORFLES,

1984).

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Lemos (2002), através do Dicionário da Moda, define estilo como

manifestação pessoal, individual ou grupal, exteriorizada através do modo de vestir

ou de se expressar, que segue características próprias ou influenciadas por uma

época. Houaiss (2003) acrescenta a essa definição três princípios centrais: 1)

maneira particular de expressar, de vestir, de escrever, de viver, etc. 2) tendência

artística, 3) elegância.

As definições relacionadas, conforme Dorfles (1984), demonstram que moda

não é apenas um fenômeno frívolo e superficial, mas reflexo dos hábitos e

comportamentos psicológicos do indivíduo e do meio social em que vive.

Portanto, podemos afirmar que, o objetivo principal do designer é agregar

valor a determinado gênero, devendo, porém, ser sensível o bastante para entender

a importância de sua atividade dentro do conjunto de produção. Podemos definir

design como a arte e a ciência de aumentar a beleza e o valor dos artigos

produzidos em massa.

Um produto perfeito é aquele que conquista a maior porcentagem de vendas

do ramo e proporciona um bom lucro ao fabricante. Sob o ponto de vista de design,

a aparência de um produto pode parecer à única razão de seu atrativo de compra,

contudo, as vendas, as engenharia, a fabricação e a qualidade são fatores

igualmente importantes, e a correta conjugação destes elementos, adequadamente

dosados, é que o torna um produto perfeito (FEGHALI e DWYER, 2001).

Segundo Mesquita (2004, p 13), podemos entender a palavra moda de duas

maneiras: moda é usada como adjetivo (moda jovem, moda praia, isto ou aquilo está

na moda) e como nome próprio; e Moda é denominada como sistema que rege os

ciclos do vestuário, mobiliário, costumes, etc. No entanto, a partir dessa assertiva é

possível definir claramente a diferença entre moda, Moda e estilo: a roupa é a pele e

a pele é a inteligência comunicativa de um grupo, é o símbolo, brasão de um

indivíduo ou de uma empresa.

4.2 Design de vestuário

Instala-se, então, a necessidade de segmentar esse sistema, para melhor

estudar e conhecer o comportamento e as necessidades de cada nicho de mercado

a ser explorado. O vestuário é uma das áreas de atuação da Moda, segundo

Palomino, (2003, p. 14) a segmentação do mercado de moda em grupos e

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subgrupos torna mais preciso o alcance dos objetivos de seus consumidores. A

autora define moda como um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que

integra o simples uso de roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social,

sociológico, complementando ainda: moda não é só estar na moda. Moda é muito

mais do que roupa, é atitude.

O vestuário é um dos produtos considerados de moda e o universo das

roupas é imensamente proporcional a sua diversificação. A palavra vestuário está

diretamente ligada a roupas de todos os tipos de qualquer estilo, podendo-se citar

dois outros termos que darão mais clareza ao entendimento dessa questão, a

indumentária e a vestimenta.

De acordo com Catellani (2003), indumentária é história, arte e sistema de

vestuário em relação à determinada época ou povo; e vestimenta é a peça do

vestuário que veste qualquer parte do corpo (inclusive calçados e acessórios). Esses

vocábulos também são utilizados para referenciar ornamentos ou vestes

padronizadas, como roupas sacerdotais ou monárquicas.

Sendo assim identificamos o design de vestuário como o mais significativo

dos produtos de moda, por fazer referência direta à esta e por ocupar um lugar de

destaque nesse cenário, visto que se tem na roupa o conceito central de imagem da

moda.

4.3 Segmentação de mercado no design de vestuário

A partir dessas definições abrangentes, é possível visualizar de maneira

mais específica os nichos desse mercado, um deles é o segmento de roupas

profissionais ou moda corporativa, como é chamado no meio. Sendo que, a

definição mais antiga que temos é chamado “uniforme”. Para Catellani (2003), a

palavra uniforme significa vestimenta igual para todos os componentes de um grupo

ou agremiação, podendo esta buscar na moda inspiração para a idealização de

algum traje, como o de marinheiro, por exemplo.

4.3.1 Vestimenta profissional - moda para o trabalho

No universo de criação e desenvolvimento da moda, os segmentos são

caracterizados por estilos, criados através das exigências do mercado e fazendo

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com que, em longo prazo, surgisse a necessidade de incorporar a moda no

segmento do trabalho.

A idealização para a roupa profissional, formada por estilos e princípios de

moda caracteriza a modernidade e aperfeiçoamento no vestir profissional,

acrescentando-se como novo segmento no mercado têxtil e oferecendo produtos

inovadores, diferenciados e soluções para a moda corporativa para as roupas

profissionais, atendendo a todos os níveis hierárquicos das empresas.

Entretanto, no ambiente fashion se tornou comum a denominação de

workwear, para segmentar o estilo profissional de se vestir. Com a evolução das

soluções tecnológicas e a adesão maciça de empresas dos mais diversos

segmentos a utilizar esse serviço, criou-se mais um termo para identificar esse

mercado, denominado workfashion. O primeiro, faz menção a roupas dos setores

técnicos e operacionais, voltados para trabalhos mais forçados, braçais ou que

apresentem algum grau de periculosidade. O segundo, por sua vez, refere-se aos

setores táticos e administrativos em níveis gerenciais, bem como de prestação de

serviços, contato com o público.

A alta tecnologia e a utilização de matéria-prima de primeira linha garantem

a excelente performance nos tecidos utilizados no que diz respeito à durabilidade, à

solidez das cores e ao caimento. O tecido não desbota, não encolhe e não deforma,

graças à estabilidade do entrelaçamento de seus fios. Além disso, geralmente possui

acabamento antimicrobial, evitando os odores da transpiração, sendo indicados para

a uniformização em vários segmentos (operadores de máquinas, prestadores de

serviços, funcionários de hotéis, bancos, escritórios, etc).

A padronização para o segmento de serviços exige tecidos com aspecto

impecável, padrões diferenciados e facilidade na manutenção da roupa,

proporcionando todo o conforto e bem-estar ao usuário. Tecidos com padronagem,

composição e estrutura aplicados ao conforto e resistência, são a melhor opção na

confecção destas peças.

Por tais aprimoramentos inseridos ao setor, a moda avança em todos os

segmentos e a roupa profissional vem ultrapassando facilmente a simplicidade do

antigo uniforme, como coletes e guarda-pós, se adequando ao ambiente e à filosofia

de trabalho proposta por cada empresa, além de ganhar tecidos e cores

diferenciados.

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Figura 08: Criação da Estilista Tânia Maria Batissaco para hotel de São Paulo

Fonte: <www.oqdesign.com.br/20/porai.htm>

Apostar na qualidade dos serviços é uma característica inerente aos

empresários que vislumbram a excelência no atendimento, já a valorização da

imagem é um meio de sustentação dessa qualidade, pois reafirma-se não só a

importância dada pelos empresários à questão da responsabilidade com relação ao

seu negócio, como também atrela o conceito do estabelecimento a um elemento

visual. Uma maneira simples, que vem sendo adotada por muitos hotéis, bares,

restaurantes, companhias aéreas e empresas especializadas em food service, é a

de transformar o visual de seus atendentes naquilo que se convencionou chamar de

moda corporativa (workwear).

Atualmente, tem aumentado a preocupação e a conscientização com relação

à padronização do vestuário corporativo dentro dos estabelecimentos,

principalmente no que diz respeito à praticidade, modernidade, conforto e

durabilidade, contribuindo com a harmonia da identidade visual do negócio, ou seja,

ao olhar para o colaborador, independente da função que executa, o que se vê é a

companhia que ele está representando. A falta de padrão no vestuário pode agir

como um elemento desagregador da relação entre a imagem e a qualidade dos

serviços.

Quando voltamos nosso olhar ao usuário da roupa profissional, podemos

dizer que é um incentivo o fato de “desfilarem” diariamente um traje criado

especialmente para ele, desenvolvido por um estilista ou designer, famoso ou não.

Aí entra o processo de design, onde são consideradas especificidades de cada

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cargo, respeitando as limitações das atividades exercidas, bem como aspectos

ergonômicos e climáticos, buscando harmonizar a filosofia da empresa e o conceito

que os demais canais de imagem estão passando ao público.

A confecção de uma roupa para o segmento profissional é um segmento que

apresenta inovação em suas formas, semelhantes a peças geralmente utilizadas no

dia-a-dia e não mais com aparência apenas de roupas de trabalho. As confecções

estão enquadradas em normas e preocupam-se com a utilização de tecidos de alta

performance leves e confortáveis, com caimento adequado ao segmento, permitindo

a produção de peças complexas como blazers, coletes e paletós.

Pelos motivos apresentados, é notória e crescente a atenção voltada para o

segmento de roupas profissionais, que buscam agradar todos os clientes internos e

externos de uma organização.

�.3.2 História do uniforme

A utilização do uniforme como vestimenta vem de longa data, e se tornou

mais usado e característico, pelas forças armadas nas guerras e por entidade

clericais. O objetivo deste uso era, principalmente, identificar as pessoas que faziam

parte de um determinado grupo, tirando alguns caracteres de sua personalidade,

tornando o ser humano um número sem censura. Esta concepção antiga de

uniforme induzia ao tratamento dos uniformizados como objetos pertencentes à

entidade, e não como seres humanos. No caso dos religiosos era diferenciado das

demais pessoas da população (LURIE, 1997).

O uso freqüente do uniforme, segundo Lurie (1997), chegava a alterar a

personalidade da pessoa de tal maneira que se tornava difícil o convívio com ela. No

entanto, a partir do momento que se tirava o uniforme, se libertava de um jugo,

tornando-se um alívio demonstrado em maneiras de agir bem mais informais. Um

exemplo está no conto “A temple of the Holy Ghost” de Flannery O’Connor, quando

as estudantes vão para casa:

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Chegaram em seus uniformes marrons que tinham que usar no convento de Mount St. Scholastica, mas assim que abriram as malas, tiraram e vestiram saias vermelhas e blusas berrantes. Passaram batom, calçaram os sapatos de domingo e andaram de salto pela casa toda. A retirada do uniforme resultou na completa mudança de comportamento (LURIE, 1997, p. 33).

Ainda conforme Lurie (1997), o uniforme era usado não só para identificar

membros de um grupo ou clã, mas também para estabelecer as hierarquias. Nas

guerras antigas, os uniformes tinham forma de demônios ou caveiras e esqueletos,

com o objetivo de amedrontar o inimigo, porém, as costelas pintadas originalmente

se transformaram nos alamares que hoje compõe os uniformes.

Outro aspecto do uso dos uniformes é a obrigação da pessoa que o usa, de

ter um comportamento absolutamente correto. Isto mudou a partir dos anos 60,

quando o uniforme do exército passou a ser usado também como forma de protesto

contra a violência e o preconceito, usados principalmente pelos hippies. (LURIE,

1997)

Os fatores elencados foram determinantes para que o uniforme passasse a

apresentar a entidade ou empresa da qual o usuário está vestindo, fazendo com que

seu comportamento seja de acordo com as normas destas entidades e com o cargo

que ocupa, geralmente caracterizadas pelo apelo mais formal.

4.3.3 A evolução e aplicação na atualidade

A sociedade contemporânea vem sofrendo avanços contínuos e desde os

anos 80, nos deparamos com uma viajem nos ambientes de trabalho, e na evolução

do seu modo de vestir. Foi muito radical, em alguns segmentos do mercado, a

mudança do vestuário, clássico e tradicional (ternos e tailleurs) para modelos mais

casuais. Tornou-se complexa esta mudança e de difícil compreensão, pois grande

parte dos funcionários pode confundir o casual com o desarrumado e o desleixado.

No entanto, pode-se dizer que os grandes acontecimentos e principalmente

as catástrofes, como guerras e atentados transformam o mundo em diversos

aspectos e segmentos, inclusive os uniformes. A exemplo de Elza Schiaparelli 1na

1 Designer italiana que soube aproveitar sua criatividade e seus conhecimentos de arte para produzir peças e coleções que até hoje encantam à todos. Além dos tricôs, vestidos, taileurs e chapéus, que revolucionaram o mundo da moda nas décadas de 30 e 40, a italiana Elza Schiaparelli foi pioneira em

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Segunda Guerra e a própria Coco Chanel nas duas grandes Guerras mundiais,

valendo-se das dificuldades e faltas conseqüentes de matéria-prima, lançaram

inúmeros itens da moda que perpetuaram até os dias de hoje, como a influência da

funcionalidade dos trajes militares (padronagens camufladas e sarjadas), itens estes

que, além de proporcionar uma sensação de poder ao usuário, também impõe um

certo respeito (TORELI, 2002).

Ao contrário do antigo objetivo do uniforme, atualmente ele é usado

justamente para diferenciar o funcionário das demais pessoas, impondo respeito e

admiração. A cada dia que passa estas roupas de trabalho desconfortáveis e feias

são substituídas por vestimentas profissionais classe “alto padrão”, feitos com boa

modelagem e tecidos diferenciados, recriando os estilos Workwear e Workfashion.

Como explica Armando Stella na Home Page da Santista, workwear é uma

linha de roupas profissionais confeccionadas para atividades que exigem esforço

corporal, tais como equipes de resgate, mecânicos, funcionários de linhas de

montagem, entre outros. E workfashion pode ser considerada uma linha mais

sofisticada mais voltada para empresas de alto padrão como companhias aéreas,

redes de hotéis e restaurantes, clínicas e demais empresas dos mais diversos

setores. Essas tendências já usadas em países do primeiro mundo, com a

globalização estão se tornando comuns também no Brasil. Segundo Alexandre

Gomes (Home Page Santista), consultor de roupas profissionais da Santista Têxtil, a

padronização de vestuário dos profissionais da área sócio-administrativa, está

crescendo em todo país, pois diversas empresas estão adotando peças formais para

personalizar seus funcionários.

No momento em que optou-se pelo título de “Roupas Profissionais” aos

uniformes, mudou-se de maneira radical, não somente na aparência como estética,

mas também a ergonomia, veio agregar as vestimentas profissionais praticidade,

modernidade, conforto, segurança e durabilidade. Para isso além da modelagem

estudada e concebida para essa finalidade, as empresas contam com os “tecidos

inteligentes”, que tem adequação a cada setor profissional. Segundo o diretor de

Marketing da Santista, a marca lançou um tecido chamado “sanitized”, que elimina

criar bijoux com formas alternativas, irreverentes e chiques. Conhecida por ser uma designer à frente do seu tempo, tinha influência do dadaísmo e do surrealismo, tendo artistas como Salvador Dali em sua equipe, que participava de suas coleções desenhando bijoux ou estampas, criando assim um mito em torno do seu nome. Coco Channel, estilista francesa, ficou conhecida como sua maior rival na época (TORELI, 2002).

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odores, evita a proliferação de bactérias, aumentando a vida útil do tecido, com

proteção anti UV, com a utilização de poliéster reciclado (REVISTA BROTHER

NEWS, 2002).

Outra empresa engajada nesse projeto é a Santanense que, além do

mercado interno, atende também a outros países como Estados Unidos, Canadá,

Portugal, Itália, Espanha, e a América Latina, com uma linha de higienização nos

trajes, destacando-se os tecidos retardantes de chamas, antimicrobiano e repelentes

a óleo e água.

As indústrias de fios de tecidos, motivadas por essas mudanças, não param

de pesquisar e estudar novas tecnologias, com a finalidade de lançar fibras e tecidos

que venham revolucionar a produção das vestimentas profissionais. A exemplo disso

está a UNIF do Brasil, que desenvolveu quatro novos produtos: poliéster texturizado

a ar, com toque de algodão e característica de poliéster easy care (fácil de usar); a

microfibra com um toque macio e transporte de umidade; os tecidos mistos com fios

naturais e sintéticos e o sorbtek, que possui um produto químico aplicado no

poliéster facilitando o transporte de umidade para o meio ambiente.

De acordo com Tânia Maria Batissaco, consultora e estilista da Santista

Têxtil:

O aparecimento de tecidos com novas tecnologias tem contribuído bastante para as transformações dos uniformes, os chamados “tecidos inteligentes” interferem na aparência e principalmente nas área operacionais das empresas, agregam qualidade, segurança e conforto. (REVISTA BROTHER NEWS, 2002, p.13).

Tecidos como estes são produzidos não somente para áreas operacionais,

mas também para áreas de atendimento, pois não amassam e dão aparência de

estarem sempre impecáveis. Na área de cozinha, existem algumas limitações, sendo

que o ideal, são os tecidos com algodão que proporcionam mais conforto (por causa

do calor), higiene e segurança (os totalmente sintéticos são inflamáveis). Já existe

no mercado tecidos práticos para serem usados nas cozinhas e atendimentos,

tratados com proteção teflon, um revestimento que repele a água e gordura.

Além do uso do traje para fim específico, algumas empresas estão usando

peças com finalidade de marketing, como camisetas, chapéus, aventais e toks,

dados ou vendidos como souvenir, acrescidos do logotipo da empresa.

Anteriormente, os funcionários relutavam em usar roupas profissionais

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padronizadas, por serem geralmente peças feias, de modelagem e confecção

inadequadas e sem preocupações com a estética. Hoje, os estudos em torno do

assunto seguem algumas características de moda, como cores, formas e temáticas,

possibilitando que, em algumas empresas, os colaboradores possam optar por

determinada peça de roupa como calça ou saia, blusa ou casaco, podendo sugerir

alterações para melhorar a aparência e conforto dos trajes (FISCHER & MIRKIN,

2001).

Para otimizar esses processos de concepção e aprimorar cada vez mais no

atendimento desse segmento, estão sendo inseridos designers de moda ou estilistas

na execução dos projetos, que detém a vantagem da personalização da empresa,

mostrando-a competitiva e inovadora frente aos concorrentes, além de todos os

outros atributos do design.

Assim, como empresas de diversos setores, a hotelaria também apresenta

registros do uso desses profissionais para renovar o conceito e a imagem de suas

empresas.

4.3.4 A vestimenta profissional na hotelaria

A competitividade das empresas hoteleiras está diretamente ligada ao capital

humano que possuem, por isso, a importância em investir na sua capacitação e

qualificação profissionais, bem como em benefícios que proporcionem o seu bem-

estar e aumentem sua auto-estima, dentro e fora do ambiente de trabalho

(CASTELLI, 2001).

O ambiente de trabalho deve proporcionar condições para tal desempenho,

no que diz respeito à estrutura física, pessoal e interpessoal. Dentre estes fatores

que motivam o ser humano ao trabalho, está a vestimenta profissional adequada à

função que ocupa, as condições climáticas em que o empreendimento hoteleiro está

situado e de acordo com as características conceituais em que o mesmo está

inserido (CASTELLI, 2001).

Muitas vezes durante o processo de evolução de uma empresa, esta passa

por mudanças também no seu foco de mercado e de público-alvo. Neste momento

se faz presente de maneira muito importante, o design. Ele entra como uma nova

proposta de cor, forma, textura e apresentação desde o micro até o macro sistema

do hotel e comunicando ao cliente a mesma linguagem na fachada, ambientes,

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roupas profissionais, cardápios, etc.

Um conjunto de profissionais da hotelaria, por exemplo, especializados são

capazes de construir um “novo mundo” a partir de uma temática, somente para

transportar o hóspede a um cenário de luxo, glamour ou funcionalidade e tornar a

sua estada tão prazerosa, que ele queira voltar constantemente a esse lugar.

4.3.5 Vestimenta profissional padronizada

a) Aspectos sócio-econômicos e tecnológicos

Como foi mencionado em páginas anteriores, empresários brasileiros da

hotelaria visualizam a importância da uniformização do seu corpo de funcionários,

perante as vantagens que a mesma proporciona, aumentando a segurança, o

conforto, a auto-estima e a impressão ao público com relação à imagem coorporativa

do hotel. Com a expansão desse mercado, as empresas têxteis necessitaram se

adequar às mudanças apresentadas nos meios de hospedagem (MORAES, 2002).

O mercado possui tecidos inteligentes e tecnológicos e cada nicho de

confecção se utiliza daquele que atende às suas necessidades. A indicação

atualmente para a rede hoteleira são misturas de fibras sintéticas com algodão,

como descrito em linhas anteriores (MORAES, 2002).

Segundo FEGHALI, 2000, p 36, há uma afinidade muito grande entre saúde

e vestuário, baseada numa verdadeira retaguarda científica: o Design Saudável.

Este se preocupa com a adequação dos tecidos ao corpo humano, visando alcançar

a melhor performance e resultados sem causar danos. É responsável ainda, pela

combinação e orientação de cores, que interferem diretamente ao estado de espírito

do homem, podendo alterar sua taxa hormonal, pressão sangüínea e temperatura

corporal ou preservar e recuperar a saúde e a beleza, cuidando do equilíbrio

estético.

Através da iniciativa de um grupo de pesquisadores da Universidade

Estadual de Campinas (UNICAMP), ligados ao núcleo de estudos psicológicos da

universidade, a cerca de dois anos, foram estudados os efeitos das fibras naturais

para o conforto físico e equilíbrio emocional das pessoas. Pelos resultados obtidos

até agora, a principal constatação dos efeitos benéficos destes tecidos, foi feita

pelos cientistas depois de uma pesquisa realizada com dez pessoas, que se

submeteram a tratamento de estresse. Cinco delas usaram roupas confeccionadas

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com tecidos naturais por um período de sete meses e cinco continuaram vestindo

roupas confeccionadas com tecidos sintéticos. O grupo que usou as fibras naturais

afirmou ter tido sensação de bem estar e muita tranqüilidade neste período,

enquanto o outro grupo apresentou maiores índices de irritação e cansaço

(FEGHALI, 2000).

b) Aspectos sócio-culturais e estéticos

Dentre as inúmeras necessidades de um hotel, ele precisa comunicar-se

com o público, fazendo-se necessário recorrer a diversas forma de comunicação,

entre elas a publicidade. Neste momento o marketing, colabora com o processo,

divulgando bens e serviços, gerenciando deste modo, a imagem de uma empresa.

Existem muitas formas de evidenciar visualmente o conceito de uma marca,

uma delas é promover a comunicação visual de forma dosada e agradável,

garantindo boa representatividade da Identidade Corporativa do hotel. Esta

linguagem pode estar expressa em todas as formas físicas de divulgação e

representação da imagem do hotel, como: cores, disposição e qualidade da

decoração, devida exposição da logomarca do hotel na fachada, material publicitário

e roupa profissional dos funcionários.

A vestimenta profissional padronizada também representa um meio de

comunicação no hotel. A roupa que comunica passa a ser um emaranhado de

signos que busca em si mesmo o objeto da comunicação, caracterizando-se como

uma das funções da linguagem, a metalinguagem.

De uma forma geral, a roupa sempre representou algo de mitológico e uma

marca da separação da sociedade em castas e classes. A roupa, tanto na atualidade

quanto antigamente, serve para distinguir a classe social a qual o indivíduo pertence,

carregando todo o significado do papel que o indivíduo representa dentro da

sociedade. Atualmente, não representa tanto uma classe social, mas, é uma forma

de distinguir o grupo ao qual o indivíduo pertence. O traje manifesta o pertencer a

uma sociedade caracterizada: clero, exército, marinha, magistratura etc. Tirá-lo é, de

certa forma, renegar essa relação (CHEVALIER & GHEERBRANT, 1991).

As roupas exercem várias funções na vida pessoal dos indivíduos, como a

de proteger, adornar e classificar e, na vida profissional, as funções de organizar e

hierarquizar os setores de uma empresa. Podemos dizer que a unicidade visual que

a roupa profissional proporciona, sensação de harmonia, padronização, higiene e

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limpeza no ambiente hoteleiro.

Porque a linguagem do vestuário, tal como a linguagem verbal, não serve apenas para transmitir certos significados, mediante certas formas significativas. Serve também para identificar posições ideológicas, segundo os significados transmitidos e as formas significativas que foram escolhidas para transmitir (Eco, 1989, p. 17).

Através dos conceitos de design corporativo, a roupa profissional vem

cumprir um papel social dentro dos empreendimentos hoteleiros, incluindo indivíduos

por meio dos cargos, pelo oferecimento de bem-estar juntamente com outros

elementos, na otimização da rentabilidade e produtividade na gestão hoteleira. A

mudança periódica de atributos estéticos e ergonômicos, neste contexto, pode

contribuir frente ao composto global de hospitalidade.

Para que possamos estabelecer os parâmetros dessa relação,

contextualizamos, a partir daqui, os conceitos de ergonomia e de estética, frente à

realidade subentendida.

4.4 Ergonomia

Alguns autores dizem que o período de gestão da ergonomia, provavelmente

date ainda da Pré-História quando o homem preocupava-se em adaptar os objetos e

o ambiente as suas necessidades (IIDA, 1990).

A origem da palavra ergonomia vem do grego: ergon (trabalho) e nomos

(legislação, normas). Os primeiros estudos foram totalmente voltados à configuração

do trabalho adaptado ao homem, considerando-se a configuração das ferramentas,

máquinas e do ambiente de trabalho. No entanto, o alvo estava no desenvolvimento

de bases científicas, para a adequação das condições de trabalho das pessoas

(GRANDJEAN, 1998).

Segundo Grandjean (1998), a ergonomia já completou 40 anos, como

ciência e no decorrer do desenvolvimento tecnológico, substituiu o trabalho braçal

pelo computador, fazendo com que a demanda de trabalho recaia sobre os sentidos

e não, que a força física e seus preceitos passem a ser inseridos em locais como:

ambiente doméstico, trânsito, segurança, hospitais, escolas, esportes e também nas

atividades de lazer.

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Pode-se dizer que a ergonomia nasceu informalmente a partir do momento

em que o homem primitivo construiu seus primeiros instrumentos para garantir sua

sobrevivência, fazendo uso apenas de sua intuição criativa e de seu bom senso.

Esta ciência tem um caráter multidisciplinar e faz uso de diversas áreas do

conhecimento, por exemplo, organização do trabalho, medicina, fisiologia e

psicologia do trabalho, psicologia cognitiva, psicologia da percepção visual,

sociologia, antropologia e antropometria, teoria da informação, engenharias,

arquitetura e urbanismo, design, comunicação social e tecnologias diversas, como a

da informática, da cibernética, da telemática, da robótica e outras, além de normas

nacionais e internacionais (GOMES FILHO, 2003).

O campo do conhecimento da ergonomia continua evoluindo em razão do

próprio progresso das diversas disciplinas de que se valem, e em função do

desenvolvimento de inúmeras experiências e aplicações práticas, realizadas em

várias partes do mundo, sobretudo nos países mais desenvolvidos, em sintonia com

os avanços educacionais e as várias tecnologias que surgem ao longo do curso

dessa ciência (GRANDJEAN 1998).

A ergonomia é considerada por alguns autores como ciência enquanto

geradora de conhecimento, para outros como tecnologia, por seu caráter aplicativo

de transformação. Atualmente esse campo tem desenvolvido estudos mais

abrangentes e conseqüentemente novos conceitos.

Apesar das divergências conceituais, alguns aspectos são comuns às várias

definições existentes como a aplicabilidade dos estudos ergonômicos, a natureza

multidisciplinar, o fundamento nas ciências e os objetos de estudo: a concepção do

trabalho e a concepção de produtos.

Uma visão mais atual mostra o significado social da ergonomia através do

conforto, da segurança, do bem-estar e da saúde, apresentando, como descreve

Vidal (2002), ênfases com características genéricas tais como: antropométricas

(alturas, comprimentos, larguras), esforços musculares (contrações musculares,

consumo de oxigênio) e psicosociológicas (a visão, audição, olfato, tato).

Os estudos ergonômicos prestam serviços à população atuando em diversas

áreas, como podem ser citadas algumas para exemplificar: o design de produto, o

design gráfico, o design de ambientes, a arquitetura e urbanismo, interfaces

recíprocas e usuários especiais. Suas contribuições podem ser sentidas na

concepção de produtos através das normas e especificações de projeto, na correção

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de ambientes ou produtos com base na modificação de situações existentes, no

arranjo físico através do fluxo de produção e na conscientização através da

capacitação em ergonomia.

Baseando-se nessas concepções contemporâneas podemos dizer que a

ergonomia é a “ciência do conforto”, isto é, da adequação das medidas dos produtos

ás dimensões humanas. De carros a prédios, de roupas a máquinas, dos tamanhos

dos degraus à dimensão de uma caneta, medidas antropométricas possibilitam o

processo e o desenvolvimento de produtos ergonomicamente adaptados a seus

usuários e aos ambientes em que interagem. “O corpo vive a interpretação dos

sentimentos. A percepção automatiza-se. Portanto, conhecemos a nós mesmos e

tudo à nossa volta se torna mais verdadeiro“ (GRAVE, 2004. p. 03).

Além da antropometria, a biomecânica exerce influência na composição

estrutural das interfaces ergonômicas. Produtos e ambientes, quando são criados a

partir de características morfológicas da população usuária, favorecem seu público

em diversos aspectos como: segurança, durabilidade, manuseio e estética. Dessa

forma também são pensados os produtos do vestuário ligados ao setor profissional

ou não. Como é possível visualizar mais detalhadamente a partir do subitem a

seguir.

4.4.1 Considerações sobre anatomia e ergonomia aplicadas ao vestuário

A ergonomia vai além de uma investigação para a melhoria e a organização metódica do trabalho, a fim de aprimorar a relação entre o homem e máquina. Integrando o conjunto de ciências, que visam a melhoria da qualidade de vida do indivíduo. O homem começa a aplicar a ergonomia a seu trabalho, adequa-se ao manuseio dos equipamentos e das máquinas. Sua integração corpo e técnica executada apresentam outro fator intermediário: a indumentária (GRAVE 2004 p 57).

Para suprir as necessidades ergonômicas do corpo humano no que diz

respeito a produtos e ambientes de interação do homem, é necessário ter alguns

conhecimentos a cerca da anatomia humana, correlatos com a biomecânica,

sobretudo no vestuário onde roupas, calçados e acessórios ficam em contato direto

com o corpo e interferem amplamente nas percepções sensoriais e fisiológicas do

indivíduo.

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O corpo humano é dividido nos sistemas tegumentar (pele), esquelético

(ossos, cartilagens e conexões entre os ossos), muscular, nervoso, circulatório,

respiratório, digestivo, urinário, genital (feminino e masculino), endócrino e sensorial

(GRAVE, 2004).

O bom funcionamento de todos os sistemas interfere no bem-estar e

qualidade de vida das pessoas. Logo, a harmonia entre eles gera saúde ao

indivíduo, e é para preservá-la que são pensados e produzidos os produtos,

serviços, interfaces e ambientes ergonomicamente corretos.

Todos os sistemas são importantes para a concepção do vestuário, porém

alguns possuem peculiaridades indispensáveis para a projeção desses produtos.

Dentro do sistema esquelético podemos citar no do campo dos ligamentos e

articulações os tipos de movimentos articulares, como os movimentos angulares.

Tais movimentos possibilitam ângulos maiores ou menores entre o segmento que se

desloca e o que esta fixo (GRAVE, 2004).

Conforme mostra a figura 09, os movimentos articulares são denominados

flexão, extensão, adução e abdução, incluindo a rotação e a circundunção. Esse

conjunto é responsável pelos limites de mobilidade do físico, todas as possibilidades

da mobilidade do ser humano estão representadas por estes movimentos articulares.

Ao se projetar o vestuário deve-se considerar o tipo de superfície interior e exterior

de articulação, amplitude e forma de movimento, que compõem a grande valia para

a qualidade, tanto estética, quanto ergonômica (GRAVE, 2004).

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Figura 09: Movimentos articulares da anatomia humana.

Fonte: Modelos explicativos compilados pela autora (2006).

É importante lembrar que, ao vestir o homem, os membros inferiores funcionam como sustentação, locomoção, mexendo também com a sensualidade, por envolver a região genital. O quadril participa da mobilidade com menor amplitude de movimentação do vestuário em comparação com o ombro. O ombro funciona como um pêndulo em relação ao eixo do quadril, pois são os membros superiores que nos colocam em contato com o mundo por meio da apreensão dos alimentos, nas relações com o meio pela gesticulação e ainda ajudando no equilíbrio, fazendo com que o vestuário na região superior torne-se significativo. A direção do eixo de movimento leva em consideração a posição ordinária em relação à posição anatômica. Essas considerações serão estudadas na interposição da anatomia com o vestuário (GRAVE, 2004, p. 23).

O sistema muscular é responsável pela perfeita execução dos movimentos

do corpo. Para tanto, se faz necessária a ação de muitos músculos, por meio da

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“coordenação motora”. Os músculos prendem-se aos ossos, cruzando uma ou mais

articulações, sua capacidade de encolhimento chega a um terço da metade do seu

tamanho (GRAVE, 2004).

A atividade muscular é controlada pelo sistema nervoso central. Nenhum músculo se contrai se não receber estímulo por intermédio de nervo. Para executar sua função é necessário energia, que advém do sangue arterial (glicose e oxigênio). As artérias apresentam músculos lisos e a sua dilatação ou constrição é comandada involuntariamente pelo sistema nervoso autônomo. Por exemplo, para apanhar um objeto que caiu, usamos os dedos como movimento principal. Para tanto, o antebraço é estendido e alguns músculos estabilizam o ombro, outros atuam sobre a coluna estabilizando o tronco e outros agem nos mebros inferiores para manter o equilíbrio. Existe sempre um agrupamento muscular para beneficiar um movimento. Os agentes principais de um movimento chamam-se “agonistas”. Quando um músculo se opõe é chamado de “antagonista”; se cooperam para impedir um movimento, ganha a denominação de “sinergista” (GRAVE, 2004 p. 23).

O corpo humano funciona como uma máquina, seus mecanismos são

perfeitos e paralelamente diversos e complexos, respondendo e executando

funções, o que exige que esteja em boas condições para realizar um trabalho

perfeito. O sistema nervoso central baseia-se no fato “estímulo-reação” e “estímulo-

interpretação”, com ressalva a alguns reflexos que acontecem independentemente

da nossa vontade. Por isso, a “máquina humana” trabalha constantemente

respondendo a vários estímulos, fazendo com que seus cuidados sejam redobrados.

Sentidos e sentimentos se fazem presentes, não só o mundo interior como o exterior interfere no comportamento, na sanidade psíquica e física. Logo, vestir não é só proteger, agasalhar, embelezar, resguardar as partes pudicas, mas é um procedimento complexo, que visa além de preservar a saúde e a pudidícia, facilitar as funções motoras, sensitivas e auxiliar o ser humano em seus aspectos psicológicos, mecânicos, na saúde, nos cuidados e, acima de tudo, na prevenção predisposta a preservar uma das facetas visíveis, que compõe a complexa unidade humana (GRAVE, 2004 p. 31).

Algumas reflexões ergonômicas devem ser levadas em consideração para

uso geral no desenvolvimento da vestimenta do homem, independente da área a ser

utilizada. Em todas elas, é importante que seja suprida a necessidade de conforto,

funcionalidade e usabilidade, porém, ao se tratar de trajes profissionais, torna-se

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imprescindíveis a proteção e a segurança operacional proporcionada à pessoa no

desempenho de suas funções.

O traje ajusta-se ao corpo, procurando reproduzir por meio de cortes e costuras, a forma corporal como objeto tridimensional. Assim, o homem se vê obrigado a entender as articulações do seu físico a perceber a resistência e a plasticidade da matéria-prima, a projetar a roupa, a planificá-la em um molde, para então construí-la. (LEITE, 2004, p.120)

Dependendo da ocupação, como destaca Gomes Filho (2003), os trajes

profissionais devem possuir características ergonômicas, tais como:

• Adequação de materiais e tecidos de acordo com a ocupação e formação de uso,

como por exemplo, resistentes, duráveis, impermeáveis, flexíveis, etc.

• Adequação antropométrica para contemplar condições dimensionais visando

abranger diversos indivíduos diferenciados por sexo, idade, biótipo, etc.,

classificados de acordo com seus respectivos percentis2.

• Adequação funcional à ocupação ou tarefa, como: identificação pessoal,

funcional, previsão de bolsos, alças, engates especiais e outros dispositivos

estratégicos necessários para facilitar o cumprimento do trabalho operacional

como, por exemplo, a eventual guarda de pertences ou utilização de ferramentas.

A importância da ergonomia (nesse caso ligada diretamente às áreas de

atuação do design de moda e do produto) vai residir nos padrões de qualidade

técnica de moldes, e na adequação de materiais apropriados para a confecção

desses trajes e acessórios, observando-se sempre qual será a função

desempenhada pelo profissional e a posição geográfica em que se encontra, para

então propor modelos adequados a tais necessidades (GOMES FILHO, 2003).

A ergonomia é uma das disciplinas estudadas nessa pesquisa a fim de

posicionar o interlocutor as questões biofisiológicas, dinâmicas e estáticas que

envolvem o ser humano aos produtos que usa e ao ambiente em que interage.

2 Consiste em um método desenvolvido por antropólogos estudiosos desde o século XIX, com o intuito de sintetizar grupos de dados antropométricos, tendo como conceito central o número que é igual ou maior que um determinado percentual significativo da população.

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Da mesma forma, a Estética pretende atuar nesse contexto imprimindo uma

abrangente visualização do todo em relação as partes e das partes em relação ao

todo. Em suma, entende-se que a ergonomia e a estética são disciplinas

mutuamente completares no desenvolvimento de produtos e adequação de

ambientes.

4.5 Estética

Caracterizar estética é extremamente importante quando se fala em design,

no entanto, os conceitos dessa disciplina não estão simplesmente centrados no

estudo do Belo. Antigos filósofos trataram do assunto empregando a noção de

beleza, porém a originalidade da estética, na qualidade de disciplina filosófica, é

vinculada a uma perspectiva já vislumbrada pelos tímidos teóricos das artes dos fins

do século XVII, e do século XVIII, mas que só na primeira parte da Crítica do Juízo

(1790), de Kant3, configurou-se integralmente (NUNES, 2002).

A filosofia do belo deu origem aos estudos da estética, que pode ser

considerado um efeito provocado, sob certas condições, tanto pelas coisas do

mundo como pelas obras do homem. Esse efeito, a princípio, aguça sensorialmente

no homem em dois sentidos, a visão e a audição, desempenhando função primordial

na captação das impressões manifestadas por esse deleite: o belo (NUNES, 2002).

Desde os séculos XVII e XVIII, a beleza e suas manifestações na arte vêm

proporcionando reflexões filosóficas, onde derivam os conceitos aceitos até hoje, na

contemporaneidade. Conceitos estes que, mais tarde, vão estabelecer diferenças

entre beleza natural e beleza artística, concedendo assim consistência a um

universo material e sensível, agora valorizado (NUNES, 2002).

A palavra estética deriva da terminologia grega aisthesis, que significa o que

é sensível ou que se relaciona com a sensibilidade. A percepção estética não está

3 Immanuel Kant ou Emanuel Kant (1724-1804) filósofo prussiano, foi considerado por muitos o último grande filósofo dos princípios da era moderna, um dos pensadores mais influentes do Iluminismo. Kant teve grande impacto no Romantismo alemão e nas filosofias idealistas do século XIX, sendo suas teorias ponto de partida para Hegel. Kant é famoso pela sua concepção do idealismo transcendental - todos nós trazemos formas e conceitos a priori para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas suas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo (REFERÊNCIA - <http://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant>).

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ligada somente a sensibilidade e a percepção sensorial, mas também aos

sentimentos e a imaginação (NUNES, 2002).

A evolução dos conceitos e das disciplinas que perpassam o entorno da

Estética, incorporam a essa área de estudo conteúdos mais subjetivos, exigindo do

conhecimento racional mais clareza e verdade (NUNES, 2002).

Emmanuel Kant proporcionou resultados que impulsionaram os progressos

subseqüentes da Estética, por ter estabelecido a autonomia do domínio do belo, que

Baumgarten considerou objeto de conhecimento inferior.

Na visão de Kant, a estética admite três modalidades de experiência: a

cognocitiva, a prática e a experiência estética, no entanto conseqüentemente afirma

que:

(...) o Belo é propriedade das coisas que agradam sem conceito e que nos causam uma satisfação desinteressada. Por outras palavras, o filósofo reduziu o Belo á condição de objeto da experiência estética, a qual se caracteriza pela aconceptualidade (não determinada por conceitos), pelo desisteresse (é contemplativa) e pela autotelia (tem finalidade intrínseca). Desse modo a questão do Belo converter-se-ia, depois de Kant, na questão da experiência estética, diferentemente interpretada pelas diversas tendências ou correntes do século XIX (NUNES, 2002, p. 13).

Numa visão mais contemporânea buscando entender o sistema da Moda4,

estudamos autores como Lipovetsky (1989) e Mesquita (2004), que abordam

questões sociológicas em torno da Estética, do esteticismo ou dos movimentos

estéticos.

Para Lipovetsky (1989), a moda, vista como um sistema, pode ser dividida

em quatro fases - aristocrática, dos cem anos, aberta e consumada (essa última fase

é vista quase como uma conseqüência da chamada Moda aberta), - e a dilatação do

sistema em sentidos diversos, em suas relações e vetores. Seus pilares;

efemeridade, individualismo e esteticismo; são os fluxos tão intensamente presentes

na subjetividade contemporânea que é como se os domínios da Moda pudessem

retratar toda uma realidade social subjetiva.

4[...] a palavra Moda – escrita com letra maiúscula – está se referindo ao sistema da Moda enquanto a palavra iniciada por letra minúscula designa fenômenos de moda isolados, como, por exemplo, “ isto que está na moda”, ou “moda jovem”.

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Com a instauração e manutenção do sistema de Moda, outras lógicas foram

pensadas, o esteticismo está como um dos pilares desse sistema, no entanto não o

vemos mais apenas ligado a noção de sujeito, mas também a própria Moda.

Nos anos 1990, a Moda tornou-se mais um dos muitos palcos contemporâneos. O glamour em torno dela e de suas personagens – estilistas, modelos, fotógrafos, etc. – cria um espetáculo à parte. E como verdadeiras traduções da “era da imagem”, as marcas preocupam-se em produzir imagens de formas cada vez mais ousadas. A imagem de moda nos anos 1990 habita terrenos menos aprisionados à roupa em si e mais ligados à sensibilidade do espectador, à subjetividade (MESQUITA, p.36).

Podemos dizer que essa sensibilidade do espectador invadiu outros campos,

outras áreas e sub-áreas do design de Moda. Como uma disciplina em evolução,

segmentou-se e, para obter maior alcance se apresenta em forma de estilos, passou

a abordar nichos pouco ou nada antes explorados.

A Moda amplia-se e estreita profundamente seu diálogo com a rua e a

realidade, não somente na construção de imagens e propostas de beleza, mas

também nas referências criativas, como podemos perceber na entrevista do estilista

Ronaldo Fraga para o vídeo-documentário: Mas isto é Moda? Se referindo a um

ponto importante ligado à idéia de democratização da moda:

Nós estamos passando por um momento de discussão do belo, de discussão do feio. Por que é belo, por que é feio? Por que é comercial, comercial para quem? O que é vestível? Vestível para quem? Nós estamos passando por um momento de democratização da Moda (MESQUITA, p.89).

Vivemos na era da imagem e tudo que almejamos e adquirimos atualmente

deve vir carregado de significâncias e conceitos que imprimam nosso gosto pelo

belo, pelo sofisticado, pela qualidade, seja em produtos, quanto em serviços. O

design, com seus atributos estéticos, vem proporcionar as pessoas de bom gosto e

poder aquisitivo correspondente, o suprimento dessa necessidade.

Os segmentos do mercado do design de Moda, work wear e work fashion,

anteriormente já definidos e comentados, estão sujeitos a esses conceitos estéticos

contemporâneos, ou seja, a roupa profissional não deve expressar menos ou mal a

real intenção da instituição em comunicar-se com clientes internos, externos,

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fornecedores, enfim com todo o universo mercadológico no qual se encontra

inserido.

No entanto, quando algo está esteticamente agradável, não deve sê-lo por si

só, mas sim, agregado as demais características do contexto em que deve fazer

parte de um todo. A unidade visual de um ambiente agrada imperceptivelmente até

os olhares menos sensíveis, digamos que o belo cumpre seu papel e subjetivamente

atinge os indivíduos que o observam.

A seguir podemos visualizar alguns exemplos representativos do segmento

de roupas profissionais, a fim de ilustrar as reflexões anteriores.

4.6 O estado da arte

O mercado têxtil, voltado ao segmento de vestuário profissional, oferece uma

extensa gama de produtos. A fim de conhecê-los, fez-se uma pesquisa do estado da

arte, que faz relação com a representatividade que estes itens possuem no mercado

consumidor, e qual seu posicionamento junto aos concorrentes, bem como ao

esforço em buscar atualização, visto que a dinâmica e os investimentos do setor são

altos. Nas figuras 10 e 11, podem ser visualizados alguns modelos expostos para

venda em sites especializados na comercialização de vestimentas profissionais.

Figura 10: Traje de executiva e/ou Profissional Liberal

Fonte: Arquivos pessoais da autora.

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Os trajes da figura 10 mostram peças para segmento feminino, indicado para

mulheres que trabalham em cargos executivos ou profissionais liberais como

engenheiras, arquitetas, advogadas, industriais, etc.

Figura 11: Trajes Operacionais para Hotelaria

Fonte: Arquivos próprios da autora.

A figura 11 contempla trajes masculinos e femininos do setor operacional da

hotelaria como camareiras, copeiros, mensageiros, garçons e garçonetes. Alguns

destes trajes possuem formas bastante tradicionais, muitas empresas tem optado

pela substituição destes por opções mais contemporâneas, assim gradativamente a

padronização no vestuário profissional se torna menos rígida e estática e mais atual

e dinâmica.

4.6.1 Grandes grifes da moda aliadas aos grandes nomes da hotelaria

Muitas vestimentas profissionais em hotéis, bares, restaurantes, companhias

aéreas e empresas especializadas em food service, já foram desenvolvidas por

grandes nomes da moda e design no Brasil e no exterior. A seguir veremos alguns

casos que representam empresas importantes no mercado turístico mundial.

O estilista Ocimar Versolato, único brasileiro a possuir uma mason nas

concorridas ruas de Paris. Foi convidado por Giuseppe Cipriano Neto – herdeiro do

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tradicional hotel Cipriani de Veneza – para criar as vestimentas profissionais do novo

Cipriani Punta Del Este. Segundo o criador, um grande desafio diz respeito aos

modelos idealizados para as funcionárias do cassino, que devem ser sexys sem

parecerem vulgares.

A linha de vestimentas profissionais do grupo de Hotel Emiliano, também

criada por Versolato, segue a tendência mundial do conceito de design, em que a

riqueza está nos detalhes, como desenho dos móveis e vestimentas. Algumas

empresas mais flexíveis mesclam roupas de uso pessoal com peças de vestimentas

profissionais para setores administrativos, o que já é uma tendência forte nos EUA e

Europa (MORAES, 2002).

Segundo Moraes (2002), a intenção do Hotel Emiliano, primeiro hotel-

boutique paulistano é imprimir um conceito de conforto com instalações

diferenciadas e venda de móveis e objetos decorativos. A inserção do novo projeto

de design e arquitetura, contou com outros grandes nomes além de Versolato como,

Arthur de Mattos Casas e os irmãos Campana.

Outro hotel que levou assinatura de Versolato nas vestimentas profissionais

foi o Fasano, também de São Paulo. O estilista sempre associado ao luxo e glamour,

inspirou-se no clássico filme ”Grande Hotel”, para criar as roupas usadas por todo

staff, do recepcionista ao garçom. “O Fasano não economizou nada. Para se ter uma

idéia usamos cashmere Loro Piana em algumas peças”. Relata o criador, referindo-

se a uma das mais caras grifes de cashmere do mundo. Com tanto empenho e

atenção dispensados aos trajes, é bem provável que até mesmo os funcionários

mais resistentes ao uso do uniforme, não se incomodem em usá-lo diariamente.

O hotel Unique e seu restaurante Skye, trocaram o antigo avental ou bata,

por vestimentas assinadas por Alexandre Herchcovitch, estilista paulista responsável

pelas criações de sua grife e diversas contribuições em marcas brasileiras. Segundo

Melissa Oliveira, Gerente de Alimentos e Bebidas do restaurante, “a uniformização

não poderia sair do conceito do projeto como um todo”.

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Figura 12: Uniformes profissionais do Hotel Unique

Fonte: <www.terra.com.br/istoegente/223/exclusivas/>

No entanto, no caso deste hotel, foram escolhidos profissionais de renome

no mercado, para desenvolver os projetos respectivos a cada segmento. Entre eles:

Ruy Otake na arquitetura, João Armentano no design de interior, Gilberto Elkis no

paisagismo e o Cheff Emmanuel Bassoleil na gastronomia. Segundo os gerentes, a

criação de Herchcovitch acompanha a singularidade do projeto como um todo e

compõe um visual inovador para o mercado hoteleiro e o torna ao mesmo tempo

despojado e elegante.

O Resort Costão do Santinho implantou recentemente, o conceito All Time.

O programa visa reduzir a sazonalidade, fazendo do resort um destino de passeio

para o ao todo. No entanto, dentre as diversas mudanças sofridas nos ambientes

interno e externo do empreendimento, uma delas foi a reformulação das vestimentas

profissionais, desenvolvida por Herchcovitch para atender esta necessidade vigente.

Segundo a Home Page do Resort Costão do Santinho (2006), o diretor

comercial Rubens Régis comenta:

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[...] o conceito entrou em vigor na temporada verão 2004/2005, mas já estava sendo preparado há mais de um ano. O novo conceito não pura e simplesmente um slogan, mas significa uma revolução interna no produto. Todas as áreas comuns foram redecoradas, tendo como tema os cinco mil anos de história local. Os uniformes dos funcionários também irão refletir o novo conceito. Queremos preservar a história, a vida do indígena, do manezinho da ilha, do homem do sambaqui, que viveu nesta região.

4.6.2 Grandes grifes da moda aliadas aos demais setores do sistema turístico

a) Bares e Restaurantes: A empresa norte-americana especializada em food

service, mais famosa do mundo, o McDonald’s, no intuito de acompanhar as

tendências mundiais, convidou estilistas ao redor do mundo para desenvolver as

novas vestimentas de seus atendentes. No Brasil o estilista convidado foi

Herchcovitch, por ser considerado arrojado, inovador, e possuir um perfil que atende

aos jovens adolescentes, os quais fazem parte do staff da empresa, segundo sua

política de contratação (que não permite funcionários acima de 22 anos de idade). E

também por se concentrar nessa faixa etária a maior parcela de seus consumidores

finais.

No Bar Baro, as vestimentas profissionais são da grife italiana conhecida

mundialmente por ter uma linha dirigida para motociclistas. As cores das roupas são

diferentes para garçons, maitre, caixas e gerentes. “Os uniformes foram escolhidos

para que os clientes pudessem de forma rápida, diferenciá-los”, afirma o sócio-

proprietário da casa, Gerson de Abreu (REVISTA NUTRI NEWS, 2004).

Além de assinar as vestimentas profissionais da casa, a Spidi conta com um

pequeno show room onde expõe e comercializa artigos de sua coleção. Segundo

Abreu, a escolha pela grife deu-se devido à qualidade dos produtos e pelo conceito

que ela possui fora do Brasil. Com a uniformização de meus funcionários, não há

mais confusão entre quem é cliente e quem é garçom, o que sempre ocorria em dias

de grande movimento no estabelecimento.

Trabalhando com classe, mais do que uma roupa, são os detalhes que

fazem a diferença, como na linha de vestimentas profissionais desenvolvida pelo

estilista Mário Queiroz para o restaurante Nakombi em São Paulo. (REVISTA

BROTHER NEWS, 2002).

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b) Companhias Aéreas: Estilistas renomados estendem seus conhecimentos de

moda à tecnologia para atender companhias aéreas, desenvolvendo suas

vestimentas profissionais de bordo. Formando ‘duplas’ com departamentos de

marketing dessas empresas, Yumi Uyemura, Ricardo Almeida e Glória Coelho

desenvolveram os trajes da Varig, TAM, BRA e Gol, que ainda escalou Duda

Molinos para desenhar a maquilagem ideal para compor a imagem de suas

atendentes. Tradicionais, modernos, chiques ou despojados, todos têm em comum a

preocupação de representar bem a imagem da empresa, complementando um

trabalho que envolve toda a cadeia de funcionários, do atendimento ao passageiro à

equipe de manutenção das aeronaves.

Figura 13: Vestimentas profissionais da Companhia Aérea Gol

Fonte: <www.terra.com.br/istoegente/223/exclusivas/>

Em pesquisas feitas com leitores do portal Viagens e Aventuras do Jornal

Estado de São Paulo, a Varig ganhou a indicação da vestimentas profissional mais

bonita, depois da mudança realizada a partir de 2003, quando a empresa procurou

abandonar a imagem de séria e conservadora em demasia. Os lenços, gravatas,

echarpes e aventais confeccionados por Yumi, com tecidos que levam estampa de

Andréa Eberet deram ao visual dos funcionários um toque mais leve, moderno e

bem brasileiro.

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Figura 14: Vestimenta profissional da Companhia Aérea Varig

Fonte: <www.oqdesign.com.br/20/porai.htm>

O estilista Julien Macdonald (ex-Givenchy) considerou a proposta da

Companhia British Airways um desafio. Para desenvolver o traje que está sendo

usado desde janeiro de 2005, por mais de 25 mil empregados em todo mundo,

MacDonald fez pesquisas, reuniões e colocou algumas peças-piloto de versões e

tecidos diferentes para serem testadas in loco por 100 funcionários da companhia.

“Foi uma experiência incrível. Envolvemos o maior número possível de pessoas e

acredito que, juntos criamos um uniforme que eles sentirão orgulho de usar”

(REVISTA COSTURA PERFEITA, 2003).

Figura 15: Vestimentas profissionais da Companhia Aérea British Airways

Fonte: <www.terra.com.br/istoegente/223/exclusivas/>

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Outros exemplos, a parte das organizações relacionadas ao turismo, podem

ser, igualmente, elencados. A conceituada empresa brasileira de perfumes, O

Boticário, contratou o estilista Rinaldo César Moretti para a criação de seus trajes.

Como resultado do trabalho, foram criadas vestimentas profissionais para nove mil

atendentes em todo Brasil, reunindo alta tecnologia nas fibras com distinção, classe,

estilo e versatilidade, buscando formas acessíveis a todos os biótipos (REVISTA

COSTURA PERFEITA, 2003).

Seguindo o modelo da empresa O Boticário, outras empresas que

implantaram este tipo de vestimentas profissionais foram: American Express, Banck

Boston, Citibanck, HSBC, Lojas Renner e a Lê postiche, que além de investir na

mudança dos trajes, os mesmos foram assinados por Lorenzo Merlino. As

vendedoras ganharam, como complemento, a consultoria de hair stylists.

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5 EXPOSIÇÃO DOS DADOS OBTIDOS COM A PESQUISA DE CAMPO

REALIZADA

No intuito de adequar o desenvolvimento desta pesquisa ao objetivo a que

se propõe, focado na inserção do design como instrumento para o planejamento de

vestimentas profissionais na hotelaria, representando sua imagem corporativa,

optou-se pela aplicação de uma metodologia para investigação de cunho qualitativo

e exploratório.

Respeitando o caráter ao qual a pesquisa se propõe, optou-se pela

realização de entrevistas, coleta de material bibliográfico e documental, além de

observações, caracterizando assim, levantamento, descrição e análise dos dados

obtidos.

A pesquisa foi realizada no hotel Ponta dos Ganchos Exclusive Resort no

mês de abril de 2006, duas visitas ao local foram necessárias nesse momento inicial

do procedimento de coleta de dados. Na primeira visita se tomou conhecimento das

dependências do hotel, suas dimensões e demais informações necessárias para

categorizar e classificar o ambiente visitado. Nesse primeiro momento também foram

entrevistados os gerentes do hotel, onde foi possível ter acesso às necessidades e

as possibilidades do ambiente a fim de se atribuir quesitos determinantes à coleta de

dados no que se refere ao comportamento dos colaboradores e a visão do hotel a

respeito da imagem corporativa.

Na segunda visita se teve acesso aos colaboradores dos demais níveis

operacionais e aplicou-se o instrumento de pesquisa de coleta de dados mais

específicos com cada cargo, através de um formulário com itens contidos no

memorial descritivo para observação. Vale ressaltar a pesquisa de observação já se

iniciou na primeira visita.

Optou-se por um estudo de caso a partir de um pré-teste realizado no hotel

de turismo rural Fazenda Rancho do Boquerão na cidade de Lages, santa Catarina.

Nesta ocasião foi formulado um questionário onde os colaboradores deveriam

assinalar sobre o conforto, a ergonomia, a usabilidade e a receptividade de usar

diariamente um vestuário padronizado, visando adequação geográfica,

antropométrica e biomecânica. No entanto houve muitas limitações, pois se

percebeu que os colaboradores temiam em responder verdadeiramente as questões,

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prevendo algum tipo de represálias ou descontentamento por parte da chefia,

embora a mesma afirmou que consultava os funcionários antes de elaborar novos

trajes.

Concluiu-se, no entanto, que se chegaria a poucos resultados relevantes

dessa maneira e que o fato de aplicar a pesquisa diversos hotéis não afetaria nem

causaria interferência no resultado final. A partir daí e baseado no parecer da banca

de qualificação deu-se continuidade à pesquisa através da investigação de um

estudo de caso, optando pelo segmento de lazer e pela localização geográfica no

litoral de Santa Catarina. O fato de ter sido eleito o hotel Ponta dos Ganchos

Exclusive Resort, não foi aleatório, mas buscou a excelência em hospedagem de

lazer alto-padrão, por possuírem uma demanda exigente e de alto poder aquisitivo.

Assim, na busca de agradar o cliente mais exigente, certamente se atingirá à

necessidades da grande parte dos clientes que procuram e se utilizam dos serviços

de um meio de hospedagem.

Para maior adequação às necessidades da pesquisa criou-se um formulário

para registro das informações observadas, para pontuação de dados através de uma

escala semântica. O formulário não contempla todos os itens constantes no

Memorial Descritivo utilizados no detalhamento de produtos, apenas os que se

julgaram necessários para esse produto e essa situação. No entanto o Memorial

Descritivo como um todo está descrito integralmente na seqüência desta abordagem

para que haja entendimento do objetivo e função do uso e escolha de tal

procedimento.

5.1 Checklist – Memorial descritivo

5.1.1 Função Técnica

a) Sistemas Construtivos: Neste item deve conter descritos os meio de fabricação

utilizados para construção de um protótipo que se dá de maneira unitária e

posteriormente a projeção industrial do mesmo. Aspectos relacionados à viabilidade

econômica e manufaturável devem ser considerados nesta etapa. Outros itens

complementares são o sistema de montagem do produto, descrição das partes e

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quantidade de cada uma delas que compõe o modelo. Pode-se utilizar um desenho

de perspectiva explodida para auxílio do entendimento.

b) Materiais: Devem ser ressaltados os pontos positivos da escolha do material,

vantagens para o produto, fazendo um comparativo justificando a escolha. Deve ser

citado como este material se encontra na natureza ou após beneficiado qual seu

formato à disposição no mercado. É a relação de materiais utilizados contendo sua a

descrição de suas características como: plasticidade, rigidez, solidez, solvência,

absorção, entre outras. Ressaltando os pontos positivos da escolha de determinado

material para uso na construção do produto e alertando para possíveis fragilidades

do mesmo.

c) Tecnologias: Esta função determina a inovação tecnológica agregada ao projeto

em todo os seu sistema. Pode se fazer presente nos materiais utilizados, nos

equipamentos de última geração para sua concepção ou desenvolvimento. Os

avanços tecnológicos podem também estar incutidos nos testes de adequação

antropométrica ou fisiológica. Devem ser descritas quais as tecnologias utilizadas no

produto ou ainda citar uma nova tecnologia utilizada na fabricação ou viabilidade do

produto.

d) Função Ambiental: A proposta do projeto deve relacionar as questões

ambientais com as projetuais, incorporando as questões relativas ao meio ambiente.

Devem ser descritas as vantagens da utilização de determinados componentes e

quais impactos da sua utilização nas etapas de projeto, desde a aquisição do

material junto à natureza, passando pela transformação industrial e chegando ao

consumidor final. Os materiais utilizados na fabricação do produto devem ser

preferencialmente biodegradáveis ou recicláveis. O objetivo da reciclagem é a

recuperação dos componentes químicos individuais para reutilizá-los como produtos

químicos ou para produção de novos componentes. E o objetivo da

biodegradabilidade é a harmonia do produto junto à natureza no momento do seu

descarte.

e) Processos de fabricação: Entende-se por processo produtivo toda e qualquer

transformação aplicada sobre materiais, para que estes dêem origem a um produto.

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Tais processos, juntamente com a seleção de materiais, viabilizam a manufatura do

projeto, e proporcionam uma constante evolução nas técnicas de produção.

f) Funcionalidade: São descritas as principais funções básicas do manuseio do

produto por parte do usuário, como o colocar, regular e como conservar. Estas

podem ser disponibilizadas ao usuário através de um manual explicativo. E também

funcionamento da operação física de determinada parte.

5.1.2 Função ergonômica

Dentro da funcionalidade são realizados estudos ergonômicos, estes estão

relacionados com o homem e os produtos e/ou equipamentos que utiliza. São

salientados os pontos resolvidos relevantes à ergonomia, considerando segundo

dados pré-determinados, indicando tolerância e/ou justificando possíveis resultados

não ergonômicos.

Com auxílio dos itens: usabilidade, adequação antropométrica, biomecânica,

fisiológica e a cognição do produto desenvolvido, buscam-se encontrar a solução do

problema do produto, levando em consideração as dificuldades teóricas ou práticas

que representam a realidade. A pesquisa é o meio de resolvê-lo e decifrá-lo é chegar

o mais perto possível do ideal, dentro da problemática apresentada.

a) Usabilidade: Neste item são observados como foram solucionados os problemas

para facilitação do uso, da manipulação, conservação, cuidado, armazenamento e

transporte. Para a facilitação do uso, é levado em consideração o comportamento do

homem durante as atividades para as quais se destinam os produtos, definindo a

solução da problemática de acordo com o que o indivíduo tem hábito ou função

realizar durante a prática de tal atividade.

b) Adequação antropométrica: Nesta etapa são adequadas as dimensões

corporais do homem à idéia do produto. Incluindo tipos físicos e peso do usuário.

São analisados dados através da ergonomia estática. Os parâmetros devem ser

seguidos por uma tabela de medidas base, na qual deva conter a média das

medidas corpóreas dos indivíduos que fazem parte do público-alvo destinadas ao

produto em questão.

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c) Adequação biomecânica: A biomecânica avalia o movimento de um organismo

vivo e o efeito da força sobre esse organismo. A abordagem biomecânica para

análise dos movimentos pode ser qualitativa, com o movimento observado e

descrito, ou quantitativa, significando que está sendo feita alguma medida do

movimento. Neste item são analisados dados através da ergonomia dinâmica. Estes

devem estar adequadas à postura do usuário diante do produto, verificando as

possibilidades de mudança da postura. E ainda os esforços necessários para

interação com o produto dentro de parâmetros toleráveis.

d) Adequação Fisiológica: Analisa os fatores humanos como acuidade visual,

audição, tato, temperatura e umidade relativa, velocidade do ar, poluição, espaço

estes afetam diretamente o desempenho humano, mas também são considerados

outros fatores, como o treinamento e a dieta do indivíduo dependendo do tipo do

produto que está sendo analisado. É a verificação da adequação do produto quanto

ao usuário no que diz respeito aos fatores humanos são a esfera de dados

acumulados.

e) Adequação cognitiva: Para esta etapa está compreendida a percepção do

funcionamento e utilização do produto com relação ao usuário e a sua aceitação

frente as suas necessidades. A sensação que o produto passa quando visualizado

deve ser exatamente o conceito que possui: conforto, beleza, contemporaneidade,

etc. Outros artifícios também são usados para compreendê-lo como as cores e

formas usadas na logomarca e no design do próprio produto.

5.1.3 Função estética

a) Função estético-formal: O desenvolvimento dos aspectos formais e estéticos do

projeto é condição fundamental para o designer. O projeto deve explorar todas as

possibilidades formais, buscando referências estéticas para sua justificativa e

fundamentação. Estas podem estar contidas em formas possuindo linhas orgânicas,

geométricas ou mistas. O produto poderá ser descrito formalmente utilizando

referências visuais ou conceitos Gestálticos5, por exemplo. Outro aspecto

5 A corrente mais utilizada é Gestaltheorie, que baseia-se no estudo da forma (Séc. XX).

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fundamental de qualquer produto é, sem dúvida nenhuma o conjunto de cores

utilizado. Os efeitos e as influências das cores sobre os seres humanos são muitos e

variados. As cores usadas num determinado produto devem seguir os padrões já

estabelecidos pela identidade visual da marca se houver, e se não existir correlação

entre ambas, uma delas deve ser neutralizada, bem como aparência da superfície,

textura e padrão visual. O círculo cromático (estudo da composição das cores) pode

ser utilizado como ferramenta de auxílio para análise da psicodinâmica das cores a

serem trabalhadas num local ou produto.

b) Função simbólica: A capacidade do produto de ter uma referência simbólica

para os consumidores se torna importante na medida em que o produto se

transforme numa aquisição importante para o consumidor. Representando um grupo

de valores culturais e sociais significativos e não seja meramente uma questão

temporária (moda), mas que comunique uma satisfação própria correlacionada ao

ambiente de uso, com as características funcionais destacadas. Todo produto tem

uma capacidade de representação de poder, seu significado, sua capacidade de

cognição e comunicação através de conceito, mensagem e imagem.

c) Função de uso: Esta função tem por finalidade indicar qual é a forma mais

apropriada de usar o produto, em que condições, aspectos e ambiente deverá ser

manuseado ou utilizado. O mesmo pode conter mais do que uma função de uso,

esta multifuncionalidade agrega mais valor técnico e comercial ao produto. Este

pode inclusive ter funções secundárias. Para exemplificar: Um balde serve para por

água, mas pode servir como um banquinho de acesso ao varal, embora não seja

devidamente adequado para este fim.

5.1.4 Função de marketing

a) Função informacional: Deve oferecer subsídios suficientes para que o cliente ou

usuário possa inteirar-se da maneira correta de utilizar, manusear e higienizar o

produto. Em caso de produtos específicos ou equipamentos de médio e grande

porte, o mesmo pode vir acompanhado de um manual de instruções. Em caso de

produtos de pequeno porte ou baixa complexidade de usabilidade, tag’s explicativos.

Etiquetas internas e externas se mostram importantes para compreensão do usuário.

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A composição química dos produtos deve ser relacionada afim de que o usuário

possa perceber a sua sensibilidade em estar em contato com determinado material,

a procedência e instruções de lavação e/ou conservação do produto ou equipamento

também devem estar contidos no aspecto informacional. Em alguns casos

específicos como o de vestuário, é necessário consultar as regras da ABNT no que

diz respeito ao padrão de tamanhos e símbolos de cuidado para conservação de

artigos têxteis e confeccionados.

b) Identidade visual: O produto deve oferecer melhor qualidade e desempenho, de

tal modo que atraia e mantenha o interesse tanto do cliente usuário quanto do

cliente comprador. A meta que se deseja atingir é que o produto seja visto como um

produto inovador a partir da segmentação denominada e determinante.

Como o marketing tem suas origens no fato de que os seres humanos são

criaturas que possuem necessidades e desejos, a escolha do produto é guiada pelo

conceito de valor, custo e satisfação. Para uma estratégia de marketing, fica

estabelecidos a intenção de uma organização com seus ambientes internos e

externos. A marca é o símbolo que representa o todo do produto, suas qualidades

além de a característica de criar vínculos com seu público-alvo, atraindo-o e

fidelizando-o. Se apresentará através da imagem corporativa como um todo,

produto, serviço, embalagem, fazendo parte do composto de marketing no qual se

fundamenta os 4 p’s (produto, promoção, preço e ponto de venda), (KOTLER E

ARMSTRONG, 2003.)

Os resultados das observações, somados aos elementos obtidos com a

pesquisa, foram registrados em um formulário de observação, onde os dados foram

pontuados através de uma escala semântica. O formulário não contempla todos os

itens constantes no Memorial Descritivo utilizados no detalhamento de produtos,

apenas os que se julgaram necessários para esse produto e essa situação.

Conforme figura 16.

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Nome do Hotel: Ponta dos Ganchos Exclusive Resort

Cargo/ Descrição do Traje:

Camareira: Calça tipo cigarrete de malha helanca na cor bege, blusa de malha de gola alta ou camiseta pólo (tipo masculina) na cor bege ou branca, avental estilo cachê-coer (transpassado) em tecido de nylon fino com um único bolso central, na cor verde musgo.

Ótimo Muito Bom Bom Regular Ruim

– Função Técnica

Materiais X

Tecnologias X

Funcionalidade X

2 – Função Ergonômica

Usabilidade X

Adequação

Antropométrica

X

Adequação Biomecânica X

Adequação Fisiológica X

Adequação Cognitiva X

3 – Função Estética

Função Estético-formal X

Simbólica X

Função de Uso X

4 - Função de Marketing

Função Informacional X

Identidade Visual X

Figura 16: Exemplo de formulário preenchido utilizado como instrumento de coleta de dados, aplicado durante a pesquisa in loco com o cargo de camareira

Fonte: Elaborado pela autora

5.2 Observação in loco e registro fotográfico

Nos aspectos determinantes da aplicação da pesquisa, instrumento

formatado foi aplicado no empreendimento hoteleiro Ponta dos Ganchos Exclusive

Resort, em uma região conhecida como Costa Esmeralda (município de Governador

Celso Ramos, em Santa Catarina), a 40 quilômetros de Florianópolis, 250

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quilômetros de Curitiba, 470 quilômetros de Porto Alegre, 650 quilômetros de São

Paulo e 1.100 quilômetros do Rio de Janeiro. O hotel possui 80 mil metros

quadrados de área, no entanto apenas 5% são de área construída. O mapa de

localização do resort encontra-se em anexo (Anexo B).

Figura 17: Recepção do resort

Foto: Marcos Schaefer (2006)

Há cinco anos no mercado, o resort se firmou como uma das mais

qualificadas opções de turismo no Brasil. Pelo quarto ano consecutivo, o resort

recebeu do Guia Quatro Rodas a classificação máxima entre os hotéis de praia do

país e menção especial à vista panorâmica do local (CAMPOS, 2006).

O resort faz parte do seleto grupo de hotéis indicados pela Relais Chateaux,

que classifica os melhores pequenos hotéis do mundo. A Associação Relais &

Chateaux está presente em 50 países, reúne 460 estabelecimentos de charme,

divididos entre Relais & Chateaux e Relais Gourmands. O slogan 5 "C": Cortesia,

Charme, Caracter (que também podemos traduzir por personalidade), Calma e

Cozinha, traduz o compromisso de qualidade permanente. Castelos ou propriedades

de alto nível, mansões de conforto refinado e até uma "belle maison" de bom

conforto, tipo "relais de Campagne", compõem o universo de opções.

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Figura 18: Vista parcial das ilhas

Foto: Marcos Schaefer (2006)

O hotel Ponta dos Ganchos Resort possui 20 (vinte) bangalôs, distribuídos

nas categorias luxo, super luxo, da vila e especial da vila, equipados com conforto e

sofisticação. Oferecem aos clientes outros ambientes como fitness center, spa,

restaurante, lounge bar, jantar privativo na ilha, cinema, piscina aquecida, heliporto,

quadras e equipamentos para diversos esportes dentro e fora do hotel. Seu regime

de hospedagem é pensão completa, as refeições podem ser feitas a qualquer hora

do dia ou da noite e todos os pedidos de alimentos e bebidas estão inclusos na

diária, com exceção do jantar na ilha e das bebidas alcoólicas. O hotel não aceita

menores de 18 anos e está voltado totalmente ao público de casais. Oferecem

pacotes especiais para lua-de-mel e também serviços extras como mergulhos em

ilhas próximas, passeios de helicóptero, golf e city tour em algumas cidades

próximas.

Segundo o Diretor Geral do hotel, Nicolas Peluffo, o resort passou

recentemente por reestruturação administrativa, onde setores foram subdivididos e

pessoas que acumulavam cargos receberam funções específicas. Desta forma, o

organograma foi reelaborado, com novos colaboradores que estão sendo

contratados em diversos níveis hierárquicos.

Após a reestruturação, foram criadas no resort quatro gerências, pelas quais

ficaram responsáveis Rafael Candido, que vem do Hotel Fasano para assumir a

gerência Operacional e o italiano Michele Mungari, que conta com uma experiência

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em diversos hotéis cinco estrelas na Itália e Inglaterra, assumindo a gerência de

Alimentos e Bebidas. Internamente foram promovidas Virgínia Peluffo à gerente

Comercial e Silvana Ferreira à gerente Administrativa. Com estas novas mudanças o

resort busca aprimorar ainda mais seus serviços, visto que a demanda é crescente e

o mercado de luxo ganha notoriedade a olhos vistos no Brasil. Hoje o hotel conta

com 80 (oitenta) colaboradores.

O processo de mudanças pelo qual passou o empreendimento atingiu todos

os departamentos, inclusive o setor de Recursos Humanos, no intuito de substituir os

trajes profissionais do seu pessoal. A intervenção dessa pesquisa foi oportunamente

registrada nesse referido momento. Para isso foram analisados 08 (oito) trajes

relativos a 28 (vinte e oito) cargos. O mesmo padrão de traje se repete para diversos

cargos, como pode ser observado na exposição dos dados a seguir obtidos com a

pesquisa.

5.2.1 Trajes Femininos

Descrição do Traje

Calça comprida em tecido plano na cor verde musgo, camisete em tecido plano com

elastano na cor caqui.

Cargos

Gerente Administrativa

Gerente Comercial

Recepcionista

Departamento de Reservas

Governanta

Guest Relations

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Figura 19: Administrativo Feminino

Foto: Marcos Schaefer (2006)

Descrição do Traje

Camiseta justa tipo pólo em malha piquet na cor bege, calça comprida em helanca na

cor bege, avental tipo vestido inteiro cachê-coer em tecido plano na cor vinho e boné.

Cargos

Camareira

Faxineira

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Figura 20: Camareira e Faxineira

Foto: Marcos Schaefer (2006)

Descrição do Traje

Calça capri em tecido plano na cor bege, camiseta justa tipo pólo em malha Piquet na

cor bege e avental em tecido plano na cor verde musgo.

Cargos

Garçonete

Atendente do Bar

Atendente do Café da Manhã

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Figura 21: Garçonete

Foto: Marcos Schaefer (2006)

5.2.2 Trajes Masculinos

Descrição do Traje

Calça comprida em tecido plano na cor verde musgo, camisa em tecido plano na cor

caqui.

Cargos

Recepcionista

Gerente Operacional

Gerente de A&B

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Figura 22: Administrativo Masculino

Foto: Marcos Schaefer (2006)

Descrição do Traje

Calça comprida ou capri com bolsos cargo em tecido plano na cor verde bege,

camiseta pólo em malha Piquet na cor caqui.

Cargos

Garçom

Atendente do Bar

Almoxarife

Auxiliar de Serviços Gerais

Mensageiro

Porteiro

Supervisor de Garçons

Marinheiro

Jardineiro

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Figura 23: Garçom e Serviços Gerais

Foto: Marcos Schaefer (2006)

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6 ANÁLISE DA VESTIMENTA PROFISSIONAL DO RESORT PONTA DOS

GANCHOS

Como descrito no capítulo de metodologia, o instrumento utilizado para

análise baseou-se em um checklist (fruto de observações e entrevistas) de

informações contidas em um Memorial Descritivo, procedimento comumente

utilizado no processo de design quando se trata do detalhamento técnico de

projetos. Serão relatados os aspectos mais relevantes do checklist observados

através do formulário, em torno dos trajes de vestuário profissional utilizados pelos

colaboradores.

6.1 Síntese e análise da função técnica

a) Sistema Construtivo: Este se define de maneira convencional, seu processo

de montagem, bem como descrição das partes e quantidades aplicadas não

diferem dos procedimentos utilizados na maioria das peças do vestuário. A

ineficácia desse sistema torna inviável o protótipo. Tornando-se assim

desnecessário detalhá-lo.

b) Materiais: Dentre os materiais utilizados nestes produtos identifica-se como

matéria-prima principal o tecido. Os tecidos utilizados na confecção das

vestimentas profissionais, na maioria são de composição química sintética, ou

seja, fibras oriundas do beneficiamento do petróleo (podem ser inflamáveis)

como (PES)6 poliéster, (PA) poliamida, etc. Estes tecidos possuem tramas

muito fechadas, impossibilitando a livre transpiração do corpo, possuem baixa

absorção de água e alta absorção de gordura, adquirindo assim manchas

com muita facilidade, visto que o material fica em desvantagem, pois os

resíduos de gordura penetram e não se desprendem das fibras e também

demora muito para secar. Seu toque é áspero e sua textura rígida. Apenas os

trajes da cozinha estão mais adequados, sendo a vestimenta inferior (calça)

6 Abreviação indicada para referenciar a Nomenclatura Universal das fibras têxteis. Material explicativo (Anexo C)

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confeccionada em tecido 100% (CO) algodão e a superior Dólmã ou Jaleco,

sendo confeccionados em tecido misto, algodão com poliéster.

c) Tecnologias: Não foram detectados os usos de novas tecnologias na

composição das fibras ou na confecção dos trajes. O ideal para esta linha

hoteleira é exatamente esta mistura de fibras naturais e artificiais ou

sintéticas, pois este equilíbrio proporciona ao usuário mais mobilidade e

frescor por conta do algodão que absorve e libera não somente o suor do

corpo como também a energia eletrostática acumulada no organismo

adquirida pelo stress diário. As fibras sintéticas por sua vez podem estar

agregadas a acabamentos tecnológicos, chamados inteligentes com

propriedades anti-bacterostáticas, anti-gordura, entre outras.

d) Função Ambiental: Os materiais utilizados nas vestimentas profissionais

atuais são de origem química na sua maioria, tendo apenas um setor com

trajes confeccionados em fibras naturais. Todas as fibras têxteis podem ser

consideradas biodegradáveis, contudo o descarte do material sintético junto à

natureza é mais longo, além do seu processo de fabricação, beneficiamento e

tingimento que também é mais agressor à natureza se comparado com o

processo de beneficiamento das fibras naturais. Porém apenas

genericamente falando, pois dentro da cadeia de transformação fatalmente

poderá se encontrar alguns tipos de beneficiamento para transformação de

fibras naturais tão agressivas quanto as sintéticas. Esse processo é inevitável

para obtenção de tecidos, indústrias têxteis que não investem em Tratamento

de Efluentes são penalizados legalmente, porém estudos ecologicamente

corretos estão sendo desenvolvidos tanto para extração, quanto para o

beneficiamento dos têxteis.

e) Processos de Fabricação: As técnicas de produção aplicadas, as quais

viabilizam a manufatura do projeto, não trazem inovação. O processo

produtivo e as transformações sofridas pelos materiais que dão origem ao

produto são os métodos usuais dentro da indústria de confecção do vestuário.

Tornando-se assim desnecessário detalhá-lo.

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f) Funcionalidade: Nesta função, observando as roupas trajadas pelos

funcionários, notou-se a presença de bolsos utilitários nas bermudas dos

homens e aventais com compartimentos no traje das garçonetes e

camareiras. Observou-se que se faz necessário um avental com tecido

impermeável para o assistente do bar, que além de lidar muito com água, por

vezes precisa atender às mesas. O uso deste acessório lhe proporcionaria o

asseamento necessário para atender aos clientes. O avental das garçonetes

é muito longo e pesado podendo ser substituído por bolsos cargos nas calças

capri, como no traje masculino.

6.2 Síntese e análise da função ergonômica

a) Usabilidade: Os artifícios existentes nos trajes como bolsos cargo e aventais

com compartimentos são bem utilizados e facilmente manuseados pelos

usuários. Na maioria dos trajes faltam especificidades de funcionalidade para

agregar mais despojamento e mobilidade às funções exercidas pelos

colaboradores. O traje utilizado pelas mulheres na recepção e outros cargos

no setor administrativo, é totalmente desprovido de bolsos, dificultando os

movimentos daquelas usuárias, que por vezes precisam circular pelas

dependências externas do hotel. A parte de higiene e limpeza geralmente é

feitas no próprio hotel pelo departamento de rouparia, somente algumas

pessoas levam para casa a fim de lavar e passar seu traje.

b) Adequação Antropométrica: No caso do hotel em questão não foram

utilizados parâmetros com padrões pré-estabelecidos, foram utilizados dados

antropométricos dos próprios usuários. Através das medidas corpóreas dos

colaboradores foram desenvolvidos os trajes profissionais. O resultado obtido

através desse procedimento não foi eficaz, pelos depoimentos dos usuários

pode-se perceber que as medidas extraídas não foram utilizadas com

fidelidade, visto aos inúmeros ajustes realizados nos trajes para que se

assentassem ao corpo. Esta dificuldade foi sentida principalmente nos trajes

femininos que são ajustados ao corpo e precisam definir a silhueta sem expor

o corpo da mulher à vulgaridade. Os trajes masculinos adequaram-se mais

facilmente aos usuários, embora sofrendo também alguns ajustes. Há

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também a questão relacionado ao repasse do traje de um colaborador que já

deixou o hotel a outro que toma seu lugar, quando os biótipos não coincidem

não há nenhum tipo de readequação desse traje ao novo usuário, o que é

facilmente percebido por todos e prejudica o visual do contexto em está

inserido esse profissional.

c) Adequação Biomecânica: Pode-se dizer que os trajes profissionais, com

relação à postura do usuário diante dos esforços necessários para interação

com o produto dentro dos parâmetros toleráveis, estão parcialmente

adequados. Considerando que alguns trajes tolhem os movimentos do

usuário, prejudicando assim seu desempenho físico e por conseqüência

baixando a sua produtividade. Para exemplificar podemos citar os aventais

das garçonetes, os bonés das camareiras e as camisas femininas do setor

administrativo. Os aventais são longos e pesados, impedindo a perfeita flexão

do tronco e dos membros inferiores quando necessário, os bonés são

quentes, danificam os cabelos das usuárias e esteticamente seu semblante

fica muito masculinizado e as camisas são justas causando um certo

desconforto nas usuárias, amarram um pouco os movimentos na região do

ombro e costas, especialmente em movimentos articulares de rotação e

extensão. Os calçados também não estão adequados, as camareiras usam

tênis sem nenhuma característica ergonômica ou ortopédica, a maioria dos

homens usa sandálias de borracha e os demais sapatos diversos. O ideal são

sapatos ou sandálias (fixas no pé com fechamentos práticos como velcros ou

fivelas) com características ergonômicas ou ortopédicas destinadas a

pessoas que permanecem muito tempo em pé sentadas ou em movimentos

repetitivos.

d) Adequação Fisiológica: A partir de estudos realizados em laboratório,

comprova-se a influência que a temperatura e a umidade do ar exercem no

desempenho do trabalho humano. Houve queixas por parte de 100% dos

colaboradores do hotel em questão a respeito do armazenamento de calor

dos trajes utilizados por eles. A freqüência relativa de acidentes também

tende a crescer com o aumento da temperatura do corpo. Segundo aquela, a

eficiência do trabalho à 28ºC é cerca de 41% menor que a 19ºC. A regulação

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térmica faz com que o corpo humano se mantenha sempre em equilíbrio e

pronto para o trabalho. O vestuário utilizado pelo indivíduo também é

responsável por essa regulação térmica, no entanto pode-se considerar que o

traje construído a partir de fibras com regulação térmica específica para o

desenvolvimento de um trabalho específico poderá diminuir o atrito do usuário

com a temperatura e umidade do ar, visto que o ambiente do hotel em si,

possui ambientes internos climatizados artificialmente e externo amplamente

arborizado. No entanto são poucos os colaboradores que trabalham

diretamente ou somente nestas áreas. Outros fatores como ruídos, iluminação

e contato com produtos químicos foram considerados satisfatórios.

e) Adequação Cognitiva: Para a compreensão do funcionamento, utilização e

aceitação do produto por parte do usuário se faz necessário ativar seu

sistema sensorial. Observou-se nos colaboradores do hotel a percepção

sobre conceito do hotel e todos os artifícios usados para seduzir o cliente

através das cores e formas usadas na logomarca, lay-out e arquitetura e no

design interior e exterior. Essa linguagem tem o objetivo de comunicar-se com

clientes internos e externos. O Resort Ponta dos Ganchos quer passar a

sensação de beleza, conforto e contemporaneidade. No entanto cada

segmento deve ser assimilado para que essa leitura seja feita por parte de

espectadores, voltando o foco novamente para o usuário, é muito mais

vantajoso para a organização que o colaborador esteja satisfeito em seu

posto de trabalho, esteja motivado e remunerado adequadamente e no caso

mais específico da pesquisa, que tenha orgulho do sua vestimenta

profissional, de carregar a bandeira do lugar onde trabalha e que este seja

adequado. Se o usuário abominar a roupa de trabalho, a qual deve vestir

diariamente, logo irá desenvolver toda forma de sentimentos negativos com

relação ao seu contexto trabalhista. Pode chegar a um ponto de não perceber

mais os benefícios, somente os fatores que lhe incomodam.

6.3 Síntese e análise da função estética

a) Função Estético-formal: Os trajes profissionais devem seguir a lógica da

dinâmica citada anteriormente, ou seja, devem seguir o conceito gerado e

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construído em torno da imagem que a empresa deseja passar à sociedade

como um todo, clientes, colaboradores, concorrentes, fornecedores e

parceiros. As roupas utilizados atualmente pelo hotel apresentam cores

neutras, porém quentes. A análise que se faz é a necessidade de usar cores

mais frescas e apasteladas7 para trajes de verão e permanecer nas cores

neutras e quentes para estação de inverno. As formas podem ser revistas,

estão rígidas e tradicionais, não acompanham a contemporaneidade do

conceito estabelecido pela imagem corporativa do hotel.

b) Função Simbólica: Pelas análises feitas nas funções anteriores é possível

perceber a confirmação da eficácia da função simbólica no empreendimento

hoteleiro em questão. Pode-se dizer que é bastante significativa a

representatividade do grupo de valores culturais e sociais no ambiente em

que estão inseridos. Conclui-se que possui uma capacidade de comunicação

e cognição satisfatórias correlacionadas ao meio ambiente de uso.

c) Função de Uso: Esta função está relacionada à forma mais apropriada de

usar o produto no que se refere à condições, aspectos e ambiente que deverá

ser manuseado. Pode-se dizer que as vestimentas profissionais, quanto aos

quesitos desta função, são atendidos parcialmente, pois ao analisar o

conjunto de informações contidas nas funções anteriores é possível perceber

que os trajes não são exatamente adequados às funções às quais eles se

propõem e também não estão devidamente adequados ao conceito do hotel e

ao clima em que estão inseridos. Os modelos são tradicionais e

conservadores, aspecto este que conflita com a contemporaneidade do

empreendimento em todas as suas dimensões, que por sinal não deixa à

desejar em outros aspectos visuais e da Identidade corporativa.

6.4 Síntese e análise da função de marketing

a) Função Informacional: As vestimentas profissionais analisadas em sua maioria

não apresentam etiquetas informacionais contendo informações básicas a

7 Cores em tons pastéis, referências primárias, secundárias e terciárias, com branco ou cinza.

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respeito da peça de vestuário, como instrução de lavagem, passadoria e

conservação, composição química ou natural, tamanho da peça, procedência do

país ou empresa fabricante. Estes dados são exigidos por lei e todo fabricante

deve disponibilizar nas peças do vestuário.

b) Identidade Visual: Os seres humanos são criaturas que possuem desejos e

necessidades e os produtos e serviços que escolhem são guiados pelo conceito

de valor, custo e satisfação. Através do composto de Marketing: Produto, Preço,

Ponto de Venda e Promoção, a partir da análise dessa estratégia fica

estabelecida a intenção de uma organização com seus meios ambientes

externos e internos. Com base nessa premissa é possível bem avaliar o nível de

valor estabelecido pelo empreendimento em questão. Todas as manifestações

visuais como logotipia, papelaria, site e entre outras de ordem mais específica

como a decoração interior dos bangalôs e demais dependências, as cores muito

bem utilizadas, o terreno acidentado privilegia a arquitetura que tem um misto de

sofisticação com rusticidade. No entanto pode concluir que o conceito impresso

pelo empreendimento ao seu produto turístico, os preços praticados, o ponto de

localização e a promoção veiculada para divulgar o negócio está em plena

harmonia e de acordo com as premissas básicas para bem negociar um produto

ou serviço.

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7 CADERNO INFORMATIVO E SUGESTÕES PARA CATEGORIZAÇÃO DE

NOVOS TRAJES PROFISSIONAIS DO PONTA DOS GANCHOS EXCLUSIVE

RESORT

Este material apresenta uma sugestão para a categorização de novos trajes

para compor a vestimenta profissional do hotel de lazer Ponta dos Ganchos

Exclusive Resort.

Uma proposta diferenciada para inverno e verão, seguindo o mesmo padrão

estabelecido a partir da análise do ambiente interno e externo do hotel, não

abordando sugestões relacionadas à imagem geral corporativa do hotel, pois no

momento atual, esta encontra-se dentro dos parâmetros considerados adequados.

Inicialmente serão relacionados e descritos os cargos existentes no hotel

seguindo a denominação do organograma fornecido pela empresa (Anexo D) e de

acordo com a hierarquia proposta pela estrutura organizacional da mesma. As

descrições dos cargos seguem conceitos baseados em Davies (1997), Popp (2007),

Guias de Cargos para hotelaria do SENAC (1980, 1981 e 1982) e também em

depoimentos colhidos na pesquisa de campo realizada com os colaboradores do

hotel. As especificações técnicas sobre tecidos tecnológicos foram extraídas das

home pages das empresas de indústria têxtil Santa Constância e Santanense.

O uniforme é o espelho de um hotel. Ele não apenas identifica a função do funcionário, mas também reflete a postura e a imagem do estabelecimento. De maneira subjetiva, o uniforme transmite ao hóspede o conceito do hotel em relação à qualidade de seus serviços. As peças do vestuário devem ser de tecidos de qualidade e que garantam durabilidade, de fácil lavagem e, sobretudo, confortáveis, de modo a facilitar ao máximo o desempenho das tarefas diárias.( POPP, 2007).

Os cargos de Chefe de Cozinha, Sub-chefe de Cozinha, Cozinheiro e Stward

não serão categorizados, apenas descritos, pois, por questões de saúde e higiene, o

vestuário profissional destinado a esta área segue padrões universais pré-

estabelecidos, os quais são seguidos pelo hotel em estudo.

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A maioria das pessoas provavelmente descreveria um chef de cozinha como alguém usando um chapéu branco comprido e carregando uma grande faca de cozinha. De fato, faz parte do uniforme tradicional do chef um chapéu branco, comprido e pregueado – a toque blanche. O chapéu tradicional do chef contém 100 pregas. Apesar de o significado das 100 pregas não ser precisamente conhecido, diz-se que cada prega representa um dos 100 pratos de ovos que um chef pode criar. A calça xadrez preta e branca que a maior parte dos chfs usa torna as manchas e respingos de comida menos perceptíveis. O jaleco branco (dolman) com dupla camada de tecido no peito oforece maior proteção contra queimaduras no fogão. Além disso, se o chef precisar a parecer “limpo” de repente, o jaleco pode ser abotoado ao contrário, de forma a esconder algumas das inevitáveis manchas encontradas na roupa de um chef ocupado. O lenço no pescoço, que antes tinha como objetivo absorver a tranpiração do rosto e do pescoço, hoje é mais um toque final para o uniforme. O avental grande e branco oferece proteção adicional contra manchas e também protege contra queimaduras. (CHON; RAYMOND, 2003).

As narrativas que seguem aqui formatadas relacionadas à sugestão de

novos trajes profissionais para o hotel, são resultado das pesquisas teóricas e de

campo, baseadas nos temas estudados na fundamentação teórica, especialmente

focados nas necessidades operacionais do setor hoteleiro e agregando os atributos

de design, principalmente nos quesitos que dizem respeito à ergonomia e estética.

Nos resultados dessa pesquisa foram incorporados os croquis das vestimentas

profissionais idealizadas para cada cargo e função exercidos pelos colaboradores do

empreendimento (Apêndice D).

7.1 Cargos atuais do hotel Ponta dos Ganchos Exclusive Resort8

- Diretor Geral

- Gerente Administrativo

- Almoxarife

- Operador Financeiro

- Gerente Comercial

- Operador de Reservas

- Operador de Pós-Venda

8Relação baseada no organograma de cargos, fornecido pelo Ponta dos Ganchos Exclusive Resort.

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- Gerente de Hospedagem

- Recepcionista

- Mensageiro

- Porteiro

- Guest Relations

- Governanta

- Camareira

- Faxineira

- Lavadeira

- Passadeira

- Roupeira

- Auxiliar de Serviços Gerais

- Marceneiro

- Marinheiro

- Gerente de A & B

- Chefe de Cozinha

- Sub-Chefe de Cozinha

- Cozinheiro

- Stward

- Maitre

- Garçom

- Barman

7.2 Descrição dos cargos

• Gerente Geral: prever as necessidades do empreendimento, satisfazer e

ultrapassar as metas estabelecidas, incluindo lucratividade e rentabilidade.

Estabelecer e informar os objetivos que dão apoio às metas e aos princípios do

hotel. Atingir os objetivos desenvolvendo e aplicando estratégias. Controlar a

aplicação da estratégia, revisá-las e supervisionar o esforço de vendas para atingir

as metas de rentabilidade. Manter e estabelecer o valor comercial e ativo do hotel

desenvolvendo e executando estratégias que atendam em aumentar a rentabilidade

e a estrutura física do hotel. Maximizar o lucro por apartamento disponível,

realizando um gerenciamento produtivo. Informar aos funcionários os objetivos do

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serviço de qualidade prestado aos hóspedes com vistas ao seu estabelecimento.

Realizar metas para a satisfação dos clientes. Supervisionar os serviços prestados

aos hóspedes, treinando seus funcionários e certificando-se que os mesmos

receberam as instruções adequadas para o bom desempenho de suas funções.

Determinar e comunicar aos funcionários os padrões de desempenho. Avaliar

regularmente a atuação de cada um e recomendar aumento salarial quando

apropriado. Utilizar eficientemente os recursos disponíveis no hotel e comunicar-se

regularmente com os proprietários. Atualmente, exige-se muito mais desse cargo:

experiência e conhecimentos específicos na área de gerência são requisitos básicos.

Seu ocupante deve ser dinâmico e criativo, ter espírito de liderança, ser flexível, ter

bom relacionamento com a equipe, saber administrar conflitos e estar sempre

atualizado. Também é fundamental o conhecimento de outras línguas

(principalmente inglês e espanhol). Cabe ao gerente fazer vistorias periódicas no

estabelecimento, participar de reuniões com sua chefia e com as diversas equipes,

conhecer o perfil dos hóspedes, idealizar pacotes e planos especiais para motivar a

ocupação do hotel, estar atento a todos os acontecimentos internos e motivar seus

funcionários.

• Gerente Administrativo: criar estratégias de marketing para aumentar os

rendimentos e atingir as metas de vendas de apartamentos e de A&B. Desenvolver o

orçamento de A&B e da área habitacional, revisando as recomendações e

tendências dos chefes de departamento, preparando cuidadosamente os números a

serem apresentados e revisados pelo Gerente Geral. Seguir orçamento

supervisionado para os custos. Controlar esses custos, adotando padrões

operacionais de previsão, orçamento, folhas de pagamento e despesas

administrativas. Analisar a lista de sugestões dos hóspedes. Conduzir inspeções

diárias para assegurar a manutenção do padrão de limpeza em todas as áreas do

hotel, aplicando medidas corretivas quando necessárias. Dar assistência ao gerente

geral, direcionar e cooperar com outras exigências sempre que sua presença for

exigida ou solicitada.

• Almoxarife: é o responsável supremo para o controle e estoque dos produtos,

bem como a compra dos mesmos. Compete a ele estabelecer o tipo de produto a

ser trabalhado no estabelecimento, com o padrão de serviço desejado em todos os

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setores, tais como: cozinha, restaurante, bares, tipos de impressos, material elétrico,

roupas de cama e mesa, louças e talheres e o material que julgar necessário para

suprir as necessidades apresentadas pelo estabelecimento. A partir disso, um

sistema de compras pode ser estabelecida com maior precisão determinando os

estoques máximos e mínimos para os artigos de uso. Os hotéis geralmente fazem

uso de fichas de controle ao qual o almoxarife pode comandar o estoque de

produtos, facilitando a conferência dos produtos.

• Operador Financeiro: verificar os créditos de todos os clientes que solicitam o

faturamento. Receber contas em atraso, investigando as não pagas, para determinar

a razão do não pagamento e solicitá-lo. Manter relatórios de situação de contas.

Conduzir mensalmente reuniões com os demais departamentos e gerência do hotel

para explanação das finanças do estabelecimento. Manter-se atualizado sobre

saldos de clientes e do hotel. Responder a correspondência recebida em tempo

hábil. Pesquisar a justificativa de débitos pendentes. Participar de reuniões pré e

pós-evento, determinando os procedimentos adequados de faturamento para

reservas de maiores proporções do hotel. Manter um sistema organizado de arquivo

para: autorização de reserva e solicitação de crédito, referências de crédito,

faturamento direto e regulamentação dos cartões de crédito.

• Gerente Comercial: direcionar as atividades geradoras de renda de acordo com o

plano de marketing. Coordenar serviços e atividades relacionadas à função de

vendas, de acordo com os padrões e política do hotel. Atingir metas de faturamento,

desenvolvendo e aplicando estratégias de marketing e vendas, ampliando-as

anualmente ou sempre que se fizer necessário. Maximizar a produtividade de

vendas, certificando-se da capacidade de hospedagem no estabelecimento. Criar e

ampliar novas metas de vendas e estratégias de marketing pós-venda para a

satisfação dos clientes e colaboradores do hotel. Estar sempre atualizado e

participar ativamente nas tarefas dos demais departamentos do hotel. Preparar

relatórios para desenvolver as informações, que melhorem as decisões gerenciais, e

avaliação crítica das atividades de trabalho, bem como relatórios sobre A&B,

convenções e vendas.

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• Operador de Reservas: desempenha tarefas de administração e de execução, de

acordo com o tamanho e a organização do setor.

Supervisão e direção de pessoal: Função Primária - dirigir, controlar e supervisionar

as atividades do pessoal do setor de reservas; treinar o pessoal do setor de reservas

e atender as reclamações dos clientes. Secundária - preparar os planos de trabalho

e as escalas de revezamento do pessoal, cuidar dos equipamentos e do material do

setor. Elaborar as previsões de ocupação e de atividades decorrentes.

Tarefas de execução: negociar e comercializar vendas de alojamentos e de outros

serviços; atender a pedidos de reservas; redigir correspondência/e-mail do setor;

articular trabalho com o setor de recepção; preparar a chegada dos hóspedes.

• Operador de Pós-Venda: Manter contato com os clientes após a hospedagem,

averiguar o grau de satisfação do cliente com relação ao atendimento recebido e aos

serviços prestados. Registrar preferências dos clientes mais assíduos, para serví-los

melhor em estadas posteriores. Enviar aos clientes mala-direta ou folder eletrônico

com as promoções, eventos especiais ou o oferecimento de descontos. Informar os

clientes de eventuais mudanças de número de telefone ou alterações nos serviços

prestados pelo hotel.

• Gerente de Hospedagem: membro da equipe gerencial, responsável pelas

operações dos setores diretamente ligados às tarefas administrativas e de controle.

É responsável também pela produtividade do setor e pelos custos, tendo apoio da

governança e do chefe de recepção.

• Recepcionista: preparar a chegada dos clientes com reserva confirmada,

recepcionar o cliente ao balcão e registrá-lo (check-in), preencher documentos e

registros relativos à estada do hóspede, realizar a mudança de aposento se

necessário, realizar a saída do hóspede (check-out), articular o trabalho com o setor

de governança e com os demais setores do hotel. Pode desempenhar outras

funções da portaria, tais como: cuidar das chaves dos aposentos, igualmente

providenciar a guarda dos valores dos hóspedes, prestar informações, receber e

anotar recados destinados aos hóspedes, receber e transmitir pedidos e

reclamações. Nos estabelecimentos mais simples, o recepcionista pode acumular

tarefas, executando trabalhos que seriam normalmente atribuídos a uma telefonista,

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a um concierge ou a um mensageiro. Deve possuir como características principais:

dinamismo, comunicabilidade, honestidade e discrição. Um segundo idioma e

espírito de liderança também são fundamentais para quem exerce este cargo. É o

ponto de referência do hóspede no hotel.

• Mensageiro: Transportar as bagagens para os aposentos e vice-versa;

acompanhar e instalar os hóspedes; distribuir notas internas; cuidar dos objetos do

saguão e do hotel; atender os clientes à entrada e à saída do hotel; registrar a

entrada e controlar saída de bagagens. Conhecido internacionalmente como bell boy

(garoto da companhia), pois foi o primeiro emprego de muitos adolescentes

americanos. É responsável por mostrar aos hospedes como funciona o apartamento.

Deve ter boa aparência e estar sempre disposto a ajudar os usuários.

• Porteiro: o porteiro assiste ao chefe de recepção e ao recepcionista em tarefas

específicas de portaria. Desempenha algumas funções de capitão porteiro. Atende e

recebe o hóspede no lado externo do hotel, acompanha até a recepção e retira suas

malas do carro. Orienta os clientes à entrada e à saída do hotel; cuida do

estacionamento dos veículos dos hospedes e dos visitantes. Pode vir a

desempenhar algumas tarefas próprias de mensageiro, fornecendo informações

gerais, sendo responsável pelos veículos e segurança do hotel, auxiliando no

controle de entrada de pessoas estranhas no local.

• Guest Relations: proporciona um serviço eficiente e cortês aos hóspedes na

recepção, aumentando a satisfação dos mesmos e seguindo os padrões do hotel.

Realiza outras tarefas para garantir a qualidade dos serviços prestados pelo

estabelecimento, como atender os hóspedes no checkin e checkout e durante toda a

permanência no hotel; registrar os hóspedes com presteza dando-lhes as boas

vindas em nome do estabelecimento; providenciar serviços especiais solicitados

pelos hóspedes; minimizar a perda do faturamento utilizando os procedimentos de

limite de crédito e controle de inventário, garantir aos hóspedes um limite de crédito

acompanhando suas contas; verificar dados pessoais e de reservas do hóspede;

aumentar o faturamento oferecendo serviços extras e promovendo pontos de vendas

e cortesias.

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• Governanta: Função Primária: dirigir, controlar e supervisionar as atividades do

seu pessoal nos bangalôs, lavanderia, limpeza e rouparia.

Função Secundária: ter controle absoluto das chaves mestra, estar sempre em

contato com a recepção, reportar-se diariamente à gerência para explanação de

idéias e/ou problemas de seu setor e entrega de relatórios, preparar relatórios e

inventários periodicamente; inspecionar os serviços e apartamentos de seus

subordinados; estar atenta a apartamentos ocupados por hóspedes VIPs (Very

Important Persons); procurar satisfazer as solicitações e/ou reclamações dos

hóspedes; treinar e orientar as governantas assistentes; organizar reuniões

semanais com seus subordinados; supervisionar e manter controle sobre trajes e

aparência de seus subordinados; resolver situações de emergência de qualquer

natureza; elaborar horários de trabalho e folgas de seus subordinados; controlar os

pertences esquecidos pelos hóspedes; elaborar programas de limpeza janelas,

vidros, escadas, cortinas. Ela também deve administrar e controlar o estoque de

material e roupas em cada setor, administrar o andamento do serviço de lavanderia;

supervisionar as solicitações de serviços feitos ao setor de manutenção;

planejamento supervisão do trabalho das camareiras; distribuição as UHs (unidades

habitacionais, apartamentos) para as camareiras; supervisão os carrinhos (de

transporte de enxoval e material); distribuição diária das chaves-mestra dos quartos

e checagem final das UHs antes da liberação para reocupação.

• Camareira: Função Primária: arrumação dos apartamentos, abastecimento do

frigobar, troca de lençóis/ toalhas/ limpeza superficial e o manuseio de roupas dos

hóspedes para lavar.

Função Secundária: limpeza dos apartamentos (faxina) e serviços de lavanderia;

abastecimento do carrinho de materiais a serem utilizados durante o trabalho;

verificar a ocupação de apartamentos dos bangalôs antes de iniciar seu trabalho;

selecionar os apartamentos com prioridade de arrumação; avisar à recepção quando

o apartamento foi liberado e está pronto para receber novos hóspedes; preparar a

lista de reposição de material; zelar pelo bom relacionamento com colegas de

trabalho e hóspedes. É a funcionária diretamente responsável pelo bem-estar dos

hóspedes, quase não aparece, porém, todos notam sua ausência. Essa profissional

necessita ser extremamente leal, honesta e digna, pois, muitas vezes, trabalha em

meio aos pertences do cliente. Deve possuir equilíbrio emocional, ser simpática,

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dinâmica, prestativa, organizada e ter espírito de equipe e principalmente ser

educada e cortês. Sua função vai desde a arrumação e higienização dos

apartamentos (unidades habitacionais), até a fiscalização do consumo do frigobar e

informar irregularidades à governanta. Eventualmente, conta com o auxílio do

arrumador que dá apoio operacional à camareira, principalmente em tarefas mais

difíceis, como montagem de camas extras, mantendo o carrinho da camareira

sempre abastecido de enxoval limpo e transportar o sujo para a lavanderia.

• Faxineira: limpar, lustrar e polir superfícies de diferentes espécies, desinfetar e

desinfestar ambientes e utensílios, limpar salas e dependências comuns, limpar

locais de serviço e conservar equipamentos e utensílios.

• Lavadeira: receber, contar e classificar roupa suja do hotel e hóspedes; fazer

marcação nas roupas pessoais e roupas profissionais dos colaboradores; lavar,

secar, passar e dobrar a roupa do hotel, dos hóspedes e roupas profissionais.

Apesar de contratados para funções pré-definidas, esses funcionários alternam suas

atividades em virtude da característica de repetitividade do trabalho e do ambiente

pouco agradável, geralmente quente e úmido. Dessa maneira, todos conhecem as

funções.

• Passadeira: passar e dobrar a rouparia do hotel, roupas pessoais dos hóspedes e

profissionais dos colaboradores.

• Roupeira: receber, remendar e consertar roupa do hotel, profissionais e dos

hóspedes (mais especificamente na ausência da costureira), arrumar roupas na

rouparia e fazer trocas com os setores que necessitem.

• Auxiliar de Serviços Gerais: supervisionar, dirigir e coordenar a limpeza das

áreas comuns, contribuindo para que o hotel se mantenha limpo e agradável de

acordo com os seus padrões. Proporcionar serviço de qualidade e trabalho de

equipe. Supervisionar e coordenar os funcionários das áreas comuns, para que

trabalhem de forma eficiente e rápida na limpeza das mesmas. Certificar-se de que

as áreas comuns estejam limpas e de acordo com os padrões do hotel. Encarregar-

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se da manutenção adequada, e dos devidos cuidados com os equipamentos. Manter

o almoxarifado limpo e em ordem. Quando necessário, fazer os pedidos de serviço

para a manutenção, garantindo um atendimento rápido e eficiente. Manter-se

atualizado com os eventos diários do hotel e agir de acordo com os mesmos.

Coordenar a limpeza das áreas comuns com os departamentos relacionados às

mesmas, tais como Recepção, Manutenção e Sala de Convenções.

• Marceneiro: Também responsável pela manutenção, o que significa conservar,

preservar equipamentos, máquinas e instalações. Antigamente, manutenção era

sinônimo de gasto, acionada apenas quando ocorria quebra ou desgaste total de

equipamentos ou utensílios. Atualmente, é entendida como uma forma de garantir

ou corrigir o patrimônio (manutenção preventiva ou corretiva). Com o novo conceito

de qualidade, a equipe de manutenção passa a ser peça-chave no sistema hoteleiro.

Este profissional deve conhecer os sistemas de segurança, estar atento ao

funcionamento de toda a maquinaria e estrutura física do estabelecimento,

apresentar soluções rápidas para os problemas. Ele deve manter boa aparência e

higiene pessoal, trabalhando em equipes e sendo organizado e educado.

• Marinheiro: é responsável pelas atividades relativas à praia, servindo os

hóspedes que estão na beira-mar, prestando serviço de bar e providenciando

cadeiras, guarda-sol, toalhas e roupões. Mantém a organização do entorno que

envolve a praia e a ilha do hotel. Pode desempenhar serviço de garçom em ocasiões

que não hajam atendimentos à beira-mar.

• Gerente de A&B: planeja, controla e ajusta o custo e as ações de A&B com os

padrões e procedimentos do hotel, analisando e verificando notas fiscais,

requisições, menus e a própria produção. Proporciona serviço de qualidade e

trabalho de equipe satisfazendo as expectativas dos hóspedes e funcionários.

Analisa as requisições de A&B, o recebimento de material, procedimentos de

inventário. Verifica requisições feitas, pedidos ao almoxarifado, notas fiscais, prazos

de pedidos. Mantém inventários permanentes dos materiais solicitados. Realiza

tarefas de pré-fechamento contábil de A&B, fixar preços de menu. Prepara possíveis

menus desenvolvendo e reunindo receitas e idéias novas e precisas, além de

relatórios, quando necessário, para desenvolver novas informações que melhorem

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as decisões gerenciais e a avaliação crítica das atividades de trabalho. Possibilita o

conhecimento dos processos administrativos, técnicos, funcionamento de bares e

dos recursos de cozinha, assim como das estratégias de liderança com foco na

prestação de serviços em hotelaria.

• Chefe de Cozinha: coordena o trabalho de uma equipe de cozinheiros

especializados (chefes de partida), geralmente assistido por um sub chefe, estando

sempre ocupado em tarefas de planejamento, previsão, orçamentos, controle e

supervisão.

Tarefas de administração e de direção (primária): supervisão e direção de pessoal,

controlar e supervisionar as atividades do pessoal de cozinha; treinar o pessoal no

ambiente de trabalho; organizar o treinamento formal do pessoal de cozinha;

resolver situações de emergência; cuidar da segurança em geral e da prevenção de

incêndio.

Planejamento (secundária): organizar o trabalho da cozinha, especialmente em

função de banquetes e serviços especiais; elaborar (menus) e cardápios; definir

porções, elaborar receitas e custos-padrão; preparar planos de trabalho e escalas de

revezamento do pessoal.

Tarefas de execução: criação de novas receitas do cardápio; definição e

acertamento de um prato especial que marque seu desempenho profissional;

acabamento de pratos para o qual julgue dever empenhar-se pessoalmente;

utilizando técnicas especiais de cocção; apresentações especiais de pratos frios e

quentes; organização e montagem de mesas de buffet.

• Sub-Chefe de Cozinha: supervisionar, coordenar e dirigir as operações da

cozinha do hotel, de acordo com os padrões do mesmo, garantindo uma

alimentação da melhor qualidade dentro do orçamento estabelecido. Supervisionar

as operações da cozinha, apresentando produtos da melhor qualidade dentro dos

limites de contenção de custos e maximizando a satisfação dos hóspedes no setor

da alimentação. Manter padrões de qualidade dos produtos, conduzindo inspeções

regulares. Supervisionar o inventário, as compras e gastos de todos os suprimentos.

Certificar-se de que os procedimentos adequados de segurança e higiene estejam

sendo seguidos. Acompanhar tendências do mercado e recomendar as medidas

adequadas a serem tomadas para manter a posição competitiva e a rentabilidade

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das operações. Fazer orçamentos de produtos para reduzir custos e poder comparar

despesas reais com as orçadas. Minimizar a deteriorização dos alimentos, o

desperdício e o excesso de produção.

• Cozinheiro: preparar e servir os pratos de todos os banquetes de acordo com os

padrões do hotel, contribuindo para a satisfação dos clientes. Ajudar na elaboração

das checklists das ordens de serviço para os banquetes ou atividades especiais e

organizar os setores de trabalho, coordenando toda a produção de comida quente e

fria destinada aos banquetes. Preparar e guarnecer adequadamente os pratos dos

banquetes de acordo com as especificações do menu. Manter limpos a abastecidos

os armários, refrigeradores e áreas de estocagem dos alimentos. Cuidar

adequadamente dos equipamentos de uso do local de trabalho.

• Stward: maximizar a eficiência operacional do departamento, mantendo a cozinha

em perfeitas condições de uso com a máxima limpeza e higiene. Manter um

suprimento suficiente de alimentos e bebidas para o departamento. Certificar-se de

que os suprimentos estejam sendo adequadamente distribuídos e estocados.

Supervisionar para que os aparelhos utilizados no departamento estejam limpos e

higienizados. Certificar-se de que sejam seguidos os procedimentos operacionais

padronizados. Utilizar adequadamente os equipamentos e proceder de acordo com

a forma adotada no local de trabalho. Acompanhar as tendências do mercado e

recomendar as medidas adequadas a serem tomadas. Preparar relatórios para

desenvolver novas informações que melhorem as decisões gerenciais e a avaliação

crítica das atividades de trabalho.

• Maitre: Tarefas de administração e de direção (primária): supervisão e direção de

pessoal; controlar e supervisionar as atividades do pessoal de restaurante; treinar o

pessoal no ambiente de trabalho; resolver situações de emergência; cuidar da

segurança em geral e da prevenção de incêndio.

Organização e Planejamento (secundária): planejar e controlar a organização e o

preparo da sala; elaborar (menus) e cardápios de restaurante, copa e bar; organizar

banquetes e serviços especiais; preparar planos de trabalho e escalas de

revezamento do pessoal de restaurante.

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Tarefas de execução: organizar o carrinho de sobremesas e frios; fechar o serviço

de restaurante; preparar o buffet; servir vinhos; fazer serviços de comida; atender as

reclamações dos clientes; fazer reservas; recepcionar os clientes; tomar pedido de

pratos e bebidas. É o anfitrião do restaurante. Deve, por um lado, possuir boa

higiene pessoal, iniciativa, cortesia e educação ao acolher e recepcionar os clientes.

Por outro, precisa conhecer a composição dos pratos, das bebidas e dos vinhos. No

trato com a equipe de trabalho, deve ter espírito de liderança, organizar o setor,

atribuir normas de higiene e evitar perdas e prejuízos. É também o responsável pela

elaboração do menu (cardápio) e, para tanto, deve buscar atualização e

aprimoramento contínuos. O maître deve ser um profissional atento a tudo no

ambiente de trabalho. É um dos profissionais que, atualmente, mais se destaca nos

restaurantes. Geralmente exerce também a função do sommelier, que consiste em

indicar os rótulos a serem comprados, armazená-los adequadamente e auxiliar no

atendimento aos clientes, orientando a escolha do vinho de acordo com o prato a ser

consumido. Deve estar sempre atualizado, ter a técnica para decantar (purificar) o

vinho quando necessário e conhecer diversos tipos de uvas, safras e produtores.

• Garçom: preparar o ménage, aparadores e mesas auxiliares; arrumar mesas da

sala para serviço de refeições e café da manhã. Fazer e retirar os pedidos na

cozinha e na copa; servir drinques na sala; servir “couvert”; fazer serviço à inglesa

direta, à francesa, prato pronto e à “table d’hôte”; desempenhar operações

intermediárias aos serviços de comidas e bebidas; servir bebidas não alcoólicas e

cervejas na sala, vinhos, bebidas quentes na sala, churrasco, banquetes e café da

manhã na sala; apresentar a nota ao cliente e cobrar; atender as reclamações.

Espera-se desse profissional uma apresentação pessoal impecável. Ele é a vitrina

do estabelecimento, pois está em contato direto com os clientes. Deve conhecer

profundamente o cardápio da casa e o modo de preparo dos pratos, dominar as

várias maneiras de servir à mesa, conhecer os procedimentos de emergência e

segurança, saber operar todos os equipamentos do salão, ter caligrafia legível e

possuir uma boa coordenação motora.

• Barman: limpar e manter limpo o setor de trabalho; limpar equipamentos e

utensílios do bar; fazer a “mise en place” do balcão de bar; fechar o serviço de bar;

tomar pedido e servir bebidas no bar (sala e balcão); apresentar a nota ao cliente e

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cobrar; servir bebidas em coquetéis, galas e bufê; atender à reclamações de

clientes; operar caixa registradora; preparar bebidas quentes e frias a pedido do

cliente.

7.3 Considerações gerais

É relevante ressaltar que o quadro funcional do hotel é bastante enxuto, no

entanto, alguns colaboradores acumulam cargos ou funções em determinados

momentos, especialmente nas altas temporadas, eventos especiais e fins de

semana. Eventualmente, são contratados colaboradores sobressalentes nessas

ocasiões por tempo determinado.

Cabe aqui considerar a importância de descrever as funções dos cargos

pertinentes ao organograma do hotel, pois, somente a partir do entendimento da

rotina cotidiana dessas pessoas e das peculiaridades atribuídas a cada cargo e

função, foi possível detectar as necessidades a serem priorizadas na composição

dos novos trajes.

A composição e apresentação dos trajes está organizada de acordo com a

hierarquia do hotel e, segundo o procedimento já adotado pela administração do

mesmo, vários colaboradores usam o mesmo traje por estarem no patamar

hierárquico equivalente, sofrendo alteração quando houver mudança de sexo ou se

o cargo apresentar particularidades especiais.

7.4 Categorização e descrição dos trajes propostos

7.4.1 Cargos Femininos

a) Gerente Administrativo, Gerente Comercial, Guest Relations, Operadora do

Financeiro, Operadora de Reservas, Operadora de Pós-Venda e Governanta.

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Figura 24: Trajes femininos de inverno idealizados para os cargos de Gerente

Administrativo e Comercial, Guest Relations, Operadoras do Financeiro, Reservas, Pós-Venda e Governanta

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça, camisa de manga 3/4, casaco e blusa de

lã. Sapato com salto de aproximadamente 4 cm. Acessórios para governanta (rede e

grampos para prender o cabelo).

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Figura 25: Traje feminino de verão idealizado para os cargos de Gerente Administrativo e

Comercial, Guest Relations, Operadoras do Financeiro, Reservas, Pós-Venda e Governanta

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: calça capri e camisa de manga curta. Sandália com

salto aproximadamente de 4 cm. Acessórios para governanta (rede e grampos para

prender o cabelo).

- Aspectos ergonômicos da roupa: As gerentes do setor comercial, administrativo

e as operadoras dos setores financeiro, pós-venda e de reservas ficam a maior parte

do tempo sentadas, operando computadores e manipulando papéis. Não fazem

esforço corporal, suas atividades estão centradas em abrir gavetas e armários, os

objetos e documentos necessários estão sempre à mão, eventualmente se agacham

ou se elevam para abrir gavetas, armários ou arquivos menos acessíveis. A

governanta e a Guest Relations circulam amplamente pelas dependências do hotel,

se movimentam mais, considerando que o terreno é um pouco acidentado, além

disso eventualmente poderão carregar ou transportar algum volume. Sendo assim o

traje proposto para estas colaboradoras, no atendimento das necessidades de

todas, deve cumprir a função antropométrica, anatômica e conforto térmico. Para

estar adequada antropometricamente, a roupa necessita possuir medidas corpóreas

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de cada usuária, mantendo apenas folgas de vestibilidade, ou seja, a roupa não

deve estar larga, nem justa demais ao corpo. O conforto anatômico da modelagem é

focado principalmente para atividades onde exigem a manipulação dos braços, bem

como no movimento de pernas, agachamentos ou elevações. Para melhorar a

funcionalidade e agilidade, foram inseridos bolsos em todas as peças de roupa

propostas, a fim de portar aparelhos eletrônicos como agenda, celular, ipod, pen-

drive, etc., porém, em tamanhos discretos. E o conforto térmico se dá a partir do uso

de tecidos adequados com composições temperadas e modelos para inverno e

verão.

- Aspectos ergonômicos do calçado: calçado antiderrapante, ortopédico e/ou

anatômico, com um salto ou solado preferencialmente emborrachado ou siliconado e

altura de 2 a 4 cm.

- Aspectos estéticos da roupa: o modelo projetado para as colaboradoras que

ocupam cargos gerenciais ou administrativos; deve estar dentro do contexto

apanhado pelo hotel, porém, as roupas não devem ser submetidas a decotes

abusivos ou comprimentos constrangedores às usuárias, a mesma deve sentir-se

bem trajada para não afetar sua auto-estima não comprometendo a apresentação

diante dos hóspedes ou mesmo baixar sua produtividade. A logomarca deve estar

harmonicamente colocada no traje e de maneira visível, pois estará constantemente

em contato com pessoas.

- Aspectos estéticos do calçado: o cabedal, ou seja, a parte superior do calçado,

deve ser de couro ou material sintético com tratamento tecnológico, garantindo a

perfeita respiração do pé dentro do calçado e evitando anomalias ou patologias

comuns em pessoas que ficam por muito tempo com o mesmo sapato, e passam

longos períodos em pé, sentadas ou em movimento. As costuras não devem grossas

ou numerosas e os materiais dos forros precisam seguir as mesmas especificações

do material externo do sapato, já citado anteriormente.

- Aspectos tecnológicos do traje (tecidos acabamentos e composições): com

relação à textura dos tecidos e suas composições, deve-se se dar prioridade aos

tecnológicos com os aspectos: antimicrobial e antiestático; o primeiro prevenindo os

odores da transpiração; e o segundo prevenindo ao acúmulo de energias

eletrostáticas. As composições destes tecidos são de texturas leves, geralmente

misturas de algodão com poliéster ou poliamida, bom caimento e reguladoras de

temperaturas, não causando assim desconforto tanto para quem trabalha sob o ar

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condicionado, quanto para quem trabalha ao ar livre. Os acabamentos das costuras

devem ser os mais simplificados possíveis, as costuras não devem ficar expostas,

mas embutidas para não causar volume de tecidos principalmente em locais como

virilhas, axilas e abdômen.

b) Recepcionista

Figura 26: Trajes femininos de inverno idealizados para o cargo de Recepcionista

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça, camiseta polo e blusa de lã. Sapato com

salto de aproximadamente 4 cm.

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Figura 27: Traje feminino de verão idealizado para o cargo de Recepcionista

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: calça capri e camiseta polo de manga curta.

Sandália com salto de aproximadamente 4 cm.

- Aspectos ergonômicos da roupa: A recepcionista fica a maior parte do tempo de

trabalho, em pé. Exerce atividades que exigem pouco movimento, porém postura

correta. O contato com os clientes é constante, por isso, sua apresentação pessoal

deve ser minuciosa. O traje sugerido para a recepcionista possui as mesmas

características ergonômicas sugeridas para os cargos gerenciais e administrativos.

- Aspectos ergonômicos do calçado: calçado antiderrapante, ortopédico e/ou

anatômico, com um salto ou solado preferencialmente emborrachado ou siliconado e

altura de 2 a 4 cm. Uma atenção maior deve ser dada ao calçado pela longa

permanência em pé. Estudos biomecânicos segundo Schimdth (1995), mostram que,

no apoio bipodal ou monopodal9, o pé recebe respectivamente metade ou toda carga

9 Bipodal: é quando o corpo está apoiado sobre dois pontos do pé, ou seja, é uma força que suporta o peso corporal sobre dois vetores o calcâneo (região do calcanhar) e o metatarsiano (ponta do pé). E monopodal é quando está apoiado sobre apenas uma delas, mais comumente o metatarsiano.

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corporal, transmitida pela tíbia e talo10. Esta força divide-se em dois vetores: um que

dirige o cacâneo e o outro que se direciona para as cabeças dos metatarsianos.

Num pé descalço, em apoio bipodal, o calcâneo sofre uma carga de 57% e o

metatarsiano, 43% do peso. Com um salto de 2 cm, ocorre equilíbrio de 50% em

cada um dos vetores.

Figura 28: Pontos de pressão exercidos pelo pé em estudos biomecânicos com salto de 2

cm.

Fonte: Schmidt, 1995.

Num calçado com salto de 4 cm de altura, o calcâneo sofre uma carga de 43% e o

metatarsiano, 57% do peso.

Figura 29: Pontos de pressão exercidos pelo pé em estudos biomecânicos com salto de 4

cm.

Fonte: Schmidt, 1995.

Com um salto de 6 cm de altura, 25% é direcionado sobre o calcâneo e 75% sobre a

cabeça dos metatarsianos. Nos calçados com salto 10 cm de altura, praticamente

100% do peso concentra-se sobre os metatarsianos.

10 Ossos da região do tornozelo.

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Figura 30: Pontos de pressão exercidos pelo pé em estudos biomecânicos com salto de 10

cm.

Fonte: Schmidt, 1995.

Baseado nesses estudos do pé, é sugeridos o uso de calçados com no máximo 4 cm

de altura. O uso prolongado de saltos maiores que 4 cm, acarretam problemas de

equilíbrio e danos a toda a estrutura óssea. Um salto pequeno é melhor que

nenhum, para que a coluna fique reta e para manter boa circulação sangüínea.

- Aspectos estéticos da roupa: O modelo projetado para a recepcionista deve

estar dentro do contexto apanhado pelo hotel e, neste caso, segue as mesmas

especificações sugeridas para os cargos femininos gerenciais e administrativos,

porém, o que difere o traje é o uso da camiseta pólo, de maneira mais feminina,

inclusos detalhes discretos e sutis. Dessa forma, ela se diferencia dos homens que

trabalham na mesma função. A logomarca se apresenta harmonicamente colocada

na parte superior da frente da camiseta de maneira visível, os botões seguem as

mesmas cores da logo para não quebrar a composição visual do traje, pois estará

constantemente em contato com as pessoas. Como aspectos complementares, a

recepcionista deve cuidar minuciosamente da sua higiene e apresentação pessoal.

Itens como cabelo e maquiagem devem ser tratados, porém, sem exageros.

Artifícios como piercings e tatuagens aparentes devem ser usados com moderação e

coerência.

- Aspectos estéticos do calçado: para o cabedal, ou seja, a parte superior do

calçado e de couro ou material sintético com tratamento tecnológico, garantindo

assim a perfeita respiração do pé dentro do calçado e evitando anomalias ou

patologias comuns em pessoas que ficam por muito tempo com o mesmo sapato, ou

passam longos períodos em pé. É importante que seja mais largo na região da ponta

dos dedos, com formatos quadrados ou levemente arredondados, preferíveis aos de

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bico mais finos, para suportar melhor o peso do corpo na posição vertical. As demais

especificações seguem os mesmos aspectos supra citados para o cargo anterior,

- Aspectos tecnológicos do traje: para o traje da recepcionista, são indicados

tecidos com acabamentos tecnológicos anti-pilling, ou seja, não acumulam “bolinhas”

na superfície, visto que há constante atrito dos braços com objetos, principalmente

na bancada de trabalho. Com relação à textura dos tecidos e suas composições

deve-se dar prioridade às fibras naturais com ação bacterostática e secagem rápida,

propriedades que não deixam as bactérias se proliferarem e liberam rapidamente a

umidade do corpo. Os acabamentos das costuras são simplificados e não ficam

expostos, mas embutidas para não causar volume de tecidos que dificulte os

movimentos.

c) Garçonete

Figura 31: Trajes femininos de inverno idealizados para o cargo de Garçonete

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça com bolsos cargo, camiseta de malha de

manga longa, avental e blusa de lã. Tênis ou sapato ortopédico.

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Figura 32: Trajes femininos de verão idealizados para o cargo de Garçonete

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: bermuda com bolsos cargo e camiseta de malha de

manga curta e avental. Tênis mais leve ou sandália com fechamento no calcanhar.

- Aspectos ergonômicos da roupa: as garçonetes passam a maior parte do tempo

em movimento. Fazem relativo esforço corporal, uma vez que suas atividades estão

centradas em servir as mesas, anotar pedidos e manipular bandejas. Sendo assim, o

traje proposto para atender as necessidades destas colaboradoras, deve cumprir as

funções antropométrica, anatômica e funcionalidade. Para estar adequada

antropometricamente, a roupa deve estar nas medidas corpóreas de cada usuária,

mantendo apenas folgas de vestibilidade, ou seja, a roupa não deve estar larga, nem

justa demais ao corpo. O conforto anatômico da modelagem deve estar focado para

atividades que exigem a manipulação dos braços, bem como no movimento de

pernas, agachamentos ou elevações. Para melhorar a questão da funcionalidade e

agilidade, foi projetado um avental mais curto, o que causa maior agilidade e

conforto térmico, acrescido de bolsos destinados a armazenar pequenos objetos

como caneta, bloco de pedidos, celular, etc.

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- Aspectos ergonômicos do calçado: calçado antiderrapante, ortopédico e/ou

anatômico, podendo ser um tênis de boa qualidade com sistema de amortecimento

de impacto ou um sapato anatômico/ ortopédico com salto ou solado

preferencialmente emborrachado ou siliconado, e altura de 2 a 4 cm. Para o verão,

pode ser usado um tênis mais leve e parcialmente fechado ou uma sandália com

fechamento atrás do calcanhar para dar segurança e conforto ao se locomover

rapidamente, ambos contendo os mesmos aspectos ergonômicos indicados para os

calçados de inverno.

- Aspectos estéticos da roupa: O modelo projetado para as garçonetes está

composto por uma blusa de malha leve com elasticidade regulada, decote mais

amplo com bordado da logo e nome do hotel em cores suaves, inseridos detalhes de

vivo no entorno do decote e um discreto volume na manga para realçar a

feminilidade. Na blusa de inverno, que possui mangas longas, está localizado um

passador com fio embutido proporcionando o encurtamento das mangas de maneira

elegante. A blusa de verão tem as mesmas características, porém, mangas curtas. O

modelo da calça é moderno e funcional, possui bolsos traseiros e laterais do tipo

cargo, para facilitar suas operações, além disso, a calça possui um sistema de

abotoamento na barra, possibilitando o encurtamento para situações eventuais. A

bermuda possui as mesmas características da calça.

- Aspectos estéticos do calçado: o calçado da garçonete deve ser confortável e ter

aparência harmoniosa com a roupa, não possuindo cabedal muito robusto ou em

cores fortes que contrastem com a totalidade do traje em si. Os materiais mais

indicados são couro, tecido ou material sintético com tratamento tecnológico,

garantindo a perfeita respiração do pé dentro do calçado e evitando problemas de

saúde. As costuras não devem ser de cores muito fortes ou numerosas e os

materiais dos forros seguindo as mesmas especificações do material externo do

sapato já citado anteriormente.

- Aspectos tecnológicos do traje: para as peças que compõe o traje das

garçonetes são apropriados tecidos com acabamentos tecnológico anti-pilling,

repelente a água e óleo, antimicrobial e easy care teflon.

Estes tecidos possuem textura e composições leves, priorizando os seguintes

aspectos: o anti-pilling e o easy care teflon são fáceis de lavar e passar, tem alta

durabilidade e mantém a aparência de impecabilidade por mais tempo, impedindo o

desprendimento de fibrilas de algodão, causando “bolinhas” na superfície do tecido.

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O antimicrobial previne os odores da transpiração, e o repelente a água e óleo evita

a impregnação de manchas e molhaduras especialmente no avental, mantendo-o

com aparência limpa por mais tempo. Os acabamentos das costuras não devem ser

incômodos, visto que há sobreposição de roupas, proporcionando conforto e não

causando volume de tecidos principalmente em locais como virilhas, axilas e

abdômen.

d) Camareira, Faxineira, Lavadeira, Passadeira e Roupeira

Figura 33: Trajes femininos de inverno idealizados para os cargos de Camareira, Faxineira,

Lavadeira, Passadeira e Roupeira

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça de malha, camiseta de malha de manga

longa, avental e blusa de lã. Tênis ou sapato ortopédico. Avental impermeável para

lavadeira.

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Figura 34: Trajes femininos de verão idealizados para os cargos de Camareira, Faxineira,

Lavadeira, Passadeira e Roupeira

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: calça capri de malha, camiseta de malha de manga

curta. Tênis mais leve ou sandália com fechamento no calcanhar. Avental

impermeável para lavadeira.

- Aspectos ergonômicos da roupa: Os cargos de camareiras, faxineiras,

lavadeiras, passadeiras e roupeiras não são muito distintos quando o hotel é

pequeno ou tem um quadro funcional enxuto. As camareiras acabam executando as

funções de todos estes cargos, sempre que necessário. Estas colaboradoras

passam a maior parte do tempo em movimento. Fazem relativo esforço corporal em

suas atividades, centradas no limpar e arrumar os bangalôs trocar roupas de cama,

reposição de mantimentos no frigobar, produtos de higiene e manipular alguns

equipamentos necessários a função. Sendo assim o traje proposto para atender as

necessidades destas colaboradoras, deve cumprir as funções antropométrica,

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anatômica e funcional. Para se adequar antropometricamente, a roupa deve estar

nas medidas corpóreas de cada usuária, mantendo apenas folgas de vestibilidade,

não estando larga, nem justa demais ao corpo. O conforto anatômico da modelagem

se foca em atividades que exigem a manipulação dos braços e movimento de

pernas, agachamentos ou elevações para arrumações e limpezas específicas dentro

do bangalô. Para melhorar a questão da funcionalidade e agilidade, foi projetado um

avental mais longo e com maior número de bolsos e divisórias, proporcionando

melhor armazenamento e transporte de chaves e objetos. O avental usado na

lavanderia é mais simples, contém apenas um bolso e possui ação impermeável. A

blusa é a mesma indicada para as garçonetes, para otimização dos custos. A calça

em malha tem um corte reto, um tecido agradável e aderente ao corpo. O traje de

verão segue as mesmas características do traje de inverno, porém, a blusa é

substituída por uma camiseta de manga curta e a calça longa por uma capri (mais

curta).

- Aspectos ergonômicos do calçado: o calçado destinado às camareiras,

lavadeiras, faxineiras, roupeiras e passadeiras devem seguir as mesmas

especificações indicadas para as garçonetes, pois executam funções que exigem

relativo esforço e movimento. O calçado necessita ser antiderrapante, ortopédico

e/ou anatômico, com salto ou solado preferencialmente emborrachado ou siliconado,

de altura 2 ou 4 cm.

- Aspectos estéticos da roupa: O avental da camareira é mais longo e com bolsos

e divisórias distribuídos harmoniosamente com o conjunto. O avental destinado à

lavadeira é neutro, de linhas retas e simples. A blusa de inverno possui mangas

longas, detalhes que evidenciam a logomarca e nome do hotel, cujo modelo detém

características elegantes e femininas. A camiseta destinada ao traje de verão possui

as mesmas características da blusa, com tecido mais fino e confortável, próprio para

o verão. As calças de verão e inverno são de malha em corte reto, de tecido

agradável e relativamente aderente ao corpo, mas, diferenciados para inverno e

verão.

- Aspectos estéticos do calçado: o calçado destinado às camareiras, lavadeiras,

faxineiras, roupeiras e passadeiras devem seguir as mesmas especificações

indicadas para as garçonetes, por estarem em contato com os hóspedes, sua

presença deve ser discreta embora a proximidade com o cliente não seja tão

constante, exigindo a preservação da estética como um todo.

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- Aspectos tecnológicos do traje: para as peças que compõe o traje das

camareiras, lavadeiras, faxineiras, roupeiras e passadeiras são apropriados tecidos

com acabamentos tecnológico anti-pilling, antimicrobial, repelente a agentes

químicos e na composição tecido com compressão. Estes tecidos possuem textura e

composições leves que priorizam os seguintes aspectos tecnológicos: o anti-pilling é

fácil de lavar e passar, tem alta durabilidade e mantém a aparência de

impecabilidade por mais tempo, impedindo o desprendimento de fibrilas de algodão.

O antimicrobial previne os odores da transpiração; e o repelente a agentes químicos

evita a retenção na fibras de substâncias químicas, protegendo a usuária. Os

acabamentos das costuras não devem ser incômodos visto que há sobreposição de

roupas, sendo simplificadas e embutidas para não causar volume de tecido.

e) Peças Adicionais Femininas: parka ou capa de inverno, capa de chuva, blusa

básica justa em malha elástica com gola alta e manga longa, blusa de lã e calça

sarouel.

Figura 35: Peças adicionais idealizadas para os cargos femininos

Fonte: Elaborado pela autora

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- Aspectos ergonômicos: As peças relacionadas como adicionais para compor as

roupas profissionais femininas da padronização do vestuário do hotel, são propostas

para atender as necessidades especiais das colaboradoras ou na falta de uma das

peças principais do traje e devem cumprir as funções antropométrica, anatômica,

funcional e de conforto térmico. Para estar adequada antropometricamente a blusa

básica justa em malha elástica com gola alta e manga longa e a blusa de lã e a

calça sarouel, devem estar nas medidas corpóreas de cada usuária, mantendo

apenas folgas de vestibilidade,. A parka e a capa de chuva devem ser amplas o

suficiente para abrigar do frio e da chuva, usadas sobre todas as peças de roupa,

inverno ou verão. O conforto anatômico da modelagem deve estar focado para

atividades que exigem a manipulação dos braços, bem como no movimento de

pernas, agachamentos ou elevações.

- Aspectos estéticos: a parka ou capa de inverno possui cores neutras na mesma

proposta das demais peças, o modelo é unissex, no entanto, as características são

básicas e relativamente genéricas, ou seja, sem muitos detalhes. A capa de chuva

possui corte reto em tecido parcialmente transparente e impermeável, apresenta

capuz e bolsos grandes na frente. A blusa é básica, justa em malha elástica com

gola alta e manga longa. Em cor clara a blusa de lã é em decote “v”, cor escura e a

calça sarouel é em cor clara, destinada à ocasiões e eventos especiais do hotel.

- Aspectos tecnológicos: para a composição das peças adicionais, são indicados

tecidos com acabamentos tecnológicos. Para a parka ou capa de inverno sugere-se

um tecido de poliamida (Nylon), forrado com manta de silicone e revestimento

interno, malha 100% algodão. O ideal para essa peça de roupa é um tecido

impermeável ou com acabamento repelente a água e óleo. Para a capa de chuva, é

recomendado o nylon para-quedas, tecido semelhante ao utilizados para fabricação

de pára-quedas, de composição leve (100% poliamida), baixa absorção de água,

secagem rápida e relativa transparência. A blusa básica justa, em malha elástica

com gola alta e manga longa, pode ser confeccionada de tecido composto por uma

mistura de viscose e lycra, com acabamento antimicrobial. Para a blusa de lã, o ideal

é que ela seja composta de lã acrílica (100%), além de ser mais fácil de lavar e

conservar ao se fazer uma opção por uma fibra hipoalergênica, evita a possibilidade

de causar algum mal-estar nas usuárias. A calça sarouel é uma opção de verão

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também proposta em tecido de viscose com eslastano, tal mistura tem bom caimento

e proporciona frescor e leveza, com acabamento easy care teflon.

- Sugestão de cores: as cores utilizadas pelo hotel em suas roupas profissionais

são em verde escuro e creme. Dentre as novas cores sugeridas para os trajes

femininos e masculinos, ainda permanece o verde escuro, porém, o tom creme foi

substituído pelo branco e, para diferir os trajes de verão e inverno, é lançada uma

nova proposta de cor para compor os trajes de verão, o terracota, que juntamente

com branco, dão um ar mais leve para essa estação. A cor branca foi utilizada nas

camisas, camisetas, blusas complementares e alguns detalhes. A cor terracota foi

empregada nas calças, bermudas, coletes e aventais de trajes de verão, e o verde

escuro foi utilizado em calças, casacos, blusas de lã, coletes, aventais e parka ou

capa de inverno. Pensando em respeitar as cores da temática e do conceito em que

estão inseridas as características do hotel, foram escolhidas essas cores. O

terracota está presente na pintura externa de algumas partes da construção,

estando em perfeita harmonia com o ambiente, o verde escuro faz parte da

paisagem, além de ser uma cor discreta e já adotada pelo hotel. A intenção no uso

de cores em roupas profissionais não é evidenciá-las, mas tratar com discrição a sua

permanência e circulação nos ambientes hoteleiros.

7.4.2 Cargos Masculinos

a) Gerente de Hospedagem e Gerente de A & B.

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Figura 36: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de Gerente de

Hospedagem e Gerente de A & B

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça, camisa, casaco e blusa de lã. Sapato

ortopédico ou ergonômico.

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Figura 37: Traje masculino de verão idealizado para os cargos de Gerente de Hospedagem

e Gerente de A & B

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: calça capri e camisa de manga curta. Mocassim ou

sapatenis confortável.

- Aspectos ergonômicos da roupa: Os gerentes do setor de A&B e de

hospedagem, ficam parte do tempo sentadas, operando computadores e

manipulando papéis, e parte do tempo checando os setores de sua competência

para ver se não falta algo e se tudo corre de acordo o requisitado. O esforço corporal

é relativo, suas atividades estão centradas em procedimentos da rotina do escritório

de trabalho administrativos e circulação, pelo hotel que pode ser à pé ou com

carrinho movido à bateria. Como são íngremes alguns caminhos, por vezes se faz

necessário usar esse recurso para agilizar o tempo do gerente. Sendo assim o traje

proposto para estes colaboradores, para que possa atender as necessidades de

ambos deve cumprir a função antropométrica, anatômica e conforto térmico. Para

estar adequada antropometricamente, a roupa deve estar nas medidas corpóreas do

usuário, mantendo as devidas folgas de vestibilidade, ou seja, a roupa não deve

estar larga demais, nem justa demais ao corpo. O conforto anatômico da modelagem

deve ser focado pelas atividades que exigem a manipulação dos braços, bem como

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no movimento de pernas, agachamentos ou elevações. Para melhorar a

funcionalidade e agilidade foram inseridos bolsos em todas as peças de roupa

propostas, a fim de portar aparelhos eletrônicos como agenda, celular, ipod, pen-

drive, etc., em tamanhos discretos. O conforto térmico se dá a partir do uso de

tecidos adequados com composições temperadas e modelos adequados a inverno e

verão.

- Aspectos ergonômicos do calçado: calçado antiderrapante, ortopédico e/ou

anatômico, com solado preferencialmente emborrachado ou siliconado e altura de 2

a 4 cm.

- Aspectos estéticos da roupa: o modelo projetado, para os colaboradores que

ocupam cargos gerenciais ou administrativos, deve estar dentro do contexto

apanhado pelo hotel, porém, as roupas não devem ser submetidas a cortes muito

arrojados ou comprimentos extravagantes, devendo sentir-se bem trajados para não

afetar sua auto-estima e não comprometendo sua apresentação diante dos

hóspedes ou mesmo baixar sua produtividade. A logomarca deve estar

harmonicamente colocada no traje e de maneira visível, pois estará constantemente

em contato com as pessoas.

- Aspectos estéticos do calçado: o cabedal do calçado deve ser de couro ou

material sintético, com tratamento tecnológico, garantindo a perfeita respiração do pé

dentro do calçado e evitando anomalias ou patologias comuns em pessoas que

ficam por muito tempo com o mesmo sapato e longos períodos em pé, sentadas ou

se movimentando. As costuras não devem ser grossas ou muito numerosas, e os

materiais dos forros devem seguir as mesmas especificações do material externo do

sapato já citado anteriormente.

- Aspectos tecnológicos do traje (tecidos acabamentos e composições): com

relação à textura dos tecidos e suas composições deve-se dar prioridade aos

tecnológicos com os seguintes aspectos: antimicrobial e antiestático, o primeiro

prevenindo os odores da transpiração e o segundo prevenindo ao acúmulo de

energias eletrostáticas. As composições destes tecidos são de texturas leves,

geralmente misturas de algodão com poliéster ou poliamida, bom caimento e

reguladoras de temperaturas, não causando desconforto, tanto para quem trabalha

sob o ar condicionado, quanto para quem trabalha ao ar livre. Os acabamentos das

costuras devem ser os mais simplificados possíveis, com as mesmas embutidas

para não causar volume de tecidos.

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b) Recepcionista e mensageiro

Figura 38: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de Recepcionista e

Mensageiro

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça (com bolsos cargo nas laterais para os

mensageiros), camiseta pólo, blusa de lã e colete para o mensageiro. Sapato

ortopédico ou ergonômico.

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Figura 39: Trajes masculinos de verão idealizados para os cargos de Recepcionista e

Mensageiro

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: calça capri (com bolsos cargo nas laterais para os

mensageiros) e camiseta pólo de manga curta. Mocassim ou sapatênis confortável.

- Aspectos ergonômicos da roupa: O recepcionista e o mensageiro ficam a maior

parte do tempo de trabalho, em pé. Exercem atividades que exigem pouco

movimento, porém postura correta. O contato com os clientes é constante, exigindo

uma apresentação pessoal minuciosa. O traje sugerido para recepcionistas e

mensageiros possui as mesmas características ergonômicas sugeridas para os

cargos gerenciais. O conforto deve estar focado nas atividades que exigem a

manipulação dos braços, devendo estar livres para os movimentos braçais, bem

como no movimento de pernas, agachamentos ou elevações.

- Aspectos ergonômicos do calçado: calçado antiderrapante, ortopédico e/ou

anatômico, com solado emborrachado ou siliconado e altura de 2 a 4 cm. O calçado

destinado ao uso profissional para os recepcionistas e mensageiros deve seguir

características ergonômicas específicas. Devem ter os mesmos cuidados sugeridos

ao cargo feminino. Embora o homem tenha maior resistência física e baixa

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predisposição a desenvolver patologias como varizes e dores nas costas como as

mulheres, por não usarem saltos altos, necessitam usar calçados confortáveis e

compatíveis com seu peso e estrutura.

- Aspectos estéticos da roupa: O modelo projetado para os recepcionistas e

mensageiros deve estar dentro do contexto apanhado pelo hotel, neste caso

seguindo as mesmas especificações sugeridas para os cargos de gerente, porém, o

que difere o traje é o uso da camiseta pólo, de maneira a se apresentar menos

formal e mais confortável, inclusos detalhes discretos e sutis, como gola e punhos da

camiseta do mensageiro na cor mais escura para garantir o asseamento do traje por

um tempo maior. Dessa forma, eles se diferenciam das mulheres que trabalham na

mesma função. Para os mensageiros tem também o colete, é visto como uma forma

de diferenciar os dois cargos e agrega mais funcionalidade as operações efetuadas.

A logomarca se apresenta harmonicamente colocada na parte superior da frente da

camiseta de maneira visível, botões seguindo as mesmas cores da logo para não

quebrar a composição visual do traje, pois estará constantemente em contato com

as pessoas. Como aspectos complementares, tanto o recepcionista quanto o

mensageiro devem cuidar minuciosamente da sua higiene e apresentação pessoal,

itens como cabelo e barba devem ser bem feitos. Artifícios como piercings e

tatuagens aparentes precisam ser usados com moderação e coerência.

- Aspectos estéticos do calçado: para o cabedal, ou seja, a parte superior do

calçado, além de ser de couro ou material sintético com tratamento tecnológico,

garantindo a perfeita respiração do pé dentro do calçado, evitando anomalias ou

patologias comuns em pessoas que ficam por muito tempo com o mesmo sapato e

passam longos períodos em pé. É importante que seja mais largo na região da ponta

dos dedos, formatos quadrados ou levemente arredondados são preferíveis aos de

bico mais finos, para suportar melhor o peso do corpo na posição vertical. As demais

especificações seguem os mesmos aspectos supra citados para o cargo anterior.

- Aspectos tecnológicos do traje: O traje do recepcionista e mensageiro deve ser

confeccionado com tecidos e acabamentos tecnológicos anti-pilling. Com relação à

textura dos tecidos e suas composições deve-se dar prioridade às fibras naturais

com ação bacterostática e secagem rápida, propriedades que não deixam as

bactérias se proliferarem e liberam rapidamente a umidade do corpo para fora do

tecido. Os acabamentos das costuras são simplificados e não ficam expostas, mas

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embutidas para não causar volume de tecidos, dificultando os movimentos,

principalmente do mensageiro que se movimenta mais que o recepcionista.

d) Maitre, Garçom, Marinheiro e Barman

Figura 40: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de Maitre, Garçom,

Marinheiro e Barman

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça com bolsos cargo, camiseta pólo de manga

longa e blusa de lã. Avental para os garçons e barman (sendo que para o barman é

impermeável). Chapéu e cartucheira para o marinheiro. Tênis ou sapato ortopédico.

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Figura 41: Trajes masculinos de verão idealizados para os cargos de Maitre, Garçom,

Marinheiro e Barman

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: Bermuda com bolsos cargo e camiseta pólo de

manga curta. Avental impermeável para o Barman. Chapéu e cartucheira para o

marinheiro. Tênis mais leve ou sandália com fechamento no calcanhar.

- Aspectos ergonômicos da roupa: os garçons passam a maior parte do tempo em

movimento, o maitre também, já o barman fica a maior parte do tempo no balcão da

bebida, porém, eventualmente precisa atender as mesas. O marinheiro movimenta-

se mais que os demais. Fazem relativo esforço corporal, pois suas atividades estão

centradas em servir as mesas, anotar pedidos e manipular bandejas, no caso maitre,

circular pelo restaurante e gerenciar a operação dos garçons, o barman, além de

servir as bebidas, prepara drinks, o que faz com ele esteja constantemente em

contato com a água e ambiente úmido. O marinheiro caminha bastante em busca de

guarda-sol, cadeiras, toalhas, bebidas e petiscos para os hóspedes que desfrutam o

lazer a bera-mar. Sendo assim o traje proposto para atender as necessidades destes

colaboradores, deve cumprir a função antropométrica, anatômica e funcionalidade.

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129

Para estar adequada antropometricamente, a roupa necessita estar nas medidas

corpóreas dos usuários, mantendo as devidas folgas de vestibilidade. O conforto

anatômico da modelagem deve estar focado para atividades que exigem a

manipulação dos braços, bem como no movimento de pernas, agachamentos ou

elevações. Para melhorar a questão da funcionalidade e agilidade dos garçons, foi

projetado um avental mais curto do que o anteriormente utilizado, para melhorar a

articulação dos movimentos e dar conforto térmico. Foram inseridos bolsos

destinados a armazenar pequenos objetos como caneta, bloco de pedidos, celular,

etc. No caso do barman o avental é de tecido impermeável, impedido que o seu

corpo tenha contato direto com a umidade, fato que causa desconforto

especialmente nos meses de inverno. Para o marinheiro é projetado um chapéu

anatômico em tecido para não aquecer demais e uma cartucheira no lugar do

avental a fim de não impedir os livres movimentos e minimizar os esforços exercidos

por ele ao caminhar pela areia da praia

- Aspectos ergonômicos do calçado: calçado antiderrapante, ortopédico e/ou

anatômico, podendo ser um tênis de boa qualidade com sistema de amortecimento

de impacto ou um sapato anatômico/ ortopédico, com solado preferencialmente

emborrachado ou siliconado e uma altura de 2 a 4 cm. Para o verão, pode ser usado

um tênis mais leve e parcialmente fechado ou sandália preferencialmente com

fechamento atrás do calcanhar dando segurança e conforto ao se locomover

rapidamente,contendo os mesmos aspectos ergonômicos indicados para os

calçados de inverno. O maitre deve usar um sapato mais apropriado ao seu cargo,

como um mocassim ou estilo sapatênis.

- Aspectos estéticos da roupa: O modelo projetado para os garçons e maitre é

composto por uma camiseta de malha piquet, tipo pólo, decote mais confortável,

com gola e bordado da logo e nome do hotel em cores suaves. O modelo da calça

possui um corte reto, moderno e funcional, com bolsos traseiros e laterais tipo cargo,

dando maior agilidade as suas operações. Para diferenciar o maitre dos garçons,

sugere-se inverter as cores do traje, onde os garçons, cor clara na camisa e escura

na calça, o maitre usará o oposto para destacar-se. O barman veste-se da mesma

forma que os garçons, porém, no bar seu avental de tecido impermeável, possuindo

apenas um bolso auxiliar para causar volume e peso excessivo ao traje. O

marinheiro também se veste como os garçons, todavia, usa chapéu para proteger-se

do sol e uma cartucheira para melhorar sua locomoção sobre a areia.

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- Aspectos estéticos do calçado: o calçado dos garçons deve ser confortável e ter

aparência harmoniosa com a roupa, não devendo possuir cabedal muito robusto ou

em cores fortes que contrastem com a totalidade do traje em si. Os materiais mais

indicados são couro, tecido ou material sintético com tratamento tecnológico,

garantindo a respiração do pé dentro do calçado e evitando problemas de saúde. As

costuras não devem de cores muito fortes ou muito numerosas e os materiais dos

forros seguem as mesmas especificações do material externo do sapato já citado

anteriormente.

- Aspectos tecnológicos do traje: para as peças que compõe o traje dos garçons e

maitre são apropriados tecidos com acabamentos tecnológico anti-pilling, repelente a

água e óleo, antimicrobial e easy care teflon.

Estes tecidos possuem textura e composições leves e, priorizando os aspectos

tecnológicos: o anti-pilling e o easy care teflon são fáceis de lavar e passar, tem alta

durabilidade e mantém a aparência de impecabilidade por mais tempo. O

antimicrobial previne os odores da transpiração e o repelente a água e óleo evita a

impregnação de manchas e molhaduras especialmente no avental, mantendo-o com

aparência limpa a asseada por mais tempo. Os acabamentos das costuras não

devem ser incômodos, visto que há sobreposição de roupas, a utilização dos

recursos mais simplificados, proporcionam conforto e não causam volume de

tecidos. O chapéu e a camiseta usadas pelo marinheiro são compostos de tecido e

acabamento com proteção solar UVA e UVB, devido à longa permanência sob o sol.

A cartucheira é projetada em tecido repelente à água e óleo, evitando que manchas

se instalem com facilidade em seu traje profissional.

g) Auxiliar de Serviços Gerais, Almoxarife, Porteiro, Marceneiro

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Figura 42: Trajes masculinos de inverno idealizados para os cargos de Auxiliar de Serviços

Gerais, Almoxarife, Porteiro, Marceneiro

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Inverno: calça com bolsos cargo nas laterais, camiseta

pólo e Blusa de Lã. Sapato ou tênis ortopédico ou ergonômico.

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Figura 43: Traje masculino de verão idealizado para os cargos de Auxiliar de Serviços

Gerais, Almoxarife, Porteiro, Marceneiro

Fonte: Elaborado pela autora

- Descrição do Traje de Verão: bermuda, camiseta pólo de manga curta e colete.

Mocassim, sapatenis confortável ou sandália com fechamento no calcanhar.

- Aspectos ergonômicos da roupa: a roupa profissional projetada os cargos de

auxiliar de serviços gerais, almoxarife, porteiro, marceneiro são bastante

simplificadas e funcionais, pois tem pouco contato com hóspedes e passam a maior

parte do tempo em movimento. Fazem muito esforço corporal, tendo suas atividades

estão centradas em servir a todos os setores do hotel fazendo a manutenção de

ambientes, aparelhos, equipamentos utilizados para o funcionamento normal do

hotel e proporcionando suprimentos para cada setor. Com exceção do porteiro que

permanece a maior parte do tempo na guarita de entrada do hotel, suas atividades

possuem movimentos mais restritos. Sendo assim, o traje proposto para atender as

necessidades destes colaboradores, deve cumprir a função antropométrica,

anatômica e funcionalidade. Para estar adequada antropometricamente, a roupa

deve ter as medidas corpóreas dos usuários, mantendo as devidas folgas de

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vestibilidade, ou seja, a roupa não deve estar larga demais, nem justa demais ao

corpo. O conforto anatômico da modelagem deve estar focado principalmente para

atividades que exigem a manipulação dos braços, bem como o movimento de

pernas, agachamentos ou elevações. Para melhorar a questão da funcionalidade e

agilidade do traje, foram projetados bolsos cargo, para melhorar a operacionalização

dos movimentos, também destinados a armazenar pequenos objetos.

- Aspectos ergonômicos do calçado: calçado antiderrapante, ortopédico e/ou

anatômico, pode ser um tênis de boa qualidade com sistema de amortecimento de

impacto, ou um sapato anatômico/ ortopédico com solado preferencialmente

emborrachado ou siliconado e altura de 2 a 4 cm. Para o verão pode ser usado um

tênis mais leve e parcialmente fechado ou uma sandália com fechamento atrás do

calcanhar para dar segurança e conforto ao se locomover rapidamente, contendo os

mesmos aspectos ergonômicos indicados para os calçados de inverno.

- Aspectos estéticos da roupa: O modelo projetado para os cargos supra citados,

é composto por uma camiseta de malha piquet, tipo pólo, decote mais confortável,

com gola e bordado da logo e nome do hotel em cores suaves. O modelo da calça

possui um corte reto, moderno e funcional, com bolsos traseiros e laterais tipo cargo,

dando maior agilidade as suas operações.

- Aspectos estéticos do calçado: o calçado destinado aos cargos em questão

deve ser confortável e ter aparência harmoniosa com a roupa, não possuindo

cabedal muito robusto ou em cores muito fortes que contrastem com a totalidade do

traje em si. Os materiais mais indicados são couro, tecido ou material sintético, com

tratamento tecnológico, garantindo a perfeita respiração do pé e evitando problemas

de saúde dos pés. As costuras não devem ser espessas e os materiais dos forros

devem seguir as mesmas especificações do material externo do sapato já citado

anteriormente.

- Aspectos tecnológicos do traje: para as peças que compõe o traje dos auxiliar

de serviços gerais, almoxarife, porteiro e marceneiro, são apropriados tecidos com

acabamentos tecnológico anti-pilling, antimicrobial, com proteção solar UVA/UVB e

easy care teflon. Estes tecidos possuem textura e composições leves e priorizam os

seguintes aspectos tecnológicos: o anti-pilling e o easy care teflon são fáceis de

lavar e passar, tem alta durabilidade e mantém a aparência de impecabilidade por

mais tempo, impedindo o desprendimento de fibrilas de algodão, o que causa

“bolinhas” na superfície. O antimicrobial previne os odores da transpiração, com

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proteção solar UVA e UVB, que previne contra doenças da pele ocasionadas pela

longa permanência sob o sol. Os acabamentos das costuras não devem ser

incômodos, proporcionando conforto e não causado volume de tecidos,

principalmente em locais como virilhas, axilas e abdômen.

h) Peças Adicionais Masculinas: parka ou capa de inverno, capa de chuva,

camiseta de malha de manga longa, blusa de lã e botas de borracha.

Figura 44: Peças adicionais idealizadas para os cargos masculinos

Fonte: Elaborado pela autora

- Aspectos ergonômicos: as peças relacionadas como adicionais, para compor as

roupas profissionais masculinas da padronização do vestuário do hotel, são

propostas para atender as necessidades especiais dos colaboradores, (ou na falta

de uma das peças principais do traje) e devem cumprir as funções antropométrica,

anatômica, funcional e de conforto térmico. Para estarem adequadas

antropometricamente, a camiseta básica em malha de algodão manga longa e a

blusa de lã, devem estar nas medidas corpóreas dos usuários, mantendo as devidas

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folgas de vestibilidade, ou seja, a roupa não deve estar larga demais, nem justa

demais ao corpo. A parka e a capa de chuva devem ser amplas o suficiente para

abrigar do frio e da chuva, podendo ser usadas sobre todas as peças de roupa que

os trajes de inverno ou verão propõem. O conforto anatômico da modelagem deve

estar focado para atividades onde exigem a manipulação dos braços, bem como no

movimento de pernas, agachamentos ou elevações. As botas de borracha devem ter

tamanho compatível com o pé do usuário, não sendo utilizadas por tempo muito

prolongado ou sem meias. Caso haja umidade excessiva no interior da mesma

durante a operação, o usuário deve substituí-la imediatamente.

- Aspectos estéticos: a parka ou capa de inverno possui cores neutras na mesma

proposta das demais peças. O modelo é unissex, no entanto as características são

básicas e relativamente genéricas, ou seja, sem muitos detalhes. A capa de Chuva

possui corte reto em tecido parcialmente transparente e impermeável, apresentando

capuz e bolsos grandes na frente. A camiseta é básica, em malha de algodão com

manga longa e em cor clara. A blusa de lã é em decote “v”, em cor escura e a bota

de borracha deve ser preferencialmente em cor neutra, destinada à ocasiões

especiais ou operações que necessitem o uso desse acessório.

- Aspectos tecnológicos: para a composição das peças adicionais são indicados

tecidos com acabamentos tecnológicos. Para a parka ou capa de inverno sugere-se

um tecido de poliamida (Nylon), forrado com manta de silicone e revestimento

interno em malha 100% algodão. O ideal para essa peça de roupa é um tecido

impermeável ou com acabamento repelente a água e óleo. Para a capa de chuva é

recomendado o nylon pára-quedas, tecido semelhante aos utilizados para fabricação

de pára-quedas, de composição leve 100% poliamida, baixa absorção de água,

secagem rápida e relativa transparência. A camiseta básica em malha de algodão e

manga longa pode ser confeccionada de tecido, com acabamento antimicrobial para

ajudar a evitar os odores da transpiração. Para a blusa de lã, o ideal é que ela seja

composta de lã acrílica (100%), além de ser mais fácil de lavar e conservar. Ao se

fazer uma opção por uma fibra hipoalergênica evita a possibilidade de causar algum

mal-estar aos usuários. As botas de borracha são uma opção para dias de chuva,

devendo ser composta de borracha maleável com forro de material

antibacterostático (que evita o acúmulo e proliferação de microorganismos), visto

que poderá ser utilizada por diversas pessoas em diferentes ocasiões, ressaltando-

se que esse material interno é de rápida limpeza e secagem.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao findar os estudos relativos às pesquisas do tema proposto, chega-se aos

resultados esperados, porém parcialmente, pois se entende que esse estudo pode

ser mais explorado em outros níveis ou áreas do conhecimento.

Partindo das intenções iniciais de pesquisa onde o objetivo principal é

analisar a interferência que o design (vestuário) com seus atributos exerce no

ambiente profissional hoteleiro e da premissa que os atributos do design e sua

abrangência já foram amplamente discutidos nos textos, nos limitamos a apresentar

os resultados obtidos.

As interferências mais relevantes que o design de vestuário exerce sobre o

ambiente em questão, reside nos quesitos ergonomia e estética. Não são muito

drásticas as mudanças provocadas pela inserção destes itens na roupa profissionais

dos colaboradores, porém, são pontuais os seus benefícios.

A questão ergonômica está centrada principalmente na questão do conforto,

as principais exigências são, que a roupa seja projetada com dados antropométricos

e biomecânicos. Estes atributos vão proporcionar ao seu usuário liberdade de

movimentos, isenção de restrições de uso e constrangimentos quanto à forma que

se apresenta. Tecidos adequados vão proporcionar o conforto térmico adequado

para que o usuário execute todas as suas funções em um ou mais ambientes

propostos para seu cargo ou função. No entanto, estes quesitos reunidos e

agregados à vestimenta profissional, trazem benefícios ao seu usuário,

primeiramente na auto-estima e bem-estar e posteriormente ao seu desempenho

físico-profissional.

Na questão estética residem termos mais subjetivos, envolvendo a questão

sensorial e até mesmo sentimental dos indivíduos. A sensibilidade da percepção

estética é muito particular e toca cada um de maneira diferente. Porém alguns

padrões podem ser estabelecidos para se ter um ponto de partida para unificar o

que pode ser denominado com Linguagem Visual Corporativa.

É importante para todos os envolvidos no ambiente que essa unidade exista,

no entanto ao definir formas e cores deve-se ter o cuidado de não cometer

exageros, pois estarão presentes em todas as formas de apresentação visual do

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hotel. No entanto conclui-se que sua aparição sutil e constante é mais agradável e

eficaz do que grandes impactos e contrastes.

As cores, formas e texturas remetem aos indivíduos analogias diversas,

correlações e comparações, no entanto, tais características presentes na roupa

profissional dos colaboradores podem ser substituídas periodicamente, sem perder

linha visual, a fim de não viciar o ambiente. No entanto o resultado esperado é de

que primeiramente o hóspede (cliente externo) seja atraído por tais fatores visuais e

estes influenciem na sua escolha pelo meio de hospedagem. Posteriormente deverá

agradar os colaboradores (cliente interno), estes que em contato diário com o

ambiente também atuam contribuindo positivamente quando os fatores visuais lhe

são agradáveis.

Um bom desempenho operacional e níveis satisfatórios de produtividade,

são alcançados a partir de vários fatores no contexto profissional, sem dúvida as

características acima citadas referindo-se à ergonomia contribuem grandemente

para a melhoria ou manutenção dos níveis desse desempenho, visto que afetam a

auto-estima do colaborador. Bem como as características que se referem à estética

contribuem positivamente para manter uma boa imagem corporativa frente à mídia e

aos clientes internos e externos.

Através de um conjunto de aspectos dos dados observados, entre eles o

clima organizacional, a percepção dos colaboradores com relação à empresa como

um todo e também aos aspectos mais pontuais relacionados à roupa profissional e a

sua condição no contexto físico, estético e sociológico do ambiente hoteleiro. Pode-

se observar que os empreendedores ou responsáveis em níveis gerenciais ou de

decisão desconhecem as necessidades mais específicas e as funções referentes a

roupas profissionais.

Com o intuito de proporcionar conhecimento e interação do assunto as

pessoas envolvidas neste processo, foi pensado na criação de um caderno

informativo que compreenda as informações mais importantes e relevantes ao

planejamento, ao uso e a performance das roupas profissionais e seus atributos

correlacionados a um hotel. Neste estudo de caso, a um hotel de lazer – Resort.

O conteúdo visa propor diretrizes básicas para o planejamento, implantação

e padronização do vestuário no ambiente hoteleiro, com vistas a dar ênfase aos

atributos ergonômicos e estéticos. A idéia é identificar que elementos se adequem

ao composto geral, não somente da roupa, mas também do calçado ideal, do estilo

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de cabelo adequado ao posto ocupado, e especialmente para as mulheres o

penteado e a maquiagem. O uso de acessórios e artifícios como piercings e

tatuagens em demasia, podem colidir com o conceito mais limpo e harmonioso que

geralmente esse tipo de ambiente requer.

Foi através da sugestão de novos trajes para o hotel de lazer Ponta dos

Ganchos Exclusive Resort, que o caderno informativo foi composto. Trajes para

verão e inverno ilustram os quesitos discutidos, seguindo a ordem hierárquica

proposta pelo organograma do próprio hotel. Certamente este material não

contempla a totalidade das informações necessárias a todos os cargos dispostos em

todas as categorias de hotéis existentes. Por se tratar de um estudo caso, aborda

questões bem específicas de setores e cargos contidos no ambiente do caso

estudado. Mas certamente dará direcionamento para outros empreendimentos

hoteleiros que queiram se beneficiar das informações contidas no referido material.

Certamente este estudo seria mais completo se não houvessem limitações,

porém dificilmente isso ocorre em uma pesquisa, neste caso estudado o fato de não

se ter acesso à opinião dos clientes (hóspedes), deixou uma lacuna na direção do

relacionamento dados obtidos e tratados, pois essa fecharia uma triangulação

perfeita para se chegar co mais precisão no que de fato influencia a escolha de um

meio de hospedagem.

Porém, podem ser citados outros aspectos que agiram de maneira

contribuinte com o curso da pesquisa, no momento em que se chegou ao hotel para

dar início às pesquisa, ainda na fase de pré-teste, percebeu-se a transição pela qual

o mesmo estava passando. Mudanças na estrutura organizacional, contratação e

remanejamento de pessoal entre outras medidas, foram de fundamental importância

para o sucesso da pesquisa, pois o desejo de dar ao empreendimento novas

diretrizes de ação no mercado incluíam a alteração da sua imagem corporativa e

entre as metas a serem executadas pelo novo gerente de hospedagem, uma delas

era a mudança da vestimenta profissional, para dar assim proporcionas um ar mais

leve e contemporâneo ao resort.

Os estudos referentes à vestimenta profissional são bastante amplos

principalmente quando pensamos na grande quantidade de subdivisões que as

profissões tem passado. Outras pesquisas podem ser sugeridas aqui, com a

intenção de complementar esse trabalho. Análises mais específicas e direcionadas

para áreas como restaurantes, companhias aéreas, agências de viagens, parques e

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lugares turísticos destinados a compor um mix de produtos extremamente vasto na

área do turismo. Outras áreas ainda podem ser citadas como a saúde, a metal-

mecânica, a frigorífica ou áreas que apresentem algum grau de periculosidade e

insalubridade. Ou ainda áreas visem agregar inovação e contemporaneidade ao

ambiente profissional, sem abrir mão das demais vantagens que o planejamento e a

gestão do design podem proporcionar, contribuindo assim com soluções de

otimização e beleza ao setor profissional.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Modelo do formulário para análise do memorial descritivo

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146

Nome do Hotel:

Cargo/ Descrição

do Traje:

Ótimo Muito Bom Bom Regular Ruim

– Função Técnica

Materiais

Tecnologias

Funcionalidade

2 – Função Ergonômica

Usabilidade

Adequação

Antropométrica

Adequação Biomecânica

Adequação Fisiológica

Adequação Cognitiva

3 – Função Estética

Função Estético-formal

Simbólica

Função de Uso

4 - Função de Marketing

Função Informacional

Identidade Visual

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147

APÊNDICE B

Roteiro de entrevista direcionado aos usuários dos uniformes no hotel

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ROTEIRO DE ENTREVISTA DIRECIONADO AOS USUÁRIOS DOS UNIFORMES

NO HOTEL

1) Há quanto tempo trabalha neste meio de hospedagem?

2) Qual o seu setor de trabalho?

3) Qual o cargo que ocupa?

4) Você acha importante o uso do uniforme?

5) Com relação à satisfação do seu uniforme, como você avalia seu traje com

relação ao clima e função (conforto/estética)?

6) Se traje é de fácil higiene e limpeza?

7) Você mudaria a cor do seu uniforme?

8) Você mudaria alguma coisa no seu uniforme?

9) Gosta de usar o uniforme?

10) Os funcionários são consultados durante o processo de desenvolvimento,

criação ou compra dos uniformes?

11) Em algum momento sentiu-se constrangido por causa do uso do uniforme?

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APÊNDICE C

Cópia do Termo de consentimento livre e esclarecido de pesquisa

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APÊNDICE D

Croquis dos modelos de vestimentas profissionais elaboradas para o Ponta

dos Ganchos Exclusive Resort

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ANEXOS

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ANEXO A

Deliberação Normativa nº 433 de 30 de dezembro de 2002

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ANEXO B

Mapas de localização da Ponta dos Ganchos e do empreendimento Ponta dos

Ganchos Exclusive Resort

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ANEXO C

Nomenclatura das Fibras Têxteis

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NOMENCLATURA DAS FIBRAS TÊXTEIS

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Fonte: <http://www.vogelsanger.com.br/servicos.php>

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ANEXO D

Organograma anterior do hotel Ponta dos Ganchos Exclusive Resort

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