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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO SÃO JOSÉ CURSO DE AUTOMAÇÃO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO LUCINÉIA BUENO DOS REIS RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PERFIL DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO PARA O CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO LUCIO HENRIQUE TAKAHASHI. Área de Concentração: Secretariado. São José 2004

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO SÃO JOSÉ

CURSO DE AUTOMAÇÃO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO

LUCINÉIA BUENO DOS REIS

RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PERFIL DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO PARA O CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO LUCIO HENRIQUE

TAKAHASHI.

Área de Concentração: Secretariado.

São José 2004

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LUCINÉIA BUENO DOS REIS

PERFIL DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO PARA O CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO LUCIO HENRIQUE

TAKAHASHI

Relatório de Conclusão de Estágio apresentado, à banca examinadora de Estágio Supervisionado do Curso de Automação de Escritórios e Secretariado na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação São José, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Automação de Escritórios e Secretariado.

Orientadora: Profª Marlise There Dias.

São José 2004

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LUCINÉIA BUENO DOS REIS

PERFIL DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO PARA O CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO LUCIO HENRIQUE

TAKAHASHI

Este relatório de conclusão de estágio foi julgado adequado para a obtenção do título de bacharel em Automação de Escritórios e Secretariado e aprovado pelo curso de Automação de Escritórios e Secretariado da Universidade do Vale do Itajaí, centro de Educação São José, São José (SC).

São José, _____ de ______ de 2004.

___________________________ ______________________________

Professora Marlise There Dias Professora Luciana Merlim Bervian Responsável pelo Estágio Coordenadora de Curso

_______________________________ Lucio Henrique Takarashi

Supervisor de Campo

Apresentada à Banca Examinadora formada pelas professoras:

__________________________ Marlise There Dias

Professora Orientadora

___________________________ Emilia Marta Schveitzer

Membro de banca

______________________________ Luciana Merlin Bervian

Membro de banca

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha grandiosa e guerreira mãe, Irene Bueno dos Reis, que além da vida, me deu coragem para a luta, alento para o estudo e esperança para o futuro. Te amo, mãe.

Dezembro/2004

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me mantido firme e forte no meu propósito, fazendo com que eu vencesse mais esta etapa da minha vida.

AOS Meus pais Luiz e Irene, por terem me ensinado a ser uma pessoa honesta e terem acreditado no meu potencial.

AO Meu amigo Robson Matos por ter sempre me incentivado a concluir esta etapa.

A Família Momm: Pedro Cleto, Helena Thiesen, Daniel, Augusto e Carolina, pessoas estas que fazem parte da minha vida, pois sempre me ajudaram nos momentos difíceis pelos quais passei.

AOS Meus amigos que direta ou indiretamente me incentivaram e apoiaram na busca de maior aprofundamento.

A Minha professora, orientadora e amiga, Marlise There Dias, pelos seus sábios conhecimentos, incentivos, críticas e sugestões, que muito contribuíram para a realização deste.

AO Meu amigo Lucio Henrique Takahashi, pelo incentivo fornecido para a realização deste.

A Todos os professores pelos ensinamentos e todos os acadêmicos que participaram desta etapa comigo. AS Professoras Emilia e Luciana pelo apoio, incentivo e dedicação para a conclusão deste trabalho.

Enfim, agradeço a todos que contribuíram para a minha formação como Bacharel em Automação de Escritórios e Secretariado.

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EPÍGRAFE

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original”.

Albert Einstein

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RESUMO

Este trabalho teve por objetivo traçar o perfil adequado ao cargo de secretariado no Consultório Odontológico Lucio Henrique Takahashi, pois no atual mercado competitivo é imprescindível a presença deste profissional nas organizações. Para tanto, fez-se uma pesquisa bibliográfica abrangendo conceitos de recursos humanos, descrição de cargos, seleção e recrutamento, perfil do cargo, profissional de secretariado, informação e comunicação nas organizações, e ainda administração do tempo, arquivo e documentação, automação de escritórios e outros assuntos relacionados ao tema da presente pesquisa. A metodologia aplicada foi um estudo de caso, com uma pesquisa descritiva e qualitativa. Os dados foram coletados por meio de uma observação não participativa, uma entrevista com o cirurgião dentista e um questionário aplicado com pacientes do consultório. Os resultados obtidos com a análise dos dados foram apresentados com o auxílio de gráficos e resumos informativos. E por fim, sugeriu-se ao cirurgião a imediata contratação de um profissional de secretariado.

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RESUMEN

Este trabajo tuvo por objetivo trazar el perfil adecuado al puesto de secretariado en el consultorio odontológico Lucio Henrique Takahashi, pues en el actual mercado competitivo es imprecindible la presencia de este profesional en las organizaciones. Para ello, se hizo una investigación bibliográfica involucrando conceptos de recursos humanos, descripción de puestos, selección y reclutamiento, perfil del puesto, profesional de secretariado, información y comunicación en las organizaciones, y aún administración del tiempo, archivo y documentación, automación de oficinas y otros asuntos relacionados al tema de la presente investigación. La metodología aplicada fue un estudio de caso, con una investigación descriptiva y cualitativa. Los datos fueron recolectados a través de una observación no participativa, una entrevista con el cirujano dentista y cuestionarios aplicados con los pacientes del consultorio. Los resultados obtenidos con el análisis de los datos fueron presentados con el auxilio de gráficos y resúmenes informativos. Y, por fin, se recomendó al cirujano la inmediata contratación de un profesional de secretariado.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Agenda utilizada pelo dentista ...............................................................Erro! Indicador não definido. Figura 2 – Arquivo ................................................................................................................................................ 61 Figura 3 – Recepção do consultório 1 ................................................................................................................... 62

Gráfico 1 – Quem recepciona o paciente............................................................................................................... 66 Gráfico 2 – Atendimento na recepção ................................................................................................................... 66 Gráfico 3 – Se liga para confirmar consulta .......................................................................................................... 67 Gráfico 4 – Sempre que liga para o consultório é atendido................................................................................... 68 Gráfico 5 – Como consultaria o dentista em caso de emergência ......................................................................... 68 Gráfico 6 – Atendimento de ligações pelo dentista durante as consultas .............................................................. 69 Gráfico 7 – Confirmação das consultas ............................................................................................................... 70 Gráfico 8 – Como os pacientes consideram o atendimento no consultório .......................................................... 70 Gráfico 9 – Necessidade de uma recepcionista ..................................................................................................... 71

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA .................................................................................................................. 3 AGRADECIMENTOS......................................................................................................... 4 EPÍGRAFE .......................................................................................................................... 5 RESUMO ............................................................................................................................. 6 RESUMEN ........................................................................................................................... 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES................................................................................................ 8 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11

1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ............................................................... 11

1.2. OBJETIVOS............................................................................................................... 12

1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................................... 12 1.2.2. Objetivos Específicos..................................................................................................................... 12

1.3. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 13

2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS .................................................................................. 14

2.1. RECURSOS HUMANOS .............................................................................................. 14 2.1.1. Descrição de cargos ...................................................................................................................... 17 2.1.2. Seleção e recrutamento ................................................................................................................. 20 2.1.3. Perfil do cargo............................................................................................................................... 23

2.2. PROFISSIONAL DE SECRETARIADO............................................................................. 24

2.3. INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ................................................. 28 2.3.1. Comunicação escrita ..................................................................................................................... 31 2.3.2. Comunicação interna .................................................................................................................... 33 2.3.3. Carta Comercial ............................................................................................................................ 34

2.4. ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO ..................................................................................... 35

2.5. ARQUIVO E DOCUMENTAÇÃO ................................................................................... 37

2.6. AUTOMAÇÃO DE ESCRITÓRIOS ................................................................................. 41

2.7. OUTRAS ATIVIDADES DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO ....................................... 47 2.7.1. Atendimento ao telefone ................................................................................................................ 47 2.7.2. Agenda........................................................................................................................................... 49 2.7.3. Reuniões ........................................................................................................................................ 51 2.7.4. Recepção........................................................................................................................................ 53

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS ............................................................................. 55

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................. 55

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA .......................................................................................... 56

3.3. COLETA DE DADOS .................................................................................................. 56

3.4. ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................... 57

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................ 58

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................... 58 4.1.1. Ramo de atuação ........................................................................................................................... 58 4.1.2. Histórico ........................................................................................................................................ 58 4.1.3. Estrutura........................................................................................................................................ 59

4.2. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................... 59

4.2.1. Resultados obtidos com a observação ........................................................................................... 59 4.2.2. Análise da entrevista ..................................................................................................................... 63 4.2.3. Análise do questionário ................................................................................................................. 65 4.2.4. Alternativas para suprir falhas nos procedimentos secretariais ................................................... 71 4.2.5. Perfil do profissional de secretariado para o consultório............................................................. 73

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 75 6. RECOMENDAÇÕES.................................................................................................. 77 REFERÊNCIAS................................................................................................................. 78 APÊNDICES ...................................................................................................................... 81 ANEXOS ............................................................................................................................ 86

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Apresentação do tema e do problema

Nestes últimos anos, desde a regulamentação da profissão de secretariado no Brasil,

ou seja, desde 30 de setembro de 1985, pode-se verificar nas organizações a relevante

participação do profissional de secretariado ou assessor executivo, nas tarefas cotidianas das

organizações. Estas estão percebendo a participação eficiente deste profissional, que tem entre

suas atribuições: a liderança e o bom relacionamento com seu chefe e os colaboradores do seu

ambiente de trabalho.

Segundo Alonso (2002, p.19),

o profissional de Secretariado Executivo/Assessor Executivo pode trabalhar como Gestor, Empreendedor, Consultor, entre muitas outras funções, pois ele gerencia projetos, trabalha em busca do cumprimento das metas, participa do planejamento estratégico e ainda facilita a atuação dos dirigentes das organizações, auxiliando-os na busca de soluções para problemas complexos.

Alonso (2002, p.18) diz ainda que o assessor executivo tem influência “tanto em

tarefas administrativas e organizacionais, como na tomada de decisões importantes”, pois ele

é quem responde na ausência do seu chefe.

Salienta-se, que a ausência do profissional de secretariado e conseqüentemente o não

emprego das técnicas secretariais podem dificultar o bom andamento de uma organização

independente de seu porte. Exemplo disso foi observado no Consultório Odontológico Lucio

Henrique Takahashi, onde não há secretária para realizar as atividades pertinentes.

Devido à falta deste profissional, percebe-se que o próprio dentista realiza as

atividades secretariais, e que estas não são executadas de forma adequada às necessidades do

consultório. Isto pode estar acarretando as deficiências no consultório como a recepção

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inadequada aos pacientes e o armazenamento inadequado dos documentos e exames dos

mesmos. Tais aspectos demonstram falta de organização, o que reflete na credibilidade e

confiabilidade no serviço prestado aos pacientes.

No entanto, em conversa informal com o cirurgião dentista, percebeu-se a vontade

deste em contratar um profissional para executar as atividades secretariais.

Com base no exposto pretende-se traçar o perfil deste profissional, a fim de atender as

necessidades do consultório e apresentar a forma correta de realizar as tarefas pertinentes a

uma secretária.

Considerando os fatos aqui expostos questiona-se: Qual o perfil adequado do

profissional de secretariado, para realizar as atividades secretariais no Consultório

Odontológico Lucio Henrique Takahashi?

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

Traçar o perfil ao cargo de secretariado, levando em consideração as necessidades do

Consultório Odontológico Lucio Henrique Takahashi.

1.2.2. Objetivos Específicos

• Descrever as atuais práticas secretariais realizadas no consultório;

• Identificar as falhas nos procedimentos secretariais;

• Apresentar soluções para suprir as necessidades existentes.

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1.3. Justificativa

Destaca-se a relevância do presente trabalho, por observar, ressaltar e traçar o perfil ao

cargo de secretariado, levando em consideração as necessidades do Consultório Odontológico

Lucio Henrique Takahashi.

Observa-se também que devido à falta deste profissional há uma desorganização no

consultório, pois o dentista é o único responsável por todas as atividades realizadas neste. Este

atende os pacientes e também realiza as atividades secretariais, como: agendamento das

consultas, arquivamento dos documentos de forma incorreta, atendimento telefônico,

recepção, contas a pagar do mês, entre outras atividades.

Destaca-se com isso, que o profissional adequado, poderá executar as atividades

secretariais, proporcionando assim maior praticidade no atendimento aos pacientes e até

mesmo agilidade na procura de determinados documentos e informações, pois acredita-se que

estas serão organizadas conforme as suas necessidades, facilitando com isso o bom

funcionamento do consultório.

Isso proporcionará ao cirurgião maior tempo disponível para realizar outras atividades,

ou aumentar seu quadro de pacientes. Sendo assim, pretende-se apresentar sugestões para

melhorar o trabalho diário no consultório, bem como, proporcionar a resolução dos problemas

destacados, pois se percebe a necessidade de adaptações no consultório, para que este possa

atingir o sucesso e sobreviva a exigência competitiva do mercado em que esta inserido. Com

isso a estagiária tem o intuito de incentivar a criatividade e inovação na prestação de serviços

prestados pelo consultório.

Cabe ainda destacar que, com o resultado desta pesquisa, o cirurgião terá informações

de qual o perfil do profissional de secretariado, deve buscar no mercado de trabalho, que

melhor se adeqüe as necessidades do seu consultório.

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2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Este tópico e seus subitens têm como objetivo apresentar a área de recursos humanos,

bem como aspectos referentes à descrição de cargos, seleção e recrutamento e identificação de

perfil, itens necessários ao desenvolvimento deste trabalho.

2.1. Recursos Humanos

Após a Revolução Industrial, muitas áreas de estudos surgiram, e entre elas a de

Recursos Humanos, que, conforme Chiavenato (2002, p.19), surgiu do crescimento e da

complexidade das tarefas organizacionais e suas origens “remontam ao inicio do século XX,

após o forte impacto da Revolução Industrial”.

No início pouca atenção era dada pelas organizações a esta área, pois de acordo com

Alonso (2002, p.44), “foi no final da década de 80 e início da década de 90 que a gestão de

recursos humanos iniciou seu processo de transformação, enfrentando ainda muitas

resistências por parte das organizações”.

Esta resistência talvez derive do objetivo da área de Recursos humanos de realizar a

integração do trabalhador junto à organização e conseqüentemente o aumento de sua

produtividade.

Conforme Gil (1994, p.13), a área de recursos humanos “trata de recrutamento,

seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação pessoal”.Para ele, a

administração de Recursos Humanos “surge em decorrência do crescimento das organizações

e do aumento da complexidade das tarefas de gestão de pessoal”.

Já Toledo (1995, p.8) define Recursos Humanos como

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aquele conjunto de princípios, estratégias e técnicas que visa contribuir para a atração, manutenção, motivação, treinamento e desenvolvimento do patrimônio humano de qualquer grupo organizado. Seja este grupo, ou organização, pequeno ou grande, seja privado ou público, desempenhe ele atividades de trabalho, de lazer, ação política ou religiosa etc.

O Núcleo de Recursos Humanos (NRH) de uma organização tem como uma de suas

responsabilidades pensar no patrimônio humano, ou seja, na sua qualificação, aproveitamento

organizacional, índice de motivação e principalmente estudar o comportamento

organizacional da empresa como um todo.

Conforme Gil (2001, p.16),

os administradores de recursos humanos de hoje já não podem considerar os empregados como meros recursos de que a organização pode dispor ao bel-prazer. Precisam tratá-los como pessoas que impulsionam a organização, como parceiros que nela investem seu capital humano e que têm a legítima expectativa de retorno de seu investimento.

No decorrer dos anos além das mudanças que esta área gerou nas organizações, ela

também sofreu alterações em sua nomenclatura. Segundo Chiavenato (apud ALONSO, 2002,

p.43), em algumas organizações a área de Administração de Recursos Humanos (ARH),

“passou a ser chamada de Gestão de Pessoas, entre outras denominações como: Gestão de

Talentos Humanos, Gestão de Parceiros ou Colaboradores, Gestão do Capital Humano,

Administração do Capital Intelectual e, inclusive, Gestão com Pessoas”.

Independente do nome usado, hoje, mais do que nunca, a área de Recursos Humanos

das organizações é fundamental para o seu desenvolvimento.

Conforme Orlickas (1999, p. 14),

as mudanças constantes – causadas pela globalização, pelo avanço tecnológico, pelos novos modelos de competitividade cada vez mais agressivos do mercado [...] têm causado profundo impacto no ambiente empresarial interno, pressionando-o para a busca de novas estratégias de gestão, do pleno exercício da criatividade, da inovação tecnológica, da

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rapidez na tomada de decisão e da maximização da qualidade de seus serviços, bem como da valorização de seus Recursos Humanos.

A Área de Recursos Humanos (ARH) é de suma importância para a empresa, e neste

departamento é necessário que as pessoas tenham uma boa comunicação, pois constitui

habilidade requerida a todos os profissionais que exercem funções gerenciais. Esta boa

comunicação é vital nas organizações principalmente dos profissionais de recursos humanos,

pois, conforme Gil (1994, p.32), estas pessoas “na maioria das atividades que exercem,

necessitam exprimir-se oralmente ou comunicar-se com uma ou mais pessoas”.

Os profissionais do NRH devem então, saber da importância deste departamento nas

organizações, pois os funcionários não podem ser considerados como meros recursos que a

organização pode dispor a seu bem. É preciso investir na qualificação dos funcionários,

através de cursos, treinamento, ou seja, permitir a eles o contínuo aprimoramento, evitando

com isso a rotatividade (GIL, 2001, p.16).

A administração de Recursos Humanos precisa se adequar às mudanças do mercado e

do mundo em sua globalização e revolução tecnológica, usando das estratégias e técnicas que

lhe são atribuídas. A tecnologia impacta profundamente o ambiente de negócios; se expressa

nas formas de organização de trabalho, nos fluxos das tarefas e na exigência de novas

habilidades por parte dos empregados (VERGARA, 2000, p.28).

Confirmando este pensamento, Chiavenato (1999, p. 151) afirma que,

a ARH produz profundos impactos nas pessoas e nas organizações. A maneira de lidar com as pessoas, de buscá-las no mercado, de integrá-las, de fazê-las trabalhar, de desenvolvê-las, de recompensá-las ou monitorá-las e controlá-las, ou seja, a maneira como as pessoas são geridas na organização é um aspecto crucial na competitividade organizacional.

Observa-se que as pessoas em uma organização quando são contratadas pelo ARH,

atuam em determinado setor sendo designadas para executar as funções específicas deste.

Sendo assim, a seguir serão descritos alguns aspectos referentes a cargo, pois é, de

acordo com Serson (1990, p.42) “por meio da descrição de um cargo que se pode saber as

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qualidades humanas exigidas para o seu exercício, com vistas a seleção e recrutamento, ao

treinamento, à avaliação do mérito.” Além do que, tem-se como objetivo geral traçar o perfil

adequado de um profissional de secretariado para realizar as atividades secretariais no

consultório, fortalecendo ainda mais a necessidade de abordar este tópico.

2.1.1. Descrição de cargos

As necessidades de recursos humanos das organizações são definidas a partir do

desenvolvimento aprimorado da análise de cargos1. A partir disto derivam a descrição e a

especialização de cargos que fornecem o alicerce para sua avaliação da qual resultam a

fixação dos salários e a política salarial da empresa (GIL, 2001, p.175).

Contudo, pode-se dizer que o estudo inicial das atividades exercidas pelo empregado,

a clara definição de suas atribuições e das principais exigências de ordem mental e

responsabilidade, constitui o que se denomina Análise de Cargos. Já a composição das

atividades correlatas da empresa e que expressam conteúdo e requisitos semelhantes são

denominadas Descrição de Cargos.

Este é o processo fundamental de um programa de administração de salários. A

Análise e Descrição de Cargos fornecem as informações que servirão para o desenvolvimento

do sistema de avaliação de cargos.

De acordo com Alonso (2002, p.65), “os cargos fazem parte integrante do formato

estrutural da organização. Se a estrutura organizacional é rígida e imutável, os cargos também

o serão”.

Segundo Chiavenato 1999 (apud ALONSO, 2002, p.65), cargo é “a composição de

todas as atividades desempenhadas por uma pessoa – o ocupante – e que são englobadas em

um todo unificado que figura em uma posição formal do organograma”.

Entretanto, afirma-se que um cargo pode ser descrito como uma unidade da

1 Análise de cargo: é o estudo que se faz para obter informações sobre as tarefas ou atribuições de um cargo. (GIL, 2001, p.175).

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organização que consiste em um grupo de deveres e responsabilidades que o tornam separado

e distinto dos outros cargos. Os deveres e responsabilidades pertencem ao empregado que

desempenha o cargo, e proporcionam os meios pelos quais os empregados contribuem para o

alcance dos objetivos de uma organização.

Sendo assim, pode-se afirmar que a descrição de cargo é o processo que consiste em

enumerar as tarefas ou atribuições que compõem um cargo e que o tornam distinto de todos os

outros cargos existentes na organização, ou seja, a descrição de cargos é o detalhamento das

atribuições ou tarefas do cargo (o que o ocupante faz), a periodicidade da execução (quando

faz), os métodos empregados para a execução dessas atribuições com tarefas (como faz) os

objetivos de cargos (por que faz). É basicamente um levantamento escrito dos principais

aspectos significativo do cargo e dos deveres e responsabilidades envolvidos

(CHIAVENATO, 1985, p.173)

Já Gil (2001, p.175) define a descrição de cargo como uma “exposição ordenada

das tarefas ou atribuições de um cargo. Ela procura descrever o que o ocupante do cargo

faz, como faz e porque faz”.

Alguns autores, porém, detalham um pouco mais o conceito de cargo, conforme

Marello (1998, p.47), pode-se fazer a descrição de um cargo desenvolvendo os seguintes

itens:

• Nome do cargo;

• Denominação do nível e grupo;

• Salário previsto;

• Gratificação por condições especiais;

• Horas de trabalho diário e semanal;

• Descrição das tarefas específicas;

• Atributos mínimos (qualificações);

• Condições de seleção;

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• Áreas de recrutamento;

• Mercado de trabalho;

• Escala de acesso; e

• Situação de treinamento.

Sendo assim, a análise e descrição de cargos podem ser concebidas como o ponto

de partida para o tratamento da maioria dos problemas no campo dos Recursos Humanos.

Entre suas funções, segundo Gil (2001, p.175), estão:

• A determinação do perfil do ocupante para definir os procedimentos para a

seleção de pessoal;

• O fornecimento dos dados necessários para o levantamento de necessidades e

seleção dos conteúdos dos programas de treinamento de pessoal;

• O fornecimento de dados para subsidiar os programas de higiene e segurança

no trabalho;

• O fornecimento de informações para o supervisor e o empregado acerca dos

padrões de desempenho no trabalho;

• O fornecimento de subsídios para a avaliação de cargos e determinação de

faixas salariais;

• A determinação das linhas de autoridade e responsabilidade na organização;

• O fornecimento de subsídios para a implantação de sistemas de avaliação de

mérito.

Devido às referências citadas acima, pode-se dizer que a Descrição e Análise de

Cargos é responsabilidade de linha e função staff2, ou seja, a responsabilidade pelas

informações prestadas é unicamente da linha, enquanto a prestação de serviço de obtenção e

arranjo das informações é responsabilidade de staff, representado pela analista de cargos.

2 Conforme dicionário Oxford (1999, p. 608) significa pessoal, empregados, corpo docente.

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Pode-se dizer que, a fixação dos níveis de responsabilidades e autoridade pressupõe

uma negociação entre a gerência e o profissional da área. A proposta é que o profissional

liste as suas responsabilidades e negocie com a sua gerência os níveis de autoridade para

cada uma delas (ALONSO, 2002, p.65).

Desta forma, conclui-se que a descrição de cargos é muito importante para uma

organização, no sentido de esclarecer aos colaboradores o que realmente é esperado deles,

e no caso do profissional de secretariado se existem práticas além das costumeiras de seu

cargo que serão esperadas deste. Uma forma de esclarecer estas funções pode ser a

informação na hora da seleção e do recrutamento, assunto apresentado na seção a seguir.

2.1.2. Seleção e recrutamento

Pode-se dizer que o processo de recrutamento e seleção de pessoal possui atividades

das mais importantes em recursos humanos. Mas infelizmente nem sempre as pessoas que são

incumbidas a estas tarefas dispõem dos conhecimentos e da experiência necessária.

Conforme Gil (1994, p.45) “uma seleção adequada é feita a partir de critérios, que

podem ser definidos a partir da descrição da função para a qual se deseja selecionar as

pessoas”. Esta busca selecionar entre os candidatos recrutados, os mais adequados ao cargo da

empresa, com o objetivo de manter ou aumentar a eficiência e o desempenho dos

funcionários, bem como a eficácia da organização.

A seleção implica uma comparação e uma escolha. Comparação entre as

características de cada candidato com o padrão de referência. As especificações são

decorrentes da descrição e análise do cargo a ser preenchido e definem o que o mesmo requer

do seu ocupante. O candidato adequado deverá possuir as características requeridas pelo

cargo. Feita a comparação, pode ocorrer que existam vários candidatos adequados ao cargo.

Sobrevém, então, a escolha. Isto é, qual dos candidatos adequados ao cargo deverá ser

escolhido para ocupá-lo. E esta é uma decisão de cada gerente ou supervisor.

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Segundo Chiavenato (2002, p.197) recrutamento “é um conjunto de técnicas e

procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar

cargos dentro da organização”.

A operação de recrutamento é das mais importantes e mais difíceis das empresas e tem

influência acentuada sobre seu destino. As conseqüências da má escolha estão em relação

com a categoria do agente escolhido: são geralmente pouco importantes, quando se trata de

um operário e sempre graves no caso de um agente superior. Assim concluí-se, que a

dificuldade de escolha aumenta com o nível hierárquico do agente.

Pode-se dizer que o recrutamento é feito a partir das necessidades presentes e futuras

de recursos humanos da organização. É uma atividade que tem como objetivo imediato atrair

candidatos, dentre os quais serão selecionados os futuros participantes da organização.

Conforme Gil (1994, p.46), existem vários tipos de recrutamento:

• Recrutamento interno – atua sobre os candidatos que estão trabalhando

dentro da organização – isto é, funcionários – para promovê-los ou transferi-los para

outras atividades mais complexas ou mais motivadoras.

• Recrutamento externo – atua sobre candidatos que estão no Mercado de

Recursos Humanos, portanto, fora da organização, para submetê-los ao seu processo de

seleção de pessoal dentro da empresa.

Como visto o recrutamento interno é feito dentro da própria organização. Mas muitas

vezes a mesma costuma abrir seus esforços de recrutamento para a comunidade externa. Este

recrutamento externo pode ser feito de várias formas, entre elas cita-se:

• Anúncios em jornais – Por se tratar de um anúncio de retorno rápido, os

classificados de jornais ainda não caíram em desuso. Mesmo com a expansão da Internet

e dos sites especializados em recrutamento, os classificados de jornais continuam sendo

uma alternativa bastante utilizada pelas empresas para buscar profissionais.

• Agências de recrutamento – Este procedimento evita gastos de tempo e

dinheiro com o processo de recrutamento e na realização de entrevistas. Em casos de

funções mais específicas, pode ocorrer que os candidatos não sejam os mais adequados.

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• Contatos com Escolas, Faculdades e Universidades – As instituições de

ensino em todo os níveis oferecem oportunidades para recrutar aqueles que acabaram de

se formar e aqueles que ainda estão em outros níveis de estudo, de acordo com a

necessidade da empresa em questão. As organizações procuram escolher em que

faculdade oferecer esta oportunidade de emprego, para que não sejam recrutadas pessoas

incorretamente para cargos técnicos ou específicos, por exemplo.

• Cartazes ou anúncios em locais visíveis – Este é um sistema de recrutamento

de baixo custo onde costuma-se trazer uma grande quantidade de pessoas, e este deve ser

colocado em locais de bastante movimentação e de fácil visualização. Este meio é

recomendado apenas para cargos mais simples da empresa.

• Recomendação de empregados – Os candidatos são indicados pelas pessoas

que trabalham ou não na empresa. Este pode-se considerar um meio mais econômico

para empresa que não irá precisar gastar com anúncios ou empresas terceirizadas para

efetuar o trabalho do recrutamento. E estas pessoas que são recomendadas geralmente

estão predispostas para aceitar o ambiente de trabalho que irá ser proposto. Esta também

poderá ter conseqüências de constrangimento com a pessoa que efetuou o contato, caso a

pessoa recomendada rejeite ou em uma futura identificação de falhas após a contratação.

Para evitar conseqüências desastrosas, convém esclarecer e deixar bem claro os pré-

requisitos que o candidato deverá apresentar, e este valerá para aqueles que também

foram recomendados, sem fazer distinção com os demais.

• Pessoal Dispensado – Este meio de recrutamento pode ser vantajoso para a

empresa desde que a dispensa do ex-colaborador tenha ocorrido de forma tranqüila e

aceitável. Já que neste caso os colaboradores e a empresa se conhecem, e é provável que

não será necessário repassar todo o programa de treinamento de novos colaboradores.

(GIL, 1994, p.46).

No recrutamento, todos os esforços da empresa estão em trazer para si novos

colaboradores. O recrutamento é uma ação externa da empresa para influenciar o mercado de

recursos humanos e dele obter os candidatos de que necessita para suprir as suas lacunas.

Trata-se de uma ação convidativa e aliciadora no sentido de atrair as pessoas e estimulá-las a

ingressar na organização.

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2.1.3. Perfil do cargo

Hoje, os profissionais, independentemente das áreas onde atuam devem a todo o

momento, desenvolver suas competências, visando à plena capacitação profissional, num

mundo altamente competitivo e qualificado, onde todos devem estar preparados para prestar

serviços em organizações com qualidade, eficiência e produtividade.

Entretanto, pode-se dizer que os componentes básicos utilizados para o planejamento

de recursos humanos, os perfis profissionais, também chamados de profissiografias,

representam um dos mais importantes e de larga aplicação na administração de recursos

humanos. Todos os processos voltados para a gestão de pessoal são usuários dos perfis

profissionais, somando-se, ainda, sua utilização como instrumento de ação gerencial.

(LUCENA, 1999, p.115).

Segundo Lucena (1999, p.115) o objetivo fundamental do uso adequado dos perfis

profissionais, é “definir a capacitação profissional e pessoal, requeridas, ou mesmo

determinadas pelas expectativas do negócio, pelas exigências do mercado e pelo tipo de

contribuição esperada de cada cargo”.� Hoje o profissional deverá possuir algumas

características básicas como ser pró-ativo, ser generalista, ser flexível, estar propenso a

mudanças, entre outras coisas. O que era bom ontem, hoje já não é tão bom e amanhã, com

toda certeza, tornara-se ultrapassado.

Contudo, pode-se dizer que o perfil profissional compreende o dimensionamento dos

objetivos do cargo, do tipo de contribuição esperada, expressa nos resultados desejados. Estes

indicadores orientarão a identificação das responsabilidades, conhecimentos, qualificações,

experiências, habilidades e aptidões, requeridas pelos objetivos do cargo (LUCENA, 1999,

p.115).

A elaboração dos perfis profissionais e dos cargos ou funções-chave ou críticos, é uma

estratégia gerencial que possibilita dimensionar a qualificação exigida para o bom

desempenho do cargo.

Conforme Lucena (1999, p.118), o perfil profissional tem as seguintes aplicações:

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• Instrumento gerencial para análise do impacto da capacitação profissional do

desempenho, na produtividade e nos resultados esperados;

• Subsidiar o processo de colocação de pessoal (recrutamento, seleção,

readaptação, remanejamento, promoção a cargo de maior conteúdo);

• Possibilitar a avaliação de capacitação profissional, tendo em vista orientar as

seguintes ações;

• Análise de potencial para fins de indicação de sucessão;

• Formulação de Planos de Desenvolvimento e programas de treinamento;

• Avaliação de Desempenho, no que se refere à análise das causas do

desempenho, isto é, que aspectos estão sendo afetados por problemas de capacitação

profissional ou de adaptação ao cargo.

Todos os procedimentos direcionados à gestão de pessoal são usuários dos perfis

profissionais, somando-se ainda sua utilização como instrumento de ação gerencial.

2.2. Profissional de secretariado

A grande maioria dos executivos sabe que são exatamente os profissionais de

secretariado que vão auxiliá-los nas tarefas cotidianas de um escritório, e principalmente,

organizá-lo de forma satisfatória para que tudo transcorra com tranqüilidade e ainda tomam a

frente dos negócios em sua ausência.

Segundo os dicionários da língua portuguesa, a palavra secretário ou secretária, vem

do latim secretarius e deriva do termo secretarium, o qual significa lugar retirado, conselho

privado.

Apesar dos estudos nesta área serem recentes, é uma profissão muito antiga que,

segundo Alonso (2002, p.18), remonta do século IV a.C., quando “era exercida pelos escribas:

homens letrados, com domínio de vários idiomas, taquígrafos, com conhecimentos gerais e

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máxima competência”.Ou ainda conforme Garcia (2000, p.13), que afirma que “a arte de

secretariar já existia na Antigüidade, no tempo das civilizações egípcia, mesopotânea, sírica,

judaica e cristã”.

Como visto, antigamente qualquer pessoa poderia se intitular secretaria sem ter

qualificação específica da área, mas, ao longo dos anos as coisas mudaram. De acordo com

Medeiros e Hernandes (1999, p.38) “as secretárias conquistaram, a partir da década de 70, os

primeiros cursos de 3º grau de secretariado”.Sendo que em 30 de setembro de 1985, foi

assinada a Lei nº 7.377 a qual regulamenta a profissão. Esta lei foi assinada pelo Presidente

José Sarney, e em 7/7/89, foi publicado no Diário Oficial da União o Código de Ética

Profissional para as secretárias (Anexo A).

Posteriormente esta lei foi alterada pela lei nº 9.261 em 10 de janeiro de 1996 (Anexo

B). De acordo com essas leis, existem duas categorias de secretariado: Técnico e Executivo.

Técnico em secretariado é o profissional que possui certificado de conclusão de curso

de secretariado, em nível de 2º grau. Já o secretario executivo é o profissional diplomado no

Brasil por curso superior de secretariado; ou diplomado no exterior por curso de secretariado,

cujo diploma seja revalidado na forma da lei.

A secretária torna-se assim a pessoa de confiança do executivo e precisa, em primeiro

lugar, se conscientizar de seu valor profissional.

Pode-se dizer, que anteriormente, as tarefas de uma secretária compreendiam recepção

e envio de documentos, atendimento telefônico, manutenção de arquivo e agendas, marcação

de reuniões. Mas hoje, segundo Medeiros e Hernandes (1999, p. 18) “suas tarefas

compreendem gerenciamento e operação de sistemas de informação, gerenciamento de

serviços e de treinamentos, atendimento a clientes, entre outras atividades.

Atualmente, este profissional está presente na indústria, no comércio, nas empresas

prestadoras de serviços, nos órgãos gerenciadores, enfim, em qualquer ramo de atividade

humana. Contudo, é necessário que este seja um profissional altamente qualificado e que

transmita segurança e confiabilidade para o executivo, pois, muitas ações que este profissional

executa não são conferidos pelos executivos, que muitas vezes não tem tempo para

conferência de pormenores.

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Sendo assim, torna-se necessário que o assessor executivo esteja atento às mudanças

diárias e ao desenvolvimento tecnológico, sempre buscando aprimoramento na sua profissão.

Contudo, conforme MEDEIROS e HERNANDES (1999, p.19) o profissional de secretariado

deve ser capaz de: planejar, organizar, executar atividades secretariais específicas, tais como:

• Assessorar direta ou indiretamente executivos;

• Participar e discutir objetivos e metas da organização, adotando a filosofia

empresarial e intermediando em atos decisórios da mesma;

• Redigir textos profissionais inclusive em idiomas estrangeiros, utilizando a

comunicação geral e técnicas secretariais;

• Organizar eventos dentro de regras protocolares (Cerimonial) e de etiqueta

social;

• Organizar arquivos e controlar documentos e correspondências, distribuindo-os

dentro de sua complexidade e importância;

• Atuar nas diversas organizações existentes, em níveis de assessoria, gerência,

diretoria, liderança e outros, capacitados a adaptar-se frente a mudanças.

Além desses requisitos básicos um bom profissional do secretariado deve ter outras

qualidades que segundo Ribeiro (1990, p. 91) são:

• Segurança;

• Humildade;

• Organização;

• Sigilo;

• Habilidade;

• Bom senso;

• Discrição;

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• Equilíbrio emocional;

• Disponibilidade e

• Senso de humor.

Em atendimento as freqüentes mudanças e tendências que vêm ocorrendo como a

Globalização, o mercado profissional exige um novo perfil do Secretário Executivo. Este

conquista um espaço de grande relevância não somente na execução de suas atividades

específicas, mas atuando também no contexto direcional e gerencial das mais diversas

organizações nacionais ou internacionais.

Assim, percebe-se que o executivo, para executar seu trabalho de liderança, precisa ter

tarefas distribuídas, que são supervisionadas pelo profissional de secretariado, o qual assume

por sua vez, competências que lhe são próprias, racionalizando, assim, o trabalho de toda uma

organização (RIBEIRO, 1990, p.95).

Outro requisito indispensável para o profissional do secretariado, é ter conhecimento

profundo do que a empresa produz ou dos serviços que presta, dos funcionários que nela

trabalham, do comportamento do executivo que a secretária assessora. (MEDEIROS e

HERNANDES, 1999, p.58). Ou seja, para se tornar um profissional do futuro, o Secretário

Executivo deve assimilar a evolução tecnológica, pois a tendência na era da globalização é

expandir os horizontes para adquirir conhecimentos das diversas culturas e avanços

tecnológicos, para não fazerem parte do grupo dos excluídos.

A seguir serão apresentadas algumas atividades que são importantes no dia-a-dia de

uma secretária, como informação e comunicação nas organizações, administração do tempo,

arquivo e documentação, automação de escritórios, entre outras.

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2.3. Informação e comunicação nas organizações

É a Secretária (o) que interliga equipes e participa do dia-a-dia do executivo, e

contribui para a empresa com sua capacidade intelectual. Por isso, é importante que a mesma

(o) procure aperfeiçoar-se no mundo da globalização e valorizar o fator comunicação.

As mudanças nesse setor são tantas, quanto os processos de transformação tecnológica

e econômica. Surge assim um novo paradigma na comunicação e nas redes de

telecomunicação.

Pode-se dizer que a conjunção das duas tecnologias – comunicação e sistema de

informações – revolucionaram o mundo em que vivemos, abrindo as fronteiras para novas

formas de comunicação e permitindo maior eficácia dos sistemas computacionais.

Conforme Laudon (1999, p.04)

os sistemas de informação estão transformando a maneira como o trabalho é conduzido e como os produtos e serviços são produzidos. Os sistemas de informação também estão dando aos indivíduos novas ferramentas para melhorar suas vidas e suas comunidades.

O que é especial nos sistemas de informação é o fornecimento de serviços essenciais

para as organizações, que são coleções de recursos (pessoal e equipamento) organizadas de

modo que possam fornecer um produto ou serviço. Os serviços essenciais fornecidos pelos

sistemas de informações incluem registrar e monitorar transações (trocas de mercadoria,

servidos ou fundos), auxiliar as pessoas responsáveis pela tomada de decisão, fornecendo

fatos e números essenciais, e oferecer a documentação necessária para clientes e fornecedores

(MEYER, BABER E PFAFFENBERGER, 2000, p.348). Ou seja, o Sistema de Informações

de uma organização deve monitorar seus sinais vitais, estruturar um banco de dados capaz de

gerar informações relevantes para a orientação e suporte da direção no processo de tomada de

decisões.

Laudon (1999, p. 04) define um sistema de informação (SI) como:

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um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e outras organizações.

Contudo, pode-se definir sistemas de informação como conjuntos de procedimentos

que visam captar o que acontece na organização, apresentando de forma sucinta, a cada nível,

o que lhe cabe e tendo por objetivo dar subsídios ao processo decisório.

A introdução ou a alteração de um sistema de informação tem um poderoso impacto

comportamental e organizacional. Ela transforma o modo como os vários indivíduos

interagem. Mudanças no modo como a informação é definida, acessada e usada para gerenciar

recursos da organização são freqüentemente conduzidas para novas distribuições de

autoridade e de poder, o que alimenta a resistência e a oposição e pode conduzir à ineficiência

da informatização.

Uma grande porcentagem de sistemas de informação que são implantados no setor

público, falha no fornecimento de benefícios ou na solução de problemas para os quais foram

idealizados, porque o processo de mudança organizacional não foi tratado adequadamente.

Alguns Sistemas de Informação podem ser tecnicamente bem sucedidos, mas falham do ponto

de vista organizacional.

Assim, um bom projeto de sistema precisa identificar os problemas e resolvê-los, quer

a solução seja representada por urna nova política, quer por mudança na concepção do sistema

ou do processamento, quer por uma alteração organizacional.

Conforme Vanoye (1983, p.24), “o termo informação, no sentido comum, designa um

conjunto de indicações relativa a fatos, pessoas, etc.”.

Os sistemas de informação essencialmente transformam a informação em uma forma

utilizável para a coordenação de fluxo de trabalho de uma organização, ajudando os

colaboradores ou gerentes a tomar decisões, analisar e visualizar assuntos complexos e

resolver outros tipos de problemas. Os sistemas de informação fazem isso através de um ciclo

de três atividades básicas: entrada, processamento e saída (LAUDON, 1999, p.04).

Segundo Medeiros e Hernandes (1999, p.104),

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com a utilização da tecnologia de sistemas de informação para ampliar a eficácia do desempenho profissional, os americanos em nível de gerência despendem de 66 a 80% de seu tempo em comunicações verbais, ao passo que as secretárias utilizam 20% do seu tempo apenas com a digitação, 80% são consumidos com telefonemas, arquivos e pesquisas de informações.

Conforme Chiavenato (2002, p.142), “comunicação é a troca de informações entre

indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um dos

processos fundamentais da experiência humana e da organização social”.

Portanto, sabe-se que uma boa comunicação é essencial para o bom funcionamento

das organizações. Esta tem por objetivo transmitir a mensagem, e para que ocorra uma boa

comunicação são necessários alguns elementos, como: o emissor, conhecido como

destinador, que produz e emite uma determinada mensagem, dirigida a um receptor, ou seja,

ao destinatário. Mas, para que a comunicação se processe efetivamente entre estes dois

elementos, a mensagem deve ser realmente recebida e decodificada pelo receptor, por isso, é

necessário que ambos estejam em sintonia, estes devem utilizar um mesmo código e

estabelecer um efetivo contato através de um canal de comunicação. Se qualquer um destes

elementos ou fatores falhar, ocorre uma situação de ruído na comunicação, entendido como

todo o fenômeno que perturba de alguma forma a transmissão da mensagem e a sua perfeita

recepção ou decodificação por parte do receptor (MEDEIROS e HERNANDES).

Mas para que ocorra uma boa comunicação, torna-se interessante ter clareza do

assunto, pois ela é transmitida conforme nosso conhecimento, ou seja, a eficácia de uma

comunicação é determinada pela compreensão que se tem do processo de comunicação.

A palavra processo é definida como qualquer fenômeno que apresente contínua

mudança no tempo, enquanto que a palavra comunicação é conhecida como transmissão de

informações.

Mas sabe-se que caso algum processo da comunicação falhe não haverá uma

compreensão da mensagem. A comunicação também pode não ser eficaz devido às barreiras

que podem surgir, sendo que estas podem ser denominadas de ruídos, ou seja, quaisquer

empecilhos que dificulte a compreensão da mensagem (MEDEIROS e HERNANDES, 1999,

p. 214)

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Existem basicamente dois tipos de barreiras; as externas e as internas. As barreiras

externas são as mais fáceis de ser identificadas e derrubadas. Podem ser citadas como

barreiras os ruídos, o calor e a falta de luminosidade. E as barreiras internas são complexas,

pelo simples fato de não existirem dois indivíduos iguais (ALONSO, 2002, p.38).

Para que ocorra o sucesso da comunicação, as tentativas de intercomunicação devem

ser adaptadas à ocasião, situação e às pessoas envolvidas.

Contudo, a comunicação é o instrumento que possibilita a ampliação das

convergências reduzindo a esfera das divergências. A comunicação real ocorre quando há a

compreensão entre as pessoas. Sendo assim, serão demonstradas a seguir algumas formas de

comunicação.

2.3.1. Comunicação escrita

Um profissional de secretariado tem que ter como qualidade fundamental, escrever

bem, para fazer com que as pessoas entendam claramente as mensagens que diariamente são

transmitidas dentro das organizações. A transmissão correta das mensagens proporciona a

obtenção de uma resposta correta, o que pode significar bons resultados.

Segundo Saussure (apud VANOYE, 1983, p.63),

a escrita fixa os signos da língua. É a forma tangível das imagens acústicas da linguagem articulada. Além disso, manifesta um estado avançado da língua e só é encontrada nas civilizações evoluídas. Sua origem situa-se na necessidade que os homens encontram em conservar as mensagens da linguagem articulada, para veiculá-las ou transmiti-las.

Escrever é um recurso que precisa ser aprendido. Saber selecionar as idéias,

esquematizar e planejar o que se deseja transmitir, é uma qualidade essencial no profissional

de secretariado. É através da escrita que expressa-se os verdadeiros interesses e sentimentos.

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Conforme Marcuschi (2001, p.19), “a escrita é usada em contextos sociais básicos da

vida cotidiana, em paralelo direto com a oralidade”. Estes contextos são, entre outros: O

trabalho; a escola; o dia-a-dia; a família; a vida burocrática e a atividade intelectual.

Escrever bem resulta de uma técnica elaborada, que tem que ser cuidadosamente

adquirida. Seja para escrever um simples bilhete, um e-mail, ou um documento oficial. Cada

qual deve ter a linguagem corresponde à sua formalidade ou informalidade, ou seja, a forma

mais adequada à situação.

Segundo Oliveira e Motta (2000, p.12),

o bom texto reúne vários atributos: passa a imagem certa, reúne os elementos essenciais à comunicação, leva o leitor `a ação, é fruto do domínio do assunto, da linguagem e da quantidade de informações adequadas ao objetivo.

A comunicação por meio do correio eletrônico é muito mais do que um sistema de

troca de informações entre pessoas/empresas. A informalidade cedeu espaço ao

profissionalismo. Muito mais importante do que o domínio das ferramentas de tecnologia é o

domínio do conteúdo e da forma da comunicação.

O nível de preparo das pessoas ao redigir e enviar uma comunicação via correio

eletrônico reflete o profissionalismo e que tipo de imagem a empresa vai transmitir.

A escrita é muito menos móvel que a linguagem falada, suas transformações são muito

lentas e muito pouco numerosas. Por isso mesmo permite fixar o pensamento e fazê-lo

atravessar o espaço e o tempo. É graças à escrita que o homem pode efetuar uma reflexão,

uma análise do seu próprio pensamento.

Portanto, comunicar-se e escrever bem é muito importante. Mas para que ocorra uma

boa comunicação, é necessário ter clareza do assunto, ter domínio da linguagem. , pois ela é

transmitida conforme nossos conhecimentos.

Saber o significado das palavras é fundamental, tanto quanto seu uso a partir de

construções sintáticas que servem de base para a elaboração de textos (orais ou escritos),

imprescindíveis à comunicação verbal.

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Desta forma, pode-se afirmar que comunicar é uma necessidade humana e comunicar-

se bem é uma arte.

2.3.2. Comunicação interna

A organização de uma empresa depende basicamente do fluxo de informações

relacionadas com as pessoas, interna e externamente. Segundo Medeiros e Hernandes (1999,

p.227) “a comunicação interna permite à empresa ter consciência de si mesma, adaptar-se ao

ambiente”.

Já Damante (1999, p.13) afirma que a “comunicação interna engloba todos os atos de

comunicação que se produzem no interior de uma organização e que variam nas modalidades

em que são utilizados, nos meios de divulgação e nas funções que desempenham”.

Precisa-se tomar consciência de que uma organização que investe na comunicação

interna chegará ao mérito de ter seu clientes satisfeitos e para isso é preciso ter qualidade no

atendimento e na comunicação.

Embora a percepção da comunicação como fator estratégico seja muito recente, e haja

dificuldade em se mensurar seu retorno, valorizá-la tem sido uma tendência cada vez mais

forte nas organizações. Ela integra os colaboradores aos objetivos da empresa.

A empresa tem de ter clareza dos seus rumos e do que esta tentando construir. As

decisões devem demonstrar postura e vontade prática de melhorar a variável da comunicação

(DAMANTE ,1999, p.22-26).

Além de motivar os colaboradores, a comunicação interna é um importante fator de

satisfação do público interno. Pode-se dizer, que a medida que a comunicação interna vai

sendo valorizada, novos recursos e práticas são desenvolvidos e adotados pelas organizações.

Sendo assim, pode-se citar como um meio de comunicação interna o memorando.

Esta comunicação interna utiliza-se de linguagem que se aproxima de níveis informais. Não

deve-se, portanto, usar preciosismo e tampouco terminologia excessivamente técnica em

memorando. Da comunicação interna deve constar: para (nome do cargo do destinatário), de

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(nome do cargo do emissor), data, mensagem e assinatura (MEDEIROS e HERNANDES,

1999, p.228)

A comunicação interna é feita entre os colaboradores e a organização, no entanto há

necessidade de comunicar-se com clientes externos e um método muito utilizado é através de

cartas. Portanto, o próximo tópico a ser abordado é sobre carta comercial.

2.3.3. Carta Comercial

A estética do texto depende do critério definido pelo executivo, alguns preferem que o

texto obedeça a um determinado padrão, ao passo que outros deixam essa tarefa para o

profissional de secretariado. Mas de qualquer forma, a apresentação do texto deve ser

harmoniosa, sem rasuras e bem distribuídas na folha.

Conforme Medeiros e Hernandes (1999, p.237), a carta comercial “é o meio de

comunicação muito usado na indústria e no comércio”. Portanto, esta deve ser bem elaborada

e estruturada, passando clareza e objetividade. Ela também pode facilitar a comunicação, pois

sendo sucinta e objetiva, reduz o tempo necessário para uma resposta. E sabe-se que

administrar o tempo é uma qualidade imprescindível para uma boa secretária (o).

Afirma-se também, que correspondência comercial é o conjunto de preceitos

orientadores da elaboração e circulações de papéis próprios ao comércio e à indústria

destinados a criar, manter ou encerrar transações (BELTRÃO e BELTRÃO 1998, p.94).

Com base nos autores citados acima, observa-se que a carta comercial, tem como

finalidade trocar informações, tornando-se efetiva porque é transmitida por ferramentas, na

qual, as informações são emitidas através de papéis. Esta poderá originar prazer ou

desprazeres, tornar clientes amigos o que proporciona bons negócios para a empresa.

Portanto, o elaborador da carta precisa tomar cuidado ao prepará-la, pois se esta for

mal executada o receptor buscará outra empresa para fechar negócio.

Por isso, é necessário clareza, gentileza, precisão, ordem nas idéias, resposta se

possível no mesmo dia às cartas que lhe são enviadas (MEDEIROS E HERNANDES).

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Seja lá qual a forma usada para efetuar a comunicação dentro das organizações ou

entre elas, esta precisa ser clara e objetiva, e feita com clareza e cuidado para não acarretar

problemas. Neste caso, o profissional de secretariado pode ser um grande aliado da

organização no sentido de torná-la mais eficaz e produtiva, podendo ainda usar a

comunicação na administração do tempo, outro requisito importante para este profissional,

que apresenta-se a seguir.

2.4. Administração do tempo

Sabe-se que o tempo é o recurso mais escasso e o mais valioso que existe. Aprender a

administrar o tempo é uma das ações mais importantes que qualquer pessoa pode fazer para

melhorar suas chances de sucesso nos negócios e na vida.

Á medida que as pessoas se conscientizam dos benefícios advindos do controle do

tempo, estas se convencem da necessidade de pôr em prática as técnicas de administração do

tempo.

No caso dos assessores esta atividade de forma coerente fará com que o executivo

tenha melhor qualidade de vida no trabalho. Por isso, conforme Alonso (2002, p.107), “a

administração do tempo é o assunto que vem despertando cada vez mais o interesse das

pessoas, especialmente dos administradores, assistentes, assessores e secretários”.

Saber administrar o tempo é mais uma das funções de um profissional de secretariado.

Administrar o tempo de forma adequada requer um planejamento antecipado das tarefas a

serem realizadas. Esse planejamento prévio implica decidir exatamente o que deve ser feito.

Garcia (2000 p.39), afirma que “para um profissional de secretariado administrar seu

tempo corretamente, fica um tanto difícil, por falta de uma descrição de função que

caracterize o seu cargo e trace suas prioridades”. Mas de qualquer forma, este profissional

deve dedicar-se a desenvolver bons hábitos para facilitar a administração de seu tempo.

Uma das funções do assessor executivo é a otimização das tarefas de forma que o

tempo do executivo seja bem administrado. Além de planejar a distribuição de horários para

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entrevistas, reuniões entre outros compromissos, esta deve verificar a possibilidade de

solucionar problemas antes de passar ao executivo. Se este profissional de secretariado não

souber administrar bem seu tempo, automaticamente seu desempenho não será eficiente

(RIBEIRO, 1990, p.103).

Conclui-se então, que utilizar o tempo de forma adequada tem sido objetivo prioritário

de muitas pessoas. Por isso o papel da secretária como apoio é muito importante.

Canellan (apud ALONSO, 2002, p.107), ressalta a importância do papel da secretária

quanto à administração do tempo do executivo,

a eficácia do gerente é determinada pela sua boa utilização do tempo. Nenhuma pessoa tem tão grande influência no tempo do gerente quanto a sua secretária, pois uma boa secretária faz dobrar a eficácia do seu gerente. Uma incompetente a reduz pela metade.

Mas nem sempre a culpa é do profissional de secretariado. Em alguns casos é do

executivo que dificulta essa administração.

Portanto, planejar o tempo significa saber o que se quer fazer e ordenar as ações para a

realização da maior quantidade de atividades no menor prazo e com qualidade, para se atingir

seus objetivos. A seguir será descrito os principais desperdiçadores de tempo do assessor

(a)/secretário (a), segundo Alonso (2002, p.108):

• O executivo não informa aonde vai cada vez que se ausenta da sala;

• O executivo não informa os seus objetivos, bem como os da área em que

trabalha, e os objetivos, planos e metas da empresa;

• O executivo e o(a) secretário(a)/assessor(a) não estabelecem planos diários de

trabalhos, nem definem prioridades;

• O executivo modifica compromissos de sua agenda sem notificar;

• Falta de conhecimento sobre as normas da empresa, organograma e linguagem

técnica;

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• Equipamento inadequado ou obsoleto;

• Arquivo mal organizado, entre outros.

Para controlar o tempo, além de saber organizar a secretária (o), precisa saber discerni

a importância das tarefas a serem realizadas.

Conforme Garcia (2000, p.42), pode-se dizer que o sucesso para um efetivo

gerenciamento de tempo depende da avaliação da prioridade de cada tarefa a ser realizada

pela secretária e de classificá-la em um dos três grupos:

• Urgente – grupos de tarefas importantes que só podem ser resolvidas pela

própria pessoa. Exemplo: atendimento ao paciente que ligou com problemas, como,

tratamento de canal, limpeza de placas, clareamento, radiografia, etc.

• Para hoje – grupos de tarefas importantes que podem ser delegadas. Exemplo:

atividades secretariais como, atendimento telefônico, pagamento de contas, recepção,

agendamento de pacientes.

• Quando for conveniente – grupos de tarefas que ocupam a maior parte do

tempo. Exemplo: tarefas rotineiras, administrativas, trabalhar documentos, arquivá-los.

Aplicando esta classificação é possível administrar o tempo de forma a organizar as

tarefas do chefe, deixando assim tempo hábil para a realização de outras tarefas, tais como:

arquivamento e organização de documentos, que por sua importância terão seus conceitos

apresentados a seguir.

2.5. Arquivo e Documentação

Pode-se dizer, que entre as tarefas realizadas em um escritório estão as de

armazenamento, organização, processamento e distribuição de informações, utilização de

diversos tipos de documentos, como registros, cadastros, correspondências, entre outros, e

elaboração de um sistema.

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E sabe-se também que as empresas cada vez mais buscam o aperfeiçoamento na

organização dos seus documentos, no sentido de melhorar e agilizar a distribuição das

informações e execução de tarefas.

Para a organização das informações, um dos procedimentos mais usados é o

arquivamento dos documentos. Daitchmann (1981, p.3), afirma que, documento é “peça

escrita ou impressa que oferece prova ou informação sobre um assunto qualquer.” Já, de

acordo com Paes (1997, p.26), documento “é o registro de uma informação independente da

natureza do suporte que a contém.”

A documentação envolve todas as técnicas de controle de informações. E sua

finalidade é reunir e organizar todos os conhecimentos adquiridos através dos tempos

(ALONSO, 2002, p.156).

Assim, torna-se necessário que a pessoa responsável pelos documentos saiba como

organizá-lo de forma a fornecer as informações solicitadas o mais breve possível. Conforme

Fayol (apud LUIZ, 1986, p.78), “organizar é fazer da empresa um organismo, um todo que

funcione organicamente, com os diversos órgãos, departamentos ou setores integrando-se

harmonicamente”.

Os documentos podem ser classificados por gênero e por natureza do assunto.

classifica estes por gênero e permite dividir os documentos em: escritos ou textuais,

cartográficos, iconografias, filmográficos, sonoros, micrográficos e informáticos. No que se

refere à classificação por natureza podem ser classificados em ostensivos ou sigilosos (PAES,

1997, p. 29-31).

Os documentos arquivados são de importante valia para a empresa e tornam-se

imprescindível sua organização de forma adequada. Conforme Alonso (2002, p.164), “as

pastas mais utilizadas para a organização dos documentos são: pasta dossiê, a qual contém

documentos referentes a um só assunto e a pasta miscelânea, a qual abriga documentos de

vários assuntos”.

A sua conservação é fundamental para, por haver documentos de valor significativos,

de grande valia para a organização.

Além disso, é necessário que os documentos sejam bem guardados e conservados.

Pode-se destacar os seguintes cuidados ao guardar os documentos, sob pena de causar

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prejuízos a empresa: lugar bem arejado, que não tenha umidade, com uma temperatura

adequada.

Os documentos arquivados poderão comprovar inúmeros fatos ocorridos, pois a

documentação constitui um centro de informações.

A documentação, como mencionado anteriormente, é o centro de informações. Essas

servem de base para tomadas de decisões, e com o fluxo que ocorre nas empresas, na maioria

das vezes, os documentos precisam permanecer arquivados por tempo indeterminado.

De acordo com Prado (apud ALONSO, 2002, p.156), arquivo é “toda coleção de

documentos conservados, visando a utilidade que poderão oferecer futuramente.” Já Medeiros

e Hernandes (1999, p.143), afirmam que arquivos são “conjuntos organizados de documentos,

produzidos ou recebidos e preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo

pessoas físicas”.

Dá-se o nome de arquivo não só ao lugar onde se guarda a documentação, como a

reunião de documentação, visando à facilidade de encontrá-lo, quando procurado. (ALONSO,

2002, p.157).

Saber trabalhar com arquivo não é tão simples como parece, este requer algum

conhecimento nesta área para que seja feito de forma coerente e eficaz. As empresas já têm

ciência do quão grande é a sua importância, já que por meio deles pode-se acompanhar

assuntos pendentes ou que aguardam algum tipo de providência.

Conforme Medeiros e Hernandes (1999, p.149), “existem três tipos de arquivos,

quando se refere a sua freqüência de uso ou consulta. São eles: arquivo ativo, arquivo inativo

e arquivo morto”.

Arquivo Ativo: mantém arquivado, documentos e papéis de uso, consulta e referência

constantes e atuais, ou que se encontram em fase de conclusão.

Arquivo inativo: guarda documentos e papéis que oferecem menor freqüência de uso,

consulta ou referência.

Arquivo morto: armazena documentos de freqüência de uso, consulta de referência

quase nula. No entanto, não se deve considerar este arquivo como depósito de lixo, mesmo

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porque os documentos definidos como inúteis ou imprestáveis devem ser destruídos. Este

deve ser organizado dentro das mesmas técnicas e regras que prevalecem para o arquivo ativo,

pois muitas vezes serão necessárias as imediatas localizações e a consulta a papéis em desuso.

Quando se fala em arquivo automaticamente lembra-se do sistema de equipamento, ou

seja, o móvel a ser utilizado para arquivar. Este sistema de equipamento é a maneira como os

documentos serão arquivados.

Existem três tipos de sistemas de equipamentos mais conhecidos. São eles: o

horizontal, vertical e rotativo.

O arquivo horizontal possibilita que os documentos fiquem arquivados um sobre o

outro. Este tem como vantagens, a iluminação direta, as devidas anotações podem ser feitas

no próprio local e as possibilidades de perda de documentos são bastante reduzidas. Mas há

também algumas desvantagens referentes a este tipo de equipamento, pois ele ocupa mais

espaço, a consulta é demorada e exige que os documentos sejam deslocados para que possam

ser arquivados outros.

Já o arquivo vertical permite que os documentos fiquem armazenados no interior do

móvel arquivador e em posição vertical. Este tipo de equipamento tem um custo mais baixo, e

é de fácil manuseio e conservação e também possibilita que vários documentos sejam

arquivados ocupando pouco espaço.

E o arquivo rotativo, é onde os documentos são colocados de modo que possam girar

em torno de um eixo vertical ou horizontal (MEDEIROS E HERNANDES,1999, p.154-158).

Outro ponto importante a ser comentado é sobre o sistema de arquivamento. Conforme

Medeiros e Hernandes (1999, p.163) sistema “é um conjunto de princípios interligados, que

orienta o que deve ser feito para atingir um fim específico. São três os sistemas de

arquivamento: direto, indireto e semi-direto”.

• Direto – o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessidade de

recorrer a um índice. Nesse sistema, inclui-se, principalmente, o método alfabético de

arquivamento e suas variações.

• Indireto – o arquivo, nesse caso, depende de um índice para ser consultado. O

sistema inclui, em especial, o método numérico de arquivamento e suas variações.

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• Semi-direto – o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de índices, mas

com a utilização de tabelas em forma de cartão. Nesse sistema, há, por exemplo, o

método automático, variedade do método alfanumérico.

Conhecer estes métodos é importante e necessário para o profissional de secretariado,

pois é a ele que manipula informações escritas, internas e externas que precisam ser

arquivadas pela organização.

Conforme Paes (1997, p.61), “o método de arquivamento é determinado pela natureza

dos documentos a serem arquivados e pela estrutura da entidade”, ou seja, conforme o porte e

a necessidade da organização.

Outro tema a ser abordado é o método de arquivamento que será utilizado. De acordo

com Medeiros e Hernandes (1999, p.165) “são três os principais métodos de arquivamento:

alfabético, numérico e alfanumérico”.

• Método alfabético – específico ou por assunto, geográfico, mnemônico e

variadex.

• Método numérico – simples e dúplex.

• Método alfanumérico – decimal, automático e automático moderno.

É importante salientar que com os avanços tecnológicos hoje os arquivos podem ser

informatizados, ou seja, as informações são registradas em programas. Essa mudança

ocorreu devido à automação dos escritórios, assunto que será tratado a seguir.

2.6. Automação de Escritórios

Os avanços tecnológicos trouxeram progressos também para dentro dos escritórios.

As mudanças são rápidas e visíveis em todas o setores das organizações. Sabe-se que até

pouco tempo atrás as organizações, operavam com equipamentos menos sofisticados,

como, máquina de escrever, calculadora, serviço de correio, entre muitas outras atividades,

as quais podem ser definidas como mecanicista. Mas com o passar dos anos,

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desenvolveram-se novas tecnologias e mecanismos específicos para serem aplicados nessa

área em particular, visando aumentar o grau de automação dos escritórios na empresas do

mais diferentes setores.

A conseqüência mais importante da automação de escritório não é a redução dos

papéis nem a rapidez com que as tarefas passam a ser executadas, mas o fator humano. A

automação de escritório muda o perfil de trabalho das pessoas, pois automatiza as tarefas

repetitivas e permite que o indivíduo tenha mais tempo para se dedicar a sua tarefa mais

nobre que é pensar (MEDEIROS e HERNANDES, 1999, p.110).

Ainda, segundo Medeiros e Hernandes (1999, p.104), a automação, “é a utilização

da tecnologia de sistemas de informação para ampliar a eficácia do desempenho

profissional, proporcionando, conseqüentemente, maior eficiência”.

Além de agilizar o processo de arquivamento, a automação de escritórios tem como

objetivo, de acordo com Guimarães (2001, p.74),

apoiar o processo de decisões na empresa, por meio da agilização do fluxo de informações, tornando disponível ao usuário final (profissionais e gerentes) não apenas a informação mais atualizada possível, como também as ferramentas necessárias para selecionar e analisar esta informação.

No entanto, pode-se dizer que o termo automação de escritórios tem um sentido

bastante amplo, podendo ser utilizado para denominar desde um simples processamento de

texto até um sistema de informação integrado, no qual todo o processo de tratamento e fluxo

de informações é feito eletronicamente (GUIMARÃES, 2001, p.73).

Medeiros e Hernandes (1999, p.105), afirmam que a

automação de escritórios inclui equipamentos de vídeo, voz, fac-simile, teleconferência, copiadora, telex, processamento remoto, terminais, videotexto, máquina de escrever, equipamento para ditado, calculadoras, microcomputadores, banco de dados, ou seja, processamento de dados e palavras.

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Sendo assim, pode-se afirmar que a automação tem duas finalidades convergentes, que

é, aumentar a produtividade e a qualidade do serviço realizado.

No quadro 1 apresenta-se um comparativo entre o processo tradicional e o moderno no

processamento da informação.

PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO PROCESSO TRADICIONAL PROCESSO

AUTOMATIZADO

Produção e preparação de informação escrita Endereçamento, Datilografia Processamento de texto

Dissiminação Correio, Malote/Boy,Telefone e Telex

Correio Eletrônico, Fax e Teleprocessamento

Manipulação e representação da informação para apoio à decisão

Sistema de cálculos, Mecanismos para produção gráfica e Consulta à base de dados remota, via telex, telefone, etc.

Microcomputador pessoal, Microcomputador profissional e Teleprocessamento

Arquivamento e recuperação de informações Arquivos físicos Sistema de gerenciamento de

dados multiusuário

Quadro 1 – Comparativo entre processo tradicional e moderno no processamento da informação Fonte: Adaptado de Guimarães (2001, p. 74)

Pode-se ver claramente que houve uma evolução significativa nestes processos e o

profissional de secretariado tem que acompanhar esta para não ficar fora do mercado.

Para ampliar a utilização de sistemas de automação de escritórios, as organizações

utilizam interfaces, dispositivos ou programas destinados a ligar dois equipamentos,

permitindo assim, que eles funcionem acoplados (MEDEIROS e HERNANDES, 1999,

p.107).

Para melhor se entender a automação de escritórios serão apresentados os dois

componentes básicos de um computador: Software e Hardware.

Meyer, Baber e Pfaffenberger (2000, p.120), afirmam que “um computador sem

software básico é apenas uma sucata, as partes mais importantes de qualquer sistema de

software de computador são dois componentes: o sistema operacional (OS) e os utilitários

essenciais do sistema, como os programas backup”.

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Pode-se afirmar que o software “é o conjunto de todos os programas de computador”.

Este conjunto pode ser, por exemplo, o sistema operacional da máquina, um programa

interpretador de linguagem, um programa específico para contabilidade ou qualquer outro

capaz de transformar esse instrumento eletrônico que é o microcomputador, em uma

ferramenta “inteligente”. Já o hardware, pode-se definir como um componente físico de um

sistema de computação. Este é basicamente formado por: unidade central de processamento,

memória e unidades de entrada ou saída de dados (MEDEIROS e HERNANDES, 1999, p.

107).

Sendo assim, nenhum computador pode funcionar sem um desses dois componentes

básicos, sem o software, o hardware é ineficaz. De nada serve uma sofisticada máquina

eletrônica sem as instruções que o fazem processar. Por outro lado, um sofisticado programa

desenvolvido em linguagem de alto nível não passa de um monte de instruções inúteis, sem

um hardware para executá-las.

Portanto, o segredo para aproveitar as vantagens que a tecnologia de automação de

escritórios oferece não depende do porte da empresa, mas da montagem de um sistema de

informações e comunicações eficaz. A qualidade das decisões na empresa está ligada aos

dados disponíveis, à sua facilidade de acessá-lo no momento necessário.

A seguir descreve-se alguns sistemas que são utilizados pelo profissional, para gerar a

integração diária. O objetivo maior, no entanto, não é só aumentar a eficiência, mas,

sobretudo integrar indivíduos, organização, interface e utilitários.

Segundo Medeiros e Hernandes (1999, p.107), “tudo o que diz respeito à automação

afeta o individuo, mas em primeiro lugar, a automação contribui para a satisfação e motivação

do individuo, favorecendo seu desempenho individual”.

Ainda conforme Medeiros e Hernandes (1999, p.111) “a automação de escritórios, é

sinônimo de microcomputadores (ou terminais de vídeo) interligados em rede, realizando

processamento de textos e, secundariamente, agendamento e correio eletrônico”.

Entre os recursos disponíveis esta o processamento de texto, que elimina boa parte do

papel que circula nos escritórios, e agiliza a comunicação burocrática. Ele é utilizado para

serviços de: mala direta, etiquetas, relatórios, envelopes, propostas, contratos, editais,

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relatórios, atas, check-lists, descrições de produtos, listas de preços, listagem de endereços,

catálogos, currículos e outros serviços (MEDEIROS e HERNANDES, 1999, p.111).

Um programa de processamento de texto permite criar um documento, verificar sua

ortografia, editá-lo, formatá-lo e salvá-lo. Este programa torna o redigir uma tarefa mais fácil

(MEYER, BABER, PFAFFENBERGER, 2000, p.172).

Os recursos básicos são: margens alinhadas automaticamente, movimentação de

páginas distribuição automática de parágrafos, intercalação de textos, centralização e

paginação, inserções de caracteres, livre movimentação de textos, negritos, grifos,

espaçamentos entre linhas ou linhas (MEDEIROS e HERNANDES, 1999, p.111).

Outro programa que compõe a automação de escritório é a planilha eletrônica, que é

um programa projetado para processar informações na forma de tabelas. O autor Laudon

(1999, p.112) afirma que

o software de planilhas eletrônicas fornece versões computadorizadas de ferramentas tradicionais de modelagem financeira [...]. A planilha é organizada em uma grade de colunas e linhas. A interseção de uma coluna com uma linha é chamada de célula, pode-se armazenar um número, uma fórmula, uma palavra ou uma frase.

Segundo Meyer, Baber e Pfaffenberger (2000, p.179), “o que torna as planilhas tão

úteis é sua capacidade de aceitar uma variedade de tipos de entrada diferentes em uma

célula”. A maioria dos programas de planilha pode gerar gráficos de coluna. Estas planilhas

são também utilizadas para armazenar dados.

Embora as planilhas sejam uma ferramenta indispensável, sua utilização implica

riscos. Meyer, Baber e Pfaffenberger (2000, p.187) apresentam algumas dicas para que sejam

evitados erros de planilha:

• Separe claramente as áreas de entrada de dados das áreas de saída.

• Documente bem sua planilha. Explique seu propósito e identifique que tipos de

dados são necessários em cada célula de entrada de dados. Mesmo que você seja a única

pessoa que utiliza essa planilha, documentar é vantajoso.

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• Não enterre valores-chaves nem suposições em fórmulas. Coloque-os em

células de entrada de modo que fiquem claros para todo mundo.

• Utilize proteção de célula para células contendo formulas. A proteção de célula

impede que usuários alterem, o conteúdo da célula.

Aliado ao processador de texto e planilha eletrônica tem-se o Banco de Dados que é

uma coleção de informações armazenadas de maneira organizada. Este pode consistir em um

ou mais arquivos.

Laudon (1999, p.126) define banco de dados como “uma coleção de dados

organizados de tal forma que possam ser acessados e utilizados por muitas aplicações

diferentes”.

Portanto, um banco de dados é uma coleção organizada de fatos e informações. O

banco de dados de uma empresa pode conter fatos e informações sobre os clientes,

empregados, estoques, informação sobre as vendas de concorrentes e muito mais. Alguns

administradores e executivos acreditam que o banco de dados é uma das partes mais valiosas

e importantes de um sistema de informação baseado em computador.

Conforme Meyer, Baber, Pfaffenberger (2000, p.193) o

banco de dados ideal fornece acesso rápido para os dados que você precisa. Um bom sistema de banco de dados também conserva a integridade, promove a independência, evita a redundância, garante a segurança e fornece procedimentos para a manutenção dos dados.

Pode-se dizer que o conceito de banco de dados distingue-se entre visões físicas e

lógicas de dados. Na visão lógica, os dados são apresentados como seriam percebidos por

usuários finais ou pelos especialistas da empresa, e a visão física, mostra como os dados são

de fato organizados e estruturados no meio de armazenamento físico. Uma visão física pode

suportar muitas visões lógicas. Um sistema de gerenciamento de dados utiliza um software

especial de gerenciamento de banco de dados para tornar o banco de dados físico disponível

para visões lógicas diferentes apresentadas por diversos programas de aplicações

(LAUDON,1999, p.126).

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A automação de escritórios transformou de maneira drástica a forma de se trabalhar

dentro das organizações e trouxe vantagens como: agilidade, eficácia, entre outras. Cabe ao

profissional de secretariado se aperfeiçoar e ser o pioneiro a usar estes novos recursos, nas

organizações que ainda não evoluíram.

Além das atividades vistas nesta seção, existem outras pertinentes ao profissional de

secretariado que apresentam-se na seção a seguir.

2.7. Outras atividades do profissional de secretariado

2.7.1. Atendimento ao telefone

Atualmente, o telefone é um meio de comunicação muito utilizado, principalmente em

um consultório odontológico, pois as maiorias das consultas dos pacientes são agendadas

através do telefone. Segundo Medeiros e Hernandes (1999, p.195), “o atendimento telefônico

envolve o conhecimento de princípios básicos como: cortesia, tranqüilidade, atenção,

modulação da voz”.

É conveniente ser objetivo em todas as ligações, e recomenda-se ter sempre disponível

papel e lápis para as devidas anotações.

Saber usar o aparelho telefônico é uma das habilidades indispensáveis ao profissional

de secretariado. Se souber utilizar com eficiência, além de economizar dinheiro com ligações

inúteis, inconvenientes e demoradas, transmitira uma imagem positiva de sua empresa.

Conforme Ribeiro (1990, p.120), para que o atendimento telefônico torne-se eficiente,

é necessário estar atenta à algumas exigências. São elas:

• Tom de voz – as mensagens são percebidas pela linguagem e pelo tom de voz

utilizado. Este pode revelar entusiasmo ou desânimo, disponibilidade ou má vontade,

profissionalismo ou obrigação.

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• Terminologia – em nível profissional é expressamente proibido o uso de

palavras como: fofa, fofinha, querida, minutinho, favorzinho, entre outras, sendo estes

termos em completo desacordo com o clima empresarial.

• Dicção – a pronúncia clara das sílabas possibilita a compreensão das palavras e

só é possível quando há tranqüilidade na emissão.

• Uso correto do aparelho – a postura indicada para a comunicação telefônica

exige o corpo em ângulo reto, quando se está sentada, e ereto quando se está em pé, para

facilitar a dicção.

• Momento de atender – a secretária deve atender a chamada até o segundo

toque, utilizando uma linguagem objetiva e clara, pois isso reduz o tempo, gastando

apenas o necessário para o mútuo entendimento.

• Interrupção necessária – a chamada deve ser interrompida com gentileza,

dando sempre uma breve explicação sobre o motivo porque o faz.

• Recados – os recados devem ser anotados com muito cuidado e a secretária

deve ter sempre a sua mês um bloco ou formulário para anotações dos referidos recados.

• Ligações particulares – o telefone comercial deve estar sempre à disposição

da empresa, apenas em caso de extrema necessidade e com consentimento da chefia é

que a secretária deve fazer uso do aparelho telefônico para resolver assuntos particulares.

Sendo assim, o uso do telefone deve ser bem objetivo e a secretária necessita filtrar as

ligações para o executivo, pois se este atender todas as ligações que são lhe dirigidas, este

perderá um tempo valioso.

A experiência e capacidade de discernimento são de modo geral, suficientes para

classificar a chamada e decidir se a ligação pode ou não ser transferida ao chefe.

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2.7.2. Agenda

Outra atividade do profissional de secretariado é cuidar da agenda do executivo.

Contudo, a agenda é um instrumento importantíssimo de trabalho, tanto para o profissional de

secretariado, quanto para o executivo, pois, é neste instrumento que são anotados todos os

compromissos do mesmo.

Por melhor memória que o ser humano possa ter, seria humanamente impossível para

o profissional de secretariado lembrar de todos os compromissos do executivo em todos os

detalhes. Conforme Ribeiro (1990, p.132), “a agenda funciona como memória da secretária,

conservando os fatos e detalhes importantes que não podem ser esquecidos”.

Pode-se dizer que a técnica de agendar é uma das ferramentas fundamentais para uma

adequada organização do trabalho de um executivo, seja um secretário/assessor ou tenha ele

qualquer outro nível hierárquico (ALONSO 2002, p.139).

Entre outros, a agenda serve, segundo Garcia (2000, p.87) “também, para lembrar:

quem faz aniversário; para quem se deve ligar e sobre o follow-up3 diário, pois é na agenda

em que se deve anotar todos os compromissos importantes”.

Sendo assim, pode-se afirmar que a agenda é um recurso eficaz para controlar o tempo

do executivo e para distribuí-lo de forma racional (GARCIA, 2000, p.86).

Antigamente a agenda era escrita, mas com a automação dos escritórios a agenda

também foi informatizada e tem diversas versões. Já são muitas as organizações que dispõem

de agendas eletrônicas, facilitando assim o trabalho dos funcionários. Quando se tem a agenda

eletrônica, na maioria das vezes não há necessidade da agenda de papel, pois todas as

informações estarão no computador.

Independente do tipo de agenda é preciso ter alguns cuidados ao manuseá-la.

Azevedo e Costa (2000, p.53) dão algumas dicas para melhor uso da agenda:

• Sempre que solicitada pelo executivo, deve estar a disposição;

3 Dá-se o nome de follow-up ao sistema adotado para a classificação de assuntos pendentes, com prazos marcados para as devidas providências ou soluções (SALGADO e MATHEUS, 1998, p.25).

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• Ao agendar novos compromissos, pergunte e informe ao executivo;

• Deixe um intervalo entre um compromisso e outro;

• Anote datas comemorativas;

• Informe o executivo com antecedência dos compromissos agendados;

• Não faça da agenda um arquivo de documentos nem blocos de anotações;

• Evite bilhetes soltos na agenda, e

• Ao terminar o ano não jogue a agenda fora.

Essas dicas podem ser de grande ajuda para agilizar o trabalho dos profissionais de

secretariado, independente do tamanho da organização e setor que atue.

Salgado e Mateus (19998, p.22), recomendam

que se adotem duas agendas: uma para a chefia e outra para a secretária, pois assim pode-se organizar melhor os horários e as tarefas que a secretária tem para cumprir. Uma agenda pode ser utilizada para anotar as tarefas que a secretária tem que resolver e a outra, pode ser utilizada para anotar as atividades que já estão confirmadas.

Desta forma, cabe a secretária escolher o tipo de agenda que irá utilizar para atender as

necessidades do seu trabalho.

Sendo assim, é importante salientar que uma agenda organizada otimiza as atividades

da secretária, proporcionando-lhe a certeza de uma tarefa bem executada. Entre uma das

utilidades da agenda está a marcação de reuniões, que por ser um item de grande importância

nas organizações, será tratado a seguir.

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2.7.3. Reuniões

Nas organizações é comum ocorrerem reuniões para discutir problemas internos,

apresentar propostas, fechar negócios, entre outros assuntos.

Conforme Garcia (2000 p. 101) “a maioria dos executivos gastam grande parte de seu

tempo participando de reuniões. Elas são a forma direta de trocar, fornecer ou receber

informações”.

Reunião consiste em uma troca de informações para o esclarecimento de um ou mais

assuntos. O propósito dela deve concentrar-se em traçar linhas de ação através da contribuição

do grupo, promovendo assim uma maior produtividade, quando há a participação e o

comprometimento do grupo na tomada de decisões (ALONSO, 2002, p.119).

É preciso observar alguns pontos na realização de uma reunião e nas grandes empresas

cabe a secretária a organização desta.

Esta, quando bem-feita, é uma ferramenta indispensável para alcançar bons resultados.

Mas, se não forem bem planejadas, transformam-se em pura perda de tempo. Recomenda-se

que as reuniões sejam marcadas com vinte e quatro horas no mínimo de antecedência, e se

possível na convocação deve-se colocar a data da reunião, o local, o horário, nome dos

participantes, o assunto a ser tratado e o tempo alocado para cada assunto. Sendo passado

estes dados antecipadamente, permite que as pessoas que irão participar da reunião já venham

preparadas para debater sobre o referente assunto (ALONSO, 2002, p.120).

As reuniões devem ser marcadas quando realmente necessário, pois, Alonso (2002,

p.119) afirma que,

a reunião é um recurso caro para a empresa, por isso deve ser previamente avaliada e planejada, tendo em vista que, atualmente, dispomos de recursos tecnológicos que facilitam e encurtam a distância, como por exemplo, a videoconferência, a teleconferência ou a audioconferência.

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De qualquer forma haverá os custos e principalmente o gasto de tempo dos executivos,

que muitas vezes é muito precioso demais para as organizações pra ser desperdiçado em

reuniões sem importância.

Segundo Medeiros e Hernandes (1999, p.77), há dois tipos de reunião: ordinárias e a

extraordinárias. “As ordinárias são previstas pelo estatuto da empresa e as extraordinárias são

reuniões convocadas ao surgirem determinados problemas que exigem a deliberação conjunta

dos membros da diretoria e outros membros, como, por exemplo, os sócios”.

Seja qual for o tipo de reunião é importante observar alguns procedimentos para a

realização de uma reunião produtiva.

De acordo com Alonso (2002, p. 119), para que a reunião torne-se mais produtiva é

preciso:

• definir claramente o objetivo que se deseja atingir ao final da reunião;

• haver acordo quanto ao processo de condução da reunião, definindo itens

como: falar um participante de cada vez, não iniciar outro assunto enquanto o anterior

não houver sido "fechado", horários de início e fim preestabelecidos.

• A convocação deve acontecer com antecedência, informando os assuntos a

serem discutidos e qual a contribuição desejada de cada participante;

• A duração deve ser curta, de preferência não ultrapassando uma hora ou, se

tiver mais gente, no máximo duas.

• durante a reunião, deve-se fazer uma memória, registrando o que está sendo

decidido e encaminhado, com os prazos e as responsabilidades de cada um. O mais

rápido possível, a memória deve ser remetida aos participantes e para quem faltou.

Na maioria das vezes a participação da secretaria é para e confecção da ata.

Documento onde são anotados de forma resumida todas as discussões e as resoluções como

foram formuladas. Outra atividade que é de responsabilidade da secretária é a recepção de

qualquer pessoa que chegue no escritório.

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2.7.4. Recepção

Na recepção que se estabelece o primeiro contato entre o visitante e a empresa,

portanto, é necessário que o profissional de secretariado seja cortês e prestativo, buscando

sempre auxiliar os visitantes da melhor forma possível.

Conforme Ribeiro (1990, p.138), tem-se algumas tarefas específicas do cotidiano de

uma recepcionista:

• Atendimento ao público;

• Prestar informações;

• Fazer encaminhamentos;

• Marcar entrevistas;

• Atendimento ao telefone;

• Registro de visitas e de telefonemas.

Além dessas tarefas diárias, torna-se necessário ao profissional atuante na recepção

preocupar-se com a sua postura, com a sua sala e também em ter uma boa comunicação.

Segundo Medeiros e Hernandes (1999, p.69), a apresentação pessoal é muito

importante. Esta compreende, “vestuário, maquilagem, unhas, cabelo. São inevitáveis

algumas preocupações como: usar sapatos sem meia, excesso de cores no vestuário e uso de

jóias barulhentas”.

O profissional ao realizar a recepção, deve ser uma pessoa discreta e ter ciência de que

não pode oferecer informações que possam comprometer o executivo ou a empresa.

Conforme Ribeiro (1990, p.137), há procedimentos que definem a função de recepção

bem preparada. Com isso, seguem algumas qualidades necessárias para que o trabalho seja

eficiente:

• Conhecimentos técnicos;

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• Organização no trabalho;

• Domínio do idioma;

• Discernimento para resolver problemas;

• Pontualidade e assiduidade;

• Cortesia;

• Humor estável;

• Diplomacia;

• Discrição;

• Simplicidade e

• Higiene.

Afirma-se desta forma, que para desempenhar a função de recepcionista é necessário

que se apresente algumas características como, educação, simpatia, gentileza, eficiência,

presteza, paciência, raciocínio rápido.��

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3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1. Caracterização da Pesquisa

A pesquisa, segundo Oliveira (1999, p.116), tem por objetivo “estabelecer uma série

de compreensões no sentido de descobrir respostas para as indagações e questões que existem

em todos os ramos do conhecimento humano”.

Esta pesquisa baseia-se em uma abordagem qualitativa, que segundo Oliveira (1999,

p.117) possui,

a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

Nessa abordagem, o pesquisador é peça fundamental para a coleta de dados, pois este

irá analisar detalhadamente como ocorrem as atividades diárias do cirurgião dentista, bem

como seu tratamento com os pacientes, isto requer trabalho de campo a fim de observar as

ações a serem descritas.

A pesquisa é também descritiva, que tem como objetivo, de acordo com Gil (1996,

p.46), “a descrição das características de determinada população”. Esta pesquisa será utilizada

para analisar as informações que serão coletadas.

Para o delineamento da pesquisa, será feito um estudo de caso, que se caracteriza,

segundo Gil (1996, p.58), “pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de

maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível

mediante os outros delineamentos considerados”.

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3.2. População e Amostra

De acordo com Marconi e Lakatos (1999, p.43), população “é o conjunto de seres

animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”, e

amostra “é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população)”.

De acordo com Richardson (1999, p.57), população “é a quantidade total de pessoas,

ou seja, quando refere-se à todos os habitantes de um determinado lugar. Já a amostra consiste

em um subconjunto de uma população, quando se toma certo número de elementos para

averiguar algo sobre a população existente”.

A população do consultório foi composta por 35 (trinta e cinco) pacientes ativos e o

dentista, e a amostra foi de 13 (treze) pacientes atendidos entre os dias 09, 10 e 11 de

novembro. Também fez parte da amostra o próprio cirurgião dentista.

3.3. Coleta de Dados

Pode-se dizer que a coleta de dados é onde o pesquisador procura novas fontes e dados

que possam contribuir para o resultado da pesquisa.

Para atender os objetivos traçados para a pesquisa, os dados foram coletados por meio

de uma observação não participativa, de uma entrevista realizada como o cirurgião dentista

(Apêndice A) e de um questionário (Apêndice B) aplicado aos pacientes.

Referente a observação não participativa, pode-se dizer que o pesquisador toma

contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-se a ela

(MARCONI e LAKATOS, 1999, p.92).

Já a entrevista é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de uma

estreita relação entre as pessoas, por isso, foi realizada uma entrevista informal com o

cirurgião dentista.

Segundo Richardson (1999, p.207), o termo entrevista

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é constituído a partir de duas palavras, entre e vista. Vista refere-se ao ato de ver, ter preocupação de algo. Entre indica a relação de lugar ou estado no espaço que separa duas pessoas ou coisas. Portanto, o termo entrevista, refere-se ao ato de perceber realizado entre duas pessoas.

Desta forma, pode-se dizer que a entrevista é uma técnica que se aplicada

corretamente pode trazer importantes resultados para a proposta de melhorias e informações.

Pode-se afirmar que por intermédio da entrevista, obteve-se informações, as quais

contribuíram para sanar dúvidas e até mesmo reforçar algumas afirmativas.

Outro recurso utilizado foi o questionário, que de acordo com Gil (1999, p. 128), pode

ser definido como

a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas tendo como objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimento, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.

Salienta-se que o questionário constituiu-se de apenas perguntas fechadas. Estas

perguntas foram elaboradas com base no objetivo geral e específico.

3.4. Análise dos Dados

Segundo Marconi e Lakatos (1999, p.167), a “análise e interpretação dos dados

representa a aplicação lógica dedutiva do processo de investigação”.

Para poder-se verificar o perfil adequado do profissional de secretariado para o

consultório Odontológico Lucio Henrique, foram analisadas de forma descritivas as

informações obtidas na entrevista com o cirurgião dentista. E para apresentação dos resultados

obtidos com a aplicação dos questionários, utilizou-se de gráficos.

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. Caracterização da empresa

4.1.1. Ramo de atuação

A empresa Lucio Henrique Takahashi, é um consultório odontológico que situa-se

na Rua Marechal Guilherme, 147, Sala 403, no 4º andar do Edifício Daux Boabaid –

Centro – na cidade de Florianópolis/SC.

4.1.2. Histórico

O proprietário e cirurgião dentista, concluiu a graduação no curso de odontologia em

dezembro de 1997, na Universidade Estadual de Londrina.

Este desenvolveu atividades em consultório particular na cidade de Londrina de

janeiro de 1998 à junho de 2000. Após esta data, mudou-se para a cidade de Florianópolis,

pois passou no concurso público da Justiça Federal de Primeiro Grau de Santa Catarina.

O concurso público foi realizado no ano de mil novecentos e noventa e nove, sendo

que este tomou posse no dia 19/06/2001.

Após estar algum tempo instalado na cidade de Florianópolis, decidiu montar o seu

consultório particular. A instalação deu-se em junho de 2001.

O proprietário Lucio Henrique Takahashi, é funcionário público, exerce a sua

profissão na Justiça Federal das 08 às 14h de segunda a sexta-feira, sendo que após as 14:30h

atua no seu consultório.

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Em 2002 fez curso de pós-graduação em nível de aperfeiçoamento em prótese e

oclusão e em 2003, fez outro aperfeiçoamento em prótese sobre implantes, ambos os cursos

foram feitos na Associação Brasileira de Odontologia Seção de Santa Catarina.

Este realiza atendimento como clínico geral nas áreas de dentística, prótese,

periodontia, endodontia e cirurgia.

O consultório no momento é administrado somente pelo proprietário, mas este tem

como objetivo ampliar seus conhecimentos e a um médio ou curto prazo estar ampliando o

seu consultório tanto, na área de atendimento, recepção, como também se especializar na área

de periodontia.

4.1.3. Estrutura

O consultório odontológico tem uma área de 40m², o qual está dividido em quatro

pequenas salas. Possui uma sala de recepção, um banheiro, uma sala onde guarda seus

materiais de trabalho e realiza a limpeza dos instrumentos utilizados, e uma sala de dois

ambientes, onde atende os pacientes. Nesta sala, têm-se os equipamentos necessários para o

bom atendimento aos pacientes.

4.2. Apresentação e análise dos resultados

4.2.1. Resultados obtidos com a observação

Um dos métodos utilizados para obter os resultados necessários para está pesquisa, foi

uma observação não participativa, feita pela pesquisadora no decorrer do estágio. Esta

observação foi realizada a partir do dia 16/08/2004 e teve os objetivos específicos de

descrever os atuais procedimentos realizados no consultório e identificar falhas nos mesmos,

os quais apresentam-se a seguir:

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Agendamento de consultas

Conforme Azevedo e Costa (2002, p.53),

a agenda é de grande importância para o bom desempenho do trabalho, sendo considerada por muitas secretárias como sua memória viva. Este é o livro em que se anotam compromissos, despesas, atividades, datas, horários. Nesta ferramenta é possível listar todas as tarefas há serem realizadas no dia seguinte, ou durante a semana ou mês.

O agendamento de consultas é feito pelo próprio dentista. É importante salientar que o

mesmo atende no consultório das 14:30 às 20:00 h. Caso o paciente necessite de informações

ou agendamento de horários no período da manhã, este não terá êxito, pois as ligações durante

a manhã são direcionadas para a residência do cirurgião dentista, onde na maioria das vezes

são atendidas pela sua irmã, que faz as anotações e depois repassa para o cirurgião. Estes

agendamentos são realizados manualmente.

Pelo exposto acima verifica-se claramente a falha no agendamento, pois é feito de

forma incorreta e precária. Desta forma muitas ligações que poderiam resultar em consultas

podem ser perdidas.

Arquivamento de documentos

As fichas dos pacientes eram guardadas em um armário sem organização ou ordem.

Foi sugerido pela própria estagiária a aquisição de um arquivo, sendo este adquirido no início

do estágio, ou seja, ainda no mês de agosto de 2004. O arquivo que foi adquirido é um

arquivo vertical, ou seja, que permite a organização dos documentos no interior do imóvel em

posição vertical, o móvel adquirido esta logo abaixo, ou seja, figura 2. Embora pequeno,

como se observa, supre todas as necessidades do consultório.

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Figura 1 – Arquivo Fonte: Fonte primária

Cabe ressaltar que, este tipo de equipamento tem um custo mais baixo e é de fácil

manuseio e conservação, permitindo ainda que vários documentos sejam arquivados

ocupando pouco espaço. Verificou-s e que apesar da existência do arquivo as fichas ainda são

apenas colocadas neste, não há um procedimento lógico no arquivamento.

Recepção dos pacientes

Pode-se também perceber através da observação não participativa realizada no

consultório, que não há um profissional de secretariado para recepcionar os pacientes. A

recepção é feita pelo próprio cirurgião dentista. Caso alguém necessite de alguma informação,

este tem que aguardar na recepção até que o dentista possa atendê-lo. A figuras 3 apresenta

parte da sala da recepção, mostrando que seria possível inserir uma mesa para um profissional

de secretariado, para este então fazer a recepção dos pacientes.

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Figura 2 – Recepção do consultório 1 Fonte: Fonte primária

Cabe salientar que na recepção a única alternativa que o paciente tem para dispersar o

seu tempo são algumas revistas. Estas nem sempre são atuais, pois o dentista não tem

assinatura de nenhuma revista, apenas as compra quando acha interessante.

A falha aqui fica no atendimento feito pelo próprio cirurgião, que se por algum motivo

atrasar a consulta anterior deixará seu próximo paciente esperando na recepção sem nenhuma

atenção.

Atendimento telefônico

O atendimento telefônico é realizado pelo próprio dentista. Uma falha grave que gera

desconforto, pois, muitas vezes ele está consultando e tem que interromper a consulta para

atendê-lo. Caso o paciente necessite entrar em contato com o dentista em outro horário este

não será atendido pelo mesmo, pois as ligações são transferidas para a sua residência.

Também podê-se observar que o dentista é quem realiza a compra dos equipamentos e

medicamentos necessários para o consultório.

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Deste modo, o cirurgião se sobrecarrega de tarefas não pertinentes a sua função. Como

solução sugere-se para atender o objetivo específico de apresentar soluções para suprir as

necessidades do consultório, a contratação de um profissional do secretariado que poderia ser

de grande importância no sentido de tornar o atendimento mais personalizado e eliminar as

falhas verificadas, pois, este profissional além de executar as tarefas que lhe cabem, teria

tempo para enviar cartas de agradecimentos, cartões de aniversário, entre outras informações

para os pacientes.

4.2.2. Análise da entrevista

No dia 29/11/04 foi realizado uma entrevista informal (Apêndice A), tendo como a

amostra o cirurgião dentista, com o objetivo de descrever os atuais procedimentos realizados

no consultório, a qual relata-se a seguir:

A primeira questão da entrevista teve como objetivo verificar quais as atividades

desenvolvidas no consultório e por quem. A resposta obtida, “são realizados atendimentos

odontológicos nas áreas de dentística, prótese, endodontia, periodontia e cirurgia”, apresentou

somente as atividades pertinentes às especialidades do mesmo e não das atividades

secretarias. Com base nesta resposta fica difícil verificar quais as atividades que têm falha e

apresentar uma solução.

Na segunda questão o objetivo era saber qual o horário de atendimento do consultório,

que verificou-se ser de segunda a sexta-feira das 14:30 às 20:00 h e sábado das 08:00 as 12:00

h. No horário matutino o consultório fica sem ninguém. Este procedimento pode em pouco

tempo ser prejudicial, no sentido de que a cada dia, aumenta mais a concorrência nos mais

diversos setores, e aquela empresa ou profissional que apresentar um trabalho melhor terá

mais êxito.

A terceira questão tinha o objetivo de saber como se realiza o agendamento e

atendimento dos pacientes. Verificou-se que ambos são feitos pelo próprio cirurgião. Todas

essas atividades são desenvolvidas somente por ele, dificultando assim a sua rotina diária,

pois com a ausência de uma secretária suas atividades tornam-se mais demoradas.

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Na quarta questão foi perguntado como são atendidas as ligações no período da

manhã. Segundo a resposta do cirurgião, ele programa o telefone para tocar em sua residência

quando sai do consultório na noite anterior. As ligações ocorridas neste horário serão

atendidas na maioria das vezes pela irmã. Verifica-se que este procedimento é totalmente

incorreto, pois a mesma não é uma profissional qualificada para prestar este serviço.

Questionado de que forma recebe os recados, obteve-se a seguinte resposta “quando

chego no consultório faço a desprogramação do siga-me e ligo para casa para verificar se tem

algum recado”. Esta resposta mostra que se neste período de ausência houve um chamado

urgente, o mesmo ficou sem retorno, pois parece não existir nenhum procedimento

estabelecido para resolver estas situações. Falha está muito grave e que pode afetar a

confiança dos pacientes.

Na sétima questão foi perguntado se existe algum bloco especial para a anotação dos

recados. A resposta foi que não existe nenhum bloco de anotações especificas. Desta forma,

se por ventura quem atender ao telefone não anotar no momento, pode ser perdida uma

consulta ou um recado importante.

O objetivo da oitava questão foi verificar como são armazenados os documentos do

consultório e obteve-se a seguinte resposta: “As fichas com dados do paciente e orçamentos

são armazenados no computador; as fichas clínicas com a descrição dos procedimentos

realizados e informações referentes ao tratamento são documentados em fichas pautadas e

armazenadas no fichário.” É importante esclarecer que este fichário foi adquirido após o

inicio do estágio da pesquisadora e os documentos são guardados sem ordem. “As

informações referentes a tratamento não são armazenadas no computador, pois, deste modo

não teria valor jurídico. Os modelos obtidos durante o tratamento são identificados,

embalados e guardados em um armário. As fotos realizadas durante o tratamento ficam

armazenadas no computador”.Referente ao arquivamento das fichas clínicas dos pacientes

percebe-se que as mesmas são colocadas aleatoriamente em um arquivo, causando com isso

uma certa desorganização, pois quando o mesmo necessita de uma ficha do paciente tem que

ficar procurando por determinado tempo, pois, não há uma seqüência lógica quando são

guardadas. Um profissional de secretariado poderia organizar este arquivo e ainda tornar as

demais formas de aquivamento mais eficazes.

A nona questão perguntava como é feito o relacionamento com os pacientes. E

verificou-se que não é enviado nenhum tipo de correspondência para os pacientes, nem por

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correio, nem mala direta. Como dito anteriormente, no novo mercado competitivo, pequenos

gestos, como o envio de um cartão de aniversário, pode ser uma ferramenta de marketing,

muito poderosa e que pode cativar um paciente dividido ou incerto quanto a permanecer ou

não com o mesmo dentista.

Na décima questão o objetivo era saber que tipo de recursos tecnológicos o consultório

possuía. Levantou-se que existe um computador com um software de gerenciamento que

permite o arquivamento de fichas dos pacientes, confecção de orçamentos e agendamento de

consultas. Porém os agendamentos das consultas são feitos na agenda convencional “por

considerar mais prático”. Atualmente com tantos recursos disponíveis para facilitar a agilizar

as atividades de um escritório, fica difícil entender porque alguém deixaria de aproveitá-lo.

Somente por falta de tempo, como é o caso deste.

Por último questionou-se se o consultório possui algum tipo de convênio com os

pacientes e verificou-se que não existe nenhum tipo de convênio.

Os resultados obtidos com a entrevista serviram para solidificar o que se verificou na

observação não participava e mostrar mais uma vez a necessidade da contratação de um

profissional de secretariado para auxiliar o cirurgião no atendimento aos pacientes e demais

tarefas do consultório.

4.2.3. Análise do questionário

A partir da entrevista realizada com o cirurgião dentista foi elaborado um questionário

(Apêndice B), que foi aplicado a treze pacientes, entre os dias 9, 10 e 11 de novembro de

2004, com o objetivo de verificar a percepção dos mesmos, quanto a necessidade da

contratação de um profissional de secretariado (secretária) para realizar as atividades

secretariais do consultório. O questionário foi composto por 11 perguntas e aplicado pela

pesquisadora quando os pacientes foram consultar.

O objetivo da primeira questão, gráfico 1, foi identificar quem recepciona os pacientes

quando estes chegam ao consultório.

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1 - Quando o Sr. (a) chega no consultório quem o recepciona?

11

2Dentista

Recepcionista

Ninguém

Gráfico 1 – Quem recepciona o paciente

De acordo com o resultado observou-se que a maioria dos pacientes, ou seja, 11

pacientes, são recepcionados pelo próprio dentista, sendo que apenas 2 pacientes disseram que

ninguém os recepciona quando chegam no consultório. Isso ocorre quando o dentista esta em

consulta. Estas pessoas ficaram na recepção aguardando seu atendimento até que o dentista

terminasse o que estava realizando.

Na segunda questão, apresentada no gráfico 2, perguntou-se se o paciente já tinha

ficado na recepção aguardando para ser atendido.

2 - O Sr. (a) já ficou na recepção aguardando sem que ninguém

viesse lhe atender?

5

8

Sim

Não

Gráfico 2 – Atendimento na recepção

Verificou-se que 5 dos pacientes questionados responderam que já ficaram na

recepção sem que ninguém viesse lhes atender e 8 que isso nunca aconteceu. Acredita-se que

este resultado seja devido a pontualidade do dentista em atender os pacientes, pois este marca

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as consultas sempre com vinte minutos a mais do que programa atender o paciente. Mas vale

salientar, que mesmo com as devidas programações já houve pacientes aguardando na

recepção para serem atendidos.

Na questão 3, questionou-se, se o fato de não ser atendido quando chega na recepção

lhe incomoda. Verificou-se que as cinco pessoas que responderam que já ficaram na recepção

aguardando para serem atendidas responderam que isso lhes incomoda.

Na quarta questão, perguntou-se se os pacientes ligam para confirmar suas consultas.

4 - O Sr. (a) costuma ligar para confirmar a consulta?

5

8

Sim

Não

Gráfico 3 – Se liga para confirmar consulta

Verificou-se que a maioria, representada por 8 pacientes, não liga para confirmar

informações sobre suas consultas, ao contrário dos outros 5 pacientes que costumam ligar.

Este resultado mostra que os pacientes não estão muito preocupados com a possibilidade de

chegar no consultório e sua consulta ter sido desmarcada por algum motivo excepcional ou

ainda por um esquecimento do dentista. Ou ainda pelo fato de saber que todas as tarefas são

executadas pelo próprio cirurgião e assim não querer incomodar. O que pode ser negativo,

pois o cliente precisa ser atendido da melhor forma possível.

O gráfico 4, apresenta a quinta questão, onde questionou-se se sempre que o paciente

liga para o consultório ele é atendido.

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5 - Sempre que o Sr.(a) liga para o consultório é atendido?

12

1

Sim

Não

Gráfico 4 – Sempre que liga para o consultório é atendido

Constatou-se que 12 dos pacientes responderam que sempre que ligam para o

consultório são atendidos. No entanto, é importante salientar, que nem sempre estas ligações

são atendidas pelo próprio dentista, pois na maioria das vezes estas são transferidas para a sua

residência. Desta forma, somente após a conclusão do tratamento dos pacientes de

determinado dia é que este liga para a sua residência verificando se há algum recado. No caso

de urgência, a pessoa que anotou o recado na residência do dentista entra em contato com o

cirurgião. Constatou-se assim que ninguém fica sem um retorno ou deixa de ser atendido,

mesmo não existindo o profissional de secretariado no consultório.

No gráfico 5, apresenta-se a sexta questão, onde perguntou-se aos pacientes em caso

de emergência como eles contatariam o dentista.

6 - Em caso de emergência como o Sr. (a) consultoria o dentista?

1

12

Iria ao consultório

Telefonia no celular

Telefonia para aresidênciaTelefonaria para oconsultório

Gráfico 5 – Como consultaria o dentista em caso de emergência

Observou-se por meio deste resultado que 12 pacientes em caso de emergência

telefonariam para o consultório e apenas um paciente ligaria para o celular do dentista. Este

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resultado mostra que este sistema de não existir uma secretaria em tempo integral no

consultório, pode gerar problemas no caso de emergências, pois se um paciente tiver um

imprevisto durante o horário que o dentista não estiver atendendo e não tiver ninguém em sua

residência, o mesmo ficará sem assistência o que pode trazer resultados negativos.

Na questão sete apresentada no gráfico 6, questionou-se aos pacientes se o dentista já

atendeu alguma ligação durante sua consulta.

7 - O dentista já atendeu ligações enquanto estava lhe atendendo?

4

8

1Sim

Não

Não respondeu

Gráfico 6 – Atendimento de ligações pelo dentista durante as consultas

Percebeu-se com este resultado, que quatro pacientes responderam que o dentista já

atendeu ligações enquanto realizava o seu tratamento dentário. E estas quatro pessoas

salientaram que isto lhes incomoda, pois o correto seria que estas ligações fossem atendidas

por um profissional de secretariado, onde este será o responsável pela recepção e

conseqüentemente pelas ligações recebidas. Porém 8 pacientes responderam que isso nunca

aconteceu durante suas consultas e um deles não respondeu a questão. Novamente salienta-se

que este procedimento pode gerar resultados negativos para o consultório.

A nona questão, apresentada no gráfico 7, questiona se o paciente acha interessante

haver confirmação da sua consulta.

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9 - Seria interessante que houvesse confirmação de sua

consulta (data, horário)?

9

4Sim

Não

Gráfico 7 – Confirmação das consultas

Constatou-se, que a maioria dos pacientes (nove pacientes) acham que seria

interessante a confirmação da sua consulta e apenas 4 pacientes não acham interessante fazer

está confirmação. Por este resultado vê-se claramente a necessidade de um profissional para

dar este retorno aos pacientes, pois o cirurgião dentista já tem atribuições demasiadas para

uma única pessoa, dificultando assim que o mesmo ligue para seus pacientes confirmando a

consulta.

Na décima questão perguntou-se como os pacientes consideram o atendimento do

consultório. (Gráfico 8)

10 - Como o Sr. (a) considera o atendimento no consultório?

1

4

8

Regular

Bom

Ótimo

Muito bom

Gráfico 8 – Como os pacientes consideram o atendimento no consultório

Percebeu-se que apesar das deficiências encontradas no consultório, 8 dos pacientes

responderam que consideram o atendimento no consultório ótimo, 4 pacientes responderam

que acham bom e apenas 1 paciente considera o atendimento no consultório regular.Este

resultado é gratificante, pois mostra que mesmo com as falhas verificadas no decorrer do

estágio o cirurgião conseguiu fazer um bom trabalho e assegurar a confiabilidade de seus

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pacientes. Porém como o avanço tecnológico e a concorrência do mercado, este deve mudar a

atual situação.

Por fim, na décima primeira questão, gráfico 09, perguntou-se aos pacientes se estes

sentem a necessidade de uma recepcionista no consultório.

11 - O Sr. (a) sente a necessidade de uma recepcionista

(secretária)?

67

Sim

Não

Gráfico 9 – Necessidade de uma recepcionista

Observou-se pelo resultado obtido que 6 pacientes sentem a necessidade de uma

secretária no consultório e 7 não sentem está necessidade. Acredita-se que este resultado seja

por falta de conhecimento por parte dos pacientes, de todas as atividades que fazem parte de

um consultório além da sua consulta e da forma como elas estão sendo exercidas hoje.

4.2.4. Alternativas para suprir falhas nos procedimentos secretariais

Baseado nos resultados da observação não participativa, da aplicação da entrevista e

dos questionários foi possível atender os objetivos específicos de descrever os atuais

procedimentos realizados no consultório e identificar as falhas nos procedimentos secretariais.

Desta forma apresenta-se a seguir algumas soluções para suprir as necessidades existentes no

consultório.

• Colocar na recepção água, revistas atualizadas, jornais, TV, folder`s, com o

intuito de tornar o ambiente mais agradável.

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• Utilização da agenda eletrônica já existente no software de gerenciamento,

para agilizar a marcação das consultas, pois além de acompanhar a evolução tecnológica

o mesmo pode precisar este procedimento, no sentido de evitar marcar duas consultas no

mesmo horário. A figura 4 apresenta a agenda eletrônica.

Figura 4 – Agenda eletrônica Fonte: Fonte primária

• Adotar um número de celular para ser transferido as ligações do consultório e

serem atendidas somente pelo cirurgião. Caso este esteja em consulta dará retorno assim

que possível e ter sempre a mão um bloco de anotações, as quais serão passados para o

computador assim que este chegar no consultório.

• Sugere-se a adoção do sistema de arquivamento direto, pois assim, o arquivo

poderia ser consultado diretamente, sem a necessidade de recorrer a um índice. Nesse

sistema, inclui-se, principalmente o método alfabético de arquivamento e suas variações.

• Por fim sugere-se a contratação de um profissional de secretariado com o perfil

apresentado a seguir.

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4.2.5. Perfil do profissional de secretariado para o consultório.

A seguir apresenta-se o perfil que acredita-se seja o adequado ao cargo de secretária

(o) para o consultório Odontológico Lucio Henrique Takahashi, objetivo geral deste trabalho,

caso o cirurgião opte pela contratação de um profissional de secretariado para auxiliá-lo nas

suas atividades. Este perfil foi traçado através da observação não participativa e conversa

informal com o cirurgião dentista, o qual apresentou algumas características necessárias para

que um profissional de secretariado venha a ser contratado para realizar as práticas

secretariais do consultório. Este profissional tem que ser de confiança do cirurgião; ser

organizado; ser discreto; ser ágil; ter bom senso e equilíbrio emocional.

Alem disso, este profissional também deve ser capaz de:

• Planejar, organizar e executar atividades secretariais específicas;

• Assessorar diretamente o cirurgião;

• Organizar todo o arquivo do consultório e adotar procedimentos que facilitem

as consultas;

• Controlar documentos e correspondências.

É necessário que o profissional a ser contratado seja técnico em secretariado, cursando

ou já concluído o curso de secretariado, pois este, além das atividades normais de um

escritório, terá que auxiliar o cirurgião dentista em alguns procedimentos, os quais seguem

abaixo. Estes procedimentos foram informados para a pesquisadora, através de uma conversa

informal com o dentista.

• Orientar os pacientes sobre higiene bucal;

• Preencher e anotar fichas clínicas;

• Revelar e montar radiografias intra-orais;

• Preparar o paciente para o atendimento;

• Auxiliar no atendimento ao paciente;

• Manipular materiais de uso odontológico;

• Selecionar moldeiras;

• Aplicar métodos preventivos para controle da cárie dental;

• Proceder à conservação e à manutenção do equipamento odontológico.

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Este profissional terá uma carga horária de oito horas diárias. Seu trabalho será das

10:00 às 12:00h e das 14:00 às 20:00h.

Sugere-se então que o dentista contrate um profissional com nível técnico em

secretariado ou que esteja cursando nível superior. Este candidato deve ter entre 18 e 26 anos

de idade. Referente ao salário, será feita uma pesquisa de mercado e também dependerá da

qualificação do candidato – se ele é formado ou esta cursando. Também será verificado a

possibilidade de estagiários para que o mesmo possa avaliar o candidato e quem sabe após

fazer a contratação do mesmo. Para tanto, o cirurgião dentista deve solicitar currículo dos

candidatos, selecionando aqueles que apresentarem maior relação com o perfil sugerido. Após

este procedimento deve realizar entrevista com os mesmos para identificar o que atender

melhor os requisitos sugeridos neste trabalho. Seria interessante que o cirurgião dentista

realizasse um período de experiência com o profissional para então contratá-lo.

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5. CONCLUSÃO

No mundo globalizado e competitivo a sobrevivência das organizações depende da

capacidade de cada profissional em atender da melhor forma possível as necessidades de seus

clientes. Desta forma, para atingir o objetivo geral de traçar o perfil adequado ao cargo de

secretariado executivo para o Consultório Odontológico Lucio Henrique Takahashi, este

trabalho apresentou conceitos sobre Recursos humanos e outros assuntos pertinentes ao tema

da pesquisa.

Tal objetivo foi apresentado na seção 4.2.5. Já os objetivos específicos propostos,

todos foram cumpridos com sucesso, como mostra-se a seguir:

��Os atuais procedimentos realizados no consultório foram descritos por meio dos

resultados obtidos pela observação participativa e aplicação da entrevista e

questionário.

��As falhas nos procedimentos secretarias também foram identificadas por meio

dos resultados obtidos pela observação participativa e aplicação da entrevista e do

questionário.

�� Por fim apresentou-se soluções para suprir as necessidades existentes no

consultório, na seção 4.2.4.

Alcançados os objetivos, por meio das pesquisas bibliográficas e através da aplicação

da entrevista e dos questionários, foi possível responder a questão que originou o presente

trabalho, apresentadas no tema e problema: qual o perfil adequado do profissional de

secretariado, para realizar as atividades secretariais no Consultório Odontológico Lucio

Henrique Takahashi?

Conclui-se desta forma, que é vital para o consultório a contratação de um profissional

de secretariado e que a falta deste pode trazer resultados negativos para o bom funcionamento

do mesmo.

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A oportunidade da realização desta pesquisa proporcionou a estagiária um crescimento

profissional, pois acrescentou conhecimento para exercer a função.

Espera-se que este estudo sirva de base para que o consultório torne seus

procedimentos administrativos e secretariais mais eficazes, garantindo com isso, o sucesso do

trabalho.

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6. RECOMENDAÇÕES

Após análise dos dados sugere-se a imediata contratação de um profissional de

secretariado, para que este execute todas as atividades necessárias no consultório, tais como

atendimento do telefone, recepção dos pacientes no consultório, agendamento de consultas,

preenchimento e arquivamento das fichas dos pacientes, organização do arquivo por ordem

alfabética, aquisição de um bloco de anotações, o qual contenha campos como: nome da

pessoa ligou, assunto, horário, data e observações.

Quanto às instalações do consultório o ideal seria na parte da recepção colocar uma

mesa, cadeira giratória, um telefone e um microcomputador para que este profissional faça a

linha de frente do consultório, que é a recepção aos pacientes, pois sabe-se que é na recepção

que se estabelece o primeiro contato entre visitante e a empresa. Para tanto é necessário que

este profissional seja cortes e prestativo, buscando sempre auxiliar os visitantes da melhor

forma possível. Também recomenda-se a criação de mala direta pela secretária para

fidelização de clientes.

Por estas sugestões acredita-se que o dentista teria mais tempo para realizar outras

tarefas e até mesmo atender mais pacientes aumentando assim o seu quadro de atendimentos,

pois o mesmo não terá mais a necessidade de marcar as consultas com 20 minutos a mais para

cada paciente.

Acredita-se que seguindo essa recomendação o Consultório mostrará mais

confiabilidade e organização para seus pacientes, o que pode melhorar os resultados atuais.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

Apêndice A – Entrevista realizada com cirurgião dentista

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCACAO DE SÃO JOSÉ CURSO DE AUTOMACAO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO ORIENTADORA: MARLISE THERE DIAS ACADÊMICA: LUCINÉIA BUENO DOS REIS

Prezado Cirurgião Dentista,

Esta entrevista pretende avaliar como ocorre as atividades administrativas e

secretariais do consultório, bem como mostrar o perfil adequado de um profissional, para que

possa auxiliar o dentista.

1. Quais as atividades desenvolvidas no consultório e por quem?

R: São realizados atendimentos odontológicos nas áreas de dentística, prótese, endodontia, periodontia e cirurgia. As atividades são desenvolvidas somente por mim. 2. Qual é o horário de atendimento?

R: De segunda à sexta-feira das 14:30 às 20:00h e sábado das 08:00 às 12:00h.

3. Como é realizado o agendamento e atendimento dos pacientes?

R: Os agendamentos e atendimentos são realizados por mim mesmo.

4. Mas caso o paciente ligue no período da manhã, tem alguém para atender a ligação?

R: Não. A noite quando saio do consultório faça uma programação no aparelho telefônico

chamado siga-me, está programação é feita para a minha residência. Sendo assim, se o

paciente ligar pela manhã alguém na minha casa irá atender.

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5. Quem irá atender?

R: Na maioria das vezes quem atende é a minha irmã.

6. E como os recados são passados para você?

R: Quando chego no consultório faço a desprogramação do siga-me e ligo para casa para

verificar se tem algum recado.

7. Existe algum bloco de anotações especial para a anotação de recados, ou é anotado em

qualquer papel?

R: Não existe nenhum bloco de anotações específico.

8. Como são armazenado os documentos no consultório?

R: As fichas com dados do paciente e orçamentos são armazenados no computador;

As fichas clínicas com a descrição dos procedimentos realizados e informações referentes ao

tratamento são documentados em fichas pautadas e armazenadas no fichário. As informações

referente a tratamento não são armazenadas no computador pois deste modo não teria valor

jurídico certo.

Os modelos obtidos durante o tratamento são identificados, embalados e guardados em um

armário.

As fotos realizadas durante o tratamento ficam armazenadas no computador.

9. Como é feito o relacionamento com os clientes. Por cartas ou mala direta?

R: Não é usual do consultório o envio de correspondências aos pacientes.

10. Que tipo de recursos computacionais você possui no consultório?

R: O consultório possui um software de gerenciamento que permite o arquivamento de fichas

dos pacientes, confecção de orçamentos e agendamento de consultas. Embora o' software

permita o controle de agendamento de pacientes, no consultório, utiliza-se o agendamento

convencional por considerar mais prático.

11. Você possui algum convênio para os pacientes?

Não.

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Apêndice B – Questionário aplicado aos pacientes

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCACAO DE SÃO JOSÉ

CURSO DE AUTOMACAO DE ESCRITÓRIOS E SECRETARIADO

ORIENTADORA: MARLISE THERE DIAS

ACADÊMICA: LUCINÉIA BUENO DOS REIS

Prezados Pacientes,

Este questionário pretende avaliar como ocorre o atendimento com os pacientes.

1. Quando o Sr. (a) chega no consultório quem o recepciona?

( ) Dentista

( ) Recepcionista

( ) Ninguém

2. O Sr. (a) já ficou na recepção aguardando sem que ninguém viesse lhe atender?

( ) Sim ( ) Não

3. Caso a resposta acima seja sim: Isso lhe incomoda?

( ) Sim ( ) Não

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4. O Sr. (a) costuma ligar para confirmar a consulta?

( ) Sim ( ) Não

5. Sempre que o Sr. (a) liga para o consultório é atendido?

( ) Sim ( ) Não

6. Em caso de emergência como o Sr. (a) consultaria o dentista?

( ) Iria ao consultório

( ) Telefonaria no celular

( ) Telefonaria para a residência

( ) Telefonaria para o consultório

7. O dentista já atendeu ligações enquanto estava lhe atendendo?

( ) Sim ( ) Não

8. Caso a resposta seja sim: Isso lhe incomoda?

( ) Sim ( ) Não

9. Seria interessante que houvesse confirmação de sua consulta (data, horário)?

( ) Sim ( ) Não

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10. Como o Sr. (a) considera o atendimento no consultório?

( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo ( ) Muito Bom

11. O Sr. (a) sente a necessidade de uma recepcionista (secretária)?

( ) Sim ( ) Não

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ANEXOS

Anexo A – Código de Ética Profissional dos(as) secretários(as)

Capítulo I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º - Considera-se secretário ou secretária, com direito ao exercício da profissão, a pessoa

legalmente credenciada nos termos da lei em vigor.

Art. 2º - O presente Código de Ética Profissional tem por objetivo ficar normas de

procedimentos dos Profissionais quando no exercício de sua profissão, regulando-lhes as

relações com a própria categoria, com os poderes públicos e com a sociedade.

Art. 3º - cabe ao profissional zelar pelo prestígio e responsabilidade de sua profissão,

tratando-a sempre como um dos bens mais nobres, construindo, através do exemplo de seus

atos, para elevar a categoria, obedecendo aos preceitos morais e legais.

Capítulo II

Dos Direitos

Art. 4º - Constituem-se direitos dos Secretários e Secretárias:

a) garantir e defender as atribuições estabelecidas na Lei da Regulamentação;

b) participar de entidades representativas da categoria;

c) participar de atividades públicas ou não, que visem defender os direitos da categoria;

d) defender a integridade moral e social da profissão, denunciando às entidades da

categoria qualquer tipo de alusão desmoralizadora;

e) receber remuneração equiparada à dos profissionais de seu nível de escolaridade;

f) ter acesso a cursos de treinamento e a outros eventos cuja finalidade seja o

aprimoramento profissional;

g) jornada de trabalho compatível com a legislação trabalhista em vigor.

Capítulo III

Dos Deveres Fundamentais

Art. 5º - Constituem-se deveres fundamentais das Secretárias e secretários:

a) considerar a profissão como um fim para a realização profissional;

b) direcionar seu comportamento profissional, sempre a bem da verdade, da moral e da ética;

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c) respeitar sua profissão e exercer suas atividades, sempre procurando aperfeiçoamento;

d) operacionalizar e canalizar adequadamente o processo de comunicação com o público;

e) ser positivo em seus pronunciamentos e tomadas de decisões, sabendo colocar e expressar

suas atividades;

f) procurar informar-se de todos os assuntos a respeito de sua profissão e dos avanços

tecnológicos, que poderão facilitar o desempenho de suas atividades;

g) lutar pelo progresso da profissão;

h) combater o exercício ilegal da profissão;

i) colaborar com as instituições que ministram cursos específicos, oferecendo-lhes subsídios

e orientações.

Capítulo IV

Do Sigilo Profissional

Art. 6º - A Secretária e o Secretário, no exercício de sua profissão, deve guardar absoluto

sigilo sobre assuntos e documentos que lhe são confiados.

Art. 7º - É vedado ao Profissional assinar documentos que possam resultar no

comprometimento da dignidade profissional da categoria.

Capítulo V

Das Relações entre Profissionais Secretários

Art. 8º - Compete às Secretárias e Secretários:

a) manter entre si a solidariedade e o intercâmbio, como forma de fortalecimento da

categoria;

b) estabelecer e manter um clima profissional cortês, no ambiente de trabalho, não

alimentando discórdia e desentendimento profissionais;

c) respeitar a capacidade e as limitações individuais, sem preconceito de cor, religião, cunho

político ou posição social;

d) estabelecer um clima de respeito à hierarquia com liderança e competência.

Art. 9 – É vedado aos profissionais:

a) usar de amizades, posição e influências obtidas no exercício de sua função, para conseguir

qualquer tipo de favoritismo pessoal ou facilidades, em detrimento de outros profissionais;

b) prejudicar deliberadamente a reputação profissional de outro secretário;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro, contravenção penal

ou infração a este Código de Ética.

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Capítulo VI

Das Relações com a Empresa

Art. 10º - Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades:

a) identificar-se com a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na

implantação de mudanças administrativas e políticas;

b) agir como elemento facilitador das relações interpessoais na área de atuaçào;

c) atuar como figura-chave no fluxo de informações desenvolvendo e mantendo de forma

dinâmica e contínua os sistemas de comunicação.

Art. 11 – É vedado aos Profissionais:

a) utilizar-se da proximidade com o superior imediato para obter favores pessoais ou

estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aos demais;

b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.

Capítulo VII

Das Relações com as Entidades da Categoria

Art. 12 - A Secretária e o Secretário devem participar ativamente de suas entidades

representativas, colaborando e apoiando os movimentos que tenham por finalidade

defender os direitos profissionais.

Art. 13 - Acatar as resoluções aprovadas pelas entidades de classe.

Art. 14 - Quando no desempenho de qualquer cargo diretivo, em entidades da categoria, não

se utilizar dessa posição em proveito próprio.

Art. 15 - Participar dos movimentos sociais e/ou estudos que se relacionem com o seu campo

de atividade profissional.

Art. 16 - As Secretárias e Secretários deverão cumprir suas obrigações, tais como

mensalidades e taxas, legalmente estabelecidas, junto às entidades de classes a que pertencem.

Capítulo VIII

Da Obediência, Aplicação e Vigência do Código de Ética.

Art. 17 - Cumprir e fazer cumprir este Código é dever de todo Secretário.

Art. 18 - Cabe aos Secretários docentes informar, esclarecer e orientar os estudantes, quanto

aos princípios e normas contidas neste Código.

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Art. 19 - As infrações deste Código de Ética Profissional acarretarão penalidades, desde a

advertência à cassação do Registro Profissional na forma dos dispositivos legais e/ou

regimentais, através da Federação Nacional das Secretárias e Secretários.

Art. 20 - Constituem infrações:

transgredir preceitos deste Código;

a) exercer a profissão sem que esteja devidamente habilitado nos termos da legislação

específica;

b) utilizar o nome da Categoria Profissional das Secretárias e/ou Secretários para quaisquer

fins, sem o endosso dos Sindicatos de Classe, em nível Estadual e da Federação Nacional nas

localidades inorganizadas em Sindicatos e/ou em nível Nacional.

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Anexo B – Regulamentação da profissão das secretárias Lei 7377, de 30 de setembro de 1985, modificada pela Lei 9261. de 10/01/1996.

Art. 1º - A Lei nº 7.377, de 30 de setembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação

para os incisos I e II do Art. 3º, para o inciso VI do Art. 4º e para o parágrafo único do Art. 6º.

Art. 2º-Para os efeitos desta lei, é considerado:

I-Secretário Executivo

a) o profissional diplomado no Brasil por curso superior de Secretariado, reconhecido na

forma de Lei, ou diplomado no exterior por curso de Secretariado, cujo diploma seja

revalidado no Brasil, na forma da Lei.

b) o portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de vigência desta Lei, houver

comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos

trinta e seis meses, das atribuições mencionados no Art. 4º desta Lei.

II-Técnico em Secretariado

a) o profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado em nível de 2º.

grau;

b) portador de certificado de conclusão do 2º. grau que, na data de início da vigência desta

Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante

pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionados no Art.5º. desta Lei.

Art. 3º - É assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos

termos do artigo anterior, contém pelo menos cinco anos ininterruptos ou dez anos

intercalados de exercício de atividades próprias de secretaria na data de vigência desta Lei.

Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo:

I-planejamento, organização e direção de serviços de secretaria;

II-assistência e assessoramento direto a executivos;

III-coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas;

IV-redação de textos profissionais especializados, inclusive em idiomas estrangeiros;

V-interpretação e sintetização de textos e documentos;

VI- taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em

idioma estrangeiro;

VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação

da empresa;

VIII-registro e distribuição de expediente e outras tarefas correlatas;

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IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento a

chefia;

X - conhecimentos protocolares.

Art. 5º-São atribuições do Técnico em Secretariado:

I-organização e manutenção dos arquivos da secretária;

II-classificação, registro e distribuição de correspondência;

III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma

estrangeiro;

IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos,

informações e atendimento telefônico.

Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia Regional

do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de documento

comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art.2º. desta Lei e da

Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS. Parágrafo único: No caso de profissionais

incluídos no art. 3º a prova da atuação será feita por meio de anotações na Carteira de

Trabalho e Previdência Social e através de declarações das empresas nas quais os

profissionais tenham desenvolvido suas respectivas atividades, discriminando as atribuições a

serem confrontadas com os elencos especificados nos Arts. 4º e 5º.

Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 10 de janeiro de 1996.