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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EFEITO DE DOIS MÉTODOS DE TREINAMENTO COM PESOS SOBRE A AGILIDADE DE ATLETAS DE FUTEBOL Reginaldo Vieira Virginio LONDRINA – PARANÁ 2011

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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

EFEITO DE DOIS MÉTODOS DE TREINAMENTO COM PESOS SOBRE A AGILIDADE DE ATLETAS DE

FUTEBOL

Reginaldo Vieira Virginio

LONDRINA – PARANÁ

2011

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VIRGINIO, Reginaldo Vieira. Efeito de dois métodos de treinamento com pesos sobre a agilidade de atletas de futebol. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.

RESUMO

O objetivo do estudo foi comparar o efeito de dois programas de treinamento com pesos sobre a agilidade em ações motoras desenvolvidas no jogo de futebol. Para tanto a amostra foi composta por 16 atletas do sexo masculino com faixa etária entre 14 a 17 anos submetidos a dois sistemas treinamento com pesos, além do treino de força eles realizaram seu programa habitual de treinos de futebol. O protocolo de treinamento teve a duração de 11 semanas e foi dividido em duas fases, para ambos os grupos, sendo que a fase um foi semelhante para ambos os grupos. Já na fase dois, o grupo 1 foi submetido ao mesmo protocolo de treinamento com pesos para potência muscular (POT) que o grupo 2, além do acréscimo de um protocolo de treinamento de Exercícios Pliométricos e Específicos (EPE). Os dados foram colhidos em períodos pré e pós intervenção. Para obtenção dos resultados foi aplicado o Shuttle Run (AAHPER, 1976), que avalia agilidade em jogadores de futebol. Para análise estatística foi utilizado o teste de variância ANOVA. Não foi constatada diferença significativa entre os grupos em nenhuma das variáveis analisadas no momento inicial. Para os resultados do teste motor (SR), não houve diferença entre os grupos após o período de intervenção (11 semanas). O grupo POT praticamente manteve seu tempo de execução no teste. Por outro lado, o grupo POT + EPE apresentou ligeiro aumento no tempo de execução do teste (3%), apesar de não significante. A partir destes achados conclui-se que não houve diferenças significantes de desempenho no teste de agilidade entre os atletas de futebol após 11 semanas de intervenção, tanto de um programa de treinamento com pesos direcionado ao desenvolvimento da potência muscular, quanto um programa de treinamento com pesos, também direcionado ao desenvolvimento da mesma capacidade física, acrescido de um protocolo específico de exercícios pliométricos.

Palavras-chave: futebol; treinamento com pesos; testes motores; homens.

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ABSTRACT

The aim of this study was to compare the effect of two weight training programs on

agility in motor actions developed in the soccer game. For both the sample consisted

of 16 male athletes aged between 14 to 17 years undergoing two weight training

systems, as well as strength training program they performed their usual soccer

practice. The training protocol lasted 11 weeks and was divided into two phases for

both groups, with one phase was similar for both groups. In phase two, the first group

underwent the same protocol of weight training for muscle power (POT) than group

2, plus the addition of a training protocol and Specific Exercises Plyometrics (EPE).

Data were collected in pre and post intervention. To obtain the results we applied the

Shuttle Run (AAHPER, 1976), which assesses flexibility in soccer players. Was used

for statistical analysis of variance ANOVA. There was no significant difference

between groups in any of the variables at baseline. For the results of the test engine

(SR), there was no difference between the groups after the intervention period (11

weeks). The group maintained its almost POT runtime test. On the other hand, the

group EPE + POT had a slight increase in execution time of the test (3%), although

not statistically significant. From these findings it is concluded that there were no

significant differences in test performance among athletes agility soccer after 11

weeks of intervention, both from a weight training program aimed at the development

of muscular power, and a training program weights, also directed the development of

the same physical capacity, plus a specific protocol of plyometric exercises.

Keywords: Soccer, weight training, Motor test, men

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SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................... I

ABSTRACT.................................................................................................. II

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 06

1.1 Problemática.............................................................................................. 06

1.2 Problema...................................................................................................... 07

1.3 Justificativa.................................................................................................. 07

1.4 Objetivos...................................................................................................... 07

1.4.1 Objetivos Gerais.......................................................................................... 07

2 REVISÃO DA LITERATURA...................................................................... 08

3 MÉTODOS................................................................................................... 19

3.1 Amostra....................................................................................................... 19

3.2 Medidas antropométricas............................................................................. 19

3.3 Teste de agilidade...................................................................................... 20

3.4 Protocolos de treinamento........................................................................... 20

3.5 Tratamento estatístico................................................................................ 22

4 RESULTADOS............................................................................................ 23

5 DISCUSSÃO................................................................................................ 24

6 CONCLUSÃO.............................................................................................. 27

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 28

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Problemática

O futebol foi criado oficialmente em 1863 na Inglaterra, onde em pouco tempo

passou a ser a atividade recreativa mais praticada pelas massas urbanas daquele

país. Já no Brasil o futebol teve início em 1894, ano em que Charles Miller, filho do

cônsul Britânico em São Paulo retornou ao país após jogar na primeira divisão do

futebol Inglês. O futebol, sem dúvida, é o esporte mais popular e mais praticado no

Brasil, sendo que no ano de 2002 havia por volta de milhões de praticantes, 11 mil

jogadores federados, 800 clubes federados além de 13 mil times amadores

participando de jogos organizados.

A prática do futebol competitivo exige o desenvolvimento de capacidades

físicas, técnicas, táticas e psíquicas (BALIKIAN e colaboradores, 2002),

As capacidades físicas que contribuem para a melhora do desempenho do

jogador de futebol são força, velocidade, resistência, agilidade, flexibilidade e

coordenação (WEINECK, 2000).

Dentre estas capacidades a agilidade se refere à capacidade do atleta de

mudar de direção de forma rápida e eficaz, mover-se com facilidade no campo ou

fingir ações que enganem o adversário a sua frente (BOMPA, 2002, p. 51). A

agilidade no futebol é a habilidade para mudar os movimentos o mais rápido

possível frente a situações imprevisíveis, tomando rápidas decisões e executando

ações de modo eficiente (SCHMID; ALEJO, 2002).

Vários pesquisadores atualmente tem se dedicado ao estudo científico sobre

os efeitos dos diferentes tipos de treinamento de força, buscando com as respostas

unir a experiência dos seus treinadores pela vivência adquirida e as pesquisas que

envolvem a teoria em busca do esclarecimento das dúvidas quanto à prática do

treinamento de força no futebol.

Vários destes estudos podem afirmar que não há dúvidas de que o

treinamento de força melhora o desempenho na preparação esportiva (GONZÁLES

BALDINO, 2001).

Porém poucos são os estudos que discutem os benefícios do treinamento de

força para a melhoria da agilidade em jogadores de futebol.

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1.2 Problema

Diante destas situações expostas este estudo buscou verificar possíveis

diferenças entre os níveis de agilidade destes jogadores de futebol, após a

realização do treinamento com pesos.

1.3 Justificativa

O ganho de força é determinante para um bom desempenho em atletas de

futebol, então a importância deste estudo está baseada numa necessidade imposta

pelo futebol moderno. As exigências físicas e condicionantes estão cada vez mais

evidenciadas. Dentre as capacidades motoras a agilidade está diretamente

relacionada com o desempenho dentro de campo, o que representa um alto índice

de participação nos resultados positivos das equipes de futebol. Sabendo disso o

desenvolvimento das ações motoras como a agilidade é de grande importância

neste contexto. Avaliar a agilidade dos jogadores em função das diferentes funções

desempenhadas por estes é algo que se faz necessário de forma a auxiliar os

treinadores e preparadores físicos, no que diz respeito ao planejamento e utilização

desses dados em seus trabalhos. Assim, reitera-se a necessidade da execução

deste trabalho de pesquisa, uma vez que esses dados poderão colaborar com os

profissionais de educação física e de treinamento desportivo. Uma vez que o

treinamento de força e a agilidade estão diretamente relacionados ao cotidiano de

diversos profissionais de educação física em escolinhas de futebol, clubes,

academias ou ginásios.

1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivos Gerais

Verificar possíveis diferenças entre os níveis de agilidade em atletas de

futebol das categorias de base da Equipe Terra Vermelha Futebol Clube da cidade

de Londrina/PR, após a realização do treinamento com pesos, no período de onze

semanas de treinamento que visou melhorar esta capacidade física.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Força muscular

A força muscular é caracterizada pela habilidade do sistema nervoso de ativar

os músculos envolvidos em movimentos específicos. Durante o treinamento de

força, para que ocorra resposta aos estímulos, os músculos respondem através da

ação neural. A adaptação neural torna-se predominante durante as fases iniciais do

treinamento de força.

Os fatores neurais estão relacionados aos seguintes processos: aumento da

função neural no músculo (taxa de disparos e recrutamento) aumento da

sincronização das unidades motoras, incremento na ativação dos agonistas, redução

na ativação dos antagonistas, coordenação de todas as unidades motoras e dos

músculos envolvidos no movimento e inibição dos mecanismos musculares

protetores (órgãos tendinosos de Golgi).

O tipo específico de programa utilizado pode ser um dos mais importantes

fatores no ganho de força inicial devido a fatores neurais, porque os programas de

intensidade muito alta (> 90% de 1 RM), mas de baixo volume (baixo número de

séries), podem não ser adequados para se estimular o tamanho do tecido muscular.

Se um programa não promove aumentos de massa muscular, isso pode diminuir a

contribuição inicial dos fatores neurais no ganho de força e potência. Nas fases

iniciais de um treinamento de força de alta intensidade a maior contribuição dos

aumentos de força provém da ativação voluntária do músculo. Após esse período, a

hipertrofia muscular vem ser o fator predominante no incremento de força,

especialmente em homens jovens.

2.2 Força no futebol: Formas de manifestação

O futebol é uma modalidade de longa duração e, assim, seria considerado

uma atividade aeróbia se fosse uma atividade contínua e cíclica. Mas o futebol é

uma prática com esforços intermitentes acíclicos, que variam a cada lance do jogo.

Assim, existem momentos de sprints curtos, onde a via metabólica usada é a

anaeróbia alática e momentos de sprints longos, onde se usa a via metabólica lática.

(BARROS e GUERRA, 2004).

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Durante o jogo, o atleta usa da via metabólica aeróbia para a sua recuperação

nos intervalos de esforços, quando o mesmo está parado ou caminhando em

campo. No jogo de futebol, ocorrem atividades intermitentes, de alta intensidade,

como acelerações e mudanças de direção nas mais variadas ações dentro de

campo. Quaisquer mudanças de direções durante a corrida é causada por um

impulso externo a partir do solo e quanto mais rápida for a mudança de direção,

maior será a força aplicada em menos tempo de contato com o solo. Portanto, é

notável que uma melhora na força muscular, velocidade e agilidade são

fundamentais para o desempenho dos atletas durante uma partida. (WEINECK,

2003 LÓPEZ, 2000; EKBLOM, 1993; BANGSBO, 1994; KIRKENDALL, 1993;

BARROS E GUERRA, 2004)

A força no futebol é considerada um restritivo devido as suas diferentes

manifestações e o jogador de futebol necessita muito desse fator. O futebolista

depende da força em vários aspectos: como salto, chutes, lançamentos e

arrancadas; prevenção de lesões; manutenção da postura, entre outros. A força

explosiva, ou força rápida, é a mais importante para o jogador de futebol, e ela deve

ser correlacionada com a força máxima e resistência de força. Para o

desenvolvimento da força máxima, busca-se o que o futebolista mais usa, que são

os membros inferiores. Mas não se busca uma hipertrofia máxima, pois isso pode

acarretar em um aumento do peso do atleta, prejudicando a resistência aeróbia.

Para se aprimorar a coordenação intramuscular é usado no treinamento da força

rápida, o treinamento pliométrico, que consiste em um trabalho dinâmico que em um

só movimento se usam a força positiva e negativa (excêntrica e concêntrica). Esse

teste também é conhecido como teste de saltos, onde os saltos são modificados

periodicamente, podendo ser realizados com as duas pernas, maior e menor

distância, alturas diferentes, saltos para frente e para trás.

Um dos principais fatores para a melhora da impulsão vertical no atleta de

futebol, é a melhora na capacidade de força explosiva, melhora que também

aumenta, significativamente, a velocidade e a aceleração dos futebolistas.

Jogadores de alta performance, possuem maior proporção de força explosiva que

jogadores de divisões inferiores. Então, somente com treino de força integrado ao

jogo, é possível melhorias nos parâmetros da categoria de força explosiva.

A força explosiva é muito importante para tais atletas, e se trabalhar a

resistência de força explosiva, também é de grande importância, pois ela faz com

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que o jogador consiga agir com movimentos velozes em um longo período de tempo,

sem diminuição significativa na força do chute, salto ou arranque. Desenvolve-se

esse tipo de força geralmente em situações de jogo, como chutes a gol, mas de

forma dinâmica, de acordo com o método de repetição. Dependendo do estado

físico do jogador, deve-se variar as técnicas de treinamento de força, para não

diminuir o desempenho do atleta.

Então, a força explosiva, é de fato, quando se refere a força mais importante e

mais apontada em relação ao jogador de futebol, se analisarmos as forças de

movimentos numa partida de futebol. Exemplos do uso da força nas acelerações são

as finalizações, os saltos, as frenagens, as paradas brutas, as mudanças de direção,

e a fase inicial de corridas e saltos. O futebol é composto de ações explosivas e

dinâmicas, que exigem força rápida e resistência muscular. A força máxima também

é importante, mais muitas vezes ela é subestimada em relação aos seus métodos e

critérios para sua realização no treinamento, muitos atletas e técnicos tem uma visão

de que o treinamento de força máxima torna os jogadores mais pesados e lentos,

técnicos não conhecem ainda a relação entre o treinamento de força máxima e a

força explosiva, jogadores recusam o treinamento que não se assemelha com o

jogo, entre outros. A outra categoria de força necessária ao futebol é a resistência de

força. A formação da resistência de força tem um papel importante ao

condicionamento físico geral do jogador de futebol, especialmente em relação à

musculatura auxiliar (WEINECK, 2003). Para o desenvolvimento da resistência de

força, os métodos utilizados se diferenciam ao treinamento da força máxima e

explosiva. Assim, devem-se trabalhar os músculos abdominais e dorsais, que são

responsáveis pela postura corporal.

2.3 Treinamento de força muscular para crianças e adolescentes

A força é uma qualidade que permite ao músculo ou grupo de músculos

vencerem uma resistência ao movimento do qual ele é o agente motor. Diversos

fatores podem influenciar o desenvolvimento da força: sistema nervoso, raça, sexo,

tipo de fibra, freqüência de sessões de treinamento, alimentação entre outras

(ROCHA, 1978). A força envolve basicamente realizar exercícios contra uma

determinada resistência, que visa condicionar uma resposta fisiológica corporal para

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certa atividade a ser realizada, podendo ser recreativa ou específica, com um

objetivo a ser atingido (FLECK,1997).

A força muscular há muito tempo, vem sendo considerada um importante

componente da aptidão física. As pesquisas na musculação em crianças têm

investigado se o treinamento pode trazer benefícios ou não para a sua saúde,

crescimento e desenvolvimento. Alguns pesquisadores se opõem a esse tipo de

treinamento, nessa faixa etária, com argumentos como a falta de hormônios

específicos para aumentar a força muscular, falha no sentido de diminuir o risco de

lesões em outras atividades, e a probabilidade de que este treinamento possa

impedir o crescimento normal da criança. O treinamento de força em grupos do sexo

masculino, feminino e combinado nas diferentes faixas etárias evidenciaram que o

grupo pré-adolescente pode obter melhor desempenho, porém, os resultados

necessitam de maior clareza. O resultado do treinamento tende a variar de acordo

com a motivação dos participantes (OLIVEIRA; GALLAGHER; SILVA, 1995).

A criança parece não apresentar condições favoráveis ao desporto de

rendimento antes do fim da puberdade, podendo levá-la a desistência da prática da

modalidade. Sua força muscular pode ser efetivamente melhorada à custa dos

componentes coordenativos e de ativação neuromuscular. O treinamento de força

pode contribuir para a proteção do aparelho locomotor, reforçando-o e

robustecendo. Devem ser observados cuidados especiais com a coluna vertebral,

principalmente antes da puberdade.

A carga de treinamento deverá ser inferior à carga máxima, caso contrário,

poderá haver repercussão no crescimento, comprometendo o tecido ósseo.

O treinamento deverá respeitar as particularidades do crescimento da criança.

Os possíveis benefícios advindos do treinamento são, entre outros: Prevenção e

correção de deficiências posturais; estimulação biológica favorável ao crescimento e

desenvolvimento; aquisição de novas e mais complexas atividades técnicas

relacionadas às anteriormente desenvolvidas (RISSO; LOPES; OLIVEIRA, 1999).

Os cuidados com a sobrecarga se fazem necessários ao relacionar o

treinamento com o crescimento ósseo, pois este ainda não se encontra em sua

formação final. Crianças e jovens que praticam atividade física sem controle de

carga podem sofrer micro traumatismos na junção das unidades músculo-tendinosas

ao osso. Durante esse período, músculos, tendões e ligamentos são de duas a cinco

vezes mais fortes que suas inserções nos ossos, podendo resultar em inflamação ou

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lesão. Deve-se evitar: a técnica incorreta na realização dos exercícios (má execução

motora e/ou excesso de sobrecarga para um determinado número de repetições); a

ansiedade em querer fazer muito em pouco tempo, aumentando subitamente a

intensidade, não respeitando a individualidade biológica; a especialização precoce,

resultando em estresse mecânico sobre as estruturas músculo-tendinosas,

ligamentosas e ósseas. Lopes (2003) investigou as possíveis alterações epifisárias

ocorridas em função do treinamento de força muscular em pré-púberes, avaliadas

por pilosidade púbica. As crianças foram submetidas a um período de 4 semanas de

adaptação ao treinamento, e a 12 semanas de treino com sobrecarga a 80% do

Teste de 1-RM proposto por Roberts e Weider (1994). Foi realizado exame

radiológico nas articulações do cotovelo e joelho direito. Após o período de

treinamento, as crianças repetiram as avaliações radiológicas seguindo os

procedimentos iniciais, e os resultados indicaram não ter havido alterações das

epífises dos ossos longos.

Um dos objetivos dos exercícios deve ser a manutenção e a construção de

uma equilibrada estética corporal, com desenvolvimento harmonioso do corpo, com

a função de prevenção e compensação de danos e lesões no aparelho de suporte e

locomoção. Para isso, torna-se fundamental uma avaliação física prévia e avaliações

posteriores para obtenção de dados que possam dar rumo ao treinamento.

O treinamento de força pode favorecer ou limitar o nível de outras

capacidades físicas. Se o treinamento de base for adequado e bem conduzido, os

riscos serão praticamente nulos. Alguns princípios metodológicos devem ser

seguidos: a forma de trabalho deve ser compatível e atender o objetivo do

praticante; ter planejamento a longo prazo, objetivando formação motora sem pensar

em alto rendimento na idade infantil e juvenil; ter controle médico e avaliação

constante para minimizar o risco de lesão ou danos.

A fim de manter o equilíbrio muscular, faz-se necessário realizar o

aquecimento, que deve ser ativo e comportar as estruturas implicadas no

movimento, sem deixar de ter caráter geral; executar corretamente os exercícios;

realizar exercícios de alongamento, tanto na fase de aquecimento como na de

relaxamento; proteger a coluna vertebral e articulações, priorizando exercícios na

posição horizontal; fazer um rigoroso e sistemático controle médico-desportivo;

controlar a intensidade e a carga, evitando maximizá-la; não desprezar exercícios de

força estática, porém ter um controle da pressão arterial de todas as crianças;

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interromper o treinamento imediatamente após a sensação de dor. O

desenvolvimento inadequado da força tornará impossível a formação dos hábitos

motores. O potencial de uma pessoa para a elaboração da força muscular é

estabelecido ao nascer, pois cada um nasce com o número fixo de fibras musculares

e este continua inalterado por toda a vida. O treinamento aumenta a força muscular

assim como a inatividade a reduz. O desenvolvimento da força na pré-puberdade

não apresenta diferença entre os sexos.

Exercícios com sobrecarga adequada às possibilidades do organismo influem

favoravelmente na constituição física e melhoram a capacidade dos órgãos e

sistemas do organismo jovem (FIORESE, 1989).

Alguns preconceitos estão sendo derrubados em relação ao treinamento de

força muscular em crianças (OLIVEIRA; GALLAGHER, 1999; OLIVEIRA;

GALLAGHER, 1998; OLIVEIRA; GALLAGHER, 1997; OLIVEIRA; GALLAGHER,

1995), como o comprometimento do crescimento cartilaginoso, fraturas, lesões

crônicas e problemas lombares. A esse respeito, tem-se verificado que, com uma

adequada supervisão da sobrecarga, a incidência de lesão é praticamente nula. Os

problemas lombares podem ocorrer devido à hiperlordose que tende a se

desenvolver no período próximo à puberdade. Deve-se ter em mente, diante desse

quadro, quais são as prioridades para cada criança previamente avaliada.

Alguns custos podem inviabilizar o treinamento de força em crianças tais

como: equipamento, espaço e manutenção, custos nutricionais, médicos e

psicológicos. A quantidade de exercícios para se atingir os objetivos consome tempo

e envolve custos para gerar resultados. O treinamento deve ser supervisionado com

a adaptação dos equipamentos e controle da intensidade, duração e volume. O

supervisor deve estar atento ao nível de motivação e capacidade de atenção seletiva

da criança. O prazer pela prática, a alegria e descontração devem ser valorizados

nessa atividade. Um treinamento adequado pode proporcionar o aumento da força

muscular, por meio de um maior recrutamento de unidades motoras, da ativação

neuromuscular e da melhoria na coordenação motora; melhoria nos testes motores

de aptidão física e performance; melhoria no desempenho esportivo e diminuição na

ocorrência de lesões; aumento da força isométrica máxima em meninas entre nove e

dez anos e meninos entre onze e treze anos (a força aumenta naturalmente e pode

ser maximizada com o aumento da estatura em ambos os sexos); manutenção da

aptidão física relacionada à saúde; redução do estresse emocional e do tempo de

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recuperação de lesões, auxiliando na prevenção de doenças musculoesqueléticas

de longa duração; aumento da auto-estima, imagem e consciência corporal; melhora

nas medidas de composição corporal; diminuição da pressão sangüínea em

hipertensos; melhora nos níveis de lipídios no sangue e diminuição da quantidade de

gordura corporal; aumento na densidade óssea; aumento do tempo de fadiga

muscular e, consequentemente, diminuição da exaustão e lesões.

O treinamento deve ser elaborado e acompanhado por um profissional da

atividade física capacitado para este tipo de treinamento. O destreinamento ocorre

em adultos e em crianças e para a manutenção da força muscular, o treinamento

deve ser mantido. Os tipos de testes para a determinação do nível da força muscular

encontrados em alguns estudos são: isométrico, pesos livres, calistênico, isocinético,

pneumático e hidráulico (RISSO; LOPES; OLIVEIRA, 1999).

As formas de treinamento mais utilizadas envolvem o peso do próprio corpo

ou do companheiro, forma lúdica (jogos), sistematizada (musculação ou circuito) e

pesos livres. Fleck (1997) sugere que o treinamento de força com crianças deve

observar o prazer pela prática e a individualidade biológica, ter objetivo de promoção

da saúde, propiciar vivência motora e conscientização quanto à prática de atividade

física. Para a obtenção de bons resultados, é preciso utilizar técnicas adequadas,

adaptar o equipamento utilizado, observar medidas de segurança, definir o

acompanhamento constante de um profissional de atividade física, exame médico,

orientar a postura correta na execução dos exercícios e utilizar a respiração de

forma controlada inspirando na fase excêntrica e expirando na fase concêntrica.

Para a elaboração de um programa de treinamento de força sistematizado,

sugere-se que haja equilíbrio entre os exercícios escolhidos, devendo haver ao

menos um para cada grupo muscular. Observar a simetria na escolha dos exercícios

para cada grupamento muscular, selecionando exercícios que permitam o

desenvolvimento de uma ou várias articulações. A sobrecarga utilizada deve permitir

a execução de pelo menos seis repetições por série, o número de séries deve ser de

uma a três. O incremento da sobrecarga em cada exercício não deve ser superior a

5% (cinco por cento) do peso utilizado para um determinado número de repetições,

dependendo da idade da criança e da sua maturação psicológica. Cada sessão de

treinamento deve ser realizada com duração entre vinte e sessenta minutos,

devendo o treinamento ter a frequência de três vezes por semana. Deve-se utilizar,

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para a análise da sobrecarga, o Teste de Peso por Repetição Máxima (TPRM)

(ROBERTS; WEIDER, 1994).

2.4 Aspectos Fisiológicos do Treinamento com Sobrecarga

A ativação muscular é controlada pelo sistema nervoso. Um neurônio motor e

as fibras musculares por ele enervadas constituem a unidade motora. A unidade

neuromuscular é composta pelo músculo e seus nervos. A condução do impulso

nervoso se dá de forma contínua ou saltatória, dependendo do tipo da fibra

muscular. Apenas as unidades motoras recrutadas em um exercício produzem força,

e portanto sofrerão os efeitos das mudanças adaptativas com o treinamento.

A demanda colocada sobre o músculo determina a quantidade de tecido

muscular que é ativado para realizar o movimento e, assim, adapta-se ao

treinamento. Se uma unidade motora for ativada, todas as fibras musculares

pertencentes a ela estarão envolvidas na contração. Quanto mais unidades motoras

são estimuladas em um músculo, maior é a quantidade de força desenvolvida.

A força muscular tende a aumentar em função do crescimento e da

maturação da criança. Com o treinamento de sobrecarga, elas podem obter ganhos

significativos na força muscular através de um aumento na eficiência de

recrutamento das unidades motoras responsáveis pela contração muscular e

melhora na coordenação motora, sem alterações das medidas antropométricas

durante o período de treino (OLIVEIRA et al., 2003; CRESTAN et al., 2001).

Sugere-se a utilização do sistema de séries alternadas utilizado para

desenvolver resistência de força. Ele consiste na execução de um exercício para um

grupo muscular seguido por outro exercício para um grupo muscular em uma parte

diferente do corpo (alternância de grupos musculares). Isso permite descanso

parcial no grupo muscular recém treinado.

2.5 Agilidade

Vários autores propõem diferentes definições para agilidade. Baumgartner e

Jackson (1995), Johnson e Nelson (1979) e Stanziola e Prado (1982) a definem

como a capacidade de mudar rapidamente a direção do corpo ou de partes do

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corpo. Marins e Giannichi (1988) definem a agilidade como uma variável

neuromotora, caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção,

sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo o corpo ou parte

dele.

Outra definição é a de Costello e Kreis (1993), que conceituam agilidade

como a capacidade de mudar de direção sem perda de velocidade, força, equilíbrio

ou controle do corpo.

Dessa forma, existe uma correlação direta entre o aumento da agilidade e o

desenvolvimento do “timming”, ritmo e movimento atlético. Barrow e McGee (1978)

relacionam a agilidade à coordenação dos grandes grupos musculares do corpo em

uma atividade particular.

Ainda os mesmos autores afirmam que a agilidade é resultado de uma

capacidade inata, porém pode ser melhorada com o treino e a experiência.

De acordo com Hofmann (1987), a agilidade implica em coordenação motora

e mobilidade dos grupos musculares. A agilidade seria considerada dessa forma

uma capacidade motora coordenativa complexa muito importante nas atividades

esportivas e altamente dependente de capacidades motoras condicionais como

força e velocidade (THIESS, SCHNABEL & BAUMANN, 1980).

Alguns autores não citam diretamente a agilidade como capacidade

coordenativa, embora não deixem de ressaltar sua íntima relação com a

coordenação motora. Weineck (1991), por exemplo, fala da capacidade coordenativa

de adaptação e reorganização motora, onde seriam importantes a velocidade dos

processos de decisão e reorganização e a experiência do movimento. Greco e

Benda (1998) não falam diretamente da agilidade, mas mencionam as capacidades

coordenativas de diferenciação, ritmo e equilíbrio, as quais, como já foi descrito

anteriormente, têm total relação com a agilidade. Weineck (1999) descreve a

capacidade coordenativa de adaptação a variações, que seria a capacidade de

adaptar-se a uma nova situação durante um movimento devido a uma nova

percepção do meio ou das condições externas, de modo a completar este

movimento de outra forma. Dessa maneira, observa-se que cada autor tem sua

forma de descrever as capacidades motoras coordenativas, mas fica claro também

que a agilidade, por sua dependência da coordenação motora, ritmo e adaptação a

variações, deve ser incluída nesse grupo. Já que existe uma forte relação entre

autenticidade científica de um teste de agilidade as capacidades motoras

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coordenativas e as condicionais, a agilidade também depende em muito para sua

melhora do aprimoramento de fatores como força (especialmente a força rápida) e a

velocidade de deslocamento (CARVALHO, 1988; THIESS, SCHNABEL &

BAUMANN, 1980). Segundo Sale (1991), existem quatro razões para se testar a

agilidade: determinar sua relevância no desempenho, desenvolver o perfil do atleta,

monitorar o progresso do treinamento e monitorar a reabilitação de lesões. No caso

do futebol a agilidade torna-se importante, já que a modalidade esportiva

caracteriza-se pela capacidade do atleta de mudar de direção de forma rápida e

eficaz.

2.6 Treinamento da agilidade no futebol

A agilidade desenvolve-se por meio de exercícios que exigem uma inversão

rápida dos movimentos com participação de todo o corpo (KUNZE, 1987, p. 140).

Para os jogadores de futebol, o treinamento da agilidade é ótimo para melhorar os

níveis de habilidade (SCHMID; ALEJO, 2002). O treinamento da agilidade, durante a

pré-temporada, deveria ser realizado de duas a três vezes por semana e, durante a

temporada, uma ou duas vezes por semana (SCHMID; ALEJO, 2002). Segundo

estudo realizado por Cunha (2003), 57% das equipes de futebol da categoria juvenil

realizam um trabalho específico de agilidade. Isso pode ser explicado, pois muitos

preparadores físicos não distinguem o trabalho da velocidade com o da agilidade,

treinando as duas capacidades conjuntamente. A definição fornecida por Barbanti

(1996) para a velocidade acíclica, confirma essa afirmação, para o autor velocidade

acíclica também é conhecida como agilidade.

2.7 Conceito de crescimento e maturação

As crianças e adolescentes estão envolvidas, segundo Malina (2004), em três

processos que interagem entre si: crescimento, maturação e desenvolvimento.

Apesar de aparentemente estes termos parecerem semelhantes eles são, contudo,

fatores diferentes que estão presentes nas vidas das crianças e jovens,

aproximadamente nas duas primeiras décadas de vida.

O crescimento entende-se pelo aumento corporal, em tamanho, como um

todo e por partes. Segundo Stratton et al. (2004) o crescimento refere-se, em termos

biológicos, a uma combinação do aumento no número de células (hiperplasia –

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ocorre principalmente antes do nascimento) e do aumento do tamanho das mesmas

(hipertrofia – ocorre após o nascimento).

Apesar de apresentarem padrões de crescimento semelhantes, as diferentes

partes do corpo crescem a ritmos diferentes, resultando em alterações nas

proporções corporais momentâneas (Malina, 2004). À medida que a criança vai

crescendo, tende a tornar-se mais alta e mais pesada, aumentam também os

tecidos magros e gordos bem como que os órgãos aumentam em tamanho. As

diferenças que se encontram em termos de proporções corporais, causadas pelos

diferentes ritmos de crescimento do corpo, são visíveis por exemplo nos membros

inferiores.

As pernas crescem mais rapidamente que o tronco durante a infância, sendo

que a criança fica, momentaneamente, com um tamanho relativo dos membros

inferiores desproporcional para a sua estatura (Malina, 2004).

A maturação refere-se ao processo de desenvolvimento das diferentes

funções do organismo com vista à maturidade biológica. O “timing” (momento) e o

“tempo” (ritmo) de maturação são consideravelmente variáveis entre diferentes

indivíduos (Malina, 2004). O “timing” refere-se ao momento em que o evento de

maturação acontece, idade da menarca nas meninas e do aparecimento dos

primeiros pelos púbicos nos rapazes. O “tempo” refere-se ao ritmo dos progressos

da maturação, a velocidade em que o jovem passa pelo crescimento pubertário. A

maturação refere-se ao progresso para o estado maduro, sendo um conceito

operacional, já que cada estado de maturação varia conforme o sistema corporal

analisado.

O conceito de desenvolvimento, segundo Malina (2004) diz respeito à

aquisição de competências qualitativas (Stratton et al., 2004) e comportamentais,

isto é, a aprendizagem de comportamentos apropriados que são esperados pela

sociedade. À medida que a criança se envolve na vida em casa, na escola, no

esporte, etc., ela desenvolve-se em termos cognitivos, sociais, emocionais e morais,

aprendendo a comportar-se de uma forma culturalmente apropriada (Malina, 2004).

Os três processos, crescimento, maturação e desenvolvimento, ocorrem ao mesmo

tempo e interagem entre si.

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3 MÉTODOS 3.1 Amostra

O estudo foi realizado com os atletas da equipe Terra Vermelha Futebol Clube,

situado na cidade de Londrina/PR, nas categorias sub15 e sub17. Como critérios

iniciais de inclusão, os atletas deveriam ter idades entre 14 e 17 anos, todos

deveriam ser integrantes da equipe Terra Vermelha Futebol Clube e não terem

participado de um programa de TP nos últimos seis meses precedentes ao início do

presente estudo.

Todos os atletas, após serem informados sobre os procedimentos aos quais

seriam submetidos, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido para

participação no estudo.

Vale ressaltar que este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade Estadual de Londrina, de acordo com as normas da Resolução

196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres

humanos.

3.2 Medidas antropométricas

A massa corporal foi obtida em uma balança digital da marca Urano, modelo

PS 180, com precisão de 0,1 kg e a estatura foi determinada em um estadiômetro de

madeira, com precisão de 0,1 cm, de acordo com os procedimentos descritos na

literatura (GORDON, CHUMLEA e ROCHE, 1988). Todos os atletas foram medidos

e pesados descalços. A partir dessas medidas, o índice de massa corporal (IMC) foi

determinado pelo quociente massa corporal/estatura2, sendo a massa corporal

expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m).

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3.3 Teste de agilidade

Para avaliação da agilidade foi realizado o teste Shuttle Run (SR), no qual o

candidato deveria colocar-se em afastamento ântero-posterior das pernas, com o pé

anterior o mais próximo possível da linha de saída. Com a voz de comando:

"Atenção! Já!" o atleta iniciava o teste com o acionamento concomitante do

cronômetro. O atleta em ação simultânea, corria à máxima velocidade até os blocos

dispostos equidistantes da linha de saída à 9,14 metros de distância. Lá chegando, o

voluntário pegava um dos blocos e retornava ao ponto de partida, depositando esse

bloco atrás da linha.

Em seguida, sem interromper a corrida, partia novamente em busca do

segundo bloco, procedendo da mesma forma. Ao pegar ou deixar o bloco, o

candidato teria que transpor pelo menos um dos pés as linhas que limitavam o

espaço demarcado. O bloco não deveria ser jogado, mas sim, colocado ao solo. O

cronômetro era parado quando o candidato colocava o último bloco no solo e

ultrapassava com pelo menos um dos pés a linha final (AAHPER, 1976).

3.4 Protocolos de treinamento com pesos

Os atletas de ambos os grupos executaram seus respectivos protocolos de

treinamento, durante 11 semanas, a uma freqüência de 2 a 4 vezes por semana.

Essa freqüência, dentro de cada semana, sofreu variações devido aos jogos dos

quais os atletas participaram, de acordo com o agendamento dos mesmos. Porém, o

volume total de sessões, para todos os atletas foi de 36 sessões.

O protocolo foi dividido em duas fases, para ambos os grupos, sendo que a

fase um foi semelhante para ambos os grupos. Já na fase dois, o grupo 1 foi

submetido ao mesmo protocolo de treinamento com pesos para potência muscular

(POT) que o grupo 2, além disso foi acrescentado um protocolo de treinamento de

Exercícios Pliométricos e Específicos (EPE).

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1ª fase

Esta fase foi realizada em duas semanas, caracterizada como momento de

familiarização/preparação, e visou o aumento da resistência muscular, juntamente

com a melhora da execução dos exercícios. Os atletas iniciaram cada sessão com

um aquecimento de aproximadamente cinco minutos, o qual envolvia exercícios de

mobilidade articular geral e exercícios de alongamento na forma ativa. Na

seqüência, foram executadas 3 séries a 50% de 1RM, sendo cada série com 12 a 15

repetições, com velocidade de execução moderada, em forma de circuito, partindo-

se dos grandes grupamentos musculares para os pequenos.

Foram organizadas 10 estações, cada uma contendo um exercício, na

seguinte ordem: leg press, supino reto em banco horizontal, cadeira extensora,

puxada alta à frente, cadeira flexora, tríceps no pulley, flexão plantar sentada, rosca

direta de bíceps, abdominais e desenvolvimento lateral. Entre cada exercício foi

dado um descanso ativo e, entre as séries, um descanso passivo, ambos de 90

segundos.

2ª fase

Esta fase foi caracterizada como fase de desenvolvimento, na qual foram

necessárias nove semanas, visando o aumento da potencia muscular. No início de

cada sessão de treinamento foi realizado um aquecimento de aproximadamente

cinco minutos, o qual envolvia exercícios de mobilidade articular geral e exercícios

de alongamento na forma ativa. Na seqüência, foram executadas de 3 a 5 séries a

80% de 1RM, sendo cada série composta por 4 a 6 repetições, com velocidade de

execução rápida, nos seguintes exercícios, necessariamente nesta ordem: leg press,

supino reto em banco horizontal, cadeira extensora, puxada alta à frente, cadeira

flexora, tríceps no pulley, flexão plantar sentada, rosca direta de bíceps, abdominais

e desenvolvimento lateral, exercícios agrupados dois e dois (ex. leg press e supino

em banco horizontal), com descanso ativo entre exercícios, descanso 1’”30 entre as

séries completas.

O reajuste de carga foi efetuado a cada três semanas, sendo dado um

aumento de uma repetição e 5% na carga inicial.

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Exercícios Pliométricos e Específicos foram executados na quadra ao lado ou

mesmo no local quando o espaço estava disponível.

Exercícios Pliométricos e Específicos (EPE)

Este protocolo de treinamento foi especificamente desenvolvido para o grupo

POT + EPE, o qual realizou os seguintes exercícios:

* 5m de Skipping (velocidade rápida) + 5 m. em aceleração.

** 8 Saltitos agrupados + 3 saltos c/ cabeceio (p/ goleiros saída alta)

*** 3 Saltos grupado, saindo posição sentada, 3 saltos Pliométricos, saindo de

cima arquibancada do primeiro degrau da arquibancada.

3.5 Tratamento estatístico Inicialmente os dados foram submetidos à análise de distribuição, a fim de se

verificar a normalidade dos mesmos. A partir daí, os dados foram comparados por

meio de procedimentos paramétricos.

A estatística descritiva foi empregada para caracterização da amostra. Para a

análise dos dados referentes à potência muscular de ambos os grupos (POT vs

POT + EPE) antes e após as 36 sessões de treinamento (momento inicial vs

momento final), foi utilizada a análise de variância (ANOVA) para medidas

repetidas. O teste post hoc de Scheffé foi utilizado para a identificação das

diferenças específicas nas variáveis em que os valores de F encontrados foram

superiores ao critério de significância estatística estabelecido (P<0,05). Todos os

procedimentos foram realizados no software StatisticaTM 5.0®.

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4 RESULTADOS

A Tabela 1 traz as informações referentes às características físicas dos atletas

no momento inicial do estudo, subdivididos nos grupos POT e POT + EPE, além dos

escores acerca do teste de agilidade.

Não houve diferença significante entre os grupos em nenhuma das variáveis

analisadas no momento inicial. Para os resultados do teste motor (SR), não houve

diferença entre os grupos após o período de intervenção (11 semanas). O grupo

POT praticamente manteve seu tempo de execução no teste. Por outro lado, o grupo

POT + EPE apresentou ligeiro aumento no tempo de execução do teste (3%),

apesar de não significante.

Tabela 1. Características gerais dos grupos no momento inicial (M1) e final (M2) do

estudo (média ± desvio padrão).

POT (n = 9) POT + EPE (n = 7)

M1 M1

Idade (anos) 16,00 ± 1,12 16,20 ± 0,59

Massa corporal (kg) 66,23 ± 9,37 58,23 ± 8,01

Estatura (cm) 172,71 ± 9,58 169,50 ± 2,17

IMC (kg/m2) 22,12 ± 1,57 20,23 ± 2,43

M1 M2 M1 M2 Agilidade (SR) (s) 11,41 ± 0,60 11,40 ± 0,52 11,00 ± 0,33 11,41 ± 0,36

Nota: Nenhuma diferença estatisticamente significante inter e intra-grupos (P>0,05).

IMC = índice de massa corporal; SR = Shuttle Run.

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5 DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi verificar possíveis diferenças na agilidade

de atletas de futebol do sexo masculino, das categorias sub15 e sub17, após a

intervenção de 11 semanas, entre um programa de treinamento com pesos para o

desenvolvimento da potência muscular (POT) e um programa de treinamento com

pesos acrescido de um protocolo de exercícios pliométricos (POT + EPE).

De acordo com os resultados, não houve diferenças significantes entre os

grupos no desempenho do teste de agilidade (SR) após o período de intervenção.

Alguns pesquisadores têm sugerido a necessidade de relacionar o

desempenho em testes de força e potência muscular com o rendimento em testes

motores envolvendo a capacidade de aceleração e agilidade, pelo fato dessas

formas de manifestação da velocidade caracterizarem as ações motoras mais

freqüentes no jogo de futebol (HRYSOMALLIS, KOSKI, MCCOY & WRIGLEY, 2002;

MOREIRA JÚNIOR, ROCHA, PIMENTA & CHAGAS, 2003; YOUNG, JAMES &

MONTGOMERY, 2002).

Entretanto, investigar a relação entre o desempenho em parâmetros da força

muscular e a capacidade de aceleração e agilidade, deve considerar que os

jogadores de futebol raramente realizam corridas em que mudanças de direção não

estejam presentes (SANTANA, 2000). Este aspecto metodológico foi garantido na

presente pesquisa, na qual foi aplicado o teste de agilidade Shuttle Run (SR).

A comparação das médias das variáveis investigadas no teste de agilidade

Shuttle Run (SR), não mostrou diferenças significativas. Desta forma, neste estudo,

não foi verificada nenhuma relação entre o atleta do grupo 2 que foi submetido ao

protocolo de treinamento com pesos para potência muscular (POT), para o atleta do

grupo 1, que além do treinamento com pesos para potência muscular teve o

acréscimo do protocolo de treinamento de Exercícios Pliométricos e Específicos

(EPE). Estes resultados corroboram com os dados apresentados pelo estudo de

YOUNG, JAMES e MONTGOMERY (2002). Esses autores não encontram uma

correlação significativa entre a força máxima concêntrica uni e bilateral dos

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extensores do joelho medida através de um aparelho isocinético e o desempenho

em testes de aceleração em linha reta e com mudança de direção realizados na

distância de 8 m.

A possível explicação para os resultados citados acima pode estar

relacionada com a homogeneidade do perfil motor e fisiológico do grupo de

jogadores avaliados. Dois argumentos que poderiam justificar a semelhança no

desempenho da força muscular entre os membros seriam: a) as ações motoras

envolvendo acelerações, frenagens, mudanças de direção que acontecem durante

os treinos e jogos (D.OTTAVIO & CASTAGNA, 2002), que requerem a produção de

altos valores de força, seriam suficientes para evitar as possíveis diferenças e b) o

membro inferior de sustentação durante a execução das tarefas técnicas (chute,

passe) também é submetido a grandes exigências de força (ANJOS & ADRIAN,

1986). MOGNONI, NARICI, SIRTORI e LORENZELLI (1994) encontraram valores

significativamente maiores para o pico de torque dos extensores do joelho do

membro não-dominante quando comparado com o membro dominante. O torque foi

medido em um aparelho isocinético em quatro velocidades angulares diferentes,

sendo que a diferença foi verificada nas três maiores velocidades angulares

testadas. Outra explicação para a relação entre um determinado membro inferior

com um maior desempenho da capacidade de aceleração com a mudança de

direção pode ser o fato de que essa capacidade seja influenciada mais

significativamente por fatores como: a coordenação motora e técnica de movimento.

Alterações nos padrões de movimento dos segmentos corporais podem levar a uma

melhoria do desempenho na execução de uma tarefa, como mostrou o estudo de

ANDERSON e SIDAWAY (1994). Esses autores observaram mudanças nos padrões

de movimento do joelho e quadril na execução do chute da modalidade futebol após

20 sessões de treinamento. A melhoria do desempenho foi considerada como

resultado da modificação de aspectos da coordenação motora e não simplesmente o

aumento na velocidade de movimento como um todo. Dentro deste contexto, outro

aspecto que deve ser considerado é a especificidade das ações musculares que

ocorrem no teste de força muscular e no teste de agilidade utilizado neste estudo. As

ações musculares envolvidas no teste de agilidade são denominadas de ciclo de

alongamento-encurtamento. Neste ciclo ocorre uma contração concêntrica precedida

de uma contração excêntrica, resultando em aproveitamento de energia potencial

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elástica e otimização da fase concêntrica do movimento. Existem características

específicas desse tipo de ação muscular, sendo que o ciclo de alongamento-

encurtamento não é uma simples combinação de uma ação excêntrica com uma

ação concêntrica. Mecanismos auxiliares como o reflexo de estiramento e a pré-

inervação da musculatura envolvida são utilizados e contribuem para o aumento da

força na fase concêntrica do ciclo de alongamento-encurtamento (KOMI, 1992).

O ciclo de alongamento-encurtamento é uma ação muscular que não está

presente no teste de força muscular. Este teste está caracterizado por uma ação

muscular concêntrica.

É importante ressaltar que, os protocolos de testes utilizados fornecem

informações precisas e diferenciadas sobre a capacidade de agilidade e força

muscular de jogadores de futebol, especialmente no que diz respeito ao perfil

individual do atleta. Devido à pequena amostra, os valores estabelecidos como

normas de referência para os parâmetros de força muscular e agilidade propostos

possuem uma validade limitada, o que significa que estes valores de referência são

restritos a amostra deste estudo. Portanto, é necessário obter mais dados de atletas

com níveis de rendimento semelhantes pertencentes à mesma categoria

investigada, para que a aplicabilidade destes valores de referência seja sustentada

cientificamente.

A grande limitação do presente estudo consiste na falta de grupo controle. A

ausência deste grupo não permite afirmar que os resultados obtidos no presente

estudo foram oriundos apenas dos programas de treinamento de força, haja vista

que juntamente com o treinamento de força os indivíduos realizavam treinamento

técnico e tático. Todavia, a inclusão de um grupo experimental que não realize

treinamento de força é praticamente inviável dentro deste o desporto.

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5 CONCLUSÃO

De acordo com os resultados do presente estudo, não houve diferenças

significantes de desempenho no teste de agilidade (Shuttle Run) entre os atletas de

futebol das categorias sub15 e sub17, após 11 semanas de intervenção, tanto de um

programa de treinamento com pesos direcionado ao desenvolvimento da potência

muscular, quanto um programa de treinamento com pesos, também direcionado ao

desenvolvimento da mesma capacidade física, acrescido de um protocolo específico

de exercícios pliométricos.

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