UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE...
Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE ARTES – CEART
DEPARTAMENTO DE MÚSICA
CECÍLIA MARCON PINHEIRO MACHADO
MUSICALIZAÇÃO INFANTIL NO LAR SÃO VICENTE DE PAULA
Projeto e relatório de estágio para a disciplina de
Prática Pedagógica: Estágio supervisionado III da
sétima fase do curso de Licenciatura em Música do
Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa
Catarina, sob a orientação da Professora Áurea
Demaria.
FLORIANÓPOLIS, SC.
2008/I
2
SUMÁRIO
1 PROJETO DE ESTÁGIO.................................................................................. 04
INTRODUÇÃO (justificativa) ............................................................................. 04
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................... 06
1.1.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................... 06 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 06
1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................. 07
1.3 METODOLOGIA............................................................................................ 11
1.4 CRONOGRAMA............................................................................................. 12
BIBLIOGRÁFIA ................................................................................................... 13
2 RELATÓRIO DO ESTÁGIO ........................................................................... 15
2.1 PLANOS DE AULA ........................................................................................ 16
2.1.1 PLANO DA 1ª AULA.................................................................................... 17 2.1.2 PLANO DA 2ª AULA.................................................................................... 20 2.1.3 PLANO DA 3ª AULA.................................................................................... 22 2.1.4 PLANO DA 4ª AULA.................................................................................... 24 2.1.5 PLANO DA 5ª AULA.................................................................................... 26 2.1.6 PLANO DA 6ª AULA.................................................................................... 28 2.1.7 PLANO DA 7ª AULA.................................................................................... 30 2.1.8 PLANO DA 8ª AULA.................................................................................... 32 2.1.9 PLANO DA 9ª AULA.................................................................................... 33 2.1.10 PLANO DA 10ª AULA................................................................................ 35 2.1.11 PLANO DA 11ª AULA................................................................................ 36
2.2 RELATOS DAS AULAS ................................................................................ 38
2.2.1 RELATO DA 1ª AULA ................................................................................. 40 2.2.2 RELATO DA 2ª AULA ................................................................................. 42 2.2.3 RELATO DA 3ª AULA ................................................................................. 44 2.2.4 RELATO DA 4ª AULA ................................................................................. 47 2.2.5 RELATO DA 5ª AULA ................................................................................. 49 2.2.6 RELATO DA 6ª AULA ................................................................................. 52 2.2.7 RELATO DA 7ª AULA ................................................................................. 54 2.2.8 RELATO DA 8ª AULA ................................................................................. 56 2.2.9 RELATO DA 9ª AULA ................................................................................. 58 2.2.10 RELATO DA 10ª AULA ............................................................................. 60 2.2.11 RELATO DA 11ª AULA ............................................................................. 63
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 64
4
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
O presente projeto pertence à disciplina de Prática Pedagógica III, da sétima fase de
Licenciatura em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina. Esta disciplina prevê
quarenta e oito horas/aula ministradas pelo estagiário em espaços educativos diversos de
caráter público e comunitário, não formais, como ONGs, Igrejas, Associações
Comunitárias, Associações Culturais, Corporações musicais como corais e bandas, Projetos
Extra-curriculares nas escolas básicas, Projetos de Extensão da UDESC, entre outros.
De acordo com essa proposta, meu estagio se dará no Lar São Vicente de Paula,
localizado no bairro Centro em Florianópolis. Esta instituição acolhe crianças em medida
de proteção, crianças que tiveram seus direitos violados, seja por maus tratos, abuso, ou
trabalho infantil; e, cuja família foi denunciada. Nestes casos o juizado tira as crianças de
suas famílias e leva para o abrigo enquanto ocorre a investigação do caso. Moram no Lar
São Vicente de Paula crianças com até sete anos, com oito anos são encaminhadas a outro
abrigo que aloja crianças a partir de oito anos e jovens com até dezoito anos.
Este estágio se justifica pelas contribuições que a música como linguagem e
vivência pode trazer ao desenvolvimento integral da criança. A aula de música para estas
faixas etárias se propõe a contribuir não só com o desenvolvimento musical das crianças,
mas também social, afetivo, imaginário e o desenvolvimento da linguagem simbólica.
Até o presente momento o Lar São Vicente de Paula nunca teve oficina com aulas
de música, é possível que algumas crianças tenham algum tipo experiência musical na
creche ou escola, porém como nas regulamentações legais o ensino de artes se faz
obrigatório apenas de 5a a 8a série, as aulas de música na educação infantil e pré-escolar
são raras. Entretanto, entende-se que o ensino de música é muito importante para o
desenvolvimento infantil.
Os encontros acontecerão semanalmente no local onde todas as crianças residem.
Foi decidido que a aula de musicalização acontecerá nos sábados, porque neste dia todas as
crianças estão lá e não possuem atividades fixas. Algumas crianças passam o dia inteiro no
lar, porém, a maioria freqüenta escola ou creche durante o dia. As aulas durante a semana
5
teriam que acontecer num horário no final da tarde, depois que as crianças chegam da
escola. Esta idéia foi descartada porque elas chegam bastante exaltadas e cansadas. As
crianças terão uma aula hora todos os sábados, exceto os bebês, que terão aula diferenciada
e com carga horária reduzida por causa da idade.
Inicialmente, as vinte e duas crianças serão divididas em três turmas, uma com os
bebês, outra com crianças de dois a quatro anos, e a terceira com crianças de quatro a sete
anos. A aula será das 9 às 12 horas começando no dia 12 de abril com duração até dia 28 de
junho, podendo acontecer a realização de atividades extras, como um dia de integração
entre as turmas ou visita ao teatro para assistir apresentação musical em outros horários. O
Lar conta com duas salas grandes de TV, um parquinho e uma área externa coberta, estes
espaços poderão ser utilizados para a aula de música.
A temática musical na qual o projeto se embasa é a musicalização, com intuito de
oferecer experiências e vivências musicais que introduzam as crianças no mundo e
linguagem musicais. Através de jogos, brincadeiras, atividades de roda, de ritmo, usando
quadrinhas infantis, com percussão corporal, instrumentos alternativos, construção de
instrumentos, a prática musical através de canto em grupo e acompanhamento com
instrumentos, serão vivenciadas atividades que envolvem o desenvolvimento da fala, do
movimento, que desenvolvem percepção, habilidades musicais e de socialização.
O repertório será trabalhado com canto coral e se possível com acompanhamento
percussivo para que as crianças tenham uma vivência e um contato com instrumentos.
Pretende-se a inserção de exercícios de rítmicos que utilizem o corpo como fonte sonora e
instrumentos de percussão. Usaremos o canto como meio de chegar a uma prática
musicalmente rica, abordando-o de forma lúdica, através das canções. Farão ainda parte das
aulas atividades de relaxamento, alongamento corporal, e aquecimento vocal.
6
1 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL:
Musicalização oferecendo diversas experiências relacionadas com a música sejam
elas no campo da audição, percepção, prática, e criação.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Vivenciar uma prática vocal e instrumental;
• Experienciar atividades que relacionem música e movimento;
• Explorar os sons corporais bem como materiais sonoros alternativos e suas
múltiplas possibilidades musicais;
• Aprender rimas e lenga-lengas, quadrinhas recitativas, de onde são geradas
as estruturas rítmicas e melódicas;
• Vivenciar jogos e brincadeiras que desenvolvam a percepção e a
improvisação;
• Ouvir obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da
produção musical brasileira e de outros povos e países;
• Desenvolver repertório de canções brasileiras, além do repertório escolhido
pelos alunos;
• Explorar e desenvolver materiais e recursos técnicos para a confecção de
instrumentos musicais.
• Ampliar o contato com o repertório do patrimônio cultural;
• Estimular o aprendizado da linguagem musical e o interesse pela música;
• Reconhecer e utilizar, em contextos musicais, as diferentes características
geradas pelo som e pelo silêncio: altura (grave ou agudo), duração (curto ou
longo), intensidade (fraco ou forte), timbre (característica do som);
• Desenvolver a integração com o grupo, a expressão individual e a
socialização.
7
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Brito (2001), citando o educador musical Koellreutter, o professor deve
“[...] propiciar uma educação viva, adequada a cada época, a cada contexto, servindo-se da
música como um instrumento de educação” (p. 40). Nesse sentido, o papel dos estagiários
enquanto futuros educadores musicais deve primar pelo desenvolvimento integral do aluno,
não se limitando apenas a sua formação musical. Contudo, é de suma importância que a
música seja trabalhada como uma linguagem específica. Logo, a educação musical, ao
mesmo tempo em que contempla aspectos puramente musicais, deve visar a formação
global do aluno, situando-o em seu contexto social. Do mesmo modo, Hentschke e Del Ben
discutem essa formação integral.
Ressaltamos que buscar o desenvolvimento da linguagem musical ou da capacidade musical dos seres humanos não exclui, necessariamente, tratá-la como meio para desenvolver outras capacidades e competências gerais consideradas necessárias à atuação dos alunos no mundo paralelo e posterior à escola. (HENTSCHKE; DEL BEN. 2003, p. 183).
A pesquisadora em educação musical Joly explica que com aulas de musicalização a
criança pode desenvolver a capacidade de expressar-se de modo integrado, como quando
canta e ouve música realizando movimentos musicais, e diz que o canto é usado como
forma de expressão, além de ser um exercício musical (BRITO ,1998, apud JOLY 2003).
O termo ‘musicalização infantil’ adquire então uma conotação específica, caracterizando o processo de educação musical por meio de um conjunto de atividades lúdicas, em que as noções básicas de ritmo, melodia, compasso, métrica, som, tonalidade, leitura e escrita musicais são apresentadas à criança por meio de canções, jogos, pequenas danças, exercícios de movimento, relaxamento e prática em pequenos conjuntos instrumentais (BRITO ,1998, apud JOLY, 2003, p. 116).
O aprendizado da música está relacionado ao desenvolvimento de outras
capacidades muito importantes no crescimento da criança, como a percepção, a
comunicação, o próprio desenvolvimento musical, como experiência estética e linguagem
simbólica, além de propiciar a integração e socialização em grupo.
8
Canções, histórias, jogos e danças auxiliam o amadurecimento social, emocional, físico e cognitivo da criança. A música também é um meio de fazê-la participar de atividades em grupo e de incluir neste grupo crianças com diferentes graus de desenvolvimento, aproveitando no grupo o potencial de cada uma (JOLY, 2003, p.119).
Joly (2003) cita estudos realizados por Vikat (1996) que evidenciaram a relação
entre desenvolvimento musical e desenvolvimento intelectual. Ele afirma que o
desenvolvimento musical está atrelado a outros processos de cognição, “tais como o
desenvolvimento da memória, da imaginação e da comunicação verbal e corporal” (p. 113).
O mesmo autor fez estudos comparativos com crianças que tiveram aulas com
canções folclóricas e constatou grande desenvolvimento de diversas habilidades musicais e
extra-musicais.
(...) estas crianças apresentaram desenvolvimento melhor do que as outras no que diz respeito ao desenvolvimento da imaginação espacial, do pensamento lógico, da rapidez e exatidão da percepção auditiva. Portanto, no processo de aprendizagem musical é importante considerar o contato intuitivo e espontâneo que crianças têm com a música desde os primeiros anos de vida como um ponto de partida para o processo de musicalização (VIKAT apud JOLY, 2003, p.115).
Muitos autores como Brito (2003) defendem o trabalho com canto na educação
infantil. Segundo eles, este trabalho deve ser bastante lúdico, utilizar canções infantis,
folclóricas, e canções da música popular. Esta autora, em especial, fala que é importante o
cantar coletivo para desenvolver a percepção de se ouvir e ouvir o grupo. E continua
dizendo que, com o canto, “desenvolvemos também aspectos da personalidade, como
atenção, concentração, cooperação e espírito de coletividade” (BRITO, 2003, p. 93).
Para este trabalho vocal, a mesma autora levanta aspectos para se atentar na hora de
trabalhar com canto e cuidados que um professor deve ter por ser um modelo vocal para
seus alunos.
É importante que o trabalho vocal ocorra num ambiente motivador e descontraído, livre de tensões exageradas, que podem comprometer a qualidade da voz infantil. O educador deve considerar que, ao falar e cantar com as crianças atuará como modelo e um dos responsáveis por seu desenvolvimento vocal; assim, deve formar bons hábitos, tais como não gritar, não forçar a voz, interar-se da região (tessitura) mais adequada para que as crianças cantem, respirar tranqüilamente, manter-se relaxado e com boa postura (BRITO, 2003, p. 89).
9
Joly (2003) coloca que basta orientar e mostrar para criança como fazer que ela
aprenderá rapidamente. “Se for solicitada a cantar, por exemplo, perceberá, com alguma
orientação e pouca dificuldade, as diferenças entre cantar e gritar” (p.118)
Apontando para a mesma direção Ferreira (1991) caracteriza o ambiente da escola e
o mundo das crianças como “extremamente ruidoso, caracterizado por gritos, emissões
fortes, com muita tensão na região do pescoço, chegando a produzir, muitas vezes, uma
irritação nas cordas vocais”. Ela diz que as crianças, para dominar os ruídos ambientais,
costumam falar de “forma abrupta e com forte sonoridade, [...] deste modo, o abuso vocal
é freqüente em nossas crianças e a rouquidão, o sintoma mais comum”.(p.43)
A autora conclui dizendo que se mostram fundamentais atividades de tônus
muscular e exercícios respiratórios, além de um ambiente descontraído e tranqüilo. Desta
maneira preveniremos alterações vocais e, também, facilitaremos o aprendizado escolar.
Para um ambiente tranqüilo de aprendizagem e adequado a faixa etária e
desenvolvimento das crianças, vê-se necessário trabalhar música usando além de canções,
brincadeiras, histórias sonorizadas, exploração do entorno sonoro e jogos musicais.
Segundo FRANÇA e GUIA (2005), a utilização de jogos musicais que visam uma
realização musical consistente, desenvolta e consciente, está de acordo com a concepção
contemporânea da educação musical, “que prioriza o fazer musical ativo e criativo, bem
como o desenvolvimento integral da criança” (p. 11).
Além de desenvolver o pensamento abstrato, a criação espontânea, a socialização, o
jogo permite o acesso ao simbólico, ao imaginário (MOREIRA, 1996).
Brito (2007) afirma que “(..) é uma das características do ser humano: ter
estabelecido relações e desenvolvido formas de se relacionar com o mundo; criar formas
simbólicas para se expressar, para comunicar-se com sons, com cores, com movimento...”
(BRITO, 2007).
Zagonel (1999) coloca que os propósitos e os objetivos da educação musical devem
ser de fazer com que o aluno tome consciência do mundo sonoro, dos parâmetros do som,
do silêncio, dos ruídos. Sendo assim, é fundamental que a criança compreenda as noções
sonoras antes mesmo de verbalizá-las ou escrevê-las, e uma maneira de fugir apenas da
transmissão de técnicas e teorias é o jogo.
10
A autora diz que o jogo é importante na educação musical por ser uma ação, uma
atividade. Os jogos de imitação, de reconhecimento, de reprodução, são importantes para a
aquisição de noções novas; graças e eles, a criança pode reiterar a experiência vivida tantas
vezes quantas desejar, e assim transformá-la em algo habitual.
O contato da criança com a música pode enriquecer a sua experiência de inúmeras
formas.
Se o professor tocar ou cantar diversas músicas em diferentes situações durante todo o dia escolar, a criança assimila outras situações de aprendizagem, tais como habilidades sociais e estruturas de linguagem. As crianças são sempre aprendizes por inteiro, elas aprendem um pouco de cada coisa cada vez que têm oportunidade. Assim como assimilam os sons oriundos do processo de aprendizagem da linguagem, elas também aprendem os sons musicais experimentando-os como parte do ambiente onde estão. (JOLY 2003, p. 118).
A autora ainda fala sobre a importância de prestar atenção nos sons do ambiente,
para desenvolver senso crítico; e, em fazer um “pacote de canções” para que a música
esteja presente em diversos momentos para brincar de dirigir carros, a celebrar aniversários,
porque isso facilita a cumplicidade professor aluno, que é um fator importante para
aprendizagem.
Para vivenciar música em sala de aula ela destaca os seguintes procedimentos:
cantar junto com os alunos, ouvir e gravar canções executadas por eles, dançar com as
crianças enquanto ouvem música; tocar um instrumento ou colocar gravações enquanto
fazem outra atividade ligada ao conteúdo musical. (Joly, 2003, p. 116)
Mársico (2003) afirma que a criança de 3 a 6 anos vive mais sensorialmente que
crianças maiores, por isso é importante desenvolver neste período esse tipo de percepção
auditiva.
11
3 METODOLOGIA
A estruturação das aulas deverá obedecer no mínimo três momentos
diferentes, são eles execução musical, criação e apreciação. A execução abrange o
canto, a exploração de sons corporais, de instrumentos, a criação, momentos onde a
escolha e a criatividade farão parte da atividade e a apreciação engloba a audição de
gravações ou apresentações musicais. Esta divisão tem como base o modelo de
Swanwick, que ele chama de “TECLA”. Este modelo defende que a aquisição do
conhecimento musical se dá essencialmente através das suas vivencias práticas,
complementadas através dos conhecimentos técnicos e literários sobre a música. Os
cinco parâmetros que constitui este modelo são: técnica, execução, composição,
literatura e apreciação. Técnica e literatura correspondem a conhecimentos sobre
música e servem de apoio aos outros três parâmetros, que se referem aos
conhecimentos de música.
Nossa escolha também se baseia na metodologia proposta pelos Parâmetros
curriculares nacionais (PCN), que concorda com o modelo TECLA em sua proposta
triangular que divide a aula em performance (execução, criação e técnica),
apreciação e contextualização histórica.
12
4 CRONOGRAMA 12/04 – Observação do grupo em atividade lúdica, oferecida por voluntários da instituição.
19/04 – 1ª aula – atividade para apresentação das crianças, atividades que envolvam sons
corporais.
26/04 – 2ª aula – Recapitulação, quadrinha e músicas da aula anterior, pesquisa do entorno
sonoro, apresentação de fontes sonoras diversas e música nova para canto.
03/05 – 3ª Aula - Atividades musicais e vivência de canções
10/05 – 4ª Aula - Atividades musicais e vivência de canções
17/05 – 5ª Aula - Vídeo “Pedro e o Lobo” e “O Namoro Proibido”
24/05 – 6ª Aula - participação de músicos convidados para demonstração dos instrumentos
e apresentação de músicas.
31/05 – 7ª Aula - Construção de instrumentos
07/06 – 8ª Aula - Construção de instrumentos, pequeno ensaio de músicas conhecidas para
apresentação para o próprio grupo, com instrumentos confeccionados.
14/06 – 9ª Aula - Atividades musicais e vivência de canções, pequeno ensaio de músicas
conhecidas para apresentação para o próprio grupo, com instrumentos confeccionados.
21/06 – 10ª Aula / Atividades musicais e vivência de canções, pequeno ensaio de músicas
conhecidas para apresentação para o próprio grupo, com instrumentos confeccionados.
28/06 – 11ª Aula - Dia da atividade de final do semestre musical: Apresentação de músicos
convidados em um dia planejado para tal atividade, onde as crianças também apresentarão
músicas escolhidas por elas mesmas acompanhadas por instrumentos confeccionados.
13
BIBLIOGRAFIA
BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Peirópolis, 2001.
BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2a edição, 2003.
BRITO, Teca A. Entrevistada por Maria I. M. P. Miranda e Marta K. Kaku. In: Cadernos Tocando e Cantando, ano 1, n°1, 2007. BRITO, Teca Alencar. In: referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília:MEC/SEF, 1998, v.3, pg 45-79. CUNHA, Suzana Raangel Vieira da (org.). Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 1999. 130 p.
FERREIRA, Leslie Piccolotto (org). O Fonoaudiólogo e a escola. São Paulo: Summus, 1991.
FRANÇA, Cecília Cavalieri. Para fazer música. Belo Horizonte: Editora UFMG (Coleção Música Editada), 2008. 127 p. GUIA, Rosa Lúcia dos Mares; FRANÇA, Cecília Cavalieri. Jogos Pedagógicos para Educação Musical. Belo Horizonte, editora UFMG, 2005. 245 p.
HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana (orgs). Ensino de Música propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003.
HENTSCHKE, Liane; SOUZA, Jusamara (orgs). Avaliação em música: reflexões e práticas. São Paulo: Moderna, 2003. HORTÉLIO, Lydia (Pesquisa e Direção). Abra a roda tin dô lê lê. CD e Livro de brincadeiras. ILARI, Beatriz. A música e o desenvolvimento da mente no início da vida: investigação, fatos e mitos. In: Anais do 1° Simpósio Internacional de Cognição e Artes musicais. Curitiba de 31 de março a 3 de abril de 2005. Editores: Maurício Dottori, Beatriz Ilari, Rodolfo Coelho Souza. Curitiba: DEARTS – UFPR. ILARI. Beatriz Senoi (org.). Em busca da mente musical: ensaios sobre os processos cognitivos em música – da percepção à produção. Curitiba: Ed. da UFPR, 2006. 454 p.
14
JOLY, Ilza Zenker Leme. Educação e Educação Musical: conhecimentos para comprender a criança e suas relações com a música. In: HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana (orgs). Ensino de Música propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003.
JORGENSEN, Estelle R. In Search of Music Education. University of Illinois Press, U.S.A, 1997.
MÁRSICO, Leda Osório. A criança no mundo da música: uma metodologia para educação musical de crianças. Porto Alegre: Rígel, 2003. MOREIRA, Paulo Roberto. O jogo como expressão de liberdade. In: Psicologia da educação Interação e Identidade. 2ª ed. São Paulo: FTD, 1996. (Coleção aprender e ensinar).
MOURA, Ieda Camargo; BOSCARDIN, Maria Teresa T.; ZAGONEL, Bernadete. Musicalizando crianças – teoria e prática na Educação Musical. São Paulo: Editora Ática, 1989.
MOURA, José Adolfo (Coordenação Geral).Projeto Musica na Escola, v.1. Livro do Professor. - v.2. Livro dos instrumentos. - v.3. Livro dos jogos. - v.4. Livro das canções. v. 5. Livro dos textos. Minas Gerais, secretaria do Estado da Educação, 1999. ZAGONEL, Bernadete. Em direção a um ensino contemporâneo de música. In: Periódico do Programa de Pós-Graduação em Música da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. Salvador, dez. 1999.
17
PLANO DA 1ª AULA Para crianças de 02 a 6 anos Dia 19/04/08 Objetivo Geral: Experimentar sons corporais e desenvolver percepção e discriminação de timbres diversos. Objetivos Específicos:
• Vivenciar atividade de apresentação do grupo; • Experimentar reconhecer e criar sons através da percussão corporal; • Exercitar coordenação, e brincar com movimentos do corpo, através de jogos e
brincadeiras; • Desenvolver a atenção e percepção para discriminação auditiva de timbres diversos; • Aprender nova canção.
Conteúdos: Ritmo, timbre, melodias, e parlendas. Atividades e Metodologia:
A aula começará com as atividades em roda.
Atividade introdutória (para crianças maiores): “Rap dos nomes” – percussão corporal
como base rítmica para cada um falar o seu nome.
Apresentação dos nomes (dos alunos e das professoras) incentivando as crianças a baterem
palma e brincar com as diferentes formas de se falar o próprio nome. Entre cada criança
apresentada, todos cantam juntos a música “Passe a bola” do folclore brasileiro, segue letra
e cifra.
18
Atividade 1: Trabalharemos os timbres das outras partes do corpo. No primeiro momento
explorando as possibilidades sonoras, em seguida todos repetindo os sons descobertos.
Depois iremos propor algumas frases rítmicas com os sons descobertos.
Ainda sobre a associação das sílabas de cada palavra com o ritmo e os timbres do corpo
será utilizada a parlenda “Macaca Sofia” onde para cada frase haverá uma proposta de
timbre corporal diferente. Segue a letra: Meio dia, Macaca Sofia, panela no fogo, barriga
vazia.
Atividade 2: Audição da gravação do cd Lenga la lenga da versão desta mesma parlenda
Atividade 3: Proporemos a canção “Agora eu quero ver”, que se trata de uma canção que
convida as crianças a realizar movimentos, facilitando o diálogo com o seu próprio corpo.
Em movimento com o ritmo da música tocada ao violão, as crianças deverão mexer cada
parte do corpo, além de, se for possível, emitir algum som com esta parte.
Mexer os braços/ pernas/ cabeça/ ombro/ tronco /olhos / língua
Bater palmas/ pé/ estalando os dedos/ estalando a língua/
19
Atividade 4: Audição de uma música do grupo de percussão corporal Barbatuques
Atividade 5: Apresentaremos e ensinaremos uma nova música “Bom dia começa com
alegria”, que pretendemos cantar no começo das próximas aulas.
Recursos: Aparelho de som, corpo de cada aluno, violão, canto.
Discografia: CD Lenga La Lenga: Brincadeiras de mãos e copos – Sérgio Freitas e
Viviane Beineke, e CD O seguinte é esse – Barbatuques.
20
PLANO DA 2ª AULA Para crianças de 02 a 6 anos Dia 26/04/08 Objetivo Geral: Estimular a audição dos sons do entorno sonoro, a percepção de timbres e
experimentação e reconhecimento de diferentes fontes sonoras.
Objetivos Específicos: • Desenvolver percepção do entorno sonoro;
• Experimentar objetos sonoros cotidianos;
• Praticar reconhecimento de fontes sonoras;
• Desenvolver a atenção e percepção para discriminação auditiva de timbres diversos;
• Aprender nova canção.
Conteúdos: Ritmo, timbre, melodias, e fontes sonoras.
Atividades e Metodologia:
A aula terá início com as crianças reunidas em roda, sentadas, cantando a música “Bom dia
começa com alegria” acompanhada pelo violão.
Atividade 1: Mostraremos a “Mala misteriosa dos sons”, uma caixa que conterá objetos de
diversos timbres. Sem mostrar a fonte sonora, exploraremos o som retirado de cada objeto e
os alunos tentarão perceber que objeto foi tocado. No próximo momento, cada aluno terá
consigo um determinado objeto do qual explorará meios de se tirar som (amassando,
batendo, raspando, soprando...).
21
Atividade 2: Acompanhar, batendo o pulso, algumas músicas do CD Lenga La Lenga
como “Pião entrou na roda” com os instrumentos da “mala misteriosa dos sons”.
Atividade 3: Com o auxílio de um cd de variados sons, faremos uma atividade de
percepção auditiva e reconhecimento de fontes sonoras.
Atividade 4: Conto sonoro “A casa sonolenta” com participação dos alunos.
Atividade 4 (para crianças maiores): Jogo musical “Adivinhe que som é este” para
adivinhar timbres distribuídos no espaço.
Atividade 5: Para finalizar a aula ensinaremos a música “Canto de um povo de um lugar”
de Caetano Veloso:
Recursos: Aparelho de som, corpo de cada aluno, violão, canto, objetos que produzem
sons, assim como: molho de chaves, raio-x, papel, clavas, chocalho, apito com som de
pássaro, latas, copo e colher, caxixi, ganzás, pau de chuva. Livro A casa sonolenta, Audrey
Wood e Don Wood, editora Ática.
Discografia: CD Lenga La Lenga: Brincadeiras de mãos e copos – Sérgio Freitas e
Viviane Beineke, CD Palavra Cantada Cantigas de Roda
22
PLANO DA 3ª AULA Para crianças de 02 a 6 anos Dia 03/05/08 Objetivo Geral: Desenvolver percepção de diferenças de andamento, experenciar
atividades de ritmo com palavras e como acompanhamento musical.
Objetivos Específicos:
• Experimentar corporalmente diferentes andamentos;
• Praticar audição de músicas variadas;
• Exercitar ritmos corporais simples;
• Conversar sobre sons de animais;
• Aprender nova canção.
Conteúdos: Andamento, pulso, ritmo, Atividades e Metodologia:
Começar com a música “Bom dia começa com alegria” dirigindo-se até o local da aula.
Atividade 1: Audição de músicas com andamentos diferentes e com temas relacionados
com bichos. Incluindo as canções já trabalhadas que serão cantadas e tocadas no violão.
Experimentar caminhar no pulso de cada música, estimulando que as crianças falem sobre o
caráter de cada andamento. Ex.: alegre, devagar, triste...
Musicas do CD Arca de Noé: O pato (faixa 2); Corujinha (faixa 3); A foca (faixa 4); A
pulga (faixa 6); A casa (faixa 9).
Atividade 2: Eco rítmico – professoras propõe pequenos ostinatos e as crianças repetem
com percussão corporal. Em seguida, associamos alguns ostinatos junto a parlenda Macaca
Sofia, podendo-se ouvir a gravação desta parlenda no CD Lenga la lenga.
Atividade 3: Ecos rítmicos simples com instrumentos.
Atividade 4: Iremos mostrar o livro “Vida na selva” com figuras e descrição dos bichos da
selva. Audição do cd com exemplos sonoros do ambiente. Incluindo sons de animais.
Atividade 5: Hora do conto, história para sonorizar “O pingo d’água” (para crianças
maiores) e “A História do Gato” (para os menores).
23
O Pingo d’água
“Era uma vez um pingo d’água Ora caía sobre a pedra Ora sobre a terra Estava muito sozinho quando outro pingo veio com ele se encontrar Depois outros pingos d’água vierem juntar-se a eles E quando já eram muitos pingos d’água, começaram a correr pelo chão, pulando pedras, por entre os gravetos e folhagens, subindo e descendo. Formaram então, uma grande poça d’água onde os passarinhos vieram matar a sede”.
Atividade 6: Cantar em grupo com o acompanhamento do violão as músicas “O Pato”,
“Sopa do neném” e “Canto de um povo de um lugar”.
Recursos: Aparelho de som, corpo de cada aluno, violão, canto e livros: Vida na selva.
NAYER, Judy. Ilustrado por Grace Goldberg. McClanahan Book Company, Inc., 1992. A
história do gato. ROBB, Jackie; STRINGLE, Berny. Ilustrado por Karen Duncan e
Samantha Stringle. Tradução de Luciano V. Machado. Editora Ática, 2003.
Discografia: CD A Arca de Noé – Vinícius de Moraes e vários artistas; CD Lenga La
Lenga: Brincadeiras de mãos e copos – Sérgio Freitas e Viviane Beineke.
24
PLANO DA 4ª AULA Para crianças de 02 a 6 anos Dia 10/05/08 Objetivo Geral: Aprender algumas músicas do Boi-de-mamão, cantar em grupo.
Objetivos Específicos:
• Aprender músicas do Boi-de-mamão;
• Desenvolver um teatro de fantoches sobre o tema do “Boi de Mamão” e cantar as
canções relacionadas com esta manifestação popular;
• Desenvolver a atenção e percepção para discriminação auditiva de timbres diversos;
• Praticar a idéia de pulso presente nas músicas trabalhadas;
• Desenvolver ostinatos rítmicos simples.
Conteúdos: Ritmo; timbre; melodias; pulso; representação de personagens populares
Atividades e Metodologia:
Começar com a música “Chamada do Povo” dirigindo-se até o local da aula.
Atividade 1: Iniciar com a apresentação do teatro de fantoches sobre o tema do “Boi de
Mamão”, executando as canções relacionadas.
Atividade 2: Propor que as crianças aprendam algumas canções do “Boi de Mamão” ora
tentando estimular o canto, vivenciando o pulso batendo palmas e caminhando, ora
acompanhando ostinatos rítmicos com percussão corporal.
Atividade 3: Propor o jogo do chocalho da memória, onde haverão chocalhos iguais
preenchidos com materiais diferentes, e as crianças, depois de explorá-los, deverão
adivinhar o que tem dentro deles.
Atividade 4: Execução das músicas do “Boi de Mamão” e das músicas conhecidas, com a
utilização de chocalhos.
Atividade 5: Desenvolver jogos musicais onde os elementos: dinâmica, andamento,
expressão, ritmo, como jogo do morto-vivo para dinâmica e caminhar em diferentes
andamentos.
25
Recursos: Corpo de cada aluno; violão; canto; Aparelho de som; fantoches dos
personagens do “Boi de Mamão”.
Discografia: Boi de Mamão: Grupo Folclórico Infanto – Juvenil do Porto da Lagoa
26
PLANO DA 5ª AULA Para crianças de 02 a 6 anos Dia 17/05/08 Objetivo Geral: Associar imagem e som de instrumentos. Iremos apresentar os
instrumentos por meio do filme “Pedro e o Lobo”, de gravações com exemplos
instrumentais, gravuras, além da exploração dos instrumentos já apresentados.
Objetivos Específicos:
• Conhecer alguns dos instrumentos de orquestra;
• Desenvolver a atenção e percepção para discriminação auditiva de timbres de
instrumentos;
• Praticar a idéia de pulso presente nas músicas trabalhadas;
• Cantar as canções relacionadas com a manifestação popular “Boi de Mamão”
trabalhadas na aula anterior;
• Vivenciar brincadeira musical em grupo.
Conteúdos: Timbre; instrumentos de orquestra; melodias; pulso;
Atividades e Metodologia:
Começar com a música “Bom dia começa com alegria” dirigindo-se até o local da aula.
Atividade 1: Assistir o filme “Pedro e o Lobo” com intervenções para comentários sobre os
instrumentos.
Atividade 2: Assistir uma parte do filme sem o áudio e sonorizar os personagens e outros
sons possíveis.
Atividade 3: Jogo musical “Identificando os sons”, cada criança de maneira que não seja
vista, toca um instrumento e todos devem adivinhar qual é. Essa brincadeira pode ser feita
também para identificar a voz das crianças.
Atividade 4: Audição e reconhecimento através de figuras de instrumentos pelo cd de
Hélio Ziskind e as faixas “passarinho que som é esse?” e cd com exemplos instrumentais.
27
Atividade 5: Brincadeira “História da Bernunça” – Forma-se uma fila indiana de crianças
que cantam, sibilando os "esses": “Essa é a história da Bernunça, que desceu o morro para
procurar um pedaço do seu rabo, você também, você também, é um pedaço, um pedação do
meu rabão!” Conforme cantam, pegam outras crianças e adicionam ao final da fila, para
compor o rabo da Bernunça.
Atividade 6: Recapitulação de músicas do “Boi-de-mamão”, “Cantiga da Bernunça”,
“Cantiga do Boi”, enfatizando o refrão a ser repetido pelas crianças.
Recursos: Violão; canto; figuras de outros instrumentos musicais e de uma formação de
orquestra e banda; DVD “Pedro e o Lobo”; aparelho de som; fantoches dos personagens do
“Boi de Mamão”.
Discografia: Boi de Mamão: Grupo Folclórico Infanto-Juvenil do Porto da Lagoa; Meu pé
meu querido pé – Hélio Ziskind.
28
PLANO DA 6ª AULA Para crianças de 02 a 6 anos Dia 23/05/08 Objetivo Geral: Resgatar instrumentos aprendidos e seus sons e identificar sons de
animais.
Objetivos Específicos:
• Relembrar sons dos instrumentos e animais de “Pedro e o Lobo”;
• Identificar sons de instrumentos e animais através de audição;
• Aprender música nova relacionada com movimentos;
• Exercitar audição de música instrumental.
Conteúdos: Timbre; instrumentos; melodias; pulso; sons de animais.
Atividades e Metodologia:
Iniciar a aula cantando a música “O Pato”.
Atividade 1: Resgatar, com uma conversa, o filme “Pedro e o Lobo” destacando os
personagens e seus sons.
Atividade 2: Propor um jogo da memória com alguns personagens do filme. Relacionando
as figuras observadas com seus timbres.
Atividade 3: Apresentar a letra da música “A casa” associada com gestos. Em seguida
cantaremos esta canção acompanhada de violão e flauta doce. Depois, com um chocalho,
cada criança irá acompanhar a música.
Atividade 4: Audição de diferentes instrumentos a partir de exemplos de dois trabalhos em
que se destaca o timbre particular deles. Relacionaremos os instrumentos com as figuras
expostas na sala.
Atividade 5: Conto sonoro: “Chiquinho, o pintinho”. A história de um pintinho que deseja
conhecer a Barra da Lagoa, e no caminho conhece vários animais que o ajudam a chegar no
seu destino.
Atividade 6: Audição de uma música instrumental do CD de André Mehmari, faixa 8 –
“Uma valsa em forma de árvore”.
29
Terminar a aula cantando a música “Bom dia começa com alegria”.
Recursos: Violão; canto; aparelho de som; chocalhos.
Discografia: CD A Arca de Noé – Vinícius de Moraes e vários artistas; CD Lachrimae –
André Mehmari.
30
PLANO DA 7ª AULA
Para crianças de 02 a 6 anos Dia 31/05/08 Objetivo Geral: Conhecer melhor a flauta e violoncelo e aprender brincadeiras de roda
Objetivos Específicos:
• Conhecer melhor a flauta e o violoncelo, por meio de audição com músicas já
familiares;
• Identificar alguns dos instrumentos de orquestra por meio dos filmes;
• Desenvolver a atenção e percepção para discriminação auditiva de timbres de
instrumentos;
• Praticar a idéia de pulso presente nas músicas trabalhadas;
• Desenvolver brincadeira em grupo, por meio de cantigas de roda.
Conteúdos: Timbres de instrumentos; melodias; pulso.
Atividades e Metodologia:
Atividade 1: Assistir os filmes “Namoro proibido” e “Orquestra maluca”.
Atividade 2: Apresentar os instrumentos das professoras violoncelo e a flauta transversal
tocando as músicas já conhecidas pelas crianças: “Bom dia”, “Canto de um povo de um
lugar”, “Sopa do neném”, “Chamada do povo”, “Cantiga do boi”, “O pato”, “A casa”.
Incentivar as crianças para cantarem junto com os instrumentos.
Atividade 3: Propor brincadeiras de roda. A primeira brincadeira será com a música “Da
abóbora faz melão”. Em roda todas as crianças giram caminhando no pulso para o mesmo
lado na primeira estrofe e na segunda, parados, todos imitam uma senhora mexendo uma
panela. Na terceira, primeiro batem-se colcheias com as palmas, e, na hora de descrever o
que faz o Juquinha, as crianças devem fazer o que diz a música.
“Da abóbora faz melão do melão faz melancia. Da abóbora faz melão do melão faz melancia.
31
Faz doce, Sinhá. Faz doce, Sinhá. Faz doce, Sinhá Maria. Faz doce, Sinhá. Faz doce, Sinhá. Faz doce, Sinhá Maria. Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha. Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha. Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha. Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha”.
A segunda brincadeira de roda será com a música “A caminho de Viseu” do folclore
Português. Na primeira estrofe todos caminham de mãos dadas no pulso para um sentido,
na segunda devem mudar para o sentido oposto. Na terceira estrofe, sem dar as mãos, cada
criança deve, caminhando de lado, na primeira frase dar dois passos para direita, depois na
segunda dar dois para a esquerda e repetir. Por último, na primeira frase da quarta estrofe
todos juntos se aproximam indo para o centro da roda, e na segunda se distanciam
novamente.
“Indo eu, indo eu, A caminho de Viseu Indo eu, indo eu, A caminho de Viseu Encontrei o meu amor Ai, Jesus, que lá vou eu Encontrei o meu amor Ai, Jesus, que lá vou eu Ora zuz truz truz Ora zas traz traz Ora zus truz truz Ora zaz traz traz Ora chega, chega, chega Ora arreda lá pra trás Ora chega, chega, chega Ora arreda lá pra trás”.
Recursos: Violão; violoncelo, flauta transversal, canto; DVD “A orquestra maluca” e
“Namoro proibido”.
Discografia: CD Boi de Mamão: Grupo Folclórico Infanto – Juvenil do Porto da Lagoa;
CD Pandalelê – Brinquedos cantados – Palavra Cantada; CD A Arca de Noé – Vinícius de
Moraes e vários artistas.
32
PLANO DA 8ª AULA
Para crianças de 02 a 6 anos Dia 07/06/08 Objetivo Geral: Exercitar diferentes dinâmicas e aprender músicas novas.
Objetivos Específicos:
• Distinguir e exercitar diferentes dinâmicas e diferentes maneiras de cantar;
• Aprender músicas novas;
• Praticar atividades em grupo;
• Vivenciar atividades com instrumentos de percussão.
Conteúdos: Dinâmica; melodias; pulso; ritmo.
Atividades e Metodologia:
Começar com a música “Bom, dia começa com alegria” dirigindo-se até o local da aula.
Atividade 1: Introduzir as músicas novas “Marinheiro só”, “Peixinhos do mar” enfatizando
diferentes dinâmicas, apresentadas pelas professoras. Em seguida, propor que todos cantem
juntos.
Atividade 2: Propor o jogo musical “siga o maestro”. Neste jogo uma criança imita um
maestro determinando se o grupo cantará forte ou fraco com movimentos dos seus braços
ou algum outro gesto pré-determinado, enquanto todos cantam ou executam sons corporais
escolhidos. Começar dividindo as crianças em dois grupos para ter apenas dois sons
diferentes.
Atividade 3: “Quem toca”. Através dos chocalhos e tambores, dividiremos a turma e
seguindo o som ouvido as crianças que tiverem o instrumento executado, tocarão andando
pela sala, enquanto os outros ficarão como estátuas.
Atividade 4: Conto sonoro com a música “A noite no castelo”.
Atividade 5: Audição de uma música do CD de Ed Motta. Recursos: Violão; canto; aparelho de som; chapéu e capa de bruxa; tambores de latinha;
chocalhos de yogurt.
Discografia: Meu pé meu querido pé – Hélio Ziskind, CD de Ed Motta.
33
PLANO DA 9ª AULA
Para crianças de 02 a 6 anos Dia 14/06/08 Objetivo Geral: Cantar músicas aprendidas e construir instrumentos com materiais alternativos. Objetivos Específicos:
• Desenvolver canto com atenção: sem gritar, exercitando forte e fraco e diferentes
andamentos;
• Relembrar músicas já trabalhadas;
• Fixar as músicas já ouvidas do boi-de-mamão;
• Construir instrumentos musicais.
Conteúdos: Melodia, canto, dinâmica, andamento, construção de instrumentos.
Atividades e Metodologia:
Começar com a música “Bom, dia começa com alegria” dirigindo-se até o local da aula.
Atividade 1: Relembrar músicas aprendidas até esta aula: “Canto de um povo de um
lugar”; “Sopa do neném”, “O pato”, “A casa”; “Marinheiro só”, “Peixinhos do mar”.
Cantar as últimas com acompanhamento dos tambores de latinha.
Atividade 2: Aprender músicas novas “Nesta rua” e “O cravo brigou com a rosa”.
Atividade 3: Execução das canções do Boi-de-mamão, motivando as crianças a
interpretarem as personagens.
Atividade 5: Construção de instrumentos: chocalhos – preenchendo garrafinhas de yogurt
com feijão, milho ou arroz; copinho de yogurt com elástico – o elástico tensionado faz som
que ressoa no copinho, tambor de PVC – com pele de balão, coquinhos - com fundo de
garrafas, telefone – copinhos de yogurt e barbante, bexigofone – balão ligado a
mangueirinha e cano de PVC (instrumento de soprar).
Atividade 6: Audição de música diferente.
34
Recursos: Violão; canto; aparelho de som; tambores de latinha; garrafinhas de yogurt;
copinhos de yogurt; elásticos, cano de PVC, balões, fundo de garrafas, milho, arroz e
feijão; fita adesiva; barbante.
35
PLANO DA 10ª AULA
Para crianças de 02 a 6 anos Dia 21/06/08 Objetivo Geral: Cantar músicas aprendidas e ensaiar Boi-de-mamão. Objetivos Específicos:
• Desenvolver canto com atenção: sem gritar, exercitando forte e fraco e diferentes
andamentos;
• Relembrar músicas já trabalhadas;
• Experimentar ensaio como brincadeira do boi-de-mamão.
Conteúdos: Melodias, canções, Boi-de-mamão. Atividades e Metodologia:
(faremos a aula juntando as duas turmas)
Atividade 1: Relembrar músicas aprendidas até esta aula: “Canto de um povo de um
lugar”; “Sopa do neném”, “O pato”, “A casa”; “Marinheiro só”, “Peixinhos do mar”,
“Nesta rua” e “O cravo brigou com a rosa”. Cantar as últimas com acompanhamento dos
tambores de latinha e chocalhos.
Atividade 2: Mostrar as fantasias do Boi-de-mamão de caixas de papelão para as crianças e
propor que terminem de enfeitar colando papéis crepons coloridos. Em seguida, ensaiar o
Boi-de-mamão com canto e fantasias.
Recursos: Violão, canto; chocalhos, tambores de lata, fantasia de Boi (caixa de papelão),
fantasia de Cavalo (caixa de papelão), fantasia de Maricota (faixa no cabelo), fantasia de
bernunça (boca de papel machê e grande pano).
36
PLANO DA 11ª AULA Para crianças de 02 a 6 anos Dia 28/06/08 Objetivo Geral: Audição e participação com canto e palmas em apresentação das
professoras e convidado com instrumentos variados e apresentação (brincadeira) do Boi-de-
mamão.
Objetivos Específicos: • Vivenciar apresentação musical com instrumentos variados;
• Cantar músicas já trabalhadas em aula;
• Apresentar brincadeira com Boi-de-mamão.
Conteúdos: Canções, instrumentos musicais. Atividades e Metodologia:
Início com apresentação do colega Rodrigo.
Atividade 1: Rodrigo apresentará a escaleta e tocará “Trem das onze”, acompanhado pela
Renata no violão.Rodrigo apresentará o piano e tocará música infantil – “Rugrats”.
Atividade 2: Apresentação de músicas conhecidas ou não pelas crianças com diversos
instrumentos.
“Bom dia começa com alegria” 1ª Flauta solo / 2ª Flauta e Cello / 3ª Flauta, Cello, Piano
/ 4ª Percussão (Ce), Piano (melodia), Cello / 5ª Violão (Rodrigo), Percussão (Rê) e Flauta.
“Canto de um povo de um lugar” (cada mudança 2x) – 1° Cello e pau de chuva / 2°
Escaleta e pau de chuva / 3° Flauta, Escaleta e Cello.
“Te manda” – Piano, Flauta e Cello.
“Minuetto” – Flautas e tambor.
“Peixinhos do Mar” – Violão e voz
“Marinheiro só” – Violão e voz
“Marinheiro encosta o barco” – Piano e pau de chuva (apenas 1 estrofe e refrão).
“O Pato” – Piano, voz, caxixi e pandeiro.
“Sopa do neném” – Piano, voz, sino.
37
Músicas do Boi-de-mamão com percussão, voz e violão: “Chamado do povo”, “Cantiga
do Boi”, “Cantiga do Cavalinho”, “Cantiga da Bernunça”, “Cantiga da Maricota”.
Recursos: Violão; violoncelo, flauta transversal, canto, flauta doce e contralto, escaleta,
instrumentos de percussão, piano elétrico, amplificador, fantasias de boi, cavalinho,
bernunça e maricota.
39
1° Relatório – Observação de atividades recreativas
Dia 12/04/08
Neste sábado iniciei meu estágio no Lar São Vicente de Paula observando uma
atividade de recreação que alguns voluntários organizaram para as crianças. Cheguei com a
minha colega de estágio às 15h, no momento que os voluntários terminavam de organizar
uma das salas para uma festa.
Fui apresentada a uma das monitoras que estava de plantão e ela mostrou-me os
cômodos, quartos das crianças, salas e refeitório. As crianças são separadas por idade e
sexo, tendo ainda um quarto para bebês. Todo o espaço é bem arrumado e limpo, existem
duas salas com televisão e DVD, a cozinha é separada por uma porta e o refeitório possui
uma mesa grande, e várias cadeiras de alimentação para bebês.
O Lar possui uma sala no térreo com uma casa de bonecas, muitos brinquedos, e ao
lado, no jardim, fica um parquinho com escorregador, e outros brinquedos. A sala estava
enfeitada com balões, tinha uma grande cama elástica, uma mesa com salgadinhos,
docinhos, bolo, pirulitos, balas e gelatina. Tudo organizado pelos voluntários.
Havia em torno de dez voluntários, entre eles alguns casais que levaram filhos.
Durante a festa as crianças brincaram bastante na cama elástica, no parquinho, na casinha
de bonecas com seus os brinquedos. Pareciam estar se divertindo bastante. Não houve
nenhuma atividade orientada ou direcionada, durante a festa. Porém, no fim, as crianças
sentaram-se em roda para ganhar presentes dos voluntários, e neste momento, uma das
moças começou a cantar algumas músicas conhecidas do folclore infantil, várias crianças
cantaram e bateram palmas e até sugeriram outras músicas para todos cantarem. Uma das
voluntárias levou cd’s variados com musicas infantis que ficaram tocando durante a festa, e
pudemos ouvir algumas crianças cantarem.
Pude perceber que vários dos adultos sabiam o nome das crianças, parece que
visitam regularmente a instituição. Cada criança recebeu um presente que os voluntários
levaram, todos ganharam brinquedos. Os nenês, que deveriam estar dormindo no começo
da festa, foram trazidos perto do final e ficaram no colo das monitoras.
40
Relatório 1ª Aula
Dia 19/04/08
Combinamos com as monitoras que faríamos a aula no espaço que fica no térreo,
onde ficam os brinquedos das crianças a casa de bonecas e uma porta para o parquinho.
Atividades realizadas:
- Música “Passe a bola” com apresentação do nome de cada criança
- Música “Agora eu quero ver” para experimentação e exploração de sons
corporais;
- Música “Bom dia começa com alegria”
Pontos positivos / negativos:
1ª turma
Ao chegarmos na sala pedimos para as crianças sentarem em roda, todos sentaram e
ficaram nos olhando, como que esperando pra ver o que estávamos querendo. Muitos nos
observavam sérios e durante a brincadeira de passar a bola e falar o nome ficaram em
silêncio. Algumas crianças quiseram sentar ao nosso lado e mostraram animação ao ver o
violão. Na brincadeira de passar a bola, às vezes ela parava em uma criança, na maior parte
das vezes a gente insistia que deveriam passar e eles passavam. Uma das vezes a bola parou
no colo de uma das crianças menores que quis olhar um pouco mais a bola que era de pano
e colorida, por isso continuamos a brincadeira com uma bola que as crianças possuíam na
sala. Durante a atividade, algumas crianças foram saindo, algumas foram brincar na casa de
boneca e outras acabaram na caixa de brinquedos que havia no canto da sala. Chamamos as
crianças algumas vezes, e resolvemos continuar com as atividades com os três ou quatro
que restaram. A atividade de exploração corporal pareceu abstrata para as crianças.
Brincamos de roda cantando músicas do repertório das crianças e cantamos a música “Bom
dia começa com alegria”. Uma das meninas que tem quatro anos mostrou gostar de inventar
letras.
2ª turma
41
A segunda turma já chegou mais agitada, alguns foram falando que não queriam
sentar-se no chão (o chão desta sala é de cerâmica, por isso é frio). Pegamos umas
cadeirinhas e quase todos sentaram, outros, mesmo com a nossa insistência, foram direto
pra casinha ou pra caixa de brinquedos, porém pude perceber que estavam atentos ao que
fazíamos.
Durante a aula eles vinham e voltavam para caixa de brinquedos, teve um aluno que
não se sentou nem um instante, mas, durante a aula, trouxe repetidas vezes instrumentos
musicais de brinquedo e brinquedos que produziam algum tipo de som.
Na atividade de passar a bola, as crianças jogavam-na de qualquer jeito. Aconteceu
também de não quererem passar para um ou outro colega. Em seguida, na atividade de
exploração de sons corporais, as crianças acharam graça dos sons que propusemos, e
muitos ficaram envergonhados, mas experimentaram fazer também.
Cantamos a música “Bom dia começa com alegria” e outras do repertório deles,
como “Borboletinha” e o “O Sapo”. Eles cantaram fazendo pouco caso, algumas vezes de
modo gritado, e brincaram de trocar algumas palavras, mesmo sem fazer sentido ou rimar,
e ao fazerem isso nos olhavam como que para ver como reagiríamos.
Propostas para próxima aula:
Nos preocupou muito a dispersão por causa do tantos atrativos do espaço no qual
fizemos aula. Pensamos em tirar os brinquedos da sala, ou, talvez incluí-los em algumas
atividades. Gostaríamos de delimitar o espaço de alguma forma já que a sala é bastante
ampla, pensamos em levar uma colcha grossa para sentarmos o que resolveria também o
problema do chão frio.
Nesta primeira aula pudemos perceber que mesmo tendo dividido as crianças em
dois grupos de idades próximas, será um desafio trabalhar com faixas etárias diferentes
numa mesma turma.
Queremos preencher a aula com música, ora fazendo as crianças cantarem, tocarem,
cantar e tocar para elas, ora colocando musicas para audição. Pensamos em levar atividades
que envolvam música e movimento, como brincar de estátua, caminhar durante música,
brincadeiras de roda. Parece interessante também pensar em histórias ou contos para
sonorizarmos.
42
Relatório 2ª aula
Dia 26/04/08
Chegamos às 9:10 no Lar São Vicente de Paula. Todas as crianças estavam
brincando na sala de brinquedos do térreo e no parquinho com as monitoras. Montamos a
aula numa das salas de TV, já que eles passariam a manhã brincando no andar de baixo.
Escolhemos uma sala sem atrativos, além dos que fariam parte da aula.
Fomos chamar a primeira turma no parquinho, e uma das monitoras nos ajudou com
a lista que fizemos separando as turmas. Para as crianças virem conosco precisamos insistir
bastante, uma das crianças menores disseram ter medo, conversei com ela explicando o que
faríamos, ela aceitou quando falei que poderíamos cantar a música do sapo (falei sabendo
que ela gosta muito) e ela pediu-me para levá-la no colo.
Já na subida da escada as crianças mostraram entusiasmo quando começamos a
cantar “Bom dia começa com alegria”. Ao chegarmos a sala, todos se sentaram sobre uma
colcha azul que levamos. Cantamos mais uma vez a música, as crianças estavam bem
atentas olhando para a Renata que estava em pé tocando violão.
Em seguida apresentamos a “Mala misteriosa dos sons” e as crianças participaram
ativamente da atividade de identificar a fonte sonora. Responderam o que parecia o som,
que objeto poderia ser e se era produzido por sopro, batida, se era raspado ou amassado.
Esta atividade envolveu bastante fantasia, pois as crianças imaginavam que da mala poderia
sair qualquer coisa como jacarés e cobras.
Depois, cada um com um instrumento, acompanhou uma gravação da música o
peixe vivo. Não nos preocupamos com o resultado sonoro, mas com a exploração dos
instrumentos e a experiência de tocar com uma música. Logo, brincamos de estátua –
quando a música parava, as crianças deveriam parar de tocar. Trocamos os instrumentos de
modo que todos pudessem experimentar todos. Alguns não queriam passar o instrumento, e
alguns instrumentos pareciam mais interessantes a eles. Em seguida, pedimos para
guardarem os instrumentos na mala, comecei a cantar uma melodia falando “tá na hora de
guardar, tá na hora de guardar, os instrumentos”, e algumas crianças foram colocando o
instrumento na mala, outras tiveram bastante resistência, falando “é meu!”.
43
Passamos para atividade do conto sonoro, peguei o livro “A casa sonolenta”,
sentamos em roda e enquanto contava a história eu ia mostrando as figuras que prenderam
bastante sua atenção. Apenas uma criança não participou, então a Renata ficou entretendo
ele para que não dispersasse as outras crianças. As crianças prestaram bastante atenção,
fizeram comentários sobre a história, sobre as gravuras, e faziam os sons que eu estimulava,
como o ronco da avó, o susto do gato, entre outros.
Por último cantamos a música “Canto de um povo de um lugar” com
acompanhamento do violão e depois com os instrumentos.
2ª turma
Logo que encontramos as crianças, uma delas perguntou se havíamos trazido uma
música que ela pediu na última aula (“Sopa do neném”), falei que sim e ela ficou muito
feliz e esperou a aula inteira por este momento.
Na primeira atividade tivemos a participação de todos. Na segunda não
conseguimos que parassem de tocar ao nosso pedido. Demonstraram dificuldade em dividir
os instrumentos e deixar o colega experimentar também. Alguns ficaram muito indignados
com outros, comigo e com a Renata quando pedimos para trocar de instrumento. Quando
contrariados, xingam, chutam, esperneiam e fingem chorar.
Um dos alunos menores, que não fez a aula dos menores porque tinha sido tirado de
sala pela dentista foi chutado duas vezes por um maior. Na hora que aconteceu chamei sua
atenção e depois da aula tentei conversar novamente. Houve outros incidentes como
beliscões e empurrões.
A brincadeira da cabra cega foi difícil de desenvolver, já que não queriam ouvir as
explicações e não paravam de tocar.
Nada mais pôde ser desenvolvido na aula. Tentamos cantar, mas não tivemos
atenção. Cantamos a música “Sopa do neném” alguns se envolveram, principalmente no
refrão que tem pergunta e resposta, e as crianças podem inventar o que quiserem colocar na
sopa. Enquanto isso, outros subiam no armário, desarrumavam o sofá ou brigavam.
Na hora de finalizar a aula também tivemos alguns problemas para aceitarem
guardar os instrumentos.
44
A aula foi interrompida repetidas vezes, a dentista chamou algumas crianças, um
senhor chegou na janela e ofereceu chiclete às crianças e tirou uma da sala. Outras pessoas
chegaram no abrigo e incomodaram a aula ficando na janela, demoraram a entender que
estávamos dando aula.
O lar recebe muitas visitas para brincar com as crianças. Ainda não conseguimos
deixar claro que o nosso trabalho é uma atividade orientada, com hora marcada e que não
pode ser interrompida. Conversamos com uma monitora sobre estas interrupções, pedimos
para não darem chicletes, ao menos sábado de manhã porque, fora outros motivos,
impossibilita o canto. A monitora sugeriu dividirmos a turma dos maiores, para termos
mais atenção.
Relatório 3ª Aula Dia 03/05/08 1ª turma: Atividades realizadas:
- Início da aula com a música “Bom dia”;
- Atividade de caminhar pela sala seguindo andamentos de músicas diferentes,
comentando caráter de cada peça;
- Exploração dos instrumentos da “Mala misteriosa dos sons” um a um, passando de
criança em criança;
- Conversa sobre o som de alguns animais presentes em gravuras no livro “Vida na
Selva”.
- Audição e identificação de exemplos sonoros de um CD.
- Conto a “História do Gato”
- Cantar e relembrar músicas trabalhadas: “O Pato”, “Sopa do neném”, “Canto do
povo de algum lugar”.
Pontos positivos / negativos:
Na atividade de caminhar em diferentes pulsos, as crianças não caminharam, alguns
nos imitaram no começo, porém não pareceram ter relacionado o som com o movimento,
com algumas exceções, alguns se balançavam e quando pedimos para baterem palmas eles
45
o fizeram. Queriam ficar mexendo no aparelho de som e cada um queria escolher uma
música para ouvir, deste modo não prestavam atenção nas músicas.
Quando passamos os instrumentos de mão em mão para as crianças explorarem, em
pouco tempo não tinham mais paciência de esperar o colega experimentar, todos queriam
ao mesmo tempo, têm dificuldade de passar para o colega e de guardar os instrumentos.
Durante alguns minutos a atividade foi tranqüila, uma das crianças ao receber o pandeiro
para tocar logo começou a tocar e a cantar a música “O sapo na beira da lagoa” e seguiu
assim a música inteira. Seguimos passando e cada um poderia escolher uma música para
cantarmos junto.
As crianças não possuem idéia de cuidado com os materiais, quando brabos,
atiraram os instrumentos no chão.
Durante a atividade com o livro de gravuras de animais, as crianças se dispersaram
bastante. Porém, quando colocamos as gravações com sons variados ficaram muito atentos
para identificar as fontes sonoras. Havia vários tipos de som como: mugido de vaca, miado
de gato, cacarejo de galinhas, choro de neném, assovio, risadas, chuva com trovão, entre
outros. Todos queriam ficar o mais perto do som possível, e acabaram se machucando para
ficar perto do aparelho.
Propusemos ler o livro infantil “A história do gato”, para depois sonorizarmos.
Contudo, poucas crianças se interessaram e por pouco tempo, andavam pela sala, mexiam
no aparelho de som, neste momento talvez teria sido melhor uma atividade mais
participativa para as crianças.
Por fim, sem muito envolvimento das crianças cantamos a música “O pato”.
Propostas para continuar o trabalho:
Para próxima aula precisamos pensar em mesclar as atividades de audição e
percepção com atividades nas quais as crianças participem mais. Sobre os instrumentos,
parece que é muito cedo para pedir que passem o instrumento ao colega, devemos tentar a
exploração sendo que eles devolvam para as estagiárias. Uma sugestão das crianças foi
cantar musicas da manifestação popular “Boi-de-mamão”, pensaremos em atividades que
envolvam este tema.
46
2ª turma
Atividades realizadas:
- Início da aula com a música “Bom dia”;
- Atividade de caminhar pela sala seguindo andamentos de músicas diferentes,
comentando caráter de cada peça;
- Exploração dos instrumentos da “Mala misteriosa dos sons” um a um, passando de
criança em criança;
- Audição e identificação de exemplos sonoros variados de CD.
- Cantar e relembrar músicas trabalhadas: “O Pato”, “Sopa do neném”, “Canto de
um povo de um lugar”.
Pontos positivos / negativos:
Conseguimos uma participação interessante na primeira atividade, algumas crianças
caminhavam, outras batiam palmas. O envolvimento não durou muito, mas ao meu ver foi
significativo.
Ao explorarmos os instrumentos, já que tinham que esperar a sua vez, e ver os
colegas com instrumento, aos poucos as crianças foram perdendo a paciência e no fim
tiravam da mão do colega e atiravam os instrumentos que não queriam ao chão.
Um dos alunos da primeira turma que havia sido retirado de sala para ser atendido
pela dentista pediu para voltar na segunda turma e permitimos. Nesta turma dos maiores
tem uma criança que já tínhamos visto bater neste menor, e bastou começarmos a aula ele
começou a chutar o menor. Paramos a aula repetidas vezes chamando a atenção deste
menino maior, mas ele não parou. Acabei por dizer a ele que daquele modo ele não poderia
participar da aula. A criança parecendo nos testar chutou novamente o colega. Mandei-o
sair da sala, ele não quis e parecia achar graça. A aula ficou parada por alguns instantes,
fiquei esperando ele na porta, dissemos que a aula não continuaria enquanto ele não saísse.
Ele só saiu quando falei que chamaria uma das monitoras, e isso parece ter assustado e
magoado ele. Acompanhei-o até a sala onde as monitoras estavam e expliquei rapidamente
o que estava acontecendo.
47
A aula seguiu bastante tumultuada, mesmo as crianças que permaneceram em sala
estavam muito violentas, qualquer coisa era motivo para se baterem. Tentamos trocar de
atividades, porém, não voltamos a ter atenção completa das crianças.
Propostas para continuar o trabalho:
Repensando este problema da violência e indisciplina, percebemos que estamos
esperando um comportamento que não é comum das crianças, principalmente dentro do lar,
pode ser que seja diferente na creche. As crianças ainda estão nos conhecendo, estamos
apenas no terceiro encontro e como acontece semanalmente percebemos que ainda é cedo
para esperar resultados a respeito do comportamento durante a aula de música. Como este
espaço é a casa destas crianças parece não combinar com sala de aula. As crianças são bem
pequenas e talvez tenhamos que pensar em um formato de aula mais livre. Reconhecemos
que não deveríamos ter retirado um aluno da sala, acreditamos que a exclusão não é uma
saída para os problemas que as crianças estão mostrando ter em grupo. Já estamos cientes
que muitos dos choros são apenas para chamar atenção; elas são bastante manhosas.
Decidimos ter uma postura menos rígida, não excluiremos da sala, não daremos atenção a
brigas e choros, mas, tentaremos chamá-los para atividades mais dinâmicas e interessantes.
Sobre a utilização de instrumentos, percebemos que mesmo tendo um para cada um,
como os instrumentos são diferentes as crianças competem por alguns, brigam e não
conseguem dividir ainda. Por este motivo tentaremos fazer uma aula trazendo instrumentos
iguais para todos, pensamos em chocalhos de garrafinhas de yogurt.
Relatório 4ª Aula
Dia 10/05/08
Para esta aula planejamos uma apresentação das músicas e personagens da
manifestação cultural Boi-de-mamão. Começamos fazendo uma pequena apresentação com
fantoches ao som de um CD do Boi-de-mamão que narra a história e tem as músicas.
Atividades realizadas:
48
- Teatro de fantoches sobre a narrativa do Boi-de-mamão;
- Execução das músicas do Boi-de-mamão, com violão e canto, relacionando-as
com os movimentos e características dos personagens;
- Exploração dos chocalhos confeccionados pelas professoras com material
alternativo;
- Experimentamos tocar algumas músicas do repertório da aula com os chocalhos.
1ª turma
Pontos positivos / negativos:
As crianças demonstraram gostar bastante da nossa apresentação de fantoches. Eu
fiquei com as crianças e controlei as faixas do CD enquanto a Renata fazia a apresentação
de fantoches por trás de uma cortina. Em pouco tempo todos queriam levantar a cortina ou
espiar no cantinho. Depois, as crianças experimentaram fazer o teatro, colocávamos as
músicas e eles mostravam os fantoches (desenhos que prendi em palitos). Como passamos
pela maior parte das músicas, acabamos não dando tempo de fixarem cada uma. Cantamos
depois ao violão, e ouvimos algumas do CD.
No momento de experimentar os chocalhos as crianças naturalmente ficaram
curiosas para saber o que havia dentro e muitos abriram seu chocalho. Foi mais um
momento de reconhecimento do material que de exploração sonora. O que me pareceu
muito importante. Cantamos umas músicas com os chocalhos.
Como não possuímos um aparelho de som portátil, levo de casa um que tem caixas
de som separadas, o que torna o manuseio mais complicado por causa da quantidade de fios
e acaba atraindo a curiosidade das crianças. Em vários momentos da aula temos que ficar
pedindo às crianças que não mexam, o que não é interessante, porque estas regras parecem
não fazer sentido para eles, talvez pela faixa etária (2 a 4 anos nesta turma). Percebi que só
podemos levar o que eles podem experimentar olhando e pegando, ficar proibindo que
toquem é uma tarefa difícil e parece ir contra o desenvolvimento das crianças. O Lar possui
um aparelho, porém, não está funcionando, eles tem DVD, mas não possui controle remoto
e não podemos passar as faixas.
Sobre estas experiências táteis, observamos em aula e depois foi assunto de
orientação que muitas vezes a música pode ser abordada com atividades em que as crianças
49
possam segurar instrumentos, figuras, elementos que os aproxime desta experiência
auditiva que muitas vezes é abstrata. Constatamos que segurando os fantoches as crianças
participaram de modo mais significativo das musicas.
2ª turma
Ao chegarem à sala as crianças já foram se sentando no sofá, e ficaram esperando
para ver o que proporíamos. As crianças se envolveram com o teatro, mostraram
empolgação ao experimentar ir atrás da cortina. Alguns conhecem músicas do Boi-de-
mamão e já cantam junto. Gostaram muito dos fantoches.
No momento dos chocalhos a segunda turma também os abriu e fizemos uma sujeira
na sala com milho, feijão, arroz e outros materiais.
As crianças não ficam paradas cada um faz uma coisa, enquanto cantávamos, eles
andavam pela sala, abriam os chocalhos, mas podemos perceber que é seu jeito de
participar. Depois de acabar a aula enquanto arrumávamos a sala as crianças ajudaram
juntando os milhos e feijões que estavam no chão. Observamos que uma das meninas
juntava cantando “Canto de um povo de um lugar”.
Propostas para continuar o trabalho:
Para falar de instrumentos e timbres levaremos na próxima aula o filme “Pedro e o
Lobo”. Precisamos pensar melhor nas emendas entre uma atividade e outra e parece que
precisamos pensar em levar um maior número de atividade. Na orientação discutimos se
devemos levar este filme mesmo para as crianças menores, porque talvez desperte medo.
Relatório 5ª Aula
Dia 07/05/08
Atividades realizadas:
- Cantamos “Bom dia começa com alegria”
- Filme “Pedro e o Lobo”
50
- Conversa sobre sons do filme, instrumentos e gravuras de instrumentos colocadas
na parede;
- Atividade de identificação de timbres;
- Acompanhar com os instrumentos “Cantiga do Boi” e “Cantiga da Bernunça”;
- Brincadeira “História da Bernunça”.
- (2ª turma) Livro “Instrumentos brasileiros” e “Instrumentos de Orquestra”.
Pontos positivos/ pontos negativos:
As crianças das duas turmas se envolveram de modo ativo na aula. Ao chegarem na
sala, as crianças logo perceberam as gravuras de instrumentos que colocamos na parede.
Conversamos sobre os materiais que são feitos os instrumentos, seus nomes e como são
tocados. Assim que falamos que veríamos um filme, as crianças sentaram-se no sofá e nos
colchonetes que colocamos no chão. Nas duas turmas algumas crianças disseram ter medo
do lobo, algumas precisaram dar a mão ou ficar no colo. Falamos que era só um filme e que
o lobo não faria mal a ninguém e todos assistiram ao filme. Ficou claro que a relação tema /
timbre e personagem que o filme explora não foi o objeto principal da atenção das crianças.
Prestaram atenção na história, mesmo durante o filme comentavam o que acontecia com o
Pedro, a pata ou o passarinho ou imitavam as caretas assustadoras do lobo. Paramos para
comentar o som de cada personagem e conseguimos comparações como: o avô fala grosso,
enquanto o passarinho canta bem fininho. Identificamos também os instrumentos do filme
nas gravuras coladas na parede.
Para a atividade de identificação de timbres usamos a cortina que havíamos levado
na aula anterior e as crianças se envolveram tentando adivinhar que instrumento um colega
tocava escondido. Muitos não se agüentaram e foram espiar. Conseguimos com um pouco
de dificuldade que cada um esperasse a sua vez para ir atrás da cortina, passando algum
tempo perdem a paciência. Na turma dos grandes fizemos a brincadeira “dois ou um” para
determinar a ordem que tocariam. Como os instrumentos são diferentes, as crianças
escolhem o seu preferido e não gostam quando um colega toca o “seu instrumento”, mas
conseguimos contornar chamando atenção para o desafio de ouvir e identificar o
instrumento.
Cantamos as músicas pensadas para esta aula tocando os instrumentos.
51
Na primeira turma não conseguimos envolvimento na brincadeira da Bernunça, na
qual as crianças andam em fila como que fazendo trenzinho. Na segunda turma, mostrei
para eles que deveriam passar por baixo das pernas dos colegas e consegui que todos
brincassem e cantassem e foi muito divertido.
Para a segunda turma, mostrei o livro do qual tiramos algumas figuras que
colocamos na parede. As crianças sentaram em volta de mim e ficamos olhando todos os
instrumentos, eles me perguntaram o nome dos instrumentos, conversamos sobre como são
tocados e de onde vem.
Depois de alguns minutos da segunda aula minha colega teve que sair para uma
viagem de trabalho. Fiquei sozinha com as crianças e foi tudo bem.
Hoje, como já aconteceu em outras aulas, várias crianças não estavam presentes
porque é comum que sábado elas saíram para passear com algum voluntário ou monitor.
Não somos informadas quando uma criança não estará, e, se não está presente em aulas
seguidas não sabemos se a criança já saiu do abrigo ou se está passeando. As monitoras nos
informam quando perguntamos, mas nunca sabemos com antecedência essas informações.
As monitoras estão sempre bastante ocupadas e durante o tempo que estamos lá a aula toma
conta da nossa atenção e, logo que acaba a aula as crianças vão almoçar. Achamos que seria
importante que uma das monitoras ficasse em sala conosco durante a aula, porque elas já
possuem maneiras de lidar com as crianças e, deste modo, poderíamos aprender, porém
nenhuma monitora pôde porque elas têm muitos afazeres.
A Renata levou uma série de cópias com gravuras de instrumentos diversos para
deixarmos lá para as crianças pintarem. Quando entreguei ao fim da aula as monitoras
disseram que não podiam dar lápis para as crianças porque desenhariam nas paredes. As
crianças ficaram sem poder pintar os papeis e eu fiquei sem saber o que fazer. Por morarem
tantas crianças juntas, com plantões de três a quatro monitoras, o Lar possui certas regras
para funcionamento que não conhecemos. Aprendemos agora que precisamos conversar
com antecedência com elas para saber a viabilidade de algumas atividades.
Ficou claro novamente que a utilização de elementos visuais está ajudando a
construir uma relação das crianças com os elementos musicais.
Propostas para próxima aula:
52
Para próxima aula pretendemos retomar a temática do filme lembrando do som de
cada personagem, do som e do nome dos instrumentos, e mostrar diferentes modos de
cantar: imitando um passarinho (agudo), com pressa (rapidamente), com sono (devagar),
entre outros.
Relatório 6ª Aula
Dia 23/05/08
Atividades realizadas:
- Conversa sobre os sons do filme, relembrando com a ajuda de um cartaz com
alguns personagens;
- Jogo de memória com personagens do filme;
- Música “A casa” associada com gestos.
- Vídeo do Toquinho com desenho animado que mostra as músicas “A casa” e “O
pato”;
- Conto sonoro “Chiquinho, o pintinho”;
Pontos positivos / negativos:
1ª turma
Começamos a aula com uma recapitulação da aula anterior e principalmente do
filme “Pedro e o lobo” por meio de um cartaz com os personagens desenhados.
Relembramos o nome de cada personagem e lembramos do som de cada um. Quase todas
as crianças se colocaram querendo contar partes da história, querendo falar dos animais.
Eles agiram como se estivessem conversando somente conosco, de modo a ignorar os
colegas, todos falavam ao mesmo tempo queriam nossa atenção. Ao meu ver, se não
tivéssemos levado o cartaz como referência visual as crianças não teriam se envolvido deste
modo. Nesta aula ouvi vozes de alunos que até este momento não tinha ouvido.
As cartelas do jogo de memória acabaram servindo de maneira diferente. Talvez por
haver poucas cartelas e mais ou menos seis crianças, o jogo com regras, e momento para
53
cada um parecia tolher as crianças a incentivá-las por isso distribuímos as cartelas e as
crianças imitavam o animal que haviam recebido.
Durante o conto as crianças não ficaram sentadas, uns ficaram em pé, uns pulavam
no sofá, uns subiam no armário, e outros queriam ficar no nosso colo. Porém, estavam
atentos a história. Quando falávamos de um animal e perguntávamos que som produz as
crianças imitavam e faziam movimentos corporais para caracterizar os animais. Uma das
crianças que não se envolvia nas aulas, não mostrava interesse, nunca falava e brigava
bastante com os colegas, nesta atividade mudou completamente. Imitou todos os bichos, e
depois que na história apareceu um cavalo, este menino virou um cavalinho até o final da
aula. O envolvimento das crianças, sua atenção com o que falamos mudou
consideravelmente nas últimas aulas.
Cantamos a nova música “A casa” fazendo movimentos relativos ao que a música
diz. Algumas crianças que já conheciam a música cantaram. Relembramos musicas de aulas
anteriores, as crianças mostram gostar de ouvir e como é próprio de sua idade, cantam o
final das frases ou um que outro refrão.
Tivemos novamente problemas para usar o aparelho de som, não conseguimos
colocar fora do alcance das crianças, levamos dessa vez um ‘discman’, caixas de som e
extensão. Mesmo testando minutos antes da aula, no momento que fomos usar o aparelho
ele não quis tocar e depois ficou chiado. Deste modo, as atividades não ficaram ligadas e
demos margem a dispersão das crianças, neste momento perdemos a aula, não conseguimos
retomar a atenção das crianças. Como estávamos mexendo no aparelho de som, eles
também quiseram.
O professor Sérgio foi assistir as nossas aulas neste dia. Logo ao chegar as crianças
se aproximaram dele e no começo da aula alguns queriam ficar no seu colo. Como as
crianças dentro do abrigo têm unicamente referências femininas acho que a presença
masculina chama muita atenção deles. Recebem, sem estranhar, qualquer visita, estão
acostumados com a entrada de pessoas a toda hora, e quando isso acontece todos querem
chamar atenção para si.
2ª turma
54
A aula teve as mesmas partes com a segunda turma, porém conseguimos nesta
turma ouvir os exemplos sonoros do cd, e identificamos o som de alguns dos instrumentos
que estavam presos na parede, além de outros como pandeiro, bateria, que as crianças
identificaram apenas sonoramente. Ao ver as imagens na parede as crianças imitavam os
instrumentistas, chamou-lhes muita atenção uma gravura que tinha crianças tocando
violino, e um desenho com um personagem tocando guitarra.
Nesta turma, onde as crianças são maiores, conseguimos fazer o jogo da memória
com os personagens do filme, mas, precisamos regular o jogo, determinando a vez de cada
um.
Cantamos a música “A casa” ensinando gestos e algumas crianças imitaram nos
acompanhando. Cantamos a música “O Pato”, e outras de aulas anteriores com os
chocalhos. Novamente vários foram abertos, ficamos chamando atenção para o som e o
ritmo, mas abrir parecia muito mais interessante.
Na troca das turmas, mal precisamos sair de sala, ao ver as crianças menores saírem
as maiores começam a entrar, não precisamos mais convencer ninguém a vir pra aula como
nas duas primeiras vezes.
Propostas para próxima aula:
Trazer instrumentos que as crianças não costumam ter contato para verem e
ouvirem por meio de audição.
Relatório 7ª Aula
Dia 31/05/08
Atividades realizadas:
- Filmes “Namoro proibido” e “Orquestra maluca”;
- Audição das músicas do repertório da aula com instrumentos tocados pelas
professoras violoncelo e a flauta transversal;
- Brincadeiras de roda.
55
Pontos positivos / negativos:
Neste encontro fizemos uma aula com todas as crianças, sem dividir em duas
turmas. Cantamos uma música para começar a aula e logo começamos a assistir os filmes
que mostram instrumentos musicais.
O aparelho de DVD, ou a televisão estavam com problema prejudicando o som do
filme, quando aumentávamos o volume o som ficava muito chiado. As crianças viram até o
final, mesmo porque, são dois filmes curtos, porém no final já estavam bastante dispersas.
Antes de acabar o filme a Renata se retirou da sala e foi arrumar numa sala ao lado o
espaço para fazermos a audição.
Temos um aluno que nunca fala e dificilmente interage nas atividades. Toda vez que
chegamos ao abrigo ele se aproxima como as outras crianças, nos abraça e adora brincar de
se pendurar na gente, ainda não conseguimos incluí-lo definitivamente nas atividades. Ele
assiste aos filmes, brinca com os instrumentos como as outras crianças, contudo durante as
aulas ele entra e sai da sala, não permanece o tempo todo. O abrigo nos falou que ele não
possui audição, entretanto já em algumas aulas observamos ele se balançar ao cantarmos
uma música ou colocarmos uma gravação. Ele mostra contentamento ao ver o violão e quer
experimentar de perto. Enquanto a Renata arrumava as salas com os colchonetes este
menino ficou com ela, ele possui incrível habilidade motora e elasticidade, está toda hora se
pendurando de cabeça para baixo, plantando bananeira e dando cambalhotas. Logo que ela
terminou de arrumar ficou brincando com ele que insistia para ela dar cambalhotas também.
Ao acabar o filme nos dirigimos para sala ao lado onde as crianças sentaram-se com
as monitoras nos colchonetes e nós nos colocamos na frente para tocar. As monitoras e a
dentista sentaram junto com as crianças e levaram também os bebês. Este momento foi
muito interessante, tocamos as músicas do repertório das aulas e sem pedir ou incentivar as
crianças começaram a cantar as melodias, até este momento não havíamos ouvido diversas
vozes ali presentes e as crianças cantaram melodias inteiras. Antes de começar falamos dos
instrumentos, mostramos como fazemos para tocá-los e mostramos as notas mais graves e
mais agudas que alcançam.
As crianças quiseram sentar bem pertinho, durante as músicas cantaram e se
balançaram, pediram músicas e repetições. No fim as crianças foram uma a uma segurar o
braço da Renata para tocar o cello junto com ela.
56
A presença das monitoras foi muito importante porque, enquanto tocamos, elas
ficaram com as crianças, e sua presença parece ter mostrado que era uma atividade
interessante.
As figuras que levamos nas aulas anteriores ainda estavam na parede, com exceção
do cartaz dos personagens, que ao perguntarmos onde estava uma das crianças disse ter
arrancado.
Depois da audição, tentamos reunir as crianças para as brincadeiras de roda, mas
essa atividade não pareceu interessante a eles, os poucos que vieram não queriam dar a mão
aos colegas. Como não estávamos na sala que costumamos dar aula e sim numa sala grande
que é aberta para o resto da casa, enquanto guardávamos os instrumentos as crianças se
dispersaram. Cantamos uma música em roda com quatro ou cinco crianças que estavam ali.
Relatório 8ª Aula
Dia 07/06/08
Atividades realizadas:
- “Bom, dia começa com alegria”;
- Músicas novas “Marinheiro só” e “Peixinhos do mar”;
- Atividade com tambores;
- Conto sonoro “A noite no castelo”;
- Recapitulação das músicas anteriores cantando e tocando chocalhos.
Pontos positivos / negativos:
1ª turma
Ao chegarmos no Lar as crianças vêem correndo ao nosso encontro. Todas querem
nos cumprimentar e abraçar. E nos vendo chegar, pela da janela, falam “é a aula de
música”. Como chegamos em outras aulas falando que tínhamos novidades, as crianças
perguntaram se trouxemos alguma novidade.
57
A professora que me orienta na disciplina de estágio veio assistir a aula. Logo que
ela chegou as crianças foram lhe pegar pela mão e conversar com ela. Durante a aula alguns
quiseram sentar no seu colo e ficavam observando o que ela fazia.
Antes da aula, como já aconteceu outras vezes, enquanto arrumávamos a sala as
crianças abriram a porta e iam entrando. Se não tivéssemos a mala com os instrumentos, e
umas fantasias, não teria problema, entretanto, se entram enquanto estamos montando o
aparelho de som as crianças mexem nas coisas, abrem a mala, pedem colo, por isso
fechamos a porta e pedimos que esperem a hora da aula, para podermos organizar os
materiais.
Começamos a aula cantando “Bom dia começa com alegria”, depois ensinamos
duas músicas novas que são do repertório folclórico infantil “Marinheiro só” e “Peixinhos
do mar”, cantamos e a Renata tocou violão. Em seguida pegamos os tambores que fizemos
de latas pintadas e cada criança recebeu um. A Renata mostrou um jeito de tocar e as
crianças repetiram. Cantamos o nome de cada criança batendo as sílabas no tambor, elas
esperavam ansiosas pela sua vez, e cantaram os nomes dos colegas, falamos ainda nome de
coisas batendo também no tambor. Cantamos as músicas novas propondo diferentes
dinâmicas e andamentos tocando os tambores. Cantamos, depois, as músicas do repertório
da aula.
No momento do conto sonoro nos vestimos com uma capa e um chapéu de bruxa e a
Renata pegou um Morcego que fez com papel e elástico. Logo que mostrou às crianças um
dos meninos arrancou da sua mão e acabou rasgando o morcego. Acho que a criança não
teve a intenção de rasgar, mas quando a Renata falou “Ah, rasgou, que pena, a gente vai
precisar pra próxima aula. Dá pra mim que eu colo ele”, o menino ficou muito brabo,
rasgou em mais partes amassou e jogou longe.
Cantamos as frases do conto sonoro estimulando que as crianças falassem o som de
cada personagem, alguns disseram estar com medo do morcego e das nossas fantasias.
Cantamos algumas vezes a letra da música “A noite no castelo é mal assombrada, lá tem
um lobo que faz ‘uuuhh’, e tem uma ‘bruxa’ que faz, hahaha, tem um fantasma que faz
‘uuii’, e tem um vampiro que faz ‘fsfsfs’”. Combinamos que alguns fariam o fantasma
outros o lobo. Não conseguimos desenvolver mais a história e acabamos não ouvindo a
música. O fim da aula foi bastante conturbado.
58
2ª turma
Cantamos as músicas novas, algumas crianças já conheciam, cantamos outras
músicas do repertório, mas a aula foi mais agitada que a primeira. Tocamos com chocalhos
e tambores e as crianças da primeira aula também entraram na sala e não quisemos excluir.
Quando pedimos para mostrar outras formas de tocar os tambores as crianças desta turma
também experimentaram vários jeitos, descobriram que podiam até cantar dentro da lata,
que a voz sairia diferente.
Na hora do conto sonoro as crianças ficaram fascinadas pela capa e pelo chapéu,
que chamaram mais atenção que a história ou a música. Ficamos a aula cantando e tentando
ensinar as crianças a dividirem o material. Cada um podia vestir e ficar um pouco, fiz com
que as crianças experimentassem e passassem para o colega. No fim foi bastante difícil
convencê-los a devolver para eu levar embora.
Relatório 9ª Aula
Dia 14/06/08
Atividades realizadas:
- Cantar músicas já trabalhadas para desenvolver canto com atenção: sem gritar,
exercitando forte e fraco e diferentes andamentos;
- Cantar músicas novas “Nesta rua” e “O cravo brigou com a rosa”;
- Fixar as músicas já ouvidas do boi-de-mamão;
- Construir instrumentos musicais.
Pontos positivos / negativos:
1ª turma
Começamos a aula cantando as músicas do repertório, as crianças chegaram com
muito bom humor na aula, demonstravam vontade de participar. Algumas crianças desta
turma não falam direito, parecem possuir um atraso no desenvolvimento da linguagem, tem
59
três e quatro anos. Alguns são ‘tatibitate’, trocando as consoantes, mas temos um aluno que
não consegue se expressar, parece inventar palavras. Nesta aula conseguimos um
envolvimento muito grande musical e social.
Primeiro, cantamos algumas músicas, algumas crianças ficaram em pé e quando
cantam se balançam. Depois, pegamos os tambores e começamos a tocar livremente.
Perguntamos sobre as formas que se poderia tocar aquele instrumento e as crianças ficaram
experimentando. Mostraram que dava para bater na tampa, na parte lateral da lata, bater a
lata no chão, na parede, entre outros. Cada vez que alguém mostrou um jeito diferente de
tocar os incentivamos para todos experimentarem. Voltamos a cantar outras músicas do
repertório e propomos cantar primeiramente devagar como se estivessem cansados, depois
rapidamente como se estivessem com pressa e quando íamos sugerir outra variação uma
menina que tem quatro anos se antecipou falou a todos: - “agora baixinho”, começou a
cantar fraquinho e nos mostrou que batia em seu tambor de maneira suave usando apenas
um dedo. Podemos perceber que estavam gostando de cantar, assim que acaba uma música
as crianças sugerem a próxima. Quando cantamos as músicas do boi de mamão, as crianças
brincaram de fazer de conta que eram as personagens, alguns eram o cavalinho, outros o
boi. Na hora da Maricota balançamos os braços, na hora da bernunça fizemos um trem e
mexemos os braços como se fossem bocas grandes. Na hora do cavalinho, um dos meninos
subiu numa almofada e brincava como se estivesse montado num cavalo, e pulava no como
se estivesse cavalgando. As crianças acharam isso muito divertido.
Essa atividade de cantar as músicas do repertório foi crescendo de modo tão
espontâneo e musical que não quisemos passar para a construção de instrumentos.
2ª turma
Na segunda turma tínhamos apenas quatro meninas, começamos cantando as
músicas do repertório e aos poucos as crianças menores foram entrando e em poucos
minutos a sala estava com várias crianças novamente e decidimos passar para a atividade de
construção de instrumentos.
Havíamos pensado em diversos tipos de instrumentos, com formas variadas de se
tirar som. Levamos material para fazer chocalhos, telefone com copos de yogurt e barbante,
60
copinho com elástico que funciona como corda tencionada, bexigofone – instrumento de
soprar (levamos alguns prontos), e fundos de garrafa para fazer coquinhos.
Achamos que construindo os instrumentos as crianças talvez não tivessem mais
vontade de desmanchar como fizeram algumas vezes com os chocalhos. Sabíamos que não
daria tempo de fazer todos, porém achamos que esta atividade os incentivaria a pesquisar os
sons dos objetos e instrumentos que levamos.
Eu fiquei cuidando dos materiais para preencher os chocalhos, pegava um
punhadinho e colocava na mão das crianças para os encherem, enquanto a Renata fechava
os chocalhos já prontos. Começamos tendo controle do processo, mas em poucos minutos
havia milho, feijão e arroz por toda a sala. As crianças enchiam os chocalhos e logo
esvaziavam jogando tudo no chão, para encher novamente. A Renata conseguiu envolver
uma das crianças maiores, que por algum motivo não estava gostando da atividade,
chamando-a para lhe ajudar a fechar os chocalhos. A menina fechou um e disse “olha tia,
eu fiz um chocalho, agora já posso ser professora de música”.
Essa oficina / brincadeira / bagunça durou um pouco mais de vinte minutos, depois
todos guardamos os chocalhos e começamos a limpar a sala. Não é necessário pedir ajuda
as crianças, começamos a arrumar e elas também o fazem. Fazem do jeito delas, pegam
potinhos de brinquedo para encher de milho, ficam fazendo montinhos com as mãos e
“supervisionando” a nossa limpeza. Enquanto eu varria, algumas crianças me disseram que
eu estava esquecendo de varrer embaixo do sofá, então, eu levantei o sofá (com a ajuda de
uns pequenos) e eles varreram. Na hora de levar a pá até o lixo as crianças foram comigo
também, todos segurando uma parte da pá que tem cabo grande.
Relatório 10ª Aula
Dia 21/06/08
Atividades realizadas:
- Músicas do repertório exercitando forte e fraco e diferentes andamentos;
- Canto acompanhado de instrumentos;
- Ensaio do boi-de-mamão, músicas e fantasias.
61
1ª turma
Chegamos no Lar como sempre com antecedência para podermos preparar o espaço
para a aula, guardamos as fantasias em um dos quartos que tem uma varanda onde
planejamos fazer o ensaio e levamos os outros materiais para sala. Enquanto fazíamos isso
observei a chegada de uma senhora e quando vimos ela tinha juntado todas as crianças no
espaço principal e estava fazendo uma atividade recreativa. Eu não a conhecia, então, como
já estava no horário da aula falei a uma monitora que já estávamos prontas pra começar a
aula e ela foi falar com a senhora. Nesta hora eu a Renata e a Áurea (minha professora
orientadora do estágio) estávamos esperando as crianças, a senhora perguntou a Áurea o
seu nome e disse as crianças: “Agora, crianças tá na hora da aula de música com a
professora Áurea”. Foi uma situação bastante incômoda pra nós.
Fomos pra sala com as crianças que estavam bastante agitadas. Vi que havia um
casal de crianças (pareciam irmãos) que eu nunca tinha visto junto com a turma e achei que
eram filhos de alguma monitora ou voluntária (às vezes elas levam suas crianças para
brincarem). Porém com o decorrer da aula pude perceber que eram crianças que haviam
chegado naquela semana, por causa do comportamento deles, na menina era mais aparente,
estava tristonha, queria colo e bastante atenção.
Acredito que devido a estes acontecimentos e porque decidimos fazer uma aula para
as duas turmas, as crianças entraram na sala bastante agitadas. Cantamos com o violão
algumas músicas, e enquanto cantávamos distribuí tambores. Como havia mais crianças
que nas aulas anteriores distribuí chocalhos pra os que estavam sem instrumento.
Conseguimos apenas alguns momentos de concentração onde alcançamos uma execução
musical interessante. Uma das meninas estava tocando uma lata e batia o pulso
corretamente, batia forte e quando falei que ao cantar fraquinho ela tinha que bater
fraquinho, a menina imediatamente começou a bater suave.
As crianças falavam alto, estavam cantando de modo gritado e batendo os
instrumentos de qualquer jeito. Mandamos eles guardarem os instrumentos e a Renata quis
chamá-los para uma conversa para combinar a próxima atividade. Ela queria explicar que
iríamos fazer um ensaio do boi de mamão para apresentar na aula seguinte que será um
fechamento das atividades. Todavia, com aquela agitação não se conseguia silêncio, muito
menos atenção. Não sei exatamente como deveríamos ter feito, mas acredito que devíamos
62
ter arranjado um jeito de falar pouco e passar para a próxima atividade. Conversar com as
crianças é uma tarefa muito difícil, a gente consegue às vezes durante uma atividade, sobre
algo que estejam envolvidos. O parar e conversar requer se conter, parar de cantar de falar,
de se divertir, cria-se uma situação não musical e não infantil.
Depois de alguns minutos, fizemos uma fila com as crianças e fomos até o quarto
onde estavam as fantasias. Neste momento, sem falar conosco, as monitoras retiraram uma
das meninas da aula porque alguém tinha chegado pra levá-la para passear. Chegando na
sala, vestimos um a um com a ajuda de uma monitora e começamos a cantar as músicas do
boi-de-mamão e a dançar.
A Renata tentou organizar o ensaio, puxando as músicas na ordem da narrativa e
pedindo para dançarem somente as crianças que estavam vestidas como a personagem da
música.
Cantamos algumas vezes as músicas de cada personagem, as crianças participaram
brincando e trocando de fantasias. A bernunça fez muito sucesso, alguns deles ficaram todo
tempo embaixo do pano dando voltas pela varanda, e até um cavalinho entrou na bernunça.
A sacada pegava bastante sol e logo foi ficando muito quente e as crianças foram
entrando de volta na casa. Uma criança pequena achou um rolo de papel crepom que deve
ter caído da minha mochila e começou a brincar dizendo que era um espada. Como
estávamos guardando tudo pedi pro menino pra guardar ele me entregou, mas ficou fazendo
manha, pedindo a espada e nesta hora uma das monitoras foi muito grosseira gritou e
chacoalhou a criança dizendo para ele parar com isso porque aquilo não era uma espada.
Depois entendi o que tinha acontecido, o menino estava vestido com um cavalinho e
aquele rolo de papel fazia parte da fantasia dele que era ser um cavaleiro.
Propostas para a próxima aula:
Conforme pensamos no cronograma e vínhamos preparando, a próxima aula será
um fechamento com uma audição com as músicas do repertório da aula e a apresentação do
boi de mamão das crianças.
Relatório 11ª Aula
63
Dia 28/06/08
Atividades realizadas:
Esta aula de fechamento das atividades foi planejada como aula coletiva.
Planejamos a aula em dois momentos, o primeiro com a audição de uma apresentação
musical, feita por mim pela Renata e pelo Rodrigo, e, o segundo com a apresentação da
brincadeira do Boi-de-mamão das crianças.
O Rodrigo é também aluno da licenciatura e se dispôs a ir ao meu estágio, levando
piano elétrico, amplificador, escaleta e instrumentos de percussão para fazermos uma
apresentação musical com o repertório das aulas.
Pontos positivos / negativos:
Colocamos colchonetes para as crianças sentarem para ouvirem a nossa
apresentação. Nós chamamos as crianças e as monitoras trouxeram os bebês e ficaram na
sala.
A apresentação foi muito interessante, as músicas que as crianças conheciam, elas
cantaram conosco e quando tocamos algumas que não conheciam ficaram prestando
atenção. Fizeram pedidos, perguntas, dançaram, bateram palma e responderam quando
perguntávamos o nome dos instrumentos.
64
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Realizar meu estágio no Lar São Vicente de Paula foi um desafio já que durante
minha formação o ensino de música para crianças pequenas não foi abordado de forma a
abranger os conhecimentos necessários para esta prática. Não havia estudado, por exemplo,
atividades próprias para estas faixas etárias, ou, desenvolvimento infantil. A orientação que
tive na universidade, então, foi fundamental me ajudando a resolver problemáticas, pensar
em atividades, e selecionar bibliografia orientada para este assunto.
Na minha opinião o Abrigo, como espaço não formal de educação, possui
características que não se encontram em sala de aula na mesma proporção. Entre elas estão:
ambiente não tradicional ligado a atividades recreativas e de lazer, presença de crianças
com faixas etárias variadas e crianças com carências de toda ordem que não costumam ter
atenção individual, entre outras.
Não tenho um completo entendimento de como funciona o Lar onde ficam estas
crianças, pude perceber que possui uma série de regras para funcionar e como conta com
plantões de quatro monitoras para cuidar das quase vinte e cinco crianças estas regras e a
maneira que lidam com as crianças são a maneira que arrumaram para a convivência.
Entretanto, alguns hábitos acabavam por não concordar com o oferecimento da aula de
música e muitas vezes foram grandes empecilhos para o andamento da aula. Dentre estes
problemas está a distribuição de chicletes por parte de monitoras e voluntários da
instituição que acostumaram as crianças a um hábito que não é saudável em nenhuma
medida, e que começava muitas vezes às nove da manhã. O chiclete é prejudicial ao seu
desenvolvimento ósseo, à articulação da mandíbula, ao seu sistema digestivo e entre outras
coisas impossibilitava as crianças de cantarem.
As interrupções durante a aula, por causa do atendimento dentário (que podia ser
pensado a atender as crianças que não estivessem em aula primeiramente), assim como
aparições de outras atividades no mesmo horário, e, voluntários que vinham buscar crianças
para levar para passear e retiraram-nas da sala durante o horário de aula também
65
prejudicaram as atividades, mostrando o não entendimento do nosso papel quanto
educadoras musicais, e falta de respeito com o nosso trabalho.
Achei bastante complicada esta idéia de deixar as crianças saírem para passear com
um voluntário. Não cabe a mim fazer um juízo, entretanto, pude perceber na aula que as
crianças que não eram levadas para passear ficavam realmente frustradas. Aconteceram
várias vezes de entre irmãos um ir passear e o outro ficar e era visível a tristeza da criança
que ficava, e seu comportamento em aula era muito diferente.
O trabalho com as crianças requereu uma etapa de conhecimento também por parte
das crianças, para adquirirem confiança e aceitar o que propúnhamos. Portanto, foi um
semestre de ambientação, de conhecimento tanto meu do espaço e das crianças como deles
comigo e com o meu trabalho. Parece que só agora no final do estágio houve um
entendimento sobre o que é a aula de música e sua importância.
Acredito que o comportamento das crianças em aula também se deve ao fato de que
estão em sua casa, muitas vezes na sala de televisão e, portanto não estão acostumadas a ter
que se comportar como se tivessem na escola. Por isso acredito que seria melhor que a aula
de música fosse para a creche na qual as crianças estudam, onde o espaço é destinado a
educação e onde tem-se também o contato com os outros educadores que podem ajudar
mostrando como lidar com as crianças. Ficou claro que para dar aula para eles precisamos
de assistência de professores que tenham experiência em dar aulas para crianças nesta faixa
etária e com este tipo de carências, talvez fosse interessante também, contar com a ajuda de
psicólogos e pedagogos.
Durante o semestre houve significativas mudanças em relação a disciplina,
comportamento, comunicação, movimento e principalmente relativo aos elementos
musicais trabalhados.
O trabalho com crianças deve ter uma atenção e acompanhamento individual que
tentamos ter durante as aulas. Percebi que as crianças na educação infantil devem ser
avaliadas além do desenvolvimento de aspectos puramente musicais, através de seu
comportamento social.