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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL ALEX MARTINS VIDAL ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Metamasius hemipterus (L.) (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE), COLEÓPTEROS ASSOCIADOS E AÇÃO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS EM PUPUNHEIRA ILHÉUS-BAHIA 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

ALEX MARTINS VIDAL

ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Metamasius hemipterus (L.)

(COLEOPTERA: CURCULIONIDAE), COLEÓPTEROS ASSOCIADOS E AÇÃO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS EM PUPUNHEIRA

ILHÉUS-BAHIA

2018

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ALEX MARTINS VIDAL

ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Metamasius hemipterus (L.)

(COLEOPTERA: CURCULIONIDAE), COLEÓPTEROS ASSOCIADOS E AÇÃO DE FUNGOS

ENTOMOPATOGÊNICOS EM PUPUNHEIRA)

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal, à Universidade Estadual de Santa Cruz.

Área de concentração: Proteção de Plantas

Orientadora: Profª. Maria Aparecida Leão Bittencourt

ILHÉUS-BAHIA

2018

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ALEX MARTINS VIDAL

ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Metamasius hemipterus (L.) (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE), COLEÓPTEROS ASSOCIADOS E AÇÃO DE FUNGOS

ENTOMOPATOGÊNICOS EM PUPUNHEIRA

Ilhéus, 22/01/2018.

Prof.ª Dr.ª Maria Aparecida Leão Bittencourt

(ORIENTADORA)

Prof. Dr. Anibal Ramadan Oliveira

(DCB/UESC)

Prof.ª Dr.ª Maria Aparecida Castellani

(DFZ/UESB)

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Dedico a todos que amo fez e faz parte da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Ao todo suberando DEUS, em que tenho fé e creio na sua justiça e pela

força espiritual.

Aos meus pais, Maria de Lourdes da Silva Martins e Vilomar Rocha

Vidal, por terem me gerado e pela educação. Á minha irmã querida Lidiane

Martins Vidal e a toda família que de alguma maneira ajudou.

Aos professores Maria Aparecida Leão Bittencourt, Arlete José da

Silveira e a todos educadores do mestrado da Produção Vegetal pela

orientação, apoio, incentivo, broncas e conhecimentos compartilhados.

Aos companheiros de laboratório que conheci Vitor Amorin, Alexandre

Lima, Elisângela Melo, João Pedro, Bruno Lima, Yasmine Ohana, Juliana

Cruz, Pedro Gildeir Santos e Olívia Santos.

Aos amigos que fiz dentro e fora da universidade, pelos momentos

bons, ruins, inesquecíveis que passamos juntos e que sempre estarão na

minha memória.

Aos colegas da pós-graduação pelo convívio durante as aulas do curso

de mestrado, experiência e ensinamentos trocados.

A Universidade Estadual Santa Cruz pela estrutura existente e por

estar sempre aberta para o desenvolvimento da pesquisa.

Aos senhores Paulo e Sérgio por disponibilizarem suas fazendas para

a instalação e desenvolvimento dos experimentos.

A Fapesb pela concessão da bolsa.

Muito obrigado a todos.

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SUMÁRIO

SUMÁRIO .......................................................................................................................... vi

RESUMO .......................................................................................................................... viii

ABSTRACT......................................................................................................................... ix

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 13

2.1 Pupunheira ................................................................................................................... 13

2.2 Amostragens de coleópteros em áreas com Arecaceae ......................................... 14

2.3 Coleópteros-praga associados à Arecaceae ............................................................ 16

2.4 Manejo de pragas ....................................................................................................... 21

2.4.1 Controle microbiano ................................................................................................ 22

2.4.2 Predadores ............................................................................................................... 24

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 26

3.1 Espécies de coleópteros associados à pupunheira ...................................................... 26

3.2 Aspectos biológicos de Metamasius hemipterus........................................................... 29

3.3 Bioensaios .................................................................................................................... 31

3.3.1 Bioensaios com produtos comerciais à base de fungos entomopatogênicos ... 31

3.3.2 Testes de patogenicidade de fungos obtidos em campo sobre adultos de M. hemipterus ........................................................................................................................ 32

3.4 Ocorrências de coleópteros associados à pupunheira x mata nativa, e aplicação de Boveril® em campo ................................................................................................... 34

3.5 Análises estatísticas ..................................................................................................... 35

4 Resultado e Discussão ................................................................................................ 36

4.1 Espécies de coleópteros associados à pupunheira ...................................................... 36

4.2 Aspectos biológicos de Metamasius hemipterus........................................................... 41

4.3 Fungos entomopatogênicos.......................................................................................... 43

4.3.1 Infestação de fungos em campo ............................................................................ 43

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4.3.2 Bioensaios com fungos entomopatogênicos comerciais .................................... 44

4.3.3 Bioensaios de patogenicidade com fungos entomopatogênicos encontrados em campo ................................................................................................................................ 46

4.2.4 Bioensaios com Boveril® em campo ...................................................................... 47

4.2.5 Ocorrência de coleópteros associados à pupunheira x mata nativa ................... 49

5 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 50

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 51

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ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Metamasius hemipterus (L.) (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE), COLEÓPTEROS ASSOCIADOS E AÇÃO DE FUNGOS

ENTOMOPATOGÊNICOS EM PUPUNHEIRA

RESUMO

O cultivo comercial da pupunheira (Bactris gasipaes Kunth - Areacaceae) tem despertado grande interesse econômico para pequenos produtores da região Sul da Bahia, devido a sua dualidade econômica, pois é possível explorar tanto seus frutos, como o palmito. Associado a essa cultura, a espécie Metamasius hemipterus (L.) (Coleoptera: Curculionidae) tem causado prejuízos econômicos, pois suas larvas consomem o interior do estipe provocando depreciação do palmito, redução do perfilhamento e consequentemente perdas na produção. Os objetivos deste estudo foram: (1) identificar espécies de coleópteros associadas à pupunheira; (2) avaliar atrativos na captura de insetos; (3) identificar e isolar fungos entomopatogênicos obtidos em campo; (4) avaliar a ação de produtos comerciais à base de fungos entomopatogênicos nas concentrações de 2,5g.mL-1 e 5,0 g.mL-1 e de isolados de Beauveria bassiana (108 mL-1) sobre adultos de M. hemipterus; (5) correlacionar a pluviosidade e a ocorrência da broca-rajada, e a influência da mata nativa na relação predador x praga; (6) ampliar o conhecimento aspectos biológicos de M. hemipterus. No período de agosto de 2016 a julho de 2017 foram instaladas 10 armadilhas do ‘tipo Pet’ em áreas comerciais de pupunheiras nos municípios de Ilhéus, Itajuípe e Uruçuca contendo os seguintes atrativos: 1) toletes de cana-de-açúcar (atrativo alimentar), 2) feromônio (Rincoforol©) e 3) feromônio + toletes de cana-de-açúcar. Os insetos capturados foram contabilizados e separados por amostra, gênero/espécie. Em laboratório, foi avaliada a mortalidade (%) de adultos da broca-rajada (n=10) sob ação de produtos comerciais a base de fungos entomopatogênicos, Metarril® e Boveril® e Ballveria® nas concentrações de 2,5g.mL-1 e 5 g.mL-1, em delineamento experimental com seis blocos casualizado em seis repetições; além dos produtos comerciais, foram avaliados quatro isolados (ARATACA-12, ARATACA-28, CAMAMU-3 e CAMAMU-12) de B. bassiana (108 mL-1) obtidos em campo. Foram capturadas os seguintes coleópteros: Metamasius hemipterus (L.), M. canalipes (Gyllenhal), Rhynchophorus palmarum (L.) (Curculionidae), Omalodes spp., Hololepta spp. (Histeridae). A interação cana-de-açúcar e o feromônio foram eficientes na captura de coleópteros. O produto comercial Boveril® (2,5g.mL-1 e 5 g.mL-1) causou 92,5% de mortalidade, e os isolados ARATACA-12, ARATACA-28 provocaram 36% de mortalidade de adultos da broca-rajada. Foi observado maior número de predadores em até 200 metros da mata ativa. Foi observada a presença de cinco instares larvais de M. hemipterus. Palavras-chave: Metamasius. Fungos entomopatogênicos. Armadilha ‘tipo Pet’, Controle microbiano.

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BIOECOLOGICAL ASPECTS OF Metamasius hemipterus (L.) (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE), ASSOCIATED COLEOPTERS AND ACTION OF ENTOMOPATHOGENIC

FUNGI IN PEACH PALM

ABSTRACT

Commercial cultivation of peach palm (Bactris gasipaes Kunth - Areacaceae) has aroused great economic interest for small producers in the southern region of Bahia, due to its economic duality, since it is possible to explore both its fruits and the palm heart. The species Metamasius hemipterus (L.) (Coleoptera: Curculionidae) has caused economic damage because its larvae consume the interior of the stigma, causing palmito depreciation, reduction of tillering and consequent losses in production. The objectives of this study were: (1) to identify species of coleoptera associated with peach palm; (2) assessing attractiveness in catching insects; (3) identify and isolate entomopathogenic fungi obtained in the field; (4) to evaluate the action of commercial products based on entomopathogenic fungi at concentrations of 2.5 g mL-1 and 5.0 g.mL-1 and Beauveria bassiana isolates (108 mL-1) on adults of M. hemipterus; (5) to correlate the rainfall and the occurrence of the burr-gust, and the influence of the native forest on the predator vs. pest relationship; (6) extend the knowledge biological aspects of M. hemipterus. In the period from August 2016 to July 2017, 10 traps of the 'Pet type' were installed in commercial areas of peach palm trees in the municipalities of Ilhéus, Itajuípe and Uruçuca, with the following attractions: 1) sugar cane tots (food attraction), 2) pheromone (Rincoforol ©) and 3) pheromone + sugar cane tops. The captured insects were counted and separated by sample, genus / species. In the laboratory, the mortality (%) of adults of the burr-burrow (n = 10) was evaluated by commercial products based on entomopathogenic fungi, Metarril® and Boveril® and Ballveria® at concentrations of 2.5 g.mL-1 and 5 g.mL-1, in a randomized block design in six replicates; in addition to the commercial products, four isolates (ARATACA-12, ARATACA-28, CAMAMU-3 and CAMAMU-12) from B. bassiana (108 mL-1) obtained in the field were evaluated. The following beetles were collected: Metamasius hemipterus (L.), M. canalipes (Gyllenhal), Rhynchophorus palmarum (L.) (Curculionidae), Omalodes spp., Hololepta spp. (Histeridae). The interaction sugarcane and pheromone were efficient in the capture of coleoptera. The commercial product Boveril® (2.5 g. mL-1 and 5 g.mL-1) caused 92.5% mortality, and ARATACA-12, ARATACA-28 isolates caused 36% adult mortality of burr-burrow . A greater number of predators were observed within 200 meters of the active forest. The presence of five larval instars of M. hemipterus was observed. Keywords: Metamasius. Entomopathogenic fungi. ‘Pet type trap’, Microbial control

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil vem ganhando grande destaque no cenário mundial na produção de

palmito (Bactris gasipaes Kunth - Areacaceae). Estipula-se que esta nacional deste

produto gire em torno de 200.000 toneladas ao ano (FAO, 2016). Umas das espécies

de arecáceas em que o palmito pode ser extraído é a pupunheira (Bactris gasipaes),

cuja produção é sustentável e economicamente viável. Apresenta pontos positivos

como a sua precocidade para o corte, produtividade, rusticidade, além de apresentar

um produto de boa qualidade (INACERES, 2013).

Metamasius hemipterus (L.) (Coleoptera: Curculionidae), denominado

comumente de broca-rajada, pode ser considerado o maior causador de danos

econômicos na pupunheira (OQUENDO al., 2004). Devido ao seu grande número de

hospedeiros, sua ocorrência está associada a diversas espécies vegetais em países

tropicais, tais como a pupunheira, cana-de-açúcar, bananeira, abacaxizeiro e palmeiras

ornamentais sendo que, o ataque e a colonização nestas culturas ocorrem

principalmente após injúrias decorrentes dos tratos culturais, colheita, doenças ou

outros fatores que favoreçam emissão de voláteis. Tantos os adultos como as larvas

causam danos e prejuízos econômicos, provocam o broqueamento do caule das

plantas, ocasionando a redução do perfilho e abertura de orifícios, que podem favorecer

a entrada de fitopatógenos (BULGARELLI; CHINCHILLA; OEHLSCHLAGER, 1998;

LEÓN-BRITO, et al., 2005; MÉXON el al., 2000; ZORZENON; BERGMANM; BICUDO,

2000).

Adultos e larvas de Rhynchophorus palmarum (L.) causam injúrias semelhante

ao M. hemipterus, abrindo galerias no meristema apical da planta, e os odores

emanados dos tecidos atacados atraem outros indivíduos da espécie, causando danos

e morte de plantas adultas no campo (DUARTE et al., 2003; YASUDA, 2005). O R.

palmarum ainda pode ser vetor do nematóide que causa o anel-vermelho, que pode ser

letal, causando grande impacto econômico no cultivo de palmeiras (ALPÍZAR et al.,

2002).

Inimigos naturais (IN), como grupos de nematoides e fungos entomopatogênicos

(NEP), insetos predadores e parasitoides são encontrados associados aos insetos,

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auxiliando na redução populacional de insetos-pragas em campo, tornando-se uma

alternativa viável para o manejo integrado de praga (ALVES et al., 1998; FERRAZ et al.,

1998).

Produtos comerciais à base do fungo como o Metarhizium anisopliae (Metsch.)

Sorok. são usados em diferentes países para o controle de insetospraga em plantios

agrícolas, especialmente para os pertencentes a famílias Curculionidae, Scarabaeidae

e Cercopidae (FARIA et. al., 2010). Beauveria bassiana (Bals)Vuill. tem como uma

característica muito interessante que é a sua perpetuação no solo, colonizando o

campo de forma epizoótica e enzoótica (ALVES et al., 1998).

O uso de isca na presença de alimentos atraentes com fungos

entomopatogênicos pode servir como uma ferramenta de suma importância no

monitoramento de programas e controle biológico em bananeira, embora o

conhecimento sobre o uso integrado desses elementos é considerado subdesenvolvido

(OLIVEIRA, 2010).

Insetos predadores são organismos de vida livre em todos os seus estágios de

desenvolvimento, e importantes inimigos naturais de vários insetospraga. É

característico por consumir vários indivíduos para completar o seu ciclo biológico

(OLIVEIRA et al., 2002). Henao e Ospina (2008) destacam as ordens Diptera,

Coleoptera, Hemiptera, Hymenoptera e Neuroptera como insetos benéficos a diversas

culturas, pois alguns exemplares destas ordens possuem indivíduos predadores que

acabam reduzindo o número de pragas. Hololepta reichii (Marseul) e Omalodes spp.

(Coleoptera: Histeridae) são predadores de larvas de vários insetos. Existe ocorrência

desses predadores alimentando-se de larvas do C. sordidus e M. hemipterus em

galerias no rizoma de bananeira (ROCHA, 2012).

Visando contribuir no manejo de pragas em plantio de pupunheira, os objetivos

desse estudo foram: (1) identificar espécies de coleópteros associadas à pupunheira;

(2) avaliar atrativos na captura de insetos; (3) identificar e isolar fungos

entomopatogênicos obtidos em campo; (4) avaliar a ação de produtos comerciais à

base de fungos entomopatogênicos nas concentrações de 2,5g/mL-1 e 5,0 g/mL-1 e de

isolados de Beauveria bassiana (108 mL-1) sobre adultos de M. hemipterus; (5)

correlacionar a pluviosidade e a ocorrência da broca-rajada, e a influência da mata

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nativa na relação predador x praga; (6) ampliar o conhecimento aspectos biológicos de

M. hemipterus.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Pupunheira

A região Sul do Estado da Bahia compreende uma faixa da Mata Atlântica, onde

o agronegócio de Arecaceae tem se expandido em muitos municípios da região.

Cultivos desta família, sobretudo do coqueiro, pupunha e açaizeiro também são muito

importantes também para os Estados de Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte

(BRAZÍLIO et al., 2012; CASALI, 2012; LORENZI; NOBLICK; KAHN, 2010; OLIVEIRA,

2013).

A pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) é uma espécie pertencente à família

Arecaceae, estando distribuída geograficamente desde a América Central até o norte

da Bolívia e Brasil, possui características agronômicas importantes como a adaptação a

diferentes condições agroecológicas, pois tolera solos ácidos e de baixa fertilidade,

porém precisam ser bem drenados (LORENZI, 2002). Partes dessas plantas como os

frutos, estipes e folhas eram utilizados desde muito tempo pelos povos nativos destes

países, sendo um importante alimento na alimentação (CARVALHO, 2002; OLIVEIRA,

2013).

Atualmente o Brasil é considerado o maior produtor e exportador de palmito no

mundo, com uma produção estipulada em torno de 200.000 toneladas ao ano (FAO,

2015). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o

Estado da Bahia produziu em torno de 27.059 toneladas no ano de 2014 (IBGE, 2014).

O setor brasileiro de palmito tem um faturamento anual estimado em US$ 350 milhões,

com a geração de oito mil empregos diretos e vinte e cinco mil empregos indiretos

(EMBRAPA, 2015).

O cultivo da pupunheira possui vantagens e características peculiares, sobretudo

para a exploração comercial de palmito. Pode-se relatar como características

importantes à precocidade de corte, a alta produtividade, um bom perfilhamento, a

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facilidade nos tratos culturais de maneira que permita ser uma alternativa viável

econômica e garanta a sua exploração contínua por vários anos (BORGES, 2011;

SILVA, 2010).

Segundo Silva (2004) a introdução desta cultura na região Sul do Estado da

Bahia, no Norte do Espírito Santo, e no Litoral Norte de São Paulo foi realizada com o

objetivo de fazer uma produção de palmito industrializado, em face da redução da

exploração do palmito-juçara (Euterpe edulis Mart.) na região Centro-Oeste e do

açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) na região Norte do Brasil.

2.2 Amostragens de coleópteros em áreas com Arecaceae

O monitoramento de pragas é uma técnica utilizada no Manejo Integrado de

Pragas (MIP) que visa monitorar a ocorrência ou não de um inseto praga em uma

determinada área, com objetivo de verificar o nível populacional e as espécies

presentes na cultura, ou seja, determinar o nível de controle (NC) ou nível de dano (ND)

na cultura (GALLO et al., 2002).

Vários tipos de armadilhas são utilizadas para o monitoramento de pragas em

espécies da família Arecacea, dentre ela estão a armadilha ‘tipo Balde’ (alçapão), ‘tipo

Tanque’ que serve para a captura de coleobrocas como Rhynchophorus palmarum (L.)

e Metamasius hemipterus (L.) (Coleoptera: Curculionidae) (MOURA et al., 1990; TIGLIA

et al., 1998). A armadilha ‘tipo Balde’ com capacidade de 50L deve conter pequenos

furos no fundo para evitar acúmulo de água no interior, e também nas laterais para

facilitar a liberação das substâncias voláteis. No interior da armadilha, são colocados

cerca de 20 toletes de cana de 25 cm cortados ao meio no sentido longitudinal, e a

cápsula de feromônio de agregação pendurada na tampa. As armadilhas deverão ser

colocadas na superfície do solo ou um pouco enterradas e inspecionadas a cada 15

dias; deverão ser distribuídas na periferia do plantio, espaçadas 100 m entre si e

localizadas, de preferência, sob arbustos. A troca do feromônio deve ser feita conforme

recomendação do fabricante. Durante a vistoria destas armadilhas, os adultos

capturados devem ser eliminados (MOURA et al., 1990; TIGLIA et al., 1998).

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Devido a uma desvantagem apresentada pela armadilha ‘tipo Balde’, que é o alto

custo de produção, foi desenvolvida uma armadilha que possui a mesma eficiência e

um preço mais em conta. Esta armadilha é conhecida como ‘tipo Pet’, confeccionada a

parti de três garrafas Pet com as mesmas dimensões, que é material reciclável, sendo

de baixo custo, eficiente, prática e sem atrativo para roubo; estas deverão ser

penduradas a 80 cm do chão e inspecionadas a cada oito dias, para a troca da cana

(sete a oito toletes de cana-de-açúcar de 10 cm) e a coleta dos adultos (FERREIRA,

2007).

Molin e Barreto (2012) avaliaram e eficiência da armadilha ‘tipo Pet’ na captura

de curculionídeos em área de coqueiro em Sinop, Estado do Mato Grosso do Sul, tendo

usado como atrativo alimentar toletes de cana-de-açúcar amassados, onde foram

capturadas várias espécies, com registro de R. palmarum e M. hemipterus.

Toletes de cana-de-açúcar têm sido os mais utilizados como atrativos

alimentares, mas abacaxi, mamão, inhame, mandioca, casca de coco verde também

podem ser utilizados, pois apresentam atratividade devido à fermentação (CYSNE et

al., 2013; FERREIRA, 2007; FERREIRA et al, 2003; MOURA et al., 1990; MOURA;

VILELA, 1998; TIGLIA et al., 1998).

As iscas atrativas podem ser usadas tanto no monitoramento de pragas, como

também no utilizadas no manejo, quando inoculadas com fungos entomopatogênicos.

Os insetos adultos são atraídos para as iscas inoculadas, e uma vez contaminados,

passam a atuar como vetores do patógeno na área (FERREIRA, 2007).

O uso de feromônios pode ser uma técnica utilizada no manejo integrado, para

auxiliar no monitoramento das pragas e na tomada de decisão para o efetivo controle

dos insetos. Alguns feromônios já vêm sendo produzidos comercialmente e utilizados

na agricultura com eficiência, seja para a detecção da praga ou da coleta massal de

adultos (AMBROGI et al. 2009).Duarte et al.,(2008) avaliou a captura da broca-do-olho-

do-coqueiro iscadas com feromônio de agregação (Rincoforol) associado à toletes de

cana-de-açúcar, à pedaços de frutos do abacaxi e a seis compostos voláteis isolados

de frutos do abacaxi no Estado de Alagoas. Não foi constatada diferença significativa

entre os tratamentos, porém notou-se uma maior captura do R. palmarum devido ao

uso do feromônio. Já Gomes (2008) avaliou a eficiência do uso da armadilha tipo balde

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iscadas com atrativos alimentar cana-de-açúcar mais feromônios (Combolure e

Rincoforol) em áreas de agrossistema de pupunheira e dendezeiro nos municípios de

Una e Uruçuca, região Sul da Bahia. Foi observado que as armadilhas que continham o

Combolure coletaram um número maior de M. hemipterus e R. palmarum. O uso de

armadilhas do ‘tipo Balde’ e do ‘tipo Tanque’ iscadas com feromônio associado a toletes

de cana-de-açúcar foram mais eficientes na atratividade de ambos os insetos.

2.3 Coleópteros-praga associados à Arecaceae

Os principais insetos-praga que causam danos econômicos as espécies vegetais

representantes da família Arecaceae estão associados às injurias no estipe das

palmeiras, de onde é extraído o palmito. Coleópteros pertencentes à família

Curculionidae, como R. palmarum, conhecido como broca-do-olho-do-coqueiro, e M.

hemipterus, denominada comumente de broca-rajada, são pragas-chave no cultivo da

pupunheira (ARROYO-OQUENDO; MEXZÓN; MORA-URPI, 2004).

Rhynchophorus palmarum é uma praga primária das palmeiras que se encontra

amplamente distribuída por quase toda região tropical das Américas, principalmente a

Américas Central e do Sul. O adulto da broca-do-olho-do-coqueiro possui coloração

preta opaca, com tamanho variando entre 45 a 60 mm de comprimento, de rostro

desenvolvido, com 10 a 12 mm de comprimento e recurvado. Os élitros são curtos, não

encobrem a extremidade do abdome e têm oito sulcos longitudinais. Possuem

dimorfismo sexual, onde somente os machos apresentam pelos no lado dorsal do

rostro. As posturas são realizadas em incisões na base do ráquis, podendo ser de 5 a 6

ovos/dia/fêmea com total de até 250 ovos durante sua vida. Após 2 a 3 dias, eclodem

as larvas ápodas que fazem galerias nos tecidos das plantas, principalmente na gema

apical, no pecíolo das folhas novas e no estipe mole; são de coloração branca com a

cabeça marrom-escura podendo atingir até 70 mm de comprimento. Na fase de pupa se

abrigam dentro de um casulo de fibras do próprio hospedeiro, que medem de 70 a 90

mm. O ciclo biológico varia acordo com sua fonte de alimentação, variando de 132 a

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215 dias (CYSNE et al., 2013; GALLO et al., 2002; MOURA; VILELA, 1998).

Os adultos e as larvas da broca-do-olho-do-coqueiro têm sido relatados

causando de coqueiros, dendezeiros, piaçaveiras, pupunheiras, açaizeiros e outras

arecáceas em diversas regiões (GOMES, 2008; FERREIRA et al., 1998; MOLIN;

BARRETO 2012; SÁNCHEZ-SOTO; NAKANO 2002; SILVA, 2001; RUIZ; MARTÍNEZ;

MEDINA, 2013; SOLIMAN et al., 2009; YASUDA, 2005). Ainda há registros de

ocorrência em cana-de-açúcar, abacaxizeiro, mamoeiro, bananeira, cacaueiro e

helicônias sendo esta espécie uma praga polífaga (BATISTA FILHO et al., 2002a;

BROGLIO et al., 2014; NAVARRO et al., 2002; ROCHA, 2012; TORRE et al., 2010).

Estes coleópteros fazem galerias no meristema apical da planta, e os odores

emanados dos tecidos atacados atraem outros indivíduos da espécie, causando danos

e morte de plantas adultas no campo (DUARTE et al., 2003; YASUDA, 2005). Esta

espécie também foi relatada como vetor do nematoide Bursaphelencus cocophilus

(Cobb,) Baujard, (Nematoda: Aphelenchoididae) que causa a doença conhecida como

anel-vermelho, que pode ser letal, causando grande impacto econômico no cultivo de

palmeiras (DUARTE; LIMA, 2001; ALPÍZAR et al. 2002; GALLO et al., 2002; SÁNCHEZ-

SOTO, 2002; DUARTE et al., 2003).

No Brasil há registro desta praga nos Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia,

Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco,

Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, São Paulo e

Sergipe. Provavelmente, pelo fato da Bahia ser um grande produtor de espécie das

arecáceas a ocorrência desse inseto seja maior que nos demais estados e isso se deve

provavelmente a pupunheira, piaçaveira e o dendezeiro por serem culturas

subespontâneas, pois estas palmeiras sofrem um processo extrativista severo e

constante, tornando-se vulneráveis ao seu ataque, propiciando assim o aumento

populacional da praga (AMBROGI et al., 2009; CORREIA et al., 2015; FERREIRA et al.,

1998, 2003; MOLIN; BARRETO, 2012; MOURA, 2001; MOURA; VILELA, 1998;

SÁNCHEZ-SOTO; NAKANO, 2002; SILVA, 2001; TORRE et al., 2010).

Os insetos pertencentes ao gênero Metamasius estão entre os grupos de

coleópteros que podem causar danos comerciais aos plantios de palmeiras. Há relatos

que eles podem ser vetores do anel-vermelho em dendezeiros, sendo encontrado a

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presença dos nematoides tanto internamente quanto externamente nos insetos. (SILVA;

MARTINS-SILVA 1991 apud ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000).

São cerca de 110 espécies deste gênero que já foram encontradas nos

continentes, principalmente na região tropical das Américas (ZORZENON;

BERGMANM; BICUDO, 2000). Metamasius hemipterus, denominado de broca-rajada,

mede de 10 a 15 mm de comprimento e apresenta coloração castanha alaranjada com

manchas e faixas negras distribuídas de forma simétrica. O dimorfismo sexual é

determinado através do rostro e do pigídio. Nas fêmeas o rostro é mais delgado e

comprido, e o pigídio é mais afilado, em formato de ponta com poucas cerdas,

enquanto nos machos o rostro mais grosso e curto, com pigídio ligeiramente

arredondado e pubescente. As fêmeas depositam ovos de coloração branco-leitosa,

com forma elíptica, e cerca de 2 mm de comprimento. As larvas são ápodes, de

coloração branco-leitosa, com a cápsula cefálica de coloração amarela a marrom,

podendo alcançar mais de 10 mm de comprimento nos últimos instar, e abrem galerias

superficiais e profundas no estipe da planta, causando danos severos. As pupas ficam

protegidas dentro de um casulo confeccionado, pela própria larva, com fibras da planta

hospedeira, sendo o ciclo biológico (ovo a adulto) de 62 dias (ESTEBAN-DURÁN et al.,

1998; LEÓNBRITO et al., 2005; VAURIE, 1966; WEISSLING; GIBLIN-DAVIS, 1998;

ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000).

Já foi constatado a presença de M. hemipterus infestando palmiteiros das

espécies Euterpe edulis (juçara), Euterpe oleracea (açaí) e pupunheira em 1993 nos

municípios de Jundiaí (ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000). Nos Estados

Unidos da América (EUA), várias espécies de Metamasius são relatadas causando

injúrias em diversas plantas de importância econômica (SOLIMAN et al., 2009). Na

cultura da pupunheira, a mais importante é M. hemipterus, conhecido com broca-rajada

(ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000, SOLIMAN et al., 2009)

Uma boa parte dos danos causados pela broca-rajada ocorre durante seu

estágio larval (AMBROGI et al., 2009). Larvas e adultos de M. hemipterus broqueiam o

caule da planta, ocasionando perdas devido à redução do perfilhamento e à abertura de

orifícios que podem servir como porta de entrada à fitopatógenos. Estas injúrias podem

representar uma perda inestimável quanto se trata no campo do setor de produção

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agrícola nacional, pois estar relacionado a perdas econômicas e genéticas, tendo sido

observado que a ocorrência de ataque de Metamasius em arecáceas aumenta com

frequência logo após o primeiro corte para a retirada do palmito, principalmente em

tecidos vegetais mortos (CYSNE et al., 2013; SOLIMAN et al., 2009; YASUDA, 2005).

Metamasius hemipteros estão amplamente distribuídas nos estados brasileiros

(OQUENDO al., 2004). Devido ao seu grande número de hospedeiros, sua ocorrência

está associada a diversas espécies vegetais em países tropicais, tais como a

pupunheira, cana-de-açúcar, bananeira, abacaxizeiro e palmeiras ornamentais sendo

que, o ataque e a colonização nestas culturas ocorrem principalmente após injúrias

decorrentes dos tratos culturais, colheita, doenças ou outros fatores que favoreçam

emissão de voláteis. Foram registrada a ocorrência de M. hemipterus em bacaba

(estipe), bananeira, coqueiro, cana-de-açúcar, gramíneas e tamareira, nos Estados de

Alagoas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Paraná,

Pernambuco Santa Catarina e São Paulo.

Metamasius ensirostris (Germar) foi observado em bananeira e cana-de-açúcar

no sul da Bahia e em Pernambuco (LIMA, 1956; SILVA et al., 1986). Na cultura da

pupunheira, a broca-rajada foi detectada no Brasil em 1993, no Estado de São Paulo

(ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000), e já foi relatada em Alagoas, Bahia, Mato

Grosso, Roraima (FANCELLI, 2004; PEREIRA et al., 2004; BROGLIO et al., 2014).

Metamasius canalipes (Gyllenhal) foi observado causando danos em plantio comercial

de helicônia, na região Sul da Bahia (ROCHA, 2012; CARNEIRO; MELO;

BITTENCOURT, 2014), e em plantios de bananeira em Alagoas e Bahia (BROGLIO et

al., 2014; FANCELLI et al. 2012). Outras espécies deste gênero foram observadas nos

seguintes hospedeiros, M. bisbisignatus (Gyllenhal) em bananeira, M. distortus

(Gemminger & Harold) em coqueiro, paineira e palmeira-imperial, e M. ensirostris em

açaizeiro, bananeira, coqueiro, dendezeiro, palmito-juçara, palmeira-imperial e

pupunheira (SEPÚLVEDA-CANO; RUBIO-GÓMEZ, 2009; VAURIE, 1966; ZORZENON;

BERGMANN; BICUDO, 2000). A ocorrência e a disseminação destes insetos na região

Sul da Bahia são favorecidas pela ocorrência de plantas hospedeiras, comumente

cultivadas na região.

Outra praga de bastante importância para as palmeira é o Rhinostomus

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barbirostris (Fabricius) (Coleoptera: Curculionidae), também conhecido como broca-do-

estipe-do-coqueiro, é considerada uma praga chave do coqueiro por seu dano direto e

indireto como vetor da doença conhecida como resinose (WARWICK; PASSOS, 2009),

podendo causar diminuição da produtividade da planta e até morte da mesma

(FERREIRA et al., 1998; MOURA; VILELA, 1998). O adulto apresenta coloração preta,

mede de 15 a 45 mm de comprimento, corpo rugoso e coberto de pontuações; rostro de

5 a 7 mm que no macho é recoberto de pelos longos e avermelhados; durante o dia

ficam abrigados nas axilas foliares. Os ovos são de coloração branca e são depositados

isoladamente no estipe; as larvas podem atingir 50 mm de comprimento e tem a

coloração branco-amarela, forma cilíndrica e recurvada, com os últimos quatro

segmentos do abdome praticamente atrofiados. A larva penetra no estipe, fazendo

galerias, causando interrupção no fluxo de seiva, reduções drásticas de produtividade e

morte da planta; expelem uma serragem pelo orifício de entrada e as plantas infestadas

apresentam um líquido escuro no estipe, na base ou próximo à copa. Quando muito

infestados, há redução na taxa de crescimento em diâmetro do estipe, e este pode

quebrar pela ação dos ventos, e também apresentar as folhas penduradas no caso do

ataque próximo à copa (FERREIRA, 2009; JORDÃO; SILVA, 2006; WARWICK;

PASSOS, 2009).

A broca-do-estipe-do-coqueiro foi relatada nos Estados do Amazonas, Bahia,

Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul,

Sergipe, São Paulo e em alguns países como Argentina, Uruguai, México, Trinidad e

Tobago, Honduras (FERREIRA et al., 1998).

Também há relatos da broca Dynamis borassi (Fabricius) (Coleoptera:

Curculionidae), denominado como broca-das-palmáceas, tem sido associado a danos

ocorrido em açaizeiro, dendezeiro e piaçaveiro, pois esta espécie destrói inflorescência

ainda não aberta (COUTURIER; O'BRIEN; KAHN, 1998). O adulto mede de 40 a 45 mm

de comprimento, coloração preta brilhante e rostro robusto, semelhante ao rostro do R.

palmarum, porém mais recurvado e menor. Os machos diferem das fêmeas por

apresentar setas longas e densas na tíbia e na fêmea não tem ou são mais curtas e

poucas. Apresenta o hábito de reunir-se em grupos (COUTURIER; OLIVEIRA;

BESERRA, 2000; ESTEBAN-DURÁN et al., 1998; JORDÃO; SILVA, 2006). Como uma

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das principais pragas do coqueiro, além de atacar as inflorescências pode ser vetor do

nematoide do anel-vermelho, e provocar 12 a morte de palmeiras. Há registro da sua

ocorrência em frutos de açaizeiro, coqueiro, dendezeiro e Astrocaryum standleyanum

Bailey (estrela-do-pará) (GIBLINDAVIS et al., 1997; JORDÃO; SILVA, 2006).

Strategeus aloeus (L.) e S. surinamensis Burmeister (Coleoptera: Scarabaeidae)

são relatados atacando plantas juvenis, alimentam-se do meristema apical, causando

murcha nas folhas (FERREIRA et al., 1994; GALLO et al., 2002; GAZEL FILHO, 2000).

De acordo com Abreu e Jesus (2004), Heterotermmes tenuis (Hagen)

(Rhinotermitidae), Nasutitermes similis (Emerson), Anoplotermes sp. e Nasutitermes

tatarandae (Holmgren) (Termitidae) estão associados a danos leves a moderados no

estipe da pupunheira e outras espécies da família Arecaceae. O ácaro Retracrus

johnstoni (Keifer) (Acari: Eriophyidae), provoca pequenas manchas cloróticas que

evoluem para manchas ferruginosas nos folíolos da pupunheira (ABREU; JESUS, 2004;

FURIATTI, 2001; GALLO et al., 2002)

2.4 Manejo de pragas em Arecaceae

A utilização de compostos sintéticos tem sido empregado durante muitos anos no

sistema de agricultura convencional para o controle de pragas. Porém, apesar de

apresentar certa eficiência nas primeiras décadas em que foi apresentado, o uso

intensivo e indiscriminado destes produtos favoreceu o surgimento de pragas

secundárias, a seleção de insetos resistentes, a ressurgência de pragas, problemas de

contaminação ambiental e à saúde humana, a diminuição dos inimigos naturais e

polinizadores. Na utilização desses produtos é importante seguir as recomendações

técnicas, pois os resíduos químicos podem comprometer a qualidade dos alimentos

para os consumidores (AMBROGI et al. 2009; CELIS et al., 2008; FREEMARK;

BOUTIN, 1995; GALLO et al., 2002; MARQUES; MONTEIRO; PEREIRA, 2004;

SANTORO et al., 2005).

O manejo integrado de pragas (MIP) parte do princípio da combinação de vários

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métodos que visam diminuir o nível de ameaça de uma praga para um determinado

nível de produção, ou seja manter as populações de insetos abaixo do nível de dano

econômico nas áreas de cultivo, e promover simultaneamente a ação dos inimigos

naturais (PEDROSA-MACEDO, 1993). De acordo com Gallo et al., (2002), o MIP visa a

utilização de inimigos naturais, tais como predadores, parasitoides ou

entomopatógenos, pode ser uma importante tática de manejo para evitar o dano

econômico.

No Brasil não existem registro de produtos comerciais recomendados pelo

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle dos

coleópteros R. palmarum e Metamasius spp. na cultura da pupunheira (MAPA, 2017).

Porém, observa-se que em áreas de produção, o controle tem sido realizado por fungos

entomopatogênicos, presentes naturalmente no ar e no solo, tais como Beauveria

bassiana (Bals.) Vuill. e Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin (Deuteromycotina:

Hyphomycetes), e pela ação de predadores do gênero Omalodes Erichson e Hololepta

Paykull (Coleoptera: Histeridae) (MARTÍNEZ; GODOY, 1991; MESQUITA, 2002;

ROCHA, 2012; HORA, 2017).

2.4.1 Controle biológico microbiano

A utilização de agentes entomopatogênicos tem sido frequentemente aplicada

em muitos países produtores agrícolas, inclusive no Brasil. Os fungos, tem se

destacado devido à ocorrência destes micro-organismos em condições naturais, tanto

enzoótica como epizoóticamente, um fator importante para a redução de pragas

agrícolas. Alguns fungos entomopatogênicos como a B. bassiana e o M. anisopliae, são

amplamente conhecidos e utilizados como agentes biocontroladores de pragas

agrícolas de várias espécies em diversas ordens (ALVES et al.,2008).

Alves (1998) relata que existem mais de 700 espécies de fungos que provocam

alguma patogenicidade em insetos. Alguns destes gêneros ocorrem no Brasil, e destes

mais de 20 são patogênicos a pragas de importância econômica. É viável a sua

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utilização devido à facilidade de produção, de aplicação e eficácia. Podem ser usados

isoladamente ou integrados com outros métodos, como os inseticidas naturais de

origem vegetal, feromônios, variedades de plantas resistentes a insetos, entre outras

táticas de controle.

Produtos comerciais à base do fungo M. anisopliae são usados em diferentes

culturas para o controle de insetos-pragas, especialmente para os pertencentes a

famílias Curculionidae, Scarabaeidae e Cercopidae (FARIA et. al., 2007). Batista Filho

(2002) observou que isolados de M. anisopliae quando aplicado para o controle da

cigarrinha da raiz da cana-de-açúcar Mahanarva fimbriolata (Stål) (Hemiptera:

Cercopidae), causa infestação do patógeno em até 60 dias, proporcionando uma

mortalidade de até 100%.

Beauveria bassiana tem como uma característica muito interessante a sua

perpetuação no solo, colonizando o campo de forma epizoótica e enzoótica (ALVES et

al., 1998). O uso de isca na presença de alimentos atraentes com fungos

entomopatogênicos pode servir como uma ferramenta de suma importância no

monitoramento de programas e biocontrole em bananeira, embora o conhecimento

sobre o uso integrado desses elementos é considerado subdesenvolvido (OLIVEIRA,

2010).Em teste realizado em laboratório, em coleobrocas foi constatada mortalidade de

50% a 100% de adultos de Anthonomus grandis Boheman (Coleoptera: Curculionidae),

denominado comumente de bicudo-do-algodoeiro, nas concentrações entre 3,72 x 106 a

3,72 x 1010 mL-1 de B. bassiana (SILVA,2001).

Em plantações comerciais de bananeira, este fungo demonstrou uma eficiência

significativa utilizados em forma de isca do tipo telha para o controle do moleque-da-

bananeira Cosmopolites sordidus (Germar) (Coleoptera: Curculionidae), apresentandou

mortalidade de 87% dos adultos (ALMEIDA, 2009). Pauli et al., (2011) em um

experimento realizado em também em áreas comerciais de bananeira no estado de São

Paulo, em dois setores foi realizado a avaliação da ocorrência de transmissão

horizontal do fungo B. bassiana entre os insetos adultos. Iscas do tipo telha foram

instaladas nas áreas, sendo tratadas ou não com Boveril®. Foi observado que houve

um deslocamento dos insetos, principalmente de M. hemipterus, para as áreas não

tratadas com o fungo, com disseminação do entomopatógeno. Verificou-se que houve o

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aumento do número de focos secundários do fungo, que em longo prazo, pode

aumentar a eficiência dessa estratégia de controle

Em testes de eficiência dos produtos Boveril® (B. bassiana) e Metarril® (M.

anisopliae) (1 Kg.p.c.ha-1 ; 0,25 Kg.p.c.ha-1 ; 0,5 Kg.p.c.ha-1 ; 2 Kg.p.c.ha-1 e 4

Kg.p.c.ha1 ) sobre o moleque-da-bananeira, C. sordidus, observou-se que na dose 1

Kg.p.c.ha-1 os produtos Boveril® e Metarril® causaram 80% e 20% de mortalidade,

respectivamente. Com o M. anisopliae, a maior mortalidade observada foi de 40% com

a dose de 4 Kg.p.c.ha-1 . O produto mais eficiente foi o Inaceres: Manual do Integrado:

procedimentos técnicos do cultivo de palmito de pupunha. 58 Boveril®, que provocou

maior mortalidade com menor quantidade de produto, em relação ao Metarril®

(SOARES et al., 2012). Foram observada mortalidade de 26,0% a 82,0% de

Metamasius spinolae (Vaurie) sob ação de isolados de B. bassiana (108 conídios mL-1)

(ORDUÑO-CRUZ et al., 2011; TAFOYA et al., 2004). Rocha (2012) avaliando a

eficiência de produtos a base de Beauveria (Boveril®) e isolados de concentração 107

conídios mL-1 percebeu que este fungo causa a mortalidade de M. spinolae , variando

de 26,0% a 82,0%.

2.4.2 Insetos predadores

Insetos predadores são organismos de vida livre em todos os seus estágios de

desenvolvimento, e importantes inimigos naturais de vários insetos-praga. É

característico por possuir tamanho maior que presa e consumir vários indivíduos para

completar o seu ciclo biológico (OLIVEIRA et al., 2002). Os predadores são

considerados a primeira linha de defesa natural contra as pragas fitófagas,

normalmente está presentes em baixas quantidades em relação as suas presas

(GALLO el al.,2002).

Henao e Ospina (2008) destacam as famílias Diptera, Coleoptera, Hemiptera,

Hymenoptera e Neuroptera como insetos benéficos a diversas culturas agrícolas

comerciais, pois alguns exemplares destas famílias possuem indivíduos que são

predadores, o que acarreta na redução do número de pragas.

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Entre os predadores associados às coleobrocas, podemos destacar o Hololepta

quadridentata Fabricius (Coleoptera: Histeridae), que possui características por

apresentar coloração negra e brilhante, com élitros truncados, expondo um ou dois

segmentos abdominais. Este coleóptero é frequentemente encontrado em matéria

orgânica em decomposição. Porém, tanto os adultos quantos as larvas são predadores

de várias ordens de insetos sendo considerados generalistas. Eles aproveitam locais na

planta onde já foram feitas galerias para se alimentar das larvas dos insetos presentes

e muitas espécies ocorrem nos Estados Unidos e Canadá (COLETTO-SILVA; FREIRE,

2006; COSTA; VANIN; CASARI-CHEN, 1988; COSTA LIMA, 1952; LOPES et al., 2006;

TRIPLEHORN; JOHNSON, 2011).

Há relatos deste predador alimentando-se de larvas do moleque-da-bananeira na

Venezuela em áreas de bananeiras (MARTÍNEZ; GODOY, 1991; VERGARA;

RAMÍREZ, 2000). Suaso el al. (2008) relatou a ocorrência do predatismo Metamasius

quadrilineatus Chevrolat e Metamasius callizona Chevrolat por Lixadmontia franki

Wood (Diptera: Tachinidae) em bromeliáceas. No Brasil, existem relatos de

parasitóides Diaugia angusta Perty (Diptera: Tachinidae) parasitando pulpas de M.

hemipterus e M. ensirostris em plantios de pupunheira nos estados de São Paulo e

Santa Catarina (NIHEI; PAVARINI, 2011).

Omalodes spp. (Coleoptera: Histeridae) foi relatada como predadora de larvas de

vários curculionídeos. Existe ocorrência deste predador alimentando-se de larvas do C.

sordidus e M. hemipterus em galerias no rizoma de bananeira (ROCHA, 2012, HORA,

2017). Omalodes foveola Erichson foi observada como predadora de larvas do

moleque-dabananeira (BOSCÁN DE MARTÍNEZ; GODOY, 1991; FANCELLI;

MESQUITA, 2000), na Venezuela e nos Estados da Bahia e Paraná (LEIVAS; GROSSI;

ALMEIDA, 2013). Omalodes lucidus (Erichson) em carcaça em decomposição no

Estado do Amazonas (MISE et al., 2010) e O. laceratus (Marseul) no Estado do Paraná

(LEIVAS; GROSSI; ALMEIDA, 2013). Representantes deste gênero foram coletados em

diferentes espécies vegetais no Brasil: em plantio comercial de helicônias na região Sul

da Bahia (CARNEIRO; MELO; BITTENCOURT, 2014; 18 ROCHA, 2012) em área de

floresta com presença de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze no Estado do Paraná

(LEIVAS; GROSSI; ALMEIDA, 2013).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Os estudos foram conduzidos no Laboratório de Controle Biológico na

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), e em áreas produtoras de palmito de

pupunha na região Litoral Sul da Bahia, nos municípios de Uruçuca (Fazenda Guarujá -

14° 33’ 50,1” S; 39º 19’ 59,1” W; 69m), possuindo 9 hectares de plantação de

pupunheira no espaçamento de 1,5 x 1m, possuindo plantas hospedeiras a cana-de-

açúcar; Itajuípe (Fazenda Boa Vista - 14°41'34.6"S 39°22'11.9"W 22m), com 9 ha de

pupunheira apresentando um espaçamento 1,0 x 0,5 m; E na Estação Experimental da

Comissão Executiva do Plano da lavoura Cacaueira (CEPLAC) (4°45'43.3"S

39°14'03.3"W; 65m), localizada no município de Ilhéus, que é um banco de

germoplasma.

3.1 Espécies de coleópteros associados à pupunheira

A coleta de insetos associados à pupunheira foi desenvolvida por um período de

12 meses, compreendendo os meses de agosto de 2016 a julho de 2017. Para a

captura dos coleópteros nas áreas de cultivos de pupunheira foram instaladas 10

armadilhas ‘tipo Pet’ (Figura 1), confeccionadas com três garrafas plásticas PET

(polietileno tereftalato) de 1,5 litros, adaptada do modelo desenvolvido por Ferreira

(2007). As armadilhas foram amarradas no tronco de cada planta de forma suspensa, a

0,80 a 1,0 metros de altura do solo.

Foram avaliados diferentes atrativos de captura de coleobrocas, tendo sido os

seguintes tratamentos: 1) toletes de cana-açúcar (atrativo alimentar), 2) feromônio de

agregação (Rincoforol©) e 3) feromônio + toletes de cana-de-açúcar. O feromônio é

produzido e distribuído pela empresa Interacta Química Ltda. Em cada área, do total

das armadilhas, foram instaladas duas contendo somente o feromônio, duas com o

feromônio + toletes de cana-de-açúcar e seis contendo somente toletes de cana-de-

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açúcar.

Figura 1- Armadilha do ‘tipo Pet’ instalada em área de cultivo de pupunheira

Fonte: arquivo pessoal

As armadilhas foram alocadas em 10 pontos diferentes formando uma área

retangular, distanciadas entre si no mínimo 25 metros. As coletas dos insetos

capturados nas armadilhas foram realizadas a cada 15 dias, sendo na ocasião também

feita a mudança de posição das armadilhas no esquema rotativo (ROCHA, 2012). Os

insetos capturados foram acondicionados em sacos de polietileno, que foram

identificados e levados ao laboratório para a triagem. No momento das coletas, os

atrativos alimentares foram substituídos e a troca do feromônio realizada a cada 60

dias, seguindo as recomendações do fabricante.

Em laboratório, os insetos adultos foram separados por amostra e pelo sexo,

contados e os dados contabilizados. Foram observadas características como o

dimorfismo sexual (Figura 2), rostro e pigídio por meio de auxílio de microscópio ótico e

estereoscópico Leica (56x). Nas fêmeas da broca-rajada o rostro é mais delgado e

comprido, e o pigídio é mais afilado, em formato de ponta com poucas cerdas,

enquanto que nos machos o rostro mais grosso e curto, com pigídio ligeiramente

arredondado e pubescente. Os machos de R. palmarum apresentam um filamento com

cerdas no rostro. (VAURIE, 1966; WEISSLING; GIBLIN-DAVES, 1998; ZORZENON;

BERGMANN; BICUDO, 2000).

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Figura 2 – Dimorfismo sexual observado no rostro e pigídio de Metamasius hemipterus

(A, B, C, D) e Rhynchophorus palmarum (Coleoptera: Curculionidae) (E, F, G, H)

Fonte: arquivo pessoal

Após a triagem, parte dos insetos capturados vivos foi transferida para gaiolas

(pote plástico de 4,5 L) e fornecidos toletes de cana-de-açúcar como alimento. Os

adultos capturados que estavam mortos foram colocados em frascos plásticos contendo

álcool 70%, e aqueles que apresentavam sinais de infecção por patógenos, como

esporulação, foram alocados em placas de Petri contendo no fundo papel filtro

umedecido com água destilada, e armazenadas em câmaras climáticas do tipo BOD a

25 ± 1 ºC e 12 horas de fotofase.

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29

3.2 Aspectos biológicos de Metamasius hemipterus

Parte dos adultos da broca-rajada coletados vivos foi mantida em criação para

observação de alguns dados biológicos, como o tamanho dos ovos, coloração da larva

e pupa, a duração do estágio larval e do pupal, número de instares larvais, que foi

realizado pela medição da cápsula através do microscópio ótico e estereoscópico Leica

(56x).

Um total de 20 insetos adultos foram separados e formados 10 casais. Estes

foram colocados em potes plásticos (250 mL) perfurados, sendo fornecidos toletes

cana-de-açúcar de aproximadamente 5cm para alimentação e oviposição, os quais

foram trocados a cada três dias ou sempre que necessário.

Diariamente, os ovos (Figura 3) depositados nas fibras da cana-de-açúcar foram

retirados com o auxilio de um pincel de cerdas finas nº 0, e colocados individualmente

em placas de Petri descartável (5 cm de diâmetro), forrada com papel filtro umedecido

com água destilada. O tamanho (comprimento e largura) dos ovos foi mensurado com o

auxilio de uma lente micrométrica sob microscópio estereoscópico Leica EZ4 com 56x

de aumento.

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30

Figura 3 - Ovos de Metamasius hemipterus (A); ovo em destaque, e acima, a substância cerosa depositada pela fêmea (B)

Fonte: arquivo pessoal

Foi observada diariamente a eclosão de larvas, sendo feita a medição da capsula

cefálica e posteriormente a transferência das mesmas para potes plásticos (250mL)

contendo dieta artificial que foram acondicionadas em câmeras climáticas BOD (25 ±

1°C e fotofase de 12 horas) (Figura 4). Todos os dias as larvas foram retiradas da dieta

para ser feita a medição da capsula cefálica até o período de pupa.

A dieta utilizada para criação artificial foi adaptada daquela utilizada para criação

de Sphenophorus sp. (Coleoptera: Curculionidae) na Escola Superior de Agricultura

"Luiz de Queiroz" (ESALQ). A dieta foi composta por: caseína (26,25g); germe de trigo

(22,5g); celulose microcristalina (3,75g); açúcar (26,25g); sais de Wesson (7,5g); cloreto

de colina (0,75g); nipagin (1,5g); tetraciclina (0,20g); formol (0,5mL); solução vitamínica

(7,5g); ágar (9g), e água (630 mL).

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31

Figura 4 – Criação de larvas de Metamasius hemipterus em dieta artificial

Fonte: arquivo pessoal

3.3 Bioensaios

3.3.1 Bioensaios com produtos comerciais à base de fungos entomopatogênicos

Foi avaliada a mortalidade de adultos de M. hemipterus sob ação de produtos

comerciais à base de fungos entomopatogênicos. Os insetos utilizados neste estudo

foram provenientes das coletas realizadas em campo, sendo que após a triagem, os

adultos vivos ficaram em observação por um período de 10 dias para avaliar se estes

apresentavam algum sinal de infecção por entomopatogênico.

Os bioensaios foram realizados em delineamento inteiramente casualizado, em

seis repetições, e os produtos utilizados foram Boveril® (108 conídios/mL-1) e Ballveria®

(109 conídios/mL-1), a base de Beauveria bassiana e Metarril® (107 conídios/mL-1) a

base de Metarhizium anisopliae. Cada tratamento foi utilizados nas concentrações de

2,5 e 5,0 g/100mL-1 de cada produto. Pseudocaules de bananeira foram submersos por

30 segundos nas suspensões de cada tratamento (n=6) e estes foram oferecidos para

10 adultos de M. hemipterus. Os insetos foram alocados em potes plásticos de 500mL

previamente perfurados, e mantidos em câmara climática do tipo BOD (26 ± 1°C e

fotofase de 12 horas).

As avaliações foram realizadas diariamente, por um período de 21 dias, tendo

sido considerados vivos todos os insetos que apresentavam movimento em qualquer

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parte do corpo, mesmo aqueles que permaneceram imóveis e só se moviam lentamente

quando estimulados. Os insetos mortos eram contados e transferidos para placa de

Petri até a esporulação.

3.3.2 Testes de patogenicidade de fungos obtidos em campo sobre adultos de M. hemipterus

Todos os insetos coletados em campo que apresentavam sinais de infecção por

fungos entomopatogênicos foram separados e selecionados para fazer o isolamento

dos patógenos em laboratório.

Os exemplares infectados foram desinfetados externamente com álcool 70%,

hipoclorito de sódio a 3,0% e água destilada esterilizada. Em seguida, foram colocados

em câmaras úmidas (placa de Petri forrada com papel filtro umedecido) e estas

alocadas em câmaras climáticas do tipo BOD (26 ± 1°C e fotofase de 12 horas) para

possibilitar o crescimento do patógeno. Após a extrusão do patógeno, foram feitos

isolamentos em meio de cultura BDA (Batata-Dextrose-Ágar), sendo o material mantido

em BOD nas mesmas condições, até a obtenção de uma cultura pura do fungo para

identificação. Posteriormente, os fungos esporulados e insetos infectados oriundos do

campo foram identificados através de caracteres morfológicos observados em

microscópio óptico Leica EZ4 (56x). As características usadas para identificação foram

através da cor do micélio (esbranquiçado), presença de conídios simples, esporos do

tipo simpodulosporo (ALVES et al. 1998, EMBRAPA 2008; ROCHA, 2012). Assim como

a aplicação dos postulados de Kock que foi feita em uma amostra de 60 adultos da

broca-rajada.

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com

seis tratamentos e seis repetições, sendo cada unidade amostral constituída por 10

adultos. Os insetos utilizados no experimento foram coletados em áreas de cultivo de

pupunha, em armadilha ‘tipo Pet’, sendo que estes ficavam em observação após 10

dias, para a averiguação de contaminação de fungos oriundo do campo.

Os isolados dos fungos foram conservados em tubos de ensaio de vidro com

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meio de cultura BDA + óleo mineral, e mantidos em refrigerador (6 ± 2°C), sendo

posteriormente repicados com auxílio de uma pinça para placas de Petri contendo meio

BDA+A (estreptomicina). As placas de Petri foram mantidas em câmara climática BOD

(26 ± 1°C e fotofase de 12 horas), durante todo o procedimento de multiplicação dos

fungos. Após 10 dias, foram preparadas as suspensões fúngicas, sendo adicionados 10

mL de polisorbato 80. Os conídios dos fungos foram removidos com auxílio de uma

espátula de borracha. As suspensões foram filtradas em gaze esterilizada, obtendo-se

a suspensão padrão de cada isolado. De cada suspensão foi retirado 1,0 mL, sendo

realizadas diluições para quantificação em câmara de Neubauer até à concentração

para 108 conídios mL-1 . A viabilidade dos conídios foi observada em microscópio óptico

mediante a determinação do percentual de conídios germinados e não germinados.

Para cada isolado foi utilizada uma placa de Petri com BDA+A, sendo pulverizado sobre

estas 10µL da suspensão correspondente, espalhando-se uniformemente este volume

com alça de Drigalsky. As placas foram mantidas por 20 horas em BOD (26 ± 1 °C; 12

horas de fotofase), e após esse período foram contados 100 conídios por placa para

obtenção da percentagem de germinação.

Os bioensaios foram realizados em delineamento inteiramente casualizado, cada

isolado de fungo corresponde a um tratamento (ARATACA-12, ARATACA-28,

CAMAMU-3 e CAMAMU-12), com seis repetições e cada repetição contendo 10 insetos

adultos de M. hemipterus. Foram oferecidos pseudocaule de bananeira (20 cm de

comprimento) como alimento submergidos em cada suspensão fúngica na concentração

de 108 conídios mL-1 por 30 segundos, e a testemunha foi apenas submergida em água

pelo mesmo período. As unidades com os diferentes tratamentos foram acondicionados

em câmara climática BOD (26 ± 1 °C; 12 horas de fotofase).

As avaliações foram realizadas diariamente, por um período de 21 dias, sendo

considerando insetos mortos àqueles que não apresentavam nenhuma mobilidade ou

reação. Os insetos mortos foram contados, colocados em placas de Petri e mantidos

em câmara úmida para confirmação do agente causal, tendo a mortalidade confirmada

após a extrusão do patógeno.

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34

3.4 Ocorrência de coleópteros associados à pupunheira x mata nativa, e aplicação de Boveril® em campo

No município de Uruçuca (Fazenda Guarujá) foram instaladas cinco armadilhas

do ‘tipo Pet’, dispostas em linha reta compreendendo uma faixa de 500 metros em

sentido da plantação de pupunheira à bordadura com a mata nativa com o objetivo

avaliar a proporção de coleópteros predadores x coleópteros-pragas em diferentes

pontos ao redor da vegetação. As armadilhas foram alocadas a cada 100 metros, e as

observações foram realizadas durante 90 dias, gerando um total de seis observações (a

cada 15 dias), momento em que foi feita a troca do atrativo alimentar (cana-de-açúcar).

Os insetos capturados foram coletados e armazenados em sacos de polietileno e

lavados para laboratório para a identificação e contabilização

Nesta área de estudo, pelo fato de não ter sido detectada a ocorrência de insetos

infectados naturalmente por fungos entomopatogênicos, e o agricultor não aplicar

produtos microbianos, foi avaliada a ação do produto comercial Boveril® na mortalidade

de coleópteros.

Em uma área de aproximadamente 25.000m2, foram alocadas duas iscas de

pseudocaule de bananeira (50 cm) que foram borrifadas com 5,0 gramas do produto

comercial Boveril® diluídas em 100mL de água. As iscas ficaram equidistantes entre si

por aproximadamente 500m, foram substituídas a cada sete dias, e ficaram na área

durante 30 dias. Posteriormente, foram alocadas oito armadilhas do ‘tipo Pet’ próximas

aos locais onde ficaram as iscas de pseudocaule de bananeira tratadas, sendo que

quatros foram dispostas à cerca de 50 metros das iscas tratadas e outras quatro

dispostas a 100 metros (Figura 6).

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35

Figura 5 – Esquema da alocação de armadilhas do ‘tipo Pet’ e iscas tratadas em área de pupunheira em Uruçuca

As armadilhas ficaram na área por um período de 90 dias para captura das

coleobrocas. Os insetos capturados foram colocados em sacos de polietileno e levados

ao laboratório para a observação da presença ou não de fungos.

3.5 Análises estatísticas

Os dados de mortalidade média dos adultos de M. hemipterus, sob ação dos

produtos comerciais Boveril® e Baulveria©, Metarril©, e da patogenicidade de isolados de

B. bassiana em campo foram analisados mediante análise de variância (ANOVA)

utilizando o programa estatístico SISVAR 5.3 (1999-2007), e as médias foram

comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade quando significativo.

100m

50m

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36

4 Resultado e Discussão

4.1 Espécies de coleópteros associados à pupunheira

Foi observado que o maior número de coleópteros-praga capturados em

armadilhas ‘tipo Pet’ alocadas nas áreas de estudo com plantio de pupunheiras na

região Sul da Bahia, correspondeu ao gênero Metamasius (Tabela 1) tendo sido

capturadas duas espécies: M. hemipterus e M. canalipes, semelhante ao observado por

Hora (2017) na região. A broca-rajada (M. hemipterus) foi capturada nos três

municípios, enquanto que M. canalipes apenas em Itajuípe.

Tabela 1 – Número total de coleópteros capturados em armadilhas ‘tipo Pet’ em áreas comerciais de pupunheiras na região Sul da Bahia. Agosto de 2016 a Julho de 2017

Espécies/gênero Ilhéus Uruçuca Itajuípe Total

Número total de insetos capturados

Metamasius hemipterus 755 679 701 2135

Rhynchophorus palmarum 43 60 21 124

Hololepta quadridentata. 12 31 78 121

Omalodes sp. 31 55 70 156

Metamasius canalipes 0 0 3 3

Há registro da predominância de M. hemipterus em cultivo de pupunheira na

Costa Rica (ARROYO OQUENDO; MEXZÓN; MORA-URPÍ, 2004) em área de coqueiro

(MOLIN; BARRETO, 2012). Já a espécie M. canalipes foi observada atacando plantios

de bananeiras (BROGLIO et al., 2014), e plantios de flores tropicais, piaçaveira,

dendezeiro e açaizeiro (CARNEIRO; MELO; BITTENCOURT, 2014; ROCHA, 2012;

SANTOS, 2016).

Rhynchophorus palmarum, uma das principais pragas das arecáceas, foi

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37

capturado em menor número em todos os municípios, semelhante foi ao observado em

cultivo de pupunheiras na Costa Rica (ARROYO OQUENDO; MEXZÓN; MORA URPÍ,

2004).

Além dos insetos-praga também foram capturados exemplares de predadores

dos gêneros Hololepta e Omalodes, mas em menor número (Tabela 1). Espécies do

gênero Hololepta já foram coletadas em armadilhas de captura de R. palmarum em

plantio de dendezeiros (TINÔCO, 2008), e há registro da captura de adultos de

Hololepta e Omalodes em armadilhas ‘tipo Pet’ alocadas em plantios de helicônias onde

também foram capturados exemplares de Metamasius (ROCHA, 2012). Os adultos e as

larvas destes gêneros são generalistas, pois são predadores de várias ordens de

insetos principalmente de Coleoptera (MARTÍNEZ; GODOY, 1991; VERGARA;

RAMÍREZ, 2000).

O total de insetos capturados nos diferentes municípios foi semelhante, mas em

Uruçuca foi capturado o menor número (n=825) provavelmente pelo manejo que é

realizado na área, com a retirada dos estipes após a colheita do palmito, diminuindo a

fonte de alimento das coleobrocas, sendo que também é aplicado herbicida nas plantas

daninhas, diminuindo as áreas de refúgio.

Em relação aos coleópteros capturados em armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes

tratamentos (Figura 7), foi observado que as armadilhas contendo como atrativos a

cana-de-açúcar + feromônio capturaram o maior número e diversidade de insetos. A

maior captura se deve ao fato da interação entre o atrativo alimentar (cana-de-açúcar) e

o feromônio, sendo que nas armadilhas contendo apenas o atrativo alimentar (cana-de-

açúcar) houve um menor número de insetos capturados, semelhante ao encontrado por

Rocha (2012) e Santos (2016).

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Figura 7 – Número de coleópteros capturados em armadilhas ‘tipo Pet’ com diferentes atrativos alocadas em áreas comerciais de pupunheira na região Sul da Bahia. Agosto de 2016 a julho de 2017.

Em outros estudos (CERDA et al., 1999; CIBRIÁN-TOVAR; CARRILLO-

SÁNCHEZ, 2006; CIBRIÁN-TOVAR; CARRILLO-SÁNCHEZ; MÁRQUEZ-SANTOS,

2006; GIBLIN-DAVIS; PEÑA; DUNCAN, 1994; SOLIMAN et al., 2009), foi observado

que a cana-de-açúcar tem maior poder de atratividade que outras espécies vegetais,

como abacaxi por exemplo. Nas armadilhas que continham apenas o feromônio, só

foram capturados R. palmarum, pois este é especifico, e outros insetos não

demonstraram nenhuma reação de atratividade. A maior captura de predadores nas

armadilhas contendo os dois atrativos (alimentar e feromônio), provavelmente deve ser

pelo fato de ter atraído maior quantidade de insetos e que muitos morreram nas

armadilhas, o que pode ter atraído uma quantidade maior destes insetos pelo seu

hábito necrófago.

Pelo fato da broca-rajada ter sido capturada nos três municípios e em maior

número, e devido à importância da pluviosidade na biologia de algumas coleobrocas,

como M. hemipterus cuja ocorrência que é favorecida pela estação da seca (ALPÍZAR,

2002), foi correlacionado o total de insetos capturados nas armadilhas, com os índices

967

22

49

48

0

31

0

0

1168

71

72

108

M. hemipterus

R. palmarum

Hololepta spp.

Omalodes spp.

Número de insetos

Feromônio (Rincoforol) + toletes de cana-de-açúcar

Feromônio (Rincoforol)

Cana-de-açúcar

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39

pluviométricos mensais em cada município (Figuras 8, 9 e 10).

Figura 8 – Número de broca-rajada capturado em armadilhas ‘tipo Pet’ alocadas em

áreas comerciais de pupunheiras na região de Ilhéus, Bahia. Agosto de 2016 a julho de 2017

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0

20

40

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Metamasius hemipterus Pluviosidade

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40

Figura 9 – Número de broca-rajada capturado em armadilhas ‘tipo Pet’ alocadas em áreas comerciais de pupunheiras na região de Uruçuca, Bahia. Agosto de 2016 a julho de 2017

Figura 10 – Número de broca-rajada capturado em armadilhas ‘tipo Pet’ alocadas em

áreas comerciais de pupunheiras na região de Itajuípe, Bahia. Agosto de 2016 a julho de 2017

0

20

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Metamasius hemipterus Pluviosidade

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Metamasius hemipterus Pluviosidade

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41

Constatou-se que ocorreu variação no número de M. hemipterus capturados

mensalmente. Observou-se que a maior ocorrência da broca-rajada foi nos meses de

menor pluviosidade, pois a diminuição da umidade propicia o desenvolvimento das

coleobrocas (ALPÍZAR, 2002; GOMES, 2008). Outro fator que afeta a ocorrência dos

insetos em campo é a época de corte do palmito, que é realizado a cada três meses,

pois os insetos preferem depositar seus ovos nos tecidos vegetais recém-cortados.

4.2 Aspectos biológicos de Metamasius hemipterus

Do total de 150 ovos de M. hemipterus eclodiram apenas 83 larvas eclodiram. O

ciclo biológico (ovo a adulto) da broca-rajada mantida em dieta artificial variou de 41 a

61 dias (Tabela 2), semelhante ao seu desenvolvimento em toletes de cana-de-açúcar

(LEÓN-BRITO, 2005; ROCHA, 2012).

Tabela 2 – Período de desenvolvimento de Metamasius hemipterus em dieta

artificial (25 ± 1°C e fotofase de 12h)

Em média os ovos apresentam 5 mm de comprimento e 1,8 mm de largura,

médias superiores as encontradas por Weissling et al. (2003) com média equivalentes a

1,31 e 0,44 mm (comprimento e largura).

As larvas apresentam aspecto curculioniforme, são ápodas, recurvadas, de

coloração branca e se torna amarelada no final da fase larval, apresentam a cabeça

quitinizada com a coloração amarronzada e o aparelho bucal mastigador (Figura 11)

Fases de desenvolvimento Número de dias

Mínimo Máximo Média (± DP)

Ovo 3 6 4,21 ± 1,7

Larva 29 38 31,2 ± 7,1

Pupa 9 17 11,21 ± 4,1

Total (ovo-adulto) 41 61 46,62

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42

(GALLO et al., 2002). A pupa não apresenta apêndices visíveis, possuem coloração

amarelada e quando desenvolvida em condições naturais, apresentam um casulo

formado por fibras vegetais (GALLO et al., 2002; ROCHA, 2012).

Figura 11 – Metamasius hemipterus: larva (A) e pupa inicial (B), pupa final (C)

Fonte: arquivo pessoal

O número de instares foi determinado através da medição das capsulas cefálicas

das larvas mantidas em dieta artificial (Tabela 3) e foi observado que o desenvolvimento

pós-embrionário da broca-rajada apresentou cinco instares larvais (Figura 12), com

também relatado por Garcia (2012).

Tabela 3 – Período larval e largura da cápsula cefálica de Metamasius hemipterus,

em dieta artificial (25 ± 1°C e fotofase de 12h)

Instares Período (dias) Largura cápsula cefálica

Mínimo Máxima Média (± DP)

1º 3 0,4 0,6 0,50 ± 0,15 2º 6 1,2 1,6 1,40 ± 0,20 3º 6 1,8 2,0 1,40 ± 0,22 4º 9 2,3 2,5 2,40 ± 0,30 5º 7 2,6 2,7 2,65 ± 0,11

C B A

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43

Figura 12 – Número de instares observado através do crescimento da capsula cefálica de Metamasius hemipterus em dieta artificial

As larguras das cápsulas cefálicas nos diferentes instares foram semelhantes ao

observado por Salas e Frank (2001) em Metamasius callizona (Chevrolat), porém o

período de desenvolvimento de ovo até adulto desta espécie foi superior á 70 dias,

enquanto de M. hemipterus variou de 41 a 61 dias.

4.3 Fungos entomopatogênicos

4.3.1 Infestação de fungos em campo

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1º 2º 3º 4º 5º

Larg

ura

da c

áp

su

la c

efá

lica (

mm

)

Ínstares

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Tabela 4 – Número total de exemplares de coleobrocas infectados por fungos e capturados em armadilhas ‘tipo Pet’ em áreas comerciais de pupunheira em Ilhéus e Itajuípe. Agosto de 2016 a julho de 2017

Insetos infectados Municípios

Ilhéus Itajuípe

Metamasius hemipterus 152 89

R. palmarum 28 18

Somente foram capturadas coleobrocas infectadas em dois municípios, em e

Itajuípe o produtor semestralmente faz a aplicação de produtos comerciais a base de

fungos e em Ilhéus, foi observado que ocorriam de forma natural (Figura 13).

Observou-se que a infestação por fungos entomopatogênicos coincidiu com o

período de maior incidência de chuva, semelhante ao relatado por Hora (2017) e Rocha

(2012).

Figura 13 - Metamasius hemipterus infectado de fungo Beauveria bassiana

Fonte: arquivo pessoal

4.3.2 Bioensaios com fungos entomopatogênicos comerciais

Os produtos comerciais avaliados neste estudo, Boveril®, Ballveria® e Metarril®, a

base de fungos entomopatogênicos, apresentaram viabilidade superior a 91,0% após o

período de 20 horas, demonstrando uma alta capacidade germinativa.

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O Boveril® e Ballveria® apresentaram maior eficiência, causando mortalidade

superior a 80% nas concentrações de 2,5 e 5,0 g/100mL-1 não diferindo entre si

estatisticamente (Tabela 5).

Tabela 5 - Mortalidade confirmada (%) de adultos de Metamasius hemipterus sob ação

de produtos comerciais a base de fungos entomopatogênicos (25 ± 1 °C e 12h fotofase; 74% UR)

Tratamento Mortalidade confirmada (%)1 Eficiência (%)

Boveril® 2,5 g.100mL-1 82,5 a 83,00

Boveril® 5,0 g.100mL-1 92,5 a 94,00

Ballveria® 2,5 g.100mL-1 80,0 a 80,00

Ballveria® 5,0 g.100mL-1 80,0 a 80,00

Metarril® 2,5 g.100mL-1 22,5 bc 16,00

Metarril® 5,0 g.100mL-1 52,5 ab 49,00

Testemunha (água) 7,5 c CV 29,7

Fonte: Dados de pesquisa 1Média dentro das colunas seguidos de mesma letra, não difere estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey a 5%.

A mortalidade da broca-rajada pela ação do Boveril® nas duas concentrações foi

superior ao encontrado por Rocha (2012), que registrou 56% de mortalidade de adultos

na concentração de 107 conídios mL-1, diferindo do obtido por Hora (2017), que

observou mortalidade média de 27,5% de M. hemipterus.

Após cinco dias da aplicação dos tratamentos já foi observada mortalidade de

adultos sob ação do Boveril® (5,0 g.100mL-1), seguido por Boveril® 2,5 g.100mL-1 no 7º

dia, enquanto os do Ballveria® 5 g.100mL-1, Ballveria® 2,5 g.100mL-1 %, Metarril® 5,0

g.100mL-1, Metarril® 2,5 g.100mL-1 foram observado nos 7º, 10º, 11º e 14º dias

respectivamente.

A maior eficiência de controle foi obtida pela aplicação do Boveril® 5,0 g.100mL-1

que foi de 94%, sendo que todos os insetos morreram até nove dias da aplicação,

demonstrando que os produtos a base de B. bassiana são eficazes no controle da

broca-rajada.

O tratamento com o Metarril® 2,5 g.100mL-1 apresentou a menor eficiência de

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controle entre os tratamentos, com eficiência de 16%, demonstrando que este produto

não tem ação eficiente sobre esta praga. Outros estudos (AGOSTINI et al., 2015;

LOUREIRO et al., 2012; SOARES et al., 2012) relataram a eficiência de produtos à

base de M. anisopliae no controle de cigarrinhas (Hemiptera: Cercopidae).

4.3.3 Bioensaios de patogenicidade com fungos entomopatogênicos encontrados em campo

Foram selecionados quatros isolados de B. bassiana obtidos em campo,

ARATACA-12 (Figura 15), ARATACA-28, CAMAMU-3, CAMAMU-12, para os

bioensaios com a broca-rajada (Tabela 6). Os isolados apresentaram viabilidade

superior a 91,0% após o período de 20 horas, apresentando uma alta capacidade

germinativa (Figura 15).

Figura 15 - Isolado de Beauveria bassiana obtido de Metamasius hemipterus capturado na região Sul da Bahia

Fonte: arquivo pessoal

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Tabela 6 - Mortalidade confirmada (%) de adultos de M. hemipterus por ação de isolados de Beauveria bassiana (25 ± 1 °C; 12 h de fotofase; 74% UR)

Tratamentos Mortalidade confirmada1 (%) Eficiência (%)

ARATACA-12 (108 conídios mL-1) 36,00 a 60

ARATACA-28 (108 conídios mL-1) 36,00 a 60

CAMAMU-3 (108 conídios mL-1) 32,00 a 52

CAMAMU-12 (108 conídios mL-1) 18,00 ab 29

Testemunha (água) 6,00 b

CV 55,45

Fonte: Dados de pesquisa Média

1 dentro das colunas seguidos de mesma letra, não diferiram estatisticamente entre si (Teste de

Tukey 5%).

Os isolados testados ARATACA-12, ARATACA-28 e CAMAMU-3 foram os mais

eficientes, não diferindo estatisticamente entre si. Apenas os isolados obtidos em

Arataca (ARATACA-12, ARATACA-28) causaram mortalidade confirmada superior a

35%. Foi observado que o isolado ARATACA-28 causou mortalidade mais rápida de M.

hemipterus, com 12 dias após a aplicação, seguida por CAMAMU-3 com 14 dias. O

isolado CAMAMU-12 causou a menor mortalidade confirmada de apenas 18%. Então,

podemos concluir que quanto maior a concentração de conídios de isolados, mais

rápido ocorrerá a mortalidade de insetos pela ação do patógeno (ORDUÑO-CRUZ et

al., 2011; TAFOYA et al., 2004).

4.2.4 Bioensaios com Boveril® em campo

Pelo fato do produto comercial Boveril® (5,0 g.100mL-1) ter causado maior

mortalidade de adultos de M. hemipterus em laboratório, foi avaliada sua ação em

campo. Foi possível observar que após há 28 dias da aplicação em campo, alguns

exemplares de coleobrocas já apresentavam sinais de infestação em campo (Figura

15).

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Figura 15 – Infestação de coleobrocas em plantio de pupunheira em Uruçuca

Fonte: arquivo pessoal

O Boveril® apresentou capacidade de causar infestação em campo (Tabela 7).

Aproximadamente 36% dos coleópteros-praga capturados apresentaram infecção por

este fungo, enquanto os inimigos naturais não foram infestados, o que demonstra que

produtos a base de B. bassiana pode ser usado sem prejuízo aos insetos predadores

(HORA, 2017).

Tabela 7 – Número de coleópteros infectados após aplicação de Boveril® em iscas

de pseudocaule de bananeira em campo

Coleópteros Infectados Não infectados

Metamasius hemipterus. 51 77

R. palmarum 4 6

Hololepta quadridentata. 0 5

Omalodes sp. 0 11

Total 55 99

Cerca de 60 dias após a alocação das iscas tratadas em campo, foi observado

que houve um menor número exemplares de coleópteros infectados capturados,

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devendo ser considerada a necessidade de aplicação do fungo a cada 30 dias nas

áreas de plantio de pupunheira.

4.2.5 Ocorrência de coleópteros associados à pupunheira x mata nativa

O número de coleópteros pragas e predadores variou conforme o distanciamento

da vegetação nativa (Figura 16). Até 200 metros, foi observada maior ocorrência de

predadores, principalmente representantes de Hololepta e Omalodes, e que a há menor

número de M. hemipterus. Porém, a partir de 300 metros até a área de plantio (500

metros) foi verificado o aumento no número de M. hemipterus, que se alimentam da

cultura. A maior incidência de predadores próximos à mata nativa pode ser explicada

pelo fato desses coleópteros poderem se alimentar carapaça de insetos mortos e

matéria orgânica em decomposição (CELLI et al., 2015; LEIVAS; GORSSI; ALMEIDA,

2013), o que além de alimento, a vegetação oferece uma gama de abrigo.

Figura 16 – Número de coleópteros capturados com relação à proximidade da mata

nativa

0

5

10

15

20

25

30

35

100 m 200 m 300 m 400 m 500 m

me

ro d

e c

ole

op

eto

s ca

ptu

rad

o

Metamasius hemipterus Hololepta spp. Omalodes spp

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50

5 CONCLUSÕES

A armadilha ‘tipo Pet’ com o atrativo alimentar cana-de-açúcar e o feromônio de

agregação Rincoforol© é eficiente na captura de coleobrocas;

A espécie Metamasius hemipterus é a mais abundante em plantio de pupunheira

na região Sul da Bahia;

Metamasius hemipterus apresenta cinco instares larvais em dieta artifical;

Os predadores do gênero Hololepta e Omalodes e o fungo entomopatogênico

Beauveria bassiana tem ocorrência frequente nos plantios de pupunheira e com

possibilidade de controle eficiente para Metamasius;

Os produtos comerciais Boveril® e Ballveria® são eficaz no controle de M.

hemipterus;

A presença de área com mata nativa favorece a ocorrência de predadores em

distancias curtas.

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