UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA...

136
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR Análise do perfil proteômico de Moniliophthora perniciosa em resposta ao fluido apoplástico de cacau e caracterização de uma ascorbato peroxidase de Theobroma cacao. Luciana Rodrigues Camillo ILHÉUS BAHIA BRASIL Novembro de 2013

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA...

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR

Análise do perfil proteômico de Moniliophthora perniciosa em

resposta ao fluido apoplástico de cacau e caracterização de uma

ascorbato peroxidase de Theobroma cacao.

Luciana Rodrigues Camillo

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Novembro de 2013

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

ii

Luciana Rodrigues Camillo

Análise do perfil proteômico de Moniliophthora perniciosa em

resposta ao fluido apoplástico de cacau e caracterização de uma

ascorbato peroxidase de Theobroma cacao.

Tese apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte das exigências para obtenção do título de Doutora em Genética e Biologia Molecular.

Área de concentração: Biotecnologia e Genômica.

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Novembro de 2013

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

C183 Camillo, Luciana Rodrigues.

Análise do perfil proteômico de Moniliophthora perniciosa em resposta ao fluido apoplástico de cacau e caracterização de uma ascorbato peroxidase de Theobroma cacao. / Luciana Rodrigues Camillo. – Ilhéus, BA: UESC, 2013.

xv, 119 f.: il.; anexos. Orientador: Carlos Priminho Pirovani. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de

Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular.

Inclui referências.

1. Cacau – Melhoramento genético. 2. Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos. 4. Oxidação. I. Título.

CDD 633.74

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

iii

LUCIANA RODRIGUES CAMILLO

ANÁLISE DO PERFIL PROTEÔMICO DE Moniliophthora perniciosa EM RESPOSTA AO FLUIDO APOPLÁSTICO DE CACAU E CARACTERIZAÇÃO

DE UMA ASCORBATO PEROXIDASE DE Theobroma cacao

Tese apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Genética e Biologia Molecular.

Área de concentração: Biotecnologia e Genômica.

Aprovada: 21 de novembro de 2013

________________________________ ___________________________

Dr. Antonio Vargas de Oliveira Figueira Dra. Virgínia Lúcia Fontes Soares (CENA/USP) (UESC)

____________________________ _____________________________

Dr. Marcio Gilberto Cardoso Costa Dra. Ana Cristina Caribé dos Santos

(UESC) (UESC) _____________________________

Dr. Carlos Priminho Pirovani (UESC – Orientador)

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

iv

Aos meus pais, por me ensinarem a voar e a trilhar meus caminhos.

Dedico.

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, à Universidade Estadual de Santa Cruz e ao Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular pela oportunidade e à CAPES, pelo apoio financeiro.

Aos membros da banca de defesa: Dr. Antonio Vargas de Oliveira Figueira, Dra. Virgínia Lúcia Fontes Soares, Dr. Marcio Gilberto Cardoso Costa e Dra. Ana Cristina Caribé dos Santos pela análise, discussão e sugestões do presente trabalho.

Ao Prof. Dr. Julio Cezar de Mattos Cascardo como primeiro incentivador da minha vinda para a UESC – Ilhéus-BA. Agradeço-o pela orientação, confiança e “pertubação”, causada por novas idéias e desafios propostos, com dinamismo e criatividade. Saudades eternas!!

Ao meu até então co-orientador que me adotou como orientanda, Prof. Dr. Carlos Priminho Pirovani. A quem, particularmente agradeço, não só pela orientação e amparo, como pela amizade e paciência, tão necessárias ao desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

Às Profªs. Drª Fabienne Micheli pela co-orientação e preciosas sugestões, à Profa Helena Costa pela co-orientação e à Profa Fátima Alvim pelas correções finais e apoio.

Ao Prof. Dr. Paulo Monzani pelo apoio e sugestões nos experimentos com a APX.

Ao Ciro Filadelfo pelos experimentos com as peroxidases.

Aos Profs. do PPGGBM, Prof. Dr. Ronan Xavier pelas discussões das análises filogenéticas da APX e à Profª. Drª. Karina Gramacho / CEPLAC, por disponibilizar as plântulas de cacau e os isolados do fungo M. perniciosa.

Aos colegas de trabalho, pela afinidade e empatia que sempre fazem a diferença. Agradeço ao grupo inicial de trabalho no laboratório de Proteômica que me proporcionou interessantes discussões. Agradeço aos “irmãos” por parte de “pai”: André, Juliano Salles, Cristiano, Aurizângela, Jamilly, Sanderson e Gileno. E aos irmãos de coração: à Joise, ao Thyago, à Manu, à Dayane, ao Raoni, ao Duca e ao Everton.

Aos alunos de iniciação científica pela experiência de orientar pessoas: Tiago Cerqueira, Anna, Analu, Bárbara e George.

À Fabrícia Silva, Kátia e Mara do PPGGBM pelo sempre “apoio administrativo”.

Aos meus pais Antônio e Ema pelo apoio incondicional, eterno! Por acreditarem em mim e no meu desenvolvimento. Especialmente à minha mãe, ávida guerreira em suportar minhas crises existenciais durante esse processo.

Aos meus irmãos Rodrigo e Rafael, apesar de não entenderem dos desafios e da persistência necessária aos trabalhos dessa natureza.

Aos meus queridos e amados sobrinhos Isabela e Daniel, por terem trazido mais alegria à minha vida.

À minha avó Júlia... in memmoriam.

Ao Lucas, parceiro de todas as horas, companheiro carinhoso, pelo amor, dedicação e paciência pelas horas roubadas ao convívio! À família Portela Mello pelo apoio em Ilhéus.

Enfim, às sempre amigas parceiras e insubstituíveis, Alessandras (Belluzzo e Schanoski), Camilas (Lima e Madeira), Carol, Patrícia, Makelly, Fernanda, Juliana e Isabel.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

vi

“Foi o tempo que perdeste com a

tua rosa que a fez tão importante.”

Antoine De Saint–Exupéry

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

vii

ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................. ix

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ x

LISTA DE TABELAS (ANEXOS) ...................................................................... xi

RESUMO ............................................................................................................. xii

ABSTRACT ........................................................................................................ xiv

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 3

2.1 O fungo Moniliophthora perniciosa e a doença vassoura-de-bruxa (VB) do cacau ................................................................................................................ 3

2.1.1 Histórico .................................................................................................. 3

2.1.2 Sintomas da VB ...................................................................................... 5

2.1.3 Controle da doença ................................................................................. 6

2.2 Estresse oxidativo como mecanismo de defesa .......................................... 7

2.3 A interação molecular do patossistema T. cacao x M. perniciosa ........... 11

2.4 Características e importância do fluido apoplástico ................................. 14

2.4.1 Função do apoplasto na defesa em plantas ........................................... 14

2.4.2 Composição proteica do apoplasto ....................................................... 16

2.5 Importância da ascorbato peroxidase (APX) na defesa de plantas ........... 18

2.6 Estudos proteômicos em interações planta-patógeno ............................... 19

3 HIPÓTESE E OBJETIVOS ..................................................................... 21

3.1 Hipótese .................................................................................................... 21

3.2 Objetivos ................................................................................................... 21

3.2.1 Geral ...................................................................................................... 21

3.2.2 Específicos ............................................................................................ 22

CAPÍTULO 1 - Análise do perfil proteômico de Moniliophthora perniciosa em resposta ao fluido apoplástico de cacau ............................................................... 22

1 RESUMO ................................................................................................. 22

2 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 23

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 25

3.1 Material biológico e cultivo do M. perniciosa ......................................... 25

3.2 Extração do Fluido Apoplástico (FA) de folhas de T. cacao ................... 26

3.3 Crescimento de Mp em fluido apoplástico ............................................... 26

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

viii

3.4 Extração de proteínas do fungo M. perniciosa ......................................... 27

3.5 Eletroforese Bidimensional e SDS-PAGE: .............................................. 27

3.6 Análise da imagem dos géis pelo programa Image Master ...................... 28

3.7 Extração de peptídeos em gel e análise por espectrometria de massas (LC/MS/MS) ....................................................................................................... 29

3.8 Categorização funcional de proteínas ....................................................... 29

4 RESULTADOS ........................................................................................ 29

4.1 Perfil proteico do micélio saprofítico de Mp em resposta ao cultivo com FA de T. cacao. ................................................................................................... 29

4.2 Perfil de spots de proteínas do gel 2-DE .................................................. 32

4.3 Análise do perfil proteico em resposta aos tratamentos com FA das variedades Cat e TSH ......................................................................................... 35

4.4 Proteínas identificadas e diferenciais ....................................................... 36

4.5 - Menor abundância de proteínas no isolado Mp553 ................................ 41

4.6 Maior abundância de proteínas no isolado Mp565 ................................... 42

5 DISCUSSÃO ............................................................................................ 43

5.1 Classificação funcional de proteínas diferencialmente expressas ............ 44

5.1.1 Síntese de proteínas e folding ............................................................... 46

5.1.2 Metabolismo, energia e processos biossintéticos.................................. 47

5.1.3 Transdução de sinal .............................................................................. 50

5.1.4 Proteínas de resposta à defesa ............................................................... 51

5.1.5 Proteínas de redução-oxidação ............................................................. 52

5.1.6 Proteínas estruturais .............................................................................. 56

6 CONCLUSÃO .......................................................................................... 57

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 57

CAPÍTULO 2 - Tc-cAPX, a cytosolic ascorbate peroxidase of Theobroma cacao L. engaged in the interaction with Moniliophthora perniciosa, the causing agent of witches' broom disease..................................................................................... 72

8 Conclusão geral ........................................................................................ 85

9 Anexos ...................................................................................................... 86

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

ix

LISTA DE ABREVIATURAS

VB: Vasoura-de-bruxa

FA: Fluido Apoplástico

Mp: Moniliophthora perniciosa

Tc: Theobroma cacao

Cat: Catongo

TSH: TSH1188

Ctrl: Controle

APX: Ascorbato Peroxidase

ROS: Espécies Reativas de Oxigênio

H2O2: Peróxido de Hidrogênio

rTc-cAPX: Ascorbato Peroxidase citosólica recombinante de Theobroma cacao

2-DE: Gel de Eletroforese Bidimensional

APX-R: Ascorbate Peroxidase Related

LC/MS/MS: Cromatografia líquida acoplada ao espectrômetro de massas

CAT: catalase

AK: Aldo ceto redutase

PGK: fosfoglicerato quinase

GAPDH: gliceraldeído-3-fosfato dehidrogenase

MetE: sintase da metionina dependente de cobalamina

Sahh: S-adenosil-L-homocisteina hidrolase

HSP: Proteína “Heat Shock”

SOD: superóxido dismutase

Prx: peroxirredoxina

ADH: álcool desidrogenase

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Progresso da doença VB ............................................................................................... 6

Figura 2 Perfil de proteínas totais em SDS-PAGE 12,5% do M. perniciosa. ............................ 30

Figura 3 Perfil proteico em géis 2DE dos isolados 553 e 565 de Mp. ....................................... 31

Figura 4. Número de spots de proteínas totais do gel 2-DE. ...................................................... 33

Figura 5. Número de spots de proteínas identificadas do gel 2-DE. .......................................... 34

Figura 6 Mapa de referência do perfil proteico do isolado Mp553 ............................................ 35

Figura 7. Identificações por espécies de fungos pelo Blast2GO. ............................................... 36

Figura 8. Categorização funcional de proteínas diferencialmente expressas de Mp .................. 37

Figura 9. Contribuições das categorizações de funções moleculares de proteínas .................... 42

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

xi

LISTA DE TABELAS (ANEXOS)

ANEXO 1

Tabela 1A. Spots totais identificados - Mp553................................................................86

Tabela 2A. Spots totais identificados – Mp565...............................................................97

ANEXO 2

Tabela 2A. Expressão diferencial de proteínas – Mp553..............................................112

Tabela 2B. Expressão diferencial de proteínas- Mp565................................................115

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

xii

RESUMO

Camillo, Luciana Rodrigues. DR. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus – Bahia.

Novembro de 2013. Análise do perfil proteômico de Moniliophthora perniciosa em

resposta ao fluido apoplástico de cacau e caracterização de uma ascorbato

peroxidase de Theobroma cacao. Orientador: Dr. Carlos Priminho Pirovani.

Coorientadores: Dras. Fabienne Micheli e Helena Costa.

O fungo basidiomiceto Moniliophthora perniciosa (Mp) é o causador da doença

vassoura-de-bruxa (VB) em Theobroma cacao (Tc), que promove forte queda da

produção de amêndoas de cacau no estado da Bahia. A infecção é iniciada pela invasão

do apoplasto da planta pelo fungo. Como resposta à infecção, a explosão oxidativa,

gerada pelas espécies reativas de oxigênio (ROS), é uma rápida resposta de defesa da

planta após o reconhecimento do patógeno. Dentre as diversas moléculas que compõe as

ROS, o peróxido de hidrogênio (H2O2) é um dos compostos mais abundantes e a sua

detoxificação é essencial para a proteção e sinalização celular. Enzimas Ascorbato

peroxidases (APX) catalisam a conversão de H2O2 em água e usam o ascorbato (AsA)

como doador de elétrons preferencial. O objetivo do trabalho foi analisar a influência do

fluido apoplástico (FA) de cacau na expressão de proteínas do micélio dicariótico do

Mp bem como analisar a importância e caracterização de uma APX citosólica

recombinante de cacau (rTc-cAPX) envolvida na resposta da planta à infecção pelo Mp.

Através da técnica de gel bidimensional (2-DE) e identificação por LC/MS/MS foram

identificadas e comparados os perfis proteícos do micélio dicariótico de dois isolados

contrastantes do Mp, 553 (menos agressivo) e 565 (mais agressivo), em resposta ao

cultivo em FA de cacau das variedades suscetível (Catongo) e resistente (TSH1188). A

análise do perfil protéico dos isolados Mp553 e Mp565, mostrou a diminuição

expressiva na detecção total de spots do isolado 565 (517 spots) do M. perniciosa

quando comparado ao 553 (755 spots). Há diferenças no perfil de expressão também

entre os tratamentos de cada isolado, principalmente quando observamos as amostras

suplementadas com FA da variedade resistente (TSH1188) de cacau. Dentre as

proteínas diferenciais entre os tratamentos e identificadas nas análises com ambos os

isolados, proteínas de metabolismo e energia representaram o maior grupo (35-30%),

seguido de proteínas envolvidas com os processos redox (16%), para o isolado 553, e

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

xiii

proteínas relacionadas à síntese de proteínas e folding (16%) para o isolado 565. A

análise do perfil proteômico de isolados contrastantes em resposta às variedades

suscetível e resistente de cacau sugere a ação de proteínas como Aldo-ceto redutases

(AKs), Cisteína-peroxirredoxinas e aegerolisinas na patogenicidade do M. perniciosa. A

detecção diferencial de diversas proteínas em resposta às variedades de cacau foi

discutida no trabalho. A análise do envolvimento de peroxidases na doença vassoura-de-

bruxa mostrou o aumento da atividade de peroxidases em tecidos de cacau resistente

infectados com o M. perniciosa e, que essa atividade é devida à peroxidases do tipo

APX. A caracterização da rTc-cAPX mostrou que essa enzima está corretamente

estruturada, sendo um homodímero em solução a 25ºC e bioquimicamente ativa. Suas

propriedades enzimáticas são semelhantes à de outras cAPXs recombinantes. A rTc-

cAPX mostra a atividade de catalase e, preferencialmente, usa o AsA como um doador

de elétrons, mas é mais estável quando oxida guaiacol. A análise de 92 peroxidases da

base de dados do genoma de cacau (http://cocoagendb.cirad.fr/) sugere a presença de

oito APX, sendo duas cAPX e uma APX-R (APX-Related). Tomados em conjunto, os

resultados sugerem a importância da rTc-cAPX na eliminação de H2O2 durante a

interação de T. cacao x M. perniciosa e que a identificação de moléculas chave

envolvidas na patogenicidade do fungo seja um passo fundamental para nortear novas

estratégias de controle da doença.

Palavras chave: Fungo biotrófico, vassoura de bruxa, proteômica diferencial,

Ascorbato Peroxidase-Related (APX-R) e estresse oxidativo.

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

xiv

ABSTRACT

Camillo, Luciana Rodrigues. DR. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus – Bahia.

November- 2013. Analysis of proteomic profile from Moniliophthora perniciosa

apoplastic fluid in response to cocoa and characterization of an ascorbate

peroxidase of Theobroma cacao. Advisor: Dr. Carlos Priminho Pirovani. Advisor

Committee Members: Dras. Fabienne Micheli e Helena Costa.

The basidiomycete fungus Moniliophthora perniciosa (Mp) is the causal agent of

witches' broom (WB) in Theobroma cacao (Tc), which had promoted sharp drop in

production of cocoa beans in the state of Bahia since 1985. Infection is initiated by

invasion of the plant through the apoplast, then, in response to infection, the oxidative

burst is generated by reactive oxygen species (ROS) as a fast defense response in plants

after pathogen recognition. Among the various molecules that compose the ROS,

hydrogen peroxide (H2O2) is one of the most abundant compounds and their

detoxification is essential for the protection and cell signaling. The enzyme ascorbate

peroxidase (APX) catalyzes the conversion of H2O2 into water and use the ascorbate

(AsA) as a preferred electron donor. The objective of this study was to analyze the

influence of apoplastic fluid (AF) of cocoa in the expression of proteins of Mp

dikaryotic mycelium and analyze the importance and characterization of a recombinant

cytosolic APX cocoa (rTc-cAPX) involved in plant response to Mp infection. Through

the technique of two-dimensional gel (2-DE) and identification by LC/MS/MS, we

compared the protein profiles of the two strains dikaryotic mycelium of contrasting Mp,

553 (less aggressive) and 565 (more aggressive) in response the cultivation of cocoa in

AF susceptible varieties (Catongo) and resistant (TSH1188) and the proteins were

identified. Analysis of the protein profile of Mp553 and Mp565 isolates showed a

significant decrease in the total detection of isolated spots of Mp-565 (517 spots)

compared to Mp-553 (755 spots). There are differences in the expression profile also

among treatments of each strain, especially when we observe samples supplemented

with AF resistant variety (TSH1188). The classification of the differentially expressed

proteins in the treatments reveal that the proteins related to energy metabolism represent

the largest group (35-30%) followed by redox processes (16%) for strain 553 and

proteins related to protein synthesis and folding (16%) for strain 565. The analysis of

the proteomic profile of contrasting isolates in response to susceptible and resistant

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

xv

varieties of cocoa suggests the action of proteins like aldo-keto reductase (AK),

cysteine-peroxiredoxins and aegerolisines possess an important role in the pathogenicity

of M. perniciosa. The differential detection of several proteins in response to cocoa

varieties was discussed at work. The analysis of the involvement of peroxidases in the

witches' broom disease showed increased peroxidase activity in tissues of infected

resistant cocoa with M. perniciosa, and that this activity is due to the peroxidases like

APX. The characterization of rTc-cAPX showed that the enzyme is correctly structured

and is a homodimer in solution at 25 °C and biochemically active. Their enzymatic

properties are similar to other recombinant cAPXs. The rTc-APX shows catalase

activity and preferably uses AsA as an electron donor, but it is more stable when it

oxidizes guaiacole. Analysis of 92 peroxidases from the cocoa genome database

(http://cocoagendb.cirad.fr/) suggests the presence of eight APX, two cAPX and APX-R

(APX-Related). Taken together, the results suggest the importance of rTc-cAPX in

eliminating H2O2 during interaction of T. cacao x M. perniciosa and that the

identification of key molecules involved in the pathogenicity of the fungus is a key to

guide new strategies for disease control step.

Keywords: biotrophic fungus, witches´ broom, differential proteomic, ascorbate

peroxidase - Related (APX-R) and oxidative stress.

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

1

1 INTRODUÇÃO

O basidiomiceto Moniliophthora perniciosa (Mp) é o causador da doença

vassoura-de-bruxa em Theobroma cacao (Tc). Essa é uma das doenças com maior

impacto econômico que ameaça a viabilidade da produção de cacau na América do Sul,

onde causou forte queda da produção de amêndoas (matéria prima para a produção de

chocolate) no estado da Bahia (GRIFFITH et al., 2003). Apesar do grande impacto

sócio econômico, aspectos importantes sobre a complexa interação que leva ao

desenvolvimento dessa doença ainda não são suficientemente compreendidos. Embora

existam estudos genômicos (DIAS et al., 2011; MEINHARDT et al., 2008; MONDEGO

et al., 2008; PIRES et al., 2009; RINCONES et al., 2008), ainda não foram publicados,

em periódicos, análises do perfil de expressão de proteína de cacau em resposta à

infecção de Mp (SANTIAGO, 2010).

A infecção é iniciada quando os tubos germinativos dos basidiósporos invadem

o tecido meristemático de gemas apicais e atingem o apoplasto (espaço intercelular /

fase monocariótica) onde se desenvolvem até a necrose dos tecidos na segunda fase da

infecção (fase dicariótica). O apoplasto é o conjunto de paredes celulares e espaços

intercelulares e apresenta um papel crucial no metabolismo das células relacionado ao

desenvolvimento e crescimento da planta, respostas de defesa, transdução de sinal e

nutrição mineral (DIETZ, 1997; SATTELMACHER, 2001). Evidências mostram que o

perfil de expressão proteica do apoplasto é alterado em resposta a diferentes tipos de

estresse como sal (GUO e SONG, 2009; ZHANG et al., 2009), temperatura (BRUNE,

URBACH e DIETZ, 1994), ferimentos (LI e MCCLURE, 1990), infestação de insetos

(WESTHUIZEN e PRETORIUS, 1996) e invasão de patógenos (DIAZ-VIVANCOS et

al., 2006; OH et al., 2005). O fluido apoplástico (FA) compreende um lavado aquoso do

apoplasto. Análises in vitro da germinação de basidiósporos de Mp em FA de Tc

sugerem que o apoplasto da planta contenha moléculas sinalizadoras ou moduladoras do

crescimento fúngico (PIROVANI, 2008). Na fase monocariótica ele se encontra em um

dos momentos mais críticos da infecção, uma vez que precede a evolução de

mecanismos de translocação, manipulados pelos patógenos no citoplasma do

hospedeiro, suprimindo as respostas de defesa (JONES e DANGL, 2006).

A explosão oxidativa, composta por espécies reativas de oxigênio (ROS), é uma

resposta de defesa da planta após o reconhecimento do patógeno. Dentre as diversas

moléculas que compõe as ROS, o peróxido de hidrogênio (H2O2) pode ser diretamente

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

2

tóxico ao patógeno e, especificamente à doença vassoura-de-bruxa, foi observado o

aumento de H2O2 no Tc em resposta aos estágios iniciais da infecção pelo Mp (DIAS et

al., 2011). A adição de baixas concentrações de H2O2, em meios de cultura contendo

glicerol, induziu a formação de grampos de conexão no fungo, necessárias ao

desenvolvimento da segunda fase da doença (PUNGARTNIK et al., 2009)

A detoxificação do H2O2 é essencial para proteção e sinalização celular e é

dependente da existência de eficientes mecanismos celulares enzimáticos e não

enzimáticos (APEL e HIRT, 2004; QUAN et al., 2008). Estudos mostraram que ocorre

modulação de enzimas do sistema oxidativo, bem como a indução de APX no apoplasto

de folhas em resposta à invasão de patógenos (DIAZ-VIVANCOS et al., 2006;

PECHANOVA et al., 2010; VANACKER, CARVER e FOYER, 1998). Essas enzimas

catalisam a conversão de H2O2 em água e usam o ascorbato (AsA) como doador de

elétrons preferencial (ASADA, 1999; SHIGEOKA et al., 2002). Durante o

desenvolvimento da doença vassoura-de-bruxa, o estresse oxidativo é gerado, e a ação

da APX é recrutada pela planta. De forma a complementar os dados sobre a análise das

respostas do fungo ao estresse oxidativo, o presente trabalho teve como um de seus

objetivos caracterizar uma APX citosólica recombinante de T. cacao (rTc-cAPX)

envolvida na interação molecular de T. cacao-M. perniciosa.

A adição de FA, de genótipos contrastantes de cacau, em meios de cultura de Mp

propõe mimetizar o ambiente de crescimento natural do fungo, atuando portanto, como

indutor na expressão de genes de patogenicidade deste patógeno. Até o presente, não há

caracterização que demonstre ativação de defesa apoplástica na espécie. Portanto, o

trabalho teve como objetivos estudar a influência do FA de cacau, suscetível e

resistente, na expressão de proteínas do Mp na fase dicariótica e mostrar a importância e

caracterização da rTc-cAPX de cacau na detoxificação do H2O2 causada pela infecção

do M. perniciosa..

Mediante análise por eletroforese bidimensional (gel 2-DE) e cromatografia

líquida acoplada ao espectrômetro de massas (LC/MS/MS), foi analisado o proteoma

micelial dos isolados 553 (menos agressivo) e 565 (mais agressivo) do fungo M.

perniciosa na presença de FA das variedades resistente (TSH1188) e suscetível

(Catongo) à doença vassoura-de-bruxa. A identificação de moléculas-chave envolvidas

na patogenicidade do fungo é um passo fundamental para nortear novas estratégias de

controle da doença.

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O fungo Moniliophthora perniciosa e a doença vassoura-de-bruxa (VB) do

cacau

2.1.1 Histórico

O fungo causador da doença VB foi, primeiramente, classificado como Marasmius

perniciosa Stahel (STAHEL, 1915). Após, foi renomeado, por Singer, como Crinipellis

perniciosa (SINGER, 1942) permanecendo com essa nomenclatura até 2005. Apesar da

divergência de alguns autores, o nome foi trocado novamente quando Aime e Phillips-

Mora (2005) mostraram, por sequenciamento de DNA, sua relação com as espécies de

Crinipellis e a proximidade filogenética com Moniliophthora roreri (AIME e

PHILLIPS-MORA, 2005). Portanto, hoje é chamado de Moniliophthora perniciosa

(Stahel) Aime e Phillips-Mora (= Crinipellis perniciosa). Esse fungo é um

basidiomiceto da ordem Agaricales, família Marasmiaceae, e é endêmico da bacia

amazônica, na região da América do Sul (PURDY e SCHMIDT, 1996).

O Theobroma cacao é uma espécie nativa da floresta amazônica tropical úmida

americana. É uma planta perene, arbórea e típica de clima tropical. O cacau, fruto do

cacaueiro, possui sementes as quais após serem fermentadas e secas são a matéria prima

para a produção de chocolate e de seus derivados (WOOD e LAW, 1987).

Por volta do ano de 1746, sementes de cacau vindas do Pará foram introduzidas no

estado da Bahia, mais precisamente no atual município de Canavieiras, onde encontrou

o clima ideal para seu desenvolvimento. Desde então, constituiu-se em um dos pilares

fundamentais para o desenvolvimento econômico e crescimento da região, e foi o

responsável pelo montante da produção de cacau que levou o Brasil à posição

privilegiada de um dos principais produtores mundiais desse produto (RESENDE et al.,

2007).

Em 1989 foi verificada a primeira incidência do fungo Moniliophthora

perniciosa, mais precisamente nas regiões de Uruçuca e Camacã, locais centrais da

produção cacaueira no sul da Bahia (PEREIRA et al, 1996). Análises demonstraram a

ocorrência de duas linhagens genéticas diferentes em focos do fungo encontrados em

locais distantes e distintos no mesmo período, o que sugere que a incidência do mesmo

tenha sido causada por intervenção humana (ANDEBRHAN et al., 1999). Este fungo é

o causador da doença VB do cacaueiro (Theobroma cacao L.) e de outros hospedeiros.

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

4

A VB é uma das doenças de maior impacto econômico e representa uma séria ameaça à

viabilidade da produção de cacau na América do Sul (GRIFFITH et al., 2003; PURDY

e SCHMIDT, 1996).

Atualmente, a doença constitui o maior problema fitopatológico da cacauicultura

do estado da Bahia, consequentemente, o país passou de um dos maiores exportadores

para importador de cacau para suprir a demanda interna (PEREIRA, et al., 1996;

RESENDE et al., 2007). Os baixos preços das amêndoas, praticados no mercado

internacional, após a incidência da doença, fragilizaram consideravelmente a situação

socioeconômica e o equilíbrio ecológico das regiões produtoras de cacau no país

(http://www.agricultura.gov.br).

A cultura do cacau apresenta elevada importância para a região sul baiana não

apenas pela produção de chocolate e de seus derivados, mas pela questão ambiental, que

fica evidente uma vez que a forma de cultivo predominante nesta região é o sistema

agroflorestal tradicional cabruca (plantações de cacau sob floresta raleada) (DONALD,

2004; JOHNS, 1999). Esse sistema possibilitou a Floresta Atlântica, da Região

Cacaueira da Bahia, possuir os mais significativos remanescentes florestais em áreas

agricultáveis, uma vez que a fragmentação de florestas nativas e sua reduzida área não

seriam suficientes para a continuidade das populações de fauna e flora desses locais

(LOBÃO, 2007). Estima-se que aproximadamente 70% de toda a área com cacau no

Sudeste da Bahia (cerca de 460 mil hectares) foi implantada no sistema cabruca

(FRANCO et al., 1994).

No período da crise da lavoura cacaueira, causada pela doença VB,

ambientalistas denunciaram a conversão das áreas de cabruca em pasto e em cultivos

que causavam maior impacto ambiental e, o corte ilegal de árvores nativas das cabrucas

para a venda da madeira (ALGER e CALDAS, 1996). Consequentemente, grandes áreas

da floresta foram destruídas. Nesse cenário, não restam dúvidas de que a conservação da

biodiversidade, existente nas regiões produtoras de cacau, está intimamente relacionada

à manutenção do sistema cabruca, diretamente relacionado ao controle da doença VB.

Os prejuizos causados pela doença ficam evidentes quando comparamos a

produção brasileira no mercado internacional. A safra de 1990/91 correspondeu a 15%

da produção de amêndoas, quando o Brasil ocupava o segundo lugar na produção

mundial, em contraste com as safras de 2007/08 (4,5%) e de 2011/12 (5,4%) (FAO,

2013). A alta produção em torno de 400 mil toneladas nunca foi recuperada (BOWERS

et al., 2001). Contando com 682.000 ha de área plantada no país, observa-se um

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

5

aumento gradual na produção brasileira nos últimos 4 anos. A safra anual em toneladas

de amêndoas (t) foi de 218.500, 235.400, 248.500 e 257.000 toneladas em 2009, 2010,

2011 e 2012, respectivamente. A Bahia é o estado responsável pela maior produção do

país (160.200 t - 62%), seguido do Pará (67.300 t), Rondônia (16.420 t), Espírito Santo

(8.300 t), Amazonas (4.600 t) e Mato Grosso (576 t) (Anuário Estatístico do Brasil,

2011 e 2012).

2.1.2 Sintomas da VB

Os sintomas característicos da doença na fase monocariótica são a hipertrofia e

hiperplasia dos tecidos infectados e perda da dominância apical (PURDY e SCHMIDT,

1996). O M. perniciosa ataca as regiões meristemáticas, principalmente frutos, brotos e

almofadas florais e induz uma variedade de sintomas, dependendo do órgão infectado e

do estágio de desenvolvimento. A infecção ocasiona queda acentuada na produção,

provocando o desenvolvimento anormal, seguido de morte, das partes infectadas

(EVANS, 1981; RUDGARD, 1989).

O fungo apresenta duas fases distintas: quando apresenta hifas monocarióticas

(biotrófica/parasítica) (Figura 1. 3A e 3B) e a segunda fase, quando apresenta hifas

dicarióticas (necrotrófica/saprofítica) (Figura 1. 3C e 3D). No primeiro estágio da

colonização o micélio cresce no espaço intercelular do apoplasto e por não ter

apressório, sugere-se que o fungo acumule nutrientes do hospedeiro (SILVA e

MATSUOKA, 1999), semelhante ao que ocorre na infecção de Cladosporium fulvum

Cooke em tomate (KENYON et al., 1993). Nessa fase o fungo se encontra na forma de

micélio monocariótico (fase biotrófica), que ocorre em baixa densidade (PENMAN et

al., 2000) e apresenta lento crescimento (SILVA e MATSUOKA, 1999) (Figura 1. 3A e

3B). Na palnta observa-se a hipertrofia e hiperplasia dos tecidos, perda de dominância

apical e proliferação de gemas axilares, o que resulta na formação de ramos anormais

chamados de vassoura-verde que apresenta cor verde mais clara (Figura 1. 3B). Essa

coloração sugere que a infecção inicial causa alterações no metabolismo, reduzindo a

capacidade fotossintética do tecido (SCARPARI et al., 2005).

Entre 50 e 90 dias após infecção, grande parte das hifas invade as células do

hospedeiro, coincidindo com o aparecimento dos sintomas necróticos visíveis (Figura 1.

3C), quando ocorre a morte dos tecidos infectados levando à formação da vassoura-seca

(Figura 1 3D). Essa fase corresponde ao segundo estágio da infecção

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

6

(saprofítico/dicariótico), quando se observa a presença de hifas dicarióticas e grampos

de conexão (Figura 1. 3C e 3D). Nesse estágio ocorre a formação do basidioma que

produz os basidiósporos (EVANS, 1981; CEITA et al., 2007; SILVA e MATSUOKA,

1999) (Figura1 3E). Os esporos são dispersos pelo vento e chuva, e são os únicos

propágulos capazes de infectar o cacaueiro, germinando na superfície da planta e

produzindo tubos monocarióticos, os quais entram na planta pelos estômatos ou espaços

intercelulares do hospedeiro retomando o ciclo de infecção (PEREIRA et al., 1996;

PURDY e SCHMIDT, 1996)

2.1.3 Controle da doença

Para conter o avanço da doença são utilizados métodos de controle integrado:

genético, cultural, químico e biológico, sendo o manejo das plantações de extrema

importância (HEBBAR, 2007; MEINHARDT et al., 2008; OLIVEIRA e LUZ, 2005). O

método de controle considerado como mais promissor é o plantio e enxertia de

Meinhardt et al., 2008

Figura 1. Progresso da doença VB (da esquerda para a direita). As imagens dos

estágios fúngicos, acima das fotos, representam a progressão da fase biotrófica para a

saprofítica, as estruturas miceliais típicas e o número de núcleos para cada estágio

sintomático. A) infecção pela penetração por estômatos abertos. B) Crescimento da

vassoura-verde. C) Necrose de tecidos infectados. D) vassoura seca. E) formação do

basidiocarpo e esporo.

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

7

genótipos resistentes ao patógeno, prática que vem sendo largamente adotada no sul da

Bahia (FRIAS e PURDY, 1995; GRIFFITH et al., 2003). No entanto, as fontes de

resistência genética apresentam o aparecimento de sintomas da infecção na Bahia,

possivelmente associado com a variabilidade genética dos fungos (ALBUQUERQUE et

al., 2009). Tem sido proposto que o M. perniciosa pode ter co-evoluido com

hospedeiros de Theobroma spp. na região Amazônica, onde ambos podem partilhar um

centro comum de diversidade (PURDY e SCHMIDT, 1996). Os níveis de infecção

também podem derivar de uma possível dispersão dos isolados mais virulentos, ou a

partir de um aumento na pressão de inóculo pela intensificação da epidemia de VB

(ALBUQUERQUE et al., 2009).

Os embarques internacionais das commodities, o transporte de mudas, de

sementes e de frutos contaminados é bastante crítico frente à dificuldade de diagnóstico

desses materiais devido ao longo período de incubação do patógeno e, portanto, deve

ser evitado para diminuir o risco de propagação da doença (MEINHARDT et al., 2008).

Dentro do controle integrado, o escape por meio do cultivo de cacau no semiárido tem

demonstrado ser bastante benéfico no controle da VB, uma vez que nessas regiões a

umidade do ar é baixa na maior parte do ano, diminuindo drasticamente a incidência do

fungo. Outra forma de controle é o biológico. Análises com o fungo Trichoderma

stromaticum mostraram expressiva inibição do desenvolvimento de basidiocarpos do M.

perniciosa (BASTOS, 2000; LOGUERCIO et al., 2009), resultando no produto

TRICOVAB, utilizado para controle biológico do agente causador da VB (BEZERRA

et al., 2000; MEINHARDT et al., 2008).

2.2 Estresse oxidativo como mecanismo de defesa de plantas contra patógenos

As plantas podem responder ao ataque de patógenos de diversas formas. A

diversidade de respostas dinâmicas e coordenadas é observada tanto na planta quanto no

patógeno, culminando na indução da expressão de vários genes que codificam proteínas

que sinalizarão respostas de suscetibilidade ou resistência. A resistência no hospedeiro

é, portanto, o resultado de um sistema complexo de contribuições individuais de

diferentes mecanismos de resistência. Na teoria gene-a-gene, semelhante ao sistema

imunológico de vertebrados, plantas resistentes reconhecem especificamente o patógeno

e sinalizam diversas respostas que resultam na reação de hipersensibilidade (HR)

(FLOR, 1971). O reconhecimento ocorre através do produto do gene de resistência

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

8

dominante da planta (R) e o produto do gene de avirulência do patógeno (Avr),

resultando na incompatibilidade de interações, e consequente resistência da planta. Na

ausência do produto de um desses genes, o patógeno se instala (interação compatível)

causando a doença (DANGL e JONES, 2001; FLOR, 1971).

Oposta à hipótese clássica de interação gene-a-gene, no modelo de interação

guard-model ocorre a participação do produto de mais de dois genes, demonstrando

interações indiretas entre proteínas R e Avr. Em interações incompatíveis, proteínas de

genes Avr interagem com proteínas alvos envolvidas em importantes processos

celulares. Chamadas de protetoras ou “proteínas-guardiãs”, estas seriam modificadas

devido a essa interação, resultando no reconhecimento de proteínas R do hospedeiro

gerando resposta da planta, seja como uma HR ou pela supressão de mecanismos de

defesa do hospedeiro (DANGL e JONES, 2001; XIA et al., 2004).

Ainda na ocorrência de interações indiretas, muitos efetores do patógeno podem

ter vários destinos no hospedeiro, dispensando a atuação das proteínas-guardiãs em

plantas sem a proteína R, como sugere a teoria decoy model (HOORN et al., 2008).

Proteínas chamadas de iscas imitam os alvos dos efetores do patógeno e competem com

as proteínas-guardiãs, diminuindo assim a carga patogênica sem alterar a aptidão do

patógeno, independente da presença ou ausência dos genes R. Por outro lado

desencadeiam a imunidade inata em plantas que possuem a proteína R (HOORN et al.,

2008). O envolvimento de proteínas guardiãs e iscas são sugeridos na interação de Cicer

arietinum (grão-de-bico) e o fungo Fusarium oxysporum f.sp. ciceri, como cistatinas e

fosfolipases e, Serina Treonina Quinases, respectivamente (GUPTA et al., 2010).

Após o reconhecimento do patógeno, pela interação incompatível, é

desencadeada a reação de hipersensibilidade (HR) na planta que inclui a expressão de

proteínas relacionadas à patogênese (Pathogenesis Related- PR) e ao aumento de ROS.

O aviso de acumulação de ROS em ataque de patógenos é denominado de explosão

oxidativa, composta principalmente pelas espécies reativas de oxigênio (ROS) e morte

celular programada (PCD) no local da infecção (GREENBERG, 1997; MEHDY, 1994).

A HR é a mais eficiente resposta da planta para a tentativa de contenção do patógeno

biotrófico (GOVRIN e LEVINE, 2000). Como exemplo de proteína PR, a TcPR-10 foi

diferencialmente expressa na biblioteca de interação T. cacao – M. perniciosa

(GESTEIRA et al., 2007). Essa PR de cacau tem atividade ribonucleásica e antifúngica

contra M. perniciosa e S. cerevisae (PUNGARTNIK et al., 2009). Em T. cacao, um dos

mecanismos de resposta da planta pode ser observado pelo aumento dos níveis de BIP

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

9

(Proteína de Ligação à Imunoglobulina) em meristemas tratados com proteínas

secretadas pelo M. perniciosa (ALVIM et al., 2009).

A explosão oxidativa, ocorre em muitas interações planta-patógeno durante a

HR e confere resistência a patógenos biotróficos, restringindo a sua dispersão

(GOVRIN e LEVINE, 2000; KAN, VAN, 2006). No caso de fungos necrotróficos como

Botrytis cinerea, a morte de células de plantas é benéfica para o agente patogênico e

conduz à susceptibilidade (GOVRIN e LEVINE, 2000). Patógenos necrotróficos, em

contraste com os biotróficos, matam células hospedeiras por meio de moléculas tóxicas

e enzimas líticas, e podem sobreviver na ausência de células hospedeiras vivas,

decompondo o tecido da planta para o seu próprio crescimento (GOVRIN e LEVINE,

2000; KAN, VAN, 2006). Trabalhos também sugerem que estes agentes patogênicos

tenham a capacidade de ativar respostas imunológicas vegetais destinadas a trabalhar

contra patógenos biotróficos, induzindo a PCD do hospedeiro (GOVRIN e LEVINE,

2000).

As ROS agem como moléculas sinalizadoras que regulam o desenvolvimento

em plantas e a adaptação ao estresse, mas também podem ser altamente tóxicas (QUAN

et al., 2008; SHETTY et al., 2007). As ROS são compostas por ânion superóxido (O2-),

peróxido de hidrogênio (H2O2) e radical hidroxil (OH) (MEHDY, 1994). O H2O2 é a

molécula mais bem estudada e por ser quimicamente estável, apresenta alta

permeabilidade através das membranas celulares favorecendo a rápida elicitação da

resposta vegetal a estresses bióticos e abióticos (COSTET et al., 2002). Portanto,

apresenta diversas funções podendo alterar a expressão gênica, induzir resposta

sistêmica e a produção de fitoalexinas (APEL e HIRT, 2004; BOLWELL et al., 2002;

COSTET et al., 2002) e desencadear morte celular (Mittler, ET AL. 1999). No

patossistema T.cacao x M. perniciosa, a combinação de baixas concentrações de H2O2 e

glicerol in vitro, parecem induzir a dicariotização de hifas que resulta na mudança de

fase do fungo M. perniciosa, de biotrófica para necrotrófica. Nessa fase, o patógeno

invade as células resultando na morte de tecidos infectados, sintoma conhecido como

vassoura seca, em plantas de cacau (PUNGARTNIK et al., 2009).

O alto estresse oxidativo é observado pelo aumento da peroxidação lipídica na

primeira fase de infecção do fungo M. perniciosa em cacau (SCARPARI et al., 2005).

A variação da concentração de H2O2 foi observada em plantas de T. cacao infectadas

com o M. perniciosa (DIAS et al., 2011). Na variedade suscetível, ocorre maior

concentração de cristais de oxalato de cálcio (CaOx) e menor concentração de H2O2.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

10

Em contraste, plantas resistentes apresentam um aumento da concentração de H2O2

acompanhada de menor concentração de cristais de oxalato de cálcio (CaOx), sugerindo

a degradação enzimática desses cristais nas etapas precoces da infecção e na fase final

da doença em plantas resistentes e susceptíveis, respectivamente (DIAS et al., 2011;

CEITA et al., 2007)

Portanto, durante a infecção pelo M. perniciosa, a enzima oxalato oxidase

converte o ácido oxálico complexado nos CaOx em H2O2, promovendo um ambiente

altamente oxidativo com a função de deter a invasão e sugere que CaOx estejam

relacionados à progressão da doença VB. Acompanhando esses dados, também foi

observado o aumento de transcritos de oxalato oxidase e APX em plantas resistentes de

cacau após 48h de infecção pelo M. perniciosa (DIAS et al., 2011).

A detoxificação do H2O2 é essencial para proteção e sinalização celular e é

dependente do desenvolvimento de eficientes mecanismos celulares enzimáticos,

compostos pelas enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), peroxidase

(POD), ascorbato peroxidase (APX) e glutationa redutase (GR), e por mecanismos não

enzimáticos como tocoferóis, flavonoides, ácido ascórbico (AsA) e glutationa (APEL e

HIRT, 2004; QUAN et al., 2008). Diversas condições de estresse como seca, alta

intensidade de luz, salinidade e ataque de patógenos são estímulos para a produção de

ROS e para a modulação da expressão de genes de ascorbato peroxidase (APX)

(MILLER et al., 2007; MITTLER et al., 2004; MOHAMMADI et al., 2012; ROSA et

al., 2010; SHIGEOKA et al., 2002). A principal função das APX (EC 1.11.1.11) é a

detoxificação do H2O2 em plantas superiores, algas e euglena prevenindo o estresse

oxidativo causado pelas ROS. Outras funções também podem ser observadas para essas

enzimas, como o favorecimento da dissipação do excesso de foto energia através do

ciclo água-a-água em cloroplastos (ASADA, 1999, 2006), além do seu envolvimento na

regulação de transdução de sinais (DAVLETOVA et al., 2005; ISHIKAWA e

SHIGEOKA, 2008; MARUTA et al., 2012).

Acompanhando a explosão oxidativa, ocorre a indução de peroxidases no FA de

plantas (PIROVANI et al., 2008). A maioria das peroxidases pode oxidar uma vasta

gama de substratos à custa de H2O2 (CHRISTENSEN et al., 1998). A ação das

peroxidases no consumo do H2O2 e na oxidação dos fenóis leva a lignificação e

formação de parede secundária (CHRISTENSEN et al., 1998). Plantas de Arabidopsis

anti-senso para a peroxidase de feijão francês (FBP1) demonstraram ser altamente

susceptíveis a agentes patogénicos bacterianos e fúngicos (BOLWELL et al., 2002).

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

11

Diferentes peroxidases foram detectadas no apoplasto de folhas de álamo e algumas

foram induzidas em resposta à infecção por Melampsora spp, demonstrando amplo

papel dessas proteínas na defesa de plantas (PECHANOVA et al., 2010).

2.3 A interação molecular do patossistema T. cacao x M. perniciosa

Existem poucos e recentes trabalhos sobre os mecanismos moleculares envolvidos

no desenvolvimento da interação específica entre o M. perniciosa e T. cacao. O projeto

genoma do M. perniciosa (MONDEGO et al., 2008) foi determinante para o

desenvolvimento de pesquisas moleculares sobre esse patossistema e desde então,

aumentaram os estudos moleculares acerca desse patossistema (ALVIM et al., 2009;

CAMILLO et al., 2013; GESTEIRA et al., 2007; LEAL JR, ALBUQUERQUE e

FIGUEIRA, 2007; LOPES et al., 2008; MEINHARDT et al., 2008; PIRES et al., 2009;

PIROVANI et al., 2010; RINCONES et al., 2008; THOMAZELLA et al., 2012).

A expressão gênica diferencial de duas fases do ciclo de vida do fungo M.

perniciosa, resultou na identificação de 189 genes, os quais refletem as mudanças no

metabolismo de carbono e nitrogênio, bem como o entendimento de vias metabólicas

que podem ser essenciais para a patogenicidade do fitopatógeno (RINCONES et al.,

2008). Dentre essas, a identificação de genes que codificam proteínas de necrose e

indutoras de etileno (MpNEPs). A MpNEP1 apresenta expressão constitutiva, em ambas

as fases do fungo, enquanto que a MpNEP2 apresenta maior nível de transcritos na fase

monocariótica (GARCIA et al., 2007). Ensaios de imunolocalização mostraram que as

MpNEPs localizam-se no apoplasto de tecidos infectados e parecem desempenhar papel

importante na doença VB (GARCIA et al., 2007). Genes de folhas de cacau foram

modulados em resposta a diferentes moléculas sinalizadoras de defesa, incluindo a

MpNEP1 (VERICA et al., 2004). Análises de proteômica e metabolômica mostraram

alterações moleculares e bioquímicas globais em culturas de células de Nicotiana

benthamiana elicitadas com MpNEP2. O estudo mostrou que proteínas up-reguladas

estão relacionadas à ligação de nucleotídeos e atividade de oxidorredutase e aquelas

down-reguladas apresentam função nas vias glicolítica, de resposta ao estresse e

dobramento de proteínas (VILLELA-DIAS et al., 2013). Meristemas de cacau

infiltrados com MpNEPs resultaram na indução de multicistatina em cacau, sugerindo

que essa pode ser uma proteína PR (PIROVANI et al., 2010). A obtenção da estrutura

cristalográfica da MpNEP2 (ZAPAROLI et al., 2011) e, de outras proteínas

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

12

consideradas como alvos promissores para o desenvolvimento de fungicidas como a

proteína de ligação ao Acil-CoA (ACBP) (MONZANI et al., 2010) e a ciclosporina do

M. perniciosa, complexada ao seu inibidor ciclofilina (MONZANI et al., 2011),

facilitam a compreensão dos mecanismos de ação dessas proteínas.

Cistatinas de cacau (TcCYS1, 2, 3 e 4) foram eficientes na inibição do

crescimento micelial do M. perniciosa. As cistatinas podem inibir proteases, reduzindo

a atividade dessas enzimas que estão envolvidas na nutrição/digestão do fungo M.

perniciosa (PIROVANI et al., 2010). O trabalho sugere que a TcCYS4 tenha ação

efetiva no bloqueio da PCD em plantas sadias e na fase biotrófica do fungo, através da

inibição de cisteíno-proteases envolvidos neste processo. Nos tecidos infectados pelo M.

perniciosa, mais precisamente no final da fase biotrófica na ausência de TcCYS4, as

cisteíno-proteases estariam ativas na participação da PCD, contribuindo para a mudança

de fase do patógeno.

O genoma do T. cacao foi completamente sequenciado, favorecendo os diversos

estudos que buscam melhorar a qualidade e a resistência dessa planta (ARGOUT et al.,

2011). Bibliotecas ESTs de folhas de cacau em resposta aos indutores etileno, ácido

salicílico e ácido jasmônico, apresentaram a expressão de genes correspondentes à

proteína APX (VERICA et al., 2004). Bibliotecas de cDNA de meristemas apicais de

variedades resistentes e susceptíveis de cacau infectadas pelo M. perniciosa, mostraram

a presença de genes relacionados com apoptose e explosão oxidativa, dentre eles uma

APX citosólica - cAPX (EC 1.11.1.11), homóloga à APX encontrada por Verica (2004).

Dias et al (2011) também detectou a produção de H2O2 no início da infecção da

variedade resistente de plantas de cacau, porém o mesmo não ocorreu com a variedade

susceptível. Em contraste, plantas suscetíveis mostraram a concentração de cristais de

oxalato de cálcio, os quais foram pouco presente em plantas resistentes (DIAS et al.,

2011). Análises por RT-qPCR mostraram que plantas resistentes ao M. perniciosa

apresentaram a indução de transcritos de cAPX, oxalato oxidase (E.C. 1.2.3.4) e

dehidroascorbato redutase (E.C 2.5.1.18), enzimas que estão diretamente envolvidas na

resposta da planta ao estresse oxidativo causado por patógeno. A interação de uma

genótipo susceptível de T. cacao com o fungo M. perniciosa resulta em PCD e necrose,

utilizada pelo fungo para o seu benefício na mudança da fase biotrófica para a

necrotrófica (CEITA et al., 2007). Nessa interação, a expressão de genes de oxalato

oxidase e cAPX sugere que a degradação de cristais de oxalato de cálcio esteja ligada a

uma função crucial na produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e ativação de

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

13

PCD, e que uma cAPX esteja relacionada à detoxificação do peróxido de hidrogênio

(DIAS et al., 2011; CEITA, et al., 2007). Essas alterações da expressão da cAPX

reforçam uma provável função dessa enzima na resposta da planta sob a infecção pelo

M. perniciosa.

O glicerol representa uma fonte de carbono de extrema importância para a

manutenção do fungo na fase biotrófica in vitro (MEINHARDT et al., 2006;

SCARPARI et al., 2005). Análises bioquímicas de plântulas de cacau demonstraram

que na fase monocariótica do fungo, quando há o desenvolvimento dos sintomas de

vassoura-verde na planta, ocorre alta concentração de glicerol na planta infectada

(SCARPARI et al., 2005). A expressão aumentada de enzimas que clivam açúcares na

interação incompatível entre o Cicer arietinum e o fungo Fusarium oxysporum f. sp

ciceri sugere um papel vital de açúcares na mediação de defesa contra a doença murcha

fúngica (GUPTA et al., 2010).

Compostos fenólicos, carboidratos e aminoácidos apresentam intensa relação nas

respostas de resistência de plantas a doenças. Genótipos de cacau altamente suscetíveis

à infecção pelo fungo Phytophthora megakarya, apresentaram muito mais carboidratos

solúveis do que em clones menos suscetíveis. Entretanto, a concentração diminui mais

rapidamente nos tecidos infectados, sugerindo que o fungo utilize esses carboidratos

para o seu crescimento (NDOUMOU, NDZOMO e DJOCGOUE, 1996). Uma vez que

vias de síntese de compostos fenólicos e aminoácidos usam produtos de metabólitos de

carboidratos como precursores, esse aumento também pode estar relacionado à síntese

bioquímica de derivados fenólicos envolvidos nos mecanismos de defesa da planta.

Compostos fenólicos protegem plantas durante diversos estresses como ataque de

patógenos e exposição à luz UV, como observado no aumento desses compostos em

clones de cacau infectados por P. megakarya (NDOUMOU, NDZOMO e DJOCGOUE,

1996). Em plantas infectadas, fenóis são substratos para a síntese de compostos, como

fitoalexinas envolvidos na resposta a doenças (DIXON e LAMB, 1996). Folhas de

Theobroma grandiflorum sadias apresentaram maior conteúdo de amido, açúcares

solúveis, compostos fenólicos e taninos quando comparados com folhas infectadas por

M. perniciosa. Nessa interação o fungo altera o balanço hormonal de folhas de T.

grandiflorum afetando o acúmulo de constituintes das paredes celulares para facilitar o

seu desenvolvimento no apoplasto (CONCEIÇÃO et al., 1997)

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

14

No patossistema M. perniciosa x T. cacao, a planta utiliza mecanismos não

específicos como aumento de alcalóides, compostos fenólicos e de taninos, além de

mudanças bioquímicas como alterações de etileno, ácidos graxos e açucares na tentativa

de contenção do fungo (SCARPARI et al., 2005). Tecidos foliares de clones de

cacaueiro com diferentes níveis de resistência ao M. perniciosa mostraram

concentrações mais elevadas de fenóis em clones resistentes de cacau quando

comparados aos suscetíveis o que sugere o envolvimento desses compostos na defesa

constitutiva de T. cacao contra o Mp (NOJOSA et al., 2003).

Estudos desenvolvidos pelo nosso grupo de pesquisas identificaram, pela

primeira vez, proteínas secretadas pelo M. perniciosa em resposta ao seu tratamento

com glicerol e glicose, por cromatografia líquida acoplada ao espectrômetro de massas

(LC/MS/MS). O glicerol elicita a secreção de proteínas de patogenicidade, quando

comparados com outras fontes de carbono como a glicose; promove modificações na

parede celular do fungo e favorece a resistência aos indutores de estresse como,

vermelho Congo e SDS (ALVIM et al., 2009). O glicerol também induz a expressão de

genes relacionados à proteção ao estresse oxidativo como catalase e SOD. Esses dados

sugerem a importância do glicerol como molécula chave para a indução de virulência no

M. perniciosa (SANTOS et al., 2008).

2.4 Características e importância do fluido apoplástico

2.4.1 Função do apoplasto na defesa em plantas

Diversos tecidos da planta como folhas, sementes e raízes, formam uma unidade

fisiológica integrada que recebe sinais e produtos metabólicos resultantes do

crescimento e desenvolvimento da planta. A comunicação entre essa unidade fisiológica

integrada é dependente do simplasto e do apoplasto (DIETZ, 1997). O simplasto é

composto pelos citoplasmas das células conectados através dos plasmodesmas. O

apoplasto é o espaço externo à membrana celular e que compreende a parede celular e o

espaço intercelular. (BLINDA et al., 1997; PIGNOCCHI e FOYER, 2003). Considerado

como um ambiente fisiológico interno de corpos de plantas por Sakurai (1998), o

apoplasto é responsável por diversas funções como regulação do crescimento e

sustentação do esqueleto através de proteínas estruturais. Esse compartimento também é

a rota de transporte de água, solventes orgânicos bem como hormônios,

oligossacarídeos e proteínas. É o local onde ocorrem processos regulatórios cruciais e

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

15

interações proteína-proteína. O apoplasto mantém a homeostase do ambiente interno,

adesão celular e troca de gases para a fotossíntese e também confere proteção à

dessecação, a fatores ambientais e ao ataque de patógenos (BOLWELL et al., 2002;

SAKURAI, 1998; SATTELMACHER, 2001). Portanto, desempenha um papel

importante nos processos de comunicação da planta com o meio ambiente, podendo

determinar o destino da interação entre hospedeiros e patógenos (DIETZ, 1997;

DOEHLEMANN e HEMETSBERGER, 2013; PECHANOVA et al., 2010).

O apoplasto é constituído por componentes enzimáticos, íons, açúcares,

aminoácidos, compostos fenólicos e ácidos orgânicos em baixas concentrações, sendo

um ambiente pobre na concentração de nutrientes. Esses compostos caracterizam o

apoplasto como um compartimento reativo, porém dependente de propriedades da

parede celular (transporte de íons entre as células), de metabólitos e proteínas (GUO e

SONG, 2009). Em situações de estresse e danos celulares, o apoplasto pode ser a

diferença entre a sobrevivência ou morte celular (PIGNOCCHI e FOYER, 2003).

Mudanças de pH no apoplasto são indicadoras de respostas de defesa específicas do

hospedeiro (PIGNOCCHI e FOYER, 2003).

Um estudo desenvolvido para a manutenção in vitro do M. perniciosa mostrou

que a primeira fase do ciclo de vida do fungo é a mais crítica, uma vez que os micélios

da fase monocariótica são produzidos em condições de limitação nutricional encontrada

no apoplasto, mimetizando o que ocorre in vivo e, portanto, deve suportar todas as

condições adversas da resposta da planta (MEINHARDT et al., 2006). Estimativas de

biomassa do M. perniciosa em tecidos de T. cacao infectados, através da composição de

quitina percentual dos micélios, mostraram que as vassouras verdes continham a metade

da biomassa fúngica encontrada na vassouras secas. Cortes consecutivos da vassoura-

verde apresentaram gradiente de concentração de quitina, sendo observadas quantidades

progressivamente maiores próximas à base da vassoura, com declínio da biomassa em

relação ao ápice (PENMAN et al., 2000). A baixa concentração de nutrientes do

apoplasto e o intenso estresse oxidativo podem favorecer a manutenção e baixo

crescimento do fungo na fase biotrófica (RIO et al., 2008; SCARPARI et al., 2005).

Provavelmente, nessa fase, a presença do patógeno pode causar mudanças morfológicas

no tecido da planta como uma resposta de defesa à infecção (PENMAN et al., 2000).

A coloração verde clara de vassouras-secas e a diminuição de clorofila a e b e de

carotenóides sugere a redução no processo de fotossíntese (SCARPARI et al., 2005) e a

dependência da severidade da infecção do M. perniciosa na capacidade fotossintética da

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

16

planta (ORCHARDT e HARDWICK, 1988). Nesse sentido, o estresse oxidativo é

observado no apoplasto de T. cacao infectado pelo M. perniciosa, uma vez que

vassouras-verdes apresentaram expressivo aumento de malondialdeido (MDA), produto

final da peroxidação lipídica, quando comparadas com tecidos não infectados, indicando

que há oxidação de pigmentos (SCARPARI et al., 2005). Constituintes do apoplasto

foliar de T. cacao de plantas resistentes (TSH1188) elicitadas foram efetivos na inibição

de 50% da germinação de esporos de M. perniciosa (PIROVANI, 2008).

A parede celular (CW) secreta proteínas envolvidas em uma variedade de

processos fisiológicos, como crescimento, desenvolvimento e resposta de defesa e

apresenta uma série de proteínas não estruturais que incluem as peroxidases, invertases,

manosidades, galactosidades e glucanases (OH et al., 2005). A análise de proteínas

secretadas pela CW resultou no isolamento de 13 proteínas de defesa contra patógenos,

semelhantes às proteínas reguladas por jasmonato, ácido salicílico e etileno, e

retrotransposons, lipases e esterases. A lipase GLP1 de A. thaliana mostrou ser um

componente crítico na interação incompatível com o fungo necrotrófico Alternaria

brassicola (OH et al., 2005).

As peroxidases e glucanases apresentaram aumento de atividade em plantas de

cacau resistentes ao M. perniciosa (PIROVANI, 2008). Ensaios de atividade de

peroxidases do apoplasto de cacau mostraram o uso preferencial do ascorbato ao invés

do composto guaiacol como substrato, o que sugere uma alta concentração de APX

dentre essas peroxidases (PIROVANI, 2008). Extratos do FA de cacau evidenciam um

maior teor de proteínas em tecidos infectados por M. perniciosa do que nos sadios

(MACHADO, 1991).

2.4.2 Composição proteica do apoplasto

Existem diversos trabalhos que mostram alterações no perfil de expressão

proteico do apoplasto em resposta a diferentes tipos de estresse como sal (GUO e

SONG, 2009; ZHANG et al., 2009) e temperatura (BRUNE, URBACH e DIETZ,

1994), ferimentos (LI e MCCLURE, 1990), infestação de insetos (WESTHUIZEN e

PRETORIUS, 1996) e invasão de patógenos (OH et al., 2005). Proteínas do apoplasto

podem ativar vias de sinalização de resposta de tolerância à seca em plantas de arroz

(GUO e SONG, 2009). O apoplasto também é um local preferencial de acúmulo de

metais pesados em plantas cultivadas na presença desses compostos. Plantas de cevada

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

17

cultivadas na presença de zinco, níquel e cádmio mostraram aumento expressivo da

expressão proteica no apoplasto (BLINDA et al., 1997).

As ferramentas de proteômica têm sido bastante utilizadas para analisar o

conteúdo proteico do apoplasto de diversas espécies de plantas (GAU et al., 2004; GUO

e SONG, 2009; HASLAM et al., 2006; PECHANOVA et al., 2010). A especiação pode

ocorrer ao nível do apoplasto, e devido à identificação de uma diversidade de padrões

proteicos, reflete as múltiplas funções do apoplasto (HASLAM et al., 2006). As

principais proteínas observadas nesse estudo estavam relacionadas com a resposta de

defesa (identificação de “germin-like” ou glucanases) e expansão celular (HASLAM et

al., 2006). Análises do proteoma do apoplasto de folhas e raízes de álamo mostraram

que cada apoplasto representa um conjunto de proteínas diversas indicando que a

resposta ao estresse é parcialmente compartimentado, dinâmico e necessário para a

adaptação a diferentes ambientes (PECHANOVA et al., 2010). Nesse organismo,

proteínas relacionadas aos estresses hídrico e do patógeno (Melampsora spp.) foram

abundantes, além da presença de muitas peroxidases que parecem estar envolvidas na

modificação da parede celular induzida por estresse nas fases de crescimento da planta

(PECHANOVA et al., 2010). Em direção à esses mecanismos, a indução de transcritos

gênicos relacionados às de vias de regulação redox como GST, cAPX e SOD foram

observados em folhas de Álamo (Populus spp.) após 48 de infecção com Melampsora

larici-populina (RINALDI et al., 2007).

Como o apoplasto é a interface de comunicação entre a planta e o ambiente, sua

importância na resposta de defesa em plantas é evidente (BOLWELL, 1999;

BOLWELL et al., 2002; DIAZ-VIVANCOS et al., 2006; PECHANOVA et al., 2010).

Uma das formas de se protegerem da invasão de patógenos é a secreção de proteínas

relacionadas à patogênese (Pathogenesis-Related-PR), as quais são de extrema

importância na resposta de defesa de plantas. As PRs ativam e controlam vias de

sinalização no apoplasto em resposta especificamente à elicitores liberados pela parede

celular de fungos (PECHANOVA et al., 2010; SALZER et al., 1996). Plantas de álamo

ativam proteínas PR sob estresse abiótico em ecossistemas de estuários, uma vez que

transcritos de quitinases das classes III e IV e β-1,3-glucanases foram induzidas no

apoplasto de folhas em resposta à infecção pelo basidiomiceto Melampsora sp.

(PECHANOVA et al., 2010).

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

18

2.5 Importância da ascorbato peroxidase (APX) na defesa de plantas

Estudos sugerem uma dupla função para as ROS em plantas. De um lado, podem

ser extremamente tóxicas ou serem moléculas importantes para a regulação de

crescimento, desenvolvimento e vias de defesa. A importância do sistema de defesa

antioxidante de plantas é observada uma vez que ocorre a indução das enzimas que o

compõe, em resposta a diferentes estresses em plantas, resultando em significante

proteção ao estresse oxidativo (BREUSEGEM et al., 2001; MITTLER et al., 2004).

Porém, a supressão da atividade de enzimas que detoxificam peróxido promove a sua

acumulação, necessária para a ativação da morte celular programada (PCD) (LEVINE et

al., 1994). As APX são parte integrante do sistema de defesa e apresentam função-chave

na redução da concentração do peróxido, um dos principais radicais livres que compõe a

explosão oxidativa (ISHIKAWA e SHIGEOKA, 2008). Plantas transgênicas de tabaco,

com a atividade suprimida da APX citosólica ou de catalase (CAT), mostraram ser

altamente sensíveis ao ataque de patógeno bacteriano (MITTLER et al., 1999). Raízes

de plantas de soja mostraram altos níveis de atividade de enzimas antioxidantes (APX,

CAT e SOD), sete dias após a infecção com o fungo Rhizoctonia solani AG-4 (JUNG

et al., 2011).

O composto ascorbato (AsA) é um potente componente tamponante que protege

o apoplasto de danos oxidativos através da remoção de ROS. Está envolvido na

fotossíntese, elongação radicular e expansão celular (NOCTOR e FOYER, 1998). É o

mais abundante antioxidante encontrado, uma vez que mais de 10% do AsA, presente

em folhas, está localizado no apoplasto e participa de importantes interações

metabólicas com função central na fotossíntese (PIGNOCCHI e FOYER, 2003;

WHEELER, JONES e SMIRNOFF, 1998). A biossíntese de AsA ocorre em tecidos de

plantas, em células de algas eucarióticas e são efetivos na regulação dos níveis de

peróxido quando acoplados ao sistema redox do ciclo AsA/glutationa. A APX é uma

enzima chave desse ciclo e utiliza o AsA como doador de elétron para reduzir o H2O2

em água com a formação de monodehidroascorbato (MDA) (ASADA, 1999;

SHIGEOKA et al., 2002). Estudos mostram que ocorre modulação de enzimas do

sistema oxidativo, bem como a indução de APX no apoplasto de folhas em resposta à

invasão de patógenos (DIAZ-VIVANCOS et al., 2006; PECHANOVA et al., 2010;

VANACKER, CARVER e FOYER, 1998). No apoplasto de folhas de Hordeum vulgare

inoculadas com o fungo Blumeria graminis foi observado o dobro da indução de APX,

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

19

em variedades suscetíveis quando comparadas com a variedade resistente

(VANACKER, CARVER e FOYER, 1998).

2.6 Estudos proteômicos em interações planta-patógeno

A proteômica é hoje muito mais do que um complemento de informações

genômicas. Com o rápido avanço de técnicas analíticas, os estudos de proteômica

permitem a análise de um conjunto de proteínas expressas por um genoma em

determinadas condições. A expressão específica de um genoma pode ser analisada pela

proteômica, que oferece a possibilidade do estudo simultâneo do perfil proteico presente

em uma unidade biológica, e que dependem de diversos fatores como fisiologia,

estresses bióticos e abióticos. Um gene pode gerar diversas ou apenas uma proteína,

além disso, modificações pós-traducionais podem afetar a estrutura, localização ou

função de uma macromolécula. Como podemos saber quando e onde um produto gênico

está sendo expresso e qual a sua concentração relativa? Portanto, o conjunto de

metodologias de análise proteômica, aliada às ferramentas de bioinformática, hoje são

determinantes para a elucidação dessas informações (PANDEY e MANN, 2000;

VALLEDOR e JORRÍN, 2011).

Grandes progressos têm sido realizados no estudo proteômico de fungos. Isso se

deve muito ao aumento do número da disponibilização dos genomas desses organismos,

aliado à modernização das técnicas e equipamentos na preparação de amostras,

separação de proteínas com alta resolução e de softwares específicos (GONZÁLEZ-

FERNÁNDEZ, PRATS e JORRÍN-NOVO, 2010). As sequências geradas por projetos

genomas não são suficientes para elucidar funções biológicas, entretanto, os genomas

são imprescindíveis para a continuidade de estudos posteriores como o perfil de

expressão de uma proteína em um tecido ou célula (MEHTA et al., 2008). Nesse

sentido, a proteômica é complementar a genômica, uma vez que, seu foco é no produto

gênico, aqueles que são os agentes ativos das células, sendo, portanto, dados bastante

informativos. Além disso, a existência de ORFs, nos dados gerados pelos projetos

genoma, não implicam, necessariamente, na existência de um gene funcional, já que não

há uma correlação direta entre os níveis de RNAm e de expressão protéica (GYGI et al.,

1999; PANDEY e MANN, 2000).

Atualmente, ferramentas analíticas de proteômica são robustas e altamente

sensíveis, favorecendo um estudo detalhado de proteínas de tecidos ou de organismos.

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

20

Estudos de proteômica comparativa podem ser feitos por eletroforese em gel ou

cromatografia líquida (MEHTA et al., 2008; TAN et al., 2009; WASHBURN,

WOLTERS e YATES, 2001). Como uma ferramenta pioneira nesse tipo de estudo, a

eletroforese em gel bidimensional (2-DE) ainda é a mais utilizada por ser de baixo custo

e de fácil manipulação, apesar de ser bastante trabalhosa e de difícil reprodutibilidade.

Desenvolvida para resolver misturas proteicas de alta complexidade, nessa técnica as

proteínas são separadas de acordo com dois parâmetros distintos. Na primeira dimensão

as proteínas são separadas pelo seu ponto isoelétrico (pI) e na segunda, separadas por

suas massas moleculares, sendo utilizado a focalização isoelétrica e a eletroforese em

gel de poliacrilamida-SDS (SDS-PAGE), respectivamente para cada dimensão

(FARRELL, 1975). Apesar das limitações de rendimento desta técnica (em comparação

com LC-MS), até 5000 spots podem ser resolvidos (FARRELL, 1975; LÓPEZ, 2007).

Além disso, em um laboratório equipado e experiente, os géis 2-DE são fáceis de

manusear e apresentam alto custo-benefício para análises de rotina associados com boas

ferramentas de bioinformática, favorecendo a escolha dessa técnica para a maioria dos

estudos comparativos (GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, PRATS e JORRÍN-NOVO, 2010;

VALLEDOR e JORRÍN, 2011).

Apesar da sua importância, técnicas de proteômica apresentam uma série de

limitações como sensibilidade, resolução, velocidade na captura de dados, cobertura do

genoma, quantificação de proteínas e etc. Esses desafios refletem a dificuldade de se

trabalhar com uma alta diversidade biológica de proteínas e suas inúmeras propriedades

físico-químicas (GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, PRATS e JORRÍN-NOVO, 2010).

Dos estudos proteômicos que norteiam interações planta-patógeno a maioria

compreendem a associação de plantas x fungos (GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, PRATS e

JORRÍN-NOVO, 2010; TAN et al., 2009) e mostram que grupos de proteínas

envolvidas na proteção celular aos danos oxidativos causados por ROS são produzidos

ou regulados em resposta à infecções fúngicas (AFROZ et al., 2011). O número de

estudos proteômicos de plantas em resposta à sua interação com fungos fitopatogênicos

é bem mais extensa do que os estudos proteômicos desses fungos. Análises de géis

bidimensionais de plantas do gênero Prunus spp., infectado com Plum Plox Virus

(PPV) mostraram mudanças no sistema oxidativo do apoplasto de folhas de plantas

resistentes, como o aumento da concentração de H2O2 e de proteínas peroxidases,

especificamente a APX de classe I (Diaz-vivancos ET AL., 2006). Na análise de perfis

proteicos do fungo Trametes hirsuta em resposta ao sulfato de cobre (CuSO4), indutor

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

21

de lacase, ocorreu aumento do número de proteínas que regulam o enovelamento e

secreção de enzimas como chaperones e de proteínas relacionadas à biosíntese de

lacases (VASINA, LOGINOV e KOROLEVA, 2013).

A análise proteômica do M. perniciosa em resposta ao ambiente hostil

encontrado no apoplasto do hospedeiro, durante a fase parasítica do fungo, poderá

revelar informações valiosas sobre o patossistema T.cacao x M. perniciosa. Além disso,

a análise de isolados do fungo com diferentes graus de agressividade cultivados em

meios de cultura suplementados com FA foliar de plantas resistentes e suscetíveis

poderá sugerir proteínas presentes em vias diretamente relacionadas com a resposta de

patogenicidade da planta. De forma a complementar o estudo relacionado ao estresse

oxidativo que o FA de folhas de cacau pode causar ao M. perniciosa, objetivou-se

também a obtenção de uma APX citosólica de cacau para a sua caracterização

bioquímica. A busca pelas informações a respeito das ferramentas utilizadas pelo fungo

hemibiotrófico para se desenvolver em plantas resistentes de cacau é fundamental para a

concepção de estratégias racionais para o controle da doença.

3 HIPÓTESE E OBJETIVOS

3.1 Hipótese

Os componentes presentes no FA de T. cacao de plantas resistentes e suscetíveis

modulam a expressão de proteínas de patogenicidade e de estresse oxidativo do M.

perniciosa.

3.2 Objetivos

3.2.1 Geral

- Analisar o perfil proteico de dois isolados do Mp em resposta ao fluido

apoplástico de cacau de variedades extremamente susceptível (Catongo) e tolerante

(TSH 1188) ao patógeno;

- Obter a proteína Ascorbato peroxidase (APX) de T. cacao (rTc-APX) por

tecnologia do DNA recombinante e realizar a sua caracterização bioquímica;

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

22

3.2.2 Específicos

- Estabelecer o perfil proteico em géis 2-DE dos micélios saprofíticos dos

isolados de Mp553 (menos agressivo) e Mp565 (mais agressivo), crescidos nos fluidos

apoplásticos de cacau de variedades extremamente susceptível (Catongo) e resistente

(TSH 1188) ao patógeno;

- Comparar os perfis proteicos dos diferentes tratamentos [Controle (Crtl),

Catongo (Cat) e TSH1188 (TSH)] e descrever os spots quanto ao padrão de acúmulo

proteico;

- Identificar as proteínas por espectrometria de massas e estabelecer as

respectivas classificações funcionais;

- Contextualizar as variações no perfil protéico com a patogenicidade dos

isolados de Mp e com as respostas ao fluido apoplástico dos genótipos de cacau

resistente e susceptível ao fungo;

- Estabelecer um mapa proteômico de referência para o micélio saprofítico do

fungo M. perniciosa;

- Analisar as sequências das peroxidases codificadas pelo genoma do cacau e

estabelecer as relações filogenéticas, com foco nas ascorbato peroxidases;

- clonar, expressar e caracterizar bioquimicamente a peroxidase codificada pela

sequência depositado no Gene Bank sob o número de acesso EF533885.2.

CAPÍTULO 1 - Análise do perfil proteômico de Moniliophthora perniciosa em

resposta ao fluido apoplástico de cacau

1 RESUMO

O fungo basidiomiceto Moniliophthora perniciosa (Mp) é o causador da doença

vassoura-de-bruxa, principal responsável pelo declínio da cacauicultura (Theobroma

cacau L.) no Estado da Bahia, Brasil. O Mp invade o apoplasto do cacau onde se

desenvolve até a transição para a fase saprofítica. Nós hipotetizamos que a adição de

fluido apoplástico de genótipos suscetível e resistente de cacau em meios de cultura de

Mp, pode mimetizar o ambiente de crescimento natural do fungo, influenciando a

expressão de genes candidatos, relacionados ao desenvolvimento da doença. O objetivo

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

23

do trabalho foi analisar a capacidade do FA de cacau, suscetível (Catongo) e resistente

(TSH1188), de modular a expressão de proteínas de patogenicidade e de estresse

oxidativo no Mp saprofítico. As proteínas totais dos isolados 553 (menos agressivo) e

565 (mais agressivo) do fungo Mp, na presença de FA das variedades resistente e

suscetível de cacau à doença vassoura-de-bruxa, foram analisadas por géis 2DE e

indentificadas por LC/MS/MS. O isolado 565 do M. perniciosa apresentou um número

menor de spots (517) quando comparado ao 553 (755). Houve diferenças no perfil de

expressão também entre os tratamentos de cada isolado, principalmente quando

observamos as amostras suplementadas com FA da variedade resistente (TSH) de cacau.

Um total de 216 proteínas foi identificado no isolado Mp553 e 311 do isolado Mp565, o

que resultou no primeiro mapa de referência proteômica do fitopatógeno M. perniciosa.

A análise das proteínas diferencialmente expressas mostrou um maior número de

proteínas localizadas no citoplasma. Os processos celulares que apresentaram maior

número de proteínas foram: processos metabólicos e de energia com 45 proteínas para o

isolado 553 e 68 para o isolado 565; processos de redução-oxidação – com 21 e 31 para

os respectivos isolados e; síntese e enovelamento de proteínas com 15 e 38 proteínas,

para cada isolado, respectivamente. Como exemplos dessa análise encontramos 2 spots

identificados como cisteína-peroxirredoxina, que foram 3.5 a 5X mais abundantes no

tratamento TSH quando comparado ao catongo. A análise do efeito do FA de variedades

resistentes e suscetíveis de cacau na expressão proteica de micélios saprofíticos sugere

que moduladores presentes na planta induzem a reprogramação proteica do M.

perniciosa. A identificação de moléculas chave envolvidas na patogenicidade do fungo

pode ser um passo fundamental para nortear novas estratégias de controle da doença.

2 INTRODUÇÃO

Interações planta-patógeno têm despertado a devida atenção há tempos na

pesquisa. As plantas podem responder ao ataque de patógenos de diversas formas. Essa

resposta depende principalmente do reconhecimento do patógeno pela planta para que

ocorra a ativação de respostas "imunes” (DANGL e JONES, 2001; JONES e DANGL,

2006). Os fungos possuem diferentes estratégias para escapar dos mecanismos de defesa

das plantas e estabelecer a infecção. Os fitopatógenos hemibiotróficos tem sido o foco

de muitas pesquisas por apresentarem sofisticados mecanismos para “enganar” plantas

hospedeiras (GOVRIN e LEVINE, 2000; KAN, VAN, 2006). O patógeno inicialmente

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

24

se mantém nos tecidos vivos (fase biotrófica) do hospedeiro e, em estágios mais

avançados da infecção (fase necrotrófica), causam aa morte da célula hospedeira

(GLAZEBROOK, 2005).

O fungo hemibiotrófico Moniliophthora perniciosa é o agente causal de uma das

doenças mais severas do cacau. Sua introdução, nas regiões produtoras do Caribe e

América do Sul, tem causado sérios impactos sócios econômicos devido ao drástico

declínio da produção de amêndoas, principalmente no Brasil, na região Sul da Bahia. A

complexa interação desse patossistema ainda não é suficientemente compreendida.

Alguns estudos moleculares foram realizados, mas poucas são as análises de expressão

proteica do fungo na interação com a planta (ALVIM et al., 2009; OLIVEIRA, DE et

al., 2012; THOMAZELLA et al., 2012; VILLELA-DIAS et al., 2013).

As moléculas elicitoras têm a capacidade de induzir reações de defesa em

plantas em diversos tipos de estresses por patógenos (FERNÁNDEZ et al., 2012; REP,

2005; WIT et al., 2009). Os patógenos são capazes de liberar moléculas efetoras que

agem na supressão da resistência basal, inibindo o reconhecimento ou para ativar o

sistema de defesa de plantas. Esses efetores podem ser translocados para dentro da

célula ou secretados no apoplasto (FERNÁNDEZ et al., 2012; GLAZEBROOK, 2005;

KAN, VAN, 2006). Diversos efetores de fungos já foram estudados. O principal grupo

deles são chamados de Padrões Moleculares Associados a Patógenos (PAMPs), os quais

podem ser reconhecidos por receptores de reconhecimento da planta (PPRs) (JONES e

DANGL, 2006; WIT et al., 2009). Esse reconhecimento dispara a imunidade da planta

evitando a colonização do hospedeiro. A PAMP mais conhecida de fungos é a quitina,

principal componente estrutural da parede de células fúngicas (WIT et al., 2009).

Fungos necrotróficos produzem proteínas que podem ter ação de efetores que induzem

necrose em plantas, como as proteínas indutoras de necrose e emissão de etileno (NEPs)

(WIT et al., 2009). Três NEPs do M. perniciosa foram identificadas (MpNEPs)

(MONDEGO et al., 2008). MpNEPs tem sido bastante estudadas e podem executar

funções duplas, atuando como efetoras das respostas imunes ou como fator de

virulência / toxina promovendo a necrose do tecido (GARCIA et al., 2007; OLIVEIRA,

DE et al., 2012; ZAPAROLI et al., 2011). A obtenção da estrutura cristalográfica da

MpNEP2 (ZAPAROLI et al., 2011) e, de outras proteínas consideradas como alvos

promissores para o desenvolvimento de fungicidas como a proteína de ligação ao acil-

CoA (ACBP) (MONZANI et al., 2010) e a ciclofilina do M. perniciosa (MONZANI et

al., 2011) facilitam a compreensão dos mecanismos de ação desses alvos. Estudos de

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

25

expressão gênica diferencial das fases mono e dicariótica do M. perniciosa resultaram

na identificação de 189 genes, os quais refletem as mudanças observadas no

metabolismo de carbono e nitrogênio na primeira fase do fungo, e genes relacionados ao

metabolismo de hexoses, amônia e fosforilação oxidativa, que estariam ligados ao

crescimento mais rápido do patógeno, na segunda fase da infecção (RINCONES et al.,

2008).

Os projetos genômicos abriram caminho para estudos mais detalhados de análise de

genômica funcional de fungos, incluindo, transcriptoma, proteoma e metaboloma

(GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, PRATS e JORRÍN-NOVO, 2010; TAN et al., 2009). No

presente estudo foram analisados perfis de expressão proteicos miceliais do M.

perniciosa elicitado com fluido apoplástico de cacau da variedade suscetível (Catongo)

e resistente (TSH1188) por 12 horas. Dois isolados do fungo foram analisados no

estudo através do diferencial de expressão proteica por géis 2-DE. A maioria das

proteínas obtidas em gel foi selecionada para a identificação por espectrometria de

massas, resultando no primeiro mapa proteômico do M. perniciosa. Mudanças de

expressão estatisticamente significantes mostram que no isolado menos agressivo

(Mp553) houve a modulação de proteínas de metabolismo e de vias de oxidação e

redução. No isolado mais patogênico (Mp565), proteínas relacionadas ao metabolismo e

síntese de proteínas foram as mais alteradas. No trabalho são discutidas as proteínas

provavelmente envolvidas nos eventos de patogenicidade pelo fungo M. perniciosa.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material biológico e cultivo do M. perniciosa

Dois isolados do fungo foram utilizados no presente estudo. Ambos foram

isolados da região produtora de cacau do Sul da Bahia – Brasil. O isolado FA553

(CP02), utilizado para a elucidação do genoma do M. perniciosa (MONDEGO et al.,

2008), com baixo nível de infecção na variedade Catongo sem causar infecção na

variedade TSH 1188, considerado, portanto, menos agressivo (comunicação pessoal

Dra. Karina Perez Gramacho) e outro, nomeado de 565, encontrado infectando ambos os

genótipos de cacau em campo, o qual é mantido na coleção fitopatológica do M.

perniciosa (CEPLAC/CEPEC) com a correspondente numeração 921 da WFCC

(http://www.wfcc.info/index.php/collections/display). O material biológico foi

gentilmente cedido em placas com meio BDA (Batata Ágar Dextrose) sólido, pela Dra.

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

26

Karina P. Gramacho, pesquisadora do Centro de Pesquisa do Cacau da Comissão

Excecutiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC/CEPEC). A manutenção e o

cultivo de ambos os isolados foi feito em meio mineral sólido (Glicose 1% (p/v),

NH4H

2PO

4 0,1% (p/v), KCl 0,02% (p/v), MgSO

4.7H

2O 0,02% (p/v), CuSO

4 0,01%

(p/v), ZnSO4.7 H

2O 0,01% (p/v), extrato de levedura 0,5% (p/v), Agar 1,5% (p/v)) e

líquido, utilizado para os experimentos com o fluido apoplástico. Os micélios foram

crescidos no escuro a 25o C em BOD no período de 14 a 20 dias.

3.2 Extração do Fluido Apoplástico (FA) de folhas de T. cacao

As folhas de T. cacao das variedades Catongo (suscetível) e TSH1188

(resistente) foram coletadas do banco de germoplasma da CEPLAC/CEPEC. Em todas

as plantas, de ambas as variedades, foram observadas vassouras-secas e, portanto, as

folhas coletadas foram consideradas elicitadas pelo M. perniciosa. O número de folhas

foi estimado para a obtenção de um volume final de 15 mL de FA de cada genótipo de

cacau, resultantes da máxima centrifugação à 4000 x g, com rendimento de ~240 mL/g

de FA, de acordo com Pirovani et al (2008). As folhas foram lavadas individualmente

com água destilada gelada e as nervuras principais foram retiradas para diminuir a

concentração de goma e, durante a extração do FA, bem como facilitar a infiltração à

vácuo e liberação do fluido por centrifugação, de acordo com Pirovani et al. (2008). A

máxima centrifugação das folhas à 4000 x g à 4o C é necessária para obter o maior

rendimento proteico, no entanto, sem que ocorra a contaminação citoplasmática do FA

(PIROVANI et al., 2008). Os fluidos extraídos obtidos foram filtrados (0,22 µm) e

liofilizados (Labconco, USA) por 48 horas. O rendimento protéico esperado no FA de

ambos os genótipos foi de ~37 mg/mL (PIROVANI et al., 2008).

3.3 Crescimento de Mp em fluido apoplástico

Devido à dificuldade de tempo e manutenção do fungo M. perniciosa na fase

monocariótica, principalmente para o cultivo do Mp553, foi utilizado micélios da fase

dicariótica para os experimentos (MEINHARDT et al., 2006). Seis discos de Mp

(isolados 553 e 565) retirados de micélios crescidos em placa contendo meio mineral,

cultivados de 10-13 dias, foram inoculados em erlenmeyers com 30 ml de meio mineral

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

27

líquido com os antibióticos estreptomicina (10mg.mL-1), cloranfenicol (34mg.mL-1) e

ampicilina (50mg.mL-1), totalizando 2 frasco para cada tratamento. Os frascos foram

incubados à 25oC sob leve agitação por 7 dias. O meio líquido de crescimento foi

descartado e o micélio foi lavado com água destilada estéril. Ao micélio dicariótico foi

adicionado 30 ml de meio mineral líquido suplementado com a fração sólida resultante

de 15 ml de FA liofilizado das variedades Catongo e TSH1188 e sem a adição do fluido

(amostra controle). Deu-se continuidade ao crescimento dos isolados nos três

tratamentos: controle, catongo e TSH, durante 12 horas. Durante esse período de

crescimento foi obtido alta concentração de massa micelial, não sendo necessário

extender o período de crescimento de ambos os isolados. Após o período de

crescimento, o micélio foi novamente lavado e separado do meio de cultura por

filtração. As amostras de micélio foram liofilizadas e acondicionadas em freezer -80oC.

3.4 Extração de proteínas do fungo M. perniciosa

O micélio liofilizado e congelado foi triturado em almofariz com N2 líquido até

a obtenção de um pó bem fino. Uma massa em torno de 0,02 – 0,05 g do pó foram

obtidos. A extração foi realizada segundo Pirovani et al (2008). O precipitado final

obtido foi lavado duas vezes com a solução 0,1 M de acetato de amônio em metanol

(gelado) e após, lavado mais duas vezes com a solução de acetona 80% (gelada). Os

sobrenadantes foram descartados em todas as etapas de lavagens e o precipitado foi seco

à temperatura ambiente. As amostras foram solubilizadas em solução tampão de

reidratação (ureia 7 mol.L-1, tiourea 2 mol.L-1, CHAPS 1 %, DTT 0,1 mol.L-1, IPG 0.5%

pH 3–10 NL e traços de azul de bromofenol). Os extratos protéicos obtidos foram

quantificados através do 2-D Quant-kit (GE Healthcare), usando albumina do soro

bovino (BSA), como padrão. As amostras também foram analisadas por SDS-PAGE

(Laemmli, 1970) em minicubas de eletroforese (Omniphor) com géis de 8 x 10 cm,

contendo 12,5% de acrilamida.

3.5 Eletroforese Bidimensional (2-DE-bi-Dimensional Electrophoresis) e SDS-

PAGE:

A primeira dimensão, composta pela focalização isoelétrica (IEF), foi realizada com

a aplicação de 350 µg de proteínas de cada amostra em strips de 13 cm, com gradiente

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

28

de pH imobilizado 3 a 10 NL (pH 3-10NL, 130 × 3 × 0.5 mm; GE Healthcare,

Immobiline™ Dry-Strip). As strips foram alocadas na unidade de Focalização

Isoelétrica Ethan IPGphor III com os seguintes passos: 1 h a 500 Vh, 1 h e 4 min a

1000 Vh, 2 h e 30 min a 8000 Vh e 22 min a 8000 Vh) à 20ºC. Em seguida, as strips

foram tratadas (2 x 15 min) em tampão de equilíbrio (urea 6 mol.L-1, SDS 2%, glicerol

30%, Tris–HCl 0,05 mol.L-1, pH 8.8) contendo DTT 1% e iodoacetamida a 2,5% e em

tampão de corrida 1X ( Tris, 0,025 mol.L-1, Glicina 0,19 mol.L-1, SDS 0.1%, pH 8.3),

sob agitação lenta. A segunda dimensão foi feita em gel de poliacrilamida 12,5 % (12

ml de 29,2 %/0.8% (w/v) Acrilamida/Bis-acrilamida, 7.5 ml de 1.5 mol.L-1 Tris-HCl

(pH 8.8), 0.15 ml de persulfato de amônio10 % (p/v), 0.02 ml of TEMED e 10.2 ml de

água) no sistema de eletroforese vertical HOEFER SE 600 Ruby (Amersham

Bioscience). As strips equilibradas foram alocadas no topo do gel e seladas com 1% de

agarose contendo traços de azul de bromofenol. Um total de 3 corridas de cada amostra

foram realizadas, contabilizando triplicatas de gel para cada análise.

3.6 Análise da imagem dos géis pelo programa Image Master

Os géis resultantes da eletroforese 2-DE foram fixados em solução contendo

etanol 40% e ácido acético 10% por 1 h e finalmente transferidos para o azul de

coomassie brilhante G-250 (NEUHOFF et al., 1988). As imagens dos géis foram

digitalizadas com o scanner LabScanner (Amersham Bioscience) e analisados com o

ImageMaster 2D Platinum 7.0 (GE Healthcare) considerando a área e intensidade dos

“spots”. As amostras controles foram comparadas com as amostras tratadas com fluido

apoplástico das variedades suscetível (Catongo – Cat) e resistente (TSH1188 – TSH) de

cacau. A análise de spots diferenciais foi baseada no cálculo da ANOVA. O cálculo foi

feito para cada dois tratamentos, sendo Controle x Cat, Controle x TSH e, Cat x TSH,

em ambas as análises dos isolados 553 e 565 do M. perniciosa. Apenas valores de p <

0.005 e spots com variações de intensidade (fold) ≥ 1.5 foram considerados como

diferenciais.

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

29

3.7 Extração de peptídeos em gel e análise por espectrometria de massas

(LC/MS/MS)

Os spots de interesse foram excisados a partir do gel 2-DE e a digestão tríptica foi

realizada de acordo com SHEVCHENKO et al (2006). Misturas de peptídeos foram

analisadas por “online nano flow liquid chromatography tandem mass spectrometry”

(LC-MS/MS) em um cromatógrafo nanoAcquity (Waters, Milford, MA) acoplado ao

espectrômetro de massas Q-Tof micro (Waters), de acordo com Oliveira et al (2012). Os

dados brutos de MS e MS/MS foram processados pelo software ProteinLynx v2.3

(Waters) e pesquisados contra o banco de dados NCBInr através do servidor MASCOT

(http://www.matrixscience.com/). Os parâmetros utilizados para a pesquisa foram os

seguintes: digestão pela enzima tripsina, carbamidometil (Cys) como modificação fixa e

oxidação (Met), como modificação variável; máximo de uma perda de sítio de

clivagem; e ±0.3 Da para o erro de tolerância de peptídeos e 0.1 Da para erros dos íons

fragmentados.

3.8 Categorização funcional de proteínas

As sequências FASTA das proteínas identificadas foram obtidas a partir dos

números de acesso resultantes da busca pelo software MASCOT

(http://www.matrixscience.com/). Essas sequências foram submetidas à anotação

funcional pelo software BLAST2GO (http://www.blast2go.com/b2ghome) e,

posteriormente, categorizadas em oito classes relacionadas à função e processos

celulares específicos (Figura 8).

4 RESULTADOS

4.1 Perfil proteico do micélio saprofítico de Mp em resposta ao cultivo com FA de

T. cacao.

O protocolo de extração das proteínas foi eficiente e resultou em massa

suficiente para triplicatas de amostra proteica para os experimentos de gel 2-DE. Com o

intuito de avaliar a integridade das amostras extraídas, uma massa de 30 μg de cada

amostra foi aplicada em duplicata em gel SDS-PAGE 12,5% (Figura 2). A figura 2

mostra bandas bem definidas de 14 a 97 KDa. Bandas diferenciais para o isolado 565

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

30

são mostradas entre 45 e 66 kDa, mas o perfil protéico apresenta-se bastante semelhante

entre os dois isolados (553 e 565). Não foram observadas bandas diferenciais

significativas entre os tratamentos Controle (Crtl) Catongo (Cat) e TSH1188 (TSH) de

cada isolado.

Figura 2 Perfil de proteínas totais em SDS-PAGE 12,5% do M. perniciosa

(isolados 553 e 565) cultivados em meio de cultura sem FA (Crtl) e aqueles

cultivados em FA dasvariedades Catongo (Cat) e TSH1188 (TSH) de T. cacao. A

região marcada por uma elipse mostra bandas de proteínas diferencialmente expressas

no isolado 565, quando comparado ao isolado 553.

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

31

A revelação dos géis 2DE dos respectivos isolados mostra o perfil proteico para

os três tratamentos (Crtl, Cat e TSH) de cada isolado (Figura 3).

Figura 3 Perfil proteico em géis 2DE dos isolados 553 e 565 de Mp.

Géis 2DE de referência para os três tratamentos (Controle, Catongo e

TSH1188) revelados por Comassie-Blue e digitalizados com LabScan para

análise no Software ImageMaster (GEHealthcare).

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

32

4.2 Perfil de spots de proteínas do gel 2-DE

A análise do número de spots obtidos nos perfis protéicos dos isolados 553 e 565

foi organizada em diagramas de Venn. A figura 4 mostra um número total de 755 spots

para o isolado 553 em contraste com 517 spots para o isolado 565 e o número de spots

para cada amostra analisada: Crtl, Cat e TSH (Figura 4). Observamos valores bem

semelhantes de spots exclusivos na amostra controle, em ambos os isolados, sendo 24

para o Mp553 e 20 para o Mp565. Entretanto uma grande diferença foi observada no

número de spots nos tratamentos Cat e TSH entre os isolados (Figura 4). O Mp553

apresentou 89 proteínas exclusivas em resposta ao FA da variedade suscetível de cacau

(Cat) contrastando com apenas dois spots para o isolado mais agressivo Mp565. No

tratamento com FA de variedades resistentes de cacau (TSH), observamos 24 spots

exclusivos no isolado Mp553 contra 138 spots do Mp565. Apesar da diferença

observada no número de spots totais entre os isolados, o tratamento com TSH resultou

em um número de spots totais semelhante aos induzidos nos dois isolados, sendo 524

spots para o Mp553 e 495 spots para o Mp565 (Figura 4A e B).

A

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

33

B

O número de spots identificados também foi organizado em Diagramas de Venn

para cada tratamento e isolado do fungo (Figura 5). Para tanto, um total de 216 spots

foram identificados do isolado Mp553 (Figura 5A) e 311 spots do Mp565 (Figura 5B).

Um total de 163 spots comuns aos três tratamentos foi identificado no perfil protéico do

Mp553 e 205 spots do Mp565. Um número bastante expressivo de spots foi identificado

para o Mp565 em resposta ao tratamento com TSH (Figura 5B) e reflete o número total

de spots obtidos para esse tratamento (Figura 4B).

Figura 4. Número de spots de proteínas totais do gel 2-DE. Diagrama de

Venn dos spots totais obtidos do perfil proteico dos isolados Mp553 (A) e Mp565 (B) e

entre os tratamentos com o FA das variedades Catongo (Cat) e TSH1188 (TSH) de T.

cacao e da amostra contole (Crtl).

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

34

A

B

Figura 5. Número de spots de proteínas identificadas do gel 2-DE.

Diagrama de Venn dos spots identificados em cada tratamento nos respectivos

isolados Mp553 (A) e Mp565 (B), observados no perfil proteico do Mp em resposta ao

FA das variedades Catongo (Cat) e TSH1188 (TSH) de T. cacao e da amostra controle

(Crtl).

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

35

4.3 Análise do perfil proteico em resposta aos tratamentos com FA das

variedades Cat e TSH

O perfil proteico dos dois isolados do fungo M. perniciosa foi analisado por gel 2-

DE e Q-TOF, resultando no mapa de referência do isolado 553 que pode ser visualizado

na Figura 6. As respectivas identificações dos spots nos géis podem ser visualizadas na

tabela 1A e B (Anexos).

Figura 6 Mapa de referência do perfil proteico do isolado Mp553 em

resposta ao crescimento no FA da variedade Cat (maior número de spots). Os spots

identificados em vermelho correspondem às proteínas que apresentaram expressão

diferencial (p≤0.005 e fold ≥1.5) entre os tratamentos Crtl, Cat e TSH (variação da

expressão pode ser visualizada na Tabela 2A- Anexos).

KDA

97

14.4

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

36

O maior número de sequências identificadas em ambos os isolados do fungo

correspondeu às proteínas do M. perniciosa, Laccaria bicolor e Coprinopsis cinerea

(Figura 7).

4.4 Proteínas identificadas e diferenciais

A identificação das proteínas obtidas no perfil proteico micelial dos isolados

Mp553 e Mp565 é mostrada na Tabela 1A e B (Anexos ), respectivamente. As proteínas

que apresentaram padrões de acúmulo diferenciais em resposta aos tratamentos com FA

de Cat ou TSH são mostradas na Tabela 2A e B (Anexos), respectivamente. Dentre as

proteínas identificadas, apenas as diferencialmente significantes (anova p≤ 0.005 e fold

≥ 1.5) foram categorizadas de acordo com sua função fisiológica e processos

moleculares, baseado na análise do Gene Ontology pelo software Blast2GO

(http://www.blast2go.com) (Figura 8). Buscando uma análise global das funções e

processos envolvidos das proteínas identificadas, as mesmas foram separadas nas

seguintes categorias e foram representadas de acordo com as porcentagens de proteínas

que compõe cada categoria: A- Síntese de proteínas e folding, representada por 12% e

16% pelo Mp553 e Mp565, respectivamente; B - Metabolismo e energia (composta

0%

10%

20%

30%

40%

50%

M.

pe

rnic

iosa

C.

cin

ere

a

L. b

ico

lor

T.

ve

rsic

olo

r

S.

com

mu

ne

S.

lacr

ym

an

s

C.

pu

tea

na

P.

stri

go

sozo

na

ta

S.

hir

sutu

m

F.

me

dit

err

an

ea

A.

bis

po

rus

L. e

do

de

s

U.

ma

yd

is

N.

cra

ssa

R.

sola

ni

G.

fro

nd

osa

D.

squ

ale

ns

C.

ne

ofo

rma

ns

P.

carn

osa

To

p H

its_

BLA

ST

Species

Mp553

Mp565

Figura 7. Identificações por espécies de fungos pelo Blast2GO. Principais

espécies resultantes das identificações da análise do perfil proteômico do M.

perniciosa, isolados 553 e 565, indicados na figura.

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

37

pelas reações de catabolismo), sendo 35% e 30%; C - Transcrição/ transdução de sinal,

sendo 14% e 8%; D - resposta à estresse, 6% e 8%; E - processos de oxidação-redução,

16% e 13%; F - Processos biossintéticos, sendo 10% e 11%; G – Proteínas estruturais –

5% e 8%; e H – Desconhecidas (proteínas hipotéticas e/ou sem função descritas), sendo

2% e 6% (Figura 8).

Todas as categorias apresentaram variação do acúmulo em resposta aos FA de

Cat e TSH em ambos isolados, sendo que o número de proteínas moduladas em resposta

ao FA de TSH foi muito mais expressivo do que com o FA de Cat, principalmente

devido ao alto número de spots exclusivos observados em resposta a esse tratamento

(Tabela 2A e B – Anexos). No isolado 565 o número de proteínas que foram moduladas

em ambos os tratamentos foi muito maior ao observado no 553.

Figura 8. Categorização funcional de proteínas diferencialmente expressas

de Mp553 e Mp565 em resposta ao FA de Catongo e TSH1188. O número de

sequências e a correspondente porcentagem estão indicados na figura.

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

38

De acordo com a categorização das proteínas diferenciais de ambos isolados,

proteínas relacionadas à síntese de proteínas e folding (categoria A – Figura 8), foram

representadas principalmente por proteínas ribossomais, heat shock proteins (HSPs) e as

que compõem o complexo proteassomal (Tabela 2A e B – Anexos). Em nossas análises

identificamos sete spots de cada isolado que correspondem a proteínas do complexo

proteassomal (20s, 26s e 60s). No isolado 553, dos sete spots identificados (46, 60, 403,

410, 414, 706 e 742), dois apresentaram acúmulo reduzido na amostra tratada com FA

de Cat, sendo ausentes no TSH e dois foram únicos (706 e 742) no tratamento com

TSH. No isolado 565, dos sete spots (59, 301, 333, 375, 418, 419, 422) três foram mais

abundantes em ambos os tratamentos e outros três (375, 419, 422) foram únicos para o

tratamento TSH.

Muitos fatores de iniciação eucarióticos foram identificados em ambos isolados

do M. perniciosa, sendo 11 spots (0, 42, 70, 174, 278, 279, 281, 291, 386, 388 e 499) do

isolado 565 e 9 spots do Mp553 (8, 90, 132, 162, 189, 332, 336, 378 e 732). Dentre

esses, o spot 378 foi mais abundante no Cat e menos abundante no TSH e o spot 732 foi

exclusivo para o Crtl. Os spots 388 e 386 foram exclusivos para o tratamento com TSH.

Em nossas análises identificamos nove spots correspondentes às HSPs no

isolado 553, sendo dois com acúmulos diferenciais (7 e 282) e aumentados em resposta

ao o FA de TSH e Cat, respectivamente (Tabela 2A- Anexos). No isolado 565, foram

identificados 22 spots, sendo cinco diferenciais (26, 243, 350, 474 e 475) com variações

no acúmulo dessas proteínas de acordo com o tratamento. Os spots 474 e 475 foram

exclusivos para o tratamento com TSH (Tabela 2B - Anexos).

O maior número de proteínas identificadas (Tabela 1A e B – Anexos) e com

acúmulo diferencial (Tabela 2A e B – Anexos) foram agrupadas na categoria B

(metabolismo e energia) e compõe a via glicolítica como fosfoglicerato quinase (PGK),

frutose bisfosfato aldolase, gliceraldeído-3-fosfato dehidrogenase (GAPDH), ATP

sintase e enolase. E proteínas que compõe a via de gliconeogênese, como triose fosfato

isomerase, aspartato aminotransferase e fosfoglucanato desidrogenase (6-

phosphogluconate dehydrogenase) (Figura 8).

Em nossas análises, foram detectados dois spots de PGK no micélio de 553 (534

e 589) e 3 spots no 565 (126, 348 e 483), sendo o spot 126 aumentado (2X) no

tratamento com FA de Cat em relação ao Crtl e o 483 foi detectado como exclusivo no

tratamento com FA de TSH. As enolases também foram identificadas em ambos os

isolados do M. perniciosa representadas por 7 spots no 565 e 2 no 553, sendo o spot 154

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

39

aumentado 2X no tratamento com FA de TSH. A proteína GAPDH foi identificada em

12 spots no isolado 553, destes, três spots (92, 96 e 446) apresentaram acúmulo

diferencial com aumento de 2X em relação ao Crtl e a amostra tratada com FA de TSH.

No isolado 565 foram identificados 14 spots, sendo dois spots com acúmulo diferencial

(71 e 76) em relação ao Crtl e 1 aumentado, o qual só foi detectado nas amostras

tratadas com FA de Cat e TSH.

As enzimas S-adenosil-L-homocisteína hidrolase (Sahh), 5-

metiltetraidropteroiltriglutamato-homocisteína metiltransferase e metionina sintase não

dependente de cobalamina (MetE) são proteínas relacionadas com a biossíntese de

metionina e processos metabólicos de carbono. Um total de sete spots desse grupo

foram identificadas no 553 (139, 140, 263, 308, 309, 553 e 660), entretanto não foram

observadas como diferenciais para esse isolado. No isolado 565, 14 spots foram

correspondentes a essas proteínas (6, 18, 49, 101, 110, 115, 118, 123, 181, 263, 265,

268, 269 e 327), e o spot 327 foi diferencial, uma vez que não foi detectado na amostra

Crtl e sua abundância foi maior no tratamento com FA de Cat (1.84X) do que com TSH

(Tabela 2B). Outras proteínas importantes no processo metabólico são as Acetil-CoA C-

acetyltransferases também chamadas de 2-metilacetoacetil tiolase e a acetil-CoA

hidrolase. Dois spots (119 e 454) dessas proteínas foram identificados, os quais foram

menos abundantes no isolado 553 em resposta aos tratamentos com FA das variedades

de cacau. No isolado 565, identificamos quatro spots (09, 299, 336 e 461)

correspondentes à identificação de Acetil-CoA C-acetyltransferases, sendo 09, 336 e

461 também diferenciais.

Algumas proteínas foram identificadas com função relacionada à transdução de

sinais (categoria C) como, 14-3-3, ATPases, proteína ativadora de GTPase Ran-

específica, proteína de ligação à GTP, quinona oxirredutases dependente de NADH,

“voltage-dependent íon”, sintase do ATP e sintase do ATP vacuolar. Em nossas análises

a enzima GTPase Ran-específica foi identificada como um único spot (64) no isolado

553, sendo reduzida a sua abundância no tratamento com TSH. No isolado 565 foram

identificados dois spots diferenciais (406 e 430), os quais não foram observados na

amostra Crtl e Cat, apenas no tratamento com TSH. As proteínas do tipo ATP sintase

vacuolar, relacionadas ao transporte de vesículas, foram identificadas no isolado 553

(216, 219 e 494) e foram reprimidas nos tratamentos.

As proteínas relacionadas com eventos de defesa e estresse como, aegerolisinas,

ciclofilina, HSP, 14-3-3, erilisina e GAPDH foram agrupadas na categoria D. Apesar da

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

40

proteína GAPDH apresentar importante função na categoria B, também foi considerada

como uma provável proteína de patogenicidade do M. perniciosa (LIMA et al., 2009;

RINCONES et al., 2008). A análise da categoria D mostrou a identificação de seis spots

de aegerolisina (189, 208, 209, 210, 211 e 212) no Mp565 e um spot (248) no Mp553.

Em ambos os isolados do fungo, essa proteína apresentou diferencial entre os

tratamentos Cat e TSH (Tabela 2A e B – Anexos). No 553, o único spot foi aumentado

1.7X no Cat e 2.54X no TSH. No isolado 565, houve aumento de acúmulo no

tratamento com Cat e diminuição no TSH. No spot 212, a proteína foi diminuida no

TSH 2.4X em relação ao Cat. Ciclofilinas foram detectadas com expressão diferencial

em ambos isolados do M. perniciosa. No 553 foi observada apenas no tratamento com

FA de Cat e, nos tratamentos com FA de Cat e TSH, para o 565. Não houve ocorrência

dessas proteínas nas análises das amostras Crtls. Outras proteínas também foram

relacionadas à resposta a estresse como Catalase, GAPDH, leucil aminopeptidase

(identificado no isolado 553 - spot 33 e up-regulado no tratamento com TSH), alfa beta-

hidrolase (um spot identificado no 553 e 6 spots no 565 - 67, 98, 99, 102, 106 e 459,

sendo o 459 e o 106 diferencialmente expresso) e proteína de ligação ao oxisterol

(proteínas relacionadas à regulação celular e metabolismo de lipídios). Um spot

diferencial foi identificado apenas no isolado 565, o qual foi menos abundante nos

tratamentos Cat (1.9X) e TSH.

Proteínas relacionadas às funções redox, foram agrupadas na categoria E, como

superóxido dismutase (SOD), cisteína-peroxirredoxina (Prxs), catalase (CAT) e aldo-

ceto redutases (AKs). As cisteína-peroxirredoxinas apresentaram abundância bastante

alterada em resposta aos FA das variedades de cacau. Na análise do Mp565, os spot 303

e 304 apresentaram acúmulo elevado nos tratamentos com FA de Cat e TSH, e o spot

407 foi exclusivo de TSH. Na amostra controle, esses spots não foram detectados. O

spot 303 apresentou aumento de 3.5X em TSH quando comparado ao Cat. No estudo

com o isolado 553, o único spot identificado (396) foi detectado na amostra Crtl,

diminuída na amostra Cat e não detectada na TSH. No isolado 553 foram identificados

sete spots de catalase (3, 4, 5, 223, 234, 235 e 236), sendo que o spot 223 foi mais

abundante no tratamento com FA de TSH. No isolado 565, foram identificados 4 spots.

Um total de 14 Aldo-ceto redutases (AKs) foi identificado no isolado 553 (9, 78,

79, 80, 81, 83, 117, 126, 360, 491, 560, 562, 743 e 750), sendo 8 spots diferenciais

menos abundantes nos tratamentos Cat e de forma mais drástica no TSH. Com destaque

para os spots 78 e 80 que apresentaram diminuição de até 15X e 7,7X, respectivamente

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

41

no TSH, comparado à amostra Crtl. No isolado 565 foram identificadas apenas 4 AKs

(04, 46, 316, 362), sendo que os spots 316 e 362 não foram detectados na amostra

controle, mas sim nos tratamentos Cat e TSH.

Outras enzimas envolvidas nos processo de redução-oxidação foram moduladas

em resposta aos tratamentos com FA de Cat e TSH como, NADH ubiquinona

oxidoredutase (Complexo I), malato desidrogenase (MDH) e álcool desidrogenase

(ADH) e NADH desidrogenase (NDI1). Dessas enzimas dois spots foram identificados

no 553 (37 e 595) e três no 565 (256, 398 e 399), sendo mais abundante no tratamento

com FA de TSH nos spots 398 e 399. MDH foi menos abundante (spot 77 e 88) e única

no tratamento com Cat (spot 710) no Mp553 e foi aumentada no isolado 565, sem

detecção na amostra Crtl (spots 315, 435, 437, 438 e 453).

Proteínas estruturais foram agrupadas na categoria G, como proteínas

ribossomais e actina. A actina foi identificada em quatro spots no 553 e destes, dois

foram menos abundantes no tratamento com FA de Cat e não foi observado spot

correspondente no tratamento com TSH. No isolado 565 essa proteína foi aumentada

em ambos os tratamentos em três spots (24, 325, 378) de sete identificados (24, 94, 108,

324, 325, 351, 378).

4.5 - Menor abundância de proteínas no isolado Mp553 em resposta ao FA de cacau

Em uma análise global, um maior número de proteínas categorizadas para o

isolado Mp553 apresentou acúmulo reduzido em resposta aos FA dos genótipos de

cacau quando comparados ao tratamento Crtl, sendo < 60% o número de proteínas com

aumento de acúmulo (up-reguladas) no Cat (Figura 9A) e < 32% de proteínas com

aumento de acúmulo no TSH (Figura 9B). A diferença da redução do acúmulo de

proteínas é evidenciada quando comparados os tratamentos Cat e TSH, sendo < 25% o

número de proteínas com aumento de acúmulo (Figura 9C). Ao contrário dessa

observação, a análise das proteínas diferenciais mostrou que o isolado 553 (Controle –

Crtl) elicitado com os genótipos suscetível (Cat) e resistente (TSH) de cacau, apresentou

aumento do acúmulo na totalidade das proteínas relacionadas à resposta de defesa e

estresse (D) (Figura 9A e B), também observado na comparação entre os isolados

tratados (Figura 9C). Na comparação entre a amostra controle e a tratada com FA de

Catongo, ocorreu aumento da abundância proteínas diferenciais (100%) relacionadas a

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

42

processos biossintéticos (F), em contraste com o tratamento com FA de TSH, que

apresentou abundância reduzida dessas proteínas (82%). Também foi observada a

diminuição da abundância de proteínas relacionadas aos processos de redução-oxidação

(E) quando o fungo foi tratado com o FA de TSH (68%) (Figura 9B). Esse resultado

fica mais evidente quando comparados os dois tratamentos Cat e TSH (Figura 9C).

Proteínas estruturais (G) foram menos abundantes na totalidade em ambos os

tratamentos (Figura 9A e B) e entre os tratamentos (Figura 9C). Proteínas sem função

conhecidas foram aumentadas em resposta ao FA da variedade Catongo (50%) (Figura

9A) e diminuídas no tratamento TSH e entre os tratamentos (100%).

4.6 Maior abundância de proteínas no isolado Mp565 em resposta ao FA de cacau

Um aumento global de todas as proteínas com acúmulo diferencial no isolado

565 foi observado em resposta ao fluido apoplástico das variedades Cat (>60%) e TSH

(>70%) de cacau, com exceção das proteínas de resposta a estresse (D), as quais foram

totalmente diminuídas no Cat (100%) e TSH (50%) (Figura 9D e E) e entre os

Figura 9. Contribuições das categorizações de funções moleculares de

proteínas com aumento de acúmulo (up - preto) ou redução de acúmulo (down-cinza)

em resposta aos tratamentos Cat x Crtl (A/D), TSH x Crtl (B/E) e Cat x TSH (C/F), de

acordo com os isolados Mp553 e Mp565 indicados.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

43

tratamentos 37,5% (Figura 9F). Quatro categorias foram mais abundantes no tratamento

TSH em relação ao Cat, uma vez que a categoria síntese de proteínas e folding (A)

apresentou 63% de aumento da abundância no tratamento Cat e 88% no TSH;

metabolismo e energia (B) apresentou 76% no Cat e 84% no TSH, resposta a estresse e

defesa (D), de 0% no Cat para 50% no TSH e, oxidação-redução (E) passaram de 75%

mais abundantes no Cat para 86% no TSH. Observa-se que o número total de proteínas

com maior ou menor abundância no TSH foi bem mais elevado do que o número total

de proteínas moduladas no Cat. Três categorias foram menos abundantes no tratamento

TSH como transcrição/transdução de sinal (C) que apresentou 27% de redução

percentual no tratamento TSH, bem como a categoria de processos biossintéticos, com

redução de 3,5% e a categoria de proteínas estruturais (G) de 100% para 94%.

5 DISCUSSÃO

A proteômica comparativa e a indução de genes de patogenicidade em fungos

têm sido bastante utilizadas para desvendar os eventos que levam ao desenvolvimento

de doenças fúngicas em diversos organismos (DOYLE, 2011). No presente trabalho foi

analisada a modulação do perfil protéico do micélio saprofítico de dois isolados do M.

perniciosa através do seu crescimento em meio de cultura suplementados com fluido

apoplástico (FA) das variedades suscetível, Catongo (Cat) e resistente, TSH1188 (TSH)

de cacau à VB. O trabalho resultou no primeiro mapa proteômico do fungo M.

perniciosa. A maior parte das proteínas que foram identificadas, de ambos os isolados

do fungo, apresenta maior similaridade às proteínas de Laccaria bicolor e Coprinus

cinerea (Figura 7), corroborando com a análise de sequências observadas no

sequenciamento do M. perniciosa, que apresenta alta similaridade de genes de fungos

basidiomicotas, como Laccaria bicolor e Cropinus cinerea, do que com Ascomicotas

(MONDEGO et al., 2008).

O gel SDS-PAGE 1DE é considerado uma ferramenta bastante informativa na

obtenção de resultados preliminares aos estudo com o gel 2-DE (GONZÁLEZ-

FERNÁNDEZ, PRATS e JORRÍN-NOVO, 2010). Apesar de seu uso ser mais comum

em análises de proteínas secretadas, devido à menor complexidade da amostra, foram

observadas bandas de proteínas induzidas no isolado 565 quando comparados com o

isolado 553, resultantes das amostras complexas do extrato total de proteínas do micélio

saprofítico do M. perniciosa na análise prévia do SDS-PAGE (Figura 2).

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

44

A análise do número total de spots obtido para os perfis protéicos de Mp553 e

565 (Figura 4A e B), sugere uma resposta específica do M. perniciosa relacionada às

variedades de cacau em estudo, uma vez que um número expressivo de spots exclusivos

(89) foi observado para o tratamento Cat (figura 4A), no perfil do Mp553, e 138 spots

exclusivos do Mp565, em resposta ao tratamento com o TSH (Figura 4B). A diferença

observada no número de proteínas moduladas no 565 também pode ser devido ao fato

de termos identificado 95 proteínas a mais no Mp565 (311 proteínas identificadas-

Figura 5B/ Tabela 1A - Anexos) em relação ao Mp553 (216 proteínas identificadas)

(Figura 5A /Tabela 2A- Anexos).

O aumento da atividade de peroxidases, especificamente do tipo APX, em

plantas resistentes de cacau (CAMILLO et al., 2013), parece acompanhanhar o aumento

do peróxido no ambiente de infecção observado nessas plantas (DIAS et al., 2011). Essa

análise sugere que o FA de plantas resistentes apresente uma composição alta de ROS e

corrobora com nossos resultados de indução da expressão de proteínas de redução e

oxidação (categoria E) no isolado 565 (90% up reguladas) e repressão dessas no isolado

553 (25% up reguladas), que apresenta baixa infecção no Catongo e não causam doença

em TSH.

5.1 Classificação funcional de proteínas diferencialmente expressas

A concentração das proteínas diferencialmente expressas categorizadas foi

proporcional em ambos os isolados, uma vez que foram identificadas mais proteínas do

Mp565 em relação ao Mp553 (Figura 5). Como mostrado na figura 8, o maior número

de proteínas diferencialmente expressas está relacionada ao metabolismo. Alterações de

expressão de proteínas de metabolismo são comumente observadas em estudos

proteômicos de organismos submetidos à estresse (GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ,

PRATS e JORRÍN-NOVO, 2010) e podem ser devido à técnica de gel 2-DE favorecer a

observação de proteínas mais abundantemente expressas. A via glicolítica desempenha

um papel central no metabolismo energético celular, sendo proteínas dessa via, as mais

expressas em diferentes organismos (COBOS et al., 2010). Síntese de proteínas e

folding representaram o segundo maior grupo categorizado para o isolado 565 (16%),

sugerindo que a ativação metabólica e a síntese de novas proteínas estejam relacionadas

à patogenicidade do M. perniciosa, uma vez que a modulação de proteínas dessa

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

45

categoria foi observada em resposta, principalmente, ao FA de TSH para o Mp553 e

para os FA de Cat e TSH no Mp565.

Proteínas relacionadas a processos de redução e oxidação foram o segundo

maior grupo encontrado entre as proteínas diferencialmente expressas do isolado 553

(16%), indicando a necessidade do fungo em responder ao alto estresse oxidativo da

planta resistente (TSH) durante o processo de infecção da doença VB. A observação de

múltiplos spots de uma mesma proteína sugere a ocorrência de modificações pós-

traducionais como, fosforilação, glicosilação, N-acetilação e proteólise.

A repressão generalizada de proteínas diferencialmente expressas no isolado 553

corrobora com a resistência da variedade TSH sob infecção pelo Mp553 (Figura 9B)

(CAMILLO et al., 2013; DIAS et al., 2011; GESTEIRA et al., 2007; RINCONES et al.,

2008) o qual foi isolado no período em que houve a detecção da VB no Estado da

Bahia, em 1989 (PEREIRA et al., 1996). As plantas coletadas no banco de

Germoplasma da CEPLAC (ver seção 5.1) não se encontram em casa de vegetação,

sendo expostas às infecções pelas diversas linhagens do fungo que ocorrem no campo.

Essa observação sugere que as variedades coletadas se apresentem com os mecanismos

de defesa elicitados e, portanto, podem estar mais resistentes ao Mp553. Em contraste, a

análise de proteínas diferencialmente expressas do Mp565 evidenciou aumento

generalizado de expressão, o que corrobora com a capacidade desse isolado de causar

doença em ambas as variedades de cacau utilizadas em nosso estudo. A completa

repressão de proteínas categorizadas como de resposta a estresse (categoria D) na

comparação dos tratamentos Crtl e Cat do Mp565 (Figura 9D) sugere que esse isolado

não ativa os seus mecanismos contra estresse no contato inicial com o genótipo de cacau

suscetível. Porém, em resposta ao FA de plantas de cacau resistentes (TSH1188), o

sistema de defesa deve ser acionado no contato inicial com a planta, para que o Mp565

consiga desenvolver a doença nessas plantas (Figura 9E). Isto é, se o micélio dicariótico

e monocariótico apresentarem comportamentos similares, quando em contato com

tecido vivo do hospedeiro.

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

46

5.1.1 Síntese de proteínas e folding

O proteassoma degrada proteínas ligadas covalentemente por ubiquitinas. Essa

atividade proteolítica é dependente de ATP. O proteassoma é essencial para a regulação

dinâmica entre a síntese e degradação de proteínas, como aquelas com erros no seu

enovelamento. A modulação dessas proteínas observadas especificamente nos spots

exclusivos no Mp553 (706 e 742) e Mp565 (375, 419, 422) em resposta ao tratamento

com FA de TSH e a up-regulação de três spots (12, 33 e 48) em ambos os tratamentos

no Mp565, bem como a indução de fatores eucarióticos, como o eIF5a (HENDERSON

e HERSHEY, 2011), indicam a ocorrência de reprogramação proteica do M. perniciosa

em resposta aos FA de T. cacao.

Muitas proteínas “Heat shock” (HSP) foram identificadas em nossas análises.

HSPs tem função de manutenção de proteínas em sua correta conformação (folding) e

previnem a agregação de proteínas de organismos submetidos a estresse, bem como em

processos celulares normais (WANG et al., 2004). Devido à importância de suas

funções, diversos trabalhos mostram que essas proteínas apresentam aumento de

expressão em resposta a diversos estresses abióticos e bióticos (WANG et al., 2004). .

O ambiente hostil da planta, em resposta à infecção, pode causar desenovelamento de

proteínas e o aumento da expressão de HSPs do fungo, o que sugere uma maior

resistência do M. perniciosa ao ambiente de estresse da planta durante a infecção

(COOPER, GARRETT e CAMPBELL, 2006). A indução dessas proteínas é

evidenciada no Mp553 em resposta aos FA de Cat e TSH, spots 7 e 282,

respectivamente. No Mp565 os spots 474 e 475 foram exclusivos ao tratamento TSH. A

HSP70 foi detectada na parede celular de C. albicans e essa localização sugere um

mecanismo de virulência desse fungo (EROLES et al., 1997). HSP70 também pode

atuar de forma a inibir a PCD (CHAVES et al., 2011). Neste caso, o aumento da

expressão dessas proteínas pode indicar um aumento na tolerância do fungo ao estresse

no interior da planta. O aumento específico de 2X dessa HSP foi observado no Mp553

em resposta ao tratamento com o FA de TSH (spot 7), sugerindo que constituintes do

FA da variedade resistente de cacau possam sinalizar proteínas de proteção do fungo M.

perniciosa.

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

47

5.1.2 Metabolismo, energia e processos biossintéticos

O maior número de proteínas identificadas e diferencialmente expressas compõe

a via glicolítica como fosfoglicerato quinase (PGK), frutose bisfosfato aldolase,

gliceraldeído-3-fosfato dehidrogenase (GAPDH), ATP sintase (atp synthase f1 beta

subunit) e enolase e, a via de gliconeogênese, como triose fosfato isomerase (triose

phosphate isomerase), aspartato aminotransferase (aspartate aminotransferase) e

fosfoglucanato desidrogenase (6-phosphogluconate dehydrogenase). Proteínas como

triose fosfato isomerase, acetil transferases, aspartato amino trasnferases, enolase e 14-

3-3 também apresentam importância em diferentes processos biossintéticos. A indução

dessas proteínas favorece a manutenção da produção de ATP pelo fungo, além disso,

podem agir como elicitores, uma vez que enzimas glicolíticas de Candida albicans

podem elicitar resposta imune em humanos (ALLOUSH et al., 1997; DOYLE, 2011).

Chaffin et al alerta sobre a possibilidade de que muitas das proteínas de vias

metabólicas, que apresentam funções citoplasmáticas, inclusive indicadas pelo nome

dos seus genes correspondentes, podem se localizar em outro local (CHAFFIN, 2008).

A incorporação de algumas proteínas citosólicas imunogênicas como, enolase e HSP70,

na parede celular de fungos pode representar um mecanismo de virulência para a

sobrevivência do fungo (EROLES et al., 1997). Essas proteínas, chamadas de

multifuncionais, tais como fructose-bisfosfatoaldolase, triose fosfatoisomerase,

gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase e enolase, foram identificadas em nossas análises.

A PGK, além de compor a via glicolítica também apresenta atividade de fosforilação de

proteínas. PGK é uma proteína de parede celular de C. albicans (ALLOUSH et al.,

1997; PITARCH et al., 2002) e sua detecção também foi observada no estudo

proteômico do micélio do fungo Metharhizium acridum (BARROS et al., 2010). Em

nossas análises, foram detectados dois spots dessa proteína no micélio de Mp553 (534 e

589) e 3 spots no Mp565 (126, 348 e 483), sendo o spot 126 up-regulado (2X) no

tratamento com FA de Cat em relação ao Crtl e o 483 foi detectado como exclusivo no

tratamento com FA de TSH.

A enolase ou fosfopiruvato hidratase é uma enzima importante da glicólise.

Também são consideradas como as principais proteínas de parede celular associadas à

glucanas em C. albicans e, portanto, são proteínas imunogênicas (ANGIOLELLA et al.,

1996; DOYLE, 2011). O fato de estarem associadas à parede pode facilitar sua

translocação (CHAFFIN, 2008), sendo também identificadas em análises de proteínas

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

48

secretadas por fungos, como Aspergilus fumigatus (WARTENBERG et al., 2011) e

Trichoderma reeesei (JUN, GUANGYE e DAIWEN, 2013). As enolases também foram

identificadas em ambos os isolados do M. perniciosa e apresentou up-regulação de 2X

(spot 154) no tratamento com FA de TSH.

A GAPDH é uma enzima chave da via glicolítica que catalisa a conversão de

gliceraldeído-3-fosfato a 1,3-bisfosfo glicerato com concomitante redução de NAD+. É

considerada uma proteína multifuncional (DEVEZE-ALVAREZ, GARCÍA-SOTO e

MARTÍNEZ-CADENA, 2001) que pode ser encontrada na parede celular de fungos

(LIM et al., 2001; PITARCH et al., 2002), sendo uma proteína imunorreativa de

bastante interesse na produção de vacinas (DELVECCHIO et al., 2006). A GAPDH

pode ser exportada como um fator de virulência (EGEA et al., 2007) além de contribuir

na adesão ao hospedeiro mostrando ser uma proteína importante para a patogenicidade

(BARBOSA et al., 2006). Portanto, o potencial desta enzima como alvo poderá ser

futuramente estudado neste patosssistema. Em estudos de GAPDH em M. perniciosa,

esse gene foi usado como endógeno para análises de expressão gênica do fungo nas

fases biotrófica e saprofítica (RINCONES et al., 2008). O gene GAPDH de M.

perniciosa foi analisado por Lima et al (2009) e sua sequência apresentou alta

similaridade com GAPDH de outros fungos, plantas e animais. Nesse estudo, a análise

de expressão de transcritos desse gene, também em cultivo de M. perniciosa com

extratos de cacau, mostrou um aumento de ~ 1.3X no micélio dicariótico quando

comparado ao micélio monocariótico (LIMA et al., 2009). Em nossas análises, um

número expressivo dessa proteína foi identificado, sendo 12 spots para o 553 e 14 spots

no 565. Os spots 92, 96 e 446 foram up-regulados 1.8X, 1.78X e 2.27X,

respectivamente, em resposta ao FA de TSH. No isolado 565, dois spots diferenciais

foram reprimidos (71 e 76) em relação ao Crtl e 1 spot (449) exclusivo foi detectado nas

amostras tratadas com FA de Cat e TSH. Devido à sua importância na glicólise e em

outras vias não glicolíticas, variações na atividade de GAPDH podem influenciar outras

atividades celulares, capacitando o fungo a ambientes desafiadores ou em diferentes

condições de crescimento. Mais estudos devem ser realizados direcionando essa enzima

como um alvo para o desenvolvimento de drogas antifúngicas.

A hidrolase da S-adenosil-L-homocisteine (Sahh), 5-

metiltetraidropteroiltriglutamato-homocisteina metiltransferase e a sintase da metionina

dependente de cobalamina (MetE) são proteínas relacionadas com a biossíntese de

metionina e processos metabólicos de carbono. A expressão diferencial da Sahh só foi

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

49

observada no Mp565, uma vez que o spot 327 não foi detectado na amostra Crtl e sua

expressão foi maior no tratamento com FA de Cat (1.84X) do que com TSH (Tabela

2A). A Sahh é uma das proteínas mais conservadas em S. cerevisae e apresenta função

central de regulação nos processos de metilação e no metabolismo de metionina

(TEHLIVETS et al., 2013; TURNER et al., 2000). A deleção de Sahh causa redução da

virulência do fungo patogênico Cryphonectria parasitica e aumento expressivo de

transcritos de outros genes presentes na via de metilação (LIAO et al., 2012). A deleção

de Sahh também reduziu de forma significante o nível de transcritos da ciclofilina A

(também encontrada em nossas análises), bem como genes das vias de sinalização da

proteína G heterodimérica (LIAO et al., 2012). Dada à importância dessas proteínas no

metabolismo celular, um número expressivo delas era esperado em nossas análises

(Tabela 1A e B – Anexos). As Sahh foram encontradas em maior número no isolado

565 e mostraram serem diferenciais nos tratamentos com FA de cacau, sugerindo que

esta seja uma proteína envolvida nos processos de patogenicidade do M. perniciosa.

Outras proteínas importantes no processo metabólico são as Acetil-CoA C-

acetiltransferases também chamadas de 2-metilacetoacetil tiolase e a acetil-CoA

hidrolase que promovem a quebra de acetil-CoA em acetato e CoA, as quais são

necessárias para a biossíntese de compostos essenciais como ácidos graxos e esteróis,

bem como para a acetilação de proteínas, incluindo as histonas (HYNES et al., 2011).

Possivelmente, essas proteínas podem estar envolvidas na biossíntese de ergosterol, um

lipídio específico de fungos (LOGUERCIO-LEITE, DRESCHLER-SANTOS e

ABRÃO, 2006). O ergosterol é um componente chave da parede celular fúngica e sua

ausência pode causar alterações na permeabilidade da membrana e inibição do

crescimento (COWEN e STEINBACH, 2008). Por essas razões a via de biossíntese do

ergosterol é um importante alvo para o desenvolvimento de drogas antifúngicas

(COWEN e STEINBACH, 2008). Em leveduras, o metabolismo de acetil-CoA induz a

acetilação de histonas e ativa a transcrição, sendo uma via de controle para a regulação

de crescimento e proliferação celular (CAI e TU, 2011). Essas proteínas foram

reprimidas no isolado 553 em resposta aos tratamentos com FA das variedades de

cacau. No isolado 565 foram induzidas pelos FA de Cat e TSH e sugere um mecanismo

de manutenção da integridade da membrana e acetilação de proteínas como resposta do

fungo aos constituintes de defesa da planta presentes no FA.

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

50

5.1.3 Transdução de sinal

Algumas proteínas foram identificadas com função relacionada à transdução de

sinais como, 14-3-3, ATPases, proteína de ativação GTPase Ran-específica, proteína de

ligação à GTP, NADH quinona oxirredutase, proteínas canal de íon-seletivo voltagem-

dependentes, ATP sintases e ATP sintases vacuolares. Em uma análise mais ampla,

proteínas de funções relacionadas à transdução de sinal foram induzidas no isolado 565

e reprimidas no 553.

Proteínas GTPase são uma grande família de enzimas hidrolases (hidrolizam

GTP) com domínio RanA, conhecidas por serem up-regulados nas fases iniciais de

crescimento de leveduras. As proteínas GTPases desempenham um papel importante em

diversos processos como, transdução de sinal nos domínios intracelulares de receptores

transmembranas, biossíntese de proteínas nos ribossomas, translocação de proteínas

através da membrana e transporte de vesículas (CHANDLER et al., 2008). Essas

proteínas estão envolvidas na facilitação do transporte de materiais através da

membrana nuclear, assim como na regulação da atividade mitótica (CHANDLER et al.,

2008), sendo necessária para uma divisão nuclear simétrica e para a integridade do

envelope nuclear (GONZALEZ et al., 2009). Em nossas análises a proteína de ativação

GTPase Ran-específica foi reprimida no tratamento com TSH (spot 64). No isolado

565, dois spots (406 e 430) foram exclusivos do tratamento com TSH. Proteínas ATP

sintases vacuolares, relacionadas ao transporte de vesículas, foram reprimidas nos

tratamentos Cat e TSH. Citocromo B5 é uma proteína de baixo peso molecular e

cilíndrica. Essa proteína encontra-se ligada à membrana, consistindo de seis regiões α-

hélice e cinco β-sheet com o grupo heme voltado para a região citosólica, funcionando

como um carreador de elétron para uma variedade de mono-oxigenases. Essa proteína

forma um complexo com outra heme proteína denominada citocromo férrico P450 e

está envolvida em diversos mecanismos, tais como, anabolismo de ácidos graxos e

esteróides e catabolismo de xenobióticos e compostos endógenos (SCHENKMAN e

JANSSON, 2003). Essa proteína foi exclusiva no tratamento com TSH (spot 376), do

isolado 565. No isolado 553 essa proteína (spot 749) foi reprimida nos tratamentos Cat e

TSH. Proteínas de vias de sinalização demonstram serem cruciais para a virulência de

diversos fungos fitopatogênicos (GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, PRATS e JORRÍN-

NOVO, 2010).

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

51

5.1.4 Proteínas de resposta à defesa

Hemolisinas são uma classe de proteínas-toxinas com ação citolítica, ou seja, são

capazes de interagir com ligantes específicos na superfície de diversos alvos celulares e

formar poros na membrana. Elas são muito bem estudadas em bactéria sendo

consideradas proteínas de virulência (NAYAK, GREEN e BEEZHOLD, 2013). Apesar

dos recentes estudos de hemolisinas de fungos, sua função também está relacionada ao

de fatores de virulência (ABAD et al., 2010). Aegerolisinas e pleurotolisinas compõe a

classe de hemolisinas. Com funções também relacionadas ao desenvolvimento,

transcritos de aegerolisinas e pleurotolisina foram diferencialmente expressos na

formação de basidiomas de M. perniciosa (PIRES et al., 2009). Em nossas análises

identificamos apenas a erilisina b, que pertence ao grupo das aegerolisinas. Em ambos

os isolados do fungo, essa proteína apresentou diferencial entre os tratamentos Cat e

TSH (Tabela 2A e B – Anexos). No Mp553, o único spot identificado foi up-regulado

1.7X no Cat e 2.54X no TSH. No isolado 565, houve aumento de expressão no

tratamento com Cat e repressão no TSH, uma vez que o spot 212 pareceu ser reprimido

no TSH 2.4X em relação ao Cat. A expressão diferencial observada sugere que essas

proteínas tenham atividade na presença do hospedeiro. Entretanto, alguns estudos

mostram que a formação do complexo para causar ação lítica é dependente da erilisina

A, não identificada em nossas análises (SHIBATA et al., 2010). Como diversas

proteínas observadas no gel 2DE não foram identificadas, esta proteína pode estar entre

estas. Uma família de aegerolisinas (6) identificada no genoma do M. perniciosa, não

foi observada para outros fungos da Ordem Agaricales, como L. bicolor, C. cinerea e P.

chrysosporium, sugerindo a importância dessa proteína no desenvolvimento específico

do M. perniciosa e na defesa do fungo em processos infecciosos (MONDEGO et al.,

2008).

As HSPs também são proteínas envolvidas na resposta de defesa. (WANG et al.,

2004) e sua importância já foi discutida.

A 14-3-3 é uma proteína que apresenta função no desenvolvimento e na resposta

a estresse, uma vez que atua em diversos processos biológicos através de interações

proteína-proteína (HEUSDEN, VAN, 2009; WURTELE et al., 2003). Podem modular a

expressão dos genes induzíveis por estresse através da regulação da atividade e, ou a

localização de fatores de transcrição, além de apresentar função anti-apoptótica

(revisado por (ROBERTS, SALINAS e COLLINGE, 2002). Não identificamos a

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

52

proteína 14-3-3 no isolado 553, entretanto, três spots (432, 462 e 495) foram

identificados no Mp565 e foram spots exclusivos nos tratamentos com FA de TSH (432

e 462) e Cat (495).

As ciclofilinas apresentam atividade de peptidil-prolil cis-trans isomerase,

proteínas consideradas como chaperones moleculares (WANG et al., 2004). São

essenciais para capacitar agentes patogênicos fúngicos de causar doenças em animais e

plantas (CHEN et al., 2011). Essas proteínas foram detectadas apenas no tratamento

com Cat, no Mp553 e em ambos os tratamentos, no Mp565. Chen et al (2011) relatou

que a ciclofilina A é necessária à virulência do fungo fitopatogênico C. parasítica. A

super expressão da ciclofilina A em S. cerevisae promove tolerância a diversos estresses

como o oxidativo por metais e peróxido de hidrogênio (KIM et al., 2010). A ciclofilina

A é um dos alvos promissores para o desenvolvimento de drogas antifúngicas e a sua

estrutura em M. perniciosa já foi elucidada (MONZANI et al., 2011). O fato do isolado

553 não causar doença na variedade TSH, e o isolado 565 causar doença em ambas as

variedades, corrobora com a observação dos spots encontrados em nossas análises e

sugere a importância da proteína ciclofilina na patogenicidade do M. perniciosa.

5.1.5 Proteínas de redução-oxidação

Diferentes organismos estão sujeitos a condições de estresse oxidativo. Seja por

condições normais ou por aquelas causadas por diversos estresses. A explosão

oxidativa, que ocorre na interface patógeno-hospedeiro resulta no intenso estresse

oxidativo tanto no hospedeiro como no patógeno. Nesse sentido, os mecanismos de

detoxificação enzimáticos são necessários para o equilíbrio redox intra e extracelular

que incluemas enzimas superóxido dismutase (SOD), peroxirredoxinas (Prxs) e

catalases (CAT), as quais compreendem as primeiras enzimas de combate às ROS

(CAMILLO et al., 2013; HELLER e TUDZYNSKI, 2011). As SODs catalizam a

conversãodo superóxido (O2–) em O2 e H2O2. Em nossa análise apenas um spot foi

identificado como SOD no Mp 565 e foi exclusivo do tratamento com FA de TSH.

As peroxirredoxinas (Prxs) compreendem uma grande classe de tiol-peroxidases

capazes de degradar peróxidos. Essas proteínas são sensíveis à oxidação, servindo como

mediadoras de transdução de sinal, atuando como sensores no processo de oxirredução

(POYNTON e HAMPTON, 2013). Dentre a grande classe das peroxirredoxinas, todas

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

53

as identificações obtidas em nossas análises corresponderam à cisteína-

peroxirredoxinas. Na análise do Mp565, os spots 303 e 304 apresentaram elevada

expressão nos tratamentos com FA de Cat e TSH, e o spot 407 foi exclusivo de TSH.

Na amostra controle, esses spots foram ausentes. O spot 303 apresentou aumento da

expressão 3.5X em TSH quando comparado ao Cat. No estudo com o isolado 553, o

único spot identificado (396) foi detectado na amostra Crtl, reprimida na amostra Cat e

não detectada na TSH. Prxs são proteínas altamente abundantes, responsáveis por até

1% do total de proteínas de alguns organismos. Devido à sua abundância, é comum sua

expressão alterada em estudos proteômicos em resposta ao estresse oxidativo, ou na

forma de proteínas que são submetidas a mudanças redox em células ou tecidos

expostos ao estresse oxidativo (POYNTON e HAMPTON, 2013). Cobos et al (2010)

observou que o aumento de expressão de peroxiredoxinas poderia estar ligado ao

aumento de estresse oxidativo gerado em videiras em resposta à infecção pelo

fitopatógeno Diplodia seriata. Essa proteína foi anteriormente relacionada à maquinaria

de defesa do fungo M. perniciosa como uma das enzimas atuantes no processo de

combate ao estresse oxidativo (MONDEGO et al., 2008). Essa informação corrobora

com nossos dados, uma vez que as folhas das variedades de Cat e TSH de cacau foram

coletadas no banco de germoplasma, essas plantas estavam sujeitas a infecção prévia

pelo M. perniciosa. Portanto, essas plantas deveriam ter níveis aumentados de H2O2 em

resposta à infecção pelo fungo (BOLWELL et al., 2002; DIAS et al., 2011; CEITA et

al., 2007) e, provavelmente, tenham sido responsáveis pelo aumento na expressão das

peroxirredoxinas do Mp565 e repressão pelo Mp553, menos agressivo. Portanto, o

aumento da expressão de peroxirredoxinas em isolados de fungos sugere significante

contribuição ao desenvolvimento de respostas dadas pelo fungo em um processo

infeccioso (COBOS et al., 2010). Especificamente ao M. perniciosa, os dados sugerem

que o Mp565, por causar a doença VB em ambas às variedades, seja mais tolerante aos

compostos reativos do hospedeiro.

A catalase decompõe o H2O2 em água e oxigênio molecular (O2). Essas enzimas

estão envolvidas na virulência e tolerância ao estresse oxidativo (WANG et al., 2013;

ZHANG, HENDERSON e GURR, 2004). O spot 223 de Mp553 foi up-regulado no

tratamento com FA de TSH. No isolado 565, o spot 195 foi reprimido no tratamento

com FA de TSH. Provavelmente, a repressão dessa enzima no isolado 565 sugere a

manutenção da alta concentração de peróxido no meio, facilitando a infecção do

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

54

hospedeiro pelo M. perniciosa na fase dicariótica do fungo (GOVRIN e LEVINE,

2000).

Aldo-ceto redutases (AKs) se ligam ao cofator nicotinamida e catalisam a

redução de aldeídos e cetonas. Devido à sua metabolização de uma ampla gama de

substratos, é um alvo potencial para o desenvolvimento de drogas (JEZ et al., 1997).

AK foi relacionada com a produção da AF-toxina1, do fitopatógeno A. alternata,

necessária ao desenvolvimento de doença em diferentes plantas (ITO et al., 2004). A

detecção do acúmulo de transcritos de AK foi observada na fase necrotrófica do M.

perniciosa (LEAL JR, ALBUQUERQUE e FIGUEIRA, 2007) e descritas no genoma

do fungo (MONDEGO et al., 2008). Um total de oito spots do Mp553 foram reprimidos

nos tratamentos Cat e de forma mais drástica na presença do FA de TSH. Com destaque

para os spots 78 e 80 que apresentaram repressão de até 15X e 7,7X, respectivamente,

no TSH comparado à amostra Crtl. No isolado 565, os spots 316 e 362 foram exclusivos

em resposta aos tratamentos com FA de Cat e TSH. Os dados sugerem que as AKs

estejam relacionadas à patogenicidade do M. perniciosa, podendo ser considerados

possíveis proteínas-alvos para o estudo desse fungo.

A NADH desidrogenase (NDI1) ou complexo I é uma enzima chave da cadeia

respiratória mitocondrial, sendo crucial para a produção de energia na célula. É uma

importante fonte de espécies reativas de oxigênio na mitocôndria e contribuem de forma

significativa ao estresse oxidativo celular (BRIDGES, BIRRELL e HIRST, 2011). A

NDI1 foi induzida no Mp565, no tratamento com FA de TSH (398 e 399). A respectiva

enzima de S. cerevisae é homóloga aos indutores de apoptose e media apoptose em

resposta a indutores de estresse como o peróxido, independente da sua atividade como

ubiquinona oxirredutase (CUI et al., 2012). A indução de SOD e NDI1 em resposta ao

tratamento com FA de TSH sugere a geração de um ambiente altamente oxidativo nas

mitocôndrias do isolado 565, resultando na alta produção de ATP.

A MDH está envolvida na regeneração de NADH. Essa proteína foi reprimida

(spot 77 e 88) e única no tratamento com Cat (spot 710) no Mp553 e spots exclusivos

foram detectados no isolado 565 em resposta aos FA de Cat e TSH (spots 315, 435, 437,

438 e 453). Semelhante aos nossos resultados, o proteoma de isolados com diferentes

graus de virulência do fungo B. cinerea indicou aumento expressivo de MDH no

isolado mais agressivo, sugerindo que essa proteína tenha ação de um fator de

patogenicidade do fungo (FERNÁNDEZ-ACERO et al., 2007).

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

55

As álcool desidrogenases (ADHs) são enzimas oxidorredutases que catalisam a

oxidação reversível de álcools para aldeídos ou cetonas, com concomitante redução de

NAD+ou NADP+e representam um importante papel no metabolismo energético de

organismos procariotos e eucariotos (SMIDT, DE, PREEZ, DU e ALBERTYN, 2008).

Nós identificamos uma ADH de cada isolado, porém no 565 o spot foi up-regulado

(319) em resposta a ambos os tratamentos. A identificação de duas ADHs em Diplodia

seriata foi relacionada à patogenicidade desse fungo fitopatógeno que causa doença em

videiras (COBOS et al., 2010). No estudo de proteômica comparativa nas formas de

levedura e micélio, do fungo dimórfico Ustilago maydis, essa proteína apresentou

aumento de expressão no crescimento filamentoso (BÖHMER et al., 2007). O aumento

de expressão em nossas análises também sugere sua função no crescimento micelial ou

na produção de alguns componentes necessários para a síntese da parede celular de

hifas. Também sugere envolvimento dessa proteína na patogenicidade do fungo M.

perniciosa devido à sua up-regulação em resposta aos tratamentos Cat e TSH no

Mp565, capaz de desenvolver a doença VB em ambas as variedades de cacau e por

apresentar intenso crescimento na fase necrotrófica.

O estudo do genoma do M. perniciosa demonstrou que esse fungo apresenta

grande potencial de detoxificação, conferindo alta habilidade adaptativa (MONDEGO et

al., 2008). O número de proteínas diferencialmente expressas relacionadas aos

processos de redução e oxidação em ambos isolados do M. perniciosa (553 e 565)

corrobora com os dados de genoma desse fungo. Na interação planta-fungos

patogênicos o estresse oxidativo é um dos primeiros eventos a ocorrer para ambos os

organismos (BOLWELL et al., 2002). Agentes patogênicos necrotróficos possuem a

capacidade de ativar o sistema antioxidante, podendo causar a PCD no hospedeiro e

favorecer a sua instalação (GOVRIN e LEVINE, 2000). Unger et al (2005) sugere uma

relação na modulação de espécies reativas no hospedeiro de acordo com a agressividade

do patógeno (UNGER et al., 2005). Nesse sentido, em nossas análises foi observada a

diminuição de proteínas relacionadas ao processode redução-oxidação em resposta ao

estresse oxidativo gerado pela presença do FA de Cat e TSH no isolado Mp553, menos

agressivo e a indução dessas proteínas no Mp565 (mais agressivo)

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

56

5.1.6 Proteínas estruturais

O gene da actina foi interpretado por Jin (JIN et al., 1999) e Leal (LEAL et al.,

2010) como um indicador de crescimento micelial dos fungos hemibiotróficos

Colletotrichum gloeosporioides e M. perniciosa, respectivamente. Em nossas análises

identificamos quatro spots no Mp553 e destes, dois foram reprimidos no tratamento com

FA de Cat e não foi observado spot correspondente no tratamento com TSH. Os dados

sugerem que o crescimento do Mp535 foi reprimido em resposta ao FA de Cat e

provavelmente não houve expressão detectável dessa proteína no fungo crescido com

FA de TSH devido à esse isolado não causar doença nessa variedade. No isolado 565

essa proteína foi up-regulada em ambos os tratamentos em três spots (24, 325, 378) e

sugere um intenso crescimento do fungo na presença de FA de ambas as variedades de

cacau, as quais esse isolado causa doença. O intenso crescimento do fungo M.

perniciosa na fase saprofítica é esperado e já foi documentado em diversos estudos

(DIAS et al., 2011; MONDEGO et al., 2008; CEITA, et al., 2007; RINCONES et al.,

2008).

Outras proteínas que compõe essa categoria e a de síntese de proteínas estão

relacionadas com a montagem da maquinaria ribossomal. Uma é a proteína acídica p0

da subunidade ribossomal 60s, que difere da grande maioria das proteínas do complexo

por ser ácida. Essa proteína faz parte de um grande grupo denominado proteína P. A

proteína p0 ajuda na formação da estrutura do ribossomo através da interação com o

rRNA 28S (HAFRÉN et al., 2013). Em Saccharomyces cerevisiae, as proteínas P

ribossomais não são totalmente necessárias para a síntese proteica, embora elas

modulem a atividade do ribossomo. Essas proteínas parecem participar através da

fosforilação/defosforilação para regulação da sua afinidade pelo ribossomo e podem

participar no controle da tradução nas células eucarióticas (SANTOS; BALLESTA

1994). A outra proteína ribossomal encontrada foi aproteína s0 da subunidade 40s, a

qual é considerada uma proteína multifuncional, sendo encontrada no citoplasma

associado à subunidade ribossomal 40S, na membrana nuclear durante a intérfase e nos

cromossomos durante a mitose.

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

57

6 CONCLUSÃO

A suplementação do meio de cultura com FA de variedades contrastantes de cacau

e a análise do perfil proteico dos isolados 553 e 565 do M. perniciosa nesse cultivo,

evidenciou proteínas que parecem estar relacionadas com eventos patogênicos do fungo.

Estudos de expressão gênica diferencial das fases mono e dicarióticas do M. perniciosa

mostraram previamente, que a principal diferença entre as fases de vida do fungo

correspondem à metabolização do carbono, com a indução de transcritos da glicólise e

vias de malato na fase saprofítica e repressão dessas na biotrófica. Corroborando com

esses dados, nossa análise foi realizada com o fungo na fase dicariótica e foi observado,

principalmente, a modulação de proteínas da via glicolítica, de síntese de proteínas e de

proteínas relacionadas a processo de redução e oxidação, os quais correspondem ao

intenso crescimento do fungo nessa fase e à indução de proteínas de resposta ao intenso

estresse oxidativo que ocorre na planta durante a infecção, principalmente no fungo 565

(mais agressivo). Os resultados indicam que constituintes do FA de cacau podem ter

importante função na indução de resposta de defesa à infecção pelo M. perniciosa, no

isolado 553. Nossos dados sugerem que constituintes do FA de variedades contrastantes

de T. cacao induzem o remodelamento proteico micelial do M. perniciosa de acordo

com o grau de agressividade dos isolados evidenciando uma interação específica do

patossistema M. perniciosa x T. cacao. Isso pode ser observado uma vez que um

número bastante expressivo de proteínas diferenciais foi evidenciado em resposta ao FA

de TSH no isolado 565 (mais agressivo), e mostra relação com respostas de defesa e

redox no hospedeiro, como proteínas Aldo-ceto redutases, Erilisina b, cisteína

peroxirredoxina e SOD. Os resultados do presente trabalho indicam que a análise de

isolados com diferentes graus de agressividade podem contribuir para a identificação de

alvos direta e indiretamente ligados aos mecanismos de patogenicidade do M.

perniciosa, além de trazer informações importantes a respeito do metabolismo desse

fungo em condições de estresse, simulando a infecção do hospedeiro.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABAD, A. et al. What makes Aspergillus fumigatus a successful pathogen? Genes and molecules involved in invasive aspergillosis. Revista iberoamericana de micología, v. 27, n. 4, p. 155–82, 2010.

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

58

AFROZ, A. et al. Application of proteomics to investigate stress-induced proteins for improvement in crop protection. Plant cell reports, v. 30, n. 5, p. 745–63, 2011.

AIME, M. C. e PHILLIPS-MORA, W. The causal agents of witches’ broom and frosty pod rot of cacao (chocolate, Theobroma cacao) form a new lineage of Marasmiaceae. Mycologia, v. 97, n. 5, p. 1012–1022, 2005.

ALBUQUERQUE, P. S. B. et al. Novel sources of witches’ broom resistance (causal agent Moniliophthora perniciosa) from natural populations of Theobroma cacao from the Brazilian Amazon. Euphytica, v. 172, n. 1, p. 125–138, 2009.

ALGER, K. e CALDAS, M. Cacau na Bahia: decadência e ameaça à Mata Atlântica. Ciência Hoje, v. 20, n. 117, p. 28–35, 1996.

ALLOUSH, H. M. et al. 3-phosphoglycerate kinase: a glycolytic enzyme protein present in the cell wall of Candida albicans. Microbiology (Reading, England), v. 143, p. 321–30, 1997.

ALVIM, F. C. et al. Carbon source-induced changes in the physiology of the cacao pathogen Moniliophthora perniciosa ( Basidiomycetes ) affect mycelial morphology and secretion of necrosis-inducing proteins. Genetics and Molecular Research, v. 8, n. 3, p. 1035–1050, 2009.

ANDEBRHAN, T. et al. Molecular fingerprinting suggests two primary outbreaks of witches ’ broom disease ( Crinipellis perniciosa ) of Theobroma cacao in Bahia , Brazil. European Journal of Plant Pathology, v. 105, n. 2, p. 167–175, 1999.

ANGIOLELLA, L. et al. Identification of a glucan-associated enolase as a main cell wall protein of Candida albicans and an indirect target of lipopeptide antimycotics. The Journal of infectious diseases, v. 173, n. 3, p. 684–90, 1996.

APEL, K. e HIRT, H. Reactive oxygen species: metabolism, oxidative stress, and signal transduction. Annual review of plant biology, v. 55, p. 373–99, 2004.

ARGOUT, X. et al. The genome of Theobroma cacao. Nature Genetics, v. 43, n. 2, p. 101–108, 2011.

ASADA, K. THE WATER-WATER CYCLE IN CHLOROPLASTS: Scavenging of Active Oxygens and Dissipation of Excess Photons. Annual review of plant physiology and plant molecular biology, v. 50, p. 601–639, 1999.

ASADA, K. Production and Scavenging of Reactive Oxygen Species in Chloroplasts and Their Functions 1. v. 141, n. June, p. 391–396, 2006.

BARBOSA, M. S. et al. Glyceraldehyde-3-Phosphate Dehydrogenase of Paracoccidioides brasiliensis Is a Cell Surface Protein Involved in Fungal Adhesion to Extracellular Matrix Proteins and Interaction with Cells. Infection and Immunity, p. 382–389, 2006.

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

59

BARROS, B. H. R. et al. A proteomic approach to identifying proteins differentially expressed in conidia and mycelium of the entomopathogenic fungus Metarhizium acridum. Fungal biology, v. 114, n. 7, p. 572–9, 2010.

BASTOS, C. Trichoderma stromaticum sp. nov. na produção de basidiomas e infecções de ramos e almofadas florais do cacaueiro por Crinipellis perniciosa. Agrotrópica, v. 12, p. 59–62, 2000.

BEZERRA, J.; COSTA, J. e POMELA, AWV & ALMEIDA, O. Como produzir Tricovab para controlar a vassoura-de-bruxa do cacaueiro. Fitopatologia Brasileira, v. 25 suplem, p. 359, 2000.

BLINDA, a. et al. De novo synthesis and accumulation of apoplastic proteins in leaves of heavy metal-exposed barley seedlings. Plant, Cell and Environment, v. 20, n. 8, p. 969–981, 1997.

BÖHMER, M. et al. Proteomic analysis of dimorphic transition in the phytopathogenic fungus Ustilago maydis. Proteomics, v. 7, n. 5, p. 675–685, 2007.

BOLWELL, G. P. Role of active oxygen species and NO in plant defence responses. Current opinion in plant biology, v. 2, n. 4, p. 287–94, 1999.

BOLWELL, G. P. et al. The apoplastic oxidative burst in response to biotic stress in plants: a three-component system. Journal of experimental botany, v. 53, n. 372, p. 1367–76, 2002.

BOWERS, J. H. et al. The impact of plant diseases on world chocolate production. Plant Health Program, PHP-2001-0709-01-RV., 2001.

BREUSEGEM, F. Van et al. The role of active oxygen species in plant signal transduction. Plant science, v. 161, p. 405–414, 2001.

BRIDGES, H. R.;; BIRRELL, J. A. e HIRST, J. The mitochondrial-encoded subunits of respiratory complex I ( NADH : ubiquinone oxidoreductase ): identifying residues important in mechanism and disease. Biochemical Society Transactions, v. 39, p. 799–806, 2011.

BRUNE, A.;; URBACH, W. e DIETZ, K. Compartmentation and transport of zinc in barley primary leaves as basic mechanisms involved in zinc tolerance. Plant Cell Environ, v. 17, p. 153–62, 1994.

CAI, L. e TU, B. P. Acetyl-CoA drives the transcriptional growth program in yeast. Cell Cycle, v. 10, n. 18, p. 3045–3046, 2011.

CAMILLO, L. R. et al. Tc-cAPX, a cytosolic ascorbate peroxidase of Theobroma cacao L. engaged in the interaction with Moniliophthora perniciosa, the causing agent of witches’ broom disease. Plant physiology and biochemistry : PPB / Societe francaise

de physiologie vegetale, v. 73C, p. 254–265, 2013.

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

60

CHAFFIN, W. L. Cell wall proteins of Candida albicans. Microbiology and molecular biology reviews MMBR, v. 72, n. 3, p. 495–544, 2008.

CHANDLER, J. M. et al. Protein profiling of the dimorphic, pathogenic fungus, Penicillium marneffei. Proteome science, v. 6, p. 17, 2008.

CHAVES, I. et al. Protein changes during programmed cell death in tobacco. Biologia Plantarum, v. 55, n. 1, p. 153–158, 2011.

CHEN, Mi.-M. et al. CYP1, a hypovirus- regulated cyclophilin, is required for virulence in the chestnut blight fungus. Molecular Plant Pathology, v. 12, n. 3, p. 239–246, 2011.

CHRISTENSEN, J. H. et al. Purification and characterization of peroxidases correlated with lignification in poplar xylem. Plant physiology, v. 118, n. 1, p. 125–35, 1998.

COBOS, R. et al. Cytoplasmic- and extracellular-proteome analysis of Diplodia seriata: a phytopathogenic fungus involved in grapevine decline. Proteome science, v. 8, p. 46, 2010.

CONCEIÇÃO, E. H. O. et al. Biochemical Composition of Theobroma grandiflorum Leaves Infected By Crinipellis perniciosa. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v. 9, n. 2, p. 135–138, 1997.

COOPER, B.; GARRETT, W. e CAMPBELL, K. Shotgun identification of proteins from uredospores of the bean rust Uromyces appendiculatus. Proteomics, v. 6, n. 8, p. 2477–84, 2006.

COSTET, L. et al. A pharmacological approach to test the diffusible signal activity of reactive oxygen intermediates in elicitor-treated tobacco leaves. Plant & cell physiology, v. 43, n. 1, p. 91–8, 2002.

COWEN, L. E. e STEINBACH, W. J. Stress, drugs, and evolution: the role of cellular signaling in fungal drug resistance. Eukaryotic cell, v. 7, n. 5, p. 747–64, 2008.

CUI, Y. et al. Mitochondrial release of the NADH dehydrogenase Ndi1 induces apoptosis in yeast. Molecular biology of the cell, v. 23, n. 22, p. 4373–82, 2012.

DANGL, J. L. e JONES, J. D. G. Plant pathogens an integrated defence responses to infection. Nature, v. 411, n. June, p. 826–833, 2001.

DAVLETOVA, S. et al. Cytosolic ascorbate peroxidase 1 is a central component of the reactive oxygen gene network of Arabidopsis. The Plant Cell …, v. 17, p. 268–281, 2005.

DELVECCHIO, V. G. et al. Proteomic Profiling and Identification of Immunodominant Spore Antigens of Bacillus anthracis, Bacillus cereus, and Bacillus thuringiensis. Applied and Environmental Microbiology, v. 72, n. 9, p. 6355–6363, 2006.

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

61

DEVEZE-ALVAREZ, M.;; GARCÍA-SOTO, J. e MARTÍNEZ-CADENA, G. Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase is negatively regulated by ADP-ribosylation in the fungus Phycomyces blakesleeanus. Microbiology, v. 147, n. Pt 9, p. 2579–2584, 2001.

DIAS, C. V. et al. Hydrogen peroxide formation in cacao tissues infected by the hemibiotrophic fungus Moniliophthora perniciosa. Plant physiology and biochemistry : PPB / Société française de physiologie végétale, v. 49, n. 8, p. 917–22, 2011.

DIAZ-VIVANCOS, P. et al. The apoplastic antioxidant system in Prunus: response to long-term plum pox virus infection. Journal of experimental botany, v. 57, n. 14, p. 3813–24, 2006.

DIETZ, K. J. Functions and responses of the leaf apoplast under stress. Progress in Botany, v. 58, p. 221–254, 1997.

DOEHLEMANN, G. e HEMETSBERGER, C. Tansley review Apoplastic immunity and its suppression by filamentous plant pathogens. p. 1001–1016, 2013.

DONALD, P. F. Biodiversity Impacts of Some Agricultural Commodity Production Systems. Conservation Biology, v. 18, n. 1, p. 17–38, 2004.

DOYLE, S. Fungal proteomics : from identification to function. FEMS microbiology letters, v. 321, p. 1–9, 2011.

EGEA, L. et al. Role of secreted glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase in the infection mechanism of enterohemorrhagic and enteropathogenic Escherichia coli: interaction of the extracellular enzyme with human plasminogen and fibrinogen. The international journal of biochemistry & cell biology, v. 39, n. 6, p. 1190–203, 2007.

EROLES, P. et al. The highly immunogenic enolase and Hsp70 are adventitious Candida albicans cell wall proteins. Microbiology, v. 143, p. 313–320, 1997.

EVANS, H. Witches’ broom disease - a case study. Cocoa Growers’ Bull, v. 32, p. 5–19, 1981.

FARRELL, P. H. O. High Resolution Two-Dimensional Electrophoresis of Proteins. J Biol Chem., v. 250, n. 10, p. 4007–4021, 1975.

FERNÁNDEZ, M. B. et al. Hydrophobic proteins secreted into the apoplast may contribute to resistance against Phytophthora infestans in potato. Plant physiology and biochemistry : PPB / Société française de physiologie végétale, v. 60, p. 59–66, 2012.

FERNÁNDEZ-ACERO, F. J. et al. Proteomic analysis of phytopathogenic fungus Botrytis cinerea as a potential tool for identifying pathogenicity factors, therapeutic targets and for basic research. Archives of microbiology, v. 187, n. 3, p. 207–15, 2007.

FLOR, H. Current Status of the gene-for-gene concept. Annu Rev Phytophatol, v. 9, p. 275–296, 1971.

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

62

FRANCO, M. et al. Program of the environmental development of the rain forest region in Bahia, Brazil - development of a metodology. . [S.l: s.n.], 1994.

FRIAS, GA, PURDY LH, S. R. An inoculation method for evaluating resistance of cacao to Crinipellis perniciosa. Plant Disease, p. 787–791, 1995.

GARCIA, O. et al. Characterization of necrosis and ethylene-inducing proteins (NEP) in the basidiomycete Moniliophthora perniciosa, the causal agent of witches’ broom in Theobroma cacao. Mycological Research, v. 111, n. Pt 4, p. 443–455, 2007.

GAU, A. E. et al. Accumulation of Pathogenesis-Related Proteins in the Apoplast of a Susceptible Cultivar of Apple (Malus domestica cv. Elstar) after Infection by Venturia inaequalis and Constitutive Expression of PR Genes in the Resistant Cultivar Remo. European Journal of Plant Pathology, v. 110, n. 7, p. 703–711, 2004.

GESTEIRA, A. S. et al. Comparative analysis of expressed genes from cacao meristems infected by Moniliophthora perniciosa. Annals of botany, v. 100, n. 1, p. 129–40, 2007.

GLAZEBROOK, J. Contrasting mechanisms of defense against biotrophic and necrotrophic pathogens. Annual review of phytopathology, v. 43, p. 205–27, 2005.

GONZALEZ, Y. et al. Nuclear shape, growth and integrity in the closed mitosis of fission yeast depend on the Ran-GTPase system, the spindle pole body and the endoplasmic reticulum. Journal of cell science, v. 122, n. Pt 14, p. 2464–72, 2009.

GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, R.;; PRATS, E. e JORRÍN-NOVO, J. V. Proteomics of plant pathogenic fungi. Journal of biomedicine & biotechnology, v. 2010, p. 932527, 2010.

GOVRIN, E. M. e LEVINE, a. The hypersensitive response facilitates plant infection by the necrotrophic pathogen Botrytis cinerea. Current biology : CB, v. 10, n. 13, p. 751–7, 2000.

GREENBERG, J. T. Programmed Cell Death in Plant-Pathogen Interactions. Annual review of plant physiology and plant molecular biology, v. 48, p. 525–545, 1997.

GRIFFITH, G. W. et al. Witches’ brooms and frosty pods: Two major pathogens of cacao. New Zealand Journal of Botany, v. 41, n. 3, p. 423–435, 2003.

GUO, Y. e SONG, Y. Differential proteomic analysis of apoplastic proteins during initial phase of salt stress in rice. Plant Physiology, n. February, p. 121–122, 2009.

GUPTA, S. et al. In search of decoy/guardee to R genes: deciphering the role of sugars in defense against Fusarium wilt in chickpea. Plant signaling & behavior, v. 5, n. 9, p. 1081–7, 2010.

GYGI, S. P. et al. Correlation between protein and mRNA abundance in yeast. Molecular and cellular biology, v. 19, n. 3, p. 1720–30, 1999.

Page 79: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

63

HAFRÉN, A.; ESKELIN. K.; MÄKINEN. K. Ribosomal Protein P0 Promotes Potato Virus A Infection and Functions in Viral Translation Together with VPg and eIF(iso)4E. J. Virol. 87 (8): 4302-12, 2013.

HASLAM, R. P. et al. The assessment of enriched apoplastic extracts using proteomic approaches. Annals of Applied Biology, v. 143, n. 1, p. 81–91, 2006.

HEBBAR, P. K. Cacao Diseases : Important Threats to Chocolate Production Worldwide Cacao Diseases : A Global Perspective from an Industry Point of View. Phytopathology, v. 97, n. 12, p. 1658–1663, 2007.

HELLER, J. e TUDZYNSKI, P. Reactive oxygen species in phytopathogenic fungi: signaling, development, and disease. Annual review of phytopathology, v. 49, p. 369–90, 2011.

HENDERSON, A. e HERSHEY, J. W. Eukaryotic translation initiation factor (eIF) 5A stimulates protein synthesis in Saccharomyces cerevisiae. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 108, n. 16, p. 6415–9, 2011.

HEUSDEN, G. P. H. VAN. 14-3-3 Proteins: insights from genome-wide studies in yeast. Genomics, v. 94, n. 5, p. 287–93, 2009.

HOORN, R. a L. VAN DER e KAMOUN, S. From Guard to Decoy: a new model for perception of plant pathogen effectors. The Plant cell, v. 20, n. 8, p. 2009–17, 2008.

HYNES, M. J. et al. Role of carnitine acetyltransferases in acetyl coenzyme A metabolism in Aspergillus nidulans. Eukaryotic cell, v. 10, n. 4, p. 547–55, 2011.

ISHIKAWA, T. e SHIGEOKA, S. Recent Advances in Ascorbate Biosynthesis and the Physiological Significance of Ascorbate Peroxidase in Photosynthesizing Organisms. Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry, v. 72, n. 5, p. 1143–1154, 2008.

ITO, K. et al. Dissection of the host range of the fungal plant pathogen Alternaria alternata by modification of secondary metabolism. Molecular microbiology, v. 52, n. 2, p. 399–411, 2004.

JEZ, J. M. et al. Comparative anatomy of the aldo – keto reductase superfamily. v. 636, p. 625–636, 1997.

JIN, S. et al. Increased expression of a plant actin gene during a biotrophic interaction between round-leaved mallow, Malva pusilla, and Colletotrichum gloeosporioides f. sp. malvae. Planta, v. 209, n. 4, p. 487–94, 1999.

JOHNS, N. Conservation in Brazil’s Chocolate Forest: The Unlikely Persistence of the Traditional Cocoa Agroecosystem. Environ manage, v. 23, n. 1, p. 31–47, 1999.

JONES, J. D. G. e DANGL, J. L. The plant immune system. Nature, v. 444, n. 7117, p. 323–9, 2006.

Page 80: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

64

JUN, H.;; GUANGYE, H. e DAIWEN, C. Insights into enzyme secretion by filamentous fungi: Comparative proteome analysis of Trichoderma reesei grown on different carbon sources. Journal of proteomics, v. 89, p. 191–201, 2013.

JUNG, W.-J. et al. Effects of Pseudomonas aureofaciens 63-28 on Defense Responses in Soybean Plants Infected by Rhizoctonia solani. J. Microbiol. Biotechnol., v. 21, n. January, p. 379–386, 2011.

KAN, J. a L. VAN. Licensed to kill: the lifestyle of a necrotrophic plant pathogen. Trends in plant science, v. 11, n. 5, p. 247–53, 2006.

KENYON, L. et al. Pathogenicity mutants of the tomato leaf mould fungus Fulvia fulva (Cooke) Ciferri (Syn. Cladosporium fulvum Cooke). Physiological and Molecular Plant Pathology, v. 43, p. 173–191, 1993.

KIM, I.-S. et al. A cyclophilin A CPR1 overexpression enhances stress acquisition in Saccharomyces cerevisiae. Molecules and cells, v. 29, n. 6, p. 567–74, 2010.

LEAL, G. a et al. Searching for Moniliophthora perniciosa pathogenicity genes. Fungal biology, v. 114, n. 10, p. 842–54, 2010.

LEAL JR, G.;; ALBUQUERQUE, P. e FIGUEIRA, A. Genes differentially expressed in Theobroma cacao associated with resistance to witches ’ broom disease caused by Crinipellis perniciosa. Energia Nuclear, v. 8, p. 279–292, 2007.

LEVINE, A. et al. H2O2 from the oxidative burst orchestrates the plant hypersensitive disease resistance response. Cell, v. 79, n. 4, p. 583–593, 1994.

LI, Z.-C. e MCCLURE, J. Soluble and Bound Apoplastic Proteins and Isozymes of Peroxidase, Esterase and Malate Dehydrogenase in Oat Primary Leaves. Journal of plant physiology, v. 136, n. 4, p. 398–403, 1990.

LIAO, S. et al. Functional analysis of an S-adenosylhomocysteine hydrolase homolog of chestnut blight fungus. FEMS microbiology letters, v. 336, n. 1, p. 64–72, 2012.

LIM, D. et al. Proteins associated with the cell envelope of Trichoderma reesei: a proteomic approach. Proteomics, v. 1, n. 7, p. 899–909, 2001.

LIMA, J. O. et al. The glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase gene of Moniliophthoraperniciosa, the causal agent of witches’ broom disease of Theobroma cacao. Genetics and Molecular Biology, v. 32, n. 2, p. 362–366, 2009.

LOBÃO, D. Agroecossistema cacaueiro da Bahia: cacau/cabruca e fragmentos florestais na conservação de espécies arbóreas. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Jabotical, São Paulo. - [S.l.]. 2007.

LOGUERCIO, L. L. et al. Canopy-microclimate effects on the antagonism between Trichoderma stromaticum and Moniliophthora perniciosa in shaded cacao. Plant Pathology, v. 58, n. 6, p. 1104–1115, 2009.

Page 81: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

65

LOGUERCIO-LEITE, C.;; DRESCHLER-SANTOS, E. R. e ABRÃO, R. L. A particularidade de ser um fungo – I . Constituintes celulares. Biotemas, v. 19, n. 2, p. 17–27, 2006.

LOPES, M. A. et al. Use of response surface methodology to examine chitinase regulation in the basidiomycete Moniliophthora perniciosa. Mycological Research, v. 112, n. Pt 3, p. 399–406, 2008.

LÓPEZ, J. L. Two-dimensional electrophoresis in proteome expression analysis. Journal of chromatography. B, Analytical technologies in the biomedical and life sciences, v. 849, n. 1-2, p. 190–202, 2007.

MACHADO, R. Characterization of the intercellular solution in cocoa plants infected with Crinipelis perniciosa in Trinidad. Agrotrópica, v. 3, p. 129–137, 1991.

MARUTA, T. et al. Cytosolic ascorbate peroxidase 1 protects organelles against oxidative stress by wounding- and jasmonate-induced H(2)O(2) in Arabidopsis plants. Biochimica et biophysica acta, v. 1820, n. 12, p. 1901–7, 2012.

MEHDY, M. C. Active Oxygen Species in Plant Defense against Pathogens. Plant physiology, v. 105, n. 2, p. 467–472, 1994.

MEHTA, A. et al. Plant-pathogen interactions: what is proteomics telling us? The FEBS journal, v. 275, n. 15, p. 3731–46, 2008.

MEINHARDT, L. W. et al. In vitro production of biotrophic-like cultures of Crinipellis perniciosa, the causal agent of witches’ broom disease of Theobroma cacao. Current Microbiology, v. 52, n. 3, p. 191–196, 2006.

MEINHARDT, L. W. et al. Moniliophthora perniciosa, the causal agent of witches’ broom disease of cacao: what's new from this old foe? Molecular Plant Pathology, v. 9, n. 5, p. 577–588, 2008.

MILLER, G. et al. Double mutants deficient in cytosolic and thylakoid ascorbate peroxidase reveal a complex mode of interaction between reactive oxygen species, plant development, and response to abiotic stresses. Plant physiology, v. 144, n. 4, p. 1777–85, 2007.

MITTLER, R. et al. Transgenic tobacco plants with reduced capability to detoxify reactive oxygen intermediates are hyperresponsive to pathogen infection. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 96, n. 24, p. 14165–70, 1999.

MITTLER, R. et al. Reactive oxygen gene network of plants. Trends in plant science, v. 9, n. 10, p. 490–8, 2004.

MOHAMMADI, P. P. et al. Organ-specific proteomic analysis of drought-stressed soybean seedlings. Journal of proteomics, v. 75, n. 6, p. 1906–23, 2012.

Page 82: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

66

MONDEGO, J. M. C. et al. A genome survey of Moniliophthora perniciosa gives new insights into Witches’ Broom Disease of cacao. BMC genomics, v. 9, p. 548, 2008.

MONZANI, P. S. et al. A new topology of ACBP from Moniliophthora perniciosa. Biochimica et biophysica acta, v. 1804, n. 1, p. 115–23, 2010.

MONZANI, P. S. et al. Structural Analysis of Cyclophilin from Moniliophthora Perniciosa and Inhibitory Activity of Cyclosporin an on Germination and Growth of Fungi. Pharmaceutica Analytica Acta, p. 1–7, 2011.

NAYAK, A. P.;; GREEN, B. J. e BEEZHOLD, D. H. Fungal hemolysins. Medical mycology : official publication of the International Society for Human and Animal

Mycology, v. 51, n. 1, p. 1–16, 2013.

NDOUMOU, D.;; NDZOMO, G. e DJOCGOUE, P. Changes in Carbohydrate , Amino Acid and Phenol Contents in Cocoa Pods from Three Clones after Infection with Phytophthora megakarya Bra . and Grif . Annals of Botany, v. 77, p. 153–158, 1996.

NEUHOFF, V. et al. Improved staining of proteins in polyacrylamide gels including isoelectric focusing gels with clear background at nanogram sensitivity using Coomassie Brilliant Blue G-250 and R-250. Electrophoresis, v. 9, p. 255–262, 1988.

NOCTOR, G. e FOYER, C. H. Ascorbate and glutathione: keeping active oxygen under control. Annu Rev Plant Physiol Plant Mol Biol, v. 49, p. 249–79, 1998.

NOJOSA, G. B. A. et al. Componentes Fenólicos e Enzimas Oxidativas em Clones de Theobroma cacao Resistentes e Suscetíveis a Crinipellis perniciosa. Fitopatologia Brasileira, v. 28, n. 1968, 2003.

OH, I. S. et al. Secretome Analysis Reveals an Arabidopsis Lipase Involved in Defense against Alternaria brassicicola. October, v. 17, n. October, p. 2832–2847, 2005.

CEITA, GO. et al. Involvement of calcium oxalate degradation during programmed cell death in Theobroma cacao tissues triggered by the hemibiotrophic fungus Moniliophthora perniciosa. Plant Science, v. 173, n. 2, p. 106–117, 2007.

OLIVEIRA, G. a P. DE et al. Moniliophthora perniciosa Necrosis- and Ethylene-Inducing Protein 2 (MpNep2) as a Metastable Dimer in Solution: Structural and Functional Implications. PloS one, v. 7, n. 9, p. e45620, 2012.

OLIVEIRA, M. L. e LUZ, E. D. M. . Identificação e Manejo das Principais Doenças do Cacaueiro no Brasil. Ilhéus: CEPLAC/CEPEC/SEFIT, 2005. p. 19–22

ORCHARDT, J. e HARDWICK, K. Photosynthesis, carbohydrate translocation and metabolism of host and fungal tissues in cacao seedlings infected with Crinipellis perniciosa. In: IN: PROCEEDINGS OF THE 10TH INTER-NATIONAL COCOA RESEARCH CONFERENCE. Anais... [S.l: s.n.], 1988.

PANDEY, A. e MANN, M. Proteomics to study genes and genomes. Nature, v. 405, n. June, p. 837–846, 2000.

Page 83: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

67

PECHANOVA, O. et al. Apoplast proteome reveals that extracellular matrix contributes to multistress response in poplar. BMC genomics, v. 11, n. 1, p. 674, 2010.

PENMAN, D. et al. Chitin as a measure of biomass of Crinipellis perniciosa , causal agent of witches ’ broom disease of Theobroma cacao. v. 104, n. June, p. 671–675, 2000.

PEREIRA, J.;ALMEIDA, L. e SANTOS, S. Witches’ broom disease of cocoa in Bahia : attempts at eradication and containment. Crop Protection, v. 15, n. 8, p. 743–752, 1996.

PIGNOCCHI, C. e FOYER, C. H. Apoplastic ascorbate metabolism and its role in the regulation of cell signalling. Current Opinion in Plant Biology, v. 6, n. 4, p. 379–389, 2003.

PIRES, A. B. L. et al. Early development of Moniliophthora perniciosa basidiomata and developmentally regulated genes. BMC microbiology, v. 9, p. 158, 2009.

PIROVANI, C. Identificação e caracterização de proteinas expressas no espaço intercelular de folhas de Theobroma cacao na interação com Moniliophthora perniciosa. Universidade Estadual de Campinas - [S.l.]. 2008.

PIROVANI, C. P. et al. Protein extraction for proteome analysis from cacao leaves and meristems, organs infected by Moniliophthora perniciosa, the causal agent of the witches’ broom disease. Electrophoresis, v. 29, n. 11, p. 2391–401, 2008.

PIROVANI, C. P. et al. Theobroma cacao cystatins impair Moniliophthora perniciosa mycelial growth and are involved in postponing cell death symptoms. Planta, v. 232, n. 6, p. 1485–1497, 2010.

PITARCH, A. et al. Sequential fractionation and two-dimensional gel analysis unravels the complexity of the dimorphic fungus Candida albicans cell wall proteome. Molecular cellular proteomics MCP, v. 1, n. 12, p. 967–982, 2002.

POYNTON, R. a e HAMPTON, M. B. Peroxiredoxins as biomarkers of oxidative stress. Biochimica et biophysica acta, p. 1–7, 2013.

PUNGARTNIK, C. et al. Reactive oxygen species and autophagy play a role in survival and differentiation of the phytopathogen Moniliophthora perniciosa. Fungal Genetics and Biology, v. 46, n. 6-7, p. 461–472, 2009.

PURDY, L. H. e SCHMIDT, R. a. STATUS OF CACAO WITCHES’ BROOM: biology, epidemiology, and management. Annual review of phytopathology, v. 34, p. 573–94, 1996.

QUAN, L.-J. et al. Hydrogen peroxide in plants: a versatile molecule of the reactive oxygen species network. Journal of integrative plant biology, v. 50, n. 1, p. 2–18, 2008.

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

68

Dixon, RA e Christopher JL. Molecular communication in interactions between plant and microbial pathogens. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, n. 41, p. 339–367, 1996.

REP, M. Small proteins of plant-pathogenic fungi secreted during host colonization. FEMS microbiology letters, v. 253, n. 1, p. 19–27, 2005.

RESENDE, M. L. V et al. Seleção de Extratos Vegetais para Indução de Resistência e Ativação de Respostas de Defesa em Cacaueiro contra a Vassoura-de-bruxa. 2007.

RINALDI, C. et al. Transcript profiling of poplar leaves upon infection with compatible and incompatible strains of the foliar rust Melampsora larici-populina. Plant physiology, v. 144, n. 1, p. 347–66, 2007.

RINCONES, J. et al. Differential gene expression between the biotrophic-like and saprotrophic mycelia of the witches’ broom pathogen Moniliophthora perniciosa. Molecular plant-microbe interactions : MPMI, v. 21, n. 7, p. 891–908, 2008.

RIO, M. C. S. Do et al. Production of calcium oxalate crystals by the basidiomycete Moniliophthora perniciosa, the causal agent of witches’ broom disease of Cacao. Current Microbiology, v. 56, n. 4, p. 363–370, 2008.

ROBERTS, M. R.;; SALINAS, J. e COLLINGE, D. B. 14-3-3 proteins and the response to abiotic and biotic stress. p. 1031–1039, 2002.

ROSA, S. B. et al. Cytosolic APx knockdown indicates an ambiguous redox responses in rice. Phytochemistry, v. 71, n. 5-6, p. 548–58, 2010.

RUDGARD, S. Detailed description of symptoms of witches broom disease of cocoa caused by Crinipellis perniciosa. Cocoa Growers’ Bull, v. 41, p. 32, 1989.

SANTOS, C.; BALLESTA, J. P. G. Ribosomal phosphoprotein P0, contrary to phosphoproteins P1 and P2, is required for Saccharomyces cerevisiae viability and ribosome assembly. J. Biol. Chem. 269: 15689-15696, 1994.

SAKURAI, N. Dynamic function and regulation of apoplast in the plant body. Journal of Plant Research, v. 111, n. 1, p. 133–148, 1998.

SALZER, P. et al. Rapid reactions of spruce cells to elicitors released from the ectomycorrhizal fungus Hebeloma crustuliniforme, and inactivation of these elicitors by extracellular spruce cell enzymes. Planta, v. 198, n. 1, p. 118–126, 1996.

SANTIAGO, A. S. Análise proteômica da interação cacau (Theobroma cacao L.) – Moniliophtora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora, fungo causador da vassoura-de-bruxa. Universidade Estadual de Santa Cruz - [S.l.]. 2010.

SANTOS, R. X. et al. Carbon source-dependent variation of acquired mutagen resistance of Moniliophthora perniciosa: similarities in natural and artificial systems. Fungal genetics and biology FG B, v. 45, n. 6, p. 851–860, 2008.

Page 85: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

69

SATTELMACHER, B. The apoplast and its significance for plant mineral nutrition. New Phytologist, v. 149, n. 2, p. 167–192, 2001.

SCARPARI, L. M. et al. Biochemical changes during the development of witches’ broom: the most important disease of cocoa in Brazil caused by Crinipellis perniciosa. Journal of Experimental Botany, v. 56, n. 413, p. 865–877, 2005.

SCHENKMAN, J. B. e JANSSON, I. The many roles of cytochrome b5. Pharmacology & Therapeutics, v. 97, n. 2, p. 139–152, 2003.

SHETTY, N. P. et al. Role of hydrogen peroxide during the interaction between the hemibiotrophic fungal pathogen Septoria tritici and wheat. The New phytologist, v. 174, n. 3, p. 637–47, 2007.

SHEVCHENKO, A. et al. In-gel digestion for mass spectrometric characterization of proteins and proteomes. Nature Protocols, v. 1, n. 6, p. 2856–60, 2006.

SHIBATA, T. et al. Isolation and characterization of a novel two-component hemolysin, erylysin A and B, from an edible mushroom, Pleurotus eryngii. Toxicon : official

journal of the International Society on Toxinology, v. 56, n. 8, p. 1436–42, 2010.

SHIGEOKA, S. et al. Regulation and function of ascorbate peroxidase isoenzymes. Journal of experimental botany, v. 53, n. 372, p. 1305–19, 2002.

SILVA, S. D. V. M. e MATSUOKA, K. Histologia da interaçao Crinipellis perniciosa em cacaueiros suscetível e resistente. Fitopatologia Brasileira, v. 24, n. 1, p. 54–59, 1999.

SINGER, R. A monographic study of the genera “‘Crinipellis’” and ‘‘Chaetocalathus". Lilloa, v. 8, p. 441–534, 1942.

SMIDT, O. DE;; PREEZ, J. C. DU e ALBERTYN, J. The alcohol dehydrogenases of Saccharomyces cerevisiae: a comprehensive review. FEMS yeast research, v. 8, n. 7, p. 967–78, 2008.

STAHEL, G. Marasmius perniciosus nov. spec. Dept Landbouw in Suriname, v. 33, p. 1–27, 1915.

TAN, K. et al. Assessing the impact of transcriptomics , proteomics and metabolomics on fungal phytopathology. Molecular Plant Pathology, v. 10, n. 5, p. 703–715, 2009.

TEHLIVETS, O. et al. S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase and methylation disorders: yeast as a model system. Biochimica et biophysica acta, v. 1832, n. 1, p. 204–15, 2013.

THOMAZELLA, D. P. T. et al. The hemibiotrophic cacao pathogen Moniliophthora perniciosa depends on a mitochondrial alternative oxidase for biotrophic development. New Phytologist, v. 194, n. 4, p. 1025–1034, 2012.

Page 86: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

70

TURNER, M. a et al. Structure and function of S-adenosylhomocysteine hydrolase. Cell biochemistry and biophysics, v. 33, n. 2, p. 101–25, 2000.

UNGER, C. et al. Suppression of the Defence-Related Oxidative Burst in Bean Leaf Tissue and Bean Suspension Cells by the Necrotrophic Pathogen Botrytis cinerea. Journal of Phytopathology, v. 153, n. 1, p. 15–26, 2005.

VALLEDOR, L. e JORRÍN, J. Back to the basics: Maximizing the information obtained by quantitative two dimensional gel electrophoresis analyses by an appropriate experimental design and statistical analyses. Journal of proteomics, v. 74, n. 1, p. 1–18, 2011.

VANACKER, H.;; CARVER, T. e FOYER, C. Pathogen-induced changes in the antioxidant status of the apoplast in barley leaves. Plant physiology, v. 117, n. 3, p. 1103–14, 1998.

VASINA, D. V;; LOGINOV, D. S. e KOROLEVA, O. V. Comparative proteomic study of the basidiomycete Trametes hirsuta grown on different substrates. Biochemistry.

Biokhimii͡ a, v. 78, n. 5, p. 477–84, 2013.

VERICA, J. a et al. Isolation of ESTs from cacao (Theobroma cacao L.) leaves treated with inducers of the defense response. Plant cell reports, v. 23, n. 6, p. 404–13, 2004.

VILLELA-DIAS, C. et al. Nep1-like protein from Moniliophthora perniciosa induces a rapid proteome and metabolome reprogramming in cells of Nicotiana benthamiana. Physiologia plantarum, 150: 1–17. 2014 (Epub 2013 May 16).

WANG, W. et al. Role of plant heat-shock proteins and molecular chaperones in the abiotic stress response. Trends in plant science, v. 9, n. 5, p. 244–52, 2004.

WANG, Z.-L. et al. Catalases play differentiated roles in the adaptation of a fungal entomopathogen to environmental stresses. Environmental microbiology, v. 15, n. 2, p. 409–18, 2013.

WARTENBERG, D. et al. Secretome analysis of Aspergillus fumigatus reveals Asp-hemolysin as a major secreted protein. International journal of medical microbiology : IJMM, v. 301, n. 7, p. 602–11, 2011.

WASHBURN, M. P.;; WOLTERS, D. e YATES, J. R. Large-scale analysis of the yeast proteome by multidimensional protein identification technology. Nature Biotechnology, v. 19, n. 3, p. 242–247, 2001.

WESTHUIZEN, A. e PRETORIUS, Z. Protein Composition of Wheat Apoplastic Fluid and Resistance to the Russian Wheat Aphid. Australian Journal of Plant Physiology, v. 23, n. 5, p. 645–648, 1996.

WHEELER, G. L.;; JONES, M. A. e SMIRNOFF, N. The biosynthetic pathway of vitamin C in higher plants. Nature, v. 393, n. May, p. 365–369, 1998.

Page 87: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

71

WIT, P. J. G. M. D. E. et al. Fungal effector proteins : past , present and future. v. 10, p. 735–747, 2009.

WURTELE, M. et al. Structural view of a fungal toxin acting on a 14-3-3 regulatory complex. The EMBO journal, v. 22, n. 5, p. 987–994, 2003.

XIA, Y. et al. An extracellular aspartic protease functions in Arabidopsis disease resistance signaling. The EMBO journal, v. 23, n. 4, p. 980–8, 2004.

ZAPAROLI, G. et al. The Crystal Structure of Necrosis- and Ethylene-Inducing Protein 2 from the Causal Agent of Cacao’s Witches’ Broom Disease Reveals Key Elements for Its Activity. 2011.

ZHANG, L. et al. Identification of an apoplastic protein involved in the initial phase of salt stress response in rice root by two-dimensional electrophoresis. Plant physiology, v. 149, n. 2, p. 916–28, 2009.

ZHANG, Z.;; HENDERSON, C. e GURR, S. J. Blumeria graminis secretes an extracellular catalase during infection of barley : potential role in suppression of host defence. Molecular Plant Pathology, v. 5, n. 6, p. 537–547, 2004.

Page 88: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

72

CAPÍTULO 2 - Tc-cAPX, a cytosolic ascorbate peroxidase of Theobroma

cacao L. engaged in the interaction with Moniliophthora perniciosa, the causing agent of witches' broom disease.

Page 89: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

73

Page 90: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

74

Page 91: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

75

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

76

Page 93: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

77

Page 94: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

78

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

79

Page 96: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

80

Page 97: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

81

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

82

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

83

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

84

Page 101: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

85

8 Conclusão geral

- O FA de variedades contrastantes de T. cacao induziu o remodelamento proteico

micelial das vias glicolítica, de síntese de proteínas e de proteínas relacionadas

aos processos de redução e oxidação do M. perniciosa.

- A análise de isolados com diferentes graus de patogenicidade sugere uma

interação específica do patossistema M. perniciosa x T. cacao: potencial para a

identificação de alvos direta e indiretamente ligados aos mecanismos de

patogenicidade do fungo

- Variedades de cacau resistentes ao M. perniciosa mostraram aumento da

atividade de peroxidases, especialmente a atividade de APXs e sugere que a rTc-

cAPX esteja associada à essa atividade.

- A rTc-cAPX é uma cAPX com atividade de catalase e apresenta alta estabilidade

- Importância da cAPX de cacau na eliminação de peróxido na interação T. cacao

x M. perniciosa e potencial biotecnológico para futuros estudos

Page 102: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

86

9 Anexos

Page 103: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

87

Tabela 1A. Spots totais identificados Mp553 Spot

ID

aAcession

number Protein identification Organism

bE-value

Nominal

mass (Mr) pI cal.

cIon

Score

Coverage

%

No

peptides

0 gi|238584639

hypothetical protein MPER_10068 (*protein

kinase subdomain-containing protein pkl

ccin9)

Moniliophthora perniciosa 29565 5.65 81 4 1

1 gi|169869158 ATP-dependent RNA helicase eIF4A Coprinopsis cinerea 45456 5.15 268 15 6

3 gi|1020390 catalase Trametes versicolor 53487 6.16 90 3 1

4 gi|393230056 catalase Auricularia delicata 57462 6.75 199 6 3

5 gi|392562664 catalase Trametes versicolor 57096 6.79 254 7 4

6 gi|390594190 heat shock protein 70 Punctularia strigosozonata 67192 5.51 165 6 3

7 gi|390594190 heat shock protein 70 Punctularia strigosozonata 67192 5.51 458 13 8

8 gi|66473249 translation elongation factor 1-alpha Pycnoporus sp. 44366 8.35 354 17 6

9 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*heat

shock protein 70) Moniliophthora perniciosa 16947 5.85 172 25 4

12 gi|238500493 aryl-alcohol dehydrogenase Aspergillus flavus 42561 7,03 64 5 2

15 gi|170086043 pyruvate kinase Laccaria bicolor 58176 6,29 330 14 6

37 gi|393216393 NADH-quinone oxidoreductase Fomitiporia mediterranea 80924 6.54 146 4 3

43 gi|238579030 hypothetical protein MPER_12017 (*triose

phosphate isomerase) Moniliophthora perniciosa 27289 7.01 145 23 2

46 gi|170088512 20S proteasome subunit Laccaria bicolor 33445 5.29 194 14 4

47 gi|71005690 GTP-binding nuclear protein RAN Ustilago maydis 24485 6,6 336 23 6

55 gi|238589203 hypothetical protein MPER_08546 (*enoyl-

hydratase) Moniliophthora perniciosa 4.51E-165 28846 5.23 114 9 2

57 gi|238614224 hypothetical protein MPER_00744 (*urea

hydro-lyase cyanamide) Moniliophthora perniciosa 6.20E-62 10539 7.03 87 11 1

60 gi|67902134 hypothetical protein AN8054.2 (*proteasome

component pre6) Aspergillus nidulans 3.31E-170 29646 6.93 90 9 2

62 gi|392567169 60S ribosomal protein L7 Trametes versicolor 28757 10.18 131 10 2

63 gi|238610635 hypothetical protein MPER_01744 (*40s

ribosomal protein s1) Moniliophthora perniciosa 2.83E-108 17988 9.59 95 16 2

64 gi|336373360 hypothetical protein SERLA73DRAFT_177135

(*ran-specific gtpase-activating protein) Serpula lacrymans 4.66E-116 22311 4,8 190 15 2

65 gi|238581696 hypothetical protein MPER_11146 Moniliophthora perniciosa 2.60E-96 15511 8.3 264 33 4

Page 104: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

88

65 gi|238581696 hypothetical protein MPER_11146

(*glucosamine-6-phosphate isomerase) Moniliophthora perniciosa 2.60E-96 15511 8.3 264 33 4

66 gi|238568133 hypothetical protein MPER_15399 (*voltage-

dependent ion-selective channel) Moniliophthora perniciosa 1.02E-67 10878 8,52 166 21 2

68 gi|148764190 guanine nucleotide binding protein beta

subunit Lentinula edodes 0 34906 5,84 564 35 9

69 gi|169847460 guanine nucleotide binding protein beta

subunit [Coprinopsis cinerea okayama7#130] Coprinopsis cinerea 35168 5.79 176 18 5

71 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 36791 7.07 72 4 1

73 gi|169844935 inorganic diphosphatase Coprinopsis cinerea 33738 5,8 275 24 6

77 gi|238601242 hypothetical protein MPER_04599 (*nad-

malate dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 0 23278 6,58 246 24 4

78 gi|238612042 hypothetical protein MPER_01338 (*aldo

keto reductase) Moniliophthora perniciosa 1.11E-93 14621 7.79 431 50 8

79 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-

keto reductase yakc) Moniliophthora perniciosa 5.08E-109 16947 5.85 257 46 6

80 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-

keto reductase yakc) Moniliophthora perniciosa 5.08E-109 16947 5.85 322 37 6

81 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-

keto reductase yakc) Moniliophthora perniciosa 5.08E-109 16947 5,85 71 14 1

82 gi|389742654 transaldolase Stereum hirsutum 36245 5.84 438 19 8

83 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-

keto reductase yakc) Moniliophthora perniciosa 1.11E-93 16947 5,85 135 26 3

85 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 36791 7.07 67 4 1

88 gi|238593443 hypothetical protein MPER_07111 (*malate

dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 8.70E-121 18178 9,5 108 24 3

90 gi|66473253 translation elongation factor 1-alpha Phaeolus schweinitzii 39018 7.29 269 13 4

92 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7,07 162 6 2

93 gi|238596758 hypothetical protein MPER_06020 (*gtp

binding protein) Moniliophthora perniciosa 6.01E-163 26935 5.6 137 12 2

94 gi|397648758 fructose-bisphosphatase Moniliophthora perniciosa 38450 6.34 107 15 3

Page 105: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

89

96 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 77 6 1

97 gi|50313334 guanine nucleotide binding protein beta

subunit 2 Lentinula edodes 38899 6.31 57 3 1

98 gi|238591692 hypothetical protein MPER_07705 (*alpha

beta-hydrolase) Moniliophthora perniciosa 1.05E-179 27724 4.88 230 26 6

99 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 0 37133 7.07 309 14 5

102 gi|238593481 hypothetical protein MPER_07097 Moniliophthora perniciosa 2.22E-49 25022 4.44 79 7 1

104 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 55 14 1

107 gi|238578412 hypothetical protein MPER_12242

(*adenosine kinase) Moniliophthora perniciosa 0 34193 5.49 363 31 7

109 gi|238579620 hypothetical protein MPER_11800

(*glyceraldehyde-3-phosphate

dehydrogenase)

Moniliophthora perniciosa 0 35911 6.06 159 7 2

111 gi|238588592 hypothetical protein MPER_08751 (*glutamic

oxaloacetic transaminase aat1) Moniliophthora perniciosa 8.07E-147 21992 7.31 443 55 8

112 gi|238579620 hypothetical protein MPER_11800

(*glyceraldehyde-3-phosphate

dehydrogenase)

Moniliophthora perniciosa 0 35911 6.06 112 7 2

113 gi|395332128 ketol-acid reductoisomerase Dichomitus squalens 44288 9.03 387 19 6

114 gi|397648756 fructose-bisphosphate aldolase Moniliophthora perniciosa 40628 5.27 119 9 2

117 gi|238581109 hypothetical protein MPER_11362 (*aldo

keto reductase) Moniliophthora perniciosa 3.72E-177 27304 5.87 102 8 2

119 gi|238614370 hypothetical protein MPER_00701 (*acetyl-

acetyltransferase) Moniliophthora perniciosa 6.34E-115 17116 9.67 93 6 1

122 gi|238593028 hypothetical protein MPER_07256

(*aspartate aminotransferase) Moniliophthora perniciosa 1.91E-111 17324 5.26 150 22 2

123 gi|299755136 succinate-CoA ligase Coprinopsis cinerea o 45011 5.9 59 2 1

126 gi|336370011 hypothetical protein SERLA73DRAFT Serpula lacrymans 42645 6.82 59 4 2

127 gi|238607932 hypothetical protein MPER_02541 (*3-

isopropylmalate dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 9.57E-136 23173 5.65 194 25 3

131 gi|302672926 Actin-1 Schizophyllum commune 41876 5.3 443 39 10

132 gi|170083999 predicted protein (translation elongation

factor tu) Laccaria bicolor 0 48546 6.05 80 2 1

Page 106: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

90

135 gi|154125603 hydrophobin Trichoderma virens 10689 5.12 106 17 1

136 gi|390602667 Diphosphomevalonate decarboxylase Punctularia strigosozonata 43712 6.77 148 4 2

139 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 397 16 8

140 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5,83 396 17 8

141 gi|170091668 predicted protein (*dead-domain-containing

protein) Laccaria bicolor 0 44902 5.38 303 14 6

144 gi|169853382 citrate synthase Coprinopsis cinerea 51798 7.70 136 6 3

146 gi|114155449 citrate synthase Phanerochaete

chrysosporium 49158 7.85 60 5

147 gi|388578795 DEAD-domain-containing protein Wallemia sebi 44502 5.06 196 9 4

151 gi|426201064 hypothetical protein AGABI2DRAFT_189297

(*enolase) Agaricus bisporus 0 47572 5,73 276 12 4

153 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 239 10 4

154 gi|392597904 enolase Coniophora puteana 47350 6,12 355 9 4

155 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 422 14 7

156 gi|238566324 hypothetical protein MPER_15891

(*elongation factor 1-gamma) Moniliophthora perniciosa 8.72E-93 20427 8.8 693 65 11

158 gi|238580487 hypothetical protein MPER_11585

(*uroporphyrin-iii c-methyltransferase) Moniliophthora perniciosa 0 37345 5.7 418 25 9

159 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 33864 5.18 198 16 3

160 gi|238566324 hypothetical protein MPER_15891

(*elongation factor 1-gamma) Moniliophthora perniciosa 8.72E-93 20427 8.8 411 50 8

161 gi|392597536 rab GDP-dissociation inhibitor Coniophora puteana 0 50266 5.18 346 13 6

162 gi|58758727 translation elongation factor EF1-alpha Grifola frondosa 44499 8.55 141 12 4

166 gi|393220215 ATP synthase F1, beta subunit Fomitiporia mediterranea 58129 5.89 884 37 14

167 gi|238590067 hypothetical protein MPER_08253

(*fumarate reductase) Moniliophthora perniciosa 0 35440 7.88 510 46 9

170 gi|238576965 hypothetical protein MPER_12781 (*udp-

xylose synthase) Moniliophthora perniciosa 0 45756 6.41 450 28 8

171 gi|169849981 argininosuccinate synthetase Coprinopsis cinerea 47673 361 16 7

172 gi|238612616 hypothetical protein MPER_01175 (*2-

methylcitrate dehydratase) Moniliophthora perniciosa 5.46E-111 19160 9.18 186 29 4

174 gi|238601164 hypothetical protein MPER_04624 (*26s Moniliophthora perniciosa 1.03E-94 17745 8.01 80 22 3

Page 107: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

91

174 gi|238601164 hypothetical protein MPER_04624 (*26s

protease regulatory subunit 7) Moniliophthora perniciosa 1.03E-94 17745 8.01 80 22 3

178 gi|170097731 6-phosphogluconate dehydrogenase Laccaria bicolor 53553 6.58 185 10 4

182 gi|392558475 glycine hydroxymethyltransferase Trametes versicolor 52192 6.53 303 11 4

187 gi|238595798 hypothetical protein MPER_06327

(*glutamine synthetase guanido kinase) Moniliophthora perniciosa 2.17E-61 10577 6.58 65 9 1

189 gi|58758727 translation elongation factor EF1-alpha Grifola frondosa 44499 8.55 113 11 3

190 gi|238601659 hypothetical protein MPER_04475 (*cndp

dipeptidase) Moniliophthora perniciosa 0 36552 6.35 274 28 7

196 gi|170091726 NAD-aldehyde dehydrogenase Laccaria bicolor 54266 5.61 131 4 2

197 gi|409081292 ATP1 alpha subunit Agaricus bisporus 58272 9.15 341 18 7

198 gi|409081292 ATP1 alpha subunit Agaricus bisporus 58272 842 32 14

199 gi|169846774 UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase Coprinopsis cinerea 56954 7.72 207 15 6

200 gi|401889058 ATP synthase alpha chain, precursor Trichosporon asahii 58262 8.81 85 6 2

203 gi|169861658 alpha-tubulin Coprinopsis cinerea 49695 5.13 764 41 13

204 gi|173519 alpha-tubulin 1 Schizosaccharomyces

pombe 51834 4.97 74 3 1

206 gi|169861658 alpha-tubulin Coprinopsis cinerea 49695 5.13 399 24 8

209 gi|169846774 UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase Coprinopsis cinerea 56954 7.72 536 25 10

210 gi|170097792 UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase Laccaria bicolor 56858 8.49 241 12 5

211 gi|389737962 UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase Stereum hirsutum 56862 7.25 409 23 8

216 gi|389744866 vacuolar ATP synthase Stereum hirsutum 57577 5.42 155 8 3

217 gi|319893582 enoyl-CoA hydratase [Staphylococcus

pseudintermedius HKU10-03] 85094 5.67 63 3 2

219 gi|443922929 vacuolar ATP synthase subunit B Rhizoctonia solani 111324 8.27 329 10 7

222 gi|170090926 glucose-6-P dehydrogenase Laccaria bicolor 58107 6.63 113 5 6

223 gi|238564627 hypothetical protein MPER_16356

(*catalase) Moniliophthora perniciosa 2.98E-81 13179 7.23 207 18 3

224 gi|238613872 hypothetical protein MPER_00836 (*d-

xylulose 5-phosphate d-fructose 6-phosphate

phosphoketolase)

Moniliophthora perniciosa 2.51E-172 26063 6.75 84 4 1

227 gi|238607079 hypothetical protein MPER_02789 (*protein

14-3-3) Moniliophthora perniciosa 3.69E-139 24041 6.31 85 10 2

Page 108: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

92

232 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 (*atp

synthase f1 alpha subunit) 0 38935 9,33 202 15 4

234 gi|409074604 hypothetical protein AGABI1DRAFT_116622

(*catalase) Agaricus bisporus 0 58867 6.45 122 4 2

235 gi|238582313 hypothetical protein MPER_10920

(*catalase) Moniliophthora perniciosa 2.98E-81 25420 7.01 250 35 6

236 gi|409074604 hypothetical protein AGABI1DRAFT_116622

(*catalase) Agaricus bisporus 0 58867 6.45 222 8 4

237 gi|7416050 Ser/Thr protein phosphatase 2A regulatory

subunit A Lentinula edodes 65698 4.88 181 18 4

245 gi|390594669 chaperonin GroL Punctularia strigosozonata 62301 5.38 97 5 2

246 gi|169867040 heat shock protein Coprinopsis cinerea 63590 5.62 84 4 2

248 gi|238579292 hypothetical protein MPER_11918 (*erylysin

b) Moniliophthora perniciosa 0 57257 5,53 114 7 3

250 gi|238592745 hypothetical protein MPER_07351

(*pyruvate decarboxylase) Moniliophthora perniciosa 1.10E-81 12990 9,37 141 18 2

251 gi|238571459 hypothetical protein MPER_14454 (*protein

disulfide isomerase) Moniliophthora perniciosa 3.57E-63 14101 4.73 65 11 1

263 gi|393215641 cobalamin-independent methionine synthase Fomitiporia mediterranea 84456 6.62 143 5 3

265 gi|393245537 heat shock protein 70 Auricularia delicata 67274 5.54 250 8 4

266 gi|299750175 transketolase Coprinopsis cinerea 69756 5.63 183 4 2

271 gi|197104268 hydantoinase/oxoprolinase

[Phenylobacterium zucineum HLK1] 125273 5.51 60 0 1

278 gi|170094730 predicted protein [ S238N-H82] (*heat shock

protein 70) Laccaria bicolor 0 67109 5.49 144 9 4

281 gi|302675266 alcohol oxidase-like protein Auricularia delicata 66574 6.11 71 1 1

282 gi|392558503 heat shock protein 90 Trametes versicolor 79860 4.96 495 11 8

292 gi|402225401 heat shock cognate 70 Dacryopinax sp. 70459 5.12 467 9

293 gi|299741158 hsp70-like protein Coprinopsis cinerea 71962 5.11 496 12 7

297 gi|238596581 hypothetical protein MPER_06078 (*related

to 5-oxoprolinase) Moniliophthora perniciosa 0 33096 5.33 114 12 3

300 gi|390598392 nucleoside diphosphate kinase Punctularia strigosozonata 16822 6.97 151 25 3

303 gi|392558503 heat shock protein 90 Trametes versicolor 79575 4.96 276 10 6

Page 109: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

93

308 gi|393215641 cobalamin-independent methionine synthase Fomitiporia mediterranea 84456 6.62 502 8 6

309 gi|170084893 predicted protein (*cobalamin-independent

methionine synthase) Laccaria bicolor

0 84466 6.22 200 6 4

311 gi|238599066 hypothetical protein MPER_05283

(*saccharopine dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa

0 36194 7.08 237 20 5

312 gi|392597600 P-loop containing nucleoside triphosphate

hydrolase protein Coniophora puteana

94732 6.19 86 2 2

318 gi|83839213 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase [Lilium longiflorum] 35179 6.43 58 12 2

320 gi|170095049 40S ribosomal protein S3 Laccaria bicolor 29347 9.07 165 17 4

330 gi|238573594 hypothetical protein MPER_13892 (*leucyl

aminopeptidase) Moniliophthora perniciosa

3.21E-64 10611 4.81 131 29 2

332 gi|392571029 eukaryotic translation elongation factor 2 Trametes versicolor 94118 6.15 520 19 11

333 gi|390596872 AAA ATPase Punctularia strigosozonata 90644 4.99 440 19 12

334 gi|393213219 P-loop containing nucleoside triphosphate

hydrolase protein Fomitiporia mediterranea 94356 6.08 136 6 4

336 gi|392571029 eukaryotic translation elongation factor 2 Trametes versicolor 94118 6.15 254 5 4

346 gi|238579573 hypothetical protein MPER_11816

(*ubiquitin activating enzyme) Moniliophthora perniciosa

0 80086 5.12 137 3 2

352 gi|336366571 hypothetical protein SERLA73DRAFT_114391

(*actin-like atpase domain-containing

protein)

Serpula lacrymans

93795 6.72 67 3 2

356 gi|238592543 hypothetical protein MPER_07419 (*copper

radical oxidase) Moniliophthora perniciosa

6.53E-61 10676 5,39 101 13 1

360 gi|302688305 hypothetical protein SCHCODRAFT_81685

(*aldo keto reductase) Schizophyllum commune

0 37370 6,05 70 3 2

367 gi|238571459 hypothetical protein MPER_14454 (*protein

disulfide isomerase) Moniliophthora perniciosa

3.57E-63 14101 4.73 60 11 1

378 gi|145228831 eukaryotic translation initiation factor 5A Aspergillus niger 18007 5.31 83 7 1

381 gi|238611634 hypothetical protein MPER_01448 (*duf985

domain-containing protein) Moniliophthora perniciosa

1.83E-67 11742 5.07 112 28 2

396 gi|238604003 hypothetical protein MPER_03743 (*cysteine

peroxiredoxin) Moniliophthora perniciosa

5.37E-81 13731 8,15 282 52 5

397 gi|238579030 hypothetical protein MPER_12017 (*triose Moniliophthora perniciosa 2.40E-173 27289 7.01 257 24 5

Page 110: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

94

397 gi|238579030 hypothetical protein MPER_12017 (*triose

phosphate isomerase) Moniliophthora perniciosa

2.40E-173 27289 7.01 257 24 5

400 gi|238600428 hypothetical protein MPER_04860 (*dimeric

alpha+beta barrel) Moniliophthora perniciosa

2.05E-112 18141 6.95 114 22 3

402 gi|238614224 hypothetical protein MPER_00744 (*urea

hydro-lyase cyanamide) Moniliophthora perniciosa

6.25E-62 10539 7.03 58 11 1

403 gi|336369489 hypothetical protein SERLA73DRAFT_182590

(*proteasome subunit) Serpula lacrymans

0 28209 7.03 191 13 4

405 gi|238588357 hypothetical protein MPER_08828

(*argininosuccinate synthetase) Moniliophthora perniciosa

0 32205 5.05 206 13 3

406 gi|71020461 hypothetical protein UM04314.1 (*actin

depolymerizing factor) Ustilago maydis

1.13E-88 15905 5.55 63 8 1

410 gi|302672998 hypothetical protein SCHCODRAFT_79949

(*20s proteasome subunit) Schizophyllum commune

0 28759 5.91 56 5 1

411 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 (*atp

synthase f1 alpha subunit) Moniliophthora perniciosa

0 38935 9,33 352 24 6

414 gi|7141245 26S proteasome regulatory ATPase subunit

S10b [Vitis riparia]

21913 4,86 110 20 3

417 gi|164658722 hypothetical protein MGL_2282 (*60s

ribosomal protein l2) Malassezia globosa

0 27601 10,89 109 11 2

420 gi|33339126 actin Musa acuminata 41893 5,23 119 9 2

421 gi|33339126 actin Musa acuminata 41893 5.23 431 24 6

435.. gi|115452113 Os03g0266300 [Oryza sativa Japonica Group] 17899 5.8 176 19 4

436 gi|238574988 hypothetical protein MPER_13502 (* proline-

specific peptidase) Moniliophthora perniciosa

8.40E-82 12831 5.02 122 21 3

441 gi|255552590 formate dehydrogenase, putative [Ricinus

communis]

42868 6.28 72 6 1

442 gi|238608426 hypothetical protein MPER_02384 (*40s

ribosomal protein s0) Moniliophthora perniciosa

1.67E-172 26620 9,61 251 23 5

444 gi|238581037 hypothetical protein MPER_11386

(*aldolase) Moniliophthora perniciosa

5.17E-115 20261 5.09 143 33 4

446 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 413 15 7

447 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 35911 7.07 389 15 6

Page 111: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

95

135 gi|154125603 hydrophobin [Trichoderma virens] 10689 5.12 106 17 1

474 gi|388579309 mitochondrial heat shock protein of the

HSP70 family upregulated 15 fold under

aerobic conditions

Wallemia sebi

70780 5.54 167 5 2

491 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-

keto reductase yakc) Moniliophthora perniciosa

0 16947 5.85 210 23 3

493 gi|238598512 hypothetical protein MPER_05452 (*cysteine

proteinase) Moniliophthora perniciosa

0 44479 5.12 188 14 4

494 gi|170094206 predicted protein [S238N-H82] (*v-type

atpase) Laccaria bicolor

0 68051 5.46 69 3 2

520 gi|238596758 hypothetical protein MPER_06020 (*gtp

binding protein) Moniliophthora perniciosa

6.06E-163 26935 5.6 101 20 3

529 gi|397648750 NAD-dependent formate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 40509 6.03 161 11 3

534 gi|238589098 hypothetical protein MPER_08578

(*phosphoglycerate mutase-like protein) Moniliophthora perniciosa

0 29383 9.72 168 14 3

536 gi|170087860 predicted protein [ S238N-H82] (*nad -

binding protein) Laccaria bicolor

0 68659 6.02 74 1 1

550 gi|238568923 hypothetical protein MPER_15176

[Moniliophthora perniciosa FA553] Moniliophthora perniciosa

1.16E-126 19714 8.98 63 6 1

553 gi|443926530 adenosylhomocysteinase Rhizoctonia solani 52128 6.35 324 12 6

560 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-

keto reductase yakc) Moniliophthora perniciosa

5.13E-109 16947 5.85 118 29 4

561 gi|238583372 hypothetical protein MPER_10538

[Moniliophthora perniciosa FA553] Moniliophthora perniciosa

5.68E-121 23304 5.24 347 41 6

562 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-

keto reductase yakc) Moniliophthora perniciosa

5.12E-109 16947 5.85 186 25 4

567 gi|238583330 hypothetical protein MPER_10554 (*urease) Moniliophthora perniciosa 1.28E-130 20944 9.14 132 11 2

571 gi|392586812 60S ribosomal protein L5 Coniophora puteana 35073 6.98 112 8 3

572 gi|302685369 60S acidic ribosomal protein Schizophyllum commune 33602 5,23 113 11 3

574 gi|238608426 hypothetical protein MPER_02384 (*40s

ribosomal protein s0) Moniliophthora perniciosa

1.67E-172 26620 9,61 91 10 2

575 gi|170098026 predicted protein (*acetolactate synthase) Laccaria bicolor 0 38352 7.11 155 13 3

579 gi|397648750 NAD-dependent formate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 40509 6,03 733 39 13

Page 112: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

96

580 gi|397648750 NAD-dependent formate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 40509 6,03 183 11 3

581 gi|238580781 hypothetical protein MPER_11478 (*pkinase-

domain-containing protein) Moniliophthora perniciosa

0 45852 6.44 202 9 3

582 gi|238588592 hypothetical protein MPER_08751 (*glutamic

oxaloacetic transaminase aat1) Moniliophthora perniciosa

8.14E-147 21992 7.31 146 8 2

584 gi|238608211 hypothetical protein MPER_02448 (*60s

ribosomal protein l4 l1 l2) Moniliophthora perniciosa

4.19E-167 27692 10.62 108 9 2

585 gi|169864162 60S ribosomal protein L4 Coprinopsis cinerea 40999 11.36 114 8 2

588 gi|238573081 hypothetical protein MPER_14021 (*o-

acetylhomoserine ami) Moniliophthora perniciosa

6.80E-59 11457 7.9 81 12 1

589 gi|238577896 hypothetical protein MPER_12437

(*phosphoglycerate kinase) Moniliophthora perniciosa 0 44352 6.37

876 38

6.37 876 38 13

590 gi|169849981 argininosuccinate synthetase Coprinopsis cinerea 47673 5.28 239 8 3

630 gi|238578696 hypothetical protein MPER_12135 (*60s

ribosomal protein l9) Moniliophthora perniciosa

2.77E-137 21675 9.30 85 19 3

645 gi|238574988 hypothetical protein MPER_13502 (*proline-

specific peptidase) Moniliophthora perniciosa

8.40E-82 12831 5.02 59 10 1

653 gi|238574796 hypothetical protein MPER_13555 (*pci

domain-containing protein) Moniliophthora perniciosa

4.31E-46 8625 4.9 62 25 1

660 gi|58260588 5-methyltetrahydropteroyltriglutamate-

homocysteine S-methyltransferase Cryptococcus neoformans 85593 5.89 110 3 2

661 gi|58531910 translation elongation factor 1-alpha Amanita brunnescens 33972 8.32 92 18 3

706 gi|170093417 20S proteasome subunit Laccaria bicolor 27752 5.98 66 7 2

710 gi|238601242 hypothetical protein MPER_04599 (*nad-

malate dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa

3.54E-133 23278 6.58 267 28 5

731 gi|238585695 hypothetical protein MPER_09702 (*fmn-

linked oxidoreductase) Moniliophthora perniciosa

1.84E-135 20750 6.17 77 11 2

732 gi|145228831 eukaryotic translation initiation factor 5A Aspergillus niger 9.21E-117 18007 5,31 118 8 2

733 gi|238596609 hypothetical protein MPER_06068

(*peptidylprolyl isomerase b) Moniliophthora perniciosa

0 21614 7,77 144 14 3

736 gi|238565951 hypothetical protein MPER_15995 (*het-c2

protein) Moniliophthora perniciosa

1.35E-75 12309 8,93 166 23 3

739 gi|238601450 hypothetical protein MPER_04535 Moniliophthora perniciosa 2.70E-129 20107 7,71 178 20 4

Page 113: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

97

739 gi|238601450 hypothetical protein MPER_04535

(*adenylate kinase 1) Moniliophthora perniciosa

2.70E-129 20107 7,71 178 20 4

742 gi|302694377 hypothetical protein SCHCODRAFT_13020

(*20s proteasome subunit) Schizophyllum commune

0 29887 6,31 134 10 2

743 gi|238568761 hypothetical protein MPER_15220 (*aldo

keto reductase) Moniliophthora perniciosa

5.43E-122 19779 8,88 276 29 4

749 gi|238584385 hypothetical protein MPER_10155

(*cytochrome b5) Moniliophthora perniciosa

3.06E-89 14254 4,81 257 46 4

750 gi|238607564 hypothetical protein MPER_02648 (*aldo-

keto reductase puatative) Moniliophthora perniciosa

8.10E-38 6839 5,22 59 19 1

754 gi|392595628 E3 ubiquitin ligase SCF complex Skp subunit Coniophora puteana 2.32E-113 18609 4,51 82 12 1

a. Access code for the NCBInr database

b. E-value from the blast of hypothetical proteins by Blast2GO

c. Ions score is -10*Log(P), where P is the probability that the observed match is a random event.

Individual ions scores > 55 indicate identity or extensive homology (p<0.05)

*Identification of the respective hypothetical proteins by Blast2GO

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

98

Spot

ID

aAcession

number Protein identification Organism

bE-value

Nominal

mass (Mr) pI cal.

cIon Score

Coverage

%

No

peptides

0 gi|58531914 translation elongation factor 1-alpha Armillaria mellea 34548 8.22 281 23 5

1 gi|393245760 2-nitropropane dioxygenase Auricularia delicata 37395 8.58 89 10 2

2 gi|238568133 hypothetical protein MPER_15399 (*voltage-

dependent ion-selective channel) Moniliophthora perniciosa 9,86E-63 10878 8.52 250 68 5(2)

3 gi|164646049 40S ribosomal protein Laccaria bicolor 29347 9.07 155 16 4

4 gi|238581109 hypothetical protein MPER_11362 (*aldo keto

reductase) Moniliophthora perniciosa 3,61E-173 27304 5.87 86 10 2

6 gi|238571797 hypothetical protein MPER_14361 (*cobalamin-

independent methionine synthase) Moniliophthora perniciosa 5,58E-30 7125 5.36 82 21 1

7 gi|3318722 hypothetical protein PHACADRAFT_257822

(*fumarate reductase) Phanerochaete carnosa 0 62179 8.38 158 7 2

8 gi|238596200 hypothetical protein MPER_06196 (*s-adenosyl-l-

methionine-dependent methyltransferase) Moniliophthora perniciosa 7,42E-136 23005 7.08 95 12 2

9 gi|238583183 hypothetical protein MPER_10609 (*acetyl-coa

hydrolase) Moniliophthora perniciosa 1,05E-118 19457 7.25 121 12 2

14 gi|238592251 hypothetical protein MPER_07522 (*fad nad -

binding domain-containing protein) Moniliophthora perniciosa 1,06E-124 20212 5.33 61 7 1

18 gi|58260588 5-methyltetrahydropteroyltriglutamate-

homocysteine S-methyltransferase Cryptococcus neoformans 85593 5.89 73 1 1

19 gi|409048599 hypothetical protein PHACADRAFT_26619 (*d-

xylulose 5-phosphate d-fructose 6-phosphate) Phanerochaete carnosa 0 91016 5.94 84 2 2

23 gi|389742654 transaldolase Stereum hirsutum 36245 5.84 145 9 3

24 gi|302672926 Actin-1 Schizophyllum commune 41876 5.3 688 42 12

26 gi|238590442 hypothetical protein MPER_08124 (*heat shock

protein) Moniliophthora perniciosa 3,15E-136 21141 9.67 228 24 4

27 gi|238567698 hypothetical protein MPER_15516 (*uv excision

repair protein rad23) Moniliophthora perniciosa 1,22E-63 16788 5.34 61 8 1

28 gi|302691820 hypothetical protein SCHCODRAFT_65225 (*dead-

domain-containing protein) Schizophyllum commune 0 45407 5.23 205 13 5

29 gi|443919800 RAB GDP-dissociation inhibitor Rhizoctonia solani 6.17 201 8 4

Tabela 2A. Spots totais identificados – Mp565

Page 115: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

99

30 gi|169869158 ATP-dependent RNA helicase eIF4A Coprinopsis cinerea 45456 5.15 97 6 3

31 gi|402218402 DEAD-domain-containing protein Dacryopinax sp. 45645 5.25 455 25 8

32 gi|393220215 ATP synthase F1, beta subunit Fomitiporia mediterranea 58129 5.89 820 35 13

32 gi|393245698 ATP synthase F1, beta subunit Auricularia delicata 58080 5.89 1067 34 15

38 gi|170087348 predicted protein (*atp synthase f1 beta subunit) Laccaria bicolor 57818 5.56 237 10 4

40 gi|336366003 hypothetical protein SERLA73DRAFT_125862

(*catalase) Serpula lacrymans 58991 6.52 157 6 3

41 gi|238564627 hypothetical protein MPER_16356 (*catalase) Moniliophthora perniciosa 2,89E-76 13179 7.23 203 37 4

42 gi|238613709 hypothetical protein MPER_00887 (*translation

elongation factor tu) Moniliophthora perniciosa 3,69E-110 17901 6.67 58 11 1

44 gi|238616086 hypothetical protein MPER_00282 (*beta-

lactamase transpeptidase-like protein) Moniliophthora perniciosa 1,38E-40 9867 4.76 138 27 2

46 gi|238586577 hypothetical protein MPER_09389 (*aldo-keto

reductase yakc) Moniliophthora perniciosa 4,93E-104 16947 5.85 264 46 6

47 gi|397648750 NAD-dependent formate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 40509 6.03 122 16 4

48 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 269 10 5

49 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 396 15 7

50 gi|238571459 hypothetical protein MPER_14454 (*protein

disulfide isomerase) Moniliophthora perniciosa 3,47E-58 14101 4.73 86 9 1

53 gi|71005690 GTP-binding nuclear protein RAN 521 Ustilago maydis 24485 6.6 160 14 3

54 gi|71005690 GTP-binding nuclear protein RAN [Ustilago maydis

521] Ustilago maydis 24485 6.6 190 21 4

55 gi|18033194 PriA Pleurotus ostreatus 15241 5.87 71 7 1

56 gi|170094152 20S proteasome subunit Laccaria bicolor 29740 8.35 305 26 6(3)

57 gi|238614163 hypothetical protein MPER_00763 Moniliophthora perniciosa 20463 7.77 131 12 2

58 gi|170087022 predicted protein (*ran spi1 binding protein) Laccaria bicolor 8,90E-102 17394 6.15 102 12 2

59 gi|395335098 proteasome subunit alpha type 5 Dichomitus squalens 3,46E-172 27015 5.05 138 12 3

60 gi|148764190 guanine nucleotide binding protein beta subunit Lentinula edodes 34906 5.84 193 17 4

61 gi|148764190 guanine nucleotide binding protein beta subunit Lentinula edodes 34906 5.84 642 38 9

62 gi|148764190 guanine nucleotide binding protein beta subunit Lentinula edodes 34906 5.84 620 38 10

63 gi|169844935 inorganic diphosphatase Coprinopsis cinerea 33738 5.8 176 12 3

64 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 5.79 107 4 1

Page 116: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

100

67 gi|238591692 hypothetical protein MPER_07705 (*alpha beta-

hydrolase) Moniliophthora perniciosa 1,02E-174 27724 4.88 309 17 5

68 gi|238594788 hypothetical protein MPER_06663 Moniliophthora perniciosa 26202 6.89 340 31 5

69 gi|238594788 hypothetical protein MPER_06663 Moniliophthora perniciosa 26202 6.89 358 31 5(4)

71 gi|45421755 glyceraldehyde 3-phosphate dehydrogenase Armillaria tabescens 0 36370 8.22 453 20 7

72 gi|238579620 hypothetical protein MPER_11800

(*glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase ) Moniliophthora perniciosa 0 35911 6.06 290 14% 5

74 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 0 37133 7.07 106 4 2

75 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 0 37133 7.07 447 20 8

76 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 0 37133 7.07 443 17 7

77 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 0 37133 7.07 107 4 1

78 gi|238593443 hypothetical protein MPER_07111 (*malate

dehydrogenase ) Moniliophthora perniciosa 8,44E-116 18178 13.5 111 13 2

79 gi|169865690 malate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 35160 9.02 259 17 4

80 gi|238596758 hypothetical protein MPER_06020 (*gtp binding

protein) Moniliophthora perniciosa 5,83E-158 26935 5.6 276 27 6(2)

81 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 36288 5.79 86 4 1

82 gi|238596305 hypothetical protein MPER_06166 (*aliphatic

nitrilase) Moniliophthora perniciosa 6,80E-15 6330 6.12 89 20 1

85 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 115 7 2

87 gi|390602790 Coproporphyrinogen oxidase Punctularia strigosozonata 42575 5.53 117 6 2

89 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 107 4 1

90 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 223 4

92 gi|426198503 mitochondrial NAD-dependent isocitrate

dehydrogenase subunit 2 precursor Agaricus bisporus 40769 8.71 142 7 2

93 gi|397648750 NAD-dependent formate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 40509 6.03 121 12 3

94 gi|393215294 actin 1 Fomitiporia mediterranea 41987 5.31 266 19 5

95 gi|238578412 hypothetical protein MPER_12242 (*adenosine

kinase) Moniliophthora perniciosa 0.0 34479 5.49 418 29 7

96 gi|238587787 hypothetical protein MPER_09018 (*gtp binding

protein) Moniliophthora perniciosa 5,89E-176 31722 4.98 455 30 7

97 gi|389744276 mitochondrial acyl-CoA dehydrogenase Stereum hirsutum 40859 5.54 149 6 2

98 gi|238579336 hypothetical protein MPER_11903 (*alpha beta- Moniliophthora perniciosa 1,19E-107 19243 8.7 356 37 6

Page 117: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

101

99 gi|238579336 hypothetical protein MPER_11903 (*alpha beta-

hydrolase) Moniliophthora perniciosa 1,19E-107 19243 8.7 102 12 2

100 gi|238588592 hypothetical protein MPER_08751 (*glutamic

oxaloacetic transaminase aat1) Moniliophthora perniciosa 7,83E-142 21992 7.3 338 40 6

101 gi|443926530 adenosylhomocysteinase Rhizoctonia solani 52128 6.35 407 15 7

102 gi|238579336 hypothetical protein MPER_11903 (*alpha beta-

hydrolase) Moniliophthora perniciosa 1,19E-107 19243 8.7 166 13 3

103 gi|238588592 hypothetical protein MPER_08751 (*glutamic

oxaloacetic transaminase aat1) Moniliophthora perniciosa 7,83E-142 21992 7.31 87 13 2

104 gi|238593028 hypothetical protein MPER_07256 (*aspartate

aminotransferase) Moniliophthora perniciosa 1,85E-106 17324 5.26 232 27 3

105 gi|238593028 hypothetical protein MPER_07256 (*aspartate

aminotransferase) Moniliophthora perniciosa 1,85E-106 17324 5.26 175 22 2

106 gi|238579336 hypothetical protein MPER_11903 (*alpha beta-

hydrolase) Moniliophthora perniciosa 1,19E-107 19243 8.7 321 46 6

107 gi|443925880 succinate-CoA ligase Rhizoctonia solani 47795 8.1 124 5 2

108 gi|302672926 Actin-1 Schizophyllum commune 41876 5.3 651 42 11

109 gi|401886263 ATPase Trichosporon asahii 45037 6.02 243 16 5

110 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 412 17 8

111 gi|401886263 ATPase Trichosporon asahii 45037 6.02 232 12 4

115 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 158 8 3

116 gi|288905378 O-acetylhomoserine sulfhydrylase Streptococcus gallolyticus 46511 5.02 104 2 1

117 gi|114155449 citrate synthase Phanerochaete

chrysosporium 49329 7.85 226 11 4

118 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 135 5 2

119 gi|392568039 DEAD-domain-containing protein Trametes versicolor 44894 5.38 272 13 5

121 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 0 33864 5.18 277 16 3

122 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 0 33864 5.18 303 23 4

123 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 298 14 6

124 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 0 33864 5.18 114 17 3

125 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 0 33864 5.18 482 40 8

Page 118: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

102

126 gi|238577896 hypothetical protein MPER_12437

(*phosphoglycerate kinase) Moniliophthora perniciosa 0 44352 6.37 368 25 8

127 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53618 6.17 223 10 4

128 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53618 6.17 281 10 5

129 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 183 8 4

130 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 0 33864 5.18 61 6 1

132 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 0 33864 5.18 73 6 1

133 gi|238580487 hypothetical protein MPER_11585

(*uroporphyrin-iii c-methyltransferase) Moniliophthora perniciosa 0 37345 5.7 598 30 9

134 gi|6323209 methionine adenosyltransferase SAM1 Saccharomyces cerevisiae 42077 5.04 105 7 2

136 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 0 33864 5.18 91 13 2

138 gi|238566324 hypothetical protein MPER_15891 (*elongation

factor 1-gamma) Moniliophthora perniciosa 8,46E-88 20427 8.8 153 23 3

139 gi|238566324 hypothetical protein MPER_15891 (*elongation

factor 1-gamma) Moniliophthora perniciosa 8,46E-88 20427 8.8 453 47 8

140 gi|50422693 DEHA2E14212p Debaryomyces hansenii 42246 5.93 175 9 3

141 gi|238590067 hypothetical protein MPER_08253 (*fumarate

reductase) Moniliophthora perniciosa 0 35440 7.88 285 29 6

142 gi|238588357 hypothetical protein MPER_08828

(*argininosuccinate synthetase) Moniliophthora perniciosa 0 32205 5.5 170 12 3

143 gi|238590067 hypothetical protein MPER_08253 (*fumarate

reductase) Moniliophthora perniciosa 0 35440 7.88 354 32 7

144 gi|238590067 hypothetical protein MPER_08253 (*fumarate

reductase) Moniliophthora perniciosa 0 35440 7.88 302 27 6

145 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 347 14 6

146 gi|238599828 hypothetical protein MPER_05041 (*enolase) Moniliophthora perniciosa 33864 5.18 128 13 2

148 gi|238576965 hypothetical protein MPER_12781 (*udp-xylose

synthase) Moniliophthora perniciosa 45756 6.41 144 11 3

150 gi|238587548 hypothetical protein MPER_09103

(*flavocytochrome c) Moniliophthora perniciosa 1,75E-60 10684 4.89 201 26 2

153 gi|238590067 hypothetical protein MPER_08253 (*fumarate

reductase) Moniliophthora perniciosa 0.0 35440 7.88 250 41 8

Page 119: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

103

154 gi|238596200 hypothetical protein MPER_06196 (*s-adenosyl-l-

methionine-dependent methyltransferase) Moniliophthora perniciosa 7,42E-136 23005 7.08 126 24 3

156 gi|389749834 homocitrate synthase Stereum hirsutum 50875 5.61 75 5 2

157 gi|238601659 hypothetical protein MPER_04475 (*cndp

dipeptidase) Moniliophthora perniciosa 0 36552 6.35 178 20 5

158 gi|60477737 beta tubulin 3 Trametes versicolor 43376 5.81 193 14 4

159 gi|238601659 hypothetical protein MPER_04475 (*cndp

dipeptidase) Moniliophthora perniciosa 0 36552 6.35 83 10 2

160 gi|390594124 dihydrolipoyl dehydrogenase Punctularia strigosozonata 53548 6.88 147 5 2

165 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 (*atp synthase

f1 alpha subunit) Moniliophthora perniciosa 0 38935 9.33 129 16 4

166 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 (*atp synthase

f1 alpha subunit) Moniliophthora perniciosa 0 38935 9.33 66 9 2

169 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 (*atp synthase

f1 alpha subunit) Moniliophthora perniciosa 0 38935 9.33 280 19 5

170 gi|390604304 translation elongation factor 1a Punctularia strigosozonata 50494 9.16 680 26 12

171 gi|409081292 ATP1 alpha subunit of the F1 sector of

mitochondrial F1F0 ATP synthase Agaricus bisporus 0 58272 9.15 420 23 8

172 gi|238582313 hypothetical protein MPER_10920 (*udp-n-

acetylglucosamine diphosphorylase) Moniliophthora perniciosa 5,90E-161 25420 7.01 333 50 8

173 gi|169861658 alpha-tubulin Coprinopsis cinerea 49695 5.13 340 16 5

174 gi|58531910 translation elongation factor 1-alpha Amanita brunnescens 33972 8.32 182 19 4

175 gi|169861658 alpha-tubulin Coprinopsis cinerea 49695 5.13 376 24 8

177 gi|169861658 alpha-tubulin Coprinopsis cinerea 49695 5.13 600 28 9

179 gi|173519 alpha-tubulin 1 Schizosaccharomyces

pombe 51834 4.97 72 3 1

181 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 158 7 3

183 gi|238605915 hypothetical protein MPER_03157 (*glucose-6-

phosphate isomerase) Moniliophthora perniciosa 5,39E-60 11204 5.52 86 25 2

185 gi|238595671 hypothetical protein MPER_06368 (*fad nad-

binding domain-containing protein) Moniliophthora perniciosa 31714 6.07 60 7 2

187 gi|238584969 hypothetical protein MPER_09954

(*methylmalonate-semialdehyde dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 26622 5.32 100 16 3

Page 120: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

104

189 gi|238579292 hypothetical protein MPER_11918 (*erylysin b) Moniliophthora perniciosa 57257 5.53 118 6 2

191 gi|238582313 hypothetical protein MPER_10920 (*udp-n-

acetylglucosamine diphosphorylase) Moniliophthora perniciosa 5,90E-161 25420 7.01 201 18 4

192 gi|238582313 hypothetical protein MPER_10920 (*udp-n-

acetylglucosamine diphosphorylase) Moniliophthora perniciosa 5,90E-161 25420 7.01 107 28 4

195 gi|238564627 hypothetical protein MPER_16356 (*catalase) Moniliophthora perniciosa 2,89E-76 13179 7.23 234 37 4

197 gi|336368978 hypothetical protein SERLA73DRAFT_92389

(*chaperonin) Serpula lacrymans 0 62726 5.57 628 20 10

198 gi|390594669 chaperonin GroL Punctularia strigosozonata 62301 5.38 379 13 7

199 gi|336366003 hypothetical protein SERLA73DRAFT_125862

(*catalase) Serpula lacrymans 0 58991 6.52 206 6 3

200 gi|170097792 UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase Laccaria bicolor 56858 8.49 124 8 4

201 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 (*atp synthase

f1 alpha subunit) Moniliophthora perniciosa 0 38935 9.33 221 17 4

202 gi|169843774 pyruvate kinase Coprinopsis cinerea 57889 5.99 191 12 5

203 gi|169843774 pyruvate kinase Coprinopsis cinerea 57889 5.99 96 6 3

204 gi|58265840 aspartate-tRNA ligase Cryptococcus neoformans 64265 6.17 79 2 1

205 gi|170086043 pyruvate kinase Laccaria bicolor 58176 6.29 245 14 6

208 gi|238579292 hypothetical protein MPER_11918 (*erylysin b) Moniliophthora perniciosa 0 57257 5.53 79 4 2

209 gi|238579292 hypothetical protein MPER_11918 (*erylysin b) Moniliophthora perniciosa 0 57257 5.53 225 10 5

210 gi|238579292 hypothetical protein MPER_11918 (*erylysin b) Moniliophthora perniciosa 0 57257 5.53 148 8 3

211 gi|238579292 hypothetical protein MPER_11918 (*erylysin b) Moniliophthora perniciosa 0 57257 5.53 400 17 7

212 gi|238579292 hypothetical protein MPER_11918 (*erylysin b) Moniliophthora perniciosa 0 57257 5.53 459 23 9

213 gi|389745762 Thiamin diphosphate-binding protein Stereum hirsutum 70073 5.83 283 6 3

214 gi|392564289 Thiamin diphosphate-binding protein Trametes versicolor 69770 5.93 261 6 4

216 gi|238602347 hypothetical protein MPER_04260

(*transketolase) Moniliophthora perniciosa 1,80E-111 17734 5.09 108 35 3

219 gi|409044687 hypothetical protein PHACADRAFT_257822

(*fumarate reductase) Phanerochaete carnosa 0.0 62179 8.38 215 6 3

220 gi|389749243 heat shock protein 70 Stereum hirsutum 67104 5.26 566 13 9

221 gi|389749243 heat shock protein 70 Stereum hirsutum 67104 5.26 366 13 7

222 gi|392595638 heat shock protein 70 Coniophora puteana 67219 5.32 312 12 5

Page 121: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

105

223 gi|389749243 heat shock protein 70 Stereum hirsutum 67104 5.26 595 17 9

224 gi|170097978 fumarate reductase Laccaria bicolor 62823 7.71 281 8 5

226 gi|389749243 heat shock protein 70 Stereum hirsutum 67104 5.26 635 19 11

228 gi|238596657 hypothetical protein MPER_06052 (*fumarate

reductase) Moniliophthora perniciosa 1,71E-120 19156 6.71 79 16 2

231 gi|58258689 heat shock protein Cryptococcus neoformans 67371 5.37 61 2 1

235 gi|170094730 predicted protein (*heat shock protein 70) Laccaria bicolor 0 67109 5.49 163 11 4

236 gi|392595638 heat shock protein 70 Coniophora puteana 67219 5.32 153 11 4

238 gi|402225401 heat shock cognate 70 Dacryopinax sp 70687 5.12 849 22 12

239 gi|25229078 heat shock protein 70 Cryptosporidium parvum 10891 6.84 68 14 1

240 gi|402225401 heat shock cognate 70 Dacryopinax sp 70687 5.12 951 18 12

241 gi|402225401 heat shock cognate 70 Dacryopinax sp 70687 5.12 718 19 12

242 gi|302681991 hypothetical protein SCHCODRAF (*heat shock

protein) Schizophyllum commune 0 68371 5.22 234 8 4

243 gi|328853573 hypothetical protein MELLADRAFT (*heat shock

protein) Melampsora larici-populina 0 68502 5.75 64 2 1

244 gi|392591019 heat shock protein 70 Coniophora puteana 72196 5.75 150 4 3

246 gi|336363523 hypothetical protein SERLA73DRAFT_117989

(*alcohol oxidase-like protein) Serpula lacrymans 65906 6.04 78 2 1

248 gi|238590442 hypothetical protein MPER_08124 (*heat shock

protein) Moniliophthora perniciosa 3,15E-136 21141 9.67 148 16 2

250 gi|238603891 hypothetical protein MPER_03775

(*metallopeptidase) Moniliophthora perniciosa 6,90E-144 24196 5.25 109 12 2

251 gi|397648746 dihydroxyacetone synthase Moniliophthora perniciosa 71858 6.27 337 14 7

253 gi|238603891 hypothetical protein MPER_03775

(*metallopeptidase) Moniliophthora perniciosa 6,90E-144 24196 5.25 158 16 3

254 gi|397648746 dihydroxyacetone synthase Moniliophthora perniciosa 71858 6.27 81 3 2

256 gi|238576970 hypothetical protein MPER_12779 (*prolyl-trna

synthetase) Moniliophthora perniciosa 64963 6.02 119 5 2

257 gi|238599066 hypothetical protein MPER_05283 (*saccharopine

dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 0 36194 7.08 105 11 3

258 gi|238599066 hypothetical protein MPER_05283 (*saccharopine

dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 0 36194 7.08 165 10 3

Page 122: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

106

259 gi|170094674 aconitate hydratase Laccaria bicolor 82919 6.02 366 9 7

260 gi|170094674 aconitate hydratase Laccaria bicolor 82919 6.02 110 2 2

261 gi|170094674 aconitate hydratase Laccaria bicolor 82919 6.02 138 3 3

263 gi|393215641 cobalamin-independent methionine synthase Fomitiporia mediterranea 84456 6.62 268 5 4

265 gi|169861261 5-methyltetrahydropteroyltriglutamate-

homocysteine S-methyltransferase Coprinopsis cinerea 84662 6.22 411 8 6

268 gi|169861261 5-methyltetrahydropteroyltriglutamate-

homocysteine S-methyltransferase Coprinopsis cinerea 84662 6.22 261 5 4

269 gi|169861261 5-methyltetrahydropteroyltriglutamate-

homocysteine S-methyltransferase Coprinopsis cinerea 84662 6.22 301 6 4

274 gi|320593198 heat shock protein hsp88 Grosmannia clavigera 80655 5.06 170 3 2

275 gi|238586468 hypothetical protein MPER_09428 (*heat shock

protein 70) Moniliophthora perniciosa 0 38972 5.36 236 21 5

277 gi|409051882 hypothetical protein PHACADRAFT_247908 Phanerochaete carnosa 94359 6.03 155 4 3

278 gi|170084477 predicted protein (*eukaryotic translation

elongation factor 2) Laccaria bicolor 0 94069 6.24 233 12 6

279 gi|170084477 predicted protein (*eukaryotic translation

elongation factor 2) Laccaria bicolor 0 94069 6.24 107 3 2

281 gi|395334437 eukaryotic translation elongation factor 2 Dichomitus squalens 94217 6.0 317 11 7

283 gi|169848944 valosin-containing protein Coprinopsis cinerea 90192 4.91 373 9 7

284 gi|238579573 hypothetical protein MPER_11816 (*ubiquitin

activating enzyme) Moniliophthora perniciosa 0 80086 5.12 245 6 4

285 gi|365894815 Glutamine--fructose-6-phosphate transaminase

(Isomerizing) Bradyrhizobium sp 35752 5.49 79 3 2

288 gi|169848944 valosin-containing protein Coprinopsis cinerea 90192 4.91 88 2 2

291 gi|156099426 translation elongation factor 1-alpha, partial [Issatchenkia sp. NRRL Y-12830] 35703 7.18 137 10 3

293 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 88 4 1

294 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 252 14 6

296 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 127 5 2

297 gi|238604121 hypothetical protein MPER_03710 (*trehalose

synthase) Moniliophthora perniciosa 6,16E-113 19362 6.59 100 13 2

298 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 316 14 6

Page 123: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

107

299 gi|170106570 predicted protein (*acetyl- hydrolase) Laccaria bicolor 0 60155 6.56 100 2 1

300 gi|238614130 hypothetical protein MPER_00772 Moniliophthora perniciosa 10745 8.89 404 78 7(3)

301 gi|170090832 20S proteasome subunit Laccaria bicolor 27636 6.0 156 16 3

303 gi|238604003 hypothetical protein MPER_03743 (*cysteine

peroxiredoxin) Moniliophthora perniciosa 5,21E-76 13731 8.15 148 21 4

304 gi|238604003 hypothetical protein MPER_03743 (*cysteine

peroxiredoxin) Moniliophthora perniciosa 5,21E-76 13731 8.15 520 67 8

307 gi|238576814 hypothetical protein MPER_12846 (*o-

methyltransferase family 3 protein) Moniliophthora perniciosa 1,68E-151 23599 5.19 201 17 3

308 gi|238576814 hypothetical protein MPER_12846 (*o-

methyltransferase family 3 protein) Moniliophthora perniciosa 1,68E-151 23599 5.19 452 40 6

309 gi|238614163 hypothetical protein MPER_00763 Moniliophthora perniciosa 20463 7.77 269 48 7

311 gi|238586629 hypothetical protein MPER_09371 Moniliophthora perniciosa 14353 5.10 74 14 2

312 gi|238614163 hypothetical protein MPER_00763 Moniliophthora perniciosa 20463 7.77 143 25 4

315 gi|70986899 malate dehydrogenase, NAD-dependent Aspergillus fumigatus

Af293] 35876 9.08 176 11 3

316 gi|238612042 hypothetical protein MPER_01338 (*aldo keto

reductase) Moniliophthora perniciosa 1,08E-88 14678 7.79 191 22 3

318 gi|20210 glutelin? [Oryza sativa] 57039 9.33 162 6 3

319 gi|238597208 hypothetical protein MPER_05877 (*arylalcohol

dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 0 37877 6.62 150 13 4

320 gi|238588592 hypothetical protein MPER_08751 (*glutamic

oxaloacetic transaminase aat1) Moniliophthora perniciosa 7,83E-142 21992 7.31 370 45 6

322 gi|238598967 hypothetical protein MPER_05313

(*diphosphomevalonate decarboxylase) Moniliophthora perniciosa 3,55E-75 13102 9.26 98 18 2

323 gi|83999566 alpha tubulin Amanita muscaria 49855 5.08 122 6 2

324 gi|393215294 actin 1 Fomitiporia mediterranea 41987 5.31 100 7 2

325 gi|302672926 Actin-1 Schizophyllum commune 41876 5.3 450 30 6

326 gi|238585695 hypothetical protein MPER_09702 (*fmn-linked

oxidoreductase) Moniliophthora perniciosa 1,78E-130 20750 6.17 231 32 4

327 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase Schizophyllum commune 47366 5.83 340 12 6

330 gi|326475904 alpha-aminoadypil-cysteinyl-valine synthetase Trichophyton tonsurans 426354 5.94 60 0 1

Page 124: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

108

332 gi|238611425 hypothetical protein MPER_01512 (*arm repeat-

containing protein) Moniliophthora perniciosa 7,74E-102 7.82 254 23 3

333 gi|170089231 predicted protein (*26s proteasome subunit p45) Laccaria bicolor 0 45171 5.48 282 18 6

334 gi|238588009 hypothetical protein MPER_08942 (*ketol-acid

reductoisomerase) Moniliophthora perniciosa 0 35901 8.85 242 20 5

335 gi|238583085 hypothetical protein MPER_10645 (*citrate

synthase) Moniliophthora perniciosa 0 30913 6.19 108 16 3

336 gi|169865823 acyl-CoA carboxylate CoA-transferase Coprinopsis cinerea 61067 6.4 65 2 1

337 gi|336376944

hypothetical protein SERLA73DRAFT_118840 (*p-

loop containing nucleoside triphosphate hydrolase

protein)

Serpula lacrymans 0.0 168676 4.74 95 2 3

338 gi|238608426 hypothetical protein MPER_02384 (*40s

ribosomal protein s0) Moniliophthora perniciosa 1,61E-167 26620 9.61 194 23 4

339 gi|392594871 ketol-acid reductoisomerase Coniophora puteana 39864 5.69 73 3 2

342 gi|238583372 hypothetical protein MPER_10538 Moniliophthora perniciosa 23304 5.24 258 25 5

343 gi|238608426 hypothetical protein MPER_02384 (*40s

ribosomal protein s0) Moniliophthora perniciosa 1,61E-167 26620 9.61 370 38 6

344 gi|238608426 hypothetical protein MPER_02384 (*40s

ribosomal protein s0) Moniliophthora perniciosa 1,61E-167 26620 9.61 124 13 2

345 gi|238608426 hypothetical protein MPER_02384 (*40s

ribosomal protein s0) Moniliophthora perniciosa 1,61E-167 26620 9.61 269 23 4

348 gi|238577896 hypothetical protein MPER_12437

(*phosphoglycerate kinase) Moniliophthora perniciosa 0.0 44352 6.37 168 3

349 gi|395333549 HSP90-domain-containing protein Dichomitus squalens 79871 5.08 666 15 11

350 gi|299741158 hsp70-like protein Coprinopsis cinerea 71962 5.11 345 8 5

351 gi|146271032 actin Amanita muscaria 41816 5.31 210 14 3

361 gi|3086 UBI 3 fusion protein (149 AA) Neurospora crassa 17337 9.82 216 31 4(2)

362 gi|238568761 hypothetical protein MPER_15220 (*aldo keto

reductase) Moniliophthora perniciosa 5,23E-118 19779 8.88 117 17 2

364 gi|390594746 hypothetical protein PUNSTDRAFT_47677

(*cytoplasmic protein) Punctularia strigosozonata 0.0 34804 5.63 110 13 4

369 gi|238614130 hypothetical protein MPER_00772 Moniliophthora perniciosa 10745 8.89 168 25 3

375 gi|170088512 20S proteasome subunit Laccaria bicolor 33445 5.29 171 12 3

Page 125: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

109

376 gi|238584385 hypothetical protein MPER_10155 (*cytochrome

b5) Moniliophthora perniciosa 2,95E-84 14254 4.81 263 40 3

377 gi|238614130 hypothetical protein MPER_00772 Moniliophthora perniciosa 10745 8.89 206 48 4

378 gi|71020461 hypothetical protein UM04314.1 (*actin

depolymerizing factor) Ustilago maydis 1,08E-83 15905 5.55 94 10 2

379 gi|237824249 cyclophilin Moniliophthora perniciosa 17721 8.99 230 30 4

380 gi|302680575 40S ribosomal protein Schizophyllum commune 18136 10.43 72 14 2

381 gi|170091302 40S ribosomal protein S12 Laccaria bicolor 16216 5.40 198 28 4

382 gi|170091302 40S ribosomal protein S14 Laccaria bicolor 16216 5.40 194 23 4

383 gi|302689525 40S ribosomal protein Schizophyllum commune 17596 5.46 271 38 5

384 gi|238611634 hypothetical protein MPER_01448 (*duf985

domain-containing protein) Moniliophthora perniciosa 1,78E-62 11742 5.07 307 51 5

386 gi|345561105 hypothetical protein AOL_s00210g8 (*eukaryotic

translation initiation factor 5a) Arthrobotrys oligospora 2,51E-109 17691 5.26 114 12 2

387 gi|302689525 40S ribosomal protein S19 Schizophyllum commune 17596 5.46 187 35 4

388 gi|70990614 Eukaryotic translation initiation factor eIF-5A Aspergillus fumigatus 21492 5.58 120 6 2

389 gi|390598392 nucleoside diphosphate kinase Punctularia strigosozonata 16822 6.97 180 25 3

390 gi|390598392 nucleoside diphosphate kinase Punctularia strigosozonata 16822 6.97 183 25 3

398 gi|238597794 hypothetical protein MPER_05683 (*nadh-

quinone oxidoreductase) Moniliophthora perniciosa 4,02E-127 19773 7.07 152 75 6

399 gi|238597794 hypothetical protein MPER_05683 (*nadh-

quinone oxidoreductase) Moniliophthora perniciosa 4,02E-127 19773 7.07 569 55 7

402 gi|238601734 hypothetical protein MPER_04451 (*manganese

superoxide dismutase) Moniliophthora perniciosa 1,33E-84 14078 7.98 193 23 4

406 gi|336373360 hypothetical protein SERLA73DRAFT_177135

(*ran-specific gtpase-activating protein) Serpula lacrymans 4,53E-111 22311 4.8 79 9 1

407 gi|238604003 hypothetical protein MPER_03743 (*cysteine

peroxiredoxin) Moniliophthora perniciosa 5,21E-76 13731 8.15 185 45 4

408 gi|238579030 hypothetical protein MPER_12017 (*triose

phosphate isomerase) Moniliophthora perniciosa 2,31E-168 27289 7.01 242 29 5

415 gi|238585304 hypothetical protein MPER_09836 (*zn-

dependent exopeptidase) Moniliophthora perniciosa 7,05E-118 18944 5.35 80 6 1

416 gi|238614224 hypothetical protein MPER_00744 (*urea hydro- Moniliophthora perniciosa 6,02E-57 10539 7.03 125 24 2

Page 126: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

110

416 gi|238614224 hypothetical protein MPER_00744 (*urea hydro-

lyase cyanamide) Moniliophthora perniciosa 6,02E-57 10539 7.03 125 24 2

418 gi|238580855 hypothetical protein MPER_11450 (*20s

proteasome subunit) Moniliophthora perniciosa 6,88E-148 27393 5.62 215 17 4

419 gi|170093417 20S proteasome subunit Laccaria bicolor 27752 5.98 134 11 3

420 gi|392597175 hypothetical protein CONPUDRAFT_161234

(*prohibitin) Coniophora puteana 0 29741 6.86 145 11 3

421 gi|392566194 voltage-dependent ion-selective channel Trametes versicolor 31131 9.17 62 4 1

422 gi|170106343 20S proteasome subunit Laccaria bicolor 29031 7.03 142 11 3

425 gi|238594858 hypothetical protein MPER_06640 Moniliophthora perniciosa 27113 6.19 226 37 5

428 gi|238568133 hypothetical protein MPER_15399 (*voltage-

dependent ion-selective channel) Moniliophthora perniciosa 9,86E-63 10878 8.52 252 69 5

430 gi|336373360 hypothetical protein SERLA73DRAFT_177135

(*ran-specific gtpase-activating protein) Serpula lacrymans 4,53E-111 22311 4.8 113 15 2

432 gi|170091548 14-3-3 protein Laccaria bicolor 0 29025 4.72 816 59 14

433 gi|238605728 hypothetical protein MPER_03217 (*short-chain

dehydrogenase reductase sdr) Moniliophthora perniciosa 5,87E-53 11553 8.26 136 43 3

434 gi|238615771 hypothetical protein MPER_00367

(*carbohydrate-binding module family 13 protein) Moniliophthora perniciosa 1,21E-52 10541 5.73 130 29 2

435 gi|392567511 malate dehydrogenase Trametes versicolor 34558 6.10 164 12 4

437 gi|238601242 hypothetical protein MPER_04599 (*nad-malate

dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 3,41E-128 23278 6.58 90 9 2

438 gi|4029338 malate dehydrogenase Piromyces sp. 33521 6.12 92 9 2

443 gi|169856373 hypothetical protein CC1G_08491 Coprinopsis cinerea 32055 5.96 93 3 1

449 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 37133 7.07 86 4 1

450 gi|238575793 hypothetical protein MPER_13274 (*sec14

cytosolic factor) Moniliophthora perniciosa 0 38029 6.08 281 22 7

451 gi|238575793 hypothetical protein MPER_13274 (*sec14

cytosolic factor) Moniliophthora perniciosa 0 38029 6.08 233 15 5

452 gi|170094148 predicted protein (*2-nitropropane dioxygenase) Laccaria bicolor 37143 9.2 178 12 3

453 gi|169865690 malate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 35160 9.02 429 21 7

455 gi|397648750 NAD-dependent formate dehydrogenase Moniliophthora perniciosa 40509 6.03 294 27 6

Page 127: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

111

458 gi|238605566 hypothetical protein MPER_03269

(*uroporphyrinogen decarboxylase) Moniliophthora perniciosa 31402 5.91 133 17 3

459 gi|238579336 hypothetical protein MPER_11903 (*alpha beta-

hydrolase) Moniliophthora perniciosa 1,19E-107 19243 8.7 89 13 2

461 gi|238614370 hypothetical protein MPER_00701 (*acetyl-

acetyltransferase) Moniliophthora perniciosa 6,15E-110 17116 9.67 78 26 3

462 gi|6692796 14-3-3- Lentinula edodes] 29009 4.67 100 5 1

464 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 245 14 5

465 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase Coprinopsis cinerea 53846 6.17 300 12 5

468 gi|238589579 hypothetical protein MPER_08419

(*transaminase) Moniliophthora perniciosa 1,75E-120 19797 5.43 73 13 2

474 gi|388579309

mitochondrial heat shock protein of the HSP70

family upregulated 15 fold under aerobic

conditions

Wallemia sebi 70780 5.54 167 5 2

475 gi|388579309

mitochondrial heat shock protein of the HSP70

family upregulated 15 fold under aerobic

conditions

Wallemia sebi 70780 5.54 116 5 2

476 gi|238599066 hypothetical protein MPER_05283 (*saccharopine

dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 0 36194 7.08 103 10 2

477 gi|238603039 hypothetical protein MPER_04035 Moniliophthora perniciosa 13408 5.43 58 8 1

478 gi|336373463 hypothetical protein SERLA73DRAFT_103829

(*nad-dependent formate dehydrogenase) Serpula lacrymans 0 22597 5.07 177 22 4

482 gi|238596609 hypothetical protein MPER_06068

(*peptidylprolyl isomerase b) Moniliophthora perniciosa 1,80E-106 21614 7.77 68 10 2

483 gi|238577896 hypothetical protein MPER_12437

(*phosphoglycerate kinase) Moniliophthora perniciosa 0 44352 6.37 373 23 7

488 gi|392589813 40S ribosomal protein S4 Coniophora puteana 29885 10.25 62 4 1

493 gi|85102845 60S ribosomal protein L12 Neurospora crassa 17740 9.57 79 9 1

495 gi|6692796 14-3-3- Lentinula edodes 29009 4.67 68 5 1

496 gi|238568133 hypothetical protein MPER_15399 (*voltage-

dependent ion-selective channel) Moniliophthora perniciosa 9,86E-63 10878 8.52 107 22 1

499 gi|58531914 translation elongation factor 1-alpha Armillaria mellea 34548 8.22 187 17 3

502 gi|169862561 glycine hydroxymethyltransferase Coprinopsis cinerea 53167 6.62 70 3 1

Page 128: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

112

504 gi|238580209 hypothetical protein MPER_11684 (*udp-glucose

dehydrogenase) Moniliophthora perniciosa 42387 6.9 109 7 2

a. Access code for the NCBInr database

b. E-value from the blast of hypothetical proteins by Blast2GO

c. Ions score is -10*Log(P), where P is the probability that the observed match is a random event.

Individual ions scores > 55 indicate identity or extensive homology (p<0.05)

*Identification of the respective hypothetical proteins by Blast2GO

Page 129: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

113

Match ID Ctrl x Cat1

Fold Anova Ctrl x TSH1

Fold Anova Cat x TSH1

Fold Anova Sequence Identification

7 - < 1.5 >0.005 up 1,95 0,0028 up 1,91 0,0029 heat shock protein 70

9 down < 1.5 >0.005 down 2,16 0,0036 down 2,43 0,0022 aldo-keto reductase yakc

64 up < 1.5 >0.005 down 1,61 0,0011 down 1,74 0,0014 ran-specific gtpase-activating protein

77 down < 1.5 >0.005 down 3,43 3,14E-05 down 2,37 0,0024 nad-malate dehydrogenase

78 down < 1.5 >0.005 down 15,06 3,90E-04 down 10,54 >0.005 aldo keto reductase

80 down < 1.5 >0.005 down 7,75 2,48E-04 down 6,38 >0.005 aldo-keto reductase yakc

81 up 1,94 0,0017 up 2,49 0,001 up 1,28 >0.005 aldo-keto reductase yakc

83 down 1,52 >0.005 down 3,33 0,001 down 2,18 0,0013 aldo keto reductase

88 down < 1.5 >0.005 down 2,25 0,0019 down 1,87 >0.005 malate dehydrogenase

92 up < 1.5 >0.005 up 1,84 1,37E-04 up 1,56 0,0021 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

96 up < 1.5 >0.005 up 1,78 0,0018 up 1,6 0,002 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

119 down < 1.5 >0.005 down 5,03 0,0043 down 3,62 >0.005 acetyl- acetyltransferase

122 down < 1.5 >0.005 down 2,35 0,0058 down 2,09 0,0043 aspartate aminotransferase

131 down < 1.5 >0.005 down 2,27 0,0013 down 2,34 0,0059 actin 1

154 up < 1.5 >0.005 up 2,01 0,0025 up < 1.5 >0.005 enolase

158 up 1,9 5,45E-04 up 2,6 7,44E-05 up < 1.5 0,0034 uroporphyrin-iii c-methyltransferase

197 - < 1.5 >0.005 up 1,72 0,0019 up 1,63 >0.005 atp synthase f1 alpha subunit

216 up < 1.5 0,0032 down 1,66 0,00194 down 2,04 1,97E-04 v-type atpase

219 - < 1.5 >0.005 down 1,4 4,25E-04 down 1,43 2,84E-05 v-type atpase

223 down < 1.5 >0.005 up < 1.5 nsv up 1,52 0,0025 catalase

248 up 1,73 0,0032 up 2,54 7,72E-04 up 1,46 0,0027 erylysin b

282 up 1,63 0,0034 up 1,75 nsv up < 1.5 >0.005 hsp90-domain-containing protein

297 down < 1.5 >0.005 up 2,37 9,18E-05 up 2,72 4,33E-05 related to 5-oxoprolinase

330 down < 1.5 >0.005 up 1,53 nsv up 1,94 1,38E-04 leucyl aminopeptidase

356 up 3,08 0,0012 up < 1.5 nsv down 2,43 0,004 copper radical oxidase

360 down 2,08 9,48E-04 down < 1.5 1,71E-05 down < 1.5 3,76E-04 aldo keto reductase

Tabela 1B. Expressão diferencial de proteínas – Mp553 -

Page 130: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

114

378 up 2,64 2,18E-04 down < 1.5 9,36E-05 down < 1.5 1,94E-05 eukaryotic translation initiation factor eif-5a

381 down 4,77 1,10E-03 down < 1.5 1,74E-04 down < 1.5 >0.005 duf985 domain-containing protein

396 down < 1.5 >0.005 down < 1.5 0,00379 down < 1.5 1,80E-04 cysteine peroxiredoxin

397 down < 1.5 5,53E-06 down < 1.5 5,11E-09 down < 1.5 3,39E-08 triose phosphate isomerase

402 - < 1.5 >0.005 down < 1.5 5,59E-06 down < 1.5 4,23E-04 urea hydro-lyase cyanamide

403 down < 1.5 1,17E-04 down < 1.5 3,54E-08 down < 1.5 9,25E-07 proteasome subunit

405 down < 1.5 >0.005 down < 1.5 6,54E-07 down < 1.5 1,90E-04 argininosuccinate synthetase

414 down < 1.5 >0.005 down < 1.5 1,25E-04 down < 1.5 7,15E-04 protein

420 down 1,48 9,30E-06 down < 1.5 4,11E-08 down < 1.5 7,91E-08 actin- expressed

436 down < 1.5 >0.005 down < 1.5 0,0012 down < 1.5 5,30E-05 proline-specific peptidase

442 igual < 1.5 >0.005 down 4,17 3,02E-04 down 4,05 1,63E-04 40s ribosomal protein s0

444 down 2,89 0,0011 down < 1.5 9,15E-05 down < 1.5 0,002 aldolase

446 - < 1.5 >0.005 up 2,27 3,33E-04 up 2,06 2,00E-04 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

454 - < 1.5 >0.005 down < 1.5 1,21E-03 down < 1.5 >0.005 acetyl- acetyltransferase

491 up 3,04 0,0015 down < 1.5 2,92E-04 down < 1.5 2,70E-04 aldo-keto reductase yakc

561 down 2,35 >0.005 down < 1.5 0,0015 down < 1.5 1,04E-05 hypothetical protein MPER_10538

572 down 2,35 >0.005 down < 1.5 0,0025 down < 1.5 2,41E-04 60s acidic ribosomal protein p0

574 - < 1.5 >0.005 down < 1.5 0,0043 down < 1.5 8,12E-04 40s ribosomal protein s0

579 - < 1.5 >0.005 down < 1.5 8,93E-05 down < 1.5 1,85E-04 nad-dependent formate dehydrogenase

589 down < 1.5 >0.005 down < 1.5 0,0012 down < 1.5 8,20E-06 phosphoglycerate kinase

594 - < 1.5 >0.005 down < 1.5 0,003 down < 1.5 >0.005 orotidine-5 -monophosphate decarboxylase

630 0,252827 60s ribosomal protein l9

645 1,00E+06 proline-specific peptidase

653 1,00E+06 pci domain-containing protein

660 1,00E+06 5-methyltetrahydropteroyltriglutamate-homocysteine

s-methyltransferase

661 1,00E+06 translation elongation factor 1- partial

706 1,00E+06 20s proteasome subunit

710 1,00E+06 nad-malate dehydrogenase

731 1,00E+06 fmn-linked oxidoreductase

Page 131: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

115

731 1,00E+06 fmn-linked oxidoreductase

732 1,00E+06 eukaryotic translation initiation factor 5a

733 1,00E+06 peptidylprolyl isomerase b

736 1,00E+06 het-c2 protein

739 1,00E+06 adenylate kinase 1

742 1,00E+06 20s proteasome subunit

743 1,00E+06 aldo keto reductase

749 0,12545 cytochrome b5

750 0,104849 aldo-keto reductase puatative

754 1,00E+06 s-phase kinase-associated protein 1a-like protein 1 reference treatment

(-) no expression difference

Page 132: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

116

Match ID Ctrl x Cat1

Fold Anova Ctrl x TSH1

fold Anova Cat x TSH1

fold Anova Sequence Identification

3 down 4,12 0,00115 - < 1.5 > 0.005 up < 1.5 > 0.005 40s ribosomal protein s3

9 up 7,01 0,0021 up 5,8 0,0016 down < 1.5 > 0.005 acetyl-coa hydrolase

24 up 3,83 0,005 up 3,44 0,0022 down < 1.5 > 0.005 actin 1

26 down 0 0,0013 - < 1.5 > 0.005 up < 1.5 1,18E-05 heat shock protein

31 down 3,07 0,0012 down 2,14 1,33E-04 up < 1.5 > 0.005 dead-domain-containing protein

38 down < 1.5 > 0.005 down 4,18 0,0032 down < 1.5 > 0.005 atp synthase f1 beta subunit

57 up 4,25 0,0022 up 5,07 1,30E-04 up < 1.5 > 0.005 hypothetical protein MPER_00763

59 up 2,31 0,0029 down < 1.5 > 0.005 down 2,56 0,0034 proteasome subunit alpha type 5

68 down 2,72 2,43E-04 down 1,99 3,41E-04 up < 1.5 > 0.005 hypothetical protein MPER_06663

69 down 1,9 > 0.005 down 1,66 0,0032 up < 1.5 > 0.005 hypothetical protein MPER_06663

71 down < 1.5 > 0.005 down 2,1 0,0026 down < 1.5 > 0.005 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

76 down 2,68 0,0024 down < 1.5 > 0.005 up < 1.5 > 0.005 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

96 down < 1.5 > 0.005 down 1,62 8,75E-04 down < 1.5 > 0.005 gtp binding protein

106 up < 1.5 > 0.005 down < 1.5 > 0.005 down 1,8 0,0021 alpha beta-hydrolase

126 up 2,04 0,003 up < 1.5 > 0.005 down < 1.5 > 0.005 phosphoglycerate kinase

127 down < 1.5 > 0.005 down 2,57 0,0015 down < 1.5 > 0.005 6-phosphogluconate dehydrogenase

128 down < 1.5 > 0.005 down 1,91 4,20E-04 down < 1.5 > 0.005 oxysterol-binding protein

158 up 4,25 0,003 up 4,71 0,005 up < 1.5 > 0.005 beta-tubulin 1 tubb1

174 up < 1.5 > 0.005 down 1,7 6,50E-04 down < 1.5 > 0.005 translation elongation factor 1- partial

177 down < 1.5 > 0.005 down 1,73 0,002 down < 1.5 > 0.005 tubulin alpha

195 down < 1.5 > 0.005 down 1,72 0,00173 down < 1.5 > 0.005 catalase

204 up < 1.5 > 0.005 down 2,09 0,001 down < 1.5 > 0.005 aspartate-trna ligase

210 up < 1.5 > 0.005 down < 1.5 > 0.005 down 2,6 0,0028 erylysin b

212 down < 1.5 > 0.005 down 2,4 8,52E-04 down < 1.5 > 0.005 erylysin b

243 down < 1.5 > 0.005 down 1,9 0,0044 down < 1.5 > 0.005 heat shock protein

254 down < 1.5 > 0.005 down 2,13 0,0045 down < 1.5 > 0.005 transketolase

293 down < 1.5 > 0.005 down 3,92 0,0021 down < 1.5 > 0.005 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

300 up up up 12,37 0,000118 hypothetical protein MPER_00772

301 up up up < 1.5 > 0.005 20s proteasome subunit

303 up up up 3,51 6,94E-05 cysteine peroxiredoxin

304 up up up 4,9 > 0.005 cysteine peroxiredoxin

Tabela 2B. Expressão diferencial de proteínas Mp565 -

Page 133: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

117

308 up up up < 1.5 > 0.005 o-methyltransferase family 3 protein

309 up up up < 1.5 > 0.005 hypothetical protein MPER_00763

311 up up up < 1.5 > 0.005 hypothetical protein MPER_09371

312 up up up < 1.5 1,10E-03 hypothetical protein MPER_00763

315 up up up 2,45 > 0.005 malate nad-dependent

316 up up up < 1.5 > 0.005 aldo keto reductase

318 up up up < 1.5 > 0.005 glutelin

319 up up up 2,12 > 0.005 arylalcohol dehydrogenase

320 up up up < 1.5 > 0.005 glutamic oxaloacetic transaminase aat1

323 up up up 2,81 > 0.005 tubulin alpha

325 up up up < 1.5 > 0.005 actin 1

327 up up down 1,84 3,00E-03 s-adenosyl-l-homocysteine hydrolase

333 up up down 1,84 > 0.005 26s proteasome subunit p45

334 up < 1.5 0,001028 up < 1.5 0,0057 down < 1.5 > 0.005 ketol-acid reductoisomerase

335 up up up 4,5 2,98E-03 citrate synthase

336 up up down < 1.5 > 0.005 acetyl- hydrolase

338 up up down 2,69 8,54E-04 40s ribosomal protein s0

343 up up up < 1.5 > 0.005 40s ribosomal protein s0

344 up up up 2 0,004 40s ribosomal protein s0

345 up up up < 1.5 > 0.005 40s ribosomal protein s0

350 - down down 1,65 0,0031 heat shock protein 70

361 up up ubiquitin-40s ribosomal protein

362 up up aldo keto reductase

364 up up cytoplasmic protein

369 up up hypothetical protein MPER_00772

375 up up 20s proteasome subunit

376 up up cytochrome b5

377 up up hypothetical protein MPER_00772

378 up up actin depolymerizing factor

379 up up peptidyl-prolyl cis-trans isomerase

380 up up 40s ribosomal protein s18

381 up up 40s ribosomal protein s12

382 up up 40s ribosomal protein s12

383 up up 40s ribosomal protein s19

Page 134: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

118

384 up up duf985 domain-containing protein

386 up up eukaryotic translation initiation factor 5a

387 up up 40s ribosomal protein s19

388 up up eukaryotic translation initiation factor eif-5a

389 up up nucleoside diphosphate kinase

390 up up nucleoside diphosphate kinase

398 up up nadh-quinone oxidoreductase

399 up up nadh-quinone oxidoreductase

402 up up manganese superoxide dismutase

406 up up ran-specific gtpase-activating protein

407 up up cysteine peroxiredoxin

408 up up triose phosphate isomerase

415 up up zn-dependent exopeptidase

416 up up urea hydro-lyase cyanamide

418 up up 20s proteasome subunit

419 up up 20s proteasome subunit

420 up up prohibitin

421 up up voltage-dependent ion-selective channel

422 up up 20s proteasome subunit

425 up up hypothetical protein MPER_06640

428 up up voltage-dependent ion-selective channel

430 up up ran-specific gtpase-activating protein

432 up up 14-3-3 protein

433 up up short-chain dehydrogenase reductase sdr

434 up up carbohydrate-binding module family 13 protein

435 up up nad-malate dehydrogenase

437 up up nad-malate dehydrogenase

438 up up malate dehydrogenase

443 up up hypothetical protein CC1G_08491

449 up up glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase

450 up up sec14 cytosolic factor

451 up up sec14 cytosolic factor

452 up up 2-nitropropane dioxygenase

453 up up malate dehydrogenase

Page 135: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

119

455 up up nad-dependent formate dehydrogenase

456 up up nad-dependent formate dehydrogenase

458 up up uroporphyrinogen decarboxylase

459 up up alpha beta-hydrolase

461 up up acetyl- acetyltransferase

462 up up 14-3-3 protein

464 up up 6-phosphogluconate dehydrogenase

465 up up 6-phosphogluconate dehydrogenase

468 up up transaminase

474 up up heat shock protein

475 up up heat shock protein

476 up up saccharopine dehydrogenase

477 up up hypothetical protein MPER_04035

478 up up nad-dependent formate dehydrogenase

482 up up peptidylprolyl isomerase b

483 up up phosphoglycerate kinase

488 up up 40s ribosomal protein s4

493 up up 60s ribosomal protein l12

495 up - down 14-3-3 protein

496 up - down voltage-dependent ion-selective channel

499 down down translation elongation factor 1- partial

502 down down glycine hydroxymethyltransferase

504 down down udp-glucose gdp-mannose dehydrogenase 1 reference treatment

(-) no expression difference

Page 136: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA …nbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/luciana_camillo.pdf · Vassoura-de-bruxa (Fitopatologia). 3. Fungos fitopatogênicos.

120