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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
SIDNEY VIEIRA DE SOUZA
OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS
(OBMEP): UM DESAFIO A SER SUPERADO PELA TURMA DO 9º ANO, DA
ESCOLA MUNICIPAL BASÍLIO FERREIRA GONÇALVES.
Salvador-Ba 2015
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SIDNEY VIEIRA DE SOUZA
OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS
(OBMEP): UM DESAFIO A SER SUPERADO PELA TURMA DO 9º ANO, DA
ESCOLA MUNICIPAL BASÍLIO FERREIRA GONÇALVES.
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientadora: Prof.ª Ma. Wilma Santos de Santana Souza
Salvador-Ba 2015
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SIDNEY VIEIRA DE SOUZA
OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS
(OBMEP): UM DESAFIO A SER SUPERADO PELA TURMA DO 9º ANO, DA
ESCOLA MUNICIPAL BASÍLIO FERREIRA GONÇALVES.
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em janeiro de 2016.
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador.________________________________________________ Segundo Avaliador.________________________________________________ Terceiro Avaliador.________________________________________________
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A Deus, qυе nos criou e foi criativo nesta tarefa. Sеυ fôlego dе
vida еm mіm mе fоі sustento е mе dеυ coragem para questionar
realidades е propor sempre υm novo mundo dе possibilidades.
Аоs meus pais, irmãos, minha esposa Joana, meus filhos е a
toda minha família que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram
esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa dе minha vida.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por me permitir mais esta conquista.
A meus familiares, pelo apoio neste momento. A todos, meu muito obrigado.
A minha orientadora, Prof.ª Wilma Santos de Santana Souza, pela paciência e
competência ao me auxiliar nesta jornada.
À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por
levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos
como eu.
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Mudar é, portanto trabalho conjunto dos educadores da escola
e supõe diálogo, troca de diferentes experiências e respeito à
diversidade de pontos de vista. (ORSOLON, 2012, p; 24).
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SOUZA, Sidney Vieira de. Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas
Públicas (OBMEP): um desafio a ser superado pela turma do 9º ano, da Escola
Municipal Basílio Ferreira Gonçalves. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) –
Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade
Federal da Bahia, Salvador, 2015.
RESUMO
Este estudo objetivou descobrir e analisar os desafios e as dificuldades encontradas pela turma do 9º ano na avaliação externa da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) na Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, bem como identificar os principais fatores que levam as turmas, a não ter se quer um aluno que aproxime dos 40% da prova, diminuir o alto índice de porcentagem negativa nas avaliações aplicadas em cada ano letivo, proporcionar novas metodologias de trabalho com as turmas, preparando-os para uma futura avaliação das Olimpíadas. Para isto foi utilizado como método para coleta de dados varias pesquisas bibliográficas, através do estudo levantado no referencial teórico sobre a avaliação educacional e a avaliação externa da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Pública, utilizando-se como instrumento de coleta de dados os questionários com questões fechadas para alunos do 9º ano e professores de Matemática. A partir da análise de dados foi possível perceber as limitações da turma do 9º ano no exame avaliativo da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), onde também foi possível detectar que uma das maiores dificuldades a ser vencida nas próximas olimpíadas será aprender e usar as quatro operações da matemática para assim tentar resolver os conteúdos programático da OBMEP.
Palavras-chave: Dificuldades. OBMEP. Avaliação Externa. Matemática.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro1 Quadro dos cronogramas das ações................................... 41
Figura 1 Escola Mun. Basílio Ferreira Gonçalves.............................. 29
Gráfico 1 Análise dos entrevistados quanto à questão 01......................... 33
Gráfico 2 Análise dos entrevistados quanto à questão 02 ........................ 34
Gráfico 3 Análise dos entrevistados quanto à questão 03........................... 35
Gráfico 4 Análise dos entrevistados quanto à questão 06......................... 36
Gráfico 5 Análise dos entrevistados quanto à questão 07......................... 37
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
CP Coordenador Pedagógico
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação
UFBA
MEC
OBMEP
IMPA
SAEB
FNDE
Universidade Federal da Bahia
Ministério da Educação
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas
Instituto de Matemática Pura e Aplicada
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................. 11
1 TRAJETÓRIA ESCOLAR, PROFISSIONAL E ACADEMICA.................. 15
1.1 VIDA PROFISSIONAL 16
1.2 MINHA VIDA ACADÊMICA 17
1.3 EXPECTATIVAS PARA O FUTURO 19
2 AS ABORDAGENS AVALIATIVAS E A AVALIAÇÃO EXTERNA DA
OBMEP
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3 POSSIBILIDADES PARA OBTENÇÃO DE RESULTADOS
POSITIVOS NAS OLÍMPIADAS DA MATEMÁTICA
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3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA........................................................... 28
3.2 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................... 33
3.3 APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA E ANÁLISE DE
DADOS
31
3.4 JUSTIFICATIVA 36
3.5 OBJETIVO GERAL................................................................................... 37
3.6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................... 37
3.7 METODOLOGIA....................................................................................... 37
3.8 AVALIAÇÃO.............................................................................................. 38
3.9 RECURSOS UTILIZADOS................................................................. 39
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 41
REFERÊNCIAS........................................................................................... 43
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INTRODUÇÃO
Diante de um processo que se inicia desde o primeiro dia de aula e prolonga-
se até o último no decorrer do ano letivo, a avaliação educacional é o principal
caminho para se chegar a um resultado almejado pelo educador. Segundo,
Vasconcellos (2005, p.144), há uma relação intrínseca entre ensino e avaliação na
medida em que não dá para ensinar autenticamente sem avaliar ‘’[...] a primeira
coisa a se fazer no ensino é investigar o conhecimento anterior dos alunos’’. Sempre
avaliamos na esperança de alcançarmos algo positivo, más também podemos ser
surpreendido com um resultado negativo, ou seja, o não esperado até então em
relação ao conceito avaliado do aluno ou da sua turma, por isso é preciso que o
professor investigue o conhecimento prévio do aluno, saiba quais são as suas
habilidades em determinadas disciplinas para que o processo avaliativo vá se
incorporando ao seu método de trabalho em sala de aula.
A disciplina de Matemática, por exemplo, é considerada uma das mais
importantes da grade curricular, pois ela está presente em tudo que fazemos no dia,
seja na escola, no trabalho, nas lojas, nos supermercados, nas farmácias e em
qualquer outro local de movimentação financeira. O estudo desta disciplina oferecem
condições para que o aluno resolva as situações-problemas do meio em que ele vive
e ajuda o mesmo a conseguir bons resultados em determinados exames nacional
como, por exemplo, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas
(OBMEP).
Tida como uma avaliação externa do governo federal, a OBMEP é um exame
avaliativo aplicado em praticamente todas as escolas pública do Brasil nas turmas
do 6º ao 9º ano do ensino fundamental ll, só que nas ultimas edições as turmas do
9º ano da Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, localizada a 65 km da sede
do município de Carinhanha-Ba, não vem tendo bons resultados nas provas. Neste
contexto houve a necessidade de estudarmos os desafios e as dificuldades das
Olimpíadas de Matemática em relação às turmas, pois trazemos aqui a seguinte
inquietação: Quais os fatores que levam as turmas do 9º ano do ensino fundamental
ll, a não obterem um resultado positivo nas avaliações das Olimpíadas de
Matemática (OBMEP)?
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Devido à dificuldade para entendermos os fatores que levam as turmas do 9º
ano, a não obterem um resultado positivo nas avaliações, onde ao que se percebem
é que a cada ano letivo que se passa as turmas, não estão assimilando bem as
questões formuladas, e também na maioria das vezes os alunos não conseguem
atingir nem os 40% da prova, essa pesquisa se justifica em analisar o impacto que a
OBMEP exerce nas turmas, e assim tentar contribuir para com seu publico alvo, no
caso o aluno e sua turma, o incentivo com a preparação e estudos do componente
curricular de Matemática, com o proposito de obter resultados mais satisfatórios nas
avaliações das próximas Olimpíadas.
Neste sentido, o objeto de estudo também se torna relevante para que o
professor de Matemática descubra o motivo do baixo rendimento nas provas para
que posteriormente com isso possa mudar a sua metodologia de trabalho pensando
sempre no rendimento positivo das turmas como um todo. Os impactos na prática
profissional do professor são muitos, onde podemos destacar as mudanças nas
metodologias de trabalho tanto na parte teórica como pratica, possibilitando neste
caso a implantação de novas formas avaliativas no Componente Curricular de
Matemática, visando sempre o nível de aprendizagem do aluno de acordo com a sua
realidade local, más não deixando de prepara-lo para a realidade nacional. Gatti
(2003, apud ANGELO; CROSS, 1993).
Consideram que o professor precisa ter uma série de meios
avaliativos, não muito longos e que possam ser usados de modo mais
continuado no correr das aulas‘’[...] cuja finalidade seria fornecer ao
professor uma informação frequente e contínua sobre o progresso
acadêmico de seus alunos’’. (GATTI, 2003, apud ANGELO;
CROSS, 1993, P. 42)
Aos trabalhar com vários meios avaliativos, o professor dinamiza melhor suas
aulas e acaba se libertando aos poucos dos métodos avaliativos ditos tradicionais,
fazendo com que seus alunos progridam ou não diante dos conhecimentos que lhes
são passados. Sabemos que em uma determinada área do conhecimento, sempre
haverá um, dois ou três alunos que não que consegue assimilar bem os conteúdos
em sala de aula e consequentemente não fazerem uma boa atividade avaliativa
proposta pelo professor, mas quando o problema é visível na turma de modo geral ai
é necessário se fazer uma pesquisa para tentar soluciona-lo ou ameniza-lo. De
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acordo Thiollent (1997), numa pesquisa sempre é preciso pensar, isto é, buscar ou
comparar informações, articular conceitos, avaliar ou discutir resultados elaborar
generalizações, etc.
Portanto, nesta perspectiva, este estudo teve por finalidade realizar uma
pesquisa-ação, sendo ela descritiva, uma vez que se utilizou de conhecimentos de
técnicas padronizadas de coleta de dados como questionários e entrevista e
também a necessidade da pesquisa bibliográfica no momento em que se fez uso de
materiais já elaborados em livros, artigos científicos, documentos eletrônica e
enciclopédias na busca e alocação de conhecimento sobre os problemas
detectados.
Na pesquisa-ação os pesquisadores desempenham um papel ativo no
equacionamento dos problemas encontrados, no acompanhamento e na avaliação
das ações desencadeadas em função dos problemas. (THIOLLENT, 1997). Assim
sendo, o então projeto de intervenção teve como objetivo geral, descobrir e analisar os
desafios e as dificuldades encontradas pela turma do 9º ano na avaliação externa da
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) na Escola Municipal
Basílio Ferreira Gonçalves, e alguns dos principais objetivos específicos foram:
Identificar os principais fatores que levam as turmas do 9º ano, a não ter se
quer um aluno que possa aproximar dos 40% da prova.
Diminuir o alto índice de porcentagem negativa nas avaliações aplicadas em
cada ano letivo.
Proporcionar novas metodologias de trabalho com a turma de 9º ano,
preparando-os para uma possível avaliação das Olimpíadas.
Salientar a respeito da importância das Olimpíadas no processo de ensino-
aprendizagem no dia-dia escolar e nos nossos afazeres perante a sociedade.
O presente Trabalho de Conclusão de Curso está dividido em três capítulos,
onde no primeiro será apresentado um Memorial relatando a trajetória vida pessoal
em relação à área educacional, profissional, acadêmica e as expectativas neste
contexto para o futuro. No segundo capitulo é apresentada a Fundamentação
Teórica com as referencias e autores que embasam nas leituras ao longo da
elaboração deste trabalho e no terceiro capitulo consta o Projeto de Intervenção
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elaborado para solucionar ou ao menos amenizar o problema até então citado nos
primeiros parágrafos acima desta introdução.
Assim sendo, este trabalho é destinado aos profissionais da educação de
modo geral: direção escolar, secretário de educação, alunos do ensino fundamental
ll e principalmente para os professores graduados ou não em Matemática.
Esperamos que os resultados sejam alcançados com a aplicação do então Projeto
de Intervenção a cada mês que antecede a prova da OBMEP, nas turmas do 9º ano
da Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, e que assim as turmas consigam
resultados positivos a cada ano letivo, proporcionado bons frutos para a escola e
principalmente para o aluno.
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1 TRAJETÓRIA ESCOLAR, PROFISSIONAL E ACADEMICA
Um quadro, as personagens de um filme ou de um livro, por mais fora
do comum que sejam, foram gerados com base na leitura de
elementos contidos na memória do seu autor. E a memória é um
produto da nossa carga genética, do útero materno, do ambiente
social, do meio educativo e das relações do nosso Eu com a própria
mente. (Augusto Cury)
Assim como foi mencionado na citação acima de Augusto Cury, todos nós
temos nossa própria memoria a ser escrita e reescrita dependendo da necessidade
e o momento a quem destinamos a mesma seja memorizando tanto o inicio, meio e
fim de nossa formação social, formação profissional e formação acadêmica. Este
meu memorial relata tudo isto e será destinado ao Curso de Especialização em
Coordenação Pedagógica (CECOP 3) pela Universidade Federal da Bahia.
Toda criança, quando entra pela primeira vez na escola, sente certo medo.
Medo da convivência com outras pessoas, medo de se sentir sozinha dentro da sala
de aula, enfim medo da insegurança e comigo não foi diferente. Em 1990, ano em
que comecei a estudar em uma escola antes estadual e hoje municipal, Lindaura
Brito de Assunção, onde estudei a 1ª, 2ª e a 3ª série com a mesma professora,
predominava uma metodologia totalmente diferente às de hoje, pois o professor
além de aplicar muitos exercícios na sala, também passava a famosa tarefinha de
casa, exigindo mais interesse pessoal do aluno, principalmente nas atividades de
Matemática envolvendo as quatros operações e de Português com cópias e leitura
de texto, que para mim foi um processo de aprendizagem muito lento, pois eu era
uma criança muito tímida e não gostava de ler em sala de aula para a minha
professora e meus colegas ouvirem.
Somente no segundo ano de estudo, ainda na 1ª série, foi que desenvolvi um
pouco mais e passei a ter um entendimento melhor sobre a técnica de leitura e dos
exercícios de Matemática aplicados tanto para serem resolvidos em casa como em
sala de aula. Os tipos de avaliações da época me proporcionaram vários
conhecimentos básicos para uma melhor facilidade de expressão e de entendimento
de mundo, fazendo com que eu venha vencer a timidez que agia sobre mim como
uma barreira de obstáculo para o desenvolvimento da minha aprendizagem
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impedindo minha interação com os meus colegas e de perguntar o que tinha
vontade para a professora no momento de dúvidas de um determinado assunto.
Aos treze anos de idade, fui morar na cidade de São Paulo-SP, com minha
família em 1994. Ao chegar, minha mãe me matriculou no colégio Estadual Pastor
Cícero Canuto de Lima, onde fiz a 4ª, 5ª e 6ª série com sucesso, sem ficar em
recuperação em nenhuma disciplina. Retornando à Bahia em 1997, passamos a
morar no povoado do Angico, no município de Carinhanha-Ba e lá fui matriculado na
Escola Municipal Luís Viana Filho, onde estudei a 7ª e a 8ª série, concluindo assim o
Ensino Fundamental das séries finais. A partir daí "comecei a andar com as minhas
próprias pernas", pois passei a morar na sede do município com a minha avó, para
iniciar minha formação profissional do Magistério. Estudei o 1º, 2º e 3º ano do Ensino
Médio no Colégio Estadual Coronel João Duque com muito sacrifício, principalmente
no último ano, pela dificuldade de ter que dividir o meu tempo com o estudo, estágio
e o trabalho que foi muito importante para minha formação em 2001.
1.1 VIDA PROFISSIONAL
O começo da minha carreira como professor foi no ano de 2002, em uma
escola de multissérie, denominada de Escola Municipal Nova Veneza, localizada a
55 km da sede, na Fazenda Mariano. Lá lecionei durante dois anos com contrato e
um ano já como professor concursado, pois eu havia conseguido passar em 3º lugar
de 30 vagas disponível para escolas multissériadas na época. Esta escola ficou
marcada em minha vida, por vários motivos, pois foi nela que comecei a trabalhar
profissionalmente, abrindo assim as portas para a minha vida profissional na área da
educação.
A minha ida para encarar este primeiro grande desafio da minha vida como
professor foi muito triste, pois eu não tinha nenhum conhecimento da localidade, não
conhecia os moradores de lá e assim para mim e minha família foi um momento
muito difícil, porque jamais eu tinha saído de casa para ficar uma quinzena fora sem
contato com meus irmãos e principalmente com meus pais. Ao fechar a escola por
falta de alunos suficiente para seu funcionamento,
fui trabalhar no povoado de Vila São João, na Escola Municipal José Rodrigues de
Brito com turmas de 5ª a 8ª série em 2005, e já no ano seguinte fui transferido para
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a Escola Municipal Padre Manoel da Nóbrega, no povoado do Capinão, onde
trabalhei inicialmente com uma turma de 4ª série em 2006, depois com uma turma
de 2ª série e com o Programa Topa em 2007 e em 2008 passei a trabalhar com
turmas de extensão de 5ª a 8ª série, ou seja, ensino fundamental ll, por quatro anos
na referida escola. No ano de 2013, a Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves,
localizada no povoado de Riacho do Capinão, passou a ser o meu mais novo local
de trabalho até então, onde assim comecei trabalhando como professor de
Geografia de turmas do ensino fundamental ll, como coordenador pedagógico em
2014 e no atual ano de 2015 meu nome foi indicado pelo Secretario de Educação do
Município, para assumir a direção da escola a qual trabalho, e assim aceitei mais um
grande desafio na minha vida profissional com um pensamento de fazer o melhor
pela educação do meu município e principalmente da minha comunidade.
1.2 MINHA VIDA ACADÊMICA
Iniciei minha formação acadêmica em 2007, no curso de Biologia pela FTC
(ead), mas acabei desistindo no quinto mês de estudo do primeiro semestre, depois
de ter feito e passado em 22º lugar entre 50 vagas disponíveis, no vestibular de
Geografia pela UNEB em fevereiro de 2008.
O curso de licenciatura em Geografia começou no dia 13 de março de 2008,
com sete componentes curriculares, além das oficinas interdisciplinares. Todos os
componentes trabalhados durante o curso foram de suma importância para mim e
para os demais colegas, que viram na faculdade um novo mundo ao seu redor e
novas metodologias de trabalho na área educacional como um todo. O componente
Fundamentação Teórica da Ação Pedagógica (F. T. A. P) merece um destaque
maior, pois nos ensinou as várias concepções de planejamento, bem como os
objetivos educacionais, as metodologias do ensino, o conceito de avaliação e a LDB
9394/96 Lei maior que rege a educação brasileira.
A partir do segundo semestre, com os componentes específicos, acabei
descobrindo e compreendendo a importância da Geografia no currículo escolar,
principalmente a área física, que envolve vários conceitos fundamentais para uma
melhor compreensão do espaço natural e geográfico. Minha graduação em
Geografia finalizou em dezembro de 2011, me proporcionando um vasto
entendimento de mundo com as informações e conhecimentos adquiridos, para que
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eu possa passar os mesmos aos meus alunos, possibilitando-lhe uma visão
concreta daquilo que esteja no seu meio, para assim exercerem melhor sua
cidadania. Minha passagem por uma faculdade me proporcionou muitos
conhecimentos e reflexões de bastantes coisas da vida que permeiam em nosso
meio social, e uma delas é que o conhecimento é amplo e nunca inacabado, que
cada um de nós só conseguirá atingir o ápice do sucesso, através de muita
dedicação e perseverança naquilo que fazemos ou desejamos fazer no futuro.
Em março de 2012, sem praticamente descanso nenhum do desgaste e difícil
luta em finalizar a faculdade, continuei com os estudos, dando início a minha pós-
graduação em Educação Física Escolar, pelo Instituto Pró Saber. Os estudos dos
Componentes Curriculares e as atividades dos mesmos foram feitos virtualmente via
internet com 5 encontros presenciais, para que os professores nos orientassem a
respeito dos trabalhos de conclusão do curso (TCC), onde para mim só foi possível
finalizá-lo agora no corrente ano de 2015, por conta de ter deixado o prazo de
entrega inspirar, devido as demandas dos trabalhos no dia-dia escolar.
1.3 EXPECTATIVAS PARA O FUTURO
A próxima meta para o futuro em relação a minha vida acadêmica com
certeza será a conclusão da minha segunda pós-graduação, agora em
Especialização em Coordenação Pedagógica, curso este que comecei em outubro
de 2014 pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde pretendemos finaliza-lo
em janeiro de 2016. A importância da realização deste curso é que além da pós em
Educação Física Escolar, área onde procuro melhorar a aptidão física dos alunos,
desenvolver o corpo e a mente e despertar o espirito de solidariedade e
esportividade que existem em cada um, desejo também em me especialista em
coordenação pedagógica na rede municipal de educação do meu município, pois
acredito que a educação de qualidade que tanto queremos, só será possível com o
apoio e as contribuições do coordenador perante o planejamento pedagógico dos
professores e a formação continuada dos mesmos para a realização de um trabalho
satisfatório dentro e fora da sala de aula.
Portanto, assim foi minha trajetória escolar, profissional e acadêmica, onde
hoje sou professor há treze anos no município de Carinhanha-Ba, sendo licenciado
há três anos como professor de Geografia, pós-graduado em Educação Física
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Escolar a menos de um ano e atualmente exercendo a função de gestor da Escola
Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, localizado no povoado do Riacho do Capinão
na zona rural do município de Carinhanha-Ba. A cada objetivo e conquista realizada
na minha profissão e na área acadêmica, me sinto fortalecido e disposto a crescer
mais e mais, pois acredito que a educação só poderá melhorar si cada um de nos
dedicarmos e valorizarmos nosso próprio trabalho pensando não somente em si,
más na formação social das futuras gerações na nossa nação como um todo, apesar
da desvalorização do poder público por nossa classe. Portanto, termino dizendo que
minha trajetória, seja ela profissional ou acadêmica, ainda não acabou, pois o curso
de Especialização em Coordenação Pedagógica, irá me auxiliar bastante nesta
jornada com a abertura de novas oportunidades na área educacional, principalmente
prestando ajuda e apoio pedagógico aos professores, que para mim são os maiores
responsáveis pela formação profissional e social dos nossos educandos.
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2. AS ABORDAGENS AVALIATIVAS E A AVALIAÇÃO EXTERNA DA OBMEP.
Avaliar para quê? Há atualmente uma fortíssima disputa entre a perspectiva
emergente (avaliar para intervir e mudar) e a já estabelecida (avaliar para classificar
e excluir) “[...] muitas vezes, advém uma sensação de complexidade: queremos uma
coisa, fazemos outra”. (Vasconcellos, 2005, p.51). Avaliamos no intuito de
verificarmos alguns aspectos positivos ou negativos de algo ou alguém, para que
possamos posteriormente conceituar a realidade vivenciada pelo objeto de estudo
em qualquer espaço físico que esteja e só então depois disto é que temos a certeza
do que fazer ‘’se vamos intervir para mudar ou classificar para excluir’’.
Para Haydt (2003, p.09-10), “Avaliar é julgar ou fazer a apreciação de alguém
ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. Assim sendo, a avaliação
consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na interpretação desses
resultados com base em critérios previamente definidos".
No cenário escolar, a afirmação citada pelo autor acima, não é diferente, pois
a cada dia os profissionais da educação, vivem constantemente avaliando o aluno e
sua turma em diferentes aspectos com métodos não muito padronizados,
possibilitando neste caso que a questão do avaliar fique a critério de cada educador,
onde se avalia alguns conceitos básicos usando apenas alguns instrumentos
avaliativos e continuo de forma individual ou pessoal. A avaliação escolar em um
primeiro momento parece fácil, mas se levarmos em conta os diferentes métodos
avaliativos, ela não é tão fácil como parece, pois envolvem uma complexidade de
fatores muito grande como: comportamento, participação, assiduidade, interesse,
respeito e outros valores sociais por parte do alunado que em muitas das vezes
acabam ficando de fora do processo avaliativo durante o ano pelo professor.
Acumulando, analisando e refletindo sobre os meios avaliativos que venham a
criar, os professores, bem como toda a equipe escolar, podem apurar e melhorar
suas formas de avaliação e, portanto, tornarem-se mais justos na apreciação das
diversas aprendizagens de seus alunos. (Gatti, 2003) Quando há na escolar certo
acumulo de instrumentos avaliativos e um pensamento reflexivo naquilo que se
deseja observar atentamente do aluno, não só dentro da sala de aula, más também
fora dela, o processo de ensino-aprendizagem tende a fluir bem melhor, pois neste
caso não há uma avaliação pessoal de um só profissional e sim uma avaliação
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coletiva, aonde todos chegam a um consenso comum, ou seja, obtém uma
interpretação de resultado do aluno ou de sua turma que poderá ser um resultado
positivo ou negativo.
Gatti (2003), afirma que:
Para ter sentido, a avaliação em sala de aula deve ser bem
fundamentada quanto a uma filosofia de ensino que o professor
espose. A partir dessa premissa, o professor pode acumular dados
sobre alguns tipos de atividades, provas, questões ou itens ao logo do
seu trabalho, criando um acervo de referencia para suas atividades
dentro de seu processo de ensino. (GATTI, 2003, p. 99).
A escola precisa está sempre ligada aos acontecimentos do mundo atual,
mas também não deixando de lado os fatos históricos, geográficos, científicos e
matemáticos do passado, pois são através deles que passamos a entender os fatos
reais do presente, ou seja, a unidade escolar deve avaliar seus alunos com os
conhecimentos do passado associando com o do presente, ou vice-versa,
procurando mudar e enriquecer seu acervo bibliotecário com atividades
dinamizadas, metodologias de trabalho e referencias pedagógicas que tragam
resultados positivos na formação social e profissional de sua clientela. As mudanças
no sistema de ensino da educação brasileira vêm ocorrendo de longas datas, e com
elas também ocorrem muitas mudanças no processo avaliativo da aprendizagem
desde o ensino dos Jesuítas no Brasil colonial. Segundo Comis (2006 apud
LIBÂNEO, 1994), remanescem, desse período, somente alguns métodos e técnicas,
tais como trabalhos em grupo, discussões e estudo de meio, em detrimento de seu
legado principal: desenvolver a capacidade de reflexão do aluno.
Em outras palavras, quem desencadeará a prática de mudanças será o
sujeito (individual e/ou, sobretudo, coletivo); ocorre que esta mudança acontecerá no
contexto concreto das condições dadas; além disto, o próprio, sujeito é plasmado
neste meio, sendo, por isto, por ele condicionado. (Vasconcellos, 2005, p. 14).
Analisando o panorama histórico sobre a função social da escola e também da
avaliação da aprendizagem, percebe-se que muitas mudanças ainda precisam ser
feitas na Educação, principalmente em relação aos instrumentos avaliativos como a
avaliação interna e externa, pois não há uma padronização entre ambas de como
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deve ser avaliado o aluno, onde consequentemente os educadores examinam com
maior frequência o nível de aprendizagem, ao invés de avaliá-la com diferentes
instrumentos e não usar somente a prova escrita.
De acordo Gatti (2003 p.97-103):
Dados obtidos com professores mostram que não há uma maneira
universal, única, ou melhor, para avaliar os alunos em classe. As
provas são vistas pelos docentes como um instrumento que “mede” a
aprendizagem e são praticamente o único tipo de instrumento de que
se vale para a avaliação. (GATTI, 2003 p.97-103):
Tomando como analise a citação da autora acima, nos ajuda a entender que
a avaliação educacional brasileira tem como base de medida para acompanhar o
desempenho escolar do aluno, apenas as provas, que podem ser classificadas em
avaliação interna, elaboradas dentro da escola pelo professor, diretor e coordenador
pedagógico e em avaliação externa elaborada fora da escola pela Secretaria de
Educação do Município, do Estado e pelo Ministério da Educação (MEC), como por
exemplo: a Provinha Brasil, a Prova Brasil, as Olimpíadas de Português, Astronomia,
Matemática e outras, onde são designadas a serem aplicadas nas escolas em uma
data especifica pelos setores responsáveis. Os resultados das avaliações externas
são importantes, pois ajuda o governo acompanhar e tentar melhorar o sistema de
ensino no Brasil através das notas obtidas, só que por outro lado o resultado obtido
não é tão satisfatório, principalmente em escolas públicas, e isto vem acontecendo
frequentemente com a avaliação externa da Olimpíada Brasileira de Matemática das
Escolas Públicas (OBMEP), na Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves,
localizada no povoado do Riacho do Capinão, a 65 km da sede do município de
Carinhanha-Ba.
A OBMEP é uma avaliação externa de caráter nacional elaborada pelo
Ministério da Educação com a parceria do Instituto de Matemática Pura e Aplicada
(IMPA), e desde 2005 seu numero de participantes vem aumentado e muito, só na
1ª fase da edição de 2015 foram inscritos 17.971.085 alunos do 6º ao 9º ano do
ensino fundamental II e do Ensino Médio da escola de todo o Brasil, segundo as
informações do site oficial http://www.obmep.org.br/. A questão é que este tipo de
avaliação quando chega à escola Basílio Ferreira Gonçalves, acaba causando um
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grande impacto para os alunos e até mesmo para o professor de Matemática, onde
na maioria das vezes não trabalha com sua turma os conteúdos básicos das
olimpíadas anteriores preparando neste caso para a realização das próximas, em
prol de um resultado mais satisfatório.
Dentro do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb)
apresentam-se muitas características avaliativas, e isso às vezes confunde bastante
a cabeça do educador ao avaliar sua turma ou aluno, onde ele pensa que está
avaliando de forma correta, só que na verdade a sua maneira de avaliar apresenta
outro sentido totalmente diferente ao que pensava antes. Há distinção, por exemplo,
entre o ato de avaliar e o ato de examinar e ao que se percebe é que a forma de
avaliação que mais prevalece por parte do sistema de ensino é exatamente o ato de
examinar. Na escola Basílio Ferreira Gonçalves, a OBMEP e vista pelos professores
como um instrumento examinador da aprendizagem e não como um instrumento
avaliativo, por medir o nível de conhecimento dos participantes na área da
Matemática, através de uma prova que examinará se cada um tem a capacidade de
passar para segunda fase e consequentemente chegar às premiações divulgadas
pelo MEC, como se fosse uma competição esportiva dos Jogos Olímpicos.
A escola hoje ainda não avalia a aprendizagem do educando, mas sim o
examina, ou seja, ‘’[...] historicamente, mudamos o nome, porém não modificamos a
prática’’(LUCKESI, 2005). O ponto de vista do autor Cipriano Carlos Luckesi torna-se
perceptível no momento em que o professor se preocupa em apenas aplicar a prova
da Olimpíada de Matemática e depois coletar os resultados, não trabalhado neste
caso às dificuldades encontradas pela turma. Ainda segundo Luckesi (2005):
Do ponto de vista das relações pedagógicas, diversamente dos
exames, a avaliação exige uma postura democrática do sistema de
ensino e do professor, ou seja, para proceder a melhoria do ensino-
aprendizagem, não basta somente o desempenho do aluno, mas toda
a atuação do sistema. (LUCKESI, 2005, p.02):
Para Hoffmann (1991), o paradigma de avaliação que se opõe ao paradigma
sentencioso, classificatório, a mesma denomina de ‘’avaliação mediadora’’. A
OBMEP tem esse caráter de mediar, ou seja, intervir no processo de aprendizagem
do aluno, principalmente nas escolas publicas explorando de si um conhecimento
24
amplo da matemática de acordo a série/ano que este aluno esteja sem distinção do
nível de aprendizagem de cada um. Este fator poderá ser uns dos principais
problemas que dificultam o entendimento da turma do 9º ano da Escola Municipal
Basílio Ferreira Gonçalves, aonde nos últimos três anos as turmas anteriores e
também a atual, não vêm tendo muito êxodo nas provas aplicadas na referida
escola, pois não estão assimilando bem as questões formuladas e na maioria das
vezes os alunos não conseguem ao menos 40% da prova.
O conhecimento do aluno vem dos objetos e cabe ao professor organizar os
estímulos com os quais o aluno entrará em contato para aprender. (HOFFMANN,
1991). É preciso que haja uma reorganização na prática avaliativa da OBMEP, para
que a concepção do avaliar e a visão de conhecimento do professor para com a
mesma possam trazer melhores resultados para as turmas do 9º ano, que é o foco
maior das abordagens avaliativas e avaliação externa da OBMEP até então
mencionadas.
O significado da avaliação enquanto relação dialética na construção do
conhecimento pouco é discutida na escola Basílio Ferreira Gonçalves, pois se
percebe que os professores de modo geral que trabalham com seus respectivos
componentes curriculares, não fazem questionamentos e reflexões com seus alunos
diante do fracasso obtido nas atividades escritas. Com a avaliação externa da
OBMEP não e diferente, as provas são aplicadas sem haver um dialogo
esclarecedor para com a turma a respeito dos assuntos que poderá vir ser
elaborados nas questões, pois nem todo o conhecimento adquirido pelo aluno na
área da matemática no dia-dia escolar, é o suficiente para que ele consiga fazer uma
boa prova.
Hoffmann (1999 apud ASTOLFI, 1990, p. 87-88):
Como bem a expressa P. Meirieu, a aprendizagem supõe duas exigências
complementares: é preciso que o mestre se adapte ao aluno, se faça epistemólogo de sua
inteligência, estando atentas as eventualidades de sua história pessoal, e é precisamente
porque o mestre terá gasto tempo para isso que ele estará a altura de confrontar o aluno
com a alteridade, de ajudá-lo a se superar. HOFFMANN (1999 apud ASTOLFI, 1990, p.
87-88):
25
A avaliação educacional nas salas de aula, tendo em vista a progressão dos
alunos através de provas escritas, na maioria das vezes, acontece de forma
tradicional e isso faz com quer os educadores carregam em si ainda metodologias
arcaicas, que não ajudam tanto os alunos a fazer uma boa prova da Olimpíada de
Matemática. Para que as futuras turmas do 9º ano possam obter melhores
resultados neste tipo de avaliação e qualquer outra de característica externa, será
preciso que a escola Basílio Ferreira Gonçalves, sugira novas sugestões
pedagógicas que ajudem o professor no planejamento ou até mesmo se for o caso
no replanejamento dos instrumentos avaliativos diante do processo
ensino/avaliação. A progressão dos alunos, através de provas planejadas por
diferentes metodologias de trabalho contribuirá para que as futuras turmas do 9º ano
tenha menos dificuldade na realização da OBMEP, isso porque tanto o aluno como a
sua turma criará em si várias estratégias de como chegar a um resultado de uma
determinada questão até então elaborada.
As melhores estratégias, ou seja, as que darão resultados positivos devem
ser mantidas sempre em qualquer tipo de avaliação ou exame quando solicitado,
pois a questão do avaliar nunca é inacabada, sempre estamos propensos a verificar
ou diagnosticar algo dentro ou fora de uma unidade escolar.
A avaliação é vista como ponto de partida, e não como um fim. Deixa
de ter caráter classificatório e passa a ter caráter diagnostico por meio
do qual o professor devera acompanhar e compreender os avanços e
as dificuldades dos alunos: é a avaliação continua. (COMIS, 2006,
p.24).
Para haver uma preparação da turma do 9º ano com o foco nas Olimpíadas
de Matemática, alguns cuidados devem ser feitos pelo professor e pela direção
escolar como: a qualidade das questões, o ambiente arejado, distribuição dos
pontos, extensão e o nível de dificuldade de uma determinada prova, tudo isso se
tornam de fundamental importância na obtenção de melhores resultados no futuro.
Más só isto não basta, é preciso que a turma sinta-se motivada e interessada na
realização da prova da OBMEP e consequentemente conhecer os benefícios que ela
possa vir a exercer para a escola e principalmente para a vida social e profissional
do aluno. Ao que se percebe na escola Basílio Ferreira Gonçalves, é que quando a
turma do 9º ano do ensino fundamental ll, chega a este grau de ensino, fica um
26
pouco acomodado não demonstrado muito interesse na escola, nas atividades
pedagógicas, e muito menos na realização da prova da Olimpíada de Matemática.
De acordo Vasconcellos (2005, p.135), muitos fatores podem contribuir para o
aluno perder o interesse pela escola: o desmonte social, a falta de perspectiva de
vida, a violência, a desestruturação familiar, etc. Na escola Basílio Ferreira
Gonçalves alguns desses fatores é pertinente como à falta de perspectiva de vida e
a desestrutura familiar, mas não é só isso, professores relatam que pelo fato de a
turma do 9º ano terem uma grande quantidade de jovens e por estarem na série/ano
que estão os pais acabam não acompanhando tanto a vida estudantil dos seus filhos
durante o ano letivo, possibilitando neste caso que as turmas marquem presença na
escola sem ter a preocupação de adquirir o conhecimento proporcionado até então
pela série/ano que fazem.
Independentemente da série/ano que o estudante esteja, a família deverá
sempre incentiva-lo e acompanhá-lo nos estudos. A Lei de Diretrizes e Bases (Lei
9394/96) menciona no seu Art. 2º que ‘’A educação, é dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho’’.
Em relação aos conteúdos programáticos da prova da OBMEP, não tem como
aluno, professor, escola e família discutirem, pois são elaboradas questões com
conteúdos previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais de acordo a cada nível
da prova tanto na 1ª como na sua 2ª fase. Além disto, a OBMEP também oferece
muitas ferramentas de estudos para os alunos como: a sessão Provas e Soluções
de edições anteriores, Matemática Mundo Afora que apresenta problemas de
Olimpíadas de Matemática e o Banco de Questões, tudo isto e muito mais se
encontra no site da OBMEP e algumas das ferramentas ainda são enviadas para as
escolas no formato de livro e em dvd.
O “explorar o material didático disponibilizado pela OBMEP” também é
uma pratica recorrente em todos os professores, que elogiam o tipo
de, contudo proposto, a natureza das questões elaboradas e o seu
potencial educativo, não apenas para os alunos, mas também para os
27
próprios professores. (CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS
ESTRATÉGICOS, P.67).
Dessa forma, os dados então citados por diferentes referenciais teóricos
revelam-nos a credibilidade e a importância das abordagens avaliativas no processo
de ensino-aprendizagem das escolas públicas, sendo assim fortificada com a
avaliação externa da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas
(OBMEP), onde a obtenção de um resultado melhor da mesma por parte uma
determinada turma de aluno, dependerá do empenho e a dedicação de todos os
agentes principais envolvidos na educação escolar, desde a gestão até a família.
28
3 POSSIBILIDADES PARA OBTENÇÃO DE RESULTADOS POSITIVOS NAS
OLÍMPIADAS DA MATEMÁTICA
3.1 CARACTERÍSTICA DA UNIDADE ESCOLAR
O povoado do Riacho do Capinão está localizado há aproximadamente 65 km
da sede do município de Carinhanha-Ba e contam com um número de família não
muito grande, em torno de 80 a 100 famílias, todas com um grau de parentescos
entre elas. A escola juntamente com a igreja são os únicos meios de ligações que a
comunidade tem para conversar e procurar soluções para os problemas sociais do
dia-dia.
A escola denominada de Basílio Ferreira Gonçalves foi inaugurada em 17 de
outubro de 1987, com funcionamento até então com turmas do Ensino Fundamental
l, de 1ª a 4ª série (1° ao 5º ano), já os alunos do Ensino Fundamental ll, de 5ª a 8ª
série (6º ao 9º ano) eram transportados para outro povoado vizinho chamado de
Canabrava. Só depois de dez anos de sua inauguração é que a escola teve
condições de funcionar com as duas modalidades de ensino, onde continua até hoje,
além disso, funciona também a Educação Infantil e o Programa do Topa com uma
turma de aluno na faixa etária entre 30 a 60 anos no período noturno. A escola
sempre teve um coordenador pedagógico indicado pelo Secretario de Educação do
município, só que a maioria das vezes o profissional que ocuparam este cargo não
era especializado na área e, além disto, não permanência na função no ano letivo
seguinte, refletindo assim negativamente nos trabalhos dos professores em sala de
aula.
A média de alunos (as) que frequentou a escola, segundo os dados do censo
escolar-2015 foram de 150 alunos (as) no ensino dito regular e de 120 matriculado
no Programa Mais Educação, totalizando neste caso 270 estudantes ao todo. A
escola trabalha internamente com a ajuda do Conselho Escolar, composto por 12
membros para um mandato de três anos, e é através deste que ela recebeu os
recursos financeiros para os programas Mais Educação, Educação do Campo e
Educação Básica, enviado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE).
29
Em relação às características físicas da escola, a mesma apresenta-se de
uma estrutura razoável, pois em 2013 passou por reformas, mas ainda precisa de
muita coisa para que os trabalhos pedagógicos possam fluir com mais qualidade. O
espaço escolar conta com quatro salas; uma secretária bastante pequena; uma sala
para os professores; uma cantina sem prateleira para armazenar os produtos da
alimentação escolar; dois banheiros, um masculino e outro feminino com más
condições hidráulicas; um almoxarifado com pouco espaço e uma pequena sala de
informática com cinco computadores que serve somente para jogos e digitação, pois
não tem ainda na escola a tão sonhada internet, que facilitaria e muito para o
desenvolvimento individual e coletivo dos alunos, além de proporcionar aos
professores maiores fontes de pesquisas para um bom planejamento escolar.
Figura 1: Escola Mun. Basílio Ferreira Gonçalves
Fotografia: Sidney Vieira
3.2 PROBLEMATIZAÇÃO
Através desse estudo se buscou reunir dados/informações com o propósito de
responder a seguinte inquietação deste trabalho. O que levou a turmas do 9º ano da
Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, a não obterem um resultado positivo
nas avaliações da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas
(OBMEP) nas últimas edições?
Nessa perspectiva, foi elaborada uma proposta de intervenção baseada na
dificuldade encontrada pelas turmas, pois os alunos não vêm conseguindo nos
últimos anos fazerem boas avaliações na Olimpíada. Consequentemente a isto
30
muitos outros questionamentos vêm sendo feitos frequentemente pela escola em
relação ao problema, será o desinteresse da turma? A falta de motivação e
preparação da turma por parte do professor de Matemática? O grau de dificuldade
da prova? O que se percebem é que a cada ano letivo as turmas, não estão
sobressaindo bem nas provas, onde na maioria das vezes os alunos não
conseguem atingir nem os 40% do exame aplicado em sala de aula, e é neste
contexto que se pretende resolver a então situação.
A pesquisa com os professores e alunos da turma do atual 9º ano, foi
desenvolvida na Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, no povoado do Riacho
do Capinão, município de Carinhanha-Ba, localizada na mesorregião do Vale São-
Franciscano da Bahia. Foram feitos dois tipos de questionários com questões
fechadas, um com 08 questões para treze alunos, sendo oito do sexo masculino e
cinco do sexo feminino para a turma do 9º ano e outro com 05 questões para dois
professores de Matemática do sexo masculino, que trabalharam com a turma
durante o ano de 2015. Ambos os questionários foram aplicados em dias diferentes
no mês de novembro no período vespertino na própria escola, onde as perguntas
elaboradas foram todas sobre a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas
Públicas (OBMEP) e assim antes de serem respondidas foram explicados
primeiramente os motivos e os objetivos tanto para os alunos como para os
professores o porquê da aplicação do questionário naquele momento.
Com os dados colhidos e analisados, portanto houve-se a necessidade de se
fazer um Projeto de Intervenção para ser aplicado na escola com o intuito de tentar
solucionar o então problema ou ao menos amenizá-lo.
Nesta perspectiva, pretende-se que esta referida Proposta de Intervenção,
sirva de apoio para que as futuras turmas do 9º ano da Escola Municipal Basílio
Ferreira Gonçalves, consigam se preparar melhor estudando mais o componente
curricular de Matemática e assim consequentemente vencer os desafios propostos
pela OBMEP, para enfim obter um resultado mais satisfatório nas próximas
avaliações.
31
3.3 APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS.
Desde a sua 1ª edição em 2005, com 31.031 escolas e 10.520.831 alunos
inscritos na primeira fase até a 11ª edição em 2015, sendo 47.581 escolas e
17.971.085 alunos inscritos, a OBMEP obteve um aumento muito significativo tanto
no numero de participação de alunos como no de escolas nos últimos. (OBMP-
2015). Em 02 de Junho de 2015, foi aplicada a 11ª Olimpíada Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) em praticamente todas as escolas
públicas do Brasil, promovendo assim o exame avaliativo com todos os alunos do 6º
ao 9º ano do ensino fundamental ll. Diante desta última edição, onde a turma do 9º
ano, assim com as outras dos anos anteriores não obtiveram bons resultados nas
provas, surgiu a necessidade de se fazer uma pesquisa e analise de dados na
escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, através de um questionário destinado
para os docentes de matemática e discentes da turma, ferramenta metodológica
esta aplicada no meado de novembro de 2015, onde norteou toda a pesquisa, sendo
que sua elaboração visou discutir questões relativas a percepção dos docentes e
discentes sobre a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas
(OBMEP).
No questionário aplicado para a turma do 9º ano, a primeira questão trata de
uma análise a respeito da seguinte pergunta: Questão 01: Seu professor de
Matemática faz uma explicação sobre os conteúdos básicos que poderá cair
nas Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP)?
Gráfico 1 - Análise dos entrevistados quanto à questão 01.
32
De acordo com o gráfico 1, a maioria dos alunos, ou seja, 54% responderam
que o professor nunca fez alguma explicação a respeito dos conteúdos básicos da
Olimpíada de Matemática, onde 31% responderam que as vezes e 15%
mencionaram que sempre foi feito alguma explicação básica. Com base nos dados
apresentados percebe-se que há uma discordância entre os alunos, pois na turma
nem todos responderam à alternativa “nunca”, nos deixando assim com várias
interrogações, se o professor certamente explicou
algo destinado aos estudos e preparo para as Olimpíadas ou se os alunos não
deram muita importância para as aulas de Matemática.
Para Hoffmann (1991, p.54), se o professor oferecer explicações claras “[...] o
aluno aprenderá, exceto se não estiver presente, ou não estiver atento as
explicações, ou não memorizar os dados transmitidos pelo professor. ’’O aluno,
acima de tudo precisa fazer a sua parte, se dedicando cada vez mais nos seus
estudos e buscando sempre extrair do seu professor as informações necessárias
para obter os melhores resultados possíveis nas avaliações escolares.
A segunda questão procurou fazer com que o aluno faça uma auto avaliação
a respeito da seguinte pergunta: Questões 02: Você costuma estudar em casa
sozinha (o) ou com grupo de colegas para fazer a prova da OBMEP?
Gráfico 2 - Análise dos entrevistados quanto à questão 02.
SEMPRE 15%
NUNCA 54%
AS VEZES 31%
GRÁFICO 01
33
No gráfico acima a numeração 1 representa a alternativa (sempre estudo), 2
(nunca estudei) e 3 (as vezes estudo), pode-se observar que 46% dos alunos as
vezes estudam, seguido de 39% que nunca estudou e somente 15% admite que
sempre estudou. Analisando o gráfico acima, percebemos que há dois aspectos
negativos nas informações coletadas, onde primeiramente apenas 2 alunos
disseram que estudam para se preparar para a Olimpíadas de
Matemática, segundo há uma porcentagem muito alta de alunos que não estudam
nada, ou seja quase a metade da turma do 9º ano.
Dando continuidade com as análises de dados, a terceira pergunta feita foi:
Questões 03: Como você classifica as questões da prova da OBMEP?
Gráfico 3 - Análise dos entrevistados quanto à questão 03.
15%
39%
46%
GRÁFICO 02
1 2 3
62%
38%
0%
GRÁFICO 03
1
2
3
34
Diante do gráfico 03, as alternativas de escolha para a resposta foram: (muito
difícil) representado pela numeração 1, (razoável) pela numeração 2 e (muito fácil)
pela numeração 3, onde na análise do gráfico acordo percebe-se que a maioria dos
entrevistados, ou seja, 62% acham a prova da OBMEP muito dificil, 38% disse ser
razoável e 0%, ou seja nenhum aluno respondeu que a prava é muito fácil. Com
base nos dados acima é viavel que o professor de Matematica trabalhe com a turma
usando os instrumentos disponiveis no site da OBMEP para que os alunos
familiarize com os tipos de questões e a prova em si. De acordo Vasconcellos (
2005,p.124), a decisão sobre o tipo de instrumento utilizado depende, basícamente
da realidade( matéria-objeto de conhecimento, nível de ensino, número de alunos,
tempo disponivel,etc.). Neste caso o metodo de trabalho do professor e de como ele
procederá em sala de aula, contribuirá e muito para compreensão do aluno em
qualquer atividade avaliativa até mesmo no exame avaliativo da OBMEP.
No questionario também foi abordado sobre a questão emocional do aluno ao fazer
a seguinte pergunta: Questões 06: Como você se sente ao fazer a primeira fase
da Olimpíada de Matemática?
Gráfico 4 - Análise dos entrevistados quanto à questão 06.
Pode-se observar por este gráfico que 46% dos alunos da turma do 9º ano
obteve a calma, seguido de 39% que se diz ter ficado ansioso e 15% nervoso no
momento de fazer a prova da OBMEP-2015. Com base nas respostas obtidas
temos a certeza que o nervosismo não é um dos problemas maiores que fez a turma
a não obter um resultado positivo na avaliação e sim a ansiedade que deve ser
46%
15%
39%
GRÁFICO 04
CALMO
NERVOSO
ANCIOSO
35
trabalhada pelo professor, um dia ou minutos antes da aplicação da prova em sala
de aula para não influencia tanto no resultado.
A questão 07 do questionário trata de uma análise a respeito da maior
dificuldade, segundo a turma no momento da realização da prova, assim a pergunta
lançada foi: Questões 07: Qual a maior dificuldade encontrada no momento da
Prova?
Gráfico 5- Análise dos entrevistados quanto à questão 07.
O gráfico 05 chama muito a atenção, pois entre as alternativas (hora de
passar as respostas para o gabarito?) representado pela numeração 1 com 15%
(hora de preencher o cabeçalho do gabarito?) numeração 2 com 0% e (hora de
resolver os problemas que envolvem as 4 operações?) numeração 3 com 85%, há
uma diferença muito grande na porcentagem. Pode-se observar que as questões da
prova da OBMEP que envolve as 4 operações da Matemática é tida como a maior
dificuldade pela turma do 9º ano, tornando-se desta forma um grande problema que
precisa ser melhor planejado e trabalho com os alunos.
Gatti (2003, p. 109), afirma que há questões de base que devem estar
presentes quando se pensa, se planeja e se faz avaliação de alunos em seu
processo de aprendizagem. Neste contexto, independentemente da série/ano em
que o aluno esteja o professor deve voltar a trabalhar a base de um determinado
conteúdo para que assim o aluno consiga encontrar meios de entendimento dos
conteúdos da atualidade.
15% 0%
85%
GRÁFICO 05
1
2
3
36
Para obter um aprofundamento maior no tema deste estudo, foram coletados
alguns dados também dos professores de Matemática através de questionário, onde
para eles a turma do 9º ano demostrou pouco interesse em fazer a prova da
OBMEP-2015, faltou preparação da turma por parte do professor e que segundo
eles, para que a turma obtenha um resultado satisfatório nas próximas olimpíadas é
preciso que a escola fale para os alunos sobre a importância das Olimpíadas de
Matemática e que sua elaboração seja voltada especificamente para as escolas do
campo. Para mudar a avaliação, precisamos, obviamente, mudar seus elementos
constituintes (ex: conteúdos, forma). (VASCONCELLOS, 2005, p.39). Quando se
fala em mudanças nos conteúdos programáticos da OBMEP, fala-se em buscar
elaborar questões de acordo a realidade do campo, pois nem todos os alunos que
estudam nas escolas do campo possuem o mesmo raciocino logico dos alunos que
estudam na cidade.
3.4 JUSTIFICATIVA:
A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) é uma
avaliação externa destinada para aplicar nas escolas públicas com turmas de alunos
do 6º ao 9º do ensino fundamental ll e 1º ao 3º do ensino médio, ela é conhecida
nacionalmente como um dos exames avaliativo mais importante do Ministério da
Educação e desde 2005 em sua 1ª edição vem crescendo gradualmente
descobrindo assim novos talentos da Matemática para o Brasil. Mas nem tudo são
flores, pois na Escola Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, localizada no povoado
do Riacho do Capinão, a 65 km da sede do município de Carinhanha-Ba, a turma de
9º ano não vem tendo bons resultados nas últimas edições, chegando ao ponto de
não haver se quer um aluno que atinja ao menos 40% da prova.
Desta forma, diante desta limitação surgiu a necessidade de se fazer um
Projeto de Intervenção capaz de solucionar o problema então mencionado, onde
primeiramente se utilizou de estudos bibliográficos em livros, artigos e em
documentos eletrônicos; depois foram aplicados questionários para a turma do 9º
ano e professores de Matemática para consequentemente se fazer as análises dos
dados coletados no intuito de descobrir quais são os principais fatores que faz com
quer os alunos da turma tenha sempre resultados ruins na OBMEP.
37
O que impulsionou a realização deste trabalho foi a seguinte inquietação:
Quais os fatores que levam as turmas do 9º ano, a não obterem um resultado
positivo nas avaliações das Olimpíadas de Matemática (OBMEP)? E Nesta
perspectiva tentar melhorar o desempenho da turma de modo geral para que
obtenha um resultado mais satisfatório diante avaliação externa da OBMEP.
Dificuldades sempre surgem; não estamos absolutamente negando
isto, tendo uma visão idílica do ensino‘’[...] ao contrário, entendemos a
sala de aula como um palco de conflitos e contradições, como parte da
sociedade que é. ’’ (VASCONCELLOS, 2005, p.55).
Baseado no que diz a citação acima, as dificuldades e os conflitos em sala de
aula estão para serem vencidos, portanto a escola muito menos o professor devem
cruzar os braços diante da situação, caso contrario o problema só tende a crescer e
jamais será solucionado.
3.5 OBJETIVO GERAL:
Melhorar o desempenho e elevar a autoestima da turma do 9º ano de modo
geral para que obtenha um resultado mais satisfatório diante avaliação
externa da OBMEP.
3.6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Propiciar momentos de estudos em sala de aula, com jogos envolvendo as
quatro operações;
Falar da importância da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas
Públicas (OBMEP) para a escola e principalmente para o aluno;
Revisar antecipadamente a Olimpíada de Matemática da edição anterior para
que a turma do 9º ano familiarize com a atual;
Participar de Gincana da Matemática com desafios lógicos- matemáticos;
Propor atividades de noções básicas sobre as quatro operações para a turma
do 9º ano;
3.7 METODOLOGIA:
O presente Projeto de Intervenção Pedagógica será aplicado na escola
Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, no lº semestre do ano letivo de 2016 nos
38
meados dos meses de março a abril entre os dias 07-03 a 08-04-16. As atividades
pedagógicas resultarão de ações planejadas e desenvolvidas ao longo do processo,
como: Gincana da Matemática, Atividades de noções básicas sobre as quatro
operações, Vídeo-aula do Portal da Matemática, Oficina da Matemática e outros.
A implementação da proposta visa principalmente contribuir para a superação
das limitações da turma do 9º ano perante as avaliações da OBMEP nas edições
anteriores e assim tentar melhorar a desempenho da turma nas próximas edições
das Olimpíadas diante do problema apontado. Nas verificações dos resultados das
ações será usado o método avaliativo e não o exame classificatório, pois há uma
distinção entre os dois métodos.
Os exames são classificatórios, ou seja, eles classificam os educandos em aprovados ou reprovados, ou coisa semelhante, estabelecendo uma escala classificatória com notas que vão de zero a dez‘’[...] a avaliação exige uma postura democrática do sistema de ensino e do professor, ou seja, para proceder à melhoria do ensino-aprendizagem, não basta avaliar somente o desempenho do aluno, mas toda a
atuação do sistema’’ (LUCKESI, 2005, p.1-2).
O método avaliativo é complexo, onde se avalia o todo do aluno diante do que
lhe é propostos nas atividades escolares, já o exame classificatório, como
mencionou a citação acima é tida como um meio de classificar os melhores
estudantes para seguir adiante, assim como faz a Olimpíadas de Matemática, só os
classificados, ou seja, os melhores de cada nível vão para a segunda fase.
3.8 AVALIAÇÃO:
A avaliação durante a excursão do referido projeto, será contínua e
processual com a observação e registro por parte do professor perante a
participação e o desenvolvimento de cada um dos alunos nas atividades propostas.
Será avaliado também a disciplina, a interatividade e o comprometimento da turma
do 9º ano nos procedimentos das ações contidas na proposta.
3.9 RECURSOS UTILIZADOS:
Didáticos: data show, computador, quadro branco, pincel para quadro branco,
atividades impressas, impressora, e outros.
39
Humanos: Coordenador Pedagógico, diretor, vice-diretor, alunos, professores e
pessoal de apoio.
Quadro1: CRONOGRAMA DAS AÇÕES
AÇÕES DO PROJETO PERIODO RECURSOS GRUPO PARTICIPANTE
Apresentação da Proposta de Intervenção na escola
07-03-16 Sala do professor, projeto de Intervenção.
Diretor, vice-diretor coordenador e professor.
Apresentação da Proposta de Intervenção na escola
08-03-16 Sala de aula, projeto de Intervenção.
Turma do 9ª ano, professor e coordenador.
Atividades de noções básicas sobre as quatro operações,
09-03-16 a 18-03-16
Sala de aula, quadro branco, pincel e materiais do aluno.
Turma do 9ª ano, professor e coordenador.
Oficina da Matemática 21-03-16 a 22-03-16
Sala de aula, quadro branco, pincel e materiais do aluno.
Turma do 9ª ano, professor e coordenador, diretor e pessoal de apoio.
Vídeo-aula do Portal da Matemática
23-03-16 a 06-04-16
Sala de mídia, quadro branco, pincel e materiais do aluno.
Turma do 9ª ano, professor e coordenador, diretor .
Gincana da Matemática 07-04-16 Pátio escolar, carteira, mesa
Pessoal de apoio, professor, Turma do 9ª ano, coordenador, diretor .
Avaliação dos resultados 08-04-16 Sala do professor Professor,
coordenador e
diretor.
RESULTADOS ESPERADOS:
Espera-se que com esta Proposta de Intervenção aplicada na escola
Municipal Basílio Ferreira Gonçalves, a turma do 9º ano do ano letivo de 2016 e as
próximas que virão consigam obter melhores resultados na Olimpíada Brasileira de
40
Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e as dificuldades então detectadas
sejam superados futuramente.
41
CONSIDERAÇOES FINAIS
O desenvolvimento do presente estudo realizado possibilitou a uma análise
dos principais fatores que vinham causando certas dificuldades a turma do 9º ano a
obter um resultado positivo nas Olimpíadas Brasileira de Matemática das Escolas
Pública (OBMEP), onde para isto foram feitos vários estudos de referenciais teóricos
que abordam a temática, depois houve a necessidade de se fazer um levantamento
de dados através de questionários aplicados na Escola Municipal Basílio Ferreira
Gonçalves especificamente para a turma do 9º ano e para os professores de
Matemática que trabalharam na escola durante o ano de 2015. Além disso, antes da
aplicação dos questionários, houve um esclarecimento com o público alvo
informando-lhes o real motivo da então aplicação do questionário naquele momento.
De um modo geral, os professores e também os alunos da turma do 9º ano
demonstraram um grande interesse em participar da pesquisa para que assim venha
ajudar a vencer os desafios e as dificuldades em compreender as questões
elaboradas da OBMEP das próximas edições. Depois dos dados coletados e
analisados, foi possíveis descobrir alguns pontos chaves da problemática então
estuda.
No gráfico 1 por exemplo, pode-se perceber que a falta de explicação dos
conteúdos programático da prova da OBMEP para com a turma tornou-se um dos
fatores que dificultaram a compreensão das questão por parte do aluno; outro
gráfico que chamou também a atenção, foi gráfico 3, pois a maioria dos alunos
mencionam que a prova da OBMEP é muito difícil. Diante, das falas dos alunos ficou
evidente que alguns dos objetivos foram realmente alcançados, pois foi possível
detectar alguns fatores que influenciaram no baixo rendimento dos alunos na prova
da Olímpiadas de Matemática- 2015 e das edições anteriores.
Outro grande problema observado foi que a turma de modo geral não sabe as
quatro operações da Matemática, e isso tem um peso muito grande no momento de
tentar fazer uma boa avaliação seja da OBMEP ou de qualquer outra atividade
escolar. Sendo assim, dada à importância do tema, tornou se necessário o
desenvolvimento de um projeto de intervenção que visem à melhorar o processo de
ensino-aprendizagem da turma do 9º ano e assim desenvolver as competências e
habilidades de cada aluno preparando assim para as futuras Olimpíadas da OBMEP.
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Nesse sentido, a utilização do projeto na escola permitirá aos professores e alunos
de modo geral a vencer as dificuldades e desafios que por ventura venha aparecer
no dia-dia escolar e assim se sentirem motivado para aprender e contribuir para que
a aprendizagem seja realmente significativa.
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REFERÊNCIAS:
Avaliação do Impacto da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas-
OBMEP 2010. Brasília: Centro de Gestão e estudos Estratégicos, 2011.
COMIS, Daniela. A função social da escola e da avaliação da aprendizagem.
São Paulo (SP), v.5, p.135-144, 2006.
GATTI, Bernardete. O Professor e a Avaliação em Sala de Aula. Estudos em
Avaliações Educacionais, São Paulo, v. 14, n. 27, p. 97-103, jun. 2003.
HAYDT, R.C.C. Avaliação do processo ensino-Aprendizagem. 6. Ed. São Paulo:
Ática, 2003.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora: Uma Relação Dialógica na
Construção do Conhecimento. Porto Alegre. 1991.
http://www.obmep.org.br/2015.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96)
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem: visão geral. Website:
WWW.luckesi.com.br
THOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 18º
edição, 2011.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de
Mudanças- por uma práxis transformadora, 7ª ed. São Paulo: 2005.
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ANEXO A
QUESTIONÁRIO: QUESTÕES FECHADAS
OLÍMPIADAS BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS.
ESCOLA: MUNICIPAL BASÍLIO FERREIRA GONÇALVES
LOCAL: RIACHO DO CAPINÃO --- FONE: (77) 3485-9004
E-MAIL: [email protected]
NOME DO ESTUDANTE:______________________________________________________
ATENÇÃO! Seja verdadeiro e marque somente uma das alternativas que você escolheu com um X
dentro do parêntese.
Questão 01> Seu professor de Matemática, faz uma explicação sobre os conteúdos básicos que poderá
cair nas Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP)?
( ) Sempre ( ) Nunca ( ) As vezes
Questões 02> Você costuma estudar em casa sozinha (o) ou com grupo de colegas para fazer a prova
da OBMEP?
( ) Sempre estudo ( ) Nunca Estudei ( ) As vezes Estudo
Questões 03> Como você classifica as questões da prova da OBMEP?
( ) Muito difícil ( ) Razoável ( ) Muito fácil
Questões 04> Quantas vezes você fez a prova da OBMEP?
( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) mais de 3 vezes
Questões 05> Você alguma vez já fez a segunda fase da Olimpíada de Matemática?
( ) Sim, uma vez ( ) Sim, duas vezes ( ) Nunca fiz
Questões 06> Como você se sente ao fazer a primeira fase da Olimpíada de Matemática?
( ) Calmo (a) ( ) Nervoso (a) ( ) Ansioso (a)
Questões 07> Qual a maior dificuldade encontrada no momento da Prova?
( ) Hora de passar as respostas para o gabarito?
( ) Hora de preencher o cabeçalho do gabarito?
( ) Hora de resolver os problemas que envolvem as 4 operações?
Questões 08> Você se sente motivado (a) em fazer a Olimpíada de Matemática todos os anos?
( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
OBS: qualquer que for sua resposta, por favor, explique. Sim por que, não por que ou às vezes por
que.
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ANEXO B
QUESTIONÁRIO: QUESTÕES FECHADAS
OLÍMPIADAS BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS.
ESCOLA: MUNICIPAL BASÍLIO FERREIRA GONÇALVES
LOCAL: RIACHO DO CAPINÃO --- FONE: (77) 3485-9004
E-MAIL: [email protected]
NOME DO PROFESSOR:______________________________________________________
ATENÇÃO! Seja verdadeiro e marque somente uma das alternativas que você escolheu com um X
dentro do parêntese.
Questão 01> Você como professor de Matemática observou algum interesse na turma do 9º ano em
fazer a prova da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP-2015)?
( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
Questão 02> Para você qual o maior motivo que leva a turma a ter um resultado abaixo do esperado
nas Olimpíadas deste ano e anos anteriores?
( ) Falta de preparação do professor ( ) Falta de interesse do aluno ( ) Os dois motivos
Questão 03> É feito uma correção com os alunos, apontando os erros e acertos da prova, nos dias
seguintes após sua aplicação?
( ) Sim ( ) Nunca ( ) As vezes
Questão 04> Na maioria das vezes os alunos da turma do 9º ano, não conseguem atingir os 50% da
prova. O que você propõe para chegar a esta porcentagem ou mais se possível?
( ) Falar da importância das Olimpíadas de Matemática para os alunos?
( ) Trabalhar conteúdos antes que poderá cair na prova?
( ) Trabalhar apenas as 4 operações é o razoável?
Questões 05> A Olimpíada de Matemática, é aplicada em praticamente todo o município do Brasil.
Como você ver a aplicação desta prova nas escolas da zona rural?
( ) correto ( ) incorreto ( ) deveria ser diferenciada.