UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE … · 2018. 3. 26. · A Rosileide que além de...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
PLATINOSSOMOSE FELINA: ASPECTOS ETIOLÓGICOS, FISIOPATOLÓGICOS,
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Cleyjefferson do Nascimento Leandro
2018
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG
L441p
Leandro, Cleyjefferson do Nascimento
Platinossomose felina: aspectos etiológicos, fisiopatológicos,
diagnóstico e tratamento / Cleyjefferson do Nascimento Leandro. – Patos,
2018.
32f.: il.; color.
Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2018.
“Orientação: Profa. Dra. Rosileide dos Santos Carneiro.”
Referências.
1. Felinos. 2. Doenças parasitárias. 3. Platinossomose. I. Título.
CDU 616:636.8
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
PLATINOSSOMOSE FELINA: ASPECTOS ETIOLÓGICOS, FISIOPATOLÓGICOS,
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Cleyjefferson do Nascimento Leandro
Graduando
M. V. Msc. Rosileide dos Santos Carneiro
Orientadora
Patos
Março de 2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAUDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
CLEYJEFFERSON DO NASCIMENTO LEANDRO
Graduando
Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para
obtenção do grau de Médico Veterinário.
APROVADO EM:___/___/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________ _____
M. V. MSc. Rosileide dos Santos Carneiro Nota
________________________________________ _____
Prof. Drͣ. Annielle Regina da Fonsêca Fernandes Nota
__________________________________ _____
M. V. MSc. Raquel Guedes Ximenes Nota
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DEDICATÓRIA
Á Deus por estar me guiando, acompanhando, auxiliando e motivando sempre, pois se
estou aqui é graças a Ele, e espero que continue assim se for da sua vontade.
A minha mãe e irmão que fizerem o impossível para eu estar realizado.
Aos meus amigos que me fizeram companhia, cuidaram de mim e me apoiaram em
todos os momentos.
Aos animais que profissionalmente vou me esforçar ao máximo para ajuda-los e dar-
lhes conforto durante sua vida.
“Você não pode conectar os pontos olhando para frente; Você só pode conectar os
pontos olhando para trás. Assim, você precisa acreditar que os pontos irão se conectar
de alguma maneira no futuro. Você precisa acreditar em alguma coisa – na sua coragem,
no seu destino, na sua vida, no seu karma, em qualquer coisa. Não deixe que o barulho
da opinião dos outros cale sua própria voz interior. Tenha coragem de seguir seu próprio
coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer.
Todo o resto é secundário”. Steve Jobin
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me dado essa chance de estar aqui e concluir o
curso que, desde pequeno tive vontade de concluir. Mesmo com obstáculos me fez
perseverar e me colocou no lugar certo, com as pessoas certas.
A Maria das Graças do Nascimento Batista que além de mãe, era amiga e
professora. Sempre esteve presente, confiou em mim e fez de tudo para que eu seguisse
o meu sonho. Meu irmão Leojefferson do Nascimento Leandro que esteve me apoiando
e que me ajudou me tirando o estresse muitas vezes durante as férias.
Aos meus amigos que fiz dentro da UFCG que foram essenciais nesse tempo
todo como Fernanda Lucena (Fê) que me fez companhia não o tanto de tempo que eu
queria, mas está sempre a postos quando preciso e vice e versa; Leonardo Araújo que
morou comigo e me ajudou/ajuda bastante com suas palavras de conforto e muitos
ensianamentos; Rafael Lopez (Meu padrinho de crisma) que esteve comigo bastante
tempo e até hoje puxa minha orelha sempre quando preciso; Claudenice Arruda,
Angelina Jolly e Giulia Ricald que foram amigas na noite e nos dias que estive aqui,
principalmente quando saíamos; Rubênia Pamula que me acompanhou em diversões e
sempre estava disposta a ir para onde eu chamasse como também me dar ensinamentos.
A Bruna Alves e Vitor Cantal eu não posso esquecer, eles estão sempre juntos e
os considero bastante, foram minha família aqui em Patos.
A minha companheira de festas, mas a considero como uma grande amiga
(Cynara Veras), ela quem me instigou a escrever até durante a madrugada e perseverou
ao meu lado para que nós dois saíssemos formados.
Robério Gomes uma das primeiras pessoas que tive mais contato e partilhei
bons momentos, ele quem me ensinou e ajudou em muito sobre anestesiologia.
Aos meus atuais e ex-colegas de quarto (Vitor Cantal, Thiago Feitosa, Arthur,
Junior França, Leonardo Araújo, Manoel Martins) que me ajudaram participando de
todos os momentos felizes e tristes.
Aos amigos que conheci aqui na UFCG e não podiam faltar: Rosilvan Ramos
(Rosi) amigo para toda hora, Juciê Jales (Ciê) que sempre cantava e um ótimo aluno,
Caios Raniele, Rafael Dioni, João Leite, José Anderson, Luan outro cantor também,
Jailson Silva (Negão), Bruno Cesar (Chico), Carolina Euzébio (minha filha adotada),
Eduarda Cintia (dançarina), Dalete, Felipe Napoleão, Kennedy Basílio, Venilson, Davi
(Tourinho), Rony Rocha, Marcondes (Mark), Gilberto, Juliana Maria (Ju), Lázaro
Pinheiro, Jéssica Soares e muitos mais.
Outros que conheci em Patos e vou levar sua amizade para vida toda: Maykow
Fenix companheiro dos melhores rôles, Marcos Vinicius, Mykael, José Anderson
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(Derik), Gisleudo Lima, Witamar Augusto, Senhor Rosivan e Dona Jaqueline, Jailson
que trabalha no HV, Alisson Alves e Débora Kele.
A todos os funcionários do campus de Patos que me ajudaram nesses dias todos
que fiquei na cidade. Principalmente no RU (Restaurante Universitário), Coordenação
de Medicina Veterinária, funcionários dos HV, residentes que tive muito contato (Raquel
Guedes, Ariana Tavares, Jéssica Costeria, Leiliane Bezerra, Lilyan Karlla, Fernanda
Henrique, Leonardo Barros, Dayanny Alencar, Suelton Lacerda, Fábio Tatian, Sabrina,
Caroline).
A Rosileide que além de orientadora foi quase uma mãe, pois, me ajudou no que
pôde e entendeu, deu conselhos e me ensinou muito sobre os gatos, seres que amo tanto.
Tenho uma dívida imensa com ela, pois, a paciência que teve comigo foi tremenda. Só
tenho a agradecer.
Agradeço a todos os meus professores, não só do curso de Medicina veterinária,
pois, se estou aqui é com a ajuda deles.
Por fim, aos demais amigos e familiares que acreditaram em mim e me
apoiaram, para que eu estivesse concluindo o curso em Medicina Veterinária. A todos
um imenso e sincero agradecimento.
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SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................... 10
ABSTRACT ................................................................................................................... 11
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 14
2.1. Fisiologia e Anatomia do sistema hiato-biliar felino ................................... 14
2.2. Etiologia da Platinossomose .......................................................................... 15
2.3. Ciclo biológico ................................................................................................ 17
2.4. Epidemiologia ................................................................................................. 18
2.5. Sinais clínicos .................................................................................................. 20
2.6. Diagnóstico clínico laboratorial e diferencial .............................................. 20
2.6.1. Hemograma e bioquímicas séricas ........................................................ 21
2.6.2. Diagnóstico por imagem ......................................................................... 22
2.6.3. Exame coproparasitológico .................................................................... 21
2.7. Tratamento e prevenção ................................................................................ 23
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 25
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 26
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 27
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Platynosomum concinnum no fígado de um gato ............................................ 125
Figura 2. Fotomicrografia evidenciando ovos de Platynosomum illiciens (a e b)
encontrados no exame de sedimentação em formalina-éter, notar a presença do
miracídio ....................................................................................................................... 145
Figura 3. Fotomicrografia de ovos de P. fastosum, de cor castanha à dourada,
operculados, de casca grossa e embrionados, visualizados ao exame de fezes. ........... 146
Figura 4. Ciclo biológico de P. fastosum HD- hospedeiro definitivo: gato doméstico; a)
P. fastosum, adulto; b) ovos embrionados; c) miracídio; 1° HI- 1° hospedeiro
intermediário: Subulina octona; d) esporocisto mãe; e) esporocisto filha; f) esporocisto
filha maduro; g) cercaria; 2° HI- 2° hospedeiro intermediário: Isópode; h) metacercária
encistada; HP- hospedeiro paratênico: lagarto; i) metacercária livre.. ............................ 177
Figura 5 Imagens ultrassonográfica evidenciando: a) ducto biliar intra-hepático
dilatado, apresentando 0,44 cm; b) presença de estrutura hiperecóica no interior dos
ductos biliares intra-hepáticos.. ..........................................................................................1822
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RESUMO
LEANDRO, CLEYJEFFERSON DO NASCIMENTO. Platinossomose Felina:
Aspectos etiológicos, fisiopatológicos, diagnóstico e tratamento. UFCG, 2018. 32p.
(Trabalho de Conclusão de Curso em Medicina Veterinária, Clínica Médica de
Pequenos Animais).
Paltinosomum spp. é um parasita causador de infecções do trato hepático e biliar mais
importantes na clínica de felinos, mas pode parasitar outros órgãos. Sua sintomatologia
pode ser inespecífica ou inexistente, mas necessariamente está relacionada a quantidade
de parasitas que por sua vez, pode levar o animal a óbito. Está presente em países
tropicais e subtropicais, mas no Brasil ainda não se sabe muito sobre seu ciclo. No
Brasil são encontrados relatos de casos desde 1936.Acomete mais felinos de vida livre e
não tem predileção por sexo, estando mais presente em infecções em animais com idade
acima de dois anos. Seu diagnóstico se torna difícil, necessitando do auxilio de técnicas
diagnósticas complementares como ultrassonografia, hemograma, bioquímica sérica,
tomografia e exames copoparastológicos seriados. O tratamento da prarasitose quanto
mais precoce se torna eficaz, mas devido ao grande número de parasitas pode ser
necessária a repetição do tratamento ou até optar pela eutanásia. Na revisão, seguem
dados importantes sobre o parasitismo, mostrando sinais clínicos, diagnósticos e
tratamento, com intuito de mostrar a importância do acompanhamento e a necessidade
dos exames parasitológicos de fezes como um grande auxiliar dentro da clínica de
pequenos.
PALAVRAS-CHAVE: Felinos, Doenças parasitárias, Platinossomose.
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ABSTRACT
LEANDRO, CLEYJEFFERSON DO NASCIMENTO. Feline Platinossomosis:
Etiologic aspects, pathophysiological, diagnostic and treatment. UFCG, 2018. 32
(Work of Completion of Course in Veterinary Medicine, Small Animal Medical
Clinic).
Paltinosomum spp. is a parasite that causes infections of the liver and biliary tract
more important in the feline clinic, but may parasitize other organs. Its
symptomatology may be nonspecific or non-existent, but it is a quantity of parasites
which in turn can lead the animal to death. It is present in tropical and subtropical
countries, but not in Brazil. In Brazil, case reports have been found since 1936.
More like free-living felines and have no predilection for sex, the book most present
in panels over the age of two. Its diagnosis becomes difficult, requiring the aid of
diagnostic techniques such as ultrasonography, hemogram, biochemistry,
tomography and serial copoparasthologic exams. The treatment of prarasitose the
part in the early cancellation after cancellation, is the big stop of parasites is ready to
the treatment of to remove by euthanasia. The review, important data on parasitism,
the visualization of clinical signs, diagnosis and treatment, with the importance of
showing the importance of monitoring and parasitological examinations of feces as
a great auxiliary of the small clinic
KEY WORDS: Felines, Parasitic diseases, Platinossomosis.
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1. INTRODUÇÃO
O Platynosomum spp. é um dos parasitas que afetam felinos domésticos e tem
grande importância por habitar a vesícula biliar e trato biliar desses animais. Sua
presença nesses pontos causam reações inflamatórias e dependendo da quantidade de
parasitas, haverá um aumento da gravidade dos sinais clínicos ou ausência dos mesmos
(LIMA, et al., 2008). A sintomatologia principal e mais frequente desta parasitose seria
inapetência, icterícia, letargia, distensão abdominal e hepatomegalia (BRAGA, 2016).
Até mesmo predispor a colangiocarcinoma, como relatado por Andrade et al. (2012).
O parasita não tem ciclo definido no Brasil, mesmo assim, é relatado em
diversos estados e estando presente em locais públicos, como praças (BRAGA, 2016;
LUIZ; ROCHA, 2001).
O ciclo do parasita ocorre desde sua eliminação nas fezes do hospedeiro
definitivo os gatos, chegando a parasitar: caramujos ou lesmas (hospedeiro
intermediários); besouros (hospedeiro intermediário); lagartos que são os hospedeiros
paratênicos principais ou rãs; até serem predadas pelo seu hospedeiro final e dar início
ao ciclo (SALOMÃO et al., 2005; NEWEII et al., 2001). Braga (2016) relaciona a
maior prevalência em animais de vida livre em ralação aos domiciliados e que o ciclo
no Brasil ainda não está definido, tendo a presença de anuros e aves como hospedeiros
intermediários.
Sousa Filhos et al. (2015) e Paula (2010), descrevem que seu diagnóstico
definitivo se dá pela visualização dos ovos nas fezes em exames coproparasitológicos,
citologias de bile e durante a necropsia, podendo não ser observada sua presença. Paula
(2010) relata que devido as paredes dos ovos serem pouco delineadas e seu tamanho,
contribuem para sua difícil visualização. Arceo et al. (1999), citam a utilização de óleo
milho, para uma maior apresentação dos ovos nas fezes, em animais não obstruídos.
Devido à baixa sensibilidade do exame parasitológico de fezes existe a
necessidade da complementação com exames como ultrassonografia, radiografia,
hemograma, perfil bioquímico sanguíneo. Levando em consideração diagnósticos
diferenciais como lipidose hepática, pancreatite aguda, doença hepatobiliar inflamatória
e outras causas de obstrução do ducto biliar extra-hepático (OBDE) (MICHAELSEN et
al., 2012).
O tratamento deve ser realizado com doses elevadas de praziquantel como
indicado por Schuster e Sörensen, (1996) e, repetições do tratamento após duas semanas
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junto a exames parasitológicos de fezes (Cavalcante et al., 2017), como controle e
avaliação da eficácia do tratamento.
Essa revisão tem como objetivo coletar informações sobre as apresentações
clínicas durante a parasitose, as formas diagnósticas e tratamentos, que sejam relevantes
para a clínica de felinos. Com isto, evidencia-se a importância do esclarecimento sobre
a parasitose e do diagnóstico precoce, diminuindo as chances de óbitos desses animais.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Anatomia e Fisiologia do sistema hepato-biliar felino
O aparelho digestório tem a funcionalidade de receber, reduzir mecanicamente,
digerir de forma química, absorver alimentos e líquidos, e eliminar o que não foram
absorvidos e resíduos do que já foi metabolizado. Esse sistema estende-se da boca ao
ânus, com presença de glândulas acessórias (fígado, pâncreas e glândulas salivares) que
drenam em direção ao trato. Dentre esses processos realizados no trato estão as
atividades motoras; secreção de sais biliares e enzimas; mecanismos de transporte,
sendo, secreção e absorção de eletrólitos; e barreira para entrada de organismos pelo
trato (ARGENZIO, 2014; MOURA, 2010).
Segundo Gama (2013) o fígado está localizado cranialmente no abdome, região
hipocondríaca direita e ao diafragma, recebendo sangue da veia porta e artéria hepática.
O mesmo desempenha diversas funções: neutralização de substâncias tóxicas,
armazenamento e metabolismo de proteínas, carboidratos que chega por via da veia
porta do intestino, os lipídios também sofrem esse processo, mas chega por via linfática,
entre outras. A eliminação de algumas substâncias se dá pela bile que é secretada por
células hepáticas (hepatócitos), que tem grande importância para a emulsificação da
gordura.
O fígado é formado por placas de hepatócitos, que são supridas por sangue dos
sinusóides hepáticos. Entre cada fileira de células apresentam um pequeno espaço
devido a cavitações nas membranas plasmáticas que, por serem isolados do ambiente
extracelular circundante formam os canalículos, por sua vez se conectam aos ductos
biliares. A bile é secretada pelos hepatócitos e segue para os ductos biliares, onde pode
ser acrescido pôr células epiteliais, como: água, eletrólitos e bicarbonato. Além da
secreção de ácidos biliares, fosfolipídios e colesterol, estão presentes também,
substâncias lipossolúveis como os pigmentos biliares, que dá a cor acastanhada das
fezes e tornando assim o fígado um excelente auxiliar na excreção desses compostos
(HERDT, 1999).
A passagem da bile se dá por canalículos microscópicos formando o sistema de
ductos hepáticos, que desembocam em ductos maiores, e ao se juntarem, formam ductos
hepáticos grandes, que por sua vez, ao sair do fígado formam um tronco chegando ao
duodeno. Um ramo tortuoso (ducto cístico) originado do tronco comum chega até a
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vesícula biliar. Uma porção do tronco comum situa-se no duodeno, distalmente a
origem do ducto cístico sendo nomeado de ducto biliar ou colédoco. Muitos desses
ductos fundem-se podendo se ligar diretamente a vesícula ou ao ducto cístico
(KӦNING; LIEBICH,2011; MOURA, 2010; CENTER, 2009).
A vesícula biliar está localizada nos carnívoros domésticos/felinos à direita da
linha média, em uma fossa, na face visceral e diafragmática do fígado, entre os lobos
medial direito e quadrado (KӦNING; LIEBICH, 2011; CENTER, 2009; KӦNING;
LIEBICH, 2004).
Durante o repouso digestivo, a vesícula biliar também tem função de armazenar
a bile que flui pelo ducto cístico está ligada diretamente ao ducto hepático, deixando
assim que o produto armazenado flua pelo ducto cístico em ambas as direções
(SISSON, 1981). Além disso, Herdert (1999) ressalva a importância do esfíncter de
Oddi que está presente na junção do duodeno com o ducto biliar comum, impedindo a
passagem da substância para o duodeno, fazendo assim, que o epitélio da vesícula
reabsorva o sódio, cloreto e bicarbonato.
Stonehewer (2006) relaciona a proximidade do ducto pancreático e o ducto biliar
até entrar no duodeno, com as frequentes infecções pancreáticas e doenças biliares,
sendo coexistentes nesses felinos. Podendo também, ocorrer obstruções desse trato
devido a causas intraluminais como colélitos, espessamento de bile e trematódeos
hepáticos.
2.2. Etiologia da Platinossomose
O Platynosomum spp. pertence à classificação Platyhelminthes (Filo),
Trematoda (classe), Digenea (Subclasse), Plagiorchiida (Ordem), Dicrocoeliidea
(Família), Platynosomum (Gênero) e fastosum (Espécie) (HENDRIX, 1995). A
nomenclatura da espécie é considerada sinônima para o P. illiciens, P. fastosum e P.
concinum segundo Willard e Fossum (2004), e Soldan e Marques (2011). Já Nguyen,
Hoang e Ho (2017), relatam uma distinção na taxonomia das espécies de P. fastosum e
P. illiciens, por dois critérios da classe de hospedeiro e a forma do testículo.
O P. fastosum adulto tem um corpo plano de forma elipsoidal (forma de folha)
com tamanho variando de 2,9 mm a 6,7 mm de comprimento e 0,9 a 1,7 mm de largura
(Figura 1), tendo ovos marrons, casca espeça, sendo operculados e simétricos, medindo
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em média 34 a 50 µm por 20 a 35 µm (Figura 2 e 3) (SALOMÃO et al.,
2005;FERREIRA; ALMEIDA, 2003; COLES, 1984).
Figura 1- Platynosomum concinnum no fígado de um gato.
Fonte: Vivas et al. (2004)
Figura 2- Fotomicrografia evidenciando ovos de Platynosomum illiciens (a e b)
encontrados no exame de sedimentação em formalina-éter, notar a presença do
miracídio (b).
Fonte: Azevedo (2008).
a b
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Figura 3- Fotomicrografia de ovos de P. fastosum, de cor castanha à dourada,
operculados, de casca grossa e embrionados, visualizados ao exame de fezes.
Fonte: Basu e Charles (2014)
2.3. Ciclo biológico
O ciclo do parasita não é bem compreendido, tendo início com a eliminação dos
ovos nas fezes e com ingestão por caramujos ou lesmas. Dentro dos mesmos, em
aproximadamente 15 minutos eclodem miracídeos que migram para o tecido conjuntivo
dos moluscos. Durante 28 dias ocorre o desenvolvimento em esporocistos I (esporocisto
mãe), gerando um grande número de esporocistos II (esporocisto filha) que aos 30 dias
estarão maduros e irão migrar pelos poros respiratórios dos moluscos até o solo. Dentro
de cada esporocisto contem rédias que cada uma se tronará uma cercária (SALOMÃO
et al., 2005; HENDRIX, 2006).
Os esporocistos II amaduros (esporocisto filha maduro) conterão cercárias que
podem ser ingeridas ou penetrar no hospedeiros intermediário como besouros (isópodes
terrestres – pequenos crustáceos) e/ou possivelmente as baratas, onde deles surgirão as
metacercárias. Lagartos ou rãs podem chegar a ingerir o esporocisto II do ambiente ou
os hospedeiros intermediários infectados, sendo infectados por cercarias ou
metacercárias que serão liberadas e em seguida ficarão encistadas na vesícula biliar até
que o hospedeiro intermediário seja ingerido pelo hospedeiro final (SALOMÃO et al.,
2005; FOLEY, 1994; RETNASABAPATHY; PRATHAP, 1971).
No gato, após poucas horas de ingerir o hospedeiro intermediário infectado com
as metacercárias, elas migram pelas papilas duodenais até chegar ao ducto biliar
comum. Raramente, as metacercárias podem seguir pelas papilas duodenais secundárias
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atingir o ramo lateral do ducto pancreático (SALOMÃO et al., 2005). Segundo Ferreira
e Almeida (2003), a metacercária migra para o fígado, ducto biliar e vesícula biliar,
aonde lá chegará à forma adulta (Figura 4).
Em condições experimentais a produção de ovos pode se inicia de 4 a 5 semanas
após a chegada do parasita no fígado, tendo um período pré-patente de 8 a 12 semanas
(SALOMÃO et al., 2005).
O trematódeo tem predileção pelo fígado, vesícula e ductos biliares, podendo
também ser encontrado no intestino (SOLDAN; MARQUES, 2011), já Genanri (2004),
complementa citando também sua presença do mesmo, em ductos pancreáticos e outros.
Figura 4: Ciclo biológico de P. fastosum HD- hospedeiro definitivo: gato doméstico; a)
P. fastosum, adulto; b) ovos embrionados; c) miracídio; 1° HI- 1° hospedeiro
intermediário: Subulina octona; d) esporocisto mãe; e) esporocisto filha; f) esporocisto
filha maduro; g) cercaria; 2° HI- 2° hospedeiro intermediário: Isópode; h) metacercária
encistada; HP- hospedeiro paratênico: lagarto; i) metacercária livre.
Fonte: Braga (2016)
2.4. Epidemiologia
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Pelo ato de caçar, o gato tem predisposição a predar os hospedeiros
intermediários do Platynossomum sp., assim, se infectando com sua fase larvar, levando
ao desenvolvimento da platinosomíase (ALBUQUERQUE et al., 2017).
Sengundo Basu e Charles (2014) e Willard e Fossum (2004), Platynosomum é
encontrado em regiões tropicais e subtropitais, mas principalmente em animais do
Havaí, Flórida e Caribe. Braga (2016) afirma uma prevalência com variação de 15% a
85% dentro dos trópicos.
Soldan e Marques (2011) relatam que há uma grande ocorrência de achados do
parasita em diversas localidades do mundo, onde são relatados afetando as seguintes
espécies: Felis catus domesticus (gato doméstico), “civet cats”, Herpailurus
yagouarondi (jaguarandi), Didelphis marsupialis (gambá), Mustela putotius (ferret),
Pongo pygmaeus (orangotango) e, em Mus musculus (rato branco) e Spilogale putorius
(jaritataca malhada) como hospedeiros experimentais. Ocorreu a presença do parasita
em Herpailurus yagouaroundi, Panthera onca e Leopardus tigrinus, na Bahia
(CASTRO; ALBUQUERQUE, 2008). Existe relatos também em Vulpis ruppeli
(raposa), Canis familiaris (cão), Felis yaguarandi (gato montês), Didelphis marsupialis
(gambá), Glaucidium siju, Falco sparaverius (falcão-americano) e Tytu alba furcata
(coruja comum) (ARCEO, 1999). Carvalho et al (2008), realiza estudos com o parasita
em Paroaria dominicana (galo da campina).
Braga (2016) relaciona a prevalência entre animais domiciliados e de vida livre,
sendo que, é mais encontrado em gatos de vida livre. Entre fêmeas e machos não foi
encontrado em sua pesquisa qual dos gêneros é mais predisposto; entre as idades, existe
uma maior prevalência em gatos acima de dois anos de idade, já Foley (1994) e
Rodriguez-Vivas (2004) afirmam que em fêmeas teriam 95% de chances de se
infectarem. Possivelmente por seu comportamento de caça e sua maturidade sexual,
fazendo com que aja mais saídas frequentes.
Luiz e Rocha (2001) descreve em estudos, uma prevalência de 1,7 % desse
parasita em locais públicos de Goiânia.
Segundo dados coletados por Braga (2016) de 1936 a 2015 no Brasil, a
prevalência dessa parasitose mostrou maior no Rio de Janeiro (RJ) que se estendia até
61,53%; Em Minas Gerais (MG) estava a segunda maior alcançando 40%; Já São Paulo
(SP) e Mato Grosso (MT) tiveram valores parecidos chegando a 28,33% e 26,03%; A
Paraíba (PB) e Paraná (PR) foram menores chegando a 3,16% e 1,91%; Os demais
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estados como Rio Grande do Norte (RN), Bahia (BA), Rio Grande do Sul (RS) e Ceará
(CE), em seu trabalho só foram relatados casos de platisomose.
Em outros artigos realizados no Brasil de 2011 a 2017, mostraram uma
prevalência diferenciadas onde: Região Sudeste mostrou-se com o RJ - 75% (LEAL et
al., 2011) e um relato de caso (GRASER et al., 2017), SP e MG com um relato de caso
(MONTEIRO; GALEGO, 2017; KITAMURA et al., 2015); no Nordeste com o CE - 42
% (Braga,2016) e dois relato de caso(BRAGA et al., 2016; De MORAIS et al., 2015),
PB de 3,16% a 33,33% (ALBUQUERQUE et al., 2017; BATISTA et al., 2017;
CAVALCANTE et al., 2017; ANDRADE et al., 2012); No Sul com RS - 11% (DA
SILVEIRA et al., 2013), PR de 2,38% (FERREIRA et al 2013) e SC com um relato de
caso (SOUZA et al., 2016); Centro-Oeste onde GO continha um relato de caso (MOTA
et al., 2017).
2.5. Sinais clínicos
O número e tamanho dos parasitas no trato biliar influenciará nas manifestações
clínicas que podem ser assintomáticas, ou inespecíficas como letargia, desidratação,
anorexia, êmese, diarreia, fezes acólicas e emagrecimento. Em casos graves, a severas e
pode ocorrer icterícia, cirrose, colangio-hepatite, encefalopatia hepática, podendo
evoluir a óbito. Os sinais clínicos estão relacionados com a passagem e presença do
parasita causando obstruções, reações inflamatórias, colestase, propiciando infecções
secundárias, contribuindo para desenvolvimento de colangites, abcessos hepáticos e
predispondo a uma neoformação, como o colangiocarcinoma (SOLDAN; MARQUES,
2011; PAULA, 2010; CARREIRA, 2008; SALOMÃO et al., 2005;).
Braga (2016) relaciona como os principais sinais clínicos frequentes em
infecções por P. fastosum a inapetência, perda de peso, icterícia, letargia, desidratação,
vômito, distensão abdominal, hepatomegalia, diarreia, edema periférico, dispneia,
encefalopatia hepática, choro/vocalização, taquicardia/taquipneia e constipação.
Headley et al. (2011) descrevem que em seu estudo retrospectivo, que foi observado um
animal durante o exame físico apresentando uma massa intra-abdominal e em outro
convulsão.
2.6. Diagnóstico
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Utilizam-se as manifestações clínicas, histórico de caça dos hospedeiros
intermediários e áreas com prevalência do parasito podem dar auxílio ao diagnóstico.
No entanto, é necessário a visualização dos ovos nas fezes (presumindo que não ocorreu
obstrução). Nas fezes os ovos encontrados são em pequenas quantidades e de difícil
visualização devido ao seu tamanho e paredes podendo não ser delineadas (SOUSA
FILHO et al., 2015; PAULA, 2010).
Junto ao exame de fezes deve se associar exames complementares
(ultrassonografia, radiografia, hemograma e perfil bioquímico sanguíneo), devido à sua
baixa sensibilidade. Em diagnósticos diferenciais inclui-se lipidose hepática, pancreatite
aguda, ODBE e doença hepatobiliar inflamatória (MICHAELSEN et. al., 2012). Outra
maneira de diagnóstico definitivo está na recuperação do trematódeo pelas vias biliares
durante a necropsia (BRAGA, 2016).
Durante a análises das fezes, onde elas estão acólicas, a urina com ausência de
urobilinogênio e coagulopatia responsiva a vitamina K, seriam evidências persuasivas
da obstrução total do ducto biliar (colelitíase obstrutiva), existe a necessidade de uma
possível intervenção cirúrgica, principalmente em gatos com lipidose, como descrito por
Soldan e Marques (2011).
2.6.1. Diagnóstico laboratorial
2.6.1.1. Hemograma e bioquímicas séricas
Braga (2016) e Soldan e Marques (2011) citam que no hemograma não reflete de
forma consistente a infecção, mas pode sugerir para um possível parasitismo. A
eosinofilia estará atrelada com a quantidade de parasitas e pode ter início em semanas
ou meses após o animal ter sido infectado, tendo valores aumentados nos exames de 50
a 100% dos valores normais. Em exames bioquímicos podem ser encontradas elevações
principalmente em ALT (Fosfatase alcalina) e AST (Aspartato aminotransferase), bem
como na bilirrubina total e frações, sendo que os valores estão relacionados com a carga
parasitária, tempo de infecção, obstrução biliar e comprometimento hepático.
2.6.1.2. Exame coproparasitológico
As técnicas aplicadas a exames parasitológico de fezes nesse caso são: exame
direto, flutuação simples (25%) e centrifugo-flutuação (com sulfato de zinco, sacarose,
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22
detergentes), e sedimentação em formol-éter. Devido os ovos serem eliminados com as
fezes em pequenas quantidades e de forma intermitente, certa dificuldade no
diagnostico, que tem melhor eficiência quando feito precoce. Então existe a necessidade
de aumentar a sensibilidade dos métodos de diagnósticos (LEAL et al., 2011; BRAGA,
2016).
Galvão et al. (2012) relata que uma quantidade elevada de ovos por grama nas
fezes é possível ser encontra pelas técnicas de sedimentação simples e centrifugo-
flutuação com solução saturada de sacarose.
Xavier (2006) descreve que mesmo encontrando alterações durante exame
ultrassonográfico e bioquímico, no exame de fezes teve resultado negativo.
A técnica de sedimentação com formalina-éter seria superior ao exame direto,
flutuação em açúcar, flutuação em sulfeto de zinco e a flutuação modificada em
detergente (RIBEIRO, 2004).
Pinto, Mati e Melo (2015) discutiram a relação da sensibilidade de formalina-
éter e a técnica de Kato-Katz para o diagnóstico de platinossomose, mostrados que o
segundo método não tem muita sensibilidade para a identificação da infecção, sendo
que a técnica de formalina-éter é mais fácil de ser realizada e mais barata do que o outro
método
Arceo et. al. (1999) descreve a necessidade da utilização de substâncias
colagogas (óleo de milho ou gema de ovo ou sulfato de zinco), que atuariam
aumentando a quantidade de bile, mas para obter êxito na técnica não pode haver
obstrução. Neste caso se utiliza óleo de milho 2 ml/kg via oral, e as fezes do gato devem
ser examinadas entre duas 2 ou 24 horas após a administração óleo. Webster (2009)
descreve o uso de ácido ursodesoxicólico de 10 a 15 mg/kg/dia via oral, considerando
sua ação terapêutica e coletérica, mas sem resultado satisfatório. Já Leal et. al. (2011), o
utilizou na mesma dose para induzir o aumento da concentração dos ovos de P. illiciens
nas fezes.
2.6.2. Diagnóstico por imagem
Os exames radiográficos e ultrassonográficos, tem resultado inespecífico, mas
podendo ser observados alterações no tamanho, sonografias, morfologia dos órgãos, a
presença de sedimentação e parasitas na vesícula (PAULA, 2010). Azevedo (2013),
concluiu em seu estudo que não é suficiente para concluir um diagnóstico só com
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23
exames radiográficos (podendo sugerir a doença hepática) e a ultrassonografia é bem
mais sensível para avaliar alterações ocasionadas pelo parasita.
Braga (2016) descreve que os exames de ultrassonografia e tomografia
computadorizada são bastantes eficazes na observação do trato biliar e caracterização
das suas lesões. Na ultrassonografia dos ductos biliares e/ou vesícula biliar pode ser
encontrada em casos de infecção: estruturas hipoecoicas ovais com centro ecoico, que
seriam sedimentos com trematódeos na vesícula biliar (Figura 5); parênquima
hipoecoico hepático com áreas portais hiperecóicas; espessamento da parede biliar.
Pode também ser observado espessamento da parede da vesícula biliar e
presença de lama. Em casos de grandes infestações tem-se distensão da vesícula biliar
dilatação do ducto biliar (Figura 5) e provocando ocasionalmente fibrose periductal.
Podendo também identificar hepatomegalia ou alterações na ecotextura hepática
(MAMPRIM, 2004).
A ultrassonografia deve ser feita com cautela, pois, anorexia pode se assemelhar
a uma obstrução e se for necessário deve ser repetido o exame, como muitos outros
fatores podem dificultar no diagnóstico, deve ser adicionado testes laboratoriais de
rotina, radiografia abdominal simples e laparotomia exploratória, como descrito por
Soldan e Marques (2011).
Figura 5. Imagens ultrassonográfica evidenciando: a) ducto biliar intra-hepático
dilatado, apresentando 0,44 cm; b) presença de estrutura hiperecóica no interior dos
ductos biliares intra-hepáticos.
Fonte: Azevedo et al. (2013)
2.7. Tratamento e prevenção
b a
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24
A frequência do tratamento usado na parasitose estará relacionado com o grau de
lesões no fígado, ducto biliar, vesícula biliar e no diagnóstico precoce. O anti-
helmíntico mais eficaz é o Praziquantel que pode ser administrado via subcutânea ou via
oral (FERREIRA e ALMEIDA, 2003).
A ação do medicamento não é totalmente conhecida, mas ela possui um efeito
sobre a membrana das células musculares dos parasitos, fazendo com que aja entrada de
moléculas de cálcio na célula, resultando na vacuolização e fragmentação do tegumento
do trematódeo. A dose usada é de 25 mg/kg, por via oral, durante 2 ou 3 dias, a cada 24
horas ou 20 mg/kg, por via oral, durante 3 ou 5 dias, uma vez ao dia, podendo ser
recomendada a repetição da dose após 12 semanas. O nitrocasnate na dose de 100mg/kg
pode ser utilizado como similar. Qualquer um dos dois medicamentos podem ser usados
e os exames de fezes deve ser repetido para constatação da persistência de ovos, até 9
semanas após o tratamento (NORSWORTHY, 2009; BOWMAN, 2002; FOLEY, 1994).
Cavalcante et al. (2017), concluem em seu trabalho que uma única dose de
praziquantel não foi suficiente para debelar a infecção no paciente, precisando fazer
uma repetição no tratamento. Schuster e Sörensen, (1996) relatam a nessecidade das
utilizações de elevadas doses de praziquantel no tratamento da verminose, mas Gernnari
(2008) relata que um veterinário na Flórida fez uso da dosagem elevada em um paciente
com disfunção hepática e o mesmo veio a óbito depois do tratamento, assim, indicando
a remoção através da colecistoenterotomia dos parasitas ou utilização do albendazol
como alternativa mais lógica.
Devem ser usados tratamentos de suporte em casos de sintomatologia
inflamatória segundo Soldan e Marques (2001), onde descreveu o uso de corticoide;
antibióticos até 6 semanas para não haver recorrência em infecções secundárias; ácido
ursodesoxicólico (UDCA); com possíveis intervenções cirúrgicas.
Paula (2010) e Sousa filho et al., 2015, citam que as lesões causadas pela
platinossomose podem ser irreversíveis e levar o animal a óbito, por isso faz-se
necessário o diagnóstico e tratamento precoce, para dar um melhor auxílio ao
prognóstico. A melhor forma de se evitar a infecção seria evitar o contato com
hospedeiros intermediários (lagartixas principalmente), administração de vermífugos
(ocorrendo o contato com o hospedeiro intermediário) e a realização de exames de fezes
periódicos.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
Esta revisão de literatura consistiu em um estudo sobre as formas clínicas,
diagnósticas, tratamento e prevenção da platinosomíase, elaborado por meios de artigos
e livros. Dando início no mês de Junho de 2017 e por fim, em Março de 2018.
Foram coletados os materiais, copilados e de forma coesa, foram descritas, para
que, possam buscar estabelecer de maneira clara a compreensão do tema.
Foram revisados artigos científicos indexados nas bases de dados de jornais,
revistas eletrônicas, anais e resumos. Foram acrescentados conteúdos de livros. Todo
material estava em português, espanhol ou inglês, conseguidos de forma gratuita.
Com esse material procurou-se oferecer conteúdo inovador, enriquecedor e
coeso das informações. Nele dedicou-se a proporcionar novas abordagens, meios de
aperfeiçoar o diagnóstico para um melhor tratamento da enfermidade.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A platinossomose é umas das enfermidades que tem bastante importância na
clínica de felinos, devido a seu difícil diagnóstico, tratamento e dependendo do tempo
parasitado/quantidade de parasitas podendo levar o gato a óbito.
Mediante a ausência muitas vezes dos sinais clínicos durante o parasitismo
corrobora para dificultar o diagnóstico. Quando ocorre a presença dos sinais clínicos,
eles são inespecíficos, necessitando de uma maior experiência do médico veterinário
responsável e atenção para uma anamnese correta coletando dados para direcionar o
diagnóstico e relacionando-os com os possíveis diagnósticos diferenciais.
Os exames complementares indicados são de importante significado. O
hemograma e bioquímica sérica também se tornam inespecíficos, mas auxilia mostrando
possíveis consequências secundárias. Já o exame ultrassonográfico é considerado de
grande importância, pois, além de visualizar o parasita adulto na vesícula biliar, é capaz
de avaliar outros órgãos acometidos e sugerindo necessidade de encaminhamento
cirúrgico. O exame coproparasitológico, citologico da bile se mostraram os mais
sensíveis com grande relevância para conclusão diagnóstica.
A forma de tratamento anti-helmintico muitas vezes não é eficaz se não
realizado precocemente e periodicamente, sendo muitas vezes preciso repetição junto
com acompanhamento do exame parasitológico de fezes se houver parasitismo maciço.
Pode-se optar por laparotomia e/ou retiradas dos parasitas, se houverem obstruções ou
complicações na utilização de alguns dos fármacos, como pacientes hepatopatias ou
nefropatas ou insucesso terapêuticos.
Deve ser realizado mais trabalhos com esse parasita, para o melhor
conhecimento não só de seu ciclo, mas de tratamento que ainda não mostraram grande
eficiência e técnica ou métodos diagnósticos mais sensíveis para a identificação da
parasitose.
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