UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes...

105
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA DANIELLE DE FREITAS MIZOGUTI Goiânia 2013 Perfil Sorológico à LID-1 e PGL-I em Pacientes com Reação Hansênica Tipo I e Tipo II e em pacientes não reacionais

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

E SAÚDE PÚBLICA

DANIELLE DE FREITAS MIZOGUTI

Goiânia

2013

Perfil Sorológico à LID-1 e PGL-I em Pacientes com Reação

Hansênica Tipo I e Tipo II e em pacientes não reacionais

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

i

TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES

E DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS (TEDE) NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de

Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG), sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº

9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.

1. 1. Identificação do material bibliográfico: [X] Dissertação [ ] Tese

1. 2. Identificação da Tese ou Dissertação

Autor (a): Danielle de Freitas Mizoguti

E-mail: [email protected]

Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [ X ]Sim [ ] Não

Vínculo empregatício do autor

Agência de fomento: Sigla:

País: Brasil UF: GO CNPJ:

Título: Perfil Sorológico à LID-1 e PGL-I em Pacientes com Reação Hansênica Tipo I e Tipo II e em pacientes não reacionais

Palavras-chave: Reação Hansênica, sorologia, LID-1, PGL-I

Título em outra língua: Leprosy: Serologic reactivity to LID-1 and PGL-I antigens in patients with type I

, type II reactions and unreactional patients.

Palavras-chave em outra língua: Leprosy reaction, serology, LID-1, PGL-I

Área de concentração: Imunologia

Data defesa: (21/02/2013)

Programa de Pós-Graduação: Medicina Tropical e Saúde Pública

Orientador (a): Mariane Martins de Araújo Stefani

E-mail: [email protected]

Co-orientador (a):*

E-mail:

*Necessita do CPF quando não constar no SisPG

3. Informações de acesso ao documento: Concorda com a liberação total do documento [ X ] SIM [ ] NÃO Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se imprescindível o

envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF ou DOC da tese ou dissertação. O sistema da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações garante aos autores, que os

arquivos contendo eletronicamente as teses e ou dissertações, antes de sua disponibilização, receberão procedimentos de segurança, criptografia (para não permitir cópia e extração de

conteúdo, permitindo apenas impressão fraca) usando o padrão do Acrobat. _____________________________________ Data: ____ / ____ / _____ Assinatura do (a) autor (a)

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

i

DANIELLE DE FREITAS MIZOGUTI

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Medicina

Tropical e Saúde Pública da Universidade

Federal de Goiás para obtenção do Título

de Mestre em Medicina Tropical e Saúde

Pública.

Orientadora: Profa. Dra. Mariane Martins

de Araújo Stefani

Goiânia

2013

Perfil Sorológico à LID-1 e PGL-I em Pacientes com Reação

Hansênica Tipo I e Tipo II e em pacientes não reacionais

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

ii

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

ii

Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás

BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Aluno (a): Danielle de Freitas Mizoguti

Orientador (a): Mariane Martins de Araújo Stefani

Co-orientador (a):

Membros:

1. Mariane Martins de Araújo Stefani

2. Samira Buhrer

3. Mirian Lane de Oliveira Rodrigues Castilho

Data: 21/02/2014

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

iii

SUMÁRIO

SUMÁRIO ....................................................................................................................... iii

TABELAS, FIGURAS E ANEXOS ................................................................................ v

SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................. vii

RESUMO ........................................................................................................................ xi

ABSTRACT ................................................................................................................... xii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

1.1. Hanseníase ......................................................................................................... 1

1.2. Mycobacterium leprae ....................................................................................... 2

1.3. Epidemiologia .................................................................................................... 3

1.3.1 A hanseníase no cenário mundial ........................................................................ 3

1.3.1. Epidemiologia da hanseníase no Estado de Goiás...................................... 5

1.4. Classificação das formas de hanseníase ............................................................. 7

1.5. Aspectos imunológicos da hanseníase ............................................................. 10

1.6. Mecanismos do dano ao nervo na hanseníase.................................................. 13

1.7. Reações hansênicas .......................................................................................... 15

1.7.1. Reação hansênica tipo 1 .......................................................................... 16

1.7.2. Reação hansênicas tipo 2 .......................................................................... 17

1.8. Aspectos genéticos das reações hansênicas ..................................................... 20

1.9. Reatividade Sorológica ao PGL-I na Hanseníase e nas Reações Hansênicas . 21

1.10. Uso de proteínas recombinantes do M. leprae na sorologia de pacientes com

hanseníase e nas Reações Hansênicas. ...................................................................... 23

2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 26

3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 27

3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 27

4. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 29

4.1 População de Estudo ............................................................................................. 29

.................................................................................................................................... 31

Figura 7. Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. .............................. 31

4.2 Proteína de fusão do M. leprae LID-1 ................................................................. 32

4.3 Ensaio Imunoenzimático (ELISA) para detecção de IgG para LID-1 ................. 32

4.4 ELISA para detecção de IgM para o PGL-I ......................................................... 33

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

iv

4.5 Aspectos éticos e financeiros ................................................................................ 33

4.6 Análises estatísticas .............................................................................................. 34

5. RESULTADOS .......................................................................................................... 35

5.1 Características gerais dos grupos de estudo ......................................................... 35

5.2 Reatividade sorológica em amostras pareadas de pacientes MB com RT1 ou RT2

.................................................................................................................................... 36

5.3 Reatividade sorológica em amostras pareadas de pacientes PB com RT1 ........... 41

5.4 Reatividade sorológica nos diferentes grupos reacionais. .................................... 43

6. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 48

7. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 53

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 54

9. ANEXO ...................................................................................................................... 68

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

v

TABELAS, FIGURAS E ANEXOS

Figura 1. Modelo esquemático do envelope celular do M. leprae. 3

Figura 2. Taxas de prevalência mundial da hanseníase por 100.000 habitantes. 4

Figura 3. Coeficiente de Prevalência de Hanseníase por Estado no Brasil

em 2012. 6

Figura 4. Coeficiente de detecção geral de hanseníase por Estado no Brasil

em 2012. 6

Figura 5. Coeficiente de detecção geral de hanseníase em Goiás

por municípios de 2010. 7

Figura 6. Fluxograma da coleta de amostras. 29

Figura 7. Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. 31

Figura 8. Organograma dos grupos de pacientes Paucibacilares. 31

Tabela 1. Composição e características principais dos grupos de estudo. 35

Figura 9. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras de

soro pareadas de pacientes MB. 38

Tabela 2. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras

de pacientes MB que não desenvolveram reação hansênicas e

em pacientes que desenvolveram RT1 ou RT2. 40

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

vi

Figura 10. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras

pareadas de pacientes PB. 42

Tabela 3. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras de

pacientes PB que não desenvolveram reação hansênica e

em pacientes que desenvolveram RT1. 43

Figura 11. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I

em grupos de pacientes MB que desenvolveram RT1 ou RT2 ou pacientes

livres de reação ao diagnóstico. 44

Figura 12. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I

em grupos de pacientes MB que desenvolveram RT1 ou RT2 ou pacientes

que não desenvolveram reação durante MDT. 45

Figura 13. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I

em grupos de pacientes PB que desenvolveram RT1 ou pacientes

livres de reação ao diagnóstico. 46

Figura 14. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I

em grupos de pacientes PB que desenvolveram RT1 durante a MDT ou

pacientes livres de reação, no momento após a MDT. 47

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

vii

SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

A.C. Antes de Cristo

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

ASC Proteína associada a apoptose contendo domínios CARD

BAAR Bacilo álcool ácido resistente

BB Forma borderline

BT Borderline-tuberculóide

BL Borderline-lepromatosa

BSA Soro albumina bovina

CARD Domínios de recrutamento e ativação de caspases

CD Cluster of differentiation

CMI Cell-mediated immunity

CR Receptor de complemento

CRDT Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica

CXCL10 Quimiocina (motivo C-X-C) ligante dez

DATASUS Banco de dados do Sistema Único de Saúde

DC Célula dendrítica

DNA Ácido desoxirribonucleico

DO Densidade ótica

DPP Dual-path platform

ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

viii

ENH Eritema nodoso hansênico

ERK1 Extracellular-signal-regulated kinases 1

HAART Highly Active Anti Retroviral Therapy

HIV Vírus da imunodeficiência humana

HLA Antígeno leucocitário humano

HSA Soro albumina humana

H2SO4 Ácido sulfúrico

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH Índice de desenvolvimento humano

IDRI “Infectious Disease Research Institute”

IFN Interferon gama

IL Interleucina

iNOS Óxido nítrico sintase induzida

IPTSP “Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública”

KDa Kilodalton

LAM Lipoarabinomanana

LBP Proteína ligadora de laminina

LF Lateral flow

LIAH Laboratório de Imunologia da AIDS e Hanseníase

LID-1 Leprosy IDRI diagnostic 1

LM Lipomanana

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

ix

LL Forma polar lepromatosa

MAPKs 2 Mitogen-activated protein kinases 2

MB Multibacilar

MDP Dipeptídeos muramil

MDT Multidrogaterapia

MHC Complexo principal de histocompatibilidade

MIC Genes relacionados às cadeias do MHC de classe I

M-O-BSA Monossacarídeo–octyl–BSA

NF-Кβ Nuclear factor kappa beta

NGS Soro normal de cabra

NRAMP1 Natural resistance associated macrophage protein 1

NOD2 Nucleotide binding oligomerization domain

NT-P-BSA Trissacarídeo natural-phenil–BSA

OMS Organização Mundial da Saúde

PAMP Padrões moleculares associados à patógenos

PB Paucibacilar

PBS-T Tampão fosfato de sódio contendo tween 20

PDGF-BB Platelet-derived growth factor BB

PDIMs Ácidos micoserosóicos e tiocerol dimicoserosatos

PGL-I Glicolípido fenólico I

POC Point of care

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

x

PRR Receptor de reconhecimento de padrão

RNA Ácido ribonucleico

RR Reação reversa

rRNA Ácido ribonucleico ribossomal

RT1 Reação do tipo 1

RT2 Reação do tipo 2

SLC11A1 Solute carrier family 11 A1

SNP Polimorfismo de nucleotídeo único

SVS Sistema de Vigilância em Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido

TGF Fator de crescimento tumoral beta

Th T helper

TLR Toll like receptor

TMB Tetrametilbenzidina

TMM Monomicolato de trealose

TNFα Fator de necrose tumoral alfa

TT Forma polar Tuberculóide

UFG Universidade Federal de Goiás

VDR Receptor da vitamina D

WHA World Health Assembly

WHO World Health Organization

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

xi

RESUMO

Introdução: As reações hansênicas (tipo 1/RT1 e tipo 2/RT2) são as principais

complicações no manejo clínico de pacientes com hanseníase e podem ocorrer antes,

durante e após multidrogaterapia (MDT). A RT1 está associada a exacerbação da

imunidade mediada por células (CMI) do tipo Th1 para antígenos do Mycobacterium

leprae. Já a RT2 está associada com a resposta imunitária do tipo Th2, caracterizada por

forte produção de anticorpos e em alguns casos ativação transitória da CMI.

Objetivo: Avaliar a reatividade sorológica a proteína de fusão LID-1 e ao PGL-I do M.

leprae em pacientes com hanseníase multibacilares (MB) e paucibacilares (PB) com

reação hansênica e em pacientes MB e PB que não desenvolveram reação.

Materiais e Métodos: Foram testadas amostras um total de 73 pacientes com

hanseníase MB que desenvolveram RT1 ou RT2 ao diagnóstico ou durante MDT e em

pacientes PB que desenvolveram RT1 ao diagnóstico ou durante MDT comparados com

pacientes MB e PB que não desenvolveram reação hansênica ao diagnóstico nem

durante MDT. A presença de IgG anti LID-1 e IgM anti PGL-I foi testada por ELISA.

Resultados: O declínio dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I foi

significativo dentre os pacientes MB que estavam em RT1 ao diagnóstico (p< 0.05).

Dentre os pacientes MB que estavam em RT2 ao diagnóstico e pacientes MB não

reacionais, o declínio dos anticorpos foi significante apenas para LID-1 (p< 0.05).

Níveis mais altos de anticorpos anti LID-1 foram observados nos pacientes MB que

desenvolveram RT2 ao diagnóstico quando comparados com pacientes MB que

desenvolveram RT1 ao diagnóstico (p=0.008) ou pacientes MB não reacionais

(p=0.020). Pacientes MB que desenvolveram RT2 durante a MDT também

apresentaram níveis mais altos de anticorpos anti LID-1 comparados com pacientes MB

não reacionais após MDT (p=0.020).

Conclusões: Nossos resultados sugerem que altos níveis de anticorpos anti LID-1

podem estar associados ao maior risco de desenvolvimento de RT2 em pacientes MB.

Palavras chave: Reação Hansênica, sorologia. LID-1, PGL-I

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

xii

ABSTRACT

Introduction: Leprosy Type 1 ( T1R) and type 2 reactions ( T2R) are considered the

major complicators in the clinical management of leprosy patients. Leprosy reactions

can occur before, during or after multidrug therapy (MDT). T1R is associated with

exacerbated Th1 type cell mediated immunity (CMI) whereas T2R is associated with

Th2 type immunity characterized by strong antibody production and in some cases

transitory CMI to M. leprae antigens.

Objective: Assess the serological reactivity to LID-1 fusion protein and to PGL-I M.

leprae antigens among multibacillary (MB), paucibacillary (PB) leprosy patients that

developed reaction at diagnosis or during MDT compared to reaction free MB and PB

patients.

Material and Methods: Paired serum samples from 73 leprosy patients were tested by

ELISA to detect IgG antibodies to LID-1 and IgM responses to PGL-I. Leprosy

patients included MB that developed T1R or T2R at diagnosis or during MDT and PB

patients that developed T1R at diagnosis or during MDT compared to reaction free MB

and PB patients. For T1R and T2R patients, samples collected during reactions and in

the absence of reactions were tested and for reaction free patients samples collected at

diagnosis and after MDT were tested.

Results: The decline of anti LID-1 and anti PGL-I antibodies levels was significant

among MB patients with T1R at diagnosis (p <0,05). Among MB patients with T2R at

diagnosis and non reactional MB leprosy patients, the decline of antibodies was

significant only to LID-1 (p <0,05). Higher levels of anti LID-1 antibodies were

observed in MB patients who developed T2R at diagnosis compared with unreactional

patients (p = 0.020) and patients who developed T1R at diagnosis (p = 0.008).

Moreover, different antibody levels were seen in patients who developed T2R during

MDT compared with unreactional MB patients after MDT (p = 0.020).

Conclusions: Our data suggest that high anti LID-1 antibody levels may be associated

with higher risk of T2R in MB patients.

Key words: Leprosy reaction, serology, LID-1, PGL-I

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Hanseníase

A hanseníase é uma doença granulomatosa crônica de evolução lenta causada pelo

Mycobacterium leprae, um bacilo intracelular obrigatório que acomete macrófagos da

pele e células de Schwann dos nervos periféricos (SCOLLARD et al., 2006). O

tropismo para células de Schwann e a resposta imune induzida pela infecção pelo M.

leprae podem provocar lesões nos nervos periféricos resultando em incapacidades e

deformidades físicas irreversíveis que são características da hanseníase (SCOLLARD,

2008).

O meio de transmissão do M. leprae não está completamente esclarecido. Estudos

indicam que o contato íntimo e prolongado de indivíduos susceptíveis com pacientes

multibacilares não tratados represente a principal forma de infecção (BROWN, 1959;

DOUGLAS et al., 2004; SHEPARD, 1960). No entanto, é possível que indivíduos com

infecção subclínica possam representar fonte de transmissão do M. leprae (BEYENE et

al., 2003; HATTA et al., 1995). Entre outras possibilidades de contágio estão o contato

direto com lesões de pele ulceradas, urina, fezes, leite materno, suor, secreção vaginal e

esperma contaminados (ABRAHAM et al., 1998).

Apesar da alta infectividade do M. leprae, a susceptibilidade à infecção depende

de inúmeros fatores que resultam na falha do indivíduo em desenvolver resposta imune

protetora contra o bacilo. Na grande maioria dos casos, o indivíduo infectado

desenvolve uma resposta celular eficaz e não apresenta sinais e sintomas clínicos,

constituindo uma infecção subclínica ou cura espontânea (FINE, 1982).

Diversos genes e regiões genômicas já foram relacionados à susceptibilidade à

Hanseníase per se ou a tipos particulares da hanseníase, tais como, genes ligados ao

complexo do antígeno leucocitário humano (HLA) que podem envolver determinados

alelos (HLA-DR2 e HLA-DR3), polimorfismo de genes relacionados às cadeias do

MHC de classe I (MIC) e também genes não ligados ao HLA como o gene da

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

2

interleucina 10 (IL-10), o gene natural resistance associated macrophage protein 1

(NRAMP1), e o gene do receptor de vitamina D (MIRA et al., 2003; MORAES et al.,

2004; TOSH et al., 2006). Acredita-se que a ação integrada de um conjunto variado de

genes associados à fatores ambientais, sócio econômicos e culturais podem determinar a

susceptibilidade ou resistência do indivíduo ao M. leprae (PREVEDELLO; MIRA,

2007; WALKER; LOCKWOOD, 2006).

1.2. Mycobacterium leprae

O M. leprae foi o primeiro patógeno identificado como causador de doença

humana pelo pesquisador Gerhard Amauer Hansen na Noruega em 1873. O M. leprae é

um bastonete reto ou levemente curvilíneo, imóvel, microaerófilo e não formador de

esporos. É um bacilo álcool ácido resistente de modo que quando corado em vermelho

pela fucsina não se descora pela lavagem em álcool e ácidos orgânicos (LOWY;

RIDLEY, 1954).

Relatos de hanseníase apareceram pela primeira vez por volta de 600 A.C., em

textos antigos que descrevem a existência da hanseníase na Índia, no Egito e na China

(MONOT et al., 2005). Dados moleculares indicam que a hanseníase se originou no

leste da África ou no Oriente Médio e se espalhou com sucessivas migrações humanas.

Europeus e/ou norte-africanos, então, introduziram a hanseníase na África Ocidental e

nas Américas nos últimos 500 anos (MONOT et al., 2009).

A membrana plasmática do M. leprae é envolvida pela parede celular, a qual é

composta por peptidoglicanos ligados a uma camada de galactana, a qual se liga à

cadeias ramificadas de arabinana formando uma zona eletrodensa em torno do M.

leprae. Ácidos micólicos são ligados aos terminais das cadeias de arabinana para formar

o folheto interno da bicamada pseudolipídica. O folheto externo é composto por ácidos

micólicos intercalando monomicolato de trealose (TMM), ácidos micoserosóicos e

tiocerol dimicoserosatos (PDIMs) bem como glicolípidos fenólicos (PGLs), formando

uma zona de eletrotransparência. Foi postulado que muitas dessas mesmas moléculas

em conjunto com Manosídeos de fosfatidilinositol e fosfolípidos são secretadas da

parede celular após a síntese, formando uma cápsula (SCOLLARD et al., 2006).

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

3

Figura 1. Modelo esquemático do envelope celular do M. leprae.

Adaptado de (SCOLLARD et al., 2006).

O M. leprae se duplica em temperaturas em torno de 27 a 30ºC e a taxa de

duplicação é extremamente lenta (12 a 21 dias) o que contribui para um longo tempo de

incubação que varia em média de 2 a 10 anos (JACOBSON; KRAHENBUHL, 2000;

REES, 1976). Até o momento, este bacilo nunca foi cultivado em meios axênicos e sua

replicação para fins científicos é restrita a modelos animais como camundongos e tatus

de nove bandas (KIRCHHEIMER; STORRS, 1971; SHEPARD, 1962).

1.3. Epidemiologia

1.3.1 A hanseníase no cenário mundial

Em maio de 1991, a Organização Mundial da Saúde (OMS) por meio da 44ª

Assembleia Mundial da Saúde aprovou a Resolução WHA 44.9, e estabeleceu como

meta a eliminação global da hanseníase até o ano de 2000 (WHO, 1991a). O objetivo

desta resolução era reduzir a prevalência da hanseníase para menos do que 1 caso em

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

4

10.000 habitantes. A implementação da multidrogaterapia (MDT) em 1980 tornou

curável uma doença que anteriormente era tratada ao longo de toda a vida (WHO,

1982).

A OMS recomendou a redução do tratamento da hanseníase multibacilar de 24

para 12 meses após o 7 º Encontro de Peritos em 1997 (WHO, 1998). Esta redução na

duração da doença possibilitou o cumprimento da meta de eliminação global, resultando

em uma redução rápida e significativa da prevalência global da hanseníase, em mais de

80% nos últimos 30 anos (WHO, 1988, 2005). Em 2005 houve um significante declínio

nas taxas de prevalência da hanseníase e foram registrados 211.845 casos, com taxa de

prevalência global menor que um caso/10.000 habitantes (WHO, 2005).

O boletim da OMS informou que a prevalência global da hanseníase registrada

no primeiro trimestre de 2012 foi de 181.941 casos (0.34 casos/10.000 habitantes),

mesmo sem os dados do continente Europeu. A hanseníase foi eliminada globalmente,

mas alguns países ainda registram altas taxas de prevalência e incidência como Angola,

Brasil, República Central Africana, Índia, Madagascar, Nepal e República Unida da

Tanzânia (WHO, 2012a).

Figura 2. Taxas de prevalência mundial da hanseníase por 100.000 habitantes.

Adaptado de (WHO, 2012b).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

5

A incidência global da Hanseníase no ano de 2011 foi de 219.075 (4.06 casos/

100.000 habitantes). A alta incidência em alguns países demonstra transmissão ativa do

M. leprae apesar da estratégia de eliminação baseada na MDT. A transmissão atual do

bacilo pode ser devida a manutenção de reservatórios de M. leprae em contatos

infectados e em pessoas com infecção subclínica (FINE, 2006).

A incapacidade física decorrente da hanseníase é classificada em três graus (0, 1

e 2). No “grau zero”, o paciente não apresenta perda de sensibilidade ou deformidade

física. O “grau 1” de incapacidade física é caracterizado pela presença de regiões

anestésicas, sensibilidade corneana diminuída e ausência de deformidades físicas. O

“grau 2” de incapacidade física é caracterizado por presença de mão em garra, pé caído,

reabsorção óssea e alterações como lagoftalmo e/ou ectrópio nos olhos (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2002).

Uma nova Estratégia Global de eliminação da hanseníase está sendo

implementada através de programas nacionais em países endêmicos. Esta estratégia visa

reduzir a taxa global de novos casos diagnosticados com grau de incapacidade 2 em

pelo menos 35% até o final de 2015. Esta abordagem destaca a importância do

diagnóstico precoce e a qualidade dos cuidados ao paciente (WHO, 2009).

No Brasil, o coeficiente de prevalência da hanseníase em 2011 foi considerado

médio, de 1.24/10.000 habitantes. O Coeficiente de detecção geral foi de 15.88, sendo

que o coeficiente de detecção em menores de 15 anos foi de 4.77 (SINAN/SVS-MS

2012 a e b).

1.3.1. Epidemiologia da hanseníase no Estado de Goiás

O Estado de Goiás está na região Centro-Oeste e possui um Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) de 0.735. Nele estão situados 246 municípios, com

um total de 6.154.996 habitantes (DATASUS, 2012). Conforme dados do Ministério da

Saúde de 2012, o Estado de Goiás teve coeficiente de prevalência de hanseníase de

3.00/10.000 habitantes, um coeficiente considerado médio (Figura 3). O coeficiente de

detecção geral da hanseníase, que é o índice mais aproximado da incidência, foi de

35.82/100.000 habitantes, que é considerado muito alto (Figura 4).

Com relação ao grau de incapacidade dos pacientes com hanseníase, no Brasil o

percentual de casos novos avaliados com grau de incapacidade em 2012 foi de 88,6%,

sendo 1,15% apresentaram grau 2 de incapacidade física. No Estado de Goiás o

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

6

percentual de casos novos com grau de incapacidade foi de 91,2%, sendo que destes

2,13% apresentaram grau de incapacidade 2. No momento da cura, o percentual de

avaliação de grau de incapacidade foi de 71,3% no Brasil e 63,8% em Goiás

(SINAN/SVS-MS, 2013).

Figura 3. Coeficiente de Prevalência de Hanseníase por Estado no Brasil em 2012.

(SINAN/SVS-MS, 2013)

Figura 4. Coeficiente de detecção geral de hanseníase por Estado no Brasil em 2012.

(SINAN/SVS-MS, 2013)

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

7

Em 2010, entre os municípios do Estado de Goiás verificaram-se áreas de maior

endemicidade no centro e noroeste do Estado. A capital Goiânia registrou 27.4

casos/100 mil habitantes, padrão de alta endemicidade (MINISTÉRIO DA

SAÚDE/SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2011).

Figura 5. Coeficiente de detecção geral de hanseníase em Goiás por municípios de

2010.

1.4. Classificação das formas de hanseníase

A hanseníase é uma doença espectral associada a diversas manifestações clínicas

que são determinadas pelo tipo de resposta imunológica do paciente (RIDLEY;

JOPLING, 1966). As principais manifestações clínicas sao lesões de pele com

distúrbios de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa, em qualquer região do corpo. A

sensibilidade nas lesões pode estar diminuída (hipoestesia), ausente (anestesia) ou, em

menor freqüência, aumentada (hiperestesia) (RIDLEY, 1955). A classificação das

formas clínicas da hanseníase utilizada para fins científicos é baseada em critérios

clínico, baciloscópico, histopatológico e imunológico (RIDLEY; JOPLING, 1966).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

8

Sendo assim, a hanseníase pode ser classificada em formas polares e intermediárias. A

forma polar tuberculóide (TT) apresenta poucas lesões de pele, baixa produção de

anticorpos e forte resposta imune celular caracterizada pela produção de interferon

gama (IFN) (MODLIN, 1994). A forma polar lepromatosa (LL) é caracterizada por

múltiplas lesões de pele, alta carga bacilar e vigorosa produção de anticorpos. As

formas intermediárias borderline-tuberculóide (BT), borderline-borderline (BB) e

borderline-lepromatosa (BL) são consideradas imunologicamente instáveis e podem

apresentar alterações para qualquer um dos pólos da doença (MODLIN, 1994;

RIDLEY; JOPLING, 1966).

Clinicamente a forma TT é representada por poucas lesões cutâneas constituídas

por pápulas ou placas bem delimitadas com perda de sensibilidade. A lesão hansênica

tuberculóide clássica é uma placa ou mácula que pode ser eritematosa ou

hipopigmentada. Ao histopatológico, observa-se a formação de granuloma único ou

múltiplos granulomas confluentes de células epitelióides, com ou sem a presença de

células de Langhans no centro da lesão. Observa-se também a presença de linfócitos que

conferem um halo denso contornando o granuloma, sem bacilos detectáveis. O

granuloma se extende para a epiderme sem uma zona clara intermediária (RIDLEY;

JOPLING, 1966).

Clinicamente a forma Borderline-tuberculóide (BT) é caracterizada por lesões

cutâneas bem definidas e avermelhadas semelhantes à forma TT, porém menos extensas

e mais numerosas podendo estar acompanhadas de pequenas lesões satélites. A forma

BT pode também apresentar um maior número de troncos nervosos acometidos.

Histopatologicamente observa-se a formação de granulomas de células epitelióides, com

presença de células gigantes tipo Langhans, contornada de linfócitos e a presença de

escassos bacilos (RIDLEY; JOPLING, 1966).

A forma Boderline-Borderline (BB) é caracterizada clinicamente por lesões com

tamanho e número intermediários com formas irregulares e limites imprecisos que

apresentam moderado grau de anestesia. Algumas lesões podem apresentar aparência

“perfurada” ou de “queijo suíço” e podem estar acompanhadas de lesões satélites. O

número de bacilos encontrados no histopatológico é maior, com células epitelióides

difusamente disseminadas próximas ao granuloma e sem manto linfocitário. Células

gigantes tipo Langhans estão ausentes e linfócitos são geralmente escassos e difusos

(RIDLEY; JOPLING, 1966).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

9

A forma Borderline-lepromatosa (BL) apresenta clinicamente numerosas lesões

mal delimitadas e eritematosas semelhante à hanseníase lepromatosa (LL), no entanto,

as lesões não são simetricamente distribuídas bilateralmente em toda a região afetada.

No histopatológico, observa-se histiócitos espumosos ou não com numerosos bacilos

sem formação de globias (RIDLEY; JOPLING, 1966).

Na forma Lepromatosa-lepromatosa (LL) as lesões mais precoces são múltiplas

pápulas e máculas eritematosas com limites imprecisos distribuídas de forma bilateral e

simétrica. Com a progressão da doença, novas pápulas e máculas aparecem, enquanto as

lesões antigas se tornam nódulos e placas respectivamente. A pele do rosto se torna

espessa aprofundando as linhas da testa, presença de infiltração de nariz e orelha e perda

eventual de cílios e sobrancelhas caracterizando a chamada face leonina. Pode haver

também ulceração nasal, deformidade de nariz em sela, irite e queratite lepromatosa,

deformidades ósseas nas mãos e nos pés e perda do dente incisivo central superior. Nos

homens, o dano testicular leva a atrofia com consequente impotência, esterilidade e

ginecomastia. Na fase avançada, nervos periféricos sofrem degeneração hialina ou

fibrose levando a anestesia e perda muscular nas mãos e nos pés (RIDLEY; JOPLING,

1966). O exame histopatológico apresenta extenso infiltrado de histiócitos

multivacuolados, contendo inúmeros bacilos e citoplasma com grande quantidade de

lipídeos, conhecidos como células de Virchow (BOURGES et al., 1966).

Para fins operacionais e definição do tipo e duração do tratamento específico, a

Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs uma classificação simplificada da

hanseníase baseada na contagem do número de lesões de pele. Segundo esta

classificação pacientes que apresentam até cinco lesões de pele são considerados

paucibacilares (PB) e o esquema terapêutico recomendado pela OMS inclui uma dose

mensal supervisionada de rifampicina (600 mg) e doses diárias auto-administradas de

dapsona (100 mg) durante 6 meses. Pacientes com hanseníase multibacilar (MB)

apresentam mais de 5 lesões de pele e o tratamento preconizado pela OMS é de 12

meses, com uma dose mensal supervisionada de rifampicina (600 mg), clofazimina (300

mg) e dapsona (100 mg) e doses diárias autoadministradas de clofazimina (50 mg) e

dapsona (100 mg) (WHO, 1991b).

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

10

1.5. Aspectos imunológicos da hanseníase

A hanseníase fornece um modelo atrativo para investigação da resposta imune a

infecção porque apresenta um amplo espectro na qual as manifestações clínicas se

correlacionam com o tipo de resposta imune do hospedeiro ao patógeno (BLOOM,

1986; RIDLEY; JOPLING, 1966). Funções chave da resposta imune inata incluem

fagocitose, atividade antimicrobiana contra o patógeno e direcionamento da resposta

imune adaptativa de células T pelas células dendríticas. A capacidade da resposta imune

inata de combater agentes patogênicos envolve receptores codificados pela linha

germinativa, os receptores de reconhecimento padrão (PRRs). Estes receptores detectam

padrões moleculares evolutivamente conservados do invasor microbiano (PAMPs) e

podem ativar vias pelas quais os monócitos se diferenciam em macrófagos e células

dendríticas para regular a resposta do hospedeiro contra a infecção (BRIGHTBILL et

al., 1999; MEDZHITOV; JANEWAY, 1997).

Os receptores das proteínas do complemento CR1 (CD35) e principalmente CR3

(CD11b/CD18) são PRRs que participam do reconhecimento do M. leprae, promovendo

sua fagocitose ao se ligar ao PGL-I (glicolipídeo fenólico I), existente na capsula do M.

leprae (TABOURET et al., 2010).

Os receptores Toll-like (TLR) são PRRs que compreendem uma família de

receptores transmembrana do tipo I. Até o momento já foram identificados dez TLRs

em humanos (AKIRA et al., 2001). Os heterodímeros de TLR2-TLR1 reconhecem

lipoglicanos micobacterianos como lipoarabinomanana (LAM) (TAPPING; TOBIAS,

2003) e lipoproteínas de 19 KDa (KRUTZIK et al., 2003). Homodímeros de TLR4

também desempenham um papel no reconhecimento de Mycobacterium tuberculosis

(M.tb) e de M. leprae (MEANS et al., 1999). TLR4 reconhece proteína do choque

térmico 65 secretada pelo M.tb. (BULUT et al., 2005). Entretanto, o agonista

reconhecido por TLR4 na hanseníase não está completamente esclarecido. A ativação

destes receptores por agonista estimulam a produção de peptídeos e proteínas

antimicrobianas, citocinas e quimiocinas que coletivamente induzem uma resposta

inflamatória local, aumentam a atividade fagocítica e morte mediada por macrófagos

ativados (PASARE; MEDZHITOV, 2004).

Como o M. leprae é um bacilo intracelular, receptores citoplasmáticos como

nucleotide binding oligomerization domain 2 (NOD2) da família de receptores NOD-

like (NLR) desempenham papel no reconhecimento do bacilo. O receptor NOD2

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

11

reconhece dipeptídeos muramil (MDP) presentes nos peptideoglicanos do M. leprae. O

MDP é capaz de ativar o inflamassoma, um complexo multiproteíco composto por

NLRs, proteína adaptadora ASC (proteína associada a apoptose contendo domínios

CARD- domínios de recrutamento e ativação de caspases) e a caspase -1. Após ativação

do complexo inflamassoma ocorre a clivagem de pró-citocinas pela caspase-1 e

secreção das formas ativas de IL-1β, IL-18 e IL-33 (CHEN; PEDRA, 2010; MODLIN,

2010). Polimorfismos no gene NOD2 foram associados com hanseníase per se em

pacientes chineses e nepaleses (BERRINGTON et al., 2010; ZHANG et al., 2010).

A célula dentrítica é capaz de reconhecer o M. leprae através dos PRRs,

fagocitar, processar e apresentar o M. leprae para os linfócitos T. Após o

reconhecimento e fagocitose do M. leprae ocorre a secreção de citocinas e quimiocinas

que regulam a inflamação e modulam a resposta imune adaptativa para o tipo Th1 ou

Th2 (SCOLLARD et al., 2006).

Um estudo mostrou que o M. leprae pode ativamente suprimir a

ativação/maturação das células dendríticas (DCs). Expressão de moléculas do complexo

principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I e II foi regulado negativamente em

DCs derivadas de monócitos infectados com bacilos do M. leprae (HASHIMOTO et al.,

2002). Outro estudo que avaliou a capacidade de induzir proliferação e ativação de

células T em resposta à DCs expostas ao M. leprae, M. tuberculosis e Mycobacterium

bovis mostrou que o M. leprae, não induziu ativação / maturação de DCs e também não

induziu proliferação de células T em resposta à DCs estimuladas pelo M. leprae

(MURRAY et al., 2007).

O paradigma Th-1/Th-2, baseado em discriminação funcional das células T-

helper de acordo com o seu padrão de produção de citocinas é importante na

compreensão do amplo espectro clínico da hanseníase (SCOLLARD et al., 2006). No

pólo tuberculóide da hanseníase, há predomínio de resposta imune com perfil Th1 com

produção das citocinas próinflamatórias, como IFN-, fator de necrose tumoral alfa

(TNF-α), IL-12, IL18, IL-23 e IL-2, que estimulam a atividade fagocítica e microbicida

dos macrófagos promovendo destruição dos bacilos (BARNES et al., 1992; FOSS,

1999). Na forma lepromatosa os pacientes apresentam resposta do tipo Th2, produzindo

principalmente IL-4, IL-5, IL-6, IL-13 que induzem vigorosa produção de anticorpos

que são ineficientes para a eliminação dos bacilos. Os linfócitos Th2 produzem ainda

IL-10 que atua inibindo tanto a diferenciação dos linfócitos em Th1 como a ativação dos

macrófagos (SCOLLARD et al., 2006).

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

12

O mecanismo de defesa efetivo contra a infecção pelo M. leprae está relacionado

com resposta imune celular Th1 que promove aumento da produção de mediadores

reativos do oxigênio e do nitrogênio que são importantes para atividade microbicida dos

macrófagos (MURRAY et al., 1985). Entretanto, o M. leprae dispõe de mecanismos de

escape que impedem a fusão do fagossoma com o lisossoma, conseguindo muitas vezes

escapar da destruição pelos reativos do oxigênio e nitrogênio contidos nos lisossomos

dos macrófagos (PIETERS, 2001).

Os antígenos PGL-I e LAM apresentam função supressora na ativação dos

macrófagos, favorecendo a polarização para resposta do tipo Th2 com a produção de

citocinas supressoras. Neste contexto de resposta imune Th2, o M. leprae se dissemina

sem resistência da resposta imune (FOSS, 1999). Pacientes do polo lepromatoso não

desenvolvem resposta imune celular, mas não são imunocomprometidos e não são

propensos aos cânceres ou infecções oportunistas que acometem pessoas com

imunodeficiência. A anergia imunológica associada a pacientes LL é específica para os

antígenos do M. leprae (SCOLLARD et al., 2006).

A família de genes solute carrier family 11 A1(SLC11A1), também conhecido

como NRAMP1, foi descrita pela primeira vez como o gene Ity / Lsh / Bcg que controla

a susceptibilidade de camundongos endogâmicos à patógenos intracelulares, incluindo

M. leprae. Já foi demonstrado que NRAMP1 tem diversos efeitos sobre a função dos

macrófagos, incluindo o controle da ativação e transporte de ferro, mas o mecanismo

pelo qual este gene regula a morte de organismos patogênicos intracelulares permanece

incerto (MISCH et al., 2010). O fenótipo do sistema imunitário adaptativo de

camundongos com mutação em NRAMP apresenta tendência para montar resposta

imune do tipo Th2 (BLACKWELL; SEARLE, 1999).

Um papel importante dos macrófagos na defesa do hospedeiro é a fagocitose de

patógenos microbianos para facilitar a sua remoção. No entanto, na doença

micobacteriana, a fagocitose pode contribuir para a progressão da doença, se os

macrófagos não forem ativados. Macrófagos estimulados por IL-10, citocina presente

em lesões lepromatosas, realizam fagocitose excessiva de bacilos via receptores

scanvenger e receptores de manose, formando células espumosas, repletos de bacilos

que são chamadas de células de Virchow, mas apresentam atividade microbiana

limitada, dessa forma o bacilo se acumula dentro do macrófago. Por outro lado,

macrófagos estimulados por IL-15, presente em lesões tuberculóides, apresentam uma

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

13

atividade fagocítica menor, entretanto apresentam eficientes vias antimicrobianas e

conseguem eliminar os bacilos fagocitados (MONTOYA et al., 2009).

Várias subpopulações de linfócitos T CD4 tem sido descritas, entre elas as

células T regulatórias (SAKAGUCHI et al., 1995). Um estudo desenvolvido no Egito

observou um maior número de células T regulatórias na circulação sanguínea de

pacientes com hanseníase do que nos controles saudáveis. Uma maior porcentagem de

células T regulatórias foram encontrada em pacientes TT em comparação com os

pacientes LL e com reação do tipo 2 (ATTIA et al., 2010). Estudo brasileiro mais

recente que avaliou a proporção de células T reguladoras em pacientes multibacilares

(LL e BL), paucibacilares (TT e BT) e contatos domiciliares de multibacilares observou

maior proporção da expressão destas células na circulação e em lesões de pacientes

multibacilares (PALERMO et al., 2012).

1.6. Mecanismos do dano ao nervo na hanseníase

Em meados de 1800 patologistas dessecaram nervos periféricos para tentar

determinar se a neuropatia da hanseníase era de origem central ou periférica. A

inflamação foi observada em nervos cutâneos e seus troncos subcutâneos surgindo de

lesões de pele e se extendendo por distâncias variadas (DEHIO, 1897). Com o

desenvolvimento de novas técnicas de histologia foi possível observar inflamação

perineural e intraneural, e a infecção intraneural pelo M. leprae foi reconhecida como

característica patognomônica da doença. Estudos clínicos demonstram que fibras não

mielinizadas também estão envolvidas na lesão do nervo na hanseníase (SURESH et al.,

2008).

O M. leprae pode infectar células de Schwann com e sem mielina, mas infecta

primeiramente células de Schwann sem mielina. Assim, pequenas fibras nervosas são

facilmente afetadas. Este fato pode ser observado clinicamente pela perda da sensação à

estímulos térmicos e dolorosos. A sensação tátil, a qual é conduzida por extensos

axônios com mielina, é afetada tardiamente conforme a progressão da doença

(ILLARRAMENDI et al., 2012).

As células de Schwann fornecem um ambiente favorável à sobrevivência do M.

leprae, primeiramente devido a uma menor resposta do sistema imune nestas células e

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

14

pela ausência de produção de moléculas antimicrobianas capazes de limitar o

crescimento do bacilo nas células de Schwann. Além disso, a barreira entre o sangue e

os nervos limita a ação de drogas antimicrobianas. Um mecanismo descrito para a

infecção das células de Schawann pelo M. leprae acontece pela ligação do PGL-I do M.

leprae à cadeia alfa 2 da laminina 2 na lâmina basal em volta da célula de Schwann

(RAMBUKKANA, 2001). Estudos in vitro mostram que a ligação do PGL-I à lâmina

basal é suficiente para provocar a internalização do M. leprae (NG et al., 2000). Outros

estudos também demonstraram a capacidade da proteína ligadora de laminina (LBP) de

se ligar às células de Schwann (LIMA et al., 2005).

Granulomas bem organizados que são característicos de lesões tuberculóides

também estão presentes nos nervos e a capacidade destrutiva da inflamação

granulomatosa é provavelmente uma das causas do dano ao nervo de pacientes BB e

BT. Similarmente, o infiltrado cutâneo desorganizado e altamente bacilífero é

reproduzido nos nervos de pacientes lepromatosos. No entanto, o mecanismo de injúria

ao nervo desses pacientes é de mais difícil entendimento, considerando que o nervo

conserva por algum tempo sua integridade básica e é capaz de manter sua função

mesmo estando infectado (JOB, 1971). As células de Schwann sintetizam mielina e a

desmielinização é a última consequência da neurite hansênica. A hipótese de que a

infecção das células de Schwann pelo M. leprae seria a causa direta da disfunção das

células de Schwann ainda não foi provada (SCOLLARD, 2008).

Foi reportado que a ligação de uma lipoproteína de 19 kDa do M. leprae ao

TLR2 na célula de Schwann resulta em apoptose. O papel das citocinas TNF-α, IL-6 e

IL-8 na apoptose mediada pela ativação de TLR2 ainda não está claro. A apoptose gera

injúria nervosa e perda de sensibilidade, contudo é uma via que aumenta a liberação de

antígenos intracelulares que podem ser fagocitados por macrófagos e células dentríticas

e assim ativar a resposta imune adaptativa (OLIVEIRA et al., 2003). O TNF é uma

citocina que causa desmielinização e necrose de oligodendrócitos, mas a introdução de

glicocorticóides pode inibir a secreção dessa citocina (SARNO et al., 1991).

A recuperação clínica e histopatológica dos danos ao nervo após MDT são

variáveis. Um estudo brasileiro avaliou a regeneração nervosa de um total de 45

pacientes: 3 pacientes com hanseníase indeterminada, 35 pacientes PB e 7 com

hanseníase MB. Após o tratamento foi observado que a capacidade regenerativa de

fibras nervosas sem mielina é maior que a das fibras nervosas com mielina, o que reflete

na maior frequência na recuperação da nocicepção (percepção da sensação dolorosa) e

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

15

sensação térmica comparada à função tátil. A recuperação desta última parece estar

mais associada à remissão do infiltrado inflamatório. Neste mesmo estudo, de 17

pacientes que não tiveram evidência de células de Schwann ou axônio avaliados por

imunohistoquímica com anticorpos anti S-100 (uma proteína específica do tecido

neural) ao diagnóstico, foram encontadas células de Schwann após tratamento apenas

em 2 pacientes, sugerindo que se o dano estiver estabelecido é refratário ao tratamento

(ILLARRAMENDI et al., 2012).

1.7. Reações hansênicas

Um dos maiores complicadores no manejo clínico dos pacientes com hanseníase

é a ocorrência das reações hansênicas. As reações hansênicas são complicações

inflamatórias agudas, que podem ocorrer antes, durante ou após a MDT. Na grande

maioria dos casos o surgimento das reações está relacionado com a instabilidade

imunológica do paciente. Entretanto, alguns fatores predispõe ao aparecimento de

episódios reacionais hansênicos, tais como: doenças intercorrentes, gravidez,

aleitamento, parto, estresse físico ou emocional e uso de algumas drogas (BRITO et al.,

2008; KAHAWITA et al., 2008). Se as reações hansênicas não forem imediatamente

diagnosticadas e tratadas, lesões graves do nervo podem desenvolver-se rapidamente,

com subsequente perda de sensibilidade, deformidades físicas e paralisia (RIJK, DE;

BYASS, 1994).

Estudos populacionais indicam que durante o curso da hanseníase 16-56% dos

pacientes desenvolvem comprometimento irreversível da função do nervo, ocasionado

principalmente devido à estas reações (BRITTON; LOCKWOOD, 2004).

Existem dois tipos mais comuns de reações hansênicas: a reação do tipo 1 (RT1)

ou reversa (RR) e reação do tipo 2 (RT2) ou eritema nodoso hansênico (ENH). Além

disso pode ocorrer também um terceiro tipo de episódio reacional caracterizada por

neurite isolada com dor e espessamento neural sem associação com quadros cutâneos -

denominada neuropatia silenciosa (BRAKEL, VAN; KHAWAS, 1994; BRITO et al.,

2008; KAHAWITA et al., 2008).

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

16

1.7.1. Reação hansênica tipo 1

A RT1 é caracterizada por imunidade do tipo Th1 in situ, com aumento

espontâneo da imunidade mediada por células e produção de várias citocinas: IFN, IL-

12 (SREENIVASAN et al., 1998), TNF-α, IL-1β (SARNO et al., 1991), IL-2, IL-6 e

IL-8 (MORAES et al., 1999). Recente estudo realizado em uma coorte de 303

indivíduos na Índia, observou além de altos níveis de TNF, fator de crescimento

tumoral beta (TGF) e óxido nítrico sintase induzida (iNOS) em fragmentos de pele de

pacientes com RT1. O mesmo foi encontrado para lesões de nervo com exceção da

iNOS. A concentração de TNF foi elevada antes do episódio reacional e antes do dano

neural. Este estudo demonstra a associação de iNOS e TGF e RT1 (JADHAV et al.,

2011). Outro estudo, do nosso grupo, que avaliou um painel de 27 citocinas em

pacientes com RT1, RT2 e pacientes que não desenvolveram reação hansênica,

verificou elevações nos níveis de CXCL-10 e IL-6 em pacientes com RT1 (STEFANI et

al., 2009).

Clinicamente, a RT1 se apresenta com um quadro de inflamação, infiltração de

lesões pré-existentes e surgimento de novas lesões dermatológicas, com ou sem neurite.

A neurite aguda se não for tratada rapidamente de forma adequada pode causar perda

permanente da função nervosa provocando neuropatia sensorial e motora

(BARNETSON et al., 1975; GODAL et al., 1973). A RT1 é frequentemente recorrente

(KAHAWITA et al., 2008) e usualmente ocorre em pacientes classificados com BT, BB

e BL (BARNETSON et al., 1976; BJUNE, 1983; BRAKEL, VAN et al., 1994).

Entretanto, indivíduos com forma polar TT da hanseníase também podem desenvolver

RT1 (KAHAWITA et al., 2008). Ao histopatológico a RT1 apresenta edema, infiltrado

de linfócitos e células gigantes de Langhans com perda da organização normal do

granuloma (JOB, 1994).

Na hanseníase PB a RT1 precisa ser diferenciada de recidiva para que o

tratamento adequado possa ser administrado. O diagnóstico de recidiva deve ser

confirmado pelo exame de esfregaço de pele ou por uma biópsia de pele. Clinicamente,

na RT1, o início dos sintomas é súbito, com exacerbação das lesões pré-existentes e

algumas novas lesões. A inflamação dos nervos é comum e se desenvolve rapidamente.

Em contraste, na recidiva, o início dos sintomas é insidioso apresentando novas lesões

sem exacerbação das lesões pré-existentes. O dano neural geralmente se desenvolve

lentamente (YAWALKAR, 2009). Além disto, devem ser considerados no diagnóstico

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

17

diferencial da RT1 a psoríase, infecções por dermatófitos e linfoma cutâneo de células T

(NUNZI; FIALLO, 1994).

Pacientes co-infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e M.

leprae podem desenvolver RT1 após a introdução da HAART (Highly Active Anti

Retroviral Therapy) devido a Síndrome da Reconstituição Imune que consiste em uma

reorganização da imunidade devido ao aumento das células CD4+ (PEREIRA et al.,

2004; USTIANOWSKI et al., 2006). Outros fatores de risco para a ocorrência da RT1

são maior número de lesões; idade mais avançada; índice baciloscópico mais alto

(KUMAR et al., 2004; RANQUE et al., 2007); grau de incapacidade fisica 1 ou 2 ao

diagnóstico (SCHREUDER, 1998); puerpério (LOCKWOOD; SINHA, 1999); e uso de

infliximab para tratamento de outras doenças como Doenca de Crohn, artrite reumatoide

e psoriase. O infliximab é um inibidor do TNFα, citocina importante no controle da

infecção micobacteriana (KEANE, 2004). Em um estudo, houve uma tendência de

aumento da presença de células T regulatórias em biópsias de pacientes com RT1 em

comparação com pacientes com RT2 e pacientes sem reação (MASSONE et al., 2010).

Para o tratamento da RT1 o Ministério da Saúde recomenda a administração de 1

a 2 mg/kg/dia de corticoesteróides com diminuição gradual da dosagem, conforme

avaliação clínica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

1.7.2. Reação hansênicas tipo 2

A RT2 ou Eritema Nodoso Hansênico (ENH) foi originalmente descrita pelo

dermatologista japonês Mouske Murata em 1912. A RT2 se caracteriza por uma

resposta inflamatória sistêmica, com infiltração de neutrófilos, ativação do

complemento, deposição de complexos imunes extravasculares e altos níveis de TNFα

nas lesões e na circulação (MABALAY et al., 1965; RIDLEY; RIDLEY, 1983;

WEMAMBU et al., 1969). Pacientes com RT2 apresentam um aumento na proporção

de linfócitos T helper, especialmente do tipo Th2 que estimulam a diferenciação de

plasmócitos e produção de imunoglobulinas, e diminuição do número de células T

reguladoras (CUEVAS et al., 2007; VIEIRA et al., 1996). Entretanto, há evidência do

envolvimento de ambos os tipos de respostas, Th2 e aumento transitório da resposta

Th1 na patogênese da RT2 (MORAES et al., 1999; NATH et al., 2000;

SREENIVASAN et al., 1998; TELES et al., 2002).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

18

A RT2 pode ocorrer em pacientes classificados como BL e LL e manifesta -se

através do aparecimento abrupto de nódulos eritematosos e dolorosos que podem se

desenvolver na face, extremidades, ou tronco, além de pápulas e placas, que podem

ulcerar ou pustulizar-se nos locais onde há lesões e infiltrados prévios. O paciente com

RT2 pode apresentar sintomas sistêmicos como febre, mal-estar, aumento dos

linfonodos, dores articulares, neurites, hepato-esplenomegalia, irites, iridiciclites,

orquites, orquiepididimites (GOMEZ; GARCIA, 1950; JOPLING, 1970; WALLACE;

JOPLING, 1969). As lesões são geralmente eritematosas, com infiltração, calor local e

dor, podendo chegar à necrose e ulceração (YAWALKAR, 2009). A maioria dos

pacientes apresentam múltiplos episódios reacionais no decorrer da infecção e após o

tratamento (KAHAWITA et al., 2008; POCATERRA et al., 2006).

A RT2 pode se apresentar de forma contínua ou intermitente. A forma contínua

pode persistir por muitos meses e é comumente grave. A forma intermitente é

caracterizada por episódios de RT2 seguidos por um período livre de reação e pode ser

classificada como leve ou grave. Na forma leve, a RT2 pode ser associada com dor

suave ou sensibilidade do nervo, sem perda de função. Frequentemente existe alguma

febre e mal-estar. A RT2 intermitente é classificada como grave se for acompanhada por

alta temperatura e mal-estar geral, se as lesões de pele tornarem-se purulentas e / ou

com ulceração, se os nervos tornarem-se dolorosos ou se ocorrer perda da função do

nervo, se houver evidência de iridociclite, orquite, albuminúria persistente ou inchaço

nas articulações. Muitas vezes, na RT2 há edema sem depressões da face, mãos e / ou

pés (YAWALKAR, 2009).

Existe uma variante rara, e associada à altas taxas de mortalidade, da reação

hansênica tipo 2, denominada Fenômeno de Lúcio ou eritema necrosante,

primeiramente descrito no México por Lúcio e Alvarado, em 1852 e revisado por Latapi

e Chavez-Zamora em 1948. A apresentação clínica é caracterizada pela proliferação

exacerbada de bacilos, que invadem a parede dos vasos sanguíneos, causando

proliferação endotelial e diminuição do lúmen vascular, que associado à reações

inflamatórias e alterações no sistema da coagulação, causa trombose vascular, isquemia,

infarto e necrose tecidual. A análise de DNA de amostras de autópsias e biópsia de

pacientes com Fenômeno de Lúcio detectou variação no gene 16S de RNA ribossomal

(rRNA), o qual é um marcador altamente conservado da evolução bacteriana, e em

outros genes menos conservados. Este resultado forneceu evidências suficientes para

apoiar a conclusão de que este DNA é distinto do M. leprae, consistente com a presença

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

19

de uma nova espécie micobacteriana, o Mycobacterium lepromatosis (HAN et al., 2008,

2009).

Lesões de RT2 podem ser confundidas com nódulos eritematosos que podem se

desenvolver em casos de recidiva de hanseníase multibacilar. Em pacientes com

hanseníase multibacilar, a recidiva pode se manifestar como um agravamento clínico

das lesões já existentes ou como o aparecimento de novas lesões que podem se

assemelhar à RT2. No entanto, nódulos ou placas de RT2 tendem a apresentar edema,

são geralmente dolorosos e desaparecem em poucos dias (YAWALKAR, 2009).

A celularidade presente no histopatológico varia de acordo com o momento da

biópsia. Em lesões agudas há predomínio de neutrófilos com aumento posterior de

linfócitos, plasmócitos e histiócitos. Outras características são edema da derme e

subcutânea, vasculite e paniculite (MABALAY et al., 1965). Dentre as células T, o

predomínio é de células T CD4+ em contraste com pacientes lepromatosos, nos quais

predominam células T CD8+ (MODLIN et al., 1983). Na lesão são detectadas as

citocinas TNFα e IL-6 enquanto a IL-4 está ausente ou em baixas concentrações o que

reforça o papel Th1 na RT2 (TELES et al., 2002). Foram também observados altos

níveis de proteína C reativa , IL-7 e platelet-derived growth factor BB (PDGF-BB) em

pacientes com RT2 (FOSS et al., 1993; SILVA et al., 2007; STEFANI et al., 2009).

Para o tratamento da RT2 moderadas a graves deve ser administrado

corticosteroides e talidomida. A administração de anti-inflamatórios não esteroidais

como a clofazimida é uma possibilidade para tratamento de RT2 leve. Ainda são

necessários mais estudos sobre a dosagem de corticosteróides e seu impacto a longo

termo no tratamento de pacientes com reação hansênica. Taquifilaxia (redução do efeito

da droga por consequência do uso continuo) aos corticosteróides pode ser desenvolvida

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002; POCATERRA et al., 2006; YAWALKAR, 2009).

A talidomida tem ação rápida na redução do número de lesões, febre e sintomas

sistêmicos. Entretanto, sua recomendação deve ser extremamente cautelosa devido ao

potencial teratogênico da droga (IYER; RAMU, 1976; LARY et al., 1999). Deve ser

apresentado resultado de teste de gravidez negativo antes da prescrição do tratamento. O

teste de gravidez deve ser repetido mensalmente, além da prescrição de dois métodos

contraceptivos (WALKER et al., 2007).

Apesar de vários estudos desenvolvidos, o mecanismo de ação da Talidomida

para o controle da RT2 não está completamente elucidado (MARTINIUK et al., 2012).

Inibição da fosforilação de p38 e extracellular-signal-regulated kinases 1 (ERK1)/

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

20

mitogen-activated protein kinases 2 (MAPKs 2), resultando na modulação do fator

nuclear kappa beta (NF-Кβ) com consequente redução da produção de TNF-α

(HERNANDEZ et al., 2011), e o equilíbrio entre imunoestimulação e regulação de

citocinas Th17 (MARTINIUK et al., 2012) foram alguns dos mecanismos propostos por

estudos recentes.

1.8. Aspectos genéticos das reações hansênicas

Conforme revisão de Fava et al. (2012), até o momento, um número limitado de

estudos investigou os efeitos de variações genéticas que controlam a susceptibilidade às

reações hansênicas. Alguns resultados são inconclusivos ou não foram replicados. Em

um estudo realizado na Etiópia um alelo de microssatélite de 280 bp de comprimento de

TLR2 foi associado com um risco aumentado de desenvolver RT1, enquanto que o

polimorfismo de nucleotídeo único (SNP), rs3804099 foi associado como fator protetor

pra RT1 (BOCHUD et al., 2008). Um polimorfismo TLR1 não-sinônimo (rs5743618;

I602S), alelo G, foi associado como fator protetor para RT1 (MISCH et al., 2008), mas

este resultado não foi confirmado para a população de Bangladesh. Neste mesmo estudo

em Bangladesh, um polimorfismo não sinônimo de TLR1, rs4833095 (N248S) foi

descrito como fator protetor para RT2 (SCHURING et al., 2009).

A forma ativa da vitamina D (1,25 (OH) 2D3) é conhecida reguladora da

resposta imune do hospedeiro contra a infecção e polimorfismos do gene do receptor da

vitamina D (VDR) estão associados com hanseníase (MIRA, 2006). Em uma amostra

do Nepal, o alelo T do SNP rs2228570 do gene VDR foi um fator de risco

estatisticamente significante para RT1 (SAPKOTA et al., 2010).

NRAMP1 foi descrito como um gene envolvido na resistência/susceptibilidade à

patógenos intracelulares em camundongos. Um estudo brasileiro de 201 casos de

hanseníase revelou que o SNP 274C / T do NRAMP1 está associado com reações

hansênicas. A presença do alelo "C" foi observado como fator de risco para RT1 e fator

protetor para RT2 (MALIK et al., 2005).

Com base nos potentes efeitos pró-inflamatórios associados com a sua

capacidade para induzir a produção de anticorpos, a hipótese que a IL-6 desempenha um

papel da IL-6 na patogênese da RT2 têm sido proposta. Em um estudo, os níveis de IL-6

foram mais elevados em RT2 comparado com RT1 (SOUSA et al., 2012). No mesmo

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

21

estudo, o impacto das variantes genéticas de IL-6 na suscetibilidade às reações foi

investigado em uma amostra populacional de 409 casos de hanseníase. Tag SNPs foram

selecionados para cobrir o gene IL-6 e a sua região promotora. Não foi observada

associação entre os marcadores de IL-6 e RT1. No entanto, três tag SNPs (rs2069832,

rs2069840 e rs2069845) foram significativamente associados com RT2, quando os

casos foram comparados aos pacientes sem reação do pólo lepromatoso.

RT2 é uma doença mediada por imunocomplexos e os componentes do sistema

do complemento C3b e C4b são conhecidos por induzir a opsonização dos componentes

microbianos para facilitar a fagocitose pelos macrófagos. A freqüência do alelo C4B *

Q0 foi associado com risco à hanseníase per se quando os casos foram comparados com

controles saudáveis e significativamente maiores entre os casos RT2, quando

comparados com os pacientes lepromatosos que não tiveram reação (MESSIAS, DE et

al., 1993).

1.9. Reatividade Sorológica ao PGL-I na Hanseníase e nas Reações

Hansênicas

Brennan e Barrow (1980) encontraram frações lipídicas do M. leprae sorologicamente

ativas que continham um importante componente glicolipídico. Em um trabalho

subsequente, foi demonstrado que este glicolipídeo fenólico estava estreitamente

relacionado, mas não era idêntico ao micosídeo A do Mycobacterium kansasii. A

diferença fundamental entre os dois produtos estava na composição de trissacarídeos. O

micosídeo A é composto por 2,4-di-O-metil-rhamnose, 2-O-metil-rhamnose e 2-0-

metil-fucose, enquanto que o glicolipídeo derivado do M. leprae era composto por 2,3-

di-O-metil-rhamnose, 3-O-metil-rhamnose e 3,6-di-O-metil-glicose. Portanto, embora a

atividade sorológica do glicolipídio fenólico ainda fosse uma questão discutível, havia

pouca dúvida de que a combinação de açúcares no produto do M. leprae fosse única,

pois a presença de 3,6-di-O-metil-glicose na natureza não tinha sido previamente

relatada, nem tinha sido encontrado anteriormente 2,3-di-O-metil-rhamnose e 3-O-

metil-rhamnose em um oligosacárido(HUNTER; BRENNAN, 1981).

O glicolipídeo fenólico I (PGL-I) estimula a produção de anticorpos da classe

IgM devido a sua natureza glicolipídica. A sorologia anti PGL-I não apresenta reação

cruzada com o M. tuberculosis ou com outras micobactérias conhecidas (CHO et al.,

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

22

1992). Devido a imunogenicidade da porção glicídica do PGL-I, vários estudos

propuseram a produção sintética da porção trissacarídea ou dos terminais

monossacarídeo e dissacarídeo associados a carreadores hidrossolúveis (BSA/HSA).

Dentre os análogos sintéticos do PGL-I estão: monossacarídeo–octyl–BSA (M-O-BSA)

(FUJIWARA et al., 1987), dissacarídeo natural-octyl–BSA (ND–O–BSA)

(CHATTERJEE et al., 1986) e o trissacarídeo natural-phenil–BSA (NT-P-BSA)

(FUJIWARA et al., 1987).

Atualmente, o ensaio sorológico para hanseníase melhor avaliado e padronizado

baseia-se na detecção de anticorpos IgM para este glicolipídeo fenólico específico do M.

leprae, o PGL-I (MOURA et al., 2008). A sorologia anti-PGL-I não permite distinguir

entre infecção antiga ou recente e não deve ser utilizada de forma isolada como

ferramenta de diagnóstico (OSKAM et al., 2003). A sorologia anti-PGL-I se

correlaciona com a carga bacilar do paciente, pacientes MB apresentam alta taxa de

soropositividade enquanto a grande maioria dos pacientes PB tem sorologia negativa.

Esta correlação justifica sua aplicação como ferramenta auxiliar na classificação correta

entre hanseníase MB ou PB dos pacientes recém diagnosticados contribuindo para

decisões terapêuticas adequadas (BÜHRER et al., 1998; BUHRER-SEKULA et al.,

2000; BÜHRER-SEKULA et al., 1998; BÜHRER-SÉKULA et al., 2001, 2003; CHO et

al., 2001). A alta prevalência de soropositivos entre contatos de pacientes de hanseníase

pode evidenciar infecção subclínica com M. leprae (DESFORGES et al., 1989;

MENZEL et al., 1987; SAAD et al., 1990).

Estudos têm demonstrado que a presença de altos níveis de anticorpos anti PGL-

I pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de reações hansênicas e danos aos

nervos. Pacientes que apresentam persistência de sorologia anti-PGL-I após o

tratamento apresentaram 10,4 vezes maior risco de desenvolver reação quando

comparados aos pacientes com sorologia negativa (BRITO et al., 2008). Outros estudos

mostraram que pacientes com hanseníase apresentando altas concentrações de

anticorpos anti-PGL-I no início do tratamento têm um risco maior de desenvolver

reação do Tipo 1 (JADHAV et al., 2011; ROCHE et al., 1997). Diante disso, o PGL-I

poderia ser utilizado como uma ferramenta prognóstica no desenvolvimento de reações

hansênicas. Portanto, o monitoramento destes pacientes, bem como a introdução

precoce do tratamento são fatores importantes na redução de um possível dano neural e

incapacidades físicas resultantes das reações.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

23

Testes em formato “point of care” (POC) baseados na detecção de anticorpos

específicos para o PGL-I, que fornecem resultado rápido e sem necessidade de

condições especiais de armazenamento e mão de obra especializada, foram

desenvolvidos com o objetivo de facilitar o diagnóstico/classificação da hanseníase

(MB/PB), e identificar contatos domiciliares que estão em risco de desenvolver a

doença em áreas endêmicas (BÜHRER et al., 1998; BUHRER-SEKULA et al., 2000;

BÜHRER-SÉKULA et al., 2003, 2009). Estes testes poderiam ser úteis na identificação

de pacientes com maior risco de desenvolver reação hansênica.

1.10. Uso de proteínas recombinantes do M. leprae na sorologia de pacientes

com hanseníase e nas Reações Hansênicas.

Após a decodificação do genoma completo do M. leprae, a engenharia genética

permitiu a produção de proteínas recombinantes para serem utilizadas como antígenos

em vários imunoensaios e na produção de vacinas (COLE et al., 2001). Testes

sorológicos (ELISA) para detecção de anticorpos contra proteínas recombinantes do M.

leprae tem revelado novos antígenos candidatos ao uso no diagnóstico da hanseníase,

especialmente para pacientes com hanseníase MB (ARÁOZ et al., 2006; DUTHIE et

al., 2007, 2010; GELUK et al., 2009; SPENCER et al., 2005).

O desenvolvimento de testes laboratoriais para o diagnóstico da hanseníase,

representa prioridade em pesquisa e tem sido explorado por vários grupos no mundo.

Este tema representa uma linha de pesquisa consolidada pelo nosso grupo do

Laboratório de Imunologia da AIDS e da Hanseníase IPTSP/UFG, que conta com

parcerias e financiamentos internacionais. Até o momento, nosso grupo de pesquisa

avaliou a imunoreatividade humoral e celular de mais de 50 novos antígenos do M.

leprae (DUTHIE et al., 2007, 2008; SAMPAIO et al., 2011).

A imunoreatividade sorológica a proteínas recombinantes do M. leprae, em

ensaios de ELISA para detecção de IgG revelaram potenciais antígenos candidatos ao

uso no diagnóstico sorológico da hanseníase MB. Um estudo realizado nas Filipinas

demonstrou que em pacientes MB as proteínas ML0405 e ML2331 foram consideradas

específicas e imunogênicas (REECE et al., 2006). Estes achados foram confirmados em

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

24

estudo semelhante realizado utilizando em amostras de pacientes com hanseníase

provenientes das Filipinas, Brasil e Japão (DUTHIE et al., 2007).

Foi previsto em uma análise bioinformática que ML0405 seria uma das proteínas

do M. leprae mais promíscuas estudadas até a data, contendo epítopos de células T

reconhecidos por 50 dos 51 alelos de HLA-DR, juntamente com sete potenciais

epítopos de células T e 39 potenciais epítopos de células B. Enquanto que ML2331

continha 24 potenciais epítopos de célula B (SAMPAIO et al., 2011). A fusão destas

duas proteínas, a qual foi denominada leprosy IDRI diagnostic 1 (LID-1) tem

demonstrado ser eficaz na detecção de respostas de anticorpos em praticamente todos os

pacientes MB, com especificidade e sensibilidade maior quando comparadas com as

proteínas recombinantes isoladas, sugerindo que a proteína de fusão poderia ser

utilizada para o diagnóstico da hanseníase antes do aparecimento dos sintomas

(DUTHIE et al., 2007, 2010).

Estudo recente que testou LID-1 e outras proteínas recombinantes do M. leprae

em duas regiões endêmicas para hanseníase no Brasil mostrou que estas proteínas foram

imunogênicas e específicas quando avaliadas em um largo painel de amostras de

pacientes MB e PB, controles endêmicos e contatos domiciliares (HUNGRIA et al.,

2012). Estes estudos de imunoreatividade sorológica indicam que a detecção de IgG

frente às proteínas recombinantes do M.leprae são antígenos potenciais que podem

auxiliar o diagnóstico da hanseníase, associadas ao PGL-I, histopatológico e

baciloscopia.

Um estudo que avaliou o desenvolvimento de um teste em formato POC para

proteínas mostrou que um teste dual-path platform (DPP) usando LID-1 como antígeno

foi 100 vezes mais sensível que o teste lateral flow (LF) convencional (DUTHIE et al.,

2008). Esse estudo demonstra que um teste simples pode ser realizado dentro de

minutos e sem conhecimentos técnicos especializados, para facilitar o diagnóstico da

hanseníase em locais onde quando as instalações de laboratório não estão disponíveis ou

quando os resultados são necessários no ponto de atendimento.

Até o momento nenhum imunomarcador individual ou combinação de

marcadores foi associado com o surgimento das reações, condição esta necessária para

habilitar seu uso diagnóstico ou prognóstico para pacientes com RT1 ou RT2

(STEFANI et al., 2009). Devido à gravidade dos episódios reacionais e como podem ser

confundidos com recidivas quando ocorrem após o tratamento, a identificação de

potenciais marcadores laboratoriais para seu diagnóstico pode representar importante

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

25

ferramenta no manejo clínico e na prevenção de deformidades e incapacidades em

pacientes com hanseníase.

A potencial aplicação dos testes sorológicos empregando novos antígenos/

proteínas recombinantes do M. leprae em pacientes com reação hansênica ainda não foi

explorada. Desta forma, o valor diagnóstico e ou prognóstico dos testes sorológicos com

proteínas recombinantes do M. leprae merece ser investigado.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

26

2. JUSTIFICATIVA

As reações hansênicas são as principais responsáveis pela morbidade na

hanseníase representando a maior causa de incapacidades físicas e deformidades

permanentes decorrentes do dano ao nervo que pode se desenvolver rapidamente

durante os episódios reacionais. Além disso, as reações hansênicas podem ocorrer

antes, durante ou mesmo após a conclusão da terapia específica e cura microbiológica

da infecção podendo ser erroneamente diagnosticadas como recidiva quando ocorrem

após término do tratamento.

Até o momento não dispomos de biomarcadores que indiquem predisposição à

ocorrência de episódios reacionais. Portanto, a identificação de potenciais marcadores

imunológicos das reações hansênicas pode contribuir para o diagnóstico precoce e para

o desenvolvimento de estratégias profiláticas em indivíduos com maior risco,

prevenindo assim os danos neurais e incapacidades físicas permanentes irreversíveis

associadas às reações hansênicas.

Neste sentido este estudo visa avaliar o potencial de testes sorológicos

empregando novos antígenos do M. leprae para o diagnóstico e/ou prognóstico das

reações hansênicas.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

27

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar a reatividade sorológica à proteína recombinate de fusão do M. leprae LID-

1 e ao glicolipídio fenólico PGL-I do M. leprae em amostras de soro de pacientes com

reação hansênica tipo 1 e tipo 2, e em pacientes com hanseníase que não desenvolveram

reação hansênica.

3.2 Objetivos Específicos

3.2.1. Avaliar a presença de anticorpos da classe IgM para PGL-I e IgG para LID-1 em

amostras pareadas de pacientes MB que não desenvolveram reação hansência colhidas

ao diagnóstico e após MDT;

3.2.2. Avaliar a presença de anticorpos da classe IgM para PGL-I e IgG para LID-1 em

amostras pareadas de pacientes MB colhidas na vigência e na ausência de reação tipo 1;

3.2.3. Comparar a reatividade sorológica de IgM anti PGL-I e IgG anti LID-1 em

pacientes MB que desenvolveram reação tipo 1 com a reatividade de pacientes com

hanseníase e que não desenvolveram reação;

3.2.4. Avaliar a reatividade de anticorpos da classe IgM para PGL-I e IgG para LID-1

em amostras de soro pareadas de pacientes MB colhidas na vigência e na ausência de

reação tipo 2;

3.2.5. Comparar a reatividade sorológica IgM anti PGL-I e IgG anti LID-1 em pacientes

MB que desenvolveram reação tipo 2 com a reatividade de pacientes com hanseníase

com e que não desenvolveram reação;

3.2.6. Avaliar a presença de anticorpos da classe IgM para PGL-I e IgG para LID-1 em

amostras pareadas de pacientes PB que não desenvolveram reação hansênica colhidas

ao diagnóstico e após MDT;

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

28

3.2.7. Avaliar a reatividade de anticorpos da classe IgM para PGL-I e IgG para LID-1

em amostras de soro pareadas de pacientes PB colhidas na vigência e na ausência de

reação tipo 1;

3.2.8. Comparar a reatividade sorológica IgM anti PGL-I e IgG anti LID-1 em pacientes

PB que desenvolveram reação tipo 1 com a reatividade de pacientes com hanseníase e

que não desenvolveram reação.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

29

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 População de Estudo

Este é um estudo retrospectivo analítico com amostras de soro de uma coorte de

72 pacientes com hanseníase que foram monitorados durante MDT quanto ao

surgimento de reações hansênicas. Os pacientes foram recrutados no Centro de

Referência em Diagnóstico e Terapêutica (CRDT) em Goiânia- Goiás no período de

2004 a-2005 e 2009 -2012, após avalição dermato-neurológica e assinatura do termo de

consentimento livre esclarecido (TCLE) .

Todos os pacientes incluídos neste estudo foram classificados de acordo com os

critérios de Ridley e Jopling baseados em dados clínicos, de baciloscopia,

histopatológicos e imunológicos. Os pacientes com as formas Ridley Jopling LL,BL ou

BB foram agrupados na categorias multibacilar (MB) e pacientes TT e BT foram

agrupados como paucibacilares (PB).

4.1.2 Fluxograma da coleta de amostras

Figura 6. Fluxograma da coleta de amostras.

Pacientes

diagnosticados durante

a reação hansênica

(sem tratamento para

reação)

MB com RT1

MB com RT2

PB com RT1

1ª coleta Término do

tratamento

para reação

2ª coleta

Pacientes com

hanseníase PB/MB

sem reação e

virgens de

tratamento

1ª coleta

Manifestação

de reação

durante a

MDT

Final da MDT sem

manifestação de reação

MB com RT1

MB com RT2

PB com RT1

2ª coleta

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

30

4.1.3 Coleta

As reações hansênicas podem se manifestar antes, durante e após a MDT. Em

geral, quando a reação se manifesta antes da MDT o diagnóstico de hanseníase e de

reações hansênicas ocorre no mesmo momento. Independentemente do momento da

reação (ao diagnóstico ou durante MDT) todos os pacientes foram acompanhados e

tiveram amostra biológica colhida na vigência e na ausência de reação hansênica.

Portanto, os pacientes diagnosticados durante a vigência de reação hansênica foram

acompanhados e nova amostra colhida após o término do tratamento das reações. Para

os pacientes diagnosticados sem sinais e sintomas de reações e que vieram a manifestar

reações durante o tratamento, amostras biológicas foram colhidas ao diagnóstico (sem

reação) e durante a manifestação da reação. As amostras de pacientes que não

desenvolveram reação foram colhidas ao diagnóstico e após a MDT.

As amostras de soro separadas por centrifugação foram armazenadas a -20ºC no

Laboratório de Imunologia da AIDS e Hanseníase (LIAH) no IPTSP/UFG, onde os

testes sorológicos foram realizados.

4.1.4 Critérios de inclusão:

- Pacientes com diagnóstico de hanseníase sem tratamento específico, de ambos os

sexos, de qualquer faixa etária que não tenham desenvolvido nenhum tipo de reação

hansênica durante acompanhamento.

- Pacientes com diagnóstico de hanseníase sem tratamento específico, de ambos os

sexos, de qualquer faixa etária que estavam em reação hansênica tipo 1ou tipo 2, ao

diagnóstico, sem medicação específica para o quadro reacional.

4.1.5 Critérios de exclusão:

- Pacientes com hanseníase que possuíam a forma neural pura ou indeterminada-

Gestantes.

- Pacientes com hanseníase que desenvolveram Fenômeno de Lúcio.

- Individuo HIV positivo.

- Pacientes com doenças crônicas como diabetes e hipertensão

- Hepatites, doenças renais crônicas e neoplasias

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

31

4.1.6 Grupos de estudo:

Figura 7. Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares.

Figura 8. Orgamograma dos grupos de pacientes Paucibacilares.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

32

4.2 Proteína de fusão do M. leprae LID-1

LID-1 é uma proteína de fusão gerada a partir das proteínas recombinantes

ML2331 e ML0405 previamente identificadas como fortemente reativas em pacientes

com hanseníase multibacilar de diferentes regiões geográficas. A proteína LID-1, lote

#509-02, utilizada neste estudo foi produzida pelo IDRI (Infectious Disease Research

Institute - Seattle, WA, EUA).

4.3 Ensaio Imunoenzimático (ELISA) para detecção de IgG para LID-1

A reatividade sorológica à LID-1 em pacientes com reações hansênicas foi

avaliada por meio de ensaio imunoenzimático (ELISA) conforme descrito abaixo:

Placas de poliestireno para ELISA (Nunc Maxisorp) foram sensibilizadas com 100

μL de LID-1 (2 μg/mL), em tampão bicarbonato, pH 9.6, seguido de uma incubação

‘overnight’ a 4°C. Após o período de sensibilização, as placas foram incubadas por 1h a

temperatura ambiente (15-25ºC) com 200 μL de solução de bloqueio (tampão fosfato de

sódio contendo 0.04 % de tween 20 [PBS-T] e 1% de albumina bovina [BSA]). As

placas foram lavadas cinco vezes com PBS-T e duas vezes com PBS e em seguida

adicionados, a cada poço da placa, 100 μL dos soros em duplicata diluídos 1/200 em

PBS-T com 0.1% de BSA. Após 2 h de incubação a temperatura ambiente, as placas

foram lavadas e foram adicionados 100 μL de conjugado (anti IgG – peroxidase) diluído

1/5000 em PBS-T e 0.1% de BSA. As placas contendo o conjugado foram incubadas

por 1 h, seguido de mais uma etapa de lavagem. A reação foi desenvolvida mediante o

uso do cromógeno Tetrametilbenzidina (TMB) contendo o substrato, peróxido de

hidrogênio, seguida de uma incubação de 15 min a temperatura ambiente. A reação foi

finalizada com a adição de ácido sulfúrico (H2SO4) a 1 N. A densidade óptica foi

detectada em um leitor de ELISA (Thermo Labsystems) usando filtro de 450 nm.

O limiar de reatividade (cutoff) foi definido como duas vezes o desvio padrão da

média da densidade ótica (DO) de indivíduos saudáveis de área endêmica (Goiás).

Desta forma, amostras com DO superiores a 0.300 foram consideradas positivas e

amostras com DO abaixo de 0.300 foram consideradas negativas (DUTHIE et al.,

2007). Os resultados foram expressos como a média de absorbância das duplicatas.

Foram usadas amostras com DO conhecido como controles positivos e negativos.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

33

4.4 ELISA para detecção de IgM para o PGL-I

O ensaio de ELISA para detecção de anticorpos IgM contra o PGL-I do M. leprae

foi realizado usando como antígeno análogo sintético do PGL-I, o trissacarídeo NT-P-

BSA, o qual foi generosamente concedido pelo Dr. Fujiwara (Universidade de Nara,

Japão). O antígeno foi diluído com base na sua concentração de açúcar (0,01 µg de

açúcar/ml) em tampão volátil de acetato de amônia carbonado (pH 8.2). Placas para

ELISA (Nunc Maxisorp) foram sensibilizadas com 50 μL de NT-P-BSA ou BSA (que

foi usado como controle) e incubadas overnight a temperatura ambiente. Os sítios não

sensibilizados pelo antígeno nas placas foram bloqueados por incubação de 60 minutos

com 100μL de solução bloqueio de PBS 1% (m/v) BSA a 37 oC. Após quatro lavagens

com PBS 0,1% (v/v) Tween-20 (PBS-T), adicionou-se soro diluído 1:300 em PBS-T

contendo 10% (v/v) soro normal de cabra (NGS). As placas foram incubadas a 37oC por

60 minutos, seguido por outro passo de lavagem. Foi adicionado 50μL do conjugado

anti IgM humana ligada a peroxidase (Jackson ImmunoResearch-EUA) diluído a

1:2000 em PBS-T-10% BSA. Após incubação a 37oC por 60 minutos, o procedimento

de lavagem foi repetido. A reação foi desenvolvida pela adição do substrato e

cromógeno (TMB – Sigma-Home made) em cada poço. Visando controlar a variação

intra teste, um soro de referência foi incluído em quadruplicata em cada placa. A reação

foi interrompida adicionando-se 2.5N H2SO4 quando a densidade ótica (DO) do soro de

referência atingia um valor de 0.6 a 450 nm. Todas as amostras de soro foram testadas

em duplicata e os resultados de ELISA foram expressos como a média de absorbância

das duplicatas. O valor da DO das amostras foi calculado subtraindo do valor da DO de

cada amostra de soro frente ao PGL-I, a média dos valores da DO obtidos para cada

amostra nos poços sensibilizados com BSA, este sendo referente a ligações

inespecíficas (BÜHRER-SEKULA et al., 1998). O limiar de reatividade (cutoff) foi

definido como 0.25. Foram usadas amostras com DO conhecido como controles

positivos e negativos.

4.5 Aspectos éticos e financeiros

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das

Clinicas/UFG e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Todos os

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

34

participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e sobre os procedimentos

envolvidos e recrutados após assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) de acordo com a resolução 196/1996 do Conselho Nacional de

Saúde. Este trabalho foi realizado com auxílio financeiro das seguintes agências de

fomento dos EUA: Heiser Program for Research in Leprosy NY Community Trust, e

da American Leprosy Missions.

4.6 Análises estatísticas

Os programas GraphPad Prism (versão 5) e MS Excel (2007) foram utilizados

para os cálculos de média, mediana, desvios padrões e elaboração dos gráficos. A

avaliação da significância estatística foi realizada por meio do teste de Kruskall-Wallis

para comparação de múltiplos grupos e por Mann-Whitney para comparação entre dois

grupos. Os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando o valor

de p < 0.05. Análises da frequência de reatividade foram feitas em amostras pareadas

do mesmo paciente, colhidas na vigência e ausência de reação hansênica e em amostras

colhidas ao diagnóstico e após MDT para pacientes que não desenvolveram reação

hansênica. Foram realizadas análises das amostras estratificadas por grupos segundo a

classificação dos pacientes (MB e PB), tipo de reação hansênica (RT1 e RT2) e tempo

de ocorrência das reações (ao diagnóstico e durante MDT) e comparados aos resultados

de pacientes com hanseníase que não desenvolveram reação hansênica.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

35

5. RESULTADOS

5.1 Características gerais dos grupos de estudo

Um total de 73 participantes foi incluído no estudo segundo a clínica ao diagnóstico

ou a evolução clínica durante MDT. A idade dos pacientes variou de 17 a 87 anos com

mediana de 49 anos. O grupo de pacientes que desenvolveram RT2 apresentou

diferença estatisticamente significativa de idade quando comparados ao grupo controle

MB (p=0.026). Quanto ao gênero, a maior proporção dos pacientes era do sexo

masculino. A mediana de índice baciloscópico (IB) entre os pacientes MB não

apresentou diferença significativa, os pacientes MB que desenvolveram reação do tipo 1

e tipo 2 tiveram mediana de IB de 3+, enquanto que os pacientes MB que não

desenvolveram reação tiveram a mediana de 2.5+. Nos pacientes PB (com RT1 e

controle PB) a mediana de IB foi 0 (±0.0). As principais características dos grupos de

estudo estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1. Composição e características principais do grupo de estudo.

RJ: Classificação de Ridley e Jopling; MB: Hanseníase Multibacilar; PB: Hanseníase

Paucibacilar; IB: Índice baciloscópico; RT1: reação tipo 1; RT2: reação tipo 2; TT:

Tuberculóide; BT: Boderline Tuberculóide; BB: Boderline; BL: Boderline

Lepromatosa; LL: Lepromatosa; IC: intervalo de confiança; dp; desvio padrão.

Grupos de

estudo

n Classificação RJ Mediana

do IB

(intervalo)

Gênero

(M/F)

Mediana de idade

(anos)

(IC-dp)

MB RT1 26 5BT/4BB/17BL 3 (1-5) 21/5 49 (19-79)±18.00

MB RT2 12 3BL/9LL 3 (1-5) 11/1 36 (17-58) ±14.99

MB

sem reação

12 2BT/1BB/6BL/3LL 2.9 (0-6) 6/6 49 (20-65) ±12.00

PB RT1 17 17BT 0 (0) 8/9 53 (21-87)±18.49

PB

sem reação

6 4BT/2TT 0 (0) 4/2 48 (28-68) ±15.00

Total 73 12LL/26BL/5BB/28BT/2TT 49/23 49 (17-87)±16.61

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

36

5.2 Reatividade sorológica em amostras pareadas de pacientes MB com RT1

ou RT2

A. PACIENTES MB COM RT1 AO DIAGNÓSTICO: amostras pareadas

Dentre os pacientes MB que apresentaram RT1 ao diagnóstico 78% (14/18) foram

sororeativos à LID-1 (mediana de DO: 0.67, variação de 0.13-2.56). Após o episódio

reacional a taxa de sororeatividade caiu para 22% (4/18) (mediana de DO: 0.10,

variação de 0.00-1.85). A soropositividade para PGL-I nesses mesmos pacientes, ao

diagnóstico, foi de 50% (9/18) (mediana de DO: 0.23, variação de 0.00-0.78), e caiu

para 11% (2/18) (mediana de DO: 0.04, variação de 0.00-0.40), após a RT1. O declínio

do nível de anticorpos após o episódio reacional foi significativo para LID-1 e PGL-I

(p=0.0009 e p=0.003, respectivamente) (Fig.6 A e B).

B. PACIENTES MB QUE DESENVOLVERAM RT1 DURANTE MDT: amostras

pareadas

Cinquenta por cento (4/8) dos pacientes MB que desenvolveram RT1 durante a

MDT, reconheceram LID-1 ao diagnóstico (mediana de DO: 0.50, variação de 0.00-

1.37). A soropositividade à LID-1 permaneceu 50% durante o episódio reacional

(mediana de DO: 0.34, variação de 0.00-0.96) (Fig. 6 C). A mesma porcentagem de

pacientes, 50% (4/8), reconheceram PGL-I ao diagnóstico, (mediana de DO: 0.24,

variação de 0.00-0.74). Esta soropositividade, para PGL-I, caiu para 25% (2/8) durante

a RT1 (mediana de DO: 0.13, variação de 0.00-0.58). A queda nos níveis de anticorpos

anti LID-1 e anti PGL-I, para os pacientes MB que desenvolveram RT1 durante MDT

não foi estatisticamente significativa (Fig.6 D).

C. PACIENTES MB COM RT2 AO DIAGNÓSTICO: amostras pareadas

Todos os pacientes MB (7/7) diagnosticados durante RT2 foram soropositivos para

LID-1 (mediana de DO: 1.70, variação de 0.70-2.55), ao diagnóstico. Após a RT2, 85%

(6/7) dos pacientes permaneceram com sorologia positiva para LID-1 (mediana de DO:

0.76, variação de 0.03-1.78). Entretanto o declínio dos níveis de anticorpos foi

significativo (p=0.026). Aproximadamente metade dos pacientes, (3/7) foram

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

37

sororeativos para PGL-I, ao diagnóstico, durante a RT2 (mediana de DO: 0.20, variação

de 0.02-0.94). Após a RT2, apenas um paciente, daqueles que apresentaram

soropositividade para PGL-I, apresentou queda dos anticorpos para níveis negativos

(mediana de DO: 0.01, variação de 0.00-0.87). A queda nos níveis de anticorpos anti-

PGL-I após RT2 não foi significativa (Fig. 6 E e F).

D. PACIENTES MB QUE DESENVOLVERAM RT2 DURANTE MDT: amostras

pareadas

Para os pacientes que desenvolveram RT2 durante a MDT, todos (5/5) foram

sororeativos frente a LID-1 (mediana de DO: 1.66, variação de 0.80-2.05) e 80% (4/5)

foram positivos ao PGL-I (mediana de DO: 0.48, variação de 0.00-0.78), no momento

do diagnóstico, quando estavam ainda livres de reação. Durante a RT2, 80% (4/5) dos

pacientes ainda mantiveram altos títulos de anticorpos frente LID-1 (mediana de DO:

0.94, variação de 0.13-2.47) e 40% (2/5) dos pacientes que foram positivos para PGL-I

permaneceram positivos (mediana de DO: 0.18, variação de 0.00-0.59). Não houve

diferença significativa no declínio dos níveis de anticorpos para LID-1 e PGL-I em

pacientes que desenvolveram RT2 durante a MDT (Fig. 6 G e H).

E. PACIENTES MB QUE NÃO DESENVOLVERAM RT1 NEM RT2: amostras

pareadas

Entre os pacientes MB que não desenvolveram reação hansênica, o reconhecimento

sorológico ao diagnóstico foi de 75% (9/12) para LID-1 (mediana de DO: 0.79, variação

de 0.05-2.09) e 67% (8/12) para PGL-I (mediana de DO: 0.47, variação de 0.0-1.77).

Após a MDT, apenas 25% dos pacientes (3/12) permaneram com títulos positivos para

LID-1 e os níveis de anticorpos caíram significativamente (p=0.017). Curiosamente, a

soropositividade ao PGL-I foi de 50% (6/12) mesmo após a MDT. A queda dos níveis

de anticorpos anti PGL-I não foi significativa e houve aumento dos níveis de anticorpos

de 4 pacientes após o tratamento (Fig 6. I e J).

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

38

LID-1

RT1 SEM REAÇÃO0

1

2

3

0.3

***p=0.0009

14/1878%

4/1822%

A

DO

PGL-I

RT1 SEM REAÇÃO0.0

0.5

1.0

0.25

**p=0.003

9/1850%

2/1811%

B

DO

SEM REAÇÃO RT10

1

2

3

0.3

p=0.290

4/850%

4/850%

C

DO

SEM REAÇÃO RT10.0

0.5

1.0

0.25

p=0.344

4/850%

2/825%

D

DO

RT2 SEM REAÇÃO0

1

2

3

0.3

100% 7/7

85% 6/7

* p=0,026E

DO

RT2 SEM REAÇÃO0.0

0.5

1.0

0.25

43%3/7

29%2/7

F

p=0.128

DO

SEM REAÇÃO RT20

1

2

3

100%5/5

80%4/5

0.3

p=0.841

G

DO

SEM REAÇÃO RT20.0

0.5

1.0

80%4/5

0.25

p=0.346

40%2/5

H

DO

Ao Diagnóstico Pós MDT0

1

2

3

0.3

9/1275%

3/1225%

*p=0.017I

DO

Ao Diagnóstico Pós MDT0

1

2

0.25

8/1267%

6/1250%

p=0.621J

DO

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

39

Figura 9. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras de soro pareadas de

pacientes MB. A. Sororeatividade à LID-1 de pacientes MB que desenvolveram RT1 ao

diagnóstico (n=18). B. Sororeatividade ao PGL-I de pacientes MB que desenvolveram

RT1 ao diagnóstico (n=18). C. Sororeatividade à LID-1 de pacientes MB que

desenvolveram RT1 durante a MDT (n=8). D. Sororeatividade ao PGL-I de pacientes

MB que desenvolveram RT1 durante a MDT (n=8). E. Sororeatividade à LID-1 de

pacientes MB que desenvolveram RT2 ao diagnóstico (n=7). F. Sororeatividade ao

PGL-I de pacientes MB que desenvolveram RT2 ao diagnóstico (n=7). G.

Sororeatividade à LID-1 de pacientes MB que desenvolveram RT2 durante a MDT

(n=5). H. Sororeatividade ao PGL-I de pacientes MB que desenvolveram RT2 durante a

MDT (n=5). I. Sororeatividade à LID-1 de pacientes MB que não desenvolveram reação

(n=12). J. Sororeatividade ao PGL-I de pacientes MB que não desenvolveram reação

(n=12). Cada linha representa a DO no ELISA com amostras pareadas do mesmo

paciente colhidas na vigência e ausência da reação; a linha tracejada representa o cutoff

(DO>0.3) e (DO>0.25) para LID-1 e PGL-I, respectivamente. DO: Densidade ótica.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

40

Tabela 2. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras de pacientes MB que

não desenvolveram reação hansênicas e em pacientes que desenvolveram RT1 ou RT2.

Pacientes LID-1

% soropositivos(n)

Mediana de DO

(variação)

PGL-I

% soropositivos(n)

Mediana de DO

(variação)

LID-1

Declínio

Acs.

PGL-I

Declínio Acs.

MB

sem reação

Ao diag. Pós MDT Ao diag. Pós MDT *p=0.017 p=0.621

75% (9/12) 25% (3/12) 67% (8/12) 50% (6/12)

0.79

(0.05-2.09)

0.12

(0.00-1.39)

0.47

(0.00-1.77)

0.26

(0.00-1.36)

MB em RT1

ao

diagnóstico

Ao diag.

em RT1

Pós reação Ao diag.

em RT1

Pós reação ***p=0.0009 **p=0.003

78% (14/18) 22% (4/18) 50% (9/18) 11% (2/18)

0.67

(0.13-2.56)

0.10

(0.00-1.85)

0.23

(0.00-0.78)

0.04

(0.00-0.40)

MB em RT1

Durante MDT

Ao diag. Em RT1 Ao diag. Em RT1 p=0.290 p=0.344

50% (4/8) 50% (4/8) 50% (4/8) 25% (2/8)

0.50

(0.00-1.37)

0.34

(0.00-0.96)

0.24

(0.00-0.74)

0.13

(0.00-0.58)

MB em RT2

ao

diagnóstico

Ao. diag.

em RT2

Pós reação Ao diag.

em RT2

Pós reação *p=0.026 p=0.128

100% (7/7) 85% (6/7) 43% (3/7) 29% (2/7)

1.70

(0.70-2.55)

0.76

(0.03-1.78)

0.20

(0.02-0.94)

0.01

(0.00-0.87)

MB em RT2

Durante MDT

Ao diag. Em RT2 Ao diag. Em RT2 p=0.841 p=0.346

100% (5/5) 80% (4/5) 80% (4/5) 40% (2/5)

1.66

(0.80-2.05)

0.94

(0.13-2.47)

0.48

(0.00-0.78)

0.18

(0.00-0.59)

MB: multibacilar; RT1: reação tipo 1; RT2: reação tipo 2; Ao diag.: ao diagnóstico;

MDT: multidroga terapia; Acs.: anticorpos; DO: Densidade ótica; ns: não significativo.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

41

5.3 Reatividade sorológica em amostras pareadas de pacientes PB com RT1

A. PACIENTES PB COM RT1 AO DIAGNÓSTICO: amostras pareadas

A soropositividade entre os pacientes PB diagnosticados durante RT1 foi de 18%

para LID-1 (2/11) (mediana de DO: 0.18, variação de 0.00-0.81) e 18% para PGL-I

(2/11) (mediana de DO: 0.06, variação de 0.00-0.45). Após o episódio reacional todos

os pacientes apresentaram sorologia negativa para LID-1 e para PGL-I. O declínio da

sorologia não foi significativo (Fig. 7 A e B).

B. PACIENTES PB QUE DESENVOLVERAM RT1 DURANTE MDT: amostras

pareadas

Dentre os pacientes PB que desenvolveram RT1 durante a MDT todos apresentaram

DO negativa frente à LID-1 e PGL-I nos dois momentos da análise (ausência e vigência

da reação) (Fig. 7 C e D).

C. PACIENTES PB QUE NÃO DESENVOLVERAM RT1: amostras pareadas

Do mesmo modo, pacientes PB que não desenvolveram reação, tiveram sorologia

negativa para LID-1 e PGL-I ao diagnóstico e também após MDT (Fig. 7 E e F).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

42

Figura 10. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras pareadas de pacientes

PB. A. Sororeatividade à LID-1 de pacientes PB que desenvolveram RT1 ao

diagnóstico (n=11). B. Sororeatividade ao PGL-I de pacientes PB que desenvolveram

RT1 ao diagnóstico (n=11). C. Sororeatividade à LID-1 de pacientes PB que

desenvolveram RT1 durante a MDT (n=6). D. Sororeatividade ao PGL-I de pacientes

PB que desenvolveram RT1 durante a MDT (n=6). E. Sororeatividade à LID-1 de

LID-1

RT1 SEM REAÇÃO0.0

0.5

1.0

0.3

p=0.065

2/1118%

0/110%

A

DO

PGL-I

RT1 SEM REAÇÃO0.0

0.5

1.0

0.25

p=0.216

2/1118%

0/110%

B

DO

SEM REAÇÃO RT10.0

0.5

1.0

0.3

p=0.797

0/60%

0/60%

C

DO

SEM REAÇÃO RT10.0

0.5

1.0

0.25

p=0.222

0/60%

0/60%

DD

O

Ao Diagnóstico Pós MDT0.0

0.5

1.0

0.3

0/60%

0/60%

p=0.125E

DO

Ao Diagnóstico Pós MDT0.0

0.5

1.0

0.25

0/60%

0/60%

p=0.807F

DO

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

43

pacientes PB que não desenvolveram reação (n=6). F. Sororeatividade ao PGL-I de

pacientes PB que não desenvolveram reação (n=6).Cada linha representa a DO das

amostras pareadas do mesmo paciente colhidas na vigência e ausência da reação; a linha

tracejada representa o cutoff (DO>0.3) e (DO>0.25) para LID-1 e PGL-I,

respectivamente. DO: Densidade ótica.

Tabela 3. Reatividade sorológica à LID-1 e PGL-1 em amostras de pacientes PB

que não desenvolveram reação hansênica e em pacientes que desenvolveram RT1.

Pacientes LID-1

% soropositivos(n)

Mediana de DO

(variação)

PGL-I

% soropositivos(n)

Mediana de DO

(variação)

LID-1

Declínio

Acs.

PGL-I

Declínio

Acs.

PB sem reação Ao diag. Pós MDT Ao diag. Pós MDT p=0.126 p=0.807

0% (0/6) 0% (0/6) 0% (0/6) 0% (0/6)

0.04

(0.03-0.13)

0.02

(0.01-0.06)

0.01

(0.00-0.18)

0.05

(0.00-0.12)

PB em RT1

ao diagnóstico

Ao diag.

em RT1

Pós reação Ao diag.

em RT1

Pós reação p=0.065 p=0.216

18% (2/11) 0% (0/11) 18% (2/11) 0% (0/11)

0.18

(0.00-0.81)

0.04

(0.00-0.13)

0.06

(0.00-0.45)

0.01

(0.00-0.19)

PB em RT1

Durante MDT

Ao diag. Em RT1 Ao diag. Em RT1 p=0.797 p=0.222

0%(0/6) 0% (0/6) 0% (0/6) 0% (0/6)

0.02

(0.00-0.15)

0.01

(0.00-0.09)

0.12

(0.00-0.14)

0.02

(0.00-0.06)

PB: paucibacilar; RT1: reação tipo 1; Ao diag.: ao diagnóstico; Acs.: anticorpos; MDT:

multidroga terapia; DO: Densidade ótica; ns: não significativo.

5.4 Reatividade sorológica nos diferentes grupos reacionais.

Para melhor identificar as diferenças da magnitude da resposta imune humoral

frente LID-1 e PGL-I, as amostras dos pacientes com hanseníase durante o episódio

reacional foram agrupadas e analisadas por grupos estratificados segundo a classificação

dos pacientes (MB e PB), tipo de reação hansênica (RT1 e RT2) e tempo de ocorrência

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

44

das reações (ao diagnóstico e durante MDT) e comparados aos resultados de pacientes

com hanseníase que não desenvolveram reação hansênica.

Análise dos dados da sorologia em grupos estratificados por tipo de hanseníase

(MB/PB), tipo de reação (RT1 /RT2) e por período de ocorrência da reação (ao

diagnóstico/durante MDT) permite excluir o efeito da MDT na análise dos resultados

sorológicos para pacientes que apresentaram reação hansênica ao diagnóstico e permite

ainda avaliar grupos com ou sem reação e com exposição à MDT. Dentre os pacientes

MB que foram diagnosticados no momento da reação observou-se níveis mais altos de

anticorpos anti LID-1 nos pacientes que desenvolveram RT2 quando comparados com

pacientes que desenvolveram RT1 ou pacientes não reacionais (p<0.05) (Fig. 8A). Não

foi observado diferença estatisticamente significativa na sorologia anti-PGLI entre estes

grupos.

Figura 11. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I em grupos de

pacientes MB que desenvolveram RT1 ou RT2 ou pacientes livres de reação ao

diagnóstico. As caixas incluem os percentis 25 e 75 das DO de cada sorologia. Linhas

na caixa se referem às medianas das DO de cada sorologia. A. Sorologia anti-LID-1. B.

Sorologia anti-PGL-1. DO: Densidade ótica.

LID-1

MB R

T1 Ao D

iagnóst

ico

MB R

T2 Ao D

iagnóst

ico

MB- S

em re

ação

-Ao D

iagnóst

ico

0

1

2

3

**p=0,008 *p=0,020

n=18 n=7 n=12

p=0.683

DO

A PGL-I

MB R

T1 Ao D

iagnóst

ico

MB R

T2 Ao D

iagnóst

ico

MB- S

em re

ação-A

o Dia

gnóstico

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0n=18 n=7 n=12

p=0.650 p=0.966

p=1.000

BD

O

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

45

A análise da sorologia em pacientes MB que desenvolveram RT1 e RT2 durante

MDT e em pacientes MB que não desenvolveram reação, no momento pós MDT,

mostrou também níveis mais altos de anticorpos anti LID-1 nos pacientes que

desenvolveram RT2 (p=0.020) (Fig. 9 A) enquanto não se observou diferença

estatisticamente significativa na sorologia anti-PGLI entre estes grupos.

Figura 12. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I em grupos de

pacientes MB que desenvolveram RT1 ou RT2 ou pacientes que não desenvolveram

reação durante MDT. As caixas incluem os percentis 25 e 75 das DO de cada

sorologia. Linhas na caixa se referem as medianas das DO de cada sorologia. A.

Sorologia anti-LID-1. B. Sorologia anti-PGL-1. DO: Densidade ótica.

LID-1

MB- R

T1- D

uran

te M

DT

MB- R

T2- D

uran

te M

DT

MB- S

em rea

ção-

Pós

MDT

0

1

2

3n=8 n=5 n=12

*p=0,020p=0.066

p=0.697

A

DO

PGL-I

MB- R

T1- D

uran

te M

DT

MB- R

T2- D

uran

te M

DT

MB- S

em rea

ção-

Pós

MDT

0.0

0.5

1.0

1.5 n=8 n=5 n=12

p=0.660 p=0.874

p=0.615

B

DO

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

46

Entre os pacientes PB que desenvolveram RT1 ao diagnóstico, não foi observada

diferença significativa nos níveis de reatividade sorológica anti LID-1 e anti PGL-I

quando comparados aos pacientes que não desenvolveram reação (Fig. 10 A e B).

Figura 13. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I em grupos de

pacientes PB que desenvolveram RT1 ou pacientes livres de reação ao diagnóstico. As

caixas incluem os percentis 25 e 75 das DO de cada sorologia. Linhas na caixa se

referem as medianas das DO de cada sorologia. A. Sorologia anti-LID-1. B. Sorologia

anti-PGL-1. DO: Densidade ótica.

LID-1

PB R

T1 A

o Diagn

ótico

PB- S

em rea

ção

-Ao

Diagn

óstic

o

0.0

0.5

1.0

n=10 n=6

p= 0.192

n=10

A

DO

PGL-I

PB R

T1 A

o Dia

gnót

ico

PB- S

em rea

ção

-Ao

Dia

gnós

tico

0.0

0.5

1.0

n=10 n=6

p=0.296

DO

B

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

47

Entre os pacientes PB que desenvolveram RT1 durante a MDT, também não foi

observada diferença significativa nos níveis de reatividade sorológica anti LID-1 e anti

PGL-I quando comparados aos pacientes PB que não desenvolveram reação (Fig. 11 A

e B).

Figura 14. Distribuição dos níveis de anticorpos anti LID-1 e anti PGL-I em grupos de

pacientes PB que desenvolveram RT1 durante a MDT ou pacientes livres de reação, no

momento após a MDT. As caixas incluem os percentis 25 e 75 das DO de cada

sorologia. Linhas na caixa se referem as medianas das DO de cada sorologia. A.

Sorologia anti-LID-1. B. Sorologia anti-PGL-1. DO: Densidade ótica.

LID-1

PB- R

T1- D

uran

te M

DT

PB- S

em rea

ção-

Pós

MDT

0.0

0.5

1.0

n=6 n=6

p=0.570

A

DO

PGL-I

PB- R

T1- Dur

ante

MDT

PB- S

em rea

ção-

Pós

MDT

0.0

0.5

1.0

n=6 n=6

p=0.463

B

DO

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

48

6. DISCUSSÃO

Com o objetivo de identificarmos marcadores sorológicos para o diagnóstico ou

prognóstico das reações hansênicas tipo 1 ou tipo 2, no presente estudo avaliamos o

nível de anticorpos a nova proteína de fusão LID-1 e a sorologia anti PGL-I. Neste

estudo foram examinados retrospectivamente amostras de pacientes que apresentaram

RT1 ou RT2 ao diagnóstico ou durante MDT. Foram testadas amostras pareadas

coletadas na vigência e ausência do episódio reacional e análises foram feitas tanto em

amostras pareadas como em diferentes grupos.

Devido à dicotomia da resposta imune na hanseníase na qual pacientes

multibacilares são caracterizados por forte resposta imune do tipo Th2 e consequente

produção de anticorpos, enquanto pacientes paucibacilares se caracterizam por resposta

imune celular do tipo Th1, a resposta sorológica nas reações hansênicas pode ser melhor

avaliada em pacientes multibacilares. Os pacientes MB podem apresentar RT1 ou RT2,

ao diagnóstico ou durante MDT e uma minoria pode ainda desenvolver reação anos

após MDT. Embora o foco principal do nosso estudo tenha sido a avaliação da resposta

imune humoral de pacientes MB com e sem reação hansênica, este estudo avaliou

também o perfil sorológico de pacientes PB, que geralmente apresentam fraca resposta

sorológica. Além disso, pacientes PB só desenvolvem RT1 que está associada a CMI.

Entretanto, investigamos se durante RT1 ocorre alguma alteração da resposta sorológica

nos pacientes PB. Sabe-se que pacientes MB embora apresentem fraca ou ausente CMI

ao M. leprae, durante episódios de RT1 estes apresentam ativação transitória da resposta

imune celular (SREENIVASAN et al., 1998). De acordo com um relato de caso que

realizou análise longitudinal de um paciente com hanseníase MB na presença e ausência

de RT1, IFN-γ foi produzido apenas durante RT1, enquanto que a percentagem de

células T reguladoras produtoras de CCL4 diminuiu em quantidade e intensidade. As

células T reguladoras produtoras de CCL4 podem inibir a ativação das células T

podendo afetar a regulação destas células durante RT1 (GELUK et al., 2013).

Neste cenário complexo com tantas variáveis, diferentes formas de hanseníase

(MB/PB), que podem desenvolver diferentes tipos de reação (RT1/RT2), em momentos

distintos da doença (ao diagnóstico/durante MDT), identificar biomarcadores de

diagnóstico ou prognóstico das reações hansênica é uma meta desafiadora.

Reconhecemos que apesar do esforço de monitorar 73 pacientes bem caracterizados

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

49

clinica e laboratorialmente, a estratificação dos pacientes nos diferentes desfechos

clínicos resultou em grupos pequenos, indicando a necessidade de novos estudos

incluindo um número maior de pacientes para validar nossos achados. No entanto,

alguns resultados deste estudo merecem destaque, principalmente quanto ao uso recente

da proteína de fusão LID-1 na sorologia em pacientes reacionais, sendo que o PGL-I

representa o antígeno do M. leprae melhor avaliado até o momento. Neste sentido,

nosso grupo de pesquisa está no momento testando a sororeatividade anti PGL-I (IgM),

anti LID-1(IgG) e anti LID-NDO (IgM e IgG) de 564 pacientes que foram selecionados

de uma coorte de pacientes recrutados e monitorados em Manaus e Fortaleza que

participaram do Uniform MDT Trial (U-MDT) que investiga o uso de um esquema de

tratamento único, o qual administra rifampicina, dapsona e clofazimina durante 6 meses

tanto para pacientes PB como para MB (GONÇALVES et al., 2012). Dentre os

pacientes selecionados desta coorte foram incluídos 404 pacientes que não

desenvolveram reação hansênica e 160 que desenvolveram RT1 ou RT2. Esses

pacientes foram acompanhados mensalmente durante a MDT e anualmente após

finalização do tratamento. Desta forma, este estudo em andamento será fundamental

para elucidar o papel da sorologia principalmente anti LID-1 para o diagnóstico ou

prognóstico das reações hansênicas.

Ao avaliar algumas variáveis relacionando-as com reações hansênicas observamos

que o grupo de pacientes que desenvolveram RT2 apresentou mediana de idade

significativamente menor comparada a mediana de idade do grupo de pacientes MB não

reacionais. Conforme um estudo que avaliou fatores de risco para o desenvolvimento de

RT2, pacientes com mais de 40 anos tinham significativa diminuição do risco

(MANANDHAR et al., 1999).

Estudos prévios com sorologia anti PGL-I e anti LID-1 mostraram que a MDT causa

queda significativa nos níveis de anticorpos específicos indicando que a sorologia anti

LID-1 e anti PGL-I pode ser uma ferramenta útil no monitoramento da eficiência do

tratamento da hanseníase (CHO et al., 2001; RADA et al., 2012; DUTHIE et al., 2011).

De fato, nossos dados mostram que após MDT o declínio dos níveis de anticorpos anti

LID-1 em pacientes MB que não desenvolveram reação foi estatisticamente

significativo. Observamos também, declínio significativo do nível de anticorpos anti

LID-1 em pacientes MB diagnosticados durante RT1 e RT2. Entretanto, a queda dos

níveis de anticorpos anti LID-1 em pacientes que desenvolveram RT1/RT2 durante a

MDT não foi significativa. Em concordância com este resultado, estudo realizado nas

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

50

Filipinas que monitorou níveis de anticorpos de 12 pacientes MB por ELISA e Western

Blot em 6 visitas durante 12 meses, mostrou manutenção de altos títulos de anticorpos

anti LID-1 em um paciente que desenvolveu RT1 (SPENCER et al., 2012).

Na sorologia anti-PGL-I não observamos diferença no padrão de declínio de

anticorpos entre pacientes que desenvolveram RT1/RT2 e pacientes que não

desenvolveram reação, o que já foi demonstrado em estudo anterior (ROCHE et al.,

1993). Entretanto, houve declínio de anticorpos em pacientes com RT1 ao diagnóstico

diferentemente do observado em pacientes que desenvolveram RT1 durante a MDT.

Esses dados em conjunto, sugerem manutenção de altos níveis ou menor declínio do

nível de anticorpos em pacientes MB tratados e que desenvolvem reação durante MDT.

Porém, dado o efeito da MDT no declínio dos anticorpos não podemos descartar a

influência da MDT na flutuação dos níveis de anticorpos em episódios reacionais

observados durante a MDT.

Neste estudo, entre os pacientes MB que não desenvolveram reação durante o

acompanhamento, metade deles manteve altos níveis de anticorpos anti PGL-I após

MDT. Isso pode indicar que estes pacientes ainda apresentam risco de desenvolver

reação e sugere a necessidade de acompanhamento. Em 2008, um estudo de caso

controle mostrou que pacientes que tiveram persistência de sorologia anti-PGL-I

positiva após o tratamento apresentavam maior risco de desenvolver reação quando

comparados aqueles com sorologia negativa (BRITO et al., 2008).

Na tentativa de excluir o efeito da MDT na análise dos resultados sorológicos para

pacientes com reação ao diagnóstico e permitir ainda avaliar grupos com ou sem reação

e com exposição à MDT, as amostras dos pacientes foram agrupadas e analisadas por

grupos estratificados segundo a classificação dos pacientes (MB e PB), tipo de reação

hansênica (RT1 e RT2) e tempo de ocorrência das reações (ao diagnóstico e durante

MDT) e comparados aos resultados de pacientes com hanseníase que não

desenvolveram reação hansênica. Esta análise permitiu comparar os resultados da

sorologia dos pacientes que desenvolveram RT1 ou RT2 ao diagnóstico com pacientes

que não desenvolveram reação hansênica, no momento do diagnóstico, sem

interferência da MDT. Esta abordagem permitiu ainda comparar os resultados dos

pacientes, que já estavam em tratamento, que desenvolveram RT1 ou RT2 com aqueles

que não desenvolveram reação hansênica. A análise das amostras agrupadas mostrou

que os níveis de anticorpos anti PGL-I em pacientes MB que desenvolveram RT1/RT2

ao diagnóstico não foi diferente quando comparados com aqueles que não

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

51

desenvolveram reação hansênica. Em concordância, estudo prévio do nosso grupo de

pesquisa também não observou diferença na presença de anticorpos IgM e IgG anti

PGL-I em pacientes que desenvolveram RT1 ou RT2 ao diagnóstico, em pacientes que

não apresentavam sintomas de reação e controles saudáveis (STEFANI et al., 1998).

Além disso, outro estudo realizado com pacientes de Nepal e controles saudáveis do

Reino Unido também confirmaram esses resultados (WEIR et al., 1998).

Observamos também, a partir desses resultados, maior reatividade anti LID-1 e anti

PGL-I em pacientes PB que desenvolveram RT1 ao diagnóstico quando comparada a de

pacientes PB que não desenvolveram reação, no entanto, sem significância estatística

apesar de que dentre os pacientes PB que desenvolveram RT1 durante a MDT e não

reacionais, nenhum apresentou sororeatividade à LID-1 ou ao PGL-I. Estes resultados

sugerem que apesar dos pacientes PB serem considerados fracos produtores de

anticorpos e da RT1 ser caracterizada por aumento da imunidade celular, os anticorpos

estão presentes em maior nível nos pacientes PB que desenvolvem RT1 ao diagnóstico.

Conforme estudo envolvendo 534 pacientes com hanseníase MB e PB, dos quais 279

desenvolveram RT1 (187 ao diagnóstico e 92 durante a MDT), pacientes com

hanseníase que apresentavam altas concentrações de anticorpos anti-PGL-I no início do

tratamento apresentaram maior risco de desenvolver RT1 (ROCHE et al., 1997). Outro

estudo realizado no Norte da Índia que acompanhou 303 pacientes indicou que aqueles

que desenvolveram reação apresentavam níveis mais altos de anticorpos anti PGL-I do

que pacientes que não desenvolveram reação (JADHAV et al., 2011). Deste modo, altos

títulos de anticorpos anti PGL-I tem sido sugeridos como fator de risco para o

desenvolvimento de reações, porém com resultados conflitantes. No entanto, um estudo

que testou dois reagentes diferentes de substrato no ELISA 2,2 '-azino-di-(-6-sulfónico

ácido 3-etilbenzotiazolina) (ABTS), e o-fenilenodiamina (OPD), em 121 pacientes

mostrou que os níveis sorológicos de IgM anti PGL-I foram significativamente menores

nos pacientes com RT2, em comparação com aqueles sem reação hansênica, quando

usado o substrato ABST (SCHWERER et al., 1984). Este estudo mostra que a

discrepância de resultados talvez esteja relacionada a diferenças metodológicas nos

ensaios realizados.

A avaliação do perfil sorológico frente às proteínas recombinantes do M. leprae em

pacientes com hanseníase durante episódios reacionais ainda não foi descrita. Os

resultados das análises das amostras agrupadas demonstraram maior reatividade

sorológica frente à proteína de fusão LID-1 entre os pacientes que desenvolveram RT2

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

52

ao diagnóstico quando comparados com pacientes que não desenvolveram reação

hansênica e com pacientes MB que desenvolveram RT1 ao diagnóstico. Além disto, a

diferença dos níveis de anticorpos entre pacientes que desenvolveram RT2 durante a

MDT em comparação com pacientes controles MB, após a MDT, foi significativa. Em

conjunto, estes resultados sugerem que altos níveis de anticorpos anti LID-1 podem

estar associados à ocorrência de RT2, independente se o episódio reacional ocorrer ao

diagnóstico ou durante a MDT.

Várias pesquisas estão sendo desenvolvidas no sentido de encontrar um marcador

laboratorial ou um conjunto de marcadores para o diagnóstico e prognóstico das reações

hansênicas. Dentre os potenciais biomarcadores relacionados aos episódios reacionais

estudados estão diversas citocinas, quimiocinas e proteínas de fase aguda não

específicas como IFN, IL-12 (SREENIVASAN et al., 1998), TNF-α, IL-1β (SARNO

et al., 1991), IL-2, IL-8 (MORAES et al., 1999), IL-6, CXCL-10 (STEFANI et al.,

2009) e neopterina (FABER et al., 2004) as quais foram associadas com RT1, e TNF-α,

IL-1 (PARIDA et al., 1992), proteína C reativa e IL-6 (FOSS et al., 1993; SILVA et

al., 2007) foram associados a RT2.

No presente estudo sorológico observamos associação entre altos níveis de

anticorpos anti LID-1, proteína de fusão específica do M. leprae, com a ocorrência de

RT2. A associação de um conjunto de biomarcadores não específicos com sorologia anti

LID-1 pode ser útil no diagnóstico e prognóstico de RT2 em pacientes MB.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

53

7. CONCLUSÕES

Amostras de soro pareadas de pacientes MB colhidas na vigência e ausência de

reação RT1/RT2 mostraram perfis sorológicos variáveis, no entanto com tendência de

queda nos níveis de anticorpos pós/na ausência de reação. Entretanto, não se pode

excluir a influência da MDT no declínio dos anticorpos em pacientes que

desenvolveram reação durante a MDT.

A análise dos resultados da sorologia por grupos de pacientes, tipo de reação e

período de ocorrência das reações sugere que altos níveis de anticorpos anti LID-1 pode

estar associado com maior risco de desenvolvimento de RT2 ao diagnóstico ou durante

MDT em pacientes MB.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

54

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAHAM, S.; MOZHI, N.; JOSEPH, G.; et al. Epidemiological significance of first

skin lesion in leprosy . International Journal of Leprosy and Other Mycobacterial

Diseases, v. 66, n. 2, p. 131–139, 1998.

AKIRA, S.; TAKEDA, K.; KAISHO, T. Toll-like receptors : critical proteins linking

innate and acquired immunity. Nature Immunology, v. 2, n. 8, p. 675–680, 2001.

ARÁOZ, R.; HONORÉ, N.; BANU, S.; et al. Towards an immunodiagnostic test for

leprosy. Microbes and infection / Institut Pasteur, v. 8, n. 8, p. 2270–6, jul 2006.

ATTIA, E. A. S.; ABDALLAH, M.; SAAD, A. A.; et al. Circulating CD4+ CD25 high

FoxP3+ T cells vary in different clinical forms of leprosy. International journal of

dermatology, v. 49, n. 10, p. 1152–8, out 2010.

BARNES, P.; CHATTERJEE, D.; BRENNAN, P.; REA, T.; MODLIN, R. Tumor

Necrosis Factor Production in Patients with leprosy. Infection and Immunity , v. 60, n.

4, p. 1441–1446, 1992.

BARNETSON, R.; BARNETSON, A.; PEARSON, J. M.; KRONVALL, G. Does

nonspecific T-lymphocyte stimulation of B lymphocytes occur during reversal reaction

in borderline leprosy? Scandinavian journal of immunology, v. 5, n. 3, p. 287–91, jan

1976.

BARNETSON, R. S.; BJUNE, G.; PEARSON, J. M.; KRONVALL, G. Antigenic

heterogeneity in patients with reactions in borderline leprosy. British medical journal,

v. 4, n. 5994, p. 435–7, 22 nov 1975.

BERRINGTON, W. R.; MACDONALD, M.; KHADGE, S.; et al. Common

polymorphisms in the NOD2 gene region are associated with leprosy and its reactive

states. The Journal of infectious diseases, v. 201, n. 9, p. 1422–35, 1 maio 2010.

BEYENE, D.; ASEFFA, A; HARBOE, M.; et al. Nasal carriage of Mycobacterium

leprae DNA in healthy individuals in Lega Robi village, Ethiopia. Epidemiology and

infection, v. 131, n. 2, p. 841–8, out 2003.

BJUNE, G. Reactions in leprosy. Leprosy review, v. Spec No, p. 61–7, jun 1983.

BLACKWELL, J. M.; SEARLE, S. Genetic regulation of macrophage activation :

understanding the function of Nramp 1 ( = Ity / Lsh / Bcg ). Immunology Letters, v.

65, n. 1-2, p. 73–80, 1999.

BLOOM, B. Learning from leprosy: a look at immunology and the Third World.

Rivista dell' infermiere., v. 5, n. 4, p. 248–253, 1986.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

55

BOCHUD, P.-Y.; HAWN, T. R.; SIDDIQUI, M. R.; et al. Toll-like receptor 2 (TLR2)

polymorphisms are associated with reversal reaction in leprosy. The Journal of

infectious diseases, v. 197, n. 2, p. 253–61, 15 jan 2008.

BOURGES, M.; JOYON, L.; ACHARD-VINCENT, J.; MALET, P.; TURCHINI, J. On

certain infrastructural characteristics of Virchow cells (human lepromatous leprosy).

Annales de dermatologie et de syphiligraphie (Paris), v. 93, n. 1, p. 53–62, 1966.

BRAKEL, W. H. VAN; KHAWAS, I. B. Silent neuropathy in leprosy: an

epidemiological description. Leprosy review, v. 65, n. 4, p. 350–60, dez 1994.

BRAKEL, W. H. VAN; KHAWAS, I. B.; LUCAS, S. B. Reactions in leprosy: an

epidemiological study of 386 patients in west Nepal. Leprosy review, v. 65, n. 3, p.

190–203, set 1994.

BRENNAN, P. J.; BARROW, W. W. Evidence for species-specific lipid antigens in

Mycobacterium leprae. International journal of leprosy and other mycobacterial

diseases, v. 48, n. 4, p. 382–7, dez 1980.

BRIGHTBILL, H. D.; LIBRATY, D. H.; KRUTZIK, S. R. Host Defense Mechanisms

Triggered by Microbial Lipoproteins Through Toll-Like Receptors. Science, v. 285, n.

5428, p. 732–736, 1999.

BRITO, M. DE F. DE M.; XIMENES, R. A. A.; GALLO, M. E. N.; BÜHRER-

SÉKULA, S. Association between leprosy reactions after treatment and bacterial load

evaluated using anti PGL-I serology and bacilloscopy. Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, v. 41, n. 2, p. 67–72, jan 2008.

BRITTON, W. J.; LOCKWOOD, D. N. J. Leprosy. Lancet, v. 363, n. 9416, p. 1209–

19, 10 abr 2004.

BROWN, J. Factors influencing the transmission of leprosy . Transactions of

the royal society of tropical medicineand hygiene , v. 53, n. 2, p. 179–89, 1959.

BÜHRER, S. S.; SMITS, H. L.; GUSSENHOVEN, G. C.; INGEN, C. W. VAN;

KLATSER, P. R. A simple dipstick assay for the detection of antibodies to phenolic

glycolipid-I of Mycobacterium leprae. The American journal of tropical medicine

and hygiene, v. 58, n. 2, p. 133–6, fev 1998.

BÜHRER-SEKULA, S.; CUNHA, M. G.; FERREIRA, W. A; KLATSER, P. R. The

use of whole blood in a dipstick assay for detection of antibodies to Mycobacterium

leprae: a field evaluation. FEMS immunology and medical microbiology, v. 21, n. 3,

p. 197–201, jul 1998.

BÜHRER-SÉKULA, S.; CUNHA, M. G.; FOSS, N. T.; et al. Dipstick assay to identify

leprosy patients who have an increased risk of relapse. Tropical medicine &

international health, v. 6, n. 4, p. 317–23, abr 2001.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

56

BÜHRER-SÉKULA, S.; ILLARRAMENDI, X.; TELES, R. B.; et al. The additional

benefit of the ML Flow test to classify leprosy patients. Acta tropica, v. 111, n. 2, p.

172–6, ago 2009.

BUHRER-SEKULA, S.; SARNO, E. N.; OSKAM, L.; et al. Use of ML dipstick as a

tool to classify leprosy patients. International journal of leprosy and other

mycobacterial diseases, v. 68, n. 4, p. 456–63, dez 2000.

BÜHRER-SÉKULA, S.; SMITS, H. L.; GUSSENHOVEN, G. C.; et al. Simple and fast

lateral flow test for classification of leprosy patients and identification of contacts with

high risk of developing leprosy. Journal of clinical microbiology, v. 41, n. 5, p. 1991–

5, maio 2003.

BULUT, Y.; MICHELSEN, K. S.; NAIKI, Y.; et al. Mechanisms of Signal

Transduction : Mycobacterium Tuberculosis Heat Shock Proteins Use Diverse Toll-like

Receptor Pathways to Activate Pro-inflammatory Signals Mycobacterium Tuberculosis

Heat Shock Proteins Use Diverse Toll-like Receptor Pathways to Activ. The Journal of

Biological Chemistry, v. 280, n. 22, p. 20961–20967, 2005.

CHATTERJEE, D.; CHO, S. N.; BRENNAN, P. J.; ASPINALL, G. O. Chemical

synthesis and seroreactivity of O-(3,6-di-O-methyl-beta-D-glucopyranosyl)-(1----4)-O-

(2,3-di-O-methyl- alpha-L-rhamnopyranosyl)-(1----9)-oxynonanoyl-bovine serum

albumin--the leprosy-specific, natural disaccharide-octyl-neoglycoprotein.

Carbohydrate research, v. 156, p. 39–56, 15 nov 1986.

CHEN, G.; PEDRA, J. H. F. The Inflammasome in Host Defense. Sensors (Basel)., v.

10, n. 1, p. 97–111, 2010.

CHO, S. N.; CELLONA, R. V; VILLAHERMOSA, L. G.; et al. Detection of phenolic

glycolipid I of Mycobacterium leprae in sera from leprosy patients before and after start

of multidrug therapy. Clinical and diagnostic laboratory immunology, v. 8, n. 1, p.

138–42, jan 2001.

CHO, S. N.; KIM, S. H.; CELLONA, R. V; et al. Prevalence of IgM antibodies to

phenolic glycolipid I among household contacts and controls in Korea and the

Philippines. Leprosy review, v. 63, n. 1, p. 12–20, mar 1992.

COLE, S. T.; EIGLMEIER, K.; PARKHILL, J.; et al. Massive gene decay in the

leprosy bacillus. Nature, v. 409, n. 6823, p. 1007–11, 22 fev 2001.

CUEVAS, J.; RODRÍGUEZ-PERALTO, J. L.; CARRILLO, R.; CONTRERAS, F.

Erythema nodosum leprosum: reactional leprosy. Seminars in cutaneous medicine

and surgery, v. 26, n. 2, p. 126–30, jun 2007.

DATA SUS. População residente de Goiás. Ministério da Saúde. 2013. Disponível

em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?ibge/cnv/popgo.def>. Acesso em: 23

set. 2013.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

57

DEHIO, K. On the Lepra Anesthetica and the pathogenetic relation of its disease-

appearances. In: LEPROSY CONFERENCE, 1897, Berlin. Proceedings of the

International Scientific Leprosy Conference in Berlin. India: v. 24, p. 78–83, 1952.

DESFORGES, S.; BOBIN, P.; BRETHES, B.; et al. Specific anti-M leprae PGL-I

antibodies and Mitsuda reaction in the management of household contacts in New

Caledonia. International journal of leprosy and other mycobacterial diseases, v. 57,

n. 4, p. 794–800, dez 1989.

DOUGLAS, J. T.; CELLONA, R. V; FAJARDO, T. T.; et al. Prospective study of

serological conversion as a risk factor for development of leprosy among household

contacts. Clinical and diagnostic laboratory immunology, v. 11, n. 5, p. 897–900, set

2004.

DUTHIE, M. S.; GOTO, W.; IRETON, G. C.; et al. Use of protein antigens for early

serological diagnosis of leprosy. Clinical and vaccine immunology, v. 14, n. 11, p.

1400–8, nov 2007.

DUTHIE, M. S.; HAY, M. N.; MORALES, C. Z.; et al. Rational design and evaluation

of a multiepitope chimeric fusion protein with the potential for leprosy diagnosis.

Clinical and vaccine immunology, v. 17, n. 2, p. 298–303, fev 2010.

DUTHIE, M. S.; HAY, M. N.; RADA, E.M.; et al. Specific IgG antibody responses

may be used to monitor leprosy treatment efficacy and as recurrence prognostic

markers. European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases, v. 30,

n.10, p. 1257-1265, out 2011.

DUTHIE, M. S.; IRETON, G. C.; KANAUJIA, G. V; et al. Selection of antigens and

development of prototype tests for point-of-care leprosy diagnosis. Clinical and

vaccine immunology, v. 15, n. 10, p. 1590–7, out 2008.

FABER, W. R.; IYER, A. M.; FAJARDO, T. T.; et al. Serial measurement of serum

cytokines, cytokine receptors and neopterin in leprosy patients with reversal reactions.

Leprosy review, v. 75, n. 3, p. 274–81, set 2004.

FAVA, V.; ORLOVA, M.; COBAT, A.; et al. Genetics of leprosy reactions: an

overview. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, Suppl , p. 132–42, dez 2012.

FINE, P. E. Leprosy: the epidemiology of a slow bacterium. Epidemiologic reviews, v.

4, p. 161–88, jan 1982.

FINE, P. E. M. Global leprosy statistics: a cause for pride, or frustration? Leprosy

review, v. 77, n. 4, p. 295–7, dez 2006.

FOSS, N. T. Hanseníase aspectos clínicos imunológicos e terapeuticos.pdf. Anais

Brasileiros de Dermatologia, v. 74, n. 2, p. 113–119, 1999.

FOSS, N. T.; OLIVEIRA, E. B. DE; SILVA, C. L. Correlation between TNF

production, increase of plasma C-reactive protein level and suppression of T

lymphocyte response to concanavalin A during erythema nodosum leprosum.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

58

International journal of leprosy and other mycobacterial diseases, v. 61, n. 2, p.

218–26, jun 1993.

FUJIWARA, T.; ASPINALL, G. O.; HUNTER, S. W.; BRENNAN, P. J. Chemical

synthesis of the trisaccharide unit of the species-specific phenolic glycolipid from

Mycobacterium leprae. Carbohydrate research, v. 163, n. 1, p. 41–52, 1 jun 1987.

GELUK, A.; MEIJGAARDEN, K. E. VAN; WILSON, L.; et al. Longitudinal Immune

Responses and Gene Expression Profiles in Type 1 Leprosy Reactions. Journal of

clinical immunology, v. Epub ahea, 27 dez 2013.

GELUK, A.; SPENCER, J. S.; BOBOSHA, K.; et al. From genome-based in silico

predictions to ex vivo verification of leprosy diagnosis. Clinical and vaccine

immunology : CVI, v. 16, n. 3, p. 352–9, mar 2009.

GODAL, T.; MYRVANG, B.; SAMUEL, D. R.; ROSS, W. F.; LOFGREN, M.

Mechanism of “reactions” in borderline tuberculoid (BT) leprosy. A preliminary report.

Acta pathologica et microbiologica Scandinavica, v. 236, Suppl, p. 45–53, jan 1973.

GOMEZ, O. J.; GARCIA, P. [Erythema nodosum in leprosy]. Actas dermo-

sifiliográficas, v. 42, n. 3, p. 258–72, dez 1950.

GONÇALVES, H. DE S.; PONTES, M. A. DE A.; BÜHRER-SÉKULA, S.; et al.

Brazilian clinical trial of uniform multidrug therapy for leprosy patients: the correlation

between clinical disease types and adverse effects. Memórias do Instituto Oswaldo

Cruz, v. 107, Suppl, p. 74–8, dez 2012.

HAN, X. Y.; SEO, Y.-H.; SIZER, K. C.; et al. A new Mycobacterium species causing

diffuse lepromatous leprosy. American journal of clinical pathology, v. 130, n. 6, p.

856–64, dez 2008.

HAN, X. Y.; SIZER, K. C.; THOMPSON, E. J.; et al. Comparative sequence analysis

of Mycobacterium leprae and the new leprosy-causing Mycobacterium lepromatosis.

Journal of bacteriology, v. 191, n. 19, p. 6067–74, out 2009.

HASHIMOTO, K.; MAEDA, Y.; KIMURA, H.; et al. Mycobacterium leprae Infection

in Monocyte-Derived Dendritic Cells and Its Influence on Antigen-Presenting Function.

Infect Immun., v. 70, n. 9, p. 5167–5176, 2002.

HATTA, M.; BEERS, S. M. VAN; MADJID, B.; et al. Distribution and persistence of

Mycobacterium leprae nasal carriage among a population in which leprosy is endemic

in Indonesia. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene,

v. 89, n. 4, p. 381–5, 1995.

HERNANDEZ, M. D. O.; FULCO, T. D. O.; PINHEIRO, R. O.; et al. Thalidomide

modulates Mycobacterium leprae-induced NF-κB pathway and lower cytokine

response. European journal of pharmacology, v. 670, n. 1, p. 272–9, 16 nov 2011.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

59

HUNGRIA, E. M.; OLIVEIRA, R. M. DE; LÚCIA, A.; et al. Seroreactivity to new

Mycobacterium leprae protein antigens in different leprosy-endemic regions in Brazil.

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, Suppl, p. 104–111, 2012.

HUNTER, S. W.; BRENNAN, P. J. A novel phenolic glycolipid from Mycobacterium

leprae possibly involved in immunogenicity and pathogenicity. Journal of

bacteriology, v. 147, n. 3, p. 728–35, set 1981.

ILLARRAMENDI, X.; RANGEL, E.; MIRANDA, A. M.; et al. Cutaneous lesions

sensory impairment recovery and nerve regeneration in leprosy patients. Memórias do

Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, Supp, p. 68–73, dez 2012.

IYER, C. G.; RAMU, G. An open trial with clofazimine in the management of recurrent

lepra reaction using thalidomide as a control drug. Leprosy in India, v. 48, n. 4 Suppl,

p. 690–4, out 1976.

JACOBSON, R. R.; KRAHENBUHL, J. L. Leprosy. Lancet, v. 353, n. 9153, p. 655–

660, 2000.

JADHAV, R.; SUNEETHA, L.; KAMBLE, R.; et al. Analysis of antibody and cytokine

markers for leprosy nerve damage and reactions in the INFIR cohort in India. PLoS

neglected tropical diseases, v. 5, n. 3, e977, p. 1-8, jan 2011.

JOB, C. Pathology of peripheral nerve lesions in lepromatous leprosy--a light and

electron microscopic study. International journal of leprosy and other

mycobacterial diseases, v. 39, n. 2, p. 251–268, 1971.

JOB, C. Pathology of leprosy. 2nd ed. ed. In: Hastings RC: Edinburgh: Churchill

Livingstone, 1994. p. 193–234

JOPLING, W. H. Reactions in leprosy. Leprosy review, v. 41, n. 1, p. 62–3, jan 1970.

KAHAWITA, I. P.; WALKER, S. L.; LOCKWOOD, D. N. J. Leprosy type 1 reactions

and erythema nodosum leprosum. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 83, n. 1, p.

75–82, fev 2008.

KEANE, J. Tumor necrosis factor blockers and reactivation of latent tuberculosis.

Clinical infectious diseases : an official publication of the Infectious Diseases

Society of America, v. 39, n. 3, p. 300–2, 1 ago 2004.

KIRCHHEIMER, W.; STORRS, E. Attempts to establish the armadillo (Dasypus

novemcinctus Linn.) as a model for the study of leprosy. I. Report of lepromatoid

leprosy in an experimentally infected armadillo. International journal of leprosy and

other mycobacterial diseases, v. 39, n. 3, p. 693–702, 1971.

KRUTZIK, S.; OCHOA, M.; SIELING, P.; et al. Activation and regulation of Toll-like

receptors 2 and 1 in human leprosy. Nature Medicine, v. 9, n. 5, p. 525–532, 2003.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

60

KUMAR, B.; DOGRA, S.; KAUR, I. Epidemiological characteristics of leprosy

reactions: 15 years experience from north India. International journal of leprosy and

other mycobacterial diseases, v. 72, n. 2, p. 125–33, jun 2004.

LARY, J. M.; DANIEL, K. L.; ERICKSON, J. D.; ROBERTS, H. E.; MOORE, C. A.

The return of thalidomide: can birth defects be prevented? Drug safety:an

international journal of medical toxicology and drug experience, v. 21, n. 3, p. 161–

9, set 1999.

LIMA, C.; ZULIANELLO, L.; MARQUES, M.; KIM, H. Mapping the laminin-binding

and adhesive domain of the cell surface-associated Hlp / LBP protein from

Mycobacterium leprae. Microbes and Infection, v. 7, n. 9-10, p. 1097–1109, 2005.

LOCKWOOD, D. N.; SINHA, H. H. Pregnancy and leprosy: a comprehensive literature

review. International journal of leprosy and other mycobacterial diseases, v. 67, n.

1, p. 6–12, mar 1999.

LOWY, L.; RIDLEY, D. The acid-fast staining properties of Mycobacterium leprae.

Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 48, n. 5, p.

406–10, 1954.

MABALAY, M. C.; HELWIG, E. B.; TOLENTINO, J. G.; BINFORD, C. H. The

Histopathology and Histochemistry of Erythema Nodosum Leprosum. International

journal of Leprosy, v. 33, p. 28–49, 1965.

MALIK, S.; ABEL, L.; TOOKER, H.; et al. Alleles of the NRAMP1 gene are risk

factors for pediatric tuberculosis disease. Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America, v. 102, n. 34, p. 12183–8, 23 ago 2005.

MANANDHAR, R.; LEMASTER, J. W.; ROCHE, P. W. Risk factors for erythema

nodosum leprosum. International journal of leprosy and other mycobacterial

diseases, v. 67, n. 3, p. 270–8, set 1999.

MARTINIUK, F.; GIOVINAZZO, J.; TAN, A. U.; et al. Lessons of leprosy: the

emergence of TH17 cytokines during type II reactions (ENL) is teaching us about T-cell

plasticity. Journal of drugs in dermatology, v. 11, n. 5, p. 626–30, maio 2012.

MASSONE, C.; NUNZI, E.; RIBEIRO-RODRIGUES, R.; et al. T regulatory cells and

plasmocytoid dentritic cells in hansen disease: a new insight into pathogenesis? The

American Journal of dermatopathology, v. 32, n. 3, p. 251–6, maio 2010.

MEANS, T. K.; WANG, S.; LIEN, E.; GOLENBOCK, D. T.; FENTON, M. J. Human

Toll-Like Receptors Mediate Cellular Activation by Mycobacterium tuberculosis. The

Journal of Immunology, v. 163, n. 7, p. 3920–3927, 1999.

MEDZHITOV, R.; JANEWAY, C. A. Innate Immunity : The Virtues of a Nonclonal

System of Recognition. Cell., v. 91, n. 3, p. 295–298, 1997.

MENZEL, S.; HARBOE, M.; BERGSVIK, H.; BRENNAN, P. J. Antibodies to a

synthetic analog of phenolic glycolipid-I of Mycobacterium leprae in healthy household

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

61

contacts of patients with leprosy. International journal of leprosy and other

mycobacterial diseases, v. 55, n. 4, p. 617–25, dez 1987.

MESSIAS, I. J. DE; SANTAMARIA, J.; BRENDEN, M.; REIS, A.; MAUFF, G.

Association of C4B deficiency (C4B*Q0) with erythema nodosum in leprosy. Clinical

and experimental immunology, v. 92, n. 2, p. 284–7, maio 1993.

MINISTÉRIO DA SAÚDE/ SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE/

DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Guia para o Controle da Hanseníase.

Brasília, DC: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em:

<bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf> Acesso em: 23 set.

2013.

MINISTÉRIO DA SAÚDE/ SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Relatório

de Situação: Goiás. Brasília, DC: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sistema_nacional_vigilancia_saude_go_5ed

.pdf> Acesso em: 17 set. 2013.MIRA, M. T. Genetic host resistance and susceptibility

to leprosy. Microbes and infection / Institut Pasteur, v. 8, n. 4, p. 1124–31, abr 2006.

MIRA, M. T.; ALCAIS, A.; PIETRANTONIO, T.; et al. Segregation of HLA / TNF

region is linked to leprosy clinical spectrum in families displaying mixed leprosy

subtypes. Genes and Immunity, v. 4, n. 1, p. 67–73, 2003.

MISCH, E. A; BERRINGTON, W. R.; VARY, J. C.; HAWN, T. R. Leprosy and the

human genome. Microbiology and molecular biology reviews, v. 74, n. 4, p. 589–620,

dez 2010.

MISCH, E. A; MACDONALD, M.; RANJIT, C.; et al. Human TLR1 deficiency is

associated with impaired mycobacterial signaling and protection from leprosy reversal

reaction. PLoS neglected tropical diseases, v. 2, n. 5, p. e231, jan 2008.

MODLIN, R. L. Th1-Th2 paradigm: insights from leprosy. The Journal of

investigative dermatology, v. 102, n. 6, p. 828–32, jun 1994.

MODLIN, R. L. The innate immune response in leprosy. Current

Opinion in Immunology, v. 22, n. 1, p. 48–54, 2010.

MODLIN, R. L.; GEBHARD, J. F.; TAYLOR, C. R.; REA, T. H. In situ

characterization of T lymphocyte subsets in the reactional states of leprosy. Clinical

and experimental immunology, v. 53, n. 1, p. 17–24, jul 1983.

MONOT, M.; HONORÉ, N.; GARNIER, T.; et al. On the origin of leprosy. Science

(New York, N.Y.), v. 308, n. 5724, p. 1040–2, 13 maio 2005.

MONOT, M.; HONORÉ, N.; GARNIER, T.; et al. Comparative genomic and

phylogeographic analysis of Mycobacterium leprae. Nature genetics, v. 41, n. 12, p.

1282–9, dez 2009.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

62

MONTOYA, D.; CRUZ, D.; TELES, R. M. B.; et al. Divergence of macrophage

phagocytic and antimicrobial programs in leprosy. Cell host & microbe, v. 6, n. 4, p.

343–53, 22 out 2009.

MORAES, M. O.; PACHECO, A. G.; SCHONKEREN, J. J. M.; et al. Interleukin-10

promoter single-nucleotide polymorphisms as markers for disease susceptibility and

disease severity in leprosy. Genes and Immunity, v. 5, n. 7, p. 592–595, 2004.

MORAES, M. O.; SARNO, E. N.; ALMEIDA, A S.; et al. Cytokine mRNA expression

in leprosy: a possible role for interferon-gamma and interleukin-12 in reactions (RR and

ENL). Scandinavian journal of immunology, v. 50, n. 5, p. 541–9, nov 1999.

MOURA, R. S. DE; CALADO, K. L.; OLIVEIRA, M. L. W.; BÜHRER-SÉKULA, S.

Leprosy serology using PGL-I: a systematic review. Revista da Sociedade Brasileira

de Medicina Tropical, v. 41, Suppl 2, p. 11–8, jan 2008.

MURRAY, H.; SPITALNY, G.; NATHAN, C. Activation of mouse peritoneal

macrophages in vitro and in vivo by interferon-gamma. Journal of immunology, v.

134, n. 3, p. 1619–1622, 1985.

MURRAY, R. A.; SIDDIQUI, M. R.; MENDILLO, M.; KRAHENBUHL, J.;

KAPLAN, G. Mycobacterium leprae inhibits dendritic cell activation and maturation.

Journal of immunology, v. 178, n. 1, p. 338–44, 1 jan 2007.

NATH, I.; VEMURI, N.; REDDI, A. L.; et al. Dysregulation of IL-4 expression in

lepromatous leprosy patients with and without erythema nodosum leprosum. Leprosy

review, v. 71, Suppl S, p. 130–7, dez 2000.

NG, V.; ZANAZZI, G.; TIMPL, R.; et al. Role of the Cell Wall Phenolic Glycolipid-1

in the Peripheral Nerve Predilection of Mycobacterium leprae. Cell., v. 103, n. 3, p.

511–524, 2000.

NUNZI, E.; FIALLO, P. Differential diagnosis. 2nd ed. ed. Hastings RC: Edinburgh:

Churchill Livingstone, 1994. p. 291–316

OLIVEIRA, R. B.; OCHOA, M. T.; SIELING, P. A.; et al. Expression of Toll-Like

Receptor 2 on Human Schwann Cells : a Mechanism of Nerve Damage in Leprosy.

Infection and Immunity, v. 71, n. 3, p. 1427–1433, 2003.

OSKAM, L.; SLIM, E.; BÜHRER-SÉKULA, S. Serology: recent developments,

strengths, limitations and prospects: a state of the art overview. Leprosy review, v. 74,

n. 3, p. 196–205, set 2003.

PALERMO, M. L.; PAGLIARI, C.; TRINDADE, M. A. B.; et al. Increased expression

of regulatory T cells and down-regulatory molecules in lepromatous leprosy. The

American journal of tropical medicine and hygiene, v. 86, n. 5, p. 878–83, maio

2012.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

63

PARIDA, S. K.; GRAU, G. E.; ZAHEER, S. A.; MUKHERJEE, R. Serum tumor

necrosis factor and interleukin 1 in leprosy and during lepra reactions. Clinical

immunology and immunopathology, v. 63, n. 1, p. 23–7, abr 1992.

PASARE, C.; MEDZHITOV, R. Toll-like receptors : linking innate and adaptive

immunity. Microbes and Infection, v. 6, n. 15, p. 1382–1387, 2004.

PEREIRA, G. A S.; STEFANI, M. M. A; ARAÚJO FILHO, J. A; et al. Human

immunodeficiency virus type 1 (HIV-1) and Mycobacterium leprae co-infection: HIV-1

subtypes and clinical, immunologic, and histopathologic profiles in a Brazilian cohort.

The American journal of tropical medicine and hygiene, v. 71, n. 5, p. 679–84,2004.

PIETERS, J. Entry and survival of pathogenic mycobacteria in macrophages.

Microbes and Infection, v. 3, n. 3, p. 249–255, 2001.

POCATERRA, L.; JAIN, S.; REDDY, R.; et al. Clinical course of erythema nodosum

leprosum: an 11-year cohort study in Hyderabad, India. The American journal of

tropical medicine and hygiene, v. 74, n. 5, p. 868–79, maio 2006.

PREVEDELLO, F. C.; MIRA, M. T. Leprosy: a genetic disease? * Anais Brasileiro

de Dermatologia, v. 82, n. 5, p. 451–459, 2007.

RADA, E.; DUTHIE, M. S.; REED, S. G.; ARANZAZU, N.; CONVIT, J. Serologic

follow-up of IgG responses against recombinant mycobacterial proteins ML0405,

ML2331 and LID-1 in a leprosy hyperendemic area in Venezuela. Memórias do

Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, Supp, p. 90–4, dez 2012.

RAMBUKKANA, A. Molecular basis for the peripheral nerve predilection of

Mycobacterium leprae. Current opinion in microbiology, v. 4, n. 1, p. 21–7, fev 2001.

RANQUE, B.; NGUYEN, V. T.; VU, H. T.; et al. Age is an important risk factor for

onset and sequelae of reversal reactions in Vietnamese patients with leprosy. Clinical

infectious diseases, v. 44, n. 1, p. 33–40, 1 jan 2007.

REECE, S. T.; IRETON, G.; MOHAMATH, R.; et al. ML0405 and ML2331 Are

Antigens of Mycobacterium leprae with Potential for Diagnosis of Leprosy. Clinical

and Vaccine Immunology, v. 13, n. 3, p. 333–340, 2006.

REES, R. Nasal infection and transmission of leprosy . International journal of

leprosy and other mycobacterial diseases, v. 44, n. 1-2, p. 108–109, 1976.

RIDLEY, D. The bacteriological interpretation of skin smears and biopsies in leprosy.

Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 49, n. 5, p.

449–452, 1955.

RIDLEY, D.; JOPLING, W. Classification of Leprosy according immunity - A Five-

group System. International Journal of Leprosy, v. 34, n. 3, p. 255–273, 1966.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

64

RIDLEY, M. J.; RIDLEY, D. S. The immunopathology of erythema nodosum

leprosum: the role of extravascular complexes. Leprosy review, v. 54, n. 2, p. 95–107,

jun 1983.

RIJK, A. DE; BYASS, P. Field comparison of 10-g and 1-g filaments for the sensory

testing of hands in Ethiopian leprosy patients. Leprosy review, v. 65, n. 4, p. 333–340,

1994.

ROCHE, P. W.; BRITTON, W. J.; FAILBUS, S. S.; NEUPANE, K. D.; THEUVENET,

W. J. Serological monitoring of the response to chemotherapy in leprosy patients.

International journal of leprosy and other mycobacterial diseases, v. 61, n. 1, p. 35–

43, mar 1993.

ROCHE, P. W.; MASTER, J. LE; BUTLIN, C. R. Risk factors for type 1 reactions in

leprosy. International journal of leprosy and other mycobacterial diseases, v. 65, n.

4, p. 450–5, dez 1997.

SAAD, M. H.; MEDEIROS, M. A.; GALLO, M. E.; GONTIJO, P. P.; FONSECA, L. S.

IgM immunoglobulins reacting with the phenolic glycolipid-1 antigen from

Mycobacterium leprae in sera of leprosy patients and their contacts. Memórias do

Instituto Oswaldo Cruz, v. 85, n. 2, p. 191–194, 1990.

SAKAGUCHI, S.; SAKAGUCHI, N.; ASANO, M.; ITOH, M.; TODA, M.

Immunologic self-tolerance maintained by activated T cells expressing IL-2 receptor α-

chains (CD25). Breakdown of a single mechanism of self-tolerance causes various

autoimmune diseases. Journal of Immunology, v. 115, n. 3, p. 1151–1164, 1995.

SAMPAIO, L. H.; STEFANI, M. M.; OLIVEIRA, R. M.; et al. Immunologically

reactive M. leprae antigens with relevance to diagnosis and vaccine development. BMC

infectious diseases, v. 11, p. 26, jan 2011.

SAPKOTA, B. R.; MACDONALD, M.; BERRINGTON, W. R.; et al. Association of

TNF, MBL, and VDR polymorphisms with leprosy phenotypes. Human immunology,

v. 71, n. 10, p. 992–8, out 2010.

SARNO, E. N.; GRAU, G. E.; VIEIRA, L. M.; NERY, J. A. Serum levels of tumour

necrosis factor-alpha and interleukin-1 beta during leprosy reactional states. Clinical

and experimental immunology, v. 84, n. 1, p. 103–8, abr 1991.

SCHREUDER, P. A. The occurrence of reactions and impairments in leprosy:

experience in the leprosy control program of three provinces in northeastern Thailand,

1987-1995 [correction of 1978-1995]. II. Reactions. International journal of leprosy

and other mycobacterial diseases, v. 66, n. 2, p. 159–69, jun 1998.

SCHURING, R. P.; HAMANN, L.; FABER, W. R.; et al. Polymorphism N248S in the

human Toll-like receptor 1 gene is related to leprosy and leprosy reactions. The

Journal of infectious diseases, v. 199, n. 12, p. 1816–9, 15 jun 2009.

SCHWERER, B.; MEEKER, H. C.; SERSEN, G.; LEVIS, W. R. IgM antibodies

against phenolic glycolipid I from Mycobacterium leprae in leprosy sera: relationship to

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

65

bacterial index and erythema nodosum leprosum. Acta leprologica, v. 2, n. 2-4, p. 394–

402, 1984.

SCOLLARD, D. M. The biology of nerve injury in leprosy. Leprosy review, v. 79, n.

3, p. 242–53, set 2008.

SCOLLARD, D. M.; ADAMS, L. B.; GILLIS, T. P.; et al. The continuing challenges of

leprosy. Clinical microbiology reviews, v. 19, n. 2, p. 338–81, abr 2006.

SHEPARD, C. The Experimental Disease that Follows the Injection of Human Leprosy

Bacilli into Foot-Pads of Mice. Journal of Clinical and Experimental Medicine, v.

112, n. 3, p. 445–54, 1960.

SHEPARD, C. The nasal excretion of Mycobacterium leprae in leprosy. International

journal of leprosy, v. 30, p. 10–18, 1962.

SILVA, E. A; IYER, A; URA, S.; et al. Utility of measuring serum levels of anti-PGL-I

antibody, neopterin and C-reactive protein in monitoring leprosy patients during multi-

drug treatment and reactions. Tropical medicine & international health, v. 12, n. 12,

p. 1450–8, dez 2007.

SINAN/SVS-MS. Boletim Epidemiológico. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013.

Disponível em:

<http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2013/Jul/23/2013_009_boleti

m_hanseniase.pdf>. Acesso em: 18 set. 2013.

SOUSA, A. L. M.; FAVA, V. M.; SAMPAIO, L. H.; et al. Genetic and immunological

evidence implicates interleukin 6 as a susceptibility gene for leprosy type 2 reaction.

The Journal of infectious diseases, v. 205, n. 9, p. 1417–24, 1 maio 2012.

SPENCER, J. S.; DOCKRELL, H. M.; KIM, H. J.; et al. Identification of specific

proteins and peptides in Mycobacterium leprae suitable for the selective diagnosis of

leprosy. Journal of immunology, v. 175, n. 12, p. 7930–8, 15 dez 2005.

SPENCER, J. S.; DUTHIE, M. S.; GELUK, A.; et al. Identification of serological

biomarkers of infection, disease progression and treatment efficacy for leprosy.

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, Suppl , p. 79–89, dez 2012.

SREENIVASAN, P.; MISRA, R. S.; WILFRED, D.; NATH, I. Lepromatous leprosy

patients show T helper 1-like cytokine profile with differential expression of

interleukin-10 during type 1 and 2 reactions. Immunology, v. 95, n. 4, p. 529–36, 1998.

STEFANI, M. M.; GUERRA, J. G.; SOUSA, A. L. M.; et al. Potential plasma markers

of Type 1 and Type 2 leprosy reactions: a preliminary report. BMC infectious diseases,

v. 9, p. 75, jan 2009.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

66

STEFANI, M. M.; MARTELLI, C. M.; MORAIS-NETO, O. L.; et al. Assessment of

anti-PGL-I as a prognostic marker of leprosy reaction. International journal of

leprosy and other mycobacterial diseases, v. 66, n. 3, p. 356–64, set 1998.

SURESH, M.; NICHOLLS, P.; DAS, L.; BRAKEL, W. VAN. Voluntary muscle testing

and dynamometry in diagnosis of motor impairment in leprosy: a comparative study

within the INFIR Cohort Study. Leprosy Review, v. 79, n. 3, p. 277–294, 2008.

TABOURET, G.; ASTARIE-DEQUEKER, C.; DEMANGEL, C.; et al. Mycobacterium

leprae Phenolglycolipid-1 Expressed by Engineered M . bovis BCG Modulates Early

Interaction with Human Phagocytes. PLOS Pathogens, v. 6, n. 10, p. 1–13, 2010.

TAPPING, R. I.; TOBIAS, P. S. Mycobacterial lipoarabinomannan mediates physical

interactions between TLR1 and TLR2 to induce signaling. Journal of Endotoxin

Research, v. 9, n. 4, p. 264–268, 2003.

TELES, R. M. B.; MORAES, M. O.; GERALDO, N. T. R.; et al. Differential TNFalpha

mRNA regulation detected in the epidermis of leprosy patients. Archives of

dermatological research, v. 294, n. 8, p. 355–62, nov 2002.

TOSH, K.; RAVIKUMAR, M.; BELL, J. T.; et al. Variation in MICA and MICB genes

and enhanced susceptibility to paucibacillary leprosy in South India. Human molecular

genetics, v. 15, n. 19, p. 2880–2887, 2006.

USTIANOWSKI, A. P.; LAWN, S. D.; LOCKWOOD, D. N. J. Interactions between

HIV infection and leprosy: a paradox. The Lancet infectious diseases, v. 6, n. 6, p.

350–60, jun 2006.

VIEIRA, L. M.; SAMPAIO, E. P.; NERY, J. A.; et al. Immunological status of ENL

(erythema nodosum leprosum) patients: its relationship to bacterial load and levels of

circulating IL-2R. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 38, n.

2, p. 103–11, 1996.

WALKER, S. L.; LOCKWOOD, D. N. J. The clinical and immunological features of

leprosy. British medical bulletin, v. 77-78, p. 103–21, jan 2006.

WALKER, S. L.; WATERS, M. F. R.; LOCKWOOD, D. N. J. The role of thalidomide

in the management of erythema nodosum leprosum. Leprosy review, v. 78, n. 3, p.

197–215, set 2007.

WALLACE, H. J.; JOPLING, W. H. Erythema nodosum leprosum. Proceedings of the

Royal Society of Medicine, v. 62, n. 2, p. 161–2, fev 1969.

WEIR, R. E.; BUTLIN, C. R.; NEUPANE, K. D.; FAILBUS, S. S.; DOCKRELL, H.

M. Use of a whole blood assay to monitor the immune response to mycobacterial

antigens in leprosy patients: a predictor for type 1 reaction onset? Leprosy review, v.

69, n. 3, p. 279–93, set 1998.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

67

WEMAMBU, S. N.; TURK, J. L.; WATERS, M. F.; REES, R. J. Erythema nodosum

leprosum: a clinical manifestation of the arthus phenomenon. Lancet, v. 2, n. 7627, p.

933–5, 1 nov 1969.

WHO. Chemotherapy of Leprosy for Control Programmes. Geneva: World Health

Organization, 1982. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/handle/10665/38984>.

Acesso em: 18 set. 2013.

WHO. WHO Expert Committee on Leprosy: sixth report. Geneva: World Health

Organization, 1988. Disponível em:

<http://www.who.int/iris/handle/10665/37409#sthash.nYzWcPkV.dpuf>. Acesso em:

23 set. 2013.

WHO. WHO | World Health Assembly (WHA) resolution to eliminate leprosy.

Geneva: World Health Organization, 1991a. Disponível em:

<http://www.who.int/lep/strategy/wha/en/index.html#.UjoGWcFmYoU.mendeley>.

Acesso em: 18 set. 2013.

WHO. Multi drug therapy for leprosy. World Health Organization. 1991b. Disponível

em:< http://www.who.int/lep/mdt/regimens/en/index.html>. Acesso em: 24 set. 2013.

WHO. WHO Seventh Expert Committee Report. Geneva: World Health

Organization, 1998.Disponível em: <http://www.who.int/lep/resources/expert_pdf/en/>.

Acesso em: 18 set. 2013.

WHO. Global leprosy situation. Geneva: World Health Organization. 2005.

Disponível em: < http://www.who.int/wer/2005/wer8034.pdf >. Acesso em 18 set.

2013.

WHO. Enhanced Global Strategy for Further Reducing the Disease Burden due to

Leprosy (Plan Period: 2011-2015). India: World Health Organization, 2009.

Disponível em:

<http://www.searo.who.int/entity/global_leprosy_programme/documents/enhanced_glo

bal_strategy_2011_2015_operational_guidelines.pdf>. Acesso em: 23 set. 2013.

WHO. Leprosy. World Health Organization. 2012a. Disponível em:

<http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs101/en/>. Acesso em: 23 set. 2013.

WHO. Leprosy prevalence rates, data reported to WHO as of January 2012. World

Health Organization. 2012b. Disponível em:

<http://www.who.int/lep/situation/Leprosy_PR_2011.pdf >. Acesso em: 23 set.2013.

YAWALKAR, S. Leprosy: For Medical Practitioners and Paramedical Workers:

to Those who Lived for the Cause of Leprosy. 8th ed. Ed: Novartis Foundation for

Sustainable Development, 2009.

ZHANG, F.; HUANG, W.; CHEN, S.; et al. Genomewide association study of leprosy.

The New England journal of medicine, v. 362, n. 15, p. 1447–8, 15 abr 2010.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

68

9. ANEXO

9.1. Manuscrito

Title: Leprosy: Serologic reactivity to LID-1 and PGL-I antigens in patients with type

I , type II reactions and unreactional patients.

Author's names:

Mizoguti, D.F. 1; Hungria, E.M.1; Freitas, A.A.1; Oliveira, R.M. 1; Cardoso, L.P.V.1;

Costa, M.B.1; Sousa, A.L.M.1; Reed S.G.2, Duthie, M.S. 2; Stefani, M.M.A.1.

1 Tropical Pathology and Public Health Institute, Federal University of Goiás, Goiânia,

Brazil

2 Infectious Disease Research Institute, Seattle, United States

Abstract

Leprosy Type 1 (T1R) and type 2 reactions (T2R) are considered the major

complicators in the clinical management of leprosy patients. Leprosy reactions can

occur before, during or after multidrug therapy (MDT). T1R is associated with

exacerbated Th1 type cell mediated immunity (CMI) whereas T2R is associated with

Th2 type immunity characterized by strong antibody production and in some cases

transitory CMI to M. leprae antigens. Assess the serological reactivity to LID-1 fusion

protein and to PGL-I M. leprae antigens among multibacillary (MB), paucibacillary

(PB) leprosy patients that developed reaction at diagnosis or during MDT compared to

reaction free MB and PB patients. Paired serum samples from 73 leprosy patients were

tested by ELISA to detect IgG antibodies to LID-1 and IgM responses to PGL-I.

Leprosy patients included MB that developed T1R or T2R at diagnosis or during MDT

and PB patients that developed T1R at diagnosis or during MDT compared to reaction

free MB and PB patients. For T1R and T2R patients, samples collected during

reactions and in the absence of reactions were tested and for reaction free patients

samples collected at diagnosis and after MDT were tested. The decline of anti LID-1

and anti PGL-I antibodies levels was significant among MB patients with T1R at

diagnosis (p <0.05). Among MB patients with T2R at diagnosis and non reactional MB

leprosy patients the decline of antibodies was significant only to LID-1 (p <0.05).

Higher levels of anti LID-1 antibodies were observed in MB patients who developed

T2R at diagnosis compared with unreactional patients (p = 0.020) and patients who

developed T1R at diagnosis (p = 0.008). Moreover, different antibody levels were seen

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

69

in patients who developed T2R during MDT compared with unreactional MB patients

after MDT (p = 0.020).

Key words: Leprosy reaction, serology, LID-1, PGL-I

Introduction

Leprosy is a complex chronic, infectious granulomatous disease that affects the skin and

peripheral nerves and its clinical manifestations depend on the patient's immune

response to the pathogen (1). The disease is characterized by spectral manifestations in

which at the tuberculoid end (TT) patients develop strong Th1 type cell-mediated

immunity (CMI) to M. leprae characterized by INF- production, low or absent

antibody production, low bacillary load and few lesions. The lepromatous pole (LL) is

characterized by low or absent to Mycobacterium leprae- specific CMI, vigorous

antibody production, and multiple skin lesions. The borderlines forms (borderline

tuberculoid/BT, borderline borderline/BB borderline lepromatous/BL) are considered

immunologically unstable and may show changes to any side of the spectrum (2). For

operational purposes, a simplified classification system based on counting the number

of skin lesions was proposed by the World Health Organization (WHO): patients with

up to five skin lesions are considered paucibacillary (PB) and patients with more than 5

skin lesions are considered multibacillary (MB) (3).

During the chronic course of the disease some patients may develop acute

inflammatory complications before, during or after the specific treatment known as

multi drug therapy (MDT). The main types of leprosy reactions are the type 1 reaction

(T1R) and type 2 reaction (T2R) that represent the major cause of permanent physical

disabilities and deformities due to irreversible nerve damage (4, 5). T1R is associated

with alterations in CMI while T2R is associated with Th2 type immune response with

immune complex deposition and transient CMI activation (6).

Anti PGL-I serology for the detection of IgM antibodies represents the most

evaluated and standardized serologic assay for leprosy and high antibody levels

correlate with high bacillary loads seen in multibacillary patients (7). Moreover high

anti-PGL-I levels have been suggested as risk factors for the development of both type

of leprosy reactions, however with conflicting results (8-11). After M. leprae whole

genome was decoded more than a decade ago, new protein antigens have been evaluated

in serologic and CMI assays (12-17). The fusion protein of the two best protein antigens

for serology, ML0405 and ML2331, known as LID-1 has been shown to be recognized

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

70

by IgG antibodies mostly from multibacillary patients from different endemic sites

around the world (18-22).

No laboratory markers are available to predict the risk to develop reactional

episodes. Therefore, the identification of potential immunological markers of leprosy

reactions may contribute to early diagnosis and to the development of prophylactic

strategies in patients with higher risk, thus preventing nerve damage and irreversible

permanent disabilities associated with leprosy reactions. In this sense this study aims to

evaluate the potential of serological tests using new protein antigens of M. leprae for the

diagnosis or prognosis of leprosy reactions.

Material and Methods

1. Study groups

This is a retrospective analytical study based on serum samples from a cohort of 73

patients with leprosy enrolled at diagnosis with or without leprosy reaction and

monitored during MDT regarding the development of leprosy reactions. Participants

were recruited at the main regional outpatient clinic (Centro de Referência em

Diagnóstico e Terapêutica, Goiânia/GO). Newly diagnosed, untreated leprosy patients

(both genders, any age range) were classified according to Ridley and Jopling criteria

considering clinical, bacilloscopic and histopathology data. All participants signed an

informed consent before blood collection, sera samples were stored at -20ºC.

The following groups were enrolled: A. MB patients diagnosed for leprosy during

T1R (n=18) or T2R (n=7); B. PB patients diagnosed for leprosy during T1R (n=11); C.

MB leprosy patients that developed T1R (n=8) or T2R (n=5) during MDT; D. PB

leprosy patients that developed T1R during MDT (n=6); E. MB and PB leprosy patients

that did not develop reactions during follow up (MB, n=12; PB, n= 6). Paired samples

were tested from reactional and unreactional patients. Reactional patients had blood

samples collected in the presence and absence of leprosy reaction and for unreactional

patients, samples were collected at diagnosis and at the end of MDT. This study was

approved by the Research Ethics Committee of the Hospital das Clinicas / UFG and by

the National Research Ethics (CONEP).

2. Detection of IgM antibodies to PGL-I

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

71

Serum IgM antibodies to M. leprae phenolic glycolipid (PGL-I) were detected by

enzyme linked immunosorbent assay (ELISA). Polysorp 96-well plates (Nunc

Maxisorp) were coated with 0.01 μg/ml NT-P-BSA, the trisaccharide synthetic analog

of PGL-I conjugated to BSA (kindly provided by Dr Fujiwara, Nara University, Japan),

and blocked with PBS-1% BSA. Serum samples diluted 1/300 in 1% BSA were tested

in duplicates either with NTP- BSA or BSA-coated wells. After incubation and

washings, HRP-conjugated to antihuman IgM (Jackson ImmunoResearch-EUA) was

added. After incubation and washings, peroxidase color substrate (TMB – Sigma-Home

made) was added and the reaction was quenched by the addition of 2.5N H2SO4. The

OD was read at 450 nm using a Multiskan Ex microplate reader (Thermo Scientific,

USA).

3. Detection of IgG antibodies to LID-1

The seroreactivity of the di-fusion protein LID-1 (ML2331+ML0405) were

similarly detected by ELISA. Polysorp 96-well plates (Nunc Maxisorp) were coated

with 2 μg/ml of LID-1 (produced by Infectious Disease Research Institute - IDRI -

Seattle, WA, EUA) at 4°C and blocked with PBS/Tween-20 with 1% BSA. Serum

samples diluted 1/200 in 0.1% BSA were added in duplicates and incubated for 2 hours

at RT. Plates were washed and incubated with 100 μL of HRP-conjugated with anti-

human IgG (Sigma) diluted to 1/5000 PBS-T, 0.1% BSA. After washings, reactions

were developed with peroxidase color substrate (KPL, Gaithersburg, MD, USA) and

quenched by the addition of 1N H2SO4. The corrected optical density (OD) of each

well at 450 nm was read using a Multiskan Ex microplate reader (Thermo Scientific,

USA). Based on previous data, the threshold for positive responses was calculated as 2

x standard deviation (SD) of the OD of sera from healthy endemic controls, such that

samples with OD> 0,3 were considered positive (18).

4. Statistical analyses

GraphPad Prism (version 5) were used for the calculation of the median, mean

values of OD and for dot blot graphics. Statistical significance was assessed by Mann-

Whitney for comparison between two groups. Results were considered statistically

significant when p-values < 0.05 were obtained. Serologic reactivity of reactional

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

72

patients was assessed in paired samples collected in the presence and absence of the

reactional episode and for unreactional patients in samples collected at diagnosis and at

the end of MDT. Analyses were also performed in groups stratified by the type of

disease (MB or PB leprosy); by the type of reaction (type 1 or type 2 reaction) and by

the period of development of reactions (at diagnosis or during MDT) and compared to

serologic reactivity of leprosy patients who did not develop leprosy reaction.

Results

A total of 73 participants were enrolled in the study and stratified taking into

account the type of leprosy (multibacillary/paucibacillary), the type of reaction

developed (MB with T1R/MB with T2R/PB with T1R/no reaction), time of occurrence

of the leprosy reaction (at diagnosis/during MDT). The main characteristics of the study

groups are shown in Table 1. The majority of patients was male, from 17 to 87 years old

(median=49 years old). The age of patients who developed T2R was statistically

significant different when compared to unreactional MB group (p = 0.026). Likewise,

according to a study that evaluated risk factors for the development of T2R, patients

older than 40 years had significantly decreased risk of develop T2R (23). The median

bacterial index (BI) among reactional (T1R and T2R) and unreactional MB patients was

similar (p>0.05): MB patients who developed T1R or T2R had a median of 3 +, while

unreactinal MB patients had median BI of 2.5 +. None of the PB patients had

detectable BI.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

73

Table 1. Main characteristics of the study participants.

1. Immunoreactivity in paired samples collected in the presence/absence of

reaction

A. Results of paired samples of MB patients

A.1. MB patients with T1R at diagnosis and MB patients that developed T1R

during MDT

Most MB patients with T1R at diagnosis 78% (14/18) recognized LID-1 antigen

(median OD 0.67, range 0.13-2.56) and 50% (9/18) was anti PGL-I positive (median

OD: 0.24, range 0-0.74). Compared to serological reactivity observed during reaction,

immunoreactivity after leprosy reaction declined both to LID-1 and to PGL-I (p=0.0009

and p=0.003, respectively). On the other side, for MB patients who developed T1R

during MDT, there was no difference in antibody levels during T1R or in the absence of

T1R (p> 0.05).

Study groups n Ridley Jopling

Classification

BI

(medianrange)

Gender

(M/F)

Age

years

(median

range),

PB

unreactional

6 4BT/2TT 0 (0) 4/2 48 (28-

68)

MB

unreactional

12 2BT/1BB/6BL/3LL 2.9 (0-6) 6/6 49 (20-

65)

PB T1R 17 17BT 0 (0) 8/9 53 (21-

87)

MB T1R 26 5BT/4BB/17BL 3 (1-5) 21/5 49 (19-

79)

MB T2R 12 3BL/9LL 3 (1-5) 11/1 34 (17-

58)

Total 73 12LL/26BL/5BB/28BT/2TT 49/23 49 (17-

87)

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

74

A.2. MB with T2R at diagnosis and MB patients that developed T2R during

MDT

All MB patients with T2R at diagnosis (n=7) were seropositive for LID-1 (median

OD: 1.70, range 0.70-2.55), while 43% (3/7) was positive for PGL-I (median OD: 0.20,

range 0.02-0.94). After leprosy reaction, LID-1 seropositivity declined (p = 0.026) and

29% remained anti PGL-I positive (p> 0.05).

Among MB patients who developed T2R during the MDT no significant difference

was observed in seropositivity during and after T2R (p> 0.05).

1.3. MB unrectional patients

At diagnosis the seropositivity to LID-1 in MB patients who did not develop

leprosy reaction was 75% (9/12) (median OD: 079, range 0.05-2.09) and after MDT

positivity declined to 25% (3/12) (p = 0.003). The seropositivity to PGL-I was 67%

(8/12) at diagnosis and 50% (6/12) remained positive after MDT (p> 0.05) (Fig.1).

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

75

LID-1

T1R Post reaction0

1

2

3

0.3

***p=0.0009

14/1878%

4/1822%

A

OD

PGL-I

T1R Post reaction0.0

0.5

1.0

0.25

**p=0.003

9/1850%

2/1811%

B

OD

No reaction T1R0

1

2

3

0.3

4/850%

4/850%

C

OD

ns

No reaction T1R0.0

0.5

1.0

0.25

4/850%

2/825%

D

OD

ns

T2R NO REACTION0

1

2

3

0.3

100% 7/7

85% 6/7

* p=0,026

E

OD

T2R NO REACTION0.0

0.5

1.0

0.25

43%3/7

29%2/7

F

ns

OD

NO REACTION T2R0

1

2

3

100%5/5

80%4/5

0.3

G

ns

OD

NO REACTION T2R0.0

0.5

1.0

80%4/5

0.25

40%2/5

H

ns

OD

At Diagnosis Post MDT0

1

2

3

0.3

I9/1275%

3/1225%

*p=0.017

OD

At Diagnosis Post MDT0

1

2

0.25

J 8/1267%

6/1250%

ns

OD

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

76

Figure 1. Serological reactivity to LID-1 and to PGL-I in paired serum samples from

MB patients who developed T1R or T2R at diagnosis or during MDT, and among

unreactional MB. MB patients who developed T1R at diagnosis (n = 18) A.

Seroreactivity to LID-1 . B. Seroreactivity to PGL-I. MB patients who developed T1R

during MDT (n = 8) C. Seroreactivity to LID-1; D. Seroreactivity to PGL-I MB

patients who developed T2R at diagnosis (n = 7) E. Seroreactivity to LID-1; F.

Seroreactivity to PGL-I. MB patients who developed T2R during MDT (n = 5) G.

Seroreactivity to LID-1; H. Seroreactivity to PGL-I. Unreactional MB patients (n =

12) I. Seroreactivity to LID-1; H. Seroreactivity to PGL-I. For reactional patients, each

point represents the OD in each sample taken from the same patient in the presence and

in the absence of the reaction; for unreactional patients paired samples were collected at

diagnosis and after MDT. The dashed line represents the cutoff: OD> 0.3 to LID-1and

OD> 0.25 to PGL-I. OD: Optical density.

B. Results of paired samples of PB patients

B.1. PB patients with T1R at diagnosis

Among PB patients with T1R at diagnosis the seropositivity to LID-1 was 18%

(2/11) (median OD: 0.18, range 0-0.81) and 18% (2/11) to PGL-I (median OD: 0.06,

range 0-0.45). After leprosy reaction all patients became seronegative to both LID-1 and

PGL-I, however the decline of seropositivity was not significant (p>0.05).

2.2. PB patients with T1R during MDT and unreactional PB patients

Among PB patients that developed T1R during MDT the seroreactivity to LID-1

and PGL-I was low before and during T1R. Likewise, PB patients who did not develop

leprosy reaction were seronegative to LID-1 and PGL-I before and after MDT (Fig.2).

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

77

Figure 2. Serological reactivity to LID-1 and PGL-I in paired serum samples from PB

patients who developed T1R at diagnosis or during MDT and among unreactional PB

patients. PB patients who developed T1R at diagnosis (n = 11) A. Seroreactivity to

LID-1

T1R Post reaction0.0

0.5

1.0

0.3

p=0.065A

2/1118%

0/110%

OD

PGL-I

T1R Post reaction0.0

0.5

1.0

0.25

p=0.216B

0/110%

2/1118%

OD

No reaction T1R0.0

0.5

1.0

0.3

p=0.797C

0/60%

0/60%

OD

No reaction T1R0.0

0.5

1.0

0.25

p=0.222D

0/60%

0/60%

OD

At Diagnosis Post MDT0.0

0.5

1.0

0.3

E

0/60%

0/60%

p=0.125

OD

At Diagnosis Post MDT0.0

0.5

1.0

0.25

0/60%

0/60%

Fp=0.807

OD

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

78

LID-1; B. Seroreactivity to PGL-I. PB patients who developed T1R during MDT (n =

6) C. Seroreactivity to LID-1; D. Seroreactivity to PGL-I. Unreactinal PB patients (n

= 6). E. Seroreactivity to LID-1 ; F. Seroreactivity to PGL-I. For reactional patients,

each point represents the OD in each of paired samples taken from the same patient in

the presence and in the absence of the reaction; for unreactional patients paired samples

were collected at diagnosis and after MDT. The dashed line represents the cutoff (OD>

0.3) to LID-1 and (OD> 0.25) to PGL-I. OD: Optical density.

2. Immunoreactivity among groups

Among leprosy patients, several factors are known to impact serologic response:

MB and PB patients are known to develop strong and weak humoral responses, MDT is

known to cause a decline in serology in MB patients and immunosuppressive treatment

to leprosy reactions also impact serologic responses. As an attempt to minimize these

factors, serologic responses to LID-1 and PGL-I antigens were evaluated in groups

stratified taking into account the classification of patients (MB and PB), the type of

leprosy reaction (T1R and T2R) and the time of occurrence of reactions (at diagnosis or

during MDT) while unreactional patients were tested at diagnosis and after MDT.

Among MB patients who were diagnosed during a reactional episode higher levels of

anti LID-1 antibodies were seen in patients who developed T2R when compared to

patients who developed T1R or unreactional MB patients (p<0.05). Anti PGL-I serology

in these patients showed no statistically significant difference (Fig.3).

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

79

Figure 3. Distribution of levels of antibodies anti LID-1 and anti-PGL-I in groups of

MB patients who developed T1R or T2R at diagnosis and MB patients who did not

develop leprosy reaction. The boxes include the 25th and 75th percentiles of the OD of

each serology. Lines in the box refer the median OD of each serology. A. Serology anti-

LID-1. B. Serology anti-PGL-1. OD: Optical Density.

Serological analysis of MB patients who developed T1R and T2R during MDT

and of MB patients who did not developed reaction after MDT also showed higher

levels of anti LID-1 in patients who developed T2R (p = 0.020), while there was no

statistically significant difference in serology PGL-I between these groups (Fig. 4).

LID-1

MB T

1R A

t Dia

gnosis

MB T

2R A

t Dia

gnosis

MB- R

eact

ion fr

ee-A

t Dia

gnosis

0

1

2

3

**p=0,008

n=18 n=7 n=12

*p=0,020

A

OD

PGL-I

MB T

1R A

t Dia

gnosis

MB T

2R A

t Dia

gnosis

MB- R

eact

ion fr

ee-A

t Dia

gnosis

0

1

2n=18 n=7 n=12

OD

B

LID-1

MB- T

1R- Durin

g MDT

MB- T

2R- Durin

g MDT

MB- R

eactio

n free-

Post

MDT

0

1

2

3n=8 n=5 n=12

*p=0,020

A

OD

PGL-I

MB- T

1R- D

uring M

DT

MB- T

2R- D

uring M

DT

MB- R

eactio

n free

- Post

MDT

0.0

0.5

1.0

1.5n=8 n=5 n=12

B

OD

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

80

Figure 4. Distribution of anti LID-1 and anti-PGL-I antibody levels in groups of MB

patients who developed T1R or T2R during MDT and among unreactional MB patients.

The boxes include the 25th and 75th percentiles of the OD to LID-1 and anti PGL-I

serology. Lines in the box refer the median OD value. A. Anti-LID-1 serology. B. Anti-

PGL-1 serology. OD: Optical Density.

Among PB patients with T1R at diagnosis and unreactional patients there was no

statistically significant difference anti LID-1 and anti PGL-I antibody levels (Fig. 5).

Immunoreactivity of PB patients who developed T1R during MDT and unreactinal PB

patients was not statistically different (Fig. 6).

Figure 5. Distribution of anti LID-1 and anti-PGL-I antibody levels among PB patients

diagnosed during a T1R and among unreactional PB patients. The boxes include the

25th and 75th percentiles of the OD to LID-1 and anti-PGL-I serology. Lines in the box

refer to the median OD. A. Anti-LID-1 serology. B. Anti-PGL-1 serology. OD: Optical

Density.

LID-1

PB T

1R A

t Dia

gnosis

PB- R

eact

ion fr

ee-A

t Dia

gnosis

0.0

0.5

1.0n=10 n=6

A

OD

PGL-I

PB T

1R A

t Dia

gnosis

PB- R

eact

ion fr

ee-A

t Dia

gnosis

0.0

0.5

1.0

n=10 n=6

B

OD

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

81

Figure 6. Distribution of anti LID-1 and anti-PGL-I antibody levels among PB patients

who developed T1R during MDT and among unreactional PB. The boxes include the

25th and 75th percentiles of the OD to LID-1 and anti-PGL-I serology. Lines in the box

refer to the median OD value. A. Anti-LID-1 serology. B. Anti-PGL-1 serology. OD:

Optical Density.

Discussion

The search for serological markers for the diagnosis or prognosis of leprosy type

1 or type 2 reactions is challenged by several factors. In this study we evaluated

antibody levels to the new LID-1 fusion protein and to the well known PGL-I antigen.

As leprosy reactions may develop before, during or after MDT we have tested samples

collected in a cohort study to investigate leprosy reactions. Paired samples collected in

the presence and absence of a reactional episode were tested. Due to the dichotomy of

the immune response seen in leprosy patients in which in MB patients are characterized

by strong Th2 immune response and antibodies production whereas PB patients are

characterized by Th1 type cellular immune response and low antibody titers, the

antibody response in leprosy can be better evaluated in MB patients. On the other side,

MB patients may develop T1R or T2R at different periods, at diagnosis or during MDT

and a minority can still develop leprosy reaction years after MDT. However the impact

of T1R on the antibody production of PB patients has not been investigated. Although

LID-1

PB- T

1R- D

uring M

DT

PB- R

eact

ion fr

ee- P

ost M

DT

0.0

0.5

1.0 n=6 n=6

AO

DPGL-I

PB- T

1R- D

uring M

DT

PB- R

eact

ion fr

ee- P

ost M

DT

0.0

0.5

1.0 n=6 n=6

B

OD

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

82

PB patients are low antibody producers and T1R I considered a CMI phenomenon,

precedent form this comes form the fact that although MB patients are anergic, they

develop transitory CMI during T2R. In order to evaluate the possible impact of T1R and

T2R on antibody production in both MB and PB patients we have investigated both

T1R that are considered CMI phenomena and T2R that are related to antibody

production among PB and MB leprosy patients. Leprosy reactions are acute immune

inflammatory episodes characterized by dysregulated and exacerbated immune

response. In this complex scenario of different forms of leprosy (MB/PB) that can

develop different types of reaction (T1R/T2R) at different times of the disease

(diagnosis/during MDT), we tried different approaches to analyze the data either in

paired samples or in groups.

Despite the efforts to monitor 73 well-characterized patients, stratification of

patients in different clinical outcomes resulted in small groups so that our results need

to be validated in larger samples. However, some findings of this study are noteworthy,

especially about the recent use of the LID-1 fusion protein LID- 1 in serology. In this

sense, our research group is currently testing the anti-PGL-I (IgM), anti LID-1 (IgG)

and anti-LID NDO (IgM and IgG) seroreactivity in sequential samples collected in a

cohort of 564 patients recruited and monitored in Manaus and Fortaleza who

participated in the Uniform Trial MDT (U-MDT) designed to investigate the use of a

single treatment scheme with rifampicin, dapsone and clofazimine for 6 months for both

PB and MB patients (29). This cohort recruited 404 patients who did not develop

leprosy reaction and 160 who developed T1R or T2R. These patients were followed

monthly during MDT and annually after completion of treatment. Thus, this study will

be critical to elucidate the role of mainly anti LID-1 serology, in the diagnosis or

prognosis of leprosy reactions.

Previous studies investigating serologic anti PGL-I and anti LID-1 responses

during treatment have shown that MDT leads to a significant drop in the levels of

specific antibodies suggesting that anti LID-1 and anti PGL-I serology can be useful

tools in monitoring the effectiveness of MDT (24-26). Our data confirm the decline of

anti LID-1 antibodies levels in unreactional MB patients after MDT. Similarly, we

observed a significant decline of anti LID-1 antibody level in MB patients diagnosed

during T1R and T2R. However, the drop of anti LID- 1 antibodies in MB patients who

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

83

developed T1R or T2R during MDT was not significant. In agreement with our data, a

study conducted in the Philippines monitoring antibody titers of 12 MB patients by

ELISA and Western blot in 6 visits for 12 months showed maintenance of high anti

LID-1 antibody titers in a MB patient who developed T2R (27). In our study the decline

of anti PGL-I antibodies among MB patients who developed T1R or T2R did not differ

from unreactional MB patients as shown in a previous study (10). However, the decline

of anti PGL-I antibodies in MB patients with T1R at diagnosis was significant

compared to MB patients who developed leprosy reactions during MDT, however given

the effect of MDT in the decline of the antibody titers, we cannot rule out the influence

of MDT in the fluctuation of antibody levels in leprosy reactions observed during MDT.

In this study, most reaction-free MB patients had high anti-PGL-I levels after

MDT suggesting that these patients were still at risk of developing reaction and

indicating the need for further monitoring. In 2008, a case-control study showed that

patients who had persistent positive anti-PGL-I serology after treatment had a higher

risk to develop leprosy reaction when compared to those with negative serology (8).

In an attempt to exclude the effect of MDT on the analysis of serological results

for patients with reaction at diagnosis and allow further analysis of patients that

developed reactions during MDT, results were stratified according to the patients’

classification (MB or PB), type of leprosy reaction (T1R or T2R) and time of

occurrence of reactions (at diagnosis or during MDT) and compared to results from

leprosy patients who did not develop leprosy reaction. This analysis allowed us to

compare the results of serology in the absence of MDT in patients who developed T1R

or T2R at diagnosis and in patients who did not develop leprosy reaction at the time of

diagnosis. This approach also allowed us to compare the outcomes of patients who were

already receiving treatment, who developed T1R or T2R with those who did not

develop leprosy reaction. Anti-PGL-I antibodies levels in MB patients who developed

T1R/T2R at diagnosis, were similar to the levels observed in reaction- free patients.

Accordingly, a previous study of our research group did not detect differences in anti-

PGL-I IgM and IgG antibodies in patients who developed T1R or T2R at diagnosis

compared to patients who had no symptoms of leprosy reaction at diagnosis and to

healthy endemic controls (11). Furthermore, another study that enrolled patients from

Nepal and healthy controls from the UK also confirmed these results (39).

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

84

Furthermore, a higher anti LID-1 and anti-PGL-I reactivity was seen in PB

patients who developed T1R at diagnosis compared to unreactional PB patients who did

not show any reactivity to the LID-1 and PGL-I antigens. These results indicate that

despite the fact that PB are considered weak antibody-producers and T1R are

characterized by increased cellular immunity, antibodies are present in greater levels in

PB patients who develop T1R at diagnosis. A previous study involving 534 patients

with MB and PB leprosy, of which 279 developed T1R (187 at diagnosis and 92 during

MDT), had shown that leprosy patients who had high levels of anti-PGL-I antibodies at

baseline had a higher risk of developing T1R (9). Another study conducted in North

India which followed 303 patients showed that those who developed leprosy reactions

had higher levels of anti-PGL-I antibodies than patients who did not develop leprosy

reaction (28). Thus, high anti-PGL-I levels have been suggested as risk factors for the

development of both type of leprosy reactions, however with conflicting results.

The serological response to recombinant proteins of M. leprae during leprosy

reaction has not been described. In this study among MB leprosy higher reactivity to

LID-1 was seen among patients who developed T2R at diagnosis compared with

unreactional patients and patients who developed T1R at diagnosis. Moreover, different

antibody levels were seen in patients who developed T2R during MDT compared with

unreactional MB patients after MDT. Together, these results indicate that high levels of

anti LID-1 may be associated with the occurrence of T2R, regardless of whether the

episode occurs at diagnosis or during MDT.

Several studies are being performed to find a laboratory marker or a set of

biomarkers for the diagnosis and prognosis of leprosy reactions. Among the potential

biomarkers related to reactional episodes, various cytokines, chemokines and acute

phase protein such as IFN , IL -12 (31) , TNFα , IL- 1β (32) , IL-2 , IL-8 (33) , IL-6 ,

CXCL -10 (34), neopterin (35) were associated with T1R , and TNFα , IL -1 (36) , C-

reactive protein and IL-6 (37,38) have been associated with T2R. In the present study

we observed an association between high levels of anti LID -1 antibodies with the

occurrence of T2R. The association of a set of non-specific biomarkers as cytokine with

specific anti LID-1 serology may be useful in diagnosis and prognosis of T2R in MB

patients.

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

85

Conclusions

Results of serology of paired serum samples in MB patients collected in the

presence and absence of T1R/T2R showed variable serological profiles however with a

declining trend in antibody levels after the reactional episode. However, the influence of

MDT in the decline of antibodies in patients who developed leprosy reactions during

MDT cannot be rulled out.

The results of the serology by groups of patients, type of reaction and time of

occurrence of the leprosy reaction suggest that in MB patients, high anti LID-1 antibody

levels may be associated with increased risk of developing T2R at diagnosis or during

MDT.

Acknowledgements

The authors thank Greg Ireton, Jeff Guderian, Raodoh Mohamath and Ayesha Misquith

(IDRI, USA) for the production of high quality recombinant proteins. We are also

thankful to Dr. Tsuyoshi Fujiwara (Nara University, Japan) for generously providing the

NT-P-BSA antigen. Mizoguti D.F. were supported by scholarships from the National

Council for Technological and Scientific Development/CNPq and from the

Coordination of Improvement of Higher Education Personnel/CAPES respectively

(Brazil); Stefani MMA is a recipient of a fellowship from CNPq (grant # 310582/2011-

3). We are grateful to the patients and staff of the “Centro de Referência em Diagnóstico

e Terapêutica” in Goiânia/GO for their cooperation and support during recruitment.

Bibliographical References

1. SCOLLARD, D. M.; ADAMS, L. B.; GILLIS, T. P.; et al. The continuing challenges

of leprosy. Clinical microbiology reviews, v. 19, n. 2, p. 338–81, abr 2006.

2. RIDLEY, D.; JOPLING, W. Classification of Leprosy according immunity - A Five-

group System. International Journal of Leprosy, v. 34, n. 3, p. 255–273, 1966.

3. WHO. Multi drug therapy for leprosy. World Health Organization. 1991b.

Disponível em:< http://www.who.int/lep/mdt/regimens/en/index.html>. Acesso em: 24

set. 2013.

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

86

4. RICHARDUS, J. H.; NICHOLLS, P. G.; CROFT, R. P.; WITHINGTON, S. G.;

SMITH, W. C. S. Incidence of acute nerve function impairment and reactions in

leprosy: a prospective cohort analysis after 5 years of follow-up. International journal

of epidemiology, v. 33, n. 2, p. 337–43, abr 2004.

5. ILLARRAMENDI, X.; RANGEL, E.; MIRANDA, A. M.; et al. Cutaneous lesions

sensory impairment recovery and nerve regeneration in leprosy patients. Memórias do

Instituto Oswaldo Cruz, v. 107 Suppl , p. 68–73, dez 2012.

6. KAHAWITA, I. P.; WALKER, S. L.; LOCKWOOD, D. N. J. Leprosy type 1

reactions and erythema nodosum leprosum. Anais Brasileiro de Dermatologia, v. 83,

n. 1, p. 75–82, fev 2008.

7. MOURA, R. S. DE; CALADO, K. L.; OLIVEIRA, M. L. W.; BÜHRER-SÉKULA,

S. Leprosy serology using PGL-I: a systematic review. Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, v. 41 Suppl 2, n. Suplemento II, p. 11–8, jan 2008.

8. BRITO, M. DE F. DE M.; XIMENES, R. A. A.; GALLO, M. E. N.; BÜHRER-

SÉKULA, S. Association between leprosy reactions after treatment and bacterial load

evaluated using anti PGL-I serology and bacilloscopy. Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, v. 41 Suppl 2, n. Suplemento II, p. 67–72, jan 2008.

9. ROCHE, P. W.; MASTER, J. LE; BUTLIN, C. R. Risk factors for type 1 reactions in

leprosy. International journal of leprosy and other mycobacterial diseases, v. 65, n.

4, p. 450–5, dez 1997.

10. ROCHE, P. W.; BRITTON, W. J.; FAILBUS, S. S.; NEUPANE, K. D.;

THEUVENET, W. J. Serological monitoring of the response to chemotherapy in

leprosy patients. International journal of leprosy and other mycobacterial diseases,

v. 61, n. 1, p. 35–43, mar 1993.

11. STEFANI, M. M.; MARTELLI, C. M.; MORAIS-NETO, O. L.; et al. Assessment

of anti-PGL-I as a prognostic marker of leprosy reaction. International journal of

leprosy and other mycobacterial, v. 66, n. 3, p. 356–64, set 1998.

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

87

12. COLE, S. T.; EIGLMEIER, K.; PARKHILL, J.; et al. Massive gene decay in the

leprosy bacillus. Nature, v. 409, n. 6823, p. 1007–11, 22 fev 2001.

13. ARÁOZ, R.; HONORÉ, N.; BANU, S.; et al. Towards an immunodiagnostic test for

leprosy. Microbes and infection / Institut Pasteur, v. 8, n. 8, p. 2270–6, jul 2006.

14. GELUK, A.; PLOEG-VAN SCHIP, J. J. VAN DER; MEIJGAARDEN, K. E. VAN;

et al. Enhancing sensitivity of detection of immune responses to Mycobacterium leprae

peptides in whole-blood assays. Clinical and vaccine immunology, v. 17, n. 6, p. 993–

1004, jun 2010.

15. GELUK, A.; SPENCER, J. S.; BOBOSHA, K.; et al. From genome-based in silico

predictions to ex vivo verification of leprosy diagnosis. Clinical and vaccine

immunology, v. 16, n. 3, p. 352–9, mar 2009.

16. SPENCER, J. S.; DOCKRELL, H. M.; KIM, H. J.; et al. Identification of specific

proteins and peptides in Mycobacterium leprae suitable for the selective diagnosis of

leprosy. Journal of immunology, v. 175, n. 12, p. 7930–8, 15 dez 2005.

17. STEFANI, M. M. DE A. Challenges in the post genomic era for the development of

tests for leprosy diagnosis. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.

41 Suppl 2, n. Suplemento II, p. 89–94, jan 2008.

18. DUTHIE, M. S.; GOTO, W.; IRETON, G. C.; et al. Use of protein antigens for

early serological diagnosis of leprosy. Clinical and vaccine immunology, v. 14, n. 11,

p. 1400–8, nov 2007.

19. REECE, S. T.; IRETON, G.; MOHAMATH, R.; et al. ML0405 and ML2331 Are

Antigens of Mycobacterium leprae with Potential for Diagnosis of Leprosy. Clinical

and vaccine immunology, v. 13, n. 3, p. 333–340, 2006.

20. DUTHIE, M. S.; HAY, M. N.; MORALES, C. Z.; et al. Rational design and

evaluation of a multiepitope chimeric fusion protein with the potential for leprosy

diagnosis. Clinical and vaccine immunology, v. 17, n. 2, p. 298–303, fev 2010.

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

88

21. HUNGRIA, E. M.; OLIVEIRA, R. M. DE; LÚCIA, A.; et al. Seroreactivity to new

Mycobacterium leprae protein antigens in different leprosy-endemic regions in Brazil.

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, Suppl, p. 104–111, 2012.

22. SAMPAIO, L.H.; STEFANI, M.M.A; OLIVEIRA,R.M.; et al. Immunologically

reactive M. leprae antigens with relevance to diagnosis and vaccine development. BMC

Infectious Diseases., v. 11, p. 26, jan 2011.

23. MANANDHAR, R.; LEMASTER, J. W.; ROCHE, P. W. Risk factors for erythema

nodosum leprosum. International journal of leprosy and other mycobacterial

diseases: official organ of the International Leprosy Association, v. 67, n. 3, p. 270–

8, set 1999.

24CHO, S. N.; CELLONA, R. V; VILLAHERMOSA, L. G.; et al. Detection of

phenolic glycolipid I of Mycobacterium leprae in sera from leprosy patients before and

after start of multidrug therapy. Clinical and diagnostic laboratory immunology, v. 8,

n. 1, p. 138–42, jan 2001.

25. DUTHIE, M. S.; HAY, M. N.; RADA, E. M.; et al. Specific IgG antibody responses

may be used to monitor leprosy treatment efficacy and as recurrence prognostic

markers. European journal of clinical microbiology & infectious diseases: official

publication of the European Society of Clinical Microbiology, v. 30, n. 10, p. 1257–

65, out 2011.

26. RADA, E.; DUTHIE, M. S.; REED, S. G.; ARANZAZU, N.; CONVIT, J. Serologic

follow-up of IgG responses against recombinant mycobacterial proteins ML0405,

ML2331 and LID-1 in a leprosy hyperendemic area in Venezuela. Memórias do

Instituto Oswaldo Cruz, v. 107 Suppl , n. July, p. 90–4, dez 2012.

27. SPENCER, J. S.; DUTHIE, M. S.; GELUK, A.; et al. Identification of serological

biomarkers of infection, disease progression and treatment efficacy for leprosy.

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, Suppl , p. 79–89, dez 2012.

28. JADHAV, R.; SUNEETHA, L.; KAMBLE, R.; et al. Analysis of antibody and

cytokine markers for leprosy nerve damage and reactions in the INFIR cohort in India.

PLoS neglected tropical diseases, v. 5, n. 3, p. e977, jan 2011.

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

89

29. GONÇALVES, H. DE S.; PONTES, M. A. DE A.; BÜHRER-SÉKULA, S.; et al.

Brazilian clinical trial of uniform multidrug therapy for leprosy patients: the correlation

between clinical disease types and adverse effects. Memórias do Instituto Oswaldo

Cruz, v. 107, Suppl, p. 74–8, dez 2012.

30. SCHWERER, B.; MEEKER, H. C.; SERSEN, G.; LEVIS, W. R. IgM antibodies

against phenolic glycolipid I from Mycobacterium leprae in leprosy sera: relationship to

bacterial index and erythema nodosum leprosum. Acta leprologica, v. 2, n. 2-4, p. 394–

402, 1984.

31. SREENIVASAN, P.; MISRA, R. S.; WILFRED, D.; NATH, I. Lepromatous

leprosy patients show T helper 1-like cytokine profile with differential expression of

interleukin-10 during type 1 and 2 reactions. Immunology, v. 95, n. 4, p. 529–36, dez

1998.

32. SARNO, E. N.; GRAU, G. E.; VIEIRA, L. M.; NERY, J. A. Serum levels of tumour

necrosis factor-alpha and interleukin-1 beta during leprosy reactional states. Clinical

and experimental immunology, v. 84, n. 1, p. 103–8, abr 1991.

33. MORAES, M. O.; SARNO, E. N.; ALMEIDA, A S.; et al. Cytokine mRNA

expression in leprosy: a possible role for interferon-gamma and interleukin-12 in

reactions (RR and ENL). Scandinavian journal of immunology, v. 50, n. 5, p. 541–9,

nov 1999.

34. STEFANI, M. M.; GUERRA, J. G.; SOUSA, A. L. M.; et al. Potential plasma

markers of Type 1 and Type 2 leprosy reactions: a preliminary report. BMC infectious

diseases, v. 9, p. 75, jan 2009.

35. FABER, W. R.; IYER, A. M.; FAJARDO, T. T.; et al. Serial measurement of serum

cytokines, cytokine receptors and neopterin in leprosy patients with reversal reactions.

Leprosy review, v. 75, n. 3, p. 274–81, set 2004.

36. PARIDA, S. K.; GRAU, G. E.; ZAHEER, S. A.; MUKHERJEE, R. Serum tumor

necrosis factor and interleukin 1 in leprosy and during lepra reactions. Clinical

immunology and immunopathology, v. 63, n. 1, p. 23–7, abr 1992.

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Organograma dos grupos de pacientes Multibacilares. ... NF-Кβ Nuclear factor kappa beta NGS ... OMS Organização Mundial

90

37. FOSS, N. T.; OLIVEIRA, E. B. DE; SILVA, C. L. Correlation between TNF

production, increase of plasma C-reactive protein level and suppression of T

lymphocyte response to concanavalin A during erythema nodosum leprosum.

International journal of leprosy and other mycobacterial diseases, v. 61, n. 2, p.

218–26, jun 1993.

38. SILVA, E. A; IYER, A; URA, S.; et al. Utility of measuring serum levels of anti-

PGL-I antibody, neopterin and C-reactive protein in monitoring leprosy patients during

multi-drug treatment and reactions. Tropical medicine & international health, v. 12,

n. 12, p. 1450–8, dez 2007.

39. WEIR, R. E.; BUTLIN, C. R.; NEUPANE, K. D.; FAILBUS, S. S.; DOCKRELL,

H. M. Use of a whole blood assay to monitor the immune response to mycobacterial

antigens in leprosy patients: a predictor for type 1 reaction onset? Leprosy review, v.

69, n. 3, p. 279–93, set 1998.