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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE GÉSSICA URUGA OLIVEIRA DETERMINANTES DA DISTÂNCIA PERCORRIDA NO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA ARACAJU 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE

GÉSSICA URUGA OLIVEIRA

DETERMINANTES DA DISTÂNCIA PERCORRIDA NO

TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM

PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA

ARACAJU

2014

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GÉSSICA URUGA OLIVEIRA

DETERMINANTES DA DISTÂNCIA PERCORRIDA

NO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM

PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências da Saúde da Universidade

Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção

do grau de Mestre em Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Valter Joviniano de Santana Filho

ARACAJU

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

O48d

Oliveira, Géssica Uruga Determinantes da distância percorrida no teste de caminhada

de seis minutos em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca / Géssica Uruga Oliveira, orientador, Valter Joviniano de Santana Filho. -- Aracaju, 2014.

000 f. : il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Núcleo de

pós-Graduação em Medicina, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2014.

1. Caminhada. 2. Exercícios físicos. 3. Cirurgia cardíaca. 4. Fisioterapia. I. Valter Joviniano de Santana Filho, orient., II. Título.

CDU 615.8:616.12-089

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GÉSSICA URUGA OLIVEIRA

DETERMINANTES DA DISTÂNCIA PERCORRIDA NO

TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM

PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências da Saúde da Universidade

Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção

do grau de Mestre em Ciências da Saúde.

Aprovada em: _____/_____/_____

_________________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Valter Joviniano de Santana Filho

___________________________________________________

1º Examinador: Prof. Dr. Rosemeire Dantas de Almeida

_________________________________________

2º Examinador: Prof. Dr. André Sales Barreto

PARECER

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Dedico este trabalho aos meus pais pelo apoio

incondicional em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus meu profundo agradecimento por me guiar, iluminar e me dar tranquilidade

para seguir em frente com os meus objetivos e não desanimar com as dificuldades;

Ao Dr Valter Joviniano de Santana Filho, meu orientador, por ter acreditado em

mim, ter me dado a oportunidade de realizar esse trabalho e pelas suas valiosas contribuições

para a conclusão deste trabalho;

Ao Dr. Vitor Oliveira Carvalho pela imensa colaboração e participação neste estudo;

Ao Dr. Manoel Luiz de Cerqueira Neto pela contribuição e participação neste estudo,

além do apoio e incentivo durante toda essa jornada, sempre solícito e disposto a me ajudar

em todos os momentos;

À toda a equipe do LAPERF em especial aos professores Lucas Cacau, Walderi

Monteiro, Amaro Afrânio e Telma Cristina pelo envolvimento neste trabalho;

Ao Dr. José Teles e toda a equipe da cardiologia da Fundação de Beneficência

Hospital Cirurgia pelo apoio para a realização desta pesquisa;

Agradeço aos meus pais, pelo amor incondicional, dedicação e incentivo, que mesmo

distantes estiveram sempre presentes. E aos meus irmãos pela paciência, dedicação e apoio

nos momentos mais difíceis, pois sem eles eu não teria tido a alegria de concluir mais esta

etapa na vida acadêmica;

A todos os amigos e colegas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a

realização deste trabalho. E aos amigos, que sempre entenderam as minhas faltas e momentos

de afastamento;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo

apoio financeiro.

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RESUMO

Determinantes da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos em

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Géssica Uruga Oliveira, Aracaju - Sergipe:

Universidade Federal de Sergipe; 2014, 56p.

Introdução: O teste de caminhada de seis minutos (TC6) é uma medida de capacidade

funcional, simples, objetiva e reprodutível, no qual os pacientes são instruídos a caminhar tão

longe quanto possível em seis minutos. O TC6 é amplamente utilizado na reabilitação

cardíaca como indicador do status funcional e como uma medida de resultado em pacientes

após cirurgia cardíaca, infarto agudo do miocárdio e pacientes com insuficiência cardíaca

crônica. Objetivos: Identificar os fatores determinantes da distância percorrida no teste de

caminhada de seis minutos (DTC6) na alta hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia

cardíaca e estabelecer uma equação de referência para o calculo da DTC prevista nesta

população. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, em que foram avaliados 60 pacientes

submetidos à cirurgia cardíaca do tipo eletiva. A avaliação dos pacientes foi realizada no pré-

operatório e na alta hospitalar. Foram coletados dos prontuários tipo de cirurgia, tempo de

ventilação mecânica, tempo de circulação extracorpórea (CEC), dias de internação em UTI,

dias de internação hospitalar, fração de ejeção de ventrículo esquerdo, dosagem de

hemoglobina e presença de comorbidades (hipertensão arterial sistêmica, diabetes e

dislipidemia). Para avaliação da capacidade funcional foi aplicado a Medida de Independência

Funcional (MIF), a qualidade de vida foi avaliada através do Perfil de Saúde de Nottingham

(PSN). O TC6 foi realizado na alta hospitalar. Para a analise dos dados utilizamos a análise

univariada, realizada através de regressão linear simples, para selecionar as variáveis a serem

usadas no modelo multivariado. Para a análise univariada, consideramos um nível de

significância menor que 20% (p<0,20). Em seguida foi realizada a análise multivariada,

através da regressão linear múltipla. Para a análise multivariada, consideramos um nível de

significância menor que 5% (p<0,05). Resultados: Foi observado que o TC6 foi bem tolerado

por todos os pacientes, a DTC6 média foi de 260,20 ± 89,20 metros, o que representa 49% do

previsto pela equação de Enright e Sherrill. Na análise multivariada, foram selecionadas para

inclusão no modelo final da equação preditiva da DTC6 as seguintes variáveis: tipo de

cirurgia (p=0,001), tempo de circulação extracorpórea - CEC (p=0,001), capacidade funcional

– MIF (0,004) e índice de massa corpórea - IMC (0,007), com r=0,91 e um r2= 0,83 com p <

0,001. A equação derivada da análise multivariada foi: DTC6 = Cirurgia (89,42) + CEC

(1,60) + MIF(2,79) – IMC(7,53) – 127,90.

Conclusão: Neste estudo, os determinantes da distância percorrida no TC6 em pacientes

submetidos à cirurgia cardíaca foram tipo de cirurgia, tempo de CEC, capacidade funcional e

índice de massa corpórea. Foi possível neste estudo gerar uma equação preditiva para a DTC6

na alta hospitalar de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca do tipo eletiva.

Palavras-chave: teste de caminhada de seis minutos; exercício; cirurgia cardíaca;

fisioterapia.

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ABSTRACT

Determinants of Distance Walked During the Six-Minute Walk Test in Patients

Undergoing Cardiac Surgery Géssica Uruga Oliveira, Aracaju - Sergipe: Universidade

Federal de Sergipe; 2014, 56p.

Introduction: The walk test (6MWT) is a measure of functional capacity, simple, objective

and reproducible, in which patients were instructed to walk as far as possible in six minutes.

The 6MWT is widely used in cardiac rehabilitation as an indicator of functional status and as

an outcome measure in patients after cardiac surgery, acute myocardial infarction and patients

with chronic heart failure. Objective: The aim of this study was to identify the determinants

of distance walked in six-minute walk test (6MWT) in patients undergoing cardiac surgery

and establishing a reference equation and test its reliability. Methods: This is a descriptive

study, sixty patients undergoing elective cardiac surgery type were evaluated. The assessment

was performed preoperatively and at discharge. Were collected from medical records type of

surgery , duration of mechanical ventilation, duration of cardiopulmonary bypass (CPB), days

of ICU stay , days of hospitalization, ejection fraction of the left ventricle, hemoglobin and

comorbidities (hypertension, diabetes and dyslipidemia). To assess functional capacity

Functional Independence Measure (FIM) was applied, the quality of life was assessed using

the Nottingham Health Profile (NHP). The 6MWT was performed at discharge. We used

univariate analysis to select the variables to be used in the multivariate analysis model. For

univariate analysis, we consider a level of significance less than 20% (P<0.20). Then the

multivariate analysis was performed using multiple linear regression. For multivariate

analysis, we consider a level of significance less than 5% (P<0.05). Results: The 6MWT was

well tolerated by all patients and no test was interrupted before completing 6 minutes. The

mean 6MWD was 260.20±89.20 meters. In multivariate analysis the following variables were

selected: type of surgery (P=0.001), duration of cardiopulmonary bypass (CPB) (P=0.001),

Functional Independence Measure - FIM (0.004) and body mass index - BMI (0.007) with

r=0.91 and r2=0.83 with P<0.001. The equation derived from multivariate analysis: 6MWD =

Surgery (89.42) + CPB (1.60) + MIF (2.79 ) - BMI (7.53) - 127.90. Conclusion: In this

study, the determinants of 6MWD in patients undergoing cardiac surgery were: the type of

surgery, CPB time, Functional Independence Measure and body mass index. It was possible in

this study to generate a predictive equation for the DTC at discharge in patients undergoing

elective cardiac surgery.

Keywords: six-minute walk test; exercise; cardiac surgery; physiotherapy.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ATS - American Thoracic Society;

CC – Cirurgia cárdica;

CEC - Circulação extra corpórea;

CVF – Capacidade vital forçada;

DTC6 – Distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos;

FC - Frequência cardíaca;

FEVE - Fração de ejeção de ventrículo esquerdo;

FR - Frequência respiratória;

IMC – Índice de massa corpórea;

MIF – Medida de Independência funcional

PSN - Perfil de saúde de Nottingham;

RM - Revascularização do miocárdio;

SpO2 - Saturação periférica de oxigênio;

TC6 - Teste de caminhada de seis minutos;

TV – Troca valvar;

UTI – Unidade de terapia intensiva;

VEF1 – Volume expiratório forçado no primeiro segundo;

VM – Ventilação mecânica;

VO2máx - Consumo máximo de oxigênio.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 14

2.1 Breve histórico da cirurgia cardíaca ............................................................................. 14

2.2 Indicações e principais procedimentos cirúrgicos ........................................................ 14

2.3 Complicações pós-operatórias ........................................................................................ 15

2.4 Teste de caminhada de 6 minutos. ................................................................................. 16

3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 20

3.1 Objetivo geral ................................................................................................................... 20

3.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 20

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS ........................................................................................ 21

4.1 Aspectos éticos ................................................................................................................. 21

4.2 Tipo de estudo e local da pesquisa .................................................................................. 21

4.3 Casuística ........................................................................................................................... 21

4.4 Variáveis ............................................................................................................................ 21

4.5 Métodos de avaliação ...................................................................................................... 22

4.5.1 Teste de caminhada de seis minutos (TC6) ................................................................ 22

4.5.2 Avaliação da função pulmonar ..................................................................................... 22

4.5.3 Capacidade funcional .................................................................................................... 23

4.5.4 Avaliação da qualidade de vida .................................................................................... 23

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4.5.5 Dados coletados .............................................................................................................. 23

4.5.5 Delineamento do estudo ................................................................................................ 24

4.6 Análise estatística .............................................................................................................. 21

4.7 Fonte de financiamento .................................................................................................... 22

5 RESULTADOS ................................................................................................................... 26

5.1 Caracterização dos pacientes .......................................................................................... 26

5.2 Desempenho no TC6 ......................................................................................................... 28

5.3 Equação preditiva ............................................................................................................. 29

5.4 Confiabilidade da equação ............................................................................................... 30

6 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 31

7 LIMITAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................................... 34

8 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 35

8 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 36

APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido ............................................ 42

APÊNDICE B - Protocolo de avaliação ................................................................................ 43

ANEXO A – COMPROVANTE DE APROVAÇÃO .......................................................... 58

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1 INTRODUÇÃO

Os avanços terapêuticos, clínicos e cirúrgicos nos últimos 30 anos representam

uma melhora no tratamento dos indivíduos com doenças cardíacas1. Apesar da incontestável

eficiência, a recuperação da capacidade funcional do paciente no pós-operatório de cirurgia

cardíaca (CC) é um dos aspectos relevantes e discutidos, amplamente, na literatura.

A limitação funcional em pacientes submetidos à CC pode ser atribuída ao fato de que,

embora tenham evoluído ao longo dos anos, procedimentos cirúrgicos não estão isentos de

complicações pós-operatórias. Em relação aos procedimentos cardíacos, as complicações pulmonares

pós-operatórias são as mais comuns e contribuem diretamente para o aumento da morbidade e

mortalidade, bem como do tempo de hospitalização e de retorno à vida produtiva1 ,3,4

.

Para se avaliar a função cardiovascular global, incluindo a capacidade física, são

propostos testes físicos que podem ser do tipo máximo ou submáximo. Dentre os testes de esforço, o

uso do Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6) vem crescendo na população de pacientes

submetidos à CC5,6

.

O TC6, utilizado inicialmente para avaliar pacientes com doenças respiratórias crônicas,

conquistou aceitabilidade e crédito dos cardiologistas devido à sua eficiência (submáximo dinâmico),

praticidade (fácil administração), simplicidade dos recursos utilizados (baixo custo operacional), alta

tolerabilidade e por possibilitar, ao paciente determinar a velocidade da marcha e a necessidade de

realizar pausas7,8

. Por esta razão, o seu papel em medir a limitação funcional, ao avaliar os efeitos da

terapia e na estratificação de prognóstico tem sido amplamente investigado6.

O teste tem emergido como uma das principais formas de avaliar a capacidade de

exercício e o status funcional do sistema cardiovascular ou respiratório em diversas situações, na

avaliação de programas de prevenção, terapêuticos e de reabilitação de diversas enfermidades, assim

como método de avaliação para predizer mortalidade e morbidade9.

Beatty et al. (2009) mostraram que a distância percorrida no TC6 (DTC6) previu eventos

cardiovasculares em pacientes com doença coronariana estável, e sua capacidade preditiva foi

semelhante ao teste de exercício em esteira. Ademais, estudos anteriores já haviam identificado que

uma DTC6 ≥ 300 m é preditora de sobrevida em cinco anos de acompanhamento de pacientes idosos

submetidos à CC11

. Recentemente, a incapacidade de pacientes submetidos à CC em realizar o TC6 na

pré-alta hospitalar foi utilizado como um fator determinante do risco de complicações pós cirúrgicas e

mortalidade7,12

.

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13

Embora estudos clínicos demonstrem a importância do TC6 como marcador de resultado

e preditor de morbidade e mortalidade em pacientes cardíacos, ainda não esta estabelecido na

literatura, quais determinantes clínicos predizem um desempenho ruim no TC6 na alta hospitalar de

pacientes submetidos a CC.

Portanto, a necessidade de estudos que possibilitem o esclarecimentos de quais os fatores

determinantes da distância percorrida no TC6 na alta hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia

cardíaca mostrou-se relevante visto que, poderá auxiliar na pratica assistencial dos profissionais que

atuam na reabilitação destes pacientes.

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14

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Breve histórico sobre a cirurgia cardíaca

Até final do século XIX e início do século XX, o tratamento cirúrgico do coração era

considerado inaceitável, fato que pode ser observado na declaração de Theodor Billroth, um dos

maiores cirurgiões na história da medicina, no encontro da Sociedade Médica de Vienna de 1881,

quando declarou: "No surgeon who wished to preserve the respect of his colleagues would ever

attempt to suture a wound of the heart" ou seja até mesmo os esforços emergentes para salvar vidas

eram vistos com desagrado, a cirurgia para corrigir condições cardíacas existentes era vista com muito

mais hostilidade13

.

De acordo com Braile et. al. (2012), o avanço do século XX permitiu colocar o coração

em um patamar hierárquico não muito distante dos demais órgãos do corpo, desmistificando a ideia de

que este órgão representaria “a sede da alma”. Iniciou-se assim a história da cirurgia cardíaca com a

introdução dos procedimentos paliativos nas cardiopatias congênitas e das operações fechadas.

Em 1955, foi realizada a primeira cirurgia cardíaca aberta, bem sucedida para correção

interatrial, usando a circulação extracorpórea (CEC). A máquina de circulação extracorpórea

representa um dos marcos evolutivo para a cirurgia cardíaca, visto que, somente através dela, foi

possível avançar na correção dos defeitos intracardíacos15

.

2. 2. Indicações e principais procedimentos cirúrgicos

As cirurgias cardíacas são consideradas procedimentos de grande porte, dentre elas

destacam-se a revascularização do miocárdio (RM) e as trocas valvares16

. A opção pela intervenção

cirúrgica ocorre quando se constata uma maior probabilidade de obtenção de vida útil com a utilização

do tratamento cirúrgico em detrimento do tratamento clinico17

.

A RM está indicada para aqueles pacientes nos quais o tratamento clínico não consegue

controlar a angina pectoris ou para aqueles que possuem um elevado grau de obstrução de artérias

coronárias principais, levando ao risco de vida. Geralmente, são pacientes que apresentam lesões

coronarianas difusas, com acometimento de mais de um território coronariano e com envolvimento de

artérias vitais, como o tronco da coronária esquerda e o ramo descendente anterior16

.

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15

Na cirurgia de RM realiza-se uma ponte (bypass) entre a artéria coronária doente e outra

artéria (aorta geralmente). Os condutos utilizados são enxertos que podem ser auto-enxertos ou

sintéticos. Os sintéticos são pouco utilizados e os auto-enxertos podem ser arteriais ou venosos. O

conduto venoso mais utilizado é a veia safena, enquanto que, dentre os arteriais, destaca-se o uso da

artéria mamária18,19

.

As doenças de valvas cárdicas podem ocorrer em uma ou mais valvas do coração. Uma

variedade de etiologias pode estar envolvida, como doença reumática, endocardite infecciosa, prolapso

valvar ou malformação congênita20

. As indicações para cirurgia são a presença de angina,

insuficiência cardíaca congestiva ou episódios de síncope21

.

A estenose aórtica é a doença valvar cardíaca mais comum, tendo a substituição cirúrgica

da valva aórtica, há décadas, como tratamento eleito para pacientes com estenose aórtica acentuada,

determinando alívio dos sintomas e aumento da sobrevida22

.

A insuficiência mitral é considerada uma doença cardíaca comum, pode ser resultante de

anormalidades em seu anel, folhetos valvares, cordoalhas tendíneas ou músculos papilares23

. As

indicações para correção cirúrgica são insuficiência cardíaca congestiva aguda, endocardite com

comprometimento hemodinâmico, bacteremia ou sepse, sintomas de insuficiência cardíaca congestiva

ou angina e, ainda sinais de descompensação do paciente, como fração de ejeção menor que 55%24

.

2.3 Complicações pós-operatórias

As cirurgias cardíacas podem desencadear uma série de complicações clínicas e

funcionais. Dentre estas, as complicações pulmonares são as mais comuns e contribuem diretamente

para maiores taxas de morbidade e mortalidade, aumento do tempo de hospitalização e do tempo de

retorno à vida produtiva4, 5, 6, 25

.

As alterações respiratórias no pós-operatório podem estar relacionadas à função pulmonar

e cardíaca prévia, ao uso de CEC, ao grau de sedação, à intensidade da manipulação cirúrgica e ao

número de drenos pleurais, sendo os fatores intra-operatórios os principais responsáveis por alterar a

mecânica respiratória no pós-operatório imediato26,27

. Os efeitos da esternotomia, dissecção da artéria

mamária interna, bem como a utilização de CEC são exemplos de fatores intra-operatórios exclusivos

para procedimentos cirúrgicos cardíacos4,28

.

Pacientes submetidos à cirurgia com CEC podem apresentar uma redução de função

pulmonar no pós-operatório associada às reações inflamatórias desencadeadas por este procedimento28,

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16

29. A passagem de sangue por um circuito artificial na CEC permite o seu contato com superfícies não

endoteliais, filtros e turbulências. Este contato desencadeia uma série de alterações importante, como a

mudança do regime do fluxo sanguíneo, possível aumento do gradiente de temperatura e estresse

mecânico sobre os elementos figurados do sangue. Acredita-se que este processo inicia uma cascata de

reações inflamatórias com consequências pós-cirúrgicas30,31

.

As complicações respiratórias também estão associadas à presença de drenos pleurais e à

esternotomia que, por sua vez, apresentam como frequente complicação a redução de volumes e

capacidades pulmonares levando à formação de atelectasias, com alterações da relação ventilação-

perfusão, da pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial (PaCO2) e da pressão parcial de

oxigênio no sangue arterial (PaO2)26

. O impacto da incisão por esternotomia mediana nas disfunções

pulmonares pós-operatórias ainda não é clara. A esternotomia com retração de costelas leva a redução

das pressões das vias aéreas e aumento da complacência pulmonar, porque a parede torácica não

impede a expansão do pulmão31

.

A dor também tem sido descrita como complicação frequente em pós-operatório, com

incidência de 47% a 75% dos pacientes, sendo muitas vezes descrita como intensa e capaz de gerar

limitação da expansibilidade torácica e desencadear retenção de secreções, atelectasias e processos

infecciosos32

.

Fatores pré-operatórios como idade avançada, baixa fração de ejeção, doença pulmonar

obstrutiva crônica (DPOC), reoperação, infarto agudo do miocárdio prévio, insuficiência renal e baixa

de hematócrito também são considerados fatores de risco para desenvolvimento de complicações pós-

operatórias e aumento de morbidade e mortalidade33

.

2.4 Teste de caminhada de 6 minutos.

A avaliação da capacidade física funcional no final de um período de recuperação de um

paciente tem sido considerada como uma medida de resultado relevante para a eficácia da reabilitação

cardíaca7.

Nos últimos anos, o TC6 tornou-se um dos testes clínicos de exercício mais popular para

avaliar a capacidade funcional. É um teste prático, simples e barato, e não necessita de qualquer

equipamento de exercício ou formação avançada para técnicos34

. O TC6 tem semelhanças para as

atividades da vida diária e pode ser realizado por pacientes com capacidade funcional limitada que,

não poderiam ser avaliados por testes de exercício limitado por sintomas máximos, como são

pacientes cardíacos após uma grande cirurgia recente35

.

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17

O TC6 é amplamente utilizado na reabilitação cardíaca (RC) como indicador do status

funcional e como uma medida de resultado em pacientes após cirurgia cardíaca, infarto agudo do

miocárdio e pacientes com insuficiência cardíaca crônica36

.

Os testes de caminhada são comumente utilizados na prática clínica desde a década de 60,

os quais representam alternativas potenciais para medir a tolerância a exercícios e estimar capacidade

funcional de indivíduos saudáveis e com diversas doenças como, cardiopatias e doenças

pulmonares37,38

.

Os testes de caminhada, utilizados atualmente na avaliação de pacientes com doenças

cardiorrespiratórias, resultam da adaptação do teste de corrida de 12 minutos de Cooper, desenvolvido

com o objetivo de verificar o nível de condicionamento físico de soldados das forças armadas

americanas, o qual consiste em correr a maior distância possível em 12 minutos39

.

Na década de 70, McGavin et al.(1970) modificaram o teste de corrida de Cooper

definindo o teste de caminhada de 12 minutos como ferramenta para avaliar a capacidade funcional

em indivíduos com pneumopatias crônicas. Os autores relataram a experiência inicial do teste como

método de avaliação de condições patológicas, o qual apresentou boa reprodutibilidade e correlação

com o consumo máximo de oxigênio avaliado por meio de ergometria, sugerindo constituir um

instrumento simples para a avaliação de incapacidades diárias em pacientes com bronquite crônica.

Apesar de ser um instrumento simples de avaliação, o teste de caminhada de 12 minutos

apresentava algumas dificuldades de realização na prática clínica, vinculadas principalmente, a sua

duração. O teste de caminhada de 12 minutos foi, então, adaptado para períodos mais curtos (dois e

seis minutos). O teste com dois minutos apresentou responsividade limitada, sobretudo para pacientes

menos debilitados, sendo encontrada uma alta correlação entre a velocidade observada em seis e 12

minutos. Desde então, o TC6 fortaleceu-se como método de avaliação de desempenho

cardiorrespiratório41

.

A partir da década de 1980, houve um crescimento da utilização do TC6 na prática

clínica, sobretudo na insuficiência cardíaca e nas doenças pulmonares crônicas43

. Alguns estudos já

mostraram que o TC6 também é bem tolerado após a cirurgia cardíaca, mesmo em pacientes idosos e

pode ser utilizado como ferramenta eficaz para individualizar os programas de RC8, 14

.

Além disso, segundo Guyatt et al. (1984)10

, este teste se correlaciona melhor à demanda

das atividades diárias em relação à prova com cicloergômetro em indivíduos saudávies, apresentando

também correlação com a classificação de funcionalidade e prova em cicloergometro em pacientes

com insuficiência cardíaca.

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Apesar da variação nos protocolos do TC6 e variação individual decorrente das

características dos pacientes, o TC6 mostra-se como um teste de capacidade funcional confiável,

válido e reprodutível5, 8, 43

.

Em 2002 a American Thoracic Society (ATS) publicou uma diretriz para realização do

TC6, referência valiosa para pesquisadores interessados em utilizar o TC6, com orientações

específicas, protocolo de aplicação, indicações mais comuns e as limitações do teste. Também são

fornecidas descrições detalhadas dos aspectos práticos para realizar um teste padronizado e

reprodutível na prática clínica38

.

A interpretação dos resultados do TC6 é relativamente simples e tem sido melhorada com

a introdução de equações de referência para calcular as distâncias previstas. Existem, na literatura,

algumas fórmulas que podem predizer, com base em sexo, peso, altura e idade, qual a distância

caminhada esperada no teste44

. A figura 1 apresenta as fórmulas propostas por Enright e Sherrill45

.

Figura 1: Equações de referência para predição da distância no Teste de Caminhada de 6

minutos segundo Enright e Sherrill, 1998.

Em geral, uma melhora ou declínio na distância percorrida é clinicamente importante. O

aumento na DTC6 pode indicar melhora global da capacidade funcional, eficácia de uma intervenção

ou programa de reabilitação, melhora na capacidade de exercício, ou ser um preditor de morbidade e

mortalidade46

.

Fiorina et al.8 encontraram que a capacidade funcional expressa pela DTC6 está reduzida

após a CC. Beatty et al12

, verificaram que a DTC6 previu eventos cardiovasculares e sua capacidade

preditiva foi semelhante a do teste de esforço na esteira. La Rovere et al (2013), indicaram que em

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pacientes submetidos a programa de reabilitação pós-cirurgia cardíaca, a DTC6 pré-alta fornece

informação prognóstica independente para a mortalidade por todas as causas.

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20

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Identificar os fatores determinantes da distância percorrida no teste de caminhada

de seis minutos (DTC6) na alta hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.

3.2 Objetivos específicos

- Verificar a distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (DTC6) em

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em relação ao predito.

- Estabelecer uma equação de referência e testar sua confiabilidade.

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4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

4.1 Aspectos éticos

A pesquisa seguiu as Diretrizes e Normas de Pesquisa em Seres Humanos do

Conselho Nacional de Saúde (Resolução 196/96), e foi aprovada pelo Comitê de Ética em

Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) com o nº CAAE -

0180.0.107.107-11, e todos os pacientes incluídos no estudo assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A).

4.2 Tipo de estudo e local da pesquisa.

Trata-se de um estudo clinico do tipo descritivo e observacional, realizado no período

entre dezembro de 2011 e agosto de 2013 na Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia, Aracaju,

Sergipe, que é centro de referência em cirurgia cardíaca no estado de Sergipe e municípios

circunvizinhos da Bahia e Alagoas.

4.3 Casuística

A amostra foi selecionada de forma não probabilística ou de conveniência e consecutiva,

composta por 94 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Foram elegíveis pacientes submetidos à

cirurgia cardíaca eletiva de revascularização do miocárdio ou troca valvar, que concordaram participar

e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Pacientes com idade superior a 75 anos; que

apresentassem a necessidade de ventilação mecânica maior que 24 horas, reabordagem cirúrgica,

arritmia durante o protocolo; pacientes com transtornos psiquiátricos, doenças musculares ou

neurológicas que impossibilitassem a realização do protocolo foram excluídos do estudo.

4.4 Variáveis

Variáveis consideradas como potencialmente associadas à distância percorrida no TC6

(DTC6) na alta hospitalar foram idade, sexo, tipo de cirurgia (revascularização o miocárdio (RM) ou

troca valvar (não-RM)), dias de internação hospitalar, dias de internamento na unidade de terapia

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intensiva (UTI), tempo de ventilação mecânica, tempo de circulação extracorpórea (CEC), qualidade

de vida (Perfil de Saúde de Nottingham - PSN), capacidade funcional (Medida de Independência

Funcional – MIF), índice de massa corpórea (IMC), fração de ejeção de ventrículo esquerdo pré-

operatória (FEVE), capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo

(VEF1), presença de diabetes e dosagem de hemoglobina.

4.5 Métodos de avaliação

4.5.1 Teste de caminhada de seis minutos (TC6)

O TC6 foi realizado seguindo a técnica proposta pelas diretrizes da ATS34

. Os pacientes

foram incentivados a caminhar a maior distância possível num corredor de 30 metros, com marcações

a cada 2 metros durante seis minutos.

Uma cadeira ficou próxima ao paciente caso o mesmo necessitasse de repouso. Durante o

teste, um oxímetro de pulso MD300, da marca Linde®, foi usado para monitorar continuamente a

frequência cardíaca (FC) e a saturação periférica de oxigênio (SpO2). O paciente permaneceu com o

braço estendido ao longo do corpo e o sensor luminoso fixado no segundo dedo do paciente em

posição horizontal para proporcionar medidas estáveis. No final de cada minuto, foi dado o estímulo

verbal padronizado de acordo com a diretriz34

.

A DTC6 foi medida. Cada teste foi realizado de forma individualizada. Foi explicado aos

participantes que, durante o teste, eles poderiam parar de andar em qualquer momento caso

apresentassem algum desconforto, mas que o tempo de teste continuaria sendo contado.

4.5.2 Avaliação da Função Pulmonar

A função pulmonar foi medida pela espirometria, utilizando o espirômetro portátil

fabricado pela Clement Clarke ONE FLOW®. Manobras de capacidade vital forçada foram realizadas

em posição sentada, com bucais, descartáveis e de uso individual, e clipe nasal, seguindo os

procedimentos técnicos, critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade, conforme recomendado pela

ATS47

.

Houve incentivo verbal durante toda a prova, com o intuito de otimizar o desempenho do

paciente. Foram realizadas até sete medidas, sendo no mínimo três e escolhidas as melhores curvas,

obtendo dados de CVF e VEF1.

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23

4.5.3 Capacidade Funcional

A capacidade funcional por meio da Medida de Independência Funcional (MIF), que faz

parte do Sistema Uniforme de Dados para Reabilitação Médica, sendo amplamente utilizado e aceito

como medida de avaliação funcional internacionalmente48

e validado no Brasil49

. A MIF avalia a

independência e o auxílio demandado por uma pessoa para a realização de uma série de tarefas

motoras e cognitivas da vida diária. Entre as atividades avaliadas estão as atividade de autocuidado,

transferências, locomoção, controle esfincteriano, comunicação e interação social49

.

A MIF apresenta 18 itens de avaliação, sendo composto por dois campos: o motor e o

cognitivo. O campo motor é composto de 13 itens e subdividido em quatro categorias: cuidados

pessoais, controle de esfíncter, mobilidade/transferência e locomoção. O campo cognitivo é composto

de cinco itens e tem duas categorias: comunicação e cognição social. Para cada item, atribui-se uma

pontuação que varia entre 1 = assistência total; 2 = alta assistência; 3 = assistência moderada; 4 =

assistência mínima; 5 = supervisão; 6 = independência modificada e 7 = independência total. Assim, a

pontuação total varia de 18 (dependência total) a 126 (independência total)50

.

4.5.4 Avaliação da qualidade de vida

Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o Perfil de Saúde de Nottingham (PSN),

um instrumento genérico desenvolvido originalmente para avaliar a qualidade de vida em pacientes

com doenças crônicas51

. Trata-se de um questionário auto administrado, constituído de 38 itens,

baseados na classificação de incapacidade descrita pela Organização Mundial de Saúde. Utilizando

uma linguagem de fácil interpretação, o PSN fornece uma medida simples da saúde física, social e

emocional do indivíduo, sendo considerado clinicamente válido para distinguir pacientes com

diferentes níveis de disfunção e para detectar alterações importantes no quadro de saúde do paciente

ao longo do tempo52

.

4.5.5 Dados coletados

As variáveis tipo de cirurgia, tempo de ventilação mecânica, tempo CEC, dias de

internação hospitalar, dias de internação UTI, FEVE, dosagem de hemoglobina e presença de

comorbidades (hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes e dislipidemia) foram coletadas dos

prontuários.

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24

4.5.6 Delineamento do estudo

A avaliação dos pacientes foi realizada em dois momentos no pré-operatório e na alta

hospitalar. Foram coletados dados dos prontuários e foi realizada espirometria e a aplicação da

Medida de Independência Funcional (MIF) e Perfil de Saúde de Nottingham (PSN). O TC6 foi

realizado somente no momento da alta hospitalar

4.6 Análise estatística

Para o cálculo do tamanho da amostra utilizamos a seguinte fórmula proposta por Milton,

et. al54i

, para uma variância atribuída (∆rj2) = 0,05 e uma variância explicada pelo modelo(R

2) = 50%

ou 0,05, n = 41+K. Sendo K o numero de variáveis, como foram consideradas 15 variáveis como

potencialmente associadas à DTC6 para determinar o modelo final, temos um n mínimo de 56

pacientes.

Os dados são apresentados em média e desvio-padrão. Para analisar as variáveis coletadas

no grupo estudado usamos a análise univariada, realizada através de regressão linear simples, para

selecionar as variáveis a serem usadas no modelo da análise multivariada. Para a análise univariada,

consideramos um nível de significância menor que 20% (p<0,20).

Em seguida foi realizada a análise multivariada, através da regressão linear múltipla. A

regressão linear e múltipla é uma extensão da regressão simples, para o caso de existirem mais do que

uma variável independente, e tem como objetivo investigar simultaneamente os efeitos, de várias

variáveis independentes sobre uma variável dependente54

. Esta análise nos fornece um coeficiente de

regressão padronizado (β), uma medida de quão fortemente cada variável preditora influencia a

variável dependente, permitindo gerar uma equação preditiva para a variável dependente analisada. É

possível ainda, calcular a medida da correlação entre o valor observado e o valor previsto da variável

dependente (R) e o R2 que representa o quadrado da medida de correlação e indica a proporção da

variância na variável dependente que é explicada pelo modelo proposto.

Na análise multivariada, as variáveis não significantes foram excluídas do modelo uma

por vez de forma manual seguindo o critério do maior valor de “p”. O modelo foi determinado quando

todas as variáveis se apresentavam com um nível de significância menor que 5% (p<0,05). A variável

dependente foi a distância no TC6. Ao final da análise, criamos uma equação com as variáveis

associadas.

As variáveis consideradas para a análise univariada foram: idade, sexo, tipo de cirurgia

(RM ou Não-RM), dias de UTI, dias de internação hospitalar, tempo de CEC, tempo de VM, FEVE

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pré, PSN alta, MIF motor alta, MIF total alta, CVF pré, CVF alta, VEF1 pré, VEF1 alta, presença de

diabetes e dosagem de hemoglobina.

A confiabilidade da nossa equação de referência de TC6 foi avaliada utilizando a

metodologia de Bland e Altmam55

em um segundo grupo de seis pacientes, 10% da amostra que gerou

a equação. Foi realizada a representação de Bland e Altman, para comparação da distância medida e

do previsto com a equação proposta.

Para todas as análises estatísticas, foi usado o SPSS (Chicago IL, EUA) versão 13.0.

4.7. Fonte de financiamento

Este estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e

Tecnológico (CNPQ / Brasil) e pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do

Estado de Sergipe (FAPITEC-SE).

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26

5 RESULTADOS

5.1 Caracterização dos pacientes

Foram selecionados 94 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, 34 foram excluídos devido à

alta antes da realização do TC6, tempo de VM maior que 24h, necessidade de reoperação, óbito e

recusa (FIGURA 01). As características dos 60 pacientes avaliados estão resumidas na Tabela 01.

Figura 01: Fluxograma de pacientes do estudo. TC6: Teste de caminhada de seis minutos; VM: ventilação

mecânica; TCLE: termo de consentimento livre e esclarecido; PO: pós-operatorio.

94 pacientes submetidos à cirurgia cardiaca

Exclusões ( 34 pacientes)

- Alta antes do TC6 (N=13)

- Tempo de VM maior que 24h (N = 5)

- Instabilidade hemodinamica (N=1)

- Retiraram o TCLE ( N= 8)

- Necessidade de reoperação ( N = 4)

- Obito durante a cirurgia ou PO imediato ( N = 3) Total = 60 pacientes

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27

Tabela 01: Caracterização dos Participantes do estudo (60 pacientes)

Variável

DTC6

Idade 51,53 ± 13

Sexo

Homens/Mulheres (%) 44 / 56

Cirurgia

Revascularização (%) 44,26

Troca/ Plástica Valvar (%) 55,74

IMC (kg/m2) 24,84

Tempo de UTI (dias) 3,5 ±6

Tempo de Internamento (dias) 11,29 ±6

Fração de ejeção pré-operatória do VE (%) 60 ± 14

Tempo de CEC (min) 93 ±27

CVF – Pré 1,20 ± 0,4

CVF – Alta 1,63 ± 0,5

VEF1 – Pré 2,02 ± 0,6

VEF1 – Alta 2,54 ±0,8

PSN – Pré 158,06 ± 99,01

PSN – Alta 160,70 ± 100

MIF – Pré 123 ± 4

MIF – Alta 115 ± 10.8

DM(%) 20

IMC: índice de massa corporal, CEC: circulação extra corpórea, UTI: Unidade de tratamento

intensivo; VE: ventrículo esquerdo; ). CVF - Capacidade Vital Forçada; FVE1 - Volume

expiratório forçado no primeiro segundo; DM: Diabetes melitus. Os dados expressos em

porcentagem(%) representam a prevalência da ocorrência nessa amostra.

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28

Tabela 02: Caracterização dos Participantes do estudo estratificados quanto ao tipo de

cirurgia

RM Não-RM P

DTC6

Idade 57,88 ± 8,7 45,66 ± 12,5 <0,0001*

Sexo

Homens (%) 51,8 33,3

IMC 24,53± 6,8 25,24± 4,7 0,99

Tempo de UTI (dias) 2,3± 0.4 2,8± 0,7 0,006*

Tempo de Internamento (dias) 10± 2,7 14,7± 10,97 0,12

FEVE pré-operatória (%) 60,25± 13,0 62,54± 10.63 0,87

Tempo de CEC (mim) 98,33± 40,99 83,38± 28,47 0,1088

Tempo de VM (horas) 11,54± 3,5 11,04± 5,22 0,1945

Ex-Tabagista (%) 51,8 21,2 0,0005*

Etilista/Ex-etilista (%) 48,1 30,3 0,057

Diabéticos (%) 40,7 3 <0,0001*

HAS (%) 74 48,4 0,026

Dislipidemia (%) 33,3 18,5 0,05

Tabela 02: IMC: índice de massa corporal, CEC: circulação extra corpórea, UTI: Unidade de tratamento

intensivo; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; VM: Ventilação mecânica; HAS: hipertensão

arterial sistemica. Realizado Test t para as variáveis paramétricas e Mann-Whitney para não paramétricas. e

teste Qui-Quadrado para as variáveis categóricas (*p<0,05). Os dados expressos em porcentagem (%)

representam a prevalência da ocorrência nessa amostra.

5.2 Desempenho no TC6

O TC6 foi bem tolerado por todos os pacientes e nenhum teste foi interrompido antes de

completar 6 minutos. A DTC6 média foi de 260,20 ± 89,20 metros, o que representa 49% do previsto

pela equação de Enright e Sherrill45

. A figura 02 mostra a distribuição percentual da distância

percorrida.

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29

Figura 02: Distribuição percentual dos pacientes de acordo com a distância percorrida

no TC6.

5.3 Equação preditiva

A análise univariada selecionou as seguintes variáveis que foram consideradas na análise

multivariada: Idade (p= 0,001), tipo de cirurgia (p = 0,037), dias de UTI (p=0,037), tempo de CEC (p

= 0,13), MIF total na alta (p = 0,074), IMC (p=0,20) e presença de DM (p=0,20).

Foram retiradas do modelo de análise multivariada as seguintes variáveis (em ordem de

retirada): idade (p=0,69), presença de DM (p=0,64) e dias de UTI (p=0,99).

As variáveis selecionadas na análise multivariada para o modelo final estão na

apresentadas na Tabela 03.

Tabela 03: Variáveis selecionadas na análise multivariada.

Variável Β P

Tipo de cirurgia 89,42 0,001

Tempo de CEC 1,60 0,001

MIF total 2,79 0,004

IMC 7,53 0,007

Tabela03: Variáveis independentes selecionadas através de regressão

linear múltipla como preditivas da DTC6. Β – coeficiente de regressão.

R=0,91 e R2 =0,83 com p < 0,001.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

<100 101 -200 201 -300 >300

% p

acie

nte

s

Distância (m)

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30

A equação derivada da análise multivariada foi:

DTC6 = Tipo de cirurgia (89,42) + CEC (1,60) + MIF total (2,79) – IMC (7,53) – 127,90

*considerando DTC6 em metros; cirurgia: 1 para RM e 2 para não-RM; tempo de CEC em minutos; IMC –

índice de massa corpórea (kg/m2) e MIF – medida de independência funcional.

Tendo em vista que o tipo de cirurgia foi a variável que mais influenciou na distância

percorrida no TC6, resolvemos comparar o perfil dos nossos pacientes RM e não-RM. O grupo RM

apresentou maior idade (p<0,0001) e maior percentual de fatores de risco como HAS, diabetes,

dislipidemia, história de tabagismo e etilismo (TABELA 2).

5.4 Confiabilidade da equação

A distância média percorrida no TC6 avaliada em um segundo grupo de pacientes (n=6),

usada para testar a confiabilidade da equação gerada, foi de 330, 14 ± 55,51, o que representa 106 ±

13% do valor previsto, calculado a equação proposta. A correlação entre os valores medidos e o

previsto foi significativa (r=0,76, p<0,05).

A figura 02 mostra o gráfico de Bland Altman15

, representação gráfica da a comparação entre

a distância obtidos no TC6 no segundo grupo de pacientes e DTC6 prevista pela equação proposta.

Figura 02:Representação de Bland e Altman da Medida da Distância percorrida no Teste de Caminha de 6

minutos (DTC6) e a distância predita pela equação proposta. Media ± Desvio padrão. (r=0,76) (DP=± 40,07)

-150

-120

-90

-60

-30

0

30

60

90

120

150

240 260 280 300 320 340 360 380 400 420

DT

C6

med

ida

- D

TC

6 P

red

ita

(m)

(DTC6 Predita + DTC6 Medida) / 2 (m)

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31

6 DISCUSSÃO

A redução na capacidade funcional, expressa pela capacidade deambulação, no pós-

operatório de cirurgia cardíaca até então descrita na literatura6, 35

, também foi encontrada neste estudo.

Os resultados deste estudo demonstraram uma redução na distância percorrida no teste de caminha de

seis minutos (DTC6) em relação ao previsto pela equação de Enright e Sherril.

Este estudo permitiu identificar fatores determinantes da DTC6 na alta hospitalar em

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, utilizando variáveis não invasivas e fáceis de serem

coletadas na prática clínica. Além disso, este estudo foi o primeiro a propor e testar uma equação

preditiva da DTC6 na alta hospitalar de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.

Os resultados encontrados sugerem que a DTC6 na alta hospitalar de pacientes

submetidos à cirurgia cardíaca foi determinada pelo tipo de cirurgia (RM ou não RM), tempo de CEC,

MIF total e IMC.

O tipo de cirurgia (RM ou não RM) foi encontrado como principal variável preditiva para

a DTC6. A literatura é controversa em relação à influencia do tipo de cirurgia e a capacidade física no

pós-operatório6,

. Neste estudo, no entanto, mostra um melhor desempenho para os pacientes

submetidos a cirurgia não-RM. Estudos mostram que indivíduos que apresentam uma associação de

fatores de risco cardiovascular apresentam um pior desempenho no TC6 quando comparados a

indivíduos saudáveis56,57

. De uma maneira geral, foi observado que indivíduos submetidos a cirurgia

de RM apresentaram maior percentual de fatores de risco cardiovascular, podendo este fato estar

influenciando negativamente a capacidade de deambulação neste grupo.

Não há relatos publicados sobre influencia do tempo de CEC na capacidade de

deambulação. Nos últimos anos, tem-se relacionado a CEC com complicações pulmonares pós-

operatórias que poderiam culminar em algum grau de limitação funcional2. Acredita-se que a

passagem do sangue por uma superfície não-epitelizada provocaria reações inflamatórias levando ao

extravasamento de água extravascular pulmonar, formação de edemas e inativação de surfactante.

Estes eventos estão associados à alteração na relação ventilação-perfusão, redução da complacência

pulmonar e aumento do trabalho respiratório2.

Entretanto, alguns estudos tem questionado este impacto tão negativo relatado com a

utilização da CEC em cirurgias cardíacas. Reedy et al. (2006) encontraram em seu estudo vantagem

clínica clara para cirurgia sem CEC quanto ao tempo de ventilação mecânica. Porém com relação às

complicações pós operatórias este estudo não encontrou diferença significativa entre os grupos com e

sem CEC, relatando que a presença de complicações pulmonares pós operatórias tem caráter

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multifatorial e está relacionada a fatores como anestesia geral, uso de sedação, esternotomia e

abertura pleural além do uso da CEC. Cox et al.(2000), estudando o impacto da CEC no pós

operatório de cirurgia cardíaca, verificaram que o tempo de CEC não influencia o resultado dos testes

de função pulmonar e gasometria pós-operatória 6h após a extubação de pacientes adultos e idosos

submetidos à cirurgia cardíaca.

Neste estudo, o tempo de CEC na DTC6 apresentou influencia mínima, porém positiva,

acreditamos que isto pode ter ocorrido pelo fato dos pacientes mais graves terem sidos excluídos do

grupo.

O IMC já havia sido descrito como um fator determinante para a capacidade de

deambulação, sua influência negativa no IMC já está bem estabelecida no campo da fisiologia do

exercício. Enrigth, et al.45

, observou que o excesso de peso pode influenciar a marcha e aumentar a

carga de trabalho. A obesidade aumenta a carga de trabalho para uma determinada quantidade de

exercício, resultando em uma menor DTC6 em pacientes com maior peso corporal ou IMC. De fato,

em nosso estudo, o IMC apresentou-se como um fator determinante, influenciando de forma negativa

o desempenho no TC6.

Alguns estudos18,59,60,

atribuíram ao sexo também ser um fator determinante na DTC6,

entretanto neste estudo o sexo não se mostrou uma variável preditiva da DTC6 em nesta população. A

ausência do sexo como um pre ditor da DTC6 é consistente com as observações de outros estudos 18,60

que demonstraram que após a correção para a altura e peso, não há diferença na DTC entre homens e

mulheres.

Outros estudos demonstraram que os valores espirométricos apresentaram uma forte

correlação positiva com a DTC6 em adultos saudáveis65,66

, neste estudo as variáveis de função

pulmonar (CVF e VEF1) não foram representadas no modelo final, provavelmente devido à

homogenidade da amostra.

Neste estudo a combinação das variáveis independentes foi capaz de explicar 86% da

variabilidade da DTC6 na amostra total. Este valor é satisfatório em comparação com estudos

anteriormente publicados para indivíduos saudáveis, cujas equações propostas explicaram 30% a 66%

da variabilidade da DTC645, 59, 60,61

.

Embora uma parcela significativa da variância da DTC6, seja explicada pela equação

proposta, recomenda-se cautela na interpretação dos resultados, visto que a amostra representa uma

polução específica. Pesquisas adicionais são necessárias para confirmar a adequação desta equação em

outras amostras, pois características populacionais devem ser consideradas.

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33

A literatura sugere que características populacionais apresentam influencia sobre a

capacidade de deambulação. Ben Saad et al (2009), mostraram que a DTC6 foi 132 m e 30 m superior

em indivíduos com alta escolaridade e com melhor condição socioeconômica, respectivamente. Após

ajuste para a idade, o gênero, o peso, a estatura, entre outros fatores, os indivíduos estadunidenses

afrodescendentes apresentaram pior performace no TC6, quando comparados aos seus compatriotas

caucasianos57,65,66

. Em um outro estudo no Japão, observaram que a DTC6 percorrida pelos japoneses

foi semelhante à DTC6 relatada para indivíduos caucasianos64

.

Outros fatores que não foram avaliados no estudo podem, no entanto, ter influenciado a

DTC6: percentual de massa magra corporal, força do quadríceps, o comprimento da perna, nível de

atividade física prévio à cirurgia cardíaca63, 65

.

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34

7. LIMITAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo apresenta algumas limitações potenciais, como avaliação da DTC6 antes do

procedimento cirúrgico e a não inclusão de outras variáveis como a caracterização do nível de

atividade física antes do procedimento cirúrgico que poderia influenciar o estado funcional dos

pacientes. Além disto, a interpretação dos nossos dados deve ser cautelosa por representar pacientes de

apenas um serviço de cardiologia.

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35

8 CONCLUSÃO

Neste estudo, os determinantes da distância percorrida no TC6 na alta hospitalar em

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca foram tipo de cirurgia, tempo de CEC, capacidade funcional e

o índice de massa corpórea. O grupo estudado apresentou um déficit importante da DTC6 em

comparação ao previsto. Uma importante contribuição deste trabalho foi a obtenção de equação para a

DTC6 na alta hospitalar de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.

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36

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42

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,__________________________________, abaixo assinado, autorizo a Universidade Tiradentes,

por intermédio do (a)s aluno (a)s, Géssica Uruga Oliveira, Laís Lemos Melo e Rogério Batista de

Santana devidamente assistidos pelos seus orientadores Manoel Luís Cerqueira Neto e Lucas de

Assis Pereira Cacau, a desenvolver a pesquisa abaixo descrita: 1-Título do Experimento:

“REALIDADE VIRTUAL NA REABILITAÇÃO CARDÍACA: UMA NOVA FERRAMENTA PARA

REINTEGRAÇÃO FUNCIONAL”. 2-Objetivo: Avaliar os efeitos da Reabilitação Cardíaca Fase I

sobre a função pulmonar e funcionalidade em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca 3-Descrição

de procedimentos: Após sua assinatura, serão realizadas as avaliações pré-operatórias, orientações

sobre a cirurgia, sobre o pós-operatório e sobre a importância da fisioterapia com a realização de

exercícios respiratórios e deambulação precoce, objetivando a prevenção de complicações, assim

como a melhora da função pulmonar e força muscular. A avaliação do pré-operatório será realizada

com auxílio de questionário específico montado pelos pesquisadores, contendo dados e

antecedentes pessoais, fatores de risco, doenças associadas, diagnóstico, exame físico, exames

laboratoriais e de imagens e dados do prontuário do paciente. Os pacientes serão submetidos ao

protocolo de rotina na Fase I da Fundamentação de Beneficência Hospital Cirurgia e serão

reavaliados no 1º, 3º, 5º e 7º pós-operatório. 4-Desconfortos e riscos esperados: O paciente poderá

sentir um cansaço momentâneo durante a realização do protocolo de reabilitação ou avaliação, os

quais serão monitorados constantemente e interrompidos sempre que seja necessário. Fui

devidamente informado dos riscos acima descritos e de qualquer risco não descrito, não previsível,

porém que possa ocorrer em decorrência da pesquisa será de inteira responsabilidade dos

pesquisadores. 5-Benefícios esperados: Promover o conhecimento sobre os efeitos de um programa

de reabilitação cardiorrespiratória fase I sobre a função pulmonar de indivíduos submetidos à cirurgia

cardíaca, bem como uma discussão sobre a funcionalidade de pacientes submetidos à cirurgia

cardíaca. 6-Informações: Os participantes têm a garantia que receberão respostas a qualquer

pergunta e esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos assuntos relacionados à pesquisa.

Também os pesquisadores supracitados assumem o compromisso de proporcionar informações

atualizadas obtidas durante a realização do estudo. 7-Retirada do consentimento: O voluntário tem a

liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, não

acarretando nenhum dano ao voluntário. 8-Aspecto Legal: Elaborado de acordo com as diretrizes e

normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende à Resolução nº 196, de 10

de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde - Brasília – DF. 9-

Confiabilidade: Os voluntários terão direito à privacidade. A identidade (nomes e sobrenomes) do

participante não será divulgada. Porém os voluntários assinarão o termo de consentimento para que

os resultados obtidos possam ser apresentados em congressos e publicações. 11-Quanto à

indenização: Não há danos previsíveis decorrentes da pesquisa, mesmo assim fica prevista

indenização, caso se faça necessário. ATENÇÃO: A participação em qualquer tipo de pesquisa é

voluntária. Em casos de dúvida quanto aos seus direitos, escreva para o Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe. Rua Cláudio Batista s/n. – Santo Antônio - CEP

49060-100, Aracaju SE.

Aracaju, _____de _____de 201__.

_________________________________________

ASSINATURA DO VOLUNTÁRIO

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APÊNDICE B - PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO

Data:____/_____/_____

Nome:___________________________________________________________ RG:_____________

Endereço:_______________________________________________________Tel:_______________

Idade:______________ Sexo_______________Profissão:_________________________________

Nº do Prontuário: ___________

Diagnóstico:______________________________________________________________________

Cirurgia atual:______________________________________________________________________

Cirurgia prévia: 1º cirurgia (__/__/___)__________________________________________________

2º cirurgia (__/__/___)_______________________________________________

Complicações:_____________________________________________________________________

Tempo de cirurgia: _____________ Tempo de CEC:_______________VM:___________________

FE pré: __________ FE pós:__________ Dias de UTI:_______ Dias de internação:___________

Antecedentes pessoais

( ) Tabagismo (___cigarros/dia) ( )ex há___ Etilista ) ( )ex há___ ( )Dislipidemia ( )HAS

( )Diabete ( )AVC ( ) DPOC ( ) DC reumática ( )ICC grau____ ( )Sedentário ( )Ativo

Avaliação inicial (Pré- operatório) data:___/____/___

Espirometria: hora: _____________ PEF:________ FEV1: ________ FVC:_______IT:_________

hora: _____________ PEF:________ FEV1: ________ FVC:_______IT:_________

hora: _____________ PEF:________ FEV1: ________ FVC:_______IT:_________

Peso:_____ Kg Altura:_____ cm IMC:_____________ Hb:_________

2ª Avaliação (Pré- alta) data:___/____/___

Espirometria: hora: _____________ PEF:________ FEV1: ________ FVC:_______IT:_________

hora: _____________ PEF:________ FEV1: ________ FVC:_______IT:_________

hora: _____________ PEF:________ FEV1: ________ FVC:_______IT:_________

Peso:_____ Kg Altura:_____ cm IMC:_____________ Hb:_________

Medicamentos em uso:

______________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

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TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS

Nome: _________________________________________________

Data:__________________________

Tempo SatO2 FC FR Borg

Dispnéia

Borg

MMII PA

0’

3’

6’

Distância Percorrida:_______________________

Obs:_______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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45

AVALIAÇÃO MIF RESUMIDO

- Independência (sem ajuda):

7. Independência completa (em segurança, em tempo normal)

6. Independência modificada (ajuda técnica)

- Dependência modificada ( ajuda):

5. Supervisão

4. Ajuda mínima (indivíduo >= 75%)

3. Ajuda moderada (indivíduo >= 50%)

2. Ajuda máxima (indivíduo >=25%)

1. Ajuda total (indivíduo >= 0%).

Auto-Cuidado: Pré-operatório ___/____/___

Pré-Alta ___/____/____

A. Alimentação

B. Higiene Pessoal

C. Banho (lavar o corpo)

D. Vestir metade superior

E. Vestir metade inferior

F. Utilização do vaso sanitário

Controle de Esfíncteres

G. Controle da Urina

H. Controle das Fezes

Mobilidade

Transferências

I. Leito, cadeira, cadeira de rodas

J. Vaso sanitário

K. Banheira, chuveiro

Locomoção

L. Marcha / cadeira de rodas ( ) Marcha ( ) Cadeira Rodas

M. Escadas

Comunicação

N.Compreensão ( ) Auditiva ( ) Vocal

O. Expressão ( ) Vocal ( ) Não vocal

Cognição Social

P. Interação Social

Q. Resolução de Problemas

R. Memória

Total

(RIBERTO, et al 2001)

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Perfil de Saúde Nottigham (PSN)

ITENS Domínio Pré-

operatorio Pré-Alta

1. Eu fico cansado o tempo todo NE

2. Eu sinto dor à noite D

3. As coisas estão me deixando desanimado/deprimido(a) RE

4. A dor que eu sinto é insuportável D

5. Eu tomo remédios para dormir S

6. Eu esqueci como fazer coisas que me divertem RE

7. Eu me sinto extremamente irritado (“com os nervos à flor da pele”) RE

8. Eu sinto dor para mudar de posição D

9. Eu me sinto sozinho IS

10. Eu consigo andar apenas dentro de casa HF

11. Eu tenho dificuldade para abaixar HF

12. Tudo para mim requer muito esforço NE

13. Eu acordo de madrugada e não pego mais no sono S

14. Eu não consigo andar HF

15. Eu acho difícil fazer contato com as pessoas IS

16. Os dias parecem muito longos RE

17. Eu tenho dificuldade para subir e descer escadas ou degraus HF

18. Eu tenho dificuldade para pegar coisas no alto HF

19. Eu sinto dor quando ando D

20. Ultimamente eu perco a paciência facilmente RE

21. Eu sinto que não há ninguém próximo em quem eu possa confiar IS

22. Eu fico acordado(a) a maior parte da noite S

23. Eu sinto como se estivesse perdendo o controle RE

24. Eu sinto dor quando fico de pé D

25. Eu acho difícil me vestir HF

26. Eu perco minha energia rapidamente NE

27. Eu tenho dificuldade para permanecer de pé por muito tempo (na

pia da cozinha ou esperando o ônibus)

HF

28. Eu sinto dor constantemente D

29. Eu levo muito tempo para pegar no sono S

30. Eu me sinto como um peso para as pessoas IS

31. As preocupações estão me mantendo acordado(a) à noite RE

32. Eu sinto que a vida não vale a pena ser vivida RE

33. Eu durmo mal à noite S

34. Eu estou tendo dificuldade em me relacionar com as pessoas IS

35. Eu preciso de ajuda para andar fora de casa ( muleta, bengala ou

alguém)

HF

36. Eu sinto dor para subir e descer escadas ou degraus D

37. Eu acordo me sentindo deprimido RE

38. Eu sinto dor quando estou sentado D

(TEIXEIRA-SALMELA, ET AL, 2004)

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APÊNDICE C – ARTIGO

Determinants of distance walked during the six-

minute walk test in patients undergoing cardiac

surgery at hospital discharge

Géssica Uruga Oliveira1

Email: [email protected]

Vitor Oliveira Carvalho2,3

Email: [email protected]

Lucas Pereira de Assis Cacau4

Email: [email protected]

Amaro Afrânio de Araújo Filho4

Email: [email protected]

Manoel Luiz de Cerqueira Neto2

Email: [email protected]

Walderi Monteiro da Silva Junior2

Email: [email protected]

Telma Cristina Fontes de Cerqueira4

Phone: [email protected]

Valter Joviniano de Santana Filho2,5,*

Email: [email protected]

1 1Master's Degree of the Postgraduation Program in Health Sciences at the Federal

University of Sergipe, — UFS, Aracaju, SE, Brazil

2 2Physiotherapy Department at the Federal University of Sergipe — UFS, Aracaju, SE,

Brazil

3 3The GREAT Group (GRupo de Estudos em ATividade física), São Paulo, Brazil

4 4Physiotherapy Department at the Tiradentes University — UNIT, Aracaju, SE, Brazil

5 Departamento de Fisioterapia - Universidade Federal de Sergipe - UFS Hospital

Universitário, Rua Cláudio Batista SN, Aracaju, SE, Brazil

* Corresponding author. Departamento de Fisioterapia - Universidade Federal de Sergipe -

UFS Hospital Universitário, Rua Cláudio Batista SN, Aracaju, SE, Brazil

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Abstract

Introduction

The aim of this study was to identify the determinants of distance walked in six-minute walk

test (6MWD) in patients undergoing cardiac surgery at hospital discharge.

Methods

The assessment was performed preoperatively and at discharge. Data from patient records

were collected and measurement of the Functional Independence Measure (FIM) and the

Nottingham Health Profile (NHP) were performed. The six-minute walk test (6MWT) was

performed at discharge. Patients undergoing elective cardiac surgery, coronary artery bypass

grafting or valve replacement were eligible. Patients older than 75 years who presented

arrhythmia during the protocol, with psychiatric disorders, muscular or neurological disorders

were excluded from the study.

Results

Sixty patients (44.26% male, mean age 51.53 ± 13 years) were assessed. In multivariate

analysis the following variables were selected: type of surgery (P = 0.001), duration of

cardiopulmonary bypass (CPB) (P = 0.001), Functional Independence Measure - FIM (0.004)

and body mass index - BMI (0.007) with r = 0.91 and r2 = 0.83 with P < 0.001. The equation

derived from multivariate analysis: 6MWD = Surgery (89.42) + CPB (1.60) + MIF (2.79 ) -

BMI (7.53) - 127.90.

Conclusion

In this study, the determinants of 6MWD in patients undergoing cardiac surgery were: the

type of surgery, CPB time, functional capacity and body mass index.

Keywords

Six-minute walk test, Exercise, Cardiac surgery, Physiotherapy

Background

Cardiac surgery is a well-established procedure worldwide due to its safety and effectiveness

in treating cardiac patients. Among cardiac surgery, we highlight the CABG and valvar

replacement [1].

Despite the undeniable efficiency, recovery of functional capacity of patients in the

postoperative period of cardiac surgery is one of the important aspects and discussed in

literature [2]. A simple and efficient method to directly assess the functional capacity of the

patient in the postoperative period of cardiac surgery is through the six-minute walk test

(6MWT). To perform the test, patients are instructed to walk as far as possible in six minutes

and this maxim distance walked reflects his physical ability [3,4]. It is known that the distance

≥ 300 m covered in the 6MWT is a predictor of increased survival at 5 years of follow-up of

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elderly patients undergoing cardiac surgery [5]. Recently, the ability or inability to perform

the 6MWT in patients undergoing cardiac surgery in pre-hospital discharge was used as a

predictor of risk of postoperative complications and mortality [6,7]. Nevertheless, this is still

unclear in the literature the determinants factors of the distance walked in the six-minute walk

test (6MWD).

Given that the use of the 6MWT is growing in population undergoing cardiac surgery, the aim

of this study was to identify the determinants of 6MWD at hospital discharge in patients

undergoing cardiac surgery. In addition to establishing a reference equation and test its

reliability.

Methods

Study design

This is an observational study that aimed to investigate the determinants of 6MWD in patients

undergoing cardiac surgery.

This study was performed at a tertiary cardiology hospital in Brazil. The patients' assessments

were performed in two stages: preoperatively and at discharge. Data from patients' records

were collected, spirometry and implementation of the Functional Independence Measure

(FIM) questionnaire and the Nottingham Health Profile were performed. The 6MWT was

performed only at the time of patient's discharge.

Studied population

Patients undergoing elective cardiac surgery, coronary artery bypass grafting and/or valve

replacement were eligible for this study. Patients aged over 75 years; who required more than

24 hours of mechanical ventilation or surgical reintervention, patients who had arrhythmia

during mechanical ventilation protocol, patients with psychiatric disorders, neurological or

muscular disorders that prevented the completion of the protocol were excluded from the

study. Patients were recruited from a tertiary hospital cardiology from December 2011 to

August 2013. The patients' characteristics are listed in Table 1.

Table 1 Characteristics of Study Participants (60 patients)

Variable

Age (years) 51 ± 13

Gender

Men/Women (%) 44.2 / 55.7

Surgery

CABG (%) 44.2

Replacement/ Valverepair (%) 55.7

BMI (Kg/m2) 24.8

ICU time (days) 3.5 ± 6

Time of hospital stay (days) 11.3 ± 6

Preoperative LV ejectionfraction (%) 60 ± 14

CPB time (min) 93 ± 27

FVC (Pre) 1.20 ± 0.4

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FVC (Discharge) 1.63 ± 0.5

FVE1 (Pre) 2.02 ± 0.6

FVE1 (Discharge) 2.54 ± 0.8

NHP (Pre) 158.06 ± 99.01

NHP (Discharge) 160.70 ± 100

FIM (Pre) 123 ± 4

FIM (Discharge) 115 ± 10.8

DM (%) 20

BMI: body mass index, CPB: cardiopulmonary bypass, ICU: intensive care unit, LV: left

ventricle; FVC - Forced Vital Capacity; FVE1 - Forced expiratory volume in one second;

DM: diabetes mellitus. Data expressed in percentage of occurrence is the prevalence in this

sample.

This study was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of

Sergipe under protocol number CAAE-0180.0.107.107-11. All patients signed written

informed consent before participation.

Variables considered potentially associated with the 6MWD

Age, gender, type of surgery (coronary artery bypass grafting (CABG) or valve replacement

(non-CABG)), days of hospitalization in the intensive care unit (ICU), length of

hospitalization, duration of mechanical ventilation (MV), cardiopulmonary bypass (CPB)

time, quality of life (Nottingham Health Profile, functional capacity (FIM), body mass index

(BMI), preoperative left ventricular ejection fraction (LVEF), forced vital capacity (FVC),

forced expiratory volume in one second (FEV1), presence of diabetes and hemoglobin

dosage.

The six-minute walk test (6MWT)

The 6MWT was performed according to American Thoracic Society [8]. A plan corridor with

30 m and free of obstacles was used. While the patient remained seated, we assessed

respiratory rate, heart rate, blood pressure, peripheral oxygen saturation and subjective

sensation of dyspnea (modified Borg scale) [8].

Assessment of pulmonary function

Pulmonary function was characterized by spirometry using a portable spirometer

manufactured by Clement Clarke ONE FLOW®. The forced vital capacity maneuvers were

performed following the technical procedures, criteria for acceptability and reproducibility, as

recommended by ATS [9].

Functional capacity

Functional capacity was assessed by the Functional Independence Measure (FIM), which is

part of the Uniform Data System for Medical Rehabilitation and has been widely used and

accepted as a measure of functional assessment [10] and is validated in Brazil [11]. The FIM

assesses the independence and assistance demanded by a person to perform a range of motor

and cognitive tasks of daily living. Among the assessed activities we mention self-care,

transfers, locomotion, sphincter control, communication and social interaction [10,11].

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The FIM has 18 items of assessment and is composed of two fields: motor and cognitive. The

motor field is composed of 13 items and divided into four categories: personal care, sphincter

control, mobility/transfer, locomotion. The cognitive field consists of 5 items, in two

categories: communication and social cognition. For each item is assigned a score ranging

from 1 = full assistance, 2 = high assistance, 3 = moderate assistance, 4 = minimal assistance,

5 = supervision, 6 = modified independence and 7 = complete independence. Thus the total

score ranges from 18 (total dependence) to 126 (complete independence) [11,12].

Assessment of quality of life

To assess the quality of life we used the Nottingham Health Profile, a generic instrument

originally developed to assess quality of life in patients with chronic diseases [13]. This is a

self-administered questionnaire consisting of 38 items, based on the classification of disability

described by the World Health Organization. Using a language easy to interpret, the NHP

provides a simple measure of physical, social and emotional health of the individual being

considered clinically valid for distinguishing patients with different levels of impairment and

to detect significant changes in the framework of the patient over time [14].

Data collected from the patient's records

Type of surgery, duration of mechanical ventilation, CPB time, days of hospitalization, days

of ICU admission, LVEF, hemoglobin and comorbidities (high blood pressure

(hypertension)), diabetes and dyslipidemia).

Statistical analysis

Data are presented as mean and standard deviation. We used univariate analysis to select the

variables to be used in the multivariate analysis model. For univariate analysis, we consider a

level of significance less than 20% (P < 0.20). In multivariate analysis, the non-significant

variables were excluded from the model one at a time manually following the criterion of the

highest P value. The model was determined when all the variables were presented with a level

of significance less than 5% (P < 0.05). The dependent variable was the distance in the six-

minute walk test. After the analysis, we establish an equation with the selected variables.

The variables considered for the univariate analysis were: age, gender, type of surgery

(CABG or non-CABG), ICU days, days of hospitalization, duration of CPB, duration of MV,

pre-LVEF, discharge NHP, discharge motor FIM, total discharge FIM, pre-FVC, discharge

FVC, pre-FEV1, discharge FEV1, BMI, presence of diabetes and hemoglobin.

The reliability of our equation was assessed using the Bland and Altman representation for

comparison of the measured and predicted distance with the equation proposed in a second

group of 6 patients, 10% of the sample that generated the equation [15].Results

Ninety-four patients undergoing cardiac surgery were selected, 34 were excluded due to

discharge before the 6MWT, MV time greater than 24 hours, need for reoperation, death and

denial (Figure 1). The characteristics of the 60 patients assessed are summarized in Table 1.

Figure 1 Flowchart of study patients.

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The 6MWT was well tolerated by all patients and no test was interrupted before completing 6

minutes. The mean 6MWD was 260.20 ± 89.20 meters.

Univariate analysis selected the following variables considered in the multivariate analysis:

age (P = 0.001), type of surgery (P = 0.037), ICU days (P = 0.037), CPB time (P = 0.13),

total FIM at discharge (P = 0.074), BMI (P = 0.20) and presence of diabetes (P = 0.20).

The following variables, age (P = 0.69), presence of diabetes (P = 0.64) and ICU days (P =

0.99) (in order of exclusion) were excluded from the multivariate analysis model.

Multivariate analysis selected the following variables: type of surgery (P = 0.001), CPB time

(P = 0.001), total FIM (0.004) and BMI (0.007), considering r = 0.91 and r2 = 0.83 with P <

0.001.

The equation derived from the multivariate analysis was: 6MWD = Surgery

(89.42) + CPB (1.60) + total FIM (2.79) - BMI (7.53) - 127.90

* considering 6MWT distance in meters; surgery type: 1 to CABG and 2 to non-CABG; CPB

time in minutes; BMI in kg/m2.

Given that the type of surgery was the variable that most influenced the distance covered on

the 6MWT, we decided to compare the profile of our patients who had undergone CABG and

those who had not undergone CABG. The CABG group had higher age (P < 0.0001) and a

higher percentage of risk factors such as hypertension, diabetes, dyslipidemia, history of

smoking and alcohol consumption (Table 2).

Table 2 Characteristics of study participants stratified on the type of surgery

CABG Non-CABG P

Age 57.88 ± 8.7 45.66 ± 12.5 <0.0001*

Gender

Men 51.8% 33.3%

BMI 24.53 ± 6.8 25.24 ± 4.7 0.99

ICU time (days) 2.3 ± 0.4 2.8 ± 0.7 0.006*

Time of hospital stay (days) 10 ± 2.7 14.7 ± 10.97 0.12

Preoperative LVEF (%) 60.25 ± 13.0 62.54 ± 10.63 0.87

CPB time (mim) 98.33 ± 40.99 83.38 ± 28.47 0.1088

Time of MV (hours) 11.54 ± 3.5 11.04 ± 5.22 0.1945

Ex –smokers (%) 51.8 21.2 0.0005*

Drinker/Ex-drinker (%) 48.1 30.3 0.057

Diabetics (%) 40.7 3 <0.0001

HBP (%) 74 48.4 0.026

Dyslipidemia (%) 33.3 18.5 0.05

CABG: coronary artery bypass grafting ,BMI: body mass index, CPB: cardiopulmonary

bypass, ICU: intensive care unit, LVEF: left ventricular ejection fraction; MV: Mechanical

ventilation; HBP: systemic arterial hypertension,T Test was performed for parametric

variables, Mann–Whitney test for nonparametric variables and Chi-Squared test for categoric

variables. (*P < 0.05). Data expressed in percentage of occurrence is the prevalence in this

sample.

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Equation reliability

The mean 6MWD assessed in a second group of patients (n = 6), used to test the reliability of

the equation generated was 330.14 ± 55.51 meters, which is 106 ± 13% of predicted value,

calculated with our equation. The correlation between predicted and measured values was

significant (r = 0.76,P < 0.05).

Figure 2 shows the Bland Altman [15] graphical representation of the comparison between the

achieved 6MWT in the second group of patients and predicted 6MWD by the proposed

equation.

Figure 2 Representation of Bland and Altman Measure of the Walked Distance in the 6-

minute Walk Test (6MWD) and the predicted distance by the proposed equation.

Discussion

The main finding of this study was that the 6MWD at hospital discharge in patients

undergoing cardiac surgery was determined by the type of surgery (CABG or not), CPB time,

total FIM and BMI.

Our study is the first to investigate the determinants of 6MWD in patients undergoing cardiac

surgery using noninvasive and easy variables to be collected in clinical practice. Moreover,

we were the first to propose and test a predictive 6MWD equation at hospital discharge in

patients undergoing cardiac surgery.

In our study, we observed that the 6MWD was directly associated with the type of surgery,

CPB and the Functional Independence Measure (FIM). Furthermore, the 6MWD was

negatively associated with BMI.

Our results showed the type of surgery (CABG or non-CABG) as the main predictive variable

for the 6MWD. The literature is controversial regarding the influence of the type of surgery

and physical capacity in postoperative [6,16]. Our study, however, shows a better

performance for patients undergoing non-CABG surgery. Studies show that individuals who

exhibit a combination of cardiovascular risk factors have a poorer performance on the 6MWT

compared to healthy individuals [17,18]. In general, in our study, it was observed that patients

undergoing CABG showed a higher percentage of cardiovascular risk factors, which may

indeed be negatively influencing walking ability in this group.

In our study, the influence of CPB in 6MWD was minimal, but positive, and this may have

occurred because of the more severe patients were excluded from the group. There are no

records in the studies assessing the influence of CPB on walking capacity literature, but some

studies show that CPB does not influence the outcome of pulmonary function and

postoperative gasometry [19,20].

The negative influence of BMI is well established in the field of exercise physiology. Enrigth,

et al [21]. noted that overweight may influence walking and increase the workload. Obesity

increases the workload for a given amount of exercise, resulting in a lower 6MWD in patients

with higher body weight or BMI.

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The influence of gender on the 6MWD has been described in some studies [18,21,22],

however in our study gender was not a predictive variable of the 6MWD in our population.

The absence of gender as a predictor of 6MWD is consistent with observations from other

studies [18,23] which showed that after adjusting for height and weight, there is no difference

in MWD between men and women.

Other studies showed that spirometric values showed a strong positive correlation with the

6MWD in healthy adults [24,25]and in our study the pulmonary function variables (FVC and

FVE1) were not represented in the final model, probably due to the homogeneity of the

sample.

The combination of independent variables was able to explain 86% of the variability in

6MWD in the total sample, which is very satisfactory in comparison with previously

published equations for healthy individuals. A previous study found models that explained

42% and 38% of the variation in 6MWD for healthy men and women, respectively [21]. Other

factors that were not assessed in this study may, however, have influenced the 6MWD:

percentage of lean body mass, quadriceps strength, leg length, level of physical activity prior

to cardiac surgery [26,27].

Limitation of the study

Our study has some potential limitations such as 6MWD assessment before surgery and did

not include other variables such as the characterization of the physical activity level before

surgery that could influence the functional status of patients. Moreover, the interpretation of

our data should be cautious to represent patients from a cardiology service alone.

Conclusion

In this study, the determinants of 6MWD at hospital discharge in patients undergoing cardiac

surgery were: the type of surgery, CPB time and the Functional Independence Measure and

body mass index. This study generated a reliable equation to predict 6MWD.

Abbreviations

6MWD, Distance walked in six-minute walk test; 6MWT, Six-minute walk test; BMI, Body

mass index; CABG, Coronary artery bypass grafting; CPB, Cardiopulmonary bypass; FEV1,

Forced expiratory volume in one second; FIM, Functional Independence Measure; FVC,

Forced vital capacity; ICU, Intensive care unit; LVEF, Left ventricular ejection fraction; MV,

Mechanical ventilation; NHP, Nottingham Health Profile

Competing interest

There was no conflict of interest.

Authors’ contribution

GUO, VOC, LPAC, AAAF, MLCN, WMSJ, TCFC and VJSFconceived and planned the

activities that led to the study. GUO and LPAC performed assessments. GUO assessed the

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data. GUO, VOC, MLCN, WMSJ and VJSF prepared the manuscript. All authors read and

approved the final manuscript.

Acknowledgements

The authors would like to thank the collaboration of the staff of the surgical units, intensive

care and postoperative hospitalization of Fundação de Beneficência Hospital Cirurgia for this

study.

Source of funding

This study was funded by the National Council for Scientific and Technological Development

(CNPq/Brazil) and the Foundation for Research and Technological Innovation Support of the

State of Sergipe (FAPITEC-SE).

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ANEXO A – COMPROVANTE DE APROVAÇÃO

Fwd: Your manuscript has been accepted for publication in principle. 4 mensagens

Vitor Carvalho <[email protected]> 5 de maio de 2014 20:23

From: Journal of Cardiothoracic Surgery Editorial <[email protected]> Date: 5 de maio de 2014 20:18:07 BRT To: Vitor Oliveira Carvalho <[email protected]> Subject: Your manuscript has been accepted for publication in principle. Reply-To: Journal of Cardiothoracic Surgery Editorial <[email protected]>

Authors: Géssica U Oliveira, Vitor O Carvalho, Lucas PA Cacau, Amaro A Araújo-Filho, Manoel L Cerqueira-Neto, Walderi M Silva-Junior, Telma CF Cerqueira and Valter J Santana-Filho Title : Determinants of Distance Walked During the Six-Minute Walk Test in Patients Undergoing Cardiac Surgery at Hospital Discharge Journal: Journal of Cardiothoracic Surgery MS : 8758297641201022 Dear Dr Carvalho, Peer review of your manuscript (above) is now complete and we are delighted to accept the manuscript for publication in Journal of Cardiothoracic Surgery. Before publication, our production team needs to check the format of your manuscript, to ensure that it conforms to the standards of the journal. They will get in touch with you shortly to request any necessary changes or to confirm that none are needed. If you have any problems or questions regarding your manuscript, please do get in touch. Best wishes, Dr Fernando Moraes The Journal of Cardiothoracic Surgery Editorial Team Tel: 0131-5361000Facsimile: 0131-2423930 e-mail: [email protected] Web: http://www.cardiothoracicsurgery.org/