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Universidade Federal de Sergipe Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa de Pós-Graduação em Química AVALIAÇÃO DE DIFERENTES SORVENTES PARA EXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA DE PESTICIDAS EM ÁGUA ALEX SANDRO MAGNO DE SÃO JOSÉ SANTOS SÃO CRISTÓVÃO/SE 2010

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Universidade Federal de Sergipe

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação em Química

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES SORVENTES PARA

EXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA DE PESTICIDAS EM

ÁGUA

ALEX SANDRO MAGNO DE SÃO JOSÉ SANTOS

SÃO CRISTÓVÃO/SE

2010

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES SORVENTES PARA

EXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA DE PESTICIDAS EM

ÁGUA

ALEX SANDRO MAGNO DE SÃO JOSÉ SANTOS

ORIENTADOR: Prof. Dr. Sandro Navickiene

SÃO CRISTÓVÃO

2010

Dissertação apresentada ao

Núcleo de Pós-Graduação em

Química da Universidade

Federal de Sergipe como um

dos pré-requisitos para a

obtenção do título de Mestre

em Química.

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

S237a

Santos, Alex Sandro Magno de São José Avaliação de diferentes sorventes para extração em fase sólida

de pesticidas em água / Alex Sandro Magno de São José Santos. – São Cristóvão, 2010.

vi, 58 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Química) – Núcleo de Pós-Graduação em Química, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2010.

Orientador: Prof. Dr. Sandro Navickiene

1. Química analítica. 2. Água – Análise – Pesticidas. 3.

Espectrometria de massa. 4. Cromatografia a gás. I. Título.

CDU 543.393::543.51

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“Dedico essa dissertação a Deus, à minha esposa

Emanuella e à minha mãe Noélia.”

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Como é que você reage às quedas que sofre na vida?

Como é que você administra os fracassos?

Não há receitas mágicas que nos façam vencer os obstáculos.

Mas ouso dizer que há um jeito interessante de olhar para as quedas que sofremos.

É só não permitir que elas sejam definitivas.

É só não perder de vista a primavera que o outono prepara.

Administre bem os problemas que você tem, não permita que o contrário aconteça.

Se você não administrá-los, eles administrarão você.

Deus lhe quer vencedor, a vitória já está preparada feito o presente que está

embrulhado

e que precisa ser aberto. Não perca tempo!

Já começou vencer aquele que se levantou para recomeçar o caminho.

Padre Fábio de Melo

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado forças suficientes para resistir as duras

quedas pelas quais tive que passar nesses dois anos de mestrado, obstáculos que

imaginei não poder vencer, o pior deles a decepção, por contar com uma ajuda que

não veio. Mas Deus com toda sua misericórdia e bondade me mostrou o caminho,

não permitiu que essa decepção fosse definitiva e que eu tinha como vencê-la.

Obrigado Senhor.

E Deus me fez acreditar na vitória colocando no meu caminho o professor

Sandro, ao qual faço questão de agradecer de forma especial, pela sua maneira

dedicada e humana de prestar orientação aos seus alunos, pela educação e paciência

ao nos atender, por estar sempre disponível. Agradeço por ter me dado uma nova

oportunidade, por ter me mostrado que era possível fazer um bom trabalho, mesmo

num curto espaço de tempo, imagine se fosse seu orientando desde o início.

Obrigado por ter resgatado em mim o desejo e a alegria de pesquisar, que eu já tinha

perdido. Acho que essa palavra define bem o que o professor Sandro representou

nessa jornada: resgate. Resgate da vontade de vencer. Obrigado Sandro.

À Adriano que me ajudou muito, desde o desenvolvimento do trabalho à

publicação do artigo, foi praticamente um coorientador, mais que isso mostrou ser

um amigo, que sei posso contar. Obrigado Adriano.

À Emanuella, minha esposa querida, pelo amor, companheirismo, dedicação,

por sempre acreditar e confiar em mim, por estar sempre ao meu lado em todos os

momentos bons e ruins, por ser a esposa que sempre sonhei.

À Noélia, minha mãe, que nunca deixou de se preocupar comigo, de me

apoiar e acolher, por ter sido responsável pela minha educação, por se mostrar

sempre disposta a ajudar, com um amor incondicional, a melhor mãe do mundo.

Aos meus irmãos Rejane, Sueli, Anderson e Elber pelo amor fraterno e eterna

união que há entre nós.

À professora Lara por acreditar em mim, me dar apoio e por ter participado

com sua grande contribuição da banca da qualificação.

Ao professor Marcelo, pela sua participação e orientação na banca de

qualificação e da defesa.

Ao professor Adalberto pela participação na banca da defesa.

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À professora Luciane pela colaboração na realização do trabalho.

Ao meu amigo Miguel que de uma forma ou de outra sempre faz parte das

minhas conquistas.

Ao meu amigo Jairo por ser um grande incentivador desde a graduação.

Aos colegas do Arqui que sempre me incentivaram e me aconselharam a não

desistir.

Aos colegas do laboratório: Samia, Elissandro, Vanessa, Danielle, Daniela,

Marcel, Gisele, Renata que me acolheram e sempre estiveram dispostos a me ajudar,

em especial a Michel, pela atenção e amizade.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. i

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ ii

LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS ............................................................ iii

RESUMO .................................................................................................................... v

ABSTRACT ............................................................................................................... vi

1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 – OBJETIVOS ......................................................................................................... 4

2.1 – Geral ................................................................................................................... 4

2.2 – Específico ........................................................................................................... 4

3 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 5

3.1 – Pesticidas ............................................................................................................ 5

3.1.1 – Definição e classificação ................................................................................. 5

3.1.2 – Legislação dos pesticidas ................................................................................ 6

3.1.3 – Contaminação das águas por pesticidas .......................................................... 7

3.1.4 – Pesticidas selecionados ................................................................................... 8

3.2 – Extração em fase sólida .................................................................................... 11

3.2.1 – Mecanismos de separação na extração em fase sólida .................................. 12

3.2.2 – Modos de operação na extração em fase sólida ............................................ 13

3.2.3 – Etapas envolvidas na extração em fase sólida................................................ 14

3.2.4 – Sorventes utilizados na extração em fase sólida ........................................... 15

3.3 – Cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massas (CG/EM) ............. 18

3.4 – Validação .......................................................................................................... 20

4 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 21

5 – MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 28

5.1 – Materiais ........................................................................................................... 28

5.2 – Solventes e sorventes ........................................................................................ 28

5.3 – Padrões de pesticidas......................................................................................... 28

5.4 – Preparação das soluções padrão dos pesticidas ................................................. 29

5.5 – Preparação da curva analítica ............................................................................ 29

5.6 – Limpeza dos materiais....................................................................................... 29

5.7 – Procedimento de extração de pesticidas em água por extração em fase sólida 29

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5.8 – Condições cromatográficas de análise .............................................................. 31

6 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 32

6.1 – Condições cromatográficas de análise ............................................................. 32

6.2 – Avaliação de diferentes sorventes comerciais na extração dos pesticidas em

água por EFS ..................................................................................................... 34

6.3 – Validação do método com a utilização do sorvente C18 .................................. 36

6.3.1 – Seletividade ................................................................................................... 36

6.3.2 – Obtenção das curvas analíticas dos pesticidas .............................................. 37

6.3.3 – Estudo de recuperação dos pesticidas em água .............................................. 41

6.3.4 – Limite de Detecção (LD) e Limite de Quantificação (LQ) ............................ 43

6.4 – Utilização de turfa como material alternativo ao C18 para a extração em

fase sólida de pesticidas em água ..................................................................... 46

6.5 – Aplicação do método em amostra de água potável .......................................... 47

7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 48

8 – REFERÊNCIAS .................................................................................................. 49

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i

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ilustração de um cartucho de EFS................................................... 12

Figura 2 – Principais etapas envolvidas na EFS................................................ 15

Figura 3 – Esquema do procedimento da extração de pesticidas em água por

EFS.............................................................................................

30

Figura 4 – Cromatograma CG/EM (SIM) da solução padrão de pesticidas a 5

µg mL-1

em diclorometano – pirimetanil (1); flumetralina (2);

cresoxim-metílico (3).....................................................................

32

Figura 5 – Espectro de massas do fungicida pirimetanil................................... 33

Figura 6 – Espectro de massas do regulador do crescimento flumetralina........ 33

Figura 7 – Espectro de massas do fungicida cresoxim-metílico........................ 33

Figura 8 – Cromatograma CG/EM (SIM) do branco da amostra (A) e do

extrato da matriz fortificado a 5 µg mL-1

(B)..................................

36

Figura 9 – Curva analítica no solvente para o pirimetanil............................... 38

Figura 10 – Curva analítica no solvente para a flumetralina............................. 38

Figura 11 – Curva analítica no solvente para o cresoxim-metílico.................... 39

Figura 12 – Curva analítica no extrato da matriz para o pirimetanil................... 39

Figura 13 – Curva analítica no extrato da matriz para a flumetralina................ 40

Figura 14 – Curva analítica no extrato da matriz para o cresoxim-metílico....... 40

Figura 15 – Curva analítica no extrato da matriz para o pirimetanil na

concentração de fortificação............................................................

44

Figura 16 – Curva analítica no extrato da matriz para a flumetralina na

concentração de fortificação............................................................

44

Figura 17 – Curva analítica no extrato da matriz para o cresoxim-metílico na

concentração de fortificação.............................................................

45

Figura 18 – Cromatograma CG/EM (SIM) obtido na análise de água potável

após EFS com C18............................................................................

47

Figura 19 – Cromatograma CG/EM (SIM) obtido na análise de água potável

após EFS com turfa..........................................................................

47

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ii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Crescimento anual do consumo de pesticidas por classe no Brasil

de 1999 a 2007..................................................................................

2

Tabela 2 – Vendas totais de pesticidas por classe no Brasil, de 2003 a 2009

em milhões de dólares......................................................................

2

Tabela 3 – Estrutura química dos pesticidas..................................................... 9

Tabela 4 – Parâmetros de identificação e características gerais dos

pesticidas...........................................................................................

9

Tabela 5 – Propriedades físico-químicas dos pesticidas.................................... 10

Tabela 6 – Modalidade de emprego dos pesticidas e as culturas nas quais são

utilizados........................................................................................

10

Tabela 7 – Principais sorventes empregados em EFS de acordo com o

mecanismo de separação e com a polaridade da fase.......................

16

Tabela 8 – Sorventes, solventes de condicionamento e de eluição com seus

respectivos volumes, e volume de amostra de água utilizado em

cada trabalho.....................................................................................

25

Tabela 9 – Tempo de retenção (TR) e íons característicos dos pesticidas.......... 32

Tabela 10 – Valores de recuperação média dos pesticidas e o desvio padrão

relativo para C18, ENVI-Carb, Florisil, sílica, e ENVI-Carb/LC-

NH2 (nível de fortificação de 2,5 µg L-1

e n=3)................................

34

Tabela 11 – Equação da reta e coeficiente de correlação (r) em diclorometano.. 39

Tabela 12 – Equação da reta e coeficiente de correlação (r) no extrato da

matriz................................................................................................

40

Tabela 13 – Valores de recuperação média dos pesticidas e o desvio padrão

relativo para cada nível de fortificação utilizando como sorvente

C18 com n=7......................................................................................

42

Tabela 14 – Limites de detecção e quantificação no menor nível de fortificação 43

Tabela 15 – Equação da reta e coeficiente de correlação (r) no extrato da

matriz na concentração de fortificação.............................................

45

Tabela 16 – Valores de recuperação média dos pesticidas e o desvio padrão

relativo para C18 e para turfa (nível de fortificação de 2,5 µg L-1

)...

46

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LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CG – Cromatografia a gás

CG/DCE - Cromatógrafo a gás com detector de captura de elétrons

CG/EM - Cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massas

CLAE – Cromatografia líquida de alta eficiência

CL/EM – Cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CV – Coeficiente de variação

DAD – Detecção por arranjo de diodos

DFC – Detector fotométrico de chama

DPR – Desvio padrão relativo

DTE – Detector termoiônico específico

EC – Eletroforese capilar

EFS – Extração em fase sólida

ELL – Extração líquido-líquido

EPA – Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental dos

Estados Unidos)

EUA – Estados Unidos da América

FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organização para

Agricultura e Alimentação das Nações Unidas)

HPA – Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

Kow - coeficiente de partição octanol/água

LD – Limite de detecção

LQ – Limite de quantificação

MEFS – Microextração em fase sólida

MS – Ministério da Saúde

m/z – massa/carga

OMS – Organização Mundial da Saúde

PMOS – Poli(metiloctilsiloxano)

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iv

PMTDS – Poli(metiltetradecilsiloxano)

r – coeficiente de correlação

rpm – rotações por minuto

SIM – Monitoramento seletivo de íons

SINDAG – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola

TIC – Cromatograma de íon total

TR – Tempo de retenção

UV – ultravioleta

VMP – Valor máximo permitido

WHO – World Health Organization (Organização Mundial da Saúde)

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v

RESUMO

A contaminação da água preocupa devido a sua grande importância para as formas

de vida, em especial a humana, gerando a necessidade de um controle na

contaminação das águas potável, de irrigação, de superfície, subterrâneas ou de

efluentes industriais. Justifica-se assim a importância na determinação de resíduos de

pesticidas em água. Neste trabalho foi desenvolvido e validado um método analítico

utilizando a técnica de extração em fase sólida (EFS), com a avaliação da eficiência

de diferentes sorventes para extração de resíduos dos pesticidas pirimetanil,

flumetralina e cresoxim-metílico de água e análise por cromatografia a gás acoplada

a espectrometria de massas (CG/EM). Foram avaliados os sorventes comerciais: C18,

ENVI-Carb (carbono grafitinizado), Florisil, sílica e ENVI-Carb/LC-NH2 (resina

polimérica do aminopropil), para o nível de fortificação de 2,5 µg L-1

em triplicata. A

fase C18 apresentou os melhores valores de recuperação para pirimetanil, flumetralina

e cresoxim-metílico, com os valores 102,3; 79,0 e 89,0 %, respectivamente. A

validação do método foi realizada com o sorvente comercial C18. O estudo da

recuperação dos pesticidas, em uma série de sete replicatas, mostrou valores de

recuperação que variaram entre 62,6 e 104,6 % para os níveis de fortificação de 0,5,

2,5 e 5,0 µg L-1

, com desvio padrão relativo entre 5,1 e 15,5 %, limite de detecção

entre 0,002 e 0,044 µg L-1

e limite de quantificação entre 0,007 e 0,147 µg L-1

. A

curva analítica foi feita no extrato da matriz com os seguintes valores de

concentração dos pesticidas: 0,05; 0,1; 0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 µg mL-1

e

apresentou r acima de 0,99. Em seguida, foi avaliada a turfa como sorvente para o

nível de fortificação de 2,5 µg L-1

em triplicata. Os valores de recuperação para

pirimetanil, flumetralina e cresoxim-metílico foram de 41,1; 95,9 e 88,3 %,

respectivamente, sendo, portanto uma alternativa viável e de baixo custo para a

extração dos pesticidas flumetralina e cresoxim-metílico de água. O método foi

aplicado em amostra de água potável, utilizando como sorventes C18 e turfa, sendo

que não foram detectados resíduos de pesticidas considerando os limites de detecção

do método.

Palavras chave: pesticidas, turfa, água, extração em fase sólida, cromatografia a gás

acoplada a espectrometria de massas

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vi

ABSTRACT

In this work a method using solid phase extraction (SPE) and gas chromatography

coupled to mass spectrometry (GC/MS) for determination of pyrimethanil,

flumetralin and krexosim-methyl from water was developed. Different commercial

sorvents were evaluated (C18, ENVI-Carb, Florisil, silica and ENVI-Carb/LC-NH2)

at concentration level of 2.5 μg L-1

(three replicates). The best results were obtained

using C18, with recovery values of 102.3, 79.0 and 89.0 % for pyrimethanil,

flumetralin and kresoxim-methyl, respectively. Therefore, the validation of the

method was carried out with C18 sorvent. Recovery experiments were carried out

(seven replicates), at three fortification levels (0.5, 2.5 and 5.0 μg L-1

), resulting in

recoveries in a range of 62.6 to 104.6 % and relative standard deviations between 5.1

and 15.5 %. Detection and quantification limits ranged from 0.002 to 0.005 μg L-1

and from 0.007 to 0.147 μg L-1

, respectively, for the different pesticides studied. The

developed method was linear over the range assayed, 0.05-4.0 µg mL-1

, with

correlation coefficients above of 0.99. Next, peat was tested for solid-phase

extraction of these pesticides from water. Recovery experiments were carried out

(three replicates) at fortification level of 2.5 μg L-1

, resulting in recoveries of 41.1,

95.9 and 88.3 % for pyrimethanil, flumetralin and kresoxim-methyl, respectively.

Results have shown that the peat material can be successfully applied for analysis of

flumetralin and kresoxim-methyl in water. The procedure developed was applied to

the determination of these pesticides in drinking water sample. No pesticide residues,

at concentrations above the limit of detection, were found in the sample.

Keywords: Pesticides, Peat, Water, Solid-phase extraction, Gas chromatography -

mass spectrometry

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1

INTRODUÇÃO

No mundo, as perdas anuais na agricultura devido à ação de pragas chegam a

1 bilhão de toneladas, correspondendo a uma redução de 20 a 30 % na produção de

alimentos. Os pesticidas desempenham um importante papel no crescimento da

agricultura moderna, controlando as pragas e diminuindo essas perdas. (PANG et al.,

2006)

Com o uso dos pesticidas o homem consegue produzir uma quantidade maior

de alimentos, suprindo a demanda de uma população crescente, principalmente nas

áreas urbanas, e também proporcionando um crescimento econômico aos países

exportadores de produtos agrícolas. (MARASCHIN, 2003)

Sem o uso de pesticidas, a quantidade e a qualidade dos alimentos seriam

bastante afetadas, ocasionando uma possível queda na produção de alimentos e

promovendo uma alta nos preços dos produtos agrícolas. (SOUZA, 2006)

Ainda que seja admitida a necessidade do controle químico de pragas para

evitar perdas de safras quase que integralmente devido a sua ação predatória, as

aplicações de tais produtos deveriam ser feitas de forma racionalizada, assim os

problemas ambientais poderiam ser significativamente reduzidos. (QUEIROZ, 2001)

Porém a utilização constante e sem critérios técnicos adequados, ou mesmo

desnecessária, como por exemplo, aspersões sem controle de dosagens, manuseios

indevidos dos recipientes, descargas de restos de produtos e lavagens de galões

utilizados nas águas naturais, podem causar a contaminação do ambiente afetando o

solo, o ar e as águas superficiais e subterrâneas, ocasionando sérios problemas

ambientais. (PRIMEL et al., 2005 e MARASCHIN, 2003)

Alguns dos problemas ambientais mais evidentes são: contaminações de

águas superficiais e subterrâneas, efeitos fisiológicos e hormonais que modificam o

ciclo reprodutivo de diferentes espécies de insetos e aves, mortalidade de peixes,

aves e mamíferos silvestres, eliminação de insetos polinizadores e predadores de

pragas, e alteração das populações de insetos com o surgimento de pragas

secundárias por eliminação de predadores naturais. Os pesticidas também podem

atingir a população humana através dos alimentos, da água de consumo ou pela

exposição ocupacional, ocasionando desde disfunções orgânicas, intoxicações,

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2

desenvolvimento de câncer, malformação, danos para o sistema nervoso e

funcionamento do sistema endócrino, podendo levar a morte. (GRISOLIA, 2005 e

WHO, 2004)

Apesar desse conflito entre a necessidade de utilização dos pesticidas e os

riscos de contaminação do meio ambiente, observa-se um constante aumento no

emprego de pesticidas na agricultura. (VIDOTTI, 2006)

No Brasil dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa

Agrícola (SINDAG) mostram que de 1999 a 2007 houve um crescimento

significativo no consumo de pesticidas de todas as classes (Tabela 1).

Tabela 1 – Crescimento anual do consumo de pesticidas por classe no

Brasil de 1999 a 2007.

Classe Crescimento anual do

consumo (%)

Herbicidas 5,25

Inseticidas 4,92

Fungicidas 2,34

Acaricidas 1,33

Outros* 5,85

Total 4,67 *Outros: antibrotantes, reguladores de crescimento, óleo mineral e espalhante adesivo.

Fonte: Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG), 2008.

Dados mais atualizados do SINDAG mostram um crescimento no consumo

total de pesticidas, ou seja, somando-se todas as classes de pesticidas, de 7 % no

período de 2008 a 2009. (SINDAG, 2010)

A Tabela 2 mostra as vendas totais de pesticidas por classe no Brasil, de 2003

a 2009, em milhão de dólares.

Tabela 2 – Vendas totais de pesticidas por classe no Brasil, de 2003 a

2009 em milhões de dólares.

Classe 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Herbicidas 1.523,7 1830,7 1.735,8 1.674,3 2.304,1 3.200,0 2.505,0

Fungicidas 713,5 1388,2 1.089,5 917,4 1.264,4 1.573,0 1.791,0

Inseticidas 725,5 1066,6 1.180,7 1.128,9 1.537,4 2.027,0 1.987,0

Acaricidas 80,0 78,0 82,8 70,4 92,1 112,8 88,1

Outros* 93,8 131,5 155,0 128,8 174,0 210,1 252,7

Total 3.136,5 4.495,0 4.234,8 3.919,8 5.372,0 7.122,9 6.623,8 *Outros: antibrotantes, reguladores de crescimento, óleo mineral e espalhante adesivo.

Fonte: Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG), 2008 e 2010.

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3

Em 2008, o Brasil se tornou o maior consumidor de pesticidas no mundo, o

consumo de pesticidas foi de 986,5 mil toneladas. Em 2009, o sindicato das empresas

de agroquímicos confirmou o posto e um novo recorde: o meio ambiente brasileiro

recebeu mais de 1 milhão de toneladas de pesticidas. (SINDAG, 2010)

Diante dos problemas causados pelo uso dos pesticidas e diante dos números

apresentados, fica justificada a grande importância que deve ser dada para a

determinação de resíduos de pesticidas em alimentos e em amostras ambientais como

a água.

Além disso, a atual preocupação com o meio ambiente gera a necessidade de

um controle na contaminação da água potável, de irrigação, de superfície,

subterrâneas ou de efluentes industriais. Para tal controle necessita-se de

procedimentos analíticos rápidos e de baixo custo capazes de determinar os

pesticidas com total confiabilidade nos resultados. Na agricultura, por exemplo, as

águas de irrigação ou pluviais constituem vetores de contaminação de mananciais de

água e o procedimento analítico para esse tipo de amostra deve empregar técnicas de

extração simples, eficientes e sensíveis para a quantificação de compostos que são

encontrados nessas amostras. (MARTINS, 2004 e FILHO, 2009)

A extração em fase sólida (EFS) e a cromatografia a gás acoplada à

espectrometria de massas (CG/EM) estão entre as técnicas mais utilizadas na

determinação de pesticidas em amostras de água.

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2 – OBJETIVOS

2.1 – Geral

Desenvolver um método analítico para determinar resíduos de pesticidas em

água utilizando as técnicas de extração em fase sólida e cromatografia a gás acoplada

a espectrometria de massas.

2.2 – Específico

a- Estabelecer as condições cromatográficas para determinação simultânea

dos pesticidas pirimetanil, flumetralina e cresoxim-metílico por CG/EM.

b- Desenvolver um método analítico avaliando o desempenho dos sorventes

comerciais: C18, ENVI-Carb, ENVI-Carb/LC-NH2, Florisil e sílica na

extração de pesticidas em água.

c- Validar o método analítico por EFS utilizando o melhor sorvente

comercial para extrair os pesticidas pirimetanil, flumetralina e cresoxim-

metílico de água.

d- Comparar a eficiência da turfa com o sorvente comercial selecionado na

determinação de pesticidas em água.

e- Aplicar o método desenvolvido em amostra de água potável.

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3 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 – Pesticidas

3.1.1 – Definição e classificação

A literatura registra várias definições para pesticida, bem como existem

vários termos que são usados para expressar o seu significado.

Dessa forma, pesticida é por definição uma substância que tem o poder de

destruir pestes; praguicida, de destruir pragas; defensivo, de defender ou resistir a um

ataque de um inimigo qualquer e agrotóxicos, produtos químicos usados na

agricultura. (FAO, 2005)

Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA),

pesticida é qualquer substância ou mistura de substâncias destinadas a: prevenir,

destruir, repelir ou mitigar qualquer praga. Embora muitas vezes mal interpretado,

referindo-se apenas aos inseticidas, o termo pesticida, também se aplica aos

herbicidas, fungicidas, e várias outras classes utilizadas no controle de pragas.

No Brasil, a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 estabelece que agrotóxicos e

afins são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos

destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de

produtos agrícolas, bem como aqueles utilizados nas pastagens, na proteção de

florestas, nativas ou implantadas, e em outros ecossistemas e também em ambientes

urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou

da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.

Para JARDIM e colaboradores, 2009, agrotóxicos são definidos como

substâncias que agem direta ou indiretamente em um organismo vivo, podendo matá-

lo ou controlá-lo de alguma maneira, por exemplo, interferindo em seu processo

reprodutivo. Em geral, a maioria desses compostos tem a propriedade comum de

bloquear rápida e eficientemente um processo metabólico vital dos organismos para

os quais são tóxicos.

Os pesticidas podem ter várias classificações. De acordo com a praga que eles

combatem ou o tipo de controle que eles exercem. Assim temos:

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Acaricidas: para o controle de ácaros.

Bactericidas: para o controle de bactérias.

Fungicidas: para o controle de fungos.

Herbicidas: para o controle de plantas daninhas.

Inseticidas: para o controle de insetos.

Nematicidas: para o controle de nematóides.

Rodenticidas: para o controle de ratos e outros tipos de roedores.

Vermífugos: para o controle de vermes. (SANCHES, 2003)

Reguladores do crescimento: para o controle ou modificação do processo de

crescimento da planta. (CALDEIRA, 2006)

3.1.2 – Legislação dos pesticidas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência de Proteção Ambiental

dos Estados Unidos (EPA) estabelecem níveis máximos para pesticidas individuais

em água destinadas ao consumo humano. A Comunidade Européia apresenta como

concentração máxima admissível de quaisquer pesticidas em água destinada ao

consumo humano o valor de 0,1µg L-1

e para resíduos totais, 0,5 µg L-1

. (PEIXOTO,

2007)

No Brasil, a Portaria nº 518, de 25 de março 2004, do Ministério da Saúde

(MS), estabelece o valor máximo permitido (VMP) de pesticidas em água destinada

ao consumo humano, variando entre 0,03 e 500 µg L-1

. Por sua vez a Resolução nº

357, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 17 de março de

2005, estabelece como VMP de pesticidas em água potável variando entre 0,001 e 20

µg L-1

.

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3.1.3 – Contaminação das águas por pesticidas

A água é a substância mais abundante e mais importante para as formas de

vida na Terra. Ela está presente em todos os organismos vivos desempenhando

funções importantes como: meio de transporte de moléculas, regulação térmica, ação

lubrificante, atuação nas reações de hidrólise, etc. Além de atuar nos organismos

vivos, atua no meio ambiente seja no transporte de diversos nutrientes para o solo,

seja para controlar a temperatura da atmosfera, entre outras funções. (FARIA, 2004;

MARQUES, 2005)

Há muita água no planeta, mas menos de 3 % da água no mundo é doce, da

qual mais de 99 % apresenta-se congelada nas regiões polares ou em rios e lagos

subterrâneos, o que dificulta a sua utilização pelo homem, seja para o seu próprio

consumo, ou para irrigação, cultivo de espécies aquáticas, processos industriais,

geração de energia, lazer e navegação. (PEIXOTO, 2007 e COSTA, 2007)

Além disso, o mundo começa a passar por uma crise de escassez de água

potável devido ao aumento na demanda, uso excessivo, falta de gerenciamento e,

principalmente, devido à contaminação. (TUNDISI, 2008)

A água pode ser contaminada por metais pesados, microrganismos, matérias

orgânicas fermentáveis, hidrocarbonetos e em particular por pesticidas (RIBEIRO et

al., 2007)

Apesar de parte dos pesticidas atingir o ambiente de forma acidental, a

maioria é introduzida deliberadamente quando se realizam os tratamentos

pretendidos. Entre as diferentes atividades nas quais estas moléculas podem ser

utilizadas, a agricultura é de longe o setor que mais utiliza pesticida. (PEREIRA,

2003)

A contaminação das águas por pesticidas ocorre principalmente pela ação das

águas da chuva e de irrigação que provocam lixiviação, drenagem e escoamento dos

pesticidas presentes nas plantações e no solo, que irão atingir correntes de água ou

reservatórios. (NETO e SIQUEIRA, 2005) Mas também pode ocorrer através de

acidentes no transporte desses produtos, por via terrestre ou por vias pluviais ou

marítimas, pelo destino inadequado ou reutilização de embalagens usadas pelos

agricultores, e pela emissão de efluentes líquidos oriundos da síntese ou preparo de

formulações comerciais de pesticidas. (MARTINS, 2004)

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Além disso, em algumas regiões do Brasil, os pesticidas são aplicados

diretamente na água para combater as larvas de insetos transmissores de doenças

como a malária. E é essa água que muitas vezes abastece as cidades. (FARIA, 2004)

Mesmo que os pesticidas cheguem aos rios e lagos em pequenas quantidades,

devido os pesticidas serem geralmente pouco solúveis em água, e estarem diluídos

em grandes volumes, a bioacumulação fará com que a sua ação seja altamente

prejudicial ao longo das cadeias alimentares. (PRIMEL et al., 2005 e VIDOTTI,

2006)

Os pesticidas podem causar na cadeia alimentar o fenômeno da

biomagnificação que resulta, essencialmente, de uma seqüência de etapas de

bioacumulação que ocorrem ao longo da cadeia. Bioacumulação é um termo geral

que descreve a tomada de um contaminante químico do ambiente, por uma ou todas

as rotas possíveis (respiração, dieta, via dérmica, etc.), a partir de qualquer fonte no

ambiente onde tais substâncias estão presentes. Por exemplo, os peixes assimilam os

pesticidas procedentes de sua alimentação, ou ainda através da ingestão de material

particulado adsorvido nos sedimentos ou presente em suspensão nas águas. Em

muitos casos, os pesticidas não são metabolizados pelo peixe, ou seja, acabam se

acumulando nos tecidos adiposos, nos quais sua concentração aumenta com o tempo.

Aves predadoras que se alimentam destes peixes, por conseqüência, apresentarão

concentrações ainda maiores destas substâncias no organismo, podendo chegar até o

homem. (GHISELLI et al., 2007) Porém as conseqüências que se pode ter com a

contaminação por pesticidas estão diretamente relacionadas à toxicidade dos

compostos e ao grau de contaminação. (QUEIROZ, 2001)

3.1.4 – Pesticidas selecionados

Para avaliar a eficiência dos sorventes na extração de pesticidas em água,

foram selecionados os pesticidas pirimetanil, flumetralina e cresoxim-metílico.

Esses pesticidas apresentam grupos químicos ainda pouco estudados e

possuem propriedades físico-químicas bastante variadas entre si, em particular a

solubilidade em água.

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As tabelas 3 a 6 mostram as estruturas químicas, os parâmetros de

identificação, as características gerais, as propriedades físico-químicas e as

modalidades de emprego dos pesticidas selecionados e as culturas nas quais são

utilizados.

Tabela 3 – Estrutura química dos pesticidas

Pesticida Estrutura química

Pirimetanil

Nome químico: N-(4,6-

dimethylpyrimidin-2-yl)aniline

Flumetralina

Nome químico: N-(2-chloro-6-

fluorobenzyl)-N-ethyl-α,α,α-

trifluoro-2,6-dinitro-p-toluidine

Cresoxim-metílico

Nome químico: methyl(E)-2-

methoxyimino[2-(o-

tolyloxymethyl) phenyl]acetate

Fonte: ANVISA, 2009

Tabela 4 – Parâmetros de identificação e características gerais dos pesticidas

Pesticida Grupo químico Classe Fórmula

molecular

Classificação

toxicológica

Pirimetanil Anilinopirimidina Fungicida C12H13N3 Classe III –

medianamente

tóxica

Flumetralina Dinitroanilina Regulador

de

crescimento

C16H12ClF4N3O4 Classe I –

extremamente

tóxica

Cresoxim-

metílico

Estrobilurina Fungicida C18H19NO4 Classe III –

medianamente

tóxica Fonte: ANVISA, 2009

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Tabela 5 – Propriedades físico-químicas dos pesticidas

Pesticida Ponto de

fusão (ºC)

Pressão de

vapor a 25

ºC (mPa)

Log Kow*

(pH 7; 20

ºC

Solubilidade em

água (mg L-1

)

Pirimetanil 96,3 2,2 2,84** 121

Flumetralina 101-103 0,032 5,45 0,07

Cresoxim-metílico 97,2-101,7 0,0023 3,4 2

*coeficiente de partição octanol/água

**pH 6,1; 25 ºC Fonte: TOMLIN, 1994

Tabela 6 – Modalidade de emprego dos pesticidas e as culturas

nas quais são utilizados

Pesticida Modalidade de

emprego

culturas

Pirimetanil aplicação foliar banana, batata, cebola, cenoura, gladíolo,

maçã, melão, morango, rosa, tomate e uva.

Flumetralina aplicação foliar Fumo (antibrotante)

Cresoxim-

metílico

aplicação foliar batata, crisântemo, maçã, melão, pepino,

rosa, tomate e uva. Fonte: ANVISA, 2009

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3.2 – Extração em fase sólida

A técnica de extração em fase sólida (EFS) para a preparação da amostra foi

introduzida pela primeira vez em 1970 e se tornou disponível comercialmente em

1978 como uma alternativa a extração líquido-líquido (ELL). Atualmente os

cartuchos de EFS e os discos de extração estão disponíveis comercialmente e podem

ser utilizados para extração e pré-concentração de uma grande variedade de analitos.

(SABIK et al., 2000)

Esta técnica é uma das ferramentas mais empregadas para a extração e/ou

pré-concentração de analitos presentes em matrizes complexas, permitindo que

analitos em concentrações muito baixas sejam analisados por métodos como

cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia em fase gasosa (CG)

e eletroforese capilar (EC). A EFS possui uma série de vantagens sobre a ELL, tais

como: o uso de volumes menores de solventes orgânicos, sem formação de emulsão

e a possibilidade de automação. (QUEIROZ et al., 2006)

A EFS emprega cartuchos preenchidos com sorventes, que pela passagem de

solventes adequados tornam seus sítios ativos disponíveis para interagirem com a

amostra, e desta forma analitos de interesse são retidos e posteriormente eluídos

utilizando-se um pequeno volume de solvente. (SANTOS, 2007)

É uma técnica particularmente indicada para o isolamento de micropoluentes

orgânicos de água e tem se tornado a técnica de escolha para extração e concentração

de uma grande variedade de pesticidas e seus metabólitos de amostra de água.

(QUINTANA et al., 2001)

A aplicação da EFS implica na percolação da amostra através da fase sólida.

Depois de eluída toda a amostra, os analitos ficam retidos na fase sólida. Em seguida,

os analitos são eluídos com um solvente apropriado. (NETO e NUNES, 2003)

A EFS emprega cartuchos ou seringas de polipropileno ou polietileno

contendo cerca de 50 a 1000 mg de sorvente, com 40-80 µm de tamanho de

partículas. (DANTAS, 2004 e MELOAN, 1999)

A figura 1 ilustra um esquema básico de um cartucho de EFS.

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Figura 1 – Ilustração de um cartucho de EFS. (LANÇAS, 2004)

O uso desse tipo de cartucho é mais popular na EFS, porém uma alternativa

foi o desenvolvimento de discos semelhantes a membranas empregadas em filtração.

Normalmente esses discos são constituídos de matrizes de Teflon flexível,

embebidos ou impregnados com a fase estacionária. Nos cartuchos comuns podem

ocorrer a formação de canais no material de empacotamento provocando fluxos não

uniformes, o que não ocorre quando se utiliza discos, podendo assim aumentar a

precisão dos resultados analíticos. (LANÇAS, 2004)

3.2.1 – Mecanismos de separação na extração em fase sólida

Os principais mecanismos de separação para EFS são:

Adsorção: Ocorre quando se utiliza um sorvente sólido. A adsorção do

analito ocorre na interface entre o sólido e o solvente, já que o sólido

possui grupos ativos em sua superfície. É muito utilizada na separação de

compostos polares. Dentre os sorventes mais usados, encontram-se a

sílica ((SiO2)n-OH), alumina ((Al2O3)n) e silicato de magnésio – (Florisil

(Mg(SiO4)n)). A sílica é utilizada para propósitos gerais, enquanto Florisil

é muito empregada em análise de pesticidas. No entanto este é o mais

polar dos três, o que poderá provocar adsorção irreversível do analito de

interesse em sua superfície. A sílica gel possui uma superfície

ligeiramente ácida que permite a retenção de compostos básicos, enquanto

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que a alumina (anfótera) pode ser utilizada como básica sendo assim

apropriada para a adsorção de compostos de caráter ácido.

Partição: As fases extratoras utilizadas no processo de partição são

quimicamente ligadas, nas quais um filme líquido recobre um suporte

sólido. O suporte mais utilizado é a sílica, que reage com um derivado

clorado do grupo siloxano, ligando o grupo alquílico (R) do reagente à

estrutura básica da sílica. A escolha do grupo R definirá se a fase

preparada será polar ou fase normal (R= OH, CN, NH2) ou apolar, e assim

fase reversa (R=C18, C8, C2).

Troca iônica: é geralmente empregada para o isolamento de analitos de

caráter ácido ou básico presentes em soluções aquosas. Os compostos

básicos são usualmente retidos por intermédio de uma fase sólida,

consistindo de um trocador forte de cátions (do tipo SO3-) aprisionado a

estrutura básica da sílica, enquanto os compostos ácidos são retidos por

trocadores fortes de ânions (do tipo N+(CH3)3). Dessa forma ocorrerá uma

forte atração entre o analito e o trocador de íons de carga oposta. Os

principais fatores que influenciam a separação por troca iônica são: pH,

seletividade do contra-íon, força iônica, solvente e vazão da amostra.

Exclusão por tamanho: esse mecanismo tem sido utilizado para eliminar

compostos indesejáveis da amostra por intermédio de um mecanismo

físico de separação, similar a uma filtração. A fase sólida é formada por

um polímero (formado de unidades de glicose e epicloridirina), cujo

tamanho de poros é bem controlado, de forma a permitir a entrada de

moléculas pequenas do analito e excluir as maiores indesejáveis. (NETO e

NUNES, 2003 e SILVA, 2009)

3.2.2 – Modos de operação na extração em fase sólida

Destacam-se quatro modos de operação na EFS: a concentração dos analitos,

o isolamento do analito, o isolamento da matriz e a estocagem da amostra. Em

relação à concentração do analito, o objetivo é passar pelo cartucho um grande

volume de amostra, retendo o analito de interesse e deixando eluir o solvente e os

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interferentes, então o analito é dessorvido com uma pequena quantidade de solvente,

fazendo com que a concentração do analito seja maior do que na amostra original,

esse é o modo de operação mais utilizado para extrair pesticidas em água. No modo

de isolamento do analito, o objetivo é isolar o analito de interesse dos interferentes da

matriz. No modo isolamento da matriz, os interferentes é que são retidos no cartucho,

enquanto que o analito de interesse passa direto pelo cartucho. E o modo estocagem

da amostra é utilizado quando a amostra está distante do laboratório, pode-se então

passar a amostra pelo cartucho reter os analitos e depois levá-los ao laboratório para

análise, evitando o transporte de grandes volumes de amostra para o laboratório

analítico. (LANÇAS, 2004 e SILVA, 2009)

3.2.3 – Etapas envolvidas na extração em fase sólida

As etapas envolvidas na EFS (Figura 2) podem variar, dependendo do modo de

operação, mas de forma simples podem ser divididas em:

(A) Condicionamento do cartucho: ativação do sorvente com solvente adequado

para ajustar as forças do solvente de eluição com o solvente da amostra para

deixar os sítios ativos disponíveis, sendo que o material contido no cartucho

não pode secar. A secagem pode criar vários problemas, como caminhos

preferenciais, comprometendo a separação.

(B) Introdução da amostra: dependendo do volume de amostra (μL até L) pode

ser feita com pipeta, micropipeta ou seringa. A transferência da amostra para

o cartucho deve ser quantitativa e lenta para ter resultados reprodutíveis.

(C) Limpeza da coluna (remoção dos interferentes): lavagem com solvente para

retirar os interferentes, mas o solvente não deve possuir força suficiente para

retirar o analito de interesse.

(D) Eluição e coleta do analito: ideal eluir com pequeno volume de eluente, de

forma que a solução coletada já se encontre em concentração apropriada para

a análise. (LANÇAS, 2004)

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Figura 2 – Principais etapas envolvidas na EFS (LANÇAS, 2004)

3.2.4 – Sorventes utilizados na extração em fase sólida

Como visto no item 3.2.1, dependendo do mecanismo de separação,

diferentes sorventes são utilizados para reter os analitos de interesse.

O sorvente mais comum para a extração de pesticidas de água é o grupo

octadecil (C18) ligado à sílica. O principal mecanismo de separação dos compostos é

a partição, devido às interações apolares ente as ligações do grupo C18 com as

ligações do analito. (WITZENBACHER, 1996)

A sílica tem sido o material preferido como suporte sólido para grupos

orgânicos, devido as suas características de área superficial elevada, estabilidade

térmica, além da presença de sítios de fixação (grupos silanóis) bem definidos em

sua superfície. Assim o sorvente formado apresenta características físicas da sílica, e

características químicas dos grupos orgânicos imobilizados sobre a sua superfície. A

depender do grupo orgânico ligado a sílica, a fase sólida preparada será polar (fase

normal) ou apolar (fase reversa). (PEDROSO, 2007)

Outros sorventes como as resinas poliméricas tem sido muito utilizados para

extração de pesticidas de água, pois permitem uma fácil dessorção. As resinas

poliméricas mais comumente utilizadas são as do copolímero etilvinilbenzeno-

divinilbenzeno e as do copolímero estireno-divinilbenzeno. (WITZENBACHER,

1996; AGUILAR et al., 1997 e QUINTANA et al., 2001)

A sílica quimicamente ligada apresenta algumas vantagens sobre as resinas

poliméricas como o menor número de interferentes na análise e um menor consumo

de solventes. Entretanto as resinas poliméricas apresentam um custo menor e

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permitem a extração de pesticidas em maiores volumes de água mais rapidamente.

(MARONEZE, 2004)

Os principais sorventes empregados em EFS de acordo com o mecanismo de

separação e com a polaridade da fase são mostrados na tabela 7.

Tabela 7 – Principais sorventes empregados em EFS de acordo com o

mecanismo de separação e com a polaridade da fase.

Mecanismo de separação Sorvente Símbolo

Partição (sílica

quimicamente

ligada)

Polar (fase

normal)

Cianopropilsilano

Diolsilano

Aminopropilsilano

CN

2OH

NH2

Apolar (fase

reversa)

Octadecilsilano

Octilsilano

Etilsilano

Metilsilano

Fenilsilano

Cicloexilsilano

C18

C8

C2

C1

PH

CH

Adsorção Moderadamente

polar

Sílica

Florisil

Alumina

SI

FL

AL

Troca Iônica

(sílica quimicamente ligada)

Benzenosulfonilpropilsilano

Sulfonilpropilsilano

Carboximetilsilano

Dietilaminopropilsilano

Trimetilaminopropilsilano

SCX

PRS

CBA

DEA

SAX

Exclusão por tamanho Poliacrilamida entrecruzada

Gel de extrano

Polissacarídeo linear de lactose

Estireno-divinilbenzeno

Bio gel

Sephadex

Gel Agar

- Fontes: QUEIROZ, 2001; NETO e NUNES, 2003 e MELOAN, 1999.

O carbono grafitinizado tem sido outra opção na extração de pesticidas em

água. (FARIA, 2004) Um dos cartuchos comerciais que possuem o carbono

grafitinizado (superfície de carbono na forma de anel hexagonal ligado a superfície

de grafite) é o ENVI-Carb. Uma das variações desse cartucho, o ENVI-Carb/LC-NH2

é formado por uma resina polimérica aminopropil, contendo 5 % de carbono

grafitinizado. (SIGMA-ALDRICH, 2007)

Novos sorventes para extração em fase sólida estão sendo preparados e

avaliados a partir da imobilização de polissiloxanos sobre sílica, buscando vantagens

como simplicidade do processo de obtenção dos materiais, menor número de etapas,

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menor custo e uso de materiais e reagentes disponíveis comercialmente. (QUEIROZ

et al., 2006)

Também podem ser avaliados materiais alternativos de custo ainda menor

como a turfa que devido a sua porosidade e grande disponibilidade de sua superfície,

pode ser utilizada em processos de adsorção. (ROMÃO et al., 2007)

A turfa é uma mistura de material inorgânico com material orgânico formado

pela decomposição de restos de vegetais, acumulada no fundo de lagoas e depressões

alagadas, como brejos e pântanos, em áreas ribeirinhas. (FERNANDES, 2007)

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3.3 – Cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massas

(CG/EM)

A cromatografia é uma técnica analítica para separação de componentes de

uma mistura, os quais são distribuídos entre duas fases, uma das quais permanece

estacionária, enquanto a outra (móvel) elui entre os interstícios ou sobre a superfície

da fase estacionária. (PEIXOTO, 2007)

Na cromatografia a gás, um líquido volátil ou substância gasosa é carregado

por uma fase móvel gasosa sobre uma fase estacionária na parte interna de uma

coluna capilar ou em um suporte sólido. O gás utilizado como fase móvel é chamado

de gás de arraste e deve ser inerte já que tem por finalidade apenas transportar as

moléculas a serem separadas através da coluna e não interagir com elas.

(OLIVEIRA, 2006)

A amostra, por meio de um sistema de injeção, é introduzida em uma coluna

contendo a fase estacionária. O uso de temperaturas adequadas tanto no injetor

quanto na coluna possibilita a vaporização dos constituintes da amostra que, de

acordo com suas propriedades e as da fase estacionária, são retidos por tempos

determinados e chegam a saída da coluna em tempos diferentes. O uso de um

detector adequado na saída da coluna torna possível a detecção e quantificação

dessas substâncias. (HARRIS, 2001 e COLLINS et al., 2006)

A cromatografia a gás destaca-se pela disponibilidade de uma variedade de

detectores: captura de elétrons, fotométrico de chama, ionização por chama, entre

outros, além de poder ser acoplada a um espectrômetro de massas. (COSTA, 2007)

O espectrômetro de massas quando utilizado no modo de operação de

varredura linear (SCAN) é programado para analisar todas as massas do seu espectro

de operação ou dentro de uma faixa determinada de m/z (massa/carga), obtendo-se

assim o cromatograma de íon total (TIC). No modo de operação de monitoramento

seletivo de íons (SIM) após a ionização o espectrômetro faz a separação de íons

específicos (VEKEY, 2001). O modo SIM tem sido o modo utilizado na análise de

resíduos de pesticidas, fornecendo seletividade e sensibilidade requeridas.

(SOBOLEVA et al., 2004)

Uma tentativa de identificação dos compostos pode ser feita por comparação

com espectros de massas de milhares de compostos contidos em bibliotecas digitais,

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19

alimentadas por instituições do mundo todo. Assim, uma listagem dos dez compostos

mais prováveis e o respectivo nível de confiança (expresso em %), é fornecida por

comparação dos picos mais intensos da amostra com os dados da biblioteca.

(SANTOS, 2007).

Outra forma de identificar os compostos, com maior precisão, é através da

utilização de padrões com elevado grau de pureza, permitindo a construção de

bancos de dados do próprio laboratório. (RANGEL, 2008)

Ao acoplar o EM ao CG tem-se uma técnica amplamente empregada que

permite a identificação e quantificação de compostos químicos em diversas matrizes.

Este acoplamento aumenta a especificidade, o que explica a aplicação desta técnica

na análise de pesticidas em amostras complexas, chegando a limites de detecção em

níveis de fentogramas (10-15

g). (AZEVEDO et al., 2000; KOMATZU, 2004)

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20

3.4 – Validação

A validação deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o método

atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos

resultados. (ANVISA, 2003)

No caso de determinação de resíduos de pesticidas os métodos de extração

desenvolvidos devem ser eficientes, e os procedimentos analíticos devem possuir alta

seletividade. Assim, caso estes resíduos estejam presentes nas amostras analisadas,

será possível a sua separação e quantificação. (LANÇAS, 2004)

Para Ribani e colaboradores, 2004, uma validação completa envolve todas as

características de desempenho e um estudo interlaboratorial que é utilizado para

verificar como a metodologia se comporta com uma determinada matriz em vários

laboratórios, estabelecendo a reprodutibilidade da metodologia e a incerteza

expandida associada à metodologia como um todo. Assim a metodologia pode ser

aceita como uma metodologia oficial para uma determinada aplicação. Já a validação

no laboratório consiste das etapas de validação dentro de um único laboratório, seja

para validar um método novo que tenha sido desenvolvido localmente ou para

verificar se um método adotado de outras fontes está bem aplicado. A validação no

laboratório é utilizada nas etapas preliminares do desenvolvimento de uma

metodologia e na publicação de artigos para revistas científicas, em que são avaliadas

todas as características de desempenho da validação da metodologia.

Neste trabalho a validação foi realizada e os parâmetros utilizados para a

validação do método analítico foram: seletividade, curva analítica, linearidade e

sensibilidade; exatidão e precisão; limite de detecção e limite de quantificação.

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21

4 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Esta revisão bibliográfica apresenta trabalhos que abordam a determinação de

pesticidas em água com uso da técnica de extração em fase sólida e análise por

cromatografia, os quais foram utilizados para nortear o desenvolvimento desse

trabalho.

BARRIONUEVO e LANÇAS, 2001, desenvolveram um método de

determinação de piretróides em água por extração em fase sólida e por micro

extração em fase sólida . Os piretróides escolhidos para o trabalho foram bifentrina,

permetrina, cipermetrina e deltametrina. A análise foi feita em um cromatógrafo a

gás com um detector por captura de elétrons (CG/DCE). Para a extração foram

utilizadas amostras de água Milli-Q fortificadas com piretróides em diferentes

concentrações (0,01; 0,05; 0,1; 0,5 e 1,0 µg mL-1

). O LD dos piretróides foi de 10 pg

mL-1

. O volume necessário para que a concentração final da amostra extraída por

EFS fosse igual ou superior a 0,5 µg mL-1

foi calculado. Os melhores resultados

foram com Florisil que apresentou uma recuperação de 80 a 108 %.

NETO e SIQUEIRA, 2005, desenvolveram e validaram um método de análise

de organofosforados por EFS utilizando discos C18 e análise em cromatógrafo a gás

com detector fotométrico de chama (DFC). Os organofosforados escolhidos foram

diazinona, parationa metílica, pirimifós metílico, malationa e etiona. Considerando

os parâmetros de validação do método, a linearidade foi avaliada por meio de uma

curva analítica com o branco de água Milli-Q fortificada com concentrações de 2,5;

5,0; 12,5; 25,0; 50,0 μg L-1

para diazinona, parationa metílica e pirimifós metílico, e

5,0; 10,0; 25,0; 50,0; 100,0 μg L-1

para malationa e etiona. O método apresentou uma

boa linearidade com coeficientes de correlação (r) superiores a 0,99. O DPR variou

entre 0,75 e 6,9 %, as recuperações variaram entre 73 e 95 % e os limites de

quantificação entre 2,5 e 5,0 μg L-1

.

RUBIO et al., 2007, desenvolveram e validaram um método para

determinação de 28 pesticidas das classes dos organoclorados, organofosforados e

organonitrogenados em água de lavagem do processamento de azeitonas para a

fabricação do azeite de oliva, com níveis de concentração em ng L-1

usando as

técnicas de extração em fase sólida e cromatografia a gás com detectores de captura

de elétrons (CG/DCE) e termoiônico específico (DTE). Com a utilização do

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CG/DCE as recuperações ficaram entre 75 e 128 % com DPR entre 3 e 26 %, já com

a utilização do CG/DTE as recuperações ficaram entre 74 e 103 % com DPR menor

do que 18 %. O método apresentou uma ótima linearidade para todos os compostos

com coeficientes de correlação (r) superiores a 0,992. Os LD e LQ ficaram entre 1 e

4 ng L-1

.

GOLFINOPOULOS et al., 2003, desenvolveram um método de determinação

de pesticidas organoclorados em água de superfície do norte da Grécia por EFS e

CG/DCE. Foram detectados vários pesticidas organoclorados nas águas de rios, com

destaque para o hexaclorohexano e o aldrin que foram encontrados com

concentrações superiores aos limites estabelecidos pela União Européia.

PINTO e JARDIM, 2000, desenvolveram e validaram um método de

determinação de resíduos de triazinas em água por EFS e CLAE com detecção

espectrofotométrica com absorção ultravioleta (UV) em 230 nm. As triazinas

estudadas foram: atrazina, simazina, cianazina e ametrina. Os valores de recuperação

variaram entre 76,0 e 97,4 %, com LD entre 0,0098 e 0,034 µg L-1

e LQ entre 0,024

e 0,1 µg L-1

.

AGUILAR et al., 1997, desenvolveram e validaram um método para

determinação de pesticidas em água de torneira e em água de rio por EFS e

cromatografia a gás com detector por captura de elétrons e por espectrometria de

massas (EM). Foram estudados pesticidas das classes dos organofosforados,

organoclorados e triazinas, e os pesticidas molinato e bentazona. O método mostrou

uma boa linearidade com r entre 0,9973 e 0,9998 para o CG/EM e 0,9989 e 0,9999

para o CG/DCE. Os valores de recuperação para a água de torneira variaram entre 33

e 102 %, enquanto que para a água de rio variaram entre 30 e 94 %. Os LD variaram

entre 0,02 a 0,1 µg L-1

para CG/EM e 0,2 e 1 ng L-1

para CG/DCE.

RODRIGUES et al., 2007, desenvolveram e validaram um método para

determinação de pesticidas em água por EFS e cromatografia líquida acoplada a

espectrometria de massas (CL/EM). Na validação deste método foram comparados 5

cartuchos de EFS com sorventes diferentes: LiChrolut EN (6 mL, 500 mg), MN

Chromabond C8 (6 mL, 500 mg), MN Chromabond HR-P (6 mL, 1000 mg), MN

Chromabond C18 ecf (6 mL, 1000 mg) e Oasis HLB (6 mL, 200 mg). Em geral, os

cartuchos estudados tiveram porcentagens de recuperação satisfatórias para a maioria

dos pesticidas estudados, porém o que apresentou os melhores resultados foi Oasis

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HLB, o qual foi utilizado em matrizes de água potável, águas subterrâneas e água de

superfície de rio. O método mostrou uma boa linearidade com valores de r maior do

que 0,9989, DPR de 9,2 %, e limites de detecção entre 0,0041 e 0,0480 µg L-1

.

QUINTANA et al., 2001, fizeram um monitoramento de pesticidas em água

potável do nordeste da Espanha, utilizando a EFS e a CG/EM. O método mostrou

ótima linearidade com valores de r maior do que 0,995, com DPR menor que 12,5 %.

Os valores de recuperação variaram entre 47 e 131 % para os 22 pesticidas

estudados, e os limites de detecção entre 0,009 e 0,060 µg L-1

.

RISSATO et al., 2004, desenvolveram e validaram um método para

determinação de pesticidas organoclorados em água de manancial, água potável e

solo aplicado a região de Bauru em São Paulo. Os organoclorados escolhidos foram

BHC, dieldrin, endosulfan, aldrin, heptacloro e DDT. Nas amostras de água foram

utilizadas as técnicas de EFS e de CG/DCE. Os valores de recuperação variaram

entre 80 e 99 %, o DPR entre 3 e 6 % com n=5 para os seis pesticidas estudados.

VIDAL et al., 2000, desenvolveram e validaram um método para

determinação de resíduos de pesticidas em água por EFS, CG/DCE espectrômetro de

massas no modo tandem (EM/EM). Para o CG/DCE os valores de recuperação

variaram entre 76 e 122 % com DPR menor do que 9,4 %, LD entre 1 e 27 ng L-1

e

LQ entre 3 e 90 ng L-1

. Para o CG/EM os valores de recuperação variaram entre 76 e

142 %, com DPR menor do que 17,3 %, LD entre 4 e 80 ng L-1

e LQ entre 13 e 267

ng L-1

. Para o CG/EM/EM os valores de recuperação variaram entre 70 e 133 %, com

DPR menor do que 17,4 %, LD entre 2 e 26 ng L-1

e LQ entre 5 e 86 ng L-1

.

D’ARCHIVIO et al., 2006, realizaram uma comparação de diferentes

sorventes para extração em fase sólida de 16 pesticidas de água subterrânea,

utilizando a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os sorventes EFS

comparados foram: C18 (Insolute SPE C18, 3 mL, 200 mg), carbono grafitinizado

(ENVI-Carb, 3 mL, 250 mg), poliestireno-divinilbenzeno (LiChrolut EM, 3 mL, 200

mg), copolímero de divinilbenzeno-N-vinilpirrolidona (Oasis HLB, 6 mL, 200 mg),

superfície modificada de divinilbenzeno-estireno (Strata X, 6 mL, 200 mg). Os

sorventes que apresentaram melhores resultados para a maioria dos pesticidas

estudados foram o Oasis HLB e o Strata X. Para o Oasis HLB os valores de

recuperação variaram entre 54 e 111 % e para o Strata X, entre 66 e 113 %, com

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DPR entre 2 e 7 % para ambos sorventes. O LD variou entre 0,003 e 0,035 µg L-1

e o

LQ entre 0,009 e 0,15 µg L-1

.

CURINI et al., 2000, desenvolveram um método de determinação de 52

pesticidas em água por EFS e CLAE com interface ionspray e espectrometria de

massas. Foi utilizado na validação do método o cartucho EFS Carbograph 4. O

método apresentou valores de recuperação entre 83 e 110 %, e DPR menor do que 10

%. O LD variou entre 3 e 10 ng L-1

e LQ entre 5 e 30 ng L-1

. O desempenho do

cartucho Carbogrph 4 foi comparado com outros 2 cartuchos EFS diferentes, o

ENVI-Chrom P e o LiChrolut EN. Para a comparação entre os cartuchos foram

utilizados apenas 9 pesticidas e o Carbograph 4 apresentou os melhores valores de

recuperação.

SABIN et al., 2009, desenvolveram e validaram um método de determinação

de 20 pesticidas em água potável por EFS e CG/EM. Na validação deste método

foram comparados 4 cartuchos de EFS com sorventes diferentes, o C18 (6 mL, 500

mg), o Strata X (3 mL, 30 mg), o Nexus (3 mL, 60 mg) e o Oasis (3 mL, 30 mg). Os

melhores resultados de recuperação que variaram entre 51 e 116 % foram obtidos

com o Strata X. O método apresentou boa linearidade com r acima de 0,995 e

apresentou LQ entre 0,003 e 0,093 µg L-1

.

AZEVEDO et al., 2004, desenvolveram e validaram um método de

determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e pesticidas em

água do rio Paraíba do Sul por EFS e CG/EM. Na validação desse método foram

testados 3 cartuchos EFS com sorventes diferentes, o Oasis (6 mL, 60 mg), o C18 (6

mL, 200 mg) e o Bond-Elut Certify (6 mL, 130 mg). O Oasis foi o escolhido para a

determinação dos compostos de interesse em água do rio. As recuperações dos

pesticidas em água variaram entre 82 e 119 % com DPR menor do que 20 %. O

método apresentou boa linearidade com r acima de 0,99 e apresentou LD entre

0,0002 e 0,001 µg L-1

.

FARIA et al., 2007, desenvolveram e validaram um método de determinação

de pesticidas em água de rio por EFS e CLAE com detecção por arranjo de diodos

(DAD). Na validação desse trabalho foi testada a eficiência de extração do sorvente

poli(metiltetradecilsiloxano) (PMTDS) termicamente imobilizado em sílica se

comparada ao sorvente comercial C18. As recuperações com a utilização de C18

variaram entre 74 e 115 % e o DPR entre 2 e 11 %. Com a utilização do PMTDS, os

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valores de recuperação variaram entre 74 e 99 % e o DPR entre 3 e 10 %. Os

resultados mostraram que o PMTDS pode substituir o C18 na extração de pesticidas

em água.

VIGNA et al., 2006, desenvolveram e validaram um método de determinação

de pesticidas em água por EFS e CLAE-DAD. Na validação desse trabalho, foi

avaliada a eficiência do sorvente poli(metiloctilsiloxano) (PMOS) em sílica,

comparada com os sorventes comerciais: ENVI-8 (C8), LiChrolut RP-18 (C18),

LiChrolut NH2, LiChrolut EN, e Oasis HLB. Os valores de recuperação obtidos com

o PMOS variaram entre 73 e 101 %, os quais foram semelhantes aos obtidos com

C18, Oasis HLB e LiChrolut EN, e bem superiores aos obtidos com C8 e LiChrolut

NH2. O método com a utilização do PMOS apresentou boa linearidade com r acima

de 0,9991. O DPR variou entre 3,1 e 7,1 %, o LD entre 0,15 e 0,45 µg L-1

e o LQ

entre 0,5 e 1,5 µg L-1

.

Para uma melhor compreensão e também para facilitar a comparação dos

trabalhos aqui citados com o trabalho desenvolvido, a tabela 8 mostra os sorventes,

os solventes de condicionamento e de eluição com seus respectivos volumes, como

também o volume de amostra de água utilizado, considerando a técnica de extração

em fase sólida.

Tabela 8 – Sorventes, solventes de condicionamento e de eluição com seus

respectivos volumes, e volume de amostra de água utilizado em cada trabalho.

Referência Sorvente Solvente de

condicionamento

Volume

da

amostra

Solvente de

eluição

BARRIONUEVO e

LANÇAS, 2001

Florisil, C18

e sílica

10 mL de hexano 100 mL 20 mL de

acetonitrila

NETO e SIQUEIRA,

2005

C181 5 mL de acetato de etila,

seguido de 5 mL de

metanol e 5 mL de água

1000 mL 5 mL de acetato

de etila

RUBIO et al., 2007 C18 10 mL de

diclorometano, 10 mL

de metanol e 10 mL de

água Milli-Q

1000 mL 1 mL de

diclorometano

GOLFINOPOULOS

et al., 2003

C18 20 mL de metanol e 10

mL de água Milli-Q

1000 mL 10 mL de hexano

PINTO e JARDIM,

2000

C18 10 mL de metanol e 10

mL de água Milli-Q

250 mL 1 mL de metanol

AGUILAR et al.,

1997

LiChrolut

EN2

5 mL de hexano, 5 mL

de acetato de etila e 5

mL de água Milli-Q

500 mL 5 mL de hexano e

10 mL de acetato

de etila

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Tabela 8 (Continuação)

Referência Sorvente Solvente de

condicionamento

Volume

da

amostra

Solvente de

eluição

RODRIGUES et al.,

2007

LiChrolut

EN

Chromabond

C8

Chromabond

HR-P

Chromabond

C18

Oasis HLB3

6 mL de metanol:

acetona (3:2), 3 mL de

metanol e 3 mL de água

ultra-pura;

6 mL de

diclorometano:acetona

(1:1), 3mL de metanol e

3mL de água ultra-pura;

6 mL de

metanol:acetona (3:2), 3

mL de metanol e 3 mL

de água ultra-pura

400 mL

400 mL

400 mL

4 mL, 2 mL e 2

mL de

metanol:acetona

(3:2);

4 mL, 2 mL e 2

mL de

diclorometano /

acetona (1:1);

4 mL e 2 mL de

metanol:acetona

(3:2)

QUINTANA et al.,

2001

Bakerbond

speTM4

3 mL de acetato de etila,

3 mL de metanol e 6 mL

de água

500 mL 2,5 mL e 2,5 mL

de acetato de etila

RISSATO et al.,

2004

C18 5 mL e 5 mL de metanol

e 10 mL de água

deionizada

1000

mL

5 mL de acetato

de etila e 5 mL de

diclorometano

VIDAL et al., 2000 C18 10 mL de

acetonitrila/diclorometa

no (1:1), 5 mL de

metanol e 3 mL de água

Milli-Q

500 mL 5 mL de

acetonitrila /

diclorometano

(1:1) e 2 mL de

n-hexano

D’ARCHIVIO et al.,

2006

C18

ENVI-Carb5

LiChrolut

EN

Oasis HLB

Strata X6

10 mL de

diclorometano, 10 mL

de acetonitrila e 10 mL

de água Milli-Q

1000

mL

5 mL de

acetonitrila e 5

mL de metanol

CURINI et al., 2000 Carbograph

45

LiChrolut

EN

ENVI-

Chrom P4

10 mL de

methanol/acetonitrila

(1:1), 7 mL de água

Milli-Q

4000

mL de

água

potável

1000

mL de

água do

rio

5 mL e 5 mL de

acetonitrila /

metanol (1:1)

SABIN et al., 2009 C18

Strata X

Nexus

Oasis

2 vezes o volume do

cartucho de metanol e 2

vezes o volume do

cartucho de água

200 mL 1 mL e 1 mL de

diclorometano

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Tabela 8 (Continuação)

Referência Sorvente Solvente de

condicionamento

Volume

da

amostra

Solvente de

eluição

AZEVEDO et al.,

2004

Oasis

C18

Bond-Elut

Certify

6 mL de

diclorometano, 6 mL

de acetonitrila e 6mL

de água

6 mL de metanol e 6

mL de água

6 mL de metanol e 6

mL de água

200 mL

200 mL

200 mL

2,5 mL de

diclorometano /

acetonitrila (1:1)

e 3,2 mL de

diclorometano

6 mL de metanol

2 mL de

diclorometano /

isopropanol (8:2)

com 2% de

solução de

hidróxido de

amônio

FARIA et al., 2007 C18

PMTDS7

3 mL de acetato de

etila e 3 mL de água

Milli-Q

100 mL 5 vezes de 1 mL

de acetato de etila

VIGNA et al., 2006 ENVI-8 (C8)

LiChrolut RP-

18 (C18)

LiChrolut

NH28

LiChrolut EN

Oasis HLB

PMOS9

3 mL de acetato de

etila e 3 mL de água

Milli-Q

200 mL 5 mL de

acetonitrila e 2

mL de acetato de

etila

1 Discos de C18 2 Copolímero de etil-vinilbenzeno-divinilbenzeno 3 Copolímero de

divinilbenzeno-N-vinilpirrolidona 4 Copolímero estirenodivinilbenzeno 5 Carbono

grafitinizado 6 Superfície modificada de divinilbenzeno-estireno 7

Poli(metiltetradecilsiloxano) em sílica 8 Aminopropil em sílica 9 Poli(metiloctilsiloxano)

em sílica

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5 – MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 – Materiais

Provetas de 10, 50 e 100 mL; béqueres de 50, 100 e 250 mL; Balões

volumétricos de 1, 5 e 10 mL; Balão de fundo redondo de 50 mL; pipetas Pasteur;

frasco de vidro com tampa rosqueável; vial para auto injetor CG/EM; Micropipetas

(Boeco Pipette 10 – 100 e 100 – 1000 μL); Balança analítica Sartorius BL 210S;

Sistema para EFS Vacuum Manifold (Varian, Walnut Creck, CA, EUA), Evaporador

rotatório (Fisatom 802D).

5.2 – Solventes e sorventes

Diclorometano e Metanol grau HPLC (Tedia, Fairfield, OH, EUA), água

ultrapura obtida por um sistema de purificação Gradient Milli-Q (Millipore, São

Paulo, Brasil).

Cartuchos EFS: Strata C18-E (500 mg / 6 mL) Phenomenex (Torrance, CA,

EUA), ENVI-Carb (500 mg / 6 mL) Supelco (Bellefonte, PA, EUA); ENVI-

Carb/LC-NH2 (500 mg / 500 mg / 6 mL) Supelco; Strata FL-PR Florisil (500 mg / 6

mL) Phenomenex (Torrance, CA, EUA); Sílica (500 mg / 6 mL) (0.063 – 0.100 mm,

Merck, Canadá) e cartucho com turfa (500 mg / 6 mL).

A turfa utilizada no trabalho foi coletada no município de Santo Amaro,

Sergipe. A turfa foi seca em um forno a 100 ºC e peneirada a 9 mesh. (ROMÃO et

al., 2007)

5.3 – Padrões de pesticidas

Padrões certificados dos pesticidas: pirimetanil (Dr. Ehrestorfer, pureza de

98,5 %), flumetralina (Fluka Analytical, pureza de 98,7 %) e cresoxim-metílico

(Riedel-de-Haën, pureza de 96,6 %).

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29

5.4 – Preparação das soluções padrão de pesticidas

As soluções padrão estoques foram preparadas individualmente em

diclorometano com as seguintes concentrações: (pirimetanil) 800 µg mL-1

,

(flumetralina) 300 µg mL-1

, (cresoxim-metílico) 290 µg mL-1

. As soluções estoque

foram guardadas sob refrigeração à -18 ºC para evitar degradação.

A solução padrão de concentração 5 µg mL-1

foi preparada a partir das

soluções padrão estoques com diclorometano para um balão volumétrico de 10 mL,

completando-se o volume final (solução de trabalho).

5.5 – Preparação da curva analítica

Para a curva analítica foram feitas diluições a partir da solução de trabalho

para um volume final de 1 mL nas seguintes concentrações: 0,05; 0,1; 0,2; 0,5; 1,0;

2,0; 3,0; 4,0 µg mL-1

, que foram injetadas em triplicata no CG/EM.

5.6 – Limpeza dos materiais

A limpeza das vidrarias foi efetuada com o seguinte procedimento: enxaguar

em água corrente, deixar em solução de detergente Extran a 2 % por um intervalo de

24 horas, enxaguar novamente com água corrente para retirar todo o Extran, lavar

por duas vezes com água destilada, e uma vez com acetona e hexano, levar para

estufa durante uma hora a 100 ºC, com exceção do material volumétrico que deve ser

seco fora da estufa, depois todo o material foi recoberto com papel filme e guardado

em armário fechado.

5.7 – Procedimento de extração de pesticidas em água por extração

em fase sólida

O condicionamento do sorvente foi efetuado na seguinte ordem: 5 mL de

diclorometano, 5 mL de metanol e 10 mL de água ultra pura (Milli-Q). Em seguida,

foi eluído 200 mL da amostra de água Milli-Q com 10 mL de metanol, 500 µL de

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30

Analitos

diclorometano e fortificada com os pesticidas (o metanol e o diclorometano foram

adicionados à amostra para manter o condicionamento do sorvente durante a

passagem da amostra). Após a passagem da amostra, a fase aquosa foi descartada e o

sorvente foi seco por 10 min para retirar a umidade. A eluição dos analitos foi feita

com 20 mL de diclorometano, que foi concentrado para o volume de 1 mL em um

evaporador rotatório a 40 ºC e 60 rpm. O extrato foi analisado por CG/EM. A figura

3 mostra um esquema com o procedimento da extração de pesticidas de água por

EFS.

Figura 3 – Esquema do procedimento da extração de pesticidas

em água por EFS.

Descarte

Água

Condicionar o sorvente:

5 mL de diclorometano + 5 mL de metanol

+ 10 mL de água Milli-Q

Eluir 200 mL de água Milli-Q

fortificada com os pesticidas

Eluir os analitos com 20

mL de diclorometano

Concentrar em evaporador

rotatório a 40 ºC e 60 rpm

para 1 mL Analisar por CG/EM

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31

5.8 – Condições cromatográficas de análise

A análise dos pesticidas foi realizada com um cromatógrafo em fase gasosa

acoplado ao espectrômetro de massas da marca Shimadzu (Quioto, Japão), modelo

GCMS-QP2010 plus, na qual foi instalada uma coluna capilar DB-5MS (5 % fenil –

95 % polidimetilsiloxano; 30 m x 0,25 mm x 0,25 µm) da J&W Scientific (Folsom,

CA, EUA). As condições de análise foram as seguintes:

Temperatura do injetor: 250 ºC

Modo de injeção: splitless

Pressão: 68,3 kPa

Fluxo total: 16,2 mL min-1

Fluxo da coluna: 1,2mL min-1

Velocidade linear: 39,7 cm seg-1

Fluxo da purga: 3,0 mL min-1

Modo e controle de fluxo: pressão linear

Gás de arraste: He (99,995 %)

Volume de injeção: 1 µL

Programação de temperatura: 50 ºC – 10 ºC min-1

até 290 ºC (3 min)

Tempo total da corrida: 27 min

O espectrômetro de massas foi operado no modo SIM com ionização por

elétrons a 70 eV.

A temperatura da fonte de íons e da interface foi de 280 ºC.

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32

6 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 – Condições cromatográficas de análise

As condições cromatográficas citadas no item 5.8 foram estabelecidas

buscando-se a melhor resolução dos picos e o menor tempo de análise. Para tanto,

foram analisadas soluções individuais dos pesticidas através do modo SCAN (40 –

480 m/z) e injeção splitless para obtenção dos tempos de retenção e íons relativos a

cada um dos analitos. A figura 4 mostra o cromatograma CG/EM (SIM) da solução

padrão dos pesticidas em estudo de concentração 5 µg mL-1

em diclorometano. A

tabela 9 mostra o tempo de retenção e os íons característicos dos pesticidas. As

figuras 5, 6 e 7 mostram os espectros de massas para cada pesticida, dos quais foram

selecionados os íons que caracterizam cada pesticida.

Figura 4 – Cromatograma CG/EM (SIM) da solução padrão de pesticidas a 5 µg

mL-1

em diclorometano – pirimetanil (1); flumetralina (2); cresoxim-metílico

(3). Para condições cromatográficas de análise, ver item 5.8.

Tabela 9 – Tempo de retenção (TR) e íons característicos dos pesticidas

Pesticidas TR (min) Íons (m/z)

Pirimetanil 16,9 183, 197, 198

Flumetralina 20,2 143, 157, 404

Cresoxim-metílico 21,0 116, 131, 206, 282

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33

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.00.0

25.0

50.0

75.0

100.0

%

198

7742 51 65 91 99 118 19782 183143

Figura 5 – Espectro de massas do fungicida pirimetanil

50 100 150 200 250 300 350 4000.0

25.0

50.0

75.0

100.0

125.0

%

143

15710740475 35743 129 34221457 321201186 306265

Figura 6 – Espectro de massas do regulador de crescimento flumetralina

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.0 250.0 275.0 300.0 325.00.0

25.0

50.0

75.0

100.0

125.0

%

116

131

59 206

89

14610765 282162 17542 223194 313254 327

Figura 7 – Espectro de massas do fungicida cresoxim-metílico

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34

6.2 – Avaliação de diferentes sorventes comerciais na extração dos

pesticidas em água por EFS

Seguindo o procedimento de extração descrito no item 5.7, foram realizados

estudos de recuperação com cartuchos contendo os sorventes comerciais: C18, ENVI-

Carb, Florisil, Sílica e ENVI-Carb/LC-NH2 para avaliar a eficiência na extração dos

pesticidas em água.

A tabela 10 mostra os valores percentuais de recuperação para os sorventes

C18, ENVI-Carb, Florisil, sílica e ENVI-Carb/LC-NH2, considerando o nível de

fortificação de 2,5 µg L-1

e n=3.

Tabela 10 – Valores de recuperação média dos pesticidas e o desvio padrão

relativo para C18, ENVI-Carb, Florisil, sílica e ENVI-Carb/LC-NH2 (nível de

fortificação de 2,5 µg L-1

e n=3).

Sorvente

Pesticida

Pirimetanil Flumetralina Cresoxim-metílico

C18 Rec. (%) 102,3 ± 5,2 79,0 ± 6,1 89,0 ± 8,8

DPR (%) 6,3 8,2 9,7

ENVI-Carb Rec. (%) 74,6 ± 6,7 73,0 ± 1,4 80,5 ± 7,4

DPR (%) 9,0 1,9 9,2

Florisil Rec. (%) 39,7 ± 1,4 80,2 ± 4,3 14,1 ± 0,3

DPR (%) 3,6 5,4 2,2

Sílica Rec. (%) 6,5 ± 0,3 70,1 ± 1,6 17,6 ± 0,2

DPR (%) 4,9 2,2 1,3

ENVI-Carb/LC-NH2 Rec. (%) 54,0 ± 3,4 41,5 ± 2,9 52,5 ± 2,7

DPR (%) 6,3 7,0 5,2

Rec.: valor percentual de recuperação

Com ENVI-Carb/LC-NH2 foram obtidos, para os três pesticidas estudados,

valores de recuperação abaixo da faixa estabelecida pela literatura que é de 70 a 120

% segundo a ANVISA para amostras alimentares e ambientais. Os valores de

recuperação foram 54,0; 41,5 e 52,5 %, para pirimetanil, flumetralina e cresoxim-

metílico, respectivamente. Esses resultados podem ser explicados devido à presença

do grupo amino contido na fase sólida do cartucho avaliado. O grupo amino torna a

fase polar e, consequentemente, pode haver uma adsorção forte dos pesticidas não

sendo assim totalmente eluídos pelo solvente de eluição.

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35

O Florisil apresentou valores de recuperação de 39,7; 80,2 e 14,1 % para

pirimetanil, flumetralina e cresoxim-metílico, respectivamente. Por sua vez, a sílica

apresentou os seguintes valores de recuperação: 6,5; 70,1 e 17,6 % para pirimetanil,

flumetralina e cresoxim-metílico, respectivamente. O Florisil e a sílica são sorventes

moderadamente polares o que justifica os valores de recuperação obtidos: Os

pesticidas pirimetanil e cresoxim-metílico que são os mais polares (como mostra a

tabela 5) foram retidos fortemente pelos sorventes, apresentando assim baixos

valores de recuperação, por sua vez a flumetralina, o mais apolar dentre os três,

apresentou valores de recuperação na faixa estabelecida pela literatura.

Os valores percentuais de recuperação encontrados utilizando o ENVI-Carb e

o C18 foram semelhantes e estão compreendidos na faixa estabelecida pela literatura,

o que se explica pelo fato de ambos os sorventes serem apolares. Porém, os valores

de recuperação encontrados com o C18, 104,6; 77,0 e 90,1 % para pirimetanil,

flumetralina e cresoxim-metílico, respectivamente, foram melhores que os

encontrados com o ENVI-Carb, 74,6; 73,0 e 80,5 % para pirimetanil, flumetralina e

cresoxim-metílico, respectivamente.

Portanto, dos cartuchos comerciais avaliados, o C18 foi o mais adequado para

a extração dos pesticidas pirimetanil, flumetralina e cresoxim-metílico em água.

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36

6.3 – Validação do método com a utilização do sorvente C18

6.3.1 – Seletividade

A seletividade de um método instrumental de separação é a capacidade de

avaliar, de forma inequívoca, as substâncias em exame na presença de componentes

que podem interferir com a sua determinação em uma amostra. A seletividade avalia

o grau de interferência de espécies com outro ingrediente ativo, impurezas e produtos

de degradação, bem como outros compostos de propriedades similares que possam

estar, porventura, presentes. A seletividade garante que o pico de resposta seja

exclusivamente do composto de interesse. (RIBANI et al., 2004)

A seletividade foi avaliada por meio da comparação entre o extrato da matriz

fortificada com o branco (extrato da matriz isenta dos pesticidas). A figura 8 mostra

os cromatogramas CG/EM (SIM) do branco do extrato da matriz fortificado.

Figura 8 – Cromatograma CG/EM (SIM) do branco da amostra (A) e do

extrato da matriz fortificado a 5 µg mL-1

(B).

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Pela comparação dos cromatogramas da figura 8, observa-se que nenhum

interferente eluiu nos tempos de retenção dos pesticidas. Portanto, o método pode ser

considerado seletivo em relação aos compostos de interesse.

6.3.2 – Obtenção das curvas analíticas dos pesticidas

Foram feitas as curvas analíticas para cada um dos pesticidas para avaliar a

linearidade por meio do coeficiente de correlação, a sensibilidade por meio do

coeficiente angular, bem como avaliar se há efeito matriz.

A linearidade mostra à capacidade que o método tem de apresentar resultados

que sejam diretamente proporcionais à concentração do pesticida em questão, dentro

de uma determinada faixa de aplicação. (FILHO, 2009)

O coeficiente de correlação permite fazer uma estimativa da linearidade da

curva obtida, pois quanto mais próximo for o valor de 1,0, menor a dispersão do

conjunto de pontos experimentais e menor a incerteza dos coeficientes de regressão

estimados. (FILHO, 2009)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) recomenda um

coeficiente de correlação igual a 0,99 e o Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) um valor acima de 0,90, como

bons indicadores da linearidade de uma curva analítica. (ANVISA, 2002 e

INMETRO, 2003)

A sensibilidade é a capacidade do método em distinguir, com determinado

nível de confiança, duas concentrações próximas. Em métodos sensíveis, uma

pequena diferença na concentração do analito causa grande variação no valor do

sinal analítico medido. Sob o ponto de vista prático, a sensibilidade constitui o

coeficiente angular do gráfico analítico, ou seja, quanto maior o coeficiente angular

da reta, mais sensível é o método. (BRITO et al., 2003)

Pela comparação entre as inclinações das curvas também é possível observar

o efeito matriz, o que pode gerar um aumento no sinal analítico levando a

superestimação do resultado (efeito matriz positivo), ou gerar uma diminuição no

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sinal analítico gerando uma subestimação do resultado (efeito matriz negativo).

(PINHO, 2009)

Foram utilizadas soluções dos pesticidas a 0,05; 0,1; 0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 3,0;

4,0 µg mL-1

em solvente puro (diclorometano), como também utilizando um extrato

da matriz para elaborar as curvas analíticas.

As figuras 9, 10 e 11 mostram as curvas analíticas em diclorometano para

cada um dos pesticidas.

Figura 9 – Curva analítica no solvente para o pirimetanil.

Figura 10 – Curva analítica no solvente para a flumetralina.

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Figura 11 - Curva analítica no solvente para o cresoxim-metílico.

A tabela 11 mostra a equação da reta e os coeficientes de correlação (r) para

cada um dos pesticidas em diclorometano.

Tabela 11 – Equação da reta e coeficiente de correlação (r) em diclorometano.

Pesticidas Equação da reta r

Pirimetanil y = 15681x – 2509 0,9975

Flumetralina y = 4028x – 343,4 0,9979

Cresoxim-metílico y = 81166x – 17015 0,9909

As figuras 12, 13 e 14 mostram as curvas analíticas obtidas com o extrato da

matriz para cada um dos pesticidas.

Figura 12 – Curva analítica no extrato da matriz para o pirimetanil.

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40

Figura 13 – Curva analítica no extrato da matriz para a flumetralina.

Figura 14 – Curva analítica no extrato da matriz para o cresoxim-metílico.

A tabela 12 mostra a equação da reta e os coeficientes de correlação (r) para

cada um dos pesticidas no extrato da matriz.

Tabela 12 – Equação da reta e coeficiente de correlação (r)

no extrato da matriz.

Pesticidas Equação da reta r

Pirimetanil y = 10108x – 985,42 0,9984

Flumetralina y = 3283,2x – 10,853 0,9990

Cresoxim-metílico y = 45867x – 5203,6 0,9983

Pelas tabelas 11 e 12 observa-se que os pesticidas possuem r acima de 0,99,

tanto na curva com solvente puro quanto na curva do extrato da matriz, estando em

conformidade com a recomendação da ANVISA e do INMETRO. Observa-se

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também que esse método apresenta maior sensibilidade para o cresoxim-metílico, já

que para este analito o coeficiente angular da reta foi o maior. Em relação ao efeito

matriz, ele pode ser observado, porque no extrato da matriz as áreas correspondentes

a cada concentração na curva foram menores, que é evidenciado pela inclinação da

curva, caracterizando um efeito matriz negativo.

6.3.3 – Estudo de recuperação dos pesticidas em água

Para avaliar a exatidão e a precisão do método analítico foram avaliadas a

recuperação e o desvio padrão relativo (DPR) para três níveis de fortificação nas

concentrações de 0,5; 2,5 e 5 µg L-1

. A fortificação foi feita adicionando-se à água os

três pesticidas estudados nas três concentrações citadas em uma série de sete

replicatas para cada nível.

A recuperação está relacionada com a exatidão, pois reflete a quantidade de

determinado analito, recuperado no processo, em relação à quantidade real presente

na amostra. A exatidão é expressa como erro sistemático percentual, inerente ao

processo. O erro sistemático ocorre pela perda da substância devido à baixa

recuperação da extração, medidas volumétricas imprecisas ou substâncias

interferentes na amostra (entre outros). (BRITO et al., 2003).

Para a ANVISA os valores percentuais de recuperação para amostras

alimentares e ambientais podem variar entre 70 e 120 %. Para RIBANI, 2004,

dependendo da complexidade analítica e da amostra esse valor passa a ser de 50 a

120 %.

A precisão segundo RIBANI, 2004, representa a dispersão dos resultados

entre ensaios independentes repetidos de uma mesma amostra, amostras semelhantes

ou padrões sob condições definidas. A precisão pode ser avaliada por meio do desvio

padrão relativo (DPR), ou coeficiente de variação (CV), que pode ser calculado pela

seguinte expressão:

Onde: s = desvio padrão da resposta; x é a média dos valores de recuperação.

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O método será considerado preciso quando apresentar DPR dentro do

aceitável para cada nível de concentração. Para análise de resíduos de pesticidas se

consideram aceitáveis DPR de até 20 %. (BRITO et al., 2003)

Além disso, o INMETRO recomenda sete ou mais repetições para o cálculo

do DPR. (INMETRO, 2003)

A partir dos valores de recuperação obtidos, percebe-se que os três analitos

possuem uma boa correlação entre as concentrações e as áreas dos picos. A

porcentagem de recuperação média dos pesticidas em amostras fortificadas nos três

níveis de concentração variou de 62,6 a 104,6 %, considerada satisfatória, estando

dentro da faixa estabelecida na literatura de 50 a 120 %. O C18 é uma fase apolar o

que torna a adsorção da flumetralina (o pesticida mais apolar entre os três estudados,

como mostra a tabela 5) mais forte, dificultando a sua eluição, por isso os valores de

recuperação da flumetralina foram menores que os outros dois pesticidas nos três

níveis de fortificação. Por sua vez o pirimetanil, que por ser o mais polar dentre os

três pesticidas, foi adsorvido de forma mais fraca pelo C18, sendo eluído com

facilidade pelo eluente (diclorometano), apresentando maiores valores de

recuperação nos três níveis de fortificação. O DPR variou de 5,1 a 15,5 %,

mostrando precisão entre as análises, estando abaixo do valor aceitável para análise

de resíduos de pesticidas em água de 20 %.

A tabela 13 mostra os valores de recuperação média dos pesticidas e o DPR

para cada nível de fortificação utilizando como sorvente C18 com n=7.

Tabela 13 – Valores de recuperação média dos pesticidas e o desvio padrão

relativo para cada nível de fortificação utilizando como sorvente C18 com n=7.

Pesticida Nível de fortificação

(µg L-1

)

Recuperação

média (%)

DPR (%)

Pirimetanil 5,0

2,5

0,5

97,2 ± 9,2

104,6 ± 7,2

71,2 ± 3,7

9,5

6,9

5,1

Flumetralina 5,0

2,5

0,5

79,9 ± 6,8

77,0 ± 6,3

62,6 ± 9,7

8,4

8,2

15,5

Cresoxim-metílico 5,0

2,5

0,5

91,3 ± 7,9

90,1 ± 8,8

71,0 ± 7,9

8,6

9,7

11,1

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6.3.4 – Limite de Detecção (LD) e Limite de Quantificação (LQ)

O limite de detecção (LD) é a menor concentração do analito que pode ser

detectada, mas não necessariamente quantificada, sob condições experimentais

estabelecidas. (BRITO et al., 2003). O LD pode ser expresso pela seguinte equação:

Onde: s = desvio padrão da resposta; S = o coeficiente angular da curva

analítica.

O limite de quantificação (LQ) é a menor concentração do analito, que pode

ser quantificada na amostra, com exatidão e precisão aceitáveis, sob as condições

experimentais adotadas. (BRITO et al., 2003). O LQ pode ser expresso pela seguinte

equação:

Onde: s = desvio padrão da resposta; S = o coeficiente angular da curva

analítica.

Para calcular o LD e o LQ foi utilizado o desvio padrão da resposta do menor

nível de fortificação e o coeficiente angular da curva do extrato da matriz na

concentração de fortificação. A tabela 14 mostra os limites de detecção e

quantificação no menor nível de fortificação (0,5 µg L-1

).

Tabela 14 - Limites de detecção e quantificação no menor nível de fortificação.

Pesticida LD (µg L-1

) LQ (µg L-1

)

Pirimetanil 0,005 0,016

Flumetralina 0,044 0,147

Cresoxim-metílico 0,002 0,007

Os valores de LD e LQ obtidos, entre 0,002 e 0,147 µg L-1

, podem ser

considerados satisfatórios considerando que os valores máximos permitidos (VMP)

em água para qualquer pesticida admitido pela comunidade européia pode variar

entre 0,1 e 0,5 µg L-1

. Considerando também a técnica EFS e a análise por CG/EM

os valores encontrados são semelhantes a outros trabalhos encontrados na literatura:

AGUILAR et al.,1997; QUINTANA et al., 2001; SABIN et al.,2009; ver item 4.

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As figuras 15, 16 e 17 mostram as curvas analíticas do extrato da matriz

compatíveis com os níveis de fortificação para cada um dos pesticidas estudados:

Figura 15 – Curva analítica no extrato da matriz para o pirimetanil

na concentração de fortificação.

Figura 16 – Curva analítica no extrato da matriz para a flumetralina

na concentração de fortificação.

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Figura 17 – Curva analítica no extrato da matriz para o cresoxim-metílico na

concentração de fortificação.

A tabela 15 mostra a equação da reta e os coeficientes de correlação (r) para

cada um dos pesticidas estudados no extrato da matriz na concentração de

fortificação.

Tabela 15 – Equação da reta e coeficiente de correlação (r) no

extrato da matriz na concentração de fortificação.

Pesticidas Equação da reta r

Pirimetanil y = 2273,5x – 1930,1 0,9934

Flumetralina y = 656,6x – 10,85 0,9989

Cresoxim-metílico y = 10464x – 10042 0,9919

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46

6.4 – Utilização de turfa como material alternativo ao C18 para a

extração em fase sólida de pesticidas em água

Foram realizadas comparações entre a turfa e o sorvente comercial C18. Os

resultados mostraram que os valores de recuperação para a turfa estão

compreendidos na faixa estabelecida pela literatura (70 – 120 %) para a flumetralina

(95,9 %) e para o cresoxim-metílico (88,3 %), e abaixo para o pirimetanil (41,1 %).

Para melhor comparar os dois sorventes, a tabela 16 mostra os valores de

recuperação média dos pesticidas e o desvio padrão relativo para C18 e para turfa,

considerando o nível de fortificação de 2,5 µg L-1

, com n=7 para C18, e para turfa,

n=3.

Tabela 16 – Valores de recuperação média dos pesticidas e o desvio padrão

relativo para C18 e para turfa (nível de fortificação de 2,5 µg L-1

)

Pesticida

Sorvente

C18 turfa

Rec. (%) DPR (%) Rec. (%) DPR (%)

Pirimetanil 104,6 ± 7,2 6,9 41,1 ± 5,2 12,6

Flumetralina 77,0 ± 6,3 8,2 95,9 ± 6,9 7,2

Cresoxim-metílico 90,1 ± 8,8 9,7 88,3 ± 6,0 6,8

Rec.: valor percentual de recuperação

Estes resultados mostram que a turfa é uma alternativa viável e de baixo custo

ao cartucho comercial de C18 na extração de flumetralina e cresoxim-metílico de

água. Por ser o pesticida mais polar entre os três, o pirimetanil foi adsorvido mais

fortemente pela turfa, não sendo assim eluído com eficiência pelo solvente de eluição

utilizado.

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47

6.5 – Aplicação do método em amostra de água potável

O método foi aplicado em amostra de água potável obtida no departamento de

química da Universidade Federal de Sergipe (UFS) utilizando EFS com cartuchos

contendo C18 e turfa. Foi verificada a ausência dos pesticidas. As figuras 18 e 19

mostram os cromatogramas obtidos nas análises por CG/EM (SIM) com amostras de

água potável após EFS com C18 e com turfa, respectivamente.

Figura 18 – Cromatograma CG/EM (SIM) obtido na análise de água potável

após EFS com C18.

Figura 19 – Cromatograma CG/EM (SIM) obtido na análise de água potável

após EFS com turfa.

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7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre os sorventes comerciais avaliados para extração de pesticidas em

água, o sorvente C18 apresentou os melhores valores de recuperação para pirimetanil,

flumetralina e cresoxim-metílico, 102,3; 79,0 e 89,0 %, respectivamente.

O ENVI-Carb apresentou valores de recuperação entre 73,0 e 80,5 % estando

dentro da faixa estabelecida pela literatura, porém menores que os valores

encontrados com o C18. O Florisil que apresentou valores de recuperação entre 14,1 e

80,2 %, a sílica entre 6,5 e 70,1 % e o ENVI-Carb/LC-NH2 entre 41,5 e 54,0 %, não

são adequados para a extração dos pesticidas pirimetanil, flumetralina e cresoxim-

metílico em água.

O método desenvolvido e validado empregando a técnica extração em fase

sólida com utilização de C18 como sorvente mostrou-se adequado para a extração de

pirimetanil, flumetralina e cresoxim-metílico em água. Os valores de recuperação

obtidos ficaram entre 62,6 e 104,6 %, com desvio padrão relativo entre 5,1 e 15,5 %,

limite de detecção entre 0,002 e 0,044 µg L-1

e limite de quantificação entre 0,007 e

0,147 µg L-1

. A curva analítica foi feita com o extrato da matriz com os pesticidas a

0,05; 0,1; 0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 µg mL-1

com r acima de 0,99.

Os valores de recuperação utilizando a turfa como sorvente para pirimetanil,

flumetralina e cresoxim-metílico foram de 41,1; 95,9 e 88,3 %, respectivamente,

sendo, portanto uma alternativa viável e de baixo custo para a extração dos pesticidas

flumetralina e cresoxim-metílico de água

Na análise de amostra de água potável, foram utilizados os sorventes C18 e

turfa. Os resultados mostraram a ausência dos pesticidas.

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