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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS MÉDICO- CIRÚRGICAS VALMIRLAN FECHINE JAMACARU ANÁLISE FRACTAL EM IMAGENS RADIOLÓGICAS DIGITALIZADAS DE OSSO DE RATO COM OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICÓIDES FORTALEZA 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS MÉDICO-

CIRÚRGICAS

VALMIRLAN FECHINE JAMACARU

ANÁLISE FRACTAL EM IMAGENS RADIOLÓGICAS DIGITALIZADAS DE OSSO

DE RATO COM OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICÓIDES

FORTALEZA 2010

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VALMIRLAN FECHINE JAMACARU

ANÁLISE FRACTAL EM IMAGENS RADIOLÓGICAS DIGITALIZADAS DE OSSO

DE RATO COM OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICÓIDES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do Departamento de Ciências Médico-Cirúrgicas da Faculdade de Medicina (Campus Porangabussu) da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Ciências Médico-Cirúrgicas Orientador: Prof. Dr. José Alberto Dias Leite

FORTALEZA 2010

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J27a Jamacaru, Valmirlan Fechine Análise fractal em imagens radiológicas digitalizadas de osso de rato com osteoporose induzida por corticóides/ Valmirlan Fechine Jamacaru. – Fortaleza, 2010. 91 f. : il. Orientador: Prof. Dr. José Alberto Dias Leite Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médico-Cirúrgicas. Fortaleza, CE.

1. Osteoporose. 2. Fractais. 3. Radiografia. 4. Corticosteróides. 5. Ratos. I. Leite, José Alberto Dias (orient.). II. Título.

CDD: 616.716

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VALMIRLAN FECHINE JAMACARU

ANÁLISE FRACTAL EM IMAGENS RADIOLÓGICAS DIGITALIZADAS DE OSSO

DE RATO COM OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICÓIDES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina (Campus Porangabussu) da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Ciências Médico-Cirúrgicas

Aprovada em: 16/08/2010

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________

Prof. Dr. José Alberto Dias Leite (Orientador) Universidade Federal do Ceará

_____________________________________________________

Prof. Dr.Lúcio Mitsuo Kurita Universidade Federal do Ceará

_____________________________________________________

Profa. Dra. Sheila Márcia de Araújo Fontenele Faculdade Christus

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A DEUS, pela perseverança, saúde,

conforto e coragem nos momentos

mais difíceis, não deixando que eu

desistisse diante dos obstáculos.

Aos meus pais, Raimundo Rodrigues

do Nascimento e Zélia Rodrigues

Fechine, pelo incentivo constante e a

dedicação todos esses anos, terei

sempre muito orgulho de vocês.

À minha esposa, Juliana, e aos meus

irmãos, Vagnaldo, Vagneide, Valderlan

e Valdiane, pela compreensão e

colaboração em todos os momentos.

Aos meus sobrinhos, que Deus ilumine

suas vidas.

A todos meus mestres.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço de modo especial ao meu orientador, Professor Doutor José

Alberto Dias Leite, exemplo de pesquisador, pelos ensinamentos, apoio seguro e

disponibilidade com que orientou este trabalho, como também, por acreditar neste

projeto dando suporte e incentivo para que o mesmo se tornasse viável. Além de

exemplo de médico, mostrou-me a ser mais generoso com nossos conhecimentos.

Ao Professor Doutor Paulo Roberto Leitão de Vasconcelos, Coordenador do

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do Departamento de Cirurgia da

Universidade Federal do Ceará, pela competência com que desempenha suas

atividades.

Ao Professor Doutor Lúcio Mitsuo Kurita da Universidade Federal do Ceará

(UFC) pela valiosa participação na banca de defesa desta dissertação e pela

preciosa orientação na obtenção da densidade óptica radiográfica.

À Professora Doutora Sheila Márcia de Araújo Fontenele da Faculdade

Christus pela honrosa participação na banca de defesa desta dissertação.

Ao Professor Doutor Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru, exemplo de

médico, pela inestimável contribuição em todas as etapas desta pesquisa, pelo

incentivo desde a idéia inicial do projeto até sua conclusão, por me co-orientar no

delineamento do estudo, por fornecer gentilmente o programa desenvolvido por ele e

adaptá-lo perfeitamente à proposta desta pesquisa.

Ao Doutor Henrique Mota Neto, médico ortopedista, pela valiosa contribuição

no exame de qualificação e pelo fornecimento de informações sobre o metabolismo

ósseo.

À Professora Doutora Marta Maria das Chagas Medeiros, pela importante

colaboração no exame de qualificação.

À Professora Doutora Conceição Aparecida Dornelas pela relevante

contribuição no exame de qualificação, como também, pelas sugestões e pelo

fornecimento de material para o armazenamento das peças ósseas.

Ao Professor Doutor José Daniel Vieira de Castro, pela grande contribuição

na orientação para obtermos os parâmetros técnicos das imagens na mamografia.

À Professora Doutora Maria Luzete Costa Cavalcante, pelo incentivo e por

acreditar na continuidade da idéia deste trabalho em novas pesquisas.

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Ao Doutor César Marques Côrtes, médico radiologista, pelo esclarecimento

de dúvidas acerca da densitometria óssea e interpretação da imagem radiográfica.

Ao cirurgião-dentista Tarcisio Teobaldo Bezerra, que me ajudou a obter as

imagens radiográficas digitais em filmes odontológicos periapicais.

Às acadêmicas de Medicina Marina Diógenes e Luciana Cascão Lima pela

significativa colaboração em diversas etapas deste estudo.

À acadêmica de Enfermagem Juliana de Souza Johnston por me auxiliar na

digitalização das radiografias e na digitação dos dados coletados.

À técnica em Radiologia Tânia Régia de Castro Almeida, por ter me auxiliado

nas tomadas radiográficas geradas a partir do uso do mamógrafo do Departamento

de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.

Às senhoras Maria Luciene Vieira de Oliveira e Magda Maria Gomes

Fontenele, secretárias do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do

Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do

Ceará, pela atenção, orientação, colaboração e carinho dispensados aos alunos.

Ao Senhor Bento Francisco de Oliveira, técnico do Laboratório de Cirurgia

Experimental, pelo zelo e dedicação com que realiza seu trabalho com os animais.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia pelos

ensinamentos ministrados.

Aos mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-graduação Stricto

Sensu em Cirurgia pelo companheirismo e incentivo. À Doutora Gisele Façanha

Diógenes Teixeira pela oportunidade de participar da sua pesquisa sobre

consolidação óssea. Aos Doutores José Lima de Carvalho Rocha e Júlio César

Chagas Cavalcante e à Doutora Sânia Nara Costa da Rocha que se mostraram

verdadeiros colegas durante o decorrer do curso.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

pelo importante apoio financeiro na realização desta pesquisa.

Enfim, a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a

realização deste estudo.

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"Aprendemos a sabedoria

com o fracasso, muito mais

do que com o sucesso.

Descobrimos o que fazer

descobrindo o que não fazer

e provavelmente aquele que

nunca cometeu um erro,

nunca fez uma descoberta".

Samuel Smiles

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RESUMO

ANÁLISE FRACTAL EM IMAGENS RADIOLÓGICAS DIGITALIZADAS DE OSSO DE RATO COM OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICÓIDES. VALMIRLAN FECHINE JAMACARU. Tese (Mestrado). Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Médico-Cirúrgicas. Orientador: Prof. Dr. José Alberto Dias Leite. Os métodos tradicionais para a análise de textura são classificados em duas categorias: geometria e estatística. Este estudo tratou da quantificação da perda óssea em dois sítios anatômicos em fêmur de rato, o terço distal com análise morfológica e cálculo fractal e o terço médio no qual foi mensurada a densidade óssea radiográfica. O objetivo maior foi calcular a dimensão fractal (DF) do complexo trabecular ósseo em imagem digitalizada de fêmur de rato, bem como avaliar o processo de desmineralização óssea induzida por corticóide durante 28 dias. Os ratos albinos da raça Wistar foram divididos em dois grupos de 32 animais: o grupo controle e o grupo hidrocortisona (HIDRO). Os ratos do grupo HIDRO foram submetidos à corticoterapia diária, via intramuscular com dosagem de 18 mg/kg/dia, por um período de 7, 14, 21 e 28 dias. Os animais do grupo controle foram submetidos à administração de soro fisiológico, pela mesma via e pelo mesmo período. Os animais foram sacrificados com 7, 14, 21 ou 28 dias de tratamento conforme seus subgrupos, os fêmures direitos e esquerdos foram dissecados e limpos. Em seguida, as peças ósseas foram radiografadas na incidência ântero-posterior com mamógrafo usando uma técnica padronizada. As imagens da região óssea de interesse foram capturadas de forma padronizada utilizando microscópio cirúrgico equipado com câmera de vídeo. O programa SAMOS realizou o processamento das imagens obtendo o cálculo do número de trabéculas ósseas, do número de bifurcações, do número de nós e da área trabecular. Depois, a imagem esqueletizada era inserida no programa Image J que determinava a dimensão fractal. Para a obtenção da densidade óptica radiográfica (DOR), as peças eram radiografadas junto com uma escada de alumínio que serviu como referencial da densidade óptica. A imagem digital foi obtida com o programa Digora, sendo a DOR mensurada no terço médio do fêmur. Resultados: o número de trabéculas mensurado no grupo HIDRO foi significantemente maior (P=0,0497) que o observado no grupo controle, somente no dia 28 para o fêmur direito. No esquerdo houve o mesmo comportamento sendo (P=0,0384). Para o número de bifurcações, no grupo HIDRO foi significantemente maior (P=0,0498) que o observado no controle apenas no dia 28 para o fêmur direito; já para o esquerdo o aumento no grupo HIDRO também foi significante (P=0,0440). Para o número de nós não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos em nenhum dos tempos. No tocante à área trabecular óssea, houve uma redução significante nos fêmures direito e esquerdo no grupo HIDRO, sendo para o lado direito (P=0,0408) e (P=0,0429) nos dias 21 e 28 respectivamente; e para o esquerdo (P=0,0401) e (P=0,0451) nos dias 21 e 28 respectivamente. Os valores fractais acusaram um aumento significante no grupo HIDRO em relação ao controle, com (P=0,0456) para o fêmur direito e (P=0,0495) para o esquerdo, ambos verificados somente no dia 28. Quanto à DOR verificou-se uma redução significante no grupo HIDRO em relação ao controle, com (P=0,0002) para o membro direito no dia 21, redução também observada no grupo HIDRO com (P < 0,0001) no dia 28. Tais dados demonstraram que o sistema desenvolvido constitui um método de quantificação em processos de alteração do padrão trabecular. A análise estrutural do osso, bem como o cálculo fractal, constataram perda óssea, fato consubstanciado pela DOR. PALAVRAS-CHAVE: Osteoporose. Análise fractal. Análise de textura. Radiografia. Corticóide. Densitometria óptica radiográfica. Rato.

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ABSTRACT

FRACTAL ANALYSIS IN RADIOLOGICAL IMAGES SCANNED FROM RAT BONE WITH OSTEOPOROSIS INDUCED BY CORTICOSTEROIDS. VALMIRLAN FECHINE JAMACARU. Thesis (Master). Post-Graduation Program (Stricto Sensu) in Medical-Surgical Sciences. Federal University of Ceará. Supervisor: Prof. Dr. José Alberto Dias Leite.

Traditional methods for texture analysis are classified into two categories: geometry and statistics. This study allowed the quantification of bone loss in two anatomical sites in the rat femur, the distal third with morphological analysis and fractal measure and the third medium in which was measured radiographic bone density. The main objective was to calculate the fractal dimension (FD) of the complex trabecular bone in the scanned image of the rat femur, and evaluate the process of bone demineralization induced by corticosteroid for 28 days. The Wistar albino rats were divided into two groups of 32 animals: the control group and hydrocortisone (HYDRO). The rats in group HYDRO were subjected to corticosteroid daily, by intramuscular dose of 18 mg/kg/day for a period of 7, 14, 21 and 28 days. The control group was subjected to administration of saline, by the same via and for the same period. The animals were sacrificed 7, 14, 21 or 28 days of treatment, as its subgroups, the right and left femurs were dissected and cleaned. Then, the bone specimens were radiographed in the anteroposterior incidence with mammography unit using the standardized technique. The images of the bony region of interest were captured in a standardized manner using a surgical microscope equipped with a video camera. The program SAMOS performed the processing of images, getting the calculation of the number of bone trabeculae, the number of junctions, number of nodes and trabecular area. Then the skeletonized image was inserted into the program Image J determined that the fractal dimension. To obtain the radiographic optical density (DOR), the pieces were radiographed with an aluminum step that served as the reference optical density. The digital image was obtained with the program Digora, and the DOR measured at the middle third of the femur. Results: The number of trabeculae measured in the HYDRO group was significantly higher (P =0,0497) that observed in the control group only on day 28 for the right femur. On the left there is the same behavior ( P =0,0384). For the number of junctions in the HYDRO group was significantly higher (P =0,0498) that observed in control only on day 28 for the right femur; already left for the increase in group HYDRO was also significant (P =0,0440). For the number of nodes there was no statistically significant differences between groups at any time. In relation to the trabecular area, there was a significant decrease in right and left femurs in the HYDRO group, resulting to the right side (P=0,0408) and (P=0,0429) in days 21 and 28 respectively, and for the left (P=0,0401) and (P=0,0451) in days 21 and 28 respectively. The fractal values accused a significant increase in group HYDRO compared to control, with (P =0,0456) to the right femur and (P =0,0495) to the left, both observed only on day 28. As the DOR there was a significant reduction in the HYDRO group compared to control, with (P =0,0002) for the right limb on day 21, reduction also observed in the group HYDRO (P< 0,0001) on the 28th day. These data demonstrate that the system constitutes a method to quantify processes of change in trabecular pattern. Structural analysis of the bone, as well as calculating fractal found bone loss, a fact consolidated by the DOR. KEY WORDS: Osteoporosis. Fractal analysis. Texture analysis. Radiography. Corticosteroids. Radiographic optical densitometry. Rat.

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LISTA DE FIGURAS 1 Curva de Von Koch............................................................................ 23 2 A. TAPETE SIERPINSKI, B. Cobertura do tapete de Sierpinski com

caixas de tamanhos decrescentes..................................................... 25

3 Ilustração da aplicação da técnica da Dimensão Box-Counting. N= número de caixas; s= largura da caixa........................................

26

4 Fêmures dissecados de rato – área correspondente à imagem radiográfica.........................................................................................

31

5 Fêmures dissecados de rato e régua milimetrada............................. 32 6 Aparelho mamógrafo - GE Senographe DMR................................... 33 7 Técnica padronizada para obtenção da radiografia........................... 34 8 Microscópio cirúrgico- captura da imagem de forma padronizada.... 35 9 Posicionamento do filme radiográfico sobre a superfície do

negatoscópio e enquadramento da área de interesse com aumento de 24 vezes........................................................................................

35

10 A – Região de interesse do osso trabecular na radiografia digitalizada; B – Pré-processamento da imagem com melhora em sua qualidade; C – Versão binária com trabéculas em branco; D – Versão binária com trabéculas em preto; E – Imagem esqueletizada do padrão trabecular; F – Sobreposição das imagens A e E para demonstrar visualmente que a imagem esqueletizada corresponde ao trabéculo original..............................

37

11 Interface do Programa Sistema de Análise Morfométrica Óssea (SAMOS) exibindo a região de interesse do osso trabecular na radiografia digitalizada.......................................................................

38

12 Interface do Programa SAMOS exibindo o Pré-processamento da imagem radiográfica óssea...............................................................

38

13 Interface do Programa SAMOS mostrando o cálculo da área trabecular e o percentual da mesma na imagem radiográfica óssea obtida..................................................................................................

39

14 Interface do Programa SAMOS mostrando o cálculo do número de trabéculas, do número de bifurcações e do número de nós.............

39

15 Determinação da dimensão fractal................................................... 41 16 Interface do Programa ImageJ exibindo as ferramentas

computacionais e a etapa correspondente ao cálculo da Dimensão Fractal...............................................................................................

42

17 Aparelho de raio-x (Dabi Atlante)..................................................... 43 18 Escada de Alumínio com 10 degraus de 0,5mm de altura e largura

de 5mm. A) Vista superior; B) Escada de alumínio ao lado dos fêmures.............................................................................................

44

19 Interface do Programa Digora exibindo a imagem obtida pela radiografia digital onde aparecem lado a lado, a escada de alumínio e o fêmur............................................................................

44

20 Número de trabéculas mensurado nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.......................................................................................................

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21 Número de trabéculas mensurado nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.......................................................................................................

48

22 Número de bifurcações mensurado nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.......................................................................................................

50

23 Número de bifurcações mensurado nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.......................................................................................................

51

24 Número de nós mensurado nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.................

53

25 Número de nós mensurado nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28..........

54

26 A área trabecular mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.................

56

27 A área trabecular mensurada nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28..........

57

28 A área trabecular em percentagem mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.....................................................................................

59

29 A área trabecular em percentagem mensurada nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.............................................................................

60

30 Dimensão fractal mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28.................

62

31 Dimensão fractal mensurada nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28..........

63

32 Densidade óptica radiográfica (Espessura de Al) mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28......................................................................

65

33 Divisão de reta (N partes).................................................................. 81 34 Divisão do quadrado (N partes)......................................................... 82 35 Cubo dividido em N partes iguais...................................................... 83 36 Quadrado de Koch............................................................................. 83 37 Ilustração do processo de construção da curva de Peano................ 84 38 Ilustração do fenômeno de mapeamento do espaço euclidiano

explicado através da curva de Peano................................................ 85

39 Ilustração do cálculo do perímetro de um círculo utilizando-se um compasso de abertura ajustável........................................................

87

40 Ilustração de como medir o comprimento da costa da Grã-Bretanha, utilizando-se um compasso de abertura ajustável............

88

41 Diagrama “log-log” da relação entre o comprimento total do objeto (log u) pelo comprimento da abertura do compasso (log 1/s), utilizando-se os exemplos do cálculo do perímetro do círculo e do comprimento da costa da Grã-Bretanha............................................

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LISTA DE TABELAS 1 Número de caixas correspondente ao comprimento do lado..................... 40 2 Valores da média e desvio padrão do número de trabéculas referentes

às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

47

3 Valores da média e desvio padrão do número de trabéculas referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdo dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)............................................................................................................

48

4 Valores da média e desvio padrão do número de bifurcações referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

50

5 Valores da média e desvio padrão do número de bifurcações referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

51

6 Valores da média e desvio padrão do número de nós referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

52

7 Valores da média e desvio padrão do número de nós referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

54

8 Valores da média e desvio padrão da área trabecular referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

55

9 Valores da média e desvio padrão da área trabecular referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

57

10 Valores da média e desvio padrão da área trabecular em percentagem referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................

58

11 Valores da média e desvio padrão da área trabecular em percentagem referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)....................................................................................

60

12 Valores da média e desvio padrão da dimensão fractal referente às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)...............................................................................................................

61

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13 Valores da média e desvio padrão da dimensão fractal referente às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).........................................................................................................

63

14 Valores da média e desvio padrão da densidade óptica radiográfica referente às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28)..........................................................................................

64

15 Cálculo do perímetro do círculo mostrado na Figura 39 utilizando-se valores diferentes de abertura do compasso...........................................

87

16 Cálculo do comprimento da costa da Grã-Bretanha tomando-se valores diferentes de abertura do compasso...........................................

88

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AF- Análise Fractal Al - Alumínio DF- Dimensão Fractal DMO - Densidade Mineral Óssea DOR - Densitometria Óptica Radiográfica ICI – Índice de Interconectividade Kv - kilovoltagem L - Escalonamento m A - Miliamperagem mm - Milímetros N - Número de partes s - Comprimento do instrumento de medida SAMOS - Sistema de Análise Morfométrica Óssea u - Comprimento do objeto

se valores

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 15

1.1 Osteoporose e a microarquitetura óssea............................................... 15 1.2 Ferramentas para estudo da microarquitetura óssea........................... 17 1.3 Estudos de osteoporose em animais...................................................... 18 1.4 Métodos para análise de textura da imagem radiológica..................... 21 1.5 Análise fractal: conceito e importância.................................................. 22 1.6 Modelo de contagem de caixas (Box-counting)................................... 24 1.7 Morfometria fractal aplicada em padrões histológicos........................ 26 1.8 Relevância e justificativa......................................................................... 27 2 OBJETIVOS............................................................................................... 29 2.1 Geral........................................................................................................... 29 2.2 Específicos................................................................................................ 29

3 MÉTODO..................................................................................................... 30

3.1 Modelo de osteoporose induzida em rato.............................................. 30 3.2 Radiografias.............................................................................................. 32 3.3 Aquisição e processamento da imagem digital..................................... 34 3.4 Cálculo da dimensão fractal.................................................................... 40 3.5 Densitometria óptica radiográfica........................................................... 42 3.6 Análise estatística.................................................................................... 45

4 RESULTADOS........................................................................................... 46

4.1 Análise morfométrica radiográfica.......................................................... 46 4.1.1 Número de trabéculas ósseas................................................................. 46 4.1.2 Número de bifurcações............................................................................ 49 4.1.3 Número de nós.......................................................................................... 52 4.1.4 Área trabecular óssea............................................................................... 55 4.1.5 Área trabecular em percentagem............................................................ 58 4.2 Análise fractal............................................................................................ 61 4.3 Densitometria óptica radiográfica........................................................... 64

5 DISCUSSÃO.............................................................................................. 66

5.1 Modelo de osteoporose em fêmur de rato.............................................. 66 5.2 Método de quantificação óssea............................................................... 67 5.3 Análise fractal............................................................................................ 70 5.4 Densitometria óptica radiográfica........................................................... 72

6 CONCLUSÃO............................................................................................. 74

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 75

APÊNDICES ............................................................................................... 81

ANEXO....................................................................................................... 91

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15

1 INTRODUÇÃO

1.1 Osteoporose e a microarquitetura óssea

Um papel fundamental para a microarquitetura trabecular foi sugerido a

partir da definição clássica de osteoporose. A osteoporose é atualmente definida

como uma doença metabólica caracterizada pela perda de massa óssea e

deteriorização microarquitetural do tecido ósseo, contribuindo para a fragilidade

óssea e um aumento no risco de fratura. De acordo com este conceito, a resistência

óssea reflete a densidade e a qualidade óssea. A qualidade óssea depende da

arquitetura óssea, mineralização, taxa de remodelação óssea e do acúmulo de

microfraturas. Assim, o diagnóstico da osteoporose se beneficiaria da medição da

resistência óssea in vivo. Porém, nenhuma das ferramentas disponíveis, validadas e

não invasivas, são capazes de medir a resistência do osso in vivo. Desta maneira,

as avaliações de risco de fratura dependem de outras formas de aferição, entre as

quais a microarquitetura óssea ocupa um lugar de destaque (LESPESSAILLES et

al., 2006).

É esperado que a avaliação da microarquitetura óssea melhore a

a previsão do risco de fratura por um período de 5 a 10 anos no paciente. O risco

absoluto de fratura depende não apenas dos valores da densidade mineral óssea

(DMO), mas também, de fatores clínicos facilmente identificados como idade e o

histórico de fraturas do paciente e dos membros da família. Entre os fatores que

governam a resistência óssea atualmente, ainda é dada uma importância limitada à

remodelação óssea (SARKAR et al., 2004) e à microarquitetura óssea. Estes dois

fatores poderiam ser utilizados como um índice de fator de risco, em que cada fator

de risco poderia ser ponderado por idade. A avaliação exata do risco de fratura

absoluto a curto prazo permitiria obter o tratamento desejado, que se traduziria em

uma maior eficácia (KANIS et al., 2002).

Atualmente, a microarquitetura do osso trabecular é reconhecida como

um importante componente da qualidade óssea. Outros fatores são o nível de

remodelação, o tamanho dos cristais de hidroxiapatita e a

qualidade do colágeno (FELSENBERG; BOONEN, 2005). O valor da biomecânica

do osso como um biomaterial depende tanto do seu volume, como também, da sua

distribuição adaptada no espaço tridimensional, isto é, da sua microarquitetura.

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O naturalista escocês John Hunter (1728-1793), descobriu examinando

mandíbulas de animais, que coexistem ao mesmo tempo, áreas de destruição óssea

e áreas de aposição óssea. Hunter observou ainda que a destruição óssea precedia

a aposição óssea.

Julius Wolff (1836-1902), um anatomista alemão, confirmou que não

somente as trabéculas ósseas estavam alinhadas com as direções das tensões, mas

que suas orientações são modificadas se as tensões são alteradas. Pela primeira

vez, foi constatado que a microarquitetura óssea representava uma resposta

adaptativa às variações mecânicas. De tal forma, que a capacidade de adaptação da

microarquitetura óssea permite uma regulação considerável da massa óssea,

necessária para suportar o peso do indivíduo. A teoria da adaptação da

microarquitetura óssea às tensões é conhecida atualmente como lei de Wolff

(CHAPPARD et al., 2008).

O cirurgião ortopédico Harold M. Frost (1921-2004) mostrou que a

adaptação da microarquitetura óssea é devido à remodelação óssea. Ele propôs a

teoria das primeiras células implicadas na remodelação óssea e mostrou as

diferenças entre a modelagem e remodelamento ósseo. Frost determinou que as

atividades osteoclástica e osteoblástica estão associadas no tempo e no espaço,

propondo depois a teoria das unidades básicas multicelulares de remodelação.

No entanto, a interdependência entre as tensões e o osso permaneceu

pouco reconhecida durante décadas. A redescoberta da importância da

microarquitetura óssea ocorreu somente na década de 1980, em particular,

impulsionada por Michael A. Parfitt. Ele foi o primeiro a propor um modelo

matemático para estudar a microarquitetura óssea, reconhecendo a importância da

anisotropia, isto é, a distribuição orientada no espaço. No osso cortical denso, os

eixos de todos os canais de Havers são paralelos à principal força exercida sobre o

eixo ósseo. No trabeculado ósseo, o material ósseo forma uma rede composta de

placas paralelas às linhas de tensão e está ligado por hastes ou pilares transversais

que garantem a coesão de todo o sistema. A microarquitetura trabecular é

evidenciada em filmes de raios-X: estruturas como as placas verticais do osso

submetido às tensões uniaxiais (nas vértebras e no platô tibial) são vistas, pode-se

notar também a formação de arcos quando existem tensões em várias direções

(ocorre por exemplo na cabeça do fêmur e no calcâneo). Parfitt et al., (1983)

também propuseram um conjunto de técnicas - estereologia - para medir a

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microarquitetura trabecular em biópsias ósseas. No entanto, estas técnicas são

baseadas na suposição de que todas as trabéculas dos ossos são dispostas na

forma de placas ou hastes (modelo ''placa e haste''). Estudos posteriores deduziram

que a distribuição das trabéculas secundárias nos variados ossos do esqueleto

apresenta-se diferenciada (CHAPPARD et al., 2008).

1.2 Ferramentas para estudo da microarquitetura óssea

Atualmente, os parâmetros histomorfométricos mais utilizados para a

descrição da microarquitetura do osso trabecular são todos baseados nos princípios

de Parfitt (modelo ''placa e haste''). Estes descritores da microarquitetura são:

espessura trabecular (Tb.Th, em microns), o número de trabéculas (ou mais

exatamente densidade trabecular) (em Tb.N por milímetro) e a separação trabecular

(Tb.Sp, em microns). Estes parâmetros são derivados de uma combinação das

medidas de superfícies trabeculares e dos perímetros; e pode ser medido com

microscópio equipado com analisadores de imagem (CHAPPARD et al., 2008).

Com o desenvolvimento dos microcomputadores e do crescente

interesse da estereologia (um ramo da matemática preocupado com as relações

entre objetos bidimensionais-2D e tridimensionais-3D), vários métodos robustos têm

sido propostos para estudar a microarquitetura trabecular, utilizando métodos

independentes de superfície e medições de perímetro (ou seja, independente do

modelo “placa e haste”) em imagens digitalizadas de osso.

Outro método de estudo para o trabeculado ósseo é o de índice de

interconectividade (ICI) originalmente proposto por Le et al., (1992) para descrever a

conectividade de biomateriais porosos, tais como os corais. Quando aplicado ao

osso trabecular, a conectividade das cavidades da medula pode ser apreciada em

imagens digitalizadas após tomar os esqueletos de seus perfis. No esqueleto

“podado”, o total do número de nós, ramos nó-a-nó, nós-ramos de terminações livres

são determinados. Além disso, o número de “árvores” é obtido, uma árvore é a

estrutura composta de nós interconectados, nós livres e ramos.

A caracterização da rede trabecular (análise estrutural) é a técnica

baseada nos trabalhos de Compston e Dempster (COMPSTON, 1994; DEMPSTER,

1989). Um método de esqueletização da imagem é aplicado para as trabéculas com

os mesmos algoritmos que o descrito para a determinação do ICI. Isso permite a

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identificação de vários tipos de trabéculas e a mensuração de sua conectividade.

Anastomoses ou ''nós'' entre trabéculas são identificados, as trabéculas com

terminações livres são contadas, bem como aquelas com dois nós de ligação ou as

trabéculas relacionadas com a cortical. Cada tipo de estrutura é atribuído uma cor

diferente, assim, proporcionando uma caracterização visual de toda a rede

trabecular. A fim de obter um parâmetro único de fácil manuseio, a relação entre o

nó e a terminação livre é determinada.

Uma das ferramentas mais usadas para o estudo da microarquitetura

óssea é a análise de textura que consiste no conjunto dos elementos constituintes

do padrão, a radiografia é uma forma de se obter a imagem de textura. Esta, por sua

vez, pode ser analisada através de uma série de técnicas de análise de textura que

fornecem informações indiretas sobre a microarquitetura óssea (LESPESSAILLES et

al., 2006).

Uma dessas técnicas é a análise estrutural que envolve a caracterização

topológica de uma projeção da rede trabecular. O primeiro passo é a limiarização e

conversão de uma imagem digital binária. Em seguida, é usado o método de

interceptação do comprimento médio, por exemplo, para cada direção, uma grade é

colocada sobre a estrutura e o número de interseções com a interface de medula

óssea é contado, e usado para determinar diretamente a largura, separação

trabecular e o número de trabéculas. Os nomes desses parâmetros são idênticos

aos utilizados para designar as mensurações da histomorfometria (LESPESSAILLES

et al., 2006).

1.3 Estudos de osteoporose em animais

Vários estudos de osteoporose já foram realizados em modelos animais

(AUFDEMORTE et al., 1993); alguns demonstraram a perda óssea oral em ratos

(SONES; WOLINSKY; KRATOCHVIL, 1986) e cães (HENRIKSON, 1968; MIDGETT;

SHAYE; FRUGE, 1981) com dietas indutoras de doença óssea metabólica. Outros

trabalhos trazem o efeito de glicorticóides sobre a massa óssea; segundo Kimmel, o

modelo em coelhos está bem estabelecido para o estudo da osteoporose induzida

por glicocorticóide (KIMMEL, 1996).

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19

Quanto aos modelos de osteoporose em ratos, existe um grande número

de trabalhos em que a perda óssea é estimulada por ovariectomia, imobilização,

dieta restrita, uso do álcool e também pela administração de corticóides. A taxa de

perda de massa óssea em ratos (machos e fêmeas) é altamente dependente do

método utilizado para induzir a osteoporose, do local avaliado e do tipo de osso

analisado (esponjoso ou cortical).

Todos os protocolos de osteoporose experimental podem ser

implementados em ratos esqueleticamente imaturos ou maduros (SHEN et al.,

1997). Apesar dos ratos atingirem a maturidade sexual na idade de 2.5 meses, seu

esqueleto é considerado maduro após 10 meses de idade (BAGI et al., 1993). Em

ratos esqueleticamente imaturos, um baixo pico de massa óssea é atingido, fato que

é considerado um fator de alto risco para fraturas osteoporóticas no ser humano.

Esta característica explica por que o rato esqueleticamente imaturo é um modelo

animal apropriado na pesquisa da glândula endócrina, fatores nutricionais e

ambientais, e de situações outras onde o pico de massa óssea é comprometido.

O modelo de ratos ovariectomizados é mais comumente utilizado em

pesquisas sobre a osteoporose após a menopausa. Após a ovariectomia, a

reabsorção óssea excede a formação óssea inicialmente, causando perda de massa

óssea. Logo em seguida, a remodelação óssea atinge um estado estacionário, onde

a reabsorção e a formação são equilibradas. A perda óssea estatisticamente

significante é vista na metáfise tibial proximal após 14 dias, (WRONSKI et al., 1989),

no corpo vertebral lombar após 60 dias (WRONSKI et al., 1990) e no colo do fêmur

após 30 dias (LI et al., 1997). Além disso, o tempo necessário para a metáfise

proximal da tíbia atingir o estado estacionário é de 90 dias (WRONSKI et al., 1989)

comparado com 270 dias para o corpo vertebral lombar e colo do fêmur (LI et al.,

1997). Em contraste, a ovariectomia não induz perda de massa nas epífises dos

ossos longos, na metáfise distal da tíbia e nem em vértebras caudais (LI et al., 1996;

MIYAKOSHI et al., 1999). No osso cortical, o alargamento da cavidade medular é

uma medida indireta de perda óssea. Este alargamento na diáfise dos ossos longos

é devido ao aumento da reabsorção do osso endosteal (TURNER et al., 2001) e à

formação óssea periosteal (MILLER et al.,1991). A reabsorção endosteal e a

formação simultânea de osso periosteal resultam em um ritmo muito lento de perda

de osso cortical (KIMMEL; WRONSKI, 1990).

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A experimentação no rato como um modelo de osteoporose induzida por

glicocorticóides, tem produzido resultados controversos. Alguns estudos foram

incapazes de detectar a perda óssea em ratos maduros (SHEN et al.,1997), mas

outros correlacionaram a administração de glicocorticóides com a perda óssea

(NIITA et al., 1999). Prova convincente de que o rato é capaz de reproduzir com

precisão a perda óssea induzida por glicocorticóides, fato que em humanos adultos

não é disponível (JEE; YAO, 2001).

Outras intervenções hormonais resultaram em osteopenia, como a

hipofisectomia (IWAMOTO et al., 2007), a orquidectomia (IWAMOTO et al., 2004) e

a paratireoidectomia (BERDUD et al., 1998); todas elas usaram o rato como modelo.

Outro método para induzir a osteoporose em ratos é através de

imobilização. Existem vários métodos de imobilização, que pode ser cirúrgico, como

intervenção no nervo (ZENG et al., 1996) ou ressecção de tendão (THOMPSON;

RODAN, 1988) ou do cordão espinhal (OKUMURA et al., 1987); ou conservador :

suspensão (MOREY, 1979) e bandagem de membro (BAGI, 1993). Devido ao

fenômeno regional de aceleração, a taxa de perda óssea é mais rápida após os

métodos cirúrgicos que nos conservadores (FROST, 1983).

No modelo de imobilização, a maior parte da perda óssea ocorre nos

membros traseiros, porque eles são os locais de maior carga mecânica, e em geral,

a taxa de perda óssea é mais rápida em esponjoso que no osso cortical. Essa

diferença pode ser parcialmente atribuída à razão superfície e volume que é

aumentada em osso esponjoso (JEE; YAO, 2001). A perda óssea estatisticamente

significante na proximal e metáfise tibial distal para este modelo é vista em 14-30

dias depois do início da imobilização, considerando que o tempo necessário para

atingir estado estacionário para estes sítios é de 126 e 45 dias respectivamente (LI

et al., 1990). Uma das vantagens deste método é que as alterações ósseas ocorrem

também na metáfise distal da tíbia de ratos, local onde a arquitetura é semelhante

ao do osso humano. Além disso, devido à sua baixa taxa de turnover, este sítio

anatômico é adequado para a investigação de agentes anabolizantes na prevenção

e tratamento da osteoporose (IJIRI et al., 1995).

O rato tem sido utilizado para compreender a patogênese e gravidade da

perda de massa óssea após o uso abusivo do álcool (SAMPSON et al., 1996). A

osteopenia também foi estudada após a administração de uma dieta pobre em cálcio

em ratos imaturos (SETO et al., 1999). Os efeitos do cálcio/ fósforo na alimentação,

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bem como a suplementação de magnésio na dieta, também têm sido investigados

em modelos de osteoporose em ratos ovariectomizados.

1.4 Métodos para análise de textura da imagem radiológica

Embora haja evidências da importância da imagem radiográfica para a

avaliação das mudanças do padrão ósseo, inclusive da osteoporose, existem ainda

dificuldades em como quantificar tais alterações em razão do detalhamento do

trabeculado ósseo. A arquitetura, irregular e interligada, característica do traçado

trabecular resulta em uma textura da imagem radiológica altamente complexa.

A textura de uma imagem consiste da soma ou do conjunto dos vários

elementos menores do padrão. Os métodos tradicionais para a análise da textura

podem ser classificados geralmente em duas categorias principais: estatística e

estrutural (HARALICK, 1979). Recentemente, as medidas de auto-semelhança, tal

como dimensão fractal, têm sido usadas para análise da textura. Em particular, a

análise fractal tem sido largamente usada para exame de textura de imagem desde

que foi relatada a geometria fractal para os padrões naturais (MANDELBROT, 1983).

Vários autores têm usado a dimensão fractal para distinção radiográfica

(CALDWELL et al., 1990; CALIGIURI et al., 1994) e identificação de estruturas ou

elementos delas (KUKLINSKI et al., 1989; CLEGHORH; FULLER, 1992). Além disso,

estudos mostram que a análise fractal de radiografias orais em maxilares, de forma

satisfatória, pode ser executada independentemente de certas condições da imagem

como ângulo da projeção do raio-X (WEBBER et al., 1991).

É indiscutível a importância, nas últimas décadas, da área de

processamento de imagens que permitiu o uso do reconhecimento de padrões

inclusive para fins radiológicos. No entanto, isto esbarrava no fato de que as

principais ferramentas para a descrição de padrões são pautadas em conceitos

geométricos e algébricos fundamentados há séculos, desde Euclides e Pitágoras

(LAUX; PEREIRA, 2005), não válidos para descrição dos padrões complexos e

irregulares da natureza, entre eles os tecidos humanos, e mais especificamente o

ósseo.

A partir da década de 70, a ciência passa a reconhecer a geometria

fractal, introduzida por Benoit Mandelbrot em 1975, como uma ferramenta para a

compreensão, quantificação e estudo dos padrões naturais complexos. As formas

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fractais não têm dimensões características (irregularidade do traçado), independem

de escala e, são sempre, auto-semelhantes (MANDELBROT, 1983). Assim, tais

conceitos de dimensão fractal conseguem suprir as deficiências da geometria

euclidiana que tem uma ou poucas dimensões características que podem ser

reduzidas ou variadas por escala.

1.5 Análise fractal: conceito e importância

Das diferentes ferramentas matemáticas usadas no reconhecimento de

padrões duas se destacam: a estatística e a geometria. Esta se pauta em conceitos

euclidianos básicos. A geometria euclidiana oferece uma descrição concisa e

adequada aos objetos feitos pelo homem, mas inadequada à descrição de formas da

natureza, isto devido à limitada abrangência das formas euclidianas que envolvem

poucas dimensões características (lado, raio, etc). Uma fábrica com máquinas é uma

fábrica essencialmente euclidiana: os objetos são facilmente construídos e descritos,

com formas regulares (esferas, cilindros, retângulos, triângulos, etc) e pouco

complexas, se encaixando perfeitamente em fórmulas geométricas simples. Porém,

tais conceitos não explicam sistemas mais complexos como os da natureza e, em

especial, os aspectos histomorfológicos humanos.

Para a ciência médica havia o seguinte obstáculo, como estudar os

padrões histológicos se os mesmos obedecem, em sua grande maioria, a sistemas

de alta complexidade em suas estruturas, formando arranjos ou elementos

irregulares, interligados, sobrepostos, em que o caos geométrico prepondera. Este

empecilho tomou uma proporção maior à medida que nas últimas décadas ocorria o

avanço tecnológico e o surgimento de novos exames por imagem. Com a chegada

do processamento de imagens ao meio científico médico, a busca da solução para

avaliação dos padrões histológicos tornou-se imprescindível.

Desde a década de 70, trabalhos com base em fractais têm proposto

incrementos na descrição dos padrões da natureza (LAUX; PEREIRA, 2005), sendo

reconhecida, então, sua utilidade à ciência. Isto aconteceu, porque o estudo fractal

permite a análise de conjuntos caóticos com objetos complexos. As formas fractais

são resultados de algoritmos recursivos de construção, não têm dimensões

características, independem de escala e, são sempre, auto-semelhantes

(MANDELBROT, 1983).

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Fractais são decisivamente invenções modernas, apesar de a primeira

curva ter sido descrita há mais de 100 anos, só nas últimas décadas foram

reconhecidas pelo meio científico.

Para uma melhor compreensão faz-se necessário um exemplo ilustrativo;

a curva do “Floco de Neve” de Von Koch (proposta pela primeira vez em 1904). A

forma de construção da curva é a seguinte. Após o desenho de uma linha e a

divisão em três partes iguais (cada segmento do comprimento D é escalado da reta

original de: D = ⅓ x C, sendo C seu comprimento inicial).

Depois o terço central da reta é então substituído por dois segmentos de

tamanhos idênticos. O processo deve ser repetido infinitamente: a cada novo

estágio, cada desenho será acrescido de um segmento que será ⅓ do anterior e

teremos quatro destes novos segmentos (Figura 1):

FIGURA 1 – Curva de Von Koch

Esta regra de construção identifica a figura e não sua fórmula, como no

caso das formas euclidianas. Essa curva tem a mesma forma em qualquer que seja

a escala de observação (auto-semelhança). Qualquer pequeno detalhe quando

ampliado irá reproduzir uma porção maior exatamente. A cada estágio da construção

o comprimento da curva crescerá de ⅓ em relação ao comprimento anterior. No

limite teremos um comprimento infinito em uma área finita do plano sem qualquer

interseção. Embora sua forma de construção seja simples não existe equação

possível para determinar todos os seus pontos.

Desde que a geometria fractal (Apêndice – A) passou a ser reconhecida

como uma ferramenta aplicável na mensuração de padrões naturais, surgiram vários

trabalhos na área médica. Kirchner et al. (1994) testaram a possível aplicação da

geometria fractal na mensuração da angiogênese na membrana corioalantóica em

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embriões de aves, deduziram que a dimensão fractal (DF) mensura com acurácia

este fenômeno vascular. Southard et al. (1996) realizaram estudo in vitro em

processos alveolares de maxilas humanas sujeitas à descalcificação, eles

encontraram uma relação entre a perda óssea e a DF em radiografias.

Vico et al. (1998) demonstraram que a geometria fractal é um método que

possui acurácia e precisão para estudo do crescimento vascular. Baish; Jain, (2000)

analisaram o método fractal e suas limitações como ferramenta na pesquisa do

câncer, concluindo como aceitável seu uso no estudo do crescimento tumoral.

Chappard et al. (2001b) compararam o resultado de biópsias ósseas em 148

pacientes homens que tiveram fraturas de vértebras ou que apresentavam uma

densidade óssea lombar baixa (T-score < 2,5), utilizando 3 formas de cálculo fractal.

No mesmo ano, Chappard et al. (2001a) avaliaram o potencial interesse da DF e

análise textural em radiografias no diagnóstico de osteopenia provocada por

paralisia do membro de rato induzida por neurotoxina.

Heo et al. (2002) encontraram uma correlação entre a DF e a cicatrização

óssea em cirurgias ortognáticas; com aumento da DF à medida que se dava a

recuperação do tecido ósseo.

1.6 Modelo de contagem de caixas (box-counting)

A partir do princípio de Richardson (Apêndice B), em que estruturas

simples ou complexas são mapeadas e obtidas medidas como comprimento ou

dimensão, surgiu o modelo de dimensão box-counting. Neste modelo, a superfície

representada por retângulos é formada de unidades menores (retângulos menores)

iguais em suas dimensões, são as caixas ou compartimentos “boxes” que

sobreporão os desenhos estruturais (objetos do estudo).

É esperado que o número de caixas necessárias para cobrir uma

superfície aumentará quando caixas menores são usadas. Para objetos mais planos,

espera-se conforme já demonstrado (dimensão fractal em quadrados) que se um

terço das caixas de sua largura original é usado, então o número de caixas (N)

necessário para cobrir a superfície será nove vezes maior (isto é, três elevado à

potência dois (32) ou, exposto na forma da relação, N α L –2, onde L é a largura da

caixa. Reconhecendo a potência 2 como a dimensão da superfície. Se, em vez de

um objeto simples, for um objeto complexo, terá que levar em conta que uma maior

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quantidade de caixas são necessárias para cobrir a amostra fractal; na figura 2, vê-

se que quando o tamanho da caixa é reduzido para um terço, será necessário oito

vezes o número de caixas (figura 2). Do exemplo citado pode generalizar que N é

proporcional ao inverso de L elevado a D (N α L –D ou N α 1/LD) (BAISH; JAIN,

2000).

FIGURA 2 – A. TAPETE SIERPINSKI, B. Cobertura do tapete de Sierpinski com caixas de tamanhos decrescentes.

Se a redução das caixas ocorrer progressivamente, maiores detalhes do

objeto simples ou complexo (imagem radiográfica óssea, por exemplo) serão

mapeados e levados em consideração, ou seja, haverá uma representação mais fiel

da estrutura que é a rede trabecular óssea na radiografia. Na relação NαL –D, se L

tender a zero com a redução progressiva do tamanho das caixas, então N

aumentará progressivamente. Esta relação gera uma função onde os valores de L

podem ser representados no eixo X e de N no eixo Y, conforme a mudança na

escala gera-se uma coordenada (L(x); N(y)), a contagem é feita em uma escala

definida de valores de Lmin para L Max .

A dimensão fractal (D) é calculada pela inclinação da reta (slope) obtida

por regressão linear a partir do gráfico de dispersão de log N em função de log 1/L, o

coeficiente angular da reta (slope) é dado pela tangente do ângulo formado entre a

reta e o eixo X. Conforme o Efeito Richardson, a inclinação da reta é exatamente

uma medida que descreve a complexidade dos objetos.

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A figura 3 mostra a aplicação do modelo de contagem de caixas, onde

uma estrutura com desenho complexo, irregular e interligado é analisada e obtida a

dimensão box-counting (Dimensão Fractal) a partir do coeficiente angular da reta

(slope).

FIGURA 3 – Ilustração da aplicação da técnica da Dimensão Box-Counting. N= número de caixas; s=

largura da caixa.

D = log (52/19) .

log 1/12 1/6

D 1,45

1.7 Morfometria fractal aplicada em padrões histológicos

Não obstante, o surpreendente crescimento do entendimento das

alterações dos padrões histomorfológicos, boa parte dos diagnósticos ainda é feita

por exame visual de imagens radiológicas, microscopia de espécies biopsiadas,

observações diretas de tecidos, e outros mais. Estes meios são normalmente

interpretados de uma maneira qualitativa através de estudos clínicos para classificar

características anormais, tais como, modificações estruturais ou alterações

celulares. Um recurso confiável, e que reproduz de forma quantitativa e mais

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aproximada, é o de análise de imagens com ferramentas computacionais (BAISH;

JAIN, 2000). Nisto reside o potencial da análise fractal como uma ferramenta

morfométrica de estruturas e arranjos irregulares, dispostos de forma aleatória, como

o trabeculado ósseo.

Várias publicações do uso de dimensão fractal em patologia surgiram

recentemente na literatura (LOSA, 1995; CROSS, 1997; LANDINI, 1996). Há uma

literatura crescente a qual mostra fractais como medidas úteis em patologias

vasculares, tumorais e da morfologia celular/nuclear (VICO et al., 1998; BAISH;

JAIN, 2000).

O tecido ósseo também pode ser objeto de estudo através de análise

fractal. A sua arquitetura específica, que na imagem radiográfica apresenta-se com

desenho complexo e extremamente irregular, formada de trabécula e lamela, torna-

se um dos maiores complicadores para avaliação quantitativa de perda ou ganho de

tecido ósseo.

A partir da digitalização das radiografias, pode-se utilizar programas

modernos de computação em que a imagem óssea pode ser melhor visualizada,

como também, simplificado seu arranjo sem prejuízo da disposição original de seus

elementos. Em seguida, alguns parâmetros podem ser calculados como contagem

do número de trabéculas, número de bifurcações e de conexões de mais de duas

trabéculas (nós), cálculo da área trabecular e o percentual da mesma em relação à

área óssea total (COMPSTON, 1994; DEMPSTER, 1989; LESPESSAILLES et al.,

2006). Pelo método da contagem de caixas, pode-se estimar a dimensão box-

counting e analisar o comportamento fractal.

1.8 Relevância e justificativa

Através da comparação dos dados entre radiografias digitalizadas em

momentos diferentes de uma alteração óssea, como a osteoporose, poder-se-á

constatar ou não uma variação da dimensão fractal. Portanto, o comportamento

fractal pode servir como ferramenta de análise da arquitetura óssea, como também,

outros parâmetros morfométricos: contagem do número de trabéculas, número de

bifurcações e de conexões de três ou mais trabéculas (nós), cálculo da área

trabecular e o percentual da mesma em relação à área óssea total.

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A hipótese de que a dimensão fractal reflete a complexidade da

morfologia do padrão trabecular ósseo em radiografias, tem levado muitos

pesquisadores a acreditarem que a análise fractal, feita com uma seleção cuidadosa

da região de interesse e com boas técnicas de processamento de imagem, pode ser

um método efetivo, de baixo custo e confiável para a avaliação quantitativa do

processo de modificação óssea.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Calcular a dimensão fractal do complexo trabecular ósseo em imagem

radiológica digitalizada de fêmur de rato.

2.2 Específicos

- Permitir a avaliação do processo de desminerilização óssea em fêmur

de rato – com osteoporose induzida por corticóides – através da

análise fractal radiográfica.

- Estabelecer um modelo de osteoporose por meio da quantificação de

mudanças no padrão da microarquitetura óssea em imagens

radiológicas digitalizadas de osso de rato.

- Desenvolver um programa de computador específico para a

quantificação de perda de massa óssea em imagens digitais do

trabeculado de fêmur de rato.

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30

3 MÉTODO

3.1 Modelo de osteoporose induzida em rato

O estudo foi realizado conforme o protocolo aprovado pela Comissão de

Ética em Pesquisa Animal (CEPA), da Universidade Federal do Ceará, em 07 de

agosto de 2007 com o Protocolo N 080/ 07 (ANEXO A), estando de acordo com os

Princípios Éticos na Experimentação Animal adotados pelo Colégio Brasileiro de

Experimentação Animal (COBEA).

Para realização do experimento foram utilizados 64 ratos albinos (Rattus

novergicus albinus) da raça Wistar, machos, adultos (4 meses) e com peso médio de

250g.

Cada animal, antes do experimento, foi avaliado sendo selecionado

somente os saudáveis. Os ratos foram mantidos no Biotério do Laboratório de

Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal do

Ceará, alojados em gaiolas de polipropileno (opacas), específicas para a espécie,

com medidas 41x34x16cm e providas de tampa com grade metálica de aço

inoxidável para apoiar o bebedouro e a ração. Foram alojados 4 ratos adultos por

gaiola. Permaneceram em um ambiente climatizado, com condições adequadas de

temperatura e umidade, com boa iluminação, observando-se a alternância dos ciclos

claro/escuro a cada 12 horas e com oferta de água e alimento ad libitum (ração

balanceada própria para ratos).

Os animais foram divididos em dois grupos, chamados de A e B, cada um

com 32 ratos, sendo os do grupo B submetidos à corticoterapia (hidrocortisona)

diária, via intramuscular, na região posterior da coxa esquerda, com seringa de 1ml e

agulha 13 x 0,45mm, com dosagem de 18 mg/Kg/dia, por um período de 7, 14, 21 e

28 dias conforme os subgrupos 1, 2, 3 e 4 respectivamente. A dose foi calculada

baseando-se no trabalho de Southard et al., (2000) que utilizou 12 mg/kg/dia de

acetato de cortisona em experimento que houve a indução de perda óssea em

coelhos. A dose de corticóide também foi estipulada na quantidade considerada

imunossupressora para o ser humano (2mg/kg/dia de hidrocortisona). Os animais do

grupo A serviram para controle e foram submetidos à administração de soro

fisiológico, pela mesma via de administração que o grupo B e pelo mesmo período

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de 7, 14, 21 e 28 dias conforme os subgrupos 1, 2, 3 e 4 respectivamente, para criar

as mesmas condições de estresse. A eutanásia dos animais, tanto do controle como

do tratado, ocorreu de acordo com o subgrupo a que pertenciam, ou seja, com 7, 14,

21 e 28 dias. A mesma se deu por deslocamento cervical precedido por anestesia

(solução de quetamina/ xilazina).

Os membros posteriores esquerdo e direito de todos animais foram

removidos, identificados e mantidos em recipientes contendo formol a 30% por 24

horas. Os fêmures foram dissecados cuidadosamente com retirada de todo tecido

mole (figura 4 e 5). Em seguida, as peças ósseas foram identificadas com etiqueta

que continha o número do animal e o grupo a que pertenciam, e depois

armazenadas em frascos também cuidadosamente identificados e padronizados

com duas cores diferentes (azul e vermelho) conforme o grupo controle ou

hidrocortisona.

FIGURA 4 – Fêmures dissecados de rato – área correspondente à imagem radiográfica.

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FIGURA 5 – Fêmures dissecados de rato e régua milimetrada.

3.2 Radiografias

Devido à dificuldade de visualização e conseqüentemente do estudo da

microarquitetura óssea em rato com radiografia convencional, optou-se por fazer as

tomadas em filmes de mamografia já que possuem uma maior nitidez. As tomadas

foram feitas no fêmur (dissecado e limpo) dos animais, sendo que as incidências no

mamógrafo obedeceram alguns critérios de maneira a uniformizar a técnica.

Foram realizadas radiografias dos fêmures (esquerdo/ direito) na

incidência ântero-posterior, com aparelho de mamógrafo (GE- Senografe DMR) do

Serviço de Radiologia do Hospital Walter Cantídio da Faculdade de Medicina

(Campus Porangabussu) (figura 6) da Universidade Federal do Ceará (UFC). A

técnica padronizada observou os seguintes parâmetros: kilovoltagem (kV),

miliamperagem (mA), tempo de exposição em segundos (s), magnificação e

distâncias foco-objeto e filme-objeto que representa a distância entre a fonte

emissora de Raios-X/ objeto de estudo e a película radiográfica/ objeto. Desta

forma, foram utilizadas as seguintes especificações: 22mA, 23Kv, 1.8 de

magnificação e 0,5s de exposição; a distância foco-objeto foi de 22cm e filme-objeto

foi de 21cm (figura 7).

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No delineamento do estudo, cada grupo (controle e tratado) contou com

32 animais e foi dividido em 4 subgrupos (8 animais) conforme o sacrifício na 1ª., 2ª.,

3ª. ou 4ª. semana. Assim, foram realizadas 08 radiografias em cada semana e 32

ao final por grupo (controle e tratado), totalizando 64 radiografias para todo o

experimento.

FIGURA 6 - Aparelho mamógrafo - GE Senographe DMR.

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FIGURA 7 - Técnica padronizada para obtenção da radiografia.

3.3 Aquisição e processamento da imagem digital

Inicialmente, a aquisição da imagem foi feita através da técnica de captura

da imagem radiográfica com microscópico cirúrgico (D.F. Vasconcellos M90) com

padronização da distância entre o filme radiográfico e a objetiva, da intensidade de

luz por negatoscópico e da magnificação da imagem.

As imagens da região óssea de interesse foram capturadas de forma

padronizada utilizando o microscópio cirúrgico (figura 8), citado anteriormente,

equipado com uma câmera de vídeo analógica (Hitachi VCC-151, Japan) cujo sinal

era enviado através de um cabo USB 2.0 para uma placa de captura de vídeo

conectada a um Microcomputador Pentium Dual Core 3.0 Ghz, Memória RAM 3,0

GB, HD 160GB.

Os filmes radiográficos foram posicionados diretamente sobre a superfície

do negatoscópico, de forma que a luz os atravessava sempre com a mesma direção

e intensidade (figura 9). Com os filmes localizados sob a objetiva, utilizou-se um

aumento de 24 vezes (24X) para o enquadramento da área de interesse a qual se

faria a análise morfométrica. A área de interesse foi padronizada no terço distal do

fêmur com o formato retangular (640x480 pixels), tendo como referência uma linha

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tangente que passasse acima dos côndilos e o longo eixo do fêmur como linha

centralizadora do retângulo.

FIGURA 8 - Microscópio cirúrgico - captura da imagem de forma padronizada.

FIGURA 9 - Posicionamento do filme radiográfico sobre a superfície do negatoscópio e enquadramento da área de interesse com aumento de 24 vezes.

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Um programa de computador específico para o processamento da

imagem digital foi utilizado (Sistema de Análise Morfométrica Óssea – SAMOS),

desenvolvido no Programa de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade

Federal do Ceará e modificado para este fim.

O sistema de processamento da imagem é composto de 4 módulos:

1) Seleção da região de interesse

2) Pré-processamento

3) Segmentação

4) Esqueletização

Inicialmente, era selecionada a região de interesse na radiografia (figura

10A) que era representado pelo retângulo (640x480 pixels) obtido já no

enquadramento inicial da aquisição da imagem. Em seguida, era feito o pré-

processamento que visa melhorar a qualidade da imagem e enfatizar seus objetos

constituintes, utilizando técnicas de realce de imagem (figura 10B) facilitando assim,

o reconhecimento das trabéculas pelo algoritmo de segmentação (GONZALEZ;

WOODS, 2000). O algoritmo de segmentação utilizava a técnica da binarização que

consiste em transformar a imagem em tons de cinza numa imagem binária contendo

apenas duas informações: trabécula de cor branca e espaços medulares de cor

preta (figura 10C) ou vice-versa (figura 10D). Para tanto, determinava

automaticamente um valor de nível de cinza chamado de limiar que definia se um

dado pixel pertencia às trabéculas ou aos espaços medulares, pixels com nível de

cinza maiores ou iguais que o limiar eram considerados trabéculas e os menores

como espaço medular (GONZALEZ; WOODS, 2000).

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A B

C D

E F

FIGURA 10 - A – Região de interesse do osso trabecular na radiografia digitalizada; B – Pré- processamento da imagem com melhora em sua qualidade; C – Versão binária com trabéculas em branco; D – Versão binária com trabéculas em preto; E – Imagem esqueletizada do padrão trabecular; F – Sobreposição das imagens A e E para demonstrar visualmente que a imagem esqueletizada corresponde ao trabéculo original.

A imagem binária era, então, processada pelo algoritmo de

esqueletização que consiste em encontrar a linha média de um dado objeto

(trabécula óssea) reduzindo a uma espessura de um único pixel, ou seja, o

esqueleto (figura 10 E); além disso, o sistema permitia a superposição da imagem

trabecular esqueletizada com a imagem original do osso (figura 10F) (GONZALEZ;

WOODS, 2000). A interface do programa SAMOS é mostrada nas figuras 11, 12, 13

e 14.

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FIGURA 11 – Interface do Programa Sistema de Análise Morfométrica Óssea (SAMOS) exibindo a região de interesse do osso trabecular na radiografia digitalizada.

FIGURA 12 – Interface do Programa SAMOS exibindo o Pré-processamento da imagem radiográfica óssea.

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FIGURA 13 – Interface do Programa SAMOS mostrando o cálculo da área trabecular e o percentual da mesma na imagem radiográfica óssea obtida.

FIGURA 14 – Interface do Programa SAMOS mostrando o cálculo do número de trabéculas, do número de bifurcações e do número de nós.

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3.4 Cálculo da dimensão fractal

A dimensão fractal da imagem esqueletizada foi calculada usando o

método de contagem de caixas (SMITH et al., 1989; HAIDEKKER et al., 1997) com

o auxílio do programa Image-J (Versão 1,38 para Windows), de domínio público

(http://rsb.info.nih.gov/ij/download.html) do Instituto Nacional de Saúde (NIH),

Bethesda, EUA (figura 16) da seguinte forma: a imagem era coberta por uma grade

quadrangular formada de quadrados menores iguais em tamanho. O número de

caixas que contêm ao menos 1 pixel preto era contado. O mesmo procedimento foi

repetido alterando o comprimento do lado das caixas. O conceito matemático de que

o número de partes (N) é inversamente proporcional ao comprimento de cada lado

(L) na recomposição do objeto resulta na relação N proporcional L-D, onde no

método de contagem de caixas, N é o número de caixas de tamanho L necessário

para cobrir a estrutura estudada, L é o comprimento da caixa, e D é a dimensão

fractal.

Em suma, o método consiste na divisão da área em uma seqüência de

redução do tamanho dos lados das caixas (L), e contagem do número de caixas (N)

correspondente que contêm ao menos 1 pixel da estrutura.

Assim, usando caixas de diferentes tamanhos para cobrir o objeto resulta

em diferentes estimativas para N, quanto menor for o comprimento das caixas maior

será o número delas e maiores detalhes da estrutura (trabeculado ósseo

esqueletizado) serão levados em consideração, isto porque, haverá um melhor

mapeamento da superfície da estrutura (tabela 1).

TABELA 1 – Número de caixas correspondente ao comprimento do lado.

Lado Contagem

2 2141 3 1428 4 1015 6 608 8 385 12 187 16 100 24 49 32 25 48 16 64 9

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Para L→0, a relação N proporcional L-D é válida, onde D é dimensão

fractal. Os valores de L e os correspondentes valores de N podem ser traduzidos

como coordenadas de uma função onde x=1/L e y=N. O valor de D é estimado pela

inclinação da reta (slope) obtida por regressão linear a partir do gráfico de dispersão

de log N em função de log 1/L (figura 15). A contagem é feita em uma escala

definida de Lmin para Lmax , Lmin corresponde ao tamanho da caixa maior que a

espessura da estrutura e Lmax correspondente quando o número de caixa (N) é igual

a 2. Uma característica importante e específica deste método é que a seqüência de

etapas é determinada por uma subsérie aritmética, onde repetições dos valores de

N, bem como, platôs são ignorados (KYRIACOS et al., 1994)

FIGURA 15 - Determinação da dimensão fractal

A dimensão fractal era estimada pela inclinação da reta (slope), esta

matematicamente era dada pelo coeficiente angular da mesma que pode ser

calculado pela tangente do ângulo α formado entre a reta e o eixo X (figura 15).

Em termos práticos, cada imagem óssea esqueletizada digitalmente

(referente a cada estágio) era submetida ao método de contagem de caixas e em

seguida estimada a dimensão fractal.

-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.00.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0Df = 1,6464

log(1/lado)

log

(co

nta

gem

)

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FIGURA 16 - Interface do Programa ImageJ exibindo as ferramentas computacionais e a etapa correspondente ao cálculo da Dimensão Fractal.

3.5 Densitometria óptica radiográfica

Foi realizada a avaliação da calcificação dos fêmures utilizando a

densidade óssea radiográfica, tendo como padrão e termo de comparação um

dispositivo com degraus de alumínio (escada) posicionado ao lado do elemento

radiografado, no ato da tomada radiográfica. Os valores da densidade radiográfica

foram expressos em termos de equivalência em milímetros de alumínio.

Para obtenção das imagens radiográficas foi utilizado o aparelho de raios-

X (Dabi Atlante – Spectru 70), operando com 70 Kvp, 08 mA, e 0.53s, do

Departamento de Radiologia da Universidade de Fortaleza (figura 17). A distância

foco-filme foi de 20 cm, com incidência perpendicular ao plano filme-objeto. A

imagem digital direta foi obtida com a placa óptica do sistema digital Digora

(Soredex, Orion Corporation, Helsinki, Finland). Como referencial densitométrico,

nas tomadas radiográficas, foi utilizada uma escada de alumínio (liga 6063, ABNT)

de 10 degraus (figuras 18, A e B). Sobre cada placa óptica foram colocadas uma

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peça óssea (fêmur) e a escada lado a lado. Foram obtidas imagens do fêmur direito

de todos animais do grupo controle e tratado, totalizando 64 imagens.

As leituras das placas ópticas sensibilizadas foram efetuadas em escaner

a laser do próprio equipamento Digora, e as imagens manipuladas no software

Digora for Windows 98 (figura 19). Este software possibilita, entre outros recursos, a

determinação da densidade radiográfica do objeto, através de seus níveis de cinza.

Foram selecionadas áreas de tamanho padronizado para leitura no terço médio (60 x

20 pixels) do fêmur, sendo utilizado o valor de densidade média para os cálculos

necessários. Foram efetuadas 3 repetições de medidas na área citada, em cada

imagem, e calculadas as médias dessas repetições, correspondendo à densidade

radiográfica da área. Este valor de densidade radiográfica foi convertido em

milímetros de alumínio – mmAl a partir de uma equação obtida no gráfico de

dispersão relacionando os valores de radiopacidade de cada degrau de alumínio e

sua espessura correspondente.

FIGURA 17 - Aparelho de raio-x (Dabi Atlante – Spectru 70)

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A B FIGURA 18 – Escada de Alumínio com 10 degraus de 0,5 mm de altura e largura de 5 mm. A) Vista superior; B) Escada de alumínio ao lado dos fêmures.

FIGURA 19 - Interface do Programa Digora exibindo a imagem obtida pela radiografia digital onde aparecem lado a lado, a escada de alumínio e o fêmur.

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3.6 Análise estatística

As variáveis quantitativas, contínuas e discretas, foram inicialmente

analisadas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade da

distribuição. Para a estatística descritiva, calcularam-se a média e o desvio padrão

(dados paramétricos) ou a mediana, intervalo interquartil e valores mínimo e máximo

(dados não paramétricos). Comparações intergrupos (Controle versus

Hidrocortisona) em cada tempo estudado foram feitas mediante o uso do teste t para

variáveis não emparelhadas (dados paramétricos) ou do teste de Mann-Whitney

(variáveis não paramétricas). Comparações intragrupos, ou seja, entre os quatro

tempos (dias 7, 14, 21 e 28) num mesmo grupo, foram realizadas pela análise de

variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey (dados

paramétricos) ou pelo teste de Friedman complementado pelo teste de comparações

múltiplas de Dunn (variáveis não paramétricas) (ARMITAGE; BERRY, 1994;

MOTULSKY, 1995).

Em todos os casos, estabeleceu-se em 0,05 (5%) a probabilidade α do

erro tipo I (nível de significância), sendo considerado como estatisticamente

significante um valor P menor que 0,05.

O software GraphPad Prism® versão 5.00 para Windows® (GraphPad

Software, San Diego, California, USA, 2007) foi utilizado tanto para a realização dos

procedimentos estatísticos como para a elaboração dos gráficos.

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4 RESULTADOS

4.1 Análise morfométrica radiográfica

Para a análise morfométrica radiográfica foram utilizados alguns

parâmetros como contagem do número de trabéculas, número de bifurcações,

número de conexões de mais de duas trabéculas (nós) e área trabecular óssea.

4.1.1 Número de trabéculas ósseas

Foram analisadas as imagens radiográficas obtidas dos fêmures direito e

esquerdo e comparado o número de trabéculas entre os grupos controle e

hidrocortisona a cada semana.

Na análise intergrupos das imagens do membro direito, verificou-se que,

no dia 28, o número de trabéculas mensurado no grupo Hidrocortisona (4722,50 ±

339,72) foi significantemente maior (P = 0,0497) que o observado no grupo Controle

(4397,88 ± 259,47). Nas comparações dentro do mesmo grupo, todavia, não foram

verificadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em

nenhum dos grupos.

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TABELA 2 – Valores da média e desvio padrão do número de trabéculas referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 4539 498,9 4591 377,6 P=0,8201

14 4439 315,4 4676 430,6 P=0,2309

21 4548 189,0 4588 233,4 P= 0,7095

28 4397,88 259,47 4722,50 339,72 P=0,0497

Significância (intragrupo)

F= 0,3913 P= 0,7602 F= 0,2806 P= 0,8389

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000Controle

Hidrocortisona*

D7 D14 D21 D28

mero

de t

rab

écu

las

FIGURA 20 – Número de trabéculas mensurado nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 28: * P = 0,0497 em relação ao Controle.

Na análise intergrupos das imagens do membro esquerdo, verificou-se

que, no dia 28, o número de trabéculas mensurado no grupo Hidrocortisona (4894 ±

371,4) foi significantemente maior (P = 0,0384) que o observado no grupo Controle

(4481 ± 351,2). Nas comparações dentro do mesmo grupo, todavia, não foram

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verificadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em

nenhum dos grupos.

TABELA 3 – Valores da média e desvio padrão do número de trabéculas referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdo dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 4543 314,7 4656 389,3 P= 0,5326

14 4452 121,5 4560 376,3 P= 0,4511

21 4466 283,2 4633 356,8 P= 0,3181

28 4481 351,2 4894 371,4 P= 0,0384

Significância (intragrupo)

F= 0,1622 P= 0,9209 F=1,198 P= 0,3286

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000Controle

Hidrocortisona*

D7 D14 D21 D28

mero

de t

rab

écu

las

FIGURA 21 – Número de trabéculas mensurado nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 28: * P = 0,0384 em relação ao Controle.

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49

4.1.2 Número de bifurcações

Também foram analisadas as imagens radiográficas obtidas dos fêmures

direito e esquerdo e comparado o número de bifurcações entre os grupos controle e

hidrocortisona a cada semana.

Na análise intergrupos das imagens do membro direito, verificou-se que,

no dia 28, o número de bifurcações mensurado no grupo Hidrocortisona (2867 ±

195,5) foi significantemente maior (P = 0,0498) que o observado no grupo Controle

(2679 ± 151,0). Nas comparações dentro do mesmo grupo, todavia, não foram

verificadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em

nenhum dos grupos.

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50

TABELA 4 – Valores da média e desvio padrão do número de bifurcações referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 2779 291,3 2782 178,2 P= 0,9781

14 2717 187,4 2847 254,4 P= 0,2662

21 2786 122,8 2808 102,9 P= 0,7100

28 2679 151,0 2867 195,5 P= 0,0498

Significância (intragrupo)

F= 0,5302 P= 0,6653 F= 0,3189 P= 0,8116

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500Controle

Hidrocortisona*

D7 D14 D21 D28

mero

de b

ifu

rcaçõ

es

FIGURA 22 – Número de bifurcações mensurado nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 28: * P = 0,0498 em relação ao Controle.

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51

Na análise intergrupos das imagens do membro esquerdo, verificou-se

que, no dia 28, o número de bifurcações mensurado no grupo Hidrocortisona (2967 ±

226,7) foi significantemente maior (P = 0,0440) que o observado no grupo Controle

(2722 ± 214,7). Nas comparações dentro do mesmo grupo, todavia, não foram

verificadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em

nenhum dos grupos.

TABELA 5 – Valores da média e desvio padrão do número de bifurcações referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 2777 181,4 2841 239,3 P= 0,5547

14 2724 71,48 2777 223,5 P= 0,5342

21 2727 154,0 2815 215,7 P= 0,3596

28 2722 214,7 2967 226,7 P= 0,0440

Significância (intragrupo)

F= 0,2061 P= 0,8913 F= 1,054 P= 0,3841

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500Controle

Hidrocortisona*

D7 D14 D21 D28

mero

de b

ifu

rcaçõ

es

FIGURA 23 – Número de bifurcações mensurado nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 28: * P = 0,0440 em relação ao Controle.

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52

4.1.3 Número de nós

As imagens radiográficas obtidas dos fêmures direito e esquerdo foram

analisadas e comparado o número de nós entre os grupos controle e hidrocortisona

a cada semana.

Na análise intergrupos das imagens do membro direito, não se verificou

em nenhum momento uma diferença estatisticamente significante entre o número de

nós mensurado no grupo Hidrocortisona e no grupo Controle. Nas comparações

dentro do mesmo grupo, também não foram verificadas diferenças estatisticamente

significantes entre os tempos estudados em nenhum dos grupos.

TABELA 6 – Valores da média e desvio padrão do número de nós referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 75,00 19,65 76,13 8,509 P= 0,8840

14 73,63 14,60 82,25 15,12 P= 0,2651

21 76,50 10,49 83,50 12,69 P= 0,2492

28 76,38 13,13 83,63 16,83 P= 0,3529

Significância (intragrupo)

F= 0,06616 P= 0,9774 F= 0,5426 P= 0,6571

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53

0

20

40

60

80

100

120Controle

Hidrocortisona

D7 D14 D21 D28

mero

de N

ós

FIGURA 24 – Número de nós mensurado nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. Na análise intergrupos das imagens do membro esquerdo, não se

verificou em nenhum momento uma diferença estatisticamente significante entre o

número de nós mensurado no grupo Hidrocortisona e no grupo Controle. Nas

comparações dentro do mesmo grupo, também não foram verificadas diferenças

estatisticamente significantes entre os tempos estudados em nenhum dos grupos.

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54

TABELA 7 – Valores da média e desvio padrão do número de nós referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 77,38 19,15 81,00 10,99 P= 0,6496

14 79,88 7,55 83,75 18,35 P= 0,5894

21 74,63 17,08 84,25 12,03 P= 0,2136

28 79,50 13,45 84,63 18,75 P= 0,5400

Significância (intragrupo)

F= 0,2076 P= 0,8902 F= 0,09062 P= 0,9646

FIGURA 25 – Número de nós mensurado nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois.

0

20

40

60

80

100

120Controle

Hidrocortisona

D7 D14 D21 D28

mero

de N

ós

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55

4.1.4 Área trabecular óssea

Também foi calculada a área trabecular óssea nas imagens digitalizadas,

esta área foi mensurada pela quantidade do número de pixels (pixels2) obtida no

programa desenvolvido (SAMOS).

Na análise intergrupos das imagens do membro direito, verificou-se que,

no dia 21, a área trabecular mensurada no grupo Hidrocortisona (215600 ± 270,8) foi

significantemente menor (P = 0,0408) que o observado no grupo Controle (216400 ±

991,0). No dia 28, a área trabecular mensurada no grupo Hidrocortisona (215600 ±

562,7) foi significantemente menor (P = 0,0429) que o observado no grupo Controle

(216400 ± 729,0). Nas comparações dentro do mesmo grupo, todavia, não foram

verificadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em

nenhum dos grupos.

TABELA 8 – Valores da média e desvio padrão da área trabecular referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 216400 863,9 192500 67290 P=0,3321

14 215500 840,4 216000 629,1 P=0,2634

21 216400 991,0 215600 270,8 P=0,0408

28 216400 729,0 215600 562,7 P=0,0429

Significância (intragrupo)

F= 1,970 P= 0,1414 F= 0,9565 P= 0,4269

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56

020000400006000080000

100000120000140000160000180000200000220000 **

Controle

Hidrocortisona

D7 D14 D21 D28

Áre

a t

rab

ecu

lar

(pix

els

2)

FIGURA 26 – A área trabecular mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 21: * P = 0,0408 em relação ao Controle. D 28: * P = 0,0429 em relação ao Controle.

Na análise intergrupos das imagens do membro esquerdo, verificou-se

que, no dia 21, a área trabecular mensurada no grupo Hidrocortisona (215300 ±

463,6) foi significantemente menor (P = 0,0401) que o observado no grupo Controle

(215900 ± 652,2). No dia 28, a área trabecular mensurada no grupo Hidrocortisona

(215400 ± 444,4) foi significantemente menor (P = 0,0451) que o observado no

grupo Controle (215900 ± 518,2). Nas comparações dentro do mesmo grupo, foram

verificadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados onde

a área trabecular foi significantemente menor no grupo Hidrocortisona (P < 0,05) nos

dias 21 e 28 comparadas aos dias 7 e 14.

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57

TABELA 9 – Valores da média e desvio padrão da área trabecular referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 216100 717,1 216400 789,8 P= 0,4372

14 216500 907,8 216300 867,4 P= 0,6462

21 215900 652,2 215300 + 463,6 P= 0,0401

28 215900 518,2 215400 + 444,4 P= 0,0451

Significância (intragrupo)

F= 1,275 P= 0,3021 F= 6,249 P= 0,0022

+ P < 0,05 quando comparado aos dias 7 e 14 no mesmo grupo.

020000400006000080000

100000120000140000160000180000200000220000

Controle

Hidrocortisona

**+ +

D7 D14 D21 D28

Áre

a t

rab

ecu

lar

(pix

els

2)

FIGURA 27 – A área trabecular mensurada nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 21: * P = 0,0401 em relação ao Controle. D 28: * P = 0,0451 em relação ao Controle. + P < 0,05 quando comparado aos dias 7 e 14 no mesmo grupo.

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58

4.1.5 Área trabecular óssea em percentagem

A área trabecular óssea em percentagem representa a área ocupada

pelas trabéculas em relação à área óssea total.

Na análise intergrupos das imagens do membro direito, verificou-se que,

no dia 21, a área trabecular em percentagem mensurada no grupo Hidrocortisona

(70,05 ± 0,2250) foi significantemente menor (P = 0,0028) que o observado no grupo

Controle (70,53 ± 0,2976). No dia 28, a área trabecular mensurada no grupo

Hidrocortisona (70,17 ± 0,1220) foi significantemente menor (P = 0,0201) que o

observado no grupo Controle (70,47 ± 0,2982). Nas comparações dentro do mesmo

grupo, foi verificada diferença estatisticamente significante onde a área trabecular

em percentagem foi significantemente menor no grupo Hidrocortisona (P < 0,01) no

dia 21 comparada ao dia 7.

TABELA 10 – Valores da média e desvio padrão da área trabecular em percentagem referentes às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 70,44 0,2812 70,39 0,1961 P= 0,7014

14 70,18 0,2664 70,29 0,2088 P= 0,3686

21 70,53 0,2976 70,05 ++ 0,2250 P= 0,0028

28 70,47 0,2982 70,17 0,1220 P= 0,0201

Significância (intragrupo)

F= 2,296 P= 0,0995 F= 4,688 P= 0,0089

++ P < 0,01 quando comparado ao dia 7 no mesmo grupo.

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59

0

15

30

45

60

75Controle

Hidrocortisona

*++**

D7 D14 D21 D28

Áre

a t

rab

ecu

lar

(%)

FIGURA 28 – A área trabecular em percentagem mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 21: ** P = 0,0028 em relação ao Controle. D 28: * P = 0,0201 em relação ao Controle. ++ P < 0,01 quando comparado ao dia 7 no mesmo grupo.

Na análise intergrupos das imagens do membro esquerdo, verificou-se

que, no dia 21, a área trabecular em percentagem mensurada no grupo

Hidrocortisona (70,07 ± 0,1509) foi significantemente menor (P = 0,0421 ) que o

observado no grupo Controle (70,28 ± 0,2124). No dia 28, a área trabecular em

percentagem mensurada no grupo Hidrocortisona (70,11±0,1447) foi

significantemente menor (P = 0,0450 ) que o observado no grupo Controle (70,28 ±

0,1687). Nas comparações dentro do mesmo grupo, foi verificada diferença

estatisticamente significante onde a área trabecular em percentagem foi

significantemente menor no grupo Hidrocortisona (P < 0,05) no dia 21 comparada

aos dias 7 e 14, e no dia 28 comparada ao dia 7.

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60

TABELA 11 – Valores da média e desvio padrão da área trabecular em percentagem referentes às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 70,50 0,3321 70,45 0,2588 P= 0,6981

14 70,48 0,2955 70,40 0,2914 P= 0,6138

21 70,28 0,2124 70,07 + 0,1509 P= 0,0421

28 70,28 0,1687 70,11 + 0,1447 P= 0,0450

Significância (intragrupo)

F= 1,770 P= 0,1757 F= 6,147 P= 0,0024

D 21: + P < 0,05 quando comparado aos dias 7 e 14 no mesmo grupo. D 28: + P < 0,05 quando

comparado ao dia 7 no mesmo grupo.

0

15

30

45

60

75Controle

Hidrocortisona

* *+ +

D7 D14 D21 D28

Áre

a t

rab

ecu

lar

(%)

FIGURA 29 – A área trabecular em percentagem mensurada nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 21: * P = 0,0421 em relação ao Controle. D 28: * P = 0,0450 em relação ao Controle. D 21: + P < 0,05 quando comparado aos dias 7 e 14 no mesmo grupo. D 28: + P < 0,05 quando comparado ao dia 7 no mesmo grupo.

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61

4.2 Análise fractal

Foram analisadas as imagens radiográficas obtidas dos fêmures direito e

esquerdo, e comparada a dimensão fractal entre os grupos controle e hidrocortisona

a cada semana.

Na análise intergrupos das imagens do membro direito, verificou-se que,

no dia 28, a dimensão fractal mensurada no grupo Hidrocortisona (1,614 ± 0,0097)

foi significantemente maior (P = 0,0456) que o observado no grupo Controle (1,603 ±

0,0092). Nas comparações dentro do mesmo grupo, todavia, não foram verificadas

diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em nenhum dos

grupos.

TABELA 12 – Valores da média e desvio padrão da dimensão fractal referente às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 1,608 0,01747 1,607 0,01074 P= 0,9110

14 1,605 0,01155 1,611 0,01479 P= 0,3773

21 1,608 0,005415 1,607 0,008508 P= 0,8445

28 1,603 0,009292 1,614 0,009728 P= 0,0456

Significância (intragrupo)

F= 0,3167 P= 0,8132 F= 0,6421 P= 0,5944

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62

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

1.25

1.50

1.75Controle

Hidrocortisona

*

D7 D14 D21 D28

Dim

en

são

fra

cta

l

FIGURA 30 – Dimensão fractal mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 28: * P = 0,0456 em relação ao Controle.

Na análise intergrupos das imagens do membro esquerdo, verificou-se

que, no dia 28, a dimensão fractal mensurada no grupo Hidrocortisona (1,619 ±

0,012) foi significantemente maior (P = 0,0495) que o observado no grupo Controle

(1,605 ± 0,013). Nas comparações dentro do mesmo grupo, não foram verificadas

diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em nenhum dos

grupos.

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63

TABELA 13 – Valores da média e desvio padrão da dimensão fractal referente às medições efetuadas nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 1,607 0,01104 1,611 0,01350 P= 0,5207

14 1,606 0,006615 1,607 0,01325 P= 0,7930

21 1,605 0,009833 1,609 0,01286 P= 0,5479

28 1,605 0,01312 1,619 0,01212 P= 0,0495

Significância (intragrupo)

F= 0,05962 P= 0,9805 F= 1,275 P= 0,3020

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

1.25

1.50

1.75Controle

Hidrocortisona

*

D7 D14 D21 D28

Dim

en

são

fra

cta

l

FIGURA 31 – Dimensão fractal mensurada nos fêmures esquerdos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 28: * P = 0,0495 em relação ao Controle.

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64

4.3 Densitometria óptica radiográfica

Foram analisadas as imagens radiográficas obtidas dos fêmures direito e

comparada a densidade óssea radiográfica entre os grupos controle e hidrocortisona

a cada semana. Os resultados sugerem ter havido perda óssea no 21º. dia e 28º.

dia no grupo Hidrocortisona quando comparado ao grupo Controle.

Na análise intergrupos das imagens do membro direito, verificou-se que,

no dia 21 a densidade óssea radiográfica mensurada no grupo Hidrocortisona

(0,8658 ± 0,08542) foi significantemente menor (P = 0,0002) que o observado no

grupo Controle (1,148 ± 0,1373); fato também observado no dia 28 em que a mesma

densidade no grupo Hidrocortisona (0,8198 ± 0,08691) foi significante menor (P <

0.0001) que o observado no grupo Controle (1,202 ± 0,0573). Nas comparações

dentro do mesmo grupo, todavia, não foram verificadas diferenças estatisticamente

significantes entre os tempos estudados em nenhum dos grupos.

TABELA 14 – Valores da média e desvio padrão da densidade óptica radiográfica referente às medições efetuadas nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos quatro tempos estudados (dias 7, 14, 21 e 28).

Tempo (dias)

Controle Hidrocortisona Significância (intergrupos)

Média Desvio padrão

Média Desvio padrão

7 1,079 0,2027 0,9607 0,1472 P= 0,2027

14 1,068 0,1840 0,9009 0,1256 P= 0,0523

21 1,148 0,1373 0,8658 0,08542 P= 0,0002

28 1,202 0,05731 0,8198 0,08691 P< 0.0001

Significância (intragrupo)

F= 1,305 P= 0,2923 F= 2,159 P= 0,1152

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65

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

1.25

1.50

Controle

Hidrocortisona

*** ***

D7 D14 D21 D28

Esp

essu

ra A

l

FIGURA 32 – Densidade óptica radiográfica (Espessura de Al) mensurada nos fêmures direitos dos animais dos grupos Controle e Hidrocortisona nos dias 7, 14, 21 e 28. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 8 animais de ambos os grupos. O teste t para variáveis não emparelhadas foi usado para comparar os dois grupos em cada tempo. Comparações entre os quatro tempos num mesmo grupo foram feitas mediante o uso da análise de variância (ANOVA) associada ao teste de comparações múltiplas de Tukey, para verificar diferenças entre os tempos dois a dois. D 21: *** P = 0,0002 em relação ao Controle. D 28: *** P < 0,0001 em relação ao Controle.

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66

5 DISCUSSÃO

5.1 Modelo de osteoporose em fêmur de rato

Neste estudo, procurou-se estabelecer um modelo de osteoporose

experimental com as seguintes características: fácil exeqüibilidade e, por

conseguinte, reprodutibilidade, e que, além disso, permitisse a comparação entre a

dinâmica da perda óssea induzida pelo corticóide entre o mesmo grupo (intragrupo)

e entre grupos diferentes (intergrupos). Tal intento foi conseguido pela indução de

perda óssea em fêmur de rato mediante a administração diária de 18mg/kg/dia de

hidrocortisona, resultando em diminuição da densidade óssea constatada pelos

parâmetros morfométricos e pela densitometria óptica radiográfica. A dose foi

calculada baseando-se no trabalho de Southard et al. (2000) que utilizaram 12

mg/kg/dia de acetato de cortisona em experimento que houve a indução de perda

óssea em coelhos. O modelo constitui, então, a base para a validação do software

de análise fractal e de quantificação de outros descritores do trabeculado ósseo.

O rato da raça Wistar foi o animal de experimentação escolhido por ser um

animal dócil e de fácil manipulação, outro ponto a considerar são os baixos custos

de manutenção em relação às outras espécies. Além disso, o fêmur do rato

apresenta características anatômicas favoráveis ao estudo com epífise, metáfise e

diáfise bem nítidas.

A indução de perda óssea por corticóide constitui um modelo de

osteoporose de fácil reprodução. Modelos em coelhos com osteoporose corticóide–

induzida são encontrados na literatura com outras finalidades (KIMMEL,1996) ou

mesmo com intuito de mensurar a dimensão fractal (SOUTHARD et al., 2000). Já em

rato, encontram-se modelos parecidos onde o intento é análise fractal; porém com

outras formas indutoras como dieta restrita, ou mesmo a paralisia de membros

(CHAPPARD et al., 2001a).

O modelo proposto traz em si algumas novidades quando se analisa toda a

metodologia, e isto, por conseguinte, trouxe novos complicadores, de forma que

resultados diferentes eram esperados.

A patofisiologia da osteoporose induzida por corticóides já é conhecida.

Os corticóides inibem diretamente a atividade dos osteoblastos, diminuindo a

formação óssea. Além disso, ocorre a inibição da absorção do cálcio no intestino, os

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67

corticóides atuam ainda na secreção de hormônio paratireoidiano, que por sua vez

age sobre os osteoclastos para aumentar a reabsorção óssea (SCHIMMER;

PARKER, 1996).

Pelo exposto, nota-se a necessidade de mais estudos para desvendar

outros mecanismos envolvidos na dinâmica deste processo de perda óssea. A

osteoporose por ser uma doença multifatorial requer também estudos em várias

vertentes; nesse sentido, os modelos de osteoporose induzida por corticóides, sejam

em coelho ou em rato, são de importância capital, visto que, simulam com certo

realismo as situações clínicas onde a perda de massa óssea é causada por drogas

esteroidais.

5.2 Método de quantificação óssea

Um dos objetivos desta pesquisa foi o desenvolvimento e a validação de

um programa de computador específico (SAMOS) para a segmentação e a

quantificação da perda de massa óssea em imagens digitais do trabeculado em

fêmur de rato. Tais imagens foram capturadas de forma padronizada a partir de

radiografias obtidas através de uma rigorosa técnica radiográfica.

O sistema quantifica alguns descritores ósseos de forma objetiva através

da determinação da área ocupada pelas trabéculas ósseas acusando o percentual

da mesma. Quantifica também outros parâmetros que caracterizam a arquitetura do

arranjo trabecular, como: número de trabéculas ósseas, número de bifurcações e o

número de nós.

Alguns pontos na obtenção da imagem digital devem ser considerados no

tocante ao enquadramento da imagem. Como já descrito no método, a área

selecionada para a quantificação ou área de interesse (ROI) correspondeu à própria

área enquadrada no aumento de 25 (25x); isto foi possível, porque neste aumento

considerou-se dois aspectos para o sucesso da pesquisa: primeiramente, a

visualização adequada das trabéculas ósseas diferenciando-as dos espaços

medulares, e segundo, o encaixamento da área do terço distal do fêmur no sentido

látero-medial.

Para o perfeito enquadramento da área de interesse, usou-se como

referência uma linha tangente aos côndilos que funcionou como limite distal.

Somando-se a isto, foi usado também como referência o longo eixo do fêmur, de

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68

maneira que se passou a centralizar melhor a imagem de cada peça óssea, outro

aspecto estava no alinhamento da radiografia e o foco do microscópio de maneira

que a incidência foi sempre de 90° em relação à superfície plana da radiografia.

Estes parâmetros permitiram a padronização da captura de imagens radiográficas e

a digitalização das mesmas de modo uniforme.

O sistema foi implementado de forma modular, sendo composto por

quatro módulos que caracterizam fases distintas do processamento das imagens, as

quais devem ser executadas de maneira seqüencial até a obtenção do resultado

final. Os módulos são: seleção da região de interesse, pré-processamento,

segmentação e esqueletização. O software foi projetado para proporcionar uma

interação fácil com o usuário, minimizando a interferência do operador na execução

dos processos.

A radiografia representa a projeção bidimensional da arquitetura do osso

trabecular. A imagem resultante é chamada de “textura” e as relações com o objeto

original tridimensional, embora intuitivamente dependentes, são desconhecidas

(CHAPPARD et al., 2001a). A textura é geralmente definida como um “padrão global

resultante de repetição, ora de forma determinada, ora randomizada, de um local

menor- subpadrão” (ZUCKER; TERZOPOULOS, 1990). Subpadrões são referidos

como elementos primitivos na análise da imagem, a literatura especializada traz o

termo análise de textura. As técnicas de análise de textura são baseadas na

morfometria e na geometria fractal.

A análise textural revelou que comparando, tanto o fêmur direito como o

esquerdo entre os grupos controle e hidrocortisona, o comportamento do número de

trabéculas foi parecido. Não houve diferença estatisticamente significante entre os

grupos no 7º dia, 14º dia e 21º dia; porém no 28º dia o número de trabéculas

mensurado no grupo cortisona foi significante maior (P = 0,04970) que o observado

no grupo controle para o lado direito e (P = 0,0384) para o esquerdo. Em seu estudo

Chappard et al. (2001b) encontrou um resultado diferente, ou seja decréscimo do

número de trabéculas em fotografias de cortes ósseos. O maior número de

trabéculas encontrado nesta pesquisa pode ser explicado pela técnica de

quantificação em raio-x, onde apresenta trabéculas fragmentadas que representaria

uma maior quantidade, porém, representando uma maior fragilidade da matriz

óssea, já que as mesmas mostraram-se menores e com maior afastamento entre si.

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69

Soma-se a isto, o fato que as imagens com reabsorção apresentam-se com maior

contraste entre radiopaco e radiolúcido.

Outro parâmetro usado foi o número de bifurcações, ou seja, o ponto de

união de duas trabéculas. Tanto nos fêmures direito e esquerdo, comparados entre

os grupos controle e hidrocortisona, o número de bifurcações foi significantemente

maior somente no 28º dia no grupo hidrocortisona com (P = 0,0498) para o membro

direito e (P = 0,044) para o membro esquerdo.

A explicação para tal fato parece estar na fragmentação das trabéculas

em estado de perda óssea, o número maior de conectividade talvez tenha sido

entendido pelo método de quantificação de trabéculas antes uniformes em seu

desenho, e que após a dose cumulativa do corticóide assumiram traçados mais

irregulares e amorfos.

Outra hipótese a se considerar, diz respeito à disposição das trabéculas

ósseas as quais formam uma rede tridimensional caracterizada por irregularidades e

um arranjo caótico, ou seja, desordenado. A projeção dessa rede numa imagem

bidimensional ocasiona a sobreposição de vários de seus elementos constituintes.

Na interpretação radiográfica, estas unidades sobrepostas no osso poroso podem

explicar a interseção de traves ósseas e, por conseguinte uma maior conexão delas

que na imagem resultante aparecerá como uma bifurcação. O fato do maior

contraste radiográfico no osso poroso permite uma maior distinção de estruturas.

O terceiro parâmetro corresponde ao número de nós que significa a

conexão de no mínimo três trabéculas ósseas. O estudo apontou que tanto nos

fêmures direitos como nos esquerdos, comparados entre os grupos controle e

hidrocortisona, não foram verificadas diferenças estatisticamente significantes entre

os tempos estudados. Nas comparações dentro do mesmo grupo, também não

houve diferenças estatisticamente significantes em nenhum dos tempos.

O número de nós pode ter se mantido sem variação nos grupos, talvez

pela menor probabilidade de haver sobreposição de três ou mais elementos

constituintes e a geração de um ponto comum a estas estruturas.

No tocante ao cálculo da área trabecular óssea, obteve-se que ao se

comparar o fêmur direito bem como o esquerdo entre os grupos controle e

hidrocortisona, o comportamento foi parecido. Não houve diferença estatisticamente

significante entre os grupos no 7º dia e 14º dia; porém no 21º dia e 28º dia a área

trabecular mensurada no grupo cortisona foi significante menor em ambos os lados,

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70

com (P = 0,0408) no dia 21 e (P = 0,0429) no dia 28 para o membro direito. Já para

o membro esquerdo os valores foram (P = 0,0401) no dia 21 e (P = 0,0451) no dia

28. Os valores levam a acreditar, portanto, que houve perda óssea evidenciada nos

dias 21 e 28.

Nas comparações dentro do mesmo grupo, foram verificadas diferenças

estatisticamente significantes entre os tempos estudados somente nos fêmures

esquerdos; de forma que a área trabecular foi significantemente menor no grupo

Hidrocortisona (P < 0,05) nos dias 21 e 28 comparada aos dias 7 e 14.

No tocante à área trabecular em percentagem (%) esta foi

significantemente menor, no dia 21, no grupo Hidrocortisona (P = 0,0028) que o

observado no grupo Controle para o fêmur direito. No dia 28, a área trabecular (%)

mensurada no grupo Hidrocortisona foi significantemente menor (P = 0,0201) que o

observado no grupo Controle. Nas comparações dentro do mesmo grupo, foi

verificada diferença estatisticamente significante onde a área trabecular em

percentagem foi significantemente menor no grupo Hidrocortisona (P < 0,01) no dia

21 comparada ao dia 7. No membro esquerdo, verificou-se que, no dia 21, a área

trabecular em percentagem mensurada no grupo Hidrocortisona foi

significantemente menor (P = 0,0421) que o observado no grupo Controle. No dia 28,

a área trabecular em percentagem mensurada no grupo Hidrocortisona foi

significantemente menor (P = 0,0450) que o observado no grupo Controle. Nas

comparações dentro do mesmo grupo, foi verificada diferença estatisticamente

significante onde a área trabecular em percentagem foi significantemente menor no

grupo Hidrocortisona (P < 0,05) no dia 21 comparada aos dias 7 e 14, e no dia 28

comparada ao dia 7. Estes resultados confirmam, portanto, o que o parâmetro

anterior já apontava, ou seja, perda óssea nos dias 21 e 28.

5.3 Análise fractal

Os dados presentes neste estudo buscam reforçar a hipótese de que

ratos com osteoporose apresentam o padrão trabecular alterado comparado com os

animais do grupo controle, sendo escolhido o terço distal do fêmur como sítio

anatômico.

O osso trabecular constitui-se de uma rede complexa de trabéculas

conectadas em um espaço tridimensional. Além disso, a microarquitetura se adapta

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71

às mudanças biomecânicas e metabólicas como também ao aumento progressivo da

idade.

A dimensão fractal da rede trabecular parece ser um importante

parâmetro arquitetural capaz de aferir ou descrever o complexo arranjo ósseo. Desta

forma, tem sido objeto de vários estudos, seja em imagens bidimensionais em cortes

histológicos, em cortes bidimensionais por tomografia computadorizada, ou ainda em

radiografias convencionais.

O método “box-counting” tem sido muito usado para mensurar a

dimensão fractal em osso. Segundo Chappard et al. (2001b) esta técnica foi usada

em vários trabalhos envolvendo biópsias ósseas em pacientes osteoporóticos e

controle. Ainda segundo o mesmo autor, discrepâncias nos valores de dimensão

fractal têm sido observadas em estudos ora em secções ósseas, ora em imagens de

raio-x.

Chappard et al. (2001b) relatam uma associação entre o aumento da DF

e o aumento do volume ósseo em um estudo com cortes ósseos, achado também

relatado por Fazzalari et al., (1996). Porém, contrariando esta tendência, outros

estudos (CALIGIURI et al., 1994; BENHAMOU et al., 1994; CALDWELL et al., 1998)

mostraram um crescimento da DF em estados osteoporóticos quando mensurada

em filmes de raio-x; tal fato deve ocorrer pela razão que a imagem radiográfica

torna-se mais áspera ou rugosa em um espaço tridimensional devido às mudanças

do padrão ósseo que ocorrem nesta doença.

Em estudo com ratos (CHAPPARD et al., 2001a) onde a osteoporose foi

induzida por paralisia do músculo do fêmur causada por neurotoxina botulínica,

constatou-se um aumento da DF nos animais osteoporóticos. Embora o método

escolhido tenha sido o “skyscraper”, esse resultado reforça a tendência de

crescimento dos valores fractais em situações de perda óssea.

Os resultados fractais do presente estudo apontaram para um aumento

dos valores à medida que a perda óssea acentuava-se. A dimensão fractal

mensurada nos fêmures direitos no dia 28, foi significantemente maior (P = 0,0456)

no grupo hidrocortisona que o observado no grupo controle. Nas comparações

intragrupo, todavia não foram verificadas diferenças estatisticamente significantes

entre os tempos estudados. Na análise intergrupos das imagens do membro

esquerdo, verificou-se que, no dia 28, a DF mensurada no grupo hidrocortisona foi

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72

significantemente maior (P = 0,0495) que o observado no grupo controle. Na análise

intragrupo, também não foram verificadas diferenças estatisticamente significantes.

Estes resultados conflitam com aqueles obtidos por Soulthard et al.

(2000) que obtiveram um decréscimo dos valores fractais com o aumento da dose

do acetato de cortisona. Neste estudo, foram analisadas radiografias da mandíbula e

da coluna vertebral lombar de coelhos. Ao contrário, o estudo presente converge

para os resultados obtidos por Ruttimann et al. (1992) que aplicaram a análise fractal

em radiografias de mandíbula. Ruttimann relatou que a dimensão fractal em

radiografias do processo alveolar da mandíbula aumentou com o agravamento da

desmineralização.

O aumento dos valores fractais em uma situação que teoricamente o

arranjo ósseo estaria menos complexo, levanta algumas hipóteses.

Primeiro, embora a arquitetura óssea esteja menos complexa, na imagem

radiográfica pode se configurar um desenho com trabéculas fragmentadas e com

maior radiolucidez. Desta forma, a fase de processamento da imagem no módulo de

esqueletização pode interpretar linhas de trabéculas mais uniformes no osso normal;

ao contrário, nos ossos porosos as trabéculas fragmentadas resultariam em linhas

irregulares que no conjunto dos elementos constituintes da imagem formariam um

arranjo mais recortado em uma rede cujo traçado rebuscado determinaria o aumento

da DF.

Segundo, deve-se levar em consideração a disposição das trabéculas

ósseas formando uma rede tridimensional onde predomina a desordem e o caos de

sua microarquitetura. A sobreposição de seus elementos constituintes (inclusive

trabéculas) é inevitável na radiografia (imagem bidimensional), isto acontece devido

à projeção de estruturas ósseas mais profundas sobre outras superficiais. Na

formação da imagem radiográfica ocorre a interseção de traves ósseas profundas

com outras superficiais, esta maior conexão também permite um desenho mais

rebuscado na imagem bidimensional. Isto somado a um aspecto mais radiolúcido

fruto da erosão óssea, permite uma maior distinção das trabéculas modificadas do

que na imagem de raio-x onde a matriz óssea se apresenta com a densidade

normal.

5.4 Densitometria óptica radiográfica

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73

O tecido ósseo está em constante remodelação e sua massa total

depende da relação de equilíbrio existente entre a formação e a reabsorção óssea.

O uso prolongado de corticóides causa alterações no metabolismo ósseo com

modificação no conteúdo orgânico mineral que pode ser detectado por vários

métodos, entre eles, a análise de densidade óptica radiográfica que tem sido

utilizada como recurso interessante na avaliação óssea (MEURER et al., 2003;

ZECCHIN et al., 2004).

Louzada et al. (1998), ao utilizar a técnica de densitometria óptica

radiográfica com conversão em mmAl no acompanhamento de variação de massa

em peças ósseas de cães, mimetizando o processo de desmineralização óssea,

demonstrou praticidade e precisão da metodologia proposta. Sendo importante a

padronização nesta metodologia, já que as análises são feitas de forma relativa

usando um objeto de referência, neste sentido, é proposto a utilização da análise

digital, para evitar erros oriundos do processamento radiográfico (OLIVEIRA- FILHO

et al., 2003).

No presente estudo, ao analisar a densidade radiográfica do terço médio

do fêmur de ratos submetidos à administração de corticóide, utilizando imagem

digital, encontrou que a droga induziu a um estado de perda de massa óssea. Uma

forte correlação foi encontrada entre a dose da hidrocortisona e a densidade óssea.

Verificou-se uma redução dos valores de massa óssea já a partir do dia 7, embora a

redução estatisticamente significante somente tenha ocorrido no dia 21, fato

comprovado também no dia 28.

Southard et al. (2000) em seu modelo de osteoporose em coelhos, relata

haver uma correlação forte entre a dose cumulativa do acetato de cortisona e a

densidade óssea mandibular. O estudo trazia como referência uma escada de

alumínio de seis degraus, associadas às peças ósseas durante as tomadas

radiográficas.

Na atual pesquisa a densidade óssea radiográfica mensurada, no dia 21,

nos fêmures direitos no grupo hidrocortisona foi significantemente menor (P =

0,0002) que o observado no grupo controle; já no dia 28 a densidade também foi

ainda menor com (P < 0,0001). Nas comparações intragrupo, todavia, não foram

verificadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos estudados em

nenhum dos grupos.

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74

6 CONCLUSÃO

A dose do corticóide causou perda de massa óssea em fêmur de rato,

resultando em diminuição da densidade óssea constatada pelos parâmetros

morfométricos e pela densitometria óptica radiográfica.

Na análise morfológica do padrão radiográfico verificou-se que o número

de trabéculas ósseas e de bifurcações destas foi maior no grupo Hidrocortisona

tanto nos fêmures direitos e esquerdos. Entretanto, o número de nós se manteve

sem diferença significante entre os grupos Hidrocortisona e Controle em todos os

tempos estudados. No tocante a área trabecular, houve uma redução significante no

grupo Hidrocortisona no 21º dia e no 28º dia em ambos os fêmures estudados.

Na análise fractal constatou-se que a dimensão fractal foi maior no grupo

Hidrocortisona que no Controle no 28º dia de administração do corticóide, em ambos

os lados.

Outro achado foi que a densidade óssea radiográfica no terço médio do

fêmur dos animais submetidos à droga esteroidal foi menor que naquele dos animais

do grupo Controle. Isto ficou evidenciado no 21º dia e no 28º dia.

Pelos resultados morfométricos, análise fractal e densidade óptica

radiográfica expostos neste estudo, constatou-se que o modelo de osteoporose em

ratos foi estabelecido, podendo-se afirmar que se trata de um modelo de fácil

exequibilidade e boa reprodutibilidade. O modelo poderá ser de grande utilidade

para testes futuros de substâncias com potencial para o tratamento da osteoporose.

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APÊNDICE A – Geometria Fractal

Uma das noções mais intuitivas de dimensão está associada à escala e

auto-semelhança. Um objeto de dimensão 1, uma reta por exemplo, se dividida em

N partes idênticas, cada parte será idêntica à original multiplicada pelo fator de

escala de L = 1/N , e N x L1 reconstituirá o objeto.

Um objeto de duas dimensões, por exemplo, um quadrado, pode ser

dividido em N partes idênticas, cada uma será idêntica à original multiplicado por um

fator de escala de L = N/1 e N x L2 reconstitui o objeto.

Já um objeto de três dimensões, se dividido em N partes iguais, cada

parte será igual a anterior multiplicado por L = 3 N/1 e N x L3 reconstitui o objeto.

O número que se deve elevar L para que, multiplicado por N tenha-se 1, é

a dimensão D, do objeto. Para os fractais, D é fracionário.

N x (L)D = 1

» N = 1 » N = 1 D » log N = log 1 D » log N = D log 1 LD L L L

» D = log N log (1/L) Uma reta se dividida em N partes (figura 33), cada parte é igual à reta

original escalada de L = 1/N. A reta original será reconstituída se → N x (L)1 = 1. Se

N = 64 → L = 1/64, e N x (L)1 = 1.

FIGURA 33- Divisão de reta (N partes).

Um quadrado dividido em N partes iguais (figura 34), cada parte é igual ao

quadrado original escalado de L = 1 .

(N)1/2

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O quadrado original será reconstituído se → N x L2 = 1. Deste modo, se N

= 64 → L = 1/ 64 = ⅛, e N x (L)2 = 1.

FIGURA 34- Divisão do quadrado (N partes).

Um cubo se dividido em N partes iguais (figura 35), cada parte será igual

ao cubo original escalado de L = 1 .

(N)1/3

O cubo original será reconstituído se N → N x (L)3 = 1.

Deste modo, se N = 64 → L = 1/3 64 = ¼, e N x (L)3 = 1.

Assim, por dedução, a dimensão D deve ser tal que:

N x LD = 1 → N = (1/L)D → log N = log (1/L)D → log N = D log (1/L)

→ D = logN

log (1/L)

Onde: N → número de partes para reconstruir a figura original

L → escalonamento da figura original

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FIGURA 35 – Cubo dividido em N partes iguais.

Para a fractal, “floco de neve” ou “tríade de Koch” (figura 1) temos que a

figura original é escalada de L = 1/3 e 4 partes, N = 4, reconstituem a figura, logo:

D = log N = log 4 = 1,26

log 1/L log 3

A fractal “quadrado de Kock” (figura 36) é semelhante à fractal do bloco

de neve, mas o terço médio de uma reta é substituída pelos 3 lados de um quadrado

de mesma base, para esta fractal tem-se:

L = ⅓, N = 5 e D = log 5 = 1,47

log 3

FIGURA 36 – Quadrado de Koch

A regra de subdivisão e substituição destas fractais (“triadic ou quadric de

Koch”) é fundamental para o cálculo de suas dimensões .

Quanto mais próximo de 2, o valor da dimensão de uma fractal, maior a

área da superfície que a fractal deve ocupar.

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A partir destes conceitos iniciais de formas fractais, pode-se avaliar que

os mesmos poderiam ser usados para estudo de estruturas mais complexas

utilizando o conceito matemático de dimensão fractal, contanto que obedecessem ao

princípio de auto-semelhança.

O primeiro golpe na noção intuitiva de dimensão foi desferido por George

Cantor (1845-1918) em 1878: ele provou que é possível “mapear” continuamente o

espaço euclidiano R1 no R2. Isto equivaleria a dizer que é possível endereçar todos

os pontos de um plano com uma única coordenada.

Alguns anos mais tarde, Giuseppe Peano (1858-1932) demonstrou

graficamente o que Cantor havia provado: ele demonstrou que é possível desenhar

curvas, até então consideradas unidimensionais, que “preenchem” o plano, que

eram considerados objetos bidimensionais. A curva que Peano propôs levou o seu

nome: “A Curva de Peano”. A Figura 37 descreve o processo de geração da mesma.

FIGURA 37 – Ilustração do processo de construção da curva de Peano.

O processo de geração da curva é interativo: partindo-se de um segmento

de reta qualquer (“nível 0”) com comprimento unitário, divide-se o mesmo em três

partes, construindo na porção central uma espécie de retângulo (“nível 1”). Pode-se

observar que cada “lado” da figura resultante (“nível 1”) pode ser visto como uma

versão rotacionada e escalada do segmento inicial (“nível 0”). Uma vez que se trata

de um processo interativo, o passo seguinte é justamente realizar a operação inicial

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em cada lado da curva “nível 1”, chegando na curva “nível 2”. O processo é repetido

até que todo o plano seja preenchido.

FIGURA 38– Ilustração do fenômeno de mapeamento do espaço euclidiano explicado através da curva de Peano.

A Figura 38 demonstra o fenômeno do mapeamento: primeiramente,

mede-se um ponto qualquer sobre o segmento de reta inicial (que está no R1), por

exemplo, um ponto que esteja a 10/27 avos da extremidade esquerda, tomada como

referência. Este é o ponto do intervalo unitário (já que o segmento possui

comprimento total igual a 1) que será mapeado em um ponto do R2 (no plano).

No passo seguinte, realiza-se a transformação já descrita, gerando-se a

curva “nível 1” (agora já contida no plano). Realiza-se a mesma medida: a partir do

mesmo ponto de referência (a extremidade esquerda) percorre-se a distância de

10/27 avos do comprimento total da curva “nível 1”, seguindo o sentido indicado. O

ponto de parada estará agora, naturalmente, no plano (R2).

Repetindo-se este processo inúmeras vezes, ou seja, realiza-se a

transformação e em seguida mede-se 10/27 avos do comprimento da curva no

estágio em questão, é possível verificar que o ponto tende a se estabilizar em um

local do plano. Conforme se aumenta o número de interações do processo, o ponto

de parada converge gradativamente para um determinado local no plano. Esse

ponto pode ser considerado um ponto do R2, descrevendo-o a partir de duas

coordenadas (x e y, por exemplo). Entretanto, ao mesmo tempo também pode ser

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endereçado com uma única coordenada, partindo-se do ponto de referência

(extremidade esquerda) e medindo-se 10/27 avos do comprimento total da curva no

estágio em questão. Isso é válido para qualquer estágio, para qualquer interação do

processo. Matematicamente o que foi feito é um mapeamento do ponto 10/27 do

intervalo unitário em um ponto correspondente do R2. Uma vez que é possível repetir

o processo para qualquer ponto do intervalo, digamos 1/12 avos, é possível mapear

todo o intervalo unitário no R2 .

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APÊNDICE B − Princípio de Richardson

Foi descrita uma curva “artificial” para mostrar que as medidas clássicas,

como o comprimento, podem perder o sentido. No entanto, esse fenômeno também

pode ser observado na natureza.

Observe a figura 39 que mostra um círculo cujo diâmetro tem o valor

hipotético de 1000km. É possível calcularmos o valor do comprimento do círculo

variando o número de lados de um polígono inscrito no mesmo (Tabela 15).

FIGURA 39 – Ilustração do cálculo do perímetro de um círculo utilizando-se um compasso de abertura ajustável.

mostrado na do compasso.

TABELA 15 – Cálculo do perímetro do círculo mostrado na Figura 39 utilizando-se valores diferentes de abertura do compasso. se valores diferentes de abertura do compasso.

Número de Lados Abertura do Compasso Comprimento do Perímetro

6 500,00 Km 3.000 Km

12 258,82 Km 3.106 Km 24 130,53 Km 3.133 Km 48 65,40 Km 3.139 Km 96 32,72 Km 3.141 Km

192 16,36 Km 3.141 Km

A idéia neste exemplo é medir o comprimento de um círculo a partir de um

compasso, usando-o como uma “régua” de comprimento ajustável. Escolhendo-se

uma medida inicial arbitrária para a abertura do compasso, conta-se, a partir de um

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ponto de referência, o número de vezes que é necessário deslocar o compasso de

maneira a cobrir toda a circunferência.

Esse processo fornece uma medida aproximada do comprimento do

círculo. Caso se queira aumentar a precisão da medida, basta aumentar a precisão

do instrumento de medida: diminuir a abertura do compasso. A Tabela 15 da Figura

39 demonstra o esperado: à medida que se diminui a abertura do compasso, que

equivale a aumentar a precisão da medida, o comprimento tende ao valor teórico:

×d (d= diâmetro do círculo).

O processo utilizado para medir o comprimento do círculo também pode

ser estendido para outras figuras consideradas mais complexas. Vejamos, como

exemplo, o comprimento da costa da Grã-Bretanha.

FIGURA 40 – Ilustração de como medir o comprimento da costa da Grã-Bretanha, utilizando-se um compasso de abertura ajustável.

TABELA 16 – Cálculo do comprimento da costa da Grã-Bretanha tomando-se valores diferentes de abertura do compasso.

Abertura do Compasso Comprimento da Costa

500 Km 2.600 Km

100 Km 3.800 Km 54 Km 5.770 Km 17 Km 8.640 Km

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A Figura 40 demonstra um efeito curioso: à medida que se aumenta a

precisão da medida (diminuindo a abertura do compasso), o comprimento total

medido não tende a um valor bem definido, como no caso do círculo. Isso é

espantoso, pois revela um fenômeno no mínimo inesperado, em se tratando de

instrumentos de medida: aumentar a precisão do instrumento não melhora a

precisão da medida.

Ainda assim, a medida oferecida possui sentido. Isto ocorre, por que o

estranho fenômeno não ocorre de maneira aleatória: existe uma relação entre o

comprimento do instrumento de medida (precisão do mesmo) e o comprimento total

da figura medida com este instrumento. Este efeito ficou conhecido como “Efeito

Richardson”; e descreve que, embora conceitos, como o comprimento perdem o

sentido para alguns objetos, ainda é possível atribuir uma medida a esses objetos.

FIGURA 41 – Diagrama “log-log” da relação entre o comprimento total do objeto (log u) pelo comprimento da abertura do compasso (log 1/s), utilizando-se os exemplos do cálculo do perímetro do círculo e do comprimento da costa da Grã-Bretanha.

Denominando “u” o comprimento do objeto, e “s” o comprimento do

instrumento de medida empregado, a lei que descreve o Efeito Richardson é :

Traçando essa lei em um diagrama “log-log”, ter-se-á uma reta, como

indica a Figura 41. A inclinação “d” da reta é exatamente uma medida que descreve

a complexidade dos objetos, também podendo ser utilizada para classificar objetos,

como uma medida alternativa ao comprimento. Verifica-se que para objetos simples,

log u = d.log 1/s + b

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como o círculo, ocorre uma melhoria da medida com o aumento da precisão. Assim,

a reta resultante no diagrama “log-log” é horizontal.