UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ......

102
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI CELSO FELIPE BORA RECUPERAÇÃO DE LEITURAS E MAPEAMENTO GEOESTATÍSTICO DO NÍVEL DE ÁGUA SUBTERRÂNEO DE UMA BARRAGEM DE TERRA NO ESTADO DO PARANÁ CURITIBA 2009

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ......

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CARINA PIROLLI CELSO FELIPE BORA

RECUPERAÇÃO DE LEITURAS E MAPEAMENTO GEOESTATÍSTICO DO NÍVEL DE ÁGUA SUBTERRÂNEO DE UMA BARRAGEM DE TERRA NO ESTADO DO

PARANÁ

CURITIBA

2009

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

CARINA PIROLLI

CELSO FELIPE BORA

RECUPERAÇÃO, PREVISÃO E MAPEAMENTO GEOESTATÍSTICO DE LEITURAS DO NÍVEL DE ÁGUA SUBTERRÂNEO DE UMA BARRAGEM DE TERRA NO

ESTADO DO PARANÁ

Trabalho de conclusão de curso apresentado à disciplina Trabalho Final de Curso como requisito parcial à conclusão do Curso de Engenharia Civil, Setor de Tecnologia, Exatas, Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Prof.a Dr.a Eng. Andrea Sell Dyminski. Co-orientadora: Dr.a Eng. Roberta Bomfim Boszczowski

CURITIBA 2009

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

“Este trabalho é dedicado a todos

aqueles que possuem ideais.”

Alessander C. M. Kormann

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas suas realizações em nossas vidas.

A nossa família pelo apoio e amor incondicional.

A nossa orientadora, Andrea Sell Dyminski, pela orientação, pelo incentivo

constante, pela dedicação, pelos conhecimentos transmitidos, pela confiança

depositada em nosso trabalho, os quais foram fundamentais para o alcance dos

objetivos do trabalho.

A nossa co-orientadora e companheira de trabalho, Roberta Bomfim

Boszczowski, sempre com disposição em ajudar e sanar dúvidas no decorrer do

trabalho.

Aos nossos colegas de Laboratório do LAME, Alex, Ida, Pablo, Rafael,

Thierry, Thais e Valdevan que mesmo tendo seus objetivos individuais, mostraram-

se dispostos a ajudar nesse trabalho.

As quatro pessoas que contribuíram fortemente, Maiko Buzzi, Neile

Andraos, Paulo Justiniano e Ricardo Del Moro.

Ao Departamento de Engenharia da Copel, pelo apoio e por permitir total

acesso aos dados instrumentais da barragem apresentados neste trabalho.

Aos funcionários do LAME e do CESEC.

Aos colegas de curso de Engenharia Civil, os quais nos apoiaram no

desenvolvimento deste trabalho.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

v

RESUMO

O monitoramento de barragens obtido através da correta análise dos dados de

instrumentação é ferramenta essencial para a avaliação das suas condições de

segurança, podendo as mesmas variar ao longo de vida útil. Para tanto é necessário

que esse monitoramento seja contínuo desde o término da construção até o

descomissionamento da barragem.

Neste trabalho propõe-se uma metodologia baseada na união de resultados de

correlação estatística entre instrumentos, envolvendo recuperação de dados

perdidos através de análise de séries temporais, e utilizando-se também a

geoestatística como ferramenta para o mapeamento dos níveis de água registrados

pela instrumentação. A correlação estatística entre os instrumentos foi obtida através

do software MatLab e para análise geoestatística utilizou-se o software R.

O mapeamento do nível de água do corpo e ombreiras da Barragem Gov. Parigot de

Souza foi realizado para três condições específicas - maior e menor nível do

reservatório e nível normal. Para comprovar a eficiência dos métodos empregados,

que envolve a combinação de correlações e geoestatística, os métodos foram

testados usando-se dados de instrumentação que não haviam sido aplicados na

calibração dos modelos, para que se estimassem valores desconhecidos. Os

resultados mostraram-se bastante próximos dos reais, atestando que os métodos

usados consistem em boas ferramentas de auxílio à recuperação e à previsão de

leituras de instrumentação de uma barragem.

Palavras-chaves : segurança de barragens, geoestatística, séries temporais,

barragem de terra, instrumentação geotécnica.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

vi

“Saber onde encontrar a informação e saber usá-la, este é o segredo do

sucesso.”

(Albert Einstein)

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará a seu tamanho

original.”

(Albert Einstein)

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

vii

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... IV

RESUMO ........................................................................................................................................................ V

SUMÁRIO .................................................................................................................................................... VII

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................................... IX

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 1

1.1 ESCOPO GERAL ........................................................................................................................................... 1 1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 2 1.3 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................................................... 3 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................................................................... 5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................... 6

2.1 BARRAGENS ................................................................................................................................................. 6 2.1.1 Definição de Barragens .................................................................................................................. 7 2.1.2 Finalidades principais ...................................................................................................................... 7 2.1.3 Tipos Principais ................................................................................................................................ 8

2.1.3.1 Barragens homogêneas de terra .......................................................................................................8 2.1.3.2 Barragens zoneadas de terra-enrocamento ....................................................................................9 2.1.3.3 Barragem de enrocamento com face de concreto ........................................................................10 2.1.3.4 Barragens de concreto ......................................................................................................................10

2.2 SEGURANÇA DE BARRAGENS ............................................................................................................... 11 2.3 INSTRUMENTAÇÃO GEOTÉCNCA ......................................................................................................... 13

2.3.1 Piezômetros .................................................................................................................................... 15 2.3.2 Medidores de nível d’água ........................................................................................................... 16 2.3.3 Freqüência de leituras dos instrumentos ................................................................................... 16

2.4 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO COM TESTES DE SIGNIFICÂNCIA ..................................................... 17 2.4.1 Conceito Básico de Correlação Linear ....................................................................................... 17 2.4.2 Coeficiente de Correlação de Pearson ....................................................................................... 20 2.4.3 Coeficiente de Correlação Amostral ........................................................................................... 22

2.4.3.1 Teste de hipótese nula ......................................................................................................................23 2.4.3.2 Teste de hipótese não nula ..............................................................................................................23

2.5 REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA ............................................................................................................ 24 2.6 GEOESTATÍSTICA ...................................................................................................................................... 25

2.6.1 Aspectos Gerais ............................................................................................................................. 25 2.6.2 Variogramas ................................................................................................................................... 26 2.6.3 Parâmetros do semivariograma ................................................................................................... 26 2.6.4 Modelos Teóricos de Ajustes ....................................................................................................... 28

2.6.4.1 Esquema Esférico (de Matheron) ....................................................................................................28 2.6.4.2 Esquema Exponencial (de Formery) ..............................................................................................29 2.6.4.3 Esquema de Gauss (parabólico) .....................................................................................................30

2.6.5 Krigagem ......................................................................................................................................... 31

3. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................................................33

3.1 MATERIAIS ................................................................................................................................................... 33 3.1.1 Barragem Governador Parigot de Souza ................................................................................... 33

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

viii

3.1.1.1 Informações Técnicas .......................................................................................................................34 3.1.1.2 Dados gerais do aproveitamento ................................................................................................35 3.1.1.3 Medidores de Nível d’água ...............................................................................................................37

3.1.2 Software MATLAB ......................................................................................................................... 38 3.1.3 Software Statgraphics ................................................................................................................... 39 3.1.4 Software R ...................................................................................................................................... 39

3.2 MÉTODOS .................................................................................................................................................... 40 3.2.1 Cálculo de Correlações ................................................................................................................. 40 3.2.2 Correlação direta entre dois instrumentos ................................................................................. 41 3.2.3 Recuperação dos dados ............................................................................................................... 43 3.2.4 Mapeamento Geoestatítico .......................................................................................................... 44

3.2.4.1 Modelo 1 .............................................................................................................................................47 3.2.4.2 Modelo 2 .............................................................................................................................................47 3.2.4.3 Modelo 3 .............................................................................................................................................48 3.2.4.4 Modelo 4 .............................................................................................................................................48 3.2.4.5 Modelo 5 .............................................................................................................................................48 3.2.4.6 Modelo 6 .............................................................................................................................................48 3.2.4.7 Modelo 7 .............................................................................................................................................49

4. RESULTADOS .........................................................................................................................................50

4.1 ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS.......................................................................................................... 50 4.1.1 Introdução ....................................................................................................................................... 50 4.1.2 Análise de Correlação – Grupo 1 ................................................................................................ 51 4.1.3 Análise de Correlação – Grupo 2 ................................................................................................ 57

4.2 MAPEAMENTO GEOESTATÍSTICO ........................................................................................................ 61 4.2.1 Introdução ....................................................................................................................................... 61 4.2.2 Mapas por geoestatística .............................................................................................................. 61

4.2.2.1 Menor nível do reservatório..............................................................................................................61 4.2.2.2 Nível normal do reservatório ............................................................................................................63 4.2.2.2 Maior nível do reservatório ...............................................................................................................64

4.2.3 Discussão dos resultados da geoestatística .............................................................................. 66

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................74

APÊNDICES .................................................................................................................................................78

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

ix

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1A - COCAL – PIAUÍ. ............................................................................................................................ 4

FIGURA 1B – BARRAGEM DE ALGODÕES 1. ................................................................................................ 4

FIGURA 1C - DESABRIGADOS. ........................................................................................................................ 4

FIGURA 1D - DESTRUIÇÃO. .............................................................................................................................. 4

FIGURA 2 – BARRAGEM DE TERRA HOMOGÊNEA. ................................................................................... 9 FIGURA 3 – BARRAGEM ZONEADA DE TERRA-ENROCAMENTO. ......................................................... 9 FIGURA 4 – BARRAGEM DE ENROCAMENTO COM FACE DE CONCRETO. ....................................... 10 FIGURA 5 – BARRAGEM DE CONCRETO. ................................................................................................... 11 FIGURA 6 – ESQUEMA PIEZÔMETRO TIPO CASAGRANDE. .................................................................. 15 FIGURA 7 – ESQUEMA MEDIDOR DE NÍVEL D’ÁGUA............................................................................... 16 FIGURA 8 – ESPALHAMENTO DE PONTOS E CORRELAÇÃO LINEAR. ............................................... 19 FIGURA 9 – CORRELAÇÃO POSITIVA. ......................................................................................................... 21 FIGURA 10 – CORRELAÇÃO NEGATIVA. ..................................................................................................... 22 FIGURA 11 – SEM CORRELAÇÃO. ................................................................................................................ 22 FIGURA 12 – SEMIVARIOGRAMA. ................................................................................................................. 27 FIGURA 13 – MODELO ESFÉRICO. ............................................................................................................... 29 FIGURA 14 – MODELO EXPONENCIAL. ....................................................................................................... 30 FIGURA 15 – MODELO DE GAUSS. ............................................................................................................... 30 FIGURA 16 – BARRAGEM GPS. ..................................................................................................................... 33 FIGURA 17 – LOCALIZAÇÃO DA BARRAGEM GPS. ................................................................................................ 34 FIGURA 18 – LOCALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS. ............................................................................... 37 FIGURA 19 – DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM. ........................................................................ 46 FIGURA 20 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA3. ......................................................................................... 51 FIGURA 21 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA4. ......................................................................................... 52 FIGURA 22-VARIÁVEL INDEPENDENTE NA5 ............................................................................................. 52 FIGURA 23 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA6. ......................................................................................... 52 FIGURA 24 – NA2 RECUPERADOS/ NA2 REAIS. ........................................................................................ 53 FIGURA 25 – MEDIDORES NA3, NA4, NA5, NA6. ........................................................................................ 53 FIGURA 26 – PREDIÇÃO VRS OBSERVADO. .............................................................................................. 55 FIGURA 27 – SÉRIE TEMPORAL NA2. .......................................................................................................... 56 FIGURA 28 – SÉRIE TEMPORAL NA2 RECUPERADO. ............................................................................. 56 FIGURA 29 – RECUPERADOS NA2 / REAIS NA2. ....................................................................................... 56 FIGURA 30 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA26. ....................................................................................... 58 FIGURA 31 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA28. ....................................................................................... 58 FIGURA 32 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA29. ....................................................................................... 58 FIGURA 33 – MEDIDORES NA26, NA28, NA29. ........................................................................................... 59 FIGURA 34 - NA27 RECUPERADOS/ NA27 REAIS. .................................................................................... 59 FIGURA 35 – SÉRIE TEMPORAL NA27. ........................................................................................................ 60 FIGURA 36 – SÉRIE TEMPORAL NA27 RECUPERADO. ........................................................................... 60 FIGURA 37- RECUPERADOS NA27 / REAIS NA27 ..................................................................................... 60 FIGURA 38 – MAPA - MENOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO – COTA 831,2. ........................................... 62 FIGURA 39 – MAPA - MENOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO SEM AS ISOLINHAS – COTA 831,2. ..... 62 FIGURA 40 – MAPA - NÍVEL NORMAL DO RESERVATÓRIO – COTA 840,81. ...................................... 63 FIGURA 41 – MAPA - NÍVEL NORMAL DO RESERVATÓRIO SEM ISOLINHAS – COTA 840,81. ....... 64 FIGURA 42 – MAPA - MAIOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO – COTA 845,13. .......................................... 65

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

x

FIGURA 43 - MAPA - MAIOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO SEM ISOLINHAS – COTA 845,13. ............ 65 FIGURA 44 – REPRESENTAÇÃO DAS TRÊS SEÇÕES EM PLANTA. ..................................................... 68 FIGURA 45 – SEÇÃO TRANSVERSAL A-A. .................................................................................................. 69 FIGURA 46 – SEÇÃO TRANSVERSAL B-B. .................................................................................................. 69 FIGURA 47 – SEÇÃO TRANSVERSAL C-C. .................................................................................................. 69

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 ESCOPO GERAL

Identificar riscos inerentes em barragens é aspecto fundamental na garantia

do correto funcionamento do empreendimento, desde a fase de construção e

funcionamento até o seu descomissionamento. Assim, a avaliação de segurança

fornece um diagnóstico do comportamento dos elementos da obra, devendo-se

envolver aspectos de natureza geotécnica, estrutural, hidráulica, operacional e

ambiental. (SARÉ et aL., 2006).

Para avaliar as condições de segurança de uma barragem, a principal

ferramenta é o seu monitoramento, o qual assume diferentes características e

finalidades dependendo da obra a qual se deseja analisar. Ao longo de sua vida útil

a barragem pode ter algumas características alteradas, sejam elas resultantes do

processo de envelhecimento ou de condições ambientais. Através desse

acompanhamento é possível, caso sejam notadas alterações nas condições de

segurança da barragem, definir um conjunto de ações a serem realizadas a fim de

se mitigar os riscos envolvidos. (SARÉ et al., 2006).

Apesar de a instrumentação não se constituir como solução para todos os

problemas, quando projetada, instalada e interpretada corretamente ela aparece

como ferramenta essencial na avaliação das condições de segurança de um

empreendimento em todas as suas fases. Aliado a isso, a instrumentação pode ser

utilizada para a verificação das hipóteses adotadas em projeto, com o objetivo de

trazer economia às obras, dentro das necessárias condições de segurança (CRUZ,

2005).

No ano de 1979, durante o XIII Congresso do ICOLD (Internacional

Commission on Large Dams), em Nova Delhi, decidiu-se dar maior atenção à

segurança de barragens, já que se notava ocorrência de diversos incidentes com

graves conseqüências, além do aumento das dimensões das barragens que vinham

sendo construídas, do envelhecimento das existentes e do crescimento das novas

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

2

estruturas em construção em países com pouca ou nenhuma experiência na área.

Esse conjunto de acontecimentos trazia à tona a necessidade de normas e diretrizes

que regulamentassem as barragens existentes e as futuras.

Em 1996 e 1997, o Comitê Brasileiro de Grandes Barragens - CBGB,

através da Comissão de Deterioração e Reabilitação de Barragens, elaborou minuta

de portaria nº 739, do Ministério de Minas e Energia, propondo a criação do

Conselho Nacional de Segurança de Barragens. Após isso, o Ministério criou um

grupo de trabalho objetivando elaborar um documento para normalização dos

procedimentos preventivos e de manutenção com relação à segurança das diversas

barragens existentes.

Até 2009, encontrou-se em trâmite no Congresso Nacional o Projeto de Lei –

PL 1181/03 – BRASIL (2003), de autoria do deputado Leonardo Monteiro, que define

diretrizes de segurança para construção de barragens de água e de aterros para

contenção de resíduos líquidos industriais. E no dia 23/06/2009, a Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou a proposta que obriga o Poder

Executivo a instituir uma Política Nacional de Segurança de Barragens, substituindo

o texto do PL 1181/03. O objetivo deste texto foi dotar o Poder Público de um

instrumento permanente de fiscalização das mais de 300 mil barragens existentes

no País. (VILLWOCK, 2009).

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho tem por objetivo, através da análise de séries temporais de

trinta e dois medidores de nível de água da barragem da Usina Gov. Parigot de

Sousa, determinar a correlação existente entre os instrumentos e as possíveis

justificativas de ocorrência dessa correlação linear, podendo assim se fazer a

estimativa de leituras faltantes, a identificação de leituras errôneas ou mau

funcionamento de instrumentos, além de detecção de anomalias na barragem.

Como objetivo secundário pode ser citado a idéia de avaliar a aplicabilidade

do método desenvolvido por BUZZI (2007), na realização de rotinas computacionais

capazes de localizar e agrupar dados automaticamente de forma rápida e segura,

sejam eles de mesma natureza ou não.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

3

Com as séries completas, é possível se atingir ainda um objetivo adicional,

que consiste na realização do mapeamento geoestatístico do nível de água

subterrâneo da barragem e suas ombreiras, com o qual se pretende avaliar as

variações de nível de água em diversas situações, como maior e menor nível do

reservatório e níveis normais.

1.3 JUSTIFICATIVAS

As discussões acerca de construções de barramentos tomaram dimensão

mundial. Levando-se em conta a quantidade de massa de água que armazenam, as

barragens podem ser consideradas como sendo fontes de perigo potencial, pois

expõem vidas e propriedades que se localizam a jusante a uma constante situação

de risco. Atrelado a isso, não se sabe ao certo a quantidade de barragens existentes

no Brasil, se forem consideradas todos os tamanhos e tipos. A decisão de construir

uma barragem, como qualquer outra obra de Engenharia Civil está associada à

decisão de correr riscos e à gestão dos recursos hídricos disponíveis (FRANCO,

2008).

Historicamente, o Brasil possui grande experiência com barragens e,

felizmente, não tem sido registrados muitos acidentes graves. Entretanto, eles

ocorrem e causam danos emocionais, econômicos e financeiros à população, além

de prejudicar os demais seres vivos. Para evitar os riscos maiores, há a necessidade

de se estar sempre atento quanto às condições de segurança estrutural e

operacional das barragens, identificando os problemas e recomendando reparos,

restrições operacionais e/ou modificações quanto às análises e estudos para

determinação de soluções adequadas (MI, 2002).

Em contrapartida à experiência e aos poucos registro de acidentes graves,

no início deste ano ficou registrado um fato histórico à segurança de barragens no

país: o rompimento da barragem de Algodões I, localizada no município de Cocal no

Piauí (FIGURA 1A), o qual vitimou 11 pessoas (UOL NOTÍCIAS). Fotografias

mostrando algumas das consequências deste grave acidente (FIGURAS 1B a 1D)

dão uma idéia do sofrimento causado por este evento. A necessidade de evitar

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

4

esses acidentes para garantir a qualidade desse tipo de empreendimento acaba

motivando a realização de trabalhos como este.

FONTE: UOL NOTÍCIAS.

FIGURA 1A - COCAL – PIAUÍ.

FONTE: UOL NOTÍCIAS.

FIGURA 1B – BARRAGEM DE ALGODÕES 1.

FONTE: UOL NOTÍCIAS.

FIGURA 1C – DESABRIGADOS.

FONTE: UOL NOTÍCIAS.

FIGURA 1D – DESTRUIÇÃO.

Felizmente é mais comum o rompimento de pequenos barramentos, como

foi o caso do rompimento de uma barreira na região metropolitana de Campinas,

ocorrido em setembro deste ano, deixando cerca de 40% da população sem água.

(UOL NOTÍCIAS). Pode-se citar ainda o transbordamento da Represa da SABESB

em Carapicuíba que alagou 50 casas em outubro de 2009. (GAZETA DO POVO

ONLINE).

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

5

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está apresentado em 5 capítulos.

O presente capítulo traz uma breve introdução do trabalho, bem como seus

objetivos e justificativa.

A revisão bibliográfica, na qual são abordados aspectos como conceito de

barragens, instrumentação, segurança e descrição dos métodos estatísticos,

encontra-se no capítulo 2.

O capítulo 3 descreve os materiais e métodos utilizados na obtenção dos

resultados, apresentando em detalhes todos os passos seguidos até a convergência

dos melhores resultados.

O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos na previsão das leituras

faltantes através do método utilizado, bem como a apresentação dos mapeamentos

geoestatísticos gerados.

As conclusões bem como sugestões de estudos futuros estão descritos no

capítulo 5.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

6

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 BARRAGENS

Sendo a água um elemento fundamental para o desenvolvimento da

humanidade, e a demanda por ela vem apenas aumentando, deve-se armazená-la

para garanti-la em períodos e seca. Também se pode utilizá-la para geração de

energia elétrica, outro bem essencial para a sociedade.

Há milhares de anos que se constroem barragens. Os primeiros registros

que se têm conhecimento datam da época dos faraós no Egito, que ao longo do Rio

Nilo se utilizavam de pequenos barramentos como alternativa para restringir os

efeitos da seca. Ao longo do século XX, grande parte do mundo recorreu a tais

obras para atender à crescente demanda pela água. Aliado ao conceito de que a

construção de barragens conduzia ao desenvolvimento e progresso econômico,

entre as décadas de 1930 e 1970 no Brasil, registrou-se um significativo aumento

destas construções (BASTOS, 2007).

O Brasil detém aproximadamente 1% das grandes barragens do cenário

mundial. No entanto, o país detém uma das maiores disponibilidades hídricas do

planeta, representando grandes possibilidades de crescimento com a construção de

novas barragens.

A construção de barragens no Brasil chegou ao seu apogeu entre os anos

de 1950 e 1970, sobretudo no que diz respeito às obras de usinas hidrelétricas. A

primeira barragem construída e que se tem registro, no Brasil, foi à barragem de

Ribeirão do Inferno, no ano de 1883 no Estado de Minas Gerais, utilizada para o

aproveitamento hidroelétrico (MI, 1982).

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

7

2.1.1 Definição de Barragens

Diversas são as definições encontradas para o termo Barragem. Segundo

Ministério da Integração Social (2002), a definição de barragem é uma estrutura

construída transversalmente a um rio ou talvegue com a finalidade de se obter a

elevação do seu nível d’água e/ou de criar um reservatório de acumulação de água

ou de outro fluido.

2.1.2 Finalidades principais

Segundo o BUREAU OF RECLAMATION (1987), as barragens podem ser

classificadas de acordo com o seu uso, seu projeto hidráulico ou de acordo com os

materiais pelos quais elas são construídas. Sua classificação, de acordo com as

finalidades de armazenamento, de desvio ou de retenção, pode ser descrita como

sendo:

� Barragens de armazenamento: captam água durante períodos de cheia,

objetivando seu uso no período de estiagem ou seca, podendo servir também para

geração de energia elétrica e irrigação.

� Barragens de desvio: são construídas para proverem de água os diques,

canais ou outros sistemas de abastecimento. São mais usuais nos sistemas de

irrigação e para abastecimento da rede municipal e industrial.

� Barragens de retenção: são construídas para o controle de enchentes, sendo

constituídas de dois tipos principais: aquelas em que a água é represada

temporariamente e liberada através de uma estrutura de escoamento, em uma

vazão que não exceda à capacidade do canal a jusante, e aquelas em que a água é

retida, tanto quanto possível, para se infiltrar no subsolo.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

8

2.1.3 Tipos Principais

Segundo FRANCO (2008), o corpo da barragem é o responsável pela

contenção do volume de água represada. No projeto da obra, portanto, deve ser

considerado que a construção deste corpo pode ser feita com uso de diferentes tipos

de materiais. Dependendo dos materiais utilizados em sua construção, pode-se

classificar o barramento.

Dentre os principais tipos, destacam-se as barragens de: concreto, terra,

enrocamento e mistas. Conforme CIRILO (2003), cada um destes tipos pode, por

sua vez, ser subdividido em diversos outros distintos, com características próprias.

As mais utilizadas na construção civil brasileira são as barragens

homogêneas de terra, as zoneadas de terra-enrocamento, as de enrocamento com

face de concreto e as barragens de concreto. Apresentam-se nos itens seguintes as

características dessas barragens.

2.1.3.1 Barragens homogêneas de terra

As barragens de terra têm boa aceitação técnica se houver disponibilidade

de solos em abundância e com propriedades geotécnicas adequadas que facilitam a

adaptação perfeita aos terrenos de fundação.

Hoje são as mais comuns e as mais utilizadas, dadas as facilidades para

obtenção do material de sua construção. Caracterizam-se por permitir a utilização de

equipamentos mais simples e disponíveis na região. Em relação ao custo são bem

mais competitivas do que os outros tipos (CIRILO, 2003) apenas possuem limitações

em médias e grandes obras, pois necessitam de maior tempo de construção e

consequentemente apresentam maior custo.

A representação esquemática de uma barragem de terra encontra-se abaixo

na FIGURA 2.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

9

FIGURA 2 – BARRAGEM DE TERRA HOMOGÊNEA.

2.1.3.2 Barragens zoneadas de terra-enrocamento

As barragens zoneadas de terra-enrocamento, como demonstrado na

FIGURA 3 foram destaques e predominaram até a década de 1980, pela sua

versatilidade, segurança e economia (SILVEIRA, 2005). Utilizam mais de um tipo de

aterro na sua seção transversal, permitindo a utilização de diferentes aterros

disponíveis no canteiro de obra e com características geotécnicas diversas.

FIGURA 3 – BARRAGEM ZONEADA DE TERRA-ENROCAMENTO.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

10

2.1.3.3 Barragem de enrocamento com face de concret o

Estas utilizam pedras de todos os tamanhos para prover estabilidade à sua

estrutura, e uma camada de concreto armado à montante com a função de

impermeabilização e a formação do reservatório. Elas são adequadas para lugares

onde o suprimento de pedra é amplo e cujos solos não possuem propriedades

geotécnicas adequadas para uma barragem de terra. Outro fato relevante é que o

tempo de construção da barragem é menor se comprado a barragens de terra. Um

esquema de barragem de enrocamento com face de concreto encontra-se na

FIGURA 4.

FIGURA 4 – BARRAGEM DE ENROCAMENTO COM FACE DE CONC RETO.

2.1.3.4 Barragens de concreto

As barragens de concreto são estruturas rígidas, construídas totalmente em

concreto. Podem ser subdivididas de acordo com seu projeto estrutural: gravidade,

arco e contraforte, podendo utilizar várias tecnologias para a construção.

A representação de uma barragem de concreto, à gravidade, está disposta

na FIGURA 5, a seguir.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

11

FIGURA 5 – BARRAGEM DE CONCRETO.

2.2 SEGURANÇA DE BARRAGENS

A principal finalidade das barragens é trazer grandes benefícios à sociedade,

pois possibilitam o acumulo de água, garantido que não falte em épocas de

estiagem, além de possibilitar a geração de energia. Espera-se que a construção,

operação e desativação das mesmas aconteçam de forma segura.

A ruptura de uma barragem pode causar grande destruição, com perda de

vidas humanas, danos ambientais e enormes prejuízos materiais. Desta forma, o

projeto seguro, a construção adequada e a correta operação de barragens é uma

preocupação de âmbito mundial (AIEVC, 2005).

Segundo GUTIÉRREZ (2003), o histórico de rupturas de barragens revelou

que um longo período de operação normal das obras não é garantia de condições

futuras de segurança, uma vez que tem havido casos de ruptura brusca após 10 ou

20 anos de operação normal. Este fato mostra a importância do monitoramento das

barragens ao longo da sua vida útil.

Segundo CARDIA (2004), os principais tipos de acidentes que ocorrem em

barragens são devido ao galgamento, à erosão interna e aos sismos. O galgamento

(overtopping) é a situação onde o nível de água do reservatório sobe muito por

algum motivo, normalmente por vazão afluente elevada, e provoca a passagem da

água por cima do topo da estrutura da barragem, de montante para jusante. A

erosão interna (internal erosion) é a formação de vazios no interior de solo ou rocha

mole, causada por efeito mecânico ou químico, de remoção de material por

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

12

percolação. Também é conhecida como piping, que é o desenvolvimento

progressivo da erosão tubular interna por percolação, surgindo à jusante na forma

de cavidade, descarregando água turva por carreamento de partículas. Os sismos

provocam vibrações intensas e podem interferir estruturalmente na barragem, caso

não sejam considerados em projetos.

Como a evolução da ciência e o surgimento de novas tecnologias, os

projetos de barragens ficaram cada vez mais ousados e maiores. Desta forma, em

1928, foi criado o ICOLD – International Comission on Large Dams, uma instituição

não governamental que visa promover um fórum permanente de discussão e troca

de conhecimento e experiências entre profissionais do mundo todo a respeito de

engenharia de barragens. Atualmente, o ICOLD tem Comitês Nacionais em 83

países, incluindo o Brasil, onde é representado pelo Comitê Brasileiro de Grandes

Barragens (CBGB). Desde a década de 60, dentre os temas de maior ênfase que o

ICOLD tem abordado encontram-se a segurança de barragens, o seu

monitoramento, reanálise da estabilidade de obras antigas, estudo de efeitos de

envelhecimento e impactos ambientais gerados por barragens (ICOLD, 2006).

O tema segurança de barragens, avaliações de riscos e programas de ações

emergenciais vem sem sendo bastante estudado por diversos fatores, alguns

citados por CARDIA (2004) como:

� O envelhecimento das barragens, não satisfazendo as condições de fluxo

correntes, critérios sísmicos e os procedimentos atuais de engenharia;

� O desenvolvimento de comunidades e de atividades a jusante das barragens

combinado com o aumento das expectativas da sociedade por medidas de proteção

às intempéries naturais e riscos gerados pelo homem;

� A ênfase em justificar gastos, mostrando a relação custo-benefício da

aplicação de recursos públicos, adotado pelo Governo.

Para a avaliação de segurança de uma barragem, dispõe-se de vários

métodos, desde a avaliação visual, até mesmo o acompanhamento da

instrumentação instalada na barragem, se for o caso.

Segundo SANCHEZ (2009), para poder avaliar a segura operação de uma

barragem deve-se contar com uma equipe treinada, a qual deve monitorar a

estrutura, procurando sempre que o valor estimado para o risco seja menor que o

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

13

valor de risco tolerável pela obra. Este gerenciamento pode ser realizado com o

auxílio de sistemas de tomada de decisão. Em geral, estes sistemas são baseados

em informações advindas de inspeções periódicas na barragem e de dados de

instrumentos instalados no corpo da mesma e em locais estratégicos da área de

influência da obra.

2.3 INSTRUMENTAÇÃO GEOTÉCNCA

O monitoramento de barragens, através da instrumentação, é a principal

ferramenta de avaliação contínua de sua segurança. O monitoramento pode detectar

variações nas condições de segurança, como resultado de processos de

envelhecimento e alterações ambientais (SARÉ et al., 2006).

A instrumentação geotécnica envolve a união das capacidades dos

instrumentos de medida e das qualidades de leituras. A prática da instrumentação

não se restringe apenas à seleção de instrumentos, sendo na verdade um processo

que começa com a definição do objetivo e termina com a análise rigorosa dos dados

coletados. Cada passo neste processo é relevante para o sucesso do programa de

instrumentação.

Para cada tipo de barragem são estabelecidos instrumentos específicos,

sempre buscando monitorar as principais características da estrutura e do maciço

com o qual a mesma está interagindo. As principais grandezas a serem medidas em

barragens de terra e fundações, conforme CRUZ (2005) são: nível de água, medido

por medidores de nível de água; subpressão, medida por piezômetros; tensões

efetivas, detectadas por célula de tensão total; deslocamentos, medidos por

medidores de recalques, inclinômetros, extensômetros de hastes e fios; vazão,

medida por medidores de vazão; e deslocamento cisalhante, detectado por pêndulos

invertidos.

Isso nos mostra a importância do desenvolvimento de um projeto de

instrumentação antes da construção da barragem, para definição dos instrumentos

que serão instalados assim como a sua localização.

Segundo SILVEIRA (2003), os principais pontos sobre a avaliação da

segurança de barragens são:

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

14

� Todas as barragens devem ser classificadas quanto às conseqüências de

uma ruptura em potencial, onde devem ser considerados fatores como população a

jusante, danos materiais, danos ao meio ambiente, danos à infra-estrutura, etc;

� Devem ser inspecionadas periodicamente, para detectar eventuais

deteriorações;

� Devem ser instrumentadas de acordo com seu porte e riscos associados, e

terem seus dados analisados, através das leituras;

� Todos os instrumentos devem ser dotados de valores de controle ou limites;

� Todas as barragens devem ser submetidas periodicamente a uma reavaliação

de suas condições de segurança, segundo sua classificação quanto às

conseqüências de ruptura;

� As barragens deverão ser dotadas de um plano de emergência, objetivando a

preservação das pessoas residentes à jusante, em caso de acidente.

Apesar da instrumentação não constituir a solução para todos os problemas,

é inegável sua utilidade quando corretamente projetada, instalada e interpretada,

não só para a avaliação das condições de segurança de um empreendimento, em

todas as suas fases, mas também para verificação das hipóteses adotadas em

projeto, com o objetivo principal de tornar as obras mais econômicas, dentro das

necessárias condições de segurança (CRUZ, 2005).

A instrumentação deve ser monitorada, analisada e mantida, para garantir a

operação segura da barragem. O instrumento ideal deve oferecer uma série de

características e, normalmente, as mais importantes referem-se à confiabilidade e à

durabilidade.

A seguir são apresentadas as características de piezômetros e medidores de

nível de água, dois instrumentos de monitoramento bastante comuns em barragens

homogêneas de terra e utilizados na barragem em estudo neste trabalho.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

15

2.3.1 Piezômetros

A determinação de subpressões nas barragens de terra e fundações é

realizada através dos piezômetros. Existem diversos tipos de piezômetros. Os mais

comuns são os de tubo aberto (standpipe), elétrico, de corda vibrante, pneumático e

hidráulico.

Na Usina Governador Parigot de Souza são utilizados os de tubo aberto

(Casagrande), como mostrado na FIGURA 6. Este piezômetro é constituído por uma

tubulação de 0,375” (aproximadamente 1cm) conectada a um elemento poroso

cilíndrico feito de material cerâmico e é o piezômetro de tubo aberto mais utilizado.

Foi desenvolvido por Casagrande durante a construção do aeroporto de Logan,

Boston (DUNNICLIFF , 1988).

A leitura é feita introduzindo no tubo uma trena com sensor elétrico (pio) na

extremidade, que acusa o encontro com a água através da variação brusca de

leitura de um dispositivo analógico. Após a detecção da presença de água, é

realizada a leitura da trena (SANCHEZ, 2009).

FIGURA 6 – ESQUEMA PIEZÔMETRO TIPO CASAGRANDE.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

16

2.3.2 Medidores de nível d’água

Os medidores de nível de água (FIGURA 7) diferem-se dos piezômetros tipo

Casagrande por permitirem a drenagem para o tubo medidor em toda a expansão do

furo, enquanto que aqueles possuem um bulbo permeável de pequenas dimensões.

Por isso, com estes medidores é possível se avaliar a posição do nível de

água subterrâneo do maciço.

FIGURA 7 – ESQUEMA MEDIDOR DE NÍVEL D’ÁGUA.

2.3.3 Freqüência de leituras dos instrumentos

As freqüências recomendadas em projeto devem ser realizadas como

freqüências mínimas de leitura, devendo ser intensificadas ou ajustadas, quando da

ocorrência de fatores tais como (CBGB, 2004):

� Mudanças nas condições geotécnicas ou geológicas antecipadas para o local;

� Alterações nos procedimentos construtivos;

� Mudanças significativas no projeto;

� Subida ou rebaixamento muito rápido do nível do reservatório;

� Fenômenos naturais inesperados ou particularmente severos;

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

17

� Tendências desfavoráveis à segurança da estrutura.

Se após quatro ou cinco anos de operação, a barragem e suas fundações

apresentaram características estáveis, o intervalo entre leituras pode ser alongado

para um mês no máximo. Por outro lado, se houver qualquer indicação de

tendências que poderiam conduzir a condições perigosas, as freqüências de

medidas relevantes, observações e inspeções devem ser intensificadas (SILVEIRA,

2004).

2.4 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO COM TESTES DE SIGNIFICÂNC IA

Empiricamente, sabe-se que existem correlações entre diferentes variáveis

envolvidas no comportamento de barragens e outras estruturas, tais como a

variação de poro-pressões e deslocamentos. Em BUZZI (2007), procurou-se

quantificar a relação entre duas ou mais variáveis ligadas à barragem de Itaipu, isto

é, saber se as alterações sofridas por uma das variáveis (medições de instrumentos,

por exemplo) são acompanhadas por alterações nas outras. Essa quantificação foi

feita usando-se o cálculo de correlação, que é usado em estatística para designar a

“força” que mantêm unidos dois conjuntos de valores, sendo o grau de relação entre

as variáveis, objeto de estudo da correlação.

O presente tópico tem por objetivo apresentar rapidamente alguns conceitos

importantes sobre os métodos utilizados para análise de correlação, os quais se

destacam: coeficiente de correlação de Pearson, coeficiente de correlação amostral

e testes de hipótese para coeficiente de correlação amostral, dando ênfase aos

aspectos matemáticos apenas.

2.4.1 Conceito Básico de Correlação Linear

Quando ao estudar duas variáveis, verificar-se que aos valores baixos de

uma correspondem valores baixos de outra, sendo que isso ocorra também para

valores intermediários ou elevados, é possível supor que haja alguma relação entre

elas. Uma vez caracterizada a relação existente é definida uma função para

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

18

representar sua descrição matemática, considerando a estimativa dos parâmetros

dessa função matemática uma regressão.

Tomando X e Y como duas variáveis aleatórias as quais se deseja investigar

algum tipo de relação, é possível colocar estas variáveis em um diagrama cartesiano

localizando os pontos e gerando um diagrama de dispersão no qual se procura uma

relação de linearidade. Se todos os pontos estiverem próximos de uma reta o

diagrama será caracterizado como linear, e as variáveis serão consideradas

fortemente correlacionadas.

A observação direta do diagrama de dispersão permite determinar de

maneira qualitativa como certa função representa a relação entre duas variáveis,

considerando sempre uma proximidade dos pontos em relação a uma função linear,

seja ela crescente ou decrescente.

De maneira quantitativa pode-se notar que a correlação será tanto mais forte

quanto mais próxima estiver o coeficiente dos valores +1 ou -1, e será tanto mais

fraca quando estes se aproximarem de zero. O valor da correlação será negativo

quando valores da variável aleatória Y forem decrescentes com o crescimento dos

valores de X. O contrário representa um valor de correlação positivo. Na FIGURA 8

seguem exemplos de dispersão para estes casos:

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

19

FONTE: ANDRIOTTI (2003).

FIGURA 8 – ESPALHAMENTO DE PONTOS E CORRELAÇÃO LINE AR.

Na TABELA 1, é apresentada a classificação da correlação linear proposta

por SOUZA (2009), que varia de perfeitamente positiva e perfeitamente negativa.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

20

TABELA 1 – ESPALHAMENTO DE PONTOS E CORRELAÇÃO LINE AR.

Coeficiente de Correlação

Correlação

r = 1 Perfeita positiva 0,8 ≤ r < 1 Forte positiva

0,5 ≤ r < 0,8 Moderada positiva 0,1 ≤ r < 0,5 Fraca positiva 0 < r < 0,1 Ínfima positiva

0 Nula -0,1 < r < 0 Ínfima negativa

-0,5 < r ≤ -0,1 Fraca negativa -0,8 < r ≤ -0,5 Moderada negativa -1 < r ≤ -0,8 Forte negativa

r = -1 Perfeita negativa

É importante notar que o conceito de correlação refere-se a uma associação

numérica entre duas variáveis, não implicando necessariamente uma relação de

causa e efeito, ou ainda a existência de uma estrutura com interesses práticos. Além

disso, se os elementos não demonstrarem uma dispersão próxima de uma reta,

significa que os mesmos elementos não apresentam correlação linear, o que não

impede que eles apresentem algum outro tipo de correlação.

2.4.2 Coeficiente de Correlação de Pearson

Em estatística descritiva, o coeficiente de correlação de Pearson, também

chamado de "coeficiente de correlação produto-momento" ou simplesmente de "r de

Pearson" é usado para medir a intensidade do relacionamento presente entre duas

variáveis quaisquer.

Considerando-se duas variáveis aleatórias X e Y, onde x representa os

valores da variável X, y representa os valores da variável Y, com médias e

variâncias 2, xx σµ e 2, yy σµ respectivamente, e covariância xy σ = Cov[x,y] define-se

o coeficiente de correlação de X e Y como apresentado na EQUAÇÃO 1 abaixo

(BUZZI, 2007).

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

21

[ ]yx

yx

yx

YXCovYX

σσσ

σσρ ,

22

,),( ==

(Eq. 01)

Onde:

])[( 22xx xE µσ −=

])[( 22yy yE µσ −=

)])((],[ yxxy xxEYXCov µµσ −−==

O coeficiente de correlação mede a possível relação linear existente entre as

variáveis aleatórias, de maneira que:

� ρ(X,Y) trata-se de um valor entre -1 e +1;

� Quanto maior a tendência de uma relação linear positiva, ρ(X,Y) tem valor

mais próximo de 1;

� Quanto maior a tendência de uma relação linear negativa, ρ(X,Y) tem valor

mais próximo de -1;

� Quando o valor de ρ(X,Y) se encontra próximo de zero não existe relação

linear.

As Figuras 9, 10 e 11 mostram o comportamento do diagrama de dispersão

para um caso de correlação positiva, negativa e ausência de correlação.

FIGURA 9 – CORRELAÇÃO POSITIVA.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

22

FIGURA 10 – CORRELAÇÃO NEGATIVA.

FIGURA 11 – SEM CORRELAÇÃO.

2.4.3 Coeficiente de Correlação Amostral

Podem-se estimar parâmetros para n valores dos pares (X, Y) provenientes

de uma população ρ(X, Y). Como a amostra trata de um par de variáveis escolhidas

aleatoriamente, a população é considerada bidimensional e muitas vezes apresenta

distribuição normal também bidimensional.

Assim, é possível pensar no coeficiente de correlação de uma população

qualquer representada por ρ, estimando-se a partir de um coeficiente de correlação

amostral ρˆ. A equação que define o valor de ρˆ é apresentada abaixo na EQUAÇÃO

02.

∑ ∑

= =

=

−−

−−=

n

i

n

iii

i

n

ii

yyxx

yyxxYX

1 1

2_

2_

__

1^

)()(

))((),(ρ

(Eq. 02)

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

23

De onde: _

x é a média aritmética das amostras de X e que se estima xµ ; _

y é a média aritmética das amostras de Y e que se estima yµ .

Para a realização do teste de significância ou de hipóteses para a

determinação do valor de ρ é necessário conhecer a distribuição amostral de ^ρ .

Para ρ=0 a distribuição é simétrica e pode ser utilizada a distribuição estatística t de

Student. Caso o valor do parâmetro seja diferente de zero a distribuição é

assimétrica e Fischer representa uma transformação que se aproxima da estatística

Gaussiana. A seguir estão descritos os testes de hipótese para ρ=0 ou para ρ≠0.

2.4.3.1 Teste de hipótese nula

Este teste é utilizado normalmente quando se deseja verificar se o

coeficiente de correlação amostral obtido apresenta um valor que difere

significativamente de zero. Sua verificação é feita através da EQUAÇÃO 3, que tem

uma distribuição “t” de Student com n-2 graus de liberdade.

2^2

^

1

2−≅

−= ntn

t

ρ

ρ

(Eq. 03)

2.4.3.2 Teste de hipótese não nula

Este teste é utilizado normalmente quando se deseja testar a hipótese de

que a correlação ρ seja igual a 0ρ , usando-se para isso a estatística dada pela

EQUAÇÃO 04, que é denominada transformação Z de Fisher.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

24

)1

1(log

2

1^

^

ρ

ρ

+= eZ

(Eq. 04)

De onde e=2,71828...., apresentando uma distribuição aproximadamente

normal, com média e desvio padrão calculados pelas equações descritas abaixo:

)1

1(log

2

1

0

0

ρρµ

−+

= ez

(Eq. 05)

3

1

−=

nzσ

(Eq. 06)

2.5 REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA

A regressão múltipla envolve três ou mais variáveis, portanto, estimadores.

Ou seja, considera-se uma única variável dependente, porém duas ou mais variáveis

independentes (explanatórias).

O objetivo das variáveis independentes adicionais é melhorar a capacidade

de predição em confronto com a regressão linear simples. Isto é, reduzir o

coeficiente do intercepto, o qual, em regressão, significa a parte da variável

dependente explicada por outras variáveis, que não a considerada no modelo.

É aconselhável incluir variáveis na análise mesmo que se esteja avaliando

apenas uma variável dependente. O uso de mais variáveis ajuda a reduzir os

resíduos estocásticos, aumentando a força dos testes de significância. Além disso,

serve para eliminar a tendenciosidade que poderia resultar se fosse ignorada a

variável que afeta Y.

A equação da regressão múltipla tem a forma seguinte:

kkC xbxbxbaY ...... 2211 ++++= (Eq. 07)

Onde:

a = intercepto do eixo y;

ib = coeficiente angular da i-ésima variável;

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

25

k = número de variáveis independentes.

2.6 GEOESTATÍSTICA

O nome geoestatística nasceu para se referir à aplicação de Teoria das

Variáveis Regionalizadas na resolução de problemas de Geologia. Ela foi concebida

e idealizada por George Matheron e se caracteriza pela modelagem da continuidade

espacial de fenômenos naturais (ANDRIOTTI, 2003).

Neste item serão abordados alguns conceitos da geoestatística, os quais

foram utilizados para a realização do mapeamento de nível d’água dentro do maciço

e nas ombreiras da Usina Governador Parigot de Sousa, no estado do Paraná.

2.6.1 Aspectos Gerais

Métodos geoestatísticos permitem estimar valores de atributos em locais não

amostrados levando em conta o comportamento espacial de determinado fenômeno

e minimizando o erro associado a essa estimativa (GEOESTATÍSTICA ONLINE,

2007). Tais métodos compõem uma categoria particular em estatística espacial

adequada para modelar dados obtidos por amostragem espacialmente discreta de

um processo espacialmente contínuo na área de estudo (DIGGLE e RIBEIRO Jr,

2007).

Segundo ANDRIOTTI (2003), a geoestatística procura extrair, de uma

aparente aleatoriedade dos dados coletados, as características estruturais

probabilísticas do fenômeno regionalizado, ou seja, uma função de correlação entre

os valores situados numa determinada vizinhança e direção no espaço amostrado.

O procedimento para a utilização da geoestatística na estimativa de

variáveis é realizado calculando-se o variograma experimental e o ajuste de modelo

teórico e, em seguida, fazendo-se o processo de estimativa através da krigagem.

Alternativamente, outros métodos de estimação podem ser utilizados tais como os

baseados na função de verossimilhança (DIGGLE e RIBEIRO Jr, 2007).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

26

O variograma permite descrever quantitativamente a variação no espaço de

um fenômeno regionalizado (HUIJBREGTS 1975).

Para a obtenção do variograma, os dados são pareados em todas as

combinações possíveis e agrupados dentro de classes (“lags”) de distâncias e

direções aproximadamente iguais.

2.6.2 Variogramas

O variograma é uma ferramenta básica de suporte às técnicas de krigagem1

e expressa o comportamento espacial da variável regionalizada ou de seus resíduos

em relação a um modelo para a média do processo, e mostram o tamanho da zona

de influência em torno de uma amostra, a variação nas diferentes direções do

terreno e também a continuidade da característica estudada (LANDIM, 1998).

Define-se variograma como a variância do erro que se comete ao estimar

um teor desconhecido em (x+h) pela ajuda de um ponto dado em (x).

2.6.3 Parâmetros do semivariograma

Segundo o INPE (1988) a FIGURA 12 ilustra um semivariograma

experimental com características muito próximas do ideal. O seu padrão representa

o que, intuitivamente, se espera de dados de campo, isto é, que as diferenças

decresçam à medida que a distância que os separa decresce. É esperado que

observações mais próximas geograficamente tenham um comportamento mais

semelhante entre si do que aquelas separadas por maiores distâncias. Desta

maneira, é esperado que g(h) aumente com a distância h.

1 krigagem – é um método de regressão utilizado em geoestatística para aproximar ou interpolar

dados.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

27

FIGURA 12 – SEMIVARIOGRAMA.

Os parâmetros observados no exemplo são:

� Alcance (a): distância dentro da qual as amostras apresentam-se

correlacionadas espacialmente.

� Patamar (C): é o valor do semivariograma correspondente a seu alcance (a).

Deste ponto em diante, considera-se que não existe mais dependência

espacial entre as amostras.

� Efeito Pepita (C0): por definição, g(0)=0. Entretanto, na prática, à medida que

h tende para 0 (zero), g(h) se aproxima de um valor positivo chamado Efeito

Pepita (C0). O valor de C0 revela a descontinuidade do semivariograma para

distâncias menores do que a menor distância entre as amostras. Parte desta

descontinuidade pode ser também devida a erros de medição (Isaaks e

Srivastava, 1989), mas é impossível quantificar se a maior contribuição

provém dos erros de medição ou da variabilidade de pequena escala não

captada pela amostragem.

� Contribuição (C1): é a diferença entre o patamar (C) e o Efeito Pepita (Co).

A sensibilidade dos variogramas, para detectar a variabilidade espacial das

amostras está diretamente ligada ao ajuste dos dados experimentais ao modelo

teórico do variograma. Dentre os modelos teóricos, o esférico, o exponencial e o

gaussiano são freqüentemente utilizados (ZIMBACK, 2003).

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

28

2.6.4 Modelos Teóricos de Ajustes

Segundo ANDRIOTTI (2003), o gráfico do semivariograma é calculado

através de uma série de valores, sobre os quais se objetiva ajustar uma função. É

importante que o modelo ajustado represente a tendência de g(h) em relação à h.

Deste modo, as estimativas obtidas a partir da krigagem serão mais exatas e,

portanto mais confiáveis.

O procedimento de ajuste não é direto e sim interativo. Nesse processo faz-

se um primeiro ajuste e verifica-se a adequação do modelo teórico. Dependendo do

resultado obtido, pode-se ou não se redefinir o modelo, até obter o que melhor se

adéqüe.

2.6.4.1 Esquema Esférico (de Matheron)

É o esquema mais comumente utilizado nas variáveis estudadas em

geociências. Apresenta um crescimento rápido na origem, onde tem um

comportamento linear, como mostrado na FIGURA 13.

Sua expressão geral é:

[ ] [ ]ahparaCCh

aeentrehparaahahCCh

≥+=

−+=

)0()(

0)/2/1/2/3()0()(3

γγ

(Eq. 08)

Onde:

hdemóduloh

alcancea

iânciaC

pepitaefeitoC

===

=var

)0(

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

29

FIGURA 13 – MODELO ESFÉRICO.

2.6.4.2 Esquema Exponencial (de Formery)

Também apresenta comportamento linear à origem, e sua expressão geral

é:

( )( )aheCCh /1)0()( −−+=γ para h entre 0 e a (Eq. 09)

ahparaCCh >+= )0()(γ

Onde e representa a base dos logaritmos neperianos.

O alcance, nesse modelo, tem significado puramente analítico, sendo o

patamar só alcançado pela curva de forma assintótica, ou seja, teoricamente quando

∞=h , usa-se então alcance igual a a3 .

Na FIGURA 14 está apresentado este modelo.

0 50 100 150

010

2030

4050

distance

sem

ivar

ianc

e

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

30

FIGURA 14 – MODELO EXPONENCIAL.

2.6.4.3 Esquema de Gauss (parabólico)

O esquema de Gauss tem comportamento parabólico nas vizinhanças da

origem e reflete uma grande continuidade da variável estudada. A expressão geral é:

( ) ( )

−+= − 2

/1)0()( aheCChγ para h entre 0 e a (Eq. 10)

ahparaCCh >+= )0()(γ

O alcance tem significado puramente analítico: é o alcance prático

tomado como sendo a.3 .

FIGURA 15 – MODELO DE GAUSS.

0 50 100 150

010

2030

4050

distance

sem

ivar

ianc

e

0 50 100 150

010

2030

4050

distance

sem

ivar

ianc

e

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

31

2.6.5 Krigagem

A análise do problema pode ser baseada na visualização dos resultados na

forma de mapas que descrevem o comportamento estimado do atributo de interesse

na região. Existem diversas formas de visualização como os mapas de isolinhas,

diagramas de bloco e mapas temáticos. O mapa de isolinhas representa curvas de

isovalores, que representam curvas de mesmo nível piezométrico e gradiente de

subpressão.

A krigagem é a técnica mais comum utilizada para a construção, ela

considera uma estrutrutura quadrada cujos valores dos nós são estimados pela

krigagem sempre considerando uma vizinhança local. Após a estimação, utilizam-se

algoritmos de interpolação de curvas para o desenho das curvas de isovalores

(BRAGA, 1990).

Segundo SILVA. JR (2006) a qualidade essencial de uma estimativa não é

simplesmente associar um valor a um ponto ou a um bloco, mas também associar a

essa avaliação uma idéia de qualidade da estimativa, dimensionando o erro

existente, ou seja, é necessário que saibamos a diferença entre o valor estimado e o

valor real. A geoestatística, por intermédio da krigagem, fornece uma estimativa do

ponto ou do bloco e, juntamente com ela, uma medida de conferência dessa

estimativa.

O termo krigagem é derivado do nome Daniel G. Krige, que foi o pioneiro a

introduzir o uso de médias móveis para evitar a superestimação sistemática de

reservas de mineração (DELFINER e DELHOMME, 1975).

A krigagem possui diversos métodos de estimação, como: krigagem simples,

krigagem ordinária, krigagem universal, co-krigagem, krigagem disjuntiva, entre

outras (ANDRIOTTI, 2003).

Ela compreende um conjunto de técnicas de predição de superfícies

baseada na modelagem da estrutura de correlação espacial, determinando uma

ponderação dos valores amostrados internamente ou externamente para estimação

do valor médio desconhecido. A ponderação das amostras elimina, em média, os

erros de excesso, o que vem a ser uma característica importante. Na interpolação é

considerado o número de amostras utilizadas, as posições destas amostras na área

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

32

específica, as distâncias entre as amostras e a continuidade espacial da variável em

estudo (ANDRIOTTI, 2003).

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

33

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo, é descrita a barragem de Governador Parigot de Souza, uma

barragem antiga a qual possui um sistema de instrumentação com cerca de 84

instrumentos, entre eles: células Maihak, piezômetros Casagrande, medidores de

nível de água, medidores de recalque.

Na realização deste trabalho foram usados dados relacionados a uma parte

deste universo, ou seja, somente são utilizadas as leituras de 32 medidores de nível

de água instalados no corpo e ombreiras da barragem. Os modelos desenvolvidos,

bem como a forma e as técnicas matemáticas que foram empregadas no

desenvolvimento dos mesmos, encontram-se também descritos a seguir.

3.1 MATERIAIS

3.1.1 Barragem Governador Parigot de Souza

FIGURA 16 – BARRAGEM GPS.

A barragem da Usina Hidroelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de

Souza (GPS), mostrada na FIGURA 16 possui a potência de 260 MW, e está situada

no município de Campina Grande do Sul - PR, enquanto seu reservatório está a

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

34

aproximadamente 50 km da capital, Curitiba. Abaixo uma representação em mapa

da localização da usina.

Figura 17 – Localização da barragem GPS.

A Usina Governador Parigot de Souza, também conhecida como “Capivari -

Cachoeira” entrou em operação em outubro de 1970 considerando que sua

inauguração oficial ocorreu no dia 26 de Janeiro de 1971, quando entrou em

operação comercial. Desde então, esta usina tem sido operada pela COPEL –

Companhia Paranaense de Energia, constituindo-se na maior central subterrânea do

sul do país, segundo relatório escrito pela companhia, levando-se em conta o fato de

suas unidades geradoras estarem instaladas no interior de um maciço rochoso.

Utilizando-se o relatório de Inspeção Geotécnica e Instrumentação,

pertencentes à concessionária foram obtidas informações importantes referentes à

geração de energia da usina e à barragem, descritos nos itens 3.1.1.1 e 3.1.1.2.

3.1.1.1 Informações Técnicas

Para a construção desta usina foram represadas as águas do Rio Capivari,

localizado no Primeiro Planalto do Paraná, a 830 metros acima do nível do mar. Da

barragem, as águas são desviadas para o Rio Cachoeira no litoral, obtendo-se um

USINA

HIDRELÉTRICA

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

35

desnível de aproximadamente 740 metros, sendo as águas conduzidas por um túnel

subterrâneo que atravessa a Serra do Mar.

Durante a construção, com o aproveitamento das águas dos rios Capivari e

Cachoeira, o Estado do Paraná projetou-se no panorama da engenharia brasileira

conquistando dois recordes: maior avanço médio mensal em escavação subterrânea

em obras do gênero e, maior volume de concretagem mensal no interior de túneis

(22 km de túneis escavados).

No sopé da montanha, três grandes cavernas foram escavadas, compondo a

Central Subterrânea: Sala de Válvulas, Sala de Máquinas e Sala dos

Transformadores. Na Sala de Máquinas quatro geradores de 62.500 kW de potência

cada, garantem ao Estado do Paraná uma produção anual de 900 milhões de kWh.

3.1.1.2 Dados gerais do aproveitamento

O início de operação da usina ocorreu em outubro de 1970, tendo sido órgão

responsável pela execução da operação hidráulica o Centro de Operação do

Sistema (COS), o qual foi responsável também pelos operadores da usina, em

conformidade com a instrução de operação hidráulica do reservatório, elaborada

pela área de Gerenciamento dos Recursos Hídricos - GRHI.

A barragem, cuja latitude é 25°07' S e longitude 48 °44' W, não possuindo

reservatórios nem a montante nem a jusante. Ela possui comprimento de crista de

370,0 metros e cota do coroamento de 849,0 metros.

O rio Capivari compõe o reservatório com uma área de drenagem de 945

km², uma área inundada de 13,5 km², considerando-se um volume morto, útil e total

de respectivamente: 23 hm³, 156 hm³ e 179 hm³.

Na barragem Governador Parigot de Souza e nas suas ombreiras, foram

instaladas 30 células Maihak (pressão neutra), 10 Piezômetros Casagrande, 32

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

36

tubos Piezométricos (medidor de nível d’água) e 12 Medidores de Recalque (tipo

tubos telescópicos).

A vida útil dos instrumentos não é tão longa quanto à vida útil de uma

barragem, portanto, em se tratando de uma barragem que iniciou seu funcionamento

em 1970, ao longo dos anos vários instrumentos deixaram de funcionar temporária

ou permanentemente.

Alguns piezômetros Casagrande, por exemplo encontra-se obstruídos. Estes

instrumentos possuem tubo central com pequeno diâmetro e tem apresentado

empecilhos à descida do detector de nível, prejudicando a verificação do nível de

água em algumas leituras. Como este tubo não é rígido, a movimentação do sensor

em seu interior é por vezes difícil. Somam-se ainda situações de vandalismo como

lançamento de pedras e outros materiais no interior do tubo. Para evitar alguns

desses problemas, atualmente, os instrumentos estão protegidos por tampões.

Os medidores de nível d’água também apresentaram problemas

semelhantes, mas em menor quantidade. Em certas ocasiões os instrumentos

deixam de apresentar leitura devido ao rebaixamento do nível freático no maciço em

função da depleção do reservatório.

Em relação aos medidores de recalque, alguns tiveram seus tubos

telescópicos com a haste central rompida. Tais hastes são utilizadas como

referência para as medições dos recalques nas diversas placas instaladas no

maciço da barragem. Três dos medidores de recalques estão localizados na face de

montante da barragem, podendo suas leituras ser efetuadas apenas quando o nível

do reservatório se encontra numa cota inferior a 840 m.

Os anos de 1985 a 1987 se caracterizaram por grandes variações do nível

do reservatório. A baixa pluviosidade ocorrida conduziu a uma depleção quase

ininterrupta ao longo de nove meses. Foi nessa época que o nível do reservatório

atingiu sua cota mais baixa desde o enchimento: 831,2 metros. Os instrumentos

acusaram variações de nível freático em função das oscilações do reservatório,

mostrando credibilidade.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

37

3.1.1.3 Medidores de Nível d’água

Neste trabalho serão apenas utilizados os medidores de nível d’água,

totalizando em 29 instrumentos em funcionamento. Na FIGURA 18 estão

apresentados o mapa de localização e a tabela com a localização geral.

FONTE: BORA (2009).

FIGURA 18 – LOCALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

38

TABELA 2 – LOCALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS.

Medidor Localização FUNCIONAMENTO

1 vertedouro OK

2 barragem - mte filtro OK

3 barragem - mte filtro OK

4 barragem - mte filtro OK

5 obreira esquerda - mte filtro OK

6 obreira esquerda - mte filtro OK

7 encosta direita OK

8 encosta direita OK

9 encosta esquerda OK

10 encosta esquerda OK

11 encosta direita OK

12 encosta direita DANIFICADO

13 encosta direita OK

14 barragem seção central OK

15 margem esquerda OK

16 margem esquerda OK 17 barragem jte - margem direita OK 18 barragem jte - margem direita DANIFICADO 19 barragem jte - margem direita OK 20 barragem jte - seção central OK 21 barragem jte OK 22 barragem jte - margem

esquerda OK

23 ombreira direita OK 24 ombreira direita OK 25 vertedouro OK 26 barragem - mte filtro OK 27 vertedouro OK 28 vertedouro OK 29 vertedouro OK 30 vertedouro OK 31 vertedouro OK 32 vertedouro DANIFICADO

3.1.2 Software MATLAB

Parte deste trabalho, a análise das correlações entre leituras de

instrumentos, foi realizado com o uso do programa computacional MATLAB, da

MathWorks.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

39

O MATLAB é um software interativo de alto desempenho voltado para o

cálculo numérico. Ele integra análise numérica, cálculo com matrizes,

processamento de sinais e construção de gráficos em ambiente fácil de usar onde

problemas e soluções são expressos somente como eles são escritos

matematicamente, ao contrário da programação tradicional.

O MATLAB é um sistema cujo elemento básico de informação é uma matriz

retangular podendo conter elemento complexo e, a qual, não requer

dimensionamento. Esse sistema permite a resolução de muitos problemas

numéricos em apenas uma fração do tempo que se gastaria para escrever um

programa semelhante em linguagem Fortran, Basic ou C. Além disso, as soluções

dos problemas são expressas no MATLAB quase exatamente como elas são

escritas matematicamente, facilitando a interação com o usuário. Permite também

que se escrevam rotinas, que se executem comandos pré-programas dentro das

mesmas e que estas sejam executadas na plataforma MATLAB.

3.1.3 Software Statgraphics

O Statgraphics é uma ferramenta utilizada para o estudo e análise estatística

composta por uma diversidade de módulos que secionam as suas diferentes

funções, possuindo mais de 150 procedimentos estatísticos.

No trabalho aqui apresentado o Statgraphics foi utilizado para a realização

da regressão múltipla feita com instrumentos que apresentavam alta correlação para

possibilitar a recuperação de dados de leituras faltantes.

3.1.4 Software R

O R é uma linguagem e ambiente para computação estatística, o qual

disponibiliza uma grande variedade de métodos estatísticos (modelagem linear e

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

40

não linear, testes estatísticos clássicos, séries temporais, classificação, métodos

multivariados) e técnicas gráficas.

O R é disponibilizado na forma de código aberto, o que permite uma maior

utilização para análises, podendo ser compilado e executado em diferentes

plataformas. Este ambiente computacional permite a manipulação, o cálculo e a

exposição gráfica dos dados.

3.2 MÉTODOS

3.2.1 Cálculo de Correlações

Para permitir o cálculo das correlações dos níveis de água subterrâneos do

sítio da barragem GPS ao longo do tempo, os dados da diferença entre a cota da

boca do medidor e o valor da leitura realizada foram agrupados. Foram organizados

dados de medidores de nível de água desde 1972 até 2007, tendo sido realizadas

leituras cerca de cinco vezes ao ano.

Para se correlacionarem dados há a necessidade que os mesmos tenham

sido originados na mesma data. Porém isso nem sempre acontece com leituras de

instrumentação geotécnica. BUZZI (2007), em sua dissertação, para obter a

correlação entre os instrumentos de Itaipu desenvolveu uma rotina em MATLAB, a

qual verificava a possível relação entre duas séries de leituras considerando, para

aumentar o número de dados, adoção de tolerâncias de defasagem entre leituras

dos diferentes instrumentos de 1 a 3 dias.

Para o caso dos instrumentos de Governador Parigot de Souza, as leituras

são realizadas todas em mesmas datas, no entanto elas são feitas em intervalos

aproximadamente trimestrais e com grande parte dos instrumentos apresentando

grande quantidade de dados faltantes. Os dados faltantes tornariam a correlação

direta pouco confiável, implicando em resultados duvidosos.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

41

Inicialmente tentou-se correlacionar os dados de todos os 32 medidores de

nível de água simultaneamente. Mas o número de leituras para todos os

instrumentos sendo correlacionados juntos foi baixo, pois nem todos tinham suas

leituras realizadas em datas coincidentes e havia falta de dados em alguns

intervalos de tempo. Na tentativa de obter maior número de leituras foi feita uma

adaptação do método utilizado por BUZZI (2007), onde os instrumentos então

correlacionados dois a dois, resultando na matriz de correlação apresentada no

APÊNDICE D. Foi calculado ainda o coeficiente de significância p (APÊNDICE E)

para comprovar que os dados possuem confiabilidade superior a 95%. Para tal,

somente correlações com valores de p menores que 0,05 foram consideradas

significativas.

O cálculo das correlações, do valor p e a contagem foram realizados

utilizando uma nova rotina criada no software MATLAB (APÊNDICE A), a qual

seleciona os instrumentos medidores de nível de água de dois a dois e exclui todas

as linhas onde um dos dois instrumentos avaliados no momento não apresente

leitura. Esse procedimento é feito para os 32 instrumentos gerando uma matriz

32X32 na qual todos os elementos estão correlacionados entre si e, portanto a

diagonal principal apresenta como resposta o valor unitário, já que ao correlacionar

um instrumento com ele mesmo a correlação é perfeitamente linear.

3.2.2 Correlação direta entre dois instrumentos

Para analisar a correlação entre duas séries de leituras, ou seja, verificar as

possíveis relações entre elas foram consideradas apenas as leituras que aconteciam

em mesma data.

A conversão das datas em números foi realizada adotando-se o critério do

software Microsoft Excel, o qual transforma uma data em número contando o

número de dias a partir de 01/01/1900, possibilitando inserir as datas nas análises o

que pode ser útil para captar tendências em longo prazo de leituras.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

42

Na TABELA 3Erro! Fonte de referência não encontrada. , abaixo está

apresentada parte da planilha utilizada para a realização da correlação direta.

TABELA 3 – ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

Data NA 1 NA 2 NA 3 NA 4

01/08/72 824,42 829,01 825,79 826,77 01/09/72 824,45 829,42 825,95 826,67 01/10/72 824,58 830,28 826,69 827,65 01/11/72 824,48 830,19 826,46 827,54 01/12/72 824,52 830,14 826,6 827,56 01/01/73 824,53 830,11 826,31 827,56 01/02/73 824,57 830,25 826,64 827,72 01/03/73 824,5 830,04 826,53 827,47 01/04/73 824,42 830,04 826,63 827,67 01/05/73 824,32 829,91 826,84 827,46 01/06/73 824,24 829,3 826,46 826,66 01/07/73 824,33 829,84 826,91 827,05

Para cada correlação realizada pelo software MATLAB foi obtido um número

n de amostras dos dois instrumentos, onde xi representa uma leitura obtida do

instrumento X, yi representa uma leitura obtida do instrumento Y e onde _

x e _

y são,

respectivamente a média aritmética das leituras de X e Y. A equação utilizada no

desenvolvimento desta correlação direta é a EQUAÇÃO 2.

Deve-se verificar se a correlação obtida entre X e Y difere significativamente

de zero. Então testou-se a hipótese nula : H0: ρ=0 contra a hipótese alternativa : H1:

ρ>0. Para isso, usou-se a estatística apresentada na EQUAÇÃO 3. Onde t é uma

distribuição normal “t” de Student, com (n-2) graus de liberdade. Para valores de ρ

próximos de zero, ou até 0,05 os valores de correlação obtidos apresentam

confiança de 95% podendo-se dizer que os instrumentos estão correlacionados

linearmente.

Foi utilizado o valor p2 na decisão de rejeitar ou aceitar a hipótese nula H0.

Portanto quando o valor p é menor que 0,05 rejeita-se H0 e quando p for maior ou

igual a 0,05 aceita-se o H0. Rejeitar H0 significa que a correlação é significativamente

2 P- teste de significância aplicado ao modelo.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

43

diferente de zero. Em situações de maior exigência é usado um limite de valor p

inferior a 0,05.

3.2.3 Recuperação dos dados

Os dados fornecidos para a realização desse trabalho apresentam várias

leituras faltantes para grande parte dos instrumentos analisados, o que

impossibilitou num primeiro momento o mapeamento geoestástico. Surgiu assim a

idéia de recuperar dados através de técnicas estatísticas.

Através de uma análise das matrizes de correlação e de valores p geradas

pela rotina do MATLAB, perceberam-se alguns instrumentos fortemente

correlacionados, possibilitando com estes realizar uma regressão múltipla para

recuperação dos dados.

Inicialmente foi feita uma nova rotina no MATLAB (APÊNDICE B), que junta

vetores coluna da matriz inicial para os instrumentos considerados fortemente

correlacionados linearmente, apagando novamente como na rotina de geração da

matriz correlação, todas as linhas onde um dos instrumentos do vetor coluna

selecionado não apresenta leituras.

Depois de obtida a nova matriz, os valores são copiados para o software

Statgraphics, o qual apresenta uma função pronta para a realização da regressão

múltipla, visando a recuperação das leituras faltantes. Definindo como dependente

uma das variáveis, as demais são considerados independentes, e a regressão

múltipla realizada pelo software resulta, entre outras coisas, numa equação na qual

a variável dependente é função das variáveis independentes.

Na tentativa de avaliar o erro obtido com a utilização de uma regressão

múltipla foram apagados valores conhecidos de uma série de dados. A comparação

entre o dado obtido com a regressão e o dado real mostrou que o erro obtido era

confiável. A partir do valor de erro relativamente baixo, da planilha inicial, com os

dados faltantes foram escolhidos todos os períodos onde a variável dependente não

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

44

apresentava valor e as variáveis independentes sim, recuperando assim cada um

dos valores.

Alguns instrumentos continuaram apresentando grandes blocos de dados

sem leitura, pois eles não apresentaram correlação linear com nenhum dos demais

instrumentos analisados. Para a realização dessa recuperação poderiam ser

utilizados modelos estatísticos de previsão de séries temporais em que os dados

são recuperados usando outras leituras da própria serie temporal, tais como os

definidos por Box e Jenkins, sendo eles: ARIMA, ARMA entre outros.

3.2.4 Mapeamento Geoestatítico

O mapeamento geotestatístico do nível de água subterrâneo foi realizado

através do software R, no qual foi desenvolvida uma rotina que se encontra no

APÊNDICE C. Nesta rotina foram utilizados diversos modelos de ajustes, os quais

serão descritos abaixo, sempre objetivando a melhor predição.

Para desenvolver o mapeamento, foram utilizados os dados dos medidores

de nível de água coletados pela concessionária e devidamente recuperados pela

regressão linear. Os resultados possibilitam visualizar, de modo contínuo, a

disposição do nível de água dentro do corpo da barragem assim como nas

ombreiras.

Para a realização do mapeamento, a correta localização geométrica

(coordenadas) dos instrumentos é fundamental. Com o auxílio do projeto de

instrumentação realizado pela concessionária, traçou-se um eixo fictício para

englobar apenas a área de estudo. A área escolhida foi um retângulo, forma

geométrica mais simples a qual englobava todos os pontos de instrumentação. A

partir deste eixo, se encontraram as coordenadas (X e Y) de cada instrumento,

sempre considerando os fatores de escala de projeto. Na, anteriormente mostrada

temos a localização perfeita dos instrumentos e na TABELA 4 a localização e as

coordenadas obtidas.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

45

TABELA 4 – COORDENADAS DOS INSTRUMENTOS.

Medidor Localização X Y

1 vertedouro 472.14 157.14

2 barragem - mte filtro 342.86 114.28

3 barragem - mte filtro 274.29 114.28

4 barragem - mte filtro 197.14 121.90

5 obreira esquerda - mte fil tro 120 117.14

6 obreira esquerda - mte fil tro 80 117.14

7 encosta direita 436.43 175.71

8 encosta direita 384.29 175.71

9 encosta esquerda 128.57 181.43

10 encosta esquerda 80 175.71

11 encosta direita 435 224.28

12 encosta direita Estragado

13 encosta direita 340 224.28

14 barragem seção central 274.29 194.28

15 margem esquerda 128.57 225.71

16 margem esquerda 78.57 225.71 17 barragem jte - margem direita 438.57 272.86 18 barragem jte - margem direita Estragado 19 barragem jte - margem direita 340 272.86 20 barragem jte - seção central 294.29 272.86 21 barragem jte 185.71 248.57 22 barragem jte - margem

esquerda 130 272.86

23 ombreira direita 342.86 175.71 24 ombreira direita 398.57 150 25 vertedouro 485.71 177.14 26 barragem - mte filtro 391.43 108.57 27 vertedouro 409.29 105.71 28 vertedouro 409.29 100 29 vertedouro 442.86 72.86 30 vertedouro 472.86 127.14 31 vertedouro 492.14 157.14 32 vertedouro Estragado

Para uma análise mais precisa, esta área retangular de estudo foi separada

em duas sub-áreas de krigagem, uma a montante do filtro vertical e outra a jusante.

O filtro foi considerado como uma espécie de singularidade do NA dentro do corpo

da barragem, pois gera uma queda brusca do mesmo devido ao contraste de

permeabilidade entre o solo componente do corpo da barragem e do material

granular que compõe o filtro.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

46

A primeira sub-área está compreendida entre o reservatório e a montante do

filtro vertical, onde os instrumentos possuem forte influência do nível do reservatório,

apresentando leituras mais elevadas. A sub-área 2 está a jusante do filtro vertical,

onde os instrumentos apresentam leituras menores ao comparado com os

instrumentos de montante. A posição destas áreas na barragem, em planta, pode

ser observada na FIGURA 19.

FIGURA 19 – DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

A separação destas áreas é fundamental, pois os instrumentos a montante

do filtro possuem comportamento diferente dos demais. O filtro é responsável pela

queda brusca do NA à jusante do mesmo, o que prejudica a análise se for

considerada apenas uma área de krigagem.

Uma terceira sub-área de krigagem foi considerada, onde todos os pontos

foram forçados a receber um mesmo valor. Esta terceira área representa o lago da

barragem, onde a cota do nível do reservatório se comporta de forma uniforme.

A análise levou em consideração os 29 instrumentos em operação, pois 3

dos 32 medidores de NA estavam avariados. Utilizaram-se como dados de entrada

para os modelos geoestatísticos as coordenadas X e Y, a leitura de cada medidor de

nível de água e a região onde se encontra cada instrumento, pois, dada as

informações da estrutura do reservatório, a principio espera-se diferenças entre as

leituras tomadas em diferentes regiões.

Para o mapeamento foram escolhidas três datas específicas dentre todo o

histórico de leituras, e a predição espacial foi realizada através da krigagem.

Sub-Área 2

Sub-Área 1

Área do lago

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

47

Nesta simulação foram mapeados os dias de maior e menor nível do

reservatório, e nível normal ocorridos em 01/01/1986, e 13/02/1996 e 01/06/1980

respectivamente. Foram inicialmente considerados 7 (sete) modelos nas análises

geoestatísticas, os quais serão descritos a seguir .

Para o ajuste dos modelos utilizou-se o método da máxima verossimilhança,

ajustes os quais possuem função de correlação exponencial. Cabe ressaltar aqui

que variogramas, comumente utilizados em análises geoestatísticas foram apenas

utilizados como uma ferramenta exploratória e não de ajuste ou seleção de modelos.

A escolha do modelo mais compatível com os dados foi feita por comparação das

verossimilhanças maximizadas e testes da razão de verossimilhança, utilizando-se

de medidas retornadas pelas funções de ajuste do pacote geoR.

3.2.4.1 Modelo 1

Modelo onde considera apenas um parâmetro de média constante e comum

a todos os pontos de instrumentação, portanto sem distinguir as sub-áreas. Este

modelo se ajusta a leitura média da instrumentação, não levando em consideração

nenhuma consideração de fluxo e descontinuidade.

3.2.4.2 Modelo 2

Este modelo também considera todos os pontos de instrumentação sem

distinguir sub-áreas, mas os dados tendem a se ajustar a um plano inclinado na

direção do fluxo no nível de água, ou seja, uma tendência linear na coordenada que

corresponde à direção do fluxo.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

48

3.2.4.3 Modelo 3

O modelo 3 considera uma tendência linear em ambas coordenadas, ou

seja, a média é descrita pelo o ajuste de um plano, sem considerar descontinuidades

e direções definidas.

3.2.4.4 Modelo 4

Modelo que procura um ajuste a uma tendência descrita por uma função

quadrática das coordenadas, sem considerar descontinuidades e direções definidas

ou sub-áreas.

3.2.4.5 Modelo 5

O modelo 5 incorpora explicitamente as sub-áreas através de uma

covariável que representa uma descontinuidade que corresponde ao efeito do filtro

vertical da barragem. Nesta situação teremos duas médias ajustadas, um valor

correspondente a posições antes do filtro e outro depois, sem considerar condições

de fluxo.

3.2.4.6 Modelo 6

O modelo 6 possui a mesma característica do modelo cinco, apresentando

essa descontinuidade do filtro, adicionando-se o efeito de planos ajustados na

direção do fluxo com inclinação estimada pelos dados.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

49

3.2.4.7 Modelo 7

Neste modelo, a característica da descontinuidade continua presente e a

direção de fluxo também, mas o modelo possui um termo de interação que permite o

ajuste dos planos com inclinações diferentes para posições antes e depois do fluxo,

para o melhor ajuste.

Para esse caso específico, os modelos 4 e 6 apresentaram melhores

parâmetros para uma boa predição. Sendo assim, foram os escolhidos para

desenvolver o mapeamento.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

50

4. RESULTADOS

Os resultados aqui apresentados estão separados em basicamente duas

partes: análise de séries temporais e mapeamento geoestatístico.

4.1 ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS

4.1.1 Introdução

A partir das análises de séries temporais das leituras de medidores de nível

de água da barragem de Governador Parigot de Souza, e utilizando uma adaptação

do método de BUZZI (2007) foi obtida a matriz de correlação entre todas as cotas de

nível de água incluindo ainda o nível do reservatório.

A obtenção de leituras faltantes das séries temporais analisadas foi obtida

através da realização de regressões múltiplas entre variáveis dependentes e

independentes, utilizando para tanto o software Statgraphics.

As recuperações foram inicialmente feitas unindo todas as leituras da rotina

gerada apenas para unir os medidores altamente correlacionados, mantendo as

datas dos mesmos. Mas a comparação entre os dados recuperados e os dados

reais não se mostrou muito significativa, apresentando variações indesejáveis para a

recuperação.

Decidiu-se assim trabalhar com menor número de dados para a obtenção da

equação utilizada no software Microsoft Excel para recuperar as leituras não

realizadas. Na recuperação dessas leituras foram utilizados dois grupos de

observação de correlações lineares altas, e com teste de significância adequado. O

grupo um, envolve os medidores de nível de água NA2, NA3, NA4, NA5 e NA6. O

grupo dois envolve os instrumentos NA26, NA27, NA28 e NA29. Estes grupos

podem ser facilmente visualizados na matriz de correlação do APÊNDICE D.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

51

4.1.2 Análise de Correlação – Grupo 1

A avaliação do desempenho do método de recuperação de leituras foi feita

supondo a perda de algumas leituras. Essa análise foi realizada para todas as

equações de regressão que foram utilizadas na determinação das leituras faltantes.

Analisando o instrumento medidor de nível de água 2, e considerando suas

correlações com um grupo principal, que são os medidores NA3, NA4, NA5 e NA6,

obteve-se a partir da regressão múltipla, ajustando a um modelo linear uma

expressão que define a dependência do instrumento 2 com os instrumentos de forte

correlação.

Os gráficos apresentados a seguir FIGURA 20 a FIGURA 24 apresentam as

variações de cota de nível de água observadas temporalmente para os instrumentos

altamente correlacionados. É possível perceber que a obtenção de coeficientes de

correlação altos é correta pois os instrumentos apresentam variações nos mesmos

locais, com exceção do NA5 que apresentou um ponto de pico que se difere dos

demais, como pode ser observado na FIGURA 25.

Pontos como o citado acima são importantes de ser observados pois, caso

seja feita alguma recuperação no período avaliado, ela poderá resultar num valor

talvez diferente do real, já que o modelo está ajustado a todas as suas variáveis

independentes.

FIGURA 20 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA3.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

52

FIGURA 21 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA4.

FIGURA 22-VARIÁVEL INDEPENDENTE NA5

FIGURA 23 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA6.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

53

FIGURA 24 – NA2 RECUPERADOS/ NA2 REAIS.

FIGURA 25 – MEDIDORES NA3, NA4, NA5, NA6.

Ao utilizar a regressão múltipla o modelo ajustado se determina por:

443322110 .... XXXXYi βββββ ++++= , de onde Yi é a variável dependente e 1X ,

2X , 3X , 4X são as variáveis independentes. Em que: Yi é determinado pelo

medidor NA2, e as variáveis independentes representam respectivamente os

medidores NA3, NA4, NA5, NA6. O modelo aplicado gerou a seguinte expressão:

NA2 = -123,193 + 0,697986*NA3 + 0,640351*NA4+ 0,050 7646*NA5 - 0,234181*NA6

(Eq. 11)

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

54

Os resultados das leituras recuperadas e as reais, bem como os erros

referentes à diferença entre elas estão apresentadas na TABELA 5 –

DETERMINAÇÃO DO ERRO PERCENTUAL NA2.. Está apresentado ainda o erro

percentual resultante das diferenças entre o valor real e o valor recuperado.

O cálculo do erro percentual foi feito considerando as diferenças entre uma

leitura e outra em relação à variação de cota que o próprio instrumento apresentava.

Ou seja, considerando a observação da FIGURA 24 em que o NA2 varia da cota 822

à cota 831, o erro percentual foi calculado para os 9 metros, já que calcular o erro

considerando o valor de sua cota, implicaria em erros de baixa confiabilidade.

TABELA 5 – DETERMINAÇÃO DO ERRO PERCENTUAL NA2.

Data NA3 NA4 NA5 NA6 NA2 valor

recuperado NA2 valor

real Erro (%)

01/09/1993 828,6 826,71 835,35 836,33 830,05 830,00 0,625

01/10/1993 829,18 827,96 836,25 836,92 830,99 830,61 4,75

02/06/2004 825,69 824,71 835,76 834,53 828,47 828,3 2,125

06/04/2007 826,51 825,77 835,23 835,68 829,18 829,25 0,875

28/04/2007 826,42 825,5 834,92 835,48 828,98 829,03 0,625

11/05/2007 826,51 825,58 835,01 835,51 829,09 829,16 1,11

A FIGURA 24, representada acima mostra as leituras reais do NA2 e as

recuperadas. Pôde-se observar uma grande proximidade entre as curvas real e

predita, indicando um bom ajuste do modelo de regressão.

O software Statgraphics além de gerar a equação de regressão múltipla

fornece ainda o teste R², o qual indica que o modelo criado apresenta 98,729% de

variabilidade das leituras do NA2, para um intervalo de 40 leituras. Este ajuste foi

feito procurando obter o menor erro para as leituras faltantes. A estatística R2

ajustada, que é a mais apropriada para comparar modelos com os números

diferentes de variáveis independentes, é 98,58%. A FIGURA 26 mostra uma relação

entre o valor predito pelo modelo e o observado. O erro padrão da estimativa que

indica o desvio padrão dos resíduos é 0,275, o erro absoluto médio é 0,202.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

55

Como citado anteriormente o modelo foi ajustado várias vezes para cada

série temporal que se precisava recuperar dados, portanto os valores de R2, assim

como o erro padrão e o desvio padrão dos resíduos podem sofrer algumas

variações. Tais análises são mais precisas entre instrumentos altamente

correlacionados, mais próximo do valor unitário.

Plot of NA2

822 824 826 828 830 832predicted

822

824

826

828

830

832

obse

rved

FIGURA 26 – PREDIÇÃO VRS OBSERVADO.

Após ter sido determinado o erro, pode-se perceber que o modelo se

ajustava adequadamente a situação, assim foi possível recuperar os dados faltantes

da serie temporal completa. A representação gráfica da recuperação segue abaixo,

onde é mostrado na FIGURA 27 a série de dados existente, na FIGURA 28 a série

completa recuperada pelo modelo de regressão desenvolvido, e na FIGURA 29 as

séries real e recuperada juntas.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

56

FIGURA 27 – SÉRIE TEMPORAL NA2.

FIGURA 28 – SÉRIE TEMPORAL NA2 RECUPERADO.

FIGURA 29 – RECUPERADOS NA2 / REAIS NA2.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

57

4.1.3 Análise de Correlação – Grupo 2

Assim como para o grupo 1, para verificar o desempenho do método de

regressão múltipla, foram retiradas leituras conhecidas do medidor NA27 e

realizadas as regressões múltiplas para comparar os dados reais com os dados

recuperados.

Para a recuperação dos dados do NA27 a aplicação da regressão múltipla

resultou na seguinte equação:

NA27= 59,8421 + 0,00214417*NA26 + 0,962601*NA28 - 0 ,0398454*NA29 (Eq. 12)

Assim, foi possível fazer uma tabela semelhante (TABELA 6) ao utilizado

para o cálculo do erro do NA2, onde constam os dados das variáveis independentes

(NA26, NA28 e NA29), as leituras reais e recuperadas do NA27, bem como o valor

de erro.

TABELA 6 – DETERMINAÇÃO DO ERRO PERCENTUAL NA27.

Data NA26 NA28 NA29 NA27 valor recuperado

NA27 valor real

Erro (%)

1/6/72 836,93 837,41 841,68 834,19 834,28 1,0

1/7/72 836,35 836,82 841,15 833,64 833,73 1,0

1/2/74 835,94 836,42 842,04 833,22 833,22 0,02

1/3/74 836,26 836,74 842,18 833,52 833,48 0,5

1/6/01 834,64 837,54 842,25 832,39 832,03 4,0

2/7/01 834,61 837,49 842,22 832,38 831,98 4,4

Os gráficos resultantes estão expostos na sequência, e possibilitam observar

a semelhança entre os níveis de água nos medidores NA26 (FIGURA 30), NA28

(FIGURA 31) e NA29 (FIGURA 32) e todos plotados juntos na FIGURA 33 e ainda o

fato de a recuperação feita no medidor NA27 (FIGURA 34) ter seguido a mesma

tendência. Isso mostra que apesar de às vezes incorrer em alguns erros percentuais

maiores o método é adequado.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

58

FIGURA 30 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA26.

FIGURA 31 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA28.

FIGURA 32 – VARIÁVEL INDEPENDENTE NA29.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

59

FIGURA 33 – MEDIDORES NA26, NA28, NA29.

FIGURA 34 - NA27 RECUPERADOS/ NA27 REAIS.

Após ter sido determinado o erro, pôde-se perceber que o modelo se

ajustava adequadamente à situação. Assim foi possível recuperar os dados faltantes

da série temporal completa. A representação gráfica da recuperação segue abaixo,

sendo que a FIGURA 35 mostra a série NA27, a FIGURA 36 apresenta a série com

os dados recuperados e a FIGURA 37 mostra ambas as séries, real e recuperada

juntas.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

60

FIGURA 35 – SÉRIE TEMPORAL NA27.

FIGURA 36 – SÉRIE TEMPORAL NA27 RECUPERADO.

FIGURA 37- RECUPERADOS NA27 / REAIS NA27

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

61

4.2 MAPEAMENTO GEOESTATÍSTICO

4.2.1 Introdução

Através das simulações realizadas em cada modelo, foi possível a obtenção

do mapeamento dos medidores de níveis de água da barragem para diversas datas,

permitindo a comparação de diferentes situações do sítio estudado.

Para a análise foram consideradas datas específicas, como descrito no

próximo item e entre os modelos estudados destacou-se o modelo 6, pois os

resultados de predição foram mais próximos aos dados reais, mostrando um melhor

desempenho, mesmo se tratando de situações extremas. Assim, somente os

resultados obtidos pelo modelo 6 serão apresentados. Estes mapeamentos foram

realizados por krigagem.

4.2.2 Mapas por geoestatística

Foram gerados diversos mapas para diferentes datas, porém neste trabalho

serão apresentados apenas três mapeamentos específicos, para as situações

consideradas mais relevantes, que são:

� Menor nível do reservatório;

� Nível normal do reservatório;

� Maior nível do reservatório.

4.2.2.1 Menor nível do reservatório

Neste item são mostrados os mapeamentos gerados para a data de menor

nível do reservatório, ocorrido em 01/01/1986, cuja cota foi de 831,2 m. A FIGURA

38 apresenta a cota do NA, em escala de tons de azul, prevista pelo modelo 6

ajustado, bem como os pontos experimentais (obtidos pelos medidores de NA) com

as cotas reais do NA subterrâneo. A FIGURA 39 apresenta os mesmos dados,

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

62

porém sem as isolinhas geradas, para uma melhor observação da distribuição dos

dados de NA.

FIGURA 38 – MAPA - MENOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO – CO TA 831,2.

FIGURA 39 – MAPA - MENOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO SEM AS ISOLINHAS – COTA 831,2.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

63

4.2.2.2 Nível normal do reservatório

Neste item são apresentados os mapeamentos gerados para uma data

qualquer (01/06/1980), onde o nível do reservatório apresentava cota 840,81 m,

nível considerado normal. A FIGURA 40 apresenta a cota do NA, prevista pelo

modelo 6 ajustado, bem como os pontos experimentais (obtidos pelos medidores de

NA) com as cotas reais do NA subterrâneo. A FIGURA 41 apresenta os mesmos

dados, porém sem as isolinhas.

FIGURA 40 – MAPA - NÍVEL NORMAL DO RESERVATÓRIO – C OTA 840,81.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

64

FIGURA 41 – MAPA - NÍVEL NORMAL DO RESERVATÓRIO SEM ISOLINHAS – COTA 840,81.

4.2.2.2 Maior nível do reservatório

Neste item são expostos os mapeamentos gerados para a data de maior nível

do reservatório (13/02/1996), onde a cota era de 845,13m. Novamente, a FIGURA

42 apresenta a cota do NA, em escala de tons de azul, prevista pelo modelo 6

ajustado, bem como os pontos experimentais (obtidos pelos medidores de NA) com

as cotas reais do NA subterrâneo. A FIGURA 43 apresenta os mesmos dados,

porém sem as isolinhas, para uma melhor observação da distribuição dos dados de

NA.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

65

FIGURA 42 – MAPA - MAIOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO – CO TA 845,13.

FIGURA 43 - MAPA - MAIOR NÍVEL DO RESERVATÓRIO SEM ISOLINHAS – COTA 845,13.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

66

4.2.3 Discussão dos resultados da geoestatística

Optou-se por se agrupar as figuras anteriores no QUADRO 1 para

possibilitar uma comparação das diferentes situações de NA do reservatório e suas

consequências na distribuição do NA subterrâneo.

Menor Nível – 831,2.

Nível Normal – 840,81.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

67

Maior Nível – 845,13.

QUADRO 1 – COMPARATIVO ENTRE AS TRÊS SITUAÇÕES.

Os resultados obtidos mostram que os medidores de nível d’água a

montante do filtro vertical (NA2, NA3, NA4, NA5, NA6 e NA26) se comportam de

maneira semelhante e possuem leituras mais elevadas que os instrumentos a

jusante, comprovando a forte influência do nível da água do reservatório nas leituras.

O único medidor de nível de água (NA14) instalado a jusante do filtro vertical

no corpo da barragem, indica flutuações de nível de saturação no maciço, ainda

influenciadas pelo reservatório. As amplitudes de variação são bem menores aos

comparados com os instrumentos a montante, confirmando a existência de pressão

sobre o tapete drenante.

Outro fato relevante é sobre as dimensões do filtro vertical. Nos projetos da

barragem disponibilizados aos autores deste trabalho, apenas três seções

transversais são conhecidas.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

68

FONTE: COPEL - RELATÓRIO DE INSPEÇÃO GEOTÉCNICA E INSTRUMENTAÇÃO.

FIGURA 44 – REPRESENTAÇÃO DAS TRÊS SEÇÕES EM PLANTA .

Nas figuras 45, 46 e 47, estão representados os cortes A-A e B-B, nos quais

se percebe a existência do filtro e no corte C-C, não. Não se possuindo maiores

informações, considerou-se nos modelos geoestatísticos com krigagem um filtro

contínuo em toda a extensão da barragem, o que não está totalmente correto. Esta

consideração deve ser revista, pois os medidores próximos ao corte C-C, onde não

existe o filtro, possuem níveis mais elevados que os demais.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

69

FONTE: COPEL - RELATÓRIO DE INSPEÇÃO GEOTÉCNICA E INSTRUMENTAÇÃO.

FIGURA 45 – SEÇÃO TRANSVERSAL A-A.

FONTE: COPEL - RELATÓRIO DE INSPEÇÃO GEOTÉCNICA E INSTRUMENTAÇÃO.

FIGURA 46 – SEÇÃO TRANSVERSAL B-B.

FONTE: COPEL - RELATÓRIO DE INSPEÇÃO GEOTÉCNICA E INSTRUMENTAÇÃO.

FIGURA 47 – SEÇÃO TRANSVERSAL C-C.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

70

Os instrumentos instalados nas ombreiras situados tanto a direita com a

esquerda (NA7, NA8, NA9, NA10, NA11, NA12, NA13, NA15, NA16 e NA24),

mostram que as oscilações de nível freático da encosta também respondem ao nível

do reservatório em decorrência da possível precipitação pluviométrica, de forma

reduzida quando comparado aos medidores instalados a montante do filtro.

Entretanto torna-se por vezes difícil a separação de influência de cada um destes

fatores no comportamento da linha da freática indicadas pelos medidores. As

oscilações verificadas nestes instrumentos, que aparentam responder ao NA do

reservatório, podem estar sendo fortemente influenciadas pela precipitação local,

que altera o posicionamento do lençol freático nas encostas.

Os medidores posicionados nas ombreiras mais a jusante (NA17, NA18,

NA19, NA20 e NA22) apresentam comportamentos mais estáveis. Um medidor em

especial no leito do rio a jusante (NA21) possui uma característica, a qual não é

visualmente observada no mapeamento. Através do relatório PAE - LACTEC, soube-

se que ele foi instalado em uma área onde há um afloramento natural do lençol.

Os instrumentos instalados na ombreira direita, na entrada do vertedouro

(NA27, NA28 e NA29) mostram que são fortemente correlacionados ao nível do

reservatório. Os instalados na região intermediária (NA1, NA25, NA30 e NA31) se

comportam como os da encosta.

Outro fato bem relevante foi o comportamento anômalo do medidor NA24,

localizado na ombreira direita a jusante, o qual apresenta leituras com gradientes

elevados quando comparado aos instrumentos vizinhos. Mesmo localizado a poucos

metros de outros medidores, ele apresenta leituras com mais de 10m de coluna de

água de diferença em relação aos seus vizinhos. Este mesmo medidor também não

possui correlação nenhuma com os outros instrumentos, outro fato que merece

destaque. Pelo mapeamento geoestatístico foi possível a identificação deste

instrumento que se comporta de forma incomum e que deve ser avaliado para

identificação do problema, que pode ser de ordem geotécnica, instrumentação

danificada, influência da precipitação ou leituras erradas.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

71

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS

FUTUROS

Nas barragens o monitoramento hidráulico e mecânico através da instalação

de um sistema de instrumentação desempenha um papel fundamental na avaliação

do comportamento destas estruturas. O programa de monitoramento das barragens

é composto geralmente por uma série de instrumentos que fornecem dados que

permitem o conhecimento adequado da operação da obra.

Neste trabalho, se aplicou um método para se verificarem as possíveis

interações existentes entre as leituras da instrumentação de uma barragem de terra,

utilizando como caso de estudo a barragem de Governador Parigot de Souza, a

partir das informações obtidas do seu sistema de instrumentação, dando especial

atenção aos medidores de nível de água. Sendo esta metodologia aplicada de

fundamental importância para a segurança da barragem.

Testes estatísticos referentes ao coeficiente de correlação foram feitos para

verificar o desempenho dos modelos obtidos. A partir do cálculo de correlação entre

as diversas séries históricas dos instrumentos que compõe o sistema de

instrumentação de GPS, verificou-se a possível influência direta entre cada um

destes instrumentos.

A metodologia desenvolvida por BUZZI foi utilizada para realizar a

correlação dois a dois, o que permitiu que a idéia inicialmente desenvolvida em 2007

tivesse seu escopo de utilização ampliado, mesmo para uma barragem de menor

porte e para dados com características diferentes dos analisados por BUZZI.

A partir do modelo de comportamento padrão baseado nas correlações entre

os instrumentos, um novo cálculo de correlação com novos dados históricos que vão

surgindo podem ser usados como critério na detecção de comportamentos,

anômalos ou instrumentos falhos, simplesmente verificando se ocorre uma variação

brusca nessas correlações, o que indicaria uma mudança no padrão de interação

entre as leituras dos instrumentos, e a causa disso certamente deve ser investigada.

A partir da obtenção das correlações existentes entre os instrumentos foi

possível recuperar dados faltantes da série temporal através de uma regressão

múltipla. Essa recuperação permitiu o desenvolvimento de mapeamentos

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

72

geotécnicos do nível de água subterrâneo, mostrando que uma técnica

complementa a outra.

A análise por geoestatística mostrou ser capaz de reconhecer a tendência

ao longo do tempo das variações dos níveis de água. O mapeamento também

permite predizer valores para cada ponto do mapa. No caso de GPS, pelo número

reduzido de instrumentos, não foi possível a previsão de valores retirando-se do

conjunto de dados informações que seriam usadas como teste do modelo, já que

cada ponto de instrumentação influenciava fortemente os resultados.

Com o mapeamento foi possível a visualização do comportamento do nível

de água no interior do maciço da barragem e nas ombreiras, facilitando a

visualização de regiões que apresentam maiores variações. Estas regiões são de

grande interesse geotécnico, como foi o caso do NA24, o qual apresenta um

comportamento diferente dos instrumentos vizinhos, indicando que este merece uma

investigação mais detalhada.

Em geral, a diferença de cota está relacionada às variações do NA de

montante e jusante, às condicionantes geológicos, à precipitação e à própria

operação dos instrumentos.

Desta forma, a metodologia desenvolvida para a recuperação dos dados da

série temporal, unida à realização de mapeamentos geoestatísticos se mostrou uma

boa ferramenta para diagnosticar mudanças de comportamento da barragem e de

suas estruturas anexas, auxiliando no monitoramento de segurança da mesma.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

73

Trabalhos Futuros

De maneira geral, uma sugestão importante seria considerar os demais

instrumentos utilizados no monitoramento da barragem, tais como: piezômetros,

células Maihak, medidores de recalque. Além de dar atenção especial ao medidor de

nível de água 24, no qual se percebeu um comportamento anômalo.

A recuperação de dados da série temporal através da utilização de uma

regressão múltipla é adequada, mas os instrumentos que não apresentam

correlação com nenhum outro e possuem séries de leituras que precisariam ser

recuperadas acabam ficando restritas devido ao método utilizado. Uma possibilidade

para a recuperação desses dados seria utilizar métodos estatísticos como o de Box

e Jenkins, os quais se pode citar ARIMA, ARMA e SARIMA.

Ainda considerando a utilização de métodos estatísticos, poderiam ser feitas

previsões de leituras futuras que auxiliariam o leitor dos medidores durante a

realização das mesmas, evitando erros de leitura.

Com relação ao mapeamento geoestatístico, as áreas de krigagem poderiam

ser redefinidas, dividindo conforme a extensão do filtro vertical.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

74

REFERÊNCIAS

AIEVC – Análise de Incertezas e Estimação de Valores de Con trole para o Sistema de Monitoração Geotécnico-Estrutural na B arragem de Itaipu .

Projeto de pesquisa submetido ao Edital FINEP – CTHIDRO – Segurança de Barragens, 2005.

ANDRIOTTI, J. L. S.; Fundamentos de Estatística e Geoestatística . São Leopoldo: Unisinos, 2003.

BASTOS, P. C. . Perenização dos rios do Nordeste Brasileiro. O Globo. Rio de Janeiro, 04 jan. 2007. Opinião de leitor, p. 11.

BRAGA, L. P. V.; Geoestatistica e aplicações . Sinape. São Paulo, 1990.

BUREAU OF RECLAMATION. Design of small dams: a water resources technical publication . [s.l.], 3. ed., 1987. 860 p.

BUZZI, M.F., Avaliação das correlações de séries temporais de le ituras de instrumentos de monitoração geotécnicoestrutural e variáveis ambientais em barragens estudo de caso de Itaipu. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação da UFPR. Curitiba, 2007.

CARDIA, Rubens. Notas de Aula – Curso de Segurança de Barragens – CSEB. Bauru, São Paulo, 2004.

CIRILO, J. A.; COELHO, M. M. L. P.; MASCARENHAS, F. C. B.(Org). Hidráulica Aplicada . 2. ed.. Porto Alegre:ABRH, 2003. p. 474-511.

CORDEIRO, J. C., CORREIO POPULAR ONLINE. Disponível em:

<http://www.cosmo.com.br/noticia/37224/2009-09-10/chuva-rompe-barragem-e-

prejudica-abastecimento.html>.Acessado em: 10/09/2009.

CRUZ, Paulo T. 100 Barragens Brasileiras . São Paulo: Oficina de Textos,

2005.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

75

DELFINER, P. e DELHOMME, J.P. Optimum interpolation by Kriging. In: Davis, J.C.; McCullagh, M.J. ed. Display and Analysis of Spatial Data. New York, John Wiley, 1975. p.96-114.

DIGGLE, P.J., RIBEIRO JR, P.J.; Model based geostatistics . Springer,

New York, NY, USA, 2007.

DUNNICLIFF, John. Geotechnical Instrumentation for Monitoring Field Performance . Canada: Wiley, 1988.

FERREIRA, P. FEA. Disponível em: <http://www.erudito.fea.usp.br/.../Regressão%20Múltipla_Dummy.doc> Acessado em: 16/11/2009.

FRANCO, C. S. S. P. A. Segurança de Barragens: Aspectos Regulatórios . Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Engenharia do Meio Ambiente da UFGO. Goiânia, 2008.

GAZETA DO POVO ONLINE,. Disponível em:

<http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=9382

77&tit=Represa-transborda-e-alaga-quase-50-casas-no-interior-de-SP>. Acessado

em 27/10/2009.

GEOESTATÍSTICA ONLINE. (2007). Geoestatística On Line . Diponível em

<http://www.igc.usp.br/subsites/geoestatistica/>. Acessado em 07 de novembro de 2007.

GUTIÉRREZ, João L. C. Monitoramento da Instrumentação da Barragem de Corumbá-I por Redes Neurais e Modelos de Box & J enkins . Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Rio de Janeiro, 2003.

ICOLD – International Commission on Large Dams . Disponível em: <http://www.icold-cigb.org>. Acessado em: 14/11/2009.

INPE – INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Geoprocessamento para projetos ambientais . São José dos Campos, 1998.

JUNIOR, A.N.S.; Uso da krigagem para caracterização da variabilidad e espacial da condutividade hidráulica no semi-árido nordestino com enfoque

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

76

bayesiano. Dissertação de Mestrado, programa de pós-graduação em biometria da UFRP. Recife, 2006.

LANDIM, P. M. B. Análise estatística de dados geológicos . São Paulo:

Fundação Editora da Unesp, 1998.

MENESCAL, R., Segurança institucional e jurídica de barragem para o

Brasil - Uma proposta, Tese de Doutorado.

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Manual de Segurança e Inspeção de Barragens . Brasília, 2002. 148 p.

MINISTÉRIO DO INTERIOR. Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Comitê Brasileiro de Grandes Barragens . Barragens no Brasil. Fortaleza, 1982 a. 279p.

SARÉ, A. R.; Ligocki, L. P.; Sayão, A.; Gerscovich, D. M.; Pinheiro, G. F., 2006. Revisão das Condições de Segurança da Barragem de C uruá-Uma (PA) . Anais do COBRAMSEG 2006, Curitiba, Brasil.

SANCHEZ, P.F. Mapeamento espaço-temporal e previsão de pressões piezométrica em maciços rochosos de fundações de gr andes barragens – Estudo de caso de Itaipu. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil da UFPR. Curitiba, 2009.

SILVEIRA, João F. A. Notas de Aula – Curso Segurança de Barragens – CSBE. Bauru, São Paulo, 2004.

SILVEIRA, João F. A. Instrumentação e Comportamento de Fundações de Barragens de Concreto . São Paulo: Oficina de Textos, 2003.

SILVEIRA, G. L. (Org.). Seleção ambiental de barragens : análise de favorabilidades. Santa Maria: UFSM, 2005. 390 p.

SOUZA, A. Coeficiente de correlação de Pearson. Açores: UAC.

Disponível em: <http://www.uac.pt/~aurea/pdf_MBA/coef_correl_Pearson.pdf> Acessado em: 07/11/2009.

SPIEGEL, MURRAY R. Estatística . 3 ed. São Paulo: Makron Books, 1993.

TOLEDO, G. L. Estatística Básica . 2 ed. São Paulo: Atlas, 1995.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

77

TRIOLA, M. F. Introdução à Estatística . 7 ed. São Paulo: Ática, 1990.

ZIMBACK, C. R. L. Apostila de Geoestatística . Botucatu, 2003.

VILLWOCK,R. Técnicas de agrupamento e de hierarquização no

contexto de kdd – aplicação a dados temporais de in strumentação geotécnica-estrutural da usina hidrelétrica de Itaipu . Tese de Doutorado, Programa de Pós Graduação em Engenharia da UFPR. Curitiba, 2009.

WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_correla%C3%A7%C3%A3o_de_Pearson> . Acessado em: 16/11/2009.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

78

APÊNDICES

APÊNDICE A - ROTINA CÁLCULO DAS CORRELAÇÕES, TESTE P,

CONTAGEM.

Function [correlacao p cont]=rotina(M)

teste=isnan(M);

for y=1:size(M,2)

for x=1:size(M,2)

resultado=[M(:,y) M(:,x)];

teste1=isnan(resultado(:,1)) ;

aux=find(teste1==1)';

resultado(aux,:)=[];

teste2=isnan(resultado(:,2));

aux=find(teste2==1)';

resultado(aux,:)=[];

[c1 p1]=corr(resultado);

correlacao(y,x)=c1(1,2) ;

p(y,x)= p1(1,2);

cont(y,x)=size(resultado,1);

end

end

end

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

79

APÊNDICE B - ROTINA – UNIÃO COLUNAS CORRELACIONADAS

function M2=rot2(M,vetorcolunas) vetorcolunas= [%colunas correlacionadas% ] resultado=M(:,vetorcolunas); teste=isnan(resultado); [aux aux1]=find(teste==1); resultado(aux,:)=[]; M2=resultado;

end

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

80

APÊNDICE C - ROTINA GEOESTATÍESTICA

require(geoR)

## area do lago

r1 <- read.table("reg1.txt")

r1

## área para interpolação

r2 <- read.table("reg2.txt")

r2

## polígono envolvente

r0 <- read.table("reg0.txt")

r0

## desenho do contorno da barragem (nao utilizada nas analises- só para

sobrepor na visualização)

cont <- read.table("contorno.txt")

## dados

dat.ori <- read.table("niveldeagua.txt")

dat.ori

dim(dat.ori)

## vamos excluir os pontos artificialmente incluidos

dat <- subset(dat.ori, V4 != "B")

dat

dim(dat)

head(dat)

names(dat) <- c("Coord_X","Coord_Y","Nivel","Lago")

head(dat)

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

81

plot(r2, ty="l", asp=1)

points(dat[,1:2])

lines(cont, lty=3)

lines(r0, lty=2)

## novos pontos no lago

#points(dados)

#np <- locator(10, ty="p")

#np <- round(matrix(unlist(np), nc=2), dig=1)

#np

#write.table(np, file="extra-lago.txt", quote=F, row.names=F, col.names=F)

ex <- read.table("extra-lago.txt")

ex$Nivel <- 831.2

ex$Lago <- "B"

names(ex) <- c("Coord_X","Coord_Y","Nivel","Lago")

points(ex, pch=4)

dat.ex <- rbind(dat, ex)

dat.ex

## criando uma covariável (acima ou abaixo) de

abline(h=122)

dat <- transform(dat, filtro = ifelse(Coord_Y < 122, "Antes", "Depois"))

dat.ex <- transform(dat.ex, filtro = ifelse(Coord_Y < 122, "Antes", "Depois"))

head(dat)

points(dat[dat$filtro=="Antes",1:2], pch=19, col=2)

points(dat.ex[dat.ex$Lago=="B",1:2], pch=4, col=4)

##dados <- as.geodata(dat, data.col=3, coords.col=1:2, covar.col=5)

dados.ex <- as.geodata(dat.ex, data.col=3, coords.col=1:2, covar.col=5)

dados$borders <- dados.ex$borders <- r2

## explorando possíveis modelos/covariáveis

plot(dados, low=T)

plot(dados, trend=~dados$coords[,2], low=T)

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

82

plot(dados, trend="1st", low=T)

plot(dados, trend="2nd", low=T)

plot(dados, trend=~filtro, low=T)

plot(dados, trend=~filtro + dados$coords[,2], low=T)

plot(dados, trend=~filtro * dados$coords[,2], low=T)

## fazer uma ct antes do filtro e trend quadratica depois

points(dados, low=T)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, trend=~coords[,2], low=T)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, trend="1st", low=T)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, trend="2nd", low=T)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, trend=~filtro, low=T)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, trend=~filtro + coords[,2], low=T)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, trend=~filtro * coords[,2], low=T)

polygon(cont, lty=3)

## variog

plot(variog(dados, uvec=seq(0,120, by=10)))

plot(variog(dados, trend=~coords[,2], uvec=seq(0,120, by=10)))

plot(variog(dados, trend="1st", uvec=seq(0,120, by=10)))

plot(variog(dados, trend="2nd", uvec=seq(0,120, by=10)))

plot(variog(dados, trend=~filtro, uvec=seq(0,120, by=10)))

plot(variog(dados, trend=~filtro+coords[,2], uvec=seq(0,120, by=10)))

plot(variog(dados, trend=~filtro*coords[,2], uvec=seq(0,120, by=10)))

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

83

## modelos

modelos <- list()

modelos$m1 <- likfit(dados, ini=c(100,20))

modelos$m2 <- likfit(dados, trend=~coords[,2], ini=c(50,15))

modelos$m3 <- likfit(dados, trend="1st", ini=c(50,15))

modelos$m4 <- likfit(dados, trend="2nd", ini=c(40,15))

modelos$m5 <- likfit(dados, trend=~filtro, ini=c(40,15))

modelos$m6 <- likfit(dados, trend=~filtro+coords[,2], ini=c(20,15))

modelos$m7 <- likfit(dados, trend=~filtro*coords[,2], ini=c(20,15))

modelos

t(sapply(modelos, function(x) c(P=x$npars, logLik=x$loglik, AIC=x$AIC,

BIC=x$BIC, tau2=x$nug, sigma2=x$cov.pars[1], phi=x$cov.pars[2])))

## modelo m6 é selecionado como o melhor seguido pelo modelo m4

## seguimos com m4 e m6

## Predições espaciais

points(dados)

polygon(cont, lty=3)

points(np, pch=4)

## 1. definindo malha de predição

gr0 <- pred_grid(r0, by=5)

ind.lago.gr0 <- .geoR_inout(gr0, r1)

gr0.lago <- locations.inside(gr0, r1)

dim(gr0)

length(ind.lago.gr0)

dim(gr0.lago)

points(dados)

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

84

points(gr0, cex=0.25, col=2)

points(gr0.lago, cex=0.25, col=4)

## malha de predição reduzida

r0.1 <- cbind(c(50,500,500, 50), c(60, 60, 295.71, 295.71))

gr0.1 <- locations.inside(gr0, r0.1)

ind.lago.gr0.1 <- .geoR_inout(gr0.1, r1)

points(gr0.1, cex=0.25, col=3)

## redefinindo bordar para predição em toda a área

dados$borders <- dados.ex$borders <- r0

##

## Modelo m4

##

## Modelo 4 / sem pontos extras do lago / malha de predição original

KC4 <- krige.conv(dados, loc=gr0, krige=krige.control(obj=modelos$m4,

trend.d="2nd", trend.l="2nd"))

KC4$predict[ind.lago.gr0] <- 831.20

image(KC4, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40),

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC4, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40),

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

#image(KC4, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40),

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), zlim=range(dados$dat))

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

85

polygon(r1)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, add=T)

contour(KC4, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)),

pos=1, cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

## Modelo 4 / sem pontos extras do lago / malha de predição reduzida

KC4.red <- krige.conv(dados, loc=gr0.1,

krige=krige.control(obj=modelos$m4, trend.d="2nd", trend.l="2nd"))

KC4.red$predict[ind.lago.gr0.1] <- 831.20

image(KC4.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40),

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0,500))

polygon(r1)

polygon(r2)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC4.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40),

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0,500))

polygon(r1)

polygon(r2)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

contour(KC4.red, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

86

cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

## Modelo 4 / com pontos extras do lago / malha de predição original

KC4.ex <- krige.conv(dados.ex, loc=gr0,

krige=krige.control(obj=modelos$m4,

trend.d="2nd", trend.l="2nd"))

KC4.ex$predict[ind.lago.gr0] <- 831.2

image(KC4.ex, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC4.ex, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

contour(KC4.ex, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

## Modelo 4 / com pontos extras do lago / malha de predição reduzida

KC4.ex.red <- krige.conv(dados.ex, loc=gr0.1,

krige=krige.control(obj=modelos$m4, trend.d="2nd", trend.l="2nd"))

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

87

KC4.ex.red$predict[ind.lago.gr0.1] <- 831.20

image(KC4.ex.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0, 500))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC4.ex.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0, 500))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

contour(KC4.ex.red, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

##

## Modelo m6

##

modelos$m6$call

filtro.0 <- as.factor(ifelse(gr0[,2] < 122, "Antes", "Depois"))

filtro.0.1 <- as.factor(ifelse(gr0.1[,2] < 122, "Antes", "Depois"))

## Modelo 6 / sem pontos extras do lago / malha de predição original

KC6 <- krige.conv(dados, loc=gr0, krige=krige.control(obj=modelos$m6,

trend.d=~filtro + coords[, 2], trend.l=~filtro.0+gr0[,2]))

KC6$predict[ind.lago.gr0] <- 831.20

image(KC6, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40),

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

88

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC6, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40),

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, add=T)

contour(KC6, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

## Modelo 6 / sem pontos extras do lago / malha de predição reduzida

KC6.red <- krige.conv(dados, loc=gr0.1,

krige=krige.control(obj=modelos$m6,

trend.d=~filtro + coords[, 2], trend.l=~filtro.0.1+gr0.1[,2]))

KC6.red$predict[ind.lago.gr0.1] <- 831.20

image(KC6.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40)

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0,500))

polygon(r1)

polygon(r2)

polygon(cont, lty=3)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC6.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40)

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0,500))

polygon(r1)

polygon(r2)

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

89

polygon(cont, lty=3)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

contour(KC6.red, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

## Modelo 6 / com pontos extras do lago / malha de predição original

KC6.ex <- krige.conv(dados.ex, loc=gr0, krige=krige.control(obj=modelos$m6,

trend.d=~filtro + coords[, 2], trend.l=~filtro.0+gr0[,2]))

KC6.ex$predict[ind.lago.gr0] <- 831.20

image(KC6.ex, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC6.ex, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

contour(KC6.ex, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

## Modelo 6 / com pontos extras do lago / malha de predição reduzida

KC6.ex.red <- krige.conv(dados.ex, loc=gr0.1, krige=krige.control(obj=modelos$m6,

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

90

trend.d=~filtro + coords[, 2], trend.l=~filtro.0.1+gr0.1[,2]))

KC6.ex.red$predict[ind.lago.gr0.1] <- 831.20

image(KC6.ex.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0, 500))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)), pos=1,

cex=0.7)

image(KC6.ex.red, x.leg=c(100,400), y.leg=c(-60,-40), bor=r0,

col=colorRampPalette(c("white","blue"))(20), xlim=c(0, 500),zlim=c(800,846))

polygon(r1)

polygon(cont, lty=2)

points(dados, add=T)

contour(KC6.ex.red, add=T, nlev=20)

text(dados$coords[,1], dados$coords[,2], as.character(round(dados$data)),

pos=1, cex=0.7)

title("Menor Nível de Água - Barragem GPS\nNível do Reservatório = 831,2")

#FIM.

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

91

APÊNDICE D – MATRIZ CORRELAÇÃO

NA1 NA2 NA3 NA4 NA5 NA6 NA7 NA8 NA9 NA10 NA11 NA12 NA13 NA14 NA15 NA16 NA17 NA18 NA19 NA20 NA21 NA22 NA23 NA24 NA25 NA26 NA27 NA28 NA29 NA30 NA31 N.A.R

NA1 1 0,44044 0,52253 0,67639 0,66442 0,68431 0,76229 0,8477 0,09252 0,015199 0,29032 NaN 0,43813 -0,17244 0,45314 0,57955 -0,08283 -0,17767 -0,08433 -0,06575 0,31728 0,30077 0,3525 -0,06098 0,46239 0,86004 0,65298 0,73475 0,74727 0,5674 0,59228 0,55161

NA2 0,44044 1 0,82175 0,75343 0,70942 0,75365 0,25591 0,329 0,29582 0,69942 0,13672 NaN 0,31673 -0,25122 0,56921 0,72468 0,20017 0,47476 0,017059 0,22768 0,65322 0,60313 0,23146 0,23866 -0,15049 0,56063 0,71198 0,71444 0,72474 0,65517 0,49669 0,36068

NA3 0,52253 0,82175 1 0,85887 0,82918 0,87961 0,27102 0,38771 0,48047 -0,00735 0,1377 NaN 0,49379 -0,13048 0,7262 0,73021 0,018418 0,35491 0,18412 0,32035 0,74626 0,73115 0,382 0,4481 -0,0982 0,65741 0,59395 0,71332 0,85896 0,74811 0,54474 -0,28114

NA4 0,67639 0,75343 0,85887 1 0,87368 0,91555 0,42234 0,51528 0,40853 0,84063 0,24662 NaN 0,50961 -0,14786 0,6735 0,70503 0,058983 0,20952 -0,03557 0,15556 0,67861 0,6457 0,3245 0,37518 0,059918 0,82126 0,83495 0,81254 0,92411 0,69273 0,59805 0,18083

NA5 0,66442 0,70942 0,82918 0,87368 1 0,92969 0,40175 0,50778 0,39267 -0,03286 0,10671 NaN 0,62904 0,065994 0,50761 0,69755 -0,00343 0,20488 0,13486 0,25129 0,69471 0,60215 0,5074 0,32363 0,11972 0,74317 0,63659 0,73704 0,91356 0,67895 0,57874 0,1621

NA6 0,68431 0,75365 0,87961 0,91555 0,92969 1 0,4398 0,55237 0,42333 -0,03342 0,19107 NaN 0,66189 -0,03857 0,66615 0,78488 0,083733 0,23308 0,15924 0,2392 0,71223 0,6886 0,51638 0,29611 0,062686 0,72625 0,66063 0,77055 0,92176 0,7363 0,59354 0,008309

NA7 0,76229 0,25591 0,27102 0,42234 0,40175 0,4398 1 0,88758 0,066556 0,050915 0,45231 NaN 0,16073 -0,40232 0,55895 0,45026 0,12358 -0,31709 -0,2562 -0,33115 0,031759 0,22016 0,093602 -0,21274 0,58575 0,62122 0,52725 0,50995 0,47574 0,37926 0,40416 -0,62989

NA8 0,8477 0,329 0,38771 0,51528 0,50778 0,55237 0,88758 1 0,031512 0,033652 0,48542 NaN 0,27618 -0,34081 0,66365 0,53466 -0,08184 -0,32781 -0,14097 -0,26404 0,13318 0,32566 0,24481 -0,10417 0,59389 0,70505 0,55647 0,59116 0,58796 0,51397 0,58266 0,59708

NA9 0,09252 0,29582 0,48047 0,40853 0,39267 0,42333 0,066556 0,031512 1 -0,01494 0,11714 NaN -0,10608 -0,1175 0,23872 0,19663 0,16204 0,23947 -0,21831 0,099364 0,3848 0,42891 -0,14621 0,211 0,035847 0,24223 0,22842 0,23638 0,48085 0,27569 0,28764 -0,42914

NA10 0,015199 0,69942 -0,00735 0,84063 -0,03286 -0,03342 0,050915 0,033652 -0,01494 1 0,028115 NaN 0,58704 0,010135 0,016663 0,045135 -0,01147 0,17562 0,046647 -0,01064 -0,00409 0,003381 0,029941 0,16357 -0,00861 -0,0105 -0,03252 -0,04817 -0,02798 0,054112 0,039612 -0,29823

NA11 0,29032 0,13672 0,1377 0,24662 0,10671 0,19107 0,45231 0,48542 0,11714 0,028115 1 NaN 0,007443 -0,51509 0,33522 0,22913 0,1972 -0,49282 -0,19198 -0,29016 -0,15874 0,071864 -0,14737 -0,78339 0,12364 0,27796 0,32929 0,2319 0,19094 0,11586 0,10963 0,54692

NA12 NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN 1 NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN NaN

NA13 0,43813 0,31673 0,49379 0,50961 0,62904 0,66189 0,16073 0,27618 -0,10608 0,58704 0,007443 NaN 1 0,30604 0,45658 0,51194 -0,06602 0,37795 0,44279 0,21057 0,53018 0,39191 0,73872 0,27272 -0,0586 0,45253 0,24039 0,4439 0,60763 0,46804 0,39997 -0,19684

NA14 -0,17244 -0,25122 -0,13048 -0,14786 0,065994 -0,03857 -0,40232 -0,34081 -0,1175 0,010135 -0,51509 NaN 0,30604 1 -0,36143 -0,08972 -0,19705 0,40439 0,37901 0,30653 0,25248 0,027024 0,51535 0,61444 0,004102 -0,1596 -0,40869 -0,25808 -0,07311 -0,21311 -0,02667 -0,03506

NA15 0,45314 0,56921 0,7262 0,6735 0,50761 0,66615 0,55895 0,66365 0,23872 0,016663 0,33522 NaN 0,45658 -0,36143 1 0,65763 -0,09079 0,26957 0,23358 0,1585 0,40794 0,78944 0,24611 0,081529 -0,11195 0,40444 0,38499 0,4758 0,61327 0,62838 0,44912 -0,70097

NA16 0,57955 0,72468 0,73021 0,70503 0,69755 0,78488 0,45026 0,53466 0,19663 0,045135 0,22913 NaN 0,51194 -0,08972 0,65763 1 0,10677 0,11578 0,21851 0,19321 0,59291 0,69937 0,40155 0,16688 0,055296 0,48785 0,40639 0,59433 0,65998 0,63124 0,53685 -0,37324

NA17 -0,08283 0,20017 0,018418 0,058983 -0,00343 0,083733 0,12358 -0,08184 0,16204 -0,01147 0,1972 NaN -0,06602 -0,19705 -0,09079 0,10677 1 1 -0,24344 -0,13725 -0,43395 -0,27837 -0,15268 -0,14451 -0,39534 0,030672 0,024677 0,19984 0,047083 -0,1128 -0,19211 -9,12E-12

NA18 -0,17767 0,47476 0,35491 0,20952 0,20488 0,23308 -0,31709 -0,32781 0,23947 0,17562 -0,49282 NaN 0,37795 0,40439 0,26957 0,11578 1 1 0,75418 0,66093 0,16194 0,15944 0,33606 -0,40785 -0,42489 -0,00013 -0,14365 0,17051 0,1794 0,10108 -0,04347 0,2321

NA19 -0,08433 0,017059 0,18412 -0,03557 0,13486 0,15924 -0,2562 -0,14097 -0,21831 0,046647 -0,19198 NaN 0,44279 0,37901 0,23358 0,21851 -0,24344 0,75418 1 0,42255 0,26167 0,19553 0,51212 0,23841 -0,36845 -0,07274 -0,2435 -0,01141 0,092686 0,32219 0,26459 -0,20053

NA20 -0,06575 0,22768 0,32035 0,15556 0,25129 0,2392 -0,33115 -0,26404 0,099364 -0,01064 -0,29016 NaN 0,21057 0,30653 0,1585 0,19321 -0,13725 0,66093 0,42255 1 0,43108 0,32079 0,29641 0,27119 -0,32272 0,012738 -0,05553 0,10297 0,21326 0,21687 0,1192 -0,48661

NA21 0,31728 0,65322 0,74626 0,67861 0,69471 0,71223 0,031759 0,13318 0,3848 -0,00409 -0,15874 NaN 0,53018 0,25248 0,40794 0,59291 -0,43395 0,16194 0,26167 0,43108 1 0,68673 0,47167 0,42065 -0,1107 0,4238 0,22885 0,47168 0,65312 0,51703 0,35069 0,45559

NA22 0,30077 0,60313 0,73115 0,6457 0,60215 0,6886 0,22016 0,32566 0,42891 0,003381 0,071864 NaN 0,39191 0,027024 0,78944 0,69937 -0,27837 0,15944 0,19553 0,32079 0,68673 1 0,41933 0,35682 0,043716 0,30975 0,20159 0,37988 0,60308 0,57268 0,47082 -0,83075

NA23 0,3525 0,23146 0,382 0,3245 0,5074 0,51638 0,093602 0,24481 -0,14621 0,029941 -0,14737 NaN 0,73872 0,51535 0,24611 0,40155 -0,15268 0,33606 0,51212 0,29641 0,47167 0,41933 1 0,39932 0,085931 0,33242 -0,03478 0,33881 0,48133 0,42703 0,39575 0,80074

NA24 -0,06098 0,23866 0,4481 0,37518 0,32363 0,29611 -0,21274 -0,10417 0,211 0,16357 -0,78339 NaN 0,27272 0,61444 0,081529 0,16688 -0,14451 -0,40785 0,23841 0,27119 0,42065 0,35682 0,39932 1 -0,04131 0,15132 0,27986 0,40875 0,42416 0,43703 0,31306 0,1237

NA25 0,46239 -0,15049 -0,0982 0,059918 0,11972 0,062686 0,58575 0,59389 0,035847 -0,00861 0,12364 NaN -0,0586 0,004102 -0,11195 0,055296 -0,39534 -0,42489 -0,36845 -0,32272 -0,1107 0,043716 0,085931 -0,04131 1 0,2896 0,22772 0,17448 0,14001 0,041771 0,2726 -0,99706

NA26 0,86004 0,56063 0,65741 0,82126 0,74317 0,72625 0,62122 0,70505 0,24223 -0,0105 0,27796 NaN 0,45253 -0,1596 0,40444 0,48785 0,030672 -0,00013 -0,07274 0,012738 0,4238 0,30975 0,33242 0,15132 0,2896 1 0,72122 0,80993 0,83906 0,62552 0,59494 0,75396

NA27 0,65298 0,71198 0,59395 0,83495 0,63659 0,66063 0,52725 0,55647 0,22842 -0,03252 0,32929 NaN 0,24039 -0,40869 0,38499 0,40639 0,024677 -0,14365 -0,2435 -0,05553 0,22885 0,20159 -0,03478 0,27986 0,22772 0,72122 1 0,79614 0,73924 0,45459 0,48703 0,9246

NA28 0,73475 0,71444 0,71332 0,81254 0,73704 0,77055 0,50995 0,59116 0,23638 -0,04817 0,2319 NaN 0,4439 -0,25808 0,4758 0,59433 0,19984 0,17051 -0,01141 0,10297 0,47168 0,37988 0,33881 0,40875 0,17448 0,80993 0,79614 1 0,84008 0,66564 0,49839 0,73439

NA29 0,74727 0,72474 0,85896 0,92411 0,91356 0,92176 0,47574 0,58796 0,48085 -0,02798 0,19094 NaN 0,60763 -0,07311 0,61327 0,65998 0,047083 0,1794 0,092686 0,21326 0,65312 0,60308 0,48133 0,42416 0,14001 0,83906 0,73924 0,84008 1 0,76098 0,62822 0,31101

NA30 0,5674 0,65517 0,74811 0,69273 0,67895 0,7363 0,37926 0,51397 0,27569 0,054112 0,11586 NaN 0,46804 -0,21311 0,62838 0,63124 -0,1128 0,10108 0,32219 0,21687 0,51703 0,57268 0,42703 0,43703 0,041771 0,62552 0,45459 0,66564 0,76098 1 0,71454 -0,5019

NA31 0,59228 0,49669 0,54474 0,59805 0,57874 0,59354 0,40416 0,58266 0,28764 0,039612 0,10963 NaN 0,39997 -0,02667 0,44912 0,53685 -0,19211 -0,04347 0,26459 0,1192 0,35069 0,47082 0,39575 0,31306 0,2726 0,59494 0,48703 0,49839 0,62822 0,71454 1 -0,34

N.A.R 0,55161 0,36068 -0,28114 0,18083 0,1621 0,008309 -0,62989 0,59708 -0,42914 -0,29823 0,54692 NaN -0,19684 -0,03506 -0,70097 -0,37324 -9,12E-12 0,2321 -0,20053 -0,48661 0,45559 -0,83075 0,80074 0,1237 -0,99706 0,75396 0,9246 0,73439 0,31101 -0,5019 -0,34 1

C < 0,7

C = correlação

C > 0,9

0,8 < C < 0,9

0,7 < C < 0,8

LEGENDA

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CARINA PIROLLI … · Exatas, Universidade Federal do Paraná. ... 48 3.2.4.7 Modelo 7 ... DIVISÃO DAS SUB-ÁREAS DE KRIGAGEM.

92

APÊNDICE E – MATRIZ – TESTE P

NA1 NA2 NA3 NA4 NA5 NA6 NA7 NA8 NA9 NA10 NA11 NA12 NA13 NA14 NA15 NA16 NA17 NA18 NA19 NA20 NA21 NA22 NA23 NA24 NA25 NA26 NA27 NA28 NA29 NA30 NA31 N.A.R

NA1 0 5,31E-14 1,07E-22 3,99E-36 1,83E-40 9,77E-44 5,89E-60 3,00E-86 0,12798 0,7915 8,42E-07 0 7,92E-12 0,002391 1,22E-12 5,92E-28 0,46512 0,1861 0,18119 0,24992 1,47E-08 8,12E-08 2,37E-10 0,6267 1,01E-17 1,50E-90 7,79E-25 3,58E-53 4,47E-56 1,80E-27 4,47E-30 0,014351

NA2 5,31E-14 0 1,97E-66 5,67E-48 1,08E-41 1,16E-49 2,39E-05 4,16E-08 3,42E-06 8,36E-40 0,035413 0 3,33E-06 3,52E-05 8,58E-18 8,82E-44 0,073173 0,000376 0,8027 0,000185 2,21E-33 1,92E-27 0,000144 0,055551 0,014197 2,97E-23 2,39E-26 1,12E-42 2,81E-44 1,23E-33 1,33E-17 0,12925

NA3 1,07E-22 1,97E-66 0 6,25E-77 5,13E-78 3,92E-99 1,56E-06 2,41E-12 5,32E-17 0,89894 0,022617 0 5,50E-15 0,02288 1,16E-37 2,14E-50 0,87036 0,00675 0,003353 1,11E-08 8,72E-55 9,44E-52 5,79E-12 0,000161 0,08741 9,43E-39 1,08E-19 2,18E-48 1,69E-89 2,27E-55 1,67E-24 0,24363

NA4 3,99E-36 5,67E-48 6,25E-77 0 1,05E-82 4,78E-104 9,31E-13 4,20E-19 7,23E-11 2,13E-70 0,000134 0 1,11E-14 0,016825 4,53E-26 6,17E-40 0,60094 0,12472 0,60825 0,011858 1,94E-36 6,02E-32 8,18E-08 0,002074 0,33493 1,41E-64 4,33E-43 2,03E-62 8,67E-110 1,71E-38 1,64E-26 0,45879

NA5 1,83E-40 1,08E-41 5,13E-78 1,05E-82 0 3,35E-135 2,05E-13 1,01E-21 1,69E-11 0,56751 0,075678 0 4,43E-26 0,24665 4,51E-16 9,36E-45 0,97591 0,12631 0,031336 7,51E-06 1,49E-45 8,98E-32 2,00E-21 0,008032 0,035417 3,65E-55 2,53E-23 5,30E-54 5,58E-122 7,89E-43 1,41E-28 0,50732

NA6 9,77E-44 1,16E-49 3,92E-99 4,78E-104 3,35E-135 0 4,78E-16 3,69E-26 2,43E-13 0,56028 0,001342 0 1,31E-29 0,4987 3,15E-30 1,09E-63 0,45736 0,08101 0,010723 2,08E-05 8,47E-49 9,28E-45 2,96E-22 0,015775 0,27197 1,42E-51 1,07E-25 8,27E-62 2,42E-128 1,13E-53 2,53E-30 0,97307

NA7 5,89E-60 2,39E-05 1,56E-06 9,31E-13 2,05E-13 4,78E-16 0 1,07E-105 0,27226 0,37398 1,78E-15 0 0,016048 1,72E-13 8,30E-20 2,78E-16 0,27171 0,016245 3,47E-05 2,28E-09 0,57935 9,78E-05 0,10164 0,086356 6,05E-30 3,70E-34 2,83E-15 8,62E-22 7,40E-19 5,66E-12 2,06E-13 0,003848

NA8 3,00E-86 4,16E-08 2,41E-12 4,20E-19 1,01E-21 3,69E-26 1,07E-105 0 0,60351 0,55759 6,71E-18 0 2,65E-05 6,75E-10 6,14E-30 1,66E-23 0,46766 0,012801 0,024088 2,34E-06 0,019379 4,57E-09 1,44E-05 0,4052 6,18E-31 1,37E-47 3,63E-17 1,66E-30 3,28E-30 3,64E-22 4,02E-29 0,006953

NA9 0,12798 3,42E-06 5,32E-17 7,23E-11 1,69E-11 2,43E-13 0,27226 0,60351 0 0,8055 0,062311 0 0,12363 0,052048 0,000469 0,001164 0,15366 0,075468 0,000905 0,10073 4,97E-11 1,21E-13 0,016206 0,091576 0,55536 5,42E-05 0,001871 8,02E-05 3,35E-17 3,92E-06 1,47E-06 0,066732

NA10 0,7915 8,36E-40 0,89894 2,13E-70 0,56751 0,56028 0,37398 0,55759 0,8055 0 0,64129 0 5,92E-22 0,85985 0,80413 0,43993 0,91908 0,1913 0,46099 0,85292 0,94349 0,95311 0,60366 0,18942 0,88072 0,85554 0,65261 0,40263 0,6264 0,34708 0,49356 0,21492

NA11 8,42E-07 0,035413 0,022617 0,000134 0,075678 0,001342 1,78E-15 6,71E-18 0,062311 0,64129 0 0 0,91648 2,63E-20 1,01E-06 0,000154 0,077636 9,84E-05 0,003328 8,16E-07 0,008125 0,23234 0,014265 3,64E-13 0,039024 2,74E-06 3,30E-06 9,81E-05 0,00138 0,05366 0,068489 0,01538

NA12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NA13 7,92E-12 3,33E-06 5,50E-15 1,11E-14 4,43E-26 1,31E-29 0,016048 2,65E-05 0,12363 5,92E-22 0,91648 0 0 2,90E-06 5,76E-11 3,66E-16 0,56578 0,051925 2,97E-11 0,00149 1,45E-17 1,22E-09 6,64E-40 0,035015 0,3827 1,17E-12 0,003956 3,49E-12 5,35E-24 1,74E-13 6,75E-10 0,41927

NA14 0,002391 3,52E-05 0,02288 0,016825 0,24665 0,4987 1,72E-13 6,75E-10 0,052048 0,85985 2,63E-20 0 2,90E-06 0 2,39E-08 0,12164 0,077858 0,001809 3,61E-10 3,44E-08 7,26E-06 0,63607 3,16E-22 4,07E-08 0,94265 0,004991 3,30E-09 4,30E-06 0,1992 0,000164 0,64266 0,88671

NA15 1,22E-12 8,58E-18 1,16E-37 4,53E-26 4,51E-16 3,15E-30 8,30E-20 6,14E-30 0,000469 0,80413 1,01E-06 0 5,76E-11 2,39E-08 0 1,66E-28 0,42315 0,66098 0,000423 0,017345 2,60E-10 5,98E-49 0,000206 0,64151 0,094657 3,48E-10 3,69E-06 5,33E-14 1,57E-24 8,57E-26 2,03E-12 0,000828

NA16 5,92E-28 8,82E-44 2,14E-50 6,17E-40 9,36E-45 1,09E-63 2,78E-16 1,66E-23 0,001164 0,43993 0,000154 0 3,66E-16 0,12164 1,66E-28 0 0,34588 0,3911 0,000543 0,000783 1,39E-29 4,49E-45 6,78E-13 0,18048 0,34146 4,19E-19 5,44E-09 9,45E-30 1,21E-38 2,61E-34 2,84E-23 0,1155

NA17 0,46512 0,073173 0,87036 0,60094 0,97591 0,45736 0,27171 0,46766 0,15366 0,91908 0,077636 0 0,56578 0,077858 0,42315 0,34588 0 NaN 0,028525 0,22175 5,18E-05 0,011858 0,1736 0,55501 0,000259 0,78576 0,83698 0,073662 0,67639 0,31606 0,085766 1

NA18 0,1861 0,000376 0,00675 0,12472 0,12631 0,08101 0,016245 0,012801 0,075468 0,1913 9,84E-05 0 0,051925 0,001809 0,66098 0,3911 NaN 0 0,002897 2,20E-08 0,22879 0,23614 0,010595 0,020496 0,000986 0,99922 0,30964 0,20895 0,18178 0,45435 0,75042 0

NA19 0,18119 0,8027 0,003353 0,60825 0,031336 0,010723 3,47E-05 0,024088 0,000905 0,46099 0,003328 0 2,97E-11 3,61E-10 0,000423 0,000543 0,028525 0,002897 0 1,65E-12 2,50E-05 0,001705 2,57E-18 0,1284 1,28E-09 0,24807 0,002421 0,85642 0,13995 1,61E-07 2,17E-05 0,41042

NA20 0,24992 0,000185 1,11E-08 0,011858 7,51E-06 2,08E-05 2,28E-09 2,34E-06 0,10073 0,85292 8,16E-07 0 0,00149 3,44E-08 0,017345 0,000783 0,22175 2,20E-08 1,65E-12 0 2,28E-15 7,96E-09 1,21E-07 0,027631 6,05E-09 0,82381 0,44185 0,070669 0,000155 0,000125 0,037469 0,034623

NA21 1,47E-08 2,21E-33 8,72E-55 1,94E-36 1,49E-45 8,47E-49 0,57935 0,019379 4,97E-11 0,94349 0,008125 0 1,45E-17 7,26E-06 2,60E-10 1,39E-29 5,18E-05 0,22879 2,50E-05 2,28E-15 0 5,17E-44 3,03E-18 0,000437 0,052659 1,00E-14 0,001368 2,34E-18 1,02E-38 3,00E-22 3,63E-10 0,049966

NA22 8,12E-08 1,92E-27 9,44E-52 6,02E-32 8,98E-32 9,28E-45 9,78E-05 4,57E-09 1,21E-13 0,95311 0,23234 0 1,22E-09 0,63607 5,98E-49 4,49E-45 0,011858 0,23614 0,001705 7,96E-09 5,17E-44 0 2,03E-14 0,003273 0,44459 3,15E-08 0,004934 5,62E-12 6,86E-32 4,60E-28 4,02E-18 1,06E-05

NA23 2,37E-10 0,000144 5,79E-12 8,18E-08 2,00E-21 2,96E-22 0,10164 1,44E-05 0,016206 0,60366 0,014265 0 6,64E-40 3,16E-22 0,000206 6,78E-13 0,1736 0,010595 2,57E-18 1,21E-07 3,03E-18 2,03E-14 0 0,000895 0,13303 2,82E-09 0,63199 1,25E-09 3,77E-19 6,00E-15 9,15E-13 3,81E-05

NA24 0,6267 0,055551 0,000161 0,002074 0,008032 0,015775 0,086356 0,4052 0,091576 0,18942 3,64E-13 0 0,035015 4,07E-08 0,64151 0,18048 0,55501 0,020496 0,1284 0,027631 0,000437 0,003273 0,000895 0 0,74189 0,22888 0,046698 0,000656 0,000386 0,000244 0,010485 0

NA25 1,01E-17 0,014197 0,08741 0,33493 0,035417 0,27197 6,05E-30 6,18E-31 0,55536 0,88072 0,039024 0 0,3827 0,94265 0,094657 0,34146 0,000259 0,000986 1,28E-09 6,05E-09 0,052659 0,44459 0,13303 0,74189 0 2,41E-07 0,001406 0,002117 0,013765 0,46513 1,34E-06 2,07E-20

NA26 1,50E-90 2,97E-23 9,43E-39 1,41E-64 3,65E-55 1,42E-51 3,70E-34 1,37E-47 5,42E-05 0,85554 2,74E-06 0 1,17E-12 0,004991 3,48E-10 4,19E-19 0,78576 0,99922 0,24807 0,82381 1,00E-14 3,15E-08 2,82E-09 0,22888 2,41E-07 0 5,85E-32 1,20E-72 1,26E-82 1,59E-34 2,66E-30 0,000193

NA27 7,79E-25 2,39E-26 1,08E-19 4,33E-43 2,53E-23 1,07E-25 2,83E-15 3,63E-17 0,001871 0,65261 3,30E-06 0 0,003956 3,30E-09 3,69E-06 5,44E-09 0,83698 0,30964 0,002421 0,44185 0,001368 0,004934 0,63199 0,046698 0,001406 5,85E-32 0 2,57E-43 1,25E-34 3,12E-11 1,04E-12 1,53E-08

NA28 3,58E-53 1,12E-42 2,18E-48 2,03E-62 5,30E-54 8,27E-62 8,62E-22 1,66E-30 8,02E-05 0,40263 9,81E-05 0 3,49E-12 4,30E-06 5,33E-14 9,45E-30 0,073662 0,20895 0,85642 0,070669 2,34E-18 5,62E-12 1,25E-09 0,000656 0,002117 1,20E-72 2,57E-43 0 2,83E-83 1,57E-40 1,98E-20 0,000343

NA29 4,47E-56 2,81E-44 1,69E-89 8,67E-110 5,58E-122 2,42E-128 7,40E-19 3,28E-30 3,35E-17 0,6264 0,00138 0 5,35E-24 0,1992 1,57E-24 1,21E-38 0,67639 0,18178 0,13995 0,000155 1,02E-38 6,86E-32 3,77E-19 0,000386 0,013765 1,26E-82 1,25E-34 2,83E-83 0 1,89E-59 6,82E-35 0,19496

NA30 1,80E-27 1,23E-33 2,27E-55 1,71E-38 7,89E-43 1,13E-53 5,66E-12 3,64E-22 3,92E-06 0,34708 0,05366 0 1,74E-13 0,000164 8,57E-26 2,61E-34 0,31606 0,45435 1,61E-07 0,000125 3,00E-22 4,60E-28 6,00E-15 0,000244 0,46513 1,59E-34 3,12E-11 1,57E-40 1,89E-59 0 6,21E-49 0,028551

NA31 4,47E-30 1,33E-17 1,67E-24 1,64E-26 1,41E-28 2,53E-30 2,06E-13 4,02E-29 1,47E-06 0,49356 0,068489 0 6,75E-10 0,64266 2,03E-12 2,84E-23 0,085766 0,75042 2,17E-05 0,037469 3,63E-10 4,02E-18 9,15E-13 0,010485 1,34E-06 2,66E-30 1,04E-12 1,98E-20 6,82E-35 6,21E-49 0 0,15437

N.A.R 0,014351 0,12925 0,24363 0,45879 0,50732 0,97307 0,003848 0,006953 0,066732 0,21492 0,01538 0 0,41927 0,88671 0,000828 0,1155 1 0 0,41042 0,034623 0,049966 1,06E-05 3,81E-05 0 2,07E-20 0,000193 1,53E-08 0,000343 0,19496 0,028551 0,15437 6,08E-132

LEGENDA

95% confiança

5% confiança