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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE
SISTEMAS
LARYSSE SAVANNA IZIDIO DA SILVA
SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO
Módulo de Criação e Prescrição de Cardápios
Macaíba, RN
2018
Larysse Savanna Izidio da Silva
SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO
Módulo de Criação e Prescrição de Cardápios
Trabalho de conclusão de curso de graduação
apresentado à Unidade Especializada em Ciências
Agrárias – Escola Agrícola de Jundiaí da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como
requisito parcial para a obtenção do título de
Tecnóloga em Análise e Desenvolvimento de
Sistemas.
Orientador: Prof. Dr. Taniro Chacon Rodrigues
Coorientadora: Ma. Taiana Brito Menêzes Flor
Macaíba, RN
2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede – Escola Agrícola de Jundiaí - EAJ
Silva, Larysse Savanna Izidio da.
Sistema integrado de gestão de unidades de alimentação e
nutrição / Larysse Savanna Izidio da Silva. - 2018.
80 f.: il.
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Unidade Especializada em Ciências Agrárias, Curso de
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Macaíba, RN,
2018.
Orientador: Prof. Dr. Taniro Chacon Rodrigues.
Coorientadora: Profª. Ma. Taiana Brito Menêzes Flor.
1. Sistema de informação gerencial (SIG) - Monografia. 2.
Nutrição - Monografia. 3. Unidade de alimentação e nutrição (UAN)
- Monografia. 4. Alimentação coletiva - Monografia. I. Rodrigues,
Taniro Chacon. II. Flor, Taiana Brito Menêzes. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 681.5:612.39
Larysse Savanna Izidio da Silva
SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO
Módulo de Criação e Prescrição de Cardápios
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado à Unidade Especializada em Ciências
Agrárias – Escola Agrícola de Jundiaí da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como
requisito parcial para a obtenção do título de Tecnóloga em Análise e Desenvolvimento de
Sistemas.
Aprovado em: ____ de _______ de _____.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dr. Taniro Chacon Rodrigues – EAJ/UFRN - Orientador
__________________________________________
Ma. Taiana Brito Menêzes Flor - EAJ/UFRN - Coorientadora
__________________________________________
Profª. Drª Laura Emmanuella Alves dos Santos Santana de Oliveira – EAJ/UFRN
__________________________________________
Prof. Dr. Eiji Adachi Medeiros Barbosa- IMD/UFRN
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente à Deus, por estar sempre presente em minha vida, aos
meus pais, meus irmãos, amigos e professores que me deram todo o apoio nessa jornada de
desafios e aprendizado.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus por estar sempre me guiando, dando força e coragem
para seguir em frente e dar sempre o meu melhor.
Agradeço à minha família por acreditar em mim e investir no meu futuro. Aos meus
pais, Cícero Vicente e Edineuza Izidio, por serem pais amorosos e dedicados. Aos meus
irmãos, Luiz Gustavo e Luzyana Izidio, agradeço por me proporcionarem tantos momentos de
alegria e por entenderem nas vezes em que não pude estar presente.
Agradeço a todos os meus amigos que me acompanharam na minha trajetória, em
especial: Íris, Iaslan, Arthur, Joffrey, Washi, Eric, Babi, Joel e Rayane que também se
tornaram família e trouxeram tantos momentos bons que tornaram a minha vida acadêmica
mais leve. Agradeço também a todos os amigos do Laboratório UBICOMP e dos demais
laboratórios do TAPIOCA, em especial aos meus irmãos acadêmicos: Fábio Henrique por
todas as brincadeiras e disputas sobre quem era o filho preferido e Assis Lucas por dividir
comigo os momentos de preocupação com a Monografia. Agradeço também a aos amigos
Tuany Mariah e Lucas Andrade por todo apoio e incentivo.
Agradeço a todos os meus professores e orientadores por todo o conhecimento que
adquiri tanto em sala de aula, quanto fora dela nos diversos projetos que tive o prazer de
participar. Um agradecimento especial ao meu orientador, professor e amigo Taniro
Rodrigues por todos os ensinamentos e diversos conselhos que, sem dúvidas, foram essenciais
para que eu chegasse onde cheguei. Agradeço por toda a compreensão, puxões de orelha e por
me ensinar que “é preciso dividir para conquistar” sempre que teimei em querer carregar o
mundo nas costas (risos). Obrigada por me servir de exemplo e por contribuir tanto para o
meu crescimento acadêmico e profissional. Agradeço a minha coorientadora Taiana Menezes
que me acompanhou desde o início da graduação até o final, com quem aprendi bastante sobre
a área de Nutrição. Agradeço também ao Prof. Márcio Dias, que me orientou no meu primeiro
projeto da graduação e foi o primeiro a acreditar no meu potencial, que também teve grande
contribuição para a minha vida acadêmica e por quem tenho um carinho enorme. Agradeço
também a Profª Laura Emmanuella e ao Prof. Helder Pacheco por todo o carinho.
Agradeço a EAJ e UFRN por todo apoio dado ao desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO
O desenvolvimento da tecnologia da informação tem proporcionado a criação de novas
soluções para auxiliar na gestão de organizações públicas e privadas. As Unidades de
Alimentação e Nutrição (UAN) são responsáveis pela produção e distribuição de refeições a
grupos de pessoas em diferentes tipos de estabelecimentos. A UAN possui um processo de
operacionalização complexo e o nutricionista deve gerenciar desde a estrutura física,
equipamentos e funcionários até o planejamento, execução e avaliação de cardápios entre
diversas outras atividades. Esses fatores dificultam o gerenciamento das UANs, tornando seu
funcionamento mais complexo, dependendo da quantidade e tipo de refeições produzidas.
Tendo em vista essa problemática, o objetivo dessa Monografia é apresentar o
desenvolvimento de um Sistema Integrado de Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição
(SIGUAN) que visa auxiliar o nutricionista na elaboração e prescrição de cardápios e nas
atividades de gestão da UAN. O SIGUAN teve sua arquitetura planejada com base no modelo
4+1 e foi desenvolvido com base no estilo arquitetural REST. Suas funcionalidades vão desde
a criação e prescrição de cardápios até o gerenciamento de insumos, preparações, estoque e
salas de preparação, que são partes comumente presentes nas UANs. A avaliação deste
trabalho foi realizada através da execução de um experimento controlado elaborado com base
em métodos propostos por diferentes autores, um deles foi o método GQM. Nesse
experimento o SIGUAN foi avaliado em termos de usabilidade, utilidade e produtividade em
comparação com a abordagem tradicional de criação e prescrição de cardápios utilizando o
Excel. Os resultados da avaliação mostraram que o SIGUAN atingiu os objetivos almejados.
Palavras-chave: SIG, Sistema de Informação, UAN, Alimentação Coletiva.
ABSTRACT
The information technology development has provided the creation of new solutions to assist
in the management of public and private organizations. The Food and Nutrition Units (UAN)
are responsible for the production and distribution of food to groups of people in different
types of establishments. The UAN has a complex operation process and the nutritionist must
manage everything from the physical structure, equipment and employees to the planning,
execution and evaluation of menus in addition to several other activities. These factors make
the UANs management difficult, making their operation more complex, depending on the
quantity and type of meals produced. In view of this problem, the purpose of this Monograph
is to present the development of an Integrated Management System for Food and Nutrition
Units (SIGUAN), which aims to assist the nutritionist in menus elaboration and prescribing
and in the UAN’s activities management. SIGUAN architecture was planned based on the 4 +
1 model and it was developed based on the REST architectural style. Its functionalities range
from the menus creation and prescription to the ingredients, preparations, stock and
preparation rooms management, which are common parts of UANs. The evaluation of this
work was performed through the execution of a controlled experiment elaborated based on
methods proposed by different authors, one of them was the GQM method. In this
experiment, SIGUAN was evaluated in terms of usability, utility and productivity compared
to the traditional approach to creating and prescribing menus using Excel. The results of the
evaluation showed that SIGUAN achieved the objectives.
Keywords: SIG, Information System, UAN, Collective Feeding.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Estrutura de um cardápio semanal. ........................................................................................ 16
Figura 2. Desenvolvimento iterativo e incremental. ............................................................................. 18
Figura 3. Diagrama de Sequência da comunicação entre Cliente e Servidor Web. .............................. 20
Figura 4. Exemplo de componente Vue. ............................................................................................... 22
Figura 5. Reutilização de componentes Vue. ........................................................................................ 22
Figura 6. Ciclo de vida do OpenUP. ..................................................................................................... 23
Figura 7. Modelo arquitetural de visões 4+1. ........................................................................................ 26
Figura 8. Diagrama de Casos de Uso. ................................................................................................... 27
Figura 9. Versão simplificada do Diagrama de Classes do SIGUAN. .................................................. 28
Figura 10. Arquitetura do sistema. ........................................................................................................ 31
Figura 11. Diagrama de implantação. ................................................................................................... 32
Figura 12. Diagrama de atividades da criação de cardápio. .................................................................. 33
Figura 13. Diagrama de atividades da criação de prescrição. ............................................................... 34
Figura 14. Exemplo de requisição de login. .......................................................................................... 35
Figura 15. Exemplo de envio do token. ................................................................................................. 35
Figura 16. Exemplo de solicitação de um insumo utilizando o método HTTP GET. ........................... 36
Figura 17. Exemplo de cadastro de insumo utilizando o método HTTP POST. ................................... 37
Figura 18. Exemplo de alteração dos dados de um insumo utilizando o método HTTP PUT. ............. 37
Figura 19. Exemplo se remoção de insumo utilizando o método HTTP DELETE............................... 38
Figura 20. Exemplo de prescrição de um cardápio. .............................................................................. 39
Figura 21. Template da tela de login do SIGUAN. ............................................................................... 39
Figura 22. Tela de login do SIGUAN. .................................................................................................. 40
Figura 23. Painel de controle do SIGUAN............................................................................................ 41
Figura 24. Tela de cadastro de insumo per capita. ................................................................................ 42
Figura 25. Tela de cadastro de preparação. ........................................................................................... 42
Figura 26. Tela de criação de cardápio.................................................................................................. 43
Figura 27. Tela de prescrição de cardápio. ............................................................................................ 44
Figura 28. Relatório da Cozinha. .......................................................................................................... 44
Figura 29. Nível de conhecimento em Nutrição.................................................................................... 50
Figura 30. Nível de conhecimento em Excel. ....................................................................................... 51
Figura 31. Diagrama de Classes completo. ........................................................................................... 77
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Exemplos de requisições utilizando os métodos HTTP. ....................................................... 21
Tabela 2. Requisitos funcionais. ........................................................................................................... 24
Tabela 3. Requisitos não-funcionais. .................................................................................................... 25
Tabela 4. Descrição do Diagrama de Classes. ....................................................................................... 29
Tabela 5. Tarefas executadas pelos participantes. ................................................................................. 51
Tabela 6. Questionário para a variável de Facilidade de Uso Percebida. .............................................. 54
Tabela 7. Resultados do questionário sobre facilidade de uso percebida. ............................................. 55
Tabela 9. Questionário para a variável de Utilidade Percebida. ............................................................ 55
Tabela 10. Resultados do questionário sobre utilidade percebida. ........................................................ 56
Tabela 12. Duração da execução das tarefas pelos participantes. ......................................................... 56
Tabela 13. Tempo médio de realização das tarefas. .............................................................................. 57
Tabela 14. Dados estatísticos do tempo de duração. ............................................................................. 58
LISTA DE SIGLAS
API - Application Programming Interface
EAJ – Escola Agrícola de Jundiaí
REST - Representational State Transfer
SIG – Sistema Integrado de Gestão
SIGUAN - Sistema Integrado de Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição
UAN – Unidades de Alimentação e Nutrição
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 10
1.1.1 ABORDAGEM TRADICIONAL ................................................................................... 12
1.2 VISÃO GERAL DO TRABALHO .................................................................................... 12
1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13
1.3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 13
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 13
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................. 13
2. CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................................... 15
2.1 PLANEJAMENTO E PRESCRIÇÃO DE CARDÁPIOS NA UAN ................................. 15
2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................................... 17
2.3 PROCESSO UNIFICADO ................................................................................................. 17
2.4 ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS (SOA) ................................................... 19
2.5 SERVIÇO WEB ................................................................................................................. 19
2.6 REST .................................................................................................................................. 20
2.7 VUE.JS ............................................................................................................................... 21
3. DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................... 23
3.1 INICIAÇÃO ....................................................................................................................... 23
3.2 ELABORAÇÃO ................................................................................................................. 25
3.2.1 VISÕES 4+1 .................................................................................................................... 26
3.2.2 VISÃO DE CASOS DE USO ......................................................................................... 26
3.2.3 VISÃO LÓGICA ............................................................................................................. 28
3.2.4 VISÃO DE IMPLEMENTAÇÃO ................................................................................... 30
3.2.5 VISÃO DE IMPLANTAÇÃO ........................................................................................ 32
3.2.6 VISÃO DE PROCESSOS ............................................................................................... 33
3.3 CONSTRUÇÃO ................................................................................................................. 34
3.4 TRANSIÇÃO ..................................................................................................................... 45
4. AVALIAÇÃO ..................................................................................................................... 46
4.1 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO ....................................................................................... 46
4.2 QUESTÕES ........................................................................................................................ 46
4.3 MÉTRICAS ........................................................................................................................ 47
4.4 PLANEJAMENTO ............................................................................................................. 49
4.5 PARTICIPANTES ............................................................................................................. 50
4.6 TAREFAS .......................................................................................................................... 51
4.7 ROTEIRO DO EXPERIMENTO ....................................................................................... 52
4.8 HIPÓTESES ....................................................................................................................... 53
4.9 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 54
4.10 ANÁLISE DAS MÉTRICAS ........................................................................................... 58
4.11 AMEAÇAS À VALIDADE DO EXPERIMENTO ......................................................... 60
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 62
5.1 TRABALHOS FUTUROS ................................................................................................. 62
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 64
APÊNDICE A – DETALHAMENTO DE CASOS DE USO .............................................. 67
APÊNDICE B – DIAGRAMA DE CLASSES COMPLETO ............................................. 77
9
1. INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento da Tecnologia da Informação, as empresas, instituições e
organizações públicas e privadas estão adotando cada vez mais o uso de novas tecnologias
para auxiliar na gestão devido à complexidade de suas atividades, funcionamento de
processos, envolvimento de pessoas, entidades externas e a manipulação de diversas
informações. Entre as tecnologias mais utilizadas encontram-se os Sistemas de Informação
que, no ambiente das organizações, são todos os sistemas que coletam, processam,
armazenam, analisam e distribuem informações para execução de ações e para auxiliar no
processo de tomadas de decisões, na organização e no controle de uma organização
(WAKULICZ, 2016).
A adoção dos Sistemas de Informação tem afetado significativamente o modo como
essas organizações realizam suas atividades, como as tarefas que antes eram executadas de
forma manual e atualmente são realizadas de forma automática, proporcionando mais
praticidade e rapidez. Entre os diversos tipos de Sistemas de Informação, encontram-se os
Sistemas Integrados de Gestão (SIG) que permitem a integração de várias áreas de uma
organização, aumentando a confiabilidade e a produtividade. Ao utilizar um SIG, diversos
setores como estoques, produção, logística, compras, entre outros, podem trabalhar e
desenvolver-se de forma integrada. (FERRO, 2016). Dessa forma, a organização como um
todo pode trabalhar de forma mais eficiente e obter melhores resultados. Outra vantagem dos
SIGs é a possibilidade de obter um maior controle do processo de trabalho, gerar informações
em tempo hábil, diminuir os custos e controlar os setores. Tais características impactam na
redução dos possíveis erros que podem ocorrer durante a gestão. Uma potencial aplicação
para esse tipo de sistema ocorre nas organizações que prestam serviços de saúde, como, por
exemplo, na área de Nutrição.
O campo da Nutrição possui diversas áreas de atuação, entre elas encontra-se a de
Alimentação Coletiva onde o nutricionista atua no planejamento e no controle da qualidade de
refeições, no treinamento de funcionários, na administração de custos, entre diversas outras
atividades. Além disso, o nutricionista deve supervisionar e avaliar os serviços prestados pelas
Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN), que são responsáveis pela produção e
distribuição de refeições a grupos de pessoas em diferentes tipos de estabelecimentos
(CAMPOS et al, 2016). As UANs possuem uma estrutura organizacional linear, caracterizada
por unidade de comando, representada por um nutricionista responsável e um número
reduzido de níveis hierárquicos. Esses fatores dificultam o gerenciamento das unidades de
10
alimentação, tornando seu funcionamento mais complexo, dependendo da quantidade e tipo
de refeições produzidas (COLARES, 2007COLARES).
O nutricionista é o profissional responsável por gerenciar uma equipe de funcionários,
bem como a estrutura física, equipamentos, planejamento, execução e avaliação de cardápios,
controle de custos, gestão de suprimentos entre diversas outras atividades que são de grande
importância para o funcionamento adequado da UAN (CONSELHO FEDERAL DE
NUTRICIONISTAS, 2018). Muitas dessas atividades são executadas de forma simultânea,
tornando a rotina de trabalho nas UANs bastante intensa. Os cardápios normalmente são
planejados com antecedência e compostos das receitas, também chamadas pelos especialistas
da área, os nutricionistas, de preparações, que serão servidas. É necessário especificar quais
ingredientes, ou insumos, serão utilizados para cada preparação. Para isso, deve-se especificar
a quantidade de insumos per capita, ou seja, a quantidade necessária de insumos para apenas
uma pessoa, e então calcular a quantidade necessária de insumos para as refeições que
compõem o cardápio de um dia (café da manhã, almoço, jantar, etc.) de acordo com a
quantidade prevista de usuários que irão consumir os alimentos, ou comensais. As
informações relacionadas aos funcionários, estoque, refeições, público externo, etc., são de
grande importância para o gerenciamento de uma UAN devido à complexidade das atividades
do nutricionista. O acesso a essas informações de forma ágil e prática é fundamental para
obter mais eficiência.
Nesse contexto, a utilização de um SIG para integrar diferentes áreas de uma
instituição tem grande potencial para melhoria do uso de recursos, sejam eles físicos, como
insumos, salas etc., ou de pessoal, como o nutricionista e demais funcionários envolvidos.
Com o uso de um único sistema para integrar todos os setores de uma UAN, ou pelo menos os
setores mais importantes, a comunicação interna se torna mais fácil e prática. Por exemplo, o
setor de estoque pode identificar rapidamente a quantidade de insumos que serão levados para
as salas de preparação de acordo com as informações que o setor de nutrição disponibiliza no
sistema. O nutricionista pode identificar a quantidade necessária de cada ingrediente para as
preparações com base na média de refeições servidas diariamente.
1.1 JUSTIFICATIVA
Devido a variação frequente do número de usuários que são atendidos diariamente nas
UANs, o processo de planejamento de refeições e cardápios se torna exaustivo e demanda
bastante tempo por exigir uma manipulação de per capitas e somatório de insumos que se
repetem nas preparações para solicitação diária de retirada de itens da despensa. Diante disso,
11
o uso de ferramentas computacionais como os Sistemas de Informação pode contribuir para a
diminuição do tempo gasto em uma única tarefa, disponibilizando mais tempo para as outras
atividades de gestão das UANs e reduzindo sua complexidade.
Existem no mercado diversos softwares destinados à prescrição de cardápios
individuais para acompanhamento clínico, porém, há uma escassez de ferramentas destinadas
à gestão de restaurantes institucionais.
O SchoolMeals (desenvolvido pela Teknisa) é um sistema voltado para a gestão de
merendas escolares e é destinado a empresas do ramo de alimentação escolar e a prefeituras
que desejam administrar de forma centralizada a produção e distribuição de alimentos usados
no preparo das refeições dos estudantes. O programa auxilia na redução do desperdício de
alimentos e permite o cadastro de produtos adquiridos para as merendas e a elaboração dos
cardápios que serão servidos nas escolas abastecidas. Para o controle do estoque, é necessário
instalar um aplicativo que é integrado ao sistema da central de merendas para
compartilhamento dos dados, assim a prefeitura consegue saber os alimentos que estão em
falta, o consumo médio de cada escola e determinar qual deve ser a velocidade média da
reposição. Apesar de auxiliar na elaboração de cardápios e no gerenciamento do estoque, essa
ferramenta é voltada apenas para o ambiente escolar, portanto a sua utilização em outros tipos
de UAN (como restaurantes de hospitais) se torna inviável, além de ser uma ferramenta
comercial e não se tratar de uma ferramenta aberta, o que impossibilita a expansão de suas
funcionalidades.
O Dietpro Clínico (desenvolvido pela Dietpro) é um software desenvolvido para
auxiliar o nutricionista no atendimento clínico. A ferramenta facilita o gerenciamento dos
pacientes e a realização de atividades como avaliações nutricionais, cálculos energéticos,
prescrição do plano alimentar e elaboração de cardápios individuais e modelos de dietas. Por
se tratar de um produto, a comercialização do Dietpro Clínico é disponibilizada apenas na
forma de instalação, onde cada uma apresentará características relacionadas a sua condição de
liberação e ao perfil do cliente.
O sistema TecDiet (desenvolvido pela Teknisa) é uma ferramenta que foi
desenvolvida para auxiliar no controle da produção, distribuição e custos das refeições
hospitalares. Suas funcionalidades vão desde a elaboração de refeições e avaliação dos custos
da produção até a realização de avaliação nutricional dos pacientes. Uma característica desse
software é a possibilidade de elaborar cardápios para o paciente de acordo com seu estado
nutricional, permitindo também o acesso rápido a informações como restrições, intolerância
alimentar e interação droga-nutriente no cardápio de cada paciente. Apesar de auxiliar na
12
elaboração de cardápios e no controle do estoque, o sistema não permite gerenciar alguns dos
principais setores de uma UAN como salas de preparação, equipamentos e funcionários.
1.1.1 ABORDAGEM TRADICIONAL
A UAN utilizada como modelo para a execução deste projeto foi o Restaurante
Universitário (RU) da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). No processo de planejamento e criação de cardápios dessa UAN,
os funcionários que executam as operações precisam saber toda a listagem de ingredientes e
informações necessárias para que o que foi planejado seja de fato executado. O número de
refeições varia de acordo com a quantidade de usuários da UAN, portanto há uma
preocupação diária com a otimização dos recursos. Dessa forma, não é possível trabalhar com
receitas padronizadas, pois diariamente é preciso fazer ajustes para o número de usuários
esperado. A atividade de determinar os ingredientes que vão em cada preparação é
denominada Prescrição.
A prescrição de um cardápio é feita no RU da EAJ por meio de planilhas de Excel,
havendo a necessidade diária de analisar o número de refeições e fazer constantes ajustes em
função do grau de maturação de frutas e hortaliças ou vencimento de produtos, o que
impossibilita o nutricionista trabalhar de maneira estática com quantidades pré-definidas.
Tendo em vista o cenário apresentado, o presente trabalho é proposto com o intuito de
oferecer uma ferramenta que permite gerenciar os principais setores da UAN (citados
anteriormente), que agilize o trabalho do nutricionista permitindo que os principais setores da
UAN trabalhem de forma integrada e eficiente. Além de ser uma ferramenta livre, o sistema
desenvolvido neste trabalho permite que todas as suas funcionalidades sejam expandidas, o
que se torna mais um diferencial em relação aos sistemas já existentes. Essa possibilidade de
expansão das funcionalidades ocorre pelo fato das funcionalidades do sistema estarem
disponíveis através de uma API (Application Programming Interface) aberta disponibilizada
de maneira pública.
1.2 VISÃO GERAL DO TRABALHO
O Sistema Integrado de Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição (SIGUAN) é
composto de um conjunto de módulos, onde cada módulo é responsável por gerenciar um
determinado conjunto de tarefas da UAN. O foco deste trabalho é o Módulo de Criação e
Prescrição de Cardápios, responsável por auxiliar o nutricionista no processo de planejamento
e execução de cardápios da UAN.
13
O SIGUAN surgiu de um projeto de extensão aplicado na EAJ da UFRN. O
desenvolvimento do sistema completo contou com a participação de 6 alunos do curso de
Análise e Desenvolvimento de Sistema com a colaboração de professores do curso e
nutricionistas do Restaurante Universitário da EAJ.
A solução proposta foi desenvolvida de forma a atender às necessidades do
profissional de nutrição no gerenciamento da UAN, principalmente nas atividades de
planejamento de cardápios. As ferramentas utilizadas na implementação foram escolhidas
com o intuito de facilitar o desenvolvimento e o trabalho dos integrantes do projeto.
1.3 OBJETIVOS
Nas subseções seguintes serão apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos.
1.3.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo deste trabalho é propor e implementar um sistema de apoio ao nutricionista
no planejamento e prescrição de cardápios e no gerenciamento de Unidades de Alimentação e
Nutrição.
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Como objetivos específicos podem ser citados:
• Elaboração de um modelo de sistema útil e que aumente a produtividade do
profissional de nutrição no processo de planejamento e prescrição de
cardápios;
• Implementação da API e serviços para manipulação dos dados;
• Construção do Módulo de Elaboração e Prescrição de Cardápios;
• Construção do Módulo de Geração de Relatórios;
• Construção do Módulo de Interface Web de fácil utilização.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O restante deste trabalho está organizado da seguinte forma:
• O Capítulo 2 apresenta os conceitos básicos para este trabalho;
• O Capítulo 3 descreve a arquitetura e todo o processo de desenvolvimento do
sistema;
14
• O Capítulo 4 descreve como este trabalho foi avaliado;
• O Capítulo 5 apresenta as conclusões e perspectivas de trabalhos futuros.
15
2. CONCEITOS BÁSICOS
Este Capítulo apresenta os conceitos básicos acerca das abordagens e tecnologias
utilizadas para o desenvolvimento do SIGUAN, assim como conceitos relacionados à área de
nutrição no contexto das UANs. O Capítulo 2 está organizado da seguinte forma: a Seção 2.1
que descreve os principais conceitos relacionados ao planejamento e prescrição de cardápios
em uma UAN; a seção 2.2 que apresenta o conceito de Sistemas de Informação; a seção 2.3
que descreve o Processo Unificado de desenvolvimento de software; a seção 2.4 que
apresenta o conceito da Arquitetura Orientada a Serviços; a Seção 2.5 descreve o que são e
como funcionam os serviços web; a Seção 2.6 apresenta o estilo arquitetural REST adotado
neste trabalho para a criação dos serviços web e, por fim, a Seção 2.7 descreve o framework
Vue.js utilizado para o desenvolvimento para a interface do usuário.
2.1 PLANEJAMENTO E PRESCRIÇÃO DE CARDÁPIOS NA UAN
O nutricionista é o profissional habilitado para atuar na gestão de pessoas, gestão da
estrutura física, equipamentos e utensílios, planejamento, execução e avaliação de cardápios
mudanças dos processos, nas condições e ambientes de trabalho, etc. O trabalho do
nutricionista, em uma UAN, abrange o monitoramento das boas práticas de produção,
controle higiênico-sanitário da UAN e das refeições oferecidas e o atendimento aos clientes.
Uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) envolve um complexo sistema
operacional, com procedimentos que devem ser padronizados, claros e precisos de maneira
que todos os funcionários possam executá-los com rapidez. O principal objetivo da UAN é
fornecer uma alimentação segura, que possa garantir os principais nutrientes necessários para
manter, ou recuperar a saúde de todos aqueles que usufruem do seu serviço (Fonseca, 2012).
No contexto das UANs, o cardápio é composto por menus diários onde em cada
menu são especificadas as refeições de cada dia como, por exemplo: café da manhã, almoço e
jantar. Em cada refeição devem ser especificadas as receitas que serão elaboradas e servidas.
Essas receitas são chamadas de preparações. Para elaborar uma preparação é necessário
definir a quantidade de ingrediente (também chamado de insumo) necessária para uma
pessoa, esse dado é chamado de per capita que equivale ao peso bruto do insumo. É a partir
do per capita que será calculada a quantidade necessária de ingredientes para servir o número
total de usuários previstos para uma determinada refeição. Essa previsão de usuários é
chamada de previsão de comensais. A Figura 1 apresenta a estrutura de um cardápio
semanal da UAN da EAJ.
16
Figura 1. Estrutura de um cardápio semanal.
FONTE: própria da autora.
O ato de determinar o que vai em cada preparação do cardápio e suas respectivas
quantidades é denominado prescrição. Essa determinação é baseada no cálculo da
quantidade necessária de insumos para uma preparação, esse cálculo é feito da seguinte
forma:
Q = PC*P
Onde:
Q = Quantidade total necessária de insumo.
PC = Valor do peso bruto per capita do insumo.
P = Previsão de comensais.
Cada colaborador da UAN tem sua rotina de trabalho determinada. Alguns são
designados para manipular os vegetais, outros as carnes, outros sobremesas e sucos, além do
cozinheiro, profissional responsável pela cocção e finalização das preparações. Os
funcionários que irão executar as operações precisam saber toda a listagem de ingredientes e
informações necessárias para que o que foi planejado seja de fato executado. Uma UAN
normalmente possui salas de manipulação conforme o tipo de alimento e atividade a ser
desenvolvida, a fim de evitar contaminação devido a “mistura” de alimentos e operações,
portanto é importante gerar relatórios para cada sala de preparação especificando a listagem
de ingredientes e instruções de trabalho, tais como as técnicas de cocção, que é o modo de
17
cozimento da preparação; tipo de corte do insumo, que especifica como aquele insumo deve
ser cortado; modo de preparo, etc. Esses relatórios são essenciais à correta execução do
cardápio, uso adequado dos insumos disponíveis e otimização da atividade de supervisão da
execução do cardápio por parte do nutricionista.
2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
A informação tem grande importância para as organizações, inclusive para as UANS.
Por essa razão, é importante o uso de um Sistema de Informação (SI) para organizar e
controlar informações referentes ao funcionamento das organizações em geral. Segundo
Gonçalves (2012), o conceito de SI abrange qualquer sistema que manipula dados e gera
informação. Os sistemas de informação têm por objetivo gerar informações para auxiliar no
processo de tomada de decisões. Nesses sistemas os dados são coletados, processados e
transformados em informação útil.
De acordo com Gonçalves (2012), o sucesso da aplicação de um SI ligado à tecnologia
requer a compreensão do ambiente que está recebendo o apoio do sistema. Por exemplo, para
desenvolver um SI que dê apoio às transações realizadas em um supermercado, é preciso
compreender todos os processos e procedimentos relacionados como a compra e venda de
produtos nas lojas, demandas irregulares feitas ao sistema, etc. Da mesma forma acontece a
um SI aplicado a uma UAN. É preciso entender todas as atividades que ocorrem no ambiente
e seus relacionamentos.
De acordo com Davis (1989), dentre os fatores que influenciam na aceitação de um SI
pelo usuário encontram-se as características de facilidade de uso e utilidade. Dessa forma, um
bom SI deve ser desenvolvido de forma que auxilie o usuário no seu propósito de forma útil e
que não possua um nível alto de complexidade.
2.3 PROCESSO UNIFICADO
O Processo Unificado (PU) surgiu como um processo popular para o desenvolvimento
de software visando a construção de sistemas orientados a objetos. É um processo iterativo e
adaptativo de desenvolvimento e vem ganhando cada vez mais adeptos devido a maneira
organizada e consistente que permite conduzir um projeto.
O ciclo de vida iterativo e incremental é baseado em refinamentos e incrementos
sucessivos a fim de convergir para um sistema adequado. Em cada iteração incrementa-se um
pouco mais o produto, baseando-se na experiência obtida nas iterações anteriores e no
feedback do usuário. Cada iteração pode ser considerada um miniprojeto de duração fixa,
18
sendo que cada um destes inclui suas próprias atividades de análise de requisitos, projeto,
implementação e testes (BRAZ, 2006).
Figura 2. Desenvolvimento iterativo e incremental.
FONTE: (BRAZ, 2006).
O Processo Unificado é organizado em quatro fases principais:
• Concepção: nessa fase ocorre o levantamento do escopo do projeto de uma forma
geral. Não deve existir aqui a pretensão de especificar de forma detalhada requisitos, a
ideia é ter uma visão inicial do problema, estimar de forma vaga esforço e prazos e
determinar se o projeto é viável e merece uma análise mais profunda.
• Elaboração: na fase de elaboração todos (ou a grande maioria dos requisitos) são
levantados em detalhes. Estes são implementados e servem como base de avaliação
junto ao usuário e desenvolvedores para o planejamento da próxima iteração. Em cada
nova iteração na fase de elaboração pode haver um seminário de requisitos, onde
requisitos antigos são melhor esclarecidos e novos são detalhados. Ao fim da fase,
90% dos requisitos foram levantados em detalhes, o núcleo do sistema foi
implementado com alta qualidade, os principais riscos foram tratados e pode-se então
fazer estimativas mais realistas.
• Construção: implementação iterativa dos elementos restantes de menor risco e mais
fáceis e preparação para a implantação.
• Transição: testes finais e implantação.
19
2.4 ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS (SOA)
A Arquitetura Orientada a Serviços (do inglês, Service-Oriented Architecture - SOA) é
um paradigma que determina que as aplicações sejam construídas e reorganizadas através de
serviços específicos e bem definidos que são disponibilizados por um ou mais provedores de
serviço. Essa abordagem arquitetural é utilizada para lidar com a heterogeneidade sendo
conveniente quando é necessário haver a comunicação entre diversas aplicações que são
executadas em diferentes tecnologias e plataformas. A SOA promove a interoperabilidade
entre os serviços com a utilização de protocolos padronizados e tecnologias como o SOAP
(Simple Object Access Protocol) e REST (Representational State Transfer) fazendo com que
exista um fraco acoplamento entre os elementos. Dessa forma, cada elemento define sua
própria interface de acesso de modo que a interface esteja separada da implementação, o que
proporciona maior transparência para as aplicações clientes.
2.5 SERVIÇO WEB
Serviços Web (Web Services) são sistemas de software identificados por URIs
(Uniform Resource Identifier) que possibilitam a comunicação entre diferentes máquinas
através da rede, realizando a troca de mensagens através de um protocolo de comunicação
como, por exemplo, o HTTP (Hypertext Transfer Protocol) (W3C). Esses sistemas facilitam a
interoperabilidade entre clientes e servidores fornecendo uma interface por meio da qual um
programa cliente em uma organização pode interagir com um programa servidor em outra
organização sem a necessidade de supervisão humana (COULOURIS, 2013). Em outras
palavras, ao utilizar a tecnologia Web Service, uma aplicação pode invocar outra para realizar
tarefas mesmo que as duas aplicações estejam em diferentes sistemas e escritas em linguagens
diferentes, pois a linguagem é traduzida para uma linguagem universal em um formato padrão
de transferência de dados como o XML (eXtended Markup Language) e JSON (JavaScript
Object Notation).
A comunicação entre os sistemas clientes e os serviços é baseada no paradigma
request/reply (requisição/resposta). Essa comunicação é exemplificada com um Diagrama de
Sequência ilustrado na Figura 3:
20
Figura 3. Diagrama de Sequência da comunicação entre Cliente e Servidor Web.
FONTE: própria da autora.
O cliente faz uma requisição HTTP para o servidor solicitando um determinado
recurso ou tarefa, em seguida o servidor envia uma resposta HTTP para o cliente com os
dados solicitados em um formato padrão de transferência de arquivos (XML ou JSON).
2.6 REST
O REST (REpresentational State Transfer) é um estilo de desenvolvimento de Web
Services baseado em recursos, sendo estes os conjuntos de dados que são trafegados pelo
protocolo HTTP. O REST tem sido bastante utilizado por desenvolvedores devido a suas
diversas vantagens como a garantia de que a troca de dados entre cliente e servidor seja feita
sem acoplamento entre as partes, proporcionando mais flexibilidade nas comunicações.
O Cliente interage com os recursos através dos métodos HTTP GET, POST, PUT e
DELETE, onde:
• GET: é utilizado quando existe a necessidade de se obter um recurso;
• POST: é utilizado para processamento de um recurso a partir do uso de uma
representação;
• PUT: é utilizado como forma de atualizar ou inserir um determinado recurso;
• DELETE: é utilizado para fazer a remoção de um determinado recurso.
Cada recurso é representado por uma URI (Uniform Resource Indentifier), onde toda
URI deve especificar qual o dado que será manipulado e qual método HTTP será utilizado.
Nas requisições as URIs são chamadas de substantivos enquanto os métodos HTTP são
denominados de verbos, o que significa que os métodos HTTP são os responsáveis por
21
provocar alterações nos recursos identificados pelas URIs (Saudate, 2014). A Tabela 1
mostra exemplos dessas requisições.
Tabela 1. Exemplos de requisições utilizando os métodos HTTP.
URI Verbo HTTP Corpo do JSON Descrição
/siguan/insumo GET Vazio Retorna todos os
insumos cadastrados.
/siguan/insumo POST JSON Insere um novo
insumo.
/siguan/insumo/:id PUT JSON
Atualiza um
determinado insumo
que possui o id
especificado na URI.
/siguan/insumo/:id DELETE Vazio
Remove um
determinado insumo
que possui o id
especificado na URI.
2.7 VUE.JS
O Vue.js é um framework JavaScript progressivo e de código aberto que auxilia no
desenvolvimento de interfaces de usuário. Sua diferença em relação a outros frameworks
monolíticos se dá pelo fato do Vue ter sido projetado para ser adotado de forma incremental.
A biblioteca principal concentra-se na renderização declarativa e composição de componentes
podendo ser integrada a outras bibliotecas ou projetos existentes (Vue.js, 2014). Por outro
lado, o projeto também inclui bibliotecas e ferramentas que dão suporte a criação de
aplicações maiores de página única (Single Page Application - SPA).
O Vue usa uma sintaxe de template baseada em HTML que permite vincular de forma
declarativa o DOM (Document Object Model) renderizado aos dados da instância Vue
subjacente. Todos os templates do Vue são HTMLs que podem ser interpretados pelos
navegadores. Uma outra característica do Vue é o sistema de reatividade discreta. Modelos
são objetos JavaScript simples que quando são modificados a visão é atualizada, o que torna o
gerenciamento de estado mais simples e intuitivo. O Vue fornece também uma nova
renderização otimizada sem muita complexidade. Cada componente monitora suas
22
dependências reativas durante a renderização, portanto, o sistema sabe exatamente quando
renderizar novamente e quais componentes serão renderizados.
Os componentes são importantes recursos do Vue. Quando se trata de uma aplicação
maior, é importante dividir a aplicação em componentes menores, independentes e
reutilizáveis para tornar o desenvolvimento gerenciável. Esses componentes estendem a
elementos HTML básicos para encapsular o código reutilizável. A Figura 4 mostra um
exemplo de componente Vue:
Figura 4. Exemplo de componente Vue.
FONTE: (Vue.js, 2014)
Este componente pode ser reutilizado conforme mostra a Figura 5:
Figura 5. Reutilização de componentes Vue.
FONTE: (Vue.js, 2014)
Um componente essencial de uma SPA é o Router que é responsável por
mostrar/esconder um ou mais elementos dependendo da URL que é acessada no navegador.
Bibliotecas JavaScript como o Vue fornecem uma interface fácil para alterar o que é exibido
na página com base no caminho do URL atual independentemente de como foi alterado. O
pacote vue-router fornece uma API para alterar a URL do navegador, usar botões de retorno
(histórico de hash) e passar parâmetros pela URL de uma página para outra de forma simples.
23
3. DESENVOLVIMENTO
Este Capítulo descreve a fase de desenvolvimento do sistema proposto. Visando
reduzir os riscos relacionados a possíveis imprevistos e incertezas do projeto, foi adotado o
método ágil OpenUP (Balduino, 2007) que é fundamentado no Processo Unificado (Kruchten,
2003), bastante utilizado no desenvolvimento tradicional de softwares. O OpenUP é um
método de desenvolvimento ágil e unificado que contém um conjunto mínimo de práticas que
auxiliam no processo de desenvolvimento de software. Esse modelo foi escolhido por ser
completo e propositalmente resumido, portanto não exige tecnologias específicas ou uma
equipe grande de desenvolvedores, além de ser extensível, podendo ser utilizado como base
para agregar novos processos. O OpenUP apresenta características importantes no
planejamento e implementação de sistemas orientados a objetos, uma dessas características é
a aplicação de abordagens iterativas e incrementais que seguem um ciclo de vida estruturado
baseando-se em casos de uso e cenários a fim de manter a comunicação entre os stakeholders.
Seguindo as etapas proposta pelo método OpenUP, o processo de desenvolvimento do
SIGUAN foi dividido em quatro fases que indicam os fluxos de trabalho que devem ser
enfatizados em um dado instante, dentro de todo o ciclo de vida do projeto. As fases de
desenvolvimento estão ilustradas a seguir na Figura 6:
Figura 6. Ciclo de vida do OpenUP.
FONTE: (Meira, 2010).
3.1 INICIAÇÃO
Na fase de Iniciação foi dado início ao planejamento do projeto priorizando o
processo de análise de requisitos. Como mencionado no Capítulo 1, este projeto foi planejado
com base no contexto do RU da EAJ. O levantamento de requisitos, bem como todas as
etapas que envolveram a interação com o cliente, ocorreu com a colaboração de uma
nutricionista funcionária do RU onde o sistema foi aplicado. Os requisitos são especificações
24
que definem os objetivos do sistema e como ele deve se comportar. Esta etapa é de grande
importância para obter um maior entendimento do problema e identificar a melhor forma de
solucioná-lo. Nessa fase foram executadas as principais etapas da Engenharia de Requisitos
(Nuseibeh & Easterbrook, 2000) que levaram em consideração os elementos de solução de
problemas, elaboração, negociação e especificação. Para a obtenção dos requisitos, foram
elaboradas perguntas destinadas aos usuários do sistema para que a equipe de
desenvolvimento pudesse adquirir um entendimento básico do problema. As perguntas foram
respondidas durante reuniões periódicas com a especialista em Nutrição e tinham como
objetivo esclarecer a respeito de como eram realizadas as atividades de gestão da UAN, o que
o nutricionista esperava do sistema e como o sistema seria utilizado.
Após a obtenção das informações necessárias foram definidos os requisitos funcionais,
que determinam as funcionalidades do sistema, e os requisitos não-funcionais, que podem ser
descritos como atributos de qualidade, segurança, desempenho e/ou restrições. Os principais
requisitos funcionais e não-funcionais estão apresentados na Tabela 2 e Tabela 3
respectivamente.
Tabela 2. Requisitos funcionais.
Código Descrição
RF001 Fazer login e autenticar usuário.
RF002 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
usuários.
RF003 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
insumos.
RF004 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
insumo per capita.
RF005 Cadastro, exclusão, atualização e consulta da
Análise Química de um insumo.
RF006 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
cortes.
RF007 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
salas de preparação
RF008 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
preparações.
RF009 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
cardápios.
25
RF010 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
embalagens.
RF011 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
itens no estoque.
RF012 Realizar seleção do cardápio que será aplicado a
uma semana.
RF013 Cadastro, exclusão, atualização e consulta de
prescrição.
RF014 Emitir relatórios de prescrição (Despensa e
preparações por sala).
Tabela 3. Requisitos não-funcionais.
Código Descrição
RNF001
Segurança. O sistema deverá ser usado apenas
por usuários cadastrados e autorizados por
processo de login. Todas as operações do sistema
deverão validar se o usuário possui credenciais
válidas para a operação requisitada.
RNF002 Segurança. O sistema deve guardar as senhas dos
usuários de forma criptografada.
RNF003 Portabilidade. O sistema deve ser acessado em
qualquer dispositivo conectado à internet.
RNF004 Usabilidade. O sistema deve oferecer uma
interface fácil de ser usada.
RNF005 Compatibilidade. O sistema deve ser compatível
com qualquer browser (Mozila, Chrome, Edge)
Após a definição dos requisitos, os mesmos foram validados pela nutricionista para
garantir que estavam de acordo com esperado. Após a validação foi dado início à análise
arquitetural do sistema (fase apresentada na Seção 3.2 ).
3.2 ELABORAÇÃO
Na fase de Elaboração foi enfatizado o processo de desenvolvimento da análise
arquitetural do sistema, onde foi estabelecida uma arquitetura estável a partir da qual o
sistema pôde evoluir. Por se tratar de um sistema de software complexo e com uma série de
requisitos de qualidade, a arquitetura do sistema foi planejada com o intuito de detalhar os
26
componentes de software, suas propriedades e seus relacionamentos de modo a atender os
requisitos dos usuários e facilitar o seu desenvolvimento e manutenção, bem como
proporcionar um alto nível dos atributos de qualidade como confiabilidade, usabilidade,
disponibilidade e segurança. Para realizar as especificações da arquitetura de software foi
adotado o modelo arquitetural de Visões 4+1, apresentado na Seção 3.2.1 .
3.2.1 VISÕES 4+1
O modelo arquitetural de Visões 4+1 foi criado por Kruntchen (1995) e propõe
organizar a especificação da arquitetura de software em torno de quatro visões concorrentes e
fazer uma ilustração a partir de alguns casos de uso selecionados ou cenários que se tornam
uma quinta visão (Figura 7).
Figura 7. Modelo arquitetural de visões 4+1.
FONTE: própria da autora.
3.2.2 VISÃO DE CASOS DE USO
Esta visão ilustra as funcionalidades do sistema a partir de um conjunto de casos de
uso especificados conforme a necessidade dos stakeholders do projeto. Os cenários são uma
abstração dos requisitos mais importantes. Nessa visão, esses cenários são usados para
identificar elementos arquitetônicos e ilustrar e validar o projeto de arquitetura. Esta visão é
chamada de ‘+1’, pois ela serve para descobrir os elementos arquitetônicos durante o projeto
da arquitetura e como uma função de validação e ilustração após a conclusão do projeto. A
Figura 8 apresenta o diagrama de casos de uso que ilustra as principais funcionalidades
oferecidas pelo sistema e o modo como os atores interagem com as mesmas.
27
Figura 8. Diagrama de Casos de Uso.
FONTE: adaptada do projeto SIGRU.
O sistema desenvolvido contempla quatro atores, que são:
1. Nutricionista: usuário que possui o maior nível de permissão no sistema. É
responsável por realizar as principais funcionalidades, como o gerenciamento
de todos os registros cadastrados, elaboração de cardápios e preparações,
emissão de relatórios e controle dos demais usuários;
2. Estagiário de Nutrição: possui autorização para realizar parte das
funcionalidades do sistema, como o gerenciamento de parte dos registros
cadastrados e emissão de relatórios. O ator Estagiário de Nutrição não possui
autorização para gerenciar os demais usuários do sistema.
3. Almoxarife: responsável por realizar o controle de entrada e saída de itens do
estoque;
4. Usuário Externo: utiliza o sistema para visualizar os cardápios semanais.
O detalhamento dos casos de uso está disponível na seção de Apêndice A.
28
3.2.3 VISÃO LÓGICA
A Visão Lógica abrange principalmente os requisitos funcionais, os quais serão
disponibilizados ao usuário final em termos de serviços. Esta visão foi representada neste
projeto através do diagrama de classes, responsável por descrever o conjunto de classes e seus
relacionamentos lógicos, especificando suas associações, composições, heranças e assim por
diante. A Figura 9 mostra o diagrama de classes simplificado com a representação das
principais classes do sistema e seus respectivos atributos e relacionamentos. A versão
completa do diagrama pode ser encontrada no Apêndice B.
Figura 9. Versão simplificada do Diagrama de Classes do SIGUAN.
FONTE: adaptação do projeto SIGRU
A Tabela 4 apresenta as descrições das classes especificando o que cada uma
representa.
29
Tabela 4. Descrição do Diagrama de Classes.
Classe Descrição
Usuario
Classe que representa o usuário que irá utilizar o
sistema. Possui atributos que indicam os dados do
usuário como nome e tipo.
Login Classe que representa o login e possui atributos que
indicam os dados para a autenticação do usuário.
Insumo
Classe que representa o item do ingrediente. Possui
atributos que indicam informações como nome, tipo
e unidade base.
InsumoPerCapita
Classe que representa o ingrediente necessário para
apenas uma pessoa. Possui atributos que indicam o
nome, peso bruto, peso limpo e tipo de corte
aplicado.
TipoCorte
Classe que representa o tipo de corte que deve ser
aplicado ao insumo per capita. Possui atributos que
indicam o nome e a descrição do corte.
ItemEstoque
Classe que representa o insumo disponível no
estoque. Possui atributos que indicam o nome do
item, quantidade, unidade, entrada (operação de
entrada ou saída), responsável e data da operação.
Unidade
Classe que representa a embalagem do insumo.
Possui atributos que indicam o nome (Ex.: caixa,
pacote, etc.), a unidade base (Ex.: grama, litro, etc.)
e o multiplicador.
Preparacao
Classe que representa a receita que será preparada
em cada refeição. Possui atributos que indicam
nome, ingredientes, modo de preparo, local de
preparo, técnica de cocção, etc.
SalaDePreparo
Classe que representa o local onde as preparações
são produzidas. Possui atributos que indicam o
nome, descrição e número de funcionários.
MenuAplicado
Classe que representa um menu aplicado a um dia
da semana. Possui atributos que indicam a data, as
refeições e a previsão de comensais (usuários da
UAN).
CardapioAplicado Classe que representa um cardápio semanal
contendo um conjunto de menus diários. Possui
atributos que indicam o nome, os menus e o usuário
30
responsável.
Prescricao
Classe que representa uma prescrição, onde é
especificado a quantidade necessária dos insumos
para preparar as refeições de um dia específico.
Possui atributos que indicam o cardápio aplicado, a
data, o responsável e a lista de itens que serão
retirados do estoque especificando suas respectivas
quantidades.
3.2.4 VISÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
A visão de implementação ilustra o sistema do ponto de vista do desenvolvedor a
respeito de como o sistema será implementado. Visando atingir os objetivos do trabalho, a
arquitetura da aplicação desenvolvida foi planejada com base no estilo arquitetural em
camadas. A arquitetura em camadas proporciona maior facilidade de compreensão, pois
utiliza níveis crescentes de abstração particionando problemas complexos em passos
sequenciais e incrementais, além de tornar o sistema mais flexível, o que facilita a
manutenção (LARMAN, 2004). As camadas foram organizadas de forma hierárquica de
modo que cada camada oferece o serviço para a camada superior e faz uso do serviço
oferecido pela camada inferior. A arquitetura proposta para o desenvolvimento do SIGUAN
está representada na Figura 10.
31
Figura 10. Arquitetura do sistema.
FONTE: própria da autora.
A arquitetura está representada em cinco camadas. A camada de Mapeamento
Objeto-Relacional é responsável pela Persistência dos dados no Banco de Dados MySQL.
O modelo dos dados que serão persistidos é determinado pela camada Modelo, que representa
a especificação das regras de negócios e as estruturas dos dados que serão armazenados na
base de dados.
A camada de Serviços RESTful compreende os Serviços Web baseados em REST
que serão utilizados pelo frontend para se comunicar com o backend e realizar a troca de
recursos utilizando os métodos HTTP. O frontend faz uma requisição e o backend retorna a
resposta com o recurso solicitado. Os recursos trafegam em um formato de transferência de
dados específico, no caso do SIGUAN, o formato adotado foi o JSON, pois é um formato leve
e de fácil interpretação.
A camada do Frontend Vue.js é uma aplicação web que serve de interface para que o
usuário possa interagir com as funcionalidades do sistema.
32
3.2.5 VISÃO DE IMPLANTAÇÃO
Esta visão demonstra o ambiente de execução do sistema e foca nos aspectos da
topologia e organização de componentes de software na camada física, além das conexões
físicas entre esses componentes. Nesta fase foram levados em consideração principalmente os
requisitos não funcionais do sistema, como disponibilidade, escalabilidade, confiabilidade e
desempenho a fim de identificar a melhor forma possível para mapear os artefatos de software
ao hardware responsável por hospedar esses artefatos. A arquitetura de implantação deste
projeto foi representada pelo diagrama de implantação representado na Figura 11.
Figura 11. Diagrama de implantação.
FONTE: própria da autora.
Como é possível observar na Figura 11, os componentes desse sistema foram
organizados da seguinte forma: O Cliente representa a interface gráfica do sistema (frontend)
que faz referência ao browser que se encarrega de fazer a comunicação com o servidor através
do protocolo HTTP e utiliza os métodos que permitem o acesso às funcionalidades do
sistema. O Servidor armazena as regras de negócio que definem como os dados serão
acessados e processados. Este componente é responsável por fazer a comunicação entre o
banco de dados e o cliente. Por fim, o Banco de Dados que faz referência a todos os registros
existentes. A comunicação do servidor com o banco de dados é realizada através do JDBC
(Java Database Connectivity) que se trata de uma API que possui um conjunto de rotinas e
padrões em Java que fazem o envio de instruções SQL para o banco de dados relacional.
33
3.2.6 VISÃO DE PROCESSOS
A visão de processos aborda os aspectos dinâmicos do sistema e demonstra toda a
comunicação entre seus processos. Nesta etapa foram descritos como as principais abstrações
da visão lógica se enquadram na visão de processos. Alguns requisitos não-funcionais foram
levados em consideração para o planejamento desta visão, como desempenho,
disponibilidade, integridade e tolerância a erros. Para representar a arquitetura de processos
do sistema desenvolvido, foram elaborados diagramas de atividades responsáveis por
descrever o fluxo de atividades dos processos. A Figura 12 apresenta o diagrama de
atividades que descreve as etapas para a criação de um cardápio no sistema. Primeiramente o
usuário deve inserir um nome para o cardápio, em seguida criar os menus e fazer uma busca
nas preparações cadastradas e selecionar as que deseja incluir em cada menu.
Figura 12. Diagrama de atividades da criação de cardápio.
FONTE: própria da autora.
A Figura 13 apresenta o diagrama de atividades da criação de uma prescrição.
Primeiramente o usuário deve inserir a data da prescrição, em seguida fazer uma busca pelos
34
cardápios aplicados cadastrados no sistema e selecionar o cardápio desejado. Após
selecionado o cardápio aplicado, o usuário deve escolher os menus que deseja prescrever. Ao
salvar a prescrição, o sistema realiza o cálculo da quantidade dos insumos que serão
necessários para as preparações dos menus selecionados na prescrição e faz a retirada dos
itens do estoque de forma automática.
Figura 13. Diagrama de atividades da criação de prescrição.
FONTE: própria da autora.
3.3 CONSTRUÇÃO
Na fase de Construção foi dado início ao processo de implementação do sistema com
base na arquitetura apresentada na seção anterior. A equipe de desenvolvimento é composta
por 6 programadores e 1 gerente de projeto responsável por coordenar a equipe, mas tendo em
vista o foco desta Monografia, nesta seção serão apresentadas com mais ênfase as
implementações realizadas pela autora do trabalho.
O processo de construção foi realizado de forma iterativa e incremental, os requisitos
foram transformados em componentes executáveis para que, ao final de cada iteração,
houvesse um produto executável que pudesse ser testado pelo usuário e assim obter um
feedback contínuo e achar possíveis erros ou má interpretação dos requisitos.
A camada de Mapeamento Objeto-Relacional foi implementada utilizando o
framework Hibernate para mapear as classes Java em tabelas do banco de dados relacional.
Além de realizar o mapeamento objeto relacional, a ferramenta também disponibiliza
35
mecanismos de consulta de dados, o que permite uma redução considerável no tempo de
desenvolvimento da aplicação. Para realizar a persistência dos dados, o Hibernate faz uso da
API JDBC para fazer o envio de instruções SQL para o banco de dados.
Para ter acesso a maioria das funcionalidades do SIGUAN é necessário realizar a
autenticação no sistema para garantir a segurança dos dados. O único recurso que não
necessita de autenticação para ser acessado é o do cardápio semanal, pois este recurso foi
disponibilizado para que o público externo pudesse visualizar o cardápio da semana. Os
demais recursos só podem ser acessados por usuários autenticados. Além das funcionalidades
de gerenciamento de recursos, o SIGUAN também dispõe de um serviço responsável por
realizar essa autenticação de forma segura. Para isso, o cliente (frontend) envia um JSON
contendo os dados de autenticação do usuário (login e senha) através de uma requisição
HTTP POST. A Figura 14 apresenta um exemplo de solicitação de login.
Figura 14. Exemplo de requisição de login.
FONTE: própria da autora.
O backend verifica se os dados de login estão corretos e manda uma resposta HTTP
passando no corpo do JSON os dados do usuário autenticado e um token no cabeçalho. O
token é uma chave única utilizada como um identificador do usuário que está autenticado.
Esta chave é verificada sempre que o cliente faz uma solicitação a um serviço. O token deve
ser passado no cabeçalho do JSON seguindo o padrão “Authorization: bearer token” como
mostra a Figura 15.
Figura 15. Exemplo de envio do token.
36
FONTE: própria da autora.
A Figura 16 apresenta um exemplo de solicitação do recurso insumo de id=1
utilizando o método HTTP GET. A resposta enviada pelo servidor é um objeto JSON
contendo os dados do insumo solicitado.
Figura 16. Exemplo de solicitação de um insumo utilizando o método HTTP GET.
FONTE: própria da autora.
Além da solicitação de recursos, o SIGUAN também oferece serviços contendo
métodos para inserir registros no banco de dados. Nesse caso, o cliente (frontend) faz uma
requisição HTTP POST enviando um objeto JSON que contém os dados do recurso que
deseja inserir. A resposta enviada pelo servidor é um objeto JSON contendo o id do insumo
cadastrado. A Figura 17 mostra um exemplo de cadastro de um insumo.
37
Figura 17. Exemplo de cadastro de insumo utilizando o método HTTP POST.
FONTE: própria da autora.
Outra funcionalidade oferecida é a opção de edição de registros. Para isso, o cliente
faz uma requisição HTTP PUT enviando um objeto JSON que contém os dados do recurso
que deseja alterar. Também é necessário especificar o id do recurso na URI. O servidor envia
uma resposta contendo o objeto JSON com os dados do recurso que foi alterado. A Figura 18
mostra um exemplo de edição de cadastro de insumo que possui id=234.
Figura 18. Exemplo de alteração dos dados de um insumo utilizando o método HTTP PUT.
FONTE: própria da autora.
38
O SIGUAN também oferece serviços com métodos para remover registros do banco
de dados. Para isso, o cliente faz uma requisição HTTP DELETE especificando na URI o id
do recurso que deseja remover, por exemplo, na Figura 19 o id é 234. O servidor apresenta
como resposta o conteúdo vazio e o status 204 No Content.
Figura 19. Exemplo se remoção de insumo utilizando o método HTTP DELETE.
FONTE: própria da autora.
Uma das principais funcionalidades implementadas foi o serviço de prescrição de
cardápios. Este serviço é responsável por calcular a quantidade de insumos necessária para as
preparações de um cardápio levando em consideração a lista de ingredientes de cada
preparação e o número de comensais previsto para cada refeição. Para prescrever um cardápio
é necessário que o cliente envie um objeto JSON contendo as informações das previsões de
comensais e o cardápio que deseja prescrever composto das preparações que contém as listas
de ingredientes. Ao receber o objeto de Prescrição, o serviço se encarrega de realizar o cálculo
dos insumos necessários e preenche as listas de itens para cada refeição informando suas
respectivas quantidades. A Figura 20 mostra um exemplo da criação de uma prescrição
utilizando o método HTTP POST.
39
Figura 20. Exemplo de prescrição de um cardápio.
FONTE: própria da autora.
A camada Frontend Vue JS representa uma aplicação web desenvolvida com o
framework Vue JS que serve como uma interface para o usuário. Essa aplicação representa o
cliente que irá consumir os serviços e manipular os recursos. A interface foi construída com
base em componentes independentes e reutilizáveis a fim de simplificar o desenvolvimento e
torna-lo gerenciável. Também foi utilizado o template AdminLTE1 do Boostrap. O Vue JS
usa uma sintaxe de templates baseada em HTML que são interpretados pelo navegador e os
componentes da aplicação são exibidos para o usuário. A Figura 21 mostra o trecho de
código do template da tela de login do SIGUAN utilizando o framework Vue JS.
Figura 21. Template da tela de login do SIGUAN.
1 https://adminlte.io/
40
FONTE: própria da autora.
A Figura 22 apresenta os componentes da tela de login que são apresentados para o
usuário.
Figura 22. Tela de login do SIGUAN.
FONTE: Própria da autora.
O painel de controle, apresentado na Figura 23, possui uma área de trabalho onde é
exibido o conteúdo do sistema e uma barra lateral com o menu de opções de trabalho
disponíveis que são as seguintes:
1. Insumos: Usada sempre que há a necessidade de cadastrar, alterar ou excluir insumos,
insumos per capita ou um tipo de corte no sistema. Para cadastrar um per capita é
necessário o cadastro do insumo associado ao per capita. Uma vez definido, um per
capita pode ser usado sempre que necessário.
2. Preparação: Usada quando há a necessidade de cadastrar, alterar ou excluir uma
preparação ou uma sala de preparação. Para o cadastro de uma preparação é necessário
definir os per capitas que serão usados.
3. Cardápios: Usada quando há a necessidade de cadastrar, alterar ou excluir um
cardápio. Para o cadastro de um cardápio é necessário cadastrar previamente as
preparações que serão utilizadas.
4. Estoque: Usada quando há a necessidade de cadastrar, alterar ou excluir itens no
estoque ou embalagens nas quais um insumo pode vir a dar entrada no estoque.
41
5. Prescrições: Usada quando há necessidade de prescrever menus.
6. Usuários: Usada quando há a necessidade de cadastrar, alterar ou excluir usuários do
sistema.
7. Exibição de cardápios: No centro da tela é exibido o cardápio da semana contendo os
menus diários e suas respectivas preparações.
Figura 23. Painel de controle do SIGUAN.
FONTE: própria da autora.
A tela de cadastro de insumo per capita, apresentada na Figura 24, possui um
formulário onde o usuário deve inserir os seguintes dados: 1- ingrediente (que é o insumo
que já deve ter sido cadastrado anteriormente); 2- observações; 3- especificar se o per capita é
condimento ou não; 4- selecionar o tipo de corte (que já deve ter sido cadastrado
anteriormente); 5- informar o peso limpo, peso bruto e o fator de correção do insumo per
capita.
42
Figura 24. Tela de cadastro de insumo per capita.
FONTE: própria da autora.
Na tela de cadastro de preparação (Figura 25) o usuário insere as informações das
receitas que serão servidas na UAN. Uma vez cadastrada, a preparação pode ser reutilizada
posteriormente sempre que for necessário, sem a necessidade de inserir as mesmas
informações novamente, o mesmo serve para os insumos e cardápios. Os dados requeridos
para o cadastro das preparações são: 1- nome, 2- ingredientes (que são os insumos per
capitas que já devem ter sido cadastrados anteriormente), 3- cor predominante da
preparação, 4- textura, 5- grupo de alimentos ao qual a preparação pertence, 6- aspecto
gorduroso, 7- técnica de cocção, 8- nível de enxofre, 9- sala de preparo onde a preparação
deve ser produzida, 10- nível de sódio da preparação, 11- informar se a preparação é
vegetariana e, por fim, 12- informar como a preparação deve ser preparada.
Figura 25. Tela de cadastro de preparação.
43
FONTE: própria da autora.
Na tela de planejamento e criação de cardápios (Figura 26) os dados requeridos para o
cadastro do cardápio são: 1- nome e 2- dados dos menus diários. Cada menu diário deve
possuir um nome e as preparações para cada refeição. Não é obrigatório o preenchimento de
todas as refeições.
Figura 26. Tela de criação de cardápio.
FONTE: própria autora.
Os dados requeridos para o cadastro de prescrição são: 1- data, 2- cardápio aplicado
(que é o cardápio semanal com menus aplicados a uma data específica), 3- seleção dos menus
que deseja prescrever e informação a respeito da previsão de comensais para cada refeição. A
Figura 27 apresenta a tela de cadastro da prescrição de um cardápio.
44
Figura 27. Tela de prescrição de cardápio.
FONTE: própria autora.
A partir da prescrição o usuário poderá gerar os relatórios de cada sala de preparação,
que são: 1- Sala de Vegetais: que contém todos os insumos que são vegetais, 2- Sala de
Carnes: composto pelos insumos que são carnes e 3- Cozinha: que contém os demais
insumos. Além de gerar o relatório de Requisição Diária que contém todos os insumos que
serão retirados da despensa pelo almoxarife. A Figura 28 apresenta um exemplo de relatório
da cozinha.
Figura 28. Relatório da Cozinha.
45
FONTE: própria autora.
3.4 TRANSIÇÃO
A fase de Transição enfatizou o processo de implantação do sistema com foco na
realização de testes para verificar se o sistema consegue suprir as necessidades dos usuários.
Esta etapa compreendeu a configuração do ambiente de produção e o treinamento dos
usuários do sistema. A princípio o sistema foi disponibilizado online para que a nutricionista
integrante do projeto pudesse utiliza-lo e retornar informações sobre erros, ajustes e
sugestões. O próximo passo do projeto nesta fase é disponibilizar o SIGUAN para ser
utilizado no ambiente do RU pelos demais funcionários e continuar a fase de testes nesse
ambiente.
46
4. AVALIAÇÃO
Este Capítulo descreve o processo de avaliação do SIGUAN realizado através da
execução de um experimento controlado baseado no método proposto por Jedlitschka at al.
(2008). O experimento teve como objetivo investigar se as funcionalidades do sistema
desenvolvido atingem os objetivos deste trabalho (especificados no Capítulo 1) e avaliar o
nível de complexidade, utilidade e produtividade do sistema em comparação com um método
tradicional de planejamento e prescrição de cardápios em UANs.
4.1 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO
Os objetivos da avaliação partiram dos objetivos estabelecidos para esta Monografia e
foram definidos com base na metodologia Goal, Question, Metric (GQM) proposta por Basili
at al. (1992). O paradigma GQM é uma abordagem orientada a objetivos bastante utilizada em
engenharia de software para a avaliar produtos e processos de software. Essa abordagem parte
do princípio de que toda a coleta dos dados deve ser baseada num fundamento lógico, em um
objetivo que é documentado de forma explícita (FONTOURA et al., 2004). O primeiro passo
seguindo o método GQM é definir os objetivos que serão alcançados no processo de
avaliação.
Como especificado no Capítulo 1, os objetivos deste trabalho são: (i) Elaboração de
um modelo de sistema útil e que aumente a produtividade do profissional de nutrição no
processo de planejamento e prescrição de cardápios; (ii) Implementação de serviços para
manipulação dos dados; (iii) Construção do Módulo de Elaboração e Prescrição de
Cardápios; (iv) Construção do Módulo de Geração de Relatórios; (v) Construção do Módulo
de Interface Web de fácil utilização. Estes objetivos foram aperfeiçoados para dar origem ao
objetivo (Goals) do experimento controlado:
Objetivo 1 (G1): Analisar o SIGUAN no processo de planejamento e prescrição de
cardápios com o propósito de avaliar sua eficácia com relação à usabilidade percebida,
utilidade percebida e produtividade no contexto da UAN.
A partir do objetivo da avaliação foram elaboradas questões (Questions) que refinam o
objetivo de forma quantitativa. As questões estão especificadas a seguir na Seção 4.2 .
4.2 QUESTÕES
Um conjunto de questões foi elaborado a partir do objetivo a fim de especificar as
métricas adequadas para a avaliação. As questões identificam a informação necessária para
atingir o objetivo e as métricas irão definir os dados a serem coletados para responder as
47
perguntas. Foram elaboradas três questões (Q1 a Q3), onde todas refinam o Objetivo 1 (G1).
A questão Q1 está relacionada à característica de usabilidade, a questão Q2 possui foco na
característica de utilidade e a questão Q3 tem como alvo a característica de produtividade.
• Q1: O SIGUAN é fácil de usar?
• Q2: O SIGUAN ajuda no planejamento e prescrição de cardápios?
• Q3: O SIGUAN é eficiente no processo de planejamento e prescrição de cardápios em
termos de tempo quando comparado com o método tradicional?
4.3 MÉTRICAS
As métricas (Metrics) foram definidas com base nas questões quantitativas
especificadas na Seção 4.2 a fim de obter respostas para essas questões. Essas métricas
avaliam quantitativamente a abordagem automatizada proporcionada pelo SIGUAN para o
planejamento de cardápios no contexto das UANs. Esta avaliação foi feita com base nas
variáveis: (i) facilidade de uso percebida, (ii) utilidade percebida e (iii) esforço de trabalho.
Avaliar o nível de aceitação do usuário de Sistema de Informação é de grande
importância para determinar a eficácia do sistema. Diante disso, a métrica M1 foi definida
com base na variável de facilidade de uso percebida que se refere à “o grau em que uma
pessoa acredita que usar um determinado sistema estaria livre de esforço” (DAVIS, 1989).
Para a obtenção de M1 foi elaborado um questionário, baseado na teoria de Davis (1989), que
avalia o nível de concordância do usuário com algumas afirmações sobre a facilidade de uso
percebida. As respostas do questionário baseiam-se na escala de Likert (LIKERT, 1932)
podendo variar de 1 a 5, onde:
• 1 = Discordo totalmente;
• 2 = Discordo;
• 3 = Indiferente;
• 4 = Concordo;
• 5 = Concordo totalmente.
A métrica M1 é obtida através da média ponderada dos resultados do questionário,
como mostra a expressão:
48
Onde:
Q = Número da questão sobre Facilidade de Uso Percebida;
P = Número de participantes.
A partir dos valores de M1 é possível identificar a opinião dos participantes em
relação a facilidade de uso do SIGUAN. Caso os valores obtidos para M1 sejam elevados,
isso aponta que os candidatos consideram fácil de ser utilizada a abordagem automatizada de
criação de cardápios e prescrições com o SIGUAN. Caso os valores sejam baixos, isso
significa que os candidatos consideraram difícil a utilização do SIGUAN para a criação de
cardápios e prescrições.
A métrica M2 foi definida com base na variável de utilidade percebida que é definida
como “o grau em que uma pessoa acredita que usar um determinado sistema aumentaria seu
desempenho no trabalho” (DAVIS, 1989). A métrica M2 foi obtida através de um
questionário, baseado na teoria de Davis (1989), que avalia o nível de concordância do
usuário com algumas afirmações sobre a utilidade percebida. As respostas do questionário
também se baseiam na escala de Likert (LIKERT, 1932).
A métrica M2 é obtida através da média ponderada dos resultados do questionário,
como mostra a expressão:
Onde:
Q = Número da questão sobre Utilidade Percebida;
P = Número de participantes.
A partir dos valores de M2 é possível identificar a opinião dos participantes em
relação a utilidade do SIGUAN. Caso os valores obtidos para M2 sejam elevados, isso aponta
que os candidatos consideram útil a abordagem automatizada de criação e prescrição de
cardápios com o SIGUAN. Caso os valores sejam baixos, isso significa que os candidatos não
consideraram útil a utilização do SIGUAN para a criação e prescrição de cardápios.
A métrica M3 foi definida com base na variável de esforço de trabalho que se refere
ao tempo total gasto por cada grupo na execução das tarefas do experimento controlado
levando em consideração as abordagens tradicional e automatizada com o SIGUAN. A
métrica M3 foi obtida através do somatório do tempo gasto pelos candidatos integrantes dos
grupos.
A métrica M3 é obtida através da expressão:
M3 ∑ Tempo de Duração da Tarefa {A; G}
49
Onde:
A = Abordagem utilizada pelo participante na execução da tarefa;
G = Grupo ao qual o participante pertence.
A partir dos valores de M3 é possível identificar o tempo necessário para executar as
tarefas em cada abordagem. Caso os valores obtidos para M3 sejam elevados, isso significa
que a abordagem utilizada exige um esforço maior para a execução das tarefas de elaboração
de cardápios e prescrições. Caso os valores sejam baixos, isso significa que abordagem
utilizada exige um esforço menor para a execução das tarefas de elaboração de cardápios e
prescrições.
4.4 PLANEJAMENTO
O experimento controlado foi dividido em duas etapas. Na primeira etapa, ocorreu o
processo de treinamento dos participantes para a utilização do modo tradicional de criação e
prescrição de cardápios. Esse treinamento se fez necessário tendo em vista que os
participantes não possuíam conhecimento nem experiência com atividades relacionadas ao
planejamento de cardápios. No treinamento foram apresentados os conceitos e estrutura da
UAN, em seguida os participantes receberam orientações a respeito das etapas de
planejamento e prescrição de cardápios e por último foram apresentadas as principais
funcionalidades do SIGUAN. Em seguida, ainda na primeira etapa, os participantes
responderam a um questionário de avaliação acadêmica, pessoal e profissional a fim de
coletar informações relacionadas a suas experiências e habilidades com ferramentas
computacionais e com atividades de planejamento e prescrição de cardápios. Com base nas
respostas do questionário, foi identificado que os participantes se encontravam dentro do
padrão esperado e, portanto, nenhum participante foi excluído do experimento. Também
foram disponibilizados slides com as orientações dadas no treinamento e o manual do
SIGUAN como materiais de apoio para a realização das tarefas.
A segunda etapa compreendeu a execução de atividades de criação e prescrição de
cardápios utilizando uma abordagem tradicional fazendo uso da ferramenta Excel e, em
seguida, utilizando a abordagem automatizada com o SIGUAN para executar as tarefas do
experimento (especificadas na Seção 4.6 ). Primeiramente foi realizado um sorteio para
dividir os participantes em dois grupos (Grupo 1 e Grupo 2). Em seguida, um segundo sorteio
foi realizado para determinar qual abordagem seria utilizada primeiro por cada grupo. Com
base no resultado do sorteio, foi determinado que o Grupo 1 utilizaria primeiro a abordagem
50
automatizada com o SIGUAN e a abordagem tradicional com o Excel depois, enquanto o
Grupo 2 realizaria a abordagem tradicional com o Excel primeiro e, em seguida, a abordagem
automatizada com o SIGUAN.
4.5 PARTICIPANTES
O perfil dos participantes esperado para a participação no experimento abrange: (i)
nível educacional, (ii) nível de experiência com ferramentas computacionais, (iii) nível de
conhecimento no campo de alimentação coletiva. O experimento contou com a participação
de 8 alunos de Graduação da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN). Os participantes foram convidados a participar do experimento
de forma voluntária. Nenhum dos participantes teve envolvimento com o planejamento do
experimento de avaliação e todos assinaram um formulário de consentimento contendo a
descrição do procedimento, termos de confidencialidade e esclarecimento dos benefícios que
o experimento proporcionaria e da liberdade de desistência. O formulário de caracterização
mostrou que 100% dos participantes possuem conhecimento avançado em informática. Em
relação ao conhecimento na área de nutrição (Figura 29), apenas dois participantes
declararam ter conhecimento básico, enquanto 6 participantes declararam não possuir
conhecimento na área.
Figura 29. Nível de conhecimento em Nutrição.
FONTE: própria da autora.
Em relação ao nível de conhecimento em Excel (Figura 30), as respostas do
formulário de caracterização mostraram que metade dos participantes possui nível básico de
conhecimento, enquanto 37,5% possui nível médio e 12,5% possui nível avançado de
conhecimento na ferramenta.
51
Figura 30. Nível de conhecimento em Excel.
FONTE: própria da autora.
4.6 TAREFAS
Um conjunto de tarefas foi elaborado para serem executadas pelos participantes de
forma a possibilitar a coleta das métricas para a avaliação. As tarefas elaboradas estão
dispostas na Tabela 5.
Tabela 5. Tarefas executadas pelos participantes.
Tarefa Descrição
T1 Criar uma lista de 11 insumos especificando informações como o nome, embalagem e
o valor do peso bruto per capita de cada insumo.
T2
Criar uma lista de 5 preparações especificando informações como o nome, modo de
preparo, insumos que serão utilizados com seus respectivos valores de peso bruto per
capita e a sala onde a refeição será preparada. A preparação será composta pelos
insumos cadastrados na Tarefa 1.
T3
Criar um cardápio com apenas um menu referente ao dia de Segunda-feira. O menu
deve possuir três refeições (desjejum, almoço e jantar) e as refeições devem ser
compostas pelas preparações criadas na Tarefa 2. Atribuir uma data ao cardápio
criado e determinar a quantidade de comensais (usuários) prevista para cada refeição.
T4
Realizar a prescrição do cardápio criado na Tarefa 3. A prescrição deve ser gerada
através do cálculo da quantidade necessária de cada insumo para o preparo das
receitas, levando em consideração a previsão de comensais para cada refeição. Para
obter a quantidade necessária de insumos, deve-se fazer a multiplicação do peso bruto
52
per capita do insumo pela previsão de comensais da refeição.
T5
Gerar um relatório para cada sala de preparação determinando os insumos que serão
utilizados, as quantidades de cada insumo e as instruções de trabalho para os
funcionários. Os insumos determinados na prescrição do cardápio devem ser
separados nos relatórios de acordo com seu tipo, os que forem vegetais entram no
relatório da Sala de Vegetais, os que forem carnes entram para o relatório da Sala de
Carnes e os demais insumos vão para o relatório da Sala de Cocção (Cozinha).
Todos os participantes executaram as mesmas tarefas de maneira sequencial e na
mesma ordem tendo em vista que, com exceção da T1, cada tarefa depende dos resultados da
tarefa anterior para serem executadas.
4.7 ROTEIRO DO EXPERIMENTO
Esta seção descreve o roteiro de atividades para o procedimento aplicado. O
experimento controlado foi executado em um laboratório de informática onde haviam
computadores disponíveis para todos os participantes. As etapas do procedimento estão
definidas a seguir:
1. Ao chegar no laboratório o participante recebe o formulário de consentimento
contendo os termos de participação do experimento e realiza o preenchimento;
2. É realizado o processo de treinamento dos participantes para o procedimento
tradicional de criação e prescrição de cardápios e para o procedimento automatizado
com o SIGUAN;
3. Os participantes recebem o formulário de qualificação e realizam o preenchimento;
4. O material de apoio é distribuído entre os participantes;
5. É realizado o sorteio para definir os participantes do Grupo 1 e do Grupo 2 e um
segundo sorteio para definir qual grupo começa com a abordagem tradicional e qual
grupo começa com a abordagem automatizada com o SIGUAN.
6. É dado início à execução das tarefas pelos participantes.
6.1 Na primeira etapa os participantes do Grupo 1 executam as tarefas utilizando a
abordagem automatizada com o SIGUAN, enquanto os participantes do Grupo 2
executam as tarefas utilizando a abordagem tradicional com o Excel.
53
6.1.1 Ao final de cada tarefa o avaliador analisa se a mesma foi completada
corretamente;
6.1.2 O avaliador verifica o tempo gasto na execução de cada tarefa;
6.1.3 Após a execução de todas as tarefas, os participantes preenchem os
questionários de avaliação;
6.2 Na segunda etapa os participantes do Grupo 1 executam as tarefas utilizando a
abordagem tradicional com o Excel, enquanto os participantes do Grupo 2
executam as tarefas utilizando a abordagem automatizada com o SIGUAN.
6.2.1 Ao final de cada tarefa o avaliador analisa se a mesma foi completada
corretamente;
6.2.2 O avaliador verifica o tempo gasto na execução de cada tarefa;
6.2.3 Após executar todas as tarefas, os participantes preenchem o questionário
de pós-execução do experimento;
6.2.4 Os participantes preenchem o questionário final sobre as duas abordagens
utilizadas.
7. O experimento é encerrado.
4.8 HIPÓTESES
Para o objetivo deste experimento foram definidas as hipóteses nulas (H₀i) e hipóteses
alternativas (H₁i) como suas correspondentes, onde i é o contador da hipótese. As hipóteses
nulas definidas para este experimento são:
• H₀₁: O processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a
abordagem do SIGUAN foi considerado tão fácil quanto o processo utilizando
a abordagem com o Excel.
• H₀₂: O processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a
abordagem do SIGUAN foi considerado tão útil quanto o processo utilizando a
abordagem com o Excel.
• H₀₃: O processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a
abordagem do SIGUAN foi equivalente ao processo utilizando a abordagem
com o Excel em termos de tempo.
54
As hipóteses alternativas definidas para este experimento são:
• H₁₁: O processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a
abordagem do SIGUAN foi considerado mais fácil do que o processo
utilizando a abordagem com o Excel.
• H₁₂: O processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a
abordagem do SIGUAN foi considerado mais útil do que o processo utilizando
a abordagem com o Excel.
• H₁₃: O processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a
abordagem do SIGUAN foi mais eficiente do que o processo utilizando a
abordagem com o Excel em termos de tempo.
4.9 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Esta seção apresenta os resultados obtidos no experimento controlado realizado para
obter os dados das métricas definidas na Seção 4.3 . As métricas M1 e M2 foram obtidas
através dos questionários respondidos pelos participantes avaliando o SIGUAN com base nas
variáveis em que cada métrica está relacionada. A métrica M3 foi obtida através da análise do
tempo que cada participante levou para executar cada uma das tarefas.
A métrica M1, que leva em consideração as características de facilidade de uso
percebida, foi obtida através de um questionário respondido pelos participantes composto por
questões que avaliam o quão fácil é a utilizar o SIGUAN no planejamento e prescrição de
cardápios. A Tabela 6 apresenta as questões respondidas pelos participantes com relação a
facilidade de uso do SIGUAN.
Tabela 6. Questionário para a variável de Facilidade de Uso Percebida.
Índice Questão
Q1 Usar o SIGUAN facilitaria o planejamento e prescrição de cardápios.
Q2 Minha interação com o SIGUAN seria clara e compreensível.
Q3 Eu não precisaria consultar o manual do usuário muitas vezes ao usar o SIGUAN.
Q4 Usar o SIGUAN daria maior controle sobre o planejamento e prescrição de cardápios.
Q5 O SIGUAN me permitiria realizar tarefas mais rapidamente.
Q6 Eu acho o SIGUAN fácil de usar.
55
A Tabela 7 mostra os resultados obtidos através do questionário de avaliação da
facilidade de uso e os dados estatísticos de variância e desvio padrão. Os resultados mostram
que 50% dos participantes concordam e outros 50% concordam totalmente que o SIGUAN é
fácil de usar. Também é possível observar que 75% dos participantes concordam totalmente
que o SIGUAN facilita o processo de planejamento e prescrição de cardápios. 87,5% dos
participantes concordam que o SIGUAN permite realizar as tarefas de forma mais rápida em
comparação ao método tradicional utilizando o Excel.
Tabela 7. Resultados do questionário sobre facilidade de uso percebida.
Questão Concordo
totalmente
Concordo Indiferente Discordo Discordo
totalmente
Variância Desvio
Padrão
Q1 6 2 0 0 0 5,44 2,332
Q2 3 5 0 0 0 4,24 2,059
Q3 3 4 1 0 0 2,64 1,624
Q4 6 2 0 0 0 5,44 2,332
Q5 7 1 0 0 0 7,44 2,727
Q6 4 4 0 0 0 3,84 1,959
A métrica M2, definida com base na característica de utilidade percebida, também foi
obtida a partir dos resultados de um questionário respondido pelos participantes com questões
que avaliam o quanto o SIGUAN é útil no processo de planejamento e prescrição de
cardápios. As perguntas do questionário sobre utilidade percebida estão apresentadas na
Tabela 8.
Tabela 8. Questionário para a variável de Utilidade Percebida.
Índice Questão
Q1 O SIGUAN seria útil para o planejamento e prescrição de cardápios.
Q2 Acho fácil fazer com que o SIGUAN faça o que eu quero.
Q3 O SIGUAN atenderia às minhas necessidades relacionadas ao planejamento e
prescrição de cardápios.
Q4 Usar o SIGUAN para o planejamento e prescrição de cardápios aumentaria minha
produtividade.
Q5 O SIGUAN fornece orientação útil na realização de tarefas.
56
Q6 Usar o SIGUAN para o planejamento e prescrição de cardápios melhoraria meu
desempenho.
Os resultados do questionário bem como os dados estatísticos de variância e desvio
padrão estão apresentados na Tabela 9 e mostram que 85,5% dos participantes concordam
totalmente que o SIGUAN é útil no planejamento e prescrição de cardápios. 75% dos
participantes também concordam totalmente que o SIGUAN aumenta a produtividade na
realização das tarefas de criação e prescrição de cardápios. Além disso, 75% dos participantes
concordam totalmente que o SIGUAN atende às necessidades de relacionadas ao
planejamento e prescrição de cardápios.
Tabela 9. Resultados do questionário sobre utilidade percebida.
Questão Concordo
totalmente Concordo Indiferente Discordo
Discordo
totalmente
Variância Desvio
Padrão
Q1 7 1 0 0 0 7,44 2,727
Q2 4 4 0 0 0 3,84 1,959
Q3 6 2 0 0 0 5,44 2,332
Q4 6 2 0 0 0 5,44 2,332
Q5 3 4 1 0 0 2,64 1,624
Q6 5 3 0 0 0 4,24 2,059
A métrica M3, baseada na característica de esforço de trabalho, foi obtida através da
medição do tempo gasto por cada participante na realização de cada tarefa do experimento. A
Tabela 10 apresenta o tempo que cada participante levou para realização de das tarefas em
nas duas abordagens.
Tabela 10. Duração da execução das tarefas pelos participantes.
SIGUAN Excel SIGUAN Excel
Tempo de Duração Duração total por participante Grupo
P1 00:23:57 - - 00:38:27 01:02:24 1
P2 00:27:34 - - 00:49:51 01:17:25 1
P3 00:20:54 - - 00:26:57 00:47:51 1
P4 00:18:34 - - 00:21:22 00:39:56 1
P5 - 00:30:26 00:28:03 - 00:58:29 2
P6 - 00:34:28 00:28:04 - 01:02:32 2
57
P7 - 00:29:05 00:24:19 - 00:53:24 2
P8 - 00:33:51 00:22:41 - 00:56:32 2
Total 01:30:59 02:07:50 01:43:07 02:16:37 07:38:33 Ambos
A Tabela 11 mostra o tempo médio gasto pelos participantes na realização de cada
tarefa nas duas abordagens. Os resultados mostram que a abordagem automatizada utilizando
o SIGUAN proporcionou uma redução do tempo médio em 27% na realização de todas as
tarefas em comparação com a abordagem tradicional utilizando o Excel. Com base nesse
resultado, é possível afirmar que utilizar o SIGUAN causa uma redução do tempo gasto no
processo de criação e prescrição de cardápios. As tarefas 4 e 5, que compreendem a realização
do cálculo da prescrição e criação dos relatórios para as salas de preparação respectivamente,
apresentaram uma redução média de 85% do tempo gasto. Esse dado significa que o SIGUAN
reduz consideravelmente o tempo gasto na realização do cálculo da prescrição e geração de
relatórios, que são as tarefas que mais demandam tempo e esforço dos Nutricionistas de uma
UAN. Entretanto, as tarefas 1 e 2 apresentaram um aumento médio de 151,5% do tempo gasto
no cadastro dos insumos per capta e das preparações. Isso ocorre devido ao fato de que para
cadastrar um insumo per capita ou uma preparação no SIGUAN é necessário inserir uma
quantidade maior de informações a fim de armazenar mais detalhes dos registros, o que
proporciona um controle maior dos itens que são utilizados nas preparações e dos tipos de
preparações que são servidas para os usuários da UAN, além de proporcionar uma visão mais
abrangente e detalhada dos serviços oferecidos. Apesar de o processo de cadastro exigir um
tempo maior, esse é um procedimento que será realizado apenas uma vez no SIGUAN, pois
uma vez que os insumos e preparações estiverem cadastrados, o usuário poderá usá-los nos
cardápios sempre que quiser, sem a necessidade de inserir as mesmas informações sempre que
for criar um cardápio.
Tabela 11. Tempo médio de realização das tarefas.
SIGUAN Excel Redução (%) Aumento (%)
Tarefa 1 00:07:27 00:03:45 - 99%
Tarefa 2 00:09:34 00:03:09 - 204%
Tarefa 3 00:03:40 00:03:06 - 18%
Tarefa 4 00:02:30 00:13:42 82% -
Tarefa 5 00:01:06 00:09:21 88% -
58
A Tabela 12 apresenta os dados estatísticos de variância e desvio padrão do tempo de
duração de cada tarefa para as abordagens do SIGUAN e Excel. Os dados mostram que tanto
o desvio padrão quanto a variação foram relativamente baixos, o que significa que os valores
do tempo de duração obtidos estão próximos da média.
Tabela 12. Dados estatísticos do tempo de duração.
Abordagem Tarefas Variância Desvio Padrão
SIGUAN Tarefa 1 0,000000443 00:00:58
Tarefa 2 0,000001525 00:01:47
Tarefa 3 0,000000763 00:01:16
Tarefa 4 0,000003370 00:02:39
Tarefa 5 0,000000111 00:00:29
Excel Tarefa 1 0,000000520 00:01:02
Tarefa 2 0,000000481 00:01:00
Tarefa 3 0,000000832 00:01:19
Tarefa 4 0,000009143 00:04:21
Tarefa 5 0,000004339 00:03:00
4.10 ANÁLISE DAS MÉTRICAS
Esta seção tem como objetivo analisar os dados obtidos na execução do experimento e
responder as questões (definidas na Seção 4.2 ) a partir do resultado do cálculo de cada
métrica.
Q1: O SIGUAN é fácil de usar?
A métrica M1 foi obtida através da média ponderada dos resultados do questionário
sobre facilidade do uso percebida respondido pelos participantes do experimento. O resultado
obtido para M1 foi o seguinte:
• ∑Facilidade de uso percebida{Q1}/8 ≈ 4.75;
• ∑Facilidade de uso percebida{Q2}/8 ≈ 4.4;
• ∑Facilidade de uso percebida{Q3}/8 ≈ 4.25;
• ∑Facilidade de uso percebida{Q4}/8 ≈ 4.75;
• ∑Facilidade de uso percebida{Q5}/8 ≈ 4.9;
• ∑Facilidade de uso percebida{Q6}/8 = 4.5.
59
A partir dos valores obtidos é possível concluir que o SIGUAN foi considerado pelos
participantes como de fácil utilização. Dessa forma, a hipótese nula H₀₁ é rejeitada e a
hipótese alternativa H₁₁: “O processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a
abordagem do SIGUAN foi considerado mais fácil do que o processo utilizando a abordagem
com o Excel” é aceita.
Q2: O SIGUAN ajuda no planejamento e prescrição de cardápios?
A métrica M2 foi obtida através dos resultados do questionário respondido pelos
participantes em relação a utilidade percebida. O resultado obtido para M2 foi o seguinte:
• ∑Utilidade percebida{Q1}/8 ≈ 4.9;
• ∑Utilidade percebida{Q2}/8 = 4.5;
• ∑Utilidade percebida{Q3}/8 = 4.75;
• ∑Utilidade percebida{Q4}/8 = 4.75;
• ∑Utilidade percebida{Q5}/8 ≈ 4.25;
• ∑Utilidade percebida{Q6}/8 ≈ 4.62.
Com base nos resultados obtidos, é possível afirmar que o SIGUAN foi considerado
útil pelos participantes do experimento controlado. Dessa forma a hipótese nula H₀₂ é
rejeitada e a hipótese alternativa H₁₂: “O processo de planejamento e prescrição de cardápios
utilizando a abordagem do SIGUAN foi considerado mais útil do que o processo utilizando a
abordagem com o Excel.” é aceita.
Q3: O SIGUAN é eficiente no processo de planejamento e prescrição de cardápios em
termos de tempo quando comparado com o método tradicional?
A métrica M3 foi obtida através da medição do tempo gasto por cada grupo na
execução das tarefas em cada abordagem. O resultado de M3 para o Grupo 1, que utilizou
primeiro a abordagem com o SIGUAN, foi o seguinte: ∑Tempo de duração da
tarefa{SIGUAN, Grupo 1} = 01:30:59, o tempo gasto pelo mesmo grupo na realização de
todas as tarefas utilizando o método tradicional com o Excel foi calculado por M3 como:
∑Tempo de duração da tarefa{Excel, Grupo 1} = 02:07:50.
O resultado de M3 para o Grupo 2, que utilizou primeiro a abordagem tradicional com
o Excel, foi o seguinte: ∑Tempo de duração da tarefa{Excel, Grupo 2} = 02:16:37, o tempo
gasto pelo mesmo grupo na realização de todas as tarefas utilizando o método automatizado
com o SIGUAN foi calculado por M3 como: ∑Tempo de duração da tarefa{SIGUAN, Grupo
2} = 01:43:07. Com base nesses resultados é possível afirmar que as o planejamento e
prescrição de cardápios foi realizado de forma mais rápida quando os grupos utilizaram o
60
SIGUAN. Dessa forma a hipótese nula H₀₃ é rejeitada e a hipótese alternativa H₁₃: “O
processo de planejamento e prescrição de cardápios utilizando a abordagem do SIGUAN foi
mais eficiente do que o processo utilizando a abordagem com o Excel em termos de tempo.” é
aceita.
4.11 AMEAÇAS À VALIDADE DO EXPERIMENTO
A validade de um experimento está relacionada ao nível de confiança do experimento
como um todo. Ou seja, o quão confiáveis são os elementos envolvidos nesse processo desde
a base teórica adotada até os resultados obtidos, bem como a forma como esses resultados são
apresentados (Lima et al., 2012). É possível identificar dois fatores que ameaçam a validade
do experimento realizado: (i) validade interna, (ii) validade externa e (iii) validade de
construção.
A validade interna define se o relacionamento observado entre o tratamento e o
resultado não foi influenciado por outro fator não controlado ou medido (Travassos, Gurov, &
Amaral, 2002). Em relação ao experimento executado, as seguintes ameaças a validade foram
identificadas:
1) Limitação de conhecimento dos participantes: a limitação de conhecimento e
experiência dos participantes em atividades de planejamento e prescrição de cardápios
pode afetar os resultados do experimento. Essa ameaça foi reduzida com a realização
do treinamento com os participantes antes da realização das tarefas.
2) Dificuldade em lembrar das fórmulas e conceitos: os participantes poderiam sentir
dificuldade em lembrar de conceitos importantes da UAN, de como realizar os
cálculos da prescrição ou de como realizar alguma operação no SIGUAN. Essa
ameaça foi tratada com a disponibilização de materiais de apoio como slides e o
manual do SIGUAN.
3) Desmotivação e cansaço: devido a longa duração do experimento, os participantes
poderiam se sentir fadigados ou perder a motivação ao longo do tempo. O
experimentador observou os participantes durante todo o experimento e sinais de
cansaço ou desmotivação não foram identificados. Este efeito pode ser justificado
devido ao fato dos participantes terem consciência da liberdade de abandonar o
experimento a qualquer momento.
4) Expectativa do experimentador ou dos participantes: a opinião do experimentador ou
a expectativa de um resultado positivo ou negativo de ambas as partes poderia gerar
resultados tendenciosos. Essa ameaça foi tratada ao manter os participantes apenas no
61
nível de execução do experimento. Os participantes não foram informados das etapas
do procedimento nem de como seriam realizadas as tarefas antes do experimento ser
executado. Além disso, o experimentador procurou não interferir ou dar opiniões nem
sugestões que pudessem influenciar os participantes durante a realização das tarefas.
5) Aprendizado: a maneira como o experimento foi planejado poderia proporcionar com
que os participantes aprendessem conforme fossem executando as tarefas em cada
abordagem, o que afetaria a opinião dos participantes. Para tratar essa ameaça os
participantes foram organizados de forma aleatória com relação a abordagem utilizada
e estação de trabalho. De acordo com (PFLEEGER, 1995), atribuir os tratamentos às
unidades experimentais de forma aleatória evita as fontes de viés das quais o
experimentador não possui controle.
A validade externa define as condições que limitam a habilidade de generalizar os
resultados de um experimento fora do ambiente planejado inicialmente (Travassos et al.,
2002). O experimento apresenta informações suficientes para ser reproduzido em outros
ambientes, porém, ainda é necessário executar o experimento mais vezes com tarefas
diferentes e um número maior de participantes para validar os resultados.
A validade de constructo define se um conjunto de variáveis reflete bem o constructo
a ser medido (Travassos et al., 2002). Essa ameaça foi tratada ao: (i) usar o método GQM para
organizar os passos necessários para determinar as ligações entre os objetivos do experimento
e os testes de hipóteses; (ii) usar questões (DAVIS, 1989) e escalas (LIKERT, 1932)
padronizadas para medir a opinião dos participantes.
62
5. CONCLUSÃO
Nesta Monografia foi apresentado o SIGUAN, um Sistema Integrado de Gestão de
Unidades de Alimentação e Nutrição que auxilia o nutricionista na criação e prescrição de
cardápios e no gerenciamento dos principais setores da UAN. Como contribuição para o
profissional de nutrição, o sistema desenvolvido proporciona mais agilidade na realização das
atividades do nutricionista e permite que os principais setores da UAN trabalhem de forma
integrada e eficiente proporcionando a centralização das informações e aumentando a
confiabilidade e a produtividade.
Um grande diferencial do trabalho apresentado nesta Monografia em relação aos
trabalhos já existentes é o fato do sistema ter sido planejado para ser utilizado por qualquer
tipo de UAN, seja ela institucional, situada dentro de uma empresa, escola ou universidade;
comercial, como restaurantes abertos ao público; ou presente em estabelecimentos de saúde
como hospitais. Outro diferencial é fato do SIGUAN ter sido desenvolvido com base no estilo
arquitetural REST, portanto oferece uma API RESTful que permite que suas funcionalidades
sejam expandidas ou integradas a sistemas já existentes.
Os resultados do experimento de avaliação do SIGUAN mostraram que: (i) os
participantes consideram o SIGUAN fácil de usar; (ii) os participantes consideram que o
SIGUAN é útil na realização de atividades de planejamento e prescrição de cardápios e (iii)
que o planejamento e prescrição de cardápios se torna mais eficiente com a abordagem
utilizando o SIGUAN do que com a abordagem tradicional com o Excel em termos de tempo.
A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que o SIGUAN conseguiu oferecer
aos usuários participantes uma ferramenta útil na realização de atividades de planejamento e
prescrição de cardápios, de fácil utilização e que aumenta a produtividade exigindo menos
esforço de trabalho. Portanto, é possível concluir que o SIGUAN atingiu os objetivos
esperados.
5.1 TRABALHOS FUTUROS
Este trabalho surgiu de um projeto de extensão e foi desenvolvido sob orientação de
uma especialista da área de nutrição e professores do curso de Análise e Desenvolvimento de
Sistemas da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN). Os próximos passos são implantar o sistema inicialmente no Restaurante
Universitário da EAJ e futuramente permitir que o mesmo seja utilizado por outras UANs.
Como trabalhos futuros pretende-se desenvolver um módulo para a realização da
Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio (AQPC) que será responsável por auxiliar
63
o nutricionista no planejamento e avaliação de um cardápio adequado do ponto de vista
nutricional analisando as preparações com respeito a variedade de nutrientes e em relação a
variedade de cores, textura, sabores, etc. das preparações servidas na UAN. Esse tipo de
serviço pode servir como ferramenta de educação alimentar e nutricional o que proporcionaria
mais qualidade de vida para os usuários da UAN.
64
REFERÊNCIAS
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de uma unidade de alimentação e nutrição: entre a prescrição eo real do trabalho
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a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, indica parâmetros
numéricos de referência por área de atuação e dá outras providências. 2018.
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Gestão Empresarial Para as Instituições Privadas ou Públicas. 2016.
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WAKULICZ, G. J. Sistemas de informações gerenciais. Universidade Federal de Santa
Maria, Colégio Politécnico, Rede e-Tec Brasil, 2016.
67
APÊNDICE A – DETALHAMENTO DE CASOS DE USO
UC 1. Gerenciar Usuários
Este caso de uso apresenta as ações do ator Nutricionista para realizar funcionalidades
básicas como cadastrar, buscar, atualizar e remover os usuários do sistema (RF002). Além do
Nutricionista, somente o usuário cadastrado pode atualizar seus próprios dados no sistema. Os
casos de uso secundários que fazem parte do gerenciamento de Usuários estão descritos na
Tabela 1.
Caso de Uso Objetivo
UC 1.1: Cadastrar Usuário O ator Nutricionista cadastra um novo usuário no
sistema.
UC 1.2: Buscar Usuário O ator Nutricionista buscar um usuário no sistema
UC 1.3: Atualizar Usuário O ator Nutricionista atualizar as informações de
um usuário no sistema;
UC 1.4: Atualizar Usuário O próprio usuário pode atualizar os seus dados no
sistema;
UC 1.5: Remover Usuário O ator Nutricionista desativa o usuário no sistema
Tabela 1. UC 1. Gerenciar Usuários.
UC 2. Gerenciar Insumos
Os insumos são os ingredientes que poderão ser utilizados em preparações, por
exemplo, arroz, feijão, café, entre outros. Devido ao requisito de gerenciar insumos (RF003),
este caso de uso foi criado para que os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição possam
gerenciar as funcionalidades de cadastrar, buscar, atualizar e remover os insumos do sistema.
68
Os casos de uso secundários que fazem parte de Gerenciar Estoque estão descritos na Tabela
2.
Caso de Uso Objetivo
UC2.1: Cadastrar
Insumos
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam o cadastro de insumos no sistema
UC2.2: Buscar Insumos Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a busca de insumos cadastrados no
sistema
UC2.3: Atualizar Insumos Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a atualização dos insumos cadastrados
no sistema
UC2.4: Remover Insumos Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a remoção dos insumos no sistema
Tabela 2. UC 2 Gerenciar Insumos.
UC 3. Gerenciar Cortes
Os cortes no sistema são definidos como o tipo de técnica de corte (em cubos, fatias,
tirinhas, etc.) que poderá ser aplicada ao insumo durante a sua preparação. Por exemplo, o
tipo de corte “fatiado” poderia ser usado para especificar que o insumo batata deveria ser
cortado em fatias durante uma preparação. Devido ao requisito de gerenciar cortes (RF004),
este caso de uso foi criado para que os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição possam
gerenciar a funcionalidade de cadastrar, buscar, atualizar e remover os cortes do sistema. Os
casos de uso secundários que fazem parte de Gerenciar Cortes estão descritos na Tabela 3.
Caso de Uso Objetivo
69
UC3.1: Cadastrar Cortes Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam o cadastro de um corte no sistema
UC3.2: Buscar Cortes Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a busca de um corte cadastrados no
sistema
UC3.3: Atualizar Cortes Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a atualização dos cortes cadastrados no
sistema
UC3.4: Remover Cortes Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a remoção do corte no sistema
Tabela 3. UC 3. Gerenciar Cortes.
UC 4. Gerenciar Salas
As salas de preparação são os locais onde os alimentos são manuseados e preparados,
por exemplo, a Sala de Carnes onde os funcionários fazem os cortes das carnes, a Sala de
Vegetais onde os vegetais são cortados e as saladas são preparadas, a Sala de Lanches onde os
lanches são preparados, entre outros. Devido ao requisito de gerenciar salas (RF005), este
caso de uso foi criado para que os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição possam
gerenciar a funcionalidade de cadastrar, buscar, atualizar e remover as salas de preparação no
sistema. Os casos de uso secundários que fazem parte de Gerenciar Salas estão descritos na
Tabela 4.
Caso de Uso Objetivo
UC4.1: Cadastrar Salas Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam o cadastro de uma sala no sistema
70
UC4.2: Buscar Salas Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a busca de uma sala cadastrada no
sistema
UC4.3: Atualizar Salas Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a atualização de uma sala cadastrada no
sistema
UC4.4: Remover Salas Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a remoção de salas cadastradas no
sistema
Tabela 4. UC 4. Gerenciar Salas.
UC 5. Gerenciar Preparação
A preparação, popularmente conhecida como receita, determina como um conjunto de
insumos serão preparados, por exemplo, o tipo de corte, o local de preparo, a textura, etc.
Devido ao requisito RF007 de gerenciar preparações, foi criado este caso de uso para que os
atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição possam gerenciar as funcionalidades de
cadastrar, buscar, atualizar e remover preparações do sistema. Os casos de uso secundários
que fazem parte de Gerenciar Preparação estão descritos na Tabela 5.
Caso de Uso Objetivo
UC 5.1: Cadastrar
Preparação
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam o cadastro da preparação no sistema
UC 5.2: Buscar
Preparação
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a busca da preparação cadastrados no
sistema
UC 5.3: Atualizar
Preparação
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a atualização das preparações
cadastrados no sistema
71
UC 5.4: Remover
Preparação
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a remoção das preparações no sistema
Tabela 5. UC 5 Gerenciar Preparação.
UC 6. Gerenciar Cardápios
Os cardápios são definidos no sistema como um conjunto de menus. Já os menus são
conjuntos de preparações para um dia organizadas em uma lista. Por exemplo, desjejum,
lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Devido ao requisito (RF006) de
gerenciar o cardápio, este caso de uso é especificado para que os atores Nutricionista e
Estagiário de Nutrição possam gerenciar a funcionalidade de cadastrar, buscar, atualizar e
remover os cardápios do sistema. Um Estagiário de Nutrição pode cadastrar cardápios, mas
antes de qualquer uso, estes deverão ser autorizados pelo Nutricionista responsável. Os casos
de uso secundários que fazem parte de Gerenciar Cardápio estão descritos na Tabela 6.
Caso de Uso Objetivo
UC6.1: Cadastrar
Cardápio
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam o cadastro de um cardápio no sistema
UC6.2: Buscar Cardápio Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a busca de cardápios cadastrados no
sistema
UC6.3: Atualizar
Cardápio
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a atualização dos cardápios cadastrados
no sistema
UC6.4: Remover
Cardápio
Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
realizam a remoção dos cardápios no sistema
Tabela 6. UC 6. Gerenciar Cardápios.
UC 7. Gerenciar Unidades
72
As unidades são definidas nesse sistema como as embalagens de cada insumo, por
exemplo, um pacote de 1 quilo (kg) de arroz ou pacote de 500 gramas (g) de café. Devido ao
requisito (RF009) de gerenciar unidades este caso de uso foi criado para que os atores
Nutricionista, Estagiário de Nutrição e Almoxarife possam gerenciar as funcionalidades de
cadastrar, buscar, atualizar e remover as unidades do sistema. Os casos de uso secundários
que fazem parte de Gerenciar Unidades estão descritos na Tabela 7.
Caso de Uso Objetivo
UC7.1: Cadastrar
Unidades
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam o cadastro de unidades no
sistema
UC7.2: Buscar Unidades Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam a busca de unidades no
sistema
UC7.3: Atualizar
Unidades
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam a atualização de unidades
cadastradas no sistema
UC7.4: Remover
Unidades
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam a remoção de unidades no
sistema
Tabela 7. UC7 Gerenciar Unidades.
UC 8. Gerenciar Estoque
O estoque é definido no sistema como a quantidade de unidades de cada insumo
existente, por exemplo, existem 300 pacotes de 1 quilo (kg) de macarrão. Devido ao requisito
(RF008) de gerenciar estoque, este caso de uso foi criado para que os atores Nutricionista,
Estagiário de Nutrição e Almoxarife possam gerenciar as funcionalidades de cadastrar,
buscar, atualizar e remover os itens do estoque do sistema. Os casos de uso secundários que
fazem parte de Gerenciar Estoque estão descritos na Tabela 8.
73
Caso de Uso Objetivo
UC 8.1: Cadastrar Item
no Estoque
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam o cadastro de itens no
estoque no sistema.
UC 8.2: Buscar Item no
Estoque
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam a busca de itens no estoque
cadastrados no sistema.
UC 8.3: Atualizar Item do
Estoque
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam a atualização dos itens do
estoque cadastrados no sistema.
UC 8.4: Remover Item do
Estoque
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam a remoção dos itens do
estoque cadastrados no sistema.
Tabela 8. UC 8 Gerenciar Estoque.
UC 9. Autenticação
A autenticação permite o acesso do usuário ao sistema. Esta ação pode ser realizada
pelos atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e Almoxarife ao inserir os dados de usuário
e senha cadastrados no sistema. Devido ao requisito (RF007) de realizar autenticação no
sistema, este caso de uso foi criado para que apenas os usuários autorizados possam ter acesso
às funcionalidades oferecidas pelo sistema. A descrição deste caso de uso é exibida na Tabela
9.
Caso de Uso Objetivo
UC14.1: Realizar
Autenticação
Os atores Nutricionista, Estagiário de Nutrição e
Almoxarife realizam autenticação no sistema.
Tabela 9. UC 9 Autenticação.
74
UC 10. Emitir relatório
A emissão de relatórios está definida no sistema como a obtenção de variados
relatórios que podem ser obtidos a partir e uma prescrição, por exemplo a requisição diária de
insumos que contém a lista de todos os insumos que serão utilizados nas refeições de um dia.
Devido ao requisito (RF013) para emitir relatórios, foi criado esse caso de uso para que os
atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição possam emitir relatórios a partir de uma
prescrição realizada. O caso de uso emitir relatório está descrito na Tabela 10.
Caso de Uso Objetivo
UC10: Emitir Relatório Os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição
emitem relatórios no sistema.
Tabela 10. UC 10. Emitir Relatório.
UC 11. Gerenciar Prescrição
A prescrição do sistema é definida a partir da previsão do número de comensais para
cada refeição, por exemplo, há uma previsão de 200 comensais para o almoço e 150
comensais para o jantar. O nutricionista especifica o menu que deseja prescrever e as
previsões de comensais para cada refeição, a partir daí o sistema calcula a quantidade
necessária de insumos para cada preparação. Devido ao requisito (RF012) de gerenciar
prescrições foi criado este caso de uso para que o ator Nutricionista possa gerenciar as
funcionalidades de cadastrar, buscar, atualizar e remover as prescrições do sistema. Os casos
de uso secundários que fazem parte de Gerenciar Prescrição estão descritos na Tabela 11.
Caso de Uso Objetivo
UC11.1: Cadastrar
prescrição
O ator Nutricionista realiza o cadastro de
prescrições no sistema
UC11.2: Buscar
prescrição
O ator Nutricionista realiza a busca de prescrições
cadastradas no sistema
75
UC11.3: Atualizar
prescrição
O ator Nutricionista realiza a atualização das
prescrições cadastradas no sistema
UC11.4: Remover
prescrição
O ator Nutricionista realiza a remoção das
prescrições cadastradas no sistema
Tabela 11. UC 11. Realizar Prescrição.
UC 12. Aplicar cardápio
O aplicar cardápio significa escolher um cardápio pré-cadastrado no sistema para
aplica-lo a semana atual do calendário. Para o requisito RF011 foi criado este caso de uso para
que os atores Nutricionista e Estagiário de Nutrição possam aplicar o cardápio e utilizá-lo
para criar uma prescrição. Os casos de uso secundários que fazem parte de Aplicar Cardápio
estão descritos na Tabela 12.
Caso de Uso Objetivo
UC12.1: Aplicar
Cardápio
Os atores Nutricionista ou Estagiário realizam
uma aplicação de um cardápio à uma semana.
Tabela 12. UC 12. Aplicar Cardápio.
UC 13. Visualizar cardápio semanal
O cardápio da semana exibe o que será servido no Restaurante Universitário (RU)
durante a semana atual. O caso de uso Visualizar Cardápio Semanal está descrito na Tabela
13.
Caso de Uso Objetivo
76
UC13.1: Visualizar
cardápio semanal
O usuário externo visualiza o cardápio com as
preparações da semana
Tabela 13. UC 13. Visualizar cardápio semanal.