UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PRÓ-REITORIA...
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ÁREA DE
SAÚDE
Késya de Freitas Pereira
Dopplerfluxometria das artérias aorta, umbilical e cerebral média de fetos caninos
como método de avaliação do estresse fetal
Belém, 2017
Késya de Freitas Pereira
Dopplerfluxometria das artérias aorta, umbilical e cerebral média de fetos caninos
como método de avaliação do estresse fetal
Trabalho de conclusão da Residência
apresentando à Coordenação do Programa
de Residência Multiprofissional em Área de
Saúde em Medicina Veterinária, da
Universidade Federal Rural da Amazônia.
Orientada: Késya de Freitas Pereira
Orientador: Prof. Dr. Leandro Nassar
Coutinho
Belém, 2017
Pereira, Késya de Freitas
Dopplerfluxometria das artérias aorta, umbilical e cerebral média
de fetos caninos como método de avaliação do estresse fetal / Késya
de Freitas Pereira. – Belém, 2017.
35 f.
Monografia (Residência Multiprofissional em Área Profissional de
Saúde em Medicina Veterinária) – Universidade Federal Rural da
Amazônia, 2017.
Orientador: Dr. Leandro Nassar Coutinho.
1. Cadelas 2. Cadelas – Dopplerfluxometria 3. Cadelas – Fetos
caninos 4. Fetos caninos – Estresse I. Coutinho, Leandro Nassar,
(orient.) II. Título.
CDD – 636.7
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................... 6
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................. 7
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS .................................................................................. 8
RESUMO ...................................................................................................................................... 9
ABSTRACT .....................................................................................Erro! Indicador não definido.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11
2. OBETIVOS ........................................................................................................................ 13
2.1 Geral ........................................................................................................................... 13
2.2 Específicos .................................................................................................................. 13
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 14
3.1 Hemodinâmica materno-fetal e sofrimento fetal .................................................... 14
3.2 Princípios físicos da ultrassonografia Doppler ....................................................... 15
3.2.1 Doppler Colorido ................................................................................................. 16
3.2.2 Doppler Pulsado .................................................................................................. 16
3.2.3 Doppler Triplex ................................................................................................... 16
3.3 Índices vasculares ...................................................................................................... 17
3.4 Ultrassonografia gestacional .................................................................................... 17
3.4.1 Ecobiometria ....................................................................................................... 19
3.4.2 Hemodinâmica fetal ............................................................................................ 20
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 22
4.1 Animais ....................................................................................................................... 22
4.2 Avaliação ultrassonográfica ..................................................................................... 22
4.2.1 Avaliação da hemodinâmica ............................................................................... 24
4.3 Avaliação estatística .................................................................................................. 26
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 27
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 32
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. A- Aparelho ultrassonográfico modelo Mindray Z6 Vet; B- Transdutor
Microconvexo 6C2P (5-8,5 MHz); C- Transdutor Linear 7L4P (6,5-10 MHz); ............ 22
Figura 2. Posicionamento do animal em decúbito dorsal e decúbito lateral direito para
realização de exame ultrassonográfico. .......................................................................... 23
Figura 3. Imagem representativa da avaliação da frequência cardíaca fetal por meio do
Doppler Pulsado de feto canino com 7 semanas de gestação. ........................................ 23
Figura 4. A- Mensuração do Diâmetro Biparietal (DBP); B- Torácico (DT); C-
Abdominal (DA); D- Comprimento Femoral; ................................................................ 24
Figura 5. A- Imagem representativa da área de avaliação ultrassonográfica do tórax de
de feto canino, aos 7 semanas de gestação. A- Identificação do Arco Aórtico (seta) em
Modo-B e Modo Doppler Colorido (B). ......................................................................... 25
Figura 6. Imagens representativas da avaliação hemodinâmica fetal de um feto canino
aos 6 semanas de gestação. A, C e E: Modo – B da Aorta e Artérias Umbilical e
Cerebral média indicadas pelas setas; B, D e F: evidenciando o traçado espectral das
respectivas artérias .......................................................................................................... 25
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Índices Índice vasculares da Artéria Aorta, Umbilical e Cerebral Média em fetos
caninos, durante a 7ª e 8ª semana de gestação .................................................................. 18
Tabela 2. Valores médios, desvio padrão e número de fetos para os parâmetros
dopplerfluxométricos .............................................................................................................. 25
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
bpm : Batimento por minuto
CF : Comprimento femoral
CRL : Crown rump length
DA : Diâmetro abdominal
DBP : Diâmetro biparietal
DT : Diâmtro torácico
EDV : End diastolic velocity
IP : Índice de pulsatilidade
IR : Índice de resistividade
MHz : Megahertz
PSV : Peak systolic velocity
RESUMO
Dopplerfluxometria das artérias aorta, umbilical e cerebral média de fetos caninos como
método de avaliação do estresse fetal
O acompanhamento ultrassonográfico pré-natal de cadelas é fundamental para a
condução segura da gestação. A Dopplefluxometria enriquece o exame
ultrassonográfico, possibilitando a aquisição de informações hemodinâmicas materno-
fetais importantes para avaliação do estresse fetal. Considerando a importância da
dopplerfluxometria na obstetrícia veterinária, o objetivo desse estudo é avaliar a
aplicabilidade da técnica na rotina pré-natal avaliando o estresse fetal, além de
identificar os parâmetros dopplerfluxométricos da aorta, artéria umbilical e cerebral
média de fetos caninos no terço final da gestação. Foram avaliados trinta fetos de oito
cadelas quanto a frequência cardíaca, organogênese e índices de resistividade (IR) e
pulsatilidade (IP) das artérias citadas. Os dados foram analisados através do programa
GraphPad Prisma 4™, para obtenção das médias e desvio padrão dos índices. Fetos
que obtiveram frequência cardíaca normal apresentaram média e 240,47 ± 9,63 (bpm),
apresentando índices vasculares para as artérias estudadas dentro da normalidade. Fetos
com bradicardia, considerados em estresse, obtiveram frequência cardíaca média de
205,33 ± 4,98 (bpm), e apresentaram valores acima da normalidade para IR 1,68 ± 0,27
e IP e 0,82 ± 0,03 da artéria umbilical. Conclui-se que a Dopplefluxometria é uma
técnica aplicável no monitoramento gestacional de cadelas, por meio da análise dos
índices vasculares da aorta, artéria cerebral média e umbilical. Além de sugerir a
representatividade dos índices vasculares da artéria umbilical como indicador precoce
de sofrimento fetal.
11
1. INTRODUÇÃO
O acompanhamento gestacional ultrassonográfico no pré-natal de cadelas é
fundamental, tanto primíparas com das que já possuem histórico de problemas
gestacionais (LEITE, 2003), já que o satisfatório desenvolvimento fetal é resultado de
múltiplos fatores: genéticos, gestacionais, nutricionais e ambientais (LAWLER, 1995).
Mesmo sendo ferramenta fundamental, que possibilita não só o acompanhamento
gestacional como auxilia no reconhecimento de afecções materno-fetais (TEIXEIRA,
2002), acompanhamento ultrassonográfico pré-natal na medicina veterinária ainda é
subestimado e negligenciado pela grande parcela dos tutores de animais.
A condução de um cuidadoso pré-natal, tento a ultrassonografia como
ferramenta aliada, possibilita como resultado final uma gestação segura (LEITE, 2003).
A ultrassonografia é uma ferramenta versátil, tendo sua aplicabilidade englobando a
obstetrícia veterinária, o atendimento clínico-cirúrgico, a definição de diagnósticos, a
avaliação da saúde na rotina clínica, o desenvolvimento de pesquisas reprodutivas em
diversas espécies, entre outros. Além da versatilidade, a ultrassonografia apresenta
baixo custo operacional, além de ser considerada segura, pois não é invasiva, e não
utiliza radiação ionizante (SEIER, 2000; PAPP e FEKETE, 2003; BELTRAME et al.,
2010).
A ultrassonografia convencional é considerada uma ferramenta indispensável
na reprodução animal, pois além de possibilitar a o diagnóstico precoce da gestação,
permite o estudo do desenvolvimento fetal e sua adequada maturação, e permite a
avaliação da viabilidade fetal. Apesar disso, esse modo de processamento
ultrassonográfico apresenta limitações na avaliação da hemodinâmica corporal,
avaliação essa, fundamental no acompanhamento gestacional (OLIVEIRA, 2013).
Nesse sentindo, o avanço tecnológico dos modos de processamento
ultrassonográfico e o advento do Doppler Triplex possibilitou a ampliação de
informações adquiridas através do exame ultrassonográfico. Antes, o bem-estar do feto
canino era avaliado na rotina, com base em movimentos fetais e batimentos cardíacos
(MIRANDA e DOMINGUES, 2010), atualmente, com o uso do Doppler Triplex pode-
se obter conhecimento acerca do tipo, direção e velocidade do fluxo sanguíneo, gerando
informações hemodinâmicas mais precisas e úteis na avaliação gestacional (OLIVEIRA,
12
2013), como por exemplo em gestações patológicas, na detecção de anormalidades
antes de que hajam alterações da frequência cardíaca fetal (BLANCO et al., 2001).
A circulação da aorta e umbilical fetal dependem da atividade do coração e do
desenvolvimento da placenta do concepto. As alterações percebidas através do Doppler
Tríplex fornecem informações sobre a inconformidade dos vasos fetais, podendo ser
apontadas como importantes indicadores de morte fetal e neonatal, além de ajudar a
indicar o melhor momento para intervenções cirúrgicas em fetos com sofrimento
(NAUTRUP, 1996; MADAZLI et al., 2001; DI SALVO et al., 2006; BLANCO et al.;
2009; GIANNICO et al., 2015).
Considerando a importância da dopplerfluxometria na obstetrícia veterinária e
suas múltiplas aplicabilidades, o objetivo desse estudo é avaliar a aplicabilidade da
técnica na rotina pré-natal, além de identificar os parâmetros vasculares e possíveis
alterações destes, no terço final da gestação em cadelas.
13
2. OBETIVOS
2.1 Geral
Avaliar os parâmetros dopplerfluxométricos da aorta, artéria umbilical e cerebral
média de fetos caninos no terço final da gestação.
2.2 Específicos
Avaliar a execução da técnica dopplerfluxométrica e sua aplicabilidade na rotina
obstétrica.
Identificar alterações hemodinâmicas nos índices dos vasos estudados.
Avaliar o estresse fetal por meio da dopplerfluxometria.
14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Hemodinâmica materno-fetal e sofrimento fetal
A implantação embrionária em cães inicia-se por volta dos dias 16 a 18 após a
concepção e completa-se até o dia 23 da gestação, sendo observado que entre os dias 22
e 23 há invasão do trofoectoderma placentário no endométrio dando início da formação
da placenta (THATCHER et al., 1994). A placenta se caracteriza como um órgão
transitório complexo e funcional, que no decorrer de seu desenvolvimento apresenta
diferentes modificações. Desse modo, o crescimento e a sobrevivência do feto são
inteiramente dependentes da placenta, que é responsável pelas trocas fisiológicas entre
mãe e feto (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Quanto ao número de camadas entre o feto e a mãe, a placenta dos caninos é
classificada como endotélio-corial (ROBERTS, 1986). Pela disposição dessas camadas
ao redor do feto, a placenta de cadelas é denominada de zonaria, que envolve
inteiramente o feto, e nas suas margens são observados os hematomas marginais
(MIGLINO et al., 2006), que resulta de hemorragia materna quando a invasão do
trofoblasto no endométrio uterino. Estes hematomas desempenham papel fundamental
na nutrição do feto através do sangue materno (AMBRÓSIO, 2009).
O processo de formação e desenvolvimento placentário é caracterizado por
extensiva angiogênese, tanto na parte materna quanto na fetal e é seguida por acentuado
aumento no fluxo sanguíneo uterino e umbilical. Um dos eventos iniciais que ocorre
durante o desenvolvimento embrionário e placentário é o estabelecimento de circulações
funcionais materno-fetais. As trocas placentárias se intensificam na segunda metade da
gestação, por conta do crescimento acentuado de leitos vasculares placentários e do
aumento do fluxo sanguíneo umbilical e uterino (REYNOLDS e REDMER, 1995).
O sangue materno vindo da placenta é rico em oxigênio e nutrientes, através do
ducto venoso ele é encaminhado para o fígado do feto. Parte do fluxo sanguíneo segue
pela veia cava inferior até chegar em átrio direito, e através do forame oval grande parte
é direcionada ao átrio esquerdo. O sangue que flui para ventrículo esquerdo é ejetado
para aorta ascendente. O sangue presente no ventrículo direito é ejetado para artéria
pulmonar, e grande parte do fluxo desvia-se dos pulmões para a aorta descendente
15
através do canal arterial, seguindo a distribuição sanguínea por todo corpo do embrião,
retornando a placenta através das artérias umbilicais (MOORE, 2004; DUMM, 2006).
Durante o período gestacional ocorrem distintas alterações fisiológicas que
estão relacionadas a ventilação e a hemodinâmica materno-fetal, podendo afetar o feto
diretamente através de seus efeitos sobre o fluxo sanguíneo (HALL et al., 2001). A
capacidade funcional placentária está correlacionada com bem-estar fetal (REYNOLDS
et al., 2010), desse modo o aumento da resistência vascular uterina ou a redução do
fluxo sanguíneo uterino afetando a circulação fetal podem ser usados como apontadores
de risco gestacional, e estão relacionados com retardo no crescimento fetal, perda
gestacional precoce, hipertensão materna e sofrimento fetal (HARRINGTON et al.,
1997; SILVA et al., 2011).
Somente a ultrassonografia bidimensional não possibilita a avaliação das
características vasculares materno-fetais, sendo necessário o emprego do Doppler, o que
permite uma avaliação em tempo real da hemodinâmica materna e fetal de vasos, tais
como aorta, umbilical, e média cranial (BASCHAT et al., 2000; DI SALVO et al.,
2006; FELICIANO 2013 et al., 2013b).
3.2 Princípios físicos da ultrassonografia Doppler
O modo Doppler é uma ferramenta recentemente introduzida na rotina
veterinária, em meados da década de 80, que permite a obtenção de informações em
tempo real, sobre variados aspectos hemodinâmicos (MEDEIROS et al., 2004;
CARVALHO et al, 2008 a; SILVA et al., 2011).
A dopplerfluxometria é o estudo não invasivo da hemodinâmica corporal,
sendo capaz de avaliar presença, velocidade e direção do fluxo sanguíneo em diversos
órgãos. A técnica tem como princípio básico o efeito Doppler, descrito em 1842 por
Christian Doppler, no qual se verifica a alteração da frequência das ondas sonoras
refletidas quando o objeto refletor se move em relação uma fonte de onda sonora
(transdutor) (CERRI e ROCHA, 1993; NEPUCEMO et al., 2015).
Dessa forma, a diferença entre a frequência emitida pelo transdutor e a
recebida através de ecos de retorno é conhecida como deslocamento de frequência
16
Doppler e, quanto maior é essa variação, maior é a velocidade do alvo móvel. Quando o
objeto refletor se direciona ao transdutor, o deslocamento é positivo e o eco terá uma
frequência mais alta, e vice-versa. Nos vasos sanguíneos as hemácias se comportam
como corpos refletores (NYLAND e MATTON, 2005; CARVALHO, 2009).
3.2.1 Doppler Colorido
O Doppler colorido é um modo de processamento ultrassonográfico que
possibilita a demarcação dos vasos sanguíneos em uma escala de cores dentro de uma
área demarcada, de acordo com a presença do fluxo sanguíneo, sua quantidade e
velocidade, permitindo a visibilização de vasos de pequeno calibre, que antes não eram
vistos na ultrassonografia convencional. A aquisição dessas novas informações através
da técnica são especialmente importantes no terço inicial da gestação, onde existem
pequenas distâncias entre os vasos fetais. (MURTA; BATISTUTA; CUNHA FILHO,
2002).
3.2.2 Doppler Pulsado
O Doppler pulsátil ou espectral, por meio de um cristal piezelétrico gera pulsos
em intervalos regulares de tempo e o sinal refletido é recebido entre os intervalos de
tempo dos pulsos emitidos. A diferença dos sinais emitidos e recebidos é comparada,
gerando um gráfico em ondas, sendo variável de acordo com a velocidade de hemácias
em um intervalo de tempo, além disso, os sinais resultantes apresentam-se
simultaneamente de forma audível, cuja intensidade do som é diretamente proporcional
à velocidade do fluxo (CERRI & ROCHA, 1993, MURTA; BATISTUTA; CUNHA
FILHO, 2002; CARVALHO, 2008a).
3.2.3 Doppler Triplex
O Doppler Triplex consiste na união da ultrassonografia em modo – B,
Doppler colorido e pulsado. Esse modo e processamento permite uma avaliação
quantitativa e qualitativa do fluxo sanguíneo, por gerar informações a respeito da
17
presença, direção e tipo de fluxo do vaso estudado (SZATMÁRI; SÓTONYI; VÖRÖS,
2001; CARVALHO, 2008b).
Por meio do modo – B os vasos são detectados e avaliados quanto ao seu
diâmetro, em seguida, com uso do Doppler colorido é possível determinar a direção do
fluxo sanguíneo nos vasos, sendo marcados por cores diferentes de acordo com sentindo
do fluxo, e por fim, o através do uso do Doppler pulsado em um determinado segmento
do vaso, é gerado um gráfico representativo das características hemodinâmicas ali
presentes (CARVALHO e ADDAD, 2004; CARVALHO et al., 2008b; WOOD et al.,
2010).
3.3 Índices vasculares
A ultrassonografia Doppler representa um avanço na prática obstetrícia por
permitir uma avaliação quantitativa e qualitativa das condições da hemodinâmica
materno-fetal de forma não-invasiva (RIBEIRO, 2008), possibilitando a obtenção de
outras informações como os chamados índices Doppler, que podem auxiliar na
identificação de alterações vasculares diversas (BLANCO et al., 2009). Os principais
parâmetros hemodinâmicos são, a velocidade de pico sistólico (PSV), velocidade
diastólica final (EDV), índice de pulsatilidade (IP) e índice de resistividade (IR).
Os IR e IP proporcionam informações a respeito da resistência ao fluxo
sanguíneo, e tem como origem a relação entre pico sistólico e diastólico final (IR) e a
relação entre os picos e a velocidade média (NOVELLAS et al., 2007). O IP relaciona
velocidades sistólica e diastólica à velocidade média. O IR está relacionado a resistência
vascular, sendo alto na vasoconstrição e baixo na vasodilatação (DI SALVO et al.,
2006).
3.4 Ultrassonografia gestacional
A ultrassonografia é um método confiável para diagnóstico de gestação em
pequenos animais (HECHT, 2011) e apresenta inúmeras vantagens, pois se mostra
preciso e seguro, sendo inócuo à mãe e aos fetos (PAPP & FEKETE, 2003), além de
permitir a avaliação da viabilidade fetal, o acompanhamento da organogênese, a
18
detecção de enfermidades e/ou malformações, a determinação da idade gestacional e
previsão da data de parto (CASTRO et al., 2011).
A confirmação de gestação se dá após a visualização das vesículas gestacionais
no interior do útero (FREITAS e SILVA, 2008), por volta do 17° ao 19° dias de
gestação, sendo caracterizadas ultrassonograficamente como estruturas esféricas e
anecóicas (LUZ et al., 2005). A detecção do embrião, propriamente dito, varia entre 22
a 25 dias, sendo caracterizado como uma estrutura hiperecogênica homogênea, separada
da parede uterina, se projetando para o interior da vesícula gestacional, não sendo
possível ainda a diferenciação das estruturas embrionárias, porém é possível a
mensuração do comprimento do feto (ENGLAND, 1998).
A partir de então tem-se a visibilização da agamogênese embrionária, onde
diferentes estágios do desenvolvimento fetal são detectados à ultrassonografia com o
decorrer da gestação (CARVALHO, 2014), sendo que aos 28 dias já é possível observar
a formação da cabeça e do corpo do feto (FREITAS e SILVA, 2008). Podem-se
observar por volta de 22 a 24 dias as camadas da placenta na parede uterina, e entre 27 e
30 dias pode-se observar a placenta com aspecto zonário, entre o feto e as paredes do
útero (ENGLAND et al, 2003). A camadas do saco vitelínico podem ser observadas
entre os dias 25º ao 28º e as membranas alantoidianas do dia 27º ao 31º (KEALY,
2000).
A atividade cardíaca do embrião canino pode ser observada por volta dos 24-25
dias, e a atividade motora aos 28 dias (Cruz et al., 2003). Em seguida, no 46º dia de
gestação, é possível detectar as câmaras cardíacas que se mostram com aspecto
anecóico (Fig. 3) (SAMPAIO, 2002; FELICIANO et al, 2007).
Conforme England (1998), a diferenciação do parênquima hepático do tecido
pulmonar é possível próximo de 38 a 42 dias de gestação. A regiões torácica e
abdominal são separadas por uma linha hiperecogênica entre as duas cavidades que
representa o diafragma. Com o avanço da gestação, em 90% dos casos o parênquima
pulmonar se torna mais ecogênico em relação ao fígado, e ainda nessa fase pode-se
visibilizar estômago e bexiga como áreas focais anecogênicas de diâmetro variável
(YEAGER et al., 1992; SAMPAIO 2002).
19
O esqueleto fetal pode ser identificado a partir do 30º dia, onde já é possível
delimitar o crânio apresentando discreta calcificação. As estruturas ósseas são
reconhecidas por interfaces hiperecóicas formadoras de sobre acústica. Observa-se
primeiro a mineralização do crânio, sendo seguido pela coluna e membros (NYLAND
& MATTOON, 2002, CASTRO, 2006).
Por volta dos 39 aos 45 dias de gestação pode-se visualizar os rins, com
aspecto inicial hipoecogênico e pelve anecogênica, com a evolução da gestação esses
órgãos adquirem um aspecto semelhante aos rins de um animal adulto, já com completa
diferenciação entre as regiões cortical e medular (CARVALHO, 2014). As alças
intestinais são consideradas um dos últimos achados ultrassonográficos da gestação,
podendo observar peristaltismo entre o 57° e o 63° dias, sendo este um sinal indicativo
de uma gestação a termo (ZAMBELI e PRATI, 2006).
3.4.1 Ecobiometria
De acordo com Miranda & Domingues (2010), a ecobiometria é uma
importante técnica de estudo das estruturas gestacionais e avaliação anatômica dos fetos
ao longo do desenvolvimento. Além disso, possiblita a previsão da data do parto com
antecedência sendo extremamente útil na clínica reprodutiva, principalmente para
animais com cópulas múltiplas ou com data de cobertura incerta, fornecendo subsídios
para clínicos tomarem a decisão em relação à realização da cesariana em um momento
seguro, principalmente para aumentar a expectativa de sobrevivência de filhotes (KIM
et al, 2007).
Através da ultrassonografia é possível estimar a idade gestacional, com a
utilização de medições fetais e avaliação do avanço do desenvolvimento dos órgãos. Os
métodos de mensuração são realizados de acordo com o tamanho do animal e a fase
gestacional. No início da gestação, entre 19 e 37 dias, onde já se pode identificar o
concepto e as demais estruturas gestacionais, as medidas realizadas são, o diâmetro do
saco gestacional, diâmetro uterino externo, ou comprimento cabeça-nádega (CRL -
Crown Rump Length) (NEPUCEMO et al, 2015).
O diâmetro torácico (ENGLAND, 1990), abdominal (LUVONI e BACCA,
2006) e comprimento femoral (JABIN et al, 2007; TEIXEIRA et al, 2009) também
20
podem ser utilizados para determinar a idade gestacional. Nas gestações superiores a 37
dias outros tipos de mensurações podem auxiliar, como o diâmetro corpóreo do feto e o
diâmetro biparietal, sendo este a ferramenta mais precisa em gestações acima de 40 dias
(NEPUCEMO et al, 2015).
3.4.2 Hemodinâmica fetal
A dopplerfluxometria para a análise de mudanças nas características do fluxo
vascular durante a gravidez é de extrema importância para a avaliação do
desenvolvimento e bem-estar fetal, podendo ser útil no diagnóstico precoce de gestação
anormal antes que outros sinais ultrassonográficos apareçam (MIRANDA E
DOMINGUES, 2010).
A circulação aórtica e umbilical fetal dependem da atividade cardíaca do
concepto e do desenvolvimento placentário. As formações de ondas obtidas através do
Tríplex Doppler fornecem informações sobre a alteração da conformidade dos vasos
fetais. Por volta da 5ª e 6ª semana de gestação, observa-se altos valores de IP e IR,
indicando alta resistência vascular na placenta canina. O desenvolvimento completo do
coração e da placenta fetal leva à diminuição da resistência e, portanto, à diminuição
dos índices na aorta e na artéria umbilical, chegando aos valores mais baixos cerca de
24 horas antes do parto (Tab. 1) (NAUTRUP, 1998; DI SALVO et al., 2006;
GIANNICO et al., 2015).
Tabela 1. Índices vasculares da Artéria Aorta, Umbilical e Cerebral Média em fetos
caninos, durante a 7ª e 8ª semana de gestação.
Semana Gestacional Índices 7ª 8ª
Aorta IP 1.62 1.64
IR 0.9 0.88
Umbilical IP 1.49 1.25
IR 0,84 0,75
Média Cranial IP 1,31 1,02
IR 0,69 0,63
Legenda: IP = índice de pulsatilidade; IR = índice de resistividade;
Adaptada de DI Salvo et al., (2006) e Feliciano et al., (2013b).
21
O conhecimento dessa dinâmica vascular pode ajudar a predizer o momento do
parto, e auxiliar na tomada de decisões de quando fazer intervenções na gestação
(GIANNICO et al., 2015). O fluxo umbilical e os aspectos hemodinâmicos da aorta dos
fetos podem ser importantes indicadores de morte neonatal (MADAZLI et al., 2001).
Alterações dessa hemodinâmica materno-fetal, detectadas pelo Doppler, podem apontar
problemas de aporte sanguíneo, trazendo prejuízos ao bem estar do feto, como relato
por Nautrup (1996), onde uma formação atípica de onda ao Doppler das artérias
uteroplacentárias, foi correlacionada com feto subdesenvolvido, vindo este a óbito nos
primeiros dias de vida, e em modelo canino experimental de gestação anormal, proposto
por Blanco et al.; (2009), sugerindo que o IR da artéria uterina também poderia ser um
preditor de gravidez comprometida e aborto iminente nesta espécie.
22
4. METODOLOGIA
4.1 Animais
Foram avaliados trinta fetos de oito cadelas gestantes (primíparas e pluríparas),
com média de idade de quatro anos, clinicamente saudáveis, de raças variadas, no
período de agosto de 2016 a fevereiro de 2017, oriundas de proprietários da cidade de
Belém e região metropolitana, que procuraram espontaneamente o Setor de Diagnóstico
por Imagem do Hospital Veterinário Professor Mário Dias Teixeira - HOVET (UFRA),
para diagnóstico e/ou acompanhamento ultrassonográfico no terço final da gestação,
entre o 6ª e 8ª semanas.
4.2 Avaliação ultrassonográfica
O exame ultrassonográfico foi conduzido com aparelho Mindray Z6 Vet,
equipado com transdutores multifrequenciais, modelos Microconvexo 6C2P (5-8,5
MHz) e Linear 7L4P (6,5-10 MHz) (Fig. 1), sendo a frequência escolhida de acordo
com porte do animal. Realizou-se ampla tricotomia abdominal e utilizou-se gel
ecográfico como agente de contato para o transdutor ultrassonográfico. As cadelas
foram contidas e posicionadas em decúbito lateral ou dorsal, de acordo com a
necessidade e adaptação ao exame (Fig. 2).
A B C
Figura 1. A- Aparelho ultrassonográfico modelo Mindray Z6 Vet; B- Transdutor
Microconvexo 6C2P (5-8,5 MHz); C- Transdutor Linear 7L4P (6,5-10 MHz);
Fonte: <mindray.com>
23
Figura 2. Posicionamento do animal em decúbito dorsal e decúbito lateral direito para
realização de exame ultrassonográfico.
Foram avaliados de dois a seis fetos por fêmea. Para cada feto, foi inicialmente
realizada a avaliação da viabilidade fetal por meio da frequência cardíaca fetal,
utilizando o Doppler Pulsado (Fig. 3), e a identificação das estruturas em modo-B, com
o objetivo de avaliar a idade gestacional e a organogênese, por meio da mensuração do
diâmetro biparietal (DBP), torácico (DT), abdominal (DA), e mensuração do
comprimento femoral (CF) (Fig. 4).
Figura 3. Imagem representativa da avaliação da frequência cardíaca fetal por meio do
Doppler Pulsado de feto canino com 7 semanas de gestação.
24
Figura 4. A- Mensuração do Diâmetro Biparietal (DBP); B- Torácico (DT); C-
Abdominal (DA); D- Comprimento Femoral;
4.2.1 Avaliação da hemodinâmica
Para a avaliação vascular, utilizou-se a técnica Triplex Doppler, primeiramente
localizando-se os vasos a serem estudados em modo-B e em sequência, fez-se uso do
Doppler colorido, observando o preenchimento completo do vaso a ser analisado, para
aplicação do Doppler Pulsado, sendo o volume da amostra posicionado na região central
do vaso (Fig. 5). Foram coletados pelo menos três ciclos consecutivos de velocidades e
amplitudes similares.
A aorta foi identificada e examinada na região torácica, após o arco aórtico,
paralela a veia cava caudal. A artéria umbilical foi identificada de forma livre entre
abdômen fetal e a placenta, e a artéria cerebral média foi identificada ao corte
transversal do crânio fetal (Fig. 6).
Os valores de índices vasculares foram calculados de modo automático por
meio do software presente no aparelho ultrassonográfico, sendo o IR = (Pico de
Velocidade Sistólica – Velocidade Diastólica Final)/ Pico de Velocidade Sistólica; e IP
= (Pico de Velocidade Sistólica – Velocidade Diastólica Final)/ Velocidade Média do
Ciclo. O ângulo de insonação admitido para obtenção dos índices foi entre 0º e 60º.
25
Figura 5. A- Imagem representativa da área de avaliação ultrassonográfica do tórax de
de feto canino, aos 7 semanas de gestação. A- Identificação do Arco Aórtico (seta) em
Modo-B e Modo Doppler Colorido (B).
Figura 6. Imagens representativas da avaliação hemodinâmica fetal de um feto canino
aos 6 semanas de gestação. A, C e E: Modo – B da Aorta e Artérias Umbilical e
Cerebral média indicadas pelas setas; B, D e F: evidenciando o traçado espectral das
respectivas artérias
26
4.3 Avaliação estatística
Os dados foram analisados através do programa GraphPad Prisma 4™, para
obtenção das médias e desvio padrão, afim de comparar os índices vasculares com os
valores estabelecidos por DI Salvo et al., (2006) e Feliciano et al., (2013b).
27
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para os 30 fetos avaliados os valores dopplerfluxométricos estão representados
na tabela abaixo.
Tabela 2. Valores médios, desvio padrão e número de fetos caninos para os parâmetros
dopplerfluxométricos
Parâmetros Aorta (n) Umbilical (n) Média Cranial
IP 2,21 ± 0,67 (20) 2,07 ± 0,88 (21) 1,48 ± 0,8 (3)
IR 0,91 ± 0,03 (20) 0,87 ± 0,06 (21) 0,7 ± 0,05 (3)
Legenda: n = número de fetos; IP = índice de pulsatilidade; IR = índice de resistividade.
A média para os valores obtidos de frequência cardíaca de 24 dos 30 fetos foi
de 240,47 ± 9,63 bpm, valores dentro da normalidade e similares aos encontrados por
Oliveira (2013) com média de 229,8 ± 10,71 e Gil (2015). Para esses animais, IR e IP
das artérias avaliadas estavam dentro da normalidade e foram valores baixos,
semelhantes aos encontrados por Nautrup (1998), DI Salvo et al., (2006) e Feliciano et
al., (2013a) (Tab. 2), devido a maior perfusão com o avanço no crescimento do
concepto (NAUTRUP, 1998; DI SALVO et al., 2006; FELICIANO et al., 2013a;
GIANNICO et al., 2015).
5.1 Aorta
Dos fetos avaliados, 6 dos 30 fetos apresentavam bradicardia, com frequência
média de 206,8 ± 4,11 bpm, chegando a valores mínimos de 202 e 208 bpm em fetos
com 59 e 63 dias, respectivamente, evidenciando sofrimento fetal, onde frequências
entre 180 e 220 bpm apontam sofrimento fetal moderado, e valores abaixo de 180 bpm
apontam sofrimento fetal grave (ZONE e WANKE, 2001). Sabendo-se que os
movimentos fetais e que a frequência cardíaca sofre grande variação nas 72h que
antecedem o parto (GIL, 2015), com tendência a diminuição de seus parâmetros como
resultado do estresse fetal e da hipóxia na gestação canina, espera-se que, por
consequência da hipóxia, o coração como órgão vital seja afetado (JOHNSON, 2008;
GIL, 2015).
28
A queda dos parâmetros dopplefluxométricos é esperada no terço final da
gestação (NAUTRUP, 1998), acontecimento comprovado em estudo conduzido por
Feliciano et al., (2013b), no acompanhamento ultrassonográfico pré-natal de cadelas
saudáveis, observou-se progressiva queda dos valores de IR e IP da aorta entre a 5ª e 8ª
semana de gestação, assim como constatado por DI Salvo et al., (2006), onde quedas
significativas dos índices foram observadas entre a 6ª e 7ª semana gestacional.
Essa dinâmica decrescente dos índices se dá pela intensificação da circulação
materno-fetal para suprir a alta demanda dos órgãos vitais, como cérebro e coração, e
dos órgãos da cavidade abdominal durante o desenvolvimento fetal (NAUTRUP, 1998;
COSTA et al., 2005; MIRANDA e DOMINGUES, 2010). No estudo realizado em 2013
por Oliveira, verificou-se que os IR e IP referentes à aorta fetal não demonstram
diferença estatística entre os fetos com frequência cardíaca normal quando comparados
com animais apresentado bradicardia. A autora sugere não ser possível propor a
aplicação isolada dos parâmetros hemodinâmicos da aorta para diagnóstico de
alterações gestacionais em fetos com baixa frequência cardíaca. Assim como verificado
por Blanco et al., (2011), onde não houve diferenças estatísticas dos valores
hemodinâmicos da aorta entre gestações normais e anormais.
5.2 Artéria Umbilical
Para os animais apresentando bradicardia, obteve-se valores médios de 1,68 ±
0,27 para IR e 0,82 ± 0,03 para IP da artéria umbilical, sendo acima do encontrado por
Nautrup (1998) e DI Salvo et al. (2006) e semelhantes aos encontrados por Oliveira
(2013) em seu estudo dopplefluxométrico de fetos com bradicardia, onde sugere que
valores acima de 1,6 para IP e 0,7 para IR umbilical podem ser indicativos de
sofrimento, reafirmando assim que esses parâmetros vasculares podem contribuir para a
determinação precoce do sofrimento fetal canino, e serem utilizados para determinar o
momento ideal de intervenções cirúrgicas. Oliveira (2013) obteve correlações positivas
significativas (p < 0,05) entre os IR e IP da artéria umbilical e da veia cava caudal,
salientando assim a importância destas variáveis para diagnóstico de alterações
gestacionais. Em estudo realizado por Freitas et al., (2016) comparando IR e IP de fetos
normais e fetos apresentando anomalias: hidropsia fetal, hidrocefalia, gastrosquise,
subdesenvolvimento fetal, além de, morte fetal, mumificação e maceração, observou
29
aumento dos valores de IR e IP da artéria umbilical a partir da 6ª semana de gestação
em casos de morte fetal. Para fetos subdesenvolvidos, obteve aumento de RI a partir da
6ª e de IP na 7ª semana, e em fetos com anomalias congênitas percebeu-se aumento de
IR e IP das artérias uteroplacentárias quando comparado com os fetos normais.
Freitas et al., (2016) sugerem ainda que essas alterações possam indicar um
aumento da dificuldade no fluxo sanguíneo, possibilitando a hipovascularização e
consequentemente a morte fetal, sugestão ratificada por Rigano et al. (2001), que
afirmam que a oclusão progressiva da vascularização das vilosidades fetais resulta em
alta resistência ao fluxo, o que, por conseguinte, provoca alterações na forma de onda
Doppler da artéria umbilical, essas alterações do fluxo umbilical podem ser os primeiros
sinais de reduções sutis de perfusão. Essa informação foi reforçada por Giannico et al.,
(2015), que sugerem que alterações no fluxo sanguíneo da artéria umbilical podem
indicar potencial distúrbio fetal futuro, além de ajudar a prever o momento do parto.
5.3 Artéria Cerebral Média
Na avaliação da artéria cerebral média (Tab. 2), apesar do reduzido número de
dados, os valores dos índices vasculares encontrados estavam na normalidade de acordo
com o preconizado por Feliciano et al., (2013b), em seu estudo pioneiro de
acompanhamento do desenvolvimento cerebral e determinação dos índices vasculares
da artéria cerebral média fetal, onde sugeriu a importância dos padrões hemodinâmicos
como possível ferramenta para diagnóstico precoce de hidrocefalia e para prognóstico
no tratamento de neonatos. Sabe-se que em humanos, a diminuição do índice de
resistência na artéria cerebral média fetal está relacionado ao desenvolvimento cerebral
(COSTA e GADELHA, 2006), e acredita-se que a intensa multiplicação celular cerebral
observada entre 15ª e 20ª semana, está relacionada ao metabolismo aumentado no
cérebro fetal, ocorrendo portanto, diminuição da resistência ao fluxo sanguíneo nos
compartimentos vasculares cerebrais (DOBBING e SANDS, 1970). Em animais,
Carvalho et al., (2010), constataram que o uso do Doppler transcraniano e a avaliação
de IR, pode ajudar no monitoramento do tratamento de animais com hidrocefalia, onde
a diminuição de IR pode sugerir uma melhora do quadro clínico animal.
30
5.4 Aplicabilidade da Dopplerfluxometria
No tocante as dificuldades de aplicação da dopplerfluxometria na realização do
exame, reitera-se as observações feitas por Nautrup (1998), DI Salvo et al., (2006) e
Oliveira (2013), onde questões como aumento do tempo de realização do exame e, por
conseguinte, inquietude do animal, podem ser apontadas, por vezes, como causa da
impossibilidade de obtenção dos índices vasculares de todas as artérias de um mesmo
feto. É importante ressaltar que, a dificuldade de seleção do volume da amostra do vaso
a ser avaliado, se mostrou o maior fator limitador para aquisição dos valores
hemodinâmicos, destacando o da artéria cerebral média, tendo em vista seu diminuto
calibre. Outros fatores apontados por Feliciano et al., (2013) como a movimentação
fetal e o grau de mineralização do crânio, também podem contribuir de maneira
negativa para avaliação da artéria cerebral média. Entretanto, salienta-se que a
experiência do avaliador pode minimizar e contornar os entraves citados, tornando a
técnica cabível na rotina obstétrica veterinária.
31
6. CONCLUSÃO
Os resultados do presente trabalho reforçam a importância e a aplicabilidade da
dopplerfluxometria como técnica para monitoramento gestacional na rotina veterinária,
por meio da análise dos índices vasculares da aorta, artéria cerebral média e umbilical.
Além de sugerir a representatividade dos índices vasculares da artéria umbilical como
indicador precoce de sofrimento fetal.
32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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