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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ANGÉLICA TENÓRIO SANTOS ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO AMBIENTE: CONTRIBUIÇÕES PARA PRESERVAÇÃO DOS PROCESSOS VITAIS ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES CUIDADOSAS. Garanhuns 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ANGÉLICA TENÓRIO SANTOS

ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO AMBIENTE: CONTRIBUIÇÕES PARA

PRESERVAÇÃO DOS PROCESSOS VITAIS ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DE

ATITUDES CUIDADOSAS.

Garanhuns

2015

ANGÉLICA TENÓRIO SANTOS

ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO AMBIENTE: CONTRIBUIÇÕES PARA

PRESERVAÇÃO DOS PROCESSOS VITAIS ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DE

ATITUDES CUIDADOSAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial para obtenção do título de Licenciado

(a) em Pedagogia pelo Curso de Licenciatura em

Pedagogia da Universidade Federal Rural de

Pernambuco – Unidade Acadêmica de Garanhuns.

Orientadora: Profª. Ma. Glória Maria Duarte Cavalcanti

Garanhuns

2015

Ficha Catalográfica

Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial UFRPE/UAG

CDD: 372.5

1. Ensino de Ciências

2. Meio Ambiente

3. Educação Ambiental

4. Degradação Ambiental

I. Cavalcanti, Maria Glória Maria Duarte

II.Título

S237m Santos, Angélica Tenório

Estudo do tema transversal meio ambiente:

contribuições para preservação dos processos vitais

através do desenvolvimento de atitudes cuidadosas /

Angélica Tenório Santos._Garanhuns, 2015.

60 f.

Orientador: Maria Glória Maria Duarte Cavalcanti

Monografia (Curso Licenciatura em Pedagogia) –

Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade

Acadêmica de Garanhuns, 2015.

Inclui anexo e referências

ANGÉLICA TENÓRIO SANTOS

ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO AMBIENTE: CONTRIBUIÇÕES PARA

PRESERVAÇÃO DOS PROCESSOS VITAIS ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DE

ATITUDES CUIDADOSAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial para obtenção do título de Licenciado

(a) em Pedagogia pelo Curso de Licenciatura em

Pedagogia da Universidade Federal Rural de

Pernambuco – Unidade Acadêmica de Garanhuns.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Ma. Glória Maria Duarte Cavalcanti – UAG/UFRPE

______________________________________________________________________

Profª. Drª. Heloisa Flora Brasil Nóbrega Bastos – UAG/UFRPE

______________________________________________________________________

Profº. Drº. Cláudio Galvão de Souza Júnior - UAG/UFRPE

AGRADECIMENTOS

Gostaria de primeiramente agradecer a Deus, pois tenho a plena certeza de que sem

sua nobre presença em minha vida eu não chegaria onde cheguei, com saúde e

desprendimento. Continuando, cordialmente agradeço aos meus pais, Ivanilde e Paulo, pois

eles sempre me apoiaram em meus sonhos e sempre batalharam para o meu melhor.

Considero-os eternamente como pessoas guerreiras e espero que, se Deus permitir, estejam ao

meu lado nas minhas novas conquistas.

Agradeço também, de todo o meu coração ao meu noivo, Valter Jorge, pessoa de

coração nobre, que eu conheci aqui na Unidade Acadêmica de Garanhuns, e hoje é um dos

meus maiores orgulhos. Agradeço de coração às minhas irmãs, Edineide e Ângela, e ao meu

irmãozinho menor, João Paulo, que de alguma forma me incentivaram.

Não poderia, em momento algum, deixar de agradecer aos meus primeiros professores,

desde o Ensino Fundamental até o Normal em Nível Médio, pois deles ainda hoje carrego

boas lembranças e aprendizagens significativas.

Cordialmente e com muito orgulho, agradeço a vocês, docentes da casa, da grande

família que constitui a nobre Unidade Acadêmica de Garanhuns. Agradeço àqueles que me

acompanharam desde o primeiro período até agora, o oitavo período, pois vocês me

mostraram que os sonhos não são impossíveis, e que, com força e garra, conseguiria chegar lá.

Vai aquele agradecimento especial para vocês docentes que me acompanharam mais

de perto: minha orientadora deste trabalho de conclusão de curso, Professora Glória Maria; a

docente Heloisa Bastos, que vem me acompanhando nesta jornada, através das disciplinas:

Prática Educacional Pesquisa e Extensão VI, VII e VIII e que também se disponibilizaram a

fazer parte da banca da minha defesa. Agradeço também ao professor Cláudio Galvão, por

também ter essa disponibilidade.

Enfim, a todos os meus amigos, colegas da turma, e a todos os demais professores e

profissionais da unidade, eu agradeço cordialmente, e espero um dia, no futuro, voltar a esta

casa, enquanto uma docente formada dignamente aqui e que adquiriu conhecimentos e lições

indispensáveis para toda a vida.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 121

2.1 UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL. ........ 121

2.2 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA FORMAÇÃO CIDADÃ ....................... 154

2.3 O TRABALHO COM O TEMA MEIO AMBIENTE E O PAPEL DA EDUCAÇÃO NO

CONTEXTO ESCOLAR. ...................................................................................................... 176

2.4 A AÇÃO ANTRÓPICA E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ..................................... 198

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 221

3.1 QUESTÕES ÉTICAS DA PESQUISA ............................................................................ 221

3.2 TIPOS DE PESQUISA ..................................................................................................... 232

3.3 SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA .............................................................. 232

3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS. .............................................................. 243

3.5 COLETA DE DADOS........................................................................................................24

4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................... 276

4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS CONCEPÇÕES DAS PROFESSORAS SOBRE MEIO

AMBIENTE, DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................... 27

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ATITUDES CUIDADOSAS COM O MEIO AMBIENTE

DECLARADAS PELAS PROFESSORAS. .......................................................................... 321

4.3 ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO

AMBIENTE PARA CONSTRUÇÃO DE ATITUDES CUIDADOSAS EM CRIANÇAS

(PROFESSORAS)....................................................................................................................34

4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS SOBRE MEIO AMBIENTE,

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................ 387

4.5 CARACTERIZAÇÃO DAS ATITUDES CUIDADOSAS COM O MEIO AMBIENTE

DECLARADAS PELOS ALUNOS........................................................................................ 47

4.6 ANALISE DAS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO

AMBIENTE PARA CONSTRUÇÃO DE ATITUDES CUIDADOSAS EM CRIANÇAS

(ALUNOS)................................................................................................................................49

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................53

REFERÊNCIAS......................................................................................................................55

APÊNDICE A- MODELO DE QUESTIONÁRIO..............................................................58

Todo segredo do mundo está em nós, mas o

ignoramos e ele é incompreensível para nós:

isso é talvez o mistério dos mistérios.

(Morin, 2000c, p. 262).

RESUMO

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde (BRASIL, 2001)

ressaltam que a degradação ambiental consiste em alterações e desequilíbrios provocados no

Meio Ambiente, que impedem os processos vitais ali existentes antes dessas alterações. Nesta

pesquisa, procuramos compreender como o estudo do tema transversal Meio Ambiente pode

contribuir para a construção de atitudes cuidadosas, em crianças no contexto escolar. Para

responder a esta pergunta, construímos o seguinte objetivo geral: analisar as contribuições do

estudo do tema transversal Meio Ambiente para a construção de atitudes cuidadosas em

crianças, e os seguintes objetivos específicos: identificar as concepções dos alunos e das

professoras sobre Meio Ambiente, Degradação Ambiental e Educação Ambiental, e

caracterizar as atitudes cuidadosas com o Meio Ambiente, declaradas pelos alunos e

professores. Para realização desta pesquisa, embasamo-nos em estudos realizados por

Carvalho (2011), Grippi (2005), Dias (2004), Leff (2008), entre outros estudiosos. Esta

pesquisa é embasada em uma abordagem qualitativa, tendo caráter explicativo. Utilizamos

enquanto instrumentos de coleta de dados, o questionário e a entrevista semiestruturada. Por

meio dos resultados alcançados nesta pesquisa, foi possível constatar que o trabalho com o

tema Meio Ambiente, está presente na prática das professoras. Porém percebeu-se uma

fragilidade na formação conceitual dos alunos e professoras, sobre o que é Meio Ambiente.

Notou-se uma melhor compreensão pelos alunos e professoras sobre a degradação ambiental.

Com isso, apontamos para a necessidade de uma formação continuada para as professoras,

que aprofunde as reflexões sobre o conceito de Meio Ambiente e de Educação Ambiental.

Palavras chaves: Meio Ambiente. Educação Ambiental. Degradação Ambiental. Atitudes

Cuidadosas. Processos Vitais.

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1 INTRODUÇÃO

É perceptível a importância que tem a inserção da abordagem da temática Meio

Ambiente nas escolas, porque procede da necessidade de realizar práticas de mediação de

conhecimentos que levem os alunos a interagir com a realidade cotidiana em relação aos

problemas ambientais que emergem dentro do seu contexto e fora dele. Nessa perspectiva,

busca-se através do tema transversal Meio Ambiente, discutir a relação entre os problemas

ambientais e os fatores econômicos, políticos, sociais e históricos presentes na sociedade, e

que são abordados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde

(BRASIL, 2001).

Em meio aos problemas ambientais que acarretam modificações bruscas no Meio

Ambiente e dificultam de alguma forma a qualidade de vida de todos os seres vivos do

planeta, inclusive do homem, é perceptível a necessidade de reconstrução da relação homem-

natureza. As discussões acerca dos problemas ambientais devem partir dos contextos

educacionais, em que será possível localizar e discutir problemas ambientais dentro do

próprio espaço escolar. Dessa forma, é notório que o papel do professor nesse aspecto é

fundamental, como é apontado por Carneiro (2008) quando ressalta sobre a formação

profissional do professor para atuar em prática de Educação Ambiental:

Dada à emergência, em nossos dias, da necessidade de conscientização e

capacitação prática dos cidadãos para a sustentabilidade socioambiental,

torna-se urgente também o desenvolvimento da dimensão ambiental no

processo educativo – seja formal ou não, mas que depende prioritariamente

da formação inicial (graduação) e continuada (pós-graduação e outros

cursos) dos profissionais da Educação (CARNEIRO 2008, p. 57).

É apontado nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde, que a

tarefa do professor, associada ao tema Meio Ambiente, é o de favorecer o aluno o

reconhecimento dos fatores que contribuem para o bem-estar, visando contribuir para o

desenvolvimento do espírito crítico desse aluno, em relação à responsabilidade com o uso dos

bens comuns e naturais presentes no ambiente (BRASIL, 2001, p. 49).

Carvalho (2011, p. 75) aponta para a indispensabilidade da Educação Ambiental

Crítica nesse processo, em que esta, poderia ser descrita como "a formação de um sujeito

capaz de "ler" seu ambiente e interpretar as relações, os conflitos e os problemas aí presentes".

Nesse sentido, o problema que queremos responder nesta pesquisa é o seguinte: Como

o estudo do tema transversal Meio Ambiente pode contribuir para a construção de atitudes

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cuidadosas, em crianças no contexto escolar? Para responder a esta pergunta, construímos o

seguinte objetivo geral: Analisar as contribuições do estudo do tema transversal Meio

Ambiente para construção de atitudes cuidadosas em crianças.

Enquanto objetivos específicos, temos: identificar as concepções dos alunos e das

professoras sobre Meio Ambiente, Degradação Ambiental e Educação Ambiental e

caracterizar as atitudes cuidadosas com o Meio Ambiente declaradas pelos alunos e

professores.

Partindo dessas expectativas, de acordo com Medina et al. (2008, p. 13), a introdução

da dimensão ambiental, no sistema educacional, requer um modelo de professor que esteja em

constante formação, pois os professores, têm o papel de desempenho de mudanças

significativas, no que se refere à perspectiva ambiental, sendo estes também agentes

transformadores de sua própria prática.

Sendo que, como aponta Jacobi (2005, p. 233), em um contexto marcado pela

degradação permanente do Meio Ambiente, os educadores são peças-chave na inserção da

Educação Ambiental no contexto escolar, proporcionando aos seus alunos, uma formação

crítica face à crise ambiental. Jacobi também aponta para uma educação centrada na mudança

de hábitos, situando o que segundo ele, Morin chama de "reforma do pensamento". Sobre essa

"reforma do pensamento", Martinazzo, ao se referir aos estudos de Morin, ressalta: " A

reforma do método é inseparável de uma reforma do pensamento, ela própria inseparável de

uma reforma do ensino" (MORIN, 2000, p. 137 apud MARTINAZZO, 2004, p. 26).

Salientamos que a estrutura organizativa do nosso trabalho está disposta da seguinte

forma: primeiramente, trouxemos na introdução a nossa questão de pesquisa, objetivo geral e

objetivos específicos. Posteriormente, apresentamos uma fundamentação teórica que respalda

sobre a indispensabilidade desse trabalho, situando o leitor nos principais fatos e

acontecimentos que fazem dessa abordagem imprescindível de ser trabalhada no contexto

escolar e fora dele.

Em seguida é apresentada a metodologia, ou seja, os procedimentos metodológicos,

em que se encontram definidas as questões éticas da nossa pesquisa, os tipos de pesquisas

utilizadas, os sujeitos participantes da mesma, os instrumentos de coleta de dados utilizados, e

como foi realizada a análise da coleta de dados. Posteriormente, está disposto para o leitor os

resultados parciais da análise dos dados. Ressaltamos ser parcial por que é necessária uma

abordagem e pesquisa mais aprofundada para alcançar resultados mais gerais e conclusivos.

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Finalizando este trabalho, apresentamos as considerações finais, as referências utilizadas no

corpo da nossa pesquisa e os apêndices.

Visa-se por meio dessa proposta de pesquisa, contribuir para a compreensão da

formação crítica dos alunos, em relação aos cuidados destinados ao Meio Ambiente em geral

e especificamente na escola. É importante salientar que esta compreensão deve envolver os

aspectos físico, biológico e sociocultural no qual o aluno está inserido e relacioná-los ao

estudo do tema transversal Meio Ambiente.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É necessária uma compreensão de que são as crianças, já atuantes criticamente no

contexto social, que irão gerir novas práticas comprometedoras com a qualidade de vida

humana e das demais espécies de vida do planeta (animal e vegetal). No sentido de perceber

os problemas ambientais que cercam seu contexto e fora dele, e atuar sobre esses problemas

de forma consciente, procurando minimizar os impactos gerados no Meio Ambiente através

das ações humanas. Portanto, há uma necessidade imensurável de abordar as questões

ambientais na escola, situando as crianças em contextos passados, do presente e em futuras

previsões que dizem respeito a impactos ambientais causados pela ação antrópica tão presente

em seu cotidiano.

Pode-se averiguar, com mais precisão, a relevância que essa temática apresenta,

através da abordagem de um dos princípios de sustentabilidade, apresentados pelos

Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde, quando cita o Programa das

Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), emprega-se o termo “desenvolvimento

sustentável” significando a melhoria da qualidade de vida dos seres vivos. Entre esses

princípios, destacamos o seguinte:

Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos (princípio

fundamental). Trata-se de um princípio ético que reflete o dever de nos

preocuparmos com as outras pessoas e outras formas de vida, agora e no

futuro (BRASIL, 2001, p. 39).

2.1 UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

A história da Educação Ambiental no Brasil perpassa por diversos acontecimentos

indispensáveis, que proporcionaram e proporcionam um olhar diferenciado para as questões

ambientais em nível local e mundial. É notório que através do crescimento populacional e do

advento de novas tecnologias sofisticadas, capazes de causar catástrofes irreparáveis ao Meio

Ambiente, diversas organizações governamentais e não governamentais, órgãos públicos e

grupos sociais, passaram a repensar essas práticas destruidoras, e a promover um novo olhar

mais posicionado para a diminuição dos impactos ambientais no planeta. Pois como aponta o

Caderno da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (2007):

A inserção histórica e legal da Educação Ambiental no cenário político

nacional e internacional é relativamente recente. A partir dos anos 60, o

modelo produtivo e o crescimento desenfreado das grandes nações – à custa

da deterioração dos recursos ambientais e a exclusão social e econômica da

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maior parte dos países – aumentaram a preocupação com o meio ambiente e

com a sustentabilidade da vida das presentes e futuras gerações. [...] Assim,

além de se preocuparem com a sustentação da vida e dos processos

ecológicos, a Educação Ambiental e os seus marcos legais cada vez mais

avançam no desenvolvimento de uma cidadania responsável, para a

construção de sociedades sadias e socialmente justas (p. 18).

Um exemplo de um grande acontecimento é o tratado da Educação Ambiental ocorrida

aqui no Brasil, o Rio-92, que como aponta o Ministério do Meio Ambiente (2009), "foi nela

que se finalizou a construção do Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades

Sustentáveis e Responsabilidade Global, referência para quem quer fazer Educação

Ambiental em qualquer parte do mundo" (p. 19). Portanto, nesta perspectiva, de acordo com o

Ministério do Meio Ambiente, a Educação Ambiental tem o papel de transformar a sociedade,

tendo como princípio fundamental a adesão de novos padrões de produção e consumo,

adequados à equidade ambiental, visando uma sociedade mais sustentável, equilibrada, sem

miséria, discriminações e guerras (p. 9).

Também é apontado pelo Ministério do Meio Ambiente, que o ano de 1997 é

considerado para muitos especialistas o ano da Educação Ambiental no Brasil, podendo citar

dois fatos históricos, um deles diz respeito à comemoração de duas décadas da realização da

Conferência de Tbilisi, na capital da Geórgia, Ex-União Soviética, um evento promovido

pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em

1977, que resultou em um documento que é a base para a Educação Ambiental. Outro

acontecimento importante foi o momento de avaliação dos cinco anos da Conferência das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, ocorrida aqui no Brasil, no

Rio de Janeiro, sendo mais conhecida como Rio 92 (BRASIL, 2009, p. 27).

De acordo com Dias (2004, p. 82), a Conferência de Tbilisi lançou um chamamento

aos estados membros a incluírem em suas políticas de educação, medidas que possibilitassem

a inserção de conteúdos e diretrizes às atividades ambientais. Portanto, compreende-se que a

Conferência trouxe a responsabilidade de cada país membro de relevar o sentido da Educação

Ambiental, enquanto indispensável a uma nova visão de mundo integrada a práticas

ambientais mais conscientes. Nessa perspectiva Dias aponta que:

Assim, a Educação Ambiental teria como finalidade promover a

compreensão da existência e da importância da interdependência econômica,

política, social e ecológica da sociedade; proporcionar a todas as pessoas a

possibilidade de adquirir conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse

ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar a qualidade

ambiental; induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos

sociais e na sociedade em seu conjunto, tornando-a apta a agir em busca de

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alternativas de soluções para os seus problemas ambientais, como forma de

elevação da sua qualidade de vida (2004, p. 83).

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2009, p. 28), em agosto de 1997 foi

realizado o primeiro grande evento organizado por educadoras/es ambientais do Brasil, o IV

Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, ao qual se associou o I Encontro da Rede

Brasileira de Educação Ambiental (Rebea). Nessa perspectiva, no referido ano se reuniram

vários educadores ambientais, com a finalidade de discutir e refletir metodologias e práticas

em Educação Ambiental.

Impreterivelmente, é referenciado pela Secretaria de Educação Continuada,

Alfabetização e Diversidade (Secad), algumas leis, consideradas indispensáveis, no que se

refere à compreensão, sobre a inserção legal da Educação Ambiental aqui no Brasil. Nessa

perspectiva, é apontado que a partir da preocupação vigente, com a degradação ambiental e os

processos humanos, que fazem dessa deterioração uma vertigem para as gerações presentes e

futuras, surgem os marcos legais da Educação Ambiental, que se entrelaçam com a justiça

social e desenvolvimento de uma cidadania responsável, para a construção de sociedades

sadias. Portanto, enquanto marcos legais da Educação Ambiental aqui no Brasil se pode citar:

Lei nº 6.938, de 31/08/81 – Institui a Política Nacional de Meio Ambiente

Em seu artigo 2º, inciso X, afirma a necessidade de promover a “Educação

Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,

objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.”

Assim, a EA nasceu como um princípio e um instrumento da política

ambiental.

Lei nº 9.795, de 27/04/99 – Política Nacional de Educação Ambiental –

PNEA (Anexo)

Institui a PNEA, que veio reforçar e qualificar o direito de todos à Educação

Ambiental, indicando seus princípios e objetivos, os atores e instâncias

responsáveis por sua implementação, nos âmbitos formal e não-formal, e as

suas principais linhas de ação.

Lei nº 9.394, de 20/12/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A

referência é feita no artigo 32, inciso II, segundo o qual se exige, para o

Ensino Fundamental, a “compreensão ambiental natural e social do sistema

político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a

sociedade” (SECAD/MEC.2007.19).

Portanto, é perceptível que a Educação Ambiental perpassa por diversos contextos

históricos e possui marcos legais. A conclusão que se chega, é de que a preocupação com as

questões ambientais é histórica, atingindo uma larga escala global, visto que ela é refletida,

enquanto ferramenta indispensável para a construção de uma sociedade mais equilibrada e

bem posicionada em relação aos problemas ambientais.

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Também é notável que os contextos educacionais, bem como outras entidades

públicas e privadas, têm o papel de sensibilizar e propiciar o conhecimento para todos os

cidadãos, das causas e dos efeitos nocivos da degradação ambiental. Permitindo o

posicionamento crítico e reflexivo de todos em relação aos problemas ambientais que afetam

de forma local e geral todo o planeta.

2.2 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA FORMAÇÃO CIDADÃ

A Educação Ambiental é uma ferramenta indispensável, quando o que se quer é uma

maior responsabilidade no cuidado e no uso dos recursos naturais do planeta, bem como no

local onde se está inserido. A Educação Ambiental apresenta grande relevância para ser

unificada na prática pedagógica do professor, devendo permear o contexto escolar e

extraescolar, proporcionando uma formação cidadã crítica e participativa. Como apontam os

Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde, em que ela passa a fazer parte

da educação brasileira:

Por ocasião da Conferência Internacional Rio/92, cidadãos representando

mais de 170 países assinaram tratados nos quais se reconhece o papel da

educação para a “construção de um mundo socialmente justo e

ecologicamente equilibrado”, o que requer “responsabilidade individual e

coletiva em níveis local, nacional e planetário”. E é isso o que se espera da

Educação Ambiental no Brasil, que foi assumida como obrigação nacional

pela Constituição promulgada em 1988 (BRASIL, 2001, p. 24).

Dessa forma, a Educação Ambiental é apontada pela Constituição Federal de 1988, em

seu capítulo V do Meio Ambiente, inciso VI, como sendo indispensável no contexto escolar:

“promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública

para a preservação do meio ambiente” (BRASIL, 2013, p. 35).

De acordo com Carvalho, a Educação Ambiental possui uma dimensão política,

pedagógica, voltada para uma formação crítica para a cidadania, incluindo o fato de a

sobrevivência humana depender dos bens naturais presentes no planeta.

Do ponto de vista de sua dimensão político-pedagógico, a EA poderia ser

definida, lato sensu, como uma educação crítica voltada para a cidadania.

Uma cidadania expandida, que inclui como objeto de direitos a integridade

dos bens naturais não renováveis, o caráter público e a igualdade na gestão

daqueles bens naturais dos quais depende a existência humana. Nesse

sentido, uma EA crítica deveria fornecer os elementos para a formação de

um sujeito capaz tanto de identificar a dimensão conflituosa das relações

sociais que se expressa em torno da questão ambiental quanto de posicionar-

se diante desta (2008, p.163).

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A importância da Educação Ambiental, para uma formação humana, mais preocupada

e posicionada com os problemas ambientais, está respaldada por lei, pois segundo Dias, o

Brasil é o único país da América Latina que tem uma política nacional específica para a

Educação Ambiental. O autor apresenta a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, sendo que é

imprescindível salientar para esta pesquisa, o Capítulo I – Da Educação Ambiental:

Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da

educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os

níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

[...] Art. 4º Dos princípios básicos da educação ambiental: II – a concepção

do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre

o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoco da

sustentabilidade (DIAS, 2004, p. 202).

Portanto, é imprescindível tratar das questões ambientais dentro do contexto escolar,

permeando todas as modalidades e níveis de ensino, enfatizando as relações culturais e

socioeconômicas que permeiam os diferentes contextos, e que a Educação Ambiental abrange

em seus diferentes aspectos, seja em generalizar conhecimentos e fatos marcantes no contexto

dos problemas ambientais, seja em aglutinar práticas culturais e no tratamento com o Meio

Ambiente, que é refletido em contextos sociais, e em práticas não escolares.

Carvalho apresenta em sua abordagem, sobre a Educação Ambiental Crítica, a

relevância que há em formar cidadãos capazes de compreender, como os problemas

ambientais, estão incutidos de relações intricadas em várias instâncias, nesse contexto é que a

Educação Ambiental é situada como sendo indispensável por:

Implicar os sujeitos da educação na solução ou melhoria desses problemas e

conflitos, mediante processos de ensino/aprendizagem formais ou não

formais que preconizem a construção significativa de conhecimentos e a

formação de uma cidadania ambiental (2008, p. 159).

A Educação Ambiental, nessa perspectiva, amplia os conhecimentos já existentes

sobre os problemas ambientais que afetam o Meio Ambiente, situando o sujeito em possíveis

soluções e atitudes, que diminuem os impactos ambientais, que afetam a qualidade de vida de

todos os seres vivos do planeta. Problemas estes, em grande parte, provenientes da ação

humana diretamente na natureza, ocorrendo por meio das intervenções generalizadas que vão

desde níveis locais e se estendem até níveis globais. Dessa forma, de acordo com os estudos

realizados por Grippi:

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A Educação Ambiental ensina regras claras para as relações do homem com

o meio ambiente. Estas regras são de vital importância, pois mesmo sendo o

homem um elemento da própria natureza, ele é um agressor em potencial. A

preservação dos elementos bióticos e abióticos dos ecossistemas, além dos

recursos naturais, é indispensável para o equilíbrio do homem com a

natureza, pois sem estes elementos é impossível a sobrevivência humana

(GRIPPI, 2005, p. 25).

Dessa forma, é indispensável que a Educação Ambiental, faça parte da educação

escolar, em todos os níveis e modalidades de ensino, com a finalidade de promover o acesso

aos conhecimentos pertinentes e uma discussão crítica, acerca dos problemas ambientais e

suas possíveis soluções. Em que é indispensável, a participação de todos, para garantir uma

harmonia equilibrada entre o Meio Ambiente e a qualidade de vida para todos os seres vivos.

Como é apontado nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais, há

uma necessidade constante da reconstrução da relação homem-natureza, como forma de

prevenir e atuar, para que sejam diminuídos os impactos ambientais generalizados em todo o

planeta. “É papel da escola provocar a revisão dos conhecimentos, valorizando-os sempre e

buscando enriquecê-los com informações científicas” (BRASIL, 2001, p. 45).

2.3 O TRABALHO COM O TEMA MEIO AMBIENTE E O PAPEL DA EDUCAÇÃO NO

CONTEXTO ESCOLAR

Em nossa pesquisa, será utilizada a definição de Meio Ambiente apresentada pelos

Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde. Em que, o Meio Ambiente é

definido através da noção de espaço composto por componentes vivos e não vivos, em suas

interações recíprocas, em que o ser vive, desenvolve-se, interage com o meio, transformando-

o e sendo transformado por ele. No caso do ser humano, além do espaço físico e biológico, é

contemplado o espaço sociocultural do qual ele faz parte (BRASIL, 2001, p. 31).

Portanto, é necessário trazer para o contexto escolar, as questões relacionadas com os

problemas ambientais, como sendo de responsabilidade de todos os seres humanos, que do

Meio Ambiente fazem parte, sendo que através de seu contato direto, afetam intensivamente o

equilíbrio natural de todo planeta.

Através da abordagem dos problemas ambientais, que cercam o contexto escolar dos

alunos, será possível avançar para o conhecimento de problemas ambientais contemporâneos,

que cercam outros contextos sociais, sendo necessário, desenvolver a compreensão sobre o

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que é Meio Ambiente. Como é apontado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio

Ambiente e Saúde:

A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para

a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na

realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o

bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessário

que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar

com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de

habilidades e procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação.

"Comportamentos ambientalmente corretos" serão aprendidos na prática do

dia-a-dia na escola (BRASIL, 2001, p. 29).

Effting (2007) traz em seus estudos algumas finalidades que estão intricadas na

Educação Ambiental, e que ajudam a compreender qual é a importância do trabalho com o

tema Meio Ambiente no contexto escolar, pois a Educação Ambiental tem como finalidades:

Ajudar a fazer e compreender claramente, a existência da

interdependência econômica, social, política e ecológica, nas zonas urbanas

e rurais;

Proporcionar, a todas as pessoas, a possibilidade de adquirir os

conhecimentos, o sentido dos valores, as atitudes, o interesse ativo a as

atitudes, necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente;

Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na

sociedade em seu conjunto, a respeito do meio ambiente (EFFTING, 2007, p.12).

Essas questões, que estão intricadas com a Educação Ambiental, trazem para os dias

atuais a necessidade de se trabalhar cada vez mais a capacidade crítica e ativa das crianças,

para que estejam à frente de um futuro que garanta uma perspectiva cuidadosa e de equidade

ambiental. Em relação ao estudo do tema transversal Meio Ambiente, os Parâmetros

Curriculares Nacionais de Ciências Naturais, trazem que:

O tema transversal Meio Ambiente traz a discussão a respeito da relação

entre os problemas ambientais e fatores econômicos, políticos, sociais e

históricos. São problemas que acarretam discussões sobre responsabilidade

humanas voltadas ao bem-estar comum e ao desenvolvimento sustentado, na

perspectiva da reversão da crise socioambiental planetária [...] Em coerência

com os princípios da educação ambiental (tema transversal Meio Ambiente),

aponta-se a necessidade de reconstrução da relação homem-natureza [...] A

partir do senso comum, os indivíduos desenvolvem representações sobre o

meio ambiente e problemas ambientais, geralmente pouco rigorosas do

ponto de vista científico (BRASIL, 2001, p. 45).

Percebe-se, portanto, a real importância da inserção da abordagem da temática Meio

Ambiente nas escolas, a que procede da necessidade de realizar práticas interventivas na sala

de aula, mediando os discentes para que haja uma interação entre o que eles conhecem e os

19

conceitos científicos, sobre os problemas, as causas e algumas precauções e soluções para os

problemas ambientais. Pois como ressaltam Medeiros et al. (2011):

A escola é o lugar onde o aluno irá dar sequência ao seu processo de

socialização, no entanto, comportamentos ambientalmente corretos devem

ser aprendidos na prática, no decorrer da vida escolar com o intuito de

contribuir para a formação de cidadãos responsáveis, contudo a escola deve

oferecer a seus alunos os conteúdos ambientais de forma contextualizada

com sua realidade (p. 3).

É importante a participação do professor, na formação de atitudes de cuidados com o

Meio Ambiente, partindo do contexto em que o aluno está inserido, pois, ele será um

mediador das questões ambientais, necessitando sempre buscar conhecimentos relevantes à

formação crítica e cuidadosa de seus alunos, dentro e fora do espaço escolar.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde (1997) é apontado

que a educação se constitui em um elemento indispensável para a transformação da

consciência ambiental. Em que há uma imensa importância de se educar os futuros cidadãos

brasileiros, com a finalidade de que sejam comprometidos com o presente e com o futuro,

gerindo práticas sustentáveis para a conservação de um ambiente saudável (p. 23).

Dessa forma, é compreensível, que o professor por meio da educação, têm o papel de

desenvolver a consciência crítica do aluno em meio a realidade em que está inserido, para a

partir de então desenvolver uma consciência ambiental tanto local quanto global.

2.4 A AÇÃO ANTRÓPICA E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

Como aborda os Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde, à

medida que a humanidade cresce, aumenta sua capacidade de consumo, surgindo novos

anseios e necessidades crescentes, que nascem das tensões e conflitos, sociais humanos em

relação ao uso dos espaços e utilização dos recursos naturais do planeta.

Quando se extrapola a intensidade de busca, de exploração desenfreada e sem controle

de acordo com as necessidades e capacidade do Meio Ambiente, entre seres bióticos (seres

vivos) e abióticos (seres não vivos), a tendência é um total desequilíbrio ecossistêmico,

ocasionada por uma degradação ambiental vertiginosa, que pode ser compreendida através da

seguinte explicitação, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e

Saúde:

20

Degradação ambiental consiste em alterações e desequilíbrios provocados no

meio ambiente que prejudicam os seres vivos ou impedem os processos

vitais ali existentes antes dessas alterações. [...] A atividade humana gera

impactos ambientais que repercutem nos meios físico-biológicos e

socioeconômicos, afetando os recursos naturais e a saúde humana, podendo

causar desequilíbrios ambientais no ar, nas águas, no solo e no meio

sociocultural (BRASIL, 2001, p. 37).

Com o advento da tecnologia, é notório o agravamento da apropriação inadequada dos

recursos naturais, a exploração ocorre de forma cada vez mais rápida e vertiginosa,

ocasionando ameaça por escassez no caso de recursos não renováveis, como o exemplo do

petróleo, e a deterioração dos recursos naturais, como é o caso da exploração exacerbada da

retirada da cobertura vegetal do planeta, bem como, o acúmulo inadequado do lixo, poluição

das águas entre outros problemas ambientais.

Dessa forma, é imprescindível tratar das questões ambientais, como sendo de

responsabilidade de todos aqueles que do Meio Ambiente dependem, em termos de qualidade

de vida e subsistência. Nesse aspecto, a educação, constitui-se em uma das ferramentas

essenciais que possibilitam um maior engajamento crítico, na formação de cidadãos

responsáveis, como aponta os Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde:

A perspectiva ambiental consiste num modo de ver o mundo em que se

evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na

constituição e manutenção da vida. Em termos de educação, essa perspectiva

contribui para evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos

princípios da dignidade do ser humano, da participação, da

corresponsabilidade, da solidariedade e da equidade (BRASIL, 2001, p. 19).

Um exemplo dessa preocupação com os problemas ambientais pode ser percebido

através dos estudos realizados por Grippi (2005, p. 68), que em suas pesquisas, ressalta a

poluição do Rio Parnaíba do Sul, no Brasil. Segundo o autor, o Rio Parnaíba no século XVII,

foi o grande responsável pelo desenvolvimento do Vale do Parnaíba Fluminense, além de

atualmente ser considerado um rio vital para o abastecimento de água na cidade do Rio de

Janeiro.

Contudo, o autor salienta que atualmente esse rio, encontra-se em extrema poluição,

consequência do despejo de dejetos domiciliares e industriais. Esse problema ambiental, a

partir do estudo de Grippi (2005), é só um exemplo de como a degradação ambiental vem

seguindo patamares alarmantes, em que se difundem constantemente em diferentes contextos.

Essas maneiras interventivas, que se dão na maioria das vezes pela ação antrópica, está

atualmente no palco de diversas discussões a cerca da crise ambiental planetária, sendo

21

indispensável trabalhar essas questões nos contextos educacionais, onde podem ser percebidos

pelos alunos, problemas ambientais dentro do próprio contexto escolar.

Compreende-se que há uma urgência em inserir o debate sobre a degradação ambiental

dentro do contexto escolar, que é um espaço de contínua formação de cidadãos críticos,

atuantes e construtores de novas práticas de manejo adequado e sustentado em relação aos

elementos/componentes naturais presentes no Meio Ambiente.

Para se criar atitudes favoráveis de responsabilidade no uso dos recursos naturais

presentes no Meio Ambiente, diminuindo a degradação ambiental, é indispensável começar

desde cedo, a desenvolver uma Educação Ambiental Crítica dentro dos contextos

educacionais, enriquecendo os conhecimentos e desenvolvendo a capacidade de pensar e agir

de forma sustentável.

22

3 METODOLOGIA

Para fundamentar nosso trabalho enquanto uma pesquisa eticamente aceitável,

ressaltamos ser indispensável ter feito uso de alguns procedimentos metodológicos, em que

inicialmente apresentamos as questões éticas de pesquisa, em seguida ressaltamos os tipos de

pesquisa no qual nosso trabalho se apoia, se configurando enquanto uma abordagem

qualitativa e pesquisa explicativa. Também salientamos nesse momento, quais foram os

sujeitos participantes e que referências se pode ter desses sujeitos e do campo de pesquisa.

Apresentamos também, os instrumentos de coleta de dados utilizados nesta pesquisa.

3.1 QUESTÕES ÉTICAS DA PESQUISA

Para se ressaltar as questões éticas de nossa pesquisa, que serão destinadas aos sujeitos

participantes: alunos e professoras responsáveis pelas turmas serão tomado como base os

princípios da pesquisa científica eticamente aceitável e o consentimento informado ressaltado

por Flick (2013), sobre esses aspectos destacamos que:

Não prejuízo – os pesquisadores devem evitar causar danos aos

participantes.

Beneficiência - a pesquisa sobre seres humanos deve produzir alguns

benefícios positivos e identificáveis, em vez de ser simplesmente realizada

em benefício próprio.

Autonomia ou audeterminação – os valores e decisões dos participantes

da pesquisa devem ser respeitados.

Justiça - todas as pessoas devem ser tratadas igualmente. (MURPHY e

DINGWALL, 2001, p. 339 apud FLICK 2013, p. 210).

Partimos dessas questões éticas abordadas pelos autores, para ressaltar que os

professores responsáveis pelas turmas, participantes de nossa pesquisa, bem como, os alunos

foram informados sobre nossos objetivos propostos, em que procuramos respeitar os itens

citados acima. Sendo imprescindível não causar nenhum tipo de dano aos participantes, que

acarretem em perda ou deformação de sua identidade, sendo respeitados os diferentes pontos

de vista manifestados pelos mesmos.

Outro aspecto sobre as questões éticas relacionadas à pesquisa, diz respeito ao

consentimento informado, ressaltado por Flick (2013), este aspecto diz respeito a dois

princípios básicos apresentados pelo autor em relação aos participantes: a) tenham sido

informados de estar sendo estudadas; e b) estejam participando voluntariamente. Dessa forma,

23

ao entrevistar ou aplicar o questionário em sala de aula, tanto com professores quanto com os

alunos, todos foram previamente informados que a coleta de dados serviria para um Trabalho

de Conclusão de Curso em Licenciatura em Pedagogia, bem como contribuir para posteriores

estudos sobre o assunto abordado pela pesquisa.

3.2 TIPOS DE PESQUISA

Para a nossa pesquisa foi indispensável a utilização de abordagens de pesquisas

qualitativas, pois possibilitam a descrição pelo pesquisador da complexidade de problemas e

hipóteses, em que segundo Oliveira (2012), a abordagem qualitativa de pesquisa permite

analisar a interação entre variáveis, possibilitando a compreensão e a clareza processos

sociais. De acordo com a autora a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como sendo:

[...] Uma tentativa de se explicar em profundidade o significado e as

características do resultado das informações obtidas através de entrevistas ou

questões abertas, sem a mensuração quantitativa de características de

comportamento (OLIVEIRA, 2012, p. 59).

Também em nossa pesquisa utilizamos a pesquisa explicativa, que segundo Xavier

2013, tem como objetivo aprofundar a realidade observada para compreender alguns

fenômenos. Segundo o autor, a pesquisa explicativa pode ser definida da seguinte maneira.

É aquela que busca detalhar os registros realizados por meio de análise

meticulosa, divisão do objeto investigado em diversas partes, interpretação

fina das possíveis motivações e suas consequências, procurando relacionar

os fatores determinantes para tais (XAVIER, 2013, p. 46).

3.3 SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes da nossa pesquisa foram alunos do 5º ano (A e B) do Ensino

Fundamental de uma escola Municipal de Garanhuns – Pernambuco e as professoras

responsáveis por essas respectivas turmas.

O critério de escolha da escola campo de pesquisa foi determinado por meio de uma

diagnose feita na rede Municipal de Garanhuns, visando identificar quais escolas possuem

professores efetivos, lecionando em turmas do 5º ano do Ensino Fundamental.

Com relação ao material coletado com os alunos, ressaltamos que todos os alunos das

respectivas salas, participaram da etapa que se refere a aplicação do questionário, porém

24

somente foram utilizados para análise 14 questionários de cada turma. A escolha dos dados

coletados para análise, em relação ao questionário, ocorreu pela leitura dos mesmos, em que

alguns ficaram em branco e muitos não responderam todas as questões.

Em relação às entrevistas ressaltamos que foram realizadas com 10 alunos de cada

turma, alunos estes que foram escolhidos pelas professoras, porém para análise de dados,

utilizamos uma amostra com quatro (4) alunos entrevistados do 5º "A" e cinco (5) alunos

entrevistados do 5º "B". Utilizamos como critério de seleção, os alunos de ambas as turmas,

que participaram efetivamente das duas etapas de coleta de dados (questionário

semiestruturado e entrevista).

3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.

Primeiramente, apresentamos abaixo um quadro em que está explícito a relação entre

cada instrumento de coleta de dados utilizados e sua correspondência com os objetivos

apresentados nessa pesquisa:

OBJETIVO (GERAL) INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Analisar as contribuições do estudo do tema

transversal Meio Ambiente para construção

de atitudes cuidadosas em crianças.

Questionário semiestruturado e entrevista.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Identificar as concepções dos alunos e das

professoras sobre Meio Ambiente,

Degradação Ambiental e Educação

Ambiental.

Questionário semiestruturado e entrevista.

Caracterizar as atitudes cuidadosas com o

Meio Ambiente declaradas pelos alunos e

professores.

Entrevista.

Dessa forma enquanto instrumento de coleta de dados que foi utilizado, um

questionário semiestruturado com os alunos e com as professoras do 5º ano do Ensino

Fundamental (A e B) e uma entrevista estruturada com as professoras e alunos destas turmas.

Vale ressaltar que o modelo de questionário aplicado seguiu o mesmo padrão, tanto para as

professoras, quanto para os alunos.

A importância do questionário em pesquisas sociais pode ser bem compreendida

através da abordagem teórica de Xavier (2013):

25

Eles possibilitam a ampliação do conhecimento geral e específico sobre o

sujeito e também poderão explicar suas características em face ao contexto

que o envolve. [...] as perguntas devem permitir um relato espontâneo que

deixe pistas para o pesquisador trabalhar sobre elas posteriormente. [...]

assim, um questionário pode ser: Estruturado, ou seja, elabora-se uma lista

com questões cujas respostas previstas podem ser fechadas (sim, não, e

alternativa a assinalar) ou abertas (p. 76).

Em relação à entrevista, segundo Gil (2011), constitui-se em uma das técnicas mais

utilizadas em pesquisas sociais, permitindo não apenas a coleta de dados, mas também com

objetivos voltados para diagnosticar e orientar. Enquanto técnica de coleta de dados a

entrevista permite compreender alguns aspectos acerca do que as pessoas sabem, pensam,

creem e esperam. De acordo com o autor, a entrevista pode ser definida da seguinte forma:

“[...] É, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente é uma forma de

diálogo assistemático em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como

fonte de informação” (GIL, 2011, p. 109).

Enquanto objetivo destes instrumentos de coleta de dados para nossa pesquisa é

indispensável salientar que visa responder o objetivo geral, os objetivos específicos e o

problema da pesquisa, em que o questionário busca coletar dados escritos pelos participantes

e a entrevista busca reforçar o questionário bem como ter uma participação mais afetiva do

pesquisador, colocando-o em um papel de entrevistador e podendo realizar indagações junto

aos entrevistados sobre suas respostas.

3.5 COLETA DE DADOS

Para a realização da coleta de dados, foi indispensável seguir um roteiro organizado de

forma a não influenciar na organização das aulas das turmas e professoras participantes da

pesquisa.

A pesquisa foi realizada em uma escola pública da rede Municipal da cidade de

Garanhuns – PE, em que, no dia 24 de outubro de 2014, foi realizada no local uma breve

apresentação nas duas turmas de 5º ano do Ensino Fundamental, pelos pesquisadores às

professoras e turmas sobre como iria ser realizada a pesquisa. Nesta apresentação, foi

salientada que após a aceitação da participação das turmas e professores, seria realizada a

aplicação de questionários e entrevistas com os alunos e professores. Na conversa, também foi

ressaltado qual seria o objetivo da pesquisa e a que fins educacionais se almejava com sua

aplicação.

26

No dia 28 de outubro de 2014 ocorreu a aplicação do questionário com uma das

turmas de 5º do Ensino Fundamental e com a sua professora. Posteriormente, no dia 30 de

outubro de 2014, foi realizada a aplicação do questionário com a outra turma de 5º ano do

Ensino Fundamental e com sua respectiva professora. As entrevistas com os professores e os

alunos das duas turmas ocorreram no dia 06 de novembro de 2014.

27

4 ANÁLISE DOS DADOS

Primeiramente ressaltamos que o questionário aplicado continha em sua estrutura 13

questões, sendo elas abertas e de múltipla escolha. Algumas questões não aparecem na análise

dos dados coletados por que foram inseridas apenas para reflexão inicial dos participantes da

pesquisa. Assim sendo, focamos apenas nas questões que respondem ao problema de pesquisa

levantado e aos objetivos propostos. Contudo, o questionário completo se encontra disponível

nos apêndices finais.

Nossa análise foi organizada da seguinte forma: inicialmente apresentamos os

resultados e analise dos questionários e entrevistas aplicados as professoras das turmas

pesquisadas. Em seguida, apresentamos os resultados e análises dos questionários e

entrevistas realizadas com alguns alunos que participaram efetivamente em todas as etapas

desenvolvidas nesta pesquisa.

4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS CONCEPÇÕES DAS PROFESSORAS SOBRE MEIO

AMBIENTE, DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A partir da análise das respostas dos questionários aplicados com as professoras do 5º

“A” e do 5º “B” do Ensino Fundamental, chegamos a algumas conclusões indispensáveis para

nossa pesquisa. Vale salientar que utilizamos as letras alfabéticas “A” e “B” para nomear as

professoras participantes da pesquisa.

Quadro 1: Questão 3: Faça uma breve descrição sobre o que você entende sobre Meio

Ambiente?

CATEGORIAS DE RESPOSTAS PROFESSORA

Meio Ambiente é todo espaço existente no planeta que pode tanto ser melhorado,

quanto degradado pelo homem.

P A.

Meio Ambiente é o lugar onde vivemos, o ar que respiramos, o solo para nossa

sobrevivência, assim como os animais e plantas, tudo que for relacionado ao bem

estar da natureza.

P B.

Para a professora “A”, a compreensão de Meio Ambiente, representa todos os espaços

do planeta que podem ser modificado de forma positiva e negativa pelo ser humano. Já para a

Professora “B” há uma compreensão de que os animais e plantas fazem parte do Meio

Ambiente, além de outros elementos como o solo e o ar. Tais elementos, para ela garantem

uma melhoria do ambiente natural. Percebemos que a professora B, demonstra melhor

28

compreensão do conceito de Meio Ambiente, pois a mesma refere-se aos elementos físicos e

elementos biológicos encontrados no Meio Ambiente, abrangendo os seres vivos e não vivos.

No entanto, percebemos que tanto a professora A como a professora B, apresentam

dificuldades em conceituar o que é Meio Ambiente, pois as mesmas não inserem o homem

como elemento fundamental nesse processo, nem os aspectos sociais e culturais que

interferem de forma direta no Meio Ambiente. Sabe-se que definir Meio Ambiente, se

constitui em uma atividade complexa, exigindo reflexão e estudo. Através dos Parâmetros

Curriculares Nacionais, Tema transversal Meio Ambiente e Saúde, podemos perceber que:

De qualquer forma, o termo "meio ambiente" tem sido utilizado para indicar

um "espaço" (com seus componentes bióticos e abióticos e suas interações)

em que um ser vive e se desenvolve, trocando energia e interagindo com ele,

sendo transformado e transformando-o. No caso do ser humano, ao espaço

físico e biológico soma-se o "espaço" sociocultural (BRASIL, 2001, p. 31).

Os resultados dessa pesquisa em relação ao que os professores participantes entendem

por Meio Ambiente, coaduna com a pesquisa de Carneiro (2008), que buscou analisar

respostas de professores em formação sobre o que entendem a respeito do que é o Meio

Ambiente e Educação Ambiental, com foco na prática educativa em conexão com a dimensão

ambiental. Os resultados da autora apontam para uma falta de capacitação e formação

continuada em relação à questão ambiental nos currículos de formação de professores.

Portanto em sua pesquisa sobre o entendimento de Meio Ambiente, Carneiro (2008, p. 59),

aponta "um entendimento espontaneísta e difuso, desprovido de reflexão compreensiva".

Quadro 2: Questão 6: Marque com um X as alternativas que você considera como um

problema ambiental:

( ) Entupimento ou vazamento de esgoto;

( ) Falta de lixo nas ruas;

( ) Destinação adequada do lixo;

( ) Acúmulo de lixo nas ruas;

( ) Enxurradas causadas pela acúmulo de lixo nas rua;

( ) Manter praças e ruas limpas e arborizadas.

CATEGORIAS DE RESPOSTAS PROFESSORA

Selecionaram todas as opções que podem ser consideradas como problemas

ambientais.

P A, P B.

Percebemos que as professoras A e B tem uma boa compreensão das atitudes humanas

que provocam os problemas ambientais, pois marcaram todas as alternativas que causam a

degradação ambiental. Isso revela, possivelmente, que as professoras possuem uma boa

compreensão das causas e consequências da intervenção humana no Meio Ambiente.

29

Quadro 3: Questão 8: Na sua opinião, se na sua rua ou bairro há um entulho de grande

quantidade de lixo a céu aberto, qual deve ser a atitude das pessoas do bairro?

CATEGORIAS DE RESPOSTAS PROFESSORA

Colocar o lixo próximo da hora da coleta. P A.

Comunicar as autoridades competentes, denunciar se for o caso em órgãos de

comunicação. E cada morador ter a ideia de higiene procurando saber a data ou dia

da coleta do lixo doméstico.

P B.

A professora A apresenta soluções sucintas e pouco reflexivas em relação às atitudes

que as pessoas devem apresentar quando encontrarem lixo a céu aberto. Percebemos que não

aparece em sua resposta uma reflexão crítica, nem uma dimensão de engajamento coletivo e

educacional para minimizar este problema ambiental.

Já a professora B, mostra uma solução mais adequada a esta problemática, pois

apresenta em sua resposta a necessidade de comunicar aos órgãos competentes e denunciar, se

for o caso.

No entanto, as professora PA e PB não apresentam soluções educativas para diminuir

esse problema, deixando a compreensão de que é necessário apenas esperar as horas certas

para colocar lixo no lugar de coleta ou até mesmo fazer o uso de autoridade militar.

Quadro 4: Questão 9: Depois desse reflexão o que você descreve como sendo uma Degradação

Ambiental?

CATEGORIAS DE RESPOSTAS PROFESSORA

A modificação da paisagem causada por atos de vandalismo, desinformação das

consequências, remuneração de determinados produtos existentes no local, entre

outros.

P A.

Deixar o lixo por todos os lados, ao céu aberto, as queimadas, a fumaça acumulada

das fábricas e automóveis, poluição dos rios.

P B.

Na resposta da professora "A", percebemos que a mesma relaciona a degradação

ambiental com a interferência humana na paisagem natural, a falta de informação, ou seja, de

Educação Ambiental e a apropriação dos recursos naturais pelo homem. Na resposta da

professora "B", são ressaltadas atitudes humanas prejudiciais ao Meio Ambiente e que se

constituem em uma Degradação Ambiental.

Diante disso, destacamos que as professoras PA e PB apesar de não argumentar por

meio de termos científicos utilizados para definir o que é a Degradação Ambiental, e não

relacionar com a qualidade de vida dos seres vivos, inclusive do homem, ambas descrevem

30

atitudes que se constituem de fato em uma degradação que afeta drasticamente o Meio

Ambiente. Sendo que tais atitudes citadas em suas respostas correspondem ao que é ressaltado

enquanto Degradação Ambiental pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente

e Saúde ( BRASIL, 2001, p. 37), se referindo a alterações e desequilíbrios provocados no

Meio Ambiente que afetam a qualidade de vida e os processos vitais dos seres vivos.

Quadro 05: Questão 12: O que você entende por Educação Ambiental quando se refere aos

cuidados com o Meio Ambiente?

CATEGORIAS DE RESPOSTAS PROFESSRA

Enquanto professora, mediar para que haja conscientização da importância de

respeito e preservação.

P A.

Evitar o desmatamento, a poluição do ar, o desperdício da água, a extinção das

espécies animais e vegetais.

P B.

Na resposta da Professora "A" é perceptível que há uma dificuldade em conceituar

Educação Ambiental. Ela associa o conceito à atividade de mediar e conscientizar os alunos

para atuarem de forma correta no Meio Ambiente. Com relação à professora “B”, nota-se

também, uma dificuldade em conceituar a Educação Ambiental, relacionando apenas com os

cuidados que se deve ter com o Meio Ambiente, deixando a entender que a Educação

Ambiental se faz necessária para evitar problemas ambientais, como o desmatamento, a

poluição e a extinção de espécies animais e vegetais.

Porém se percebe que apesar das participantes apresentarem alternativas que fazem

parte da Educação Ambiental, apontam apenas atitudes que devem ser destinadas para os

alunos ou que são consideradas corretas em relação ao Meio Ambiente, mas não chegam a

situar de fato o aluno enquanto sujeito que possui um conhecimento pertinente ao meio em

que está inserido e enquanto ser crítico e participante de uma sociedade que também faz parte

do Meio Ambiente.

Dessa forma, é notório que as respostas das participantes não chegam a situar em suas

declarações, a "Educação Ambiental" enquanto "Educação Ambiental Crítica", estando

presente em suas declarações o que Carvalho chama atenção, propondo como necessário, uma

superação da visão ingênua de Educação Ambiental. Sobre essa superação Carvalho ressalta

que: "A expressão Educação Ambiental" passou a ser usada como termo genérico para algo

que se aproximaria de tudo o que pudesse ser acolhido sob o guarda-chuva das "boas práticas

ambientais" ou ainda dos "bons comportamentos ambientais" (CARVALHO, 2011, p. 153).

31

Se referindo ao que compõe a Educação Ambiental enquanto Educação Ambiental

Crítica, Carvalho aponta para uma visão de educação como processo de humanização

socialmente situado, entendo o sujeito enquanto participante ativo e reflexivo em seu meio

social ou de maneira mais complexa, a autora aponta que:

[...] A educação escolar, por sua vez, está assentada fundamentalmente no

trabalho dos professores e dos alunos. A finalidade desse trabalho de caráter

coletivo e interdisciplinar e que tem como objeto o conhecimento - é

contribuir com o processo de humanização de ambos, numa perspectiva de

inserção social crítica e transformadora. (PIMENTA, ANASTASIOU, 2002,

p. 80 apud CARVALHO, 2011, p. 155).

Nesta definição, Carvalho aponta para uma prática educativa crítica, como sendo a

base para formar o sujeito humano, enquanto um ser social e que está historicamente situado

em uma sociedade. A autora aponta para:

Segundo essa perspectiva, a educação não se reduz a uma intervenção

centrada no indivíduo, tomado como unidade atomizada solta no mundo. A

formação do indivíduo só faz sentido se pensada em relação com o mundo

em que ele vive e pelo qual é responsável. Na EA esta tomada de posição de

responsabilidade pelo mundo em que vivemos, incluindo aí a

responsabilidade com os outros e com o ambiente (CARVALHO, 2011, p.

156).

Salientamos que a referida pesquisa não se propõe a criticar de forma negativa o papel

e posicionamento dos participantes, seus objetivos e análises visam compreender sobre

diferentes pontos de vista, relacionando ganhos, conquistas e a ampliação de novos horizontes

para o trabalho em sala de aula sobre as questões ambientais.

Reconhecemos que é significativo o papel da Educação Ambiental para a formação do

sujeito crítico e engajado, em um processo de luta por sua sociedade mais justa e equitativa,

em relação ao Meio Ambiente. É perceptível que a Educação Ambiental, deve se fazer

presente nos currículos de formação continuada dos professores em todos os níveis, visto que

o professor possui um papel decisivo na educação para processos de humanização e

posicionamento, no que se refere às questões ambientais, pois a visão de mundo, de educação

e de Meio Ambiente que o professor leva para a sala de aula afeta também na formação de

seus alunos.

A indispensabilidade da inserção da Educação Ambiental nos cursos de formação de

professores é respaldada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, em seu artigo 8º, parágrafo

§ 2º, inciso I: "a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e

atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino" (BRASIL, 1999).

32

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ATITUDES CUIDADOSAS COM O MEIO AMBIENTE

DECLARADAS PELAS PROFESSORAS

Ressaltamos que para a realização da análise dos dados referentes a esse objetivo,

utilizamos não apenas o questionário aplicado, mas partes significativas da entrevista

realizada com cada uma das professoras participantes.

Em relação à questão 11 do questionário, ambas participantes PA e PB assinalaram

todas as questões que podem ser consideradas atitudes corretas em relação aos cuidados com

o Meio Ambiente. Dessa forma, é perceptível que as professoras conhecem e apresentam as

principais noções de cuidados e atitudes corretas com relação à conservação do Meio

Ambiente em diferentes contextos.

Quadro 07: Questão 13: Você trabalha com esses cuidados que devemos ter com o Meio

Ambiente em sala de aula? Se sua resposta foi sim descreva quais aprendizagens seus alunos

construíram sobre os cuidados que devemos ter em relação ao ambiente escolar e o Meio

Ambiente fora da escola.

( ) SIM ( ) NÃO

CATEGORIAS DE RESPOSTAS PROFESSORA

Sim. Diante da responsabilidade deles onde há necessidades inúmeras de

sobrevivência, é um pouco difícil fazê-los compreender algumas atitudes que são

consideradas degradantes, porém, sei que eles compreendem os perigos das ações

erradas na natureza.

P A.

Esse semestre trabalhou-se muito sobre a limpeza escolar, até tivemos concurso

de redação com esse tema. Consequentemente, reflexões sobre a natureza com

riqueza interdisciplinar nos vários textos discutidos... Construção de cartazes,

ilustrações.

P B.

Quadro 06: Questão 11: Assinale as alternativas abaixo que você considera como sendo

corretas e que você utiliza de alguma forma para os cuidados com o Meio Ambiente dentro

da sua escola ou dentro da sua casa e de forma geral:

( ) Acondicionar o lixo evitando vazamentos ( ) Separar de forma adequada o lixo

( ) Manter a sala de aula e o pátio escolar limpos ( ) Jogar lixos nas ruas ou no pátio da escola

( ) Separar lixos recicláveis dos não recicláveis ( ) Não economizar água, afinal a água é

infinita

( ) Evitar o desperdício de água, afinal ela é um recurso não renovável.

CATEGORIAS DE RESPOSTAS PROFESSORA

Selecionaram as todas as opções que podem ser consideradas corretas. P A, P B.

33

Em relação aos cuidados que deve ter com o Meio Ambiente e as aprendizagens

construídas em sala de aula pelos alunos, a professora “A”, em sua resposta passa a

compreensão de que os alunos já se encontram em um meio, e que eles já percebem que a

degradação ambiental existe em sua volta. Porém, se percebe que a professora PA não deixa

explícito como trabalha as questões ambientais em sala de aula, salientando apenas a

responsabilidade do aluno, mas não situa o papel da educação e nem como estudo do tema

Meio Ambiente em sala de aula pode contribuir para a construção de cuidados pelos alunos.

A professora “B” ressalta que o seu trabalho em relação ao tema Meio Ambiente, está

ligado à sala de aula, ao contexto escolar. Dessa forma, ela salienta que através do estudo

sobre limpeza escolar em sala de aula, os alunos se conscientizam sobre os problemas

existentes na natureza e passam a refletir sobre esses problemas. Em sua explicitação, a

professora PB ressalta que realizou no semestre um trabalho interdisciplinar, utilizando vários

recursos didáticos para o estudo sobre a limpeza escolar.

Nas respostas das participantes PA e PB, notamos por parte da professora "B" uma

maior compreensão e preocupação em relação às questões ambientais e inserção do aluno

enquanto sujeito social. Pois enquanto a professora "A" foca apenas nas responsabilidades

individuais dos alunos, eximindo o papel da escola e da educação. A professora "B" procura

situar o sujeito em problemas ambientais visíveis, dentro da própria sala de aula, englobando

não apenas uma disciplina em si, mas procurou fazer uma inter-relação entre diferentes áreas

do conhecimento.

Em relação ao trabalho com o tema Meio Ambiente em sala de aula, perguntamos em

entrevista as professoras "A" e "B", se trabalham ou já trabalharam em sua turma, algum

projeto relacionado ao mesmo, em que obtivemos as seguintes respostas:

PA: Não.

PB: Sim.

A professora "A" ao declarar que não trabalhou com a turma, nenhum projeto

relacionado ao tema Meio Ambiente, indagamos como ela fez ou fazia para inserir as questões

ambientais em sua aula, pois no questionário aplicado ela declarou trabalhar com o tema Meio

Ambiente em suas aulas. Obtivemos a seguinte resposta:

PA: Na disciplina de ciências e geografia. Quando fazem a leitura do texto da aula a

gente conversa sobre as experiências deles, sobre o que eles já viram sobre o assunto, sobre

o que eles veem perto do ambiente em que eles vivem, vai relacionando com o tema que eles

34

têm que aprenderem, sobre as coisas novas que eles têm que acrescentar.

É perceptível que a professora “A” busca inserir um debate sobre a realidade em que

os alunos estão inseridos, relacionando esse debate com as questões ambientais. O que chama

atenção é a utilização apenas de textos, provavelmente retirado do livro didático de Ciências e

Geografia, e a não busca por outros recursos didáticos que possam acrescentar outras

aprendizagens em relação ao estudo do Meio Ambiente.

Em relação à utilização única e exclusiva dos textos dos livros didáticos, o Guia de

Livros Didáticos (2008) aponta que:

Transmissão de conhecimentos; – Trata-se da mais direta e conhecida das

funções de um LD, sem dúvida essencial, mas muitas vezes valorizada em

excesso, em detrimento de outras, fundamentais para o desenvolvimento

intelectual do aprendiz. Livros e materiais que se limitem a esta função

oferecem apenas o mínimo indispensável a alunos e professores, em nada

rompendo com a abordagem que estamos denominando como tradicional

(BRASIL, 2008, p.16).

A professora "B" declarou que trabalhou com sua turma um projeto sobre Meio

Ambiente de forma interdisciplinar. No entanto, em seu depoimento observamos que ela

trabalhou com o tema gerador Trânsito na escola e estabeleceu algumas relações com as

questões ambientais. Isso pode ser observado na seguinte resposta:

PB: A gente trabalhou no tema gerador certo, fez construções de cartazes, os meninos

ainda chegaram a fazer uma maquete né, falando sobre a questão da eletricidade, mas

projeto especificamente de intervenção nem de pesquisa eu não fiz não, a gente trabalhou só

como tema gerador [...] os alunos, é nós fizemos um trabalho que, a gente começou

inicialmente, foi na disciplina artes, né então eu pedi que recolham material da natureza,

pedras. [...] para ornamentar o ambiente, para formar a cidade de pedra. [...] mais aí eles

começaram a ver de maneira mais concreta, o interessante, o Meio ambiente na civilização:

"o espaço rural e o urbano", foi muito interessante. Agora, esse trabalho ao mesmo tempo foi

socializado, integrado, interdisciplinar, falando do trânsito, aí quer dizer, entrou Geografia,

não deixou de entrar também História, Arte, Português, Matemática, a partir do momento

que o aluno trabalha com formas. Ficou riquíssimo esse trabalho, valeu a pena.

Sobre a interdisciplinaridade apontada pela professora PB, ressaltamos que é notória a

busca por inserir uma discussão das questões ambientais em sala de aula, permeando diversas

35

áreas do conhecimento, buscando a utilização de outros recursos didáticos para estudar sobre

essas questões. Em relação à interdisciplinaridade, Carvalho aponta que:

A interdisciplinaridade, por sua vez, não pretende a unificação dos saberes,

mas deseja a abertura de um espaço de mediação entre conhecimentos e

articulação de saberes, no qual as disciplinas estejam em situação de mútua

coordenação e cooperação, construindo um marco conceitual e metodológico

comum para a compreensão de realidades complexas (CARVALHO, 2011,

p. 121).

4.3 ANALISE DAS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO

AMBIENTE PARA CONSTRUÇÃO DE ATITUDES CUIDADOSAS EM CRIANÇAS

(PROFESSORAS)

Pensando no papel da educação na construção de atitudes cuidadosas em relação ao

Meio Ambiente, indagamos na entrevista das professoras, qual é o papel da educação em

relação a inserir as questões ambientais na aprendizagem dos alunos. A partir das respostas

obtidas podemos perceber que as docentes, possuem uma visão crítica sobre a

indispensabilidade da educação, no processo de construção de atitudes cuidadosas nos alunos

em relação ao Meio Ambiente:

PA: É muito importante por que o futuro da humanidade depende das questões que a

gente aprende sobre como preservar o Meio Ambiente, como a gente tem visto aí até no

jornal, se isso não acontecer futuramente esses problemas vão ser catástrofes. Então a gente

tem que ir inserindo os problemas ambientais desde cedo, já que pra eles é tão complicado

na realidade deles eles perceberem a importância disso, diante do que eles vivem, do

ambiente em que eles vivem é meio difícil, algumas questões, como por exemplo, lixo no Meio

Ambiente, desmatamento, coisas que pra eles é meio complicado que eles veem totalmente ao

contrário onde eles vivem, com as pessoas que eles convivem.

PB: É importantíssimo, porque para criar novas expectativas em se educar mesmo em

relação ao nosso planeta terra, que é a nossa casa, onde moramos, e precisa ser bem tratado

por que se não vai ter mais lugar para morar, vai ficar extinta a raça humana pelo descuido,

até pelas vezes a falta de entendimento sobre o assunto.

A partir dessas respostas podemos perceber a importância que as professoras atribuem

ao trabalho com as questões ambientais em sala de aula, pois, as mesmas consideram essa

36

temática como sendo uma forma significativa para a formação crítica dos alunos com relação

a atitudes cuidadosas com o meio onde estão inseridos. De acordo com os Parâmetros

Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde:

A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para

a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na

realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o

bem-estar de cada um e da sociedade, local e global (BRASIL, 1997, 25).

Medina e Santos trazem em seus estudos, uma reflexão sobre a educação no mundo

atual, em que é ressaltada a urgência de transformação dos parâmetros com que os seres

humanos orientam suas vidas e suas ações no mundo, as autoras apontam que:

Ante esse desafio, a educação passa a adquirir novos significados no

processo de construção de uma sociedade sustentável, democrática,

participativa e socialmente justa, capaz de exercer efetivamente a

solidariedade com as gerações presentes e futuras. Esta é uma exigência

indispensável para a compreensão do binômio "local-global" e para a

preservação e conservação dos recursos naturais e socioculturais,

patrimônios da humanidade (MEDINA 1996 apud MEDINA, SANTOS

2008, p.17).

Ainda com relação à importância do estudo do tema transversal Meio Ambiente, para a

construção de atitudes cuidadosas de crianças, propomo-nos a compreender como as docentes

relacionavam a sua prática de ensino ao contexto dos alunos. Dessa forma, indagamos as mesmas, se o

meio em que os alunos estão inseridos deve ou não ser levado em consideração em sala de aula.

Obtivemos as seguintes respostas:

PA: Com certeza, deve ser considerado por que o que parte do conhecimento deles

tem que começar do que eles veem, do que eles convivem, então eles têm que perceber o que é

que tá certo o que é que tá errado na prática deles, da família deles, dos amigos deles, dos

vizinhos deles, das pessoas com quem eles convivem, para poder melhorar o que pode ser

melhorado na medida do possível deles.

PB: Deve sim, com certeza, porque a partir da sala de aula que é o segundo, vamos

dizer a segunda casa do aluno, que ele vai ter que se educar, então se estou numa sala que o

meu professor, o meu colega não tem educação, não sabe onde jogar o papel, é o chiclete as

37

embalagens dos alimentos na hora do lanche, as folhas que são rasgadas, o ambiente vai

ficar, o chão vai ficar sujo, poluído.

[...] Aí assim é muito triste né, e eles mesmos num trabalho que a gente fez esse ano com eles,

foi uma redação sobre o Meio Ambiente na escola, assim, falaram muito sobre as paredes

sujas, riscadas com palavrões né, as paredes sujas, as bancas quebradas, e foi muito

importante pra que eles é desenvolvam essa consciência [...].

[...] E também tem a questão da educação familiar também que é importantíssima, que as

vezes não contribui muito, a gente vê muito isso no meio social aqui da escola, na escola

pública em especial, por que a privada a gente já vê que é outro, as paredes não são sujas,

eu fico vendo assim vendo muito isso sabe, a diferença social, como influi no Meio Ambiente.

A partir das respostas apresentadas, podemos constatar que ao se pensar no trabalho

em sala de aula sobre as questões ambientais, devem-se levar em consideração os

conhecimentos prévios dos alunos, a aquisição de novas aprendizagens e os diferentes meios

em que estão inseridos. É notório que as duas professoras consideram indispensável valorizar

os ambientes e as concepções que os alunos trazem para a sala de aula quando se trabalha as

questões relacionadas ao Meio Ambiente.

Em relação ao meio socioambiental, em que os alunos se encontram inseridos, Medina

e Santos (2008) trazem uma abordagem ancorada na teoria sociocultural de Vygotsky,

apontando a indispensabilidade na prática do professor, ressaltando que:

Os processos de ensino-aprendizagem podem ser interpretados como um

conjunto de atividades que se realizam coletiva e socialmente a partir dos

conceitos, experiências e sentimentos que os sujeitos da aprendizagem já

possuem, incorporando, através de processos de reflexão-ação, a assimilação

ativa de novas interpretações e concepções mais complexas e aprofundadas

das inter-relações socioambientais, mediadas cultural e historicamente pelas

situações concretas nas quais se encontram inseridos (MEDINA, SANTOS

2008, p. 37).

Diante do exposto, podemos compreender que as práticas educativas associadas à

construção e percepção dos alunos sobre as atitudes consideradas corretas em relação ao Meio

Ambiente podem estimular novas aprendizagens e práticas cotidianas, sociais e culturais

relevantes para com os cuidados com o Meio Ambiente.

38

4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS SOBRE MEIO AMBIENTE,

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Com relação aos alunos participantes desta pesquisa, salientamos que todos os alunos

que estavam presentes em sala de aula, participaram da aplicação do questionário, porém para

fins de análise só foram utilizados 14 questionários de cada turma. A redução da quantidade

de questionários selecionados para análise dessa pesquisa se deu devido a muitos alunos terem

deixado questões sem resposta.

Em relação às entrevistas realizadas com os alunos, tivemos como critério de escolha

aqueles alunos indicados pelas professoras. A quantidade de alunos entrevistados foram 10 de

cada turma. Porém, para fins de análise foram utilizados uma amostra com quatro (4) alunos

do 5º "A" e cinco (5) alunos do 5º "B". Em que buscamos analisar os dados coletados com

alunos que participaram efetivamente das duas etapas da pesquisa (questionário

semiestruturado e entrevista).

Quadro 1: Questão 3: Faça uma breve descrição sobre o que você entende sobre Meio

Ambiente.

CATEGORIAS DE RESPOSTAS ALUNOS (AS)

Descreveu Meio Ambiente como sendo atitudes cuidadosas, realizadas

pelos seres humanos, em relação ao lixo e a poluição do ar, apontaram

atitudes como: não poluir as cidades, nem os rios com lixos. Em um caso é

ressaltado sobre os alagamentos por causa do lixo, apresentando atitudes

como: não jogar lixo na escola, dando uma destinação adequada, para as

embalagens de produtos consumidos na escola, pondo-os nas lixeiras. Em

outros casos associaram o Meio Ambiente com os cuidados com as plantas

e os animais, com a degradação ambiental e a sobrevivência humana.

A1, A5, A6, A7, A8,

A11, A12, A14.

B1, B5, B6, B8, B9,

B10, B13, B14.

Descreveu como o lugar onde vivem as plantas e os animais. A 4.

Descreveram Meio Ambiente como sendo as florestas, as ruas, as casas

(minha casa), as flores, e entre outros lugares que não se pode poluir.

A 2, A3, A13.

Descreveu como sendo os cuidados com as plantas, em relação à poluição

do ar, e também como sendo um lugar importante não apenas para os seres

humanos, mas para as plantas e animais.

A 10.

Em suas respostas o Meio Ambiente é as pessoas da cidade, é ter uma vida

saudável. Um lugar que deve ter respeito ao idoso, que deve ser limpo, não

poluído pelo acúmulo de lixo nas ruas.

A9, B4.

Descreveu o Meio Ambiente como sendo as plantas, as árvores, a saúde, a

escola. (Obs.: Aluno indicado com desordem neurológica).

B3.

Descreveu como um lugar para os animais, relacionados aos cuidados com

a poluição causada pelo acúmulo de lixo, indicou a reciclagem como uma

forma de manter o Meio Ambiente limpo e saudável.

B7.

Ressaltou o Meio Ambiente como sendo um espaço natural, que abriga

plantas e animais, e que está se tornando aos poucos em um desastre

ambiental por causa da ganância do homem, que não se contém com casa,

B11.

39

comida e água.

Associou o Meio Ambiente relacionando com o planeta que está acabando,

como sendo consequência das pessoas que estão destruindo o planeta, e

que para sobreviver às pessoas (a gente) precisam proteger o Meio

Ambiente.

B12.

Não respondeu. B2.

Observamos que as descrições dadas pela maioria dos alunos de ambas as turmas “A”

e “B” sobre Meio Ambiente, apresentam aspectos relacionados aos problemas ambientais que

eles conhecem ou já ouviram falar. Essa maneira de compreender o Meio Ambiente, pela

maioria alunos, é apontada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e

Saúde quando ressaltam que:

Quando se fala em Meio Ambiente, a tendência é pensar nos inúmeros

problemas que o mundo atual enfrenta com relação à questão ambiental.

Lixo, poluição, desmatamentos, espécies em extinção e testes nucleares são,

dentre outros, exemplos de situações lembradas. Isso se deve,

principalmente, ao fato de a mídia veicular uma grande quantidade de

informações sobre os problemas ambientais. Também o fato de todo

movimento ecológico ter-se articulado em função desses e de outros

problemas ambientais leva à identificação de "meio ambiente" com

"problema ambiental" (BRASIL, 2001, p. 73).

Apesar de a maioria dos alunos descreverem o Meio Ambiente a partir dos problemas

ambientais, os mesmos apontam para cuidados e preocupações essenciais à conservação e

preservação do Meio Ambiente. Nota-se um posicionamento crítico em algumas respostas,

pois relacionam a definição de Meio Ambiente como sendo parte do planeta Terra, e que por

causa da ganância humana, pode ser destruído, pondo em risco a extinção de algumas

espécies.

Nota-se que os alunos possuem conhecimentos relevantes em suas definições, já

consegue perceber o Meio Ambiente enquanto espaço que abriga os seres vivos e não vivos, e

em alguns casos incluem o ser humano enquanto parte desse Meio Ambiente. Isso revela

alguns aspectos apresentados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e

Saúde (2001, p.31), que apontam para os elementos vivos e não vivos presentes no Meio

Ambiente e ressalta o homem enquanto participante desse meio e as interações sociais e

culturais que ele estabelece com o mesmo.

Desta forma, percebe-se uma compreensão de que o homem pode modificar e destruir

o Meio Ambiente, prejudicando a todos os seres vivos do planeta, sendo perceptível a

presença da relação com a saúde e com o espaço escolar. Também se encontram nas respostas

40

de alguns alunos a inclusão do respeito ao idoso enquanto fator indispensável no Meio

Ambiente.

As definições de Meio Ambiente apresentadas pelos alunos, são diversificadas, sendo

que na maioria das respostas coletadas, se percebe uma estreita relação do Meio Ambiente

com as relações sociais e culturais. O ser humano aparece, muitas vezes, apenas como

destruidor do Meio Ambiente.

Percebemos, também, que algumas concepções dos alunos sobre Meio Ambiente estão

ligadas exclusivamente ao homem, enquanto elemento mais importante do Meio Ambiente.

Outros casos como sendo os animais e as plantas como elementos fundamentais para o Meio

Ambiente e poucos alunos percebem uma inter-relação das organizações sociais e humanas

com o Meio Ambiente. Essas maneiras de perceber o Meio Ambiente, são apontadas por Luiz

et al (2009), ao citar Reigota (1995), que classificou as representações sociais mais comuns

de Meio Ambiente em:

Naturalista – meio ambiente voltado apenas a natureza, evidencia aspectos

naturais, confundindo-se com conceitos ecológicos como de ecossistema.

Inclui aspectos físicoquímicos, a fauna e a flora, mas exclui o ser humano

neste contexto. O ser humano é um observador externo;

Globalizante – o meio ambiente é caracterizado como as relações entre a

natureza e a sociedade. Engloba aspectos naturais políticos, sociais,

econômicos, filosóficos e culturais. O ser humano é compreendido como ser

social que vive em comunidade;

Antropocêntrica – o meio ambiente é reconhecido pelos seus recursos

naturais, mas são de utilidade para a sobrevivência do homem. (REIGOTA,

1995, apud LUIZ et al, 2009).

Levando em consideração o trabalho com o tem Meio Ambiente em sala de aula, é

indispensável apontar para o papel que o professor desempenha na formação conceitual de

seus alunos. Dessa forma, para que não haja apenas uma compreensão de Meio Ambiente

apenas enquanto problemas ambientais se faz necessário que professor realize um trabalho,

que contemple o Meio Ambiente e seus elementos, apontando para os fatores físicos e sociais

do ambiente. Pois como aponta, Medeiros et al. (2011):

A escola é o lugar onde o aluno irá dar sequencia ao seu processo de

socialização, no entanto, comportamentos ambientalmente corretos devem

ser aprendidos na prática [...] contudo a escola deve oferecer a seus alunos os

conteúdos ambientais de forma contextualizada com sua realidade. [...] a

figura do professor diante de seus alunos deve ser um instrumento de ação

para a conscientização deles educando-os de forma correta desde a

conservação da limpeza da sala de aula até a preservação do meio em que

comunidade escolar está inserida na sociedade (p. 3).

41

Para entendermos melhor sobre os conhecimentos que os alunos de ambas as turmas,

possuem sobre Meio Ambiente, indagamos na entrevista aos mesmos, sobre os espaços e/ou

locais que consideram como sendo parte do Meio Ambiente. Obtivemos as seguintes

respostas:

A5: As florestas, as florestas e o Meio Ambiente.

A8: As florestas, os rios.

A10: Os rios e as florestas.

A14: Áreas abertas, como assim, várias árvores e alguns pequenos sítios.

B3: A escola.

B4: Ser bastante organizado e não deixar as coisas sujas e bastante. É e bastante, é só isso mesmo.

B9: Cuidar das arvores, cuidar dos animais e cuidar do meio ambiente.

B11: Pra mim são as florestas, pois lá tem muita vida selvagem e muitas árvores assim, e etc.. aí são

muito importante pra gente.

B12: As florestas, deixa eu vê, rios, mares, tudo o que tem um animal, que o animal precisa e

necessita e a gente também.

Percebe-se que ao indagar os alunos sobre os espaços e locais que fazem parte do

Meio Ambiente, há uma grande predominância dos aspectos naturais do Meio Ambiente, em

alguns casos situam os aspectos sociais e humanos. Em relação às declarações dos alunos do

5º ano "A", nota-se, uma compreensão relacionada com os aspectos naturais, como florestas,

rios, árvores, em detrimento das relações humanas e sociais.

Já em relação às declarações dos alunos do 5º "B", além da predominância dos

aspectos naturais do Meio Ambiente, surgem em algumas respostas, aspectos exclusivos de

organizações sociais, como o caso da escola, por exemplo. Em outros casos, apontam para a

compreensão da inter-relação entre os aspectos físicos e sociais, de necessidade do Meio

Ambiente para sobrevivência humana e das demais espécies.

Para os Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde (2001), ao se

trabalhar sobre o conceito de Meio Ambiente, se faz indispensável levar em consideração a

"representação social" que cada grupo possui sobre o Meio Ambiente, dessa forma apontam

que:

São essas representações, bem como suas modificações ao longo do tempo,

que importam: é nelas que se busca intervir quando se trabalha com o tema

Meio Ambiente. De fato, quando se trata de decidir e agir com relação à

42

qualidade de vida das pessoas, é fundamental trabalhar a partir da visão que

cada grupo social tem do significado do termo "meio ambiente" e,

principalmente, de como cada grupo percebe o seu ambiente e os ambientes

mais abrangentes em que está inserido [...] daí a importância de se identificar

qual representação social cada parcela da sociedade tem do meio ambiente,

para se trabalhar tanto com os alunos como nas relações escola-comunidade

(BRASIL, 2001, p. 31).

Apontamos para um trabalho, que leve em consideração os conhecimentos que os

alunos possuem, para a partir destes, as professoras possam lhe oferecer outros conhecimentos

essenciais a formação conceitual de seus alunos. Também se faz decisório, o papel da escola

em sua relação com a comunidade em que está inserida, em que se deve buscar entender,

como os grupos sociais representam e entendem o Meio Ambiente, para poder trabalhar

também essas questões com os seus alunos.

Quadro 2: Questão 6: Marque com um X as alternativas que você considera como um

problema ambiental:

( ) Entupimento ou vazamento de esgoto;

( ) Falta de lixo nas ruas;

( ) Destinação adequada do lixo;

( ) Acúmulo de lixo nas ruas;

( ) Enxurradas causadas pela acúmulo de lixo nas rua;

( ) Manter praças e ruas limpas e arborizadas.

CATEGORIAS DE RESPOSTAS ALUNOS (AS)

Marcaram uma ou mais opções que realmente são problemas ambientais. A2, A3, A5, A8, A9,

A10, A11, A12, A13,

A14.

B2, B4, B5, B6, B7, B8,

B9, B10, B11, B13.

Marcaram opções variadas relacionadas aos problemas ambientais e a

atitudes corretas. (OBS. Incluindo o aluno indicado com questões de

desordem neurológica).

A1, A4, A6, A7.

B1, B3, B12, B14.

A partir da análise do quadro 2, referente à questão 6, nota-se que a grande maioria

dos alunos participantes, conseguem identificar casos que se constituem em problemas

ambientais. Pois, a maioria dos alunos marcaram corretamente todas as opções que são

consideradas enquanto problemas ambientais, e em alguns casos, marcaram opções variadas,

entre problemas ambientais e atitudes corretas. Dessa forma, apontamos para uma boa

compreensão por parte dos alunos, sobre as formas de degradação que afetam diretamente o

Meio Ambiente.

43

Quadro 3: Questão 8: Na sua opinião, se na sua rua ou bairro há um entulho de grande

quantidade de lixo a céu aberto, qual deve ser a atitude das pessoas do bairro?

CATEGORIAS DE RESPOSTAS ALUNOS (AS)

Tirar os lixos das ruas, colocar nas latas de lixo, limpar os rios, não jogar

lixo nas ruas, não poluir, convocar a coleta seletiva para recolher o lixo, tirar

os lixos da rua envolvendo a participação de todos para prevenir de doenças,

limpar e cuidar.

A1, A2, A3, A5, A7,

A8, A9, A11, A12,

A14.

Colocar o lixo em um cantinho em casa. A4.

Quando o caminhão de coleta seletiva não passa os esgotos ficam entupidos

e atraem animais, ficando poluído.

A6.

Se dever pegar instrumentos necessários como vassouras, pá e sacos

plásticos para juntar o lixo em algum lugar que não atrapalhe a paisagem da

rua.

A13.

Afirmaram em suas respostas ser necessário a participação de toda a

comunidade, para se ter um bairro limpo e bom para a saúde, pois o lixo

polui o local, apanhar e colocar no caminhão do lixo, não deixar lixos nos

cantos e nem nas ruas, nem a céu aberto e esperar o dia certo para colocar no

caminho do lixo. (OBS. Incluindo o aluno indicado com questões de

desordem neurológica).

B3, B6, B7, B8, B9,

B10, B13.

Não responderam ou não sabiam. B5, B1, B2, B14.

Fazer alguma coisa. B4.

Reunir todos com roupas adequadas e ferramentas (vassouras, panos e etc)

para ajudar na comunidade, sendo grandes cidadãos.

B11.

Não apresentou solução, relacionou com a realidade de sua rua, em que

ressaltou não haver esses problemas, por que o caminhão do lixo passa

algumas vezes por semana.

B12.

Jogar o lixo no lixão e não ao céu aberto. A10.

É perceptível que a maioria dos alunos participantes, apresentou soluções viáveis para

o problema ambiental apontado na questão. Percebe-se nas respostas da maioria dos

participantes, a presença de um pensamento crítico e ativo, diante do problema ambiental que

surge. Dessa maioria, incluem-se respostas que vão desde a evocação da participação de toda

comunidade, a apresentarem soluções viáveis, como a utilização de alguns instrumentos para

solucionar o problema.

Das análises realizadas, percebe-se que alguns participantes não responderam ou

ressaltaram não saber, e dentre as soluções apontadas, encontra-se a presença ambígua, em

relação à destinação do lixo, em que se confunde o lixão como sendo um local adequado para

o depósito do lixo.

Deve-se considerar que em grande parte das respostas, aparecem de modo explícito e

implícito, a relação entre as atitudes corretas e ser um cidadão responsável e ativo em relação

44

às atitudes que são destinadas ao Meio Ambiente. É perceptível a presença da construção de

uma consciência ambiental. Nessa perspectiva, Leff (2008) aponta para a formação ambiental:

A formação ambiental implica assumir com paixão e compromisso a criação

de novos saberes e recuperar a função crítica, prospectiva do conhecimento;

gerar um saber eficaz e inventar utopias capazes de levar os processos de

mudança histórica a ideais de igualdade, justiça e democracia; criar novos

conhecimentos, métodos e técnicas para construir uma nova racionalidade

social, na qual os valores culturais e os potencias da natureza, desdenhados

pelo empenho produtivista da modernidade, orientem o renascimento da

humanidade do novo milênio (LEFF, 2008, p. 221)

Percebe-se essa formação ambiental apontada por Leff (2008), em soluções apontadas

em algumas respostas dos alunos, pois, nota-se um pensamento reflexivo e atuante, no qual se

insere em uma perspectiva da construção da racionalidade ambiental.

Quadro 4: Questão 9: Depois responder as questões anteriores o que você descreve como sendo

uma Degradação Ambiental?

CATEGORIAS DE RESPOSTAS ALUNOS (AS)

Relacionou com os cuidados com o Meio Ambiente, com os problemas

ambientais causados pela poluição dos rios e de florestas, acúmulo de lixo nas

ruas, nos esgotos, nas escolas, salientando a importância da coleta seletiva. Em

alguns casos relacionaram com a poluição do ar. Ressaltando que não se deve

jogar lixos nas ruas da cidade, ajudando a manter as ruas sempre limpas, não

jogar lixos nos rios. Em alguns casos, citaram o corte de árvores, e o desperdício

de água como sendo uma degradação ambiental.

A2, A3, A6, A7,

A8, A9, A10,

A11, A12, A13.

B4, B5, B6.

Ressaltaram está relacionado com a destruição ambiental, das florestas em alguns

casos incluindo casas e prédios, desmatamento.

A1, A4, A5,

Ressaltou ser muito especial para as pessoas e os animas. Ser um ambiente

melhor.

A14. B14.

Descreveram como sendo uma destruição ambiental. Desmatamento. E em um

caso relacionou com a destruição das matas para construir as fábricas para a

economia. (OBS. Incluindo o aluno indicado com questões de desordem

neurológica).

B3, B7, B8.

Não responderam ou não sabem. B1, B2, B9, B10.

Salientou como sendo o desmatamento e as queimadas, que deixam o ar poluído,

sendo que as árvores se transformam em gás carbônico e são as árvores que

seguram as margens dos rios e lagos. Ressaltou que se todas as árvores forem

cortadas, à água irá desaparecer e a vida do homem será impossível.

B 11.

Declarou que gosta e protege o Meio Ambiente. B12.

Apresentou uma resposta incompreensível, porém ressaltou sobre os cuidados

com as coisas boas e a necessidade de justiça.

B13.

45

Ao questionar sobre os conhecimentos dos alunos, em relação ao que entendem por

degradação ambiental, percebe-se que mais da metade dos alunos participantes apresentam

um ou mais efeitos, que se constituem em uma degradação ambiental. É importante observar

um desenvolvimento da formação conceitual pelos alunos do que é uma degradação

ambiental, suas causas e efeitos. Em suas respostas, estão presentes diversas formas de

degradação do Meio Ambiente.

Salientamos que em alguns casos, a compreensão sobre o que é uma degradação

ambiental, se apresenta de maneira próxima ao conceito, pois citam diversos tipos de

poluição, causadas pelo acúmulo do lixo, o desperdício de água, as queimadas e entre outros,

o corte das árvores em relação ao oxigênio e conservação das margens dos rios, relacionando

com a impossibilidade de vida na terra, por causa da degradação nesses elementos. Percebe-se

a relação entre algumas respostas dos alunos com o que os Parâmetros Curriculares Nacionais

de Meio Ambiente e Saúde, apresentam:

Degradação ambiental consiste em alterações e desequilíbrios provocados no

meio ambiente que prejudicam os seres vivos ou impedem os processos

vitais ali existentes antes dessas alterações. [...] A atividade humana gera

impactos ambientais que repercutem nos meios físico-biológicos e

socioeconômicos, afetando os recursos naturais e a saúde humana, podendo

causar desequilíbrios ambientais no ar, nas águas, no solo e no meio

sociocultural (BRASIL, 2001, p. 37).

Notou-se que alguns alunos, em suas respostas, confundem o termo degradação

ambiental com os cuidados que devem ser destinados ao Meio Ambiente. Dessa forma, na

entrevista realizada, não nos detemos somente no termo degradação, trouxemos também o

sinônimo destruição, em que foi indagado sobre o que entendiam por degradação ou

destruição do Meio Ambiente. Obtivemos as seguintes respostas:

A5: A queimada, a poluição do ar e a desmatação.

A8: Há destruir as matas, poluir as matas, os rios.

A10: Não destruir as árvores, não jogar lixo nos rios.

A14: Desmatar e poluir.

B3: É Tudo limpo e não jogar lixo no meio da rua.

B4: São Coisas limpas, as pessoas educadas, têm bastante coisa assim que deve ser certo.

B9: Jogar coisas no lixo...Jogar lixo no rio, só isso.

46

B11: Pra mim é a desmatação, pois, é são as árvores que melhoram o oxigênio pra nós, é e

elas também, seguram as margens de rios e precisamos dela para respirar e também para ter

muita água.

B12: Bom, assim, é por que a gente têm que, como é que eu ia dizer, não pode tá destruindo

as matas, nem os rios, por que a gente necessita do ar puro da natureza pra também

sobreviver, por que a gente não pode tá destruindo também, por que têm muitos carros que

destrói o ar, por que a gente precisa dele para respirar, e os animais também, por que se a

gente polui o ar, polui tudo do universo deles, eles vão morrer e a gente também, por que a

gente não pode tá fazendo isso.

Em relação à turma "A" é perceptível que todos os participantes, apresentaram atitudes

que se constituem de fato em uma degradação ambiental, portanto, já conseguem identificar e

apontar sobre alguns fatores que se constituem em atitudes que degradam o Meio Ambiente,

apontando para a poluição dos rios e a destruição florestal.

Em relação à turma "B", os alunos apresentam atitudes que se constituem em uma

degradação ambiental, nota-se que alguns não conseguem expressar o que entendem sobre a

degradação ou destruição do Meio Ambiente, e outros, confundem com as atitudes corretas,

como sendo algo bom. Observamos que os participantes B9 e B12, anteriormente no

questionário aplicado, não conseguiram expressar sua compreensão sobre o que é a

degradação ambiental, já na entrevista realizada, apontaram para questões que se constituem

em uma degradação ambiental.

Apontamos para a construção na maioria dos alunos, de uma consciência ambiental,

pois, em respostas no questionário aplicado e na entrevista, sobre o que entendem por

degradação ou destruição ambiental, grande parte dos alunos, trazem em suas respostas

atitudes e soluções para diminuir os impactos ambientais, que conhecem ou já ouviram falar,

causados pelo ser humano. Dessa forma, como aponta Jacobi, sobre a consciência ambiental:

Trata-se de promover o crescimento da consciência ambiental, expandindo a

possibilidade de a população participar em um nível mais alto no processo

decisório, como uma forma de fortalecer sua co-responsabilidade na

fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental (JACOBI,

2003, p. 192).

Dessa forma, é indispensável levar em consideração essa formação de atitudes pelos

alunos, pois se constituem em um momento propício para o trabalho com as questões

ambientais em sala de aula, trazendo conteúdos e debates relevantes para essa formação.

47

Quadro 5: Questão 12: O que você entende por Educação Ambiental quando se refere aos

cuidados com o Meio Ambiente?

CATEGORIAS DE RESPOSTAS ALUNOS (AS)

Associam com: não desmatar, cuidar de forma adequada do lixo em casa e

nas ruas, não ter problemas com a saúde, poluição dos rios, da cidade, do ar,

não sujar a sala de aula, não desperdiçar água. Se afeta o Meio Ambiente,

afeta a gente, cuidar da natureza, não poluir o mundo.

A1, A3, A5, A6, A8,

A9, A12, A13, A14.

Educação Ambiental é o cuidado com o Meio Ambiente. A2.

Que não se deve poluir o ar, evitar o desmatamento, cuidar das plantas e não

desperdiçar a água que é um recurso renovável.

A10.

Ter uma escola. Não jogar lixos no chão, nas ruas, na escola, em casa, não

devemos poluir, não desmatar o Meio Ambiente, não jogar lixo no pátio. (

OBS. Incluindo o aluno indicado com desordem neurológica).

A11, A7, A4,

B 3, B 7,

Associam com: não desmatar, cuidar da natureza, não jogar lixos nas ruas,

acondicionar bem o lixo, não jogar lixo no pátio da escola, a natureza como

vida para todos, Meio Ambiente como sustento não só para o homem, mas

para árvores e animais, evitar o desmatamento. Respeito e educação com a

natureza para um mundo melhor.

B4, B5, B6, B8, B9,

B10, B14.

Não respondeu ou não sabe. B 1, B 2, B 12.

Associou com a Degradação Ambiental, como a queima de árvores sendo

uma ameaça às plantas e ameaça ao ar puro.

B 13.

Em relação aos conhecimentos dos alunos sobre o que é Educação Ambiental,

ressaltamos que, nosso objetivo era entender a compreensão dos alunos em relação à

Educação Ambiental, enquanto atitudes corretas e cuidados com o Meio Ambiente, bem como

ter uma noção sobre a construção conceitual e atitudinal dos mesmos em relação a esse

conceito.

Por meio das respostas, podemos perceber que a maioria dos alunos de ambas as

turmas, apontam a Educação Ambiental relacionada aos cuidados e atitudes corretas em

relação ao Meio Ambiente, em que há a presença da construção pelos alunos, de atitudes e

práticas equitativamente que devem ser destinadas na utilização dos recursos naturais e nas

próprias práticas cotidianas. Nessa perspectiva, Jacobi (2005) ao citar Morin (2003), aponta

para uma reforma do pensamento:

Nesse contexto, as práticas educativas devem apontar para propostas

pedagógicas centradas na mudança de hábitos, atitudes e práticas sociais,

desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação

dos educandos. Isto desafia a sociedade a elaborar novas epistemologias que

possibilitem o que Morin (2003) denomina de “uma reforma do

pensamento” ( MORIN, 2003, apud JACOBI, 2005, p. 241).

48

Em ambas as turmas, além de apresentar algumas atitudes adequadas para cuidar do

Meio Ambiente, associam a Educação Ambiental com os cuidados também em casa e no

espaço escolar, incluindo ações que são indispensáveis, para uma construção cidadã,

consciente no Meio Ambiente. Dessa forma, sobre a Educação Ambiental, de acordo com

Grippi (2005):

A educação ambiental é um processo de conscientização, as pessoas

precisam aprender a mudar seu relacionamento com o meio ambiente, e

estarem devidamente informadas sobre impactos desta má geração.

Exemplos do cotidiano devem ser cada vez mais aplicados para ajudar neste

entendimento, mesmo que banais, como por exemplo [...] reciclar papel para

que não haja necessidade de derrubar mais árvores (GRIPPI, 2005, p. 27).

4.5 CARACTERIZAÇÃO DAS ATITUDES CUIDADOSAS COM O MEIO AMBIENTE

DECLARADAS PELOS ALUNOS

Nesta pesquisa, fez-se indispensável compreender quais atitudes cuidadosas são

declaradas pelos alunos, em relação ao Meio Ambiente. Portanto, propomos questões abertas

e fechadas para essa finalidade.

Quadro 6: Questão 11: Assinale as alternativas abaixo que você considera como sendo

corretas e que você utiliza de alguma forma para os cuidados com o Meio Ambiente dentro da

sua escola ou dentro da sua casa e de forma geral:

( ) Acondicionar o lixo evitando vazamentos ( ) Separar de forma adequada o lixo

( ) Manter a sala de aula e o pátio escolar limpos ( ) Jogar lixos nas ruas ou no pátio da escola

( ) Separar lixos recicláveis dos não recicláveis ( ) Não economizar água, afinal a água é infinita

( ) Evitar o desperdício de água, afinal ela é um recurso não renovável.

CATEGORIAS DE RESPOSTAS ALUNOS (AS)

Selecionaram mais de uma opção e/ou todas as opções que podem ser

consideradas corretas. (OBS. Incluindo o aluno indicado com questões

de desordem neurológica).

A1, A2, A3, A4, A5, A7,

A8, A9, A10, A11, A12,

A13, A14.

B2, B3, B4, B5, B6, B7,

B8, B9, B10, B11, B12,

B13, B14.

Selecionaram opções consideradas corretas e opções consideradas

prejudiciais ao Meio Ambiente.

A6. B1.

Percebe-se que quase todos os participantes da pesquisa, reconhecem quais atitudes

são consideradas corretas, em relação ao Meio Ambiente. Isso demonstra que possuem

49

conhecimentos relevantes, sobre práticas cotidianas que contribuem para a conservação dos

recursos naturais disponíveis no Meio Ambiente. Somente em alguns casos, selecionaram

tanto opções consideradas corretas, quanto opções consideradas degradantes. Deve-se

considerar a indispensabilidade do conhecimento dos alunos, sendo a educação a principal

ferramenta, para motivar uma nova perspectiva ambiental, como aponta Dias:

É incumbência da educação e formação, como o meio fundamental de

integração e mudança social e cultural, conceber objetivos e empregar novos

métodos, capazes de tornar os indivíduos mais conscientes, mais

responsáveis e mais preparados para lidar com os desafios de preservação da

qualidade do meio ambiente e da vida, no contexto do desenvolvimento

sustentado para todos os povos (DIAS, 2004, p. 147).

Portanto, vê-se a necessidade da educação atuar para a formação de mudança de

padrões considerados degradantes. No que se refere aos alunos participantes da pesquisa,

nota-se uma percepção positiva sobre a existência de problemas ambientais que afetam o

Meio Ambiente e prejudicam a qualidade de vida. Assim sendo, a educação por meio da

Educação Ambiental, se insere no contexto com a finalidade de tornar o sujeito apto não

apenas a perceber a existência desses problemas, mas de tomada de consciência em seu meio.

Quadro 7: Questão 13: Sua professora trabalha com esses cuidados que devemos ter com o

Meio Ambiente em sala de aula? Se sua resposta foi sim descreva quais aprendizagens você

construiu sobre os cuidados que devemos ter em relação ao ambiente escolar e o Meio

Ambiente fora da escola.

( ) SIM ( ) NÃO

CATEGORIAS DE RESPOSTAS ALUNOS (AS)

Sim, não jogar lixo nos rios e nem nas ruas, nem no chão da escola

devendo colocar nas lixeiras, pois são ambientes importantes, não

desmatar, não poluir o ar, os rios e florestas, não matar os animais, não

queimar para não poluir, cuidar do Meio Ambiente, das plantas e dos

animais.

A1, A2, A4, A5, A6, A7,

A8, A9, A10, A11, A12,

A13, A14.

Sim, cuidar do Meio Ambiente e cuidar da escola, não deixá-la cheia de

lixos, jogar os lixos nas lixeiras seletivas, para deixar a escola limpa, e

fora da escola se deve fazer a mesma coisa, cuidar do Meio Ambiente.

A 3.

Sim, a poluição não está apenas do lado de fora de casa, dentro de casa

também. Manter os espaços limpos, a escola, a sala de aula e fora da

escola, as ruas, colocar os lixos nas lixeiras separando de forma

adequada, cuidar das plantas e dos animais, respeitando o Meio

Ambiente. Incluindo o aluno indicado com questões de desordem

neurológica.

B3, B4, B5, B6, B7, B8,

B9, B10, B11, B12, B13.

Não sabiam ou não responderam. B1, B2, B14.

50

É perceptível nas respectivas turmas, que as docentes trabalham com seus alunos,

sobre os cuidados que se deve ter com o Meio Ambiente, percebe-se que ao trazerem essa

temática para as aulas, envolvem o contexto escolar e o cotidiano do aluno. Quase todos os

alunos participantes, apresentam seus conhecimentos adquiridos, havendo a presença nas

declarações, da formação da noção de respeito e cuidado em relação ao Meio Ambiente.

Estando incluindo em respostas, o apontamento para o armazenamento adequado do

lixo, cuidados com as plantas e os animais, diminuição da poluição, entre outros fatores que

apontam para construção gradual de atitudes cuidadosas com o Meio Ambiente dentro e fora

da comunidade escolar. Pois, como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio

Ambiente e Saúde:

A convivência democrática, a promoção de atividades que visem o bem-estar

da comunidade escolar com a participação dos alunos são fatores

fundamentais na construção da identidade desses alunos como cidadãos.

Assim, a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar

saudável e coerente com aquilo que ela pretende que seus alunos aprendam,

para que possa, de fato, contribuir para a formação de cidadãos conscientes

de suas responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes de

proteção e melhoria em relação a ele (BRASIL, 2001, p. 75).

Nesse sentido, vê-se por meio das declarações dos alunos, uma relação e troca de

conhecimentos entre as professoras e seus alunos. Em que caminha no sentido de formação

de valores e atitudes indispensáveis para o Meio Ambiente.

4.6 ANALISE DAS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DO TEMA TRANSVERSAL MEIO

AMBIENTE PARA CONSTRUÇÃO DE ATITUDES CUIDADOSAS EM CRIANÇAS

(ALUNOS)

Para podermos compreender, sobre as contribuições do estudo do tema transversal

Meio Ambiente, em relação à construção de atitudes cuidadosas em crianças e/ou alunos,

realizamos por meio de entrevista, em ambas as turmas de 5º ano do Ensino Fundamental, a

seguinte indagação: a sua professora trabalha ou já trabalhou sobre os problemas ambientais

em sala de aula? Obtivemos as seguintes respostas:

A5: Não, mais ou menos. já.

A8: Assim, dizendo que a gente não pode poluir, a gente já fez trabalho, da poluição das

árvores, falando essas coisas, não pode jogar lixo.

A10: Como não desmatar as árvores, não poluir os rios, não sujar as ruas.

51

A14: É, nos livros, olhando as paisagens e falando sobre o Meio Ambiente bastante.

B3: Não jogar o lixo no meio da rua.

B4: Já apresentamos aqui na escola uma redação sobre o Meio Ambiente. E foi sobre a

escola ser limpa na escola, aí falando sobre as paredes, as bancas, e outras coisas sobre o

Meio Ambiente. Aí a nossa redação, levamos para o professor e levamos nota excelente, por

causa da redação sobre Meio Ambiente.

B9: Fez trabalhos com a gente.

B11: Ela já mostrou muitos assuntos, sobre também que não só têm é muita poluição lá fora,

como dentro de escolas e casas, muitas pessoas não separam o lixo corretamente. Aqui na

escola eles tem as lixeiras para separar, mas muitos alunos não obedecem isso e saem

jogando por aí ou se não em latas erradas.

B12: Falando sobre as lagoas, os rios, os mares, falando também sobre as florestas, falando

também sobre os esgotos das ruas, de todas as formas como deveria ser falado.

Por meio das declarações obtidas, notamos que o trabalho com o tema Meio

Ambiente, é indispensável, para construção da noção de respeito e cuidado com ele. Nota-se

que em ambas as turmas, as professoras procuram inserir o trabalho com as questões

ambientais em sala de aula, e mesmo na falta de recursos didáticos, o livro didático é

enfatizado em sua utilidade, em relação ao estudo das questões ambientais em sala de aula.

Os alunos do 5º "A" apontam para os cuidados com os aspectos naturais do Meio

Ambiente, em que citam atitudes responsáveis, como não desmatar e nem poluir os rios e

ruas. Os alunos do 5º "B" mostram uma maior abertura ao debate sobre as questões que

envolvem o Meio Ambiente, não levando apenas em consideração, os aspectos naturais, mas

também os aspectos sociais, quando citam que os cuidados com o Meio Ambiente, não estão

relacionados apenas ao espaço externo da escola, mas envolve o contexto do ambiente

escolar.

Vale destacar que em ambas as turmas, há a presença da construção de atitudes

cuidadosas em relação ao Meio Ambiente, e que essas concepções se apresentam de forma

relacionada com o trabalho das professoras em sala de aula. Nota-se que por meio desse

trabalho realizado, os alunos já possuem um pensamento crítico e apresentam atitudes de

conservação ambiental. Dessa forma, percebemos que o trabalho realizado pelas professoras,

sobre os cuidados que se deve ter com o Meio Ambiente, relacionam-se com o que apontam

os Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde (2001), que em seus

objetivos gerais de Meio Ambiente para o Ensino Fundamental, propõe-se:

52

Adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os levem a

interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis;

Observar e analisar fatos e situações do ponto de vista ambiental, de

modo crítico, reconhecendo a necessidade e as oportunidades de atuar de

modo reativo e propositivo para garantir um meio ambiente saudável e a boa

qualidade de vida (BRASIL, 2001, p. 53).

Visando compreender sobre a importância do estudo do tema transversal Meio

Ambiente em sala de aula, bem como, sobre a importância que os alunos dão para essa

temática, indagamos em entrevista, se considera importante ou não consideram importante,

cuidar do Meio Ambiente, em que pedimos para justificarem suas respostas. Obtivemos as

seguintes declarações:

A5: Sim, por que preserva a nossa saúde.

A8: Considero importante, e por que para a gente manter um ambiente limpo.

A10: Sim, por que a gente não pode poluir o mundo.

A14: Considero por que a gente precisa dele também, para o ar, para várias coisas também.

B3: Sim. Porque tem que ser mais bom. Não maltratar os animais e não jogar lixo no meio da

rua.

B4: É importante cuidar do meio ambiente pra declarar uma cidade importante e limpa.

B9: Tem que cuidar dele né, porque senão,vai ficar uma nojeira.

B11: Sim, por que o que seriamos de nós, pois nós também somos seres vivos como a

natureza, por que sem ela nós não existimos.

B12: Eu considero por causa, nem por portanto da gente, por causa dos animais, por que se

a gente desmatar as florestas, e as outras coisas, não têm pra onde eles ir, não tem pra onde

eles se esconder dos caçadores, por que eles têm as casinhas deles e tudo, aí a gente não

pode tá desmatando isso.

É perceptível, que todos os participantes, consideram importante cuidar do Meio

Ambiente, e apontam suas opiniões para ressaltar o porquê de suas respostas. Dessa forma,

constatamos, que se faz indispensável o trabalho com o tema transversal Meio Ambiente em

sala de aula, pois, em relação ao que os alunos conseguiram captar no processo de ensino e

aprendizagem, já é um caminho andado, para a construção de atitudes cuidadosas em relação

ao Meio Ambiente. Sendo necessária a ampliação desses conhecimentos, para construção de

valores e atitudes ambientalmente corretas nos diversos contextos em que estão inseridos.

Como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e Saúde:

53

Como se infere da visão aqui exposta, a principal função do trabalho com o

tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes,

aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo

comprometido com a vida, com o bem - estar de cada um e da sociedade,

local e global. Para isso é necessário que, mais do que informações e

conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de

valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos

(BRASIL, 2001, p. 29).

Apontamos para a necessidade do trabalho com as questões ambientais, de forma a

levar em consideração os aspectos físicos, biológicos e socioculturais, quando se propõe o

estudo em sala de aula com tema transversal Meio Ambiente, que seja de fato transversal e

engajado em várias disciplinas, oportunizando uma melhor compreensão pelos alunos dos

aspectos que estão relacionados ao tema Meio Ambiente.

54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notória a urgência em inserir o debate sobre as questões ambientais nos contextos

escolares, pois os problemas ambientais emergentes das práticas sociais humanas estão cada

vez mais vertiginosos. Entende-se que a escola é o local em que a criança pode formar

conceitos, compreender sobre os impactos ambientais que atingem de alguma forma o Meio

Ambiente, prejudicando a qualidade de vida na Terra de todos os seres vivos, sendo na escola

que comportamentos ambientalmente corretos podem e devem ser aprendidos.

Dessa forma, por meio dos procedimentos realizados nesta pesquisa, chegamos à

conclusão de que o estudo com o tema transversal Meio Ambiente contribui para a construção

de atitudes cuidadosas de crianças no contexto escolar, sendo perceptível que as professoras

das respectivas turmas, não chegam a trabalhar, exclusivamente, com o tema transversal Meio

Ambiente, contudo buscam, em suas práticas de ensino, inserir o debate sobre as questões

ambientais, que estão intrinsecamente relacionadas ao tema Meio Ambiente, trazendo

discussões atuais para o contexto escolar, no que se refere a práticas degradantes, bem como,

no que se refere a atitudes de cuidados com o Meio Ambiente.

Conclui-se, que o estudo com o tema transversal Meio Ambiente, contribuiu de forma

significativa para a construção de atitudes cuidadosas, não só dentro do contexto escolar, mas

também extraescolar. As declarações apresentadas pelos alunos, conseguem expressar em

suas respostas, atitudes cuidadosas que devem ser praticadas, tanto dentro do contexto escolar,

como fora dele.

Dessa forma, ao analisar seus conhecimentos a respeito dos cuidados que se devem

ter com o Meio Ambiente, nota-se por meio das declarações da maioria dos participantes, a

construção conceitual e de atitudes, referentes ao tratamento do lixo na sala de aula, entre

outros cuidados, enfatizando-se a degradação ambiental, como fator predominante não só no

espaço escolar, mas também em casa e em outros espaços.

Como é bem apontado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Meio Ambiente e

Saúde (BRASIL, 2001), a função do trabalho com o tema Meio Ambiente é justamente

contribuir para a formação de cidadãos conscientes de seus atos, com aptidão para decidirem e

atuarem em uma realidade socioambiental tão marcada pela degradação. Essa formação

almejada, estando ligada à construção de atitudes positivas e à formação de valores, em prol

de uma melhor qualidade de vida para todos os seres vivos, alcança resultados indispensáveis

em práticas ambientais, em que o papel da escola está associado à transmissão de informações

55

e conceitos próprios para esses fins, bem como, ao aprendizado de comportamentos

ambientalmente corretos.

Por meio do trabalho que as professoras realizaram em suas turmas, relacionado ao

tema Meio Ambiente, grande parte dos alunos conseguiu perceber a íntima relação e

interdependência que há entre os seres vivos, animais, plantas, seres humanos, e a qualidade

do Meio Ambiente. Essa qualidade depende de práticas humanas equitativas e corretas.

Apresentam-se na maioria das respostas coletadas com os alunos, conhecimentos

indispensáveis para a formação de um cidadão crítico e equitativo, em sua relação

socioambiental com o Meio Ambiente, em prol de um futuro melhor.

Apesar de apontarmos para os aspectos positivos, detectados pela pesquisa, notou-se

também uma fragilidade, tanto nos conhecimentos dos alunos, quanto das professoras, em

relação a compreender o que é o Meio Ambiente e que elementos constituem esse Meio

Ambiente. Assim, entende-se que, para que haja uma melhor qualidade na formação

conceitual dos alunos, é necessária uma melhor qualificação profissional dos seus professores.

Dessa forma, apontamos para a ausência da Educação Ambiental, nos currículos de formação

de professores, como fator responsável por essa baixa qualidade.

Ao falar em Meio Ambiente, são inúmeras as definições, porém, pode-se constatar que

a formação de conceitos ocorre de forma gradual, e que as crianças possuem noções

indispensáveis sobre uma atuação equitativa e responsável junto ao Meio Ambiente em que

estão inseridas, de forma particular e de forma geral.

No que concerne à Educação Ambiental nas escolas, ela é indispensável quando o que

se almeja é formar cidadãos críticos e atuantes de forma equilibrada no Meio Ambiente.

Percebe-se que a Educação Ambiental ainda não faz parte, de maneira constante, das práticas

escolares. Porém, percebe-se que nas práticas docentes as professoras fazem uso de meios

ressaltados pela Educação Ambiental, para contribuir na formação crítica e ativa de seus

alunos. Essa prática de troca de saberes recíprocos, entre professor e aluno, na busca por

soluções para os problemas ambientais, por pequena que seja, faz do trabalho com o tema

Meio Ambiente uma ferramenta indispensável e comprometida com o respeito, cuidado e

equilíbrio entre todos os seres vivos do planeta.

56

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XAVIER, Antonio Carlos. Como fazer e apresentar trabalhos científicos e acadêmicos.

Recife: Rêspel, 2013.

59

APÊNDICE A-

MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO COM AS PROFESSORAS E COM OS

ALUNOS.

1 Dados de identificação

1. Sexo: ( ) F ( ) M

2. Naturalidade (cidade onde nasceu)

_______________________________________________________

3. Nome da rua onde está localizada sua

casa___________________________________________________

4. Grau de escolaridade ___________________________________

5.Formação_____________________________________________

6. Professor (a) Efetivo (a) ( ) SIM ( ) NÃO

1 Em que rua ou bairro está localizada a sua escola?

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2 Coloque o número 1 para indicar os objetos ou espaços que fazem parte do meio ambiente

da sua casa e o número 2 para indicar os objetos ou espaços que fazem parte do meio

ambiente do bairro ou rua onde você mora:

( ) Sofá ( ) Padaria ( ) Lojas ( ) Cozinha ( ) Sala

( ) Lanchonete ( ) Quarto ( ) Escola ( ) Banheiro ( ) Varanda

3 Selecione abaixo alguns objetos ou espaços que fazem parte do meio ambiente dentro da sua

escola :

( ) Livros ( ) Bancos escolares ( ) Geladeira

( )Plantas ( ) Brinquedos ( ) Bicicletas

( ) Lojas ( ) Sofá ( ) Diretoria

4 Faça uma breve descrição sobre o que você entende sobre Meio Ambiente?

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5 Na rua onde você mora, o esgoto:

( ) É coletado em canos subterrâneos ( ) Corre ao ar livre

( ) Vai para junto da água da chuva

6 Na sua rua já aconteceu algum vazamento ou entupimento de redes de esgoto?

( ) SIM ( ) NÃO

7 Marque com um X as alternativas que você considera como um problema ambiental:

( ) Entupimento ou vazamento de esgoto

( ) Falta de lixo nas ruas

( ) Destinação adequada do lixo

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( ) Acúmulo de lixo nas ruas

( ) Enxurradas causadas pela acúmulo de lixo nas ruas

( ) Manter praças e ruas limpas e arborizadas

8 Para você existe ou não algum problema ambiental com o vazamentos ou entupimento dos

esgotos nas ruas ou bairros, marque um X nas alternativas que correspondem a sua resposta:

( ) Causa de doenças por acúmulo de insetos ou roedores

( ) Não causa doença nenhuma, afinal quando acontece não afeta minha casa

( ) Contamina os rios ou lagos próximos, causando a poluição das águas

( ) Não polui o meio ambiente nem as águas, pois é correto destinar o lixo para os rios e

águas.

9 Na sua opinião, se na sua rua ou bairro há um entulho de grande quantidade de lixo a céu

aberto, qual deve ser a atitude das pessoas do bairro?

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10 Depois desse estudo o que você descreve como sendo uma Degradação Ambiental?

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11 Na sua rua ou bairro há coleta seletiva de lixo?

( ) SIM ( ) NÃO

12 Se há coleta seletiva quantas vezes na semana acontece? __________

Se não á coleta seletiva para onde vai o lixo da sua casa?

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13 Assinale as alternativas abaixo que você considera corretas e que você utiliza de alguma

forma para os cuidados com o Meio Ambiente dentro da sua escola ou dentro da sua casa e de

forma geral:

( ) Acondicionar o lixo evitando vazamentos

( ) Separar de forma adequada o lixo

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( ) Manter a sala de aula e o pátio escolar limpos

( ) Jogar lixos nas ruas ou no pátio da escola

( ) Separar lixos recicláveis dos não recicláveis

( ) Não economizar água, afinal a água é infinita

( ) Evitar o desperdício de água, afinal ela é um recurso não renovável

14 O que você entende por Educação Ambiental quando se refere aos cuidados com o Meio

Ambiente?

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14 Você trabalha com esses cuidados que devemos ter com o Meio Ambiente em sala de

aula?

( ) SIM ( ) NÃO

15 Se sua resposta foi sim descreva quais aprendizagens seus alunos construíram sobre os

cuidados que devemos ter em relação ao ambiente escolar e o Meio Ambiente fora da escola.

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