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UNIVERSIDADE PARANAENSE CAMILA DAL BERTO A COMUNICAÇÃO EM LIBRAS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. CASCAVEL-PR 2019

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UNIVERSIDADE PARANAENSE

CAMILA DAL BERTO

A COMUNICAÇÃO EM LIBRAS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA.

CASCAVEL-PR

2019

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CAMILA DAL BERTO

A COMUNICAÇÃO EM LIBRAS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Graduação em Enfermagem da

Universidade Paranaense - Unipar, unidade

Cascavel, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Graduação em

Enfermagem.

Orientadora: Profa. Enfa. Aluana Moraes.

CASCAVEL-PR

2019

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Dedico este trabalho

a Deus, por sempre estar comigo.

aos meus pais Juleide Civa Dal Berto e Julio Cesar Germany Dal Berto por sempre

acreditarem e lutarem pela minha realização profissional e pelas orações que tanto me

abençoam.

aos meus irmãos, Rafaela Dal Berto e Juliano Dal Berto, pelo amor incondicional e por

sempre me apoiarem.

ao meu namorado, Renzo Faccion Nocito, pelo incentivo, amor, cumplicidade e

companheirismo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e por me conceder uma vida tão abençoada e generosa, me

oferecendo as oportunidades que me impulsionaram até aqui.

À minha amada família, por todo carinho, atenção, apoio, e compreensão nos

momentos de ausência, e por representarem a minha inspiração de vida e perseverança.

À minha orientadora, Profa. Aluana Moraes e aos Professores e Responsáveis

Técnicos da Universidade Paranaense - UNIPAR - pela formação qualificada durante este

caminhar.

A todos que, de alguma forma, contribuíram para minha formação pessoal e

profissional, meus sinceros agradecimentos.

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A COMUNICAÇÃO EM LIBRAS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Aluana Moraes

Camila Dal Berto

Resumo

Objetivo: Identificar na literatura brasileira como ocorre a comunicação e a assistência de

enfermagem aos pacientes com deficiência auditiva e/ou surdez. Metodologia: trata-se de

uma revisão integrativa da literatura, cujo levantamento foi realizado nos meses de março a

novembro de 2019, em três bases de dados. Após aplicação dos critérios de inclusão e

exclusão, 8 artigos foram selecionados para o corpus do estudo. Resultados: Os artigos foram

agrupados nas seguintes categorias: Desconhecimento sobre a Língua Brasileira de Sinais e

Estratégias de comunicação; Formação Profissional; e Relação do Profissional de Saúde com o

Surdo. Conclusão: Percebeu-se que a comunicação prejudicada e a falta de conhecimento

sobre a Libras constituem barreiras em promover uma assistência adequada ao surdo e/ou

deficiente auditivo, portanto recomenda-se o aprimoramento do profissional para que junto

com o paciente possam escolher a melhor estratégia de comunicação, respeitando seus limites.

Palavras-chave: Linguagem de Sinais. Surdez. Enfermagem. Comunicação.

Abstract

Objective: Identify in the Brazilian literature how communication and nursing care with

patients with hearing impairment and / or deafness occurs. Methodology: This is an

integrative literature review, which was surveyed in March - November 2019 in three

information resources. After applying the inclusion and exclusion criteria, 8 articles were

selected for the study corpus. Results: The articles were grouped into the following

categories: Ignorance of the Brazilian Language of Signs and Communication Strategies,

Professional Training and Relationship of the Health Professional with the Deaf. Conclusion:

Impaired communication and lack of knowledge about Libras constitute barriers to promote

adequate care for the deaf and / or hearing impaired, so it is recommended to improve the

professional so that together with the patient they can choose the best communication

strategy. , respecting your limits.

Keywords: Sign Language. Deafness. Nursing. Communication.

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INTRODUÇÃO

Na atualidade o termo de inclusão da acessibilidade tem sido muito abordado, esses

termos estão particularmente engajados com o universo das pessoas com deficiências, dentre

vários os tipos de deficiência, existe a deficiência auditiva que pode ser compreendida quando

o individuo tem prejuízos total ou parcial da capacidade de ouvir, pois é através da audição

que identificamos e reconhecemos os diferentes sons do ambiente, essa condição necessita

utilizar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) que se torna meio propagador para executar a

comunicação (PERES; ROCHA; REIS, 2014; FRANCISQUETI; TESTON; COSTA;

SOUZA, 2017).

Dentre os direitos constitucionais destaca-se a saúde pensando no deficiente auditivo

e/ou surdo que deve ser visto por completo e de forma igualitária, através de uma

comunicação efetiva e clara para entender sua queixa principal, sendo possível realizar uma

triagem de forma correta reforçando afeto e confiança entre profissional e o paciente

(DANTAS et al., 2014; FRANCISQUETI; TESTON; COSTA; SOUZA, 2017).

A Comunicação pode ser classificada pelas formas verbais que se refere aos sons das

palavras e/ou escrita, e a linguagem não verbal que é definida como aquela que faz o uso de

qualquer código que seja diferente da palavra, como: expressões, gestos, sinais, postura entre

outros (BROCA; FERREIRA, 2015). Diante disso a comunicação é que permite estruturar

pensamentos, expressar ideias, manifestar o que sentimos e interagir uns com os outros

(DANTAS et al., 2014).

A origem da palavra - comunicar- vem do latim - comunicare - que significa tornar

comum, que deduz e interpreta o que queremos transmitir, nossas intenções para igualar a

mensagem ao emissor e receptor (Moreira, 2010). No processo de comunicação alguns

elementos básicos são necessários: emissor, receptor, mensagem, canal e resposta, ou seja,

comunicar é meio de receber e transmitir informações que permitem tomar decisões após

analisa-las, cada pessoa utiliza sua própria linguagem e as informações podem chegar

alteradas por inúmeras variáveis (SILVA, 2002).

Na enfermagem a comunicação é uma ferramenta básica indispensável que representa

a principal forma de criar vínculo, decifrar, perceber o significado da mensagem enviada e

atuar de forma eficaz no processo do cuidado, continuidade e consecução do trabalho coerente

com cada pessoa, uma vez que viabiliza o relacionamento interpessoal entre o paciente,

família e a equipe de saúde. Dessa forma, é possível entender suas necessidades e, assim,

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prestar assistência adequada, minimizando seu desconforto (MAQUETE; COSTA; TESTON,

2018).

Embora seja direito da pessoa com deficiência auditiva e/ou surdo receber

atendimento digno e humanizado em estabelecimentos de saúde, muitas das vezes são

recepcionados e atendidos de forma incorreta ou até mesmo nem buscam pelos serviços de

saúde, pois sentem medo. Além de não saberem se a mensagem enviada é interpretada com o

mesmo significado, gerando sentimentos negativos e constrangimento no paciente, resultando

em um grande desafio para o atendimento adequado (SOUZA; PORROZZI, 2009).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística estima que existem

aproximadamente 9,7 milhões de pessoas com alguma dificuldade auditiva, representando

5,1% da população do país sendo que destas 344,2 mil classificam-se como surdas (IBGE,

2010).

Nesse contexto um marco importante é recordado no dia 24 de abril de 2002, pois foi

dessa data que a Lei nº 10.436 reconheceu a Língua Brasileira de Sinais – (Libras) como meio

legal de comunicação e expressão gesto-visual e que usa, como forma de interagir,

„‟movimentos gestuais e expressões faciais que são observados pela visão‟‟ é o movimentar

das mãos que correspondem a um vocábulo, ou ideia e ainda, uma frase, enunciado

(TRANCOSSI; ORTIGARA, 2013; RAMOS, 2009, p.8). Portanto só em 22 de dezembro de

2005, com a publicação do decreto federal nº 5.626, a Libras tornou-se disciplina curricular

obrigatório na formação de professores para os cursos de licenciatura, de pedagogia e de

fonoaudiologia do país, tanto em instituições de ensino, públicas e privadas e constitui-se

componente curricular optativo nos demais cursos (TRANCOSSI; ORTIGARA, 2013).

Celebrado em 26 de setembro o Dia Nacional dos Surdos que homenageia a criação da

primeira Escola Brasileira voltada a essa população, o Instituto Nacional de Educação de

Surdos (INES), data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de

vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania. A instituição, atualmente vinculada ao

MEC, foi fundada no Rio de Janeiro em 26 de setembro de 1857 e é considerado um centro de

Referência Nacional na área da surdez até hoje (MAQUETE; COSTA; TESTON, 2018.;

TRANCOSSI; ORTIGARA, 2013).

A Libras é considerada a primeira língua materna aquela que o surdo tem contato, e

através dela se ensina a Língua Portuguesa, esta então entendida neste contexto como a

segunda língua (ROSSI, 2010). A diferença linguística entre o português e a Libras demarca

uma fronteira importante na assistência à saúde e consequentemente no vinculo profissional e

paciente, pois as necessidades acabam não sendo supridas de forma satisfatória (SILVA et al.,

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2014). O fato dos profissionais de saúde não ter treinamento, principalmente o enfermeiro que

mantém contato direto desde o acolhimento até as orientações, se houver falhas na emissão e

recebimento das mensagens a possibilidades de equívocos de diagnósticos e

consequentemente tratamentos incorretos (MAGRINI; SANTOS 2014).

No Brasil, já há grandes avanços legais nesta área, as leis conhecidas como Lei da

Acessibilidade (10.098/00) e Lei de Libras (10.436/02) são conquistas significantes em prol

dos direitos das pessoas com deficiência. Também se observa a Constituição Federal de 1988

(BRASIL, 1988 p.118) que no artigo 196 afirma que saúde é um direito de todos, por isso, “o

Estado tem o dever de assegurar que este atendimento ocorra, e com nível de qualidade e de

excelência”. (TRANCOSSI; ORTIGARA, 2013).

De acordo com o Código de Ética do Profissional Enfermeiro (CEPE p. 5), em seu

artigo segundo, é direito do enfermeiro “aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e

culturais que dão sustentação a sua prática profissional.” E no artigo quinze, o enfermeiro tem

o dever de “ofertar uma assistência livre de preconceito de qualquer natureza”. Portanto,

apoiado pelo CEPE e pela Lei Federal 10.436, o profissional da enfermagem tem o direito e o

dever de realizar um curso de formação em Libras a fim de prestar uma assistência de

qualidade aos pacientes surdos sem nenhum tipo de preconceito e censura, dispensando a

necessidade de intérpretes ou familiares.

Por tanto a enfermagem necessita de maior capacitação e preparo para receber essa

minoria sociolinguística que enfrenta inúmeras barreiras na acessibilidade, ter em vista uma

segurança física e emocional, para então desenvolver atividades de educação em saúde e

medidas preventivas, garantindo que o deficiente auditivo e o surdo sejam visto em totalidade,

proporcionando maior independência para cuidar-se de si mesmo e da família (TRANCOSSI;

ORTIGARA, 2013; SOUZA et al., 2017). Deste modo este projeto buscará as respostas para a

seguinte problemática: Como ocorre a comunicação e a assistência de enfermagem aos

pacientes com deficiência auditiva e/ou surdez, por meio de uma revisão integrativa da

literatura.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, o qual é construído a partir da revisão

de documentos da bibliografia com evidências técnico-científicas, que permite a busca, a

avaliação critica e a síntese das evidencias disponíveis, ou seja, sintetizar pesquisas já

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concluídas e obter conclusões a partir do tema de interesse pesquisado (MENDES;

SILVEIRA; GALVÃO, 2008). De acordo com os autores escolhidos, alguns passos para o

desenvolvimento desta forma de estudo são indicados, sendo eles: 1) escolha do tema e

seleção da hipótese; 2) estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos; 3)

definição das informações a serem observadas nos artigos selecionados; 4) avaliação dos

artigos; 5) interpretação dos resultados e 6) apresentações das revisões (MENDES;

SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

O levantamento bibliográfico foi realizado nos mêses de Março a Outubro de 2019,

com a finalidade de obter respostas ao seguinte questionamento: Como ocorre a comunicação

e a assistência de enfermagem aos pacientes com deficiência auditiva e/ou surdez?

Na estratégia de busca, utilizaram-se três bases de dados, sendo a Biblioteca Virtual

em Saúde (BVS - BIREME) que reúne outras bases de dados, Literatura Latino-Americana

em Ciências de Saúde (LILACS) e Base de dados de Enfermagem (BDENF) e a biblioteca

digital Scientific Electronic Library Online (SciELO).

Optou-se por utilizar o formulário avançado com os seguintes descritores associados e

padronizados pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) em português: “Linguagem de

sinais”, “Comunicação”, “Surdez” e “Enfermagem”. O operador booleano adotado nas

estratégias de busca foi “and”.

Os critérios para inclusão das publicações neste estudo foram: artigos disponíveis

eletronicamente na íntegra, sobre o tema proposto; artigos publicados em português no

período dos últimos anos (2014 - 2019), referentes à temática em questão. Excluíram-se deste

estudo editoriais, cartas, artigos de opinião, comentários, notas prévias, bem como as

publicações duplicadas em mais de um recurso informacional, teses, dissertações, trabalhos de

conclusão de curso, documentos técnicos do Ministério da Saúde Brasileiro e da Organização

Mundial da Saúde.

Quanto aos aspectos éticos, foram respeitados os direitos autorais e o conteúdo, não

havendo modificação destes em benefício da revisão. Por tratar-se de um estudo documental,

dispensa-se a apreciação pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos.

Os dados extraídos foram organizados em planilhas em ordem numérica crescente, no

programa Microsoft Excel, de acordo com: ano de publicação, título, autores, periódico,

tipo/abordagem do estudo e principais aspectos ou resultados. Após a identificação, realizou-

se a seleção dos estudos primários, de acordo com a questão norteadora e os critérios de

inclusão previamente definidos. As etapas de seleção dos artigos estão representadas

graficamente no Quadro 1.

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Recursos informacionais

Descritores DeCS

Surdez. Linguagem de Sinais. Enfermagem. Comunicação.

Encontrados Selecionados

BVS - (BDENF e LILACS) 449 7

ScieLO 35 1

Total de Encontrados: 484

Total de Selecionados: 8

Quadro 1: Quantitativo dos artigos encontrados e selecionados após revisão bibliográfica por

base de dados. Cascavel, Paraná, 2019

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados 484 artigos com os descritores supracitados. Utilizamos como

critérios de inclusão artigos publicados em português. Optou-se por artigos publicados entre

os anos de 2014 a 2019, restringindo nossa amostra a 46 artigos. Do total, 8 selecionados

para discussão, 10 não possuíam aderência à temática, 17 encontravam-se repetidos nas

diferentes bases de dados, 11 consistiam em trabalhos de conclusões de cursos, revisões,

dissertações, perguntas e respostas, relato de caso ou teses.

A buscadora Biblioteca Virtual em Saúde (BVS - BIREME) relevou maior número de

produções encontradas. O baixo número de produções na biblioteca digital SciELO destaca a

escassez de produção científica sobre o tema na área.

Para melhor visualização dos resultados, foi elaborado o Quadro 2 apresentando dados

sobre os autores, ano e título das publicações, o tipo metodológico do estudo e periódico de

publicação. Quanto ao ano de publicação, percebe-se expressividade numérica no ano de

2019, com três (30%) artigos publicados e dois (20%) em 2016. Os anos de 2014, 2017, e

2018 apresentaram (10%) cada um e 2015 não houve publicidade. O número de publicações

sobre esta temática apresentou um aumento nesse ultimo ano, mas ainda se verifica a

necessidade de mais publicações sobre o assunto.

Em relação ao tipo de estudo, quatro (40%) eram artigos transversais, dois (20%)

estudos exploratórios dois (20%) estudos descritivos. Estudo transversal pode ser de

incidência e prevalência. Este consiste em uma ferramenta de grande utilidade para a

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descrição de características da população e para a identificação de grupos de risco. Pode-se

destacar como vantagens o baixo custo, simplicidade analítica, entre outros (BORDALO,

2006).

N Autores/ano Título Tipo de Estudo Periódico

1 Aragão et al.,

2014

Acesso e comunicação de adultos surdos:

uma voz silenciada nos serviços de saúde

Estudo descritivo

(BDENF)

Rev. Online:

Cuidado é

Fundamental.

2 França et al.,

2016

Dificuldades de profissionais na atenção à

saúde da pessoa com surdez severa

Estudo descritivo e

transversal

(LILACS)

Ciencia y

enfermeria.

3 Costa et al., 2016 Acolher e escutar o silêncio: o cuidado de

enfermagem sob a ótica da mulher surda

durante a gestação, parto e puerpério

Estudo descritivo

exploratório

(BDENF)

Rev. Online:

Cuidado é

Fundamental.

4 Oyama, Terceira

e Parazzi, 2017

Comunicação do enfermeiro docente na

assistência a pessoas cegas e surdas

Estudo descritivo,

quantitativo e

transversal

(LILACS)

CuidArte.

Enfermagem

5 Soares et al., 2018 Como eu falo com você? A comunicação

do enfermeiro com o usuário surdo

estudo exploratório

descritivo

(LILACS)

Revista baiana de

enfermagem.

6 Moura et al., 2019 A língua brasileira de sinais como

disciplina obrigatória n graduação em

enfermagem: opiniões dos discentes

Estudo descritivo e

transversal

(BDENF)

Revista de

enfermagem e

atenção à saúde.

7 Sanches et al.,

2019

O papel do enfermeiro frente ao paciente

surdo

Estudo descritivo

(BDENF)

Revista de

Enfermagem,

UFPE

8 Santos e Portes,

2019

Percepções de sujeitos surdos sobre a

comunicação na Atenção Básica à Saúde

Estudo Transversal

(SCIELO)

Revista latino

americana

enfermagem.

Quadro 2: Autor(es), ano, título do artigo, tipo de estudo e periódico de publicação. Cascavel,

Paraná, 2019

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Para a avaliação dos artigos, levaram-se em consideração suas semelhanças, tendo como

intenção organizar e sumarizar as informações de maneira concisa, analisar questões que

podem ser utilizadas na avaliação crítica dos estudos selecionados. Neste sentido, o Quadro 3

apresenta informações sobre o objetivo dos estudos e os principais resultados encontrados

pelos autores.

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N Objetivo Principais aspectos/resultados

1 Investigar o acesso e a comunicação de adultos

surdos nos serviços de saúde.

Verificou-se que 75% dos surdos acessam o serviço médico e, 88,9%, o odontológico, sendo as

instituições públicas as mais acessadas (53,1%). Os principais fatores que motivaram 25% não

buscarem serviços de saúde foram: não precisar (88,8%) e não ter ninguém para acompanhar

(44,4%). Todos referiram dificuldade de comunicação com os profissionais de saúde, sendo o

auxílio de um familiar (86,1%) a alternativa mais utilizada.

2 Investigar as dificuldades de profissionais da saúde

para a realização da consulta com a pessoa com

surdez severa

Dentre as dificuldades, destacaram-se: comunicação prejudicada, déficit na formação de

recursos humanos para a consulta e reconhecimento das necessidades de saúde, infraestrutura

inadequada para acolhimento e atendimento ao surdo, incerteza com relação aos cuidados em

saúde prescritos na consulta e prejuízo da autonomia do paciente. Conclusão: Percebeu-se que a

comunicação prejudicada constitui uma barreira para a promoção de saúde e que profissionais e

unidades de saúde não estão capacitados para acolher e atender às necessidades de saúde da

pessoa com surdez severa.

3 Identificar a percepção da mulher surda quanto aos

cuidados de enfermagem durante a gestação, o parto

e o puerpério.

As mulheres surdas enfrentaram dificuldades na assistência prestada pela equipe de enfermagem

durante o período perinatal devido a fatores como: despreparo dos profissionais quanto ao uso da

linguagem de sinais; ausência de intérpretes nos serviços; interlocutores que falam rápido

demais; e uso de máscaras pelos profissionais, dificultando a leitura labial. A barreira de

comunicação é verificada na interação entre surdas e profissionais de saúde, tornando-se

indispensável que ambos encontrem formas de interagir para garantir uma assistência de melhor

qualidade.

4 Relatar estratégias de comunicação utilizadas por

enfermeiros docentes na assistência a indivíduos

surdos e ou mudos.

Constatou-se, através de questionário aplicado, que a maioria dos docentes já havia atendido a

esse público, encontrando dificuldades para entendê-lo e transmitir-lhe as informações

necessárias. Falta de preparo foi relacionada à formação acadêmica insuficiente e falta de

capacitações adequadas, pois a disciplina LIBRAS não consta ainda da grade curricular

obrigatória na graduação de enfermagem, bem como não há muita procura por esse conteúdo

pelos enfermeiros, considerada por lei a língua oficial dos surdos. Diante das evidências,

recomenda-se a capacitação e aprimoramento dos profissionais pela disciplina de LIBRAS,

durante a graduação e na prática docente, para interpelações adequadas nos espaços acadêmicos

e sociais.

5 Descrever os saberes e as práticas de profissionais

enfermeiros da atenção básica na assistência do

usuário surdo.

Emergiram das falas dos sujeitos as unidades temáticas: “Desconhecimento sobre a Língua

Brasileira de Sinais” e “Práticas utilizadas pelos enfermeiros para viabilizar a interação com

usuários surdos”. Conclusão: os sujeitos do estudo não sabiam comunicar-se por meio da Língua

Brasileira de Sinais, consideravam a ausência de acompanhante como barreira para a assistência

aos usuários surdos e precisavam de outros meios para se comunicar com esses usuários, a

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exemplo da escrita, com os usuários alfabetizados, e a utilização de gestos ou leitura labial.

6 Descrever as opiniões dos graduandos em

enfermagem acerca da Disciplina obrigatória de

Libras durante a sua formação.

Participaram da pesquisa 119 graduandos em enfermagem e, entre os entrevistados, 76% não

conheciam Libras antes de estudar na faculdade; 99% acham a Disciplina de Libras importante e

relevante; cerca de 87% explicitam que as aulas são proveitosas, 67% pretendem se especializar

em Libras e 94% solicitam estágios com os surdos. Conclusão: o instrumento Libras, ao ser

ofertado quanto disciplina no curso de graduação em Enfermagem, obteve impacto positivo na

perspectiva dos graduandos.

7 Relatar a experiência vivenciada por discentes do

curso de graduação em Enfermagem, em uma

atividade de extensão voltada para a sensibilização

sobre o papel do enfermeiro no atendimento ao

surdo e para a importância do uso da linguagem de

sinais em seu campo de atuação.

Observou-se, durante a apresentação do tema, que os alunos estavam atenciosos, absorveram o

máximo de informações possíveis dentre as mesmas, dando relevância à importância de um

profissional saber a Língua Brasileira de Sinais quando necessário. Conclusão: necessita-se,

assim, de os profissionais de saúde estar se atualizando, por meio do curso em LIBRAS, para

que possam estar aptos para atender os indivíduos surdos de maneira que aconteça um

atendimento satisfatório de ambas as partes.

8 Analisar as percepções dos indivíduos com surdez

em relação ao processo comunicacional com

profissionais de saúde da atenção básica do estado

do Rio de Janeiro.

A falta de intérprete e a não utilização da Língua Brasileira de Sinais pelos profissionais foram

percebidas como principais barreiras comunicacionais. Já a presença de acompanhante ouvinte

(73%) e o uso de mímicas/gestos (68%) estão entre as estratégias mais utilizadas pelos surdos. A

maioria dos surdos relatou insegurança após as consultas e os que melhor compreenderam seu

diagnóstico e tratamento foram os surdos bilíngues (p=0,0347) e os oralizados (p=0,0056).

Conclusão: a comunicação com os profissionais foi facilitada quando os surdos estavam com

acompanhante ou quando utilizavam mímicas e gestos, sendo a língua de sinais negligenciada,

apesar de a legislação garantir aos surdos atendimentos por profissionais capacitados para o uso

desta.

Quadro 3: Objetivo do artigo e principais aspectos/resultados dos estudos. Cascavel, Paraná, 2019

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

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Categoria 1: Desconhecimento sobre a Língua Brasileira de Sinais e Estratégias de

comunicação.

A comunicação é o processo de transmitir e receber mensagens durante as relações.

No que tange o acesso dos surdos aos serviços de saúde, os autores dos estudos são unânimes

e demostra que existe 100% de dificuldade e falhas na comunicação com os surdos, sendo

esse o principal problema e a justificativa mais frequente para não procurar os serviços de

saúde. Podendo estar gerando fragilidades no processo de promoção, prevenção e educação

em saúde (ARAGÃO et al., 2014; COSTA et al., 2018).

Identificou-se em um dos estudos com 100 profissionais da saúde que as estratégias de

comunicação mais utilizadas foram à mímica (100%); leitura labial (94%); auxilio de

acompanhante (65%); escrita (42%); e que apenas 1% referiu se comunicar por meio de

Libras (ARAGÃO et al., 2014).

É também importante expor em um dos estudos que 20 profissionais entrevistados

afirmaram ter prestado assistência aos surdos e todos mencionam não saber a Língua

Brasileira de Sinais (Libras), um dos entrevistados, inclusive, disse que nem presta

assistência, caso o usuário venha sozinho (SOARES et al., 2018).

Outro estudo realizado com 36 surdos na Paraíba aponta o uso da escrita, leitura labial,

e a presença do acompanhante e familiar como estratégias de comunicação mais utilizadas

pelos profissionais de saúde durante a assistência de enfermagem. E declararam a falta de

privacidade, do direito de atendimento individual, sobre as variáveis que envolvem a saúde e

a doença, para a sua promoção e participação plena na sociedade (FRANÇA et al., 2016).

A Leitura Labial requer muita atenção ao ser utilizada como forma de Comunicação,

mesmo pessoas altamente habilidosas conseguem compreender entre 30% e 40% da

mensagem observando o movimento dos lábios, pois, vários fonemas são reproduzidos com

similar movimento labial. Além disso, a mudança na posição da cabeça pode levar a perda de

informações (OYAMA; TERCEIRA; PARAZZI, 2017).

Já com relação ao intérprete e familiares, a presença destes junto ao serviço de saúde é

uma realidade, mas que isto não prepara o profissional para a inclusão efetiva, ou seja, ter

intérprete para mediar o atendimento é importante, porém isto não faz com que o profissional

de saúde realmente processe a ideia de inclusão (CHAVEIRO; BARBOSA, 2005).

Quanto ao nível de compreensão do indivíduo surdo a partir das estratégias de

comunicação usadas pelo profissional de saúde, 82% mencionaram não compreender seu

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diagnóstico e 70% disseram não entender as orientações sobre seu tratamento (SANTOS;

PORTES, 2019).

Esses dados são preocupantes, pois os profissionais desconhecem e não sabem se

comunicar em Libras e opta por colher informações com o acompanhante, faltando com

discrição com as informações que são próprias do surdo, criando um obstáculo para essas

pessoas no serviço de saúde (SOARES et al., 2018).

Para ter uma assistência de enfermagem suficiente é preciso saber da importância da

comunicação para o desenvolvimento do processo e sistematização de enfermagem em todas

as etapas, permitindo a individualidade da assistência, oferecendo um cuidado competente e

humanizado (COSTA et al., 2016).

Categoria 2 : formação profissional.

A falta de capacitação e despreparo profissional foi citada, em alguns estudos, como

motivo de dificuldade para a realização de atendimento profissional ao surdo. Os artigos

evidenciaram que a formação acadêmica é deficiente e, por sua vez, apontaram que os

serviços de saúde são desinteressados quanto ao incentivo e promoção de cursos de

aperfeiçoamento ou capacitação (MOURA et al., 2019; FRANÇA et al., 2016).

Os resultados demonstram, para 10 (55%) docentes, o melhor momento para os

enfermeiros serem capacitados no atendimento de indivíduos com surdez deve ocorrer durante

a formação acadêmica, 3 (17%) em treinamentos durante o exercício profissional, 7 (39%)

que a capacitação deve ser realizada em ambos os momentos citados acima, 5 (28%) alegaram

que deve ser de iniciativa própria e realizada por meio de cursos de especialização (OYAMA;

TERCEIRA; PARAZZI, 2017). O aprendizado de LIBRAS por profissionais de saúde é citado em

muitos artigos. O conhecimento desta língua viabilizaria o atendimento adequado à pessoa com

deficiência auditiva e surdez (SANCHES et al., 2019).

A necessidade de capacitação profissional é refletir sobre a possibilidade de incluir a

disciplina de Libras como componente obrigatório na grade curricular de enfermagem e

garantir a qualidade da comunicação, sendo esse o passo inicial ao fornecimento de um

atendimento digno. Em vista disso os gestores de saúde devam pensar e planejar essa

demanda e providenciar aptidão, ou seja, treinamentos para os trabalhadores (MOURA et al.,

2019; SOARES et al., 2018).

Observou-se que o nível de escolaridade dos sujeitos surdos influencia na

compreensão de suas informações pelo profissional de saúde durante a consulta. Os

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indivíduos com ensino médio têm 3 (três) vezes mais chances de serem compreendidos do

que aqueles que possuem somente o ensino fundamental (SANTOS; PORTES, 2019).

O progresso efetivo para o desenvolvimento da comunicação precisa estar vigente na

formação profissional, visto que as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação

em Enfermagem determinam que as habilidades de comunicação devam fazer parte do perfil

dos profissionais e discentes para então saber lidar com as limitações encontradas no processo

de dialogo, podendo, portanto compreender, esclarecer e fornecer informações adequadas

(TRIGUEIRO et al., 2012).

Contudo, é visível que há falta de profissionais que tenham formação adequada para

atender o número de pacientes surdos que procuram atendimento, porém visto que o Brasil é

um país com alto índice de pessoas com deficiência auditiva, é necessário dar mais atenção

para esta necessidade. A Língua Brasileira de Sinais deve então ser utilizada como uma

maneira de incluir no atendimento profissional, o paciente surdo (TRANCOSSI, PANOSO E

ORTIGARA, 2013).

Categoria 3: relação do profissional de saúde com o surdo

Ao tentar interagir, os surdos encontram barreiras representando riscos para a saúde,

além de distanciamento, pode gerar sentimentos negativos quanto aos profissionais de saúde,

além da sensação de exclusão, desrespeito a sua língua e cultura, mesmo com tantas

evidências e respaldos legais, a mudança da realidade, apesar de progressiva, é muito lenta

(OYAMA; TERCEIRA; PARAZZI, 2017).

Em meio às incertezas e demais sentimentos de impotência que permeiam a assistência

à saúde pelos profissionais ao reconhecer sua inaptidão, frustração e insegurança apenas serão

minimizadas ao passo que o profissional for inserido no mundo da surdez por meio da

compreensão das particularidades desta cultura para a resolução de problemas específicos da

surdez. (FRANÇA et al., 2016).

Pacientes surdos utilizam o sistema de saúde diferente dos pacientes que utilizam a

linguagem verbal, referindo medo, desconfiança e frustrações. Neste estudo, os pesquisadores

apontam que a presença de intérpretes, a utilização de figuras, desenhos e expressões não

verbais, melhora a qualidade da assistência à saúde (CHAVEIRO; PORTO; BARBOSA,

2008).

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Logo, para entender esta relação é necessário dar qualidade aos serviços prestados. O

papel do mediador se torna fundamental para que a comunicação se concretize. “O encontro

clínico entre o profissional da saúde e a pessoa surda normalmente acontece fora dos padrões

esperados na rotina de qualquer profissional; indivíduos surdos e profissionais se veem diante

de limitações que dificultam o vínculo a ser estabelecido entre eles” (CHAVEIRO et al.,

2010).

CONCLUSÃO

Os estudos, de maneira geral neste trabalho fazem refletir que os surdos e os

enfermeiros deparam-se diariamente com barreiras comunicativas e confirmam o despreparo

que comprometem o vinculo a ser estabelecido desde a recepção até as orientações finais

sobre cuidados e tratamentos.

Observa-se que apesar das leis e decretos, existem muitos profissionais despreparados,

embora recorra à leitura labial, mimica, interpretes entre outros, a qualidade do atendimento

fica comprometida, o que propicia sentimentos negativos e anseios em oferecer um

atendimento melhor, sendo assim é fundamental o processo de capacitação dos mesmos.

Portanto é preciso à tomada de providencias efetivas para que os profissionais de

saúde se comuniquem corretamente, a fim de prestar um atendimento de forma integral e

igualitária a todos os indivíduos. A começar pela oferta regular de disciplinas especificas,

habilitando os estudantes e as futuras gerações para que possam planejar e prestar uma

assistência com equidade e qualidade. Tal medida, num futuro próximo possibilitaria

aquisição de saberes que modificariam as atitudes desses profissionais com os pacientes

surdos, aos familiares e no convívio profissional com colegas surdos, o que colaboraria

positivamente para a otimização do ato do cuidar e atuação profissional.

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