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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ANDERSEN JORGE DA SILVA PRADO TIAGO MONDOVAN SILVA MUNDO VINO Curitiba 2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ANDERSEN JORGE DA SILVA PRADO

TIAGO MONDOVAN SILVA

MUNDO VINO

Curitiba

2008

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ANDERSEN PRADO TIAGO MONDOVAN SILVA

MUNDO VINO Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção de graduação em Jornalismo, da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientadora: Ana Maria Melech

Curitiba

2008

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TERMO DE APROVAÇÃO Andersen Prado

Tiago Mondovan Silva

MUNDO VINO

Esta dissertação Mundo Vino foi julgada e aprovada para a obtenção do título de graduação em Jornalismo, da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Tuiuti do Paraná.

________________________________________________

Curitiba, 20 de novembro de 2007

Curso de Jornalismo

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Profª. Ana Maria Melech

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RESUMO

Este projeto tem por objetivo desenvolver um programa radiofônico com o objetivo de difundir e divulgar as peculiaridades do vinho, evidenciando o jornalismo especializado. O projeto conta ainda com um estudo quanto a história do vinho, a evolução da produção, os vinhos e os maiores produtores internacionais. Em termos comerciais, objetiva divulgar a cadeia produtiva do vinho em Curitiba, os restaurantes com as melhores cartas de vinho e divulgação de cursos ligados à formação de profissionais. O programa pretende apresentar um estilo moderno, arrojado, voltado para ouvintes que buscam no mundo do vinho uma forma de atualização e interação cultural e social. São utilizados para referencial teórico, livros, periódicos e sites da Internet referentes as peculiaridades internacionais e nacionais, curiosidades, preparação, benefícios à saúde, exportação e qualidade do vinho. O estudo conta com uma pesquisa realizada em Curitiba que contempla perguntas diretas quanto ao consumo, interesse e conteúdo da programação. Fizeram parte da pesquisa 384 voluntários, entre consumidores, apreciadores, sommelier, radialistas e proprietários de restaurantes. Palavras-chave: Vinho; Programa Radiofônico; Jornalismo Especializado, Cadeia Produtiva do Vinho.

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ABSTRACT This project aims to develop a radio programme with the aim of disseminating and disclose the peculiarities of wine, demonstrating the specialized journalism. The project still account with a study on the history of wine, the development of production, wines and the major international producers, in commercial terms, aims to disseminate the productive chain of wine in Curitiba, the restaurants with the best cards of wine and disclosure of courses related to training of professionals. The programme aims to provide a modern style, bold, aimed at listeners seeking in the world of wine a way to upgrade and cultural and social interaction. They are used for theoretical reference books, journals and web sites concerning the international and national peculiarities, curiosities, preparation, benefits to health, quality and export of wine. The study relies on a survey conducted in Curitiba which includes questions about the direct consumption, interest and content of programming. They have made the search 384 volunteers, among consumers, lovers, sommelier, speakers and owners of restaurants. Keywords: Wine; Program Radio; Specialized Journalism, the Wine Production Chain.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................10

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA....................................................................................12

2.1 O VINHO E SUA HISTÓRIA................................................................................12

2.1.1 Na história da humanidade...............................................................................13

2.1.2 Evolução da produção.....................................................................................17

2.1.2.1 Vinho na Idade Média....................................................................................20

2.1.2.2 Os vinhos e os maiores produtores...............................................................23

2.1.2.2.1 França ........................................................................................................24

2.1.2.2.2 Itália............................................................................................................25

2.1.2.2.3 Espanha .....................................................................................................26

2.1.2.2.4 Estados Unidos ..........................................................................................28

2.1.2.2.5 Portugal ......................................................................................................29

2.1.3 Questão Econômica no Brasil ..........................................................................30

2.1.4 Os Apreciadores...............................................................................................32

2.2 O VINHO NO BRASIL ........................................................................................33

2.2.1 Vitivinicultura no Paraná e principalmente em Curitiba ....................................36

2.2.2 O Processo de Produção .................................................................................37

2.2.3 Consumo..........................................................................................................40

2.2.4 Perfil dos Consumidores ..................................................................................41

2.3 A MÍDIA E A ENOGASTRONOMIA.....................................................................44

2.3.1 Aspectos gerais................................................................................................44

2.3.2 O mundo do vinho no rádio ..............................................................................50

2.4 PROBLEMATIZAÇÃO.........................................................................................51

3. JUSTIFICATIVA....................................................................................................52

4. OBJETIVOS..........................................................................................................55

4.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................55

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................55

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................56

5.1 A INFLUÊNCIA DO RÁDIO.................................................................................56

5.2 CARACTERÍSTICAS DO RÁDIO COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO................58

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5.3 O RÁDIOJORNALISMO......................................................................................60

5.4 JORNALISMO ESPECIALIZADO........................................................................62

6. MÉTODOS E TÉCNICAS......................................................................................65

6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA.......................................................................65

6.2 POPULAÇÃO ......................................................................................................66

6.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA.........................................................................68

6.4 COLETA DE DADOS ..........................................................................................69

6.5 ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................70

7 DELINEAMENTO DO PROJETO ..........................................................................75

7.1 FORMATO DO PROGRAMA ..............................................................................75

7.1.1 Comercialização...............................................................................................76

7.1.2 Viabilidade Econômica .....................................................................................76

8 CONCLUSÃO ........................................................................................................77

REFERÊNCIAS.........................................................................................................79

ANEXOS ...................................................................................................................82

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 MAIORES PRODUTORES DE VINHO NO ANO DE 2006 .................24

TABELA 2 TABELA BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES

DE UVAS, SUCOS DE UVAS, VINHOS E DERIVADOS –

VALOR EM U$ 1.000,00 (FOB) – BRASIL..........................................31

TABELA 3 PARTICIPAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DE VINHOS EM

RELAÇÃO AOS VINHO DE VINÍFERAS COMERCIALIZADAS

NO BRASIL (EM 1000 LITROS) .........................................................32

TABELA 4 PRODUÇÃO DE UVAS NO BRASIL (EM TONELADAS) ...................39

TABELA 5 PRODUÇÃO DE UVAS PARA PROCESSAMENTO E PARA

MESA NO BRASIL (EM TONELADAS)...............................................40

TABELA 6 CURITIBA – DADOS DEMOGRÁFICOS DE CURITIBA.....................67

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 MÉDICO GREGO CLÁUDIO GALENO................................................14

FIGURA 2 CELEBRAÇÕES DE BACO - ROMA ANTIGA.....................................15

FIGURA 3 ÂNFORA - UTILIZADA NO TRANSPORTE DE VINHO.......................17

FIGURA 4 MOSTEIRO CISTERCIENSE DE EBERBACH, NA REGIÃO DO

RHEINGAU, NA ALEMANHA...............................................................22

FIGURA 5 - TIPOS DE VINHO (TINTO/BRANCO/ROSÉ/ESPUMANTE) .............23

FIGURA 6 MAPA DA FRANÇA E SUAS VINÍCOLAS ...........................................24

FIGURA 7 MAPA DA ITÁLIA E SUAS VINÍCOLAS...............................................26

FIGURA 8 MAPA DA ESPANHA E SUAS VINÍCOLAS.........................................27

FIGURA 9 VALE DO NAPA – REGIÃO VITÍCOLA MAIS IMPORTANTE DA

CALIFÓRNIA........................................................................................28

FIGURA 10 MAPA DE PORTUGAL E SUAS VINÍCOLAS ......................................29

FIGURA 11 REGIÕES VINÍCOLAS DO BRASIL.....................................................34

FIGURA 12 VINHAS NO VALE DOS VINHEDOS, NO RIO GRANDE DO SUL......35

FIGURA 13 VINÍCOLA CAMPO LARGO - MATRIZ ................................................38

FIGURA 14 VALORIZAÇÃO DO VINHO NA GASTRONOMIA ...............................46

FIGURA 15 CAPA DA REVISTA VINHO MAGAZINE – EDIÇÃO 71.......................47

FIGURA 16 EDIÇÃO EXTRA DA REVISTA GULA – GUIA DE VINHOS 2007 .......48

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 PARA AVALIAR O CONSUMO DE VINHOS ...................................70

GRÁFICO 2 QUANTO À ACEITAÇÃO DO MERCADO ALVO.............................71

GRÁFICO 3 QUANTO AO MELHOR HORÁRIO DO PROGRAMA......................71

GRÁFICO 4 QUANTO AO TEMPO DE DURAÇÃO DO PROGRAMA .................72

GRÁFICO 5 QUANTO À PERIODICIDADE DO PROGRAMA .............................72

GRÁFICO 6 QUANTO À EMISSORA...................................................................73

GRÁFICO 7 QUANTO AOS CONCORRENTES ..................................................74

GRÁFICO 8 QUANTO AO CONTEÚDO DA PROGRAMAÇÃO...........................74

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1. INTRODUÇÃO

Considerando o rádio como um veículo de comunicação que possui uma

importância significativa na vida dos brasileiros, e observando a carência da

divulgação das peculiaridades do vinho na gastronomia, na cultura e economia

brasileira, será proposto através deste projeto, um programa de radiodifusão, cujo

tema principal será o vinho.

Depois da descoberta, pelos médicos, dos benefícios para a saúde ao se

ingerir diariamente uma taça de vinho tinto, o consumo aumentou

consideravelmente. Os médicos afirmam que o vinho apresenta propriedades

antioxidantes capazes de reduzir os riscos de doenças cardiovasculares.

De acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (2006), o

consumo mundial de vinho teve um aumento significativo a partir da década de 90

do século passado. Somente no último ano o consumo aumentou em 14,63%.

Pesquisa realizada pelo Instituto Data Folha em 2001, sobre o consumo de

vinhos, indica que 37% dos brasileiros bebem vinho.

Em Curitiba, cresce o número de lojas especializadas em vinho. Atualmente a

capital do Paraná possui mais de 10 lojas que comercializam o produto. Além disso,

essas lojas oferecem cursos sobre vinhos para aquelas pessoas que tem interesse

no tema, com uma boa aceitação do público em geral.

A gastronomia e enologia sempre caminharam juntas. Em 2002, a Escola do

Centro Europeu formou seus primeiros alunos do curso de Gastronomia, sendo que

no ano de 2006 essa mesma escola formou sua primeira turma do curso avançado

de Enologia. Agora, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná abriu o primeiro

curso de gastronomia com duração de 2 anos e meio. Isso mostra o interesse cada

vez maior sobre o tema. Também durante a pesquisa realizada para a elaboração

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deste trabalho acadêmico, os entrevistados mostraram o grande interesse sobre o

tema escolhido.

O programa jornalístico Mundo Vino vem para cobrir uma lacuna, que vai

abordar assuntos relacionados a enologia e gastronomia, sem deixar de lado os

aspectos históricos e culturais que envolvem o vinho. Para isso, o presente projeto

aborda a evolução do consumo de vinho, suas implicações nas questões sociais e

econômicas. Também são considerados os conceitos jornalísticos que demonstram

de que maneira a comunicação, mais especificamente o rádio, pode contribuir para a

socialização deste tema.

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2. DELIMITAÇÃO DO TEMA

A principal questão que norteia este projeto é a necessidade de um

programa radiofônico em Curitiba, que apresente o mundo do vinho com

imparcialidade. Um programa que não seja movido apenas pela questão comercial

ou publicitária, mas que tenha informações detalhadas e atuais do universo

enológico e que atenda às necessidades tanto dos apreciadores quanto dos

produtores, apresentando-se como um canal para a promoção da enologia sob

todos os aspectos.

A história do vinho, bem como todo o processo que envolve a criação de um

programa radiodifusor, são temas que possuem informações riquíssimas para este

projeto, porém, para que o tema principal não seja desvirtuado, será apresentado

um estudo sobre a história do vinho e, paralelamente uma análise do público e da

mídia local.

2.1 O VINHO E SUA HISTÓRIA

O vinho e sua história foi documentada por diversos autores

contemporâneos, entre eles Hugh Johnson (1999) que apresenta toda a trajetória

desta bebida, desde os primeiros relatos até a moderna indústria desenvolvida para

reproduzir o sabor dos mais tradicionais vinhos em escala produtiva.

O vinho sempre desempenhou um papel fundamental em quase todas as

civilizações, repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo.

Surge desde muito cedo na literatura, tornando-se fonte de lendas e inspiração de

mitos. A seguir serão apresentados os períodos relevantes da influência do vinho na

história da humanidade.

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2.1.1 Na história da humanidade

Apesar de volumoso e, em geral, perecível, o vinho é uma mercadoria

quase perfeita, pois exerce atração imediata sobre aqueles que experimentam seus

efeitos pela primeira vez. Nunca saberemos quem o teria bebido pela primeira vez,

mas provavelmente teria tido também a experiência do primeiro “porre”.

Não se pode apontar precisamente o local e a época em que o vinho foi feito pela primeira vez, do mesmo modo que não sabemos quem foi o inventor da roda. Uma pedra que rola é um tipo de roda; um cacho de uvas caído, potencialmente, torna-se, um tipo de vinho. O vinho não teve que esperar para ser inventado: ele estava lá, onde quer que uvas fossem colhidas e armazenadas em um recipiente que pudesse reter seu suco (JOHNSON, 1999, p.16).

O uso medicinal do vinho era empregado pelos gregos. Relatos de Hipócrates

fazem várias observações sobre as propriedades medicinais do vinho, que são

citadas em textos de história da medicina. Hipócrates, o pai da medicina, nasceu na

ilha de Kós por volta de 460 a.C e viveu quase um século. Praticamente em todas as

suas prescrições incluiu o vinho, que utilizava como anti-térmico, diurético, anti-

séptico geral, auxiliar da convalescença. No entanto, prescrevia-o para finalidades

específicas, às vezes o proibia por completo e sempre recomendava um tipo de

vinho para cada caso.

Galeno (131-201 d.C.), “o famoso médico grego dos gladiadores” e,

posteriormente médico particular do imperador Marco Aurélio, escreveu um tratado

denominado "De antídotos" sobre o uso de preparações à base de vinho e ervas,

usadas como antídotos de venenos. Nesse tratado existem considerações perfeitas

sobre os vinhos, tanto italianos como gregos, bebidos em Roma nessa época: como

deveriam ser analisados, guardados e envelhecidos.

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FIGURA 1 MÉDICO GREGO CLÁUDIO GALENO

FONTE: Wikipédia, 2008

Por volta do ano de 1.300, o espanhol Arnaldus de Villanova, médico e

professor da Universidade de Montpellier, publica o primeiro livro impresso sobre o

vinho: "Liber de Vinis". O livro contém uma visão médica sobre o vinho e cita as

propriedades curativas de vinhos aromatizados com ervas para uma infinidade de

doenças. Segundo Villanova, o vinho aromatizado com arlequim teria "qualidades

maravilhosas" tais como: "restabelecer o apetite e as energias, exaltar a alma,

embelezar a face, promover o crescimento dos cabelos, limpar os dentes e manter a

pessoa jovem” (VILLANOVA, apud JOHNSON 1999, p. 20).

Entre as muitas evidências da sabedoria grega para o uso do vinho são os

escritos atribuídos a Eubulus por volta de 375 a.C.: "Eu preparo três taças para o

moderado: uma para a saúde, que ele sorverá primeiro, a segunda para o amor e o

prazer e a terceira para o sono. Quando essa taça acaba, os convidados sábios vão

para casa. A quarta taça é a menos demorada, mas é a da violência; a quinta é a do

tumulto, a sexta da orgia, a sétima a do olho roxo, a oitava é a do policial, a nona da

ranzinzice e a décima a da loucura e da quebradeira dos móveis."1

1 Disponível em http://www.academiadovinho.com.br

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Não existe nenhum documento oficial que defina a época em que o vinho foi

produzido pela primeira vez. Há 2 milhões de anos o homem conhecia as uvas e é

provável que a invenção foi acidental.

Arqueologistas aceitam acúmulo de sementes de uva como evidência (pelo

menos de probabilidade) de elaboração de vinhos. Escavações em Catal Hüyük

(talvez a primeira das cidades da humanidade) na Turquia, em Damasco na Síria,

Byblos no Líbano e na Jordânia revelaram sementes de uvas da Idade da Pedra

(Período Neolítico B), cerca de 8000 a.C. As mais antigas sementes de uvas

cultivadas foram descobertas na Geórgia (Rússia) e datam de 7000 - 5000 a.C.

(datadas por marcação de carbono 14). Certas características da forma são

peculiares a uvas cultivadas e as sementes descobertas são do tipo de transição

entre a selvagem e a cultivada. (JOHNSON, 1999, p.23).

Segundo Johnson, além dos aspectos comercial, medicinal e hedônico o

vinho representava para os gregos um elemento místico, expresso no culto ao deus

do vinho, Dionísio2 ou Baco ou Líber.

FIGURA 2 CELEBRAÇÕES DE BACO - ROMA ANTIGA

FONTE: LAROUSSE, p. 20

2 Era o deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer. FONTE: Wikipédia

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Dentre as inúmeras lendas da origem e da produção de vinho, Johnson

(1999) assinala que a mais conhecida é a de Noé, contida no Velho Testamento, no

capítulo nove do livro de Gênesis que diz que Noé, após ter desembarcado os

animais, plantou um vinhedo do qual fez vinho, bebeu e se embriagou.

Outra lenda citada por Johnson (1999) é uma versão persa que fala sobre

Jamshid, um rei persa que parece estar relacionado a Noé, pois teria construído um

grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas eram

mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras

estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho sendo

deixadas de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas possível

veneno. Uma donzela do harém tentou se matar ingerindo o possível veneno. Ao

invés da morte ela encontrou alegria e um repousante sono. Ela narrou o ocorrido ao

rei que ordenou, então, que uma grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e

sua corte beberam da nova bebida.

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2.1.2 Evolução da produção

Desde a antiguidade o vinho passou por vários processos até atingir uma

maturação produtiva. Um dos fatores que contribuíram para a qualidade na

produção em escala foi a invenção do vidro e da cortiça.3

O vinho chegou ao sul da Itália através dos gregos aproximadamente em

800 a.C. Os etruscos, já viviam ao norte, na região da atual Toscana, e elaboravam

vinhos e os comercializavam até na Gália e, provavelmente, na Borgonha. Não se

sabe, no entanto, se eles trouxeram as videiras de sua terra de origem

(provavelmente da Ásia Menor ou da Fenícia) ou se cultivaram uvas nativas da Itália,

onde já havia videiras desde a pré-história. A mais antiga ânfora4 de vinho

encontrada na Itália é etrusca e data de 600 a.C.

FIGURA 3 ÂNFORA - UTILIZADA NO TRANSPORTE DE VINHO.

FONTE: JOHNSON, 1999, p.33

Uma data importante no progresso de Roma foi 171 a.C., quando foi aberta

a primeira padaria da cidade, pois até então os romanos se alimentavam de mingau

de cereais.

No império de Augusto (63 a.C. - 14 d.C.) a indústria do vinho estava

estabelecida em toda a extensão da Itália que já exportava vinhos para a Grécia,

3 O texto deste item foi baseado na obra de JOHNSON (1999). 4 Vaso antigo, de forma ovóide, com duas asas simétricas

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Macedônia e Dalmácia. Todos os grandes vinhos vinham da região entre Roma e

Pompéia, mas a região da Costa Adriática era também importante, em especial

pelas exportações. Pompéia ocupava uma posição de destaque, podendo ser

considerada a Bordeaux (uma das melhores regiões vinícolas da França) do Império

Romano e era a maior fornecedora de vinhos para Roma.

Após a destruição de Pompéia pela erupção do Vesúvio no ano 79 d.C.,

ocorreu uma louca corrida na plantação de vinhedos. Lavouras de milho tornaram-se

vinhedos, provocando um desequilíbrio do fornecimento a Roma, que causou a

desvalorização das terras e também do vinho.

No ano 92 d.C., o imperador Domiciano editou um decreto proibindo a

plantação de novos vinhedos e de vinhedos pequenos, mandando destruir metade

dos vinhedos nas províncias ultramarítimas. O decreto parecia visar a proteção do

vinho doméstico contra a competição do vinho das províncias e manter os preços

para o produtor. O decreto permaneceu até 280 d.C., quando o imperador Probus o

revogou.

Em termos documentais, a cultura das vinhas e fabricação dos vinhos

romano, pode ser encontrados no manual "De Re Rustica" (Sobre Temas do

Campo), de aproximadamente 65 d.C, de autoria do espanhol de Gades (hoje

Cádiz), Lucius Columella. O manual chega a detalhes como: a produção por área

plantada (que, surpreendentemente, é a mesma dos melhores vinhedos da França

de hoje), a técnica de plantio em estacas com distância de dois passos entre elas

(mais ou menos a mesma técnica usada hoje em vários vinhedos europeus), tipo de

terreno, drenagem, colheita, prensagem, fermentação, etc.

Quanto ao paladar, os romanos tinham predileção pelo vinho doce, sendo

feita a colheita o mais tardiamente possível, ou, conforme a técnica grega, colher o

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fruto um pouco imaturo e deixá-lo no sol para secar e concentrar o açúcar (vinhos

chamados "Passum"). Outro modo de obter um vinho mais forte e doce era ferver,

aumentando a concentração de açúcar (originando o chamado "Defrutum") ou ainda

adicionar mel (originava o "Mulsum"). Preparavam também o "semper mustum"

(mosto permanente), um mosto5 cuja fermentação era interrompida por submersão

da ânfora em água fria e, portanto, contendo mais açúcar. Esse processo é o

precursor do método de obtenção do "Süssreserve" das vinícolas alemãs.

Ainda no tocante ao paladar, é interessante lembrar que os romanos sempre

tiveram predileção por temperos fortes na comida e também se excediam nas

misturas com vinhos que eram fervidos em infusões ou macerações com ervas,

especiarias, resinas e denominados "vinhos gregos" em virtude dos gregos

raramente tomarem vinhos sem temperá-los. Plínio, Columella e Apícius descrevem

receitas bastante exóticas.

Quanto a idade, alguns vinhos romanos se prestavam ao envelhecimento, os

fortes e doces expostos ao ar livre e os mais fracos contidos em jarras enterrados no

chão. Um recurso usado para envelhecer o vinho era o "fumarium", um quarto de

defumação onde as ânforas com vinho eram colocadas em cima de uma lareira e o

vinho defumado, tornando-se mais pálido, mais ácido e com cheiro de fumaça.

Em fins do século I d.C os romanos ricos e elegantes elegeram a costa da

Campânia, em especial a baía de Nápoles e a península sorrentina, para ali construir

vilas com vista para o mar e esplêndidos jardins. A cultura grega ainda estava bem

viva no Sul, e o vinho das videiras gregas era tido como o melhor da Itália. A videira

em questão era a Amineum, com a qual se fazia o Falerno e provavelmente todos os

5 Líquido resultante da prensagem das uvas; suco; sumo.

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premiers crus (denominação francesa, que designa bons vinhos) dessa primeira

idade do ouro do vinho italiano. Todos eram brancos e doces.

Além de Roma, outra cidade destacou-se como porto vinícola produzindo e

transportando vastas quantidades de todo tipo de vinho. Trata-se da única cidade

romana que preservou suas feições antigas: Pompéia.

Os romanos usavam uma faca semelhante a uma pequena foice para fazer à

vindima (colheita da uva); colocavam as uvas em cestos para levá-las ao lugar onde

elas eram espremidas, em tanques rasos, como os que ainda hoje são usados na

fabricação do vinho do Porto e outros vinhos. Foram eles que desenvolveram a

prensa, dando-lhe a configuração que permaneceu praticamente inalterada até os

tempos modernos: grandes vigas para fornecer o peso, cabrestantes para aumentar

a pressão e cordas para envolver o “bolo” de uvas esmagadas e impedi-lo de

desfazer-se. A fermentação ocorria em recipientes de barro, parecidos com os

pithoi6 gregos, enterrados até a borda.

Após a queda do Império Romano seguiu-se uma época de obscuridade em

praticamente todas as áreas da criatividade humana e os vinhedos parecem ter

permanecido em latência até que alguém os fizesse renascer.

2.1.2.1 Vinho na Idade Média

O vinho não foi menos importante em Israel do que na Grécia; contudo, não

há como comparar seu significado para os judeus e seu significado para os “devotos

de Dionísio”. Em Israel a idéia de libação ou de qualquer tipo de sacrifício como os

gregos ou os romanos o compreendiam constituía um sacrilégio – com efeito, o

horror ante tal pensamento ainda perdura na definição do que é “puro” e do que é 6 grandes jarras usadas para armazenar vinhos

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“impuro”. Para os gregos o vinho proporcionava libertação e êxtase: a embriaguez

podia ser sagrada. Para os judeus ele era uma dádiva perigosa que podia ser

mantida sob o rigoroso controle dos rabinos.

Sejam quais forem às causas históricas da lei e dos costumes judaicos

relacionados ao vinho, um fato se destaca: seu uso excessivo é singularmente raro

nas comunidades judaicas. Estudos realizados nos Estados Unidos mostraram que

um número proporcionalmente maior de judeus, que de outros segmentos étnicos ou

religiosos da população, tomam vinho, cerveja ou destilados, mas proporcionalmente

menos judeus bebem em excesso ou são alcoólatras. Procurando uma explicação

os pesquisadores ressaltam que os primeiros contatos das crianças judias com o

vinho ocorrem na mais tenra idade, no ambiente familiar e num contexto religioso,

em que sempre se bebe com moderação.

Já na França, dessa época destacavam-se importantes três mosteiros

franceses. Dois situam-se na Borgonha: um beneditino em Cluny, próximo de Mâcon

(fundado em 529) e um cisterciense em Citeaux, próximo de Beaunne (fundado em

1098). O terceiro, cisterciense, está em Clairvaux na região de Champagne.

Também famoso é o mosteiro cisterciense de Eberbach, na região do Rheingau, na

Alemanha. Esse mosteiro, construído em 1136 por 12 monges de Clairvaux,

enviados por São Bernado, foi o maior estabelecimento vinícola do mundo durante

os séculos XII e XIII e hoje abriga um excelente vinhedo estatal.

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FIGURA 4 MOSTEIRO CISTERCIENSE DE EBERBACH, NA REGIÃO DO RHEINGAU, NA ALEMANHA

FONTE: Wikipédia

Os monges cistercienses viram os vinhedos como um desafio enviado por

Deus. Dizia-se que em sua devoção elevaram o trabalho agrícola, a uma forma de

arte. Para complementar sua mão-de-obra, devota, porém limitada, recrutaram e

treinaram centenas de Layots, ou irmãos leigos, que usavam hábito marrom – mais

uma contribuição para a qualidade do Borgonha: seus métodos minuciosos

espalharam-se por toda a região, impondo-se como exemplo. Antes de ressuscitar

um vinhedo abandonado ou criar um novo, os monges estudaram atentamente as

melhores plantas, faziam experiências com podas, selecionavam estacas e enxertos.

Cumpridas todas essas etapas, adotavam o mais esperado processo de fabricação e

se empenhavam em degustar. E, por fim, fizeram a maior contribuição: o conceito de

cru, um setor homogêneo de vinhedo que anos após ano produz vinhos similares em

termos de qualidade e sabor.

Eles observaram que as diferenças de cor, corpo, vigor e outras qualidades

eram nitidamente constantes de um setor para outro. Produziram pequenas

quantidades de vinho com uvas de cada setor, compararam as numerosas amostras

de outros vinhos que recebiam como parte do dízimo, e puseram-se a estudar,

identificando as áreas que produziam um vinho mais aromático e as que resultavam

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num vinho mais robusto e áspero; determinando quais sofriam mais como frio;

decidindo quais requeriam antecipação da colheita. Com isso estabeleceram todo

um banco de dados. Depois começaram a traçar linhas no mapa e a murar as áreas

que produziam regularmente um sabor reconhecível.

2.1.2.2 Os vinhos e os maiores produtores

Existem cinco tipos distintos de vinhos: os vinhos tintos, os brancos, os rosés,

os espumantes, e os vinhos fortificados. Em Portugal existe um tipo de vinho

específico, o vinho verde, que pode ser tinto ou branco, mas devido à sua acentuada

acidez pode ser considerado como uma categoria à parte. Os vinhos tintos podem

ser obtidos através das uvas tintas ou das tintureiras (aquelas em que a polpa possui

muitos pigmentos). Os vinhos brancos podem ser obtidos através de uvas brancas

ou de uvas tintas desde que as cascas dessas uvas não entrem em contato com o

mosto. Já os vinhos rosés podem ser feitos de duas maneiras: misturando-se o

vinho tinto com o branco ou diminuindo o tempo de maceração (contato do mosto

com as cascas) durante a vinificação do vinho tinto.

FIGURA 5 - TIPOS DE VINHO (TINTO/BRANCO/ROSÉ/ESPUMANTE)

FONTE: Wikipédia

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TABELA 1 MAIORES PRODUTORES DE VINHO NO ANO DE 2006 Posição País

1º França 2º Itália 3º Espanha 4º Estados Unidos ... ...

11º Portugal ... ...

16º Brasil FONTE: Wikipédia

Adiante são apresentados, alguns dos maiores países produtores de vinho.

2.1.2.2.1 França

Segundo Larousse (2004), uma das razões da supremacia da França reside

na extraordinária gama de vinhos que ela produz. E isso graças à diversidade de

seus climas que permitem fazer tanto brancos leves na região de Loire como tintos

fortes na região sul. A França sabe explorar suas vantagens geográficas para impor

vinhos ou regiões vinícolas que reinam no resto do mundo.

FIGURA 6 MAPA DA FRANÇA E SUAS VINÍCOLAS

FONTE: Academia do Vinho

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A região de Bordeaux, a Borgonha e Champanhe produzem, para cada uma

delas, um estilo de vinho inigualável, embora muitas vezes imitado. Mouton-

Rothschild, Chambertin, Krug são grandes nomes conhecidos no mundo inteiro.

Atrás vem o Loire, o Rhône e a Alsácia, que produzem vinhos talvez ainda mais

inimitáveis, isso sem esquecer a vasta gama de denominações e de regiões das

quais provêm vinhos tão ou mais tradicionais: Cahors e Madiran, a Provença, o Jura.

Todas elas, e ainda outras, produzem pelo menos alguns vinhos finos, renomados

no exterior.

2.1.2.2.2 Itália

De acordo com a Enciclopédia do Vinho7, a Itália é líder mundial de

produtores de vinho, consome mais vinho que qualquer outro país no mundo. Há 1,2

milhões de vitivinicultores italianos e o consumo per capita é de 104 litros por

pessoa. Os vinhos italianos correspondem a 60% dos importados pelos EUA e os

vinhos também são exportados para a Alemanha e para a França.

A expansão dos vinhos italianos é surpreendente, tanto pela quantidade dos

tipos de uva como pelos estilos diferentes de vinhos. Os clientes que se aventuram

com a procura de novos vinhos e, buscam vinhos que combinem com a comida,

estão voltando às variedades italianas de uvas tradicionais, tais como Sangiovese,

Barbera e Pinot Grigio.

7 Disponível em http://www.e-vinho.com.br/pais.php?pais=It%E1lia&continente=Europa

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FIGURA 7 MAPA DA ITÁLIA E SUAS VINÍCOLAS

FONTE: Academia do Vinho

Segundo Larousse (2004), há perto de trezentas zonas vinícolas oficiais e

cerca de 1,2 milhões de produtores. A Itália produz todos os estilos de vinho, entre

eles muitos vinhos fortificados e espumantes e possui uma infinidade de microclimas

e de locais para acentuar ainda mais essa diversidade.

2.1.2.2.3 Espanha

Segundo Larousse (2004), apesar de a Espanha ser o primeiro vinhedo do

mundo em superfície (mais de 1 milhão de hectares), é apenas o terceiro produtor

de vinho da União Européia, atrás da Itália e da França e à frente da Alemanha.

Famosa por seus vinhos fortificados, como por exemplo, o Xerez, vinho seco ou

doce, elaborado na Andaluzia, é um vinho especial, obtido com métodos muito

tradicionais da região. O xerez chegou a ser identificado em todo o mundo como um

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tipo de vinho, dando origem a numerosas falsificações; mas só o xerez é o vinho

procedente de Jerez. A Espanha também produz vinhos tintos, roses, brancos e

espumantes, que vão do mais simples ao mais complexo.

FIGURA 8 MAPA DA ESPANHA E SUAS VINÍCOLAS

FONTE: MacNeil (2003, p.347) De acordo com Macneil (2003), existem hoje na Espanha 54 regiões D.O.

(Denominación de Origen), ou seja, regiões vinícolas oficialmente reconhecidas e

geograficamente definidas. Grande parte delas tem seus vinhos consumidos

localmente ou exportados em pequenas quantidades. Nos últimos anos, tem sido

crescente o interesse mundial pelos vinhos espanhóis, levando ao aumento das

exportações, mas, ainda assim, são poucos os melhores vinhos disponíveis no

mercado internacional e especialmente no Brasil.

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2.1.2.2.4 Estados Unidos

De acordo com Manoel Beato (2006, pág. 85), na época de 1950, alguns

viniticultores resolveram trazer seu capital e experiência para aplicar na vinicultura

nos Estados Unidos da América. Entre eles, Robert Mondavi. No ano de 1976, numa

degustação às cegas, com a presença de críticos e especialistas renomeados, o

Stag´s Leap Cabernet Sauvignon venceram alguns renomeados vinhos de

Bordeaux, fato que elevou a credibilidade e o conceito dos vinhos dos Estados

Unidos.

Os Estados Unidos são indiscutivelmente um dos países mais dinâmicos na

produção de vinhos do Novo Mundo. Jamais os americanos tiveram tanto vinho de

alta qualidade para escolher. O número de vinícolas nos Estados Unidos é de

aproximadamente 2.338 em 47 estados. Todos os estados dos Estados Unidos

produzem vinhos, exceto três: Alasca, Dakota do Norte e Wyoming. Contudo,

nenhum produz uma grande quantidade de vinhos, exceto a Califórnia, que sozinha

produz mais de 90% do total de vinhos do país.

FIGURA 9 VALE DO NAPA – REGIÃO VITÍCOLA MAIS IMPORTANTE DA CALIFÓRNIA

FONTE: LAROUSSE, 2004, p. 268

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2.1.2.2.5 Portugal

De acordo com a Academia do Vinho8, nos últimos anos, com a instalação do

Mercado Comum Europeu, o vinho português ampliou sua busca por qualidade e

visibilidade internacional, conquistando uma posição merecida pela qualidade e

diversidade de seus vinhos.

Diversos enólogos portugueses despontam como artistas no cenário mundial,

com vários rótulos de qualidade, ganhando prestígio internacional.

Recentes mudanças na regulamentação impulsionaram novo valor aos vinhos

regionais, situados entre os básicos e os classificados, que apresentam uma ótima

relação custo-benefício, tornando-se cada vez mais competitivos pela associação

com a personalidade marcante dos vinhos de Portugal.

FIGURA 10 MAPA DE PORTUGAL E SUAS VINÍCOLAS

FONTE: Academia do Vinho

8 Disponível em http://www.academiadovinho.com.br/mostra_regiao.php?reg_num=PT

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Segundo Larousse (2004), entre os países produtores de vinhos, poucos no

mundo ostentam a diversidade que há em Portugal. Indo do vinho verde aos

encorpados do Douro e do Alentejo e passando pelos fortificados Madeira e Porto, o

país oferece enorme gama de estilos e faz vinhos cada vez melhores. A diversidade

de regiões produtoras torna o país um dos mais versáteis.

O mais destacado vinho de Portugal é o doce e fortificado vinho do Porto,

considerado um dos mais peculiares e deliciosos vinhos de sobremesa do mundo.

Há diferentes estilos de vinho do Porto, sendo o mais famoso e mais caro o Vintage.

Outro destacado vinho fortificado de Portugal é o vinho Madeira, produzido por um

dos processos vinícolas mais intrincados e trabalhosos do mundo.

2.1.3 Questão Econômica no Brasil

A produção mundial de uvas é amplamente concentrada. De acordo com a

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa9 a União Européia

representa cerca de 45% da superfície vitícola mundial; 65% da produção mundial

de uvas; 60% do consumo mundial e; cerca de 70% das exportações mundiais, já o

Brasil é o 21° país em área cultivada, 14° em produção de uvas, 24° em exportação

de uva e o 10° país em exportação de suco de uva.

Em 2006, o Brasil apresentou um déficit de 47,87 milhões de dólares na

balança comercial, comparado a 2005. Essa queda demonstra que o brasileiro está

cada vez mais exigente, quanto à produção de vinhos nacionais, detalhado na tabela

a seguir:

9 Pesquisa realizada em 2006, disponível em: http://www.cnpuv.embrapa.br/

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TABELA 2 TABELA BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DE UVAS, SUCOS DE UVAS, VINHOS E DERIVADOS – VALOR EM U$ 1.000,00 (FOB) – BRASIL

Ano 2005 Ano 2006 Descrição Quantidade Valor Quantidade Valor EXPORTAÇÕES Uvas Frescas (t) 51.213 107.276 62.250 118.432Suco de Uva (t) 7.711 10.798 5.452 8.315

Vinhos de Mesa (1.000 L) 3.530 2.566 3.415 2.658Vinhos espumantes (1000L) 111 235 160 287

TOTAL 120.875 129.692IMPORTAÇÕES Uvas Frescas (t) 8.387 6.591 12.106 11.245Uvas passas (t) 15.597 18.226 19.776 24.893

Vinhos de Mesa (1.000 L) 37.495 85.520 46.371 118.455Vinhos espumantes (1000L) 3.443 15.093 4.484 21.414

Suco de Uva (t) 1.009 901 1.810 1.572TOTAL 126.331 177.579

BALANÇO -5.456 -47.887FONTE: Embrapa Uva e Vinho

Nas exportações brasileiras, a uva de mesa é o principal produto que continua

em ritmo crescente. Foram exportadas 62,25 mil toneladas de uvas em 2006,

21,55% superior ao ano anterior. As exportações renderam ao país 118,43 milhões

de dólares em 2007 de acordo com a Embrapa Uva e Vinho.

O Brasil tem se mostrado um grande importador de vinhos finos, mesmo

apresentando excedentes na produção brasileira desta categoria. De acordo com a

Embrapa Uva e Vinho, em 2006 foram importados 46,37 milhões de litros de vinhos

finos, representando 64,89% do vinho fino comercializado no Brasil, conforme

apresentado na Tabela 3. Há também um crescimento nas importações dos vinhos

espumantes. No ano 2006 foram importados 4,48 milhões de litros de espumantes,

obtendo um total de 30,24% a mais que o ano de 2005.

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TABELA 3 PARTICIPAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DE VINHOS EM RELAÇÃO AOS VINHO DE VINÍFERAS COMERCIALIZADAS NO BRASIL (EM 1000 LITROS)

Ano Produto 2002 2003 2004 2005 2006 Nacional 25.439 23.211 21.864 24.843 25.085

Importado 24.184 26.799 36.070 37.495 46.371 Total Viníferas 49.623 50.010 57.934 62.338 71.456

Part. Imp/Total (%) 48,7 53,6 62,3 60.15 64,89 FONTE: Embrapa Uva e Vinho

Conforme dados da Embrapa, foram exportados em 2006, 3,41 milhões de

litros de vinho ocorrendo uma redução de 3,26%, em relação ao ano anterior,

quando as exportações haviam crescido 25,98%. Já as exportações de vinhos

espumantes são pouco representativas.

Segundo a Academia do Vinho10, a imagem internacional que está sendo

construída do vinho brasileiro, desde o início do projeto de promoção do vinho

brasileiro no exterior em 2002, tem se transformado em negócios. O primeiro

trimestre de 2007 reflete este desempenho fechando com crescimento de 120% em

relação ao mesmo período de 2006, ultrapassando os U$ 450 mil. O Brasil exportou

U$ 3,15 milhões em vinhos em 2006 sendo que as 20 empresas pertencentes ao

grupo Wines From Brazil11 foram responsáveis por mais de 50% deste total.

2.1.4 Os Apreciadores

O vinho sempre exerceu deslumbre sobre o homem desde as antigas

civilizações. Entretanto, houve um enorme interesse pelo vinho e também pela

gastronomia nas últimas décadas. Este interesse é mundial e no Brasil se apresenta

10 Disponível em: http://www.academiadovinho.com.br/moldura.php?pag=capa/mostra_noticia.php &num_not= 1078 11 Programa que prevê ações como treinamento gerencial, pesquisa e prospecção de mercado, adequação das empresas e de produtos para exportação, promoção comercial e participação em feiras internacionais, entre outras.

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de forma marcante, mesmo sendo um país de pouca tradição vinícola, mas com

mercado de importação em expansão.

De acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho12 o consumo

de vinho teve o ponto alto por volta dos anos 70, verificando-se um decréscimo ao

longo dos anos 80. Depois na década de 90, teve um aumento, estabilizando nos

últimos anos. O consumo de vinho é dominado pela Europa, representado por 68%,

sendo a União Européia responsável por 57% e a América representa 20% do

consumo mundial.

2.2 O VINHO NO BRASIL

A colonização italiana foi a que deu impulso à vinicultura no País. Começou

com a chegada dos imigrantes vindos de zonas vinícolas do Vêneto e do Trento, que

se estabeleceram na região norte do Rio Grande do Sul. Essa região é hoje

conhecida como Serra Gaúcha. Foram trazidas uvas viníferas européias, menos

nobres, como Barbera, Bonarda e Trebiano, que se adaptaram bem à região. Para

evitar a filoxera13, foram introduzidas variedades americanas e suas híbridas,

especialmente as uvas tintas Isabel, Bordo e Concord, e as brancas Niágara e

Condere, que forneciam vinhos comuns, mas que atendiam ao consumo doméstico.

A partir de 1900, as cantinas foram assumindo dimensões maiores, quase

industriais, na fabricação deste vinho comum. Durante muito tempo os famosos

garrafões de vinho do Rio Grande do Sul, levados as outras regiões do país por

caminhoneiros, foram o meio de popularização da produção vinícola daquelas 12 A Organização Internacional da Vinha e do Vinho é uma instituição mantida por vários países que tem como objetivo, entre outros contribuir para a harmonização internacional das práticas e normas existentes para melhorar as condições de elaboração e comercialização dos produtos vitivinícolas, bem como o interesse dos consumidores. Disponível em: http://www.oiv.int 13 praga da viticultura.Termo usado indistintamente para designar o inseto e a doença dos vinhedos.

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colônias italianas. Somente a partir de 1970 começaram a ser introduzidas uvas

viníferas européias nobres. O Rio Grande ainda é o maior produtor desses vinhos

tintos e brancos. O Brasil possui três pólos de produção de vinhos de qualidade; dois

estão localizados no Rio grande do Sul, na campanha e na Serra Gaúcha, cuja

atividade foi iniciada no século XIX por imigrantes italianos. O terceiro pólo está no

Nordeste, no Vale do São Francisco, próximo a Juazeiro e Petrolina.

FIGURA 11 REGIÕES VINÍCOLAS DO BRASIL

FONTE: Site do Vinho Brasileiro Segundo a Embrapa, a cidade de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, em

2006, foi responsável por 90% da produção de vinho no País, sendo suas principais

vinícolas: Vinícola Aurora, Miolo, Salton, Lavora, Marson, Marco Luigi, Casa

Valduga, Peterlongo, Chandon e Casa de Lantier.

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FIGURA 12 VINHAS NO VALE DOS VINHEDOS, NO RIO GRANDE DO SUL

FONTE: LAROUSSE, 2004, p. 301

De acordo com a legislação que regulamenta a produção e comercialização

de vinhos no Brasil, os comuns são denominados vinhos de mesa e os vinhos

elaborados com uvas européias, nobre14.

Os vinhos que possuem gás carbônico resultante de uma segunda

fermentação alcoólica em garrafas ou grandes recipientes, com teor alcoólico em

volume, entre 10% e 13%, devem ser chamados de Espumantes. Já os resultantes

da fermentação do mostro da variedade Moscatel para a obtenção de álcool e gás

carbônico, com grau alcoólico em volume, entre 7% e 10% de Moscatel Espumante.

Em todo o mundo vinícola, a indicação de procedência geográfica significa um

vinho típico de determinada região, delimitando uma área produtora com

características regionais. Com a busca de qualidade pelas principais vinícolas

brasileiras, ganhou corpo a tese que os nomes mais representativos deveriam ser

usados para indicar a origem do vinho.

14 Vitis vinifera – vinhedo específico para produção de vinho de qualidade.

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2.2.1 Vitivinicultura no Paraná e principalmente em Curitiba

A vitivinicultura é um grande aliado para o turismo, aumentando alternativas

para a geração de renda na pequena propriedade rural familiar no Paraná.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio

Ambiente da Prefeitura de Colombo (2007), o Estado do Paraná, apesar de não ter

as condições ideais de solo e clima para produção de uvas finas, são cultivados no

município, anualmente, 130 hectares de videiras, produzindo aproximadamente

1.300 toneladas das variedades Terci, Isabel e Niágara, todas pertencentes ao

gênero Vitis labrusca, uma parte das quais é transformada artesanalmente em

800.000 litros de vinho.

Outro dado importante vem da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento

do Estado do Paraná, que para intensificar a produção de uva na fabricação de

vinhos de qualidade na Região Metropolitana de Curitiba e no Sudoeste,

estabeleceu parceria com a instituição de pesquisa Embrapa Uva e Vinho, da cidade

de Bento Gonçalves. Esta parceria objetiva a capacitação técnica de extensão rural

da Emater-PR a produtores no Paraná.

De acordo com a Embrapa já foram capacitados 35 técnicos da Emater, e

estes multiplicaram seus conhecimentos para outros 200 técnicos. Esses 235

técnicos são responsáveis pela capacitação de 1,2 mil produtores no Paraná para

que tenham segurança na produção de uva e também na produção de vinho de

qualidade. Os recursos para capacitação são subsidiados pelo Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA).

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2.2.2 O Processo de Produção

Segundo a Enciclopédia do Vinho15, o atual panorama vinícola brasileiro é

animador e, complementando esse salto qualitativo, a partir de setembro de 1995 o

Brasil passou a ser membro da OIV - Office International de la Vigne e du Vin

(Organização Internacional do Vinho), organismo que regula as normas

internacionais de produção do vinho, cujo cumprimento resulta, obrigatoriamente, em

elevação do padrão dos vinhos brasileiros.

O Brasil produz bons vinhos varietais brancos (uvas Chardonnay, Riesling,

Sauvignon Blanc, etc.) e tintos (das uvas Merlot, Cabernet Sauvignon, etc.) e muitos

deles têm recebido prêmios em concursos internacionais, sendo a maioria deles

supervisionados pela OIV.

Os vinhos brasileiros estão qualificados em dois níveis de qualidade:

a) Vinho de Mesa: vinho inferior, elaborado a partir de variedades de uvas

comuns (Seyve Willard, Isabel, Concord, Herbemont, Niágara, entre outros) de

espécies americanas (Vitis rupestris, Vitis labrusca, etc.).

b) Vinho Fino de Mesa: vinho de mesa diferenciado, elaborado a partir de

variedades de uvas nobres (Merlot, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Cabernet

Sauvignon, Cabernet Franc, Chardonnay, Riesling, entre outros) da espécie

européia (Vitis vinifera).

As principais vinícolas16 do Brasil encontram-se nos estados do Rio Grande

do Sul, Bahia , Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.

A maior empresa de vinhos de mesa do Brasil é a Vinícola Campo Largo,

presente em todos os estados do Brasil. A Matriz está localizada na cidade de

15 Disponível em: http://www.e-vinho.com.br/pais.php?pais=Brasil&continente=Am%E9ricas. 16 LAROUSSE. Larousse do Vinho, pág 299. Larousse do Brasil: São Paulo. 2004

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Campo Largo no Estado do Paraná, sendo um centro de engarrafamento,

comercialização e distribuição do produto. Instalada em uma área de 17 mil metros

quadrados, é um dos mais modernos parques industriais Vinícola do Brasil, com

estocagem de até 5 milhões de litros.

FIGURA 13 VINÍCOLA CAMPO LARGO - MATRIZ

FONTE: Vinícola Campo Largo

Segundo a vinícola Campo Largo17, o parque de engarrafamento possibilita o

envasamento de até 37.500 garrafas/hora, o que torna a vinícola a mais moderna e

ágil da América Latina. A pasteurização do vinho, a esterilização das garrafas e o

cuidado com a higiene são marcas da vinícola Campo Largo. A produção é 100%

própria e por cinco anos a marca vinícola Campo Largo é a mais vendida nos

supermercados do sul do Brasil e a 3ª em todo o País, além de ser cinco vezes Top

of Mind no Paraná.

A competição dos vinhos importados que chegaram ao Brasil a partir de 1990,

influenciou a melhoria na qualidade do vinho nacional, principalmente na Serra

Gaúcha que inclui as regiões de Bento Gonçalves, Vale dos Vinhedos, Garibaldi e

Caxias do Sul.

17 Conteúdo disponível em http://www.vinhoscampolargo.com.br/sede.html?pag=1

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No Brasil, a produção de uvas apresenta uma tendência crescente, com certo

equilíbrio nos últimos dois anos. Segundo o IBGE, em 2005, foram produzidas

1.246.976 toneladas de uvas e em 2006 a produção foi de apenas 1,49% inferior ao

ano anterior, sendo produzidas 1.228.390 toneladas.

Apesar da uva apresentar em seu processamento algumas particularidades,

esta redução da quantidade produzida em 2006 não representa diminuição do

agronegócio, uma vez que a qualidade da safra gaúcha foi singular, resultando na

produção de vinhos de alta qualidade.

Analisando-se a tabela abaixo, observa-se que houve redução na produção

de uvas nos estados da Bahia 1,36%, Minas Gerais em 14,55%, São Paulo em

16,05% e Santa Catarina em 0,38%. Houve acréscimo na produção nos estados do

Rio Grande do Sul em 1,96%, no Paraná em 5,27% e em Pernambuco um aumento

de 3,28%.

TABELA 4 PRODUÇÃO DE UVAS NO BRASIL (EM TONELADAS) Ano Estados 2005 2006

Paraná 99.253 104.480 Rio Grande do Sul 611.868 623.847

Santa Catarina 47.971 47.787 Pernambuco 150.827 155.783

Bahia 90.988 89.738 Minas Gerais 14.389 12.294

São Paulo 231.680 194.461 BRASIL 1.246.976 1.228.390

FONTE: IBGE

Em 2006, 38,32% da uva produzida no Brasil, foram destinados à fabricação

de vinhos, sucos, e outros derivados, demonstrando o crescimento do mercado de

uvas para consumo in natura, conforme dados da Tabela 5:

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TABELA 5 PRODUÇÃO DE UVAS PARA PROCESSAMENTO E PARA MESA NO BRASIL (EM TONELADAS)

Ano Discriminação 2004 2005 2006 Processamento 624.450 550.700 470.705

Mesa 657.052 696.246 757.685 TOTAL 1.281.802 1.246.976 1.228.390

FONTE: Embrapa Uva e Vinho

2.2.3 Consumo

Segundo a OIV (Office Internacional de la Vigne e du Vin), o Brasil tem se

situado, nos últimos anos, entre os 20 maiores produtores de vinho do mundo.

A produção brasileira de vinhos evoluiu de maneira importante nas duas

últimas décadas, e o Brasil produz hoje vinhos de boa qualidade.

O consumo interno de vinhos finos cresceu 14,63% de 2005 para 2006. No

entanto, o Brasil ainda ocupa o 53º lugar em consumo no ranking mundial com 1,8

litro/habitante/ ano (RIGON, 2006).

O consumo ainda é reduzido, se forem levadas em consideração a população

e a dimensão da superfície do Brasil. Com a melhora da qualidade do vinho

nacional, nos últimos anos tem havido um grande avanço no consumo.

Os vinhos de mesa produzidos no Brasil a partir de uvas americanas e

híbridas têm conquistado seu espaço no mercado e apresentam perspectivas de

crescimento mesmo com a tendência crescente de consumo dos vinhos importados.

A maior fatia do mercado nacional, ainda, é representada pelos vinhos

importados tendo uma participação de 64,89%, conforme dados da Secretaria do

Comércio Exterior (SECEX), órgão subordinado ao Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior. Um dos motivos dessa representação é a taxa de

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cambio que favorece as importações e também pela preferência do consumidor

brasileiro pelo produto importado.

O mais próximo importador, é a Argentina que segundo Macneil (2003) seus

vinhos são relativamente, neutros, baratos e cortes de muitas uvas diferentes.

Variedades internacionais como chardonnay e carbenet sauvignon representam o

segmento que mais cresce na indústria de vinhos da Argentina. A principal região

vinícola é Mendonza com mais de 360 mil acres plantados com uvas, no qual produz

70% do vinho do país.

2.2.4 Perfil dos Consumidores

De acordo com Neto e Arruda (2002), no início da década de 90, a

perspectiva era de aumento do consumo de vinhos brancos, mas em 1997 foi

amplamente divulgado o benefício do vinho tinto para a saúde. Pesquisadores da

faculdade de medicina de Harvard concluíram que o consumo de 30 gramas de

álcool18, de cinco a seis vezes por semana, reduz em 79% os riscos de enfarto. Com

essa notícia, o perfil do consumidor mudou. Os brasileiros começaram a dar

preferência aos vinhos tintos. Porém, os produtores não priorizavam as videiras

viníferas tintas, encontrando-se despreparados para essa explosão do consumo.

Com isso, mesmo com uma das melhores safras do século, a produção de vinhos

finos no ano de 1999, foi insuficiente e os importados tiveram um amplo mercado no

Brasil.

O brasileiro cada vez mais se aproxima do vinho. Tanto do vinho nacional, que evolui e se torna cada vez melhor, quanto dos vinhos de todo o mundo, que se tornaram acessíveis com a abertura de nossas fronteiras. E também se torna cada vez mais exigente. Exigente na qualidade e na sua própria percepção. REAL (2003, p.34)

18 Equivalente a duas taças de vinho

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Das vendas de vinhos realizadas no mercado brasileiro, 95% são de tintos e

apenas 5% de brancos. A preferência reflete uma tendência da população brasileira

de achar que o vinho tinto é melhor, apesar do clima do País ser mais favorável ao

consumo de vinhos brancos e rosés.

Segundo Gleizer (2005), o mundo do vinho está sendo cada vez mais

habitado por aqueles que se rendem aos prazeres da bebida. Isso acontece não só

porque os consumidores estão ficando mais exigentes, descobrindo que esse

investimento vale a pena, mas também devido a uma mudança no perfil dos

apreciadores, que agora inclui cada vez mais mulheres e jovens.

De acordo com o GPPCOM19, houve uma pesquisa realizada em 2001 do

Datafolha sobre consumo de vinhos mostrando que 37% dos brasileiros bebem

vinho, e a idade média tem caído. Esta explosão de consumo aliada a grande

capacidade de produção de nossas vinícolas, aponta para uma necessidade de

informação sobre os melhores vinhos, dicas de preservação e outros dados

importantes para que o consumidor não fique perdido ao escolher e conservar sua

bebida.

Os resultados indicam que o consumo de vinho pode se tornar um hábito

cada vez mais comum entre os brasileiros se os importadores e produtores

nacionais conseguirem manter o jovem como apreciador.

Essa mudança de perfil tem forte fundo cultural. Com a conquista do mercado

de trabalho, os jovens agora estão interessados não só em desfrutar, mas também

em conhecer os prazeres gastronômicos. Saber escolher um bom restaurante, vinho

ou prato, é primordial tanto no meio profissional quanto no social. Já as mulheres,

que hoje são responsáveis por cerca de 10% das vendas de vinho no mercado, 19 Site Institucional e Comercial do Grupo Paulo Pimentel. Disponível em: http://www.gppcom.com.br/projetos/index.php?op=ver&id=122. Acesso em: 20 ago. 2007

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freqüentam cada vez mais lojas de vinhos, clubes de apreciadores e cursos e falam

com propriedade sobre o assunto.

De acordo com Gleizer (2005), outro fator que contribuiu para a difusão do

hábito de beber vinho foi a descoberta dos benefícios que uma taça da bebida pode

trazer à saúde. As propriedades antioxidantes, capazes de reduzir os riscos de

doenças cardiovasculares, têm chamado a atenção de muitos médicos e alegrando

aqueles que não abrem mão de uma taça durante as refeições ou no final do dia.

Cardiologistas recomendam o consumo de até duas taças de vinho por dia, de

preferência junto às refeições, para auxiliar o transporte do colesterol e combater a

aterosclerose20.

Esse aumento do interesse pela bebida motiva a busca de novos sabores,

produtores e origens, levando os brasileiros a procurarem também os vinhos

importados.

Segundo Ronaldo Bohnsteigel, Sommelier21 do Restaurante Durski22, em

Curitiba, a quantidade de pontos de comércio de vinhos está aumentando, assim

como a melhoria da estruturação das lojas existentes, o que está gerando um

aumento das vendas de vinho, além da procura do público sobre conhecimento de

vinhos.

A melhora de vinhos dos restaurantes é uma referência de que o interesse

pelo vinho está cada vez maior. Também há uma crescente procura sobre

palestras23, cursos24, programas25, que abordam a importância dos benefícios à

saúde proveniente do consumo moderado de vinho.

20 Doença inflamatória crônica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. 21 Profissional especializado conhecedor de vinhos e todos os assuntos relacionados ao serviço deste 22 Disponível em http://www.durski.com.br/servev?id=sommelier4.html 23 Palestras da Embrapa Uva Vinho na Expointer 2007 24 Cursos sobre gastronomia e vinhos em 2007, disponível em http://www.vevebraganca.com/cursos.htm.

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2.3 A MÍDIA E A ENOGASTRONOMIA

2.3.1 Aspectos gerais

O vinho passou a exercer uma influência grande na vida das pessoas. Vindos

das mais variadas procedências, inclusive de regiões produtoras ainda

desconhecidas, era preciso saber escolher, ler rótulos, e descobrir onde estavam os

bons produtores de vinhos.

Com isso a mídia, através do rádio, jornais, revistas e televisão começou a

explorar de forma mercadológica essas informações. Logo surgiram os cursos de

vinho por associações de enófilos26 como a Sociedade Brasileira de Amigos do

Vinho (SBAV)27 de São Paulo, fundada em 1980, formada por dezoito pessoas que

se reuniram com a intenção de agrupar apreciadores de vinho que quisessem

aprender e aprofundar seus conhecimentos sobre o vinho, além de difundi-lo.

Mantendo seus objetivos originais, a que se somaram muitos sócios e diversas

atividades, a SBAV oferece atualmente:

• Espaço para aqueles que queiram iniciar ou aprofundar seus

conhecimentos sobre vinho em cursos básicos e avançados;

• Degustações específicas, por região ou por tipo de vinho;

• Novos lançamentos no mercado brasileiro, apresentados por

importadores e produtores nacionais e estrangeiros, que comentam as

regiões e a produção dos vinhos que representam, além de analisarem

seus produtos com os participantes; 25 Programa “Vinho & Algo Mais" da Varig-TV 26 Estudantes de vinhos (ou amantes). Aquele que se dedica profissionalmente ou por prazer a estudar o maravilhoso mundo dos vinhos 27 Disponível em: http://www.sbav-sp.com.br/

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• Viagens à regiões vinícolas.

• Apresentações periódicas de vinhos que, no momento, são os best-

buys (representando a melhor relação custo-benefício de produtos

encontrados com facilidade junto aos fornecedores locais);

• Compatibilização entre determinados pratos e vinhos;

• Noites especiais, algumas vezes por ano, em que ao vinho e à comida

junta-se a boa música, com apresentações de grupos e solistas de

música lírica, de câmera e de jazz;

• Participação em feiras e salões ligados ao vinho e à gastronomia

Também surgiu a Associação Brasileira de Sommeliers (ABS)28, uma

entidade sem fins lucrativos, fundada no Rio de Janeiro em 1983, que tem como

objetivo a divulgação do vinho e a propagação de conhecimentos sobre o assunto,

através de cursos regulares abertos a profissionais e amadores.

Membro da Association de la Sommellerie Internationale (ASI), com sede em

Milão, a ABS tem participado de todos os concursos mundiais da categoria desde

1986. E em 1992 conseguiu um feito inédito: trouxe o concurso para o Rio de

Janeiro, reunindo, pela primeira vez fora da Europa, dezenas dos melhores

profissionais do serviço de vinhos do mundo. Hoje a Associação Brasileira de

Sommeliers é reconhecida internacionalmente e graças à atuação de suas duas

seccionais - Rio de Janeiro e São Paulo - serve como referência no plano nacional,

quando o assunto é vinho.

A gastronomia possivelmente foi um fator que impulsionou o interesse em

conhecer mais sobre a história e sobre o paladar do vinho. Saber a combinação

28 Disponível em: http://www.sbav-sp.com.br/

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perfeita entre comida e bebida, demonstrando que existem maneiras diferentes de

abordar o assunto.

FIGURA 14 VALORIZAÇÃO DO VINHO NA GASTRONOMIA

FONTE: LAROUSSE, 2004, p. 40 De acordo com a Agência de Promoções de Exportações e Investimentos –

APEX (2007), o Brasil tem sido freqüentemente citado na mídia internacional

especializada nesta bebida como um País em constante descoberta.

O vinho também está presente na gastronomia, sendo comum o seu emprego

para ressaltar o sabor de pratos ou para proporcionar aromas aos molhos.

A revista Vinho Magazine é especializada, com caráter jornalístico e

independente. Através da Editora Market Press possui 5200 assinantes fixos ativos

em 2007. Possui um caderno chamado “Vivavinho” que representa um guia de

vinhos. Sua veiculação é nacional, porém sua maior divulgação está no Estado de

São Paulo. Atua há mais de 10 anos no mercado editorial brasileiro de alta

gastronomia e enologia, cada vez mais segmentado, sofisticado e abrangente. Com

um crescente número de aficionados por vinhos finos, associações, clubes de

degustação, e estratégias de marketing sendo redimensionadas em função da nova

demanda, se destaca como a publicação líder de segmento há mais de uma década,

direcionada ao setor, com temas que vão de dicas sobre enologia até degustações

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específicas com recomendações de compras, enogastronomia (vinho e comida),

sugestões de compra por faixas de preço, viagens de turismo para apreciadores de

vinhos e muito mais, que o incrível e fascinante mundo do vinho possibilita.

FIGURA 15 CAPA DA REVISTA VINHO MAGAZINE – EDIÇÃO 71

FONTE: Revista Vinho Magazine

Seu público alvo é formado por homens, em maioria, e mulheres entre 30 e

55 anos, profissionais liberais ou empresários e executivos de alto poder aquisitivo e

disponibilidade para usufruir dos prazeres da vida e por pessoas com ampla cultura

geral e larga possibilidade de consumo.

A revista Vinho Magazine possui:

• Tiragem de 25.000 exemplares

• Periodicidade de nove edições anuais

• Distribuição nacional, em bancas e livrarias

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A revista que também tem credibilidade na área de vinhos é a Revista Gula,

considerada a mais prestigiada revista de vinhos e gastronomia do Brasil. Fundada

em 1992, tendo uma publicação mensal pela Editora Peixes, sediada em São Paulo,

é especializada em gastronomia e culinária que além de ter circulação nacional

ainda é vendida em Portugal. Sempre traz novidades e informações sobre vinhos,

restaurantes e receitas, além de vários outros serviços relacionados.

FIGURA 16 EDIÇÃO EXTRA DA REVISTA GULA – GUIA DE VINHOS 2007

FONTE: Revista Gula

Um programa que veicula assuntos referentes ao Vinho é o “Câmera 2” de

Porto Alegre, transmitido pela TV Pampa. Criado durante um período em que a

televisão gaúcha não costumava disponibilizar horários à noite para a programação

local, o Câmera 2 começou, exclusivamente, como um programa de entrevistas. Ao

longo dos 17 anos, diversas mudanças ocorreram, abrindo espaço para a opinião.

“O Câmera 2 é um programa jornalístico com um toque de lazer. Fala dos assuntos

mais diversificados: da poesia, do vinho ao marketing”, sintetiza o apresentador

Clóvis Duarte.

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A Revista “Vinho e Cultura”, de cunho jornalístico que apresenta em cada

edição uma região vitivinícola diferente com tudo que ela oferece em termos de

turismo, gastronomia cultura e principalmente vinhos. Oferece uma série de

atividades relacionadas ao mundo do vinho, tais como organização de eventos,

palestras, degustações de vinhos, apresentações eno-gastronômicas e gestão de

clube de vinho. Esta revista é ideal para o patrocinador que queira fazer marketing

de relacionamento com seus clientes especiais através da cultura do vinho,

recebendo 1.000 exemplares da revista para tal finalidade. Outros 4.000 exemplares

são distribuídos de forma seletiva a um público classe A, por mala direta ou em

locais credenciados, de forma gratuita. Os exemplares não possuem periodicidade

fixa, e os pedidos podem ser feitos através do site da revista virtual.

Ainda na televisão a maior contribuição vem do programa “Reserva Especial”,

apresentado pelo jornalista Renato Machado no canal por assinatura GNT. Esse

programa é gravado normalmente nas próprias vinícolas, sendo que já foi mostrado

ao telespectador, algumas das mais importantes regiões produtoras.

Outro programa, transmitido através da Globosat – Grupo GNT, é o “Menu

Confiança” comandado pelo chef francês Claude Troisgros e pelo jornalista (e expert

em vinhos) Renato Machado, que traz a combinação perfeita entre vinhos e alta

gastronomia. Claude resgata a tradição de sua família de chefs (pai e avô), seus

tempos na Borgonha e as origens dos alimentos no preparo de um cardápio

exclusivo; enquanto Renato desvenda o universo dos vinhos, com seus produtores,

regiões e hábitos, em busca da harmonização perfeita. As transmissões são

definidas pela emissora com horários alternados:: segundas às 22h00, quartas às

18h00, quintas às 12h00, sextas às 07h00 e domingos às 15h0029.

29 Disponível em: http://globosat.globo.com/gnt/programas/programa.asp?gid=446

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2.3.2 O mundo do vinho no rádio

O vinho vêm assumindo um papel interessante na vida do brasileiro. Apesar

do consumo de vinho no Brasil ainda ser muito limitado – cerca de 1,8 litros por

habitante/ano, comparado a outros países, sobretudo europeus. No Brasil, a cultura

de cada restaurante possuir seu próprio sommelier está cada vez mais difundida. Em

Curitiba alguns restaurantes como o Durski, Boulevard e Bar do Vitor já possuem

sommeliers fixos à disposição dos clientes. De olho neste mercado, instituições

como o Centro Europeu possuem curso de sommeliers.

Falta ainda um programa de rádio que apresente informações mais

detalhadas quanto ao mundo do vinho no Estado do Paraná.

O Estado de São Paulo saiu na frente com um programa na Rádio

Bandeirantes, há 3 anos, intitulado Mundo do Vinho, coordenado e apresentado por

Ciro Lilla. O programa pode ser ouvido direto do site da Rádio Bandeirantes. Ciro

Lilla ,com mais de 35 anos dedicados ao estudo do vinho, apresenta o programa de

forma clara, os principais assuntos relacionados à bebida, buscando descomplicar

os mitos que a envolvem. Ele também comanda o programa Mundo do Vinho, na TV

Bandeirantes. Com duração de 1 minuto, e apresentado às segundas, quartas e

sextas-feiras, no intervalo do Jornal da Noite, ele ensina noções gerais sobre a

bebida, numa linguagem simples e didática.

Na Rádio CBN, pertencente à Globo, o Jornalista Renato Machado faz

comentários sobre o mundo do vinho de aproximadamente 3 minutos às 13 horas e

55 minutos. O programa pode ser ouvido no site da Rádio CBN. Ele também

apresenta o programa de TV, “Menu Confiança”, com Claude Troisgros, na GNT,

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citado no capitulo 2.3.1. Também na CBN há um comentário diário "Falando de

Vinhos", com Luis Groff, de Curitiba.

Na rádio Eldorado há o programa de rádio “Adega Musical” (FM 92,9), aos

sábados, às 13h, apresentado por Manoel Beato, um dos maiores sommeliers

brasileiros e conhecedor da boa música. Além de falar sobre vinhos, Beato

apresenta músicas (com ênfase em jazz e MPB).

Outro exemplo é a empresa ART DES CAVE, focada no mundo do vinho

contribui com anúncios para divulgar o lançamento de suas adegas. A empresa faz

propagandas com o desafio de difundir a arte de saborear um bom vinho por meio

da comercialização de seus produtos. Utiliza o rádio como meio de divulgação

patrocinando programas e eventos a respeito do vinho.

2.4 PROBLEMATIZAÇÃO

O fato de o vinho não ser regularmente abordado no rádio não é

surpreendente, afinal não é o único tema sério que não está na grade da

radiodifusão. E sendo o vinho um tema eminentemente cultural, parece ser lógico

que não seja em nenhuma ocasião debatido.

Ao estudar a história do vinho, suas peculiaridades internacionais, nacionais,

curiosidades, as diversas formas de interação entre a enologia e a sociedade

brasileira, percebe-se um rico material jornalístico a ser explorado tanto de forma

cultural a comercial. Neste sentido, buscamos perceber em até que ponto um

programa de rádio ligado ao mundo do vinho pode contribuir para a programação

radiojornalistica. Neste sentido, surge a problemática que norteia este projeto: Existe

mercado potencial para um programa de radiodifusão com peculiaridade sobre o

vinho em Curitiba?

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3. JUSTIFICATIVA

O Brasil conta hoje com uma cadeia produtiva da uva e do vinho estruturada e

organizada numa linha de integração vertical. A produção nacional de uva e vinho

está concentrada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e vale do Rio

São Francisco. Os vinhos brasileiros merecem destaque na exportação mundial,

competindo com mercados portugueses, espanhóis, e os líderes no seguimento.

Nas últimas décadas tem-se verificado profundas alterações estruturais na

viticultura brasileira, o que permitiu grandes evoluções tecnológicas em relação à

exigência do mercado nacional e internacional. O que se percebe é que a melhoria

da qualidade dos produtos derivados de uva (suco e vinho) é cada vez mais

importante no processo de expansão deste mercado. Apesar de todo este aparato

comercial de produção, consumo e exportação, o apreciador do bom vinho ainda

não conta com um acervo de informações sobre o vinho, sendo a única opção,

publicações desatualizadas e algumas caras, que custa em torno de R$ 180,00 (no

caso do livro A Bíblia do Vinho de Karen Macneil).

Curitiba tem se destacado no mundo do vinho, através do engarrafamento

oriundo da região do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Nordeste. Essa posição

proporciona à capital do Paraná, destaque que se reflete nos restaurantes que

passaram a se preocupar com a carta de vinhos na busca de satisfazer um

consumidor cada vez mais exigente.

As principais confrarias são Cavalheiros da Ordem do Bebedouro, do Status,

In Vino Veritas e Sociedade dos Amigos do Vinho do Graciosa Country Club, que se

ocupam em promover o vinho, com depoimentos, cursos, e provas de vinhos,

contudo o número de adeptos ainda é pequeno.

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Em Curitiba e na Região Metropolitana encontram-se várias vinícolas,

importantes, tanto na produção como no engarrafamento, por exemplo: a vinícola

Durigan, Campo Largo, Dalarmi entre outras vinícolas pequenas de Colombo.

Conforme foi apresentado, Curitiba é um ambiente favorável à

comercialização e divulgação de informações que contemplem o mundo do vinho.

O rádio é um meio de comunicação que tem o poder de estar presente em

qualquer lugar, no qual as informações alcançam um grande número de pessoas de

diversas áreas da sociedade.

É também um meio de comunicação relativamente barato, e desta forma

democrático. Pelo rádio adquiri-se conhecimento, informações, inovações,

lançamento de novos produtos, e toda uma potencialidade de atualização quanto às

tendências mundiais.

Compreendendo a necessidade de possibilitar conhecimento a respeito do

vinho, este estudo pretende apresentar um projeto de relevância social e em um

programa radiofônico, apresentar o mundo do vinho jornalisticamente. Um programa

que não seja movido apenas pela questão comercial ou publicitária, mais sim a

historicidade e aspectos relativos ao vinho, desde o plantio, escolha do solo,

vindima30, produção, envelhecimento, engarrafamento, e mercado consumidor.

Estas informações contribuem em termos econômicos, pois existe toda uma cadeia

de valor que se movimenta ao redor do vinho. O vinho hoje ocupa um lugar de

destaque que vai desde a apreciação de seu sabor aos benefícios à saúde. Desta

forma um programa que apresente questões históricas, peculiaridades, a logística de

distribuição, os vinhos brasileiros no âmbito exportador, deixando de ser apenas um

documentário passando para um patamar de cunho social.

30 Colheita / apanha da uva. Num sentido mais lato a vindima engloba o período entre a colheita das uvas e o inicio da produção do vinho

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O programa proposto será direcionado ao público que aprecia o vinho e seus

atributos, formado por enólogos, consumidores, sommeliers, proprietários de

restaurantes e o público em geral.

Em termos comerciais, o programa busca divulgar a cadeia produtiva do vinho

em Curitiba, os restaurantes com as melhores cartas de vinho e divulgação de

cursos ligados à formação de profissionais.

O programa terá um estilo moderno, e arrojado, voltado para ouvintes que

buscam no mundo do vinho uma forma de atualização cultural e social.

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4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o potencial do mundo do vinho como tema principal para um programa

radiofônico voltado para o público em geral.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos do projeto são destacados a seguir:

• Estudar a história do vinho, suas peculiaridades internacionais, nacionais,

curiosidades, preparação, benefícios à saúde, exportação, e qualidade;

• Pesquisar as diversas formas de interação entre a enologia e a sociedade

brasileira;

• Investigar a profissão de Enólogo no Brasil e as principais entidades

formadoras;

• Analisar a legislação brasileira quanto a divulgação do vinho em rádios;

• Identificar e catalogar as vinícolas existentes em Curitiba e sua relação com o

âmbito cultural, social e econômico da cidade;

• Buscar informações atualizadas sobre a indústria vinícola brasileira, e sua

relação econômica com a cidade de Curitiba.

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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com o objetivo de desenvolver um programa de divulgação radiofônica tendo

como âncora as peculiaridades do vinho, este projeto contará com referenciais

teóricos que identifiquem o rádio como um meio de informação que intervém na

construção da realidade (MEDITISHC, 2001, p.276).

O projeto também abordará o rádio como meio de democratização da

informação, buscando apontar a influência do rádio na sociedade.

Nos próximos tópicos será apresentada a fundamentação teórica que norteia o

projeto, levando em consideração as características do radiojornalismo, bem como

sua função social e democrática na transmissão da informação.

5.1 A INFLUÊNCIA DO RÁDIO

Beltrão (1992) define que a essência do jornalismo existe a partir do público,

para o público e pelo público. Neste sentido o jornalismo também pode ser

percebido como reflexo das exigências sócio-culturais crescentes, manifestadas nas

operações mercantis e financeiras que movimentavam as cidades. A necessidade da

circulação mais rápida das idéias e dos inventos tornaram a reprodução do

conhecimento um fator político significativo.

O rádio propõe um reforço à estrutura de comunicação e uma democratização

do acesso aos veículos e à informação através da simplicidade, instantaneidade,

proximidade e baixo custo, que fazem dele uma das principais vias de acesso ao

receptor (ouvinte), possibilitando abrangência das mais diversas classes sociais.

Segundo McLuhan (1996, p.337), o rádio afeta as pessoas como que

pessoalmente, oferecendo um mundo de comunicação não expressa entre o

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escritor-locutor e o ouvinte. Este é o aspecto mais imediato do rádio, uma

experiência particular.

As notícias e as informações servem para enfatizar o poder do rádio de

envolver as pessoas umas com as outras. Através da sua linguagem, o rádio afeta

as pessoas, agita as consciências, chama a atenção para as necessidades de reter

as linhas principais da quantidade de informação que circula. Neste sentido, o rádio

possui uma capacidade de invisibilidade, diferentemente de qualquer outro meio. As

informações que chegam pelo rádio manifestam-se de forma particular de pessoa

para pessoa (MCLHUAN, 1996, p.339).

Por meio de programas de rádio é possível trabalhar o campo das

experiências do receptor e as estratégias de recepção, relata Barbeiro (2001, p.

247).

Cury (2007) apresenta que contrariando as previsões do fim a supremacia e

do poder das ondas sonoras transmitidas eletromagnéticamente, principalmente a

partir do advento da televisão nos anos cinqüenta, o rádio desempenha

gloriosamente o seu destino e a sua vocação real, mantendo até os dias de hoje a

soberania entre os meios de comunicação de massa.

As pesquisas apontam que das cinco da manhã até as sete da noite, o rádio predomina na preferência do público, seja nas grandes metrópoles, por razões próprias, entre os quais a formação de constantes congestionamentos causados pelo caos no trânsito, ou seja, nas cidades menores pelas suas, aonde invariavelmente é o único veiculo de comunicação de massa (CURY, 2007).

Meditisch (2001, p. 276) considera o rádio informativo e o descreve como

“ator social que intervém na construção da realidade”. Com isto, a influência do rádio

para o autor é mediada não apenas pelo filtro de cada receptor, mas também pela

segmentação da audiência.

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Barbeiro (2001) também faz uma observação quanto a segmentação da

audiência: o público sintoniza as emissoras que já conhece e não adianta impor uma

programação. A fidelidade, de acordo com o seu pensamento, está na identificação

do ouvinte com a programação oferecida pela emissora.

5.2 CARACTERÍSTICAS DO RÁDIO COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO

Conforme Beltrão (1992, p. 112-113), o rádio pode ser descrito a partir de três

características básicas: Instantaneidade, Proximidade e Baixo Custo.

a) Instantaneidade: As notícias podem ser transmitidas no instante em que

ocorrem. Por isso, o imediatismo e a instantaneidade são as características

básicas do radiojornalismo.

b) Proximidade: A rádio é um veículo de alcance universal, que pode levar a sua

mensagem a qualquer parte do globo, no mesmo instante unindo populações

antípodas - o rádio entretanto é de natureza eminentemente regional, quanto

à sua principal audiência.

c) Baixo Custo: Entre os meios de comunicação de massa, a rádio é o mais

popular e o de maior alcance público, constituíndo-se, muitas vezes, no único

a levar a informação para populações de vastas regiões que ainda hoje não

têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos, econômicos ou

culturais .

O rádio se populariza como meio de comunicação no Brasil a partir de um

modelo comercial. O seu desenvolvimento tecnológico e sua programação é

impulsionado dentro deste modelo. De alta competição, o setor de empresas

comerciais de radiodifusão reflete com rapidez as mudanças tecnológicas que

podem se transformar em vantagens competitivas ou ameaças à área de negócios.

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O acelerado desenvolvimento tecnológico tem alterado o perfil da radiodifusão em

anos recentes, incidindo sobre a produção das emissoras e suas programações.

Disputando o mercado com outras mídias que transmitem informações e

entretenimento, as emissoras de rádio buscam manter e conquistar audiências,

como forma de captar novos anunciantes.

O rádio viveu três momentos cruciais: a sua invenção e propagação pelo

mundo, o advento da televisão e o desenvolvimento da internet. Nestas

circunstâncias históricas desses acontecimentos sofreu modificações profundas até

chegar ao que é hoje em sua contribuição para a difusão de notícias e do

entretenimento. (BARBEIRO; LIMA, 2002)

O Rádio perdeu a centralidade, mas ganhou em penetrabilidade e

flexibilidade, adaptando modalidades e temas ao ritmo da vida cotidiana das

pessoas. (CASTELLS, 2000).

Segundo a wikipédia (2007), no rádio, a intenção do todo que organiza os

diversos níveis do discurso na programação num único contexto comunicativo é a

adoção de um formato. O acirramento da concorrência entre as emissoras

reorganizou o sistema produtivo de forma que as programações voltadas para

públicos heterogêneos entraram em decadência, perdendo público para emissoras

que centraram sua atenção na segmentação da programação para atender a gostos

específicos de determinados públicos.

Esta prática refere-se a um critério de abordagem dos ouvintes, levando-se

em conta sua heterogeneidade e adequando a publicidade conforme o público

específico que se visualiza para a emissora. A segmentação pode dirigir-se a um

programa ou ao todo da programação da emissora.

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O rádio ainda é o veículo de comunicação de massas mais popular no Brasil,

apesar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, elaborada pelo

IBGE em 2001 registrar que, nacionalmente, o percentual de moradias com

aparelhos de televisão (89%) tenha ultrapassado o de lares com rádio (88%), com

diferenças entre as regiões31 . O Sudeste (92,3%) e o Sul (93,4%) apresentam um

percentual bem mais alto do que o nacional. O percentual de posse de aparelhos

receptores e o crescimento dos índices de audiência indicam que a penetração do

veículo se mantém alta. Além disso, a pesquisa do IBGE não registra os aparelhos

de recepção de rádio de veículos automotores.

É marcante a presença de aparelhos de rádio nos lares brasileiros

espalhados por todo o País e o seu crescimento nos últimos anos, mesmo quando o

veículo perdeu espaço para a TV na destinação de recursos publicitários.

5.3 O RÁDIOJORNALISMO

A principal característica que acompanhou o rádio desde seu invento até sua

evolução está sem dúvida na sua capacidade de abrangência. O rádio atinge

populações geograficamente distantes e também pode ser alternativa de

comunicação para os analfabetos, e cegos.

Diante deste novo quadro onde o rádio ganha um posicionamento de alcance

democrático, vale acrescentar Bahia (1990, p.67), que descreve o jornalismo, que

além de difundir informação, deve promover o bem comum e estimular a troca de

idéias, pois é seu “dever mostrar a realidade por trás da aparência”. Pela grande

difusão da comunicação, as matérias jornalísticas constituem-se muitas vezes na

única fonte de conhecimento para a grande massa, o que aumenta a 31 No Sul, o percentual de lares com rádio (93,4%) é superior ao de residências com TV (92,3%)

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responsabilidade do jornalista. A sociedade necessita de um fazer dotado do que se

pode chamar de intencionalidade pragmática, tendo o texto jornalístico especializado

a função de criação/transmissão de conhecimento.

Com o advento da sociedade da informação, o sistema, os meios de

propagação das notícias cada vez mais eficientes, geram uma capacidade de

absorção de informações disponíveis infinitamente inferior, ou seja, a análise, a

crítica, até mesmo a compreensão, tornam-se descompassadas em relação à

proliferação da informação a que somos submetidos. Esta dificuldade de assimilação

das mensagens compromete tanto o receptor quanto os próprios profissionais que

lidam com este sistema informacional (ABIAHY, 2000, p.9).

A linguagem do rádio é oral e auditiva, por isso a sua larga abrangência,

chegando a sociedades que convivem com a oralidade primária ou com as que

estão em estágio mais adiantado de conhecimento (CUNHA, 2001, p. 65).

Partindo do conceito que rádio é a extensão da voz de um lado e do ouvido

de outro, cabe-lhe a função básica de ser transmissor de informação de efetivo de

interesse público, instrumento indispensável para o exercício da plena cidadania,

através do restabelecimento de sai dignidade econômica necessária para manter a

sua realização. (CURY, 2007)

O jornal radiofônico é um elemento especializado, não podendo ser

comparado ao jornal impresso ou ao jornal televisivo,“[...]ele não vai pronto ao

estúdio. É um jornal aberto, não se limita à divulgação dos fatos ocorridos”

(BARBEIRO,2002, pág 12), construindo uma ponte imediata que anula as distâncias

entre os jornalistas e ouvintes.

Outra questão a ser assinalada é que a palavra chave nas decisões

jornalísticas sob enfoque de mercado é a audiência, Neste sentido, a decisão

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jornalística têm como pressupostos a segmentação e diferenciação em relação aos

concorrentes.

5.4 JORNALISMO ESPECIALIZADO

A população vem sendo dividida por grupos de mercados, a partir de

interesses pessoais traçando assim perfis de sociedade. As escolhas são individuais

e a informação passou a ser mais específica e dirigida aos públicos singulares.

À medida que as especializações se tornam crescentes em quase todas as

áreas do conhecimento, o jornalismo começa a evocar também para si as

especializações. Mediante esta realidade, nas últimas décadas, despontou o termo

jornalismo especializado e as suas subdivisões como jornalismo econômico,

jornalismo científico, jornalismo político e outros, compondo-se, inclusive, como

disciplinas nos cursos de graduação e, em alguns casos, nos cursos de pós-

graduação (FERREIRA, 2002).

É neste novo contexto social que o jornalismo especializado tem se

desenvolvido, buscando na segmentação do mercado uma estratégia de atingir os

grupos que se encontram tão dissociados entre si (ABIAHY, 2000, p.5).

Assim, não é possível se falar em um jornalismo especializado, mas sim de

jornalismos que vão cobrir áreas especializadas. Nesta concepção, informar significa

passar ao leitor o maior número de dados quantitativos e qualitativos para que ele

possa reconstruir a realidade de um fato (FERREIRA, 2002, p.6).

Baseado neste conceito que o Projeto “Mundo Vino” buscou no jornalismo

especializado bases teóricas para sua fundamentação.

A linguagem jornalística prima por ser direta, informativa e rica em detalhes

relevantes. No entanto, o texto jornalístico é muito mais que o simples lead, sub-

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lead, desenvolvimento e conclusão - as formas tradicionais de se fazer um texto

jornalístico, envolvendo as famosas pirâmides invertidas e normais. Ele, também,

pode ser carregado de elegância e estilo próprios do jornalista, mas que vão garantir

a linguagem jornalística básica e responder não importa se no primeiro parágrafo ou

no decorrer do texto as questões básicas da informação: o que?, quem?, quando?,

onde?, como?, e por que? (FERREIRA, 2002, p. 8).

O desenvolvimento do jornalismo especializado está relacionado a essa

lógica econômica que busca a segmentação do mercado como uma estratégia de

atingir os grupos que se encontram tão dissociados entre si. Muito além de ser uma

ferramenta mais eficaz de lucro para os conglomerados midiáticos, o jornalismo

especializado é uma resposta a essa demanda por informações direcionadas que

caracteriza a formação das audiências específicas.

Nestes tempos de desintegração das ideologias e da ruptura com um projeto

de modernidade que pregava a unidade, o jornalismo especializado demonstra uma

mudança dos paradigmas informacionais. Na medida em que diferenças e

divergências afrouxaram os laços da coletividade, os indivíduos foram se fechando

em seus interesses particulares e consta-se hoje o quanto a comunidade encontra-

se dividida em nichos mais diversos.

O papel do jornalismo especializados seria o de orientar o indivíduo que se

encontra perdido em meio à proliferação de informações das mais variadas fontes,

ou seria ele um exemplo, justamente um reflexo desta proliferação? As publicações

especializadas servem como um termômetro da gama de interesses das mais

diversas áreas, expõem, então, o nível de dissociação entre os componentes da

sociedade da informação. Mas por outro lado, pode-se considerar que as produções

segmentadas são uma resposta para determinados grupos que buscavam,

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anteriormente, uma linguagem e/ou uma temática apropriada ao interesse e/ou

contexto. Esses grupos agora encontram publicações ou programas segmentados

com o qual possam se identificar mais facilmente. Neste caso, o papel de coesão

social no jornalismo especializado passa a cumprir a função de agregar indivíduos

de acordo com suas afinidades ao invés de tentar nivelar a sociedade em torno de

um padrão médio de interesses que jamais atenderia à especificidade de cada

grupo. Os produtos culturais passam a organizar-se segundo a ótica da

diferenciação, portanto, a produção informativa que atinge audiências segmentadas

e as publicações especializadas faz parte do contexto de desmassificação e de

personalização. (ABIAHY, 2000, p.6)

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6. MÉTODOS E TÉCNICAS

Faz parte do projeto “Mundo Vino” uma pesquisa de campo a fim de identificar

o perfil dos consumidores de vinho da cidade de Curitiba.

O presente estudo conta ainda com pesquisas bibliográficas quanto aos

diversos temas que compõe este projeto como história do vinho, a mídia e a

Enogastronomia, o Vinho no Paraná e principalmente em Curitiba, e diversos artigos

que debatem sobre o assunto vinho e sua associação direta com comunicação, no

caso o rádio. Para complementar o projeto também é apresentado estudos quanto

ao rádio como meio de comunicação, bem como radiojornalismo e jornalismo

especializado.

6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A presente pesquisa está embasada no disposto por Vergara (1998) que

propõe dois critérios básicos para uma pesquisa: quanto aos fins e quanto aos

meios. Quanto aos fins para o autor, a pesquisa pode ser: exploratória, descritiva,

explicativa, metodológica, aplicada ou intervencionista.

Neste sentido a pesquisa caracteriza-se exploratória e descritiva.

Exploratória tendo em vista a necessidade de uma pesquisa mais detalhada quanto

ao projeto proposto “Mundo Vino”, uma proposta nova para a cidade. É também

descritiva uma vez que o objeto analisado expõe características determinadas.

Conforme Gil (1996, p.46) as pesquisas descritivas têm como objetivo

primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno

ou então, o estabelecimento de relações variáveis.

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Dando continuidade a Vergara (1998) quanto aos meios a pesquisa pode ser

pesquisa de campo, telematizada, documental, bibliográfica, experimental, ex post

facto, participante e pesquisa ação.

Neste sentido a pesquisa caracteriza-se como de campo, uma fez que foi

realizada sob os moldes de estudo de mercado.

Tal modelo de pesquisa foi adotado porque de acordo com Vergara (1998),

esta corresponde a uma investigação empírica realizada no local onde irá ocorrer o

fenômeno. Para Vergara (1998, p.45) pesquisa de campo é a investigação empírica

realizada onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para

explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionário, testes e observação

participante ou não.

6.2 POPULAÇÃO

Para identificar o número ideal de amostragem para a pesquisa, foi utilizado

a afirmação de Triola (1999) ao explanar que “a estatística é uma coleção de

métodos para planejar experimentos, obter dados e organizá-los, resumi-los,

analisá-los e deles extrair conclusões”. Através da estatística será possível obter

uma aproximação da média populacional por um valor único e um intervalo de

confiança, e assim indicando o tamanho da amostra necessária para estimar uma

média populacional para a pesquisa.

A população analisada consiste em consumidores de vinho, freqüentadores

de adegas, comerciantes de vinhos, radialistas e a população em geral da Cidade de

Curitiba.

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TABELA 6 CURITIBA – DADOS DEMOGRÁFICOS DE CURITIBA

População Total 1.808.969 habitantes habitantes (100% urbana; 52,07% homens e 47,93% mulheres

População Estimada para 2008 2.459.818 habitantes Densidade Demográfica 4.111,9 habitantes por km² IDH-M Renda 0,846 IDH-M Longevidade 0,846 Taxa de ALFABETIZAÇÃO 96,63% Renda Per Capta (2000) R$ 6198,20

FONTE: Prefeitura municipal de Curitiba

Desta forma:

Fórmula n=Z2.p.q.N

e.(N-1)+Z2 .p.q

Onde:

N=Número de Amostra

Z= Nível de Confiança

e= Erro Amostral

p= Proporção de Favoráveis

q= Proporção de Desfavoráveis, onde q=1 – p

N = Número de Elementos da População

Utilizamos como variável “N” o número total de habitantes da cidade e o

resultado foi o seguinte:

N = (1,96)2 . (0,5).(0,5). 1.808.969

(0,5)2.( 1.808.969 -1) + (1,96)2.(0,5).(0,50)

N = 384 indivíduos a serem entrevistados

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6.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

O Instrumento de pesquisa no qual será utilizado consiste em um questionário

elaborado para a população de Curitiba, dentre esses: consumidores de vinho,

freqüentadores de adegas, pontos de venda de vinho, etc., com os seguintes

questionamentos:

• Para avaliar o consumo de vinhos:

1) Qual a sua freqüência de consumo de vinho?

( ) Não consumo vinho;

( ) Diário

( ) A cada 15 dias;

( ) Mais de 15 dias;

• Quanto à aceitação do mercado alvo:

2) Você gostaria de escutar um programa de rádio que abordasse sobre

vinhos: ( ) Sim ( ) Não

• Quanto ao melhor horário do programa:

3) Qual o horário deste programa?

( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

• Quanto ao tempo de duração do programa:

4) Qual o tempo que este programa deve ter?

( ) 5 minutos ( ) 10 Minutos ( ) 15 Minutos

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• Quanto à periodicidade do programa:

5) O programa deve ser?

( ) Diário ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal

• Quanto à emissora:

6) Qual dessas emissoras o programa deve ser exibido?

( ) Rádio Ouro Verde ( ) Transamérica Light ( ) Rádio Banda B

• Quanto aos Concorrentes:

7) Você conhece algum programa sobre o tema vinhos? Qual?

( ) Sim____________________ ( ) Não

• Quanto ao Conteúdo da Programação:

8) Quais as informações que este programa deve levar aos ouvintes?

( ) Como é fabricado o vinho;

( ) Onde estão os melhores vinhos;

( ) Quanto custa um bom vinho;

( ) Curiosidades do vinho;

( ) Vinhos na culinária;

( ) Todas as alternativas.

6.4 COLETA DE DADOS

O período da aplicação dos testes compreendeu 10 dias consecutivos,

através de pesquisa direta junto ao público alvo.

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6.5 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise dos dados obtidos pela amostra da população que consome ou

não vinho ou que aprecia ou não a enologia, foi utilizada a análise descritiva, que

consiste em sintetizar os dados permitindo uma visão global dos valores adquiridos.

Os dados coletados foram organizados em planilhas, e para melhor

visualização estes dados estão formatados em gráficos para uma impressão mais

rápida dos resultados.

O primeiro resultado da pesquisa consiste na freqüência de consumo de vinho

em Curitiba. No gráfico 1, observou-se que o consumo em Curitiba de vinho, entre

os entrevistados gira em 90%, e somente 10% não degustam ou apreciam o vinho.

GRÁFICO 1 PARA AVALIAR O CONSUMO DE VINHOS

Qual a sua freqüência de consumo de vinho?

10%

22%

37%

31%Não consumo vinho

Diário

A cada 15 dias

Mais de 15 dias

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

No gráfico 2, a aceitação de um programa que aborde o tema do vinho foi

excelente, mostrando uma porcentagem de 78% do mercado alvo.

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GRÁFICO 2 QUANTO À ACEITAÇÃO DO MERCADO ALVO

Você gostaria de escutar um programa de rádio que abordasse sobre vinhos?

78%

22%

Sim

Não

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

Quando ao melhor horário para a apresentação de um programa que aborde

temas sobre o vinho, 47% dos entrevistados preferem o programa a noite.

GRÁFICO 3 QUANTO AO MELHOR HORÁRIO DO PROGRAMA

Qual o horário deste programa?

33%

20%

47%

Manhã

Tarde

Noite

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

No gráfico 4, quanto ao tempo mínimo de duração, 51% dos entrevistados

responderam que a duração de 15 minutos é a mais indicada.

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GRÁFICO 4 QUANTO AO TEMPO DE DURAÇÃO DO PROGRAMA

Qual o tempo que este programa deve ter?

18%

31%

51%

5 minutos

10 minutos

15 minutos

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

A periodicidade ideal apontada pelos entrevistados foi semanal, para 53%, e

diário para 38%, quinzenal foi apontada por 7%, e apenas 2% consideraram que a

periodicidade deve ser mensal.

GRÁFICO 5 QUANTO À PERIODICIDADE DO PROGRAMA

O programa deve ser?

38%

53%

7% 2%

Diário

Semanal

Quinzenal

Mensal

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

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Entre as estações de rádio que melhor se enquadra com o perfil de um

programa voltado para as peculiaridade do vinho, 49% dos entrevistados indicaram

a Rádio Ouro Verde, 35% apontaram para a Transamerica Light e 16% para a Rádio

Banda B.

GRÁFICO 6 QUANTO À EMISSORA

Qual dessas emissoras o programa deve ser exibido?

49%

35%

16%

Rádio Ouro Verde

Transamérica Light

Rádio Banda B

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

Mesmo sendo o rádio um grande canal de comunicação, poucos dos

entrevistados na pesquisa conhecem sobre algum programa radiofônico que

apresente temas sobre vinho (26%), conforme demonstra o gráfico 7

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GRÁFICO 7 QUANTO AOS CONCORRENTES

Você conhece algum programa sobre o tema vinhos? Qual?

26%

74%

Sim. Momento do brinde c/Renato Machado na CNB

Não

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

No gráfico 8, refere-se ao conteúdo da programação do Mundo Vino,

destacando uma preferência mais genérica quanto as informações sobre o vinho,

com 35 % dos entrevistados.

GRÁFICO 8 QUANTO AO CONTEÚDO DA PROGRAMAÇÃO

Quais as informações que este programa deve levar aos ouvintes?

9%

17%

16%

15%8%

35%

Como é fabricado o vinho

Onde estão os melhoresvinhosQuanto custa um bom vinho

Curiosidades do vinho

Vinhos na culinária

Todas as Alternativas

Fonte: Desenvolvido pelos autores.

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7 DELINEAMENTO DO PROJETO

7.1 FORMATO DO PROGRAMA

O Programa “Mundo Vino” terá como narradores os alunos Andersen Prado e

Tiago Silva que apresentarão informações de diversos temas que compõe o mundo

do vinho.

Considerando os resultados da pesquisa de campo, o programa será

apresentado na rádio Ouro Verde ao vivo, todas as sextas-feiras às 21:00 com

duração de 15 minutos. O apresentador Tiago Silva irá abordar sobre as novidades

do setor, histórias do vinho e suas curiosidades. Já o apresentador Andersen Prado

que estuda sobre o tema ha mais de 20 anos, participando ativamente em

seminários, palestras, eventos especiais, estará á disposição dos ouvintes para

eventuais dúvidas sobre o assunto em pauta.

Será disponibilizado pela emissora um número de telefone, no qual o ouvinte

interessado pelo tema escolhido, poderá dar sugestões e/ou opiniões.

Ao todo o programa contará com 3 blocos de comerciais de 30 segundos

cada um.

O apresentador iniciará o programa (primeiro bloco), com os destaques sobre

o mundo do vinho. Após será o primeiro intervalo comercial. Em seguida iniciará o

segundo bloco com as curiosidades sobre o vinho e, Andersen Prado responderá

perguntas formuladas pelos ouvintes, podendo também convidar uma pessoa que

domine o assunto para debater nos estúdios da rádio. E finalmente o terceiro bloco

será voltado para a enogastronomia.

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7.1.1 Comercialização

Os anunciantes deverão entrar em contato com o Departamento Comercial da

Rádio Ouro Verde para a divulgação de suas mensagens durante o programa

Mundo Vino.

Cada comercial de 15 segundos no bloco terá o custo de R$ 900,00 reais.

O testemunhal será lido pelo apresentador que terá 15 segundos com o custo

de R$ 2.000,00 reais.

O patrocínio é uma das formas mais rentáveis para o anunciante que deseja

atingir uma faixa especifica da programação. O patrocinador tem em média 81% de

aproveitamento comercial durante toda a programação.

Para o programa “Mundo Vino” existem os possíveis patrocinadores:

• Operadoras de Cartões de Crédito;

• Concessionárias;

• Bancos;

• Telefonia móvel; e

• Agências de Turismo

7.1.2 Viabilidade Econômica

Atividade Quant. Unit. Receitas (R) Despesas

(D) Saldo (R-D)

Testemunhal Mundo Vino 1 R$ - R$ 2.000,00 R$ - R$ 2.000,00

Patrocinadores 5 R$ 900,00 R$ 4.500,00 R$ - R$ 6.500,00

Rádio Ouro Verde 15 min. R$ - R$ - R$ 3.320,00 R$ 3.180,00

Jornalistas* 2 R$ 750,00 R$ - R$ 1.500,00 R$ 1.680,00

Técnico de Som** 1 R$ - R$ - R$ - R$ 1.680,00

Telefone, Secretária*** 1 R$ - R$ - R$ - R$ 1.680,00 Fonte: Desenvolvido pelos autores * Com base no piso salarial, considerando descontos e benefícios (total 20 horas mensais) ** Incluido no valor da Rádio *** Incluído no valor da Rádio

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8 CONCLUSÃO

De uma forma geral o vinho é um tema que sempre fascinou a humanidade.

Apesar de sua descoberta ter sido feita de forma ocasional como nos sugere

Johnson (1999), sua presença durante toda a história da humanidade nos deixou um

rico acervo histórico, que nos intriga a descobrir qual o segredo desta bebida tão

fascinante.

Motivados pela importância histórica do vinho e por sua influência nas mais

diversas áreas da sociedade, este projeto primeiramente buscou levantar os

aspectos históricos do vinho, desde sua influência política até sua importância

econômica e cultural. O resultado de todo este estudo, aliado à experiência

profissional de cada autor, teve como resultado o programa de rádio Mundo Vino.

A fim de identificar algumas variáveis como duração, freqüência, conteúdos,

horário adequado entre outros, foi realizada uma pesquisa de campo que serviu

como uma ferramenta auxiliar na tomada de decisão. Através da entrevista foi

possível formatar a programação do Mundo Vino, customizando conforme as

preferências dos ouvintes.

O programa com 15 minutos de audição, veiculado na Rádio Ouro Verde

Light, às sextas feiras, busca envolver a comunidade com informações sobre o

vinho, criando uma identidade voltada para apreciadores, bem como a população

em geral, que ao conhecer melhor a história do vinho, bem como suas

peculiaridades histórica, medicinais, culturais e etc,, passarão a fazer parte desta

comunidade. O programa conta ainda com a participação de convidados como

proprietários de adegas nacionais e internacionais, especialistas que discorrem

sobre a importância do vinho para a saúde, melhores vinhos, pontos de degustação,

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etiqueta e gastronomia, o programa possibilita ainda um canal ativo com os ouvintes

no bloco “participação do ouvinte”.

Quanto ao aspecto social, o programa apresenta a “agenda da semana” onde

é divulgada a agenda cultural, com informações de cursos, eventos de degustação

que ocorrem na cidade entre outros. A agenda da semana é uma forma de divulgar

a movimentação social do vinho em nossa cidade.

Quanto a viabilidade econômica do programa Mundo Vino, foi realizado um

orçamento para levantar as principais despesas e receitas que irão movimentar o

fluxo de caixa do programa. Neste sentido, as principais receitas serão obtidas

através do testemunhal, e dos patrocinadores.

O projeto se apresentou rentável, pois, as receitas serão suficientes para

cobrir as despesas, com saldo positivo, comprovando a viabilidade econômica do

projeto.

Para finalizar, ressalta-se a importância do vinho em nossa sociedade. Ele é

responsável por uma economia que se movimenta silenciosamente através de

vinícolas, adegas, bares, restaurantes, cursos e etc. Através deste estudo foi

possível evidenciar que apresentar um programa radiofônico sobre o mundo do

vinho é potencialmente viável, e que o mercado de vinho precisa ser divulgado e

melhor explorado perante a sociedade curitibana.

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ANEXOS

ANEXO - LAUDAS