UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências ... · figura 18– setor de radiologia...
Transcript of UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências ... · figura 18– setor de radiologia...
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Medicina Veterinária
LUÍS GUSTAVO MARTINS
ATENDIMENTO A PACIENTE POLITRAUMATIZADO COM
HEMANGIOSSARCOMA EM ÁTRIO DIREITO
CURITIBA
2016
LUÍS GUSTAVO MARTINS
ATENDIMENTO A PACIENTE POLITRAUMATIZADO COM
HEMANGIOSSARCOMA EM ÁTRIO DIREITO
CURITIBA
2016
Relatório de Estágio Curricular Supervisionado, apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para graduação em Medicina Veterinária.
Professor Orientador: Diogo da Motta Ferreira
Co orientador: MSc Mariana Scheraiber
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel dos Santos
Pró-Reitora Promoção Humana
Prof. Ana Margarida de Leão Taborda
Pró-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-reitora Acadêmica
Prof.ª. Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Diretor de Graduação
Prof. João Henrique Faryniuk
Secretário Geral
Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
Supervisora de Estágio Curricular
Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns
Campus Barigui
Rua Sydnei A Rangel Santos 238 - Santo Inácio
CEP 82010-330 – Curitiba - PR
Fone: (41) 3331-7700
TERMO DE APROVAÇÃO
LUÍS GUSTAVO MARTINS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO – RELATO DE HEMANGIOSSARCOMA EM
ÁTRIO DIREITO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do
título de Médico (a) Veterinário (a) pela Comissão Examinadora do Curso de
Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
.
Curitiba, 23 de novembro de 2016
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof.Diogo da Motta Ferreira
UTP-Universidade Tuiuti do Paraná
______________________________________________
Co orientador Ms. ª Mariana Scheraiber
______________________________________________
Prof. Ms. Milton Mikio Morishin Filho
UTP-Universidade Tuiuti do Paraná
______________________________________________
Prof. Ms. Rogério Luizari Guedes
UTP-Universidade Tuiuti do Paraná
“A tarefa não é tanto ver aquilo que
ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo
mundo vê”.
(Arthur Schopenhauer)
AGRADECIMENTOS
É difícil agradecer todas as pessoas que de algum modo, nos momentos
serenos e ou apreensivos, fizeram ou fazem parte da minha vida, por isso
primeiramente agradeço a todos de coração.
Dediquei este trabalho “in memoriam” aos meus avós paternos (João e
Guilhermina) e maternos (Ivo e Wanda) e aproveito também para agradecê-los,
estejam onde estiverem. Infelizmente, meus avós paternos, não os conheci, mas
com meus avós maternos cresci e apreendi muito. E por eles terem me dado pais
tão maravilhosos que agradeço eternamente.
Agradeço aos meus pais, Celso e Dyrce, pela determinação e luta na minha
formação e da minha irmã, sempre se esforçando para nos dar o melhor,
independente do sacrifício necessário.
Agradeço a minha irmã, Ana Paula, que sempre me incentivou em cursar a
Medicina Veterinária, insistiu sempre para que eu persistisse em meus sonhos,
independentemente da idade que iria concluir ele.
Agradeço à minha namorada, Melize Pacheco, por sempre me apoiar, estar
ao meu lado, aguentar meus "surtos" e entender as minhas dificuldades.
Agradeço aos meus familiares que sempre me apoiaram.
Agradeço aos meus bichos de estimação que alegram a minha casa, aos
meus cães e gatos, força maior pelo qual escolhi esta profissão tão admirável e
difusa.
Agradeço também aos meus bichos de estimação que infelizmente não
estão mais entre nós, principalmente à Diopi, uma gatinha tão especial que me fez
querer ser O Médico Veterinário.
Agradeço aos meus colegas de classe e com certeza futuros excelentes
profissionais.
Agradeço aos colegas que fiz nos outros semestres.
Agradeço aos coordenadores do Curso de Medicina Veterinária da
Faculdade Evangélica do Paraná e da Universidade Tuiuti do Paraná, por terem
acreditado num sonho que agora é de todos, por ter me mostrado o caminho das
obras científicas e que com dedicação, presteza e competência conduz sua
profissão.
Agradeço aos professores que desempenharam com dedicação as aulas
ministradas.
Agradeço ao meu orientador, Diogo da Motta Ferreira, que com paciência e
fôlego, conseguiu corrigir os meus trabalhos.
Agradeço a minha co orientadora, Mariana Scheraiber, que mesmo estando
na Alemanha sempre foi prestativa e atenciosa, auxiliando sempre que precisei.
Agradeço a todos os funcionários da Universidade Tuiuti do Paraná, mas
não poderia deixar de mencionar, Vanessa e Mirian, da central de estágio que
atenciosamente atenderam aos meus e-mails e dúvidas.
Agradeço à Drª.Lilian Bevilaqua, que sempre mostrou a melhor forma de
tratar os pacientes, que me recebeu em seu hospital, e me fez amar mais a profissão
que escolhi, assim como agradeço a todos os profissionais do Hospital Veterinário
Intensiva que sempre estavam dispostos a me ensinar e ajudar.
Agradeço aos profissionais do Hospital Veterinário Pompéia e Hospital
Veterinário Santa Catarina pelos ensinamentos e paciência em mostrar o melhor
método de atender e tratar os pacientes.
E finalmente agradeço a Deus, por proporcionar estes agradecimentos a
todos que tornaram minha vida mais afetuosa, além de ter me dado uma família
maravilhosa. Deus, que a mim atribuiu alma e missões pelas quais já sabia que eu
iria batalhar e vencer, agradecer é pouco. Por isso lutar, conquistar, vencer e até
mesmo cair e perder, e o principal, viver é o meu modo de agradecer sempre.
APRESENTAÇÃO
Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina
Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti
do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médico Veterinário, é
composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as atividades realizadas
durante o período de 01 de agosto a 31 de agosto de 2016, no Hospital Veterinário
Pompéia, localizado na cidade de São Paulo - SP, e no período de 05 de setembro a
20 de outubro, no Hospital Veterinário Santa Catarina, localizado na cidade de
Blumenau – SC, locais de cumprimento do estágio curricular, e relato de caso que
versa sobre hemangiossarcoma em átrio direito.
RESUMO
O estágio curricular foi realizado nos meses de agosto a outubro de 2016, na área de clínica médica de pequenos animais em dois Hospitais Veterinários: no Hospital Veterinário Pompéia, em São Paulo – SP e no Hospital Veterinário Santa Catarina, em Blumenau – SC; totalizando 420 horas. No primeiro, as principais atividades desenvolvidas corresponderam à área de internação, consultas e cirurgias, sendo que houve predomínio das atividades relacionadas ao internamento. No segundo havia internação, quarentena, infecto contagiosos, cirurgias e consultas sendo todas as atividades desenvolvidas em igual proporção. Em ambas as instituições houve aprendizado teórico e prático alcançando-se o objetivo do estágio. Neste trabalho, além do relatório de estágio, foi realizado relato de caso clínico, referente à um hemangiossarcoma em átrio direito, em um cão.
Palavras-chave: Cães, Cardiopatia, Emergência, Hemangiossarcoma, Neoplasia,
Politrauma.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- FACHADA DO HOVET POMPÉIA, 2016 ................................................ 20
FIGURA 2- ENTRADA (A) E RECEPÇÃO (B) DO HOVET POMPÉIA, 2016 ............ 21
FIGURA 3- CONSULTÓRIO AZUL – HOVET POMPÉIA, 2016 ................................ 21
FIGURA 4 CONSULTÓRIO VERDE (FELINOS) – HOVET POMPÉIA, 2016 ........... 22
FIGURA 5– INTERNAMENTO CÃES – HOVET POMPÉIA, 2016 ............................ 24
FIGURA 6– INTERNAMENTO DE FELINOS (A) E ALA INFECTO CONTAGIOSOS
(B) – HOVET POMPÉIA, 2016 .................................................................................. 24
FIGURA 7– HEMOGASOMETRO (RAPIDLAB®348) (A/B) – HOVET POMPÉIA,
2016 .......................................................................................................................... 25
FIGURA 8– ENTRADA DO CENTRO CIRÚRGICO (A) E MONITORAMENTO
ANESTÉSICO (B) – HOVET POMPÉIA, 2016 .......................................................... 26
FIGURA 9– SALA DE ULTRASSOM (A/B) – HOVET POMPÉIA, 2016 .................... 27
FIGURA 10– ENTRADA DO RX (A); EXAME DE RADIOGRAFIA (B) – HOVET
POMPÉIA, 2016 ........................................................................................................ 27
FIGURA 11– LABORATÓRIO DE EXAMES – HOVET POMPÉIA, 2016 .................. 28
FIGURA 12– SALA DA NUTRIÇÃO – HOVET POMPÉIA, 2016............................... 28
FIGURA 13– AUDITÓRIO – HOVET POMPÉIA, 2016 ............................................. 29
FIGURA 14– FACHADA DO HOVET SANTA CATARINA, 2016............................... 34
FIGURA 15– CONSULTÓRIO 1 PARA ATENDIMENTO CLÍNICO (A/B), SALA DE
EMERGÊNCIA (C), CORREDOR PRINCIPAL (D) - HOVET SANTA CATARINA,
2016 .......................................................................................................................... 35
FIGURA 16– CONSULTÓRIO DE INFECTOLOGIA - HOVET SANTA CATARINA,
2016 .......................................................................................................................... 35
FIGURA 17– ALA DE FISIOTERAPIA - HOVET SANTA CATARINA, 2016 ............. 36
FIGURA 18– SETOR DE RADIOLOGIA DIGITAL(A/B) - HOVET SANTA CATARINA,
2016 .......................................................................................................................... 37
FIGURA 19– UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) (A/B) - HOVET SANTA
CATARINA, 2016 ...................................................................................................... 37
FIGURA 20– INTERNAMENTO DE FELINOS (A/B) - HOVET SANTA CATARINA,
2016 .......................................................................................................................... 38
FIGURA 21– ALOJAMENTOS DESTINADOS AOS CÃES DE PORTE GRANDE
(A); E ( B) RECINTOS DESTINADOS AOS CÃES DE PEQUENO OU MÉDIO
PORTE - HOVET SANTA CATARINA, 2016 ............................................................. 38
FIGURA 22– ALA DE QUARENTENA (A/B) - HOVET SANTA CATARINA, 2016 .... 38
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1- PROCEDIMENTOS X ÁREA DE ATUAÇÃO – HOVET POMPÉIA ..... 30
GRÁFICO 2– RELAÇÃO ENTRE CÃES E GATOS E SEXO - HOVET POMPÉIA ... 30
GRÁFICO 3- PROCEDIMENTOS X ÁREA DE ATUAÇÃO – HOVET SC. .............. 39
GRÁFICO 4 – RELAÇÃO ENTRE CÃES E GATOS E SEXO – HOVET SC. ............ 40
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 – CASOS ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO
(01/08/16 - 31/08/16) NO HOVET POMPÉIA DIVIDIDO POR SISTEMAS OU
ESPECIALIDADES E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS ACOMPANHADOS.................................................................... 31
TABELA 02 – CASOS CLÍNICOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO
HOVET POMPÉIA E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR. ......................................... 31
TABELA 03 – CASOS CLÍNICOS DE CIRURGIA GERAL ACOMPANHADOS
DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO HOVET POMPÉIA
E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
CIRÚRGICOS. .......................................................................................................... 31
TABELA 04 – CASOS CLÍNICOS DE DERMATOLOGIA ACOMPANHADOS
DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO HOVET POMPÉIA
E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
DERMATOLÓGICOS. ............................................................................................... 31
TABELA 05 – CASOS CLÍNICOS DE ENDOCRINOLOGIA ACOMPANHADOS
DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO HOVET POMPÉIA
E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
ENDOCRINOPATIAS. ............................................................................................... 32
TABELA 06 – CASOS CLÍNICOS DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO
HOVET POMPÉIA E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS INFECTOCONTAGIOSOS. ....................................................... 32
TABELA 07 – CASOS CLÍNICOS DE DOENÇAS NEUROLÓGICAS
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO
HOVET POMPÉIA E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS DE DOENÇAS NEUROLÓGICAS. ............................................ 32
TABELA 08 – CASOS CLÍNICOS DE ONCOLOGIA ACOMPANHADOS DURANTE
O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO HOVET POMPÉIA E SUAS
RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
ONCOLÓGICOS. ...................................................................................................... 32
TABELA 09 – CASOS CLÍNICOS DE ORTOPEDIA ACOMPANHADOS DURANTE
O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO HOVET POMPÉIA E SUAS
RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
ORTOPÉDICOS. ....................................................................................................... 33
TABELA 10 – CASOS CLÍNICOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO
HOVET POMPÉIA E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO. ............................................... 33
TABELA 11 – CASOS CLÍNICOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO
HOVET POMPÉIA E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS GASTROINTESTINAIS. ............................................................ 33
TABELA 12 – CASOS CLÍNICOS DO TRATO GÊNITO-URINÁRIO
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (01/08/16 - 31/08/16) NO
HOVET POMPÉIA E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS GÊNITO-URINÁRIOS. ............................................................... 33
TABELA 13– CASOS ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO
(05/09/16 - 20/10/16) NO HOVET SC DIVIDIDO POR SISTEMAS OU
ESPECIALIDADES E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO
TOTAL DE CASOS ACOMPANHADOS.................................................................... 40
TABELA 14 – CASOS CLÍNICOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO
HOVET SC E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL
DE CASOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR. ...................................................... 40
TABELA 15 – CASOS CLÍNICOS DE CIRURGIA GERAL ACOMPANHADOS
DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO HOVET SC E
SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
CIRÚRGICOS. .......................................................................................................... 41
TABELA 16 – EXAMES DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ACOMPANHADOS NO
PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO HOVET SC E SUAS
RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS. ........... 41
TABELA 17 – PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS ACOMPANHADOS
DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO HOVET SC E
SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE
FISIOTERAPIA. ......................................................................................................... 41
TABELA 18 – CASOS CLÍNICOS DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO
HOVET SC E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL
DE CASOS INFECTOCONTAGIOSOS. ................................................................... 41
TABELA 19 – CASOS CLÍNICOS DE DOENÇAS NEUROLÓGICAS
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO
HOVET SC E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL
DE CASOS DE DOENÇAS NEUROLÓGICAS. ........................................................ 42
TABELA 20 – CASOS CLÍNICOS DE ODONTOLOGIA ACOMPANHADOS
DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO HOVET SC E
SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
ODONTOLÓGICOS. ................................................................................................. 42
TABELA 21– CASOS CLÍNICOS DE ONCOLOGIA ACOMPANHADOS DURANTE O
PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO HOVET SC E SUAS
RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
ONCOLÓGICOS. ...................................................................................................... 42
TABELA 22 – CASOS CLÍNICOS DE ORTOPEDIA ACOMPANHADOS DURANTE
O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO HOVET SC E SUAS
RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE CASOS
ORTOPÉDICOS. ....................................................................................................... 42
TABELA 23 – CASOS CLÍNICOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO
HOVET SC E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL
DE CASOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO. ............................................................ 42
TABELA 24 – CASOS CLÍNICOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO
HOVET SC E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL
DE CASOS GASTROINTESTINAIS. ......................................................................... 43
TABELA 25 – CASOS CLÍNICOS DO TRATO GÊNITO-URINÁRIO
ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO (05/09/16 - 20/10/16) NO
HOVET SC E SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS EM RELAÇÃO AO TOTAL
DE CASOS GÊNITO-URINÁRIOS. ........................................................................... 43
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
+ uma cruz
++ duas cruzes
Bpm Batimentos por minuto
CO2 dióxido de carbono
DAPP Dermatite Alérgica à Picada de Pulgas
dL Decilitro
DTUIF Doença do Trato Urinário Inferior dos Felinos
EGM Escala de Glasgow Modificada
FC Frequência Cardíaca
FeLV “Feline Leukemia Vírus” - Vírus da Leucemia Felina
FIV “Feline Immunodeficiency Virus” - Vírus da Imunodeficiência Felina
FSC Fluxo Sanguíneo Cerebral
g Grama
G-CSF “Granulocyte Colony-Stimulating Factor" – Fator Estimulador de Colônia
GM-
CSF
“Granulocyte Macrophage Colony-Stimulating Factor” - Fator Estimulador
de Colônias dos Granulócitos Macrófagos
H Hora
HOVET Hospital Veterinário
Ht Hematócrito
ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva
Kg Quilograma
L Litro
LCA Ligamento Cruzado Anterior
Mcg Micrograma
mEq Miliequivalente
mg Miligrama
min Minuto
mm³ milímetros cúbicos
mmHg milímetros de mercúrio
mmol Milimol
ºC graus Celsius
OSH Ovariossalpingohisterectomia
PAM Pressão Arterial Média
PAS Pressão Arterial Sistólica
PCR Parada Cardiorrespiratória
pH Potencial Hidrogeniônico
PIC Pressão Intracraniana
PIF Peritonite Infecciosa Felina
PPC Pressão de Perfusão Cerebral
PPT Proteínas Plasmáticas Totais
RCP Ressuscitação Cardiopulmonar
RX Exame Radiográfico
SC Santa Catarina
SP São Paulo
T3 Terceira Vértebra Torácica
TGI Trato Gastrointestinal
TGU Trato Geniturinário
UTI Unidade De Terapia Intensiva
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 19 1.
1.1 OBJETIVOS DO ESTÁGIO .......................................................................... 19
DESCRIÇÃO DO HOVET POMPEIA ................................................................. 20 2.
2.1 CASUÍSTICA ................................................................................................ 29
DESCRIÇÃO DO HOVET SANTA CATARINA .................................................. 34 3.
3.1 CASUÍSTICA ................................................................................................ 39
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS........................................ 43 4.
ATENDIMENTO A PACIENTE POLITRAUMATIZADO COM 5.
HEMANGIOSSARCOMA EM ÁTRIO DIREITO ........................................................ 43
SUSPEITA DE HEMANGIOSSARCOMA EM ÁTRIO DIREITO EM CÃO ......... 46 6.
6.1 ATENDIMENTO EMERGENCIAL ................................................................ 46
6.2 HEMANGIOSSARCOMA ............................................................................. 47
6.3 ACHADOS HEMATOLÓGICOS ................................................................... 48
6.4 SINAL NEUROLÓGICO ............................................................................... 50
6.5 RESPOSTA DO TUMOR AO TRAUMA ....................................................... 52
6.6 TRATAMENTO ............................................................................................ 52
6.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 53
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 54 7.
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 55 8.
19
INTRODUÇÃO 1.
O relatório de estágio tem por objetivo descrever as atividades exercidas
durante o estágio curricular supervisionado, neste caso foram realizados no Hospital
Veterinário Pompéia (HOVET Pompéia), em São Paulo – SP, no período de 01 de
agosto a 31 de agosto de 2016, supervisionado pelo doutor Fabiano de Granville
Ponce, e no Hospital Veterinário Santa Catarina, em Blumenau – SC, no período de
05 de setembro a 20 de outubro, supervisionado pelo doutor Claudio Eduardo B.
Domingues e pela doutora Monica M.C. Burza , totalizando 420 horas de atividade.
Esses locais foram escolhidos pela estrutura apresentada, pela localização,
para conhecer um mercado Veterinário diferente do curitibano, ter novas
perspectivas de tratamento e ver o modo de atendimento em outras cidades,
agregando conhecimento na área de intensivismo e clínica médica.
1.1 OBJETIVOS DO ESTÁGIO
A realização do estágio supervisionado é de fundamental importância para o
aprimoramento dos ensinamentos obtidos durante toda a graduação,
complementando os conhecimentos da Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais.
Permite, também, que o aluno conheça novas instituições e diferentes profissionais,
com suas distintas formas de trabalho, condutas e protocolos diferenciados e, acima
de tudo, seus valores éticos e morais, cabendo ao aluno decidir qual das condutas
seguir e quais não querem seguir. Outro ponto importante é vivenciar o bom
relacionamento com colegas e clientes, sempre buscando um ambiente de trabalho
agradável e produtivo. Portanto, a experiência obtida nesse período contribui de
forma grandiosa para a formação profissional gerando alicerces para uma nova
etapa de vida, o mercado de trabalho, e assim, dando início a um futuro promissor
dentro da medicina veterinária.
Aplicar os conhecimentos técnicos adquiridos durante o curso, na
identificação clínica de enfermidades dos animais domésticos, sugerir, com base nos
conhecimentos farmacológicos e terapêuticos, o tratamento a ser aplicado em
função do diagnóstico estabelecido, efetuar coleta de material destinado a exames e
desenvolver a aprendizagem de técnicas diagnósticas e laboratoriais, auxiliar o
médico veterinário em intervenções cirúrgicas e obstétricas de pequenos animais,
bem como executá-las sob sua orientação, atuar em combates a zoonoses, através
20
da aplicação de medidas profiláticas, capacitar-se na elaboração de projetos de
pesquisa e sua execução, desenvolver a capacidade de redação e apresentação de
trabalhos científicos. Assim como compreender os protocolos adotados pelas
diferentes instituições.
DESCRIÇÃO DO HOVET POMPEIA 2.
O estágio curricular iniciou no Hospital Veterinário Pompéia (Figura 1), com
sede na Av. Pompéia 699, bairro Perdizes na cidade de São Paulo – SP, no período
compreendido entre o dia 01 de agosto e 31 de agosto de 2016.
Figura 1- Fachada do HOVET Pompéia, 2016
Com funcionamento 24 horas por dia conta com uma boa infraestrutura,
sendo no andar térreo o banho e tosa, no primeiro andar temos a recepção (Figura
2A) com sofá de espera (Figura 2B) para os clientes, de um lado segue-se para a
sala da radiologia, 2 consultórios e a loja de medicamentos e rações
medicamentosas da Royal Canin®, no lado contrário encontra-se outros 2
consultórios (Figura 3 e 4) e a escada que dá acesso ao andar superior, o qual
encontram-se mais duas salas de atendimento ambulatorial devidamente equipadas.
21
Figura 2- Entrada (A) e recepção (B) do HOVET Pompéia, 2016
Figura 3- Consultório Azul – HOVET Pompéia, 2016
A
B
22
Nos consultórios possuem uma mesa em inox para atendimento, com
bomba de infusão, para colocar o paciente no primeiro acesso, possui 3
consultórios, que são de cor azul, laranja e rosa, os quais são iguais.
Figura 4 Consultório Verde (felinos) – HOVET Pompéia, 2016
Possui a sala de ultrassonografia, onde são feitos os exames e
confeccionados os laudos ultrassonográficos, o laboratório de análises clínicas, o
espaço da nutrição, que é um espaço para elaboração da dieta dos pacientes
internados, assim como o armazenamento dos alimentos, a sala destinada ao pronto
atendimento de pacientes críticos, que conta com um monitor multiparametrico,
carrinho de anestesia e um respirador de emergência, na área do internamento
conta com três alas separadas, uma para felinos, outra para pacientes com suspeita
de doença infecciosa e outra para não infecciosos, contendo alojamentos de
23
tamanhos variados, e o centro cirúrgico. Fora da dependência do prédio principal,
em uma área separada, encontram-se a secretaria, cozinha, lavanderia, sala dos
médicos veterinários e o auditório destinado aos cursos, palestras e reuniões
clínicas.
No primeiro dia de estágio houve uma reunião comandada pelo médico
veterinário responsável pelo setor de internação e coordenação de estágios, para
esclarecimentos sobre o funcionamento do HOVET Pompéia, demonstrando quais
os objetivos do hospital, projetos, cursos ofertados, possibilidade de plano de
carreira, bem como uma noção geral de gestão empresarial focada em clínica
veterinária. Ao final desta reunião houve divisão dos estagiários em três grupos.
O corpo clínico é composto por: um médico veterinário responsável pela
coordenação de estágios, dois pelo setor de internação, um médico veterinário
responsável pelo setor da cirurgia, uma médica veterinária responsável pela
administração do hospital, quatro médicos veterinários do programa internato, esse
programa funciona como uma residência, porém o médico veterinário recém formado
recebe uma bolsa-auxílio do hospital, e presta atendimento na área de emergência,
e auxiliando nas consultas, podendo, depois de um ano ser efetivado. A equipe
ainda conta com duas médicas veterinárias contratadas responsáveis pela clínica
médica, outras três médicas veterinárias responsáveis pelo internamento, quatro
médicos veterinários responsáveis pelos plantões noturnos que se revezavam de
acordo com escalas pré-determinadas, além dos inúmeros profissionais
especialistas, como oncologista, cardiologista, dermatologista, oftalmologista e
odontologista, os quais atendiam em um dia específico da semana.
O hospital ainda com 5 enfermeiros, que auxiliavam os médicos veterinários,
e também eram responsáveis por administrar medicamentos e pela higiene dos
pacientes internados. No período de permanência nas dependências do
estabelecimento, as atividades acompanhadas e/ou realizadas incluíam
atendimentos clínicos de pequenos animais - inclusive das especialidades médicas –
procedimentos cirúrgicos e anestésicos; acompanhamento da ala de internamento;
participação de seminários ministrados por médicos veterinários, médicos
veterinários residentes e demais estagiários ficando estes a critério de escolha do
próprio estagiário.
A estrutura ainda conta com uma área para hospedar cães (Figura 5), uma
área para gatos (Figura 6) e um espaço para os infecto contagiosos (Figura 7).
24
Todos os alojamentos contam com porta de vidro, material de fácil limpeza e saída
de oxigênio para os animais com dificuldade respiratória.
Figura 5– Internamento cães – HOVET Pompéia, 2016
Figura 6– Internamento de felinos (A) e ala infecto contagiosos (B) – HOVET Pompéia,
2016
Possui uma sala privada, utilizada como uma Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI), para animais em emergência, a qual possui crash car, oxigênio,
monitor multiparamétrico, medicações de emergência, traqueotubos e ambus.
Animais que ficam internados, são monitorados diariamente com a
hemogasometria (Figura 7), glicemia, lactato e aferido a pressão. Isso é feito de
acordo com o estado geral do paciente e suas manifestações clínicas.
A
B
25
Figura 7– Hemogasometro (Rapidlab®348) (A/B) – HOVET Pompéia, 2016
A entrada do centro cirúrgico (Figura 8A) é conectada ao internamento, pois
o paciente faz jejum pré-operatório intra-hospitalar. Após o procedimento cirúrgico o
paciente retorna e é monitorado, medicado e assistido.
Durante todo o procedimento cirúrgico o paciente é monitorado pelo
anestesista (Figura 8B), sendo aferido a frequência cardíaca, oximetria, temperatura,
capnografia e pressão arterial.
A
B
26
Figura 8– Entrada do Centro Cirúrgico (A) e Monitoramento anestésico (B) – HOVET
Pompéia, 2016
Os exames ultrassonográficos (Figura 9A), são solicitados para confirmação
de alguma suspeita diagnóstica, para descartar possíveis problemas sistêmicos e no
caso do internamento, ele serve para monitoração no animal, sendo feito sempre
que necessário.
O setor de imagem, radiográfico (Figura 10A) e ultrassonográfico (Figura
9B), é terceirizado, o ultrassom é solicitado principalmente em caso de corpo
estranho, líquido livre, aumento de massa em alguma parte do corpo. O exame
radiográfico (Figura 10B) é feito quando há suspeita de fratura, cálculo em vesícula
urinaria ou biliar, e para checagem da posição da sonda nasoesofágica.
A
B
27
Figura 9– Sala de Ultrassom (A/B) – HOVET Pompéia, 2016
Figura 10– Entrada do RX (A); Exame de radiografia (B) – HOVET Pompéia, 2016
No laboratório (Figura 11) são feitos hemogramas, bioquímicos, teste de
algumas enfermidades infecto contagiosas, e doenças virais.
A
B
B A
28
Figura 11– Laboratório de exames – HOVET Pompéia, 2016
Na sala de nutrição (Figura 12) são elaboradas a dieta dos pacientes
internados, ficam armazenados as alimentações, e em um quadro com o cálculo das
porções e tipo de refeição que cada paciente recebe, a dieta é elaborada por uma
médica veterinária especialista em nutrição animal.
Figura 12– Sala da nutrição – HOVET Pompéia, 2016
No auditório (Figura 13) são realizados encontros semanais, palestras sobre
temas variados, e mensalmente ocorrem discussão de casos clínicos que são
29
elaborados pelos internos e avaliados pelos médicos veterinários efetivos. Os
estagiários, ao final do período apresentam um breve relato de um caso clínico..
Figura 13– Auditório – HOVET Pompéia, 2016
2.1 CASUÍSTICA
No período do estágio, foi possível acompanhar o internamento de 104
animais, sendo 35 gatos e 69 cães, esses animais ficando uma média de 3 dias
internados. As consultas, foram um total de 65, variando em vacina, pré-cirúrgica,
corpo estranho, gastroenterite, animal em tratamento paliativo, cardiopatas,
hepatopatas e renais.
Além do acompanhamento de 42 exames de imagem, sendo 28 de
ultrassom e 14 ecos cardiograma. Procedimentos cirúrgicos acompanhados desde a
retirada de corpo estranho em trato gastrointestinal, osteossíntese, retirada de
massa neoplásica em região perianal, orquiectomia, ovariohisterectomia, brinco
captonado em otohematoma e ablação de globo ocular, foram um total de 13. O total
de procedimentos apresentados no gráfico abaixo é maior que o número de
atendimentos, pois alguns animais passavam por mais de um procedimento, e
entraram na estatística mais de 1 vez.
30
Gráfico 1- Procedimentos – HOVET Pompéia, 2016
Gráfico 2– Relação entre cães e gatos e sexo - HOVET Pompéia, 2016
13 (6%)
104 (46%)
42 (19%)
65 (29%)
Total de 224 procedimentos
CIRÚRGICO
INTERNAMENTO
IMAGEM
CONSULTAS
45
42
71
22
CÃES
GATOS
0 20 40 60 80 100 120 140
RELAÇÃO ESPÉCIE - SEXO
Machos Fêmeas
31
TABELA 01 – Casuística durante o período de estágio (01/08/16 - 31/08/16) no
HOVET Pompéia.
SISTEMA/ESPECIALIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Cardiovascular 22 6% Cirurgia Geral 13 5,2% Dermatologia 22 8,8% Endocrinologia 15 6% Infectologia 5 2% Neurologia 18 6,4% Oncologia 23 9,2% Ortopedia 7 3,6% Respiratório 4 4,4% TGI 93 37,2% TGU 28 11,2%
TOTAL 250 100%
TABELA 02 – Casos clínicos do sistema cardiovascular ocorridos durante o período
de estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Cardiopatia (á esclarecer) 4 18,2% Degeneração valvar 6 27,3% Edema P Cardiogênico 7 31,8% Neoplasia 1 4,5% Parada Cardiorrespiratória 4 18,2%
TOTAL 22 100%
TABELA 03 – Casos clínicos de cirurgia geral ocorridos durante o período de
estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Corpo estranho 3 23% Drenagem de cisto 1 8% Exérese de nódulo 1 8% Laparotomia exploratória 2 15% Mastectomia 1 8% Orquiectomia eletiva 2 15% OSH eletiva 2 15% OSH terapêutica 1 8%
TOTAL 13 100%
TABELA 04 – Casos clínicos de dermatologia ocorridos durante o período de
estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Atopia 4 18% DAPP 5 23%
32
Demodiciose 1 4% Dermatofitose 5 23% Escabiose 1 4% Otite Externa 6 28%
TOTAL 22 100%
TABELA 05 – Casos clínicos de endocrinologia ocorridos durante o período de
estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Diabetes 5 32% Hiperadrenocorticismo 1 6% Hipertireoidismo 1 6% Hipoadrenocorticismo 1 6% Hipoglicemia 1 6% Hipotireoidismo 3 18% Obesidade 4 26%
TOTAL 15 100%
TABELA 06 – Casos clínicos de doenças infectocontagiosas ocorridos, em cães e
gatos, durante o período de estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Giardíase 1 20% FIV 1 20% FELV 1 20% PIF 1 20% Rinotraqueíte felina 1 20%
TOTAL 5 100%
TABELA 07 – Casos clínicos de doenças neurológicas ocorridos durante o período
de estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Convulsão (à esclarecer) 4 28,6% Hérnia de disco 7 50% Miopatia Hipocalêmica 1 7,14% Neoplasia 2 14,3%
TOTAL 14 100%
TABELA 08 – Casos clínicos de oncologia ocorridos durante o período de estágio
(01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Adenocarcinoma mamário 4 18% Adenocarcinoma perianal 1 4% Adenoma 3 13%
33
Hemangiossarcoma 1 4% Linfoma 1 4% Lipoma 8 35% Mastocitoma 2 9% Não diagnosticada 3 13%
TOTAL 23 100%
TABELA 09 – Casos clínicos de ortopedia ocorridos durante o período de estágio
(01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Artrose 1 9.1% Colocefalectomia 1 9,1% Displasia de cotovelo 1 9,1% Espondilopatia 1 9,1% Fratura pélvica 4 36,4% Luxação patelar medial 1 9,1% Osteossíntese de rádio 1 9,1% Ruptura de ligamento cruzado
1 9,1%
TOTAL 11 100%
TABELA 10 – Casos clínicos do sistema respiratório ocorridos durante o período de
estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Bronquite 1 9% Colapso de traqueia 2 18% Pneumonia 1 9%
TOTAL 4 100%
TABELA 11 – Casos clínicos do trato gastrointestinal ocorridos durante o período de
estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Colite 15 16% Gastrite 23 25% Gastroenterite viral 28 30% Pancreatite 5 5% Parasitose 22 24%
TOTAL 93 100%
TABELA 12 – Casos clínicos do trato gênito-urinário ocorridos durante o período de
estágio (01/08/16 - 31/08/16) no HOVET Pompéia.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM
34
Cistite 5 18% Obstrução uretral 6 21% DTUIF 4 14% Cálculo na uretra 8 29% Incontinência urinária 5 18%
TOTAL 28 100%
DESCRIÇÃO DO HOVET SANTA CATARINA 3.
A segunda parte do estágio foi realizado no Hospital Veterinário Santa
Catarina (HOVET) que está localizado na Rua Iguaçu, 177, bairro Itoupava Seca,
e m Blumenau - Santa Catarina (Figura 14). É um dos mais modernos hospitais
veterinários do sul do país. Trazendo um novo conceito em saúde animal
para Blumenau e região. Oferece várias especialidades e estrutura completa
para prática de medicina veterinária preventiva, diagnóstica e terapêutica. Conta
com profissionais e atendimentos especializados como anestesiologia, cardiologia,
dermatologia, endocrinologia, fisioterapia, gastroenterologia, neurologia,
odontologia, oftalmologia, oncologia, ortopedia, radiologia, tomografia e
ultrassonografia.
Figura 14– Fachada do HOVET Santa Catarina, 2016
Da arquitetura ao escoamento adequado dos dejetos, tudo é planejado
para que o
35
Hospital Veterinário Santa Catarina tenha uma estrutura moderna, completa e
ecologicamente correta. Possui apoio de laboratório de análises clínicas, centro
cirúrgico, diagnóstico por imagem, tomografia computadorizada, internação e
atendimento 24 horas, fisioterapia e tratamento de efluentes, que conta com
caixas de recebimento que fazem a sedimentação de partículas sólidas, antes de
escoar para a rede de fluvial. O HOVET conta em sua estrutura física com uma
recepção com sala de espera, dois ambulatórios para consultas regulares
(Figura 15A e 15B), uma sala de emergência (Figura 15C e 15D) e um
ambulatório para atendimento de animais com suspeita de doenças
infectocontagiosas que tem comunicação com o internamento para animais com
estas enfermidades (Figura 16).
Figura 15– Consultório 1 para atendimento clínico (A/B), Sala de emergência (C),
corredor principal (D) - HOVET Santa Catarina, 2016
Figura 16– Consultório de infectologia - HOVET Santa Catarina, 2016
A B
C D
36
Há ainda uma sala de fisioterapia (Figura 17), uma biblioteca, uma sala de
análises clínicas, uma sala de radiologia (Figura 18A e 18B), uma sala de
ultrassonografia, um centro cirúrgico composto por duas salas cirúrgicas, uma
farmácia, um depósito e uma central de esterilização. Uma farmácia externa ao
centro cirúrgico, uma lavanderia e um setor de internamento composto por UTI
(Figura 19A e 19B), gatil (Figura 2 0A e 20B) e canil dividido em duas áreas,
uma para enfermidades não infecciosas (Figura 21A e 21B) e outra para
infectocontagiosas (Figura 22A e 22B).
Figura 17– Ala de fisioterapia - HOVET Santa Catarina, 2016
37
Figura 18– Setor de radiologia digital(A/B) - HOVET Santa Catarina, 2016
Figura 19– Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (A/B) - HOVET Santa Catarina, 2016
A B
A B
38
Figura 20– Internamento de Felinos (A/B) - HOVET Santa Catarina, 2016
Figura 21– Alojamentos destinados aos cães de porte grande (A); e ( B) recintos
destinados aos cães de pequeno ou médio porte - HOVET Santa Catarina, 2016
Figura 22– Ala de quarentena (A/B) - HOVET Santa Catarina, 2016
O corpo clínico do hospital é formado por veterinários rotativos semanais
sendo que quatro deles são fixos do local e três técnicos em enfermagem. Além
disso conta com veterinários responsáveis pelo internamento, que são mais 5
A B
A B
A B
39
profissionais que trabalham em escalas, além de uma equipe de anestesista, que
conta com 3 médios veterinários que revezam durante a semana. Durante a
semana há atendimentos com veterinários especialistas, como cardiologista e
odontologista.
3.1 CASUÍSTICA
No período do estágio, foi possível acompanhar o internamento de 166
animais, sendo 58 gatos e 108 cães, os pacientes ficando uma média de 4 dias
internados. As consultas, foram um total de 159, variando em vacina, pré-cirúrgica,
gastroenterite, pós-cirúrgico, tratamento paliativo, fisioterapia, cardiopatas,
oftálmicos, renais, odontológicos e ortopédicos. 40 acompanhamentos em exames
de ultrassom, 22 tomografias computadorizadas e 35 procedimentos de radiografia.
Procedimentos cirúrgicos acompanhados foram 66, retirada de corpo estranho em
trato gastrointestinal, osteossíntese, orquiectomia, ovariohisterectomia,
hemilaminectomia, facoemulsificação, ligamento cruzado anterior (LCA),
colocefalectomia, condilectomia, entre outras. O total de procedimentos
apresentados no gráfico abaixo é maior que o número de atendimentos, pois alguns
animais passavam por mais de um procedimento, e entraram na estatística mais de
1 vez.
Gráfico 3- Procedimentos – HOVET SC, 2016
66 (13%)
159 (33%)
97 (20%)
166 (34%)
Total de 488 procedimentos
CIRÚRGICO
CONSULTAS
IMAGEM
INTERNAMENTO
40
Gráfico 4 – Relação entre cães e gatos e sexo – HOVET SC, 2016
TABELA 13– Casuística durante o período de estágio (05/09/16 - 20/10/16) no
HOVET SC.
SISTEMA/ESPECIALIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Cardiovascular 28 7,7% Cirurgia Geral 42 11,6% Diagnóstico por imagem 97 26,7% Fisioterapia 38 10,5% Infectocologia 39 10,7% Neurologia 19 5,2% Odontologia 15 4,1% Oncologia 11 3,0% Ortopedia 24 6,6% Respiratório 10 2,7% Gastrointerico 28 7,7% Genito urinário 12 3,3%
TOTAL 363 100%
TABELA 14 – Casos clínicos do sistema cardiovascular ocorridos durante o período
de estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Cardiopatia 12 42,8% Degeneração valvar 16 57,2%
TOTAL 28 100%
163
55
117
59
CÃES
GATOS
0 50 100 150 200 250 300
RELAÇÃO ESPÉCIE - SEXO
Machos Fêmeas
41
TABELA 15 – Casos clínicos de cirurgia geral ocorridos durante o período de
estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Laparotomia exploratória 3 7,1% Mastectomia 11 26,2% Facoemulsificação 1 2,4% Orquiectomia eletiva 12 28,6% OSH eletiva 14 33,3% OSH terapêutica 1 2,4%
TOTAL 42 100%
TABELA 16 – Exames de diagnóstico por imagem ocorridos no período de estágio
(05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Ultrassonografia 40 41,2% Radiografia 35 36,1% Tomografia 22 22,7%
TOTAL 97 100%
TABELA 17 – Principais indicações para tratamento fisioterapêuticos ocorridos
durante o período de estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Controle de peso 10 26,3% Pós Cirurgia de Displasia de cotovelo
5 13,1%
Pós Cirurgia de Hérnia de Disco
12 31,6%
Pós Cirurgia de Ruptura de ligamento cruzado
4 10,5%
Pós Cirurgia de Luxação patelar medial
4 10,5%
Pós Colocefalectomia 3 7,9%
TOTAL 38 100%
TABELA 18 – Prevalência de doenças infectocontagiosas em cães e gatos
ocorridos durante o período de estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Cinomose 2 5,12% FELV 11 28,20% FIV 10 25,64% Giardíase 10 25,64% Parvovirose 5 12,82% Rinotraqueíte felina 1 2,56%
TOTAL 39 100%
42
TABELA 19 – Casos clínicos de doenças neurológicas ocorridos durante o período
de estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Convulsão (à esclarecer) 3 11,54% Hérnia de disco 9 61,54% Neoplasia em SNC 2 7,7%
TOTAL 19 100%
TABELA 20 – Casos clínicos de odontologia ocorridos durante o período de estágio
(05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Limpeza de cálculo 3 30% Pólipo 1 6,6% Profilaxia 10 66,6% Retirada de pino 1 6,6%
TOTAL 15 100%
TABELA 21– Casos clínicos de oncologia ocorridos durante o período de estágio
(05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Adenocarcinoma mamário 5 45,4% Adenoma 1 9,1% Leucemia 1 9,1% Linfoma 1 9,1% Mastocitoma 1 9,1% Neoplasia ulcerada (à esclarecer) 2 18,2%
TOTAL 11 100%
TABELA 22 – Casos clínicos de ortopedia ocorridos durante o período de estágio
(05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Displasia coxofemoral 3 10,3% Condilectomia mandibular 1 3,4% Displasia de cotovelo 5 17,25% Fratura pélvica 5 17,25% Luxação patelar medial 7 24,1% Ruptura de ligamento cruzado 8 27,6%
TOTAL 29 100%
TABELA 23 – Casos clínicos do sistema respiratório ocorridos durante o período de
estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
43
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Colapso de Traqueia 1 10% Infecções Respiratórias 9 90%
TOTAL 10 100%
TABELA 24 – Casos clínicos do trato gastrointestinal ocorridos durante o período de
estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Colite 5 17,9% Gastroenterite 7 25,0% Pancreatite 6 21,4% Parasitose 6 21,4% Virose 4 14,3%
TOTAL 28 100%
TABELA 25 – Casos clínicos do trato gênito-urinário ocorridos durante o período de
estágio (05/09/16 - 20/10/16) no HOVET SC.
ENFERMIDADE NºCASOS PORCENTAGEM (%)
Cistite 4 33,3% Obstrução uretral 6 50% Cálculo na uretra 2 16,7%
TOTAL 12 100%
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4.
As atividades do estagiário eram, basicamente, o acompanhamento de
consultas, sendo possível realizar a anamnese e o exame físico, contenção do
paciente, coleta de material biológico (sangue) para exames laboratoriais e o
acompanhamento dos médicos veterinários em todos os procedimentos nos
diversos setores. No setor de internamento, o estagiário era encarregado de auxiliar
na rotina dos animais, administrar as medicações e auxiliar em procedimentos de
emergência.
Foi possível desenvolver atividades relacionadas a monitoração dos
pacientes durante o internamento, avaliações pré-cirúrgicas e auxiliar em cirurgias.
ATENDIMENTO A PACIENTE POLITRAUMATIZADO COM 5.
HEMANGIOSSARCOMA EM ÁTRIO DIREITO
44
Um cão, fêmea, da raça Poodle, castrada, de 17 anos, pesando 6,3kg, foi
atendida no dia 06/08/2016, no Hospital Veterinário Pompéia, com histórico de
atropelamento, apresentava-se com sangramento em cavidade oral, não
apresentava nenhuma outra alteração, não utilizava medicação de uso contínuo.
Bom estado geral, deambulação normal antes do trauma, e após não andou.
Histórico de excisão de formações neoplásicas em mamas, mas com recidiva de
tumor de mama, no mesmo lado.
Ao exame clínico o animal apresentava-se apático, taquipneico, mucosa
rósea, normosfigmia, temperatura retal de 38,3ºC, ausculta cardiopulmonar, sopro
grau IV (em uma escala de 5 graus), frequência cardíaca (FC) 140 bpm, formação,
do lado direito, em mama abdominal caudal (não ulcerada, não aderida, firme e
irregular) e em dorso (não ulcerada), essas formações não tiveram diagnóstico, pelo
curto tempo em que o animal permaneceu internado, e devido às limitações de
gastos pela proprietária. Ausência de sangramento ativo pela cavidade oral, apenas
sinal de sangramento anterior, doença periodontal moderada, protrusão cranial da
gengiva superior e dos caninos superiores. Opacificação do cristalino, bilateral,
anisocoria. Escoriação em membro pélvico direito, na região calcânea caudal, sem
crepitação. Tensão a palpação abdominal.
Foi realizado um protocolo medicamentoso para suporte, que é padrão
utilizado pelo hospital veterinário, utilizando acesso venoso, que consistia em:
omeprazol (1mg/kg), dipirona (25mg/kg), tramadol (2mg/kg), enrofloxacina (5mg/kg),
ceftriaxona (30mg/kg) e manitol (1g/kg). O valor mensurado de glicemia foi
157mg/dL. A mensuração da glicemia foi refeita após 2 horas, apresentando
174mg/dL, lactato 5mmol/L, pH 7,3, potássio 2,0mmol/L, HCO3 17,6mEq/L, o
potássio foi reposto utilizando 11,7mEq/kg/h.
Amostras de sangue foram coletadas para realização de hemograma,
apresentou hematócrito (Ht) de 24,3%, proteínas plasmáticas totais (PPT) 4,4g/dL, +
anisocitose, + policitemia, presença de 8% de metarrubrícitos, leucocitose
(90mil/mm³), com uma cruz de reticulócito, hipoalbuminemia (1,7g/dL). O animal
permaneceu prostrado, vocalizando quando manipulado, em auculta pulmonar
apresentou estertores, feito toracocentese e drenado 17mL de liquido seroso, não
houve análise do líquido por contenção de custos. Paciente recebeu a administrado
intravenoso bolus de fentanil (5mcg/kg), para estabilizar taquicardia e reduzir a
pressão arterial, ficou mantido em infusão anestésica de fentanil (5mcg/kg/h).
45
Exame de imagem radiográfico de tórax apresentou opacificação de padrão
intersticial em topografia de lobo médio, presença de estrutura nodular, com
radiopacidade elevada, homogênea medindo 0,94cm em T3. Em ultrassom de
abdômen, região caudal inguinal, aumento de ecogenecidade dos tecidos,
entremeado com líquido livre focal evidente, assim como ínfima quantidade de
líquido abdominal difuso – peritonite focal (inflamação/hematoma). Segmento de
alça intestinal de permeio com paredes irregulares, plissamento – enterite focal. Em
topografia correspondente de tecido subcutâneo e musculatura, aumento de volume
com ecogenecidade reduzida, entremeado dos tecidos – edema/hematoma.
Animal permaneceu internado do dia 07 ao dia 11 de agosto, mantido com a
administração de omeprazol, tramadol e ceftriaxona, e durante o período de
internação, apresentou-se prostrado na maior parte do tempo, apresentou quadros
de melhora, quando em infusão anestésica de fentanil (meia dose) e infusão de
dobutamina (10, 12,5 e 15mcg/kg/min) para controle da pressão arterial sistólica
(PAS). Durante o período foi utilizado infusão de noradrenalina 0,1, 0,2 e 0,3
mcg/kg/min para controle da PAS e pressão arterial média (PAM). Alimentação via
sonda nasoesofágica, e temperatura sendo mantida com bolsa de água aquecida.
Novos hemogramas realizados, nos dias 08, 09 e 10 de agosto, o paciente
apresentou Ht de 14,6%, 13,4% e 15,7%, PPT de 5,8g/dL todos os dias, anisocitose
e policromasia, leucocitose de 29.100/mm³ à 38.400mm³, com hipersegmentados (+
ou ++), segmentados e monócito ativado, hipoalbuminemia de 1,90g/dL.
Ecocardiograma, durante a função ventricular identificou uma massa de 4cm
próximo à base do coração, em átrio direito, sugeriu um tumor. Presença de efusão
pleural moderada (drenável), paciente estável, apresentando moderado esforço
inspiratório, com cianose de mucosas e posição ortopneica.
Ao final do dia 10 de agosto apresentou agitação intensa, tetraparesia, sinal
de convulsão focal com contrações musculares unilateral, aplicado 0,5mg/kg de
diazepam. Início do dia 11 de agosto, piora do quadro, hipotensão, vocalização,
síndrome vestibular, posição ortopneica, taquipnéia, edema de membros pélvicos,
que pode ter sido ocasionado pela massa encontrada em átrio direito, com
hematoma em abdômen e em membros. Apresentou parada cardiorrespiratória
(PCR), tentativa de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), sem sucesso, paciente
veio à óbito às 03h, aproximadamente.
46
Colocando o estado do paciente em uma Escala de Glasgow Modificada
(EGM), no primeiro dia o animal apresentou um escore 17 de 18, no segundo dia 13
de 18, no terceiro dia 13 de 18, no quarto dia 12 de 18, no quinto dia 8 de 18, e no
sexto dia veio à óbito.
Não há imagens nem vídeos do paciente, nem dos exames ou laudos
devido as regras do hospital, que não permitiam fotografar ou filmar os animais,
devido ao sigilo e normas internas.
SUSPEITA DE HEMANGIOSSARCOMA EM ÁTRIO DIREITO EM CÃO 6.
6.1 ATENDIMENTO EMERGENCIAL
Segundo Rabelo (2012), hospitais, clínicas, e até mesmo ambulatórios
devem estar sempre alerta a fim de prevenir sérias consequências que possam vir a
ocorrer quando um paciente entra no serviço de urgência, é importante que a
equipe, ou o médico veterinário esteja de prontidão, para que os esforços para a
ressuscitação sejam organizados. De acordo com Devey (2013), assegurar que o
hospital esteja sempre preparado para agir quando chega uma emergência, é a
chave para o sucesso da evolução do paciente. A utilização, o manuseio dos
equipamentos e o treinamento da equipe faz parte da preparação que o hospital
deve manter com seus colaboradores, e uma avaliação constante, atenção ao
paciente e aos detalhes são fundamentais para um melhor prognóstico.
Pacientes com trauma torácico devem obedecer à ordem do ABCDE
emergencial (airway, breathing, circulation, disability e exposure), esse procedimento
tem por objetivo inicial o controle e prevenção da hipóxia, hipercapnia e acidose,
além do controle de uma possível hemorragia, avaliação primária do nível de
consciência e controle da hipotermia. Essa avaliação rápida, estima e localiza as
lesões, salientando que todo trauma torácico é uma emergência (MELLO, 2013).
Muir (2006), escreveu que a resposta do organismo ao trauma é dependente
de vários fatores, como a extensão da lesão tecidual, da hemorragia, o grau de dor,
o estresse e a hipotermia do animal. A dor e o medo desencadeiam uma sequência
de reações a fim de compensar a lesão e garantir a homeostase em situações de
menor gravidade, porém quando o processo traumático é mais grave, a sequência
de alterações fisiológicas, imunológicas e metabólicas predispõem à falência do
47
organismo, às infecções e às coagulopatias, findando em um processo
autodestrutivo.
É fundamental que médicos veterinários, independente da etiologia do
trauma, reconheçam que se trata de um problema multissistêmico (poli trauma),
sendo fundamental a avaliação de todos os sistemas do animal (NUNES, 2009).
Mello (2013), refere que em traumas, o sistema respiratório e cardiovascular
são prioridades, pois lesões traumáticas nesses sistemas em animais de pequeno
porte, pode levar a complicações com risco a vida. A experiência do médico
veterinário é muito importante, para observar as manifestações clínicas associadas a
estas lesões.
Segundo Nunes (2009), a radiografia é importante para avaliar a função
respiratória, pois após o trauma o paciente pode desenvolver contusões,
hemorragias, lesões pleurais, fraturas de costela, hérnias diafragmáticas, essas são
algumas das afecções que podem comprometer a ventilação pulmonar, porém o
exame radiográfico só deve ser realizado se o animal estiver estável.
No relato de caso apresentado, o paciente desde o seu internamento não
apresentou melhora significativa, quando realizado a radiografia torácica, para
verificar a posição da sonda nasoesofágica e verificar se havia efusão pleural, foi
identificado a presença de estrutura nodular, com radiopacidade elevada,
homogênea, medindo 0,94cm em T3. No exame de ecocardiograma, durante a
função ventricular, foi identificada uma massa de 4cm próximo à base do coração,
em átrio direito, sugestivo de formação tumoral.
6.2 HEMANGIOSSARCOMA
O hemangiossarcoma canino tem a mesma agressividade que o
angiossarcoma humano, sendo este extremamente raro, acredita-se que tenham
origem em células vasculares, a característica patológica, organização morfológica e
manifestação clínica são praticamente idênticas. Em cães o hemangiossarcoma
surge espontaneamente e é comum, tem predileção por vísceras, principalmente
baço e átrio direito, porém pode ocorrer em pele, osso ou qualquer outro tecido. Nos
casos cutâneos tendem a ser regionais, embora possam ser localmente invasivos,
são passíveis de cirurgia e adjuvante quimioterapia (DICKERSON E BRYAN, 2015).
De acordo com Ferreira e colaboradores, 2011, em cães de meia idade, o
hemangiossarcoma é a neoplasia cardíaca primária mais frequente, sendo o átrio
48
direito o principal sitio de ocorrência, entretanto pode ser observado em junção
atrioventricular direita, lúmen atrial e ventricular, e ventrículo esquerdo. O tumor da
base cardíaca pode causar derrame pericárdico, o que possivelmente responde pela
apresentação clínica mais usual dessa doença, por isso a diferenciação de
neoplasias cardíacas de outras causas como ICC ou arritmias cardíacas, é muito
importante (ARAUJO et al., 2010).
A relevância das alterações varia conforme a localização, tamanho,
presença de efusão pericárdica e tamponamento cardíaco resultante, e são comuns
sinais de comprometimento hemodinâmico como fraqueza, pulso fraco, distensão
jugular, intolerância a exercícios e síncope (FERREIRA et al., 2011). Segundo Freire
(2009), a morte súbita pode ocorrer devido a intensa hemorragia causada por
ruptura de grandes massas intraperitoneais ou intrapericárdicas.
Hemangiossarcomas são massas cardíacas usualmente solitárias, enquanto
que se localizados em outros órgãos frequentemente são múltiplos, sugerindo sua
origem metastática (FERREIRA et al., 2011). Sendo o átrio direito o local conhecido
por dar origem aos sarcomas nos animais (KLEINE, ZOOK e MUNSON, 1970).
De acordo com Souza (2011), cães com hemangiossarcoma cardíaco
geralmente possuem rápido acumulo de efusão pericárdica e colapso, proveniente
de tamponamento cardíaco agudo, caracterizados por uma menor quantidade de
líquido acumulado, enquanto animais com efusão pericárdica secundária a outras
causas, que não tumor cardíaco, acumulam de forma lenta maiores quantidades de
liquido (cerca de 730ml) e apresentam pequenas alterações hemodinâmicas. No
animal deste relato foi drenado 17mL liquido seroso, e depois visualizado em
ultrassom pequena quantidade de liquido. Possivelmente esse volume foi suficiente
para promover sinais clínicos compatíveis com tamponamento cardíaco, portanto
suspeita-se que a massa cardíaca foi o motivo primário para o desenvolvimento do
derrame pericárdico.
6.3 ACHADOS HEMATOLÓGICOS
Segundo Ferraz e colaboradores (2008), achados hematológicos em animais
acometidos por essa possível enfermidade são incomuns, mas podem auxiliar no
diagnóstico. No presente relato o animal apresentou anemia, com presença de
hemácias nucleadas, a qual surgiu por desvio de sangue da circulação para dentro
da massa em base do coração, e as hemácias jovens lançadas na circulação
49
ocorreram em resposta à destruição e sequestro sanguíneo pelo possível
hemangiossarcoma.
Pacientes que apresentam anemia, leucocitose, trombocitopenia,
hipergamaglobulinemia, febre e alterações neurológicas, estão desenvolvendo uma
síndrome paraneoplásica (PENKUHN, 2013). Oliveira e colaboradores (2013)
escreveram, que essa síndrome pode representar a primeira manifestação clínica do
paciente, e pode inclusive, direcionar ou modificar uma suspeita clínica inicial, ela
pode envolver vários sistemas do organismo animal, com destaque para o
gastrintestinal, endócrino, hematológico, dermatológico, neurológico, endócrino e
osteomuscular.
A anemia pode ser ocasionada por doença crônica, invasões de células
tumorais na medula óssea e perda de sangue (FRAGOSO, 2001). E é uma das
síndromes paraneoplásicas mais comuns observadas na oncologia veterinária e
humana, não há uma estatística exata oncologia veterinária, mas acredita-se ser um
problema significativo. A manifestação clínica do paciente anêmico, é variável de
acordo com o grau, e pode incluir fadiga, taquicardia, intolerância ao exercício,
debilidade e dispneia (NAKAJIMA, 2010).
A leucocitose neutrofílica é observada com maior incidência em cães
acometidos por carcinomas, hemangiossarcoma e linfoma, tal alteração ocorre
quando algumas citocinas ou fatores de crescimento hematopoiético são liberados
de forma autônoma por células neoplásicas, como o fator estimulador de colônias
dos granulócitos (G-CSF) e o fator estimulador de colônias dos granulócitos
macrófagos (GM-CSF), identificados em cães e gatos. Esses fatores acentuam a
produção de neutrófilos pela medula, causando neutrofilia acentuada. O tratamento
de escolha é a eliminação da neoplasia causadora dessas alterações (OLIVEIRA et
al, 2013).
Segundo Penkuhn (2013), em alguns casos podem ser notadas anemia não
regenerativa, leucocitose leve, hipoalbuminemia acentuada, hematúria e coagulação
intravascular disseminada (CID). Na CID, a coagulação inadequada pode ser
produzida por proteínas pró-coagulantes que são liberadas pelo tumor ou monócitos.
Os tumores também produzem substâncias agregantes de plaquetas que
proporcionam a formação do coágulo. Além disso a formação do fator de necrose
tumoral por macrófagos ativados transforma a superfície endotelial, evidenciando o
colágeno subendotelial dos vasos deteriorados promovendo a coagulação. No
50
hemangiossarcoma, carcinoma inflamatório mamário e adenocarcinoma tiroidiano a
CID é frequente. As manifestações clínicas variam de acordo com o sangramento
ativo ser dominante ou trombose. Existem causas não neoplásicos, no entanto, se
um paciente for diagnosticado para coagulação intravascular disseminada sem
nenhuma causa conhecida, o primário diferencial seria hemangiosarcoma.
De acordo com Kleine, Zook & Munson (1970) cães com hemangiossarcoma
cardíaco, apresentam hematopoese ativa com a presença de hemácias imaturas
circulantes no sangue, e hipoxemia como resultado de falência cardíaca, má
oxigenação sanguínea por comprometimento tumoral nos pulmões e/ou pela
possível estagnação de sangue dentro dos canalículos vasculares do tumor,
estimulando a produção de hemácias nucleadas.
6.4 SINAL NEUROLÓGICO
Segundo Carlotti Jr. e colaboradores (1998), a pressão intracraniana (PIC) é
aquela encontrada no interior da caixa craniana, tendo como referência a pressão
atmosférica, ela tem uma variação fisiológica, e reflete a relação entre o conteúdo da
caixa craniana e o volume do crânio, que pode ser considerado constante, e
qualquer alteração do volume de um desses conteúdos pode causar a hipertensão
intracraniana.
Em situações em que a PIC está elevada está descrito a possibilidade de
alteração eletrocardiográficas, oscilações da frequência cardíaca, batimentos
ectópicos e onda T cerebral. A taquicardia sinusal e as extra-sístoles ventriculares
também são relatadas, quando há um estado hiperdinâmico, com excesso de
catecolaminas circulantes, as quais promovem alterações de perfusão do miocárdio,
causando isquemia, danos estruturais e aparecimento de transtornos
eletrocardiográficos (BELMONTE et al, 2012).
Rodigheri (2016), relatou que os elevados níveis de catecolaminas
interferem na frequência cardíaca, provocando uma vasoconstrição constante o que
causa uma hipóxia celular.
De acordo com Siqueira (2010), para que haja a pressão de perfusão
cerebral (PPC), e assim fornecer oxigênio e nutrientes essenciais ao parênquima, é
necessário o equilíbrio entre a (PAM) e (PIC). Descrito pela fórmula:
PPC = PAM – PIC
51
Um animal que sofreu um trauma e possui queda da pressão arterial tem
como consequência a diminuição da PPC por auto regulação, que mantém a PIC
entre 8 e 15 mmHg. Se a PIC aumentar além dos limites dos mecanismos
compensatórios de perfusão cerebral há comprometimento e isquemia do tecido
cerebral e desencadeia-se o reflexo de Cushing (resposta cerebral isquêmica
levando à bradicardia reflexa) (SIQUEIRA et al. 2013).
Com a isquemia há redução do fluxo sanguíneo cerebral, elevando o nível
de CO2, que é percebido pelo centro de controle vasomotor no local que iniciará
uma resposta do sistema nervoso simpático que elevará a PAM a fim de aumentar a
PPC. A hipertensão sistêmica é detectada pelos barorreceptores das artérias
carótidas e do arco aórtico e resulta em bradicardia reflexa. A resposta isquêmica
ocorre tarde, o que indica elevação do risco de vida no aumento da PIC. As
alterações sistêmicas à lesão cerebral secundária são hipotensão, hipóxia, hipo ou
hiperglicemia, hipo ou hipercapnia e hipertermia. As ações sistêmicas podem
ocasionar lesão de órgãos pela vasoconstrição intensa, isquemia de miocárdio e
arritmias ventriculares por efeito da liberação de catecolaminas. Esses efeitos
pioram a lesão cerebral, como resultado do comprometimento da perfusão cerebral
(SIQUEIRA, 2010).
De acordo com Giugno e colaboradores (2003), alterações do fluxo
sanguíneo cerebral (FSC) são importantes na fisiopatologia da hipertensão
intracraniana, devido ao dano cerebral por trauma craniano, reduzir o FSC após um
dano cerebral pós-trauma é dos focos na estratégia terapêutica. O metabolismo para
garantir a integridade das células nervosas ainda não foi definido precisamente, mas
sabe-se que ele é duração dependente (COLLI, 1999).
Manifestações neurológicas em pacientes que possuem tumor, ocorrem
devido às lesões que acometem os nervos periféricos, isso acontece devido a
produção de anticorpos que tem como alvo antígenos partilhados pelo tumor e pelos
nervos periféricos. Os principais indícios são fraqueza, paraparesia a tetraparesia
progressiva característicos de uma doença que afeta os nervos motores inferiores
(ETTINGER E FELDMANN, 2010).
52
6.5 RESPOSTA DO TUMOR AO TRAUMA
Em 2014, Portela escreveu que o estresse é um componente ambiental que
pode influenciar o processo cancerígeno e potencializar a tumorigênese. O estresse
é definido como um “estado de tensão mental, emocional ou resultante de
circunstâncias adversas ou muito exigentes”. O estresse, físico ou mental, culmina
com a liberação de hormônios chamados catecolaminas, que mediam a "luta ou
fuga" respostas causando a ativação do sistema nervoso simpático. A maioria
catecolaminas abundantes são a adrenalina, a norepinefrina e a dopamina, que são
liberadas a partir das células da medula adrenal e de junções neuromusculares.
Essa avaliação de estresse em pacientes caninos é difícil, especialmente os
aspectos psicossomáticos. Fisiologicamente tem havido tentativas de quantificar,
adrenalina, norepinefrina e dopamina, mediadores de sinalização de stress.
Segundo Rodigheri (2016), após o trauma há um aumento nas
concentrações de hormônios catabólicos, incluindo cortisol, glucagon e
catecolaminas, com isso há indução da gliconeogênese hepática e resistência a
ação periférica da insulina, e a estimulação pancreática por ação das catecolaminas
provoca redução da secreção de insulina e aumento de glucagon, gerando
hiperglicemia. Os elevados níveis de catecolaminas interferem na frequência e
contratilidade cardíaca, aumentando o consumo de oxigênio pelo miocárdio,
induzem a lipólise intensa, que resulta em hiperlipemia e embolia gordurosa, e a
vasoconstrição constante causa hipóxia celular e acidose metabólica.
6.6 TRATAMENTO
A cirurgia é o principal método de tratamento para hemangiossarcoma. A
quimioterapia adjuvante é indicada na maioria dos casos, exceto para
hemangiossarcoma dérmica. Protocolos envolvendo a doxorrubicina são mais
utilizados, incluindo vincristina, doxorrubicina e ciclofosfamida; vincristina,
ciclofosfamida e metotrexato; e doxorrubicina e ciclofosfamida; doxorrubicina e
minociclina e apenas doxorrubicina. A imunoterapia tem sido investigada como
possível estratégia de tratamento. A aplicação de difenidramina (anti-histamínico) é
recomendado, antes da doxorrubicina, pois este medicamento, se administrado
muito rapidamente gera a liberação de histamina, causando prurido e tumefação
grave, principalmente em face (FERRAZ et al. 2008).
53
A radioterapia é usada principalmente para hemangiossarcoma não visceral
e embora possa também causar a redução do tamanho do tumor que não altere
significativamente a global sobrevivência. O prognóstico ainda e muito desfavorável.
Hemangiossarcoma tipicamente tem um “comportamento” muito agressivo, com
metástase disseminada que ocorre muito cedo no desenvolvimento da doença,
exceto para hemangiosarcomas dérmicos. A metástase é tipicamente hematogênica
ou por meio de implantação transabdominal após ruptura. O mais frequente
metástases são o fígado, omento, mesentério e os pulmões. Outros sítios
metastáticos relatados incluem rim, músculo, peritoneu, gânglios linfáticos, glândulas
suprarrenais, cérebro e o diafragma. Mesmo com tratamento medicamentoso ou
cirúrgico (esplenectomia), a sobrevida é baixa, sendo necessário novas terapias
(PORTELA, 2014).
6.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O hemangiossarcoma é uma neoplasia seriamente agressiva, com
capacidade metastática extraordinária. O correto estadiamento, bem como o acerto
no diagnóstico, são de substancial importância na determinação do protocolo
terapêutico. Existem diversos exames auxiliares que permitem direcionar o
diagnóstico. Entretanto, só os exames histopatológicos e imunohistoquímico são
capazes de precisá-lo. O tratamento cirúrgico ainda é a melhor opção para o
hemangiossarcoma na maioria dos casos, exigindo muito conhecimento sobre o
tumor e habilidade cirúrgica dos médicos veterinários. Os protocolos que
apresentam melhores resultados envolvem a associação de cirurgia com
quimioterapia, podendo-se ainda utilizar imunoterapia como mais um adjuvante da
terapia. Finalizando, os proprietários devem ser informados sobre a redução da
expectativa de vida, mesmo após a realização de quaisquer terapias existentes. É
função do médico veterinário elucidar a importância da qualidade de vida do cão,
assistindo o proprietário a definir a conveniência de tratamentos que visem o
aumento do tempo de vida do animal, ou da busca de conforto e bem-estar no
tempo de vida restante.
54
CONCLUSÃO 7.
A realização do estágio supervisionado é de fundamental importância para o
aprimoramento dos ensinamentos obtidos durante toda a graduação,
complementando os conhecimentos da clínica e cirurgia de pequenos animais. O
estágio curricular ainda permite que o aluno conheça novas instituições e diferentes
profissionais, com suas distintas formas de trabalho, condutas e protocolos
diferenciados e, acima de tudo, seus valores éticos e morais, cabendo ao aluno
decidir qual das condutas seguir e quais não querem seguir. Outro ponto importante
é o fato de vivenciar a relação entre colegas veterinários e clientes, sempre
buscando um ambiente de trabalho agradável e produtivo. Portanto, a experiência
obtida nesse período contribui de forma grandiosa para a formação profissional
gerando alicerces para uma nova etapa de vida, o mercado de trabalho, e assim,
dando início a um futuro promissor dentro da Medicina Veterinária.
O estágio final supervisionado em Medicina Veterinária é com certeza o
momento em que nos preparamos com dedicação durante os anos de graduação.
Iniciamos com dúvidas e ansiedade, porém terminamos com certeza de estarmos na
profissão certa, com o intuito de aprendermos cada vez mais, buscando atualizações
e conhecimentos das áreas que nos identificamos e com a perspectiva de sempre
contribuir com a evolução da Medicina Veterinária, através das experiências e de
estarmos trabalhando com ética, tratando o proprietário e paciente com respeito e
comprometimento e com isso sendo um profissional diferenciado.
55
REFERÊNCIAS 8.
ARAUJO, M. M. et al. Quimiodectoma em um cão. VIII CONPAVET - Congresso
Paulista de Medicina Veterinária; 2010 out.6-8; São Paulo, SP: Anais do VIII
CONPAVET; 2010;
BELMONTE, E.A.; NUNES, N.; LOPES, P.C.F.; NETO, G.B.P.; SOUZA, A.L.G.;
DIAS L.G.G.G.; ALMEIDA, R.M. Parâmetros fisiológicos e eletrocardiográficos em
cães com pressão intracraniana aumentada, submetidos a diferentes frações
inspiradas de oxigênio durante anestesia com propofol. Revista Portuguesa de
Ciências Veterinárias; 2012, v.107, n.583-584, p.183-189;
CARLOTTI JR, C.; COLLI, B.O.; DIAS, L.A.A. Hipertensão Intracraniana. Medicina
(Ribeirão Preto); 1998, v.31, p.552-562, Ribeirão Preto, SP;
COLLI, B.O. Hipertensão intracraniana: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento.
Revista do Hospital Santa Genoveva; 1999, v.3, n.10, p.17-27, Uberlândia, MG;
DEVEY, J.J. Surgical considerations in the emergent small animal patient. Vet Clin
North Am Small Anim Pract; 2013, v.4 n.43, p.899-914;
DICKERSON, E.B.; BRYAN B.A. Beta Adrenergic Signaling: A Targetable Regulator
of Angiosarcoma and Hemangiosarcoma. Veterinary Sciences; 2015, v.2, n.3,
p.270-292;
ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Textbook of veterinary internal medicine. 7 ed.
St. Louis: Saunders Elsevier, 2010, p.2218;
FERRAZ, J.R.S. et al. Hemangiossarcoma canino: revisão de literatura. Jornal
Brasileiro de Ciência Animal; 2008, v.1, n.1, Campos dos Goytacazes, RJ;
FERREIRA, A.R.A. et al. Hemangiossarcoma cardíaco em cão: relato de caso. 38º
CONBRAVET – Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária; jul.8;
Florianópolis, SC: Anais do 38º CONBRAVET; 2011;
FRAGOSO, F. S. Abordagem do paciente com câncer e Síndrome Paraneoplásica.
Curso de Oncologia em Pequenos Animais. Associação de Médicos
Veterinários Especialistas em Pequenos Animais e Faculdades de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Área Metropolitana da Cidade do México. Realizada
em 30 e 31 de julho e 01 de agosto, 2001, MEX, México D.F. pg.05-31;
FREIRE, G.P.Z. Hemangiossarcoma canino: revisão de literatura. Monografia
apresentada a UFERSA – Especialista em Clínica Médica de Pequenos
Animais. Mossoró, RN; 2009;
56
GIUGNO, K.M; MAIA, T.R.; KUNRATH, C.L.; BIZZI, J.J. Tratamento da hipertensão
intracraniana. Jornal de Pediatria, 2003, v.79, n.4, p. 287-296;
KLEINE, L.J.; ZOOK, B.C.; MUNSON, T.O. Primary cardiac hemangiosarcomas in
dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, 1970, v.157, n.3,
p. 326-337;
MELLO, T.R.T. Trauma Torácico em cães e gatos: 29 casos (2008-2013).
Monografia apresentada a UFSM – Especialista em Cirurgia de Pequenos
Animais. Santa Maria, RS; 2013;
MUIR, W. Trauma: physiology, pathophysiology, and clinical implications. Journal os
Veterinary Emergency and Critical Care. 2006, v.14, n.4, p.253-263;
NAKAJIMA, M.N. Síndromes paraneoplásicas em pequenos animais. Trabalho de
Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade Estadual Paulista. Botucatu, SP; 2010;
NUNES, B. F. F. Trauma torácico: fisiopatologia e prevalência de lesões intra-
torácicas em canídeos e felídeos politraumatizados no Hospital Veterinário do Porto:
utilidade da troponina cardíaca I no diagnóstico de lesões intra-torácicas.
Dissertação de Mestrado – Universidade Técnica de Lisboa Faculdade de
Medicina Veterinária. Lisboa; 2009;
OLIVEIRA, K.M., HORTA, R.S., SILVA, C.M.O., LAVOR, M.S.L. Principais
Síndromes Paraneoplásicas em Cães e Gatos. Enciclopédia Biosfera, Centro
Científico Conhecer, 2013 v.9, n.17, p.2073-2088;
PENKUHN, A.H. Síndromes Paraneoplásicas – Revisão de literatura. Monografia
apresentada a UFERSA – Especialista em Clínica Médica de Pequenos
Animais. Mossoró, RN; 2013;
PORTELA, R. Investigation of the beta 2 adrenergic receptor (β2-AR) pathway in
canine hemangiosarcoma. Thesis - Submitted in partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science in VMS – Veterinary Clinical
Medicine in the Graduate College of the University of Illinois at Urbana. Urbana,
Illinois, USA; 2014;
RABELO, R.C. Emergências de Pequenos Animais: condutas clínicas e cirúrgicas
no paciente grave. 1.ed. Rio de Janeiro, RJ. Elsevier, 2012;
RODIGHERI, S.M. Parâmetros da resposta metabólica ao trauma cirúrgico induzido
por mastectomia unilateral associada ou não à ovariohisterectomia em cadelas.
57
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP,
Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título
de Doutor em Cirurgia Veterinária. Jaboticabal, SP, 2016;
SIQUEIRA, E.G.M. Trauma crânio encefálico. Trabalho de Conclusão de Curso de
Graduação apresentado à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
“Júlio de Mesquita Filho” Campus de Botucatu, SP, para a obtenção do Grau
de Médico Veterinário. Botucatu, SP, 2010
SIQUEIRA, E.G.M.; RAHAL, S.C.; VASSALO, F.G.; ARAÚJO, F.A.P.; AGOSTINHO,
F.S. Trauma cranioencefálico em pequenos animais. Revista Veterinária e
Zootecnia. 2013, v.20, p.112-123;
SOUZA, H.H. Efusão Pericárdica em Cães. Trabalho apresentado a UFRS –
Graduação em Medicina Veterinária. Porto Alegre, RS, 2011.