UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA NOS LEN BORGES DE...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANANOS LEN BORGES DE OLIVEIRA
A IMPORTANCIA DA COMPREENSAo LEITORA NORESULTADO DA PRODU<;:Ao ESCRITA
Trabalho de conclusJo de cursoapresentado para obtcll'Yao do titulode I!raduado em LetrasPorlugt;es/Espanhol pclafaculdade de Cicncias Ilumanas.I.elms e Aries sob oricnt<l'Yuo daprolessora Marlei Malinoski.
CURITIBA2009
RESUMO
No estudo monografico a importancia da compreensao leitora no resultado daproduc;ao escrita pretende-se estudar sua implicac;ao no resultado da escritados alunos de segundo ano do ensina media, bern como constatar que ainterpretac;ao textual e a base para a formac;c3o de urn sujeito socia-critica,capaz de posicionar-se diante aos inumeros discursos existentes na sociedadeem que vive e S8 insere como sujeito comunicador. Alem da analise doreferendal te6rico, tambem envolveremos a analise de exercicios de redac;aoaplicados aos alunos do segundo ano do ensina media de uma escola n80-publica. Para isso 0 texto de Paulo Freire (1988), A importancia do ato de ler,nos traz como discussao it importancia da leitura da palavra em precedemcia aleitura do mundo, enfatizando a importancia critica da leitura na alfabetizayao.Com base neste texto conseguimos levantar a discussao sobre a importanciada interpretayao leitora com base nos fatores ideol6gicos e dos fatoresautonomos reunidos em cad a sujeito. A escrita e a leitura sao bases para umaboa interpretayao e coerencia textual, a interpretayc30 leitora esta ligadadiretamente as praticas sociais e ao contexto social do leitor, assim como osfatores ideol6gicos dos alunos tem influencia direta na interpretayc30 leitora e avalidade da leitura esta diretamente ligada a transformayc3o do sujeito.
ABSTRACT
The monographic study of the importance of readingcomprehension on the outcome of the writing is intended to study itsinvolvement in the outcome of the students of second year of high schooland find that textual interpretation is the basis for the formation of a socialsubject critical, able to position itself on the many discourses in societythey live in and fall as subject communicator. Besides the theoreticalanalysis, also involving the analysis of writing exercises applied tostudents of second year of high school to a nonpublic school. For thisreason the text of Paulo Freire (1988), The importance of the act ofreading, discussion brings us to the importance of reading the wordpreceding the reading of the world, emphasizing the critical importance ofreading literacy. Based on this text can raise the discussion about theimportance of reader interpretation based on the factors and ideologicalfactors standalone meeting in each subject. Writing and reading is a goodbasis for interpretation and textual coherence, the reader interpretation islinked directly to social practices and social context of the reader, as wellas the students' ideological factors have direct influence on theinterpretation and validity of the reader reading is directly linked thetransformation of the subject.
iNDICE1. INTRODU<;AO. . 92. FUNDAMENTA<;AO TEORICA . . 12
2.1. A rela<;c3oentre 0 ato de ler e a mera decodifica<;ao 142.2. 0 ato de ler e 0 Letramento .. . 16
2.2.1 Inferencias.. . 172.3. 0 ato de ler e a estetica da recep9ao.. . 182.4. 0 ato de ler e a produ9ao escrita.. . . 19
3. METODOLOGIA.. . 223.1. Locus da pesquisa (0 Lugar).. . 223.2. Sujeitos da pesquisa . 223.3. Instrumentos de coleta.. . 23
3.3.1. Leitura dos alunos.. ..233.3.2. Interpreta9ao textual.. . 243.3.3. Analise documental autentica dos sujeitos . 25
3.4. Explica9ao da Amostra .. . 263.4.1. Analise das produ90es... . 26
4. CONCLUSAO.. . 325. ANEXOS... . 34
REFERENCIAS BIBLtOGRAFICAS.. . . ..41
1. INTRODUC;:AO
No estudo monografico a importancia da compreensao leitora no
resultado da produ,ao escrita pretende-se estudar sua implica,ao no resultado
da esc rita dos alunDs de segundo ana do ensina media, bern como constatar
que a interpreta<;c3o textual e a base para a formac;ao de um sujeito socia-
critica, capaz de posicionar-se diante aos inumeros discursos existentes na
sociedade em que vive e S8 insere como sujeito comunicador.
A nossa fundamentac;ao teo rica tern par bases alguns autores como: a
disserta<;:c3o de mestrado da Mestra Professora Marlei Malinoski, "Ler e
Compreender: prioridades para 0 ensina de Lingua Portuguesa na Educ8c;ao
Basica"; temas tambem a preseng8 do educador Paulo Freire com 0 livro "A
importancia do ato de ler"; Maria da Gra,a Costa Val trabalha as significados
das palavras dentro de seus contextos em "Reda<;:ao e Textualidade"; para dar
maior coerencia aos nossos estudos ainda entramos nas especificayoes do
letramento e para isso trazemos Angela Kleiman em "Os Significados do
Letramento"; fazemos ponte com a filosofia da linguagem para trabalharmos
com as inferencias de cad a sujeito e para isso recorremos a tese de Doutorado
do Professor Sebastiao Louren,o dos Santos "A Interpreta,ao Da Piada Na
Perspectiva Da Teoria Da Relevancia"; Ezequiel Theodoro da Silva com 0 UAto
de Ler" e "Unidades de Leitura" nos traz os estudos relacionados a leitura e
produyao de textos e como metodologia de pesquisa selecionamos Barras e
Lehfeld com 0 livra "Fundamentos de Metodologia Cientifica" e assim
com pie tam os as nossas bases te6ricas deste trabalho.
Alem da analise do referencial te6rico, tam bern envolveremos a analise
de exercicios de redayao aplicados aos alunos do segundo ano do ensino
medio de uma escola nao-publica.
A turma escolhida e composta por 25 alunos, com faixa etaria de 15
(quinze). 16 (dezesseis) e 17 (dezessete) anos e para as mesmos ainda
aplicamos exercfcios de interpretayao textual (ver Anexo 1), e a partir deles,
fundamentado nas bases te6ricas, analisamos 0 nivel e 0 modo de
interpretayao textual de cada aluno, bern como 0 nivel e 0 modo de praduyflo
textual de acordo com as referencias ideol6gicas de cada atuno, dividindo todo
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este processo em alguns eiXDS, sao eles: Leitura, interpretayc30 e prodUgc30
textual.
A monografia esta organizada primeiramente pela compreensao da
palavra no texte, OU seja, estudar a palavra esc rita como fonte de significagElo,
mas sempre considerando que tambem falamos 0 que esta escrito e nossa tala
obedece as regras de organizat;ao sintatica e semantica. Para isso 0 texto de
Paulo Freire (1988), A importancia do ala de ler, nos lraz como discussao aimportancia da leitura da palavra em precedemcia a leitura do mundo,
enfatizando a importancia critica da leitura na alfabetizac;:ao.
Com base neste texto conseguimos levantar a discussao sabre a
importancia da interpretayao leitora com base nos fatores ideol6gicos e dos
fatores autonomos reunidos em cada 5ujeito.
Em um segundo momento iremos trazer dentro desta discussao alguns
pontos importantes que identificamos como sendo as objetivos da pesquisa,
como: mostrar a importancia da compreensao leitora para as alunos do
segundo ana do ensino medio, a compreensao leitora como elemento formador
do sujeito socio-critico, a leitura e escrita como base da estrutura de
interpretaryao textual e as alunos que nao tem uma interpretac;ao leitora
coerente e par lalla de busca da leilura, lalla de estimulos cullurais au par
deficiencia cognitiva?
Com base teorica fund ada nos referencias bibliograticos citados no inicio
deste texto, como conseguir mostrar a forc;a e a importancia que tem para um
ser humane a leitura, produc;ao e consequentemente uma interpretac;ao leitora
construida com muita qualidade de estimulos, nos tres ambitos; produc;ao,
leitura e interpretac;ao.
Como terl'a parte da pesquisa a investigal'ao melodol6gica com base na
problematiza~ao que se da por parte do questionamento: par que as alunos
de segundo ana do ensino medio tem dificuldade de interpretaryao textual e par
consequencia a dificuldade de posicionar-se criticamente diante as realidades
socia is?
Em resposta a este questionamento e sem medo de intensificar nem de
criar uma densidade maior a pesquisa, ousamos buscar pontos que podem
trazer as respostas mais acertadas futuramente, que indica mas como
hip6teses de pesquisa. A escrita e a leitura sao bases para uma boa
II
interpreta<;:ao e coeremcia textual, a interpretac;:ao 1eitora esta ligada diretamente
as praticas sociais e ao contexte social do leitor, assim como as fatores
ideo16gicos dos alunos tern influencia direta na interpretac;:ao leitora a validade
da leitura esta diretamente ligada a transformac;:ao do sujeito.
Par fim trazemos na conclusao deste projeto algumas possibilidades de
respostas para todos estes questionamentos, bern como passiveis caminhos
de pesquisa que venham a ser complementares para esta e assim abranger e
validar ainda rna is a mesma.
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2, FUNDAMENTACAO TEORICA
No livro "A Importancia do Ato de Ler" de Paulo Freire, ele nos fala sobre
o projeto da biblioteca popular e a sua relat;:ao com a alfabetizaC;:Elo de adultos
desenvolvida na Republica Democratica de Sao Tome e Principe.
Outro foco do livre e a importancia da leitura da palavra em precedencia
a leitura do mundo, enfatizando a importancia critica da leitura na
alfabetiza,ao, fundamentando e indicando qual e 0 papel do educador diante a
condugao do educando em relag<3o a leitura deste mundo. 0 seu fazer deve ser
vivenciado dentro de uma pratica concreta relacionando a hist6ria de cada
sujeito num processo criador de aprendizagem.
Segundo Freire (1988) a leitura do mundo precede sempre a leitura da
palavra. 0 ato de ler e urn processo que vern sendo farmada no decorrer de
experiemcia de vida de cad a sujeito. Primeiro, a "Ieitura de mundo" do pequeno
mundo em que S8 vive; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo
do processo escolar, foi a leitura coerente da "palavra mundo" Como 0 proprio
autor designa "palavra mundo" e 0 processo interpretativo do contexto em
rela9ao ao texto que cad a sujeito e capaz de fazer, com base nos estimulos
recebidos em seu contexto familiar.
Na verdade, este mundo do contexto se dava ao sujeito como 0 mundo
de sua atividade social, ou seja, 0 mesmo mundo que abrange as suas
primeiras leituras. Os "textos", as "palavras", as "Ietras" daquele contexte em
cuja percep9ao experimentava e, quando mais 0 fazia, mais aumentava a
capacidade de se perceber e encarnavam numa serie de coisas, de objetos, de
sinais, cuja compreensao ia apreendendo no seu usc, na sua rela9ao com seus
irmaos mais velhos e com seus pais.
A leitura do seu mundo foi sempre fundamental para a compreensao da
importancia do ate de ler, de escrever ou de reescreve-Io, e transforma-Io
atraves de uma pratica consciente. Esse movimento dinamico e um dos
aspectos centra is do processo de alfabetiza9ao que deveriam vir do universe
de cad a sujeito, expressando a sua real linguagem, carregadas da significa9ao
de sua experiencia de vida e nao da experiencia do educador.
As palavras do povo vem atraves da leitura do mundo "particular" em
rela9ao ao mundo geral, logo ap6s a alfabetiza9ao retorna ao sujeito, junto com
o que cham amos de codifica96es, que sao representa96es da realidade. No
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fundo esse conjunto de representac;:5es de situac;:5es concretas possibilita aos
grupos populares uma "Ieitura" da leitura do mundo, antes da leitura da palavra,
o ato de ler implica na percepc;:ao critica, interpretaC;2lo e "re-escrita" do que foi
lido.
Enquanto Freire nos desvenda as palavras no texto Ezequiel Theodora
da Silva (2005) vem nos mostrar 0 ato de ler como sendo 0 produto da
compreensao da palavra no texte, ou seja, ele traz a "industrializac;ao" de Paulo
Freire (1988), 0 produto final do mesmo, como pe~a de manuten~ao do leitor.
Nos mostra que encontramos inumeros problemas na area da leitura
dentro do Brasil, dentre eles 0 mais relevante e que a populac;ao brasileira nao
tern acesso a ciencia e a cultura, pois fica "passiv~" diante da televisao, sendo
que este e 0 meio de informac;ao e de lazer de mais faGil acesso a populac;:ao
de massa. Somente 0 acesso a "verdadeira" leitura, ou seja, a leitura de obras
literarias, as obras de arte, cinema e teatro possibilitara 0 desenvolvimento do
individuo e da sociedade. A compreensao do que se Ie nao e apenas um ato
racional, porque a leitura e um processo continuo de atribuic;:6es de significados
e de armazenamento de referenciais que servirao de base e auxilio na
constrU(;:ao dos mesmos.
Para se desenvolver como um individuo socio-critico e necessaria poder
escolher a que se quer ler, fazer suas proprias descobertas, elaborar, criticar e
divulgar 0 conhecimento. Atraves da leitura litertuia 0 individuo pode aumentar
seu conhecimento a cerca de si mesmo, dos outros e de tudo que 0 cerca.
Ezequiel (2005) em seu livro nao quer somente falar sobre os problemas
de leitura, mas tambem visa contribuir com novas metodos, fundamentos
pSicol6gicos e filos6ficos para chegar a novas formas de ensino para a
educac;:ao. 0 autor procura estudar as opera<;:6es da compreensao em sua
rela<;:ao com a interpreta<;:ao de textos, ou seja, ler e compreender,
relacionando a existencia do Homem na sua manifesta9ao como leitor, como
pano de fundo para a reflexao do ate de ler.
No desenvolvimento de alunos autonomos 1, 0 professor nao pode
trabalhar somente 0 significado do texto, mas possibilitar a percep<;:ao de que
1 Com base nos estudos sobre letramento. Kleiman nos apresenta 0 letramento aut6nomo.Nesse modelo, 0 letramento e uma ferramenla neulra que pode ser aplicada de forma
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ha inumeros sentidos. Ler envolve compreensao, mas 0 professor que 56
trabalhar 0 sentido do texto atraves de roteiros, esquemas, resumos e
sublinhamentos estara limitando 0 crescimento de seus alunos. E necessaria
urn aprofundamento atraves da aproximac;ao do leitor com 0 textc. 0 professor
amplia 0 campo da leitura quando consegue que seu aluno leia as
"entrelinhas", a que 8Sta implicito, atraves de interpretary6es dinamicas, au seja,
com a envolvimento de seu aluno com 0 conteudo, fazendo com que 0 mesma
fac;a referencia do texto ao seu pr6prio contexto de vida. A "verdadeira" leitura
S8 processa quando al8m dos passos anteriores ocorre, tambem, urn Dutro: a
percepc;ao de que hi! rnais sentidos ainda, outras interpretacyoes, a leitura se da
"alE~m das linhas", ou seja, 0 aluno con segue "transformar", criando um projeto
de producyao, um jornal, uma pega de teatro entre outros. A escola critica e
criativa trabalha nestas etapas, nao se limita a primeira, utilizando apenas livro
did.tico, per exemplo. (SILVA, Ezequiel T. 2005 p.98)
A leitura nao tem como finalidade a memorizacyao, mas a compreensao
que leva a critica, unica forma do sujeito construir seu proprio texto, ampliar
seus horizontes e dos outros com os quais compartilhara suas descobertas.
A compreensao nao e um processo puramente racional, mas depende
de um envolvimento emocional do leitor com 0 conteudo transmitido pelo autor.
E a compreensao que propicia as interpretagoes, nas proprias palavras de
Ezequiel "a interpreta<;:ao descobre aquilo que a compreensao projeta"
(SILVA, Ezequiel T. 2005)
2.1. A relagao entre 0 ate de ler e a mera decodificagao
o ate de ler nao to a simples decodifica,ao de sinais, que to a questao do
analfabetismo funcional que 0 Brasil enfrenta na atualidade. Para ler enecessario apreensao, apropriagao e transformacyao dos significados a partir do
texto.
Ainda seguindo os passos de Ezequiel (2003), encontramos em seu livro
"Unidades de leitura", uma reflexao bem relevante em relacyao ao que diz
respeito ao saber, que e ler e aprender a utilizar 0 escrito para levar em frente
diferentes projetos, quer por prop6sito de estudos ou quer que seja por lazer.
homogenea. com resultados igualmente homogeneos em todos os contextos sociais ecullurais
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Assim como tam bern a descriryao do tipo de linguagem e sua relac;:ao
com 0 contexte social do individuo em destin~, com as suas experiencias, suas
emot;:oes, seus sentimentos e suas influencias no uso da leltura. 0 ensina de
melhor qualidade e aquele que constr6i conhecimento baseado na vivencia do
aluno, que cria condic;:6es para a forma<;ao de alguem que sabe ler, escrever e
usar os diversos tipos de leltura.
Segundo Silva (2003), hi! a necessidade de uma teo ria de leitura, cujo
modele deve ser explorado criticamente atraves de interpretary6es que VaG
al8m de apenas constatar, confrontar e transformar 0 texto como tambern a seu
conteudo.
Silva (2003) ainda nos incita a trabalharmos textos mais coesos em sala
como forma de aprofundamento e 0 conseqQente desenvolvimento dos 18itore5
e produtores textuais, para que 0 leitor reconherya a importancia de fazer uma
leitura critica dos mesmos textos e atraves disto encontre dentro deles 0
desenvolvimento como leitor e produtor dos mesmos.
Sendo assim, a educayao tern por objetivo aprimorar a pessoa para a
vida em sociedade, 0 grande desafio da escola e construir conhecimento. 0
conceito de aprender e 0 de aproximar 0 en sino de leitura para a realidade do
educando, 0 conteudo deve ser diversificado e interdisciplinar, como forma de
garantir que 0 aluno faya intervenyao da teoria com a pratica, proporcionando
ao aluno uma melhor qualidade de leitura, interpretayao, produyao e ensino
textual
Saindo um pouco dos estudos de Ezequiel Theodora da Silva (2003) e
caminhando em direyao agora aos de Maria da Graya Costa Val que concentra
os seus estudos mais voltados a area da construy2l0 de significados.
Em seu livro "Reda,ao e Textualidade", Maria da Gra,a (VAL, Maria da
Gra,a. Reda,ao e Textualidade. 2006) define para nos 0 que e 0 texto em
discurso:
"Pode-se definir lexlo, como a ocorrencia JingOistica falada ou escriladotada de unidade s6ciocomunicativa, semantica e formal. Texto e aunidade de Jinguagem em uso e tern uma func;ao especifica: aCOMUNICAr;;Au·
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Para Val (2006) 0 texto e toda e qualquer forma de comunica9ao dotada
de sentido, urn texto e bern compreendido quando pod em as avaliar nosmesmos alguns pontcs como: a Pragmatico - funcionamento enquanto atuaC;c30
informacional e comunicativa, 0 Semantico-conceitual- depende da sua
coerencia e 0 Formal - depende da coesao2
Quando falamos de coeremcia esta e considerado fater fundamental da
textualidade, responsavel pelo sentido do texte, urn texto e coerente quando
apresenta uma configuraC(ao conceitual compativel com 0 conhecimento de
mundo do recebedor. A coesao e a estrutura linguistica da coerencia, au seja,
vern da maneira como as conceitos sao expressos no texto. E responsavel pela
unidade formal do textc, constr6i-se atraves de mecanismos gramaticais e
lexicais.
Val (2006) exp6e para nos um pouco sobre leitura e suas propriedades,
para ela a leitura e um ato de percep9ao, tradu9ao, decifra9ao e compreensao,
ou seja, e a capacidade de um sujeito compreender os signos linguisticos,
transformando-os em sinais sonoras bem como atribuindo significados para a
uniao e reuniao dos mesmos. Tradugao, pais na leitura e feita a perm uta de um
c6digo visual para um c6digo lingOistico, "Decifragao" porque envolve a
reconhecimento do signo, "Compreensao" porque, uma vez decifrada a signa,
extrai-se dele a mensagem e "Legibilidade" e a qualidade da comunica9ao
otimizada para a produtividade da leitura.
1550 para n6s e muito relevante para os estudas apresentados neste
trabalho, pois 56 conseguiremos expor nossa pesquisa de modo cansistente e
coerente, se analisamos os nossos referenciais de pesquisa atraves do sentido
que praduzem com base nas caracteristicas socioeconomicas e socioculturais
do sujeito pradutor destes textos, entrando assim nas quest5es discutidas pelo
letramento autonomo e letramento ideol6gico.
2.2.0 ate de ler eo Letramento
2 Estes tres pontos, 0 pragmatico, 0 semantico-conceitual e 0 formal, junto de oulros quatro quesao: nivel de leitura, uso de elementos coesivos. relacao texto-contexto e bases deargumenta9ao e inferencias de recursos linguisticos, serao as bases das analises dasproduc6es textuais deste trabalho
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Letramento e 0 conjunto das praticas de leitura e esc rita, ou seja, 0 usa
da leitura e da escrita como forma de expressao consciente do que S8
apreende.
o letramento aut6nomo esta direcionando diretamente a aquisiC;Elo da
escrita e 0 desenvolvimento cognitiv~ da mesma, ou seja, 0 aprender a
identificar as c6digos linguisticos e expressa-Ios atraves da esc rita.
Letramento ideol6gico contempla a aplicac;ao do mesmo nas interac;oes
humanas, au seja, e 0 usa da leitura e da esc rita atraves dos fatores historicos
sociais que constituem cada ser humano, fazendo-se compreender e
compreendendo 0 mundo que nos cerea. Enfim letramento esta relacionado a
uma compreensao social do textc.
A partir deste ponto comec;amos a entrar nos estudo sobre significados
da esc rita em seu contexte e as inferencias que fazemos sobre a linguagem, a
segunda tem por definigao 0 processo pelo qual a mente chega a uma
proposigao, de acordo com os conhecimentos de mundo adquiridos e
internalizados por cada sujeito.
2.2.1. Inferencias
A Filosofia da linguagem nos diz que 0 processo de aquisiyao de
conhecimentos de mundo acontece pelas inferencias, esta que se liga
diretamente ao nosso conhecimento de mundo atraves da quantidade de
informayoes as quais um ser humane e exposto, urn sujeito s6 tera a
capacidade de compreender urn determinado texto quando ele contem em seu
referencial individual as representayoes necessarias sobre a conteudo
abordado pelo texto. Neste processo de inferencia a acesso ao mundo que
permeia 0 sujeito e 0 que faz a diferenya quando falamos em interpretagao,
leitura e produyao textual. Um sujeito que tem acesso a variadas formas de
culturas e diversos ambientes culturais, consequentemente tera uma visao
ampliada e diferenciada a de urn sujeito que teve acesso a poucos estimulos
culturais, este aces so tambem e que nivela a forma de escrita de cad a sujeito,
pais quanta maior e mais diversificada for a leitura do individuo, maior e mais
diversificada sera a interpretayao e a produyao textual do mesmo, sendo que
esta ultima precisa ser muito bem embasada com a gramatica normativa, afinal
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56 com ela conseguiremos produzir textes devidamente coesos e coerentes
com a norma padrao culta.
Para falar urn pouco mais sabre este processD das inferencias
referendamos os estudos sabre pragmatica em sua tese "A Interpretayc30 da
piada na perspectiva da teoria da relevancia", do professor Doutor Sebastiao
Lourenl'o dos Santos (2009), que defende, em sua tese de doutorado, que as
inferencias sao as responsaveis pela rela<;ao do homem com 0 mundo que os
cerca, ou seja, 0 entendimento au processamento pela linguagem ocorre com
sucesso entre os interloGutores, quando estes recorrem a processos cognitivos
de inferir e de interpretar fatas e eventos no mundo. Esses processos S8
relacionam pistas que conduzem interpretayao
(referente/sentido/significado), de acordo au nao, com as inten90es, cren9as,
valores, saberes, emo<;6es, do falante e do ouvinte, bem como com os
referentes que eles tem em mente. (Santos, 2009)
Estas inferencias sao criadas a partir da linguagem, pOis a linguagem eque permite que um sujeito crie rela<;6es do homem para com a meio, ou seja,
quanto maior for 0 conhecimento sabre a linguagem de um sujeito, maior sera
o conhecimento de mundo que ele tera e consequentemente maior serao suas
inferencias sobre as produtos deste "mundo", no caso restrito: os textos.
2.3.0 ato de ler e a estetica da recep<;ao
Ao pensarmos em estetica da recep<;ao vamos diretamente buscar um
dos estudiosos que nos trouxe grande contribui<;ao em rela<;ao a mesma,
Wolfgang Iser.(1996)
Segundo Iser(1996), estetica da recepl'ao e a relal'ao direta entre
escritor, obra e leitor, que se constitui nos efeitos comunicativos.
Iser nos traz a ideia de estetica da recep<;ao como sendo as quest6es
relacionadas ao sentido e interpreta<;ao textual e com as quest6es linguisticas
e formais. Qualquer obra de arte literaria 56 sera efetiva, 56 sera re-criada au
"concretizada", quando 0 leitor a legitimar como tal, deixando para a plano
secunda rio 0 trabalho do autor e a pr6prio texto criado. Para isso, e necessario
descobrir qual a "horizonte de expectativas" que envolve essa obra, pais todos
as leitores investem certas expectativas nos textos que leem em virtude de
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estarem condicionados, em basad OS, par outras leituras ja realizadas,
sobretudo S8 pertencerem ao mesma genera literario.
Importante e salientar a contribuic;ao do leitor no que diz respeito adeterminac;ao do sentido de urn texto, afinal ela e contra ria a tradic;ao que tom a
a texte como uma entidade que recolhe ja na sua natureza 0 seu proprio
sentido, mas sim deixa para 0 leitor critieD a tarefa de identifica-Io.
2.4.0 ata de ler e a produc;ao escrita
Urn dos maiores instrumentos avaliativos que temos no Brasil hoje e 0
ENEM, este exame tern par inten9c30 avaliar e diagnosticar como esta a
educac;ao de nossos alunos ao final do processo educacional, au seja, no
ensina medic. Para issa 0 ENEM tern alguns marcadores e competencias que
sao utilizados como parametros de avalia9aO. Dentro da produ9ao textual
foram eleitos cinco para metros, aqui estao eles:
1) Dominio da lingua culta: e a aplica~ao correta das normas gramaticais
aprendidas durante a forma~ao da vida escolar, como pontuavao e
concordancia verbal. Neste item tambem e avaliada a capacidade de utiliza~ao
de palavras ligadas ao tema proposto na prova.
2) Compreensao do tema: um dos pontos mais importantes de uma
redava.o. Muitos alunos perdem nota porque 0 texto nao corresponde aproposta apresentada.
3) Organizar informavoes e argumentos: e preciso saber organizar as
ideias, apresentando uma interpretav80 dissertativa relacionada ao tema.
Excesso de informavc3o ao longo do texto torna a leitura cansativa e mostra
falta de capacidade de argumentavc3o.
4) C~rreta aplica~ao da 16gica: coer€!ncia nos argumentos e fundamental.
Reforce 0 estudo de adverbios e conjunvoes, palavras conhecidas como de
coesao textual. Estes elementos fazem a liga~ao adequada entre as diversos
termos de uma frase e entre os paragrafos.
5) Construir uma proposta de soluvao para 0 problema: a argumentavao do
estudante deve ter como objetivo apresentar possiveis solutyoes para uma
questao abordada pelo tema. A utilizatyao correta de opinioes, argumentos,
informavoes e dados ao longo do desenvolvimento dao subsidios para a
elaborava.o da conclusao.
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Ao nos depararmos com estas competemcias, varias situa90es e
pensamentos despertaram-nos alguns questionamentos, como por exemplo:
como proporcionar 0 desenvolvimento destes processos funcionais para os
alunos desenvolverem essas habilidades, onde buscar materiais consistentes
para pader is so acorrer, priorizar e oportunizar a Jeitura liten3ria em funyao da
!eitura de rnundo dos alunos, para que os mesmas consigam fazer maior
relayao dos textos que as permeiam diariamente e constantemente.
De forma geral as competencias atribuidas pelo EN EM em primeiro lugar
dominar a lingua materna e dever de todo e qualquer cidadao que preze per
sua origem, par mais que ista naG seja incitado em nosso pais. Fugir dos temas
propostos e pratica tao comum em nosso pais, sendo que em todo e qualquer
posicionamento ou questionamento que uma autoridade receba, seja ela
politica ou nao, a primeira coisa que ela faz e verbalizar um texto totalmente
fora do assunto questionado, onde por vezes aceitamos por nao termos side
treinados para sermos sujeitos s6cio-critcos, nem de sermos capazes de
organizarmos os nossos pensamentos, bem como ter dominic do usa da
coerencia e da coesao textual. S6 sera possivel a n6s este nlvel de
interpretac;ao e posicionamento critico, quando formos estimulados desde a
edUCay80 de base com textos simples e no decorrer dos anos estudantis,
aprofundarmos os mesmos. Ser coerente e sin6nimo de ser organizado, ou
seja, a coerencia textual acontece quando conseguimos organizar 0 que
queremos dizer primeiro e 0 que vamos dizer na sequencia. Para construlr uma
produyao coerente e coesa em primeiro lugar precisamos ter ci€mcia do
assunto que esta sendo tratado, para ter argumentos fundados em bases reais
e nao em suposic;:oes.
Em resumo as competencias do ENEM querem saber que tipo de sujeito
social e 0 candidato que esta sendo avaliado, qual 0 nivel de conhecimento de
mundo de cada candidato e ainda tenta identificar 0 cidadao constituinte do
futuro da sociedade brasileira.
Sera que teremos cidadaos ativos como sujeitos criticos ou continuaremos
com uma sociedade manipulavel pelo discurso bern construido e articulado,
mesmo que nao tenha conteudo? Em resposta a esta questao buscamos os
estudos de duas autoras.
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Tereza Colomer e Anna Camps(2002), que nos trazem alguns estudos
relacionados ao ensina e a aprendizagem da leitura e 0 seu planejamento na
escola. As autoras fundamentam entao, algumas concepc;oes de leitura como
sendo um processo psicol6gico e depois a leitura como urn processo geral de
representaC;2Io humana da realidade, a partir do modele psicolinguistico-
cognitiv~.
Transformar-se em sujeitos criticos e capazes de manter uma visa a flexivel
perante a realidade que as cercam. 0 ensina transformou 0 r6tulo de que,
quem sa be mais e aquele que simplesmente memorizou mais conteudos.
Segundo as autoras, tude comega da concepC;<3o que S8 tern de leitura e suas
implicac;:6es no ensina.
Os conhecimentos previos dos alunos devem ser levados e m considerac;ao
e bern explorados, aproveitados e valorizados perante 0 professor e demais
colegas em sala de aula. Para, a partir de entao, construir urn caminho
satisfatorio em busca da aquisiyao de novas palavras e uma compreensao
textual positiva.
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3. METODOLOGIA
Metodologia, partindo da defini9ao etimol6gica da palavra e "um longo
caminho de estudos", ou seja, consiste em estabelecer, avaliar e procurar as
variGS metodos disponiveis de pesquisa, identificando suas limita96es ou nao.
E um conjunto de procedimentos utilizados par uma tecnica e sua teoria geral
na avalia9130 de pesquisa de temas OU assuntos pre-definidos pelo
pesquisador.
Segundo Barros e Lehfeld (2000), a metodologia cientifica oferece e confere
as caminhos necessarios para 0 autoaprendizado em que a aluno e sujeito do
processo, aprendendo a pesquisar e a sistematizar os conhecimentos obtidos.
"Toda a pesquisa cientifica parte da observac;:ao da realidade e de verelornar a era para aplicar e testar seus resultados au para delimilarnovas fen6menos para 0 estudo." (Barros e Lehfeld, 2000)
3.1 Locus da pesquisa (0 Lugar)
Para Barros e Lehfeld (2000) 0 universe da pesquisa significa 0 conjunto
de elementos que possuem determinadas caracteristicas, definidas para um
estudo e reunidas em um mesmo ambiente. 0 locus de pesquisa e 0 campo de
trabalho do pesquisador, 0 lugar que servira como base ou alicerce para a
pesquisa empirica do referido trabalho, do qual se retirara a amostragem que
sera utilizada no processo final da pesquisa.
o 16cus escolhido foi um colegio nao-publico situado em Curitiba,
Parana, no bairro Sitio Cercado que tem como foco 0 publico de cia sse media
C e B.
Um colegio com estrutura basica bem distribuida como: salas de aulas
organizadas, patio interno e externo, ginasio de esportes, laborat6rio de
informatica, laboratorio de quimica, blblioteca pequena, cantina, secreta ria e
estacionamento para professores.
3.2. SUjeitos da pesquisa
Com base em Barros e Lehfeld (2000), conseguimos notar que sujeito
de pesquisa e cada membro do universo, que pode ser denominado elemento.
Urn conjunto de elementos representativos desse universo ou populaC;13o forma
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a amostra. Portanto, a amostra e urn subconjunto representativD do conjunto da
popularyao, com referencia nos elementos.
Os sujeitos pesquisados fazem parte de uma turma de segundo ana do
ensino medio, com faixa elaria de 15 (quinze) a 17 (dezessele) anos,
pertencentes a classe media C e B, alunos com uma grande variedade de
conhecimentos, niveis diferenciados de cultura, visao de mundo, cargas
ideol6gicas variadas e ensina autonomo basicamente 0 mesma, par serem, na
sua maiaria, frequentadores do mesmo colegio desde as anos inieiais do
segundo cicio. as alunos estao cientes do trabalho proposto e ao receberem as
materiais avaliativos de pesquisa eles ja sabiam qual era a destino do mesmo.
3.3.lnstrumentos de coleta
Os instrumentos de coleta utilizados no presente trabalho forarn
redayoes produzidas pelos pr6prios alunos a partir de urn texto motivador,
que aqui neste caso fararn anuncios publicitarios retirados de revistas.
Trabalhando a partir de textos verbais e nao-verbais, os alunos deveriam
interpretar os anuncios e na sequencia fazerem uma produyao textual
dissertativa relatando e argumentando 0 que foi que eles puderam
compreender dos textos. Cada texto foi analisado par no minima dois
alunos.
3.3.1. Leilura dos alunos
A leitura e a capacidade do ser humane fazer relayoes de
percepyao, decifrayao e compreensao de signos linguisticos reunidos
em torno de um sentido contextual, ou ainda como nos cita Radames
Manosso em seu site:
"A leitura e um ato de percep<;so. tradu<;so. decifra<;so e compreenssoPercep9so de signos visuais, de uma ordem espacial e dadiagrama<;so. Tradu<;so. pOis na leitura e feita a permuta de um c6digovisual para um c6digo linguistico. Decifra<;so porque envolve 0recanhecimento do signa. Compreenssa porque, uma vez decifrado asigna, extrai-se dele a mensagem. Legibilidade e a qualidade dacomunicar;.3o otimizada para a produtividade da leitura."(http://IN'NW.radames.manosso.nom.brlretorica/legibilidade.htm, visitadoem 30/11/2009.)
24
A leitura dos alunos e ainda de forma direta e linear, entre eles a
abstraC;80 tern niveis diferenciados e em sua maiaria tern uma leltura
racional, ou seja, reconhecem todos os c6digos linguisticos, seus
contextos basicos e sua estrutura gramaticaL Mas quando volta mas
nossa olhar para 0 contexte dos mesmas, notamos que os alunos tern
um olhar extrema mente logieo, pOis nao conseguem ter ainda urn olhar
aguc;ado perante as diversidades textuais que encontramos, tao pouco
referencial abstrato suficiente para a com preen sao dos mesmos na
profundidade e densidade que as mesmo expressarn.
Existem alguns tipos de leitura existentes e formas de analise das
mesmas. A primeira delas e a leitura decifrat6ria que S8 preocupa
estritamente em decifrar os signos linguisticos, normalmente feita por
sujeitos que estao tendo os primeiros contatos com a lingua, novas
alfabetizados ou aprendizes de uma segunda lingua. Leitura silabica faz
parte deste processo decifrat6rio. Encontramos tambem a leitura vocal
que pode se utilizar de entonayc30 de voz e demais recursos vocais, a
leitura mental pode se aproximar da leitura vocal ou nao, se distanciando
da mesma e sendo feita mais rapida e sem preocupayao.
Alem dos tipos de leitura n6s escolhemos alguns criterios de
leitura para utilizar na analise dos textos, sao eles: Nivel de leitura dos
alunos, relayao texto-contexto como base de argumentayao.
3.3.2. Inlerpretayao textual
Para analisar as interpretac;oes, leituras e produyoes textuais dos
alunos e poder assim fazer as devidas analises, trouxemos textos
sugestivos para 0 mesmo. Procuramos por temas que fossern de
interesse dos alunos, bem como propostas de assuntos do cotidiano dos
mesmos. Para este trabalho os temas foram extraidos de anuncios
publicitarios.
Interpretayao textual e a capacidade que urn sujeito tern de
compreender e reler 0 texto como um todo, de forma a captar as
mensagens explicitas e impifcitas destes mesmos textos.
o documento analisado foi uma produyao textual, a partir de um
anuncio publicitario que nao foi discutido em sala, ou seja, sem
25
mediac;ao direta do professor, mas a grande questao aqui foi que 0 texto
dado trabalhava com linguagem verbal e nao-verbal. 0 produto final a
ser entregue era a interpretac;ao do anuncio visando entender qual era a
intenC;80 do anuncio e de que forma a anunciante tenta persuadir 0 leitor
para que ele queira 0 prod uta anunciado, em forma de dissertac;ao
argumentativa.
A partir desta dissertac;ao e que analisamos S8 0 aluno teve
compreensao da tematica do anuncio, S8 fez relac;oes coerentes dos
textos bern como S8 0 aluno conseguiu expressar com clareza, coesao e
coerencia a sua leitura e interpreta<;:ao dos mesmas confrontados e
analisados.
Para analisar a interpretac;ao com base nas inferencias passive is
fcram estipulados alguns criterios, ao eles: nivel de leitura do aluno, usc
de elementos coesivos, relac;ao entre texto e contexto como base de
argumentagao, inferencias de recursos linguisticos, a pragmatica com
atuagao informacional e comunicativa, semantico-conceitual na analise
da coerencia e a analise formal que depende da coesEio textual.
3.3.3. Analise documental autentica dos sujeitos
Barros e Lehfeld (2000) nos dizem que a analise documental
autentica dos sujeitos e uma forma de conhecer os sujeitos de pesquisa
com base em referenciais te6ricos e marcas socioculturais e linguisticas.
Analisamos uma redagEio dissertativa argumentativa dos alunos,
pois julgamos que a mesma e uma das melhores maneiras de
avaliarmos a leitura, interpretagEio e produgao textual de cada sujeito. As
mesmas foram aplicadas em duas aulas de cinquenta minutos aD findar
do mes de outubro do ana de dois mil e nove.
Foi proposta uma interpretagao textual baseada em um anuncio
publicitario vinculado a midia impressa, podendo ser retirada de revistas,
jornais, folders e ate mesmo anuncios entregues nas ruas. Coletamos
uma dissertagao que mostra a interpretagEio textual de cada aluno, bem
como a compreensao e seus referenciais de leitura, seu letramento e
sua capacidade de estruturagao de texto.
26
3.4. Explica,ao da Amostra
As amostragens foram em torna de quinze (15), ja que alguns alunos
naD compareceram a aula no dia, sendo que cada dais alunos analisaram a
mesma anuncio, para assim termos uma visao mais ampla em relac;;ao a
pesquisa. Para analisar com maior coerelncia as textes definimos algumas
categorias de analise.
As categorias para a analise delinidas loram:
- Nivel de leitura do aluno,
- Usa de elementos coesivQs,
- Relac;;ao entre texto e contexto como base de argumenta<;ao,
- Inferencias de recursos linguisticos,
- A pragmatica com atua<;8o informacional e comunicativa,
- A semantic8-conceitual na analise da coerencia,
- A analise formal que depende da coesao textual.
Cada uma destas analises foram feitas e ao encontrar os elementos
analisados dentro dos textos, grifamos com cores diferente para podermos
identificar onde 0 aluno utilizou uma ou outra categoria de analise.
3.4.1. Analise das produ,oes
Dentro de cada texto analisado nos marcamos os itens analisados
e os comparamos em analise logo abaixo do texto motivador, com lapis
de cor para termos melhor visualizagBo dos elementos que estamos
analisando. Abaixo segue uma tabela do que representa cada cor.
- Nivel de leitura do aluno,
- Uso de elementos coesivos,
- RelagBo entre texto e contexte como base de argumentagBo,
- Inferencias de recursos linguisticos,
- A semantica-conceitual na analise da coerencia,
- A pragmatica com atuagBo informacional e comunicativa,
- A analise formal que depende da coeSBO textual.
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Texto 1
o primeiro anuncio e de urn cartao de eredito, a qual nos traz poucas
informa90es em linguagem verbal e trabalha muito mais com a linguagem naD
verbal. A partir deste anuncio as alunos produziram textos dissertativos
argumentativos, os dais seguem em anexo( Anex01):
Analise das producoes textuais com base no texto 1:
o primeiro aluno, Marlon, tern uma observagao do texto de forma mais
simples e direta, quando analisamos a sua leitura natamos que ele 56
conseguiu identificar 0 que estava explicito no anuncio, naD abstraiu muitas
coisas e deixou sua produyao simples, porem nao fugiu ao tema central da
mesma. Podemos notar tambem que suas inferencias em relagao ao texto sao
bern diferentes ao do segundo aluno, Jhonny, pais sua maior referencia foram
earn as brineadeiras infantis e referencias a situatr6es naturais desta epoea e
nao fez relatrao a Copa do Mundo de Futebol, que muitas criantras tern 0 sonho
de ser urn jogador de futebol, como a segundo aluno fez. Ou seja, as
inferencias culturais e olhar d~ mundo entre as dois alunos sao bern diferentes,
enquanto 0 primeiro se prende ao visual e ao que e dado no texto, ja 0
segundo aluno consegue abstrair melhor a linguagem toda do anuncio bern
como e rna is observador no todo, consegue fazer relavoes rna is relevantes ate
28
mesma nos traz novas informac;:6es, como 0 idealizador do anuncio, a ideia
central do mesmo que e bern explorada, bern como analisa nao somente a
linguagem naa verbal, mas tambem a linguagem verbal.
Olhanda nas grifas de cad a cor de legenda (Anexa1) pademas identificar
que em ambos as alunos naD temas problemas de coesao e coeremcia
estrutural do texto, tambem naD sairam do foea principal do anuncio nem S8
prenderam a somente descrever 0 que viram nas imagens do mesmo.
A linguagem e alga que nos mastra tam bern que entre eles existe urn
leitor em potencial e urn nao muito leitor, pois a linguagem empregada entre os
dais textos nos mostra isso, 0 primeiro aluno (Marlon) emenDS leitor que 0
segundo (Jhanny).
A maior diferenry8entre estes alunos sao as inferemcias feitas entre elese 0 nivel de leitura de cada urn, mesmo com urna linguagem urn pouco
diferenciada 0 que mais S8 evidencia ainda nestas prodw;;oes sao os dois itens
citados no inicio do paragrafo.
Texta 2
o segundo anuncio e de uma empresa area, 0 mesmo nos traz poucas
informa90es em linguagem verbal e tam bern trabalha muito mais com a
linguagem nao verbal. A partir deste anuncio as alunas produziram textos
dissertativos argumentativos, os dais seguem em anexo ( Anex02):
29
Analise das produ4;oes textuais com base no texto 2:
A primeira aluna, Bianca, tern uma observat;:ao do texto de forma mais
simples e direta, quando analisamos a sua leitura natamos que ele 56
conseguiu identificar 0 que estava explicito no anlincio, naD abstraiu muitas
caisas e deixou sua prodw;ao simples, porem naD fugiu ao tema central da
mesma, quase como 0 aluno Marlon do primeiro texto. Podemos notar tambem
que suas inferencias em rela9ao ao texto sao parecidas ao da segunda aluna,
Carolina, pais ambas as referencias focam 0 tema central do anuncio que e a
comodidade de S8 viajar de aviao e nao de Dutro meio de transporte quaisquer
,ou seja, as inferencias culturais e olhar de rnundo entre as duas alunas sao
bern parecidos. A maior diferenga que parece aqui nestes textos e a dificuldade
de coesao estrutural do texto, que a primeira aluna tem, enquanto a segunda e
bem mais articulada diante a esta questao. 0 nivel de leitura e abstragao das
duas sao equivalentes, ambas conseguem fazer relagoes relevantes. A ideia
central do mesmo e bem explorada, bem como a analise da linguagem nao
verbal e linguagem verbal do anuncio.
Olhando nos grilos de cad a cor de legenda (Anexo2) podemos identilicar
que a aluna Bianca ainda apresenta algumas dificuldades de ortografia e
acentuagao que nao sao relevantes diante a proposta de interpretagao, mas
nao pod em aS deixar de citar.
Ambas manteram a foco principal do anuncio e nao se prenderam a
somente descrever a que viram na imagem do anuncio.
A linguagem e alga que nos mostra uma pequena diferenya entre elas,
porem as analisamos como sendo de mesmo nivel de linguagem.
A maior diferenya entre estas alunas sao as dificuldades de coesao
apresentadas par uma delas (Bianca) em relayao a outra (Carolina), as suas
inferencias sao parecidas e a nivel de leitura de cada uma pode-se dizer que ea mesmo.
Texto 3
o terceiro anuncio e de uma empresa de autom6veis, a mesmo tambem
trabalha com poucas informa90es em linguagem verbal e muito mais com a
30
linguagem naD verbal. A partir deste anuncio as alunDS produziram textos
dissertativos argumentativQs, as dais seguem em anexo (Anexo3):
Analise das produt;;6es textuais com base no texto 3:
Nesta analise iremas encontrar uma produc;ao textual nos mesmos
parametres nas demais analisadas, porem a Dutra produyao fugiu da nossa
proposta e e por isso que ela esta aqui para S8r analisada. 0 primeiro aluno,
Cau8, tern uma observay8o do texto de uma forma bern detalhista, consegue
abstrair muito bern as conteudos da linguagem do anuncio e muito observador
do contexte todo do an uncia, consegue fazer relayoes relevantes ate mesma
nos traz novas informac;oes, como a ideia de tranquilidade e paz colocada
diante as imagens da paisagem, par-dc-sol enos faz ter alhares diferentes
sabre a mesmo. A ideia central do anuncia e bem explorada, bem como analisa
nao somente a linguagem nao verbal, mas tambem a linguagem verbal.
Ja 0 segundo aluno, Douglas, tem uma leitura textual simples e direta,
quando analisamos a sua leitura natamos que ele s6 conseguiu identificar 0
que estava explicito no anuncia, nao abstraiu muitas coisas e deixou sua
produC;ao simples e em vez de trazer uma interpretac;ao do anuncio nos faz um
detalhamento da cena, ou seja, ele descreve 0 que temos e imagens em vez
de analisar e abstrair os conteudos ali expostos, naa foge ao tema central, mas
31
tambem naD 0 ana lisa. NaG conseguimos nem mesmo notar as suas
inferencias em relayao ao texto, ja que ele naD expoe as mesmas, pais apenasreproduz 0 que esta venda de forma descritiva. Sua produc;ao que era para ser
uma dissertary80 tornou-se uma descric;ao e assim fugiu totalmente de nossaproposta. Sem contar as dificuldades de coesao, coerencia e gratia.
Nessa intenc;ao era avaliar e identiftcar as niveis de proficiemcianas suasinferencias culturais e olhar de mundo, [eitura textual, coesao semantica,
coerencia pragmatica, sendo assim tornou-se dificil de fazer estes tipos de
analise nesta produc;ao.Olhanda nas grifas de cada car de legend a (Anexo3) podemas identificar
que 0 aruno Caue manteve-se na mesma media da turma em nivel de analise,
enquanto 0 aruno Douglas teve varias outras dificuldades alem dainterpretavao, como algumas dificuldades de ortografia e acentuavao, coesao ecoerencia textual que neste caso sao bem relevantes diante a proposta dejnterpretayao e nao podemos deixar de citar. A maior diferenya entre estes
alunos sao as dificuldades de compreensao da pro pasta de produ9aa textual
apresentada.
32
4. CONCLUsAo
Ao findar deste trabalho conseguimos encontrar pontcs importantissimos e
relevantes que influenciam diretamente sabre a interpreta~ao no resultado da
produyao textual. Retomando as dizeres de Freire, que ana lisa a palavra e
seus valores de mundo, conseguimos evidenciar que S8 a rel8yElO palavra-
mundo S8 encontra desconexa aD contexto s6cia-cultural do interlocutor, as
interferencias na sequencia de interpretaCYEIo sao muito relevantes fazendo com
que urn texto possa, ate mesma, tornar-S8 detalhamento de signos em vez de
argumenta<;:ao. Onde nao S8 tern urn referencial cultural desenvolvido, este
pode ser domestico ou proporcionado nos ambientes escolares mesma, a
dificuldade de compreensao das propostas faz com que a resultado nao
acontega, au seja, devido a falta de interagao lingua, linguagem, sujeito e texto,
as processos de compreensao podem ser dificultados gerando urn desacordo
com a prod uta que se espera atingir, como Ezequiel nos mostra na importfmcia
do ato de leitura. Estes processos sao iniciados intrinsecamente em cad a
sujeito, se este sujeito nao consegue ter a capacidade de aproximar-se do texto
com seus referencias que estao armazenados dentro de si, 0 primeiro passo,
que seria a basico, que e a relagao sujeito-texto acaba nao acontecendo, a que
gera interferencias interpretativas que acarretam ou no desvio de proposta au
na total incongruencia com a proposto, conforme nos atualiza Mara da Graga
Costa Val.
Ao juntarmos todos estes processos com 0 letramento. Kleiman(2002). e a
estetica da recepc;ao, Iser(1996). iremos notar que toda 0 nosso estudo em
fungao da interpretagao textual e a produgao textual, se completa e se
confirma, fazendo com que entendamos que um sujeito, que vive permeado de
textos a tempo todo s6 consegue se posicionar criticamente diante a
sociedade, quando ele com ega a identificar e utilizar de todos as
conhecimentos aqui mencionados, e estes sao inatos ao ser humano, para
fazer as devidas relagoes construgoes do mundo que a cerca,
A partir destas descobertas a questionamento torna-se outro, como fazer
para auxiliar na construgao dos olhares interpretativos de qualquer sujeito,
sendo que estes veem de variadas formagoes culturais, economicas, sociais e
ideol6gicas?
33
Talvez este seja um questionamento que valha a pena ser leva do em frente
e aprofundado no decorrer da vida, talvez sua relevancia seja pequena perto
das literaturas artisticas que nos enredam, mas com certeza nos propicia a
constrUyaO de um novo olhar educacional, ou seja, nao posso fiar 0 meu
conteudo ao meu aluno, mas preciso inserir 0 meu aluno no mundo dos
conteudos, com as realidades de conteudos que ele tem, aumentando assim 0
leque de desenvolvimento do mesmo.
Para construir um edificio preciso de alicerces fortes, para construir um
sujeito socio-critico preciso entender quais sao as bases que Ihe faltam para
que 0 deixe forte.
34
5. ANEXOS
Anexo1
35
(p.Il/IO/IS3)
36
Anexo2
37
_~IlJu,~') _oiuoo ______ vv~~~o __
38
Anexo3
\.Ie <::l.. ''91 €"'>'\ ""oS 'O"OS I(J" u2.:....(\~ <t.~ <;).s ~~ qu..e ~~'!~
e,,,,,, -I,"-"';U;\,&.de e se<<>; " ""-,' fe"-C?, ",,10, ;,10, Ab" de 0",,"''''o pf~dv.-k 10 <lV'jlt~:a (hCl~ Q.. (li~f\4("'\~ ~(<;;:.. \1 rC.t'H \1~~dl.;IJ~'1neo$ Gll!~t
&'-"Z.li'"ilc.b 'i'""-~ 1"IC:&."c ;(00 s<:. ~i\e~e.,d::-(, '?W\'!r 1(c...z:. -hC.~\Cf(,l.\I;dc.dQ e. ~~
00 (I.e,,\{> CI~ece"rb (onlfol\Q Q. as,.,~~c·,t..1~'1i~ '(o.~;evy, 0 mo..;O{ ~d;(e
~"-",h ~o ~::.: ~".:..!!':Jt<>"Q~,:~~dA"","-fez., de i:,:~ie~i)tJ o..,~'\c;o I dO-nCo ('~ ;~r-L~:"'YU"~~..::.::~J..I."l'l1b~ ~1O~:
~e~~~i"''l-t~-!.-~k!:: ..~<'' 0, d~trp.k!r~~e,_c..f~(\I.;f;:o) po{
(o.,k «--S 1C (ices de Q..~*u."'f'o 8i()."cle '9!eO::0VQlrh~ Jo...~CJ,:,•.\c",;clJ;j\l"is~ f"(u'S"" •.s1C",ckocb (crm" 0"»" erossiS"'",,, " Go"," ",je ""'VI1c. ~~\J:..I 0 (Q.HO l~"" ~U.e sec PO:fe-t~1 CQ5>;W\ Co CO.....,tH~ pede. ,ef ':l.
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39
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