USO DO ÁCIDO GIBERÉLICO NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE CAJÁS ARMAZENADOS A TEMPERATURA...
-
Upload
andreia-amariz -
Category
Documents
-
view
26 -
download
1
Transcript of USO DO ÁCIDO GIBERÉLICO NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE CAJÁS ARMAZENADOS A TEMPERATURA...
USO DO ÁCIDO GIBERÉLICO NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE CAJÁS
ARMAZENADOS A TEMPERATURA AMBIENTE
Hirllen Nara Bessa Rodrigues1; Pahlevi Augusto de Souza2; Evando Luiz Coelho2; Mayra Cristina Freitas Barbosa3; Raimunda Valdenice da Silva Freitas1; Elisabeth Mariano Batista 1
1Graduanda do Curso de Tecnologia em Alimentos – IFCE Campus Limoeiro do Norte: [email protected]; [email protected]; [email protected]. Travessa João Lopes de Assis -3600 – Boa Fé – 62930-000 – Limoeiro do Norte – CE.2Professor D. Sc. - IFCE – Campus Limoeiro do Norte. E-mail: [email protected]; [email protected]óloga em Alimentos – Aluna de especialização:CENTEC: [email protected]
Palavras-chave: Spondias mombin, conservação, maturação.
INTRODUÇÃO
Dentre as espécies frutíferas destacam-se as pertencentes ao gênero Spondias,
representadas pela ciriguela, cajá-manga, cajarana, umbu e cajá, com relevância para a
cajazeira, por sua multiplicidade de uso e potencial agroindustrial. Apesar da importância
real e potencial que essa fruta representa para o Nordeste, verifica-se que existem poucas
informações tecnológicas a seu respeito (MENDONÇA et al., 2008).
Para ampliar o período de colheita e prolongar a oferta de frutos, necessita-se
estabelecer novas condições e manejo na pré-colheita, colheita e armazenamento, tais
como o emprego de reguladores vegetais, os quais podem ser utilizados para retardar a
maturação e preservar a qualidade pós-colheita do fruto (BLUM, AYUB e MALGARIM,
2008).
A aplicação de ácido giberélico pode inibir, parcialmente, a ação do etileno,
retardando o amolecimento, a perda de clorofla e o acúmulo de carotenóides (BRACKMANN
et al., 2002). Esses efeitos permitem retardar a colheita e prolongar o tempo de
armazenamento dos frutos (STEFFENS et al., 2009). Além disso, promove maior retenção
da firmeza da polpa e aumenta sua conservação pós-colheita em temperatura ambiente
(BLUM, AYUB e MALGARIM, 2008).
Estudos com aplicação de ácido giberélico em diversas concentrações têm
demonstrado efeito significativo na manutenção da coloração de limões Tahiti (BIASI e
ZANETTE, 2000) e aumento da firmeza em caquis (CARVALHO, et al., 1998). Porém, não
se verificou efeito significativo em ameixas Laetitia (STEFFENS et al., 2010). Este trabalho
teve como objetivo analisar o emprego do ácido giberélico na conservação pós-colheita de
cajás armazenados a temperatura ambiente.
MATERIAL E MÉTODOS
Os frutos de cajá (Spondias mombin) foram colhidos em pomar localizado em área
do Instituto Frutal, em Limoeiro do Norte-CE, apresentando-se em estádio de maturação
verde maduro (de vez). Em seguida, foram transportados para o laboratório de Química de
alimentos do IFCE, Campus Limoeiro do Norte, onde foram selecionados e sanitizados com
solução de cloro ativo (100 ppm). Os tratamentos constaram da aplicação do Ácido
giberélico (GA3) e o controle. Os frutos foram imersos em solução de ácido giberélico em
concentração de a 100 ppm durante trinta minutos. Decorrido o tempo os frutos foram secos
e colocados em bandejas de isopor à temperatura ambiente (29,7ºC e UR de 59%).
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 5
para a avaliação da perda de massa, consistindo de tipos de revestimento (controle e ácido
giberélico 100 ppm) e tempos de armazenamento (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 dias) e 2 x 2 para
as demais características, consistindo de tipos de revestimento e tempos de
armazenamento (0 e 8 dias), realizados em 5 repetições de dez frutos por parcela.
Diariamente foi avaliada a perda de massa e calculada por diferença entre a massa inicial e
a massa obtida a cada intervalo de tempo, expresso em porcentagem. Nos tempos 0 e 8
foram avaliadas as características teor de sólidos solúveis (°Brix); acidez titulável (% ácido
cítrico) e pH.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Houve aumento progressivo da perda de massa ao longo do armazenamento (Figura
1), observando maiores perdas para os frutos controle. O controle teve uma perda de massa
média diária de 3,40% enquanto que o fruto tratado com ácido giberélico à perda foi de
3,04% (0,36% menor). Ao final dos 9 dias de armazenamento a perda de massa média foi
de 25,94% para o controle e 23, 37% para o ácido giberélico, com diferença de 2,57%. Esse
resultado pode estar relacionado a redução da taxa respiratória e consequente redução da
trspiração nos frutos tratados com o GA3, pois sabe-se que esse fitohormônio é um inibidor
da síntese do etileno. Blum, Ayub e Malgarim (2008), analisando Caquis tratados em pré-
colheita com ácido giberélico e armazenados por um período de trinta dias sob refrigeração,
observaram uma perda de massa fresca de 3,0 % com aplicação de 72ppm.
Figura 1 - Perda de massa (%) de frutos de Cajás tratados com 100 ppm de GA3
armazenados por 09 dias sob temperatura média de 29,7ºC e UR de 59%. Limoeiro do Norte – IFCE, 2011.
As características químicas avaliadas apresentaram maiores valores para os frutos
controle (Tabela1). Porém, observa-se peuqenas diferenças entre os valores médios, sendo
mais notável para os teores de acidez titulável. Em cajás, o aumento dos teores de acidez e
sólidos solúveis é bem conhecido. Porém, era de se esperar menores teores para os frutos
tratados com GA3. Blum, Ayub e Malgarim (2008), observaram a ausência de alterações
nessas características, com exceção para os teores de sólidos solúveis que apresentaram
diferença de um 1 °Brix quando comparado ao controle.
Tabela 1- Valores médios das Características químicas de frutos de cajá armazenados por 09 dias sob temperatura média de 29,7ºC e UR de 59%. Limoeiro do Norte – IFCE, 2011.Características
Avaliadas
Caracterização 9 dias de armazenamento
Controle GA3
(100 ppm)
SS (ºBrix) 7,6 12,7 12,4
AT (% ác. cítrico)
2,44 2,89 2,53
pH 2,49 2,69 2,61
Durante o armazenamento, pode-se observar que os frutos tratados com GA3
apresentavam-se mais verdes e mais firmes que o controle (dados não mostrados).
CONCLUSÕES
Na concentração utilizada no presente trabalho o ácido giberélico não se mostrou
eficiente em prolongar a vida útil dos cajás.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLUM, J; AYUB, R. A e MALGARIM, M. B. Época de colheita e qualidade pós-colheita do
caqui cv. Fuyu com a aplicação pré-colheita de ácido giberélico e Aminoetoxivinilglicina.
Artigo científico. Revista Biotemas, 21 (4). pag 15-19, dez 2008
BRACKMANN, A.; MELLO, A. M.; FREITAS, S. T. Qualidade pós-colheita de caqui ‘Kyoto’,
tratados com ácido giberélico e aminoetoxivinilglicina em pré-colheita. Revista da
Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia, v.9, p.48-55, 2002.
BIASI, L. A E ZANETTE, F. Ácido Giberélico isolado ou associado a cera na conservação
pós-colheita da Lima ácida “Tahiti”. Artigo científico. Scientia Agraria, Editora UFPR, 2000.
CARVALHO, A. V.; DAIUTO, A. R.;LIMA, L. C. O e GERBER, D. A. O. Emprego de ácido
giberélico (ga3) na conservação de caqui (Diospyros Kaki l.) Cv. Fuyu, armazenado em
atmosfera modificada sob refrigeração. Artigo científico. Rev. Um. Alfenas, 4: 121-126,
1998
MENDONÇA, R. U.; MOURA, C. F. H.; ALVES, R. E.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUZA, V. A.
B. Qualidade e potencial de utilização de cajás (Spondias mombin L.) oriundos da região
meio-norte do Brasil In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, XX, Resumos...
Vitória. 2008.
STEFFENS, C. A.; AMARANTE, C. V. T. do; CHECHI, R.; SILVEIRA, J. P. G.;
BRACKMANN, A. Aplicação pré-colheita de reguladores vegetais visando retardar a
maturação de ameixas ‘Laetitia’. Ciência Rural, v.39, p.1369-1373, 2009.