Vania - Dactiocaulose

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Índice 1. Introdução.................................................. 1 1.1 Objectivos................................................. 2 1.1.1 Geral.................................................... 2 1.1.2 Específicos.............................................. 2 2. Metodologias................................................ 2 3. Dictiocaulose............................................... 3 3.1 Etiologia.................................................. 3 3.2 Ciclo Evolutivo............................................3 3.3 Espécies afectadas e agentes Patológicos...................4 3.4 Transmissão................................................ 4 3.5 Diagnóstico................................................ 5 3.6 Sintomas e sinais..........................................5 3.7 Achados ante-mortem..........................................6 3.8 Achados post-mortem..........................................7 3.9 Tratamento................................................. 7 3.10 Potencial zoonótico e saúde pública.......................8 3.11 Controle e Prevenção......................................8 4. Constatações............................................... 10 5. Bibliografia............................................... 11 6. Anexos..................................................... 12

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Dictiocaulose, e uma doenca que causa morte de varios animais domesticos. Veja nesta materia a etiologia, a epidemiologia e as formas de controlo da doenca.

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Índice

1. Introdução....................................................................................................................................1

1.1 Objectivos..................................................................................................................................2

1.1.1 Geral.......................................................................................................................................2

1.1.2 Específicos..............................................................................................................................2

2. Metodologias...............................................................................................................................2

3. Dictiocaulose...............................................................................................................................3

3.1 Etiologia.....................................................................................................................................3

3.2 Ciclo Evolutivo..........................................................................................................................3

3.3 Espécies afectadas e agentes Patológicos..................................................................................4

3.4 Transmissão...............................................................................................................................4

3.5 Diagnóstico................................................................................................................................5

3.6 Sintomas e sinais........................................................................................................................5

3.7 Achados ante-mortem................................................................................................................6

3.8 Achados post-mortem................................................................................................................7

3.9 Tratamento.................................................................................................................................7

3.10 Potencial zoonótico e saúde pública........................................................................................8

3.11 Controle e Prevenção...............................................................................................................8

4. Constatações..............................................................................................................................10

5. Bibliografia................................................................................................................................11

6. Anexos.......................................................................................................................................12

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1. Introdução

A verminose pulmonar de bovinos por Dictyocaulus viviparus (dictiocaulose) ocorre com maior

frequência em terneiros de raças leiteiras até um ano de idade, no verão ou outono, na primeira

estação de pasto, ou em bovinos com exposição prévia mínima ou nula ao parasita (EYSKER,

1994).

Exemplares adultos de D. viviparus são nematódeos finos (0,2cm de diâmetro) e alongados (8-

10cm de comprimento) encontrados principalmente nos brônquios (ZAJAC, 2002).

Na dictiocaulose de bovinos, quatro fases podem ser distinguidas (EYSKER, 1994): 1) fase de

penetração (desde que as larvas entram no hospedeiro até chegarem aos pulmões), 2) fase pré-

patente (desenvolvimento das larvas até adultos no pulmão), 3) fase patente (ovopostura pelos

parasitas adultos no pulmão) e 4) fase pós-patente (com surgimento de sinais clínicos

respiratórios graves nos estádios finais da doença). (ZAJAC, 2002).

No presente trabalho, vai se falar de Verminose pulmonar, também, conhecida como

Broncopneumonia Verminótica (dictiocaulose), desde a etiologia, sintomas, modos de

transmissão, tratamento e formas de prevenção.

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1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

Conhecer a epidemiologia, os sinais clínicos e os achados patológicos da dictiocaulose em

animais com a finalidade de contribuir com dados para facilitar o diagnóstico dessa condição

respiratória.

1.1.2 Específicos

Descrever a etiologia da dictiocaulose ou verminose pulmonar;

Identificar os principais sintomas clínicos da doença e o possível diagnóstico;

2. Metodologias

O presente trabalho, teve como base de sustentação ou fontes a consultas bibliográficas em

manuais e livros relacionados com a matéria em causa e internet.

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3. Dictiocaulose

A dictiocaulose é uma pneumonia causada pelo nematóide Dictyocaulus viviparus e

Dictyocaulus filaria em bovinos e ovinos e, o Dictyocaulus arnfieldi em equinos e asininos,

acometendo principalmente animais jovens. Um mês após a infecção observa-se tosse, descargas

de muco pelas narinas e olhos e com a evolução da doença pode ocorrer a morte do animal por

anoxia ou sufocação. (ZAJAC, 2002).

O Dictiocaulus é um nematóide encontrado nos pulmões dos bovinos, ovinos, equinos e asininos,

é a principal causa de bronquite parasitária nestes hospedeiros.

A Dictiocaulose em bovinos é uma doença essencialmente respiratória e as manifestações

clinicas relacionam-se com a penetração dos parasitas no hospedeiro. (DUNGWORTH, 1993)

3.1 Etiologia

O gênero Dictyocauluspertence ao Filo Nemathelminthes e a Classe Nematoda, apresentando as

espécies Dictiocaulus vivíparus, Dictyocaulus filaria, Dictyocaulus arnfieldi. O D. vivíparus

parasita os bronquíolos, brônquios e traquéia de bovinos; o D. filaria parasita os bronquíolos de

ovinos e caprinos e; o D. arnfieldi parasita brônquios e bronquíolos de equinos e asininos

(EYSKER, 1994).

Quanto a sua morfologia, o comprimento dos machos variar de 17 á 50 mm e as fêmeas de 23 a

80 mm (ZAJAC, 2002).

3.2 Ciclo Evolutivo

As fêmeas de Dictyocaulus são ovovivíparas, produzindo ovos que contém larvas (L1)

totalmente desenvolvidas que eclodem quase que imediatamente na mucosidade das vias

respiratórias. As L1 migram até a traquéia, onde são deglutidas e eliminadas nas fezes ou

expelidas pela tosse (EYSKER, 1994)

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As larvas de primeiro estádio, presentes nas fezes, são caracteristicamente lentas e não se

alimentam, apenas absorvendo energia de suas células intestinais que estão cheia de grânulos

alimentares castanho-escuros. Em condições ideais, as larvas de terceiro estádio (L3) infectante é

atingindo dentro de cinco dias, e retém as cutículas dos estádios anteriores (L1 e L2). As L3

infectantes deixam o bolo fecal e alcançam a forragem ou por sua própria motilidade ou através

de intervenção do fungo Pilobolusque se desenvolve em fezes de herbívoros (URQUHART et

al., 1998).

Os hospedeiros ingerem as L3 junto com o pasto e penetram na mucosa intestinal, atingindo a

circulação sangüínea via gânglios linfáticos do mesentério. (URQUHART et al., 1998)

Pela circulação chegam aos alvéolos, bronquíolos e brônquios. Algumas larvas, em fêmeas

prenhes, podem chegar ao feto através da circulação placentária, ocasionando infecção pré-natal.

As larvas de terceiro estádios sofrem muda para L4 após cinco dias da infecção e no 15º dia são

observados adultos jovens nos brônquios (URQUHART et al., 1998).

3.3 Espécies afectadas e agentes Patológicos

Bovinos – Dictiocaulus vivíparus, Dictyocaulus filaria, Dictyocaulus arnfieldi

Asininos e Equinos – D. arnfieldi parasitam brônquios e bronquíolos

Ovinos, e Caprinos - D. filaria, parasita os bronquíolos.

3.4 Transmissão

O hospedeiro adquire o parasita ao ingerir o capim contaminado com suas larvas. Essas atingem

o pulmão através da circulação linfática e sanguínea após a penetrarem pela mucosa intestinal.

No pulmão as larvas atingem o estágio adulto e começam a ovipor.

Os ovos eclodem dentro do hospedeiro e, após sua expectoração e ingestão, são eliminados com

as fezes que vão contaminar o capim. (EYSKER, 1994)

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3.5 Diagnóstico

O diagnostico da dictiocaulose é feito mediante:

Exame clínico

Exames laboratoriais

- Detecção das larvas de 1° estágio nas fezes

– Lavado traqueal

3.6 Sintomas e sinais

Os sintomas ou sinais da dictiocaulose, resumem-se em:

Respiração do tipo superficial, rápida e abdominal

• Aumento da frequência respiratória (100 mpm)

• Dispneia

• Tosse brônquica

• Corrimento nasal

• Temperatura elevada (40-41°C)

• Taquicardia (100-120bpm)

• Ruídos pulmonares alterados

• Presença do murmúrio vesicular aumentado e sons brônquicos

Animal alerta (normorexia)

• Respiração pela boca

• Cianose

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• Prostração

• Decúbito

Os animais com essa doença, atinge a morte entre os 3 a 14 dias.

3.7 Achados ante-mortem

Quando os animais chegam ao matadouro, o inspector pode observar o animal para detectar

alguns aspectos relacionados com as características externas e visíveis sem precisar de fazer a

sangria no animal (inspenção ante-mortem).

Os animais com 5 a 7 meses de idade apresentam anorexia, perda de peso, tosse, taquipneia,

dispneia, respiração abdominal e secreção nasal serosa. Alguns desses bovinos por vezes

respiram pela boca, com o pescoço estendido e os membros anteriores afastados. (RUAS, 2001)

Fig. 1: Animal anoréxico em virtude do ataque da dictiocalose

Fonte: RUAS, 2001

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3.8 Achados post-mortem

Geralmente na inspencção post-mortem, é possível notar o pulmão vermelho, firme e pesado,

principalmente nos lobos caudais, com áreas multifocais brancas elevadas (enfisema) e outras

vermelhas deprimidas (atelectasia), conferindo padrão moteado ao órgão. (ver anexo). (RUAS,

2001)

Na superfície de corte, nota-se numerosos pontos acinzentados de 1mm de diâmetro distribuídos

aleatoriamente pelo parênquima e alguns exemplares de Dictiocallus na luz dos brônquios.

(BREEZE, 1984)

Fragmentos de pulmão foram fixados em formol a 10% e processados rotineiramente para

histopatologia. Microscopicamente, o epitélio brônquico estava moderadamente hiperplásico e

havia hiperplasia dos acúmulos linfóides peri-brônquicos (BALT). (BREEZE, 1984)

3.9 Tratamento

Os anti-helmintos viáveis para o tratamento da bronquite parasitária são os modernos

benzimidazóis, levamisol ou as ivermectinas. Essas drogas demonstram eficácia contra todos os

estágios de parasitas pulmonares, com consequente melhora da sintomatologia clinica

(URQUHART et al., 1998).

Para máxima eficiência, todas essas drogas devem ser usadas o mais cedo possível, visto que os

sintomas clínicosassociados a patologia pulmonar não desaparecem rapidamente por simples

remoção de parasitas pulmonares adultos. (URQUHART et al., 1998).

Qualquer que seja o tratamento escolhido é aconselhável dividir os animais acometidos em dois

grupos, pois o prognóstico varia de acordo com a gravidade da doença (URQUHART et al.,

1998).

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Tabela 1: Fármacos usados para o tratamento de Dictiocaulose

Fonte: (URQUHART et al., 1998).

3.10 Potencial zoonótico e saúde pública

As fontes não demostram a relação drástica ou relação zoonótica. Mas torna-se importante referir

que existem algumas espécies de nemátodos que atacam o Homem, e que provocam a doença

mais conhecida em Moçambique por filariose (filária), que se manifesta pela tremenda comichão

nos lugares onde ataca (nos pês normalmente). (BREEZE, 1985)

3.11 Controle e Prevenção

O melhor método para prevenir a bronquite parasitária é imunizar todos os bezerros jovens com

vacina constituída de larvas atenuadas, mas esta vacina atualmente encontra-se apenas na

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Europa. A Administração da vacina é por via oral em animais com oito semanas de idade.

Porém, ela não impede a instalação de pequenas quantidades de parasitas pulmonares ainda que

num nível muito baixo (URQUHART et al., 1998).

Mas em suma, pode se considerar que para o bom controlo desta enfermidade, deve se

considerar:

Redução do estresse ambiental

Maneios nutricional e alimentar adequados

Maneio higiênico-sanitário das instalações

Adequada ventilação (minimização de vapores de amônia)

Umidade e Temperatura

Lotação

Fornecimento de colostro de boa qualidade, no tempo adequado, e na quantidade

apropriada

Programas de vacinação adequados a cada fazenda

Programas de e vermifugação (BREEZE, 1985)

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4. Constatações

Durante a realização deste presente trabalho, constatou-se que a dictiocaulose é uma pneumonia

causada pelo nematóide Dictyocaulus viviparus e Dictyocaulus filariaem bovinos e ovinos e, o

Dictyocaulus arnfieldiem eqüinos e asininos, acometendo principalmente animais jovens. Um

mês após a infecção observa-se tosse, descargas de muco pelas narinas e olhos e com a evolução

da doença pode ocorrer a morte do animal por anoxia ou sufocação.

Constatou-se ainda que a dictiocaulose é uma das principais doenças pulmonares, principalmente

em animais jovens e apesar do tratamento com anti-helmínticos ser bastante eficaz, melhor seria

se a vacina estivesse ao alcance de todos para melhor controlar a enfermidade.

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5. Bibliografia

ZAJAC, A. M. Parasitic bronchitis and pneumonia. In: SMITH, B. P. Large animal internal

medicine: diseasesof horses, cattle, sheep, and goats. 3. ed. Missouri: Mosby, 2002. p. 577-579.

OGILVIE, T.H. Medicina interna de grandes animais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

568p.

RADOSTITS, O. M.; GA Y, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica Veterinária:

um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos e equinos. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2002. p. 817-827.

RUAS, J.L. Doenças parasitárias. In: RIET-CORREA, F. et al. Doenças de ruminantes e

equinos. 2. ed. São Paulo : Varela, 2001. p.85-89.

EYSKER, M. Dictyocaulosis in cattle. Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.16, p.669-672, 1994.

DUNGWORTH, D.V.F. The respiratory system. In: JUBB, K.V.F.; et al, Pathology of domestic animals. 4.ed. San Diego : Academic, 1993. p.539-699.

URQUHART et al. Parasitologia Veterinária. 2 ed., p. 100-102, 1998.

BREEZE, R. Parasitic bronchitis and pneumonia. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Pratice, v.1, p.277-287, 1985

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6. Anexos

Fig. 2: Dictyocaulus viviparus, na inspenção post-mortem

Fonte: www.ufpel.edu.br/nupeec - Dictiocaulose

Fig. 3: Presença de Dictyocaulus viviparus na traqueia e nos brônquios dos animais

Fonte: www.ufpel.edu.br/nupeec - Dictiocaulose