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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | JULHO DE 2017 | EDIÇÃO 192 | ANO 15 Montagem Web Força de trabalho, acesso à educação e tecnologia aliados ao empreendedorismo mudam cenário do meio rural VIDA DE AGRICULTOR

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Força de trabalho, acesso à educação e

tecnologia aliados ao empreendedorismo

mudam cenário do meio rural

VIDA DEAGRICULTOR

VIDA DE AGRICULTOR JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 20172

Reportagem: Natália Zucchi | Edição: Kátia Bortolini

Empreendedorismo no meio rural

Em uma visita a casa de sua mãe, Paulo Lo-renzini viu no abacaxi uma oportunidade de negócio. Ao observá-lo entre as frutas recém compradas, encontrou uma nova chance de investir na agricultura, após tentativas descarta-das de produzir tomate e cana, no município de Santa Tereza. Esforçado, pesquisou e estudou os meios de produção do abacaxi sozinho, através da internet. Mas foi a partir do apoio da Secre-taria de Agricultura de Santa Tereza e da Ema-ter, que o atual auxiliar de produção, hoje com 38 anos, passou a produzir pés de abacaxi em uma área de terras de um hectare, a cerca de mil metros das margens do rio Taquari. Após pouco mais de dois anos, ele está cultivando quatro mil pés de abacaxi, de quatro variedades diferentes. Como a média é de dois anos entre produzir cada muda e nascer o primeiro fruto, os primei-ros dez abacaxis ficaram prontos em dezembro de 2016. Agora em 2017, a expectativa também é de uma colheita simbólica, mas com abacaxis doces, de excelente qualidade.

Cultivadas uma a uma por Lorenzini, as mu-das são uma alternativa de multiplicar o fruto sem a semente, para posteriormente produzir de forma original. Ele plantou a coroa do abaca-xi, onde concentram-se as folhas, em um subs-trato depositado em copos plásticos e esperou criar as raízes. Com o intuito de otimizar a pro-dução da forma mais ecológica possível, reco-lheu copos plásticos usados em bailes e festas do município e os higienizou para o uso. O cul-tivo das mudas também conta com o apoio de restaurantes de Bento Gonçalves e de Garibaldi. Lorenzini busca semanalmente sobras de aba-caxi para o aproveitamento da coroa. Segundo o empreendedor, a plantação conta com maior predominância da variedade de abacaxi Pérola,

atual qualidade de vida de Bento Gonçalves e de outros municípios da região é o somatório de muitos

fatores, entre eles o amor ao trabalho com a terra e o espírito empreendedor herdados de imigrantes europeus que deram início a essas cidades, no final do século 19. Esses milhares de imigrantes que vieram de outros países para colonizar o Brasil, trabalhando principalmente no desenvolvimento da agricultura, foram essenciais para o desenvolvimento do país. Em homenagem a eles é comemorado, em 25 de julho, o Dia do Colono. A data foi instituída em setembro de 1968 pela da Lei Federal 5.496. Popularmente, a data se tornou conhecida em 1924, em função das comemorações do centenário da vinda dos alemães para o Rio Grande do Sul.

A reportagem de capa desta edição do Jornal Integração da Serra homenageia a todos os que tiram seu sustento da terra gerando alimentos e riquezas para suas cidades. São quatro histórias de empreendedorismo rural, como acréscimo de rentabilidade.

Empreendedor inicia cultivo de abacaxis em Santa Terezae com outras três variedades ainda não iden-tificadas. O abacaxi leva de 90 a 120 dias para amadurecer, conforme o período e as condições climáticas. De forma natural, o abacaxizeiro for-nece apenas um fruto por safra, em que a co-lheita ocorre no verão, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

“Quando o fruto nasce, é um espetáculo da natureza. Ele vem vermelho como sangue, é realmente muito bonito. Conforme cres-ce ele vai escurecendo, e depois migra para tonalidades de laranja e amarelo, até estar maduro. Nesse ano, espero vê-los ainda na metade de agosto para poder iniciar a colhei-ta no período correto”, exalta Lorenzini. Ele também acrescenta que, ao redor da raiz desses frutos, os brotos originais ficarão concentrados. A partir deles, Lorenzini pretende ampliar a pro-dução para dez mil pés de abacaxi nos próximos anos. Mesmo sem uso de agrotóxicos, a produ-ção não é considerada orgânica por utilizar fós-foro e potássio para correção de solo. Mas ele garante que não serão aplicados pesticidas.

Conforme o secretário de Agricultura de Santa Tereza, Ernani Michelon, que acompanha o processo, “quando o sol é mais forte, os frutos são enrolados em plásticos para proteger dos raios UV”. Conforme o técnico da Emater, Aldacir Pancotto, que também acompanha o processo, a primeira safra prevista para dezembro de 2017 promete surpresas quanto ao sabor dos frutos. “O município de Santa Tereza tem áreas de ter-ra vermelha, ricas em potássio, que deixam o abacaxi menos ácido e muito mais doce. Nosso clima também influencia. Estamos numa região de vale, de muito calor, propício para o cultivo da fruta. Se fosse no frio intenso da Serra, não iria se desenvolver tão bem”, explica Pancotto. Paulo Lorenzini entre os pés de abacaxi

Natália Zucchi

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Foi com o cultivo da uva que Flávio Strapazzon, de 78 anos, morador de São Pe-dro, distrito de Bento Gon-çalves, sustentou a família, passando tanto por períodos prósperos como dificultosos. Foi sucedido na lida da viti-cultura pelos filhos Lucimar, 41 anos e Celso Antônio, 50 anos, que há 20 anos di-versificaram a produção da propriedade, investindo em horticultura. “Foi uma alterna-tiva. Observamos que era uma cultura de crescimento rápido e contínuo. Além disso, logo vimos que o retorno financei-ro em relação a uva era bem mais rápido”, ressalta Celso Antônio Strapazzon. A lida com as parreiras e hortaliças envolve sete pessoas das famílias de Cel-so Antônio e Lucimar Strapazzon. Os irmãos e fami-liares dividem as tarefas e se ajudam. Lucimar cuida mais dos parreirais. Celso, das estufas de hortaliças e morangos e na plantação de tomates. A colheita e separação é feita por todos, de manhã cedo e no fim da tarde. A família produz rúcula, alfaces, radicci, to-mate e temperos, como salsa e cebolinha. A produ-ção é feita de forma convencional, mas com orienta-ções e controle da Emater, respeitando a aparência natural dos alimentos e também o meio ambiente, utilizando produtos registrados. Eles comercializam a produção para festas em comunidades e abaste-cem restaurantes e mercados de Bento Gonçalves e região, além de serem fiéis aos clientes da feira livre de Bento Gonçalves. Nas manhãs de sábado, a fa-mília comercializa parte da produção na feira que ocorre na praça Centenário, no centro da cidade.

Gessi Strapazzon, esposa de Flávio, ressalta que a família sempre teve um pequeno canteiro, exclu-sivo para consumo próprio. Ela acrescenta que há cerca de 30 anos fortes geadas queimaram os par-reirais da família, trocados na época pelo plantio de tomates. “Foram tempos difíceis. Superamos com a solidariedade da comunidade”. As dificuldades fi-nanceiras continuavam, mesmo com a plantação de tomates. A situação começou a melhorar em 1997, quando a família montou a primeira estufa para hor-ticultura. Com o retorno financeiro, aos poucos, no-

vos investimentos foram feitos. Em 2001, a segunda estufa foi concluída, bem maior que a primeira.

Hoje, a propriedade tem três grandes estufas de hortaliças, uma de morango e outra de tomate cereja. “As pessoas gostaram dos produtos, se fide-lizaram. Ampliamos nossas estufas e, com a pro-dução maior, fomos atrás de novos clientes, como supermercados e restaurantes de Bento Gonçalves e região”.

Verão: menos alface, destaque ao morangoHá cerca de 12 anos, a família também cultiva

morangos semi-hidropônicos. A cultura veio como alternativa à queda da venda de alface durante o verão. Suzana, filha de Celso, explica que no verão a alface fica pronta para consumo em cerca de 30 dias, aumentando a produção. “Quando o calor che-ga, o pessoal também planta em casa. Além disso, muita gente tem feito hortas criativas em aparta-mentos. Assim, eles acabam deixando de consumir dos produtores durante o período”, acrescenta. Ela explica ainda sobre o cultivo da alface. “Colhemos no fim do dia, quando o sol e o calor baixam, as-sim elas não murcham. Isso mantém a qualidade de vida útil do alimento”, destaca. “Mesmo na horticul-tura, o trabalho também é pesado. Corremos o ris-

co de não colher quando o tempo não ajuda”, afirma.

O pai Celso acentua que o trabalho na agricul-tura tem que ser planejado conforme a demanda das produções, entre outros fa-tores. “Os confortos da vida moderna exigem muito. Para ter mais qualidade de vida hoje é preciso plano de saúde, seguro de carro, de casa, entre outros itens. A renda de nossas famílias vem do nosso trabalho con-junto, que tem dado certo”, comemora ele.

Já as inovações tecnoló-gicas foram decisivas para a manutenção do cultivo da

uva. Em 1995, através de financiamentos bancários, a família comprou um trator, agilizando o processo e aumentando a produção. “Hoje é um trabalho de uma só pessoa, mais assertivo. O tempo gasto é um pouco menor também”, ressalta Lucimar, filho de Gessi e Flávio. Gessi acentua que, se não fosse pelo trator, a família teria deixado de trabalhar com a uva.

Feira livre: um ambiente amigávelVender na feira em Bento Gonçalves já é tradi-

ção da família. Celso salienta que foi seu tio, Rústi-co Strapazzon, um dos fundadores da feira, quem o incentivou a apostar no comércio de hortigran-jeiros. Às 3h15min da madrugada do sábado, eles acordam para organizar os produtos que serão ofe-recidos na feira. “Moramos perto da cidade e a estra-da é de fácil acesso, fatores que facilitam o comér-cio da produção. Mas o horário da madrugada em que trabalhamos para distribuição nos mercados e para chegar na feira está muito perigoso. A violên-cia cresceu muito em Bento Gonçalves nos últimos anos”, observa Celso.

A família se divide e intercala sábado a sábado na feira. O pai, Flávio Strapazzon, hoje com 78 anos, deixou de liderar o comércio na feira há dois anos, e agora apenas frequenta o local, esporadicamente, para reencontrar os amigos. “A feira cresceu muito. Mas, a maioria das pessoas ainda gosta de conhecer o produtor, de conversar com a gente. Muitos vão à feira exclusivamente para bate-papo. É um ambien-te amigável”, destaca Celso.

A família valoriza o conhecimento e a experi-ência do “nono” Flávio, sempre consultado antes

de decisões importan-tes. “O aval final vem sempre dele”, acentua Lucimar.

Lucimar e Gessi Strapazzon Celso Strapazzon Estufas em um hectare de terra da família

Fotos: Natália Zucchi

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Das uva e pêssegos a outras variedades de frutasA família Lorenzatti sempre cul-

tivou uva na propriedade de 8,4 hec-tares. Eles entregavam para a Coope-rativa São João. Também cultivavam pêssegos, distribuídos nas câmaras frias. Segundo Cirley, a agricultura tem permanecido familiar porque há pouca mão de obra no interior. “As pessoas que vivem na nossa zona rural dependem da própria renda. A agroindústria foi uma forma de dar oportunidade aos nossos filhos de ficarem por perto. O novo negócio trouxe o dobro de trabalho, mas fico feliz em garantir a sucessão familiar nesse ramo”, salienta ela.

Produção certificada A marca Sabores da Montanha

possui o selo estadual “sabor gaúcho” e o federal ”aqui tem agricultura fa-miliar”, certificações para produtos oriundos de agroindústrias familia-res rurais produzidos artesanalmen-te, respeitando o meio ambiente e a legislação vigente. Para a produção, Cirlei construiu um espaço atrás da sua residência, seguindo as especifi-cações sanitárias e técnicas exigidas. Ali, ela separa as frutas e faz a higieni-zação e o corte.

SABORES DA MONTANHA

Empreendedorismofeminino na agroindústria

“Eu queria evoluir, não queria ficar só na roça”. A afirmação é de Cirley Antunes dos Santos Lorenzatti, 60 anos, proprietária da agroindústria Sabo-res da Montanha. Moradora da Linha Jansen, interior de Pinto Bandeira, ela é mais uma, entre tantas mulheres empreendedoras, que arriscaram investir na agroindústria como forma de ampliar a renda familiar. Com o apoio do mari-do, Antoninho e dos dois filhos, Moisés e Otávio, a família deu início ao novo negócio em 2008, a partir de economias pessoais e também do financiamento através do Pronaf Mulher, extensão do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ), voltado às mulheres produtoras rurais.

Na propriedade, a família cultiva uva, pêssego, figo, laranja, lima, bergamo-ta, caqui, tomate e marmelo. Com essas frutas, Cirley elabora doces cristaliza-dos, frutas desidratadas, geleias diversas (com e sem açúcar) e molhos de toma-te. Outros doces também são feitos com produtos criteriosamente escolhidos através de uma distribuidora, com abacaxi, banana, morango e maçã, não cul-tivados por Cirley. Os produtos são comercializados na propriedade, em feiras e em alguns estabelecimentos comerciais da região. Também são enviados pelos correios para Gramado e alguns municípios de Santa Catarina.

Algumas são destinadas às ge-leias, outras, para os doces e, ainda, para o forno, onde ocorre a desidra-tação. Nele, as frutas podem ficar en-tre 35 e 40 horas, a 35ºC, em média. Dentro desse horário, é preciso fazer o manejo das bandejas para melhor distribuir os pedaços de frutas. “Cada uma tem um tempo diferente. O aba-caxi e a banana levam mais tempo para desidratar por terem bastante água”, explica. De todos os processos, esse é o mais tranquilo, conforme ela conta. Acrescenta que às vezes chega a trabalhar 19 horas por dia. “É pu-xado. Mas eu desejo ter muita saúde para trabalhar ainda bastante tempo. É o que eu gosto”.

Merenda escolarA agroindústria Sabores da Mon-

tanha está cadastrada no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) através do qual fornece frutas, pães e molho de tomate para o car-dápio de lanches de escolas munici-pais e estaduais de Bento Gonçalves e de Pinto Bandeira. Previsto em lei, 30% da merenda escolar deve ser fornecida pela agricultura familiar da região, valorizando a produção local. Em Bento Gonçalves, a agricultura fa-miliar é responsável por de 90% dos produtos utilizados na merenda esco-lar da rede municipal de ensino.

Elogios e críticasCirley participa de diversas feiras,

entre elas ExpoBento, Expointer e Fenadoce. Também participa de edi-ções da Feira de Agricultura Familiar, através de instituições como Emater, Fetag e Embrapa. “Essas feiras são uma maneira de agregarmos valor aos nossos produtos, como também mostrar o que pode ser feito com fru-tos como o caqui. A Fenadoce, por exemplo, foi uma experiência fantás-tica. Feira longa, cansativa, mas valeu a pena. Público enorme. A maior par-te dos nossos produtos terminou an-tes do fim da feira”, relata. A oportuni-dade serviu para divulgar o município de Pinto Bandeira, através da distri-buição de dois mil panfletos. “Pouca gente conhece Pinto Bandeira. O fato de eu estar lá colaborou muito para divulgar meu trabalho e também a produção da cidade. Eu voltei com elogios e críticas para o município”, destaca.

Cirley Antunes dos Santos Lorenzatti

Fotos: Natália Zucchi

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A Família Vaccaro, da comuni-dade de Santo Alexandre, agregou enoturismo a vitivinicultura e hoje é um dos destinos mais procurados do roteiro Estrada do Sabor, de Garibaldi. Grupos de turistas, sob reserva anteci-pada, são recebidos na residência de Augusto Vaccaro pelo filho Francisco e pela nora Natalina para almoços e piqueniques, com pratos da gastro-nomia típica da colonização italiana no Rio Grande do Sul. Os visitantes costumam passear pelo local em tri-lhas da propriedade ou em visita a cantina, situada nas proximidades.

A produção de uvas e vinhos ini-ciou com Francisco Vaccaro, conheci-do como Guerino, com a elaboração de vinho comum para consumo fa-miliar. Vendo que sua produção au-mentava, o nono Francisco, em 1953, decidiu construir sua própria cantina e, com o passar do tempo, registrou-a como Vinícola Vaccaro e Cia Ltda. Atu-almente, a empresa também elabora vinhos finos e espumantes. A produ-ção é comercializada para turistas, em feiras e eventos e em pontos de vendas da região e da grande Porto Alegre.

A produção vitivinícola aliada a rota turística Estrada do Sabor, inau-gurada em 2001, garante trabalho para a família de Francisco Vaccaro, conhecido como Chico, e para a de José Vaccaro. Chico e a esposa Nata-lina trabalham diretamente com o turismo e a gastronomia. A atividade conta com a participação da nova ge-ração representada pelos irmãos Vini-cius, seu irmão Willian e o primo Die-go, filho de José. Vinicius é formado

Com vitivinicultura e enoturismo, Família Vaccaro recebe turistas

Propriedade situada no Roteiro Estrada do

Sabor cresceu com seus familiares fazendo o que dominam bem:

receber pessoas

Fotos: Natália Zucchi

em Administração, Willian em Enolo-gia e Diego, em Turismo. Já José lida tanto nas parreiras como na vinícola, em várias frentes. Nos últimos cinco anos, os sócios investiram na reforma da sede da empresa e em novos va-rietais.

O nono Augusto Francisco, pai de Chico, recebe os turistas na proprie-dade com passeio regado a histórias e lembranças da família. Além da boa conversa, ele leva os turistas para vi-sitar o “museu do nono”, espaço no porão da casa com pertences históri-cos. Natalina comanda a cozinha com o apoio da sogra Maria, responsável pelo toque caseiro muito procurado pelos turistas. Os eventos são rega-dos a vinho e suco de uva à vontade para acompanhar as mais tradicio-nais receitas da família, entre elas o frango recheado assado no forno a lenha, localizado no terreno da pro-priedade. Eles recebem grupos entre 10 e 45 pessoas, durante a semana e

também no final de semana, somente mediante reserva. “A família não pode ficar sobrecarregada. Precisamos ter nosso próprio tempo para garantir boa recepção aos grupos, porque o atendimento é primordial. Além dis-so, gostamos dos pequenos grupos. Nos tornamos mais íntimos”, afirma Natalina.

Para eles, o turismo já fazia parte da vida antes mesmo do empreen-dimento. Chico conta que recebiam muitos parentes com frequência, há-bito comum das comunidades do in-terior. Segundo ele, isso também fez com que o recebimento dos turistas seja feito de forma natural, espontâ-nea, como se cada um realmente fos-se parte da família. “Turismo é coisa boa, só gente amiga. Eles gostam de conversar, gostam de ouvir nossas histórias, não tem vergonha de per-guntar. Eu gosto muito”, comemora. Mas não só de trabalho que os Vac-caro interagem com o turismo. Chico

conta que as viagens para outras ci-dades e outros estados sempre foram comuns. A maioria delas para visitar os parentes espalhados por Santa Ca-tarina e Paraná, entre outros Estados. “A gente também tem que conhecer outros lugares, outras rotas. Isso é bom para a nossa qualidade de vida e também para ampliarmos nossa visão dentro do nosso atendimento”, acrescenta Natalina.

Antes era o braço e o boiO nono Augusto, que acompa-

nhou as mudanças na comunidade e nos negócios com o passar dos anos, lembra com carinho da sua infância. Ele conta que as famílias vizinhas se-guiam o mesmo padrão do interior, de colher uva e fazer vinho, e que a maioria delas foi evoluindo junto. “Antigamente a despesa era pouca. Hoje a renda aumentou, mas o cus-to de vida é alto. No tempo que eu era guri, o dia a dia era muito mais simples. Lembro que a gente não se importava muito com o que vestia. Íamos para a escola de pés descalços. No início da vinícola, a uva era moída com a mão. Na época, a luz vinha da parte central de Garibaldi e qualquer problema na rede deixava a gente sem luz, mas para nós era natural ficar no escuro. Hoje, se a gente fica sem luz, não faz mais nada”, analisa. Para ele, além do orgulho do passado, fica a satisfação com o presente, onde os filhos dão continuidade ao trabalho do seu pai. “Antes era o braço e o boi. Mas o que nunca faltou foi uma xícara de café cedo pela manhã. Nossa famí-lia sempre foi amiga do trabalho”.

Fotos: Natália Zucchi

Nono Augusto, Natalina e Vinícius Vaccaro

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O agricultor Cedenir Postal, de 42 anos, no último dia 26 de junho foi eleito o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçal-ves, numa eleição acirrada, marcada por decisões judiciais e intervenção da Federação dos Trabalhadores na Agri-cultura (FETAG). “O mais importante é que foi um processo democrático, onde o associado pode ir às urnas e es-colher a nova diretoria. Vejo de forma positiva o pleito, apesar de alguns en-traves, que teve a participação de mais de 700 associados. E o nosso trabalho vai estar bem focado no agricultor e na atuação do Sindicato como uma enti-dade representativa dos agricultores de Bento Gonçalves e das extensões de base de Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pinto Bandeira”, ressalta Pos-tal.

Morador de São Luiz (Tuiuty) e produtor de frutas e verduras, Cedenir Postal tem paixão pelo que faz. Ele tem na família o apoio para assumir este novo desafio, que é comandar o Sindi-cato. Casado com Rosane Greselle e pai das meninas Fabiana e Eliana, Postal divide a vitória, também, com os com-panheiros da primeira composição da Chapa2, que iniciaram o processo de disputa pela presidência da entidade. “Foram meses de dedicação e luta pela oportunidade de participar da eleição, mas que, infelizmente, não puderam mais concorrer, pois pertencem aos municípios que não fazem legalmente parte da base de extensão, já que falta a regularização junto ao Ministério do Trabalho. Por isso um agradecimento especial a: Onécimo Pauleti, Gilmar Massoco, Jandir Lazzari, Roberto Brun,

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento muda Diretoriaapós eleição acirrada, antecedida por decisões judiciais

A NoVA DIREtoRIA Presidente - Cedenir Postal; 1º Vice Presidente - Ivone Frá Osmarin;

2º Vice Presidente - Terezinha Belitzki Tonet; Secretário Geral - Gema Pi-lan Toniolo; 1º Secretário - Cassiano Buffon; 2º Secretário - Maria Cantelli Merlo; Tesoureiro Geral - Valdir Zorrer; 1º Tesoureiro - Fabiano Orsatto; 2º Tesoureiro - Geraldo João Rasera; Suplente do vice-presidente: Carlos de Costa; Suplente do 2º Secretário: David Benatti; Suplente do 2º Tesoureiro: Gabriel Petroli; Conselho fiscal efetivo: Auri Flamia, Elias Pellicioli, Gabriel Cimadon; Conselho Fiscal suplente: Carlos Baretti, Ivanor Passaia, Aelite Maria Comachio Trentin

Gentília Gonzatti, Ele-nite Vignatti, Lourdes Gnoatto, Maria Fer-rari, Jaqueline Bona e Ires Maria Canossa Lava, que apoiaram a Chapa 2 até o fim, mesmo não poden-do concorrer” agra-dece Postal.

O novo Presiden-te do Sindicato co-menta que o objetivo é trabalhar em con-junto com todos os associados e resgatar os agricultores que se distanciaram da entidade, visto que dos mais de quatro mil que fazem parte do cadastro do Sin-dicato, apenas pouco mais de mil estão em dia.

Ao assumir a pre-sidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o agricultor Cedenir Postal reiterou o compro-misso de reintegrar os municípios de Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pin-to Bandeira como extensão ao Sindi-cato dos Trabalhadores Rurais. “Vamos, também, buscar a regularização junto ao Ministério Público do Trabalho e Emprego para que a entidade seja re-conhecida como um Sindicato”, enfati-za o presidente. A Federação dos Tra-balhadores na Agricultura - FETAG-RS, em 2013, comunicou a todos os sindi-catos, inclusive o de Bento Gonçalves, a obrigatoriedade da regularização

junto ao Ministério do Trabalho. Como não foi atendida a legislação, o Sindi-cato está inativo, desde 2009.

Resultado da eleição A eleição foi realizada no dia 26 de

junho e levou às urnas 747 votantes, sendo que a Chapa 1, com o candida-to Ivandro Lerin, obteve 359 votos e a Chapa 2, de Cedenir Postal, conquis-tou 376 votos. Foram três votos bran-cos e nove nulos.

Fotos: Divulgação

O agricultor Cedenir Postal é o novo Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves

“Para mim o vinho continua sendo, como entendia Galileu Galilei, humor líquido e luz”. A afirmação é do enólogo poeta Luís Henrique Zanini, da Vallontano Vinhos Nobres, do Vale dos Vinhedos, que foi um dos entrevistados pela sommelier argentina Cecília Aldaz para a série “Um brinde ao Vinho”, da Globosat. Cecília Aldaz, que está viajando pelo Brasil e outros países da América Latina em busca dos melhores vinhos, entrevistou Zanini em função do lançamento do “vinho laranja” no Brasil.

Zanini comenta que a ideia de elaboração de vinhos com essa tonalidade surgiu no ano 2000, tomando forma através do “projeto peverella” que, em 2008, resultou no lançamento da linha Era dos Ventos. Acrescenta que os vinhos artesanais da linha são elaborados com as uvas brancas peverella e trebiano. “A cor laranja é resultante do processo de maceração, feito com mais intensidade, vinificando-as como se fossem tintas, e do período de maturação de, no mí-nimo, dois anos”, explica.

A produção anual da linha, de cerca de 600 garrafas cada variedade, está sendo comer-cializada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a valores acima de R$ 100,00 a unidade. A recomendação é que, por serem picantes, sejam harmonizados em refeições.

“Esses dois vinhos da Linha Era dos Ventos são anárquicos, por não se enquadrarem na ten-dência atual”, define o enólogo. Ele complementa que, além disso, a utilização da uva peverella para a elaboração de vinho é um resgate cultural. “Seu plantio foi introduzido na região da Serra Gaúcha no final do século 19, por imigrantes das regiões do Trento e do Vêneto, do Norte da Itália. Até a década de 70, ela foi muito utilizada pela indústria vinícola nacional como base para vinhos brancos e espumantes”.

Vinho “laranja” feito à base de uva peverella: anárquico e cultural

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2017 7VIDA DE AGRICULTOR

“Hoje somos sindicato de fato e de direito. Es-tamos trabalhando como Sindicato da Serra Gaú-cha desde 2013. Mas o Registro Sindical, publicado no Diário Oficial da União no dia 24 de abril deste ano, ampliou consideravelmente os meios de atu-ação da entidade em prol do agronegócio em sua área de abrangência”. A avaliação é do presidente da entidade, Elson Schneider. O sindicato, sediado em Bento Gonçalves, com extensões de base nos municípios de Pinto Bandeira, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Garibaldi e Carlos Barbosa, represen-ta empreendedores com CNPJ na área rural. Atual-mente, são 750 associados, de 300 famílias.

Schneider ressalta que o objetivo da entidade é facilitar a gestão de propriedades e atividades rurais através de orientações, convênios, prestação de serviços técnicos e acessos a novos aprendi-zados. Como exemplo de gestão cita o painel de custo de produção, com a participação de econo-mistas de entidades e universidades, ocorrido no Instituto Federal, em Bento Gonçalves, agora em julho. O presidente acrescenta também que o Sin-

Sindicato da Serra Gaúcha agora “de fato e de direito”Em posse do registro sindical, entidade amplia atuação voltada a gestão do agronegócio

dicato encaminha propostas de financiamentos bancários para os produtores dos municípios de abrangência.

Parceria

“Queremos fazer uma profícua parceria com a nova Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Ru-rais de Bento Gonçalves. Com a cadeia unida, fica mais fácil superar obstáculos”, salienta Schneider. Ele afirma que o atual cenário do meio rural dos municípios abrangidos pelas duas entidades é fa-vorável a atuações sindicais voltadas “a dar mais liberdade ao produtor”.

Schneider convida a conhecer a sede do Sin-dicato Rural da Serra Gaúcha, situada na rua Ge-túlio Vargas, bairro Cidade Alta. Também convida os produtores a se agendarem para visitar a 2ª Tecnovitis, que acontecerá de 6 a 8 de dezembro, na Comunidade 8 da Graciema e no Complexo do Hotel Villa Michelon. Mais informações pelos fones 3702.2217 ou 3702.2216.

Elson Schneider, presidente do Sindicato Rural da Serra Gaúcha

Natália Zucchi

Enólogo Luís Henrique Zanini

Kátia Bortolini

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2017VIDA DE AGRICULTOR8

o período de dormência das plantas do pessegueiro (inver-no) vários tratos culturais são necessários para que se obte-

nha uma boa produção de frutas com qualidade. Podemos citar como prá-ticas que estão sendo executadas: a adubação, poda seca, cultivo de cultu-ras de cobertura de solo e tratamentos fitossanitários de inverno.

A adubação de correção deve ser baseada em análises de amostras de solo e, no caso de adubação de manu-tenção, deve também ser considerada a exportação de nutrientes do solo pelo volume de produção de frutos que são comercializados.

thompssonDidoné

EnólogoEmater/RS-AscarBento Gonçalves

Manejo de inverno em pessegueiros

A poda seca é a principal prática cultural que está sendo feita e encon-tra-se bastante adiantada nas varieda-des superprecoces como a BRS Kam-pai e PS 25.399 (do cedo), cultivadas em mesoclimas mais quentes (vales de rios). Essas variedades já demonstram a abertura das primeiras flores, de for-ma antecipada, devido ao escasso nú-mero de horas de frio acumulado até o momento. Nesse caso, deve-se ter cui-dado com a aplicação de caldas como tratamento de inverno, pois podem resultar em danos nas gemas floríferas.

Nos locais mais altos, boa parte da poda seca já foi feita na pré-poda ou poda de outono, cabendo destaque para a variedades Chimarrita (varie-dade mais cultivada) e PS 10.711 (do tarde). Nessas variedades recomenda--se a aplicação de calda bordalesa ou sulfocálcica.

A grande maioria dos pomares possui cobertura vegetal no solo, ten-do importância evidenciada nesse ano de períodos chuvosos constantes. A proteção do solo, evitando ou dimi-nuindo o efeito da erosão, a manuten-ção e elevação da matéria orgânica, a

reciclagem dos nutrientes e a melhoria da estrutura do solo são algumas das vantagens que podem ser evidencia-das nesta prática.

Como tratamentos fitossanitários que podem e devem ser feitos desta-camos a aplicação de calda sulfocálci-ca (enxofre e cal, mais fervura). Porém, deve-se ter o cuidado para que a calda seja armazenada de forma correta, em local seco e ao abrigo da luz. Também se faz necessário que a calda tenha a graduação em que são feitas as reco-mendações de diluição em água, que são baseadas em caldas com 32° Be. Sempre é importante saber a gradua-ção da calda para fazer a diluição cor-reta.

Na microrregião de maior con-centração e cultivo de plantas de pro-

dução de pêssegos de mesa da Serra Gaúcha, constituída pelos municípios de Pinto Bandeira, Bento Gonçalves e Farroupilha, está sendo instalado o sis-tema piloto de monitoramento e aler-ta da presença de mosca das frutas, principal praga da cultura na região.

No mês de agosto o sistema de alerta passará a divulgar as informa-ções e recomendações sobre o contro-le da mosca das frutas. Assim, no mês de julho estaremos divulgando em que se constitui e como funcionará o Sistema de Alerta Fitossanitário para a presença da Mosca das Frutas. Para mais informações entre em contato com o Escritório Municipal da EMA-TER/RS-ASCAR de um dos municípios citadas ou com a EMBRAPA de Bento Gonçalves.

Reprodução Web

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2017 9EMPRESAS | ENTIDADES

Empresária, professora e consulto-ra de inovação, Eliane Zanluchi é a con-ferencista da primeira reunião-almoço que o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves promove no segundo semestre de 2017. No en-contro, marcado para o dia 17 de julho, ela abordará o tema Inovação – A linha tênue entre a boa gestão e a gestão transformadora, às 11h45min, na sede da entidade.

Para a professora, apenas as em-presas capazes de inovar se mante-rão operando diante deste cenário de constantes mudanças – muitas imi-nentes, mas nem por isso conhecidas – que o mundo atravessa. “Estamos sendo invadidos pelo novo e não te-mos plena consciência das mudanças que estão por vir. Neste ambiente “mu-tante”, torna-se importante a gestão e a cultura da inovação dentro das em-presas, para que as pessoas estejam preparadas”, aconselha Eliane.

A consultora defende que a inova-ção está ligada a diversos processos – sejam eles criativos ou administrativos – dentro de uma organização, e não necessariamente ao lançamento de

Cultura da inovação e gestão transformadora são temas de reunião-almoço no CIC-BG

Eliane Zanluchi palestra em encontro de trabalho agendado para 17 de julho

produtos. Mas para que essa cultura seja plena, precisa ser escalonada na empresa num sentido “top down”, ou seja, de cima para baixo. “Para que re-almente a inovação se instale e traga uma nova perspectiva de desempe-nho econômico, a direção da empresa precisa “encabeçar” este projeto para que ele tenha a força necessária e di-recionamento pra acontecer”, ressalta.

Ao tratar de temas assim, assuntos como disrupturas a padrões, tendên-cias, foco nos resultados, sustentabi-lidade (inclusive econômica) e novas possibilidades de negócios também vão permear a conversa de Eliane com empresários. Eliane Zanluchi é consul-tora e disseminadora da nova gestão, baseada na inovação como estratégia, e sua formação inclui escolas de eco-nomia internacionais, tendo atuado em empresas nacionais e multinacio-nais nos seus 20 anos de experiência.

Os interessados em participar po-dem fazer a confirmação de presença pelo telefone (54) 2105.1999 ou e-mail [email protected]. O valor é de R$ 75,00 para associados à entida-de e de R$ 105,00 para não associados.

Existem várias maneiras de comemorar o Dia dos Pais. Mas, com certeza, a melhor é viver momentos ao lado do seu primeiro Super-Herói!

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Dia dos Pais no Villa Michelon

Divulgação

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 201710

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.

Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento

Gonçalves - RS

Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500

E-mail: [email protected]

www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Mensal

Circulação: Na primeira semana de cada mês,

em Bento Gonçalves, Santa Tereza, Monte

Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale

dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria

Lemos

Diretora e Jornalista responsável:

Kátia Bortolini - MTB 8374

Redação: Natália Zucchi

Área Comercial: Moacyr Rigatti

Atendimento: Sinval Gatto Jr.

Diagramação: Vania Maria Basso

Editor de Fotografia: André Pellizzari

Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto,

Ancila Dall´Onder Zat, Bruno Nascimento,

Melissa Maxwell Bock, Padre Ezequiel Dal Pozzo,

Rogério Gava, Thompsson Didoné

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

ÓPICOST by Kátia Bortolini

PRONÚNCIA DO PORTUGUÊS

A reportagem de capa dessa edição do Integração é dedicada ao colono, por oca-sião de seu dia, com matérias que ressaltam o empreendedorismo e a força de trabalho das famílias do meio rural da região. Antigamen-te, os colonos tinham vergonha de serem colonos por sofrerem bullying de moradores da cidade ao falarem misturando dialetos ita-lianos com o português, o que resultava na pronúncia de palavras com dois erres com um erre só.

A letra da música “O Colono”, de Teixe-rinha, ressalta essas injustiças. Na semana passada vi um vídeo no WhatsApp com um rapaz de Bento Gonçalves se defendendo de bullying por ter passado para o grupo errado uma declaração apaixonada para a namora-da, na qual falava como se fosse criança (coi-sas de apaixonados) com forte sotaque. Que ridículo o rapaz ter que se defender por cau-sa de sua forma de comunicação numa terra onde a maioria das pessoas, de uma forma ou de outra, peca na pronúncia do português. As crianças aprendem a falar como seus pais e avós, entre outros cuidadores. Se eles falam errado, por também terem aprendido errado, o ciclo é vicioso. Se falar errado, com sotaque, fosse o maior de nossos males, estaríamos no paraíso terrestre.

PREVISÃO DE RETOMADA DASOBRAS DA ETE

Está agendado para o próximo dia 14 de julho a assinatura de contrato para a retomada de obras da Corsan em Bento Gonçalves. É para a conti-nuidade da implantação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Barracão, iniciada em setembro de 2011 e interrompida pela primeira vez em dezembro de 2012, por causa da possibilidade de existência de um sí-tio arqueológico no local. As obras fo-ram retomadas em abril de 2014, sem ter sido encontrado qualquer vestígio de sítio pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Novos problemas, decorrentes do nivelamento do terreno, interrompe-ram os serviços até agosto de 2015. Na metade de 2016, as obras foram novamente paralisadas, desta vez por causa de quebra de contrato entre a Corsan e a empreiteira. Enquanto não são construídas as ETEs do Barracão, do Burati e do Vale dos Vinhedos o es-goto doméstico de Bento Gonçalves é lançado 100% in natura nas fontes de captação de água que abastecem o município. Cidade industrial, com forte potencial turístico, merece trata-mento de esgoto.

54 3452.4723 | [email protected] General Osório, 309 - Sala 904 - Centro - Bento Gonçalves - RS

BOTAS PENDURADAS EM PARREIRAIS

Em entrevista na propriedade da família Strapazzon, a re-pórter Natália Zucchi registrou os parreirais da família de uma forma curiosa. Neles, botas de borracha, tradicionais da lida na colônia, encontram-se em grande quantidade, penduradas nos postes que sustentam as videiras. Segundo Celso Strappazzon, seu pai, Flávio, tinha o costume de aproveitar os calçados que não serviam mais para o trabalho, como enfeite aos parreirais. Mas após ver a funcionalidade da brincadeira, passou a incluir em cada poste, uma bota. Segundo ela, as ajudam a preservar a madeira da umidade das chuvas, ampliando sua durabilidade.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2017 11

INHASV

A linda família de Caren e Cristian Comiotto com os meninos Pedro e Gabriel estiveram posando para as lentes de André Pellizzari

André Pellizzari Fotografia

Fernando e Denise do Amaral no Vale do Vinhedos

André Pellizzari Fotografia André Pellizzari Fotografia

Os primeiros clics de um mês do lindo Vicente Czis foram um sucesso

Presidente do Veteran Car Club, Rudy Garcia (direita), em jantar de premiação do VI Passeio Cronometrado

A aniversariante de julho,Dra. Zênia D´Arrigo, recebe

nossa homenagem.

Divulgação

Arquivo Pessoal

BEM-ESTAR JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 201712

Quem procura aventura por um preço baixo, vivenciando experiências únicas em território nacional e interna-cional, precisa conhecer a agência de viagens Buffalo Bill. Atuando desde ja-neiro de 2016, a empresa inicialmente promoveu roteiros com saída somente de Porto Alegre e região metropolita-na. Agora, a Buffalo atua também na Serra Gaúcha. A empresa promove passeios com embarque em Caxias do Sul, Farroupilha e Bento Gonçal-ves, além da cidade de Florianópolis, em Santa Catarina. Os roteiros variam entre viagens bate e volta de apenas um dia, como também para fins de se-mana e feriados. No Rio Grande do Sul os destinos são os cânions do Parque Aparados da Serra em Cambará do Sul, Vespasiano Corrêa, e a rota das cacho-eiras em São Francisco de Paula. Os passeios internacionais são para Mon-tevidéu e Punta Del Este, no Uruguai, Buenos Aires, na Argentina e Machu Picchu, no Peru.

“O foco sempre foi turismo da natu-reza, com roteiros em trilhas, cânions e cachoeiras. Desde o segundo semestre do ano passado, também começamos a oferecer roteiros internacionais pelos países do Mercosul e, desde então, tem sido um sucesso”, conta o empreende-dor Dian Carlos Paiani, de 34 anos. Ele garante que o grande diferencial da agência é o atendimento e os valores superacessíveis dos pacotes, além das condições de pagamentos facilitadas. Os roteiros custam a partir de R$85. “A gente gosta muito de integrar nossos clientes - os Buffalos, como chamamos, nas viagens. Isso é algo que o pessoal sempre comenta nas nossas pesquisas de satisfação”, comemora.

“Viajar é uma forma de desaprender velhos hábitos”A ideia de investir no turismo sur-

giu para o publicitário no momento

BUFFALO BILLAgência de viagens focada na natureza

e na democratização do turismo

Então Dian, por que o nome Buffalo Bill? “Essa história surgiu lá em Buenos Aires com um grupo de amigos que se conheceu por lá mesmo e queria sair para beber em plena segunda-feira. Estava tudo fechado, mas encontramos um bar no final das contas. Buffalo Bill é um jogo daqueles em que quando você perde, precisa beber uma dose de alguma bebida. Ficamos jogando boa parte da noite, o que rendeu muitas risadas e resol-vemos adotar o nome do jogo como nossa identidade. Este grupo acabou ficando bem próximo e acabamos, por brincadeira, falando que devíamos abrir uma agência de turismo para ficar viajando a vida toda. O nome da Agência? Óbvio que seria Buffalo Bill. Até tentamos mesmo organizar um tour, que não saiu. Um tempo depois resolvi eu mesmo dar um passo adian-te e transformar aquela “brincadeira” em algo real e sério. E aqui estamos :)”

que se viu disposto a repensar a vida e a carreira. Para ele, o empreende-dorismo era uma possibilidade muito presente, mesmo com dúvidas sobre a área que mais tivesse afinidade e dis-posição para investir. “O turismo veio muito naturalmente, já que viajar para mim é muito mais do que curtição e relaxamento. Viajar é uma forma de aprender e desaprender velhos hábi-tos. É conhecer novas culturas e novas formas de ver as coisas. É puro autoco-nhecimento! Então, quis fazer disso o meu trabalho”, comemora.

Com a ambição de ser a maior agência de turismo de natureza para grupos da Região Sul, Dian adianta que a Buffalo Bill está desenvolvendo um programa de expansão para Floria-nópolis e posteriormente, para Curiti-ba. Ele acrescenta que a empresa con-tinuará atuando na forma de agência online, mas com redes parceiras nestas cidades, possibilitando novos roteiros para todos os municípios atendidas pela Buffalo Bill. Outra novidade que logo estará disponível ao público são os roteiros internacionais para grupos entre 5 a 10 pessoas. Roteiros de natu-reza em lugares mais distantes, como

o Caminho de Santiago de Composte-la, Aurora Boreal na Islândia ou Alasca, trilhas nos alpes Italianos e outros lu-gares estão sendo estudados por Dian.

Por que tão barato?De acordo com o empreendedor,

os preços das viagens são mais aces-síveis por se enquadrar na missão da empresa de promover democratiza-ção do turismo. “Tem gente que não sabe que o maior conjunto de Cânions da América do Sul está ali na região de Cambará do Sul a menos de três horas

de Caxias. Por isso a gente quer que as pessoas conheçam melhor os atrativos turísticos que estão a sua volta. Turis-mo não é só pegar uma mala e ir para outro estado ou país. Turismo é você sair do seu espaço geográfico para visi-tar um novo, seja ele durante um mês, uma semana ou um dia. Para a Serra, a gente só tem a agradecer o carinho e energia que o pessoal sempre coloca nas nossas expedições. Todos nossos roteiros internacionais têm embarque em Caxias e cidades próximas e vamos ampliar essa oferta ainda mais”.

DivulgaçãoPor Natália Zucchi

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 4 de Julho 2017 13EDUCAÇÃO

Bento Gonçalves foi o quarto município da região a aderir ao Projeto Mão Amiga, criado em 7 de setembro de 2009, em Caxias do Sul, por um grupo de voluntários, motivado pelo Frei Jaime Bettega. O segundo foi o município de Flores da Cunha e o terceiro, o de Farroupilha. Desde o último mês de março um grupo de voluntários tem atuado em Bento Gonçalves em prol da propos-ta, sob a coordenação do contabilista Marcos Fracalossi.

O Projeto Mão Amiga acolhe as famílias com crianças de zero a quatro anos, não contempladas com vagas nas escolas públicas de educação infantil e as encaminha para particulares, parceiras da proposta, que reduzem os valo-res das mensalidades. O projeto arca com até 50% do valor da mensalidade da criança beneficiada. O restante é pago pelos pais, diretamente à escola par-ceira. Entre outros critérios, os pais ou responsáveis pela criança devem estar trabalhando. Também devem participar de palestras de capacitação, para que possam exercer a importante missão de educar para a vida.

A proposta é viabilizada financeiramente por “madrinhas ou padrinhos”, através de doações. Pessoas físicas podem ajudar abatendo até 6% do valor devido. Empresas tributadas pelo Lucro Real, podem destinar até 1% do Im-posto de Renda Devido. Interessados em atuar como voluntários ou em fazer doações devem entrar em contato pelos fones 54 9968199910/ 54 2621 2747 facebool.com/maoamigabento/ [email protected].

A FSG de Bento Gonçalves está com inscrições abertas para diversos cur-sos de qualificação profissional gratuitos. Ao todo, são mais de 300 vagas distribuídas em 10 opções de cursos. Todos os cursos possuem a carga horá-ria de 16 horas e irão ocorrer ainda no mês de julho, na FSG de Bento Gonçal-ves. Os alunos pagam apenas uma taxa de R$ 30 para emissão do certificado. Caso o estudante não deseje certificado, ele pode solicitar a não emissão e participar normalmente das aulas como aluno ouvinte. Os interessados po-dem verificar as datas e fazer sua inscrição online em Cursos de Qualificação até o meio-dia do dia 12 de julho. As vagas são limitadas. Depois de fazer a inscrição no site, é necessário comparecer a faculdade nos dia 13 ou 14 de julho, das 10h às 20h, para realizar a matrícula. A FSG BENTO está localizada na rua 13 de Maio, 1130, bairro Cidade Alta.

CuRSoS• Atendimento ao cliente no Varejo• Estratégia de Vendas• Inteligência Emocional• Liderança de Equipes com Foco em Resultados• Marketing Pessoal• Planejamento de Carreira - Preparando-se para o mercado de trabalho e primeiro emprego• Relações Interpessoais• Rotinas Administrativas e Contábeis• Técnicas de Administração e Gestão de Conflitos• Técnicas de Apresentação em Público

FSG Bento abre inscrições para cursos de qualificação

profissional gratuitos

Projeto Mão Amiga contribui com o acesso de crianças à educação infantil

OPINIÃO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 201714

O que é central para a fé cristã?

PadreEzequiel

[email protected]

Dal Pozzo

a atualidade tudo é muito dinâmico. Vivemos numa época de mudanças contínuas. Também em relação à religião, a tendência é de fragmentar. O que era cla-

ro, às vezes, se dilui e nem sempre conseguimos respos-tas às perguntas. Se alguém nos perguntar o que signifi-ca ser cristão ou qual é o núcleo dá fé crista, certamente, teremos várias respostas. Muitos praticantes da religião terão dificuldades de chegar ao núcleo da resposta e muitos ficarão somente nos entornos do núcleo.

A confissão de Jesus Cristo como Senhor da histó-ria e do sentido é uma resposta possível. Mas, ela tem suas implicações. Olhar para Jesus de Nazaré, seguir seus passos, significa dar-se conta de que Deus é amor e Dele só recebemos amor e salvação. Por que Ele é amor, quer suscitar em nós esse mesmo amor. Ainda, Jesus de Nazaré nos mostra Deus como Pai e Mãe. Isso, po-rém, somente tem sentido e é verdade, na medida em

que vemos e tratamos os outros como irmãos. A prática não pode contradizer a confissão, embora conscientes dos limites sempre presentes em nós. Além disso, se Deus é Pai e Mãe, Ele o é de todos os seres humanos. Sendo de todos, quem confessa essa verdade, deve acolher os irmãos numa aber-tura cordial, num diálogo fraterno e num respeito profundo a diversidade e ao pluralismo existente hoje.

O seguimento de Jesus como o Salvador, que revela ao mundo um Deus Amor, somente preo-cupado em salvar, nos torna irmãos e irmãs, numa fraternidade universal. O papa Francisco, no dia de sua eleição, declarou essas palavras. Desejou que se formasse uma fraternidade universal. Aquilo que Jesus mostrou sobre Deus se tornou insuperá-

vel. Encarnou em sua vida uma visão de Deus e sua rela-ção com o próximo, de tal forma que se apresenta como a mais completa da história. Para clarear bem podemos perguntar: Poderia alguém oferecer uma imagem mais amorosa de Deus ou mais perfeita? Poderá alguém mostrar mais amor ao próximo, aos pobres, excluídos, aos últimos, do que mostrou Jesus? O Cristianismo tem esse dado insuperável. Em Jesus Cristo, Deus se mostra de uma forma insuperável. Não precisamos de alguém que venha de novo e nos revele algo sobre o amor, mais profundo e perfeito do que mostrou Jesus. Aqui está o específico do cristianismo, seu núcleo fundamental. Em-bora, possamos dizer que em todas as religiões há lam-pejos, sinais, da única verdade, em Jesus, esta verdade se manifesta de modo insuperável.

Quando nós vamos encontrando esses fundamen-tos sólidos, precisamos construir o edifício a partir dele. Tudo o que se fala na teologia e em relação à religião não pode contradizer esse fundamento. Por exemplo, pode-ria, depois disso, dizer que Buda é igual a Jesus? Que ele tem o mesmo “peso”? Se Jesus foi insuperável no amor e encarnou em sua vida o amor da forma mais completa, temos que dizer que Buda é diferente. Ele tem valor, mas não supera Jesus. Deus se mostrou de forma insuperável em Jesus. Embora Buda possa revelar alguns traços de Deus, não o faz de forma plena como Jesus.

Carecemos muito de um discurso coerente quando falamos de Deus, fazemos teologia, falamos de religião. A coerência elimina muitas barbaridades. Parece que, porque Deus é mistério, podemos falar qualquer coisa sobre Ele, mesmo que estejamos mergulhados em con-tradições. Vamos progredir na reflexão. Pensemos nis-so...

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2017 15MEIO AMBIENTE

A instalação, ampliação ou regu-larização de atividades que são utili-zadoras de recursos ambientais, con-sideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qual-quer forma, possam causar degrada-ção ambiental, devem ser antecedi-das por licenciamento ambiental que pode ser tanto no âmbito Municipal, Estadual ou Federal. O licenciamento ambiental é um instrumento de ges-tão ambiental estabelecido pela Lei Federal n° 6938, de agosto de 1981, também conhecida como Lei da Polí-tica Nacional do Meio Ambiente. Con-siste em três etapas: Licença Prévia (LP), que deve ser solicitada na fase de planejamento, alteração ou ampliação do empreendimento; Licença de Ins-talação (LI), que autoriza o início da

Serviços de excelência na assessoria em projetos ambientais e de segurança do trabalho

Engenheira Ambiental Cristiane Lovison

obra; e Licença de Operação (LO), que autoriza o início do funcionamento do empreendimento. A lei, de quase qua-renta anos, está sendo cumprida à ris-ca na última década pela maioria dos gestores públicos.

Além dos serviços de Licencia-mento Ambiental, a Ambiseg também oferece serviços voltados à segurança contra incêndios, através de elabora-ção de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). Os dois ser-viços são primordiais para a abertura ou regularização de estabelecimentos comerciais e industriais, além de edifi-cações residenciais multifamiliares.

Esses serviços técnicos, entre ou-tros, desde 2013 estão sendo pres-tados em Bento Gonçalves e região pela Ambiseg - Assessoria Ambiental

e Segurança do Trabalho. A responsá-vel é a Engenheira Ambiental Cristiane Lovison, pós-graduada em Segurança no Trabalho. Ela ressalta que atua em parceria com engenheiros de áreas afins e biólogos, buscando sempre a excelência na prestação de serviços. O campo de atuação da Ambiseg na área ambiental e de segurança do trabalho abrange desde os diversos segmen-tos da indústria, comércio e serviços de saúde até os setores vitivinícola e agropecuário.

De acordo com a engenheira Cris-tiane Lovison, a empresa prima pela ética, responsabilidade e comprometi-mento com o Meio Ambiente e com a Segurança do Trabalho.

Contato: (54) 99975-2453 |[email protected]

Arquivo Pessoal

A Fundação Proamb, sediada em Bento Gonçalves, inaugurou, no dia 4 de julho, a ampliação e modernização de sua Unidade de Energia, que ope-ra na cidade de Nova Santa Rita (RS). Planta modelo e pioneira no Estado, é referência na valorização energética de resíduos sólidos industriais, ou seja, no processo de fabricar combustível derivado de resíduos. O projeto de modernização e ampliação da plan-ta de coprocessamento da Unidade de Energia começou a ser desenhado ainda em 2015 e teve um marco im-portante em 2016, com a compra de equipamentos da empresa austríaca Lindner-Recyclingtech GmbH, referên-cia em tecnologia para trituração.

O negócio teve o apoio do BRDE, fundamental para realização do em-preendimento, entregue pouco mais de um ano após a assinatura do ter-mo de parceria. Parte desse desen-volvimento veio do compromisso da entidade em captar aliados dispostos a vencer o desafio de solucionar a pro-blemática da destinação dos resíduos no dia a dia das empresas. Em 2010, a portaria 016 da FEPAM proibiu que materiais inflamáveis fossem dispostos em aterro, normatização rapidamente identificada como oportunidade de negócio. “Então, a Proamb transfor-mou um problema em solução. Com a Unidade de Energia de Nova Santa Rita, os resíduos industriais que po-luem, quando indevidamente condu-zidos, passam a virar matéria-prima, ou seja, fonte de energia para a indús-tria cimenteira. Isso diminui significa-tivamente o consumo de bens não-

Unidade de Energia da Proamb é modelo no EstadoNo local, resíduos que poluem viram fonte de energia para a indústria cimenteira

Fotos: Exata Comunicação

-renováveis, além de movimentar uma cadeia de emprego e renda”, salienta o presidente da entidade, Neri Basso.

Sistema inovadorA Unidade de Energia opera com

um sistema inovador para produção de combustível derivado de resíduos (CDR) de alto rendimento, destinado ao mercado de grandes consumidores de energia. Os resíduos que podem ser coprocessados vão de encontro com a Portaria 016 da Fepam: borras de tinta e solvente, plásticos, madeiras, têxteis, serragem contaminados com óleos lubrificantes, solventes ou combus-tíveis. Em vez de serem depositados no meio ambiente, gerando passivos ambientais, eles são caracterizados e avaliados quanto as suas propriedades físico-químicas para atestar a possibi-

lidade de serem coprocessados. Após essa avaliação, inicia-se o processo industrial. O primeiro deles é a tritura-ção. Depois, os metais são separados por um processo de extração magné-tica. O próximo passo é a separação pneumática, que tira qualquer impu-reza residual. Por fim, o material é no-vamente triturado e está pronto para a destinação.

Todo esse pro-cesso complexo é executado por um aparato tecnológi-co com capacidade produtiva de 4.000

toneladas/mês. Esse sistema está alo-cado em uma área de mais de 4,3 mil metros quadrados construídos, in-cluindo três pavilhões industriais que atendem às mais rigorosas normas de segurança em sua instalação.

“São diversos os benefícios que a Unidade de Energia gera. A recupera-ção energética dos resíduos elimina a necessidade de destiná-los a um ater-ro industrial. Além disso, a mistura que resulta desse processo é um combustí-vel com elevado poder calorífico, que diminui em até 30% o consumo de fontes de energia não renováveis por meio da substituição térmica. Tudo isso significa menor impacto ambien-tal, ganhos produtivos, financeiros e muito mais eficiência na gestão am-biental”, explicou o diretor de ope-rações da Proamb, Gustavo Fiorese, durante visita técnica. Os interessados em conhecer mais sobre a Unidade de Energia podem contatar a Fundação Proamb pelo fone 3055-8700.

Descerramento da placa de modernização da unidade

Visita técnica às instalações da Proamb em Nova Santa Rita

ESPECIAL JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 201716

Há ano e meio em Bento Gonçalves, o Panda Restau-rante e Casa de Chás vem propondo mais saúde através da culinária e da cultura chinesa. O negócio familiar foi ideali-zado pela empreendedora Luiza Larentis e pela esposa de seu filho Bruno Vitório, a chinesa Danxia Lu Larentis. Bruno conheceu Danxia em um intercâmbio. Eles estão residindo há pouco mais de dois anos em Bento Gonçalves e, através do Panda, Danxia está enraizando a cultura alimentar de seu país no bairro Cidade Alta. O Panda, desde o último mês de março, está localizado na rua Visconde de São Ga-briel, nº 133.

Danxia é natural de Guangzhou de onde importou lou-ças e artigos para o restaurante. Também é de lá que ela importa chás e diversas ervas, cultivadas por seu pai. Tanto é que o molho shoyu possui sabor único, por ser feito no local com receita chinesa e produtos importados.

O estabelecimento promete estar em constante atua-lização, já que Danxia viaja para a China com frequência e, sempre que volta, traz novas receitas e produtos para o Panda. Mesmo não atuando diretamente na cozinha, ela traz orientações e dicas para deixar os pratos e bebidas com um toque especial e original.

Porções bem servidas

“As porções são bem servidas, por um preço justo”, destaca Luiza. Ela e a chef Ana Maria Borges da Silva atuam na elaboração dos pratos e chás, dentro dos padrões chi-neses. As receitas dão água na boca e resultam em pratos muito procurados pelos clientes. Entre eles, combos com sopas, massa e arroz oriental, servidos com frango ou al-catra e também nas versões vegetarianas. Também fazem sucesso a massa rosa com camarão e pasteis chineses, de carnes ou vegetarianos. Há ainda o pão chinês assado no vapor e o arroz assado nas folhas de bambu.

Luiza adianta que outros pratos com peixes estão sen-do incrementados e, em breve, estarão disponíveis ao pú-blico. Os chás também são diversos. Entre eles, chá de ro-sas, chá de jasmim, chá Pu Er, chá preto, chá verde, chá branco, chá de crisântemo, chá Oolong e o chá gelado de ervas, servido em lata. Na gastronomia chinesa, os pratos são acompanhados de chás da preferência do cliente. Lui-za salienta que a água morna, aliada aos efeitos dos com-ponentes dos chás, ajuda na digestão e faz uma limpeza interna, eliminando as gorduras residuais dos alimentos.

O restaurante ainda serve sobremesas comuns a am-bos os países, como o pudim, que também é prato elabo-rado na China. Além do Mooncake, doce feito em forma de lua, através de uma massa branca recheada com geleias ou com o feijão doce, iguaria chinesa. “Mesmo que a cul-tura chinesa use de bastante pimenta, nós cuidamos quan-to a utilização desse tempero. Servimos pessoas no dia a dia, durante a semana, em horário comercial. Temos essa preocupação, para que as pessoas saiam bem daqui, sem se sentir pesadas por causa da pimenta. Mas, para quem gosta, há molhos de pimenta acompanhando os pratos”, explica.

O Panda Restaurante e Casa de Chás abre de terça--feira a sábado, das 10 horas às 14 horas, com capacidade para 30 pessoas. O empreendimento também está aberto para eventos em qualquer horário, mediante reserva. Mais informações pelo fone (54) 3055-0481.

PandaRestaurante eCasa de ChásI N D I C A

Cozinha chinesa com assessoria de quem entende do assunto

Panda Restaurante e Casa de ChásRua Visconde de São Gabriel, nº 133 - Cidade AltaFone (54) 3055.0481

Por Natália Zucchi

Fotos: Divulgação / Natália Zucchi

Luiza Larentis e a chef Ana Maria Danxia e Bruno Vitório

Caderno de Cultura e ArteJornal Integração da Serra

Nº 46 | Julho 2017

Foto: Natália Zucchi

Futuro

incertoO que as locadoras de vídeo e de jogos estão fazendo para sobreviver?

2 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Julho 2017

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

O Rio do Tempo

metáfora do tempo como um rio é antiga. Há quase dois mil anos, Marco Aurélio,

o imperador filósofo, escrevia: “O tempo é uma torrente impetuosa, como um rio que tudo carrega. Mal se vislumbra alguma coi-sa e ei-la que some. Surge outra, e já se vai também”. Mas a alegoria mais famosa sobre isso veio de Heráclito de Éfeso. O leitor deve lembrar: o filósofo grego comparava o fluxo da vida a um rio, em cujas águas era impos-sível banhar-se duas vezes. Parece pegadi-nha, mas não é: cada vez que entramos em um rio correm novas águas; assim, em cada mergulho o rio será outro (e nós também). Era esperto esse Heráclito.

O “Rio do Tempo” nos lembra que tudo flui, muda, se esvai. Nada permanece. Tudo o que é, imediatamente já começa a cessar

de ser. Gosto da seguinte expli-cação dada por um pensador: “tente levantar um dedo no fu-turo: o dedo sobe e esse futu-ro já não é mais”. E em um mi-lésimo de segundo o dedo em riste já será passado. Isso nos ensina que só existe o momen-to presente; esse momento que, tão logo ocorre, já desaparece. O presente em perpétuo movi-mento. Heráclito chamava essa constante transformação de “de-vir”. A eterna mudança de tudo.

Esse tempo que é mistério, que corre como um rio, não é o tempo que contamos em nossos relógios. Que marcamos em nos-sos calendários. “Chronos”, o tempo me-

dido, é uma invenção do homem. Uma das maiores invenções humanas, aliás. Já pensou a confusão que seria viver sem os dias da se-mana? Sem as horas e minutos para organizar-mos nossos compromissos? Tudo isso, porém, não passa de pura arbitrariedade. Tem o lado bom: isso quer dizer que as segundas-feiras não existem! E que nossa idade é mero ponto de vista. Em Mercúrio, por exemplo, o ano tem oitenta em oito dias: pelo calendário mercuria-no, portanto, eu já teria passado dos duzentos anos. Já em Saturno eu ainda usaria fraldas.... Nossos relógios marcam uma ilusão. Vou de-volver o meu na loja.

O Rio do Tempo é nosso eterno enigma. Um mistério que angustiava até mesmo Santo Agostinho: “Se ninguém me pergunta o que é o tempo, eu sei; mas, se me perguntam e eu quero explicar, já não sei”, dizia ele. O doutor da igreja, no entanto, sabia das coisas. Ele já advertia não haver passado, nem presente; tampouco futuro. Chamava o presente de “um nada entre dois nadas”. Algo que nunca che-ga a existir, pois está sempre deixando de ser, falava.

A verdade, enfim, é que nossa vida é um rio; o tempo, um “desva-rio”. Um delírio que nos assombra e encanta, indecifrável e impe-netrável. Até mesmo para os filósofos e sábios. Talvez seja melhor mesmo deixar essa questão para os poetas, esses seres iluminados que a tudo clareiam com seus versos. Como fez o Drummond, quando escreveu: “Flui a vida como água, como água se renova. Se a vida me foge, afago-a em cada esperança nova”.

Passa o tempo; segue a vida. Corre o rio.

Dicas deFilmes

Programe-seMosaico | Jornal Integração da Serra | Julho 2017 | 3

A redação leu

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MITOS GREGOS: Histórias extraordinárias de heróis, deuses e monstros para jovens leitores.

Autor: Nathaniel HawthornePáginas: 208Editora: ZaharAno: 2016

Mad Max: Estrada da FúriaTítulo original: Mad Max: Fury RoadAno: 2015Direção: George MillerRoteiro: George Miller, Brendan McCarthy, Nick, LathourisElenco: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne

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MITOS GREGOS:Histórias extraordinárias de heróis, deuses e monstros

para jovens leitores

BrunoNascimento

[email protected]

Max se vê no meio de uma perseguição mortal ini-ciada pela Imperatriz Furiosa. Eles precisam escapar de um comboio insano que quer resgatar as mulheres grávidas de seu líder, o Immortan Joe.

Em uma epoca em que filmes de ação são adoles-centes, Estrada da Fúria se sobressaí como uma obra adulta. George Miller, mesmo sendo um setentista, con-segue apresentar mais potência e idealismo do que qualquer diretor jovem.

O filme não somente se sobressai como uma ópera do gênero de ação, mas carrega uma narrativa podero-sa. Diálogos não são tão presentes, fato. Mas não nos enganemos, pois é justamente nesse espaço que se encontram as mensagens de empoderamento feminino e luta.

Mesmo em uma narrativa enrustida nas clássicas simbologias do faroeste, o quarto filme da série vai con-tinuar sendo jovem e representativo por muitos anos.

Nathaniel Hawthorne foi um dos maiores romancistas norte--americanos de todos os tempos. Neste livro, especialmente es-crito para o público jovem, ele reconta de forma livre e divertida seis histórias clássicas da mitologia grega, narrativas míticas e fabulosas que transcendem o tempo.

O livro passeia por mitos eternos, como o de Perseu, o herói que luta contra monstruosas criaturas com cabelos de serpen-tes, entre elas a temível Medusa. Também retoma a lenda de Midas, o rei que foi castigado pela própria ganância. A famosa história de Pandora e sua caixa, Hércules e as maçãs douradas e o conto sobre o cavalo alado, Pégaso, são outras das narrativas que animam a obra.

O livro foi lançado originalmente em 1851, e atingiu suces-so imediato de público e crítica. Esta edição do selo Clássicos Zahar traz o texto integral de Nathaniel Hawthorne, além de 19 belíssimas ilustrações originais de Walter Crane, e também a cronologia de vida e obra do autor. Leitura recomendada para jovens de todas as idades.

LiteraturaO quê: Lançamento do livro Nova RajuxQuando: 13 de julho, às 18 horasLocal: Ovelha Café Literário

Dia Mundial do RockO quê: Celebra Bento - Dia Mundial do RockQuando: 13 a 16 de julhoLocal: Bento GonçalvesVeja a programação completa na pág. 8

Mais Rock n’RollO quê: Jhonny Grace com corver de Elvis Presley e bandas regionaisQuando: 13 de julhoLocal: Shopping Bento

Bate-papo sobre TeatroO quê: Bate-papo Cia Teatral Acto Quando: 15 de julho, às 16 horasLocal: Dom Quixote Livraria e Cafeteria

Conservadorismo BrasileiroO quê: Bate-papo Raízes do Conservadorismo Brasileiro com Juremir Machado da SilvaQuando: 20 de julho, às 19h30Local: Dom Quixote

Peça teatral O quê: “As Castas Não Mentem Jamais”, espetáculo musical da Cia Teatral ActoQuando: 22 de julho, às 16h30min ou às 20 horasLocal: Fundação Casa das Artes

CinecaféO quê: Sessão de cinema com o filme clássico “O Gabinete do Dr. Caligari” Quando: 24 de julho às 20 horasLocal: Ovelha Café Literário

Exposição 1O quê: Salão de Arte de InvernoQuando: até 23 de julhoLocal: L’America Shopping

Exposição 2O quê: Através do Lápis Preto, da artista Julia PasqualliQuando: até 31 de julhoLocal: Fundação Casa das Artes

Desafios dos SonhosO quê: Lançamento e Palestra “O desafio dos sonhos”, de Uili BergaminQuando: 29 de julho, às 15 horas.Local: Dom Quixote Livraria e Cafeteria

Carros AntigosO quê: Encontro de Carros Antigos AntigarQuando: 23 de julho, às 9 horasLocal: Garibaldi

Jantar do EspumanteO quê: 10º Jantar do EspumanteQuando: 5 de agosto, às 20 horasLocal: Sociedade 24 de Maio, em Monte Belo do Sul

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Com mais de 20 anos de história no bairro São Francisco, a VideoLine possui acervo de mais de oito mil tí-tulos e cadastro com cerca de sete mil clientes. Após passar pela ad-ministração de quatro proprietários ao longo dos anos, a quinta dona Carol M, é a responsável pela loca-dora desde 2014. Segundo ela, nos últimos 18 meses, houve uma queda brusca nas locações. Ela afirma que os fatores são diversos e aliados a crise econômica pela qual atravessa o país. Entre eles, aponta a Netflix com seus planos de contas múlti-plas, dispondo de séries televisivas, documentários e filmes e os planos de TV a cabo com valores mais aces-síveis. Também ressalta como outro motivo a quantidade de filmes pira-tas disponíveis na internet, incluin-do lançamentos que ainda estão no cinema. Para enfrentar o cenário, Carol passou a fazer uso de ferra-mentas como o aplicativo WhatsApp de forma personalizada. Criou ain-da planos de mensalidade fixa com locações livres para o acervo. Com o futuro incerto, Carol agregou, no final de 2015 o serviço de costuras e reformas. “Antes era apenas meu hobby”, afirma.

A faixa etária dos clientes da Vi-deoline permanece bem flexível, en-tre 18 a 60 anos, além das crianças que buscam os lançamentos infan-tis. Segundo Carol, com a crise, as pessoas que antes frequentavam o cinema regularmente, passaram a ir na locadora com mais frequência. Mas, acrescenta ela, clientes que

Locadoras de filmes, séries e jogos deixaram de ser negócios rentáveis

“Se não houver uma mudança de mentalidade, não teremos mais vida útil”

Futuro incerto das locadoras de vídeoPor Natália Zucchi

Video Line

antes alugavam com frequência, dei-xam de retirar filmes também como medida de retenção de gastos. “Por isso, antes de comprar um novo fil-me, é necessário fazer uma pesquisa prévia na internet para ver se a pro-dução já está disponível em alguma plataforma digital”, explica. Outro problema, que também encarece os custos de uma locadora, é a vida útil das mídias, em que os discos de hoje tem qualidade inferior aos de 10 anos atrás, sofrendo ranhuras com mais facilidade.

Carol observa que a falta de ho-nestidade de muitos brasileiros tam-bém ajuda a diminuir a demanda de locadoras. “No Brasil, a corrupção é algo cultural e atinge, obviamente o mercado das locadoras de vídeo. Isso porque uma grande parcela dos telespectadores não respeitam, nem valorizam, as produções cinemato-gráficas. A ação de aderir por formas ilegais para assistir ou adquirir um vídeo tem depreciando a produção como um todo, porque tira vantagem em cima do ator, da atriz, da produ-tora, de cada um que faz parte des-

se ramo. São poucos clientes que enxergam o outro lado e veem nosso trabalho de forma importante. Se não houver uma mudança de mentalida-de, não teremos mais vida útil. Lo-cadora já deixou de ser um negócio rentável. Só sobrevive nesse ramo quem está aqui por amor”, declara.

Carol também buscou ampliar seu acervo de filmes brasileiros adquirindo obras que possam ser passadas em sala de aula, devido a crescente procura dos professo-res pelos títulos. “O acervo cultural e histórico da locadora tem um valor incalculável. Não são só os 4 reais cobrados pelo aluguel”. Segundo a comerciante, a ação de enviar men-sagens pelo WhatsApp acabou vi-ciando alguns clientes, que deixaram de ir até a locadora para escolher seu filme. Outra criação da Videoline para a manutenção da clientela foi o sistema de devolução expressa atra-vés do qual o locador pode depositar o filme em um local específico fora do estabelecimento, caso necessite devolver a mídia fora do horário de funcionamento da locadora.

Depoimentos de clientes e de quem vende para locadoras

Vitor Hugo Toffoli, 24 anos, cliente da Videoline, revela que raramente cos-

tuma alugar vídeos. Em média, ele aluga um filme a cada dez meses. “Retiro na locadora somente quando não está disponível nos canais da TV paga ou quando eu não encontro na internet”, afirma. Já Rejane Turcatel é fiel a locadora. “Não passo uma se-mana sem retirar um filme. Também retiro vários para o fim de semana. Muito é por causa da indicação da Carol, que me conhece e acerta nos meus gostos. Gosto também de reti-rar os lançamentos, porque eles não passam na TV”, explica.

O representante comercial Le-onardo Alves atua há 10 anos com venda direta de filmes a locadoras do Vale do Taquari e Serra Gaúcha. Hoje ele atende cerca de 30 clientes, mas antes eram muito mais. “O ramo de atividade está diminuindo. Fecha-ram diversas lojas nos últimos cinco anos. Incentivo os clientes a aumen-tarem a divulgação dos títulos atra-vés de redes sociais e promoções especiais. As locadoras tem seu es-paço no mercado, mas para se man-terem precisam que os clientes valo-rizem o trabalho realizado”, destaca.

Divulgação

Natália Zucchi

Mosaico | Jornal Integração da Serra | Julho 2017 | 5

Situada no Shopping Bento, a Fantastic Vídeo locadora está aberta desde junho de 2014, data também de inauguração do Shopping no centro de Bento Gonçalves. Quem administra o estabeleci-mento, é Fernanda Bottega Tomasini, com a ajuda do seu pai Gelson Tomasini. Ela também confirma a queda nas locações nos últimos 18 meses. Hoje, a locadora, que possui mais de 10 mil clientes ca-dastrados, tem os filmes lançamentos como o car-ro chefe. Por mês, Fernanda adquire até 70 lança-mentos “investimos neles para manter os clientes”, revela ela. Ação, aventura e terror são os gêneros mais retirados pelo público jovem e mesmo com a Netflix, as séries televisivas continuam tendo boa saída, analisa a proprietária. “Vimos que muitas pessoas estão cancelando a tv a cabo e gastan-do metade do valor da assinatura em locação de filmes”, comenta.

Também como forma de atrair clientela, o esta-belecimento aceita pagamentos no cartão de cré-dito e débito. Nas mídias digitais, a Fantastic está somente no Facebook, plataforma onde é publica-

Com 28 anos de história, a Project Vídeo no bairro São Roque, iniciou suas atividades ainda no tempo da Fita Beta, antes do VHS. A locadora, que possui mais de 15 mil clientes cadastrados, hoje é geren-ciada por Dirlei Sberse, proprietária há 8 anos. Em tanto tempo, a locadora alterou e ampliou seu espa-ço durante os períodos de maior movimento. Porém, com a queda nas locações, o espaço acabou sendo reduzido de três para uma sala comercial. Locali-zada na avenida São Roque. Dirlei também aderiu ao pagamento no cartão de crédito, as publicações no Facebook e aos pacotes de filme para o fim de semana. Além disso, como alternativa à crise na lo-cação, Dirlei foi gradativamente agregando outros serviços e produtos. Hoje a Project tem lan house, papelaria e faz cópia

Diferente da Project Vídeo, a locadora Questão de Vídeo, situada na avenida Oswaldo Aranha, há 25 anos no mercado, investiu até o início deste ano somente em novos filmes eróticos. “A Questão de Vídeo consegue se manter pelas loca-ções de filmes pornográficos, mesmo com o conteúdo gratuito hoje disponível na internet. A procura é de homens e mulheres, principalmente a partir dos 50 anos. Se hoje houvesse uma locadora somente de filmes do gênero, comercializando outros produtos eróticos para agregar, acredito que teria um bom público”, revela a proprietária Rejane Refatti. Ela também confirma a queda drástica das locações nos últimos 18 meses. “Se tivesse que pagar aluguel, não me sustentaria”, declara. Conforme Rejane, a locadora já teve mais de 10 mil clientes, mas os que se man-tém são os mesmos há 20 anos. “A época boa foi o do VHS e da transição para o DVD, depois disso só decaiu”, observa. Ainda no ano passado, Rejane já pensava no fechamento do estabelecimento, mas acabou adiando. Só que agora chegou a hora. No final de agosto, Rejane pretende suspender as atividades da Questão de vídeo. Ainda no início do próximo mês, os filmes serão colocados à venda.

Fantastic Video Locadorado as capas dos filmes, sinopses e trailers. Além do telefone, é também através da rede social que rece-be solicitações de reservas.“Já abri nova ficha para um senhor de 88 anos”, destaca Gelson Tomasini.

A locadora também oferece pacotes de filmes para o fim de semana, opções de combos de três e seis filmes. Segundo Fernanda, há alguns anos, eram mais frequentes promoções junto a produ-toras de filmes, com brindes para o locador, “mas com a crise, isso ficou bem incomum”, afirma.

Para Fernanda, uma mídia que poderia ter ga-nho mais destaque é o blu-ray, superior ao DVD pela melhor qualidade de imagem e material mais resistente a riscos”. Mas com o fato de que, para assistir um blu-ray e o blu-ray 3D, é necessário ter os aparelhos como leitor e TV compatível a tecno-logia, além de óculos especiais, acaba se tornando muito trabalhoso e caro usufruir das produções. Mesmo assim, a versão tem um público fiel. Muitas pessoas comentam que enfrentam dificuldade para encontrar aparelhos blu-ray, tanto nas lojas físicas da cidade, quanto na internet”, comenta ela. Fernanda Bottega Tomasini

Fotos: Natália Zucchi

Project VideoFilmes que tiveram boa bilheteria nos cinemas

“Às vezes ganho mais com as cópias do que com a locação”, afirma. Ela conta que hoje, outra estra-tégia é adquirir filmes que tiveram boa bilheteria nos cinemas. Há cerca de oito anos, ela deixou de traba-lhar com filmes eróticos porque a saída era baixa, e mesmo num espaço reservado, a sessão chamava muito atenção de crianças e jovens.

Um diferencial da Project Vídeo é a parceria com escola EMTI São Roque, onde sua filha estuda. Lá, todos os professores podem retirar filmes de graça para fins educativos. “É uma forma de ajudar a comu-nidade e também a escola”, declara.

Dirlei Sberse

Questão de Vídeo

Rejane Refatti

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A Solar Games, localizada no Centro da cida-de, têm 25 anos de história e também sofreu com a queda nas locações de jogos. Laercio Bischoff, proprietário desde 2008, afirma que o movimento começou a cair ainda em 2014. Alguns dos fato-res para a queda dos aluguéis são as lojas virtu-ais que ficam disponíveis dos aparelhos, como o Playstation 4, desenvolvido pela SONY e o XBOX ONE, pela Microft. Além de disponibilizar jogos para a venda por um preço um pouco inferior a versão física, justamente por não ter o custo da fabricação da mídia e comercialização, essas lo-jas também disponibilizam aluguéis de diversos jogos por um tempo determinado e a valores simi-lares aos das locadoras. Outro fator são os grupos no Facebook, onde muitos usuários vendem seus próprios jogos ou fazem trocas. “Antes os usu-ários faziam trocas com a loja. Hoje é muito cô-modo para os usuários aderir ao jogo disponível pelo aparelho. Ainda mais se tratando de um pú-blico que parece estar mais preguiçoso”, obser-va Bischoff. Ele acrescenta que antigamente as locações também eram maiores porque os jogos eram mais caros. Hoje, vários e-commerces e lo-jas como Saraiva, Americanas, Submarino dispõe de jogos diversos, aumentando a concorrência.

Público fiel“O aluguel caiu bastante, mas há um públi-

co fiel”, afirma. A Solar games tem um acervo de aproximadamente 400 jogos para locação, entre

Queda nas locações de jogosos formatos para o PlayStation 3 e 4. Os jogos mais retirados são de futebol Fifa 17 e PES 17 e o GTA 5. O público predominante é das faixas etárias entre 20 e 40 anos, muito mais adultos do que crianças. Isso porque, há cerca de dez anos, uma série de jogos estão sendo desenvol-vidos especialmente para o público adulto. “Tem gente que tem o aparelho em casa e vem até a loja para jogar com as pessoas, trocar informa-ções, dicas de jogos e socializar”, analisa.

Como resposta a crise, a loja tem trabalha-do com emulsionamento nas publicações da Fanpage do Facebook “chegamos no cliente de forma mais assertiva”, conclui. Há anos, além da venda e locação de jogos, a loja vem agre-gando produtos diversos e acessórios para am-pliar o rendimento. Aparelhos antigos estão em exposição e a venda. O estabelecimento tam-bém dispõe de um técnico para manutenções em aparelho.

Já a loja Star Games, localizada no bairro São Bento, desde de dezembro de 2016, quan-do foi reformada, no lugar dos aluguéis de jo-gos, abriu um espaço para a prática de card game, boardgame e rpg, modalidades que podem ser jogadas em grupos. “A alta taxa de inadimplência fez com que parássemos de locar jogos”, afirma o funcionário Diogo Marchiori. Ele acrescenta que o fato dos jogos, hoje, estarem mais longos e terem extensões online, vale mais a pena para o consumidor comprar um jogo.

Laercio Bischoff

Fotos: Natália Zucchi

Mosaico | Jornal Integração da Serra | Julho 2017 | 7

A Loja Nelsy, de Bento Gonçalves, está se repaginando para comemo-rar 40 anos de atividades, no próximo dia 7 de outubro. A disposição das mercadorias na loja foi mudada seguindo projeto arquitetônico voltado a dar mais visibilidade aos produtos, facilitando o autoatendimento. Agora, será a etapa de revitalização da fachada da loja, situada na rua Caxias do Sul, 521, bairro Glória. O estabelecimento comercializa artigos de vestuário feminino, masculino e infantil, enxoval, calçados, bazar e acessórios.

A proprietária Nelsy Bortolini ressalta que a setorização das mercado-rias ampliou a visibilidade dos produtos, facilitando a escolha do cliente. Ela acrescenta que a mudança também facilita e reforça o atendimento da equipe de atendentes. A repaginação interna da loja abrangeu desde a disponibilização das mercadorias e dos vestiários até o som ambiente. “É um sonho concretizado graças aos meus clientes. Cada um deles tem um pedacinho. Agradeço a eles, em primeiro lugar, e a Deus, que me dá saúde para fazer acontecer”, salienta Nelsy. Ela convida clientes e amigos para conhecer a nova proposta e aproveitar o início da promoção de inverno.

Bruno Zulian

Uma história de fácil assimilação sobre o por-quê da imigração italiana massiva para o Brasil e outros países do mundo no final do século XIX é contada na primeira parte do livro “ Sonhos e Cami-nhos da Esperança” por Valmor Domingos Zucco (in memorian), como introdução a segunda parte, escrita pela professora Doutora Ancilla Dall Onder Zat, colunista do Jornal Integração da Serra, sobre memórias de sua infância em São Pedro, distrito de Bento Gonçalves.

Das 175 páginas do livro, 120 são escritas por Zucco que, além de contextualizar a imigração ita-liana desde os motivos que a ocasionaram, cita as primeiras levas de famílias que chegaram na Colô-nia Dona Isabel, hoje Bento Gonçalves. O primeiro capítulo escrito por Zucco também apresenta uma síntese do assentamento de imigrantes na Linha Palmeiro, que abrange o distrito de São Pedro até Caravaggio, de Farroupilha.

Loja Nelsy repaginada para o aniversário de 40 anosEstabelecimento comercializa desde enxovais e vestuários até calçados e artigos de bazar

Fotos: Natália Zucchi

Da esquerda para direita: Neiva Colognese, Janice Rius, Nelsy Bortolini,Simone Stail, Luana Noskoski e Ivânia Bertolini

Livro “Sonhos e Caminhos da Esperança” faz uma releitura da imigração italiana

Já da página 125 até a 175 o conteúdo fica por conta das memórias de infância da professora, no período compreendido entre 1933 e 1944, e do iní-cio de sua carreira no magistério, em 1956, também no distrito de São Pedro.

O segundo capítulo descreve com a simplicida-de própria da linguagem de criança fatos da vida real imersos nos costumes e nas tradições de fami-liares e vizinhos, todos descendentes de imigrantes italianos, denominados “colonos”. Exemplifica com citações de episódios marcantes e fotografias os eventos da época enquanto descreve o grau de pa-rentesco das famílias envolvidas. No final, a autora revela as emoções que sentiu ao visitar os locais de origem de seus ancestrais na Itália. A obra foi lan-çada no dia 21 de junho, em Bento Gonçalves, na Livraria Aquarela, onde o livro está sendo comercia-lizado por R$ 30,00. O valor arrecadado com a ven-da será doado a entidades sociais do município.Ancila Zat em sessão de autógrafos

Para quem quer mais um motivo para comemorar o Dia Mundial do Rock, no sábado, 15, a banda cover e autoral Os Pelicanos estará tocando em evento próprio na Per-sona Fotos à Moda Antiga, nos Caminhos de Pedra, distrito de São Pedro. O evento inicia às 17h30min, recebendo o público até às 19 horas, quando os portões serão fecha-dos. O local terá estacionamento com capacidade para 20 carros. O destaque fica para os integrantes, que tocam ves-tidos com roupas de época e típicas de imigração italiana. Os ingressos ainda estão sendo vendidos por R$ 5 com os membros da banda. No local, será vendida uma rifa no valor de R$ 2, destinada a compra de novos equipamentos e instrumentos.

A banda é formada por Ana Maria Segatto, 19 anos (vocal), Julio Henrique Provensi Gobatto, 20 anos (baixo),

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Bento Gonçalves terá quatro dias de comemoração ao Dia Mundial do Rock, feste-jado oficialmente no dia 13 de julho. A programação do Celebra Rock Bento começa na quinta-feira, 13, com o show da banda argentina Star Beetles, homenageando uma das maiores bandas da história do gênero, os The Beatles. O evento ocorrerá na Fundação Casa das Artes, a partir das 20 horas. Os ingressos custam entre R$ 11 e R$ 24 e podem ser adquiridos no Sesc Bento Gonçalves.

A programação segue na sexta feira, 14, com o show da banda Velhas Virgens, no Ferrovia Live, a partir das 23 horas. A apresentação faz parte da turnê de 30 anos da banda. Os ingressos custam entre R$ 50 e R$ 60 e podem ser adquiridos na In Concert CDs, loja Cadoro no Shopping L’América e na Netfar Provedor de Internet.

As homenagens continuam no evento que acontecerá no sábado e domingo, na Rua Coberta. A partir das 14 horas, bandas novas e históricas da região tocam durante o fim de semana. No local, haverá food trucks, cerveja artesanal, garimpos da Arabella’s Bre-chó e da Mangue Clothing e Feira Criativa com exposição dos artistas Diogo Carlet Carini DBNS, Coletivo Conspira, Edinara Patzlaff e Ernani Cousandier.

Paralelo ao evento, o Ferrovia Live ainda abre as portas sábado,15, a partir das 23 horas, com a Casa da Vó Sessions. Idealizado em parceria com o Stúdio Casa da Vó, a noite terá um festival com as bandas Evilcult, Rainha de Espadas e Still Crazy.

A programação completa faz parte do Programa Cultura do Bem. O programa é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de Bento Gonçalves, que visa fomentar a cultura e ainda colaborar com a assistência social através da formação de público. Entre os destaques do Programa Cultura do Bem está o incentivo à doação voluntária de ração para animais, que serão repassadas ao Conselho Municipal do Bem-Estar Animal.

PROGRAMAÇÃORUA COBERTA

SÁBADO 15h - Verun (grunge)16h - Antro (pop rock nacional)17h - Don Camaleone (rock n´roll autoral)18h - Púrpura (metal)19h - The Bentles (rock)

DOMINGO15h - Black at Blues (blues)16h - Edzul (rock n´roll autoral)17h - A Elétrika Tribo (rock n´roll autoral)18h - Blackbirds (rock n´roll autoral)19h - Thanks to Queen (rock)

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Quatro dias de rock n’roll em BentoGo Sandi Fotografia

Os Pelicanos à Moda AntigaCleber Pegoraro, 20 anos (guitarra), Gabriel Maso Marini, 19 anos, (guitarra) e João Luis Gugel, 19 anos, (bateria). Alguns eram colegas de ensino médio no Instituto Federal de Bento Gonçalves e outros tornaram-se amigos frequen-tando os shows de rock da região. Eles iniciaram oficialmente as atividades da banda em novembro de 2016 e já possuem seis músicas autorais prontas para serem gravadas, são elas: Stella, Ruiva, I Was Born Free, Loucos da Meia Noite, Duplo Sentido e Circo de Palhaços.

A partir de referências do blues, rock n’roll e também pelo rock gaúcho, a sonoridade dos Pelicanos é influenciada por bandas como Cascaveletes, Júpiter Maçã e Eric Clapton. A maioria das composições são da vocalista Ana Maria. “Eu sempre digo que escrevo as letras, mas quem me ajuda a colocar uma alma nelas são os guris. Eles lapidam tudo”, destaca a vocalista. Com ensaios reservados para os sábados, a banda se reúne na casa de Gobatto, em um pequeno estúdio improvisado. Além das músicas próprias, a banda toca covers.

Apoiando os jovens músicos, Mauro Munari, da banda Edzul, está ajudan-do a produzir a banda. Ele acompanha alguns ensaios e dá dicas e opiniões na estrutura, arranjos e composições. “Eles levam a sério, são muitos interes-sados, dedicados e estão evoluindo muito nesse pouco tempo de banda”, ressalta. Muito fãs da banda Edzul, os membros Pelicanos têm acesso aos ensaios da banda e recebem orientações dos músicos. “Eu vejo eles como quando nós começamos na década de 80, com esse ímpeto”, destaca. “En-tre eles há muita união e amizade. Com certeza, o diferencial será a energia que trazem quando tocam. É muito fácil de simpatizar”, finaliza.

Além do incentivo dos familiares dos integrante, quem muito apoia essa ideia é o pai de Gobbato, Valmor Sebben, conhecido como Neco. Gobbato conta que o pai tinha um sonho de infância de ganhar a vida com a música a partir de uma banda que formava na época. Mas com o tempo, cada inte-grante tomou um rumo diferente. “A gente sabe que o caminho para músicos novos é difícil e acredito que temos muito chão para andar. Mas o apoio que estamos recebendo é maravilhoso e mais do que suficiente para continuar seguindo os nossos sonhos”, conclui Ana Maria.

Divulgação

Os Pelicanos: banda jovem com produção autoral

Por Natália Zucchi